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Sofrimento
Por que Deus o permite?
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Sofrimento – Por que Deus o permite?


Copyright © 2007,2008 por Ministérios RBC
ISBN: 978-1-58424-662-6

Referências Bíblicas: Extraídas da Edição Nova Versão Internacional 2000


—Sociedade Bíblica Internacional

Impresso no Brasil/Printed in Brazil


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CONTEÚDO

Prefácio 5
1. Por que a vida é tão injusta?
por Bill Crowder 7

2. Por que Deus, que é bom,


permite o sofrimento?
por Kurt De Haan 45

3. Deseja Deus o meu bem-estar?


por Herb Vander Lugt 85

4. Sobrevivendo às tempestades do estresse


por Ron Hutchcraft 123
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PREFÁCIO

livro de Jó nos lembra uma das maiores realidades


O de nossas vidas, “O homem nascido de mulher vive
pouco tempo e passa por muitas dificuldades” (Jó 14:1).
Estamos rodeados por acontecimentos e lutas que estão
além das nossas forças e que são maiores que nós. No
meio destes desafios, é de grande valor saber que o Deus
dos céus conhece e compreende os problemas da nossa
vida neste mundo caído. Ele se importa e está comprome-
tido conosco, e o Seu amor por nós não diminuí mesmo
com as durezas da vida.
Para ajudar você a compreender o coração de Deus
durante as lutas da vida compilamos os ensinamentos da
Série Descobrindo a Palavra de Ministérios RBC, que
nos conduzem a Ele. Confiamos que este livro o ajudará
a encontrar esperança nos momentos de dor.

—Os editores
Ministérios RBC

5
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1
POR QUE A VIDA
É TÃO INJUSTA?

um dia ruim, talvez concordemos com aquela pessoa


N sarcástica que observou que “nenhuma boa obra
fica sem punição”. Em momentos de reflexão, talvez nos
deparemos amargurados com a desigualdade e injustiça
que aparecem em cada página da experiência humana.
Onde está a justiça? Como podemos ter confiança em
Deus quando a vida parece favorecer aqueles que não
têm nenhuma estima e consideração para com Ele?
Nas páginas a seguir Bill Crowder, Diretor do
Ministério de Igrejas de RBC, vai nos conduzir através
das lutas e o final feliz de um homem que, quando
enfrentou a injustiça, quase se afastou da fé.
Martin R. De Haan

Sofrimento – Por que Deus o permite? • 7


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AS PERGUNTAS DIFÍCEIS DAS PESSOAS


uvimos e lemos diariamente nos noticiários e nos
O jornais sobre pessoas que sofrem e lutam com per-
guntas difíceis da vida.
• Uma mãe chora, do lado de fora de uma sala de
tribunal, onde o assassino de sua filha acaba de
ser liberado por causa de uma questão técnica na
interpretação da lei. “Não existe justiça?”
• Um pai luta para sustentar a sua família, traba-
lhando duro e fazendo o que é certo. Mas quando
pensa naqueles que se tornaram ricos por meios
ilegais, ele se pergunta: “Para quê tentar fazer o
certo? Talvez seja verdade que os honestos sempre
chegam por último”.
• Uma criança é levada apressadamente ao hospital.
Mais uma vítima de uma bomba terrorista. A sua
família chora alto: “Por que ele? O que ele fez para
merecer isto?”
• Uma viúva está sentada ao lado de uma cova
recente e soluça: “Não é justo. Por que o motoris-
ta embriagado não morreu no lugar do meu mari-
do? Ele não fez nada de errado”.
Estas são apenas algumas perguntas que perseguem
aqueles que refletem sobre a injustiça e a desigualdade da
vida. O que podemos dizer às pessoas que estão sofrendo
ou, quem sabe, a nós mesmos? Onde podemos encontrar
respostas que vão restaurar a nossa confiança, não
somente na vida, mas em Deus?

