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a liahona

ABRIL DE 1961
VOL. XV — IM.° 4

Ó rg ão O fic ia l tias M is a õ rs lir n s ilr ir n s tia lg r i ’j a tlt1 Jp s u s i rish t r!os S o u to s dos l Itin u is D ia s

Neste Número

EDITORIAL

“ Revelação” , Presidente Asael T. Sorensen ...................... .......................... .........108

DE INTERÊSSE GERAL
Uma Luz Nas Trevas, Gert F. F o l z ................................................................................ 110
Nós Edificaremos, Wendell P. Mendenhal! .......................................................... 112
Algumas Palavras Sôbre David O. McKay ........................ .................................. 114
Cuidado do Lar, Louise W . Madsen ............................ .................................... .............115
O Caminho da Perfeição, Joseph Fielding Smith ......................................... ........ 116
Graça de Verão, Deone R. Sutherland .......................................................... ........ 119
2,a Conferência dos Jovens, Missão Brasileira do Sul ........................................... 120
O Tempo Deve Ser Aproveitado, N ão Desperdiçado, jan n ie B. Rawlins 135

SEÇÕES ESPECIAIS

Jóias do Pensamento, Delbert L. Stapley .......................................................... ........ 107


A Igreja no M undo ................................................................................................. ........107
Eu Gostaria de Saber, Joseph Fielding Smith J r ................................................... ........109
Sacerdócio nas Missões ................... ..................................................................... ........122
Suplemento da Lição para os Mestres Visitantes do Ramo, Cultive a Modéstia 123
Seu Ramo .............................................................................................................................124
Reminiscências .......................................................................................................... ........134

A ceitam os suas contribuições mas não nos responsabilizam os pelos artigos


não solHiitados.

REDAÇÃO

Editores — W m . G rant Eaugerter, Asael T. Sorensen

Redatores ■- Arch J. W illis, Owen J. Stevens

D iretor G erente: M issão B rasileira


P R E Ç O S : R. Itapeva, 378 - Bela Vista - C. Postal
Ciarei Mafra dos Santos
Registrado sob o N.° 93 do Livro 862 - S. Paulo - S .P . - Fone: 33-6761
Exteriorx Ano .............. US$ 3,50
B, N.° 1 e Matrículas de Oficinas M issão B rasileira do S ul
Impressora^. Jornais e Periódicos, con­ No Brasil: Ano ............ Cr$ 150.00 Rua Gen. Carneiro, 490 - C. Postal,
forme Decreto N.° 4.857, de 9-11-1930. Exemplar: ................. Cr$ 15,00 778 - Curitiba, Paraná - Fone: 4-8016
Jóias do Pensamento A IGREJA NO MUNDO

N O M EA D O P RESID EN T E DA M ISSÃ O
PA R \ A Al STRÁLIA DO SUL

O Elder Brnce R. McConkie, do Primeiro Conselho dos Seten­


ta, foi chamado para missão na Austrália do Sul. Êle sucederá o
Presidente John O. Simonsen de Salt Lake City, o qual vem presi­
dindo aquela missão desde a primavera de 1958.

ANDAR JUNTOS
IMPLICA EM CONCORDÂNCIA
Excertos de uma alocução oferecida pelo
Elder Delbert L. Stapley do Conselho
dos Doze na conferência geral anual rea­
lizada em abril de 1958.

Como podem as pessoas, freqüentan­


do Igrejas diferentes, de fé, doutrinas e
preceitos divergentes andar juntas em
compreensão e paz, quando discordam a
respeito dos princípios cristãos básicos,
dos verdadeiros ensinamentos do Evan­
gelho e dos conceitos de fé? Andar ju n ­
tos não implica em concordância, unida­
de de fé e singularidade de propósito?
O Senhor, arrazoando com os filhos
de Israel por causa de sua obstinação Elder McConkie irá a Toorak, Austrália, em junho, e será
e negligência no seguir os profetas, lhes acompanhado por sua espôsa, Amélia Smith McConkie e por seis
declarou através de Amós: de seus filhos, Stanford S., 17 anos, Mary Ethel, 14, Mark L., 12,
“ De tôdas as famílias da terra a vós Rebecca, 10, Stephen L., 9 e Sara Jill, 4. Seu filho maior, Joseph
Fielding McConkie está atualmente cumprindo seu tempo na Missão
somente conheci: portanto, tôdas as vos­
sas injustiças visitarei sôbre vós. Britânica do Norte. Sua filha maior é a Sra. Vivian McConkie
“ Andarão dois juntos, se não esti­ Adams de Salt Lake City.
verem de acôrdo?” (Amós 3:2-3). O Elder McConkie formou-se pela Universidade de Utah em
Uma grande e importante lição é 1937, juntamente com sua espôsa, e em 1940 chegou a ser promo­
ensinada naquela escritura; especifica­ tor da cidade, resignando tal posição em 1942, para entrar no
mente, que nós devemos andar juntos, serviço militar. Foi desligado do exército como coronel, após
em concordância de fé e doutrina com quatro anos com a divisão de segurança e inteligência de Fort
o Senhor. Essa admoestação e conse­ Douglas.
lho não é tão aplicável ao povo do mun­ Por diversos anos vinha servindo como Coordenador dos m i­
do hoje em dia como o era nos dias litares Santos dos Últimos Dias, com supervisão geral dos cape-
do Profeta Amós? lões dos S.U.D., líderes de grupos dos engajados e presidentes
de ramos militares.
Foi o Apóstolo Paulo, escrevendo
aos Santos Efésios, quem ensinou a Durante os últimos 15 anos o Elder McConkie tem viajado
doutrina de “ Um Senhor, uma fé e um extensamente pela Igreja, participando de conferências nas estacas
batismo” , e também lhes testificou que e percorrendo missões como autoridade Geral da Igreja.
C r is to "... deu uns para apóstolos, e ou­
tros para profetas e outros para evange­ ESTABELECIM EN TO DO P R O G R A M A DE
listas. (Efe. 4:11-14). M IS S IO N Á R IO S DE T RABALH O
Se a verdade é consistente, e eu lhes
testifico que é, poderá haver mais do Após a conferência especial realizada pelo Comitê de Constru­
que um verdadeiro caminho para Deus ção da Igreja com os Presidentes de Missão da América do Sul,
e a vida eterna? O Salvador disse aos (vide “ A Liahona” , março de 1QI61, pág. 75) o Elder Wendell B.
judeus que nÊle acreditaram: Mendenhall, Presidente do Comitê retornou a Salt Lake City com
“ ...s e vós permanecerder na minha o relatório de que o Elder W illiam Jackson, o qual foi recente­
palavra, verdadeiramente sereis meus mente designado como supervisor do programa de construção da
discípulos” . Igreja na América do Sul, estabelecerá sua sede de trabalhos em
(Continua na pág. 123) (Continua na pág. 123)

A b ril de 1961 107


E D I T O R I A L

“R e v e l a ç ã o ”
Pelo Presidente
Asael T. Sorensen
«1ri .Missão M rasilc im do S u l

Desde que a Igreja foi restaurada na terra,


tem havido alguns membros que declaram ter re­
cebido revelações para a Igreja, não reconhecen­
do que o adversário (Satanás) empregará todos
os meios que puder para rebaixar e conduzir à
perdição. Êle é o “ pai das mentiras” e é reco­
nhecido como aquêle “ que engana todo m undo”
(Apocalipse 12:9.).
Todos os Santos dos Últimos Dias devem
conhecer tão bem os princípios de revelação, que
quando surgirem essas assim chamadas “ revela­
ções” , possam imediatamente reconhecer que não
são de Deus.
Primeiramente precisamos compreender que
só pode haver um na terra autorizado por Deus
para receber revelações para tôda a Igreja. Q uan­ pecador, se tem inclinação para o m al ou se está
do Joseph Smith recebeu as chaves do Sacerdó­ honrando seu chamado perante Deus ou não. Pode
cio, somente êle as possuía na terra; quer dizer, ver claramente suas próprias imperfeições, e notar
êle foi o primeiro, e permaneceu como líder. Foi- quando está agradando ao Senhor. N ão é preciso
lhe prometido que as chaves do sacerdócio não lhe ouvir uma voz, para saber essas coisas, mas pode-
seriam tiradas ou removidas enquanto permane­ se sentir no coração quando se está agindo contra
cesse fiel. Quando morreu. Brighanv Young foi ou de acôrdo com o Espírito do Senhor.
escolhido pela voz dos Santos e sancionado pela Cada membro deve viver assim, isto é, como
voz do Senhor; êle recebeu o sacerdócio segundo o Senhor revelou: “ Deixe que a virtude adorne
a ordem do Filho de Deus, juntamente com as teus pensamentos incessantemente” (D. & C. 121:
chaves pertencentes à Presidência dêste Sacerdócio 45-46) para que tenha constante orientação do Es­
sôbre a terra. Recebeu-as das mãos de Joseph pírito Santo. Então, quando êle se ajoelhar para
Smith. Essa mesma autoridade vem passando de orar ao Senhor, estará cônscio daquilo que não
um para outro até atualmente, quando temos deve pedir levianamente, mas oferecerá graças pelo
David O. M ckay como o único homem autorizado que tem recebido e saberá a quem deve orar.
11a terra a receber revelações para tôda a Igreja, Desta forma poderá receber orientação divina em
e o único que recebe revelações diietas de Deus. tôdas as suas atividades pessoais. Cada oficial
Reconhecendo que a Casa de Deus é uma Casa da Igreja procura primeiramente aprender quais
de Ordem, devemos também reconhecer o fato de são seus deveres e responsabilidades, depois então
que o Senhor não daria revelações contraditórias procura receber inspiração do Senhor para que
a Seus Filhos na terra. Nós somos Seus filhos possa cumprir êsses deveres da melhor maneira,
através do batismo, pois tomamos Seu nome sôbre de acôrdo com sua habilidade e compreensão.
nós. 4ssim sendo, quando recebemos uma adver­ Quando surgem problemas especiais êle ora
tência da Primeira Presidência, estamos sob a ao Senhor para receber inspiração sôbre como
obrigação de completa obediência. aplicar o conselho daquêles que possuem1 maior
0 espírito de revelação é sentido por tôda a autoridade, para resolver com sucesso o problema.
parte, através da Igreja. Cada pessoa possue o Não procura o conselho de Deus dizendo: “ A si­
direito de receber inspiração divina para suas ne­ tuação aqui é diferente, portanto, não podemos
cessidades particulares. O homem que possue o seguir as instruções dessas autoridades superiores,
espírito de revelação pode reconhecer se é um (Continua na pág. 118)

108 A L IA H O N A
Pergunta: Estudando o Novo Testamento,
cheguei a duas passagens escritas por Paulo como
segue:
“ As vossas mulheres estejam caladas nas Igre­
jas; porque lhes não é permitido falar, mas este­
jam sujeitas, como também ordena a lei.
“ E, se querem aprender alguma coisa, interro­
guem em casa a seus próprios maridos; porque é
(í) (B íÜ M D tU íK D Íi)f0
indecente que as mulheres falem na Igreja. (I Cor.
14:34-35).
“ Quero, pois, que os varões orem em todo o
lugar, levantando mãos santas, sem ira nem con­
tenda.

is i n n
“ Que do mesmo modo as mulheres se ataviem
com traje honesto, com pudor e modéstia, não com
os cabelos encrespados, ou com ouro ou pérolas,
ou com vestidos preciosos.
“Mas (como é decente para mulheres que fa­
zem profissão de servir a Deus) com boas obras.
“ A mulher aprenda em silêncio, com iôda a
sujeição.
iiifii mmrn
“ Não permito, porém’, que a mulher ensine,
nem use de autoridade sôbre o marido, mas que
esteja em silêncio.
“ Por que primeiro foi formado Adão, depois
Eva” . (I Tim. 2:8-13).
EU
Resposta: Os tempos mudaram desde os dias
de Paulo. O conselho que Paulo deu aos ramos da
Igreja estava em estrita conformidade com1 a lei
dos tempos em que êle vivia. No comêço não era
assim. Paulo dá a entender que Eva se calava
porque ela foi criada depois de Adão, inas pode­
GOSTARIA
mos ler na Pérola de Grande \alor, quie depois
das conseqüências trazidas sôbre A dão e Eva pela
queda, Eva proferiu um discurso. Êle é curto,
mas maravilhosamente cheio de significação e reza
como segue:
. . Se não fôsse pela nossa transgressão,
nunca teríamos tido semente e nunca teríamos
DE
conhecido o bem e o mal. e o prazer de nossa re­
denção, nem a vida eterna que Deus dá a todos
os que são obedientes. (Moisés 5:11).
“ E A dão e Eva abençoaram o nome de Deus
e ensinaram a seus filhos e filhas tôdas as coisas” .
(Moisés 5:12).
SABER
Dali depreendemos que Eva assim como A dão
recebeu revelação e mandamentos de ensinar seus
filhos nos caminhos da vida eterna. Depois ve­
remos que M iriam , a irm ã de Aarão e Moisés, era
uma profetiza que tomou parte importante no
êxodo do Egito. Ela encabeçou as mulheres numa
canção triunfal depois da libertação do Egito. (Ex.
35 :20 ). Lemos também no livro dos Juizes que
quando Israel foi feita prisioneira dos Canaani- J O S E P H F I E L D I N G S M I T H Jr
tas, Deborah, uma oulra profetiza, guiou as tropas
de Israel à vitória e julgou a Israel. (Juizes 4-4, P resid en te do Conselho dos Doze
(Continua na pág. 133) Responde à sua pergunta

A b ril de 1961 109


líÊste artigo fo i preparado com o propósito de
mostrar que. Revelações e Profetas são tão necessá­
rios hoje em dia como o foram nos dias bíblicos” .

üma m
NAS f R i r a

por G ert F. F o lz

O Profeta Joseph Smith

Existem hoje em dia religiosos de seitas que cla­ É interessante notar que a maioria dos religio­
mam ser cristãs, que sustentam as mais curiosas e sos que incorre nestes êrrcs e vive disputando a
diferen.es opiniões a respeito dos princípios bási­ respeito de mistérios e pontos doutrinários, sem
cos do evangelho. É comum êsses religiosos se en­ nunca chegar a um acôrdo, parece concordar unâ-
contrarem em situações difíceis e embaraçosas ao nirremente em um ponto, o qual seja; de que as
tentarem responder certas perguntas feitas por profecias e revelações não mais são necessárias.
seus fiéis. Cita-se de passagem a do rapaz que. Encerraram-se com Cristo, e o cânon das escrituras
ensinado que deveria amar a Deus sôbre tôdas se acha completo, nada mais sendo necessário
as coisas, inquiriu seu doutrinador de como seria acrescentar, pois a época de manifestações d iv i­
Deus, e ao ser-lhe respondido que era um misté­ nas já passou . . .
rio, voltou à carga! “ Se examinarmos tôda a questão religiosa, do
0 que é mistério? — Mistério é algo impene­ princípio básico da necessidade ou não de Reve­
trável à razão humana, incompreensível, algo que lação atualmente, podemos perceber que o pro­
foge a todo o entendimento. - " E como quer o blema todo fica resumido da seguinte forma: —
Sr. que eu ame acima de meus pais, meus irmãos, No caso de não mais haver necessidade de Orien­
amigos e parentes, êsse Deus misterioso, que não tação dos Céus para os complexos problemas que
posso conhecer ou fazer idéia de como seja? . . . regem o governo de Seu Reino aqui na terra,
Casos como o acima mencionado, dia a dia seus ministros autorizados, deveriam então, não
tornam-se mais freqüentes, e muito contribuem somente estar capacitados a solucioná-lo satisfa­
para um aumento de descrença e incredulidade toriamente, como a Igreja deveria estar cum prin­
naqueles que desautorizadamente clamam ser os do sua finalidade, ou seja a de agregar a todos
representantes e mensageiros de Nosso Pai Ce­ em uma só religião, até que chegasse o dia em que
lestial. existisse uma só fé 11) e um conhecimento perfei­

