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DESNUTRIÇÃO EM QUEIMADOS

Bianka Freire da Silva1


Isabel Alves Dantas2
Jéssica Ellen Almeida3
Monica Almeida Soares4
Patricia Eduarda Vasconcelos da Silva5
Renato da Silva Barbosa6
Rosângela da Silva Santana7
Roselene Rodrigues da Silva8

Resumo: As queimaduras são lesões parciais ou totais da pele, podem ser classificadas quanto à etiologia em
térmicas, elétricas, químicas e por radiação, podendo resultar em graves alterações fisiológicas, metabólicas,
hormonais e imunológicas. As anormalidades encontradas em queimados são consequência da combinação da
liberação de mediadores inflamatórios e da resposta ao estresse. A compreensão dos mecanismos envolvidos na
produção excessiva de radicais livres em indivíduos que sofreram queimaduras é de extrema importância para a
terapêutica adequada. A pesquisa foi feita afim de investigar a terapia nutricional mais adequada à queimados,
além de verificar quais os nutrientes estão envolvidos na viabilização do processo de cicatrização, e sobre
nutrientes ausentes na desnutrição. As substâncias saudáveis e adequadas à pacientes queimados graves e
desnutridos. Alterações no organismo decorrentes à desnutrição e às queimaduras. Foi pesquisado através de
artigos que abordassem assuntos pertinentes à pesquisa. Considerando que a alimentação e a nutrição constituem
requisitos básicos para a promoção, proteção e recuperação da saúde.

Palavras-chave: Desnutrição. Queimados. Suporte nutricional. Nutrientes. Alimentação.

1. INTRODUÇÃO: Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos causadas por trauma de
origem térmica, exposição a chamas, frio extremo, substâncias químicas, radiações, atritos e
fricção, líquidos e superfícies quentes. (Santos ALB, et al Abordagem nutricional em um
paciente pediátrico gravemente queimado: relato de caso. Comun Ciência Saúde. 2009).
As queimaduras com álcool são prevalentes, pois é o único país onde este é usado
livremente na forma liquida, inclusive como produto de limpeza doméstica (GOMES, 2001).

