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Manoel de Barros
(1916 -)
Apresentação Conteúdo
Cada vez mais se tem valorizado a necessidade do reconhecimento das ca- • Aproximando-se dos alunos: reconhecendo características individuais.
racterísticas individuais do aluno em sala de sala para que se realizem inter- • Genética e meio ambiente: o papel da escola.
venções focadas na expectativa de melhorar o desenvolvimento acadêmico • Identificando o que está por trás dos comportamentos que interferem
e que se cuide também da realidade emocional, social e das necessidades fí- na aprendizagem.
sicas dos alunos na escola. • Como lidar com esses comportamentos em sala de aula.
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Aproximando-se do aluno:
reconhecimento das
características individuais
Por isso, o Instituto ABCD pensou nesse módulo. Acreditamos que, se o pro-
fessor for instrumentalizado para identificar os sinais e sintomas relaciona-
dos a alterações comportamentais e emocionais, poderá encaminhar tanto
o processo de aprendizado geral do grupo quanto o individual de forma mais
abrangente, segura e benéfica para todos.
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Para identificar o que acontece dentro da cabeça de seus alunos, o professor
Entre os genes tem de se aproximar do aluno e entender o que está por trás de seu com-
portamento. Tarefa nada fácil, mas necessária, porque uma mesma reação
Identificando
o problema
e o meio ambiente.
pode ser causada por diferentes situações ou sensações. A agressividade,
por exemplo, pode tanto ser intencional e por falta de limites quanto ser
desencadeada por uma grande sensação de medo e vulnerabilidade. Porém,
O que conta mais? agressão provoca uma situação que geralmente amedronta, ameaça o grupo,
paralisa reações. Todos, inclusive o professor, têm a tendência natural de se
afastar, o que dificulta compreender o problema.
Para ajudar nessa tarefa de reconhecer o que está por trás de um compor-
tamento que preocupa o professor, descreveremos as principais situações
comportamentais relacionadas aos problemas psíquicos que aparecem no
Ultimamente, somos bombardeados por notícias que enfatizam a carga ge- ambiente escolar.
Interface meio nética ou os fatores ambientais na determinação de situações patológicas
no desenvolvimento infantil. Por exemplo, fala-se tanto que depressão é de
ambiente versus origem hereditária quanto é causada por bullying em sala de aula. Qual das
desenvolvimento duas versões seria a real? Ambas, pois os problemas emocionais e comporta-
mentais não resultam de um único fator, mas sim da combinação de múltiplos Psiquismo é tudo o que pensamos,
fatores de risco.
sentimos e expressamos pelo comportamento.
Qual a importância A escola pode contribuir como um ambiente protetor ou precipitador de pro-
blemas. Por exemplo, uma criança com dificuldade de aprendizagem, se não
da escola nesse estimulada e amparada adequadamente na escola, pode se sentir muito inca-
processo? paz e inferior em relação aos pares. Essa situação pode representar um fator
que predispõe a criança a um problema psíquico como a depressão. Quanto
maior a presença de outros fatores que também estão relacionados com o
aumento de chances para o adoecimento psíquico, como predisposição ge-
nética, outros eventos estressores, família pouco afetiva ou estruturada, ne-
gligência etc., maior a chance de que a criança desenvolva de fato um quadro
depressivo. No entanto, uma criança que tem uma família pouco estrutura-
da pode encontrar na escola um ambiente saudável e acolhedor a ponto de
ajudar a minimizar as consequências que a desestrutura familiar traria. É de
certa forma uma soma ou subtração de fatores que protegem ou precipitam
o sofrimento psíquico.
As questões não são tão simples como exemplificadas, mas deve-se ter em
mente que o ambiente em geral ou o escolar podem ser modificados para im-
pactar de forma positiva os desenvolvimentos emocional, comportamental
e cognitivo das crianças. Por isso a ênfase em intervenções que enriqueçam
o ambiente escolar.
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A impulsividade deve diminuir gradativamente com a aquisição da lingua-
ele tem de dispor pais e professores podem ter um papel central ao estimular as compe-
tências de inibição de impulsos.
para conseguir rea-
lizar essa tarefa que
parece tão simples Na história de vida escolar, crianças que
ao adulto (alguns), apresentam menor capacidade de controle
mas não é para as de impulsos desde o ensino infantil têm maior
crianças? tendência a pior desempenho acadêmico durante
todo o seu histórico (Duncan et al., 2007).
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Técnicas de estímulo das funções inibitórias podem ajudar muito as crian-
O que fazer com ças a estimular essa habilidade no seu desenvolvimento. Na sala de aula,
um aluno impulsivo? algumas medidas simples podem ajudar a incentivar o controle de impul-
sos. Aqui listaremos algumas possibilidades (Barkley, 2002; Packer, 2010;
Como estimular o Diamond & Lee, 2011; Dias, 2012; Dias, 2013) tentando as adaptar para a
• Possibilite pausas para autoavaliação do comportamento. Por exemplo, • Permita também que ele possa se movimentar sem atrapalhar as ativida-
combinar com os alunos que quando o professor disser uma palavra es- des. Modifique a disposição da carteira conforme a atividade.
pecífica (estátua, por exemplo), todos interromperão a atividade em
curso e farão uma autorreflexão de como estão envolvidos, ou não, na • Promova um canto de relaxamento na sala e estimule o uso por todos do
colaboração e o que poderiam fazer para melhorar a situação. grupo quando necessário.
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6. Orientação individual de um aluno evitando exposição
• Crie um espaço de comunicação direta entre você e o aluno permitindo Irritabilidade
e agressividade
que a impulsividade seja reconhecida como um problema de difícil con-
trole, algo que ele não deve negligenciar ou esconder, mas sim enfrentar,
e que a dupla “professor-aluno” tem em comum a meta de traçar estra-
tégias para diminui-la.
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Podemos listar algumas dicas práticas:
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• Garantir que o aluno opositor esteja engajado na atividade, sem per-
Oposição e mitir brechas para que ele se coloque à margem do grupo. Elaborar
atividades motivadoras e participativas, engajar o aluno no grupo, re-
desrespeito às regras
ferenciá-lo ao longo da atividade e responsabilizá-lo com o desfecho.
Alguns alunos insistem em não fazer o que é solicitado ou mantêm um com- • Deixar claro, desde o início, o desfecho esperado e o comportamento
portamento de questionamento às regras. Muitas situações diferentes po- desejado em cada atividade.
dem desencadear esse tipo de comportamento, desde a “não compreensão
do que é solicitado ou das regras” (ver habilidades sociais a seguir), até “irri- • Dividir a sala em grupos menores e heterogêneos.
tabilidade, falta de engajamento com o meio, disputa de poder, dificuldade
de aceitar estruturas com hierarquia”.
2. Disciplina
Mais difíceis do que a irritabilidade, esses comportamentos tornam a ati-
vidade em sala de aula ainda mais desafiadora. Abaixo listamos algumas • Impor o seguimento das regras de forma persistente e consistente, não
sugestões de atitudes que podem ajudar o professor. permitir brechas ou negociações. Deixar claro as consequências para
aqueles que optarem por não seguir as etapas proposta.
