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PODER NORMATIVO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Rennan Gustavo Ziemer da Costa


Mestrando em Direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná
rennanziemer@gmail.com

Resumo: O trabalho teve por objeto o poder normativo do Conselho Nacional de Justiça e
por objetivo a compressão dos limites da sua atuação regulamentar e posterior
sistematização de balizas de maneira a orientar a verificação da regularidade ou eventual
abuso. Para tanto, foi realizada pesquisa jurisprudencial e bibliográfica para fundamentação
das conclusões adotadas. De início, constatou-se que o Conselho Nacional de Justiça é
um órgão de atribuições exclusivamente administrativas. Foi criado pela Emenda
Constitucional nº 45/2004, conhecida como “Reforma do Judiciário”, a qual promoveu
grandes alterações nas relações internas deste poder. Compete ao CNJ o controle
administrativo, financeiro e disciplinar, além da promoção de políticas judiciais. Assim, a
primeira conclusão a que se chegou é que o papel do CNJ é exclusivamente administrativo,
sendo vedada qualquer interferência na atuação jurisdicional, embora possa disciplinar
procedimentos administrativos decorrentes de ordens judiciais. A atuação é restrita aos
órgãos do Poder Judiciário, não abarcando o Supremo Tribunal Federal, que não se
submete a seu controle. O papel normativo é de natureza regulamentar de caráter
secundário, ou seja, não possui a prerrogativa de inovar originariamente a ordem jurídica.
Logo, diferentemente da lei, não pode criar ou restringir direitos dos particulares, nem
autorizar gastos públicos. Assim, incumbe ao CNJ a uniformização de procedimentos
internos para a fiel execução da lei no âmbito do Judiciário e para assegurar a observância
dos princípios administrativos, poderes estes que decorrem da prerrogativa de autogoverno
dos tribunais. Em razão da natureza regulamentar, logo subordinado à legalidade, somente
terá acesso direito às normas constitucionais quando elas forem claras o bastante para
prescindirem de regulação legal, da mesma forma em relação aos tratados internacionais.
Neste particular, necessário consignar que os direitos fundamentais, por possuírem eficácia
imediata, podem ser objeto de regulamentação pelo CNJ quando dependerem de atuação
dos órgãos do Poder Judiciário, ressalvada a necessidade de autorização orçamentária
para providências que demandem recursos públicos. As resoluções do CNJ também podem
se basear em decisões proferidas em controle concentrado de constitucionalidade, em
súmulas vinculantes e outras decisões em ações coletivas, pois são de observância
obrigatória pela Administração Pública. As demais decisões judiciais com efeitos
individuais, por não possuírem efeito vinculante, não são aptas a respaldar a atuação
normativa.

Palavras-chave: Conselho Nacional de Justiça. Reforma do Judiciário. Poder normativo.


Controle. Regulamentos.

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