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Direito Administrativo

Processo Administrativo no Âmbito da Administração Federal – Lei 9.784/99

Professora Tatiana Marcello

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Direito Administrativo

LEI Nº 9.784/1999 – REGULA O PROCESSO ADMINISTRATIVO NO


ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

Presidência da República Art. 2º A Administração Pública obedecerá,


Casa Civil dentre outros, aos princípios da legalidade, fina-
lidade, motivação, razoabilidade, proporciona-
Subchefia para Assuntos Jurídicos lidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Regula o processo administrativo no âmbito da Parágrafo único. Nos processos administra-
Administração Pública Federal. tivos serão observados, entre outros, os cri-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que térios de:
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a I – atuação conforme a lei e o Direito;
seguinte Lei:
II – atendimento a fins de interesse geral, ve-
dada a renúncia total ou parcial de poderes
ou competências, salvo autorização em lei;
CAPÍTULO I
III – objetividade no atendimento do inte-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS resse público, vedada a promoção pessoal
de agentes ou autoridades;
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre
o processo administrativo no âmbito da Admi- IV – atuação segundo padrões éticos de
nistração Federal direta e indireta, visando, em probidade, decoro e boa-fé;
especial, à proteção dos direitos dos administra-
dos e ao melhor cumprimento dos fins da Admi- V – divulgação oficial dos atos administrati-
nistração. vos, ressalvadas as hipóteses de sigilo pre-
vistas na Constituição;
§ 1º Os preceitos desta Lei também se apli-
cam aos órgãos dos Poderes Legislativo e VI – adequação entre meios e fins, veda-
Judiciário da União, quando no desempe- da a imposição de obrigações, restrições e
nho de função administrativa. sanções em medida superior àquelas estri-
tamente necessárias ao atendimento do in-
§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
teresse público;
I – órgão – a unidade de atuação integrante
da estrutura da Administração direta e da VII – indicação dos pressupostos de fato e
estrutura da Administração indireta; de direito que determinarem a decisão;
II – entidade – a unidade de atuação dotada VIII – observância das formalidades essenciais
de personalidade jurídica; à garantia dos direitos dos administrados;
III – autoridade – o servidor ou agente pú- IX – adoção de formas simples, suficientes
blico dotado de poder de decisão. para propiciar adequado grau de certeza,

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segurança e respeito aos direitos dos admi- CAPÍTULO III
nistrados; DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
X – garantia dos direitos à comunicação, à
apresentação de alegações finais, à produ- Art. 4º São deveres do administrado perante a
ção de provas e à interposição de recursos, Administração, sem prejuízo de outros previstos
nos processos de que possam resultar san- em ato normativo:
ções e nas situações de litígio; I – expor os fatos conforme a verdade;
XI – proibição de cobrança de despesas pro- II – proceder com lealdade, urbanidade e
cessuais, ressalvadas as previstas em lei; boa-fé;
XII – impulsão, de ofício, do processo admi- III – não agir de modo temerário;
nistrativo, sem prejuízo da atuação dos inte-
ressados; IV – prestar as informações que lhe forem
solicitadas e colaborar para o esclarecimen-
XIII – interpretação da norma administrativa to dos fatos.
da forma que melhor garanta o atendimen-
to do fim público a que se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.
CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO
CAPÍTULO II Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-
DOS DIREITOS DOS -se de ofício ou a pedido de interessado.
ADMINISTRADOS Art. 6º O requerimento inicial do interessado,
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos salvo casos em que for admitida solicitação oral,
perante a Administração, sem prejuízo de ou- deve ser formulado por escrito e conter os se-
tros que lhe sejam assegurados: guintes dados:

I – ser tratado com respeito pelas autori- I – órgão ou autoridade administrativa a


dades e servidores, que deverão facilitar o que se dirige;
exercício de seus direitos e o cumprimento II – identificação do interessado ou de quem
de suas obrigações; o represente;
II – ter ciência da tramitação dos processos III – domicílio do requerente ou local para
administrativos em que tenha a condição recebimento de comunicações;
de interessado, ter vista dos autos, obter
cópias de documentos neles contidos e co- IV – formulação do pedido, com exposição
nhecer as decisões proferidas; dos fatos e de seus fundamentos;

III – formular alegações e apresentar docu- V – data e assinatura do requerente ou de


mentos antes da decisão, os quais serão ob- seu representante.
jeto de consideração pelo órgão competente; Parágrafo único. É vedada à Administração
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por a recusa imotivada de recebimento de do-
advogado, salvo quando obrigatória a re- cumentos, devendo o servidor orientar o
presentação, por força de lei. interessado quanto ao suprimento de even-
tuais falhas.

