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Vitória da Conquista
2018
Kayque da Silva Teles
Vitória da Conquista
2018
Lista de ilustrações
1 IDENTIFICAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3 OBJETIVOS DO ESTÁGIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
5 CONTEXTUALIZAÇÃO DA CLASSE . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5.1 O Professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5.2 Sobre a turma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5.3 Sobre o espaço físico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
6 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
ANEXOS 34
ANEXO A – QUESTIONÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
ANEXO E – ATIVIDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
1 Identificação
• Endereço: Av. Sérgio Vieira de Mello, 3150, Bairro Zabelê, Vitória da Conquista -
BA.
• Turno: Vespertino
• Disciplina: Física
6
2 Introdução
3 Objetivos do Estágio
O diretor da sede do instituto em Vit. da Conquista é Jaime dos Santos Filho, que
tomou posse do cargo no IFBA em Outubro de 2014. O diretor de ensino é Manoel Nunes
Cavalcanti Júnior, que está no cargo há dois anos e sete meses. O diretor administrativo é
Maribaldo Silva Ramos, que está no cargo há doze anos.
O diretor geral é escolhido através de eleição com mandato de quatro anos. Os
diretores de ensino e administrativo foram escolhidos a partir de consulta aos docentes e
técnicos administrativos.
O quadro de funcionários do IFBA no momento em que foi realizado o estágio
estava estruturado da seguinte forma:
Funcionário Quantidade
Número de técnicos administrativos 54
Técnica em assuntos educacionais 01
Número de pedagogas 02
Psicóloga 01
Assistentes de Alunos 02
Bibliotecárias 02
Nutricionista 01
Número de professores efetivos 136
Número de professores substitutos 10
O campus segue uma política de inclusão da pessoa com deficiência e/ou outras
necessidades específicas, de acordo a resolução no 30/2017 e possui um Núcleo de Atendi-
mento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNEE). Atualmente são
acompanhados 24 alunos com alguma especificidade (surdos, cadeirantes, deficiente visual,
entre outras).
De acordo a direção ainda, os recursos financeiros do campus não são suficientes
para as demandas que o campus precisa atender. Nos últimos anos, a instituição veio
enfrentando redução de orçamento, o que tem dificultado algumas ações. Há relativa
autonomia na gestão administrativa, mas a gestão de pessoal e pedagógica é centralizada
na Reitoria.
O modelo atual de currículo do ensino médio consiste de quatro unidades letivas
nos cursos técnicos da modalidade integrada. São realizados três conselhos de classe diag-
nósticos nas três primeiras unidades, acompanhadas de reuniões com os pais dos alunos.
Ao fim da 4a unidade é realizado o conselho de classe final. Em todos os conselhos, os
líderes das turmas são ouvidos inicialmente para apresentarem as demandas e problemas
apontados pelos alunos. Depois, se retiram e os professores discutem a situação geral da
turma e os casos específicos. As reuniões dos conselhos são presididas pelo coordenador de
cada curso e acompanhadas por uma das pedagogas.
Nos cursos técnicos da modalidade subsequente, que são semestrais, há um conselho
diagnóstico em meados do semestre letivo e um conselho final. Seguem os mesmos moldes
das reuniões dos conselhos do integrado. Nos cursos superiores não há conselho de classe.
A direção de ensino(DEN) atua como uma instância superior na vida acadêmica
do campus. Os problemas do dia a dia pedagógicos são resolvidos inicialmente por cada
coordenador do curso, em parceria com a Coordenação Técnico-Pedagógica. Somente em
caso de não solução é que a DEN passa a ser acionada.
11
5 Contextualização da Classe
5.1 O Professor
O professor da turma é Jime de Souza Sampaio, na titulação de professor de Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) desde 2013. Jime fez bacharelado em física na
UEFS em 2010 e tem mestrado na área de física dos sólidos e materiais, pela UFBA, em
2011; e tem o doutorado em andamento. Como professor do IFBA, atua no regime de
dedicação exclusiva cumprindo a carga horária de 40 horas, mesclando aulas nos cursos
integrados como professor de física no 1o e 2o ano, e nos cursos de nível superior.
utilizado pelos alunos para se deslocarem até o IFBA. É possível observar, em conjunto
com a resposta do item anterior, que é provável que poucos ou nenhum aluno resida nos
bairros vizinhos ao IFBA, dado que a maioria utiliza o ônibus para se deslocar até ele. Na
pergunta 6 do questionário os alunos são questionados sobre se exercem alguma atividade
remunerada. Apenas declarou exercer atividade remunerada, todos os demais não exercem.
Os gráficos seguintes farão um diagnóstico sobre a situação financeira do núcleo
familiar dos alunos, e as ocupações dos pais. O próximo em particular, da figura 5 mostra
a distribuição dos níveis de escolaridade dos pais dos alunos.
De acordo os dados coletados, 83% das mães terminaram o ensino médio ou estão
no nível superior, sendo que metade destas estão no nível superior ou já cursaram o nível
superior. Para os pais, este número é de 50%, sendo que apenas 25% destes estão no nível
Capítulo 5. Contextualização da Classe 14
renda per capita média dos alunos é de R$ 509,25, mas o gráfico da figura 10 explicita a
distribuições de rendas per capita dos alunos.
Para se calcular o valor da renda per capita dos alunos, como os dados da figura 8
são retirados sobre intervalos de valores, considerou-se que dentro de cada intervalo de
valores, o valor tendia para a média do intervalo, de modo a não criar conflitos entre os
extremos de cada intervalo. De acordo os dados obtidos no gráfico, há famílias de alunos
bem humildes, com situação de a renda estar abaixo de um quarto de salário mínimo, mas
também algumas famílias com renda per capita de um salário mínimo ou mais, mesmo os
alunos não exercendo atividades remuneradas em sua maioria. Então, de fato os valores
são bem distribuídos, à sua própria maneira.
As primeiras questões seguintes do questionário dizem respeito às atividades cul-
turais, de lazer e sobre o uso de internet pelos alunos. Ao se questionar sobre quais os
Capítulo 5. Contextualização da Classe 17
atualizados, havendo ao invés um índice de 86% apontando o uso da internet como meio
de se manter atualizado, em que deste valor, 88% se devia ao uso da internet através
do celular, enquanto os 12% restante se devia a internet por meio do computador. Esse
gráfico nos mostra a predominância da internet como nova principal ferramenta utilizada
para se manter atualizado, com um aparelho portátil. Neste contexto, é cabível supor que
uma boa parte destes alunos que usam a internet do celular ficam sabendo das novidades
Capítulo 5. Contextualização da Classe 18
através das redes sociais, principal veículo de todo tipo de notícias na contemporaneidade
– inclusive, de notícias falsas.
