Вы находитесь на странице: 1из 43

1

CAP. 4 - O INFINITAMENTE COMPLEXO – A VIDA

4-1. OS SERES VIVOS - O QUE É A VIDA?

Vida é uma das coisas mais fáceis de se identificar do que se definir.

Marcelo Gleiser – CRIAÇÃO IMPERFEITA

Todos nós temos uma ideia intuitiva do que seja a vida ou do que seja um ser vivo.
Muitos filósofos e cientistas arriscaram criar uma definição para a vida. Para Aristóteles, a vida
é “um conjunto de fenômenos de nutrição, crescimento e destruição”. Lamarck definiu-a como
“o conjunto de movimentos orgânicos dos corpos que a possuem”. Bichat dizia que a vida é “a
soma das funções que se opõe à morte”. Littré definiu a vida como “o estado de atividade da
matéria organizada”. Para Spencer a vida é “a adaptação, simultânea e sucessiva, entre as
condições internas e a condições externas, ou seja, entre o organismo e o meio”. As citações
são em grande número, dificilmente coligidas.
Todas essas definições não resistem a uma crítica cuidadosa e podemos afirmar, com
grande margem de segurança, ser difícil, se não impossível, elaborar uma definição sucinta e
completa do que é a vida.
De modo geral, consideramos com um ser vivo uma entidade capaz de desenvolver-se
sofrendo diversas modificações morfológicas e fisiológicas desde a sua concepção até a sua
morte. Para tanto ele deve absorver matéria do meio circundante e transformá-la –
metabolizá-la – em favor da manutenção de sua estrutura e crescimento. Ele costuma interagir
com o meio e com outros seres, apresentando, se necessário, reações adequadas para
preservação de sua integridade e para sua reprodução.

Atualmente, sem a pretensão de uma definição rigorosa, os biólogos dizem que a vida é
um fenômeno natural que implica em reações químicas contínuas e tendentes a manutenção
das mesmas, na continuidade do tempo. Esse conjunto de reações, próprio dos seres vivos,
constitui o metabolismo, processo no qual eles adquirem energia do meio, veiculada por
substâncias (nutrientes) que eles absorvem e processam, direcionando-a para a produção de
fenômenos necessários à manutenção do estado vivo, tais como a geração de calor, o trabalho
mecânico, o transporte ativo de moléculas contra gradientes de concentração e a biossíntese
de moléculas complexas. Os seres vivos costumam, ademais, armazenar os nutrientes, em
estrutura química apropriada, para aproveitá-los em situações que assim o exijam. Todas essas
reações ditas metabólicas são orquestradas por um grupo de moléculas especiais – os ácidos
desoxirribonucleicos (DNA). A propriedade que os seres vivos têm de, graças ao exercício do
metabolismo, manter a constância de sua composição e funcionamento leva o nome de
homeostase.
2

4-2. VITALISMO E MECANICISMO I

Ao observarmos o mundo ao nosso redor, salta aos olhos a diferença entre dois tipos
de seres: os dotados de vida e os ditos seres brutos. Essa diferença, obviamente percebida
desde tempos os mais remotos, certamente esteve a exigir uma explicação do seu porquê.
Podemos notar, nas diversas civilizações, desde seus primórdios, o surgimento de um conceito
com características muito semelhantes, onde quer que ele fosse concebido. O princípio vital,
fluído vital ou força vital – esse é o conceito – é uma idéia comum a pensadores de diferentes
povos. Trata-se de um princípio imaterial, impessoal e situado além do alcance dos nossos
sentidos, responsável por animar a matéria bruta conferindo-lhe as características da matéria
viva. Diz-se vitalismo a posição filosófica de que a vida transcende a estrutura material dos
seres vivos ou: não pode ser explicado em termos da matéria e de suas alterações físicas e
químicas. O pensamento oposto, ou seja: a vida nada mais é que um conjunto de reações
químicas e transformações físicas que ocorrem na matéria convenientemente estruturada
denomina-se mecanicismo.
Vitalismo
Data de 500 a.C. o mais antigo tratado de medicina conhecido o Huangdi Neijing, obra
atribuída ao imperador Hoang Ti. Nesses escritos afirma-se seja o corpo humano movido pela
ação de forças ocultas. A força cósmica, responsável pela animação da matéria vivente é
designada por shi pelos chineses bem como por ki, pelos japoneses. O prana dos indús refere-
se a algo semelhante.
Quando um ser vivo, seja um ser humano, um animal, uma planta morre é porque o fluído
vital o abandona. O fluído vital era responsável por todas as faculdades próprias dos seres
vivos inclusive a de sintetizar substâncias jamais produzidas sem a sua atividade. Não se trata
da alma ou espírito com características pessoais, como pregavam as diversas religiões, mas de
uma propriedade simplesmente capaz de conferir a vida. Aristóteles fez bem essa distinção: a
alma era o nous, o espírito pessoal e pensante que animava exclusivamente os seres humanos;
o fluído vital era a psyché, princípio imaterial, irracional e vegetativo, responsável por gerir os
fenômenos próprios da vida, existente também nos animais e vegetais. Já Hipócrates fundia a
alma e o fluído vital em um só princípio, o anima. Isso o tornou o fundador do pensamento
animista, que admite a alma como entidade responsável pela organização e vitalidade dos
organismos. Essa fusão entre um princípio vital responsável tão só pela existência da matéria
viva e a alma, responsável pela pessoa humana costuma ocorrer no pensar de numerosos
filósofos.
Na Idade Média, podemos considerar o animismo representado na doutrina de São
Tomaz de Aquino (1225 – 1274). Para ele, o homem tem uma alma racional, consciente e
também responsável pela manutenção da vida e dos fenômenos vitais.
No início a Renascença, Paracelso ou melhor: o suíço-alemão Philippus Aureolus
Theophrastus Bombastus von Hohenheim, (1493-1541), alquimista, físico, astrólogo, ocultista
e um dos mais famosos médicos de sua época, acreditava na existência de um princípio vital
que animava o organismo.
À filosofia de Paracelso seguem-se a idéias de Descartes, considerado o pai do
mecanicismo. Contudo, o mecanicismo de Descartes não significa que ele não fosse
espiritualista. Distinguia no mundo duas substâncias res cogitans – a mente, o espírito, a alma
3

e res extensa – a matéria, o corpo. Somente esta última obedecia unicamente às leis física,
tudo se reduzindo a ações mecânicas.
Leibniz (1646 - 1716) é considerado o maior animista da filosofia moderna. Segundo ele, o
corpo físico estaria sob a ação da mônada, o eu feito de essência imaterial.
Georg Ernst Stahl (1660-1734) – Filósofo alemão e criador da teoria do flogisto, seguiu
Leibniz, afirmando que o homem é uma criatura material movida por uma alma imortal,
imaterial.
Mais próxima da modernidade, na França, as escola de Montpellier considerava os
fenômenos vitais como efeitos imediatos de uma força sem similar fora dos organismos vivos.
Seus maiores representantes foram os médicos Théophile de Bordeu e Paul Barthez .
Théophile de Bordeu, (1722 – 1776) estudioso da integração do organismo pelos
sistemas endócrino e nervoso, considerava que cada órgão e cada tecido possuíam suas
próprias propriedades vitais expressas pela sensibilidade e pela irritabilidade, sempre passíveis
à investigação experimental. Assim, o princípio vital não teria uma existência própria, mas
seria propriedade emergente da organização da matéria viva, resultado e não causa da sua
estruturação.
Paul Joseph Barthez (1734 –1806) médico, filósofo e poeta, acentuou bem a diferença
aristotélica entre vitalismo e animismo. Este último conceito diz respeito à alma (nous) –
entidade imaterial, pessoal e inteligente responsável pela nossa personalidade. Já a entidade
proposta pelo vitalismo refere-se ao princípio vital (psiché), energia também imaterial, mas
não pessoal, que confere a animação a todos os seres vivos. Para ele, esse princípio, unificador
dos organismos, estaria para sempre fora do alcance do pesquisador, que só poderia apreciar
as suas manifestações.

Marie François Xavier Bichat (1771-1802) foi um anatomista francês, considerado o pai da
Histologia. Mesmo sem o auxílio de um microscópio – instrumento só construído em - ele
criou o conceito de tecido orgânico – a estrutura na qual repousa a constituição de todos os
órgãos e vísceras dos organismos vegetais e animais. Ele negou a existência de algum princípio
imaterial a animar os seres vivos, mas afirmou que os fenômenos vitais são exclusivos dos
seres vivos não se encontrando nada semelhante nos seres inanimados. Contudo, são as
mesmas leis da física e da química que determinam o comportamento de qualquer substância,
dentro e fora dos organismos vivos. Segundo esse conceito, os fenômenos vitais são próprios
dos seres vivos, embora resultem de reações orgânicas sujeitas às leis tradicionais da química e
da física. A isso se chamou neo-vitalismo.

Samuel Frederic Hahnemann (1755 - 1843) - Inspirado na concepção vitalista ternária da


Escola de Montpellier, segundo qual o ser humano é composto pelo corpo (material), alma
(espiritual) e princípio vital (imaterial), ele criou a Homeopatia. Esta modalidade de medicina
adota o raciocínio vitalista, atribuindo à energia vital o controle da homeostasia orgânica.
Jakob Johann von Uexküll (1864 -1944) célebre biólogo e filósofo alemão- báltico, pregava
na ideia de um poder sobrenatural na natureza como explicação para a existência de vida.
Contrapondo-se às ideias vitalistas vamos encontrar a doutrina mecanicista: ela afirma que
todos os fenômenos biológicos da matéria viva são explicados pela atividade e de um conjunto
de substâncias químicas estruturado e posto em funcionamento sob o controle das mesmas
leis da física e da química que regem as reações e transformações da matéria inanimada.
4

Mecanicismo
O mecanicismo tem suas raízes nos antigos filósofos gregos: os filósofos atomistas, como
Leucipo e Demócrito, no século IV a.C., atribuíam todo o comportamento da matéria à
diversidade quantitativa dos átomos (forma, dimensão e ordem) e ao movimento dos átomos
que a compunham.
No século XVII Descartes e Leibniz admitem uma perfeita identidade entre as leis que
regem os fenômenos vitais e aquelas que regem os fenômenos que ocorrem entre os seres
inanimados. Isso não os impedia de admitir uma realidade espiritualista no tocante à alma.

