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MIRIAM CRISTINA OLIVEIRA DE BRITO

PERFIL PROFISSIONAL DOS BIBLIOTECÁRIOS ATUANTES


NAS BIBLIOTECAS DO PODER JUDICIÁRIO NO RIO GRANDE
DO SUL, LOCALIZADAS NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre
2009
MIRIAM CRISTINA OLIVEIRA DE BRITO

PERFIL PROFISSIONAL DOS BIBLIOTECÁRIOS ATUANTES


NAS BIBLIOTECAS DO PODER JUDICIÁRIO NO RIO GRANDE
DO SUL, LOCALIZADAS NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à


Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
como pré-requisito para a obtenção do grau de Bacharel
em Biblioteconomia da Faculdade de Biblioteconomia e
Comunicação (FABICO) da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS)

Orientadora: Profª Maria Lúcia Dias

Porto Alegre
2009
MIRIAM CRISTINA OLIVEIRA DE BRITO

PERFIL PROFISSIONAL DOS BIBLIOTECÁRIOS ATUANTES


NAS BIBLIOTECAS DO PODER JUDICIÁRIO NO RIO GRANDE
DO SUL, LOCALIZADAS NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de


Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
como pré-requisito para obtenção de grau de Bacharel, aprovada pela banca
Examinadora constituída pelos seguintes profissionais:

PROFA. MARIA LÚCIA DIAS


Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

BEL. FRANCINE FELDENS


Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul – Tribunal de Justiça
Militar

PROFA. DRA. ANA MARIA MIELNICZUK DE MOURA


Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre, 29 de Junho 2009.


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Reitor: Carlos Alexandre Netto
Vice-Reitor: Rui Vicente Oppermann

FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO


Diretor: Ricardo Schneiders da Silva
Vice-Diretora: Regina Helena Van der Lann

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO


Chefe: Ana Maria Mielniczuk de Moura
Vice-Chefe: Helen Beatriz Frota Rozados

COMISSÃO DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA


Coordenadora: Glória Isabel Sattamini Ferreira
Vice-Chefe: Samile Andréa de Souza Vanz

B862r Brito, Miriam Cristina Oliveira de.


Perfil profissional dos bibliotecários atuantes nas
bibliotecas do Poder Judiciário no Rio Grande do Sul,
localizadas na cidade de Porto Alegre / Miriam Cristina
Oliveira de Brito; orientadora Profª Maria Lucia Dias. Porto
Alegre : Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da
UFRGS, 2009.
55 f.

1. Biblioteconomia I. Dias, Maria Lúcia II. Título.

025

Departamento de Ciência da Informação


Rua Ramiro Barcelos, 2705
Campus Saúde
Bairro Santana
Porto Alegre – RS
CEP: 90035-007
AGRADECIMENTOS

“Agradeço a Deus por colocar pessoas especiais perto


de mim, como minha mãe, meu amado filho e meu
querido marido e por serem fundamentais e
indispensáveis em minha vida.”

“Agradeço especialmente a Francine Feldens, uma


grande amiga e profissional pelos conselhos e
ensinamentos.”
RESUMO

Este trabalho tem por objetivo traçar o perfil profissional do bibliotecário atuante
nas bibliotecas do Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul,
localizadas na cidade de Porto Alegre. Utiliza a técnica da entrevista através de
um questionário semi-estruturado para coletar os dados e obter os resultados
que caracterizam a amostra citada. Apresenta os bibliotecários jurídicos
assumindo uma nova postura profissional em conformidade com o uso das
Tecnologias da Informação e Comunicação para garantir a qualidade, precisão
e rapidez nos atendimentos aos usuários. Investiga o perfil dos bibliotecários
jurídicos no que diz respeito ao uso das tecnologias informacionais em seus
atendimentos e rotinas diárias, verifica a importância da educação continuada,
a participação desses profissionais em eventos das áreas de Biblioteconomia e
da área jurídica. Averigua as tecnologias e também as principais fontes de
informação jurídica utilizadas por estes profissionais em seus atendimentos.

PALAVRAS-CHAVE: Perfil Profissional. Bibliotecário Jurídico. Bibliotecário


Especializado. Biblioteca Jurídica. Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs). Informação Jurídica. Atendimento ao Usuário.
RESUMEN

Este trabajo tiene por objetivo plantear el perfil profesional del bibliotecario
actuante en las bibliotecas del Poder Judiciario del Estado de Rio Grande do
Sul, ubicadas en la ciudad de Porto Alegre. Utiliza la técnica de entrevista a
través de un encuesta semi estructurada para colectar los datos y obtener los
resultados que caracterizan la muestra citada. Presenta los bibliotecarios
jurídicos asumiendo una nueva postura profesional en conformidad con el uso
de las Tecnologías de la Información y Comunicación para garantizar la calidad,
precisión y rapidez en los atendimientos a los usuarios. Investiga el perfil de los
bibliotecarios jurídicos a respecto del uso de las tecnologías de informaciones
en sus atendimientos y rutinas diarias, verifica la importancia de la educación
continuada, la participación de esos profesionales en eventos de las áreas de
Biblioteconomía y del área jurídica. Averigua las tecnologías y también las
principales fuentes de información jurídica utilizadas por estos profesionales en
sus atendimientos.

PALABRAS-CLAVE: Perfil Profesional. Bibliotecario Jurídico. Bibliotecario


Especializado. Biblioteca Jurídica. Tecnologías de la Información y
Comunicación (TICs). Información Jurídica. Atendimiento al Usuario.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Bibliotecários: sexo 39

Gráfico 2 – Bibliotecários: faixa etária 40

Gráfico 3 – Bibliotecários: outra graduação 41

Gráfico 4 – Bibliotecários: pós-graduação 42

Gráfico 5 – Bibliotecários: tempo de atuação em bibliotecas jurídicas 43

Gráfico 6 – Bibliotecários: eventos em Biblioteconomia 44

Gráfico 7 – Bibliotecários: eventos jurídicos 45


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

JFRS: Justiça Federal do Rio Grande do Sul

STF: Supremo Tribunal Federal

STJ: Superior Tribunal de Justiça

TICs: Tecnologia da Informação e Comunicação

TJRS: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul

TJMRS: Tribunal de Justiça Militar do Rio Grande do Sul

TRERS: Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul

TRF4: Tribunal Regional Federal da Quarta Região

TRT4: Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região

TSE: Tribunal Superior Eleitoral

TST: Tribunal Superior do Trabalho


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................11
1.1 Justificativa do Estudo.............................................................................13
1.2 Contexto do Estudo..................................................................................14
1.2.1 Poder Judiciário.....................................................................................15
1.2.1.1 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.....................17
1.2.1.2 Tribunal de Justiça Militar do Rio Grande do Sul............................17
1.2.1.3 Justiça Federal no Rio Grande do Sul..............................................18
1.2.1.4 Tribunal Regional Federal da Quarta Região...................................19
1.2.1.5 Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio Grande do Sul.........20
1.2.1.6 Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região............................20
1.3 Definição do Problema....................................................................... ......21
2 OBJETIVOS...................................................................................................22
2.1 Objetivo Geral............................................................................................22
2.2 Objetivos Específicos...............................................................................22
2.3 Definição e Operacionalização dos Termos...........................................23
3 REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................25
3.1 O Profissional Bibliotecário.....................................................................25
3.2 Bibliotecários Especializados..................................................................27
3.3 Bibliotecas Especializadas.......................................................................30
4 METODOLOGIA............................................................................................34
4.1 Tipo de Estudo..........................................................................................34
4.2 População e Amostra................................................................................35
4.3 Instrumento de Coleta de Dados.............................................................36
4.4 Plano de Análise e Interpretação dos Dados.........................................36
4.5 Limitações da Pesquisa............................................................................37
5 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS.......................38
5.1 Perfil dos Bibliotecários...........................................................................38
5.1.1 Quanto ao Gênero..................................................................................38
5.1.2 Faixa Etária.............................................................................................39
5.1.3 Outra Graduação....................................................................................40
5.1.4 Pós-Graduação.......................................................................................42
5.1.5 Tempo de Atuação na Área Jurídica....................................................43
5.1.6 Participação em Eventos de Biblioteconomia.....................................44
5.1.7 Participação em Eventos da Área Jurídica..........................................45
5.1.8 Tecnologias de informação utilizadas.................................................46
5.1.9 Fontes de informação jurídicas utilizadas...........................................47
CONCLUSÕES E SUGESTÕES......................................................................48
REFERÊNCIAS.................................................................................................50
APÊNDICES.....................................................................................................54
1 INTRODUÇÃO

