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Textos de José Vieira Santos

3
FICHA TÉCN ICA
TÉCNICA

Capa - Design de João Barata sobre...


Contracapa - Fotografia de alguns membros do Movimento
Fotografias, Infografias e paginação de João Barata
Edição - Movimento Cascais Cidade Global
Dezembro 2011
Depósito legal nº
ISBN -
Tiragem - 2000 exemplares
Impressão - Grafilinha, Lda.
4
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Prefácio 7
Nota introdutória 9
Dar a Cascais novos horizontes 11
Mudar Cascais - Um plano estratégico 13
O reordenamento do território - Uma nova centralidade 16
Um urbanismo de rosto humano 19
O ambiente urbano 23
O Parque Natural de Sintra-Cascais 31
Agenda 21 e desenvolvimento sustentável 38
Desenvolvimento económico e emprego - A terciarização 42
Comércio e turismo 45
A renovação industrial 53
O relançamento da pesca 59
Um porto para navios de cruzeiro 65
Mobilidade e transportes 69
Uma política integrada de habitação 73
Uma política integrada de saúde e acção social 77
Uma política integrada de educação e cultura 81
Desporto e juventude 85
Segurança e protecção civil 91
Descentralização administrativa e participação cívica 95
Nascimento de uma cidade - Conclusão 98

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6
Prefác
Prefáciio
Uma luta por um ideal.

Com estas singelas palavras se poderia resumir a actividade do Movimento Cascais


Cidade Global ao longo destes dez anos de vida, com destaque para o seu grande divulga-
dor Arquitecto Vieira Santos.
Uma década de entusiástica e devotada entrega à ideia de transformar a parte urbana
do nosso concelho de Cascais numa metrópole polifacetada, mas com uma identidade
própria, baseada na dimensão e qualificação dos seus elementos estruturantes, adequados
a servir a totalidade dos seus munícipes: é esta a ideia simples que subjaz no pensamento
que sempre norteou o principal autor dos textos que compõem este livro.
O livro é o desenvolvimento dum conjunto de premissas e aspectos sectoriais mais
importantes que o Movimento defende e que, postos em prática, trariam a qualidade de
vida e a harmonia ao desenvolvimento da cidade que se pretende criar.
Não se trata simplesmente de alterar o nome da vila de Cascais para cidade de Cascais,
trata-se sim de dotar toda a área urbana do concelho de vida de cidade, isto é, com maior
autonomia funcional e maior urbanidade, e com tudo aquilo que a cidade, com o número
de habitantes do concelho, comporta e exige para merecer essa designação.
A luta tenaz que o Movimento vem desenvolvendo está infelizmente longe de chegar
ao fim. Alguma falta de visão de futuro e o conservadorismo de grande parte dos agentes
do poder autárquico são obstáculos difíceis de ultrapassar.
Será que Belém, Benfica ou o Lumiar perderam alguma das suas características
próprias por fazerem hoje parte da cidade de Lisboa? Também Carcavelos e Alcabideche
nada perderiam por fazerem parte da cidade de Cascais.
Em nosso entender a causa pela qual se batem os autores é nobre e por isso a apoiamos
e fazemos parte do Movimento, reconhecendo, sem sombra de dúvida, que vale a pena
este esforço em prol de um futuro melhor.
Assim, embora não se verifiquem para já as condições políticas necessárias para que
o nosso projecto seja cumprido, seria muito importante e estimável para o concelho que,
pelo menos, algumas das ideias expressas nesta colectânea fossem levadas à prática pelo
poder autárquico.
A pedagogia que está contida neste livro será seguramente um poderoso veículo para
a nova geração que tomará conta dos destinos desta linda e única terra, que já é e virá a ser
ainda mais Cascais, quando englobar num todo solidário e harmónico os aglomerados
urbanos do seu concelho.

Francisco Gentil Berger


Arquitecto

7
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A série de artigos que adiante se apresenta, com o tí-


tulo genérico “AA Cidade de Cascais – Um Projecto de Fu-
turo”, corresponde ao fim de um ciclo na vida do
Movimento Cascais Cidade Global, que teve o seu início
no Ano 2000, e a um certo estádio das suas ideias que se
deseja agora compactar e editar na forma de um livro
para memória futura.
Estes vinte artigos foram publicados no Jornal da Cos-
ta do Sol, na Coluna da Cidade, com periodicidade
quinzenal, desde o dia 9 de Outubro de 2008 até ao dia 9
de Julho de 2009, e cerca de metade dos artigos,
designadamente nas áreas económica e social, tiveram a
colaboração de especialistas convidados exteriores ao
Movimento.
Por outro lado, houve uma preocupação crítica e pe-
dagógica em relação à situação actual do Concelho de
Cascais, mostrando os seus sucessos e as suas fraquezas,
num diagnóstico fundamental para se delinear o futuro.
Deve ainda referir-se que entre os artigos se irão
introduzir mapas, plantas, esquemas genéricos e fotografias
de locais conhecidos e dos novos edifícios mais significa-
tivos, para uma melhor compreensão dos textos e uma
maior sensibilização à ideia tão dignificante de cidade.
Face ao exposto, pode afirmar-se que este trabalho
constitui um produto colectivo que de certo modo retrata
uma época do nosso concelho – a primeira década do Sé-
culo XXI – e lança uma nova luz sobre o futuro.
Finalmente, agradecemos a todos os que connosco
colaboraram na elaboração dos artigos, com as suas ideias
e sugestões derivadas da experiência e de um
conhecimento profundo das matérias em causa. Um
agradecimento especial ao Jornal da Costa do Sol pela
disponibilidade sempre demonstrada e pelo apoio a esta
iniciativa.
José Vieira Santos
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Iniciamos hoje uma série de artigos constituindo uma síntese


das ideias do Movimento para o futuro de Cascais nos mais varia-
dos sectores da vida concelhia, de forma a permitir aos prezados
leitores uma panorâmica mais completa da natureza, das vantagens
e do alcance futuro do nosso projecto.
Nesta “rentrée” em que tudo se começa a agitar e em que já se
vislumbram dentro de um ano as Eleições Autárquicas de 2009, as
pessoas estão em geral mais despertas para os problemas do
concelho e os partidos políticos mais atentos ao que se passa à sua
volta, tendo em vista a elaboração dos seus programas eleitorais.
É assim como um dever cívico que realizamos este trabalho,
estando convictos de que servimos a comunidade, abrimos o de-
bate de ideias e agitamos as consciências para a necessidade de um
projecto alternativo para o concelho.
É que aqui e agora também não chegámos ao “fim da História”.
Cascais, simples aldeia do Concelho de Sintra nos Séculos XII e
XIII, ganhou a sua autonomia com a passagem a vila no Século
XIV, depois cresceu e aglutinou-se com muitos outros aglomera-
dos concelhios, constituindo hoje um vasto conjunto urbano com
cerca de 50 Km2 e 200 000 habitantes, que deverá ser tratado como
um todo e seguir o seu destino natural de uma cidade média
europeia, qualificada, competitiva e com grande autonomia em
relação a Lisboa, e rejeitando-se desse modo a tendência suburba-
na das últimas décadas.
Neste contexto, a vila de Cascais, que no seu núcleo histórico
ocupa apenas 2% da área urbana atrás referida, manterá sempre a
sua identidade própria, tal como o Estoril, a Parede, Carcavelos,
Alcabideche, etc. Por seu turno, o Parque Natural de Sintra-Cascais,
com as suas aldeias, ficará obviamente fora dos limites da cidade.
Temos consciência, porém, de que existe em Cascais uma eli-
te cultural, empresarial e política que não partilha destas ideias.
Mas não é verdade que, em geral, “as pessoas não querem a
cidade”, tal como a concebemos, e que preferem a actual situação
de vila/subúrbio. Temos ou tivemos entre os aderentes do
Movimento pessoas da mais variada natureza e formação –

11
professores universitários, historiadores, arquitectos e outros
profissionais liberais, jornalistas, empresários, autarcas, militantes
de partidos políticos, pessoas ligadas à defesa do ambiente e do
património cultural e simples cidadãos amigos da sua terra. E no
contacto directo com as populações, sentimos que a ideia está
madura e é bem aceite e que falta apenas dar-lhe a necessária
projecção e melhor clarificação para um mais alargado consenso a
nível concelhio.
Temos hoje boas relações institucionais com a Câmara e um
conhecimento mais aprofundado das suas realizações e da
mentalidade dos autarcas. Conhecemos melhor aquilo que nos une
e aquilo que nos separa. Por exemplo, as acessibilidades ao novo
hospital constituem um caso paradigmático das nossas divergências,
em que a visão suburbana (da via rápida, da construção isolada,
das dificuldades pedonais) prevaleceu claramente sobre uma alter-
nativa urbana (da avenida, do hospital enquanto âncora de um cen-
tro terciário, de uma área mais atractiva e humanizada).
E ao tratar-se o referido espaço de 50Km2 como um todo,
regenerando, qualificando, terciarizando, esbatendo assimetrias,
deverá iniciar-se o complexo processo de institucionalização da
cidade, já que são as duas faces da mesma moeda. A dimensão
urbanística e a dimensão institucional andam de mãos dadas e
credibilizam-se uma à outra. Uma transforma e qualifica, a outra
apresenta as credenciais e viabiliza.
Se muitos de nós quiserem, 2009 pode ser para Cascais o ano
do clique, da mudança de mentalidade, da mudança de políticas, o
ano zero da cidade em busca de novos horizontes de progresso e
de desenvolvimento sustentável.

12
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A mudança de modelo de desenvolvimento, do suburbano para


o urbano, constitui o enquadramento fundamental de um Plano
Estratégico de transformação do território, para a futura cidade, a
desenvolver com a participação activa das associações empresariais
e cívicas e dos cidadãos desta terra.
E onde é que o urbano (ou a cidade) faz a diferença?
Porventura naquilo que permite melhor qualidade de vida
quotidiana aos habitantes do concelho, com o emprego, a escola, a
universidade, o equipamento de saúde, o comércio, os espaço de
lazer e de cultura, o equipamento social, todos próximos da
habitação e servidos por uma boa rede de vias urbanas, transportes
colectivos e percursos pedonais, privilegiando-se deste modo a

