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ABRIL DE 1961
VOL. XV — IM.° 4
Ó rg ão O fic ia l tias M is a õ rs lir n s ilr ir n s tia lg r i ’j a tlt1 Jp s u s i rish t r!os S o u to s dos l Itin u is D ia s
Neste Número
EDITORIAL
DE INTERÊSSE GERAL
Uma Luz Nas Trevas, Gert F. F o l z ................................................................................ 110
Nós Edificaremos, Wendell P. Mendenhal! .......................................................... 112
Algumas Palavras Sôbre David O. McKay ........................ .................................. 114
Cuidado do Lar, Louise W . Madsen ............................ .................................... .............115
O Caminho da Perfeição, Joseph Fielding Smith ......................................... ........ 116
Graça de Verão, Deone R. Sutherland .......................................................... ........ 119
2,a Conferência dos Jovens, Missão Brasileira do Sul ........................................... 120
O Tempo Deve Ser Aproveitado, N ão Desperdiçado, jan n ie B. Rawlins 135
SEÇÕES ESPECIAIS
REDAÇÃO
N O M EA D O P RESID EN T E DA M ISSÃ O
PA R \ A Al STRÁLIA DO SUL
ANDAR JUNTOS
IMPLICA EM CONCORDÂNCIA
Excertos de uma alocução oferecida pelo
Elder Delbert L. Stapley do Conselho
dos Doze na conferência geral anual rea
lizada em abril de 1958.
“R e v e l a ç ã o ”
Pelo Presidente
Asael T. Sorensen
«1ri .Missão M rasilc im do S u l
108 A L IA H O N A
Pergunta: Estudando o Novo Testamento,
cheguei a duas passagens escritas por Paulo como
segue:
“ As vossas mulheres estejam caladas nas Igre
jas; porque lhes não é permitido falar, mas este
jam sujeitas, como também ordena a lei.
“ E, se querem aprender alguma coisa, interro
guem em casa a seus próprios maridos; porque é
(í) (B íÜ M D tU íK D Íi)f0
indecente que as mulheres falem na Igreja. (I Cor.
14:34-35).
“ Quero, pois, que os varões orem em todo o
lugar, levantando mãos santas, sem ira nem con
tenda.
is i n n
“ Que do mesmo modo as mulheres se ataviem
com traje honesto, com pudor e modéstia, não com
os cabelos encrespados, ou com ouro ou pérolas,
ou com vestidos preciosos.
“Mas (como é decente para mulheres que fa
zem profissão de servir a Deus) com boas obras.
“ A mulher aprenda em silêncio, com iôda a
sujeição.
iiifii mmrn
“ Não permito, porém’, que a mulher ensine,
nem use de autoridade sôbre o marido, mas que
esteja em silêncio.
“ Por que primeiro foi formado Adão, depois
Eva” . (I Tim. 2:8-13).
EU
Resposta: Os tempos mudaram desde os dias
de Paulo. O conselho que Paulo deu aos ramos da
Igreja estava em estrita conformidade com1 a lei
dos tempos em que êle vivia. No comêço não era
assim. Paulo dá a entender que Eva se calava
porque ela foi criada depois de Adão, inas pode
GOSTARIA
mos ler na Pérola de Grande \alor, quie depois
das conseqüências trazidas sôbre A dão e Eva pela
queda, Eva proferiu um discurso. Êle é curto,
mas maravilhosamente cheio de significação e reza
como segue:
. . Se não fôsse pela nossa transgressão,
nunca teríamos tido semente e nunca teríamos
DE
conhecido o bem e o mal. e o prazer de nossa re
denção, nem a vida eterna que Deus dá a todos
os que são obedientes. (Moisés 5:11).
“ E A dão e Eva abençoaram o nome de Deus
e ensinaram a seus filhos e filhas tôdas as coisas” .
(Moisés 5:12).
SABER
Dali depreendemos que Eva assim como A dão
recebeu revelação e mandamentos de ensinar seus
filhos nos caminhos da vida eterna. Depois ve
remos que M iriam , a irm ã de Aarão e Moisés, era
uma profetiza que tomou parte importante no
êxodo do Egito. Ela encabeçou as mulheres numa
canção triunfal depois da libertação do Egito. (Ex.
35 :20 ). Lemos também no livro dos Juizes que
quando Israel foi feita prisioneira dos Canaani- J O S E P H F I E L D I N G S M I T H Jr
tas, Deborah, uma oulra profetiza, guiou as tropas
de Israel à vitória e julgou a Israel. (Juizes 4-4, P resid en te do Conselho dos Doze
(Continua na pág. 133) Responde à sua pergunta
üma m
NAS f R i r a
por G ert F. F o lz
Existem hoje em dia religiosos de seitas que cla É interessante notar que a maioria dos religio
mam ser cristãs, que sustentam as mais curiosas e sos que incorre nestes êrrcs e vive disputando a
diferen.es opiniões a respeito dos princípios bási respeito de mistérios e pontos doutrinários, sem
cos do evangelho. É comum êsses religiosos se en nunca chegar a um acôrdo, parece concordar unâ-
contrarem em situações difíceis e embaraçosas ao nirremente em um ponto, o qual seja; de que as
tentarem responder certas perguntas feitas por profecias e revelações não mais são necessárias.
seus fiéis. Cita-se de passagem a do rapaz que. Encerraram-se com Cristo, e o cânon das escrituras
ensinado que deveria amar a Deus sôbre tôdas se acha completo, nada mais sendo necessário
as coisas, inquiriu seu doutrinador de como seria acrescentar, pois a época de manifestações d iv i
Deus, e ao ser-lhe respondido que era um misté nas já passou . . .
rio, voltou à carga! “ Se examinarmos tôda a questão religiosa, do
0 que é mistério? — Mistério é algo impene princípio básico da necessidade ou não de Reve
trável à razão humana, incompreensível, algo que lação atualmente, podemos perceber que o pro
foge a todo o entendimento. - " E como quer o blema todo fica resumido da seguinte forma: —
Sr. que eu ame acima de meus pais, meus irmãos, No caso de não mais haver necessidade de Orien
amigos e parentes, êsse Deus misterioso, que não tação dos Céus para os complexos problemas que
posso conhecer ou fazer idéia de como seja? . . . regem o governo de Seu Reino aqui na terra,
Casos como o acima mencionado, dia a dia seus ministros autorizados, deveriam então, não
tornam-se mais freqüentes, e muito contribuem somente estar capacitados a solucioná-lo satisfa
para um aumento de descrença e incredulidade toriamente, como a Igreja deveria estar cum prin
naqueles que desautorizadamente clamam ser os do sua finalidade, ou seja a de agregar a todos
representantes e mensageiros de Nosso Pai Ce em uma só religião, até que chegasse o dia em que
lestial. existisse uma só fé 11) e um conhecimento perfei
A L IA H O N A
to do Filho de Deus. — E em caso contrário, ou res do Deus Todo-Poderoso, na verdade seus
seja, que a Revelação fôsse necessária à Igreja, servos escolhidos desde a preexistência. É por
porém não existisse, forçosamente dúvidas, desen tais razões e motivos que encontramos nas escri
tendimentos, controvérsias e disputas surgiriam no turas referências como a de Jeremias ( 1111 que
seio da Igreja, entre a própria classe governante foi por Deus conhecido e escolhido para ser pro
e dirigente, pondo em jôgo a validade e autenti feta antes mesmo que seu corpo houvesse sido for
cidade de certas práticas, doutrinas e ordenanças. mado no ventre de sua mãe, ou em outras pala
Graves transtornos e rebeliões internas se segui vras, antes de nascer. E o Senhor falou que não
riam, culminando em cismas, reformas e separa faria coisa alguma sem que primeiramente reve
ções da Igreja Mater e subseqüentemente have lasse os Seus segredos a Seus servos os Profetas.
riam novas divisões e subdivisões” . (IV )
A grande questão de cuja resposta depende Quando esteve aqui na terra, Cristo estabele
ria o sucesso ou fracasso da Igreja seria então: ceu Sua Igreja sôbre o princípio da Revelação ( V )
Existe ou não necessidade de revelação hoje em e a edificou sôbre o fundamento dos Apóstolos
dia? e Profetas, (Y I) homens que haviam recebido o
Os primitivos cristãos tinham um conceito direito e autoridade para agirem em Seu Nome,
mais completo do Plano de Salvação; não igno e comunicarem-se diretamente com os Céus, de
ravam que muito antes dos fundamentos dêste lá recebendo a orientação necessária a Sua Igreja.