1
Graduando em Nutrição pela Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo. 1° Período. Noturno. Email
biankafreire5@gmail.com
2
Graduando em Nutrição pela Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo. 1° Período. Noturno. Email
isabael.alvesdantas@gmail.com
3
Graduando em Nutrição pela Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo. 1° Período. Noturno. Email
almeidajessyka25@gmail.com
4
Graduando em Nutrição pela Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo. 1° Período. Noturno. Email
masmm33@hotmail.com
5
Graduando em Nutrição pela Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo. 1° Período. Noturno. Email
patriciavascolncelos2011@outlook.com
6
Graduando em Nutrição pela Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo. 1° Período. Noturno. Email
rehnato.nutri@gmail.com
7
Graduando em Nutrição pela Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo. 1° Período. Noturno. Email
rosangela.santana2007@gmail.com
8
Graduando em Nutrição pela Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo. 1° Período. Noturno. Email
roselenefernandes04@gmail.com
As queimaduras podem ser classificadas em térmicas, elétricas e por radiação e podem
ser influenciadas por alguns fatores envolvendo a duração e intensidade do calor, espessura da
pele exposta, vascularidade e idade do queimado. São classificadas de 1°, 2° e 3° grau:
Considerada de primeiro grau quando atinge a epiderme, que é a camada mais externa
da pele. Sem comprometimento hermodinâmico. Como, por exemplo, as queimaduras solares.
Já as queimaduras de segundo grau podem ser superficiais, quando envolve a derme
capilar, com leves cicatrizes dolorosas. Ou profundas, quando atinge a derme reticular. São
dolorosas, formam cicatrizes, e algumas vezes necessitam de enxertos de pele, evitando a
perda de funções dos locais atingido e melhorando a aparência estética.
A queimadura de terceiro grau são danos profundos, com alterações hermodinâmicas.
A aparência da pele pode variar de cor branca com textura de couro à cor negra e carbonizada.
As queimaduras são classificadas de acordo com o grau de destruição celular causada
na pele e tecidos subcutâneos. São usados também os termos: superficial, parcial e perda total
(MARCHESAN; FARINA JR, 2003).
A pele íntegra é a primeira e principal barreira contra a invasão bacteriana, mas em
pacientes queimados a pele está destruída e os tecidos desvitalizados, logo, a presença de
proteínas degradadas e a queda no suprimento de oxigênio proporcionam um excelente meio
de cultura para o desenvolvimento e proliferação de microorganismos patogênicos. Além
disso, a obstrução vascular por lesão térmica dos vasos dificulta a chegada de antibióticos e de
componentes celulares do sistema imunológico à área queimada. (Macedo JLS, Santos JB.
Complicações infecciosas em pacientes queimados. Revista Soc. Brasileira de Cirurgia
Plástica. 2006)
Qualquer substância que demonstre estimular as defesas antioxidantes ou diminuir a
produção de radicais livres constitui-se como importante objeto de estudo nas queimaduras.
(Barbosa E, et al Suplementação de antioxidantes: enfoque em queimados. 2007).
Segundo Stanley e Richard (2004) as queimaduras provocam grandes mudanças
metabólicas e catabólicas para o organismo ocasionando rápida diminuição do peso corporal e
das reservas energéticas, que são fundamentais para a cicatrização. Pacientes com
queimaduras apresentam níveis aumentados de catecolaminas, cortisol e glucagon, enquanto
os níveis de insulina estão normais ou elevados.
A pele integra reveste o corpo humano protegendo contra agressões externas como
fungos, bactérias e também fatores ambientais (VIDAL, 2006).
É formada por duas camadas sendo epiderme e derme (STANLEY; RICHARD, 2004).
A lesão provocada pela queimadura resulta em efeitos físicos nestas camadas. Podem
ocorrer algumas alterações fisiopatológicas energético-protéica para regularizar o
metabolismo. Para isso o organismo despõe de mecanismo para tentar resolver as alterações
dietéticas. O hipotálamo é reconhecido como um dos centros fundamentais para o controle da
fome e da saciedade. A amígdala contém centros importantes do sistema olfativo, que
controlam os atos mecânicos de comer. Lesões bilaterais da amígdala causam perda da
capacidade de controle do tipo e da qualidade de alimento ingerido.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente existem
300.000 mortes no mundo decorrentes de queimaduras. Estima-se que no Brasil ocorram em
torno 1.000.000 de acidentes com queimaduras por ano. As queimaduras estão entre os
traumas mais graves que pode atingir o ser humano, pois provoca uma resposta metabólica
intensa que repercute em quase todos os órgãos e sistemas. Apesar dos progressos alcançados
no tratamento das queimaduras ainda é grande a taxa de mortalidade e a incapacitação física.
A distorção da própria imagem e os danos estão relacionados à piora da qualidade de
vida dos pacientes. O tratamento destas sequelas é complexo, assim como a reabilitação física
e psíquica, e tem como objetivo a melhora estética e funcional, além da reintegração social
destes indivíduos, proporcionando melhora na sua qualidade de vida.

2. PRODECIMENTOS METODOLÓGICOS

Foram realizadas pesquisas bibliográficas de artigos científicos de língua portuguesa,


mediante busca eletrônica no acervo aberto da Revista Brasileira de Queimados, Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS), Biblioteca Científica Eletrônica Virtual (SciELO), revistas e livros.
A pesquisa ocorreu no mês de maio de 2017.
Foram selecionados artigos de maior relevância ao estudo, sendo utilizadas as seguintes
palavras-chave: Desnutrição, queimaduras, terapia nutricional, cicatrização e nutrientes. Ao
total, houve o levantamento de 15 artigos e 1 livro que apresentavam informações de acordo
com o tema abordado; porém, foram utilizados apenas 8 artigos científicos, os quais
apresentavam informações relevantes a esta revisão bibliográfica, sendo considerados como
critério de exclusão os estudos publicados há mais de 10 anos, estudos realizados com
animais, idosos, assim como os estudos referentes a desnutrição e queimaduras, leves e
moderadas com adultos grandes e crianças, em diversos lugares do país.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

