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PÓS-GRADUAÇÃO

PITÁGO RAS

ECONOMIA E MERCADOS

CORDEIRO, MARCO A. Resenha da disciplina Economia e Mercados. Pós-Graduação.


Faculdade Pitágoras. Belo Horizonte. 2012.
SEÇÃO I

1. Economia

A palavra economia deriva do grego oikonomía, que significa a administração de uma


casa, ou do Estado.
Economia pode ser definida como a ciência social que estuda como o indivíduo e a
sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de
modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de
satisfazer as necessidades humanas.
Pode-se dizer que o objetivo de estudo da ciência econômica é a questão da
escassez, ou seja, como economizar recursos.
Evidentemente, se os recursos não fossem limitados, ou seja, se não existisse
escassez, não seria necessário estudar questões como inflação, desemprego, crescimento,
déficit público, vulnerabilidade externa e outras.
Todas as sociedades são obrigadas a fazer opções, escolha entre alternativas, uma
vez que os recursos não são abundantes. Elas são obrigadas a fazer a escolha sobre:

• O quê e quanto produzir?


• Como produzir?
• Para quem produzir?

O quê e quanto produzir – a sociedade deve decidir se produz mais bens de


consumo ou bens de capital, Em que quantidade? Os recursos devem ser dirigidos para a
produção de mais bens de consumo, ou bens de capital? No fundo, trata-se de uma decisão
que extrapola a esfera puramente econômica. Em economias de mercado, o que e quanto
produzir e sinalizando pelos consumidores, chamada a soberania do consumidor. Em
economias planificadas ou centralizadas, tipo a chinesa, cubana, ate recentemente, soviética,
a decisão é tomada por um órgão central de planejamento.
Como produzir - trata se de uma questão de eficiência produtiva: serão utilizados
métodos de produção capital intensivo? Ou mão de obra intensiva? Ou terra intensiva? Isso
depende da disponibilidade de recursos de cada País.
Para quem produzir - a sociedade deve decidir quais os setores que serão
beneficiados na distribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou proprietários da terra?

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Agricultura ou indústria? Mercado interno ou mercado externo? Região sul ou região norte?
Ou seja, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada pela atividade econômica.

Bônus de pesquisa 1

Documentário interessante, abordando a Ciência Econômica, explicando a escassez


e como um país e a sua população decidem o que, quanto e para quem produzir.
Ajudará muito na compreensão mais detalhada da Introdução à Economia. Vale a
pena conferir!

http://www.youtube.com/watch?v=lR6XtgpbVck Acesso em 20 set. 2012.

1.1. O Sistema Econômico

Podemos definir sistema econômico como o conjunto de diversos elementos que


participam da produção de bens e serviços para satisfazer as necessidades humanas.
Fazem parte do sistema econômico, todos os fatores de produção, ou seja, terra,
capita e trabalho.
Na verdade um sistema econômico é a forma social, política e econômica pela qual a
sociedade está organizada.
Segundo Marco Antônio Vasconcellos (2003), os elementos básicos de um sistema
econômico são:

• Estoque de recursos produtivos ou fatores de produção: os recursos humanos


(trabalho ), o capital, a tecnologia, a terra (reservas naturais).
• Complexo de unidades de produção: as empresas.
• Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que formam a
base da organização de uma sociedade.

Composição do sistema econômico


O sistema econômico pode ser dividido em três setores básicos:

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• Setor primário: formado pelas empresas (unidades produtoras) que extraem
(trabalham) com os recursos naturais. Em outras palavras, fornecem matéria-prima,
como exemplo as atividades de mineração, agricultura, pecuária, etc.

• Setor secundário: formado pelas empresas de transformação, ou seja, empresas que


utilizam máquinas e equipamentos para transformar matérias-primas em bens e
produtos.

• Setor terciário: formado pelas empresas de serviços, como por exemplo: escolas,
bancos, hotéis, lojas, comércio em geral, empresas de transporte, lavanderias, etc.

1.2. Os fluxos do sistema econômico

Para entender melhor um sistema econômico, precisamos visualizarnele dois fluxos,


sendo o primeiro, o Fluxo Real, constituído pelos bens e serviços produzidos no sistema
econômico; já o segundo, é o Fluxo Nominal ou Monetário, constituído pelo pagamento aos
fatores de produção. Em outras palavras, as empresas pagam pelos fatores de produção
(salários, aluguéis, juros por capital empregado na produção, etc.), e os indivíduos, recebem
valores referentes ao pagamento de salários aluguéis, os quais denominamos como renda.
Desta forma, torna-se mais fácil identificar que o fluxo real, o qual é constituído de
bens e serviços, é responsável pela Oferta; enquanto o fluxo monetário, constituído pela
remuneração dos fatores de produção, é responsável pela Demanda, ou seja, tudo que é
ofertado ( produzido e disponibilizado ) e tudo que possui procura para consumo ( demanda,
necessidade, desejos).
A demanda e oferta são duas variáveis muito importantes num sistema econômico,
pois essas duas variáveis formam o mercado em que compradores e vendedores se
encontram.
O termo mercado se refere a todas as compras e vendas realizadas no sistema
econômico, tanto de bens de consumo, intermediários e de capital como de serviços. Em
suma, sintetiza a essência do sistema econômico, em que as necessidades são satisfeitas
através da venda e da compra de mercadorias e serviços.
Os fluxos monetário e real do sistema econômico e a formação do mercadopodem ser
sintetizados no esquema a seguir.

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1.3. Macroeconomia e microeconomia

Ao estudarmos ou analisarmos a economia, dividimos em quatro áreas:

• Microeconomia: estuda a formação de preços em mercados específicos, ou em outras


palavras, como consumidores e empresas interagem nesse mercado, e como
decidem preços e quantidade de forma a satisfazer a ambos.

• Macroeconomia: estuda o comportamento dos grandes agregados nacionais ( PIB –


Produto Interno Bruto, a Poupança, o nível geral de preços, etc ).

• Economia Internacional: estuda as relações econômicas ( transações com bens,


serviços e financeiras) entre os residentes de uma país, com residentes de outros
países.

• Desenvolvimento Econômico: estuda comomelhorar a padrão e a qualidade de vida


da coletividade ao longo do tempo ( desenvolvimento tecnológico, estratégias de
crescimento, etc.).

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1.4. Estruturas de mercado

O objetivo é examinar a determinação de preços e produção sob diferentes condições


de mercado.
As diferentes estruturas de mercado estão condicionadas por três variáveis principais:

• Número de firmas produtoras no mercado;


• Tipo do produto (idênticos ou diferenciados);
• Existência de barreiras à entrada de novas empresas.

Se considerarmos o mercado de bens e serviços, as formas de mercado, segundo as 3


características acima são:

a) Concorrência perfeita: número infinito de firmas, produto homogêneo, e não existem


barreiras à entrada de firmas;

b) Monopólio: uma única empresa, produto sem substitutos próximos, com barreiras à
entrada de novas firmas;

c) Concorrência monopolística: inúmeras empresas, produto diferenciado, livre acesso


de firmas ao mercado;

d) Oligopólio: pequeno número de empresas que dominam o mercado, os produtos


podem ser homogêneos ou diferenciados, com barreiras à entrada de novas
empresas.

Bônus de pesquisa 2

Vídeo muito interessante, explicando o conceito de Oligopólio, com exemplos atuais


e práticos. Facilita muito a compreensão da Estrutura de Mercado. Não deixe de
assistir!

http://www.youtube.com/watch?v=wvjpvTQVL5w

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Acesso em 20 set. 2012
OBS: o mercado de fatores de produção (fornecimento de insumos) também
apresenta várias formas de mercado: concorrência perfeita, monopsônio, concorrência
monopolística e oligopsônio.