mundo serem lançados, houve um Grande Conse Foi afirmado que as portas do inferno não preva
lho nos Céus, ao qual compareceram todos os f i leceriam sôbre a Revelação, e temos hoje o tes
lhos espirituais de Deus que mais tarde poderiam temunho de que a Igreja não caiu em completa
receber corpos físicos neste planeta. A êste grupo Apostasia antes que a Revelação cessasse. Essa
de espíritos foi apresentado, para sua aprovação Apostasia foi predita como um acontecimento,
e apôio, um plano que estava baseado em expe mesmo antes da vinda de Cristo, e afirma-se que
riências e provações terrenas. O plano era os santos, ou membros da Igreja, seriam afligidos,
completo e perfeito nas menores minúcias, e in que falsos profetas se levantariam, e que por se
cluía um “ véu de esquecimento” que seria colo m ultiplicar a iniqüidade o amor de muitos se es
cado sôbre nossas mentes ao aqui nascermos, im friaria. ( V I I) .
pedindo-nos desta forma de nos recordarmos de L m século após, os apóstolos originais da
nossa vida preexistente, nossas experiências e Igreja serem levados da terra, muitos filósofos a fi
relações anteriores ao nosso nascimento, o que nos liaram-se à Igreja, e existem algumas dúvida?
daria uma amplitude maior para exercermos o quanto à sinceridade dessas adesões, porquanto
direito de Livre Arbítrio e provarmos nossa ca temos provas evidentes de que êsses filósofos ti
pacidade de viver fiéis fora da presença do Pai. veram oportunidade de ganhar a vida na Igreja,
Mas isso não significa absolutamente que se durante uma época em que houve falta de profes
riamos lançados nas trevas sem qualquer conhe sores de filosofia e retórica. Os sábios pagãos,
cimento ou orientação de Deus. N ão, não seria por sua sup°rior habilidade nessas ciências, tor
mos abandonados; de tempos em tempos Êle fa naram-se líderes de várias congregações cristãs e
laria ao mundo dando instruções e conselhos. começaram a m odificar e mudar a teologia e os
ensinamentos da Igreja prim itiva. Com1 o correr
Nessa mesma ocasião, entre os espíritos que
do tempo, o afastamento da Verdade ou Aposta
comprovou serem bons, o Senhor apontou e esco
sia, foi-se generalisando. à medida que mais e
lheu alguns e disse: “ A êsfces farei m°us gover
mais rareavam os que possuíam autoridade e d i
nantes” . ( I I ) Assim foram escolhidos e pré-or-
reito de comunicar-se com os céus, até que final
denados antes da fundação dêste mundo, os ho
mente nenhum mais restou sôbre a face da terra.
mens que aqui liderariam o Reino de Deus; ho
No segundo século após Cristo, surgiu então a
mens que através da história e relatos sagrados
doutrina de que as revelações não mais eram ne
chegaram ao nosso conhecimento como sendo
cessárias, que haviam cessado. Os dogmas e os
Adão, o ancião dos tempos, Enoc, que juntam en
rituais substituíram novamente o viver virtuoso,
te com sua cidade foi em vida transladado aos
e em vez de unirem-se pela religião ( V I III os
Céus, Noé, através do qual a espécie humana foi
homens dividiram-se em m il ordens, e tôdas as
preservada no Dilúvio, Abraão, o grande P atriar
modalidades de extravagâncias foram permitidas,
ca que recebeu a promessa de que o Sacerdócio
ao pensar que podiam por meio de lisonjas, con
Real seria perpetuado através de sua semente, e
quistar as graças do Regedor dos Céus.
que a mesma cresceria eternamente. Israel, o que
Finalmente atingiu-se o máximo de perversão,
lutou com o anjo do Senhor, Moisés, o grande
quando a Igreja se tornou instrumento nas mãos
profeta, que libertou o povo de Israel do cativei
do govêrno. e os religiosos cuja função devia ser
ro e o conduziu à Terra Prometida, João Batista,
a de guiar e consolar a humanidade sofredora,
o precursor de Cristo, e tantos outros que seriam
conhecidos como os profetas, videntes e revelado (Continua na pág. 124)
Nova Era
Nós nos encontramos agora aqui, nesta gran
de terra, sob designação da Primeira Presidência,
Uma Grande Mensagem Para Você para introduzir uma nova era na edificação do
Reino de Deus. 0 Espírito do Senhor parece estar
Meus irmãos e irmãs, é ótimo estar com vocês influindo fortemente sôbre as mentes e corações
nesta noite. Eu deploro não poder falar sua lin- dos homens por tôda a terra. E muitas pessoas de
gua, mas quero saudá-los em uma outra que tôda parte que têm oportunidade de ouvir a ver
aprendi: “ Ei-tuma tapu tana kuotu eitu wanaha- dade, estão aceitando o Evangelho como não o
mea toko guianautau kiaufifi. Iyacameia rato têm feito desde a fundação desta Igreja. 130 anos
kahariki tiapetoa gefeteta romapaikin abake ta atrás. E não há dúvida de que uma grande tarefa
katoa” . É realmente maravilhoso estar aqui. Eu jaz diante de nós — não apenas a de aceitar a ver
me deleito em ouvir o som de suas vozes e em dade, mas literalmente a de edificar o Reino de
fitá-los dentro dos olhos. Vocês cantam como ver Nosso Pai. Portanto, nesta noite, trazemo-lhes a
dadeiros Santos dos Últimos Dias, e isto indica mensagem da Primeira Presidência, de estabelecer
que têm o espírito do Evangelho dentro do cora um programa integral de construção para as M is
ção; que são fortes no espírito da \erdade. Eu sões da América do Sul.
tive o privilégio de prestar meu testemunho em
tôdas as regiões estrangeiras em que a Igreja ope Progressos na Austrália
ra. Mas esta é m inha primeira viagem à A m éri
Sinto-me satisfeito de ter aqui comigo, hoje,
ca do Sul, e eu tenho uma grande mensagem
o Elder W alton, membro da Comissão de Constru
para trazer hoje a seu conhecimento, como en
ção e aquêle que dirigiu nosso programa de cons
cargo a mim conferido pela Primeira Presidência
trução na Austrália. Quando principiamos a obra
da Igreja.
de edificação naquela área, em 1957, o povo da
Igreja tinha muito poucos lugares de reunião. E
Os Santos São Parecidos
tôda a Austrália compreendia apenas uma missão.
Tenho visto Santos dos Últimos Dias em tôdas Durante a edificação das capelas o povo se uniu à
as Missões da Europa. Vi-os em tôdas as Ilhas Igreja tão ràpidamente que a missão foi d iv id i
do Mar, na África e nas Missões da América. da. E após terminada a construção então, a afilia-
Agora venho visitar os irmãos da América do ção foi tão rápida que no espaço de dois anos fo
112 A L IA H O N A
ram formadas três estacas de Sião na Austrália - do lhes foi perguntado se partiriam, mesmo sendo
uma em Brisbane. uma em Sidney e outra em Mel- casados, todos levantaram a mão. Um môço levan
bourne — tudo porque o povo trabalhou em u n i tou e baixou rapidamente a sua. Perguntei-lhe
dade a fim de apreciar o erguimento do reino. então, “ Porque é que você fêz isso, levantar e abai
xar a mão tão rapidamente” , e êle me respondeu,
Requeria-se Um Programa “ Irm ão M'sndenhall, eu acabo de me casar, hoje
mesmo. Tenho que perguntar a minha m u lh e r!” .
Em 1953, visitando a Nova Zelândia, eu pro
curava iniciar um programa nas Ilhas daquela re As Famílias Recebem Cuidados
gião, assim como em Tonga, Samoa, F iji, Havaí
e Taiti. Êles tinham muito poucos lugares de reu Em seguida, mantivemos uma reunião com a
nião — e nenhum dinheiro. Portanto, decidiu-se Presidência do Ramo e Distrito, assim como com
que um programa seria elaborado, através do qual as famílias que moravam na região de onde sai
pudéssemos desenvolver liderança e habilitações riam aquêles 13 homens e suas famílias, e lhes
de construção entre êsse povo da Polinésia. en perguntamos, “ Como serão cuidadas as famílias,
sinando-os a levantar edifícios. :nquanto êles cumprem seu chamado tão longe?” .
A isso responderam, “ Irm ão Mendenhall, pode le
var os moços consigo para o Havaí, que nós ga
Chamados os Missionários de Trabalho
rantiremos o alimento, roupas e cuidaremos das
famílias de todos os rapazes que foram chamados”
Sob a orientação dêsse programa missionário,
foram chamados homens môços de tôdas essas
ilhas, a fim de aprenderem ofícios de construção.
Fé Entre o Povo
Chamamos ainda Missionários de Trabalho como
supervisores, vindos dos Estados Unidos, para ‘en Agora, os rapazes já estão lá por 18 meses.
