Вы находитесь на странице: 1из 20

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA PARA A EDUCAÇÃO

INFANTIL EM UMA VISÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA


Walderez da Silva ¹
Orientador(a): Heury Alex Sander Neves ²

RESUMO: Este artigo tem por finalidade esclarecer acerca da importância do


neuropsicopedagogo na instituição escolar, como auxiliar na superação dos
problemas de aprendizagem. É inegável a importância do neuropsicopedagogo
no contexto escolar diante das dificuldades de aprendizagem e também para
conhecer e estimular o desenvolvimento das crianças. Este trabalho
possibilitará uma reflexão sobre o papel do neuropsicopedagogo frente ao
desenvolvimento psicomotor em crianças de 4 a 6 anos. Para a realização
deste trabalho, buscou-se apoio nos conceitos da psicomotricidade, sua
história e suas áreas de abrangência, bem como os conceitos de
psicomotricidade, de psicopedagogia e das atividades lúdicas que auxiliaram
no processo de desenvolvimento psicomotor. Pretende-se através de pesquisa
bibliográfica destacar que a neuropsicopedagogia é a área do conhecimento
que estuda a aprendizagem humana, objetivando facilitar o processo de
aprendizagem não apenas no ambiente escolar, mas em todos os âmbitos:
cognitivo, afetivo, social e durante toda vida. Sabendo-se que a
psicomotricidade assim como a psicopedagogia caminham paralelamente, pois
ambas contribuem para a prevenção do fracasso escolar considerando a
criança em todos os aspectos, biológico, cognitivo, motor, emocional e social
visando o desenvolvimento global da criança, este estudo permitiu
compreender que o trabalho do neuropsicopedagogo na instituição escolar é
bastante significativa para a criança poder conhecer, compreender e construir
seus conhecimentos e tornar-se cidadã deste mundo, ser capaz de exercer sua
cidadania com dignidade e competência.
Palavras-chave: Educação Infantil. Aprendizagem. Neuropsicopedagogo

Cabreúva
2018
_____________________

1- Licenciada Plena em Letras pelo Ceunsp (2012) , pós-graduada em Arte e Musicalidade pelas Faculdades
de Pinhais-FAPI. Email: wallmenina77@hotmail.com
2- Professor Especialista. Professor do Programa de Pós –graduação em Neuropsicopedagogia. E-mail:
tcc@sistemagenio.com.br
INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa enfocou analisar qual é a real


importância do trabalho do neuropsicopedagogo e entender o que é afinal
psicomotricidade. O interesse por esse tema surgiu a partir da observação de
que são muito importantes as atividades psicomotoras na educação infantil.
A escolha do tema refere-se ao conhecimento acerca da
Psicomotricidade, que é uma prática pedagógica que tem por finalidade
favorecer um bom desempenho no desenvolvimento corporal e intelectual.
Nessa perspectiva pretende-se enfatizar a importância da
Psicomotricidade como prática pedagógica que visa contribuir para o
desenvolvimento no processo de ensino/aprendizagem.
Esse trabalho tem como objetivo geral analisar a importância da
psicomotricidade para aprimorar os conhecimentos neuropsicopedagógicos
visando a educação psicomotora de esquema corporal.
Para tanto, tem-se dentre os objetivos específicos analisar o contexto
da histórico da Psicopedagogia e da Psicomotricidade, descrevendo também
quais são as atividades lúdicas que auxiliam as crianças em seu
desenvolvimento integral; explicitar o que é Psicomotricidade e identificar de
que maneira o neuropsicopedagogo pode auxiliar os alunos e tornar a
aprendizagem significativa.
A metodologia utilizada nesse estudo será de pesquisa bibliográfica,
visando ampliar os conhecimentos acerca do tema escolhido.

