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AUTOMAÇÃO

Osmar Brune

m termos simples, o objetivo


de uma máquina - ferramen-
O Comando Numér ico Computador izado
ta com CNC é fazer com que
(CNC) é um equipamento eletrônico utilizado as ferramentas de corte ou
principalmente no controle de máquinas - fer- usinagem sigam, automaticamente,
uma trajetória pré-programada através
ramenta no processo de manufatura de peças.
de instruções codificadas, com a ve-
Comparadas às máquinas - ferramenta conven- locidade da trajetória e a rotação da
cionais (manuais ou semi-automáticas), essas ferramenta ou peça também pré-pro-
com CNC proporcionam maior flexibilidade, pre- gramadas. Há diversas formas de exe-
cutar essa programação, algumas ma-
cisão e uniformidade na manufatura. nuais, outras auxiliadas por computa-
Neste artigo serão abordados alguns concei- dor (CAP – Computer Aided
tos básicos sobre o CNC e máquinas - ferra- Programming). Existem também ca-
sos em que o próprio CNC pode ser
menta com CNC, com o objetivo de criar uma utilizado para auxiliar na programação,
visão introdutória nesse assunto. Em outros ar- usando métodos interativos com o
tigos que se seguirão a este, serão detalhados operador, ou métodos de digitalização
e cópia.
alguns dos principais subsistemas do CNC e
máquinas - ferramenta, com enfoque mais for- Histórico
te no CNC.
Em 1947, John Parsons, da
Parsons Corporation, iniciou expe-

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rimentos com a idéia de utilizar da-
dos de curvatura de 3 eixos para
controlar movimentos de ferramen-
tas em máquinas para a produção
de componentes para a indústria de
aviões. Em 1948, Parsons foi con-
tratado pela Força Aérea dos Esta-
dos Unidos para construir o que vi-
ria a ser o primeiro comando numé-
rico. Em 1951, o projeto foi assumi-
do pelo MIT (Massachusets Institute
of Technology). Em 1952, o coman-
do numérico ficou pronto e demons-
trou que movimentos simultâneos
com 3 eixos eram possíveis, usan-
do um controlador construído em la-
boratório e um eixo árvore (spindle )
vertical. Em torno de 1955, depois
de alguns refinamentos, o coman-
do numérico tornou-se disponível
para a indústria.
Os primeiros comandos numéri-
cos eram programados a partir de fi- Figura 1 – Fotografia de um torno com CNC.
tas ou cartões perfurados. Devido ao
tempo e esforço necessários para edi- tes mecânicos e elétricos, sensores, Dessa maneira, a peça gira com a
tar programas em fitas, posteriormen- atuadores, arquitetura da máquina rotação do eixo S, e entrando em con-
te computadores foram introduzidos - ferramenta e do CNC. tato com a ferramenta de corte, ocor-
para auxiliar a programação. A figura 1 exibe um torno desse re a usinagem. A rotação do eixo S
Atualmente, diversos recursos tipo. pode ser controlada pelo CNC, e em
existem para facilitar a programação, A figura 2 ilustra o sistema de co- alguns tornos a posição angular do
por exemplo: ordenadas com eixos X e Z, e uma eixo S também pode ser controlada.
- programas podem ser gerados di- peça ao final da usinagem, e alguns O carro do eixo X tem a função de
retamente a partir de um desenho de dos principais componentes mecâni- aproximar ou afastar a ferramenta de
uma peça, utilizando sistemas CAD/ cos do torno. corte da peça, no sentido radial. A re-
CAM ( Computer Aided Design/ A peça a ser usinada é fixada no ferência (coordenada zero) do eixo X
Computer Aided Manufacturing). cabeçote, e apoiada no contraponto. normalmente coincide com a linha de
- programas podem ser gera- O cabeçote gira comandado pelo centro do torno, para que a posição
dos interativamente no própr io eixo ár vore, também conhecido do eixo X corresponda ao raio da
CNC, utilizando editores e simu- como spindle (eixo S). peça.
ladores gráficos, ou diálogos para
peças simples.
- programas podem ser gerados a
partir de uma peça-modelo, através de
digitalização executada pelo CNC.