Vivem muito ocupados, trabalhando nove a dez
sinar aos rapazes os ofícios requeridos. Assim,
horas por dia nas construções, e restam ainda de
de 1954 a 1960, mais de 1.600 rapazes receberam
oito a nove meses de trabalho. Trabalhando à
o chamado de Missionários de Trabalho neste
grande programa de construção do Reino. noite em ocupações particulares os môços levanta
ram capital suficiente para trazer suas famílias de
2.200 milhas de distância, a fim de viverem a seu
Realizações lado. Todos levaram sua família ao Templo. Isto
demonstra a fé que aquêle povo possue e o espíri
E o que edificamos? Mais de 150 capelas to de construção do Reino que os anima. E. na
nas Ilhas do Sul, cinco colégios, diversas escolas turalmente, teríamos centenas de histórias a rela
primárias, uma universidade e mais de 115 casas tar, sôbre como o povo construiu o reino por tôda
para professores, além de um Templo do Altís a Polinésia, à custa de grandes sacrifícios.
simo, ao qual o povo pode vir adorar e receber
as bênçãos aí cfelegadas, após haverem-no cons
Supfirvisores Para o Programa dos
truído com suas próprias mãos.
Missionários de Trabalho
Antes dessa época, quase nenhum rapaz dali
conhecia ofício de obras. Assim', isto provou ser Muitos supervisores provenientes da America
uma grande bênção espiritual e também temporal passaram cinco anos naquçlas ilhas sendo agora
para centenas de milhares de pessoas. Muitos desobrigados para voltarem a casa. Eles são ho
dêsses jovens que foram chamados como Missio mens que têm seus próprios negócios, homens que
nários de Trabalho, aprendendo um ofício de deixaram atrás de si seus lares e desejavam retor
construção, estão agora ocupados em posições de nar a fim de reiniciar suas vidas. Antes mesmo
govêrno, recebendo contratos, e empenhados na que alguns dêsses homens chegassem em casa, vol
industria privada dessa Ilhas do Sul. taram a ser chamados para servir coroo Missioná
rios de Trabalho Supervisores em várias partes
Do Havaí do mundo. O Irm ão W alton é um exemplo. —
Mestre de obras na Califórnia, foi chamado à
À Ilh a de Havaí, onde estamos agora cons Austrália como Missionário de Trabalho e agora
truindo um anexo à nossa universidade que já está sendo requisitado — por quanto tempo êle
conta quatro anos, foram chamados 100 rapazes não sabe, nem eu, talvez pelo resto da vida — para
que já haviam recebido treinamento, para deixa servir como Missionário de Trabalho para esta
rem seus lares nos mares distantes, vindo ao H a Igreja. O Irm ão Jackson. outro empreiteiro de
vaí construir outro grupo de edifícios para a Igre Los Angeles, Califórnia, foi agora designado para
ja. Treze dêsses rapazes eram casados. Muitos supervisionar a construção em tôda a América do
tinham de um a cinco filhos em sua família. Q uan (Continua na pág. 128)
\ L IA H O N A
Cuidado do Lar
S O C IE D A D E
D E SOCO RRO
Por L o u is e W . M a d s e n
Segunda Conselheira da Presidência
da Sociedade de, Socorro da Igreja.
Ijm dos mais enfáticos ensinamentos do Pres. pessoal, e não mais fiavam, nem teciam, nem tra
Brigham Young, e que se apresentou em muitos balhavam ” , e começavam a vacilar na descrença” ,
dos seus sermões, refere-se ao grande valor da então o mal voltou de novo à terra.
vida nesta terra. Num discurso êle disse: “ As Com êste e muitos outros exemplos registra
pessoas estão lutando com tudo que podem para dos em nossa história religiosa, que confirmam o
aprender as coisas de Deus, mas se eu pudesse fato de que a obra das mulheres no lar é um'a
apenas fazer com que elas comprpendessem o tra parte vital da construção do reino, respondamos
balho e a dignidade da vida presente, sentir-me-ia à pergunta proposta pelo Presidente Young. Por
realmente satisfeito. que não assumirmos e atendermos a nossos en
Nós falamos e pensamos bastante na vida que cargos domésticos com o mesmo anseio de perfei
há de vir, e a obra cristá do mundo é preparar-se ção, a mesma vontade de fazer o bem, o mesmo
para isso. O tempo que agora ocupamos está na desejo de seguir os ensinamentos da Igreja, e o
eternidade; é uma porção dela. Nossa vida pre mesmo esforço de servir ao Pai Celestial através
sente é tanto parte da eternidade quanto uma vida de boas obras para com1 seus filhos, da forma por
pode ser” . (Journal of Discourses, 9, pág. 168). que devem se caracterizar tôdas as nossas ativi
Num pequeno sermão dirigido às irmãs êle dades que intentam a exaltação? As mulheres
citou observações freqüentemente ouvidas das m u que são Santos dos Últimos Dias devem ser es
lheres expressando vontade de “ fazer algo para posas e mães exemplares. 0 Senhor deu às suas
elevar o reino de Deu«” , se isso lhes fôsse possí filhas um lugar e chamado honroso e abençoado.
vel. Sua sugestão para elas foi, “ Porque não as E possível que hoje as mulheres precisem ser lem
sumir e atender a vossos trabalhos domésticos, a ju bradas e encorajadas a seguir os ensinamentos da
dando assim a elevar o reino de D eus?” Esta per Igreja que se referem ao seu devido lugar e traba
gunta penetrante esclarece todo o nosso conceito lho. E vital para o bem estar de uma mulher que
do serviço das mulheres. As tarefas comuns e ela tenha sucesso nas tarefas que Deus lhe atribuiu.
aparentemente mundanas do cuidado da casa e Este sucesso surge com1a total compreensão e acei
da formação do lar têm um valor espiritual que tação da obra que ela deve fazer. Os ensinamen
influencia a vida eterna das famílias. Quanto tos da Igreja com relação ao apôio respeitoso do
mais as mulheres se esforçam nessa direção, mais sacerdócio de seu m arido e de seu nome como
elevarão o reino de Deus.
cabeça do lar, assim como suas responsabilidades
Nas grandes eras de paz e justiça da história
para com os filhos serão seu guia. Uma mulher
nefita, “ as mulheres fiavam1 , lidavam e trabalha
incompetente como espôsa e deficiente como dona
vam em tôda espécie de panos, finos, sim, em pa
de casa raramente tem marido e filhos felizes, e
nos de tôda espécie, para poderem cobrir a n u
pode fracassar no alcance de seu máximo desenvol
dez; e assim prosperaram no país e tiveram paz
vimento. Mas uma mulher prazerosamente cons
contínua.. . (Mosiah. 10:5).
ciente de suas oportunidades para tornar bela e fe
“ E eis que suas mulheres trabalharam muito
liz esta parte da eternidade, pode engrandecer seu
em fiação, fazendo tôda sorte de roupas e tecidos
chamado. O cuidado do lar é uma arte que en
de linho para cobrir sua nudez. E assim atra
volve muitas habilidades. Espera-se de tôdas elas
vessaram o ano sexagésimo em paz” . (Helaman,
um alto grau de eficiência. Prudência no cuidado
6:1 3 ).
e asseio do seu lar, habilidade para costurar, cosi-
A obra das mulheres, atendendo a suas ta nhar, criar beleza e prover de uma atmosfera que
refas domésticas, contribuía para a paz contínua conduza à felicidade e progresso da família, são
que caracterizava aquelas eras. Mas quando os
os atributos exigidos.
homens começaram a usar seus bens para fins
As mulheres elevam seus olhos acima da mera
de conquista e guerras, e as mulheres começaram a
usar belas vestimentas unicamente para adórno (Continua na pág. 126)
116 A L IA H O N A
A MAIOR DÁDIVA DE DEUS seja a vida, quer a morte, as coisas presentes, ou
as coisas por vir, tôda são dêles, e êles são de
Alguns homens herdam riquezas pelo esforço Cristo, e Cristo é de Deus” . ( Ibid. v. 59 ).
laborioso de seus pais. Alguns, por herança, são Paulo escreveu aos Santos Romanos:
elevados a tronos mundanos, a poder e posições “ Porque bem sabemos que a lei é espiritual;
entre os homens. Alguns procuram obter a heran mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.