História da Nutrição

Conforme as diretrizes do Guia Alimentar para a população brasileira, os principais


alimentos e nutrientes da desnutrição do século XX estão relacionados com alimentos ultra
processados, dentre eles podemos relacionar: Vários tipos de biscoitos, sorvetes, balas e
guloseimas em geral, cereais açucarados, bolos, barras de cereal, sopas, macarrão e temperos
'instantâneos', molhos, salgadinhos, refrigerantes, bebidas energéticas, produtos congelados,
salsichas, hambúrgueres, etc.
O consumo desses alimentos aumenta o risco de obesidade e desnutrição, pois
alimentos ultrapassados têm composição nutricional desbalanceada com excesso de calorias.
Ministério da Saúde (BRASIL, 2014, P. 43).
Para que o organismo exerça sua função normal, são necessários alimentos energéticos
que são responsáveis por gerar energia. Incluem os carboidratos complexos, como farinhas,
pães, tubérculos, massas, cereais, trigo, e devem ser consumidos no mínimo seis porções ao
dia. Os reguladores – legumes, frutas e verduras – fornecem vitaminas, minerais e fibras,
devendo ser consumidos de três a cinco porções ao dia.
Já os ricos em proteínas, como o leite e derivados, carnes, ovos e leguminosas, são
responsáveis pela construção dos novos tecidos, pelo crescimento e pela reparação do
desgaste natural dos tecidos.
Devem ser consumidos leite e derivados, porções de carne. Os energéticos extras, os
açúcares e doces, que devem ser consumidos com moderação. As gorduras, são necessárias
em uma quantidade mínima, pois realizam isolamento térmico e transporte de vitaminas, além
de apresentarem riscos para a formação de doenças metabólicas e o diabetes.
Diante dessa abordagem a dieta do paciente queimado não poderá ser baseada em
alimentos ultra processados porque não favorece à nutrição adequada para cicatrização dos
ferimentos. Podendo até mesmo agravar o quadro infeccioso. A maioria dos pacientes
recebem alimentação oral por ter uma necessidade maior da ingestão de vitaminas. Este tipo
de nutrição enteral ajuda a repor energias e calorias, e mantém a integridade do trato
digestivo.
O controle das principais deficiências nutricionais é uma forma de proteção e
recuperação da saúde dos pacientes queimados. As necessidades de vitaminas aumentam
nesses pacientes, mas as exigências exatas ainda não foram estabelecidas.
A vitamina C, por estar envolvida na função imunológica e sínteses de colágeno, é
necessária em doses maiores para acelerar a cura dos ferimentos.
Doses de 500 mg, duas vezes ao dia, fazem parte do protocolo de rotina em alguns
pacientes queimados (MAYES & GOTTSCHLICH).
A vitamina A, é importante para promover a epitelização e regular a função
imunológica.
A dosagem de 5.000 unidades de vitamina A por 1.000 calorias NE muitas vezes é
recomendada (MAYES & GOTTSCHLICH).
A grande importância do suporte nutricional após a lesão, incluem prevenção e
correção de deficiências de nutrientes, a provisão de calorias adequadas para satisfazer as
necessidades calóricas, restabelecer o equilíbrio hidroeletrólico para que haja diurese
adequada e homeostase normal. Cuidado cirúrgico adequado e controle de infecções.
É importante controlar a temperatura ambiente, controlar a dor e ansiedade do
paciente, cobrir ferimentos, oferecer ao paciente antiácidos e quantidades de calorias
adequadas, para evitar perca de massa corporal.
A insuficiente ingestão de energia, macronutrientes e micronutrientes específicos em
consequência da desnutrição traz prejuízos ao sistema imunológico, suprimindo funções que
são de extrema importância para a proteção do organismo.
As alterações no sistema imunológico estão relacionadas a aumento de risco para o
desenvolvimento de infecções que produzem mudanças fisiológicas que pioram o estado
nutricional. Os aspectos da imunidade também podem ser negativamente influenciados pela
privação de vitaminas e minerais, por isso a desnutrição não deve ser considerada como sendo
apenas de origem protéico-calórica.