13
mobilidade interna e a coesão económica e social.
E numa boa qualidade paisagística e ambiental, sem pseudo-
vias rápidas incentivadoras do transporte individual e destruidoras
da paisagem, pois deverá ser uma cidade aberta e humanizada,
uma cidade sem barreiras, por onde os turistas poderão circular
livremente e as pessoas com deficiência serem cidadãos como os
outros.
Assumindo-se e reforçando-se a vocação turística do concelho,
cria-se porém um novo desígnio – a terciarização, ou seja um con-
junto de áreas empresariais, prioritariamente ligadas à inovação e à
investigação, promovendo uma nova centralidade no interior. Esta
será a alavanca principal da transformação do território e da sua
sustentabilidade, aquilo que permitirá maior desafogo financeiro
ao município e autonomia local no emprego para as gerações futu-
ras, evitando-se o vai-vem infernal para Lisboa.
A nova dinâmica interna, económica e social, irá ter obvia-
mente reflexos positivos nos centros urbanos do litoral e do inte-
rior, na viabilização e qualificação do seu pequeno comércio, que
é a alma das cidades.
Mas a cidade deverá ter também importantes repercussões no
âmbito da educação, do desporto, da cultura e da juventude, com
essa nova dinâmica interna e a criação de um pólo universitário,
que constituirá um catalizador dessas actividades a nível concelhio.
Cascais deverá ser ainda uma cidade solidária, nos campos da
habitação, da saúde e da acção social, especialmente para os
imigrantes, os idosos e as famílias mais carenciadas.
Finalmente, teremos um município com maior peso
institucional e carga reivindicativa no sentido do financiamento de
grandes infra-estruturas e de integração nos programas europeus
de requalificação de cidades médias.
A propósito, permitam-nos lembrar aqui o pensador america-
no da área do Urbanismo, James Howard Kunstler, de passagem
por Lisboa, que fala no fracasso do modelo suburbano face ao
“fim do petróleo” e à necessidade de criar cidades onde se circule
a pé.
14
Como ponto de partida para um Plano Estratégico, temos hoje
um vasto contínuo urbano da Quinta da Marinha até Carcavelos e
Trajouce, com grandes assimetrias entre o litoral e o interior e uma
forte tendência de dormitório e de caos urbanístico.
É de salientar que este diagnóstico é normalmente aceite pelas
forças políticas, incluindo o actual executivo camarário, o qual pro-
cura, de facto, conter os excessos de construção, criar equipamentos
e qualificar algumas zonas concelhias. Mantém-se, no entanto, a
sua estratégia dentro de um modelo ainda suburbano, agindo por
impulsos, sem uma visão global da área urbana concelhia nem po-
tencial transformador.
Estamos, pois, numa encruzilhada do nosso destino histórico,
quando ainda existem condições para inverter as tendências domi-
nantes de dormitório e de desqualificação urbana e ambiental e
para pensar a nossa área urbana como um todo solidário e
harmónico, dentro de um modelo de cidade sustentável.
Uma cidade de baixa densidade de construção, que irá conter
a expansão urbana e salvaguardar e valorizar todo o património
cultural, natural e ambiental, requalificar os núcleos históricos e o
comércio tradicional, reforçando a identidade própria do Município
de Cascais.
Cascais, simples aldeia do Concelho de Sintra nos Séculos XII
e XIII e depois vila no Século XIV, poderá ser, já nas primeiras
décadas do Século XXI, com base num planeamento coerente e
se os seus habitantes assim o quiserem, a 3.ª cidade do País e uma
cidade média europeia, um importante centro terciário, turístico,
cultural e desportivo, um sítio de referência e um local com exce-
lente qualidade de vida.

15
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As linhas de rumo traçadas e os objectivos indicados no


esboço de Plano Estratégico, apresentado no artigo anterior,
deverão ter agora uma tradução a nível do território e
consequentemente no PDM (Plano Directo Municipal), em fase
de revisão.
Recordemos os seguintes aspectos:
- Criar um novo modelo de desenvolvimento para uma cidade
sustentável;
- Pensar globalmente toda a área edificada contínua concelhia;-
Conter a expansão urbana, regenerar o caos urbanístico, organi-
zar a área construída;
- Privilegiar a mobilidade interna, especialmente através debons
transportes colectivos e confortáveis percursos pedonais;
- Preservar o Parque Natural e suas aldeias fora dos limites da
cidade (como um pulmão);
- Promover uma nova dinâmica interna e a coesão económica
e social;
- Promover maior autonomia funcional em relação a Lisboa
com base na terciarização.
Já tínhamos anteriormente salientado que o processo de
terciarização, além de ser um novo desígnio para o concelho,
eratambém a alavanca principal da transformação do território e
da sua sustentabilidade, promovendo uma nova centralidade me-
tropolitana com efeitos altamente positivos no emprego e nos mais
variados aspectos da vida concelhia.
Mas, na actual situação, “a inexistência de espaços apropriados
a empresas de serviços frustrou o objectivo de captar terciário de
qualidade e assim alargar a oferta de empregos(...)”, conforme se
dizia no projecto de revisão do PDM. Face a esta gritante carência
de espaços para terciário, é assim preciso inventá-los sob pena de
se perpetuar a situação de dormitório de Lisboa.
Na verdade, no interior do concelho, só existem duas áreas
com potencialidades para o efeito: a zona entre Alvide e
Alcabideche, estendendo-se até à Estrada da Malveira, e os terre-
nos à volta do Aeródromo de Tires. No primeiro caso, a passagem
16
do troço final da Auto-estrada anula quase por completo esse po-
tencial. E em ambos os casos, a presença de bairros de génese
ilegal ou de construções dispersas complicam a situação.
Mas será que devemos ficar reféns para todo o sempre de erros
de planeamento e de falta de controlo do território, duas das mais
importantes funções do município?
De facto, só numa óptica de subúrbio levada ao extremo se
pode admitir que uma Auto-estrada saída de uma grande cidade,
como Lisboa, possa atravessar todo o Concelho de Cascais, só não
chegando mais perto do mar porque a população se levantou em
defesa do Parque Natural de Sintra-Cascais.
Numa óptica de cidade, a Auto - estrada deveria terminar
no Nó de Alcabideche,
libertando assim toda uma vasta zona de grande valor estraté-
gico para ser estruturada como um centro terciário, ligado espe-
cialmente às áreas da saúde, do ensino superior e da investigação
científica e tendo como âncora o novo hospital.
Por seu turno, a zona do Aeródromo, menos condicionada,
apresenta também vocação para a terciarização no sentido da criação

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17
de um importante parque empresarial.
Estes dois núcleos terciários (ocidental e oriental) seriam ligados por uma larga e extensa avenida
com um traçado correspondente ao da Via Longitudinal Norte e com um perfil transversal integran-
do um corredor de eléctrico rápido e uma ciclovia.
O conjunto dos dois núcleos / Avenida seria um elemento fortemente estruturante no
reordenamento do território a realizar, induzindo a prazo a reconversão ou regeneração de
vastas áreas adjacentes e caóticas, sejam elas de génese ilegal ou legal.
Finalmente, estas medidas iriam dar um profundo golpe no actual modelo suburbano e iniciariam
um nova era de autonomia funcional e sustentabilidade, de esbatimento das assimetrias entre o
interior e o litoral, de criação de uma maior mobilidade e dinâmica internas.
Mas é óbvio que este reordenamento implica alguns custos sociais e só é viável, política, econó-
mica e financeiramente, num contexto global, num projecto de cidade.

18
Um urbanism
urbanismod
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human
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Os centros urbanos do litoral e alguns dos bairros residenciais


das suas envolvências, conjunto a que alguém já chamou “a cidade
balnear”, apresentam uma certa qualidade urbanística que deveria
ser transposta e até melhorada para a totalidade da área urbana
concelhia.
As grandes assimetrias entre o litoral e o interior resultam prin-
cipalmente do crescimento suburbano das últimas décadas, feito
com base na promoção imobiliária intensiva e na construção clan-
destina e segundo o esquema de “mancha de óleo” que se foi
espalhando pela zona rural do concelho.
As grandes linhas de transformação do território, já indicadas
nos artigos anteriores, permitem-nos agora propor uma série de
medidas concretas que se traduzem num urbanismo humanizado
a par do desenvolvimento económico, social e cultural que, de
algum modo, realizam o conceito de cidade.
Em primeiro lugar, o processo de terciarização do interior do
concelho apresenta-se com grande potencial transformador e, dada
a sua importância no contexto geral, deveria ser objecto de um
concurso internacional de urbanismo, que permitisse não só a nossa
entrada na modernidade arquitectónica e urbanística dos conjun-
tos urbanos, mas também a promoção a nível externo da futura
cidade. Seria algo parecido com o “Parque das Nações”, mas com
muito menor densidade de construção, à escala do nosso concelho.
Os dois centros terciários (Poente e Nascente), que se situam
a semelhante altitude, seriam ligados por uma extensa e larga ave-
nida integrando um corredor de eléctrico rápido, uma ciclovia,
amplos passeios pedonais e um continuo vegetal com árvores .
Esta avenida seria a coluna vertebral de todo o interior do concelho
e o seu aproveitamento urbanístico seria variável consoante as zo-
nas que atravessasse, induzindo naturalmente a reconversão ou a
qualificação das áreas adjacentes.
Por seu turno, alguns dos bairros de génese ilegal deveriam ser
objecto de reconversão parcial, a partir das áreas de confluência
com as vias principais, dotando-os de núcleos de comércio e
serviços, em média densidade de construção, fazendo-se desse

19
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20
modo a sua melhor inserção na rede viária e no tecido urbano e
equipamentos existentes. Dou dois exemplos de espaços a
reconverter: o largo do Cemitério de Trajouce e a zona onde se
localizam a Biblioteca de S. Domingos de Rana e o Pavilhão
Gimnodesportivo.
Por outro lado, nas zonas de grande importância estratégica
para o futuro do concelho, vitais para o processo de terciarização,
os bairros de génese ilegal aí localizados sofreriam a longo prazo
uma acção de regeneração do território, sendo salvaguardados os
direitos dos proprietários através de negociações e com alternati-
vas de residência.
Também a zona industrial Abóboda / Trajouce deveria ser
objecto de operações de qualificação que dê a este parque indus-
trial um ar mais civilizado e propiciador de novos investimentos
no sector.
Realmente, depois de algumas décadas de carências de
planeamento e de falta de controlo do território, que conduziram
ao caos urbanístico e às grandes assimetrias com o litoral, é chegada
a hora de inverter o processo, de criar no interior uma verdadeira
dinâmica económica e uma nova urbanidade a que todos tenham
direito, mesmo que se traduzam a curto prazo nalguns custos
sociais.
Adiar para as calendas esta transformação, é perpetuar a
situação de dormitório e de um urbanismo desqualificado no inte-
rior. É não acreditar no potencial deste concelho e nas virtudes de
uma visão urbana e integradora, é rejeitar à partida a ideia de cidade.
Uma cidade que privilegia os centros urbanos e o pequeno
comércio em detrimento das grandes superfícies, típicas dos
subúrbios.
Uma cidade onde as estradas antigas e as pseudo-vias rápidas
mais recentes seriam transformadas em vias urbanas e onde os
espaços públicos seriam devidamente tratados.
Uma cidade agradável para se viver, estudar e trabalhar, com
grande mobilidade interna, seja de carro, a pé, de bicicleta ou de

21
transporte colectivo, uma cidade amiga do ambiente e plenamente
acessível às pessoas com deficiência, uma cidade de todos e para
todos.