Sobre se os alunos possuem acesso a internet em casa, todos os que responderam o
questionário declararam que possuem, independentemente de suas condições financeiras.
A questão seguinte pergunta sobre os usos que os alunos conseguem dar ao compu-
tador, a fim de averiguar o nível de domínio que possuem sobre a máquina. Eram dadas
múltiplas escolhas a fim de que os alunos marcassem de acordo o que conseguissem. De
acordo os dados marcados, o resultado foi dado no gráfico da figura 12.
Pode-se dizer que metade dos alunos consegue usar o computador apenas para
acessar a internet, mostrando pouco domínio sobre a máquina. Apenas 25% deles possuem
já um bom domínio, sendo capazes de instalar programas e, destes, metade são capazes de
formatar um computador.
A questão 17 se referia ao domínio ou não de uma língua estrangeira, que gerou o
gráfico da figura 13.
Há uma fatia expressiva de alunos que declararam ter um bom domínio da língua
inglesa, possivelmente por esta ser uma matéria que está no componente curricular do
IFBA. Nenhum deles declarou qualquer nível de domínio em alguma outra língua.
A figura 14 mostra a distribuição de acordo as respostas da questão 18, sobre se os
alunos possuem habilidades artísticas.
Como se pode observar, 58% declararam não possuir habilidades artísticas notáveis,
e dentre as demais surgiram tocar violão, fotografar, dançar, etc.
A pergunta da questão 19 foi acerca das atividades de lazer desenvolvidas pelos
alunos, que culminou no gráfico da figura 15.
Assistir séries, jogar futebol e sair com os amigos foram as predominantes, embora
Capítulo 5. Contextualização da Classe 19
nenhuma delas tenha se destacado como algo que possa ser generalizado para toda a turma.
Cada uma destas por exemplo foram declaradas apenas por 6 alunos, não necessariamente
distintos, já que a maioria declarou mais de uma atividade de lazer. As atividades são das
mais diversas, de certo modo.
Quanto à participação em atividades culturais, um número bem pequeno de alunos
declarou se envolver em alguma atividade cultural, de acordo o gráfico da figura 16. 80%
dos alunos disseram não participar de quaisquer atividades culturais, embora no IFBA
comumente estejam acontecendo eventos diversos. Durante o período do estágio, houve
um concurso de cosplays e uma feira de tecnologia no local.
É pertinente mencionar que desde a questão 15 em diante, não há alternativas ou
Capítulo 5. Contextualização da Classe 20
respostas curtas que possam ser dadas pelos alunos. As questões buscam incentivar que os
alunos dêem detalhes sobre o que investigam. Portanto, os gráficos seguintes são feitos
a partir de um agrupamento das respostas dadas pelos alunos que, em grande parte se
repetem. Opiniões semelhantes foram agrupadas numa mesma categoria de opiniões, de
modo que se possa estudar quantitativamente as questões abordadas, e o quanto uma
opinião comum se destacou em relação à outras. Os gráficos que possuem o item “Sim
(apenas)” ou “Não (apenas)” se referem à respostas em que os alunos disseram apenas
Sim ou Não, sem justificar ou terminar de responder o questionamento proposto.
As questões seguintes, conforme já mencionado, dizem respeito ao posicionamento
dos alunos em relação à disciplina de física e ao que faz parte do seu cotidiano escolar,
como a instituição, os professores e o livro didático. A questão 21 pergunta sobre qual a
Capítulo 5. Contextualização da Classe 21
importância que os alunos vêem nos conhecimentos de física, ao que as respostas abertas
foram diversas o bastante para que houvesse certa dificuldade em agrupá-las. No entanto,
uma aproximação das respostas que surgiram está expressa no gráfico da figura 17.
41% dos alunos declararam que a importância dos conhecimentos de física reside
no fato de que fornece base para compreender fenômenos do dia a dia, ou que acontecem
em nosso cotidiano. 12,5% disseram que a sua importância está no fato de que possibilita
o desenvolvimento de novas tecnologias, que por sua vez podem ajudar nas atividades
diárias do ser humano. Outros 12,5% disseram que a compreensão da física auxilia nas
atividades da vida cotidiana. Outros 12,5% disseram que é muito importante, mas não
especificaram o motivo ou deram uma resposta mais elaborada. Um dos alunos respondeu
que é ótima. Somando estes percentuais, temos cerca de 82% dos alunos que reconhecem a
importância da física de alguma maneira, contra 18% que disseram que a sua importância
se deve apenas como um componente de vestibular. É de certo modo um bom percentual
que percebe de alguma maneira a importância dos estudos de física, uma grande maioria
que tem um pensamento positivo sobre a disciplina.
A pergunta seguinte já questiona acerca da relação dos alunos com a disciplina em
si.
Ao serem questionados se gostavam da disciplina, houve um resultado bem po-
sitivo: 80% dos alunos declararam gostar da disciplina. Destes, metade não especificou
o motivo ou apenas escreveram que gostam, já os demais colocaram algumas ressalvas
como quando se entende o assunto ou que, apesar disso, eles têm dificuldades. Esta última
justificativa surgiu também entre as respostas negativas, curiosamente. 12% declararam
não ter interesse.
Capítulo 5. Contextualização da Classe 22
física com o cotidiano, o que comprova que há uma visão de certo modo positiva sobre a
física, por parte dos alunos. Os outros 88% deram resposta positiva, em que 57% destes
declarou que a física está em tudo, quando não, especificaram diversos fenômenos em
várias escalas em que os fenômenos físicos estão envolvidos. 23% declararam que a física
foi feita para explicar o cotidiano, daí a relação visualizada.
Sobre a relação da física com outras disciplinas, temos o gráfico da figura 20.
A soma excede o número de alunos porque alguns deles colocaram mais de uma
Capítulo 5. Contextualização da Classe 23
disciplina. 58% dos alunos disseram que vêem relação direta da física com a matemática,
o que configura a relação mais próxima entre disciplinas visualizada. Química segue logo
atrás, com 54%. E após estas duas, outras disciplinas surgem com pouca representativi-
dade. 16% não especificaram, apenas disseram que vêem relação com outras disciplinas.
As próximas disciplinas presentes são História e Biologia, com 8% dos alunos e apenas um
deles declarou ver relação também com Geografia e Português - possivelmente por conta
da interpretação de texto.
