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Introdução

O presente trabalho cujo título é “História Universal do século XX: ciência, arte,
literatura e religião”. Um título que requer uma escolha selectiva e criteriosa dos
conteúdos capaz de responder aos intentos preconizados, este título nos remete a fazer
uma reflexão profunda sobre os aspectos candentes a ciência, arte, literatura e religião
do século XX, e para descortiná-lo devemos refletir sobre as seguintes questões que
constituem os alicerces da construção teórica: Como é caracterizada a ciência do século
XX? Quais os grandes ramos da ciência que evoluíram neste século? Que impactos
tiveram estes ramos da ciência na sociedade contemporânea? De forma genérica como
se caracteriza a arte do século XX? Quais as principais tendências artísticas deste
século? Como se caracteriza cada uma delas e quais os principais artistas? Quais as
formas literárias que se destacam no século XX? Que aspectos característicos possuí a
literatura deste século? Qual é estado da religião no que toca o número de adeptos no
século? Quais os factores que estão na base do aumento ou diminuição de adeptos
religiosos em diferentes partes do mundo? O que nos revelam a estatística sobre a
cirurgia da religião neste século? A partir destas indagações traçamos os seguintes
objectivos: Objectivos gerais: Conhecer os principais ramos da ciência, arte e literatura
que se destacam no século XX e, sobretudo o estado da religião; Compreender os
factores evidentes da evolução de alguns ramos da ciência, arte moderna, a literatura e a
religião do século XX; e analisar as características e os principais ramos da ciência, as
principais formas artísticas, a literaturas e os factores da mobilidade religiosa do século
XX. Objectivos específicos: Caracterizar a ciência e a arte contemporânea; Destacar e
descrever os ramos da ciência fundamental, as formas artísticas e literárias da
contemporaneidade; Identificar os factores que estão na base da mobilidade religiosa
neste século; Explicar as razões que estão na base do aumento e diminuição de adeptos
das religiões em diferentes partes do mundo no século XX.

Para o desenvolvimento desta temática seguiu-se os métodos: reflexivo,


histórico, bibliográfico e descritivo: procuramos conhecer, refletir e analisar as
contribuições científicas do passado existente sobre o assunto em causa; e preocupamo-
nos em observar, analisar e correlacionar os factos sem manipular a realidade.

Este trabalho está dividido em quatro subtemas: o primeiro subtema intitulado


“Ciência do século XX” visou apresentar as principais características, o impacto das
ciências na sociedade, e os principais ramos da ciência que evoluíram no século XX.

No segundo subtema denominado “Arte do século XX” evidenciou-se algumas


artes, no campo pictórico, as suas respectivas caracterização, os principais artistas que
se destacam em cada tipologia artística.

No terceiro subtema cognominado “Literatura do século XX”, foi abordada de


forma explicita sobre algumas formas literárias, autores e obras que mais se destacam
em cada uma das formas literárias.

4
No quarto e último subtema designado “Religião do século XX” foi apresentado
os factores da diminuição e aumento de adeptos em diversas partes do mundo e o
quadro estatístico sobre o estado da religião no século XX.

5
1.1 Ciências1 do século XX
O período histórico actual, conhecido como “contemporâneo”, se caracteriza por
profundas mudanças nos âmbitos sociais, políticos, económicos, culturais, científicos e
tecnológicos dos diversos países do Planeta. Uma nova sociedade com novas ambições
e reivindicações e com novos anseios e propósitos emerge de um novo contexto que,
inicialmente originária da Europa ocidental, se espalharia, rapidamente, por todos os
cantos do globo. A efervescência cultual e uma nova postura mental, particularmente no
meio intelectual de uma emergente burguesia e classe média européia do século XIX,
ansiosa pelo poder político e económico para usufruir os benefícios de uma sociedade
dinâmica, defensora de novos valores.

O formidável legado dos últimos séculos, nos diversos campos da actividade


humana, contudo, não deve ser minimizado, dada sua decisiva contribuição para a
reformulação das novas bases doutrinária, filosófica e moral da sociedade
contemporânea. As contestações abertas dos tradicionais valores, individuais e
institucionais, significariam, a partir da segunda metade do século XIX, a falência das
doutrinas e das políticas sustentadoras do status quo, criando, deste modo, as condições
necessárias para o surgimento de uma nova sociedade – industrial, capitalista, laica –
em substituição ao velho regime absolutista, feudal, mercantilista.

A consequente conquista pela ciência teórica e aplicada de buscar entender os


fenómenos naturais, da vida e da sociedade, sem recurso a argumentos fantasiosos,
assegura, a partir do século XX, o triunfo do espírito científico, o qual passaria a
privilegiar estudos e pesquisas, evidencias e verificação, em vez de mera especulação.
Uma nova era da positividade científica se inaugura, assim no período contemporâneo,
após 2500 anos em que a curiosidade humana se satisfez com explicações nascidas de
pura imaginação. Necessária no processo histórico da evolução mental e intelectual do
Homem deve ser reconhecida, no entanto, a importância da etapa, agora esgotada, na
aquisição de conhecimento científico e no aprimoramento da mentalidade humana,
indispensável para atingir a actual fase.

A evolução do conhecimento da Astronomia (Heliocentrismo, Mecânica Celeste,


Astronomia observacional, Espectroscopia), da Física (Mecânica, Óptica,
Eletromagnetismo, Termodinâmica, Radioatividade), da Biologia (Anatomia,
Fisiologia, Teoria Celular, Embriologia, Evolução) e a criação da Sociologia são
marcos, no século XIX 2, do processo evolutivo da ciência, que orientaram os estudos e
pesquisas posteriores. Tal evolução estaria directamente vinculada à aplicação da
metodologia científica, baseada na observação sistemática, verificação, comparação,
comprovação e quantificação, na busca das leis reguladoras dos fenómenos naturais e
sociais.
1
Ciência numa perspectiva moderna é entendida como sendo a modalidade de saber constituída por m
conjunto de aquisições intelectuais que tem por finalidade propor uma explicação racional e objectiva da
realidade.
2
CARLOS, Augusto de Proença Rosa. História da Ciência: O pensamento científico e a ciência no
século XIX. 2 ed. Vol. II. Brasília: Fundação Alexandre De Gusmão. 2012, p. 89.

6
Reitera-se que as profundas transformações da vida social e dos indivíduos,
inicialmente circunscritas à Europa, e, depois exportadas para demais recantos do
Globo, refletem e explicam as condições de uma nova sociedade, cujas características,
interesses e objectivos situam o século XX num novo período histórico.

A contribuição da ciência para o progresso em diversos âmbitos foi decisiva,


bem como devem ser realçadas a estreita vinculação e crescente cooperação entre
ciência e tecnologia, o que viria a determinar o actual fantástico desenvolvimento
técnico e cientifico. As descobertas e invenções, os aperfeiçoamentos e inovações
permitiram, em curto prazo de tempo, e num ritmo veloz, uma mudança radical no
quotidiano da nova Sociedade.