A L IA H O N A
to do Filho de Deus. — E em caso contrário, ou res do Deus Todo-Poderoso, na verdade seus
seja, que a Revelação fôsse necessária à Igreja, servos escolhidos desde a preexistência. É por
porém não existisse, forçosamente dúvidas, desen­ tais razões e motivos que encontramos nas escri­
tendimentos, controvérsias e disputas surgiriam no turas referências como a de Jeremias ( 1111 que
seio da Igreja, entre a própria classe governante foi por Deus conhecido e escolhido para ser pro­
e dirigente, pondo em jôgo a validade e autenti­ feta antes mesmo que seu corpo houvesse sido for­
cidade de certas práticas, doutrinas e ordenanças. mado no ventre de sua mãe, ou em outras pala­
Graves transtornos e rebeliões internas se segui­ vras, antes de nascer. E o Senhor falou que não
riam, culminando em cismas, reformas e separa­ faria coisa alguma sem que primeiramente reve­
ções da Igreja Mater e subseqüentemente have­ lasse os Seus segredos a Seus servos os Profetas.
riam novas divisões e subdivisões” . (IV )
A grande questão de cuja resposta depende­ Quando esteve aqui na terra, Cristo estabele­
ria o sucesso ou fracasso da Igreja seria então: ceu Sua Igreja sôbre o princípio da Revelação ( V )
Existe ou não necessidade de revelação hoje em e a edificou sôbre o fundamento dos Apóstolos
dia? e Profetas, (Y I) homens que haviam recebido o
Os primitivos cristãos tinham um conceito direito e autoridade para agirem em Seu Nome,
mais completo do Plano de Salvação; não igno­ e comunicarem-se diretamente com os Céus, de
ravam que muito antes dos fundamentos dêste lá recebendo a orientação necessária a Sua Igreja.
mundo serem lançados, houve um Grande Conse­ Foi afirmado que as portas do inferno não preva­
lho nos Céus, ao qual compareceram todos os f i­ leceriam sôbre a Revelação, e temos hoje o tes­
lhos espirituais de Deus que mais tarde poderiam temunho de que a Igreja não caiu em completa
receber corpos físicos neste planeta. A êste grupo Apostasia antes que a Revelação cessasse. Essa
de espíritos foi apresentado, para sua aprovação Apostasia foi predita como um acontecimento,
e apôio, um plano que estava baseado em expe­ mesmo antes da vinda de Cristo, e afirma-se que
riências e provações terrenas. O plano era os santos, ou membros da Igreja, seriam afligidos,
completo e perfeito nas menores minúcias, e in ­ que falsos profetas se levantariam, e que por se
cluía um “ véu de esquecimento” que seria colo­ m ultiplicar a iniqüidade o amor de muitos se es­
cado sôbre nossas mentes ao aqui nascermos, im ­ friaria. ( V I I) .
pedindo-nos desta forma de nos recordarmos de L m século após, os apóstolos originais da
nossa vida preexistente, nossas experiências e Igreja serem levados da terra, muitos filósofos a fi­
relações anteriores ao nosso nascimento, o que nos liaram-se à Igreja, e existem algumas dúvida?
daria uma amplitude maior para exercermos o quanto à sinceridade dessas adesões, porquanto
direito de Livre Arbítrio e provarmos nossa ca­ temos provas evidentes de que êsses filósofos ti­
pacidade de viver fiéis fora da presença do Pai. veram oportunidade de ganhar a vida na Igreja,
Mas isso não significa absolutamente que se­ durante uma época em que houve falta de profes­
riamos lançados nas trevas sem qualquer conhe­ sores de filosofia e retórica. Os sábios pagãos,
cimento ou orientação de Deus. N ão, não seria­ por sua sup°rior habilidade nessas ciências, tor­
mos abandonados; de tempos em tempos Êle fa­ naram-se líderes de várias congregações cristãs e
laria ao mundo dando instruções e conselhos. começaram a m odificar e mudar a teologia e os
ensinamentos da Igreja prim itiva. Com1 o correr
Nessa mesma ocasião, entre os espíritos que
do tempo, o afastamento da Verdade ou Aposta­
comprovou serem bons, o Senhor apontou e esco­
sia, foi-se generalisando. à medida que mais e
lheu alguns e disse: “ A êsfces farei m°us gover­
mais rareavam os que possuíam autoridade e d i­
nantes” . ( I I ) Assim foram escolhidos e pré-or-
reito de comunicar-se com os céus, até que final­
denados antes da fundação dêste mundo, os ho­
mente nenhum mais restou sôbre a face da terra.
mens que aqui liderariam o Reino de Deus; ho­
No segundo século após Cristo, surgiu então a
mens que através da história e relatos sagrados
doutrina de que as revelações não mais eram ne­
chegaram ao nosso conhecimento como sendo
cessárias, que haviam cessado. Os dogmas e os
Adão, o ancião dos tempos, Enoc, que juntam en­
rituais substituíram novamente o viver virtuoso,
te com sua cidade foi em vida transladado aos
e em vez de unirem-se pela religião ( V I III os
Céus, Noé, através do qual a espécie humana foi
homens dividiram-se em m il ordens, e tôdas as
preservada no Dilúvio, Abraão, o grande P atriar­
modalidades de extravagâncias foram permitidas,
ca que recebeu a promessa de que o Sacerdócio
ao pensar que podiam por meio de lisonjas, con­
Real seria perpetuado através de sua semente, e
quistar as graças do Regedor dos Céus.
que a mesma cresceria eternamente. Israel, o que
Finalmente atingiu-se o máximo de perversão,
lutou com o anjo do Senhor, Moisés, o grande
quando a Igreja se tornou instrumento nas mãos
profeta, que libertou o povo de Israel do cativei­
do govêrno. e os religiosos cuja função devia ser
ro e o conduziu à Terra Prometida, João Batista,
a de guiar e consolar a humanidade sofredora,
o precursor de Cristo, e tantos outros que seriam
conhecidos como os profetas, videntes e revelado­ (Continua na pág. 124)

A b ril de 1961 111


N c s E d if icaremos
Palestra proferida pelo Presidente
W e n d e l l B. M e n d e n h a l l no do­
mingo, dia 29 de Janeiro de 1961,
em Curitiba.

Sul. N ão existe diferença! Onde quer que este­


jamos. uma vez tendo recebido o Evangelho, acei­
tado o batismo e nos convertido, tornamo-nos unos
no Senhor. Vocês que aqui estão hoje demons­
tram em tôda a aparência — na expressão de suas
faces — que crêem e conhecem o Evangelho de
Jesus Cristo, agora restaurado sôbre a terra. Vocês
cantam as canções como quem sabe que Joseph
Smith é um Profeta de Deus, e crêem ser êsse um
sólido fundamento sôbre o qual se estabelece a
Igreja. Vocês interpretam as canções como quem
reconhece que o Presidente David 0 . McKay é
literalmente um profeta de Deus, a quem penho-
ram sua lealdade dentro da Igreja.

Nova Era
Nós nos encontramos agora aqui, nesta gran­
de terra, sob designação da Primeira Presidência,
Uma Grande Mensagem Para Você para introduzir uma nova era na edificação do
Reino de Deus. 0 Espírito do Senhor parece estar
Meus irmãos e irmãs, é ótimo estar com vocês influindo fortemente sôbre as mentes e corações
nesta noite. Eu deploro não poder falar sua lin- dos homens por tôda a terra. E muitas pessoas de
gua, mas quero saudá-los em uma outra que tôda parte que têm oportunidade de ouvir a ver­
aprendi: “ Ei-tuma tapu tana kuotu eitu wanaha- dade, estão aceitando o Evangelho como não o
mea toko guianautau kiaufifi. Iyacameia rato têm feito desde a fundação desta Igreja. 130 anos
kahariki tiapetoa gefeteta romapaikin abake ta atrás. E não há dúvida de que uma grande tarefa
katoa” . É realmente maravilhoso estar aqui. Eu jaz diante de nós — não apenas a de aceitar a ver­
me deleito em ouvir o som de suas vozes e em dade, mas literalmente a de edificar o Reino de
fitá-los dentro dos olhos. Vocês cantam como ver­ Nosso Pai. Portanto, nesta noite, trazemo-lhes a
dadeiros Santos dos Últimos Dias, e isto indica mensagem da Primeira Presidência, de estabelecer
que têm o espírito do Evangelho dentro do cora­ um programa integral de construção para as M is­
ção; que são fortes no espírito da \erdade. Eu sões da América do Sul.
tive o privilégio de prestar meu testemunho em
tôdas as regiões estrangeiras em que a Igreja ope­ Progressos na Austrália
ra. Mas esta é m inha primeira viagem à A m éri­
Sinto-me satisfeito de ter aqui comigo, hoje,
ca do Sul, e eu tenho uma grande mensagem
o Elder W alton, membro da Comissão de Constru­
para trazer hoje a seu conhecimento, como en­
ção e aquêle que dirigiu nosso programa de cons­
cargo a mim conferido pela Primeira Presidência
trução na Austrália. Quando principiamos a obra
da Igreja.
de edificação naquela área, em 1957, o povo da
Igreja tinha muito poucos lugares de reunião. E
Os Santos São Parecidos
tôda a Austrália compreendia apenas uma missão.
Tenho visto Santos dos Últimos Dias em tôdas Durante a edificação das capelas o povo se uniu à
as Missões da Europa. Vi-os em tôdas as Ilhas Igreja tão ràpidamente que a missão foi d iv id i­
do Mar, na África e nas Missões da América. da. E após terminada a construção então, a afilia-
Agora venho visitar os irmãos da América do ção foi tão rápida que no espaço de dois anos fo­

112 A L IA H O N A
ram formadas três estacas de Sião na Austrália - do lhes foi perguntado se partiriam, mesmo sendo
uma em Brisbane. uma em Sidney e outra em Mel- casados, todos levantaram a mão. Um môço levan­
bourne — tudo porque o povo trabalhou em u n i­ tou e baixou rapidamente a sua. Perguntei-lhe
dade a fim de apreciar o erguimento do reino. então, “ Porque é que você fêz isso, levantar e abai­
xar a mão tão rapidamente” , e êle me respondeu,
Requeria-se Um Programa “ Irm ão M'sndenhall, eu acabo de me casar, hoje
mesmo. Tenho que perguntar a minha m u lh e r!” .
Em 1953, visitando a Nova Zelândia, eu pro­
curava iniciar um programa nas Ilhas daquela re­ As Famílias Recebem Cuidados
gião, assim como em Tonga, Samoa, F iji, Havaí
e Taiti. Êles tinham muito poucos lugares de reu­ Em seguida, mantivemos uma reunião com a
nião — e nenhum dinheiro. Portanto, decidiu-se Presidência do Ramo e Distrito, assim como com
que um programa seria elaborado, através do qual as famílias que moravam na região de onde sai­
pudéssemos desenvolver liderança e habilitações riam aquêles 13 homens e suas famílias, e lhes
de construção entre êsse povo da Polinésia. en­ perguntamos, “ Como serão cuidadas as famílias,
sinando-os a levantar edifícios. :nquanto êles cumprem seu chamado tão longe?” .
A isso responderam, “ Irm ão Mendenhall, pode le­
var os moços consigo para o Havaí, que nós ga­
Chamados os Missionários de Trabalho
rantiremos o alimento, roupas e cuidaremos das
famílias de todos os rapazes que foram chamados”
Sob a orientação dêsse programa missionário,
foram chamados homens môços de tôdas essas
ilhas, a fim de aprenderem ofícios de construção.
Fé Entre o Povo
Chamamos ainda Missionários de Trabalho como
supervisores, vindos dos Estados Unidos, para ‘en­ Agora, os rapazes já estão lá por 18 meses.
Vivem muito ocupados, trabalhando nove a dez
sinar aos rapazes os ofícios requeridos. Assim,
horas por dia nas construções, e restam ainda de
de 1954 a 1960, mais de 1.600 rapazes receberam
oito a nove meses de trabalho. Trabalhando à
o chamado de Missionários de Trabalho neste
grande programa de construção do Reino. noite em ocupações particulares os môços levanta­
ram capital suficiente para trazer suas famílias de
2.200 milhas de distância, a fim de viverem a seu
Realizações lado. Todos levaram sua família ao Templo. Isto
demonstra a fé que aquêle povo possue e o espíri­
E o que edificamos? Mais de 150 capelas to de construção do Reino que os anima. E. na­
nas Ilhas do Sul, cinco colégios, diversas escolas turalmente, teríamos centenas de histórias a rela­
primárias, uma universidade e mais de 115 casas tar, sôbre como o povo construiu o reino por tôda
para professores, além de um Templo do Altís­ a Polinésia, à custa de grandes sacrifícios.
simo, ao qual o povo pode vir adorar e receber
as bênçãos aí cfelegadas, após haverem-no cons­
Supfirvisores Para o Programa dos
truído com suas próprias mãos.
Missionários de Trabalho
Antes dessa época, quase nenhum rapaz dali
conhecia ofício de obras. Assim', isto provou ser Muitos supervisores provenientes da America
uma grande bênção espiritual e também temporal passaram cinco anos naquçlas ilhas sendo agora
para centenas de milhares de pessoas. Muitos desobrigados para voltarem a casa. Eles são ho­
dêsses jovens que foram chamados como Missio­ mens que têm seus próprios negócios, homens que
nários de Trabalho, aprendendo um ofício de deixaram atrás de si seus lares e desejavam retor­
construção, estão agora ocupados em posições de nar a fim de reiniciar suas vidas. Antes mesmo
govêrno, recebendo contratos, e empenhados na que alguns dêsses homens chegassem em casa, vol­
industria privada dessa Ilhas do Sul. taram a ser chamados para servir coroo Missioná­
rios de Trabalho Supervisores em várias partes
Do Havaí do mundo. O Irm ão W alton é um exemplo. —
Mestre de obras na Califórnia, foi chamado à
À Ilh a de Havaí, onde estamos agora cons­ Austrália como Missionário de Trabalho e agora
truindo um anexo à nossa universidade que já está sendo requisitado — por quanto tempo êle
conta quatro anos, foram chamados 100 rapazes não sabe, nem eu, talvez pelo resto da vida — para
que já haviam recebido treinamento, para deixa­ servir como Missionário de Trabalho para esta
rem seus lares nos mares distantes, vindo ao H a ­ Igreja. O Irm ão Jackson. outro empreiteiro de
vaí construir outro grupo de edifícios para a Igre­ Los Angeles, Califórnia, foi agora designado para
ja. Treze dêsses rapazes eram casados. Muitos supervisionar a construção em tôda a América do
tinham de um a cinco filhos em sua família. Q uan­ (Continua na pág. 128)

A b ril de 1961 113


c4lgum aâ P a la vra ô Sôbre 35a v id O. yiicfcay
um motor possante e com1 a música dos pneus sô­
bre a estrada. O fato de haver um chofer no vo­
lante se deve a uma ansiosa fam ília e a amigos
seus, que conhecendo seu gôsto pela velocidade
persuadiram-no a usar um chofer nas viagens no­
turnas.
Êste incidente serve para nos apresentar um
dos mais notáveis homens de Igreja da América.
David O. McKav tem viajado longe e rápido, por
muito tempo nos seus 87 anos de vida. Hoje,
no seu aniversário, êle apenas declinou um pouco.
“ Meu filh o ” , disse êle a seu filho Llewelyn
que o aconselhava a conduzir o trabalho mais cal­
mamente, “ quando a gente pára, morre” .
Formalmente falando, McKay é o Presidente
da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias. Mas para mais de um m ilhão de mórmons
ao redor do mundo todo, êle é tão profeta quan­
to Moisés ou Abraão. Como os profetas de tem­
pos remotos êle é um líder temporal bem como
espiritual de seu povo.
Acreditam-no dotado do dom de cura e do
dom da Revelação. Mas êle também ocupa-se com
assuntos materiais, dirigindo diversas corporações
da Igreja, que incluem bancos, lojas, hotéis e refi­
narias <le açúcar. N um mesmo dia êle se locomo­
David O. McKay, Presidente da Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias.
ve das reuniões espirituais com os élderes da Igre­
ja, para as reuniões comerciais com os diretores
Alteando-se num centro em tôrno do qual gi­ das corporações.
ram tôdas as verdades e virtudes, a Doutrina Mór- Tal como os pioneiros mórmons fizeram o
mon só tem produzido frutos que se correlacionam deserto florescer, também hoje sob a liderança do
com o bem moral e material da humanidade. profeta McKay os mórmons estão enfrentando os
Quando um m órm on é imputado como líder, problemas da era do espaço.
êle realmente o é. Assim sendo, até os que não Sua própria vida se estende por ambas as
são mórmons se encontram na obrigação de reco­ eras. Seu pai escocês e sua mãe galeza atravessa­
nhecer essa liderança. ram as planícies em uma carroça coberta, apenas
Drew Pearson, estréia de primeira grandeza poucos anos depois de Salt Lake City ter sido
na grande constelação que é a imprensa norte- fundada. Estabeleceram-se nas montanhas Wasa-
americana. e cujos artigos passam1 pelas rotativas tah, guarnecidas de neve, num pequeno e fértil va­
de mais de duzentos jornais e revistas, publicou na le ao norte de Ogden, Utah. Quando seu pai re­
edição do “Los Angeles M irro r” de 8 de setembro tornou à Escócia como missionário, David Mc-
de 1960, o artigo “ M orm on’s McKay has many Kay, então com sete anos, ajudava a mãe no
facets” . Num bem1 explorado artigo, descreve a l­ cuidado da fazenda. Êle continua ainda a culti­
gumas das facetas que o caráter do atual Presi­ var aquêle mesmo solo, e igualmente, conserva os
dente da Igreja apresenta. mesmos horários. De pé às quatro da m anhã, tra­
Washington — Recentemente, à tarde, um ça o programa diário que lhe convém e ingere
cadilac preto deslizava suave pela auto-estrada que uma leve refeição. Depois, passa o amanhecer em
divide o deserto salgado a oeste de Salt Lake City. meditação. Êle nunca chegou ao escritório depois
0 distinto ocupante, de branca cabeleira, lançou das sete.
um olhar prudente a sua espôsa para certificar-se Observando minuciosamente o profeta, seu
de que a mesma dormia, e então cochichou tra­ povo arha-o severamente simpático e cortês, ten­
vessamente para o chofer: “ Yejamos agora do do a face expressiva, vivificada por cintilações pro­
que é que êste carro é capaz.” fundas, ternas e carinhosas. Seu chapéu “ Côco” ,
David Oman Mckay, o novo profeta Mórmon, nãa pode conter os esvoaçantes cabelos brancos.
francamente se delicia com o crescente zumbir de (Continua na pág. 127)

\ L IA H O N A
Cuidado do Lar
S O C IE D A D E
D E SOCO RRO

Um Nobre Chamado e Privilégio

Por L o u is e W . M a d s e n
Segunda Conselheira da Presidência
da Sociedade de, Socorro da Igreja.

