Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
TRABALHO 4
INTRODUÇÃO
As notícias abaixo foram publicadas entre 2015 e 2017, todas tratando sobre o Acordo
de Paris de 2015, um tratado internacional multilateral cuja fase final de negociações
ocorreu na 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), realizada de 30 de novembro a 11
de dezembro de 2015, em Paris. O objetivo deste trabalho é analisar as várias fases do
processo de formação deste acordo, tendo por base o desenvolvimento doutrinário sobre o
assunto.
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151212_acordo_paris_tg_rb
b) NOTÍCIA: Países assinam acordo do clima de Paris nesta sexta, na sede da ONU
(G1, 22/04/2016)
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2016/04/paises-assinam-acordo-do-clima-de-paris-
nesta-sexta-na-sede-da-onu.html
Em 22 de abril de 2016, cerca de 150 países deverão assinar o Acordo de Paris sobre
mudanças climáticas em cerimônia na sede da ONU, em Nova York, na qual se espera a
presença de mais de 60 chefes de Estado e de governo, entre eles a brasileira Dilma
Rousseff. Nunca, a ONU tinha alcançado um número tão alto de países para a assinatura
de uma convenção internacional logo no primeiro dia da abertura. A adoção do texto coloca
fim a anos de complexas negociações. O prazo para as assinaturas será de abril de 2016
a abril de 2017. Alguns países depositarão os instrumentos de ratificação imediatamente
depois da assinatura, no próprio dia 22 de abril, enquanto outras nações irão proceder as
respectivas aprovações por seus parlamentos. O Acordo de Paris é pioneiro por atingir um
consenso global sobre a necessidade da redução das emissões de gases de efeito estufa.
Contudo, o Acordo ainda recebe críticas de cientistas. Há indeterminação sobre até quando
as emissões precisam parar de subir e começar a cair, mas reconhece o pico tem de ocorrer
logo. Um dos pontos cruciais do acordo foi o estabelecimento de um mecanismo de
compensação por perdas e danos causados por consequências da mudança climática em
atendimento às solicitações de muitos países pobres e nações-ilhas. Após a assinatura, o
acordo precisa ser submetido, a "ratificação, aceitação ou aprovação”, dependendo de cada
país. Nos Estados Unidos, onde o Congresso de maioria republicana resiste em aprovar
medidas de corte de emissão, a decisão poderá ser implementada por decreto presidencial,
portanto sem o envolvimento do legislativo. O Acordo tem uma forma jurídica híbrida para
facilitar a adesão americana e, ainda assim, implementar um documento forte.
http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2016/07/acordo-de-paris-e-aprovado-na-camara-
dos-deputados
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/08/11/acordo-de-paris-sobre-o-clima-
e-aprovado-pelo-plenario-e-vai-a-promulgacao
e) NOTÍCIA: EUA e China ratificam acordo de Paris para conter alterações climáticas
(Público, 03/09/2016)
https://www.publico.pt/2016/09/03/mundo/noticia/chima-ratifica-acordo-de-paris-para-
conter-alteracoes-climaticas-1743080
https://oglobo.globo.com/sociedade/sustentabilidade/brasil-ratifica-acordo-de-paris-para-
reduzir-emissoes-de-gases-estufa-20093780
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/2016/decretolegislativo-140-16-agosto-2016-
783505-publicacaooriginal-150960-pl.html
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/14771-deposito-do-instrumento-de-
ratificacao-do-acordo-de-paris
i) NOTÍCIA: Acordo de Paris entra em vigor em tempo recorde (Folha de São Paulo,
05/11/2016)
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2016/11/1829605-acordo-de-paris-entra-em-vigor-
em-tempo-recorde.shtml
j) NOTÍCIA: Trump anuncia saída dos EUA do Acordo de Paris sobre mudanças
climáticas (O Globo, 01/06/2017)
https://g1.globo.com/natureza/noticia/trump-anuncia-saida-dos-eua-do-acordo-de-paris-
sobre-mudancas-climaticas.ghtml
Em 1º de junho de 2017, o presidente Trump, dos EUA, anunciou a saída de seu país
do Acordo de Paris, prometendo negociar um novo acordo mais justo para os americanos
e interromper a implementação de tudo que for legalmente possível imediatamente. Ao
iniciar os procedimentos de retirada previstos no acordo, Trump desencadeia um longo
processo que não será concluído até novembro de 2020, mês em que concorrerá à
reeleição, garantindo que a questão se torne um grande tema de debate na próxima
campanha presidencial. A saída dos EUA, segundo maior produtor mundial de gases de
efeito estufa, pode minar o acordo. O ex-presidente Barack Obama reagiu negativamente
ao anúncio. Ele havia assinado o tratado em 2015, comprometendo seu país a reduzir em
28% a produção de gases estufa e a transferir cerca de US$ 3 bilhões para países pobres
como forma de ajudá-los a lutar contra as mudanças climáticas. Antes de ser eleito, Trump
descreveu em várias ocasiões o aquecimento global como uma enganação criada pela
China para prejudicar as empresas americanas, e anunciou que iria “cancelar” o Acordo de
Paris nos primeiros 100 dias após sua posse.