Hermann Ludwig Ferdinand Von Helmholtz (1821 - 1894) – foi um célebre médico alemão,
criador do oftalmoscópio e professor da Faculdade de Medicina de Berlim. Em 1831, baseado
em estudos de termodinâmica, eletrodinâmica e hidráulica proclama que nenhuma força de
natureza espiritual atua no organismo humano, mas tão somente as forças físico-químicas
idênticas àquelas que agem sobre as substâncias brutas. Em 1869 declara: “O objetivo último
das ciências naturais é reduzir todos os processos da natureza aos movimentos a eles
subjacentes e encontrar as suas forças condutoras, isto é, reduzi-los à mecânica”.
Claude Bernard (1813 - 1878) fisiologista francês, pai da fisiologia moderna, em trabalho
de 1843, concluiu pela inexistência de qualquer força de natureza espiritual atuante no interior
do homem. Todas as forças a agir no organismo podem ser identificadas e proveem de agentes
puramente físicos. A matéria viva distinguir-se-ia da inanimada apenas em razão de sua
extraordinária complexidade.

4-3. A CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DOS SERES VIVOS

Quando estudamos a constituição íntima da matéria, discorremos sob um fundo histórico,


buscando explicar – desde a descoberta da eletricidade até a fissão do átomo – como os
pesquisadores desvendaram cada vez mais, lenta e progressivamente, os segredos que a
natureza avaramente guardava. Assim chegamos a entender, com certa minúcia, a
constituição íntima da matéria. Agora, a tratarmos dos seres vivos, uma descrição
pormenorizada e sob fundo histórico exigiria um livro várias vezes maior do que este em suas
mãos. Dessarte, descrevermos sem mais minúcias, o que já se admite como estabelecido,
limitando as citações históricas apenas às descobertas mais relevantes.

Uma análise mais atenta logo revela que os seres vivos são compostos de matérias
diferentes daquelas que compõe os inanimados. Continuando nossa análise, veremos que é
possível encontrar dentre as substâncias que os compõe muitas também encontradas na
composição dos seres inanimados, assim como o cálcio, o ferro, o cobre , muitos sais, ácidos
etc. etc. Todavia, aprofundando mais a nossa análise vamos encontrar, nos seres vivos,
substâncias que lhes são exclusivas ou que, quando encontradas isoladas foram, ao que tudo
parece indicar, por eles produzidas. Essa restrição “ao que tudo parece indicar” merece
maiores considerações.
5

Ainda em continuação à análise que fazemos da composição dos seres vivos, veremos
que a maioria das substâncias que os compõe é constituída por moléculas que contém o
átomo de carbono. O mesmo iremos encontrar em matérias produzidas por esses seres, assim
como as proteínas do leite, a cera das abelhas, a lã das ovelhas. Em 1777, químico sueco
Torbern Olof Bergman propôs da divisão da Química em Inorgânica e Orgânica, sendo esta
última encarregada do estudo das substâncias denominadas orgânicas, pois que provinham
exclusivamente de organismos vivos: não se havia encontrado, até então, nenhuma substância
desse tipo sintetizada em laboratório ou encontrada na natureza com absoluta certeza que
não proviesse de um organismo vivo. Em 1807 o químico sueco Jöns Jakob Berzelius formulou
a teoria da força vital, qual seja a existência de uma entidade imaterial, distinta de todas as
demais formas de energia descritas pela ciência – o fluído vital, próprio dos seres vivos, poder
indispensável para a síntese das substâncias orgânicas.

4-4. DA QUÍMICA INORGÂNICA PARA A QUÍMICA ORGÂNICA

Fig.4-1. Friedrich Wöhler (1980-1982)

Até 1928, as substâncias eram divididas em dis grupos: a inorgânicas e as orgânicas.


Estas últimas, eram assim chamadas por só provirem dos seres vivos. Esse fato reforçava a
filosofia vitalista. Os vitalistas, no rasto de Berzelius, insistiam que a vida implicava na
existência da força vital que possibilitava a existência dos seres vivos, permitindo-lhes, dentre
outras peculiaridades, a produção das substâncias orgânicas.

Naquele ano, o químico alemão Friedrich Wöhler, professor da Universidade de


Göttingen, obteve a uréia, uma substância isolada da urina, a partir do aquecimento do
cianeto de amônio, segundo a reação química histórica
6

Essa reação química obtida por acaso ( Wöhler não contava com ela quando aqueceu o
sal inorgânico) marcou o início da Química Orgânica como aquela que trata dos dos compostos
de carbono. Esse conceito foi proposto pelo químico alemão Friedrich August Kekulé. Desde
então, a produção artificial de compostos orgânicos cresceu exponencialmente, e a Orgânica
tornou-se a área mais estudada da Química. Na ocasião da sínteses de Wöhler conheciam-se
cerca de 12 mil compostos orgânicos. Hoje conhecem-se cerca de 7 milhões. Covém deixar dito
que alguns poucos compostos contendo carbono não são estuados pela Química Orgâncica
(e.g.: gás carbônico, ácido carbônico, grafite). Todavia, todos os compostos ditos orgânicos
contêm carbono.
A descoberta de Wöhler foi um duro golpe contra os defensores do vitalismo. A
síntese da uréia a partir do cianato de amônio não abalou os teimosos vitalistas: afinal, Wöhler
estava vivo e, a rigor, aquela reação não comprovava a possibilidade de formação de
substâncias orgânicas independente dos seres vivos! Mas muita coisa ainda estava por vir.

Apêndice
Dentro da química orgânica existem as funções orgânicas (compostos orgânicos de
características químicas e físicas semelhantes). Existem cerca de 12 funções, sendo elas:
Hidrocarbonetos (Alcanos, Alcenos, Alcinos, Alcadienos, Cicloalcanos, Cicloalcenos)
Haletos, Álcoois , Enóis, Fenóis, Éteres , Ésteres, Aldeídos, Cetonas, Ácido carboxílico,
Aminas e Amidas.
Fonte: http://nossoverde165.blogspot.com.br/2010/10/teoria-da-forca-vital.html
A química inorgânica trata de funções químicas (ácidos, bases, óxidos, peróxidos, sais,
polímeros inorgânicos – silicone- ……. (completar)

Nesta seção vamos tratar da composição química dos seres vivos que envolve, além
dos compostos orgânicos, também uma grande quantidade de substâncias inorgânicas.
-
Se examinarmos a tabela periódica, veremos que cerca de duas dúzias de elementos
tomam parte primordial na construção da matéria viva:

Fig. 4-2. Tabela periódica a dos elementos químicos. Sobre fundo branco, aqueles encontrados em grande
quantidade nos seres vivos; sobre fundo negro, aqueles existentes em ínfimas quantidades (oligoelementos).
7

Na fig. 4-1 estão sobre fundo branco os elementos que aparecem em maior
quantidade na estrutura química dos seres vivos; sobre fundo negro estão elementos que
aparecem em pequenas ou pequeníssimas quantidades, embora sejam indispensáveis ao
funcionamento da maquinaria biológica (oligoelementos).
A maior parte das moléculas que constituem os seres vivos são compostas por átomos
de carbono unidos por covalência, preferentemente, a átomos de hidrogênio, oxigênio e
nitrogênio. A espantosa variedade de tais compostos explica-se pela notável propriedade que
o carbono tem de ligar-se a outros átomos. Assim se constituem as ditas macromoléculas ,
estruturas comuns na matéria viva, constituídas por longas cadeias de carbono interligados,
acrescidas de outros átomos que determina suas características individuais. Assim, segundo
Lehninger, uma única moléculas de proteína pode conter 1 000 ou mais aminoácidos e o acido
desoxirribonucleico (DNA) contem milhões de nucleotídeos.

A ÁGUA

A água é o componente mais abundante da matéria viva. Todas as reações químicas que se
processam nos organismos vivos exigem um meio aquoso para ocorrerem. Admite-se que os
primeiros seres vivos tenham-se originado na água.

Quase todas as reações químicas ocorrem entre substâncias em solução. A água dissolve um
sem número de substâncias e por isso tem papel importantíssimo nas reações metabólicas.
Suas propriedades físicas também são importantes para os seres vivos. Assim, por exemplo,
participa da termoregulação dissipando calor ao evaporar-se quando em forma de suor.

MINERAIS

GLUCÍDIOS (açucares ou carboidratos)

LIPÍDIOS (óleos e gorduras)

PROTEÍNAS

ÁCIDOS NUCLEICOS

MINERAIS

Embora presentes em menor quantidade que os compostos orgânicos, os minerais são


indispensáveis para a existência da vida. Alguns exemplos de funções por eles
desempenhadas:
Sódio e potássio: atuam no balanço entre substâncias intra e extracelulares (Apêndice ……)
8

Cálcio: Tem função estrutural na composição do tecido ósseo e participa de reações


indispensáveis ao funcionamento do sistema nervoso.
Ferro: Nos vegetais entra na composição da clorofila e nos animais na estrutura da
hemoglobina.
Magnésio: Age em reações metabólicas do sistema nervoso e é o principal componente da
molécula de clorofila

GLUCÍDIOS

São compostos constituídos por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. São chamados
também de carboidratos – denominação antiga e errônea que persiste ainda hoje,
especialmente entre os autores anglo-saxônicos. No século XIX admitia-se que tais compostos
fossem constituídos por átomos de carbono ( C ) ligados a moléculas de água ( H2O) – carbono
hidratado. De fato, como sua a fórmula era Cn (H2O)n sendo o índice n igual a 3 ou maior,
supunha-se os átomos de oxigênio e hidrogênio compondo moléculas de água . Hoje, sabe-se
que não é essa a composição estrutural dos glucídios. Em geral, sua estrutura compreende
cadeias de carbono às quais se ligam o hidrogênio e o oxigênio. Por exemplo:

glicose frutose ribose (forma cíclica)

Os glucídios são de extrema importância para os organismos vivos, pois estão ligados ao
transporte de energia . Além disso têm outras notáveis funções nos organismos – como a
composição das membranas das células vegetais e a formação das moléculas de ácidos
nucleicos.