• Monopsônio : É o regime ou estrutura de mercado em que um único comprador concentra


em suas mãos a totalidade de compra dos fatores de produção, não obstante ele se defronte
com grande número de vendedores ou ofertantes de tais fatores. Nesse caso, os preços não
são determinados pelos vendedores, mas pelo único comprador. É comum dizer-se que o
monopsônio frequentemente deriva de um monopólio instalado. De fato, um monopólio na
venda de um produto pode determinar o monopsônio na compra dos fatores de produção de
um referido produto. Exemplos: Uma situação típica de monopsonista é a de um produtor de
automóveis que depende de um determinado número de fornecedores de algumas peças que
não são utilizadas por outros fabricantes. Pro essa razão, os pequenos fabricantes produzem
peças apenas para essa marca de automóveis. O produtor de automóveis é um
monopsonista. Outro bom exemplo seria o caso do fumo, pois em certa região produtora,
existe apenas uma única empresa que adquire a folha do fumo para industrialização.

• Oligopsônio: Esse tipo de estrutura de mercado é caracterizado pela existência de poucos


compradores (sendo que, se houver apenas dois, se denomina duopsônio), de modo que as
ações de um ou mais podem ter um efeito significativo sobre o preço de mercado dos outros
compradores. É, portanto, um mercado com poucos participantes (em número), mas grandes
em tamanho, fazendo com que haja uma forte interdependência entre as firmas, a exemplo
do que ocorre com os oligopólios.

Exemplos: No agronegócio brasileiro, muitos casos se aproximam do status de


oligopsônio. Isso acontece para o produto agrícola processado (como na indústria de óleos
vegetais, café solúvel, chocolate, cigarros frutas, verduras, suco de laranja, suco de maracujá
e carnes processadas, entre outras), ou seja, poucas grandes empresas processadoras
comprando produtos agropecuários diretamente dos agricultores ou por meio de
cooperativas.

Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado.


Em sistemas econômicos capitalistas onde se destaca o Livre Mercado (não
interferência externa na determinação dos preços e quantidades ofertadas e consumidas),

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além da estrutura do mercado, os comportamentos dos compradores e dos consumidores
são fatores determinantes no processo de Formação de Preço de Venda dos Produtos (preço
de mercado).
Para que se possa conhecer realmente o funcionamento de um mercado é necessário
conhecer também alguns aspectos relacionados ao comportamento dos consumidores
(demanda) e dos vendedores (oferta).

1.5. Lei da utilidade marginal decrescente.

Para compreender melhor o comportamento do consumidorpodemos utilizar a Lei da


utilidade Marginal Decrescente.
Primeiramente, temos que nos familiarizar com o conceito de Utilidade.
Podemos definir Utilidade, como a satisfação que um indivíduo (consumidor) obtém ao
comprar uma unidade de um produto ou serviço.
Vale ressaltar, que cada individuo possui um gosto, uma preferência, uma
necessidade específica, e isso, influenciará, diretamente na curva de demanda.
Mas a lei da utilidade marginal decrescente mostra que o consumidor vai perdendo a
capacidade de percepção da utilidade (satisfação) proporcionada pela aquisição de mais uma
unidade do bem ou serviço, chegando à saturação.
Em outras palavras, é importante entender este conceito, pois ele impacta diretamente
na relação de oferta e demanda, uma vez que, se a utilidade das unidades adicionais é cada
vez menor para o consumidor isto significa que ele só consumirá estas unidades adicionais
se o preço também for menor.
Como exemplo, podemos citar um indivíduo que precisa ir para outra cidade a
trabalho, e chegando lá se depara com uma mudança climática muito forte, e tem a real
necessidade de comprar um casaco para suportar o frio. Ao comprar o casaco, este indivíduo
não se preocupa tanto com o preço, e sim em suprir sua necessidade de calor, evitando
assim passar frio. Ao perceber que irá ficar nessa cidade mais alguns dias, poderá até
comprar mais algumas roupas e inverno, porém como já possui o casaco, então irá depender
do preço desse itens adicionais ( novas roupas).

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Bônus de pesquisa 3

Reportagem muito boa, que aborda o impacto da falta de mão-de-obra qualificada na


economia. Lembrando que o indivíduo que não está no mercado de trabalho, não tem poder
de consumo, e isso afeta diretamente o desenvolvimento e crescimento do país. Vale a pena
assistir e refletir sobre o assunto e discutir com colegas!

www.youtube.com/watch?v=vNrDmQh0XKg Acesso em 20 set. 2012

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Ensaio de aprendizagem

Será que o Xbox 360 é um substituto próximo do PlayStation 3 ?

No começo da década de 2000, o Xbox da Microsoft e o PlayStation 2 (PS2) da Sony


eram os videogames líderes de venda. Quando as duas empresas começaram a desenvolver
a geração seguinte de videogames, tiveram que tomar decisões importantes. Ao desenvolver
o Xbox, a Microsoft decidiu incluir um disco rígido e uma versão do sistema operacional
Windows. Como resultado disso, o custo de produção do Xbox ficou muito mais alto do que o
custo da Sony para produzir o PlayStation 2. A Microsoft não estava preocupada com o custo
de produção mais alto porque acreditava que seria viável cobrar um preço mais alto pelo
Xbox do que a Sony cobrava pelo PlayStation 2. Infelizmente para a Microsoft, os
consumidores consideravam o Sony PS2 um substituto próximo do Xbox. A Microsoft foi
obrigada a cobrar pelo Xbox o mesmo preço que a Sony cobrava pelo PS2. Assim, enquanto
a Sony conseguia ter um lucro substancial a esse preço, a Microsoft, em um primeiro
momento, perdeu dinheiro com o Xbox por causa de seus custos mais altos.
Ao desenvolverem a geração seguinte de videogames, as duas empresas esperavam
produzir dispositivos que pudessem servir como sistemas de entretenimento doméstico com
diversos fins. Para alcançarem este objetivo, os novos sistemas precisavam rodar DVDs e
jogos. A Sony desenvolveu um novo tipo de DVD chamado Blu-ray. Os DVDs Blu-ray podem
armazenar cinco vezes mais dados que os convencionais e podem reproduzir vídeo am alta
definição (HD). A decisão da Sony em dar ao novo PlayStation 3 (PS3) a capacidade de
reproduzir DVDs Blu-ray era arriscada de duas maneiras. Em primeiro lugar, como existe um
padrão concorrente de segunda geração de DVDs, chamada HD-DVD, o PlayStation 3 não
seria capaz de reproduzir todos os DVDs de segunda geração disponíveis, reduzindo assim
seu apelo par alguns consumidores. A Microsoft decidiu vender seu Xbox 360 apenas com a
capacidade de reproduzir DVDs no formato mais antigo, ao mesmo tempo disponibilizando
um componente adicional que reproduziria HD-DVDs.
De acordo com as primeiras indicações, parecia que a Microsoft tinha tomado a
melhor decisão. Os consumidores pareciam considerar o PS3 e o Xbox substitutos próximos.
Nesse caso, o fato de o preço do PS3 ser US$ 200 mais alto do que o Xbox 360 era um
problema significativo para Sony. Ironicamente a Sony cometeu o mesmo erro que a
Microsoft tinha cometido muitos anos antes quando lançou o Xbox para concorrer com o PS2.

