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Polícia Civil do Estado de Minas Gerais

INVESTIGADOR DE POLÍCIA I

1. PROGRAMA DE LÍNGUA PORTUGUESA


1.1. Interpretação e compreensão de textos.
1.1.1. Identificação de tipos textuais: narrativo, descritivo e dissertativo.
1.1.2. Critérios de textualidade: coerência e coesão.
1.1.3. Recursos de construção textual: fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos.
1.1.4. Gêneros textuais da Redação Oficial.
1.1.4.1. Princípios gerais.
1.1.4.2. Uso dos pronomes de tratamento.
1.1.4.3. Estrutura interna dos gêneros: ofício, memorando, requerimento, relatório, parecer.
1.2. Conhecimentos linguísticos.
1.2.1. Conhecimentos gramaticais de acordo com o padrão culto da língua.
1.2.2. Princípios gerais de leitura e produção de texto. Intertextualidade. Tipos de discurso. Vozes discursivas: citação,
paródia, alusão, paráfrase, epígrafe.
1.2.3. Semântica: construção de sentido; sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia, polissemia; denotação e conota-
ção; figuras de linguagem.
1.2.4. Pontuação e efeitos de sentido.
1.2.5. Sintaxe: oração, período, termos das orações; articulação das orações: coordenação e subordinação; concordân-
cia verbal e nominal; regência verbal e nominal. .................................................................................................. Pp 1 a 81

2. PROGRAMA DE NOÇÕES DE DIREITO


2.1. Direito: Conceito e Características. ..............................................................................................................................1
2.1.1. Fontes do Direito
2.1.2. Ramos do Direito
2.2. Princípios do Direito: Norma e Regra ..........................................................................................................................7
2.3. Direito Privado. ............................................................................................................................................................9
2.3.1. Personalidade jurídica
2.3.2. Capacidade jurídica
2.3.3. Pessoa jurídica
2.3.4. Responsabilidade
2.3.4.1 Fato jurídico
2.3.4.1.1. Negócios jurídicos: erro, dolo, culpa e coação
2.4. Direito Público. ...........................................................................................................................................................24
2.4.1. Estado
2.4.2.1. O Estado e seus elementos
2.4.2.2. Finalidade do Estado
2.5. Constituição Federal ..................................................................................................................................................29
2.6. Direitos Fundamentais ...............................................................................................................................................29
2.6.1.1 Direitos Individuais
2.6.1.2. Direitos Coletivos
2.6.1.3. Direitos Sociais
2.7. Direito Administrativo: Fontes e Princípios .................................................................................................................33
2.7.1. Administração pública
2.7.2. Responsabilidade civil do Estado
2.7.3. Poder de Polícia
2.7.4. Agentes Públicos e Serviços Públicos
2.8. Atos Administrativos
2.8.1. Agente, objeto e finalidade.
2.8.2. Controle dos atos administrativos ..............................................................................................................pp 1 a 114

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3. PROGRAMA DE DIREITOS HUMANOS
3.1. A Constituição brasileira de 1988.
3.2. A Constituição brasileira de 1988 e os Tratados Internacionais de Proteção dos Direitos Humanos. .........................1
3.3. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos. .....................................................................................5
3.4. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos e a Redefinição da Cidadania no Brasil. .......................6
3.5. A Constituição brasileira de 1988: Dos princípios fundamentais. ................................................................................7
3.6. A Constituição brasileira de 1988: Dos Direitos e Garantias Fundamentais.
3.6.1. Dos direitos e deveres individuais e coletivos.
3.6.2. Dos direitos sociais.
3.6.3. Da nacionalidade.
3.6.4. Dos direitos políticos.
3.6.5. Dos partidos políticos. ................................................................................................................................. Pp 1 a 24

4. PROGRAMA DE NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL


4.1. Perícias e Peritos. ........................................................................................................................................................1
4.1.1. Documentos médico-legais.
4.1.2. Quesitos oficiais.
4.1.3. Perícias médicas.
4.1.4. Legislação sobre perícias médico-legais.
4.2. Traumatologia Médico-legal. ......................................................................................................................................12
4.2.1. Lesões corporais sob o ponto de vista jurídico.
4.2.2. Energias de Ordem Mecânica.
4.2.3. Energias de Ordem Química, cáusticos e venenos, embriaguez, toxicomanias.
4.2.4. Energias de Ordem Física: Efeitos da temperatura, eletricidade, pressão atmosférica, radiações, luz e som.
4.2.5. Energias de Ordem Físico-Química: Asfixias em geral. Asfixias em espécie: por gases irrespiráveis, por monóxido
de carbono, por sufocação direta, por sufocação indireta, por afogamento, por enforcamento, por estrangulamento, por
esganadura, por soterramento e por confinamento.
4.3. Tanatologia Médico-legal. ..........................................................................................................................................23
4.3.1. Tanatognose e cronotanatognose.
4.3.2. Fenômenos cadavéricos.
4.3.3. Necropsia, necroscopia.
4.3.4. Exumação.
4.3.5. "Causa mortis".
4.3.6. Morte natural e morte violenta.
4.4. Sexologia Médico-legal. .............................................................................................................................................31
4.4.1. Crimes contra a dignidade sexual e provas periciais.
4.4.2. Aborto e infanticídio.

5. PROGRAMA DE NOÇÕES DE INFORMÁTICA


5.1. Equipamentos e Sistemas Operacionais Windows e Linux.
5.1.1. Arquitetura básica de computadores.
5.1.2. Principais periféricos.
5.1.3. Mídias para armazenamento de dados.
5.1.4. Conceitos gerais de sistemas operacionais.
5.2. Manipulação de arquivos em sistemas Windows e Linux.
5.2.1. Arquivos: conceito, tipos, nomes e extensões mais comuns.
5.2.2. Estrutura de diretórios e rotas.
5.2.3. Cópia e movimentação de arquivos.
5.2.4. Atalhos.
5.2.5. Permissões de arquivos e diretórios.
5.3. Conceitos básicos de redes locais.
5.3.1. Endereçamento TCP/IP.
5.3.2. Mascara de rede.
5.3.3. Gateway.
5.3.4. DNS.
5.3.5. Autenticação e login.
5.3.6. Contas e grupos de usuários em ambiente Windows e Linux.
5.3.7. Compartilhamento de recursos e permissões de leitura e escrita
de arquivos e pastas na rede Windows.
5.4. Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados à
Internet e intranet.
5.4.1. Tipos de URL.

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5.4.2. Tipos de domínio.
5.4.3. Navegador Mozilla Firefox.
5.4.4. Aplicações.
5.4.5. Cookies.
5.4.6. Segurança.
5.4.7. Controles Active X. Plugins.
5.4.8. Configuração de proxy.
5.5. Correio eletrônico.
5.5.1. Endereços de e-mail.
5.5.2. Campos de uma mensagem.
5.5.3. Organização de mensagens em pastas.
5.5.4. Backup e compactação dos emails.
5.5.5. Envio, resposta, encaminhamento e recebimento de emails, anexos.
5.5.6. Endereços e formas de endereçamento de correio eletrônico, webmail, Outlook Express, Mozilla Thunderbird.
5.5.7. Garantindo o sigilo e a autenticidade de um email através de criptografia PGP, chaves públicas e privadas.
5.6. Ferramentas de automação de escritório.
5.6.1. Conceitos e principais recursos de editores de textos, planilhas eletrônicas e editores de apresentações Microsoft
Office e BrOffice.org
5.6.1.1.Powerpoint e Impress: estrutura básica de apresentações, edição e formatação, criação de apresentações, con-
figuração da aparência da apresentação, impressão de apresentações, multimídia, desenho e clipart, uso da barra de
ferramentas, atalhos e menus.
5.6.1.2. Word e Writer: estrutura básica dos documentos; operações com arquivos, criação e uso de modelos; edição e
formatação de textos; cabeçalhos e rodapé; parágrafos; fontes; colunas; marcadores simbólicos e numéricos; tabelas e
texto multicolunados; configuração de páginas e impressão; ortografia e gramática; controle de quebras; numeração de
páginas; legendas; índices; inserção de objetos; campos predefinidos, caixas de texto e caracteres especiais; desenhos
e cliparts; uso da barra de ferramentas, régua, janelas, atalhos e menus; mala direta e proteção de documentos.
5.6.1.3. Excell e Calc: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração
de tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, contro-
le de quebras, numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação, uso da barra de ferramentas, atalhos
e menus.
5.7. Segurança
5.7.1. Tipos de vírus, cavalos de Tróia, worms, spyware, phishing, pharming, spam.
5.7.2. Riscos de segurança no uso de correio eletrônico e internet.
5.7.3. Backup de arquivos digitais em mídias de armazenamento, drives virtuais e pastas compartilhadas na rede.
5.8. Certificação digital
5.8.1. Conceitos e legislação.
5.8.2. Aplicativos de segurança.
5.8.3. Criptografia PGP.
5.8.3.1. Chaves públicas e privadas.
5.8.3.2. Consulta e envio de chaves públicas a um servidor de chaves utilizando interface web ou aplicativos próprios.
5.9. Software livre
5.9.1. Conceito, distribuição e modificação.
5.9.2. Licenças GPLv2 e GPLv3.
5.9.3. Planejamento Estratégico do Comitê Técnico de Implementação do Software Livre no Governo Federal. ....1 a 184

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APOSTILAS OPÇÃO

A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira

LÍNGUA PORTUGUESA
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar
1.1. Interpretação e compreensão de textos. palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para
1.1.1. Identificação de tipos textuais: narrativo, descritivo e resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça
dissertativo. a memória visual, favorecendo o entendimento.
1.1.2. Critérios de textualidade: coerência e coesão.
1.1.3. Recursos de construção textual: fonológicos, morfológi- Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva,
cos, sintáticos e semânticos. há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim
1.1.4. Gêneros textuais da Redação Oficial. de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
1.1.4.1. Princípios gerais.
1.1.4.2. Uso dos pronomes de tratamento. No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto
1.1.4.3. Estrutura interna dos gêneros: ofício, memorando, com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
requerimento, relatório, parecer. época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
1.2. Conhecimentos linguísticos. tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui
1.2.1. Conhecimentos gramaticais de acordo com o padrão não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
culto da língua. da fonte e na identificação do autor.
1.2.2. Princípios gerais de leitura e produção de texto. Inter-
textualidade. Tipos de discurso. Vozes discursivas: citação, A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de
paródia, alusão, paráfrase, epígrafe. resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce-
1.2.3. Semântica: construção de sentido; sinonímia, antoní- to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa-
mia, homonímia, paronímia, polissemia; denotação e conota- da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
ção; figuras de linguagem. adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
1.2.4. Pontuação e efeitos de sentido. isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
1.2.5. Sintaxe: oração, período, termos das orações; articula- ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
ção das orações: coordenação e subordinação; concordância alternativa mais completa.
verbal e nominal; regência verbal e nominal.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o texto.
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- até o fim, ininterruptamente;
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
diante de uma temática qualquer. umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Denotação e Conotação 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- ensão;
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
respondente;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- exata ou a mais completa;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
diferenciadas em seus leitores. lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste resposta;
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e definindo o tema e a mensagem;
esclareçam o sentido. 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
Como Ler e Entender Bem um Texto simos na interpretação do texto.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e Ex.: Ele morreu de fome.

Língua Portuguesa 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos,
do fato (= morte de "ele"). ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa-
Ex.: Ele morreu faminto. to que aconteceu depois.
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
quando morreu.; O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei- material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
as estão coordenadas entre si; natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da
de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu
Cunegundes espírito.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS • Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis-


TEXTO NARRATIVO semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em
• As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for- que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
dos fatos. zado por :
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
heroína, personagem principal da história. tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra-
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- tiva que é feito em 1a pessoa.
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,
contracena em primeiro plano. aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per-
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar- dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra- • Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-
ção. presentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual
a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita
O narrador que está a contar a história também é uma personagem, em 1a pessoa ou 3a pessoa.
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- três maneiras de comunicar as falas das personagens.
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e • Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- vés do diálogo.
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações Exemplo:
perante os acontecimentos. “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
desenlace ou desfecho. travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
os verbos de locução podem ser omitidos.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, • Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou xemplo:
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
resses entre as personagens. dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- nos sombrios por vir”.
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- Exemplo:
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
cionados ao principal. hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter (José Lins do Rego)
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são TEXTO DESCRITIVO
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
narrativo. terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que

Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so-
unificada. bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari- desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a
pouco. respeito de algo.

Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc- O TEXTO ARGUMENTATIVO
nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
• Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é Um texto argumentativo tem como objetivo convencer alguém das
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje- tema ou assunto.
tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên-
É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe a ideia no ar,
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
depois o desenvolvimento deve referir a opinião da pessoa que o escreve,
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
também conter contra-argumentos, de forma a não permitir a meio da
• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
leitura que o leitor os faça. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos,
que responda ao primeiro parágrafo, ou simplesmente com a ideia chave da
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen-
opinião.
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
cial e econômico . Geralmente apresenta uma estrutura organizada em três partes:
• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese;
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser
partes mais típicas desse todo. de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados
• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos estatístico, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais, depoimentos -
ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e tem consistência. A conclusão pode apresentar uma possível
típicos. solução/proposta ou uma síntese. Deve utilizar título que chame a atenção
• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, do leitor e utilizar variedade padrão de língua.
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de
A linguagem normalmente é impessoal e objetiva.
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge- O roteiro da persuasão para o texto argumentativo:
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu-
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É Na introdução, no desenvolvimento e na conclusão do texto argumen-
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur-
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluída com suces-
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um parágrafo argumenta-
tivo:
TEXTO DISSERTATIVO • Declaração inicial: É uma forma de apresentar com assertivi-
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- dade e segurança a tese.
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques-
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever ‘ A aprovação das Cotas para negros vem reparar uma divida moral e
com clareza, coerência e objetividade. um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi-
or ao negro por meio de políticas afirmativas é uma forma de admitir a
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir diferença social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como de trabalho.’
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão.
• Interrogação: Cria-se com a interrogação uma relação próxima
com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-
introdução.
do o contexto.
‘ Por que nos orgulhamos da nossa falta de consciência coletiva? Por
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : que ainda insistimos em agir como ‘espertos’ individualistas?’
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- • Citação ou alusão: Esse recurso garante à defesa da tese cará-
jetiva da definição do ponto de vista do autor. ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- se apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- ‘ As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num as costas e irem embora’. O comentário do fotógrafo Sebastião Salgado
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- sobre o que presenciou na Ruanda é um chamado à consciência públi-
sencadeia a conclusão. ca.’’
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- • Exemplificação: O processo narrativo ou descritivo da exempli-
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para ficação pode conferir à argumentação leveza a cumplicidade. Porém,
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e não interfira
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese no processo persuasivo.
e opinião.
‘ Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe média.
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é
Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-
a obra ou ação que realmente se praticou.
gundo ‘arrastão’ do mês. Clientes e funcionários são assaltados e amea-
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou
çados de morte. O cotidiano violento de São Paulo se faz presente.’’

Língua Portuguesa 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Roteiro: A antecipação do que se pretende dizer pode funcionar combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada
como encaminhamento de leitura da tese. melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.
‘ Busca-se com essa exposição analisar o descaso da sociedade em
relação às coletas seletivas de lixo e a incompetência das prefeituras.’’ Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual
dissertativa assim organizada:
• Enumeração: Contribui para que o redator analise os dados e
exponha seus pontos de vista com mais exatidão. 1º parágrafo: Introdução com apresentação da tese a ser defendi-
da;
‘ Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Pau-
lo aponta que as maiores vítimas do abuso sexual são as crianças meno- “Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi-
res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violência se- ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Pérola Bying- vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
ton.’’ do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia.”
2º parágrafo: Há o desenvolvimento da tese com fundamentos ar-
• Causa e consequência: Garantem a coesão e a concatenação
gumentativos;
das ideias ao longo do parágrafo, além de conferir caráter lógico ao pro-
cesso argumentativo. “O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço
a se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas
‘ No final de março, o Estado divulgou índices vergonhosos do Idesp
ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-
– indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação para ava-
sáveis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte,
liar a qualidade do ensino (…). O péssimo resultado é apenas conse-
problemas ambientais que afetam a população.
quência de como está baixa a qualidade do ensino público. As causas
são várias, mas certamente entre elas está a falta de respeito do Estado Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos
que, próximo do fim do 1º bimestre, ainda não enviou apostilas para al- contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar
gumas escolas estaduais de Rio Preto. os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de
continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
• Sintese: Reforça a tese defendida, uma vez que fecha o texto nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,
com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentação. podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti-
Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo. ca.”
‘ Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que não é o ideal, 3º parágrafo: A conclusão é desenvolvida com uma proposta de
mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento. intervenção relacionada à tese.
O aspecto mais polêmico era a venda de bebidas alcoólicas nos es- “O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os
tádios. A lei eliminou o veto federal, mas não exclui que os organizadores transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló-
precisem negociar a permissão em alguns Estados, como São Paulo.’’ gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
• Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga- do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não
rante mais credibilidade ao processo argumentativo. existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se
transformar na salvação do mundo.
‘ Recolher de forma digna e justa os usuários de crack que buscam
ajuda, oferecer tratamento humano é dever do Estado. Não faz sentido Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci-
isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to- sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a
dos.’’ Mundograduado.org combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a
Modelo de Dissertação-Argumentativa “ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.” Profª Francinete
Meio-ambiente e tecnologia: não há contraste, há solução A ideia principal e as secundárias
Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi- Para treinarmos a redação de pequenos parágrafos narrativos, vamos
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre- nos colocar no papel de narradores, isto é, vamos contar fatos com base na
vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan- organização das ideias.
do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia.
Leia o trecho abaixo:
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço a
se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas ao Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), responsá- quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com
veis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte, pro- isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas, demons-
blemas ambientais que afetam a população. trando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as mãos,
um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar Como você deve ter observado, nesse parágrafo, o narrador conta-nos
os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de um fato acontecido com seu primo. É, pois, um parágrafo narrativo. Anali-
continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente semos, agora, o parágrafo quanto à estrutura.
nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, As ideias foram organizadas da seguinte maneira:
podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti-
ca. Ideia principal:
O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló- quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
Ideias secundárias:
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não
existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se Com isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas,
transformar na salvação do mundo. demonstrando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as
mãos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci-
sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a

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A ideia principal, como você pode observar, refere-se a uma ação peri- É importante frisar, também, que a ideia principal e as ideias se-
gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundárias cundárias não são ideias diferentes e, por isso, não podem ser separadas
complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador em parágrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundárias deve-
conseguiu sair-se da perigosa situação em que se encontrava. mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia
principal e mantê-las juntas no mesmo parágrafo. Com isso, estaremos
Os parágrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado evitando e repetição de palavras e assegurando a sua clareza. É importan-
de ideias secundárias. Entretanto, é muito comum encontrarmos, em pará- te, ao termos várias ideias secundárias, que sejam identificadas aquelas
grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo: que realmente se relacionam à ideia principal. Esse cuidado é de grande
O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio. valia ao se redigir parágrafos sobre qualquer assunto.
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
proveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram conten-
FALA E ESCRITA
tes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela mãe.
Registros, variantes ou níveis de língua(gem)
Nesse trecho, há dois parágrafos.
A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode
No primeiro, só há uma ideia desenvolvida, que corresponde à ideia
transformar-se, através do tempo, e, se compararmos textos antigos com
principal do parágrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio.
atuais, perceberemos grandes mudanças no estilo e nas expressões. Por
No segundo, já podemos perceber a relação ideia principal + ideias que as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que conside-
secundárias. Observe: rar múltiplos fatores: época, região geográfica, ambiente e status cultural
dos falantes.
Ideia principal:
Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- dos parâmetros utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma
proveitar o bom tempo. pessoa, dependendo do meio em que se encontra, da situação sociocultural
Ideia secundárias: dos indivíduos com quem se comunica, usará níveis diferentes de língua.
Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois
Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, tipos de língua: a falada e a escrita.
levando um farto lanche, preparado pela mãe.
A língua falada pode ser culta ou coloquial, vulgar ou inculta, regional,
Agora que já vimos alguns exemplos, você deve estar se perguntando: grupal (gíria ou técnica). Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de
“Afinal, de que tamanho é o parágrafo?” calão.
Bem, o que podemos responder é que não há como apontar um pa- Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser
drão, no que se refere ao tamanho ou extensão do parágrafo. que o estilo permita, ou seja, se estamos dissertando – e, nesse tipo de
Há exemplos em que se veem parágrafos muito pequenos; outros, em redação, usa-se, geralmente, a língua-padrão – não podemos passar desse
que são maiores e outros, ainda, muito extensos. nível para um como a gíria, por exemplo.

Também não há como dizer o que é certo ou errado em termos da ex- Variação linguística: como falantes da língua portuguesa, percebe-
tensão do parágrafo, pois o que é importante mesmo, é a organização das mos que existem situações em que a língua apresenta-se sob uma forma
ideias. No entanto, é sempre útil observar o que diz o dito popular – “nem bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos
oito, nem oitenta…”. meios de comunicação. Essa diferença pode manifestarse tanto pelo voca-
bulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase.
Assim como não é aconselhável escrevermos um texto, usando apenas
parágrafos muito curtos, também não é aconselhável empregarmos os Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma
muito longos. forma. Isso ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e
extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica,
Essas observações são muito úteis para quem está iniciando os traba- o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do
lhos de redação. Com o tempo, a prática dirá quando e como usar parágra- contexto. Essas diferenças constituem as variações linguísticas.
fos – pequenos, grandes ou muito grandes.
Observe abaixo as especificidades de algumas variações:
Até aqui, vimos que o parágrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia
principal e outras secundárias. Isso não significa, no entanto, que sempre a 1. Profissional: no exercício de algumas atividades profissionais, o
ideia principal apareça no início do parágrafo. Há casos em que a ideia domínio de certas formas de línguas técnicas é essencial. As variações
secundária inicia o parágrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o profissionais são abundantes em termos específicos e têm seu uso restrito
exemplo: ao intercâmbio técnico.

As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo 2. Situacional: as diferentes situações comunicativas exigem de um
estremeceu violentamente sob meus pés. Logo percebi que se tratava de mesmo indivíduo diferentes modalidades da língua. Empregam-se, em
um terremoto. situações formais, modalidades diferentes das usadas em situações infor-
mais, com o objetivo de adequar o nível vocabular e sintático ao ambiente
Observe que a ideia mais importante está contida na frase: “Logo per- linguístico em que se está.
cebi que se tratava de um terremoto”, que aparece no final do parágrafo.
As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmação: 3. Geográfica: há variações entre as formas que a língua portuguesa
“as estacas tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo estremeceu assume nas diferentes regiões em que é falada. Basta prestar atenção na
violentamente sob meus pés” e estas estão localizadas no início do pará- expressão de um gaúcho em contraste com a de um amazonense. Essas
grafo. variações regionais constituem os falares e os dialetos. Não há motivo
linguístico algum para que se considere qualquer uma dessas formas
Então, a respeito da estrutura do parágrafo, concluímos que as ideias superior ou inferior às outras.
podem organizar-se da seguinte maneira:
4. Social: o português empregado pelas pessoas que têm acesso à
Ideia principal + ideias secundárias escola e aos meios de instrução difere do português empregado pelas
pessoas privadas de escolaridade.
ou
Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que
Ideias secundárias + ideia principal
goza prestígio, enquanto outras são vítimas de preconceito por emprega-
rem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade

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de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e Linguagem Não Verbal
cujo domínio é solicitado como modo de ascensão profissional e social.
Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que
alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por aqueles que
não fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de língua proporciona
o reconhecimento fácil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim
se formam, por exemplo, as gírias, as línguas técnicas. Pode-se citar ainda
a variante de acordo com a faixa etária e o sexo.
AS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA
Enquanto a língua falada é espontânea e natural, a língua escrita precisa
Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que é proibido fumar em
seguir algumas regras. Embora sejam expressões de um mesmo idio-
um determinado local. A linguagem utilizada é a não-verbal pois não utiliza
ma, cada uma tem a sua especificidade. A língua falada é a mais natu-
do código "língua portuguesa" para transmitir que é proibido fumar. Na
ral, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua escrita, por
figura abaixo, percebemos que o semáforo, nos transmite a ideia de
seu lado, só é aprendida depois que dominamos a língua falada. E ela
atenção, de acordo com a cor apresentada no semáforo, podemos saber se
não é uma simples transcrição do que falamos; está mais subordinada
é permitido seguir em frente (verde), se é para ter atenção (amarelo) ou se
às normas gramaticais. Portanto requer mais atenção e conhecimento
é proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.
de quem fala. Além disso, a língua escrita é um registro, permanece ao
longo do tempo, não tem o caráter efêmero da língua falada.
Língua falada:
· Palavra sonora
· Requer a presença dos interlocutores
· Ganha em vivacidade
· É espontânea e imediata
· Uso de frases feitas
· É repetitiva e redundante
· O contexto extralinguístico é importante
· A expressividade permite prescindir de certas regras
· A informação é permeada de subjetividade e influenciada pela pre- Como você percebeu, todas as imagens podem ser facilmente
sença do decodificadas. Você notou que em nenhuma delas existe a presença da
interlocutor palavra? O que está presente é outro tipo de código. Apesar de haver
· Recursos: signos acústicos e extralinguísticos, gestos, entorno físico e ausência da palavra, nós temos uma linguagem, pois podemos decifrar
psíquico mensagens a partir das imagens. O tipo de linguagem, cujo código não é a
Língua escrita: palavra, denomina-se linguagem não-verbal, isto é, usam-se outros códigos
· Palavra gráfica (o desenho, a dança, os sons, os gestos, a expressão fisionômica, as
· É possível esquecer o interlocutor cores) Fonte: www.graudez.com.br
· É mais sintética e objetiva
· A redundância é apenas um recurso estilístico AS PALAVRAS-CHAVE
· Ganha em permanência Ninguém chega à escrita sem antes ter passado pela leitura. Mas leitu-
· Mais correção na elaboração das frases ra aqui não significa somente a capacidade de juntar letras, palavras,
· Evita a improvisação frases. Ler é muito mais que isso. É compreender a forma como está tecido
· Pobreza de recursos não-linguísticos; uso de letras, sinais de pontua- o texto. Ultrapassar sua superfície e aferir da leitura seu sentido maior, que
ção muitas vezes passa despercebido a uma grande maioria de leitores. Só
· É mais precisa e elaborada uma relação mais estreita do leitor com o texto lhe dará esse sentido. Ler
· Ausência de cacoetes linguísticos e vulgarismos bem exige tanta habilidade quanto escrever bem. Leitura e escrita comple-
mentam-se. Lendo textos bem estruturados, podemos apreender os proce-
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
dimentos linguísticos necessários a uma boa redação.
Linguagem Verbal - Existem várias formas de comunicação. Quando o Numa primeira leitura, temos sempre uma noção muito vaga do que o
homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita,dizemos autor quis dizer. Uma leitura bem feita é aquela capaz de depreender de um
que ele está utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a texto ou de um livro a informação essencial. Tudo deve ajustar-se a elas de
palavra. Tal código está presente, quando falamos com alguém, quando forma precisa. A tarefa do leitor é detectá-las, a fim de realizar uma leitura
lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal é a forma de comunicação capaz de dar conta da totalidade do texto.
mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita,
expomos aos outros as nossas ideias e pensamentos, comunicando-nos Por adquirir tal importância na arquitetura textual, as palavras-chave
por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas. ela está normalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas:
presente em textos em propagandas; repetidas, modificadas, retomadas por sinônimos. Elas pavimentam o
caminho da leitura, levando-nos a compreender melhor o texto. Além disso,
em reportagens (jornais, revistas, etc.); fornecer a pista para uma leitura reconstrutiva porque nos levam à essência
em obras literárias e científicas; da informação. Após encontrar as palavras-chave de um texto, devemos
tentar reescrevê-lo, tomando-as como base. Elas constituem seu esqueleto.
na comunicação entre as pessoas;
AS IDEIAS-CHAVE
em discursos (Presidente da República, representantes de classe,
candidatos a cargos públicos, etc.); Muitas vezes temos dificuldades para chegar à síntese de um texto só
pelas palavras-chave. Quando isso acontece, a melhor solução é buscar
e em várias outras situações. suas ideias-chave. Para tanto é necessário sintetizar a ideia de cada pará-
grafo.
TÓPICO FRASAL
Um parágrafo padrão inicia-se por uma introdução em que se encontra
a idéia principal desenvolvida em mais períodos. Segundo a lição de Othon
M. Garcia em sua Comunicação em prosa moderna (p. 192), denomina-

Língua Portuguesa 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


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se tópico frasal essa introdução. Depois dela, vem o desenvolvimento e facilmente compreensível. Quando se tem um plano em que os tópicos
pode haver a conclusão. Um texto de parágrafo: principais foram selecionados e
“Em todos os níveis de sua manifestação, a vida requer certas condi- dispostos de modo a haver transição harmoniosa de um para outro, é
ções dinâmicas, que atestam a dependência mútua dos seres vivos. Ne- fácil redigir.
cessidades associadas à alimentação, ao crescimento, à reprodução ou a
outros processos biológicos criam, com frequência, relações que fazem do O TÓPICO FRASAL DO PARÁGRAFO: geralmente vem no começo
bem-estar, da segurança e da sobrevivência dos indivíduos matérias de do parágrafo, seguida de outros períodos que explicam ou detalham a ideia
interesse coletivo”. FERNANDES, Florestan. Elementos de sociologia central e podem ou não concluir a ideia deste parágrafo.
teórica 2. ed. São Paulo: Nacional, 1974, p. 35. O DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO: é a explanação da ideia
Neste parágrafo, o tópico frasal é o primeiro período (Em .... vivos). Se- exposta no tópico frasal. Devemos desenvolver nossas ideias de maneira
gue-se o desenvolvimento especificando o que é dito na introdução. Se o clara e convincente, utilizando argumentos e/ou ideias sempre tendo em
tópico frasal é uma generalização, e o desenvolvimento constitui-se de vista a forma como iniciamos o parágrafo.
especificações, o parágrafo é, então, a expressão de um raciocínio deduti- A CONCLUSÃO DO PARÁGRAFO encerra o desenvolvimento, com-
vo. Vai do geral para o particular: Todos devem colaborar no combate às pleta a discussão do assunto (opcional)
drogas. Você não pode se omitir.
FORMAS DISCURSIVAS DO PARÁGRAFO
Se não há tópico frasal no início do parágrafo e a síntese está na con-
clusão, então o método é indutivo, ou seja, vai do particular para o geral, A) DESCRITIVO: a matéria da descrição é o objeto. Não há persona-
dos exemplos para a regra: João pesquisou, o grupo discutiu, Lea redigiu. gens em movimento (atemporal). O autor/produtor deve apresentar o
Todos colaborando, o trabalho é bem feito. objeto, pessoa, paisagem etc, de tal forma que o leitor consiga distinguir o
ser descrito.
PARAGRAFAÇÃO
B) NARRATIVO: a matéria da narração é o fato. Uma maneira eficiente
A PARAGRAFAÇÃO de organizá-lo é respondendo à seis perguntas: O quê? Quem? Quando?
Onde? Como? Por quê?
NO/DO TEXTO DISSERTATIVO
C) DISSERTATIVO: a matéria da dissertação é a análise (discussão).
(Partes deste capítulo foram adaptados/tirados de PACHECO, Agnelo
C. A dissertação. São Paulo: Atual, 1993 e de SOBRAL, João Jonas Veiga. ELABORAÇÃO/ PLANEJAMENTO DE PARÁGRAFOS
Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997)
Ter um assunto
O texto dissertativo é o tipo de texto que expõe uma tese (ideias gerais
sobre um assunto/tema) seguida de um ponto de vista, apoiada em argu- Delimitá-lo, traçando um objetivo: o que pretende transmitir?
mentos, dados e fatos que a comprovem. Elaborar o tópico frasal; desenvolvê-lo e concluí-lo
“A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita, pois, lendo, o indivíduo PARÁGRAFO-CHAVE: FORMAS PARA COMEÇAR UM TEXTO
tem contato com modelos de textos bem redigidos que, ao longo do tempo,
farão parte de sua bagagem linguística; e também porque entrará em Ao escrever seu primeiro parágrafo, você pode fazê-lo de forma criati-
contato com vários pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando, va. Ele deve atrair a atenção do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns
dessa forma, sua própria visão em relação aos assuntos. Como a produção como: atualmente, hoje em dia, desde épocas remotas, o mundo hoje, a
escrita se baseia praticamente na exposição de ideias por meio de pala- cada dia que passa, no mundo em vivemos, na atualidade.
vras, certamente aquele que lê desenvolverá sua habilidade devido ao Listamos aqui algumas formas de começar um texto. Elas vão das mais
enriquecimento linguístico adquirido através da leitura de bons autores.” simples às mais complexas.
No texto acima temos uma ideia defendida pelo autor: Declaração
TESE/TÓPICO FRASAL: “A leitura auxilia o desenvolvimento da escri- É um grande erro a liberação da maconha. Provocará de imediato vio-
ta.” lenta elevação do consumo. O Estado perderá o controle que ainda exerce
Em seguida o autor defende seu ponto de vista com os seguintes ar- sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de
gumentos: viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda. Alberto
Corazza, Isto é, 20 dez. 1995.
ARGUMENTOS:
A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure fa-
(1)“...lendo o indivíduo tem contato com modelos de textos bem redigi- zer uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor.
dos que ao longo do tempo farão parte de sua bagagem linguística e,
também, (2) porque entrará em contato com vários pontos de vista de Definição
intelectuais diversos, (3) ampliando, dessa forma, a sua própria visão em O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo,
relação aos assuntos.” E por fim, comprovada a sua tese, veja que a ideia isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um
desta é recuperada: modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabe-
CONCLUSÃO: “Como a produção escrita se baseia praticamente na lecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais
exposição de idéias por meio de palavras, certamente aquele que lê desen- ou mesmo a construção cultural, mas que dão também, as formas de ação
volverá sua habilidade devido ao enriquecimento linguístico adquirido humana.
através da leitura de bons autores.” ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Te-
Observe como o texto dissertativo tem por objetivo expressar um de- mas de Filosofia.São Paulo, Moderna, 1992. p.62.
terminado ponto de vista em relação a um assunto qualquer e convencer o A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafo-chave,
leitor de que este ponto de vista está correto. Poderíamos afirmar que o sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo
texto dissertativo é um exercício de cidadania, pois nele o indivíduo exerce o primeiro parágrafo.
seu papel de cidadão, questionando valores, reivindicando algo, expondo
pontos de vista, etc. Divisão
Pode-se dizer que: Predominam ainda no Brasil convicções errôneas sobre o problema da
exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder públi-
A paragrafação com tópico frasal seguido pelo desenvolvimento é uma co e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordi-
forma de organizar o raciocínio e a exposição das ideias de maneira clara e nários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que combate à margi-

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nalidade social em Nova York vem contando co intensivos esforços do desempenho da tarefa, especialmente quando esta é imediata. (Desenvol-
poder público e ampla participação da iniciativa privada. Folha de S. Paulo, vimento ) As pessoas já virão integrar a equipe sem precisar de treinamen-
17 dez.1996. to profissionalizante, podendo entrar em ação logo após seu ingresso.
Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção Alternativamente, ou quando se dispõe de tempo, pode-se recrutar
que o parágrafo vai tomar. O autor terá de explicitá-las na frase seguinte. pessoas inexperientes, mas que demonstrem o potencial para desenvolver
as aptidões e o interesse em fazer parte da equipe ou dedicar-se a sua
Oposição missão. Sempre que possível, uma equipe deve procurar combinar pessoas
De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo experientes e aprendizes em sua composição, de modo que os segundos
governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabó- aprendam com os primeiros. (conclusão) A falta de um banco de reservas,
licas, aparelhos de videocassete. É este o paradoxo que vive a educação muitas vezes, pode ser um obstáculo à própria evolução da equipe.” (Ma-
no Brasil. ximiniano, 1986:50 )
As duas primeiras frases criam uma oposição (de um lado/ de outro) ARTICULAÇÃO ENTRE PARÁGRAFOS
que estabelecerá o rumo da argumentação. COESÃO E COERÊNCIA
Também se pode criar uma oposição dentro da frase, como neste e- Articulação entre os parágrafos
xemplo:
A articulação dos/entre parágrafos depende da coesão e coerên-
“Vários motivos me levaram a este livro. Dois se destacaram pelo grau cia. Sem um deles, ainda assim, é possível haver entendimento textu-
de envolvimento: raiva e esperança. Explico-me: raiva por ver o quanto à al, entretanto, há necessidade de ter domínio da língua e do contexto
cultura ainda é vista como artigo supérfluo em nossa terra, esperança por para escrever um texto de tal forma. Dependendo da tipologia textual,
observar quantos movimentos culturais têm acontecido em nossa história, e a articulação textual se dá de forma diferente. Na narração, por exem-
quase sempre como forma de resistência e/ou transformação (...)” FEIJÓ, plo, não há necessidade de ter um parágrafo com mais de um período.
Martin César. O que é política cultural. São Paulo, Brasiliense, 1985.p.7. Um parágrafo narrativo pode ser apenas “Oi”. Já a dissertação neces-
O autor estabelece a oposição e logo depois explica os termos que a sita ter ao menos um parágrafo com introdução e desenvolvimento
compõem. (conclusão; opcional). Assim também varia a necessidade de números
de parágrafos para cada texto. Para se obter um bom texto, são ne-
Alusão histórica cessários também: concisão, clareza, correção, adequação de lingua-
Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste- gem, expressividade.
oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização. As Coerência e Coesão
fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de
competição. Para não ser ludibriado pela articulação do contexto, é necessário que
se esteja atento à coesão e à coerência textuais.
O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto.
O leitor é situado no tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema. Coesão textual é o que permite a ligação entre as diversas partes de
um texto. Pode-se dividir em três segmentos:
Pergunta
1. Coesão referencial – é a que se refere a outro(s) elemento(s) do
Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os mundo textual.
contribuintes já estão cansados de tirar do bolso para tapar um buraco que
parece não ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para Exemplos:
alimentar um sistema que só parece piorar. A pergunta não é respondida de a) O presidente George W.Bush ficou indignado com o ataque no Wor-
imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor para o tema e será ld Trade Center. Ele afirmou que “castigará” os culpados. (retomada de
respondida ao longo da argumentação. uma palavra gramatical – referente “Ele” + “ Presidente George W.Bush”)
Citação b) De você só quero isto: a sua amizade (antecipação de uma palavra
“As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não gramatical – “isto” = “a sua amizade”
chorarem mais, trazem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as c) O homem acordou feliz naquele dia. O felizardo ganhou um bom di-
costas e irem embora.” O comentário, do fotógrafo Sebastião Salgado, nheiro na loteria. ( retomada por palavra lexical – “o felizardo” = “o homem”)
falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de letargia
ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo. DI FRANCO, Carlos 2. Coesão sequencial – é feita por conectores ou operadores discursi-
Alberto. Jornalismo, ética e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. p. 73. vos, isto é palavras ou expressões responsáveis pela criação de relações
semânticas ( causa, condição, finalidade, etc.). São exemplos de conecto-
A citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada pe- res: mas, dessa forma, portanto, então, etc..
la palavra comentário da segunda frase.
Exemplo:
Comparação
a. Ele é rico, mas não paga suas dívidas.
O tema de reforma agrária está a bastante tempo nas discussões sobre
os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o Observe que o vocábulo “mas” não faz referência a outro vocábulo; a-
movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passa- penas conecta (liga) uma ideia a outra, transmitindo a ideia de compensa-
do e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber ção.
algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam
elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor 3. Coesão recorrencial – é realizada pela repetição de vocábulos ou
e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil. OLIVEIRA, de estruturas frasais
Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. São Paulo, Ática, 1991. p.101. semelhantes.
Para introduzir o tema da reforma araria, o autor comparou a sociedade Exemplos;
de hoje com a do final do século XIX, mostrando a semelhança de compor-
tamento entre elas. a. Os carros corriam, corriam, corriam.

Afirmação b. O aluno finge que lê, finge que ouve, finge que estuda.

A profissionalização de uma equipe começa com a procura e aquisição Coerência textual é a relação que se estabelece entre as diversas
das pessoas que tenham experiência e as aptidões adequadas para o partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está ligada ao en-

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tendimento, À possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli-
lê. cam de forma recíproca.
OBS: pode haver texto com a presença de elementos coesivos, e não Completando o processo de formação de um texto, a autora nos escla-
apresentar coerência. rece que a economia de linguagem facilita a compreensão dele, sendo
Exemplo: indispensável uma ligação entre as partes, mesmo havendo um corte de
trechos considerados não essenciais.
O presidente George W.Bush está descontente com o grupo Talibã.
Estes eram estudantes da escola fundamentalista. Eles, hoje, governam o Quando o tema é a “situação comunicativa” (p.7), a autora nos esclare-
afeganistão. Os afegãos apóiam o líder Osama Bin Laden. Este foi aliado ce a relação texto X contexto, onde um é essencial para esclarecermos o
dos Estados Unidos quando da invasão da União Soviética ao Afeganistão. outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con-
Comentário: forme são inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi-
mento de que não podemos considerar isoladamente os seus conceitos e
Ninguém pode dizer que falta coesão a este parágrafo. Mas de que se sim analisá-los de acordo com o contexto semântico ao qual está inserida.
trata mesmo? Do descontentamento do presidente dos Estados Unidos? Do
grupo Talibã? Do povo Afegão? Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra texto estende-se a
uma enorme vastidão, podendo designar “um enunciado qualquer, oral ou
Do Osama Bin Laden? Embora o parágrafo tenha coesão, não apre-
escrito, longo ou breve, antigo ou moderno” (p.14) e ao contrário do que
senta coerência, entendimento.
muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen-
Pode ainda um texto apresentar coerência, e não apresentar elementos to, uma frase, um verbo ect e não apenas na reunião destes com mais
coesivos. Veja o texto seguinte: algumas outras formas de enunciação; procurando sempre uma objetivida-
de para que a sua compreensão seja feita de forma fácil e clara.
Como se conjuga um empresário
Mino Esta economia textual facilita no caminho de transmissão entre o enun-
ciador e o receptor do texto que procura condensar as informações recebi-
“Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou- das a fim de se deter ao “núcleo informativo” (p.17), este sim, primordial a
se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraçou. Saiu. Entrou. Cumprimen- qualquer informação.
tou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cum-
primentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu. A autora também apresenta diversas formas de classificação do discur-
Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Vendeu. Vendeu. Ganhou. so e do texto, porém, detenhamo-nos na divisão de texto informativo e de
Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu. um texto literário ou ficcional.
Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Deposi-
tou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou. Analisando um texto, é possível percebermos que a repetição de um
Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou. nome/lexema, nos induz à lembrar de fatos já abordados, estimula a nossa
Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. biblioteca mental e a informa da importância de tal nome, que dentro de um
Lesou. Demitiu. Convocou. Elogiou. Bolinou. Estimulou. Beijou. Convidou. contexto qualquer, ou seja que não fosse de um texto informacional, seria
Saiu. Chegou. Despiu-se. Abraçou. Deitou-se. Mexeu. Gemeu. Fungou. apenas caracterizado como uma redundância desnecessária. Essa repeti-
Babou. Antecipou. Frustrou. Virou-se. Relaxou-se. Envergonhou-se. Pre- ção é normalmente dada através de sinônimos ou “sinônimos perfeitos”
senteou. Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou. (p.30) que permitem a permutação destes nomes durante o texto sem que o
Justificou-se. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou. Preocu- sentido original e desejado seja modificado.
pou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Despertou. Insistiu. Irritou-se. Te-
meu. Levantou. Apanhou. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dor- Esta relação semântica presente nos textos ocorre devido às interpre-
miu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se... Comentário: tações feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada “semânti-
O texto nos mostra o dia-a-dia de um empresário qualquer. A estrutura ca referencial” (p.31) para causar esta busca mental no receptor através de
textual – somente verbos – não apresenta elementos coesivos; o que se palavras semanticamente semelhantes à que fora enunciada, porém, existe
encontra são relações de sentido, isto é, o texto retrata a visão do seu ainda o que a autora denominou de “inexistência de sinônimo perfeito”
autor, no caso, a de que todo empresário é calculista e desonesto. (p.30) que são sinônimos porém quando posto em substituição um ao outro
não geram uma coerência adequada ao entendimento.
Há palavras e expressões que garantem transições bem feitas e que
estabelecem relações lógicas entre as diferentes ideias apresentadas no Nesta relação de substituição por sinônimos, devemos ter cautela
texto. Fonte: UNINOVE quando formos usar os “hiperônimos” (p.32), ou até mesmo a “hiponímia”
(p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-
tituições pode-se causar desajustes e o resultado final não fazer com que a
ESTRUTURAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO TEXTO imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-
lação, errônea, pode ser utilizada.
Resenha Critica de Articulação do Texto
Amanda Alves Martins Seguindo ainda neste linear das substituições, existem ainda as “nomi-
Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, da autora Elisa Guima- nações” e a “elipse”, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por
rães um verbo é substituído por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto
na segunda, ou seja, na elipse, o substituto é nulo e marcado pela flexão
No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do Texto, a autora procura verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de
esclarecer as dúvidas referentes à formação e à compreensão de um texto Elisa Guimarães:
e do seu contexto. “Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presença suave. Mil
deles não causam o incômodo de dez cearenses.
Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o
texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de __Não grita, ___ não empurram< ___ não seguram o braço da gente,
uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensáveis para a ___ não impõem suas opiniões. Para os importunos inventaram eles uma
sua construção, como “as intenções do falante (emissor), o jogo de ima- palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para
gens conceituais, mentais que o emissor e destinatário executam.”(Manuel essa casta de gente (...)” (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crônicas
P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado à isso, um texto não pode existir de forma escolhidas. Rio de Janeiros, José Olympio, 1958, p.82).
única e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto
semanticamente para que haja um entendimento e uma compreensão Porém é preciso especificar que para que haja a elipse o termo elíptico

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deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais já falado ou escrito. Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conectivi-
ditos anteriormente são primordiais para a compreensão e produção textu- dade e a retomada e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada
al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado tanto
valor para tais feitos. com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru-
indo uma cadeia textual significativa. Essa coesão, que dá unidade ao
Ao abordar os conceitos de coesão e coerência, a autora procura pri- texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes
meiramente retomar a noção de que a construção do texto é feita através procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não
de “referentes linguísticos” (p.38) que geram um conjunto de frases que irão esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elemen-
constituir uma “microestrutura do texto” (p.38) que se articula com a estrutu- tos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são
ra semântica geral. Porém, a dificuldade de se separar a coesão da coe- as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as
rência está no fato daquela está inserida nesta, formando uma linha de orações e entre os parágrafos que determinam a referenciação, os contatos
raciocínio de fácil compreensão, no entanto, quando ocorre uma incoerên- e conexões e estabelecem sentido ao todo.)
cia textual, decorrente da incompatibilidade e não exatidão do que foi
escrito, o leitor também é capaz de entender devido a sua fácil compreen- Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto
são apesar da má articulação do texto. coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâ-
mica articuladora e garantem a progressão textual.
A coerência de um texto não é dada apenas pela boa interligação entre
as suas frases, mas também porque entre estas existe a influência da A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas
coerência textual, o que nos ajuda a concluir que a coesão, na verdade, é relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos
efeito da coerência. Como observamos em Nova Gramática Aplicada da em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos;
Língua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed): tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.),
na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como
A coesão e a coerência trazem a característica de promover a inter- formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver
relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos
chamamos de conectividade textual. “A coerência diz respeito ao nexo gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.
entre os conceitos; e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguísti- 1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode
co” (VAL, Maria das Graças Costa. Redação e textualidade, 1991, p.7) dar-se pela reiteração, pela substituição e pela associação.
É garantida com o emprego de:
No capítulo que diz respeito às noções de estrutura, Elisa Guimarães, • enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensa-
busca ressaltar o nível sintático representado pelas coordenações e subor- gem-tema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos su-
dinações que fixam relações de “equivalência” ou “hierarquia” respectiva- cessivos pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse
mente. caso, fazer-se a diferenciação entre a simples redundância resul-
Um fato importante dentro do livro A Articulação do Texto, é o valor atribuí- tado da pobreza de vocabulário e o emprego de repetições como
do às estruturas integrantes do texto, como o título, o parágrafo, as inter e recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: “As contas do
intrapartes, o início e o fim e também, as superestruturas. patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas
Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganá-
O título funciona como estratégica de articulação do texto podendo de- lo.Enganava.” Vidas secas, p. 143);
sempenhar papéis que resumam os seus pontos primordiais, como tam- • substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos
bém, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto. como de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além
das palavras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológi-
Os parágrafos esquematizam o raciocínio do escritos, como enuncia cas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar,
Othon Moacir Garcia: voar;
“O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-
• hipônimos (relações de um termo específico com um termo de
venientemente as ideias principais da sua composição, permitindo ao leitor
sentido geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um
acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios”.
termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específi-
co, ex.: felino, gato);
É bom relembrar, que dentro do parágrafo encontraremos o chamado
tópico frasal, que resumirá a principal ideia do parágrafo no qual esta • nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em
inserido; e também encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.:
de parágrafo, cada qual com um ponto de vista específico. consertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso distinguir-se en-
tre nominalização estrita e. generalizações (ex.: o cão < o animal)
No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa Guimarães preferiu a- e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);
bordá-los de forma mútua já que um é consequência ou decorrência do • substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço.
outro; ficando a organização da narrativa com uma forma de estrutura O verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar);
clássica e seguindo uma linha sequencial já esperada pelo leitor, onde o • enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global.
início alimenta a esperança de como virá a ser o texto, enquanto que o fim Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também
exercer uma função de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono
que também, alimenta a imaginação tanto do leito, quanto do próprio autor. (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora con-
ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere
No geral, o que diz respeito ao livro A Articulação do Texto de Elisa são retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta.
Guimarães, ele nos trás um grande número de informações e novos concei- Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso a-
tos em relação à produção e compreensão textual, no entanto, essa grande vançar, mantendo-se sua unidade.
leva de informações muitas vezes se tornam confusas e acabam por des- 2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de:
prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e • certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-
dificultando o entendimento teórico. se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados
como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto,
A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / COERÊNCIA E COESÃO diferentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à
pessoa que fala e com quem esta fala.
A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa se- • certos advérbios e expressões adverbiais;
quência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas • artigos;
forma uma cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um
entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto
• conjunções;

Língua Portuguesa 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• numerais;
• elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-se.
anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem alternância: os conteúdos alternativos das frases são articulados por
recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for- conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres-
ças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a sar inclusão ou exclusão.
relação entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que
marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade.
enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver-
bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares pú- oposição: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con-
blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma teúdos se opõem. São articuladores de oposição: mas, porém, todavia,
situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e entretanto, no entanto, não obstante, embora, apesar de (que), ainda
contexto (extratextual); que, se bem que, mesmo que, etc.
• as concordâncias;
O candidato foi aprovado, mas não fez a matrícula.
• a correlação entre os tempos verbais. condicionalidade: essa relação é expressa pela combinação de duas
proposições: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por então
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textu- (consequente), que pode vir implícito. Estabelece-se uma relação entre o
al, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas antecedente e o consequente, isto é, sendo o antecedente verdadeiro ou
indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os com- possível, o consequente também o será.
ponentes concentram em si a significação. Referem os participantes do ato
de comunicação, o momento e o lugar da enunciação. Na relação de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma
condição hipotética, isto é,, cria-se na proposição introduzida pelo articula-
Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos: dor se/caso uma hipótese que condicionará o que será dito na proposição
Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participan- seguinte. Em geral, a proposição situa-se num tempo futuro.
tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções
prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o Caso tenha férias, (então) viajarei para Buenos Aires.
momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou
posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti- causalidade: é expressa pela combinação de duas proposições, uma
mamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de das quais encerra a causa que acarreta a consequência expressa na outra.
agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro). Tal relação pode ser veiculada de diferentes formas:
Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam rela- Passei no vestibular porque estudei muito
ções não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também visto que
entre frases e sequências de frases dentro de um texto”. já que
uma vez que
Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Mui- _________________ _____________________
tas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoia- consequência causa
da no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo
comunicativo têm da língua.
Estudei tanto que passei no vestibular.
A ligação lógica das ideias Estudei muito por isso passei no vestibular
Uma das características do texto é a organização sequencial dos ele- _________________ ____________________
mentos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se causa consequência
estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto,
fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja
dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse Como estudei passei no vestibular
encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição voca- Por ter estudado muito passei no vestibular
bular e a elipse. ___________________ ___________________
causa consequência
ARTICULAÇÃO
Os articuladores (também chamados nexos ou conectores) são conjun- finalidade: uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para
ções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si dos fatos se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais
denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependên- são: para, afim de, para que.
cia de sentido das frases no processo de sequencialização textual. As
ideias ou proposições podem se relacionar indicando causa, consequência, Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida.
finalidade, etc.
conformidade: essa relação expressa-se por meio de duas proposi-
Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. ções, em que se mostra a conformidade de conteúdo de uma delas em
Ingressei na Faculdade porque pretendo ser biólogo. relação a algo afirmado na outra.
Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara.
É possível observar que os articuladores relacionam os argumentos di- segundo
ferentemente. Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a relação que consoante
estabelecem. como
de acordo com a solicitação...
Relações de:
adição: os conectores articula sequencialmente frases cujos conteúdos temporalidade: é a relação por meio da qual se localizam no tempo
se adicionam a favor de uma mesma conclusão: e, também, não ações, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de
só...como também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem. duas proposições.
Quando
Na maioria dos casos, as frases somadas não são permutáveis, isto é, Mal
a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada. Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui.

Língua Portuguesa 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Assim que Autor
Depois que
No momento em que É um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer-
Nem bem cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infância e, mais
eventualmente ainda, pode até tocar trombone, piano, flauta transversal.
a) concomitância de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu- Paga imposto.
dava com afinco. Narrador
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada
uma das proposições. É um ser intradiegético, ou seja, um ser que pertence à história que
b) um tempo progressivo: está sendo narrada. Está claro que é um preposto do autor, mas isso não
À proporção que os alunos terminavam a prova, iam se retirando. significa que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim fosse, Ma-
chado de Assis seria um crápula como Bentinho ou um bígamo, porque,
• bar enchia de frequentadores à medida que a noite caía. casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se também com Capitu, foi
amante de Virgília e de um sem-número de mulheres que permeiam seus
Conclusão: um enunciado introduzido por articuladores como portan- contos e romances.
to, logo, pois, então, por conseguinte, estabelece uma conclusão em
relação a algo dito no enunciado anterior: O narrador passa a existir a partir do instante que se abre o livro e ele,
em primeira ou terceira pessoa, nos conta a história que o livro guarda.
Assistiu a todas as aulas e realizou com êxito todos os exercícios. Por- Confundir narrador e autor é fazer a loucura de imaginar que, morto o autor,
tanto tem condições de se sair bem na prova. todos os seus narradores morreriam junto com ele e que, portanto, não
disporíamos mais de nenhuma narrativa dele.
É importante salientar que os articuladores conclusivos não se limitam
a articular frases. Eles podem articular parágrafos, capítulos. GÊNEROS TEXTUAIS

Comparação: é estabelecida por articuladores : tanto (tão)...como, Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza,
tanto (tal)...como, tão ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, literários ou não. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as
assim como. funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e
Ele é tão competente quanto Alberto. exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa
forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios,
Explicação ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por- convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias,
que introduzem uma justificativa ou explicação a algo já anteriormente contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis-
referido. tas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos

Não se preocupe que eu voltarei A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu en-
pois tender, importante para direcionar o trabalho do professor de língua na
porque leitura, compreensão e produção de textos1. O que pretendemos neste
pequeno ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Tex-
As pausas tual e Tipologia Textual, usando, para isso, as considerações feitas por
Os articuladores são, muitas vezes, substituídos por “pausas” (marca- Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis
das por dois pontos, vírgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar para o termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas considerações
tipos de relações diferentes. a respeito de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia.

Compramos tudo pela manhã: à tarde pretendemos viajar. (causalida- Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen-
de) são e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordial
Não fique triste. As coisas se resolverão. (justificativa) o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha
Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos à flor da pele. ( oposi- capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para
ção) produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação específica
Não estive presente à cerimônia. Não posso descrevê-la. (conclusão) de interação humana.
http://www.seaac.com.br/
Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco-
A análise de expressões referenciais é fundamental na interpretação do la a partir da abordagem do Gênero Textual Marcuschi não demonstra
discurso. A identificação de expressões correferentes é importante em favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele,
diversas aplicações de Processamento da Linguagem Natural. Expressões o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez
referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo-
podem fazer referência a entidades já mencionadas,podendo fazer uso de ra possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se con-
redução lexical. cretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças especí-
ficas.
Interpretar e produzir textos de qualidade são tarefas muito importantes
na formação do aluno. Para realizá-las de modo satisfatório, é essencial Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG)
saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os
discurso. A linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz escolhas quan- textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferen-
do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas tes modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os
escolhas, de modo a fazer com que suas opiniões sejam aceitas ou respei- diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe-
tadas, é fundamental lançar mão dos operadores que estabelecem ligações tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é
(espécies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso. apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a
apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco
Autor e Narrador: Diferenças capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de
Equipe Aprovação Vest levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para,
a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários.
Qual é, afinal, a diferença entre Autor e Narrador? Existe uma diferença
enorme entre ambos. Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca-
da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada
carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou
atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual. não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando
o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele. Se o
O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo, produtor vir o receptor como alguém que concorda com ele, surge o discur-
muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos. so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de Travaglia, uma perspecti-
Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode va em que o produtor do texto faz uma antecipação no dizer. Da mesma
apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu- forma, é possível encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de
mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero comprometimento ou não. Resumindo, cada uma das perspectivas apre-
de heterogeneidade tipológica. sentadas pelo autor gerará um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva
faz surgir os tipos descrição, dissertação, injunção e narração. A segun-
Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente da perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6 e
são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto não argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipação faz surgir
como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é o tipo preditivo. A do comprometimento dá origem a textos do mundo
um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri- comentado (comprometimento) e do mundo narrado (não comprometi-
ção, a injunção e a predição. Travaglia afirma que um texto se define como mento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados,
de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de interlocu- de maneira geral, no tipo narração. Já os do mundo comentado ficariam no
ção que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em função do tipo dissertação.
espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto.
Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma
Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e
mas ter sido construído em outro, Marcuschi dá o nome de intertextuali- vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabe-
dade intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu mos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo
no texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza altamen- com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que
te híbrida, sendo que um gênero assume a função de outro. ele pode apresentar características que farão com que ele “funcione” de
maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o
Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros, mas fala de um mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informa-
intercâmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado ções sobre um concurso público, por exemplo.
no lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis,
na opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de Observamos que Travaglia dá ao gênero uma função social. Parece
descrições e comentários dissertativos feitos por meio da narração. que ele diferencia Tipologia Textual de Gênero Textual a partir dessa
“qualidade” que o gênero possui. Mas todo texto, independente de seu
Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teórica: gênero ou tipo, não exerce uma função social qualquer?
• intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro
• heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários Marcuschi apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não ressalta
tipos sua função social. Os exemplos que ele traz são telefonema, sermão,
Travaglia mostra o seguinte: romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, etc.
• conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos
Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de gêneros como mostra o
• intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro que, na sua opinião, seria a função social básica comum a cada um: aviso,
comunicado, edital, informação, informe, citação (todos com a função social
Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gê- de dar conhecimento de algo a alguém). Certamente a carta e o e-mail
neros não são entidades naturais, mas artefatos culturais construídos entrariam nessa lista, levando em consideração que o aviso pode ser dado
historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua exemplificando
determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para apresentando a petição, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado
exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o (com a função social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e-
autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo mail e o ofício aqui. Nota promissória, termo de compromisso e voto são
carta, graças as suas propriedades necessárias e suficientes .Ele diz, ainda, exemplos com a função de prometer. Para mim o voto não teria essa fun-
que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma lista de ção de prometer. Mas a função de confirmar a promessa de dar o voto a
produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação de alguém. Quando alguém vota, não promete nada, confirma a promessa de
produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usuários daquele votar que pode ter sido feita a um candidato.
produto.
Ele apresenta outros exemplos, mas por questão de espaço não colo-
Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado pa- carei todos. É bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que
ra designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza não foram mostrados aqui, apresentam função social formal, rígida. Ele não
linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as apresenta exemplos de gêneros que tenham uma função social menos
categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swa- rígida, como o bilhete.
les, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia
Textual é usado para designar uma espécie de sequência teoricamente Uma discussão vista em Travaglia e não encontrada em Marcuschi7 é a
definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, de Espécie. Para ele, Espécie se define e se caracteriza por aspectos
sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22). formais de estrutura e de superfície linguística e/ou aspectos de conteúdo.
Ele exemplifica Espécie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo
Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os narrativo: a história e a não-história. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta
textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte- as Espécies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele
rísticas sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades mostra as Espécies distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica e
funcionais, estilo e composição característica. comentadora x narradora. Mudando para gênero, ele apresenta a corres-
pondência com as Espécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No gênero
Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um romance, ele mostra as Espécies romance histórico, regionalista, fantásti-
modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas co, de ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até que ponto a Espé-
que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar cie daria conta de todos os Gêneros Textuais existentes. Será que é
ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fa- possível especificar todas elas? Talvez seja difícil até mesmo porque não é
zer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo fácil dizer quantos e quais são os gêneros textuais existentes.

Língua Portuguesa 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
deais para o ensino de língua. Ele afirma que é possível a identificação de
Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica não percebida em Mar- gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais
cuschi, o oposto também acontece. Este autor discute o conceito de Domí- formal, do mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros
nio Discursivo. Ele diz que os domínios discursivos são as grandes esfe- devem passar por um processo de progressão, conforme sugerem Sch-
ras da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo infor- neuwly & Dolz (2004).
ma, esses domínios não seriam nem textos nem discursos, mas dariam
origem a discursos muito específicos. Constituiriam práticas discursivas Travaglia, como afirmei, não faz considerações sobre o trabalho com a
dentro das quais seria possível a identificação de um conjunto de gêneros Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia
que às vezes lhes são próprios como práticas ou rotinas comunicativas teria que, no mínimo, levar em conta a questão de com quais tipos de texto
institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico, discur- deve-se trabalhar na escola, a quais será dada maior atenção e com quais
so jurídico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalística, será feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja
jurídica e religiosa, não abrange gêneros em particular, mas origina vários considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma série de fatores,
deles. porém dois são mais pertinentes:
a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composi-
Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso, mas não como Mar- ção de quaisquer outros textos (não sei ao certo se isso é possível.
cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que é para ele tipologia Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo não dê ao alu-
de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipolo- no o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa.
gias de discurso usarão critérios ligados às condições de produção dos Um aluno que pára de estudar na 5ª série e não volta mais à escola
discursos e às diversas formações discursivas em que podem estar inseri- teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais
dos (Koch & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o autor fala que trabalhado nessa série. Será que ele estaria preparado para produ-
uma tipologia de discurso usaria critérios ligados à referência (institucional zir, quando necessário, outros tipos textuais? Ao lidar somente com
(discurso político, religioso, jurídico), ideológica (discurso petista, de direita, o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, não deixa de
de esquerda, cristão, etc), a domínios de saber (discurso médico, linguísti- trabalhar com os outros tipos?);
co, filosófico, etc), à inter-relação entre elementos da exterioridade (discur- b) A utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida.
so autoritário, polêmico, lúdico)). Marcuschi não faz alusão a uma tipologia
do discurso. Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gêne-
ro Textual na escola, embora saiba que todo gênero realiza necessaria-
Semelhante opinião entre os dois autores citados é notada quando fa- mente uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-se
lam que texto e discurso não devem ser encarados como iguais. Marcus- em algum gênero textual.
chi considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente
e corporificada em algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era
para ele é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instân- feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto
cia discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso,
o discurso como a própria atividade comunicativa, a própria atividade não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de redação,
produtora de sentidos para a interação comunicativa, regulada por uma ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras – que consiste funda-
exterioridade sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o resultado dessa mentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por base
atividade comunicativa. O texto, para ele, é visto como uma concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a formação
de escritores literários (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras moda-
uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da lín-
lidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira modalidade)
gua em uma situação de interação comunicativa específica, como uma
(Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si uma visão
unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reco-
equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fáceis” do que
nhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão (p. 03).
dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual esta última
tenha sido reservada às séries terminais - tanto no ensino fundamental
Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que quanto no ensino médio.
sua preocupação é com a tipologia de textos, e não de discursos. Marcus-
chi afirma que a definição que traz de texto e discurso é muito mais opera- O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto
cional do que formal. pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor
Travaglia faz uma “tipologização” dos termos Gênero Textual, Tipolo- de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em
gia Textual e Espécie. Ele chama esses elementos de Tipelementos. textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do
Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipológicos aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais
(Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie) são básicos na construção e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transformado
das tipologias e talvez dos textos, numa espécie de analogia com os ele- numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado e
mentos químicos que compõem as substâncias encontradas na natureza. concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta
para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar
Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entre-
feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gêneros vista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores
Textuais, estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permi-
com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em seus tem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de
mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação
apresenta a ideia básica de que um maior conhecimento do funcionamento dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literá-
dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a compreen- rios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é
são de textos. Travaglia não faz abordagens específicas ligadas à questão aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas
do ensino no seu tratamento à Tipologia Textual. aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzi-
do, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o
O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da Tipo- nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalida-
logia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem de do texto.
parece ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que
entram na composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a
dos elementos tipológicos e suas implicações com o ensino/aprendizagem oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais
merece maiores discussões. socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação
humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua
Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuais i- constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o

Língua Portuguesa 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
exercício da interação humana, da participação social dentro de uma socie-
dade letrada. Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo consi-
1 - Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gêne- derado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre
ro ou com o tipo ele acaba não tendo uma maneira muito clara pa- os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa
ra selecionar os textos com os quais trabalhará. que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”,
2 - Outra discussão poderia ser feita se se optasse por tratar um pou- tornando-se desta forma um estigma.
co a diferença entre Gênero Textual e Gênero Discursivo.
3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente des- Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chama-
critiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa. das variedades linguísticas, as quais representam as variações de
Acho meio difícil alguém conseguir escrever um texto, caracteriza- acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas
do como carta, apenas com descrições, ou apenas com injunções. em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:
Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar,
ele diz desconhecer um gênero necessariamente descritivo. Variações históricas:
4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem pre-
visão, como o boletim meteorológico e o horóscopo. Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transforma-
5 - Necessárias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma ções ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a ques-
carta. tão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma
6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu é o vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem
que faz argumentação explícita. dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.
7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso.
Sílvio Ribeiro da Silva. Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é Antigamente
transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: um ro- “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas
mance, um conto, uma poesia... mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam prima-
Texto não-literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da veras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, fazi-
forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma notícia de jornal, uma bula am-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses
de medicamento. debaixo do balaio." Carlos Drummond de Andrade

Diferenças entre Língua Padrão, Linguagem Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
Formal e Linguagem informal.
Variações regionais:
Língua Padrão: A gramática é um conjunto de regras que estabelecem
um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão.
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes
Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem
a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
sempre são obedecidas pelo falante.
em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:macaxeira e
Os conceitos linguagem formal e linguagem informal estão, sobretu- aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados
do associados ao contexto social em que a fala é produzida. às características orais da linguagem.
Informal: Num contexto em que o falante está rodeado pela família ou Variações sociais ou culturais:
pelos amigos, normalmente emprega uma linguagem informal, podendo
usar expressões normalmente não usadas em discursos públicos (pala- Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e
vrões ou palavras com um sentido figurado que apenas os elementos do também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exem-
grupo conhecem). Um exemplo de uma palavra que tipicamente só é usada plo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
na linguagem informal, em português europeu, é o adjetivo “chato”.
Formal: A linguagem formal, pelo contrário, é aquela que os falantes As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como
usam quando não existe essa familiaridade, quando se dirigem aos superio- os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.
res hierárquicos ou quando têm de falar para um público mais alargado ou
desconhecido. É a linguagem que normalmente podemos observar nos Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um
discursos públicos, nas reuniões de trabalho, nas salas de aula, etc. linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos,
advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.
Portanto, podemos usar a língua padrão, ou seja, conversar, ou escre-
ver de acordo com as regras gramaticais, mas o vocabulário (linguagem) Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor
que escolhemos pode ser mais formal ou mais informal de acordo com a sobre o assunto:
nossa necessidade. Ptofª Eliane
Vício na fala
Variações Linguísticas Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permi- Para pior pió
tindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimen- Para telha dizem teia
tos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso Para telhado dizem teiado
cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da
fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de infor-
malidade. CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, res- E chamei pra passear.
tringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela A gente fomos no shopping
qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator Pra “mode” a gente lanchar.
foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total sobera- Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
nia sobre as demais. Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro

Língua Portuguesa 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
aipim. A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a
Quanta gente, linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na
Quanta alegria, apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao
A minha felicidade é um crediário nas futuro).
Casas Bahia.
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho. A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os
Pra levar a namorada e dar uns contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de
“rolezinho”, temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...".
Quando eu estou no trabalho, Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção
Não vejo a hora de descer dos andaime. e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predo-
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger minam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descri-
E também o Van Damme. ções e nos diálogos.
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)
Por Vânia Duarte O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência
chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu preten-
TIPOLOGIA TEXTUAL
dente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a histó-
ria familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala".
intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilida-
interlocutores. de: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou
falamos sozinhos. apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém
impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos
É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais anos 40."
travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que
existem tipos textuais e gêneros textuais. O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que
constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos
ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa
ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um que não intervém nem como ator nem como testemunha.
retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.
Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pon-
É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os tos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fa-
Dissertação. zem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes
Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes.
um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado A Novela
assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em
prosa. É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de
complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá-
conceituam como gêneros textuais as diversas situações rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por
sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes.
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se- A Obra Teatral
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas,
do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvol-
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é vendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens,
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos,
mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos
O Conto das personagens.
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos per- Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encon-
feitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilí- trar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espon-
brio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, tânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações
que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e
conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido. tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem
entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de os turnos de palavras.
recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da repre-
Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena persona- sentação cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor
gens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresen- e os atores orientam sua interpretação.
tação das características destes personagens, assim como para as indica-
ções de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão
temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-
Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi-
personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua-
travessões, para indicar a mudança de interlocutor). dros, que correspondem a mudanças de cenografias.

Língua Portuguesa 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor-
chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos dado.
atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes
cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação. Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns
Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as
bimembres de predicado não verbal. crônicas, as resenhas de espetáculos.

O Poema A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à


medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publi-
Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição es- citários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios
pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos
relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com referiremos a eles em outro momento.
uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos miste-
riosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de
captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pre- suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os
tende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação
poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa-
versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, ção linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as expli-
relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre- cações do texto.
sentar ensinamentos morais (como nas fábulas). É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na pu-
O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sono- blicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente,
ro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos
essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização
métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses
compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali- textos.
dade depende desta distribuição. O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre
Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à a posição adotada pela redação.
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas A Notícia
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama-
das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou
sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu- pessoas.
em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que
palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo,
incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro- não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de
xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações
sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma. similares.
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa
pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequen- pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três
te na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento.
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin- O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a
cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal
assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de- palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser
zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes
são considerados dissílabos. que não aparecem na introdução.
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas dife- A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à
rentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da
progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir
informativa vinculada ao tema central. o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo,
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos meca- não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como
nismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a nosso país ou minha cidade).
criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábu- Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracida-
los, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos de: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue com-
estilísticos que dão ambiguidade ao poema. provar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a
TEXTOS JORNALÍSTICOS certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descar-
tado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte,
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu por- recorre ao discurso direto, como, por exemplo:
tador ( jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da
função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no mo- O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara
mento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da dos Deputados durante a próxima semana .
atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.
novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais varia-
dos temas. Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é
informação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o por um patrulheiro.
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto

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A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê? A Entrevista
quem? como? quando? por quê e para quê?.
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente medi-
O Artigo de Opinião ante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido
com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade,
Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atua- uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas
lidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve
considerado, ou merece ser, objeto de debate. somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu-
Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesqui- dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com
sa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas
posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia, podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações
enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de sobre as declarações do entrevistado.
seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessa-
divergentes e até antagônicas em uma mesma página. riamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a
Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas
organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica- destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas
ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e derivados.
que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe
tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez
esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo
início do texto. de propostas e de réplicas.
A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas
para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ci-
seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações, ências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais.
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade
e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta- Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas
lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas
estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos,
informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem
argumentos usados na validade da tese. sintática canônica (sujeito-verbo-predicado).

A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semân-
temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus tica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido
respectivos comentários. das palavras.

Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresen- O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábu-
tam uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, los a que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é,
com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama evitam os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem
argumentativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor mediante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao
da informação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer termo polissêmico nesse contexto.
o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes A Definição
artigos, opta-se por orações complexas que incluem proposições causais
para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, con- Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que
cessivas e condicionais. determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-
ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir
ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que através de um processo de sinonímia.
circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta.
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence,
"animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.
mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um
texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores
aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se
cenas e opiniões como positivas ou negativas. referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou
parte do Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente
A Reportagem antes de terminar o inverno.
É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La
para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou
figura-chave para o conhecimento deste tópico. introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a pu- traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
blicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
atenção dos leitores. plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-
tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do
A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, reali- Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi-
zada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-
perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para te antes de terminar o inverno".
divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador.
Língua Portuguesa 18 A Opção Certa Para a Sua Realização
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As definições contêm, também, informações complementares relacio- Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a
nadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se planta crescerá mais rápido.
inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo
("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc. Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a
mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade.
Essas informações complementares contêm frequentemente
abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável
Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc. tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é
possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos
O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias bási- ...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no
cas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente
quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipogra- essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apre-
fias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologi- senta as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma
as, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco median- das etapas do processo.
te barras paralelas e /ou números.
O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado
Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira
coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser-
continuar em exercício; adiar o término de. vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo
observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente
A Nota de Enciclopédia entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa,
Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.
descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela ampli- A Monografia
tude desta expansão.
Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um
A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de determinado tema é recolhida em diferentes fontes.
temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem-
se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu- Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados
los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os com base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como
temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos
população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc. qualificados ou de especialistas no tema.
Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coe-
quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por rente dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem
exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra- como indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por
dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie- exemplo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os
dades: terrestres e aquáticos. aspectos positivos da gestão governamental de um determinado persona-
gem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos,
Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lin- teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que
guagem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que esta valorização fique explícita.
responde às exigências de concisão e de precisão.
Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o
As características inerentes aos objetos apresentados aparecem atra- tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que,
vés de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará
pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e
juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o
dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o
qualidades próprias daquilo a que se referem. que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais
O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas
predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de que regem a apresentação da bibliografia.
ligação - ser, estar, parecer, etc. O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do
O Relato de Experimentos texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de
construções de discurso direto ou de discurso indireto.
Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em
manipular o ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modifica-
que descrevem experimentos. ções, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da econo-
mia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam
mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é a palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que
necessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida -
para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para consta- declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos
tar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições sinais que distinguem frequentemente o discurso direto.
uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se
colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por ou-
de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes tro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos
fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações,
circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais
auxiliares, etc.
A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas cate-
gorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría -
isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo nutrem-se do liberalismo’
observado. Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que co- pensamento nutriam -se do liberalismo'
meçam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal):

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Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instru-
(dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os cionais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de
enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do alimentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir
emissor. uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes
textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego
Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o au- frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de aborda-
tor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classi- gem e de produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as
ficação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte instruções.
consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os
dados apresentados e o princípio de classificação adotado. As Receitas e as Instruções
Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipóte- Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções
se, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato,
fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência fabricar um móvel, consertar um objeto, etc.
estabelecida entre os fatos e a conclusão.
Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da
Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista
problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos. de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen-
to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.),
Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguís- a outra, desenvolve as instruções.
ticas relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem
entre os dados e para avaliar sua coerência. As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitu-
almente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acom-
A Biografia panhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).
É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s). As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres,
Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia. com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou
Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresen- orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo
tar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens (misturar a farinha com o açúcar).
cuja ação foi qualificada como relevante na história. Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as
Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem
que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que
sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conec- expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa-
tividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as
(Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados
cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote
temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até
da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realida- que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre-
de), etc. quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo:
Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste
A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta- momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui
se nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apre- pode intervir outro membro da equipe.
sentados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de
apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação TEXTOS EPISTOLARES
simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por es-
pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a crito com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeça-
importância que a eles atribui. lho. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de
Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não - uma empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos
autorizadas" de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma carac- designados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).
terística que parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de
revelar a personagem através de uma profusa acumulação de aspectos forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo
negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios das características contidas no texto.
altamente reprovados pela opinião pública.
Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organiza-
TEXTOS INSTRUCIONAIS ção espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabe-
Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais di- lece o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de
versas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto
animais domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação
Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culi- e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de
nárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta
avião. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-
receitas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido
etc. Mas todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em
função apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo
descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendi- formal.
da. A Carta
A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencio- As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e ar-
nais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, gumentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa,
estão amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co- expressiva e apelativa).
propriedade; então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um
texto deste tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identifica- Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto
ção para introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos é, aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um
direitos e deveres das partes envolvidas. amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-
Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização
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tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o Aquela conceituação simplista, e que por tanto tempo perdurou, de que a
receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido Caricatura era apenas a arte de provocar o riso está hoje completamente
afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a reformulada pela análise crítica ao conotá-la na profundidade filosófica de
dimensão expressiva da mensagem. que, antes de fazer rir, obrigatoriamente, ela nos faz pensar. Dona incontes-
tável da mais terrível arma - o ridículo - , se brandida sutil ou vigorosamen-
Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor co- te, sempre teve papel de importância, seja a marcar uma época, um fato
nhecido, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transpare- social ou uma personalidade. Valendo pelo mais longo artigo doutrinário ou
cer marcas da oraljdade: frases inconclusas, nas quais as reticências erudito, seu poder de comunicação é muito mais direto e, por isso mesmo,
habilitam múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; de fácil compreensão e penetração nas massas, dada sua linguagem
perguntas que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que gráfica. A sabedoria chinesa já advertia que um desenho vale por mil pala-
encerram em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de vras.
exclamação que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas (Álvarus, na revista Vozes, abril de 1970.)
expressões que refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas. Cartum(do inglês cartoon) - "Desenho caricatural que apresenta uma
Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enun- situação humorística, utilizando, ou não, legendas." (Aurélio)
ciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as Charge - Representação pictórica, de caráter burlesco e caricatural, em
dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a que se satiriza um fato específico, em geral de caráter político e que é do
subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de conhecimento público.
diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati- Tira - Segmento de uma história em quadrinhos, usualmente constituído de
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições. uma única faixa horizontal, contendo três ou quatro quadros. UNINOVE
A Solicitação
É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida COESÃO E COERÊNCIA
pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a
possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um Diogo Maria De Matos Polônio
emprego, uma vaga em uma escola, etc.
Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ce- Introdução
der ou não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre
recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob
para a abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decor-
consideração . . . / despeço-me de vós respeitosamente . ../ Saúdo-vos com reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
o maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se
estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado, Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre a
Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais de
Politécnico a fim de solicitar-lhe...) Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre deter-
minados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais válido e,
As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem necessaria-
singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor mente presente a aplicação destes conhecimentos na situação real da sala
através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi- de aula.
ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige-
se a...). Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplica-
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o ção na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no
primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no
que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados referido seminário.
por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos
em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condi- Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui a-
ções; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua presentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no
apelação. vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e
que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cum-
um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão prido honestamente o seu papel.
tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem
desenvolver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como Coesão e Coerência Textual
de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen-
solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não
enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). constitui forçosamente uma frase.
A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal ma-
Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, torna-
neira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de
se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é
solicitação de bolsas de estudo, etc.
preciso que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana língua.
Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS.
Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, tam-
Cartum, Charge, tira e história em quadrinhos bém um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um texto.
O humor, numa concepção mais exigente, não é apenas a arte de rir. Isso é
comicidade, ou qualquer outro nome que se escolha. Na verdade, humor é Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materia-
uma análise crítica do homem e da vida. Uma análise não obrigatoriamente lizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e
comprometida com o riso, uma análise desmistificadora, reveladora, cáusti- pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor
ca. através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor,
Humor é uma forma de tirar a roupa da mentira, eo seu êxito está na alegria numa determinada situação, a um determinado alocutário1.
que ele provoca pela descoberta inesperada da verdade.
(Ziraldo)

Língua Portuguesa 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có- de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual,
digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência
sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre- existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo:
dientes indispensáveis ao objeto texto. • Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas.
Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas • Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami-
por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia
regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência de teatro.
essa que uma gramática do texto se propõe modelizar.
Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan-
Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas to que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura.
regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar
certos julgamentos de coerência textual. Vamos agora abordar os princípios de coerência textual3:
1. Princípio da Recorrência4: para que um texto seja coerente, torna-se
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de
nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as recorrência restrita.
intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura da
frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencio- Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos:
nais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção, - pronominalizações,
conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre- - expressões definidas,
ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa- - substituições lexicais,
das. - retomas de inferências.

Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre- Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a
ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre- uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, reto-
ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na mando num elemento de uma sequência um elemento presente numa
maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível; sequência anterior:
não quer dizer nada).
a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re-
Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refazer; petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira.
reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de recupe-
ração. O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o
pronome.
Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-
desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a lada no seu quarto.
fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.
No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente.
Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain-
de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto- da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me.
mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a
dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural. Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa-
ra nos precavermos de enunciados como este:
Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o António.
entre coerência textual e coesão textual.
Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identificar
Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretação:
linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, mas
entre sequências textuais: que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor.
Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado:
Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com ele.
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
textuais: As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos
Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe. alunos.
Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio.
Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de Um homem estava também a banhar-se.
sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não Como ele sabia nadar, ensinou-o.
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se-
transforme num texto: a conetividade. quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto:
ele sabia nadar(quem?),
Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer ele ensinou-o (quem?; a quem?)
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres-
orientam a formação do discurso. sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um
elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência
Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência textual.
são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente, Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim.
quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras Os gatos vão sempre conosco.
de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele

Língua Portuguesa 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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que o precede. As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do
Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito ele- que a sequência P+R3.
gante.
No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do
Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex- pronome na 3ª pessoa.
tuais.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante. Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi-
ciente para garantir coerência a uma sequência textual.
Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hi-
ainda: póteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e
A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante. R2 retomarem inferências presentes em P:
- aconteceu alguma coisa à bolacha da Maria,
c)-Substituições Lexicais: o uso de expressões definidas e de deíticos - a Maria comeu qualquer coisa.
contextuais é muitas vezes acompanhado de substituições lexicais. Este
processo evita as repetições de lexemas, permitindo uma retoma do ele- Já R3 não retoma nenhuma inferência potencialmente dedutível de P.
mento linguístico.
Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem à noite: estrangularam uma Conclui-se, então, que a retoma de inferências ou de pressuposições
senhora. Este assassinato é odioso. garante uma fortificação da coerência textual.

Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con-
respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são
representante mais específico. levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores.
Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. S-
chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa. Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles
Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos linguís- fazer?
ticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim, Schuma-
cher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto alemão. A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real-
mente fazer qualquer coisa.
No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita. Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en-
Atentemos no seguinte exemplo: quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada.
Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona. No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do
A presença do determinante definido não é suficiente para considerar mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos.
que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí-
peça. cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno
Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico- recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império
enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti- industrial, que vive numa luxuosa vila.
cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma fron-
teira entre a semântica e a pragmática. 2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar mação semântica constantemente renovada.
por
- Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo nun- um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição
ca mais aprende a cair! constante da própria matéria.
- Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro
cheira-me a mentira! estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta
- Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma re- preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos
lação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta, os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
adoro! bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em
- Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re- baixo e batia com o martelo na bigorna.
lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
um felino? Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais.
d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex-
com os processos de recorrência anteriormente tratados. to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica.
Vejamos:
P - A Maria comeu a bolacha? Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin-
R1 - Não, ela deixou-a cair no chão. cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação
R2 - Não, ela comeu um morango. não se pode processar de qualquer maneira.
R3 - Não, ela despenteou-se.
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a-

Língua Portuguesa 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


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companhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei). Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su- camente.
as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil-
coisas descritos. via vai fazer um exame portanto foi estudar.
Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho- A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui
veu). um bom teste para descobrir uma incongruência.
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos
Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta- de Fórmula 1.
dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
textuais. O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes-
Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores e sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos,
canteiros com flores. garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar
incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a
Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o particu- dinamização de estratégias de correção.
lar.
3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor- Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen-
na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele- trais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado
mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto técnico sobre centrais termo-nucleares.
por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes.
Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admi-
uma mesma proposição seja conjuntamente verdadeira e não verdadeira. tindo que o emissor terá razões para apresentar os textos daquela maneira.

Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con- Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen-
tradições inferenciais e pressuposicionais. samento que conduza a uma estrutura coerente.

Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po- Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa-
demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta- mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
do ou dedutível. parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual
Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso. for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria,
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si
As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se- mesmo.
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os
O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro- textos dos nossos alunos.
fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o 1. Coerência:
pretérito para suprimir as contradições. Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con-
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado
As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe- produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não
renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte- é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples
údo pressuposto que se encontra contradito. sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato
Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per- com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos
feitamente fiel. um texto em que há coerência.

Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio, A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen-
enquanto a primeira pressupõe o inverso. tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento
textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu-
É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre- posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos
sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi- concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um
ção, assume-a, anula-a e toma partido dela. anterior, perde-se a coerência textual.
Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença. A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con-
texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa
4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne- ser conhecido pelo receptor.
cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
sentem diretamente relacionados. Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi-
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto
Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da
como coerente, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada
congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto. com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal",
em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).
Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
1 - A Silvia foi estudar. Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima
2 - A Silvia vai fazer um exame. poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto
3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1. seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.

A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali-
congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3. dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre-

Língua Portuguesa 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormali- a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o
dade. texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente
por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamen-
Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do te dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto
décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por
frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida- parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a
de do fato narrado. mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibu-
lares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um núme-
2. Coesão: ro elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão.
A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repe-
ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga- tição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico.
dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da rela- Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da
ção com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última
se comunicam, como dependem uma das outras. linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente
o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebrida-
SÃO PAULO: OITO PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIÃO des (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar
Das Agências a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos:
Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o
Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes
e uma mulher que viu o avião cair morreram femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos
casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevan-
Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e tes e as identifiquem com mais propriedade.
dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda
de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido
cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião
sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a
São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de
mais três residências. 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba
que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras
Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obvia-
que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reporta- mente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse
gem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro
(1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas
Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), (10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes
João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na
verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas
Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores escoriações e queimaduras.
compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um
Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a
691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo
Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os
assalto e ser baleado na noite de sexta-feira. principais elementos de substituição:

O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor- Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou
to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a
21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são
uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior
uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha
não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela
preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus
demora no mínimo 60 dias para ser concluído. retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela,
contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes
Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de ca- Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal
ir em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião:
(9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen- Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62
anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo
Socorro de Santa Cecília. que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação
pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida
Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.
acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada Exemplos:
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre-
parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi-
da matéria fosse comprometida. cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso;
poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo);
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil.
mecanismos: Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam,

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
mundo, etc.
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda
Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também,
muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem
demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para como, com, ou (quando não for excludente).
conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é
Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expres- provável, não é certo, se é que.
sa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in-
Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de parali-
sar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito,
Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.
nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-
exemplo) Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para e-
xemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um ele- seja, aliás.
mento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de
uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de cente- Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propó-
nas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi sito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
a maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisa-
ção -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de,
ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa,
animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
que se podem atribuir a eles).
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclu-
Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as são, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderi- modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.
ram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios
que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguin-
elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc. te, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez
Observação: É mais frequente a referência a elementos já citados no que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte
texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se que, de tal forma que, haja vista.
refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade
(7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabe- Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste
ças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto,
Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se
serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
do país), que só é citada na linha seguinte.
Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.
Conexão:
Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na Níveis De Significado Dos Textos:
coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que Significado Implícito E Explícito
são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A
Informações explícitas e implícitas
escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido
do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados Faz parte da coerência, trata-se da inferência, que ocorre porque tudo
pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação que você produz como mensagem é maior do que está escrito, é a soma
em Prosa Moderna). do implícito mais o explícito e que existem em todos os textos.