1.1.1 Características da ciência contemporânea


Um saber racional, baseado em metodologia cientifica decorrente das relações
constantes estabelecidas entre os fenômenos, colocados ao serviço da Humanidade;

Outra característica é a sua abrangência universal, no sentido de ser cultivada e


praticada nos cincos continentes, deixando de ser uma actividade, como no passado,
restrita, praticamente à Europa Ocidental;

Na impossibilidade de cobrir a evolução de todo o vasto domínio cientifico na


época contemporânea, o exame, a seguir, se limitará ao desenvolvimento das seis
ciências fundamentais, com as referencias necessárias aos antecedentes mais
importantes, de forma de ressaltar o carácter evolutivo desse desenvolvimento.

Os cincos grandes ramos da ciência fundamental contemporânea evoluíram a um


ritmo acelerado nunca visto, como atestam os pioneiros, as pesquisas sistemáticas, as
descobertas inovadoras e as teorias “revolucionárias”. Além do grande avanço
conceitual e prático na Astronomia e na Física, cujos campos de actividade já estavam
praticamente delineados, de ser consignado o extraordinário progresso registrado, ao
longo do século XX, na Química, na Biologia e na Sociologia, a partir das respectivas
estruturações, como objectos de actividade científica. Nesse processo a vinculação
mútua das ciências se patentearia, inclusive com a criação de novas disciplinas
científicas, como Astrofísica3, a Física-Química 4, a Bioquímica e a Bioinformática5.

1.1.2 Astronomia

3
Astrofísica é o ramo da Astronomia que lida com a Física do Universo, incluindo suas propriedades
físicas de objectos astronómicos como estrelas, galáxias e meio interestelar e também das suas interações.
Na prática, pesquisas astronómicas modernas envolvem uma quantia substancial da Física teoria e
experimento prático.
4
Física-Química estuda as propriedades físicas e químicas da matéria, através da combinação de duas
ciências: a física (onde se destacam áreas como a termodinâmica a mecânica quântica) e química.
5
Bioinformática é um campo interdisciplinar que corresponde a aplicação das técnicas da informática,
no sentido de análise de informação na área de estudo da Biologia. Uma definição ampla e tentativa é
então: Bios – informática é estudo da aplicação de técnicas computacionais e matemáticas a geração e
gerenciamento de (bio) informação.

7
As novas características do impressionante desenvolvimento da astronomia na
actualidade devem ser interpretadas como marcas do início de uma fase da História
desta ciência, uma vez que não se trata de simples avanço decorrente de mera aplicação
de conhecimento passado. O desenvolvimento de novos conceitos e noções, o
surgimento de nova Física estruturada na Teoria da relatividade e na teoria quântica,
e a renovação da Matemática e da Química em diversos domínios seriam
determinantes fundamentais no avanço da pesquisa astronómica. Por outro lado, a
aplicação da área espacial investigada, o aproveitamento de faixas do espectro
electromagnético (raios-Gama, raios-X, ultravioleta e infravermelho) 6 para
observação de “invisíveis” corpos celestes, a utilização de novos instrumentos, técnicas
e métodos na investigação, a disseminação geográfica de centro de investigação e a
crescente incorporação de tecnologia permitiriam uma mudança radical do quadro
tradicional da Astronomia.

Dessa forma, o universo, limitado até então à via láctea, adquiriria novas
dimensões, com a incorporação de imensas galáxias e gigantescos aglomerados e
superaglomerados de galáxias; as distancias conhecidas passariam à “escala cósmica”,
objectos celestes, até antão inimaginados, seriam descobertos o inferidos, como o
buraco negro, a matéria escura, a energia escura, pulsares e quasares; mais de
quatrocentos planetas fora do sistema solar seriam encontrados; espaço e tempo seriam
relativizados; a lei da gravidade já não teria validade universal; novas teorias cósmicas
seriam detectadas.

A inovadora e revolucionária Astronomia espacial, surgida em 1957, com o


lançamento do Sputnik, inícia a chamada “corrida espacial”, fundamental para o
desenvolvimento científico (Matemática, Física, Química, Biologia) e determinante para
o notável avanço, num curto período de tempo, no conhecimento dos fenómenos
astronómicos e dos objectos celestes e permite o surgimento da internet que criou
grande impacto no mundo.

A nova astronomia recebe incentivos públicos e privado, movimenta avultosos


recursos financeiros, requer a formação de equipes de pesquisa formadas de
astrónomos, astrofísicos, matemáticos, químicos, físicos, biólogos e técnicos, demanda
a cooperação da universidade e de outros centros de pesquisas, e incentiva a cooperação
internacional. Suas conquistas causam admiração pública generalizada, que se converte
em apoio ostensivo aos diversos programas, ainda que extremamente dispendiosos, e
em confiança na actividade científica para benefício da Humanidade.

O extraordinário desenvolvimento científico e tecnológico na Astronomia do


século XX deve ser explicado, assim, pela aplicação de novos conhecimentos,
principalmente, da Matemática, da Física e da Química nas investigações, o que acentua
a estreita vinculação entre essas três áreas cientificas.

6
CARLOS, Augusto de Proença Rosa. História da Ciência: A ciência e o triunfo do pensamento
científico no mundo contemporâneo. 2 ed. Vol. III. Brasília: Fundação Alexandre De Gusmão. 2012, p.
73.

8
1.1.3 Física
Na história da evolução da Física, o século XX corresponde ao início de uma
nova era, chamada de Física moderna, em sucessão à Física clássica, originada no
começo do século XVII, com os trabalhos de Galileu no campo da Dinâmica. Dado a
sucessão da Mecânica na explicação dos movimentos planetários e terrestre, firmou-se a
convicção de que os fenómenos físicos, de toda ordem (como térmico e eléctrico),
poderiam ser também elucidados em termos de movimentos e matéria. A Mecânica se
constitui no grande pilar da Física clássica, a qual teria um extraordinário
desenvolvimento nos três séculos seguintes.

No quadro histórico da Física, o século XX tem um ano chamado de


“milagroso”, que é o ano de 1905, quando Einstein publicou no numero 17 da revista
Annalen der Physik, quatro artigos, um sobre o movimento browniano, outro sobre a
geração e conversão da luz, o terceiro sobre a dimensão molecular, e um quaro artigo a
respeito da Eletrodinâmica dos corpos em movimento (Teoria Especial da
Relatividade), e mais um, no numero 18 da mesma revista, no qual apresentou sua
famosa formula da equivalência da energia e massa (E = mc2). Em 1916, seria publicada
à Teoria da Relatividade Geral7, com sua redefinição de gravitação.

