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Universidade Federal de Campina Grande

Disciplina: História Econômica do Brasil

Professor: Benjamim Montenegro

Período: 2018.2

Aluno: Filipe de Araújo Alves

Relatório

Desde a primeira plantação de cana de açúcar em terras


brasileiras, recém colônia de Portugal, se percebeu a adaptação enorme
da planta ao solo e clima da região, primeiramente na capitania de
Pernambuco e posteriormente ganharia as outras capitanias. Iniciando
assim um ciclo econômico que ficou conhecido como “o ciclo açucareiro”.

A primeira mono cultura do Brasil ganhava enorme prestígio e


investimento pelo fato de que o valor dos produtos advindos da cana de
açúcar era enorme, pela grande procura vinda de todos os grandes
países da Europa. Portanto a atenção e estruturação formada em torno
dessa produção se deu tanta atenção e se tornou tão complexo e
material de estudo de diversos historiadores de todo o mundo.

As instalações dos engenhos no século XVI giravam em torno de


algumas características específicas. Existia o “engenho” a principal
localidade dessas organizações, onde se fazia todo o manuseio da cana
colhida. Lá se moía e faziam todos os derivados, de rapadura a cana.
Era a área que mais recebia atenção e cuidado, era a única que não
podia sofrer com revés, pois era o motor econômico da colônia. Existia
também a “Casa Grande”, que era onde os Portugueses que geriam o
cultivo e produção daquela região se estalavam. Apesar do nome, nem
sempre eram enormes casas, pois a grande importância era voltada para
a qualidade dos engenhos. E não menos importante, existia a “senzala”,
local que servia como uma espécie de deposito de pessoas. Era onde
os escravos eram presos e viviam todo o seu tempo em que não estavam
manuseando os moinhos ou plantando/colhendo a cana sob o sol.

A relação com a mão de obra escrava sempre foi algo recorrente


nas fazendas açucareiras, mesmo em locais onde se existia o comércio
e trabalhadores assalariados, a grande base desse motor econômico
sempre foi a exploração do trabalho em sua maioria de origem africana.
Isso se reflete em todas as relações sociais que eram estabelecidas
nessa época por todas as regiões açucareiras. De racismo a valorização
do trabalho, a relação desumana com essa produção sempre esteve e
persiste viva.

A coexistência do modo de produção majoritariamente escravista e


a fé cristã instaurada como arma colonizadora e também como controle
das capitanias com as capelas, demonstra o quão ingênuo é se ter fé em
tais preceitos de “amor ao próximo”, “igualdade perante a deus”, “justiça”
entre outros, pois, a legitimidade encontrada para a exploração e o
tratamento desumano com os escravos de origem africana se
encontrava na mesma fé que compactuo com massacres e assaltos, em
nome de deus. A “supremacia” que os europeus pensavam ter sob os
africanos era tamanha que, anos depois do inicio das organizações em
prol da produção açucareira, a Casa Grande se aproximou
estruturalmente da capela, para que assim pudessem transitar e assistir
a missa sem ter contato com o povo que ali também se fazia presente.
O próprio surgimento estrutural dos alpendres a frente da capela, era
para que assim, os “não cristãos” pudessem assistir ao culto sem que
adentrassem no ambiente, tornando um privilégio para poucos entrar em
tal recinto.

A estrutura familiar que existia na casa grande, demonstrava muito


dos preceitos machistas tanto cristãos quanto patriarcais, pois se
organizavam a partir da figura de um “pai” que por si só comandava todos
os segmentos da organização do engenho, e que detinha a sua mulher
como uma submissa de suas vontades e anseios. Ela por sua vez não
tinha acesso nem se quer a uma alfabetização, pois o medo, por parte
do pai, era de que ela escrevesse cartas para um possível namorado. O
casamento das filhas era feito o mais cedo possível, eram arranjados e
geralmente com parentes para que assim a riqueza permanecesse nas
mãos dos mesmos. Tanto que a traição era menos julgada se não
ocorresse a gravidez, pois manteria os bens nas mãos de poucos.

Os filhos tinham predeterminado os passos a seguirem. O


primogênito seguiria os passos do pai, se tornando o próximo “pai” que
levaria adiante o engenho. O segundo se tornaria advogado, o terceiro
padre, o quarto médico, e assim por diante. Dessa forma que se
estruturava esta “Sacarocracia”, a aristocracia açucareira da época.
Detinham eles o poder total sob escravos e terras, assim adquirindo um
“horror” aos trabalhos braçais, pois tinham quem fizesse por eles, de
abanar a cozinhar, tudo era feito pelos escravos.

Já em meados do século XVIII, escravos libertos começam a se


tornar moradores dos engenhos, pelo grande desprezo pela sua
existência prezado pela aristocracia brasileira desde sua origem. São
libertos mas para onde irão? Acabam por se instalar nos engenhos e se
tornam novamente submissos as vontades do senhor igualmente.
Pós república, empréstimos são feitos para grandes senhores
conquistarem o tão sonhado “passo a frente” na produção açucareira,
que é a mecanização das mesmas. Esse movimento transforma
pequenos e médios senhores em apenas fornecedores da matéria prima,
subsequentemente fechando inúmeros engenhos.

Essa nova faceta da produção açucareira, influenciada pela


revolução industrial que crescia em diversos países da europa, acaba
por formar uma nova organização social. Esse “novo mundo” que as
fábricas produzem, é o que fica conhecido como cidade. Diversas
dessas cidades que coexistiram com o a existência de tais industrias, se
tornam quase que uma unidade, e acabam se confundido entre cidade
ou indústria. É também nessa época que surgem os edifícios e diversas
outras características da civilização europeia que é trazida para o
efervescente mercado que detinha o Brasil.

Diversas dessas industrias acabam por monopolizar totalmente as


regiões, fazendo com que em sua totalidade sejam exploradas única e
exclusivamente para a plantação de cana de açúcar. Assim, “limpando”
a região de sítios e de florestas. O que obviamente acarreta em uma
erosão fortíssima no solo que antes recepcionava da melhor forma as
lavouras, hoje sofre com o desmatamento oriundo das industrias e com
a seca que isso proporcionou a região.

Grande força da colônia se deve a produção açucareira, fazendo


toda uma base historiográfica de estruturação e desenvolvimento em
cima dos moldes da sociedade açucareira, e com sua origem e maior
porte de produção tendo sido em Pernambuco, afirma-se que a história
de Pernambuco se confunde com a história do açúcar, “Pernambuco é
açúcar”.

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