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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE

DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA


COMARCA DE NITERÓI DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
Fulana, brasileira, solteira, médica, portadora da identidade
nºxxxx, portadora do CPF nº xxx residente e domiciliada na
Rua Coronel Moreira César, número xxx apartamento xxx
Icaraí, Niterói, vem respeitosamente por seu advogado infra
assinado, com escritório localizado na rua Cel. Xxxxx, compl.
Xxxx, Icaraí, Niterói/RJ, onde receberá futuras intimações,
conforme artigo 39, I, do CPC, com procuração em anexo,
propor:
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E
MATERIAIS
Pelo procedimento especial da Lei 9.099/1995, em face de,
Azul Linhas Aéreas Brasileiras S. A, pessoa jurídica de
direito privado, inscrita no CNPJ nº 09.296.295/0001-60, com
sede em AV Marcos Penteado de Ulhoa Rodrigues, nº 939, 9
andar, edif. Jatoba, cond. Castelo Branco Office Park, CEP nº
06.460-040, Bairro Tamboré, Cidade de Barueri, pelos fatos e
fundamentos jurídicos a seguir aduzidos:
1- DA APLICAÇÃO DO CDC
A caracterização de relação de consumo entre as partes se
estabelece tendo em vista que a empresa ré é prestadora de
serviços e, portanto, fornecedora de serviços nos termos do art.
3º do CDC, e o autor como consumidor, de acordo com o
conceito previsto no art. 2º do mesmo diploma.
2- DA COMPETÊNCIA:
Trata-se de relação de consumo, com base no artigo 3º da Lei
8.078 de 1990, sendo, portanto, aplicável o artigo 101, I, do
CDC, que autoriza a propositura da presente ação demanda no
foro do domicilio do autor.
3- DOS FATOS
A autora da presente ação, visando ir a um congresso médico
não só como intuito de adquirir conhecimento, mas também
para realizar a prova de título de especialista em ortopedia, que
seria realizada na cidade de Campinas, no estado de São Paulo,
nos dias 09/03/2016 a 11/03/2016, fez a compra de uma
passagem aérea pelo site da referida empresa ré, no dia
17/08/2015 no valor de R$260,29 reais, através do Cartão de
Crédito Visa, em 2 parcelas (conforme comprovante no anexo
1).
No entanto, a data do congresso foi adiada, necessitando assim
alterar também a data da passagem já comprada, mas como fez
a compra com muitos meses de antecedência, achou que seria
mais fácil remarcar, ou até mesmo cancelar a passagem.

Ocorre que, ao solicitar a troca da data da passagem com mais


ou menos 7 meses de antecedência, foi surpreendia com uma
cobrança, na qual seria uma “taxa” de remarcação, na qual foi
informada pelo telefone que giraria em torno de R$400,00, o
que seria absurdo e a deixou indignada, pois para ela
remarcar, estaria pagando mais caro do que uma nova
passagem, segundo a companhia aérea, por se tratar de uma
tarifa promocional, evidenciando uma prática totalmente
abusiva por parte da empresa aérea ré. Na qual a empresa
demandada aconselhou a autora a comprar uma nova
passagem do que remarcar a mesma, pois seria mais barato e
fácil, por mais inacreditável que parecesse.
Após diversas tentativas frustradas por telefone, na qual a
autora suplicava por uma adequação quanto ao serviço e
transferindo apenas a data de ida para o dia em que seria
Congresso, ou até mesmo “crédito” em futuras compras, e já
cansada de não conseguir êxito em um atendimento
precário, pois a faziam aguardar na linha para resolver o
problema e não chegaram a uma decisão justa. Desta forma,
decidiu comprar outra passagem aérea no dia 03/09/2015, no
mesmo valor da primeira, de R$260,29, na mesma
companhia (conforme comprovante em anexo 2).
A autora é médica residente, na qual trabalha em uma carga
horária de 60 horas semanais, e teve que ficar por dias e horas
tentando a remarcação do bilhete aéreo, provocando assim, um
constrangimento e um transtorno muito grande.