A formulação ou inovação de conceitos para lidar com os fenómenos físicos dá


nascimento à chamada Física moderna, cujos dois pilares são: a Teoria quântica8, de
Planck que introduziu o carácter descontínuo da energia e vê a se transformar em base
teórica para o estudo dos fenómenos físicos em escala microscópica; e as Teorias da
relatividade especial e geral de Einstein, que estabeleceriam, entre outras, a relatividade
do Tempo e do Espaço, a equivalência da energia e massa, a velocidade constante da
luz, a existência do éter, e a gravitação como resultado de uma deformação do Espaço-
Tempo, devido à presença da massa dos objectos.

1.1.4 Química
Na época contemporânea a Química, tal como outros ramos da ciência
igualmente, de extraordinário e renovador desenvolvimento teórico e experimental.
Novos conceitos, princípios e noções se importaram para fundamentar as bases teóricas
de uma Química em expansão e em grande actividade, em diversos domínios, em boa
parte motivada pelas crescentes demandas de uma sociedade, principalmente a partir da
primeira guerra mundial, em processo acelerado de industrialização e urbanização.

As pesquisas se intensificaram, os laboratórios se multiplicaram, as tecnologias


aprimoraram a quantidade dos equipamentos, e a Química alcançou âmbito mundial,
deixando de ser uma actividade cientifica restrita, como em séculos anteriores,
praticamente a Europa. Países como Japão, os EUA, Austrália e Canadá surgiram, na
primeira metade do século XX, com significativas contribuições para o entendimento

7
CARLOS, Op. Cit. 2012, p. 178.
8
Idem., p. 166.

9
dos fenômenos químicos que se estenderam, posteriormente, a outros centros como
Argentina, Brasil, China, Índia, México. Assim, o fenómeno da internacionalização, ou
da globalização, uma das características da ciência do século XX, estaria presente no
progresso evolutivo da Química.

No exame da química actual, merece especial referência, a Bioquímica 9, nascida


no século XX, que se tornou, rapidamente, um dos sectores científicos mais activos e
dinâmicos, por sua contribuição para o conhecimento da química dos processos
biológicos. Estreitamente vinculado com a Biologia molecular, a Genética, e a Química
orgânica e a Físico-Químico, a Bioquímica seria fundamental para a expansão e o
aprofundamento dos estudos e pesquisas sobre os compostos químicos e as reações
químicas e das interações químicas nos organismos vivos.

A evolução da química actualidade pode ser dividida em duas grandes fases:


uma quase se iniciou com a formulação da Teoria quântica, e termina com a obtenção
teórica da fissão nuclear e explosão da bomba atômica; e uma segunda fase que se
estenderia desde anos 50 até os dias actuais.

1.1.5 Biologia
De forma sintética e superficial a profunda e recente transformação pela qual
passou a Biologia explica sua posição central no processo actual de desenvolvimento
cientifico. A Biologia emerge como uma ciência estruturada, dotada de metodologia
cientifica para a explicação dos fenômenos biológicos de modo a expurgar preconceitos
e dogmas de cunho sobrenatural somente na segunda metade do século XIX, nesta data
para além do que foi referenciado, foram formulados princípios, leis, e conceitos
baseados em observações, investigações e comprovações, sem resquícios dogmáticos e
pré-determinados, para o entendimento dos fenômenos biológicos.

A pílula contraceptiva que resulta da combinação de estrogênio e progesterona,


que visa inibir a fertilidade normal da mulher, foi aprovado para uso nos Estados
Unidos em 1960.

1.1.6 Sociologia
A evolução da Sociologia na Época contemporânea seria direita e grandemente
influenciada pelos acontecimentos políticos, ideológicos e culturais que predominaram
no período, em especial na Europa e nos EUA. Varias contribuições importantes
marcariam a fase actual do desenvolvimento desta nova ciência, como, entre outras, as
de Max Weber, Ferdinand, Tonnies, Goerg Simmel, Robert Michels, Karl Mannheim e
Nobert Elias, na Alemanha; de Vilfredo Pareto e Gaetano Mosca, na Itália; e de Celestin
Bouglé, Maurice Halbwachs, René Worms, Marcel Mauss, Raymond Aron, Pierre
Bourdieu, Roymond Boudon e Alain Touraine, na França 10. Outros países, como a Grã-

9
Idem., p. 270.
10
Idem., p. 362

10
Bretanha e a Áustria, procuraram igualmente, incentivar estudos e pesquisas
sociológicas, mas teriam pouca influencia no pensamento sociológico europeu.

Devido à primeira guerra mundial e os problemas económicos, sociais e


políticos decorrentes do conflito armado; devido às confrontações, ideológicas que
redundaria no surgimento de regimes fascista, nazista e comunista; devido à fuga de
intelectuais e cientistas sócias principalmente para os EUA; e devido à redefinição de
prioridades de investigação cientifica, a Europa perderia sua oposição tradicional de
principal centro de estudos e formulação teórica no campo da Sociologia. O herdeiro
seria os EUA, que assumiu incontestável liderança mundial. A segunda guerra mundial,
com todas as suas graves consequências de toda ordem para os países europeus,
agravou, ainda mais, a precária situação da pesquisa sociológica na Europa, postergando
sua recuperação até os anos 80. Nos EUA, o desenvolvimento da Sociologia se faz a luz
da sua realidade social, política, cultural e econômica, com ênfase em pesquisa de
campo e menos interesse no estudo teórico. A escola de Chicago, A escola de Colúmbia
e a escola de Harvard seriam os grandes centros de irradiação dos estudos sociológicos
no país. Neste sentido, dariam significativas contribuições.

Outras descobertas ou invenções:

A invenção do telefone ocorreu em 1956, foi nesse ano que a Ericson


desenvolveu um telefone chamado “Ericsom MTA”, que pesava cerca de 40 quilos e
que foi desenvolvido para ser instalado em porta malas de carros. Em 1973, a Motorola
lançou um telemóvel chamado “Motorola Dynatac 8000x”, foi neste modelo de
telemóvel que foi realizada o primeiro telefonema a partir de um aparelho móvel. Entre
as descobertas temos a citar que foi neste século que foi inventado o transistor, o
computador, o microscópio elétrico, a televisão, o avião e o electrocardiógrafo

1.2 Arte século XX


Começamos a nossa abordagem sobre a arte a partir do pensamento filosófico de
Martin Heidegger “A obra surge a partir e através da actividade do artista. O artista é
artista através da obra; a obra é que primeiro faz aparecer o artista como um mestre da
arte. Contudo, a obra é a origem do artista” 11.

Foi precisamente no século XX em que as artes se transformaram e modificaram


com uma rapidez que nunca vista no passado. Começou a ocorrer com a Revolução
Francesa, em 1789, os artistas da época, ao contrário do artista medieval, deixaram de
lado os temas tão valorizados até então, como a historia, religião e mitologia. A partir
desse período, os temas de pintura, escultura e arquitetura refletem o que agrada ao
artista, com um carácter mais individualista, dando origem ao que chamamos de arte
moderna.

