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Natureza Jurídica da Remuneração do Serviço de Abastecimento

de Água
The legal nature of the remuneration of public service water supply
RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar a natureza jurídica da remuneração do


serviço público de abastecimento de água. A doutrina majoritária defende que
quando o serviço público for essencial ao interesse público deve ser pago mediante
taxa, tendo em vista a incidência sobre a utilização efetiva, potencial e obrigatória,
mesmo sendo prestado por meio de delegação. O Supremo Tribunal Federal decidiu
que o serviço será remunerado por meio de tarifa (preço público), afirmando que ele
tem como característica a facultatividade e não a compulsoriedade.

Palavras-chave: Tarifa; Taxa; Serviço Público; Abastecimento de Água; Concessões.

ABSTRACT

This study aims to examine the legal nature of the remuneration of public service
water supply. The majority doctrine holds that when the public service is essential to
the public interest must be paid a fee in order to focus on the actual use and potential
mandatory, even being provided by means of delegation. The Supreme Court decided
that the service will be paid through rate (public price), stating that it is characterized
by the now optional and not compulsory way.

Keywords: Rate; Rate; Public Service; Water Supply; Concessions.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................

1 – SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...............................................................


1.2 - DO SERVIÇO PÚBLICO ....................................................................................................
1.2.1 Sujeito ativo da prestação do serviço público .....................................................................
1.2.2 Classificação dos Serviços Públicos. ...................................................................................
1.2.2.1 Serviços públicos propriamente estatais. ..........................................................................
1.2.2.2 Serviços públicos essenciais ao interesse público. ...........................................................
1.2.2.3 Serviços públicos não essenciais. .....................................................................................

2 - REMUNERAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE ABASTECIMENTO DE AGUA


POR MEIO DE TAXA ...............................................................................................................
2.1 UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIA ..........................................................................................
2.2 SERVIÇO PÚBLICO ESPECÍFICO E DIVISÍVEL .............................................................
2.3 UTILIZAÇÃO EFETIVA OU UTILIZAÇÃO POTENCIAL ...............................................

3 – REMUNERAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA


POR MEIO DE TARIFA ...........................................................................................................
3.1 DIFERENÇA ENTRE TARIFA E PREÇO PÚBLICO. ........................................................
3.2 TARIFA NAS CONCESSÕES DO SERVIÇO PÚBLICO ...................................................

4 – DA NATUREZA JURÍDICA DA REMUNERAÇÃO DO SERVIÇO DE ÁGUA.........

5 - ANÁLISE JURISPRUDENCIAL EM FACE À REMUNERAÇÃO DO SERVIÇO DE


DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA E A EDIÇÃO DA SÚMULA 407 DO STJ. ............................

6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................


7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................
1 - INTRODUÇÃO

O Supremo Tribunal Federal entende que a cobrança feita pelos Municípios e/ou
Empresas Concessionárias prestadoras de serviços públicos tem natureza jurídica tributária e,
consequentemente, devem respeitar aos Princípios Constitucionais Tributários. Já o Supremo
Tribunal de Justiça, visando pacificar o assunto, editou a Súmula 407 entendendo ser legítima
a cobrança da tarifa de água, fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de
consumo. Sendo assim, levanta-se o seguinte problema: A remuneração do serviço de
abastecimento sendo um serviço público essencial e obrigatório, submete ao regime jurídico
tributário ou regime jurídico contratual?

2 – SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A água é um bem social e indispensável à sobrevivência, a higienização e a qualidade


de vida. Sua importância na vida terrestre é indispensável e inestimável, pois ela é utilizada
para o consumo humano, na fauna, na flora, na produção e no desenvolvimento econômico. A
água é um bem líquido que engloba toda à sobrevivência, ela constitui o fator mais importante
para o equilíbrio no ecossistema e na manutenção dos ciclos biológicos, químicos e geológicos1.
Por isso, a Constituição Federal em seu art. 225, caput, protege o meio ambiente equilibrado,
isto é, equilíbrio na produção, na devastação, na plantação, na exploração e no uso, buscando
equilibrar o consumo com fonte de vida.
O consumo da água é direito protegido pelo Estado a todos os seres vivos. A
Constituição Federal, em seu art. 5º, caput, garante a todos o direito à vida - direito fundamental
de primeira geração – incluindo a água, pois sem ela não existe vida.
A água é utilizada para as mais diversas finalidades. Destacando entre elas o consumo
humano, o saneamento básico e o abastecimento doméstico e público2. O serviço de saneamento
básico está diretamente relacionado com o abastecimento de água, coleta e limpeza urbana. A
Lei 11.445 de 2007 conceitua o serviço de saneamento básico como o conjunto de serviços,

1
FERRÃO, Ana Elisa Coda. Serviço Público de Abastecimento de Água no Município de Porto Alegre. 2006,
p.02. Disponível em:
http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos2006_2/ana_elisa.pdf. Acesso em:
17 de julho de 2016.
2
FERRÃO, Ana Elisa Coda. Serviço Público de Abastecimento de Água no Município de Porto Alegre, 2006, p.
02. Disponível em:
http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos2006_2/ana_elisa.pdf. Acesso em:
17 de julho de 2016.
infraestruturas e instalações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana
e manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas.
O abastecimento de água, parte integrante do saneamento básico, é prestação essencial
e contínua, sendo protegida por eventuais acontecimentos em razão dos interesses particulares.
Os serviços ou atividades essenciais são: o tratamento e abastecimento de água; produção e
distribuição de energia elétrica e gás e combustíveis3.
A Constituição Federal, em seu art. 21, atribui a competência à União de instituir
diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos. “Ela se limita a fixação de diretrizes gerais justamente pelo fato de atividades
executivas e operacionais do setor de saneamento não serem da competência da União”4. De
acordo com o art. 30, inciso I, da Constituição Federal compete aos Municípios legislar sobre
assuntos de interesse local, como delegar, permitir a prestação do serviço, estabelecer leis,
estrutura e formas da prestação do serviço.
Portanto, a água é um bem essencial tanto para a ciência biologia quanto para o mundo
jurídico, protegido pela Constituição Federal e prestado pelo Município.