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes Em um texto existem dois tipos de informações implícitas, o pressu-
de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, princi- posto e o subentendido.
palmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico). O pressuposto é a informação que pode ser compreendida por uma
palavra ou frase dentro do próprio texto, faz o receptor aceitar várias ideias
Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterio- do emissor.
ridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princí-
pio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, poste- O subentendido gera confusão, pois se trata de uma insinuação, não
riormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, sendo possível afirmar com convicção.
frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes,
A diferença entre ambos é que o pressuposto é responsável pelo emissor e
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simulta-
a informação já está no enunciado, já no subentendido o receptor tira suas
neamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quan-
próprias conclusões. Profª Gracielle
do, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
Parágrafo:
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma
forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, Os textos são estruturados geralmente em unidades menores, os pa-
analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de rágrafos, identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em
acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, relação à margem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há pará-
tanto quanto, como, assim como, como se, bem como. grafos longos e parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a

Língua Portuguesa 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
unidade temática, já que cada ideia exposta no texto deve corresponder a Os parágrafos são moldáveis conforme o tipo de redação, o leitor e o
um parágrafo. veículo de comunicação onde o texto vai ser divulgado. Em princípio, o
parágrafo é mais longo que o período e menor que uma página impressa no
É muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com livro, e a regra geral para determinar o tamanho é o bom senso.
ideias e exigem maior rigor e objetividade na composição, que o parágrafo-
padrão apresente a seguinte estrutura: Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para lei-
tores de pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em
a) introdução - também denominada tópico frasal, é constituída de colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais
uma ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sintética, a ideia longos. Revistas populares, livros didáticos destinados a alunos iniciantes,
principal do parágrafo, definindo seu objetivo; geralmente, apresentam parágrafos curtos.
b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal, Quando o parágrafo é muito longo, o escritor deve dividi-lo em parágra-
com apresentação de ideias secundárias que o fundamentam ou esclare- fos menores, seguindo critério claro e definido. O parágrafo curto também é
cem; empregado para movimentar o texto, no meio de longos parágrafos, ou
c) conclusão - nem sempre presente, especialmente nos parágrafos para enfatizar uma ideia.
mais curtos e simples, a conclusão retoma a ideia central, levando em Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos destinados
consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento. a um leitor de nível médio (2º grau). Cada parágrafo médio construído com
Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma ideia três períodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada página de livro
que normalmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e refor- cabem cerca de três parágrafos médios.
çada por uma conclusão. Parágrafos longos: em geral, as obras científicas e acadêmicas pos-
Os Parágrafos na Dissertação Escolar: suem longos parágrafos, por três razões: os textos são grandes e conso-
mem muitas páginas; as explicações são complexas e exigem várias ideias
As dissertações escolares, normalmente, costumam ser estruturadas e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem capacidade
em quatro ou cinco parágrafos (um parágrafo para a introdução, dois ou e fôlego para acompanhá-los.
três para o desenvolvimento e um para a conclusão).
A ordenação no desenvolvimento do parágrafo pode acontecer:
É claro que essa divisão não é absoluta. Dependendo do tema propos-
to e da abordagem que se dê a ele, ela poderá sofrer variações. Mas é a) por indicações de espaço: "... não muito longe do lito-
fundamental que você perceba o seguinte: a divisão de um texto em pará- ral...".Utilizam-se advérbios e locuções adverbiais de lugar e certas locu-
grafos (cada um correspondendo a uma determinada ideia que nele se ções prepositivas, e adjuntos adverbiais de lugar;
desenvolve) tem a função de facilitar, para quem escreve, a estruturação b) por tempo e espaço: advérbios e locuções adverbiais de tempo,
coerente do texto e de possibilitar, a quem lê, uma melhor compreensão do certas preposições e locuções prepositivas, conjunções e locuções conjun-
texto em sua totalidade. tivas e adjuntos adverbiais de tempo;
Parágrafo Narrativo: c) por enumeração: citação de características que vem normalmente
Nas narrações, a ideia central do parágrafo é um incidente, isto é, um depois de dois pontos;
episódio curto. d) por contrastes: estabelece comparações, apresenta paralelos e e-
Nos parágrafos narrativos, há o predomínio dos verbos de ação que se videncia diferenças; Conjunções adversativas, proporcionais e comparati-
referem as personagens, além de indicações de circunstâncias relativas ao vas podem ser utilizadas nesta ordenação;
fato: onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu, etc. e) por causa-consequência: conjunções e locuções conjuntivas con-
O que falamos acima se aplica ao parágrafo narrativo propriamente di- clusivas, explicativas, causais e consecutivas;
to, ou seja, aquele que relata um fato. f) por explicitação: esclarece o assunto com conceitos esclarecedo-
Nas narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir res, elucidativos e justificativos dentro da ideia que construída. Pciconcur-
as falas dos personagens. No caso do discurso direto (em geral antecedido sos
por dois-pontos e introduzido por travessão), cada fala de um personagem
Equivalência e transformação de estruturas.
deve corresponder a um parágrafo para que essa fala não se confunda com
a do narrador ou com a de outro personagem. Refere-se ao estudo das relações das palavras nas orações e nos pe-
ríodos. A palavra equivalência corresponde a valor, natureza, ou função;
Parágrafo Descritivo:
relação de paridade. Já o termo transformação pode ser entendido como
A ideia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um frag- uma função que, aplicada sobre um termo (abstrato ou concreto), resulta
mento daquilo que está sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um um novo termo, modificado (em sentido amplo) relativamente ao estado
ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num determinado original. Nessa compreensão ampla, o novo estado pode eventualmente
momento. Alterado esse quadro, teremos novo parágrafo. coincidir com o estado original. Normalmente, em concursos públicos, as
relações de transformação e equivalência aparecem nas questões dotadas
O parágrafo descritivo vai apresentar as mesmas características da dos seguintes comandos:
descrição: predomínio de verbos de ligação, emprego de adjetivos que
caracterizam o que está sendo descrito, ocorrência de orações justapostas Exemplo: CONCURSO PÚBLICO 1/2008 – CARGO DE AGENTE DE
ou coordenadas. POLÍCIA FUNDAÇÃO UNIVERSA
A estruturação do parágrafo: Questão 8 - Assinale a alternativa em que a reescritura de parte do tex-
to I mantém a correção gramatical, levando em conta as alterações gráficas
O parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por um necessárias para adaptá-la ao texto.
ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central,
ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relaciona- Exemplo 2: FUNDAÇÃO UNIVERSA SESI – TÉCNICO EM EDUCA-
das pelo sentido e logicamente decorrentes dela. ÇÃO – ORIENTADOR PEDAGÓGICO 2010
O parágrafo é indicado por um afastamento da margem esquerda da (CÓDIGO 101) Questão 1 - A seguir, são apresentadas possibilidades
folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar conveniente- de reescritura de trechos do texto I. Assinale a alternativa em que a reescri-
mente as ideias principais de sua composição, permitindo ao leitor acom- tura apresenta mudança de sentido com relação ao texto original.
panhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios.
Nota-se que as relações de equivalência e transformação estão assen-
O tamanho do parágrafo: tadas nas possibilidades de reescrituras, ou seja, na modificação de vocá-
bulos ou de estruturas sintáticas.
Língua Portuguesa 27 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Vejamos alguns exemplos de transformações e equivalências: indireto e discurso indireto livre.
1 Os bombeiros desejam / o sucesso profissional (não há verbo na se- Discurso direto
gunda parte). Examinando este passo do conto Guaxinim do banhado, de Mário de
Sujeito VDT OBJETO DIRETO Andrade:
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá
Os bombeiros desejam / ganhar várias medalhas (há verbo na segunda na língua dele - “Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...”
parte = oração).
Oração principal oração subordinada substantiva objetiva direta Verificamos que o narrado, após introduzir o personagem, o guaxinim,
deixou-o expressar-se “Lá na língua dele”, reproduzindo-lhe a fala tal como
No exemplo anterior, o objeto direto “o sucesso profissional” foi substi- ele a teria organizado e emitido.
tuído por uma oração objetiva direta. Sintaticamente, o valor do termo
(complemento do verbo) é o mesmo. Ocorreu uma transformação de natu- A essa forma de expressão, em que o personagem é chamado a apre-
reza nominal para uma de natureza oracional, mas a função sintática de sentar as suas próprias palavras, denominamos discurso direto.
objeto direto permaneceu preservada.
Observação
2 Os professores de cursinhos ficam muito felizes / quando os alunos
No exemplo anterior, distinguimos claramente o narrador, do locutor, o
são aprovados.
guaxinim.
ORAÇÃO PRINCIPAL ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL TEM-
PORAL Mas o narrador e locutor podem confundir-se em casos como o das
narrativas memorialistas feitas na primeira pessoa. Assim, na fala de Rio-
Os professores de cursinhos ficam muito felizes / nos dias das provas. baldo, o personagem-narrador do romance de Grande Sertão: Veredas, de
SUJ VERBO PREDICATIVO ADJUNTO ADVERBIAL DE TEMPO Guimarães Rosa.
“Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa;
Apesar de classificados de formas diferentes, os termos indicados con- mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso
tinuam exercendo o papel de elementos adverbiais temporais. do que em primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?”
Exemplo da prova!
Ou, também, nestes versos de Augusto Meyer, em que o autor, lirica-
FUNDAÇÃO UNIVERSA SESI – SECRETÁRIO ESCOLAR (CÓDIGO mente identificado com a natureza de sua terra, ouve na voz do Minuano o
203) Página 3 convite que, na verdade, quem lhe faz é a sua própria alma:
“Ouço o meu grito gritar na voz do vento:
Grassa nessas escolas uma praga de pedagogos de gabinete, que u-
- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
sam o legalismo no lugar da lei e que reinterpretam a lei de modo obtuso,
no intuito de que tudo fique igual ao que era antes. E, para que continue a
Características do discurso direto
parecer necessário o desempenho do cargo que ocupam, para que pare-
1. No plano formal, um enunciado em discurso direto é marcado, ge-
çam úteis as suas circulares e relatórios, perseguem e caluniam todo e
ralmente, pela presença de verbos do tipo dizer, afirmar, ponderar,
qualquer professor que ouse interpelar o instituído, questionar os burocra-
sugerir, perguntar, indagar ou expressões sinônimas, que podem
tas, ou — pior ainda! — manifestar ideias diferentes das de quem manda na
introduzi-lo, arrematá-lo ou nele se inserir:
escola, pondo em causa feudos e mandarinatos.
“E Alexandre abriu a torneira:
O vocábulo “Grassa” poderia ser substituído, sem perda de sentido, por - Meu pai, homem de boa família, possuía fortuna grossa, como não
ignoram.” (Graciliano Ramos)
(A) Propaga-se. “Felizmente, ninguém tinha morrido - diziam em redor.” (Cecília
(B) Dilui-se. Meirelles)
“Os que não têm filhos são órfãos às avessas”, escreveu Machado
(C) Encontra-se. de Assis, creio que no Memorial de Aires. (A.F. Schmidt)
Quando falta um desses verbos dicendi, cabe ao contexto e a re-
(D) Esconde-se.
cursos gráficos - tais como os dois pontos, as aspas, o travessão e
(E) Extingue-se. a mudança de linha - a função de indicar a fala do personagem. É
o que observamos neste passo:
http://www.professorvitorbarbosa.com/ “Ao aviso da criada, a família tinha chegado à janela. Não avista-
ram o menino:
Discurso Direto. - Joãozinho!
Nada. Será que ele voou mesmo?”
Discurso Indireto.
2. No plano expressivo, a força da narração em discurso direto pro-
Discurso Indireto Livre vém essencialmente de sua capacidade de atualizar o episódio, fa-
Celso Cunha zendo emergir da situação o personagem, tornando-o vivo para o
ouvinte, à maneira de uma cena teatral, em que o narrador desem-
ENUNCIAÇÃO E REPRODUÇÃO DE ENUNCIAÇÕES penha a mera função de indicador das falas.
Comparando as seguintes frases:
“A vida é luta constante” Daí ser esta forma de relatar preferencialmente adotada nos atos diá-
“Dizem os homens experientes que a vida é luta constante” rios de comunicação e nos estilos literários narrativos em que os autores
pretendem representar diante dos que os lêem “a comédia humana, com a
Notamos que, em ambas, é emitido um mesmo conceito sobre a vida.. maior naturalidade possível”. (E. Zola)
Mas, enquanto o autor da primeira frase enuncia tal conceito como ten- Discurso indireto
do sido por ele próprio formulado, o autor da segunda o reproduz como 1. Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis:
tendo sido formulado por outrem. “Elisiário confessou que estava com sono.”
Ao contrário do que observamos nos enunciados em discurso dire-
Estruturas de reprodução de enunciações to, o narrador incorpora aqui, ao seu próprio falar, uma informação
Para dar-nos a conhecer os pensamentos e as palavras de persona- do personagem (Elisiário), contentando-se em transmitir ao leitor o
gens reais ou fictícias, os locutores e os escritores dispõiem de três moldes seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma linguística que teria
linguísticos diversos, conhecidos pelos nomes de: discurso direto, discurso sido realmente empregada.

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Este processo de reproduzir enunciados chama-se discurso indire- “Pergunto - É verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en-
to. cantadora?” (Guimarães Rosa)
2. Também, neste caso, narrador e personagem podem confundir-se Discurso indireto: enunciado em forma interrogativa indireta:
num só: “Pergunto se é verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en-
“Engrosso a voz e afirmo que sou estudante.” (Graciliano Ramos) cantadora.”
h) Discurso direto: pronome demonstrativo de 1ª pessoa (este, esta,
Características do discurso indireto isto) ou de 2ª pessoa (esse, essa, isso).
1. No plano formal verifica-se que, introduzidas também por um verbo “Isto vai depressa, disse Lopo Alves.”(Machado de Assis)
declarativo (dizer, afirmar, ponderar, confessar, responder, etc), as Discurso indireto: pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele,
falas dos personagens se contêm, no entanto, numa oração subor- aquela, aquilo).
dinada substantiva, de regra desenvolvida: “Lopo Alves disse que aquilo ia depressa.”
“O padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tan- i) Discurso direto: advérbio de lugar aqui:
tos doudos no mundo e menos ainda o inexplicável de alguns ca- “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
sos.” concluindo:
Nestas orações, como vimos, pode ocorrer a elipse da conjunção - Aqui, não está o que procuro.”(Afonso Arinos)
integrante: Discurso indireto: advérbio de lugar ali:
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálcu- “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
lo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o ti- concluindo que ali não estava o que procurava.”
vesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava
podiam ser onze horas.”(Lima Barreto) Discurso indireto livre
A conjunçào integrante falta, naturalmente, quando, numa constru- Na moderna literatura narrativa, tem sido amplamente utilizado um ter-
ção em discurso indireto, a subordinada substantiva assume a for- ceiro processo de reprodução de enunciados, resultante da conciliação dos
ma reduzida.: dois anteriormente descritos. É o chamado discurso indireto livre, forma de
“Um dos vizinhos disse-lhe serem as autoridades do Cachoei- expressão que, ao invés de apresentar o personagem em sua voz própria
ro.”(Graça Aranha) (discurso direto), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ele teria
2. No plano expressivo assinala-se, em primeiro lugar, que o empre- dito (discurso indireto), aproxima narrador e personagem, dando-nos a
go do discurso indireto pressupõe um tipo de relato de caráter pre- impressão de que passam a falar em uníssono.
dominantemente informativo e intelectivo, sem a feição teatral e a-
tualizadora do discurso direto. O narrador passa a subordinar a si o Comparem-se estes exemplos:
personagem, com retirar-lhe a forma própria da expressão. Mas “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respira-
não se conclua daí que o discurso indireto seja uma construção es- ção presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um
tilística pobre. É, na verdade, do emprego sabiamente dosado de momento em que esteve quase... quase!
um e de outro tipo de discurso que os bons escritores extraem da Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qual-
narrativa os mais variados efeitos artísticos, em consonância com quer urubu... que raiva... “ (Ana Maria Machado)
intenções expressivas que só a análise em profundidade de uma “D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que es-
dada obra pode revelar. tar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano
Ramos)
Transposição do discurso direto para o indireto “O matuto sentiu uma frialdade mortuária percorrendo-o ao longo da
Do confronto destas duas frases: espinha.
“- Guardo tudo o que meu neto escreve - dizia ela.” (A.F. Schmidt) Era uma urutu, a terrível urutu do sertão, para a qual a mezinha domés-
“Ela dizia que guardava tudo o que o seu neto escrevia.” tica nem a dos campos possuíam salvação.
Perdido... completamente perdido...”
Verifica-se que, ao passar-se de um tipo de relato para outro, certos e- ( H. de C. Ramos)
lementos do enunciado se modificam, por acomodação ao novo molde
sintático. Características do discurso indireto livre
a) Discurso direto enunciado 1ª ou 2ª pessoa. Do exame dos enunciados em itálico comprova-se que o discurso indi-
Exemplo: “-Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir reto livre conserva toda a afetividade e a expressividade próprios do discur-
mais.”(M. de Assis) so direto, ao mesmo tempo que mantém as transposições de pronomes,
Discurso indireto: enunciado em 3ª pessoa: verbos e advérbios típicos do discurso indireto. É, por conseguinte, um
“Ela disse que deveria bastar, que ela não se atrevia a pedir mais” processo de reprodução de enunciados que combina as características dos
b) Discurso direto: verbo enunciado no presente: dois anteriormente descritos.
“- O major é um filósofo, disse ele com malícia.” (Lima Barreto) 1. No plano formal, verifica-se que o emprego do discurso indireto li-
Discurso indireto: verbo enunciado no imperfeito: vre “pressupõe duas condições: a absoluta liberdade sintática do
“Disse ele com malícia que o major era um filósofo.” escritor (fator gramatical) e a sua completa adesão à vida do per-
c) Discurso direto: verbo enunciado no pretérito perfeito: sonagem (fator estético) “ (Nicola Vita In: Cultura Neolatina).
“- Caubi voltou, disse o guerreiro Tabajara.”(José de Alencar) Observe-se que essa absoluta liberdade sintática do escritor pode
Discurso indireto: verbo enunciado no pretérito mais-que-perfeito: levar o leitor desatento a confundir as palavras ou manifestações
“O guerreiro Tabajara disse que Caubi tinha voltado.” dos locutores com a simples narração. Daí que, para a apreensão
d) Discurso direto: verbo enunciado no futuro do presente: da fala do personagem nos trechos em discurso indireto livre, ga-
“- Virão buscar V muito cedo? - perguntei.”(A.F. Schmidt) nhe em importância o papel do contexto, pois que a passagem do
Discurso indireto: verbo enunciado no futuro do pretérito: que seja relato por parte do narrador a enunciado real do locutor é,
“Perguntei se viriam buscar V. muito cedo” muitas vezes, extremamente sutil, tal como nos mostra o seguinte
e) Discurso direto: verbo no modo imperativo: passo de Machado de Assis:
“- Segue a dança! , gritaram em volta. (A. Azevedo) “Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubião
Discurso indireto: verbo no modo subjuntivo: acudiu, levando-lhe água e pedindo que se deitasse para descan-
“Gritaram em volta que seguisse a dança.” sar; mas o enfermo após alguns minutos, respondeu que não era
f) Discurso direto: enunciado justaposto: nada. Perdera o costume de fazer discursos é o que era.”
“O dia vai ficar triste, disse Caubi.” 2. No plano expressivo, devem ser realçados alguns valores desta
Discurso indireto: enunciado subordinado, geralmente introduzido construção híbrida:
pela integrante que: a) Evitando, por um lado, o acúmulo de quês, ocorrente no discurso
“Disse Caubi que o dia ia ficar triste.” indireto, e, por outro lado, os cortes das oposições dialogadas pe-
g) Discurso direto:: enunciado em forma interrogativa direta: culiares ao discurso direto, o discurso indireto livre permite uma

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
narrativa mais fluente, de ritmo e tom mais artisticamente elabora- distância a pé no centro da cidade, o número de relógios corretamente
dos; ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros pontuaram muito mal
b) O elo psíquico que se estabelece entre o narrador e personagem nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro
neste molde frásico torna-o o preferido dos escritores memorialis- lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as
tas, em suas páginas de monólogo interior; oito últimas posições no ranking são ocupadas por países pobres.
c) Finalmente, cumpre ressaltar que o discurso indireto livre nem O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços
sempre aparece isolado em meio da narração. Sua “riqueza ex- culturais de um país. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que
pressiva aumenta quando ele se relaciona, dentro do mesmo pará- tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, em comparação,
grafo, com os discursos direto e indireto puro”, pois o emprego dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar
conjunto faz que para o enunciado confluam, “numa soma total, as atrasos”, diz o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por e-
características de três estilos diferentes entre si”. xemplo, revelou que a maioria considera aceitável que um convidado
(Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MEC- chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversá-
FENAME.) rio. Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexí-
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES: veis com os horários porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual
se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte público?
exercícios de Interpretação de texto (Veja, 02.12.2009)

Leia o texto para responder às próximas 3 questões. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 4 - De acordo com o texto, os brasileiros são
piores do que outros povos em
Sobre os perigos da leitura (A) eficiência de correios e andar a pé.
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente (B) ajuste de relógios e andar a pé.
da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o (C) marcar compromissos fora de hora.
que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabili- (D) criar desculpas para atrasos.
dade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 (E) dar satisfações por atrasos.
minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada?
Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam- (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 5 - Pondo foco no processo de coesão textual
se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja do 2.º parágrafo, pode-se concluir que Levine é um
leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os (A) jornalista.
meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a (B) economista.
mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esfor- (C) cronometrista.
çando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de (D) ensaísta.
todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...] (E) psicólogo.
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o
oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 6 - A expressão chá de cadeira, no texto, tem o
de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear significado de
os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treina- (A) bebida feita com derivado de pinho.
dos durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre (B) ausência de convite para dançar.
os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido ensinado! (C) longa espera para conseguir assento.
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse (D) ficar sentado esperando o chá.
se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado (E) longa espera em diferentes situações.
pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes.
(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado) Leia o texto para responder às próximas 4 questões.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 1 - De acordo com o texto, os candidatos


(A) não tinham assimilado suas leituras.
(B) só conheciam o pensamento alheio.
(C) tinham projetos de pesquisa deficientes.
(D) tinham perfeito autocontrole.
(E) ficavam em fila, esperando a vez.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 2 - O autor entende que os candidatos deveriam


(A) ter opiniões próprias.
(B) ler os textos requeridos.
(C) não ter treinamento escolar.
(D) refletir sobre o vazio.
(E) ter mais equilíbrio.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 3 - A expressão “um vazio imenso” (3.º parágra-


fo) refere-se a
(A) candidatos.
(B) pânico.
(C) eles.
(D) reação.
(E) esse campo.

Leia o texto para responder às próximas 3 questões.


No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira que enfrentou Zelosa com sua imagem, a empresa multinacional Gillette retirou a bola da
no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes cidades de mão, em uma das suas publicidades, do atacante francês Thierry Henry,
31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do garoto-propaganda da marca com quem tem um contrato de 8,4 milhões de
tempo. A conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasa- dólares anuais. A jogada previne os efeitos desastrosos para vendas de
dos – do ponto de vista temporal, bem entendido – do mundo. Foram seus produtos, depois que o jogador trapaceou, tocando e controlando a
analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada

Língua Portuguesa 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
bola com a mão, para ajudar no gol que classificou a França para a Copa e imagens, traçando um caminho errático pelas páginas eletrônicas. No
do Mundo de 2010. (...) entanto, esse ganho se dá à custa da perda da capacidade de alimentar
Na França, onde 8 em cada dez franceses reprovam o gesto irregular, nossa memória de longa duração e estabelecer raciocínios mais sofistica-
Thierry aparece com a mão no bolso. Os publicitários franceses acham que dos. Carr menciona a dificuldade que muitos de nós, depois de anos de
o gato subiu no telhado. A Gillette prepara o rompimento do contrato. O exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e
serviço de comunicação da gigante Procter & Gamble, proprietária da elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência, com base em
Gillette, diz que não. estudos científicos sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segun-
Em todo caso, a empresa gostaria que o jogo fosse refeito, que a trapaça do o autor, quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente que
não tivesse acontecido. Na impossibilidade, refez o que está ao seu alcan- promove uma leitura apressada, rasa e distraída, e um aprendizado super-
ce, sua publicidade. ficial."
Segundo lista da revista Forbes, Thierry Henry é o terceiro jogador de A internet converteu-se em uma ferramenta poderosa para a transformação
futebol que mais lucra com a publicidade – seus contratos somam 28 do nosso cérebro e, quanto mais a utilizamos, estimulados pela carga
milhões de dólares anuais. (...) gigantesca de informações, imersos no mundo virtual, mais nossas mentes
(Veja, 02.11.2009. Adaptado) são afetadas. E não se trata apenas de pequenas alterações, mas de
mudanças substanciais físicas e funcionais. Essa dispersão da atenção
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 7 - A palavra jogada, em – A jogada previne os vem à custa da capacidade de concentração e de reflexão.(Thomaz Wood
efeitos desastrosos para venda de seus produtos... – refere-se ao fato de Jr. Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72, com adaptações)

(A) Thierry Henry ter dado um passe com a mão para o gol da França. (MP/RS – 2010 – FCC) 11 - O assunto do texto está corretamente resumi-
(B) a Gillette ter modificado a publicidade do futebolista francês. do em:
(C) a Gillete não concordar com que a França dispute a Copa do Mundo. (A) O uso da internet deveria motivar reações contrárias de inúmeros
(D) Thierry Henry ganhar 8,4 milhões de dólares anuais com a propaganda. especialistas, a exemplo de Nicholas Carr, que procura descobrir as cone-
(E) a FIFA não ter cancelado o jogo em que a França se classificou. xões entre raciocínio lógico e estudos científicos sobre o funcionamento do
cérebro.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 8 - A expressão o gato subiu no telhado é parte (B) O mundo virtual oferecido pela internet propicia o desenvolvimento de
de uma conhecida anedota em que uma mulher, depois de contar abrupta- diversas capacidades cerebrais em todos aqueles que se dedicam a essa
mente ao marido que seu gato tinha morrido, é advertida de que deveria ter navegação, ainda pouco estudadas e explicitadas em termos científicos.
dito isso aos poucos: primeiramente, que o gato tinha subido no telhado, (C) Segundo Nicholas Carr, o uso frequente da internet produz alterações
depois, que tinha caído e, depois, que tinha morrido. No texto em questão, no funcionamento do cérebro, pois estimula leituras superficiais e distraí-
a expressão pode ser interpretada da seguinte maneira: das, comprometendo a formulação de raciocínios mais sofisticados.
(D) Usar a internet estimula funções cerebrais, pelas facilidades de percep-
(A) foi com a “mão do gato” que Thierry assegurou a classificação da Fran- ção e de domínio de assuntos diversificados e de formatos diferenciados de
ça. textos, que permitem uma leitura dinâmica e de acordo com o interesse do
(B) Thierry era um bom jogador antes de ter agido com má fé. usuário.
(C) a Gillette já cortou, de fato, o contrato com o jogador francês. (E) O novo livro de Nicholas Carr, a ser publicado, desperta a curiosidade
(D) a Fifa reprovou amplamente a atitude antiesportiva de Thierry Henry. do leitor pelo tratamento ficcional que seu autor aplica a situações concre-
(E) a situação de Thierry, como garoto-propaganda da Gillette, ficou instá- tas do funcionamento do cérebro, trazidas pelo uso disseminado da inter-
vel. net.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 9 - A expressão diz que não, no final do 2.º (MP/RS – 2010 – FCC) 12 - Curiosamente, no caso da internet, os verda-
parágrafo, significa que deiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito
estridentes. O autor, para embasar a opinião exposta no 2o parágrafo,
(A) a Procter & Gamble nega o rompimento do contrato. (A) se vale da enorme projeção conferida ao pesquisador antes citado,
(B) o jogo em que a França se classificou deve ser refeito. ironicamente oferecida pela própria internet, em seu website.
(C) a repercussão na França foi bastaPnte negativa. (B) apoia-se nas conclusões de Nicholas Carr, baseadas em dezenas de
(D) a Procter & Gamble é proprietária da Gillette. estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano.
(E) os publicitários franceses se opõem a Thierry. (C) condena, desde o início, as novas tecnologias, cujo uso indiscriminado
vemprovocando danos em partes do cérebro.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 10 - Segundo a revista Forbes, (D) considera, como base inicial de constatação a respeito do uso da inter-
(A) Thierry deverá perder muito dinheiro daqui para frente. net, que ela nos torna menos sensíveis a sentimentos como compaixão e
(B) há três jogadores que faturam mais que Thierry em publicidade. piedade.
(C) o jogador francês possui contratos publicitários milionários. (E) questiona a ausência de fundamentos científicos que, no caso da inter-
(D) o ganho de Thierry, somado à publicidade, ultrapassa 28 milhões. net, [...]deveriam, sim, provocar reações muito estridentes.
(E) é um absurdo o que o jogador ganha com o futebol e a publicidade.
As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo.
As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo.
Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic, o polêmico artigo Também nas cidades de porte médio, localizadas nas vizinhanças das
"Estará o Google nos tornando estúpidos?" O texto ganhou a capa da regiões metropolitanas do Sudeste e do Sul do país, as pessoas tendem
revista e, desde sua publicação, encontra-se entre os mais lidos de seu cada vez mais a optar pelo carro para seus deslocamentos diários, como
website. O autor nos brinda agora com The Shallows: What the internet is mostram dados do Departamento Nacional de Trânsito. Em consequência,
doing with our brains, um livro instrutivo e provocativo, que dosa lingua- congestionamentos, acidentes, poluição e altos custos de manutenção da
gem fluida com a melhor tradição dos livros de disseminação científica. malha viária passaram a fazer parte da lista dos principais problemas
Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo. As reações mais desses municípios.
estridentes nem sempre têm fundamentos científicos. Curiosamente, no Cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das capitais,
caso da internet, os verdadeiros fundamentos científicos deveriam, sim, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas
provocar reações muito estridentes. Carr mergulha em dezenas de estudos frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos. A facilida-
científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui que a inter- de de crédito e a isenção de impostos são alguns dos elementos que têm
net está provocando danos em partes do cérebro que constituem a base do colaborado para a realização do sonho de ter um carro. E os brasileiros
que entendemos como inteligência, além de nos tornar menos sensíveis a desses municípios passaram a utilizar seus carros até para percorrer curtas
sentimentos como compaixão e piedade. distâncias, mesmo perdendo tempo em congestionamentos e apesar dos
O frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e incessantes estímu- alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo
los, adestra nossa habilidade de tomar pequenas decisões. Saltamos textos aumento da frota.

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Além disso, carro continua a ser sinônimo de status para milhões de brasi- a área de TI (tecnologia da informação) já é responsável por 2% de todas
leiros de todas as regiões. A sua necessidade vem muitas vezes em se- as emissões de dióxido de carbono na atmosfera.
gundo lugar. Há 35,3 milhões de veículos em todo o país, um crescimento Além da pesquisa da Gartner, há um estudo realizado nos EUA pela Co-
de 66% nos últimos nove anos. Não por acaso oito Estados já registram munidade do Vale do Silício. Ele aponta que a inovação “verde” permitirá
mais mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios. adotar mais máquinas com o mesmo consumo de energia elétrica e reduzir
(O Estado de S. Paulo, Notas e Informações, A3, 11 de setembro de 2010, os custos de orçamento. Russel Hancock, executivo-chefe da Fundação da
com adaptações) Comunidade do Vale do Silício, acredita que as tecnologias “verdes” tam-
bém conquistarão espaço pelo fato de que, atualmente, conta pontos junto
(MP/RS – 2010 – FCC) 13 - Não por acaso oito Estados já registram mais ao consumidor ter-se uma imagem de empresa sustentável.
mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios. A afirmativa final do O estudo da Comunidade chegou às mãos do presidente da Apple, Steve
texto surge como Jobs, e o fez render-se às propostas do “ecologicamente correto” – ele era
(A) constatação baseada no fato de que os brasileiros desejam possuir um duramente criticado porque dava aval à utilização de mercúrio, altamente
carro, mas perdem muito tempo em congestionamentos. prejudicial ao meio ambiente, na produção de seus iPods e laptops. Preo-
(B) observação irônica quanto aos problemas decorrentes do aumento na cupado em não perder espaço, Jobs lançou a nova linha do Macbook Pro
utilização de carros, com danos provocados ao meio ambiente. com estrutura de vidro e alumínio, tudo reciclável. E a RITI Coffee Printer
(C) comprovação de que a compra de um carro é sinônimo de status e, por chegou à sofisticação de criar uma impressora que, em vez de tinta, se vale
isso, constitui o maior sonho de consumo do brasileiro. de borra de café ou de chá no processo de impressão. Basta que se colo-
(D) hipótese de que a vida nas cidades menores tem perdido qualidade, que a folha de papel no local indicado e se despeje a borra de café no
pois os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus carros até cartucho – o equipamento não é ligado em tomada e sua energia provém
para percorrer curtas distâncias. de ação mecânica transformada em energia elétrica a partir de um gerador.
(E) conclusão coerente com todo o desenvolvimento, a partir de um título Se pensarmos em quantos cafezinhos são tomados diariamente em gran-
que poderia ser: Carro, problema que se agrava. des empresas, dá para satisfazer perfeitamente a demanda da impressora.
(Luciana Sgarbi, Revista Época, 22.09.2009. Adaptado)
(MP/RS – 2010 – FCC) 14 - As ideias mais importantes contidas no 2o
parágrafo constam, com lógica e correção, de: (CREMESP – 2011 - VUNESP) 15 - Leia o trecho: Vai bem a convivência
(A) A facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns elementos entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área
que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro nas cida- ambiental. É correto afirmar que a frase inicial do texto pode ser interpreta-
des menores, e os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus da como
carros para percorrer curtas distâncias, além dos congestionamentos e dos (A) a união das empresas Motorola e RITI Coffee Printer para criar um
alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo novo celular com fibra de bambu.
aumento da frota. (B) a criação de um equipamento eletrônico com estrutura de vidro que
(B) Cidades menores tiveram suas frotas aumentadas em progressão evita a emissão de dióxido de carbono na atmosfera.
geométrica nos últimos anos em razão da facilidade de crédito e da isenção (C) o aumento na venda de celulares feitos com CarbonFree, depois que as
de impostos, elementos que têm colaborado para a aquisição de carros que empresas nacionais se uniram à fabricante taiwanesa.
passaram a ser utilizados até mesmo para percorrer curtas distâncias, (D) o compromisso firmado entre a empresa Apple e consultoria Gartner
apesar dos congestionamentos e dos alertas das autoridades sobre os Group para criar celulares sem o uso de carbono.
danos provocados ao meio ambiente. (E) a preocupação de algumas empresas em criarem aparelhos eletrônicos
(C) O menor custo de vida em cidades menores, com baixo índice de que não agridam o meio ambiente.
desemprego e poder aquisitivo mais alto, aumentaram suas frotas em
progressão geométrica nos últimos anos, com a facilidade de crédito e a (CREMESP – 2011 - VUNESP) 16 - Em – Computadores “limpos” fazem
isenção de impostos, que são alguns dos elementos que têm colaborado uma importante diferença no efeito estufa... – a expressão entre aspas
para a realização do sonho dos brasileiros de ter um carro. pode ser substituída, sem alterar o sentido no texto, por:
(D) É nas cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das (A) com material reciclado.
capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, que (B) feitos com garrafas plásticas.
tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos (C) com arquivos de bambu.
anos pela facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns dos (D) feitos com materiais retirados da natureza.
elementos que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro. (E) com teclado feito de alumínio.
(E) Os brasileiros de cidades menores passaram até a percorrer curtas
distâncias com seus carros, pela facilidade de crédito e a isenção de impos- (CREMESP – 2011 - VUNESP) 17 - A partir da leitura do texto, pode-se
tos, que são elementos que têm colaborado para a realização do sonho de concluir que
tê-los, e com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo índice (A) as pesquisas na área de TI ainda estão em fase inicial.
de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas frotas aumenta- (B) os consumidores de eletrônicos não se preocupam com o material com
das em progressão geométrica nos últimos anos. que são feitos.
(C) atualmente, a indústria de eletrônicos leva em conta o efeito estufa.
(D) os laptops feitos com fibra de bambu têm maior durabilidade.
Leia o texto para responder às próximas 4 questões. (E) equipamentos ecologicamente corretos não têm um mercado de vendas
assegurado.
Os eletrônicos “verdes”
(CREMESP – 2011 - VUNESP) 18 - O presidente da Apple, Steve Jobs,
Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politi- (A) preocupa-se com o carbono emitido na fabricação de produtos eletrôni-
camente correto na área ambiental. É seguindo essa trilha “verde” que a cos.
Motorola anunciou o primeiro celular do mundo feito de garrafas plásticas (B) pesquisa acerca do uso de bambu em teclados de laptops.
recicladas. Ele se chama W233 Eco e é também o primeiro telefone com (C) descobriu que impressoras cujos cartuchos são de borra de chá não
certificado CarbonFree, que prevê a compensação do carbono emitido na duram muito.
fabricação e distribuição de um produto. Se um celular pode ser feito de (D) responsabiliza a fabricação de celulares pelas emissões de dióxido de
garrafas, por que não se produz um laptop a partir do bambu? Essa ideia carbono no meio ambiente.
ganhou corpo com a fabricante taiwanesa Asus: tratase do Eco Book que (E) está de acordo com outras empresas a favor do uso de materiais reci-
exibe revestimento de tiras dessa planta. Computadores “limpos” fazem cláveis em eletrônicos.
uma importante diferença no efeito estufa e para se ter uma noção do
impacto de sua produção e utilização basta olhar o resultado de uma pes- (CREMESP – 2011 - VUNESP) 19 - No texto, o estudo realizado pela
quisa da empresa americana de consultoria Gartner Group. Ela revela que Comunidade do Vale do Silício

Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(A) é o primeiro passo para a implantação de laptops feitos com tiras de sinal gráfico que representa o som.
bambu.
(B) contribuirá para que haja mais lucro nas empresas, com redução de Vejamos alguns exemplos:
custos. Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
(C) ainda está pesquisando acerca do uso de mercúrio em eletrônicos. Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i
(D) será decisivo para evitar o efeito estufa na atmosfera. Corre – letras: 5: fonemas: 4
(E) permite a criação de uma impressora que funciona com energia mecâ- Hora – letras: 4: fonemas: 3
nica. Aquela – letras: 6: fonemas: 5
Guerra – letras: 6: fonemas: 4
Leia o texto para responder à questão a seguir. Fixo – letras: 4: fonemas: 5
Hoje – 4 letras e 3 fonemas
Quanto veneno tem nossa comida? Canto – 5 letras e 4 fonemas
Desde que os pesticidas sintéticos começaram a ser produzidos em larga Tempo – 5 letras e 4 fonemas
escala, na década de 1940, há dúvidas sobre o perigo para a saúde huma- Campo – 5 letras e 4 fonemas
na. No campo, em contato direto com agrotóxicos, alguns trabalhadores Chuva – 5 letras e 4 fonemas
rurais apresentaram intoxicações sérias. Para avaliar o risco de gente que
apenas consome os alimentos, cientistas costumam fazer testes com ratos LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um
e cães, alimentados com doses altas desses venenos. A partir do resultado determinado som.
desses testes e da análise de alimentos in natura (para determinar o grau
de resíduos do pesticida na comida), a Agência Nacional de Vigilância CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
Sanitária (Anvisa) estabelece os valores máximos de uso dos agrotóxicos
para cada cultura. Esses valores têm sido desrespeitados, segundo as VOGAIS
amostras da Anvisa. Alguns alimentos têm excesso de resíduos, outros têm
resíduos de agrotóxicos que nem deveriam estar lá. Esses excessos, a, e, i, o, u
A E I O U
isoladamente, não são tão prejudiciais, porque em geral não ultrapassam
os limites que o corpo humano aguenta. O maior problema é que eles se SEMIVOGAIS
somam – ninguém come apenas um tipo de alimento.(Francine Lima, Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa
Revista Época, 09.08.2010) mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te-
sou-ro, Pa-ra-guai.
(CREMESP – 2011 - VUNESP) 20 - Com a leitura do texto, pode-se afir-
mar que CONSOANTES
(A) segundo testes feitos em animais, os agrotóxicos causam intoxicações.
(B) a produção em larga escala de pesticidas sintéticos tem ocasionado B Cb,
D c,
F Gd,Hf,J g,K h,
L j,
M l,N m,
K Pn,Rp,Sq,T r,
V s,
X t,
Z v,
Y x,
Wz
doenças incuráveis.
(C) as pessoas que ingerem resíduos de agrotóxicos são mais propensas a ENCONTROS VOCÁLICOS
terem doenças de estômago. A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
(D) os resíduos de agrotóxicos nos alimentos podem causar danos ao encontro vocálico.
organismo. Ex.: cooperativa
(E) os cientistas descobriram que os alimentos in natura têm menos resí-
duos de agrotóxicos. Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato
http://www.gramatiquice.com.br/2011/02/exercicios-interpretacao-de-texto-
ii_02.html DITONGO
É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
RESPOSTAS Dividem-se em:
01. B 11. C - orais: pai, fui
02. A 12. B - nasais: mãe, bem, pão
03. E 13. E - decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói
04. B 14. B - crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo
05. E 15. E
06. E 16. A TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
07. B 17. C Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam
08. E 18. E
09. A 19. B HIATO
10. C 20. D Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
as diferentes emissões de voz.
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í-
FONÉTICA E FONOLOGIA zo

Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo- SÍLABA
nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados
quais caracterizam a oposição entre os vocábulos. numa só emissão de voz.

Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:
si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA. • Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol.
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo.
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e • Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.
seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais • Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-
fonemas. li-da-de.
No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
nemas. TONICIDADE
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se
É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica.

Língua Portuguesa 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
pá. c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.

Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras DISTINÇÃO ENTRE S E Z


em: 1. Escrevem-se com S:
• Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do- a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
mi-nó. b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
• Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá- ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
ter, a-má-vel, qua-dro. guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
• Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do, burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma. c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
ENCONTROS CONSONANTAIS erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo. se análise, trombose, etc.
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc. e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
causa.
DÍGRAFOS f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com- em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
posta para um som simples. g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-
der: pretensão; repreender: repreensão, etc.
Há os seguintes dígrafos:
1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh. 2. Escrevem-se em Z.
Exs.: chave, malha, ninho. a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização,
ss. organizado; realizar: realização, realizado, etc.
Exs. : carro, pássaro. b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs. de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir. c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer- chapeuzinho, cãozito, etc.
rando a sílaba em uma palavra.
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.
DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
NOTAÇÕES LÉXICAS 1. Escrevem-se com X
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras. feixe, etc.
c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
São os seguintes: d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas; árvore que produz o látex).
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco- e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-
ra; chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa-
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade; das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã; pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude; cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho; radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:
o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno. en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).

2. Escrevem-se com CH:


a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre-
ORTOGRAFIA OFICIAL buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim-
As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi-
que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de la, piche, pichar, tchau.
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua. b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se
Eis algumas observações úteis: distingue pelo contraste entre o x e o ch.
Exemplos:
DISTINÇÃO ENTRE J E G • brocha (pequeno prego)
• broxa (pincel para caiação de paredes)
1. Escrevem-se com J:
• chá (planta para preparo de bebida)
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,
• xá (título do antigo soberano do Irã)
canjerê, pajé, etc.
• chalé (casa campestre de estilo suíço)
b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
• xale (cobertura para os ombros)
cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
• chácara (propriedade rural)
c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei, • xácara (narrativa popular em versos)
despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
• cheque (ordem de pagamento)
d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc. • xeque (jogada do xadrez)
e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais • cocho (vasilha para alimentar animais)
mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija. • coxo (capenga, imperfeito)
2. Escrevem-se com G: DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C
a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem, Observe o quadro das correlações:
ferrugem, etc.
b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:

Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Correlações Exemplos
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial Mal e mau
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter “Mal” pode atuar com substantivo, relativo a alguma doença; advérbio,
- detenção; reter - retenção denotando erradamente, irregularmente; e como conjunção, indicando
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submer-
tempo. De acordo com o sentido, tal expressão sempre se opõe a bem:
rt - rs são;
pel - puls inverter - inversão; divertir - diversão Como ela se comportou mal durante a palestra. (Ela poderia ter se compor-
corr - curs impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão tado bem)
sent - sens correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão “Mau” opõe-se a bom, ocupando a função de adjetivo:
ced - cess sentir - senso, sensível, consenso Pedro é um mau aluno. (Assim como ele poderia ser um bom aluno)
ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - inter-
gred - gress cessão. Ao encontro de / de encontro a
exceder - excessivo (exceto exceção) “Ao encontro de” significa ser favorável, aproximar-se de algo:
prim - press agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão -
Suas ideias vão ao encontro das minhas. (São favoráveis)
tir - ssão progresso - progressivo
imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repres- “De encontro a” denota oposição a algo, choque, colisão:
são. O carro foi de encontro ao poste.
admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão.
(re)percutir - (re)percussão Afim e a fim
“Afim” indica semelhança, relacionando-se com a ideia relativa à afinidade:
PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES Na faculdade estudamos disciplinas afins.
“A fim” indica ideia de finalidade:
Estudo a fim de que possa obter boas notas.
Mas ou mais: dúvidas de ortografia
Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte A par e ao par
“A par” indica o sentido voltado para “ciente, estar informado acerca de
Mais ou mais? Onde ou aonde? Essas e outras expressões geralmente são algo”:
alvo de questionamentos por parte dos usuários da língua. Ele não estava a par de todos os acontecimentos.
“Ao par” representa uma expressão que indica igualdade, equivalência ente
Falar e escrever bem, de modo que se atenda ao padrão formal da lingua- valores financeiros:
gem: eis um pressuposto do qual devemos nos valer mediante nossa Algumas moedas estrangeiras estão ao par.
postura enquanto usuários do sistema linguístico. Contudo, tal situação não
parece assim tão simples, haja vista que alguns contratempos sempre Demais e de mais
tendem a surgir. Um deles diz respeito a questões ortográficas no mo- “Demais” pode atuar como advérbio de intensidade, denotando o sentido de
mento de empregar esta ou aquela palavra. “muito”:
Nesse sentido nunca é demais mencionar que o emprego correto de um A vítima gritava demais após o acidente.
determinado vocábulo está intimamente ligado a pressupostos semânticos, Tal palavra pode também representar um pronome indefinido, equivalendo-
visto que cada vocábulo carrega consigo uma marca significativa de senti- se “aos outros, aos restantes”:
do. Assim, mesmo que palavras se apresentem semelhantes em temos Não se importe com o que falam os demais.
sonoros, bem como nos aspectos gráficos, traduzem significados distintos, “De mais” se opõe a de menos, fazendo referência a um substantivo ou a
aos quais devemos nos manter sempre vigilantes, no intuito de fazermos um pronome:
bom uso da nossa língua sempre que a situação assim o exigir. Ele não falou nada de mais.
Pois bem, partindo dessa premissa, ocupemo-nos em conhecer as caracte-
rísticas que nutrem algumas expressões que rotineiramente utilizamos. Senão e se não
Entre elas, destacamos: “Senão” tem sentido equivalente a “caso contrário” ou a “não ser”:
É bom que se apresse, senão poderá chegar atrasado.
Mas e mais “Se não” se emprega a orações subordinadas condicionais, equivalendo-se
A palavra “mas” atua como uma conjunção coordenada adversativa, de- a “caso não”:
vendo ser utilizada em situações que indicam oposição, sentido contrário. Se não chover iremos ao passeio.
Vejamos, pois:
Esforcei-me bastante, mas não obtive o resultado necessário. Na medida em que e à medida que
Já o vocábulo “mais” se classifica como pronome indefinido ou advérbio de “Na medida em que” expressa uma relação de causa, equivalendo-se a
intensidade, opondo-se, geralmente, a “menos”. Observemos: “porque”, “uma vez que” e “já que”:
Ele escolheu a camiseta mais cara da loja. Na medida em que passava o tempo, a saudade ia ficando cada vez mais
apertada.
Onde e aonde “À medida que” indica a ideia relativa à proporção, desenvolvimento grada-
“Aonde” resulta da combinação entre “a + onde”, indicando movimento para tivo:
algum lugar. É usada com verbos que também expressem tal aspecto (o de À medida que iam aumentando os gritos, as pessoas se aglomeravam
movimento). Assim, vejamos: ainda mais.
Aonde você vai com tanta pressa?
“Onde” indica permanência, lugar em que se passa algo ou que se está. Nenhum e nem um
Portanto, torna-se aplicável a verbos que também denotem essa caracterís- “Nenhum” representa o oposto de algum:
tica (estado ou permanência). Vejamos o exemplo: Nenhum aluno fez a pesquisa.
Onde mesmo você mora? “Nem um” equivale a nem sequer um:
Nem uma garota ganhará o prêmio, quem dirá todas as competidoras.
Que e quê
O “que” pode assumir distintas funções sintáticas e morfológicas, entre elas Dia a dia e dia-a-dia (antes da nova reforma ortográfica grafado com
a de pronome, conjunção e partícula expletiva de realce: hífen):
Convém que você chegue logo. Nesse caso, o vocábulo em questão atua Antes do novo acordo ortográfico, a expressão “dia-a-dia”, cujo sentido
como uma conjunção integrante. fazia referência ao cotidiano, era grafada com hífen. Porém, depois de
Já o “quê”, monossílabo tônico, atua como interjeição e como substantivo, instaurado, passou a ser utilizada sem dele, ou seja:
em se tratando de funções morfossintáticas: O dia a dia dos estudantes tem sido bastante conturbado.
Ela tem um quê de mistério.

Língua Portuguesa 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Já “dia a dia”, sem hífen mesmo antes da nova reforma, atua como uma
locução adverbial referente a “todos os dias” e permaneceu sem nenhuma EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
alteração, ou seja:
Ela vem se mostrando mais competente dia a dia. Escrevem-se com letra inicial maiúscula:
1) a primeira palavra de período ou citação.
Fim-de-semana e fim de semana Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
A expressão “fim-de-semana”, grafada com hífen antes do novo acordo, faz No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
referência a “descanso”, diversão, lazer. Com o advento da nova reforma letra maiúscula.
ortográfica, alguns compostos que apresentam elementos de ligação, como 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
é o caso de “fim de semana”, não são mais escritos com hífen. Portanto, o sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
correto é: Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
Como foi seu fim de semana? Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
“Fim de semana” também possui outra acepção semântica (significado), O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
relativa ao final da semana propriamente dito, aquele que começou no 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
domingo e agora termina no sábado. Assim, mesmo com a nova reforma religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
ortográfica, nada mudou no tocante à ortografia: do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
Viajo todo fim de semana. 4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
Vânia Maria do Nascimento Duarte etc.
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
O uso dos porquês
Estado, Pátria, União, República, etc.
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês órgãos públicos, etc.:
para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto. Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco
do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
Por que 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e
O por que tem dois empregos diferenciados: científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os
Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefini- Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
do que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”: Manhã, Manchete, etc.
Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão) 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo) Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do
significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, Oriente, o falar do Norte.
pelas quais. Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual) 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o
Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
Por quê
Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por Escrevem-se com letra inicial minúscula:
quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
motivo”, “por qual razão”. nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê? ingleses, ave-maria, um havana, etc.
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro. 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
empregados em sentido geral:
Porque São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio
vez que”, “para que”. Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois) 4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta:
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que) "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis)
Porquê "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,
É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanha- mirra." (Manuel Bandeira)
do de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.
Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar con- ORTOGRAFIA OFICIAL
centrada. (motivo) Novo Acordo Ortográfico
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
Por Sabrina Vilarinho
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas
FORMAS VARIANTES da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário
Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos. 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
aluguel ou aluguer hem? ou hein? dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató-
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo
amídala ou amígdala infarto ou enfarte Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que
assobiar ou assoviar laje ou lajem falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve
assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula sua implementação.
azaléa ou azaleia nenê ou nenen É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que uma
bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar que a
bílis ou bile quatorze ou catorze ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que as
cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos subsisti-
carroçaria ou carroceria taramela ou tramela rão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma
chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de Leis
ou Acordos.
debulhar ou desbulhar ou relampar
fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem

Língua Portuguesa 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, depois • Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui uma • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o ideal
• I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. • ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
• UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira des- • US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
complicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante a
Ortografia Oficial do Português falado no Brasil. Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes
(semivogal+vogal):
Alfabeto Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo as 3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhu- Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo,
ma novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios público, pároco, proparoxítona.
e palavras importadas do idioma inglês, como: QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS
km – quilômetro,
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
kg – quilograma
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
Trema • Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus IMPORTANTE
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se
deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?
o “ü” lê-se “i”)
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de
“ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a
Quanto À Posição Da Sílaba Tônica sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.
5. Trema
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou não Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira,
de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)
em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S” 6. Acento Diferencial
O acento diferencial permanece nas palavras:
pôde (passado), pode (presente)
Ex.
pôr (verbo), por (preposição)
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo
Chá Mês nós está no singular ou plural:
Gás Sapé cipó
SINGULAR PLURAL
Dará Café avós
Pará Vocês compôs Ele tem Eles têm
vatapá pontapés só Ele vem Eles vêm
Aliás português robô Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:
dá-lo vê-lo avó conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los
Novo Acordo Ortográfico Descomplicado
réis (moeda) Véu dói
méis céu mói Trema
pastéis Chapéus anzóis Não se usa mais o trema, salvo em nomes próprios e seus derivados.
ninguém parabéns Jerusalém Acento diferencial
Resumindo: Não é preciso usar o acento diferencial para distinguir:

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja 1. Para (verbo) de para (preposição)
um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo”
são acentuadas porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras. “Esse carro velho para em toda esquina”.
“Estarei voltando para casa daqui a uma hora”.
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
1. Pela, pelo (verbo pelar) de pela, pelo (preposição + artigo) e pelo (subs-
• L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. tantivo)
• N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen. 2. Polo (substantivo) de polo (combinação antiga e popular de por e lo).
• R – câncer, caráter, néctar, repórter. 3. pera (fruta) de pera (preposição arcaica).
• X – tórax, látex, ônix, fênix.
• PS – fórceps, Quéops, bíceps.

Língua Portuguesa 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A pronúncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se-á mediante o tem gerado em torno do seguinte questionamento: “por que mudar uma
contexto. coisa que a gente demorou um tempão para aprender?” Bom, para quem já
Acento agudo dominava a antiga ortografia, realmente essa mudança foi uma chateação.
Ditongos abertos “ei”, “oi” Quem saiu se beneficiando foram os que estão começando agora a adquirir
Não se usa mais acento nos ditongos ABERTOS “ei”, “oi” quando estiverem o código escrito, como os alunos do Ensino Fundamental I.
na penúltima sílaba. Se você tem dificuldades em memorizar regras, é inútil estudar o Novo
He-roi-co ji-boi-a Acordo comparando “o antes e o depois”, feito revista de propaganda de
As-sem-blei-a i-dei-a cosméticos. O ideal é que as mudanças sejam compreendidas e gravadas
Pa-ra-noi-co joi-a na memória: para isso, é preciso colocá-las em prática.
OBS. Só vamos acentuar essas letras quando vierem na última sílaba e se Não precisa mais quebrar a cabeça: “uso hífen ou não”?
o som delas estiverem aberto. Regra Geral
Céu véu
Dói herói A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não
Chapéu beleléu tem som; em “Hollywood”, tem som de “R”. Portanto, não deve aparecer
Rei, dei, comeu, foi (som fechado – sem acento) encostado em prefixos:
Não se recebem mais acento agudo as vogais tônicas “I” e “U” quando
forem paroxítonas (penúltima sílaba forte) e precedidas de ditongo. • pré-história
feiura baiuca • anti-higiênico
cheiinho saiinha • sub-hepático
boiuno • super-homem
Não devemos mais acentuar o “U” tônico os verbos dos grupos “GUE/GUI”
e “QUE/QUI”. Por isso, esses verbos serão grafados da seguinte maneira: Então, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.
Averiguo (leia-se a-ve-ri-gu-o, pois o “U” tem som forte) Anti-inflamatório neoliberalismo
Arguo apazigue Supra-auricular extraoficial
Enxague arguem Arqui-inimigo semicírculo
Delinguo sub-bibliotecário superintendente
Acento Circunflexo Quanto ao “R” e o “S”, se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá
Não se acentuam mais as vogais dobradas “EE” e “OO”. ser dobrada:
Creem veem suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia)
Deem releem minissaia antisséptico
Leem descreem contrarregra megassaia
Voo perdoo Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, não se unem de jeito
enjoo nenhum.
Outras dicas
Há muito tempo a palavra “coco” – fruto do coqueiro – deixou de ser acen- • Sub-reino
tuada. Entretanto, muitos alunos insistem em colocar o acento: “Quero • ab-rogar
beber água de côco”. • sob-roda
Quem recebe acento é “cocô” – palavra popularmente usada para se referir
a excremento. ATENÇÃO!
Então, a menos se que queira beber água de fezes, é melhor parar de Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras
colocar acento em coco. iguais, SEPARA.
Para verificar praticamente a necessidade de acentuação gráfica, utilize o super-requintado super-realista
critério das oposições: inter-resistente
Imagem armazém
CONTINUAMOS A USAR O HÍFEN
Paroxítonas terminadas em “M” não levam acento, mas as oxítonas SIM.
Jovens provéns Diante dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“:
Paroxítonas terminadas em “ENS” não levam acento, mas as oxítonas Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente ,
levam. Vizo-rei
Útil sutil Diante de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO.
Paroxítonas terminadas em “L” têm acento, mas as oxítonas não levam pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-labore
porque o “L”, o “R” e o “Z” deixam a sílaba em que se encontram natural- pró-africano, pró-europeu, pós-graduação
mente forte, não é preciso um acento para reforçar isso. Diante de “pan-, circum-, quando juntos de vogais.
É por isso que: as palavras “rapaz, coração, Nobel, capataz, pastel, bom- Pan-americano, circum-escola
bom; verbos no infinitivo (terminam em –ar, -er, -ir) doar, prover, consu- OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”.
mir são oxítonas e não precisam de acento. Quando terminarem do mesmo NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen:
jeito e forem paroxítonas, então vão precisar de acento. Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola.
ATENÇÃO!
Uso do Hífen Não se usa o hífen diante de “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO)
Coordenar reedição preestabelecer
Novo Acordo Ortográfico Descomplicado (Parte V) – Uso do Hífen
Coordenação refazer preexistir
Tem se discutido muito a respeito do Novo Acordo Ortográfico e a grande Coordenador reescrever prever
queixa entre os que usam a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita Coobrigar relembrar

Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Cooperação reutilização sublinhar: sub-li-nhar
Cooperativa reelaborar sublocar: sub-lo-car
O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo
Preste atenção nas seguintes palavras:
menos uma palavra de cada prefixo. Quando bater a dúvida numa palavra,
trei-no so-cie-da-de
compare-a à palavra que você já sabe e escreva-a duas vezes: numa você gai-o-la ba-lei-a
usa o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua memória! Uma delas des-mai-a-do im-bui-a
vai te parecer mais familiar. ra-diou-vin-te ca-o-lho
te-a-tro co-e-lho
REGRA GERAL (Resumindo)
du-e-lo ví-a-mos
Letras iguais, separa com hífen(-). a-mné-sia gno-mo
Letras diferentes, junta. co-lhei-ta quei-jo
O “H” não tem personalidade. Separa (-). pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co
dig-no e-nig-ma
O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se
e-clip-se Is-ra-el
juntam com consoantes. mag-nó-lia
http://www.infoescola.com/portugues/novo-acordo-ortografico-
descomplicado-parte-i/
SINAIS DE PONTUAÇÃO
DIVISÃO SILÁBICA
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as
pausas da linguagem oral.
Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU,
GU.
1- chave: cha-ve PONTO
aquele: a-que-le O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla-
palha: pa-lha rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos
manhã: ma-nhã comuns ele é chamado de simples.
guizo: gui-zo
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço PONTO DE INTERROGAÇÃO
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar É usado para indicar pergunta direta.
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma Onde está seu irmão?
globo: glo-bo fraco: fra-co
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so A mim ?! Que ideia!
prato: pra-to
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC.
É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
3- correr: cor-rer desçam: des-çam
Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to
Ó jovens! Lutemos!
fascinar: fas-ci-nar

Não se separam as letras que representam um ditongo. VÍRGULA


4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
cárie: cá-rie sa na fala. Emprega-se a vírgula:
• Nas datas e nos endereços:
Separam-se as letras que representam um hiato. São Paulo, 17 de setembro de 1989.
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el Largo do Paissandu, 128.
rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o • No vocativo e no aposto:
Meninos, prestem atenção!
Não se separam as letras que representam um tritongo. Termópilas, o meu amigo, é escritor.
6- Paraguai: Pa-ra-guai • Nos termos independentes entre si:
saguão: sa-guão O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba caso é usado o duplo emprego da vírgula:
que a antecede. Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
7- torna: tor-na núpcias: núp-cias droeira.
técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter • Após alguns adjuntos adverbiais:
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz No dia seguinte, viajamos para o litoral.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego
Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba da vírgula:
que a segue Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
8- pneumático: pneu-má-ti-co • Após a primeira parte de um provérbio.
gnomo: gno-mo O que os olhos não veem, o coração não sente.
psicologia: psi-co-lo-gia • Em alguns casos de termos oclusos:
Eu gostava de maçã, de pera e de abacate.
No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em RETICÊNCIAS
sílabas separadas. • São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
9- sublingual: sub-lin-gual
Língua Portuguesa 39 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Não me disseste que era teu pai que ... (Meireles, Cecília, "Flor de Poemas").
• Para realçar uma palavra ou expressão. • Nas indicações cênicas dos textos teatrais:
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome... "Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento. fora das órbitas. Amália se volta)".
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também... (G. Figueiredo)
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória:
PONTO E VÍRGULA "E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de
fome."
• Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
(C. Lispector)
alguma simetria entre si.
• Para isolar orações intercaladas:
"Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
"Estou certo que eu (se lhe ponho
cido, guardando consigo a ponta farpada. "
Minha mão na testa alçada)
• Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
Sou eu para ela."
interior.
(M. Bandeira)
Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais
calmo, resolveu o problema sozinho.
COLCHETES [ ]
DOIS PONTOS Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
• Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas? ASTERISCO
• Para indicar uma citação alheia: O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de alguma nota (observação).
passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
que". BARRA
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
or:
abreviaturas.
Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
• Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido. CRASE

TRAVESSÃO Crase é a fusão da preposição A com outro A.


Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.
palavras ou frases
– "Quais são os símbolos da pátria? EMPREGO DA CRASE
– Que pátria? • em locuções adverbiais:
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). à vezes, às pressas, à toa...
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra • em locuções prepositivas:
vez. em frente à, à procura de...
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma • em locuções conjuntivas:
coisa". (M. Palmério). à medida que, à proporção que...
• Usa-se para separar orações do tipo: • pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a,
– Avante!- Gritou o general. as
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. Fui ontem àquele restaurante.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam Refiro-me àquilo e não a isto.
uma cadeia de frase:
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
• A ponte Rio – Niterói. A CRASE É FACULTATIVA
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. • diante de pronomes possessivos femininos:
Entreguei o livro a(à) sua secretária .
• diante de substantivos próprios femininos:
ASPAS Dei o livro à(a) Sônia.
São usadas para:
• Indicar citações textuais de outra autoria. CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) • Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se A:
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: Viajaremos à Colômbia.
Há quem goste de “jazz-band”. (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. • Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
• Para enfatizar palavras ou expressões: Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. neza, etc.
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. Viajaremos a Curitiba.
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
• Em casos de ironia: • Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. modifique.
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão. Ela se referiu à saudosa Lisboa.
Vou à Curitiba dos meus sonhos.
PARÊNTESES • Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
Empregamos os parênteses: Às 8 e 15 o despertador soou.
• Nas indicações bibliográficas. • Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo-
"Sede assim qualquer coisa. da” ou "maneira":
serena, isenta, fiel". Aos domingos, trajava-se à inglesa.

Língua Portuguesa 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro
• Antes da palavra casa, se estiver determinada: de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide
Referia-se à Casa Gebara. sobre a relação entre significantes, tais
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a
Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa). sua denotação.
• Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.
Voltou à terra onde nascera. A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos
Chegamos à terra dos nossos ancestrais. para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica
Mas: incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal,
Os marinheiros vieram a terra. e semiótica.
O comandante desceu a terra. A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a
• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça
artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente: sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo
Vou até a (á ) chácara. é expresso(por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção
Cheguei até a(à) muralha de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica
• A QUE - À QUE formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.
ocorrerá crase:
Houve um palpite anterior ao que você deu. Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em
Houve uma sugestão anterior à que você deu. consideração:
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
ocorrerá crase. que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos:
Não gostei do filme a que você se referia. Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado,
Não gostei da peça a que você se referia. remoto.
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
de: que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos:
Meu palpite é igual ao de todos Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.
Minha opinião é igual à de todos.
Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de
possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica,
NÃO OCORRE CRASE ou seja, os homônimos:
• antes de nomes masculinos:
Andei a pé. As homônimas podem ser:
Andamos a cavalo.  Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
• antes de verbos: Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente
Ela começa a chorar. indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa
Cheguei a escrever um poema. singular presente indicativo do verbo consertar);
• em expressões formadas por palavras repetidas:
Estamos cara a cara.  Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);
Escrevi a Vossa Excelência.
Dirigiu-se gentilmente à senhora.
 Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos:
cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural:
(verbo) - cedo (advérbio);
Não falo a pessoas estranhas.
Jamais vamos a festas.  Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais
palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na
SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro -
E FIGURADO DAS PALAVRAS. cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura
(atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação
decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas
de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido
(desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir
Semântica (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar,
assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição /
onicolor - unicolor.
 Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de
apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na
empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de
graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.
 Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e
origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) -
São (santo)
Conotação e Denotação:
 Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do
original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.

Língua Portuguesa 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. rápido lento
Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas. sair entrar
Sinônimo sozinho acompanhado
concórdia discórdia
Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro. pesado leve
O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem quente frio
repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem presente ausente
enfadonhos.
escuro claro
Eufemismo inveja admiração
Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
conhecida como eufemismo). Homógrafo
Exemplos: Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na
• gordo - obeso pronúncia.
• morrer - falecer Exemplos
• rego (subst.) e rego (verbo);
Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos • colher (verbo) e colher (subst.);
Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos. • jogo (subst.) e jogo (verbo);
Sinônimos Perfeitos • Sede: lugar e Sede: avidez;
Se o significado é idêntico.
• Seca: pôr a secar e Seca: falta de água.
Exemplos:
Homófono
• avaro – avarento, Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois
• léxico – vocabulário, tipos de palavras homófonas, que são:
• falecer – morrer, • Homófonas heterográficas
• escarradeira – cuspideira, • Homófonas homográficas
• língua – idioma Homófonas heterográficas
• catorze - quatorze Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas
heterográficas (diferentes na escrita).
Sinônimos Imperfeitos Exemplos
Se os signIficados são próximos, porém não idênticos. cozer / coser;
Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso cozido / cosido;
censo / senso
Antônimo consertar / concertar
Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário conselho / concelho
(também oposto ou inverso) à outra. paço / passo
O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso noz / nós
estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que hera / era
chame atenção do leitor ou do ouvinte. ouve / houve
Palavra Antônimo voz / vós
cem / sem
aberto fechado acento / assento
alto baixo Homófonas homográficas
bem mal Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
homográficas (iguais na escrita).
bom mau
Exemplos
bonito feio Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso,
demais de menos janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que
doce salgado deriva do substantivo jantar, e está classificado como
neologismo.
forte fraco Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito
gordo magro (substantivo).
salgado insosso
Parônimo
amor ódio
Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma
seco molhado semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas
grosso fino palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
duro mole diferentes.
O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a
doce amargo pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
grande pequeno são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.
soberba humildade Exemplos
Veja alguns exemplos de palavras parônimas:
louvar censurar
acender. verbo - ascender. subir
bendizer maldizer acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se
ativo inativo cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa
simpático antipático comprimento. extensão - cumprimento. saudação
coro (cantores) - couro (pele de animal)
progredir regredir deferimento. concessão - diferimento. adiamento

Língua Portuguesa 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender É o elemento mórfico que vem depois do radical.
descrição. representação - discrição. reserva Exs.: med - onho cear – ense
descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
despensa. compartimento - dispensa. desobriga
destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato) FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a
emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar
língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá-
enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar
bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis-
enformar. meter em fôrma - informar. avisar
mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo.
entender. compreender - intender. exercer vigilância
lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala-
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para vras encontramos a seguinte divisão:
morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro
peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo • palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor)
recrear. divertir - recriar. criar de novo
se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo • palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha)
vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa • palavras simples - só possuem um radical (couve, flor)
venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho
vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular • palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor,
aguardente)
DENOTAÇAO E CONOTAÇAO
Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci-
A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a mento dos seguintes processos de formação:
seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original. Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi-
cais. São dois tipos de composição.
A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se
no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias • justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol,
interpretações. sexta-feira);

Observe os exemplos • aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de e-


Denotação lementos (pernalta, de perna + alta).
As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro. Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o a-
créscimo de afixos. São cinco tipos de derivação.
Conotação
As estrelas do cinema. • prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil);
O jardim vestiu-se de flores
O fogo da paixão • sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente);
• parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo
SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável
pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva;
As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
figurado: • regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se
Construí um muro de pedra - sentido próprio substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda /
Maria tem um coração de pedra – sentido figurado. de ajudar);
A água pingava lentamente – sentido próprio.
• imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva
("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS. a comum).

As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros
elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das processos para formação de palavras, como:
palavras.
• Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas
por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo,
Exs.:
grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alco-
cinzeiro = cinza + eiro
ômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino
endoidecer = en + doido + ecer
/ sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego);
predizer = pre + dizer
• Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun-
Os principais elementos móficos são : zum, miau);

RADICAL • Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua


É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra. compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
enterrar = en + terra + ar • Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se-
pronome = pro + nome quência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de
siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista)
PREFIXO • Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas pala-
É o elemento mórfico que vem antes do radical. vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos
Exs.: anti - herói in - feliz

SUFIXO

Língua Portuguesa 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE- cancioneiro - de poemas, de canções
caravana - de viajantes
POSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE
cardume - de peixes
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES). clero - de sacerdotes
colmeia - de abelhas
SUBSTANTIVOS concílio - de bispos
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
congregação - de professores, de religiosos
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no- congresso - de parlamentares, de cientistas
me aos seres em geral. conselho - de ministros
consistório - de cardeais sob a presidência do papa
São, portanto, substantivos. constelação - de estrelas
a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra, corja - de vadios
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado. elenco - de artistas
b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba- enxame - de abelhas
lho, corrida, tristeza beleza altura. enxoval - de roupas
esquadra - de navios de guerra
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS esquadrilha - de aviões
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie: falange - de soldados, de anjos
rio, cidade, pais, menino, aluno farândola - de maltrapilhos
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento. fato - de cabras
Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To- fauna - de animais de uma região
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. feixe - de lenha, de raios luminosos
c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro- flora - de vegetais de uma região
priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi- frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus
que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con- girândola - de fogos de artifício
creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta, horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros
fada, bruxa, saci. junta - de bois, médicos, de examinadores
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só júri - de jurados
existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, legião - de anjos, de soldados, de demônios
pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, malta - de desordeiros
portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: manada - de bois, de elefantes
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. matilha - de cães de caça
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje- ninhada - de pintos
tivos nuvem - de gafanhotos, de fumaça
trabalhar - trabalho panapaná - de borboletas
correr - corrida pelotão - de soldados
alto - altura penca - de bananas, de chaves
belo - beleza pinacoteca - de pinturas
plantel - de animais de raça, de atletas
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS quadrilha - de ladrões, de bandidos
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua ramalhete - de flores
portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. réstia - de alhos, de cebolas
b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: récua - de animais de carga
florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. romanceiro - de poesias populares
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, resma - de papel
tempo, sol. revoada - de pássaros
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de- súcia - de pessoas desonestas
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. vara - de porcos
vocabulário - de palavras
COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
de seres da mesma espécie. Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
grau.
Veja alguns coletivos que merecem destaque:
alavão - de ovelhas leiteiras Gênero
alcateia - de lobos Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
álbum - de fotografias, de selos no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
antologia - de trechos literários escolhidos
armada - de navios de guerra Podemos classificar os substantivos em:
armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma
arquipélago - de ilhas para o masculino, outra para o feminino:
assembleia - de parlamentares, de membros de associações aluno/aluna homem/mulher
atilho - de espigas de milho menino /menina carneiro/ovelha
atlas - de cartas geográficas, de mapas Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas
banca - de examinadores pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo:
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios padrinho/madrinha bode/cabra
bando - de aves, de pessoal em geral cavaleiro/amazona pai/mãe
cabido - de cônegos
cacho - de uvas, de bananas b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única
cáfila - de camelos

Língua Portuguesa 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
em: São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. os ônix.
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve- 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê- tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri-
mea mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi-
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que tos.
designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a Substantivos só usados no plural
estudante, este dentista. afazeres anais
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam arredores belas-artes
pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar- cãs condolências
tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn- confins exéquias
juge, a pessoa, a criatura. férias fezes
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: núpcias óculos
uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino. olheiras pêsames
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
Plural dos Nomes Compostos
São masculinos São femininos
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata
1. Somente o último elemento varia:
o teorema o ágape a análise a usucapião a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
o trema o caudal a cal a bacanal boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
o edema o champanha a cataplasma a líbido b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
o fibroma o guaraná a aguardente c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo
o estratagema o plasma ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-
o proclama o clã
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem-
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
Mudança de Gênero com mudança de sentido melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
Veja alguns exemplos: a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo) pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
rabo, burros-sem-rabo;
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora)
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão) b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
o lotação (veículo) a lotação (capacidade) ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento) correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
banana-maçã, bananas-maçã.
Plural dos Nomes Simples A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa, correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: 3. Ambos os elementos são flexionados:
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração, a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
corações; grandalhão, grandalhões. flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, compromissos.
guardiães. b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. caras-pálidas.

Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma São invariáveis:
de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. desocupa-o-copo;
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí- perde-ganha, os perde-ganha.
fens (ou hífenes). Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani- marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules. salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
fósseis; réptil, répteis. Adjetivos Compostos
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar- Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis. Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino-
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o americanos; cívico-militar, cívico-militares.
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni- 1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses; segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos

Língua Portuguesa 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur- Número
dos-mudos > surdas-mudas. a) Adjetivo simples
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples:
Graus do substantivo pessoa honesta pessoas honestas
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais regra fácil regras fáceis
podem ser: sintéticos ou analíticos. homem feliz homens felizes
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in-
variáveis:
Analítico blusa vinho blusas vinho
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- camisa rosa camisas rosa
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. b) Adjetivos compostos
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-
Sintético mento varia, tanto em gênero quanto em número:
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. acordos sócio-político-econômico
acordos sócio-político-econômicos
causa sócio-político-econômica
Principais sufixos aumentativos causas sócio-político-econômicas
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, acordo luso-franco-brasileiro
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, acordo luso-franco-brasileiros
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu- lente côncavo-convexa
lentes côncavo-convexas
ça.
camisa verde-clara
camisas verde-claras
Principais Sufixos Diminutivos sapato marrom-escuro
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, sapatos marrom-escuros
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, Observações:
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, 1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável:
camisa verde-abacate camisas verde-abacate
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
sapato marrom-café sapatos marrom-café
homúncula, apícula, velhusco. blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
Observações: blusa azul-marinho blusas azul-marinho
camisa azul-celeste camisas azul-celeste
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui-
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. variam:
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc. menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe- menina surda-muda meninas surdas-mudas
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for- Graus do Adjetivo
mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz, As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex-
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc. pressas em dois graus:
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di- - o comparativo
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon- - o superlativo
zinho, pequenito.

Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu- Comparativo


gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
diferentes para designar o sexo: outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
bode - cabra genro - nora superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
burro - besta padre - madre - Comparativo de igualdade:
carneiro - ovelha padrasto - madrasta O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
cão - cadela padrinho - madrinha Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
cavalheiro - dama pai - mãe - Comparativo de superioridade:
compadre - comadre veado - cerva O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
frade - freira zangão - abelha Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
frei – soror etc. - Comparativo de inferioridade:
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.
ADJETIVOS
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-
FLEXÃO DOS ADJETIVOS dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
- Superlativo absoluto
Gênero Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser:
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: Esta cidade é poluidíssima.
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne- Esta cidade é muito poluída.
ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu- - Superlativo relativo
lher simples; aluno feliz - aluna feliz. Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a
b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou- outros seres:
tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem Este rio é o mais poluído de todos.
alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa Este rio é o menos poluído de todos.

Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se- Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico:
melhante a dos substantivos. - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -

Língua Portuguesa 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti- Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara- João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais: La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO Macapá - macapaense Macau - macaense
ABSOLUTO Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
RELATIVO Madri - madrileno Manaus - manauense
bom melhor ótimo Marajó - marajoara Minho - minhoto
melhor Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
mau pior péssimo Montevidéu - montevideano Natal - natalense
pior Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
grande maior máximo Pequim - pequinês Pisa - pisano
maior Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
pequeno menor mínimo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
acre - acérrimo ágil - agílimo Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo Locuções Adjetivas
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo PRONOMES
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo
senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
substantivo.
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
• Ele chegou. (ele)
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
• Convidei-o. (o)
pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex-
próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
• Esta casa é antiga. (esta)
sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
• Meu livro é antigo. (meu)
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
Classificação dos Pronomes
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Há, em Português, seis espécies de pronomes:
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
de tratamento:
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
Adjetivos Gentílicos e Pátrios
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bóston - bostoniano Braga - bracarense
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense
trem, nada, cada, algo.
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
bucarestense Campos - campista
terrogativas.
Cairo - cairota Caracas - caraquenho
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
PRONOMES PESSOAIS
Catalunha - catalão Chipre - cipriota
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
curso:
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense
1ª pessoa: quem fala, o emissor.
bricense Cuiabá - cuiabano
Eu sai (eu)
Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
Nós saímos (nós)
Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
Convidaram-me (me)
Egito - egípcio capixaba
Convidaram-nos (nós)
Equador - equatoriano Évora - eborense
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
Tu saíste (tu)
Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
Vós saístes (vós)
Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Convidaram-te (te)
Gabão - gabonês Galiza - galego
Convidaram-vos (vós)
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente.
Goiânia - goianense Granada - granadino
Ele saiu (ele)
Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco

Língua Portuguesa 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Eles sairam (eles) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Convidei-o (o) gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
Convidei-os (os) sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
Os pronomes pessoais são os seguintes: somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO Querida, gosto muito de SI. (errado)
singular 1ª eu me, mim, comigo Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
2ª tu te, ti, contigo Querida, gosto muito de você. (certo)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Preciso muito falar com você. (certo)
plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
PRONOMES DE TRATAMENTO Cada um faça por si mesmo a redação
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa
binações possíveis são as seguintes:
Magnificência V. Mag a reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral me+o=mo me + os = mos
Vossa Santidade V.S. papas te+o=to te + os = tos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados lhe+o=lho lhe + os = lhos
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo- lhes + o = lho lhes + os = lhos
cês.
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS a, as.
me+a=ma me + as = mas
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
te+a=ta te + as = tas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
- Você pagou o livro ao livreiro?
Considera-se errado seu emprego como complemento:
- Sim, paguei-LHO.
Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado)
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
EU cheguei atrasado (certo)
representa o livreiro) com O (que representa o livro).
ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
pronomes retos:
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
Convidei ELE (errado)
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Chamaram NÓS (errado)
indiretos:
Convidei-o. (certo)
O menino convidou-a. (V.T.D )
Chamaram-NOS. (certo)
O filho obedece-lhe. (V.T. l )
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
reto seu emprego como complemento:
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
Informaram a ELE os reais motivos.
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Emprestaram a NÓS os livros.
verbos transitivos diretos:
Eles gostam muito de NÓS.
Eu lhe vi ontem. (errado)
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
Nunca o obedeci. (errado)
errado seu emprego como complemento:
Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Nunca lhe obedeci. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
MIM e TI:
finitivo:
Ninguém irá sem EU. (errado)
Deixei-o sair.
Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Vi-o chegar.
Ninguém irá sem MIM. (certo)
Sofia deixou-se estar à janela.
Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
vendo as orações reduzidas de infinitivo:
TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
como sujeito de um verbo no infinitivo.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos:
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
A mim, ninguém me engana.
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
A ti tocou-te a máquina mercante.

Língua Portuguesa 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas- 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
mo vicioso e sim ênfase. Papai do céu o abençoe.
A terra lhes seja leve.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
exercendo função sintática de adjunto adnominal: Em se animando, começa a contagiar-nos.
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
pausa entre eles.
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo- Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
déstia:
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Mesóclise
Vós sois minha salvação, meu Deus! Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando precedidos de palavras que reclamem a próclise.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
falamos dessa pessoa: Dir-se-ia vir do oco da terra.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Mas:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos?
O Pronome Átono nas Locuções Verbais
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
COLOCAÇÃO DE PRONOMES Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias. O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
3. No interior do verbo - mesóclise ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.
Observar-te-ei sempre. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des-
cartes ."
Ênclise Tenho-me levantado cedo.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a Não me tenho levantado cedo.
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
direto ou indireto. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
O pai esperava-o na estação agitada. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Expliquei-lhe o motivo das férias. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua-
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a gem escrita.
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração:
PRONOMES POSSESSIVOS
Voltei-me em seguida para o céu límpido.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
indo-lhes a posse de alguma coisa.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo:
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o
Companheiros, escutai-me.
livro pertence a 1ª pessoa (eu)
4. Com o infinitivo impessoal:
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Eis as formas dos pronomes possessivos:
destino na mesa.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS.
franco.
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
Próclise
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa
Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
você).
interrogativos e conjunções.
As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui-
Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s).
Quem lhe ensinou esses modos?
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele.
Quem os ouvia, não os amou.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles.
Que lhes importa a eles a recompensa?

Língua Portuguesa 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Este assunto já foi discutido ontem.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro- Tudo isto que estou dizendo já é velho.
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as Só posso lhe dizer isto: nada somos.
suas mãos). Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
Não me respeitava a adolescência. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. quem se fala):
Esse documento que tens na mão é teu?
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: Isso que carregas pesa 5 kg.
1. Cálculo aproximado, estimativa: b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos Esse teu coração me traiu.
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história Essa alma traz inúmeros pecados.
O nosso homem não se deu por vencido. Quantos vivem nesse pais?
Chama-se Falcão o meu homem c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum jamos distância:
Eu cá tenho minhas dúvidas O povo já não confia nesses políticos.
Cornélio teve suas horas amargas Não quero mais pensar nisso.
4. Afetividade, cortesia d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Como vai, meu menino? Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo O que você quer dizer com isso?
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- falamos:
tes de família. Um dia desses estive em Porto Alegre.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Comi naquele restaurante dia desses.
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
de. Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
não sabia o que dizer. te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
PRONOMES DEMONSTRATIVOS a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
3ª.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
Aquele documento que lá está é teu?
coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
Naquele instante estava preocupado.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
Daquele instante em diante modifiquei-me.
longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
livro está longe de ambas as pessoas.
século, para exprimir que o tempo já decorreu.
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,
Os pronomes demonstrativos são estes: usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa variações) para a primeira:
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
AQUELE (e variações), próprio (e variações) e aquela tranquila.
MESMO (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: Nunca vi uma coisa daquelas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
fala). reforçativo:
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Isto que carregamos pesa 5 kg. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Este coração não pode me trair. ISSO ou AQUELE (e variações).
Esta alma não traz pecados. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
Tudo se fez por este país.. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
c) Para indicar o momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
Neste instante estou tranquilo. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Deste minuto em diante vou modificar-me. homens superiores.
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante:
momento em que falamos: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE,
Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO.
Um dia destes estive em Porto Alegre. Tal era a situação do país.
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no Não disse tal.
qual se inclui o momento em que falamos: Tal não pôde comparecer.
Nesta semana não choveu.
Neste mês a inflação foi maior. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu-
Este ano será bom para nós. des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha
Este século terminará breve. QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como

Língua Portuguesa 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
ou OUTRO TAL: PRONOMES INTERROGATIVOS
Suas manias eram tais quais as minhas. Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de
A mãe era tal quais as filhas. modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Os filhos são tais qual o pai. Exemplos:
Tal pai, tal filho. Que há?
É pronome substantivo em frases como: Que dia é hoje?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Reagir contra quê?
Não creio em tal (= tal coisa) Por que motivo não veio?
Quem foi?
PRONOMES RELATIVOS Qual será?
Veja este exemplo: Quantos vêm?
Armando comprou a casa QUE lhe convinha. Quantas irmãs tens?

A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo


VERBO
casa é um pronome relativo.

PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re- CONCEITO


feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. as no tempo.
No exemplo dado, o antecedente é casa. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-
Outros exemplos de pronomes relativos: ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
O lugar onde paramos era deserto. Assim fiz. Morreram.”
Traga tudo quanto lhe pertence. (Clarice Lispector)
Leve tantos ingressos quantos quiser.
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
a) Estado:
Eis o quadro dos pronomes relativos: Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta.
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS b) Mudança de estado:
Meu avô foi buscar ouro.
Masculino Feminino
Mas o ouro virou terra.
o qual a qual quem
c) Fenômeno:
os quais as quais
Chove. O céu dorme.
cujo cujos cuja cujas que
quanto quanta quantas onde
VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
quantos
estado e fenômeno, situando-se no tempo.
Observações:
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, FLEXÕES
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
O médico de quem falo é meu conterrâneo. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
sempre um substantivo sem artigo. • a ação de cantar.
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos • o número gramatical (plural).
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
Tenho tudo quanto quero. • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
Leve tantos quantos precisar. passado (indicativo).
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
EM QUE. Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
PRONOMES INDEFINIDOS 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
modo vago, impreciso, indeterminado. a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO cemos.
Exemplos: 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Algo o incomoda? a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis.
Não faças a outrem o que não queres que te façam. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Quem avisa amigo é. a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
Encontrei quem me pode ajudar. adormece.
Ele gosta de quem o elogia. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA adormecem.
CERTAS. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
Cada povo tem seus costumes. em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
Certas pessoas exercem várias profissões. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. A cachorra Baleia corria na frente.

Língua Portuguesa 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato. 1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
Talvez a cachorra Baleia corra na frente . explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um O Nino apareceu na porta.
pedido 2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
Corra na frente, Baleia. to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo, a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são: etc.
a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala: Garoava na madrugada roxa.
Fecho os olhos, agito a cabeça. b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele Houve um espetáculo ontem.
em que se fala: Há alunos na sala.
Fechei os olhos, agitei a cabeça. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala: claros.
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o Fazia dois anos que eu estava casado.
presente. Faz muito frio nesta região?