EXEMPLO DE MÁQUINA -
FERRAMENTA COM CNC

A seguir, é mostrado um exem-


plo de máquina- ferramenta simples,
um torno horizontal com 2 eixos (X
e Z) e eixo árvore (S = spindle). Este
exemplo será utilizado ao longo do
artigo para facilitar a compreensão
dos conceitos que envolvem a
tecnologia de máquinas-ferramenta
com CNC, tais como a programação
Figura 2 – Componentes mecânicos principais de um torno.
e operação da máquina, componen-

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etapa de desbaste, desde o ponto P0
até o ponto P2. Observa-se que a fer-
ramenta de corte não tem capacida-
de de remover todo o metal de uma
única vez, e dessa maneira é neces-
sário um desabaste em etapas. Con-
siderou-se que o torno pode remover
uma camada de até 2 mm de metal
em cada etapa de desbaste.
O seguinte trecho de programa,
em linguagem EIA, poderia executar
essa usinagem:
N10 G90 G0 X38 Z33 (posiciona
em P1, em velocidade máxima)
Figura 3 – Primeira fase de desbaste. N15 T04 (seleciona ferramenta 04
para usinagem) Figura 4 – Segunda fase de desbaste.
O carro do eixo Z tem a função de N20 M3 S100 (liga spindle em 100
deslocar a ferramenta no sentido lon- rpm, sentido horário) G0 indica que se deve utilizar a máxi-
gitudinal, paralelo à linha de centro do N30 G4 F2 (espera de 2 segun- ma velocidade permitida pela máqui-
torno. Sua referência pode ser deter- dos para estabilizar spindle) na, visto que é um posicionamento
minada arbitrariamente, por exemplo, N40 G1 G91 F100 Z-36 (desloca “em vazio”, sem usinagem.
para que a coordenada zero –36 mm no eixo Z, em 100 mm/min) No bloco N15, T04 seleciona a fer-
corresponda à extremidade esquerda N50 G0 X-2 (desloca –2 mm no ramenta número 4 para executar a
da peça. eixo X, em velocidade máxima) usinagem, supondo-se que o torno
Deslocando os eixos X e Z de for- N60 G1 Z+36 (desloca +36 mm no disponha de um magazine com diver-
ma interpolada, pode-se obter contor- eixo Z, em 100 mm/min) sas ferramentas.
nos da peça de diversos tipos, como N70 G0 X-2 (desloca –2 mm no No bloco N20, M3 indica que o eixo
no exemplo, onde existem contornos eixo X, em velocidade máxima) árvore (spindle) deve girar no sentido
circulares, linhas retas paralelas a X N80 G1 G91 Z-36 (desloca –36 horário, e S100 indica que deve girar
ou a Z, e linhas retas inclinadas em mm no eixo Z, em 100 mm/min) a 100 rpm.
relação a ambos os eixos. N90 G0 X-2 (desloca –2 mm no Em N30, G4 F2 indica um tempo
eixo X, em velocidade máxima) de espera de 2 segundos (G4 = tem-
EXEMPLO DE USINAGEM E N100 G1 Z+36 (desloca +36 mm po de espera especificado pela letra
PROGRAMAÇÃO COM TORNO no eixo Z, em 100 mm/min) F em seguida). Esse tempo pode ser
CNC N110 G0 X-2 (desloca –2 mm no inserido, por exemplo, para aguardar
eixo X, em velocidade máxima) que o eixo árvore estabilize sua rota-
Prosseguindo o exemplo com tor- N120 G1 G91 Z-36 (desloca –36 ção em 100 rpm.
nos, desta vez explicamos como um mm no eixo Z, em 100 mm/min) Em N40, modifica-se o sistema de
torno CNC pode ser utilizado para N130 G0 X-2 (desloca –2 mm no coordenadas para incremental através
usinar uma peça simples (um tronco eixo X, em velocidade máxima) de G91, o que significa que os valo-
de cone) a partir de uma peça bruta N100 G1 Z+36 (desloca +36 mm res em X e Z daí por diante (ou até
cilíndrica. Será mostrada também uma no eixo Z, em 100 mm/min) aparecer um G90 para cancelar o
possibilidade de programação para G91) são distâncias a serem percorri-
essa peça, empregando linguagem No início de cada bloco (linha de das, e não mais as posições finais
com códigos EIA. O objetivo é dar uma programa), a letra N indica um núme- absolutas do eixo. Portanto, “G91 Z-
pequena introdução às linguagens de ro de identificação para o bloco, que 36” indica que o eixo Z deve se deslo-
programação de CNC. é opcional, podendo ser colocado em car 36 mm no sentido negativo. Além
A figura 3 mostra a peça final programas que utilizam “saltos”. Mes- disso, G1 F100 indica que os eixos,
(após usinada) em cor verde e, em mo não utilizando saltos, como ocor- em modo G1 (interpolação linear) de-
amarelo, o metal que deve ser retira- re no programa anterior, é recomen- vem se deslocar a 100 mm/minuto,
do a partir da peça em bruto. Mostra- dável escrever os números para do- uma velocidade de corte mais baixa,
se apenas a projeção da peça no pla- cumentar melhor o programa. visto que desta vez existe usinagem.
no X-Z, e somente a metade inferior No fim de cada bloco, os textos Em N50, o eixo X avança 2 mm no
da peça, visto que a mesma tem si- entre parênteses são comentários. sentido negativo, em G0 (velocidade
metria cilíndrica. No bloco N10, G90 indica que as máxima), pois não há material para
As linhas tracejadas indicam a tra- coordenadas para os eixos X e Z são usinar (G0 cancela G1 anterior). Ob-
jetória percorrida pela ponta da ferra- absolutas, ou seja, o eixo deve ser servar que G91 (incremental) ainda
menta no plano X-Z, numa primeira movido para X = 38 mm e Z = 33 mm. está ativo.