2.2 - DO SERVIÇO PÚBLICO

Serviço público é toda a atividade prestada pela Administração Pública ou por seus
delegados, sob regime de direito público ou como alguns autores preferem, regime parcialmente
público, por admitir a incidência de alguma norma de defesa do consumidor5.
Celso Antônio Bandeira de Mello, conceitua serviço público como
Toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material fruível
diretamente pelos administrados, prestada pelo Estado ou por quem lhe faça às vezes,
sob um regime de Direito Público, portanto, consagrador de prerrogativas de
supremacia e de restrições especiais, instituídas pelo Estado em favor dos interesses
que houver definido como próprios no sistema normativo 6.

3
BRASIL. Art. 10 da Lei n. 7.783 de 1989. Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades
essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências.
Brasíli/DF, junho de 1989.
4
PEREIRA JÚNIOR, José de Sena. Tarifas dos Serviços Públicos de Água e Esgotos no Brasil. 2007, p.04
Disponível em:
http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/1603/tarifas_servicos_jose_pereira.pdf?sequence=2.
Acesso em: 11 de setembro de 2018.
5
Art. 7º da Lei das Concessões (Lei n. 8.987/95) admite expressamente a aplicabilidade subsidiária das regras do
Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) no que diz respeito aos direitos do usuário (MAZZA,
Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 601).
6
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Serviço Público e Poder de Polícia: Concessão e Delegação, 2006, p.03.
Disponível em:
https://www2.mp.pa.gov.br/sistemas/gcsubsites/upload/39/REDE_7_JULHO_CELSO_ANTONIO.pdf. Acesso
em: 11 de setembro de 2018.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua a prestação de serviço público como toda
“atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de
seus delegados, com objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime
jurídico total ou parcialmente público”7.
Encontra-se na doutrina duas acepções de serviço público, o serviço uti universi e o
uti singuli. O serviço público uti universi é o serviço universal, não cria vantagem
individualizada ao usuário. Não pode ser delegada por meio de concessão, nem cobrada por
meio de taxa, pois os serviços devem ser prestados diretamente pelo Estado e custeados pela
receita proveniente de impostos. Os serviços uti singuli são serviços específicos, “prestados de
modo a criar benefícios individuais a cada usuário, podendo ser concedidos e custeados por
meio de taxa”8.
Sendo assim, serviço público é toda atividade ampliativa, definida pela Constituição e
pela Lei como dever do Estado, consistente no oferecimento de serviços fruíveis
individualmente pelos seus usuários, submetidas aos princípios e normas de direito público9.

2.2.1 Sujeito ativo da prestação do serviço público

A titularidade do serviço público é exclusivamente das pessoas jurídicas de direito


público. A Constituição Federal e a Legislação atribuem à titularidade a União, Estados, Distrito
Federal, Municípios, Territórios, autarquias, associações públicas ou fundações públicas.
Quando a lei permite a delegação da prestação do serviço público à entidade particular,
ela não delega a titularidade, apenas a prestação temporária do serviço. Cabe lembrar que,
mesmo as entidades de direito privado10 pertencentes à Administração Indireta prestarem
serviços públicos, não há transferência da titularidade11.

2.2.2 Classificação dos Serviços Públicos.

O Ministro Carlos Velloso, no voto proferido no RE n. 209.365-3/SP, divide os


serviços públicos em três categorias:

7
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21º Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
8
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p.602.
9
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p.602.
10
Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista.
11
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p.603.
2.2.2.1 Serviços públicos propriamente estatais.

As prestações obrigatórias são aquelas em que o Estado não pode delegar a


particulares. Esses serviços são prestados diretamente pelo Estado ou por entidades estatais,
porque são serviços de competência exclusivamente do Estado, sendo indelegáveis e
remunerado mediante taxa. O doutrinador Eduardo Sabbag traz, como exemplo, o serviço
judiciário e a emissão de passaportes.
O Ministro Carlos Velloso explicou, em seu voto, quais são os serviços públicos
propriamente estatais.
Os serviços públicos propriamente estatais: em cuja prestação o Estado atue no
exercício de sua soberania, visualizada esta sob o ponto de vista interno e externo:
esses serviços são indelegáveis, porque somente o Estado pode prestá-los. São
remunerados, por isso mesmo, mediante taxa, mas o particular pode, de regra, optar
por sua utilização ou não. Exemplo: o serviço judiciário, o de emissão de passaportes.
Esses serviços, não custa repetir, por sua natureza, são remunerados mediante taxa e
a sua cobrança somente ocorrerá em razão da utilização do serviço, não sendo possível
a cobrança pela mera potencialidade de sua utilização. Vale, no ponto, a lição de
Geraldo Ataliba, no sentido de que não é possível instituir taxas por serviços não
efetivamente prestados, o que acontece é que certos serviços podem ser tornados
obrigatórios pela lei e é isto o que significa a locução “posto à disposição” do
contribuinte12.

Enfim, os serviços públicos que devem ser prestados exclusivamente pelo Estado são
indelegáveis e remunerados mediante taxa.

2.2.2.2 Serviços públicos essenciais ao interesse público.

Os serviços públicos essenciais são aqueles que asseguram o mínimo de dignidade ao


cidadão, são inadiáveis e asseguram a sobrevivência, a saúde e a segurança do cidadão (art. 11,
parágrafo único, da Lei n. 7.783/89).
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina esclarece que o fornecimento de água é
essencial à higiene e à saúde pública.
MANDADO DE SEGURANÇA - ÁGUA - FORNECIMENTO - DÉBITO - CORTE
NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO CONSIDERADO ESSENCIAL -
INADMISSIBILIDADE - APELO DESPROVIDO. O fornecimento de água - serviço
de natureza compulsória, posto essencial à higiene e à saúde pública, não é passível
de interrupção por débito do usuário. Para a exigência da contraprestação em atraso
deste serviço dispõe o fornecedor de meios regulares 13.