1 BREVE HISTÓRICO DA PSICOMOTRICIDADE E DEFINIÇÃO DO TERMO

Segundo Goretti (2009), o termo psicomotricidade aparece, pela


primeira vez, no discurso médico, no campo da Neurologia, quando, no século
XIX houve uma preocupação em identificar e nomear as áreas específicas do
córtex cerebral segundo as funções desempenhadas por cada uma delas.
E foi no século XX que ela passou a desenvolver-se como uma prática
independente e, aos poucos, transformar-se em ciência. A Psicomotricidade
começou a ser praticada no momento em que o corpo deixou de ser visto
apenas como um pedaço de carne, para ser algo indissociável do sujeito.
A prática mais especificamente psicomotora começou em 1935, com
Eduard Guilmain, que elaborou protocolos de exames para medir e
diagnosticar transtornos psicomotores.
Hoje para Almeida (2006) psicomotricidade é a ciência que estuda o
homem através do seu corpo em movimento em relação com o mundo externo
e interno, é a interação que o indivíduo tem de perceber, atuar e agir com o
outro e com os objetos.
Segundo Goretti (2009),psicomotricidade é um dos instrumentos mais
poderosos para que o sujeito expressa seus conhecimentos, ideias
sentimentos e emoções e se constitua como um sujeito.
Para Fonseca (2009), psicomotricidade é uma prática que contribui
para o pleno desenvolvimento da criança no ensinoaprendizagem, que
favorece os aspectos físicos, mental, afetivo-emocional que contribui para a
formação da sua personalidade.
Com base nesses três autores a psicomotricidade tem-se apenas
um objetivo que é fazer com que a criança se interage com os outros e com os
objetos possibilitando assim o seu crescimento não só físico como cognitivo,
afetivo e corporal. No qual a psicomotricidade deve ser trabalhada em casa e
principalmente na escola.
“Historicamente o termo "psicomotricidade" aparece a partir do
discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no
início do século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além
das regiões motoras”. (FONSECA , 2009).
Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa
a constatar-se que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja
lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada. São descobertos
distúrbios da atividade gestual, da atividade prática. Portanto, o "esquema
anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão
focal já não podia explicar alguns fenômenos patológicos.
É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma área
que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, o
termo Psicomotricidade, no ano de 1870. As primeiras pesquisas que dão
origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente
neurológico. A Psicomotricidade no Brasil foi norteada pela escola francesa.
Durante as primeiras décadas do século XX, época da primeira guerra mundial,
quando as mulheres começaram sua independência e entraram no mercado de
trabalho e não tinham onde deixar seus filhos, onde surgiu as creches, a escola
francesa também influenciou mundialmente a psiquiatria infantil, a psicologia e
a pedagogia.
Durante a revolução industrial onde o mercado de trabalho ficou mais
concorrida e as mulheres já tinham conquistado seu espaço, as creches
começaram a perder a função apenas do cuidar das crianças e então entrou a
pedagogia construtivista na qual iniciaram-se os Centros de Educação Infantil
com o intuito do cuidar e do educar.
Os professores foram melhores preparados, a pedagogia começou a
se voltou para a preparação do profissional para o bom desenvolvimento da
criança, onde o educar foi relacionado ao movimento psicomotor das crianças,
que se dá através de ações educativas de movimentos espontâneos e atitudes
corporais da criança, proporcionando-lhe uma imagem do corpo contribuindo
para a formação de sua personalidade.
É uma prática pedagógica que visa contribuir o desenvolvimento
integral da criança no processo de ensinoaprendizagem favorecendo os
aspectos físicos, mental, afetivo-emocional e sociocultural, buscando estar
sempre condizente com a realidade dos educandos. ( Le Boulch, p.32, 1983)
Primeiramente a psicomotricidade baseava-se somente no
desenvolvimento motor; mais tarde estudou a relação entre o desenvolvimento
motor e intelectual da criança, e só agora estuda a lateralidade, estruturação
espacial, orientação temporal e sua relação com o desenvolvimento intelectual
da criança.
A psicomotricidade é a capacidade psíquica de realizar movimentos,
não se tratando da realização do movimento propriamente dito, mas sim da
atividade psíquica que transforma a imagem para a ação em estímulos para os
procedimentos musculares adequados.
Busca-se conhecer o corpo, transformando – o num instrumento de
ação. Este corpo pensado como objeto, marcado por uma mente que pensa. A
evolução da psicomotricidade no homem se dá de forma natural. Ela auxilia e
capacita melhor o aluno para uma melhor assimilação das aprendizagens
escolares. (CLEIDE PIZZATO, p.25, 1984).
Estudiosos como Piaget afirmam que é um dos pilares fundamentais
na construção teórica no campo da motricidade está relacionada com a
inteligência, antes da linguagem.
Mais tarde, próximo a década de 70, autores como Le Bouce, Lá Pierre,
Acouturrier, Defrontaine, entre outros defendiam a ideia de que a educação
psicomotora era vista como uma forma de ajudar a criança com dificuldade de
adaptação a participar do âmbito escolar, desenvolvendo suas potencialidades.
A psicomotricidade, neste momento, era vista como motricidade de
relação, passando a existir uma diferença entre postura reeducativa e
terapêutica, dando-se, progressivamente, maior importância à relação, à
afetividade e ao emocional, com isso o Frances André Lapierre adicionou a
psicomotricidade relacional, onde o conceito de corpo evoluiu, e abriu-se um
espaço significativo no âmbito educativo, possibilitando uma pedagogia
baseada na descoberta, no desejo de aprender e no movimento espontâneo.