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Em N60, o eixo Z avança 36 mm
no sentido positivo, em G1 (100 mm/
minuto), conforme programado ante-
riormente (G1 cancela G0 anterior).
E, assim, o programa continua até
chegar no ponto P2.
A figura 4 apresenta a segunda
fase de desbaste, desde o ponto P2
até o ponto P7.
A segunda fase do programa já
seria um pouco mais complexa de
gerar manualmente, pois seria neces-
sário utilizar um pouco de
trigonometria para calcular os pontos
P3, P4, P5, etc. Entretanto, atualmen-
te existem diversos mecanismos para
facilitar a programação em casos
como esse ou outros muito mais com-
plexos:
- ciclos fixos de desbaste, isto é,
sub-rotinas prontas que executam o
desbaste, bastando especificar o con-
torno final e alguns parâmetros. Todos
Figura 5 – Componentes principais de um Torno CNC.
os cálculos geométricos são feitos
dentro da sub-rotina, utilizando recur-
sos matemáticos oferecidos na lingua- A figura 5 fornece os principais - CVX, CVZ: comando de veloci-
gem EIA. componentes da máquina-ferramen- dade dos eixos X e Z
- programas gerados automatica- ta com CNC. - RPX, RPZ: realimentação de po-
mente por um computador, por A interface PROGR do CNC é uti- sição dos eixos X e Z.
exemplo, um sistema CAD/CAM. lizada para receber o programa de
Bastaria fazer o desenho da peça usinagem. Existem diversas maneiras Por exemplo, para o eixo X, CVX é
em bruto, da peça final, e o compu- de executar essa tarefa como, por o comando de velocidade do eixo.
tador geraria todo o programa EIA exemplo: Uma das maneiras que o CNC pode
automaticamente. Alguns progra- - um computador pode carregar o utilizar para comandar a velocidade é
mas mais avançados geram inclusi- programa via rede de comunicação utilizar uma saída analógica, tipica-
ve os dados tecnológicos, isto é, cal- - o operador pode digitar o progra- mente na faixa de –10 Vdc até +10
culam a rotação da ferramenta, a ve- ma utilizando um editor do CNC. Vdc, onde:
locidade de avanço dos eixos, e a - 0 Vdc = eixo parado
ferramenta a ser utilizada. Como A interface IHM representa os dis- - -10 Vdc = eixo com velocidade
parâmetros informa-se, por exem- positivos de interface homem-máqui- máxima no sentido negativo
plo, o acabamento desejado, o tem- na, ou seja, aqueles que permitem a - +10 Vdc = eixo com velocidade
po desejado para manufaturar a interação entre operador e máquina. máxima no sentido positivo
peça, etc. Esta interface normalmente é com- - outras tensões: a velocidade é di-
posta de teclado, botões e chaves retamente proporcional à tensão, de
ARQUITETURA DE UMA para a entrada de comandos do ope- forma linear.
MÁQUINA-FERRAMENTA rador, e de um monitor de vídeo para
COM CNC saída de informações para o opera- O sinal CVX entra no SERVO (ser-
dor. Através dessa interface o opera- vo-acionamento), que é um equipa-
Após a descrição anterior, cujos dor pode, por exemplo, solicitar o iní- mento de potência que alimenta o
objetivos foram dar uma noção geral cio de um programa de usinagem, motor (M), e o faz girar com velocida-
das aplicações e programação do depois de ter colocado a peça em bru- de proporcional ao valor estabelecido
CNC, e definir conceitos básicos, já é to no torno. por CVX. Tipicamente, a saída do
possível descrever a arquitetura de Para um eixo interpolante, como SERVO para o motor M é um sinal de
uma máquina CNC. Novamente, utili- X e Z, existem geralmente duas corrente ou de tensão, proporcional à
za-se para exemplificação um torno interfaces no CNC que possibilitam o velocidade.
simples com eixos X, Z e S, onde o controle de posição do eixo ao longo SV é um sensor de velocidade
eixo S não possui realimentação de do tempo (ou seja, controla-se tanto que realimenta o SERVO de manei-
posição. a posição como a velocidade): ra a ver ificar se a velocidade