12
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário n.209.365 – 3 SP. Relator Min. Carlos Velloso.
Julgado no dia 07 de dezembro de 2000. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/principal/principal.asp.
Acesso em: 19 de dezembro de 2013.
13
BRASIL. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Mandado de Segurança n.º 3.720, 4ª Câmara Cível - votação
unânime - Rel. Des. Alcides Aguiar - publicado no DJSC em 31.01.94. Disponível em:
http://jus.com.br/artigos/4520/dos-direitos-e-garantias-fundamentais-e-a-continuidade-do-servico-publico-
essencial/2#ixzz2nx4gE54a. Acesso em: 19 de dezembro de 2013.
A conceituação da essencialidade do serviço, segundo Roberto Ferraz, vem da
obrigatoriedade do serviço. Se a obtenção da água é essencial ao consumo do usuário – obrigado
a consumi-la - este serviço seria identificado como obrigatório14. Então, pode-se classificar o
abastecimento de água como serviço essencial porque o seu consumo não é facultativo e sim
obrigatório, sua falta causa desidratação, problemas renais e altíssimo nível de estresse15.
A remuneração dos serviços essenciais é cobrada por meio de taxa, tendo em vista a
incidência sobre a utilização efetiva e potencial do serviço. Nesse sentido defende o Min. Carlos
Velloso.
Serviços públicos essenciais ao interesse público: são serviços prestados no interesse
da comunidade. São remunerado mediante taxa. E porque são essenciais ao interesse
público, porque essenciais à comunidade ou á coletividade, a taxa incidirá sobre a
utilização efetiva ou potencial do serviço. É necessário que a lei – para cuja edição
será observado o princípio da razoabilidade, mesmo porque, como bem lembrou o
Ministro Moreira Alves, citando Jèze, a noção de serviços essenciais é de certo modo
relativa, porque varia de Estado para Estado de época (RTJ 98/238) – estabeleça a
cobrança sobre a prestação potencial, ou admita essa cobrança por razão de interesse
público. Como exemplo, podemos mencionar o serviço de distribuição de água, de
coleta de lixo, de esgoto, de sepultamento. No mencionado RE nº 89.876 –RJ. O
Supremo Tribunal decidiu que, “sendo compulsória a utilização do serviço público de
remoção de lixo - o que resulta, inclusive, de sua disciplina como serviço essencial à
saúde pública”16.

Portanto, os serviços públicos essenciais serão cobrados por meio de taxa, desde que
a Lei os considerem de utilização obrigatória17.

2.2.2.3 Serviços públicos não essenciais.

Os serviços não essenciais são aqueles não necessários para a sobrevivência do


cidadão. Exemplo: serviço postal, telefônico, de distribuição de gás, de energia elétrica, etc. A
Constituição permite que esses serviços sejam delegados a particulares e remunerados por meio
de tarifas.
O doutrinador Eduardo Sabbag esclarece que quando o Município autoriza outra forma
de utilização do serviço, como a utilização de fossas particulares, o serviço será considerado
não essencial18. Os serviços não essenciais são aqueles que não geram prejuízos ou algum dano

14
FERRAZ, Roberto. Taxa – Instrumento de Sustentabilidade. São Paulo: Quartier Latin, 2013, p.79.
15
RORIZ, Jorge. A falta de água no organismo, 2013. Disponível em: http://jorgeroriz.wordpress.com/a-falta-de-
agua-no-organismo/. Acesso em: 19 de dezembro de 2013.
16
BRASIL, Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário n.209.365 – 3 SP. Relator Min. Carlos Velloso.
Julgado no dia 07 de dezembro de 2000. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/principal/principal.asp.
Acesso em: 19 de dezembro de 2013, p.10.
17
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p.441.
18
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p.442.
a comunidade. Esses serviços, em regra, são delegáveis, sendo assim, podem ser remunerados
mediante tarifa (ou preço público)19.
Então, os serviços públicos não essenciais podem ser delegados, não resulta em dano
para o interesse público e podem ser remunerados mediante tarifa.

3 - REMUNERAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE ABASTECIMENTO


DE AGUA POR MEIO DE TAXA

O Código Tributário Nacional em seu art. 5º, traz os impostos, as taxas e as


contribuições de melhoria como espécies de tributos, adotando a teoria tripartida. O Supremo
Tribunal Federal e a doutrina majoritária incluem os empréstimos compulsórios e as
contribuições especiais como espécies de tributos, adotando a teoria pentapartida.
As taxas são tributos que têm por pressuposto a imposição ao exercício do poder da
Administração Pública mediante uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte, seja
ela o exercício do poder de polícia ou prestação de serviço compulsório20.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 145, inciso II c/c o art. 77 do CTN, atribui
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a competência para instituir as taxas,
“em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou posto à sua disposição”21.
Taxa é um tributo vinculado a uma contraprestação realizada pelo Poder Público. Sua
arrecadação é destinada a um fim específico, por exemplo, a contribuição de melhoria para a
construção de uma obra pública e a taxa para a prestação de um serviço22.
As taxas para serem exigidas e aumentadas devem obedecer ao princípio da estrita
legalidade tributária como garantia fundamental do contribuinte. O inciso I, do art. 150 da CF,
veda a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal exigir e aumentar tributo sem lei
que o estabeleça. A cobrança das taxas deve obedecer também ao princípio da anterioridade
tributária conforme disposto no inciso III, letra b, do art. 150 da CF. Esse princípio garante a

19
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário n.209.365 – 3 SP. Relator Min. Carlos Velloso.
Julgado no dia 07 de dezembro de 2000. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/principal/principal.asp.
Acesso em: 19 de dezembro de 2013, p.11.
20
ATALIBA apud FERRAZ, Roberto. Taxa – Instrumento de Sustentabilidade. São Paulo: Quartier Latin, 2013,
p.130.
21
PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: constituição e código tributário à luz da doutrina e da jurisprudência.
15ªed. – Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora; ESMAFE, 2013, p. 20.
22
MARRONI, Fernanda. Qual a diferença entre tributos vinculados e não vinculado? Disponível em:
http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20110704101603675&mode=print. Acesso em: 11 de
setembro de 2018.
não surpresa do contribuinte ter um tributo inesperado a pagar, isto é, os tributos só poderão ser
cobrados no exercício financeiro seguinte à sua publicação.
Nesse sentido explica Flávia Regina Ribeiro.

Princípio da Anterioridade – CF, ART. 150, III, b – o citado princípio pretende, como
entende Carrazza, que a lei crie ou majore um tributo, ao entrar em vigor fique com
sua eficácia paralisada até o início do exercício financeiro subsequente, quando, aí
sim, incidirá, ou seja, passará, a produzir todos os efeitos na ordem jurídica. Evita a
tributação-surpresa do contribuinte, que terá o conhecimento de regras jurídicas
estáveis e seguras. A hipótese de incidência prevista na lei somente ocorrerá no
exercício seguinte à sua publicação23.

A taxa é dividida em duas espécies: a) de poder de polícia; b) de serviço. Segundo art.


78 do CTN poder de polícia é
Atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse
ou liberdade, regula a pratica de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e os direitos individuais ou coletivos.