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UM HOMEM DE FÉ ENTRISTECIDO
om o tempo, cheguei a compreender que uma das
C coisas mais benéficas que uma pessoa ferida pode
fazer é voltar-se para as páginas centrais da Bíblia. Ali,
num antigo livro de hinos chamado Salmos, encontra-
mos palavras que são tanto honestas quanto animadoras.
Os Salmos além de nos animarem o espírito e nos
renovarem a esperança, ajudam-nos a expressar a ira, o
temor e a frustração que são tão reais nos nossos momen-
tos difíceis.
Um dos autores desses cânticos foi um homem cha-
mado Asafe. Ele escreveu as palavras do Salmo 73 como
uma resposta à sua própria decepção e crise de fé.
Embora ele não revele os detalhes da sua experiência (tal-
vez para que seja mais fácil todos nós nos identificarmos
com a sua dor), ele nos conta a história dos seus próprios
pensamentos e emoções. E o quadro não é muito bonito.

POR QUE A VIDA É TÃO INJUSTA?


No Salmo 73, Asafe nos chama a atenção com a sua
honestidade. Ele nos apresenta uma profunda decepção
que, por um tempo, teve receio de admitir. Todavia, havia
chegado a hora de contarnos a sua história. Ele estava
pronto a admitir que se sentiu traído, não somente pela
vida, mas por Deus.
As lentes pelas quais ele observou o seu sofrimento
estavam embaçadas por ressentimento pessoal e confusão.
Resumindo, ele disse: “Por que isto está acontecendo

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comigo? Eu confiei no Deus dos nossos pais. Eu tentei


permanecer fiel ao meu Deus. Eu tentei fazer as escolhas
certas. Mas estou sendo esmagado com problemas,
enquanto pessoas com menos princípios prosperam.
“Isto simplesmente não é justo!”

POR QUE DEUS NÃO FAZ CUMPRIR AS SUAS


PRÓPRIAS LEIS?
Uma das razões pelas quais Asafe teve esses sentimentos
de injustiça foi porque, no antigo Israel, os judeus viam a
vida através da “rede de retribuição”. Também podia ser
chamada de “a lei dos resultados justos”. Este princípio
dizia, basicamente, que aqueles que fazem o bem são
recompensados segundo a proporção da sua bondade,
enquanto que os rebeldes morais são punidos conforme
os seus erros.
Tal princípio do Antigo Testamento é equivalente à
“lei da semeadura e colheita” que encontramos em
Gálatas 6:7-8, no Novo Testamento: Não se deixem enga-
nar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear,
isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da
carne colherá destruição; mas quem semeia para o
Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.
O princípio de retribuição ou dos resultados justos
era algo com que o povo judeu contava. Por causa da
sua compreensão limitada da vida depois da morte, os
antigos Israelitas esperavam que a justiça se cumprisse
nesta vida.

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Vemos algumas vezes, no Antigo Testamento, esse


princípio expresso como um fato teológico ou como pala-
vra de esperança para uma pessoa em sofrimento (como
nos Salmos 34 e 37). Mas onde quer que o encontremos,
ele fazia parte do sistema de idéias através do qual o povo
observava a vida.
Compreendemos mais facilmente o livro de Jó quan-
do o vemos em contexto semelhante. Como os amigos de
Jó acreditavam que as pessoas sofriam na proporção dos
seus erros, eles o acusavam de esconder o pecado que iria
explicar o seu sofrimento. O seu engano, porém, consis-
tia em que eles presumiam que
a justiça de Deus seria a única O que acontece
explicação para as circunstân-
quando pessoas
cias presentes, fossem elas boas
más parecem ser
ou más.
Isto começa a desvendar o
abençoadas
problema que constitui o pano enquanto que as
de fundo do Salmo 73: o que pessoas boas
acontece quando pessoas más parecem sofrer
parecem ser abençoadas en- maldição?
quanto as pessoas boas pare-
cem sofrer maldição?

POR QUE A VIDA PARECE ESTAR DESAFINADA?


Quando Asafe escreveu o Salmo 73, ele não estava falan-
do apenas de teologia ou fazendo uma análise fria dos
problemas de outra pessoa. Ele mesmo estava sofrendo e

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lutando. As suas palavras e emoções têm uma intensidade


focalizada, trazendo à superfície perguntas contundentes
que estavam escondidas nas profundezas do seu coração.
Não é difícil compreender porque Asafe estava sofren-
do. De muitas maneiras, a sua experiência é como a nossa
própria. Ele estava falando por nós. Ele cria em Deus e na
bondade e justiça. Mas a experiência da sua vida não esta-
va de acordo com as suas convicções. Na realidade, parecia
que a sua fé tinha virado de cabeça para baixo.
Se Asafe quisesse manter a fé, ele tinha que encon-
trar respostas. As suas filosofias teológicas haviam sido
substituídas pela dor pessoal e pela decepção.