As eesstradas o
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ou psseudo-vias ráp rápiidas
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22
O amb
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urban
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No artigo anterior, a propósito do urbanismo, sublinhámos a


importância da arquitectura, da mobilidade das pessoas numa
cidade sem barreiras, da luta contra o caos urbanístico e o
dormitório, do desenvolvimento terciário, da coesão social, tudo
em prol de uma nova urbanidade. Agora queremos mostrar a outra
face do urbanismo, a sua relação harmoniosa com os espaços ver-
des, naturais ou elaborados, a importância da iluminação pública,
o nível de ruído, a qualidade do ar, a reabilitação do comércio
tradicional, a revitalização dos centros urbanos.
O Concelho de Cascais é um troço de território bastante privi-
legiado em termos de enquadramento ambiental e paisagístico,
tendo a Sul e Poente uma extensa e valiosa orla marítima e, do
lado Norte, parcialmente, o Parque Natural de Sintra-Cascais. É
assim imperioso que a obra humana esteja à altura dos dons da
Natureza.
A estrutura verde concelhia está hoje relativamente bem defi-
nida, mas muito longe de concretização. Deixemos para mais tar-
de a problemática especial do Parque Natural de Sintra-Cascais e
centremos a nossa atenção na área urbana concelhia.
A conservação ou recuperação dos corredores ecológicos, ao
longo das ribeiras, e a sua natural integração no ambiente urbano,
constitui um objectivo fundamental do projecto da cidade. Devemos
dar uma particular importância ao Vale da Ribeira das Vinhas e ao
Vale de Caparide, aproveitando as grandes potencialidades destes
corredores para a criação de parques urbanos, peças essenciais na
estrutura verde da futura cidade, para uma sustentabilidade am-
biental e o usufruto das pessoas.
Por seu turno, as novas avenidas no interior do concelho
deverão ser devidamente arborizadas, constituindo contínuos
vegetais que irão induzir a criação de uma rede arbórea nesse inte-
rior que, em certas zonas, lembra um autêntico deserto.
A criação de jardins com alguma dimensão, nas áreas de génese
ilegal a reconverter, será também um importante factor de melhoria
ambiental.
No capítulo da iluminação pública, é esclarecedor olhar à noite

23
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26
a baía de Cascais, no miradouro sobre o Clube Naval. Apenas duas
manchas luminosas, a vila de Cascais e o Estoril, se vislumbram
no horizonte. O resto é a escuridão típica dos subúrbios, mais acen-
tuada ainda no interior do que no litoral.
Na cidade, a baía deverá ser quase um mar de luz. O ambiente
também se vive à noite.
A cidade irá trazer ainda uma acentuada melhoria nos trans-
portes públicos e no seu grau de poluição do ar e de ruído, princi-
palmente nos centros urbanos, onde um comércio tradicional
reabilitado, um estacionamento mais acessível e uma certa animação
de rua tornarão estas áreas de novo atractivas.
A propósito, considera-se a criação de uma entidade gestora
de centro urbano como um facto muito positivo. Assim se dê a
essa entidade a necessária autonomia funcional e não se exagere
na sua área de influência, sob pena de se ter mais um sector buro-
crático, sem agilidade e criatividade. O ambiente de um centro
urbano pode ser magnífico.

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O “Parque Natural de Sintra-Cascais” constitui um valioso


património natural, ambiental cultural e paisagístico, que muito
poderá valorizar a futura cidade como o seu grande pulmão e área
privilegiada de lazer, de turismo e de conservação da Natureza – a
cidade e o campo.
Criado em 1994, na sequência ou promoção da “Área de
Paisagem Protegida” então existente, é o Parque Natural amado e
defendido por uns e vilipendiado por outros, consoante as menta-
lidades e os interesses em jogo.
“Caixote de lixo” ou “parque de papel” são alguns dos epítetos
dos seus detractores. No lado oposto, constituiu-se um amplo
movimento de associações ambientalistas em sua defesa, que tem
actuado com determinação e sucesso em várias causas, como, por
exemplo, na luta contra o prolongamento da Auto-estrada até à
Areia e, mais recentemente, na rejeição do edifício da sede da
Fundação Champalimaud em área interdita à construção na Quin-
ta da Marinha.
O Parque Natural de Sintra-Cascais é dependente do Instituto
da Conservação da Natureza e Biodiversidade, dispõe de um Pla-
no de Ordenamento e tem como objectivos “a gestão racional dos
recursos naturais e paisagísticos, a promoção do desenvolvimento
económico e do bem-estar das populações, a salvaguarda do
património arquitectónico, histórico ou tradicional da região e a
promoção de uma arquitectura integrada na paisagem”.
O Parque Natural, dentro do Concelho de Cascais, ocupa uma
área de cerca de 30 km2 (aproximadamente um terço do território)
e integra espaços florestais, agrícolas e áreas de grande sensibilidade
ecológica ou cultural, zonas de aproveitamento turístico e de
habitação predominantemente isolada dentro das suas aldeias, além
de actividades e equipamentos ligados à área do ambiente. Faz parte
ainda do Parque Natural a orla marítima, penetrando já em am-
biente urbano até à Cidadela de Cascais. Mas é óbvio que a parte
relativa ao Concelho de Sintra, muito mais vasta, constitui com a
de Cascais um todo indissociável em termos de fruição, de paisagem
e de conservação da Natureza.

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34
No âmbito dos recursos naturais, o Parque apresenta um im-
portante potencial no campo das reservas de água potável, na bacia
hidrográfica da Ribeira do Marmeleiro / Ribeira das Vinhas,
susceptível da criação de uma albufeira ou de bacias de retenção.
Este aproveitamento hídrico poderia permitir alguma autonomia
local no abastecimento de água, além da regularização dos caudais
de cheia no vale da Ribeira das Vinhas, que é afinal o traço de
união entre o Parque Natural e a área urbana, mais concretamente
a vila de Cascais.
A bacia hidrográfica acima referida, a admirável paisagem do
Guincho, a delicadeza ecológica do sistema de dunas, a variedade
das suas praias, o património arquitectónico das fortificações marí-
timas, a joiazinha que é o Pisão, as várias aldeias que pontuam a
paisagem, como a Malveira da Serra, Janes, Almoínhas Velhas,
Biscaia, etc., a importância geomorfológica da orla costeira rochosa
de “lapiás” onde se insere a Boca do Inferno, formam no seu todo
um conjunto inigualável que temos o dever de preservar para os
vindouros.
Mas é imperioso dotar a gestão do Parque Natural de maiores
recursos humanos e financeiros, para permitir uma melhor
manutenção e uma mais eficaz fiscalização no que se refere aos
despejos de resíduos sólidos e à construção clandestina. É ainda
importante a criação de uma série de atributos que permitam uma
maior atractividade do Parque para as populações locais e regionais
e o desenvolvimento do turismo ambiental.
A valorização e maior utilização do Parque Natural de Sintra-
Cascais são a garantia da sua perenidade e do seu prestígio e im-
portante factor de desenvolvimento sustentável no Concelho de
Cascais.

35
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37
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A Agenda Cascais 21 é um programa de acção para o


desenvolvimento do concelho e um processo consultivo da sua
população, nos quais se enquadra perfeitamente o projecto de
cidade que vimos defendendo para a globalidade da área urbana
concelhia.
Para um melhor esclarecimento do assunto, devemos referir
que o ponto de partida da Agenda 21 foi a Conferência das Nações
Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio
de Janeiro em 1992, seguida depois pela 1.ª Conferência Europeia
de Cidades e Vilas Sustentáveis, realizada em Aalborg, na Dina-
marca, em 1994, tendo o nosso município ratificado a Carta de
Aalborg em 1996 e aderido assim aos seus princípios.
Passada mais de uma década e após várias conferências
europeias desta temática, surgiu, a nível do País, em 2007, a
Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável, para tor-
nar Portugal, até 2015, num dos países mais atractivos e competiti-
vos da União Europeia.
Já a Agenda 21, saída do Rio de Janeiro, fazia um apelo aos
poderes locais para desenvolverem processos consultivos com as
suas populações, sob a forma de uma Agenda 21 Local que
permitisse delinear acções sustentáveis para o desenvolvimento dos
seus territórios.
No Município de Cascais, iniciaram-se as respectivas acções
em 1997, mas apenas as relativas à vertente ambiental, e só em
2005 se desencadeou um processo mais alargado da Agenda 21,
contendo também as vertentes do Desenvolvimento Económico,
da Coesão Social e da Governança, passando a designar-se Agen-
da Cascais 21.
Face ao exposto, queremos agora demonstrar que o nosso
projecto de cidade se adapta muito mais facilmente a esta teoria da
sustentabilidade do que a actual situação de vila/ subúrbio/
dormitório, já que, nas quatro grandes vertentes consideradas, a
cidade apresenta evidentes vantagens. Então vejamos:
A preservação e a qualidade e sustentabilidade ambientais do
Parque Natural de Sintra-Cascais foram já abordadas no artigo an-

38
terior; dentro da área urbana, a transformação a operar no interior
do concelho facilitará a recuperação dos corredores ecológicos, a
criação de contínuos vegetais, ao longo de novas avenidas, e de
parques e jardins há muito previstos mas nunca concretizados; e
com uma nova dinâmica interna, particularmente de reestruturação
económica, os percursos casa-emprego tenderão a ser muito me-
nores, os transportes amigos do ambiente terão mais viabilidade
económica, diminuirá substancialmente a emissão de gases com
efeito de estufa, melhorando a qualidade do ar e a qualidade de
vida dos seus habitantes.
No capítulo do desenvolvimento económico, só o projecto da
cidade pode garantir, através da transformação do interior do
concelho e da sua terciarização, as condições necessárias para a
instalação de empresas de serviços e das indústrias criativas, apoiadas
em formação superior e investigação científica, com a criação de
muitos empregos qualificados que irão alterar radicalmente o pa-

39
radigma do concelho.
Relativamente à coesão social no âmbito concelhio, todos sa-
bemos como ela é fraca e na maior parte dos casos não ultrapassa
os limites de bairro. Veja-se o caso do clube Estoril Praia, com
uma história muito rica no futebol nacional e que tenta emergir há
décadas dos escalões inferiores perante a indiferença de empresas
e de uma população desenraizada, própria dos municípios subur-
banos. A cidade deverá trazer um novo espírito de agregação em
torno de valores estruturantes, sejam eles cívicos, urbanísticos,
culturais ou desportivos, os quais deverão ser importantes factores
de coesão social das populações.
Finalmente, a governança, que significa um executivo munici-
pal com uma gestão transparente, participada pelos cidadãos, efi-
caz e coerente com os objectivos que pretende alcançar. Na verdade,
tem sido feito nos últimos anos um louvável esforço de
democratização da informação, de transparência e de aproximação
aos cidadãos. Mas, a actual situação de menoridade institucional,
de um município com a dimensão urbana de uma cidade média
europeia, que ainda é uma vila, conduz a uma relativa incapacidade
de reivindicação, perante o poder central e a União Europeia, e a
uma exclusão dos programas de requalificação de cidades médias,
nomeadamente para a realização de grandes infra-estruturas, com
evidentes prejuízos para o concelho e a sua população.