Vale salientar que, a autora é uma médica recém formada, não


tendo uma situação financeira ainda confortável, e dependente
dos seus pais em alguns aspectos. Por conta disso, o dano fica
ainda mais evidente, uma vez que teve que comprar duas
passagens, pois esta foi a solução mais barata para a ida ao
Congresso.

É de se ressaltar também que a autora gastou o montante de


R$2.700,00 (conforme comprovante em anexo 3) para a
realização da referida prova, uma quantia muito alta para uma
prova, sendo mais do que a autora ganha como salário
(conforme anexo 04 a autora recebe R$2.648,88), e ainda,
como a única saída foi a realização da compra de uma nova
passagem, o gasto total com passagens chegou a R$530,00
reais, representando 20% dos ganhos da autora.
Por se sentir totalmente prejudicada pela demandada, além de
ter tentado resolver por todos os meios extrajudiciais, decidiu,
então, propor a presente ação, pois o transtorno obteve
tamanha proporção que interferiu até em seu estado
psicológico.

4- DO DIREITO
a) DA REPARAÇÃO DO DANO E DA INVERSÃO DO ÔNUS
DA PROVA
No caso concreto, as disposições do Código de Defesa do
Consumidor, sobretudo o artigo 6º VI e VIII, do referido
Diploma legal, aduz sobre a inversão do ônus da prova, e da
efetiva reparação dos danos sofridos:
Artigo 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias
de experiências;
Desta forma, tendo em vista total desvantagem por parte do
consumidor, a inversão do ônus da prova tem como finalidade
igualar as partes no processo judicial em questão.

b) DO DIREITO DE DESISTIR
Um artigo que merece destaque no caso em questão é o 740 do
Código Civil, deixando claro que o passageiro tem direito de
desistir do contrato de transporte, antes do início da viagem,
podendo a empresa aérea reter até 5% do valor, a título de
multa, a saber:
Art. 740. O passageiro tem direito a rescindir o contrato de
transporte antes de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a
restituição do valor da passagem, desde que feita a
comunicação ao transportador em tempo de ser renegociada.
§ 3oNas hipóteses previstas neste artigo, o transportador terá
direito de reter até cinco por cento da importância a ser
restituída ao passageiro, a título de multa compensatória.
No entanto, o que ocorreu foi que, a empresa demandada não
quis cancelar a passagem, muito menos devolver o valor ou
deixar de “crédito” para a autora, simplesmente foi falado que
ou pagasse o valor que giraria em torno de R$400,00 reais,
referente a “taxa” de remarcação, ou não poderiam fazer nada.

c) DA DEVOLUÇÃO EM DOBRO
O parágrafo único do artigo 42 informa que o consumidor,
cobrado em quantia indevida tem direito a repetição do
indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de juros e correção monetária, a saber:

Art. 42. Parágrafo Único. O consumidor cobrado em quantia


indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual
ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável.
Vale salientar que, a autora não queria comprar uma nova
passagem, simplesmente era mais barato a compra de uma
nova, em virtude de uma cobrança excessiva e abusiva, até
mesmo de má fé da empresa ré, do que remarcar a mesma.
Tendo em vista a alteração na data do congresso, era inviável
de ser utilizada a passagem objeto da lide. Portanto, após todas
as tentativas de negociação com a empresa ré, a autora
comprou sem necessidade uma nova passagem, o que
maximizou todo o sentimento de angustia e raiva da
autora.
d) DO DANO MATERIAL
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, considerado de suma
importância, inciso X, evidente que a todos é assegurado o
direito de reparação por danos materiais, decorrente de sua
violação:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;
Posto isso, e após explicação dos fatos, fica nítido que a autora
sofreu um dano material, após uma prática totalmente abusiva
da empresa demandada, na qual restou apenas a solução
de comprar um novo bilhete aéreo, pois era a solução
mais barata.
O Código de Defesa do Consumidor esclarece que é um direito
básico do consumidor a reparação dos danos materiais
sofridos, a saber:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;
Portanto, claramente a empresa ré tem o dever de ressarcir a
autora, já que a autora teve como única solução a compra de
uma nova passagem, no valor de R$260,29 reais, na proporção
do dano patrimonial sofrido, uma vez que que todas as
maneiras amigáveis de solução do conflito foram tentadas pela
parte autora.