Veja o esquema dos tempos simples em português: O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
Presente (falo)
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
3ª pessoa do singular - quando significa:
Imperfeito (falava)
1) EXISTIR
Mais- que-perfeito (falara)
Há pessoas que nos querem bem.
Futuro do presente (falarei)
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
do pretérito (falaria)
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Presente (fale)
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
2) ACONTECER, SUCEDER
Futuro (falar)
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Não haja desavenças entre vós.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema
3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
dos tempos simples.
Há meses que não o vejo.
Infinitivo impessoal (falar)
Haverá nove dias que ele nos visitou.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)
O fato aconteceu há cerca de oito meses.
Particípio (falado)
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
pretérito imperfeito, e não no presente:
a) agente do fato expresso.
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
O carroceiro disse um palavrão.
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
(sujeito agente)
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
O verbo está na voz ativa.
Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
b) paciente do fato expresso:
4) REALIZAR-SE
Um palavrão foi dito pelo carroceiro.
Houve festas e jogos.
(sujeito paciente)
Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
O verbo está na voz passiva.
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
c) agente e paciente do fato expresso:
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
O carroceiro machucou-se.
seguido de infinitivo):
(sujeito agente e paciente)
Em pontos de ciência não há transigir.
O verbo está na voz reflexiva.
Não há contê-lo, então, no ímpeto.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de
Não havia descrer na sinceridade de ambos.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical.
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Falo - Estudam.
E não houve convencê-lo do contrário.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está
Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
fora do radical.
Falamos - Estudarei.
Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em:
há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua
De há muito que esta árvore não dá frutos.
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto -
De há muito não o vejo.
cantei - cantarei – cantava - cantasse.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse.
ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa,
pessoa do singular:
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-
Vai haver eleições em outubro.
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.
Começou a haver reclamações.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o
Não pode haver umas sem as outras.
mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-
Parecia haver mais curiosos do que interessados.
tado - morto - enxugado - enxuto.
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
gação.
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser
verbo ser: sou - fui
construída de três modos:
verbo ir: vou - ia
Hajam vista os livros desse autor.
Haja vista os livros desse autor.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO Haja vista aos livros desse autor.

Língua Portuguesa 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Seria realmente agradável ter de sair?
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
vezes, ironia.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
- Daria para fazer silêncio?!
sentido da frase.
Exemplo:
Modo Subjuntivo
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
a) Presente
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
- um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Talvez eles estudem... não sei.
passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
- um desejo, uma vontade:
vando o mesmo tempo.
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
b) Pretérito Imperfeito
Outros exemplos:
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
Os calores intensos provocam as chuvas.
hipótese, uma condição.
As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Se eu estudasse, a história seria outra.
Eu o acompanharei.
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Ele será acompanhado por mim.
e) Pretérito Perfeito
Todos te louvariam.
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Serias louvado por todos.
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Prejudicaram-me.
características do modo subjuntivo).
Fui prejudicado.
Que tenha estudado bastante é o que espero.
Condenar-te-iam.
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
Serias condenado.
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
a) Presente
lamente.
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
e) Futuro
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-
Eles estudam silenciosamente.
ído em relação a outro fato futuro.
Eles estão estudando silenciosamente.
Quando eu voltar, saberei o que fazer.
- uma ação habitual.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal): VERBOS IRREGULARES
O homem é mortal.
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. DAR
Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
maior realce à narrativa. Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
É o chamado presente histórico ou narrativo. Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
Amanhã vou à escola.
Qualquer dia eu te telefono. MOBILIAR
b) Pretérito Imperfeito Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar:
Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
- um fato passado contínuo, habitual, permanente:
Ele andava à toa. AGUAR
Nós vendíamos sempre fiado. Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
Era uma vez...
- um fato presente em relação a outro fato passado. MAGOAR
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
Eu lia quando ele chegou.
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-
c) Pretérito Perfeito ram
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
ocorrido, concluído. Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
Estudei a noite inteira.
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o APIEDAR-SE
momento presente. Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-
Tenho estudado todas as noites. vos, apiadam-se
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-
d) Pretérito mais-que-perfeito
vos, apiedem-se
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A
relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado):
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. MOSCAR
e) Futuro do Presente Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-
futuro em relação ao momento em que se fala. quem
Irei à escola. Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U
f) Futuro do Pretérito
RESFOLEGAR
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais,
- um fato futuro, em relação a outro fato passado. resfolgam
- Eu jogaria se não tivesse chovido. Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis,
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto. resfolguem

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Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
NOMEAR Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis,
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam puderam
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
nomeavam Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis,
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea- pudessem
ram Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Gerúndio podendo
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear Particípio podido
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
COPIAR imperativo negativo
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram PROVER
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá- Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem
reis, copiaram Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê-
reis, proveram
ODIAR Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, prove-
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam riam
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam
odiaram Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis,
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem provessem
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem
Gerúndio provendo
CABER Particípio provido
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam QUERER
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
coubéreis, couberam Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé-
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, reis, quiseram
coubessem Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no quisessem
imperativo negativo Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem

CRER REQUERER
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam requereram
Conjugam-se como crer, ler e descrer Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram
DIZER Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem requererão
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere-
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, ríeis, requereriam
disseram Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam requeiram
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, requerêsseis, requeressem,
dissesse Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem requerem
Particípio dito Gerúndio requerendo
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer Particípio requerido
O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
FAZER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem REAVER
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Presente do indicativo reavemos, reaveis
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve-
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão ram
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis,
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam reouveram
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou-
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, vésseis, reouvessem
fizessem Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem reouverem
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen-
ta a letra v
PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem SABER
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos,
PODER soubéreis, souberam
Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam

Língua Portuguesa 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, Imperativo negativo não há
soubessem Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem Gerúndio falindo
Particípio falido
VALER
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem FERIR
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
TRAZER
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem MENTIR
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
trouxéreis, trouxeram Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam FUGIR
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
trouxessem
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe- IR
rem Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
Gerúndio trazendo Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Particípio trazido Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
VER Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Gerúndio indo
Particípio visto Particípio ido

ABOLIR OUVIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, Particípio ouvido
aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão PEDIR
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Presente do subjuntivo não há Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
abolissem Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Imperativo afirmativo abole, aboli
Imperativo negativo não há POLIR
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Infinitivo impessoal abolir Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Gerúndio abolindo Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Particípio abolido
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
AGREDIR Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam RIR
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
COBRIR Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Particípio coberto Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
FALIR Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do indicativo falimos, falis Gerúndio rindo
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Particípio rido
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Conjuga-se como rir: sorrir
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão VIR
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Imperativo afirmativo fali (vós) Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão

Língua Portuguesa 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem O numeral classifica-se em:
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem - cardinal - quando indica quantidade.
Gerúndio vindo - ordinal - quando indica ordem.
Particípio vindo - multiplicativo - quando indica multiplicação.
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir - fracionário - quando indica fracionamento.
SUMIR
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem Exemplos:
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam Silvia comprou dois livros.
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam Antônio marcou o primeiro gol.
Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
ADVÉRBIO

Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-


vérbio, exprimindo uma circunstância. QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS

Os advérbios dividem-se em: Algarismos Numerais


1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan- nos cos tivos
te, através, defronte, aonde, etc. I 1 um primeiro simples -
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, II 2 dois segundo duplo meio
nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, dobro
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc. III 3 três terceiro tríplice terço
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
mal, quase, apenas, etc. VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc. VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
6) NEGAÇÃO: não. IX 9 nove nono nônuplo nono
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, X 10 dez décimo décuplo décimo
provavelmente, etc. XI 11 onze décimo onze avos
primeiro
Há Muitas Locuções Adverbiais XII 12 doze décimo doze avos
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra- segundo
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. XIII 13 treze décimo treze avos
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, terceiro
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de XIV 14 quatorze décimo quatorze
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. quarto avos
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom XV 15 quinze décimo quinze avos
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge- quinto
ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis- XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. sexto avos
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui- XVII 17 dezessete décimo dezessete
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. sétimo avos
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, oitavo
etc. XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. avos
XX 20 vinte vigésimo vinte avos
Advérbios Interrogativos XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? XL 40 quarenta quadragé- quarenta
simo avos
Palavras Denotativas L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te- simo avos
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, LX 60 sessenta sexagésimo sessenta
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. avos
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
LXX 70 setenta septuagési- setenta avos
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc.
mo
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc.
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
XC 90 noventa nonagésimo noventa
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
avos
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
Você lá sabe o que está dizendo, homem... C 100 cem centésimo centésimo
Mas que olhos lindos! CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
Veja só que maravilha! CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen-
tos tésimo tésimo
NUMERAL
Língua Portuguesa 56 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
D 500 quinhen- quingenté- quingenté- 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer,
tos simo simo etc.
DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési- 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por
mo mo consequência.
DCC 700 setecen- septingenté- septingenté- 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque,
tos simo simo pois, etc.
DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté-
simo simo Conjunções Subordinativas
CM 900 novecen- nongentési- nongentési- 1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
tos mo mo 2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
M 1000 mil milésimo milésimo 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
Emprego do Numeral 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. etc.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais. 6) INTEGRANTES: que, se, etc.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
Luis X (décimo) ano I (primeiro) 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
Pio lX (nono) século lV (quarto) forma que, de modo que, etc.
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais,
De 11 em diante, empregam-se os cardinais: etc.
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) 10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES

Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal. Examinemos estes exemplos:


XX Salão do Automóvel (vigésimo) 1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
VI Festival da Canção (sexto) 2º) Os livros ensinam e divertem.
lV Bienal do Livro (quarta) 3º) Saímos de casa quando amanhecia.
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao uma conjunção.
emprego do ordinal.
Hoje é primeiro de setembro No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
Não é aconselhável iniciar período com algarismos orações: são também conjunções.
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- mesma oração.
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a conjunção E é coordenativa.
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
ARTIGO QUANDO é subordinativa.

As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.


Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
As conjunções coordenativas podem ser:
Dividem-se em
1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
• definidos: O, A, OS, AS
também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS.
O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular.
Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado).
Os livros não só instruem mas também divertem.
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso,
as flores.
geral.
2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde-
pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
terminado).
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape-
sar disso, em todo caso.
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.
Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
CONJUNÇÃO Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
Coniunções Coordenativas Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, Hoje não atendo, em todo caso, entre.
senão, no entanto, etc. 3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou,

Língua Portuguesa 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc. (Ferreira de Castro)
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não
Ou você estuda ou arruma um emprego. são como (ou conforme) dizem.
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. (Machado de Assis)
"Já chora, já se ri, já se enfurece." 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
(Luís de Camões) tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con- forma que, de maneira que, sem que, que (não).
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.
As árvores balançam, logo está ventando. Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por- Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo). 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem Afastou-se depressa para que não o víssemos.
causar incêndios. Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa- mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
tivo: to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. À medida que se vive, mais se aprende.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
(Jorge Amado) Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à Observação:
outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
Abrangem as seguintes classes: (Maria José de Queirós)
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
que, uma vez que, desde que. 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
efeito). etc.
Como estivesse de luto, não nos recebeu. Venha quando você quiser.
Desde que é impossível, não insistirei. Não fale enquanto come.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
(= como). "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. cânti)
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. 10) Integrantes: que, se.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Sabemos que a vida é breve.
(Paulo Mendes Campos) Veja se falta alguma coisa.
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
(Antônio Olavo Pereira) Observação:
"E pia tal a qual a caça procurada." Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
(Amadeu de Queirós) chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" porém, não consigna esta espécie de conjunção.
(Carlos Drummond de Andrade)
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
Os governantes realizam menos do que prometem.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que to. Assim, a conjunção que pode ser:
(= embora não). 1) Aditiva (= e):
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Beba, nem que seja um pouco. 2) Explicativa (= pois, porque):
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Apressemo-nos, que chove.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. 3) Integrante:
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas Diga-lhe que não irei.
afirmações. 4) Consecutiva:
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que Não vão a uma festa que não voltem cansados.
(= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Onde estavas, que não te vi?
Ficaremos sentidos, se você não vier. 5) Comparativa (= do que, como):
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. A luz é mais veloz que o som.
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. Ficou vermelho que nem brasa.
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos 6) Concessiva (= embora, ainda que):
que os mosquitos se opusessem." Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.

Língua Portuguesa 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Beba, um pouco que seja. As festas juninas estão chegando.
7) Temporal (= depois que, logo que):
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel. PERÍODO
8) Final (= pare que): Período é a frase estruturada em oração ou orações.
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. O período pode ser:
9) Causal (= porque, visto que): • simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo Fui à livraria ontem.
Coaraci) • composto - quando constituído por mais de uma oração.
A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: Fui à livraria ontem e comprei um livro.
1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
disse. (sem que = embora não) TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.
São dois os termos essenciais da oração:
(sem que = se não,caso não)
3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
(sem que = que não) SUJEITO
4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.

Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes)

O sujeito pode ser :


PREPOSIÇÃO - simples: quando tem um só núcleo
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas;
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter- núcleo: rosas)
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o - composto: quando tem mais de um núcleo
segundo, um subordinado ou consequente. O burro e o cavalo saíram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
Exemplos: - oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal
Chegaram a Porto Alegre. Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)
Discorda de você. - indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal
Fui até a esquina. Come-se bem naquele restaurante.
Casa de Paulo. - Inexistente: quando a oração não tem sujeito
Choveu ontem.
Preposições Essenciais e Acidentais Há plantas venenosas.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e PREDICADO
ATRÁS. Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito.
O predicado classifica-se em:
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou- 1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora, do sujeito.
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, Nosso colega está doente.
segundo, senão, tirante, visto, etc. Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER,
PERMANECER, etc.
Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a
INTERJEIÇÃO comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Nosso colega está doente.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem A moça permaneceu sentada.
ser: 2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
- alegria: ahl oh! oba! eh! transitivo.
- animação: coragem! avante! eia! O avião sobrevoou a praia.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
- aplauso: bravo! viva! bis! O sabiá voou alto.
- desejo: tomara! oxalá! Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
- dor: aí! ui! • Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
- silêncio: psiu! silêncio! de proposição.
- suspensão: alto! basta! Minha equipe venceu a partida.
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo auxílio de preposição.
valor de uma interjeição. Ele precisa de um esparadrapo.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! • Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de
complemento com auxilio de preposição.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Damos uma simples colaboração a vocês.
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais
FRASE
predicativo do sujeito.
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
Os rapazes voltaram vitoriosos.
O tempo está nublado.
• Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal,
Socorro!
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Que calor!
Ele morreu rico.
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ORAÇÃO ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. direto ou indireto.
A fanfarra desfilou na avenida.

Língua Portuguesa 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Elegemos o nosso candidato vereador. O pássaro voou.

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO PERÍODO COMPOSTO


Chama-se termos integrantes da oração os que completam a No período composto há mais de uma oração.
significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens
compreensão do enunciado. folgam.)

1. OBJETO DIRETO Período composto por coordenação


Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Apresenta orações independentes.
transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE. (Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.)

2. OBJETO INDIRETO Período composto por subordinação


Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Apresenta orações dependentes.
transitivo indireto. (É bom) (que você estude.)
As crianças precisam de CARINHO.
Período composto por coordenação e subordinação
3. COMPLEMENTO NOMINAL Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este
Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de período é também conhecido como misto.
um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por (Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.)
um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo) ORAÇÃO COORDENADA
O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
Oração coordenada é aquela que é independente.
Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
(advérbio).
As orações coordenadas podem ser:
- Sindética:
4. AGENTE DA PASSIVA Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção
Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na coordenativa.
voz passiva. Viajo amanhã, mas volto logo.
A mãe é amada PELO FILHO. - Assindética:
O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO.
Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou
Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO.
ponto e vírgula.
Chegou, olhou, partiu.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO A oração coordenada sindética pode ser:
TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma
função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo 1. ADITIVA:
alguma circunstância.
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
também:
São termos acessórios da oração:
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
1. ADJUNTO ADNOMINAL Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.
Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
substantivos. Pode ser expresso:
• pelos adjetivos: água fresca,
2. ADVERSATIVA:
• pelos artigos: o mundo, as ruas
Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste
• pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc).
• pelos numerais : três garotos; sexto ano
A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
• pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO.
2. ADJUNTO ADVERBIAL
Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo,
3. ALTERNATIVAS:
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.
Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra
Cheguei cedo.
(ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
José reside em São Paulo.
Mudou o natal OU MUDEI EU?
“OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
3. APOSTO OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, (C. Meireles)
desenvolve ou resume outro termo da oração.
Dr. João, cirurgião-dentista, 4. CONCLUSIVAS:
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
4. VOCATIVO etc).
Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
interpelar alguém ou alguma coisa. Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
Tem compaixão de nós, ó Cristo.
Professor, o sinal tocou. 5. EXPLICATIVAS:
Rapazes, a prova é na próxima semana.
Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR.
Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS.
No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta.
Fui ao cinema. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
Língua Portuguesa 60 A Opção Certa Para a Sua Realização
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É aquela que vem entre os termos de uma outra oração. Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria.
O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
2) RESTRITIVAS:
A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos: Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc. indispensáveis ao sentido da frase:
Pedra QUE ROLA não cria limo.
ORAÇÃO PRINCIPAL As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui.
por um conectivo.
ELES DISSERAM que voltarão logo. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
ELE AFIRMOU que não virá. Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma) um advérbio.

ORAÇÃO SUBORDINADA As orações subordinadas adverbiais classificam-se em:


Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão:
introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE.
nem sempre é a primeira do período. O tambor soa PORQUE É OCO.
Quando ele voltar, eu saio de férias.
Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS 2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR comparação.
O som é menos veloz QUE A LUZ.
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA.
Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite:
de um substantivo.
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram.
Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado.
substantivas classificam-se em:
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava.
1) SUBJETIVA (sujeito) 4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese:
Convém que você estude mais. SE O CONHECESSES, não o condenarias.
Importa que saibas isso bem. . Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato
2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) com outro:
Desejo QUE VENHAM TODOS. Fiz tudo COMO ME DISSERAM.
Pergunto QUEM ESTÁ AI. Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI.

3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) 6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado:


Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS. A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS.
Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA!
Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. Tenho medo disso QUE ME PÉLO!
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
4) COMPLETIVA NOMINAL Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE.
Complemento nominal. Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.
Ser grato A QUEM TE ENSINA.
Sou favorável A QUE O PRENDAM. 8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade:
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
5) PREDICATIVA (predicativo) QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo.
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
oração principal:
Não sou QUEM VOCÊ PENSA.
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) 10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE.
7) AGENTE DA PASSIVA
O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR) ORAÇÕES REDUZIDAS
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM. Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais:
gerúndio, infinitivo e particípio.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de Exemplos:
um adjetivo. • Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO.
Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: • Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ.
• FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
1) EXPLICATIVAS: conseguirás.
Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, • É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma ATENTOS.
informação. • AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO,
Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. entristeceu-se.
• É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES

Língua Portuguesa 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


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MAIS. Conheci longes terras.
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
me. CONCORDÂNCIA VERBAL

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL CASOS GERAIS

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL


Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante 1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões. O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular.
Principais Casos de Concordância Nominal O pessoal ainda não chegou.
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em A turma não gostou disso.
gênero e número com o substantivo. Um bando de pássaros pousou na árvore.
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural.
normalmente para o plural. Os Estados Unidos são um grande país.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio. Os Lusíadas imortalizaram Camões.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai Os Alpes vivem cobertos de neve.
para o masculino plural. Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular.
Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios. Flores já não leva acento.
4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais O Amazonas deságua no Atlântico.
próximo: Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica.
Trouxe livros e revista especializada. 4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi- no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen-
mo. temente.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos. A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).
sujeito. 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
Meus amigos estão atrapalhados. sujeito paciente.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica- Vende-se um apartamento.
tivo no gênero da pessoa a quem se refere. Vendem-se alguns apartamentos.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo verbo para a 3ª pessoa do singular.
vão para o singular ou para o plural. Precisa-se de funcionários.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier singular e o verbo no singular ou no plural.
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
Já estudei o primeiro e segundo livros. 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a Mais de um jurado fez justiça à minha música.
que se referem. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
Ela mesma veio até aqui. empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
Eles chegaram sós. no singular.
Eles próprios escreveram. As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Muito obrigado. (masculino singular) sujeito.
Muito obrigada. (feminino singular). Deu uma hora.
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica Deram três horas.
invariável quando é advérbio. Bateram cinco horas.
Quero meio quilo de café. Naquele relógio já soaram duas horas.
Minha mãe está meio exausta. 12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
É meio-dia e meia. (hora) frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan- Ela é que faz as bolas.
tivo a que se referem. Eu é que escrevo os programas.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
A expressão em anexo é invariável. um pronome relativo.
Trouxe em anexo estas fotos. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu- Fui eu que fiz a lição
em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
Vocês falaram alto demais. veis.
O combustível custava barato. • que: Fui eu que fiz a lição.
Você leu confuso. • quem: Fui eu quem fez a lição.
Ela jura falso. • o que: Fui eu o que fez a lição.

16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
sofrem variação normalmente. terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Esses pneus custam caro. este sua impessoalidade.
Conversei bastante com eles. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Conversei com bastantes pessoas. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Estas crianças moram longe.

Língua Portuguesa 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


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CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos Prefiro Comunicação à Matemática.
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
RECER concordam com o predicativo. 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
Tudo são esperanças. Informei-lhe o problema.
Aquilo parecem ilusões.
Aquilo é ilusão. 7. ASSISTIR - morar, residir:
Assisto em Porto Alegre.
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con- • amparar, socorrer, objeto direto
corda sempre com o nome ou pronome que vier depois. O médico assistiu o doente.
Que são florestas equatoriais? • PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
Quem eram aqueles homens? Assistimos a um belo espetáculo.
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com Assiste-lhe o direito.
a expressão numérica.
São oito horas. 8. ATENDER - dar atenção
Hoje são 19 de setembro. Atendi ao pedido do aluno.
De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros. • CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
Atenderam o freguês com simpatia.
4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
fica no singular. 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto
Três batalhões é muito pouco. A moça queria um vestido novo.
Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. • GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto
O professor queria muito a seus alunos.
5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
Maria era as flores da casa. 10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto
O homem é cinzas. Todos visamos a um futuro melhor.
• APONTAR, MIRAR - objeto direto
6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
concorda com o predicativo. • pör o sinal de visto - objeto direto
Dançar e cantar é a sua atividade. O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER Devemos obedecer aos superiores.
concorda com o pronome. Desobedeceram às leis do trânsito.
A ciência, mestres, sois vós.
Em minha turma, o líder sou eu. 12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
• exigem na sua regência a preposição EM
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, O armazém está situado na Farrapos.
apenas um deles deve ser flexionado. Ele estabeleceu-se na Avenida São João.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Essas tuas justificativas não procedem.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
com a preposição DE.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati- • no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
calmente do outro. O secretário procedeu à leitura da carta.

A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e 14. ESQUECER E LEMBRAR
adjetivos). • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
Esqueci o nome desta aluna.
Exemplos: Lembrei o recado, assim que o vi.
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM Esqueceram-se da reunião de hoje.
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR Lembrei-me da sua fisionomia.
PARA = passagem
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
A regência verbal trata dos complementos do verbo. • perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
• pagar - Pago o 13° aos professores.
• dar - Daremos esmolas ao pobre.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA • emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto) • ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
• pretender (transitivo indireto) • agradecer - Agradeço as graças a Deus.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha. • pedir - Pedi um favor ao colega.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
2. OBEDECER - transitivo indireto 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
Devemos obedecer aos sinais de trânsito. O amor implica renúncia.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto • no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
Já paguei um jantar a você. COM:
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. O professor implicava com os alunos

Língua Portuguesa 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi- Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos
ção EM: através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das
Implicou-se na briga e saiu ferido palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de
combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários, publi-
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A: citários e em letras de música.
Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro,
como sujeito: de acordo com o poeta.
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª Por Sabrina Vilarinho
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-
ficuldade, será objeto indireto.
Custou-me confiar nele novamente. EMPREGO DO QUE E DO SE
Custar-te-á aceitá-la como nora.

Funções da Linguagem A palavra que em português pode ser:


Função referencial ou denotativa: transmite uma informação objetiva,
expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa.
avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular
ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de exclamação. Usa-se
não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta. também a variação o quê! A palavra que não exerce função sintática
Em alguns textos é mais predominante essa função, como: científicos, quando funciona como interjeição.
jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais.
Quê! Você ainda não está pronto?
Por exemplo: “Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. O O quê! Quem sumiu?
Popular, 16 out. 2008.
Substantivo: equivale a alguma coisa.
Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor é transmitir suas
emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do
emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro determinante, e
apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, receberá acento por ser monossílabo tônico terminado em e. Como subs-
interrogação e reticências) é uma característica da função emotiva, pois tantivo, designa também a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra
transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva. que for substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe
Essa função é comum em poemas ou narrativas de teor dramático ou de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, etc.)
romântico.
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função de núcleo do objeto
Por exemplo: “Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do direto)
bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros
amigos/o homem atrás dos óculos e do bigode.” (Poema de sete faces, Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o
Carlos Drummond de Andrade) verbo ter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não exerce função
Função conativa ou apelativa: O objetivo é de influenciar, convencer o sintática.
receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos),
sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam Tenho que sair agora.
estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa Ele tem que dar o dinheiro hoje.
(Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de
função é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo
autoridade. algum para o sentido.

Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos! Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática; como o próprio
nome indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula expletiva,
Função metalinguística: Essa função refere-se à metalinguagem, que é aparece também na expressão é que.
quando o emissor explica um código usando o próprio código. Quando um
poema fala da própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja: Quase que não consigo chegar a tempo.
Elas é que conseguiram chegar.
“Pegue um jornal
Pegue a tesoura. Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Equivale a quão. Quando
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. funciona como advérbio, a palavra que exerce a função sintática de adjunto
Recorte o artigo.” adverbial; no caso, de intensidade.

Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o Que lindas flores!
código (poema) para explicar o próprio ato de fazer um poema. Que barato!

Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o Pronome: como pronome, a palavra que pode ser:
emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida
ou para dilatar a conversa. • pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o
Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso recep- na oração consequente. Equivale a o qual e flexões.
tor “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de função ou quando Não encontramos as pessoas que saíram.
atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.

Língua Portuguesa 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substanti- Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome pessoal, ela deverá
vo ou pronome adjetivo. estar sempre na mesma pessoa do sujeito da oração de que faz parte. Por
isso o pronome oblíquo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mes-
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substan- mo), podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
tivo, a palavra que exercerá as funções próprias do substantivo (sujeito,
objeto direto, objeto indireto, etc.) * objeto direto
Que aconteceu com você? Ele cortou-se com o facão.

• pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função * objeto indireto
sintática de adjunto adnominal. Ele se atribui muito valor.

Que vida é essa? * sujeito de um infinitivo


“Sofia deixou-se estar à janela.”
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce
função sintática. Como conjunção, a palavra que pode relacionar tanto
orações coordenadas quanto subordinadas, daí classificar-se como conjun- Por Marina Cabral
ção coordenativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que recebe o nome da
oração que introduz. Por exemplo: CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES
CORRETAS E INCORRETAS
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa explicativa)
Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa consecutiva) O reconhecimento de frases corretas e incorretas abrange praticamente
toda a gramática.
Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a palavra que recebe o Os principais tópicos que podem aparecer numa frase correta ou incorreta
nome de conjunção subordinativa integrante.
são:
- ortografia
Desejo que você venha logo.
- acentuação gráfica
- concordância
- regência
A palavra se - plural e singular de substantivos e adjetivos
- verbos
A palavra se, em português, pode ser: - etc.

Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce Daremos a seguir alguns exemplos:
função sintática. Como conjunção, a palavra se pode ser:
Encontre o termo em destaque que está erradamente empregado:
* conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração subordinada subs- A) Senão chover, irei às compras.
tantiva. B) Olharam-se de alto a baixo.
Perguntei se ele estava feliz. C) Saiu a fim de divertir-se
D) Não suportava o dia-a-dia no convento.
E) Quando está cansado, briga à toa.
* conjunção subordinativa condicional: inicia uma oração adverbial condi-
Alternativa A
cional (equivale a caso).
Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Ache a palavra com erro de grafia:
A) cabeleireiro ; manteigueira
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo
B) caranguejo ; beneficência
algum para o sentido. Nesse caso, a palavra se não exerce função sintáti-
C) prazeirosamente ; adivinhar
ca. Como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce.
D) perturbar ; concupiscência
Passavam-se os dias e nada acontecia.
E) berinjela ; meritíssimo
Alternativa C
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais.
Nesse caso, o se não exerce função sintática.
Identifique o termo que está inadequadamente empregado:
Ele arrependeu-se do que fez.
A) O juiz infligiu-lhe dura punição.
B) Assustou-se ao receber o mandato de prisão.
Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza
C) Rui Barbosa foi escritor preeminente de nossas letras.
as orações que estão na voz passiva sintética. É também chamada de
D) Com ela, pude fruir os melhores momentos de minha vida.
pronome apassivador. Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel
E) A polícia pegou o ladrão em flagrante.
é apenas apassivar o verbo.
Alternativa B
Vendem-se casas.
O acento grave, indicador de crase, está empregado CORRETAMENTE
Aluga-se carro.
em:
Compram-se joias.
A) Encaminhamos os pareceres à Vossa Senhoria e não tivemos respos-
ta.
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a um verbo que não é B) A nossa reação foi deixá-los admirar à belíssima paisagem.
transitivo direto, tornando o sujeito indeterminado. Não exerce propriamente C) Rapidamente, encaminhamos o produto à firma especializada.
uma função sintática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de D) Todos estávamos dispostos à aceitar o seu convite.
que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa do singular. Alternativa C

Trabalha-se de dia. Assinale a alternativa cuja concordância nominal não está de acordo com o
Precisa-se de vendedores. padrão culto:
A) Anexa à carta vão os documentos.

Língua Portuguesa 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


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B) Anexos à carta vão os documentos. pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só ocorre com
C) Anexo à carta vai o documento. formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia).
D) Em anexo, vão os documentos.
Alternativa A Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de
palavras negativas (Ninguém me preveniu), de pronomes interrogativos
Identifique a única frase onde o verbo está conjugado corretamente: (Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de
A) Os professores revêm as provas. advérbios interrogativos (Quando me procurarás); (2) em orações optativas
B) Quando puder, vem à minha casa. (Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes);
C) Não digas nada e voltes para sua sala. (4) com gerúndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo
D) Se pretendeis destruir a cidade, atacais à noite. regido da preposição a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las
E) Ela se precaveu do perigo. (Fiquei a observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem pausa
Alternativa E (Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou
de pronomes indefinidos (Todos a estimam).
Encontre a alternativa onde não há erro no emprego do pronome: Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o ver-
A) A criança é tal quais os pais. bo inicia a oração (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, conta-
B) Esta tarefa é para mim fazer até domingo. ram-me que...), (3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja no
C) O diretor conversou com nós. infinitivo (Não quis incomodar-se).
D) Vou consigo ao teatro hoje à noite.
E) Nada de sério houve entre você e eu. Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a me-
Alternativa A sóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o
verbo estiver antecedido de palavra com força atrativa sobre o pronome,
Que frase apresenta uso inadequado do pronome demonstrativo? haverá próclise (Não o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a língua
A) Esta aliança não sai do meu dedo. moderna rejeita a ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal.
B) Foi preso em 1964 e só saiu neste ano. Pronomes com o verbo no particípio. Com o particípio desacompanha-
C) Casaram-se Tânia e José; essa contente, este apreensivo. do de auxiliar não se verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma
D) Romário foi o maior artilheiro daquele jogo. oblíqua do pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...).
E) Vencer depende destes fatores: rapidez e segurança. Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a este. (Por
Alternativa C que o têm perseguido? A criança tinha-se aproximado.)
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma
COLOCAÇÃO PRONOMINAL vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas
locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força
de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun-
correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as ções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando.
orações no período e os períodos no discurso.
Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre-
Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da or- cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo
dem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando
oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito + há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já deter-
verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As minado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral
inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja (Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem-
posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de brança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus).
pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-se,
apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais. Colocação dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes
adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses pro-
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos: blemas). A posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas formas
(1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas, em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi
não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas tuas razões, razões essas que não chegaram a convencer-me."
reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é...
Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o Colocação dos advérbios. Os advérbios que modificam um adjetivo, um
que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão particípio isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas
da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Elimina- palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o
ram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial verbo, os advérbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou
(No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o
Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construí- adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava
das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente rente ao mar."
depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas:
Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, salien-
é claro que ele se arrependeu.
tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de um
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca- termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante caudalo-
sos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas so" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da ordem
exclamativas (Que bonito é esse lugar!). normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se na gela-
da areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi-
Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do ad- ção, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa
junto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não digo
lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem: que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sínquise --
(Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de alteração excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compre-
mero]. O menor descuido porá tudo a perder [anteposição dos superlativos ensão do sentido: "No tempo que do reino a rédea leve, João, filho de
relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição do adjetivo, Pedro, moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro, moderava a
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
homem, um pobre rapaz).
Colocação dos pronomes átonos. O pronome átono pode vir antes do
verbo (próclise, pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise,

Língua Portuguesa 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise) Outros casos:
- Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.
Por Cristiana Gomes - Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes.
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, - Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.
lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa,
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), ocorrerá a próclise:
no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia. - Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.
PRÓCLISE COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS
Usamos a próclise nos seguintes casos: Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio
(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ou particípio.
ninguém, nem, de modo algum. AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se
- Nada me perturba. houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.
- Ninguém se mexeu. - Havia-lhe contado a verdade.
- De modo algum me afastarei daqui. - Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
- Ela nem se importou com meus problemas.
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o
(2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
embora, logo, que.
Infinitivo
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”. - Quero-lhe dizer o que aconteceu.
- É necessário que a deixe na escola. - Quero dizer-lhe o que aconteceu.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
Gerúndio
(3) Advérbios - Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Aqui se tem paz. - Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
- Sempre me dediquei aos estudos. Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar
- Talvez o veja na escola. ou depois do verbo principal.
OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de Infinitivo
atrair o pronome. - Não lhe quero dizer o que aconteceu.
- Aqui, trabalha-se. - Não quero dizer-lhe o que aconteceu.
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. Gerúndio
- Alguém me ligou? (indefinido) - Não lhe ia dizendo a verdade.
- A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo) - Não ia dizendo-lhe a verdade.
- Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
(5) Em frases interrogativas.
- Quanto me cobrará pela tradução?
(6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). Figuras de Linguagem
- Deus o abençoe!
- Macacos me mordam! Figuras sonoras
- Deus te abençoe, meu filho!
Aliteração
(7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.
- Em se plantando tudo dá. repetição de sons consonantais (consoantes).
- Em se tratando de beleza, ele é campeão.
(8) Com formas verbais proparoxítonas Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características
- Nós o censurávamos. marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.

MESÓCLISE Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes
veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs,
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – ama- vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza)
rei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu –
amaria, amarias, …) Assonância

- Convidar-me-ão para a festa. repetição dos mesmos sons vocálicos.


- Convidar-me-iam para a festa. Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do
Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória. litoral." (Caetano Veloso)
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me
- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa. deu." (Fernando Pessoa)
ÊNCLISE Paranomásia
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada. o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).
- Tornarei-me……. (errada) Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre
- Tinha entregado-nos……….(errada) Antonio Vieira)
Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa. Onomatopeia
- Entregar-lhe (correta) criação de uma palavra para imitar um som
- Não posso recebê-lo. (correta)

Língua Portuguesa 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois Anacoluto
dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A
boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-
(Cecília Meireles) se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns
Linguagem figurada anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito
Elipse lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)

omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais Anáfora


comuns: repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta
compraríeis a casa? / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar
de o estádio Maracanã Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.
de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
Silepse
d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me
entenda. é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho tipos:
que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não
sei de nada !, em vez de E o rapaz disse: a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São
Paulo). V. Sª é lisonjeiro
Zeugma b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro
de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas
necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo,
quem fala ou escreve também participa do processo verbal)
nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estu-
dam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambu- Antecipação
cano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) -
omissão de era antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar
anacoluto.
Hipérbato Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
O tempo parece que vai piorar
alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das ora-
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.
ções no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolu-
tos. Figuras de palavras ou tropos
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu. (Para Bechara alterações semânticas)
Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação. Metáfora
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente,
Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato comparação implícita, sem termo comparativo.
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. /
Anástrofe "Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)
Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação
anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao
(animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de
termo regente.
ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri
Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumin-
morte vos cobre a todos. do valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo,
cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores)
Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
Pleonasmo Catacrese
repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia. uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na
Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao ausência de termo específico.
seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a
devo (OI pleonástico) enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primiti-
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o vamente para significar apenas colocar na terra.
caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo) Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são consi-
Assíndeto derados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram
graças à semelhança de forma existente entre seres.
ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto. Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora
Ocorre muito nas or. coordenadas.
Metonímia
Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios."
substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associa-
Polissíndeto ção de significado.
repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período. Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor
Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (conti-
ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o nente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe -
sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade) culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro

Língua Portuguesa 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


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é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela Vozes discursivas: citação, paródia, alusão, pará-
obra - copos). frase, epígrafe.
Antonomásia, perífrase Aprendendo a citar, aprendendo a dar valor
substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expres- Assim como já diria Armando Nogueira: “Copiar o bom é melhor que inven-
são que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto. tar o ruim”, em todo o tipo de trabalho ou criação de projetos, acabamos
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão, copiando ou emprestando parte do conhecimento de outras pessoas.
Escritor Maldito = Lima Barreto Entretanto, isso não ocorre porque não tivemos a capacidade de pensar em
algo do gênero antes, mas sim porque existem fontes que realmente ser-
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia vem como base para desenvolver um trabalho, e, conseqüentemente,
devem ser usadas e consultadas.
Sinestesia
Copiar o bom não é feito, de maneira alguma! Feio é copiar e não citar a
interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão,
fonte... Fazendo isso, você acaba se apoderando e levando créditos com
audição, gustação e tato).
base no conhecimento de outra pessoa, sendo antiético e completamente
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ... deselegante. É a mesma coisa que ocorre quando você tem uma idéia
/ Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / mirabolante, seja no trabalho ou na escola, e alguém vai lá, copia o que
Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / você fez e ainda diz “Fui eu que fiz!”. Que tipo de sentimento você teria?
Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava." Certamente, você não ficaria feliz.
(Cruz e Souza)
Mas muita gente deve pensar: “Ah, ninguém nem vai descobrir”, mas pode
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora ter certeza que alguém, um dia, descobrirá. Existem casos de alunos que
foram expulsos de Universidades pelo fato de terem copiado na íntegra o
Anadiplose trabalho de outras pessoas. Para evitar problemas, enaltecer o trabalho dos
é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no outros (que, afinal de contas, devem ter suado a camisa para desenvolvê-
começo de outro membro de frase. lo) e fazer com que os seus trabalhos tenham citações corretas, a NBR
10520 está disponível.
Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente
condena os motivos dados." A paródia é uma imitação cômica de uma composição literária (também
existem paródias de filmes e músicas), sendo portanto, uma imitação ou
Figuras de pensamento uma imaginação que possui efeito cômico, utilizando a ironia e o deboche.
Antítese Ela geralmente é parecida com a obra de origem, e quase sempre tem
sentidos diferentes. Na literatura a paródia é um processo de intertextuali-
aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido. zação, com a finalidade de desconstruir ou reconstruir um texto.
Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios"
(Vinicius de Moraes) A paródia surge a partir de uma nova interpretação, da recriação de u-
Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição de ma obra já existente e, em geral, consagrada. Seu objetivo é adaptar a obra
Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões) original a um novo contexto, passando diferentes versões para um lado
Eufemismo mais despojado, e aproveitando o sucesso da obra original para passar um
consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável pouco de alegria. A paródia pode ter intertextualidade.
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exa- Aparece como importante elemento no modernismo brasileiro e na Poesia
mes. (foi reprovado) marginal da chamada "Geração mimeógrafo".
Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo
pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou A alusão é uma figura de linguagem caracterizada pelo uso de uma refe-
moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica. rência ou citação a um fato ou pessoa (real ou fictícia), necessariamente
conhecido pelo interlocutor. Faz parte da intertextualidade, só que sua
Hipérbole principal diferença está na claridade.É uma comunicação sutil entre os
exagero de uma ideia com finalidade expressiva textos, em que se nota apenas uma leve menção de outro texto ou a um
Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos componente seu. Na alusão, não se aponta diretamente o fato em questão;
(gosta muito dos filhos) apenas o sugere através de características secundárias ou metafóricas.
Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora. Uma paráfrase é uma reafirmação das ideias de um texto ou uma passa-
Ironia gem usando outras palavras. O ato de paráfrase é também chamado de
parafrasear.
utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor
irônico. Uma paráfrase tipicamente explica ou clarifica o texto que está sendo
citado. Por exemplo, "O sinal estava vermelho" pode ser parafraseada
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase como "O carro não estava autorizado a prosseguir." Quando acompanha a
Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta. declaração original, uma paráfrase normalmente é introduzido com uma
dicendi verbum - uma expressão declaratória para sinalizar a transição para
Gradação a paráfrase. Por exemplo, em "O sinal estava vermelho, isto é, o trem não
estava autorizado a proceder", o. Que é sinal a paráfrase que se segue.
apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descenden-
te (anticlímax) Uma paráfrase não precisa acompanhar uma citação direta, mas quando é
assim, a paráfrase normalmente serve para colocar a declaração da fonte
Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não em perspectiva ou para esclarecer o contexto em que apareceu. Uma
veja, que eu não conheça perfeitamente." paráfrase é tipicamente mais detalhada do que um resumo. Deve-se adi-
Prosopopeia, personificação, animismo cionar a fonte no final da frase, por exemplo: A calçada da rua estava suja
ontem (Wikipedia).
é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e
inanimados. A paráfrase pode tentar preservar o significado essencial do material a ser
parafraseado. Assim, a reinterpretação (intencional ou não) de uma fonte
Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao para inferir um significado que não é explicitamente evidente na própria
Bosco / Aldir Blanc) fonte é qualificada como "pesquisa inédita", e não como paráfrase.
Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora.
Língua Portuguesa 69 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O termo é aplicado ao gênero das paráfrases bíblicas, que eram as versões A edição do Manual propiciou, ainda, a criação de um sistema de con-
de maior circulação da Bíblia disponíveis na Europa medieval. O objetivo trole sobre a edição de atos normativos do Poder Executivo que teve por
não era o de tornar uma interpretação exata do significado ou o texto com- finalidade permitir a adequada reflexão sobre o ato proposto: a identificação
pleto, mas para material presente na Bíblia em uma versão que era teologi- clara e precisa do problema ou da situação que o motiva; os custos que
camente ortodoxo e não está sujeita a interpretação herética, ou, na maioria poderia acarretar; seus efeitos práticos; a probabilidade de impugnação
dos casos, para tomar a Bíblia e presente a um material de grande público judicial; sua legalidade e constitucionalidade; e sua repercussão no orde-
que foi interessante, divertida e espiritualmente significativa, ou, simples- namento jurídico.
mente para encurtar o texto.
Buscou-se, assim, evitar a edição de normas repetitivas, redundantes
A frase "em suas próprias palavras" é frequentemente utilizado neste con- ou desnecessárias; possibilitar total transparência ao processo de elabora-
texto para sugerir que o autor reescreveu o texto em seu próprio estilo de ção de atos normativos; ensejar a verificação prévia da eficácia das normas
escrita - como teria escrito se eles tivessem criado a ideia. e considerar, no processo de elaboração de atos normativos, a experiência
Na literatura, epígrafe é uma citação ou frase curta, que, colocado no início dos encarregados em executar o disposto na norma.
de uma obra, serve como tema ou assunto para resumir ou introduzir a
obra. Constitui uma escrita introdutória a outra, um texto breve, em forma Decorridos mais de dez anos da primeira edição do Manual, fez-se ne-
de inscrição solene, que abre um livro ou uma composição poética. cessário proceder à revisão e atualização do texto para a elaboração desta
2a Edição, a qual preserva integralmente as linhas mestras do trabalho
Ao estudo das epígrafes chama-se epigrafia. Os escritores antigos fizeram originalmente desenvolvido. Na primeira parte, as alterações principais
pouco uso das epígrafes, mas a epígrafe literária entrou em uso no século deram-se em torno da adequação das formas de comunicação usadas na
XVI, tornando-se moda a partir do século XVIII. Em França, surge pela administração aos avanços da informática. Na segunda parte, as alterações
primeira vez em 1704, no Dictionaire de Trevoux e daí por diante começou decorreram da necessidade de adaptação do texto à evolução legislativa na
a ser utilizada em toda a Europa. matéria, em especial à Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de
A epígrafe é um pré-texto que serve de bandeira ao texto principal, por 1998, ao Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002, e às alterações consti-
resumir de forma exemplar o pensamento do autor. Tem, pois, a função de tucionais ocorridas no período.
um lema ou de uma divisa. O autor pode optar por colocar a epígrafe em
página isolada, antes do corpo principal do texto, servindo de abertura Espera-se que esta nova edição do Manual contribua, tal como a pri-
solene do livro, pode ocorrer logo abaixo do título de um livro, ou ainda à meira, para a consolidação de uma cultura administrativa de profissionali-
entrada de um discurso, capítulo de obra extensa ou composição poética. zação dos servidores públicos e de respeito aos princípios constitucionais
Em certos géneros literários, como os discursos formais ou os sermões, a da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, com a
epígrafe é assumida como parte activa do texto, sendo um ponto de partida consequente melhoria dos serviços prestados à sociedade.
de discussão. O recurso à epígrafe não é um exclusivo dos autores literá-
rios. O ensaísta Eduardo Lourenço, por exemplo, coloca normalmente uma PEDRO PARENTE
epígrafe na abertura das suas obras. Não se deve confundir a epígrafe com Chefe da Casa Civil da Presidência da República
a dedicatória da obra nem com os resumos de capítulos, como o faz Almei-
da Garrett em Viagens na Minha Terra. Sinais e Abreviaturas Empregados
* = indica forma (em geral sintática) inaceitável ou agramatical.
A epígrafe tanto pode ser uma divisa que resume uma certa ideologia § = parágrafo
assumida pelo autor como pode servir de introdução etimológica, por e- adj. adv. = adjunto adverbial
xemplo, a uma obra cujo título é enigmático ou ambíguo, como no caso de arc. = arcaico
"Esteiros" (1941), de Soeiro Pereira Gomes, que abre com esta epígrafe: art. = artigo
«Esteiros. Minúsculos canais, como dedos de mão espalmada, abertos na cf. = confronte
margem do Tejo. Dedos das mãos avaras dos telhais que roubam nateiro CN = Congresso Nacional
às águas e vigores à malta. Mãos de lama que só o rio afaga». Cp. = compare
f.v. = forma verbal
fem.= feminino
ind. = indicativo
REDAÇÃO OFICIAL i. é. = isto é
masc. = masculino
obj. dir. = objeto direto
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA obj. ind. = objeto indireto
2a edição, revista e atualizada p. = páginap. us. = pouco usado
Brasília, 2002 pess. = pessoa
pl. = plural
Apresentação pref. = prefixo
Com a edição do Decreto no 100.000, em 11 de janeiro de 1991, o Pre- pres. = presente
sidente da República autorizou a criação de comissão para rever, atualizar, Res. = Resolução do Congresso Nacional
uniformizar e simplificar as normas de redação de atos e comunicações RI da CD = Regimento Interno da Câmara dos Deputados
oficiais. Após nove meses de intensa atividade da Comissão presidida pelo RI do SF = Regimento Interno do Senado Federal
hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, apre- s. = substantivo
sentou-se a primeira edição do MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA s.f. = substantivo feminino
DA REPÚBLICA. s.m. = substantivo masculino
sing. = singular
A obra dividia-se em duas partes: a primeira, elaborada pelo diplomata tb. = também
Nestor Forster Jr., tratava das comunicações oficiais, sistematizava seus v. = ver ou verbo
aspectos essenciais, padronizava a diagramação dos expedientes, exibia v. g; = verbi gratia
modelos, simplificava os fechos que vinham sendo utilizados desde 1937, var. pop. = variante popular
suprimia arcaísmos e apresentava uma súmula gramatical aplicada à
redação oficial. A segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes, PARTE I
ocupava-se da elaboração e redação dos atos normativos no âmbito do AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
Executivo, da conceituação e exemplificação desses atos e do procedimen-
to legislativo.
CAPÍTULO I
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL

Língua Portuguesa 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1. O que é Redação Oficial que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes
o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos da União.
tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do pa- aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:
drão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora
Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de de-
no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de terminada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é fei-
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos ta a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização,
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, morali- que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores
dade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade da Administração guardem entre si certa uniformidade;
princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas
devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre conce-
bido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, te-
Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redi- mos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal;
gido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo te-
transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilida- mático das comunicações oficiais se restringe a questões que di-
de, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto zem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer
legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, ne- tom particular ou pessoal.
cessariamente, clareza e concisão.
Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais,
Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normati- como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um
vos obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remon- artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial
tam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigatori- deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora.
edade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de
que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos vale-
a Independência. Essa prática foi mantida no período republicano. mos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
alcançada a necessária impessoalidade.
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, con-
cisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas 1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impes- A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos
soais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público des-
ses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui
Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são ne- entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o
Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem
(no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade
dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público). precípua é a de informar com clareza e objetividade.

Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser
foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse
cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc. Men- objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados
cione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais, grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação
regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revogado pelo sua compreensão dificultada.
Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual.
Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua fala-
Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer das ca- da e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata
racterísticas específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros
entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência – elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação,
de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa
e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações,
deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma
clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. para comunicar.

A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acor-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impesso- do com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo,
alidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico,
correspondência particular, etc. não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente.
Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, da língua, a finalidade com que a empregamos.
passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por
1.1. A Impessoalidade sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles reque-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. rem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é
Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se
algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É
caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na
ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexi-
que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão cais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das

Língua Portuguesa 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo,
pretendida compreensão por todos os cidadãos. por isso, ser dispensadas.

Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de ex- A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme já
pressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como claro aquele
nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza
rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais
próprios da língua literária. características da redação oficial. Para ela concorrem:
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “padrão ofici- poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
al de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunica- b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento
ções oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita,
expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas como a gíria e o jargão;
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível
utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, uniformidade dos textos;
como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos
limitada. que nada lhe acrescentam.

A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a É pela correta observação dessas características que se redige com
exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido.
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais
difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção.
ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a
outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fá-
cil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assun-
estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica. tos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verda-
1.3. Formalidade e Padronização de. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significa-
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem do das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser
a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impesso- dispensados.
alidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa
formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que
ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua
autoridade de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida
de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a
civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunica- máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no
ção. redigir.

A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária unifor- Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em to-
midade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural das as comunicações oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco quadro,
que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabeleci- constante de obra de Adriano da Gama Kury, a partir do qual podem ser
mento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente feitas inúmeras frases, combinando-se as expressões das várias colunas
para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da em qualquer ordem, com uma característica comum: nenhuma delas tem
apresentação dos textos. sentido!
CAPÍTULO II
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definiti- AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
vo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza- 2. Introdução
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de nor- A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os
mas específicas para cada tipo de expediente. preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação Oficial.
Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que
1.4. Concisão e Clareza serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua análi-
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto se, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de
oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informa- comunicação oficial: o emprego dos pronomes de tratamento, a forma dos
ções com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, fechos e a identificação do signatário.
é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o
qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. 2.1. Pronomes de Tratamento
É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias 2.1.1. Breve História dos Pronomes de Tratamento
ou repetições desnecessárias de ideias. O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga
tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem incor-
O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de e- porados ao português os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento
conomia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, passou-se a
palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segun-
como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens da pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior.
substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusiva- Prossegue o autor:
mente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada a- “Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a
crescentem ao que já foi dito. palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria supe-
rior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o trata-
alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas mento ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia eclesiástica
últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.”
mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação

Língua Portuguesa 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já es- A Sua Excelência o Senhor
tava em voga também para os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa Fulano de Tal
mercê evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome Ministro de Estado da Justiça
vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual 70064-900 – Brasília. DF
emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos
às autoridades civis, militares e eclesiásticas. Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo
(DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto
2.1.2. Concordância com os Pronomes de Tratamento para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repe-
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresen- tida evocação.
tam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e prono- Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para parti-
minal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com culares. O vocativo adequado é:
quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância Senhor Fulano de Tal,
para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que (...)
integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o No envelope, deve constar do endereçamento:
substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”. Ao Senhor
Fulano de Tal
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de Rua ABC, no 123
tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará 12345-000 – Curitiba. PR
seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”).
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramati- superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de
cal deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de
substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, tratamento Senhor.
o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar
satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senho- Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título aca-
ria deve estar satisfeita”. dêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o
apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por
2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medici-
tradição. São de uso consagrado: na. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: às comunicações.

a) do Poder Executivo; Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por for-
Presidente da República; ça da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade.
Vice-Presidente da República; Corresponde-lhe o vocativo:
Ministros de Estado; Magnífico Reitor,
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; (...)
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierar-
Embaixadores; quia eclesiástica, são:
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo cor-
de natureza especial; respondente é:
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Santíssimo Padre,
Prefeitos Municipais. (...)
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunica-
b) do Poder Legislativo: ções aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
Deputados Federais e Senadores; Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Ministros do Tribunal de Contas da União; Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
Deputados Estaduais e Distritais; (...)
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reve-
rendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa
c) do Poder Judiciário: Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais; 2.2. Fechos para Comunicações
Juízes; O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de
Auditores da Justiça Militar. arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que
vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-
Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. Respeitosamente,

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
do cargo respectivo: Atenciosamente,
Senhor Senador,
Senhor Juiz, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autorida-
Senhor Ministro, des estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente
Senhor Governador, disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autori- 2.3. Identificação do Signatário


dades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República,

Língua Portuguesa 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas
autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da agrícolas na região Nordeste.”
identificação deve ser a seguinte: – desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum
(espaço para assinatura) comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar
NOME parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.
(espaço para assinatura) f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
NOME g) assinatura do autor da comunicação; e
Ministro de Estado da Justiça h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signatário).

Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em pági- 3.2. Forma de diagramação
na isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de
frase anterior ao fecho. apresentação:
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no
3. O Padrão Ofício texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-
do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformi- se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
zá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chamamos c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da pági-
de padrão ofício. As peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por na;
ora busquemos as suas semelhanças. d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos
em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e
3.1. Partes do documento no Padrão Ofício direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes: espelho”);
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da
expede: margem esquerda;
Exemplos: f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0
Mem. 123/2002-MF cm de largura;
Aviso 123/2002-SG g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
Of. 123/2002-MME h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pon-
tos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à comportar tal recurso, de uma linha em branco;
direita: i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras
Exemplo: maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra
Brasília, 15 de março de 1991. forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do do-
cumento;
c) assunto: resumo do teor do documento j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel bran-
Exemplos: co. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e i-
Assunto: Produtividade do órgão em 2002. lustrações;
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impres-
sos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a co- m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich
municação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço. Text nos documentos de texto;
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de do- arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveita-
cumentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: mento de trechos para casos análogos;
– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser for-
apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: mados da seguinte maneira:
“Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, em- tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do
pregue a forma direta; conteúdo
– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos
distintos, o que confere maior clareza à exposição; 3.3. Aviso e Ofício
– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a 3.3.1. Definição e Finalidade
posição recomendada sobre o assunto. Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente i-
dênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusiva-
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em mente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao
que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Adminis-
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estru- tração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares.
tura é a seguinte:
– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o 3.3.2. Forma e Estrutura
encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício,
deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encami- com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 Pronomes de
nhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado Tratamento), seguido de vírgula.
(tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela Exemplos:
qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: Excelentíssimo Senhor Presidente da República
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encaminho, Senhora Ministra
anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral Senhor Chefe de Gabinete
de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.”
ou Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes in-
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do tele- formações do remetente:
grama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da Confederação – nome do órgão ou setor;

Língua Portuguesa 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
– endereço postal; ato normativo deve ser editado para solucionar o problema.
– telefone e endereço de correio eletrônico.
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de moti-
3.4. Memorando vos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte modelo previsto
3.4.1. Definição e Finalidade no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002.
O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades admi-
nistrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão
mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de equivalente) no , de de de 200 .
comunicação eminentemente interna.
5. Mensagem
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a 5.1. Definição e Finalidade
exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por deter- É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes
minado setor do serviço público. Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder
Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de
procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer
de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da
próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Nação.
Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado,
assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presi-
se historie o andamento da matéria tratada no memorando. dência da República, a cujas assessorias caberá a redação final.

3.4.2. Forma e Estrutura As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, têm as seguintes finalidades:
com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar ou finan-
que ocupa. ceira.
Os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados em regime
Exemplos: normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração 4o). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime nor-
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos mal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com solicitação de urgên-
cia.
4. Exposição de Motivos
4.1. Definição e Finalidade Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Congres-
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da Repú- so Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da
blica ou ao Vice-Presidente para: Presidência da República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputa-
a) informá-lo de determinado assunto; dos, para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput).
b) propor alguma medida; ou
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo. Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria-
nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais), as
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da Repúbli- mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do Congresso
ca por um Ministro de Estado. Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretário
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a
exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros envolvi- deliberação congressual sobre as leis financeiras em sessão conjunta, mais
dos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial. precisamente, “na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do
Congresso Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição,
4.2. Forma e Estrutura art. 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas.
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão
ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a exposição de As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido no âmbi-
motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normati- to do Poder Executivo, que abrange minucioso exame técnico, jurídico e
vo, segue o modelo descrito adiante. econômico-financeiro das matérias objeto das proposições por elas enca-
minhadas.
A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusiva- Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos órgãos inte-
mente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta ressados no assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da
projeto de ato normativo. União. Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da
exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição de
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem de enca-
algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura minhamento ao Congresso.
segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
b) encaminhamento de medida provisória.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presi-
da República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe dente da República encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus
apresente projeto de ato normativo – embora sigam também a estrutura do membros, com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal, juntan-
padrão ofício –, além de outros comentários julgados pertinentes por seu do cópia da medida provisória, autenticada pela Coordenação de Documen-
autor, devem, obrigatoriamente, apontar: tação da Presidência da República.
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medi-
da ou do ato normativo proposto; c) indicação de autoridades.
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de pes-
normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais alter- soas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribunais
nativas existentes para equacioná-lo; Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco Central,
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Diplomática, etc.) têm

Língua Portuguesa 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


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em vista que a Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela tituição, art. 52, V); e outros.
Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar a indica-
ção. Entre as mensagens menos comuns estão as de:
– convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição,
O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, acompanha a art. 57, § 6o);
mensagem. – pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da Repú-
blica (art. 52, XI, e 128, § 2o);
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da – pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização
República se ausentarem do País por mais de 15 dias. nacional (Constituição, art. 84, XIX);
Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a – pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constitui-
autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. ção, art. 84, XX);
– justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorro-
O Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a gação (Constituição, art. 136, § 4o);
ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa – pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constitui-
do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas. ção, art. 137);
– relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de
e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de concessão defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
de emissoras de rádio e TV. – proposta de modificação de projetos de leis financeiras (Constitui-
A obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congresso Nacional ção, art. 166, § 5o);
consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão – pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem des-
efeitos legais a outorga ou renovação da concessão após deliberação do pesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou rejei-
Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na men- ção do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, §
sagem a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do 8o);
art. 223 já define o prazo da tramitação. – pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas
com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc.
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem o cor-
respondente processo administrativo. 5.2. Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
f) encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior. a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmen-
O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a aber- te, no início da margem esquerda:
tura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas Mensagem no
referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do
parecer da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1o), sob destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;
pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constitui- Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
ção, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
Interno. d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizon-
talmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação do Pa- A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da Re-
ís e solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, art. pública, não traz identificação de seu signatário.
84, XI).
6. Telegrama
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da 6.1. Definição e Finalidade
República. Esta mensagem difere das demais porque vai encadernada e é Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos
distribuída a todos os Congressistas em forma de livro. burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda comunicação oficial
expedida por meio de telegrafia, telex, etc.
h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacional, en- Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
caminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se originaram os e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas
autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se restituem dois àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax
exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da e que a urgência justifique sua utilização e, também em razão de seu custo
República terá aposto o despacho de sanção. elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4.
Concisão e Clareza).
i) comunicação de veto.
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1o), a 6.2. Forma e Estrutura
mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos
disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai publicado na ínte- formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio na Inter-
gra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao contrário das net.
demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao
Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto) 7. Fax
7.1. Definição e Finalidade
j) outras mensagens. O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de
Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência mensa- comunicação que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento da
gens com: Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o
– encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há premência,
ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I); quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico.
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma
prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art. 155, de praxe.
§ 2o, IV);
– proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax
consolidada (Constituição, art. 52, VI); e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapi-
– pedido de autorização para operações financeiras externas (Cons- damente.

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(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de
7.2. Forma e Estrutura componentes para a indústria.
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que (E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
lhes são inerentes. componentes para a indústria.
É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha
de rosto, i. é., de pequeno formulário com os dados de identificação da 05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema
mensagem a ser enviada. para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que
ele está empregado conforme o padrão culto.
8. Correio Eletrônico (A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.
8.1 Definição e finalidade (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, trans- (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
formou-se na principal forma de comunicação para transmissão de docu- (D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.
mentos. (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.

8.2. Forma e Estrutura 06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibili- correta em:
dade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretan- (A) As características do solo são as mais variadas possível.
to, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais). (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do
destinatário quanto do remetente. 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de
flexão de grau.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferenci- (A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo.
almente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo (B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran-
deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.. te as férias.
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de lei- (D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim.
tura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pedido de (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade.
confirmação de recebimento.
Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-
8.3 Valor documental vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio
eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser aceita como 08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a estatal ciência e tecnologia.
identidade do remetente, na forma estabelecida em lei. (A) à ... sobre o ... do ... para
(B) a ... ao ... do ... para
PROVA SIMULADA I (C) à ... do ... sobre o ... a
(D) à ... ao ... sobre o ... à
(E) a ... do ... sobre o ... à
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras.
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
(C) O processo foi julgado em segunda estância.
eles devem estar aptos comercializar seus produtos.
(D) O problema passou despercebido na votação.
(A) ao ... a ... à
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
(B) àquele ... à ... à
(C) àquele...à ... a
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é:
(D) ao ... à ... à
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz.
(E) àquele ... a ... a
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
(C) A colega não se contera diante da situação.
10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente.
norma culta.
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros.
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso
trarão grandes benefícios às pesquisas.
03. O particípio verbal está corretamente empregado em:
(B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos.
com o meio ambiente.
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas.
(C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol-
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime.
vendo projetos na área médica.
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos.
(D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre-
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda.
sentadas pelos economistas.
(E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em
litoral ou aproveitam férias ali.
conformidade com a norma culta.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
11. A frase correta de acordo com o padrão culto é:
interior da concha de moluscos reúne outras características interes-
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às
santes, como resistência e flexibilidade.
chuvas.
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla-
componentes para a indústria.
mações.
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à
componentes para a indústria.
cultura.
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com-
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da
ponentes para a indústria.

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culpa. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- te, apenas a:
res. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(E) seus ... lhes ... eles ... neles sobre o balcão.

13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem
com o padrão culto. a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (C) processos e processo.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (D) livro de registro.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. (E) registro e processo.

14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
direto e indireto em: acima:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. I. há, no período, duas orações;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (B) III e IV.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (C) I, II e III.
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (D) I, II e IV.
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. (E) I, III e IV.
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação pelo Juiz;
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo te ao da palavra mas;
Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex- dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve- Está correto o contido apenas em
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das (A) II e IV.
Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se (B) III e IV.
programar e participar do referido evento. (C) I, II e III.
Atenciosamente, (D) I, III e IV.
ZZZ (E) II, III e IV.
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos to, a alternativa correta é:
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
respeitam as regras de pontuação. 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci-
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, dos galhos da velha árvore.
que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (A) Quem podou? e Quando podou?
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
Policial, confessou sua participação no referido furto. (C) Que jardineiro? e Podou o quê?

Língua Portuguesa 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(D) Que vizinho? e Que galhos? rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi-
(E) Quando podou? e Podou o quê? da, sem alterar o sentido da frase, é:
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili- (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua- (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
ção em:
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama-
(E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro
25. Felizmente, ninguém se machucou. período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil
Lentamente, o navio foi se afastando da costa. também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen-
Considere: te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo.
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo
modo; tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos.
fato;
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.
V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos. Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural,
Está correto o contido apenas em esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem
(A) I, II e III. posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida-
(B) I, II e IV. des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e
(C) I, III e IV. se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações
(D) II, III e IV. é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente
(E) III, IV e V. em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim-
26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro..., ples.
indicando concessão, é: Veja, ed. 1735
(A) para poder trabalhar fora.
(B) como havia programado. 31. O título dado ao texto se justifica porque:
(C) assim que recebeu o prêmio. A) a miséria abrange grande parte de nossa população;
(D) porque conseguiu um desconto. B) a miséria é culpa da classe dominante;
(E) apesar do preço muito elevado. C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós;
27. É importante que todos participem da reunião. E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos.
O segmento que todos participem da reunião, em relação a
É importante, é uma oração subordinada 32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no
(A) adjetiva com valor restritivo. Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
(B) substantiva com a função de sujeito. ção?'':
(C) substantiva com a função de objeto direto. A) tem sua resposta dada no último parágrafo;
(D) adverbial com valor condicional. B) representa o tema central de todo o texto;
(E) substantiva com a função de predicativo. C) é só uma motivação para a leitura do texto;
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta;
28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe- E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta.
lecida pelo termo como é de
(A) comparatividade. 33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
(B) adição. que ela:
(C) conformidade. A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em
(D) explicação. outras áreas;
(E) consequência. B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes
cidades;
29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam
franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão para a classe dominante;
contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di- D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a
versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos de outros indicadores sociais;
possíveis franqueados. E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e décadas.
relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(A) digo ... portanto ... mas 34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é:
(B) como ... pois ... mas A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros
(C) ou seja ... embora ... pois indicadores sociais melhoraram;
(D) ou seja ... mas ... portanto B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
(E) isto é ... mas ... como mantém onipresente;
C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos
30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos incompetentes;
investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados. D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas,
A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí- a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo;

Língua Portuguesa 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
miséria que leva à criminalidade. Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor-
35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu
quantidade, exceto: problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?
A) frequência escolar; (....)
B) liderança diplomática;
C) mortalidade infantil; Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina-
D) analfabetismo; ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem
E) desempenho econômico. onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a
essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil: ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e
A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos
na América Latina; desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos
B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos; disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para
C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que
cenário exterior; sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta-
D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien- mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con-
temente forte para tornar-se líder; quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor
E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior. abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores.
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo
37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora: terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte.
A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
B) se manifeste de formas distintas; Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua,
C) esteja escondida dos olhos de alguns; exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi
D) seja combatida pelas autoridades; com um monte de lixo.
E) se torne mais disseminada e cruel. Fernando Sabino

38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em- 41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor
preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma definição:
INCORRETA é: A) registro de fatos históricos em ordem cronológica;
A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial; B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica; C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado;
C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante; D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas-
D) não é um problema universal = é um problema particular; tante variados;
E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida. E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais.

39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse 42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito -
segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria: vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria; to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem:
E) mantenha. A) do passado para o presente;
B) da descrição para a narração;
40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos C) do impessoal para o pessoal;
abaixo é: D) do geral para o específico;
A) ''Como entender a resistência da miséria...''; E) do positivo para o negativo.
B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
C) ''...desde que se passou a registrá-las...''; 43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
D) ''...começa a exercitar seus músculos.''; me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''. deve a que:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa;
PROTESTO TÍMIDO B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste
Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam inútil;
dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino;
lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo;
trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
um menino. as.

Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra- 44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a
ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os seguir:
gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura- I- Daqui há pouco vou sair.
cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia I- Está no Rio há duas semanas.
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de III - Não almoço há cerca de três dias.
sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino.
mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando- As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver
nado. são:
A) I - II
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de B) I - III
sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns C) II - IV
mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru- D) I - IV
lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém E) II - III
tomava conhecimento da existência do menino.

Língua Portuguesa 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
texto é: ___________________________________
A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados
na crônica; ___________________________________
B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino
C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
___________________________________
a sujeira; ___________________________________
D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o
texto; ___________________________________
E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica. _______________________________________________________
_______________________________________________________
46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma
_______________________________________________________
forma que:
A) salvo-conduto; _______________________________________________________
B) abaixo-assinado;
C) salário-família; _______________________________________________________
D) banana-prata; _______________________________________________________
E) alto-falante.
_______________________________________________________
47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do _______________________________________________________
texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é
que o autor: _______________________________________________________
A) se utiliza de comparações depreciativas;
B) lança mão de vocábulo animalizador;
_______________________________________________________
C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino; _______________________________________________________
D) mostra precisão em todos os dados fornecidos;
E) usa grande número de termos adjetivadores. _______________________________________________________
_______________________________________________________
48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
significa que: _______________________________________________________
A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava
_______________________________________________________
morto;
B) a posição do menino era idêntica à de um morto; _______________________________________________________
C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou
morto; _______________________________________________________
D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava _______________________________________________________
dormindo ou morto;
E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino. _______________________________________________________
_______________________________________________________
49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos
históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é: _______________________________________________________
A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
_______________________________________________________
C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens''; _______________________________________________________
D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''. _______________________________________________________
_______________________________________________________
50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento
do texto é uma: _______________________________________________________
A) metonímia;
_______________________________________________________
B) comparação ou símile;
C) metáfora; _______________________________________________________
D) prosopopeia;
E) personificação. _______________________________________________________
______________________________________________________
RESPOSTAS – PROVA I
01. D 11. B 21. B 31. D 41. D _______________________________________________________
02. A 12. A 22. A 32. B 42. B _______________________________________________________
03. C 13. C 23. C 33. A 43. C
04. E 14. E 24. E 34. A 44. E _______________________________________________________
05. A 15. C 25. D 35. B 45. A _______________________________________________________
06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
07. D 17. B 27. B 37. C 47. D _______________________________________________________
08. E 18. E 28. C 38. A 48. C
09. C 19. D 29. D 39. A 49. B
_______________________________________________________
10. D 20. A 30. B 40. B 50. C _______________________________________________________
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Língua Portuguesa 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
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Língua Portuguesa 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. PROGRAMA DE NOÇÕES DE DIREITO tado da vida prática: o homem, por natureza, é moral, racional e social e a
2.1. Direito: Conceito e Características. lei facilita o desenvolvimento dessas qualidades inatas.
2.1.1. Fontes do Direito
2.1.2. Ramos do Direito A concepção do direito natural como emanação do direito da razão uni-
2.2. Princípios do Direito: Norma e Regra versal foi obra da filosofia estóica. O ideal ético dessa doutrina, iniciada na
2.3. Direito Privado. Grécia e de grande influência no pensamento romano, foi sintetizado no
2.3.1. Personalidade jurídica século III de nossa era por Diógenes Laércio: a virtude do homem feliz e de
2.3.2. Capacidade jurídica uma vida bem orientada consiste em fudamentar todas as ações no princí-
2.3.3. Pessoa jurídica pio de harmonia entre seu próprio espírito e a vontade do universo.
2.3.4. Responsabilidade Direito romano. Os criadores da civilização romana, cujo espírito práti-
2.3.4.1 Fato jurídico co, senso da realidade e tendência para o individualismo se equilibravam
2.3.4.1.1. Negócios jurídicos: erro, dolo, culpa e coação com um raro discernimento da conveniência e da necessidade política,
2.4. Direito Público. edificaram o mais grandioso e perfeito sistema jurídico da idade antiga, que
2.4.1. Estado sobrevive num sem-número de concepções, instituições e princípios vigen-
2.4.2.1. O Estado e seus elementos tes no mundo contemporâneo. O direito romano influiu poderosamente
2.4.2.2. Finalidade do Estado sobre a ordem jurídica do Ocidente e constituiu um dos principais elemen-
2.5. Constituição Federal tos da civilização moderna.
2.6. Direitos Fundamentais
2.6.1.1 Direitos Individuais A expressão direito romano, em sentido amplo, indica o conjunto de
2.6.1.2. Direitos Coletivos normas e princípios jurídicos fixados pela civilização romana. Sua história
2.6.1.3. Direitos Sociais abrange cerca de 13 séculos, iniciada com as origens lendárias da cidade
2.7. Direito Administrativo: Fontes e Princípios de Roma, em meados do século VIII a.C., e se convencionou considerar
2.7.1. Administração pública encerrada na data da morte do imperador Justiniano, no ano 565.
2.7.2. Responsabilidade civil do Estado Os mestres e expositores do direito romano costumam dividir sua longa
2.7.3. Poder de Polícia história em períodos, adotando critérios diversos para distingui-los. O direito
2.7.4. Agentes Públicos e Serviços Públicos romano antigo, também denominado ius quiritium ou ius civile (quirites ou
2.8. Atos Administrativos cives eram os cidadãos romanos), era o direito vigente desde a formação
2.8.1. Agente, objeto e finalidade. da cidade até a codificação da célebre Lei das Doze Tábuas, aproximada-
2.8.2. Controle dos atos administrativos mente em 450 a.C. Coincidiu esse período, em grande parte, com o perío-
Direito do régio, já que a expulsão dos reis se deu no ano de 510 a.C. Todavia, o
advento da república não teve, em si mesmo, repercussões consideráveis
Deveres e obrigações se impõem à conduta de todas as pessoas no em relação ao direito privado, isto é, ao direito concernente às relações dos
convívio familiar, nas relações de trabalho e nos vínculos religiosos. A cidadãos romanos entre si. Isso porque esse direito não era, senão em
solução dos conflitos, com base no direito e mediação do estado, torna diminuta proporção, expresso em leis. O direito era essencialmente costu-
possível a vida em sociedade. meiro, rudimentar como a própria organização da sociedade, extremamente
formalista e impregnado de elementos mágico-religiosos. Confundiam-se o
Direito é o conjunto de normas obrigatórias que disciplinam as relações direito divino e o direito humano.
humanas e também a ciência que estuda essas normas. A ciência jurídica
tem por objeto discernir, dentre as normas que regem a conduta humana, O segundo período, denominado ius gentium, iniciou-se com a codifi-
as que são especificamente jurídicas. Caracterizam-se estas pelo caráter cação da Lei das Doze Tábuas (450 a.C.) e perdurou até a data da morte
coercitivo, pela existência de sanção no caso de não observância e pela do imperador Alexandre Severo (235 d.C.). Verificou-se, durante esse
autoridade a elas conferida pelo estado, que as consagra. período, a crise da constituição republicana e a instauração do principado,
com Augusto (27 a.C.). Estenderam-se aos poucos as relações e as con-
Evolução histórica quistas de Roma, primeiramente na península e depois em todo o mundo
Grécia. A maior contribuição do pensamento grego para o direito foi a mediterrâneo, o que teve como consequência o desenvolvimento econômi-
formação de um corpo de ideias filosóficas e cosmológicas sobre a justiça, co.
mais adequado para apelações nas assembleias populares do que para O direito refletiu essa evolução. Configurou novas relações, perdeu o
estabelecer normas jurídicas aplicáveis a situações gerais. As primitivas rígido formalismo, mudou seu caráter estritamente citadino e nacional e
cosmologias gregas consideravam o indivíduo dentro da transcendental passou a reger relações entre romanos e estrangeiros. Na fase de maior
harmonia do universo, emanada da lei divina (logos) e expressa, em rela- expansão imperial, tornou-se o direito comum dos povos, ou direito univer-
ção à vida diária, na lei (nomos) da cidade (polis). sal, e passou a denominar-se ius gentium ou direito das gentes. Importan-
No século V a.C. os sofistas, atacados mais tarde por Sócrates e Pla- tes transformações se processaram durante esse período no sistema e na
tão, examinaram criticamente todas as afirmações relativas à vida na própria concepção do direito. Na fase inicial, predominava o tradicional
cidade-estado, destacando as amplas disparidades entre a lei humana e a direito quiritário, de origem costumeira, pois a Lei das Doze Tábuas não
moral, rejeitando a ideia de que a primeira obedecia necessariamente a fizera mais que reduzi-lo à forma escrita. Entretanto, o direito foi se desli-
uma ordem universal. O objeto de estudo dos sofistas era o homem, "a gando das fontes e influências primitivas, como o costume e a religião.
medida de todas as coisas", segundo Protágoras, o sujeito, capaz de Adquiriram crescente importância, em sua formulação e aplicação, a equi-
conhecer, projetar e construir. Eles negavam que a lei e a justiça tivessem dade e a boa-fé.
valor absoluto, pois eram criadas pelos homens, de acordo com determina- A criação do direito tornou-se função do poder público. Ao lado do anti-
das circunstâncias, e por isso mesmo relativas e sujeitas a transformações. go direito romano já codificado surgiram, conforme o caso, as leis, os
Platão criticou esse conceito e contrapôs ao que considerava como plebiscitos, os senatus-consultos, as constituições imperiais e, com particu-
subjetivismo sofista a eternidade das formas arquetípicas, de que a lei da lar importância no desenvolvimento do direito privado, os editos dos preto-
cidade-estado seria um reflexo. Na utopia descrita em sua República, res e magistrados incumbidos de administrar a justiça.
Platão afirma que a justiça prevalece quando o estado se encontra ordena- Iniciou-se em meados do século I a.C. a época mais brilhante e fecun-
do de acordo com as formas ideais asseguradas pelos sábios encarrega- da do direito romano, que perdurou até o fim do regime imperial em 235
dos do governo. Não há necessidade de leis humanas, mas unicamente de d.C. e caracterizou a fase do direito romano clássico. Os editos dos preto-
conhecimentos transcendentais. res foram codificados e grandes jurisconsultos como Gaio, Papiniano,
Aristóteles, discípulo de Platão, que tinha em comum com ele a ideia Paulo, Ulpiano e Modestino desenvolveram, por exposição sistemática de
de uma realidade que transcende a aparência das coisas tais como são comentários, pareceres e da formulação de princípios e regras gerais, a
percebidas pelos sentidos humanos, defendia a validade da lei como resul- ciência jurídica (jurisprudência) romana.