Saúde Coletiva

A literatura registra que os médicos do século XIX e do início do século XX já


admitiam que a fome é consequência da baixa ingestão de alimentos, o que provocava retardo
de crescimento das crianças.
São inúmeros os problemas relacionados a má nutrição, principalmente nos países
onde as condições ambientais e econômicas são desfavoráveis, como é o caso do Brasil, em
termos de saúde coletiva.
Para que uma alimentação seja correta, ela deve ser balanceada. Vários países, entre
eles o Brasil, adotam o esquema da pirâmide alimentar, onde os alimentos são agrupados
segundo suas características e necessidades de consumo diárias. Na pirâmide, os alimentos
são classificados em grupos: energéticos, reguladores, construtores e energéticos extras; a
ordem é consumir estes alimentos na linha decrescente, ou seja, devem-se consumir em maior
quantidade os energéticos e limitar a ingestão dos energéticos extras.
A fome e a obesidade refletem na saúde sob a forma de agravos não transmissíveis,
como o diabetes, os derrames cerebrais, o câncer, os infartos, entre outros, e também devem
ser discutidos no plano dos agravos de saúde, com ênfase na linha do controle e prevenção de
doenças.
Um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) é o foco na saúde integral, o que
possibilita a compreensão da necessidade de um conjunto de condições para que a população
goze de boa saúde e qualidade de vida. Assim, no caso da doença da obesidade, que é
constituída por inúmeros determinantes, a luta pelo controle da epidemia deve somar esforços
com a Medicina e a Nutrição; também passam a compreender a importância do papel do
psicólogo, do assistente social, do nutricionista e de outros trabalhadores da saúde.
O direito à alimentação é parte das competências do setor saúde. O art. 6º, que trata
das atribuições do SUS, aponta para a necessidade da atenção à alimentação da população: “a
vigilância nutricional e orientação alimentar e o controle de bens de consumo que, direta ou
indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da
produção ao consumo” (BRASIL, 1990, p. 4).
A política Nacional tem o objetivo de atender as necessidades dos consumidores, a
partir dessa vulnerabilidade em que vivem as pessoas que mais necessitam de apoio social, em
relação ao mercado de consumo.
A fome está presente no país inteiro. Principalmente em algumas regiões e grupos
sociais menos favorecidos financeiramente, a situação de risco alimentar é mais grave. O
inverso à fome ocupa, hoje, destaque entre as novas configurações da questão social,
principalmente, frente ao quadro de epidemia mundial da obesidade, relacionado a má
alimentação entre crianças, jovens e adultos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE apud SANTOS,
2007).
Fundamentos Sócio Antropológicos

Sabendo, que a desnutrição é um desequilíbrio celular, entre a oferta de nutrientes e de


