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UNIFSA Revistas Ltda, pessoa jurídica de direitos privado, inscrita no CNPJ sob o no
18.289.369/0001-23, com sede na Rua Álvaro Mendes, 152, centro, Teresina- PI, vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado constituído pelo
instrumento de procuração anexo e que recebe intimações de foro em geral em seu endereço
profissional situado na rua (…), n. (…), bairro (…), na cidade de (…), com fundamento no
artigo 5º, LXIX, da Constituição da República Federativa do Brasil e na Lei 12.016 de 2009,
impetrar o presente
Em face do Sr. Delegado da Receita Federal, cujas atividades são vinculadas à Secretaria da
Receita Federal do Brasil, com endereço para intimações na rua (…), n. (…), bairro (…)
Teresina – PI, pelos motivos que passará a expor:
I – DOS FATOS
II – PRELIMINARES
A) CABIMENTO
Art.5o (...)
Nesse mesmo sentido é a redação do artigo 1º da Lei 12.096 de 2009 ao assegurar que:
B) PRAZO
Desta forma, em vista o prazo de 120 dias contados da ciência do ato lesivo, tem-se por
tempestivo o presente mandado de segurança
C) COMPETÊNCIA
Assim a presente ação esta adequadamente endereçada, vez que esta conforme aquilo
que dispõe a nossa carta magna.
III – MERITO
Assim no presente ação houve lesão ao principio da legalidade, uma vez que o ato de
retenção das tintas de impressão foi emanado pelo Superintendente da Receita Federal do
Porto de Parnaíba- PI, portanto tal ordem foi produzida por uma autoridade incompetente,
uma vez que se entende pela jurisprudência pátria que o Superintendente da Receita Federal
não exerce atividades de arrecadação, tributação e fiscalização, mas apenas atividades
administrativas de orientação e controle dos funcionários. Dessa maneira, a autoridade que
possui autentica atribuição é o Delegado da Receita Federal, sendo, portanto Parte legitima
para a atual demanda. Vejamos o que diz a jurisprudência:
Ainda corroborando com tal entendimento preleciona o saudoso Dirley da Cunha Junior:
O ato administrativo, para constituir-se validamente, deve ser editado por um agente
público competente. Isto é, não basta ser expressado pela Administração Pública,
sendo necessário que o agente público que atua em nome da Administração,
declarando sua vontade, titularize competência jurídica para tanto. Essa competência
virá da repartição das funções administrativas e a sua ausência tornará inválido o
ato.
Como podemos observar a sumula acima citada dita que é inadmissível a apreensão de
mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos. É evidente que nas operações
de importação de mercadorias, ocorre a incidência de diversos tributos e a legislação tributária
e aduaneira estabelece que o desembaraço aduaneiro e a conseqüente entrega das mercadorias
ao importador está condicionado ao recolhimento integral dos tributos incidentes na operação
ou à prestação de garantia, contudo a jurisprudência dominante dos tribunais tem entendido
que este procedimento é inadmissível, por ser análogo à apreensão de mercadorias na forma
vedada pela súmula, constituindo-se em sanção política ao contribuinte. Posto isso olhemos o
que a jurisprudência diz a respeito do tema :
REEXAME NECESSÁRIO.MANDADO DE SEGURANÇA.APREEENSAO DE
MAERCADORIAS PARA AVERIGUAÇÃO DE
DIVERGÊNCIAS.ILEGALIDADE NO ATO DE APREENSÃO POR TEMPO
INDETERMINADO COM A FINALIDADE DE COMPELIR O CONTRIBUENTE
À REGULARIZAÇÃO FISCAL. APLICABILIDADE DA SÚMULA 323 DO
STF.REEXAME CONHECIDO PARA MANTER A SENTENÇA.1- É
inadmissível que o fisco embarace a circulação de mercadoria como forma de coagir
o contribuinte a saldar débitos tributários. Tal comportamento é energicamente
rejeitado pela doutrina e jurisprudência nacionais, vez que representa extrema
limitação à atividade econômica. 2- Reexame conhecido.sentença mantida. (TJ-AL-
REEX:07258144620178020001 AL 0725814-046.2017.8.02.0001, Relator: Des.
