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O nosso sangue é formado de células vermelhas chamadas

hemácias. As hemácias são células redondas repletas de um


pigmento chamado hemoglobina, que dá a cor vermelha ao
sangue. Essa hemoglobina chama-se A, de adulto. A hemoglobina e
o ferro têm uma função muito importante, pois são responsáveis
por levar o oxigênio do pulmão para todo o corpo, para que os
demais órgãos funcionem bem.

Você já deve ter ouvido falar em anemia, não é? Pois bem.


A anemia é a diminuição da hemoglobina no sangue. Na maioria
das vezes, essa diminuição ocorre por falta de ferro no e, como
consequência, os órgãos não recebem a quantidade suficiente de
oxigênio e tem dificuldades para desempenhar bem suas funções. É
por isso que, se uma pessoa tem uma alimentação inadequada ou
adquire verminose ou perde sangue por doença, ela pode ter
anemia por falta de ferro.

Mas existe outro tipo de anemia, com nome de Anemia


Falciforme. É uma anemia que acontece porque algumas pessoas
não têm a hemoglobina A e, no seu lugar, produzem outra
hemoglobina diferente daquela, chamada hemoglobina S. Nessas

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pessoas, as hemácias, em vez de redondas, tomam a forma de
meia lua ou foice, daí o nome falciforme, anemia constante
que mesmo com a suplementação alimentar com ferro, não se
corrige.

Há muitos anos, na África, uma grande quantidade de


pessoas morria por contrair a malária. Algumas, por outro lado,
sobreviviam à doença, por possuírem uma mutação em seus DNA’s
e produzirem a hemoglobina S, no entanto, transmitiam aos seus
descendentes a mesma alteração genética causadora das Doenças
O problema é que a hemoglobina S não exerce a função de
Falciformes. Ocorre que, entre os anos 1600 e 1900, com o tráfico
oxigenar o corpo de forma satisfatória, uma vez que estas hemácias
alteradas não conseguem se movimentar normalmente pelas veias de pessoas africanas que foram escravizadas e trazidas para as
Américas, o gene que causa a doença falciforme foi disseminado,
e outros vasos sanguíneos mais finos, causando entupimento e
especialmente no Brasil. Na Bahia, em particular, devido ao índice
obstrução dos vasos. Assim, como consequência, muitos órgãos
elevado do tráfico negreiro e, tempos depois, em razão da
acabam comprometidos por falta de gases, como o oxigênio, e de
miscigenação racial, é alta a incidência da mutação genética que
nutrientes presentes no sangue.
produz a hemoglobina S.

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Como se adquire a doença?

Todas as características do nosso corpo são determinadas


por informações genéticas que recebemos ou herdamos 50% do pai
e 50% da mãe, na forma de genes. Assim, se uma pessoa herdar
do pai o gene que dará origem à hemoglobina S e da mãe o mesmo
tipo de gene, o indivíduo terá a mutação genética e, como
resultado, terá a Anemia Falciforme. Portanto, a doença é
hereditária, adquirida dos pais.

Agora, se a pessoa herdar apenas um gene mutante de um 6


dos pais, ela terá o traço falciforme, ou seja, será portadora da
5 mutação, porém não terá a doença. Entretanto, tal pessoa terá
50% de chances de transmitir esta alteração genética para os seus
descendentes e, por isso, também precisa ser orientada por um
profissional de saúde.
Caso o(a) portador(a) do traço falciforme encontre um(a)
parceiro(a) que também o possua, existe a probabilidade de 25%, a
cada gestação, de terem filhos com a Anemia Falciforme.

Algumas pessoas que vivem com Doença Falciforme


apresentam sintomas clínicos relativamente leves, necessitando
de poucas intervenções médicas: fazem transfusões sanguíneas
com frequência diminuída, apresentam ao longo da vida poucos
episódios de dor e, portanto, têm boa qualidade de vida!

Porém, outros portadores da Doença Falciforme, mesmo


com acompanhamento médico adequado, apresentam sintomas
muito fortes da doença, como: crises dolorosas, infecções
recorrentes, aumento do abdome associado à palidez e seguido de
crises intensas de anemia que precisam de transfusões sanguíneas,
úlceras, Acidente Vascular Encefálico, icterícia, Síndrome Torácica
Aguda e anemia.