TIPOS DE CARBOIDRATOS

Monossacarídeos: de fórmula química Cn(H20)n e pequeno tamanho conseguem atravessar


as membranas celulares com facilidade. É o caso da glicose .
9

Dissacarídeos: Resultam da união de dois monossacríeos (p.e. a sacarose)

Polissacarídeos: Trata-se de moléculas grandes formadas pela reunião de moléculas


menores… Como o exemplo, o amido. O amido é uma importante resereva de energia nos
vegetais. Nos animais, temos o glicogênio que é armazenado no fígado e liberado quando o
organismo necessita energia.

LIPÍDIOS

São compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio podendo conter átomos de enxofre, fósforo
e nitrogênio. Eles são importante meio para armazenamento de energia bem como na
composição estrutural das membranas celulares. Podem servir de isolante térmico,
dificultando a perda de calor. Dentre os lipídios que compões os seres vivos devemps citar o
colesterol. Trata-se de uma das substâncias que compõe a membrana plasmática além de
participar na produção de diversos hormônios, tais como o estrógeno a progesterona.

Convém deter-nos mais atentamente na descrição dos fosfolípedes. Em geral, trata-se


moléculas pequenas e suas propriedades elétricas são de grande importância em biologia.
Interessam alguns fosfolipídios cujas moléculas possuem uma extremidade (cabeça) hidrófila,
isto é: tem afinidade com a água e nela se dissolve; a outra extremidade (cauda) hidrófoba,
isto é: repele a água.
10

Quando em dispersos em solução aquosa, os fosfolípedes soem organizar-se


espontaneamente em membranas constituídas por dupla camada de moléculas alinhadas
(fig.). Ainda mais: essas membranas têm a propriedade de se fecharem espontaneamente
sobre si mesmas, dando origem a formações vesiculares denominadas lipossomas (fig ).

42 Frézard, F.; Schettini, D. A.; Rocha, O. G. F.;


Demicheli, C. Liposomes: physicochemical
and pharmacological properties, applications
in antimony-based chemotherapy. Química
Nova 2005, 28, 511.

Essas vesículas foram descobertas descritas pelo médico patologista Alec Bangham em
1965. Outro médico, Geralda Weissman chamou-se de lipossomas. Os lipossomos têm sido
usados como modelos para o estuda das membranas celulares e também como portadores de
substâncias usadas em cosmetologia e na indústria de fertilizantes. Como veremos adiante,
poslipossomos parecem ter desempenhado papel fundamental na origem da vida.
11

45
Bangham, A. D.; Standish, M. M.; Watkins,
J. C. Diffusion of univalent ions across the
lamellae of swollen phospholipids. Journal of
Molecular Biology 1965, 13, 238.

46
Sessa, G.; Weissmann, G. Phospholipid
spherules (liposomes) as a model for
biological membranes. Journal of Lipid
Research 1968,9, 310. [PubMedl

PROTEÍNAS

As proteínas são moléculas formadas por longas cadeias oriundas da junção de moléculas
menores – os aminoácidos. Aminoácido é um composto orgânico que contém um radical NH2
(amina). No organismo, os aminoácidos costumam associar-se mediante uma ligação
denominada “ligação peptídica” na qual o grupamento carboxila COO- característico dos
ácidos orgânicos reage com o grupamento amina NH2 de outro aminoácido. Nessa reação,
liberta-se uma molécula de água (H2O) e os dois aminoácidos reúnem-se em uma única
molécula dita “di-peptídio”.

O processo pode occorrer mais vezes de modo a formar cadeias de vários aminoácidos assim
ligados, agora dizendo-se polipeptídios. As proteínas nada mais são que polipetídeos c om
centenas ou milhares de aminoácidos - Lehninger chama de proteínas as moléculas de massa
molecular acima de 10 000.
12

Neste ponto, vale a pena lembrar que os animais não conseguem sitetizar todos os
aminoácidos necessários para a formação das suas proteínas (dito essenciais) . Por isso é
obrigatório que se alimentem dos organismos vegetais capazes dessa síntese.

As proteínas exercem funções da maior importância nos organismos. Assim


Função estrutural (na composição da membrana plasmática das células; fibras musculares;
unhas e garras dos animais (queratina); função bioquímica ou fisiológica ( enzimas) A
hemoglobina das hemácias exerce a um tempo a função de estrutura e de transporte do
oxigênio; Função de proteção (anticorpos); função relevante na reprodução celular.

ÁCIDOS NUCLEICOS

(Acidos desoxiribonucleico - DNA - e ribonucleico - RNA) .


Essas substâncias são das mais fascinantes entre aquelas que compõe os seres vivos: são as
moléculas respónsáveis pelo código genético, a “linguagem” que permite a reprodução das
proteínas e a transmissão dos caracteres hereditários – como veremos adiante.

Os ácidos nucleicos são constituídos por pequenas unidades chamadas de nucleotídios. Cada
nucleotídio é composto por um grupo fosfato, uma base nitrogenada e um carboidrato (ribose
no RNA e desoxirribose no DNA). As bases nitrogenadas são cinco: adenina (A), timina (T),
guanina (G), citosina (C), e uracila (U). As quatro primeiras são encontradas no
DNA. A uracila substitue a timina no RNA. Os nucleotídeos tomam parte e vários processos
metabólicos da célula, mas agora vamos encará-los tão somente como os responsáveis pelo
código genético.
13

RNA e DNA:

Os ácidos ribonucleico e desoxirribonucleico são os responsáveis pela geração das proteínas


no interior das células bem como pelo código genético, quer dizer: pelo armazenamento e
transmissão das características hereditárias entre as células. Os nucleotídeos compõe a
estrutura da molécula de ácido desoxirribonucleico de tal modo que e ela pode ser comparada
a uma escada de mão: os montantes correspondem a cadeia de glicídios (pentoses) ligadas a
radicais fosfato e os degraus às bases nitrogenadas.
14

4-4. A célula.
Todos os seres vivos são compostos por células – pequenos blocos microscópicos que
se agrupam em conjuntos – tecidos – que por sua vez vão constituir os órgãos e outros
componentes do organismo tais como pele, músculos, ossos, cartilagens etc. As células são de
dimensões microscópicas, da ordem de 1 a 100 milésimos de milímetro. Há seres constituídos
por uma única célula, por isso denominados unicelulares. Os demais organismos são ditos
pluricelulares são compostos por um número muito grande de células. Assim, o corpo humano,
é constituído por cerca de 10 trilhões de células.
A célula foi descoberta por Robert Hooke, em 1635. Ele examinava blocos de cortiça ao
microscópio – inventado em 1590 pelos fabricantes de óculos holandeses Hans Janssen e
Zacharias Janssen. Hooke verificou que a cortiça era compostas por numerosas e contíguas
formações comparáveis favos de mel e denominou-as “células” – comparando-as aos
pequenos quartos onde viviam os monges (do latim cellula = pequeno quarto). Em 1838
Mathias Jakob Schleiden e Theodor Schwan proclamaram a “Teoria Celular” que afirmava:
1. Todos os seres vivos são compostos por uma ou mais células que são responsáveis
por todas as atividades do organismo;
2. Cada célula provém de outra preexistente;
3. A célula é a unidade responsável pela reprodução e transmissão das características
hereditárias dos seres vivos.
Um caso particular é representado pelos vírus, sendo que até o momento discute-se
devam ser considerados ou não como seres vivos. Admitindo-se a segunda hipótese, esses
seres acelulares seriam uma única exceção à teoria celular.
A evolução das ciências biológicas veio a estabelecer com imensa quantidade de
pormenores a constituição e o funcionamento das células. Dessa forma, vemos que as células
devem se encaradas e estudadas sob dois aspectos: o morfológico e o funcional. O estudo
morfológico tem sido realizado através de instrumentos capazes de revelar estruturas
extremamente pequenas. Existem células visíveis olho nu
15

A maioria das células dos seres multicelulares têm um diâmetro de 10 a 100


micrômetros. Os organismos unicelulares as células têm 1 ou 2 micrômetros. Um
pequeno número destes últimos organismos possuem células bem maiores: algumas
amebas gigantes têm até 3 cm de diâmetro, como a Gromia spherica que vive em
águas profundas nos oceanos.

Protozoários, seres unicelulares, como as amebas gigantes podem chegar a ter


3 centímetros de diâmetro, como por exemplo a Gromia sphaerica, uma ameba que
vive nas profundezas do oceano;
De outro lado, as menores células conhecidas são os micoplasmas. Medem 0,1
a 0,3 micrometros e podem mesmo parasitar outras células maiores, vivendo em seu
interior como fazem os vírus. São responsáveis por inúmeras doenças dos animais do
homem, particularmente algumas do sistema respiratório.
-------------------------------------------------------------------------------------------

CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

El naturalista francés Edouard Chatton (1883-1947), en el mismo año,


descubre que las células pueden ser divididas en dos grandes grupos en
base a sus características morfológicas: aquellas que poseen núcleo y
organelas internas y aquellas que no (Chatton, 1938). Y propone clasificar a
los organismos que contienen el primer tipo de células como eucariotas y
aquellos que no, como procariotas. in:

Algunas reflexiones Sobre la clasificación de los Organismos vivos


Medina, Rita Daniela Fernández
História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 09/2012, Vol.19 (3), pp.883-898 [Peer Reviewed Journal]

CrossRef´

ou: Hist. cienc. saude-Manguinhos vol.19 no.3 Rio de Janeiro July/Sept. 2012

Édouard Chatton ( pronunciação francesa: [edwaʁ ʃatɔ] ) (11 de Outubro de 1883-23 de Abril
de 1947, Banyuls-sur-mer ) era um biólogo francês que caracterizado pela primeira vez, a
distinção entre os eucariotas e procariotas sistemas de organização celular. Chatton
inventou os termos em seu artigo de 1925, Pansporella perplex: Reflexões sobre a
Biologia e a Filogenia dos Protozoários . [1]

A classificação (2003) proposta por Thomas Cavalier-Smith


(1942), biólogo inglês, reconhece dois domínios:
• Prokaryota, compreendendo Archaea e Bacteria;
16

• Eukaryota, que inclui todos os demais organismos, tanto


unicelulares quanto pluricelulares.