Para Luciano Amaro, “a taxa de polícia é cobrada em razão da atividade do Estado,


que verifica o cumprimento das exigências legais pertinentes e concede a licença, a autorização,
o alvará e etc”24. As principais são: taxa de alvará; taxa de fiscalização de anúncios; taxa de
fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários pela CVM; taxa de controle e
fiscalização ambiental; taxa de fiscalização dos serviços de cartórios extrajudiciais.
Já a taxa cobrada pela prestação de serviço é cobrada em razão da prestação de um
serviço público específico e divisível, utilizado efetivamente ou potencialmente. Então, para
haver a cobrança de taxa, nos termos da Constituição Federal, o serviço deverá ser prestado, ou
seja, ele deve existir, mesmo que seja prestado potencialmente. Não existindo o serviço ou não
colocado à disposição do usuário, a cobrança de taxa será indevida e inconstitucional pois não
ocorre o fato gerador25.
A taxa de serviço está prevista no art. 79 do CTN.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua
disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de
intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um
dos seus usuários.

23
SILVA, Flávia Regina Ribeiro da. Natureza Jurídica da Remuneração dos Serviços de Água e Esgoto. Revista
Paradigma, nº 17, UNAERP, 2004, p.128.
24
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p.33.
25
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p.33.
Enfim, as taxas são os tributos que têm como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

3.1 UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIA

A utilização do serviço compulsório refere-se à obrigatoriedade do uso do serviço


prestado. A compulsoriedade é importante no momento de caracterizar a remuneração do
serviço público como taxa ou tarifa. Se o serviço é compulsório – como abastecimento de água
– a remuneração será por meio de taxa; se não compulsório será por meio de tarifa. Hugo de
Brito Machado esclarece que o momento em que o Poder Público não impõe ao contribuinte a
utilizar o serviço prestado, a remuneração não ficará condicionada as limitações trazidas pela
Constituição Federal26. Nesse sentido, Aires Barreto explica que os serviços compulsórios
dispensam a eleição dos usuários pela disponibilidade por ser uma obrigação legal.
A compulsoriedade cabe a atribuição da obrigatoriedade do uso, segundo a análise da
natureza do serviço e logicidade da abrangência, como contribuintes, dos utentes
potenciais. Serviços há que, por suas características, dispensam a eleição da mera
disponibilidade como compulsória; inversamente, noutros casos, essa eleição é
inafastável. O arbítrio prudente do legislador ordinário levará à decisão consentânea
com a diversidade de condições de um e outro serviço 27.

Portanto, todo serviço compulsório será remunerado por meio de taxa.

3.2 SERVIÇO PÚBLICO ESPECÍFICO E DIVISÍVEL

Conforme previsto o art. 79, II, III, do CTN, a cobrança de taxa no serviço prestado
pelo Estado deverá ser específico e divisível. A especificidade é aquela destacável em unidades
autônomas de utilização, permitindo-se identificar o sujeito passivo ou discriminar o usuário28.
O serviço divisível é aquele em que o serviço seja prestado individualmente, quantificável, ou
seja, o serviço será prestado para o usuário, não para a coletividade.
Roberto Ferraz esclarece que a Constituição Federal de 1988, deixa claramente as
características próprias para a identificação do serviço remunerado pelas taxas.

A Constituição estabelece claramente que uma das características próprias das taxas
de serviço é que correspondam a algum que seja específico e divisível, entendendo
desde sempre a doutrina que haverão de ser divisíveis em unidades atribuíveis aos

26
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros Editores, 2002, p.379.
27
BARRETO, Aires F. Comentários ao Código Tributário Nacional. Vol. 1, coord. Ives Gandra da Silva Martins.
Ed. São Paulo: Saraiva, 1998, p.567.
28
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 420-421.
contribuintes que especificamente os fruírem. A ideia de fundo – de natureza
financeira – é a de que a taxa servirá para cobrir as despesas provocadas por
determinado contribuintes (aquelas que não sejam gerais do Estado, que a todos
afetem, custeadas pelos impostos). A taxa sempre haverá de ser calculada
especificamente com relação ao contribuinte que provoca a atividade estatal e,
portanto, o custo desta haverá de ser divisível para que se encontre o encargo tributário
a ser imputado a cada contribuinte a ele sujeito29.

A identificação da taxa está no serviço divisível que permite a cada usuário utilize
isoladamente30 do serviço, isto é, não pode ser prestado de modo amplo e genérico a toda
comunidade.
Eduardo Sabbag defende a cobrança de taxa nos serviços de abastecimento de água,
haja vista a presença da especificidade e divisibilidade no serviço. Sendo de fácil percepção
quais os serviços públicos preencham esses requisitos, v.g. os serviços de água, de esgoto, entre
outros31.
Percebe-se que os serviços públicos que apresentam os atributos de especificidade e
divisibilidade poderão ser de utilização efetiva ou potencial.

3.3 UTILIZAÇÃO EFETIVA OU UTILIZAÇÃO POTENCIAL

O Código Tributário Nacional dispõe em seu art. 79, que a utilização efetiva ou
potencial ocorrerá quando o contribuinte usufruir do serviço a qualquer título ou quando o
serviço for de utilização compulsória seja posto à sua disposição.
Então, ocorrendo o fato gerador será devida a cobrança pelo serviço prestado. O
doutrinador Eduardo Sabbag defende a cobrança de taxa referente a prestação do serviço
quando o usuário tem à sua disposição o abastecimento de água. Se o serviço não atende o
imóvel do contribuinte, ele não é obrigado a pagar o tributo, mas se o serviço é utilizado
potencialmente, sendo serviço compulsório, o contribuinte não poderá se eximir de custeá-lo32.
Portanto, a taxa será cobrada “em razão de ter sido prestado serviço público específico
e divisível ou, ainda, por ter sido serviço dessa natureza colocado à disposição do sujeito
passivo”33.

29
FERRAZ, Roberto. Taxa – Instrumento de Sustentabilidade. São Paulo: Quartier Latin, 2013, p.233-234.
30
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 15ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p.34.
31
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p.421.
32
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p.422-423.
33
COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2009, p.115.
4 – REMUNERAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE ABASTECIMENTO
DE ÁGUA POR MEIO DE TARIFA

Tarifa é uma espécie de preço público, exigida pelas empresas prestadoras de serviços
públicos - concessionárias e permissionárias - pelo abastecimento de água. Pode ser conceituada
como preço de venda do bem. A cobrança da tarifa é imposta ao usuário em virtude do serviço
que a ele é prestado34.
A cobrança da tarifa é expressamente admitida pela Constituição Federal em seu art.
175, parágrafo único, inciso III, que dispõe: “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação
de serviços públicos. III - política tarifária”. A Carta Maior permite as concessionárias e
permissionárias de serviços explorarem economicamente o serviço público delegado pelo
Estado mediante o pagamento por meio de tarifa35.
A cobrança da “tarifa é facultativa, devendo ser paga em pecúnia, em decorrência da
utilização de serviços públicos não-essenciais, feita indiretamente pelo estado, através de
empresas privadas que prestam serviços em nome do mesmo”36.