energia e a demanda necessária do corpo para assegurar crescimento, manutenção e funções
específicas. Segundo Ee Lc, Grover. (2009, p. 119).
Entendendo também que tanto o excesso como a carência, causam desnutrição.
Durante anos, juntamente com muitos estudos a desnutrição foi reconhecida como uma
doença reversível e assim surgiram muitos tratamentos com bastante efeito positivo, remédios
desenvolvidos e soluções a partir de dietas para todos os estágios e graus da doença.
Entretanto, o apoio e conhecimento social é fundamental em todos os fatores
relacionado a doença. Pois ela acontece por condições familiares, socioeconômicas e
acidentais.
Porém, hoje há vários profissionais da área de saúde com incentivo e esforços que
desenvolvem programas culturais, estratégias elaboradas juntamente com hospitais, postos de
saúde e programas do governo. Com objetivo de prevenção, ajuda, práticas alimentares
saudáveis e acessíveis a população, incentivo, palestras, visitas as comunidades para facilitar
atendimento adequando e oferecendo assistência aos moradores em meio a sociedade.
Alguns dos nutrientes que causam essa carência são: Ferro, Iodo, Vitamina A e Zinco.
Com a falta desses nutrientes podem provocar inúmeros de problemas de saúde.
A fome oculta pode ser evitada a partir da ingestão adequada de todos os alimentos.
Como acontece com pessoas de baixa renda, ou de lugares menos favorecidos, com opções
limitadas de alimentos estão em maior risco de desnutrição.
A desnutrição também estar relacionada à má alimentação. De acordo com alguns
especialistas podem causar alguns problemas, como infecções de origem alimentar, nutrição
insuficiente e desnutrição, também a obesidade. São sequelas óbvias de uma nutrição
inadequada.
A fome oculta é definida como uma carência não explicita de um ou mais
micronutrientes, onde as consequências estão na falta ou no baixo consumo de vitaminas e
minerais. O estágio anterior ao surgimento dos sinais clínicos de carência não está
necessariamente associado as enfermidades claramente definidas, como as observadas na
desnutrição.
Algumas pessoas, apesar de ter uma alimentação saudável e balanceada, apresentam
essa deficiência em situações como o aumento da frequência e intensidade de exercícios
físicos, baixa exposição solar, aumento de peso, algumas disfunções hormonais, menos horas
de sono, estresse intenso, que fazem o organismo utilizar maiores quantidades desses
micronutrientes.
Podem ocorrer em virtude da negligência de alguns que ainda insistem em se
alimentar com fast foods e alimentos processados. Substituindo as refeições por alimentos que
pode saciar a fome momentânea, mas não substitui nutricionalmente.

Citologia

Com os avanços do tratamento de queimaduras, tem se destacado e valorizado a


importância da derme como componente importante no processo de cicatrização, obtendo
melhor qualidade estética e funcional nas cicatrizes.
Para que aconteça a cicatrização os neutrófilos removem os tecidos desvitalizados
formando uma rede de fibrina, a parte afetada passa por um processo de inflamação:
Hiperemia, Edema e Dor.
Numa segunda etapa da cicatrização a angiogêneses forma capilares por entres os
tecidos que se unem a outros capilares, refazendo a vascularização.
Já na terceira fase acontece o desenvolvimento do tecido de granulação, composto de
capilares novos, matriz extracelular e colágeno, sintetizados pelas células endoteliais,
fibroblastos e queratinócitos. Dependendo do grau, o ferimento pode se estender por um longo
tempo, até a recuperação total da queimadura.
A desnutrição ligada ao funcionamento desorganizado de vários órgãos, sendo
também a deficiência de proteínas e vitamina C, afeta a síntese de colágeno, podendo retardar
o processo de cicatrização. Porém este estado nutricional pode ser revertido com a oferta
adequada de nutrientes.
A cicatrização ocorre quando há perda de tecido atingi além da derme. Inicia-se com a
fase inflamatória, que é a preparação da ferida para a cicatrização, e tem início em 3 a 5 dias.
Há uma agregação das plaquetas e deposito de fibrina, formando um coagulo sobre a lesão. A
fibrina forma uma rede como treliça onde as células podem subir e se infiltrar na área que esta
cicatrizando.
Segundo Sinder, (2006) nas queimaduras extensas, não havendo áreas doadoras
suficientes, poderiam ser usados provisoriamente enxertos homólogos ou heterólogos,
membrana aminiótica, curativo biológico, e substitutos sintéticos da pele. E nos casos de
enxertos definitivos a pele precisava ser autóloga, sendo criado um aparelho para expandir a
pele, inventado por Otto Lanz em 1908.
A causada lesão por queimadura desencadeia sérios comprometimentos físicos e
psíquicos para o paciente, repercutido em seu convívio com familiares e na sociedade. A
cicatriz patológica é uma das sequelas de queimaduras profundas, e sua progressão pode levar
a desfiguramento, dor e restrição funcional, o que piora sua qualidade de vida, esteticamente
ee psicologicamente.
O tratamento junto a uma equipe multidisciplinar e multiprofissional, formado por
diversas especialidades e em conjunto, é fundamental, visando à restauração da integridade
física e mental, e ainda minimizando sequelas e cicatrizes.