O que sente uma pessoa com anemia


falciforme?
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Quais os cuidados necessários para uma
pessoa com Anemia Falciforme?

Aconselhamento Genético

Quando feita a triagem neonatal ou “Teste do


O aconselhamento genético é muito importante, uma vez Pezinho”, entre o terceiro e o quinto dia de vida, com a
que é um processo pelo qual mães, gestantes, pais e familiares, confirmação diagnóstica para Anemia Falciforme após o sexto mês,
preocupados com a possibilidade de ocorrência de uma doença o bebê deverá ter acompanhamento adequado por uma equipe
genética, como a anemia falciforme, na sua família, serão multidisciplinar composta por geneticistas, hematologistas,
informados sobre a probabilidade ou o risco de desenvolver essa dentistas, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos e
doença ou seus filhos e netos. outros profissionais de especialidades diferentes, se necessário,
para orientar a família e os cuidadores sobre a prevenção das
Você poderá tirar todas as suas dúvidas ! crises, autocuidado e a necessidade do manejo clínico adequado
pelos profissionais que o(a) acompanham.
É muito importante a participação dos familiares nas
consultas de pré-natal ou aconselhamento genético, “E, caso a pessoa não tenha sido submetida ao ‘Teste do
principalmente o pai da criança. Conhecer a doença e todos Pezinho”, deverá ser feito o exame para determinação do perfil de
os aspectos que a envolvem, como prevenir complicações e hemoglobinas ou outro procedimento específico para o diagnóstico.
reduzir os desconfortos, vão ajudar a pessoa com a doença
a viver melhor. Para isso, é necessária a participação de Importante: quanto mais cedo o diagnóstico, melhor a qualidade
todos que convivem com ela. 11 e o tempo de vida dessas pessoas!

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seguida por trabalho de parto e parto. O desenvolvimento do bebê
E quanto às gestantes com Anemia
é assegurado pelos nutrientes maternos liberados pela placenta. A
Falciforme? quantidade de nutriente, recebido pelo bebê, depende do fluxo de
sangue que vai até ele. A placenta de pacientes com anemia
falciforme é diferente no seu tamanho, localização e aderência à
parede do útero. O tamanho pode estar diminuído devido à redução
A gestação na Doença Falciforme está associada com um do fluxo sanguíneo causado pela obstrução dos vasos que levam os
aumento de complicações para mãe e feto. A gravidez pode agravar nutrientes para o bebê, por conta das células em forma de foice.
a doença com piora da anemia e aumento da frequência e
gravidade das crises de dores fortes, antes e após o parto, e A lesão da placenta pelas hemácias em forma de foice pode
infecções do trato urinário, complicações pulmonares, anemia, pré- ser uma das causas da maior incidência de aborto e de retardo de
eclâmpsia e até óbito. Assim, a doença poderá interferir na crescimento intrauterino. Outros fatores, como, o descolamento
evolução normal da gestação. Nas complicações fetais, observam-se prematuro da placenta, a gestação múltipla, o consumo de álcool e
partos prematuros, restrição do crescimento do feto, sofrimento drogas, o tabagismo, o estado nutricional materno antes da
fetal durante o trabalho de parto, além de elevação da taxa de gravidez e o ganho de peso durante a gravidez também influenciam
mortalidade antes do nascimento. o crescimento do bebê.

Durante a gravidez, as crises dolorosas podem se tornar


mais frequentes. A anemia pode piorar devido às perdas de sangue,
13 há maior chance da ocorrência de infecção ou inflamação,
deficiência de ferro, entre outros. As infecções ocorrem em
aproximadamente 50% das grávidas com doença falciforme. Os
locais mais acometidos são o trato urinário e o sistema respiratório.
Quais são as complicações da Anemia Muitas pacientes com infecção urinária assintomática, no início da
Falciforme na gestação? gravidez, tornam-se sintomáticas se não tratadas.