4.1 DIFERENÇA ENTRE TARIFA E PREÇO PÚBLICO.

Tarifa é espécie de preço público. As tarifas são cobradas pela prestação de uma
atividade de interesse público qualquer, privativa ou não do Estado, desde que prestada
diretamente ou indiretamente. O Poder Público estabelece a forma da relação jurídica firmada
com o particular, sendo por meio de concessão ou permissão. A empresa que prestar o serviço
deve cobrar pelo serviço prestado, desde que seja acessível a todos; os valores não podem
aumentados sem aquiescência do Poder Público, tendo em vista a rigidez no controle realizado
pelo Estado37.
Quando a CF fala das tarifas, art. 175, III c/c art. 21, XIII, “está-se referindo a uma
atividade pública prestada por empresa privada. E justamente por se tratar de pública a atividade

34
CÂMARA, Jacintho Arruda. Tarifa nas Concessões. São Paulo: Malheiros Editora, 2009, p.11.
35
DUARTE, Leonardo Avelino. Diferenças Constitucionais entre as taxas, tarifas e preços públicos em sentido
estrito – uma proposta de diferenciação, p.01. Disponível em:
http://www.fatonotorio.com.br/artigos/ver/21/diferencas-constitucionais-entre-as-taxas-tarifas-e-precos-publicos-
em-sentido-estrito-uma-proposta-de-diferenciacao. Acesso em: 11 de setembro de 2018.
36
WIKIPÉDIA. Enciclopédia Livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tarifa. Acesso em: 12 de
dezembro de 2013.
37
CÂMARA, Jacintho Arruda. Tarifa nas Concessões. São Paulo: Malheiros Editora, 2009, p.64.
é que esta sofrerá restrições à livre concorrência”38, ou melhor, o Estado interfere na
determinação do valor oferecido aos usuários porque o serviço é de interesse de toda a
coletividade.
A principal diferença entre tarifa e preço é que as tarifas são cobradas quando o serviço
for próprio ou privativo do Poder Público; já os preços públicos são cobrados quando as
atividades não são privativas do Estado, por exemplo, saúde e educação. Visto que é dever do
Estado oferecer essas atividades a todos, mas não privativo, pois é livre a iniciativa privada
prestar e cobrar pelo serviço de saúde e educação, mediante pagamento. A fiscalização nos
preços públicos é mais flexível, pois a atividade oferecida não precisa ser acessível a todos,
então a entidade privada não precisa de permissão para exigir ou aumentar os valores 39. Nesse
sentido, afirma Jacintho Arruda Câmara:
A principal diferença entre o controle das tarifas e o de preços praticados pela
iniciativa privada decorre da natureza da atividade sobre a qual cada uma das
competências estatais incidem. No caso das tarifas, o Estado regula atividade que lhe
é própria – os serviços públicos; no controle de preços, a regulação incide sobre o
campo reservado à iniciativa privada. Deste ponto principal surgem várias outras
consequências que diferenciam as atividades quando ao regime jurídico aplicável 40.

A propósito, Leonardo Avelino Duarte confirma a diferença essencial que há nas


tarifas e preços públicos.
As tarifas são previstas no art. 175, parágrafo único, III, da CF, e dizem respeito ao
preço cobrado pelo delegado de serviço público ao administrado como maneira de
exploração econômica da atividade delegada. Sua diferença essencial em relação às
taxas – além, claro, de não se constituírem em tributos – reside no fato de que elas
admitem validamente a presença do elemento lucro, sem o qual, aliás, não haveria a
exploração econômica do serviço delegado41.

Enfim, nos preços públicos o Estado não tem o dever de desempenhar o serviço; já nas
tarifas o Poder Público tem o dever de prestá-los, direta ou indiretamente.

3.2 TARIFA NAS CONCESSÕES DO SERVIÇO PÚBLICO

38
DUARTE, Leonardo Avelino. Diferenças Constitucionais entre as taxas, tarifas e preços públicos em sentido
estrito – uma proposta de diferenciação, p.01. Disponível em:
http://www.fatonotorio.com.br/artigos/ver/21/diferencas-constitucionais-entre-as-taxas-tarifas-e-precos-publicos-
em-sentido-estrito-uma-proposta-de-diferenciacao. Acesso em: 11 de setembro de 2018.
39
DUARTE, Leonardo Avelino. Diferenças Constitucionais entre as taxas, tarifas e preços públicos em sentido
estrito – uma proposta de diferenciação, p.01. Disponível em:
http://www.fatonotorio.com.br/artigos/ver/21/diferencas-constitucionais-entre-as-taxas-tarifas-e-precos-publicos-
em-sentido-estrito-uma-proposta-de-diferenciacao. Acesso em: 11 de setembro de 2018.
40
CÂMARA, Jacintho Arruda. Tarifa nas Concessões. São Paulo: Malheiros Editora, 2009, p.218.
41
CÂMARA, Jacintho Arruda. Tarifa nas Concessões. São Paulo: Malheiros Editora, 2009, p.218.
O nome concessão é utilizado na legislação brasileira para determinar as diversas
espécies de contratos ampliativos nos quais o Poder Público delega aos particulares42. Sendo
classificados como bilaterias, comutativos, remunerados e intuito personae. Alexandre Mazza
adota a teoria bilateral conceituando a concessão de serviço público como: “o contrato
administrativo pelo qual o Estado (poder concedente) transfere à pessoa jurídica privada
(concessionária) na prestação de serviço público, mediante o pagamento de tarifa diretamente
do usuário ao prestador”43. Essa teoria defende para a concessão do serviço público a
Administração e o concessionário deverá observar as cláusulas do contrato de Direito Público,
dotado de regime jurídico de direito privado.
Celso Antônio Bandeira de Mello defende a teoria mista onde a concessão seria uma
relação jurídica complexa composta por um ato regulamentar, um ato-condição (aceitação do
particular em participar do vínculo contratual) e um contrato envolvendo as cláusulas de
equilíbrio econômico-financeiro. Entretanto, a doutrina majoritária em observância a
Constituição Federal (art. 175, parágrafo único, inciso I) e a Lei n. 8.987/95 (art. 23) consideram
a concessão de serviço público remuneradas mediante tarifa tem caráter contratual44.
A cobrança por meio de tarifa se “justifica pela possibilidade de obtenção de lucro que
a cobrança deste instituto proporciona”45. A essência da concessão é a existência de lucro. O
Estado quando presta o serviço diretamente não visa lucro, sim o bem-estar comum. Quando a
Constituição delega o exercício através do contrato de concessão, ela permite a existência de
lucro nas concessões, entretanto, o pagamento realizado pelo usuário deve ser mediante tarifa,
porque as taxas não permitem a obtenção de lucro46.
As principais características das concessões nos serviços públicos são:
a) Exigência prévia concorrência pública: “o art. 2º, II, da Lei n. 8.987/95
determina que a outorga da concessão de serviço público depende da realização de licitação na
modalidade concorrência pública”47;