1. Ao realizar as atividades • Certificar-se de que todos estão cientes dos compromissos e expecta-
tivas antes de iniciar cada atividade.
Estar seguro de qual estratégia seguir para a situação em questão. Alunos
opositores e desafiadores tentarão ao máximo questionar cada conduta do • Evitar que o aluno desafiador tenha tempo livre ou longas pausas entre
professor, descredenciando-o e desmerecendo o desfecho proposto. cada atividade. Responsabilize-o por pequenas metas que você tenha
certeza de que ele pode cumprir e que serão observadas de forma po-
sitiva para o grupo.
3. Questionamentos
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Se uma atividade for de grande interesse para a pessoa ou ofereça estímulos
Está certo dizer que
Falta de atenção muito sedutores (videogame, um tópico especial, algo que desempenha mui-
to bem), a alteração da atenção se mostra de uma forma sutil. A pessoa se
foca excessivamente naquilo que está realizando e literalmente se esquece
se uma criança con-
do mundo a sua volta. A expressão “o mundo pode cair na sua cabeça” nesses segue se focar
casos é real. A atenção perde a capacidade de se modular entre a atenção
volitiva (aquela que eu foco) e a espontânea (aquela que observa o mundo a
e prestar atenção
minha volta e me coloca em contato com o externo) com um prejuízo impor- por períodos longos
A atenção, assim como o controle de impulsos, são atividades que amadure-
tante da segunda. Ou seja, ter uma criança que passa horas no videogame não
significa que ela tenha capacidade de atenção sem alterações.
em outras atividades
cem durante o desenvolvimento. Por isso, espera-se que uma criança de até 3 que não os estudos
anos consiga manter-se focada em uma atividade única por um período míni-
mo de dez minutos e, para crianças entre 7 e 12 anos, espera-se um período
(como videogame)
mínimo de trinta minutos. ela não é desatenta?
O que causa Existem várias situações relacionadas com a impossibilidade de uma criança
ou de um adolescente ter dificuldade em manter o foco de atenção do início
uma dificuldade de até a finalização de uma atividade. Vamos listar aqui as mais comuns e as
focar a atenção?
mais importantes. O médico é quem faz a avaliação da necessidade ou não do uso de medicação. O que fazer para
• Problemas físicos como dor, cansaço, fome, dificuldade para enxergar, Independentemente disso, muitas intervenções podem ser feitas na sala de ajudar uma criança
dificuldade para escutar. aula para ajudar o aluno que é desatento (no caso do TDA ou de algumas desatenta a melhorar
• Padrão de sono pobre ou irregular com sonolência diurna.
patologias neurológicas, por exemplo) ou que está desatento (no caso de
situações transitórias) a focar sua atenção. sua atenção
na sala de aula?
• Problemas emocionais como situação familiar complicada, abandono,
negligência, tristeza, ansiedade, medo. Só o remédio
que funciona?
• Dificuldade de compreensão do contexto social como nos quadros autistas
(ver seção de habilidades sociais).
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• Modifique a disposição das carteiras de acordo com o tipo de atividade • Explore os outros sentidos. Use outros estímulos sensoriais além do
(pequenos grupos para atividades cooperativas, círculo com a sala toda, estímulo sonoro. Imagens, objetos, curiosidades, qualquer coisa que
em fileiras para tópicos mais expositivos). estimule os sentidos e faça o assunto aumentar de interesse.
• Solicite que o aluno indique para quais atividades ele precisa de mais
supervisão e como poderia ser fornecida. Faça esses questionamen-
tos em particular. Se ele não conseguir se organizar para sugerir, dê
sugestões com exemplos e permita que ele coloque como se sentiria
em cada situação.
• Combine previamente um sinal com o seu aluno para resgatar a sua aten-
ção ao tema da aula sem expô-lo.
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• Mantenha um resumo em tópicos e ilustrações sinalizando pontos-cha- • Promova um ambiente de sala de aula estimulante do ponto de vista aca-
ve, e uma linha cronológica do desenvolvimento de um tema. Chame a dêmico. Se o aluno se distrair e passar a vagar o olhar pela sala, permita
atenção para esse resumo a cada nova etapa, ajudando o aluno a organi- que possa se focar em imagens, objetos, trechos de textos que o ajudem a
zar em sua mente o conteúdo de maneira coesa. compreender o conteúdo do que está sendo ensinado.
• Estimule o contato visual do aluno com você. Perceba quando ele se • Atividade em grupo pode ser mais prazerosa que a atividade solitária. O
distraiu pelo olhar e faça qualquer movimento ou atitude que chame a engajamento afetivo ajuda no foco da atenção e na tendência em perma-
atenção. Não o repreenda, valorize a retomada de foco com um sorri- necer na mesma atividade por um período maior.
so, faça uma pequena retomada do conteúdo (por exemplo, lembre o
tópico: “falando sobre Dom Pedro II, o imperador do Brasil, podemos
continuar dizendo que...”). 4. Compreender um tópico inteiro
• Permita que o aluno use fone de ouvido com a música que ele acredita • Sempre que retomar um tópico (de uma aula para a outra, após uma in-
que o ajuda a se concentrar, principalmente em atividades que ele pre- terrupção por comportamentos inadequados ou outras situações), faça
cisa fazer sozinho. Essa medida diminui o potencial de se distrair com um pequeno resumo do tema e em que ponto estava. Lembre-se de que,
os barulhos do ambiente. muitas vezes, o aluno desatento não consegue ter uma visão coesa sobre
um assunto por ter apreendido trechos fragmentados. A falta de com-
• Deixe o aluno usar objetos que o ajudem a diminuir estímulos externos vi- preensão do assunto inibe ainda mais a atenção e promove comporta-
suais: boné quando precisa olhar apenas para o seu caderno, por exemplo. mentos opositores em relação ao assunto.
• Enriqueça o material de estudo com outras informações além do conteúdo. • Forneça orientações em partes fragmentadas tanto orais como escritas.
Por exemplo, divida as etapas de uma lição em cores, criando metas a ser Use outros incentivos sensoriais (cores, desenhos, organização espacial)
cumpridas. para salientar cada tópico.
• Lembre-se de que o ruído externo atrapalha muito a concentração de • Antes de passar para uma próxima etapa, averigue o que foi compreendi-
todos, mas inviabiliza a de quem é desatento. Monitore constantemente do e absorvido da anterior.
o barulho na sala de aula.
• Mostre aos alunos desde o início qual a sua expectativa final de aquisição
ou de desempenho.
5. Rotina
• Deixar as etapas da rotina diária em local de fácil visualização para todos os
alunos. Lembrar que o aluno pode ter se distraído em etapas importantes
de instrução e, por isso, ficou perdido em relação às próximas etapas e em
como se organizar para elas.
• Encoraje o uso de checagem de itens antes do trocar para uma nova ativi-
dade, da análise do que foi concluído e do que é preciso para a próxima. Isso
ajuda o aluno a reconhecer e se organizar em relação às etapas e metas.