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Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular po-
deverão elaborar modelos ou formulários pa- derão, se não houver impedimento legal, delegar
dronizados para assuntos que importem preten- parte da sua competência a outros órgãos ou ti-
sões equivalentes. tulares, ainda que estes não lhe sejam hierarqui-
camente subordinados, quando for conveniente,
Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade em razão de circunstâncias de índole técnica, so-
de interessados tiverem conteúdo e fundamen- cial, econômica, jurídica ou territorial.
tos idênticos, poderão ser formulados em um
único requerimento, salvo preceito legal em Parágrafo único. O disposto no caput deste
contrário. artigo aplica-se à delegação de competên-
cia dos órgãos colegiados aos respectivos
presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
CAPÍTULO V
I – a edição de atos de caráter normativo;
DOS INTERESSADOS
II – a decisão de recursos administrativos;
Art. 9º São legitimados como interessados no
III – as matérias de competência exclusiva
processo administrativo:
do órgão ou autoridade.
I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem Art. 14. O ato de delegação e sua revogação de-
como titulares de direitos ou interesses in- verão ser publicados no meio oficial.
dividuais ou no exercício do direito de re-
presentação; § 1º O ato de delegação especificará as ma-
térias e poderes transferidos, os limites da
II – aqueles que, sem terem iniciado o pro- atuação do delegado, a duração e os obje-
cesso, têm direitos ou interesses que pos- tivos da delegação e o recurso cabível, po-
sam ser afetados pela decisão a ser adota- dendo conter ressalva de exercício da atri-
da; buição delegada.
III – as organizações e associações represen- § 2º O ato de delegação é revogável a qual-
tativas, no tocante a direitos e interesses quer tempo pela autoridade delegante.
coletivos; § 3º As decisões adotadas por delegação de-
IV – as pessoas ou as associações legalmen- vem mencionar explicitamente esta qualidade
te constituídas quanto a direitos ou interes- e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
ses difusos. Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional
e por motivos relevantes devidamente justifi-
Art. 10. São capazes, para fins de processo ad-
cados, a avocação temporária de competência
ministrativo, os maiores de dezoito anos, ressal-
atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
vada previsão especial em ato normativo pró-
prio. Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas
divulgarão publicamente os locais das respec-
tivas sedes e, quando conveniente, a unidade
fundacional competente em matéria de interes-
CAPÍTULO VI se especial.
DA COMPETÊNCIA Art. 17. Inexistindo competência legal específi-
ca, o processo administrativo deverá ser inicia-
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exer-
do perante a autoridade de menor grau hierár-
ce pelos órgãos administrativos a que foi atribu-
quico para decidir.
ída como própria, salvo os casos de delegação e
avocação legalmente admitidos.

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CAPÍTULO VII § 2º Salvo imposição legal, o reconhecimen-
DOS IMPEDIMENTOS to de firma somente será exigido quando
houver dúvida de autenticidade.
E DA SUSPEIÇÃO
§ 3º A autenticação de documentos exigi-
Art. 18. É impedido de atuar em processo admi- dos em cópia poderá ser feita pelo órgão
nistrativo o servidor ou autoridade que: administrativo.
I – tenha interesse direto ou indireto na ma- § 4º O processo deverá ter suas páginas nu-
téria; meradas seqüencialmente e rubricadas.
II – tenha participado ou venha a participar
como perito, testemunha ou representante, Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se
ou se tais situações ocorrem quanto ao côn- em dias úteis, no horário normal de funciona-
juge, companheiro ou parente e afins até o mento da repartição na qual tramitar o proces-
terceiro grau; so.

III – esteja litigando judicial ou administra- Parágrafo único. Serão concluídos depois
tivamente com o interessado ou respectivo do horário normal os atos já iniciados, cujo
cônjuge ou companheiro. adiamento prejudique o curso regular do
procedimento ou cause dano ao interessa-
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer do ou à Administração.
em impedimento deve comunicar o fato à auto-
ridade competente, abstendo-se de atuar. Art. 24. Inexistindo disposição específica, os
atos do órgão ou autoridade responsável pelo
Parágrafo único. A omissão do dever de co- processo e dos administrados que dele parti-
municar o impedimento constitui falta gra- cipem devem ser praticados no prazo de cinco
ve, para efeitos disciplinares. dias, salvo motivo de força maior.
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autori- Parágrafo único. O prazo previsto neste ar-
dade ou servidor que tenha amizade íntima ou tigo pode ser dilatado até o dobro, median-
inimizade notória com algum dos interessados te comprovada justificação.
ou com os respectivos cônjuges, companheiros,
parentes e afins até o terceiro grau. Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se
preferencialmente na sede do órgão, cientifi-
Art. 21. O indeferimento de alegação de sus- cando-se o interessado se outro for o local de
peição poderá ser objeto de recurso, sem efeito realização.
suspensivo.

CAPÍTULO IX
CAPÍTULO VIII DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
DA FORMA, TEMPO E LUGAR
DOS ATOS DO PROCESSO Art. 26. O órgão competente perante o qual tra-
mita o processo administrativo determinará a
Art. 22. Os atos do processo administrativo não intimação do interessado para ciência de deci-
dependem de forma determinada senão quan- são ou a efetivação de diligências.
do a lei expressamente a exigir.
§ 1º A intimação deverá conter:
§ 1º Os atos do processo devem ser produ-
zidos por escrito, em vernáculo, com a data I – identificação do intimado e nome do ór-
e o local de sua realização e a assinatura da gão ou entidade administrativa;
autoridade responsável.