À medida que a humanidade foi evoluindo ficou impossível para o


homem guardar na memória pessoal todo o conhecimento gerado e acumulado
ao longo da história da sua existência. Por isso, a necessidade de preservar
essas informações tornou-se indispensável e fundamental para que o
conhecimento existente fosse perpetuado. Com isso foram criadas as
bibliotecas que passaram a ter a função de guarda e preservação do
conhecimento produzido pelo homem.
Desde que as bibliotecas foram criadas, na Idade Média, existe a figura
do bibliotecário. Antes chamados de guardiões do saber, os bibliotecários
daquela época eram escolhidos por deterem amplo conhecimento sobre cultura
geral, história, artes entre outras áreas que somente reis e padres tinham
acesso. Sua função consistia apenas em zelar e guardar os materiais de
informação existentes. Ao longo dos tempos, a função de guarda e
preservação dos acervos evoluiu para a elaboração de técnicas de organização,
que até hoje podem ser utilizadas. As técnicas sofreram algumas modificações
após a Segunda Guerra Mundial quando ocorreu a explosão documental, ou
seja, a produção em massa de todo tipo de registro informacional. Essas
modificações de organização dos acervos contam com a implantação e
utilização de códigos específicos para classificação de materiais, códigos de
catalogação e tabelas auxiliares para tal fim. A partir desse momento o
profissional bibliotecário teve condições de demonstrar suas habilidades com
as técnicas biblioteconômicas, promovendo, principalmente, a disseminação e
recuperação da informação existente em qualquer suporte.
As primeiras bibliotecas que surgiram eram gerais e guardavam todo tipo
de material. Com o passar do tempo e com a explosão documental foi preciso
separar a grande quantidade de informação produzida por áreas do
conhecimento. Esse fato deu origem às bibliotecas especializadas que hoje se
conhece. O surgimento das bibliotecas especializadas ocorreu nas
universidades.
As bibliotecas especializadas possuem características que se destacam
pelo grau de especificidade com que os usuários fazem suas buscas, portanto,
o bibliotecário precisa conhecer bem a área em que atua para poder selecionar
a informação certa para cada usuário. Desde que as tecnologias de informação
e comunicação (TICs) passaram a ter destaque e serem utilizadas, os
bibliotecários passaram a buscar qualificação tecnológica para adaptar suas
técnicas, antes usadas na forma impressa, para a forma virtual, introduzindo as
tecnologias no seu dia a dia. As TICs contribuem para garantir uma resposta
rápida e adequada ao usuário no suprimento de sua demanda informacional.
As TICs constituem um conjunto de recursos tecnológicos que servem para
reunir, distribuir e compartilhar informações de todos os tipos e em qualquer
suporte. Vieram para agilizar e facilitar os serviços do profissional bibliotecário,
pois este precisa possuir rapidez e qualidade no atendimento ao seu usuário e
na disseminação da informação prestada.
O Poder Judiciário reconhece a importância do profissional bibliotecário,
na medida em que todas as instituições integrantes dele possuem esse
profissional como parte de seu quadro funcional permanente. O bibliotecário
deve possuir, na área jurídica, a capacidade de dar respostas confiáveis e
selecionadas ao operador do direito, pois influencia diretamente nas atividades
jurisdicionais deste.
O conhecimento das fontes de informação é básico para o trabalho de
qualquer profissional da informação. Os bibliotecários da área jurídica além de
serem profundos conhecedores das fontes de informação da área do Direito,
como legislação, doutrina e jurisprudência, precisam dar soluções rápidas e
precisas a seus consulentes que não podem esperar muito por respostas. As
fontes de informação jurídica que antes eram encontradas somente em meio
físico, hoje são encontradas on-line ou em cd-rom. Cada vez mais as fontes de
informação em meio eletrônico fazem parte da realidade de muitas bibliotecas
e auxiliam os bibliotecários na recuperação ágil e eficiente das consultas
realizadas por seus usuários. Por este motivo, os bibliotecários cada vez mais
buscam qualificação e atualização profissional, principalmente no que tange a
inserção de tecnologias em seu trabalho diário. Essa é a forma que as TICs
estão sendo tão utilizadas, pois já fazem parte da vida cotidiana de qualquer
profissional da informação, seja numa busca em bases de dados ou catálogos
on-line, seja no envio de e-mails, na digitalização de materiais. Enfim, as
tecnologias da Informação e comunicação se tornaram indispensáveis ao
desempenho das atividades desenvolvidas em qualquer tipo de biblioteca. A
partir dessa realidade é essencial que o bibliotecário jurídico conheça e domine
as TICs. Dessa forma, seu desempenho profissional não ficará estanque, pois
a educação continuada e a atualização são imprescindíveis a qualquer
profissão.
A literatura biblioteconômica não possui muitos trabalhos sobre o perfil
dos bibliotecários jurídicos. Desse fato, surgiu a intenção de estudar esse
assunto. Neste estudo foram utilizadas questões que envolveram tanto a
qualificação do profissional, como o uso que os bibliotecários fazem das
tecnologias, seja no atendimento ao usuário ou no desenvolvimento do seu
trabalho. Portanto, o objetivo geral proposto neste estudo é traçar o perfil dos
bibliotecários que atuam nas bibliotecas do Poder Judiciário localizadas na
cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

1.1 Justificativa do Estudo

O bibliotecário durante muito tempo não se preocupou com seu


reconhecimento profissional perante a sociedade, o conceito antigo de
guardião de livros começa a dar espaço a um profissional com muitas
habilidades, competências, ágil e muito bem informado capaz de fazer a
diferença dentro de qualquer instituição. Através de seus conhecimentos,
técnicas profissionais e o uso das tecnologias, que hoje são uma realidade
dentro de qualquer biblioteca, esse profissional passa a mudar sua realidade
tornando-se indispensável para qualquer organização que trabalhe ou
necessite de informação.
A área jurídica exige do profissional bibliotecário constante atualização,
pois seu objeto de trabalho baseia-se em grande parte, na legislação brasileira.
Apesar de existirem autores, teorias e obras clássicas de utilização diária nas
bibliotecas jurídicas. A legislação rege praticamente todas as atividades dos
operadores do direito e, em função da variedade de mudanças legislativas que
o bibliotecário jurídico deve buscar a constante atualização do acervo das
bibliotecas que gerenciam. Outra questão importante para a atuação do
profissional bibliotecário do ramo do Direito é a exigência de que esse se
familiarize com os assuntos da área.
Além disso, a natureza das pesquisas realizadas em bibliotecas
especializadas possui um grau de especificação dos assuntos maior do que as
pesquisas de bibliotecas gerais, como bibliotecas públicas, escolares,
comunitárias, etc. Dentro desse contexto, surgiu o interesse em estudar o perfil
dos bibliotecários que vivenciam a realidade da biblioteca jurídica.
A motivação pelo desenvolvimento desse estudo decorreu de vivências
da autora enquanto fazia estágio extracurricular em uma biblioteca jurídica
especializada em Direito Penal, Processual Penal Comum e Militar e áreas
afins a esses temas. Na época, a autora detinha um conhecimento mínimo das
fontes especializadas da área jurídica, o que provocava certa dificuldade na
realização dos atendimentos requeridos pelos usuários daquela Biblioteca. O
fato dos usuários serem conhecedores ou especialistas em Direito, pois
praticamente todos os usuários possuem ou estavam em vias de completar o
Curso de Ciências Jurídicas e Sociais, tornava a linguagem jurídica estranha
ao cotidiano da autora.
Além disso, acredita-se que a realização de um estudo que demonstre o
perfil do profissional bibliotecário que atua nessas unidades contribuirá de
forma significativa para a teoria biblioteconômica, visto que durante a
realização dessa pesquisa constatou-se a escassez de materiais de informação
sobre o tema. Este estudo pretende trazer aos leitores novas informações,
dados e reflexões sobre uma categoria profissional que é muito ativa, dinâmica,
bem informada, que não se acomoda diante do novo e busca sempre estar
atualizada para que seu papel de agente disseminador de informação se
cumpra com eficiência.

1.2 Contexto do Estudo

O contexto deste estudo vai proporcionar ao leitor conhecer um pouco


sobre o Poder Judiciário brasileiro, suas características, os órgãos que fazem
parte da estrutura. Serão abordadas também as bibliotecas do Poder Judiciário,
localizadas na cidade de Porto Alegre e que farão parte deste estudo.

1.2.1 Poder Judiciário

Conforme a Constituição Brasileira de 1988, o Poder Judiciário é um dos


três poderes do Estado brasileiro. É um poder autônomo e estruturado
conforme as idéias de harmonia e separação dos poderes defendido por
Montesquieu em sua obra “O Espírito das Leis”. Para o autor além do Poder
Judiciário, ainda existem o Poder Executivo e o Poder Legislativo. O Poder
Judiciário possui a função de aplicar leis e garantir os direitos fundamentais dos
cidadãos perante a sociedade. Julga os interesses dos cidadãos com base na
legislação vigente.
O Poder Judiciário além de ser o guardião da constituição brasileira
também legisla e administra. Exerce função legislativa quando edita normas
regimentais e administrativas internas e exerce função administrativa quando
concede férias a juízes e serventuários, organiza o quadro de pessoal
provendo cargos integrantes da estrutura funcional da instituição.
O Poder Judiciário constitui-se de uma hierarquia que se baseia em
primeira e segunda instâncias. Na primeira instância, as sentenças são ditadas
por um só juiz, cabendo recurso para instância superior. Na segunda instância
as decisões, chamadas acórdãos, são sempre tomadas por três ou mais juízes.
Os acórdãos e súmulas são disponibilizados a toda sociedade e podem ser
localizados, na maioria das vezes, na página da web da instituição produtora. O
conjunto das decisões provenientes de magistrados forma a jurisprudência,
uma das principais fontes de informação jurídica.
O Poder Judiciário é composto por vários órgãos e exercido por
ministros e/ou juízes, que ingressam na carreira de juiz por meio de concurso
público, devido aos princípios e garantias da magistratura dispostos na
Constituição Federal. Os órgãos que compõem o Poder Judiciário são:
a) Supremo Tribunal Federal: é o guardião da Constituição Federal. Sua
principal competência é julgar as causas em que possa estar ocorrendo
uma violação da mesma;
b) Conselho Nacional de Justiça: além de controlar a atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário, também é encarregado
de supervisionar o desempenho funcional dos juízes;
c) Superior Tribunal de Justiça: é o guardião da uniformidade das leis, é
ele que julga as causas que foram decididas pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos Tribunais dos estados e que contrariam ou dão uma
interpretação diferente à lei federal;
d) Justiça Militar: é composta pelo Superior Tribunal Militar, pelos
Tribunais e também, pelos juizes militares. Sua competência é julgar os
crimes militares definidos em lei;
e) Justiça Federal: é composta pelos Tribunais Regionais Federais e
pelos desembargadores e juízes federais, é ela que julga as causas em
que a União, autarquias ou empresas públicas federais fazem parte da
ação. Os juízes federais formam a primeira instância da Justiça Federal
e os desembargadores compõem a segunda;
f) Justiça do Trabalho: composta pelo Tribunal Superior do Trabalho,
os Tribunais Regionais do Trabalho e os juízes do Trabalho. Sua
competência é julgar as causas oriundas das relações de trabalho
zelando pela uniformidade das decisões;
g) Justiça Eleitoral: Composta pelo Tribunal Superior Eleitoral, os
Tribunais Regionais Eleitorais, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
Sua função é julgar as causas relativas à legislação eleitoral zelando
pela uniformidade das decisões;
h) Justiça Estadual: compõe-se de duas instâncias, o Tribunal de Justiça
(formado pelos desembargadores) e os juízes estaduais que formam as
varas do primeiro grau. Suas competências estão definidas na
Constituição Federal, e também na Lei de Organização Judiciária dos
Estado.
A seguir, descrevem-se algumas características das instituições que
integram o Poder Judiciário no Estado do Rio Grande do Sul. Todos possuem
sede na cidade de Porto Alegre e suas bibliotecas estão elencadas como
sujeitos deste estudo.