Direito 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O último dos períodos históricos, conhecido como pós-clássico, come- Hugo Grotius, jurista holandês partidário de um estoicismo tolerante, no
ça com a grave crise do principado, após a morte de Alexandre Severo, no início do século XVIII concebeu um direito supranacional que pusesse limite
ano 235, e termina com a publicação da codificação empreendida por ao poder absolutista das monarquias europeias. Rejeitou a "razão de
Justiniano, a partir da terceira década do século VI. Desde o século IV, o estado" defendida por Maquiavel como fonte do direito e propôs uma ver-
Ocidente vinha sofrendo incursões bárbaras, de sorte que a cultura, de são atualizada do direito natural estóico, com elementos do direito romano
modo geral, e os estudiosos do direito, em particular, voltaram-se para o e da teologia cristã. Thomas Hobbes, adotando uma perspectiva mais
Oriente. Sob a monarquia absoluta, o direito passou a ter como fonte jurídi- próxima à de Maquiavel, entendia que a natureza humana não é tão perfei-
ca única as constituições imperiais. Sobre esse sistema jurídico unificado, ta como pensavam Grotius e os estóicos. Sustentava que o homem, em
acentuou-se a influência da concepção cristã sobre a origem e o fundamen- estado natural, luta somente por sua sobrevivência e só cede parte de sua
to do poder político e do direito. Esse período se distingue sobretudo pela liberdade e se submete à autoridade alheia em troca de segurança.
importante atividade de compilação jurídica, que alcançou excepcional
magnitude com o imperador Justiniano. Sua codificação, o Corpus juris Montesquieu foi dos pioneiros a rejeitar o direito natural. Em De l'esprit
civilis, compreende a jurisprudência clássica e as constituições anteriores, des lois (1748; O espírito das leis) defendeu a tese segundo a qual o
em quatro partes: o Digesto ou Pandectas, o Código, as Instituições e as direito e a justiça de um povo são determinados por fatores que operam
Novelas. Durante muito tempo, o direito romano foi conhecido quase exclu- sobre eles e, portanto, não é aplicável o princípio da imutabilidade susten-
sivamente por meio dessa codificação, que assegurou a sobrevivência e a tado pelo direito natural. Kant também discutiu o direito natural: segundo
unidade da tradição jurídica latina. ele, todos os conceitos morais são baseados no conhecimento a priori, que
só pode ser atingido por intermédio da razão. No entanto, os conceitos
Direito germânico. A expressão direito germânico indica as instituições kantianos mostraram-se tão transcendentais quanto os do direito natural e
e os sistemas jurídicos existentes nas diversas nações bárbaras de origem por isso outros pensadores do idealismo metafísico, como Johann Gottlieb
teutônica que se apossaram da Europa após a queda do Império Romano Fichte, voltaram às noções tradicionais do direito natural.
do Ocidente, no ano 476. Predominava entre os invasores o direito de
origem costumeira, particularista, rudimentarmente desenvolvido e forte- Séculos XIX e XX. Na primeira metade do século XIX, o pensamento
mente impregnado de sentido comunitário. Os usos da tribo ascendiam à jurídico experimentou, por influência da filosofia positivista de Augusto
categoria de lei mediante sua definição pelo órgão judicial, a assembleia, Comte, uma reação ao idealismo e às teorias do direito natural. De acordo
no julgamento dos casos concretos. As decisões constituíam precedentes e com a doutrina do positivismo analítico, os casos deveriam ser resolvidos
se aplicavam com força legal. O direito era, ao mesmo tempo, de origem mediante o estudo das instituições e leis existentes. Segundo o positivismo
popular e judicial, conservado pela tradição oral. histórico, cujo principal representante foi o jurista alemão Friedrich Karl von
Savigny, o direito reside no espírito do povo e o costume é o direito por
Importante característica do direito germânico era a chamada persona- excelência. O papel do jurista consiste em interpretar esse espírito e aplicá-
lidade das leis. O direito romano, pelo menos depois que o império atingiu a lo às questões técnicas.
expansão máxima, no século II, consagrava, ainda que com exceções, o
princípio da territorialidade, segundo o qual o direito aplicável às pessoas A interpretação materialista do direito iniciou-se com a doutrina marxis-
que se acham no território do estado é o direito do próprio estado, indepen- ta, para a qual os sistemas político e judicial representam a superestrutura
dentemente da condição nacional ou da origem étnica de seus habitantes. da sociedade. Surgida em meados do século XIX, combinou a fé no pro-
O direito germânico, ao contrário, principalmente depois que se generalizou gresso, a evolução social, o racionalismo, o humanismo e o pluralismo
a convivência com a população romana, nos séculos IV e V, considerava político com a concepção segundo a qual o modelo mecanicista da ciência
que o estatuto legal da pessoa era uma prerrogativa desta, determinada por natural é válido para as ciências sociais.
sua procedência ou nacionalidade. A teoria pura do direito, cujo mais conhecido representante foi o austrí-
A coexistência entre romanos e bárbaros tornou-se ameaçadora para aco Hans Kelsen, concebia o direito como um sistema autônomo de normas
as instituições e os costumes jurídicos destes últimos, ante o impacto de baseado numa lógica interna, com validade e eficácia independentes de
uma civilização mais avançada. Por outro lado, com o curso do tempo e a valores extrajurídicos, os quais só teriam importância no processo de
ocorrência de frequentes migrações, com casamentos entre pessoas de formação do direito. A teoria das leis é uma ciência, com objeto e método
nacionalidades diferentes e o nascimento de descendentes dessas uniões, determinados, da qual se infere que todo sistema legal é, essencialmente,
a aplicação do direito foi-se tornando problema dos mais difíceis. Alguns uma hierarquia de normas.
reis bárbaros mandavam compilar os direitos de seu povo e os dos povos As escolas modernas do realismo jurídico entendem o direito como fru-
vencidos, pelo sistema romano de codificação, o que contribuiu para que, to dos tribunais. Dentro de sua diversidade, essas escolas admitem princí-
aos poucos, se firmasse o princípio da territorialidade das leis. pios comuns: a lei decorre da ação dos tribunais; o direito tem um propósito
As leis bárbaras ordenaram os usos e costumes das tribos na forma social; as mudanças contínuas e ininterruptas da sociedade se verificam
escrita, recolhendo a influência de princípios do direito romano, mediante também no direito; e é necessário distinguir o que é do que deve ser.
compilações do período pós-clássico, das constituições imperiais e da O conceito atual do direito se configura como uma rebelião contra o
jurisprudência. Nessas codificações, as leis ou a jurisprudência romana formalismo. A maior parte das tendências evita definir-se exclusivamente
podiam aparecer justapostas, sem modificações, ou resumidas, modifica- em função de um único fator e admitem tanto a lógica analítica quanto as
das e intercaladas. questões de índole moral e o enfoque sociológico. Assim, o trabalho jurídi-
Idade Média. O apogeu da escolástica, nome com que se define gene- co sobre as relações entre o direito e a sociedade levou à integração com
ricamente a filosofia cristã medieval, deu-se no século XIII com santo outras disciplinas e à melhor compreensão da influência dos fatores eco-
Tomás de Aquino que, a exemplo de santo Agostinho, subordinou o direito nômicos e sociais.
positivo (secular) à lei de Deus. Uma disposição do direito positivo não Direito hispano-português. O direito hispano-português procede direta-
podia violar o direito natural e, em consequência, o direito eterno divino. mente das fontes romana-justiniana, germânica e canônica. O direito roma-
A tendência de fazer prevalecer a razão sobre a vontade foi rejeitada, no penetrou na península ibérica no final do século III a.C. e se manteve
também no século XIII, pelo franciscano britânico John Duns Scotus, para em vigor até a conquista dos visigodos, quando foi introduzida a duplicida-
quem tudo se devia à vontade de Deus e não existia nenhum direito natural de de direitos decorrente do princípio da personalidade das leis. A ocupa-
acessível à razão humana. O direito positivo somente tinha validade e ção muçulmana, a partir do século VIII, quebrou a unidade do reino visigóti-
eficácia se não contrariasse a vontade divina superior a ele. co. Com a reconquista e o fortalecimento do poder real, surgiram tentativas
de unificar a legislação e a administração da justiça, principalmente por
Do Renascimento ao século XVIII. Em O príncipe (1513), Maquiavel a- meio do recurso de outorgar um mesmo foro a diversas cidades.
tacou o recurso à vontade transcendental e à vontade divina para mergu-
lhar no empirismo: as coisas devem ser aceitas como são e não como se Deu-se nessa época (fim do século XII e século XIII), antes na Espa-
considera que deveriam ser. A manutenção do poder justifica qualquer nha e depois em Portugal, a recepção do direito justiniano e do direito
meio, pois é um fim em si mesma. O direito deve basear-se na garantia de canônico, com interpretações e comentários elaborados pelos mestres
continuidade do poder e não na justiça. italianos. Essas novas fontes prevaleciam muitas vezes sobre os direitos

Direito 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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locais e eram reconhecidas como direito comum vigente, aplicado pelos vam o bloco soviético até 1991; a América Latina e, de certo modo, a África
tribunais. do Sul e o Japão.
No intento de unificar o direito na Espanha, Afonso X o Sábio mandou Nos países do direito continental europeu a característica fundamental
elaborar um código intitulado Lei das Sete Partidas, redigido em meados do do sistema jurídico é a absoluta preeminência do direito escrito e, secunda-
século XIII por um grupo de jurisconsultos, sob orientação do próprio sobe- riamente, a tendência à codificação. O próprio raciocínio jurídico se constrói
rano. As principais fontes em que se inspiraram as Partidas foram o direito sobre o pressuposto de que a solução de qualquer controvérsia encontra-
romano justiniano, o direito canônico, a glosa ordinária de Acúrsio e os se numa norma geral criada pelo legislador. A lei é a fonte do direito por
foros e costumes locais de Castela e Leão. Por seu caráter sistemático e excelência e o ideal jurídico se expressa na identidade plena entre o direito
profundamente inovador, o novo código não teve força para superar os e a norma jurídica. Embora nesses ordenamentos a jurisprudência goze de
particularismos dos sistemas locais e o ânimo conservador do povo. Per- considerável autoridade, não constitui, a rigor, fonte do direito, pois uma
maneceu por mais de um século sem vigência efetiva. decisão só obriga nos limites do caso em que é proferida e não vincula
outros tribunais e juízes no julgamento de casos idênticos.
Desde as primeiras décadas do século XII, Portugal já se constituíra
como estado independente. Todavia, a independência política não alterou o Nesse grupo se edificam os dois maiores monumentos da codificação
sistema jurídico, no qual predominava um complexo de atos dispersos sem do direito privado moderno: o código civil francês de 1804, chamado Código
unidade orgânica. A convocação das cortes de Coimbra em 1221 resultou Napoleão, e o código civil alemão de 1900, que influenciou os códigos civis
na decretação de leis gerais para todo o reino. Na segunda metade do da Itália, Portugal, Espanha e Brasil, entre outros países.
século XIII, D. Dinis mandou traduzir do espanhol a Lei das Sete Partidas e
fundou a Universidade de Coimbra, onde se passou a ensinar direito roma- Grupo anglo-americano. Ao direito continental europeu se contrapõe o
no e canônico. direito do grupo anglo-americano, constituído do próprio Reino Unido,
Irlanda do Norte, País de Gales, Nova Zelândia, Austrália, Canadá (com
Começaram a surgir as primeiras tentativas de codificação no início do exceção da província de Québec), Estados Unidos e outros países. O
século XV, de que foram sucessivamente incumbidos o chanceler João das direito inglês, do qual se originou total ou parcialmente o direito dos estados
Regras, João Mendes Cavaleiro e Rui Fernandes. Com o falecimento do rei pertencentes a este grupo, não é um direito de origem romanística, nem
D. Duarte, o príncipe-regente D. Pedro encarregou uma comissão de ulti- sofreu, durante a Idade Média, ou mesmo posteriormente, recepção do
mar e rever o trabalho realizado. Essa comissão concluiu sua obra em 1446 direito romano. Sua principal característica, conhecida como sistema da
e o código, denominado Ordenações Afonsinas, foi promulgado nesse common law, é que nele o direito legislado não constitui a fonte regular e
mesmo ano por Afonso V. Além de profundamente impregnadas de direito normal do direito. Ao contrário, a lei ou statute law faz-se necessária para
romano e canônico, as Ordenações receberam influência das Partidas. determinar a exceção, para estabelecer a norma que foge aos princípios da
Dividem-se em cinco livros: o primeiro contém normas de direito constitu- common law e exige, por isso, uma interpretação restritiva.
cional e de organização judiciária; o segundo, uma compilação de concor-
datas; o terceiro, normas de processo; o quarto, o direito civil; e o quinto, o A common law não constitui um sistema de direito escrito, ou um direito
direito penal. costumeiro, no sentido que a ciência jurídica dá, em geral, à palavra costu-
me. Afirma-se, entretanto, que o chamado costume geral imemorial é
Após sessenta anos, em 1505, quando D. Manuel ocupava o trono por- considerado a própria essência da common law. Todavia, esse costume
tuguês, iniciou-se a reforma do código afonsino. Conservou-se essencial- geral imemorial é coisa diversa: consiste no complexo dos princípios que se
mente a mesma disposição do código anterior, com a inclusão de todas as extraem das decisões proferidas pela justiça real, desde sua instituição no
leis extravagantes (não codificadas) promulgadas desde 1447 e a introdu- século XIII. Nos países em que o direito romano foi recebido, o legislador é
ção de maiores modificações apenas no livro primeiro. As Ordenações o promotor do direito, enquanto que, nos países da common law, é a ma-
Manuelinas, primeiro código do mundo publicado pela imprensa, foram gistratura. Desse modo, no direito inglês, as decisões judiciais dispõem de
decretadas em 1521. uma força específica que não se limita à hipótese concretamente resolvida,
mas pode estender-se com efeito normativo aos casos futuros que apre-
Filipe II da Espanha, investido soberano de Portugal, manteve separa- sentem a mesma configuração e venham a se enquadrar nos mesmos
dos os sistemas jurídicos dos dois países. Em 1595 ordenou a compilação limites. O direito inglês apresenta-se como direito jurisprudencial, como um
de toda a legislação portuguesa com vistas a sua codificação. As Ordena- direito casuístico, ou case law, em que predomina a regra do precedente,
ções Filipinas foram aprovadas pela lei de 11 de janeiro de 1603 e se temperada pela aplicação do princípio da equidade.
tornaram imediatamente obrigatórias em terras de aquém e de além-mar.
Seus cinco livros dispõem sobre direito público; privilégios jurisdicionais, O direito dos Estados Unidos pertence a esse grupo. Nele predomina a
regalias e bens; processo civil e criminal; direito privado; e direito penal. No concepção da common law e o casuísmo (case law). A lei, no entanto, tem
direito peninsular ibérico estão as fontes do sistema jurídico brasileiro. nos Estados Unidos mais importância que nos demais países do grupo, por
duas razões principais: o país tem uma constituição rígida, em virtude do
Sistemas jurídicos contemporâneos que a atividade legislativa é mais intensa; e tendo em vista que o país é
Direito ocidental. O direito nas sociedades contemporâneas pode ser uma federação, os estados expedem leis, no âmbito das respectivas com-
classificado, acima dos limites políticos dos estados, em alguns grandes petências.
sistemas: o ocidental, que abrange o direito continental europeu (ou do Direito brasileiro. Derivado do direito lusitano transplantado para o No-
grupo francês) e o direito anglo-americano; o muçulmano; o hindu e o vo Mundo, o sistema jurídico brasileiro se filia ao chamado grupo continen-
chinês. tal europeu. Suas raízes históricas estão na península ibérica: é nas institu-
Os direitos dos estados que se incluem no sistema ocidental devem ições do direito luso dos séculos XVI, XVII e XVIII que se encontra o orde-
suas linhas estruturais às mesmas concepções da tradição filosófica do namento jurídico que esteve em vigor no Brasil durante um longo período.
Ocidente, ao influxo dos princípios da ética cristã e ao predomínio da ideo- A importância do antigo direito ibérico para o direito brasileiro e sua história
logia liberal. A ordem jurídico-política baseia-se na noção de direitos natu- pode ser avaliada pela permanência das Ordenações Filipinas, de 1603,
rais e invioláveis, entre os quais a liberdade individual em suas várias em vigor no Brasil durante mais de três séculos. Essa ordem jurídica não foi
especificações se erige em valor supremo da vida social. Assenta-se ainda abalada pela independência política, em 1822, nem pela queda da monar-
no princípio da soberania popular, no regime representativo e no sistema quia, em 1889. Em matéria penal, no entanto, o livro quinto das Ordena-
pluripartidário, no dogma da supremacia da lei, nos princípios da divisão ções foi revogado pelo código criminal de 1830. Logo depois, o processo
dos poderes e da neutralidade do estado. Na ordem econômica, prevalece penal passou a regular-se pelo código de processo criminal de 1832.
o princípio capitalista. O código comercial e o regulamento 737, relativo ao código de proces-
Grupo continental europeu. Apesar dessa afinidade fundamental, dis- so civil, datam de 1850. Com essas poucas exceções, todo o vasto campo
tinguem-se no direito ocidental um direito continental europeu, ou do grupo das relações jurídicas privadas continuou, mesmo depois de entrado o
francês, e um direito do grupo anglo-americano. No âmbito do primeiro século XX, a reger-se pelo código seiscentista, que somente foi revogado a
situam-se os ordenamentos jurídicos derivados do direito romano: inclui, na partir de 1º de janeiro de 1917 pelo atual código civil brasileiro, cinquenta
Europa, todos os estados com exceção do Reino Unido e dos que integra- anos após sua completa substituição, na antiga metrópole, pelo código civil

Direito 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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português de 1867. Embora integrado ao grupo continental europeu, o soa para determinar obrigatoriamente a conduta de outra, com a expressão
sistema brasileiro adquiriu, notadamente no campo do direito público, "ter direito a ...", trata-se de direito subjetivo.
características próprias.
O direito romano distingue os dois lados do direito. No conceito jus est
Conceitos gerais do direito norma agendi (o direito é norma de agir) está implícita a face objetiva do
direito. A noção subjetiva se traduz na fórmula jus est facultas agendi (o
Norma jurídica e coação. As normas jurídicas prescrevem ao homem direito é a faculdade de agir). A ordem jurídica compõe-se do direito objeti-
um comportamento externo, voltado para a coletividade, que consiste em vo, ao reunir prescrições, normas, leis e imperativos jurídicos. O direito
fazer ou não fazer. Nesse primeiro aspecto, o direito se distingue das objetivo, ao voltar-se sobre situações concretas, gera direitos subjetivos e
normas que imprimem uma conduta interna, como as fixadas pela moral e deveres jurídicos que se opõem ou se articulam reciprocamente.
pela religião. Quando a moral e a religião condenam ou prescrevem uma
conduta externa, decorre esta de uma inspiração interna, que primariamen- O direito objetivo encerra o preceito e a sanção. Para tornar efetivo um
te orienta a conduta. A etiqueta, o costume, o uso e a convenção também seu direito subjetivo, no entanto, a pessoa pode invocar os órgãos públicos.
obrigam, sob pena de censura social, a uma conduta externa. Não partici- A sanção entra assim em atividade para assegurar um direito subjetivo.
pam, porém, do direito. Tais normas podem ser violadas livremente, embo- Essa construção teórica não assegurava, em seu desdobramento lógico, o
ra a coletividade ou o grupo reaja com manifestações de reprimenda ou direito subjetivo contra o poder público. O direito subjetivo, até o século
desagrado. A violação da norma jurídica acarreta consequências mais XIX, só se podia efetivar entre particulares. O direito público se reduzia a
profundas e mais organizadas. A norma jurídica, se violada, suscita a um tecido de normas objetivas, nas quais o poder de exigir uma prestação,
coação, capaz de constranger ao cumprimento, com o apelo, em última entregue ao indivíduo, não seria mais do que um reflexo da regra geral e
instância, à força. abstrata.
Há na constituição e nos códigos diversas prescrições que, embora de- Duas etapas levaram à consagração do direito subjetivo contra o esta-
terminem uma conduta, não suscitam, no desvio, uma reação. Nem todas do. O reconhecimento da submissão do poder público ao direito foi o pri-
as regras contidas numa lei, sobretudo as que não consagram a responsa- meiro impulso, apoiado à doutrina da pessoa jurídica do estado. O estado
bilidade de certas ações, são normas jurídicas. Somente quando a obriga- seria uma pessoa jurídica, com as mesmas características da pessoa de
ção pode ser coercitivamente imposta se está em presença de uma norma direito privado, desdobrada em fisco e poder, sujeito o primeiro ao controle
jurídica autêntica. jurídico. Um progressivo desenvolvimento da doutrina envolveu os dois
membros artificiais do estado em uma unidade, que não controla nem
Toda norma jurídica se desdobra em preceito e sanção. Tipicamente, o produz normas jurídicas, mas se subordina a essas normas. O direito
direito penal consagra esse padrão: há, em cada artigo de lei, a conduta a passou a obrigar não só aos particulares, mas ao próprio estado, limitado
seguir e a pena que assegura seu cumprimento. O direito civil, no entanto, em suas manifestações políticas pela atividade jurídica. O estado conver-
limita-se a fixar os preceitos. A enumeração das sanções cabe ao direito de teu-se assim no estado de direito.
processo civil. O direito só se compreende como sistema ou totalidade, que
parte da constituição e se espraia nos regulamentos das autoridades públi- A segunda etapa, decisiva para a fixação do direito subjetivo contra o
cas. estado, deu-se por meio da universalização da democracia, no século XIX.
O indivíduo, graças aos direitos políticos de participar na formação das
Ordem jurídica. As regras vigentes constituem a ordem jurídica, com- decisões e dos órgãos públicos, não se reduzia mais a simples destinatário
posta de normas que se reúnem, se coligam e se interpenetram num todo das ordens emanadas do poder público, mas tornou-se participante da
harmônico. O ponto comum entre as prescrições legais é o fato de se atividade do estado e de sua organização. Essa mudança de rumo separou
vincularem a sanções. As normas têm um limite no espaço e no tempo, que a "pessoa" do "estado", em expressões autônomas e invioláveis e essa
determina sua vigência para uma comunidade, em regra fixada territorial- separação marcou a fase do respeito aos direitos individuais, da liberdade e
mente. O que lhes infunde autoridade é a intervenção do estado, que as da faculdade de exigir do poder público uma conduta conforme ao direito.
torna obrigatórias.
Elementos do direito subjetivo. Os elementos que constituem o direito
O estado, no direito moderno, é a única instituição que pode constran- subjetivo se deduzem a partir de seu próprio conceito. É necessário que
ger ou obrigar as pessoas. Ele, e somente ele, pode equipar a norma existam, em princípio, a presença de um sujeito, de um objeto e da relação
jurídica com a coação. Seus poderes, porém, são limitados, disciplinados e que os liga. Sujeito é o ser a quem a ordem jurídica assegura poder de
espiritualizados pelo direito. O estado não se circunscreve a um conteúdo ação. O sujeito do direito é a pessoa natural ou jurídica. Todo homem é
de ordem espiritual. Sua existência real se afirma nos homens, que materia- sujeito de direitos, inclusive o incapaz, cujo direito é exercido por um repre-
lizam sua vontade e tomam, em seu nome, as decisões obrigatórias para sentante quando ele mesmo não pode atuar.
os indivíduos.
O objeto do direito é um bem de qualquer natureza, coisa corpórea, ou
O esboço da ordem jurídica prende-se à consideração do direito positi- incorpórea, redutível a dinheiro ou não, sobre o qual recai o poder do
vo, desligado da ideia de justiça ou de direito natural. No âmbito dessa sujeito. O objeto pode expressar-se e adquirir conteúdo na obrigação
diretriz positivista, levada ao extremo, podem-se identificar muitos abusos e imposta a alguém de observar certa conduta ou de se abster de intervir na
muitas tiranias. Tudo o que é direito obriga, sem consideração à justiça: atividade do sujeito. A relação de direito é o vínculo que submete o objeto
tudo o que é direito, por ser direito, é justo. Há a ponderar, todavia, que a ao sujeito.
doutrina se amolda à ideia de justiça, sempre presente no direito positivo,
como ideal e como parâmetro. Essa ideia não leva ao direito natural, para Os direitos subjetivos, como regra geral, situam-se em duas categorias:
cujos partidários só ele justificaria a validade do direito. os direitos absolutos e os direitos relativos. Na categoria de direitos absolu-
tos se incluem os direitos reais, ou seja, os direitos sobre as coisas. Os
Na norma jurídica, em verdade, não se esgota todo o rico conteúdo do direitos relativos se fundam numa relação pessoal entre o sujeito e o indiví-
direito. Em seu conceito se agrega o direito como valor e como fato. A duo obrigado. A classificação em apenas duas categorias não se tornou
sociologia jurídica e a história do direito estudam o fato; a política do direito consenso na doutrina e, como não se chegou a uma unidade de critérios,
tem por objeto o valor e a teoria geral do direito se ocupa da norma. A prevalece a dispersão empírica, que consagrou as diversas classes dos
norma jurídica só se compreende em referência ao valor, que aponta para a direitos subjetivos: públicos e privados; absolutos e relativos; patrimoniais e
justiça, e ao fato, que se prende às condições sociais e históricas. Embora não patrimoniais; e principais e acessórios.
receba do estado seu caráter obrigatório, não tem validade só por esse
fundamento. Mesmo editada, ela pode, por falta de consenso, não ser Direito positivo e direito natural. Direito positivo é o conjunto de normas
aplicada, carente de eficácia. Se divorciada dos valores de justiça, confun- jurídicas em vigor num determinado espaço. Desde Aristóteles, contudo, o
de-se com a força pura, sem apoio no conceito de validade universal. adjetivo aposto ao substantivo direito caracteriza um direito fundado sobre
a lei, ao contrário do direito calcado sobre a justiça. Nos séculos XVIII e
Direito objetivo e subjetivo. No emprego da palavra direito se encerram XIX, o direito positivo foi identificado com o positivismo, para o qual o único
duas significações, uma delas referente ao direito objetivo e outra ao direito direito válido é o direito positivo. O positivismo, tal como modernamente é
subjetivo. O primeiro é o conjunto de normas obrigatórias, por exemplo, as
do direito civil. No outro caso, quando se alude à capacidade de uma pes-

Direito 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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entendido, procura separar o direito, em sua vigência concreta, do direito em sua origem francesa, equipara-se à lei. Em casos de urgência ou de
com referência a valores. interesse público relevante, desde que não haja aumento de despesa, o
presidente da república pode expedir medidas provisórias sobre as maté-
Em sentido lato, entende-se por direito natural o que busca fixar seu rias de segurança nacional, finanças públicas, normas tributárias e sistema
fundamento na natureza - a ordem natural do mundo físico se equipara à monetário.
ordem natural das relações humanas -, que se mantém íntegra em todos os
tempos e em todas as latitudes. Acima da vontade do legislador, além do Nem todas as leis têm a mesma qualidade. Existe uma hierarquia, além
direito objetivo, há uma ordem jurídica superior, que serve de roteiro e de diferenças que as fazem gravitar em campo próprio. A lei constitucional -
inspiração à lei e aos costumes. Criação da filosofia estóica, incorporou-se norma constitucional e emenda integrada na constituição - domina todas as
à ética cristã, de onde, com diversos conteúdos, se projetou na Renascen- demais leis: sem a conformidade a ela, as leis comuns (ordinárias e com-
ça, no Iluminismo e no mundo atual. Sua presença se verifica em muitas plementares) são nulas. Há leis que só se revogam por outras, se atendido
manifestações modernas, sobretudo nas expressões dos direitos individu- o mesmo processo legislativo. Uma lei ordinária não revoga uma lei com-
ais e nas liberdades públicas. plementar e as leis federais não revogam leis estaduais, e vice-versa. Há
leis de ordem pública, as quais todas as pessoas devem observar, inde-
O direito natural, para os positivistas, não passa de uma ideologia, cri- pendentemente de sua vontade. Estas são leis imperativas ou proibitivas.
ada para adequar o direito às aspirações de uma época. A identificação As leis supletivas ou permissivas só vigoram se os interessados não decla-
entre natureza, razão e justiça leva a uma concepção fluida, não concreti- ram sua vontade em sentido contrário.
zável historicamente, nem capaz de se sobrepor ao tempo e ao espaço. Ela
desloca o problema da validade do direito para uma esfera metajurídica, na Onde a lei não impõe uma conduta obrigatória, o indivíduo exerce li-
qual se permanece um resíduo teológico, que não resolve o impasse que vremente sua atividade. O poder público só pode intervir na esfera individu-
está na raiz de todo o drama jurídico, tal como formulado por Pascal: a al mediante uma lei que o autorize. Essa garantia de caráter constitucional
justiça, sem a força, é impotente; a força, sem justiça, é tirânica. Não po- se expressa pelo princípio da legalidade. A lei, depois de publicada, não
dendo o homem fazer o justo forte, acabou por fazer o que é forte justo. entra imediatamente em vigor, salvo disposição expressa. Vigora, no Brasil,
45 dias depois de oficialmente publicada.
Estrutura do direito. O mundo jurídico moderno organiza o estado com
base na ordem constitucional. O chamado estado de direito se baseia, em Eficácia da lei e sua cessação. A lei, depois de publicada, torna-se o-
sua formação e em seu desenvolvimento, sobre o constitucionalismo. A brigatória, sem que ninguém possa negar-lhe cumprimento, alegando que
constituição, escrita ou costumeira, flexível ou rígida, é a referência da não a conhece, pois para que a ordem jurídica tenha real vigência, é forço-
ordem jurídica constitucional. A constituição, no entanto, não se baseia em so supor o conhecimento geral da lei. O corolário dessa premissa é o
si mesma, mas numa norma ou decisão fundamental que lhe dá legitimida- princípio que estipula que o juiz deve sempre sentenciar, mesmo que a lei
de. Assim, o fundamento da constituição pode ser uma norma que não seja omissa ou obscura. Em direito penal, por aplicação da mesma regra,
deriva de outra, de caráter superior, ou uma decisão política prévia, adota- se entende que a ignorância ou errada compreensão da lei não eximem de
da por um poder ou autoridade previamente existente. pena.
Para Max Weber, a definição e a caracterização da norma fundamental A lei tem eficácia limitada ao tempo e ao espaço. O problema da eficá-
situam-se numa realidade extrajurídica. Na base de toda a arquitetura legal cia da lei no espaço e os conflitos daí derivados competem ao direito inter-
e constitucional está a aceitação de certas expressões históricas e políti- nacional privado. Desde que se torna obrigatória, uma lei pode entrar em
cas, ideologicamente revestidas do poder de organizar o estado. De qual- conflito com outras leis vigentes. O princípio da não retroatividade das leis e
quer forma, as normas ou decisões fundamentais, prévias ou pressupostas as regras de direito intertemporal destinam-se a fixar, diante da contradição
à constituição, não estão sujeitas ao controle das constituições. Elas têm o de normas, quais as que devem ser aplicadas.
caráter de puro poder, que os monarcas, o povo ou as revoluções acionam,
rompendo a legalidade preexistente. O princípio da não-retroatividade da lei, com apoio na constituição,
prescreve que a norma rege atos futuros. Os efeitos e consequências dos
A constituição representa a base de toda a ordem do direito. A partir atos realizados sob o império da lei anterior não sofrem modificações pelo
dela se disciplinam as relações sociais, dentro de uma estrutura homogê- advento da lei nova. A constituição define o princípio ao estabelecer que a
nea, teoricamente liberta de contradições. A constituição não coincide, lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julga-
entretanto, com a lei constitucional. Há princípios imanentes, que expres- da. O conceito de cada uma dessas figuras está legalmente fixado nos
sam num plano global o caráter da decisão política básica ou da norma seguintes termos: considera-se ato jurídico perfeito o já consumado segun-
fundamental, que servem de roteiro à interpretação das leis constitucionais, do a lei vigente ao tempo em que se efetuou; consideram-se adquiridos os
que são comandos enfeixados na própria constituição. Para o maior defen- direitos que seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles
sor dessa dualidade, Carl Schmitt, a constituição é intocável, ao passo que que tenham prazo determinado para entrar em vigência, ou condição prees-
as leis constitucionais podem ser reformadas ou suspensas. A determina- tabelecida inalterável; chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão
ção concreta dos dois campos não é clara. Suas fronteiras são fluidas, judicial sobre a qual já não caiba recurso.
vagas e não raro feridas pelas mudanças históricas.
Em regra, a lei nova revoga a lei antiga, se ambas se referem ao mes-
Fontes do direito. O termo "fonte", utilizado tradicionalmente pela dou- mo tema. A lei permanece em vigor até que outra a modifique ou revogue.
trina em sentido metafórico, indica o ponto em que uma regra, emergindo Pode ocorrer que a eficácia da lei cesse quando a situação que ela visa a
da vida social, assume o caráter de norma jurídica. As fontes são de ordem disciplinar se extingue, ou quando ela versa sobre um período anormal e
formal, capazes de assumir expressão obrigatória, desprezadas as de extraordinário. Excepcionalmente, a lei nova não revoga nem modifica a lei
ordem substancial ou real, que se referem aos fenômenos sociais, forma- anterior quando estabelece disposições gerais ou especiais a par das já
dos da substância do direito, tais como a necessidade pública, o interesse existentes.
coletivo e as reivindicações sociais. Assim, fontes são os meios pelos quais
se formam ou pelos quais se estabelecem as normas jurídicas. A revogação pode ser expressa ou tácita. A revogação expressa ocorre
quando a lei nova expressamente declara a cessação da eficácia da lei
Entre as várias classificações das fontes do direito, a mais importante é anterior. Os juristas dissentem acerca da extensão da revogação expressa:
a que as divide em fontes imediatas ou diretas e fontes mediatas ou indire- para uma corrente, ela só se dá se declarar taxativamente revogada a lei
tas. A fonte imediata ou direta do direito é a lei. Há quem incorpore ao anterior. Entende a outra corrente, mais aceita, que a fórmula "revogam-se
gênero o costume, dado seu caráter obrigatório. O consenso geral, todavia, as disposições em contrário" caracteriza a revogação expressa. A revoga-
inclui o costume na chave das fontes mediatas ou indiretas, ao lado da ção é tácita se a lei anterior é incompatível com a lei nova ou se esta vier a
jurisprudência e da doutrina. regular integralmente a matéria.
Lei. Segundo definição consagrada, lei é uma disposição de ordem ge- O direito brasileiro rejeita a repristinação (devolução de uma coisa a
ral emanada de autoridade competente, imposta, coercitivamente, à obedi- seu estado anterior). A lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
ência de todos. A medida provisória, reconhecida na constituição brasileira perdido a vigência. Para que a lei antiga volte a vigorar é necessário que o
de 1988 e cujas características não indicam o caráter excepcional que tinha poder legislativo a restaure. Admite-se, todavia, que a cláusula de reserva

Direito 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


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"salvo disposição em contrário" supõe a possibilidade de repristinação. regra, conhecer e caracterizar a vontade subjetiva do legislador. De outro
Caberia ao intérprete, caso a caso, determinar se a lei revogada se restau- lado, em uma lei há proposições diversas, reclamadas em tempos diversos.
ra ou não. Cumpre distinguir entre revogação e suspensão. Há leis de A teoria objetiva vai além do legislador, entendendo que o direito não é
emergência que não revogam a lei permanente, apenas a suspendem, apenas a lei, mas os fins objetivos que lhe dão corpo. Parte do princípio
enquanto duram as circunstâncias excepcionais. Cessadas estas, ressurge segundo o qual "a lei é mais sábia que o legislador". O conteúdo da lei tem
a lei permanente. de se ajustar às circunstâncias contemporâneas, às necessidades atuais,
sem congelá-la no tempo que a ditou. Pode haver no princípio o reconhe-
Fontes mediatas: costume. Nas sociedades em que a escrita e a leitura cimento do arbítrio do juiz ou do intérprete, se abandonado o terreno está-
não estavam difundidas, o costume representou a fonte mais importante do vel da vontade do legislador.
direito. Houve uma corrente doutrinária, participante do direito positivo, que
pretendeu situar o costume fora do estado. Friedrich Savigny buscou legiti- As inúmeras tentativas de conciliar os extremos reconhecem que cada
mar o costume radicando-o no "espírito do povo". Tentou-se confundir um deles detém uma parcela de verdade. O legislador, segundo uma
costume com as práticas que os tribunais e órgãos administrativos confe- dessas correntes intermédias, não cria a norma apenas para o momento
rem ao entendimento das normas jurídicas. Nesse fato, no entanto, não há presente, senão também para o futuro. Os adeptos do "método subjetivo
criação de direito, mas interpretação. Falta à interpretação o caráter essen- aperfeiçoado" sustentam que o intérprete não revela a vontade histórica do
cial do direito, que é a coação. autor da lei, mas sua última vontade notória. A vontade empírica do legisla-
dor cede lugar a uma vontade suposta, hipotética, articulada de acordo com
Direito consuetudinário é a observância constante de uma norma jurídi- as circunstâncias sociais, novas e em mudança permanente.
ca não baseada em lei escrita. Dois elementos o constituem: o uso prolon-
gado, ou observância constante, que é seu elemento externo; e a convic- Critérios de interpretação. Desde Savigny discutem-se os elementos ou
ção de sua validade para reger as relações jurídicas, que configura o ele- critérios de interpretação, entre os quais se distinguem o gramatical, o
mento interno. lógico, o histórico e o sistemático. Acentuava aquele autor que tais elemen-
tos, para levar ao verdadeiro conteúdo e alcance da lei, deviam ser empre-
No sistema jurídico brasileiro, os costumes atuam como fonte supletiva gados em conjunto. O jurista alemão Rudolf von Jhering deu, na segunda
da lei. Há sistemas, no entanto, ainda impregnados pelo direito consuetudi- metade do século XIX, um novo passo na doutrina ao destacar o papel de
nário, nos quais se admite, embora cada vez menos, o costume que derro- relevo que cabe à finalidade da lei, entendida como finalidade do legislador
ga a lei. Nos países anglo-saxões, onde ainda subsiste a commom law, o histórico ou como finalidade objetiva.
costume se impõe mesmo contra a lei, se houver reconhecimento judicial.
Há, nessa tradição, uma fusão entre o costume e a fixação dos preceden- Os americanos distinguem a interpretação da construção, distinção que
tes judiciais. Na doutrina, a admissão dos costumes contra legem constitui se faz na doutrina, embora muitas vezes a jurisprudência utilize ambas
matéria polêmica, mesmo entre juristas nacionais. O caráter supletivo do como sinônimos. Para eles, a interpretação se limitaria a pesquisar e explo-
costume flui, entretanto, da tradição jurídica de Portugal e do Brasil. Fonte rar o texto escrito, com auxílio de outros elementos internos do direito. A
supletiva do direito privado, com particular relevo no direito comercial, o construção vai além dessas fronteiras, chamando em seu auxílio conside-
costume está excluído do direito penal, para o qual não há crime, nem rações e materiais extrínsecos. A interpretação obedece a um processo
pena, sem lei anterior que defina o crime e comine a pena. analítico; à construção cabe o trabalho de recompor, compreensivamente, o
texto.
As outras fontes mediatas do direito - a jurisprudência, a doutrina, o di-
reito romano e o das nações modernas - não merecem, rigorosamente, a Elemento filológico. O primeiro passo para a investigação do sentido de
dignidade de fontes do direito. Salvo no direito anglo-saxão, no qual os um texto é a pesquisa da palavra. Na interpretação filológica só se oferece
precedentes judiciais ocupam o lugar da lei, a doutrina, a jurisprudência e o um "limite da interpretação", com a fixação das fronteiras de flutuação da
direito comparado levam à interpretação dos textos legais e não a sua palavra. Não raro o legislador utiliza uma linguagem especial ou técnica. Os
criação. conceitos jurídicos devem atentar para essa especialização.
O cumprimento da lei, da norma abstrata, ocorre no plano individual. Elemento lógico. Na interpretação gramatical se atende ao sentido das
Assim, o preceito abstrato se transforma em determinação concreta. A palavras. Na interpretação lógica, pelo contrário, busca-se o alcance das
aplicação do direito se dá toda vez que se submete um ato à prescrição proposições. Por meio dela, leva-se em conta que o espírito da norma
legal. O processo que fixa essa operação, processo lógico e jurídico, consti- prevalece sobre a letra.
tui a essência da aplicação do direito. A complexidade do processo de
aplicação do direito, a indeterminação de seus resultados, a ausência de Elemento sistemático. A interpretação sistemática é decorrente da uni-
controle lógico absoluto leva às diferenças de julgamento e às divergências dade objetiva da ordem jurídica, que se compõe de um corpo de normas e
dos juristas. não de preceitos estanques. Em muitos casos, no entanto, o legislador teve
o cuidado de separar os conceitos, de modo a impedir a visão globalizante,
O objeto da interpretação é o texto legal. A crítica do texto precede a sistemática. Os juristas recomendam, por isso, a aplicação cautelosa do
interpretação, que às vezes se encontra prejudicada pela publicação ou elemento sistemático, para que se confrontem apenas disposições que se
pela tradução. Não se interpreta apenas o texto obscuro, impreciso ou referem ao mesmo objeto. Em regra, não há leis nem preceitos isolados. Do
omisso. O direito - a lei ou o costume - infunde às palavras conteúdo parti- confronto surge um ordenamento, estruturado em princípios, capaz de
cular, flutuante, que se deve ajustar ao sistema e à estrutura geral. A lei só assegurar o verdadeiro sentido de uma norma, que não deve estar em
é clara se a interpretação, que examina seu conteúdo e alcance, lhe confe- contradição com outra.
re essa qualidade. A prescrição legal não se extingue em sua expressão
individual, mas atinge a globalidade de todo o campo jurídico. Uma locução Elemento histórico. A pesquisa do elemento histórico em direito não
aparentemente clara pode contradizer outras normas ou o próprio sistema, obedece aos mesmos princípios que orientam o historiador e o sociólogo.
o que força o intérprete a harmonizar o conflito. Não é a reprodução do passado que o jurista busca evocar, mas as deci-
sões político-jurídicas que a lei realiza. O que importa fixar é o texto, não a
Para aplicar os critérios de interpretação, é necessário fixar previamen- interpretação que os contemporâneos lhe deram, muitas vezes equivoca-
te a meta do conhecimento: a vontade do legislador ou o sentido normativo dos, eles próprios, por previsões que a dinâmica jurídica desmentiria.
da lei. A teoria subjetiva, ou teoria da vontade, adotada pela escola da
exegese em direito positivo, sustenta que o intérprete deve limitar-se ao Os materiais legislativos e os trabalhos preparatórios da lei não forne-
estudo da vontade histórica do legislador. Para a teoria objetiva, ou teoria cem a interpretação autêntica. Desde que a interpretação não visa a escla-
da interpretação imanente da lei, a investigação tem em vista o sentido recer a vontade do legislador histórico e empírico, os resultados colhidos
normativo da lei. Os juristas e os tribunais ainda hoje, apesar da cerrada nessa pesquisa perderam muito de seu valor. O elemento histórico remonta
crítica lançada contra a teoria subjetiva, dividem-se em um e outro campo. à última vontade notória do legislador, em seus sucessivos trabalhos,
quando edita a lei ou quando, reformando-a ou a ela se referindo, explícita
Os mais autorizados representantes da teoria subjetiva situam a vonta- ou implicitamente, a revivifica.
de autêntica do legislador em sua vontade empírica (Windscheid) ou na
vontade real (Bierling). Objetou-se a essa concepção que não se pode, em Elemento teleológico. Os estatutos da Universidade de Coimbra, de
1772, já destacavam a importância da finalidade da lei para sua compreen-

Direito 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
são. Consideravam esse o único e verdadeiro modo de acertar com a estão vinculados àqueles valores fundantes da sociedade, que exprimem o
genuína razão da lei, da qual depende a compreensão do verdadeiro espíri- que foi por ele eleito como sendo o justo.
to dela. A lei se definiria pelos fins que persegue, pelos resultados a que
visa. O legislador histórico, limitado a seu ambiente, não percebe todos os Os princípios constitucionais traduzem os direitos do homem e os
fins da lei. Os fins não são, além disso, somente aqueles estabelecidos no grandes princípios de justiça. Eles impõem ao legislador, à jurisprudência, à
momento de sua promulgação. Há fins que razoavelmente se inferem das administração e aos particulares, a interpretação do direito de acordo com
circunstâncias novas: os fins objetivos se fundem à natureza das coisas. os valores por eles espelhados. O fundamental, tanto na vida como no
direito, são os princípios, porque deles tudo decorre.
Divisão do direito. A distinção entre direito público e privado já era co-
nhecida do direito romano. O direito público referia-se às relações políticas Há duas fases em que os princípios são importantes:
e aos fins do estado. O privado regulava as relações entre os particulares. · Na elaboração das leis:
Apesar da aparente clareza da distinção, ela não serviu para delimitar com
plena segurança os campos de um e outro ramo. Havia relações e direitos · Na aplicação do direito, pelo preenchimento das lacunas da lei.
que não se situavam numa ou noutra rubrica. À indefinição antiga acres- Observância dos princípios
centou-se outro elemento de perplexidade, introduzido pelas contribuições
dos povos chamados bárbaros. Modernamente prevalece o esforço lógico Em relação aos princípios gerais do direito, a observância se impõe
para fixar um critério de distinção. As teorias se concentraram, para asse- porque, se os princípios não forem justos, a obra legislativa não poderá ser
gurar a distinção, em critérios vários: a qualidade do interesse protegido, a justa e, em relação aos princípios constitucionais, sua observância é condi-
patrimonialidade ou não do interesse e os meios empregados para atingir o ção sine qua non da validade das normas jurídicas. Esses são os princípios
objetivo jurídico. que norteiam a formação do ato legislativo e a aplicação do direito.
O direito público abrange o direito constitucional, o administrativo, o Violar um princípio é muito mais que transgredir uma norma qual-
penal, o processual, o internacional, o tributário e financeiro. No direito quer. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um manda-
privado estão compreendidos o direito civil e o comercial. Há, todavia, mento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave
ramos do direito que oscilam entre os dois campos, a ponto de se pretender forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do prin-
classificá-lo numa zona intermédia, como o direito do trabalho. Uma disci- cípio atingido, porque representa insurgência contra todo um sistema,
plina seria pública ou privada de acordo com a prevalência de suas normas, subversão de seus valores fundamentais.
dado que em todos há preceitos aplicáveis a um ou a outro campo. No
Os princípios estabelecem uma direção estimativa, um sentido axioló-
direito civil, considerados seus resíduos de direito comum, há normas de
gico, de valoração de espírito. Exigem que tanto a lei como um ato adminis-
direito administrativo ainda vigentes. No direito comercial, os preceitos
trativo respeite seus limites e tenham seu mesmo conteúdo, sigam sua
acerca dos consórcios, da concorrência e da empresa interferem, não raro,
mesma direção e realizem seu mesmo espírito.
com prescrições constitucionais e administrativas, a ponto de se querer
destacar, em sua incidência, um direito comercial administrativo. Princípios e regras – semelhanças e diferenças
A divisão do direito, com a classificação na grande chave do setor pú- As regras e os princípios são caracterizados dentro do conceito
blico ou privado, suscita, mais que um problema jurídico, um problema de norma jurídica. A distinção entre um e outro é uma distinção entre dois
histórico. Varia a incorporação de um ramo num campo ou outro, de acordo tipos de normas. Ambos dizem o que deve ser, ainda que tenham por
com as funções que o estado assume, em determinadas épocas ou em bases razões muito diferentes. Os princípios são as normas jurídicas de
certos momentos. Daí seu aspecto, visível desde o direito romano, de certo natureza lógica anterior e superior às regras e que servem de base para
artificialismo, irredutível a escalas lógicas. sua criação, aplicação e interpretação do direito.
Além disso, a própria autonomia dos compartimentos jurídicos está em As regras, por sua vez, são normas jurídicas destinadas a dar
constante mutação. Disciplinas novas se especializam do corpo geral, concreção aos princípios. Por exemplo, a regra contida no artigo 1.595, I,
formando ramo próprio, de acordo com as exigências sociais. A flutuação CC diz que “são excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários que
das novas disciplinas corresponde à incerteza da classificação no campo houverem sido autores ou cúmplices em crime de homicídio voluntário, ou
público ou privado, sem que a delimitação dos setores suscite consequên- tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar”, representa
cias juridicamente relevantes.©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publica- uma das muitas manifestações positivadas do princípio de que “ninguém
ções Ltda. pode se aproveitar de sua própria torpeza”.
Os princípios gerais do Direito, classificados como princípios De acordo com Dworkin, dois são os critérios que permitem apar-
monovalentes segundo Miguel Reale em seu livro Lições preliminares de tar os princípios das regras.
Direito são enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e
orientam a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e O primeiro deles é de ordem lógica: as regras são aplicadas de for-
integração ou mesmo para a elaboração de novas normas. ma disjuntiva, ou seja, ocorrendo a hipótese de incidência e sendo a
Os princípios gerais do direito são os alicerces do ordenamento norma válida, a consequência jurídica deve necessariamente ocorrer.
jurídico, informando o sistema independentemente de estarem positivados Com base na disjuntividade, entende-se que toda norma jurídica tem
em norma legal. de ser forçosamente lícita ou ilícita e só com a estrutura disjuntiva é possí-
São exemplos: vel conceitualizar ambas as possibilidades.
Falar e não provar é o mesmo que não falar;
Ninguém pode causar dano, e quem causar terá que indenizar; A proposição disjuntiva caracteriza-se pelo fato de que a um mesmo
Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza; sujeito se atribui uma pluralidade de determinações que se excluem entre
Ninguém deve ser punido por seus pensamentos; si. Por meio da cópula ou as duas determinações se põem por uma parte
Ninguém é obrigado a citar os dispositivos legais nos quais ampara em exclusão mútua diante do objeto-sujeito.
sua pretensão, pois se presume que o juiz os conheça; Franco Montoro observa que alguns autores consideram que a fórmula
Ninguém está obrigado ao impossível; disjuntiva se limita a descrever duas hipóteses possíveis: o cumprimento ou
Não há crime sem lei anterior que o descreva; não-cumprimento da prestação, como se se tratasse de duas condutas
Ninguém pode alienar mais direitos do que possui. indiferentes. A fórmula disjuntiva é constituída de duas proposições condi-
OS PRINCÍPIOS E AS REGRAS JURÍDICAS cionais, ligadas pela conjunção disjuntiva ou e, formando uma só estrutura
unitária.
Definição
O segundo critério pelo qual podemos distinguir regras e princípios é
Princípios são normas básicas inquestionáveis ou na conceituação de de natureza axiológica. Os princípios possuem uma “dimensão de peso”,
Celso Antônio Bandeira de Melo “e o mandamento nuclear de um sistema, valorativa, ausente nas regras. Assim, ocorrendo o conflito entre dois ou
verdadeiro alicerce dele”. Constituem, as proposições primárias do direito, mais princípios em um determinado caso, deve o intérprete considerar o

Direito 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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peso relativo de cada um deles e verificar, naquele caso concreto, qual as regras que dão concreção àquele que foi desprezado são afastadas,
deve prevalecer, afastando o princípio incompatível. Situação diferente ainda que permaneçam válidas dentro do ordenamento jurídico.
ocorre com as regras. Havendo conflito entre duas regras – o que Bobbio
denomina de “antinomia jurídica própria” – uma delas será inválida e deverá Citamos um exemplo dado por Dworkin: ”o homicídio de quem
ser excluída do sistema jurídico. Nessa hipótese, os critérios para a solução deixa herança, praticado pelo herdeiro, afasta, em razão do princípio, a
da antinomia são de ordem técnica (lex posterior derogat priori – a lei incidência da regra da sucessão que beneficiaria o homicida”.
posterior derroga a anterior, lex superior derogat inferioris – lei superior O que eles têm em comum é a generalidade. No entanto, não há
derroga a inferior, lex specialis derogat generali – lei especial derroga a entre eles apenas uma desigualdade de importância, há uma diferença de
geral), não demandando ao aplicador do direito nenhum juízo valorativo. natureza, pois a generalidade da regra jurídica é diversa da de um princípio
Observa, ainda, Dworkin que, no caso de conflito entre princípios não jurídico.
há propriamente uma discricionariedade do intérprete em definir qual deles Boulanger observa que “a regra é geral no sentido de que é esta-
deve prevalecer. Essa determinação resulta na expressão do constituciona- belecida para um número determinado de atos ou fatos. Não obstante, ela
lismo alemão, de um “juízo de ponderação” entre os diversos valores jurídi- é especial na medida em que não regula senão tais atos ou fatos”. É edita-
cos envolvidos, segundo critérios de razoabilidade e proporcionalidade. da para ser aplicada a uma situação jurídica determinada. Já o princípio é
Devido a sua generalidade e caráter “PRIMA FACIE”, os princí- geral porque comporta uma série de aplicações.
pios obrigam a adequação das normas secundárias e das condutas aos A análise estará centrada no fato de que os princípios são contrá-
valores que incorporam; estabelecem direções em que deveriam situar-se rios, mas nunca contraditórios, por isso o juiz optará pela utilização de um
as normas. Cabe aos princípios, enquanto proposições fundamentais, princípio em um caso, não excluindo o outro, apenas afastando; as normas
orientar concretamente o direito, qualificando as normas dentro de determi- poderão ser antinômicas e serem excluídas na sua aplicação.
nados padrões axiológicos.
Dworkin sustenta que os princípios são dinâmicos e mudam rapi-
As regras jurídicas estabelecem o dever ser, ou seja, regulam es- damente, por isso não podem ser absolutos. Assim, a aplicação destes
pecificamente o comportamento e a conduta social, nos dizem como deve- suprindo lacunas da lei não é automática, deve haver um raciocínio judicial,
mos agir em determinadas situações específicas, previstas por estas re- ao qual o juiz deve balancear os princípios e atribuir a eles mais peso e
gras. Mesmo no nível constitucional, há uma ordem que faz com que as importância. O autor é sensato em propor a função garantidora e não
regras tenham sua interpretação e eficácia condicionada pelos princípios. criadora do juiz. O juiz tem a função de decidir o conflito “dando a vitória a
Estes se harmonizam de modo a assegurar plena coerência interna ao uma das partes, baseando-se nos princípios que lhe garantem o direito”.
sistema.
Conflito ente regras
As regras jurídicas são aplicáveis por completo ou não são, de
modo absoluto, aplicáveis. Trata-se de tudo ou nada. Sendo ela válida, em O conflito entre regras resulta em antinomia (situação em que se
qualquer caso deve ser aplicada. Dworkin afirma que “as normas (regras) impõe a extirpação do sistema de uma das regras), entendida esta como
são aplicadas diretamente. Há casos em que a regra pode ter exceções, situação de incompatibilidade entre ambas, desde que ambas pertençam
devendo-se, nestes casos, lista-las uma a uma – pois é teoricamente ao mesmo ordenamento e tenham o mesmo âmbito de validade. Assim
possível enumera-las em enunciado normativo – e, quanto mais listarmos, sendo, elimina-se uma delas. Não podem existir duas regras jurídicas que
mais completa será a proposição”. impõem dois juízos concretos de dever contraditórios e que sejam ao
mesmo tempo válidas. Essa é a denominada antinomia jurídica própria.
Os princípios não contêm mandados definitivos, permanentes,
Uma regra sendo válida deve-se fazer o que ela exige.
mas somente prima facie, ou seja, podem ser “desconsiderados” em um
determinado caso e, tidos como decisivos em outro. Um determinado A doutrina refere-se à antinomia jurídica imprópria, ou seja, aqui o
princípio pode valer para um caso concreto, frente a determinadas circuns- conflito alinhado entre normas não conduz à necessidade de uma delas ser
tâncias e para outro caso não. Frente àquela situação jurídica e fática, ele eliminada do sistema. O conflito se manifesta, há incompatibilidade entre
reinará, mas se forem outras as condições, poderá ser “desprezado”. ambas, porém, não resulta em antinomia jurídica própria. O conflito entre
situação em que se impõe a extirpação do sistema de uma das regras, e a
Quando um princípio não prevalecer para um determinado caso,
escolha de um deles em detrimento de outro não implica desobediência do
não significa que não pertença ao sistema jurídico, porque num outro caso,
outro, portanto, também não resulta em antinomia.
quando inexistirem tais considerações contrárias, ou quando estas não
tiverem o mesmo peso, este princípio poderá ser decisivo. Caso totalmente É de se observar que não existe antinomia jurídica entre princí-
distinto é o das regras, que contêm uma determinação no âmbito das pios e regras, pois estas operam a concreção daqueles. Assim, quando em
possibilidades jurídicas e fáticas. Esta determinação somente será aplicada confronto dois princípios, um prevalece sobre o outro, as regras que dão
quando se verificar impossibilidades jurídicas ou fáticas, que pode conduzir concreção ao que foi desprezado são afastadas; não se dá a sua aplicação
à sua invalidez. Se não ocorrer tal caso, aplica-se exatamente o que diz a a determinada hipótese, ainda que permaneçam integradas e válidas no
regra. ordenamento jurídico. Exemplo de Dwokin já citado anteriormente de que “a
ninguém aproveita a própria fraude”.
As regras jurídicas não comportam exceções que não se possa
teoricamente enunciar porque são aplicadas a situações determinadas Uma regra, no sistema normativo, não é mais importante que ou-
(Boulanger); já os princípios porque são aptos a serem aplicados a uma tra. Havendo conflito, uma delas será válida. A decisão sobre a qual preva-
série indefinida de situações, não admitem a própria enunciação de hipóte- lecerá e qual será abandonada deverá ser regulada pelo ordenamento
ses nas quais não seriam aplicáveis. O mesmo autor diz que as regras são jurídico através de outras normas ou, ainda, poderá dar-se por prevalência
aplicações dos princípios. Daí porque a interpretação e aplicação das a determinada regra apoiando-se nos princípios mais relevantes (Dworkin).
regras jurídicas, tanto das regras constitucionais quanto das contempladas
na legislação ordinária, não podem ser empreendidas sem que tome na Por exemplo, se uma norma (regra) afirma que um testamento
devida conta os princípios, em especial quando se trate de princípios positi- para ser válido deverá ser assinado por três testemunhas, não poderá ser
vos de direito, sobre os quais se apóiam, isto é, aos quais conferem con- válido se assinado somente por duas. Se houver exceções a essa norma
creção. (regra) estas deverão ser listas no próprio corpo do enunciado normativo, o
que é, ao menos, teoricamente possível. Assim, uma das exceções para a
Os princípios se sobrepõem às regras de forma que, em situa- presente norma poderia ser: “o testamento deve ser assinado por três
ções revolucionárias, se novos princípios forem incorporados pela ordem testemunhas. Se o testador estiver hospitalizado e em estado grave de
jurídica, importa na retirada de vigência das inúmeras regras contempladas saúde o testamento deve ser assinado por duas testemunhas. Agora, se
por essa ordem. uma outra norma prescrever que o testamento deve ser assinado por cinco
testemunhas, uma das duas normas será inválida”.
É de se observar que não existe antinomia jurídica entre princí-
pios e regras. Estas operam a concreção daqueles. Assim sendo, quando
dois princípios estão em confronto, um prevalece em detrimento do outro,

Direito 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Conflito entre princípios b) E a parcela dos princípios gerais do direito que, em razão de sua
contemplação em determinado ordenamento, assume caráter de proposi-
Em se tratando de conflito de princípios, a opção do aplicador do ção normativa.
direito ou do intérprete por um deles em detrimento do que a ele se opõe,
não implica em desobediência do outro. Esse tipo de conflito não resulta O segundo sentido é que consiste a expressão de Eros. A doutrina tem
em antinomia. Dworkin diz que: “o aplicador adotando um dos princípios reconhecido para os princípios gerais do direito, caráter normativo e positi-
que afaste outro, não faz com que este seja eliminado do sistema, pois em vação. Clemente de Diego afirma que os princípios positivados consubs-
outro caso, diante do mesmo princípio, este poderá vir a prevalecer”. Os tanciam normas, já os não positivados não. Robert Alexi enfatiza serem
princípios possuem uma dimensão, a dimensão do peso ou importância, normas os princípios.
que não comparece nas regras jurídicas.
Os princípios positivos do direito reproduzem a estrutura peculiar
Robert Alexi observa que o conflito entre regras se dá na dimen- das normas jurídicas. Quanto aos princípios não expressamente enuncia-
são da validade, enquanto que entre princípios todos são válidos e podem dos em textos normativos escritos, descobertos no ordenamento jurídicos,
colidir entre si, dentro da dimensão do peso. Nesse caso, a aplicação do também configurem norma jurídica, ainda quando enunciados em forma
direito deve ser prudente. descritiva. Valdirene Laginski
Cabe acentuar que, a partir da preponderância dos princípios ju- Direito privado
rídicos, os operadores do direito devem agir atendendo à razoabilidade,
que significa mais prudência e bom senso. Ao mesmo tempo em que se Conceito
concede um maior espaço de liberdade e argumentação do jurista, exige-se O Direito Privado se refere ao conjunto de todas as normas jurídicas de
deste que haja com responsabilidade na luta pelo maior objetivo e razão de natureza privada, especificamente toda norma jurídica que disciplina a
ser do direito – a concretização da justiça. relação entre os particulares.
Exemplo de colisão de princípios dado por Alexi. Trata-se de um Por se tratar de um conceito classificatório em relação ao conteúdo da
programa de TV (ZDF), que projetava a emissão de um documentário: “o norma jurídica, distingue-se das normas jurídicas de natureza pública,
assassinato de soldados em Lebach”. Este documentário informaria sobre o [Direito Público].
crime de quatro soldados do grupo de guarda de um depósito de munições
do Exército Federal perto de Lebach que foram assassinados enquanto Divisão entre Direito Público e Direito Privado
dormiam. Os assassinos tinham por objetivo o roubo de armas com as
A divisão entre Direito Público e Direito Privado decorre de uma
quais se pensava realizar outros atos delitivos. Uma pessoa que havia sido
necessidade do estudo do direito, sobretudo em relação ao conteúdo da
condenada por cumplicidade a este crime, e que estava para abandonar a
norma jurídica.
prisão entendeu que a emissão deste documentário, em que era expres-
samente mencionado e aparecia fotografado violava seu direito fundamen- Trata-se da exigência de uma classificação ou de uma tópica jurídica..
tal, sobretudo porque comprometeria a sua ressocialização.
A divisão entre Direito Público e Direito Privado também é o eixo para a
Aqui se verifica um conflito entre a proteção da personalidade e organização das Faculdades de Direito e dos programas de graduação e
da liberdade de informação. Este conflito não será solucionado declarando- pós-graduação.
se inválido um dos princípios, mas através de uma ponderação, uma vez
que não há precedência básica entre eles, nenhum possui uma precedên- Origem da divisão entre Direito Público e Direito Privado
cia absoluta. O Tribunal Constitucional Alemão decidiu no sentido de que a A origem da divisão entre Direito Público e Direito Privado remonta ao
repetição de uma informação e, que põe em perigo a ressocialização do Direito Romano, sobretudo a partir da obra de Ulpiano (Digesto, 1.1.1.2) no
autor, possui precedência à proteção da personalidade, frente à liberdade trecho:Publicum jus est quod ad statum rei romanae spectat, privatum,
de informação e, que esta, neste caso, está proibida. quod ad singulorum utilitatem. (O direito público diz respeito ao estado da
Robert Alexi diz que “os princípios ordenam que algo deve ser re- coisa romana, à polis ou civitas, o privado à utilidade dos particulares.)
alizado em maior ou menor medida possível, levando em conta as possibili- A divisão também resulta da separação entre a esfera pública e a
dades jurídicas e fáticas. Não contêm eles mandados definitivos, senão privada, do lugar da ação e do lugar do labor. Tércio Sampaio Ferraz
“prima facie”. Do fato de que um princípio é válido para um caso não quer corrobora o entendimento afirmando que, Quando Ulpiano, pois, distinguia
dizer que o princípio valha para este caso como resultado definitivo. O entre jus publicum e jus privatum certamente tinha em mente a distinção
princípio não determina como há de se resolver a relação entre uma razão entre a esfera do público, enquanto lugar da ação, do encontro dos homens
e sua oposição. Por isso, os princípios carecem de conteúdo de determina- livres que se governam, e a esfera do privado, enquanto o ligar do labor, da
ção com respeito aos princípios opostos e as possibilidades fáticas”. casa, das atividades voltadas à sobrevivência.
A tradição do Estado Moderno também representa a distinção a partir
Princípios descobertos da separação entre o Estado e a sociedade. Sustenta-se, assim, que
existem, na vida social, duas esferas com diferentes finalidades e regras de
Os princípios gerais do direito, segundo Eros, são descobertos no funcionamento: por um lado, a esfera privada, em que os indivíduos atuam
interior de determinado ordenamento. E são justamente porque neste livremente segundo sua vontade e interesse; por outro lado, a esfera
mesmo ordenamento, isto é, no interior dele, já se encontravam em estado pública, em que os cidadãos decidem de forma coletiva sobre assuntos de
de latência. O aplicador do direito ou intérprete não os busca fora do orde- interesse geral.3 .
namento, em uma ordem suprapositiva ou no direito natural.
Critérios para divisão entre Direito Público e Direito Privado
Os princípios descobertos, embora não estejam expressamente
enunciados na Constituição, em seu bojo estão inseridos. Esses princípios Para o fim de analisar e caracterizar a divisão entre Direito Público e
integram também, ao lado dos princípios jurídicos “positivados”, o direito Direito Privado, importa estabeceler uma série de critérios objetivos para
positivo. compreender a relação jurídica em questão. Destacam-se os seguintes
critérios:
Distinguimos, então, os princípios positivados pelo direito posto
(positivo) e aqueles que, embora nele não expressamente enunciados, Quanto ao conteúdo da relação jurídica: importa para esse critério
existem em estado de latência, sobre o ordenamento positivo, no direito verificar qual é o interesse predominante na relação jurídica. De maneira
“pressuposto”. geral, se o interesse tutelado se referir ao particular o domínio será do
Direito Privado, ou caso seja o interesse público será pertencente ao
Nem todos os princípios existem num determinado ordenamento domínio do Direito Público.
jurídico. A expressão “princípios gerais do direito” possui dois sentidos:
Quanto ao tipo da relação jurídica: será considerada uma relação
a) A totalidade dos princípios gerais do direito, entendidos esses co- jurídica de Direito Privado quando ocorre uma relação de coordenação dos
mo proposições descritivas:
Direito 9 A Opção Certa Para a Sua Realização
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sujeitos, isto é, quando as partes se encontram em situação de igualdade. desenvolvimento de um ramo próprio do Direito para a defesa da atividade
Caso contrário, caso seja uma relação de imposição, na qual uma das empresarial e a garantia e certeza da circulação e do crédito.
partes pode sujeitar a outra a sua vontade, será pertencente ao Direito
Público. Outro momento importante para a divisão do Direito Privado são as
evoluções industriais e tecnológicas, exigindo o surgimento de novos
Quanto à forma da relação jurídica: de maneira geral, a norma que ramos.
apresenta um caráter imperativo (ius cogens) e, portanto, obrigatória para
todos deverá pertencer ao domínio do Direito Público. Ao contrário, caso Os principais ramos do direito privado são:
prevaleça a autonomia da vontade e dos interesses dos particulares será o Direito civil
domínio do Direito Privado.
Direito comercial e empresarial
Críticas da divisão entre Direito Público e Direito Privado e críticas
aos critérios da divisão Direito industrial

A dicotomia entre Direito Público e Direito Privado tornou-se um lugar Direito agrário
comum ao estudo do direito, não conferindo bases sólidas e rigorosas para Direito financeiro e tributário
uma orientação.
Princípios ordenadores do Direito Privado
As principais críticas da divisão são:
É possível identificar alguns princípios que ordenam o Direito Privado:
A divisão entre Direito Público e Direito Privado como um conceito
abrangente: essa crítica indica a falta de precisão ao distinguir o direito em Princípio da personalidade: todo o ser humano é sujeito de direitos e
dois grandes ramos e, ao mesmo tempo, sustenta a necessidade de uma obrigações, pelo simples fato de ser homem,
melhor classificação dos ramos dogmáticos capazes de se ajustar às suas
Autonomia da vontade: o reconhecimento de que a geral capacidade
finalidades próprias.
jurídica da pessoa humana lhe confere o poder de praticar certos atos ou
A inexistência da divisão entre Direito Público e Direito Privado: essa abster-se deles, segundo ditames de sua vontade,
crítica se baseia na ideia dos direitos metaindividuais, sobretudo tendo em
Liberdade de estipulação negocial: a admissão de que esse poder
vista a necessidade de especificar os direitos de uma dada coletividade. A
implica a faculdade de outorgar direitos e aceitar deveres e inaugurando os
compreensão é que a distinção entre interesses públicos de privados, que
negócios jurídicos),
em certa época era o suficiente para expressar toda a gama de interesses
da coletividade, acabou por se tornar insuficiente para abranger o espectro Propriedade individual: o reconhecimento de que o homem, por seu
de interesses que a sociedade moderna manifestava. trabalho ou por formas outras que a lei contempla, pode exteriorizar a sua
personalidade em bens imóveis ou móveis que passam a ser objeto
A divisão do Direito Público e Direito Privado como simplificação do
exclusivo de seu querer, e de seu patrimônio,
direito como fenômeno jurídico complexo: essa crítica se fundamenta na
simplificação da divisão a partir dos manuais de Direito (ou apostilas de Intangibilidade familiar: a noção de que entre as situações jurídicas
cursos preparatórios para ingresso em carreiras públicas). O fato é que constituídas pelo livre querer dos indivíduos uma há que é a expressão
nesses materiais de estudo, são apresentados aos estudiosos imediata de seu ser pessoal, a família a cobro de indébitas ingerências em
simplificações de um de um fenômeno complexo como o direito, eliminando sua vida íntima,
as importantes porosidades e a real dinâmica e prática do direito.
Legitimidade da herança e do direito de testar: a aceitação de que,
A grande maioria das criticas apresentadas se fundamentam a partir da entre os poderes que o homem exerce sobre os seus bens, inclui-se o de
insuficiência de critérios claros para justificar a divisão entre Direito Publico poder transmiti-los, no todo ou em parte, a seus herdeiros, a começar dos
e Direito Privado. descendentes.
Destacam-se as seguintes críticas aos critérios apresentados:
Crítica do critério quanto ao conteúdo da relação jurídica: distinguir a Direito Misto
relação a partir do interesse predominante é insatisfatório já que existem
inúmeros interesses particulares albergados pela Constituição Federal e O Direito Misto pode ser considerado como o conjunto de normas
integrantes no domínio do Direito Público (p. ex., proteção dos direitos jurídicas que possuem natureza pública e privada como, por exemplo, a
fundamentais). hipótese da regulamentação das relações dos produtores e consumidores
ou dos empregadores e empregados.
Crítica do critério quanto ao tipo da relação jurídica: a dificuldade desse
critério resulta na analise da sujeição das partes, isto porque em muitos Trata-se de ramos do Direito que assumem ambas as naturezas,
casos no Direito Privado há imposição de obrigações às partes (p. ex, próprias do direito social. É o caso do Direito do Trabalho, Direito do
contrato de adesão). Consumidor, Direito Agrário entre outros.

Crítica do critério quanto à forma da relação jurídica: Em muitas Todavia, a justificativa do Direito Misto recebeu diversas críticas pelas
normas de Direito Privado possuem o caráter imperativo e em outras doutrinas tendo em vista que uma categoria mista não especifica e
normas de Direito Público possuem certo respeito e atenção à autonomia determina nenhum conteúdo jurídico.
da vontade. Os autores que se referem ao direito misto não definem
Os ramos do Direito Privado satisfatoriamente uma categoria ou uma classificação nova.

A abordagem da divisão do Direito Privado apresentada está baseada Tendo em vista que a categoria mista não auxilia a distinguir o Direito
a partir da história do direito romano que, não distinguiam o Direito Civil do Público e o Direito Privado e,ao contrário, acaba produzindo confusão, a
Comercial: todas as relações de ordem privada continham-se no jus civile doutrina prefere afastar essa classificação.
ou, então, no jus gentium, que era relativo aos estrangeiros ou relações A constitucionalização do Direito Privado
entre romanos e estrangeiros4
A constitucionalização do direito privado se traduz na perda de
Em razão das corporações de mercadores, no final da Idade Média, centralidade dos códigos, em especial do código civil, como vetores
verificou-se uma gradativa diferenciação das normas do Direito Civil, a fim sistematizadores do próprio direito privado, pelo que a constituição assume
de governar algumas relações surgidas no comércio (jus mercatorum). o papel de eixo central ou de elemento harmonizador do ordenamento
Ademais, o Direito Comercial assegurou certa autonomia do Direito Civil jurídico.
tendo em vista que as condições históricas determinaram o
Constitucionalização do direito privado é uma expressão utilizada para
referir-se ao processo de transformação ou de mudança de paradigma que
Direito 10 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a relação entre o direito constitucional e o direito privado passou a sofrer da dignidade da pessoa humana. Também é chamada de repersonalização
com o constitucionalismo e, mais especificamente, com a democracia do direito civil.13
constitucional.
DAS PESSOAS
Rompendo com a ideia de sistema jurídico que existia no
mundo feudal, é justamente com o liberalismo anglo-saxônico e mais
Pessoa física e jurídica
especificamente com a ideia de constitucionalismo e de direitos
fundamentais, que veio a surgir apenas com John Locke no século Toda pessoa tem personalidade civil, isto é, tem aptidão, conferida
XVII,5 6 e ainda com a ideia estadunidense de controle de pela lei, para exercer direitos e assumir obrigações na ordem civil. A
constitucionalidade que ele carregava que passou a surgir uma relação de personalidade civil do homem, a pessoa física, começa no nascimento com
continuidade entre a constituição e o direito privado.7 vida e termina com a morte; a personalidade civil de associações, a pessoa
jurídica, surge quando elas se formam de maneira legal e pela vontade de
No direito romano existia uma distinção entre direito público e direito
seus componentes e desaparece quando se dissolvem.
privado, porém, não existia uma relação de continuidade entre ambas as
coisas, ambos operavam como mundos à parte. Eventualmente, o direito Pessoa, do ponto de vista jurídico, é toda entidade natural ou moral
privado determinava a interpretação do direito público, mas não o contrário, com capacidade para ser sujeito ativo ou passivo de direito, na ordem civil.
até mesmo por não existir entre eles o conceito de constitucionalismo e São sujeitos de direito as pessoas físicas (entes humanos) e as pessoas
de hierarquia de normas como nós conhecemos.8 jurídicas. Para o direito brasileiro, pessoa física é todo ser humano, sem
distinção de sexo, raça ou nacionalidade. É também denominada pessoa
Concebendo o Direito como uma ordem piramidal
natural, singular ou individual, e, como tal, com aptidão para ter direitos e
escalonada,9 10 o jurista deve conceber o direito como ramos conexos, e
obrigações. Pessoa jurídica é toda formação ou instituição humana a que
não ignorar a relação entre o Direito privado e a Constituição na
se atribui personalidade própria, porque caracterizada por um fim diferente
interpretação jurídica.11
dos objetivos particulares de cada indivíduo que a compõe e por dispor de
A constitucionalização do direito privado se traduz na perda de meios próprios de ação. É chamada ainda pessoa moral, coletiva, civil ou
centralidade dos códigos, em especial do código civil, como vetores fictícia.
sistematizadores do próprio direito privado, pelo que a constituição assume
Pessoa física. A existência da pessoa natural ou física começa com o
o papel de eixo central ou de elemento harmonizador do ordenamento
nascimento e termina com a morte, embora a lei proteja, desde a
jurídico.12 Nesse novo paradigma, da originária justaposição de ambos os
concepção, o nascituro. No direito antigo, dizia-se morte natural em
ramos, em princípio carente de conexões, passou-se por necessidade
oposição à morte civil -- pena, hoje inexistente, de privação de todos os
interna a uma relação de recíprocacomplementariedade e
direitos civis. Atualmente, distinguem-se apenas a morte real, que se prova
condicionamento. E isso significa que não apenas a constituição pode
pela certidão de óbito ou por sentença declaratória do falecimento, quando,
contribuir para a interpretação do direito privado, mas que o direito privado
sendo certo o fato da morte, falta o sepultamento; e a morte presumida,
também pode contribuir para a interpretação da constituição, não se
cuja declaração também depende de sentença judicial, a ser requerida pelo
constituindo em uma relação de unilateralidade.
interessado para efeitos de sucessão.
Não se deve confundir a "constitucionalização do direito privado" com a
Essa sentença é fornecida vinte anos depois de declarada, por
"publicização do direito privado". A denominada publicização compreende a
sentença anterior, a ausência da pessoa que desapareceu de seu
subtração de matérias do direito privado, em alguns casos transformadas
domicílio, sem que dela houvesse notícia por dois anos (ou por quatro, se
em ramos autônomos, como o direito agrário, o direito de águas, o estatuto
tivesse deixado representante ou procurador encarregado de administrar-
da criança e do adolescente, os direitos autorais, e o direito do consumidor,
lhe os bens). Se o ausente tem mais de oitenta anos e datam de cinco suas
e a submissão dessas matérias ao direito público, em muito relacionados
últimas notícias, pode-se pedir declaração judicial de morte presumida. Se
com o estado social doséculo XX, devido a uma necessidade maior
duas ou mais pessoas falecem na mesma ocasião, sem que se possa
de intervenção do estado em áreas que adquiriram grande complexidade
apurar quem morreu primeiro, presumem-se simultaneamente mortas.
ou relevância social em tempos mais recentes.13
Apenas para os efeitos da previdência social, a morte presumida pode ser
Afirmar que "a Constituição Social passa a reger a dinâmica das declarada pela autoridade judicial, depois de seis meses de ausência do
relações privadas, buscando não mais apenas garantir a eficácia das segurado.
liberdades individuais do cidadão em face o Estado, mas visa também
O status da pessoa física, sua situação jurídica, resulta de
prevenir a escravização do homem pelo próprio homem através da
circunstâncias individuais que influem na sua capacidade de fato, como
intervenção no domínio econômico e social"14está incorreto. O que é
idade, sexo e sanidade mental; de sua posição na família, ou seja, o estado
descrito em tal citação é a ideia de estado social,15 e não o efeito da
civil (solteiro, casado, viúvo ou divorciado) e o parentesco (consanguíneo
constitucionalização do direito privado. Portanto, é incorreto, como querem
ou por afinidade); e de sua posição no estado, do que resultam a
alguns, expressar que a "constitucionalização do direito privado" tem uma
nacionalidade e a cidadania. Além do status individual, familial e político, a
relação com a passagem do estado liberal para o estado social.11
pessoa física pode ainda revestir-se de diversas qualidades jurídicas, ao
Também não deve ser confundido com a "eficácia horizontal dos apresentar-se como proprietário, sucessor, herdeiro, sócio, empregador,
direitos fundamentais" também chamada de "eficácia imediata dos direitos empregado, procurador, devedor, credor etc.
fundamentais entre privados", "eficácia privada" ou "eficácia em relação a
Denomina-se capacidade jurídica ou de gozo a possibilidade legal de
terceiros" (em alemão: Drittwirkung), como normalmente é feito.16 17 12 18
exercer direitos e contrair obrigações, por si ou por outrem. Por definição,
Em países como os Estados Unidos e a Inglaterra esse tipo de todas as pessoas físicas são dotadas de capacidade de direito. Devido a
abordagem ao direito está solidificada há alguns séculos devido à limitações decorrentes do status individual (idade, sexo, discernimento ou
estabilidade democrática. Em países como Brasil e Portugal, devido aos sanidade mental), porém, nem todas as pessoas têm aptidão para o efetivo
governos autocráticos e ao estabelecimento historicamente recente exercício da própria capacidade, ou seja, da capacidade de fato. Disso
da democracia, esse debate também é recente, pois em momentos de decorre a noção de incapacidade para certos atos da vida civil, que pode
autocracia essa relação entre a constituição e o direito privado costuma ser ser absoluta ou relativa. São absolutamente incapazes os menores de 16
afetada. anos, os loucos de qualquer espécie, os surdos-mudos que não puderem
exprimir sua vontade e os ausentes, como tais declarados por decisão
Repersonalização do direito privado judicial. São incapazes, relativamente a certos atos, os maiores de 16 anos
A chamada repersonalização do direito privado é a colocação da e menores de 21; os pródigos (aqueles que desordenadamente gastam e
pessoa humana como centro do direito privado, compreendendo que ela destroem seus bens) declarados por sentença; e os silvícolas enquanto não
está acima dopatrimônio por não ter um preço, mas sim se adaptam à civilização.
uma dignidade.19 Assim, ela está intimamente conectada com o princípio Para os menores, a incapacidade pode cessar antes dos 21 anos, por
concessão do pai (ou da mãe, no caso de pai morto); ou, ainda, por

Direito 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sentença do juiz, se o menor tem mais de 18 anos. Cessa ainda a utilizavam para engrossar a voz com a finalidade de fazer o público ouvi-
incapacidade pelo casamento, exercício de emprego público efetivo, los, entendê-los (GOMES, 2006, p. 137).
colação de grau em estabelecimento de ensino superior e estabelecimento
civil ou comercial com economia própria. A incapacidade do menor cessa Personae = per + sonare = soar com intensidade
aos 18 anos, para os efeitos de alistamento e convocação militares, bem
como da qualificação eleitoral. A referida expressão foi adotada na Idade Média para designar o papel
No registro civil das pessoas físicas inscrevem-se os nascimentos, desenvolvido pelo ser humano enquanto ator de sua própria vida, como
casamentos, divórcios e óbitos, a emancipação (seja por outorga do pai ou atuante no teatro da vida jurídica.
da mãe, seja por sentença), interdição dos loucos, surdos-mudos e
pródigos e sentença declaratória de ausência. Do ponto de vista jurídico, pessoa é sujeito de direitos e deveres, ente
capaz, portanto, de adquirir direitos e contrair deveres, podendo, ainda, ser
Pessoa jurídica. Dá-se o nome de pessoa jurídica à entidade abstrata física (ente físico) ou jurídica (ente moral, ficção jurídica).
que, embora não seja realidade do mundo sensível, pertence ao mundo
das instituições e se destina a perdurar no tempo. Para alguns, a pessoa Pessoa Física
jurídica não tem existência real e constitui uma ficção do direito. Para Personalidade jurídica
outros, tem existência real e é um organismo tão completo como a pessoa “As teorias sobre o início da personalidade podem ser sumariamente
física. Para uma terceira corrente, eclética, a pessoa jurídica é uma descritas como a de que se inicia com o nascimento; a que se inicia na
realidade constatada apenas no mundo jurídico. Pode ser formada por concepção; e a do nascimento com vida viável” (LOTUFO, 2003, p. 89,
pessoas naturais ou bens, como nas fundações, por exemplo. parte geral). O Código Civil deixou claro que optou pelo nascimento com
vida, pois, conforme o art. 2º: “A personalidade civil da pessoa começa do
A existência da pessoa jurídica -- que pode ser originária ou derivada, nascimento com vida”.
obrigatória ou voluntária -- resulta de sua criação pela constituição ou por
lei ordinária, da autorização ou aprovação governamental, para as que Desse modo, a personalidade civil (jurídica), ou seja, a aptidão
disso dependem, ou do simples registro do ato constitutivo, para as de genérica para ser sujeito de direitos e deveres, a efetiva proteção da
criação estritamente voluntária. A personalidade jurídica, salvo a de caráter pessoa, se dá com o nascimento com vida, adquirindo-se direitos e
originário e institucional, se extingue por força da lei, por ato do governo ou contraindo-se deveres (art. 2º do CC). O nascimento com vida ocorre com a
por deliberação dos interessados, no caso das voluntárias. presença de ar nos pulmões, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os
direitos do nascituro. Nascituro é o ser já concebido, mas que ainda se
As pessoas jurídicas são de direito público ou de direito privado. As encontra no ventre materno; será ele, então: a) titular de direitos
primeiras podem ter existência institucional, de direito público personalíssimos (como o direito à vida); b) donatário (pode receber doação,
constitucional, como a União, os estados, o distrito federal e os municípios, desde que haja aceitação de seu representante legal — art. 542 do CC); c)
ou derivada de direito administrativo, como os departamentos autônomos e legatário ou herdeiro (art. 1.798 do CC); d) titular de direito a alimentos.
as autarquias. Existem também, com personalidade de direito público, mas
de criação voluntária, os partidos políticos devidamente registrados perante O Enunciado 1, aprovado na I Jornada de Direito Civil do Centro de
a justiça eleitoral. São pessoas jurídicas, de direito público externo, os Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal, em setembro de 2002,
estados reconhecidos como soberanos, as organizações internacionais, afirmou que “a proteção que o Código defere ao nascituro alcança o
como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos natimorto no que concerne aos direitos de personalidade, tais como o
Estados Americanos (OEA), e algumas instituições reconhecidas, como a nome, imagem e sepultura”.
Cruz Vermelha, a Ordem de Malta e outras.
E, pois, a partir do nascimento com vida que o ser humano se torna
Entre as pessoas jurídicas de direito privado, incluem-se, no sistema pessoa para o direito, adquirindo personalidade jurídica,
brasileiro, por força das próprias leis que os criaram, alguns serviços e independentemente de sexo, cor, raça, estado de saúde ou nacionalidade.
empresas de caráter estatal, como o Serviço Social da Indústria (Sesi), o
Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Nacional de Aprendizagem Como está intimamente ligado à concepção de duração de vida, tanto é
Industrial (Senai), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) que a ela se vincula o surgimento da personalidade, o fim da personalidade
e várias sociedades de economia mista, entre as quais destacam-se a natural termina com o fim da vida, ou seja, a morte. Até mesmo porque,
Petrobrás, a Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) e o Banco do Brasil. com a morte, a existência da pessoa termina.

As pessoas jurídicas de direito privado tomam forma de sociedades, Vida: cria direitos e deveres
associações e fundações. São sociedades, civis ou comerciais, as que têm Morte: extingue direitos e deveres
fins lucrativos; associações, as que não têm. Entre as últimas, encontram-
se os sindicatos, federações e confederações sindicais e as associações Capacidade civil
religiosas, pias, científicas, literárias, beneficentes, culturais, esportivas ou Todo ser humano é dotado de personalidade jurídica. A personalidade
simplesmente recreativas. Tais associações apenas se constituem como está intimamente ligada à capacidade das pessoas. São elementos que se
pessoas jurídicas se, obedecidas as exigências legais, se fizerem inscrever completam. Portanto, capacidade de gozo ou de direito confunde-se com a
no registro civil respectivo. Algumas delas são reconhecidas pela personalidade jurídica e é inerente a qualquer ser humano, não podendo
autoridade competente como entidades de utilidade pública e gozam de ser-lhe recusada.
favores estabelecidos em lei.
Pessoa é o ente a quem a ordem jurídica confere poderes. A
Chamam-se fundações as instituições criadas para a realização de capacidade é a aptidão para adquirir direitos ou exercê-los, por si ou por
objetivos geralmente altruísticos e que não correspondem a uma outrem. O conjunto desses poderes é a personalidade jurídica, sendo a
associação de pessoas, mas a um patrimônio autônomo. Conceituam-se capacidade elemento da personalidade.
juridicamente pela universalidade de bens ou recursos personalizados, em
função de fins predeterminados e relativamente imutáveis. As fundações A regra, portanto, é a capacidade. A incapacidade é exceção. A
resultam de instituição oficial, quando criadas por força da lei ou de primeira exprime poderes ou faculdades, sendo a personalidade resultante
instituição particular, ou ainda por escritura pública ou em testamento. O desses poderes. A incapacidade civil é a restrição ao poder de agir e, pela
instituidor de uma fundação, seja o estado seja o particular, pode declarar a característica de restrição, vem expressamente prevista em lei, podendo
maneira de administrá-la e indicar os que devem aplicar o respectivo ser absoluta ou relativa.
patrimônio. Estes formularão os estatutos da fundação projetada e
promoverão os atos necessários a seu funcionamento. A incapacidade será absoluta quando houver proibição total do
exercício do direito, acarretando a nulidade do ato quando praticado pelo
Conceito próprio incapaz.
A palavra pessoa deriva do latim, traduzindo a ideia de soar com Incapacidade absoluta:
intensidade, pois tinha por significado a máscara que os atores romanos
São absolutamente incapazes, consoante o art. 30 do Código Civil:

Direito 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I— os menores de 16 anos; Nome
II — os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o É um dos mais importantes atributos da pessoa natural, pois
necessário discernimento para a prática desses atos; e individualiza o ser humano. Constitui-se por dois elementos necessários:
III — os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua a. prenome: “nome” próprio do indivíduo, que pode ser simples (ex.:
vontade. Pedro) ou composto (ex.: Pedro Paulo); e
A incapacidade será relativa quando a pessoa afetada puder praticar b. sobrenome: apelido da família. Indica a procedência da pessoa e a
certos atos da vida civil, ainda que estes sejam praticados por terceiros. sua filiação. Pode decorrer de sobrenome materno, sobrenome
São incapazes relativamente, conforme o art. 4º do Código Civil: paterno ou da conjunção dos dois.
Incapacidade relativa: Facultativamente, o nome poderá ser composto pelo agnome e pela
inserção de alcunha:
São relativamente incapazes, nos termos do art. 4º do Código Civil:
a. agnome: terminação distintiva do sobrenome. O agnome
I— os maiores de 16 e menores de 18 anos; individualiza a pessoa dentro de seu grupo familiar. Ex.: Filho,
II — os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por Júnior, Neto.
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; b. alcunha: é a designação dada a alguém levando em consideração
III — os excepcionais sem desenvolvimento mental completo; e determinadas situações particulares; é um apelido. Ex.: Gugu,
Xuxa, Zico.
IV — os pródigos.
O direito ao nome ocorre mediante o registro civil quando do nasci-
O pródigo é aquele que dilapida seu patrimônio. Até mesmo o nosso mento da criança. Em princípio, o nome não pode ser alterado, mas sua
direito anterior já restringia a capacidade daquele que, desordenadamente, modificação é admitida em algumas hipóteses, conforme regulado pela Lei
dilapidava os seus bens ou patrimônio, fazendo gastos excessivos ou de Registros Públicos e pelo Código Civil.
anormais, mandando que fosse apregoado o seu estado, para que ninguém
fizesse qualquer negócio com ele (DINIZ, 1, 2007, p. 167-168). A O nome constitui, assim, direito de personalidade protegido pelos arts.
incapacidade deve ser judicialmente decretada a pedido do cônjuge ou 11 a 21 do Código Civil. Desse modo, a regra é que o nome é imutável; no
familiar. Nos termos do art. 1.782 do Código Civil, “a interdição do pródigo entanto, em hipóteses muito especiais, ou seja, extraordinárias, o nome
só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, poderá ser alterado.
hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que É nesse sentido que dispõe o art. 57 da Lei de Registros Públicos (Lei
não sejam de mera administração”. n. 6.015/73), senão vejamos: “Qualquer alteração posterior de nome,
A capacidade dos índios será regulada por legislação especial, diz o somente por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério
parágrafo único do art. 4º do Código Civil, remetendo, portanto, a situação Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o registro,
para o art. 9º da Lei n. 6.001/73 (Estatuto do Índio). arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa. § 1º
Poderá, também, ser averbado, nos mesmos termos, o nome abreviado,
Cessação da incapacidade usado como firma comercial registrada ou em qualquer atividade
Em regra, cessa a incapacidade quando cessar sua causa. O art. 5º do profissional”.
Código Civil reza, sobre a cessação da incapacidade, da maneira que Será possível a alteração do nome quando ocorrer:
segue:
a. Exposição ao ridículo: são situações em que a pessoa passa por
“A menoridade cessa aos 18 (dezoito) anos completos, quando a constrangimento ou tem abalos emocionais por força do nome que
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo utiliza. O Oficial de Registro não deve fazer o registro de referidos
único. Cessará, para os menores, a incapacidade: nomes. Contudo, se o fizer, haverá, ainda, a possibilidade de pleito
I— pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, judicial por parte do interessado para sua alteração.
mediante instrumento público, independentemente de homo- “Art. 55. Quando o declarante não indicar o nome completo, o oficial
logação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o lançará adiante do prenome escolhido o nome do pai e, na falta, o da mãe,
menor tiver 16 (dezesseis) anos completos; se forem conhecidos e não o impedir a condição de ilegitimidade, salvo
II — pelo casamento; reconhecimento no ato. Parágrafo único. Os oficiais do registro civil não
registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores.
III — pelo exercício de emprego público efetivo; Quando os pais não se conformarem com a recusa do oficial, este
submeterá por escrito o caso, independente da cobrança de quaisquer
IV — pela colação de grau em curso de ensino superior;
emolumentos, à decisão do Juiz competente” (Lei de Registros Públicos —
V — pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de grifo nosso).
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
b. Erro gráfico evidente. O erro gráfico evidente também não é ad-
16 (dezesseis) anos completos tenha economia própria”.
mitido pela Lei de Registros Públicos.
São, assim, formas de cessação da incapacidade:
“Art. 59. O prenome será definitivo. Parágrafo único. A substituição
a. Voluntária: os pais emancipam o menor entre dezesseis e dezoito do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou
anos (art. 5º, parágrafo único, I, do CC). ameaça decorrente da colaboraçâo com a apuração de crime, por
determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o
b. Judicial: cessa a incapacidade do tutelado a pedido do tutor. O Ministério Público.”
pedido deve ser formulado em via judicial.
c. Uso prolongado e constante de nome diverso daquele que
c. Legal: casamento, emprego público, colação de grau em nível figura no registro. Pode ser que a pessoa seja conhecida e
superior, estabelecimento comercial ou emprego que lhe dêem a reconhecida por nome diverso daquele constante em seu registro.
possibilidade de economia própria. Nestes casos, o outro nome passa a fazer parte de sua
Individualização da pessoa natural personalidade, compondo-a juntamente com outros atributos. Por
São três as formas de individualização da pessoa natural: nome, esta- tal motivo, são situações em que se tem entendido pela
do e domicílio. possibilidade de alteração no nome.
d. Primeiro ano após a maioridade. A Lei de Registros Públicos é
expressa ao possibilitar que toda e qualquer pessoa no primeiro

Direito 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ano após a maioridade civil possa alterar o nome. Um profissional de medicina deve atestar a morte, ficando ressalvada a
possibilidade de duas pessoas qualificadas o fazerem como testemunhas,
“Art. 56. O interessado, no primeiro ano após ter atingido a verificando a morte, se faltar o especialista, sendo o fato levado ao registro,
maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador nos termos dos arts. 77 e 78 da Lei n. 6.015/73 (LRP), cuja prova se faz por
bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de meio da certidão extraída do assento de óbito.
família, averbando-se a alteração que será publicada pela
imprensa.” A personalidade civil inicia com a vida e termina com a morte, em
regra, aliás, com a morte efetiva. No entanto, em alguns casos, o Código
e. Inclusão de alcunha Temos diversos casos conhecidos, como Civil cria uma ficção jurídica visando não prejudicar os direitos de terceiros
Xuxa e Pelé. Trata-se de situações em que a alcunha compõe a e, nestes casos, a morte poderá ser presumida e, assim, extinta a
personalidade da pessoa, situações em que, portanto, o nome personalidade. O art. 7º do Código Civil elenca as situações e condições
poderá ser alterado com a inclusão da alcunha. para que seja lícita a presunção de morte. Vejamos:
f. Homonímia. É possível, para a prevenção de dissabores, danos “I — se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo
ou prejuízos a interesses personalíssimos que visem à de vida; II — se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro,
preservação da integridade moral e intelectual da pessoa que, não for encontrado até 2 (dois) anos após o término da guerra. Parágrafo
quando exposta a situações vexatórias por ter um homônimo, único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá
tenha a prerrogativa, através da tutela jurisdicional, de modificar ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a
seu nome, com fulcro na cláusula geral do art. 12 do Código Civil, sentença fixar a data provável do falecimento”.
com vistas a espancar a possibilidade de lesões aos seus
interesses pessoais. Assim, temos duas hipóteses de morte presumida. A primeira trata da
probabilidade extrema de morte daquele que se encontre em perigo de vida
g. Adoção. Nos casos de adoção o próprio Código Civil traz (art. 7º, I, do CC) e a segunda trata do desaparecido em campanha de
disposição expressa. guerra ou feito prisioneiro, caso não seja encontrado até dois anos após o
“Art. 1.627. A decisão confere ao adotado o sobrenome do adotan- término da guerra (art. 7º, II, do CC). A sentença declara tória de morte
te, podendo determinar a modificação de seu prenome, se menor, presumida deverá ser inscrita em registro público, de forma a dar
a pedido do adotante ou do adotado.” publicidade ao acontecimento (art. 9º, IV, do CC).
h. Tradução. Temos, ainda, a hipótese de morte simultânea ou comoriência (art. 80
do CC). Cuida-se de uma presunção juris tantum, segundo a qual se
i. Mudança de estado familiar individualizador (casamento, determina a morte simultânea daqueles que falecem na mesma ocasião,
separação, divórcio e união estável). Conforme as regras diversas podendo ser ilidida por prova que estabeleça a precedência da morte de
previstas no Código Civil. um dos envolvidos.
Estado Ausência das pessoas naturais
É o modo particular de existir de cada um. Divide-se em estado indivi-
dualizador individual, familiar e político. Ausente é aquele que desaparece de seu domicílio sem se ter notícias
de seu paradeiro. Não basta, portanto, que apenas não esteja presente;
a. Individual: idade — sexo — saúde; deve-se não se ter notícias da pessoa para que reste caracterizada a
ausência.
b. Familiar: vínculo conjugal — parentesco por consanguinidade —
parentesco por afinidade; As fases da situação de ausente são as seguintes:
c. Político: nacional (nato ou naturalizado) — estrangeiro. a. Declaração da ausência e curadoria dos bens: o patrimônio do
desaparecido não pode restar acéfalo. Desse modo, a
Domicílio
requerimento dos interessados (cônjuge, companheiro, parente
É o local onde se permanece com ânimo definitivo. Seu conceito reúne sucessível) ou do Ministério Público, o Poder Judiciário
dois elementos: psicológico (vontade) e físico (residência). reconhecerá tal circunstância, com a declaração de ausência,
nomeando curador, que passará a gerir os negócios do ausente
Pode ser: até o seu eventual retorno, mediante arrecadação de seus bens
a. voluntário: fixado de maneira livre; (art. 1.1 do CPC). Destacamos que os efeitos são patrimoniais;
não se trata de uma declaração de morte, mas sim de ausência. A
b. de eleição ou especial: estabelecido em contrato; curadoria cessará: com o comparecimento do ausente (ou
c. necessário ou legal: tem como domicílio necessário a casa dos representante); com a certeza da morte do ausente; ou com a
pais, tutores ou curadores os menores e os interditos. O domicílio abertura da sucessão provisória. A nomeação seguirá a ordem
necessário é aquele que é estabelecido por lei ou judicialmente e seguinte: 1) o cônjuge (também o companheiro), se não houver se
terão domicílio necessário: o incapaz, o servidor público, o militar, separado judicialmente, ou de fato, por mais de dois anos antes da
o marítimo e o preso, consoante o art. 76 do Código Civil; declaração de ausência; 2) pais do ausente (genitores); 3)
descendente, preferindo os mais próximos aos mais remotos; 4)
d. plural: o domicílio poderá, também, ser plural, desde que a pessoa qualquer pessoa à escolha do magistrado.
tenha várias residências onde alternadamente viva. Conforme
disposição expressa do art. 71 do Código Civil. b. Sucessão provisória: decorrido um ano da arrecadação dos bens
do ausente (art. 26 do CC), ou se ele deixou representante ou
A pessoa natural que não tenha residência habitual e viva, procurador, hipótese que se limita à previsão do art. 23 do mesmo
alternadamente, por exemplo, em Santos, Maceió e São Paulo, terá diploma, em se passando três anos, poderão os interessados
domicílio em qualquer destes lugares em que for encontrada, consoante requerer que se abra provisoriamente a sucessão.
prevê expressamente o art. 73 do Código Civil: “Ter-se-á por domicílio da
pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for c. Sucessão definitiva: tratamos aqui da dicção expressa do art. 37
encontrada”. O agente diplomático, por sua vez, que, citado no estrangeiro, do Código Civil: “Dez anos depois de passada em julgado a
alega extraterritorialidade, sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão
poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento
brasileiro onde o teve (art. 77 do CC). das cauções prestadas”. E, neste caso, levamos em conta a
sucessão provisória concedida em sentença judicial; contudo,
Extinção da personalidade jurídica da pessoa natural mesmo sem a sentença de sucessão provisória, por vezes será
possível a declaração de sucessão definitiva, como prescreve o
A personalidade se extingue com a morte. art. 38 do mesmo diploma: “Pode-se requerer a sucessão

Direito 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


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definitiva, também, provando-se que o ausente conta 80 (oitenta) c. integridade moral, compreendendo: honra; segredo profissional;
anos de idade, e que de 5 (cinco) datam as últimas notícias dele”. segredo doméstico; identidade familiar, pessoal e social; imagem;
recato e tudo o que for extrapatrimonial.
Direitos de Personalidade
É de notar que o rol apresentado é meramente exemplificativo, uma
Durante muito tempo discutiu-se a possibilidade de admissão e, vez que os direitos de personalidade não se esgotam em positivação.
sobretudo, modo de admissão dos direitos da personalidade, pois, para
muitos, seria impossível resguardar um direito em que sujeito e objeto se Assim, os direitos de personalidade podem ser demonstrados no
confundissem. Como se vê, tal discussão encontra-se, hoje, superada, uma quadro seguinte:
vez que temos, nos arts. 11 a 21 do Código Civil vigente, bem como nos
direitos fundamentais da Constituição Federal, contemplados os princípios
fundamentais dos direitos da personalidade.
Foi em razão da tendência antropocentrista do Direito, já explanada no
prólogo, que os direitos da personalidade foram ganhando força e rigidez.
Foi com a Declaração Universal dos Direitos Humanos que, de fato, os
direitos da personalidade tiveram destaque. Tais direitos constituem uma
construção recente, fruto de doutrinas germânica e francesa da segunda
metade do século XIX (sobre o assunto, ler: LOTUFO, Renan. Código Civil
comentado: parte geral, p. 48; MATTIA, Fabio Maria de. Direitos da
Personalidade II. Enciclopédia Saraiva, p. 150 e TEPEDINO, Gustavo. A
tutela da personalidade no ordenamento civil-constitucional brasileiro, p.
24).
Os direitos da personalidade têm como principal arrimo constitucional o
princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III da CF): uma cláusula
geral que determina a existência digna de todo o ser, uma existência que
propicie o desenvolvimento da personalidade do ser humano. São direitos,
portanto, que se fundam em positividade.
Os direitos de personalidade, em que pese de maneira bem tímida,
estão disciplinados no Código Civil, nos arts. 11 a 21. O art. 12 traça o
direito geral de proteção à personalidade: “Pode-se exigir que cesse a
ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos,
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se
tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste Caracteres dos direitos da personalidade
artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou
colateral até o quarto grau” (art. 12). São caracteres dos direitos da personalidade:

Em regra, são proibidos, por implicarem afronta aos direitos de a. absolutos, pois devem ser respeitados por todos;
personalidade, as utilizações de voz, nome, imagem ou qualquer exposição b. extrapatrimoniais, pois não se reduzem a dimensionamento de
vexatória da pessoa humana. Assim é que atributos personalíssimos como interesses nem avaliações econômicas;
o nome e a imagem não podem ter utilização que exponha a pessoa ao
desprezo público ou com fins comerciais, neste último caso, salvo com c. intransmissíveis, pois, por serem inerentes à pessoa, não se
expressa autorização da pessoa (arts. 16 e ss. do CC). admite transmissão, nem causa mortis;

Desse modo, qualquer tentativa de lesão aos direitos da personalidade d. imprescritíveis, pois o exercício do direito para a preservação pode
pode ser coibida com fundamento legal. Consoante o Enunciado 5 da CJF: se dar a qualquer momento;
“Arts. 12 e 20: 1) as disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se e. indisponíveis, pois o titular não pode privar-se de tais direitos;
inclusive às situações previstas no art. 20, excepcionados os casos
expressos de legitimidade para requerer as medidas nele estabelecidas; 2) f. vitalícios, pois, enquanto persiste a vida do titular, os direitos
as disposições do art. 20 do novo Código Civil têm a finalidade específica persistem também, tendo alguns, inclusive, efeitos post mortem;
de regrar a projeção dos bens personalíssimos nas situações nele
g. gerais, pois são concedidos a todos pelo simples fato de se estar
enumeradas. Com exceção dos casos expressos de legitimação que se
vivo e, por fim,
conformem com a tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser
aplicadas subsidiariamente as regras instituídas no art. 12” (Enunciado h. necessários, por serem imprescindíveis à própria vida.
aprovado na 1 Jornada de Direito Civil da CJF/Justiça Federal — set.
2002). E, ainda, o Enunciado 140 da III Jornada: “Art. 12: A primeira parte Pessoa jurídica
do art. 12 do Código Civil refere-se às técnicas de tutela específica, É o ente fictício formado por pessoas naturais ou patrimônios e
aplicáveis de ofício, enunciadas no art. 461 do Código de Processo Civil, reconhecido como sujeito de direitos e deveres. Em que pesem a teoria da
devendo ser interpretada com resultado extensivo”. ficção e a teoria orgânica ou da realidade, parece-nos que a teoria da
Dentre os direitos da personalidade, destacam-se a vida, a liberdade, a realidade técnica é a que melhor se acomoda para as pessoas jurídicas.
honra, o nome e a imagem. São, portanto, faixas de proteção dos direitos Tal teoria posiciona a pessoa jurídica como produto da técnica jurídica,
da personalidade: rejeitando a tese ficcional para considerar os entes coletivos uma realidade
que não seria objetiva, pois a personificação dos grupos se opera por
a. integridade física, compreendendo: vida; alimentos; o próprio construção jurídica, ou seja, o ato de atribuir personalidade não seria
corpo (vivo ou morto); o corpo alheio e partes separadas do corpo; arbitrário, mas à vista de uma situação concreta.
b. integridade intelectual, compreendendo: liberdade de pensa- Personalidade jurídica
mento; autoria científica, literária e artística. No direito empresarial,
a propriedade industrial (Lei n. 9.279/96) e, no direito civil, o direito É adquirida mediante o registro da pessoa jurídica no órgão
de autor (Lei n. 9.610/98). A cisão entre a propriedade industrial e competente. O registro corresponde à inscrição do contrato social ou
o direito de autor é, também, internacional, com a Convenção de estatuto perante o órgão competente, surgindo, com esse ato, a
Paris tratando da Propriedade Industrial e a Convenção de Berna personalidade jurídica da própria pessoa jurídica, distinta, portanto, da
do Direito de Autor; personalidade de seus membros.