Thomas Cavalier-Smith (21 de outubro de 1942) é um biólogo inglês.


É professor de biologia da evolução na Universidade de Oxford, e tem dado grandes
contribuições para o conhecimento da origem,
relações filogenéticas e taxonomia dos Eucariotas e Procariotas.

Em 1959, Robert Whittaker propôs a divisão dos seres vivos


em cinco reinos, esta
que é levada em consideração até os dias atuais:
• Reino Monera. que reúne as eubactérias e as
arqueobactérias: seres procarióticos
e unicelulares.
• Reino Protoctista, tendo os protozoários e algas como
representantes.
• Reino Fungi. cujos representantes são eucarióticos, uni
ou multicelulares e
heterotróficos.
• Reino Plantae. com representantes eucarióticos,
multicelulares e autotróficos
fotossintetizantes.
• Reino Animalia, abrigando indivíduos eucarióticos,
multicelulares e heterotróficos.

Em 1977, com o advento das técnicas moleculares, Carl Woese, microbiologista


norteamericano (1928-2012,baseado em certas sequências de DNA
(Uma sequência de DNA ou sequência genética é uma série de
letras representando a estrutura primária de
uma molécula ou cadeia de DNA, real ou hipotética, com a
capacidade de carregar informações) dividiu os procariotas em dois
grupos, Bactéria e Archaea. Segundo ele, estes grupo junto aos eucariotas formam
domínios com origem e evolução distintas embora descendendo de um ancestral
comum.
17

Células Procariontes

As células procariontes ou procarióticas, também chamadas de protocélulas, são muito


diferentes das eucariontes. A sua principal característica é a ausência
de carioteca individualizando o núcleo celular, pela ausência de alguns organelas e pelo pequeno
tamanho que se acredita que se deve ao fato de não possuírem compartimentos membranosos
originados por evaginação ou invaginação. Também possuem DNA na forma de um anel não-
associado a proteínas (como acontece nas células eucarióticas, nas quais o DNA se dispõe em
filamentos espiralados e associados à histonas).

Estas células são desprovidas de mitocôndrias, plastídeos, complexo de Golgi, retículo


endoplasmático e sobretudo cariomembrana o que faz com que o DNA fique disperso no
citoplasma.

A este grupo pertencem seres unicelulares ou coloniais:

 Bactérias
 Cianofitas (algas cianofíceas, algas azuis ou ainda Cyanobacteria)
 PPLO ("pleuro-pneumonia like organisms") ou Micoplasmas

Células Eucariontes
As células eucariontes ou eucarióticas, também chamadas de eucélulas, são mais complexas
que as procariontes. Possuem membrana nuclear individualizada e vários tipos de organelas. A
maioria dos animais e plantas a que estamos habituados são dotados deste tipo de células.

É altamente provável que estas células tenham surgido por um processo de aperfeiçoamento
contínuo das células procariontes.

Não é possível avaliar com precisão quanto tempo a célula "primitiva" levou para sofrer
aperfeiçoamentos na sua estrutura até originar o modelo que hoje se repete na imensa maioria
das células, mas é provável que tenha demorado muitos milhões de anos. Acredita-se que a célula
"primitiva" tivesse sido bem pequena e para que sua fisiologia estivesse melhor adequada à
relação tamanho × funcionamento era necessário que crescesse.

Acredita-se que a membrana da célula "primitiva" tenha emitido internamente prolongamentos ou


invaginações da sua superfície, os quais se multiplicaram, adquiriram complexidade crescente,
conglomeraram-se ao redor do bloco inicial até o ponto de formarem a intrincada malha do
18

retículo endoplasmático. Dali ela teria sofrido outros processos de dobramentos e originou outras
estruturas intracelulares como o complexo de Golgi, vacúolos, lisossomos e outras.

Procarionte é um organismo unicelular simples que não possui compartimentalização


membranosa dos seus produtos intracelulares, ou seja, não apresenta compartimentos dentro
da célula (metabólitos dispersos no citoplasma), nem núcleo verdadeiro
(cromossomo disperso no citoplasma).
A palavra "procarionte" vem dos termos gregos pro = primeiro e karyon = noz, núcleo. Fazem
parte do grupo das células procariontes as bactérias e as algas azuis.
Os procariontes surgiram muito antes dos eucariontes, com fósseis de 3 bilhões de anos,
enquanto que os eucariontes apareceram provavelmente há 1 bilhão de anos.
As células procariontes não possuem envoltório nuclear delimitando o material genético. Não
possuem também organelas membranosas e citoesqueleto, de modo que não ocorre o
transporte de vesículas envolvidas na entrada (endocitose) e na
saída (exocitose) de substâncias.
Os procariontes são desprovidos de algumas organelas cotoplasmáticas como
mitocôndrias, plastídeos, complexo de Golgi, retículo endoplasmático e sobretudo
cariomembrana o que faz com que o DNA fique disperso no citoplasma.
A divisão das células procariontes não ocorre por mitose e os seus filamentos de DNA não
sofrem o processo de condensação que deixa os cromossomos visíveis ao microscópio
óptico, durante a divisão celular.
As células procariontes que realizam fotossíntese possuem seu citoplasma
algumas membranas, paralelas entre si, e associadas a clorofila ou a outros pigmentos
responsáveis pela captação de energia luminosa.
Ao contrário das células eucariontes, as procariontes não possuem um citoesqueleto, que é
responsável pelo movimento e forma da célula.
A forma simples das células procariontes, que geralmente é esférica ou em bastonete,
mantém-se por meio da parede extracelular, produzida no citoplasma e agregada à superfície
externa da membrana celular.
A principal diferença entre células procariontes e eucariontes, é que estas últimas possuem
um extenso sistema de membrana cria, no citoplasma, microrregiões que contêm moléculas
diferentes e executam funções especializadas.
19

4-5. Morfologia:
citoplasma, núcleo e
membrana.
As células possuem morfologia muito diversa, segundo sua função. Se analisarmos um
neurônio, uma célula epidémica e uma ameba, encontraremos aspectos morfológicos
extremamente diferentes. Todavia, trata-se simplesmente de células. Não existe, portanto,
uma célula típica. Entretanto, iremos imaginar uma célula ideal, a fim de descrever seus
componentes, comuns a quase todas as células reais.
Fundamentalmente a célula consta de um meio com características coloidais dito
citoplasma, que compreende o citosol ou hialoplasma, a parte líquida do citoplasma, e mais
outras estruturas bem definidas, o citoesqueleto, o núcleo e os orgânulos citoplasmáticos, a
saber: corpo de Golgi, retículo endoplasmático, centríolo, lisossomas e mitocôndrias. Todos
esses componentes têm funções específicas e importantes, algumas já bem conhecidas.
Membrana Plasmática – Atua como recipiente do citoplasma e controla a entrada e a
saída de substâncias da célula. É formada por uma dupla camada de fosfolipídios e proteínas
espaçadas, como já vimos na seção ----- . As proteínas podem estar apenas ancoradas nas
membranas ou atravessam essa estrutura, ficando expostas dos dois lados da mesma. Nesse
caso, dizem-se proteínas transmembrana.

Até recentemente admitia-se, para a membrana, uma estrutura semelhante à da


figura, onde se vêm os fosfolipídios em dupla camada e as proteínas conforme acima descritas.
20

Métodos de investigação como a microscopia óptica e eletrônica e mesmo a


ressonância magnético nuclear, embora poderosos meios de análise estrutural, não
alcançavam uma resolução em nível molecular. Procedimentos mais recentes (microscópio de
força atômica) permitiram a análise até esse nível. A estrutura até então admitida em parte
confirmada, notando-se, todavia, que a quantidade de proteínas era bem maior que a até
então admitida e a constituição da membrana correspondia mais a mostrada na figura

FISIOLOGIA DA MEMBRANA
21

Studying the Nucleated Mammalian Cell Membrane by Single


Molecule Approaches
Weidong, Zhao;Yongmei, Tian;Mingjun, Cai;Feng, Wang;Jiazhen, Wu;Jing, Gao;Shuheng,
Liu;Junguang, Jiang;Shibo, Jiang;Hongda, Wang - PLoS one journal , 2014- (journal online)

Além de exercer função mecânica contendo o citoplasma e ancorando o citoesqueleto,


a membrana exerce importantes funções na fisiologia da célula: controla saída e entrada de
substâncias para o meio intracelular e a geração de gradientes de energia elétrica
possibilitando a transmissão do impulsos nervosos.
Exemplificando, consideremos os meios como diferentes substâncias atravessam a
membrana:
22

CITOESQUELETO
O hisaloplasma tem natureza coloidal, mas o corpo celular conserva sua forma graças a
um verdadeiro esqueleto contituído por fibras proteicas que formam uma malha
tridimensional estendida por todo o citoplasma. Essa estrutura é muito importante nas células
animais cuja membrana não confere sustentação ao citoplasma – ao contrário das células
vegetais cuja membrana é rígida em razão da celulose que entra em sua composição.
23

Além de dar sustentação mecânica ao citoplasma, o citoesqueleto confere ponto de apoio dos
orgânulos citoplasmáticos, toma parte nos movimentos de certas células que podem
deformar-se emitindo pseudópodos (Vide), contribui na atividade de cílios e flagelos, atua
ativamente na contração das células musculares (graça as proteínas actina e miosina, e
participa na divisão celular formando as fibras do fuso (Vide ….). Finalmente, admite-se que o
citoesqueleto, graças a certas proteínas motoras que o compõe, atua no deslocamento de
substâncias e orgânulos como as mitocôndrias e cloroplastos através do hialoplasma.
24
25

Retículo Endoplasmático – É o sistema transportador e armazenador de substâncias.