11
HEIDEGGER, Martin. A origem da Obra de Arte. [tradução de Maria da Conceição Costa]. Lisboa:
Edições 70. 1977. P. 11

11
Elementos singulares foram descobertos e elaborados como princípio
fundamental de suas obras. Também era freqüente que um grupo de artistas se formasse
para desenvolver um novo estilo ou movimento artístico, expondo suas obras ou suas
teorias. Contudo, nem todos os artistas pertenciam a movimentos, mas ainda assim
temos muitos tipos de artes no século XX, sendo uma parte dela inspirada no passado e
outra em tendências desses movimentos.

Em parte essa mudança brusca na arte ocorre por influência do movimento


crescente da vida quotidiana que acelerou a vida européia com trem elétrico, o início do
cinema e metro de Paris, sendo essa considerada a “Belle Époque” 12, onde o mundo
estava dando um saldo à frente, introduzindo um novo estilo de vida.

Dentre as inúmeras tendências artísticas do século XX vamos abordar apenas as


seguintes:

1.2.1 Expressionismo
Esse movimento artístico e cultural esteve em oposição ao impressionismo e
focou mais nas sensações que a arte proporcionava. Ele mostrou os sentimentos
humanos e suas preocupações no início do século XX, ou seja, expressava os estados
mentais dos seus criadores, sendo representados impetuosamente que as imagens
acabam distorcidas. Esse movimento ora fora esquecido, ora lembrado no decorrer do
século por causa das sensações que o mesmo proporcionava.

Diz-se que “muitos desses estados mentais eram pessoais demais para terem
significado para os espectadores. Um exemplo que podemos citar é o quadro de Edvard
Munch, o Grito, onde o artista representa um momento vivido por ele que expressa
angustia e desespero” 13.

Ele surgiu na Alemanha, em Dresden, entre 1905 e 1930. Seus participantes


foram Ernest Ludwig Kichner (1880-1938), Karl Schmidt-Rottluff (1884-1976) e Erich
Heckel (1883-1970), juntos formavam o grupo chamado Die Bruche14 na tradução,
significa A Ponte.

1.2.1.1 Características do expressionismo

 Representação dos sentimentos humanos através de linhas e cores. Algo que já


vinha sendo trabalho por Van Gogh, em que cor e deformação mostravam o interior do
homem moderno;
 Deformação da realidade;
 Pessimismo em relação ao mundo;
 Foge das regras tradicionais da arte;

12
Boa época.
13
ARAUJO, Jessica Motta. Arte no século XX. Rio Grande do Sul: sd, p.6.
14
Die Bruche – tentavam ligar o passado ao futuro.

12
 Melancolia.

1.2.1.2 Principais pintores expressionismo

Ernst Ludwig Kirchner, Fritz Bleyl, Erich Heckel e Karl Schmidt-Rottluff –


Todos esses constituem um “bloco” chamado Die Brucke “A ponte” – este nome foi
idealizado através de uma ponte a sua pretensão de estabelecer as bases de uma arte de
futuro. Acredita-se que a inspiração da atribuição deste nome veio de uma frase de
Assim falou Zaratustra Nietzsche “A grandeza do homem é que é uma ponte e não um
fim” 15

Edvard Munch (1863-1944) – Sua obra mais destacada foi “O grito”, por causa
da expressão das linhas, cores e seres que mostravam as angustias do homem do homem
moderno; outra obra é “Cinco Mulheres na Rua”, em que retratava como era a
burguesia.

1.2.2 Fauvirismo ou Fovismo16

Esse movimento surgiu em 1905, em Paris, sendo liderado por Henri Matisse e
foi fruto de uma crítica no Salão de Outono, por Louis Vauxcelles. Jovens foram
chamados de fauves, que significa feras, pelas suas agressivas com cores puras e
brilhantes.

1.2.2.1 Características do fauvismo


 Formas simplificadas;
 Utilização de cores puras (tal como são nos tubos de tinta);
 As pinturas não representam a realidade (cores e figuras são sugestão dos artistas).

1.2.2.2 Artistas do fauvismo


André Derain (1880-1954) – foi um pintor francês, entre obras mais
importantes estão “O Porto de Londres (1906) e o “O porto de Colliure (1905);

Maurice de Vlaminch (1876-1958) – foi pintor francês é considerado como


sendo um dos principais nomes do movimento fauvista, grupos de artistas modernos que
estiveram unidos, de 1904 a 1908, no uso de cores intensas em suas obras;

Henri Matisse (1869-1954) – ele foi uma das maiores expressões do estilo e
procurou mostrar as formas das figuras, sem se procurar com a realidade e as cores. Um
exemplo é a obra “Natureza – morta com Peixes Vermelhas” (1911). A composição era
organizada de acordo com as cores puras e algumas figuras da obra.

15
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: Um livro para todos e para ninguém. [Tradução
Carlos Duarte e Anna Duarte]. São Paulo: Martin Claret, 2014.
16
Fauvismo do francês fauvisme, oriundo de les fauves, “as feras”.

13
1.2.3 Cubismo
O cubismo um movimento artístico que surgiu de uma obra feita por Paul
Cézanne, que retratava a natureza com figuras geométricas. Outros artistas do estilo se
aprofundaram e buscaram mostrar os objectos como se estivessem abertos. Assim, ele
evoluiu para dois tipos: cubismo analítico e o cubismo sintético.

O novo estilo chamado cubismo consistia, portanto, num tratamento


particular do tema, num modo de o fragmentar e analisar justaponto as
partes diferentes maneiras, significando o tema a fim de relacioná-lo
mais intensamente com o espaço a sua volta;17

Cubismo analítico (1908-1911) – desenvolvida por Picasso e Braque:

 Seu estilo era utilização de poucas cores;


 Definição de um tema apresentado em todos os ângulos;
 Perda da realidade, sendo impossível reconhecer as figuras.

Cubismo sintético – fugia dessa perda de realidade, mas ainda buscava retratá-
la de varias formas. Foi chamado, também, de colagem, porque eles colocavam tudo o
que podiam, como letras, números, vidros, etc., com o intuito de criar novos efeitos e
despertar atenção.

1.2.3.1 Principais artistas do cubismo


Pablo Picasso (1881-1973) – ele foi o primeiro a pintar um quadro cubista com
influência do passado pré-histórico, era gravador e escultor e introduziu varias técnicas
ao estilo:

 Na fase azul (1901-1904) retratou tristeza e melancolia;


 Na fase rosa (1905-1907) retratou acrobatas e arlequins.

Outra técnica advinda da arte africana foi a elaboração da estética cubista. Ele
deformava todas as partes do corpo humano e destruía a harmonia das formas. Retratou
isso em sua obra Les Demoiselles d’ Avignon. Ele começa a retratar obras sobre a
realidade dos conflitos e guerras, em seu famoso mural, Guernica (1937). Por último,
em suas gravuras, de 1907 a 1912, suas obras gravadas eram expressivas como desenho,
opondo claro e escuro.

Georges Braque (1882-1963) – para ele, a pintura não era uma descrição da
realidade. Ele passou pela fase do cubismo analítico, sendo destaque a obra “O
português”. E, após 1913, passa a representar os objectos pelo cubismo sintético,
destacando as partes significativas da obra.

