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A fraude contra credores

constitui defeito social do negócio jurídico, que, nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves: “não conduzem
a um descompasso entre o íntimo querer do agente e a sua declaração. A vontade manifestada corresponde
exatamente ao seu desejo. Mas é exteriorizada com a intenção de prejudicar terceiros ou de fraudar a lei”.
(Direito Civil – Parte Geral, vol. I, São Paulo, Ed. Saraiva, 1997, p. 98)

A fraude contra credores é classificada como vício social vez que o devedor, objetivando inadimplir com a
obrigação assumida perante seu credor, firma contrato com terceiro alienando bens que garantiriam sua
solvência. Aqui o terceiro tem ciência do motivo da disposição do bem, e em conluio com o devedor,
conclui o negócio em prejuízo do credor.

É regido pelo princípio da responsabilidade patrimonial segundo o qual o patrimônio do devedor responde
por suas obrigações. Esse patrimônio, se desfalcado maliciosamente, e de tal maneira que torne o devedor
insolvente, estará configurada a fraude contra credores.

Para caracterizar a fraude aqui argüida, o devedor deve firmar o negócio estando em estado de insolvência,
ou tornar-se insolvente em razão do desfalque patrimonial promovido. Enquanto seu patrimônio bastar para
o pagamento das suas dívidas, terá total liberdade de dispor dele.

A grande problemática colocada neste tema é a escolha entre a proteção dos interesses do adquirente de boa-
fé ou do credores. Escolheu a lei proteger o adquirente de boa-fé, como bem pode ser observado na ação
pauliana (ou revocatória), usada para rever o contrato que colocou o devedor em estado de insolvência, que
tem como um de seus requisitos o consilium fraudis, como será visto mais adiante.

Os requisitos para a caracterização da fraude contra credores são:


a) Eventus damni
É o tornar-se insolvente em virtude da alienação do bem de sua propriedade para terceiro. O estado de
insolvência não precisa ser de conhecimento do devedor, é objetivo, ou seja, existe ou não,
independentemente do conhecimento do insolvente.
b) Consilium fraudis
O termo significa conluio fraudulento, pois alienante (devedor) e adquirente (comprador) têm ciência do
prejuízo que causarão ao credor em vista da alienação de bens que garantiriam o adimplemento da obrigação
assumida, mas os alienam de má-fé visando frustrar o cumprimento (pagamento) do negócio, e por isso se
faz necessária a intervenção judicial. A boa-fé do adquirente impede a caracterização do consilium fraudis,
requisito essencial para ajuizamento da ação paulina.

Esses dois requisitos devem ser provados pelo credor para que seu pedido seja procedente, e assim ser
declarada a ineficácia relativa do negócio jurídico fraudulento firmado entre as partes.

O consilium fraudis não precisará ser provado, excepcionalmente, em algumas hipóteses previstas no
Código Civil, quando a lei presume a existência de propósito de fraude.
Não apenas nas transmissões onerosas pode ocorrer a fraude contra credores. O Código Civil inclui também
a transmissão gratuita de bens, a remissão de dívidas, o pagamento antecipado de dívidas vincendas e a
constituição de garantias a algum credor quirografário.

Exceções ao consilium fraudis – presunção


Os atos de transmissão gratuitos de bens (doações) e as remissões de dívidas antecipadas (perdão), quando
praticados levando o devedor à insolvência, ou já o sendo, não será necessária a prova do consilium fraudis,
pois a lei o presumirá. Preferiu a lei os credores que procuram evitar um prejuízo, aos donatários, que visam
assegurar o lucro, incluindo as remissões de dívidas, que assim como as doações e o perdão são liberalidades
dos devedores.

Também se presumem fraudulentos o pagamento antecipado de dívida à credores quirografários, tendo por
escopo colocar em situação de igualdade todos os credores, incidindo a regra do artigo 162 do Código Civil.
Estando a dívida vencida, seu pagamento não poderá ser considerado fraude.

Outra atitude presumidamente fraudulenta é a concessão de garantias de dívidas à outros credores (hipoteca,
penhor e anticrese) pelo devedor já insolvente, colocando-os em posição mais vantajosa que os demais. Será
retirada, neste caso, apenas a garantia, retornando estes devedores à condição de quirografários.

Em contrapartida, certos atos são presumidos de boa-fé pela lei, não podendo ser alcançados pela ação
pauliana. Todos os negócios indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural ou industrial,
ou ainda à subsistência do devedor e de sua família (art. 164 do Código Civil) são incluídos neste rol.

Da Ação Pauliana:
O meio para reconhecimento da fraude contra credores é a Ação Pauliana, também chamada de Revocatória,
que tem por finalidade a aplicação do princípio da responsabilidade patrimonial do devedor, restaurando-se
aquela garantia dos seus bens em favor de seus credores. Não tem o condão de anular o ato fraudulento, mas
proclama a sua ineficácia relativa, tornando-o inoponível ao credor fraudado, o qual poderá agir, na defesa
do seu crédito, sobre o bem ou bens transferidos do patrimônio do devedor para o de terceiro, partícipe da
fraude.
Corrente minoritária defende que o negócio deve ser anulado ao invés de ser declarada a sua ineficácia.

Legitimidade para ação:


Os legitimados são os credores quirografários, não podendo beneficiar desta ação os que possuem garantias
reais, já que têm bens determinados afetados para a quitação da dívida, e que se forem alienados permitirá ao
credor exercer o direito de sequela, penhorando-o nas mãos de quem quer que esteja. Mas, se a garantia
tornar-se insuficiente, poderá propô-la.

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