1.2.1.1 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS)

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul é integrado por 140


desembargadores, sendo que um quinto (1/5) dos lugares são preenchidos por
advogados e membros do Ministério Público, com intuito de contemplar o
quadro funcional da magistratura com profissionais que detêm a prática jurídica
da advocacia e promotoria pública. Os profissionais provenientes do quinto
constitucional oxigenam a estrutura dos tribunais, ofertando ao cidadão
decisões baseadas na realidade social adquirida por esses profissionais
durante as suas experiências profissionais.
A Biblioteca do TJRS possui 11 bibliotecários, possuindo o maior quadro
de profissionais do Estado, tem como objetivo principal atender aos
magistrados e funcionários do Poder Judiciário Estadual, assim como
advogados e estudantes de Direito. Estando aberta para atendimento também
do público em geral. Seu acervo é composto por obras da área jurídica, sendo
formado de acordo com as necessidades do Tribunal. A maioria das obras é
escrita em língua portuguesa, mas também existem obras em outras línguas.

1.2.1.2 Tribunal de Justiça Militar (TJMRS)

A Justiça Militar do Estado do Rio Grande do Sul (JMERS) possui


competência para processar e julgar os crimes militares definidos em lei que
envolva militares no exercício da função. Como integrante do Poder Judiciário
do Estado do Rio Grande do Sul sua atividade jurisdicional é exercida sob os
integrantes da Brigada Militar, que por sua vez é um dos órgãos da Secretaria
de Justiça e Segurança do Estado. A JMERS é composta por 8 juízes auditores,
distribuídos aos pares nas Auditorias de Porto Alegre (que possui duas
auditorias com jurisdição diferenciada), Santa Maria e Passo Fundo. O TJMRS
é formado por 7 juízes, sendo 4 militares e 3 civis (dentre esses dois são
provenientes do quinto constitucional).
A Biblioteca do TJMRS possui um cargo de bibliotecário e tem como
objetivo principal atender os magistrados e funcionários do Tribunal, quando no
exercício das suas atividades jurisdicionais e administrativas. Os usuários da
biblioteca contam com os serviços de empréstimo domiciliar (quando mantém
vínculo com a instituição), empréstimos entre bibliotecas, pesquisas, enquanto
que o público externo também pode contar com o atendimento através de
pesquisa local do acervo. O acervo da biblioteca do TJM é composto
principalmente de obras das áreas de Direito Penal, Processo Penal, Direito
Administrativo, Direito penal Militar e Processual Penal Militar, conta com livros,
periódicos, cds-rom, diários oficiais, obras raras, obras de referência e
coletâneas de legislação além de jurisprudência na área do direito penal militar.

1.2.1.3 Justiça Federal de 1° Grau no Estado do Rio Grande do Sul (JFRS)

A Justiça Federal brasileira é regulamentada pela Lei n. 5.010/66. Como


órgão do Poder Judiciário tem como missão a pacificação dos conflitos que
envolvem os cidadãos e a administração pública federal, em diversas áreas.
Nos processos da Justiça Federal aparecem, de um lado, os particulares e de
outro a União, as empresas públicas, autarquias e fundações públicas federais
ou os conselhos de fiscalização profissional. Julgam-se, diariamente, na Justiça
Federal processos referentes ao meio ambiente, previdência social, direito
tributário, licitações, contratos de financiamento habitacional firmados com
empresas públicas ou autarquias, questões relativas a concursos e a imóveis
da União, entre outras. Em matéria penal, a Justiça Federal tem na sua
competência o julgamento de crimes fiscais, de lavagem de dinheiro, de tráfico
internacional de entorpecentes e diversos outros. Na primeira instância, a
Justiça Federal é composta por uma Seção Judiciária em cada estado da
Federação e, na segunda instância, por cinco Tribunais Regionais Federais,
que atuam em cinco regiões jurisdicionais diferentes. Cada Seção Judiciária
tem sede na capital dos estados brasileiros e encontra-se sob a jurisdição de
um desses tribunais, que funciona como a sua segunda instância. As Seções
Judiciárias são formadas por um conjunto de varas federais, onde atuam os
juízes federais (cada juiz é titular de uma vara federal) e, nas principais cidades
do interior, funcionam Subseções Judiciárias.
A Biblioteca da Justiça Federal conta com dois cargos de bibliotecário,
atende principalmente os juízes federais no desempenho de sua função, mas o
público externo também é atendido. Também presta serviços de empréstimos
entre bibliotecas e faz parte do grupo jurídico da Associação Rio-Grandense de
Bibliotecários (ARB). Possui um acervo constituído de livros e periódicos e sua
característica principal é manter a atualização do acervo disponível na Intranet.

1.2.1.4 Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4)

O Tribunal Regional Federal da Quarta Região é composto por vinte e


sete desembargadores federais nomeados pelo presidente da República. Os
TRFs julgam, em grau de recurso, as ações provenientes da primeira instância
(Seções Judiciárias), possuindo, ainda, competência originária para o exame
de algumas matérias previstas no art. 108 da Constituição Federal (conflitos de
competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal, habeas-corpus,
quando a autoridade co-autora for juiz federal, etc.)
A Biblioteca do TRF4 é composta por um corpo técnico de cinco
bibliotecários, é utilizada principalmente pelos desembargadores do Tribunal,
mas também é utilizada pelos funcionários vinculados à Instituição. O público
externo também tem acesso ao acervo para pesquisas no local. Possui um
acervo de livros e periódicos baseado nas necessidades do Tribunal, formado
por jurisprudência, legislação e doutrina.
1.2.1.5.Tribunal Regional Eleitoral (TRERS)

As principais atividades dos TREs resumem-se a duas esferas:


jurisdicional e administrativa. No plano jurídico, o TRE é responsável pela
condução de todo o processo eleitoral, tratando de matérias referentes à
legislação eleitoral. No plano administrativo, cabe à instituição operacionalizar
as eleições, tornando possível coletar e apurar a vontade política dos cidadãos,
depositada, desde 1996, nas modernas urnas eletrônicas. Composto por dois
desembargadores oriundos do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do
Sul, dois juízes também da Justiça Estadual, um desembargador do Tribunal
Regional Federal da Quarta Região e dois advogados ligados à Ordem dos
Advogados do Brasil.
A Biblioteca do TRE/RS é coordenada por um profissional bibliotecário
que conta com uma equipe de profissionais de várias áreas, incluindo um
analista de sistemas e um bacharel em Direito. A Biblioteca contém materiais
impressos como livros, periódicos, diários oficiais, que passaram a ser pouco
utilizados depois que praticamente todo o acervo passou a ser disponibilizado
on-line. A Intranet do TRE dispõe de todas as informações necessárias ao
trabalho diário de todo o tribunal. Estão disponibilizados acórdãos,
jurisprudências, legislação e também links para páginas de outras instituições.
As pesquisas de diários também podem ser feitas através da Internet.

1.2.1.6 Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região (TRT4)

A natureza da Justiça do Trabalho é conciliar e julgar causas trabalhistas


entre empregador e trabalhador, bem como negociar dissídios individuais e
coletivos. Entre suas competências também estão incluídos os casos de
assédio sexual dentro de organizações assim como previsto em lei.
A Biblioteca do TRT4 conta com um corpo técnico de dois profissionais
bibliotecários, constituída por um acervo de 30 mil itens que incluem CDs,
DVDs e periódicos, baseados nas necessidades do Tribunal. Ainda possui uma
seção de obras raras que não está disponível aos usuários. A unidade conta
com salas de leitura e equipamentos para controle de temperatura e umidade
do acervo. A Biblioteca atende ao público em geral disponibilizando materiais
para consultas locais, mas os empréstimos somente são feitos aos magistrados,
advogados e servidores que possuem vínculo institucional.

1.3 Definição do Problema de Pesquisa

Diante do exposto anteriormente, o problema a ser investigado por este


estudo consiste em:
Analisar o perfil profissional dos bibliotecários atuantes nas bibliotecas
do Poder Judiciário no Rio Grande do Sul, localizadas na cidade de Porto
Alegre, no que tange a necessidade de obtenção de conhecimentos jurídicos
para melhor desempenho profissional e ao uso das TICs com esse mesmo fim.
2 OBJETIVOS

Os objetivos deste estudo foram divididos em objetivo geral e objetivos


específicos.

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desse estudo é: analisar o perfil profissional dos


bibliotecários atuantes nas bibliotecas do Poder Judiciário no Rio Grande do
Sul, localizadas na cidade de Porto Alegre, no que tange a necessidade de
obtenção de conhecimentos jurídicos para melhor desempenho profissional e
ao uso das TICs com esse mesmo fim.