1.1 Conceituação de psicomotricidade

Etimologicamente, psicomotricidade é uma área do conhecimento que


estuda os movimentos do corpo humano e sua influência nos aspectos
intelectuais, neurológicos e emocionais, integrado em funções das experiências
vividas. ( LE BOULCH, 2001).
Levando-se em consideração as características de uma
aprendizagem significativa, a psicomotricidade tem importância à medida que
permite a estimulação a partir da superação dos limites nas relações com seu
mundo interno e externo.
Seu objetivo fundamental é desenvolver no aluno a organização
espacial e temporal, promovendo melhoras no equilíbrio, coordenação e
motricidade fina, bem como integração e conhecimento do próprio corpo, além
de trabalhar situações afetivas e emocionais que dizem respeito ao contexto do
aluno.
Segundo Fonseca (2009, p. 10), a psicomotricidade é atualmente
concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação
inteligível entre a criança e o meio. É um instrumento privilegiado através do
qual a consciência se forma e se materializa.
A aprendizagem é um processo complexo que envolve sistemas e
habilidades diversas, inclusive as motoras. A maioria das crianças que
apresentam dificuldades de aprendizagem, o problema não está no período
escolar em que se encontra. Assim sendo, é indispensável que a criança,
durante o período do ensino infantil adquira conceitos que irão permitir e
facilitar a aprendizagem da leitura e da escrita, nas quais são condições
mínimas necessárias para uma boa aprendizagem, e constituem a estrutura da
educação psicomotora.
Partindo do entendimento que a psicomotricidade na Educação
Infantil é imprescindível, deve-se valorizá-la e trabalhar com as crianças no
sentido de concretizar o seu verdadeiro significado.
A psicomotricidade é de suma importância para o desenvolvimento,
no qual o movimento humano, portanto é mais do que simples deslocamento
do corpo no espaço, este, constitui-se em uma linguagem que permite as
crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano,
mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo.
Portanto, a psicomotricidade é uma ciência basilar no
desenvolvimento da criança, em que a mesma deve ser estimulada sempre
para que possa ter uma formação íntegra, na qual o movimento não é apenas
mexer o corpo, é uma forma de expressão e socialização de ideias, de soltar as
suas emoções, vivenciar sensações e descobrir o mundo.
Apesar de vários autores como (LEVIN, 1995; LE BOULCH, 2001;
LAPIERRE; LAPIERRE, 1987) demonstrarem a importância da
psicomotricidade no desenvolvimento cognitivo, na aprendizagem da leitura e
da escrita e na formação da inteligência, tradicionalmente, a escola tem dado
pouca importância à atividade motora das crianças.
O espaço da atividade infantil fica reduzido à visão de que o
movimento é algo essencialmente motor, destacado de qualquer outra esfera
do desenvolvimento, seja afetiva, cognitiva ou social.
É importante estimular a criança desde uma idade muito precoce por
meio do movimento sem forçar sua natureza, para chegar a sua maturidade.
O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção
de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da
direcionalidade, da lateralidade e do ritmo.
Sobre o conceito de psicomotricidade, Otoni (2007, p1.) fala que:

A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade a conceitua como sendo


uma ciência que estuda o homem através do seu movimento nas
diversas relações, tendo como objeto de estudo o corpo e a sua
expressão dinâmica. A Psicomotricidade se dá a partir da articulação
movimento/ corpo/ relação. Diante do somatório de forças que atuam
no corpo – choros, medos, alegrias, tristezas, etc. – a criança
estrutura suas marcas, buscando qualificar seus afetos e elaborar as
suas ideias. Constituindo-se como pessoa.