40
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O desenvolvimento económico e a consequente criação de


emprego qualificado constituem hoje um imperativo para todos os
municípios, situados na periferia das grandes cidades, que
pretendam ganhar autonomia funcional e tornar-se competitivos
no contexto nacional e europeu.
No Concelho de Cascais, a evolução verificada nas últimas
décadas determinou o nosso grande atraso no desenvolvimento
económico. Desde logo, a ideia restritiva do “resort” Estoril / vila
de Cascais em relação à vocação turística do concelho, sem dúvida
mais alargada, condenou vastas áreas do litoral à tendência de
dormitório de Lisboa.
Face a esta realidade e na ausência de outros desígnios, acabou
por prevalecer com enorme pujança a vertente residencial ou
imobiliária, personificada por pequenos e grandes empresários e
concretizada através de inúmeros loteamentos e urbanizações. Esta
vertente ganhou tal força que asfixiou a própria actividade turística,
e hoje até parece natural a substituição sistemática de unidades
hoteleiras por edifícios de apartamentos.
Para completar o quadro onde nos movemos, iniciou-se há
cerca de meio século o fenómeno dos clandestinos, que afectou
grande parte da zona rural do concelho e que nos deixou, perante
a complacência dos poderes públicos, uma das maiores manchas
de bairros de génese ilegal de toda a Grande Lisboa.
Temos assim uma indústria turística de limitados horizontes
que pouco emprego gera, um pequeno comércio e uma restauração
em profunda crise indiciadora de desemprego, empresários da
construção ligados essencialmente ao imobiliário habitacional, hoje
também em crise, áreas industriais em grande parte obsoletas e
um certo caos urbanístico no interior do concelho. É perante este
quadro que terá de nascer um novo desígnio – a terciarização –
que seja a alavanca para o desenvolvimento económico e a criação
de emprego em larga escala, realizando ao mesmo tempo a
transformação e qualificação do território no interior do concelho.
Esta terciarização deve ser entendida em sentido lato,
englobando não só a criação de condições para a instalação de
42
sedes de empresas de serviços e de fundações mas também
equipamentos da área da saúde e instalações para o ensino supe-
rior e investigação científica. Seria importante atrair empresas das
áreas das tecnologias da informação, da investigação e do
desenvolvimento das biotecnologias, que encontrariam, nesta nova
centralidade de Cascais, excelentes condições de infra-estruturas e
de ambiente urbano, importantes para o seu sucesso e o seu natu-
ral intercâmbio com cidades, empresas e universidades estrangeiras.
A propósito, é de saudar a recente criação, pela Câmara, da
Agência DNA Cascais, no sentido de incentivar o
empreendedorismo entre a juventude, numa atitude pioneira a nível
nacional. Deste modo, está-se a criar no concelho um novo espírito
empresarial e a ver nascer pequenas e médias empresas que
lançam no mercado produtos e serviços inovadores, criando valor
de forma sustentada. Esta experiência dura há pouco mais de um
ano e, segundo consta, já foram criados cerca de 200 empregos.
É sem dúvida um primeiro passo para o desenvolvimento eco-
nómico e a criação de emprego, que certamente virá a dar alguns
frutos. Todavia, para fazer inverter a tendência de dormitório e
criar uma ampla autonomia em relação a Lisboa, com a criação de
emprego qualificado em larga escala, são necessários instrumentos
mais poderosos a nível do reordenamento do território e do
planeamento estratégico, que só o projecto da cidade poderá
viabilizar através do seu potencial transformador e da terciarização
sistemática.

43
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44
Comér
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turismo
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No artigo anterior, falou-se de desenvolvimento económico e


emprego, tendo-se concluído que as actividades tradicionais, dada
a sua crise ou estagnação, não têm sido factor de desenvolvimento
ou de autonomia, tendo de haver um novo desígnio para o concelho
– a terciarização. Agora iremos abordar a problemática dessas acti-
vidades tradicionais – o turismo e actividades com ele conexas,
designadamente o comércio (de destino) e a restauração, que
precisam de um novo impulso para a sustentabilidade.
É sabido que a vertente residencial asfixiou ou descaracterizou
vastas áreas do litoral com vocação turística, e a Costa do Estoril
foi perdendo atractividade como destino de férias. Mesmo os locais
mais emblemáticos, como o Estoril, o Monte Estoril ou a vila de
Cascais, foram perdendo o encanto que os celebrizou.
Também as grandes infra-estruturas turísticas que foram
lançadas, a partir dos ano 80, para permitir o relançamento da
Costa do Estoril, estão longe de ter atingido os seus objectivos,
quer no aspecto de atractividade quer na sua funcionalidade e
viabilidade económica. De facto, a marina, o centro de congressos,
o autódromo e o aeródromo (ampliado) apresentam evidentes
debilidades que demonstram a falta de um pensamento estratégico
consequente.
No capítulo da hotelaria, faz pena constatar que a Costa do
Estoril foi a única região turística do país que perdeu capacidade
hoteleira nas últimas décadas; faz pena verificar que, na Parede, no
único local à beira-mar onde se poderia edificar um estabelecimento
hoteleiro e onde havia terreno municipal, se autorizou um
equipamento social privado; mas faz ainda mais pena ver nascer,
dia após dia, a estrutura de um prédio de apartamentos naquele
local, admirável para um novo hotel, onde se situava o Estoril Sol.
Mas o que não tem remédio, remediado está. Como
compensação, por que não retomar aquela excelente ideia de alguns
anos atrás, de edificar um hotel de cinco estrelas no terreno do
antigo pavilhão do Dramático de Cascais? Em termos urbanísti-
cos, seria um elemento fortemente estruturante do local e um fac-
tor de presença humana e de animação na zona do património

45
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cultural. É minha convicção de que, se a Câmara fizesse uma hasta


pública daquele terreno para o efeito, apareceriam decerto
investidores interessados.
Veja-se o caso do Hotel Vila Itália, que no início da sua
construção foi tão criticado e que hoje constitui uma excelente
unidade hoteleira que muito valorizou urbanisticamente a Aveni-
da Rei Humberto de Itália.
Para o progresso do nosso turismo, é assim fundamental haver
uma estratégia de incentivo à construção hoteleira, em bons locais
para o efeito, para que se possa atingir a prazo o número de 15.000
camas (hoje temos cerca de metade), considerado por especialis-
tas como o limiar de sustentabilidade de uma dinâmica turística
interna, que inclui obviamente a viabilidade económica do pequeno
comércio e da restauração dos centros urbanos. E então, a vila de
Cascais que tanto precisa de mais hotelaria e dessa dinâmica inter-
na!
É claro que é importante haver um pequeno comércio e uma

46
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ilila
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47
Relatitivvame
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bano o.

48
restauração atractivos e com qualidade, é bom haver um gestor de
centro urbano atento à conservação dos espaços públicos e com
criatividade para dinamizar o centro, mas tudo isso pode não chegar
para combater a desertificação.
A propósito, quero aqui congratular-me com a recente
reabertura ao trânsito do sentido descendente da Av. D. Carlos I,
tão desejada pelos agentes económicos e que certamente será mais
um factor de combate à desertificação do centro urbano.
Outras medidas simples poderiam ajudar, como o acesso dos
autocarros de turismo ao centro da vila, a utilização dos “buscas”
para trazer os hóspedes dos hotéis ao centro, a criação de
estacionamento gratuito na 1.ª hora, a reestruturação do Jardim
Visconde da Luz no sentido de se criar um parque infantil que
atraia as pessoas.
Também o pólo cultural de Cascais, quando estiverem em
funcionamento o Museu Paula Rego e o complexo da Cidadela,
pode constituir um forte atractivo no âmbito do turismo cultural. E
os festivais de música e os grandes eventos desportivos são
imprescindíveis.
No Parque Estoril, que hoje repele as pessoas, dever-se-ia
recriar o belo jardim florido de outrora, com os seus recantos
românticos, que tanta gente atraía.
Em resumo, para um turismo de qualidade sustentável na Costa
do Estoril, torna-se necessário combater por todos os meios a
desertificação dos centros urbanos, incentivar a actividade turísti-
co-hoteleira em toda a faixa do litoral, repensar as grandes infra-
estruturas turísticas, combater a sazonalidade estabelecendo um
turismo de todo o ano, balnear, de negócios, de golf, residencial,
cultural, desportivo, termal, ambiental e paisagístico.

49
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52
A rre
enovação indu
dusstr
indu triial

O Concelho de Cascais, apesar de ser dos menos


industrializados da Grande Lisboa, apresenta ainda assim um con-
junto significativo de áreas industriais, que emprega alguns milhares
de pessoas e que merece ser atentamente analisado no sentido da
sua renovação e qualificação no contexto da futura cidade.
As referidas áreas industriais ficam todas no interior do
concelho, situando-se apenas no litoral uma ou outra unidade
isolada em vias de desaparecimento. Simplificando, pode dizer-se
que existem cinco núcleos ou eixos principais, a saber: núcleo da
indústria electrónica, em Mato Romão / Aldeia de Juzo, núcleo da
Adroana / Alcabideche, eixo Alcoitão – Manique e eixo Abobóda
– Trajouce, este com um núcleo adjacente em Matos Cheirinhos.
Para além disso, há muitas unidades isoladas, ou agrupadas em
pequenos núcleos, dispersas pelo território.
Na indústria transformadora, para além da referida electróni-
ca, prevalecem as indústrias alimentares, as indústrias da madeira,
a de fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, a indústria de
confecções e a de fabricação de produtos químicos. Faz-se uma
referência especial à indústria das artes gráficas e edição de
publicações, hoje uma primeira manifestação das chamadas
“indústrias criativas” que se desejam para o nosso concelho.
Existe também uma grande incidência de armazéns e de cen-
tros de logística.
No sector da construção e obras públicas, a face mais visível
nestas áreas industriais é a fabricação de betão, os estaleiros de
materiais e os parques de máquinas. É de referir ainda a extracção
e a transformação da pedra.
Num diagnóstico geral à actual situação, pode dizer-se que se
caracteriza por uma má qualidade das infra-estruturas viárias,
carências de estacionamento, dificuldades nos percursos pedonais,
deficiente qualidade arquitectónica, urbanística e paisagística, aliás
características que são comuns a grande parte do interior do
concelho. Existem ainda pequenas unidades funcionando paredes
meias com a habitação, em bairros de génese ilegal, com impactes
ambientais muito negativos.

53
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dusstr
indu triiais
ais..

54
Há todavia alguns indícios de renovação nas áreas industriais.
Por exemplo, na zona da Adroana, começa a haver um melhor
ordenamento urbanístico nos acessos e nas novas edificações, e no
núcleo da indústria electrónica, na Aldeia de Juzo, está em vias de
concretização um projecto de construção de um conjunto de mo-
dernos edifícios para 7 Centros de Inovação e Investigação, nos
terrenos da Alcatel.
Dois bons exemplos do muito que há para fazer, de modo a
tornar Cascais um concelho competitivo na actividade económica
e na qualificação ambiental e paisagística.
É conveniente esclarecer que a fronteira entre o terciário e a
indústria não poluente e tecnologicamente avançada é cada vez
mais ténue. Mas é evidente que a indústria transformadora sempre
existirá, e desde que não tenha impactes ambientais e paisagísticos
negativos poderá coexistir perfeitamente com a presença de unida-
des terciárias, e eventualmente de outras funções, em vias urbanas.
Nessa perspectiva, podemos considerar que a renovação in-

55
dustrial, no projecto da cidade, passa em parte pelo processo de
terciarização, já explicado em artigo anterior, principalmente no
eixo Alcoitão – Manique (troço da estrada longitudinal Norte a
transformar numa ampla avenida). Este eixo apresenta realmente
grandes potencialidades nos dois lados da via para o
desenvolvimento industrial e terciário de qualidade.
Para a Freguesia de S. Domingos de Rana, no eixo Abóboda –
Trajouce e núcleos adjacentes, há que seguir uma estratégia mais
complexa que passa pela criação de um moderno e bem infra-
estruturado parque industrial para instalar grandes e médias em-
presas, já existentes no concelho ou que sejam incentivadas a cá
instalar-se. Isto permitiria também uma reabilitação do actual tecido
urbano, incluindo a dos núcleos históricos de Abóboda e Trajouce.
Por outro lado, a construção de uma alternativa rodoviária à actual
estrada nacional (249.4), actualmente muito congestionada, e
também da Longitudinal Sul, permitirão o início de uma estratégia
de reestruturação do interior do concelho, no sentido de uma
melhor mobilidade interna e externa, fundamentais para o
desenvolvimento económico do concelho, que parte já com um
atraso de várias décadas.
As operações avulsas que estão hoje a ser feitas aqui e ali, esses
pequenos passos são obviamente positivos, mas não resolvem os
problemas de fundo do concelho.
A renovação industrial do Concelho de Cascais é assim uma
tarefa urgente para a qualificação do interior do concelho e a
competitividade da sua economia, exigindo mais e melhor
planeamento e grande investimento público para aquisição de te-
rrenos, em zonas estratégicas do território, e construção de
adequadas infra-estruturas.