A incidência de prematuridade e baixo peso entre recém-


12 nascidos de mães com infecções urinárias não tratadas é maior.
Esta e outras intercorrências infecciosas devem ser identificadas e
A gravidez é uma situação
tratadas adequadamente para prevenir risco materno e fetal.
potencialmente grave para as pacientes
com doença falciforme, assim como para o
feto e para o recém-nascido. Uma gravidez
bem-sucedida depende do crescimento do O que a gestante precisa saber?
feto num ambiente intrauterino saudável,
A gestante deve conversar ✓ Além disto, a gestante deverá estar atenta aos sinais
com o profissional de saúde sobre precoces de infecção, procurando atendimento médico
suas expectativas, medos e rapidamente tão logo apareçam sinais sugestivos de
inseguranças, cabendo a ele intercorrências infecciosas e clínicas.
prepará-la para o parto natural sem O resultado é gestante sem infecção e sem intercorrências.
dor, assim como para a amamentação, mediante técnicas de
relaxamento muscular e de enfrentamento de estresse, o que
aumentará a confiança da grávida no parto natural, além de Contracepção: A doença falciforme não é contraindicação para
exercícios de flexibilidade e força muscular, muito importantes na gravidez. As pacientes que desejarem utilizar métodos de
hora do parto. contracepção devem ser orientadas pelo profissional de saúde
É importante, também, a adesão ao acompanhamento pré- capacitado. Você pode procurar o serviço de Planejamento
natal com obstetra, hematologista e hemoterapeuta, o que Familiar na sua unidade de saúde.
permitirá maior qualidade na assistência à saúde e promoverá
redução de intercorrências que podem inviabilizar a gestação.

Além disso, considerando que a Doença Falciforme associada à E quando o bebê nascer ?
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gestação pode tornar a mulher mais intolerante às atividades 15
O recém-nascido de mãe com anemia falciforme poderá
diárias, sejam profissionais ou domésticas, podem ser listadas
nascer com traço ou doença, em ambos os casos, não
algumas estratégias a serem adotadas pela gestante para minimizar
necessitará de cuidados específicos na sala de parto, pois
esta intolerância, como:
nascerá com alto nível de uma proteína, a hemoglobina fetal,
✓ Priorizar as atividades do dia, realizando pausas no trabalho que o protegerá das manifestações das doenças, só a partir do
para descanso e de forma que respeite o seu próprio ritmo. terceiro ou quarto mês, quando os níveis dessa proteína
✓ Com relação aos trabalhos domésticos, a gestante poderá começarem a cair, é que poderá começar a surgir a
conversar com o restante da família (marido, companheiro, manifestação da doença. Como todos os recém-nascidos, estes
filhos, etc.) sobre a importância da cooperação nas deverão fazer o teste do pezinho. O nascido com traço não
atividades diárias, desonerando-a e permitindo que ela se precisará de atenção especializada, pois não possui a doença. O
adapte ao ritmo de atividades que obedeça seus limites. recém-nascido com a doença deverá ser encaminhado para o
✓ Realizar uma alimentação adequada do ponto de vista serviço de referência para iniciar os cuidados de atenção
qualitativo e quantitativo e de regularidade de refeições. integral.
✓ Buscar a hidratação e a higiene íntima como formas de
diminuir as infecções urinárias assintomáticas, muitas vezes
existente nestas pessoas.
Referências:
Doença Falciforme: o papel da escola/Secretaria da Educação do
Estado da Bahia, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. –
Salvador; Cruz das Almas: SEC/UFRB, 2017.
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São Paulo (Estado) Secretaria da Saúde. Linha de cuidado gestante
e puérpera: manual técnico do pré-natal, parto e puerpério. /
organizado por Carmen Cecília de Campos Lavras -- São Paulo:
SES/SP, 2018.

ARAUJO, Paulo Ivo C.. O autocuidado na doenca falciforme. Rev.


Bras. Hematol. Hemoter. [online]. 2007, vol.29, n.3, pp.239-246.
ISSN 1516-8484.
<http://www.scielo.br/pdf/rbhh/v29n3/v29n3a10.pdf>. Acesso em
16 novembro 2018.

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Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC

Docentes: José Carlos De Araújo Júnior Michelle Araujo Moreira


Discentes: Flávia Costa, Jasmine Salomão, Maísa Carneiro, Miriam
Carvalho, Vivian Gundim.
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