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II – finalidade da intimação; CAPÍTULO X


III – data, hora e local em que deve compa- DA INSTRUÇÃO
recer;
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a
IV – se o intimado deve comparecer pesso- averiguar e comprovar os dados necessários à
almente, ou fazer-se representar; tomada de decisão realizam-se de ofício ou me-
diante impulsão do órgão responsável pelo pro-
V – informação da continuidade do proces- cesso, sem prejuízo do direito dos interessados
so independentemente do seu compareci- de propor atuações probatórias.
mento;
§ 1º O órgão competente para a instrução
VI – indicação dos fatos e fundamentos le- fará constar dos autos os dados necessários
gais pertinentes. à decisão do processo.
§ 2º A intimação observará a antecedência § 2º Os atos de instrução que exijam a atu-
mínima de três dias úteis quanto à data de ação dos interessados devem realizar-se do
comparecimento. modo menos oneroso para estes.
§ 3º A intimação pode ser efetuada por ci- Art. 30. São inadmissíveis no processo adminis-
ência no processo, por via postal com avi- trativo as provas obtidas por meios ilícitos.
so de recebimento, por telegrama ou outro
meio que assegure a certeza da ciência do Art. 31. Quando a matéria do processo envolver
interessado. assunto de interesse geral, o órgão competen-
te poderá, mediante despacho motivado, abrir
§ 4º No caso de interessados indetermina- período de consulta pública para manifestação
dos, desconhecidos ou com domicílio inde- de terceiros, antes da decisão do pedido, se não
finido, a intimação deve ser efetuada por houver prejuízo para a parte interessada.
meio de publicação oficial.
§ 1º A abertura da consulta pública será
§ 5º As intimações serão nulas quando fei- objeto de divulgação pelos meios oficiais, a
tas sem observância das prescrições legais, fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos-
mas o comparecimento do administrado su- sam examinar os autos, fixando-se prazo
pre sua falta ou irregularidade. para oferecimento de alegações escritas.
Art. 27. O desatendimento da intimação não § 2º O comparecimento à consulta pública
importa o reconhecimento da verdade dos fa- não confere, por si, a condição de interes-
tos, nem a renúncia a direito pelo administrado. sado do processo, mas confere o direito
Parágrafo único. No prosseguimento do de obter da Administração resposta funda-
processo, será garantido direito de ampla mentada, que poderá ser comum a todas as
defesa ao interessado. alegações substancialmente iguais.

Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da
do processo que resultem para o interessado autoridade, diante da relevância da questão,
em imposição de deveres, ônus, sanções ou res- poderá ser realizada audiência pública para de-
trição ao exercício de direitos e atividades e os bates sobre a matéria do processo.
atos de outra natureza, de seu interesse. Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas,
em matéria relevante, poderão estabelecer ou-
tros meios de participação de administrados,
diretamente ou por meio de organizações e as-
sociações legalmente reconhecidas.

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Art. 34. Os resultados da consulta e audiência a omissão, não se eximindo de proferir a de-
pública e de outros meios de participação de cisão.
administrados deverão ser apresentados com a
indicação do procedimento adotado. Art. 40. Quando dados, atuações ou documen-
tos solicitados ao interessado forem necessários
Art. 35. Quando necessária à instrução do pro- à apreciação de pedido formulado, o não aten-
cesso, a audiência de outros órgãos ou entida- dimento no prazo fixado pela Administração
des administrativas poderá ser realizada em para a respectiva apresentação implicará arqui-
reunião conjunta, com a participação de titula- vamento do processo.
res ou representantes dos órgãos competentes,
lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos Art. 41. Os interessados serão intimados de
autos. prova ou diligência ordenada, com antecedên-
cia mínima de três dias úteis, mencionando-se
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos data, hora e local de realização.
que tenha alegado, sem prejuízo do dever atri-
buído ao órgão competente para a instrução e Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ou-
do disposto no art. 37 desta Lei. vido um órgão consultivo, o parecer deverá ser
emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo
Art. 37. Quando o interessado declarar que fa- norma especial ou comprovada necessidade de
tos e dados estão registrados em documentos maior prazo.
existentes na própria Administração responsá-
vel pelo processo ou em outro órgão adminis- § 1º Se um parecer obrigatório e vinculante
trativo, o órgão competente para a instrução deixar de ser emitido no prazo fixado, o pro-
proverá, de ofício, à obtenção dos documentos cesso não terá seguimento até a respectiva
ou das respectivas cópias. apresentação, responsabilizando-se quem
der causa ao atraso.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutó-
ria e antes da tomada da decisão, juntar docu- § 2º Se um parecer obrigatório e não vincu-
mentos e pareceres, requerer diligências e pe- lante deixar de ser emitido no prazo fixado,
rícias, bem como aduzir alegações referentes à o processo poderá ter prosseguimento e ser
matéria objeto do processo. decidido com sua dispensa, sem prejuízo
da responsabilidade de quem se omitiu no
§ 1º Os elementos probatórios deverão ser atendimento.
considerados na motivação do relatório e
da decisão. Art. 43. Quando por disposição de ato norma-
tivo devam ser previamente obtidos laudos
§ 2º Somente poderão ser recusadas, me- técnicos de órgãos administrativos e estes não
diante decisão fundamentada, as provas cumprirem o encargo no prazo assinalado, o ór-
propostas pelos interessados quando sejam gão responsável pela instrução deverá solicitar
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou laudo técnico de outro órgão dotado de qualifi-
protelatórias. cação e capacidade técnica equivalentes.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado
informações ou a apresentação de provas pelos terá o direito de manifestar-se no prazo máximo
interessados ou terceiros, serão expedidas in- de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente
timações para esse fim, mencionando-se data, fixado.
prazo, forma e condições de atendimento.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Adminis-
Parágrafo único. Não sendo atendida a inti- tração Pública poderá motivadamente adotar
mação, poderá o órgão competente, se en- providências acauteladoras sem a prévia mani-
tender relevante a matéria, suprir de ofício festação do interessado.