Existem dois tipos de retículos: o Retículo Endoplasmático Liso, onde há a síntese de lipídios e
o Retículo Endoplasmático Rugoso formado por sistemas de vesículas achatadas. Sua
atividade relaciona-se com a síntese de proteínas, que serão enviadas para o exterior
da célula. É muito desenvolvido em células com funções secretoras, como as células
do pâncreas, que secretam enzimas digestivas, das células caliciformes da parede do intestino,
que secretam muco.
Ribossomos – É onde se processa a síntese de proteínas pela união de aminoácidos.
Complexo de Golgi - São estruturas membranosas que formam cisternas dispostas em
camadas umas sobre as outras. que elaboram e armazenam proteínas. Atua como um sistema
central de distribuição na célula, comportando-se como centro de armazenamento,
transformação e envio de substâncias variadas.

Plastos – São formações saciformes responsáveis por armazenamento e síntese de


substâncias. Vale a pena citar os leucoplastos responsáveis pelo armazenamento
principalmente de amido, os cloroplastos, que contem clorofila e respondem pela fotossíntese
nas células vegetais e os eritroplastos dos glóbulos vermelhos, que contêm hemoglobina e são
responsáveis pelo transporte de oxigênio.
Núcleo – Administra a célula. Ele é revestido por uma membrana dupla e é formado
por cromatina – onde se localiza o DNA.
Mitocôndria – É responsável pela geração de energia.
26

Núcleo celular
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Biologia celular

Célula animal

Organelos da célula animal[Esconder]

1. Nucléolo

2. Núcleo celular

3. Ribossomas

4. Vesícula

5. Retículo endoplasmático rugoso

6. Complexo de Golgi

7. Citoesqueleto

8. Retículo endoplasmático liso

9. Mitocôndria

10. Vacúolo

11. Citoplasma (composto de Citosol)


12. Lisossomo
27

13. Centrossoma

14. Membrana plasmática

15. Peroxissoma (ausente na imagem)

Célula vegetal

Organelos da célula vegetal[Expandir]

Portal Biologia celular


Portal Biologia

v•e

Figura do núcleo e do retículo endoplasmático: (1) Envoltório nuclear. (2) Ribossomos. (3) Poros
nucleares. (4) Nucléolo. (5) Cromatina. (6) Núcleo. (7) Retículo endoplasmático. (8) Nucleoplasma.

O núcleo celular, primeiramente descrito por Franz Bauer, em 1802, é


uma estrutura presente nas células eucariontes, que contém o ADN (ou DNA) da célula. É
delimitado pelo envoltório nuclear, e se comunica com o citoplasma através dos poros
nucleares. O núcleo possui duas funções básicas: regular as reações químicasque
ocorrem dentro da célula (metabolismo), e armazenar as informações genéticas da célula.
O seu diâmetro pode variar de 11 a 22.25 μm.
Além do material genético, o núcleo também possui algumas proteínas com a função de
regular a expressão gênica, que envolve processos complexos de transcrição, pré-
processamento do mRNA (RNA mensageiro), e o transporte do mRNA formado para o
citoplasma. Dentro do núcleo ainda se encontra uma estrutura denominada nucléolo, que é
responsável pela produção de subunidades dos ribossomos. O envoltório nuclear é
responsável tanto por separar as reações químicas que ocorrem dentro do citoplasma
daquelas que ocorrem dentro do núcleo, quanto por permitir a comunicação entre esses
dois ambientes. Essa comunicação é realizada pelos poros nucleares que se formam da
fusão entre a membrana interna e a externa do envoltório nuclear.
O interior do núcleo é composto por uma matriz denominada de nucleoplasma, que é um
líquido de consistência gelatinosa, similar ao citoplasma. Dentro dele estão presentes
várias substâncias necessárias para o funcionamento do núcleo, incluindo bases
28

nitrogenadas, enzimas, proteínas e fatores de transcrição. Também existe uma rede de


fibras dentro do nucleoplasma (chamada de matriz nuclear), cuja função ainda está sendo
discutida.
O ADN presente no núcleo encontra-se geralmente organizado na forma
de cromatina (que pode ser eucromatina ou heterocromatina), durante o período
de interfase. Durante a divisão celular, porém, o material genético é organizado na forma
de cromossomos. Sua posição é geralmente central, acompanhando o formato da célula,
mas isso pode variar de uma para outra. Nos eritrócitos dos mamíferos, o núcleo está
ausente.

História[editar | editar código-fonte]

Desenho de um núcleo celular, por Walther Flemming, feito em 1882.

O núcleo celular foi o primeiro orgânulo a ser descoberto, tendo sido primeiramente
descrito por Franz Bauer, em 1802.[1] Foi mais tarde descrito em mais detalhe pelo
botânico escocês Robert Brown, em 1831, numa palestra na Sociedade Linneana de
Londres. Brown estava a estudar orquídeas ao microscópio quando observou uma região
opaca, que chamou de auréola ou núcleo, existentes nas células da camada exterior, em
flores.[2] Na altura não sugeriu nenhuma potencial função. Em 1838, Matthias
Schleiden propôs que o núcleo desempenhava um papel na geração de células, tendo
introduzido o nome "citoblasto" (gerador de células). Acreditou que tinha observado novas
células a aparecerem à volta dos "citoblastos". Franz Meyen era um forte opositor a esta
teoria, tendo já descrito células a multiplicar-se por divisão e acreditando que muitas
células não teriam núcleo. A ideia de que as células podem ser geradas de novo, pelo
"citoblasto", contradizia os trabalhos de Robert Remak (1852) e Rudolf Virchow (1855),
que decisivamente propagaram o paradigma de que as células são geradas somente por
outras células ("Omnis cellula e cellula"). A função do núcleo permanecia, no entanto,
pouco clara.[3]
Entre 1876 e 1878, Oscar Hertwig publicou vários estudos sobre a fertilização em óvulos
de ouriço-do-mar, mostrando que o núcleo do espermatozoide entra no oócito, fundindo-se
com o seu núcleo. Esta foi a primeira vez que era sugerido que um indivíduo se
desenvolve a partir de uma única célula nucleada. Isto vinha em contradição com a teoria
de Ernst Haeckel, de que a filogenia completa de uma espécie era repetida durante o
desenvolvimento embrionário, incluindo a geração da primeira célula nucleada a partir de
uma "Monerula", uma massa sem estrutura, de muco primordial ("Urschleim"). A
necessidade de um núcleo espermático para a fertilização foi discutida por algum tempo.
No entanto, Hertwig confirmou as suas observações em outros grupos animais, como por
exemplo em anfíbios e moluscos. Eduard Strasburger produziu os mesmos resultados em
plantas (1884). Isto abriu o caminho para estabelecer o núcleo como tendo um papel
primordial na hereditariedade. Em 1873, August Weismann postulou a equivalência das
células germinais paternais e maternas para a hereditariedade. A função do núcleo, como
29

transportador da informação genética, apenas ficou clara mais tarde, após a mitose ter
sido descoberta e a hereditariedade mendeliana ter sido redescoberta, no início do século
XX. Nessa altura, a teoria cromossómica da hereditariedade foi desenvolvida.[3]

Estrutura do núcleo celular[editar | editar código-fonte]


O núcleo é o maior orgânulo celular em animais.[4] Em células de mamíferos, o diâmetro
médio anda tipicamente à volta de 11 a 22μm e ocupa 10% do volume total.[5] O líquido
viscoso dentro do núcleo denomina-se nucleoplasma, e é similar ao citoplasma encontrado
no exterior do núcleo.

Citoesqueleto[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Citoesqueleto

Nas células animais, duas redes de filamentos intermédios providenciam suporte estrutural
ao núcleo: a lâmina nuclear forma uma rede organizada na face interna do envelope,
enquanto que um tipo de suporte menos organizado é providenciado pela face citosólica
do envelope. Ambos os sistemas dão o suporte estrutural para o envelope nuclear e atuam
como pontos de ancoragem para os cromossomas e poros nucleares.[5]
A lâmina nuclear é essencialmente composta por proteínas denominadas laminas. Como
todas as proteínas, as laminas são sintetizadas no citoplasma e depois transportadas para
o interior do núcleo, onde são agregadas antes de serem incorporadas na rede existente
de lâmina nuclear.[6][7] As laminas podem também ser encontradas dentro do
nucleoplasma, onde formam uma estrutura regular[8] que é visível com o auxílio
de microscopia de fluorescência. A função desta estrutura ainda não está totalmente
estabelecida, embora se saiba que está excluída do nucléolo e está presente durante
a interfase.[9] As estruturas de laminas que formam esta estrutura ligam-se à cromatina e
rompendo a sua estrutura dá-se a inibição da transcrição de genes que codificam
proteínas.[10]
Tal como os componentes de outros filamentos intermédios, o monómero de lamina
contém um domínio em alfa-hélice, usados por dois monómeros para se enrolarem um no
outro, formando uma estrutura dimérica denominada coiled-coil. Então, duas destas
estruturas diméricas colocam-se lado a lado, num arranjo antiparalelo, formando um
tetrâmero denominado protofilamento. Oito destes protofilamentos formam um arranjo
lateral que é torcido de molde a formar uma estrutura semelhante a uma corda. Estes
filamentos podem ser juntos ou separados de uma maneira dinâmica, significando que o
comprimento do filamento depende das diferentes taxas de adição e remoção de
filamento.[5]

Cromossomos[editar | editar código-fonte]


30

O núcleo de um fibroblasto de um rato, no qual o ADN está colocado do azul. Os distintos territórios
cromossómicos, do cromossoma 2 (a vermelho) e do cromossoma 9 (a verde) são visíveis através
de coloração hibridização fluorescente in situ.