A relação entre física e matemática é uma das mais imediatas e esperadas que se
destacasse, e não por menos a questão seguinte indagava sobre o que os alunos pensavam
da relação entre física e a matemática, o que gerou os resultados do gráfico da figura 21.
A maioria de 41% dos alunos disse que as duas são disciplinas complementares,
seguidos por 37% de alunos que disseram que a relação entre as duas existe apenas porque
ambas usam números (o que talvez também originasse a suposta relação com a química).
Como se pode verificar, as opiniões se polarizaram entre serem complementares e que
não há relações exceto o fato de ambas usarem números. Um dos alunos disse que não
há relação entre elas e outras respostas surgiram, que destoaram bastante da proposta
da questão, o que questiona se a pergunta pôde ser interpretada corretamente por alguns
alunos.
Sobre a relação dos alunos com as aulas de física, o gráfico seguinte mostra os
resultados de acordo a pergunta sobre se os alunos possuem dificuldades para compreender
os conteúdos da disciplina.
37% declararam que não possuem dificuldades para a compreensão dos conteúdos,
sendo que apenas um deles deu uma resposta completa. 13% não souberam responder
e 50% dos alunos disseram possuir dificuldades, justificando de diversas maneiras a sua
Capítulo 5. Contextualização da Classe 24
resposta. Um deles disse que o professor não explica bem, 13% diz que tem dificuldades
com tudo.
Sobre o livro didático adotado, originou-se o gráfico da figura 23.
Quanto ao livro didático adotado pela escola, 8% não soube opinar, 37% disse que
o livro é bom, apesar de algumas ressalvas, e os demais julgaram que o livro é ruim, com
justificativas diversas e que em certo ponto acabam se contrariando. 21% não tiveram o
que reclamar sobre o livro, concordando que apresenta bem os conteúdos. Outros disseram
que o livro tem explicação ruim, outros que ele é pouco utilizado. Dos que julgaram que o
livro é ruim, alguns se queixaram que o livro é resumido, outros dizem que poderia ser
resumido, que é velho, etc. A pesquisa não contribuiu muito para se ter um diagnóstico
Capítulo 5. Contextualização da Classe 25
real do livro didático adotado. No entanto, o que se pode dizer com base na experiência
do estágio é que o livro não é utilizado pelo professor, fica como um material de apoio e
consulta dos estudantes para estudar a disciplina.
Ainda sobre a relação com as aulas de física, o gráfico da figura 24 questiona sobre
o que poderia ser melhorado quanto à aprendizagem e a avaliação de física.
Um aluno disse não saber. 21% dos alunos não disseram haver qualquer problema,
alguns deles inclusive elogiaram o professor, e os outros disseram que precisam se esforçar
mais. Já quanto ao restante, 21% disseram que ter mais experimentos ajudaria, 17%
disseram que as aulas poderiam ser mais dinâmicas e ter diferentes atividades, e 12%
Capítulo 5. Contextualização da Classe 26
declararam que o professor devia ter uma melhor didática. Alguns se queixaram também
sobre ter aulas em laboratórios, que a prova poderia ser mais fácil, o professor podia
trabalhar com mais exemplos e interagir mais com a turma. Durante o período do estágio,
no entanto, só pôde ser observada uma boa interação do professor com a turma, de modo
geral.
A questão que originou o gráfico da figura 25 aborda sobre a importância de eventos
de ciências.
Metade dos alunos disseram apenas nunca haver participado, e nada disseram
agrupados como a resposta negativa porque disseram que, apesar de terem, é como se não
o tivessem porque os estudantes não conseguem fazer as reivindicações de pautas de seus
interesses serem ouvidas. Estas queixas também estiveram presentes nos que declararam
que há representatividade, 35% disseram que nem sempre suas demandas são atendidas.
Alguns poucos não especificaram.
E finalmente, a última questão que gerou o gráfico da figura 28 indaga sobre se os
alunos pretendem fazer algum curso superior e qual. Todos os alunos que responderam o
questionário deram a resposta afirmativa, embora nem todos tenham uma decisão bem
definida.
Apesar do curso ser técnico em eletrônica, as engenharias não tiveram grande
predominância, empatando com Direito e Medicina com 21% cada. 17% disseram não
saber, e outros se dividiram em outras profissões. Verifica-se que nenhum deles considerou
Capítulo 5. Contextualização da Classe 28
6 Desenvolvimento do Estágio
1. Pôde-se observar que o professor Jime segue uma estrutura fixa de roteiro para
as aulas, o que além de ter sido exposto por ele próprio, pôde-se verificar pela
realização simultânea do estágio III numa outra turma com o mesmo professor(em
que também eram três horários de aula) e em aulas subsequentes: um horário de
aula, outro de exercícios e correção destes, e um último horário com um pouco
de aula e de exercícios. Esta distribuição traz o benefício de, além de fornecer aos
alunos uma oportunidade durante a própria aula de verificar como trabalhar com as
equações do conteúdo, não permitir uma atenção formal por tempo excessivo. Aulas
teóricas podem ser cansativas e, três aulas seguidas pode ser ainda mais fatigante.
Naturalmente, os alunos já se acostumaram a esse sistema de distribuir as atividades
nos horários, e esperam que isto seja realizado sempre. De certo modo, o próprio
professor se sente confortável com essa rotina de aulas.
2. O professor passa, a cada começo de novo conteúdo, uma lista de exercícios para os
alunos, em que algumas de suas questões serão feitas pelo professor oportunamente
a fim de que a lista completa seja entregue no dia da prova da unidade. No entanto,
a lista não vale pontos e a nota da unidade costuma ser distribuída em avaliações e
num trabalho experimental. As avaliações consistem em grande parte de provas com
questões da lista, em grande parte bem teóricas e que exigem um bom domínio das
equações. As listas são feitas a partir de questões de vestibulares que, por sua vez,
raramente fazem uma contextualização de fato do conteúdo.
Diante destes itens, pode-se concluir que as aulas do professor seguem a visão de ensino
de física focado na resolução de exercícios de modo a preparar os alunos para o vestibular.
Diante disso, frequentemente ficam de fora os aspectos históricos e implicações filosóficas.
O professor não utiliza o ensino por problematização nem busca utilizar a sequência dos
três momentos pedagógicos, ou sequer as sequências de ensino investigativas.