56
Na zzo
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57
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58
O rre
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A secular tradição marítima e piscatória da vila de Cascais e as


potencialidades da nossa costa justificam perfeitamente que, no
âmbito do projecto da cidade, se olhe com interesse para a
actividade económica da pesca e se promova o seu desenvolvimento
e a sua maior visibilidade no contexto do centro histórico da vila.
Aqueles que tiveram a oportunidade de atravessar este último
meio século como habitantes de Cascais e ainda têm na memória
o que foi a intensa actividade da pesca em termos de valor econó-
mico e etnográfico na vila de Cascais, não podem deixar de se
interrogar sobre a situação actual, em que os aprestos dos pescado-
res surgem numa espécie de gueto, enquanto que os seus espaços
naturais e tradicionais de apoio – a Praia do Peixe e a esplanada
fronteira – se encontram desertos e sem uso aparente, acentuando
ainda mais a desertificação do centro urbano.
É certo que a actividade piscatória foi decaindo ao longo das
últimas décadas aqui em Cascais e que até o perfil do pescador se
foi alterando com o tempo, havendo hoje apenas cerca de 30
pequenos barcos de pesca e de 100 pescadores profissionais em
Os aprestos d
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59
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m
novos m mooldes.

60
actividade, embora haja muitos outros pescadores, amadores ou
desportivos.
A crise da pesca em Cascais insere-se, segundo os entendidos,
no quadro mais vasto de uma crise nacional das pescas derivada de
múltiplos factores, como sejam os limites de pescado impostos pela
União Europeia, a carência de algumas espécies, os subsídios para
o abate de barcos e uma certa indefinição da política nacional para
o sector.
Por outro lado, o porto de Cascais não dispõe hoje de
condições logísticas para uma pesca industrial, de arrasto, que
outrora demandava a nossa baía. Estamos assim limitados à pesca
artesanal, que captura geralmente um pescado de qualidade.
Mas também é verdade que, a nível autárquico, muita coisa se
pode fazer em prol do desenvolvimento da actividade piscatória,
tal como acontece em vários municípios da
orla costeira portuguesa.
Em primeiro lugar, tomar como opção política o efectivo
desenvolvimento económico da pesca em Cascais, dinamizando
quer a pesca artesanal quer a descarga do pescado de arrasto. Para
o efeito, é preciso criar as infra-estruturas necessárias, de modo a
permitir uma 1.ª venda de pescado no local de desembarque e
uma 2.ª venda na Lota, e disponibilizar a praia e os espaços
envolventes. No fundo, em vez da pesca marginalizada dos dias de
hoje, recuperar a faina piscatória de outrora, que fervia de actividade
e animava toda a zona baixa da vila, com reflexos positivos no tu-
rismo e no comércio.
Na retaguarda destas opções fundamentais, deveria o
Município, através das suas agências especializadas, criar uma escola
para a formação de pescadores profissionais, tentando fazer, deste
modo de vida duro, uma profissão atractiva para a juventude. Nesta
perspectiva, dever-se-ia também criar uma escola de carpintaria
naval, associada a uma empresa onde se pudessem construir os
barcos necessários ao desenvolvimento da pesca, incluindo as fa-
mosas “chatas” de Cascais, um objecto patrimonial hoje quase des-
aparecido. Finalmente, dever-se-iam dar melhores condições de
61
estacionamento aos comerciantes de pescado, junto da Lota, e
incentivar as associações de pescadores a criarem elas próprias
cooperativas de comércio de pescado, a fim de salvaguardarem os
legítimos interesses profissionais dos seus associados.
Nesta época de profunda crise económica em que nos encon-
tramos, tudo o que se faça para criar emprego e gerar riqueza é
positivo. Mas, procuramos ver mais longe, é do futuro que espe-
cialmente falamos e da imperiosa necessidade do relançamento
da actividade piscatória na vila de Cascais, numa base progressiva e
sustentável e como importante factor de identidade.
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62
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Há meses atrás, o professor e biólogo ligado à temática maríti-


ma, Carlos Sousa Reis, lançou aqui, neste jornal, a ideia da criação
de um verdadeiro porto de mar – um cais de encosto para navios
de cruzeiro junto à Marina de Cascais. Essa ideia foi apoiada pos-
teriormente pelo Movimento com um outro artigo em que se
demonstravam as grandes vantagens para o desenvolvimento turís-
tico que daí adviriam para a vila de Cascais e o seu concelho.
No seu artigo intitulado “Um Porto para Cascais”, dizia então
Sousa Reis:
“Nos nossos dias há uma nova corrida ao mar e, nesse contex-
to, o tráfego marítimo assume uma importância muito relevante.
Dentro dessa actividade ressalta o turismo náutico e a náutica de
recreio.” E mais adiante: “ (...) atrevo-me a sugerir (...) um cais de
encosto para navios de cruzeiro, certamente mais acessível e
turisticamente mais apelativo, potenciando o triângulo turístico
Lisboa, Cascais e Sintra, quando comparado com o tempo reque-
rido para entrar e sair do porto de Lisboa e com um desembarque
por vezes pouco acolhedor para os turistas que aí chegam nos gi-
gantes dos mares, entre montanhas de contentores. De notar que
o número actual de turistas que chegam a Portugal por essa via não
pára de crescer e já atinge os 700.000.”
Seguidamente, interrogava-se Sousa Reis:
“Estrategicamente localizada na rota do Atlântico Norte /
Atlântico Central (Caraíbas) e Mediterrâneo, Cascais poderia ser
um local com uma mais valia muito significativa nesse sentido. Então
por que não equacionar essa hipótese?”
Depois de referir que o molhe proposto teria de ser paralelo
ao molhe exterior da Marina de Cascais e de tecer outras
considerações de carácter técnico e logístico, dizia Sousa Reis: “A
construção do molhe exterior teria que ser feita à batimétrica
(profundidade) dos 12/13m, a fim de permitir a atracação dos
maiores navios de cruzeiro e a criação de uma zona de protecção
interior, com postos de atracação, onde muitos mega yachts
poderiam encontrar o seu refúgio na Europa.”
Resumindo a ideia de Sousa Reis, tratava-se de criar um porto

63
A hipót
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ultural

64
para navios de cruzeiro, complementado com uma área de
estacionamento de mega yachts, aproveitando em parte a infra-
estrutura da marina, o que iria neste caso atenuar os impactes am-
biental e paisagístico e os custos do empreendimento.
De qualquer forma, teria sempre de ser feita uma análise de
custo / benefício e proceder-se ao respectivo estudo de impacte
ambiental, antes de tomada uma decisão.
Mas queremos aqui sublinhar que esta ideia se enquadra
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estacioname amen nto d e meg
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aia doo mo, e a uma maior autonomia funcional em relação a Lisboa.
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uro
Eur pa.. Este empreendimento seria obviamente um enorme contributo
para combater a desertificação do centro urbano da vila de Cascais
e viabilizar a sua economia, já que muitos milhares de turistas ao
longo do ano iriam desembarcar junto à marina, usufruindo a cul-
tura e o património, desfrutando a admirável paisagem marítima e
consumindo na restauração e no comércio tradicional.
Há, porém, quem conteste a viabilidade de tal ideia, uma vez
que os navios de cruzeiro aportam geralmente às grandes cidades
onde existem, de facto, mais factores de atracção para visitar no
escasso tempo disponível. Todavia, há que considerar que o des-
embarque em Cascais não impede a visita turística a Lisboa (a cer-
ca de meia hora), antes lhe dá uma perspectiva mais ampla sobre a
região onde se situa a capital. No fundo, trata-se de visitar
Lisboa a partir do porto e da vila de Cascais.
A vila de Cascais, historicamente a porta de entrada de Lis-
boa, poderia agora no Séc. XXI desempenhar, na actividade turís-
tica, o papel que a História lhe confere.

65
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66
67
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68
Mobilidade e tr
ilid ans
transpo
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portes
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Uma política avançada de mobilidade e transportes é hoje fun-


damental para uma boa qualidade de vida urbana dos cidadãos do
concelho e de todos os que nos visitam numa expectativa de turis-
mo de qualidade.
É um facto que toda a expansão urbana do nosso concelho foi
planeada especialmente para o automóvel ou nem sequer foi objecto
de qualquer planeamento, o que deixou marcas profundas na
hierarquia e perfis das vias, dificultando a implementação de uma
boa rede de transportes colectivos e de uma confortável circulação
de peões e bicicletas.
Esta situação é especialmente gravosa à medida que se pene-
tra no interior do concelho, havendo locais em que os percursos
de peões são totalmente inexistentes, pondo em perigo constante a
segurança das pessoas que por lá se aventuram.
Em artigos anteriores apontaram-se algumas medidas que iam
já no sentido de privilegiar a mobilidade interna, designadamente
o reordenamento do território no interior do concelho, a
transformação sistemática de estradas antigas ou pseudo-vias rápi-
das em vias urbanas, a criação de transporte colectivo confortável e
estruturante, em paralelo com uma ciclovia, no interior, como fru-
tos do futuro desenvolvimento terciário.
Mas actualmente nem tudo nesta área é negativo. A carreira
“Buscas” e as bicicletas “Bicas”, lançadas há anos na vila de Cascais,
são dois casos de sucesso que temos gosto em assinalar. É certo
que o “Buscas” levou algum tempo a consolidar-se, mas aos poucos
as pessoas foram aderindo e hoje constitui um sistema comple-
mentar de transportes de grande utilidade. Inicialmente o seu motor
era híbrido (amigo do ambiente) e a sua frequência regularizada,
lamentando-se a alteração. Este sistema é também fundamental
para trazer os automobilistas às Estações de C. F., ficando os seus
carros em parques de estacionamento na periferia, como aliás já
acontece no Bairro do Rosário, em Cascais.
Então, por que não estender o sistema “Buscas” a outros aglo-
merados urbanos do litoral como complemento do sistema mais
pesado de autocarros e de percursos mais longos? Por que não

