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Introdução
Autoras como Sandra Maria Marinho Siqueira (2002) e Maria da Glória Gohn (2010) nos
ajudam a compreender o desenvolvimento histórico dos movimentos sociais e a importância
de tais coletivos para a formação social no campo político, econômico e nas relações sociais.
Compreende-se que a primeira forma de organização de movimento social surgiu na luta dos
trabalhadores e demais oprimidos contra a lógica do capital, na luta de classes. As organizações
dos trabalhadores buscavam condições dignas e justas de vida, reformas econômicas e
políticas, as quais poderiam criar condições mais humanizadas de vida para os operários.
Faz-se necessário uma análise sobre o papel do professor e a importância deste com relação ao
engajamento nos movimentos sociais, uma vez que as práticas docentes são dotadas de
sentido político e ideológico.
A primeira forma de organização de movimento social surgiu na luta de classes entre operários
e donos dos meios de produção, tal organização é chamada até os dias de hoje de sindicato dos
trabalhadores. A priori, as reivindicações dos sindicatos pautavam-se essencialmente nos
direitos trabalhistas, ancorados em um viés socioeconômico.
Com o passar dos anos surgem novos movimentos sociais como das mulheres, LGBT,
movimento contra a fome, e estes sinalizam um distanciamento do caráter classista
configurado nos movimentos sindicais, operários em torno do mundo do trabalho, “que não
significa que em determinados momentos históricos possam assumir uma contraposição com o
sistema econômica e social vigente” (Siqueira, 2002, p.2). Quanto aos “novos” movimentos
sociais Siqueira (2002) destaca que:
Outro movimento que trabalharemos é o LGBT, uma sigla que refere-se a Gays, Lésbicas,
Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros. Vivemos mergulhados sob os mecanismos de
controles, que a mídia, o rádio, a televisão, a família, a igreja, a escola impõe como “normal”,
que de certa forma nos limita de como devemos andar, nos vestir, logo foram padronizados
pela sociedade. Na contemporaneidade surgiram novos olhares, novos comportamentos,
novos estilos de vida, que a partir dessas transformações culturais e sociais surgem uma “nova
política cultural, a política de identidades”. Nos anos de 1960, Louro (2008, p.20) enfatiza que
as denominadas “minorias”, os negros, mulheres, homossexuais, começaram a protestar, com
o propósito de derrubar os conceitos equivocados, na busca de construir novas linguagens.
Portanto, “as minorias nunca poderiam se traduzir como uma inferioridade numérica mas sim
como maiorias silenciosas” (LOURO, 2001.542), o desafio é construir uma política pós-
identitária.
O feminismo também está incluso nos “novos” movimentos sociais e tem como objetivo a
conquista de direitos iguais entre homens e mulheres, bem como combater a discriminação e
violência contra a mulher.
Muitos direitos foram conquistados por meio da luta do movimento feminista, porém ainda há
muito pelo que lutar. É preciso construir políticas públicas que promovam a igualdade de
gênero, o fim da desigualdade salarial, garantam a aplicação das leis e combatam a violência
contra a mulher e a cultura do estupro.
Conclusão
Referências
GOMES, Nilma Lino. O movimento negro no Brasil: ausências, emergências e a produção dos
saberes. Política & Sociedade. Florianópolis, v. 10, n.18, p. 133-154, 2011.
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós- estruturalista.
Petrópolis: Vozes, 1997.
LOURO, Guacira Lopes. Teoria queer: uma política pós-identitária para a educação. Disponivél
em: http://www.scielo.br/pdf/ref/v9n2/8639.pdf.Rev. Estud. Fem., 2001, vol.9, no.2, p.541-
553. ISSN 0104-026X
MARQUES, Rafaela. O que é feminismo? Carta Capital - Revista digital publicado 09/11/2015
14h10, última modificação 09/11/2015 14h14
SIQUEIRA, Sandra Maria Marinho. O papel dos movimentos sociais na construção de outra
sociabilidade. 2002. Disponível em:
<http://coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufpe/file.php/1/coord_ped/sala_7/arquivos/O-
papel-dos-movimentos-sociais-na-construcao-de-outra-sociabilidade.pdf>. Acesso em: 05 jun.
2017.