Ver artigo principal: Cromossoma

O núcleo celular contém a maioria do material genético da célula, sob a forma de múltiplas
moléculas lineares de ADN organizadas em estruturas denominadas cromossomos.
Durante a maior parte do ciclo celular estão organizados num complexo ADN-proteína
conhecido como cromatina, e durante a divisão celular a cromatina pode ser vista a formar
os cromossomas bem definidos que são familiares de um cariótipo. Uma pequena fração
dos genes da célula está localizada na mitocôndria.
Existem dois tipos de cromatina. A eucromatina é a forma menos compacta de ADN, e
contém genes que são frequentemente expressos pela célula.[11] O outro tipo,
a heterocromatina, é a forma mais compacta, e contém ADN que não é
frequentemente transcrito. Esta estrutura é ainda mais categorizada em
heterocromatina facultativa, consistindo de genes que estão organizados como
heterocromatina apenas em certos tipos de célula ou em certos estágios de
desenvolvimento, e a heterocromatina constitutiva, que consiste em componente
cromossómicos estruturais como os telómeros e os centrómeros.[12] Durante a interfase, a
cromatina organiza-se em pequenos aglomerados individuais,[13] denominados territórios
cromossómicos.[14] Os genes ativos, que são normalmente encontrados na região da
eucromatina, tendem a estar localizados nas fronteiras deste territórios cromossómicos.[15]
Anticorpos associados com certos tipos de organização da cromatina, particularmente
os nucleossomas, têm sido relacionados com um número de doenças autoimunes, tal
como o lupus eritematoso sistémico.[16] Estes são conhecidos como anticorpos
antinucleares (AAN) e têm sido observados concertadamente com esclerose múltipla,
como parte de uma disfunção geral do sistema imunitário.[17]

Envelope nuclear e poros nucleares[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Envelope nuclear e Poro nuclear

O núcleo da célula eucariota. Neste diagrama é visível a dupla membrana do envelope nuclear,
impregnada de ribossomas, o ADN e o nucléolo. Dentro do núcleo existe um líquido viscoso
denominado nucleoplasma, similar ao do citoplasma que se encontra fora do núcleo.

O invólucro nuclear é composto por duas membranas celulares dispostas em paralelo


(uma interior e outra exterior) e separadas por 10 a 50 nanómetros. O envelope nuclear
envolve completamente o núcleo e separa o material genético da célula do citoplasma,
31

servindo como barreira à difusão livre de macromoléculas entre o nucleoplasma e o


citoplasma[18] A membrana nuclear externa é contínua com a membrana do retículo
endoplasmático rugoso (RER), estando igualmente recoberta de ribossomas. O espaço
entre as membranas nucleares é chamado de espaço perinuclear e tem continuidade com
o lúmen do RER.
Os poros nucleares providenciam canais aquosos através do invólucro, sendo compostos
por múltiplas proteínas, colectivamente denominadas de nucleoporinas. Os poros possuem
cerca de 125 milhões de dalton de massa molecular e consistem em cerca de 50
(em leveduras) a 100 proteínas (em vertebrados).[4] Os poros possuem 100 nm de
diâmetro total; no entanto, o espaço através do qual as substâncias difundem livremente
tem apenas 9 nm de largura, devido à presença de sistemas de regulação no centro do
poro. Este tamanho permite a livre passagem de pequenas moléculas solúveis em água ao
mesmo tempo em que impede que moléculas de maiores dimensões, como os ácidos
nucleicos e proteínas entrem ou saiam de maneira inapropriada. Estas moléculas maiores
terão que ser transportadas para o interior do núcleo de maneira ativa. O núcleo de uma
típica célula de mamífero tem cerca de 3000 a 4000 poros através de todo o seu
envelope,[19] com cada um deles contendo uma estrutura anelar, de simetria octogonal, no
local onde as membranas interna e externa se fundem.[20] Ligado a este anel existe uma
estrutura em forma de cesto que se estende em direção ao nucleoplasma, e uma série de
extensões filamentosas que alcançam o citoplasma. Ambas as estruturas servem para
mediar a ligação a proteínas transportadoras nucleares.[4]
A maioria das proteínas, subunidades ribossomais e alguns ARN são transportados
através dos complexos de poros num processo mediado por uma família de factores de
transporte denominadas carioferinas. Estas carioferinas que medeiam o movimento para o
núcleo também são chamadas de importinas, enquanto que aquelas que medeiam o
movimento para fora do núcleo são chamadas de exportinas. A maioria das carioferinas
interage diretamente com a sua carga, apesar de algumas usarem proteínas
adaptadoras.[21] hormonas esteroides como o cortisol e a aldosterona, tal como outras
pequenas moléculas lipossolúveis, envolvidas na sinalização intercelular, podem se
difundir através da membrana celular, para o citoplasma, onde se ligam a receptores
nucleares que são transportados para o núcleo. Já no núcleo, servem como factores de
transcrição quando juntos com o seu ligando; na ausência do ligando, muitos receptores
funcionam como desacetilases de histonas que reprimem a expressão genética.[4]

Nucléolo[editar | editar código-fonte]

Micrografia electrónica de um núcleo celular, mostrando um nucléolo com uma coloração escura.

Ver artigo principal: Nucléolo

O nucléolo é uma estrutura presente dentro do núcleo, nâo envolta por membrana. Por
vezes é classificado como suborgânulo. Forma-se em volta de repetições de ADNr, ADN
que codifica o ARN ribossomal (ARNr). Estas regiões são denominadas regiões
organizadoras de nucléolo. O papel principal do nucléolo é o de sintetizar ARNr e de
formar os ribossomas. A coesão estrutural do nucléolo depende da sua atividade, já que a
formação de ribossomas resulta na associação temporária de componente nucleolares,
facilitando assim mais formação de ribossomas e logo uma maior associação. Este modelo
32

é suportado por observações de que a inativação do ADNr resulta na mistura de


componentes nucleolares.[22]
O primeiro passo na formação do ribossoma é a transcrição do ADNr, efectuado por uma
proteína chamada RNA polimerase I, dando origem a um pré-ARNr precursor, de grandes
dimensões. Este é clivado nas subunidades 5.8S, 18S, e 28S do ARNr.[23] A transcrição, o
processamento pós-transcricional e a formação do ribossoma, ocorrem no nucléolo,
auxiliado por moléculas de ARN nucleolar pequeno (snoRNA, em inglês), algumas das
quais derivado de splicing de intrões de genes codificantes de ARN mensageiro,
relacionados com funções ribossomais. As subunidades ribossomais já formadas são as
estruturas de maior dimensão que passam pelos poros nucleares.[4]
Quando observado através do microscópio electrónico, o nucléolo pode ser visto como
sendo constituído por três regiões distintas: uma região interior (centro fibrilar), rodeada
pelo componente fibrilar denso, que por sua vez é rodeado pelo componente granular. A
transcrição do ADNr ocorre no centro fibrilar ou na fronteira entre o centro fibrilar e o
componente fibrilar denso. Quando a transcrição de ADNr é aumentada, verifica-se a
detecção de mais centros fibrilares. A maior parte da clivagem e modificação do ARNr
ocorre no componente fibrilar denso, enquanto que os passos mais tardios, envolvendo a
assemblagem de proteínas em subunidades ribossomais, ocorre no centro granular.[23]

Outros corpos subnucleares[editar | editar código-fonte]

Tamanhos das estruturas subnucleares

Nome da Diâmetro da
estrutura estrutura

Corpos de Cajal 0.2–2.0 µm[24]

PIKA 5 µm[25]

Corpos PML 0.2–1.0 µm[26]

Paraspeckles 0.2–1.0 µm[27]

Speckles 20–25 nm[25]

Para além do nucléolo, o núcleo contém um número de outros corpos não-membranares.


Alguns deles são os corpos de Cajal, os gémeos de corpos enovelados (gemini of coiled
bodies, em inglês). Domínios PIKA, corpos PML, agregados de grânulos intercromatínicos
(speckles) e paraspeckles. Apesar de pouco se saber sobre alguns destes domínios, estes
são significantes pelo facto de mostrarem que o nucleoplasma não é uniforme, mas sim
que contém vários subdomínios funcionais organizados.[26]
Outras estruturas subnucleares aparecerem como parte de processos de doenças. Por
exemplo, foi já reportada a presença de pequenos bastões intranucleares em alguns casos
de miopatia nemalínica.
33

Corpos de Cajal e gémeos[editar | editar código-fonte]


Um núcleo contém tipicamente entre uma a dez estruturas denominadas corpos de
Cajal ou corpos enovelados, cujo diâmetro é de 0,2 µm e 2.0 µm, dependendo do tipo de
célula e da espécie.[24] Quando vistos ao microscópio electrónico, assemelham-se a
novelos[25] e são densos focos de distribuição para a proteína denominada coilina.[28] Estes
corpos estão envolvidos em alguns papéis relacionados com o processamento do ARN,
especificamente os pequenos ARN nucleolares (snoRNA), a maturação dos pequenos
ARN nucleares (snRNA) e modificação do ARNm histónico.[24]
Similares aos corpos de Cajal são os gémeos de corpos enovelados, quer em forma quer
em tamanho. São virtualmente indistinguíveis sob o microscópio electrónico.[28] Em
oposição aos corpos de Cajal, os gémeos não possuem pequenas ribonucleoproteínas
nucleares (snRNPs), mas contêm uma proteína em inglês denominada survivor of motor
neurons (SMN), cuja função está relacionada com a biogénese das snRNP. Supõe-se que
os gémeos assistem os corpos enovelados na biogénese das snRNP,[29] apesar de
também ter sido sugerido, de evidências microscópicas, que os corpos enovelados os os
gémeos de corpos enovelados são diferentes manifestações da mesma estrutura.[28]
Domínios PIKA e PTF[editar | editar código-fonte]
Os domínios PIKA (do inglês, polymorphic interphase karyosomal associations) foram
primeiramente descobertos em estudos de microscopia no ano 1991. As suas funções
eram e permanecem pouco claras, apesar de não terem sido associados com replicação
ativa de ADN, com a trasncrição e com o processamento do ARN.[30] Descobriu-se que se
associavam com distintos domínios definidos por densas localizações do factor de
transcrição PTF, que promove a transcrição de snRNA.[31]
Corpos PML[editar | editar código-fonte]
Os corpos PML (do inglês, promyelocytic leukaemia) são corpos esféricos que se
encontram dispersos por todo o nucleoplasma, medindo entre 0,2 e 1,0 µm. Outros nomes
são: domínio nuclear 10, corpos Kremer e domínios oncogénicos PML. São muitas vezes
vistos no núcleo em associação a corpos de Cajal e a corpos de clivagem. Foi sugerido
que desempenham um papel na regulação da transcrição.[26]
Paraspeckles[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Paraspeckle