• Dê ao aluno desatento uma função especial que o incentive e motive. Por exem-
plo, que ele seja o responsável por carregar algum objeto com o professor.
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A empatia também é acompanhada pela linguagem. Você se lembra de
Dificuldades nas quando falamos sobre essa habilidade no Módulo 3? Naquela ocasião, des-
tacamos a relação da linguagem com os processos de aprendizagem de
habilidades sociais
leitura e escrita. Pensamos em maneiras de auxiliar melhor o aluno a ouvir,
entender e falar. Agora no Módulo 7, vamos entender como a linguagem
também é essencial para o desenvolvimento social.
todo desenvolvimento infantil, envolve a apreensão apresentarão dificuldades no desenvolvimento das suas habilidades so-
ciais, terão muita dificuldade de compreender o ambiente e, logo, de
por parte da criança de quem ela é (noção de eu, comportar-se como o esperado.
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Converse com a família. Muitas vezes, os pais, por não terem convívio com
Dificuldade outras crianças na mesma idade do filho, não percebem que ele tem um pa-
drão de compreensão diferente do esperado para sua idade. Exemplifique
Dificuldades
no processo de
de compreensão
para os pais as dificuldades que você vem observando no ambiente escolar.
Sensibilize-os a procurar atendimento especializado para uma avaliação. compreensão?
O que fazer?
O que seus alunos A expectativa normal é que a criança apreenda o conteúdo daquilo que lhe
é explicado desde que seja realizado de forma compreensível e com voca-
compreendem a bulário adequado. Porém existem alguns quadros determinantes em que a • Antes de considerar o aluno como alguém que não coopera nas ativida- Algumas
partir daquilo que criança terá dificuldade de compreender a linguagem oral mesmo quando
expressado da forma mais cuidadosa possível. Esses quadros são menos co-
des diárias, certifique-se de que ele as compreendeu.
dicas práticas
lhes é explicado? muns que as situações de que falamos anteriormente, mas estão presentes • Utilize símbolos visuais como apoio para as explicações. Por exemplo,
na população infantil e é importante que o professor saiba que existam. faça um resumo em imagens conectadas às palavras da rotina do dia e
deixe visível para toda a sala. Use o apoio nas explicações ou nas instru-
ções. Lembre-se: eles não conseguem gravar os significados das pala-
vras, então o apoio com as imagens precisa ser usado repetidamente.
de situação? que não existe apenas a surdez entre os problemas de audição. Existem
as crianças que escutam bem, mas têm dificuldade de decodificar os sons
dência do seu aluno é fazer uma compreensão concreta do significado do
que foi dito e a partir daí se confundir ainda mais ou, simplesmente, es-
em significados. cutar, mas não associar nenhum significado ao som (som como barulho
e não como palavras). Por exemplo, “acordar com as galinhas” que pode
• Problemas neurológicos que afetam as áreas da linguagem como epilepsia. ser usado para exemplificar que os alunos precisam acordar bem cedo
(cedo como as galinhas acordam geralmente), pode ser compreendido
• Problemas psiquiátricos como autismo. como uma orientação que o aluno vá dormir no galinheiro.
Como o professor Certifique-se de que seu aluno compreendeu o que lhe foi explicado. Uma • Incremente todo o material escolar do aluno com imagens.
pode perceber esse dica simples é pedir que ele fale com exemplos (alguns podem apenas re-
tipo de situação? petir as palavras sem compreensão do significado) o que ele entendeu do
que foi explicado.
• Monte com o aluno sua agenda de forma visível, em etapas e com apoio
de imagens para que ele possa compreender a rotina e o que é esperado.
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• Pergunte à família o formato de comunicação que se estabeleceu. Mes-
Algumas
Dificuldade mo tendo em mente que a meta é estimular a comunicação pela lin-
guagem, para entender a criança, é necessário compreender o formato
dicas práticas
de expressão
que ela usa para se expressar.
O que fazer? • problemas neurológicos que afetam as áreas da linguagem como epilepsia
(Landau Kleffner é um exemplo típico);
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1. Organize o espaço físico
Dificuldade de compreensão • Crie áreas específicas para cada atividade (brincar, trabalhos em grupo
Como ajudar seu
aluno a entender
da comunicação não verbal
ou individuais, lanche, atividades de autocuidados etc.).
melhor o ambiente
• Crie uma área de descanso ou de espera para que o aluno possa se recu-
perar de situações estressantes e retomar o controle. em que está
inserido?
• Demarque um local para guardar seus pertences individuais.
Professor, você já pensou em quantas coisas são ditas de outras formas que
não pelas palavras, por exemplo, pela expressão corporal? Se uma criança • Delimite a área da mesa da professora.
está triste, se está aberta para brincadeiras, se está preocupada, as mudan-
ças de ritmo e entonação da voz são uma forma de se comunicar. Imagine • Crie identificação visual dos materiais utilizados (do professor, das ativi-
como seria sua capacidade de compreensão do mundo se você fosse míope dades em grupo, das atividades individuais etc.).
para todas essas nuances da expressão corporal que sinalizam a comunica-
ção. O mundo poderia ser um caos, complexo e intangível. • Ajude o aluno a identificar visualmente a ordem das atividades de forma
que ele possa se orientar na sala de aula.
Como já vimos, rotina e um ambiente previsível são as palavras-chave. Aju-
dam seu aluno a criar regras que promovam uma compreensão, ainda que • Crie formas de comunicação explícita para indicar que o aluno terminou
rudimentar, do ambiente. o trabalho (área para os trabalhos finalizados).
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2. Figuras de referência
É fundamental que haja mais de uma pessoa de referência para um aluno pro- Professor, você sabe o é que apego?
curar quando precisa de um apoio. O professor de classe (ou tutor, se houver
mais de um professor) será a primeira pessoa que o aluno irá solicitar quando
O termo apego, muito utilizado no senso comum,
precisa, mas em sua ausência deve haver outro professor ou profissional da aparece nas referências teóricas como um modo
equipe escolar que possa ajudar o aluno a se organizar diante de uma situação
de estresse. Ajude o aluno a criar uma estratégia dos momentos que deve
de vínculo afetivo, caracterizado pela sensação
procurar ajuda e como proceder (quando e como). Lembre-se sempre de que de segurança da criança (ou adulto). Está
essas crianças, que já tem dificuldade de compreender o ambiente de forma
geral, tornam-se incapacitadas e perdem as poucas estratégias que possuem
diretamente associado a um relacionamento
quando em situação de estresse. interpessoal. O apego para criança se apresenta
como uma sensação de confiança e conforto,
oferecendo a ela segurança para explorar o mundo
e estabelecer novas possibilidades de vínculo.