17
ARAUJO. Op. Cit. sd, p. 3

14
Fernand Léger (1881-1995) – representava um novo cubismo: para ele, as
maquinas e o crescimento industrial, do final do século, era tão importante quanto uma
escultura. Com isso, um novo mundo pode ser construído. Uma obra que enfatiza isso é
“Elementos Mecânicos” e o “Tipógrafo”. Em 1925, com seu contrato com o arquitecto
Le Corbusier, descobre a importância dos murais e procura superar a diferença entre
uma obra e um desenho industrial.

1.2.3.2 Características do cubismo


 Utilização de formas geométricas nas obras;
 Falta de perspectiva (três dimensões dos seres);
 Estética cubista (destruição da harmonia e decomposição da realidade).

1.2.4 Abstracionismo
Uma arte visual que surgiu de uma tela de Wassily Kandinsky (1866-1944),
chamada Batalha. Na pintura, abstracionista não há relação entre a realidade, cores e
formas. Conhece essa técnica os pintores Mikhail Lariomov (1881-1964), russo que
valorizavam a relação com as cores, mas com o tema da obra.

Já em 1912, Vladimir Tatlin (1885-1956) em viagem a Paris, gastou das


colagens cubistas e resolveu delinear no novo estilo: pintura em relevo com vários
materiais e figuras abstractas, dando origem ao construtivismo. Os escultores Antoine
Pevsner (1886-1977) e Naum Gabo (1890-1977), juntamente com Tatlin, criaram várias
peças abstractas, dando-lhes o nome de construções ao invés de escultura.

A revolução Russa, em 1922, veio acabou com o construtivismo. Tatlin se ligou


e ela Gaba e Pevsner deixaram o país, quando o governo revolucionário fechou os
ateliês dos artistas. Mas, logo depois, em 1931, eles dão origem ao movimento chamado
criação abstracta. A partir das primeiras pesquisas, logo começou a fazer parte da
pintura moderna, e duas tendências surgiram em seguida 18:

Abstracionismo sensível ou informal – predominam os sentimentos e emoções


e as cores são associadas com elementos da natureza. Por exemplo, a obra Domingo, de
Kandinsky.

Abstracionismo geométrico – cores e forma são organizadas de acordo com as


composições geométricas. Por exemplo, as obras de Piet Mondrin: ele buscava a
essência dos objectos que se harmonizava com o universo. Retrata em Árvore
Vermelha.

A partir das décadas de 20 e 30, linhas diagonais e curvas foram trocadas por
horizontais e verticais que, juntamente as cores, trouxeram equilíbrio as obras.

18
PEREIRA, Diana Goes. Trabalho de artes: Escola CECAMP 2.º Modelo. S.d. p. 5.

15
Em busca de outras tendências da pintura do século XX, se destacaram novos
estilos que caracterizam as primeiras décadas do século XXI. Valorizavam a velocidade
das maquinas e do quotidiano e as tendências produzidas pela cultura industrializada.

1.2.5 Futurismo
O futurismo é um estilo influenciado pelo movimento literário Manifesto criado
por Filippo Tommaso Marinetti, em 1909. Ele era um poeta e escritor italiano que
surgiu às pinturas a velocidade das maquinas e exaltação do futuro 19. Para os pintores
desse estilo, os artistas não tinham essa visão de futuro.com outro manifesto, criado por
Umberto Baccioni, Luigi Russolo, Carlo Carrà, Giacomo Balla e Gino Severini, em
1910, Milão, nas obras eram representadas os movimentos em si. Usaram cores, rectas,
curvas que dessem idéia de velocidade. “Ex: peça em bronze Formas única de
continuidade no Espaço, do escultor Umberto Baccioni ” 20.

Os estudos de Freud sobre psicanalismo e a política mostravam a complexidade


da sociedade moderna. Em critica as culturas européias surgiram:

Pinturas metafísicas21 – uma pintura que mostrava a falta de sentido da


sociedade contemporânea: mistério, luzes, objectos, sombras e cores intrigantes. Tinha
como principal artista, Giorgio De Chirico (1888-1979), um pintor italiano, com suas
obras “o Enigma da Chegada” e o “Regresso do poeta”.

1.2.6 Dadaísmo
Artistas e intelectuais franceses e alemães se reuniram em oposição a Primeira
Guerra Mundial. Foram para Zurique, na Suíça, e em 1916, criaram a Dada, cujo
significado é cavalo de pau, palavra encontrada por Hugo Ball e Tristan Tzara num
dicionário alemão-francês. Assim como o nome, a arte não significava nada, da mesma
forma que a guerra.

1.2.6.1 Característica do dadaismo:


 Elementos fugiam do racional e eram combinados por acaso;
 Os artistas negavam a sua cultura e representava um pretexto;
 Obras utilizavam colagem para retratar o estilo, com critica e sátira a desordem
da Europa;
 Eles utilizavam o principio do automatismo psicológico, proposto por Freud, em
que “os actos praticadas pelos homens são automáticos e independentes de um
encadeamento de razoes lógicas.”

19
Este movimento concretamente procurava propagar o glorioso mundo novo da tecnologia moderna, era
contra ao passado.
20
PEREIRA. Op. Cit. S.d, p. 5
21
Pintura metáfisica – é considerada como sendo a fonte do surrealismo, que tomava o seu conteudo na
imaginação.

16
Isso deu origem ao surrealismo, do escritor e poeta André Breton (1896-1966),
na França, em 1924. Nesse novo estilo, as obras eram representações ilógicas do
subconsciente, como imagens vistas em sonhos ou alucinações. Às vezes,
representavam aspectos da realidade em excesso, com elementos inexistentes. Um dos
principais artistas desse estilo é Salvador Dali (1904-1989).

Essa pintura deu origem às duas tendências: figurativa, com artistas, Salvador
Dali e Marc Chegall e abstracta, com Joan Miró e Max Ernest.

Nos grandes centros urbanos industrializados, com a reparação da Segunda


Guerra, a indústria estava a todo o vapor. O consumismo começou a fazer parte da
sociedade no inicio da segunda metade do século XX. Veja as expressões que mais se
destacaram22:

1.2.6.2 Op Art
Expressão do inglês, optical art, que significa arte óptica. Victor Vasarelyn é o
responsável por iniciar essa arte através da plástica do movimento. As pinturas possuem
representações de figuras geométricas e cores, preto e branco toda a obra surgiria o
movimento e era uma arte que estava em constante mudança.

Suas pesquisas se desenvolveram na década de 60, cuja manifestação para


exposição colectiva se deu no Museu de Arte Moderna de New York, em 1965. Outro
artista importante é Alexander Calder (1898-1976) na criação de móbiles associando-se
aos rectângulos das telas de Mondrian sugerindo movimento.