Os questionários passados aos alunos, por sua vez, talvez estejam servindo muito
mais como uma avaliação da vivência do que um diagnóstico da relação destes com a aula
do professor, propriamente dita. Isso se deveu à dificuldade com os horários de aula com
os alunos devido às causalidades que levaram a fazer com que não houvessem aulas e às
avaliações, o que não ofereceu a oportunidade de aplicar o questionário em algum momento
ainda durante o período de observação no estágio. No dia da avaliação, o questionário
foi entregue aos alunos mas, devido a uma falha de comunicação, acabou ficando como
atividade para os alunos levarem para casa. Cientes de que o questionário em nada lhes
acrescentaria em avaliação, a maior parte da turma acabou entregando apenas após a
vivência, depois de muitas cobranças minhas e do professor. Foi preciso utilizar o último
horário da última coparticipação do professor como horário em que os alunos responderiam
os questionários. Portanto, é possível que as aulas de coparticipação e vivência ministradas
possam ter, de alguma maneira, afetado a visão dos alunos sobre a física e, por conseguinte,
as respostas do questionário. Mas, não se pode afirmar com certeza.
Sobre a relação dos alunos com a física, o posicionamento deles durante as aulas a
atividade experimental durante a observação e a coparticipação deixou evidente alguns
pontos à respeito.
1. Devido a possivelmente tudo de física que já terem visto até então estar bem
relacionado à aplicação de fórmulas para resolução de exercícios, que muitas vezes
não tem compromisso com a realidade e tampouco com o que trazem de realidade
disfarçada em si, existe a crença de que a física se resume à uma disciplina de
resolução de exercícios. Portanto, saber matemática seria algo essencial para saber
Capítulo 6. Desenvolvimento do Estágio 31
física e, a relação entre elas se dá, segundo o que alguns declararam nos questionários,
pelo fato de ambas usarem números e serem complementares no sentido de darem
diferentes sentidos aos cálculos que realizam - mas no final, sempre acabam em
cálculos.
Diante disso, a importância da física para alguns residia no simples fato de ser uma matéria
importante no vestibular, o que não era de se esperar muito diferente se o vestibular traz
a física de modo muito operacional e se as aulas ministradas tem o foco no vestibular.
Dado todo este cenário das aulas, a vivência seria uma boa oportunidade de
oferecer algo novo aos alunos com uma atividade diferente. Deliberando sobre o que
poderia ser feito para introduzir o conteúdo de óptica junto com o professor, teríamos
dificulades com atividades experimentais devido a sala ser bem iluminada. Diante das
poucas questões do ENEM e de vestibular acerca de introdução à ótica e da dificuldade de
se criar problematizações com as questões levantadas, optou-se por um ministrar aulas
no estilo do professor, com algumas modificações. O plano de aula da vivência pode ser
conferido nos anexos.
Nestas aulas, no entanto, tentei mostrar uma visão diferente dos conteúdos de
física. Iniciei a introdução à ótica geométrica enumerando algumas perguntas acerca de
fenômenos cotidianos em que princípios de ótica geométrica estão envolvidos, como sobre
o por quê o céu é azul, por quê o pôr do Sol é alaranjado, como acontecem os eclipses, etc.
Isto é, foi feita uma certa problematização inicial acerca de algumas coisas bem conhecidas,
Capítulo 6. Desenvolvimento do Estágio 32
de modo a provocar algum desequilíbrio. Outro ponto utilizado foi que, diferentemente
de utilizar apenas gráficos e figuras estáticas, busquei utilizar gifs sempre que possível.
Apesar das figuras exercerem um bom papel na ilustração, os gifs vão um pouco além no
momento que mostram o objeto de interesse movendo-se, ou o fenômeno acontecendo de
fato.
Conforme ia anunciando os princípios e desenhando no quadro onde a transparência
era projetada conforme fosse conveniente, ia sempre retornando em perguntas anteriores e
questionando aos alunos como podia-se responder aquelas perguntas, agora com o artifício
dos novos conhecimetnos que iam sendo construídos. Isto foi capaz de promover alguns
debates entre os alunos, e eventualmente eles acabavam dando as respostas corretas,
conforme houvessem as mediações das discussões. Portanto, a aula se seguiu não apenas
expondo o que iria ser estudado, mas sempre usando de imediato o que iria ser estudado
para responder perguntas acerca de fenômenos, de modo que fossem estas perguntas que
fossem direcionando a necessidade da introdução de novos conceitos.
Em seguida foram passadas algumas questões para os alunos resolverem, o que
seria outro ponto que foi utilizado para a avaliação da aula da vivência. De acordo a
análise das respostas, as dúvidas que foram surgindo e a mobilização que pôde ser vista
por parte dos alunos, comprova-se que aquela aula teve um impacto positivo para aquela
turma e que, apesar de ainda precisar de melhoras, poderia ser feita em outros contexos
e situações. Nos anexos é possível conferir as atividades que foram aplicadas e, logo em
seguida, algumas fotografias de respostas que os alunos deram, conforme autorizado por
estes. Foi extremamente satisfatório o empenho dado à atividade, alguns desenvolveram
desenhos relativamente complexos para ilustrar o que foi pedido.
33
7 Considerações Finais
ANEXO A – Questionário
ANEXO A. Questionário 36
B.1 Observação
Diário de Bordo: dia 24/07
Neste dia, o professor introduziu o conteúdo de termodinâmica, fazendo uma aula
expositiva com os alunos. Ao entrar na turma, antes do professor Jime chegar, prontamente
um dos alunos perguntou-me se eu era estagiário. Logo depois de ter chegado, poucos
alunos faltavam para completar a turma. O professor anunciou que a aula seria sobre
a Primeira Lei da termodinâmica e me apresentou à turma logo em seguida. A maioria
ficou impressionada, me parabenizando e fazendo as brincadeiras usuais. Logo depois, o
professor iniciou a aula.
A aula foi uma aula expositiva em que o professor iniciou lembrando algumas
propriedades de gases ideais. Começou então a falar de alguns processos que os gases
podem sofrer, e para isso usou uma simulação do phet, sobre expansão e compressão
de gases confinados. Mostrou e explicou os processos termodinâmicos possíveis de ali
acontecer, enquanto os enumerava. Falou sobre o que acontece com a pressão, trabalho e
calor do sistema. Então, aplicou dois exercícios cujos enunciados estavam nos slides, para
os alunos responderem. Os exercícios consistiam de perguntas de vestibular para calcular o
valor das variáveis envolvidas em processos termodinâmicos. O segundo dele, em específico,
pedia para calcular o trabalho realizado pelo gás, mostrando um gráfico PV ao lado.