69
servirem o Estoril, a Parede ou Carcavelos?
Relativamente ao centro urbano de Cascais e para contrariar a
desertificação habitacional, dever-se-ia permitir o acesso de
automóvel aos residentes. E também permitir o acesso, à zona baixa
da vila, dos autocarros de turismo, e organizar o estacionamento
para quem vem consumir, de forma a dinamizar a área comercial.
Por outro lado, num futuro próximo, os novos veículos eléc-
tricos individuais vão decerto levar à reformulação do espaço ur-
Os n noovos vveíc
eícul
eícul
uloos eeléc
léc tr
triico
léctr coss
in di
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indi ais (SE
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(SEG
bano, rodando em pistas próprias. Enquanto isso não acontece, e
revoluluccionar a mmoobili dade,
ilid face às nossas péssimas calçadas, tornemos os nossos passeios mais
espec
peciialme
almennte ao nív
níve el d
do o turism
turism
ismo o, e lisos, com calçadas de boa qualidade ou outro tipo de pavimento
em b brreve d everão rrod
de od
odarar eemmp is
isttas
pis
próp
róprrias.
que seja confortável para todos, incluindo os invisuais.
Que o tratamento do espaço urbano deve ser pensado para
todos, incluindo as pessoas com deficiência (deficiência motora
ou outra), é hoje uma questão incontornável em todo o mundo
civilizado. É por isso que abordo aqui a questão da escada de
acesso à marina, a partir do Passeio Maria Pia, utilizada pelas
pessoas que vêm do Largo da Câmara e que, sem alternativa,

O sissisttema d deea utocar


au ocarrros lilig
geir os
iro
«B
«Bu usca
cas»s» co ns
cons tituiu um
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O eesspaço ur ban
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bano od de eve sseer pe ns
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encontram aí uma escada com cerca de 50 degraus. É óbvio que a


única alternativa correcta e viável é através do paredão dos pesca-
dores e da consequente travessia do Clube Naval, já utilizada nos
períodos das grandes competições náuticas.
Decerto que razões ponderosas impedem a abertura franca
deste percurso.
No projecto da cidade, porém, queremos uma vila de Cascais
sem guetos e toda uma cidade sem barreiras.
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71
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72
Uma políti
políti ca in
lítica inttegrada d
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Nesta série de artigos, depois de termos falado dos aspectos


físicos e económicos da transformação que propomos, vamos abor-
dar agora a área social, começando pelo importante sector da
Habitação, visto de uma forma integrada no contexto urbano da
futura cidade.
Num breve diagnóstico da situação actual no Município de
Cascais, pode dizer-se que, após um esforço considerável de cerca
de 15 anos, integrado no PER (Plano Especial de Realojamento)
de origem governamental, foi finalmente concluído o processo de
erradicação de barracas, com a construção de largas centenas de
alojamentos para os residentes desses bairros degradados.
É evidente que esse prolongado esforço acabou por prejudicar
o acesso à habitação de outros estratos da população concelhia, e é
preciso agora, para além de melhorar a qualidade de integração
das famílias entretanto alojadas, lançar novos programas
habitacionais que contemplem as situações adiadas ou as novas
necessidades de estratos da população residente sem capacidade
económica para adquirir ou alugar uma casa no mercado livre.
A propósito, permitam-me que recorde aqui o idealismo e a
sabedoria dos deputados constituintes que elaboraram a
Constituição de 1976 e que apontavam o direito à habitação de
uma forma inequívoca. Vejamos o que diz o Art.º 65.º, parágrafo
1.º:
“Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação
de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que
preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.”
Também a Constituição se preocupava com a integração da
habitação num bom ambiente urbano e na proximidade de
adequados equipamentos sociais.
Sabemos, porém, que passados mais de 30 anos, mesmo aqui
em Cascais, há famílias que, habitando anexos ou partes de casa,
nunca usufruíram de uma habitação condigna, outros para quem a
construção da sua casa constituiu uma espécie de calvário, ao longo
de uma vida. Há ainda muitos casais jovens que se viram obrigados
a procurar residência fora do concelho por motivos económicos,

73
já que Cascais é um dos locais do Pais onde as habitações são mais
caras.
O nosso concelho tem sido nesse aspecto uma terra de gran-
des assimetrias e enormes contrastes, onde as residências mais
luxuosas têm coexistido com as condições mais degradantes de
habitabilidade. Uma terra onde as sucessivas câmaras andam
sempre atrás do prejuízo: durante décadas deixaram erguer barra-
cas e implantar loteamentos e casas ilegais e depois andam outra
tantas décadas a tentar reparar os danos, deixando marcas profun-
das no território e enormes carências de coesão social. Neste
crescimento suburbano, onde tem andado o planeamento e o con-
trolo do território?
É tempo de conceber uma política integrada de habitação so-
cial enraizada no projecto da futura cidade e que, em termos de
estratégia urbanística, aproveite o reordenamento do território
proposto para o interior do concelho, designadamente o processo
de terciarização e as acções de reconversão de algumas áreas de
génese ilegal.
Desse modo, e sucintamente, seriam criados pequenos núcleos
habitacionais, bem inseridos na estrutura urbana da cidade,
permitindo uma maior conexão da habitação com o emprego, os
serviços, a saúde, o lazer, a cultura, a universidade, os equipamentos
sociais, a cidadania activa, a identidade da terra onde se vive.
No plano social, dever-se-ia criar habitação especialmente para
arrendamento, com rendas compatíveis com os rendimentos fa-
miliares e fazendo do acompanhamento das famílias uma prática
social em simultâneo com a habitação. Seria fundamental também
dar respostas muito diferenciadas, com uma grande variedade de
tipologias para os grupos sociais em causa, designadamente os po-
bres ou insolventes, a classe média baixa, os jovens, os idosos
carenciados, as pessoas com deficiência, os imigrantes em
dificuldades, privilegiando-se de certo modo as relações inter-
geracionais.
Finalmente, as acções habitacionais, a custos controlados,
seriam lançadas sob várias modalidades, conforme as circunstâncias,
74
designadamente a promoção directa de fogos, as parcerias públi-
co-privadas e o recurso ao sector cooperativo.
É tempo, enfim, de pensar para Cascais uma política integrada
de Habitação que constitua uma resposta condigna aos objectivos
da Constituição da República, sabendo-se que o investimento pú-
blico na habitação é também factor de redistribuição da riqueza e
de progresso social.
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75
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76
Uma po líti
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lítica inttegrada
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ociial

No projecto da cidade, tendo em vista uma maior autonomia


funcional em relação a Lisboa, a Saúde é considerada uma área
estratégica, tal como o são, por exemplo, o desenvolvimento eco-
nómico e o emprego. É de registar também que em todos os
inquéritos de opinião, os cuidados de saúde surgem como a princi-
pal preocupação da população concelhia.
Mas manda a experiência que, a nível autárquico, a área da
Saúde seja tratada em estreita conexão com a Acção Social, princi-
palmente no escalão etário dos idosos, na primeira infância e no
grupo das pessoas com deficiência.
É um facto que os cuidados de saúde são essencialmente uma
competência e uma obrigação do poder central. Mas às autarquias
cabem também importantes responsabilidades nesta matéria,
designadamente o planeamento da rede de equipamentos de saúde,
a cedência dos terrenos e a criação das acessibilidades e realização
das infra-estruturas. Competem-lhe ainda potenciar e coordenar a
referida conexão dos equipamentos de saúde com as instituições
privadas de solidariedade social (IPSS) e promover ou financiar os
equipamentos sociais.
Fazendo um breve diagnóstico da situação actual da Saúde no
nosso concelho, e passando ao lado da evidente obsolescência do
hospital em funcionamento, pode afirmar-se que a rede de centros
de saúde entretanto criada constituiu uma melhoria significativa,
mas não satisfaz ainda totalmente as necessidades de cuidados
primários da população concelhia. Recordemos que, neste mo-
mento, existem cerca de 20.000 pessoas sem médico de família e
há algumas lacunas dos referidos cuidados primários em certas
zonas do território.
É também de realçar que a rede de unidades de “cuidados
continuados”, destinados a doentes que, tendo saído do hospital,
precisam de tratamentos prolongados, é ainda muito frágil, e que
os “cuidados paliativos”, para doentes terminais, são praticamente
inexistentes no concelho.
Relativamente ao novo hospital em construção, tememos que esteja

77
subdimensionado por ter sido concebido para uma população
concelhia de cerca de 170.000 habitantes, quando hoje sabemos que
estão inscritos nos centros de saúde 225.000 pessoas e que se deveriam
ter ainda em conta os muitos milhares de residências secundárias do
concelho e a existência de uma indústria turística, gerando em conjun-
to picos de população da ordem das 300.000 pessoas. Aguardemos,
porém, com expectativa a entrada em funcionamento do novo hospi-
tal em 2010, considerando os novos métodos de gestão hospitalar e as
novas tecnologias e esperando que constitua, de facto, uma mudança
de paradigma da Saúde em Cascais.
Passando à análise da Acção Social, devemos salientar a
actividade da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, um verdadeiro
pilar da comunidade, com uma enorme abrangência que vai desde
as creches e jardins de infância até aos centros de dia e lares de
idosos, do apoio domiciliário aos “cuidados continuados”, do Cen-
tro de Apoio Social do Pisão ao estudo, prevenção e tratamento
da toxicodependência, assistindo cerca de 2.500 pessoas,
empregando quase 600 funcionários e dispondo de um orçamento
anual da ordem dos 20 milhões de euros.
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78
Entre as muitas pequenas e prestimosas instituições privadas
de solidariedade social, permitam-nos destacar, no âmbito do apoio
domiciliário a pessoas com deficiência e a idosos dependentes, a
actividade do Centro de Apoio ao Deficiente, situado em
Carcavelos, pela qualidade e inovação dos serviços prestados na
zona oriental do concelho, que apontam já para um futuro mais
promissor e humanizado.
Entendemos assim que é necessário um plano global de saúde
para o concelho, que permita uma melhor cobertura do território
em cuidados primários, eliminando os serviços de “vão de escada”
e procedendo à gestão integrada dos respectivos equipamentos –
hospital, clínicas privadas e centros de saúde. Este sistema deverá
ser depois articulado com os equipamentos sociais, principalmen-
te com os centros de dia, lares de idosos e outras instituições de
solidariedade social que disponham de condições para alguns cui-
dados primários de saúde.
É importante também preencher as grandes lacunas nos capí-
tulos já referidos dos “cuidados continuados” e dos “cuidados pa-
liativos”, parecendo-nos que os actuais Hospital de Cascais e Hos-
pital José de Almeida, após a sua desactivação em 2010, poderiam
ser aproveitados para o efeito.
Mas a cidade pode fazer a diferença noutros aspectos. A melhoria
dos transportes colectivos, dos percursos pedonais e a sinalização
adequada dos equipamentos e estabelecimentos, deverão permitir
um mais fácil acesso aos cuidados de saúde e às farmácias por idosos
e pessoas portadoras de deficiência. Por outro lado, o reordenamento
do território no interior do concelho deverá também permitir a
criação de uma mais apertada rede de centros de dia (ou de convívio),
humanizando o ambiente urbano e melhorando a qualidade de vida
dos idosos. Finalmente, o alargamento da rede de creches e jardins
de infância deverá ser fundamental para a vida de uma comunidade
que se prevê com dinâmica económica e, acima de tudo, para a
saúde e evolução das crianças.
Neste campos tão importantes da Saúde e Acção Social, Cascais
poderá assim vir a ser uma cidade organizada e solidária.
79
A in augur
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80
Uma po líti
política in
lítica inttegr
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“Todos têm direito à Educação e à Cultura”, conforme se diz


no Art.º 73.º da Constituição da República, competindo aos pode-
res públicos assegurar as condições necessárias à fruição desse
direito, seja ao Estado ou às Autarquias Locais.
Fazendo um breve diagnóstico da situação actual no Concelho
de Cascais sobre a Educação, pode afirmar-se que há dados positi-
vos, como a cobertura do território em escolas do ensino básico e
uma certa conexão das escolas com os serviços educativos dos
museus e as bibliotecas municipais. Há, porém, ainda grandes
insuficiências na rede de escolas pré-primárias, uma fraca interacção
entre a escola básica e o meio ambiente local, algumas lacunas em
escolas secundárias e uma quase inexistência de ensino superior e
de pós-graduação.
No plano estritamente cultural, queremos registar o esforço
que tem sido feito para construir ou reabilitar importantes edifícios
ou equipamentos como o Museu Paula Rego, o Farol Museu de
Santa Marta e a Cidadela. Há também que reconhecer a qualidade
da programação do Centro Cultural de Cascais e da Agenda Cultu-
ral. É ainda de realçar a importância que tem tido a Biblioteca de
S. Domingos de Rana na promoção cultural da população do inte-
rior.
Na área da música, uma palavra de satisfação pela existência
da nova sede da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras e do
seu Conservatório, no Monte Estoril, nas proximidades da Casa
Verdades de Faria – Museu da Música Portuguesa. A propósito do
Monte Estoril, onde o TEC tinha as sua raízes e o seu público,
lamentamos a mudança do Teatro Experimental de Cascais para
Carcavelos.
Como o dado mais negativo da política cultural da Câmara,
devemos registar a insistência nesse equívoco cultural que é a criação
do chamado “Museu da História de Cascais”, juntando (e matan-
do) dois museus: o Museu de Arqueologia, cujo espólio tem uma
importância que legitima perfeitamente a concretização do sonho
de ter uma casa própria, e o Museu do Mar – Rei D. Carlos, agora