Chamada de Mobile em Dois Planos, de inicio o observador podia movimentá-los;


depois de 1932, ele verificou que simples acção do vento podia fazer isso.

1.2.6.3 Pop Art


Pop Art, no português, significa arte popular, surgiu nos Estados Unidos, por
volta de 1960 e atingiu vários lugares do mundo.

Os artistas retratavam o dia a dia das grandes cidades norte-americanas,


relacionando a arte com a vida comum. O tema da arte era símbolo da grande massa
consumidora e da era industrializada, ou seja, aquilo que fazia sucesso.

Destaques:

Marilyn Manroe, uma ilustração feita por Andy Warhol, com método de
produção em serie de cores e repetição de imagens.

Os artistas do século XX se desvíncula da imagem do artista artesão


da idade média, quando passa a pintar temas que refletem suas
opiniões ao invés de religiosos, durante o século os movimentos que
surgem são complementos uns dos outros ou reações de um novo a

22
Idem., p. 6.

17
velho. O próprio conceito de arte ampliou-se ao longo dos anos. A
modernização trouxe a dinamização e aumentou os horizontes para o
que pode ser considerado como arte e criação23.

1.3 Literaturas do século XX


Criteriosamente seleccionamos apenas algumas forma formas literarias evidentes
neste seculo e procuramos fazer uma abordagem nao muito aprofundado sobre a mesma
forma artistica, neste caso dentre as literaturas destacamos as seguintes:

1.3.1 Literatura expressionista24


A literatura expressionista desenvolveu-se em três fases principais: de 1910 a
1914, de 1914 a 1918 –coincidindo com a guerra– e de 1918 a 1925. Aparecem como
temas destacados –assim como na pintura– a guerra, a urbe, o medo, a loucura, o amor,
o delírio, a natureza e a perda da identidade individual. Nenhum outro movimento até a
data apostara de igual maneira pela deformidade, a doença e a loucura como o motivo
das suas obras.

Os escritores expressionistas criticaram a sociedade burguesa da sua época, o


militarismo do governo do cáiser, a alienação do indivíduo na era industrial e a
repressão familiar, moral e religiosa, pelo qual se sentiam vazios, sós, entediados, numa
profunda crise existencial.

O escritor apresenta a realidade do seu ponto de vista interior, expressando


sentimentos e emoções mais do que impressões sensitivas. Já não se imita a realidade,
não se analisam causas nem fatos, mas o autor busca a essência das coisas, mostrando a
sua particular visão. Assim, deformam a realidade mostrando o seu aspecto mais terrível
e descarnado, adentrando-se em temáticas até então proibidas, como a sexualidade, a
doença e a morte, ou enfatizando aspectos como o sinistro, o macabro, o grotesco.

Formalmente, recorrem a um tom épico, exaltado, patético, renunciando à


gramática e às relações sintáticas lógicas, com uma linguagem precisa, crua,
concentrada. Procuram a significação interna do mundo, abstraindo-o numa espécie de
romantismo trágico que vai do misticismo socializante de Werfel ao absurdo existencial
de Kafka. O mundo visível é uma prisão que impede atingir a essência das coisas; se
tem de superar as barreiras do tempo e do espaço, à procura da realidade mais
"expressiva".

A Primeira Guerra Mundial implicou uma forte comoção para a literatura


expressionista: enquanto alguns autores consideraram a guerra como uma força
arrasadora e renovadora que acabaria com a sociedade burguesa, para outros o conflito
cobrou tintes negativos, plasmando na sua obra os horrores da guerra. No pós-guerra, e

23
Idem., p. 17
24
[em linha] Consult. [25.09.2019] “Disponível: WWW: < https:/pt.m. Wikipedia. Org/wiki/ literatura
expressionista”.

18
em paralelo ao movimento da Nova Objetividade, a literatura adquiriu maior
compromisso social e de denúncia da sociedade burguesa e militarista que levou a
Alemanha ao desastre da guerra. As obras literárias desta época adquiriram um ar
documental, de reportagem social, perceptível em obras como A montanha mágica
(1924) de Thomas Mann e Berlim Alexanderplatz (1929) de Alfred Döblin.

Existiram duas correntes fundamentais na prosa expressionista: uma reflexiva e


experimental, abstrata e subjetivizadora, representada por Carl Einstein, Gottfried Benn
e Albert Ehrenstein; e outra naturalista e objetivadora, desenvolvida por Alfred Döblin,
Georg Heym e Kasimir Edschmid. Figura à parte a obra pessoal e dificilmente
classificável de Franz Kafka, que expressou na sua obra o absurdo da existência, em
romances como A metamorfose (Die Verwandlung, 1915), O processo (Der Prozeß,
1925), O Castelo (Das Schloß, 1926) e Amerika (Der Verschollene, 1927). Kafka
mostrou mediante parábolas a solidão e alienação do ser humano moderno, a sua
desorientação na sociedade urbana e industrial, a sua insegurança e desesperação, a sua
impotência frente de poderes desconhecidos que regem o seu destino. O seu estilo é
ilógico, descontínuo, labiríntico, com vazios que o leitor deve completar.

1.3.2 Surrealismo25
O surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década
de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no
período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Reúne artistas anteriormente ligados
ao dadaísmo ganhando dimensão mundial. Fortemente influenciado pelas teorias
psicanalíticas do psicólogo Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel
do inconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que,
segundo o movimento, estava sendo destruída pelo racionalismo. O poeta e crítico
André Breton (1896-1966) era o principal líder e mentor deste movimento.

A palavra surrealismo supõe-se ter sido criada em 1917 pelo poeta Guillaume
Apollinaire (1886-1918), jovem artista ligado ao cubismo, e autor da peça teatral As
Mamas de Tirésias (1917), considerada uma precursora do movimento.

Um dos principais manifestos do movimento é o Manifesto Surrealista de


(1924). Além de Breton, seus representantes mais conhecidos são Antonin Artaud no
teatro, Luis Buñuel no cinema e Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo
das artes plásticas.

As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato,


do irreal e do inconsciente. Entre muitas das suas metodologias estão a colagem e a
escrita automática. Segundo os surrealistas, a arte deve libertar-se das exigências da
lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, procurando expressar o mundo do
inconsciente e dos sonhos.

25
[em linha] Consult. [25.09.2019] “Disponível: WWW: < https:/pt.m. Wikipedia. Org/wiki/
surrealismo”.

19
1.3.3 literatura minimalista 26
A literatura minimalista é caracterizada pela economia de palavras. Os autores
minimalistas evitam advérbios e preferem sugerir contextos a ditar significados. Espera-
se dos leitores uma participação ativa na criação da história, pois eles devem “escolher
um lado” baseados em dicas e insinuações, ao invés de representações diretas. Os
personagens de histórias minimalistas tendem a ser banais, comuns, inexpressivas,
nunca famosos detetives ou ricos fabulosos. Geralmente, as histórias são pedaços da
vida.