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minoria dos casos de humilhação e intimidação. Na maior parte, esses
Situações de
papéis são flexíveis, a mesma criança é tanto vítima quanto agressora,
dependendo da situação.
intimidação e humilhação Mas talvez, a ideia central não seja definir se acontece ou não bullying. In-
dependente de definição, uma grande vantagem da discussão que se ini-
ciou após a criação do termo é o olhar para a qualidade das interações entre
as crianças, o quanto pode ser prejudicial tanto para a vítima quanto para
o agressor, e que os adultos em todos os ambientes (escolar e familiar, por
Ultimamente, a preocupação com a qualidade e com a forma de interação exemplo) exercem um papel fundamental para ajudar as crianças a aprender
entre as crianças tem sido cada vez mais alvo de discussão. Nas últimas dé- a se relacionar.
cadas, o termo bullying apareceu nas discussões de todos os envolvidos no
processo educacional (pais, professores, alunos). A introdução desse con- Por exemplo, desde a década de 1990, os estudos que têm observado o impacto
ceito provocou uma mudança nos cuidados e na observação da interação das relações de humilhação e intimidação entre os alunos mostraram que:
entre os alunos; de problema de criança para algo que é perigoso, pode cau-
sar um impacto duradouro negativo na vida e deve ser evitado e combatido • As crianças envolvidas com a prática de bullying (observadores, agres-
a qualquer custo pelos adultos envolvidos. sores, vítimas e vítimas/agressores) sentem-se mais inseguras na esco-
la e mais entristecidas (Glew, 2008)
Professor, você sabe quando diferenciar uma situação de bullying de dispu-
tas normais da idade entre os alunos? Se você tem dúvidas, sinta-se como a • Agressores e vítimas apresentaram maiores níveis de interpretação hostil
maioria das pessoas relacionadas ao tema. do ambiente, raiva e facilidade a reagir agressivamente (Camodea, 2005)
Como todo conceito novo, muitas questões estão em aberto. Exceto em • A ocorrência de bullying está associada a aumento de quadros depres-
situações muito claras, nem sempre é fácil discernir se existe ou não sivos, ansiosos, dificuldade para controle da urina durante o sono (enu-
uma real situação de desvantagem para a vítima. A criança pode sentir- rese), dores abdominais, dores de cabeça e alterações no padrão de
-se em desvantagem hoje e amanhã ser aquela que age agressivamente sono (Fekkes, 2006; Williams, 1996; Wolke, 2001).
contra a outra estando no papel daquela em vantagem. Aliás, a ideia de
um aluno frágil sempre em situação de desvantagem acontece em uma Ou seja, o bullying tem realmente um impacto na vida de todos e merece
um olhar cuidadoso por parte dos adultos.
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Provavelmente sim, na maioria dos casos em que há alguma agressão física, 1. Em relação às crianças envolvidas
Você percebe o que é mais comum entre meninos. Porém, quando o bullying acontece com Algumas
uma situação comportamentos mais sutis como agressões verbais ou exclusão social, pro-
vavelmente você perceba menos. Esse tipo de agressão mais velada e menos
• Converse com o grupo sobre como cada um reage quando está diante
de uma situação de humilhação ou intimidação. Sem definir nomes ou
dicas práticas
de intimidação e física é mais comum em meninas e é considerada tão importante quanto à situações, procure sensibilizar os alunos de que, mesmo que não agindo
humilhação em sua física no impacto negativo. diretamente na situação, cada um pode ter responsabilidade por incen-
tivar (rindo, olhando sem intervir, dando mais poder ao agressor) ou
sala de aula ou em por simplesmente não ajudar o colega em uma situação de risco.
sua escola? • Envolva as famílias, tanto a vítima precisará de ajuda quanto o agressor.
Ambos precisarão aprender a se colocar em papéis sociais mais saudáveis.
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• Imponha consequência imediata para situações de agressão quando
observadas por um funcionário da escola. Exemplos de reações:
• Organize reuniões com alguma frequência para envolvimento das famí- São práticas eróticas ou sexuais impostas à criança e ao adolescente pela vio-
lias na política de diminuir comportamentos agressivos na escola. lência física, ameaças ou indução de sua vontade. Não precisa ter o contato
sexual direto, pois voyeurismo, exibicionismo, produção de fotos também
são práticas abusivas.
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1. População de maior risco
Como reconhecer Se você suspeitar de uma situação de
uma situação • As crianças pequenas são as principais vítimas, cerca de 80% dos casos
ocorreram antes dos 12 anos.
abuso sexual, você sabe quais são as suas
de abuso sexual? responsabilidades legais?
Quais são as pistas? • Ocorre com maior frequência entre as meninas, mas existe subnotifica-
ção dos casos com meninos.
Primeiro, ter claro que não é seu papel investigar se
esse abuso acontece de fato, isso deve ser realizado
pelas autoridades legais.
Segundo, a lei prevê que, no caso de suspeita, o
2. Crianças vítimas de abuso sexual podem expressar seu Conselho Tutelar seja notificado obrigatoriamente.
sofrimento por meio de modificação no comportamento. Terceiro, a notificação pode ser feita por telefone,
Fique atento se começar a notar pelo preenchimento de ficha padronizada, por visita
ao órgão competente ou por solicitação de visita do
• Sinais físicos de sofrimento emocional como dores de cabeça, dores de
barriga, vômitos ou outras queixas inespecíficas de forma frequente.
órgão à escola. Pode ser anônima.
• Sinais físicos como alterações nas regiões genitais (dor, coceira, dificul-
dade para urinar ou evacuar), sangue na urina ou nas fezes, dificuldade
de controle de urina ou fez es, gravidez precoce.
• Reconhecimento das crianças que estão com comportamento de risco
e observação próxima. Caso você tenha indícios consistentes que tra-
Medidas que
gam a suspeita de abuso, notifique o Conselho Tutelar. podem prevenir ou
• Mudança importante do padrão de comportamento, regressão a
comportamentos mais infantilizados, medo de ficar sozinha, ansie- • Orientar as crianças que tipo de atitude por parte de um adulto deveria
interromper um caso
dade generalizada, vergonha de expor o corpo, tendência a querer ser considerada inadequada. Geralmente, as crianças não têm discer- de abuso sexual
sempre agradar. nimento do que está ocorrendo e podem ser induzidas a acreditar que
o abuso não é um erro (principalmente porque é cometido por alguém
• Interesse por questões sexuais não pertinentes à idade (precoce) ou da sua família, com quem, geralmente, a criança tem alguma relação
insistência no tema. Comportamento sexualizado. Masturbação exces- de confiança).
siva. Desenhos com muitas características dos órgãos sexuais (não es-
peradas para a idade). Brincadeiras com conteúdo sexualizado. • Ao orientar as crianças sobre o que é abuso, deixar claro e fácil um ca-
nal de comunicação na escola para que ela possa procurar.
• Problemas familiares, fuga de casa, resistência para retornar à casa
após a aula, prática de delitos, dificuldade com figuras de autoridade.
• Recusa ou dificuldade com hábitos de higiene íntima. • Garanta que o agressor seja denunciado e investigado, para que ele não
volte a repetir a violência; para que outras crianças não sejam vítimas.
Como agir em
• Faltas frequentes, pouca participação das atividades escolares, não en- caso de suspeita
gajamento dos pais. • Sensibilize a família para a necessidade de encaminhar a criança que foi
abusada sexualmente ao apoio apropriado.
de abuso sexual?
