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A Ética e as vantagens da Robótica

A robótica, segundo Souza (2016), encontra-se definida como a ciência que estuda os
robôs e que tem como objetivo explorar a capacidade de dispositivos autónomos de
realizarem tarefas humanas com eficiência e precisão. A robótica envolve conhecimentos
de diversas áreas, inclusivamente a área da eletrónica, a área mecânica onde se encontra
o planeamento da estrutura e logicamente a área da programação e computação.

A maioria da população encontra-se familiarizada com o uso da robótica nas indústrias,


nomeadamente na produção automóvel, bem como na exploração submarina ou, mais
recentemente, em situações visivelmente perigosas para a população em geral, como por
exemplo na detonação de explosivos.

No entanto, atualmente, a robótica encontra-se também presente nas nossas casas e


apresenta-se já revolucionária na forma como trabalhamos e interagimos uns com os
outros.

A robótica encontra-se nos dias atuais a cruzar uma nova fronteira. Devido ao facto de
ser aplicada virtualmente em todos os aspetos da nossa vida, a robótica tornou-se uma
presença constante no dia-a-dia das pessoas em geral. Como por exemplo, surgiram
recentemente aspiradores de pó que trabalham sozinhos. De referir também, os
automóveis que dispensam motoristas!

Outra das áreas onde a robótica tem atualmente grande aplicabilidade é, segundo
investigadores como Silva & Barros (2017), a área da saúde. Atualmente vigoram
projetos que visam o auxílio de idosos através da utilização de robôs, bem como surgem
projetos onde figura a utilização de pernas biónicas, que prometem devolver a capacidade
de mobilização a pessoas com diversos tipos de paralisia.

Devido ao facto de a robótica se encontrar neste desenvolvimento expansionista, Isaac


Asimov, renomeado bioquímico americano, desenvolveu as conhecidas Três Leis da
Robótica. Estas leis surgiram derivado ao facto de que a robótica se vai aproximando cada
vez mais da inteligência própria, em vários aspetos, semelhante à inteligência humana.
Deste modo, encontra-se expresso na 1ª Lei que um robô não poderá, em qualquer
circunstância, prejudicar um ser humano ou permitir que algum mal lhe aconteça; na 2ª
Lei encontra-se descrito que um robô deve obedecer às ordens dos seres humanos, exceto
se aqui forem contrariadas as ações descritas na primeira lei; por fim, na 3ª Lei figura que
os robôs devem proteger a sua integridade física, desde que com isto, não sejam
contrariadas as leis descritas anteriormente.

Posteriormente, uma lei foi adicionada às referenciadas anteriormente, sendo conhecida


como a Lei Zero, onde aparece descrito que um robô não pode causar mal à humanidade
ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal.

A vida no planeta Terra encontra-se ameaçada em diversas dimensões. Nestas dimensões


encontram-se as profundas alterações climáticas, a degradação dos solos e vegetação, as
guerras e inclusive as epidemias, o que constitui para o ser humano, períodos sombrios.
Este fator, descrito na literatura de Ferreira (2007), verifica-se devido ao facto de que a
ciência e profissionalização da técnica, deram ao Homem, poder que está a desumanizar-
se catastroficamente.

Por estes motivos, há que fazer uma ligação entre a ética e a evolução e vantagens da
robótica para que a Humanidade, como a conhecemos atualmente, não seja destruída. Não
será que os seres humanos, ao desenvolver estas novas tecnologias não estarão de certa
forma, a pôr em risco a sua própria soberania e a sua liberdade?

A invasão da robótica nas aplicações diárias levanta uma panóplia bastante alargada de
questões éticas, incluindo a autonomia dos robôs, como referido anteriormente e a
soberania e liberdade humana, que constituem fatores essenciais ao ser humano,
atualmente.

Para se construir um robô que não seja meramente uma máquina que executa
repetitivamente ações de grande precisão numa linha de montagem, mas que seja capaz
de reagir a situações imprevistas e interagir naturalmente com humanos, de acordo com
Lima (2014), os investigadores modernos da robótica procuram estabelecer relações
interdisciplinares com muitos outros colegas, como os biólogos, os psicólogos, os
economistas e os filósofos.

Contudo, independentemente da área de atuação, o objetivo comum interdisciplinar,


assenta na preocupação de garantir a segurança da espécie humana.

A relação da robótica com a Filosofia é a mais direta. Cada vez mais se levantam
problemas de ética, especificamente em robôs autónomos. Esta complicação surge não só
porque estes robôs têm a capacidade de substituir a força humana na área do trabalho,
como também, os robôs acabam por ser utilizados para fins militares. Também como já
descrito anteriormente, existem atualmente robôs capazes de desenvolver, na sua total
funcionalidade, o papel de cuidadores em lares e infantários, cuidando dos idosos ou das
crianças.

A ética e o impacto sobre o emprego, são temas atualmente discutidos não só por
filósofos, como também por empresários e cientistas, inclusivamente foram preocupações
do cientista Stephen Hawking, enquanto este se encontrava a desenvolver o seu trabalho.

O mesmo cientista defendia que a utilização e o consequente desenvolvimento da


robótica, têm um grande impacto na crescente desigualdade económica a nível mundial,
fazendo com que os postos de trabalho humano sejam substituídos por mecanismos
robóticos. Esta substituição iria permitir que apenas os empregos de supervisão,
sobrevivessem.

O filósofo italiano Luciano Floridi, investigador na área da filosofia da informação,


argumenta que é possível levar a tecnologia muito longe e criar máquinas autónomas
capazes de executar todo o tipo de trabalhos. A tecnologia permite até que sejam as
máquinas a decidir quando disparar sobre alguém ou lançar uma bomba. A questão, diz,
é que devemos parar muito antes de chegarmos a esse ponto. Mesmo nos casos das
máquinas que fazem apenas tarefas relativamente simples, como registar compras de
supermercado, o filósofo antecipa problemas: uma maior polarização da riqueza e pessoas
que não conseguem encontrar trabalho.