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Art. 46. Os interessados têm direito à vista do VI – decorram de reexame de ofício;


processo e a obter certidões ou cópias reprográ-
ficas dos dados e documentos que o integram, VII – deixem de aplicar jurisprudência fir-
ressalvados os dados e documentos de terceiros mada sobre a questão ou discrepem de pa-
protegidos por sigilo ou pelo direito à privacida- receres, laudos, propostas e relatórios ofi-
de, à honra e à imagem. ciais;

Art. 47. O órgão de instrução que não for com- VIII – importem anulação, revogação, sus-
petente para emitir a decisão final elaborará pensão ou convalidação de ato administra-
relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo tivo.
das fases do procedimento e formulará propos- § 1º A motivação deve ser explícita, clara e
ta de decisão, objetivamente justificada, enca- congruente, podendo consistir em declara-
minhando o processo à autoridade competente. ção de concordância com fundamentos de
anteriores pareceres, informações, decisões
ou propostas, que, neste caso, serão parte
integrante do ato.
CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR § 2º Na solução de vários assuntos da mes-
ma natureza, pode ser utilizado meio me-
Art. 48. A Administração tem o dever de explici- cânico que reproduza os fundamentos das
tamente emitir decisão nos processos adminis- decisões, desde que não prejudique direito
trativos e sobre solicitações ou reclamações, em ou garantia dos interessados.
matéria de sua competência.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos co-
Art. 49. Concluída a instrução de processo ad- legiados e comissões ou de decisões orais
ministrativo, a Administração tem o prazo de constará da respectiva ata ou de termo es-
até trinta dias para decidir, salvo prorrogação crito.
por igual período expressamente motivada.

CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XII DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS
DA MOTIVAÇÃO DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser mo- Art. 51. O interessado poderá, mediante mani-
tivados, com indicação dos fatos e dos funda- festação escrita, desistir total ou parcialmente
mentos jurídicos, quando: do pedido formulado ou, ainda, renunciar a di-
reitos disponíveis.
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou
interesses; § 1º Havendo vários interessados, a desis-
tência ou renúncia atinge somente quem a
II – imponham ou agravem deveres, encar-
tenha formulado.
gos ou sanções;
§ 2º A desistência ou renúncia do interes-
III – decidam processos administrativos de
sado, conforme o caso, não prejudica o
concurso ou seleção pública;
prosseguimento do processo, se a Adminis-
IV – dispensem ou declarem a inexigibilida- tração considerar que o interesse público
de de processo licitatório; assim o exige.
V – decidam recursos administrativos;

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Art. 52. O órgão competente poderá declarar § 1º O recurso será dirigido à autoridade
extinto o processo quando exaurida sua finali- que proferiu a decisão, a qual, se não a re-
dade ou o objeto da decisão se tornar impossí- considerar no prazo de cinco dias, o encami-
vel, inútil ou prejudicado por fato supervenien- nhará à autoridade superior.
te.
§ 2º Salvo exigência legal, a interposição de
recurso administrativo independe de cau-
ção.
CAPÍTULO XIV § 3º Se o recorrente alegar que a decisão
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO administrativa contraria enunciado da sú-
E CONVALIDAÇÃO mula vinculante, caberá à autoridade pro-
latora da decisão impugnada, se não a re-
Art. 53. A Administração deve anular seus pró- considerar, explicitar, antes de encaminhar
prios atos, quando eivados de vício de legalida- o recurso à autoridade superior, as razões
de, e pode revogá-los por motivo de conveni- da aplicabilidade ou inaplicabilidade da sú-
ência ou oportunidade, respeitados os direitos mula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº
adquiridos. 11.417, de 2006). Vigência
Art. 54. O direito da Administração de anular os Art. 57. O recurso administrativo tramitará no
atos administrativos de que decorram efeitos máximo por três instâncias administrativas, sal-
favoráveis para os destinatários decai em cinco vo disposição legal diversa.
anos, contados da data em que foram pratica-
dos, salvo comprovada má-fé. Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso
administrativo:
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contí-
nuos, o prazo de decadência contar-se-á da I – os titulares de direitos e interesses que
percepção do primeiro pagamento. forem parte no processo;