81
A ffe eliliz
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modernizado, com cerca de trinta anos de existência ao serviço


do turismo e da promoção educativa e cultural das populações de
toda a Grande Lisboa, em risco de perda de identidade. É bom
lembrar que este museu é um ponto de encontro privilegiado dos
vários tipos de cultura, a popular e a erudita, a científica e a literária
ou histórica.
Independentemente deste caso, entendemos que é importan-
te uma política de criação de uma “nova centralidade cultural” ou
“pólo cultural” englobando os equipamentos já citados da zona
histórica da vila de Cascais e ainda naturalmente o Museu Condes
de Castro Guimarães, a Casa de Santa Maria, a Fortaleza de N.ª
Senhora da Luz, o Palácio da Cidadela, o Arquivo Histórico Mu-
nicipal e o Teatro Gil Vicente. Mas para o efeito seria necessário
criar fortes sinergias entre as várias peças deste “puzzle” e atrair,
com uma melhor divulgação, novas correntes de público, ao nível
das escolas, do turismo cultural e da população concelhia.
No âmbito das colectividades de cultura e recreio, atravessando
uma certa crise, é fundamental a continuação do apoio municipal

82
às suas actividades, incluindo o destacamento de técnicos /
professores / animadores que possam gerir os recursos, de modo a
que as respectivas sedes funcionem como uma rede de pequenos
centros culturais com actividades múltiplas.
Relativamente à Educação, é prioritário completar as redes de
escolas pré- primárias e secundárias. No caso do ensino superior,
é necessário criar possibilidades de continuação dos estudos e
renovação de competências à população activa do concelho (Life-
long Learning) em horários pós-laborais, aproveitando até algumas
estruturas existentes.
Um pólo universitário ligado à Ciência e Tecnologia deverá
ser integrado na dinâmica já criada pelo Tagus Park, de Oeiras, e /
ou basear-se na atracção para o concelho de um pólo de uma
Universidade nacional ou internacional conceituada.
A criação deste pólo só é, porém, viável no âmbito do
reordenamento do território do interior do concelho, previsto no
projecto da cidade, em simultaneidade com o processo de
terciarização.
Voltando à escola básica e à sua interacção com o meio social,
no sentido das crianças e os jovens assimilarem a identidade local,
essa acção poderia ser reforçada através da ida às escolas de agen-
tes culturais qualificados, ao serviço do município, para a realização
de palestras sobre questões da cultura e do património locais, de
preferência relativas a projectos em curso na própria escola.
Finalmente, consideramos importante retomar as “Jornadas de
Educação e Cultura do Concelho de Cascais”, iniciadas nos anos 90,
que constituíam um espaço de diálogo e de debate de ideias entre
alunos, professores e agentes culturais, e que culminava com um gran-
de sarau artístico, o grande abraço final entre Educação e Cultura.
Com a generalização do ensino pré-primário, na base, o
desenvolvimento da vida universitária, na cúpula, e uma maior
democratização da cultura, a futura cidade ajudará a promover a
igualdade de oportunidades e uma maior fruição dos bens culturais
por toda a população.

83
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84
De
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As actividades físicas e desportivas constituem hoje uma


necessidade imperiosa para as pessoas de todas as idades que
desejam preservar a sua saúde e usufruir de uma boa qualidade de
vida.
Por outro lado, a iniciação desportiva nas escolas tem hoje um
carácter obrigatório, conduzindo a uma salutar competição no
desporto escolar que tem depois a sua continuidade nos clubes
federados.
É assim obrigação dos poderes públicos, principalmente das
autarquias, criar as condições necessárias para a concretização dessa
saudável prática do movimento e do desporto, designadamente a
construção de longos passeios pedonais, de ciclovias, de pavilhões
desportivos, piscinas, campos de futebol, etc.
Mas o desporto é hoje também, ao nível da alta competição,
um grande espectáculo presenciado por milhões de pessoas, no
qual os grandes feitos desportivos alimentam a auto-estima de um
povo ou o prestígio de uma cidade. Veja-se, por exemplo, que Cris-
tiano Ronaldo e Vanessa Fernandes se tornaram verdadeiros heróis
nacionais. Repare-se no caso de sucesso da equipa de futebol do F.
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85
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Dramático
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C. Porto que se tornou num autêntico símbolo de uma cidade e de


uma região.
Fazendo agora um breve diagnóstico sobre a situação actual
do Concelho de Cascais pode afirmar-se que existe uma apreciável
animação desportiva na orla litoral e que são importantes para o
Turismo os grandes eventos das regatas de vela. No capítulo dos
equipamentos desportivos, a situação evoluiu favoravelmente e o
respectivo Plano Municipal está a ser gradualmente cumprido,
contendo no entanto algumas insuficiências.
Na verdade, foram construídos alguns campos de futebol, vários
pavilhões desportivos, mas ficaram esquecidos os ginásios (salas
especializadas), tão importantes hoje em dia para treinar modali-
dades como a ginástica rítmica, a ginástica acrobática, , a esgrima,
etc.
Para um município com a dimensão urbana do nosso, parece
também evidente a falta de um estádio municipal dotado com pis-
tas de atletismo, a modalidade rainha dos Jogos Olímpicos e tão
pouco apoiada em Cascais.

86
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is
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87
Relativamente aos clubes desportivos concelhios, é evidente o
seu exagerado número (cerca de 70 clubes), mas sabemos que as
fusões não são fáceis devido a questões de história e identidade.
Entre eles permitam-nos que destaque dois, pela sua importância
no contexto concelhio: O Dramático de Cascais, pelos seus sucessos
no rugby e pela sua extraordinária expansão na vertente do desporto
para todos, com cerca de 2.500 praticantes; e o Estoril Praia, com
uma tradição muito rica no futebol nacional, que está agora outra
vez a levantar cabeça na Liga de Honra e a manter uma das melhores
escolas de futebol do País.
A cidade, com a dinamização da vida económica e social e a
expansão da vida universitária, virá dar um novo impulso ao
desporto concelhio, criando os equipamentos de que o concelho
ainda carece, incluindo um pavilhão para atletismo em pista coberta
e uma ciclovia ao longo da Longitudinal Norte. Por seu turno, o
Estoril Praia deverá encontrar na cidade as condições ideais para
se tornar numa boa equipa de futebol a nível nacional e europeu,

No
Novva ssed
ed
edeed os eesscuteir
do os d
iro dee
Car ca
cavvelos
arca

88
surgindo como um meio de promoção da Costa do Estoril e um
poderoso factor de coesão social de toda a população.
No sector da Juventude, e para além das práticas desportivas e
da vida universitária já referidas, há questões que são específicas
deste escalão etário, como sejam a primeira habitação para os casais
jovens, o primeiro emprego, a ocupação dos tempos livres em ac-
tividades dinâmicas, as acções de cidadania e de divertimento
próprias da idade.
A política municipal que tem sido seguida nesta área tem as-
pectos positivos. De facto, o apoio em instalações para os grupos
de escuteiros e outras organizações de juventude, o Programa Maré
Viva (trabalho nas praias), os concertos musicais de Verão, os pro-
gramas de rádio, a DNA-Empreendedorismo, a Geração C, as
oportunidades de emprego, as pousadas de juventude são tudo
medidas que interessam aos jovens e que devem ter continuidade.
Mas é preciso ir mais além, principalmente nos capítulos do
desenvolvimento económico e emprego, da habitação, do ensino
superior, da formação profissional, da fruição cultural e do próprio
urbanismo, para que os jovens se sintam verdadeiramente inte-
grados numa comunidade viva e solidária e com grande autonomia
em relação a Lisboa.
O actual subúrbio ou dormitório é, porém, essencialmente
dispersivo e alienador.
Só a cidade pode fazer essa mudança. Só a cidade poderá abrir
novos horizontes às gerações vindouras.

89
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unccioname amen nto.

90
Segurança e p
Segurança prrotecção cciivil

A segurança dos cidadãos e dos respectivos bens é hoje uma


das principais preocupações a nível geral e local, pelo que compe-
te ao poder central e às autarquias a criação das condições
necessárias à sua efectivação.
É curioso registar que, na Constituição da República, o conceito
de segurança anda intimamente ligado ao conceito de liberdade,
pelo que o respectivo Art.º 27.º -1 diz exactamente que “Todos
têm direito à liberdade e à segurança”, dando a esta um âmbito
muito vasto que engloba os direitos, liberdades e garantias dos
cidadãos.
Todavia, quando se fala em segurança a nível autárquico, fala-
se em segurança pública, que tem a ver com a disciplina do trânsito
e estacionamento, a prevenção e combate à criminalidade violen-
ta, à pequena criminalidade, aos roubos de automóveis e assaltos a
residências e estabelecimentos, etc.
De acordo com informações recolhidas em várias freguesias, a
situação da segurança pública a nível concelhio está hoje estabilizada,
com níveis de infracções e de crimes que não justificam um alarme
social. Prevalece a pequena criminalidade, geralmente praticada
por pessoas que vêm de fora. Pode assim dizer-se que vivemos
num município relativamente seguro.
Existem esquadras de polícia (PSP) em Cascais, Estoril, Parede,
Carcavelos e Trajouce, e um destacamento territorial da GNR em
Alcabideche, neste caso por se tratar de uma freguesia com uma
grande área rural, dentro do Parque Natural de Sintra-Cascais.
No capítulo das novas instalações, há a considerar a próxima
conclusão do edifício da Divisão da PSP de Cascais e a nova
esquadra de S. Domingos de Rana, prevista para a Abóboda, que
irá substituir as instalações provisórias de Trajouce. A exiguidade
de espaço da actual esquadra do Estoril exige também que o assunto
seja repensado.
Deixa-se aqui uma referência à Polícia Municipal que trabalha
em conexão com a PSP no capítulo do trânsito e estacionamento e
dá apoio a uma série de actividades do município. Uma palavra
também para a Polícia Marítima que pertence à Marinha e a quem