42
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p.391.
43
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p.393.
44
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p.392-393.
45
DUARTE, Leonardo Avelino. Diferenças Constitucionais entre as taxas, tarifas e preços públicos em sentido
estrito – uma proposta de diferenciação. Disponível em: http://www.fatonotorio.com.br/artigos/ver/21/diferencas-
constitucionais-entre-as-taxas-tarifas-e-precos-publicos-em-sentido-estrito-uma-proposta-de-diferenciacao.
Acesso em: 11 de setembro de 2018.
46
DUARTE, Leonardo Avelino. Diferenças Constitucionais entre as taxas, tarifas e preços públicos em sentido
estrito – uma proposta de diferenciação. Disponível em: http://www.fatonotorio.com.br/artigos/ver/21/diferencas-
constitucionais-entre-as-taxas-tarifas-e-precos-publicos-em-sentido-estrito-uma-proposta-de-diferenciacao.
Acesso em: 11 de setembro de 2018.
47
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p.394.
b) A concessionária assume a responsabilidade pelos danos causados. O Estado só
será responsabilizado subsidiariamente, conforme o RE 591.874 do STF. Nas
concessões o concessionário presta o serviço em nome próprio, mas a titularidade do
serviço permanece em poder da Administração;
c) Exigia de lei regulamentando a forma de como o serviço será prestado;
d) Prazo determinado: “recente alteração na Lei de Concessões passou a admitir
expressamente o uso de arbitragem e outros mecanismos privados de solução de
conflitos (art. 23 -A da Lei n. 8.987/95)”48;
e) Prevê a cobrança de tarifas.

Os serviços públicos não passíveis de concessão são: a) os serviços não privativos do


Estado, como já citado, o serviço de saúde e educação, cuja prestação é facultada a iniciativa
privada mediante autorização do Estado e; b) os serviços públicos gerais ou indivisíveis. São
os serviços difusos, impossibilitados de cobrar tarifa dos usuários, pois não criam benefícios
particularizados, são os serviços gerais, custeados pela cobrança de impostos49. Os serviços
gerais podem ser prestados por empresas terceirizadas (prestação direta pelo Estado por meio
do contratado), mas não por meio de concessão50.
Portanto, a Administração Pública quando delegar um serviço essencial e não essencial
a particulares por meio de concessão.

5 – DA NATUREZA JURÍDICA DA REMUNERAÇÃO DO SERVIÇO DE


ÁGUA

Maria Helena Diniz define natureza jurídica como aquela “afinidade que um instituto
tem em diversos pontos, com uma grande categoria jurídica, podendo nela ser incluído o título
de classificação”51. Determinar a natureza jurídica de um instituto é muito importante, porque
a partir do momento que encontra a essência do instituto, a pessoa consegue classificá-lo dentro
do universo de figuras existentes no Direito.

48
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p.395.
49
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p.400.
50
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p.400.
51
DINIZ apud SMITH, Klycia Gomes. Natureza Jurídica de Direito de Vizinhança, 2012. Disponível em:
http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=2251&idAreaSel=2&seeArt=yes. Acesso em: 11 de
setembro de 2018.
5.1 NATUREZA JURÍDICA DA TARIFA

Há divergência doutrinária sobre a natureza jurídica da tarifa, alguns defendem que


seja natureza regulamentar porque os valores podem ser alterados unilateralmente pelo poder
concedente; outros afirmam que a sua natureza é contratual devendo as partes obedecer à
relação jurídica firmada. Jacintho Arruda Câmara afirma que a natureza jurídica das tarifas é
regulamentar, pois as cláusulas regulamentares podem ser modificadas unilateralmente, tendo
em vista às condições do funcionamento do serviço52.
Celso Antônio Bandeira de Mello segue a mesma corrente de Jacintho, arrolando
expressamente a tarifa como elemento ao poder de alteração unilateral. Confira:
O concedente tem: b) Poder de alteração unilateral das cláusulas regulamentares, isto
é, concernentes às condições do funcionamento do serviço. Por isso pode impor
modificações relativas à organização dele, a seu funcionamento de desfrute pelos
usuários, o que inclui, evidentemente, as tarifas ou taxas a serem cobradas. O
concessionário não pode opor as alterações exigidas, nem esquivar-se de cumpri-las
ou reclamar a rescisão da concessão, desde que o objeto dela não haja sido
desnaturado ou desvirtuado pelas modificações impostas. Cabe-lhe, apenas, como
adiante melhor se verá, o ressarcimento pelo desequilibro econômico dos termos da
concessão, se este resultar da adoção das novas medidas estabelecidas pelo
concedente53.

A remuneração pela prestação do serviço oferecido pelas concessionárias é paga


diretamente pelos usuários, por meio de tarifa, diferente dos contratos administrativos.
Alexandre Mazza esclarece que quando a prestação do serviço for feita por concessionária o
pagamento não pode ter natureza de tributo, mas de preço público porque foi à forma exigida
como contraprestação pela utilização do serviço54. Portanto, o doutrinador defende que a
natureza jurídica da remuneração do serviço de abastecimento de água tem natureza contratual.
Enfim, muito embora “as tarifas façam parte da equação econômico-financeira das
concessões, elas podem vir a ser alterada unilateralmente pelo poder concedente, assumindo,
por este prisma, caráter regulamentador, e não contratual”55.