A turma tem por volta de uns trinta à quarenta alunos, que gostam de conversar
mas, interagem com as aulas e respeitam o professor Jime quando pede silêncio. O próprio
parece ter uma relação muito boa com a turma, ele se preocupa com o fato dos alunos
estarem conseguindo acompanhar ou não, busca observar os que estão conseguindo resolver
os exercícios, e quanto aos que não, questiona e investiga.
E para estes exercícios, os alunos sentiram bastante dificuldade para fazer os
cálculos, especialmente os da segunda questão. Apesar de o trabalho ser dado como a
área do trapézio descrito na figura, vários alunos tiveram problemas para descobrir isto
e, principalmente, poucos conseguiram identificar que nos eixos, os valores de pressão e
volumes haveriam de ser multiplicados por certo fator de grandeza, motivo pelo qual vários
alunos procuraram o professor diversas vezes. Um deles, inclusive, veio perguntar-me a
resposta da questão, mas o professor me pediu que não desse à ele a resposta, pois, segundo
ele, o aluno tinha preguiça de pensar sozinho.
Acabou que, ao corrigir foi que muitos alunos tiraram a dúvida, e em seguida,
houve o intervalo. No retorno do intervalo, o professor continuou o conteúdo expondo um
conceito de energia interna e a primeira lei da termodinâmica. Logo em seguida, aplicou
ANEXO B. Diários de Bordo 43
novo exercício e desta vez, os alunos não tiveram muitas dificuldades para aplicar a fórmula,
precisando apenas discutir entre si os sinais das grandezas envolvidas. Foi possível notar
que, após o intervalo, os alunos se mostraram bem mais agitados e, o professor precisou
de alguma paciência para conseguir conduzir as atividades. Mas, nada que atrapalhasse
muito o andamento e, inclusive, a aula acabou terminando dez minutos mais cedo do que
o planejado.
O livro utilizado é o Física, da Beatriz Alvarenga. Os alunos nutrem um carinho
muito grande pelo professor, apesar de julgarem que as provas dele e a matéria são muito
difíceis. Em alguns momentos, até queixam-se das dificuldades.
Diário de Bordo 01/08/18
Neste dia, não houve observação, devido ao professor ter realizado uma avaliação
com os alunos dos conteúdos já trabalhados na unidade. A avaliação foi a final da unidade,
mas ainda há de ser realizada uma atividade experimental com os alunos na semana do
dia 17/08, que será avaliada e cuja nota será associada a esta unidade como atividade de
ponto extra. No entanto, na próxima aula já haverão de iniciar os conteúdos da próxima
unidade.
Análise da prova: por fazer! Ainda não tive acesso à avaliação. O professor esqueceu
de me enviar o arquivo da prova. Pelo que verifiquei ao observar a de alguns alunos, a
primeira questão exigia um complicado nível de abstração do fenômeno, enquanto as outras
consistiam de aplicação de fórmula.
Mas, pelo que as notas que foram sendo ditas indicam, a maior parte da sala não
foi bem na prova, fazendo com que a maioria desses alunos ficassem com notas abaixo da
média. Alguns alunos questionaram isso para o professor, mas este afirmou ter colocado
questões de uma lista de exercícios que ele havia aplicado anteriormente, na sala e, portanto,
não haveriam motivos para a dificuldade.
Diário de Bordo 08/08/18
Neste dia, o professor não deu aulas. No entanto, passou uma lista de exercícios
a ser respondida pelos alunos enquanto o professor fazia o cálculo da nota da unidade e
entregava as avaliações aos alunos. A lista de exercícios possui 22 questões que são, em
sua totalidade, questões de vestibulares do assunto de termodinâmica, algumas inclusive
sobre pontos que ainda não foram abordados pelo professor em sala. Quando questionado
sobre, o professor disse que a lista deverá ir sendo respondida à medida que as aulas do
assunto ocorrerem. Considero que as questões são de nível médio de dificuldade, com
algumas de dificuldade elevada, e poucas delas são questões conceituais – as que são,
consistem de interpretação de gráfico. Poucas delas possuíam contextualização e tratam
de fenômenos distantes do cotidiano, em sua maioria, consistindo em grande parte de
aplicação de fórmulas e cálculos. Pessoalmente, teria feito uma lista de exercícios ao menos
com um número maior de questões conceituais e com menos cálculos que, com frequência,
pouco adicionam à apropriação do conhecimento do conteúdo.
ANEXO B. Diários de Bordo 44
Um dos alunos colocou a carteira ao lado da minha e pediu a minha ajuda para
resolver a lista de exercícios. E assim o fiz, buscando, contudo, não dar a ele as respostas,
mas tentando dizer apenas em quais pontos ele estava errando ou o que estava acontecendo
fisicamente, quando ele não compreendia. Mas, o aluno apresentou bom desenvolvimento,
depois de começar a compreender o teor das questões. Depois de começarmos a debater as
questões, outros alunos começaram a me procurar para tirar dúvidas também, além do
professor.
B.2 Coparticipação
Diário de Bordo 18/08/18
Não houveram aulas na terça-feira desta semana, devido ao falecimento de um
membro da instituição. No entanto, já havia sido marcado com os alunos uma atividade
de coparticipação no sábado pela manhã que consiste de realização de dois experimentos e
gravação deles em vídeo como atividade avaliativa da segunda unidade.
Então, no referido dia pela manhã, compareci ao IFBA com os alunos. Finalmente,
depois de algum tempo de espera pelo professor decidir o melhor ambiente para a realização
do experimento como o pátio que também serve de refeitório do colégio, nos dirigimos a
este local. O professor propôs os mesmos experimentos para as duas turmas de segundo
ano em que dá aulas, do curso de eletrônica, que é o que acompanho neste estágio, e
também do curso de eletromecânica. O professor conseguiu manter o mesmo ritmo com as
duas turmas e, assim, ambas as turmas vieram no sábado para a realização e gravação do
experimento.
Os dois experimentos propostos, decididos conjuntamente com o professor foram a
máquina de Heron e o efeito da pressão atmosférica num recipiente. Os alunos ficaram
livres para decidir o arranjo experimental que achassem mais apropriado, de acordo a
recomendação de procurarem vídeos na rede que abordassem a realização de tais experi-
mentos, para que trouxessem os materiais a fim de realizar o experimento no IFBA, com o
professor. O segundo ano de eletromecânica dividiu-se em seis grupos de mais ou menos
quatro pessoas.