Segundo Le Boulch (1989, p. 41), será através desta maturação que as


estruturas potenciais irão tornar-se funcionais e tal exercício desencadeará
uma nova maturação revelando-se em novas estruturas.
A psicomotricidade compreende, no fundo, uma mediatização corporal
e expressiva, na qual o reeducador, o professor especializado ou terapeuta
estudam e compensam condutas inadequadas e inadaptadas em diversas
situações, geralmente ligadas a problemas de desenvolvimento e maturação
psicomotora, de aprendizagem, comportamento ou de âmbito psicoafetivo.
A psicomotricidade é uma ciência que busca em muitos campos de
pesquisa dados, argumentos e teorias.

1.2 De que forma a Psicomotricidade contribui para o desenvolvimento da


criança?

A psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e


estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a
prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Pois por
meio de movimentos e atividades que precisam do corpo dessas crianças além
de divertido é essencial para um bom desenvolvimento e acima de tudo para
uma boa socialização desta, pois através de atividades as crianças criam,
imaginam, brincam e interagem-se com o meio social que a rodeia.
A psicomotricidade contribui de maneira significativa para o
desenvolvimento corporal, viabilizando o incentivo da pratica do movimento em
todas as etapas da vida de uma criança. Sabe-se que através das atividades
as crianças, além de se divertirem, criam e se relacionam com o mundo em
que vive.
Nessa perspectiva deve-se constatar sobre o papel do profissional de
educação, especificamente dos educadores da Educação Infantil, estar
constantemente atualizando-se para que esses compreendam a sua prática e
eventualmente possam conscientizar sobre a importância do desenvolvimento
dos aspectos cognitivos, emocionais, sociais, físico e motor, enfatizando a
necessidade de dar relevância a importância da estimulação psicomotora
desde o início da escolarização.
Sabe-se que a criança é perceptiva, percebe a si mesma e visualiza
tudo o que está ao seu redor através do mecanismo funcional provenientes do
próprio corpo. Portanto inicialmente a criança se apoia na percepção e vai
gradativamente organizando a estrutura mental. De acordo com Le
Bouch(1989).

A emergência da função de interiorização, contemporânea do


reconhecimento de seu próprio Eu, vai permitir-lhe deslocar sua
atenção sobre seu próprio corpo e descobrir suas próprias
características corporais. Começa o período de estruturação do
esquema corporal, etapa importante na evolução da imagem do
corpo, sendo este o instrumento de inserção na realidade.

Este período de início da escolarização está caracterizado por dois


processos paralelos:
1) a estruturação do espaço euclidiano;
2) a percepção das diferentes partes do corpo e estruturação do esquema
corporal.
No momento em que estas duas áreas estão organizadas, o fim deste
período estará caracterizado pela possibilidade de estabelecer uma relação
coerente entre duas estruturas perceptivas, graças a representação mental.”
À medida que a criança vai interagindo socialmente e
intelectualmente com as demais crianças e adultos ela vai adquirindo
experiências, sensações. Esse processo de adaptação acontece à medida que
ela vai treinando e organizando as experimentações do corpo, ou seja através
de uma conquista física e funcional ela vai demonstrando domínio sobre o seu
próprio corpo. Segundo Le Boulch(1989).
À partir dos 3 anos , a estruturação das percepções dos dados
exteriores tem um certo avanço na percepção do próprio corpo. A
tomada de consciência segmentar do corpo começa em torno dos
três anos através do jogo da função de interiorização. A tomada de
consciência de informações proprioceptivas; analisador/receptor
visual, analisador/receptor auditivo, analisador/receptor tátil, é
facultativa e demanda um esforço particular (jogo da função de
interiorização). A evolução e organizações dos dois campos vai
continuar durante este período.

O ato antecipado condiz a palavra, a fala relativamente é enriquecida


pela ação educativa, através dela a criança é capaz de fazer a junção dos fatos
culturais ao desenvolvimento dos aspectos comunicativos. Portanto, pode ser
associado sincronicamente com a fala durante o desenvolvimento, se houver
alguma falha no desenvolvimento de um fator consequentemente o outro
também será afetado mesmo que discretamente, se houver falha no
desenvolvimento motor haverá comprometimento nos aspectos da linguagem
oral e escrita. Segundo Le Bouch:

A utilização da linguagem é uma fonte de progresso no plano da


percepção e da ação e, ao contrário, a evolução psicomotora têm
influência na linguagem.