5.2 NATUREZA JURÍDICA DA TAXA

52
CÂMARA, Jacintho Arruda. Tarifa nas Concessões. São Paulo: Malheiros Editora, 2009, p.48.
53
MELLO apud ARRUDA, Jacintho. Tarifa nas Concessões. São Paulo: Malheiros Editora, 2009, p.48.
54
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p.395.
55
CÂMARA, Jacintho Arruda. Tarifa nas Concessões. São Paulo: Malheiros, 2009, p.48.
O art. 4º do Código Tributário Nacional, diz que a natureza jurídica específica do
tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para
qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei.
A doutrina critica esse dispositivo, afirma que apenas o aspecto material (fato gerador)
é pouco para determinar a natureza jurídica da obrigação. É necessário associar à hipótese de
incidência a base de cálculo, após isso, será possível identificar a natureza do tributo. Assim
leciona Paulo de Barros Carvalho.
Faz-se mister analisarmos a hipótese de incidência e a base de cálculo para que
possamos ingressar na intimidade estrutural da figura tributária, não bastando, para
tanto, a singela verificação do fato gerador, com ingenuamente supôs o legislador do
nosso Código Tributário. Por certo, tomada a sentença (CTN, art. 4) como verdadeira,
não encontraríamos método para diferenciar impostos de impostos e desses as taxas,
entregando-nos, imbeles, aos desacertos assíduos do político. (...) no direito brasileiro,
o tipo tributário se acha integrado pela associação lógica e harmônica da hipótese de
incidência e da base de cálculo. O binômio, adequadamente identificado, com revelar
a natureza própria do tributo que investigamos, tem a excelsa virtude de nos proteger
da linguagem imprecisa do legislador56.

Se o Código Tributário Nacional diz que a natureza jurídica é determinada pelo fato
gerador, resta, então, procurar na Lei qual o fato gerador das taxas. O art. 77 do CTN, dispõe:
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm com fato gerador o
exercício regular do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público especifico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Ao analisar os dois dispositivos verifica-se que se a natureza jurídica da taxa é


determinada pelo fato gerador; o fato gerador dela é a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público especifico e divisível, portanto, quando o Estado prestar o serviço de abastecimento de
água, cumprindo todas as exigências do art. 77 do CTN, conjuntamente com a obrigatoriedade
do serviço, pode-se dizer que a natureza do serviço será tributária, isso significa que, a cobrança
será por meio de taxa.

5.3 DISTINÇÃO ENTRE TAXA E TARIFA

Há várias formas de diferenciar as taxas das tarifas, a principal delas encontra-se na


Súmula 545 do Supremo Tribunal Federal: preços de serviços públicos e taxas não se
confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e tem sua cobrança
condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação a lei que as instituiu. Isso
significa que, as taxas são compulsórias e sua cobrança está condicionada a prévia autorização

56
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 21º edição. Saraiva, 2009, p.28-29.
orçamentária; já as tarifas sua cobrança será feita apenas quando o serviço for prestado, porque
é facultativo ao usuário utilizar ou não.
Luciano Amaro diz que a súmula em comento diz o óbvio, pois o pagamento de
qualquer taxa é sempre compulsório. Que apenas o critério da compulsoriedade é insuficiente
para a caracterização das taxas, tendo em vista serviços públicos específicos e divisíveis de
utilização não compulsória. Outros doutrinadores afirmam que o Legislador pode optar pela
escolha do regime. Claro, quando o serviço é específico e divisível, mas não obrigatório, pode
haver a escolha do regime. Luciano Amaro, afirma que o regime de taxa é obrigatório, para os
serviços públicos, específicos e divisíveis:
a) inerentes ao Poder Público, que se constituem nas tarefas clássicas do Estado,
como a prestação jurisdicional, a emissão de passaportes e outros documentos etc.;
b) que, embora não inerentes ao Poder Público, se revelam vitais à sobrevivência da
coletividade, tais como coleta e tratamento de esgotos. Nesta segunda hipótese, pouco
importaria se o serviço é prestado diretamente pelo Poder Público, ou por entidade,
pública ou privada, concessionária ou permissionária.

Para Sacha Calmon Navarro Coêlho, “a liberdade de escolha do legislador quanto ao


regime jurídico a ser adotado para o custeio de serviços públicos só encontraria limites na
Constituição”57. Ele afirma que mesmo os serviços ditos essenciais à sobrevivência da
coletividade, como o tratamento e distribuição de água, podem ser remunerados por tarifa,
desde que a lei assim o determine58.
As taxas serão cobradas quando o serviço público for essencial, compulsório,
específico e divisível, de utilização efetiva ou potencial, isso quer dizer que, quando o serviço
de abastecimento de água for obrigatório, nos termos da Lei, prestado individualmente ao
usuário, mesmo não sendo utilizado, a Administração Pública cobrará o serviço prestado, pois
o serviço foi posto à disposição; já a tarifa só poderá ser cobrada quando o serviço for apenas
posto à disposição, deve ser usufruído pelo usuário, porque seu uso é facultativo, que não é o
caso do tratamento de água.

6 - ANÁLISE JURISPRUDENCIAL EM FACE À REMUNERAÇÃO DO


SERVIÇO DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA E A EDIÇÃO DA SÚMULA 407
DO STJ.

57
COÊLHO apud LEONETTI, Carlos Araújo, Natureza Jurídica do Pedágio, Revista Sequencia, nº 49, 2004,
p.143.
58
COÊLHO apud LEONETTI, Carlos Araújo, Natureza Jurídica do Pedágio, Revista Sequencia, nº 49, 2004,
p.143.
A remuneração do serviço de abastecimento de água tem trazido grandes discussões
no sistema jurídico brasileiro. Hoje, na maioria dos Municípios, a cobrança desse serviço é
remunerado por meio de tarifa.
A doutrina, já demonstrado, diverge em diferentes posicionamentos. Eduardo Sabbag
segue o entendimento do Min. Carlos Velloso, posicionando que os serviços públicos essenciais
de utilização obrigatória, exemplo da água, devem ser remunerados por meio de taxa. Enquanto,
Hugo de Brito Machado filia-se ao entendimento do Supremo Tribunal de Justiça, posicionando
que os serviços devem ser remunerados por tarifa. Fica, então, a cargo do Supremo Tribunal
Federal decidir qual corrente deve ser utilizada nas cobranças do abastecimento de água.
O Supremo Tribunal de Justiça, 1ª Turma, decidiu que o serviço de abastecimento de
água deve observar o princípio da estrita legalidade, ou seja, a remuneração do serviço deve ser
por meio de taxa.