§ 2º Considera-se exercício do direito de II – aqueles cujos direitos ou interesses fo-


anular qualquer medida de autoridade ad- rem indiretamente afetados pela decisão
ministrativa que importe impugnação à va- recorrida;
lidade do ato. III – as organizações e associações represen-
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não tativas, no tocante a direitos e interesses
acarretarem lesão ao interesse público nem coletivos;
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem IV – os cidadãos ou associações, quanto a
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela direitos ou interesses difusos.
própria Administração.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de
dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou
CAPÍTULO XV divulgação oficial da decisão recorrida.
DO RECURSO ADMINISTRATIVO § 1º Quando a lei não fixar prazo diferente,
E DA REVISÃO o recurso administrativo deverá ser decidi-
do no prazo máximo de trinta dias, a partir
Art. 56. Das decisões administrativas cabe re-
do recebimento dos autos pelo órgão com-
curso, em face de razões de legalidade e de mé-
petente.
rito.

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§ 2º O prazo mencionado no parágrafo an- tificado para que formule suas alegações
terior poderá ser prorrogado por igual perí- antes da decisão.
odo, ante justificativa explícita.
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de re- enunciado da súmula vinculante, o órgão com-
querimento no qual o recorrente deverá expor petente para decidir o recurso explicitará as
os fundamentos do pedido de reexame, poden- razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
do juntar os documentos que julgar convenien- súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº
tes. 11.417, de 2006). Vigência
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Fede-
recurso não tem efeito suspensivo. ral a reclamação fundada em violação de enun-
ciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à
Parágrafo único. Havendo justo receio de autoridade prolatora e ao órgão competente
prejuízo de difícil ou incerta reparação de- para o julgamento do recurso, que deverão ade-
corrente da execução, a autoridade recorri- quar as futuras decisões administrativas em ca-
da ou a imediatamente superior poderá, de sos semelhantes, sob pena de responsabilização
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
recurso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão compe- Art. 65. Os processos administrativos de que re-
tente para dele conhecer deverá intimar os de- sultem sanções poderão ser revistos, a qualquer
mais interessados para que, no prazo de cinco tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem
dias úteis, apresentem alegações. fatos novos ou circunstâncias relevantes susce-
Art. 63. O recurso não será conhecido quando tíveis de justificar a inadequação da sanção apli-
interposto: cada.

I – fora do prazo; Parágrafo único. Da revisão do processo


não poderá resultar agravamento da san-
II – perante órgão incompetente; ção.
III – por quem não seja legitimado;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
CAPÍTULO XVI
§ 1º Na hipótese do inciso II, será indicada DOS PRAZOS
ao recorrente a autoridade competente,
sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. Art. 66. Os prazos começam a correr a partir
§ 2º O não conhecimento do recurso não da data da cientificação oficial, excluindo-se da
impede a Administração de rever de ofício o contagem o dia do começo e incluindo-se o do
ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão vencimento.
administrativa. § 1º Considera-se prorrogado o prazo até o
Art. 64. O órgão competente para decidir o re- primeiro dia útil seguinte se o vencimento
curso poderá confirmar, modificar, anular ou re- cair em dia em que não houver expediente
vogar, total ou parcialmente, a decisão recorri- ou este for encerrado antes da hora normal.
da, se a matéria for de sua competência. § 2º Os prazos expressos em dias contam-se
Parágrafo único. Se da aplicação do dispos- de modo contínuo.
to neste artigo puder decorrer gravame à si- § 3º Os prazos fixados em meses ou anos
tuação do recorrente, este deverá ser cien- contam-se de data a data. Se no mês do