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Fontes: Stephen H,Wildstron, “PlayStation 3:It’s Got Game”, Business Week, December 4, 2006 -
Economist, November 16, 2006. Adaptação Antony Patrick O’Brien – Introdução à Economia - 2ªed.
Ed.Bookman – São Paulo – 2010.

QUESTÃO 1
No texto há uma disputa de mercado, entre a Microsoft e a Sony. Esse mercado está inserido
numa economia, assim, podemos afirmar que o estudo da Economia está diretamente ligado
à:

a) Crescimento da renda.
b) Evolução tecnológica.
c) Economizar recursos.
d) Desenvolvimento político.
e) Abundância dos fatores de produção.

QUESTÃO 2
A Microsoft e a Sony produzem videogames, que fazem parte da lista de desejos de muitos
jovens. Com base nessa afirmação, escolha a alternativa correta que pode ser definido como
a reunião dos diversos elementos participantes da produção de bens e serviços que
satisfazem as necessidades da sociedade, organizados não apenas do ponto de vista
econômico, mas também social, jurídico, etc.

a) Fluxo Circular da Renda


b) Sistema Econômico
c) Setor Secundário
d) Bens de Capital
e) Emprego

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Bibliografia

FONTES, Rosa, RIBEIRO, Hilton, AMORIM, Airton e SANTOS, Gilnei. Economia: um


enfoque básico e simplificado. 1ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010.
O livro aborda conceitos econômicos básicos tais como: conceitos de demanda, oferta,
elasticidade, regimes de mercado, temas de produção, custos e receitas das empresas. O livro aborda
ainda, temas voltados a macroeconomia enfatizando a renda ou produção, crescimento econômico e
desemprego, bem como tópicos voltados a inflação, política monetária e mercado financeiro.

PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de economia.5. ed.rev. São
Paulo: Thomson Learning, 2006.
Este livro apresenta conceitos básicos de economia, conceitos estes necessários para a
compreensão de conceitos de “necessidades humanas”, “bens e serviços” e “recursos produtivos” que
são fundamentais para o entendimento da escassez. O livro mostra ainda as questões econômicas
fundamentais decorrentes do problema da escassez e da necessidade de escolha, conceitos de
demanda, oferta e equilíbrio em um mercado competitivo, controle de preços por parte do governo e as
mudanças no equilíbrio em decorrência das alterações das curvas de demanda e de oferta.

ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Este livro apresenta um texto abrangente e completo, abordando temas como: a abrangência e
as limitações da economia, os recursos econômicos e o processo de produção, a interação dos
agentes econômicos e as questões-chave da economia: a eficiência produtiva e a eficácia alocativa, a
justiça distributiva e o ordenamento institucional, incorporando modificações resultantes de novos
posicionamentos teóricos, de alterações em instituições internas e externas e de mudanças da própria
realidade econômica.

SOUZA, Nali de Jesus de. Desenvolvimento Econômico. 6ª. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
Este livro traz as abordagens clássicas do desenvolvimento econômico e apresenta a visão
histórica necessária para confrontar a teoria com a realidade, permitindo que se chegue a uma síntese
dos principais fatores do desenvolvimento econômico e a sua generalização para o conjunto dos
países em desenvolvimento. O tema desenvolvimento econômico é estudado em uma perspectiva
histórica e segundo a visão dos principais economistas e escolas do pensamento econômico; são

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apresentadas as principais estratégias de industrialização e desenvolvimento, assim como as
contribuições acadêmicas recentes, novos dados e as mudanças operadas na economia mundial.

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; ENRIQUEZ GARCIA, Manuel.


Fundamentos de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1998 - 2003.
Este livro apresenta de forma clara e concisa os conceitos e problemas econômicos
fundamentais, de forma a proporcionar uma melhor compreensão da realidade econômica. São
abordadas questões de interesse prático, como atualização de valores de ações judiciais, cálculo de
valores reais, alguns princípios legais que permeiam as medidas de política econômica, etc.

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SEÇÃO II

2.1. Demanda

A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de certo bem ou serviço
que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo.
A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas:

• O preço do bem ou serviço,


• O preço dos outros bens,
• A renda do consumidor,
• O gosto ou preferência do indivíduo.

Há uma relação inversamente proporcional entre quantidade demandada e o preço do


bem, coeterisparibus. É chamada lei geral da demanda.

2.2. Oferta

Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores desejam


oferecer ao mercado em determinado período de tempo.

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Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores, dentre eles,
de seu próprio preço, do preço (custo) dos fatores de produção e das metas ou objetivos das
empresas.
A função oferta mostra uma correlação direta entre quantidade ofertada e nível de
preços, coeterisparibus. É chamada lei geral da oferta.

2.3. Equilibrio de mercado

A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de


equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado.

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Na intersecção das curvas de oferta e demanda (ponto de equilíbrio), teremos o preço
e a quantidade de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que antecedem às aspirações dos
consumidores e dos produtores simultaneamente.

Bônus de pesquisa 3

Documentário que aborda a Microeconomia, explicando de maneira clara e objetiva a


demanda, oferta e preço de equilíbrio; com exemplos de fácil memorização que irá
ajudar em muito na compreensão deste tópico, além de reforçar a aprendizagem
como um todo sobre Economia. Não deixe de assistir!

http://www.youtube.com/watch?v=2FdEBPCxmvM&playnext=1&list=PL75E73E36E3D
2BF95&feature=results_video Acesso em 20 set. 2012.

2.4. Macroeconomia

A Macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o


comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacional, nível geral de
preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxa de juros, balanço de pagamentos
e taxa de câmbio (Vasconcellos e Garcia, 2003).

Metas de política macroeconômica


As metas de política macroeconômica são:

• Alto nível de emprego


• Estabilidade de preços
• Distribuição de renda socialmente justa
• Crescimento econômico

Estrutura da análise macroeconômica


A macroeconomia estuda a Economia através dos fluxos: real e monetário, onde nele,
podemos enxergar os indivíduos que demandam bens e serviços, as empresas que ofertam
bens e serviços, constituindo assim, um mercado, dentro de um ambiente interno, juntamente

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com o Governo. Já no ambiente externo, enxergamos a necessidade de um novo mercado,
onde neste iremos tratar os assuntos de importação e exportação.

Estrutura da análise macroeconômica

2.4.1. Instrumentos de política macroeconômica

A política macroeconômica se preocupa com o controle da inflação, com a taxa de


emprego e com uma distribuição de renda mais justa. Através de políticas macroeconômicas
o Governo pode atuar com a finalidade de garantir a melhor relação entre a demanda e
oferta, ou seja, o pleno funcionamento da economia.
Os principais instrumentos para atingir tais objetivos são:

• Política fiscal
• Política monetária
• Política cambial e comercial
• Política de rendas.

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Política Fiscal
Tem por objetivo a contemporização de arrecadação com gastos, ou em outras
palavras, executar o Orçamento da União.
Através de impostos, taxas e contribuições, o governo consegue efetuar arrecadação
de tributos (política tributária), ao mesmo tempo em que necessita efetuar gastos com
investimentos em saúde, transportes, educação e também aposentadorias, pensões, sem
deixar de esquecer os gastos com a manutenção da “máquina pública” , com salários e
manutenções de esferas de poder ( órgãos e empresas públicas). A política fiscal
tambématua diretamente para com os objetivos da política macroeconômica.
Exemplo: se o objetivo da política econômica é reduzir a taxa de inflação, as medidas
fiscais utilizadas são a redução de gastos públicos e/ou o aumento da carga tributária para
inibir o consumo.