A execução de qualquer atividade, é motora. O cérebro, durante a


vida, obtém sensações de todo o corpo, ele elabora, planeja e transforma estas
sensações em motricidade.
É primordial que os educadores ofereçam oportunidades de
desenvolver o potencial motor desde o nascimento para que não sofram
consequências futuramente.
Os primeiros três anos de vida é a fase que se forma as aquisições
extremamente significativas a nível físico, por isso a importância de
desenvolver a motricidade durante este período.
A criança, a partir dos três anos possui habilidades motoras, cria sua
própria representação por meio de atividades iniciadas pela própria criança:
corre, pula, fala, se expressa. Pode-se dizer que as coordenações
psicomotoras essenciais já estão formadas, resultado de uma maturação
continua e progressiva.
Nessa fase inicial que a Educação Infantil possa contribuir para que a
criança possa adquirir a percepção adequada de si mesma, compreendendo
sua capacidade de apreensão e limitações reais e ao mesmo tempo, auxiliá-la
a se expressar corporalmente com maior possibilidade de aprimorar o potencial
motor.
A criança entra no mundo da descoberta e começa a desenvolver a
linguagem oral e atribuir significado as coisas, aos objetos circundantes,
portanto, a partir de suas experiências individuais que exerce através da
observação, imitação e experimentação automaticamente enriquecida através
da socialização.
A Psicomotricidade permite que a criança possa expressar seus
sentimentos, ideias, conceitos através dos movimentos corporais o que
contribui para o desenvolvimento oral e esquema corporal. Aprender a
movimentar, sentir esse universo e partilhar com os outro, será determinante
na estruturação desse sujeito que se forma, assim respeitando as limitações
de psicomotricidade auxilia esse universo em formação a se descobrir por
inteiro através de estimulação e exploração completa do mundo ( SILVA 2005,
p.42).
Silva (2005) diz em seu artigo que a estimulação motora facilita que a
criança aprenda e desenvolva seu corpo de uma forma satisfatória, dominando
habilidades fundamentais e contribuindo de forma positiva para seu
desenvolvimento.
O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção
de problemas de aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da
direcional idade, da lateralidade e do ritmo ( BARRETO 2009. p. 53).
As atividades motoras vão sendo cada vez mais intensas, a criança já
consegue segurar objetos e levar a sua boca com pouca coordenação, mas já
percebe o espaço e o ambiente ao seu redor. Segundo Piaget essa fase
denomina-se período sensório –motor onde a criança e o mundo se interagem,
percebe seu espaço e amplia seu descolamento espacial.
Segundo Piaget (1997, p. 33):

Uma criança começa bem cedo a brincar. Brinca com os próprios pés,
com o corpo do adulto que a carrega. Diverte–se com seus balbucios.
Se interessa pelos objetos que estão no corpo do outro como roupas,
óculos e adereços. A criança provoca o adulto com seu sorriso,
instigando-a a brincadeiras. CLEIDE PIZZATO, (1984) p.14)
Quando uma criança demonstra através de seu corpo que está
alegre, feliz, demonstra querer ou buscar alguma coisa... Quando uma criança
percorre a escola para chegar ao refeitório, tendo toda a noção do espaço que
irá fazer.
Quando uma criança na frente de um papel, e com lápis coloridos
desenha seu corpo e todo um espaço a sua volta... Em todas essas situações e
em qualquer outras que envolvam movimentos, pode-se falar em
psicomotricidade.