Bioquímica

O controle das principais deficiências nutricionais é uma forma de conhecer e vigiar o


estado geral de saúde. As necessidades de vitaminas geralmente aumentam nos pacientes
queimados, mas as exigências exatas ainda não foram estabelecidas. Algumas deficiências
nutricionais como a desnutrição energético-protéica e as anemias assumem configuração de
importância epidemiológica, em função da velocidade do processo de crescimento e
desenvolvimento e sua associação com o processo saúde/doença.
A desnutrição protéico-energética é consequência de baixa ingestão de alimentos e
resulta em deficiência de calorias e aminoácidos. Seus efeitos tendem a ser específicos para
cada tecido e podem se tornar generalizados quanto maior for a demora em sua correção.
Longos períodos sem alimentação promovem uma grande mobilização de aminoácidos
que são utilizados na síntese de ácido desoxirribonucleico (DNA), ácido ribonucléico (RNA),
na produção de proteínas de fase aguda e de energia (gliconeogênese), agravando ainda mais
o estado de desnutrição.
Os hormônios são substâncias químicas produzidas pelo próprio organismo e têm
várias funções, como a de manter o equilíbrio interno. Tais hormônios são controlados
também pela quantidade e qualidade dos alimentos ingeridos pelo organismo.
Um paciente com queimaduras tem o metabolismo consideravelmente acelerado e
necessita de quantidades maiores de energia, carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas,
minerais e antioxidantes para cicatrizar e prevenir sequelas que já são prejudiciais. (Chan e
Chan, 2009).
Na queimadura, até que haja cicatrização os níveis de albumina sérica continuam
deprimidos. A excreção de nitrogênio começa a diminuir à medida que os ferimentos
cicatrizam, são cobertos, ou quando recebem curativos. O equilíbrio nitrogenado é usado para
aliviar a eficácia do regime nutricional.
Proteínas como a pré-albumina, a proteína de ligação de retinol e a transferrina,
ajudam a avaliar a resposta inflamatória e adequação do suporte nutricional em queimados.
O trauma térmico causa exposição do colágeno no tecido afetado e consequentemente,
ativação e liberação de mediadores químicos como a histamina, liberada pelos mastócitos.
Outro mediador químico, além da histamina, poderia aumentar a permeabilidade vascular, a
serotonina, um vasoconstritor e os leucócitos, ácidos graxos que atuam provocando a
contração muscular, são responsáveis por controlar o processo de inflamação.
Essas modificações hormonais levam ao aumento da proteólise e lipólise, com
liberação de grandes quantidades de aminoácidos, principalmente alamina e glutamina,
glicerol e ácidos graxos livres na circulação sistêmica. Desde que os indivíduos queimados
apresentem aumento maior de glucagon do que de insulina, a metabolização de ácidos graxos
livres para corpos cetônicos está prejudicada, e os aminoácidos e o glicerol são utilizados para
a produção de glicose por meio da gliconeogênese.
Vários trabalhos publicados evidenciam a participação dos antioxidantes e
imunomoduladores como a glutamina, arginina, vitamina C, vitamina E, zinco e o selênio,
todos auxiliam na recuperação da injúria, reduzindo o tempo de cicatrização da ferida,
fortalecendo o sistema imunológico e, no caso da glutamina, evitando a translocação
bacteriana e sepse, reduzindo o tempo de internação.