• Tendência ao isolamento social, dificuldade para criar vínculos de con-
fiança, evita contato físico.
• As famílias incestuosas tendem a se relacionar pouco com outras pes- Para saber mais sobre o assunto:
soas. Em geral, são pais autoritários e mães submissas.
www.mpdft.mp.br/portal/pdf/unidades/promotorias/
• É frequente o autor da agressão ter sofrido abuso na infância. pdij/Publicacoes/Guia_Escolar.pdf
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• O aluno parecerá tenso. Quando o aluno está ansioso fica absorvido por
Identificando um
Ansiedade •
suas sensações físicas e desconcentrado da atividade por estar apreensivo.
Ansiedade pode ser entendida como um estado emocional desconfortável in- • A reação de ansiedade geralmente é circunstancial, podendo aparecer na
dicativo de intensa sensação de apreensão que vem acompanhado de muita apresentação de um trabalho oral ou na efetuação de uma prova.
tensão, irritação e angústia, como se algo ruim fosse acontecer. É normal nos
sentirmos ansiosos diante de situações que nos são novas ou diante de um • É comum seu desempenho decair quando ele está ansioso e seu rendi-
problema que temos para resolver. As reações de ansiedade também são bem mento ficar aquém do esperado.
comuns na idade escolar. São muitas as expectativas que envolvem um estu-
dante: ser um bom aluno; cumprir com suas obrigações; aprender; obter bom • O aluno ansioso está inseguro e muito preocupado com seu desempe-
desempenho escolar; ser bem avaliado pelo professor. A reação de ansiedade nho. Há, portanto, um excesso de preocupação com sua perfomance.
mais conhecida em sala de aula é aquela que aparece na hora da prova. Em
situações de avaliação, é bem comum uma criança ter “dor de barriga”, “ficar
enjoada”, “suar nas mãos”, ter febre. Pois é, a ansiedade costuma vir acompa-
nhada de reações fisiológicas.
1. Estreite a relação com seu aluno
A ansiedade pode variar entre um comportamento leve que gera desconforto Algumas
pontual, mas, dependendo de cada um, pode tomar proporções maiores (veja • Tenha o cuidado de reconhecer o aluno em suas capacidades. dicas práticas
quadro anexo). Algumas pessoas podem entrar em um estado de ansiedade
tão intensa que sentem medo! Sim, medo é uma reação de ansiedade. Você • Valorize quando ele demonstra dedicação, iniciativa e interesse em
já reparou que quando sentimos medo é como se algo de ruim fosse aconte- aprender, mesmo que seja mínimo.
cer? Como se fossemos cada vez menos capazes de evitar esse acontecimento
que nos aflige. A fobia é outra forma ainda mais intensa de ansiedade, maior que • Elogie sempre que se dedicar, mesmo que seja por algo simples.
o medo. A fobia se manifesta de forma incompatível ou desproporcional com as
possibilidades de perigo real. Ainda temos o pânico como mais uma forma de • Fale com calma e ternura.
comportamento ansioso e grave que ocorre como uma crise de ansiedade inten-
sa e de forma repentina. Em crises de pânico a criança sente que está perdendo • Encoraje-o a participar e executar tarefas da maneira que puder.
o controle da situação e fica sem referências.
• Procure conversar em particular (sem expô-lo aos demais alunos) e dizer
Na situação escolar, o professor poderá se deparar com diversas situações que quando se sentir ansioso pode contar com você, professor. Diga que
de ansiedade e há uma série de possibilidades de ele auxiliar seu aluno, como você sabe como é difícil estar ansioso, que isso é normal e que todos se
iremos ver a seguir. sentem desse modo em algum momento da vida.
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2. Auxilie na concentração
Ao longo do desenvolvimento, as crianças sentem
• Certifique-se de que aluno compreendeu as instruções antes de realizar
a tarefa que o deixa ansioso.
a necessidade de ter uma rotina bem estruturada
e necessitam se sentir no controle. Nessa fase, é
• Aproxime-se algumas vezes e se coloque disponível para tirar dúvidas e
dar esclarecimentos.
comum apresentarem rituais e manias. Você já
deve ter visto crianças que ordenam seus objetos,
• Deixe que vá tomar uma água e relaxe um pouco antes de retomar a
tarefa que gera tensão.
guardam pertences em caixinhas, apegam-se a
coisas mínimas como papeizinhos ou embalagens.
• Permita que faça pausas para descansar.
No decorrer da vida, também algumas crianças mais
• Organize provas e tarefas de maneira concisa e desmembrada para faci- velhas e adolescentes podem ter alguns pensamentos
litar o nível de atenção.
supersticiosos, mas em geral de forma pontual ou
• Não o deixe distante de sua mesa, para que ele se sinta cuidado. que não trazem prejuízo a sua vida. Já a presença
de pensamentos repetitivos, com conteúdo que os
incomode, que os deixe aflitos e atrapalhe o fluxo do
raciocínio, do pensamento e da concentração, deve
3. Ajude-o a se planejar ser avaliada com mais atenção por especialistas.
• O aluno deve se sentir capaz. É importante que o aluno ganhe confiança
de que é capaz de se organizar e cumprir suas tarefas e de que o profes-
sor ou um auxiliar de classe podem acompanhá-lo, com alguma frequên-
cia ao longo da semana, colaborando nas formas de se organizar.
• São crianças. Crianças (até por volta dos 12 anos, às vezes mais ou me-
nos) precisam de ajuda para se programar. Por isso, é importante que o
professor possa dar orientações e prazos para que elas estudem o sufi-
ciente antes do dia da prova.
46 47
• Seja flexível se, ao estar ansioso, o aluno precisar de maior tempo para
Evite o aluno sob realizar uma prova ou uma atividade. Somatização
pressão de tempo • Explique que o tempo é necessário para seu controle e para se manter a
Muitas crianças e adolescentes, quando não
rotina da turma, mas, se isso o atrapalha em seu rendimento, vocês podem estão bem emocionalmente, manifestam
combinar uma maneira que seja boa para ambos.
seu mal-estar com dores pelo corpo. As
crianças menores, com menos recursos de
• Defina parceiros (em dupla, trio ou grupo) com os quais a criança ansiosa
linguagem para se expressar, manifestam
Promova interação se identifique. muitas vezes desconforto afetivo por meio de
com colegas • A atividade cooperativa ameniza a tensão característica do desempenho
queixas como: dores físicas, estados febris,
individual. constipação intestinal, reações alérgicas que não
• As brincadeiras em grupo e os jogos podem funcionar como aquecimen-
correspondem a problemas médicos orgânicos.
to antes de tarefas que despertem tensão (provas, apresentações etc.) É comum crianças se queixarem de dor de
• O aluno ansioso e um colega mais íntimo podem ser convidados a auxiliar
barriga e dor de cabeça que não têm justificativa
o professor com papelada, organização de sala, recados etc. depois do exame de um pediatra. Essa questão
pode ocorrer de forma pontual na vida de uma
criança ou de forma persistente, o que indica que
• Divida com os pais da criança ansiosa suas preocupações em relação a ela.