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Um exemplo de SP é um Em sistemas mais modernos (ser-
codificador rotativo (também conhe- vo - acionamentos e motores digitais),
cido como ROD), que gera pulsos à tipicamente:
medida que gira. Esses pulsos nor- - a saída SVX é um sinal digital,
malmente são constituídos por dois geralmente um sinal serial de alta ve-
sinais com defasagem de 90 graus locidade, do tipo rede de comunica-
entre si, para permitir a discriminação ção. Isto diminui problemas e erros
do sentido do movimento (positivo ou que possam ocorrer em sinais
negativo). Por exemplo, se um ROD analógicos, como imprecisão e sen-
gera 5000 pulsos por rotação, e o eixo sibilidade a ruídos.
se desloca 20 mm em cada rotação - os sensores SV e SP são unifi-
do ROD, então cada pulso do ROD cados tipicamente num único sensor
corresponde a 4 micra. Como os dois de posição do tipo ROD. O sinal des-
sinais que constituem o pulso têm 90 se ROD retorna tanto ao CNC (entra-
graus de defasagem entre si, o CNC da RPX) como ao SERVO. No último,
consegue discriminar a posição com a posição é convertida em velocida-
um quarto desse valor (neste exem- de usando técnicas de diferenciação
plo, 1 micra). (derivada no tempo da posição, equi-
A figura 6 ilustra os dois sinais vale a velocidade).
gerados pelo ROD (A e B), quando
Figura 6 – Exemplo de Sinal Gerado por um
ROD. este gira no sentido positivo (a) e no Para o eixo S, o controle de velo-
sentido negativo (b). Observar que, cidade através do sinal CVS, do SER-
girando no sentido positivo, o sinal A VO e de SV, ocorre de maneira simi-
especificada por CVX está correta-
está 90o avançado em relação a B, e lar aos eixos X e Z. Neste exemplo,
mente estabelecida. Um exemplo de
o contrário ocorre girando no sentido entretanto, o eixo S não tem realimen-
SV é um tacogerador, equipamento
negativo. tação de posição para o CNC, o que
acoplado ao eixo do motor, que pro-
duz uma tensão proporcional à ro-
tação do eixo do motor e, portanto,
à velocidade do eixo.
O objetivo do SERVO é manter
verdadeira a equação:

CVX = k * SV

(onde “k” é uma constante)

Por exemplo, caso o termo da


esquerda (CVX) seja positivo e
menor do que o termo da direita
(k * SV), então o eixo está giran-
do com velocidade muito elevada
no sentido positivo, e o SERVO
deve diminuir sua saída de corren-
te ou tensão para diminuir a velo-
cidade. Geralmente, um SERVO
tem um controlador PID (propor-
cional-integral-derivativo) embuti-
do para executar o controle da ve-
locidade do eixo.
Por outro lado, SP é um sensor de
posição do eixo, acoplado à entrada
RPX do CNC (realimentação de posi-
ção do eixo X). O objetivo desse
sensor é informar ao CNC a posição
absoluta de cada eixo, com a preci-
são necessária (normalmente, da or-
dem de 1 mícron). Figura 7 – Arquitetura Interna do CNC.

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é comum em tornos simples. Tor- tigo, ou seja, do CNC. A figura 7 mos- implementa uma série de comandos
nos com mais recursos, tais como tra uma arquitetura simplificada de um que podem ser disparados direta-
corte de rosca de parafuso, pre- CNC para o torno utilizado como exem- mente pelo operador, tais como:
cisam de realimentação de posi- plo, enfatizando os componentes prin- - JOG: o operador pode movi-
ção no eixo S. cipais e essenciais. CNCs mais com- mentar um eixo manualmente, para
A interface PERIF representa plexos terão componentes adicionais. frente ou para trás, selecionando o
um conjunto de entradas e saí- O bloco IHM faz a interface entre eixo, ajustando sua velocidade atra-
das, tipicamente digitais, o operador e a máquina, utilizando vés de uma chave rotativa, e pres-
acopladas a um Controlador Ló- MONITOR DE VÍDEO (saída), e TE- sionando o botão de sentido de mo-
gico Programável (CLP), que nor- CLADO, BOTÕES E CHAVES (entra- vimento (+ ou -).
malmente está integrado ao CNC. das). Através do bloco IHM, o ope- - JOG INCREMENTAL: o opera-
O CLP, e suas entradas e saídas, rador pode e d i ta r p ro g ra ma s d e dor pode movimentar um eixo ma-
são utilizados para comandar fun- usinagem (inserindo-os na MEMÓ- nualmente, para frente ou para trás,
ções periféricas da máquina atra- RIA DE PROGRAMAS DE selecionando o eixo, ajustando a
vés de sensores e atuadores. USINAGEM), selecionar e disparar distância a ser percorrida (exemplo:
Essas funções periféricas, em ge- programas já armazenados na ME- 1 mícron, 10 micra, 100 micra, 1000
ral, são diferentes para cada mo- MÓRIA DE PROGRAMAS DE micra, 10000 micra) através de uma
delo de máquina, e isso justifica USINAGEM, executar comandos ma- chave rotativa, e pressionando o bo-
a utilização de um CLP, com um nuais e visualizar e reconhecer alar- tão de sentido de movimento (+ ou
programa aplicativo desenvolvido mes e mensagens do CLP integra- -).
de acordo com as necessidades do. - REFERENCIAMENTO: quando
da máquina (este programa O bloco INTERFACE DE COMU- se descreveu anteriormente o sis-
aplicativo do CLP é feito pelo fa- NICAÇÃO nor malmente é usando tema de discriminação de posição
bricante da máquina no momen- como meio para transferir programas utilizando RODs, talvez tenha pas-
to de sua fabricação – não se de usinagem de um computador para sado despercebido que esse siste-
deve confundir com programa de a MEMÓRIA DE PROGRAMAS DE ma permite saber quanto o eixo se
usinagem, que está relacionado USINAGEM, utilizando redes de co- deslocou (número de pulsos de des-
com as peças a serem usinadas municação. Pode ser empregado locamento), mas não permite saber
pela máquina). também para outros fins, como ope- onde o eixo está (sua posição ab-
Entre as funções periféricas ração automática do CNC (substitu- soluta). Portanto, após ligar o CNC,
executadas pelo CLP, pode-se ci- indo o operador). é necessário que se faça, para cada
tar: O bloco MEMÓRIA DE PROGRA- eixo, uma determinação de posição
- refrigeração da máquina e MAS DE USINAGEM, como diz o absoluta inicial, chamada
das peças (líquidos refrigerantes) nome, ar mazena programas de referenciamento. Uma vez determi-
- lubrificação da máquina usinagem. O operador pode selecio- nada essa posição absoluta inicial
- seguranças nar um deles para execução. por meio do referenciamento, basta
- troca de ferramentas com O bloco COMANDOS MANUAIS somar a ela os deslocamentos de-
maganize.