https://g1.globo.com/politica/noticia/temer-promulga-acordo-de-paris-e-amplia-parque-da-
chapada-dos-veadeiros.ghtml
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/D9073.htm
m) NOTÍCIA: Nicarágua se une ao Acordo de Paris e deixa apenas EUA e Síria de fora
(O Globo, 21/09/2017)
https://oglobo.globo.com/sociedade/sustentabilidade/nicaragua-se-une-ao-acordo-de-
paris-deixa-apenas-eua-siria-de-fora-21851263
Em Manágua, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, anunciou que seu país irá
aderir ao Acordo de Paris em “solidariedade” aos países caribenhos, devastados por uma
temporada incomum de super furacões, e a milhares de pessoas mortas na Ásia pelas
monções. Na conferência de Paris, em 2015, a Nicarágua se recusou a assinar o pacto,
alegando que os compromissos assumidos, por serem voluntários, não seriam eficazes
para reduzir o aquecimento. Ortega tem uma opinião que se alinha com a de muitos
cientistas: este acordo não é suficiente por não haver nenhuma obrigação de se fazer o que
está sendo dito. A Nicarágua é responsável por 0,03% das emissões globais de carbono, e
agora terá que apresentar um plano para reduzi-las e adaptar o país às mudanças
climáticas. O governo já iniciou processos internos para cumprir com essas exigências.
https://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKBN1DE2R1-OBRWD
Em 14 de novembro de 2017, segundo informação da ONU, a Síria aderiu ao Acordo
de Paris de 2015. A Síria, abalada por uma guerra civil, e a Nicarágua eram os dois únicos
países fora do acordo de 195 países em 2015. Uma semana após anunciar sua pretensão
de adesão ao Acordo, a Síria entregou os instrumentos de acesso, cuja entrada em vigor
para o país será o dia 13 de dezembro de 2017. Segundo a agência climática da ONU, o
ano de 2017 está para se tornar o segundo ou terceiro mais quente desde o início dos
registros no século 19, atrás do recorde registrado em 2016 e cerca de 1,1º Celsius acima
da era pré-industrial.
O tema das notícias analisadas neste trabalho, o Acordo de Paris, se enquadra com
maior adequação no tópico da disciplina referente ao processo de formação dos tratados,
o qual envolve uma série de etapas
http://unfccc.int/paris_agreement/items/9444.php
Mazuolli (2016) divide o processo de formação dos tratados solenes em quatro fases:
i) a da formação do texto (negociações, adoção, autenticação) e assinatura; ii) a da
aprovação parlamentar (referendum) por parte de cada Estado interessado em se tornar
parte no tratado; iii) a da ratificação ou adesão do texto convencional, concluída com a troca
ou depósito dos instrumentos que a consubstanciam; e iv) a da promulgação e publicação
do texto convencional na imprensa oficial do Estado.
V. Assinatura
VI. Ratificação
Ratificação, por sua vez, é o ato pelo qual a parte se torna efetivamente vinculada aos
termos do tratado em nível internacional. Este ato é diferente da “ratificação em sentido
constitucional”, porque esta é um ato interno do Estado, também denominado ad
referendum do Congresso.
4) ANÁLISE CRÍTICA
Não há obrigações. As metas de redução não foram definidas por critérios estritamente
técnicos. Apesar de ser juridicamente vinculativo, os países podem se retirar do Acordo
sem maiores consequências, desde que obedeçam os prazos para a denúncia, como fez o
Canadá em relação ao Protocolo de Quioto.
Para barrar o aquecimento global, há décadas apontado como uma grande ameaça,
já deveria ter se processado em escala mundial uma grande revolução tecnológica,
econômica, cultural e social. Sugestões mais radicais nunca faltaram. Thomas Malthus
(1766-1834) já apontava há mais de 200 anos a necessidade do controle de natalidade. A
mesma medida foi defendida, em 1968, pelo biólogo Paul Ehrlich quando publicou “The
Population Bomb” para alertar sobre os riscos do crescimento populacional exponencial. E,
durante a COP21, em 2015, o Cardeal Peter Turkson, conselheiro do papa Francisco para
questões climáticas, afirmou que a Igreja nunca se opôs ao planejamento familiar natural e
afirmou que o controle de natalidade poderia "oferecer uma solução" aos impactos das
mudanças climáticas globais.
O Brasil, por sua vez, enquanto, por uma lado, promete reduzir os desmatamentos,
por outro, não para de investir na construção de novas termelétricas. Segundo dados da
ANEEL, em 2016, entraram em operação no Brasil 68 novas usinas termelétricas, a maioria
delas a carvão. Apenas no primeiro semestre de 2017, mais 60 novas usinas termelétricas
entraram em operação. E, hoje (28/12/2017), estão em construção mais 29 novas usinas
termelétricas. As contradições das atitudes políticas e as demonstrações de hipocrisia
internacional parecem ser a grande marca da atualidade. E o Acordo de Paris parece ser
mais um exemplo disso.