O Código Civil, em seu artigo 944, preceitua que o dano deverá


ser medido pela extensão dos danos sofridos, que no caso
em questão, não foram baixos, visto que a autora é uma médica
recém formada, sem independência financeira, houve um
transtorno muito grande para fazer contato com a
demandada, diversas ligações e tentativas frustrantes:
e) DO DANO MORAL
Da narrativa dos fatos, podemos inferir que não pairam
dúvidas quanto ao ato ilícito praticado pela Ré. A prática
adotada pela empresa demandada revela absoluto
desprezo pelas mais básicas regras de respeito ao
consumidor e à boa fé nas relações comerciais,
impondo resposta à altura.
O instituto do dano moral não foi criado somente para
neutralizar o abalo suportado pelo ofendido, mas também para
conferir uma carga didático-pedagógica a ser considerada pelo
julgador, compensando a vítima e prevenindo a ocorrência de
novos dissabores a outros usuários. E o caso em apreço se
enquadra perfeitamente nesses ditames, tendo em vista que a
Ré pratica esses atos abusivos apenas porque sabe que muitos
clientes/consumidores não buscarão o judiciário a fim de
recuperar o valor pago indevidamente, seja por falta de
conhecimento, seja pelo custo/benefício de ingressar na
justiça, assim sendo se torna vantajoso para a Ré e outras
grandes empresas continuarem agindo assim e lesando os seus
clientes.

O artigo 6º do CDC diz que a reparação do dano moral é


um direito básico do consumidor:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;
Desta forma, deve-se imputar à demandada a obrigação de
indenizar os prejuízos incorridos pela Autora.

Portanto, para que se impute a obrigação de indenizar à Ré,


faz-se necessário a demonstração dos requisitos da
responsabilidade civil, quais sejam, o ato danoso, o dano, o seu
agente e o nexo de causalidade entre estes dois últimos. Para o
presente caso a culpa do agente é presumida, em face ser caso
de responsabilidade contratual.

O descaso e o desrespeito à autora e a outros consumidores


devem, em tais circunstâncias, ensejar a respectiva reparação
dos danos causados da forma mais completa e abrangente
possível, inclusive no plano meramente moral.

A Constituição de 1988, em seu artigo 5º, inciso X, também


deixa claro que a todos é assegurado o direito de reparação por
danos morais:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;
Cumpre assinalar, finalmente, que não se pode admitir como
plausível a alegação de mero dissabor tendo em vista que essa
justificativa apenas estimula condutas que não respeitam os
interesses dos consumidores.

EMENTA
Apelação Cível nº. 0434092-77.2013.8.19.0001:

APELAÇÃO. RELAÇÃO DE CONSUMO. INDENIZATÓRIA.