Ijm dos mais enfáticos ensinamentos do Pres. pessoal, e não mais fiavam, nem teciam, nem tra­
Brigham Young, e que se apresentou em muitos balhavam ” , e começavam a vacilar na descrença” ,
dos seus sermões, refere-se ao grande valor da então o mal voltou de novo à terra.
vida nesta terra. Num discurso êle disse: “ As Com êste e muitos outros exemplos registra­
pessoas estão lutando com tudo que podem para dos em nossa história religiosa, que confirmam o
aprender as coisas de Deus, mas se eu pudesse fato de que a obra das mulheres no lar é um'a
apenas fazer com que elas comprpendessem o tra­ parte vital da construção do reino, respondamos
balho e a dignidade da vida presente, sentir-me-ia à pergunta proposta pelo Presidente Young. Por­
realmente satisfeito. que não assumirmos e atendermos a nossos en­
Nós falamos e pensamos bastante na vida que cargos domésticos com o mesmo anseio de perfei­
há de vir, e a obra cristá do mundo é preparar-se ção, a mesma vontade de fazer o bem, o mesmo
para isso. O tempo que agora ocupamos está na desejo de seguir os ensinamentos da Igreja, e o
eternidade; é uma porção dela. Nossa vida pre­ mesmo esforço de servir ao Pai Celestial através
sente é tanto parte da eternidade quanto uma vida de boas obras para com1 seus filhos, da forma por
pode ser” . (Journal of Discourses, 9, pág. 168). que devem se caracterizar tôdas as nossas ativi­
Num pequeno sermão dirigido às irmãs êle dades que intentam a exaltação? As mulheres
citou observações freqüentemente ouvidas das m u­ que são Santos dos Últimos Dias devem ser es­
lheres expressando vontade de “ fazer algo para posas e mães exemplares. 0 Senhor deu às suas
elevar o reino de Deu«” , se isso lhes fôsse possí­ filhas um lugar e chamado honroso e abençoado.
vel. Sua sugestão para elas foi, “ Porque não as­ E possível que hoje as mulheres precisem ser lem­
sumir e atender a vossos trabalhos domésticos, a ju ­ bradas e encorajadas a seguir os ensinamentos da
dando assim a elevar o reino de D eus?” Esta per­ Igreja que se referem ao seu devido lugar e traba­
gunta penetrante esclarece todo o nosso conceito lho. E vital para o bem estar de uma mulher que
do serviço das mulheres. As tarefas comuns e ela tenha sucesso nas tarefas que Deus lhe atribuiu.
aparentemente mundanas do cuidado da casa e Este sucesso surge com1a total compreensão e acei­
da formação do lar têm um valor espiritual que tação da obra que ela deve fazer. Os ensinamen­
influencia a vida eterna das famílias. Quanto tos da Igreja com relação ao apôio respeitoso do
mais as mulheres se esforçam nessa direção, mais sacerdócio de seu m arido e de seu nome como
elevarão o reino de Deus.
cabeça do lar, assim como suas responsabilidades
Nas grandes eras de paz e justiça da história
para com os filhos serão seu guia. Uma mulher
nefita, “ as mulheres fiavam1 , lidavam e trabalha­
incompetente como espôsa e deficiente como dona
vam em tôda espécie de panos, finos, sim, em pa­
de casa raramente tem marido e filhos felizes, e
nos de tôda espécie, para poderem cobrir a n u ­
pode fracassar no alcance de seu máximo desenvol­
dez; e assim prosperaram no país e tiveram paz
vimento. Mas uma mulher prazerosamente cons­
contínua.. . (Mosiah. 10:5).
ciente de suas oportunidades para tornar bela e fe­
“ E eis que suas mulheres trabalharam muito
liz esta parte da eternidade, pode engrandecer seu
em fiação, fazendo tôda sorte de roupas e tecidos
chamado. O cuidado do lar é uma arte que en­
de linho para cobrir sua nudez. E assim atra­
volve muitas habilidades. Espera-se de tôdas elas
vessaram o ano sexagésimo em paz” . (Helaman,
um alto grau de eficiência. Prudência no cuidado
6:1 3 ).
e asseio do seu lar, habilidade para costurar, cosi-
A obra das mulheres, atendendo a suas ta­ nhar, criar beleza e prover de uma atmosfera que
refas domésticas, contribuía para a paz contínua conduza à felicidade e progresso da família, são
que caracterizava aquelas eras. Mas quando os
os atributos exigidos.
homens começaram a usar seus bens para fins
As mulheres elevam seus olhos acima da mera
de conquista e guerras, e as mulheres começaram a
usar belas vestimentas unicamente para adórno (Continua na pág. 126)

A b ril de 1961 115


O C a m i n h o da Perfeição
P or J o s e p h F ie L d in c S m it h J r.
CAPÍTULO III

A HERANÇA DE MAIOR VALOR jando, o filho mais velho permaneceu no campo,


sentindo-se injuriado e tratado com injustiça. Sem
“ E disse-me mais: Está cum prido: Eu sou o dúvida êste irm ão mais velho pensou que o pai,
A lfa e Ômega, o principio e o fim. A quem quer de novo, dividiria s^us bens com o filho mais novo.
que tiver sêde, de graça lhe darei da fonte da Vendo que cie não entrava em casa, o pai foi
água da vida. até o campo e lhe suplicou. Mas o filho res­
“ Quem vencer, herdará tôdas as coisas; e pondeu: “ H á tantos anos que te sirvo, e nunca
eu serei seu Deus, e êle será meu filh o ” . ( Apoc. transgredi nenhum mandado teu, e nunca me deste
21 :6-7). um cabrito para eu me banquetear com os meus
Era uma vez dois irmãos, abençoados por amigos; mas, logo que veio êste teu filho, que
serem de pais nobres. Êstes filhos foram criados devorou os seus bens com meretrizes, lhe mandas-
dentro dos princípios de retidão, e o seu pai lhes te matar um novilho gordo” . Mas o pai, sábio
havia prometido que viriam a possuir a plenitu­ e justo, lhe respondeu: “ Filho, tu estás sempre
de de seus bens. Mas o mais môço era impacien­ comigo, e T U DO QL E É M E U É T E L. Era
te, e disse a seu pai; “ Pai, dá-me a parte dos porém justo que houvesse banquete e festa: por­
bens que me toca” . Assim o pai repartiu entre que êste teu irm ão estava morto, e reviveu: tinha-
os seus filhos os seus bfns. E passados poucos se perdido e foi encontrado” . — Lucas 15:11-32.
dias, juntando tudo o que era seu, o filho mais
novo partiu para uma terra distante e lá dissipou TUDO QUE O PAI TINHA
os seus bens, vivendo dissolutamente. Enquanto
os seus meios duravam, êle achou pessoas que ti­ Aprendemos então que há jú b ilo no céu sô­
nha como amigos, e que lhe ajudaram a gastar o bre todo pecador que estiver arrependido; mas
seu dinheiro. Naturalmente, quando tudo se tinha aqueles que forem fiéis e não transgredirem ne­
ido, os amigos também foram embora. Houve en­ nhum dos mandamentos, herdarão “ T U DO QUE
tão, naquêle país uma grande fome, e êle come­ E RA DO P A I” , enquanto aquêles que poderiam
çou a passar necessidades, mas encontrou emprê- ser filhos, mas que, pela sua “ vida dissoluta”
go somente para cuidar e alimentar porcos. “ De­ gastaram a sua herança, podem, pelo seu arre­
sejava encher o seu ventre das landes que os por­ pendimento, voltar à salvação para serem S E R ­
cos comiam, e ninguém lhas dava” . Quando tinha VENTES, mas não para herdar exaltação como
sofrido severa e longamente, tendo tido tempo para FIL H O S.
comparar a sua condição com aquela da casa do A maravilhosa história do filho pródigo tem
seu pai, onde os serventes tinham pão suficiente sido interpretada erradamente quase que univer­
e de sobra, êle disse: “ Levantar-me-ei e irei ter salmente. De púlpitos sectarianos vem freqüente­
com meu pai e lhe direi: Pai. pequei contra o céu, m. nte a afirmação que, porque o filh o nvais novo
e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu transgrediu e cometeu tôda espécie de pecados e
filho; trata-me como um dos teus serventes assa­ depois se arrependeu, êle estava em situação me­
lariados” . lhor do que o seu irm ão mais velho, que não tinha
Assim êle regressou, e seu pai viu-o quando pecado. Muitos deixam de compreender a verda­
estava ainda longe, e movido pelo espírito da ale­ deira lição contida nesta parábola. 0 filho mais
gria, foi correndo ao seu encontro. E o filho dis­ novo pediu a sua herança, e a recebeu. Êle saiu
se: “ Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não e gastou-a na mais desprezível perversidade. Q uan­
sou digno de ser chamado teu filh o ” . do os seus bens se tinham esgotado, foi forçado
Mas o pai chorou, e chamou os serventes ao arrependimento, pelo sofrimento físico e pela
para que trouxessem roupa para cobrir o filho degradação. Tivessem seus bens resistido mais
pródigo que se tinha arrependido de seus peca­ tempo, e êle teria pecado proporcionalmente mais.
dos. E o pai misericordioso preparou uma festa É desnecessário repetir tôdas as circunstâncias da
e convidou todos os membros de sua casa e os história. Basta mencionar que, ao regressar, o
amigos a se juntarem a êle em sua alegria, pois seu pai o recebeu, mas não prometeu reintegrá-
assim disse o pai: “ êste meu filho estava morto lo na plenitude de sua herança; isto é aparente
e reviveu; tinha-se perdido, e foi encontrado” . na resposta dada ao filho obediente: “ Filho, tu
E enquanto êles estavam alegremente feste­ estás sempre comigo, e tudo que é meu é teu” .

116 A L IA H O N A
A MAIOR DÁDIVA DE DEUS seja a vida, quer a morte, as coisas presentes, ou
as coisas por vir, tôda são dêles, e êles são de
Alguns homens herdam riquezas pelo esforço Cristo, e Cristo é de Deus” . ( Ibid. v. 59 ).
laborioso de seus pais. Alguns, por herança, são Paulo escreveu aos Santos Romanos:
elevados a tronos mundanos, a poder e posições “ Porque bem sabemos que a lei é espiritual;
entre os homens. Alguns procuram obter a heran­ mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.
ça de conhecimentos profanos e a fama dêles de­ Porque o que faço não o aprovo; pois o que
corrente, e nisto se aplicam com esforço e per­ quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.
severança; mas existe uma herança que é de valor E, se faço o que não quero, consinto com a
maior do que tôdas. É a herança do enaltecimen- lei que é boa.
to eterno. De maneira que agora já não sou eu que faço
Dizem as escrituras que a vida eterna •— que isto, mas o pecado que habita em mim. ( Rom. 7:
vem a ser a vida possuída por nosso Pai Eterno 14-17).
e seu Filho, Jesus Cristo, — é a maior dádiva de
Deus. E será recebida somente por aqueles que O PREÇO QUE DEVEMOS PAGAR
estiverem limpos de qualquer pecado. Foi prome­
tida àquêles “ que, guardando os mandamentos, E, pois, evidente que estas bênçãos gloriosas
pudessem ser lavados e purificados de todos os da herança eterna, pela qual viremos a ser filhos
seus pecados, recebessem o Espírito Santo pela de Deus e herdeiros juntos com Jesus Cristo, pos­
imposição das mãos, daquele que foi ordenado e suindo “ tudo que era do P a i” , não virão a não
selado para êsse poder, e aos que vencem pela fé, e ser pela prontidão em guardar os mandamentos e
são selados pelo Santo Espírito da promessa, o mesmo em sofrer com Cristo se isso fôr necessá­
qual o Pai derrama sôbre todos os justos e ver­ rio. Em outras palavras, os candidatos à vida
dadeiros. eterna - à m aior dádiva de Deus - - devem co­
Êstes são a Igreja do Primogênito. locar tudo que possuem no altar, caso fôr exigido,
São aquêles em cujas mãos o Pai pôs tôdas pois mesmo que lhes seja exigido oferecer suas
as coisas — ” (D. & C. 76:52-55). próprias vidas, nunca poderiam pagar pelas bên­
Êstes tornam-se sacerdotes e reis. filhos de çãos abundantes, recebidas e prometidas, basea­
Deus e “ portanto, tôdas as coisas são suas, quer das na obediência às leis e mandamentos.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIAS ORGANIZADAS nenhuma Autoridade Suprema controlando e go­


vernando? E ainda, como poderá o homem acre­
“ E agora, depois dos muitos testemunhos que ditar que tôda essa m ultidão vasta e ordeira de
se prestaram dêle, êste é o testemunho, último de mundos foi criada sem algum plano definido?
todos, que nós damos dÊle: que Êle vive! Pois Bem disse o Salm ista:
vimo-10 à direita de Deus, e ouvimos a voz tes­ “ Os céus manifestam a glória de Deus e o
tificando que Êle é o Unigênito do Pai. firmamento anuncia a obra de suas mãos.
“ Que por Êle, por meio dÊle, e dÊle, foram “ L m dia faz declaração a outro dia, e uma
os mundos criados, e os seus habitantes são filhos
noite mostra sabedoria a outra noite.
e filhas gerados para Deus” . I D. & C. 76: 22-24T.
“ Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as vo­
Lord Kelvin — Sir W illiam Thompson - o
zes” . (Salmos 19:1-3).
eminente matemático e cientista inglês declarou:
“ Todos nós acreditamos confiantemente que exis­ Certamente não há, no mundo, nenhum lugar
tem agora, e têm existido desde tempos imemo­ onde a evidência da glória e da grandeza do Pai
riais, muitos mundos com vida, além desta nossa Supremo e Eterno não tenha sido dada a conhecer
terra” . Parece impossível que esta verdade possa aos habitantes, por intermédio dos céus organiza­
jamais ser posta em dúvida, quando observamos dos e magníficos.
o universo numa noite lim pa e escura, vendo en­
tão os inúmeros sóis aos quais damos o nome de PORQUE SÃO CRIADOS OS MUNDOS
estréias, ao enviarem seus raios de luz para os
espaços distantes. Contemplando a vastidão do Êsses vastos mundos, muitos dos quais são
universo e os milhões de estréias conhecidas e do­ milhares de vêzes maiores em circunferência do
cumentadas, o pensamento natural ocorre à m aio­ que o nosso Sol, certamente não foram criados
ria de nós, de que tudo isso é de fato trabalho apenas para demonstrar aos habitantes dêste m un­
de Deus, e que foi criado para os Seus propósitos. do a glória de Deus; mas cada um, assim somos
Como pode o homem, contemplando as belezas dos confiantemente levados a acreditar, é êle próprio
céus, concluir que não há nenhuma m ão dirigindo, centro e corpo governante de mundos numero­