2. COMO TRABALHAR A PSICOMOTRICIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR

De acordo com Almeida (2006) para se trabalhar psicomotricidade no


ambiente escolar não precisa haver recursos caros e nem tecnológicos, basta
somente a escola ter uma junção de fatores, tais como concepção,
comportamento, compromisso, materiais e espaços. Almeida (2006) descreve
cada um a seguir:
a)Concepção: o trabalho necessita ser planejado, pensado e reavaliado todos
os dias, precisa haver uma meta que se pretende alcançar, o professor saberá
o que foi alcançado e o que pode fazer para melhorar mais o desempenho dos
alunos, ele não deve somente ficar usando técnicas sem ao menos saber o que
se pretende fazer com ela, pois assim ficará frustrado por não ter objetivos
concluídos.
b)Comportamento: o comportamento do professor que se trabalha
psicomotricidade é aquele que deve estar atento a todas as ações executada
pelos alunos, intervindo nas atividades com objetivos psicomotores.
c)Compromisso: quando o professor planeja suas aulas ele não terá seu tempo
desperdiçado, mas sim terá um aproveitamento do trabalho alcançado, pois
não havendo planejamento o professor fica perdido, surgindo assim o
descompromisso.
d)Materiais: por si só não modifica nada em um ambiente, precisa haver
intervenções do professor.
e)Espaços: são constituídos de uma estrutura física; salas, quadras, pátios,
refeitório e outros. Se os espaços não exercem nenhuma ação, movimento
sempre será um espaço vago. Há vários ambientes que pode se dizer que é
um espaço educativo, mas para isso o professor deve usar todos os recursos,
materiais ali presentes.
Segundo Nóvoa (1996,p.93), é através de atividades para o
desenvolvimento afetivo, cognitivo e psicomotor, constitui-se num fator de
equilíbrio para os alunos, expresso na interação entre o espírito e o corpo, a
afetividade e a cooperação, o indivíduo e o grupo promovendo a totalidade do
ser humano.
Levando em consideração as características de uma aprendizagem
significativa a psicomotricidade tem importância à medida que permite a
estimulação a partir da superação dos limites nas relações com seu mundo
interno e externo.
Para Almeida (2006, p. 23), um supermercado pode ser um excelente
ambiente educativo caso o professor saiba explorar toda riqueza existente ali”.
Assim para a psicomotricidade ser desenvolvida, precisa de ambientes o qual
dará a oportunidade da criança explorar e construir referências sobre si mesma
e sobre o que a rodeia, é neste ambiente que a criança vai viver uma variedade
de faz-de-conta. Terá oportunidades ainda de testar, errar e concluir, tirando
assim suas próprias conclusões, porque neste momento ela está construindo
seu conhecimento. Lembrando que ambientes não são apenas espaços que
existem materiais, mas sim espaços composto por: recursos, ações, pessoas,
relações sociais e exploração coletiva, e nestes ambientes a psicomotricidade
poderá ser desenvolvida de forma a melhorar todas as capacidades infantis.
Barros, Ferreira, Heinsius (2008) colocam que o termo
psicomotricidade para alguns professores está ligado somente à coordenação
global, ao equilíbrio, à lateralidade, à coordenação motora fina e à outros
aspectos funcionais englobando como parte psicomotora, sem nenhum objetivo
a ser alcançado, dando apenas como métodos abstratos.
Portanto a psicomotricidade tem um papel muito importante na
prevenção da educação infantil, contemplando o desenvolvimento, partindo do
movimento do corpo e envolvendo a fase não-verbal da criança, possibilitando
a construção do psiquismo, interagindo com tudo e com todos que a rodeia.
Hoje na educação infantil acontece uma queima de etapas, onde os
professores esquecem- se do lado emocional, e do lado do brincar,
ocasionando problemas emocionais e motores, que mais tarde irão aparecer no
comportamento do indivíduo. Os professores precisam enxergar a criança em
três dimensões, a corporal, a afetiva e a cognitiva, proporcionando um
desenvolvimento evolutivo
A psicomotricidade nada mais é que se relacionar através da ação,
como um meio de sociedade, está associada a afetividade e a personalidade
por que o indivíduo utiliza o seu corpo para demonstrar o que sente. Com isso
vemos a importância da família como instrumento social para o
desenvolvimento desta criança desenvolvimento socioafetivo, cognitivo e
psicomotor.
A psicomotricidade é um caminho, é o “desejo de fazer, de querer
fazer; o saber fazer e o poder fazer”. (OLIVEIRA, 1997). O movimento humano
é complexo e único nas suas pequenas variações e combinações que dão a
ele caráter de individualidade, mas que combina em sua essência aspectos da
realidade concreta/partilhada e das estruturas fisiológicas e psicológicas de
cada pessoa.
Assim, não é difícil conceber que no que se refere à psicomotricidade
e ao desenvolvimento humano há uma fusão explicitada em estudos anteriores,
pois identificamos que no processo de desenvolvimento vamos adquirindo um
controle do corpo, inicialmente indiferenciado do mundo, seguido de um
controle da atividade psicomotora.
Constata-se que a psicomotricidade ajuda a criança a conhecer o
mundo em todas as suas dimensões, ou seja, através de seu corpo, de suas
percepções e sensações. Não obstante esta perspectiva, fica-nos evidenciada
a noção de que o sujeito se constrói paulatinamente através de sua interação
com o meio e as relações que estabelece com este e com os pares.
Movimentos de integração do eu corporal e psíquico que são favorecidos pelos
elementos que compõem a dimensão psicomotora, a saber: esquema corporal,
lateralidade, estruturação.
As avaliações psicomotoras objetivam prestar informações relevantes
para orientar a direção de ações pedagógicas e mudanças que demandam
acontecer nos contextos escolares para atendimento do desenvolvimento dos
alunos dentro das perspectivas e exigências psicomotoras destes.
Atendendo, assim, as considerações de Fonseca(2009), sobre o
tema, pois para o autor avaliações de cunho pedagógico devem perseguir
também a melhoria da oferta educativa em seu conjunto e o desenvolvimento
da própria instituição escolar.
Metodologicamente, ressalta-se que as avaliações ocorreram, em
sua maioria em grupos. Nestas ocasiões, após as apresentações, eram
realizadas atividades lúdicas, quais sejam: estímulo de reflexão sobre ordem e
sucessão (primeiro/último); inquérito sobre o tempo e a possibilidade de noção
de temporalidade; aquecimentos físicos (flexionar a mão para baixo, deitar no
chão e flexionar a perna sobre a barriga, pular com os dois pés e depois com
um pé); brincadeira da estátua em posições e complexidades diversas;
arremessos e chutes de bolas; brincadeiras com cordas; telefone de barbante;
brincadeira de acompanhamento rítmico; e desenho da figura humana.
A variação destas atividades atenderá ao número de crianças e a
disponibilidade de tempo para a avaliação, entretanto sem grandes variações
ou alterações.