Direito 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Natureza jurídica jurídica vier em desacordo com o que prevê, de maneira expressa, seu
contrato social; por outro lado, a confusão patrimonial consiste em
As pessoas jurídicas podem ser, quanto a sua natureza jurídica: confundir o bem da pessoa física do sócio com o patrimônio societário ou
a. pessoa jurídica de direito público externo (países e organizações empresarial.
internacionais); Nestes casos, devemos notar que o que ocorre não é a
b. pessoa jurídica de direito público interno (Estados, Municípios, despersonalização, tampouco a extinção da personalidade; vemos, sim, o
Distrito Federal, autarquias), consoante disposto no art. 41 do fenômeno da desconsideração momentânea da personalidade pelo abuso
Código Civil. São: “I — a União; II — os Estados, o Distrito Federal detectado, para os efeitos de certas e determinadas
e os Territórios; III — os Municípios; IV — as autarquias, inclusive relações obrigacionais. Além disso, consoante o Enunciado 7 da CJF:
as associações públicas (redação dada pela Lei n. 11.107/2005); V “Art. 50. só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando
— as demais entidades de caráter público criadas por lei”; houver a prática de ato irregular, e limitadamente, aos administradores ou
c. pessoa jurídica de direito privado: as pessoas jurídicas de direito sócios que nela hajam incorrido” (Enunciado aprovado na 1 Jornada de
privado são regidas pelo art. 44 do Código Civil, que tem a Direito Civil da CJF/Justiça Federal, set. 2002). O Enunciado 283 da IV
seguinte redação: “São pessoas jurídicas de direito privado: I — as Jornada dispõe, ainda, que: “Art. 50. É cabível a desconsideração da
associações; II — as sociedades; III — as fundações; IV — as personalidade jurídica denominada ‘inversa’ para alcançar bens de sócio
organizações religiosas (incluído pela Lei n 10.825, de que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com
22.12.2003); V — os partidos políticos (incluído pela Lei n. 10.825, prejuízo a terceiros”.
de 22.12.2003). § 1. São livres a criação, a organização, a Extinção da pessoa jurídica
estruturação interna e o funcionamento das organizações
religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes A dissolução das pessoas poderá ser:
reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao
seu funcionamento (incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003). § a. Convencional: por convenção dos sócios;
2. As disposições concernentes às associações aplicam-se b. Administrativa: ex.: autorização para o funcionamento da pessoa
subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte jurídica é cancelada por órgão público;
Especial deste Código (incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003).
§ 3. Os partidos políticos serão organizados e funcionarão c. Judicial: a iniciativa para a dissolução da pessoa jurídica, em
conforme o disposto em lei específica (incluído pela Lei n. 10.825, primeiro lugar, é dos administradores, que dispõem do prazo de 30
de 22.12.2003)”. dias, contado da perda da autorização, ou de sócio que tenha
exercitado o direito de pedi-la na forma da lei;
Espécies
d. Fato natural: ocorrendo a morte dos membros de uma sociedade,
As pessoas jurídicas de direito privado podem ser corporações ou e não prevendo o seu ato constitutivo o prosseguimento das
fundações, sendo as corporações reuniões de pessoas (universitas atividades por intermédio dos herdeiros, o resultado será a
personarum) e as fundações reuniões de patrimônio (universitas bonorum). extinção da pessoa jurídica.
O que distingue essas duas formas são os seus objetivos.
Grosso modo, as corporações têm objetivos internos, ou seja, visam ao Fábio Vieira Figueiredo
benefício de seus membros, enquanto as fundações têm objetivos Brunno Pandori Giancoli
externos, visando, portanto, ao bem comum pelo estabelecimento de Direito Civil, Coleção OAB nacional – Editora Saraiva
determinados objetivos.
Pessoa jurídica
a. Corporações: as corporações podem ser associações ou
sociedades. As sociedades podem ser simples ou empresárias. Pessoa jurídica, segundo dicionário Michaelis e Aurélio Buarque de
Sociedade Empresária: é a junção de duas ou mais pessoas com o Holanda Ferreira, é "…a entidade abstrata com existência e
mesmo objetivo. Poderá ser uma sociedade de fato ou uma responsabilidade jurídicas como, por
sociedade de direito. Possui finalidade de lucro. Há, ainda, sob a exemplo, fundações, Cooperativas, Sociedades, Organização
denominação de corporação, a associação: não visa a fim religiosas, associação, empresas, companhias, legalmente e juridicamente
lucrativo. organizadas e devidamente fiscalizadas sendo necessariamente
autorizadas pelos Estados Constitucionais de sua esfera de atuação.
b. Fundações: nas fundações, o elemento patrimonial é ínsito. Há, Os partidos políticos considerados legais pelos Estados, também são
portanto, neste modelo, uma destinação de patrimônio para a considerados Pessoas Jurídicas…".
consecução de determinado fim. São criadas por escritura pública
ou testamento, nos quais são especificados os fins a que se Conceito
destinam. Este fim é permanente, não podendo ser alterado, até Antes de fornecer um conceito de "pessoa jurídica", é interessante
mesmo porque não existe a figura do poder do sócio para deli- verificar brevemente o conceito de pessoa. Para Maria Helena Diniz [1],
berar. São aprovadas e fiscalizadas pelo Ministério Público, em "'pessoa' é o ente físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações,
decorrência do papel social que geralmente exercem. Além disso, sendo sinônimo de sujeito de direito. "Sujeito de direito" é aquele que é
sua aprovação submete-se, também, ao Ministério Público. sujeito de um dever jurídico, de uma pretensão ou titularidade jurídica, que
Desconsideração da personalidade jurídica é o poder de fazer valer, através de uma ação, o não-cumprimento
do dever jurídico, ou melhor, o poder de intervir na produção da decisão
Dá-se a desconsideração da personalidade jurídica quando ocorre judicial."
abuso de personalidade, sendo sempre relacionada a certas e
determinadas relações. Desse modo, a desconsideração se dá com relação Muita discussão tem ocorrido sobre o verdadeiro conceito de pessoa
à situação obrigacional que se discute. jurídica. Para alguns, as pessoas jurídicas são seres de existência anterior
e independente da ordem jurídica, se apresentando ao direito como
Abuso de personalidade: realidades incontestáveis (teoria orgânica da pessoa jurídica). Para outros,
Desvio de finalidade as pessoas jurídicas são criações do direito e, assim, fora da previsão legal
Confusão patrimonial correspondente, não se as encontram em lugar algum (teoria da ficção da
Legitimados para proposição pessoa jurídica). Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza das pessoas
jurídicas é a de uma ideia, cujo sentido é partilhado pelos membros de uma
Interessados comunidade jurídica e/ou seja, objeto do "Estado Constituído de Direitos" e
Ministério Público — quando couber intervir no processo que a utilizam na composição de seus interesses nacionais e/ou
Trataremos de desvio de finalidade sempre que a atuação da pessoa

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Comunitários. Em sendo assim, ela não pode preexistir na forma de um Por exemplo, um contrato assinado em nome de uma pessoa jurídica
"direito (natural)", como alguns o querem. só afeta direitos e deveres da pessoa jurídica; não afeta, via de regra, os
direitos e deveres pessoais das pessoas físicas que executaram o contrato
A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como em nome da entidade legal.
as pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito
despersonalizados, como o nascituro, a massa falida, ... etc. Desse modo, DOMICÍLIO
a pessoa jurídica tem a autorização genérica para a prática de atos
jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o expressamente proibido. Conceito, importância, pluralidade de domicílios, domicílio incerto, mu-
Feitas tais considerações, cabe conceituar pessoa jurídica como o sujeito dança de domicílio, fixação do foro competente, classificação quanto à
de direito inanimado personalizado. natureza, domicílio da pessoa jurídica.

Maria Helena Diniz[2] conceitua pessoa jurídica como sendo " a Conceito
unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à consecução de "É a sede jurídica da pessoa onde ela se presume presente para efei-
certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e tos de direito e onde exerce ou pratica, habitualmente, seus atos e negó-
obrigações." cios jurídicos" (Washington de Barros Monteiro). Para Orlando Gomes,
Em síntese, pessoa jurídica consiste num conjunto de pessoas ou "domicílio é o lugar onde a pessoa estabelece a sede principal de seus
bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei negócios (constitutio rerum et fortunarum), o ponto central das ocupações
habituais". Em nosso Código Civil encontramos a indicação de qual seria,
São três os requisitos para a existência da pessoa jurídica: organização como regra geral, o domicílio da pessoa natural (note-se que o Código não
de pessoas ou bens, liceidade de propósitos ou fins e capacidade jurídica fornece um conceito de domicílio):
reconhecida por norma.
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a
Classificação sua residência com ânimo definitivo.
Conforme o artigo 40 do Código Civil brasileiro de 2002, as pessoas Cumpre ressaltar que domicílio e residência podem ou não coincidir. A
jurídicas (admitidas pelo Direito brasileiro) são de direito público (interno ou residência representa o lugar no qual alguém habita com intenção de ali
externo) e de direito privado. As primeiras encontram-se no âmbito de permanecer, mesmo que dele se ausente por algum tempo. A chamada
disciplina do direito público, e as últimas, no do direito privado. moradia ou habitação nada mais é do que o local onde o indivíduo perma-
nece acidentalmente, por determinado lapso de tempo, sem o intuito de
Pessoas jurídicas de direito público interno ficar (p. ex., quando alguém aluga uma casa para passar as férias).
O Art. 41 do Código Civil brasileiro de 2002 elenca quais são as No conceito de domicílio estão presentes dois elementos: um subjetivo
pessoas jurídicas de direito público interno. e outro objetivo. O elemento objetivo é a caracterização externa do domicí-
As pessoas jurídicas de direito público interno se dividem em entes de lio, isto é, a residência. O elemento subjetivo é aquele de ordem interna,
administração direta União, Estados, Distrito representado pelo ânimo de ali permanecer. Logo, domicílio compreende a
Federal e Territórios e Município e entes de administração indireta, como é ideia de residência somada com a vontade de se estabelecer permanente-
o caso das autarquias (como o INSS) e das demais entidades de caráter mente num local determinado.
público criadas por lei, como por exemplo as fundações públicas de direito Importância do domicílio
público (fundação pública).
É de interesse do próprio Estado que o indivíduo permaneça em de-
Sua existência legal (personalidade), ou seja, sua criação e extinção, terminado local no qual possa ser encontrado, para que assim seja possível
decorre de lei. se estabelecer uma fiscalização quanto as suas obrigações fiscais, políti-
Pessoas jurídicas de direito público externo cas, militares e policiais. No campo do Direito Internacional Privado, é o
domicílio, na maioria das legislações, que irá solucionar a questão sobre
Conforme o Art. 42 do Código Civil brasileiro de 2002, são pessoas qual lei deve ser aplicada ao caso concreto. O domicílio, como salientou
jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as Roberto Grassi Neto, "tem especial importância para a determinação da lei
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. aplicável a cada situação, para determinação do lugar onde se devem
São exemplos de pessoas jurídicas de direito público externo as celebrar negócios e atos da pessoa, e onde deve ela exercer direitos,
nações estrangeiras, Santa Sé e organismos internacionais propor ação judicial e responder pelas obrigações".
(ONU, OEA, União Europeia,Mercosul, UNESCO, FAO etc). Pluralidade de domicílios e domicílio incerto
Pessoas jurídicas de direito privado É perfeitamente possível que uma pessoa possua mais de um domicí-
Conforme o Art. 44 do Código Civil brasileiro de 2002, são pessoas lio, residindo em um local e mantendo, por exemplo, escritório ou consultó-
jurídicas de direito privado: as associações, as sociedades, as fundações, rio em outro endereço. A pluralidade de domicílios é disciplinada nos arts.
as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas individuais 71 e 72, do Código Civil:
de responsabilidade limitada. As pessoas jurídicas de direito privado são Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
instituídas por iniciativa de particulares. alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
As pessoas jurídicas de direito privado dividem-se em duas categorias: Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações
de um lado, as estatais; de outro, as particulares. Para essa classificação concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
interessa a origem dos recursos empregados na constituição da pessoa,
posto que são estatais aquelas para cujo capital houve contribuição do Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos,
Poder Público (sociedades de economia mista, empresas públicas) e cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponde-
particulares as constituídas apenas com recursos particulares. A pessoa rem.
jurídica de direito privado particular pode revestir seis formas diferentes: Há também casos de pessoas que vivem de passagem por vários lo-
a fundação, a associação, a cooperativa, a sociedade, a organização cais, como os circenses, sendo que o Código Civil estabelece, para tanto, a
religiosa e os partidos políticos. seguinte solução:
Personalidade legal Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha resi-
A personalidade legal de uma pessoa jurídica, incluindo seus direitos, dência habitual, o lugar onde for encontrada. (grifo nosso).
deveres, obrigações e ações, é separada de qualquer uma das outras
pessoas físicas ou jurídicas que a compõem. Assim, a responsabilidade Tal regra aplica-se também em relação às pessoas que têm vida errante,
legal de uma pessoa jurídica não é necessariamente a responsabilidade como ambulantes, vagabundos, pessoas desprovidas de moradia etc.
legal de qualquer um de seus componentes.

Direito 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Mudança de domicílio pais ou tutor, sob cuidados de terceiros? Levar-se-á em consideração o
domicílio desses terceiros. E se não existirem tais terceiros? Deverá ser
De acordo com Pablo Stolze Gagliano, opera-se a mudança de domicí- levado em conta o domicílio real.
lio com a transferência da residência aliada à intenção manifesta de o
alterar. A prova da intenção resulta do que declarar a pessoa às municipali- Quanto ao militar, se em serviço ativo, consiste o domicílio no lugar on-
dades do lugar que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não de estiver servindo. Caso esteja prestando serviço à Marinha, terá por
fizerem, da própria mudança, com as circunstâncias que a determinaram domicílio a sede da estação naval ou do emprego em terra que estiver
(art. 74, CC). A mudança de domicílio, depois de ajuizada a ação, nenhuma exercendo. Em se tratando da marinha mercante (encarregada do transpor-
influência tem sobre a competência do foro (art. 87, CPC). te de mercadorias e passageiros), seus oficiais e tripulantes terão por
domicílio o lugar onde estiver matriculado o navio.
Fixação do foro competente
O preso também está sujeito ao domicílio legal, no local onde cumpre a
Quanto às ações sobre direitos reais de bens móveis ou sobre direitos sentença. Se o preso ainda não tiver sido condenado, seu domicílio será o
pessoais, manda o art. 94, caput, CPC, que o réu seja acionado em seu voluntário.
domicílio. Quanto aos imóveis, é competente o foro da situação da coisa.
Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não c) de Eleição: decorre do ajuste entre as partes de um contrato (art. 78,
recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, CC e art. 111, CPC). A eleição de foro só pode ser invocada nas relações
divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova (art. 95, CPC). jurídicas em que prevaleça o princípio da igualdade dos contratantes e de
No caso do réu possuir mais de um domicílio, pelo que se verifica do art. sua correspondente autonomia de vontade (arts. 51, IV, CDC e 9º, CLT).
94, §1º, CPC, o réu será demandado em qualquer um deles. Se o domicílio
for incerto, o réu será demandado no local em que for encontrado ou no Domicílio da Pessoa Jurídica
domicílio do autor (art. 94, §2º, CPC). As pessoas jurídicas de direito público interno possuem domicílio espe-
Caso não possua residência no Brasil, o réu responderá perante o foro cificado em lei: art. 75, do CC, art. 99 do CPC, e art. 109, §§ 1º e 2º da
do autor ou em qualquer foro se este residir fora do país (art. 94, §3º, CPC). CF/88.
Existem, porém, regras especiais para fixação do foro competente, como a O domicílio da pessoa jurídica de direito privado é o lugar onde funcio-
seguir demonstramos: narem as respectivas diretorias e administrações, isto quando os seus
Em se tratando de ação de reparação de danos, cabe o domicílio do estatutos não constarem eleição de domicílio especial. O parágrafo 1º do
autor ou local do fato (art. 100, parágrafo único, CPC). mesmo artigo estabelece que se houver mais de um estabelecimento
relativo a mesma pessoa jurídica, em lugares diferentes, cada qual será
Se estivermos diante de ação de divórcio, o foro competente é o do considerado domicílio para os atos nele praticados. Caso a pessoa jurídica
domicílio da mulher (art. 100, I, CPC). As ações sobre alimentos devem ser só tenha sede no estrangeiro, em se tratando de obrigação contraída por
ajuizadas no foro onde se verifica o domicílio do alimentando (art. 100, II, agência sua, levar-se-á em consideração o estabelecimento, no Brasil, a
CPC). que ela corresponda, como emana do parágrafo 2º do já citado art. 75, CC.
Dispõe a Súmula 363, do STF: "A pessoa jurídica de direito privado pode
Para propositura de ação de anulação de títulos, o foro será o do deve- ser demandada no domicílio da agência, ou do estabelecimento, em que se
dor (art. 100, III, CPC). praticou o ato".
E, finalmente, o inventário, no qual não se sabe qual o domicílio do de O Código de Processo Civil, em seu art. 88, I e parágrafo único, tam-
cujus, terá como foro o da situação dos bens (art. 96, parágrafo único, I, bém disciplina a matéria, dispondo:
CPC), e se o de cujus não tiver domicílio certo e os bens estiverem em
diferentes lugares, a lei determina que o foro será o do local do óbito (art. "Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando:
96, parágrafo único, II, CPC).
I - o réu, qualquer que seja sua nacionalidade, estiver domiciliado no
Classificação do domicílio quanto à natureza Brasil;
a) Voluntário: decorre do ato de livre vontade do sujeito, que fixa resi- Parágrafo único. Para o fim do disposto no n° I, reputa-se domiciliada
dência em um determinado local, com ânimo definitivo. no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou
sucursal". http://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/220/Domicilio
b) Legal ou Necessário: decorre da lei, em atenção à condição especial
de determinadas pessoas. Assim, temos: (art. 76, CC) CONCEITO DE FATO JURÍDICO EM SENTIDO AMPLO
domicílio do incapaz: é o do seu representante ou assistente; Assim como milhares de outras coisas existentes no mundo, inclusive o
domicílio do servidor público: é o lugar em que exerce permanentemen- ser humano/homem, também o direito tem seu ciclo vital, pois nasce,
te as suas funções; desenvolve-se e extingue-se. Estas fases ou momentos do direito decorrem
da ocorrência de fatos, que possuem efeitos jurídicos, razão pela qual a
domicílio do militar: é o lugar onde serve, e, sendo da Marinha ou da doutrina nominou tais fatos como fatos jurídicos.
Aeronáutica, a sede do comando a que se encontra imediatamente subor-
dinado; Contudo, somente são fatos jurídicos aqueles relevantes para o direito,
domicílio do marítimo: é o lugar onde o navio estiver matriculado; ou seja, aqueles que produzem efeitos no mundo jurídico, ainda que de
modo negativo, como por exemplo, os fatos ilícitos.
domicílio do preso: é o lugar em que cumpre a sentença.
Para aferir se determinado fato é relevante ou não para o direito, se é
O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar ex-
considerado ou não um fato jurídico, utiliza-se o método do juízo de valora-
traterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá
ção, ou seja, analisa-se se aquela conduta humana é considerada relevan-
ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro
te para o direito, a ponto de existir norma que a regulamente e/ou a proíba.
onde o teve (art. 77, CC).
O domicílio necessário poderá ser originário ou legal. Será originário Assim, o simples fato de alguém acender uma lâmpada não possui
quando adquirido ao nascer, como ocorre com o recém-nascido que adqui- qualquer relevância jurídica, contudo, se esta ação desencadear um curto
re o domicílio dos pais. O domicílio legal é aquele que decorre, como o circuito, casando danos materiais a terceiros, certamente tal fato chamará a
próprio nome já acusa, de imposição da lei. É o caso dos menores incapa- atenção do ordenamento jurídico.
zes, que têm por domicílio o de seus representantes legais (art. 76, CC). O
domicílio do menor acompanha o domicílio dos pais, sempre que estes Assim, a chuva, o vento, o terremoto, os chamados fatos naturais, po-
mudarem o seu. Ocorrendo impedimento ou a falta do pai, o domicílio do dem receber a conceituação de fatos jurídicos se apresentarem conse-
menor será o da mãe. Se os pais forem divorciados, o menor terá por quências jurídicas, como a perda da propriedade, a destruição, por exem-
domicílio o daquele que detém o poder familiar. E no caso de menores sem plo.

Direito 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Portanto, fato jurídico em sentido amplo, significa, segundo o Doutrina- Os atos lícitos se dividem em: Ato jurídico em sentido estrito, negócio
dor Agostinho Alvim “fato jurídico é todo o acontecimento da vida rele- jurídico e ato-fato jurídico, os quais serão tratados mais abaixo:
vante para o direito, mesmo que seja ilícito”., ou ainda, nas palavras de
Carlos Roberto Gonçalves “Fato jurídico em sentido amplo é todo o Os ilícitos, ao contrário dos lícitos, são aqueles atos humanos pratica-
acontecimento da vida que o ordenamento jurídico considera relevan- dos em desacordo com o que prescreve o ordenamento jurídico, possuindo,
te no campo do direito.” portanto, efeitos negativos, tendo em vista que tais atos repercutem na
esfera jurídica. O ordenamento jurídico impõe a eles efeitos jurídicos não
Para Pablo Stolze Gagliano fato jurídico em sentido amplo é todo o a- desejados pelo agente, ou seja, o invés de direitos, acabam criando deve-
contecimento natural ou humano capaz de criar, modificar, conservar ou res, obrigações, como, por exemplo, a indenização por danos morais e
extinguir relações jurídicas. materiais. Exemplo: Artigo 186 do CC; médico que pratica eutanásia; furar
sinal vermelho.
CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS EM SENTIDO AMPLO
- Classificação dos atos lícitos:
A classificação dos negócios jurídicos em sentido amplo é matéria de
grande discussão entre os doutrinadores, pois é comum que apresentem Os atos lícitos se dividem em: Ato jurídico em sentido estrito, negócio
divergências em seu modo de classificá-los, isto em virtude da modificação jurídico e ato-fato jurídico, os quais serão tratados mais abaixo:
das grandes modificações do CC/1916.
Ato jurídico em sentido estrito ou meramente lícito:
A nova classificação dos fatos jurídicos, ou seja, a classificação aplica-
da depois da entrada em vigor do novo Código Civil, toma por base o ser Os atos jurídicos meramente lícitos são atos jurídicos praticados pelo
humano como objeto de partida, já que ele é o destinatário da norma jurídi- homem, sem a intenção de alcançar efeitos jurídicos que não estejam
ca e agente de sua aquisição. previstos em lei, é uma manifestação volitiva submissa à lei. São atos que
se caracterizam pela ausência da autonomia do interessado em auto regu-
Assim de acordo com a nova classificação feita por Pablo Stolze Gagli- lar sua vontade (como acontece com os negócios jurídicos que serão
ano os fatos jurídicos em sentido amplo podem ser classificados como tratados mais adiante). São atos voltados à produção de efeitos juridica-
fatos naturais ou fatos jurídicos strictu sensu e fatos humanos ou mente previstos na lei.
fatos jurídicos latu sensu. O ato jurídico em sentido estrito constitui simples manifestação de von-
tade, sem contudo negocial, que determina a produção de efeitos legalmen-
Serão fatos naturais ou jurídicos strictu sensu quando decorrerem te previstos.
da simples manifestação da natureza, e serão fatos humanos ou jurídicos
latu sensu quando decorrerem da atividade humana. Exemplo: a notificação, o efeito jurídico pretendido nada mais é do que
constituir o devedor em mora, efeito este previsto em lei.
a) Fatos Naturais ou Jurídicos Strictu Sensu
Reconhecimento da paternidade.
Conforme já relatado anteriormente, os fatos naturais ou jurídicos em A tradição.
sentido estrito são fatos relevantes para o direito que decorrem da simples A quitação.
manifestação na natureza, ou seja, são alheios à vontade humana, ou Perdão.
ainda, a vontade humana concorre de forma indireta para sua ocorrência, Na confissão ( a confissão vai produzir efeitos jurídicos mesmo que a
como, por exemplo, nos casos dos fatos jurídicos naturais ordinários, intenção do agente seja outra, desde que não seja uma vontade viciada).
exemplificados mais abaixo.
O ato jurídico meramente lícito é vontade aderente, ou seja, vontade
Os fatos naturais são classificados em ordinários e extraordinários. humana que busca os efeitos previstos na norma, já o negócio jurídico é
conduta humana acrescido da vontade criativa.
São Fatos Naturais Ordinários (esperados): o nascimento, a morte, O elemento básico desta categoria reside na circunstância de que o
a maioridade, o decurso de tempo (ex. usucapião, prescrição e decadên- agente não goza de ampla liberdade de escolha na determinação dos
cia), etc; efeitos resultantes de seu comportamento, como se dá no negócio jurídico,
como no contrato, por exemplo.
São Fatos Naturais Extraordinários (imprevisíveis, aleatórios): o Importa saber que apesar de nos atos jurídicos meramente lícitos não
terremoto, os raios, as tempestades, e todos os demais atos que se enqua- existir ampla liberdade de escolha pelo agente como ocorre nos negócios
dram na categoria de caso fortuito ou força maior. jurídicos, ainda assim não deixa o instituto de possuir a manifestação de
É importante ressaltar que para as tempestades, o terremoto, as chu- vontade como elemento próprio.
vas, etc, por si só não geram efeitos jurídicos, somente o serão se forem
realmente relevantes para o ordenamento, ou seja, se gerarem consequên- Existe uma subtipificação dos atos jurídicos meramente lícitos, quais
cias jurídicas, que é o caso, por exemplo, das chuvas que destruíram a sejam: a) atos materiais (reais); e b) participações. Nos atos materiais
cidade de Blumenau - SC, tal foi a relevância deste fato da natureza, que (reais) o agente possui vontade consciente de produzir os efeitos previstos
certamente este acontecimento natural gerará várias obrigações, principal- em lei, como por exemplo, no reconhecimento da filiação, a percepção de
mente no que tange ao pagamento de seguros. frutos (colher o fruto de uma árvore, em local permitido), a fixação de domi-
cílio, a despedida sem justa causa do empregado. As participações são
b) Fatos Humanos ou Jurídicos Latu Sensu atos de mera comunicação, dirigidos a um destinatário, sem cunho negoci-
al, que se consumam por uma declaração; Nas participações há um ato
São ações humanas que criam, modificam, transferem ou extinguem intencional que se consuma por meio da declaração, com as repercussões
direitos, dividem-se em atos lícitos e ilícitos. pretendidas pelo seu autor, consistente no desejo de levar a terceiros a
ciência de um determinado intuito, ou da ocorrência de determinado fato;
Antes de continuar, contudo, com a classificação, não se pode deixar exemplos: notificação, intimação, confissão, aviso, etc.
de explicar que nos “atos jurídicos” (que podem também ser denominados
atos humanos ou atos jurígenos), são os eventos de uma vontade humana, Ato-fato jurídico:
quer tenham intenção precípua de ocasionar efeitos jurídicos quer não.
No ato-fato jurídico, apesar de existir conduta volitiva, não se leva em
Os Atos Jurídicos lícitos são aqueles atos emanados de uma vonta- consideração o que a vontade, a consciência ou intenção humana, mas sim
de humana, praticados em conformidade com o ordenamento jurídico, e a consequência do ato produzido.
que, por isso, produzem os efeitos almejados pelo agente.

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Muitas vezes o agente não tinha a intenção de alcançar aquele efeito
jurídico, contudo, o ordenamento sanciona aquele ato pela consequência - Classificação dos atos ilícitos:
que ele produziu.
O ato ilícito é muito importante para o direito civil, mas não porque pos-
Nos atos-fatos jurídicos a vontade humana é irrelevante, o que importa sui um caráter punitivo, como no direito penal, mas pelo seu caráter de
é o resultado produzido. Nestes casos o elemento psíquico pouco importa, gerar indenização, já que o ato ilícito é capaz de gerar consequências a
ou seja, não é relevante que o ato-fato jurídico tenha sido praticado por um terceiros. ( artigo 186 CC)
incapaz, por exemplo.
O ilícito civil ocorre sempre que alguém, através da prática de um ato
Exemplo disto é um louco encontrar um tesouro. Ele não tinha intenção contrário ao ordenamento jurídico, causar dano a outrem, mesmo que
de encontrar o tesouro, mas o encontrou. Para o ordenamento importa que exclusivamente moral, seja com ou sem intenção de produzi-lo.
ele o achou, e independentemente do agente ser capaz e da intenção dele,
ainda assim serão aplicadas as normas do artigo 1264 do Código Civil, ou O ato ilícito admite duas formas de comportamento, quais sejam, o dolo
seja, independentemente de um louco ter achado o tesouro, ele será dono e a culpa.
de parte dele.
O ato ilícito é praticado com dolo sempre que o agente tiver intenção,
No ato-fato jurídico, o ato humano é realmente da substância desse fa- vontade de produzir o resultado danoso, a agir de modo a efetivar seu
to jurídico, mas não importa para a norma se houve, ou não, a intenção de intento. Exemplo: riscar o automóvel de um adversário.
praticá-lo.
O ato ilícito será praticado com culpa sempre que, mesmo sem inten-
Para se ter uma melhor compreensão do ato-fato jurídico é preciso en- ção, o agente causar dano a outrem, tendo em vista ter agido com negli-
tender que para ele se caracterizar não é relevante a vontade humana, pois gência (falta cuidado), imprudência (excesso de confiança) ou imperícia
é o fato, e não o ato, que goza de importância jurídica e eficácia social. (falta de aptidão).
www.fag.edu.br/professores/alines/
Doutrinariamente aos atos-fatos jurídicos podem ser: a) atos reais; a-
tos-fatos jurídicos indenizatórios; atos-fatos jurídicos caducificantes ou Fatos, Atos e Negócios Jurídicos
extintivos; I - Considerações Iniciais:

- atos reais – são aqueles que decorrem de certos acontecimentos, Em definição, o Direito Civil é conceituado por Gama (2006, pág. 140)
dando-se relevo ao fato resultante, indiferentemente de ter havido, ou não, como "Corpo de leis e princípios que regem as relações de ordem privada
vontade em obtê-lo, como é o caso da aquisição da propriedade pelo louco entre os indivíduos, os aspectos referentes à pessoa, à propriedade e bens,
que pinta um quadro ou do incapaz que descobre tesouro; aos direitos e obrigações daí decorrentes".
Nesses termos, o trabalho a ser exposto tem como base preliminar a-
- atos-fatos jurídicos indenizativos – são os casos de indenizabilidade nalisar específicos assuntos de importância singular para essa ramificação
sem ilicitude, ou sem culpa, que se configuram naquelas situações em que, a fim de facilitar a compreensão e o entendimento dos graduandos da área
de um ato humano não contrário ao direito, decorre prejuízo de terceiro, da Ciência Jurídica. Entre os assuntos a serem esmiuçados estão às con-
com dever de indenizar, como sucede nos casos de estado de necessida- cepções e desdobramentos a cerca de Fatos, Atos e Negócios Jurídicos,
de, em que a lei permite a destruição ou deterioração de coisa alheia, ou a bem como todos os aspectos inerentes a cada um.
lesão à pessoa, a fim de remover perigo iminente, considerando o ato não
contrário ao direito, mas determinando, por outro lado, a indenização ao II Fatos Jurídicos:
lesado, nos termos do art. 188, II c/c arts. 929 e 930, CC.
"1 ação ou coisa feita ou em processo de realização; 2 - o que acon-
- atos-fatos caducificantes ou extintivos – aquelas situações cujo efeito tece por causas naturais ou não; ocorrência; 3 algo cuja existência pode
consiste na extinção de determinado direito e, por consequência, da pre- ser constatada de modo indiscutível", dessa forma Houaiss (2004, pág.
tensão, da ação e da exceção dele decorrentes, como ocorre na decadên- 335) define a concepção. Nessa premissa que se assenta à noção de fato,
cia e na prescrição. proposta por Gusmão (2008), como elemento necessário para que as
O exemplo trazido pelos doutrinadores para esta classificação era o relações jurídicas possam ser construídas e desenvolvidas pelo homem e
caso do artigo 178, § 1º do CC de 1916, que tratava da decadência da ação que é abarcada pela ramificação civil da Ciência Jurídica e abordada a
anulatória do casamento, no caso de anterior defloramento da esposa. seguir.
1 Conceito de Fato Jurídico em Sentido Amplo.
Negócio jurídico:
Em definição o Fato Jurídico em Sentido Amplo (lato sensu) é a base
Consiste na declaração de vontade voltada a obtenção de um efeito ju- primordial para a formação dos direitos subjetivos de cada indivíduo e, por
rídico, capaz de criar uma reação jurídica, não sendo, portanto, apenas um consequência, estimulando a formação da relação jurídica e a concretiza-
ato livre de vontade. ção do Ordenamento Jurídico.
Conforme é apresentado por Diniz (2004, pág. 341), o fato jurídico ne-
Para MIGUEL REALE, “negócio jurídico é aquela espécie de ato jurídi- cessita de dois (02) fatores que o constituem: o fato e uma declaração da
co que, além de se originar de um ato de vontade, implica na declaração norma jurídica. O primeiro consiste em qualquer casualidade ou evento que
expressa da vontade, instauradora de uma relação entre dois ou mais atue sobre o direito subjetivo, ao passo que o segundo é responsável por
sujeitos tendo em vista um objetivo protegido pelo ordenamento jurídico”. conferir as atribuições e efeitos jurídicos aquele fato.
Entende-se como sendo a declaração de vontade privada destinada a 2 Classificação do Fato Jurídico:
produzir efeitos que o agente pretende e o direito reconhece, tais como a
2.1 Quanto a Natureza do Fato Jurídico:
constituição, modificação ou extinção de relações jurídicas, de modo vincu-
lante, obrigatório para as partes intervenientes, cf. FRANCISCO DO AMA- A Positivo: é caracterizado por algum evento que surge de forma po-
RAL. sitiva para o indivíduo e que não causa nenhum dano ou lesão como, por
exemplo, o nascimento.
Francisco do Amaral afirma, ainda, que o negócio jurídico é o meio de
realização da autonomia privada, e o contrato é o seu símbolo. B Negativo: possui como aspecto o fato de causar alguma lesão ou
dano ao indivíduo, como, a guisa de citação, o pagamento de uma dívida
No negócio jurídico a manifestação da vontade tem finalidade negocial, inexistente. Em seu artigo 876, o Código Civil contempla essa situação e
que abrange a aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos. estabelece que "Art. 876  Todo aquele que recebeu o que lhe não era

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devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe 3 Quanto ao Fato Humano ou Atos Jurídicos em Sentido Amplo:
dívida condicional antes de cumprida a condição". (Pinto et alli, 2007, pág. é o fato jurídico que necessita da manifestação da vontade humana para
346) que possa ocorrer, ou seja, criam, modificam, transferem ou extinguem
direitos e inclui tanto atos lícitos como ilícitos. Podendo ser classificado em
2.2 Quanto a Maneira pela qual se Produzem: voluntário ou involuntário.
A Instantâneos ou Atuais: abrange os fatos jurídicos que são produ- A Voluntário - é caracterizado por produzir exatamente os efeitos que
zidos em caráter imediato, não sendo passíveis de serem impedidos ou eram visados pelo agente, incluindo desde fatos jurídicos em sentido amplo
mesmo evitados. O Código Civil no artigo 393, parágrafo único, abarca até negócios jurídicos. Esta classificação se desdobra em uma tríade:
essa situação e define que "Parágrafo único O caso fortuito ou de força
maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou A.1 Ato Jurídico em Sentido Estrito se objetivar a simples e mera
impedir". (Pinto et alli, 2007, pág. 299). realização da vontade do agente.
B Elaboração Progressiva ou Futuros: pode ser caracterizado pelo A.2 Negócio Jurídico tem como observância primordial, a necessi-
fator tempo como elemento primordial, isto é, o fato só ocorre a partir do dade de criar normas para regular os interesses das partes e, por isso,
decurso de um determinado espaço de tempo, podendo ser impedido ou harmonizar as diferentes vontades, subordinando-as a alguma disposição
evitado. Pode desdobrar em duas categorias: Deferidos ou Não-Deferidos. comum (testamento, adoção ou contrato).
O primeiro é caracterizado pela necessidade do arbítrio de um indiví- A.3 Ato-Fato Jurídico a consequência do ato é ressaltada, uma vez
duo para que outrem possa adquiri-lo. Em nível de exemplificação, é a que o fato foi somente uma resultante, sem se levar em consideração a
situação relativa a herdeiros que só dependem deles para aceitação do que vontade ou não de praticá-lo.
lhes são doados.
B  Involuntário  tem como aspecto substancial resultar em conse-
Ao passo que o segundo são subordinados a fatos ou condições sujei- quências jurídicas distintas a vontade do agente, como é o caso de atos
tos a falha, subdividindo-se em Condicionais ou Eventuais. Condicionais ilícitos que produzem efeitos na esfera jurídica como, por exemplo, a san-
quando existe alguma cláusula que subordina o efeito que o ato jurídico irá ção.
gerar um futuro incerto. Enquanto os eventuais possuem como aspecto o
fato que para a condição existente não depende apenas da vontade das Consoante é descrito, o ato ilícito é todo e qualquer ato que fere o bem-
partes, todavia, ao direito em que a natureza se assenta. Para tanto, o estar disposto na legislação, sendo classificado mediante sua intenção,
Código Civil, em seu artigo 117 dispõe o seguinte "Art. 117. Salvo se o dolo ou culpa.
permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o repre- III Atos Jurídicos:
sentante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mes-
mo". (DJI/2008) Ao passo que o fato jurídico pode ser constituído pela presença de a-
ções oriunda das forças da natureza, ou seja, a eventualidade atua em sua
2.3 Quanto à sua Normalidade: formação. Nesse aspecto, podendo se considerar como um ato jurídico em
2.3.1  Fato Natural ou Fato Jurídico em Sentido Estrito (Stricto sentido amplo uma vez que há a manifestação da vontade do indivíduo.
Sensu): é oriundo de algo natural, sem que haja a intervenção da vontade Todavia, o ato jurídico estende-se a isso e visa primordialmente gera o
humana para produzir os efeitos jurídicos decorrentes. Gama (2006, pág. efeito na esfera judiciária.
185) apresenta o fato natural como um "Acontecimento independente da 1 Definição de Atos Jurídicos em Sentido Estrito:
vontade humana". Esse acontecimento natural configura o Fato Jurídico em
Sentido Estrito (Stricto Sensu), que pode se desdobrar em ordinário ou "Ato que visa a adquirir, modificar, consertar, transferir ou extinguir di-
extraordinário. reito. Ação que expressa uma vontade individual objetivando produzir
efeitos jurídicos", Gama (2006, pág. 49). Em sentido estrito, o ato jurídico é
A  Fato Natural Ordinário  consiste em algo iminente a condição aquele que gera alguma consequência na esfera judicial, previstas na
humana e que não tem como ser evitado pelo indivíduo, ou seja, algo legislação independendo da vontade das partes privadas. Conforme Diniz
inerente à vida real (realidade). São utilizados como exemplos o nascimen- (2004, pág. 387) expõe "o ato jurídico stricto sensu seria aquele que surge
to, a morte e o decurso do tempo. como mero pressuposto de efeito jurídico, preordenado pela lei, sem função
O nascimento é caracterizado como o fato jurídico que tem como prin- natureza de auto-regulamento".Logo, pode-se elencar com as característi-
cipal aspecto conceder ao indivíduo a personalidade jurídica, isto é, permite cas primordiais do ato jurídico o fato de se embasar na vontade do indiví-
sua participação como sujeito de direitos e obrigações. Tal fato é descrito duo, ser lícito (ter suas bases fundamentadas no Direito) e ser imediato, isto
no artigo 2º do Código Civil, estabelecendo que "Art. 2º A personalidade é, gerar o efeito almejado.
civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, 2 Classificação:
desde a concepção, os direitos do nascituro". (DJI/2008)
A  Atos Materiais ou Reais  segundo é apresentado, consistem na
Em oposição, a morte é o fato jurídico responsável por extinguir a per- atuação da vontade que, por meio dela, dá existência imediata já que não
sonalidade do indivíduo e criar as obrigações e direitos concernentes aos estão destinadas a determinada pessoa ou grupo, ao revés, não estão
herdeiros, sujeitos devidamente designados como sucessores do indivíduo reservadas anenhum destinatário. As consequências que decorrem desses
falecido. Da mesma forma, o Código Civil estabelece que "Art. 6º A exis- atos estão pré-determinados na legislação e que possuem efeitos invariá-
tência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto veis.
aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão
definitiva". Por excelência, o decurso do tempo é considerado como um fato B Participações - nessa situação há a presença do destinatário e são
jurídico responsável por criar, modificar ou extinguir direitos e obrigações. estruturadas a partir de declarações para que o indivíduo tenha conheci-
mento ou ainda as intenções dos fatos. Pode-se elencar como exemplos a
B Fato Natural Extraordinário depende de um ânimo maior decor- interpelação, intimação, notificação, etc.
rente das forças da natureza para acontecer como, a guisa de citação,
maremotos ou naufrágios que destruam totalmente ou parcialmente os IV Negócios Jurídicos:
bens pertencentes a um indivíduo ou grupo de pessoas. Pode ser classifi- 1 Conceituação de Negócios Jurídicos
cada em caso fortuito, força maior ou ainda "factum principis". Os dois
primeiros são configurados como fatos capazes de alterar os fatos jurídicos Sua existência só é possível em decorrência da vontade das partes en-
já existentes ou ainda criar novas relações jurídicas. O "factum principis" volvidas. Isto é, consiste na declaração vontade privada, diferindo dos fatos
tem a mesma similaridade com os dois supracitados, no entanto, distingue- já que não é um mero acontecimento, destinados a produzir efeitos que o
se uma vez que essa modificação acontece devido à presença do Estado agente pretende e o Direito reconhece. A vontade própria do Estado só se
intervindo para que isso ocorra. manifesta em determinadas situações que se faz necessário a fim da
exigência de uma obrigação ou para que algo seja cumprido.

Direito 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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2 Elementos Constitutivos do Negócio Jurídico: configurado como nulo, já se for praticado pelos indivíduos considerados
relativamente capazes idade entre dezesseis (16) e dezoito (18) -, estará
2.1 Elementos Essenciais Comuns ou Gerais dos Negócios Jurí- sujeito à anulação.
dicos:
A - Fator Legitimidade é relativa à titularidade que possibilita que o
Conforme é descrito no Código Civil, para que um negócio jurídico seja indivíduo determine as diretrizes sobre específico bem, de modo a tornar
considerado pleno, é necessário que ele reúna três fatores: vontade, objeto verdadeiro o ato pactuado. Isto é, se objeto é dono ou não para transacio-
lícito, determinado e possível e agente capaz. Tal fato é perceptível no nar o objeto.
artigo 104, incisos I e II do Código Civil, determinando que "Art. 104  A
validade do negócio jurídico requer: I agente capaz; II objeto lícito, possí- B Fator Legalidade se fundamenta na premissa que o objeto ou ato
vel, determinado ou determinável". (Pinto et alli, 2007, pág. 271) do negócio sofre ou não alguma restrição judicial, como, por exemplo, é a
situaçãode hipotecas ou alienação. Nesses casos há uma restrição legal
2.2.1 Vontade segundo é apresentado por Gama (2006, pág. 386), a uma vez que a comercialização de determinado bem foi dada como garan-
vontade consiste na manifestação do anseio ou do desejo de uma das tia para o pagamento de dívida contraída.
partes ou de ambas as partes. É dividida em uma tríade:
2.2 Elementos Particulares: apesar de não ser um elemento elenca-
A  Vontade Expressa  consiste na manifestação escrita ou mesmo do entre os elementos necessários a forma, é a materialização da vontade
identificada a partir de um gesto que possibilite a concordância ou discor- como se constitui o negócio jurídico, é determinado no artigo 104, inciso III,
dância. Essa forma ainda estende-se ao comportamento e inclui a lingua- como um requisito para a validade ou não. "Art. 104 A validade do negó-
gem que é utilizada por uma das partes. cio jurídico requer: III forma prescrita ou não defesa em lei". (Pinto et alli,
B Vontade Tácita é passível de ser identificada, tendo como base a 2007, pág. 271)
forma de agir de um indivíduo. 2.2.1 Forma não se pode fazer de forma aleatória já que depende de
C  Vontade Presumida  inclui todos os comportamentos que estão alguns requisitos pré-determinados seja pela formalidade seja pelo que a
descritos ou ainda enquadrados no texto da legislação. legislação determinada (tipificação).

Não obstante, carece ainda salientar que a Declaração de Vontade po- No que tange a formalidade, pode ser público ou particular. O primeiro
de configurar em duas formas distintas, a Declaração Direta ou a Declara- se fundamenta nos moldes emitidos pela legislação, podendo ser tanto pelo
ção Indireta. A primeira consiste na declaração mediante a informação de Estado quanto por um de seus funcionários. Ao passo que a particular não
consentimento ou não para que o negócio jurídico para que o Negócio necessita da interferência de um funcionário do Estado, tendo que salientar
jurídico ocorra, por parte de um ou de ambos os envolvidos. Ao passo que que ambos seguirão a formalidade de contrato particular.
a segunda é caracterizada quando há a utilização de algum instrumento ou Relativo à tipificação, pode ser apresentada de forma livre ou vincula-
meio podendo incluir desde SEDEX e AR até mesmo a utilização de um da. A primeira é caracterizada pela ausência de obstáculos tanto pela
procurador. legislação quanto pelas partes envolvidas para a maneira como o instru-
No que tange a situação de absolutamente capazes, admite-se o re- mento será feito. Já a forma vinculada também chamada de necessária -,
presentante já que o representado na esfera judicial não existe por si só. apresenta como aspecto à imposição por parte das normas jurídicas ou por
Quanto à questão dos relativamente incapazes, há uma dicotomia, caso ele uma das partes (imposição convencional) envolvidas. A formalidade que é
se manifeste será considerada direta e ao passo que for representado por instituída pela vontade privatista tem que ser estruturada no comum-acordo
terceiros, será considerado indireto. entre as partes.

2.2.2 Objeto em conceituação, é aquilo sobre o que incide um direito 2.3 Elementos Naturais: abrangem todos os efeitos que decorrem da
ou uma obrigação. Pode ser classificado em duas espécies distintas: celebração do negócio jurídico, não se fazendo necessário qualquer men-
ção expressa, já que a própria legislação determina as consequências na
A Objeto Jurídico é o que está estabelecido por um indivíduo como esfera jurídica.
matéria sobre qual versará o negócio jurídico. A guisa de exemplificação,
as prestações de um serviço ou um comportamento que o obrigue. 2.4 Elementos Acidentais: são as estipulações ou cláusulas acessó-
rias, que ambas as partes podem adicionar em seu negócio a fim de modi-
B Objeto Material são os bens sobre as quais incidem os poderes ficar alguma das consequências naturais. A ramificação civil da Ciência
de uma relação jurídica iniciada Jurídica elenca: condição, termo e modo ou encargo.
Faz-se mister ainda discorrer a cerca dos requisitos necessários para V - Comento Final:
que um objeto seja qualificado para ser matéria de um negócio jurídico,
conforme estabelecido pela legislação. São elencados três (03) condições: Com base no que foi apresentado, neste estudo, buscou-se elencar os
licitude, determinável, possível. aspectos básicos e fundamentais que constituem os Fatos, Atos e Negó-
cios Jurídicos, bem como toda a gama de informações que se desdobram
I  Objeto Lícito  é aquele que não contraria nenhuma pré- de seu conteúdo. Sendo, portanto, uma peça primordial e de importância
determinação estabelecida em lei, estando em conformidade aos bons singular para a formação e estruturação de todo o arcabouço teórico que
costumes, à ordem pública e à moral. Caso a matéria em questão seja integra os conhecimentos de um Operador do Direito.
ilícita, o negócio jurídico será considerado nulo e não produz nenhum efeito
na esfera jurídica. Não obstante a isso, deve-se ainda destacar o fato que o conteúdo ex-
planado é crucial para o entendimento de todos os demais assuntos que
II Objeto Determinado ou Determinável - durante a celebração de um variam da relação entre dois ou mais indivíduos, a fim de configurar uma
negócio deve ser determinado o objeto sobre o qual será versado, devendo relação jurídica e embasada no diploma legal que rege essas situações, ou
ser descriminado o gênero e a quantidade. seja, o Código Civil.
III Objeto Possível durante o negócio jurídico, o objeto sobre o qual é Referências:
tratado carece ser possível juridicamente ou fisicamente. Vedando, dessa
forma, exacerbações e exageros impossíveis de ser realizados. Disponível em: . Acesso dia 29 de Março de 2008, às 20h33min.
2.2.3 Agente Capaz ou Capacidade o Direito Civil estabelece que o Disponível em: . Acesso dia 02 de Abril de 2008, às 14h14min.
agente capaz deva ser uma pessoa dotada de consciência e vontade, Disponível em: . Acesso dia 29 de Março de 2008, às 20h46min.
sendo reconhecida pelo Ordenamento Pátrio como apta para exercer todos
e quaisquer atos da vida civil. Logo, o indivíduo que celebra o negócio DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro Teoria Geral do
jurídico tem que atender o requisito mínimo para ser considerado plena- Direito Civil (ed. 21ª rev., aum. e atual.). São Paulo: Saraiva, 2004.
mente capaz, na esfera civil, ou seja, maior de dezoito (18) anos e sem
nenhuma restrição determinada pela legislação. Quando é praticada por FERNANDES, Francisco; LUFT, Celso Pedro; GUIMARÃES, F. Mar-
absolutamente incapaz  menor de dezesseis (16) anos -, o negócio será ques. Dicionário Brasileiro Globo (ed. 53ª). São Paulo: Globo S.A., 2000.

Direito 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
GAMA, R. R. Dicionário Básico Jurídico (ed. 1ª). Campinas: Russel, O Ato jurídico “lato sensu”, necessariamente, é decorrente da vontade
2006. do homem devidamente manifestada, ou seja, não há ato jurídico sem a
devida participação volitiva humana.
GUSMÃO, Gustavo. Os Fatos Jurídicos e sua Classificação. Disponível
em: . Acesso dia 29 de Março de 2008, às 16h54min. Para que se constitua um ato jurídico, o direito brasileiro adotou a ne-
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco cessidade da declaração da vontade, que pode ser expressa ou tácita.
Manoel de Mello. Minidicionário Houaiss de Língua Portuguesa (ed. 2ª, rev.
e aum.). Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004. Convém ressaltar que os efeitos jurídicos decorrentes da volição hu-
mana são instituídos pela norma jurídica, assim como os provenientes da
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil Parte Geral ação da natureza também o são. Porém, no âmbito dos atos jurídicos, o
(ed. 39ª, rev. e atual.). São Paulo: Editora Saraiva, 2003. caminho para a realização dos objetivos visados pelo declarante da vonta-
PENTEADO JÚNIOR, Cássio M. C. O negócio jurídico no novo Código de depende da natureza ou do tipo do ato realizado. Tal caminho terá que
Civil. Disponível em: . Acesso dia 02 de Abril de 2008, às 9h12min. ser seguido na conformidade da lei ou poderá ser traçado autonomamente
pela parte interessada.
PINTO, Antonio Luiz de Toledo; WINDT, Márcia Cristina Vaz dos San-
tos; CÉSPEDES, Lívia. Códigos: Civil, Comercial, Processo Civil e Constitu- Atos Jurídicos “Stricto Sensu”
ição Federal (ed. 3ª). São Paulo: Editora Saraiva, 2007.
Conforme a doutrina pandeccista alemã, os atos jurídicos no sentido
RIBEIRO, Alex Sandro. Capacidade e legitimação nos Negócios Jurídi-
estrito são aqueles decorrentes de uma vontade moldada perfeitamente
cos. Disponível em: . Acesso dia 29 de Março de 2008, às 20h40min.
pelos parâmetros legais, ou seja, uma manifestação volitiva submissa à lei.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Fatos, atos e negócios jurídicos. Disponível
em: . Acesso dia 30 de Março de 2008, às 10h41min. São atos que se caracterizam pela ausência de autonomia do interes-
sado para auto regular sua vontade, determinando o caminho a ser percor-
http://www.webartigos.com/artigos/fatos-atos-e-negocios- rido para a realização dos objetivos perseguidos.
juridicos/11269/
Fato Jurídico Defeitos dos atos Jurídicos

Fato Jurídico É Todo acontecimento, natural ou humano e suscetível


Vícios do Consentimento:
de produzir efeitos jurídicos. Os fatos Jurídicos constituem gênero que
inclui eventos puramente naturais (fatos jurídicos em sentido restrito),
Erro
e atos humanos de que derivam efeitos jurídicos, quais sejam, atos jurídi-
Podemos considerar o erro como um falso conhecimento ou noção e-
cos e atos ilícitos. Tal a classificação adotada pelo Código Civil ao consi-
quivocada sobre um fato ou características referentes ao objeto, pessoa,
derar que, no ato Jurídico ou lícito, o efeito jurídico deriva da vontade do
cláusula ou sobre o próprio ato negocial como um todo.
agente (contratos, testamentos),ao passo que no ato ilícito o feito inde-
pende da vontade do agente, que, ao agir com dolo ou culpa e ocasionar
Erro, entretanto, só é considerado como causa de anulabilidade do ne-
dano a outrem, ocasionará efeitos jurídicos que, em absoluto, desejou,
gócio se for essencial, escusável e prejudicar real e efetivamente o decla-
porque sempre sujeito às sanções legais.
rante da vontade.
Caso fortuito ou força maior são fatos capazes de modificar os efei-
Erro de Fato, aquele que recai sobre uma situação fática referente ao
tos de relações jurídicas já existentes, como também de criar novas rela-
negócio realizado, subdivide-se em erro essencial e erro acidental.
ções de direito. São eventualidades que, quando ocorrem, pode escusar o
Erro essencial ou substancial: É aquele que, de acordo com o direito
sujeito passivo de uma relação jurídica pelo não cumprimento da obrigação
positivo (CC, art. 86), é capaz de viciar o consentimento do agente, tornan-
estipulada. E o caso, por ex., de uma tempestade que provoque
do o negócio por ele praticado anulável. São quatro as modalidades de erro
o desabamento de uma ponte por onde deveria passar um carregamento
substancial, a saber:
confiado a urna transportadora. Diante de tal situação e da impossibilidade
da continuação do itinerário, a transportadora livra-se da responsabilidade
Error in negotio: Este tipo de erro diz respeito à natureza própria do ato,
pela entrega atrasada do material. Porém, para que determinado caso
ou seja, incide sobre a própria essência ou substância do negócio. Por ex.,
fortuito ou força maior possa excluir a obrigação estipulada em um contrato,
algum que pensa estar vendendo um objeto quando na verdade estar
é necessária a observação de certas circunstâncias, tais como a inevitabili-
realizando uma doação.
dade do acontecimento e a ausência de culpa das partes envolvidas na
relação afetada. Caso não haja a presença de qualquer destes requisitos,
Error in corpore: É aquele que recai sobre a identidade do objeto prin-
não pode haver caso fortuito ou força maior que justifiquem
cipal da relação jurídica negocial. Por ex., um indivíduo que acredita estar
o descumprimento contratual.
comprando uma motocicleta, mas na realidade adquire uma bicicleta.
“Factum principis” é aquele fato também capaz de alterar relações ju-
Error in substantia: Incide sobre as características essenciais do objeto
rídicas já constituídas, porém, através da presença da intervenção do
da declaração da vontade. Por ex., alguém que, sem saber, adquire uma
Estado e não da ação da natureza ou de qualquer eventualidade. Tal
casa de dois pavimentos, mas acreditava estar comprando uma de três.
situação se configura quando o Estado, por motivos diversos e de interesse
público, interfere numa relação jurídica privada, alterando seus efeitos e,
Error in persona: Induz a uma falsa ideia sobre a própria pessoa que fi-
por vezes, até assumindo obrigações que antes competiam a um ou mais
gura como a outra parte da relação negocial. É o caso, por ex., do marido
particulares. Por ex. o Estado pretende construir uma estrada que cortará o
que, sem ter o conhecimento do fato, contrai matrimônio com mulher já
espaço físico de determinada indústria, provocando sua desapropriação e a
deflorada.(Código Civil, art. 219, IV).
consequente extinção do estabelecimento industrial, mediante, obviamente,
indenização. Porém, não só a indústria será extinta como também os
Erro acidental: Em tese, não é capaz de viciar o consentimento do su-
demais contratos de trabalho dos empregados do local. Diante de tal situa-
jeito, pois recai apenas sobre qualidades acessórias do objeto da rela-
ção, a autoridade pública obriga-se a assumir as devidas indenizações
ção(error in qualitate), bem como sobre sua medida, peso ou quantida-
trabalhistas, conforme disposto no art. 486 da CLT.
de(error in quantitate), desde que não importe em prejuízo real ao individuo.
Por ex., uma pessoa que compra um automóvel e posteriormente descobre
Atos Jurídicos no Sentido Amplo
que o porta-malas é 5 cm2 menor do que pensava.

Direito 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Já o erro de direito ou error juris é aquele que diz respeito à norma
jurídica disciplinadora do negócio. Não se confunde, contudo, com aigno- Ato Jurídico Nulo, Ato desprovido de requisitos substanciais ou que
rantia legis, uma vez que esta é o desconhecimento completo da existência fere a norma jurídica, sendo inquinado de ineficácia absoluta. O Código
da lei, sendo o erro de direito seu conhecimento equivocado, apesar do Civil exige, no art. 82, para a validade do ato jurídico, agente capaz, objeto
Código Civil equiparar essas duas noções. lícito e forma prescrita ou não defesa em lei.

Dolo Ato Jurídico Anulável ato praticável em desatendimento a formalida-


A noção que teremos de dolo é diversa daquela empregada pelo direito des legais, e que, embora ratificável, pode ser anulado por quem tenha
penal, pois este o restringe apenas à vontade livre e consciente de praticar interesse na sua ineficácia. Determina o Código Civil “Art. 147.anulável
um crime.Dolo civil é todo ato malicioso ou fraudulento empregado por uma o ato Jurídico, por incapacidade relativa do agente (art. 6º); por vício
das partes ou por terceiro com o objetivo de ludibriar o outro contratante resultante de erro, dolo, coação, simulação, ou fraude (arts. 86 a 113). Art.
para que este manifeste seu consentimento de maneira prejudicial a sua 148. O ato anulável pode ser ratificado pelas partes, salvo direito de tercei-
vontade livre ou ao seu patrimônio, pois este consentimento seria declarado ro. A ratificação retroage à data do ato”. O art. 152estabelece: “As nulida-
de forma diferente ou sequer teria existido caso não fosse utilizado tal des do art. 147 não tem efeito antes de julgadas por sentença, nem se
artifício astucioso. pronunciam de ofício. Só os interessados as podem alegar, e aproveitam
exclusivamente aos que as alegarem, salvo o caso de solidariedade, ou
Existem diversos tipos de dolo, sendo o dolus bonus e o dolus ma- indivisibilidade”.
lus os que mais nos interessam.
Ato-Condição é necessário para que a lei possa ser aplicada. Pressu-
Dolus bonus: É aquele frequentemente empregado no comércio in- põem um imperativo hipotético, cuja concretização depende da realização
formal e até mesmo no formal. Consiste em exageros nas vantagens e de certos atos voluntários ou, mesmo, fatos. Ato-condiçõesnão se confun-
boas qualidades da mercadoria oferecida pelo comerciante. de com o ato jurídico em sentido restrito porque no ato-condição o efeito
jurídico, produzido pela aplicação de uma situação jurídica criada, ao passo
Dolus malus: É o dolo que prejudica efetivamente a vítima, capaz de que no ato Jurídico em sentido estrito, à vontade daquele que pratica o ato
viciar sua vontade, tornando o negócio anulável. E um artifício fraudulento que produz o efeito jurídico.
que consegue enganar até mesmo as pessoas mais cautelosas e instruí-
das. Negócios Jurídicos

Coação O negócio jurídico é todo ato decorrente de uma vontade auto regula-
Entende-se como coação capaz de viciar o consentimento todo fator da, onde uma ou mais pessoas se obrigam a efetuar determinada presta-
externo capaz de influenciar, mediante força física ou grave ameaça, a ção jurídica colimando a consecução de determinado objetivo. Como em
vítima a realizar negócio jurídico que sua vontade interna não deseja efetu- todo ato jurídico, os efeitos do negócio jurídico são previamente instituídos
ar. pelas normas de direito, porém, os meios para a realização destes efeitos
estão sujeitos à livre negociação das partes interessadas, que estabelecem
Vícios Sociais as cláusulas negociais de acordo com suas conveniências, claro que sem
ultrajar Os limites legais.
Simulação:
Negócio simulado é aquele forjado pelas partes e que na verdade não O negócio jurídico mais comum é o contrato, apesar de existirem ou-
existe, com o objetivo de prejudicar terceiros. São atos praticados sempre tros tipos de atos negociais, como o testamento, por exemplo.
com a cumplicidade de outrem, ou seja, são bilaterais. Podem apresentar
uma declaração de vontade intencionalmente discrepante da vontade real A classificação mais comum dos negócios jurídicos é a seguinte:
ou um consentimento externo em harmonia com a vontade interna, mas
que de qualquer modo está em detrimento com a ordem jurídica. Negócios receptícios e não receptícios: o negócio jurídico receptício é
aquele em que a manifestação da vontade de uma parte deve estar em
Fraude contra credores: consonância com a outra parte para que o negócio se constitua e produza
A fraude contra credores é um ato praticado pelo devedor, com ou sem efeitos. Há a necessidade de duas vontades dirigidas em sentidos opostos,
a cumplicidade de outrem, com o objetivo de desfazer o seu patrimônio ou seja, à vontade de uma parte deve ser direcionada à outra parte, que,
para impossibilitar o pagamento de suas dívidas, prejudicando, portanto, os por sua vez, deve recebe-la e manifestar suas intenções ao outro interes-
credores. Pode decorrer de uma simulação ou da realização de um negócio sado, produzindo então o acordo de vontades.
de fato existente, porém anulável, segundo o art. 147, II, CCB.
Já os negócios não receptícios são aqueles que se realizam com uma
Atos Ilícitos simples manifestação unilateral de vontade, não havendo a necessidade de
seu direcionamento a uma pessoa especifica para que se plenifique e
São atos que vão de encontro com o ordenamento jurídico, lesando o produza efeitos.
direito subjetivo de alguém.
Negócios “inter vivos” e “mortis causa”: Os negócios
Para que se configure o ato ilícito é mister que haja um dano moral ou “inter vivos” são aqueles que se realizam e se aperfeiçoam enquanto
material à vítima, uma conduta culposa (dolo ou culpa “stricto sensu”) por as partes estão vivas.
parte do autor e um nexo causal entre o dano configurado e a conduta
ilícita. “Mortis causa” são aqueles cujos efeitos só são produzidos com o ad-
vento da morte de uma das partes. E o caso dos testamentos ou dos con-
Ilícito civil gera uma obrigação indenizatória pelos danos efetivos e, em tratos de seguro de vida.
alguns casos, pelo que a vítima deixou de lucrar com o dano provocado.
Negócios onerosos e gratuitos: Negócio jurídico oneroso é aquele
Tal obrigação decorre da responsabilidade civil, que é a possibilidade em que as partes acordam uma prestação e uma contra prestação pecuniá-
jurídica que determinada pessoa tem de responder pelos seus atos, sejam ria, produzindo, para ambas, vantagens e encargos.
eles lícitos ou não. A responsabilidade pode ser direta (responder pelos
próprios atos) ou indireta (responder por atos de terceiros). O negócio gratuito ou gracioso caracteriza-se pela presença de vanta-
gens para somente uma das partes, enquanto que para a outra há somente
O Ato Jurídico Inexistente não constitui um ato propriamente dito, de encargos.
vez que a própria expressão ato inexistente constitui uma contradictio in
adiectio.

Direito 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Negócios solenes e não solenes: Solenes são aqueles que, por sua validade destes atos qualquer outro tipo de meio para a exteriorização da
própria natureza ou por disposição legal, exigem o cumprimento de deter- vontade senão aquele imposta pela norma legal. Dessa maneira, a regra é
minadas formalidades para que se configurem perfeitos. que os negócios jurídicos reputam-se válidos mediante qualquer instrumen-
to de manifestação volitiva, e a exceção que determinado ato só serão
Não solenes são aqueles que não exigem tais formalidades para se considerados existentes caso observem a forma especial a eles determina-
constituírem, apesar de, geralmente, apresentarem forma apenas a título da pela norma jurídica.
de prova de sua existência.
Como já pudemos observar, a forma nos negócios jurídicos pode ser
Estrutura dos Negócios Jurídicos determinada pela lei ou pelos próprios interessados de maneira autônoma.
No primeiro caso, estamos no campo dos negócios solenes, ou seja, aque-
Consentimento les que exigem o cumprimento de determinadas solenidades para sua
Sabemos que a presença da vontade é característica básica na forma- configuração jurídica.
ção de qualquer ato jurídico. Porém, mister se faz a manifestação livre e
consciente desta vontade, para que esta possa funcionar de maneira a Elementos Acidentais Ou Modalidades
expressar a verdadeira intenção do agente a respeito do negócio que está
realizando. Caso isto não ocorra, caracterizam-se os chamados vícios do Condição
consentimento, situações que apreciaremos adiante. Segundo a art. 114 do Código Civil “considera-se condição a cláusula,
que subordina o efeito do ato jurídico a evento futuro e incerto”.
Capacidade das partes
Se a vontade é pressuposto essencial para a existência dos atos jurídi- O legislador não poderia ser mais claro ao definir a condição, que, ao
cos, consequentemente, a possibilidade jurídica ou capacidade para mani- incidir sobre a eficácia (capacidade de produzir consequências de direito)
festá-la também o será. do negócio jurídico, deixa seus efeitos dependentes de um acontecimento
futuro que pode ou não se realizar.
Dessa maneira, à vontade declarada por incapaz torna o negócio jurí-
dico, a depender do grau da incapacidade (absoluta ou relativa), nulo ou Para que haja condição, o acontecimento, além de futuro e incerto, de-
anulável. Sendo assim, o Código Civil assim determina em seu art. 145: É ve ser possível física e juridicamente. A impossibilidade física da realização
nulo o ato jurídico: I. quando praticado por pessoa absolutamente inca- de determinado acontecimento gera a invalidação da condição, porém,
paz;...”. E na mesma linha de raciocínio, o art. 147 assim reza: “É anulável mantém o negócio ileso, devendo ignorar a existência da cláusula condicio-
o ato jurídico: I. por incapacidade relativa do agente;...”. nal impossível, para que possa produzir efeitos desde sua formação.

Isso não significa que os incapazes não podem figurar como sujeitos Os principais tipos de condição admitidos em nosso direito são a con-
de uma relação jurídica negocial. Participam indiretamente de tais relações dição suspensiva e a condição resolutiva.
através de seus representantes legais, no caso dos absolutamente incapa-
zes, ou de um assistente, quando se trata dos relativamente incapazes. Segundo o art. 118 do Código Civil, “subordinando-se a eficácia do ato
Dessa forma, a representação é a forma de suprimento da incapacidade à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquiri-
absoluta, sendo a assistência a maneira adotada pelo direito para a prote- do o direito, a que ele visa”.
ção dos relativamente incapazes.
Dessa maneira, a condição resolutiva é o contrário da suspensiva, uma
Há casos, entretanto, em que a capacidade ordinária ou geral a qual se vez que esta última, ao se observar o fato condicionante, permite que o ato
referem os arts. 5º e 6º do Código Civil não é suficiente para conferir a passe a produzir seus efeitos normais, enquanto que a primeira, quando se
possibilidade jurídica para uma pessoa manifestar validamente seu consen- dá o acontecimento previsto por ela, cessa todos os efeitos que o negócio
timento. Nestas situações, estamos na seara da chamada capacidade já produzia desde sua formação.
especial, que é exigida ao indivíduo devido à sua posição em relação ao
objeto do ato negocial, ou devido a determinadas circunstâncias relativas à Termo
própria situação da pessoa. Termo é todo evento futuro e certo ao qual ficam subordinados os efei-
tos decorrentes do negócio jurídico. Aliás, a diferença básica entre termo e
Liceidade do objeto condição é justamente a certeza do acontecimento futuro que, no caso do
Para que o negócio jurídico possa realizar-se de forma perfeita e efi- termo, deve existir necessariamente.
caz, o direito, além de exigir a presença do consentimento e a capacidade
das partes, pressupõe que a relação jurídica gire entorno de um objeto Nos negócios a termo é comum o aparecimento de um termo inicial,
lícito, ou seja, tolerado pelo ordenamento jurídico e pelos bons costumes. que corresponde ao dia em que o negócio começará a produzir seus efeitos
De maneira que a presença de objeto ilícito é causa incontestável de anu- ordinários. Possui, portanto, características suspensivas, pois deixa os
lação do negócio, conforme dita o art. 145, II, do Código Civil. efeitos do ato suspensos até a chegada da data acordada pelas partes.
Contudo, o termo inicial não corresponde ao dia em que os direitos das
Idoneidade do objeto partes serão adquiridos, e sim, ao marco inicial para a possibilidade do
Ainda nas considerações sobre o objeto da relação negocial, temos exercício destes direitos, estes existindo desde a formação do ato. E o que
que, além de lícito, deve ser ele idôneo, ou seja, passível de figurar como encontramos disciplinado no art. 123 do Código Civil.
centro de uma relação jurídica. Assim, o objeto cuja prestação for impossí-
vel de ser realizada tanto pelo devedor quanto por qualquer outra pessoa Também é comum o advento do chamado termo final, que nada mais é
normal gera a nulidade do ato ao qual pertence. do que o dia marcado pelas partes para o rompimento dos efeitos jurídicos
do negócio, possuindo, com efeito, características resolutivas.
Forma
À vontade, para que possa dar eficácia ao negócio jurídico colimado Prazo é o lapso de tempo existente entre o termo inicial e o final. As-
pelas partes, deve ser manifestada através de um meio determinado pela sim, quando alguém compra um automóvel e divide o pagamento em
norma jurídica ou pelos próprios interessados. São solenidades ou ritos que prestações, o termo inicial corresponderá ao dia acordado para o pagamen-
devem ser seguidos para que a vontade deixe o âmbito subjetivo e passe a to da primeira prestação e o termo final à data para a efetuação da última
existir no mundo exterior ao individuo, gerando então efeitos jurídicos. parcela, sendo o prazo o tempo que decorrer entre a primeira prestação e a
última.
O nosso direito adota o princípio da forma livre para a validade das e-
missões volitivas na seara negocial, conforme podemos apreender do art. Modo ou Encargo
129 do Código Civil. Porém, esse mesmo artigo põe a salvo os negócios Modo é a determinação acidental que, quando aparece no negócio,
cuja forma é previamente determinada pela lei, não se admitindo para a restringe o direito ou as vantagens auferidas por uma das partes, na medi-

Direito 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
da que institui uma ou mais obrigações ao adquirente do direito, em favor Referentemente à obrigação negativa ou de não fazer (arts. 882 e
da outra parte, de terceiros ou de uma generalidade de pessoas. Geralmen- 883), consiste, simplesmente, na omissão ou abstenção obrigatória da
te aparecem nos chamados negócios graciosos como a doação e o testa- prática de um ato.
mento ou legado. Apresenta-se sob a forma de um compromisso ou uma
prestação imposta à parte beneficiada pelo negócio e que deve ser obser- Entretanto, se o devedor pratica livremente o ato a que se obrigara a
vada, sob pena do desfazimento do ato. não praticar, infringe o art. 883 do CC, podendo o credor exigir dele que o
desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado
O modo, entretanto, é diferente da condição, na medida em que esta perdas e danos. Quanto à obrigação alternativa, a própria denominação o
suspende a aquisição do direito até que se realize determinado evento indica, é aquela que tem natureza composta ou complexa, apresentando-se
(condição suspensiva), porém, ao ser adquirido, o direito torna-se pleno. Ao com vários objetos, dos quais o devedor escolher um, se o contrário não se
passo que, ao contrário da condição, o encargo permite a aquisição do estipular.
direito desde a formação do ato, porém restringindo-o a uma determinada
obrigação que deve ser observada pelo adquirente. Podem as partes, contudo, contratar que a escolha seja feita pelo cre-
dor ou por terceiro escolhido por elas. No que tange às obrigações divisí-
Negócio Jurídico. Em que pese o fato de considerável parte da doutrina veis, são aquelas que ensejam cumprimentos parciais. A importância desta
civilista confundir as expressões ato jurídico e negócio jurídico, moderna- espécie de obrigação avulta quando se trata de vários credores e devedo-
mente uma nova concepção, de caráter dualista, ressalta sensíveis diferen- res para uma só obrigação; em tal caso, cada credor tem direito apenas a
ças entre estas duas figuras. uma parte, podendo reclama-Ia independentemente dos demais credores.
Em contrapartida, cada devedor responde apenas por sua cota.
Relações Jurídicas (definição, espécie, nascimento e extinção).
Quanto às obrigações indivisíveis, somente pode ser cumprida em sua
Relações Jurídica, desde seu nascimento até a morte, o homem se a- integralidade. Havendo vários credores na obrigação indivisível, qualquer
cha envolvido em imensa teia de relações sociais, muitas das quais a lhe deles pode cobrar a dívida toda; porém, recebendo prestação, fica devedor
imporem direitos e deveres. junto aos demais credores pela cota-parte de cada um. O devedor, por sua
vez, desobriga-se por inteiro pagando a todos conjuntamente ou a um
Quando, numa relação jurídica, os direitos e deveres das partes são credor apenas, desde que dá caução de ratificação dos demais. No que se
recíprocos, tal relação chama-se complexa; quando apenas uma das partes refere à obrigação solidária, pode ser conceituada como a espécie de
tem direito, e a outras obrigações, a relação chama-se simples. Por outro obrigação em que há vários credores ou vários devedores, mantendo entre
lado, se num dos pólos da relação jurídica acha-se o Estado, dotado de seu si uma solidariedade jurídica quanto ao crédito ou débito. A solidariedade
poder de império, haver relação jurídica de direito público. pode ser ativa, quando pertinente aos credores, e passiva, quando referen-
te aos devedores.
Classificação das Obrigações quanto ao objeto (de dar, de fazer e de
não-fazer). Determina o Código Civil no art. 896, parágrafo único, que há solida-
riedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais
Em se adotando a classificação das obrigações prevista no Código Ci- de um devedor, cada um com direito, ou obrigado a divida toda. Não há
vil, temos o seguinte quadro, quanto ao objeto e quanto ao sujeito. solidariedade, pois esta não se compadece com o fracionamento do objeto.