A raiz da literatura minimalista americana é o trabalho de Ernest Hemingway, e


um dos melhores exemplos desse estilo é o seu "Hills Like White Elephants". Como
Hemingway nunca descreve a entonação que a personagem assume quando fala, o leitor
é forçado a interpretá-la baseado na resposta. Além disso, apesar da paisagem ser parte
integrante de uma história, ela nunca é explicitada no minimalismo.

O nome mais associado a literatura minimalista, entretanto, é o do norte-


americano Raymond Carver. Em contos de pouquíssimas linhas o autor procura captar a
vida através de ângulos e personagens simples, inesperadamente transformados em
figuras e fatos insólitos, misteriosos, mentirosos.

No Brasil tem crescido muito a produção de minicontos (ou microcontos),


gênero associado ao minimalismo. Nesse sentido a obra Ah, é?, publicada por Dalton
Trevisan em 1994, é considerada obra-prima do estilo minimalista.

1.3.4 A literatura neorrealista 27


A literatura neorrealista teve no Brasil e em Portugal motivações semelhantes,
resgatando valores do realismo e naturalismo do fim do século XIX com forte influência
do modernismo, marxismo e da psicanálise freudiana.

O determinismo social e psicológico do naturalismo é mantido, assim como a


analogia entre o homem e o bicho (vide Angústia - Filme, de 1936), a busca pela
objetividade e neutralidade como formas de dar credibilidade à narração.

Entretanto, se no naturalismo as mazelas da sociedade eram expostas pelos


romancistas com algum pessimismo, sem perspectiva de solução a não ser o resgate ao
passado A Ilustre Casa de Ramires, os escritores neorrealistas são sobretudo ativistas
políticos, leitores de Marx, da prosa revolucionária de Górki e tomam posição na
chamada luta de classes, denunciando as desigualdades sociais e os desmandos das
elites. Vale lembrar que a industrialização somente no século XX deixou escancarada a
distância entre os donos dos meios de produção e os trabalhadores. Enquanto

26
[em linha] Consult. [25.09.2019] “Disponível: WWW: < https:/pt.m. Wikipedia. Org/wiki/
minimalista”.
27
[em linha] Consult. [25.09.2019] “Disponível: WWW: < https:/pt.m. Wikipedia. Org/wiki/ literatura
neorrealista”.

20
internacionalmente a crise de 1929 foi estopim para o neorrealismo italiano e depois
português, no Brasil a situação precária dos nordestinos foi retratada já a partir de A
bagaceira, de 1928.

E se o neorrealismo optou pela ficção, tanto no Brasil quanto em Portugal, se


deve principalmente aos governos ditatoriais, quais sejam o Estado Novo de Getúlio
Vargas no Brasil e o Salazarismo em Portugal.

Essa ficção neorrealista e pós modernista (no sentido de ser posterior ao


movimento modernista) sofre as influências do Modernismo, especialmente a liberdade
linguística e o intimismo freudiano à Virginia Woolf. Elementos que se tornarão mais
fortes num segundo momento do neorrealismo, culminando na prosa existencialista do
meio do século XX.

1.4 Religião28 do século XX


Desde os finais do século XIX, e em particular desde a segunda metade do
século XX, o papel da religião, bem como seu número de aderente, se tem alterado
profundamente.

Alguns países cuja tradição religiosa este historicamente ligada ao cristianismo,


em concreto os países da Europa, experimentaram um significativo declínio da religião.
Este declínio manifestou-se na diminuição do número de pessoas que freqüenta serviços
religiosos ou do número de pessoas que desejam abraçar uma vida monástica ou ligada
ao sacerdócio.

Concomitantemente a experimentação de muitas coisas que foram inventadas,


desenvolvidas ou teorizadas nos últimos séculos por muitos filósofos, cientistas e
políticos. O resultado, porém só para recordarmos o século XX de uma forma geral
podemos citar alguns termos que nos trazem memórias: Industrialização,
Neocolonialismo, Aviação, Automóvel, Primeira Guerra Mundial, EUA, Crise de 1929,
Comunismo, Facismo, Nazismo, Segunda Guerra Mundial, Bomba Atômica, URSS,
Guerra Fria, Ditadura, Hippies, Punkes, Anti-consepcional, Sexo, Vietnã, China,
Coréias, Cuba, Queda do muro de Berlim, Aquecimento Global, Neoliberalismo, etc...

Este foi o século em que houve o auge do pensamento modernista no mundo


todo. As pessoas foram levadas a crer cegamente na ciência, na política, no
nacionalismo, etc. Parecia que o mundo estava em um avanço rumo a um futuro de paz
e justiça, onde a ciência explicaria tudo e que o homem se livraria de Deus 29.

Em outras palavras diga-se que tudo começa com o declínio rápido da prática
religiosa em dois sectores importantes da sociedade: os intelectuais e os trabalhadores

28
Religião uma realidade presente no decurso da história da humanidade, ganha uma nova
aceitação no século XX.
29
HATZENBERGER, Dionísio. História da igreja Cristã: De Cristo aos dias actuais [em linha]. [Consult.
25.09.2016]. “Disponível: WWW: < hist – igreja. blogspot.com/p/ cristianismo-nos-seculos-XIX-e
XX.html?m=1”

21
urbanos. Intelectuais de peso da modernidade, a partir, sobretudo do século XVIII, com
Holbach e os Enciclopedistas, com maior vigor no século XIX, com L. Feuerbach, K.
Marx e F. Nietzsche e, em crescendo, no século XX, com S. Freud e os existencialistas
ateus, até o actual novo ateísmo de D. Hawkins, S. Harris, F. S. Collins, C. Hitchens, A.
Comte-Sponville, L. Ferry e M. Onfray decretaram a morte definitiva de Deus, vendo a
religião como delírio, ilusão, absolutamente inútil, engodo, instrumento inescrupuloso
de dominação de religiosos, compensação, projecção.

Sobre a mesma questão, mas com ideias inovadoras sobre o assunto a escritora
Mary Eberstadt, para ela se a destruição da família é geralmente considerada um efeito
da perda de identidade religiosa, o contrário também é verdadeiro. Neste sentido, se
prega na teoria de Eberstadt que vê a decadência familiar como causa da secularização
que o Ocidente. Em outras palavras a família, e os modos das mudanças na família
ocidental afectaram o Cristianismo ocidental.

Ciente de que esse é um novo modo de entender o que anda acontecendo, uma
firme ruptura com o “script secular” pós-iluminista sobre o que Nietzsche e outros
chamaram de “a morte de Deus” 30. Sob a influência desse script, muitas pessoas
parecem ter decidido que o declínio da religião é simplesmente inevitável. Mas não é
isso o que mostram os registros. Um dos poucos exemplos que ela dá sobre esta sua
fundamentação teórica é sobre Escandinávia que é uma região que iniciou a família
ocidental sem casamento e o seu aliado mais próximo, o Estado social, segundo a
mesma autora a Escandinávia é indiscutivelmente o lugar mais atomizado no mundo
ocidental, a medir pelo número de pessoas que sequer vive dentro de uma família: quase
metade das casas suecas é composta de uma só pessoa, por exemplo. O que se torna
evidente até aqui é que os índices como fertilidade, casamento, divórcio e coabitação —
andam lado a lado. Eles estão relacionados de modo causal do declinio religioso.