Descobertos por Fox et al. em 2002, os paraspeckles são compartimentos de forma


irregular que ocorrem no espaço intercromatínico[32] Foram documentados pela primeira
vez em células HeLa, onde existem em número de 10 a 30 por núcleo.[33] Também se
conhece a sua ocorrência em células primárias humanas, em linhas celulares
trnasformadas e em secções de tecidos.[34]
Os paraspeckles são estruturas dinâmicas que são alteradas em resposta a mudanças na
atividade metabólica celular. São dependente de transcrição[32] e em ausência de
transcrição por ARN Pol II estas estruturas desaparecem e todos os seus componentes
proteicos associados (PSP1, p54nrb, PSP2, CFI(m)68 e PSF) formam uma estrutura em
forma de crescente, em posição perinucleolar. Este fenómeno é demonstrado durante
o ciclo celular. Durante o ciclo celular, os paraspeckles estão presentes durante
a interfase e durante a toda a mitose, com excepção da telófase. Durante a telofase,
quando os dois núcleos-filho são formados, não existe transcrição por ARN polimerase II,
de tal forma que os componentes proteicos formam uma cobertura perinucleolar.[34]
Agregados granulares intercromatínicos[editar | editar código-fonte]
Os agregados granulares intercromatínicos ou speckles (speckles de clivagem) são ricos
em snRNPs de clivagem e em outras proteínas necessárias para o processamento do pré-
ARNm. Porque a célula tem necessidades variáveis, a composição e a localização destes
34

corpos muda em função da transcrição do ARNm e da regulação via fosforilação de


proteínas específicas.[35]

Função[editar | editar código-fonte]


A principal função do núcleo celular é controlar a expressão genética e mediar a replicação
do ADN durante o ciclo celular. O núcleo providencia o local para a transcrição, que está
separado do local da tradução, no citoplasma. Isto permite um nível de regulação
genética que não está disponível nos procariotas.

Compartimentação celular[editar | editar código-fonte]


O envelope nuclear permite que o núcleo controle o seu conteúdo, separando-o do resto
do citoplasma quando necessário. Isto é importante para o controlo dos processos de
ambos os lados da membrana nuclear. Em alguns casos, onde um processo
citoplasmático necessita de ser restringido, um componente chave é removido para o
núcleo, onde interage com factores de transcrição que regulam a produção de certas
enzimas nas vias metabólicas. Este mecanismo regulador ocorre no caso da glicólise, uma
via metabólica que age para degradar a glucose para produzir energia. A hexoquinase é
uma enzima responsável pelo primeiro passo da glicólise, formando glucose-6-fosfato a
partir da glucose. A altas concentrações de frutose-6-fosfato, uma proteína reguladora
remove a hexoquinase para o núcleo,[36]onde forma onde complexo transcricional
repressor juntamente com proteínas nucleares, para reduzir a expressão de genes
envolvidos na glicólise.[37]
De maneira a controlar quais genes são transcritos, a célula impede que alguns factores
de transcrição, responsáveis por regular a expressão genética, de terem acesso ao ADN,
até que sejam ativados por outras vias de sinalização. Isto previne até mesmo níveis
baixos de expressão genética inapropriada. Por exemplo, no caso de genes controlados
por NF-κB, envolvidos na maioria das respostas inflamatórias, a transcrição é induzida em
resposta a uma via de sinalização, como aquela que é iniciada pela molécula sinalizadora
denominada TNF-α, que se liga a um receptor na membrana celular, resultando no
recrutamento de proteínas sinalizadoras e eventualmente na ativação do factor de
transcrição NF-κB. Um sinal de localização nuclear na proteína NF-κB, permite que seja
transportada através do poro nuclear até ao núcleo, onde estimula a transcrição dos
genes-alvo.[5]
A compartimentação permite que a célula previna a tradução de mRNA que não
sofreu splicing.[38] O mRNA eucariota contém intrões que devem ser removidos antes que
ocorra a tradução e dêem origem a proteínas funcionais. O splicing é efectuado dentro do
núcleo antes de o mRNA poder ser acedido por ribossomas para se dar a tradução. Sem o
núcleo, os ribossomas iriam traduzir o mRNA recentemente transcrito (não processado)
em proteínas com malformações e não funcionais

OS LISOSSOMOS
AS MITOCÔNDRIAS

CENTROSSOMAS
Um centrossoma é constituído por dois centríolos, cada um com uma estrutura em forma de
cilíndro.[1] Os centríolos encontram-se na maioria das células eucarióticas dos animais (seres
eucariontes),
35

O próprio centríolo é duplicado, e cada novo centríolo com os microtúbulos associados migra
para uma extremidade da célula, puxando para si cada estrutura originada na reprodução
celular. O centríolo, portanto, age como organizador das estruturas celulares durante sua
reprodução. Acredita-se que haja outras funções para os centríolos durante a intérfase.

O NÚCLEO

Nucléolo Celular

Compartilhar
Email
O nucléolo é uma estrutura celular que está presente no núcleo das células eucariontes. Em
cada núcleo geralmente existe somente um nucléolo.
Funções
O nucléolo é uma das mais importantes organelas presentes no núcleo das células eucariontes.
No nucléolo das células são produzidos os RNA’s ribossômicos. Portanto, a função mais
importante dessas estruturas é auxiliar na produção de RNA.
Além disso, ele armazena esse material e coordena os processos de reprodução celular através
da síntese de proteínas.
Lembre-se que os ribossomos são uma organela celular que auxiliar na produção e na síntese
das proteínas nas células.
Eles são formados por moléculas de RNA ribossômico dobrado, associado às proteínas. Feita
essa observação, podemos concluir que o nucléolo atua indiretamente na síntese de proteínas.

Centríolos

Compartilhar
Email
Os centríolos são pequenas estruturas cilíndricas que estão presentes nas células eucarióticas.
Trata-se de um tipo de organela citoplasmática que exerce uma função muito importante nas
células animais e em algumas células vegetais.
Função
Os centríolos são estruturas celulares que auxiliam na divisão celular (mitose e meiose).
Possuem, portanto, a capacidade de duplicação durante o ciclo da divisão celular, organizando
o fuso acromático.
Após o processo de duplicação, os centríolos migram em direção aos polos da célula. Além
disso, os centríolos auxiliam na formação dos cílios e dos flagelos.
36

4-6. Metabolismo
celular. Como a
célula lida com a
energia
UM POUCO DE BIOQUÍMICA

1) COMO AS CÉLULAS PRODUZEM ENERGIA


2) UM POUCO DE BIOQUÍMICA

As mitocôndrias são verdadeiras usinas de produção de energia. Essa energia se


difunde por toda a célula, permitindo a síntese de substâncias indispensáveis ao
organismo – como os hormônios e as enzimas, por exemplo; gerando eletricidade –
responsável pela propagação de sinais ao longo do sistema nervoso; produzindo
trabalho mecânico pelos músculos esqueléticos para a locomoção e outras atividades;
proporcionando a contração dos músculos lisos, como no caso dos movimentos
37

peristálticos do aparelho digestivo impulsionando os alimentos, o esvaziamento da


bexiga, a contração vascular que mantém a pressão arterial etc.

A energia é gerada no interior das mitocôndrias a custa de reações químicas que, em


resumo, transforma a glicose em gás carbônico e água à custa de sua oxidação pelo
oxigênio:
C6H12O6 + O2 -> 6 CO2 + 6 H2O + energia.

4-7. Reprodução
célular. A linguagem
de Deus.

MORTE E REPRODUÇÃO CELULAR

A duração da vida das células pode ser de dia, meses, anos e mesmo decênios.
Entretanto, todas elas sofrem o processo de envelhecimento e morte. O mecanismo de morte
celular ocorre inexoravelmente e está mesmo programado em sua constituição gênica. Ele é
característico e compreende a retração do corpo celular, colapso do citoesqueleto, dissolução
do envoltório nuclear e fragmentação da cromatina. Finalmente todo o corpo celular acaba
por desintegrar-se. Esse mecanismo denomina-se apoptose (numa alusão à queda das folhas
das árvores – ptosis = queda). A apoptose é uma fenômeno natural e mesmo indispensável
para a regulação do número de células do organismo. Todavia, ele pode estar alterado,
apressando a morte natural das células – como a destruição de neurônios na esclerose lateral
amiotrófica e na doença de Alzheimer.
38

Teoricamente a vida celular é eterna, já que as células podem reproduzir-se em novos


indivíduos que herdam todas as características de seus pais, não envelhecidas nem diminuídas.

Tanto as células dos seres unicelulares quanto dos pluricelulares soem dividir-se em
duas células “filhas” que conservam todas as características e potencialidades biológicas das
primeiras. O processo de divisão celular, chamado mitose, será descrito adiante. Isto é uma
regra geral, devendo-se levar em conta que : 1. nem todas as células são capazes de se
reproduzir, e.g., os neurônios; 2. o processo de mitose é próprio das células dos eucariontes;
3. existem outros mecanismos de divisão celular que não a mitose – como veremos adiante.