ça de conhecimentos profanos e a fama dêles de Porque o que faço não o aprovo; pois o que
corrente, e nisto se aplicam com esforço e per quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.
severança; mas existe uma herança que é de valor E, se faço o que não quero, consinto com a
maior do que tôdas. É a herança do enaltecimen- lei que é boa.
to eterno. De maneira que agora já não sou eu que faço
Dizem as escrituras que a vida eterna •— que isto, mas o pecado que habita em mim. ( Rom. 7:
vem a ser a vida possuída por nosso Pai Eterno 14-17).
e seu Filho, Jesus Cristo, — é a maior dádiva de
Deus. E será recebida somente por aqueles que O PREÇO QUE DEVEMOS PAGAR
estiverem limpos de qualquer pecado. Foi prome
tida àquêles “ que, guardando os mandamentos, E, pois, evidente que estas bênçãos gloriosas
pudessem ser lavados e purificados de todos os da herança eterna, pela qual viremos a ser filhos
seus pecados, recebessem o Espírito Santo pela de Deus e herdeiros juntos com Jesus Cristo, pos
imposição das mãos, daquele que foi ordenado e suindo “ tudo que era do P a i” , não virão a não
selado para êsse poder, e aos que vencem pela fé, e ser pela prontidão em guardar os mandamentos e
são selados pelo Santo Espírito da promessa, o mesmo em sofrer com Cristo se isso fôr necessá
qual o Pai derrama sôbre todos os justos e ver rio. Em outras palavras, os candidatos à vida
dadeiros. eterna - à m aior dádiva de Deus - - devem co
Êstes são a Igreja do Primogênito. locar tudo que possuem no altar, caso fôr exigido,
São aquêles em cujas mãos o Pai pôs tôdas pois mesmo que lhes seja exigido oferecer suas
as coisas — ” (D. & C. 76:52-55). próprias vidas, nunca poderiam pagar pelas bên
Êstes tornam-se sacerdotes e reis. filhos de çãos abundantes, recebidas e prometidas, basea
Deus e “ portanto, tôdas as coisas são suas, quer das na obediência às leis e mandamentos.
CAPÍTULO IV
118 A L IA H O N A
Çraça de Verão
n
fCistórin itencedora ()« concurso
a n u a l de f ontos Da Ó ocieàat/e
c/e Socorro.
D e o n e R. S u t ii e r l a n d
Era um daqurles dias em que o quente sol do estava o esplendoroso bôlo enfeitado em cima do
meio-dia se espalhava e tremulava diante de nós. prato de bôlo com fôlhas prateadas em redor da
Embora as mangueiras trabalhassem duran cobertura.
te todo o dia, as margaridas murchavam' e a grama Mamãe estava muito ocupada recortando pa
estava se queimando. As trepadeiras verdes aver pel de cêra e arrumando os palitos.
melhavam-se em srus aparadores antes do tempo, “ Será que poderei confiar em vocês para
e nós ficávamos sentados na nossa Cansada m a levarem isto delicadamente e com cuidado à Sra.
cieira desprovida de qualquer brisa e sonhávamos Fanshawe? Ela está doente e tem nove filhi-
com súbitas geadas e com longínquos Alpes onde nhos” .
a neve tremeluz sob nuvens refrescantes. Foi com muita relutância que dissemos adeus
Almy e eu levantamos nossas cabeças. Des ao bôlo enfeitado. Os lábios de A lm y caíram.
cemos da árvore, eu em prim eiro lugar para guiar Suas sombrancelhas escuras baixaram ameaçadora
os passos de Almy. Através da porta de tela po mente, porém, mamãe nem percebeu. Ela estava
díamos observar mamãe andando para cá e para lá ocupada trocando o avental por um mais limpi-
na cosinha. nho e endireitando os cabelos macios que haviam-
lhe caído sôbre o rosto. 0 beijo de mamãe em
Marjorie saiu da porta dos fundos enxugando
meu rosto foi rápido e carinhoso. Ela ergueu Al
a testa. “ Ela estava fazendo um b ô lo !” .
my também para dar-lhe um beijo e um abraço,
“ Um bôlo enfeitado” , suspiramos. Mas M ar apesar de todo o seu pêso.
jorie fôra sentar-se na adega de maçãs. Lá esta “ Tome cuidado com A lm y” , disse-me mamãe
va fresco, porém, Almy não gostava das aranhas. confidencialmente.
Além disso, M arjorie tinha um livro, o se nós
Eu confirmei com a cabeça. Quando a gente
brincássemos com a prensa de cidra ou se fizés está com a mamãe, nunca se preocupa em dar to
semos barulho iria dar confusão. Nós nos agacha-
dos os bôlos do mundo. Somente mais tarde, quan
mos na sombra da casa. L m bôlo enfeitado er do estávamos andando pela estrada poeirenta e o
guia-se em 4 gloriosas camadas, com o dôce creme
bôlo rescendia em nossas mãos é que ficamos preo
de rechéio aninhando-se entre cada camada branca.
cupadas. Almy pedia para passar o dedinho nas
Eu olhei para A lm y com carinho. Suas bo- beiradas. “ Eles não notarão” , procurava eu acal
cherhas redondas e queimadas de sol e sua boqui mar minha consciência embora as mãos de Almy
nha rosada pareciam felizes enquanto ela pre estivessem sujas com a marca do seu bolinho.
parava seu próprio bolinho de barro e o cobria Preocupava-nos mais subir a ladeira com as
com areia branca. crianças descalças da Sra. Fanshawe a pular ao
“ M a u d !” . Foi a voz de mamãe que nos levou nosso redor com os olhos famintos sôbre aquêle
correndo ao portãozinho dos fundos. Na cosinha (Continua na pág. 130)
Foi inquirido uma vêz do Professor Einstein como professores, nos decidirmos a ser um pouco
o seguinte: “ Existe qualquer esperança para êste mais gentis? Quantos não perdemos a calrra? É
mundo — considerando-se as bombas atômicas, os dito que pode existir desculpa para o se zangar —
aviões a jato e o mundo inteiro capaz de destruir- e muito — mas nunca há desculpa para se perder
se?” Sua resposta foi: “ Sim, produzindo-se pes a calma. W illiam Fleming French escreveu o se
soas melhores!” . guinte a respeito do assunto: “ Alguns acham que
Para produzir pessoas melhores, tôda socie é uma virtude perder a calma — se im panar ft
dade atual espera que cada indivíduo faça algum entrar em batalha . . . Mas não há virtude na fúria
tipo de trabalho útil. Alguns escolhem o traba — nem qualquer lucro nela. I m temperamento
lho do magistério e dedicam-se a tal serviço como irrestrito nunca pode representar qualquer vanta
profissão para a vida. No entanto, se pretendemos gem. É sempre uma perda — uma fraqueza” .
produzir pessoas melhores, muitos milhares de ho Seu conselho foi, “ Aprender-se a ficar firme e
mens e mulheres devem ser chamados como pro sorrir quando se quer esbravejar. Você ficará sur
fessores voluntários para auxiliar no enorme exér preendido com a confiança própria que adquirirá e
cito requerido pelas Auxiliares da Igreja. as vitórias que obterá” .
De Doutrina e Convênios nos vem esta ad Temos para com nossos alunos a obrigação de
moestarão: “ E vos dou o mandamento de que vos quando lhes designarmos responsabilidades, se
ensineis . . . uns aos outros” . guirmos em seu encalço, a fim de ajudá-los a exe
“ Ensinai diligentemente e a M inha graça vos cutar bem sua tarefa . . . Temos a obrigação de
a te n d e r á ...” (D. & C. 88:77-78). Além de nos lhes sermos como exemplos dos quais possam sen
ensinar liderança, um cargo de professor ainda tir orgulho . . . Nós, como professores temos o
nos fornece ótima oportunidade para auto-desen- dever de um extremo cuidado naquilo que dizemos,
volvimento, pois é freqüente se ouvir que aquêle para não afastar nenhuma alma da Igreja e do
que ensina aproveita mais de seu trabalho do que aprendizado . . . Nós como professores temos a
qualquer outro! Ganha não apenas conhecimento obriga ão de servirmos fervorosamente e prepa
ilim itado, mas a posição ainda lhe oferece opor rai mos com inteireza os que nos estão confiados.
tunidade de desenvolver novas amizades, se inte Em média, aqueles que aceitam a incumbên
ressar por pessoas e suas causas proveitosas, fa cia de ensinar nem sempre são peritos naquêle
zendo o que pode em seu delimitado campo de campo, nem tiveram preparo ou treinamento pré
ação para ajudar outras pessoas. Desde a anti vios. 0 professor que está interessado em sua de
güidade existe o princípio de que ganhamos da signação, que ama aquêles que vêm a êle para re
vida apenas aquilo que livremente lhe contribuí ceber orientação, que está preparado tão bem
mos. Se pudermos viver, trabalhar e pensar dià- quanto pode estar, e que despende seu tempo para
riamente, em termos do serviço que rendemos e que outros se possam beneficiar, será abençoado
do bem que fazemos, seguramente conseguiremos pelo Senhor, pois, está ensinando, como Jesus o
manter nossos corações e espíritos fortes. fêz, as leis e os mandamentos de Deus.