A b ril de 1961 117


sos, com sua vida abundante. Alexander Pope, Abraão recebeu ensinamentos do mestre Divino,
em seu E N S A IO SÔBRE 0 H O M E M , declarou tal que lhe possibilitaram compreender os seus tem­
verdade em sua linguagem poética: pos e estações, e a finalidade de sua criação.
Posteriormente, o Senhor concedeu iguais ins­
Êle que a vasta imensidão pesquisa, truções a Moisés, e disse-lhe:
Sistemas conjugados analisa “ E criei mundos sem número, e também os
Que vê mundos sôbre mundos erigidos, criei para o Meu próprio intento; e por meio do
Planetas a outros sóis submetidos, Filho que é Meu Unigênito, Eu os criei.
E sêres que povoam o astral sem fim, “ E Deus o Senhor falou a Moisés, e disse: os
Talvez nos diga porque o céu nos fêz assim. céus são muitos e são incontáveis para o homem;
mas para M im são contados porque êles Me per­
Quando Pope escreveu estas linhas, não sabia tencem.
que existiram, entre os homens mortais, alguns que “ E assim como deixará de existir uma terra
penetraram pela vasta imensidão do espaço para conr seus céus, assim também aparecerão outras
ver “ mundos sôbre m undos” e conhecer seus ha­ e não têm fim as Minhas obras, nem tampouco as
bitantes. Graças à misericórdia do Senhor, êste Minhas palavras.
tem sido o caso. Quando o homem, fraca criatu­ “ Porque, eis que esta é a M inha obra e M i­
ra, começa a tirar conclusões baseadas tão somen­ nha gló ria : conseguir a imortalidade e a vida
te nas experiências às quais a nossa vida mortal eterna do hom em ” . (Moisés 1:33, 37-39).
é sujeita, deverá forçosamente errar. Se pudes­ A inferência desta escritura é de que o Senhor
se raciocinar, a baleia dentro do oceano diria que criou êsses mundos sem número a fim de nêles
vida nenhuma pode existir fora das profundezas colocar seus filhos, onde pudessem obter even­
líquidas. Igualmente, o lagarto no seu deserto diria tualmente a imortalidade e a vida eterna, êste sen­
que criatura nenhuma pode viver a não ser nas do o seu G R A N D E trabalho e glória. Por tal
areias esbraseadas. Fôssemos nós concluir que verdade, é pois um êrro dizer que há apenas uma
tôdas as criaturas dentro do vasto universo estão infinitésima fração do universo em condições de
sujeitas às nossas leis terrestres, e seriamos tão servir de abrigo ao homem. E tampouco é verda­
tolos quanto a baleia e o lagarto. de que a vida não passe de um produto secundário
0 Senhor mostrou a Abraão os grandes cor­ do universo, pois foi dito na passagem da Seção
pos celestes. Êle os viu a se moverem em tôda 76, prèviamente citada, que os habitantes dêsses
sua majestade, e dentro da mais perfeita ordem, mundos inúmeros são filhos e filhas gerados por
pelo espaço. Uns eram postos a governar, outros Deus.
a obedecer; mas havia uma relação entre êles. (Continua no próx. mês)

EDITORAL Sacerdócio está organizado em grupos e quoruns.


(Continuação da pág. 108) É de direito que pessoas individuais sejam inspira­
das e recebam manifestações do Espírito Santo,
temos que agir de acôrdo com nosso ju íz o ” . Aque­ para sua própria orientação e para fortificar a
le que procurar aconselhar-se com Deus dêsse m o­ fé, para encorajá-lo em trabalhos justos e de re­
do, não recebe orientação divina, pois, não está tidão, em fiel observância a todos os manda­
cumprindo o primeiro princípio do Evangelho ■ — mentos do Senhor, mas somente para esta fin a li­
que é a Fé. Os Santos dos Últimos Dias devem dade e nada mais. Do momento em que a pessoa
evitar reunir-se em pequenos grupos, não importa
começar a elevar sua voz contra aquêles que têm
quão altruístas seus ideais possam ser, sem antes
autoridade, estará em completa desarmonia com o
consultar e obter aprovação de seu Presidente do
Espírito Santo, e se êle não se arrepender, fàcil-
Ramo ou Distrito.
mente dará ouvidos ao Adversário e cairá em com­
Se cada membro cumprir cem porcento seu pleta apostasia e sofrerá a excomunhão. Todos os
dever na Igreja, êle sentirá a constante companhia Santos devem ter cuidado para não admitirem tal
do Espírito Santo e reconhecerá que o programa espírito. No momento que fôr tentado com tais
da Igreja é realmente divino, e o desejo de sepa­ sentimentos, deve rejeitá-los, pois são antagônicos
rar-se em grupo desaparecerá. diretos da Ordem do Sacerdócio e do Espírito e
Não é vontade do Senhor que qualquer pes­ gênio dêste grande trabalho.
soa se levante e se declare revelador ou profeta, É somente pelo Espírito de revelação que po­
ou que assuma atividades de vidente ou homem demos saber com certeza que Jesus é o Cristo, que
inspirado para dar revelações para orientação da Deus é nosso Pai Eterno e que esta Igreja é verda­
Igreja, querendo ditar para as Autoridades Presi­ deira. Êsse mesmo espírito nos abençoa com doce
denciais da Igreja (Missão, Distrito ou Ram o) de paz em nossos corações, quando estamos em har­
qualquer parte do mundo, m uito menos onde o monia com a vontade do Senhor.

118 A L IA H O N A
Çraça de Verão

n
fCistórin itencedora ()« concurso

a n u a l de f ontos Da Ó ocieàat/e

c/e Socorro.

D e o n e R. S u t ii e r l a n d

Era um daqurles dias em que o quente sol do estava o esplendoroso bôlo enfeitado em cima do
meio-dia se espalhava e tremulava diante de nós. prato de bôlo com fôlhas prateadas em redor da
Embora as mangueiras trabalhassem duran­ cobertura.
te todo o dia, as margaridas murchavam' e a grama Mamãe estava muito ocupada recortando pa­
estava se queimando. As trepadeiras verdes aver­ pel de cêra e arrumando os palitos.
melhavam-se em srus aparadores antes do tempo, “ Será que poderei confiar em vocês para
e nós ficávamos sentados na nossa Cansada m a­ levarem isto delicadamente e com cuidado à Sra.
cieira desprovida de qualquer brisa e sonhávamos Fanshawe? Ela está doente e tem nove filhi-
com súbitas geadas e com longínquos Alpes onde nhos” .
a neve tremeluz sob nuvens refrescantes. Foi com muita relutância que dissemos adeus
Almy e eu levantamos nossas cabeças. Des­ ao bôlo enfeitado. Os lábios de A lm y caíram.
cemos da árvore, eu em prim eiro lugar para guiar Suas sombrancelhas escuras baixaram ameaçadora­
os passos de Almy. Através da porta de tela po­ mente, porém, mamãe nem percebeu. Ela estava
díamos observar mamãe andando para cá e para lá ocupada trocando o avental por um mais limpi-
na cosinha. nho e endireitando os cabelos macios que haviam-
lhe caído sôbre o rosto. 0 beijo de mamãe em
Marjorie saiu da porta dos fundos enxugando
meu rosto foi rápido e carinhoso. Ela ergueu Al­
a testa. “ Ela estava fazendo um b ô lo !” .
my também para dar-lhe um beijo e um abraço,
“ Um bôlo enfeitado” , suspiramos. Mas M ar­ apesar de todo o seu pêso.
jorie fôra sentar-se na adega de maçãs. Lá esta­ “ Tome cuidado com A lm y” , disse-me mamãe
va fresco, porém, Almy não gostava das aranhas. confidencialmente.
Além disso, M arjorie tinha um livro, o se nós
Eu confirmei com a cabeça. Quando a gente
brincássemos com a prensa de cidra ou se fizés­ está com a mamãe, nunca se preocupa em dar to­
semos barulho iria dar confusão. Nós nos agacha-
dos os bôlos do mundo. Somente mais tarde, quan­
mos na sombra da casa. L m bôlo enfeitado er­ do estávamos andando pela estrada poeirenta e o
guia-se em 4 gloriosas camadas, com o dôce creme
bôlo rescendia em nossas mãos é que ficamos preo­
de rechéio aninhando-se entre cada camada branca.
cupadas. Almy pedia para passar o dedinho nas
Eu olhei para A lm y com carinho. Suas bo- beiradas. “ Eles não notarão” , procurava eu acal­
cherhas redondas e queimadas de sol e sua boqui­ mar minha consciência embora as mãos de Almy
nha rosada pareciam felizes enquanto ela pre­ estivessem sujas com a marca do seu bolinho.
parava seu próprio bolinho de barro e o cobria Preocupava-nos mais subir a ladeira com as
com areia branca. crianças descalças da Sra. Fanshawe a pular ao
“ M a u d !” . Foi a voz de mamãe que nos levou nosso redor com os olhos famintos sôbre aquêle
correndo ao portãozinho dos fundos. Na cosinha (Continua na pág. 130)

A b ril de 1961 119


Inspirados neste tema, os jo ­ A todos os participantes de qualquer ativi­
vens S l D da Missão Brasileira do dade, foram distribuídos certificados, num total
Sul, reuniram-se em Pôrto Alegre, de cento e dezenove. Isso basta para demonstrar
R.G.S., para realizarem a II Confe­ o entusiasmo de nossa juventude.
rência, no período de 16 a 20 de Aos vencedores das diversas provas e con­
janeiro de 1961. cursos, couberam’ belos prêmios.
O Ramo de Londrina, Estado do Paraná, foi
Iniciando os trabalhos de aber­ galardoado com os troféus de D isciplina e do
tura. o Presidente da Missão, Asael melhor Show. Os troféus de reconhecimento in d i­
T. Sorensen, em seu nome e no de vidual foram conquistados pelo irm ão Waldomi-
Sister Sorensen, dentre outros, pro­ ro Menezes do Ramo de Londrina e pela irm ã
feriu as seguintes palavras: Leny Bellanca do 3.° Ramo d? Pôrto Alegre. O
“ Saudamo-vos, jovens da M is­ irm ão Roberto Ebelt do 1.° Ramo de Pôrto Ale­
são Brasileira do Sul. Quer mos gre, conquistou com galhardia o troféu de Co­
extender-vos um caloroso “ BEM- nhecimento do Evangelho. O irm ão Ezio Luz,
V IN D O S ” à segunda conferência de Florianópolis e a irm ã Lorete Silva de C uriti­
anual dos jovens, onde vos reunis ba conquistaram os troféus do concurso de orató­
para: ria. A medalha para o melhor trio ou quarteto, foi
conquistado pelo Ramo de Canoas, R.G.S.
No setor esportivo, coube ao Ramo de Ponta
“ D E IX A R A VOSSA
Grossa conquistar o título de campeão de fute­
LU Z B R IL H A R ” bol de salão. Os jovens de Curitiba foram os ven­
cedores dos torneios de voleibol masculino e fe­
“ Chegai a esta Conferência minino, bem como dos títulos de basquetebol mas­
com corações cheios de alegria e culino. Na corrida de 50 metros para menores de
um1 profundo d ’sejo de receber a 15 anos foram vencedores o irm ão João Carlos
meneagem que esperamos, dar-vos-á Admas e a irm ã M aria Antonieta, de Pôrto Alegre
esperança e coragem para viver e Pcnta Grossa, respectivamente. Os primeiros a
uma vida exemplar. atingirem a marca dos 100 metros foram Santo
José Fernandes e Rosemary Aidukaitis, de Pôrto
Esta é a vossa oportunidade de
Alegre. A prova masculina de 200 metros venceu-a
tirar o chapéu aos do passado, que
Santo José Fernandes. Os 1.500 metros foram
foram antes, de vós . . . e arregaçar
conquistados pelo irm ão W ilson Lim a, de Curiti­
as mancas ao futuro, com um gran­
ba, e os jovens de Pôrto Alegre venceram os 4 x
de desejo e expectativa” .
400, sendo os 4 x 100 obtidos pelas moças de
Sister Ida Sorensen que tanto Curitiba.
trabalhou para organizar esta festa Os irmãos Bernardino Plácido da Silva, El­
maravilhosa, não pôde comparti­ der Nelson Ralph Read. Leny Bellanca, Rosita
lhar do resultado do seu estorço, Moeller e Irm a Felber, foram contemplados com
pois edoeceu e ficou im possibilita­ Certificados Especiais.
da de viajar a Pôrto Alegre. Vias A programação avançou de sucesso em su­
por meio de seu representante, ela cesso, até atingir o seu pináculo com o Baile de
enviou aos jovens, o seu afetuoso Encerramento e a Reunião de Testemunhos.
abraço, e a m nsagem maternal e O Baile foi realizado num iate que ancorou
transbordante de amor. (Continua na pág. 134)
spcqrdócio m s m is s ó e s
KNSIWI UNS AOS Oirritos

Foi inquirido uma vêz do Professor Einstein como professores, nos decidirmos a ser um pouco
o seguinte: “ Existe qualquer esperança para êste mais gentis? Quantos não perdemos a calrra? É
mundo — considerando-se as bombas atômicas, os dito que pode existir desculpa para o se zangar —
aviões a jato e o mundo inteiro capaz de destruir- e muito — mas nunca há desculpa para se perder
se?” Sua resposta foi: “ Sim, produzindo-se pes­ a calma. W illiam Fleming French escreveu o se­
soas melhores!” . guinte a respeito do assunto: “ Alguns acham que
Para produzir pessoas melhores, tôda socie­ é uma virtude perder a calma — se im panar ft
dade atual espera que cada indivíduo faça algum entrar em batalha . . . Mas não há virtude na fúria
tipo de trabalho útil. Alguns escolhem o traba­ — nem qualquer lucro nela. I m temperamento
lho do magistério e dedicam-se a tal serviço como irrestrito nunca pode representar qualquer vanta­
profissão para a vida. No entanto, se pretendemos gem. É sempre uma perda — uma fraqueza” .
produzir pessoas melhores, muitos milhares de ho­ Seu conselho foi, “ Aprender-se a ficar firme e
mens e mulheres devem ser chamados como pro­ sorrir quando se quer esbravejar. Você ficará sur­
fessores voluntários para auxiliar no enorme exér­ preendido com a confiança própria que adquirirá e
cito requerido pelas Auxiliares da Igreja. as vitórias que obterá” .
De Doutrina e Convênios nos vem esta ad­ Temos para com nossos alunos a obrigação de
moestarão: “ E vos dou o mandamento de que vos quando lhes designarmos responsabilidades, se­
ensineis . . . uns aos outros” . guirmos em seu encalço, a fim de ajudá-los a exe­
“ Ensinai diligentemente e a M inha graça vos cutar bem sua tarefa . . . Temos a obrigação de
a te n d e r á ...” (D. & C. 88:77-78). Além de nos lhes sermos como exemplos dos quais possam sen­
ensinar liderança, um cargo de professor ainda tir orgulho . . . Nós, como professores temos o
nos fornece ótima oportunidade para auto-desen- dever de um extremo cuidado naquilo que dizemos,
volvimento, pois é freqüente se ouvir que aquêle para não afastar nenhuma alma da Igreja e do
que ensina aproveita mais de seu trabalho do que aprendizado . . . Nós como professores temos a
qualquer outro! Ganha não apenas conhecimento obriga ão de servirmos fervorosamente e prepa­
ilim itado, mas a posição ainda lhe oferece opor­ rai mos com inteireza os que nos estão confiados.
tunidade de desenvolver novas amizades, se inte­ Em média, aqueles que aceitam a incumbên­
ressar por pessoas e suas causas proveitosas, fa­ cia de ensinar nem sempre são peritos naquêle
zendo o que pode em seu delimitado campo de campo, nem tiveram preparo ou treinamento pré­
ação para ajudar outras pessoas. Desde a anti­ vios. 0 professor que está interessado em sua de­
güidade existe o princípio de que ganhamos da signação, que ama aquêles que vêm a êle para re­
vida apenas aquilo que livremente lhe contribuí­ ceber orientação, que está preparado tão bem
mos. Se pudermos viver, trabalhar e pensar dià- quanto pode estar, e que despende seu tempo para
riamente, em termos do serviço que rendemos e que outros se possam beneficiar, será abençoado
do bem que fazemos, seguramente conseguiremos pelo Senhor, pois, está ensinando, como Jesus o
manter nossos corações e espíritos fortes. fêz, as leis e os mandamentos de Deus.
Para alguns dos que são chamados pela Igre­ Sim, ensinar é um grande desafio - o maior
ja para ensinar, o conhecimento representa poder; desafio que o homem recebe! Disse o Presidente
mas, o que é o conhecimento sem o coração, a in­ Heber J. Grant em um de seus discursos: “ . .. da-
teligência sem a boa conduta, a agudesa extrema quêles aos quais muito é dado, muito é exigido.
sem uma benignidade de caráter? 0 bom pro­ Enquanto crescemos em conhecimento e testemunho
fessor dá a seus alunos uma impressão de com­ do Espírito de Deus, devemos também crescer e
pleta honestidade e sinceridade, pois, é o tipo aumentar em obra e esforço para o avanço do tra­
de homem que representa a esperança da socie­ balho de Deus ou perderemos o Seu Espírito. Não
dade, como dá a entender o Professor Einstein, é um1conhecimento de que Deus vive que nos sal­
porque chega a ser o poder motivador pelo qual a vará: é o guardarmos seus mandamentos” . A ad-
sociedade pensa. moestação contida em Doutrina e Convênios con-
Como professores da Igreja, tenros a obriga­ cita a todos aquêles que servem nessa nobre profis­
ção de sempre ser intelectualmente honestos para são: “ E vos dou o mandamento de que vos ensi­
com nossos alunos, enquanto nos conservamos ao neis . .. uns aos outros.
mesmo tempo calmos, amigáveis e com controle “ Ensinai diligentemente, e a M inha graça vos
absoluto de nossas emoções . . . Poderemos nós, atenderá . . .” .