2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos desse estudo são:

a) identificar a qualificação profissional dos bibliotecários que atuam nas


bibliotecas do Poder Judiciário, localizadas em Porto Alegre, no que
tange a educação continuada e a necessidade de obtenção de
conhecimentos jurídicos para o seu desempenho profissional;
b) verificar se somente o conhecimento obtido com a graduação em
Biblioteconomia é suficiente para realizar os atendimentos e pesquisas
dos usuários que utilizam as bibliotecas do Poder Judiciário;
c) verificar a utilização das TICs para realizar o atendimento dos usuários;
d) verificar quais as fontes de informação jurídicas são utilizadas pelos
bibliotecários no atendimento aos usuários, objetivando identificar se são
mais utilizadas fontes bibliográficas ou eletrônicas.
2.3 Definição e Operacionalização dos Termos

Para não ficarem dúvidas quanto ao entendimento de alguns termos


utilizados neste estudo foram especificados os sentidos dos mesmos a seguir:

a) Biblioteca especializada: biblioteca específica de uma área do


conhecimento;
b) Biblioteca jurídica: biblioteca que possui acervo específico da
área do direito;
c) TICs (tecnologias da informação e comunicação): conjunto de
recursos tecnológicos que servem para reunir, distribuir e
compartilhar informações de todos os tipos e em qualquer
suporte;
d) Fontes de informação: “[...] todos aqueles instrumentos e
recursos que servem para satisfazer as necessidades
informativas de qualquer pessoa, tenham ou não sido criados
com esta finalidade e sejam utilizados diretamente [pela pessoa]
ou por um profissional da informação como intermediário.”
(VILLASEÑOR RODRIGUES, 1998);
e) Fontes de informação jurídica: trata de conteúdos
especializados, que norteiam as decisões dos magistrados e
demais serventuários nos processos e atividades jurisdicionais, a
fim de prestar serviços de informação com a maior especificidade
e eficiência possível;
f) Bibliotecário moderno: aquele que atua dentro e fora do
ambiente da biblioteca;
g) Novo perfil profissional: aquele que alia novas tecnologias as
suas atividades diárias, com intuito de facilitar e agilizar o
atendimento aos usuários;
h) Quinto constitucional: dispositivo previsto no art. 94 da
Constituição que dispõe que um quinto das vagas dos tribunais
do país serão preenchidos por advogados e membros do
Ministério Público;
i) Doutrina: consiste na teorização da área do direito e compõe-se
na interpretação dos autores, dos atos legais e da jurisprudência.
Conforme DINIZ (1998, p. 244), significa “estudo de caráter
científico que os juristas realizam a respeito do direito (...)”
j) Legislação: “conjunto de leis de um país, de um Estado-Membro
ou Município” (DINIZ, 1998, p. 75);
l) Jurisprudência: “é um conjunto de decisões uniformes de juízes
e tribunais sobre uma dada matéria” (DINIZ, 1998, p. 28);
3 REVISÃO DE LITERATURA

Para melhor elucidação do tema a ser pesquisado foram abordados os


seguintes assuntos: o profissional bibliotecário, o bibliotecário especializado e
as bibliotecas especializadas. Dentro dos temas abordados foram
especificados os conceitos e definições que melhor explicitam a revisão de
literatura para esse estudo.

3.1 O Profissional Bibliotecário

A profissão de bibliotecário incorre em muitos estereótipos, oriundos dos


tempos em que a responsabilidade pela guarda e organização dos acervos era
feita por um encarregado que não possuía conhecimento técnico. Assim, o
profissional “[...] existia para facilitar as incursões dos curiosos pelo universo do
conhecimento e mais se afirmou como um devotado e estranho guardião do
saber [...]” (MILANESI, 2002, p. 16). Esse bibliotecário possuía uma única
função que era de guardar os livros, manuscritos e outros materiais,
pertencentes ao clero ou a instituições de ensino.
Devido a este contexto de guarda dos livros e de guardião do saber e de
ambientes silenciosos, que a profissão de bibliotecário ainda se perpetua com
determinados preconceitos remetidos ao perfil dos tempos antigos. A profissão
de bibliotecário possui como essência atividades que exijam uma formação
tecnicista e operacional, na medida em que técnicas de organização de
acervos e documentos, códigos de catalogação, sistemas de classificação,
tabelas, normas, vocabulários controlados, estão muito presentes na rotina dos
profissionais e são fundamentais para a construção de uma unidade
informacional de qualidade.
Contudo, é o bibliotecário o profissional capaz de aliar novas tecnologias
às técnicas tradicionais da profissão. Conforme destaca Araújo (2004, p. 7) “se
antes a atividade do bibliotecário podia ficar restrita aos limites físicos de uma
biblioteca e de uma coleção, agora o uso constante da tecnologia a serviço da
informação transpõe barreiras físicas e institucionais”. Possibilitando aos
usuários o oferecimento de informações precisas e selecionadas de acordo
com a necessidade do consulente. É através deste paradigma, que o
bibliotecário volta-se mais expressivamente para as necessidades do usuário
do que para a preocupação excessiva em organizar acervos (OLIVEIRA, 1996).
A concepção atual da profissão de bibliotecário exige do profissional o
conhecimento das TICs e o aperfeiçoamento das técnicas organizacionais ditas
como tradicionais. O “novo” bibliotecário deve ser capaz de aliar as novas
tecnologias as suas atividades diárias, sempre com intuito de facilitar e agilizar
o atendimento as necessidades informacionais de seus usuários. Robredo
(1986) afirma que o desenvolvimento tecnológico, aliado ao novo modelo
econômico, que passa a valorizar a informação em sua estrutura de troca, tem
como uma de suas conseqüências a redefinição do conceito de biblioteca e do
perfil do profissional da informação. Essa mudança ocorrida em relação às
tecnologias fez com que os bibliotecários passassem de guardiões da memória
impressa a disseminadores e gestores da informação. Neste sentido Cury
(2001), defende que:

A modernização introduzida pelas novas tecnologias, em especial a


internet, foi responsável pela desestruturação do saber-fazer formal
do bibliotecário. A biblioteca concebida como “templo sagrado” e
quase inacessível transforma-se, passando a ser vista pelo que
serve e dissemina e não pelo que guarda.

A nova concepção do profissional bibliotecário possibilita uma maior


exposição de suas competências, habilidades e de seu conhecimento técnico e
gerencial. Nesse sentido:

[...] o mundo do trabalho tem modificado o perfil do profissional


bibliotecário, pois, para encarar esse mundo, o bibliotecário deve ser
criativo, flexível, inovador, empreendedor, ter visão ampla do
universo em que atua e das novas possibilidades que poderão surgir,
e sobretudo, estar disposto a se adequar às mudanças decorrentes
das inovações tecnológicas, e se atualizar sempre, no que diz
respeito ao conhecimento, às técnicas e métodos de trabalho.
(MILANESI, 2002 apud PALHARES, 2006, p. 1)
Essa nova concepção permite ao bibliotecário ser mais atuante na
instituição em que trabalha, pois as facilidades obtidas na utilização das TICs
em unidades informacionais possibilitam que o profissional se afine cada vez
mais com os objetivos, metas e missões institucionais. Dessa forma, torna-se
imprescindível para o desenvolvimento das atividades institucionais.
Essas mudanças que vem ocorrendo em relação às tecnologias e ao
trabalho do bibliotecário tem modificado muitos conceitos dentro da área. Hoje,
o usuário não precisa mais ir até a biblioteca, a biblioteca vem até o consulente
através do acesso à rede mundial de computadores. Esta é uma das
facilidades trazidas pela evolução das tecnologias. Mueller (1998) destaca que
a função do bibliotecário não se restringe mais aos usuários locais, nem
apenas aos acervos locais ou em bibliotecas, com os quais se mantém algum
acordo, mas a qualquer documento ou informação disponível em qualquer
lugar.
Disciplinas sobre as tecnologias da informação têm sido implantadas nos
currículos dos cursos de graduação em Biblioteconomia desde a década de 80,
com o objetivo de habilitar o bibliotecário a atuar no gerenciamento de uma
unidade de informação, planejando, organizando desenvolvendo e controlando
todas as ações pertinentes a produtos e serviços ligados, diretamente ou não,
ao acesso e recuperação de informações com o uso das tecnologias. Junto
com as tecnologias, os cursos estão investindo em uma formação mais
dinâmica e interdisciplinar dos alunos em relação aos conteúdos formais
ensinados nas universidades, aliando teoria à prática em disciplinais técnicas.