AQUISIÇÃO DE PASSAGENS AÉREAS. CANCELAMENTO DA
VIAGEM. RESSARCIMENTO DE VALORES. RETENÇÃO DE
VALORES EM PERCENTUAL ABUSIVO. VANTAGEM
EXCESSIVA. DANO MORAL CONFIGURADO.
PRECEDENTES DESTA CÂMARA. 1. O autor, ao se ver
impedido de viajar com sua família por compromissos
escolares de seu enteado, informa a empresa com mais de 1
mês de antecedência o impedimento à viagem e solicita o
reembolso do valor pago, sendo surpreendido com a cobrança
de taxa no equivalente a 40% desse valor (R$ 2.580,46). 2.
Inegável a vantagem excessiva que pretende a empresa em
prejuízo do passageiro que cancela o vôo, o que viola o art. 51 e
incisos I, II e IV do C. D. C. Sendo assim nulas de pleno direito
quaisquer cláusulas neste sentido ainda que com elas concorde
o consumidor. 3. Dessa forma, a previsão de clausula
contratual estipulando percentual diverso se apresenta, in
casu, como abusiva, pelo que deve ser acolhido o
pedido ressarcitório, na forma dobrada, visto que não se
trata de erro escusável. Tratando-se de relação contratual,
devem os juros incidir desde a citação e correção monetária a
contar do efetivo prejuízo, consoante entendimento sumulado
no enunciado 43 do STJ, como acertadamente laborou a
sentença. 4. Dano moral configurado. 5. NEGO SEGUIMENTO
AO RECURSO DO RÉU E DOU PROVIMENTO AO RECURSO
DA PARTE AUTORA.
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0334695-45.2013.8.19.0001:
APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZATÓRIA. SERVIÇO DE VENDAS
DE PASSAGENS AÉREAS EM SITE DA INTERNET.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE A EMPRESA E A
COMPANHIA AÉREA. RECUSA DE REEMBOLSO DE
VALORES ANTE O PEDIDO DE CANCELAMENTO DAS
PASSAGENS. TAXA DE SERVIÇOS. DANO MORAL. 1. Diante
da condenação da ré a ressarcimento de valor pago por
passagens aéreas não utilizadas e indenização por dano moral
ante a má prestação de serviço, apelou a empresa buscando a
reforma do julgado. 2. Descabida a preliminar de ilegitimidade
passiva por ver-se que junto à ré os autores realizaram todas as
negociações para compra das passagens, integrando assim a
cadeia de consumo, impondo responsabilização objetiva e
solidária nos termos do § único do art. 7º e 18, ambos do C. D.
C. Se a empresa ré firma parceria com empresas e junto às
mesmas consegue a emissão de passagens, do mesmo modo
poderia providenciar o cancelamento da viagens e o
ressarcimento dos valores como pleiteavam os autores. 3.
Sendo incontroverso o pedido apresentado pelos autores
objetivando o cancelamento da viagem e o pedido de
ressarcimento do valor pago, a ré simplesmente não explica o
porquê de não proceder o reembolso, mesmo que parcial, do
valor pago pelos autores ainda que tal fosse permitido pelas
regras por ela mesmo apresentadas, observando que a
antecedência do pedido era muito superior às 48 horas
antecedentes ao embarque.

Ante a evidente falha da empresa que ora impõe o dever da


reparação dos danos advindos de sua conduta, não pode ser
considerado como um mero aborrecimento a situação
que obriga os autores a ingressar com demanda judicial na
busca de solução que não logram extrajudicialmente. O dano
moral advém da postura abusiva e desrespeitosa da
empresa, impondo o arbitramento de valor
indenizatório justo e adequado com o fez o
sentenciante.
A sentença proferida (e-fls.113/116) julgou procedentes os
pedidos autorais condenando a ré a indenizar os autores no
valor de R$2.312,00 a título de dano material, a ser corrigida
desde a solicitação do reembolso e acrescida de juros desde a
citação, condenando ainda a ré a ad 3 pagar a cada autor, a
título de dano moral, a importância de R$ 3.000,00, a
ser corrigida desde a sentença e com juros desde a citação,
arcando a ré com despesas processuais e honorários
advocatícios no percentual de 10% sobre a condenação.
5- DOS PEDIDOS:
Diante do exposto acima, requer:

a) O reconhecimento da relação de consumo;

b) A inversão do ônus da prova, conforme artigo 6º VIII, do


CDC;
c) Citação da parte ré no endereço localizado no site da Receita
Federal, conforme comprovante em anexo, para apresentar
contestação, sob pena de revelia;

d) A condenação da ré a pagar o montante de R$520,58 reais a


títulos de danos materiais;

e) A condenação da ré a pagar o montante de R$6.000,00 (seis


mil reais) reais a títulos de danos morais.

Nestes termos, dá-se a causa o valor de R$6.520,58.


Termos em que,

Pede deferimento.
Niterói, 17 de dezembro de 2015

_________________________

GUILHERME TEIXEIRA MOURÃO


OAB/RJ 202.395

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