Para alguns dos que são chamados pela Igre Sim, ensinar é um grande desafio - o maior
ja para ensinar, o conhecimento representa poder; desafio que o homem recebe! Disse o Presidente
mas, o que é o conhecimento sem o coração, a in Heber J. Grant em um de seus discursos: “ . .. da-
teligência sem a boa conduta, a agudesa extrema quêles aos quais muito é dado, muito é exigido.
sem uma benignidade de caráter? 0 bom pro Enquanto crescemos em conhecimento e testemunho
fessor dá a seus alunos uma impressão de com do Espírito de Deus, devemos também crescer e
pleta honestidade e sinceridade, pois, é o tipo aumentar em obra e esforço para o avanço do tra
de homem que representa a esperança da socie balho de Deus ou perderemos o Seu Espírito. Não
dade, como dá a entender o Professor Einstein, é um1conhecimento de que Deus vive que nos sal
porque chega a ser o poder motivador pelo qual a vará: é o guardarmos seus mandamentos” . A ad-
sociedade pensa. moestação contida em Doutrina e Convênios con-
Como professores da Igreja, tenros a obriga cita a todos aquêles que servem nessa nobre profis
ção de sempre ser intelectualmente honestos para são: “ E vos dou o mandamento de que vos ensi
com nossos alunos, enquanto nos conservamos ao neis . .. uns aos outros.
mesmo tempo calmos, amigáveis e com controle “ Ensinai diligentemente, e a M inha graça vos
absoluto de nossas emoções . . . Poderemos nós, atenderá . . .” .
122 4 L IA H O N A
C u l t i v e a Modést i a
S u p le m e n to d a JÇição p a r a o i A ie itr e i V iiita n te á do fia m o
LIÇÃO N P 5
No maior sermão jam ais proferido, Jesus con- Naquela mesma palestra já referida, o Senhor
citou seus ouvintes a serem perfeitos " . .como é descrrveu as pessoas que eram particularmente
perfeito o vosso Pai que está nos céus” . (Mat. 5: abençoadas. Mencionou os pobres de espírito, os
48). A nós isso parece (como deve ter parecido pacificadores, os que sofrem perseguição por cau
aos contemporâneos de Cristo) impossível, ilusó sa da justiça, os que têm fome e sêde de justi
rio e além de nosso alcance - até mesmo de nos ça .. . e os limpos de coração. Estariam êsses as
sa compreensão. No entanto, êsse deve ser o obje sim descritos, dispostos a sacrificar o valores eter
tivo de todo Santo dos Últimos Dias. Devemos bus nos por prazeres temporais? São as suas virtu
car e cultivar os atributos os quais nos ajudarão a des compatíveis em qualquer alcance com a imo-
obtê-lo. déstia, a vulgaridade ou a vaidade?
A Modéstia é um atributo. Com tanto a ser dito em favor da modéstia,
Para a maioria de nós, “ modéstia” represen porque é que alguns ainda hesitam1 em adotá-la?
ta abstenção de mediocridade, aberração e vulga A primeira resposta que usualmente se ouve é
ridade no falar, trajar e agir. Os dicionáros são “ pressão social” . Essas pressões existem, na ver
um pouco mais livres em sua definição, chaman dade, mas quando elas impelem as pessoas a rebai
do-a de “ausência de vaidade, arrogância ou pre xar seus ideais, a sociedade e não os padrões de
sunção” . Mas a modéstia não é tanto a ausência vem ser re examinados. Pessoas que são realmen
ou abstenção de certas coisas como é uma expres te cultas, gentis e sofisticadas — no sentido refi
são de características positivas, tais como sabedo nado da palavra - - respeitam e honram aquêles
ria, sinceridade, humildade e bom-gôsto. que vivem suas crenças, ainda que não abracem
A modéstia pode ser recomendada por duas as mesmas em todos os aspectos.
razões: ( l . a ) É em si mesma uma virtude. As he São usualmente mencionados os “ ditames da
roinas de muitas das nossas novelas favoritas são m oda” . Mas os Santos dos Últimos Dias são um
retratadas como sendo “ decorosamente modestas” . povo livre, e não reconhecem nenhum ditador —
E isso é muito justo, pois a modéstia é decorosa, particularmente um ditador tão superficial e capri
e tão apropriada a um homem quanto a uma m u choso como a moda. Pois modas são transitórias,
lher. (2.“ ) A falta de modéstia pode conduzir a coisas de momento . . .o que hoje é “ chic” pode ser
pecados muito sérios, dos quais a embriaguês e a amanhã considerado de mau gôsto. 0 evangelho,
imoralidade são talvez os mais freqüentes, porém, contudo, não m uda; a verdade de hoje é a de on
apenas dois dentre muitos outros. A ausência de tem e a de am anhã. A qui, no cômputo eterno das
modéstia pode também acarretar situações dese coisas, a modéstia, a grntileza e a virtude nunca
legantes e embaraçosas. estarão “ fora de m oda” .
0 Senhor especifico» um determina Montevideu, Uruguai, com a possibilidade de uma matriz secundá
do reino, não muitos reinos ou qual ria a ser localizada em outra região. Disse êle que seus auxiliares
quer reino, mas somente o reino de mudar-se-ão imediatamente, se estabelecendo em escritórios, a fim
D eus. . . O dever, portanto, de todo de fazer preparativos para o grande programa de construção já
homem, é o de huscar com fé, diligente traçado.
e sinceramente, até encontrar o reino de Samuel Borem, da Argentina, agora residente em Mesa, Ari
Deus, e depois prestar obediência com zona, foi designado tesoureiro do programa de construção na Amé
pleta a todos os seus requisitos. rica do Sul.
lthamar Guimarães, do Ramo de Vila X1ariana, O Conjunto vencedor, de Pinheiros, quando recebia
recebendo um troféu. seu prêmio das mãos do Pres. Bangerter.
A alegria era geral. Êsses mórnions são notáveis. . . cabelos existentes... Num caso desses quem leva a cul
Alguém comentou. E realmente o são. pa é sempre o cabelo, pagando o pato.
Finalmente chegou a hora da apresentação. Lá es
A Presidência do Distrito de São Paulo havia con tava o Ramo de Vila Mariana, com seu conjunto de Pas-
vocado uma conferência para o dia 12 de fevereiro. No tôras, o alegre ítamar cantando granada; até mesmo
sábado, dia 11, a atividade era geral na capela da praça Brenda Lee sobressaiu-se com sua Jambalaia. O Ramo
Itália. Os preparativos intensos, enquanto a ornamenta do Centro brilhou com o número das irmas Miras Lopes,
ção do palco, limpeza da sala, arrumação das cadeiras, a baiana Maria Sagula, Renato Bruno com seu número
ensaios, etc., se iam processando. Que iria acontecer? interessantíssimo e outras. Santo André foi muito bem
Tudo indicava que o acontecimento era um concurso de representado pela irmã Rita Almeida e seu pai. Santos
conjuntos musicais dos vários ramos. brilhou num bem ensaiado e harmonioso conjunto, e pela
Organizado e dirigido pelo já famoso diretor das Penha, o casal Silveira esteve além das espectativas. As
dublagens apresentadas por diversos ramos ficaram a con
grandes festas da A.M.M. do Distrito. Pedro Lapiccirela,
tento de todos. Aos olhos atônitos da platéia que ultra
tendo como colaborador e cenarista o incansável irmão
passava os limites da sala da A.M.M., o Ramo de P i
Canarin, peão do Senhor, vindo dos pagos do sul, o es
nheiros apresentou um conjunto sensacional, sendo con
petáculo transcorreu assim: Estava na hora da festa.
tada a história de um casal de namorados, o Bastião e a
Quem iria ganhar o troféu? . . . A atividade no interior
Quitéria, do Ceará, que namoravam numa rede, embaixo
da capela era enorme. Os primeiros sabiás, rouxinóis e
do pé de jatobá. O momento culminante foi quando a
até mesmo tico-ticos já haviam chegado, faltando ainda
junta julgadora, pela contagem de pontos, deu ganho o
alguns.
concurso para o conjunto de Pinheiros.
O diretor Pedro, impaciente e nervoso, levava as A entrega do troféu foi feita pelo Presidente Ban
mãos à caheça como querendo arrancar dali os últimos gerter.