A linguagem de Deus

Os fenômenos que permitem o estabelecimento da individualidade biológica e a transmissão


dos caracteres dessa individualidade são tão maravilhosos, que o diretor do Projeto Genoma *
Francis Sellers Collins não hesitou em chamá-los “a linguagem de Deus”. Os nucleotídeos e o
polímero a que dão origem - o DNA - estão na base dos mais incríveis fenômenos da matéria
viva e por isso iremos nos deter um pouco mais demoradamente em seu estudo. Nossa
narrativa recua até o século XIX, onde vamos encontrar um monge agostiniano, com o qual
começa história mais maravilhosa da biologia – e, porque não: do conhecimento humano.

Mendel e os genes

Conhecido como pai da genética. Gregor Johann Mendel (1822-1884)


nasceu Mendel nasceu em Heinzendorf bei Odrau , então pertencente a Austria , hoje Vražni,
da República Tcheca. Entrou para um mosteiro agostiniano aos 21 anos e tornou-se monge,
adotando o nome de Gregor. Ficou responsável pelos jardins do mosteiro , e isso o incentivou
a aprender técnicas de polinização que lhe permitiram cruzar grande variedade de plantas.
Desse trabalho resultaram as experiências que levantou o véu dos mistérios da
hereditariedade. Mendel trabalhou com ervilhas, pois esse vegetal é de fácil cultivo, de fácil
polinização, produz grande número de descendentes ao cabo de gerações de curta duração
permitindo a observação dos resultados de cruzamentos em pouco tempo.

Mendel estudou a herança de sete características diferentes de suas ervilhas: cor da flor,
posição da flor no caule, cor da semente, aspecto externo da semente, forma da vagem, cor da
vagem e altura da planta.

Vamos descrever sucintamente uma de suas experiências para compreedermos como ele
decifrou o mecanismo da hereditariedade.

Primeiramente ele estabeleceu linhagens puras para dada características, por exemplo: a
altura. Acompanhou várias plantas ao longo de várias gerações isolando aquelas que
produziam sempre a mesma característica, por exemplo, a altura. De fato, havia plantas que
sempre produziam descendentes altos, outras cujos descentes eram sempre baixos.

Mendel cruzou um exemplar alto com um baixo transferindo o pólen do primeiro para o
segundo. Todos os descendentes desse cruzamento foram altos. Isso contrariava as idéias
dominantes entre os biólogos da época: o conceito era que as características de um casal
simplesmente se misturavam nos filhos e, na experiência de Mendel seria de se esperar uma
39

prole da estatura mediana. Mendel imaginou que deveria haver um fator determinante da
característica alta bem como outro que determinava a estatura baixa. Para o religioso, tudo se
passava como se o primeiro dominasse o segundo e por isso chamou-o dominante ficando o
termo recessivo para designar o fator que determinava a altura baixa. Assim como chamava
puros os portadores de uma característica que perdurava ao longo das gerações ele chamou
híbridos aos descendentes do casal em questão.

Agora, Mendel produziu a reprodução de um indivíduo da geração híbrida mediante


autofecundação (introduzindo o próprio pólen do indivíduo no órgão feminino das suas flores).
A geração que se seguiu constou de indivíduos altos e baixos. Mendel contou-os
cuidadosamente e encontrou que 75% da prole era de plantas altas e 25% plantas baixas.

Mendel concluiu que as células somáticas dos indivíduos puros têm dois fatores determinantes
da altura: Chamemos de A o fator que determina plantas altas e a o responsável por plantas
baixas. Indivíduos altos puros terão suas células somáticas com a combinação AA ao passo
que as plantas baixas terão os fatores aa em suas células. Quando as células se dividem em
gametas, passarão seus fatores para estes últimos de sorte que aqueles das plantas altas
levarão um A e o das plantas baixas um a. Ora, descentes dessa geração, oriundos de um
gameta com fator A e outro com fator a, terão suas células somáticas com o padrão Aa e serão
altos – pois o A domina o a. O Quadro I ilustra esses cruzamentos.

Estes indivíduos, por sua vez, produzirão gametas A e b. Se eles se auto-fecundarem,


forçosamente haverá toda a sorte de combinações desses gametas. O quadro II mostrar essas
40

combinações e dele pode-se concluir que as combinações dos indivíduos da 2ª geração serão
em número de 1 baixo para 3 altos (25% e 75%):

Além disso, Mendel também verificou que cada característica era herdada independentemente
das demais. Assim, a transmissão da característica altura, e.g., não exercia nenhuma influência
na transmissão da cor das sementes.

Ele trabalhou com milhares de ervilhas e apresentou seus resultados em 1865, na Sociedade
de História Natural estabelecendo conclusões hoje conhecidas com
Leis de Mendel.
LEIS DE MENDEL

Lei da Pureza dos Gametas, seu enunciado diz o seguinte: cada característica é
determinada por um par de fatores herdados um de cada progenitor.

1ª lei: “Cada característica hereditaria é determinada por dois fatores existentes juntos
em cada célula somática e separados na formação dos gametas.
2ª lei: ¨ “ Os fatores determinantes de dois ou mais caracteres distribuem-se
independentemente para os gametas e combinam-se aleatoriamente.”

As descobertas de Mendel, publicadas em 1866, não foram notadas pela comunidade


científica, permanecendo ignoradas até o início da século XX. É bem possível que as ideias de
Mendel tenham tido pouca influência nos biólogos do fim do século XIX em razão da
predominância absolutas das teses de Darwin.

[Howard, J. (2009). Why didn’t Darwin discover Mendel’s laws? Journal of Biology, 8 (2)
DOI: 10.1186/jbiol123]

A explicação darwiniana – chamada por seu autor de pangênese - para o mecanismo da


hereditariedade era completamente diferente da teoria de Mendel. Darwin admitia que a
herança seria proporcionada por grande número de partículas que denominou gêmulas. Essas
partículas percorreriam todo o organismo e depois levariam às células reprodutoras as
informações necessárias à geração de novo organismo com as características do primeiro.

Essa teoria era compatível com a transmissão dos caracteres adquiridos


41

Quando analisamos os trabalhos de Mendel à luz dos conhecimentos atuais, verificamos que
na verdade ele descobriu os genes – a unidade discreta da herança – embora tenha concebido
tão somente uma entidade pouco definida que chamou de “fator”. Ele não sabia sequer em
que parte da célula se situavam os elementos responsáveis pelas características hereditárias.
Como veremos adiante, as pesquisas foram se aprofundando mais e mais em direção ao
derradeiro responsável pela guarda e transmissão dos atributos que caracterizam cada célula
e, consequentemente, cada ser vivo. Primeiramente constatou-se que os fatores
determinantes da hereditariedade estavam no núcleo. Descendo cada fez mais fundo, os
biólogos chegaram aos cromossomas e finalmente ao DNA. Os genes nada mais são que
fragmentos destas grandes moléculas. Foi uma busca árdua e persistente que envolveu mais
de uma geração de cientistas e vale a pena ser descrita com alguns pormenores. Na verdade,
as pesquisas dos biólogos correram paralelamente àquelas dos bioquímicos, até convergirem
no estabelecimento da relação do DNA com a herança. Nessa ocasião, a molécula já era
conhecida há 70 anos!

No encalço do DNA

O DNA foi descoberto em 1869 pelo bioquímico alemão Johann Friedrich Miescher (1844 –
1895).

Em 1866 Ernst Haeckel, em sua obra “Generelle Morphologie,” atribuíra ao núcleo celular
relação com a transmissão de caracteres hereditários.

Um patrício de Miescher, Albert Von Kölliker (1817-1905), professor de Anatomía na


Universidade de Würzburgo, também havia sugerido que os núcleos do óvulos e dos
espermatozoides estava relacionados com a hereditariedade. Miescher passou a estudar a
composição química dessa estrutura. Usava neutrófilos provenientes de bandagens infectadas
de feridos. Utilizava tais células por possuírem um grande núcleo. Isolou uma substância que
continha hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo chamando-a de nucleína Mais tarde um seu
aluno, Richard Altmann (1852 – 1900), chamou-a de ácido nucleico. Essa substância foi depois
estudada por outro pesquisador alemão, Albrecht Kossel (1883 – 1927), constatou que a o
nitrogênio da nucleína devia-se à presença de bases nitrogenadas e sua estrutura. Essas bases
foram identificadas como citosina, timina, adenina e guanina. Na estrutura do ácido nucleico
foram identificados também glicídios (desoxirribose) e fosfato. Em 1890 descobriu-se o RNA,
que continha a base uracila ao invés de timina e o glicídio ribose ao invés de desoxirribose.
Havia, portanto, duas variedades de ácido nucleico: RNA (acido ribonucleico contendo ribose e
uracila) e DNA (acido desoxirribonucleico contendo desoxirribose a timina). Em 1912, os
pesquisadores Phoebus Levine (1869 – 1940) e Walter Jacobs (1883 – 1967) chegaram mais
perto da estrutura real dos ácidos nucleicos: grupamentos constando de um glicídio ligado
concomitantemente a uma base e a um fosfato. Cada um desses grupamentos foram batizados
de nucleotídios. Um ácido nucleico seria formado pela reunião de vários nucleotídeos, isto é,
seria um polinucleotídio.
42

Nucleotídeo Polinucleotídio

Trabalho dos biólogos

Enquanto os bioquímicos analisavam seus compostos em busca da estrutura íntima das


substâncias, os biólogos debruçavam-se sobre os microscópios e especulavam sobre hipóteses
que explicassem os fenômenos da vida, em especial a hereditariedade.

Em 1900, alguns autores redescobriram os trabalhos de Mendel: Os botânicos Carl Franz


Joseph Erich Correns ( 1864 – 1933) na Alemanha, Erich von Tschermak-Seysenegg (1871-
1962) na Áustria e Hugo de Vries (1848 - 1935) na Holanda, redescobrem o trabalho de
Mendel, demonstrando a sua importância e estabelecendo as Leis de Mendel .Trabalhando
independentemente eles realizaram cruzamentos e chegaram a conclusões idênticas às
Mendel. De Vries nem o citou em suas publicações e por isso foi criticado por Correns que em
nenhum momento deixou de admitir a prioridade do agostiniano.
43

Вам также может понравиться