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Restituição

provisória da posse
Disciplina: Teoria do Processo
Professor Doutor Jorge Morais Carvalho
Trabalho realizado por Ana Li, Nº 004011
Data: 14/03/2017


Os procedimentos cautelares especificados são as formas processuais delineadas para o
requerimento e decretamento de providências tipificadas. A restituição provisória da posse
constitui um procedimento especificado previsto no Código de Processo Civil e,
simultaneamente, com referência no Artigo 1279º do Código Civil.1
No Código Processo Civil, podemos encontrar o regime previsto nos Artigos 377º e seguintes.
A restituição provisória da posse é uma providência cautelar que, sendo dependente de uma
ação possessória ou de reivindicação da propriedade, permite ao possuidor (ou detentor
equiparado) ser restituído provisoriamente à sua posse nas situações em que se verifique um
esbulho violento. Por se tratar de uma providência antecipatória, o tribunal, ao concluir pelo
deferimento da mesma, ordena as medidas necessárias para que o requerente obtenha a
reposição da situação anterior ao esbulho.

Importa ainda relevar que o possuidor tem de alegar, para os efeitos, os seguintes requisitos:
a posse, o esbulho e a violência. Isto é, o requerente da providência cautelar deve alegar que
era detentor legítimo de um determinado bem, móvel ou imóvel, e que foi dele privado
através de um esbulho praticado com violência.2
Quanto à posse, o Artigo 1251º do Código Civil vem especificar que a mesma se traduz no
exercício de poderes de facto sobre uma coisa por forma correspondente ao direito de
propriedade ou de outro direito real de gozo, sendo que o nosso ordenamento jurídico tutela
as situações de exercício aparente de um direito real de gozo.
Deste modo, a providência cautelar pode ser requerida não só pelo possuidor em nome
próprio, mas também por alguns possuidores em nome alheio, como sucede com o parceiro
pensador, o locatário, o comodatário e o depositário.

No que toca ao esbulho, este verifica-se quando a pessoa é privada, total ou parcialmente, do
exercício da posse ou os direitos que tinha anteriormente. O esbulho abrange os atos que



1 XAVIER, Rita Lobo, Elementos de Direito Processual Civil – Teoria Geral, Princípios, Pressupostos,
ob. cit., p. 53
2 RODRIGUES, Fernando Pereira, A Prova em Direito Civil, ob. cit., p. 274

1

impliquem a perda da posse contra a vontade do possuidor e que assumam proporções de tal
modo significativas que impeçam a sua conservação.
Não existe esbulho nas situações em que a coisa possuída tenha sido apreendida por via do
cumprimento de uma ordem judicial ou no âmbito de uma ação executiva para entrega de
coisa certa, bem como nos casos em que se verifique uma mera turbação da posse, isto é,
quando os atos de um terceiro apenas dificultam o exercício do poder de facto sobre uma
coisa, poder esse que, no entanto, se mantém na esfera do possuidor.3
Considera-se que o esbulho foi violento quando, sendo exercido de forma direta e imediata
sobre uma coisa, atinja de algum modo, ainda que por via indireta ou reflexa, designadamente
pelo seu cariz ameaçador ou intimidatório, a pessoa do possuidor. O Artigo 1261º nº2 vem, a
este propósito, especificar os meios de coação moral e de coação física.
A violência superveniente ao esbulho não é suscetível de fundamentar a restituição
provisória da posse.
No caso de não se apurar que o desapossamento foi obtido por meio de esbulho com violência,
poderá ser decretada a providência cautelar comum que permita ao requerente obter a
restituição provisória da coisa esbulhada. 4

Os pressupostos necessários, previstos no Artigo 378º, para o ordenamento da restituição


são:

• Alegação e prova da qualidade de possuidor do requerente


• Alegação e prova do comportamento de esbulho com violência por parte do requerido
A gravidade do comportamento do requerido justifica a dispensa da citação e da audiência
prévia do esbulhador. Trata-se, indubitavelmente, de um meio célere e eficaz de obter a
devolução da posse, impedindo a possibilidade de agravamento dos danos.
É precisamente neste receio de produção de danos graves e irreparáveis ou de difícil
reparação que se baseia o periculum in mora, constituindo este um requisito processual de
natureza constitutiva da providência cautelar concretamente requerida. A situação de
excessiva lentidão dos tribunais e a consequente demora na obtenção de uma decisão
definitiva é uma realidade que não consegue responder de forma satisfatória aos interesses
do possuidor esbulhado, sendo que a tutela cautelar surge inevitavelmente associada a uma
tutela preventiva e urgente.
Em suma, a execução da decisão de restituição provisória da posse implica uma forte
intromissão na esfera jurídica do requerido, dado o carácter gravoso do comportamento
adotado, sendo, no entanto, necessário relevar que tem de existir perigo e/ou ameaça grave
e irreparável quanto à proteção de um direito do requerente.



3 FREITAS, José Lebre de, Código de Processo Civil Anotado, Vol. II, ob. cit., p. 74
4 GONÇALVES, Marco Carvalho, Providências Cautelares, ob. cit., p. 260-267

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