Alcides Gusmão da Silva, Data do Julgamento: 20/06/2018, 3 a Câmara Cível, Data
de Publicação: 21/06/2018)
Não bastando toda essa situação envolta de ilegalidade, ainda foi informada ao
impetrante que este teria que arcar uma taxa de armazenamento no valor de R$ 150,00
(Cento e Cinqüenta) reais, importância esta que será cobrado por dia, em virtude de sua
mercadoria ocupar um galpão da Receita federal. Meritíssimo tal imposição não e menos
que vergonhoso, pois o impetrante não se recusa em retirar sua mercadoria, inclusive
buscou informações de como retirar seu objeto, não restando assim por parte do autor
negligencia. Além disso, o objetivo da impetrante, ao utilizar-se do mandado de segurança
como direito objetivo público, não é o de escusar-se ou elidir-se de uma obrigação tributária,
mas tão somente fazer valer a lex "legum", que deve ser a carta orientadora do Estado e
daqueles que exercem suas funções por intermédio da delegação de poderes.
Portanto a cobrança desta tarifa de armazenamento e totalmente abusiva, uma vez que
a receita federal não possui nenhum um argumento legal para manter a mercadoria
apreendida.
Diante do exposto, resta patente o direito líquido e certo do autor em ter liberada sua
mercadoria, na qual consiste e uma tinta de cunho especial que será usado para a impressão
de suas revistas.
IV – DA LIMINAR
Conforme a lei 12.016/09, em seu art.7o, III, o juiz pode conceder medida liminar, mediante a
comprovação de alguns requisitos, vejamos:
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento
relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja
finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou
depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.
Ainda importa informar que existe uma ressalva trazida pela lei de Mandado de
Segurança, no seu art.7o, § 2o, vejamos:
Art. 7o (...)
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de
créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a
extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
Assim, a princípio, o impetrante que teve a sua mercadoria retida pelas autoridades
aduaneiras não poderia se valer de uma liminar concedida em Mandado de Segurança para
liberá-la imediatamente, procedimento que é relativamente comum hoje. No entanto,
entendemos que o disposto neste artigo pode ser afastado por vossa excelência, uma vez
que foi requerido pelo impetrante, em vista da patente inconstitucionalidade dessa regra.
Nesse sentido, relembramos que a Constituição Federal (artigo 5º, inciso XXXV)
expressamente prevê que nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito pode ser excluída da
apreciação do Poder Judiciário. O que se vê aqui, entretanto, é justamente o contrário, ou
seja, uma exclusão da possibilidade do Poder Judiciário de agir diante de uma situação
premente, o que é claramente inconstitucional.
Diante disso, faz-se imprescindível a concessão da medida liminar, pois ela é o remédio
eficaz para impedir a auto-execução do ato administrativo, que já nasceu com o vício da
ilegalidade e que, por este fato fulmina direito líquido e certo do impetrante, bem como, seja
autorizada a liberação imediata de suas mercadorias importadas que foram indevidamente
apreendidas pelas autoridades alfandegárias.
V- PEDIDOS
b) Que se notifique a autoridade coatora na pessoa do Delegado da Receita Federal, por todo
o conteúdo desta, nos termos do art.7o, I, da lei 12.016/09.
c) Que seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica
interessada, nos termos do art.7o, II, da lei 12.016/09.
d) Que seja julgada procedente a presente ação, uma vez que revestindo-se de liquidez e
certeza do direito que tem a impetrante de não ter que desembolsar antecipadamente o valor
dos tributos para recebimento de mercadorias, assim como o não pagamento de tarifa de
armazenamento.
ADVOGADO…
OAB…
Turma: 09T8A