3. O TRABALHO DO NEUROSPSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO


ESCOLAR

É fundamental analisar a utilização dos recursos Neurocientíficos da


Neuropsicopedagogia como fator de identificação das dificuldades na
aprendizagem escolar, verificando junto aos professores e coordenadores a
estruturação pedagógica, material e metodológica, respeitando o
desenvolvimento e as diferenças cognitivas dos alunos.
A escolarização obrigatória não pode dar excessiva centralidade aos
conteúdos pedagógicos em detrimento do sujeito e de suas formas de
socialização. Essa proposição ganha especial destaque, principalmente se
considerarmos as características das sociedades contemporâneas onde a
aprendizagem significativa (subsunçores) propicia maior desenvolvimento
cognitivo.
A psicomotricidade deve ser considerada como base na educação infantil
e tendo continuidade nas séries seguintes, pois, se o aluno não tem
conhecimento de seu corpo e estruturação de suas habilidades psicomotoras,
ele irá apresentar dificuldade no desenvolvimento de sua aprendizagem.
Assim sendo, na educação infantil, a tarefa mais importante é
estimular a criança a ter uma percepção adequada de si, conhecendo e
compreendendo suas possibilidades e limitações.
A atuação do neuropsicopedagogo na instituição escolar contribui para
que se desenvolvam metodologias que abordam as várias barreiras para
aprendizagem apresentadas pelas crianças no ambiente escolar, procurando
ligar vários intervenientes deste processo, tais como: pais, professores e
colaboradores que juntos almejam uma melhoria significativa no desempenho
acadêmico, social e emocional da criança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se com este trabalho que os professores e