Houve uma quantia considerável de alunos que faltaram, desfalcando a maioria
dos grupos em um ou dois membros. Um dos grupos de alunos veio sem material para
a realização dos experimentos, providenciando no próprio dia com itens cedidos pelos
outros grupos e compras dos materiais nos supermercados. Os outros trouxeram os itens,
havendo certa similaridade entre os arranjos experimentais para a máquina de Heron,
principalmente.
A maioria dos grupos fizeram a máquina de Heron usando latas de alumínio como
as de refrigerante ou cerveja, outro fez usando uma lata pequena. Um grupo fez com o tubo
ANEXO B. Diários de Bordo 45
de uma lâmpada incandescente. Três dos grupos montaram estruturas para o experimento,
enquanto os outros permaneceram segurando os barbantes que seguravam as latas com a
mão mesmo.
O experimento do efeito da pressão atmosférica num recipiente gerou certa difi-
culdade pois os alunos não estavam conseguindo reproduzi-lo com água quente e fria,
tampouco com a combustão de álcool. Verificou-se que o teor de álcool era muito baixo
(40%) para a realização do experimento, sequer conseguia-se queimá-lo. Um dos alunos
trouxe álcool de 70% que já podia ser queimado, e permitia a realização do experimento,
porém, o efeito era pouco perceptível. Um dos alunos foi comprar um álcool de 96% no
supermercado e aí, enfim os grupos conseguiram realizar o experimento. Três fizeram com
latas de refrigerante, um fez com uma garrafa PET, outro com uma garrafa que lembra
uma garrafa de iogurte enquanto um deles fez com um galão de água mineral. Todos os
grupos presentes eventualmente conseguiram realizar os experimentos.
Os alunos de modo geral se mobilizaram para realizar os experimentos, havendo
apenas um grupo que ficou bom tempo apenas questionando para o professor a necessidade
da realização do experimento, e não se moveu muito. A maioria dos grupos já havia termi-
nado a atividade antes das 12 horas, mas dois só terminaram às 14 horas, incluindo este
dos alunos que só ficaram reclamando. Disseram para o professor que odiavam física e que
não viam a necessidade de fazer aquilo, mas depois que conseguiram fazer o experimento da
máquina de Heron funcionar, ficaram impressionados e se retrataram dizendo que a “física
é legal”, nessas horas. Parece-me que esses alunos só haviam afirmado não gostar de física
por conta da dificuldade deles em realizarem o experimento. Depois que o experimento deu
certo, eles voltaram atrás em suas posições. Provavelmente podemos estender, sem exagero,
que a maioria dos alunos não se identifica muito com a física porque não a compreendem.
A postura do professor foi a de orientador e de tirar as dúvidas quanto as explicações
dos fenômenos, além de supervisionar, intervindo na construção ou ajudando a construir
apenas em casos em que os alunos não estivessem realmente conseguindo, o que ele também
me instruiu a fazer. Apesar da experiência ter lhe testado a paciência consideravelmente,
o professor se mostrou bem equilibrado e compreensivo com os alunos. Com frequência
alguns alunos também me procuraram, e sempre perguntavam a opinião, ou quanto a se
eles estavam fazendo corretamente.
Considero que a atividade foi muito boa, pois ficou evidente a mobilização dos
alunos e o entusiasmo deles com o funcionamento dos experimentos, em especial o que
demonstrava o efeito da pressão atmosférica nos corpos. Como o professor Jime não
aborda em sua aula uma grande quantidade de exemplos contextualizados, os alunos com
frequência se vêem distantes dos conteúdos de física. As atividades experimentais, assim,
tiveram um feedback bem positivo dos estudantes. Pessoalmente, proporia que fossem
feitas mais atividades experimentais com os alunos, já que o professor gosta de realizar
experimentos mas não faz uma abordagem em sala de aula que aproxime o conteúdo da
ANEXO B. Diários de Bordo 46
• A explicação física tem alguns pontos questionáveis, mas nenhum erro grosseiro.
• Criatividade pelo uso do quadro e do jaleco, postura didática com breve abordagem
histórica.
Nota: 9/10
Grupo: Antônio Gonçalves, Fellipe Pacífico Carvalho, Gabriel Santos, Geovanny
Brito Franco, Manoel Mazinho, Marciel Maurício, Ian Santos.
Nota: 9/10
Grupo: Alexandre Oliveira, Brisa de Deus, João Victor Tigre, Maria Clara Leal,
Maria Clara Ferraz, Rafael dos Anjos.
Nota: 7/10
Grupo: Anna Júlia, Cecília Batista, Cissa Nunes, Íris Silva, Lays Almeida, Rebeca
Freitas.
• Excelente edição de vídeo, com ótima descrição da física e do contexto histórico dos
experimentos.
Nota: 9/10
Obs: Foi esse o grupo das meninas que ficou até 14:00 da tarde? Se for esse o caso,
acho que seria justo diminuir um pouco a nota pelo conceito.
Grupo: (não especificado)
Nota: 9/10
Grupo: (não especificado)
• Explicação dos fenômenos envolvidos com alguns pontos questionáveis, mas nenhum
erro grosseiro.
Nota: 7/10.
B.3 Vivência
Diário da Vivência Escolar 18/09/2018
A aula da vivência foi sobre ótica geométrica, conforme apresentado previamente
no plano de vivência. Cheguei cerca de 5 minutos após o horário, o que favoreceu pelo
fato dos alunos estarem em aula. Enquanto eu ligava o notebook, o professor Jime falou à
turma que eu ministraria essa aula como parte do estágio e pediu a colaboração de todos,
pois não permitiria uma atitude da turma comigo diferente do que tinham com ele. Um
grande suporte, que foi essencial para o andamento das atividades.
A aula começou com o slide que pode ser encontrado nos anexos, seguindo a didática
(ou ausência dela) de uma aula tradicional. No entanto, consegui alguma mobilização
dos alunos, possivelmente por conta da escola ser melhor do que muitas outras de ensino
público, seja em estrutura física ou em outros aspectos. A exposição iniciou com a seguinte
frase:
- Estudaremos como a luz se comporta, e como ela pode explicar diversos fenômenos
físicos, tais como...
E aqui comecei a falar sobre alguns fenômenos que podem ser explicados pelo
estudo do comportamento da luz de modo geral.
- por quê o céu é azul? Provavelmente você já se fez essa pergunta principalmente
se, assim como eu, for maravilhado com as paisagens que o céu nos dá diariamente. [...] -
Aqui um dos alunos se pronunciou dizendo que a luz do Sol ilumina a atmosfera da Terra,
e essa atmosfera é azul, por isso o céu é azul. Expus que era uma boa explicação mas, que
veríamos a causa mais específica disso posteriormente.