O QUE DEIXOU ASAFE FRUSTRADO?


ma das minhas citações favoritas diz: “A vida deve
U ser vivida olhando-se para a frente. Infelizmente, só
a compreendemos olhando para trás”. Em outras pala-
vras, às vezes a compreensão mais clara dos eventos da
vida somente vem quando vemos os eventos através de
um espelho retrovisor.
Existe algo na perspectiva do retrovisor que nos deixa
ver um contexto mais significativo e preciso daquilo que
já experimentamos. Olhando para trás, eu posso ver que
as disciplinas e desafios dos meus anos universitários
foram um treino importante para os vinte anos que passei
no ministério pastoral. Muitas vezes, de formas que eu
nunca poderia ter imaginado antes. Da mesma maneira,

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ao refletir sobre as alegrias e preocupações da minha expe-


riência pastoral, vejo agora, que Deus estava colocando um
fundamento para o que estou
[...] às vezes a nossa fazendo hoje. A vida muitas
compreensão mais vezes é melhor focalizada quan-
clara dos eventos da do temos a chance de vê-la atra-
vés do espelho retrovisor.
vida vem somente
quando vemos tais A DOR DO PRESENTE
eventos através de um Asafe, o autor do Salmo73,
espelho retrovisor. também aprendeu a valorizar
a visão retrospectiva. Ele che-
gou ao ponto em que podia olhar para trás, para uma
época da sua vida que esteve cheia de desespero, dúvidas
e dor pessoal. Ele se lembrou de que, naqueles tempos,
questionava a bondade e a justiça de Deus. Somente pela
visão retrospectiva conseguia encontrar sentido para a sua
vida. Observe as suas palavras iniciais:
Certamente Deus é bom para Israel, para os puros de
coração (v.1).
Lembre-se que o ponto central nas dificuldades de
Asafe era que os justos (“os puros de coração”) não pare-
ciam ser abençoados. Existem diferentes perspectivas com
relação ao significado do versículo 1. Alguns vêem esta
afirmação como uma “profissão de fé”; o que Asafe real-
mente acreditava ser a vida. Entretanto, ele se encontrava
em conflitos porque as realidades da vida pareciam ser o
contrário da sua convicção.

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Outros vêem o versículo 1 como o início de diversas


reversões no pensamento de Asafe. Eles o vêem começan-
do com fé, depois entrando num período de desespero, e
bem próximo de desertar. Certamente tais elementos de
frustração e perda estão evidentes na canção de Asafe.
Podemos ver aspectos de ambas as idéias, bem como
um terceiro fator. É possível que a experiência de Asafe,
no Salmo 73, tenha sido descrita olhando pelo espelho
retrovisor —um ponto de observação que lhe permitiu ver
a intensidade das suas reações de forma mais precisa.
O coração de Asafe havia
sido o campo de guerra das Dizem que quando
suas lutas. Na sua vida privada
olhamos para
desencadeou-se uma batalha
trás é que vemos
para decidir se ele iria ou não
confiar sua vida a Deus. No
as coisas como elas
Salmo 73 Asafe expõe sua realmente são.
alma e seu conflito alarmante,
e aonde isto quase o levou.

A INTENSIDADE DO DESESPERO
Ao relatar sua experiência, Asafe começou a expor o seu
coração como se estivesse tirando as cascas de uma cebo-
la. Ele relembrou as suas reações à medida que começou
este episódio de desespero e perda. E estas reações foram
trágicas:
Quanto a mim, os meus pés quase tropeçaram; por pouco
não escorreguei (v.2).

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Observe a exatidão da sua visão retrospectiva.