Bônus de pesquisa 4

Documentário muito bom, que esclarece a intervenção do Governo através das


políticas macroeconômicas. Destaque maior para Política Fiscal, justificando o
Governo como agente econômico, bem como a relação entre arrecadação e gastos
públicos. Vale a pena conferir!

www.youtube.com/watch?v=HMPNQJRinKE&feature=related Acesso em 20 set.


2012.

Política Monetária
Tem como objetivo o ingresso ou retirada de dinheiro na economia, ou em outras
palavras, refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de crédito, de títulos
públicos e das taxas de juros. Os instrumentos disponíveis para tal são:

• Emissões
• Depósito compulsóri0 (percentual de depósitos que os bancos comerciais devem
colocar à disposição do Banco Central)
• Open market (compra e venda de títulos públicos)
• Redesconto (empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais)

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• Taxa de Juros
• Regulamentação sobre crédito

Exemplo: se o objetivo é controlar a inflação, a medida apropriada de política monetária


seria diminuir o estoque de moeda da economia através da redução das emissões, do
aumento das reservas compulsórias ou compra de títulos públicos.

Política cambial e comercial


São políticas que atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da
economia. A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio.
O governo, através do Banco Central, pode fixar a taxa de câmbio ou permitir que ela
flutue de acordo com a oferta e a demanda de divisas.
A política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivos às exportações e/ou
estímulo e desestímulo às importações, através de estímulos fiscais, tarifários e creditícios.
O objetivo da Macroeconomia é a formação e a distribuição de produto e renda
gerados pela atividade econômica. É o chamado fluxo circular de renda. Com eleenxergamos
todo o funcionamento de mercado numa economia, e também torna-se mais fácil visualizar
os agentes econômicos ( famílias, empresas, governo e setor externo) na sua relação de
oferta e demanda e compreender onde cada política macroeconômica pode agir.

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Segundo Vasconcellos e Garcia (2003), o resultado da atividade econômica do país
pode ser dividido em três óticas: de um lado a produção e venda de bens e serviços ( ótica do
produto e ótica da despesa) e de outro lado, pela remuneração dos fatores de produção, que
podemos chamar de renda ( ótica da renda).

2.4.2. Produto Nacional (PN)

É o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período de


tempo. É a medida do fluxo de produção, ou seja, pela ótica da produção de bens e serviços
das empresas.

PN = ∑ p x q

Onde p = preço unitário dos bens e serviços finais


q = quantidades produzidas dos bens e serviços finais
∑ = soma

2.4.3. Despesa Nacional (DN)

É o valor das despesas dos vários agentes na compra de bens e serviços finais. Ou
seja, é o gasto dos agentes econômicos com o produto nacional.

DN = Despesas de consumo (das famílias + das empresas + do governo + do resto do


mundo)

2.4.4. Renda Nacional (RN)

É a soma dos rendimentos pagos às famílias, que são proprietárias dos fatores de
produção, pela utilização de seus serviços produtivos, em determinado período de tempo.
Renda Nacional = salários + juros + aluguéis + lucros

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OBS: então, existem 3 óticas que permitem medir o resultado econômico agregado de
um país. São óticas diferentes, mas que chegam ao mesmo valor numérico => PN = DN = RN

2.4.5. Valor Adicionado (VA)

É o valor que se adiciona ao produto em cada estágio de produção. Somando o valor


adicionado em cada estágio de produção chegamos ao produto nacional da economia.
Portanto, o valor adicionado é uma forma alternativa e mais operacional para medir o
produto e a renda nacional do que diretamente pela soma de produtos finais.

Valor Adicionado = valor bruto de produção (receita de vendas) – consumo de produtos


intermediários (matérias-primas e componentes).

2.4.6. Poupança Agregada (S)

É a parcela da Renda Nacional recebida pelas famílias e não consumida no período.

S = RN – C C = Consumo Agregado

Lembrando que RN = Salários + juros + aluguéis + lucros

2.4.7. Investimento Agregado (I)

É o gasto com bens que foram produzidos mas não foram consumidos no período, e
que aumentam a capacidade produtiva da economia para os períodos seguintes.
Os bens produzidos e não consumidos no período são máquinas e equipamentos,
imóveis, variação de estoques, ou seja, bens de capital.

I = PN – C

OBS: Investimento Agregado é conceito que envolve produtos físicos. Assim, “investir
em ações”, por exemplo, não é um investimento no sentido econômico. Trata-se de uma
transferência financeira, que não aumenta a capacidade produtiva da economia. Já quando a

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empresa utiliza esse recurso ou parte dele para comprar equipamentos, aí sim, temos
caracteriza um investimento no sentido macroeconômico.

2.4.8. Receita Fiscal do Governo (T)

Como anteriormente falamos que na Política Fiscal o Governo necessita arrecadar e


gastar corretamente os valores, vamos entender a composição da arrecadação:
A receita fiscal do governo constitui-se das seguintes receitas:

• Impostos indiretos => incidem sobre transações com bens e serviços. Exemplo:
ICMS e IPI.
• Impostos Diretos => incidem sobre as pessoas físicas e jurídicas. Exemplo:
Imposto de Renda e IPTU.
• Contribuições à Previdência Social => encargos trabalhistas recolhidos de
empregados e empregadores.
• Outras receitas do governo => taxas, multas, pedágios etc.

2.4.9. Gastos do Governo (G)

São 3 os tipos de gastos do governo:

• Custeio:manutenção da “máquina” Estatal


• Investimentos: expansão de estradas, construções de escolas, saúde, transportes (
promessas de campanha eleitoral , o novo )
• Transferências: pagamento de aposentadorias, bolsa família, etc.

2.4.10. Exportações (X) e Importações (I)

Ao acrescentarmos o setor externo na economia, as exportações e as importações


surgem como agregados macroeconômicos.
As exportações são as compras que os outros países fazem de nossos bens e
serviços, ou seja, são os gastos do setor externo com nossas empresas.

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As importações são as compras de bens que nós fazemos no exterior, quando
gastamos com outros países.

2.5. A Demanda Agregada ou demanda efetiva (DA)

Segundo Vasconcellos e Garcia (2003), a Demanda Agregada é a soma dos gastos dos
4 agentes econômicos: despesas das famílias com bens de consumo (C), gastos das
empresas com investimentos (I), gastos do governo (G) e despesas líquidas do setor externo
(X – M), assim:

DA = C + I + G + (X – M)

Tendo em vista que a Oferta Agregada de bens e serviços não se altera no curto
prazo, dados os estoques de fatores de produção, as alterações do nível de equilíbrio da
renda e do produto nacional devem-se exclusivamente às variações da demanda agregada
de bens e serviços.
Assim, numa situação de desemprego de recursos, a política econômica deve
procurar elevar a demanda agregada, o que permitiria às empresas recuperar sua produção
potencial e restabelecer os níveis de renda e emprego. Essa elevação da demanda pode se
dar via políticas que estimulem o consumo, o investimento privado, as exportações e os
gastos do governo.

Comportamento dos agregados macroeconômicos no mercado de bens e serviços


Para viabilizar as políticas macroeconômicas, torna-se necessário estabelecer
relações funcionais, de causa e efeito, entre variáveis econômicas, detectando os fatores que
afetam seu comportamento. Se for possível estabelecer estas relações, as autoridades
poderão ter uma visão melhor de como atuar sobre as mesmas, através da aplicação dos
instrumentos de política econômica.

2.5.1. Consumo Agregado (C)

Corresponde à parcela da renda destinada a aquisição de bens e serviços para a


satisfação das necessidades dos indivíduos.