Quanto ao objeto subdividem-se em: positivas, que são as dedar Extinção das obrigações sem pagamento (novação, compensação,
e as de fazer; negativas, que são as de não fazer (arts. 882 e transação, confusão, compromisso e remissão).
883); alternativas; divisíveis; indivisíveis. Quanto ao sujeito, as obriga-
ções classificam-se em: individuais; solidárias. Novação do latim novare, inovar. Constituição de uma nova obrigação,
em substituição à anterior, que se extingue. E a extinção de uma dívida
A Obrigação Positiva de dar é aquela cujas prestações consiste na anterior pela criação de uma nova obrigação. Código Civil: arts. 999 a
entrega de uma coisa móvel ou imóvel, seja para constituir um direito real, 1.008.
seja somente para facultar o uso, ou ainda, a simples detenção, seja,
finalmente, para restituí-la ao seu dono. Tal definição compreende duas É a forma de extinção da obrigação mediante a substituição de uma di-
espécies de obrigações: a de dar, propriamente dita, e a de restituir. O vida por outra. Opera-se pela mudança do credor (art. 999, III, do Código
devedor não se desobriga, nesta relação jurídica, oferecendo outra coisa, civil), pela mudança do devedor (art. 999, II do Código Civil), como, por
ainda que mais valiosa. Se a coisa a dar é certa, nela se compreendem os igual, pela troca do objeto ou da causa da obrigação (art. 999, I, do mesmo
seus acessórios, ainda que se achem, no momento, dela separados, salvo Código).
se, na convenção, o devedor foi eximido desse encargo. A obrigação positi-
va de dar pode estar fundada em coisa certa ou em coisa incerta. Na obri- Sua prova demonstra-se pela constituição válida da nova obrigação
gação de dar coisa certa, o credor não está obrigado a receber outra coisa, que substitui a anterior. Diante de uma nova obrigação assim constituída
mesmo que seja mais valiosa. O devedor entregar ou restituir o bem ao após a penhora, a questão é passível de exame em sede de embargos.
credor, sem que se permita qualquer modificação no objeto da prestação.
Compensação do latim, compensatio. Equilibrar, contrabalançar. Modo
No tocante a obrigação positiva de fazer (arts. 878 a 881), o devedor de extinção de obrigações recíprocas. Quando duas pessoas são, simulta-
obriga-se a criar algo novo, que não existia no mundo real, transcendendo neamente, credoras e devedoras entre si, as obrigações respectivas se
a simples entrega ou restituição do bem. compensam. Pode ser legal ou voluntária, conforme determinada em lei ou
resultante da vontade das partes. Somente se aplica a dívidas líquidas, que
Compromete-se, então, a prestar uma atividade qualquer, lícita e van- representem dinheiro ou coisas fungíveis. Código Civil: arts. 1.009 a 1.024.
tajosa, ao seu credor, por exemplo, escrever um livro sob encomenda da
editora, ministrar aulas particulares. As obrigações de fazer são, muitas Transação do latim transigere, transigir, ceder, condescender, contem-
vezes, resolvidas em prestações de trabalho por parte do devedor, como porizar, chegar a acordo. In/transigente, aquele que não transige ou não
acontece nas locações de obras; porém, muitas outras vezes, consistirão cede. Ato jurídico pelo qual as partes (transigentes) extinguem obrigações
num ato ou fato, para cujas execuções se não exige um desenvolvimento litigiosas mediante concessões mútuas. O Código Civil disciplina a transa-
de força física ou intelectual. Quando alguém promete prestar uma fiança, a ção nos arts. 1.025 a 1.036, assim dispondo os arts. 1.025, 1.026, 1.027,
essência do ato, objeto da prestação, não consiste no significante dispêndio 1.028, 1.029, 1.030, 1.033 e 1.035: “Art. 1.025. É lícito aos interessados
de esforço, que a prestação da fiança possa exigir, mas sim na necessida- prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas. Art.
de de concluir a operação jurídica, a que se vem ligar, de um lado, os 1.026. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta.
riscos, e do outro, as vantagens do crédito fornecido ““. Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos direitos contes-
tados e não prevalecer em relação a um, fica, não obstante, válida relati-

Direito 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vamente aos outros. Art. 1.027. A transação interpreta-se restritivamente. Por se tratar de um conceito classificatório em relação ao conteúdo da
Por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direi- norma jurídica, distingue-se das normas jurídicas de natureza privada.
tos. Art. 1.028. Se a transação recair sobre direitos contestados em juízo,
far-se-á”: Estado
Em todas as sociedades humanas, a convivência pacífica só é possível
É também outra forma de extinção da obrigação. Nela, as partes previ- graças à existência de um poder político instituído acima dos interesses e
nem ou extinguem litígio por meio de recíprocas concessões (art. 1.025 do vontades individuais. O estado, organização que monopoliza esse poder
Código Civil). A transação pode ser judicial e extrajudicial: aprimeira nas civilizações desenvolvidas, tem alcançado o bem comum ao longo da
resulta de pendência processual que põe fim ao litígio, extinguindo, pois, o história pelo emprego de formas diferentes de governo.
processo com julgamento de mérito (art. 269, III, do CPC),mediante termo
nos autos e homologado pelo juiz; a segunda dá-se fora dos autos e “tanto Conceito geral
pode ter a finalidade de evitar a demanda, como a ela por termo”. Estado é a organização política de um país, ou seja, a estrutura de po-
der instituída sobre determinado território ou população. Poder, território e
Por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo povo (ou nação) são, consequentemente, os elementos componentes do
juiz; II - Por escritura pública, nas obrigações em que a lei o exige, ou conceito de estado, que com eles deve estar identificado.
particular, nas em que ela o admite. Art. 1.029. Não havendo ainda lití-
gio,a transação realizar-se por aquele dos modos indicados no artigo ante- Poder é a capacidade que o aparelho institucional tem para impor à so-
cedente, II, que no caso couber. Art. 1.030. A transação produz entre as ciedade o cumprimento e a aceitação das decisões do governo ou órgão
partes o efeito de coisa julgada, esse rescinde por dolo, violência ou erro executivo do estado. O território, espaço físico em que se exerce o poder,
essencial quanto à pessoa ou coisa controversa. Art. 1.033. Atransação está claramente delimitado com relação ao de outros estados e coincide
concernente a obrigações resultantes de delito não perime a ação penal da com os limites da soberania. A nação ou povo sobre o qual atua o estado é
justiça pública. Art. 1.035. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter uma comunidade humana que possui elementos culturais, vínculos econô-
privado se permite a transação. micos, tradições e histórias comuns. Isso configura um espírito solidário que
geralmente é anterior à formação da organização política. Dessa forma, o
Confusão do latim confusione, fusão, mistura. Modo de extinção de estado e a nação nem sempre coincidem: há estados plurinacionais (com
obrigações consistente na reunião, numa única pessoa, das qualidades de várias nacionalidades) - como a Espanha, a Suíça e o Canadá - e nações
credor e de devedor. Tal conceito encontra apoio no próprio Código Ci- repartidas entre vários estados - como no caso do povo árabe.
vil, art. 1.049: “Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa
O aparelho de estado é composto de três elementos básicos de orga-
se confundam as qualidades de credor e devedor”.
nização: a administração, as forças armadas e a fazenda. A administração
é a organização encarregada de tomar as decisões políticas e de fazer com
Compromisso, geralmente aparece nos chamados negócios graciosos
que elas sejam cumpridas por intermédio de uma série de órgãos ou depar-
como a doação e o testamento ou legado. Apresenta-se sob aforma de um
tamentos (governo, ministérios, governos territoriais ou regionais, polícia,
compromisso ou uma prestação imposta à parte beneficiada pelo negócio e
previdência social etc.). A função das forças armadas é defender o estado.
que deve ser observada, sob pena do desfazimento do ato. Portanto, um
A manutenção de todo o aparelho estatal exige a arrecadação de fundos
dos efeitos do aparecimento de uma cláusula modal num negócio gracioso
mediante a contribuição dos membros da sociedade, função que corres-
é justamente a sua compulsoriedade. Sendo assim, quando se trata de
ponde à fazenda.
doações, o art. 1180 do Código Civil institui que “o donatário é obrigado a
cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de Nenhum poder político pode manter-se durante muito tempo pelo uso
terceiro, ou do interesse geral”. exclusivo da força. O que legitima o poder do estado é o direito, ordem
jurídica que regula o funcionamento das instituições e o cumprimento das
O modo, entretanto, é diferente da condição, na medida em que esta leis pelas quais deve reger-se a coletividade. Ao mesmo tempo em que
suspende a aquisição do direito até que se realize determinado evento legitima o estado, o direito limita sua ação, pois os valores que orientam o
(condição suspensiva), porém, ao ser adquirido, o direito torna-se pleno. Ao corpo jurídico emanam, direta ou indiretamente, do conjunto da sociedade.
passo que, ao contrário da condição, o encargo permite a aquisição do As normas consuetudinárias, os códigos de leis e, modernamente, as
direito desde a formação do ato, porém restringindo-o a uma determinada constituições definem os direitos e deveres dos cidadãos, além das funções
obrigação que deve ser observada pelo adquirente. e limites do estado. Nos estados liberais e democráticos, as leis são elabo-
radas e aprovadas pelos corpos legislativos, cujos membros, eleitos pelos
Remissão, renúncia, liberação, perdão. Trata-se de ação de desobri- cidadãos, representam a soberania nacional. A lei está acima de todos os
gar, feita espontaneamente, sem condição de espécie alguma. Remitir, indivíduos, grupos e instituições. Esse é o significado da expressão "impé-
perdoar incondicionalmente. As palavras remissão e aceptilação têm o rio da lei".
mesmo significado, qual seja, o de perdão da dívida. No direito, a causa de
extinção de obrigações e não se confunde com remissão. Código Civil: arts. O julgamento sobre o cumprimento ou não-cumprimento das leis e o
1.053 a 1.055. estabelecimento das penas previstas para punir os criminosos compete ao
poder judiciário, exercido nos tribunais.
O termo remissão, que na linguagem jurídica tem o significado de ex- Evolução histórica do estado
tinção da obrigação pelo perdão dado pelo credor, seja por ato unilateral,
verdadeira renúncia a direito, seja por ato de liberalidade a pedido do Origem do estado. Nas sociedades matriarcais, anteriores ao surgi-
devedor. mento da família monogâmica e da propriedade privada, o poder social era
Autor: Dr. Marcus Vinícius Saavedra Guimarães de Souza distribuído de forma hierarquizada, a partir dos conselhos de anciãos e das
estruturas tribais. As relações entre os membros das sociedades eram de
tipo pessoal e a coesão do grupo se baseava em práticas religiosas e ritos
2.4. Direito Público. sociais de tipo tradicional.
2.4.1. Estado
2.4.2.1. O Estado e seus elementos O surgimento da agricultura e a consequente distribuição de terras en-
2.4.2.2. Finalidade do Estado tre os membros da sociedade favoreceu a criação da propriedade privada,
dos direitos hereditários e, por conseguinte, da família patriarcal. Nela, a
O direito público se refere ao conjunto das normas jurídicas de natu- descendência devia ser assegurada por meio de um sólido vínculo matri-
reza pública, compreendendo tanto o conjunto de normas jurídicas que monial de caráter monogâmico (a mulher só podia ter um marido). Os
regulam a relação entre o particular e o Estado, como o conjunto de normas primeiros estados, no Egito, na Mesopotâmia, na China, na Índia, na Amé-
jurídicas que regulam as atividades, as funções e organizações de poderes rica Central, nos Andes etc. surgiram como uma delegação do poder social,
do Estado e dos seus servidores. numa estrutura política capaz de assegurar o direito de propriedade frente a
inimigos internos (ladrões) ou externos (invasores). Tiveram origem ainda
como organização destinada a tornar possível a realização dos trabalhos

Direito 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


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coletivos (construção de canais, barragens, aquedutos etc.) necessários do autoritário foi o império hispânico de Filipe II. No processo de seculariza-
para a comunidade. ção e racionalização do poder, o absolutismo (séculos XVII e XVIII) promo-
veu a desvinculação definitiva do estado com relação tanto aos poderes do
Esses primeiros estados se caracterizaram por exercer um poder abso- império e do papado, quanto da nobreza e das corporações urbanas. A
luto e teocrático, no qual os monarcas se identificavam com uma divindade. soberania, capacidade de criar o direito e de impor a obediência às leis,
O poder se justificava por sua natureza divina e era a crença religiosa dos ficou concentrada no estado, identificado com o monarca absoluto. Luís XIV
súditos que o sustentava. da França foi o expoente máximo do absolutismo monárquico.
A primeira experiência política importante no mundo ocidental foi reali- A ascensão econômica da burguesia criou, na segunda metade do sé-
zada na Grécia por volta do século V a.C. A unidade política grega era a culo XVIII, a necessidade de encontrar fórmulas políticas que abrangessem
polis, ou cidade-estado, cujo governo foi, em alguns momentos, democráti- as propostas burguesas sobre a configuração da sociedade e do estado:
co. Os habitantes que alcançavam a condição de cidadãos - da qual esta- participação, igualdade jurídica, liberdades individuais e direito de proprie-
vam excluídos os escravos - participavam das instituições políticas. Essa dade. Novas teorias políticas contribuíram para compor a ideologia da
democracia direta teve sua expressão mais genuína em Atenas. burguesia revolucionária. Thomas Hobbes, defensor do estado absolutista,
Para os filósofos gregos, o núcleo do conceito de estado se achava re- introduziu o individualismo radical no pensamento político e estabeleceu as
presentado pela ideia de poder e de submissão. Platão, em A república e bases teóricas do conceito moderno de contrato social, que seria desenvol-
As leis, afirmou que a soberania política devia submeter-se à lei. Para ele, vido, posteriormente, por Jean-Jacques Rousseau. John Locke afirmou o
somente um estado em que a lei fosse o soberano absoluto, acima dos caráter natural do direito à vida e à propriedade e defendeu uma divisão de
governantes, poderia tornar os cidadãos felizes e virtuosos. Platão esboçou poderes voltada para combater a centralização absolutista. Montesquieu
o modelo de uma cidade-estado ideal, na qual a lei exercia uma função definiu a configuração clássica dessa divisão de poderes em executivo,
educadora tanto dos cidadãos como do estado. Aristóteles distinguiu várias legislativo e judiciário.
formas de governo e de constituição, mas admitiu limites ao exercício do Estados contemporâneos. A revolução francesa teve como consequên-
poder por intermédio do direito e da justiça. cia a criação de uma nova estrutura política adaptada às transformações
A organização política de Roma foi, no início, semelhante à grega. A econômicas que a sociedade estava experimentando com o desenvolvi-
civitas (cidade) era o centro de um território reduzido, onde todos os cida- mento do capitalismo. Para garantir as liberdades individuais, a igualdade
dãos participavam do governo. Com a expansão do império e das leis jurídica e o direito de propriedade, foram limitadas as prerrogativas reais e a
gerais promulgadas por Roma, respeitaram-se as leis específicas dos atuação estatal foi submetida à lei. Com o precedente das constituições
povos dominados. Marco Túlio Cícero, orador e filósofo romano, afirmou americana e francesa, logo começaram a surgir, nos países europeus e
que a justiça é um princípio natural e tem a missão de limitar o exercício do americanos, textos constitucionais em que se consagrava o fracionamento
poder. do poder como garantia efetiva dos direitos do indivíduo. A missão principal
do estado liberal se baseava na proteção das liberdades individuais e na
Os arquétipos políticos gregos e as ideias de Cícero exerceram influ- manutenção de uma ordem jurídica que permitisse o livre jogo das forças
ência decisiva sobre santo Agostinho e em todos os seguidores de sua sociais e econômicas. Para cumprir essa missão, o estado se valia dos
doutrina. Para santo Agostinho, o estado é uma comunidade de homens meios legais estabelecidos pela constituição.
unida pela igualdade de direitos e pela comunhão de interesses: não pode
existir estado sem justiça. Apenas a igreja, modelo da cidade celeste, pode O crescimento do proletariado industrial e os conflitos imperialistas en-
orientar a ação do estado na direção da paz e da justiça. tre as potências europeias favoreceram a deterioração e o descrédito dos
regimes liberais a partir do final do século XIX. O socialismo utópico e,
Na Idade Média, a teoria de que o poder emanava do conjunto da co- depois, o anarquismo e o marxismo negaram a legitimidade do estado
munidade surgiu como elemento novo. O rei ou o imperador, portanto, liberal e propuseram novos modelos de sociedade nos quais o homem
deviam ser eleitos ou aceitos como tais por seus súditos, para que sua poderia desenvolver plenamente suas capacidades.
soberania fosse legítima. O enfoque de que o poder terreno era autônomo
com relação à ordem divina permitiu o surgimento da doutrina de um "pac- O anarquismo criticou diretamente o estado por considerá-lo um ins-
to" que devia ser realizado entre soberano e súditos, em que eram estabe- trumento de opressão dos indivíduos. Os anarquistas sustentavam que
lecidas as condições do exercício do poder e as obrigações mútuas para todo o poder era desnecessário e nocivo. Propunham a substituição das
alcançar o bem comum. A lei humana, reflexo da lei divina, devia apoiar-se relações de dominação estabelecidas pelas instituições estatais por uma
na razão. Santo Tomás de Aquino expõe essa concepção do poder na colaboração livre entre indivíduos e coletividades. Max Stirner, Pierre-
Summa theologica. Joseph Proudhon, Mikhail Bakunin e Piotr Kropotkin foram importantes
representantes das diferentes correntes anarquistas.
Desenvolvimento do estado moderno. A concepção antropocêntrica do
mundo adotada pelos renascentistas levou à secularização da política. Para Karl Marx, Friedrich Engels e os marxistas que vieram depois, a
Maquiavel, em O príncipe, defendeu um estado secular forte, capaz de igualdade jurídica e as declarações formais de liberdade nos estados
fazer frente ao poder temporal do papado. Segundo Maquiavel, o estado liberais encobriam a desigualdade econômica e a situação de exploração
tem sua própria razão como guia: a razão de estado, independente da de determinadas classes sociais por outras. O estado capitalista era o meio
religião e da moral. O estado renascentista tinha as seguintes característi- de opressão da burguesia sobre o proletariado e as demais classes popula-
cas: existência de um poder independente, com um exército, uma fazenda res. Segundo a teoria do materialismo histórico, o próprio desenvolvimento
e uma burocracia a seu serviço; superação da atomização política medie- do capitalismo e o crescimento do proletariado desembocariam na destrui-
val; base territorial ampla; e separação entre o estado e a sociedade. ção do estado burguês e em sua substituição por um estado transitório, a
ditadura do proletariado. Essa finalmente se extinguiria para dar lugar à
No século XVI, Jean Bodin incorporou a noção de soberania à ideia de sociedade sem classes. A revolução russa e, posteriormente, a chinesa, a
independência do poder político: o estado é soberano e não tem que reco- cubana e outras procuraram colocar em prática o estado socialista, ou
nhecer na ordem temporal nenhuma autoridade superior que lhe dê consis- comunista, da ditadura proletária em suas diferentes interpretações.
tência jurídica. A esse conteúdo racional, trazido pelo Renascimento, se
deve a aparição do estado moderno, que se distingue por ser constituído de Na primeira metade do século XX, a crítica ao estado liberal se desen-
uma população ampla, que normalmente reúne características nacionais, volveu também a partir das ideologias fascistas, baseadas em uma con-
estabelecida num território definido e regida por um poder soberano. cepção radical do nacionalismo. Tanto o fascismo italiano quanto o nacio-
nal-socialismo alemão defenderam os interesses da nação sobre a liberda-
A partir do século XVI, o estado conheceu as seguintes configurações: de dos indivíduos. O estado, encarnação do espírito nacional, devia con-
estado autoritário, estado absoluto, estado liberal, estado socialista ou centrar todas as energias individuais a fim de atingir seus objetivos últimos
comunista, estado fascista e estado democrático. e transcendentes. Historicamente, o fascismo representou uma reação
A primeira fase do estado moderno se caracterizou pelo fortalecimento contra o auge do movimento operário e o comunismo internacional depois
do poder real, embora seus meios de ação política tenham sido limitados da revolução russa. Também significou uma justificativa ideológica para o
pela privatização dos cargos públicos. O exemplo mais conhecido de esta- imperialismo de dois estados que haviam ficado fora da divisão do mundo
promovida pelas outras potências ocidentais.

Direito 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Depois da segunda guerra mundial, dois sistemas políticos e econômi- Diante desse ponto o que interessa realmente é o encontro da relação
cos disputaram o poder sobre o planeta. No bloco socialista, os estados entre os Estados e os fins individuais.
mantiveram suas características totalitárias, baseadas no poder absoluto de
um partido único considerado porta-voz dos interesses da classe trabalha- O Estado, até então, é uma unidade conseguida pelo desejo de reali-
dora. No bloco ocidental, o estado liberal se consolidou mediante a adoção, zação de inúmeros fins particulares. A vida do Estado é movida por uma
desde o início do século, de diversos princípios democráticos e sociais: série de ações humanas sempre determinadas por um fim e, assim, os fins
sufrágio universal (antes o voto era censitário, ou seja, só para as classes do Estado deverão ser a síntese dos fins individuais. De acordo com as
ricas), voto feminino, desenvolvimento dos serviços públicos e sociais, análise feitas pelo texto, as instituições do Estado não são poderes cegos
intervenção estatal na economia etc. A tradicional divisão de poderes se da natureza, mas nascem e se transformam por influência da vontade
manteve formalmente, mas o fortalecimento do poder executivo se genera- humana e em vista de fins a atingir.
lizou em quase todos os países. Segundo o ponto de vista do relacionamento do Estado com os indiví-
A partir de 1990, a reunificação dos dois estados alemães, o esfacela- duos, há outra ordem de teorias, propõe fins expansivos, fins limitados e
mento da União Soviética e a derrocada dos regimes comunistas represen- fins relativos.
taram não só o fim da divisão do mundo em dois blocos antagônicos, como Os fins expansivos se enquadram todas as teorias que preconizam o
também a abertura política e econômica dos países do leste e o acirramen- seu crescimento, a tal ponto que se acaba anulando o indivíduo. Essas
to de movimentos nacionalistas. Sob intensas disputas, os mapas políticos teorias, que estão na base dos Estados totalitários, são de duas espécies: -
da Europa e da antiga União Soviética foram redefinidos, de tal forma que utilitárias, quando indicam como bem supremo o máximo desenvolvimentos
os limites territoriais dos estados passaram a coincidir, na maioria dos material, mesmo que isso se obtenha com o sacrifício da liberdade e de
casos, com as fronteiras nacionais. A perspectiva de unificação europeia outros valores fundamentais da pessoa
poderia representar uma alteração no equilíbrio de forças da nova ordem
mundial na virada do século. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publica-
ções Ltda.
2.5. Constituição Federal
Finalidade e Funções do Estado 2.6. Direitos Fundamentais
2.6.1.1 Direitos Individuais
Luciana Atui dos Santos 2.6.1.2. Direitos Coletivos
A respeito da finalidade e funções do Estado, assunto a ser desconsi- 2.6.1.3. Direitos Sociais
derado neste resumo, esbarra-se na seguinte questão: "O Estado é o fim
ou o meio"? CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
TÍTULO I
É uma indagação simples em relação ao Estado, que nos leva a pensar Dos Princípios Fundamentais
o por quê e o para quê. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indisso-
Diante da leitura efetuada nota-se que o Estado é forma natural e ne- lúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
cessária da sociedade humana, porém, resta-nos saber se ele é "um bem Democrático de Direito e tem como fundamentos:
ou um mal". I - a soberania;
II - a cidadania;
Pode-se ter a certeza de que o Estado e tudo o que se refere a ele, é III - a dignidade da pessoa humana;
um fato complexo, e só será bem compreendido se analisado sob os as- IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
pectos. É claro que por consequência das duas guerras mundiais, a con- V - o pluralismo político.
cepção de finalidade e das funções do Estado sofreram mudanças e/ou Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
transformações. meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constitui-
ção.
Apesar disso tudo, há uma possibilidade de se sistematizar os estudos
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si,
da finalidade do mesmo.
o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Num primeiro aspecto, é preciso estabelecer algumas diferenças entre Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa
fins objetivos e subjetivos do Estado. É, também, de extrema importância do Brasil:
não confundir, ou melhor a finalidade e as funções. I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
Assim, nota-se que os fins, ou a finalidade do Estado, é o objetivo que III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualda-
ele deseja atingir quando exerce o poder não se modifica, seu fim é sempre des sociais e regionais;
o mesmo (bem público). Enquanto que as funções do Estado, a competên- IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, se-
cia, o que cabe a ele, em suas atividades, no que diz respeito aos assuntos xo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
e às pessoas sobre os quais ele exerce o seu poder. Essas atribuições Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações in-
podem variar conforme a época e o lugar. ternacionais pelos seguintes princípios:
Com caráter geral estabelece diferenças entre os fins objetivos e os I - independência nacional;
fins subjetivos do Estado. II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
Os fins objetivos prendem-se a questão sobre o papel representado pe- IV - não-intervenção;
lo Estado no desenvolvimento da história da humanidade. Para uns existem V - igualdade entre os Estados;
os fins comuns a todos os Estados de todos os tempos (os fins universais). VI - defesa da paz;
Várias doutrinas provem desta identificação de fins objetivos, colocan- VII - solução pacífica dos conflitos;
do o entendimento do Estado com um fim em si mesmo, e gerando, assim, VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
várias teorias como a organicista. As chamadas doutrinas mecanicistas, de IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
fundo materialista sustentam que a vida social é uma sucessão de aconte- X - concessão de asilo político.
cimentos. Tendo em vista essa visão alguns autores sustentam a existência Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integra-
de fins particulares objetivos, sendo assim, cada Estado teria seus fins ção econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,
particulares, resultando de circunstâncias em que eles surgiram e se de- visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
senvolveram e que são variantes de sua história. É bom lembrar que todas TÍTULO II
essas visões, que aceitam as missões históricas dos Estados, confundem Dos Direitos e Garantias Fundamentais
os fins com interesses desses Estados. CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
FINS SUBJETIVOS:

Direito 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer na- XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
propriedade, nos termos seguintes: meios de financiar o seu desenvolvimento;
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos ter- XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publi-
mos desta Constituição; cação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa tempo que a lei fixar;
senão em virtude de lei; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
<p a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à re-
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano produção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
ou degradante; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonima- que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às
to; respectivas representações sindicais e associativas;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
da indenização por dano material, moral ou à imagem; temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais,
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo asse- à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
gurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológi-
proteção aos locais de culto e a suas liturgias; co e econômico do País;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência reli- XXX - é garantido o direito de herança;
giosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será re-
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa gulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternati- XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumi-
va, fixada em lei; dor;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
de comunicação, independentemente de censura ou licença; de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
moral decorrente de sua violação; Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pe- XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamen-
netrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou to de taxas:
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
judicial; contra ilegalidade ou abuso de poder;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações te- b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
legráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, ameaça a direito;
de 1996) XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, a- e a coisa julgada;
tendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; lhe der a lei, assegurados:
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, po- a) a plenitude de defesa;
dendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele b) o sigilo das votações;
sair com seus bens; c) a soberania dos veredictos;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vi-
abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não da;
frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; prévia cominação legal;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
caráter paramilitar; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e li-
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas berdades fundamentais;
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescrití-
funcionamento; vel, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça
ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
primeiro caso, o trânsito em julgado; afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respon-
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer dendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omiti-
associado; rem;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos
têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmen- armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado De-
te; mocrático;
XXII - é garantido o direito de propriedade; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser,
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e o limite do valor do patrimônio transferido;
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre ou-
Constituição; tras, as seguintes:
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente a) privação ou restrição da liberdade;
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indeniza- b) perda de bens;
ção ulterior, se houver dano; c) multa;
d) prestação social alternativa;

Direito 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) suspensão ou interdição de direitos; LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
XLVII - não haverá penas: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
84, XIX; governamentais ou de caráter público;
b) de caráter perpétuo; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por pro-
c) de trabalhos forçados; cesso sigiloso, judicial ou administrativo;
d) de banimento; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
e) cruéis; que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de a- Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
cordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e mo- isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
ral; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam que comprovarem insuficiência de recursos;
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei:
lei; a) o registro civil de nascimento;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político b) a certidão de óbito;
ou de opinião; LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data",
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autori- e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadani-
dade competente; a. (Regulamento)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o de- LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados
vido processo legal; a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acu- sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
sados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
meios e recursos a ela inerentes; têm aplicação imediata.
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilí- § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ex-
citos; cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
sentença penal condenatória; parte.
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento). que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equiva-
não for intentada no prazo legal; lentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem es- a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitu-
crita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos cional nº 45, de 2004)
de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; CAPÍTULO II
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão DOS DIREITOS SOCIAIS
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada; Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
advogado; Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de ou-
prisão ou por seu interrogatório policial; tros que visem à melhoria de sua condição social:
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade ju- I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem
diciária; justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei compensatória, dentre outros direitos;
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo III - fundo de garantia do tempo de serviço;
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
depositário infiel; atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com mora-
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou dia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do traba-
líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", lho;
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou a-
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder cordo coletivo;
Público; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que per-
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: cebem remuneração variável;
a) partido político com representação no Congresso Nacional; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente valor da aposentadoria;
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
interesses de seus membros ou associados; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua reten-
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de ção dolosa;
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remune-
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e ração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
à cidadania; definido em lei;

Direito 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
baixa renda nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
nº 20, de 1998) confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e contribuição prevista em lei;
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindica-
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de traba- to;
lho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943) VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações cole-
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos inin- tivas de trabalho;
terruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organi-
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; zações sindicais;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do re-
cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º) gistro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
a mais do que o salário normal; cometer falta grave nos termos da lei.
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organiza-
com a duração de cento e vinte dias; ção de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condi-
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; ções que a lei estabelecer.
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incenti- Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhado-
vos específicos, nos termos da lei; res decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no míni- devam por meio dele defender.
mo de trinta dias, nos termos da lei; § 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá so-
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas bre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
de saúde, higiene e segurança; § 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalu- lei.
bres ou perigosas, na forma da lei; Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregado-
XXIV - aposentadoria; res nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissio-
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nasci- nais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
mento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegu-
dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) rada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de traba- promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
lho; CAPÍTULO III
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; DA NACIONALIDADE
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, Art. 12. São brasileiros:
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em I - natos:
dolo ou culpa; a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de traba- estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
lho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de traba- desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do
lho;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) Brasil;
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
25/05/2000) desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou ve-
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de nham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
25/05/2000) tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasilei-
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e ra; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; II - naturalizados:
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e cri- a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigi-
térios de admissão do trabalhador portador de deficiência; das aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e inte- um ano ininterrupto e idoneidade moral;
lectual ou entre os profissionais respectivos; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repúbli-
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a meno- ca Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem conde-
res de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo nação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(Redação
na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;(Redação dada pela dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se hou-
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores ver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos ine-
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, rentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.(Redação
XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimen- § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
to das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da rela- naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
ção de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência soci- I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
al. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013) II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o se- III - de Presidente do Senado Federal;
guinte: IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de V - da carreira diplomática;
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder VI - de oficial das Forças Armadas.
Público a interferência e a intervenção na organização sindical; VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Consti-
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em tucional nº 23, de 1999)
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou emprega- I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude
dores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; de atividade nociva ao interesse nacional;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pe-
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; la Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

Direito 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangei- § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de
ra; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasilei- má-fé.
ro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou sus-
seu território ou para o exercício de direitos civis;(Incluído pela Emenda pensão só se dará nos casos de:
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julga-
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federati- do;
va do Brasil. II - incapacidade civil absoluta;
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
hino, as armas e o selo nacionais. seus efeitos;
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alter-
símbolos próprios. nativa, nos termos do art. 5º, VIII;
CAPÍTULO IV V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
DOS DIREITOS POLÍTICOS Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da
pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de
mediante: 1993)
I - plebiscito; CAPÍTULO V
II - referendo; DOS PARTIDOS POLÍTICOS
III - iniciativa popular. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observa-
II - facultativos para: dos os seguintes preceitos: Regulamento
a) os analfabetos; I - caráter nacional;
b) os maiores de setenta anos; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
I - a nacionalidade brasileira; estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de
II - o pleno exercício dos direitos políticos; escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de
III - o alistamento eleitoral; vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
V - a filiação partidária; Regulamento fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de
VI - a idade mínima de: 2006)
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República § 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica,
e Senador; na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleito-
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do ral.
Distrito Federal; § 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador. § 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização parami-
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do litar.
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subse-
quente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) 2.7. Direito Administrativo: Fontes e Princípios
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, 2.7.1. Administração pública
os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem 2.7.2. Responsabilidade civil do Estado
renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. 2.7.3. Poder de Polícia
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e 2.7.4. Agentes Públicos e Serviços Públicos
os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO
reeleição. Hely Lopes MEIRELLES define que o conceito de direito administrativo
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da ati- órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta,
vidade; direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. O conjunto harmôni-
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela auto- co de princípios jurídicos... significa a sistematização de normas doutriná-
ridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diploma- rias de Direito (e não de Política ou de ação social), o que indica o caráter
ção, para a inatividade. científico da disciplina em exame, sabido que não há ciência sem princípios
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e teóricos próprios, ordenados e verificáveis na prática; que regem os órgãos,
os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a os agentes... indica que ordena a estrutura e o pessoal do serviço público;
moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do e as atividades públicas... isto é, a seriação de atos da Administração
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência Pública, praticados nessa qualidade, e não quando atua, excepcionalmen-
do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego te, em condições de igualdade com o particular, sujeito às normas do
na administração direta ou indireta.(Redação dada pela Emenda Constitu- Direito Privado; tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os
cional de Revisão nº 4, de 1994) fins desejados pelo Estado. Aí está a caracterização e a delimitação do
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleito- objeto do Direito Administrativo. Os três primeiros termos – concreta, direta
ral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com e imediatamente – afastam a ingerência desse ramo do Direito na atividade
provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. estatal abstrata que é a legislativa, na atividade indireta que é a judicial, e

Direito 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
na atividade mediata que é a ação social do Estado. As últimas expressões poderes discricionários na prática rotineira de suas atividades. Esses pode-
da definição – fins desejados pelo Estado – estão a indicar que ao Direito res não podem ser recusados ao administrador público, embora devam ser
Administrativo não compete dizer quais são os fins do Estado. Cada Esta- interpretados restritivamente quando colidem com os direitos individuais
do, ao se organizar, declara os fins por ele visados e institui os Poderes e dos administrados. Reconhecida a existência legal da discricionariedade
órgãos necessários à sua consecução. O Direito Administrativo apenas administrativa, cumpre ao interprete e aplicador da lei delimitar o seu cam-
passa a disciplinar as atividades e os órgãos estatais ou a ele assemelha- po de atuação, o que é do interesse público. A finalidade pública, o bem
dos, para o eficiente funcionamento da Administração Pública. Maria Sylvia comum, o interesse da comunidade, é que demarcam o poder discricionário
Zanella di PIETROconceitua que o direito administrativo como ramo do da Administração. Extravasando desses lindes, o ato administrativo des-
direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas camba para o arbítrio, e o próprio Direito Administrativo lhe nega validade,
administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica por excesso ou desvio de poder. Afora estas regras privativas do Direito
não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução Público, admite-se a utilização dos métodos interpretativos do Direito Civil
de seus fins, de natureza pública. Para José CRETELLA JÚNIOR (18) (LICC, artigos 1º a 6º), que é a lei de todos, quando estabelece princípios
entende-se por direito administrativo o ramo do direito público interno que gerais para aplicação do Direito, sempre trasladados por via analógica, ou
regula a atividade e as relações jurídicas das pessoas públicas e a institui- seja, por força de compreensão, e não por extensão.
ção de meios e órgãos relativos à ação dessas pessoas.
O DIREITO ADMINISTRATIVO NO BRASIL
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO:
O Direito Administrativo no Brasil não se atrasou cronologicamente das
O Direito Administrativo possui, para sua formação, em quatro fontes demais nações. Em 1851 foi criada essa cadeira (Decreto n. 608, de
principais, a saber: - A lei, que em sentido amplo, é a fonte primária do 16/08/1851) nos cursos jurídicos existentes, e já em 1857 era editada a
Direito Administrativo, abrangendo esta expressão desde a Constituição até primeira obra sistematizada - Elementos de Direito Administrativo Brasileiro
os regulamentos executivos. E compreende-se que assim seja, porque tais - de Vicente Pereira do Rego, então professor da Academia de Direito do
atos, impondo o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio Estado, Recife.
estabelecem relações de administração de interesse direto e imediato do
Direito Administrativo; - A doutrina, formando o sistema teórico de princípios O SISTEMA ADMINISTRATIVO BRASILEIRO
aplicáveis ao Direito Positivo, é elemento construtivo da Ciência jurídica à Por sistema administrativo, ou sistema jurisdicional da Administração,
qual pertence a disciplina em causa. Influi ela não só na elaboração da lei como se diz modernamente, entende-se o regime adotado pelo Estado
como nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, o para a correção dos atos administrativos ilegais ou ilegítimos praticados
próprio Direito Administrativo; - A jurisprudência, traduzindo a reiteração pelo Poder Público em qualquer dos seus departamentos de governo. O
dos julgamentos num mesmo sentido, influência poderosamente a constru- Brasil adotou, desde a instauração de sua primeira República (1891), o
ção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo, que se ressente sistema da jurisdição única, ou seja, o do controle administrativo pela
de sistematização doutrinária e de codificação legal. A jurisprudência tem Justiça Comum. As Constituições posteriores (1934, 1937, 1946 e 1969)
um caráter mais prático, mais objetivo, mas nem por isso se aparta de afastaram sempre a ideia de uma Justiça administrativa coexistente com a
princípios teóricos que, por sua persistência nos julgados, acabam por Justiça ordinária, trilhando, aliás, uma tendência já manifestada pelos mais
penetrar e integrar a própria Ciência Jurídica; - O costume, no Direito avançados estadistas do Império, que se insurgiam contra o incipiente
Administrativo brasileiro, exerce ainda influência, em razão da deficiência contencioso administrativo da época. A orientação brasileira foi haurida do
da legislação. A prática administrativa vem suprindo o texto escrito, e, Direito Público norte-americano, que nos forneceu o modelo para a nossa
sedimentada na consciência dos administradores e administrados, a praxe primeira Constituição. Tal sistema, é o da separação entre o Poder Execu-
burocrática passa a suprir a lei, ou atua como elemento informativo da tivo e o Poder Judiciário, vale dizer, entre administrador e o juiz. Com essa
doutrina. diversificação entre a Justiça e a Administração é inconciliável o contencio-
INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO: so administrativo, porque todos os interesses, quer do particular, quer do
Poder Público, se sujeitam a uma única jurisdição conclusiva: a do Poder
O estudo da interpretação das normas, atos e contratos administrativos Judiciário. Isto não significa, evidentemente que se negue à Administração
não tem correspondido, entre nós, ao progresso verificado nesse ramo do o direito de decidir; absolutamente, não. O que se lhe nega é a possibilida-
Direito. Adiantados como estamos em muitos aspectos da Ciência Jurídica, de de exercer funções materialmente judiciais, ou judiciais por natureza, e
não cuidamos, ainda, com a profundidade devida, de fixar as regras bási- de emprestar às suas decisões força e definitividade próprias dos julga-
cas da aplicação desse novel ramo do Direito Público Interno, o que nos mentos judiciários. Para a correção judicial dos atos administrativos ou
leva a utilizar, quase que exclusivamente, da hermenêutica civilista em para remover a resistência dos particulares às atividades públicas a Admi-
matéria administrativa. A nosso ver, a interpretação do Direito Administrati- nistração e os administrados dispõem dos mesmos meios processuais
vo, além da utilização analógica das regras do Direito Privado que lhe forem admitidos pelo Direito Comum, e recorrerão ao mesmo Poder Judiciário
aplicáveis, há de considerar, necessariamente, esses três pressupostos: 1º) uno e único - que decide os litígios de Direito público e de Direito Privado.
a desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados; 2º) a Este é o sentido da jurisdição única adotada no Brasil.
presunção de legitimidade dos atos da Administração; 3º) a necessidade de
poderes discricionários para a Administração atender ao interesse público. Os Princípios de Direito Administrativo
Com efeito, enquanto o Direito Privado repousa sobre a igualdade das
partes na relação jurídica, o Direito Público assenta em princípio inverso, http://professorbacchelli.spaceblog.com.br/
qual seja, o da supremacia do Poder Público sobre os cidadãos, dada a É certo que a Constituição Federal estabelece que a Administração
prevalência dos interesses coletivos sobre os individuais. Sempre que Pública, direta e indireta deverá obedecer aos princípios aos princípios de
entrarem em conflito a direito do indivíduo e o interesse da comunidade, há legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Para nós,
de prevalecer este, uma vez que o objetivo primacial da Administração é o no entanto, o rol estatuído pelo legislador constituinte não é exaustivo.
bem comum. As leis administrativas visam, geralmente, a assegurar essa
supremacia do Poder Público sobre os indivíduos, enquanto necessária à Princípio da Legalidade
consecução dos fins da Administração. Ao aplicador da lei compete inter-
Não se discute que princípios são garantias. Também não se discute
pretá-la de modo a estabelecer o equilíbrio entre os privilégios estatais e os
que o princípio da legalidade, como conceituado no artigo 5º, da Constitui-
direitos individuais, sem perder de vista aquela supremacia. O segundo
ção Federal –ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
princípio que há de estar sempre presente ao intérprete é o da presunção
coisa senão em virtude de lei – é um dos, senão o principal princípio balizar
de legitimidade dos atos administrativos. Essa presunção, embora relativa,
do processo administrativo tributário.
acompanha toda a atividade pública, dispensando a Administração da
prova de legitimidade de seus atos. Presumida esta, caberá ao particular O princípio da legalidade aplicado ao processo administrativo tributário
provar o contrário, até demonstrar cabalmente que a Administração Pública se apresenta como uma verdadeira garantia do administrado, contra mu-
obrou fora ou além do permitido em lei, isto é, com ilegalidade flagrante ou danças insensatas, desmedidas, desvios e abusos de poder por parte da
dissimulada sob a forma de abuso ou desvio de poder. O terceiro princípio Administração Pública, ao passo que para essa, se apresenta como verda-
é o de que a Administração Pública precisa e se utiliza frequentemente de deiro limite na sua atuação. É que as normas que regulam as diversas

Direito 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
atividades da Administração hão de estar revestidas de uma legitimidade tivos do administrador, a simples menção do fato e da regra de Direito
que só o devido processo legal. aplicanda pode ser suficiente por estar implícita a motivação. Naquelou-
tros, todavia, em que existe discricionariedade administrativa ou em que a
Celso Ribeiro Bastosbem expressa tal opinião: prática do ato vinculado depende de apurada apreciação e sopesamento
"O princípio de que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo dos fatos e das regras jurídicas em causa, é imprescindível motivação
senão em virtude de lei surge como uma das vigas mestras de nosso detalhada.”
ordenamento jurídico. - Princípio da Razoabilidade
A sua significação é dúplice. De um lado representa o marco avançado Muito embora não haja previsão expressa do princípio da razoabilida-
do Estado de Direito, que procura jugular os comportamentos, quer indivi- de no caput do artigo 37, da Constituição Federal, não se pode, por isso,
duais, quer dos órgãos estatais, às normas jurídicas das quais as leis são a lhe negar o statusconstitucional, ou mesmo afirma que ele não integra o
suprema expressão. Nesse sentido, o princípio da legalidade é de trans- ordenamento constitucional brasileiro, até porque sua previsão já constava
cendental importância para vincar as distinções entre o Estado constitucio- dos trabalhos da Assembleia Constituinte de 1988, que teve a redação do
nal e o absolutista, este último antes da Revolução Francesa. Aqui havia artigo 44, como sendo a seguinte:
lugar para o arbítrio. Com o primado da lei cessa o privilégio da vontade
caprichosa do detentor do poder em benefício da lei, que se presume ser a “A administração pública, direta ou indireta, de qualquer dos Poderes
expressão da vontade coletiva. obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade, exigindo-se, como condição de validade dos atos administrati-
De outro lado, o princípio da legalidade garante o particular contra os vos, a motivação suficiente e, como requisito de sua legitimidade, a razoa-
possíveis desmandos do Executivo e do próprio Judiciário. Instaura-se, em bilidade.”
consequência, uma mecânica entre os Poderes do Estado, da qual resulta
ser lícito a apenas um deles, qual seja o Legislativo, obrigar aos particula- José Afonso da Silva afirma também estar o princípio da “proporciona-
res. lidade razoável” consagrado enquanto princípio constitucional geral e
explícito de tributação, traduzido na norma que impede a tributação com
Os demais atuam as suas competências dentro dos parâmetros fixa- efeitos de confisco (artigo 150, IV). É vedado ao Poder Público tributar
dos pela lei. A obediência suprema dos particulares, pois, é para com o patrimônio de modo a impossibilitar sua manutenção pelo particular ou
legislativo. Os outros, o Executivo e o Judiciário, só compelem na medida inviabilizar o uso econômico a que se destine, ressalvadas as exceções
em que atuam a vontade da lei. Não podem, contudo, impor ao indivíduo constitucionalmente previstas.
deveres ou obrigações ex novo, é dizer, calcados na sua exclusiva autori-
dade” E não poderia ser de outra forma, afinal, o poder balizar do princípio da
razoabilidade deve estar presente em qualquer ato da Administração,
- Princípio da Finalidade impondo a ela critérios aceitáveis do ponto de vista racional.
Todo ato administrativo tem uma finalidade e essa deve ser sempre o Assim, deve ter estreita relação com o propósito da Administração, a
fim público. Ao analisar a norma, cabe ao interprete conferir o seu sentido coletividade, o equilíbrio entre a apresentada necessidade coletiva e o ato
conforme a finalidade a que ela se destina. da Administração.
A Lei nº 9.784/99, em seu artigo 2º, inciso II, dispõe que o princípio da Inegavelmente é mais um meio de controle da Administração, coibindo
finalidade teria por escopo o "atendimento a fins de interesse geral, vedada excessos e norteando seus atos.
a promoção pessoal de agentes ou autoridades".
- Princípio da Proporcionalidade
O inciso XIII do mesmo artigo dispõe que o operador jurídico deve fa-
zer a "interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o Leciona Paulo Bonavides
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de
nova interpretação". “há princípios mais fáceis de compreender do que definir. A proporcio-
nalidade entra na categoria desses princípios”.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “o princípio da finalidade impõe
que o administrador, ao manejar as competências postas a seu encargo, Por necessidade, segundo elemento da proporcionalidade, entende-se
atue com rigorosa obediência à finalidade de cada qual. Isto é, cumpre-lhe que a medida não pode exceder os limites indispensáveis à conservação
cingir-se não apenas à finalidade própria de todas as leis, que é o interesse do fim legítimo que se almeja. Lecionam, ainda, alguns autores dizendo
público, mas também à finalidade específica abrigada na lei a que esteja que o ato deve ser realizado pelo meio menos gravoso. Citando Xavier
dando execução". Philippe, este assevera que o princípio pode ser ilustrado pela seguinte
máxima:
Portanto, esse é o papel que deve ser desempenhado pelo examinador
da norma de direito administrativo, buscar verificar nela o atendimento ao “de dois males, faz-se mister escolher o menor”.
interesse público. - Princípio Da Impessoalidade
Princípio da Motivação O princípio da impessoalidade da Administração Pública a ela se a-
Não devemos confundir motivo com motivação. Motivo é o objeto do presenta com duas vertentes. Por um lado exige que os atos administrati-
ato administrativo, são os fatos que levaram à pratica do ato. A motivação é vos representam o ente ou órgão que o realizou, a eles devem sempre ser
a fundamentação, a razão com a qual a autoridade administrativa deve imputados, pouco importando a pessoa física que o realizou. De outro lado,
justiçar a prática do ato. exige ainda o princípio da impessoalidade, que o ato administrativo deve
ter destino genérico, buscando sempre a coletividade, sem privilégios ou
A Administração deve expor de forma clara o que está a motivando, de imposição de restrição de características pessoais.
forma que assim, possa ser controlada pela sociedade, porque a motivação
está intimamente ligada a legalidade, pois, a motivação deve ter uma razão Para José Afonso da Silva, isso ocorre para que as realizações admi-
legal, portanto, de direito. nistrativo-governamentais não sejam propriamente do funcionário ou da
autoridade, mas exclusivamente da entidade pública que a efetiva.
Vale ressaltar que a motivação atinge tanto os atos discricionários que
comportam um certa margem de liberdade a quem o pratica, quanto ao A outra vertente do princípio da impessoalidade, que trata do destinatá-
atos vinculados da Administração, que não permitem qualquer interpreta- rio do ato administrativo, é melhor explicada por Celso Antonio Bandeira de
ção por parte da autoridade administrativa. Mello

Celso Antonio Bandeira de Mello, nesse sentido observa que “A moti- "No princípio da impessoalidade se traduz a ideia de que a Administra-
vação deve ser prévia ou contemporânea à expedição do ato. Em algumas ção tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas
hipótese de atos vinculados, isto é, naqueles em que há aplicação quase ou detrimentosas. Nem favoritismo nem perseguições são toleráveis.
automática da lei, por não existir campo para interferência de juízos subje- Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem

Direito 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de se refere à Administração Pública, os autores têm várias formas de concei-
facções ou grupos de qualquer espécie. O princípio em causa é senão o tuá-la. Novamente, aqui, utilizaremos a definição de Hely Lopes, "a Admi-
próprio princípio da igualdade ou isonomia" nistração é o instrumental de que dispõe o Estado para pôr em prática as
opções políticas de governo." (Direito Administrativo Brasileiro, 1993,
- Princípio Da Moralidade Malheiros, págs. 56-61)
Embora tenha se cogitado que a moralidade já estaria sendo exigida
através do princípio da legalidade, afinal, o mínimo que se espera da lei é A Administração Pública pode classificar-se em: Administração Pública
que ela atenda ao “mínimo ético indispensável que a sociedade exige de em sentido objetivo, que "refere-se às atividades exercidas pelas pessoas
seus membros,” o fato é que essa discussão perdeu razão com a previsão jurídicas, órgãos e agentes incumbidos de atender concretamente às ne-
legal do princípio da moralidade como exigência do legislador constituinte, cessidades coletivas", e Administração Pública em sentido subjetivo, que
que deve ser atendida pela Administração Pública. "refere-se aos órgãos integrantes das pessoas jurídicas políticas (União,
Estados, Municípios e Distrito Federal), aos quais a lei confere o exercício
“Com a nova Constituição introduzindo o requisito de moralidade como de funções administrativas." (Direito Administrativo, Maria Sylvia Zanella Di
essencial aos atos da Administração Pública, não terão os tribunais, em Pietro, 1997, Atlas, págs. 55-56)
casos concretos que lhes forem submetidos, senão a alternativa de apreci-
ar o elemento subjetivo, visando apurar se há boa administração da coisa Cada um desses entes políticos possui sua organização administrativa.
pública, não só nos aspectos de adequação à ordem jurídica, mas também Será objeto do nosso estudo, a estrutura administrativa federal, ou seja da
no que diz respeito aos fins e motivos da atuação administrativa”. União. O Decreto-Lei n.º 200, de 25 de fevereiro de 1967, dispõe sobre a
Nem tudo que é legal é moral e honesto, já dizia os romanos. organização da Administração Federal, e em seu art. 4º estabelece a
divisão entre administração direta e indireta. A Administração Direta consti-
Desta forma, a Administração Pública além de atender o que a lei de- tui-se dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da
termina, deve conduzir o seu poder-dever através do caminho estreito do República e dos ministérios, enquanto que a Administração Indireta consti-
que é justo, conveniente e honesto, pautando-se pela conduta moral co- tui-se nas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
mum e interna. fundações públicas. As autarquias e as fundações públicas têm natureza
jurídica de direito público, enquanto que as empresas públicas e socieda-
Hely Lopes de Meirelles, sintetizando as lições de Maurice Hauriou, o
des de economia mista têm natureza jurídica de direito privado. Cabe frisar
principal sistematizador da teoria da moralidade administrativa, assim se
ao leitor a grande importância deste texto legal, objeto de várias questões
manifesta:
de prova. O leitor deve ter em mente que esses entes citados pertencem à
"A moralidade administrativaconstitui hoje em dia, pressuposto da vali- Administração Pública federal e estão no ordenamento jurídico legal, ou
dade de todo ato da Administração Pública (Const. Rep., art. 37, caput). seja, estão positivados (na lei). Existem vários outros entes, que pertencem
Não se trata – diz Hauriou, o sistematizador de tal conceito – da moral à Administração Pública Indireta segundo a doutrina (ou seja, o sistema
comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como "o conjunto de teórico de princípios aplicáveis ao direito positivo, consubstanciado pelo
regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração". Desen- consenso dos escritores) e não estão positivados, tais como os entes
volvendo a sua doutrina, explica o mesmo autor que o agente administrati- cooperativos (ou entes de cooperação).
vo, como ser humano dotado da capacidade de atuar, deve, necessaria-
mente, distinguir o Bem do Mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, não A atividade administrativa - Em sentido lato, administrar é gerir inte-
poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que resses, segundo a lei, a moral e a finalidade dos bens entregues à guarda e
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e conservação alheias; a Administração Pública, portanto, é a gestão de bens
o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e e interesses qualificados da comunidade no âmbito federal, estadual ou
o desonesto. Por considerações de direito e de moral, o ato administrativo municipal, segundo preceitos de Direito e da Moral, visando o bem comum.
não terá que obedecer somente à lei jurídica, mas também à lei ética da No trato jurídico, a palavra administração traz em si conceito oposto ao de
própria instituição, porque nem tudo que é legal é honesto, conforme já propriedade, isto é, indica a atividade daquele que gere interesses alheios,
proclamavam os romanos – non omne quod licet honestum est. A moral muito embora o proprietário seja, na maioria dos casos, o próprio gestor de
comum, remata Hauriou, é imposta ao homem para sua conduta externa; seus bens e interesses; por aí se vê que os poderes normais do adminis-
a moral administrativaé imposta ao agente público para a sua conduta trador são simplesmente de conservação e utilização dos bens confiados à
interna, segundo as exigências da instituição a que serve, e a finalidade de sua gestão, necessitando sempre de consentimento especial do titular de
sua ação: o bem comum. tais bens e interesses para os atos de alienação, oneração, destruição e
renúncia (na Administração Pública, deve vir expresso em lei).
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Antes de falar sobre a estrutura da Administração Pública brasileira, é Para Hely Lopes MEIRELLES o conceito de administração pública
importante que sejam dados conceitos de alguns importantes institutos, não oferece contornos bem definidos, quer pela diversidade de sentidos da
quais sejam: Estado, Governo e Administração Pública. O Estado, sinteti- própria expressão, quer pelos diferentes campos em que se desenvolve a
camente, é o ente que necessariamente é composto por três elementos atividade administrativa.
essenciais: povo, território e governo soberano. Para que o Estado exerça Administrar é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a finalidade dos
suas funções, este manifesta-se por meio dos Poderes do Estado (ou bens entregues à guarda e conservação alheias. Se os bens e interesses
Funções do Estado), que são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, geridos são individuais, realiza-se administração particular; se são da
independentes e harmônicos entre si, conforme assevera a nossa Constitu- coletividade, realiza-se administração pública. Administração pública,
ição Federal (art. 2º). A função principal do Poder Legislativo é a elabora- portanto, é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade, no
ção de leis (função legislativa), a função principal do Poder Executivo é a âmbito federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos do direito e da
execução das leis (função administrativa), enquanto que a função principal moral, visando ao bem comum. Há de distinguir ainda, na Administração
do Poder Judiciário é a aplicação das leis aos casos concretos (função Pública:
judicial). Aqui, cabe um primeiro alerta aos leitores, pois em várias questões I) - os atos de império (é todo aquele que contém uma ordem ou de-
de prova, tenho visto que os examinadores tentam confundir os concursan- cisão coativa da Administração para o administrado);
dos ao tentar vincular a função administrativa exclusivamente ao Poder II) - os atos de gestão (é todo aquele que ordena a conduta interna da
Executivo, o que é um erro, pois conforme expliquei, cada um dos três Administração e de seus servidores, ou cria direitos e obrigações
Poderes desempenham cada uma dessas funções de maneira precípua, entre ela e os administrados, tais como os despachos que deter-
mas todos eles desempenham todas as funções. Ou seja o Poder Executi- minam a execução de serviços públicos, os atos de provimento de
vo, também legisla e julga; o Poder Legislativo, também executa e julga e o cargo e movimentação de funcionários, as autorizações e permis-
Poder Judiciário, também executa e legisla, mas em todos esses casos de sões, os contratos em geral);
forma secundária. Governo, conforme nos ensina o eminente autor Hely III) - os atos de expediente (é todo aquele de preparo e movimentação
Lopes, "é a expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de de processos, recebimento e expedição de papéis e de despachos
objetivos, do Estado e da manutenção da ordem jurídica vigente." No que rotineiros, sem decisão de mérito administrativo).

Direito 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Este princípio confere ao administrador um conjunto de privilégios jurí-
Natureza e fins da administração – A Natureza da Administração Pú- dicos que o particular não tem, em razão dos interesses que ele representa,
blica é a de um munus público para quem a exerce, isto é, a de um encargo ou seja, interesses da coletividade.
de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses
da coletividade, impondo ao administrador público a obrigação de cumprir A Administração está numa posição de superioridade (supremacia jurí-
fielmente os preceitos do Direito e da Moral administrativa que regem sua dica), numa relação vertical (desigual) para com o particular, pois enquanto
atuação, pois tais preceitos é que expressam a vontade do titular dos busca a satisfação dos interesses públicos, o particular busca a satisfação
interesses administrativos - o povo - e condicionam os atos a serem prati- dos próprios interesses. Já no mundo privado, parte-se da ideia que,
cados no desempenho do munus público que lhe é confiado. Os Fins da formalmente, as pessoas estão no mesmo plano, isto é, que as relações
Administração Pública resumem-se num único objetivo: o bem comum da são horizontais.
coletividade administrativa; toda atividade deve ser orientada para esse
objetivo; sendo que todo ato administrativo que não for praticado no inte- Há um dogma em direito administrativo que diz que o interesse público
resse da coletividade será ilícito e imoral.No desempenho dos encargos prevalece sobre o particular. Ex: No mundo privado, uma pessoa não pode
administrativos o agente do Poder Público não tem a liberdade de procurar criar obrigações ao outro sem a concordância dele. Já o administrador, por
outro objetivo, ou de dar fim diverso do prescrito em lei para a atividade; uma manifestação de vontade, pode criar uma obrigação unilateral, inde-
descumpri-los ou renunciá-los equivalerá a desconsiderar a incumbência pendentemente da concordância; Administração pode rescindir o contrato
que aceitou ao empossar-se no cargo ou função pública.Em última análise, administrativo e o particular não pode fazer nada contra isso; Poderá existir
os fins da Administração consubstanciam-se em defesa do interesse públi- intervenção na propriedade para preservar o interesse público.
co, assim entendidas aquelas aspirações ou vantagens licitamente almeja-
das por toda a comunidade administrativa, ou por parte expressiva de seus Princípio da indisponibilidade do interesse público:
membros; o ato ou contrato administrativo realizado sem interesse público Este princípio afirma que o administrador não pode dispor livremente
configura desvio de finalidade. do interesse público, pois não representa seus próprios interesses quando
atua, devendo assim agir segundo os estritos limites impostos pela lei. O
princípio da indisponibilidade do interesse público aparece como um freio
Formas e características – a) As pessoas que exercem as ati- ao princípio da supremacia do interesse público.
vidades de administração pública são agentes de Direito Público,
especialmente designados, podendo também serem designados por O princípio da legalidade surge como um desdobramento do princípio
delegação. b) Os objetivos perseguidos pela Administração Pública da indisponibilidade do interesse público. Segundo tal princípio, o adminis-
são sempre estabelecidos por lei, ou seja, são sempre vinculados e trador não pode fazer o que bem entender na busca do interesse público,
não discricionários. c) Os interesses são sempre públicos, isto é, isto é, deve agir segundo a lei, só podendo fazer aquilo que a lei expressa-
visando a coletividade como um todo, segundo o princípio da iso- mente autoriza e no silêncio da lei, está proibido de agir. Há uma relação
nomia. d) As atividades administrativas e seus atos em geral gozam de subordinação à lei. Já o particular pode fazer tudo aquilo que a lei não
proíbe e o que silencia a respeito. Portanto, tem uma maior liberdade do
de executoriedade prática, ou possibilidade imediata de serem
que o administrador. Há uma relação de não contrariedade à lei.
realizados. e) A natureza da Administração é munus público (encar-
go que alguém de exercer), ou seja, o que procede de natureza Regime jurídico da Administração Pública:
pública ou da lei, obrigando o agente ao exercício de certos encar- É o conjunto de direitos (prerrogativas) e deveres (limitação) que o or-
gos visando o benefício da coletividade ou da ordem social. denamento jurídico confere ao Poder Público e que não se estende aos
particulares, por força dos interesses que ela representa quando atua.
Modo de atuação - A Administração, visando o interesse social, de- O particular só será submetido a este regime quando lhe for delegado o
sempenha suas atividades diretamente através de seus agentes técnicos e exercício da função administrativa, isto é, quando executar um serviço
administrativos, devidamente selecionados, ou então o faz indiretamente, público. Ex: Concessionário ou Permissionário; Cartórios extrajudiciais.
delegando para outra personalidade jurídica de direito público, ou mesmo
para uma instituição de direito privado que possas agir em nome da referida Direitos ou Prerrogativas: Os direitos surgem em decorrência dos in-
Administração Pública, o que significa, neste caso. outorga de competên- teresses que a Administração representa quando atua. Exemplo de direitos
cia, como ocorre nas concessões, permissões, etc. Da mesma forma, a que a Administração Pública tem e o particular não tem:
Administração diversifica no regime jurídico de sua atuação, ora manifes-
tando-se com maior poder de império ou de comando, segundo as normas Os atos administrativos são dotados de auto-executoriedade, isto é, a
de direito público, como, v. g.. quando exerce o poder de tributar, ou o Administração pode executar sozinha seus próprio atos, sem autorização
poder-dever de coibir a prática de um delito, ou mesmo de punir; ora prati- prévia do Poder Judiciário. Ex: O oficial da prefeitura, quando constata um
cando sua atividade em concorrência com a iniciativa privada, no mesmo barulho numa danceteria além dos limites legais, pode lavrar um auto de
pé de igualdade e condições, produzindo e vendendo, bens e serviços. infração unilateralmente, por força dos interesses que ele representa.
Para atuar devidamente, a Administração Pública divide-se em entidades Diferentemente, um particular, na mesma situação, teria que procurar o
de administração, ou seja, em Administração Direta e Administração Indire- Poder Judiciário.
ta, como definido em lei (Decreto-lei 200/67), especificando os órgãos que
compõe o Poder Executivo, não obstante as manifestações do poder esta- A Administração elabora sozinha os contratos administrativos, tendo o
tal serem exercidas igualmente também por órgãos do Poder Legislativo e particular que aderir ao mesmo. Se o particular não cumpre as suas obriga-
do Poder Judiciário, sendo o primeiro na função de fazer leis e o segundo ções, a Administração pode sozinha invocar a exceção do contrato não
de aplicá-las. cumprido. Nos contratos particulares, as partes participam da sua elabora-
ção e podem invocar a exceção do contrato não cumprido através do Poder
REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Judiciário.

Princípios que regem o regime jurídico da Administração Pública: O Poder Público tem uma série de vantagens que o coloca num grau
Princípio da supremacia do interesse público. de superioridade em relação aos particulares. O nome que se dá a esse
Princípio da indisponibilidade do interesse público. conjunto de vantagens é "cláusulas exorbitantes", pois exorbitam o padrão
dos contratos particulares, conferindo vantagens à Administração.
Princípio da supremacia do interesse público + Princípio da indis-
ponibilidade do interesse público = binômio prerrogativas + limites na Deveres: Os deveres também surgem em razão dos interesses que a
lei Administração representa quando atua. Exemplo de deveres que a Admi-
nistração tem e o particular não tem:
Princípio da supremacia do interesse público:

Direito 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O particular tem autonomia de vontade, pode contratar quem quiser pa- e passaram a falar em “divisão” e “separação de Poderes”, como se estes
ra a sua empresa. Já a Administração deve contratar através de concurso fossem estanques e incomunicáveis em todas as suas manifestações,
público. quando, na verdade, isto não ocorre, porque o Governo é a resultante da
interação dos três Poderes de Estado — Legislativo, Executivo e Judiciário
O empresário pode contratar os serviços que quiser e pelo valor que —, como a Administração o é de todos os órgãos desses Poderes.
quiser. A Administração não tem essa liberdade, precisa fazer licitação.
http://www.webjur.com.br/doutrina
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO
A ESTRUTURA ADMINISTRATIVA Organização do Estado — A organização do Estado é matéria consti-
O estudo da Administração Pública em geral, compreendendo a sua tucional no que concerne à divisão política do território nacional, à estrutu-
estrutura e as suas atividades, deve partir do conceito de Estado, sobre o ração dos Poderes, à forma de Governo, ao modo de investidura dos
qual repousa toda a concepção moderna de organização e funcionamento governantes, aos direitos e garantias dos governados. Após as disposições
dos serviços públicos a serem prestados aos administrados. constitucionais que moldam a organização política do Estado soberano,
surge, através da legislação complementar e ordinária, a organização
administrativa das entidades estatais, de suas autarquias e entidades
CONCEITO, ELEMENTOS E PODERES DE ESTADO paraestatais instituídas para a execução desconcentrada e descentralizada
de serviços públicos e outras atividades de interesse coletivo, objeto do
Conceito de Estado — O conceito de Estado varia segundo o ângulo
Direito Administrativo e das modernas técnicas de administração.
em que é considerado. Do ponto de vista sociológico, é corporação territo-
rial dotada de um poder de mando originário (Jellinek); sob o aspecto
No Estado Federal, que é o que nos interessa, a organização política
político, é comunidade de homens, fixada sobre um território, com potesta-
era dual, abrangendo unicamente a União (detentora da Soberania) e os
de superior de ação, de mando e de coerção (Malberg): sob o prisma
Estados-membros ou Províncias (com autonomia política, além da adminis-
constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana (Biscaretti di Ruffia); na
trativa e financeira). Agora, a nossa Federação compreende a União, os
conceituação do nosso Código Civil, é pessoa jurídica de Direito Público
Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios, que também são
Interno (art. 14. I). Como ente personalizado, o Estado tanto pode atuar no
entidades estatais, com autonomia política reconhecida pela Constituição
campo do Direito Público como no do Direito Privado, mantendo sempre
da República (art. 18), embora em menor grau que a dos Estados-membros
sua única personalidade de Direito Público, pois a teoria da dupla persona-
(art. 25). Essa outorga constitucional de autonomia política aos Municípios
lidade do Estado acha-se definitivamente superada.
é uma peculiaridade da Federação brasileira.. Assim, integra a organização
política da nossa Federação um Estado-membro anômalo, que é o Distrito
Esse é o Estado de Direito, ou seja, o Estado juridicamente organiza-
Federal, onde se localiza a Capital da União: Brasília (art. 18 e § 1º).
do e obediente às suas próprias leis.
Na nossa Federação, portanto, as entidades estatais, ou seja, entida-
Elementos do Estado — O Estado é constituído de três elementos o-
des com autonomia política (além da administrativa e financeira), são
riginários e indissociáveis: Povo, Território e Governo soberano. Povo é o
unicamente a União, os Estados-membros, os Municípios e o Distrito Fede-
componente humano do Estado; Território, a sua base física; Governo
ral. . As demais pessoas jurídicas instituídas ou autorizadas a se constituí-
soberano, o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder
rem por lei ou são autarquias, ou são fundações, ou são entidades paraes-
absoluto de autodeterminação e auto - organização emanado do Povo. Não
tatais, como veremos ao cuidar dos serviços públicos. Esse conjunto de
há nem pode haver Estado independente sem Soberania, isto é, sem esse
entidades estatais, autárquicas, fundacionais e paraestatais constitui a
poder absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-se
Administração Pública em sentido instrumental amplo, ou seja, a Adminis-
segundo a vontade livre de seu Povo e de fazer cumprir as suas decisões
tração centralizada e a descentralizada, atualmente denominada direta e
inclusive pela força, se necessário. A vontade estatal apresenta-se e se
indireta.
manifesta através dos denominados Poderes de Estado.
A nossa atual Constituição da República, do ponto de vista formal, é
Poderes de Estado — Os Poderes de Estado, na clássica tripartição
mal redigida, assistemática e detalhista; a redação é confusa, a matéria é
de Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, são o Legislativo,
distribuída sem sistema, e desce a detalhes impróprios de texto constitu-
o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas
cional.
funções reciprocamente indelegáveis (CF, art. 2º). Esses Poderes são
imanentes e estruturais do Estado (diversamente dos poderes administrati-
Organização da Administração — Após a organização soberana do
vos, que são incidentais e instrumentais da Administração), a cada um
Estado, com a instituição constitucional dos três Poderes que compõem o
deles correspondendo uma função que lhe é atribuído com precipuidade.
Governo, e a divisão política do território nacional, segue-se a organização
Assim, a função precípua do Poder Legislativo é a elaboração da lei (fun-
da Administração, ou seja, a estruturação legal das entidades e órgãos que
ção normativa); a função precípua do Poder Executivo é a conversão da lei
irão desempenhar as funções, através de agentes públicos (pessoas físi-
em ato individual e concreto (função administrativa); a função precípua do
cas). Essa organização faz-se normalmente por lei, e excepcionalmente por
Poder Judiciário é a aplicação coativa da lei aos litigantes (função judicial).
decreto e normas inferiores, quando não exige a criação de cargos nem
Referimo-nos à função precípua de cada Poder de Estado porque, embora
aumenta a despesa pública.
o ideal fosse a privatividade de cada função para cada Poder, na realidade
isso não ocorre, uma vez que todos os Poderes têm necessidade de prati-
Nesse campo estrutural e funcional do Estado atua o moderno Direito
car atos administrativos, ainda que restritos à sua organização e ao seu
Administrativo organizatório, auxiliado pelas contemporâneas técnicas de
funcionamento, e. em caráter excepcional admitido pela Constituição,
administração, aquele estabelecendo o ordenamento jurídico dos órgãos
desempenham funções e praticam atos que, a rigor, seriam de outro Poder.
das funções e dos agentes que irão desempenhá-las, e estas informando
O que há, portanto, não é separação de Poderes com divisão absoluta de
sobre o modo mais eficiente e econômico de realizá-las em benefício da
funções, mas, sim, distribuição das três funções estatais precípuas entre
coletividade. O Direito Administrativo impõe as regras jurídicas de organiza-
órgãos independentes, mas harmônicos e coordenados no seu funciona-
ção e funcionamento do complexo estatal; as técnicas de administração
mento, mesmo porque o poder estatal é uno e indivisível.
indicam os instrumentos e a conduta mais adequada ao pleno desempenho
das atribuições da Administração. Assim, embora sendo disciplinas diferen-
Aliás, já se observou que Montesquieu nunca empregou em sua obra
tes, ambas devem coexistir em toda organização estatal, autárquica, funda-
política as expressões “separação de Poderes” ou “divisão de Poderes”,
cional e paraestatal, a fim de bem ordenar os órgãos, distribuir as funções,
referindo-se unicamente à necessidade do “equilíbrio entre os Poderes”, do
fixar as competências e capacitar os agentes para a satisfatória prestação
que resultou entre os ingleses e norte-americanos o sistema de checks and
dos serviços públicos ou de interesse coletivo, objetivo final e supremo do
balances, que é o nosso método de freios e contrapesos, em que um Poder
Estado em todos os setores do Governo e da Administração.
limita o outro, como sugerira o próprio autor no original: “le pouvoir arrête le
pouvoir”. Seus apressados seguidores é que lhe deturparam o pensamento
Impõe-se, pois, estabelecermos o confronto entre Governo e Adminis-

Direito 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tração e, a seguir, examinarmos seus órgãos e agentes para, após, estu- atividades econômicas, educacionais, previdenciárias e quaisquer outras
darmos a atividade administrativa em toda a sua extensão e efeitos. outorgadas pela entidade estatal-matriz, mas sem subordinação hierárqui-
ca, sujeitas apenas ao controle finalístico de sua administração e da condu-
ta de seus dirigentes.
GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO
Governo e Administração são termos que andam juntos e muitas ve- Entidades fundacionais — São, pela nova orientação da Constituição
zes confundidos, embora expressem conceitos diversos nos vários aspec- da República de 1988, pessoas jurídicas de Direito Público, assemelhadas
tos em que se apresentam. às autarquias, como já decidiu o Supremo Tribunal Federal. São criadas por
lei específica com as atribuições que lhes forem conferidas no ato de sua
Governo — Em sentido formal, é o conjunto de Poderes e órgãos instituição.
constitucionais; em sentido material, é o complexo de funções estatais
básicas; em sentido operacional, é a condução política dos negócios públi- Entidades paraestatais — São pessoas jurídicas de Direito Privado
cos. Na verdade, o Governo ora se identifica com os Poderes e órgãos cuja criação é autorizada por lei específica para a realização de obras,
supremos do Estado, ora se apresenta nas funções originárias desses serviços ou atividades de interesse coletivo. São espécies de entidades
Poderes e órgãos como manifestação da Soberania. A constante, porém, paraestatais as empresas públicas, as sociedades de economia mista e os
do Governo é a sua expressão política de comando, de iniciativa, de fixa- serviços sociais autônomos (SESI, SESC, SENAI e outros). As entidades
ção de objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente. O paraestatais são autônomas, administrativa e financeiramente, têm patri-
Governo atua mediante atos de Soberania ou, pelos menos, de autonomia mônio próprio e operam em regime da iniciativa particular, na forma de seus
política na condução dos negócios públicos. estatutos, ficando vinculadas (não subordinadas) a determinado órgão da
entidade estatal a que pertencem, o qual supervisiona e controla seu de-
Administração Pública — Em sentido formal, é o conjunto de órgãos sempenho estatutário, sem interferir diretamente na sua administração.
instituídos para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material,
do conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS
acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técni-
co, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da Órgãos públicos — São centros de competência instituídos para o
coletividade. Numa visão global, a Administração é, pois, todo o aparelha- desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é
mento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfa- imputada à pessoa jurídica a que pertencem. São unidades de ação com
ção das necessidades coletivas. A Administração não pratica atos de atribuições específicas na organização estatal. Cada órgão, como centro de
governo; pratica, tão somente, atos de execução, com maior ou menor competência governamental ou administrativa, tem necessariamente fun-
autonomia funcional, segundo a competência do órgão e de seus agentes. ções, cargos e agentes, mas é distinto desses elementos, que podem ser
modificados, substituídos ou retirados sem supressão da unidade orgânica.
Comparativamente, podemos dizer que governo é atividade política e Isto explica por que a alteração de funções, ou a vacância dos cargos, ou a
discricionária; administração é atividade neutra, normalmente vinculada à mudança de seus titulares, não acarreta a extinção do órgão.
lei ou à norma técnica. Governo é conduta independente; administração é
conduta hierarquizada. O Governo comanda com responsabilidade consti- Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais pessoas jurídi-
tucional e política, mas sem responsabilidade profissional pela execução; a cas como partes desses corpos vivos, dotados de vontade e capazes de
Administração executa sem responsabilidade constitucional ou política, mas exercer direitos e contrair obrigações para a consecução de seus fins
com responsabilidade técnica e legal pela execução. A Administração é o institucionais. Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica
instrumental de que dispõe o Estado para pôr em prática as opções políti- nem vontade própria, que são atributos do corpo e não das partes, mas na
cas do Governo. Isto não quer dizer que a Administração não tenha poder área de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional ex-
de decisão. Tem. Mas o tem somente na área de suas atribuições e nos pressam a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por seus
limites legais de sua competência executiva, só podendo opinar e decidir atos, manifestados através de seus agentes (pessoas físicas). Como partes
sobre assuntos jurídicos, técnicos, financeiros ou de conveniência e opor- das entidades que integram, os órgãos são meros instrumentos de ação
tunidade administrativas, sem qualquer faculdade de opção política sobre a dessas pessoas jurídicas, preordenados ao desempenho das funções que
matéria. lhes forem atribuídas pelas normas de sua constituição e funcionamento.
Para a eficiente realização de suas funções cada órgão é investido de
O Governo e a Administração, como criações abstratas da Constitui- determinada competência, redistribuída entre seus cargos, com a corres-
ção e das leis, atuam por intermédio de suas entidades (pessoas jurídicas), pondente parcela de poder necessária ao exercício funcional de seus
de seus órgãos (centros de decisão) e de seus agentes (pessoas físicas agentes.
investidas em cargos e funções). É o que veremos a seguir.
Embora despersonalizados, os órgãos mantêm relações funcionais en-
tre si e com terceiros, das quais resultam efeitos jurídicos internos e exter-
ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS nos, na forma legal ou regulamentar. E, a despeito de não terem personali-
Entidade é pessoa jurídica, pública ou privada; órgão é elemento des- dade Jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que,
personalizado incumbido da realização das atividades da entidade a que quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo por man-
pertence, através de seus agentes. Na organização política e administrativa dado de segurança.
brasileira as entidades classificam-se em estatais, autárquicas, fundacio-
nais e paraestatais. A atuação dos órgãos é imputada à pessoa jurídica que eles integram,
mas nenhum órgão a representa juridicamente. A representação legal da
Entidades estatais — São pessoas jurídicas de Direito Público que in- entidade é atribuição de determinados agentes (pessoas físicas), tais como
tegram a estrutura constitucional do Estado e têm poderes políticos e os Procuradores judiciais e administrativos e, em alguns casos, o próprio
administrativos, tais como a União, os Estados-membros, os Municípios e o Chefe do Executivo (CPC, art. 12, I, II e VI). Não se confunda, portanto, a
Distrito Federal. A União é soberana; as demais entidades estatais têm imputação da atividade funcional do órgão à pessoa jurídica com a repre-
apenas autonomia política, administrativa e financeira, mas não dispõem de sentação desta perante a Justiça ou terceiros: a imputação é da atuação do
Soberania, que é privativa da Nação e própria da Federação. órgão à entidade a que ele pertence; a representação é perante terceiros
ou em juízo, por certos agentes.
Entidades autárquicas — São pessoas jurídicas de Direito Público, de
natureza meramente administrativa, criadas por lei específica, para a reali- Não há entre a entidade e seus órgãos relação de representação ou de
zação de atividades, obras ou serviços descentralizados da entidade estatal mandato, mas sim de imputação, porque a atividade dos órgãos identifica-
que as criou. Funcionam e operam na forma estabelecida na lei instituidora se e confunde-se com a da pessoa jurídica. Daí por que os atos dos Ór-
e nos termos de seu regulamento. As autarquias podem desempenhar gãos são havidos como da própria entidade que eles compõem. Assim, os
órgãos do Estado são o próprio Estado compartimentado em centros de

Direito 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
competência, destinados ao melhor desempenho das funções estatais. Por São órgãos autônomos os Ministérios, as Secretarias de Estado e de
sua vez, a vontade psíquica do agente (pessoa física) expressa a vontade Município, a Advocacia-Geral da União e todos os demais órgãos subordi-
do órgão, que é a vontade do Estado, do Governo e da Administração. nados diretamente aos Chefes de Poderes, aos quais prestam assistência
e auxílio imediatos. Seus dirigentes, em regra, não são funcionários, mas
Quando o agente ultrapassa a competência do órgão surge a sua res- sim agentes políticos nomeados em comissão.
ponsabilidade pessoal perante a entidade; como também, quando esta
desconsidera direitos do titular do órgão, pode ser compelida judicialmente Órgãos superiores são os que detêm poder de direção, controle, de-
a respeitá-los. Há, pois, que distinguir a atuação funcional do agente, cisão e comando dos assuntos de sua competência específica, mas sem-
sempre imputável à Administração, da atuação pessoal do agente além da pre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais
sua competência funcional ou contra a Administração, na defesa de direitos alta. Não gozam de autonomia administrativa nem financeira, que são
individuais de servidor público: aquela deflui de relações orgânicas; esta atributos dos órgãos independentes e dos autônomos a que pertencem.
resulta de relações de serviço. Sua liberdade funcional restringe-se ao planejamento e soluções técnicas,
dentro da sua área de competência, com responsabilidade pela execução,
Classificação dos órgãos públicos — Como as atividades governa- geralmente a cargo de seus órgãos subalternos.
mentais e administrativas são múltiplas e variadas, os órgãos que irão
realizá-las se apresentam diferençados na escala estatal, multiformes na Nessa categoria estão as primeiras repartições dos órgãos indepen-
sua estrutura e diversificados nas suas atribuições e funcionamento, procu- dentes e dos autônomos, com variadas denominações, tais como Gabine-
rando adaptar-se às especializadas funções que lhes são atribuídas. Daí a tes, Secretarias - Gerais, Inspetorias - Gerais, Procuradorias Administrati-
presença de Órgãos legislativos, executivos e judiciários; de órgãos de vas e Judiciais, Coordenadorias, Departamentos e Divisões. O nome dado
direção, deliberação, planejamento, assessoramento e execução; de ór- ao órgão é irrelevante; o que importa para caracterizá-lo superior é a pree-
gãos superiores e inferiores; de órgãos centrais, regionais e locais; de minência hierárquica na área de suas atribuições. Assim, num Ministério ou
órgãos administrativos, jurídicos e técnicos; de órgãos normativos e fiscali- numa Secretaria de Estado poderão existir tantos órgãos superiores quan-
zadores; de órgãos simples e compostos; de órgãos singulares e colegia- tas forem as áreas em que o órgão autônomo se repartir para o melhor
dos, e tantos outros. desempenho de suas atribuições.

Muitas classificações têm sido elaboradas para os órgãos públicos, na Órgãos subalternos são todos aqueles que se acham hierarquizados
sua maioria sem interesse prático, pelo que nos permitimos omiti-las, para a órgãos mais elevados, com reduzido poder decisório e predominância de
grupá-los apenas quanto à sua posição estatal, estrutura e atuação funcio- atribuições de execução. Destinam-se à realização de serviços de rotina,
nal, porque essas divisões revelam as características próprias de cada tarefas de formalização de atos administrativos, cumprimento de decisões
categoria e facilitam a compreensão de seu funcionamento, suas prerroga- superiores e primeiras soluções em casos individuais, tais como os que,
tivas e seu relacionamento interno e externo. nas repartições públicas, executam as atividades-meios e atendem ao
público, prestando-lhe informações e encaminhando seus requerimentos,
Órgãos independentes, autônomos, superiores e subalternos: como são as portarias e seções de expediente.
quanto à posição estatal, ou seja, relativamente à posição ocupada pelos
órgãos na escala governamental ou administrativa, eles se classificam em: Órgãos simples ou compostos: quanto à estrutura, os órgãos podem
independentes, autônomos, superiores e subalternos, como veremos a ser simples ou compostos.
seguir.
Órgãos simples ou unitários são os constituídos por um só centro de
Órgãos independentes são os originários da Constituição e represen- competência. Essa unitariedade tem levado alguns autores a identificar o
tativos dos Poderes de Estado — Legislativo, Executivo e Judiciário—, órgão simples com o cargo de seu agente e com o próprio agente, o que é
colocados no ápice da pirâmide governamental, sem qualquer subordina- um erro; o órgão é a unidade de ação; o cargo é o lugar reservado ao
ção hierárquica ou funcional, e só sujeitos aos controles constitucionais de agente; e o agente é a pessoa física que exercita as funções do órgão.
um Poder pelo outro. Por isso, são também chamados órgãos primários do
Estado. Esses órgãos detêm e exercem precipuamente as funções políticas O que tipifica o órgão como simples ou unitário é a inexistência de ou-
judiciais e quase-judiciais outorgadas diretamente pela Constituição, para tro órgão incrustado na sua estrutura, para realizar desconcentradamente
serem desempenhadas pessoalmente por seus membros (agentes políti- sua função principal ou para auxiliar seu desempenho. O número de seus
cos, distintos de seus servidores, que são agentes administrativos), segun- cargos e agentes não influi na unidade orgânica se esta é mantida num
do normas especiais e regimentais. único centro de competência, como ocorre numa portaria, que é órgão
simples ou unitário, com diversos cargos e agentes.
Nessa categoria encontram-se as Corporações Legislativas (Congres-
so Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleias Legis- Órgãos compostos são os que reúnem na sua estrutura outros órgãos
lativas, Câmaras de Vereadores), as Chefias de Executivo (Presidência da menores, com função principal idêntica (atividade-fim realizada de maneira
República, Governadorias dos Estados e do Distrito Federal, Prefeituras desconcentrada) ou com funções auxiliares diversificadas (atividades-meios
Municipais), os Tribunais Judiciários e os Juízos singulares (Supremo atribuídas a vários órgãos menores). Assim, uma Secretaria de Educação
Tribunal Federal, Tribunais Superiores Federais, Tribunais Regionais Fede- órgão composto tem na sua estrutura muitas unidades escolares, órgãos
rais, Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados-membros, Tribunais do menores com atividade-fim idêntica e órgãos de pessoal, de material, de
Júri e Varas das Justiças Comum e Especial). De se incluir, ainda, nesta transporte etc. —órgãos menores com atividades-meios diversificadas que
classe o Ministério Público federal e estadual e os Tribunais de Contas da auxiliam a realização do ensino, mas todos eles integrados e hierarquiza-
União, dos Estados-membros e Municípios, os quais são órgãos funcional- dos ao órgão maior.
mente independentes e seus membros integram a categoria dos agentes
políticos, inconfundíveis com os servidores das respectivas instituições. No órgão composto, o maior e de mais alta hierarquia envolve os me-
nores e inferiores, formando com eles um sistema orgânico, onde as fun-
Órgãos autônomos são os localizados na cúpula da Administração, ções são desconcentradas (e não descentralizadas), isto é, distribuídas a
imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordina- vários centros de competência, que passam a realizá-las com mais preste-
dos a seus chefes. Têm ampla autonomia administrativa, financeira e za e especialização, mas sempre sob a supervisão do órgão mais alto e
técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções precípuas fiscalização das chefias imediatas, que têm o poder de avocação e de
de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades que revisão dos atos das unidades menores, salvo nos órgãos independentes.
constituem sua área de competência. Participam das decisões governa-
mentais e executam com autonomia as suas funções específicas, mas Órgãos singulares ou colegiados: quanto à atuação funcional, os ór-
segundo diretrizes dos órgãos independentes, que expressam as opções gãos podem ser singulares ou colegiados.
políticas do Governo.
Órgãos singulares ou unipessoais são os que atuam e decidem a-

Direito 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
través de um único agente, que é seu chefe e representante. Esses órgãos unicamente titulariza o cargo para servir ao órgão. Órgão,função e cargo
podem ter muitos outros agentes auxiliares, como normalmente os têm, são criações abstratas da lei; agente é a pessoa humana, real, que infunde
mas o que caracteriza sua singularidade ou unipessoalidade é o desempe- vida, vontade e ação a essas abstrações legais.
nho de sua função precípua por um só agente investido como seu titular.
São exemplos desses órgãos a Presidência da República, as Governadori- As funções são os encargos atribuídos aos órgãos, cargos e agentes.
as dos Estados, as Prefeituras Municipais, que concentram as funções O órgão normalmente recebe a função in genere e a repassa aos seus
executivas das respectivas entidades estatais, enfeixam-nas num só cargo cargos in specie, ou a transfere diretamente a agentes sem cargo, com a
de chefia suprema e atribuem seu exercício a um único titular. necessária parcela de poder público para o seu exercício. Toda função é
atribuída e delimitada por norma legal. Essas atribuição e delimitação
A formação e manifestação de vontade desses órgãos, ou seja, sua a- funcional configuram a competência do órgão, do cargo e do agente, ou
tuação funcional, não exigem formalidades nem procedimentos especiais, seja, a natureza da função e o limite de poder para o seu desempenho. Daí
bastando a autenticação do Chefe para que se tornem eficazes nos limites por que, quando o agente ultrapassa esse limite, atua com abuso ou ex-
de sua competência legal. cesso de poder.

Órgãos colegiados ou pluripessoais são todos aqueles que atuam e Portanto, na estrutura e organização do Estado e da Administração dis-
decidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade de seus tingue-se nitidamente poder, órgão, função, competência, cargo e agente.
membros. Nos órgãos colegiados não prevalece a vontade individual de Neste tópico interessam-nos os agentes públicos, para conceituá-los,
seu Chefe ou Presidente, nem a de seus integrantes isoladamente: o que classificá-los e situá-los no quadro geral do Governo e da Administração.
se impõe e vale juridicamente é a decisão da maioria, expressa na forma
legal, regimental ou estatutária. Os agentes públicos, gênero que acima conceituamos, repartem-se ini-
cialmente em quatro espécies ou categorias bem diferençadas, a saber:
A atuação desses órgãos tem procedimento próprio, que se desenvolve agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos e agentes
nesta ordem: convocação, sessão, verificação de quorum e de impedimen- delegados, que, por sua vez, se subdividem em subespécies ou subcatego-
tos, discussão, votação e proclamação do resultado. Com a proclamação rias, como veremos a seu tempo. Essa classificação não corresponde
do resultado torna-se inalterável a deliberação colegial, só admitindo modi- exatamente à dos demais autores pátrios, mas se nos afigura a mais lógica
ficação ou correção através de novo pronunciamento do órgão, se cabível, e condizente com a realidade nacional, como procuraremos demonstrar a
(por via recursal ou de ofício) seguir.

Após a votação, os votos vencedores da maioria fundem-se unitaria- Agentes políticos: são os componentes do Governo nos seus primei-
mente num ato simples (e não complexo, como erroneamente pensam ros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por
alguns) e os votos vencidos da minoria ficam sem efeito jurídico na constitu- nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribui-
ição do resultado, só servindo para ensejar recurso (embargos), quando ções constitucionais. Esses agentes atuam com plena liberdade funcional,
legalmente admitido. desempenhando suas atribuições com prerrogativas e responsabilidades
próprias, estabelecidas na Constituição e em leis especiais. Não são servi-
Como as deliberações e decisões dos Órgãos colegiados estão sempre dores públicos, nem se sujeitam ao regime jurídico único estabelecido pela
formalmente vinculadas a um procedimento legal para sua emissão e Constituição de 1988. Têm normas específicas para sua escolha, investidu-
validade, o desrespeito a esse procedimento, tal seja a sua relevância, ra, conduta e processo por crimes funcionais e de responsabilidade, que
pode conduzir à nulidade do ato final. Essa ilegalidade é possível apresen- lhes são privativos.
tar-se desde a convocação da sessão até a proclamação do resultado da
votação. Observe-se, neste ponto, que a nulidade de um ou de alguns Os agentes políticos exercem funções governamentais, judiciais e qua-
votos não invalida a manifestação do Órgão se, excluídos aqueles, ainda se-judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos,
remanescer a maioria necessária a favor da decisão impugnada. decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência.
São as autoridades públicas supremas do Governo e da Administração na
Nas relações com a própria Administração e com terceiros os órgãos área de sua atuação, pois não estão hierarquizadas, sujeitando-se apenas
colegiados são representados por seus dirigentes, e não por seus mem- aos graus e limites constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os
bros, conjunta ou isoladamente. O ato colegial só é necessário para a agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à independên-
manifestação da vontade do órgão no desempenho específico de suas cia dos juízes nos seus julgamentos, e, para tanto, ficam a salvo de res-
funções. Assim, as Corporações Legislativas, os Tribunais e as Comissões ponsabilização civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que
deliberam e decidem por seus plenários e câmaras, mas se fazem repre- tenham agido com culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder.
sentar juridicamente e se administram por seus Presidentes, Chefes ou
Procuradores. Realmente, a situação dos que governam e decidem é bem diversa da
dos que simplesmente administram e executam encargos técnicos e profis-
Apreciados os órgãos públicos como centros de competência, aptos à sionais, sem responsabilidade de decisão e de opções políticas. Daí por
realização das funções do Estado, vejamos, agora, as pessoas físicas que que os agentes políticos precisam de ampla liberdade funcional e maior
atuam como seus agentes, com parcelas de seu poder. resguardo para o desempenho de suas funções. As prerrogativas que se
concedem aos agentes políticos não são privilégios pessoais; são garantias
Agentes públicos — São todas as pessoas físicas incumbidas, defini- necessárias ao pleno exercício de suas altas e complexas funções gover-
tiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. Os agentes namentais e decisórias. Sem essas prerrogativas funcionais os agentes
normalmente desempenham funções do órgão, distribuídas entre os cargos políticos ficariam tolhidos na sua liberdade de opção e de decisão, ante o
de que são titulares, mas excepcionalmente podem exercer funções sem temor de responsabilização pelos padrões comuns da culpa civil e do erro
cargo. A regra é a atribuição de funções múltiplas e genéricas ao órgão, as técnico a que ficam sujeitos os funcionários profissionalizados.
quais são repartidas especificamente entre os cargos, ou individualmente
entre os agentes de função sem cargo. Em qualquer hipótese, porém, o Nesta categoria encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da
cargo ou a função pertence ao Estado, e não ao agente que o exerce, República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros
razão pela qual o Estado pode suprimir ou alterar cargos e funções sem e Secretários de Estado e de Município); os membros das Corporações
nenhuma ofensa aos direitos de seus titulares, como podem desaparecer Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do Poder
os titulares sem extinção dos cargos e funções. Judiciário (Magistrados em geral); os membros do Ministério Público (Pro-
curadores da República e da Justiça, Promotores e Curadores Públicos); os
Os cargos, como já vimos, são apenas os lugares criados no órgão pa- membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros); os represen-
ra serem providos por agentes que exercerão as suas funções na forma tantes diplomáticos e demais autoridades que atuem com independência
legal. O cargo é lotado no órgão e o agente é investido no cargo. Por aí se funcional no desempenho de atribuições governamentais, judiciais ou
vê que o cargo integra o órgão, ao passo que o agente, como ser humano, quase judiciais, estranhas ao quadro do serviço público.