Os programas de usinagem do
CNC possuem recursos para
interagir com o CLP integrado,
através de funções auxiliares. Por
exemplo, uma função no meio do
programa de usinagem pode so-
licitar que o CLP ligue a bomba
de líquido refrigerante para a
peça, durante uma par te da
usinagem.

ARQUITETURA INTERNA DO
CNC

Vista a arquitetura da máqui-


na-ferramenta como um todo, e a
função do CNC dentro da mesma,
detalha-se neste ponto a arquite-
tura do principal objeto deste ar- Figura 8 – Velocidade e Posição de um Eixo.

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terminados através dos pulsos dos Ou seja, para obter precisão de po-
RODs, e sempre se terá determi- sicionamento da ordem de 1 mícron
nada a posição absoluta. ou menos, com velocidades altas, é
- Comandos para o CLP Integra- necessário um valor baixo de T.
do: o operador pode executar algu- O movimento de cada eixo nor-
mas operações manuais sobre o malmente tem 3 fases: aceleração
CLP Integrado, tais como, por exem- constante até atingir a velocidade
plo, fazer um troca de ferramenta do de regime, velocidade de regime,
Figura 9 – Bloco - diagrama do LAÇO DE
magazine, ligar uma bomba de refri- e desaceleração constante até pa- POSICIONAMENTO.
geração, etc. rar. A figura 8 exibe a velocidade
O bloco DECODIFICAÇÃO DE e a posição do eixo no tempo du-
PROGRAMAS DE USINAGEM entra rante um bloco de movimento de locidade CVX.
em ação quando um programa de programa de usinagem. Deve-se Define-se como ERRO (erro de
usinagem está sendo executado. Ele obser var que, para o cálculo dos acompanhamento):
varre todos os blocos do programa de pontos intermediários destas cur- ERRO = X_DESEJADO –
usinagem (ver exemplo de programa va s , fe i t o a c a d a T m s p e l o X_REAL
de usinagem anterior), e extrai des- INTERPOLADOR, utiliza-se exata-
ses blocos os parâmetros que podem mente as equações da Física para Em seguida, multiplica-se o
ser utilizados para executar movimen- movimentos uniformemente acele- ERRO por um ganho, chamado KV,
tos de eixos (via bloco rados. Ou seja, o INTERPO- que converte o erro em velocidade:
INTERPOLADOR) ou comandar o LADOR é um bloco matemático VELOCIDADE = ERRO * KV
CLP Integrado. que emprega as bem conhecidas
O bloco CLP INTEGRADO exe- equações da Física estudadas no O ajuste do ganho KV deve ser
cuta um programa de aplicação pre- 2 o grau. feito criter iosamente de acordo
viamente codificado pelo fabricante Quando um eixo se move indi- com parâmetros dinâmicos que
da máquina, ou por quem fez sua vidualmente, ou até mesmo quan- dependem da mecânica da máqui-
“posta-em-marcha”. Este bloco tam- do diversos eixos se movem em na, dos ser vo-acionamentos e