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Os determinantes do consumo são:

• Renda ( quanto maior a renda, maior a probabilidade de consumo )


• Preço / Oportunidades (os preços e promoções podem antecipar a decisão de
consumo)
• Disponibilidades (um dinheiro extra, inesperado, pode influenciar a decisão de
consumo)
• Expectativas Futuras (se enxergo ter renda futura, ou se ao contrário no futuro não
enxergo disponibilidade de renda, é através da expectativa que tomo minha
decisão de consumir ou não determinado bem ou serviço).

2.5.2. Investimento Agregado (I)

É o acréscimo ao estoque de capital que leva ao crescimento da capacidade produtiva


(construções, máquinas, instalações, etc.).
Os determinantes do investimento são:

• Retorno esperado do investimento => é o principal fator no processo de decisão,


principalmente porque a taxa de retorno é sempre comparada a taxa de juros do
mercado financeiro, e assim a decisão só é positiva, quando o retorno esperado é
maior que a taxa de juros no mercado.
• Taxa de juros => pode inviabilizar o investimento por tornar elevado o custo de
financiamento, empréstimo, ou em outras palavras, o custo do dinheiro.
• Disponibilidade de financiamento => são os recursos dos poupadores (famílias)
que são destinados para financiamento das empresas investidoras. Quanto maior
a disponibilidade de financiamentos, maior o volume de investimentos na
economia.

OBS: as demais variáveis macroeconômicas como gastos do governo, arrecadação


tributária, exportações e importações não dependem de outras variáveis econômicas. São
variáveis autônomas.

24
2.6. Inflação

A inflação pode ser definida como um processo de alta contínua e generalizada de


preços, que provoca uma redução no poder de compra dos indivíduos.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2003), a forma mais tradicional para se estudar a
questão inflacionária é distinguir a inflação provocada pelo excesso de demanda ( inflação de
demanda), da inflação por elevação de custos ( inflação de custos), e da inflação devida aos
mecanismos de indexação de preços ( inflação inercial).

Bônus de pesquisa 6

Quarta parte do documentário sobre Economia Descomplicada, abordando a


Macroeconomia, com destaque para as políticas: Fiscal, Cambial e Monetária, além de
explicar o conceito e formação do PIB ( Produto Interno Bruto), tem destaque ao Fluxo
Circular da Renda, onde podemos visualizar todo funcionamento de uma Economia.
Não deixe de assistir! Vale muito à pena!

www.youtube.com/watch?v=7tQsJNJSoz8 Acesso em 20 set. 2012.

25
Ensaio de aprendizagem

Empresas respondem a uma população hispânica crescente

O poder aquisitivo de hispano-americanos está crescendo rapidamente. Portanto, não


é de se surpreender que empresas tenham começado a responder: quando a Apple
anunciou, no começo de 2007, que venderia um vídeo de 90 minutos com os principais
lances do Super Bowl 2007 na sua loja iTunes, o download foi disponibilizado tanto em
espanhol quanto em inglês. No início de 2008, “Coffee Break Spanish”, um podcast semanal
em espanhol, era um dos podcasts com downloads mais frequentes no iTunes. Hoje em dia,
mais de um terço de todos os DVDs são vendidos a consumidores cuja língua materna é o
espanhol, e a Blockbuster respondeu aumentando suas ofertas de filmes em espanhol. A
Kmart vende uma linha de roupas com o nome de Thalia, uma cantora mexicana. A Ford
Motor Company contratou a atriz mexicana Salma Hayek para aparecer em comerciais. Um
revendedor de carros usados na Pensilvânia exibiu um cartaz que afirmava “Salga Manjando
HoyMismo” ( ou “Saia Dirigindo Hoje Mesmo” em português). O aumento de gastos por
domicílios hispânicos deveu-se em parte à aceleração do crescimento da população e em
parte a um aumento das rendas. Espera-se que até 2020 a participação hispânica no
mercado consumidor dos Estados Unidos aumente para mais de 13% - quase o dobro do ano
2000. O Selig Center for Economic Growth na Universidade da Georgia previu que os gastos
por domicílios hispânicos aumentarão 70% entre 2006 e 2011 do que os gastos por
domicílios não hispânicos.
À medida que a demanda por bens comprados aumenta nos domicílios hispânicos,
uma quantidade maior pode ser vendida a cada preço. As empresas responderam dedicando
mais recursos para atender este grupo demográfico

Texto extraído do Livro: Introdução à Economia – de Hubbard R. e O’Brien A.


Ed.bookman 2010. São Paulo.

26
QUESTÃO 1
A população hispânica nos EUA, tem se destacado frente ao crescimento de sue consumo;
ou seja, hoje em dia os hispânicos têm demandado uma maior quantidade de produtos,
comparados a outros períodos. É chamada lei geral da demanda:

a) O preço e a quantidade procurada estão inversamente relacionados.


b) O preço e a quantidade procurada estão diretamente relacionados.
c) O preço e a quantidade procurada em nada influenciam a oferta.
d) O preço e a quantidade procurada influenciam a oferta sempre.
e) O preço e a quantidade procurada não possuem ligação direta.

QUESTÃO 2
No texto, podemos entender que a população hispânicanos EUA tem colaborado para o
aumento da demanda de diversos produtos, e as empresas, de olho nesse mercado, tem
respondido à demanda, com oferta de vários produtos direcionados à população hispânica
que faz parte de um mercado em crescimento. A intersecção das curvas de demanda e oferta
determina:

a) O menor preço dada a quantidade demandada.


b) O maior preço dada a quantidade demandada.
c) A maior quantidade demanda em determinado período de tempo.
d) A menor quantidade demandada em determinado período de tempo.
e) O equilíbrio de mercado.

27
Bibliografia

FONTES, Rosa, RIBEIRO, Hilton, AMORIM, Airton e SANTOS, Gilnei. Economia: um


enfoque básico e simplificado. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
O livro aborda conceitos econômicos básicos tais como: conceitos de demanda, oferta,
elasticidade, regimes de mercado, temas de produção, custos e receitas das empresas. O livro aborda
ainda, temas voltados a macroeconomia enfatizando a renda ou produção, crescimento econômico e
desemprego, bem como tópicos voltados a inflação, política monetária e mercado financeiro.

PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de economia.5. ed. rev. São
Paulo: Thomson Learning, 2006.
Este livro apresenta conceitos básicos de economia, conceitos estes necessários para a
compreensão de conceitos de “necessidades humanas”, “bens e serviços” e “recursos produtivos” que
são fundamentais para o entendimento da escassez. O livro mostra ainda as questões econômicas
fundamentais decorrentes do problema da escassez e da necessidade de escolha, conceitos de
demanda, oferta e equilíbrio em um mercado competitivo, controle de preços por parte do governo e as
mudanças no equilíbrio em decorrência das alterações das curvas de demanda e de oferta.

ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Este livro apresenta um texto abrangente e completo, abordando temas como: a abrangência e
as limitações da economia, os recursos econômicos e o processo de produção, a interação dos
agentes econômicos e as questões-chave da economia: a eficiência produtiva e a eficácia alocativa, a
justiça distributiva e o ordenamento institucional, incorporando modificações resultantes de novos
posicionamentos teóricos, de alterações em instituições internas e externas e de mudanças da própria
realidade econômica.