TAFIRA DE ÁGUA E ESGOTO. NATUREZA JURÍDICA TRIBUTÁRIA.


OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA ESTRITA LEGALIDADE. 1. A natureza
jurídica do valor cobrado pelas concessionárias de serviço público de água e esgoto é
tributária, motivo pelo qual a sua instituição está adstrita ao Princípio da Estrita
Legalidade, no sentido de que somente por meio de lei em sentido estrito pode
exsurgir a exação e seus consectários. A natureza jurídica da remuneração percebida
pelas concessionárias pelos serviços públicos prestados possui a mesma natureza
daquela que o Poder Concedente receberia, se os prestasse diretamente. 2. A fonte
primária do direito tributário é a lei porquanto dominado esse ramo pelo princípio da
legalidade segundo o qual não há tributo sem lei que o estabeleça, com consectário de
que ninguém deve ser coativamente instado a fazer ou deixar de fazer algo senão em
virtude de lei59.

Recentemente, o Supremo Tribunal de Justiça firmou posicionamento visando


pacificar os questionamentos sobre o assunto sobre a natureza jurídica da remuneração do
serviço de água, com isso, editou a Súmula 407, que considera ser legítima a cobrança da tarifa
de água, fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo. Para os
Ministros a “natureza jurídica da remuneração dos serviços de água, prestados por
concessionária de serviço público é de tarifa, contraprestação de caráter não-tributário,
razão pela qual não se subsume ao regime jurídico tributário estabelecido para as taxas”60,

59
STJ. 1ª T., EDecREsp 530.808. Min. Luiz Fux, set/04.
60
PESQUISA PRONTA. STJ divulga jurisprudência sobre cobrança de serviço de água e esgoto. Revista
Consultor Jurídico, 2016. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2016-abr-23/stj-divulga-decisoes-cobranca-
servico-agua-esgoto. Acesso em: 12 de setembro de 2018.
A matéria foi discutida, também, no Supremo Tribunal Federal, RE 518.256, conforme
publicado o informativo n. 500 em abril de 2008, decidindo que a remuneração serviço público
se trata de preço público61.
Os precedentes do Supremo Tribunal Federal e Supremo Tribunal de Justiça fixam a
natureza jurídica do serviço público de abastecimento de água como preço público. Claro, como
diz Fabio Luiz de Oliveira Bezerra, os Tribunais não levaram em conta que a Constituição
Federal de 1988 qualificou o meio ambiente juntamente com os recursos híbridos como direito
fundamental da pessoa humana.
Os precedentes atuais do STF e do STJ, que fixam a natureza de preço público para a
cobrança do serviço público de saneamento básico, não levaram em conta o fato de a
CF/88 ter qualificado o meio ambiente, do qual os recursos hídricos são integrantes,
como direito fundamental, pelo que o Poder Público tem especial dever de cuidado e
proteção. E para cumprir tal missão, o Poder Público exerce sua soberania ao prestar
o serviço público de saneamento e distribuição de água, o que legitima a cobrança
através de tributo, na espécie de taxa de serviço público62.

Portanto, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal a remuneração do


serviço de abastecimento de água será por meio de tarifa.

7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Água é um bem essencial à vida, protegida pela Carta Magna como Direito do
Cidadão. De acordo com o art. 30, inciso I, da CF, compete ao Município permitir ou delegar a
prestação dos serviços de interesse local. A delegação por meio de concessão é permitida
quando o serviço público for essencial e não essencial ao interesse público.
O abastecimento de água quando for prestado diretamente pelos Municípios, sua
cobrança será somente por meio de taxa; quando for delegado a empresas particulares deve
observar as disposições da Lei que permite a prestação do serviço. Quando ela dispor que
serviço de água é obrigatório e essencial, deverá ser remunerada mediantes taxa; se não for
obrigatório – prestado por fossas particulares – a remuneração poderá ser por meio de tarifa,
tendo em vista a faculdade do uso.
Ao prestar o serviço público específico e divisível, utilizado efetivamente ou
potencialmente, deverá ser remuneração por meio de taxa, tendo em vista a realização do fato
gerador, conforme art. 77, do CTN. Os serviços remunerados por meio de tarifa serão os
serviços não essenciais (distribuição de gás) e os essenciais quando não for de utilização

61
PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: constituição e código tributário à luz da doutrina e da jurisprudência.
15ªed. – Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora; ESMAFE, 2013, p.44-45.
62
BEZZERA, Fábio Luiz de Oliveira. Tributação dos Recursos Hídricos. RRDR 168/39, set/09.
obrigatório. A vantagem dos usuários pagarem o serviço por meio de taxa é que sua criação e
majoração deverão obedecer aos Princípios da Estrita Legalidade e da Anterioridade; ao
contrário das tarifas que é estabelecida em contrato, isto é, não submetem aos Princípios
Tributários e sua majoração ocorre pela vontade do concedente/concessionário.
Posto isso, conclui-se que a natureza jurídica da remuneração do serviço de
abastecimento de água é tributária.

7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 15ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 4. Ed. São Paulo
Malheiros, 1993; 17. Ed. 2004.

BARRETO, Aires F. Comentários ao Código Tributário Nacional. Vol. 1, coord. Ives Gandra
da Silva Martins. Ed. São Paulo: Saraiva, 1998.

BEZZERA, Fábio Luiz de Oliveira. Tributação dos Recursos Hídricos. RRDR 168/39, set/09.

BRASIL. Art. 10 da Lei n. 7.783 de 1989. Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define
as atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e
dá outras providências. Brasíli/DF, junho de 1989.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário n.209.365 – 3 SP. Relator Min.
Carlos Velloso. Julgado no dia 07 de dezembro de 2000. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/portal/principal/principal.asp. Acesso em: 19 de dezembro de 2013.

BRASIL. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Mandado de Segurança n.º 3.720, 4ª Câmara
Cível - votação unânime - Rel. Des. Alcides Aguiar - publicado no DJSC em 31.01.94.
Disponível em: http://jus.com.br/artigos/4520/dos-direitos-e-garantias-fundamentais-e-a-
continuidade-do-servico-publico-essencial/2#ixzz2nx4gE54a. Acesso em: 19 de dezembro de
2013.

CÂMARA, Jacintho Arruda. Tarifa nas Concessões. São Paulo: Malheiros Editora, 2009.

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públicos em sentido estrito – uma proposta de diferenciação. Disponível em:
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