124 A L IA H O N A
ção dos céus, o poder através do qual Deus se versas reuniões, sempre que disso tivesse oportuni
revela, o poder do Sacerdócio, êsse poder que por dade. Joseph sentia o desejo de unir-se a uma
séculos não viria ainda aos homens. E da mes Igreja, mas isso apenas não lhe bastava, queria
ma forma que um galho vivo não brota de uma unir-se à Igreja que fôsse verdadeira. Sua per
árvore morta, não poderia brotar também o Evan gunta era, qual a Igreja verdadeira? Como posso
gelho vivo de uma Igreja Morta, e assim, não saber qual de todos êstes partidos é o verdadeiro?
encontrando a “ luz” almejada, novas divisões se
Enquanto meditava sôbre as extremas dificul
fizeram sentir, e as disputas teológicas aumenta
dades causadas pelas lutas dêsses partidos religio
ram grandemente, buscando desesperada e in util
sos, lsu um dia na Epístola de Tiago, capítulo
mente dar a seus fiéis o que no íntim o sentiam não
primeiro, versículo quinto, o seguinte “ Se algum
possuir. Chega o século X V I I I e com êle maior
de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que
zêlo e fervor religioso, sendo que não poucos,
a todos dá liberalmente e não lança em rosto, e
em busca de novos horizontes, em busca de liber
ser lh?-á dada” . Nunca uma passagem das es
dade religiosa, abandonam pátria, lar, amigos, pa
crituras veio com mais fôrça ao coração de um
rentes e riquezas, e atravessam oceanos e mares,
buscando sempre, porém não encontrando aquilo homem que esta ao coração de Joseph. Refletiu
que sentiam dentro de si a os im pelir para frente. diversas vêzes sôbre ela, resolvendo finalmente
“ pedir a Deus” uma resposta a seu problema,
Realmente, sem mêdo de errar, podemos dizer
concluindo que, se Êle dava sabedoria aos que de
que as condições reinantes no mundo, naquela
época, muito se assemelhavam às que o pro la necessitassem, êle podia aventurar-se. E é 'assim
feta Amós previu, quando disse: “ Eis que vêm que vamos encontrar Joseph Smith orando no
dias, diz o Senhor Jeovah. em que enviarei fome bosque. Mas deixemos que êle narre com suas
próprias palavras o que sucedeu a seguir.
sôbre a terra, não fome de pão, nem sêde de1
água, mas de ouvir as palavras do Senhor. E “ Depois de haver-me retirado para o lugar
irão vagabundos de um mar até outro mar, e do que havia escolhido prèviamente, tendo olhado em
norte até o oriente: correrão por tôda a parte, meu derredor, e encontrando-me só, ajoelhei-me e
buscando a Palavra do Senhor, e não a acharão. comecei a oferecer os desejos de meu coração a
ÍIX 1 . Deus. \penas fizera isto. quando fui subitamen
te subjugado por uma fôrça que me dominou in
E assim é que já quase em nossos dias pode
teiramente, e seu poder sôbre m im era tão as
mos ver pessoas em busca da verdade, percorren
sombroso que me travou a língua de modo que não
do algumas centenas de Igrejas.
pude falar. Intensa escuridão envolveu-me, e pa
E nessa época, em pleno século X I X que va receu-me por algum tempo que estivesse destinado
mos encontrar, próximo à cidade de Manchester, a uma destruição repentina. Mas, empregando
condado de Ontário, no Estado de Nova Iorque, tôdas as minhas fôrças para pedir a Deus que
um rapaz humildemente ajoelhado, orando no me livrasse do poder dêsse inim igo que me tinha
interior de um bosque. subjugado, e no momento exato em que estava
Chama-se Joseph Smith Jr. e até aquêle m o prestes a cair em desespêro, abandonando-me à
mento em que se ajoelhou no bosque tinha sido destruição, não a uma ruína im aginária, mas ao
um rapaz como tantos outros da mesma época. poder de algum ser real do mundo invisível, que
Viera para Manchester h á cêrca de dois anos. tinha tão maravilhoso poder como jam ais havia
Recordava-ss muito bem da agitação anormal sô sentido em nenhum ser — justamente nêsse m o
bre questões religiosas que tinha lugar em M an mento de grande alarma, vi uma coluna de luz
chester e que agora sacudia tôda a região. Havia acima de m inha cabeça, de um brilho superior ao
começado com os Metodistas mas logo se genera sol, que descia gradualmente até cair sôbre mim.
lizou entre tôdas as seitas daquela região do país, Logo após êsse aparecimento, senti-me livre do
e grandes multidões se uniram aos diferentes p ar inim igo que me havia sujeitado. Quando a luz
tidos religiosos, criando não pequeno tumulto e pousou sôbre mim, vi dois Personagens cujo res-
dissenção entre o povo, clamando alguns “ Eis plendor e glória desafiam qualquer descrição, em
aqui a verdade” e outros “ Eis ali a verdade” , pé acima de m im , no ar. U m dêles falou-me cha
sendo que em pouco tempo verificou-se grande mando-me pelo nome, e disse apontando para o
confusão; ministros disputando com ministros, outro: “ Êste é o Meu Filho Amado. Ouvi-O” .
conversos com conversos, numa grande luta de pa Meu objetivo em1 ir pedir ao Senhor foi para
lavras e choques de opinião. Joseph, durante êsse saber qual de tôdas as seitas era a verdadeira, a
tempo de grande exaltação, se viu sujeito a sé fim de saber a qual unir-me. Portanto, tão logo
rias reflexões e grande inquietação, mas embora voltei a m im o suficiente para poder falar, per
seus sentimentos fôssem profundos e muitas vêzes guntei aos Personagens que estavam na luz, aci
penetrantes, ainda assim conservou-se afastado de ma de m im , qual de tôdas as seitas era a verda
todos êsses partidos, embora assistindo a suas d i deira, e a qual deveria me unir. Foi-me respon
126 A L IA H O N \
41). Não se pode imaginar um lar que forneça básico no lar, e ajudá-las a compreenderem o cha
um “pedacinho do céu” que não seja limpo. A mado e o privilégio de ser mulher.
excelência dos céus e a beleza dentro dêles são Fundamental ao desenvolvimento das mulhe
um molde para os lares aqui na terra. Confusão res finas, elegantes e espirituais é um reconheci
e desordem são influências desastrosas que podem mento do mais nobre nome — ESPÔSA E M ÃE.
ser destruidoras da harmonia familiar. 0 espírito
A Sociedade de Socorro deve ensinar a m ulti
do Senhor não pode habitar onde habitam a falta
plicidade de habildades exigidas para uma vida
üe asseio e a confusão. A habilidade de costurar
fam iliar mais bela e mais alegre nesta fase da
eficientemente deve ser cultivada. H á muitas pe
vida eterna, para a qual a mulher contribui na
ças de roupa, vestuários de criança e peças de
quilo que está designada para dar.
uso doméstico, cuja “ beleza é a beleza da obra
de luas próprias m ãos” , e cuja confecção pods A reunião de trabalhos se envolve num brilho
determinar economia substancial. 0 lar será mais de importância, quando seus propósitos são julga
atraente para todos os membros, se a mãe fôr dos à luz daquilo que o ensinamento pode signifi
uma boa cosinheira. É preciso examinar e veri car para auxiliar as irmãs a alcançarem êsse fim.
ficar realisticamenLe o efeito do bom cuidado sô Não sejamos como os homens que o profeta
bre a vida da fam ília. É dever da mulher fornecer lamentou, sendo “ sábios demais para serem ensi
orientação adequada ao progresso e felicidade nados” , recusando-nos a ver que o trabalho —
dos membros da família. Se em todo respeito os serviço de casa, costura e todos os afazeres do
lares forrm corretos, tanto nas coisas físicas como mésticos — são parte da elevação do reino. Que
nas espirituais e culturais, êles serão o maior e uma atitude renovada e positiva com fito na gló
mais simples estabilizador do indivíduo. O lar é ria das famílias felizes e bem cuidadas nos guie à
o suporte para os revezes do mundo, a fonte da procura de habilidade na arte da manutenção do
verdadeira felicidade e o refúgio da justiça. lar. Que um lar bem ordenado, bem governado,
É responsabilidade da Sociedade de Socor seja a alegria de cada mulher da Igreja, porque
ro expôr diante das mulheres da Igreja o seu lugar o Senhor disse que é assim.