Em contraste, nos Estados Unidos, na América Latina e na África subsaariana, o


cristianismo cresce significativamente; para alguns autores serão num futuro próximo os
novos centros desta religião que mais cresce em número de adeptos, que não se
circunscrevem ao mundo árabe, mas também ao sudeste asiático, e as comunidades na
Europa e no continente americano. O hinduísmo, o budismo e o xintoísmo têm a sua
grande área de influência no Extremo Oriente, embora as duas primeiras tradições
influenciem cada vez mais a espiritualidade dos habitantes do mundo ocidental. A Índia,
onde cerca de 80% da população é hindu, é um dos países mais religiosos do mundo
ficando em segundo lugar, após os Estados Unidos. As explicações para o crescimento
das religiões nestas religiões incluem a desilusão com as grandes ideologias do século
XIX e XX, como o nacionalismo e o socialismo.

Por outro lado, o mundo ocidental é marcado por práticas religiosas sincréticas,
ligadas a uma “religião individual” de cada um faz para si e ao surgimento dos
chamados “novos movimentos”. Embora nem todos esses movimentos sejam assim tão
recentes, o termo é usado para se referir a movimentos neocristãos (movimento de
30
NIETZSCHE. Op. Cit. 2014, p. 19.

22
Jesus), movimentos de inspiração oriental (Movimento Hare Kriskna e a grupos que
apelam ao desenvolvimento do potencial humano através, por exemplo, de técnicas de
meditação (Meditação Transcendental).

Também presente na Europa e nos EUA é aquilo que os investigadores


designam como uma “nébula “místico-esótérica”, que apela a prática como Ximanismo,
o tarot, a astrologia, os mistérios e cuja actividades giram em torno da organização de
conferência, estágios, revistas e livros. Algumas das características desta nebulosa
místico-esotérica são as centralidades do indivíduo que deve percorrer um caminho
pessoal de aperfeiçoamento através da utilização de práticas como o ioga, a meditação,
a idéia de que todas religiões podem convergir, o desejo de paz mundial e do
surgimento de uma nova era marcada por nível superior de consciência.

Apresentamos o quadro das principais religiões no século XX 31.

Quadro maiores Percentagem (%)


religiões Seguidores da população Artigo
mundial
População mundial 6,8 bilhões Dados extraídos de artigos individuais
Cristianismo 1,9 bilhão – 2,1 29% - 32% Cristianismo por país
bilhões
Islã 1,3 bilhão – 1,57 19% - 21% Islão por país
bilhão
Budismo 500 milhões – 1,5 7% - 21% Budismo por país
bilhão
Hinduísmo 950 milhões – 1 14 % - 20%
bilhão Hinduísmo por país
Total 4,65 bilhões – 6, 68,38% - 90,73%

31
[em linha] Consult. [25.09.2019] “Disponível: WWW: < https:/pt.m. Wikipedia. Org/wiki/ religião
contemporânea”.

23
Conclusão
Portanto, A ciência do século XX é caracterizada principalmente pelo seu
impacto em toda esfera do social, pois se verifica cada vez mais uma fecundação entre a
ciência e técnica, não apenas na Europa, mas em diversas partes do planeta, evidenciam-
se estudos e pesquisas em grande escala gerando grandes descobertas e invenções. Os
grandes ramos da ciência que evoluíram neste século são a Astronomia que traz consigo
a idéia da dimensão do universo, de muitos objectos outrora desconhecidos, foram
descobertos mais de 400 planetas do sistema solar, na Física destaca-se a teoria da
Relatividade Geral de Einstein, a teoria quântica de Planck que deram margem para as
outras descobertas ainda neste ramo do saber, na Química nasce novos ramos como a
bioquímica que contribui para o conhecimento da química dos processos biológicos, na
Biologia é precisamente neste século em vai se aperfeiçoa cada vez mais este ramo
emergido como uma ciência estruturada, dotada de metodologia científica para explicar
os fenômenos biológicos no século XIX, destaca-se, sobretudo que uma das formas de
inibir a fertilidade da mulher, foi à provada século XX, no caso, da pílula contraceptiva
e na Sociologia verifica-se a evolução e como resultado o seu impacto nos
acontecimentos políticos, ideológicos e culturais. A arte do século XX é caracterizada
por ser uma arte que reflete o agrado do próprio artista, isto é, uma arte individualista,
neste sentido os artistas expunham suas ideias ou teorias em suas obras. Dentre as
principais tendências artísticas criteriosamente destacamos o Expressionismos uma arte
que tem como berço a Alemanha, baseia-se na expressão dos estados mentais dos seus
criadores, tal como podemos verificar na obra de Edvard Munch, Fauvismo que tem
como berço a França, baseia-se em cores puras e agressivas, tal como podemos verificar
na obra de H. Matisse, Cubismo tem como berço França, baseia-se no retrato da
natureza com figuras geométricas, tal como podemos verificar na obra de Paul Cézanne,
Abstracionismo que tem como berço França, baseia-se na valorização das cores com
tema da obra, tal como se pode verificar aos artistas russos, Futurismo tem como berço
a Itália, baseia-se na exaltação do futuro, tal como podemos verificar na obra de Filippo
Marinetti, Dadaísmo que tem como berço a França e Alemanha, baseia-se em retratos
que não significam nada, da mesma forma que a guerra. As formas literárias que se
destacam no século XX são precisamente o Expressionismo cuja obra de grande
destaque é a “metamorfose” de Kafka, o Surrealismo cuja obra de grande destaque é
“teoria psicanalítica” de Freud, o Minimalismo cuja obra de grande destaque é “Hills
like White Elephants” de Ernest Heimingway, Neorrealismo cuja obra de grande
destaque é “Analogia entre o homem e o bicho”. A religião no século XX possui dois
estados opostos, isto é, para Europa verifica-se uma diminuição de adeptos devido um
conjunto de factores desde a evolução da própria ciência, política e organização social e
em outras partes tal como em África, América verifica-se um aumento de números de
adeptos devido à desilusão da ideologia nacionalista e socialista do século XIX e do
próprio século XX.

24
Bibliografia

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CARLOS, Augusto de Proença Rosa. História da Ciência: A ciência e o triunfo do


pensamento científico no mundo contemporâneo. 2 ed. Vol. III. Brasília: Fundação
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HEIDEGGER, Martin. A origem da Obra de Arte. [tradução de Maria da Conceição


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NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: Um livro para todos e para ninguém.
[Tradução Carlos Duarte e Anna Duarte]. São Paulo: Martin Claret, 2014.

PEREIRA, Diana Goes. Trabalho de artes: Escola CECAMP 2.º Modelo. S.d.

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