neuropsicopedagogos devem estar realmente compromissados com as
crianças, no qual é a fase mais importante para o desenvolvimento e
construção do sujeito. A psicomotricidade vem fazendo um diferencial nesta
etapa quando realizada com objetivos claros e concretos.
Nas atividades psicomotoras os alunos revelam as mais diferentes
emoções, tendo a oportunidade de criar, expressar se por meio das
brincadeiras, conhecer a si mesma e as diferentes funções que o corpo realiza,
conhecer o outro, e o espaço.
Conclui-se também que a psicomotricidade quando envolvida com
aprendizagem, traz resultados positivos, pois são através das atividades de
movimentos que a criança terá a oportunidade de desenvolver cognitivamente,
pois com um simples traçado de uma letra no chão, quando a criança passe
por cima, ela estará assimilando este movimento, e também com um simples
modelar de uma massinha, irá oportunizando a criança a movimentar seus
punhos que muitas das vezes não se locomovem adequadamente, o que
possibilitará a escrita da criança quando entrar na fase de alfabetização.
O corpo é o veículo para a ação, para o conhecimento e para
socialização. As experiências corporais modificam o intelecto, a vida afetiva e
as ações motoras dos indivíduos. O corpo deve ser visto como um todo, pois
nele estão todas as tensões e emoções que caracterizam a evolução
psicoafetiva de um sujeito.
Toda a educação psicomotora deve ser realizada levando-se em
conta as necessidades reais do indivíduo, partindo do simples para o
complexo. Sem dúvida uma criança que não conhece a si mesmo e suas
potencialidades não conseguirá também relacionar com si mesmo e com os
outros, vivendo em mundo isolado e distante, assim cabe a escola e a família
estimular o movimento através de brincadeiras e jogos, proporcionado assim
uma vivencia corporal ampla capaz de desenvolver capacidades física, afetivas
e motoras.
Portanto, finalizo essa pesquisa comprovando a importância da
Psicomotricidade para o desenvolvimento cognitivo e todos os outros aspectos,
pois a dificuldade de aprendizagem pode ter relação direta com a falta do
crescimento psicomotor e noto que o psicopedagogo tem totais condições de
realizar um trabalho juntamente com outros profissionais, visando à descoberta
e o desenvolvimento das capacidades da criança, bem como pode contribuir
para que as crianças sejam capazes de se desenvolverem de uma maneira
harmoniosa; preparando-se assim para um mundo bem melhor.
REFERÊNCIAS

ALMEIDA,Geraldo Peçanha de.Teoria e prática em psicomotricidade: Jogos


atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. Rio de
Janeiro: Wak 2006.160p.

AUSUBEL, David Paul, NOVAK, Joseph D., HANESIAN, Helen. Psicologia


educacional. Rio de Janeiro: Interamericana, 1978.

BARRETO,E.S.S.Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília:


UNESCO, 2009.

BARROS, Darcymires do Rêgo; FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos

HEINSIUS, Ana Maria. Psicomotricidade Escolar. Rio de Janeiro: Wak 2008.


296 p.

BOSSA, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da


prática. Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.

CLEIDE PIZZATO.Psicomotricidade Escolar. Retirado da apostila DE


MEURA.& STAES,L. Psicomotricidade: educação e reeducação. Rio de
Janeiro: Manole;1984.

ENDERLE,C.Psicologia do desenvolvimento: O processo evolutivo da


criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.OLIVEIRA, Gislene de Campo.
Psicomotricidade–_____ Educação e reeducação num enfoque
psicopedagógico. 12ª edição, Rio de Janeiro: Vozes, 2007.

FONSECA,Vitor da.A Psicomotricidade e o desenvolvimento do ser


humano. São Paulo. 1983. Disponível em: http://www.leoabreu.psc.br/02.htm,
Acesso em: 09 dez. 2009.
GORETTI,Amanda Cabral.“A Psicomotricidade”. Disponível em:
http://www.cepagia.com.br/textos/a_psicomotricidade_amanda_cabral.doc,
cesso em: 04 ABRIL 2018.

LAPIERRE, André & LAPIERRE, Anne. O adulto diante da criança de 0 a 3


anos: Psicomotricidade Relacional e formação da personalidade. 2e.
Curitiba.

LE BOULCH,Jean.Educação psicomotora: a psicocinética na idade pré-escolar.


Porto Alegre: Artmed, 2001.

LE BOULCH,J.A educação pelo movimento. Porto Alegre: Artes Médicas,


1989.

MACEDO,Lino de.Psicopedagogia: Contextualização, Formação e Atuação


Profissional. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992.

NÓVOA,Antonio.História da educação:percursos de uma disciplina.


Análise Psicológica. Lisboa, n.4, 1996.

OTONI, B.B.V. “A Psicomotricidade na Educação Infantil”. 2007.

OLIVEIRA,Gislene de Campos.Psicomotricidade: Educação e Reeducação


enfoque e Psicopedágogico. Petropólis. RJ, Vozes, 1997.

PELLEGRINI,D.(1998).Aulas que estão no gibi. Nova Escola, Ano XV, No.


130, pp. 2-4.

PIAGET, J. Adaptation vitale et psychologie de l'intelligence. Paris,


Hermann, 1997.

SILVA, Daniel Vieira da. Psicomotricidade.- Curitiba: IESDE (Inteligência


Educacional e Sistemas de Ensino), 2005.

Вам также может понравиться