3.2 Bibliotecários Especializados

Atualmente, o profissional bibliotecário não precisa estar dentro de uma


biblioteca para atender a necessidade de informação dos seus usuários, basta
conectar-se à rede mundial de computadores e ser conhecedor das fontes de
informação específicas da área em que atua. Graças as TICs o trabalho
profissional do bibliotecário consegue atingir a mesma qualidade como se ele
estivesse dentro de uma biblioteca com um acervo bibliográfico enorme
disponível. Embora, a palavra “bibliotecário” tenha uma conotação muito forte
que liga o profissional ao ambiente da biblioteca e não ao ambiente da
informação (SOUTO, 2005), essa conotação do bibliotecário atuar fora do
ambiente de uma biblioteca faz parte do perfil do bibliotecário moderno.
Desde que surgiram as primeiras bibliotecas especializadas, os
profissionais bibliotecários, que até então garantiam a organização e guarda
dos acervos, passaram a priorizar a qualidade da resposta ao atendimento dos
usuários. Com isso, se viram forçados a obter conhecimentos especializados
da área em que desempenham suas atividades profissionais. Para a Special
Libraries Association (SLA), o bibliotecário especializado deve possuir
conhecimento não só do contexto especializado dos recursos informacionais,
mas também do negócio de sua organização ou cliente. Deve ser capaz de
avaliar necessidades de informação, projetar e comercializar serviços de
informação de alto valor agregado, a fim de atender essas necessidades. Deve
ainda utilizar as novas tecnologias da informação para adquirir, organizar e
disseminar a informação e desenvolver produtos internos e externos (bases de
dados, homepages, arquivos textuais, etc.).
A natureza do trabalho biblioteconômico desenvolvido em unidades de
informação especializadas exige que os bibliotecários conheçam a área que
irão atuar ou que atuam. Essa vivência em bibliotecas especializadas também
pode levar aos profissionais as noções básicas da área e do vocabulário
próprio utilizado por ela. Muitos profissionais compreendem que precisam
conhecer o vocabulário dos usuários para melhor atendê-los. Além disso,
alguns profissionais sentem a necessidade de dupla formação e voltam à
universidade para investirem na educação continuada que passa a ser
primordial para garantir a execução de um trabalho com qualidade e eficácia.
Nesse contexto:

[...] a interdisciplinaridade, a necessidade do profissional da


informação conhecer a área de especialização com a qual trabalha,
a necessidade do trabalho em equipe com outros especialistas, a
necessidade de conhecer técnicas melhores e mais eficazes de
análise e recuperação de informação de se reciclar e adquirir nova
habilidade e conhecimentos, através da educação continuada e do
treinamento. (NEVES, 2000, p. 3)

Cabe ressaltar ainda que no Brasil, o currículo do curso de


Biblioteconomia é de nível de graduação e isso possibilita aos bibliotecários
atuarem em todos os tipos de bibliotecas mesmo sem terem feito qualquer
especialização, pois a realidade brasileira impõe ao profissional uma adaptação
ao ambiente de trabalho que acaba gerando uma especialização por
experiência. Enquanto que nos Estados Unidos, por exemplo, a
Biblioteconomia é considerada como curso de pós-graduação, pois lá o
profissional para ser bibliotecário precisa ter outra graduação na área em que
atua.
Dentro deste segmento de educação continuada e de bibliotecário
especializado e que encontramos o bibliotecário jurídico. Ele pode atuar em
bibliotecas jurídicas em órgãos governamentais, em universidades e mesmo
em escritórios de advocacia e suas atribuições variam de acordo com o local
que está lotado e vão desde o trabalho técnico até a função de administrador.
Com isso, o bibliotecário jurídico deve disseminar a informação de forma
eficiente e com muita agilidade, precisa conhecer as fontes de informação da
área e precisa além de tudo, localizar a informação certa para cada tipo de
usuário utilizando-se do suporte adequado às necessidades do mesmo. Passos
(1999, p.4) salienta que o bibliotecário jurídico precisa ter as seguintes
competências:
“demonstrar forte compromisso com a excelência do serviço ao
usuário; reconhecer a dissensão do usuário; demonstrar
conhecimento do sistema legal e da profissão jurídica; entender o
contexto sócio econômico e político em que o sistema legal existe;
demonstrar conhecimento da teoria da Ciência da Informação e do
ciclo documentário; demonstrar compromisso com o trabalho em
grupo para alcançar objetivos comuns; compartilhar conhecimento e
habilidades com colegas e usuários; dispor de habilidades de
comunicação e ser capaz de promover a biblioteca e defender suas
necessidades; comunicar-se efetivamente com editores e com a
indústria gráfica para promover os interesses da biblioteca; procurar
sempre o desenvolvimento pessoal e profissional através da
educação continuada; prover e personalizar serviços de referência
sobre tópicos jurídicos; avaliar a qualidade, autenticidade,
acuracidade e o custo das fontes tradicionais e eletrônicas, e mostrar
a importância delas para o usuário; auxiliar o usuário com as
pesquisas jurídicas utilizando tanto os recursos impressos quanto
eletrônicos; auxiliar aqueles que não são advogados no acesso às
leis dentro das diretrizes e códigos aplicáveis; agregar conteúdo a
variedade de recursos e sintetizar a informação para criar produtos
personalizados para o usuário; criar instrumentos de pesquisa e
bibliografias em Direito e controlar as tendências em áreas
específicas do Direito”.
Todas as tarefas descritas anteriormente fazem parte do dia a dia do
profissional bibliotecário jurídico. Atienza (1979) também aborda esse assunto
quando afirma que:

A eficiência do bibliotecário de documentação jurídica depende de


conhecimentos do mecanismo legal do país; destreza no manejo dos
índices e ementários impressos de legislação e jurisprudência;
exatidão e atualidade dos índices e fichários elaborados pelo seu
próprio serviço e habilidade na interpretação dos pedidos e
solicitações dos consulentes.

Ressalta-se que a autora escreveu sua obra “Documentação Jurídica:


introdução à análise e indexação de atos legais”, em 1979, quando ainda não
havia o recurso da Internet e a eficiência do trabalho do bibliotecário podia ser
comprovada pela qualidade dos catálogos e fichários que construía.
Atualmente, o bibliotecário moderno se defronta com outros problemas em
função do crescente volume de informações disponíveis na Internet. Os
profissionais necessitam conhecer sua clientela e as fontes jurídicas confiáveis
para que não percam tempo com informações desatualizadas.
Desde o advento das novas tecnologias, os bibliotecários jurídicos
passaram a utilizar novos recursos tecnológicos para garantirem qualidade e
rapidez no atendimento a seus usuários. Houve a adaptação e transposição
das técnicas de busca em fontes impressas para as fontes virtuais que
disponibilizam as mesmas informações com muito mais facilidade e rapidez.

3.3 Bibliotecas Especializadas

As primeiras bibliotecas que se tem conhecimento no mundo


apareceram na antiguidade, inseridas em palácios, mosteiros ou conventos.
Elas eram utilizadas por pessoas que exerciam grande influência na sociedade
da época, como reis e padres. Essas bibliotecas guardavam a cultura, história
e os conhecimentos acumulados dos povos.
O crescente avanço da ciência e da tecnologia promoveu o
desenvolvimento de novos conhecimentos, que por sua vez foi sendo
acumulado ao conhecimento já existente. A acumulação informacional
impossibilita que todo o conhecimento seja armazenado em uma única unidade
de informação. Por isso, os acervos documentais passaram a ser organizados
por áreas do conhecimento. Neste contexto, surgiram as primeiras bibliotecas
especializadas em meados do século XX. Uma das principais características
destas unidades de informação consiste em estarem inseridas, dentro de
organizações com objetivos e metas definidos que acabam norteando as
atividades e serviços da biblioteca.

Para Cesarino (1978, p. 231), as bibliotecas especializadas são:

[...] unidades pertencentes a instituições governamentais,


particulares ou associações formalmente organizadas com o objetivo
de fornecer ao usuário a informação relevante de que ele necessita,
em um campo específico ou assunto.

As bibliotecas especializadas são estruturas necessárias e muito


significativas dentro das organizações, porque possuem uma estrutura voltada
e orientada para o assunto que abrangem com a finalidade de atender os
objetivos específicos da instituição a qual pertencem. Já Ashworth (1967, p.
632) diz que a biblioteca especializada é uma biblioteca quase exclusivamente
dedicada a publicações sobre um assunto ou sobre um grupo de assuntos em
particular. Enquanto Figueiredo (1979) completa dizendo que:

As Bibliotecas Especializadas cumprem os objetivos da empresa de


acordo com algumas funções: desenvolvimento da coleção, de acordo
com as necessidades da organização; manutenção de catálogos,
índices e referências sobre assuntos especializados; disseminação da
informação; empréstimo de livros e circulação automática de periódicos;
indexação e resumo de relatórios internos e de correspondência
técnica; serviço de referência; compilação de bibliografias e preparação
de relatórios.
Ashworth (1967), ainda complementa destacando que:

A biblioteca especializada possui, também, características que a


diferenciam das demais, principalmente em relação ao acervo
bastante diversificado, à manutenção de acervo relativamente
pequeno, porém atualizado, e à necessidade de forte intercâmbio
com outras bibliotecas, visando suprir sua possível deficiência de
material.

Os conceitos descritos anteriormente podem ser visualizados na prática


em qualquer biblioteca especializada. Para isso, é necessário que ela esteja
equipada para atender à demanda em um nível de exigência também
especializado. Nesse contexto, de estrutura equipada, acervo atualizado,
resposta dada de maneira eficiente e com relevância ímpar aos consulentes, as
bibliotecas especializadas são indispensáveis dentro das organizações.
Segundo Milanesi (2002, p. 83), para aqueles que necessitam de informações
atualizadas e específicas sobre determinado tema, as bibliotecas
especializadas são fontes ricas de informação e conhecimento e os serviços de
informação dessas bibliotecas são tão específicos quanto seu público.
Desse modo, as bibliotecas jurídicas estão inseridas no contexto de
bibliotecas especializadas, sua coleção deve abranger legislação,
jurisprudência e doutrina, formando o chamado tripé informacional. A legislação
compreende o conjunto de atos normativos e legais; a jurisprudência é um
conjunto uniforme e constante das decisões judiciais sobre casos semelhantes
e acerca de determinado assunto e a doutrina consiste na teorização da área
do direito e compõe-se na interpretação dos autores, dos atos legais e da
jurisprudência. O profissional da área do Direito precisa estar atento a todas as
formas de manifestação do pensamento jurídico, conforme destacam Asper e
Valdes (1984. p. 390):

“[...] o jurista necessita conhecer os textos das leis; em seguida ele


precisa conhecer as sentenças e finalmente, é de seu interesse
também conhecer a posição da doutrina, que pode ser representada
pela opinião dos estudiosos expressa nos manuais ou pelo parecer
de um especialista no caso concreto [...]”.