128 A L IA H O N A
Grã-Bretanha O Programa
A b ril de 1961
mos todos os dias de nossa vida e não convertermos Esteja Disposto
mais do que uma pessoa ao reino de Deus, ainda
assim, enorme será nossa alegria! A verdadeira Eu lhes presto meu humilde testemunho nesta
Igreja de Deus ensina uma forma de vida que pro- noite, de que sei que esta obra é verdadeira. Eu
teje os membros da família, desde os pais até os dediquei minha vida e a vida de minha fam ília a
filhos; prega que existe uma unid de de laço Deus, na construção de Seu Reino e no cum pri
fam iliar que protejerá a inteira fam ília fornecendo mento de Seu desejo. N ão peço nada mais de
um padrão de vida para durar tôda a existência. qualquer membro da Igreja do que seguir o dese
Portanto, quando erigimos as capelas, êsses pais jo do Pai e cum prir Seus chamados, oferecendo
e essas mães dssejam postar-se ao lado delas de seu coração no altar, em sacrifício, e prestando-se
mãos dadas com1 seus rebentos, e apreciando sua a qualquer coisa que o Senhor tem para qus fa
beleza exclamar, “ Não fizemos uma obra exce çamos.
lente! Ela é nossa!”
Obediência
Porque amamos nossos filhos? Será porque
pertencem a outros ou porque são parte de nós?
Que fêz Abraão quando o Senhor lhe pediu
É porque nos pertencem e Deus nô-los confiou,
que sacrificasse seu filho Isaac? Êle tomou de
com corpo e espírito — eis porque os amamos. E
seu filho amado e carregou consigo uma faca
quando nós, como fam ília unida, podemos partici
para cortar a garganta daquele que era seu único
par do soerguimento do Reino de Deus, erigin
filho. E empilhou o lenho nas costas de uma
do capelas, trabalhando na Igreja, enviando nos
mula, para queimar seu filho em sacrifício. Ao
sos rapazes para serem Missionários de Traba
alcançar o cimo do monte, amarrou Isaac pelos
lho — tudo isso se entrelaça nas grande bênçãos
pés e mãos, deitando-o sôbre o fogo que deveria
que advêm ao pai, à m-ãe e à inteira família.
queimá-lo, e procurou depois pela faca, na cinta,
estando para degolar seu filho muito querido,
Unamos Nossa Fôrça e Fé quando o Senhor lhe disse. “ N ão, não, Abraão.
Tu já provaste para mim tua fidelidade. A obe
Não é necessário, no entanto, que eu entre em diência é maior do que o sacrifício” . Hoje, nós
detalhes acêrca do funcionamento dêsse programa somos a semente de Abraão, e o mundo foi sal
ainda hoje. Tudo o que desejo dizer é que é de vo e a semente do Senhor foi conservada pela
sejo do Senhor e de Seu profeta, que unamos nos obediência, na vida de Abraão.
sos esforços, nossa fé e vidas para construir o R ei
no. E se fôrmos chamados, se os rapazes forem Resultado de Esforços Conjugados
chamados para Missões de Trabalho, então os pais
devem apoiá-los e dizer, “ Desejamos que êle vá, Desejo pronunciar uma bênção sôbre esta
e muito o apreciamos; nós o admiramos por ir terra, e todo o povo da América do Sul, assim
e o ajudaremos em seu sustento, assim como no como os membros da Igreja. Que Deus os aben
de outros” . E queremos ainda que cada membro çoe a cada um de vós individualmente e em fa
do ramo se sinta parte do trabalho, vindo à noi mílias. Que Êle os abençoe para que seus cora
te, nos sábados, feriados, em qualquer dia que ções se encham de orgulho ao prestar obediência
seja possível trabalhar, para oferecer sua parti a êste grande movimento de construção do Reino
cipação. Em vez de p^dir o seu dinheiro, que ne na América do Sul, para que possamos ver, levan
cessitam de ordinário para se sustentar, planeja tando-se em todo o Brasil, e por tôdas as missões
mos agora um programa de trabalho, pelo qual. da América do Sul, as capelas do Reino de Deus,
em sitema organizado, levantamos os edifícios, como resultado do esforço conjugado do povo da
participando de maneira a podermos nos tornar Igreja nesta terra, eu oro humildemente em nome
orgulhosos dêles. de Jesus. Amém.
130 A L IA H O N V
animais que não desejava em outros lugares, lon “ Pareceu-me ter ouvido um ruído, mas não
ge do canal que dividia a nossa propriedade. havia ninguém. Senti que havia algo errado. Coi-
“ Como vai sua maravilhosa m a m ã e ? ” , per tadinha, ela eslava atravessando o campo para a
guntava o Sr. Clough cujo cavalo empinava na estrada de f e r r o . . . ” M amãe tirou o m ilho ama
estrada. E nós lhe respondemos que m am ãe ia relo da chaleira que fervia. “ 0 que teria aconte
bem. “Ela é uma ótima pessoa” . 0 Sr. Clough cido se eu não a tivesse encontrado? . . . Não
curvou-se e olhou para nós severamente. sabe nem uma palavra de inglês” .
Sentimos orgulho de nossa mamãe e uma Papai sentou-se à mesa e curvamos nossas
dor na consciência por nossos pensamentos. Nós cabeças. Para onde irá esta menina alemã Edith?
nunca cresceríamos para alimentar todo o cigano M am ãe desenrolou um envelope amassado e
que viesse mendigar à nossa porta ou pegar todo um papel de seu bolso e deu-o para papai. “ Sr. e
o índio que nos procurasse como diz papai que Sra. Herman Hergesheimer . .
mamãe faz. Entramos em nosso quintal, olhando Papai pôs de lado seu trabalho cuidadosa
furtivamente por sôbre a cêrca na relva. Não, mente.
a coberta de retalhos escura não estava esticada “ Como, êles venderam tudo e se mudaram há
na grama com algum pedinte maltrapilho descan
mais de 4 msses!” M amãe consentiu gentilmente.
sando na sombra de uma árvore, enquanto o ja r “ N ão é de se admirar que ela esteja aterrorizada” .
ro verde de mamãe, com água gelada, gotejava em “ Teremos de achá-los para ela” .
suas mãos. Papai apoiou a cabeça na mão. “ Não podia
Nós demos a volta pelo quintal de trás. Não outra pessoa tê-la encontrado E d ith ? ” .
havia nenhuma martelada violenta vinda do abri M amãe ergueu o rosto. “ Ela é nossa vizi
go, enquanto mamãe procurava juntar alguma nha John. Devemos ajudá-la” . Papai grunhiu,
coisa para uma das criaturas de Deus descançar “ Às vêzes eu desejaria ser seu v iz in h o !” .
enquanto sarasse de qualquer calamidade que a M amãe abriu os olhos e êles se encheram de
teria fatalmente matado se mamãe não tivesse lágrimas que ela procurou disfarçar apressada
aparecido.
mente. Papai deu volta à mesa e pôs o braço
Abrimos a porta dos fundos, e lá estava, to em volta de mamãe, mas ela disse que tudo estava
mando leite com pão, na mesa, olhando com bem e começou a retirar a mesa. Não foi senão
surpresa para nós, com os olhos vermelhos, uma quando estávamos comendo a sobremesa de pês
mocinha que nunca havíamos visto antes. segos em compota, de mamãe, que me lembrei do
Ela amarrara um chale cinzento em volta da bôlo enfeitado de quatro camadas.
garganta enquanto o suor caía sôbre seus olhos. “Como se chama você?” ouvi papai dizer em
“ Não fala uma palavra de inglês, a pobre alemão, interrompendo meus pensamentos.
menina. Sua tosse está terrível, mas logo daremos Ana mal teve tempo de contar-nos seu nome,
um jeito . . .” . Mamae estava fervendo algumas pois caiu num terrível espasmo de tosse.
ervas no fogão. “ Não fiquem olhando meus fi
“ Marjorie e eu podemos levá-la para a cam a” ,
lhos, teremos de arrumar uma cama no alpen disse mamãe calmamente. “ Você precisa chamar
dre dos fundos” . Ela olhava-nos implorativa, pois o Dr. W illiams, John. Isto não é uma tosse
aquêle era o único lugar fresco para se dormir comum .
59
no verão.
0 Dr. W illiam s respondia aos chamados de
M arjorie ajudou mamãe a mudar a cama. nossa casa com muita alegria. A hospitalidade de
Almy e eu voltamos a olhar a mocinha. mamãe incluía seu favorito sorvete feito em casa.