Direito 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e sob a permanente fiscalização do delegante. Esses agentes não são
Agentes administrativos: são todos aqueles que se vinculam ao Es- servidores públicos, nem honoríficos, nem representantes do Estado;
tado ou às suas entidades autárquicas e fundacionais por relações profis- todavia, constituem uma categoria à parte de colaboradores do Poder
sionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico único da entida- Público. Nessa categoria encontram-se os concessionários e permissioná-
de estatal a que servem. São investidos a título de emprego e com retribui- rios de obras e serviços públicos, os serventuários de ofícios ou cartórios
ção pecuniária, em regra por nomeação, e excepcionalmente por contrato não estatizados, os leiloeiros, os tradutores e intérpretes públicos, as de-
de trabalho ou credenciamento. Nessa categoria incluem-se, também, os mais pessoas que recebem delegação para a prática de alguma atividade
dirigentes de entidades paraestatais (não os seus empregados), como estatal ou serviço de interesse coletivo.
representantes da Administração indireta do Estado, os quais, nomeados
ou eleitos, passam a ter vinculação funcional com órgãos públicos da Embora nossa legislação seja omissa a respeito, esses agentes, quan-
Administração direta, controladores da entidade. do atuam no exercício da delegação ou a pretexto de exercê-la e lesam
direitos alheios, devem responder civil e criminalmente sob as mesmas
Os agentes administrativos não são membros de Poder de Estado, normas da Administração Pública de que são delegados, ou seja, com
nem o representam, nem exercem atribuições políticas ou governamentais; responsabilidade objetiva pelo dano (CF, art. 37, § 6º), e por crime funcio-
são unicamente servidores públicos, com maior ou menor hierarquia, en- nal, se for o caso (CP, art. 327); pois não é justo e jurídico que a só transfe-
cargos e responsabilidades profissionais dentro do órgão ou da entidade a rência da execução de uma obra ou de um serviço originariamente público
que servem, conforme o cargo ou a função em que estejam investidos. De a particular descaracterize sua intrínseca natureza estatal e libere o execu-
acordo com a posição hierárquica que ocupam e as funções que lhes são tor privado das responsabilidades que teria o Poder Público se o executas-
cometidas, recebem a correspondente parcela de autoridade pública para o se diretamente. Por essa mesma razão é que a lei de mandado de segu-
seu desempenho no plano administrativo, sem qualquer poder político. rança considera “autoridade”, para fins de impetração, “as pessoas naturais
Suas atribuições, de chefia, planejamento, assessoramento ou execução ou jurídicas com funções delegadas do Poder Público, somente no que
permanece no âmbito das habilitações profissionais postas remunerada- entende com essas funções” (Lei 1.533/51, art. 1º, § 1º). Não se confunda,
mente a serviço da Administração. Daí por que tais agentes respondem entretanto,funções delegadas com atividades meramente fiscalizadas pelo
sempre por simples culpa pelas lesões que causem à Administração ou a Estado: aquelas têm origem e natureza públicas; estas são e continuam
terceiros no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, visto sendo particulares, sem equiparação aos atos estatais.
que os atos profissionais exigem perícia técnica e perfeição de ofício.
Ainda sobre a conduta desses agentes, entendemos que o Estado tem
Esses agentes administrativos ficam em tudo e por tudo sujeitos ao re- responsabilidade subsidiária pelos seus atos funcionais lesivos aos usuá-
gime da entidade a que servem e às normas específicas do órgão em que rios ou terceiros, desde que a vítima comprove a insolvência do delegado,
trabalham, e, para efeitos criminais, são considerados funcionários públi- devedor principal. Note-se bem que a responsabilidade do delegante não é
cos, nos expressos termos do art. 327 do CP. conjunta nem solidária com a do delegado; é subsidiária, ou seja, supletiva
da do causador do dano na execução da delegação, se este se revelar
A categoria dos agentes administrativos — espécie do gênero agente incapaz de satisfazer a indenização devida. Nenhuma responsabilidade,
público — constitui a imensa massa dos prestadores de serviços à Adminis- porém, suporta o delegante pelos atos negociais do delegado para a exe-
tração direta e indireta do Estado nas seguintes modalidades admitidas cução da obra ou do serviço, pois quem com ele contrata o faz em termos
pela Constituição da República de 1988: a) servidores públicos concursa- particulares, sem qualquer vinculação com o Poder Público delegante.
dos (art. 37,II); b) servidores públicos exercentes de cargos em comissão
ou função de confiança, sem concurso, escolhidos, preferencialmente, Agentes credenciados: são os que recebem a incumbência da Admi-
entre “servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional” nistração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade
(art. 37, V); c) servidores temporários, contratados “por tempo determinado específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante.
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”
(art. 37, IX). Investidura dos agentes públicos Todo agente público vincula-se ao
Estado por meio de ato ou procedimento legal a que se denomina investi-
Esses servidores públicos sujeitam-se ao disposto no art. 37 e incisos; dura, variável na forma e nos efeitos, segundo a natureza do cargo, do
todavia, somente os servidores da Administração direta, das autarquias e emprego, da função ou do mandato que se atribui ao investido.
das fundações públicas é que estão adstritos ao regime jurídico único
imposto pela atual Carta, nos termos do art. 39. A investidura pode ser administrativa ou política; originária ou derivada;
vitalícia, efetiva ou em comissão, e outras formas temporárias.
Agentes honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou no-
meados para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado, Investidura administrativa: é toda aquela que vincula o agente a car-
em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória go, função ou mandato administrativo, atendidos os requisitos de capacida-
capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatu- de e idoneidade que a lei estabelecer. Destina-se, em geral, à composição
tário e, normalmente, sem remuneração. Tais serviços constituem o cha- dos quadros do serviço público, em sentido amplo, abrangendo o pessoal
mado múnus público, ou serviços públicos relevantes, de que são exemplos dos três Poderes e dos serviços autárquicos e fundacionais. A forma usual
a função de jurado, de mesário eleitoral, de presidente ou membro de dessa investidura é a nomeação, por decreto ou portaria, mas admite,
comissão de estudo ou de julgamento e outros dessa natureza. também, a admissão, a designação, a contratação e a eleição administrati-
va, nos termos regulamentares, regimentais ou estatutários.
Os agentes honoríficos não são funcionários públicos, mas momenta-
neamente exercem uma função pública e, enquanto a desempenham, Investidura política: realiza-se, em regra, por eleição direta ou indire-
sujeitam-se à hierarquia e disciplina do órgão a que estão servindo, poden- ta, mediante sufrágio universal, ou restrito a determinados eleitores, na
do perceber um pro labore e contar o período de trabalho como de serviço forma da Constituição da República (arts. 2º e 14), para mandatos nas
público. Sobre estes agentes eventuais do Poder Público não incidem as Corporações Legislativas (Senado Federal, Câmara dos Deputados, As-
proibições constitucionais de acumulação de cargos, funções ou empregos sembleias Legislativas e Câmaras Municipais) ou nas Chefias dos Executi-
(art. 37, XVI e XVII), porque sua vinculação com o Estado é sempre transi- vos (Presidente da República, Governadores de Estados-membros, Gover-
tória e a título de colaboração cívica, sem caráter empregatício. Somente nadores do Distrito Federal e Prefeitos Municipais). O fundamento dessa
para fins penais é que esses agentes são equiparados a funcionários investidura é a condição cívica do cidadão, razão pela qual não se exigem
públicos quanto aos crimes relacionados com o exercício da função, nos do candidato requisitos profissionais, mas apenas a plenitude de seus
expressos termos do art. 327 do CP. direitos políticos, nos termos da legislação eleitoral. Considera-se, também,
investidura política a dos altos cargos do Governo, como os de Ministros e
Agentes delegados: são particulares que recebem a incumbência da Secretários de Estado, Ministros dos Tribunais Superiores, Procurador-
execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam Geral da República e Governadores de Territórios, com a diferença de que
em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado os eleitos exercem mandato por tempo certo, só cassável, em princípio,

Direito 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pelo Plenário da respectiva corporação, e os nomeados, cargo em comis- Através da coordenação pretende-se a harmonização de todas as ati-
são (de confiança), sendo, por isso mesmo, exoneráveis ad nutum, a qual- vidades da Administração Pública, evitando-se desperdícios. Economiza-
quer tempo. se, portanto, recursos materiais e humanos.

É de se distinguir, todavia, a eleição política da eleição administrativa, Descentralização - É o que tem por objeto o descongestionamento
visto que aquela é feita diretamente pelo povo, ou indiretamente, por seus administrativo, afastando do centro (o Estado) e atribuindo a uma pessoa
representantes, para uma investidura cívica, e esta é realizada internamen- distinta, poderes de administração, constituídos do exercício de atividades
te pelos próprios pares do eleito, no seio do colegiado, ou por votantes (não públicas ou de utilidade pública. Desta forma, em seu próprio nome, o ente
eleitores) da categoria profissional a que pertence o candidato ao mandato. descentralizado age por outorga do serviço ou atividade pública, bem como
Merece, ainda, distinção entre o eleito para integrar um colegiado ou para por delegação de sua execução. A descentralização distingue-se da “des-
dirigi-lo e o que é nomeado para o mesmo órgão pelo Executivo: aquele concentração”, que vem a se constituir na distribuição ou repartição de
exerce um mandato administrativo; este, uma delegação administrativa da funções entre vários órgãos da mesma entidade estatal (União, Estados,
própria Administração, e por isso mesmo pode ser destituído da função DF, Municípios).
sumariamente e a qualquer tempo pelo delegante, embora a renovação do
colegiado tenha prazo certo. O mesmo ocorre com algumas investiduras Delegação de competência - Pode ser encarada como uma forma de
políticas por nomeação, dependentes de aprovação pelo Legislativo, mas aplicação do “princípio da descentralização”, mas o Decreto-Lei n. 200/67
que podem ser desconstituídas a qualquer tempo e sem mais formalidades coloca-o como princípio autônomo e diferenciado daquele. Constitui-se na
pelo Executivo, como podem prosseguir além do mandato do nomeante, transferência, pelas autoridades administrativas, de atribuições decisórias a
independentemente de nova aprovação e nomeação. seus subordinados, mediante ato específico e que indique, com clareza e
precisão, a autoridade delegante (a que transfere), a delegada (que recebe)
Investidura originária e derivada: investidura originária é a que vincu- e o objeto da delegação (a própria atribuição). Através desse princípio visa,
la inicialmente o agente ao Estado, tal como a primeira nomeação para a Administração Pública, maior objetividade e precisão às suas decisões.
cargo público a que se refere a Constituição (art. 37, II); investidura deriva- com vistas a situá-las o mais próximo possível dos fatos, das pessoas e
da é aquela que se baseia em anterior vinculação do agente com a Admi- dos problemas que pretende atender.
nistração, como a promoção, a transferência, a remoção, a reintegração
etc. Para o funcionalismo em geral, a investidura originária depende de Controle - Em sentido amplo, caracteriza-se numa das formas de e-
concurso público de provas, ou de provas e títulos, salvo as dispensas xercício do poder hierárquico, com o objetivo de fiscalização, pelo órgão
indicadas em lei; a investidura derivada normalmente se faz por seleção superior, do cumprimento da lei, das instruções e da execução das atribui-
interna pelo sistema de mérito e tempo de serviço, na forma estatutária. ções específicas, dos órgãos inferiores, bem como dos atos e rendimento
de cada servidor. Pelo enfoque da reforma administrativa e que mais dire-
Investidura vitalícia, efetiva e em comissão: investidura vitalícia é a tamente interessa ao nosso estudo, constitui-se em instrumento da supervi-
que tem caráter perpétuo, como a dos Magistrados, e cuja destituição exige são ministerial, a que sujeitam-se todos os órgãos da Administração fede-
processo judicial; investidura efetiva é a que tem presunção de definitivida- ral, inclusive os entes descentralizados (autarquias, paraestatais), normal-
de, para tornar o agente estável no serviço após o estágio probatório, pelo mente não sujeitos ao poder hierárquico das autoridades da Administração
que a sua destituição depende de processo administrativo; investidura em direta. Visa, especificamente, à consecução de seus objetivos e à eficiência
comissão é a de natureza transitória, para cargos ou funções de confiança, de sua gestão, sendo exercido de diversos modos e que poderão chegar,
sendo o agente exonerável ad nutum, a qualquer tempo, e independente- se for o caso, à intervenção, mediante controle total.
mente de justificativa. Nesta modalidade de investidura o agente não adqui-
re estabilidade no serviço público, nem as vantagens da função integram CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
seu patrimônio, dada a precariedade de seu exercício. PÚBLICA
O Estado tem como função primordial o oferecimento de utilidades aos
A investidura efetiva é própria dos cargos do quadro permanente da administrados, não se justificando sua atuação senão no interesse público.
Administração, ocupados pela grande massa do funcionalismo, com provi- Assim, entende-se que todas as vezes que o Estado atua, o faz porque à
mento inicial por concurso, para o desempenho de atividades técnicas e coletividade deve atender.
administrativas do Estado, com caráter de exercício profissional. Diversa-
mente, a investidura em comissão é adequada para os agentes públicos de No início dos estudos sobre o Direito Administrativo havia o entendi-
alta categoria, chamados a prestar serviços ao Estado, sem caráter profis- mento de que os serviços público eram poderes estatais (e não deveres),
sional, e até mesmo de natureza honorífica e transitória. Tais agentes, em que independiam da vontade ou da necessidade do cidadão ou do residen-
sua maioria, são delegados ou representantes do Governo, pessoas de sua te de um determinado local.
confiança, providos nos altos postos do Estado, para o desempenho de
funções diretivas ou missões transitórias características de múnus público. Esta ideia inicial foi superada com o surgimento da Escola Francesa do
Serviço Público, capitaneada por Léon Duguit, quando se passou a enten-
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA der serviço público como serviços prestados aos administrados.
Os princípios referidos no programa são aqueles constantes da reforma
administrativa de 1967 (Decreto-Lei n. 200, de 25.02.67), mantidos tacita- HELY LOPES MEIRELLES nos deixou o seguinte conceito de serviço
mente pela reforma de 1990 (Lei n. 8028, de 12.04.90 e Decreto 99.180, de público:
15.03.90). São eles o do “planejamento”, o da .coordenação”, o da “descen- "Serviço Público é todo aquela prestado pela Administração ou por
tralização”, o da “delegação de competência” e o do “controle”, que serão seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessi-
sucintamente analisados a seguir: dades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniência
do Estado."
Planejamento – É o estudo e estabelecimento das diretrizes e metas (HELY LOPES MEIRELLES, Direito Administrativo Brasileiro, São Pau-
que deverão orientar a ação governamental, através de um piano geral de lo, Ed. Malheiros, 1997, 22ª Ed., pg. 297)
governo, de programas globais, setoriais e regionais de duração plurianual,
do orçamento-programa anual e da programação financeira de desembol- Nesse sentido, prendendo-se aos critérios relativos à atividade pública,
so. Desta forma, as atividades da Administração Pública deverão adaptar- ensina o Professor JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO:
se aos programas aprovados pela Presidência da República, isto é, não "..., conceituamos serviço público como toda atividade prestada pelo
são permitidos desvios que comprometam os limites financeiros de desem- Estado ou por seus delegados, basicamente sob o regime de direito públi-
bolso ou afrontem a respectiva programação. co, com vistas a satisfação de necessidades essenciais e secundárias da
coletividade."
Coordenação – É o que visa entrosar as atividades da Administração, (JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, Manual de Direito Adminis-
de modo a evitar a duplicidade de atuação, a disperso de recursos, a diver- trativo, Rio de Janeiro, Ed. Lumen Juris, 3ª ed., 1999, pg. 217)
gência de soluções e outros males característicos da burocracia.

Direito 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Apresentado dois dos diversos conceitos oferecidos pela doutrina, de- trativo, São Paulo, Ed. Malheiros, 10 ed., 1998, pg. 96)
ve-se buscar qual a entidade federativa (União, Estados-Membros, Distrito
Federal ou Municípios) competente para instituir, regulamentar e controlar Visualizado o conceito de descentralização da prestação dos serviços
os diversos serviços públicos. públicos, há que destacar os modelos de descentralização adotados pela
doutrina pátria.
Para tanto, há que se buscar o fundamento de validade da atuação es-
tatal na Constituição Federal que apresenta, quanto ao ente federativo Não há, pelos doutrinadores, uniformidade na classificação das subes-
titular do serviço, a classificação de serviços privativos e serviços comuns. pécies de descentralização.
Os primeiros são aqueles atribuídos a somente uma das esferas da federa-
ção, como por exemplo, a emissão de moeda, de competência privativa da Entretanto, tenho por mais didática a apresentação feita pela Professo-
União (CF, art. 21, VII). Já os serviços comuns, podem ser prestados por ra MARIA SYLVIA ZANELA DI PIETRO, em seu Direito Administrativo, São
mais de uma esfera federativa, como por exemplo, os serviços de saúde Paulo, Ed. Atlas, 1997, 8° ed. Pg. 296 e ss.
pública (CF, art. 23, II).
Em seu curso, a professora MARIA SYLVIA divide a descentralização
Analisados o conceito e a atribuição para a prestação dos serviços pú- inicialmente em política e administrativa.
blicos, deve-se ter em mente que estes são regidos por princípios que
levam em consideração o prestador (ente público ou delegado), os destina- A descentralização política ocorre quando o ente descentralizado exer-
tários e o regime a que se sujeitam. Como exemplo dos princípios que ce atribuições próprias que não decorrem do ente central. Tema que já foi
regem os serviços públicos temos o princípio da generalidade - o serviço abordado supra, a descentralização política decorre diretamente da consti-
deve beneficiar o maior número possível de indivíduos; princípio da continu- tuição (o fundamento de validade é o texto constitucional) e independe da
idade – os serviços não devem sofrer interrupção; princípio da eficiência; manifestação do ente central (União).
princípio da modicidade – o lucro, meta da atividade econômica capitalista,
não é objetivo da função administrativa. Já a descentralização administrativa ocorre quando o ente descentrali-
zado exerce atribuições que decorrem do ente central, que empresta sua
Feitas breves considerações preliminares, quanto à origem, ao concei- competência administrativa constitucional a um dos entes da federação tais
to, à titularidade, e aos princípios informativos, passamos à análise da como os Estados-Membros, os municípios e o Distrito Federal, para a
questão central que é a forma de execução dos serviços públicos. consecução dos serviços públicos.
Sendo o titular dos serviços públicos, o Estado deve prestá-los da me-
lhor forma possível. Assim, pode, em casos específicos, dividir a tarefa da Assim, entende-se que na descentralização administrativa, os entes
execução, não podendo, em nenhuma hipótese, transferir a titularidade do descentralizados têm capacidade para gerir os seus próprios "negócios",
serviço. mas com subordinação a leis postas pelo ente central

O certo é que, possível a parceria, podem os serviços públicos serem A descentralização administrativa se apresenta de três formas. Pode
executados direta ou indiretamente. ser territorial ou geográfica, por serviços, funcional ou técnica e por colabo-
ração.
O Estado, por seus diversos órgãos e nos diversos níveis da federa-
ção, estará prestando serviço por EXECUÇÃO DIRETA quando, dentro de A descentralização territorial ou geográfica é a que se verifica quando
sua estrutura administrativa -ministérios, secretarias, departamentos, dele- uma entidade local, geograficamente delimitada, é dotada de personalidade
gacias -, for o titular do serviço e o seu executor. Assim, o ente federativo, jurídica própria, de direito público, com capacidade jurídica própria e com a
será tanto o titular do serviço, quando o prestador do mesmo. Esses órgãos capacidade legislativa (quando existente) subordinada a normas emanadas
formam o que a doutrina chama de ADMINISTRAÇÃO CENTRALIZADA, do poder central.
porque é o próprio Estado que, nesses casos, centraliza a atividade.
No Brasil, podem ser incluídos nessa modalidade de descentralização
O professor CARVALHO DOS SANTOS, em sua obra já citada (pg. os territórios federais, embora na atualidade não existam.
229), conclui:
"O Decr.-lei n° 200/67, que implantou a reforma administrativa federal, A descentralização por serviços, funcional ou técnica é a que se verifi-
denominou esse grupamento de órgãos de administração direta (art. 4°, I), ca quando o poder público (União, Estados, Distrito Federal ou Município)
isso porque o Estado, na função de administrar, assumirá diretamente seus por meio de uma lei cria uma pessoa jurídica de direito público – autarquia
encargos." (GN) e a ela atribui a titularidade (não a plena, mas a decorrente de lei) e a
execução de serviço público descentralizado.
Por outro lado, identifica-se a EXECUÇÃO INDIRETA quando os servi-
ços são prestados por pessoas diversas das entidades formadoras da Doutrina minoritária permite, ignorando o DL 200/67, a transferência da
federação. titularidade legal e da execução de serviço público a pessoa jurídica de
direito privado. Essa classificação permitiria no Brasil a transferência da
Ainda que prestados por terceiros, insisto, o Estado não poderá nunca titularidade legal e da execução dos serviços às sociedades de economia
abdicar do controle sobre os serviços públicos, afinal, quem teve o poder mista e às empresas públicas.
jurídico de transferir atividades deve suportar, de algum modo, as conse-
quências do fato. Na descentralização por serviços, o ente descentralizado passa a deter
a "titularidade" e a execução do serviço nos termos da lei não devendo e
Essa execução indireta, quando os serviços públicos são prestados por não podendo sofrer interferências indevidas por parte do ente que lhe deu
terceiros sob o controle e a fiscalização do ente titular, é conhecido na vida. Deve pois, desempenhar o seu mister da melhor forma e de acordo
doutrina como DESCENTRALIZAÇÃO. com a estrita demarcação legal.

Leciona o Professor CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO que: A descentralização por colaboração é a que se verifica quando por
"Diz-se que a atividade é descentralizada quando é exercida, ..., por meio de contrato (concessão de serviço público) ou de ato administrativo
pessoas distintas do Estado. unilateral (permissão de serviço público), se transfere a execução de
determinado serviço público a pessoa jurídica de direito privado, previamen-
Na descentralização o Estado atua indiretamente, pois o faz através de te existente, conservando o poder público, in totum, a titularidade do servi-
outras pessoas, seres juridicamente distintos dele, ainda quando sejam ço, o que permite ao ente público dispor do serviço de acordo com o inte-
criaturas suas e por isso mesmo se constituam, ..., em parcelas personali- resse público.
zadas da totalidade do aparelho administrativo estatal."
(CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, Curso de Direto Adminis- Feitas as distinções concernentes ao tema, vale recordar que a des-

Direito 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
centralização não se confunde com a desconcentração. simples ou unitários, constituídos por um único centro de atribuições,
sem subdivisões internas, como ocorre com as seções integradas
A desconcentração é procedimento eminentemente interno, significan- em órgãos maiores; e
do, tão somente, a substituição de um órgão por dois ou mais com o objeti- compostos, constituídos por vários outros órgãos, como acontece com
vo de acelerar a prestação do serviço. Na desconcentração o serviço era os Ministérios e as Secretarias de Estado.
centralizado e continuou centralizado, pois que a substituição se processou
apenas internamente. 3.3.3 Quanto à composição
Classificam-se em:
Na desconcentração, as atribuições administrativas são outorgadas singulares, quando integrados por um único agente, como a Presidên-
aos vários órgãos que compões a hierarquia, criando-se uma relação de cia da República e a Diretoria de uma escola;
coordenação e subordinação entre um e outros. Isso é feito com o intuito de b) coletivos, quando integrados por vários agentes, como o Conselho
desafogar, ou seja, desconcentrar, tirar do centro um grande volume de de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
atribuições para permitir o seu mais adequado e racional desempenho.
SANCHES, Salvador Infante. Jus Navigandi, Teresina, ano 3, n. 35, 4. Desconcentração
out. 1999. É uma distribuição interna de competências, ou seja, uma divisão de
competências dentro da mesma pessoa jurídica.
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
Administração Direta é aquela composta por órgãos ligados direta- Fonte: http://www.alexandremagno.com/novo/administracao-direta
mente ao poder central, federal, estadual ou municipal. São os próprios
organismos dirigentes, seus ministérios e secretarias. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Carlos Eduardo Guerra
Administração Indireta é aquela composta por entidades com perso-
nalidade jurídica própria, que foram criadas para realizar atividades de 1 Administração Indireta
Governo de forma descentralizada. São exemplos as Autarquias, Funda- 1.1 Noção
ções, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. A base da ideia da Administração Indireta encontra-se no instituto da
descentralização, que vem a ser a distribuição de competências de uma
ADMINISTRAÇÃO DIRETA para outra pessoa, física ou jurídica.
1. Conceito
Constituída dos órgãos e serviços integrados na estrutura administrati- Nos próximos capítulos iremos desenvolver melhor o tema. Agora, só
va da Presidência da República, Governo dos Estados e do DF, Prefeituras afirmamos que a descentralização pode ser feita de várias formas, com
e dos Ministérios e Secretarias (DL 200/67). destaque a descentralização por serviços, que se verifica quando o poder
público (União, Estados, Municípios ou Distrito Federal) cria uma pessoa
2. Centralização administrativa jurídica de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e a execu-
A atividade administrativa é centralizada quando é exercida diretamen- ção de determinado serviço público, surgindo as entidades da Administra-
te pelas entidades políticas estatais (União, Estados, Municípios e Distrito ção Indireta.
Federal), ou seja, pelo conjunto de órgãos que as compõem.
A Administração Indireta, na análise de Hely Lopes Meirelles, é o con-
3. Órgãos públicos junto dos entes (entidades com personalidade jurídica) que vinculados a um
3.1 Conceito órgão da Administração Direta, prestam serviço público ou de interesse
Órgão público é a unidade de atuação integrante da estrutura da Admi- público.
nistração direta e da estrutura da Administração indireta (Lei 9.784/99).
Tem estrutura, competência própria, quadro de servidores, poderes funcio- 1.2 Divisão
nais, mas não personalidade jurídica. São as seguintes as entidades da Administração Indireta:
Exemplos: Ministério da Justiça, Secretaria de Administração, Receita Autarquia
Federal etc. Empresa Pública
Sociedade de Economia Mista
3.2 Relação do Estado com os agentes públicos Fundação Pública
Considerando que o Estado é pessoa jurídica e que, como tal não dis-
põe de vontade própria, ele atua sempre por meio de pessoas físicas, os 1.3 Características
agentes públicos. Assim, de acordo com a teoria do órgão ou da imputação, As entidades da Administração Indireta possuem, necessária e cumula-
a pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio dos órgãos, de tal tivamente, as seguintes características:
modo que quando os agentes que os compõem manifestam sua vontade, é personalidade jurídica;
como se o próprio Estado o fizesse. patrimônio próprio;
vinculação a órgãos da Administração Direta.
3.3 Classificação
3.3.1 Quanto à posição estatal 1.4 Personalidade Jurídica Própria
a) Independentes, originários da CF e representativos dos três Pode- Para que possam desenvolver suas atividades, as entidades da admi-
res de Estado, sem qualquer subordinação hierárquica (Casas Le- nistração indireta são dotadas de personalidade; consequentemente, po-
gislativas, Chefia do Executivo, Tribunais e o Ministério Público); dem adquirir direitos e assumir obrigações por conta própria, não necessi-
b) autônomos, se localizam na cúpula da Administração, subordina- tando, para tanto, das pessoas políticas.
dos diretamente à chefia dos órgãos independentes (Ministérios,
Secretarias de Estado e de Município); 1.5 Patrimônio Próprio
c) superiores, órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à Em função da característica anterior, as entidades possuem patrimônio
subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia, não gozam próprio, distinto das pessoas políticas.
de autonomia administrativa ou financeira (departamentos, coor-
denadorias, divisões); 1.6 Vinculação aos Órgãos da Administração Direta
d) subalternos, se acham subordinados hierarquicamente a órgãos As entidades da Administração Indireta são vinculadas aos órgãos da
superiores de decisão, exercendo principalmente funções de exe- Administração Direta, com o objetivo principal de possibilitar a verificação
cução (seções de expediente, de pessoal, de material). de seus resultados, a harmonização de suas atividades políticas com a
programação do Governo, a eficiência de sua gestão e a manutenção de
3.3.2 Quanto à estrutura sua autonomia financeira, operacional e financeira, através dos meios de
Os órgãos podem ser: controle estabelecido em lei.

Direito 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
quais foram instituídas, ficando, por conseguinte, impedidas de exercer
Alguns denominam este controle de tutela, definida por Maria Sylvia quaisquer outras atividades.
Zanella Di Pietro como a fiscalização que os órgãos centrais das pessoas
públicas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) exercem Como exceção a esta regra temos as autarquias territoriais (os territó-
sobre as pessoas administrativas descentralizadas, nos limites definidos em rios), que são dotadas de capacidade genérica.
lei, para garantir a observância da legalidade e o cumprimento de suas
finalidades institucionais. O atributo da capacidade específica é o denominado comumente de
princípio da especialidade ou especialização.
Não significa a tutela que os entes da Administração Indireta estejam
hierarquicamente subordinados à Administração Direta ocorrendo apenas 2.5 Descentralização Administrativa Financeira
uma descentralização. A subordinação ocorre entre os órgãos da Adminis- As autarquias desempenham atividades tipicamente públicas. O ente
tração, denominando-se de hierarquia ou autotutela. político "abre mão" do desempenho de determinado serviço, criando enti-
dades com personalidade jurídica (autarquias) apenas com o objetivo de
A autora estabelece diferenças sensíveis entre tutela (vinculação) e hi- realizar tal serviço.
erarquia, conforme o quadro a seguir.
Por força de tal característica, as autarquias são denominadas de ser-
Tutela (Vinculação) Hierarquia (Autotutela) viços públicos descentralizados, serviços públicos personalizados ou servi-
ços estatais descentralizados.
A tutela supõe a existência de
duas pessoas jurídicas, uma das A hierarquia existe dentro de uma 2.6 Criação por Lei Específica
quais exercendo controle sobre a mesma pessoa jurídica, quando, De acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19
outra (a pessoa política controla por exemplo, um Ministério ao art. 37, XIX, da Constituição da República, as autarquias são criadas por
as entidades da Administração controla seus próprios órgãos. lei específica. Para extingui-las entretanto, faz-se é necessária somente
Indireta). uma lei ordinária, não necessitando ser específica.
A hierarquia existe independen-
A tutela não se presume, só Se a União desejar criar dez autarquias, será necessária a promulga-
temente de previsão legal, pois é
existindo quando a lei a estabele- ção de dez leis ordinárias distintas. Caso pretenda extingui-las, bastará
inerente à organização adminis-
ce. uma única lei.
trativa.

3 EMPRESA PÚBLICA
2 AUTARQUIA 3.1 Noção
2.1 Noção A exploração da atividade econômica deve ser realizada, em regra ge-
A origem do vocábulo autarquia é grega, significando qualidade do que ral, pelo setor privado, mas, excepcionalmente, tal atividade pode ser
se basta a si mesmo, autonomia, entidade autônoma. realizada diretamente pelo setor público, respeitado o disposto no art. 173
da Constituição da República.
A ideia da autarquia reside na necessidade da pessoa política criar Por várias vezes o Poder Público institui entidades para a realização de
uma entidade autônoma (com capacidade de administrar-se com relativa atividades típicas do setor privado, como a indústria, o comércio e a bancá-
independência e não de maneira absoluta, visto que há a fiscalização do ria, regidas pelas mesmas normas da iniciativa privada.
ente criador) para a realização de atividade tipicamente pública, sendo uma Esses entes podem ser a empresa pública ou a sociedade de econo-
das formas de materialização da descentralização administrativa. mia mista. Neste tópico dedicaremos ao estudo da primeira.
As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado criadas
Nesta linha de pensamento, autarquias são entes administrativos autô- por autorização legislativa específica, com capital exclusivamente público,
nomos, criados por lei específica, com personalidade jurídica de direito para realizar atividades econômicas ou serviços públicos de interesse da
público interno, para a consecução de atividades típicas do poder público, Administração instituidora nos moldes da iniciativa particular, podendo
que requeiram, para uma melhor execução, gestão financeira e administra- revestir de qualquer forma admitida em direito.
tiva descentralizada.
3.2 Características
2.2 Características As empresas públicas possuem as seguintes características:
As autarquias possuem as seguintes características: personalidade jurídica de direito privado;
personalidade jurídica de direito público; capital exclusivamente público;
realização de atividades especializadas (capacidade específica), realização, em regra, de atividades econômicas;
em regra; revestimento de qualquer forma admitida no Direito;
descentralização administrativa e financeira; derrogações (alterações parciais) do regime de direito privado
criação por lei específica. por normas de direito público;
criação por autorização legislativa específica.
2.3 Personalidade Jurídica de Direito Público
Tendo personalidade jurídica, as autarquias são sujeitos de direito, ou 3.3 Personalidade Jurídica de Direito Privado
seja, são de titulares de direitos e obrigações próprios, distintos dos perten- Por realizarem, em regra, atividades econômicas, o art. 173 da Consti-
centes ao ente político (União, Estado, Município ou Distrito Federal) que tuição da República estabelece que devem as empresas ter o mesmo
as institui. tratamento jurídico da iniciativa privada, inclusive no que tange às obriga-
ções tributárias e trabalhistas.
Submetem-se a regime jurídico de direito público quanto à criação, ex-
tinção, poderes, prerrogativas, privilégios e sujeições, ou melhor, apresen- 3.4 Capital Exclusivamente Público
tam as características das pessoas públicas, como por exemplo as prerro- A grande distinção entre a empresa pública e a sociedade de economia
gativas tributárias, o regime jurídico dos bens e as normas aplicadas aos mista está na distribuição do capital, pois na primeira (empresa pública) só
servidores. há capital público, ou seja, todo o capital pertence ao poder público, inexis-
tindo capital privado.
Por tais razões, são classificadas como pessoas jurídicas de direito pú-
blico. 3.5 Atividades Econômicas
As empresas públicas não realizam atividades típicas do poder público,
2.4 Capacidade Específica mas sim atividades econômicas em que o Poder Público tenha interesse
Outra característica destas entidades é capacidade específica, signifi- próprio ou considere convenientes à coletividade.
cando que as autarquias só podem desempenhar as atividades para as
Direito 46 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
derrogações (alterações parciais) do regime de direito privado
Atualmente, admitem a doutrina e a jurisprudência que as empresas por normas de direito público;
públicas podem exercer serviços públicos, sendo tratadas, neste caso, criação por autorização legislativa específica.
como concessionárias de serviço público, continuando a ser aplicado o
direito privado. 4.3 Personalidade Jurídica de Direito Privado
Como as empresas públicas, as sociedades de economia mista tam-
3.6 Qualquer Forma Admitida no Direito bém possuem personalidade jurídica de direito privado.
As empresas públicas, de acordo com o Decreto-Lei 200/67, podem re-
vestir-se de qualquer forma admitida no Direito, inclusive a forma de Socie- 4.4 Capital Público e Privado
dade Anônima. Diferente da empresa pública, cujo capital pertence exclusivamente ao
Poder Público, na sociedade de economia mista é possível que haja capital
3.7 Derrogações do Regime de Direito Privado Por Normas de Di- privado. Apenas deve ser destacado que o controle será público, tendo o
reito Público Estado a maioria absoluta das ações com direito a voto.
Apesar de serem pessoas jurídicas de direito privado, não se aplica o
Direito Privado integralmente às Empresas Públicas, pois são entidades da 4.5 Atividades Econômicas
Administração Pública algumas normas públicas são aplicadas a estes Da mesma forma que as empresas públicas, as sociedades de econo-
entes, com destaque a obrigatoriedade de realizarem licitações e concursos mia mista também realizam atividades econômicas ou serviços públicos.
públicos, e a vedação de seus servidores acumularem cargos públicos de
forma remunerada. 4.6 Forma de Sociedade Anônima
As sociedades de economia mista, por força de lei, são regidas pela
3.8 Criação por Autorização Legislativa Específica forma de sociedade anônima, diferente da empresa pública que pode ter
De acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19 qualquer forma admitida em direito.
ao art. 37, XIX, da Constituição da República, a criação das empresas
públicas necessita de autorização legislativa específica. Para extingui-las 4.7 Derrogações do Regime de Direito Privado
precisa-se apenas de uma autorização legislativa, não necessitando ser Como às empresas públicas, não se aplica o regime de direito privado
específica na íntegra.

3.9- Divisão das Empresas Públicas 4.8 Criação por Autorização Legislativa Específica
As empresas públicas dividem-se em: De acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19
empresas públicas unipessoais - são as que o capital pertence a ao art. 37, XIX, da Constituição da República, a criação das sociedades de
uma só pessoa pública. economia mista será igual a das empresas públicas, necessitando de
empresas públicas pluripessoais - são as que o capital pertence a autorização legislativa específica.
várias pessoas públicas.
A extinção também será igual a da empresa pública, ou seja, é preciso
4 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA a autorização legislativa, não necessitando ser específica.
4.1 Noção
As sociedades de economia mista são as pessoas jurídicas de direito 5 FUNDAÇÃO PÚBLICA
privado, com a participação do Poder Público e de particulares no seu 5.1 Noção
capital, criadas para a realização de atividade econômica de interesse Existem dois tipos de fundação, uma regida pelo Direito Público e outra
coletivo, podendo, também, exercer serviços públicos. por normas privadas.

São semelhantes à empresa pública, tendo como diferenças básicas o Em primeiro lugar, devemos definir fundação como sendo a atribuição
fato do capital ser diversificado (capital público e privado) e só podendo ter de personalidade jurídica a um patrimônio, que a vontade humana destina a
a forma de sociedade anônima. uma finalidade social. Trata-se de um patrimônio com personalidade.

Aspectos Empresa Pública Sociedade de Economia Mista As fundações públicas são instituídas pelo poder público, com, é claro,
patrimônio público afetado a um fim público.
Parte do capital pertencente ao
Capital exclusivamente Poder Público e outra parte ao 5.2 Características
Capital
público setor privado, tendo, sempre, o As fundações públicas possuem as seguintes características:
controle público. são criadas por dotação patrimonial;
Qualquer forma admi- Somente a forma de Sociedade desempenham atividade atribuída ao Estado no âmbito social;
Forma sujeitam ao controle ou tutela por parte da Administração Direta;
tida em Direito. Anônima.
possuem personalidade jurídica de direito público, em regra;
De acordo com o art. criação por autorização legislativa específica.
109 da CF, as causas
As causas de interesse das
de interesse das 5.3 Dotação Patrimonial
sociedades de economia mista
empresas públicas Como ensina a doutrina, a fundação pública vem a ser um patrimônio
Competência federais serão julgadas na Justiça
federais serão julgadas dotado de personalidade jurídica, assim, para ser criada, é necessária a
Estadual, com exceção das
na Justiça Federal, dotação de um de conjunto de bens (patrimônio).
causas trabalhistas.
com exceção das
causas trabalhistas. 5.4 Atividade Social
O objetivo da fundação é a realização de atividade social, educacional
4.2 Características ou cultural, como saúde, educação, cultura, meio-ambiente e assistência
As sociedades de economia mista possuem as seguintes característi- social.
cas:
personalidade jurídica de direito privado; 5.5 Personalidade Jurídica de Direito Público
capital público e privado; Com o advento da nova Constituição, como ensina Celso Antônio
realização de atividades econômicas; Bandeira de Mello as fundações públicas passaram a ter o mesmo trata-
revestimento da forma de Sociedade Anônima; mento jurídico das autarquias, sendo assim, classificadas como pessoas
detenção por parte do Poder Público de no mínimo a maioria das jurídicas de direito público.
ações com direito a voto;

Direito 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Entretanto, essa visão não é unânime, Maria Sylvia Zanella Di Pietro
e Hely Lopes Meirelles entende que a Fundação Pública pode ser de Sua etimologia indica que as entidades paraestatais são entes parale-
Direito Público ou Privado conforme a lei instituidora. los ao estado, encontrando-se ao lado da Administração Pública para
exercer atividades de interesse daquele. Não são submissas à administra-
No nosso entender a emenda nº 19 tendeu a dar razão a esta última ção pública, seu patrimônio pode ser público ou misto e se de interesse
corrente, pois estabeleceu a criação da fundação pública de forma seme- coletivo podem ser fomentadas pelo Estado.
lhante a das empresas públicas.
Segundo Hely Lopes Meirelles:
5.6 Criação por Autorização Legislativa Específica “As entidades estatais prestam-se a executar atividades impróprias do
De acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19 poder público, mas de utilidade pública, de interesse da coletividade e, por
ao art. 37, XIX, da Constituição da República, as fundações públicas, como isso, fomentadas pelo estado, assim, sendo seus dirigentes sujeitos ao
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, são criadas por mandado de segurança e ação popular.”
autorização legislativa específica, entretanto para extingui-las é necessária
apenas uma autorização legislativa, não necessitando ser específica. Elas voltam-se às necessidades Coletivas normalmente relacionadas,
segundo Marçal Justen Filho com questões assistenciais, educacionais ou
AS ENTIDADES PARAESTATAIS categorias profissionais. Não se confundem com as autarquias nem com as
fundações públicas.
INTRODUÇÃO
Pretende-se com essa breve exposição sobre o tema: as entidades pa- Apesar de se tratar de pessoa jurídica de direito privado, devem ser
raestatais, por meio de alguns doutrinadores e conclusões próprias sobre o impostas algumas regras de direito público. “Graças à natureza supra-
assunto, buscar o verdadeiro significado da sua definição conceitual, seu individual dos interesses atendidos e o cunho tributário dos recursos envol-
objeto, sua competência, suas relações com a Administração Pública Direta vidos, estão sujeitas à fiscalização do Estado nos termos e condições
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), seu regime administrativo estabelecidas na legislação de cada uma”.
interno e com terceiros.
As entidades paraestatais estão localizadas no terceiro setor porque
1 BREVE HISTÓRICO não se tratam do estado e nem de atividade privada lucrativa, tratam-se de
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello o termo Entidades Paraesta- atividades de interesse coletivo protegendo os valores da ordem pública.
tais foi empregado pela primeira vez na Itália, em 1924. O objetivo era
alcançar um meio termo entre as pessoas públicas e privadas, por não se Quanto às espécies de entidades paraestatais, elas variam de doutri-
tratar de nenhuma das duas especificadamente. Posteriormente, ainda, na nador para doutrinador. Hely Lopes Meirelles acredita que elas se dividem
Itália, essa designação, tratava de autarquias de base fundacional. em empresas públicas, sociedades de economia mista e os serviços sociais
autônomos, diferente de Celso Antônio Bandeira de Mello que diz serem as
No Brasil o vocábulo era utilizado para indicar de uma forma geral toda pessoas privadas que exercem função típica (não exclusiva do Estado),
a Administração Pública Indireta. Após o decreto-lei n.200 de 25 de feverei- como as de amparo aos hiposuficientes, de assistência social, de formação
ro de 1967, tornou-se uma conceituação imprecisa que muda de doutrina- profissional.
dor para doutrinador.
Para Marçal Justen Filho elas são sinônimos de serviço social autôno-
2 DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE CELSO ANTONIO BANDEIRA DE mo voltada à satisfação de necessidades coletivas e supra-individuais,
MELLO relacionadas com questões assistenciais e educacionais.
A expressão abrange pessoas privadas que colaboram com o Estado
desempenhando atividade não lucrativa e à qual o Poder Público dispensa Ana Patrícia Aguilar insere as organizações sociais na categoria de en-
especial proteção, colocando a serviço delas manifestações de seu poder tidades paraestatais, por serem pessoas privadas que atuam em colabora-
de império, como o tributário, por exemplo. Não Abrange as sociedades de ção com o Estado, "desempenhando atividade não lucrativa e às quais o
economia mista e as empresas públicas; trata-se de pessoas privadas que Poder Público dispensa especial proteção", recebendo, para isso, dotação
exercem função típica (embora não exclusiva do Estado). orçamentária por parte do Estado.

3 DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE MARÇAL JUSTEN FILHO Possui como objeto a formação de instituições empresariais tendo na
Entidade paraestatal ou serviço social autônomo é uma pessoa jurídica maioria das vezes em seu bojo a contribuição com o interesse coletivo,
de direito privado criada por lei, atuando sem submissão à Administração sendo a sua atuação materialmente administrativa não governamental. Hely
Pública, promover o atendimento de necessidades assistenciais e educa- Lopes Meirelles diz ser normalmente seu objeto:
cionais de certas atividades ou categorias profissionais que arcam com sua
manutenção mediante contribuições compulsórias. “A execução de uma atividade econômica empresarial, podendo ser
também uma atividade não econômica de interesse coletivo ou, mesmo, um
4 DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE HELY LOPES MEIRELLES serviço público ou de utilidade pública delegado pelo Estado.
São pessoas jurídicas de direito público, cuja criação é autorizada por
lei específica (CF, art. 37, XIX e XX), com patrimônio público ou misto, para No primeiro caso a entidade paraestatal há que revestir a forma de
realização de atividades, obras ou serviços de interesse coletivo, sob empresa pública ou sociedade de economia mista, devendo operar sob as
normas e controle do estado. Não se confundem com as autarquias nem mesmas normas e condições das empresas particulares congêneres, para
com as fundações públicas, e também não se identificam com as entidades não lhes fazer concorrência, como dispõe expressamente a CF; nos outros
estatais. Responde por seus débitos, exercem direitos e contraem obriga- casos o estado é livre para escolher a forma e estrutura da entidade e
ções, são autônomas. operá-la como lhe convier, porque em tais hipóteses não está intervindo no
domínio econômico reservado à iniciativa privada.
Hely Lopes Meirelles acredita que o paraestatal é gênero, e, diferente
de Celso Antonio Bandeira de Mello, do qual são espécies distintas as O patrimônio dessas entidades pode ser constituído com recursos par-
empresas públicas, sociedades de economia mista e os serviços sociais ticulares ou contribuição pública, ou por ambas as formas conjugadas. Tais
autônomos, as duas primeiras compondo a administração indireta e a empreendimentos, quando de natureza empresarial, admitem lucros e
última, a categoria dos entes da cooperação. devem mesmo produzi-los, para desenvolvimento da instrução e atrativo do
capital privado.”
5 CARACTERÍSTICAS
É mais fácil visualizar as diferenças entre os doutrinadores do que as 6 RELAÇÕES COM TERCEIROS
semelhanças, porém vê-se em todos, por obvio, tratar-se de uma pessoa As Entidades Paraestatais estão sujeitas a licitação, seguindo a lei
jurídica de direito privado e criada por lei. 8.666/83, para compras, obras, alienações e serviços no geral, segundo o

Direito 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
artigo 17 da referida lei. Quando imóveis dependerão de avaliação prévia e Celso Antonio Bandeira de Mello acredita que não se tratam as socie-
de licitação na modalidade de concorrência. Sendo apenas dispensada a dades de economia mista e as empresas públicas de paraestatais, Sendo
licitação nos seguintes casos: acompanhado por Marçal Justen Filho que acredita serem apenas entida-
“a) dação em pagamento; “ des paraestatais os serviços sociais autônomos.
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
Administração Pública, de qualquer esfera de governo; Diferentemente do que eles acreditam, Hely Lopes Meirelles acredita
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do que as empresas públicas e as sociedades de economia mista se tratam
inciso X do art. 24 desta Lei; sim de paraestatais junto com os serviços sociais autônomos.
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qual- Hely Lopes Meirelles diz que as entidades paraestatais podem ser lu-
quer esfera de governo (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994); crativas por serem empresariais. Já Ana Patrícia Aguiar, Celso Antonio
f) alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de Bandeira de Mello e Marçal Justen Filho discordam dizendo que elas de-
uso de bens imóveis construídos e destinados ou efetivamente utilizados no vem ser não lucrativas.
âmbito de programas habitacionais de interesse social, por órgãos ou
entidades da administração pública especificamente criados para esse fim São Fomentados pelo Estado, através de contrato social, quando são
(Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994); de interesse coletivo. Não se submetem ao Estado porque são autônomos
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei financeiramente e administrativamente, porém por terem relevância social e
n. 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos se tratar de capital público, integral ou misto, sofrem fiscalização do contro-
órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal le/tutela, para não fugirem dos seus fins.
atribuição (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005).”
Tem como objetivo a formação de instituições que contribuam com os
Também dependerão de avaliação prévia e de licitação os moveis, interesses sociais através da realização de atividades, obras ou serviços.
sendo esta dispensada segundo os termos da lei nos seguintes casos:
“a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse soci- NOTAS:
al, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica,
relativamente à escolha de outra forma de alienação; MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 22ª edição,
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da São Paulo, 1997.
Administração Pública; 1 - JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. São Pau-
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a lo:Saraiva, 2005.
legislação específica; 2 - Artigo 37, II da Constituição Federal.
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; Fonte - http://advbr.info/doutrinas/doutadm16.htm
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entida-
des da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; Organizações Sociais
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades Organização Social é uma qualificação dada às entidades privadas
da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.“ sem fins lucrativos (associações, fundações ou sociedades civis), que
exercem atividades de interesse público. Esse título permite que a organi-
Podendo também ter regulamentos próprios para licitar, mas com ob- zação receba recursos orçamentários e administre serviços, instalações e
servância da lei. Devendo ser aprovados pela autoridade superior e obede- equipamentos do Poder Público, após ser firmado um Contrato de Gestão
cer ao princípio da publicidade. com o Governo Federal.

7 REGIME INTERNO Contrato De Gestão


Seus empregados estão sujeitos ao regime Celetista, CLT. Têm que É aquele em que o Governo atribui ao gerenciador a condução de um
ser contratados através de “concurso público de acordo com a natureza e a empreendimento, reservando para si a competência decisória final e res-
complexidade do cargo ou emprego, ressalvadas as nomeações para cargo ponsabilizando-se pelos encargos financeiros da execução das obras e
em comissão”. serviços projetados, com os respectivos equipamentos para sua implanta-
ção e operação.
A administração varia segundo a modalidade, civil ou comercial, que a
lei determinar. Seus dirigentes são estabelecidos na forma da lei ou do Com relação aos serviços de Engenharia, o gerenciamento encontra
estatuto. Podendo ser unipessoal ou colegiada. Eles estão sujeitos a man- respaldo jurídico na Lei 5.194/66 que teve seu art. 83 revogado pela nova
dado de segurança e ação popular. Lei 8.666/93.

8 RELAÇÕES COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-


Criadas por lei e de Competência comum das pessoas políticas. (Uni-
ão, Estados, Distrito Federal e Municípios).
BLICA
Nívea Carolina de Holanda Seresuela
Possuem autonomia administrativa e financeira não dependendo do
INTRODUÇÃO
Estado e nem tendo submissão a ele, tendo fiscalização do controle/tutela
A denominada função administrativa do Estado submete-se a um es-
por ter valor relevante social.
pecial regime jurídico. Trata-se do denominado regime de direito público ou
regime jurídico-administrativo. Sua característica essencial reside, de um
São Fomentadas, se de Interesse Coletivo pelo Estado, mediante con-
lado, na admissibilidade da ideia de que a execução da lei por agentes
trato gestão. Pode ter seu capital público ou misto. O fomento pode ser em
públicos exige o deferimento de necessárias prerrogativas de autoridade,
forma de subvenção, financiamento, favor fiscais objetivando uma reper-
que façam com que o interesse público juridicamente predomine sobre o
cussão coletiva e desapropriação.
interesse privado; e de outro, na formulação de que o interesse público não
pode ser livremente disposto por aqueles que, em nome da coletividade,
Extintas por lei porque ninguém pode gerir os destinos de uma entida-
recebem o dever-poder de realizá-los. Consiste, na verdade, no regime
de criada em função do interesse coletivo.
jurídico decorrente da conjugação de dois princípios básicos: o princípio da
supremacia dos interesses públicos e o da indisponibilidade dos interesses
CONCLUSÃO
públicos.
As Entidades Paraestatais possuem uma conceituação bastante confu-
sa em que seus doutrinadores entram, em diversas matérias, em contradi-
Neste sentido, temos o ilustre posicionamento de CARDOZO:
ção uns com os outros.
"Estes, são princípios gerais, necessariamente não positivados de for-
ma expressa pelas normas constitucionais, mas que consistem nos alicer-
Direito 49 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ces jurídicos do exercício da função administrativa dos Estados. Todo o Conforme mencionado anteriormente, os princípios constitucionais ex-
exercício da função administrativa, direta ou indiretamente, será sempre por plícitos são aqueles presentes no art. 37, da Constituição Federal, de
eles influenciados e governado" maneira expressa. Assim, são eles:
o princípio da legalidade,
Tomando o conceito de Administração Pública em seu sentido orgâni- o princípio da impessoalidade,
co, isto é, no sentido de conjunto de órgãos e pessoas destinados ao o princípio da moralidade,
exercício da totalidade da ação executiva do Estado, a nossa Constituição o princípio da publicidade
Federal positivou os princípios gerais norteadores da totalidade de suas e o princípio da eficiência.
funções, considerando todos os entes que integram a Federação brasileira
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Passemos, então, a estudá-los uniformemente.

Destarte, os princípios inerentes à Administração Pública são aqueles PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


expostos no art. 37 de nossa vigente Constituição. Alguns, diga-se de Referido como um dos sustentáculos da concepção de Estado de Direi-
pronto, foram positivados de forma expressa. Outros, de forma implícita ou to e do próprio regime jurídico-administrativo, o princípio da legalidade vem
tácita. definido no inciso II do art. 5.º da Constituição Federal quando nele se faz
declarar que:
Antes de procedermos à analise de cada um dos princípios que regem "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
o Direito Administrativo, cabe novamente acentuar, que estes princípios se em virtude de lei".
constituem mutuamente e não se excluem, não são jamais eliminados do
ordenamento jurídico. Destaca-se ainda a sua função programática, forne- Desses dizeres decorre a ideia de que apenas a lei, em regra, pode in-
cendo as diretrizes situadas no ápice do sistema, a serem seguidas por troduzir inovações primárias, criando novos direitos e novos deveres na
todos os aplicadores do direito. ordem jurídica como um todo considerada

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA No campo da administração Pública, como unanimemente reconhecem
(De Acordo Com A Emenda Constitucional n.º 19/98) os constitucionalistas e os administrativistas, afirma-se de modo radical-
Primeiramente, cumpre distinguir o que é Administração Pública. As- mente diferente a incidência do princípio da legalidade. Aqui, na dimensão
sim, MEIRELLES elabora o seu conceito: dada pela própria indisponibilidade dos interesses públicos, diz-se que o
"Em sentido formal, a Administração Pública, é o conjunto de órgãos administrador, em cumprimento ao princípio da legalidade, "só pode atuar
instituídos para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, nos termos estabelecidos pela lei". Não pode este por atos administrativos
é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em de qualquer espécie (decreto, portaria, resolução, instrução, circular etc.)
acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técni- proibir ou impor comportamento a terceiro, se ato legislativo não fornecer,
co, dos serviços do próprio Estado ou por ele assumidos em benefício da em boa dimensão jurídica, ampara a essa pretensão (6). A lei é seu único e
coletividade. Numa visão global, a Administração Pública é, pois, todo o definitivo parâmetro.
aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços,
visando à satisfação das necessidades coletivas ". Temos, pois, que, enquanto no mundo privado se coloca como apropri-
ada a afirmação de que o que não é proibido é permitido, no mundo público
A Administração Pública, ainda, pode ser classificada como: direta e assume-se como verdadeira a ideia de que a Administração só pode fazer
indireta. A Direta é aquela exercida pela administração por meio dos seus o que a lei antecipadamente autoriza.
órgãos internos (presidência e ministros). A Indireta é a atividade estatal
entregue a outra pessoa jurídica (autarquia, empresa pública, sociedade de Deste modo, a afirmação de que a Administração Pública deve atender
economia mista, fundações), que foram surgindo através do aumento da à legalidade em suas atividades implica a noção de que a atividade admi-
atuação do Estado. nistrativa é a desenvolvida em nível imediatamente infralegal, dando cum-
primento às disposições da lei. Em outras palavras, a função dos atos da
A Constituição Federal, no art. 37, caput, trata dos princípios inerentes Administração é a realização das disposições legais, não lhe sendo possí-
à Administração Pública: vel, portanto, a inovação do ordenamento jurídico, mas tão-só a concretiza-
"Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da ção de presságios genéricos e abstratos anteriormente firmados pelo
União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos exercente da função legislativa.
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên-
cia" Sobre o tema, vale trazer a ponto a seguinte preleção de MELLO:
"Para avaliar corretamente o princípio da legalidade e captar-lhe o sen-
Trata-se, portanto, de princípios incidentes não apenas sobre os ór- tido profundo cumpre atentar para o fato de que ele é a tradução jurídica de
gãos que integram a estrutura central do Estado, incluindo-se aqui os um propósito político: o de submeter os exercentes do poder em concreto –
pertencentes aos três Poderes (Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder administrativo – a um quadro normativo que embargue favoritismos, perse-
Judiciário), nas também de preceitos genéricos igualmente dirigidos aos guições ou desmandos. Pretende-se através da norma geral, abstrata e
entes que em nosso país integram a denominada Administração Indireta, impessoal, a lei, editada pelo Poder Legislativo – que é o colégio represen-
ou seja, autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia tativo de todas as tendências (inclusive minoritárias) do corpo social –
mista e as fundações governamentais ou estatais (4). garantir que a atuação do Executivo nada mais seja senão a concretização
da vontade geral"
Destarte, os princípios explicitados no caput do art. 37 são, portanto, os
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da De tudo isso podemos extrair uma importante conclusão. Contraria-
eficiência. Outros se extraem dos incisos e parágrafos do mesmo artigo, mente ao que ocorre em outros ordenamentos jurídicos, inexiste qualquer
como o da licitação, o da prescritibilidade dos ilícitos administrativos e o da possibilidade de ser juridicamente aceita, entre nós, a edição dos denomi-
responsabilidade das pessoas jurídicas (inc. XXI e §§ 1.º a 6.º). Todavia, há nados decretos ou regulamentos "autônomos ou independentes". Como se
ainda outros princípios que estão no mesmo artigo só que de maneira sabe, tais decretos ou regulamentos não passam de atos administrativos
implícita, como é o caso do princípio da supremacia do interesse público gerais e normativos baixados pelo chefe do Executivo, com o assumido
sobre o privado, o da finalidade, o da razoabilidade e proporcionalidade. objetivo de disciplinar situações anteriormente não reguladas em lei. E,
sendo assim, sua prática encontra óbice intransponível no modus constitu-
Vejamos, agora, o significado de cada um dos precitados princípios cional pelo qual se fez consagrar o princípio da legalidade em nossa Lei
constitucionais da Administração Pública. Maior.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS Regulamento, em nosso país, portanto, haverá de ser sempre o regu-
Caput Do Art. 37 lamento de uma lei, ou de dispositivos legais objetivamente existentes.

Direito 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Qualquer tentativa em contrário haverá de ser tida como manifestamente "No princípio da impessoalidade se traduz a ideia de que a Administra-
inconstitucional. ção tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas
ou detrimentosas. Nem favoritismo nem perseguições são toleráveis. Sim-
Princípio Da Impessoalidade patias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem
O princípio ou regra da impessoalidade da Administração Pública pode interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de
ser definido como aquele que determina que os atos realizados pela Admi- facções ou grupos de qualquer espécie. O princípio em causa é senão o
nistração Pública, ou por ela delegados, devam ser sempre imputados ao próprio princípio da igualdade ou isonomia".
ente ou órgão em nome do qual se realiza, e ainda destinados generica-
mente à coletividade, sem consideração, para fins de privilegiamento ou da Princípio Da Moralidade
imposição de situações restritivas, das características pessoais daqueles a Já na Antiguidade se formulava a ideia de que as condições morais de-
quem porventura se dirija. Em síntese, os atos e provimentos administrati- vem ser tidas como uma exigência impostergável para o exercício das
vos são imputáveis não ao funcionário que os pratica mas ao órgão ou atividades de governo. Segundo informam os estudiosos, seria de Sólon a
entidade administrativa em nome do qual age o funcionário. afirmação de que um "homem desmoralizado não poderá governar".

A mera leitura dessa definição bem nos revela que esse princípio pode Todavia, foi neste século, pelos escritos de Hauriou, que o princípio da
ser decomposto em duas perspectivas diferentes: a impessoalidade do moralidade, de forma pioneira, se fez formular no campo da ciência jurídica,
administrador quando da prática do ato e a impessoalidade do próprio capaz de fornecer, ao lado da noção de legalidade, o fundamento para a
administrado como destinatário desse mesmo ato. invalidação de seus atos pelo vício denominado desvio de poder (15). Essa
moralidade jurídica, a seu ver, deveria ser entendida como um conjunto de
Com efeito, de um lado, o princípio da impessoalidade busca assegurar regras de conduta tiradas da disciplina interior da própria Administração,
que, diante dos administrados, as realizações administrativo- uma vez que ao agente público caberia também distinguir o honesto do
governamentais não sejam propriamente do funcionário ou da autoridade, desonesto, a exemplo do que faz entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto,
mas exclusivamente da entidade pública que a efetiva. Custeada com o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno. Afinal, ponde-
dinheiro público, a atividade da Administração Pública jamais poderá ser ra, como já proclamavam os romanos "nem tudo que é legal é honesto"
apropriada, para quaisquer fins, por aquele que, em decorrência do exercí- (nort omne quod licet honestum est).
cio funcional, se viu na condição de executá-la. É, por excelência, impesso-
al, unicamente imputável à estrutura administrativa ou governamental Hoje, por força da expressa inclusão do princípio da moralidade no ca-
incumbida de sua prática, para todos os fins que se fizerem de direito. put do art. 37, a ninguém será dado sustentar, em boa razão, sua não
incidência vinculante sobre todos os atos da Administração Pública. Ao
Assim, como exemplos de violação a esse princípio, dentro dessa par- administrador público brasileiro, por conseguinte, não bastará cumprir os
ticular acepção examinada, podemos mencionar a realização de publicida- estritos termos da lei. Tem-se por necessário que seus tos estejam verda-
de ou propaganda pessoa do administrador com verbas públicas ou ainda, deiramente adequados à moralidade administrativa, ou seja, a padrões
a edição de atos normativos com o objetivo de conseguir benefícios pesso- éticos de conduta que orientem e balizem sua realização. Se assim não for,
ais. inexoravelmente, haverão de ser considerados não apenas como imorais,
mas também como inválidos para todos os fins de direito.
No âmbito dessa particular dimensão do princípio da impessoalidade, é
que está o elemento diferenciador básico entre esse princípio e o da iso- Isto posto, CARDOSO fornece uma definição desse princípio, hoje a-
nomia. Ao vedar o tratamento desigual entre iguais, a regra isonômica não gasalhado na órbita jurídico-constitucional:
abarca, em seus direitos termos, a ideia da imputabilidade dos atos da "Entende-se por princípio da moralidade, a nosso ver, aquele que de-
Administração ao ente ou órgão que a realiza, vedando, como decorrência termina que os atos da Administração Pública devam estar inteiramente
direta de seus próprios termos, e em toda a sua extensão, a possibilidade conformados aos padrões éticos dominantes na sociedade para a gestão
de apropriação indevida desta por agentes públicos. Nisso, reside a dife- dos bens e interesses públicos, sob pena de invalidade jurídica".
rença jurídica entre ambos.
Admite o art. 5.º, LXXIII, da Constituição Federal que qualquer cidadão
Já, por outro ângulo de visão, o princípio da impessoalidade deve ter possa ser considerado parte legítima para a propositura de ação popular
sua ênfase não mais colocada na pessoa do administrador, mas na própria que tenha por objetivo anular atos entendidos como lesivos, entre outros, à
pessoa do administrado. Passa a afirmar-se como uma garantia de que própria moralidade administrativa.
este não pode e não deve ser favorecido ou prejudicado, no exercício da
atividade da Administração Pública, por suas exclusivas condições e carac- Por outra via, como forma de também fazer respeitar esse princípio, a
terísticas. nossa Lei Maior trata também da improbidade administrativa.

Jamais poderá, por conseguinte, um ato do Poder Público, ao menos A probidade administrativa é uma forma de moralidade administrativa
de modo adequado a esse princípio, vir a beneficiar ou a impor sanção a que mereceu consideração especial pela Constituição, que pune o ímprobo
alguém em decorrência de favoritismos ou de perseguição pessoal. Todo e com a suspensão de direitos políticos (art. 37, §4.º).
qualquer administrado deve sempre relacionar-se de forma impessoal com
a Administração, ou com quem sem seu nome atue, sem que suas caracte- Deste modo, conceitua CAETANO:
rísticas pessoais, sejam elas quais forem, possam ensejar predileções ou "A probidade administrativa consiste no dever de o "funcionário servir a
discriminações de qualquer natureza. Administração com honestidade, procedendo no exercício das suas fun-
ções, sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em
Será, portanto, tida como manifestadamente violadora desse princípio, proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer".
nessa dimensão, por exemplo, o favorecimento de parentes e amigos A moralidade administrativa e assim também a probidade são tuteladas
(nepotismo), a tomada de decisões administrativas voltadas à satisfação da pela ação popular, de modo a elevar a imoralidade a causa de invalidade
agremiação partidária ou facção política a que se liga o administrador do ato administrativo. A improbidade é tratada ainda com mais rigor, porque
(partidarismo), ou ainda de atos restritivos ou sancionatórios que tenham entra no ordenamento constitucional como causa de suspensão dos direitos
por objetivo a vingança pessoas ou a perseguição política pura e simples políticos do ímprobo (art. 15, V), conforme estatui o art. 37, § 4.º, in verbis:
(desvio de poder). "Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direi-
tos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
Dessa perspectiva, o princípio da impessoalidade insere-se por inteiro ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
no âmbito do conteúdo jurídico do princípio da isonomia, bem como no do de outras sanções cabíveis, podendo vir a configurar a prática de crime de
próprio princípio da finalidade. responsabilidade (art. 85, V).

Perfilhando este entendimento, sustenta MELLO: Dessa forma, o desrespeito à moralidade, entre nós, não se limita ape-

Direito 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nas a exigir a invalidação – por via administrativa ou judicial – do ato admi- nais formas substitutivas, nos termos das normas legais e administrativas
nistrativo violador, mas também a imposição de outras consequências locais.
sancionatórias rigorosas ao agente público responsável por sua prática.
Observe-se, porém, ser descabido, para fins do atendimento de tal de-
Princípio Da Publicidade ver jurídico, como bem registrou Hely Lopes Meirelles, sua divulgação por
A publicidade sempre foi tida como um princípio administrativo, porque meio de outros órgãos de imprensa não escritos, como a televisão e o
se entende que o Poder Público, por seu público, deve agir com a maior rádio, ainda que em horário oficial, em decorrência da própria falta de
transparência possível, a fim de que os administrados tenham, a toda hora, segurança jurídica que tal forma de divulgação propiciaria, seja em relação
conhecimento do que os administradores estão fazendo. à existência, seja em relação ao próprio conteúdo de tais atos.

Além do mais, seria absurdo que um Estado como o brasileiro, que, por Observe-se ainda que, inexistindo disposição normativa em sentido
disposição expressa de sua Constituição, afirma que todo poder nele cons- oposto, tem-se entendido que os atos administrativos de efeitos internos à
tituído "emana do povo" (art. 1.º, parágrafo único, da CF), viesse a ocultar Administração não necessitam ser publicados para que tenham por atendi-
daqueles em nome do qual esse mesmo poder é exercido informações e do seu dever de publicidade. Nesses casos, seria admissível, em regra, a
atos relativos à gestão da res publica e as próprias linhas de direcionamen- comunicação aos destinatários. O dever de publicação recairia, assim,
to governamental. É por isso que se estabelece, como imposição jurídica exclusivamente sobre os atos administrativos que atingem a terceiros, ou
para os agentes administrativos em geral, o dever de publicidade para seja, aos atos externos.
todos os seus atos.
Temos, pois, que as formas pelas quais se pode dar publicidade aos
Perfilhando esse entendimento, CARDOZO define este princípio: atos administrativos, nos termos do princípio constitucional em exame,
"Entende-se princípio da publicidade, assim, aquele que exige, nas serão diferenciadas de acordo com o que reste expressamente estabeleci-
formas admitidas em Direito, e dentro dos limites constitucionalmente do no Direito Positivo, e em sendo omisso este, conforme os parâmetros
estabelecidos, a obrigatória divulgação dos atos da Administração Pública, estabelecidos na teoria geral dos atos administrativos.
com o objetivo de permitir seu conhecimento e controle pelos órgãos esta-
tais competentes e por toda a sociedade". No que tange ao direito à publicidade dos atos administrativos, ou mais
especificamente, quanto ao direito de ter-se ciência da existência e do
A publicidade, contudo, não é um requisito de forma do ato administra- conteúdo desses atos, é de todo importante observar-se que ele não se
tivo, "não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e moralidade. limita aos atos já publicados, ou que estejam em fase de imediato aperfei-
Por isso mesmo os atos irregulares não se convalidam com a publicação, çoamento pela sua publicação. Ele se estende, indistintamente, a todo o
nem os regulares a dispensam para sua exequibilidade, quando a lei ou o processo de formação do ato administrativo, inclusive quando a atos prepa-
regulamento a exige". ratórios de efeitos internos, como despachos administrativos intermediários,
manifestações e pareceres.
No que tange à forma de se dar publicidade aos atos da Administração,
tem-se afirmado que ela poderá dar-se tanto por meio da publicação do É, assim que se costuma dizer que constituem desdobramentos do
ato, como por sua simples comunicação a seus destinatários. princípio da publicidade o direito de receber dos órgãos públicos informa-
ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral (art. 5.º,
É relevante observar, todavia, que também a publicação como a comu- XXXIII, da CF) (29), o direito à obtenção de certidões em repartições públi-
nicação não implicam que o dever de publicidade apenas possa vir a ser cas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
satisfeito pelo comprovado e efetivo conhecimento de fato do ato adminis- pessoal (art. 5.º, XXXIV, da CF), e, naturalmente, o direito de acesso dos
trativo por seus respectivos destinatários. Deveras, basta que os requisitos usuários a registros administrativos e atos de governo (art. 37, § 3.º, II) (30).
exigidos para a publicidade se tenham dado, nos termos previstos na Evidentemente, uma vez violados esses direitos pelo Poder Público, pode-
ordem jurídica; e para o mundo do Direito não interessará se na realidade rão os prejudicados, desde que atendidos os pressupostos constitucionais
fática o conhecimento da existência do ato e de seu conteúdo tenha ou não e legais exigidos para cada caso, valerem-se do habeas data (art. 5.º,
chegado à pessoa atingida por seus efeitos. Feita a publicação ou a comu- LXXII, da CF) (31), do mandado de segurança (art. 5.º, LXX, da CF), ou
nicação dentro das formalidades devidas, haverá sempre uma presunção mesmo das vias ordinárias.
absoluta da ciência do destinatário, dando-se por satisfeita a exigência de
publicidade. Salvo, naturalmente, se as normas vigentes assim não deter- É de ponderar, contudo, que os pareceres só se tornam públicos após
minarem. sua aprovação final pela autoridade competente; enquanto em poder do
parecerista ainda é uma simples opinião que pode não se tornar definitiva.
Assim, se a publicação feita no Diário Oficial foi lida ou não, se a co- As certidões, contudo, não são elementos da publicidade administrativa,
municação protocolada na repartição competente chegou ou não às mãos porque se destinam a interesse particular do requerente; por isso a Consti-
de quem de direito, se o telegrama regularmente recebido na residência do tuição só reco0nhece esse direito quando são requeridas para defesa de
destinatário chegou faticamente a suas mãos ou se eventualmente foi direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal (art. 5.º,
extraviado por algum familiar, isto pouco ou nada importa se as formalida- XXXIV, b).
des legais exigidas foram inteiramente cumpridas no caso.
É forçoso reconhecer, todavia, a existência de limites constitucionais ao
Nesse sentido, afirma MELLO: princípio da publicidade. De acordo com nossa Lei Maior, ele jamais poderá
"O conhecimento do ato é um plus em relação à publicidade, sendo ju- vir a ser compreendido de modo a que propicie a violação da intimidade, da
ridicamente desnecessário para que este se repute como existente (...). vida privada, da honra e da imagem das pessoas (art. 5.º, X, c/c. art. 37, §
Quando prevista a publicação do ato (em Diário Oficial), na porta das 3.º, II (32), da CF), do sigilo da fonte quando necessário ao exercício profis-
repartições (por afixação no local de costume), pode ocorrer que o destina- sional (art. 5.º, XIV, da CF), ou com violação de sigilo tido como imprescin-
tário não o leia, não o veja ou, por qualquer razão, dele não tome efetiva dível à segurança da sociedade e do Estado (art. 5.º, XXXIII, c/c. art. 37, §
ciência. Não importa. Ter-se-á cumprido o que de direito se exigia para a 3.º, II, da CF).
publicidade, ou seja, para a revelação do ato".
Para finalizar, faz-se de extrema importância, perceber-se que o pro-
Caberá à lei indicar, pois, em cada caso, a forma adequada de se dar a blema da publicidade dos atos administrativos, nos termos do caput do art.
publicidade aos atos da Administração Pública. Normalmente, esse dever é 37 da Constituição da República, em nada se confunde com o problema da
satisfeito por meio da publicação em órgão de imprensa oficial da Adminis- divulgação ou propaganda dos atos e atividades do Poder Público pelos
tração, entendendo-se com isso não apenas os Diários ou Boletins Oficiais meios de comunicação de massa, também chamadas – em má técnica – de
das entidades públicas, mas também – para aquelas unidades da Federa- "publicidade" pelo § 1.º desse mesmo artigo. Uma coisa é a publicidade
ção que não possuírem tais periódicos – os jornais particulares especifica- jurídica necessária para o aperfeiçoamento dos atos, a se dar nos termos
mente contratados para o desempenho dessa função, ou outras excepcio- definidos anteriormente. Outra bem diferente é a "publicidade" como propa-

Direito 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ganda dos atos de gestão administrativa e governamental. A primeira, efetivamente obtidos, e pela relação apropriada desses resultados com as
como visto, é um dever constitucional sem o qual, em regra, os atos não necessidades públicas existentes.
serão dotados de existência jurídica. A segunda é mera faculdade da
Administração Pública, a ser exercida apenas nos casos previstos na Estará, portanto, uma Administração buscando agir de modo eficiente
Constituição e dentro das expressas limitações constitucionais existentes. sempre que, exercendo as funções que lhe são próprias, vier a aproveitar
da forma mais adequada o que se encontra disponível (ação instrumental
Assim, afirma o § 1.º do art. 37: eficiente), visando chegar ao melhor resultado possível em relação aos fins
"a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos que almeja alcançar (resultado final eficiente).
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac- Desse teor, o escólio de CARDOZO:
terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos" "Desse modo, pode-se definir esse princípio como sendo aquele que
determina aos órgãos e pessoas da Administração Direta e Indireta que, na
Com isso, pretende esse dispositivo restringir de maneira clara a ação busca das finalidades estabelecidas pela ordem jurídica, tenham uma ação
da Administração Pública, direta e indireta, quanto à divulgação de seus instrumental adequada, constituída pelo aproveitamento maximizado e
atos de gestão pelos meios de comunicação de massa. Inexistindo, na racional dos recursos humanos, materiais, técnicos e financeiros disponí-
propaganda governamental, o caráter estritamente educativo, informativo veis, de modo que possa alcançar o melhor resultado quantitativo e qualita-
ou de orientação social, ou vindo dela constar nomes, símbolos ou imagens tivo possível, em face das necessidades públicas existentes" .
que caracterizem promoção de agentes públicos, sua veiculação se dará
em manifesta ruptura com a ordem jurídica vigente, dando ensejo à res- Seguindo essa linha de orientação, temos que, como desdobramento
ponsabilização daqueles que a propiciaram. do princípio em estudo, a Constituição procurou igualmente reforçar o
sentido valorativo do princípio da economicidade, que, incorporado literal-
Princípio Da Eficiência mente pelo art. 70, caput, da Carta Federal, nada mais traduz do que o
O princípio da eficiência, outrora implícito em nosso sistema constitu- dever de eficiência do administrado na gestão do dinheiro público.
cional, tornou-se expresso no caput do art. 37, em virtude de alteração
introduzida pela Emenda Constitucional n. 19. Outros Princípios Constitucionais Explícitos
Princípio Da Licitação
É evidente que um sistema balizado pelos princípios da moralidade de Licitação é um procedimento administrativo destinado a provocar pro-
um lado, e da finalidade, de outro, não poderia admitir a ineficiência admi- postas e a escolher proponentes de contratos de execução de obras,
nistrativa. Bem por isso, a Emenda n. 19, no ponto, não trouxe alterações serviços, compras ou de alienações do Poder Público.
no regime constitucional da Administração Pública, mas, como dito, só
explicitou um comando até então implícito. A Administração Pública tem o dever de sempre buscar, entre os inte-
ressados em com ela contratar, a melhor alternativa disponível no mercado
Eficiência não é um conceito jurídico, mas econômico. Não qualifica para satisfazer os interesses públicos, para que possa agir de forma hones-
normas, qualifica atividades. Numa ideia muito geral, eficiência significa ta, ou adequada ao próprio dever de atuar de acordo com padrões exigidos
fazer acontecer com racionalidade, o que implica medir os custos que a pela probidade administrativa. De outro lado, tem o dever de assegurar
satisfação das necessidades públicas importam em relação ao grau de verdadeira igualdade de oportunidades, sem privilegiamentos ou desfavo-
utilidade alcançado. Assim, o princípio da eficiência, orienta a atividade recimentos injustificados, a todos os administrados que tencionem com ela
administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados com os celebrar ajustes negociais.
meios escassos de que se dispõe e a menor custo. Rege-se, pois, pela
regra de consecução do maior benefício com o menor custo possível. É dessa conjugação de imposições que nasce o denominado princípio
da licitação. Consoante, CARDOZO define este princípio;
Discorrendo sobre o tema, sumaria MEIRELLES: "De forma sintética, podemos defini-lo como sendo aquele que deter-
"Dever de eficiência é o que se impõe a todo agente público de realizar mina como regra o dever jurídico da Administração de celebrar ajustes
suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais negociais ou certos atos unilaterais mediante prévio procedimento adminis-
moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser trativo que, por meios de critérios preestabelecidos, públicos e isonômicos,
desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para possibilite a escolha objetiva da melhor alternativa existente entre as pro-
o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comuni- postas ofertadas pelos interessados" .
dade e de seus membros" .
O art. 37, XXI, alberga o princípio nos termos seguintes:
De início, parece de todo natural reconhecer que a ideia de eficiência "ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
jamais poderá ser atendida, na busca do bem comum imposto por nossa compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
Lei Maior, se o poder Público não vier, em padrões de razoabilidade, a pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
aproveitar da melhor forma possível todos os recursos humanos, materiais, cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condi-
técnicos e financeiros existentes e colocados a seu alcance, no exercício ções efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual permitirá as exigências
regular de suas competências. de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-
mento das obrigações".
Neste sentido, observa CARDOZO:
"Ser eficiente, portanto, exige primeiro da Administração Pública o a- Temos, assim, o dever de licitar afirmado como um imperativo constitu-
proveitamento máximo de tudo aquilo que a coletividade possui, em todos cional imposto a todos os entes da Administração Pública (40), na confor-
os níveis, ao longo da realização de suas atividades. Significa racionalidade midade do que vier estabelecido em lei. A ressalva inicial possibilita à lei
e aproveitamento máximo das potencialidades existentes. Mas não só. Em definir hipóteses específicas de inexigibilidade e de dispensa de licitação.
seu sentido jurídico, a expressão, que consideramos correta, também deve
abarcar a ideia de eficácia da prestação, ou de resultados da atividade Porém, cumpre ressaltar, finalmente, que a licitação é um procedimen-
realizada. Uma atuação estatal só será juridicamente eficiente quando seu to vinculado, ou seja, formalmente regulado em lei, cabendo à União legis-
resultado quantitativo e qualitativo for satisfatório, levando-se em conta o lar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalida-
universo possível de atendimento das necessidades existentes e os meios des, para a Administração Pública, direta e indireta, incluídas as fundações
disponíveis". instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de governo,
e empresas sob seu controle (art. 22, XXVII). Portanto, aos Estados, Distrito
Tem-se, pois, que a ideia de eficiência administrativa não deve ser a- Federal e Municípios compete legislar suplementarmente sobre a matéria
penas limitada ao razoável aproveitamento dos meios e recursos colocados no que tange ao interesse peculiar de suas administrações.
à disposição dos agentes públicos. Deve ser construída também pela
adequação lógica desses meios razoavelmente utilizados aos resultados Princípio Da Prescritibilidade Dos Ilícitos Administrativos

Direito 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A prescritibilidade, como forma de perda da exigibilidade de direito, pe- que seus agentes causarem""; Assim sendo, condutas omissivas só podem
la inércia de seu titular, é um princípio geral do direito. Logo, não é de se gerar responsabilidade ao Poder Público quando demonstrada a culpa do
estranhar que ocorram prescrições administrativas sob vários aspectos, serviço.
quer quanto às pretensões de interessados em face da Administração, quer
tanto às desta em face de administrados. Assim é especialmente em rela- No mais, é importante ressalvar que, embora a responsabilidade civil
ção aos ilícitos administrativos. Se a Administração não toma providência à do Estado para com os administradores seja objetiva, a responsabilidade
sua apuração e à responsabilização do agente, a sua inércia gera a perda dos agentes públicos perante a Administração Pública é induvidosamente
do seu ius persequendi. subjetiva. Como observa-se pelos próprios termos do citado art. 37, § 6.º, o
direito de regresso que pode ser exercido contra aquele que causou o dano
Desta maneira, o art. 37, § 5.º dispõe sobre este princípio: apenas se configurará "nos casos de dolo ou culpa".
"A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressal- Princípio Da Participação
vadas as respectivas ações de ressarcimento". O princípio da participação do usuário na Administração Pública foi in-
troduzido pela EC-19/98, com o novo enunciado do § 3.º do art. 37, que
Nota-se, portanto, que a lei estabelece uma ressalva ao princípio. Nem será apenas reproduzido devido à sua efetivação ser dependente de lei.
tudo prescreverá. Apenas a apuração e punição do ilícito, não, porém, o
direito da Administração ao ressarcimento, à indenização, do prejuízo Diz o texto:
causado ao erário. Art. 37, § 3.ºA lei disciplinará as formas de participação do usuário na
administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
Afinado com esse mesmo entendimento, sumaria SILVA: I. – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em ge-
"É uma ressalva constitucional e, pois, inafastável, mas, por certo, des- ral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao u-
toante dos princípios jurídicos, que não socorrem quem fica inerte (dormien- suário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos
tibus non sucurrit ius)". serviços;
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações
Princípio Da Responsabilidade Da Administração sobre atos de governo, observando o disposto no art. 5.º, X (res-
O princípio em estudo encontra amparo no art. 37, § 6.º, da Constitui- peito à privacidade) e XXXIII (direito de receber dos órgãos públi-
ção Federal, cuja compostura verifica-se que: cos informações de seu interesse ou de interesse coletivo em ge-
"As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado presta- ral);
dores de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abu-
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso sivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa".
Princípio Da Autonomia Gerencial
Assim, de imediata leitura desse texto resulta claro que todo agente O princípio da autonomia gerencial é regido pelo § 8.º do art. 37, da
público que vier a causar um dano a alguém trará para o Estado o dever Constituição Federal, introduzido pela EC-19/98. Assim estabelece este
jurídico de ressarcir esse dano. Não importará se tenha agido com culpa ou dispositivo:
dolo. O dever de indenizar se configurará pela mera demonstração do nexo Art. 37, § 8.º. A Autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos ór-
causal existente entre o fato ocorrido e o dano verificado. gãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada
mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
Temos, pois, que em nosso Direito a responsabilidade civil do Estado é público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o
objetiva, ou seja, independe da conduta dolosa, negligente, imperita ou órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
imprudente daquele que causa o dano. Qualificar-se-á sempre que o agen- I – o prazo de duração do contrato;
te estiver, nos termos do precitado dispositivo constitucional, no exercício II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obri-
da função pública, não importando se age em nome de uma pessoa de gações e responsabilidade dos dirigentes;
direito público ou de direito privado prestadora de serviços públicos. III – a remuneração do pessoal.

Destare, a obrigação de indenizar é a da pessoa jurídica a que perten- Desta maneira, cria-se aqui uma forma de contrato administrativo inusi-
ce o agente. O prejudicado terá que mover a ação de indenização contra a tado entre administradores de órgãos do poder público com o próprio poder
Fazenda Pública respectiva ou contra a pessoa jurídica privada prestadora público. Quando ao contrato das entidades não há maiores problemas
de serviço público, não contra o agente causador do dano. O princípio da porque entidades são órgãos públicos ou parapúblicos (paraestatais) com
impessoalidade vale aqui também. personalidade jurídica de modo que têm a possibilidade de celebrar contra-
tos e outros ajustes com o poder público, entendido poder da administração
Impede ressalvar, todavia, que nem sempre as pessoas que integram a centralizada. Mas, os demais órgãos não dispõem de personalidade jurídica
Administração Pública encontram-se a exercer propriamente função públi- para que seus administradores possam, em seu nome, celebrar contrato
ca. Por vezes, no âmbito do que admite nossa Constituição, será possível com o poder público, no qual se inserem.
encontrarmos pessoas da Administração Indireta que não estejam exer-
cendo tais tipos de atividades, como é o caso, por exemplo, das empresas Consoante, SILVA discorre a respeito:
públicas e das sociedades de economia mista para o exercício de atividade "Tudo isso vai ter que ser definido pela lei referida no texto. A lei pode-
econômica (art. 173, da CF). Nesses casos, naturalmente, eventuais danos rá outorgar aos administradores de tais órgãos uma competência especial
por essas empresas causados a terceiros haverão de ser regrados pela que lhes permita celebrar o contrato, que talvez não passe de uma espécie
responsabilidade subjetiva, nos termos estabelecidos pela legislação civil. de acordo-programa. Veremos como o legislador ordinário vai imaginar
Exigirão, em princípio, a configuração da ação dolosa ou culposa (negligen- isso"
te, imprudente ou imperita), para que tenha nascimento o dever de indeni-
zar. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS
Além dos quatro citados princípios explicitamente abrigados pelo texto
O mesmo se poderá dizer, ainda, do agente que vier a causar dano a constitucional, existem outros implicitamente agregados ao regramento
alguém fora do exercício da função pública. Nesse caso, por óbvio, não constitucional da Administração Pública. Vejamos.
haverá de ser configurada a responsabilidade objetiva predefinida no art.
37, § 6.º, de nossa Lei Maior. Princípio Da Supremacia Do Interesse Público Sobre O Privado E
Princípio Da Autotutela
Entretanto, como pontifica MELLO, a responsabilidade objetiva "só está A Administração Pública na prática de seus atos deve sempre respeitar
consagrada constitucionalmente para atos comissivos do Estado, ou seja, a lei e zelar para que o interesse público seja alcançado. Natural, assim,
para comportamentos positivos dele. Isto porque o texto menciona ‘danos que sempre que constate que um ato administrativo foi expedido em des-

Direito 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
conformidade com a lei, ou que se encontra em rota de colisão com os dominantes.
interesses públicos, tenham os agentes públicos a prerrogativa administra-
tiva de revê-los, como uma natural decorrência do próprio princípio da Perfilhando este entendimento, sustenta MELLO:
legalidade. "Enuncia-se com este princípio que a administração, ao atuar no exer-
cício de discrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista
Desta maneira, discorre ARAUJO: racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respei-
"O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, coloca tosas das finalidades que presidam a outorga da competência exercida".
os interesses da Administração Pública em sobreposição aos interesses
particulares que com os dela venham eventualmente colidir. Com funda- A nosso ver, dentro do campo desse princípio, deve ser colocada, de
mento nesse princípio é que estabelece, por exemplo, a autotutela adminis- que diante do exercício das atividades estatais, o "cidadão tem o direito à
trativa, vale dizer, o poder da administração de anular os atos praticados menor desvantagem possível". Com efeito, havendo a possibilidade de
em desrespeito à lei, bem como a prerrogativa administrativa de revogação ação discricionária entre diferentes alternativas administrativas, a opção por
de atos administrativos com base em juízo discricionário de conveniência e aquela que venha a trazer consequências mais onerosas aos administrados
oportunidade" é algo inteiramente irrazoável e descabido.

