Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
INTRODUÇÃO
No entanto, muitos defensores dessa alimentação sustentam que tais dietas podem
ser saudáveis e nutricionalmente adequadas desde que orientadas por
nutricionistas e nutrólogos. Nesse sentido, os pediatras podem ser consultados
para orientar a alimentação não habitual de crianças e adolescentes, necessitando
de atualização em conhecimentos básicos de nutrição que envolvam a utilização
dessas dietas.
DIETAS ALTERNATIVAS
2. Vegetarianismo Parcial:
VEGETARIANISMO NA CRIANÇA
Quanto mais jovem a criança, maiores suas necessidades de nutrientes para cobrir
funções fisiológicas e manter o crescimento. Desta forma, como os alimentos
vegetais são pouco calóricos e de menor digestibilidade, e tendo em vista a
reduzida capacidade gástrica da criança, cria-se uma dificuldade para fornecer
quantidades de energia adequadas somente através da ingestão oral diária.
Pais vegetarianos costumam colocar precocemente seus filhos neste tipo de dieta
e, quanto maior a restrição, maior a possibilidade de ocorrência de distúrbios
nutricionais. Essas crianças costumam ser amamentadas ao seio, período em que
geralmente se apresentam bem do ponto de vista nutricional (embora a mãe
vegetariana pura, de longa data, possa acarretar riscos para o filho lactente [1]).
Após o desmame, no entanto, a introdução de alimentos de baixa densidade
calórica pode acarretar problemas nutricionais.
- Deficiência de vitamina B12 é rara, mas deve ser lembrada quando a criança
tem estoques prévios reduzidos e está em dieta vegetariana por anos.
VEGETARIANISMO ATÍPICO
O aleitamento materno nas mães que adotam a dieta Zen Macrobiótica não é
prolongado. Lactentes com menos de seis meses de idade são desmamados
precocemente, sendo o leite materno substituído por “leites de soja e de outros
grãos” preparados em casa.
Os grãos são moídos e colocados de molho em água por muitas horas. A seguir,
utiliza-se o sobrenadante leitoso (parecido com leite), mas que tem um valor
nutritivo muito pobre. Em conseqüência, são relatados casos de graves deficiências
nutricionais, como marasmo, kwashiorkor, hipoproteinemias, hiponatremias,
anemias megaloblásticas e raquitismo.
- Para escolares, embora este tipo de lanche cubra 90% da necessidade diária de
proteína recomendada pelo RDA , fornece apenas 40% da necessidade
energética.
Não deve ser considerada uma dieta como tal. Constitui-se de alimentos que
normalmente são utilizados como “aperitivos”, como por exemplo: salgadinhos,
batatas fritas, biscoitos salgados e doces, amendoim, tira-gostos, etc. É quase
impossível manter o indivíduo em boas condições de saúde comendo
exclusivamente estas guloseimas. Somente através da ingestão de uma grande
variedade e quantidade destes alimentos é que o indivíduo consegue, por curtos
períodos, manter-se bem nutrido.
ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA OU MULTIMISTURA
Deve-se
esclarecer que a multimistura não é uma dieta alternativa mas, tão
somente, uma mistura de subprodutos de alimentos não convencionais e regionais,
que deverá ser acrescida à alimentação usual.
Os farelos são obtidos pela moagem dos grãos integrais de cereais. Assim, são
ricos em fibras, proteínas (10% a mais), minerais (30 a 50% a mais) e
oligoelementos, vitaminas do complexo B (40 a 70% a mais), etc. No entanto, como
o farelo é considerado resíduo e utilizado para ração animal, seu armazenamento é
precário, acarretando muita contaminação. As folhas secas de vegetais são
abundantes em fibras, minerais (cálcio, ferro, magnésio, zinco, etc.) e algumas
vitaminas. As sementes são boas fontes de proteínas, fibras, minerais,
gorduras (ácidos graxos insaturados), vitaminas, etc. A casca do
ovo contém minerais, proteínas, etc. Embora os pós dessas partes de alimentos
sejam boas fontes de nutrientes, o preparo da multimistura não evita a perda de
certa quantidade dos mesmos, como também não elimina os fitatos, glucídeos
cianogênicos e outros fatores antinutricionais. As fibras e fitatos interferem com a
absorção intestinal de ferro, zinco e vitaminas do complexo B no organismo. As
biodisponibilidades do cálcio, magnésio, ferro, zinco, etc. nessa mistura ainda não
foram estudadas.
As crianças que utilizam dietas alternativas devem ser acompanhadas pelo sistema
de saúde tradicional: consultas clássicas, esquema de imunização, prescrição de
medicamentos etc. Se houver distúrbios de crescimento, torna-se necessária a
intervenção.
O peso corporal deve ser tomado em todas as visitas, com precisão e do mesmo
modo, uma vez que os alimentos vegetais são pobres em energia e o consumo
calórico deficiente condiciona também baixa ingestão de micronutrientes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAGNNELIE, P.C. et al. Effects of microbiotic diets on linear growth in infants and
children until 10 years of age. Eur. J. Clin. Nutr., 48 (Suppl): 5103-112, 1994.
DWYER, J.T.; DIETZ JR., W.H.; SUSKIND, R.M. Nutritional status of vegetarian
children. Am. J. Clin. Nutr., 35 : 204-16, 1982.
HADDAD, E.H. Development of a vegetarian food guide. Am. J. Clin. Nutr., 59
(Suppl): 1248S - 54S, 1994.