Por serem tão importantes e influenciar diretamente na vida de muitas


pessoas, as bibliotecas jurídicas precisam estar muito bem organizadas e
planejadas. As coleções dessas unidades devem, principalmente, garantir o
atendimento rápido e eficiente aos usuários objetivando, segundo Miranda
(2000, p.139), que as bibliotecas jurídicas devem, “[...] disseminar a informação
jurídica especialmente na esfera de suas instituições mantenedoras [...]”, como
também auxiliar todos os juristas no cumprimento da justiça.
Contudo, essas bibliotecas devem satisfazer as necessidades
informacionais do público que as procura conquanto que o profissional da área
do Direito precisa estar atento a todas as formas de manifestação do
pensamento jurídico. As informações utilizadas por operadores do Direito
podem ser provenientes de instituições governamentais, universitárias ou de
escritórios de advocacia. Por isso, há existência de grande intercâmbio
informacional entre as bibliotecas jurídicas. Os bibliotecários são os principais
responsáveis por disseminar essas informações (MIRANDA, 2004, p. 138), pois
sempre buscam atender adequadamente seu público, visto que os usuários
deste tipo de unidade de informação são extremamente exigentes e primam
pela rapidez e eficiência dos serviços prestados.
Nesse sentido, é essencial que os bibliotecários que atuam nessas
unidades conheçam a área em que trabalham e precisam ter noção das
principais fontes de informação existentes e, principalmente, estar sempre
atualizados com as mudanças que podem ocorrer na legislação. Segundo
destaca Passos (2002, p.1) os usuários das bibliotecas jurídicas são juízes,
juristas, legisladores, professores, alunos do curso de Direito e o cidadão
comum. A autora destaca também que essas unidades são indispensáveis
para estes profissionais garantirem o cumprimento à justiça. Portanto, o
profissional bibliotecário atua na fase de formação, aperfeiçoamento e ápice de
carreiras jurídicas. Ressalta-se que o profissional da área jurídica sempre
possui um bibliotecário assessorando suas atividades profissionais. Esse fato
demonstra a importância do bibliotecário para a área jurídica, na medida em
que as informações utilizadas pelos operadores do direito em seus pareceres,
acórdãos, pedidos de informações, etc sempre implicam no tratamento
informacional ou em pesquisas em fontes jurídicas de qualidade feitas pelos
profissionais da informação.
4 METODOLOGIA

A metodologia descrita a seguir apresenta os procedimentos que foram


utilizados para a realização da pesquisa de caráter qualitativo do estudo
proposto. Para a elaboração do estudo foram feitos levantamentos
bibliográficos acerca do tema proposto, definição do tipo de estudo a ser
desenvolvido, qual a população a ser abordada, bem como a técnica e o
instrumento de coleta de dados utilizados para validar essa pesquisa.

4.1 Tipo de Estudo

O estudo realizado é de caráter descritivo que destaca as principais


características do grupo estudado, tornando-o de cunho qualitativo. Para tal
estudo ocorreu a aplicação de uma entrevista semi-estruturada contendo
questões abertas que visavam garantir a qualidade do estudo e proporcionar
uma maior interação entre o entrevistado e o entrevistador. Para Minayo (2004,
p. 108) o questionário é um instrumento que: “combina perguntas fechadas (ou
estruturadas) e abertas, onde o entrevistado tem a possibilidade de discorrer
sobre o tema proposto, sem respostas ou condições prefixadas pelo
pesquisador.”
Também foi uma pesquisa de abordagem quali-quantitativa. A
abordagem quantitativa refere-se a relação entre variáveis e procura quantificar
opiniões, enquanto que a abordagem qualitativa foi utilizada neste estudo, pois
é ela que garante que o pesquisador identifique aspectos específicos do grupo
estudado. De acordo com Flick (2004, p. 22) A pesquisa qualitativa estuda o
conhecimento e as práticas dos participantes. [...] As inter-relações são
descritas no contexto concreto do caso e explicadas em relação a este. A
pesquisa qualitativa considera que pontos de vista e práticas no campo são
diferentes devido às perspectivas subjetivas e ambientes sociais a eles
relacionados.
4.2 População e Amostra

Para que o estudo alcançasse o objetivo proposto foram escolhidos os


profissionais bibliotecários que atuam nas bibliotecas jurídicas que fazem parte
do Poder Judiciário no Estado do Rio Grande do Sul, localizadas na cidade de
Porto Alegre. Durante o estudo para delineamento da população e da amostra
foi observado que todas as Instituições integrantes do Poder Judiciário no
Estado do Rio Grande do Sul possuem pelo menos 1 cargo de Bibliotecário em
sua estrutura funcional, podendo chegar até ao máximo de 11 cargos
detectados em uma única Instituição. Esse fato corrobora a idéia de que o
profissional bibliotecário é essencial para o desenvolvimento das atividades de
organizações jurídicas.
As bibliotecas que participaram da pesquisa foram:

a) Justiça Federal de 1º Grau no Estado do Rio Grande do Sul;


b) Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul;
c) Tribunal de Justiça Militar do Estado do Rio Grande do Sul;
d) Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul;
e) Tribunal Regional Federal da Quarta Região;
f) Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região.

A população total é de 22 (vinte e dois) bibliotecários distribuídos em 6


(seis) bibliotecas de instituições jurídicas diferentes, todas localizadas na
cidade de Porto Alegre. O levantamento do universo da pesquisa foi realizado
através da consulta aos quadros funcionais das Instituições arroladas
anteriormente. Constatou-se que todos os cargos são providos através de
concurso público.
A amostra utilizada na pesquisa prescreve um total de 15 bibliotecários
que correspondem a 68,18% do total estudado. Infelizmente não foi possível
entrevistar a totalidade dos bibliotecários que constituem o quadro de pessoal
das instituições citadas visto que alguns se encontravam em férias, licença ou
até mesmo fazendo cursos fora do ambiente institucional no momento da
entrevista.
4.3 Instrumento de Coleta de dados

O instrumento de coleta de dados utilizado para realização das


entrevistas foi um roteiro semi-estruturado com questões abertas e fechadas
(APÊNDICE A). As questões traduziam os aspectos descritos no objetivo geral
e nos específicos e foram aplicadas por meio de um questionário aliado a
técnica da entrevista nas unidades de informação dos sujeitos da pesquisa, no
período de 4 a 15 de maio de 2009.
Gil (1999, p. 117) conceitua a entrevista como:

Uma forma de interação social sendo a técnica em que o investigador


se apresenta frente ao entrevistado e lhe formula perguntas com o
objetivo de obtenção dos dados que interessam a investigação. Mais
especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das
partes busca coletar dados, e a outra, se apresenta como fonte de
informação.

A interação do questionário e da entrevista é fundamental para a


possibilidade do entrevistado discorrer sobre o tema proposto pelo pesquisador.
Nesse aspecto, Lakatos (1991, p. 203) acrescenta que: “o questionário deve
ser limitado em extensão e em finalidade. Se for muito longo, causa fadiga e
desinteresse; se curto demais, corre o risco de não oferecer suficientes
informações [...]”. Por isso, foram feitas oito perguntas consideradas vitais para
o desenvolvimento e apreciação dos objetivos propostos pelo estudo.

4.4 Plano de Análise e Interpretação dos Dados

As questões que foram elaboradas e que fizeram parte do instrumento


de coleta de dados descrito no apêndice A deste estudo, foram analisadas e
devidamente tratadas de maneira a proporcionar um melhor entendimento das
respostas fornecidas pelos entrevistados. Para validação das mesmas foi
consultado um dos bibliotecários jurídicos que fizeram parte da pesquisa.
Questões que caracterizavam o perfil dos profissionais como: sexo,
idade, outras graduações, pós-graduações foram detalhadas em forma de
gráficos para um melhor entendimento ao leitor. Enquanto as questões abertas
que tinham um caráter qualitativo foram categorizadas de acordo com
respostas semelhantes e descritas com uma breve explanação, sendo que as
mais expressivas foram transcritas.

4.5 Limitações da Pesquisa

As limitações encontradas para este estudo foram:

a) dificuldade em encontrar material sobre bibliotecas especializadas e


jurídicas no Brasil;
b) Escassez de estudos sobre perfil de bibliotecários jurídicos;
c) alguns bibliotecários que eram sujeitos do estudos não puderam ser
entrevistados, pois estavam de férias, licença ou freqüentando cursos de
atualização.
5 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS

Nessa seção serão apresentados os dados obtidos nas entrevistas com


os sujeitos da amostra. São descritas as características gerais do perfil dos
bibliotecários, bem como, a qualificação e atualização do profissional, o uso
das tecnologias e o atendimento aos usuários.

5.1 Perfil dos bibliotecários

Nesta seção será apresentado o perfil dos bibliotecários atuantes em


bibliotecas jurídicas no que diz respeito a sua faixa etária, se predomina o
gênero feminino ou masculino. Também foi pesquisado se a experiência
profissional vem de outra graduação ou se a Biblioteconomia é suficiente. Se o
conhecimento para realização dos atendimentos aos usuários provém da
atuação diária (experiência). Se os bibliotecários pesquisados investem na sua
qualificação e atualização profissional.
Através desse estudo se pretende mostrar que os bibliotecários atuantes
no Poder Judiciário no Rio Grande do Sul estão cada vez mais modificando seu
próprio perfil profissional através do uso das tecnologias. Por conseqüência a
mudança individual desses perfis está contribuindo para uma revolução do
fazer biblioteconômico.