SOUZA, Nali de Jesus de. Desenvolvimento Econômico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
Este livro traz as abordagens clássicas do desenvolvimento econômico e apresenta a visão
histórica necessária para confrontar a teoria com a realidade, permitindo que se chegue a uma síntese
dos principais fatores do desenvolvimento econômico e a sua generalização para o conjunto dos
países em desenvolvimento. O tema desenvolvimento econômico é estudado em uma perspectiva
histórica e segundo a visão dos principais economistas e escolas do pensamento econômico; são

28
apresentadas as principais estratégias de industrialização e desenvolvimento, assim como as
contribuições acadêmicas recentes, novos dados e as mudanças operadas na economia mundial.

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; ENRIQUEZ GARCIA, Manuel.


Fundamentos de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1998 - 2003.
Este livro apresenta de forma clara e concisa os conceitos e problemas econômicos
fundamentais, de forma a proporcionar uma melhor compreensão da realidade econômica. São
abordadas questões de interesse prático, como atualização de valores de ações judiciais, cálculo de
valores reais, alguns princípios legais que permeiam as medidas de política econômica, etc.

29
SEÇÃO III

3.1. Economia internacional

Segundo Vasconcellos e Garcia (2003), a Teoria do Comercio Internacional procura


justificar os benefícios para cada país advindo desse comércio; e os aspectos
macroeconômicos, relativos à Taxa de Câmbio e ao Balanço de Pagamentos.
O que leva os países a comercializarem entre si?

• Diversidade de condições de produção;


• Possibilidade de redução de custos.

Os economistas clássicos forneceram explicação com a teoria básica para o comércio


internacional com o “Princípio das Vantagens Comparativas”.
O Princípio das Vantagens Comparativas sugere que cada país deva especializar-se
na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente. Essa será, portanto,
a mercadoria a ser exportada. Por outro lado, esse mesmo país deverá importar aqueles
bens cuja produção implicar um custo relativamente maior. Desse modo, explica-se a
especialização dos países na produção de bens diferentes, com base na qual se concretiza o
processo de troca entre eles.

Homens/hora para produção de 01 unidade de mercadoria


Pais / Produto Tecidos Vinhos
Inglaterra 100 120
Portugal 90 80

Em termos absolutos, Portugal é mais eficiente na produção de ambas as


mercadorias. Todavia, em termos relativos, o custo de produção de tecidos em Portugal é
maior que o da produção de vinho e, na Inglaterra, o custo de produção de vinho é maior que
o da produção de tecido.
Comparativamente, Portugal tem vantagem relativa na produção de vinho e a
Inglaterra na produção de tecido. Os dois países obterão benefícios ao especializarem-se na

30
produção da mercadoria em que possuem vantagens comparativas, exportando-os e
importando o outro bem.

3.2. Determinação da taxa de câmbio

Quando dois países, entre eles, resolvem estabelecer relações econômicas, entram
necessariamente em jogo duas moedas, exigindo que se fixe uma relação de troca entre
ambas.
A taxa de câmbio é a medida de conversão da moeda nacional em moeda de outros
países.
A determinação da taxa de câmbio pode ocorrer de dois modos:

• Institucionalmente: pela decisão das autoridades econômicas, com fixação


periódica das taxas (taxas fixas de câmbio);
• Funcionamento do Mercado: as taxas flutuam automaticamente em
decorrência das pressões de oferta e demanda de divisas estrangeiras ( taxas
flutuantes ou flexíveis).

Oferta e Demanda de Divisas


• Demanda: pelos importadores que precisam delas para pagar suas contas no exterior
e também pela saída de capitais financeiros, pagamento de juros, remessa de lucros e
saída de turistas;
• Oferta: pelos exportadores que recebem moedas estrangeiras e também entrada de
capitais financeiros, turistas, etc. Como a divisa não pode ser utilizada internamente
precisa ser convertida em moeda nacional.

3.3. Valorização e desvalorização cambial

A expressão “desvalorização cambial” indica que houve um aumento da taxa de câmbio


(maior número de reais (R$) por unidade de moeda estrangeira).
A expressão “valorização cambial” indica uma moeda mais forte, isto é, pagam-se
menos reais (R$) por divisa estrangeira, e com isso há uma queda da taxa de câmbio.

31
Exemplo:

Exportação
Taxa de Câmbio Preço Produto US$ Preço Produto R$
2,00 50,00 100,00
1,50 50,00 75,00

Assim, o exportador prefere uma “desvalorização cambial”, pois ele receberá maior
quantidade de reais (R$ 100,00) na venda de um produto ao exterior (US$ 50,00).

Bônus de pesquisa 7

Quinta parte do documentário “Economia Descomplicada”, este vídeo trata da


globalização, justifica o comércio internacional e, automaticamente, a presença de
duas moedas, explicando de maneira clara e objetiva a Taxa de Câmbio, assim
como os conceitos de valorização e desvalorização cambial. Muito importante
assistir, pois é assunto diário em jornais, revistas, internet, programas de TV, etc.
Não deixe de assistir!

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=6lxAvV8ua0>. Acesso em: 20 set.


2012.

Mesmo com as vantagens do livre comércio, se aconselha a intervenção do Estado


restringindo a entrada de determinados produtos, sendo essa ação considerada uma “medida
protecionista”.

• Argumento da indústria nascente;


• Argumento da segurança nacional;
• Argumento da proteção ao emprego;
• Argumento de combate aos déficits comerciais.

32
3.4. Barreira Tarifária

Um imposto que adicionado ao preço internacional do produto cria uma condição de


competição ao produto nacional, evitando a concorrência de produtos importados mais
baratos.

3.5. Barreira Não-Tarifária

Não há imposto, mas obstáculos quantitativos ou burocráticos que oneram ou


inviabilizam as importações.

3.6. Balanço de pagamentos

É o registro contábil de todas as transações de um país com o resto do mundo.


Envolve tanto transações com bens e serviços como transações com capitais físicos e
financeiros. Portanto, o balanço de pagamentos registra tanto o comércio de mercadorias
(exportações e importações) e os serviços (pagamentos de juros, royalties, remessa de
lucros, turismo, pagamentos de frete, etc.), como o movimento de capitais (investimentos
diretos estrangeiros, empréstimos e financiamentos, capitais especulativos).
As contas do Balanço de Pagamentos referem-se apenas ao fluxo ao longo de um mês
ou um ano, etc,. não incluindo o total do endividamento externo do país.
O Balanço de Pagamentos está dividido em quatro grupos de contas, a saber:

3.6.1 Balança Comercial

Compreende o comércio de mercadorias. Se as exportações FOB (free on board, isto é,


isentas de frete e seguros) excedem as importações FOB, temos um superávit no balanço de
comércio. Caso ocorra o inverso, temos um déficit.

3.6.2 Balança de Serviços

33
Registram todos os serviços pagos e/ou recebidos pelo Brasil, tais como: fretes,
seguros, lucros, juros, royalties e assistência técnica, viagens internacionais. Os serviços que
representam remuneração a fatores de produção externos (juros, lucros, royalties e
assistência técnica) são chamados de serviço de fatores, e é a própria Renda Liquida do
Exterior, ou seja, a diferença entre o PIB (Produto Interno Bruto) e PNB (Produto Nacional
Bruto).

3.6.3 Transferências Unilaterais

Conhecida como conta donativo, registram as doações em divisas ou mercadorias.

3.6.4 Balanço de Transações Correntes.

O somatório dos balanços comercial, serviços e de transferências unilaterais resulta no


saldo em conta corrente e/ou balanço de transações correntes.