122 4 L IA H O N A
C u l t i v e a Modést i a
S u p le m e n to d a JÇição p a r a o i A ie itr e i V iiita n te á do fia m o

LIÇÃO N P 5

Preparado co m o su p le m e n to à m ensa gem dos Mestres Visitantes de Maio de 1961.

No maior sermão jam ais proferido, Jesus con- Naquela mesma palestra já referida, o Senhor
citou seus ouvintes a serem perfeitos " . .como é descrrveu as pessoas que eram particularmente
perfeito o vosso Pai que está nos céus” . (Mat. 5: abençoadas. Mencionou os pobres de espírito, os
48). A nós isso parece (como deve ter parecido pacificadores, os que sofrem perseguição por cau­
aos contemporâneos de Cristo) impossível, ilusó­ sa da justiça, os que têm fome e sêde de justi­
rio e além de nosso alcance - até mesmo de nos­ ça .. . e os limpos de coração. Estariam êsses as­
sa compreensão. No entanto, êsse deve ser o obje­ sim descritos, dispostos a sacrificar o valores eter­
tivo de todo Santo dos Últimos Dias. Devemos bus­ nos por prazeres temporais? São as suas virtu­
car e cultivar os atributos os quais nos ajudarão a des compatíveis em qualquer alcance com a imo-
obtê-lo. déstia, a vulgaridade ou a vaidade?
A Modéstia é um atributo. Com tanto a ser dito em favor da modéstia,
Para a maioria de nós, “ modéstia” represen­ porque é que alguns ainda hesitam1 em adotá-la?
ta abstenção de mediocridade, aberração e vulga­ A primeira resposta que usualmente se ouve é
ridade no falar, trajar e agir. Os dicionáros são “ pressão social” . Essas pressões existem, na ver­
um pouco mais livres em sua definição, chaman­ dade, mas quando elas impelem as pessoas a rebai­
do-a de “ausência de vaidade, arrogância ou pre­ xar seus ideais, a sociedade e não os padrões de­
sunção” . Mas a modéstia não é tanto a ausência vem ser re examinados. Pessoas que são realmen­
ou abstenção de certas coisas como é uma expres­ te cultas, gentis e sofisticadas — no sentido refi­
são de características positivas, tais como sabedo­ nado da palavra - - respeitam e honram aquêles
ria, sinceridade, humildade e bom-gôsto. que vivem suas crenças, ainda que não abracem
A modéstia pode ser recomendada por duas as mesmas em todos os aspectos.
razões: ( l . a ) É em si mesma uma virtude. As he­ São usualmente mencionados os “ ditames da
roinas de muitas das nossas novelas favoritas são m oda” . Mas os Santos dos Últimos Dias são um
retratadas como sendo “ decorosamente modestas” . povo livre, e não reconhecem nenhum ditador —
E isso é muito justo, pois a modéstia é decorosa, particularmente um ditador tão superficial e capri­
e tão apropriada a um homem quanto a uma m u ­ choso como a moda. Pois modas são transitórias,
lher. (2.“ ) A falta de modéstia pode conduzir a coisas de momento . . .o que hoje é “ chic” pode ser
pecados muito sérios, dos quais a embriaguês e a amanhã considerado de mau gôsto. 0 evangelho,
imoralidade são talvez os mais freqüentes, porém, contudo, não m uda; a verdade de hoje é a de on­
apenas dois dentre muitos outros. A ausência de tem e a de am anhã. A qui, no cômputo eterno das
modéstia pode também acarretar situações dese­ coisas, a modéstia, a grntileza e a virtude nunca
legantes e embaraçosas. estarão “ fora de m oda” .

JÓIAS DO PENSAMENTO A IGREJA NO MUNDO


(Continuação da pág. 107) (Continuação da pág. 107)

0 Senhor especifico» um determina­ Montevideu, Uruguai, com a possibilidade de uma matriz secundá­
do reino, não muitos reinos ou qual­ ria a ser localizada em outra região. Disse êle que seus auxiliares
quer reino, mas somente o reino de mudar-se-ão imediatamente, se estabelecendo em escritórios, a fim
D eus. . . O dever, portanto, de todo de fazer preparativos para o grande programa de construção já
homem, é o de huscar com fé, diligente traçado.
e sinceramente, até encontrar o reino de Samuel Borem, da Argentina, agora residente em Mesa, Ari­
Deus, e depois prestar obediência com­ zona, foi designado tesoureiro do programa de construção na Amé­
pleta a todos os seus requisitos. rica do Sul.

A b ril de 1961 123


S o u R a m o
CONCURSO DE CANTO

lthamar Guimarães, do Ramo de Vila X1ariana, O Conjunto vencedor, de Pinheiros, quando recebia
recebendo um troféu. seu prêmio das mãos do Pres. Bangerter.

A alegria era geral. Êsses mórnions são notáveis. . . cabelos existentes... Num caso desses quem leva a cul­
Alguém comentou. E realmente o são. pa é sempre o cabelo, pagando o pato.
Finalmente chegou a hora da apresentação. Lá es­
A Presidência do Distrito de São Paulo havia con­ tava o Ramo de Vila Mariana, com seu conjunto de Pas-
vocado uma conferência para o dia 12 de fevereiro. No tôras, o alegre ítamar cantando granada; até mesmo
sábado, dia 11, a atividade era geral na capela da praça Brenda Lee sobressaiu-se com sua Jambalaia. O Ramo
Itália. Os preparativos intensos, enquanto a ornamenta­ do Centro brilhou com o número das irmas Miras Lopes,
ção do palco, limpeza da sala, arrumação das cadeiras, a baiana Maria Sagula, Renato Bruno com seu número
ensaios, etc., se iam processando. Que iria acontecer? interessantíssimo e outras. Santo André foi muito bem
Tudo indicava que o acontecimento era um concurso de representado pela irmã Rita Almeida e seu pai. Santos
conjuntos musicais dos vários ramos. brilhou num bem ensaiado e harmonioso conjunto, e pela
Organizado e dirigido pelo já famoso diretor das Penha, o casal Silveira esteve além das espectativas. As
dublagens apresentadas por diversos ramos ficaram a con­
grandes festas da A.M.M. do Distrito. Pedro Lapiccirela,
tento de todos. Aos olhos atônitos da platéia que ultra­
tendo como colaborador e cenarista o incansável irmão
passava os limites da sala da A.M.M., o Ramo de P i­
Canarin, peão do Senhor, vindo dos pagos do sul, o es­
nheiros apresentou um conjunto sensacional, sendo con­
petáculo transcorreu assim: Estava na hora da festa.
tada a história de um casal de namorados, o Bastião e a
Quem iria ganhar o troféu? . . . A atividade no interior
Quitéria, do Ceará, que namoravam numa rede, embaixo
da capela era enorme. Os primeiros sabiás, rouxinóis e
do pé de jatobá. O momento culminante foi quando a
até mesmo tico-ticos já haviam chegado, faltando ainda
junta julgadora, pela contagem de pontos, deu ganho o
alguns.
concurso para o conjunto de Pinheiros.
O diretor Pedro, impaciente e nervoso, levava as A entrega do troféu foi feita pelo Presidente Ban­
mãos à caheça como querendo arrancar dali os últimos gerter.

UMA LUZ NAS TREVAS os de Melanchton. Zwingl, Calvino, Henrique V III,


(Continuação da pág. 111) Knox, Gustavo Vass e outros, tampouco poderão
ser olvidados, e de uma certa forma podemos d i­
se tornaram fator preponderante de obscurantismo zer que foram todos campeões da liberdade e
espiritual e opressão política. precursores da Restauração. Mas por mais que
A situação permaneceu assim até a Renascen­ os admiremos, e por melhor intencionados que
ça, quando revoltados com os abusos provocados tivessem sido, temos que reconhecer algo; que to­
pela Igreja Romana, diversos homens levantaram-se dos incorreram no mesmo êrro, pecaram pela
contra ela. e desafiaram seu poder. Foi a grande mesma falha e essa foi o não haverem tentado rea­
época dos Reformadores que principiou com John tar o elo que se havia partido, o elo de com uni­
W y c liff e Luiz de Baviera no século X IV , progre­ cação que liga o homem a Deus. e nao buscarem
diu com João Huss no século X V , e culminou ex­ o que se havia perdido, aquele poder que Cristo
plosivamente no século X V I, com o famoso m on­ havia conferido aos Apóstolos, o poder que dá d i­
ge de Wittemberg. Martinho Lutero. Nomes como reito a seu possuidor de receber guia e orienta­

124 A L IA H O N A
ção dos céus, o poder através do qual Deus se versas reuniões, sempre que disso tivesse oportuni­
revela, o poder do Sacerdócio, êsse poder que por dade. Joseph sentia o desejo de unir-se a uma
séculos não viria ainda aos homens. E da mes­ Igreja, mas isso apenas não lhe bastava, queria
ma forma que um galho vivo não brota de uma unir-se à Igreja que fôsse verdadeira. Sua per­
árvore morta, não poderia brotar também o Evan­ gunta era, qual a Igreja verdadeira? Como posso
gelho vivo de uma Igreja Morta, e assim, não saber qual de todos êstes partidos é o verdadeiro?
encontrando a “ luz” almejada, novas divisões se
Enquanto meditava sôbre as extremas dificul­
fizeram sentir, e as disputas teológicas aumenta­
dades causadas pelas lutas dêsses partidos religio­
ram grandemente, buscando desesperada e in util­
sos, lsu um dia na Epístola de Tiago, capítulo
mente dar a seus fiéis o que no íntim o sentiam não
primeiro, versículo quinto, o seguinte “ Se algum
possuir. Chega o século X V I I I e com êle maior
de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que
zêlo e fervor religioso, sendo que não poucos,
a todos dá liberalmente e não lança em rosto, e
em busca de novos horizontes, em busca de liber­
ser lh?-á dada” . Nunca uma passagem das es­
dade religiosa, abandonam pátria, lar, amigos, pa­
crituras veio com mais fôrça ao coração de um
rentes e riquezas, e atravessam oceanos e mares,
buscando sempre, porém não encontrando aquilo homem que esta ao coração de Joseph. Refletiu
que sentiam dentro de si a os im pelir para frente. diversas vêzes sôbre ela, resolvendo finalmente
“ pedir a Deus” uma resposta a seu problema,
Realmente, sem mêdo de errar, podemos dizer
concluindo que, se Êle dava sabedoria aos que de­
que as condições reinantes no mundo, naquela
época, muito se assemelhavam às que o pro­ la necessitassem, êle podia aventurar-se. E é 'assim
feta Amós previu, quando disse: “ Eis que vêm que vamos encontrar Joseph Smith orando no
dias, diz o Senhor Jeovah. em que enviarei fome bosque. Mas deixemos que êle narre com suas
próprias palavras o que sucedeu a seguir.
sôbre a terra, não fome de pão, nem sêde de1
água, mas de ouvir as palavras do Senhor. E “ Depois de haver-me retirado para o lugar
irão vagabundos de um mar até outro mar, e do que havia escolhido prèviamente, tendo olhado em
norte até o oriente: correrão por tôda a parte, meu derredor, e encontrando-me só, ajoelhei-me e
buscando a Palavra do Senhor, e não a acharão. comecei a oferecer os desejos de meu coração a
ÍIX 1 . Deus. \penas fizera isto. quando fui subitamen­
te subjugado por uma fôrça que me dominou in ­
E assim é que já quase em nossos dias pode­
teiramente, e seu poder sôbre m im era tão as­
mos ver pessoas em busca da verdade, percorren­
sombroso que me travou a língua de modo que não
do algumas centenas de Igrejas.
pude falar. Intensa escuridão envolveu-me, e pa­
E nessa época, em pleno século X I X que va­ receu-me por algum tempo que estivesse destinado
mos encontrar, próximo à cidade de Manchester, a uma destruição repentina. Mas, empregando
condado de Ontário, no Estado de Nova Iorque, tôdas as minhas fôrças para pedir a Deus que
um rapaz humildemente ajoelhado, orando no me livrasse do poder dêsse inim igo que me tinha
interior de um bosque. subjugado, e no momento exato em que estava
Chama-se Joseph Smith Jr. e até aquêle m o­ prestes a cair em desespêro, abandonando-me à
mento em que se ajoelhou no bosque tinha sido destruição, não a uma ruína im aginária, mas ao
um rapaz como tantos outros da mesma época. poder de algum ser real do mundo invisível, que
Viera para Manchester h á cêrca de dois anos. tinha tão maravilhoso poder como jam ais havia
Recordava-ss muito bem da agitação anormal sô­ sentido em nenhum ser — justamente nêsse m o­
bre questões religiosas que tinha lugar em M an­ mento de grande alarma, vi uma coluna de luz
chester e que agora sacudia tôda a região. Havia acima de m inha cabeça, de um brilho superior ao
começado com os Metodistas mas logo se genera­ sol, que descia gradualmente até cair sôbre mim.
lizou entre tôdas as seitas daquela região do país, Logo após êsse aparecimento, senti-me livre do
e grandes multidões se uniram aos diferentes p ar­ inim igo que me havia sujeitado. Quando a luz
tidos religiosos, criando não pequeno tumulto e pousou sôbre mim, vi dois Personagens cujo res-
dissenção entre o povo, clamando alguns “ Eis plendor e glória desafiam qualquer descrição, em
aqui a verdade” e outros “ Eis ali a verdade” , pé acima de m im , no ar. U m dêles falou-me cha­
sendo que em pouco tempo verificou-se grande mando-me pelo nome, e disse apontando para o
confusão; ministros disputando com ministros, outro: “ Êste é o Meu Filho Amado. Ouvi-O” .
conversos com conversos, numa grande luta de pa­ Meu objetivo em1 ir pedir ao Senhor foi para
lavras e choques de opinião. Joseph, durante êsse saber qual de tôdas as seitas era a verdadeira, a
tempo de grande exaltação, se viu sujeito a sé­ fim de saber a qual unir-me. Portanto, tão logo
rias reflexões e grande inquietação, mas embora voltei a m im o suficiente para poder falar, per­
seus sentimentos fôssem profundos e muitas vêzes guntei aos Personagens que estavam na luz, aci­
penetrantes, ainda assim conservou-se afastado de ma de m im , qual de tôdas as seitas era a verda­
todos êsses partidos, embora assistindo a suas d i­ deira, e a qual deveria me unir. Foi-me respon­