- [...] ou por quê o pôr do Sol é alaranjado, inspiração dos poetas? [...] - Aqui
perguntei ao aluno anterior qual poderia ser a explicação, se considerássemos a hipótese
anterior dele. E então ele não soube, o que gerou um pequeno debate de alguns alunos
sobre isso, mas disse que seria explicado posteriormente.
- [...] Como acontecem os eclipses? [...] - Alguém prontamente disse que é porque a
lua passa na frente da Terra, o que está correto, de certo modo. Não desenvolvi o debate
por conta de ter em mente discutir sobre os eclipses mais à frente, depois de apresentar a
noção de raios de luz.
- [...] O que são as miragens? [...] - Aqui nada foi respondido, assim como nos itens
subsequentes.
- [...] Como funciona a fibra óptica? [...]
- [...] Como funcionam os óculos? [...] - A imagem da Nazaré nesse slide deu uma
breve descontração dos alunos.
ANEXO B. Diários de Bordo 49
seja forte o bastante para que nem a luz possa escapar dele, e por isso, seja um objeto
que não é fonte de luz nem reflete a luz nele incidente. Por isso, não pode ser visto. Ele
perguntou então como é que se poderia dizer que existe algo invisível. Alguns colegas
fizeram piada falando sobre que também era assim com o ar. E então, expliquei algumas
técnicas utilizadas para detectar buracos negros, ao que ele assentiu, e expus que no caso
dos gases como o ar, as partículas estão espalhadas demais para que a reflexão gere uma
imagem do todo.
Um dos alunos perguntou também o que era refração, o que expliquei. Depois
de mais algum tempo de alguns questionamentos continuamos a exposição, mostrando
imagens de eclipses na região de umbra e de penumbra, abordando também o eclipse
lunar, questionando porque o eclipse lunar era mais comum que o solar – ao que um aluno
respondeu que isso se dá por conta da umbra da Terra ser muito maior do que a umbra da
Lua.
A exposição seguinte abordava os tipos de feixes de luz – paralelo, divergente e
convergente – para construir a afirmação de que os raios de luz vindos do Sol podiam ser
sempre considerados como um feixe de raios paralelos. Alguns alunos desacreditaram, de
modo que eu desenhei no quadro a fim de ilustrar melhor até, pelo que me pareceu, tê-los
convencido de alguma maneira. E aqui a aula foi interrompida devido a ser o horário do
intervalo. E assim, os alunos foram.
No retorno do intervalo, não tive dificuldades para continuar a exposição, falando
sobre a velocidade da luz. Fiz um breve panorama histórico sobre os experimentos feitos
por vários pensadores para medir a velocidade da luz como Galileu, Fizeau até culminar no
do Michelson que a mediu com grande precisão. Percebi que os alunos não se pronunciaram
muito durante estas abordagens experimentais, até que o slide seguinte mostrava um trecho
de um episódio da animação “Os Cavaleiros do Zodíaco” em que um dos personagens
explicava sobre a velocidade da luz ao protagonista da série.
Assim, tivemos o valor mais aproximado e o slide seguinte trazia algumas imagens
com a frase “E isso é muito pouco para viajar pelo universo!”, em que eu expunha sobre
a unidade anos-luz e apresentei algumas distâncias como a distância até a estrela mais
próxima, o tamanho da nossa galáxia e etc, ao que os alunos fizeram algumas perguntas.
Uma delas foi sobre uma imagem da via-láctea no slide, quanto ao o que havia havia no
centro da galáxia. Disse eu que a hipótese mais aceita era de que se trata de “uma região
com uma quantidade enorme de estrelas circundando um gigantesco buraco negro”. E então
ela perguntou porque não se via o ponto preto do buraco negro na foto, ao que eu afirmei
ser por conta de ali terem tantas estrelas que o seu brilho se sobrepõe numa imagem vista
de longe. Se a imagem mostrasse o centro em específico, provavelmente a região escura do
buraco negro seria visível. Depois de mais alguns pontos de questionamentos, distribuí a
atividade também contida nos anexos.
A atividade consiste de pedir para que os alunos façam alguns desenhos ilustrando
ANEXO B. Diários de Bordo 51
os conceitos estudados e pensem sobre a formação de imagens pelos raios de luz e sombras,
com uma questão final com alguns cálculos sobre anos-luz. E isso tomou o resto dos
horários seguintes, assim como a correção da última questão. De modo geral, os alunos
conseguiram fazer, constantemente chamando para tirar alguma dúvida, confirmar alguma
hipótese ou mostrar se o desenho estava bom. Muitos ficaram bem relutantes com os
desenhos, sempre perguntando para ver se eu aceitaria os desenhos como estavam, ou se
eles estavam corretos, mas busquei deixá-los o mais livres possível com isso, desde que
atendessem o propósito da atividade.
Pude comentar com o professor Jime alguns pontos depois de terminarmos as
atividades – ele ficou na sala durante essa segunda aula e a terceira.
Um deles foi que todos os alunos fizeram a atividade e estavam se mobilizando com
os colegas, perguntando e debatendo os conceitos e sobre como deviam fazer os desenhos,
mesmo alunos que em aulas anteriores vimos que não faziam atividade alguma ou só
reclamavam dizendo que física é muito chato. A primeira à terminar foi, inclusive uma
aluna que reclamava muito das aulas de física e que reclamou bastante durante a atividade
experimental de termodinâmica. O professor disse que viu um dos alunos que se senta na
frente, mas que nunca faz nenhuma das atividades nem conversa com os colegas, fazendo
a atividade e perguntando a quem estava ao lado sobre, o que era algo inusitado.
Outro ponto é que ele disse ter gostado bastante da aula e que aquele foi um bom
material para se tratar com os alunos. Como o professor também dá aulas em outra turma
de segundo ano, ele havia sugerido previamente que eu desse a ele o material para que
ele desse a mesma aula para a outra turma, cujas aulas ocorrem no horário anterior. E
contou que foi uma aula bem lúdica, e que os alunos gostaram bastante também. Mas me
alertou quanto ao fato de que eu provavelmente gastei muito tempo criando aquele slide e
baixando todo aquele material, talvez mais do que o necessário, e assim disse que seria
bom eu ter mais cuidado para não perder muito tempo com isso. Eu concordo, pois de
fato foi preciso mais de um dia inteiro para fazê-lo.