3.6.5 Movimentação de Capitais ou Balanço de Capitais.

Na conta de Capital, aparecem as transações que produzem variações no ativo e no


passivo externo do país e que, portanto, modificam sua posição devedora ou credora perante
o resto do mundo. Aí são registradas:

• As contrapartidas financeiras das exportações e importações de mercadorias e


serviços, excetuadas as que se referem as transferências unilaterais;
• As transações financeiras puras, ou seja, como ações e quota parte do capital das
empresas, quotas de participação governamental em organismos internacionais,
títulos de outros países, empréstimos em moeda, etc.

Exemplo simples de Balanço de Pagamentos

a) Balanço Comercial (mercadorias)


• Exportações;
• Importações.

34
b) Balanço de Serviços
• Transportes;
• Seguros;
• Viagens Internacionais;
• Renda de capital – juros, dividendos e lucros, inclusive lucros reinvestidos;
• Serviços diversos: royalties, assistência técnica, alugueis de equipamentos,
Serviços Governamentais (embaixadas, consulados, representações no exterior).

c) Transferências Unilaterais
• Remessas - feitas por não residentes no Brasil ao seu país de origem;
• Recebimentos - de residentes fora do país;
• Doações - de governos, organismos internacionais, etc.;
• Heranças.

d) Saldo de Transações Correntes ou saldo em conta corrente (A + B + C)

e) Movimentação de Capitais
• Investimentos diretos líquidos – instalação de firmas estrangeiras no país;
• Reinvestimentos de uma firma estrangeira já instalada no país;
• Empréstimos e financiamentos – financiamentos de bancos estrangeiros de curto
e longo prazo;
• Amortizações de empréstimos e financiamentos;
• Outros capitais – capitais especulativos, de curto prazo, aplicados no mercado
financeiro.

f) Erro e Omissões
É a diferença entre o saldo do balanço de pagamentos e o financiamento do
resultado, que surge quando se tenta a compatibilizar transações físicas e financeiras
e as varias fontes de informação

g) Saldo do balanço de Pagamentos (D + E + F)

35
Bônus de pesquisa 8

Vídeo interessante que explica a composição e estrutura do Balanço de


Pagamentos, auxiliando com algumas definições de seus tópicos. Interessante
assistir para memorizar o tópico proposto.

Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=2Vmy3Vp8unk>. Acesso em: 20 set.


2012.

3.7. Organismos Financeiros Internacionais

As grandes guerras mundiais, a quebra da Bolsa de NY em 1929, o desenvolvimento


da economia internacional, provocaram colapsos na economia de vários países, tornando
incerto o mercado internacional. Surgiu, então, a necessidade de criar instituições para o
estabelecimento de regras e convenções que regulassem as relações comerciais e
financeiras entre países.
Dentro desse contexto, foram criadas as quatro principais instituições econômicas dos
pós-guerra:

3.7.1 O sistema de taxas de cambio de Bretton Woods.

O sistema de Bretton Woods, criado em 1944, consagrou um sistema de gestão de


taxas de cambio chamada padrão dólar-ouro, única moeda que matéria sua conversibilidade
em relação ao ouro.

3.7.2 Fundo Monetário Internacional

O Fundo Monetário Internacional, fundado em 1944, tem como objetivo promover a


cooperação monetária entre as nações e ajudar a resolver problemas conjunturais de balanço
de pagamentos. O FMI estimula a expansão e desenvolvimento do comércio internacional;
promove a estabilidade cambial; estabelece um sistema multilateral de pagamento; e permite

36
a seus membros a utilização de recursos do Fundo para corrigir desequilíbrios temporários
em seus balanços de pagamento.
O capital do Fundo é constituído por quotas de todos os países a ele filiados. Tais
quotas são especificadas em Direitos Especiais de Saque (DES) e são determinadas pela
renda nacional, magnitude e flutuação do balanço de pagamento, reservas em divisas fontes,
etc., sendo constituída por moedas nacionais dos países-membros e ouro.
Quando um país-membro do FMI sofre um desequilíbrio em seu balanço de
pagamento, pode recorrer ao Fundo para obter crédito em DES ou moeda estrangeira de que
necessite – o que é feito sempre por meio de um acordo. Os acordos com o FMI têm uma
importância ímpar para os países, pois sinalizam à comunidade financeira internacional uma
avaliação técnica precisa do estado de contas de um país.

3.7.3 Banco Mundial

O Banco Mundial, ou Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD,


foi criado em 1944, junto com o FMI, e é um organismo fornecedor e captador de crédito para
investimentos produtivos em países subdesenvolvidos a ele filiados, sem visar lucros. Os
juros e comissões por ele cobrados destinam-se a cobrir suas despesas e constituir um fundo
de reserva.

3.7.4 OMC - Organização Mundial do Comércio

A OMC tem por objetivo básico a redução das restrições ao comércio internacional e a
liberalização do comércio multilateral.
A OMC estabelece como princípios básicos a redução das barreiras comerciais, a não
discriminação comercial entre países, a compensação aos países prejudicados por aumentos
nas tarifas alfandegárias e a arbitragem dos conflitos comerciais.
A OMC atuou especialmente por meio de sucessivas rodadas de negociações entre os
países envolvidos no comércio internacional e conseguiu, no pós-guerra, reduzir as barreiras
impostas a esse comércio por meio de impostos alfandegários e quotas de importação.

3.8. Blocos Econômicos

37
Os Blocos Econômicos foram criados pela união comercial entre dois ou mais países
com o objetivo de desenvolvimento do mercado de uma determinada região (países),
facilitando, assim, as relações comerciais e financeiras entre tais países.

Os Blocos Econômicos são estruturados numa primeira fase e podem evoluir para outra fase:

Primeira Fase: Zonas de Livre Comércio


Constituída por países que decidiram reduzir ou eliminar as barreiras tarifárias entre
eles. Mantêm uma política específica para os países fora da zona de livre comércio
(Exemplo: ALADI).

Segunda Fase: União Aduaneira


Na União Aduaneira, não há barreiras alfandegárias, e sim uma Tarifa Externa
Comum (TEC), ou seja, uma tarifa única para todos os países que fazem parte dessa União
Aduaneira. Dessa forma, se uma mercadoria é importada de um país de fora desse grupo, a
tarifa (barreira tarifária) é a mesma para todos (Exemplo: Mercosul).

Terceira Fase: Mercado Comum


No Mercado Comum prevalecem as regras da União Aduaneira e se amplia a regra
também a fatores como capital e trabalho.

Quarta Fase: União Econômica


Prevalecem as regras do Mercado Comum, procurando harmonizar essas regras as
políticas econômicas nacionais (internas) de cada país que faça parte do grupo (Exemplo:
Parlamento Europeu, dentro da União Europeia).

Quinta Fase: União Integral Total


Esta é a fase mais avançada, onde os países que formam o grupo concordam em
expandir as regras da União Econômica e adotam uma política monetária comum, com uma
só moeda e um Banco Central para controle (Exemplo: União Europeia).
Uma só moeda tem como objetivo:

• Eliminar riscos cambiais. Com a implantação do Euro houve a eliminação de várias


moedas, entre elas o marco alemão e o franco francês. Assim, a variação cambial do

38
marco alemão em relação ao franco francês desapareceu, o que facilitou o comércio
entre a Alemanha e a França;
• Extinguir o protecionismo cambial amparado em taxas de câmbio.