A b ril de 1961 125


dido que eu não me unisse a nenhuma delas, por­ no Qual há qualquer sombra de transformação,
que tôdas estavam erradas, e o Personagem que então imaginastes um Deus que não é um Deus
se dirigiu a m im disse que todos os seus credos de milagres. Mas eis que vos mostrarei um Deus
eram uma abominação à Sua Vista; que todos de milagres, tal como o Deus de A braão, o Deus
aquêles mestres eram corruptos; que: “ Êles se de Jacó, o Deus de Isac, e será aquêle mesmo
chegam a M im com os seus lábios, porém seus Deus que criou os céus e a terra e tôdas as coisa=
corações estão longe de m im ; êles ensinam como que neles há. E. se houve milagres, porque deixou
doutrina os mandamentos dos homens, tendo apa­ Deus de ser um Deus de milagres, sendo, contudo,
rência de piedade, mas negando a eficácia dela’ . um Ser Im utável? E eis que vos digo que Êle
Também proibiu que me unisse a qualquer delas; não mudou, e se mudasse, deixaria de ser Deus;
e muitas outras coisas me disse que não posso mas Êle não deixa de ser Deus, e é um Deus de
no momento escrever” . (X l milagres.
Joseph Smith, o profeta que abriu esta dis- “ E o motivo porque Êle cessa de fazer milagres
psnsação, que trouxe ao mundo, de volta, aquilo entre os filhos dos homens, é porque êstes dege­
que se havia perdido, semelhantemente aos pro­ neram em descrença e saem do bom caminho e
fetas da antigüidade selou seu testemunho com o desconhecem o Deus em Quem deveriam confiar.
próprio sangue. No curto espaço de vinte anos, Eis que vos digo que todo aquêle que crer em
recebeu mais de uma centena de revelações, que Cristo sinceramente, tudo quanto em nome de
hoje fazem parte do livro de Doutrina e Convê­ Cristo pedir ao Pai, lhe será concedido, e essa pro­
nios, restaurou o Sacerdócio, a autoridade para messa é feita para todos, até os extremos da ter­
agir em Nome de Deus, e estabeleceu completa­ ra. Assim, pois, não desprezeis e não vos assom­
mente Sua Igreja, que hoje como nos tempos p ri­ breis, mas atentai nas palavras do Senhor e pedi
mitivos é dirigida e guiada através de Apóstolos ao Pai em nome de Jesus tudo quanto necessitar-
e Profetas que recebem Revelações para a Igreja. des. N ão duvideis, mas acreditai e principiai,
Centenas de milhares de pessoas, que em tôda como antigamente, chegando-vos ao Senhor com
parte do mundo investigaram a história da vida tôda a vossa alma, preparando vossa própria salva­
do Profeta Joseph Smith, a restauração do meio ção com temor e tremor perante Êle.” (X I)
de comunicação direta entre Deus e o homem, e o
estabelecimento da Igreja de Jesus Cristo dos San­
R E F E R Ê N C IA S
tos dos Últimos Dias, crêem que realmente Joseph
Smith foi um profeta verdadeiro de Deus, e que
I — Eph. 4:11-13.
êle restaurou a Igreja e as revelações tão neces­
sárias hoje em dia como no passado. II — A braão 3:23.
Concernente a êste assunto, gostaria, para I I I — Jer. 1:4-5.
finalizar, de expressar o testemunho de um dos
IV — Amós 3:7.
maiores profetas que nasceu neste hemisfério, o
Profeta Moroni. V — Mat. 16:13-18.
“ E novamente me dirijo aquêles que negarem Apoc. 19:10.
as revelações de Deus, dizendo que elas já têm \I — Eph. 2:20.
passado, e que não há revelação, nem profecias. . .
V II — Mat. 24:9-12.
Eis que vos digo que aquêle que nega essas coisas II Tess. 2:1-11.
não conhece o evangelho de Cristo; sim. não leu
as escrituras; e se as leu não as compreendeu. V III — Eph. 4:11-14.
Pois não lemos que Deus é o mesmo ontem, hoje IX — Amós 8:11-12.
e sempre, e n’Êle não há nem mudança, nem se­
X — J. Smith 2:14-21.
quer sombra de transformação? E agora, se
tiverdes imaginado convosco um Deus que varia e X I — Mórm. 9:7-11 19-21 e 27

C l IDADO DO LAR sagem vem sendo ensinada tanto por profetas e


(Continuação da pág. 115) filósofos quanto por economistas. Prudência e
controle da renda familiar tem muito que ver com
competência e aprendem a fazer com originalidade
a felicidade da família. “ Num lar bem organiza­
as coisas mais triviais.
do, podemos experimentar um pedaço do céu” .
Votos de louvor têm sido tributados às dedica­
( Presidente David O. McKay I . O lar bem form a­
das donas de casa através dos anos. I ma sábia
do é limpo, cuidado, e mostra a todo instante, o
economia é sempre recomendável. 0 desperdício
amoroso esforço daqueles que dêle cuidam.
é pecaminoso, quer seja de tempo, dinheiro, m an­
timentos ou roupas. “ Quem economisa tempo, o O Senhor disse: “ E sejam1 tôdas as coisas
tem quando precisa” . Eis um adágio cuja men- feitas com limpeza diante de M im ” . D. & C. 42:

126 A L IA H O N \
41). Não se pode imaginar um lar que forneça básico no lar, e ajudá-las a compreenderem o cha­
um “pedacinho do céu” que não seja limpo. A mado e o privilégio de ser mulher.
excelência dos céus e a beleza dentro dêles são Fundamental ao desenvolvimento das mulhe­
um molde para os lares aqui na terra. Confusão res finas, elegantes e espirituais é um reconheci­
e desordem são influências desastrosas que podem mento do mais nobre nome — ESPÔSA E M ÃE.
ser destruidoras da harmonia familiar. 0 espírito
A Sociedade de Socorro deve ensinar a m ulti­
do Senhor não pode habitar onde habitam a falta
plicidade de habildades exigidas para uma vida
üe asseio e a confusão. A habilidade de costurar
fam iliar mais bela e mais alegre nesta fase da
eficientemente deve ser cultivada. H á muitas pe­
vida eterna, para a qual a mulher contribui na­
ças de roupa, vestuários de criança e peças de
quilo que está designada para dar.
uso doméstico, cuja “ beleza é a beleza da obra
de luas próprias m ãos” , e cuja confecção pods A reunião de trabalhos se envolve num brilho
determinar economia substancial. 0 lar será mais de importância, quando seus propósitos são julga­
atraente para todos os membros, se a mãe fôr dos à luz daquilo que o ensinamento pode signifi­
uma boa cosinheira. É preciso examinar e veri­ car para auxiliar as irmãs a alcançarem êsse fim.
ficar realisticamenLe o efeito do bom cuidado sô­ Não sejamos como os homens que o profeta
bre a vida da fam ília. É dever da mulher fornecer lamentou, sendo “ sábios demais para serem ensi­
orientação adequada ao progresso e felicidade nados” , recusando-nos a ver que o trabalho —
dos membros da família. Se em todo respeito os serviço de casa, costura e todos os afazeres do­
lares forrm corretos, tanto nas coisas físicas como mésticos — são parte da elevação do reino. Que
nas espirituais e culturais, êles serão o maior e uma atitude renovada e positiva com fito na gló­
mais simples estabilizador do indivíduo. O lar é ria das famílias felizes e bem cuidadas nos guie à
o suporte para os revezes do mundo, a fonte da procura de habilidade na arte da manutenção do
verdadeira felicidade e o refúgio da justiça. lar. Que um lar bem ordenado, bem governado,
É responsabilidade da Sociedade de Socor­ seja a alegria de cada mulher da Igreja, porque
ro expôr diante das mulheres da Igreja o seu lugar o Senhor disse que é assim.

. .. DAVID O. MCKAY quando uma mulher em prantos apareceu à sua


(Continuação da pág. 114) porta. Êle escutou-a comovidamente enquanto ela
soluçava a história de um problema conjugal. De­
Êle é mais vigoroso que a m aioria dos homens com
pois telefonou ao seu marido. “ Êste é o Presiden­
metade da sua idade, e seu apêrto de m ão é como
te M cK ay” , disse êle. “ Pode dar um pulo até
o “ agarrão” de um fazendeiro. Em sua conduta
aqui em casa?” O assombrado marido apressou-
para com os outros o líder mórmon nunca permite
se em ir à casa do profeta, onde McKay ficou até
transparecer irritação ou mau gênio, e sua dedica­
depois da meia-noite resolvendo a alteração.
da secretária de 25 anos, Clara Middlenriss, des­
De outra feita, viajando pela Inglaterra em
creve-o como inflexível. “ Uma vêz disposto, é
uma ocupadíssima escala, êle casualmente ouviu
difícil dissuadí-lo” , confessa ela, mas acrescenta
seu filho Llewelyn mandar embora uma pequeni­
ainda, “ Eu nunca o vi expressar raiva, ainda que
na vestida de azul que desejava um autógrafo do
sob pressão” .
profeta. McKay acenou-lhe chamando-a a seu
Se a fôrça de sua palavra e a simplicidade de
lado. “ Meu filho, disse êle, nunca magoe uma
seu pensamento fizeram-no um dos maiores prega­
criança. Nunca subestime o seu sentimento” .
dores mórmons, seu perspicaz sangue escocês o
Êle voltou-se para assinar o autógrafo, mas a
torna um destacado homem de negócios. Êle in ­
menina desapontada já havia desaparecido. Duas
siste em que a Igreja obtenha o valor exato de
dúzias de missionários foram mandados para es­
cada centavo que dispende.
quadrinhar a m ultidão atrás de uma menina de
Para o templo m órm on de Berna, Suissa, os vestido azul. Mas ela não pôde ser encontrada.
arquitetos vieram com planos para um prédio que No dia seguinte, a criança e o incidente ainda
custaria seiscentos e cinqüenta m il dólares. McKay permaneciam gravados na mente de McKay. Êle
encaminhou-os cuidadosamente e então anunciou. solicitou à presidência da Missão Britânica que
“ Espero que projetem um prédio igualmente belo a encontrasse e trouxesse o seu livro de autógrafos.
e cômodo por 350 mil dólares” . Ele não se satisfez enquanto o autógrafo não foi
Com muitos resmungos, os arquitetos voltaram assinado dias depois.
às suas pranchetas, apontaram os lápis, e acha­ David O. McKay vem liderando os mórmons
ram que podiam levar a cabo a encomenda. E m ­ por nove frutíferos anos. A esperança dos mem­
bora sua fam ília e seus assistentes procurem es­ bros é que êle permaneça no seu escritório repleto
cudá-lo, sua porta está sempre aberta a qualquer de livros, atrás do birô coberto que uma vez per­
mórmon, não importa quão humilde seja. tenceu a Brigham Young, por um tempo sete vê­
Uma vez êle estava para encerrar a noite, zes maior.

Abril de 1961 127


NÓS EDIFICAREMOS Ajudar na Edificação do Reino
(Continuação da pág. 113)
Quando o Senhor falou ao Profeta Joseph
Sul, e assim abandona os negócios, o lar e sua
Smith e êle, ainda um menino dobrou os joelhos
terra, vindo à América do Sul a fim de trabalhar
no bosque, abrindo o coração a pedir ao Senhor
com o comitê de construção e dirigir a obra do
que lhe revelasse a verdade; e Deus o Pai e Deus
Reino aqui.
o Filho apareceram ao Profeta Joseph Smith dizen­
do-lhe que não se afiliasse a Igreja alguma, pois
Êste é o Espírito a Igreja seria restaurada e êle seria o Profeta a
quem e por intermédio de quem a Igreja seria res­
Eu estava morando na Califórnia, e empe­ taurada; naquela hora, Joseph Smith não contes­
nhado em negócios também. Tinha um trabalho tou, “ Espere aí, Senhor, espere aí. Eu queria ape­
preparado para meus dois filhos, e estávamos nos nas saber a qual Igreja me ligar. N ão quero
esforçando para que não precisássemos trabalhar que ponham nenhuma responsabilidade sôbre mim.
muito mais. Mas certo dia o telefone tocou e o Agora, Senhor, que conheço qual Igreja será, veja
Presidente McKay disse, “ Queremos que você dei­ que outro qualquer faça o trabalho, e eu apenas
xe os negócios e abandone tudo o que agora está me juntarei seguindo avante” .
fazendo, a fim de dedicar todo o seu tempo à Não é êsse o espírito da Igreja, nem o espíri­
Igreja” . Eu não respondi ao Presidente McKay to do Reino de Deus. Depois de termos recebido
desta maneira, “ Ei, espere aí, Presidente. Eu o Dom do Espírito Santo, conhecendo que esta
tenho um montão de coisas para fazer em questões é a verdadeira Igreja de Jesus Cristo, teremos en­
particulares” . Isto ocorreu em Julho, e eu res­ tão recrbido o testemunho da verdade, e devere­
pondi, “ Quando esperam que eu esteja em Salt mos fazer as mesmas coisas que Joseph Smith
Lake C ity ? ” . E êle respondeu, “ A m a nh ã” . As­ fêz. Precisamos tomar a carga e passar a vida
sim sendo, deixei meus negócios e cheguei a Salt tôda construindo o Reino!
Lake no dia seguinte, quando o Presidente McKay
me disse, “ Nós desejamos muito que você dirija O Caminho é Fornecido
o Programa de Construção da Igreja” . E aquêle
foi o término de meus negócios particulares. Meus A Igreja do Senhor ensina os homens todos
filhos ficaram entregues a si mesmos, e estão ago­ que a ela se juntam a progredir e crescer, pro­
ra empenhados em fazerem-se na vida, enquanto vendo os meios pelos quais tôda a humanidade
a mamãe e o papai viajam por todo o mundo que crê possa obter o mesmo. E o Senhor nada
ajudando no grande programa de construção do nos peds que laçamos a menos que prepare o
Reino. caminho pelo qual possamos realizar tais coisas
como seus representantes sôbre a t rra. Se o Se­
E êste o espírito que animava o Presidente e
nhor deseja que eu passe minha vida trabalhan­
a Sister Sorensen quando deixaram esta missão
do nesta Igreja, viajando pelo mundo e construin­
após serem desobrigados, voltando ao lar. Quando
do o Reino, então Êle precisa se preocupar comi­
supunham retornar aos negócios da fam ília, fo­
go, pois prometeu assim fazer se eu guardasse
ram chamados para retornar e dirigir a Igreja em
seus mandamentos, na escritura que diz, “ Eu, o
uma das Missões da América do Sul.
Senhor estou obrigado quando fazeis o que Eu
vos digo; mas quando não o fazeis, não tendes
Nós Aguardaremos promessa nenhum a” . E eu sei dentro de meu
coração, assim como sei que existo, que nada me
Certo dia fui chamado à estaca do Presidente é requerido fazer sem que Meu Pai Eterno me
Bangerter, para falar diante do Sacerdócio, e nas abençoe e me prepare para a tarefa.
Reuniões Sacramentais, a fim de relatar o progra­
ma dos Missionários de Trabalho da Igreja. Sen­ Progressos na Europa
do o Presidente Bangerter um construtor, eu tinha
em mente entusiasmá-lo com o programa de tra­ No último verão o Presidente McKay disse.
balho naquele dia, e então chamá-lo para integrar “ Vá à Europa e abra êste grande programa em
nossas fileiras imediatamente. Dirigi-me à Prim ei­ tôdas as Missões Européias” . Nós iniciamos pois,
ra Presidência e disse, “ Presidente McKay, dese e fizemos escala em cada missão, falando ao povo
jo que o Irm ão Bangerter seja chamado ao Pro­ como lhes falamos hoje à noite. Isto se deu no mês
grama Missionário de Trabalho, a fim de assistir- de julho ou melhor, de abril a ju lh o de 1960.
nos nas construções” . Êle então replicou, “ Não, Agora, os missionários de trabalho foram chama­
não, você está atrasado, nós o apanhamos prim ei­ dos ao serviço, estando organizados, e antes do
ro ” . Mas nós ainda estamos esperando e estare­ encerramento de 1961, teremos 75 capelas em cons­
mos até que êle retorne. E eis que êste, é o espí­ trução na Europa, esperando ter 75 no próximo
rito desta grande Igreja! ano, e pelo menos outras 75 no ano subseqüente.