De certo modo, tive grande satisfação durante toda a aula, pude conduzir bem as
atividades, percebi que os alunos estavam se envolvendo com o conteúdo e com a aula,
inclusive eles mesmos pedindo silêncio aos colegas quando estes começavam a conversar
demais. E conforme vi com o professor, consegui fazer demostrar interesse mesmo alguns
alunos que não se interessavam muito pelas aulas usuais. Infelizmente, acredito que o
sucesso se deveu por conta das condições “ideais” em que se realizou a aula, o recurso do
projetor se faria ausente em algumas outras escolas por exemplo, e talvez tivesse lidar com
uma bagunça muito grande dos alunos e desinteresse massivo. No entanto, fiquei muito
contente pelo progresso da atividade e concluí que eu posso tentar fazer mais aulas como
esta futuramente, que se tudo der certo, vou conseguir fazer ao menos um dos alunos se
interessar pelo conteúdo.
ANEXO B. Diários de Bordo 52
na maior parte vezes, difusa de uma luz. Isso abriu questionamento acerca das cores dos
objetos.
Para explicar sobre as cores, falei sobre a luz do Sol e o fato de ser branca, o modo
como a luz branca representava uma desconstrução da luz em diversas faixas de cores,
usando um vídeo do experimento do disco de Newton que mostrava como as sete cores se
misturavam na cor branca, quando em alta rotação. Esta parte provocou muitas perguntas
dos alunos e bons diálogos, longos demais para uma memória registrar para reproduzir,
mas apesar de alguns duvidarem fortemente, outros pareciam já ter essa noção prévia e
auxiliavam neste debate.
E dali foi possível descrever as duas leis da reflexão, uma vez imaginando os raios
de luz tocando numa superfície. Houve o intervalo e em seguida, foi aplicada uma atividade
envolvendo aquela parte do conteúdo.
Uma das questões que gerou muitas controvérsias foi sobre a incidência de luzes
de diferentes cores num objeto. Alguns alunos não se convenceram de que, ao iluminar
um objeto azul com luz vermelha, o objeto não haveria de refletir a luz. Mas, apesar de
tudo, mais uma vez os alunos se envolveram e se apropriaram do conteúdo, sentindo certa
liberdade para fazer questionamentos que não estavam presentes com frequência nas aulas
do professor Jime. E então terminou a coparticipação.
54
• Escola: IFBA
• Semestre: 3o
• Disciplina: Física
Plano de aula
riormente, investigado pelo físico inglês John Tyndall. Este efeito é o que torna possível,
por exemplo, observar as partículas de poeira suspensas no ar por meio de uma réstia de
luz, observar gotículas de água que formam a neblina por meio do farol do carro ou, ainda,
observar o feixe luminoso de uma lanterna por meio de um recipiente contendo gelatina.
REIS, M. Completamente Química: Físico-Química. São Paulo: FTD, 2001 (adap-
tado).
Ao passar por um meio contendo partículas dispersas, um feixe de luz sofre o efeito
Tyndall devido
a) à absorção do feixe de luz por este meio.
b) à interferência do feixe de luz neste meio.
c) à transmissão do feixe de luz neste meio.
d) à polarização do feixe de luz por este meio.
e) ao espalhamento do feixe de luz neste meio.
No entanto, para os alunos serão retiradas as alternativas, ou substituídas por
outras, uma vez que algumas delas exigem o conhecimento de todo o conteúdo.
Espera-se que a questão possa ser discutida a fim de que as conclusões sejam:
- Apesar de se espalhar em todas as direções, de algum modo a luz se propaga com
feixes paralelos.
- A luz permite visualizar os objetos suspensos por conta da sua dispersão neles.
Que são conclusões a se anotar também. Cabe então aqui uma abordar um pouco
a ideia de raios de luz, essencial para a ótica geométrica.
Para começar, pode ser feita a experiência das imagens recortadas e as sombras
delas no próprio projetor: um círculo pequeno, um grande e um quadrado grande e um
pequeno de borracha. Questiona-se aos alunos o que pode ser feito a fim de que cada par
de objetos tenha a mesma sombra. Quando resolverem, depois questiona-se como fazer
com que todos tenham a mesma sombra.
Por fim da abordagem teórica na primeira aula, questiona-se como as conclusões
do experimento e do debate das questões permitem explicar os eclipses. Com o auxílio de
algumas imagens no projetor, buscaremos construir a explicação do que acontece, até que
possamos enumerar o seguinte item.
- Os raios de luz do Sol, dada a distância a que se encontra da Terra, podem ser
considerados como um feixe de raios paralelos.
- Os raios de luz são independentes, e o seu cruzamento não os afeta.
Caso haja problemas com a última conclusão, pode-se utilizar lanternas de celular
para explicar o efeito.
Espera-se que aqui já estejamos no final da 1a aula ou no começo da 2a . Caso a
discussão não tenha sido bem desenvolvida, propõe-se continuar a abordagem teórica. Caso
contrário, sugere-se que, a fim de fazer os alunos respirarem um pouco, propõe-se três
ou quatro questões que possam ser respondidas pelos alunos utilizando os conhecimentos
ANEXO D. Plano de Aula da Vivência 65
desenvolvidos. Neste cenário, toma-se a 2a aula com a proposição e correção dos exercícios.
Para a 3a aula, ou no caso anterior, a abordagem teórica continua com o uso do
espelho. Depois de recapitular o que foi visto anteriormente, questiona-se aos alunos como
funciona o espelho, fazendo uso do próprio projetor para direcionar a imagem a um ponto
diferente da sala. Mais especificamente, como ele reflete a imagem, sobre o ângulo.
De modo não muito difícil pode ser possível concluir que funciona com algum
material que tem uma grande capacidade de refletir os raios de luz nele incidentes e, sobre
a angulação em si, daí é possível deduzir as leis da reflexão, que há de serem anunciadas
no quadro.
Pode-se aproveitar para diferenciar a reflexão especular da difusa, dialogando com
as duas questões do ENEM propostas.
Então, há de se propôr exercícios(com correções) e discutir aplicações das leis da
reflexão, até o final da aula.
Indicadores de êxito/Avaliação:
Verificar se os alunos conseguem resolver as questões propostas a partir da constru-
ção dos conhecimentos;
Verificar se os alunos conseguem resolver os exercícios propostos como atividade.
Referências:
MÁXIMO, A. ALVARENGA, B. Curso de física. Vol. 2. 5. ed. 2005.
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ANEXO E – Atividades