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vencimento não houver o dia equivalente dos da doença de Paget (osteíte deforman-
àquele do início do prazo, tem-se como ter- te), contaminação por radiação, síndrome
mo o último dia do mês. de imunodeficiência adquirida, ou outra
doença grave, com base em conclusão da
Art. 67. Salvo motivo de força maior devida- medicina especializada, mesmo que a do-
mente comprovado, os prazos processuais não ença tenha sido contraída após o início do
se suspendem. processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de
2009).
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do
CAPÍTULO XVII benefício, juntando prova de sua condição,
DAS SANÇÕES deverá requerê-lo à autoridade administra-
tiva competente, que determinará as provi-
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por au- dências a serem cumpridas. (Incluído pela
toridade competente, terão natureza pecuniária Lei nº 12.008, de 2009).
ou consistirão em obrigação de fazer ou de não
fazer, assegurado sempre o direito de defesa. § 2º Deferida a prioridade, os autos rece-
berão identificação própria que evidencie o
regime de tramitação prioritária. (Incluído
pela Lei nº 12.008, de 2009).
CAPÍTULO XVIII § 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008,
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS de 2009).
Art. 69. Os processos administrativos específi- § 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008,
cos continuarão a reger-se por lei própria, apli- de 2009).
cando-se-lhes apenas subsidiariamente os pre-
ceitos desta Lei. Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178º da Independência e
qualquer órgão ou instância, os procedimen- 111º da República.
tos administrativos em que figure como parte
ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
2009). Renan Calheiros
I – pessoa com idade igual ou superior a Paulo Paiva
60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº Este texto não substitui o publicado no DOU de
12.008, de 2009). 1.2.1999 e retificado em 11.3.1999
II – pessoa portadora de deficiência, física
ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de
2009).
III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008,
de 2009).
IV – pessoa portadora de tuberculose ativa,
esclerose múltipla, neoplasia maligna, han-
seníase, paralisia irreversível e incapacitan-
te, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia
grave, hepatopatia grave, estados avança-

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

Considerações sobre a Lei nº 9.784/1999

1. Disposições Gerais

A Lei nº 8.112/1990 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito


da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. Os preceitos dessa Lei
também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário (da União!), quando no
desempenho de função administrativa.
Para efeitos dessa Lei, considera-se:
•• órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura
da Administração indireta;
•• entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
•• autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

2. Princípios do Processo Administrativo

A Administração Pública obedecerá, dentre outros, os seguintes princípios:


a) Legalidade
b) Finalidade
c) Motivação
d) Razoabilidade
e) Proporcionalidade
f) Moralidade
g) Ampla defesa
h) Contraditória
i) Segurança jurídica
j) Interesse público
k) Eficiência

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Princípios Critérios
Legalidade •• atuação conforme a lei e o Direito.
•• atendimento a fins de interesse geral, vedada a
Finalidade renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
salvo autorização em lei.
•• indicação dos pressupostos de fato e de direito que
Motivação
determinarem a decisão.
•• adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior
Razoabilidade e Proporcionalidade
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público.
•• atuação segundo padrões éticos de probidade,
Moralidade
decoro e boa-fé.
•• garantia dos direitos à comunicação, à apresentação
de alegações finais, à produção de provas e à
Ampla defesa e Contraditória
interposição de recursos, nos processos de que
possam resultar sanções e nas situações de litígio.
•• observância das formalidades essenciais à garantia
dos direitos dos administrados.
Segurança jurídica e Informalismo •• adoção de formas simples, suficientes para propiciar
adequado grau de certeza, segurança e respeito aos
direitos dos administrados.
•• interpretação da norma administrativa da forma
que melhor garanta o atendimento do fim público a
que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
Interesse público interpretação.
•• objetividade no atendimento do interesse público,
vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades.
•• busca a otimização dos procedimentos, devendo
ser rápida, útil e econômica, buscando os melhores
Eficiência resultados possíveis.
•• divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas
as hipóteses de sigilo previstas na Constituição.
•• impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem
Oficialidade
prejuízo da atuação dos interessados.
•• proibição de cobrança de despesas processuais,
Gratuidade
ressalvadas as previstas em lei.

3. Direitos dos Administrados

O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que
lhe sejam assegurados:

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I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de
seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as
decisões proferidas;
III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação,
por força de lei.

4. Dos Deveres os Administrados

São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em


ato normativo:
I – expor os fatos conforme a verdade;
II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III – não agir de modo temerário;
IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos
fatos.

5. Do Início do Processo

Importante: O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.


Obs.: tanto o início quanto o prosseguimento e instrução do processo podem se dar pela parte
interessada ou pela própria Administração Pública (de ofício).
O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve
ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II – identificação do interessado ou de quem o represente;
III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.
É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o
servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

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6. Dos Interessados

São considerados interessados no processo administrativo:


I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais
ou no exercício do direito de representação;
II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses
difusos.
São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de 18 anos, ressalvada previsão
especial em ato normativo próprio.

7. Da Competência

Em regra, a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi


atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial, sendo revogável a
qualquer tempo pela autoridade delegante.
•• Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar
parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
•• Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

8. Dos Impedimentos e Suspeição

É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:


I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se
tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;

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III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge


ou companheiro.
A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade
competente, abstendo-se de atuar. A omissão constitui falta grave.
Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade
notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.

9. Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo

Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.
Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da
repartição na qual tramitar o processo.
Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e
dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de 5 dias, salvo motivo
de força maior.

10. Da Comunicação dos Atos

O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação


do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
A intimação observará a antecedência mínima de 3 dias úteis quanto à data de comparecimento.
A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Obs.: se a pessoa não
recebeu correspondência, ou esta não continha as determinações legais, mas comparece
espontaneamente no processo, não haverá nulidade, sendo considerada intimada.
Importante: O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade
dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Ou seja, se a pessoa intimada não se
manifesta no prazo legal, não serão considerados verdadeiros os fatos a ele imputados (não
significa confissão), nem significa que renunciou a direitos, podendo, inclusive, ingressar no
prosseguimento do processo, tendo seu direito a ampla defesa assegurado.
Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em
imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos
de outra natureza, de seu interesse.