Compartilhe com ela está passando por algum sofrimento.
pais e professores • Compartilhe suas impressões com outros professores que também a
acompanham.
48 49
• Prefere estar sozinho e com o mínimo de contato e interação.
Comportamentos
Retraimento • Apresenta ansiedade e preocupação intensa com a opinião do outro.
comuns em um
• Apresenta preocupação intensa com o seu desempenho, mas fica parali- aluno retraído
sado para pedir ajuda e tirar dúvidas.
Algumas crianças e adolescentes podem se comportar de maneira retraí- • Se sente muito desconfortável na presença de outras pessoas.
da em sala de aula, não são exatamente crianças apenas tímidas ou crian-
ças que apresentam restrição social como o espectro autista (veja quadro • É de poucos amigos.
anexo); porém, são aquelas que, por alguma tensão emocional, isolam-se.
São crianças que se relacionam muito pouco com colegas dentro e fora • Sente-se incapaz de relaxar: algumas crianças sentem-se tensas o tempo
da sala de aula, procuram evitar situações sociais (isolam-se na hora do todo e têm muita dificuldade em parar de se preocupar com os fatos do
pátio, por exemplo). Contudo, é comum, na situação escolar, que a criança cotidiano.
retraída não seja percebida como tendo alguma dificuldade. Muitas vezes,
entre os professores, a criança retraída pode ser valorizada e considerada • Faz tarefas e brinca sozinho.
como um bom aluno, quando comparada com o aluno irrequieto ou agres-
sivo que interfere negativamente na rotina da aula ou da escola. • Permanece sozinho e distante na hora do pátio.
O comportamento de retraimento será comum em crianças tímidas, muito • Não fala espontaneamente, fala baixo, usa monossílabo para responder
ansiosas ou em crianças que estão sentindo tristeza. A grande preocupação perguntas.
está no fato de a criança não ser percebida e de que o comportamento res-
tringe suas possibilidades de aprendizagem e de desenvolvimento social. • Evita proximidade com pessoas novas.
A timidez varia de um desconforto controlável • Tem dificuldade de decidir e escolher, mostrando-se dependente.
em situações sociais e, em casos extremos, pode • Sob pressão, sente-se muito acuado, pode ter reações fisiológicas como
chegar a um medo irracional que traz prejuízo dor de barriga, dor de cabeça, vontade de vomitar.
Aliás, você sabe o que é personalidade? • Espera passar pelo período da aula sem ser notado pelo professor.
50 51
1. Sentar perto da mesa do professor • Pergunte se pode auxiliá-lo em alguma preocupação que tenha.
Algumas • Ao estar perto do professor o aluno pode se sentir acolhido e percebido. • Diga que pode tentar ajudá-lo a compreender alguma sensação ruim que
dicas práticas ele possa sentir em sala de aula ou na escola, e que ele pode se sentir
• Poderá se sentir fora do foco dos colegas. melhor dividindo seu problema com alguém em que confie.
• A presença próxima do professor auxilia o aluno a manter o nível de con- • Aproxime-se da família. Procure os adultos que são responsáveis pelo
centração na tarefa de modo mais eficiente. aluno e divida suas impressões, sem julgamentos, apenas para auxiliar.
• A proximidade abre o canal de comunicação e propicia melhora no víncu- • Não comente sobre ele em sua presença, nem para seus colegas ou pes-
lo com o professor. Seja empático. soas que possam expor seus comentários a ele, mesmo que sejam preo-
cupações genuínas e bem intencionadas. Fale sempre com ele e para ele.
• Evite expressar grandes expectativas quanto a ele para que não se sinta
mais pressionado. É importante que o aluno se aproxime do professor, e
2. Estreite seu vínculo com o aluno não se afaste.
• Tente entender por que ele se sente retraído ou por que se isola.
• Procure conversar com seu aluno em particular, sem que ele se sinta exposto.
3. Mantenha-se interessado pelo aluno
• Diga que você, como professor, está disponível para auxiliá-lo no que for
preciso para ele se sentir à vontade na sala e poder acompanhar o anda- • Valorize seu desempenho. Elogie o aluno.
mento da aula.
• Peça o auxílio dele para elaborar alguma atividade, sempre atento para
não deixá-lo exposto.
• Descubra seus interesses e talentos e explore. Crie projetos nos quais ele
possa se envolver.
• Proponha tarefas breves e não muito complexas para que ele perceba
seu rendimento e se fortaleça. Aos poucos, você pode aumentar a difi-
culdade das atividades conforme ele responder e reagir positivamente.
52 53
• Não espere que o aluno retraído passe a ter muitos amigos. Sempre aos
Desânimo e desmotivação
poucos, se ele fizer um ou dois será uma grande conquista.
• Se a interação com colegas for muito sofrida, não insista e não force
situações.
6. Aproxime-se da família
• Procure os pais e responsáveis para contar suas impressões.
• Ouça as noticias que eles lhe trazem sobre essa criança em casa.
• Nas situações em que não seja identificada gravidade que precise de au-
xílio especializado, além do apoio da escola e da família, estimule os pais
a valorizar o filho e auxiliá-lo a superar dificuldades.
54 55
• O aluno tem dificuldade para se engajar e se dedicar às atividades. 1. Na sala de aula
Aspectos que Algumas
geralmente • O aluno pode mostrar-se retraído ou isolar-se (como aprendemos no
item anterior).
• Coloque o aluno sentado em sua frente ou o mais perto possível de sua
mesa. Desse modo, você pode auxiliá-lo para que mantenha o foco na dicas práticas
acompanham a atividade.
e desmotivada memorizar novas informações. centre um pouco melhor. Nesse caso, você pode mantê-lo sentado perto
da porta para que possa sair (com sua permissão) e sem chamar muita
• O rendimento escolar decai diante da condição de desânimo. atenção dos demais alunos.
• O aluno desmotivado apresenta pensamentos pessimistas. • Defina com ele os objetivos que ele tem em aula a cada dia.
• É comum a perda de interesse por atividades que antes lhe agradavam e • Dê retorno frequente sobre o progresso do aluno.
entusiasmavam.
• Ajude-o a criar estratégias para resolver ou encaminhar tarefas.
• Pode se mostrar irritadiço.
• Ajude-o na organização e no planejamento do seu dia.
• A criança pode parecer sonolenta e desvitalizada.
• Promova oportunidades para interações positivas com seus pares, como
• Pode haver diminuição do apetite. trabalhar em um grupo pequeno.
• Mantenha contato constante com os pais (agenda, telefone, pessoal- • Modifique atividades de classe e lição de casa com intuito de acomodar os
mente) para irem dividindo as dificuldades e os avanços. níveis de humor e energia que o aluno apresenta (por exemplo, dar mais
tempo, dar tarefas mais curtas).
• Se suspeitar de que a criança precisa de uma avaliação de um especia-
lista, peça aos pais que a levem ao pediatra. • Forneça cópias de anotações realizadas em classe e folhas de orienta-
ção de estudo antes de provas para ajudar o aluno a se focar e ter um
guia de estudo.
