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Mais do que empregar os preceitos do naturalismo, a obra mostra práticas recorrentes

no Brasil do século XIX. Na situação de capitalismo incipiente, o explorador vivia


muito próximo ao explorado, daí a estalagem de João Romão estar junto aos pobres
moradores do cortiço. Ao lado, o burguês Miranda, de projeção social mais elevada que
João Romão, vive em seu palacete com ares aristocráticos e teme o crescimento do
cortiço. Por isso pode-se dizer que O Cortiço não é somente um romance naturalista,
mas uma alegoria do Brasil.
Mas não há como ignorar que a ideologia e as relações sociais representadas de modo
fictício em O Cortiço estavam muito presentes no país.

Essa criação de Aluísio de Azevedo tem como influência maior o romance


L’Assommoir, do escritor francês Émile Zola, que prescreve um rigor científico na
representação da realidade. A intenção do método naturalista era fazer uma crítica
contundente e coerente de uma realidade corrompida. Zola e, neste caso, Aluísio
combatem, como princípio teórico, a degradação causada pela mistura de raças.
Por isso, os dois romances naturalistas são constituídos de espaços nos quais convivem
desvalidos de várias etnias. Esses espaços se tornam personagens do romance.

Com inveja de Miranda, que possui condição social mais elevada, João Romão trabalha
ardorosamente e passa por privações para enriquecer mais que seu oponente. Um fato,
no entanto, muda a perspectiva do dono do cortiço. Quando Miranda recebe o título de
barão, João Romão entende que não basta ganhar dinheiro, é necessário também
ostentar uma posição social reconhecida, freqüentar ambientes requintados, adquirir
roupas finas, ir ao teatro, ler romances, ou seja, participar ativamente da vida burguesa.

É a história do Cortiço – personagem principal - começa com a


chegada da personagem João Romão - querendo mais e mais
dinheiro e poder, pensando em si só, ao mesmo tempo que cresce da
miséria alheia. Vem morar numa vendinha de um outro Português

Nessa época (segunda metade do século XIX) as origens do Realismo define-se por uma
série de transformações econômicas, científicas e ideológicas que possibilitam o
surgimento de uma estética anti-romântica.

Um mundo que agora se explica a partir de si mesmo: Comte cria o Positivismo e a


sociedade passa a ser entendida em sua existência concreta; Darwin elabora a teoria sobre
a evolução das espécies, Lamarck estabelece bases reais para a Biologia, etc. Eis um mundo
claro, como afirmam os cientistas da época.

As contradições, no entanto, continuam explodindo: as cidades crescem sem planejamento e


não oferecem as mínimas condições de conforto e higiene, o Socialismo de Marx e o
Anarquismo de Bakumin ganham adeptos. Já não é possível a fantasia, nem o fechar-se na
própria interioridade. Os acontecimentos exigem a participação do artista. Na qual este
procurará examinar a vida à luz de teorias sociológicas, psicológicas ou biológicas.

O Naturalismo é uma espécie de prolongamento do Realismo. Assim, o Naturalismo assume


quase todos os princípios do Realismo, tais como o predomínio da objetividade, da
observação, da busca da verossimilhança, acrescentando a isso uma visão cientificista da
existência, trata de patologias sociais, etc.

O Realismo/Naturalismo no Brasil inicia em 1881 em um contexto marcado pelo fim da


Guerra do Paraguai, é aqui que começa uma atração por idéias positivistas e republicanas.
Surgem novas ideologias, tudo que é anti-monárquico, anti-clerical, anti-escravocrata e
anti-romântico era-lhes de interesse. A sociedade continua se movendo, exigindo mudanças,
há a chegada de imigrantes ao país, ocorre também a migração para as cidades constituindo
pequenas indústrias, é decretada a libertação dos escravos, a Proclamação da República.
Enfim, o Brasil é marcado por vários acontecimentos políticos e sociais.

mas mediada pelo contexto sócio-econômico extraverbal, recriando a


luta de classes e o trabalho alienado nos primórdios do capitalismo brasileiro.
Para AC, o romance conta a história da acumulação primitiva de capital.
Isso ocorre, no entanto, de modo inconsciente para Aluísio, mas o crítico,
munido de um arsenal teórico marxista, consegue captar na forma estética
essa mediação econômica. É como se houvesse um texto manifesto, de leitura
mais imediata em que Aluísio, determinado por uma cultura nacionalista
xenófoba e por discursos cientificistas racistas e eurocêntricos, formalizasse
uma narrativa em que o conflito entre portugueses e brasileiros dominasse a
cena. Porém, o nível mais profundo da narrativa espelha não um conflito
étnico-nacionalista, mas um conflito entre pobres e ricos, recriando a
estratificação sócio-econômica brasileira.

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