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11. Da Instrução

As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada


de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo,
sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.
Proibição de provas ilícitas – são inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas
por meios ilícitos.
O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos
e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
objeto do processo. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as
provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de
terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de 10
dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Logo após, a Administração tem o prazo de até
30 dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

12. Do Dever de Decidir

A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e


sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

13. Da Motivação

Princípio da Motivação – Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

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A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de


concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas,
que, neste caso, serão parte integrante do ato.

14. Da Desistência e outros casos de Extinção do Processo

Possibilidade de desistência do processo – O interessado poderá, mediante manifestação


escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos
disponíveis.
Entretanto, a desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o
prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o
exige.
Extinção do processo – O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando
exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por
fato superveniente.

15. Da Anulação, Revogação e Convalidação

A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.
Lembrando que, sempre que importar em anulação, revogação ou convalidação, o ato
administrativo deverá ser motivado, indicando os fatos e fundamentos que jurídicos que
justifiquem sua edição.

16. Do Recurso Administrativo e da Revisão

Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.


Juízo de Retratação – O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se
não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior.
Em regra, a interposição de recurso não depende de caução, salvo exigência legal.

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O recurso administrativo tramitará no máximo por 3 instâncias administrativas, salvo
disposição legal diversa.
Legitimidade: Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.
O recurso não será conhecido quando interposto:
I – fora do prazo;
II – perante órgão incompetente;
III – por quem não seja legitimado;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
Salvo disposição legal, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso administrativo, e de no
máximo 30 dias o prazo para ser decidido (este prazo poderá ser prorrogado por igual período,
mediante justificativa).
Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais
interessados para que, no prazo de 5 dias úteis, apresentem alegações.

Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo,
a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis
de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção (proibição da reformatio
in pejus na revisão do processo).

17. Dos Prazos

Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem


o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se
suspendem.

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

18. Das Sanções

As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou


consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

19. Disposições Finais

Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos


administrativos em que figure como parte ou interessado:
I – pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;
II – pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget
(osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou
outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença
tenha sido contraída após o início do processo.
Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de
tramitação prioritária.

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SLIDES – PROCESSO ADMINISTRATIVO NO
ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL

Lei nº 9.784/1999
(Processo administrativo no âmbito
da Administração Pública Federal)

Prof.ª Tatiana Marcello

Disposições Gerais
• Processo Administrativo é a forma pela qual a Administração registra seus atos,
controla seus agentes ou decide controvérsias com os administrados e agentes.

• A Lei nº 9.784/99 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no


âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à
proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
Administração (interesse público).

Administração • Órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios.
Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)


Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
Indireta • Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

• Os processos administrativos específicos (Ex.: PAD Lei 8.112/1990)continuarão a


reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos
desta Lei.

• Os preceitos dessa Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário (da União!) quando no desempenho de função administrativa.

• Para efeitos dessa Lei, considera-se:

Øórgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta (ex.: os


Ministérios) e da estrutura da Administração indireta (ex.: departamento pessoal do
INSS);

Øentidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica. Entidade é pessoa


jurídica.

Øautoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

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Princípios do Processo Administrativo
Ø A Administração Pública obedecerá, dentre outros, os seguintes princípios:
• Legalidade
• Finalidade
• Motivação
• Razoabilidade
• Proporcionalidade
• Moralidade
• Ampla defesa
• Contraditória
• Segurança jurídica
• Interesse público
• Eficiência

Princípios Critérios
Legalidade - atuação conforme a lei e o Direito.
Finalidade - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total
ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei.
Motivação - indicação dos pressupostos de fato e de direito que
determinarem a decisão.
Razoabilidade e - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
Proporcionalidade obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.
Moralidade - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-
fé.

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Princípios Critérios
Ampla defesa - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações
e Contraditória finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos
processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio.
Segurança - observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
jurídica e administrados.
Informalismo - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado
grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados.
Interesse - interpretação da norma administrativa da forma que melhor
público garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.
- objetividade no atendimento do interesse público, vedada a
promoção pessoal de agentes ou autoridades.

Princípios Critérios
Eficiência e - busca a otimização dos procedimentos, devendo ser rápida, útil
Publicidade e econômica, buscando os melhores resultados possíveis.
- divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
hipóteses de sigilo previstas na Constituição.

Oficialidade - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da


(Impulso Oficial) atuação dos interessados.

Gratuidade - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as


previstas em lei.

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Direito dos Administrados
• O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de
outros que lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição
de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e
conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações (alegações finais) e apresentar documentos antes da decisão,
os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
representação, por força de lei.

Deveres dos Administrados


• São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros
previstos em ato normativo:
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário (irresponsável, imprudente, aventureiro...);
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o
esclarecimento dos fatos.