Tristeza pode ser um sentimento ou um estado de • Selecione uma tarefa de cada vez para ele realizar.
ânimo. É comum a todos nós e pode variar em sua • Escreva instruções de forma completa na lousa.
intensidade e duração. Uma criança ou adolescente
• Se esse mesmo aluno estiver com problemas de sono de manhã (por es-
podem sentir tristeza de forma transitória, contudo, se tar usando alguma medicação ou por estar com insônia), permita que ele
esse sentimento persiste e se intensifica, pode trazer chegue mais tarde à escola, reduzindo o período de tempo da criança na
escola ou colocando os assuntos mais complexos em momentos em que a
prejuízos à criança. Nessas situações, é importante que criança esteja mais alerta.
a criança seja observada de perto para se checar a
• Modifique o estilo de suas provas. Pense em um modelo de prova no
necessidade do auxílio de especialistas. qual ele se concentre. Por exemplo, provas de múltipla escolha costu-
mam auxiliar na manutenção da atenção e no auxílio à evocação das
informações na memória.
56 57
• Aumente o tempo de duração das provas para que ele possa terminá-la.
• Permita que ele faça uma pausa durante a prova, se isso puder auxiliá-lo. Comportamento
• Marque as provas para o período do dia em que o aluno esteja mais alerta.
autodestrutivo e suicídio
• É importante que o aluno possa sentir que consegue aprender, por isso
esses esforços são fundamentais.
• Dê exemplos para os pais de suas impressões para que eles se familiari- O suicídio ocorre mais frequentemente em jovens
zem com o que você está falando e até reconheçam situações parecidas
em casa que podem estar passando despercebidas.
com algum transtorno mental, baixa autoestima,
problemas de relacionamento com os pais
• Pergunta sobre o ritmo do sono e alimentação nos últimos tempos.
ou com os colegas, problemas com parceiro,
• Se o desânimo não esteve sempre presente em todo período desde que exposição prévia a comportamento suicida
esse aluno está na sua escola, rememore com a família situações em que
ele esteve motivado para reconhecerem a mudança de atitude atual.
(isto quer dizer ter apresentado comportamento
suicida anteriormente ou ter pessoas próximas
• Sensibilize os pais que o auxilie para se concentrar na lição de casa. Diga
que a criança pode fazer interrupções de alguns minutos ao longo da
com esse tipo de comportamento) e também
realização da lição de casa para descansar um pouco e manter atenção. por apresentar dificuldades acadêmicas
• Compartilhe com os pais a conduta que você está tendo em aula para
(Madge; Hawton et al., 2011).
que o aluno tente se engajar.
está diretamente relacionada ao nível de • Tentativa de suicídio é o ato de autoagressão que não levou à morte,
atenção e concentração. mas cuja intenção era terminar com a própria vida.
58 59
• Planejamento suicida corresponde aos pensamentos com estratégias A escola e o professor, ao acolherem o aluno com risco de autoagressão, pos-
para realizar o ato suicida e até a compra de instrumentos para a rea- sibilitam que ele se sinta pertencente à comunidade escolar como uma pes- O aluno com risco de
lização do ato. soa que é querida e não apenas como aluno. A sensação de pertencimento e
de apoio é um fator importante para o bom desempenho acadêmico e para a
suicídio e a escola
Consideramos trazer esse tema tão complexo neste Módulo uma vez que presença de comportamentos saudáveis.
o suicídio é uma das principais causas de morte em jovens no mundo.
De forma prática, o professor pode conseguir identificar os alunos que pos-
sam estar em risco de suicídio, intervir para ajudá-los, estar preparado a in-
tervir diante de uma morte por suicídio e considerar se envolver em progra-
Taxas de O Brasil está entre os dez países no mundo que registram os maiores nú-
meros absolutos de suicídio segundo dados de 2000 da Organização Mun-
mas de prevenção ao suicídio na escola.
suicídio no Brasil dial de Saúde (Botega et al., 2005; WHO, 2003-neury). Por isso, é bem importante estar atento aos problemas que seus alunos pos-
sam estar enfrentando e conhecer os fatores que aumentam o risco de um
Estudos indicaram que as taxas de suicídio, em nosso país, de 1980 a 2000 jovem cometer suicídio.
foram de três a quatro casos por cem mil habitantes (Mello-Santos et al.,
2005). Entre 2005 e 2007, essa taxa foi de 5,1 casos por cem mil habitan-
tes, tendo a região Sul do país coeficiente de 9,9 e a Sudeste de 7,4 (Bote-
ga et al., 2009; Lovisi et al., 2009). • O jovem já ter apresentado tentativas anteriores de suicídio.
Fatores de risco
O suicídio entre jovens também tem crescido. Dados (Souza et al., 2002;
• Usar drogas.
para suicídio
Waiselfisz, 2012) revelam que tem havido aumento de 35,3% na taxa de • Apresenta algum problema emocional grave, como depressão.
mortalidade por suicídio entre jovens de 15 a 24 anos. • Ter acesso a objetos que possam causa dano físico, produtos quími-
cos, medicamentos, veneno.
60 61
• Falar sobre ser um peso para os outros. • Independente de o jovem estar sendo assistido por um profissional de
Comportamentos • Aumento do uso de álcool ou outras drogas.
saúde mental ou não, o professor deve continuar ligado ao aluno e aten-
to a como ele está. Também é importante se manter em contato com o
indicativos de profissional ou serviço de saúde mental de referência da escola.
risco grave • Agir de forma mais ansiosa ou agitada.
62 63
O que fazer quando o
professor recebe um relatório
com um diagnóstico?
Mas o que fazer quando você recebe um relatório médico com a indica-
ção de alguma patologia? Como saber quais os principais comportamen-
tos possíveis em cada quadro? Para tentar ajudar um pouco, montamos
a tabela a seguir que fará a correlação entre o diagnóstico e as principais
possibilidades de manifestação de comportamentos. Esperamos que auxi-
lie no caminho inverso.
64 65
TRANSTORNO TRANSTORNO DE TRANSTORNO DE
COMPORTAMENTO ESPECTRO AUTISTA PSICOSE TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE APRENDIZAGEM DÉFICIT DE ATENÇÃO TRANSTORNO DEPRESSIVO OPOSIÇÃO E CONDUTA
ABUSO SEXUAL Risco baixo. Recusa e evita contato Risco presente por comporta- Risco relacionado à dificuldade Risco relacionado à necessidade Menor percepção de risco. Risco relacionado à passivida- Risco relacionado à atração pela
físico. mento impulsivo e percepção em se impor e pela necessidade de aprovação. Impulsivo, tende em aceitar de e apatia. transgressão.
distorcida da realidade. de aceitação. convites ou situações sociais
sedutoras.
