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Alison sempre foi feminina; ela nunca, como tantas garotas inglesas, traiu seu
sexo. Ela não era bonita, ela muitas vezes nem estava bem. Mas ela tinha uma
elegante forma silhueta delgada de menino, ela tinha um contemporâneo senso
de vestir, ela tinha um jeito consciente de andar, e seu somatório era
extraordinariamente maior que as partes dela. Eu sentava no carro e a observava
andando pela rua em minha direção, parando, atravessando a rua; e ela parecia
maravilhosa. Mas quando ela estava próxima, perto de mim, muitas vezes,
parecia haver algo um tanto raso, algo de criança mimada, na aparência dela.
Lá estava a verdadeira Alison, quando a máscara caia. Ela não tinha sido
tipicamente ela mesma, naquelas primeiras doze horas; mas ainda sempre um
pouco imprevisível, ambígua. Nunca se sabe quando a persona mais sofisticada
e machucada reaparecia. Ela se entregaria violentamente; então bocejaria no
momento mais inconveniente. Ela passava o dia inteiro limpando o apartamento,
cozinhando, passando, então passava as próximas três ou quatro horas de forma
boemia no chão em frente à lareira, lendo O Rei Lear, revistas femininas,
histórias de detetives, Hemingway – não todas ao mesmo tempo, mas pedaços
de todas na mesma tarde. Ela gostava de fazer coisas, e só então encontrava
uma razão para fazê-las.