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compete a segurança da orla costeira, mas que se encontra com
um grave défice de recursos humanos.
Por seu turno, a Protecção Civil encontra-se razoavelmente
estruturada, quer a nível municipal quer a nível de corpos de
bombeiros voluntários. Para a vertente de socorro ligada à
prevenção e combate a incêndios e apoio a ambulâncias, existe um
corpo de bombeiros em todas as freguesias, à excepção da Freguesia
de S. Domingos de Rana que é coberta pelos Bombeiros de
Carcavelos que se designam também de S. D. de Rana.
Pode afirmar-se que todo este sistema tem funcionado com
razoável eficácia em prol das populações.
O Plano de Emergência é um documento fundamental para a
prevenção e socorro dos cidadãos em caso de catástrofe,
designadamente terramoto, cheias, ciclone, tsunami ou grandes
incêndios florestais. A sua actualização exige a frequente realização
de simulações e de estudos de casos para escutar o sincronismo
dos órgãos, de modo a garantir a aplicação correcta das acções a
desencadear em casos de efectiva catástrofe.
Mas face ao exposto, pode perguntar-se: nestas problemáticas
em que é que a cidade pode fazer a diferença? De um modo geral,
numa maior exigência em todos os aspectos.
No caso da segurança na via pública, prevendo-se uma melhor
iluminação pública e mais confortáveis percursos de peões, princi-
palmente no interior do concelho; também na orla costeira,
essencialmente destinada a turismo e lazer, deveria aumentar-se o
nível da iluminação pública e o grau da vigilância policial; no capí-
tulo dos bombeiros, a terciarização e a renovação industrial no
interior do concelho, em suma o desenvolvimento económico em
larga escala deverá trazer novas exigências no ataque aos incêndios,
pelo que se justificaria a constituição de um corpo de bombeiros
profissionalizado a instalar provavelmente na Freguesia de S. Do-
mingos de Rana; essa nova dinâmica interna permitiria ainda pre-
ver uma maior fruição da zona florestal do Parque Natural de Sintra-
Cascais, pelo que se deveria aí criar mais actividades de lazer,

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procedendo-se à limpeza dos caminhos florestais e à criação de
faixas de gestão de combustíveis.
Há, no entanto, uma questão que permanece preocupante,
independentemente do futuro que o Concelho de Cascais venha a
seguir – subúrbio ou cidade. É a ameaça permanente de uma nova
grande cheia na zona baixa da vila de Cascais, uma vez que
continuam a ser construídas caves em edifícios dessa zona tão
sensível, considerando também que as barragens do Pisão e do
Marmeleiro, tão importantes para a regularização dos caudais,
continuam a aguardar a sua construção, tal como a nova descarga
subterrânea para o mar.
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93
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A efectiva descentralização administrativa do município para


as freguesias deverá ser uma das marcas mais profundas no
funcionamento da futura cidade de Cascais.
A propósito, citemos aqui alguns considerandos do Protocolo
celebrado em 2002 entre a Associação Nacional dos Municípios
Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias: “Existe uma
autonomia entre as diversas autarquias locais, não havendo pois
sujeição ou subordinação entre elas, mas somente as diferenças
que advêm da diversidade da capacidade de intervenção de cada
autarquia;” e mais adiante, “A descentralização administrativa
assegura a concretização do princípio da subsidariedade, devendo
as atribuições e competências ser exercidas pelo nível territorial
melhor colocado para as prosseguir com racionalidade, eficácia e
proximidade dos cidadãos;” e finalizando, “As associações repre-
sentativas das freguesias e dos municípios consideram essencial que
se inicie um processo que propicie o exercício de mais competências
pelas juntas de freguesia.”
Descentralizar é assim, neste caso, transferir competências do
município para a freguesia, e a experiência demonstra que, quando
se transferem, juntamente com as competências, adequados recur-
sos financeiros e as respectivas responsabilidades, o processo re-
sulta quase sempre em pleno. Basta ter presente esta regra de ouro
– aquilo que puder ser feito com eficácia, ao nível de freguesia,
não deve sobrecarregar o nível municipal.
A descentralização é feita por contratualização a celebrar
através de Protocolo entre as duas partes. Porém, actualmente, no
Concelho de Cascais, apesar de se respeitar essa fórmula, as
juntas de freguesia são utilizadas principalmente como meras
agências municipais para a realização de determinadas tarefas, com
prestação de contas à contabilidade do município e aumento da
burocracia, prevalecendo assim um carácter paternalista em detri-
mento do respeito pela autonomia autárquica.
Ora as nossas freguesias administram territórios com dezenas
de milhares de habitantes, pelo que se justificaria um tratamento

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mais condigno e um melhor aproveitamento do seu potencial no
sentido de uma mais efectiva descentralização, em consonância
com o Protocolo entre as associações de municípios e freguesias
atrás citado.
Numa perspectiva de cidade, o concelho deverá ser gerido de
uma forma mais exigente e organizada, preocupando-se a câmara
com as questões de ordem estratégica e de carácter mais global, e
as juntas de freguesia com as actividades mais próximas do dia-a-
dia dos cidadãos. Neste caso, seria importante a criação de um
pequeno gabinete técnico no âmbito de cada freguesia, para dar o
necessário apoio ao executivo.
A conservação dos pavimentos na via pública, a gestão e
conservação de espaços verdes, a preparação e colocação da
toponímia (nomes de ruas) e de sinais de trânsito, a construção
e gestão de centros de dia e de convívio para idosos, a gestão de
mercados e feiras, são algumas das responsabilidades já hoje
assumidas pelas nossas freguesias.
Mas também poderão ser suas competências a manutenção
das escolas de educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino bási-
co, a construção, gestão e conservação de equipamentos desportivos
e culturais, a gestão e conservação de parques de campismo e de
lazer, a cooperação com instituições de solidariedade social em
projectos de acção social, a fiscalização de regulamentos municipais,
a concessão de licenciamentos de vária natureza, a representação
nas Assembleias das Escolas e a promoção e apoio às actividades
culturais da freguesia.
A descentralização, porque alivia assim de algumas tarefas quem
descentraliza e porque autonomiza e estimula quem recebe as novas
competências, é na verdade um poderoso factor para uma mais
eficiente organização administrativa.
Mas a descentralização para as freguesias pode também po-
tenciar uma maior participação cívica na gestão autárquica. De facto,
é hoje em dia muito fraca a relação dos cidadãos com a sua freguesia,
para além do mero tratamento de questões pessoais. A “Agenda

96
Edifíc
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de Cascais 21”, lançada pelo município, propiciou, a certa altura, uma
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o hábito de separação selectiva dos resíduos sólidos ao voluntariado
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mpe na solidariedade social, desde a defesa do ambiente e do património
cultural aos que se empenham por uma melhor qualidade de vida
no bairro que habitam.
A “Nova Freguesia”, no contexto da cidade, pode e deve ser
também um lugar de reflexão e um pólo de cidadania, no sentido
de exercitar uma responsabilidade colectiva para um melhor am-
biente urbano e um desenvolvimento económico, educativo, so-
cial e cultural que correspondam aos anseios mais profundos dos
seus habitantes.
97
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Eis-nos chegados ao fim desta quase maratona. Foi para nós


um prazer especial poder dar aos leitores do Jornal da Costa do
Sol, durante largos meses, uma perspectiva diferente do que poderá
ser esta terra, se as elites políticas locais quiserem ter um novo olhar
sobre o futuro.
Tratámos, embora sucintamente, quase todos os sectores da
vida concelhia, mas não fomos exaustivos. Algumas questões im-
portantes não chegaram a ser abordadas, como, por exemplo, a
estrutura e organização dos serviços municipais, as empresas
concessionadas, o saneamento básico, as energias alternativas, as
agências municipais recentemente criadas.
Demos, todavia, um panorama suficientemente vasto para que
se pudesse compreender melhor o projecto da cidade e as inúmeras
vantagens que ele irá trazer à população concelhia, principalmente
às novas gerações.
Para culminar este percurso, trataremos hoje da dimensão
institucional, que no fundo é apenas um corolário natural da
realização de todas as outras dimensões da cidade – a urbanística,
a económica, a social e a cultural –, uma espécie de novo bilhete de
identidade que viabilizará a necessária transformação.
A legislação que permite que o Município de Cascais venha a
ser elevado à categoria de cidade é, de facto, a mesma que leva a
uma qualquer vila atingir esse objectivo. Há duas questões essenciais
para o efeito: os requisitos indicados na Lei e o legítimo desejo dos
seus habitantes.
Mas se o formalismo é idêntico, muito diferente é a substância
e muito mais ambicioso o desígnio – transformar todo um subúrbio
numa cidade média europeia com uma nova centralidade, onde dê
gosto viver, trabalhar e estudar, evitando às novas gerações a
necessidade imperiosa do vai-vem infernal para Lisboa.
É evidente que a discussão deste assunto na Assembleia na
República não será nada pacífica, dada a sua singularidade a nível
nacional. O nascimento desta importante cidade na Área Metro-
politana de Lisboa criará certamente muitos engulhos, mas a vontade
dos cascalenses deverá prevalecer.

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Realmente, não se trata de uma simples passagem de uma vila
a cidade, mas de uma cidade que nasce com uma perspectiva glo-
bal e onde a própria vila de Cascais, como espaço urbano históri-
co, se integra.
Na verdade, a evolução urbanística das últimas décadas no
Concelho de Cascais, feita com base no modelo de desenvolvimento
suburbano, conduziu ao aparecimento de “uma nova realidade
urbana”, uma área contínua urbanizada da Quinta da Marinha a
Carcavelos e da Aldeia de Juzo a Trajouce, com cerca de 50 Km2
e 200.000 habitantes, mas com grandes assimetrias entre o litoral e
o interior.
É este conjunto urbano que é o objecto da cidade, constituindo
o terceiro aglomerado do País, depois de Lisboa e Porto, e deixando
fora dos limites da cidade o Parque Natural de Sintra-Cascais e as
suas aldeias, como área de conservação da Natureza, turismo e lazer.
Parece assim evidente a necessidade de assumir a maioridade
institucional do nosso município, o estatuto de aglomerado urba-
no adulto no contexto regional, nacional e europeu.
A futura cidade terá grande autonomia funcional em relação a
Lisboa, com o emprego e o ensino superior a serem os dois gran-
des factores geradores da mudança, através da terciarização, da
renovação industrial, da investigação científica, do desenvolvimento
turístico-hoteleiro e da criação de um pólo universitário.
A cidade será também um paradigma de uma nova urbanidade
e um espaço de humanização e de coesão social e cultural,
esbatendo-se as actuais assimetrias e melhorando a mobilidade in-
terna com uma rede eficaz de transportes colectivos, de ciclovias e
de percursos confortáveis de peões.
A cidade será ainda respeitadora do ambiente, do património
cultural e da identidade dos lugares: a vila de Cascais será sempre a
vila, o Estoril sempre o Estoril, Alcabideche sempre Alcabideche,
e assim sucessivamente para todos os outros lugares.
A cidade será finalmente um modelo de sustentabilidade am-
biental, económica, social e de governação – uma cidade compe-
titiva, solidária e com excelente qualidade de vida.
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