Alguns exemplos de Blocos Econômicos:

• ALBA - Alternativa Bolivariana para as Américas


• ALCA - Área de Livre Comércio das Américas
• APEC - Asia-Pacific Economic Cooperation
• ASEAN - Associação das Nações do Sudeste Asiático
• Comunidade Andina de Nações
• SADC - Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
• ALCOM - Acordo de Livre Comércio do Oriente Médio
• MERCOSUL - Mercado Comum do Sul
• NAFTA - North America Free Trade Agreement
• União Europeia
• União de Nações Sul-Americanas
• Tigres asiáticos
• Associação Latino-Americana de Integração
• CARICOM - Comunidade do Caribe
• Mercado Comum Centro-Americano
• Associação Europeia de Livre Comércio
• CEI - Comunidade dos Estados Independentes

39
Bônus de pesquisa 9

Vídeo do Programa Conexão, produzido pelo Senado Brasileiro, que mostra as Relações
Internacionais e explica como atuam algumas das Organizações Internacionais. Vale a pena
conferir!

Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=wyP3BoKvEW8>. Acesso em: 20 set. 2012.

40
Ensaio de aprendizagem

Por que os Estados Unidos são chamados de “o maior devedor do mundo”?

Entre 1950 e 2007, os Estados Unidos apresentaram déficits em conta corrente em


todos os anos desde 1982, exceto em 1991. Entre 1950 e 1975, os Estados Unidos
administraram um déficit em contacorrente em apenas cinco anos. Muitos economistas
acreditam que os déficits em contacorrente da década de 80 estavam intimamente
relacionados com os déficits no orçamento federal daqueles anos. Taxas de juros elevadas
atraíram investidores estrangeiros para títulos americanos, o que aumentou a taxa de câmbio
entre dólar e moedas estrangeiras. A taxa de câmbio elevada reduziu as exportações norte-
americanas e aumentou as importações, levando a déficits em contacorrente.
Enquanto o déficit no orçamento federal diminuiu na metade da década de 90 e
desapareceu no final daquela década, o valor cambial do dólar permaneceu alto – e grandes
déficits em contacorrente continuaram a acontecer –, porque investidores estrangeiros
continuaram a investir nos Estados Unidos apesar das baixas taxas de juros. No final da
década de 90, diversos países ao redor do mundo, como Coréia do Sul, Indonésia, Brasil e
Rússia, passaram por problemas econômicos graves. Num processo conhecido como voo
para qualidade, muitos investidores venderam seus investimentos nesses países e
compraram outros nos Estados Unidos. Além disso, o forte desempenho do mercado de
ações norte-americano durante a primavera do ano 2000 atraiu muitos investidores.
Finalmente, a forte queda na poupança privada nos Estados Unidos durante o final da
década de 90 também contribuiu para seu déficit em contacorrente.
O declínio acentuado do valor do dólar em 2007 e 2008 ajudou na redução de déficit
em contacorrente, embora este continue elevado.
Será que déficits persistentes em contacorrente representam um problema para os
Estados Unidos? Os déficits em contacorrente fazem com que o investimento estrangeiro
líquido seja negativo. A cada ano os investidores estrangeiros acumulam muito mais ativos
norte-americanos do que os investidores norte-americanos acumulam ativos estrangeiros. No
final de 2007, os investidores estrangeiros possuíam cerca de US$ 2,9 trilhões a mais de
ativos norte-americanos – como ações, títulos e fábricas – do que investidores norte-
americanos possuíam de ativos estrangeiros, que é a razão pela qual os Estados Unidos às
vezes são chamados de “o maior devedor do mundo”. Mas a disposição de empresas
estrangeiras de construírem fábricas nos Estados Unidos pode ser vista como um voto de

41
confiança na força da economia norte-americana e no poder aquisitivo dos seus
consumidores. Com as taxas de poupança privada tendo caído nos Estados Unidos a níveis
historicamente baixos, apenas o fluxo contínuo de fundos vindos de investidores estrangeiros
tornou possível para os Estados Unidos manterem os altos níveis de investimento interno
necessários para o crescimento econômico.

Fonte:HUBBARD, R. Glenn; O’BRIEN, Anthony Patrick. Introdução à Economia. Porto Alegre:


Bookman, 2010.

QUESTÃO 1
No texto, enxergamos que os EUA, por vários anos, apresentaram déficits em conta corrente,
ou seja, maior volume de importação do que de exportação. Na teoria clássica sugere-se que
cada país deve especializar-se na produção daquela mercadoria que é relativamente mais
eficiente. Isso se refere ao:

a) Princípio das Vantagens Produtivas.


b) Princípio das Vantagens Comparativas.
c) Princípio das Vantagens Ativas.
d) Princípio das Vantagens Comerciais.
e) Princípio das Vantagens Internacionais.

QUESTÃO 2
No texto, a taxa de câmbio elevada reduziu as exportações norte-americanas e aumentou as
importações, levando a déficits em conta corrente. A Taxa de Câmbio é

a) a medida de conversão da moeda nacional em moeda de outros países.


b) a medida de conversão da moeda de outros países em moeda nacional.
c) a medida de igualdade entre as moedas de dois países.
d) a medida de equivalência entre as moedas de dois países.
e) a medida de valor de venda de moeda internacional no Banco do Brasil.

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Bibliografia

FONTES, Rosa; RIBEIRO, Hilton; AMORIM, Airton; SANTOS, Gilnei. Economia: um enfoque
básico e simplificado. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
O livro aborda conceitos econômicos básicos, tais como: conceitos de demanda, oferta,
elasticidade, regimes de mercado, temas de produção, custos e receitas das empresas. O livro aborda
ainda, temas voltados à macroeconomia, enfatizando a renda ou produção, crescimento econômico e
desemprego, bem como tópicos voltados a inflação, política monetária e mercado financeiro.

PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de economia.5. ed. rev. São
Paulo: Thomson Learning, 2006.
Este livro apresenta conceitos básicos de economia; conceitos estes necessários para a
compreensão dos conceitos de “necessidades humanas”, “bens e serviços” e “recursos produtivos”,
que são fundamentais para o entendimento da escassez. O livro mostra ainda as questões econômicas
fundamentais decorrentes do problema da escassez e da necessidade de escolha, conceitos de
demanda, oferta e equilíbrio em um mercado competitivo, controle de preços por parte do governo e as
mudanças no equilíbrio em decorrência das alterações das curvas de demanda e de oferta.

ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Este livro apresenta um texto abrangente e completo, abordando temas como: a abrangência e
as limitações da economia, os recursos econômicos e o processo de produção, a interação dos
agentes econômicos e as questões-chave da economia: a eficiência produtiva e a eficácia alocativa, a
justiça distributiva e o ordenamento institucional, incorporando modificações resultantes de novos
posicionamentos teóricos, de alterações em instituições internas e externas e de mudanças da própria
realidade econômica.

SOUZA, Nali de Jesus de. Desenvolvimento Econômico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
Este livro traz as abordagens clássicas do desenvolvimento econômico e apresenta a visão
histórica necessária para confrontar a teoria com a realidade, permitindo que se chegue a uma síntese
dos principais fatores do desenvolvimento econômico e a sua generalização para o conjunto dos
países em desenvolvimento. O tema desenvolvimento econômico é estudado em uma perspectiva
histórica e segundo a visão dos principais economistas e escolas do pensamento econômico; são

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apresentadas as principais estratégias de industrialização e desenvolvimento, assim como as
contribuições acadêmicas recentes, novos dados e as mudanças operadas na economia mundial.

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; ENRIQUEZ GARCIA, Manuel.Fundamentos


de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
Este livro apresenta, de forma clara e concisa, os conceitos e problemas econômicos
fundamentais, de forma a proporcionar uma melhor compreensão da realidade econômica. São
abordadas questões de interesse prático, como atualização de valores de ações judiciais, cálculo de
valores reais, alguns princípios legais que permeiam as medidas de política econômica, etc.

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