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Do Início do Processo
• Importante: O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de
interessado.

• Obs.: tanto o início quanto o prosseguimento e instrução do processo podem se


dar pela parte interessada ou pela própria Administração Pública (de ofício).

• O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação


oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:

I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;

II - identificação do interessado ou de quem o represente;

III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;

IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;

V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.

É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos,


devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais
falhas.

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Excelentíssimo Sr. Dr. Presidente....

João da Silva, brasileiro, casado, inscrito


no CPF.... residente e domiciliado na
Rua..... vem, por meio do presente
requerimento, dizer e requerer o que
segue:

1. Dos Fatos e Fundamentos


........

2. Do Pedido
.........

São Paulo, 13 de junho de 2016


_________________
(assinatura)

Dos Interessados
• São considerados interessados no processo administrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses
individuais ou no exercício do direito de representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que
possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou
interesses difusos.

• São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de 18 anos, ressalvada


previsão especial em ato normativo próprio.

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Da Competência
• Em regra, a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a
que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente
admitidos.

• O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial, sendo
revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

• O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

• Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,


delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não
lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

• Não podem ser objeto de delegação:


I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

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Dos Impedimentos e Suspeição
• É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:

I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou


representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou
parente e afins até o terceiro grau;

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo


cônjuge ou companheiro.

• A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à


autoridade competente, abstendo-se de atuar. A omissão constitui falta grave.

• Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima
ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o 3º grau.

• A própria parte vai ter que alegar a suspeição.

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Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo


• Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir.

• Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de


funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.

• Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo


processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de
5 dias, salvo motivo de força maior.

Da Comunicação dos Atos


• O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a
intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
• A intimação observará a antecedência mínima de 3 dias úteis quanto à data de
comparecimento.
• A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do
interessado.
• As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas
o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Obs.: se a
pessoa não recebeu correspondência, ou esta não continha as determinações legais,
mas comparece espontaneamente no processo, não haverá nulidade, sendo
considerada intimada.

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• Importante: O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da
verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Ou seja, se a pessoa
intimada não se manifesta no prazo legal, não serão considerados verdadeiros os
fatos a ele imputados (não significa confissão), nem significa que renunciou a
direitos, podendo, inclusive, ingressar no prosseguimento do processo, tendo seu
direito a ampla defesa assegurado.

• Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o


interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de
direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

Da Instrução
• As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários
à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão
responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor
atuações probatórias.

• Proibição de provas ilícitas - são inadmissíveis no processo administrativo as provas


obtidas por meios ilícitos.

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Do Dever de Decidir

• A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos


administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua
competência.

Da Motivação
• Princípio da Motivação - Os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;


II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.

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Da Desistência e outros casos de Extinção do Processo
• Possibilidade de desistência do processo - O interessado poderá, mediante
manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda,
renunciar a direitos disponíveis.

• Entretanto, a desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não


prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o
interesse público assim o exige.

• Extinção do processo - O órgão competente poderá declarar extinto o processo


quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou
prejudicado por fato superveniente.

Da Anulação, Revogação e Convalidação


• A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.

ANULAÇÃO Vício de Legalidade

REVOGAÇÃO Inconveniência ou Inoportunidade

• O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram


efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

• Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem


prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.

• Lembrando que, sempre que importar em anulação, revogação ou convalidação, o


ato administrativo deverá ser motivado, indicando os fatos e fundamentos que
jurídicos que justifiquem sua edição.

Do Recurso Administrativo e da Revisão


• Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.

• Juízo de Retratação - O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a


qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior.

• Em regra, a interposição de recurso não depende de caução, salvo exigência legal.

• O recurso administrativo tramitará no máximo por 3 instâncias administrativas,


salvo disposição legal diversa.

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• Legitimidade: Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:

I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão


recorrida;

III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses


coletivos;

IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

• O recurso não será conhecido quando interposto:

I - fora do prazo;

II - perante órgão incompetente;

III - por quem não seja legitimado;

IV - após exaurida a esfera administrativa.

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• Salvo disposição legal, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso


administrativo, e de no máximo 30 dias o prazo para ser decidido (este prazo
poderá ser prorrogado por igual período, mediante justificativa).

• Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os


demais interessados para que, no prazo de 5 dias úteis, apresentem alegações.

Alegações
Interposição de Decisão
(Resposta dos
Recurso máximo 30 dias
interessados)
10 dias (prorrogável)
5 dias úteis

• Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a


qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção
aplicada.

• Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção (proibição da


reformatio in pejus na revisão do processo).

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Dos Prazos

• Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da


contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

• Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se


suspendem.

Das Sanções

• As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza


pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado
sempre o direito de defesa.

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Disposições Finais
• Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos
administrativos em que figure como parte ou interessado:

I - pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;

II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;

IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna,


hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave,
estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por
radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base
em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída
após o início do processo.
• Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o
regime de tramitação prioritária.

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