5.1.1 Quanto ao Gênero

Os sujeitos pesquisados nesse estudo são na sua maioria do sexo


feminino constituindo um percentual de (93,33%). Enquanto que o sexo
masculino constitui a minoria da amostra representando um percentual de
(6,67%).
Bibliotecários: sexo

Masculino
6,67%

Feminino
93,33%

Gráfico 1 – Bibliotecários: sexo

5.1.2 Faixa Etária

Em relação à faixa etária dos participantes da pesquisa, os dados


mostram que a faixa etária de 30 a 39 anos e a faixa etária de 40 a 49 anos
apresentam a mesma representatividade de (33,33%). Enquanto que a faixa
etária dos 50 a 59 anos reproduz um percentual de (26,67%). A minoria dos
bibliotecários jurídicos se encontra na faixa etária de 20 a 29 anos, com um
percentual que representa (6,67%) dos entrevistados. A questão da faixa
etária dos bibliotecários vai de encontro com a questão nº 5 que perguntava há
quanto tempo o profissional trabalhava em bibliotecas jurídicas, ficando claro
que as duas coisas estão interligadas, pois os profissionais que representam
idades entre 30 a 49 anos também são os que trabalham a mais tempo nas
bibliotecas jurídicas.
Bibliotecários: faixa etária

6,67%
20 a 29 anos

33,33%
30 a 39 anos
26,67%
50 a 59 anos

33,33%
40 a 49 anos

Gráfico 2 – Bibliotecários: faixa etária

5.1.3 Outra graduação

Quando perguntados se possuíam outra graduação além da


Biblioteconomia a maior parte dos entrevistados respondeu que não possui
outra graduação, caracterizando (53,33%) da população. Enquanto que os
bibliotecários que possuem outra graduação correspondem a (46,67%) do total.
Em relação as outras graduações que os entrevistados possuem são
das mais variadas. Foram encontrados profissionais bibliotecários com
graduação em Direito, Administração, Arquitetura e Urbanismo, Letras.
Ressalta-se que a maior parte dos profissionais entrevistados (33,33%) que
possuem outra graduação é formada em Direito.
Estas respostas vêm de acordo com um dos objetivos propostos neste
estudo, que consistia em demonstrar se os bibliotecários possuíam outra
graduação além da Biblioteconomia. No caso da formação jurídica a
constatação indica o interesse dos bibliotecários pesquisados em conhecer
melhor a área em que atuam. Dessa forma, dominarão seu objeto de trabalho,
ou seja, a informação jurídica oferecida a seus usuários. O conhecimento do
objeto de trabalho possibilita que o bibliotecário identifique a confiabilidade das
fontes de informação utilizadas, além de poder mensurar o valor dessa
informação prestada ao seu usuário.
Além disso, há profissionais que obtêm conhecimento de seu objeto de
trabalho somente com a vivência neste tipo de biblioteca. O fato dos
profissionais buscarem outra graduação pode estar ligado às características da
graduação em Biblioteconomia no Brasil, pois os profissionais saem aptos a
exercer a profissão em qualquer tipo de biblioteca dado o caráter geral da
profissão. Portanto, os bibliotecários não são especialistas, “especializam-se
em função do emprego” (PASSOS, 2001).

Bibliotecários: outra graduação

Sim
Não 46,67%
53,33%

Gráfico 3 - Bibliotecários: outra graduação


5.1.4 Pós-Graduação

A questão sobre a pós-graduação objetivava investigar o nível de


importância da educação continuada para os bibliotecários atuantes nas
bibliotecas no Poder Judiciário. Por se tratar de atendimento aos usuários que
por muitas vezes possuem títulos de pós-graduação, mestrados e até
doutorados, a idéia em explorar este aspecto em relação aos profissionais
também se fez necessária, pois saber que os mesmos buscam na educação
continuada um reforço para capacitar suas tarefas diárias era muito importante
para o contexto do estudo. A pesquisa identificou que o percentual de
bibliotecários que possuem pós-graduação é menor do que a amostra dos que
não possui. Do total de entrevistados 66,67% não possuem nenhum tipo de
educação continuada, em contrapartida (33,33%) possui algum tipo de
especialização.
Dentre as especializações citadas as ocorrências foram em:
administração de sistemas de bibliotecas, direito administrativo, liderança de
pessoas. Além disso, os sujeitos pesquisados também possuem especialização
em Biblioteconomia que não foi discriminada pela falta de questionamento na
hora da entrevista.

Bibliotecários: pós-graduação

Possui
33,33%

Não Possui
66,67%

Gráfico 4 – Bibliotecários: pós-graduação


5.1.5 Tempo de atuação na área jurídica

Em relação ao tempo de atuação na área jurídica, a maioria da amostra


entrevistada (50%) trabalha em bibliotecas jurídicas a mais de 15 anos. São
profissionais experientes cuja faixa etária está entre 40 a 49 anos de idade na
sua maioria.
Os outros bibliotecários entrevistados se dividem nos períodos que vão
de: 6 a 10 anos e 11 a 15 anos representando o mesmo percentual da amostra,
ou seja, 21,43%. Apenas (7,14%) dos bibliotecários se encaixam na categoria
de até 5 anos de trabalho em bibliotecas jurídicas. Os profissionais atuantes
nas bibliotecas do Poder Judiciário são bastante experientes e conhecedores
da área em que atuam, pois a maioria destes profissionais já atua na área
jurídica há mais de 15 anos, talvez pelo fato de serem profissionais
concursados e também porque concursos públicos demoram anos para
acontecerem é que esses profissionais representam a maioria da amostra.

Bibliotecários: tempo de atuação em bibliotecas jurídicas

0 a 5 anos
7,14%

6 a 10 anos
21,43%

16 a 20 anos
50%

11 a 15 anos
21,43%

Gráfico 5 – Bibliotecários: tempo de atuação em bibliotecas jurídicas


5.1.6 Participação em eventos de Biblioteconomia

Na questão que abordava a participação em eventos na área de


Biblioteconomia 80% dos entrevistados responderam que participam dos
eventos para poderem se atualizar dos assuntos da área e interagir com
colegas de profissão. Enquanto 20% respondeu que participa às vezes dos
eventos. A questão da participação nos eventos era para definir como eles
encaram a necessidade de atualização na área em que atuam.
Os que participam dos eventos às vezes dizem que a área não
apresenta grandes mudanças, por isso escolhem os eventos que apresentam
alguma novidade em serviços e produtos. Dessa forma, poderão implantar as
novidades em suas bibliotecas. Os sujeitos entrevistados que costumam
participar sempre dos eventos garantem que é a melhor maneira de adquirir
novos conhecimentos da área.

Bibliotecários: eventos em Biblioteconomia

Às vezes
20,00%

Participam
80,00%

Gráfico 6 – Bibliotecários: eventos em Biblioteconomia


5.1.7 Participação em eventos na área jurídica

Quando questionados se participavam dos eventos na área jurídica a


maioria (86,67%) respondeu que sempre participa por questões profissionais e
para manterem-se atualizados. Além disso, também os utilizam para interagir
com colegas bibliotecários de outras instituições.
Um dos sujeitos entrevistados garante que: “sempre participa dos
eventos para manter a atualização dentro de uma área que está em constante
alteração”. Já outro sujeito entrevistado expressa que “por não possuir
graduação na área em que atuo, a participação nestes eventos só tem a
acrescentar ao meu trabalho”.
Enquanto que apenas (13,33%) dos bibliotecários entrevistados
participam apenas às vezes. Eles alegam que participam dos eventos somente
quando o assunto vai ao encontro das necessidades diárias de suas atividades
profissionais.

Bibliotecários: eventos jurídicos

Às vezes
13,33%

Participam
86,67%

Gráfico 7 – Bibliotecários: eventos jurídicos


5.1.8 Tecnologias de informação utilizadas

Nessa questão se objetivava perguntar quais as TICS que os


bibliotecários utilizam para atender seus usuários. As respostas da maioria dos
entrevistados foi unânime em dizer que não poderiam viver sem as TICs para
realizar o atendimento aos usuários. Elas trazem muita facilidade e rapidez na
recuperação das informações possibilitando suprir as demandas informacionais
dos seus consulentes de forma mais eficiente.
As TICs alteraram a maneira de atender em bibliotecas, pois combinam
informática com telecomunicações possibilitando a circulação e
armazenamento de uma grande quantidade de informações. Além de serem
aliadas dos bibliotecários por servirem para otimizar os serviços prestados
pelas bibliotecas e traduzem rapidez e precisão das respostas aos consulentes.
Os profissionais entrevistados também afirmam que as TICs qualificam
muito o trabalho do profissional pelo fato de armazenarem grandes
quantidades de informações confiáveis em um só suporte. Quanto às
tecnologias utilizadas a mais citada para pesquisas foi a Internet, um dos
sujeitos da pesquisa garante que usa “basicamente a web, em função da
rapidez e confiabilidade de certos sites para o atendimento”, mas também não
deixam de fora pesquisas em bases de dados, catálogos on-line disponíveis de
outras instituições, sistemas informatizados, periódicos eletrônicos, além de
cds-rom. Os bibliotecários também utilizam-se muito de e-mails como uma
alternativa a atender os usuários que estão fora do ambiente físico da
biblioteca, desta maneira agilizam os atendimentos e prestam serviços
qualificados aos usuários. A facilidade e rapidez trazidas pelas tecnologias
fazem com que o trabalho do bibliotecário seja valorizado e reconhecido. Por
exemplo, a utilização do meio virtual, através de pesquisas solicitadas pelos
usuários por e-mails e enviadas através de digitalizações, estão conseguindo
atender mais rapidamente a demanda e agilizar os serviços das bibliotecas.
5.1.9 Fontes de informação jurídica utilizadas