128 A L IA H O N A
Grã-Bretanha O Programa

Um Presidente de Missão na Grã-Bretanha E agora, qual é o programa? A Igreja vem


disse, “ Nós não temos muitos rapazes freqüentan­ até aqui, e de seu dízimo, em pilha bem diante dos
do a Igreja, Presidente M endenhall” . E eu me olhos dos irmãos todo o dinheiro necessário para
recordo de lhe haver dito. “ Se o Senhor deseja uni fazer esta obra. No tôpo dessa verba estão os su­
programa, Êle proverá os meios pelos quais possa pervisores. a organização que dirigirá o trabalho.
ser executado” . Durante os messs de outubro e Oitenta porcento de tudo que se faz necessário é
novembro, na Grã-Bretanha, mais de 400 rapazes empilhado bem aqui, diante de seus olhos. Êste
foram batizados na Igreja, com idade entre 17 e programa requer 20 porcento a ser doado pelos
21 anos. Mais de 200 dêles estavam já prepara­ irmãos sob a forma de um trabalho organizado de
dos para o chamado como Missionários de Tra­ Missionários nas obras.
balho na edificação do Reino.
Suponha que alguém venha a mim, pedindo
uma quantia de dinheiro para construir uma casa,
Amsterdam e Londres
e eu lhe diga, “Está ótimo, eu lhe forneço 8 0 '(
de todo o dinheiro que você possa precisar, e se
Em uma de nossas reuniões em Amsterdam e
você fornecer 20% em trabalho, então, podará
outra em Londres, no mês passado, juntamente
obter a casa” . E imagine que tal pessoa me diga,
com o Presidente Moyle, explicamos êste progra
ma. Após a reunião, treze homens casados vieram "N ã o , se vou conseguir de voçê o dinheiro, dê-o
a nosso encontro dizendo: “ Nossas esposas a fir­ tedo a m im !” . Eu então responderia, “ Não me
mam que sustentarão a casa para que saiamos ao parece que você deseje realmente uma casa para
habitar” .
trabalho como missionários construtores da Igre­
j a ” . I m a senhora, membro da Igreja, veio até
m im trazendo seu espôso que não era membro e Participação
disse, “ Durante esta reunião meu marido e eu dis­
cutimos o assunto, e mesmo sem êle ser da Igreja, O sistema do Senhor é o de que trabalhemos
decidimos dedicar quatro anos d? seu tempo co­ em tudo o que somos capazes na Igreja. Eu não
mo construtor da Igreja, enquanto eu cuidarei da desejo que qualquer coisa se faça, em que eu pos­
fam ília durante sua ausência” . sa participar, sem que eu tome parte. Desejo par­
tilhar de tudo e ensinar meus filhos a se torna­
A América do Sul Corresponderá rem parte da Igreja, construindo. Não s“ passa­
rá muito tempo antes que construamos uma capela
Portanto, eu sei que êste é o desejo do Se­
exatamente aqui — aí onde os irmãos estão ago­
nhor. E o Presidente McKay me disse, “ Irm ão
ra assentados uma bela e maravilhosa capela.
Mendenhall, o povo da América do Sul respon­
derá ao programa da mesma maneira que os San­
tos de todos os lugares do m u n d o ? ” . Eu respon­ Participação Familiar
di, “ Presidente McKay, eu sei que o povo da Amé­
rica do Sul responderá ao programa porque são H á alguma fam ília aqui, com quatro ou cinco
tão fortes como Santos dos Últimos Dias quanto filhos — - um pai e uma mãe com dois ou três f i­
os membros de qualquer outro ponto da Igreja” . lhos? Levante-se um dêles. A í está, subam aqui
Então o Presidente McKay falou sorrindo, “ Eu um minuto. Agora, façamos de conta que todos
creio nisto tam bém ” . êsses ir.eninos aqui são membros da família. F i­
Quando encaro seus olhos e rostos, irmãos, quem parados mais ali. Eis diante de nós duas
vejo a mesma natureza de fé e fôrça interior que ou três famílias - mãe e pai, com seus filhos.
encontrei nas outras partes do mundo. Estive em N'ossa obra na terra é criar com perfeição noskos
Tokio há apenas alguns meses, e os membros de filhos. Se desejamos criá-los adequadamente, de­
lá apoiaram o programa, iniciando rapidamente vemos fornecer-lhes exemplos adequados. Se nos­
a construção de vários edifícios na Missão Japo- sos filhos chegarem a saber aquilo que é seu de
nêsa. Isto o fará feliz, (disse apontando o Irm ão ver, será através do nosso exemplo. Para salva­
Nobuo Suzuki, secretário do distrito de Curitiba I. guardar a "vida de nossos jovens, devemos dirigi-
Na Coréia, região devastada pela guerra, os San­ los à união fam iliar cum prindo os desejos do
tos se reuniram e clamaram “ Maravilhoso” , pron­ Senhor.
tificando-se a trabalhar - um povo muito distan­ Quanto vale aquêle menino? Aquêle que está
te que desesperadamente luta para sobreviver. Ao ali. Quanto valerá êle para o Senhor? N ão existe
olhar para seus rostos - - mães, esposas, avós — tabula de preço para tanto — êle vale tudo que
posso ver fé. E fitando seus olhos, irmãos da um pai. uma mãe e uma fam ília puderem dispen-
assembléia, identifico o tipo de fé e vigor que é der para proteger sua vida e orientá-lo nos cami­
requerido. nhos da verdade! O Senhor falou que se passar­

A b ril de 1961
mos todos os dias de nossa vida e não convertermos Esteja Disposto
mais do que uma pessoa ao reino de Deus, ainda
assim, enorme será nossa alegria! A verdadeira Eu lhes presto meu humilde testemunho nesta
Igreja de Deus ensina uma forma de vida que pro- noite, de que sei que esta obra é verdadeira. Eu
teje os membros da família, desde os pais até os dediquei minha vida e a vida de minha fam ília a
filhos; prega que existe uma unid de de laço Deus, na construção de Seu Reino e no cum pri­
fam iliar que protejerá a inteira fam ília fornecendo mento de Seu desejo. N ão peço nada mais de
um padrão de vida para durar tôda a existência. qualquer membro da Igreja do que seguir o dese­
Portanto, quando erigimos as capelas, êsses pais jo do Pai e cum prir Seus chamados, oferecendo
e essas mães dssejam postar-se ao lado delas de seu coração no altar, em sacrifício, e prestando-se
mãos dadas com1 seus rebentos, e apreciando sua a qualquer coisa que o Senhor tem para qus fa­
beleza exclamar, “ Não fizemos uma obra exce­ çamos.
lente! Ela é nossa!”
Obediência
Porque amamos nossos filhos? Será porque
pertencem a outros ou porque são parte de nós?
Que fêz Abraão quando o Senhor lhe pediu
É porque nos pertencem e Deus nô-los confiou,
que sacrificasse seu filho Isaac? Êle tomou de
com corpo e espírito — eis porque os amamos. E
seu filho amado e carregou consigo uma faca
quando nós, como fam ília unida, podemos partici­
para cortar a garganta daquele que era seu único
par do soerguimento do Reino de Deus, erigin­
filho. E empilhou o lenho nas costas de uma
do capelas, trabalhando na Igreja, enviando nos­
mula, para queimar seu filho em sacrifício. Ao
sos rapazes para serem Missionários de Traba­
alcançar o cimo do monte, amarrou Isaac pelos
lho — tudo isso se entrelaça nas grande bênçãos
pés e mãos, deitando-o sôbre o fogo que deveria
que advêm ao pai, à m-ãe e à inteira família.
queimá-lo, e procurou depois pela faca, na cinta,
estando para degolar seu filho muito querido,
Unamos Nossa Fôrça e Fé quando o Senhor lhe disse. “ N ão, não, Abraão.
Tu já provaste para mim tua fidelidade. A obe­
Não é necessário, no entanto, que eu entre em diência é maior do que o sacrifício” . Hoje, nós
detalhes acêrca do funcionamento dêsse programa somos a semente de Abraão, e o mundo foi sal­
ainda hoje. Tudo o que desejo dizer é que é de­ vo e a semente do Senhor foi conservada pela
sejo do Senhor e de Seu profeta, que unamos nos­ obediência, na vida de Abraão.
sos esforços, nossa fé e vidas para construir o R ei­
no. E se fôrmos chamados, se os rapazes forem Resultado de Esforços Conjugados
chamados para Missões de Trabalho, então os pais
devem apoiá-los e dizer, “ Desejamos que êle vá, Desejo pronunciar uma bênção sôbre esta
e muito o apreciamos; nós o admiramos por ir terra, e todo o povo da América do Sul, assim
e o ajudaremos em seu sustento, assim como no como os membros da Igreja. Que Deus os aben­
de outros” . E queremos ainda que cada membro çoe a cada um de vós individualmente e em fa­
do ramo se sinta parte do trabalho, vindo à noi­ mílias. Que Êle os abençoe para que seus cora­
te, nos sábados, feriados, em qualquer dia que ções se encham de orgulho ao prestar obediência
seja possível trabalhar, para oferecer sua parti­ a êste grande movimento de construção do Reino
cipação. Em vez de p^dir o seu dinheiro, que ne­ na América do Sul, para que possamos ver, levan­
cessitam de ordinário para se sustentar, planeja­ tando-se em todo o Brasil, e por tôdas as missões
mos agora um programa de trabalho, pelo qual. da América do Sul, as capelas do Reino de Deus,
em sitema organizado, levantamos os edifícios, como resultado do esforço conjugado do povo da
participando de maneira a podermos nos tornar Igreja nesta terra, eu oro humildemente em nome
orgulhosos dêles. de Jesus. Amém.

GRAÇA DE VERÃO ram êles. Era um refrão que já ouvíramos várias


(Continuação da pág. 119) vêzes.
bôlo alto. Nós também tínhamos os olhos gulosos Nosso cãozinho Jake veio correndo ao nosso
e eu queria gritar com êles. encontro. “ \á embora” , resmunguei eu perante sua
Mary foi quem recebeu o bôlo na porta. saudação selvagem. Êle era realmente um dos ca-
“ Mamãe está doente” , disse-nos ela tim ida­ chorrinhos que o Sr. Johnson tentara afogar, mas
mente. mamãe o apanhara em tempo. Finalmente papai
“ Sim, sabemos” . tivera uma conversa particular com o Sr. Johnson.
“ Nós levaremos o prato de volta” , exclama­ Assim, o Sr. Johnson concordara em livrar-se de

130 A L IA H O N V
animais que não desejava em outros lugares, lon­ “ Pareceu-me ter ouvido um ruído, mas não
ge do canal que dividia a nossa propriedade. havia ninguém. Senti que havia algo errado. Coi-
“ Como vai sua maravilhosa m a m ã e ? ” , per­ tadinha, ela eslava atravessando o campo para a
guntava o Sr. Clough cujo cavalo empinava na estrada de f e r r o . . . ” M amãe tirou o m ilho ama­
estrada. E nós lhe respondemos que m am ãe ia relo da chaleira que fervia. “ 0 que teria aconte­
bem. “Ela é uma ótima pessoa” . 0 Sr. Clough cido se eu não a tivesse encontrado? . . . Não
curvou-se e olhou para nós severamente. sabe nem uma palavra de inglês” .
Sentimos orgulho de nossa mamãe e uma Papai sentou-se à mesa e curvamos nossas
dor na consciência por nossos pensamentos. Nós cabeças. Para onde irá esta menina alemã Edith?
nunca cresceríamos para alimentar todo o cigano M am ãe desenrolou um envelope amassado e
que viesse mendigar à nossa porta ou pegar todo um papel de seu bolso e deu-o para papai. “ Sr. e
o índio que nos procurasse como diz papai que Sra. Herman Hergesheimer . .
mamãe faz. Entramos em nosso quintal, olhando Papai pôs de lado seu trabalho cuidadosa­
furtivamente por sôbre a cêrca na relva. Não, mente.
a coberta de retalhos escura não estava esticada “ Como, êles venderam tudo e se mudaram há
na grama com algum pedinte maltrapilho descan­
mais de 4 msses!” M amãe consentiu gentilmente.
sando na sombra de uma árvore, enquanto o ja r­ “ N ão é de se admirar que ela esteja aterrorizada” .
ro verde de mamãe, com água gelada, gotejava em “ Teremos de achá-los para ela” .
suas mãos. Papai apoiou a cabeça na mão. “ Não podia
Nós demos a volta pelo quintal de trás. Não outra pessoa tê-la encontrado E d ith ? ” .
havia nenhuma martelada violenta vinda do abri­ M amãe ergueu o rosto. “ Ela é nossa vizi­
go, enquanto mamãe procurava juntar alguma nha John. Devemos ajudá-la” . Papai grunhiu,
coisa para uma das criaturas de Deus descançar “ Às vêzes eu desejaria ser seu v iz in h o !” .
enquanto sarasse de qualquer calamidade que a M amãe abriu os olhos e êles se encheram de
teria fatalmente matado se mamãe não tivesse lágrimas que ela procurou disfarçar apressada­
aparecido.
mente. Papai deu volta à mesa e pôs o braço
Abrimos a porta dos fundos, e lá estava, to­ em volta de mamãe, mas ela disse que tudo estava
mando leite com pão, na mesa, olhando com bem e começou a retirar a mesa. Não foi senão
surpresa para nós, com os olhos vermelhos, uma quando estávamos comendo a sobremesa de pês­
mocinha que nunca havíamos visto antes. segos em compota, de mamãe, que me lembrei do
Ela amarrara um chale cinzento em volta da bôlo enfeitado de quatro camadas.
garganta enquanto o suor caía sôbre seus olhos. “Como se chama você?” ouvi papai dizer em
“ Não fala uma palavra de inglês, a pobre alemão, interrompendo meus pensamentos.
menina. Sua tosse está terrível, mas logo daremos Ana mal teve tempo de contar-nos seu nome,
um jeito . . .” . Mamae estava fervendo algumas pois caiu num terrível espasmo de tosse.
ervas no fogão. “ Não fiquem olhando meus fi­
“ Marjorie e eu podemos levá-la para a cam a” ,
lhos, teremos de arrumar uma cama no alpen­ disse mamãe calmamente. “ Você precisa chamar
dre dos fundos” . Ela olhava-nos implorativa, pois o Dr. W illiams, John. Isto não é uma tosse
aquêle era o único lugar fresco para se dormir comum .
59

no verão.
0 Dr. W illiam s respondia aos chamados de
M arjorie ajudou mamãe a mudar a cama. nossa casa com muita alegria. A hospitalidade de
Almy e eu voltamos a olhar a mocinha. mamãe incluía seu favorito sorvete feito em casa.
Papai estava em1 pé na porta de entrada. “ O Porém não havia jeito para aproveitarmos es­
que é isto E dith? 0 que é isto ?” Êle levantou ta visita. Ficamos na porta enquanto o Dr. W illiams
Almy até seus ombros e eu aninhei-me em seu examinava a garganta de Ana. “ Lá está a mem­
braço. brana” . Lavou as mãos cuidadosamente na ba­
“ Não consigo fazê-la largar o chale, John. Já cia enquanto mamãe levava Ana para a cama
experimentei tudo, mas ela não o deixa. Está tão “ Eu voltare à cidade para buscar anti-toxinas
quente. Faça alguma coisa sim, querido ?” . para todos vocês” . 0 Dr. W illiam s puxou seu cole­
Papai pôs Almy no chão, e eu perdi meu n i­ te e arrumou o paletó. Evitou os olhos de papai
nho debaixo de seu braço. Êle curvou-se e esticou e virou-se para pegar sua valise preta.
sua m ão pedindo o chale. Os olhos da moça b ri­ “ Anti-toxina?” . Perguntou mamãe na porta.
lharam e disse “ S im ” dando o chale para papai “ Aquela menina alemã que vocês recolhe­
que o colocou desageitadamente no gancho de ra m . . Eu nunca tinha ouvido o Dr. W illiams
trás da porta. falar tão rudemente. Nem mesmo uma vez em que
“ Ó tim o” disse mamãe maravilhada, enquanto Almy engoliu um tubo de pílulas no seu con­
papai lhe enxugava o suor da testa e beijava-lhe os sultório, e êle teve de enfiar o dedo na garganta
olhos. “ De onde veio ela E d ith ” ?, perguntou en­ dela a fim de retirá-las. Ela lhe fincara os den­
quanto se lavava com cuidado na bacia. tes pior do que Jake fazia com o chinelo de