bém aceita comandos e dá reali- conjunto numa interpolação line- motores, e do próprio CNC (exem-
mentações para os blocos ar (movimento em linha reta), a plo: o tempo de ciclo T). Em prin-
DECODIFICAÇÃO DE PROGRA- tarefa do INTERPOLADOR é sim- cípio, deseja-se que KV seja o
MAS DE USINAGEM, e COMAN- ples, conforme ilustra a figura 8. maior possível, pois dessa manei-
DOS MANUAIS. Também executa A tarefa começa a ficar mais com- ra diminui-se o erro de acompa-
um interface com o operador, repor- plexa quando cur vas devem ser nhamento. No entanto, a partir de
tando ao mesmo mensagens e alar- descr itas pela inter polação de determinado valor de KV, o eixo
mes através do bloco ALARMES E dois ou mais eixos, pois nesse entra em oscilação, não conse-
MENSAGENS DO CLP. Geralmen- caso a velocidade de regime é guindo se posicionar.
te, uma mensagem é um aviso mais va r i á ve l ( p o r exe m p l o, n u m a Finalmente, a velocidade deve ser
brando, enquanto que um alarme interpolação circular, a velocida- convertida em tensão, que será a saí-
determina a paralisação dos pro- de de regime varia conforme uma da analógica para o servo -
gramas e dos comandos manuais, função cosseno). acionamento, multiplicando-a por um
por questões de segurança (exem- Finalmente, o bloco LAÇOS DE constante de ajuste (GVT), já que a
plo: o alarme de excesso de tem- POSICIONAMENTO tem como ob- tensão é proporcional à velocidade.
peratura em um motor deve parar jetivo fazer com que o eixo se Esse algoritmo, do LAÇO DE
a máquina). posicione no ponto determinado, a POSICIONAMENTO, se repete a
O bloco INTERPOLADOR tem cada T ms, pelo bloco IN- cada T ms. A figura 9 mostra um blo-
como função determinar, em cada TERPOLADOR. Dessa maneira, co - diagrama desse laço.
instante, a posição absoluta em que este bloco também é executado a
cada eixo deveria estar. Na verda- cada T ms. CONCLUSÃO
de, o bloco INTERPOLADOR é exe- Por exemplo, para o eixo X:
cutado a cada T ms (tempo de ciclo - o bloco recebe como entradas: Com este artigo, espera-se que
do INTERPOLADOR, em milésimos - X_REAL: a posição absoluta de o leitor tenha compreendido, de uma
de segundo). Quanto menor for o X, que deve ser calculada através forma introdutória, o funcionamen-
valor de T, maior a capacidade de dos pulsos recebidos via RPX, a to do CNC.
processamento exigida do CNC, cada T ms. Nos artigos subseqüentes sobre
melhor será a precisão de - X_DESEJADO: a posição onde este tema, diversos assuntos espe-
posicionamento da máquina, e mai- X deveria estar, calculada a cada T cíficos desta tecnologia serão
or poderá ser a velocidade com que ms pelo bloco INTERPOLADOR. aprofundados.l
seus eixos podem se movimentar. - o bloco comanda a saída de ve-

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