No que diz respeito às preocupações de que um dia os robôs substituirão as tarefas


humanas, Porfírio Silva, filósofo, poeta e deputado, afirma que há funções que deixarão
de ser feitas pelas pessoas. No entanto, essas funções limitam-se a algumas atividades
profissionais que envolvem trabalhos mecânicos. O pensamento, a decisão final numa
situação importante, serão sempre feitos pela espécie humana.

Em jeito de conclusão, o filósofo acrescenta, em forma de ironia, que os robôs vieram


para promover o bem-estar das pessoas. Um apocalipse robótico, é “coisa” de cinema.

O relatório Preliminar da Comest sobre a ética robótica examina questões éticas


relacionadas ao uso de robôs autónomos e como os seres humanos interagem com eles.
O rápido desenvolvimento de robôs autónomos altamente inteligentes provavelmente vai
desafiar a nossa classificação atual dos seres de acordo com seu estatuto moral, de forma
semelhante, ou talvez até mais profunda do que o movimento de direitos dos animais,
dizem os autores do relatório.

O comportamento de um robô, mesmo se for altamente complexo, inteligente e


autónomo, é determinado por seres humanos. No entanto, assumindo que os robôs do
futuro tendem a ser ainda mais sofisticados, talvez até ao ponto de aprender com
experiências passadas e programar-se, a natureza de seus algoritmos, provavelmente
tornar-se-á um problema digno de “atenção ética séria e reflexão”, diz o relatório.

André Barata, renomeado filósofo, refere que o ser humano utiliza a tecnologia no seu
dia a dia desde à muito tempo, tal como constatado anteriormente. O mesmo, refere ainda
que as máquinas podem complementar aquilo que o Homem faz e até ampliar as
competências humanas. Exemplifica ainda e diz que é impossível um humano analisar
milhões de dados simultaneamente. No entanto, e com o auxílio da robótica, a análise de
dados é feita mais rápida e eficazmente, constituindo um meio de acelerar a resolução de
problemas.

A análise feita por este filósofo permite-nos constatar que, apesar de existirem questões
éticas associadas ao uso constante e progressivo da robótica, existem também, inúmeras
vantagens.

O magnata da tecnologia Elon Musk defende que, o facto de que a robótica ou inteligência
artificial conseguir processar a informação de uma forma muito mais rápida do que o
cérebro humano, poderá vir a constituir no futuro, um grande benefício.

Desta forma, é possível concluir que as vantagens da robótica se dividem consoante a


área de aplicação da mesma. No geral, as vantagens da mesma baseiam-se numa notável
precisão dos resultados, como referido anteriormente; numa maior rapidez de produção,
neste caso a nível industrial; numa melhor qualidade de finalização; baixos custos de mão
de obra; a utilização da robótica permite ainda uma produção ininterrupta com maior
eficiência; flexibilidade no processo de fabrico; eliminação de “tempos mortos” e por
último, acesso a lugares inacessíveis ao ser humano.

Tendo em conta a complexidade dos robôs contemporâneos, a questões relacionadas com


a ética, passam por saber quem deve assumir a responsabilidade – ética e legal – nos casos
em que robôs funcionarem mal e prejudicarem os humanos. A robótica permanece ética
e legalmente sob regulamentação, provavelmente porque é um campo de pesquisa
relativamente novo e em rápida transformação, cujo impacto no mundo real muitas vezes
é difícil de prever.

“É provável que o mau funcionamento de robôs sofisticados de hoje possa causar danos
significativos para um grande número de seres humanos (por exemplo, robôs militares
armados ou carros robóticos autônomos fora de controle)”, informa André Barata. “A
questão é, portanto, não somente se a equipa responsável pelo desenvolvimento do robô,
deve respeitar certas normas éticas. A principal preocupação reside na urgente
necessidade de programação de certas normas éticas nos próprios robôs”.

O filósofo sueco Nick Bostrom, no artigo “The Ethics of Artificial Intelligence” (2011),
recusa conceder aos atuais sistemas de inteligência artificial, o valor moral. O mesmo
autor acrescenta que “podemos alterar, copiar, encerrar, apagar ou utilizar programas de
computador tanto quanto nos agradar. As restrições morais a que estamos sujeitos nas
nossas relações com a robótica e a inteligência artificial são todas baseadas nas nossas
responsabilidades para com as outras espécies”.

Dado os factos abordados anteriormente, conclui-se que para que haja uma perfeita
harmonia entre a vertente da ética, da filosofia e da utilização vantajosa da robótica, uma
das medidas sugeridas assenta na construção de um código de conduta ética que convide
todos os investigadores e criadores de inteligência artificial, a agir de forma responsável
e com consideração absoluta pela necessidade de respeitar a dignidade, a privacidade e a
segurança da espécie humana.

Bibliografia/ Cibergrafia

- Ferreira, M. A. (2007). Um apelo para salvar a vida na Terra. Faculdade de Letras da


Universidade de Coimbra;

- Lima, P. (2014). A Filosofia que há nos robôs. Instituto Superior Técnico da


Universidade de Lisboa;

- Silva, J. & Barros, K. (2017). Robótica aplicada à saúde. Fórum FEPEG;

- Souza, J. (2016). Robótica: ciência e tecnologia;

-https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/os-robos-sao-pessoas-eletronicas-e-estao-a-
transformar-a-vida-dos-humanos-123698, consultado a 05/12/2018.

Gonçalo Carneiro 11º C1

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