Anatomia

Existem vários tipos de desnutrição que recebem sua denominação relacionada aos
sinais circunstanciais e a classificação por peso/idade e peso/altura.
Desnutrição de 1° grau – Défict de peso superior a 10%
Desnutrição de 2° grau – Défict de peso superior a 25%
Desnutrição de 3° grau – Défict de peso superior a 40%

Esta classificação pressupõe o conhecimento de padrões normais de crescimento


físico. Segundo CHAVES (1985: 470), as formas graves de desnutrição são classificadas com
o quadro clínico em: Marasmo e Kwashiorkor.
O marasmo, ou desnutrição seca, é uma forma crônica de desnutrição, onde a
deficiência primária de energia é caracterizada por perda muscular e a ausência de gordura
subcutânea.
Quase sempre se apresenta na lactente ou na criança, sendo incomparavelmente, a
forma de maior frequência nos dois primeiros anos de vida.
O que impressiona de imediato é a forma de emagrecimento visto que é resultante da
fome quase total, a redução considerável do panículo adiposo no abdômen, no tórax e nos
membros. Nos lugares em que o panículo adiposo vai desaparecendo, a pele fica pálida e sem
elasticidade, apresentando pregas. Forma espontaneamente, na face interna das coxas, ao nível
do triângulo do Scarpa, pregas finas e quase verticais, em divergências com as do lactente
eutrófico, grossas e orientadas no sentido horizontal.
A gordura da face é a última a desaparecer, com isso, sua ausência assinala a fase
extrema do Marasmo, e a face adquire aspecto típico tornando-se encarquilhada, sendo que na
testa desenham-se pregas transversais muito acentuadas. As veias ficam salientes, os ossos
molares destacam-se fortemente, os olhos afundam-se.
O coxim adiposo do rosto desempenha importante papel no ato da sucção, mantendo a
firmeza das bochechas. Sua ausência faz com que a boca não exerça seu papel de bomba
aspirante. A sucção passa a exigir grande esforço muscular e mostra-se ineficaz causando a
amamentação impossível e podendo até ocasionar morte súbita.
No início apenas o crescimento ponderal é atingido. Quando, porém, o estado se
prolonga a altura também se retarda. O tônus muscular diminui, os reflexos tendinosos
atenuam-se. A mucosa bucal, seca e avermelha, muitas vezes apresenta placas de sapinho. É
frisante o contraste do rulor dos lábios com a palidez da pele. Apresenta hipotermia, o coração
diminui o volume, o pulso fraco. As vezes acontecem episódios diarreicos agudos, agravando
o estado nutricional (diarréia da fome).
A desnutrição grave Kwashiorkor, é conhecida como molhada, é uma forma de
desnutrição associada com extrema deficiência protéica da dieta e caracterizada por
hipoalbuminemia, edema e fígado gorduroso aumentado; a gordura subcutânea é normalmente
preservada e a perda muscular pode ser mascarada por edema.
Mantem-se uma certa quantidade de gordura subcutânea e logo aparece edema,
seguido de lesões características da pele, cabelo e mucosas. Edemas constantes se localizam
nos membros inferiores e na face.
A experiência para um desnutrido apresentar edema é que as proteínas das quais o
indivíduo está carente, fazem o papel da pressão oncótica (pressão que “segura” os líquidos
plasmáticos dentro dos vasos sanguíneos). Com isso não há proteínas (albumina) suficiente e
acontece o extravasamento do líquido para a cavidade abdominal, e em processos mais
avançados de desnutrição, para outras partes do corpo de maneira generalizada.
No Kwashiorkor as perturbações psíquicas são muito acentuadas e invariáveis, ou seja,
uma associação de apatia com hiperirritabilidade.
No Kwashiorkor - Marasmático as globulinas geralmente estão normais com discretas
variações. Nos exames biofísicos, o raio x dos ossos podem mostrar parada ou atraso do
crescimento, sinais de raquitismo, entre outros.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse trabalho foi identificar as queimaduras que deixam sequelas graves e
incapacitantes, que necessita de um acompanhamento nutricional especializado. Vítimas de