Papai estava em1 pé na porta de entrada. “ O Porém não havia jeito para aproveitarmos es
que é isto E dith? 0 que é isto ?” Êle levantou ta visita. Ficamos na porta enquanto o Dr. W illiams
Almy até seus ombros e eu aninhei-me em seu examinava a garganta de Ana. “ Lá está a mem
braço. brana” . Lavou as mãos cuidadosamente na ba
“ Não consigo fazê-la largar o chale, John. Já cia enquanto mamãe levava Ana para a cama
experimentei tudo, mas ela não o deixa. Está tão “ Eu voltare à cidade para buscar anti-toxinas
quente. Faça alguma coisa sim, querido ?” . para todos vocês” . 0 Dr. W illiam s puxou seu cole
Papai pôs Almy no chão, e eu perdi meu n i te e arrumou o paletó. Evitou os olhos de papai
nho debaixo de seu braço. Êle curvou-se e esticou e virou-se para pegar sua valise preta.
sua m ão pedindo o chale. Os olhos da moça b ri “ Anti-toxina?” . Perguntou mamãe na porta.
lharam e disse “ S im ” dando o chale para papai “ Aquela menina alemã que vocês recolhe
que o colocou desageitadamente no gancho de ra m . . Eu nunca tinha ouvido o Dr. W illiams
trás da porta. falar tão rudemente. Nem mesmo uma vez em que
“ Ó tim o” disse mamãe maravilhada, enquanto Almy engoliu um tubo de pílulas no seu con
papai lhe enxugava o suor da testa e beijava-lhe os sultório, e êle teve de enfiar o dedo na garganta
olhos. “ De onde veio ela E d ith ” ?, perguntou en dela a fim de retirá-las. Ela lhe fincara os den
quanto se lavava com cuidado na bacia. tes pior do que Jake fazia com o chinelo de
A L IA H O N A
0 vento estava frio, e já havia uma porção Nós corremos para dentro da casa e umidece-
de fôlhas de laranjeira espalhadas pelo gramado. mos um dos melhores panos de prato de mamãe.
No escuro, pus os braços em volta de papai, quan “ A n a !” , gritamos. M amãe estava deitada no so
do êle me veio dar boa-noite. fá da cosinha, que papai ali tinha arrumado para
“ Quando as coisas voltarão ao normal, p a ela. Ana saíra de casa para comprar a fazenda
p a i? ” , murmurei na escuridão. do vestido de Marjorie. “ 0 que é que houve?”
Por muito tempo não se ouviu nenhum som Nós contamos a ela o que havia com Ludwig, e o
no quarto. Depois papai sentou-se na beirada da sangue que perdia. Ela enrolou o chale no pes
cama. “ Sua mamãe fêz um ato cristão e o castigo coço e acompanhou-nos até o gramado. Ludwig
excedeu a tudo o que o diabo possa im aginar. estava muito ensangüentado e triste. “ Dê-me a
Ela perdeu o contato com o ritmo da vida e nós toalha, M a u d ” . M am ãe pôs a toalha na testa dêle
temos que dar-lhe tempo, eu p e n s o ...” . Êle sus e mandou-nos buscar um pouco de gêlo na cosinha.
pirou e calou-se. Adormeci antes que papai dei Quando voltamos ela estava falando com Lud
xasse o quarto. Ana não foi trabalhar com Her- wig. “ Tanto sangue Ludwig. Qual é a causa disto
tu d o ? ” .
man Hergesheimer. “ Não, n ã o ” , dizia ela vigo
“Talvez seja a sangria do coração” , disse
rosamente em sua língua. “ Eu quero ficar com
Ludwig. M amãe deu-lhe uma olhada muito séria
os senhores! ” . Ela não queria abandonar m a
e mandou-nos buscar mais panos, embora prà-
m ãe! Além disso, havia Ludwig, o homem que
ticamente se pudesse ver que a hemorragia havia
papai empregara e que ia comprar uma fazendo-
cessado.
la própria. Êle tinha uma queda por Ana, e quan
Quando voltamos mamãe e Ludwig estavam
do chegasse o tempo em que mamãe não precisas
conversando sôbre Ana.
se mais dela, Ana pensava se casar com Ludwig.
E mamãe continuava a dizer, “ . . .Mas nin
Mas até êsse tempo, êle não devia importuná-la.
guém me disse nada, nada” . Ela convidou Ludwig
Ana fêz aventais para irmos à escola. O ou
para jantar. Faremos o jantar mais tarde para dar
tono já havia chegado, e faltava apenas um dia
tempo a você de ir para casa e se vestir” . L u d
para se iniciarem as longas caminhadas de carre wig sorria e sorria.
ta para a escola. “ Eu farei um bôlo enfeitado para o jan ta r” ,
Nós andávamos no quintal sentindo uma gran disse mamãe para si mesma e para nós. “ Vocês
de solidão. Ludwig foi até o gramado dos fundos meninas poderão preparar as coisas e eu irei ba
e deitou-se. Nós observamos o seu rosto. tendo o b ô lo ” , isto é, acrescentou ela olhando
“ Sangue no n a r i z . . . ” , disse êle passando a para nós, “ se eu ainda não me esqueci” . Nós
mão pelo rosto. sorrimos muito para ela, tal qual Ludwig fizera.
2.a CONFERÊNCIA DOS JOVENS te. mas o regresso do Presidente foi eletrizante. A
(Continuação da pág. 120) velocidade im prim ida, para corresponder à pressa
do missionário n.° 1 — pois com 35 ramos e um
no meio do Rio Guaíba. Durante três horas e vasto plano de construções, o Presidente vive
meia estivemos extasiados com a beleza ao nosso correndo, — e as máquinas e tambores espalha
redor. Eram as estréias bailando sôbre as nossas dos pelo trecho Catarinense, tornaram a viagem
cabeças, a brisa fresca e reconfortante temperan excitante. 0 irm ão Bernardino aproximou-se de
do o nosso entusiasmo e as ondas leves tocando um caminhão, na velocidade de 120 K m , e em
sob os nossos pés, numa harmonia impressionante seguida freiou o carro em cima de uma compresso
com a música de dança. ra que estava estacionada sem sinaleiro ao lado
Até uma ilha próxima não deixou de ser de um caminhão com os faróis acesos. O leitor
notada. Era o explendor da natureza confundindo- avaliará o que foi êsse momento, para os dois.
se com o explendor da nossa juventude. Era o Logo à frente, ainda conservando alta velocidade,
conjunto das criações Divinas bailando e execu a camioneta pôs os dois rodados direitos para fora
tando as suas diferentes composições, num rego da pista, dizendo que estava na hora de trocar
zijo de agradecimento pelo privilégio da existência. de motorista . . . Canseira, sono ou . . . Para re
Era a confraternização de tôdas as coisas que ali frescar a noite e o motor e para trazer mais sen
existiam. E eram os jovens que mercê de Deus sação, desabou uma chuva torrencial, num deter
as dominavam . . . minado trecho da viagem. E às duas e meia de
As lágrimas de alegria e tristeza derramadas sábado, o Presidente chegava a Curitiba.
pelos olhos de muitos jovens, quando se regozi Hoje, am anhã e depois, os jovens permanece
javam pelo caminho seguido, e quando lamenta rão sob a emoção da I I Conferência, erguendo o
vam a ausência de seus familiares e amigos nesse facho da verdade, que brilhará eternamente nos
mesmo caminho, tocaram todos os corações pre corações de cada um, a fim de que, uníssonos, êles
sentes e forçaram-nos a pensar melhor na verda possam, de fato,
de restaurada por Joseph Smith. D E IX A R A S l A LU Z B R IL H A R .
A viagem dos jovens transcorreu normalmen B e r p l a s il
lU n n in H iC Ò a c ia íi
M IS S I O N Á R IO S
D E S O B R IG A D O S
DA M IS S Ã O B R A S IL E T R A
134 A L IA H O N A
0 tempo deve ser aproveitado, não desperdiçado
P o r J a n n ie B. Iia w lin s
As pessoas gue>reahzam m ais na v :da wão dispõem Cie m ais tem po do que
as outras, mas «td tiv a m a filo so fia de q ue o teaipo deve ser aprov eitad o —
não desperdiçado. Trazem u m prop ósito a trás de cada ação e não perdem
m om entos preciôsosj
Possivelm ente As hcffíw m ais yaliosas são as horas vagas. N elas a sensi
b ilid a d e in te rn a p o jr ser a p rim o ra d a ou d e g radada. Q .n ív e l c u ltu r a l pode
ser lev a n ta d o ou rebaixado. H o je em dia, a lite ra tu ra p ro fíc u a , a boa m úsica,
as a tiv idade s saudáveis e in s tru tiv a s estão ao alcance de todos nas horas
, . A • •
vagas, a fim de que possam servir p a ra c u ltiv a r o gosto pelas coisas finas,
a tra in d o a nossa* vidas u m a riqueza A p le n itu d e que apenas as coisas pro-
veitosas p o d e m g ra iije d c .
r-n
Casa onde nasceu o Proletu Joseph Smith — Shnrron, Condado de Winduor, Vcrmoni.
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A L IA H O N A
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Não sendo reflamada dentro de 30 dias. PO RT E PAGO