ANSIEDADE Intensa em situações novas ou difí- Presente na vigência de crise Intensa. Pode haver situações de Intensa diante das situações Por agitação e dificuldade para Presente diante da sensação Presente pela situação de con-
ceis. Manifesta-se por movimentos e por perda de contato com fobia ou pânico, pois dependendo escolares que remetem a ter e manter bom desempenho de impotência e vulnerabili- fronto que gera prejuízos sociais e
repetitivos e estereotipias motoras a realidade, o que torna as do grau de ansiedade há muita dificuldade especifica de acadêmico. dade que as situações podem acadêmicos.
(girar em torno do próprio corpo, vivências muito frágeis. insegurança e medo. aprendizagem. trazer.
balançar, pular). Fala repetitiva.
AUTODESTRUTIVO Não está presente. Pode haver Presença de risco em situações Associação presente em função Risco presente se o grau de Maior risco por impulsividade Alto risco em função da Risco associado à postura
autolesão física associada a movi- de crise e perda de contato da vivência atual de vida e de sofrimento diante da dificuldade e diante de prejuízos de precária motivação diante oposicionista extrema diante do
E SUICÍDIO
mentos repetitivos por ansiedade. com realidade. elevado grau de ansiedade. acadêmica for insuportável e adaptação social. da vida. sentido da própria existência.
sentido como insuperável.
DESÂNIMO Dificuldade para engajar-se e ser Pelo desgaste emocional Alto grau de ansiedade que gera Presente se a dificuldade escolar Por sentir-se incapaz de Desvitalização e falta de âni- Associado à ausência de engaja-
E DESMOTIVAÇÃO criativo. Pode aparentar desmoti- intenso que a vivência psicótica sensação de paralizia diante do estiver agravada e associada a interagir socialmente mo são aspectos diretamente mento para participar de situa-
vação e desânimo. propicia. medo e sensação de impotência. sensação de fracasso. e academicamente. associados à depressão. ções sociais de modo adequado.
FALTA DE ATENÇÃO Perda de atenção global. Dificulda- Presente pelo nível precário de Presente pela dificuldade em A preocupação excessiva com o Não consegue manter foco, Perda de concentração por Perda de concentração por estar
de para ater-se a estímulos sonoros interação com o ambiente. não deixar de focar na situação desempenho pode interferir na exceto em situações de muito estar com pensamento volta- focado em confrontar e se opor
sem recurso visual. Hiperfocados geradora de ansiedade. possibilidade de prestar aten- estímulo (videogame) ou de do para preocupações. aos padrões.
em estímulos específicos. ção no que seria importante. muito interesse afetivo.
HABILIDADES SOCIAIS Dificuldade para estabelecer Prejudicada na vigência de Podem apegar-se demais às Socialmente habilidosos, mas Socialmente habilidoso, Evitam convívio social. Pouco habilidosos para manter-se
empatia e para compreender sintomas psicóticos. pessoas que oferecem atenção e podem mostrar-se inseguros exceto quando são impulsivos Vitimam-se e sentem-se em grupos, mas persuasivos para
linguagem não verbal. sobrecarregá-las. Serem inábeis demais no contexto escolar. e cometem gafes por não injustiçados. atraírem ou influenciarem outras
com as pessoas por quererem perceber contexto. crianças à transgressão.
agradar e garantir vínculo.
IMPULSIVIDADE Impulsivos em situações novas Intensa. A vivência psicótica Presente. Impulsividade e Pode estar presente diante Agem antes de pensar. Presente pela pouca Muito presente.
em que não sabem como se propicia reações impulsivas ansiedade caminham juntas. de sentimento de raiva por tolerância à frustração. A impulsividade caminha ao lado
comportar ou em que estão com diante de percepção distorcida. A ação ocorre sem planejamento fracasso. E também pela Pela falta de projeto. da atitude transgressora que não
medo, e na vigência de ansiedade. sendo movida pelo desespero. urgência sentida para agir e se importa com a consequência.
Pode parecer que estão agressivos acertar.
quando agem impulsivamente.
INTIMIDAÇÃO Podem ser alvo de deboche por Alvo de deboche na vigência de Podem estar envolvidos Presente pela exposição Podem estar envolvidos Podem estar envolvidos Envolvidos como
E HUMILHAÇÃO serem pouco habilidosos socialmen- crise e de sintomas crônicos. como agressor e vítima por que possa existir em relação nas situações como agressor como vítima. agressor e vítima.
te. Por outro lado, podem se referir não avaliarem adequadamente à dificuldade escolar. e vítima.
a alguém de modo inadequado. situações sociais diante de muita Como vítima e agressor.
ansiedade e necessidade
de aprovação.
IRRITABILIDADE Em situações de medo, frustração Diante de medo, frustração Alta frequência. Alto grau de Ao se sentirem menospreza- Ao se sentirem excluídos por Muito presente na vivência Muito presente
E AGRESSIVIDADE ou dificuldade, podem agir de ou dificuldade, podem agir de ansiedade gera irritação e a dos, fracassados e impotentes. serem impulsivos. depressiva. em diversas situações.
modo irritado ou agressivo. modo irritado ou agressivo. agressividade surge como forma
de proteção e defesa, porém, é
ineficaz.
OPOSIÇÃO Pela falta de compreensão do Pela falta de percepção do Apenas se estiver associada Associada à irritabilidade Não apreendem a necessidade, Se presente, pode estar Característica principal.
E DESRESPEITO sentido de uma regra podem se sentido de uma regra podem à irritabilidade por medo ou por fracasso. Também por não conseguem se conter para associado à sensação
recusar a respeitá-la. Não há recusar respeitá-la. insegurança e sensação de dificuldade de compreensão. respeitar. Identificados como de injustiça.
ÀS REGRAS
interesse em confrontar. necessidade de autodefesa. quem nunca respeita.
Desestimulados.
RETRAIMENTO São retraídos de maneira intensa. A vivência psicótica conduz a Presente nas condições Por vergonha e insegurança. Pela presença de vergonha e Presente de modo intenso. Retraídos por oposição a
retração social. de fobia e pânico. insegurança. participar de grupos ou manter
vínculos saudáveis.
66 67
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“Pois minha imaginação não tem estrada.
E eu não gosto mesmo da estrada.
Manoel de Barros
(1916 -)
Esta apostila foi elaborada pela equipe multidisciplinar do Comitê
de Educação do iABCD para servir de apoio ao curso de formação
de professores do Programa Todos Aprendem. As informações aqui
contidas podem ser revistas em um vídeo animado e em um ques-
tionário de múltipla escolha que deve ser acessado e respondido
online no site iabcd.qmagico.com.br.
Autoras
Daniela Ceron-Litvoc
Elisa Kijner Gutt
Patricia Ribeiro Zukauskas
Comitê de Educação
Adriana Pizzo Nascimento Gabanini
Alfredo Rheingantz
Carolina Nikaedo
Carolina Toledo Piza
Roselaine Pontes de Almeida
Tacianny Lorena Freitas do Vale
Coordenação Técnica
Carolina Toledo Piza
Monica Andrade Weinstein
Equipe Administrativa
Beatriz Garofalo
Irene Negreiros
Kelvin Gunji Araki
Monica Andrade Weinstein
Supervisão
Monica Andrade Weinstein