A b ril de 1961 t 131


mamãe. 0 Dr. W illiams lim pou a garganta no­ para Almy. Almy sorriu e adormeceu com a bo­
vamente, “ Ela está com difteria, E dith ” . nequinha encostada a seu rostinho. Ela dormiu
A quarentena foi dura. Mamãe entrava e com a boneca até melhorar e papai precisou quei­
saía do quarto de Ana, mas essa parte da casa mar tudo.
estava proibida para nós. Algumas vêzes nós Mas foi justamente naquela noite que mamãe
espiávamos de dentro da sala puxando a cortina não quis comer que apanhou a difteria. Ana a ju ­
de renda, e examinávamos a parte de trás do dava, porém, papai parecia um espantalho. Sua
aviso em cartão que afastava a todos. Parecia barba cresceu até assustar a A lm y e fazê-la cho­
que mesmo a rua no fim da alameda era evitada, rar. Depois êle a raspou, porém sempre com
e depois que a fama se espalhou, nós passamos os ouvidos atentos ao quarto de mamãe.
horas sentindo-nos como verdadeiros abandonados. A bandeira lá estava no dia seguinte e no ou­
“ Qupro a m am ãe” , Almy começou a chorar tro. I m dia encontramos um monte de toalhas
no gramado. Marjorie abraçou-a e Almy enxu­ de prato b nm bordadas, embrulhadas em papel
gou os olhos e adormeceu com a mãozinha sob m arron; no outro dia havia biscoitinhos numa cai­
a face. xa de sapatos e bastante trapos limpos. U m peque­
“ Ela deve estar com febre. Veja como o seu no saco de sal cheio de damascos sêcos apareceu,
rosto está vermelho” , falei para Marjorie. e freqüentemente havia pães e rôscas.
Vlarjorie tinha pôsto a m ão na testa de Almy Certa vez encontramos uma galinha tempera­
onde o cabelo castanho se havia umedecido e feito da, enrolada em muitas fôlhas de papel. Nós leva-
pontas engraçadas. Almy resmungava e gemia du­ vamos tudo para Ana que preparava e servia.
rante o sono, e encostava o joelho gordo no seu Papai trazia alguns presentes para a mamãe.
peito. “ É melhor você ir chamar a mamãe, Mau- L m avental novinho, uma bonita camisola azul.
d ie !” . Mas mamãe olhava para os lados e começava a
Eu subi os degraus dois a dois e corri para a chorar. “ Eu fui a causadora disto tudo J o h n . . .
cozinha. Tôda a casa tinha cheiro de doença. M a­ E uma bobagem fazer o que faço . . .
mãe estava de pé perto do guarda-roupa e olhou- Papai fechava a porta, mas sua voz atravessa­
me com um sorriso. “ 0 pior já passou, Maud. va as portas. “ Que tolioe. Você estava cumprindo
Vá correndo contar para o papai. Ana acabou de o seu dever de cristã. Edith. E d ith !” . Ela come­
comer uma tijela de sopa completa” . çou a sufocar-se. “ Meu amor, Edith. Deus nos
‘Mamãe, Marjorie quer que você venha ver ajude! M inha E d ith !” . Fechamos nossas por­
se a Almy está com febre. Ela está muito quente, tas para chorar nos travesseiros. Almy estava
e só quer ficar deitada” . bastante bem para s r levada até a cozinha por
Eu não aguentei olhar para a mamãe. A fe­ Ana. Suas bochechas queimadas estavam pálidas
licidade desaparecera por completo. Voou para on­ e ela zangava-se logo conosco quando não fazía­
de estava Almy. Eu fui chamar papai que estava mos o que queria. Ela não ficará tão nervosa
no campo. Papai veio correndo atrás de mim. Era quando estiver mais forte de novo, dizia-nos papai
possível ouvir seu resfolegar como acompanha­ Assim nós fazíamos o que ela queria e prestáva­
mento para o ruído dos sapatos. mos atenção em mamãe.
Por três noites seguidas o Dr. W illiam s sur­ 0 verão estava para terminar quando tiraram
giu em seu carro Ford novinho em fôlha. I ma vêz o sinal. 0 Dr. W illiam s estava sentado na varan­
eu vi Almy ser erguida no travesseiro, com o ros­ da dos fundos, perto de m am ãe e segurava o seu
to enegrecido pela tosse. Às vêzes ficávamos debai­ pulso. Papai tinha perdido muito tempo de tra­
xo dos lençóis ouvindo. balho nos campos, mas os vizinhos tinham puxado
Muitas vêzes mamãe deitava-se ao lado de o feno para dentro e haviam colhido o trigo.
Almy e papai ficava cuidando. Porém, a tosse “ Você precisa tomar novamente interesse pe­
vinha e ambos tinham que levantar-se. las coisas Edith. Aceite o milagre de Almy e você
“ Edith, E dith” , dizia o Dr. W illiams com se­ estarem vivas, sem excluir Ana tam bém ” .
veridade. Você precisa descansar senão acabará As lágrimas rolavam por seu rosto novamen­
morrendo” . te. Ela ajeitou os cobertores sôbre os joelhos. Eu
“Eu não deixarei dela” , mamãe dizia. quebrei um galho de arbusto e fiz uma saia para
Ana usava o avental de mamãe e trabalhava a boneca de pau de Almy.
na nossa cosinha. Ela fazia pão e fritava tiras “ Chorar é natural Edith. Você ainda está
de toucinho para o desjejum. Foi Ana quem per­ bem fraca. Mas o quanto mais cêdo deixar de
cebeu a primeira bandeira no fim da alameda. pensar no passado e viver o presente, mais de­
Era um pedaço de pau com um trapo branco na pressa a fôrça lhe v irá ” .
ponta. Marjorie e eu apanhamos a cesta que se Ana levou para mamãe o leite morno, e ela
encontrava ao lado dela. Naquela noite comemos disse que não com a cabeça, chorando silenciosa­
o melhor bôlo da Sra. Snell. Mamãe não quis ja n ­ mente. Ana pegou uma colher e deu-lhe o leite
tar, porém levou a nova bonequinha de trapos às colheradas.

A L IA H O N A
0 vento estava frio, e já havia uma porção Nós corremos para dentro da casa e umidece-
de fôlhas de laranjeira espalhadas pelo gramado. mos um dos melhores panos de prato de mamãe.
No escuro, pus os braços em volta de papai, quan­ “ A n a !” , gritamos. M amãe estava deitada no so­
do êle me veio dar boa-noite. fá da cosinha, que papai ali tinha arrumado para
“ Quando as coisas voltarão ao normal, p a ­ ela. Ana saíra de casa para comprar a fazenda
p a i? ” , murmurei na escuridão. do vestido de Marjorie. “ 0 que é que houve?”
Por muito tempo não se ouviu nenhum som Nós contamos a ela o que havia com Ludwig, e o
no quarto. Depois papai sentou-se na beirada da sangue que perdia. Ela enrolou o chale no pes­
cama. “ Sua mamãe fêz um ato cristão e o castigo coço e acompanhou-nos até o gramado. Ludwig
excedeu a tudo o que o diabo possa im aginar. estava muito ensangüentado e triste. “ Dê-me a
Ela perdeu o contato com o ritmo da vida e nós toalha, M a u d ” . M am ãe pôs a toalha na testa dêle
temos que dar-lhe tempo, eu p e n s o ...” . Êle sus­ e mandou-nos buscar um pouco de gêlo na cosinha.
pirou e calou-se. Adormeci antes que papai dei­ Quando voltamos ela estava falando com Lud­
xasse o quarto. Ana não foi trabalhar com Her- wig. “ Tanto sangue Ludwig. Qual é a causa disto
tu d o ? ” .
man Hergesheimer. “ Não, n ã o ” , dizia ela vigo­
“Talvez seja a sangria do coração” , disse
rosamente em sua língua. “ Eu quero ficar com
Ludwig. M amãe deu-lhe uma olhada muito séria
os senhores! ” . Ela não queria abandonar m a­
e mandou-nos buscar mais panos, embora prà-
m ãe! Além disso, havia Ludwig, o homem que
ticamente se pudesse ver que a hemorragia havia
papai empregara e que ia comprar uma fazendo-
cessado.
la própria. Êle tinha uma queda por Ana, e quan­
Quando voltamos mamãe e Ludwig estavam
do chegasse o tempo em que mamãe não precisas­
conversando sôbre Ana.
se mais dela, Ana pensava se casar com Ludwig.
E mamãe continuava a dizer, “ . . .Mas nin­
Mas até êsse tempo, êle não devia importuná-la.
guém me disse nada, nada” . Ela convidou Ludwig
Ana fêz aventais para irmos à escola. O ou­
para jantar. Faremos o jantar mais tarde para dar
tono já havia chegado, e faltava apenas um dia
tempo a você de ir para casa e se vestir” . L u d­
para se iniciarem as longas caminhadas de carre­ wig sorria e sorria.
ta para a escola. “ Eu farei um bôlo enfeitado para o jan ta r” ,
Nós andávamos no quintal sentindo uma gran­ disse mamãe para si mesma e para nós. “ Vocês
de solidão. Ludwig foi até o gramado dos fundos meninas poderão preparar as coisas e eu irei ba­
e deitou-se. Nós observamos o seu rosto. tendo o b ô lo ” , isto é, acrescentou ela olhando
“ Sangue no n a r i z . . . ” , disse êle passando a para nós, “ se eu ainda não me esqueci” . Nós
mão pelo rosto. sorrimos muito para ela, tal qual Ludwig fizera.

EU GOSTARIA DE SABER serviram. Ana, a filha de Phanuel. era uma pro­


(Continuação da pág. 109) fetiza . . . “ que não se afastava do Templo, mas
servia a Deus com jejum e orações dia e noite” ,
24; 5:1-3). Lemos também que, Hannah, a mãe de
e ela ensinou aqueles que estavam presentes, da
Samuel, entrou no Templo ou Tabernáculo a pro­
redenção que viria através desta criancinha. (Lucas
cura do Senhor, pedindo um filho, e o Senhor ou­
2:36-37). Mesmo nos dias de Paulo havia muitas
viu suas preces. (I Samuel 1:11-8, 28). Lemos ain­
mulheres notáveis que ministraram as necessidades
da no livro de Juizes, da mulher de Manoah, que
dos irmãos, e parece que a algumas delas foi dada
recebeu a visita de um anjo, com instruções que
autoridade.
diziam que ela ia ter um filho o qual julgaria Is­
rael. Esta manifestação foi repetida na presença Nos dias de Paulo, porém, era costume u ni­
de seu marido. (Juizes 13:2-21). versal que as mulheres não fizessem parte do go­
Joel também profetizou que nos últimos dias o verno político, nem ministrassem nas Igrejas. Is­
Senhor derramaria seu Espírito, com as seguintes rael, sem dúvida adotou algumas idéias dos govêr-
palavras: nos gentios com os quais teve contato. 0 povo
“ E há de ser que, depois, derramarei o meu judáico assimilou alguns costumes e práticas co­
Espírito sôbre tôda a carne, e vossos filhos e vossas muns entre seus captores e que eram contrários ao
filhas profetizarão, os vossos velhos sonharão so­ anterior govêrno de Israel. Muitos rituais e téc­
nhos, os vossos mancebos verão visões. nicas criadas por homens foram1 adicionados à
“ E também sôbre os servos e sôbre as servas lei. 0 costume das mulheres permanecerem si­
naquêles dias derramarei o meu Espírto” . Joel lenciosas, pode ter sido emprestado de seus vizi­
2:28-29). nhos pagãos junto com essas adições que os sa­
No Novo Testamento lemos sôbre um grande cerdotes fizeram à lei judáica.
número de mulheres fiéis que procuraram e deram É registrado em algumas enciclopédias, que
conselho. Muitas delas seguiram o Senhor e o Paulo se baseou em seu modo de pensar sôbre al­

A bril de 1961 133


gumas tradições judáicas que se tinham acumu­ reuniões, ensinassem o Evangelho do Reino umas
lado através dos anos. Era mandamento que as às outras, e administrassem aos pobres, necessita­
mulheres não tivessem permissão de ensinar, nem dos e desconsolados. Elas devem atender aos doen­
mesmo de fazer perguntas em suas assembléias. De tes e àquêles que necessitam de conforto. Nossa
acôrdo com o “ Comentário” de Clarke, os rabinos Sociedade de Socorro veio à luz por revelação d i­
ensinavam que “ uma mulher não devia fazer nada vina. Isto também se dá com a Associação de Me­
senão usar suas serventes” e o rabbi Eliezer tem lhoramentos Mútuos e a Prim ária. As noções to­
a seu crédito a afirmação de que seria melhor las que os judeus praticavam' não têm lugar no
“ queimar os registros da lei do que entregá-los a Reino de Deus hoje em dia. 0 Senhor prometeu o
mulheres” . Por isso, às mulheres judáicas não Dom do Espírito Santo a todos os homens e m u ­
era permitido ter nenhum ofício público, falar lheres, em condições de fidelidade, humildade e
em assembléia ou mesmo fazer perguntas em reu­ verdadeiro arrependimento. Êles devem estudar e
niões públicas. Paulo se baseou estritamente em conhecer as verdades do Evangelho e se preparar
tal lei. por meio de estudos, fé e obediência a todos os
Nesta dispensação, o Senhor mandou que as mandamentos, procurando luz e verdade, para po­
irm ãs da Igreja fôssem organizadas, que fizessem derem fazer jus à glória celestial.

2.a CONFERÊNCIA DOS JOVENS te. mas o regresso do Presidente foi eletrizante. A
(Continuação da pág. 120) velocidade im prim ida, para corresponder à pressa
do missionário n.° 1 — pois com 35 ramos e um
no meio do Rio Guaíba. Durante três horas e vasto plano de construções, o Presidente vive
meia estivemos extasiados com a beleza ao nosso correndo, — e as máquinas e tambores espalha­
redor. Eram as estréias bailando sôbre as nossas dos pelo trecho Catarinense, tornaram a viagem
cabeças, a brisa fresca e reconfortante temperan­ excitante. 0 irm ão Bernardino aproximou-se de
do o nosso entusiasmo e as ondas leves tocando um caminhão, na velocidade de 120 K m , e em
sob os nossos pés, numa harmonia impressionante seguida freiou o carro em cima de uma compresso­
com a música de dança. ra que estava estacionada sem sinaleiro ao lado
Até uma ilha próxima não deixou de ser de um caminhão com os faróis acesos. O leitor
notada. Era o explendor da natureza confundindo- avaliará o que foi êsse momento, para os dois.
se com o explendor da nossa juventude. Era o Logo à frente, ainda conservando alta velocidade,
conjunto das criações Divinas bailando e execu­ a camioneta pôs os dois rodados direitos para fora
tando as suas diferentes composições, num rego­ da pista, dizendo que estava na hora de trocar
zijo de agradecimento pelo privilégio da existência. de motorista . . . Canseira, sono ou . . . Para re­
Era a confraternização de tôdas as coisas que ali frescar a noite e o motor e para trazer mais sen­
existiam. E eram os jovens que mercê de Deus sação, desabou uma chuva torrencial, num deter­
as dominavam . . . minado trecho da viagem. E às duas e meia de
As lágrimas de alegria e tristeza derramadas sábado, o Presidente chegava a Curitiba.
pelos olhos de muitos jovens, quando se regozi­ Hoje, am anhã e depois, os jovens permanece­
javam pelo caminho seguido, e quando lamenta­ rão sob a emoção da I I Conferência, erguendo o
vam a ausência de seus familiares e amigos nesse facho da verdade, que brilhará eternamente nos
mesmo caminho, tocaram todos os corações pre­ corações de cada um, a fim de que, uníssonos, êles
sentes e forçaram-nos a pensar melhor na verda­ possam, de fato,
de restaurada por Joseph Smith. D E IX A R A S l A LU Z B R IL H A R .
A viagem dos jovens transcorreu normalmen­ B e r p l a s il

lU n n in H iC Ò a c ia íi

M IS S I O N Á R IO S
D E S O B R IG A D O S
DA M IS S Ã O B R A S IL E T R A

ELD HR ELDER ELDER


James C. Thornton Bruce O. Jensen Michael R. Moody

134 A L IA H O N A
0 tempo deve ser aproveitado, não desperdiçado
P o r J a n n ie B. Iia w lin s

As pessoas gue>reahzam m ais na v :da wão dispõem Cie m ais tem po do que
as outras, mas «td tiv a m a filo so fia de q ue o teaipo deve ser aprov eitad o —
não desperdiçado. Trazem u m prop ósito a trás de cada ação e não perdem
m om entos preciôsosj

J á se fa lo u m u itb c ôn tra o tem po p erd ido, porque n ã o /p ro d u z nem satis­


fa ção nem prc '‘ ' guém .

O tem po tagarelices ociosas é i nútil

O tem po que se gasta esperando outros « r Tnr preocupações e remorso


é quase sempre u m a perda total.

E m vêz de deix ar ci'sesuer a ansiedade enq uanto espera por a lg u é m que


está atrasado, em pregue ê*âp tem po como abençoado relax am ento da pressão
e da tensão — um descanso e re organização dos pensam entos p a ra p e rm itir
que a paz e a ordem se lhe in fu n d a m na m ente. Terá assim usado essa
ocasião com discernim ento. M u itos hom ens, em vez de se enervarem enq uanto
esperam a m u d a n ça de eôr n u m faro l de trá fic o , a p rov eitam aquêle m om ento
p a ra soltar a direção e re la x a r os nervos perguntando-ss porque é que estão
com ta n ta pressa.

Se o tem po dispe ndid o em préocupações ou remorsos induzisse a u m a


reconsideração do m o tiv o da p re o c u p a ç ã o e a u m a determ inação de fazer
m elhor no fu tu r o , aquêle te n ro í não seria perdido.

A pesar de não ser totalm ente “ d e s pe rdiçado” , m u ito tem po se perde


sem necessidade. O te m p o /que se leva a revolver um m onte de artigos desor­
ganizados, p a ra encontra* o item necessário, o que $e em prega a fazer coisas
de m a n e ira errada ou poucf) p rá tic a , o tem po que lçvam os a d ia n d o , ou ser­
v in d o outros que são capazes de sa servir sozinhos, tud o p ode ria ser usado
com m u ito m a io r proveito.

Possivelm ente As hcffíw m ais yaliosas são as horas vagas. N elas a sensi­
b ilid a d e in te rn a p o jr ser a p rim o ra d a ou d e g radada. Q .n ív e l c u ltu r a l pode
ser lev a n ta d o ou rebaixado. H o je em dia, a lite ra tu ra p ro fíc u a , a boa m úsica,
as a tiv idade s saudáveis e in s tru tiv a s estão ao alcance de todos nas horas
, . A • •
vagas, a fim de que possam servir p a ra c u ltiv a r o gosto pelas coisas finas,
a tra in d o a nossa* vidas u m a riqueza A p le n itu d e que apenas as coisas pro-
veitosas p o d e m g ra iije d c .
r-n

Casa onde nasceu o Proletu Joseph Smith — Shnrron, Condado de Winduor, Vcrmoni.

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