Essa questão aborda as fontes de informação jurídica utilizadas pelos


bibliotecários atuantes em bibliotecas jurídicas. Para Barros (2004, p. 209):
“Entende-se por fonte de informação jurídica o local onde o bibliotecário ou
pesquisador adquire uma informação útil ao desenvolvimento de suas
atividades cotidianas.”
Os bibliotecários entrevistados afirmaram que a utilização das fontes de
informação jurídicas a ser utilizada para responder aos atendimentos dos
usuários depende muito do tipo de informação que é demandada. Os sites
governamentais e os diários oficiais são das fontes de informação jurídica mais
utilizadas para atender os usuários quando as pesquisas versam sobre
legislação. Já quando a informação demandada é a doutrina são pesquisados
os periódicos e livros. Enquanto que a jurisprudência é encontrada facilmente
nos sites dos tribunais que as produzem.
Além disso, os sujeitos pesquisados afirmaram que apesar de utilizarem
as fontes virtuais ainda buscam em fontes impressas as respostas às
demandas dos usuários. Um dos sujeitos da pesquisa respondeu:
“basicamente trabalho com sites oficiais, pela confiabilidade da informação que
dispõe”.
Todos os bibliotecários pesquisados utilizam as fontes de informação
disponíveis em meio eletrônico. Não há nenhum sujeito pesquisado que deixa
de utilizar as TICs no atendimento realizado ao usuário. Algumas bibliotecárias
recorrem a Internet só quando não encontram a informação procurada em seu
acervo físico disponível.
CONCLUSÕES E SUGESTÕES

As tecnologias trouxeram muita praticidade e rapidez ao dia a dia das


pessoas. No que diz respeito às profissões, principalmente a do bibliotecário,
não poderia ser diferente. As adaptações ao uso dos novos recursos
tecnológicos revolucionaram a carreira e o perfil dos profissionais bibliotecários.
Por isso, houve o intuito de mostrar que a realidade profissional do bibliotecário
está mudando e nesse sentido este estudo foi apresentado.
O objetivo principal dessa pesquisa foi mostrar que os bibliotecários já
não são os mesmos que encontrávamos há algumas décadas e que as
tecnologias já fazem parte da rotina diária de muitos profissionais. Os
bibliotecários já não conseguem se imaginar atendendo a um usuário sem o
auxílio das TICs..
Foi observado neste estudo que o perfil do profissional bibliotecário que
atua no Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, é constituído na sua maioria
por mulheres, indicando que a profissão apesar de estar absorvendo muitos
homens nos cursos de graduação, ainda é basicamente uma profissão
feminina. As mulheres que caracterizam o Poder Judiciário no Rio Grande do
Sul se enquadram na faixa etária de 30 a 49 anos de idade e trabalham na
área jurídica há mais de 15 anos. Esta realidade se deve ao fato de que os
concursos públicos para a área jurídica são muito raros e os profissionais mais
novos ou formados a pouco tempo não estão tendo a oportunidade de
ingressarem na carreira pela falta de vontade política dos governantes em
abrirem seleção pública com esta finalidade. Um bom exemplo dessa realidade
é o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que realizou um
concurso para prover cargos de bibliotecário após dezessete anos de intervalo.
Apesar do percentual de bibliotecários que possuem outra graduação ser muito
próximo do percentual da amostra que não possui, a preocupação com a
questão da atualização profissional e da educação continuada se faz muito
presente na amostra pesquisada.
O uso das TICs tão disseminadas na atualidade faz com que os novos
profissionais adotem uma postura diferenciada em virtude da realidade social e
profissional que vivenciam. As novas técnicas aprendidas nos cursos de
graduação requerem do profissional, além do conhecimento, uma constante
adaptação de suas habilidades e competências. Os bibliotecários
especializados na área jurídica participantes desse estudo pertencem a uma
categoria que precisa estar em constante atualização e adaptação do seu fazer
biblioteconômico. São profissionais que na sua maioria já trabalham em
bibliotecas jurídicas há mais de 10 anos. Por isso, tem na experiência seu
principal atributo para a qualidade no atendimento ao usuário.
Entretanto, os sujeitos pesquisados não deixam de participar de eventos,
para garantirem a atualização na área. Para tanto, investem em uma educação
continuada seja através de outra graduação ou mesmo através da pós-
graduação. Pelo fato de vivenciarem em seu cotidiano uma área em constante
atualização precisam conhecer as fontes de informação jurídica e as
ferramentas de busca e recuperação que facilitem o acesso a essas
informações. Essas informações se encontram dispersas por sites na Internet,
por isso o bibliotecário deve estar se adaptando e adequando seu
conhecimento, sua habilidade e suas competências para o ambiente virtual.
Essas adaptações são necessárias para melhorar a qualidade do atendimento
nas bibliotecas, pois raramente encontramos alguma unidade de informação
que não utiliza as TICs em seu cotidiano. É sabido que o atendimento pela
internet é muito difícil, pois é preciso estabelecer quais serviços podem ser
mais eficientes e adequados ao tipo de informação prestada pela biblioteca.
Essa informação precisa ser adequada as necessidades dos usuários, estar
sempre atualizada, além de ter qualidade.
O perfil do novo bibliotecário ultrapassa a estrutura física da biblioteca e
garante uma mudança de paradigma profissional, pois a realidade mostra que
as técnicas de outrora ainda vigoram, e são muito necessárias e eficazes na
organização de documentos. Porém, o acervo e as informações podem estar
disponíveis em qualquer lugar, inclusive num ambiente em que não temos
contato físico com o material informacional. Na verdade, esses bibliotecários
acabaram adaptando o seu papel tradicional de seleção de materiais impressos,
para o mundo virtual, e agora se faz necessário conhecerem sites e páginas da
internet que sejam confiáveis e atualizadas para o uso de seus usuários.
Os bibliotecários devem estar sempre em busca de atualização e
qualificação profissional, pois navegam entre várias áreas do conhecimento, e
esse perfil tem influenciado diretamente na mudança que está ocorrendo
dentro da área biblioteconômica. Deixando para trás estereótipos oriundos de
tempos passados e caracterizando um novo profissional que possui a
expansão e o avanço tecnológico como aliados. Dessa forma, os bibliotecários
jurídicos estão se tornando profissionais mais voltados para a gestão da
informação que disponibilizam aos seus usuários e a Biblioteconomia jurídica,
por conseqüência, está cada vez mais dinâmica, atualizada e altamente
tecnológica.
REFERÊNCIAS

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indexação de atos legais. Rio de Janeiro: Achiamé, 1979.

ASHWORTH, WIilfrid. Manual de bibliotecas especializadas e serviços


informatizados. Lisboa: Fundação Calouste GulbenKian, 1967.

BARROS, Lucivaldo. Fontes de Informação jurídica. In: PASSOS, Edilenice


(org.) Informação Jurídica: teoria e prática. Brasília: Thesauros, 2004. p. 201-
225.

CESARINO, Maria Augusta da Nóbrega. Bibliotecas Especializadas, centros de


documentação, centros de análise da informação: apenas uma questão de
terminologia? Revista da Escola de Biblioteconomia UFMG, Belo Horizonte,
v. 7, n. 2, p. 218-241, mar. 1978.

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sociais da profissão. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 11, n.
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FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Aspectos Especiais de Estudos de Usuários.


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FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2.ed. Porto Alegre:


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GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5.ed. São


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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de


Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. 270p

LIMA, Suely Pedrosa da Silva; SILVA, Alzira Karla Araújo da. O bibliotecário e
o marketing pessoal na biblioteca do UNIPÊ: instrumento de promoção
profissional no mercado de trabalho. Disponível
em http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/biblio/article/viewFile/1501/1162.
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qualitativa em saúde. 8.ed. São Paulo: Hucitec, 2004.

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REZENDE, Ana Paula de. Centro de Informação jurídica eletrônica e virtual.


Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 1, p. 51-70, abr. 2000.

ROBREDO, Jaime. Informação e transformação: reflexões sobre o futuro da


biblioteca. Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasília, v. 14, n. 1, p. 51-
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ROCHA, Maria Meriane Vieira; ARAÚJO, Eliany Alvarenga de. Educação


continuada de Profissionais de Informação: Perfil da ação de bibliotecários de
Instituições de Ensino Superior Privadas no município de João Pessoa/PB.
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Nova Série, São
Paulo, v. 3, n.2, p.89-99, jul./dez. 2007.

VALENTIM, Marta Lígia Pomim (org.) O profissional da informação:


formação, perfil e atuação profissional. São Paulo: Polis, 2000. (coleção
palavra-chave;11)
Apêndice A – Instrumento de coleta de
dados
Sou estudante de Biblioteconomia da UFRGS e estou fazendo meu trabalho de
conclusão de curso (TCC), o tema proposto é traçar o perfil do bibliotecário do
Poder Judiciário das bibliotecas localizadas na cidade de Porto Alegre.
Contando com a sua colaboração para responder as questões abaixo,
agradeço desde já.

Biblioteca:
_______________________________________________________________
Nome:
_______________________________________________________________

Qual sua faixa etária?


( ) de 20 a 29 anos ( ) de 30 a 39 anos ( ) de 40 a 49 anos
( ) de 50 a 59 anos ( ) + de 60 anos

Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

1)Você possui alguma outra graduação? Qual?


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_______________________________________________________________

2) Você possui pós-graduação? Que tipo?


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3) Você costuma participar de eventos na área de Biblioteconomia? Por quê?


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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

4) E na área jurídica, você costuma participar de eventos? Por quê?


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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5) Há quanto tempo trabalhas como bibliotecário na área jurídica?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

6) Qual (is) das tecnologias da informação você utiliza no desempenho da sua


função para atender ao usuário? Por quê?
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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
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7) Quais as fontes de informação jurídica que você utiliza no atendimento aos


usuários? Cite-as
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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
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8) Você gostaria de fazer alguma crítica ou tem alguma sugestão para um


maior aproveitamento do tema?
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