Muitas vezes o melhor a fazer é não fazer nada – Cap 32.
Tempo de ação e tempo de Inércia
Na última semana, falamos sobre os diferentes ângulos de visão sobre
investimentos, muito propício o tema em ocasiões onde determinados ativos têm sua cotação em mínimas históricas e outros em suas máximas históricas, como por exemplo CIEL3 e ITUB4 respectivamente. Muitos investidores não entendem como a renda fixa é viável para alguns, ou como fundos imobiliários de fato são rentáveis para outros, ou como alguns investidores compram determinada ação e assim por diante. Você sabe porque isso acontece? Muitos de vocês devem ter pensado, porque as pessoas gostam de expressar suas opiniões, mas na verdade é só porque existe uma inclinação a justificar o próprio perfil de investidor no grupo. Ou seja, se eu sou investidor fundamentalista a tendência é afirmar que meu modo de investir é melhor, se eu sou grafista a tendência é dizer que a renda fixa não rende nada e assim por diante. Tudo para reafirmar a si próprio, que o investimento está certo, a tão comum dependência emocional da opinião do outro, do mercado ou dos gurus da moda. E isso é muito perigoso quando dinheiro está em jogo, imaginem a seguinte situação: O investidor compra um ativo, e o faz porque o grupo acredita naquela ação, o emocional do investidor está em êxtase, afinal existe a concordância do grupo e isso o deixa mais seguro. Então o resultado da operação não é o esperado, a cotação do ativo começa a cair, logo o grupo se divide, e então teremos:
Os que vendem no prejuízo imediatamente, pois a operação era curta e acionou o
stop. Os que compram mais, afinal a cotação caiu, mas não observam se a queda possui algum fundamento, e não enxergam que pode ser apenas o começo, exemplo de BRFS3, UGPA3, CIEL3, ETER3, SLED3, HGTX3, eu poderia citar inúmeras que tiveram esse comportamento nos últimos anos. E então pegam a famosa “faca
www.dicadehoje7.com Https://areademembros.dicadehoje7.com 1 caindo”, entram no topo e descem fazendo PM, obviamente alguns negócios são resilientes e se recuperam, no entanto, durante esse tempo seu dinheiro não rende nada, não tem dividendos e sua carteira fica cada vez mais negativa. E quando o investidor é muito “emocional”, não consegue enxergar os dados, apenas se vê no grupo como um jogador da defesa, refutando tudo o que houve, para defender que seu ponto de vista está correto, acreditando que isso ajudará a cotação do ativo a reagir, porém quando ele percebe que não consegue, mesmo sem analisar a resiliência e possibilidade de reversão dos resultados do negócio, ele realiza o prejuízo, após esgotar todas as tentativas de defesa, torcida, ataque etc. Ele então sai do ativo e da renda variável, justificando que: a renda variável é “insana” e que a volatilidade é “jogo”, ao melhor estilo - Muito Prazer! Eu sou o Senhor Mercado. Os que compram mais porque estudaram a empresa e observaram que apesar da queda a empresa mantém os fundamentos, logo a queda na cotação aumenta a margem de segurança e diminui o preço ajustado da carteira, exemplo de: BBAS3 abaixo de R$20,00, Itausa a R$8,00, SLCE abaixo de R$ 20,00, RADL abaixo de R$ 30,00 e assim por diante. Esses investidores entenderam a necessidade de investigar os motivos que levam as quedas constantes de um ativo, escrevi sobre isso - Carteira Negativa, estou perdendo dinheiro? E então vocês devem estar perguntando, qual a relação do título desse e-mail com o que está escrito nele? Simples, porque em algumas situações o investidor é exposto a uma enxurrada de informações desencontradas, midiáticas, demasiadamente catastróficas e por vezes demasiadamente entusiastas, e fica perdido. Então reagir por impulso não é uma opção viável, reagir emocionalmente não é indicado, isso porque a probabilidade de insucesso quando tomamos uma decisão sem segurança é altíssima, a tentação de resolver para eliminar o problema imediatamente não funciona com renda variável, não sem antes uma análise das vantagens e desvantagens da operação. Então em momentos críticos, onde a opinião alheia se auto intitula a “única viável”, onde Sr. mercado está muito alterado por circunstâncias pontuais e cíclicas, pare e pense, se for preciso não faça nada enquanto o pânico se instala, use a inércia a seu favor. O pânico não é um bom parceiro de negócios, então analise e pense se é tempo de ação ou tempo de inércia. Informação é dinheiro. Até a próxima semana. Patrícia Rossari