Quando Asafe chegou ao ponto crucial do sofrimento,
suas queixas pareciam apropriadas, até justificadas. Mas
agora ele podia ver o que elas realmente eram: uma tenta-
ção perigosa para desertar e se distanciar. Dizem que
quando olhamos para trás é que vemos as coisas como elas
realmente são.
Agora ele conseguia falar, não somente com honesti-
dade, mas também com maior objetividade sobre os pen-
samentos que anteriormente ferviam a fogo baixo, sob
a superfície:
Pois tive inveja dos arrogantes quando vi a prosperidade
desses ímpios (v.3).
A franqueza de Asafe golpeia profundamente o meu
próprio coração. Eu me pergunto se seria assim honesto
com relação às minhas próprias falhas. Eu me pergunto
se seria tão transparente! Sua dolorosa auto-exposição me
atinge com o desafio de ser autêntico e honesto comigo
mesmo; e com Deus.
Mas o que Asafe estava confessando? O que nós mui-
tas vezes sentimos, mas raras vezes reconhecemos: às vezes
temos a inclinação de invejar a prosperidade daqueles
que não conhecem a Deus. Aquele sistema de fé dizia a
Asafe que, se ele confiasse em Deus, tudo daria certo
após um tempo. Mas este tempo parece muito longínquo
quando se está em meio a sofrimentos e você é obrigado
a assistir enquanto outros parecem se beneficiar de seus
atos errados.

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A DESIGUALDADE NA VIDA
A causa das lutas no coração de Asafe era a injustiça que
ele observava ao seu redor. Aqueles que não tinham
tempo para Deus prosperavam, enquanto as pessoas de fé
sofriam. Pouca coisa mudou a esse respeito. Isto ainda é
a realidade de hoje, não é mesmo? Há alguns anos, quan-
do eu estava em Moscou, amigos russos me contaram que
a pobreza ali era tão grande que os professores eram
pagos com vodka (para usá-la em troca de alimentos nas
ruas) e que um cirurgião
[...] você é obrigado famoso de Moscou tinha que
a assistir enquanto plantar vegetais no seu quin-
outros parecem tal a fim de sustentar a famí-
se beneficiar de lia. Contrastando fortemente
seus atos errados. com isso, eu ouvi, numa esta-
ção de rádio, que o cidadão
mais rico de Moscou era proprietário de uma concessio-
nária Mercedes-Benz. Isto significava que ainda havia pes-
soas naquela cidade que tinham recursos suficientes para
automóveis de luxo. Se profissionais altamente treinados
como os professores e médicos estavam vivendo na pobre-
za, eu me perguntei de onde os proprietários de carros
luxuosos conseguiam dinheiro.
Asafe também viu injustiças aparentes. O que ele viu
despedaçou a sua alma. Ao descrever aqueles que pareciam
levar vantagem total e desmerecidamente, ele escreveu:
Eles não passam por sofrimento e têm o corpo saudável e
forte. Estão livres dos fardos de todos; não são atingidos por

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doenças como os outros homens. Por isso o orgulho lhes


serve de colar, e eles se vestem de violência. Do seu íntimo
brota a maldade, da sua mente transbordam maquinações.
Eles zombam e falam com más intenções; em sua arrogân-
cia ameaçam com opressão. Com a boca arrogam a si os
céus, e com a língua se apossam da terra (v.4-9).
Que quadro! Veja a a conduta de pessoas absorvidas
consigo mesmas e sem princípios, como Asafe observou,
passo a passo:
Eles não passam por sofrimento (v.4). Morrem satis-
feitos, desfrutando da vida plenamente, a cada passo do
seu caminho. Uma nova versão traduz a última par-
te do verso 4: “eles são gordos”, o que indica grande pros-
peridade numa época em que a maioria das pessoas ape-
nas sobrevivia.
Estão livres dos fardos de todos (v.5). Parecem imu-
nes às dificuldades normais, às lutas e trabalhos árduos da
vida. Os problemas nem sequer atingem aqueles que pros-
peram na maldade.
O seu orgulho e violência são recompensados com
riqueza (v.6). Asafe havia aprendindo a crer que pessoas
que rejeitam a Deus vão sofrer pelas suas escolhas. Mas
quando ele observou a vida, parecia que aqueles que se
atreviam a ser orgulhosos e opressivos eram honrados e
recompensados.
As suas maldades são inimagináveis (v.7). Asafe viu
a manifestação exterior da riqueza deles, como “seus
olhos ficam inchados de maquinações”.