lesões térmicas são susceptíveis a infecções, alterações hormonais e metabólicas, requerendo
uma assistência intensiva e qualificada de um profissional, com conhecimentos técnicos e
científicos.
Diante deste cenário, torna-se necessária a caracterização epidemiológica da
população acometida e de investimentos no desenvolvimento de ações abrangentes para
prevenção e tratamento das sequelas de queimaduras. O objetivo deste artigo é o de apresentar
dados epidemiológicos dos casos de sequelas de queimaduras tratados pelo suporte
nutricional.
Nesse estudo também foram abordados dados e estado clínico na desnutrição,
interligados com pacientes que sofrem acidentes térmicos.
O suporte nutricional primeiramente integra-se com a equipe multiprofissional de
terapia nutricional e clínica para decidir a direção mais propícia em relação ao tratamento para
a recuperação do paciente queimado. E tem como dever elaborar o diagnóstico nutricional a
partir dos dados apresentados, prescrever a dietoterapia conforme seu conhecimento, orientar
e supervisionar a distribuição e administração da dieta prescrita, assim como prescrever os
suplementos nutricionais necessários, respeitando a conformidade do paciente.
Conclui-se que a escolha da via de administração depende da situação do paciente, de
acordo com o cálculo adequado da quantidade de energia oferecida no tratamento
dietoterápico, assim como de proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais.
Dentre os macronutrientes, a proteína requer uma atenção maior, devido ao
catabolismo proteico, perda urinária, neoglicogênese e ao processo de cicatrização.
É indispensável para a sobrevivência de um organismo que o sistema imunológico
realize suas funções, que englobam grande quantidade de componentes e mecanismos
distintos atuando de forma eficiente, defendendo o organismo contra uma grande quantidade e
variedades de agentes infecciosos.
Em decorrência de deficiências nutricionais de componentes individuais ou grupos de
nutrientes, o sistema imunológico sofre alterações. A desnutrição pode ter vários efeitos no
organismo do indivíduo, isso inclui consequências negativas ao mecanismo de defesa. Com o
organismo desnutrido, se torna mais fácil o indivíduo adquirir uma enfermidade, ocorrendo
assim a relação entre doenças infecciosas, desnutrição e sistema imune.
Nas situações de desnutrição, o sistema imune age antes mesmo que o sistema
reprodutivo, sendo o primeiro a sofrer alterações.
O comprometimento imune e desnutrição em pessoas hospitalizadas contribui para o
desenvolvimento de infecção, sepse, falência de órgãos, má cicatrização de feridas e aumento
geral da morbidade e mortalidade.
Estudos epidemiológicos em queimadura são importantes para identificar a
queimadura como um problema de saúde pública. Também servem para determinar as causas
mais comuns de queimaduras, as faixas etárias mais acometidas, além de avaliar a efetividade
do serviço local de atendimento aos queimados, os resultados de programas de prevenção,
bem como identificar possíveis áreas ou faixas etárias alvo para programas de prevenção com
o respectivo impacto econômico do tratamento das queimaduras.
No entanto, são necessários mais estudos para esclarecer as quantidades adequadas dos
nutrientes imunomoduladores e antioxidantes em queimaduras. Assim como, toda a tenção
adequada para o paciente enfermo.

5. REFERÊNCIAL TEÓRICO

Avaliação epidemiológica dos pacientes com sequelas de queimaduras atendidos na Unidade


de Queimados do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (Trabalho realizado no Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP),
Ribeirão Preto, SP, Brasil)
Brasil. Ministério da saúde. Secretária de atenção à saúde. Departamento de
atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira – 2° ed. – Brasília:
Ministério da saúde, 2014.

ÉPOCA – Fome Oculta: Um problema real

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paciente grande queimado – uma revisão bibliográfica

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