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A sua fala está repleta de zombarias, orgulho e arro-


gância (v.8-9). Quem são os alvos da zombaria? Não
somente aqueles que valorizam mais o caráter do que a
riqueza material, mas também o Deus em quem coloca-
vam a sua confiança.

O MAL MAIOR
Sem dúvida, o que mais incomodou a Asafe, a respeito dos
que prosperavam e dos rebeldes, era a atitude deles para
com Deus. Eles zombavam de Deus em tudo o que faziam.
Observe a que conclusões os levou a sua prosperidade:
Eles dizem: “Como saberá Deus? Terá conhecimento o
Altíssimo?” (v.11).
O comentarista da Bíblia Allen Ross escreve: “Eles
parecem não se importar e nem se preocupar com o aman-
hã. Para eles a vida é agora, e o agora parece ser eterno”.
Por quê? Eles achavam que estavam protegidos das dores
normais da vida (v.4-6), de forma que supunham que tam-
bém eram invulneráveis a qualquer resposta divina para
sua atitude, seu pecado e sua zombaria.

UMA CONCLUSÃO FRUSTRANTE


Quando Asafe olhou para a
riqueza e a felicidade de pesso- Eles parecem
as irreverentes e egocêntricas, não se importar e
ele chegou a uma conclusão nem se preocupar
frustrante: com tudo o que com o amanhã
fazem de errado os que vivem

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apenas para si mesmos, ainda assim, eles parecem


prosperar.
Assim são os ímpios; sempre despreocupados, aumentam
suas riquezas (v.12).
Não é de admirar que Asafe estivesse frustrado! Do
seu ponto de vista, as pessoas más estavam prosperando,
aparentemente imunes aos problemas normais da vida.
Elas zombavam de Deus e pareciam sair ilesas.
Essa aparente desigualdade e injustiça foi o que levou
Asafe a fazer a confissão do verso 3: “Pois tive inveja dos
arrogantes quando vi a prosperidade desses ímpios”. Não
é difícil imaginar que, em circunstâncias semelhantes, nós
também clamaríamos: “Isso não é justo!”
Já seria o bastante Asafe ter ficado frustrado com a
desigualdade aparente da vida. Mas isto foi apenas o
começo. A maneira como ele reagiu a essas injustiças foi
um problema ainda maior.

A REAÇÃO TRANSTORNADA DE ASAFE


ma artista famosa da música country gravou uma
U canção intitulada “Quando as Luzes se Apagam”.
Trata-se de uma canção de dor, solidão e, acima de tudo,
de honestidade.
Ela descreve um alcoólatra lutando com anseio
por mais um drinque, uma ex-estrela de Hollywood que
é abandonada pelos “amigos” depois que a fama se aca-
bou, e uma pessoa sofrendo com as realidades de

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um relacionamento que terminou e os remorsos que


ficaram.
É uma canção sobre as realidades da vida e as pergun-
tas difíceis geradas por tais realidades. O refrão descreve o
vazio da vida (“quando você sente por dentro aquele vazio
na alma”) e fala, ainda mais, da aparente falta de propósi-
to e de valor:
“Quando as luzes se apagam,
e não resta nada mais, quando as luzes se apagam
e tudo o que você vê é a verdade,
e eu me pergunto se toda a minha vida
se resume aos temores e todas as minhas dúvidas
[...] quando as luzes se apagam”.

AS DÚVIDAS DE ASAFE
Asafe expressou a mesma preocupação no seu salmo: vale
a pena viver? Faz diferença eu tentar viver para Deus?
Encontramos poucos versos nos Salmos onde a coragem,
a honestidade e a emoção humana são vistas de forma tão
clara como no versículo 13:
Certamente foi-me inútil manter puro o coração e lavar as
mãos na inocência.
Essas são palavras fortes! “Inútil” é a palavra que
Salomão utilizou no livro de Eclesiastes, e mostra a essência
do desespero. Quando ele gritou “Que grande inutilidade!
Nada faz sentido!” (1:2), estava dizendo que a vida não tem
valor e não é digna de ser vivida. Ele estava concluindo que
tudo o que havia tentado tinha sido sem valor, inútil.

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