A respeito, deve ser lembrada a Súmula 473 do Supremo Tribunal Fe- Como desdobramento dessa ideia, afirma-se também o princípio da
deral, quando afirma que: proporcionalidade, por alguns autores denominado princípio da vedação de
"a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de excessos. Assim, pondera MELLO:
vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revo- "Trata-se da ideia de que as consequências administrativas só podem
gá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos ser validamente exercidas na extensão e intensidades proporcionais ao que
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial". realmente seja demandado para cumprimento da finalidade de interesse
público a que estão atreladas".
Princípio Da Finalidade
Foi visto no exame do princípio da legalidade que a Administração Pú- Em outras palavras: os meios utilizados ao longo do exercício da ativi-
blica só pode agir de acordo e em consonância com aquilo que, expressa dade administrativa devem ser logicamente adequados aos fins que se
ou tacitamente, se encontra estabelecido em lei. Inegável, portanto, que pretendem alcançar, com base em padrões aceitos pela sociedade e no
sempre tenha dever decorrente e implícito dessa realidade jurídica o cum- que determina o caso concreto (53).
primento das finalidades legalmente estabelecidas para sua conduta.
Segundo STUMM , esse princípio reclama a cerificação dos seguintes
Disto deduz-se o denominado princípio da finalidade. Como bem ob- pressupostos:
serva MELLO: Conformidade ou adequação dos meios, ou seja, o ato administrativo
"Esse princípio impõe que o administrador, ao manejar as competên- deve ser adequado aos fins que pretende realizar;
cias postas a seu encargo, atue com rigorosa obediência à finalidade de Necessidade, vale dizer, possuindo o agente público mais de um meio
cada qual. Isto é, cumpre-lhe cingir-se não apenas à finalidade própria de para atingir a mesma finalidade, deve optar pelo menos gravoso à
todas as leis, que é o interesse público, mas também à finalidade específica esfera individual;
obrigada na lei a que esteja dando execução". Proporcionalidade estrita entre o resultado obtido e a carga empregada
para a consecução desse resultado.
Enfim, o princípio da finalidade é aquele que imprime à autoridade ad-
ministrativa o dever de praticar o ato administrativo com vistas à realização Por conseguinte, o administrador público não pode utilizar instrumentos
da finalidade perseguida pela lei. que fiquem aquém ou se coloquem além do que seja estritamente necessá-
rio para o fiel cumprimento da lei.
Evidentemente, nessa medida, que a prática de um ato administrativo
in concreto com finalidade desviada do interesse público, ou fora da finali- Assim sendo, sempre que um agente público assumir conduta despro-
dade específica da categoria tipológica a que pertence, implica vício ense- porcional ao que lhe é devido para o exercício regular de sua competência,
jador de sua nulidade. A esse vício, como se sabe, denomina a doutrina: tendo em vista as finalidades legais que tem por incumbência cumprir,
desvio de poder, ou desvio de finalidade. poderá provocar situação ilícita passível de originar futura responsabilidade
administrativa, civil e, sendo o caso, até criminal.
Concluindo, essas considerações querem apenas mostrar que o princí-
pio da finalidade não foi desconsiderado pelo legislador constituinte, que o CONSIDERAÇÕES FINAIS
teve como manifestação do princípio da legalidade, sem que mereça cen- Segundo nossa carta constitucional, o "bem de todos" é objetivo fun-
sura por isso. damental da República Federativa do Brasil (art. 3.º, IV) e, por conseguinte,
uma finalidade axiológico-jurídica que se impõe como pólo de iluminação
Princípio Da Razoabilidade E Da Proporcionalidade para a conduta de todos os órgãos e pessoas que integram a estrutura
Na medida em que o administrador público deva estrita obediência à lei básica do Estado brasileiro.
(princípio da legalidade) e tem como dever absoluto a busca da satisfação
dos interesses públicos (princípio da finalidade), há que se pressupor que a Sendo assim, a noção do bem comum, historicamente condicionada e
prática de atos administrativos discricionários se processe dentro de pa- posta no âmbito das concepções dominantes em nossa sociedade e época,
drões estritos de razoabilidade, ou seja, com base em parâmetros objeti- deve ser considerada obrigatório parâmetro para a definição do sentido
vamente racionais de atuação e sensatez. jurídico-constitucional de quaisquer dos princípios que governam as ativi-
dades da Administração Pública.
Deveras, ao regular o agir da Administração Pública, não se pode su-
por que o desejo do legislador seria o de alcançar a satisfação do interesse A maior parte dos princípios da Administração Pública encontra-se po-
público pela imposição de condutas bizarras, descabidas, despropositadas sitivado, implícita ou explicitamente, na Constituição. Possuem eficácia
ou incongruentes dentro dos padrões dominantes na sociedade e no mo- jurídica direta e imediata. Exercem a função de diretrizes superiores do
mento histórico em que a atividade normativa se consuma. Ao revés, é de sistema, vinculando a atuação dos operadores jurídicos na aplicação das
se supor que a lei tenha a coerência e a racionalidade de condutas como normas a respeito dos mesmos e, objetivando a correção das graves dis-
instrumentos próprios para a obtenção de seus objetivos maiores. torções ocorridas no âmbito da Administração Pública que acabam por
impedir o efetivo exercício da cidadania.
Dessa noção indiscutível,extrai-se o princípio da razoabilidade: Em boa
definição, é o princípio que determina à Administração Pública, no exercício O sistema constitucional da Administração pública funciona como uma
de faculdades, o dever de atuar em plena conformidade com critérios rede hierarquizada de princípios, regras e valores, que exige não mais o
racionais, sensatos e coerentes, fundamentados nas concepções sociais mero respeito à legalidade estrita, mas vincula a interpretação de todos

Direito 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
atos administrativos ao respeito destes princípios. porque, para se abrir exceção à incidência de alguma regra jurídica sobre
responsabilidade extranegocial, é preciso que, diante dos elementos fácti-
Desta maneira, conclui-se que a função administrativa encontra-se su- cos e das circunstâncias, haja razão para o desigual tratamento"
bordinada às finalidades constitucionais e deve pautar as suas tarefas
administrativas no sentido de conferir uma maior concretude aos princípios Define com acurácia Celso Antônio BANDEIRA DE MELO a responsa-
e regras constitucionais, uma vez que estão não configuram como enuncia- bilidade civil do Estado:
dos meramente retóricos e distantes da realidade, mas possuem plena "Entende-se por responsabilidade patrimonial extracontratual do Esta-
juridicidade. do a obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos
lesivos à esfera juridicamente garantida de outrem e que lhe sejam imputá-
Informações bibliográficas: veis em decorrência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos,
comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos".
SERESUELA, Nívea Carolina de Holanda. Princípios constitucionais da
Esta responsabilidade pode ser estudada sob três diferentes prismas,
Administração Pública . Jus Navigandi, Teresina, a. 7, n. 60, nov. 2002.
conforme o aspecto de funcionamento enfocado: administrativo, legislativo
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=3489>.
e judiciário.
Acesso em: 25 mar. 2005.
Cremos importante frisar que a responsabilidade estatal não se con-
funde com a de seu funcionário, uma vez que este último, no exercício de
Responsabilidade Civil do Estado. suas funções, pode causar dano tanto a bens estatais quanto a de particu-
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO lares. Em ambos os casos, comprovada sua culpa, deverá ressarcir os
prejuízos causados. Entretanto, o cidadão lesionado em seu direito por ato
Marcos Araújo - Professor e Advogado. decorrente do agir estatal não depende desta prova para requerer sua
indenização, pois pode acionar diretamente o Estado, que responderá
Introdução.
sempre que demonstrado o nexo de causalidade entre o ato do seu funcio-
Este trabalho almeja apresentar os principais aspectos concernentes à nário e o dano injustamente sofrido pelo indivíduo. A culpa do agente
responsabilidade civil do Estado no evolver de suas funções sociais: legis- apenas será discutida em um segundo momento, caso o Estado impetre
lativa, judicial e administrativa. A potencialidade danosa do agente público ação de regresso. Assim:
no exercício de uma função estatal despertou nosso interesse, por correla-
"(...) diz-se que a responsabilidade deste [o Estado] é objetiva, porque
cionar questões de direito público e privado, permitindo-nos mais uma vez a
não se impõe ao particular, lesado por uma atividade de caráter público
constatação de que não se pode pretender analisar qualquer questão
(ou alguma omissão), que demonstre a culpa do Estado ou de seus agen-
jurídica atendo-se a somente um ramo do direito; ao contrário, cada vez
tes. Sinteticamente, a responsabilidade do Estado se caracteriza pelo
mais a complexidade das relações sociais exige uma visão holística do
preenchimento dos seguintes pressupostos: 1) que se trate de pessoa
fenômeno jurídico, enfatizando que o ordenamento é uno e indivisível, e
tende à completude. jurídica de direito público ou de direito privado prestadora de serviços
públicos; 2)que estas entidades estejam prestando serviço público; 3) que
Doutrinadores há que propugnam não pertencer o estudo da responsa- haja um dano causado a particular; 4) que o dano seja causado por agente
bilidade do Estado ao ramo civil, mas ao administrativo. A responsabilidade (a qualquer título) destas pessoas jurídicas e; 5) que estes agentes, ao
estatal, entretanto, está melhor inserida no campo da civilística, o qual é causarem dano, estejam agindo nesta qualidade".
capaz de abarcar em seu seio ambas as teorias da responsabilidade subje-
Pelo acima visto, percebe-se que não se confunde a responsabilidade
tiva e objetiva, motivo por que não cabe reduzir esta última à seara pública.
civil, "que traduz-se na obrigação de reparar danos patrimoniais e se exau-
Existe, nada obstante, uma responsabilidade administrativa, mas esta re com a indenização, com as responsabilidades penal e administrativa,
em nada se confunde com a civil. que não serão abordadas no presente estudo.
A respeito da responsabilidade administrativa, ensina Rafael CUESTA: 1.1. A Teoria da Irresponsabilidade e o Direito Brasileiro.
"la responsabilidad disciplinaria [administrativa] tiene su fundamento en el
O Brasil, desde seu alvorecer enquanto Estado soberano, jamais espo-
hecho de que los funcionarios se encuentran respecto a la Administración
sou a tese da irresponsabilidade do Estado no que concerne a atos decor-
no sólo en un estado de sujeción general, sino también en un estado de
rentes da Administração Pública.
sujeción especial." Não se misturam, portanto, a situação do servidor-
agente com a do cidadão em suas relações com o Estado. Já a Constituição de 1824, outorgada dois anos após a declaração de
independência, proclamava em seu artigo 178, n. 29:
Mister é salientar que a responsabilidade civil por atos legislativos, judi-
ciais e administrativos corresponde a apenas uma das facetas da respon- "Os empregados públicos são estritamente responsáveis pelos abusos
sabilidade civil do Estado, que no plano da Responsabilidade Objetiva e omissões praticados no exercício de suas funções, e por não fazerem
conhece outras sanções ainda sujeitas a controvérsias. efetivamente responsáveis aos seus subalternos".
O escopo deste trabalho é apresentar a evolução histórica da respon- Ao contrário do que uma primeira leitura possa sugerir, doutrina e juris-
sabilidade civil do Estado, o problema dos danos decorrentes de omissão prudência jamais interpretaram este dispositivo como consagrando apenas
dos Poderes Públicos, a questão da responsabilidade estatal por atos a responsabilidade pessoal do funcionário, ao mesmo tempo em que decla-
lícitos e as excludentes da responsabilidade estatal. O apêndice visa a rava a irresponsabilidade estatal. Na verdade, desde sempre se entendeu
sanar qualquer dúvida ainda existente quanto à responsabilidade do agente que a norma traduzia uma responsabilidade solidária entre o Estado e seus
por atos danosos ao particular. agentes. Esta, todavia, baseava-se ainda na concepção de responsabilida-
de aquiliana, posto exigisse a prova da culpa do funcionário para a sua
1. A Responsabilidade Civil do Estado.
caracterização.
A consagração da responsabilidade civil do Estado constitui-se em
No mesmo sentido, seguiram-se as Constituições de 1891 e 1934, que,
imprescindível mecanismo de defesa do indivíduo face ao Poder Público.
com redações símiles no que se refere ao objeto do atual trabalho, consa-
Mediante a possibilidade de responsabilização, o cidadão tem assegurada
graram a responsabilidade do Estado por ato do administrador nos mesmos
a certeza de que todo dano a direito seu ocasionado pela ação de qualquer
moldes. Abordaremos, pois, a seguir, a teoria da responsabilidade subjetiva
funcionário público no desempenho de suas atividades será prontamente
do Estado, com vistas a dar prosseguimento à análise histórica do instituto.
ressarcido pelo Estado. Funda-se nos pilares da equidade e da igualdade,
como salientou em doutas palavras PONTES DE MIRANDA: 1.2. A Teoria da Responsabilidade Subjetiva do Estado.
"O Estado - portanto, qualquer entidade estatal - é responsável pelos Foi lenta a evolução da teoria da responsabilidade do Estado, tendo
fatos ilícitos absolutos, como o são as pessoas físicas e jurídicas. O princí- tardado muito a permissão para o indivíduo proceder contra o Estado de
pio de igualdade perante a lei há de ser respeitado pelos legisladores, forma semelhante a que se acionava um particular.

Direito 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O período de responsabilidade civilística, em que o Estado se encon- Conforme se pode observar, aos poucos a teoria da responsabilidade
trava em posição de igualdade face ao particular, pode ser dividido em dois civil do Estado evoluiu de uma concepção individual para a da culpa anô-
principais momentos: o da culpa provada e o da culpa presumida. Em um nima ou impessoal. Desta forma, pouco a pouco, foi-se dando prevalência à
primeiro momento, a responsabilidade estatal assemelhou-se à do prepo- constatação do dano sobre a prova da culpa, sendo os primeiros passos
nente pelo ato do preposto, sendo indispensável a demonstração da culpa- neste sentido mérito da jurisprudência francesa, através do Conseil d’État.
bilidade do funcionário público para deduzir-se a responsabilidade da A esta coube a elaboração da noção de "falta de serviço", que mostrar-se-ia
entidade pública. Os danos causados por agente administrativo enquadra- o alvorecer da responsabilidade objetiva do Estado, calcada nos princípios
vam-se, portanto, dentro da teoria clássica do delito civil, donde a imperio- da igualdade e do risco. Consoante a ideia de "falta do serviço", o Estado
sidade de se restar comprovado "o dolo ou a negligência grave". seria responsável, independentemente de culpa de seu agente, pelo prejuí-
zo sofrido por um particular devido à inexistência do serviço público, a seu
Necessário se faz observar que os alicerces da responsabilidade civil mau funcionamento ou retardamento. Passou-se, portanto, a serem utiliza-
do Estado são lançados ao final do século XIX, fruto da Revolução Industri- dos os termos "culpa do serviço" ou "falha do serviço", e a ser necessário
al, que fizera surgir a figura do Estado empresário. Separou-se, então, a apenas comprovar a ausência do serviço devido ou que seu funcionamento
atividade do Estado em atos de império e atos de gestão, para obrigá-lo a deu-se de forma inadequada, ou, ainda, que tardou mais do que deveria
reparar os danos causados no desempenho destes últimos em relação aos (morosidade), para configurar a responsabilidade do Estado pelos danos
serviços públicos, por se entender que nestes casos a sua atuação asse- daí decorrentes aos administrados. Consoante explanação dos irmãos
melhava-se a dos cidadãos comuns. MAZEAUD sobre a teoria da culpa do serviço, então em voga na jurispru-
A formulação da responsabilidade civil do Estado como autônoma face dência francesa:
à responsabilidade civil comum das pessoas privadas foi obra da jurispru- "Certes fautes de service ne signifie pas, dans la pensée de la jurispru-
dência francesa. A doutrina contemporânea contempla o aresto Blanco, dence, ‘faute de fonction’, faute comise dans léxécution de la fonction, pas
proferido pelo Tribunal de Conflitos em 1 de fevereiro de 1873, como o plus que ‘faute personelle’ ne signifie faute comise em dehors de la fonction
marco inicial da admissão da responsabilidade estatal por atos de gestão. (...)
Todavia, esta situação ainda se apresentava muito desvantajosa para o "La ‘faute de service’ n’est pas non plus l’acte régulièrement accompli,
indivíduo, que muitas vezes ficava irressarcido ante a impossibilidade de se la ‘faute personelle’ étant l’acte irrégulier. La ‘faute de service’, comme la
distinguir entre as duas espécies de atos em seu caso concreto, uma vez ‘faute personelle’, par là même qu’elle est une faute, s’analyse en un acte
que frequentemente se entrelaçavam ambos os tipos em uma mesma irrégulier"
situação. Além disso, ainda que fosse possível separá-los, restava compro-
var a culpa do agente administrativo, o que não raro resultava inviável. Desta citação dos irmãos MAZEAUD, depreende-se que estes esposa-
vam a teoria subjetiva da responsabilidade civil do Estado, pois faziam
Somava-se a esses impedimentos o advento do liberalismo pós- depender o seu nascimento de um ato irregular da Administração, ou seja,
revolucionário do final do século XVIII, que acrescentou novas questões à a culpa do serviço mostrava-se indispensável à sua caracterização.
responsabilidade administrativa. Com efeito, algumas legislações europei-
as, a reboque da francesa, instituíram durante o século XIX a necessidade Esclarece-nos, a respeito, Hely Lopes MEIRELLES:
de uma prévia autorização do órgão a que pertence o funcionário ou a seu
superior hierárquico para a instauração de processo contra agente adminis- "A teoria da culpa administrativa representa o primeiro estágio da tran-
trativo. Esta exigência fundamentava-se em uma interpretação extrema- sição entre a doutrina subjetiva da culpa civil e a tese objetiva do risco
mente radical do princípio da separação dos poderes, que não admitia administrativo, pois leva
qualquer interferência do Poder Judiciário sobre o Executivo. O ápice desta em conta a falta do serviço para dela inferir a culpa da Administração.
concepção dar-se-á com a instalação de tribunais administrativos, separa- É o estabelecimento do binômio falta do serviço - culpa da Administração.
dos dos judiciários. Já aqui não se perquire da culpa subjetiva do agente administrativo, mas
No entanto, essa dificuldade para se acionar o Poder Público não de perquire-se a falta do serviço em si mesmo, como gerador da obrigação de
coadunava com os ideais do racionalismo iluminista, que pregavam a indenizar o dano causado a terceiro. Exige-se, também, uma culpa, mas
limitação dos poderes do Estado, principalmente através da doutrina dos uma culpa especial da Administração, a que se convencionou chamar culpa
direitos naturais. A solução acima exposta, ademais, não preenchia os administrativa."
anseios dos cidadãos, que desejavam ver seus direitos protegidos contra a Desta forma, liga a doutrina o reconhecimento da responsabilidade es-
indevida ingerência estatal da forma mais ampla possível. tatal como sendo direta à elaboração da teoria organicista do Estado.[39]
Além disso, a evolução do princípio da legalidade permitira deduzir a Esta mostrou-se passo decisivo na elaboração posterior da teoria da res-
noção de que se o particular está limitado no seu agir pelas leis emanadas ponsabilidade objetiva do Estado, conforme teremos oportunidade de
do poder legislativo, não era razoável que o próprio Estado, ao executá-las, observar adiante.
não estivesse subsumido às mesmas. Desta forma, paulatinamente a 2. Evolução Histórica da Responsabilidade Civil do Estado
doutrina constrói a tese de que o Estado é responsável pelos atos ilegais
praticados pelos agentes administrativos que causem danos ao cidadão, 2.1 A Teoria da Irresponsabilidade.
salvo nos casos em que provasse a sua não culpa.. A jurisprudência cons- A responsabilidade civil é matéria jurídica antiga, tendo sido prevista no
truía, desta forma, a teoria da culpa presumida da Administração, que Código do Imperador Hamurabi da Babilônia, em sua máxima "olho por
invertia o ônus da prova, em benefício da vítima. olho, dente por dente". Aquele que sofria um dano tinha direito a repará-lo
Brilhante é a síntese desta passagem fornecida por CANOTILHO: mediante a provocação de um dano semelhante ao seu responsável. O
direito romano, posteriormente, através da Lex Poeteria Papiria, proibiu as
"O princípio da legalidade que no Estado de Polícia foi interpretado no penas corporais em sede de responsabilidade civil, instituindo que apenas
sentido de só atos lícitos serem imputados ao Estado, evolui no sentido o patrimônio do agente deveria responder pelo dano por ele causado.
contrário, entendendo-se ser o próprio princípio da legalidade que impele o
Estado a garantir a regularidade da atuação administrativa." A amplitude do tema ora em pauta não nos permite tecer maiores con-
siderações acerca da evolução do instituto da responsabilidade civil. Desta
A responsabilização do Estado pelo ato do agente foi possível, desta forma, iniciaremos nosso estudo evolutivo desde a formação dos Estados
forma, a partir da evolução do entendimento da natureza da relação exis- Modernos, a partir de quando nos parece ser possível arguir sua responsa-
tente entre eles. Quando se passou a admitir que o funcionário público não bilidade.
é um mero particular, mas sim um órgão do Estado, foi elaborada a teoria
da responsabilidade do Estado pelo ato culposo de seu agente. Consoante O nascimento do Estado moderno não trouxe de pronto, como se pode-
a teoria do órgão, "a atividade do funcionário configura-se como atividade ria ter imaginado, a responsabilidade estatal por atos decorrentes das suas
da própria pessoa jurídica, e, por conseguinte, devem ser atribuídas a esta funções. Ao contrário, a teoria do direito divino dos reis, elaborada por
todas as consequências danosas ou não dessa atividade" Bossuet para justificar o poder absoluto dos monarcas, impossibilitava

Direito 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
qualquer tentativa de responsabilizá-lo, pois o rei, designado por Deus, era "(...) a teoria do risco administrativo não vai ao ponto de ignorar a culpa
infalível. concorrente ou exclusiva do prejudicado na causação do evento; na verda-
de, seria iníquo que o Estado, ou seja, a comunidade, respondesse pela
Nos dois principais Estados que adotam o sistema de Common Law, a composição de um dano para o qual concorreu com culpa a vítima."
teoria da irresponsabilidade foi abraçada até a década de 1940, tenso sido
abandonada nos Estados Unidos através do Claims Act de 1946 e na Explica Marcelo CAETANO que a justificativa ético-jurídica da adoção
Inglaterra por meio do Crown Proceeding Act de 1947. desta teoria está em que "os riscos acarretados pelas coisas ou atividades
perigosas devem ser corridos por quem aproveite os benefícios da existên-
Por conseguinte, tem-se que a teoria da irresponsabilidade não mais cia dessas coisas ou do desenrolar de tais atividades (...) A Administração
vige em sua integralidade em nenhum país, embora a Inglaterra ainda a deve responder pelos riscos resultantes de atividades perigosas ou da
adote em relação ao Rei e a alguns de seus funcionários, conforme nos existência de coisas perigosas, quando não tenha havido força maior
explica Aguiar DIAS: estranha ao funcionamento dos serviços (...)na origem dos danos e não
"[Na Inglaterra], vigora a regra ‘The King can do no wrong’, em face da consiga provar que estes foram causados por culpa de quem os sofreu".
qual não há possibilidade de acionar o rei ou funcionários diretamente Consoante CAIO MÁRIO, a responsabilidade objetiva do Estado signi-
dependentes dele com base na responsabilidade civil. Há leis que excluem fica proclamar uma presunção iuris et de iure de culpa, isto é, uma vez que,
certos funcionários (juízes, autoridades policiais, sanitárias e alfandegárias) constatados a existência de um dano e o nexo de causalidade entre este e
de toda e qualquer responsabilidade, a menos que incorram em culpa o funcionamento da Administração, o Estado não pode provar a sua "não-
grave. O sistema inglês estabelece, ainda, uma série de dificuldades às culpa".
ações contra os funcionários: prescrição breve, direito, outorgado ao fun-
cionário acionado, de oferecer ao autor determinada composição pecuniá- Todavia, se a adoção da teoria objetiva se fez pacífica, não se tem no-
ria". tícia de nenhum Estado que tenha adotado em todas as suas consequên-
cias a teoria do risco integral em sede de responsabilidade civil estatal.
Entretanto, mesmo sendo irresponsável o Estado no período Absolutis- Propugna esta teoria ser o Estado responsável pela reparação do dano
ta, já se admitia, consoante CAIO MÁRIO, "a responsabilidade pecuniária causado pela Administração a um terceiro, desde que reste comprovado o
pessoal dos agentes da Administração". Isto se devia a que, consoante nexo de causalidade entre este e o agir da Administração, mesmo que para
Sérgio CAVALIERI FILHO, "sustentava-se que o Estado e o funcionário o evento danoso tenha o indivíduo contribuído mediante atitude dolosa ou
eram pessoas diferentes, pelo quê este último, mesmo agindo fora de seus culposa. Ou seja, a culpa concorrente ou mesmo exclusiva da vítima não
poderes, ou abusando deles, não obrigava, com seu fato, a Administração". seriam suficientes a afastar o dever de indenizar do Estado.
Esta solução, todavia, deixava muito a desejar, dado que constantemente a
incapacidade econômica do funcionário frustrava a ação de indenização. São, portanto, requisitos para o nascimento do dever ressarcitório do
Mister era, pois, buscar um mecanismo mais eficiente ao ressarcimento da Estado, consoante a teoria do risco administrativo, hoje a mais difundida:
vítima.
a) a existência de um dano correspondente a "lesão a um direito da ví-
Cumpre ressaltar que o advento das revoluções burguesas e do Estado tima"[, certo e injusto. para os adeptos da teoria subjetiva em caso de
de Direito não foi, como em princípio se poderia supor, razão da imediata omissão do poder público, estes casos exigem, ainda, o comportamento
aceitação da responsabilização civil do Estado. A aplicação prática da culposo da administração (ver capítulo 3,infra);
teoria da separação dos poderes obstaculizava sua efetivação, sob a
excusativa de que a condenação da Administração por parte do Poder b) o responsável pelo ato deve se revestir da qualidade de funcionário
Judiciário significaria uma intromissão indevida deste na órbita de autono- da Administração Pública;
mia do Executivo, o que era inadmissível. c) é preciso que haja nexo de causalidade entre o ato comissivo ou o-
O início da responsabilidade do Estado somente foi possível a partir do missivo da Administração e o dano causado. Ressalte-se que, na apuração
desenvolvimento de uma teoria que propugnava agir o Estado em duas da causalidade, o STF abraça a teoria da interrupção do nexo causal, ou do
diferentes roupagens, ora como pessoa pública, ora como pessoa civil. A dano direto e imediato, que proclama existir nexo causal apenas quando o
partir da distinção destes dois tipos de atuação foi possível ao Estado dano é o efeito direto e necessário de uma causa.
adentrar a seara civil, enquanto empresário, e passou a ser viável a sua Hely Lopes MEIRELLES entende que a adoção da teoria do risco inte-
responsabilização quanto a atitudes empreendidas dentro desta segunda gral atenta contra a equidade social, e se justifica, argumentado que "por
acepção. Em relação às demais, permanecia a sua imunidade, fruto de sua essa fórmula radical, a Administração ficaria obrigada a indenizar qualquer
soberania e de seu poder de império. dano suportado por terceiros, ainda que resultante de culpa ou dolo da
Consoante CANOTILHO, nem mesmo o advento do direito natural foi vítima". Ter-se-ia um aumento injustificado das despesas do Estado, erigido
capaz de reconhecer limites ao poder de polícia do Estado soberano, pois a segurador universal, o que poderia mesmo comprometer a qualidade dos
havia uma presunção absoluta de conformidade das medidas soberanas serviços prestados à população.
com o direito. Entretanto, a partir da teoria jusnaturalista, desenvolveu-se o 3. A Responsabilidade Civil do Estado por suas funções
raciocínio de que "os direitos subjetivos dos súditos, autênticos fluxos da
liberdade pessoal, ficavam[...] fora do jus politiae, por anteriores ao Esta- 3.1. A Responsabilidade Civil do Estado por Ato Judicial
do". O Estado é responsável face ao erro judiciário. Em livro específico so-
2.2. A Responsabilidade Objetiva da Administração: as teorias do bre o tema "INDENIZAÇÃO DO ERRO JUDICIÁRIO", escreve LUIZ ANTO-
risco administrativo e do risco integral. NIO SOARES LENTZ que "o ato jurisdicional, como espécie do ato jurídico
de direito administrativo, comporta os que se destinam a solução coercitiva
Elaborada por Leon DUGUIT, a teoria do risco representou passo deci- conflitos e a atividade destinada a prover interesses em geral, como se dá
sivo na doutrina da responsabilidade estatal. Cogitou o insigne jurista da com os atos de jurisdição voluntária, e têm os mesmos pressupostos e
existência de um seguro social, mediante o qual a sociedade deveria supor- elementos que os da espécie, dependendo de requisitos para sua validade,
tar o prejuízo causado pelo funcionamento do serviço público, não mais sendo passíveis, outrossim, dos vícios de vontade que atacam os atos
sendo necessário questionar-se da falta de um seu agente ou do próprio jurídicos em geral."
serviço. A adoção desta teoria, ora a mais em voga, entende que basta se
prove que o dano sofrido decorreu da atividade pública, ainda que esta não O desacerto do provimento jurisdicional deve ter como causa a finali-
tenha exorbitado sua esfera de ingerência. O particular tem apenas de dade objetiva e determinante do resultado, diretamente vinculada ao ele-
demonstrar o nexo de causalidade entre o ato da Administração e o dano, e mento psíquico motivador da decisão. Num paralelo com o que diz Caio
que para este não contribuiu com atitude culposa. Mario da Silva Pereira em relação à formação da vontade no negócio
jurídico, caracteriza-se como a intenção dirigida no sentido de realizar a
Defende MOREIRA NETO a superioridade desta teoria sobre as de- consequência jurídica - que seria, aqui, o erro judiciário.
mais, afirmando que:
Tido como o mais elementar dos vícios do consentimento, o erro impli-
ca o desconhecimento ou falso conhecimento das circunstâncias de modo
Direito 58 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que se comporta o agente de uma forma que não seria a ia vontade se quem o executa, em qualquer modalidade, em face da jurisdicização da
conhecesse a verdadeira situação. atividade estatal e da submissão do Estado ao Direito, nos moldes do
constitucionalismo subsequente à Revolução Francesa."
Citando Saleilles, lembra Caio Mario que o erro é a falta de concordân-
cia entre a vontade real e a vontade declarada. Opera com erro o juiz Georges Vedei e Pierre Delvolvé (1984, p. 573) assinalam que a ex-
sempre que declara o direito a um caso concreto sob falsa percepção dos pressão "serviço judiciário" abrange também a atividade dos juízes: "On
fatos; a decisão ou sentença divergente da realidade conflitante com os entend le terme 'service judiciaire' das le sens le plus large, comme l'en-
pressupostos da justiça, entre os quais se insere o conhecimento concreto semble des activités juridictionnels ou non imputables ou non à des magis-
dos fatos sobre os quais incidirá a norma jurídica. trats ow à des juges." .
Na culpa, logicamente, por ser normativa, não se fala em vontade Edmir Netto de Araújo (1981, p, 181) reitera que "os atos do Poder
consciente dirigida a um fim, mas em inobservância de dever de cautela Judiciário, jurisdicionais ou administrativos, são atos das pessoas
(imprudência), agir desidioso (negligência) e descumprimento de dever físicas que exercem o serviço público judiciário, em nome do Estado:
profissional em determinada circunstância (imperícia). Comumente a culpa portanto, empenham, se danosos, a responsabilidade da pessoa
é atribuída ao serviço judiciário, anomalamente considerado, e não identifi- jurídica (Estado) que representam." Aduz que "também ocasiona essa
cado com o ato jurisdicional causador do dano. responsabilidade a omissão ou demora do serviço judiciário, não
individualizado o responsável pelo dano" (Araújo, E. N., 1981, p. 181).
Em princípio deve-se procurar situar a culpa como causa do erro judici-
ário, identificando-a na conduta do juiz, para que só incida o fundamento da A responsabilidade do Estado por atos judiciais é então, uma respon-
faute du service nos casos em que o agente causador do dano não for o sabilidade por atos decorrentes do serviço público. Dizia o Min. Aliomar
juiz ou não se puder, nas circunstâncias, imputar a ele a prática de ato Baleeiro: "Não posso distinguir onde o texto não distingue. Para mim,
danoso por qualquer das modalidades atinentes à culpa. o juiz é um funcionário público" (RTJ 61/714 e RDA 111/325).
Tratando objetivamente sobre a responsabilidade civil do causador do 3.2. A Responsabilidade Civil do Estado por Atos Legislativos
ato ilícito, bem escreve o juscivilista CARLOS ALBERTO BITTAR:
Aqui peço vênia para me reportar sempre, quase em sua integralidade,
"Impõe-se-lhe, no plano jurídico, que responda (do latim "spondeo" = dado ao seu inolvidável conteúdo, ao trabalho do Professor EDILSON
"responder a", "comprometer-se"; "corresponder a compromisso ou a PEREIRA NOBRE JÚNIOR, ilustre magistrado federal na Seção Judiciária
obrigação anterior") pelos impulsos (ou ausência de impulsos) dados no do Estado do Rio Grande do Norte. Estado é responsável face ao erro
mundo exterior, sempre que estes atinjam a esfera jurídica de outrem. Isso judiciário.
significa que, em suas interações na sociedade, ao alcançar direito de
terceiro, ou ferir valores básicos da coletividade, o agente deve arcar com Lembra o magistrado, em sua dissertação específica, que existem óbi-
as consequências, sem o que impossível seria a própria vida em socieda- ces quanto ao reconhecimento da responsabilidade do Estado por atos
de." legislativos. Estão elencados assim: a) a lei ser um ato de soberania; b)
consistir a lei em norma geral, impessoal e abstrata, do que decorre ser
Referida responsabilidade, no dizer de uns, plasma-se no artigo 37, pa- incapaz de acarretar lesões a terceiros; c) a lei não viola direitos anteriores,
rág. 6.º da CF, que subjetivamente já era contida no artigo 159 do extinto porquanto a contar de sua vigência, modifica a disciplina da lei revogada; d)
Código Civil Brasileiro, verbis: a responsabilidade estatal pela edição de normas legais entrava a evolução
administrativa; e, e) o particular atingido é de ser tido como autor da lei,
ARTIGO 159. "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligên- tendo em vista que, na qualidade de cidadão, elege os representantes
cia, ou imprudência, violar direito ou causar prejuízo a outrem. fica obrigado incumbidos de elaborar o diploma legal.
a reparar o dano."
Tais argumentos sabe-se facilmente superáveis. O primeiro, a respeito
No caso do Estado a sua responsabilidade é objetiva face a Justiça ser da soberania, aduz o emérito professor que apesar da lei ser abstrata e se
considerado um serviço público. Por isso na França utiliza-se a expressão impor de forma igual para todos, é justamente no princípio da isonomia que
service public de la justice ("serviço público da justiça"). Não há razão que se atribui, em casos concretos, a responsabilidade do Estado. Isto quando
justifique excluir, como exceção, a espécie "serviço público judiciário" do o Estado, na manifestação de sua atividade legiferante, venha a praticar o
gênero "serviço público geral" (Cretella Júnior, Direito Administrativo p. 15). exercício da atividade lícita pelo particular, causando-lhe prejuízos.
"O serviço judiciário é, sem contestação possível, serviço público do Esta-
do, em função da integração do Judiciário à esfera estatal" (Souza, 1990, p. É totalmente desproposital também a alusão de que particular participa
48). da feitura das leis, mediante a escolha dos seus representantes, e aqui a
responsabilidade estaria excluída.
Certa vez ao proferir voto em recurso extraordinário, o Min. Aliomar Ba-
leeiro acentuou: "Acho que o Estado tem o dever de manter uma Justi- Ora, também nas democracias se escolhe os dirigentes máximos da
ça que funcione tão bem como o serviço de luz, de polícia, de limpeza Administração, através da eleição dos chefes do Poder Executivo, e nem
ou qualquer outro. O serviço da Justiça é, para mim, um serviço públi- por isso se chega a cogitar da exclusão de responsabilidade pela atividade
co como qualquer outro" (RTJ 64/714 e RDA 114/325). dos funcionários públicos, os quais, quase sempre, atuam com obediência
a determinação hierárquica daqueles.
Conforme deduz José Cretella Júnior (1980; p. 275 e 1970a, p. 248 e
1970b, p. 31), "a responsabilidade do Estado por atos judiciais é espé- Forte em Amaro Cavalcanti, em suas lições sobre o controle da consti-
cie do gênero responsabilidade do Estado por atos decorrentes do tucionalidade das leis, a doutrina brasileira evoluiu para responsabilizar o
serviço público, porque o ato judicial é, antes de tudo, ato jurídico Estado quando leis inconstitucionais ou desproporcionais prejudicarem a
público, ato de pessoa que exerce serviço público judiciário." Acres- atividade do particular.
centa José Cretella Júnior (1980, p. 275 e 1970a, p. 248) que "equipara-se
o magistrado, representante do Estado, ao funcionário público para Quando alguém venha a sofrer prejuízo, quer em decorrência de lei in-
efeitos de responsabilização e o serviço de administração de justiça constitucional, quer em virtude de sua aplicação, induvidoso se torna, na
ao serviço público, em relação de gênero público) e espécie (judicial)." sábia lição do Prof. Edílson Nobre, o dever do Estado em efetuar a devida
Portanto, do reconhecimento da função jurisdicional como um serviço reparação.
público decorre que o Estado deve responder pelos atos emanados no seu 3.3. A Responsabilidade Civil do Estado por Ato do Administra-
exercício, quando lesivos. Nesse sentido bem escreve Juary C. Silva (1985, dor.
p. 119):
Dentro da responsabilidade civil do Estado, a da Administração é a de
"Efetivamente, aceito que o Estado, no desempenho da função jurisdi- mais simples constatação e que menos controvérsia doutrinária suscita, daí
cional, desenvolve um serviço público - o que temos por irrecusável e óbvio porque, muitas vezes, alguns doutrinadores tendem a reduzir toda a res-
- depreende-se que o Estado-jurisdição é tão responsável pelos seus ates ponsabilidade estatal ao seu aspecto supracitado, conforme as palavras de
lesivos, quanto o é, no respeitante aos seus, o Estado-Administração. Orlando SOARES:
Realmente, todo o serviço público implica a ideia de responsabilidade de

Direito 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
"A concepção genérica acerca da responsabilidade do Estado decorre Conforme frisa Gustavo TEPEDINO, a adoção da responsabilidade ob-
da prática de atos administrativos emanados do poder público, quer dizer, jetiva se coaduna com os princípios constitucionais da República:
no caso do Brasil, os atos baixados pelo governo republicano, sob a forma
federativa, em suas três esferas: federal, estadual e municipal." "Com efeito, os princípios da solidariedade social e da justiça distributi-
va, capitulados no art. 3o., incisos I e III, da Constituição, segundo os quais
Embora revista-se ainda dos aspectos legislativo e judicial, a respon- se constituem em objetivos fundamentais da República a construção de
sabilidade civil do Estado por ato administrativo é aquela que logrou maior uma sociedade livre, justa e solidária, bem como a erradicação da pobreza
efetivação, o que se pode inferir do grande número de julgados condenan- e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais,
do o Estado a ressarcir danos causados pela administração pública. não podem deixar de moldar os novos contornos da responsabilidade civil.
(...) Impõem, como linha de tendência, o caminho da intensificação dos
O tema ora em voga requer, antes de maiores considerações, que de- critérios objetivos de reparação do dano e do desenvolvimento de novos
finamos uma conceituação para ato administrativo. Assim: mecanismos de seguro social".
"Pode-se [...] definir ato administrativo como todo ato lícito da Adminis- O caminho até a admissão da responsabilidade objetiva foi árduo, ten-
tração Pública, que, agindo com supremacia de poder, tenha por fim imedi- do doutrina e jurisprudência, através de homens que honraram a profissão
ato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direito". com sua sabedoria e perspicácia, desempenhado papel imprescindível,
Desta forma, podemos elencar seus requisitos: competência, forma, fi- conforme restará comprovado da análise da evolução histórica empreendi-
nalidade, motivo e objeto. da no próximo capítulo.
Recorremos, ainda, aos ensinamentos de Orlando SOARES, por sua 3.3.1 A Responsabilidade Objetiva da Administração no Direito
clareza na definição do ato administrativo: Brasileiro.
"(...) sob a ótica do Direito Público, esses atos [administrativos] derivam A responsabilidade objetiva, basilada na teoria do risco administrativo
dum desses órgãos do poder público - que integram os Poderes Legislativo, ou risco criado, tem suporte no ordenamento jurídico pátrio, no artigo 37,
Executivo e Judiciário -, no exercício de suas funções administrativas §6o, da Constituição Federal de 1988.
próprias, segundo a sua competência constitucional." Art. 37, § 6o: "As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
A seguir, realiza a distinção entre os sentidos material e formal do ato privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus
administrativo: agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso nos casos de culpa ou dolo."
"O sentido material diz respeito à multiplicidade de maneiras pelas
quais se pode manifestar a vontade do Estado, isto é, a lei, o regulamento, Portanto, o Estado brasileiro, em qualquer das suas três esferas - fede-
a portaria, a sentença, e assim por diante; o sentido formal se relaciona ao ral, estadual ou municipal - , é responsável independentemente comprova-
aspecto administrativo do ato, sem ter em conta, propriamente, a autorida- ção de culpa, pelos danos causados por seus agentes administrativos a
de da qual ele emanou, como, por exemplo, quando uma autoridade judicial particulares, aí incluídos os funcionários de qualquer entidade estatal e
nomeia e destitui, funcionários, o que em princípio é atribuição própria do seus desmembramentos. Resta apenas observar que para o prejuízo não
Estado Administração (Poder Executivo), (...)". tenha contribuído de forma culposa a vítima, quando será a responsabilida-
de mitigada (culpa concorrente), ou afastada (culpa exclusiva da vítima).
Destas concepções extrai, finalmente, sua concepção de responsabili-
dade administrativa: A teoria objetiva é esposada pelo ordenamento jurídico brasileiro desde
a Constituição de 1946. Entretanto, a Constituição de 1988 trouxe-lhe maior
(...) a expressão responsabilidade administrativa, em sentido amplo, amplitude, ao estendê-la às pessoas jurídicas privadas prestadoras de
corresponde à obrigação, que se atribui ao administrador, de assumir ou serviço público, sanando, deste modo, antiga controvérsia doutrinária.
de ser o responsável por todos os atos que execute ou ordene, caso exce- Entretanto, esta inovação não trouxe a univocidade de entendimento pre-
da os poderes administrativos que lhe foram conferidos ou outorgados, tendida, uma vez que a definição de "serviço público" e, por conseguinte,
quer na esfera da administração pública, quer na particular, no âmbito do de "empresa privada prestadora de serviço público" não se fez ainda pacífi-
direito privado." ca. Não nos ateremos a esta discussão, dada a sua amplitude e complexi-
Conforme se infere, a responsabilidade administrativa é do administra- dade.
dor, ao passo que a civil reputa-se ao Estado, à Administração, não se Ainda em relação às empresas privadas prestadoras de serviço públi-
perquirindo de excesso ou abuso de poder. Observe-se, assim, a diferença co, discute-se o caráter solidário ou subsidiário da responsabilidade estatal.
entre a supracitada definição e a que se segue, em que o eminente consti- Propugna Celso Antônio BANDEIRA DE MELO ser subsidiária, baseando-
tucionalista CANOTILHO define a responsabilidade civil do Estado por ato se em que estas se apresentam dotadas de uma "intimidade estrutural":
da Administração. apenas o Estado, porque lhe confiou a prestação do serviço, será chamado
"Os particulares lesados nos seus direitos, designadamente nos seus a responder caso esta frustre o ressarcimento do particular. Por outro lado,
direitos, liberdades e garantias, por ações ou omissões de titulares de salienta Gustavo TEPEDINO que admitir a subsidiariedade seria tornar a
órgãos, funcionários ou agentes do Estado e demais entidades públicas, inserir a responsabilidade in vigilando na seara do dever estatal de indeni-
praticados no exercício das suas funções e por causa desse exercício, zar. Considera, pois, tratar-se de responsabilidade solidária, e fundamenta
podem demandar do Estado - ‘responsabilidade do Estado’ -, exigindo uma seu argumento, dentre outras razões, no fato de que a maior parte dos
reparação dos danos emergentes desses atos (CRP, artigos 22o, 27o; serviços públicos prestados configuram relações de consumo, e o Código
ETAF, artigo 51o/1/h). de Defesa do Consumidor (lei n. 8078/90) consagra a solidariedade entre
todos os fornecedores do serviço, entendendo-se ambos a empresa priva-
"No âmbito de proteção desta norma incluem-se ações de responsabi- da e o Estado como fornecedores de serviço público.
lidade contra a administração por atos lícitos e ilícitos (ações ou omis-
sões) dos titulares de órgãos, funcionários ou agentes, sejam eles atos Assim, imprescindível se faz, neste momento, frisar que o ordenamento
jurídicos (atos adminstrativos), sejam atos materiais (erro de diagnóstico jurídico pátrio consagra a responsabilidade objetiva do Estado pelo ato do
de um médico, uso de armas de fogo, buracos e valas na via pública sem administrador, com base na teoria do risco administrativo. Por esta razão,
sinalização)". magistrados há que, em sua prestação jurisdicional, expressamente se
preocuparam em afastar a teoria do risco integral. Assim, ao julgar caso de
O ordenamento jurídico brasileiro abraçou a tese da responsabilidade acidente de trânsito em curva entre particular e carro da Fazenda Pública,
civil do Estado na Constituição Federal, artigo 37, § 6o. Segundo a Magna entendeu-se ser objetiva a responsabilidade do Estado pelo dano causado
Carta, "o Estado responderá pelos danos que seus agentes, nesta qualida- por um seu funcionário, uma vez que ficou configurado que para a colisão
de, causarem a terceiros", independentemente de dolo ou culpa, uma vez haviam concorrido ambos os motoristas, configurando-se, pois, nexo de
que esta só terá importância para estabelecer o direito de regresso do causalidade em relação a atuação dos dois. A aplicação da teoria objetiva
Estado contra o seu agente. verifica-se em se ter considerado o Estado parte legítima na ação; caso
fosse esposada a tese subjetiva, o dever indenizatório caberia tão somente

Direito 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
em caso de culpa do funcionário, e sobre esta não se cogitou. A teoria do trativo sem que a administração satisfaça oportunamente a correspondente
risco integral ficou afastada por se ter levado em conta a concorrência da indemnização."
vítima para o evento danoso, o que acarretou diminuição da indenização
devida pelo Estado; caso esta teoria tivesse sido a adotada, o Estado ter- Desta forma, cabe ao Estado indenizar sempre que o prejuízo injusto
se-ia visto na obrigação de responder pela totalidade do dano sofrido pelo tenha como causa exclusiva a atividade, ainda que regular, da Administra-
particular. Observe-se a ementa do venerando acórdão: ção. Cumpre, portanto, não tenha sido ocasionado por força maior, fato de
terceiro ou do próprio prejudicado. Ressaltamos que para que o Estado
"Responsabilidade civil do Estado - Acidente de trânsito em curva - Ca- indenizar prejuízo decorrente de ato lícito, deve o dano revestir-se, como
ráter objetivo da responsabilidade do Estado, mesmo em tais casos - Moto- nas demais hipóteses, das características de atualidade, certeza e perma-
rista da autora também contribuiu para o acidente - Adoção da teoria do nência.
risco administrativo, mas não integral - Condenação pela metade - CF/88,
art. 37, par 6o." Veja-se, acerca dos prejuízos decorrentes de ato lícito, trecho de deci-
são emanada do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
Critica, neste sentido, Yussef CAHALI, uma antiga decisão do Tribunal
de Justiça de São Paulo, na qual o Egrégio Tribunal esposou posição "Ao Município é lícito, com vistas ao bem comum, alterar o nível das vi-
isolada, por inaceitável. Concluiu, em episódio único, o Ilustre Tribunal, que as públicas, mas deve ressarcir ao particular pelos danos que a obra públi-
"pouco importa a existência de concausas quando os danos provêm de ca ocasionar em prédios já existentes, construídos sob licenciamento e
faltas anônimas nos serviços públicos de várias entidades públicas, ainda regular aprovação da Prefeitura."
que uma daquelas provenha de um suposto fato fortuito, qual uma chuva Desta feita, a alteração da via pública insere-se dentro dos poderes le-
anormal". galmente concedidos ao administrador público. Nada obstante, a existência
Admitir a total responsabilidade do Estado, não obstante restar com- de permissão legal não é suficiente a elidir a responsabilidade estatal,
provada a concorrência de fato maior para o dano, é adotar a teoria da conforme restou comprovado pelo supracitado acórdão.
responsabilidade integral, a qual transforma o Estado em segurador univer- 4.2 O Abuso de Direito.
sal, dando-lhe mais encargos do que pode suportar, e atentando contra os
princípios da equidade entre todos os cidadãos. Ao Estado cumpre indeni- A responsabilidade do Estado baseia-se na concepção de que o agen-
zar danos ocasionados pelo seu funcionamento, mas não aqueles proveni- te administrativo atua como órgão da pessoa jurídica da qual é funcionário.
entes de fatos imprevisíveis e inevitáveis, de origem externa. Donde a Por isso, o Estado responde por danos que seus funcionários, nesta quali-
pertinência da crítica contra o citado julgado, cuja decisão não prosperou dade, causem a terceiros.
na jurisprudência. Assim, discute a doutrina a hipótese de o agente público agir extrapo-
4. Excludentes da Responsabilidade Civil do Estado lando suas funções, quando desta sua atuação advenha dano ao cidadão.

Consagrada inequivocamente a tese da responsabilidade civil do Esta- Explica-nos Marcelo CAETANO a necessidade de se separar os atos
do, cumpre-nos agora analisar as hipóteses em que se exclui o seu dever funcionais dos agentes administrativos daqueles praticados fora da quali-
de indenizar. A responsabilidade estatal independe de culpa, ficando desde dade funcional, chamados pessoais. O Estado, como pode depreender-se
logo afastadas as excludentes de responsabilidade civil que se baseiam sem maiores delongas, é responsável apenas quanto aos primeiros atos.
neste elemento. Do acima exposto poder-se-ia concluir, em uma primeira leitura, que o
4.1 A Questão da Responsabilidade do Estado por Atos Lícitos. Estado não responderia pelo abuso de poder praticado pelo agente admi-
nistrativo.
Ao iniciarmos o estudo das hipóteses em que o Estado se vê liberto da
obrigação de indenizar, cremos oportuna uma breve notícia acerca da "(...) se os titulares dos órgãos abusam dos seus poderes ou resolvem
responsabilidade estatal por atos lícitos. Com efeito, dado tratar-se de sem se investirem das cautelas exigidas na lei para as deliberações ou se
responsabilidade objetiva, a análise deve partir do pólo passivo da relação, os agentes procedem ilegalmente em termos tais que não se possa admitir
isto é, o que deve ser analisado é o teor de injustiça do dano sofrido pelo que ao produzir o dano se achassem no exercício da função de que foram
particular, não se devendo enfatizar o caráter ilícito ou não da atuação do investidos, então, estamos perante atos pessoais, pelos quais a pessoa
agente administrativo estatal. Portanto, cumpre desde logo esclarecer que jurídica não tem que responder, devendo os indivíduos, seus autores, ser
a licitude do ato estatal não constitui excludente de sua responsabilidade, responsabilizados pelo que fizeram".
pois retira o teor de culpabilidade da ação, mas não tem o condão de Entretanto, nem sempre será o Estado dispensado do dever de indeni-
interromper a cadeia causal. zar, pois a dissimulação do funcionário estatal frequentemente poderia
A responsabilidade civil do Estado por ato lícito tem sua origem na se- levá-lo a enganar o particular, que, de boa-fé, acreditaria estar diante de
gunda metade do século XIX. Surge a partir da ideia que não obstante agente público. Portanto:
gozar o Poder Público de discricionariedade, podendo por isso realizar "(...) se o público, na sua boa-fé foi iludido pelo procedimento dos titula-
certas ingerências na vida do cidadão sem que se caracterize a figura do res dos órgãos ou dos agentes da Administração que excederam os seus
abuso de poder, todo dano injustamente sofrido pelo particular em decor- poderes, mas por forma a ser difícil aos prejudicados distinguir se havia
rência do agir do Estado deveria ser ressarcido. Portanto, é a partir do abuso ou não, pode a lei admitir o direito destes pedirem indenização à
desenvolvimento da teoria do risco administrativo que irá se desenvolver a pessoa jurídica. E esta terá de indenizar, embora se lhe reconheça o direito
tese da responsabilidade estatal por atos lícitos. de se ressarcir pelos bens do titular ou agente culpado ( direito de regresso
Esta posição não se impôs desde logo, tendo tido como principal ad- ou ação regressiva)".
versária a corrente positivista, que defendia ser a indenização devida pelo Desta forma, caso o particular tenha tido motivos para acreditar que o
Estado apenas nos casos expressamente previstos em lei, e nenhuma agente encontrava-se no desempenho de sua função pública, ou que tenha
norma até então elaborada previa a responsabilidade do Estado dissociada a entidade para a qual trabalha se beneficiado do resultado de sua conduta
da noção de ato ilícito. abusiva, deverá o Estado responder pelo dano. Conforme salienta Hely
Os primeiros defensores do alargamento do dever de indenizar do Es- Lopes MEIRELLES:
tado recorreram a princípios gerais de direito, como o direito à igualdade e "(...) o essencial [para gerar o dever de o Estado reparar o dano] é que
à equidade. Dada a mentalidade legalista do século XIX, não lograram o agente da Administração haja praticado o ato ou a omissão administrativa
grande sucesso. Pouco depois, surgiram doutrinadores advogando a tese no exercício de suas atribuições ou a pretexto de exercê-las. Para a vítima
de que esta responsabilidade havia sido legalmente prevista, e se utiliza- (...) o necessário é que se encontre a serviço do Poder Público, embora
vam para corroborar sua tese de interpretações extensivas e analógicas. atue fora ou além de sua competência administrativa".
Assim, defendeu o jurista português Afonso QUEIRÓ a tese de que:
Neste sentido, decidiu o Tribunal de Justiça de São Paulo, em antigo
"Em princípio, e salvo disposição contrária da lei, o patrimônio de uma mas elucidador acórdão:
pessoa não pode ser especialmente sacrificado por um ato ou fato adminis-

Direito 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
"Se o policial fardado, mesmo não estando em serviço, atuou na quali- o dever de ressarcimento por parte das pessoas jurídicas de direito públi-
dade de agente do Poder Público, matando alguém, o Estado responde co."
pela respectiva indenização. O fato de ter havido, por parte do policial,
abuso no exercício da função pública não afasta a responsabilidade objeti- Caso haja concorrência de culpas, dividem-se doutrina e jurisprudência
va da Administração. Pelo contrário, revela até mesmo a existência de quanto à divisão da indenização pelos danos sofridos, uma parcela enten-
culpa in eligendo, o que é mais grave". dendo dever cada parte responder na proporção de sua participação para a
ocorrência do prejuízo, enquanto outra defende deva ser a indenização
A decisão acima proferida baseia-se em importante distinção feita por dada pela metade.
Yussef CAHALI. Explica o eminente doutrinador que, conforme jurisprudên-
cia consolidada no Supremo Tribunal Federal, não de confundem o agir na Assim, vejamos acórdão do 1o Tribunal de Alçada Cível de São Paulo.
qualidade de servidor público com a atuação no exercício da função públi- "Responsabilidade civil do Estado - Acidente de trânsito causado por
ca. Basta a primeira para que se delineie o pressuposto exigido para que obras na via pública - Sinalização deficiente e desatenção do motorista -
nasça o dever de indenizar por parte do Estado. Assim, embora o policial Condenação do Município réu na metade dos prejuízos".
não estivesse em seu expediente de trabalho, agira invocando a sua quali-
dade de agente administrativo estatal, fato suficiente a gerar a responsabi- O Tribunal de Justiça de São Paulo, por sua vez, proferiu decisão em
lidade estatal. que esposou a tese da repartição proporcional da indenização em caso de
culpa concorrente.
Conclui-se, portanto, que o fato de o agente da Administração utilizar-
se abusivamente de sua qualidade ao causar dano a terceiro não é sufici- "Responsabilidade civil do Estado - Acidente de trânsito com morte de
ente a afastar a responsabilidade estatal. Com efeito, dada a dificuldade motociclista em via pública municipal mal conservada - Ocorrência de
para a vítima em reconhecer o agir abusivo, contrariaria os princípios de outros acidentes no mesmo local - Força maior não configurada - Culpa
justiça que a ela restasse tão somente ação contra o agente administrativo. concorrente da vítima, por não usar capacete - Redução, em 25%, da
pensão devida à viúva e filhos - Procedência".
4.3 Estado de Necessidade Administrativa.
Ambos os acórdãos mitigam a responsabilidade estatal mediante a a-
Ao Estado, pela sua natureza, são conferidas certas prerrogativas de doção da teoria do rico administrativo, que exige a comprovação do liame
ingerência na vida particular de seus cidadãos, inclusive a de os privar do de causalidade para a imputação do dever de indenizar ao Estado.
exercício de alguns de seus direitos individuais, desde que haja razões
relevantes a motivar sua ação, e que esta não ultrapasse os limites de 4.5 O Fato de Terceiro.
discricionariedade estabelecidos em lei. Assim: De forma análoga ao fato exclusivo da vítima, o fato de terceiro, que
"Perante calamidades, catástrofes, convulsões, a administração po- por si só provoca o evento danoso, não é de responsabilidade do Estado,
derá ter necessidade de requisitar bens particulares, destruí-los ou dani- pois a adoção pela doutrina pátria da teoria do risco administrativo exige a
ficá-los, invadir o domicílio privado, requerer compulsivamente serviços relação de causalidade entre a atuação do agente público e o resultado
pessoais, sem obedecer às regras de forma e competência ordinaria- danoso. Assim, entende Hely Lopes MEIRELLES que "o legislador constitu-
mente exigidas para a adoção de tais medidas. Estas medidas são sus- inte (...) não responsabilizou objetivamente a Administração por atos preda-
ceptíveis de onerar especial e anormalmente alguns cidadãos aos quais tórios de terceiros". E enfatiza seu argumento empiricamente: "Daí porque a
não deve razoàvelmente ser exigido que suportem sozinhos os danos jurisprudência, mui acertadamente, tem exigido a prova de culpa da Admi-
emergentes de atos ou operações materiais adotadas pela administração nistração nos casos de depredação por multidões" Cumpre-se ressaltar
em circunstâncias excepcionais". que, nestes casos, o fato do terceiro, em relação ao Estado, assemelha-se
ao caso fortuito e à força maior, daí porque se deva provar, consoante
Com estas palavras, o eminente jurista português CANOTILHO nos dá doutrina mais moderna, não a culpa, mas a existência de um nexo de
ciência da responsabilidade do Estado por ato praticado pela Administração causalidade entre a omissão do poder público e o sofrimento de dano
em caso de estado de necessidade. Cumpre ressaltar que, para não se injusto. Facilita-se o ressarcimento da vítima, que não tem de demonstrar a
subverter a ordem legal, mister é que a situação fática ensejadora do ato se negligência do poder público.
revista de todas as características do estado de necessidade, quais sejam,
perigo atual ou eminente de dano grave a bem jurídico de valor superior A este respeito, destacamos interessante acórdão proferido pelo Pri-
àquele que ora se sacrifica. Segundo o jurista, imprescindível se faz, ainda, meiro Tribunal de Alçada Cível de São Paulo.[88] Tratava-se da morte de
que o dano sofrido pelo particular em tais casos se revista das característi- menor que subiu em entulho que obstruía passagem pela calçada, deixado
cas de especialidade e anormalidade, pois, caso contrário, se de pequena por particular que fazia obras em sua casa. A criança desequilibrou-se e
monta, resta abrangido pelos sacrifícios normais que todo indivíduo deve caiu na pista de rolamento, onde veio a ser atropelada e morta por ônibus.
enfrentar por viver em coletividade. Pleiteava o autor responsabilidade da Prefeitura Municipal de Capivari, por
haver se omitido na dever de fiscalização. Entendeu, todavia, a Terceira
Imprescindível faz-se, por conseguinte, salientar que os danos causa- Turma do Egrégio Tribunal, em seu acórdão, que:
dos em situação de estado de necessidade somente devem ser indeniza-
dos ao particular naquilo em que excedem a justa contribuição de cada "Todavia, não pode a Municipalidade ser responsabilizada pela indeni-
cidadão para a vida em sociedade, e as vantagens colhidas pelos mesmos zação porque os promotores da reforma em imóvel particular descumpriram
na ação administrativa oriunda da necessidade. dispositivo do Código de Obras, que proíbe a ocupação de qualquer parte
da via pública com materiais de construção."
A necessidade é subprincípio da proporcionalidade[81], donde ser es-
sencial que haja uma proporção entre a restrição a direito individual e o E evoca a ideia de que ainda que restasse comprovada a omissão da
benefício adquirido pela coletividade com a ação do Poder Público. O agir Administração em seu dever de fiscalização, mesmo nesta hipótese não
da Administração em estado de necessidade deve ater-se aos limites caberia responsabilizar a Prefeitura, pois a omissão não seria causa eficien-
permitidos em lei, sendo passível de controle pelo Poder Judiciário. te à produção do dano, faltando, por isso, o elemento indispensável da
causalidade. Assim, vejamos:
4.4. O Fato da Vítima: exclusivo e concorrente.
"No caso, o acidente ocorreu não porque a Prefeitura deixou de fiscali-
A inexistência do dever de reparação no caso de culpa exclusiva da ví- zar o local, ou não puniu o responsável, mas sim porque este obstruiu o
tima, ou sua mitigação, no caso de concorrência, deve-se não ao fato de passeio com materiais de construção, que dificultavam, senão impediam a
que se inocenta o Estado pela ausência de culpa, posto que esta não é passagem de pedestres".
requisito da responsabilidade objetiva, mas porque a participação da vítima
para o dano opera excluindo ou atenuando o nexo causal. Desta forma, entendeu-se não ser dever do Estado, mas sim do parti-
cular, indenizar os autores da ação. Foi então a empresa dona da proprie-
Ensina-nos José COSTA: dade em que se realizava a obra condenada a pagar a metade da indeni-
"Lastreando-se a responsabilidade do Estado na teoria do risco admi- zação fixada, por ter entendido o Egrégio Tribunal haver existido culpa
nistrativo, a culpa exclusiva da vítima na causação do dano descaracteriza concorrente da vítima, a qual fora imprudente ao tentar transpor o obstáculo
correndo.
Direito 62 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Observe-se outro julgado interessante, em que o Estado não foi con- liame de causalidade a conectar o evento danoso à atuação da Administra-
denado a ressarcir os danos, por haverem entendido os magistrados faltar ção é mitigado pela concorrência de causas. Observe-se, como exemplo, a
nexo de causalidade, por ter o evento danoso decorrido de fato de terceiro. seguinte ementa:
"Responsabilidade civil do Estado - Acidente de trânsito - Capotamento "Responsabilidade civil do Estado - Danos causados a estabelecimento
de veículo em via pública urbana quando motorista desviou de animais comercial pelo transbordamento das águas do rio Tamanduateí - Coexis-
bovinos - demonstração de que a Prefeitura cumpre seu papel de retirar tência de fatores na provocação do evento: interveniência de fenômenos
animais das vias públicas - Responsabilidade, a rigor, do proprietário do naturais e mau funcionamento no serviço público - Redução do quantum
animal - Improcedência - CF/88, art. 37, §6o." indenizatório. A coexistência de tantos fatores no evento impõe a redução
do quantum indenizatório. É o que a doutrina mais recente vem recomen-
Entendeu, portanto, o 1o Tribunal de Alçada Cível de São Paulo, que dando".
fora a negligência do dono do proprietário que causara o acidente, pois a
este cabia zelar para que seu animal não invadisse a via pública (art. 1527 Conclusão.
do Código Civil). O Estado não se apresenta onisciente, capaz de vigiar a
todos a cada minuto, daí porque na hipótese não lhe possa ser imputada A responsabilidade civil do Estado é um instituto essencial à constru-
responsabilidade por omissão. A matéria, contudo, mostra-se controversa, ção do Estado Democrático de Direito, pois assegura os direitos do cidadão
tendo havido neste caso voto vencido, pela responsabilização estatal. face a um injusto dano causado pelo poder público a seu patrimônio. Sua
objetivação coaduna-se com a doutrina mais moderna, que almeja facilitar
4.6 Caso Fortuito e Força Maior. o ressarcimento do lesionado pelo agir dos agentes públicos, mediante a
dispensa da prova de culpa. Insere-se dentro do respeito que os agentes
A doutrina e jurisprudência majoritárias entendem, conforme reiterada- de um governo que se pretende representante da soberania popular (art. 1o
mente temos afirmado, que o Estado responde pelos danos causados pela , p. único, da CRFB/88) estão obrigados a dispensar a seus cidadãos,
Administração de acordo com a teoria do risco administrativo. Esta teoria garantia de que manter-se-ão dentro dos limites da legalidade no desem-
permite acatar o caso fortuito e a força maior como excludentes da respon- penho de suas funções, e de que, ainda nessas hipóteses, caso seja im-
sabilidade do Estado, por romperem o nexo de causalidade entre a ação do prescindível o sacrifício de um direito particular em prol do bem comum,
agente administrativo e a produção do resultado. aquele será prontamente ressarcido, pois atentaria contra a liberdade e a
PONTES DE MIRANDA, ao tratar do assunto, lembrava que o Estado, igualdade entre os cidadãos que um indivíduo pudesse ser privado de uma
em princípio, responderia objetivamente pela hipótese prevista nos artigo parcela de seu patrimônio sem uma respectiva compensação.
1529 do Código Civil, exceção ao princípio da responsabilidade subjetiva, Não se confunde o acima exposto com a adoção de uma teoria do Es-
que rege a interpretação das demais normas do Código, conforme o artigo tado de Direito individualista, nos moldes dos criados ao final do século
159 da Parte Geral. Nada obstante, seu parecer nestas hipóteses salienta- XVIII. Ao contrário, os Estados Democráticos contemporâneos preveem a
va que "não há responsabilidade se a queda resultou de força maior, que limitação de direitos individuais em prol de interesses sociais, desde que
foi a causa única, como terremoto ou o bombardeio aéreo". atendidos os critérios da proporcionalidade e da razoabilidade, e que os
Ainda que a distinção entre caso fortuito e força maior apresente-se indivíduos que venham a sofrer um dano pelo agir da Administração pos-
plena de controvérsias e incertezas, e que não poucas vezes os termos sam ser ressarcidos na justa medida de seus prejuízos.
sejam utilizados como sinônimos, deve-se ressalvar que parte da doutrina Desta forma, perece-nos irretocável o sentido que têm dado doutrina e
vislumbra profunda diferenças ademais da terminologia, levando inclusive a jurisprudência ao disposto no §6o do artigo 37 da Carta Constitucional
consequências díspares. Delineamos, a seguir, o argumento daqueles a vigente. A adoção da teoria do risco administrativo, sem os extremos a que
quem a distinção apresenta-se relevante: levaria a adoção do risco integral, tem se mostrado suficiente a manter o
"(...) se a força maior decorre de um fato externo, estranho ao serviço, respeito pela cidadania, pelos valores sociais do trabalho e da livre iniciati-
o caso fortuito provém do seu mau funcionamento, de uma causa interna, va, e pela dignidade da pessoa humana, princípios fundamentais do Estado
inerente ao próprio serviço; admite-se, por conseguinte, a exclusão da brasileiro (art. 1o da CRFB/88). São, outrossim, preservados da ingerência
responsabilidade no caso de força maior, subsistindo, entretanto, no caso estatal os direitos fundamentais de todos, invioláveis consoante o artigo 5o
fortuito, por estar incluído este último no risco do serviço; na força maior, da Carta Magna.
nenhuma interferência tem a vontade humana, nem próxima nem remota- Ação regressiva
mente, enquanto que, no caso fortuito, a vontade apareceria na organiza-
ção e no funcionamento do serviço". Não raro, pessoas são obrigadas a suportar ônus resultantes de situa-
ções que foram causadas, total ou parcialmente, por terceiros. Estes ônus
Entendeu certa feita o Tribunal de Justiça de São Paulo que enchente lhes cabem, a princípio, pela responsabilidade objetiva a que estão sujeito
provocada por chuvas fortes e bueiros entupidos não caracteriza caso ou simplesmente pela situação de fato que se impõe.
fortuito, por ser previsível a ocorrência de chuvas àquela época do ano,
sendo dever da Administração manter os bueiros da cidade desobstruídos. Apesar de, num primeiro momento, arcarem com os ônus de tal fato, a
Seguindo a orientação supramencionada, não libertou o poder público do lei lhes dá o direito de, regressivamente, receber do verdadeiro culpado
dever de indenizar, por ausência de causa excludente da responsabilidade. aquilo que despenderam.
"Responsabilidade civil do Estado - Morte de filho menor e danos em Esta regressividade se dá através da chamada ação regressiva.
imóvel decorrentes de inundação - Evento ocorrido, não pelo excesso de
chuvas, mas pela má conservação de bueiros e do leito do rio, por parte do PODER DE POLÍCIA
Município - Inexistência de caso fortuito - Indenização de um terço do I – O EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA
salário mínimo até quando a vítima completasse vinte e cinco anos - Pro-
cedência". A. Conteúdo e significado do poder de polícia administrativo

Portanto, observa-se que para o Estado eximir-se de seu dever de in- As modernas concepções do Estado de Direito, tem na concessão e
denizar, mister é que a ausência de nexo causal impossibilite qualquer garantia de direitos aos seus cidadãos o seu fundamento mais precioso. A
atribuição de responsabilidade a ele. A jurisprudência concede especial própria teleologia do Estado indica como elemento central está função de
atenção à característica de imprevisibilidade do dano, sem o que não se há garantia, o que se pode observar em qualquer das teorias filosóficas a
como falar em caso fortuito ou força maior. Caso não restem comprovados, respeito, com exceção às de matriz marxista (1). Esta finalidade autentica-
deverá o Estado responder, em benefício da vítima, que não deve ver o mente estatal de conceder e garantir direitos, todavia, com a evolução
prejuízo que sofreu restar irressarcido. jurídico-política que se assistiu nos último séculos, passou a ser desempe-
nhada em primeiro pela Constituição, que elevada à condição de "lei das
Admite-se, outrossim, que a ocorrência de um fenômeno da natureza, leis" passou a sistematizar esta outorga de direitos e deveres aos cidadãos,
não obstante seja insuficiente para excluir o dever indenizatório por parte disciplinando inclusive a forma como as normas jurídicas que lhe fossem
do Estado, possa influenciar na determinação da quantia devida, ao ser inferiores disporiam do estabelecimento ou restrição a tais direitos.
admitido como uma das causas eficientes para o dano. Nestas hipóteses, o

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Mas é exatamente esta ideia que presidiu o fundamento de legiti- ções jurídicas que ordinariamente seriam de direito privado, mas que a
maçào do Estado, qual seja, o de organizar a convivência social a partir da intervenção do ente público transfere obrigatoriamente, à égide do regime
restrição a direitos e liberdades absolutas, em favor de um interesse geral, jurídico de direito público.
que outorgou ao Estado a prerrogativa de indicar qual este interesse geral
e, na sua proteção exigir determinadas condutas dos indivíduos, ou mesmo Diz como expressa ALESSI, não com a limitação a um direito de-
restringir o conteúdo de determinados direitos a limites que permitam o terminado, mas sim, é elemento que auxilia no desenho do próprio perfil
respeito a garantia deste interesse genérico, a que hoje chamamos apro- deste direito (8). Não há limitação à direito, mas sua conformação de acor-
priadamente de interesse público. do com os contornos que as normas constitucionais e legislativas, e as
administrativas como manifestação do poder de polícia, conferem a um
Ocorre que, como sabemos, a ideia de Estado é senão um elemen- direito determinado.
to de ficção jurídica. Não há um "Estado" a que se possa invocar para
proteção de determinados interesses ou que haja diretamente na conformi- De outra ponta, o que há são restrições à liberdade, como se disse,
dade com o interese público. O que existem faticamente são órgãos do na medida em que esta inferir sobre situação cuja proteção em determina-
Estado e, dentre estes órgãos, àquele ao qual incumbe a tarefa de estabe- dos parâmetros é assente como de interesse público a ser protegido pela
lecer as restrições e limites ao particular a partir da realização de atividades Administração.
concretas que observem o interesse geral, se convencionou indicar como B. Expressão do poder de polícia administrativo
Administração. Tal qual aos poderes do Estado cumprem tarefas típicas
como a de legislar em relação ao Poder Legislativo e a de compor litígios, O método utilizado pela doutrina administrativista para situar a
em relação ao Poder Judiciário, à Administração, como parte do Poder compreensão do poder de polícia na teoria do direito administrativo, tem
Executivo, cumpre exatamente a realização de tarefas executivas, quais sido o de utilizar-se da comparação deste e a atividade estatal de prestação
sejam, as de intereferência material, concreta na vida dos particulares, de serviço público. Enquanto o poder de polícia, consistiria basicamente em
tendo em vista finalidades e interesses que atendem a um critério geral de preceitos de caráter negativo – o que se depreende das próprias expres-
utilidade. sões "limitação" e "restrição", no sentido de tornar menor algo que é origi-
nariamente maior – os serviços públicos envolvem a ideia de uma ação
E é justamente à Administração, que aliás, preferimos chamar positiva da Administração.
Administração Pública, é que pertine o poder de intereferir e limitar em
casos específicos no qual a realização da atividade pública justifica, e as A razão de ser do poder de polícia administrativo seria em tese a de
leis e a Constituição legitimam esta interferência, sob a égide permanente e evitar que um mal se produzisse a partir da ação de particulares. Assim a
imediata do interesse público. atuação negativa dar-se-ia no sentido de evitar o prejuízo do interesse
coletivo (9). Este entendimento nos leva a observar que seu objetivo em
A estas prerrogativas de interferência no âmbito da atividade do regra, é obter do particular uma abstenção relativamente a determinada
sujeito privado, então, é que se convenciona denominar poder de polícia situação de fato. Com a ressalva, entretanto, de situações em que exigiria
administrativo, ou simplesmente poder de polícia. Assim MEDAUAR, para do particular uma atuação eminentemente positiva, um fazer, como no caso
quem, "em essência, poder de polícia é a atividade da Administração que em que determina ao proprietário de determinado prédio que realize repa-
impõe limites a direitos e liberdades (2)." Observaremos adiante duas ros necessários a sua adequação as normas sobre construções. Nestas
questões nesta definição essencial. A primeira, no que diz com a limitação situações, entretanto, assim como na exigência da aprovação em exame de
de direito. Demonstraremos – aliás, com fundamento em autores de mesmo habilitação para se poder dirigir, defendem alguns que a ideia de açào
brilho – que o poder de polícia não diz com a limitação, mas sim com a positiva seria aparente, no sentido de que a verdadeira finalidade permane-
conformação do direito em si. A segunda, à luz de uma preocupação siste- ceria negativa, no sentido de evitar que "as situações pretendidas sejam
mática, no que diz com a ideia genérica de poder de polícia, para o que efetuadas de maneira perigos a ou nociva. (10)" Não concordamos com
adotamos a divisão de BANDEIRA DE MELLO, apresentada adiante. este entendimento. Sua consequência lógica é a de negar a existência de
OTTO MAYER preferiu no início do século uma definição que nos toda e qualquer atuação positiva, à medida que o agir em verdade estaria
parece masi adequada, exatamente pela abrangência que oportuniza. sendo realizado a partir de um comportamento negativo em relação à
Definiu o ilustre administrativista alemão o poder de polícia, como sendo "a consequência de não agir. Trata-se de raciocínio que pode justificar qual-
atividade do Estado que visa devender, pelos meios do poder da autorida- quer posição, conforme o enfoque que se procure dar. Assim, poder-se-ia
de, a boa ordem da coisa pública contra as perturbações que as realidades dizer inclusive que a Administração presta determinado serviço público para
individuais possam trazer. (3)" evitar as consequências danosas advindas da não-prestação, o que inviabi-
lizaria a comparação que o próprio autor realiza entre ambas manifestações
1. O poder de polícia administrativo da atuação administrativa.
Como adiantamos supra, a ideia de poder de polícia, embora con- Na verdade, a predominância do aspecto da ação negativa – ou
sagrada no direito administrativo, comporta algumas dificuldades de natu- obtenção de uma inação – deriva basicamente da evolução histórica do
reza conceitual, em especial no que diz com uma utilização indistinta do poder de polícia e do próprio Estado, primeiro numa realidade política de
termo para diversos enfoques que se lhe pretenda indicar. Assim, observa- predominância liberal em que a liberdade individual era a regra, e a inter-
mos na distinção de BANDEIRA DE MELLO, acerca dos sentidos diversos venção exceção (11).
do termo. Reconhce o primeiro a existência, basicamente, de dois sentidos
para o termo poder de polícia. Um amplo, que consistiria na atividade Assim, é melhor observar-se o poder de polícia como a imposição
estatal de condicionar a liberdade e a propriedade ajustando-as aos inte- de condicionamentos aos administrados, que ora serão negativos – um non
resses coletivos que indica o universo das medidas do Estado, aí inclusive facere – ora positivos – um facere. De todo modo, uma manifestação da
as normas legislativas produzidas pelo poder competente. Este é o enten- Administração no sentido de alterar situação de fato ou de direito que
dimento no direito norte-americano, no qual o police power comporta a pertine ao particular, ou que seja pressuposto a que se dê uma determina-
regulação legal de direitos privados outorgados pela Constituição (4). da situação. Esta interfer6encia, de sua vez, se dá através de atos normati-
vos genéricos – visando o estabelecimento de uma padrão geral de condu-
Em sentido estrito, contudo, se pode observar o poder de polícia ta dos administrados, ou de atos concretos e específicos - destinados a
com intervenções genéricas ou específicas do Poder Executivo destinadas interferência pontual em dada situação de fato que reclame a interferência
a alcançar o mesmo fim de intereferir nas atividades de particulares tendo da Administração.
em vista os interesses sociais (5). Esta seria então o poder de polícia
administrativo (6), que nos interessa especificamente no presente estudo. A manifestação material deste poder de interferência da Administra-
ção pode se dar, a partir do que BANDEIRA DE MELLO chama atos pre-
Assim, a definição de CAIO TÁCITO, que o define como o conjunto ventivos, fiscalizadores e repressivos. Dos primeiros (preventivos) seriam
de atribuições concedidas à Administração para disciplinar a restringir em exemplo as autorizações e licenças as quais a Administração tem a compe-
favor do interesse público adequado, direitos e liberdades individuais. (7)" tência de conceder ou não. Os atos fiscalizadores, de sua vez, seriam
aqueles tais quais inspeções, vistorias e exames realizados pela Adminis-
O poder de polícia administrativo, no seu atual estágio da evolução
histórica, responde pela presença da Administração em situações ou rela-

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tração. E repressivos, os atos que importem, por exemplo, a produção de de ação mais adequado, ou qual a sanção cabível daquelas previstas pela
multa, embargo, intervenção de atividade e apreensões (12). norma legal (17). Assim, temos que embora a discricionariedade não seja
um poder específico da Administração, mas uma atributo conferido através
A distinção dos modos de atuação concreta do poder de polícia uma norma jurídica para que ela se manifeste com razoável grau de liber-
administrativa realizada pelo autor paulista pareceu-nos bastante interes- dade de opção por qual comportamento observar, em relação a um caso
sante, sobretudo para o enfrentamento da questào da delegação que concreto, o que ocorre em relação a determinadas manifestações do poder
examinaremos adiante. de polícia administrativo.
C. Poder de polícia e discricionariedade administrativa D. Crítica da concepção tradicional do poder de polícia administrativo
Não é objeto deste estudo desenvolver o tema da discricionariedade A indicação do termo "poder de polícia" para designar a atividade de
administrativa, descendo ao detalhamento dos elementos integrantes do interferência do Estado, por meio da Administração, na determinação do
seu conceito, ou aos diferentes enfoques que doutrina e jurisprudência conteúdo de direitos, e na limitação da liberdade dos particulares tem sido
emprestam à matéria. Assim, consideremos duas premissas fundamentais. há muito, objeto de críticas variadas da doutrina. MEDAUAR, por exemplo
A primeira é a aceitação uniforme de que a Administração goza de determi- demonstra que a noção do termo "polícia" se tem modificado ao longo do
nadas prerrogativas especiais e exclusivas, e que portanto não fazem parte tempo, até que, quando ao tempo da sistematização teórica das prerrogati-
do patrimônio jurídico de outros quaisquer. Aliás, acerca disto RIVERO vas do Estado que ora analisamos, a ideia de polícia vinculava-se a con-
demonstra – a partir da análise de diferentes sistemas jurídicos – a existên- cepção de faculdade estatal de regular tudo o que se encontrava sob sua
cia de um valor universal da noção de potestade pública (13). Em segundo égide, excetuando-se as atividades vinculadas à justiça e às finanças (18).
lugar, de que estas prerrogativas tem seu fundamento na lei e na Constitui-
ção, submetidas que estão ao princípio da legalidade, bem como se vincu- A evolução doutrinária, contudo, foi tornando a expressão incomoda
lam à realização do interesse público. à alguns administrativistas (19), que passarama buscar outras denomina-
ções técincas a um fenômeno que entretanto fora essencialmente o mesmo
Assim , deve-se ressalvar que o poder de polícia administrativo não até meados do século XX.
pode ser confundido com a discricionariedade. Um é a atividade do estado
que visa conformar e restringir direitos e liberdades tendo em vista o inte- A evolução das responsabilidades estatais a partir das Constitui-
resse público. O segundo, podemos indicar como a abertura da norma legal ções nacionais do início deste século, todavia, reclamou dos diferentes
à Administração, de maior liberdade de atuação, permitindo-lhe que, em ramos do direito público uma rediscussão acerca de seus postulados mais
grande número de hipóteses, escolha seus próprios caminhos de atuar, na elementares a vista de conformá-los com evolução de seus objetos de
oportunidade que lhe convenha, pelos motivos que entender relevantes e, estudo. A partir destas mudanças, o Estado passa a assumir uma série de
mesmo, autorizando-a a abster-se de agir (14). Ou seja, é um espaço de tarefas antes exercidas pelos particulares, ou mesmo novas responsabili-
liberdade conferido pela lei para que a Administração, no exame do caso dades originárias que, sem precedentes até então, passaram a ser exigidas
concreto, decida qual atuação deve promover. Sinalamos que esta liberda- pelo estágio de evolução da sociedade àquela época. A consequência,
de é relativa, uma vez que tem sua exata proporção definida por lei, e seu pois, foi uma expansão física e política do Estado (20) e o avanço de sua
exercício vinculado à satisfação do interesse público. interferência sobre áreas até então tradicionalmente exclusivas à ação do
particular (21). É o que EROS GRAU chamará, sob a perspectiva econômi-
Observe-se que tanto a discricionariedade quanto as prerrogativas ca, de estatização da economia, cuja finalidade – segundo entende – é a de
inerentes ao poder de polícia obedecem – como a Administração em geral incorporação do sistema capitalista na Constituição, visando a preservação
– ao interesse público. Isto, contudo, não lhe diminui os problemas. E o do sistema (22).
principal deles consiste em apurar se até que ponto o exercício do poder de
polícia pode submeter-se a critérios discricionários. A preocupação neste A questão doutrinária evoluiu a partir daí, então, para apurar até que
sentido tem ocupado extensa doutrina, basicamente para identificar a ponto a ideia de poder de polícia como limitação e restrição também não
necessidade de se observarem instrumentos de controle do exercício estaria a acompanhar esta desatualização do estudo técnico-jurídico da
discricionário do poder de polícia administrativo (15). concepção de poder de polícia.
A ideia de exercício discricionário do poder de polícia, contudo, Um dos primeiros a manifestar esta crítica foi GORDILLO, para
comporta algumas ressalvas. BANDEIRA DE MELLO indica que a discri- quem basicamente criara-se uma concepção autônoma no direito adminis-
cionariedade não é atributo do poder de polícia em si, mas de uma qualida- trativo, o poder de polícia, para indicar algo que em verdade resume-se à
de de atos administrativos que podem ou não se traduzirem na manifesta- aplicação da lei – conduta exigível de qualquer órgão do Estado, vinculados
ção exterior deste poder. Assinala daí, que existem são atos, que podem ou não à Administração (23). Entre nós, SUNDFELD critica a atual noção
ser discricionários ou vinculados, e que o poder de polícia pode se traduzir de poder de polícia e a predominância da doutrina em considerá-la a partir
ora por um ato discricionário, ora por um ato vinculado, conforma a situação da perspectiva de ato de natureza negativa, exigindo predominantemente
de fato que pretende interferir (16). uma abstenção do particular, bem como a solução que identifica ter sido
encontrada pela doutrina: a mera troca do termo que designa as prerrogati-
Embora saudemos o entendimento do ilustre professor, não pode- vas da Administração neste campo, notando a preferência da doutrina
mos, mais uma vez, concordar com sua forma de pensar. isto porque, se é moderna pela utilização do signo limitações administrativas (24).
certo que a manifestação do poder de polícia administrativa pode se dar,
ora através de atos vinculados, ora por meio de atos discricionários, ambos Sugere este autor, então o abandono da concepção tradicional de
atos administrativos (e portanto, manifestação material de uma ação admi- poder de polícia e de sua noção conceitual, pelo que indica conceito de
nistrativa), também pode a Administração, quando a lei permite que assim o administração ordenadora. Este conceito procurará então observar basica-
seja, não expedir ato nenhum, sem que com isso desapareça o poder de mente, em que medida e sob que regime pode o Estado interferir na aquisi-
polícia, mas pelo contrário, que fundada neste poder, de maneira discricio- ção, exercício e extinção de direitos da vida privada (25), não apenas em
nária, a Administração opte por aguardar a implementação de determina- relação à ação administrativa, mas também a atividade legislativa, todas
das condições que não estão previstas na lei, nem tampouco estão sendo sob os contornos definidos e consagrados na Constituição. Os modos de
objeto de ato discricionário, mas meramente de um não-agir consciente, interferência que classifica são os condicionamentos e sacrifícios. Os
que nem por isso deixa de ser igualmente uma manifestação da discriciona- primeiros, como manifestação da Administração conformando, em maior ou
riedade administrativa. Assim, observamos que embora correta a distinção menor grau, os direitos dos particulares. Os segundos, como a perda
entre atos discricionários e vinculados, a discricionariedade da Administra- integral de um determinado direito pelo particular por força da interferência
ção é atributo preexistente àquele, embora na maioria dos casos por ele da Administração.
seja manifestada.
Neste sentido, SUNDFELD conceitua administração ordenadora
E mesmo assim, não podemos afirmar que seja atributo permanente como a parcela da função administrativa desenvolvida com o uso do poder
do poder de polícia. Em dadas situações o poder de polícia será discricio- de autoridade, para disciplinar, nos termos e nos fins da lei, os comporta-
nário. Como menciona DI PIETRO, naquelas em que haja a possibilidade mentos dos particulares no campo de atividades que lhes é próprio. Do
de optar pelo melhor momento de agir em determinado caso, , qual o meio que, indica quatro elementos fundamentais, quais sejam, o de que trata-se

Direito 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


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do exercício de função administrativa, voltada à organização da vida priva- Se nota em ambas as definições a presença do elemento positivo
da, dentro de uma relação genérica e com a utilização do poder de autori- da prestação, que vem a ser exatamente a atividade da Administração
dade (26). diretamente favorável aos particulares. Esta, de sua vez, comporta série de
elementos (37) que não cabe aqui estudar, senão para caracterizá-los a
Em relação aos elementos do que propõe administração ordenado- partir de uma segunda classificação, que divide os serviços públicos entre
ra, em relação à concepção do poder de polícia administrativa, embora serviços uti singuli e uti universi. O primeiro, prestados a usuários dermina-
observem um eixo finalístico comum – o interesse público – identifica-se na dos de dada prestação perfeitamente mensurável. O segundo, ao contrário,
ideia da utilização do poder de autoridade como fundamento da interferên- serviço de caráter geral, prestado com a finalidade de atender à coletivida-
cia da Administração na vida privada, um sensível fortalecimento da vincu- de, sendo impossível a individuação dos beneficiários do mesmo (38). A
lação ao princípio da legalidade. Esta que, embora já fosse de ser respeita- delegação da prestação do serviço à iniciativa privada, in casu, será possí-
da pelos modernos conceitos de poder de polícia, o eram, em grande parte, vel em relação aos serviços públicos uti singuli, nunca aos uti universi.
mais pela projeção do princípio constitucional específico sobre a Adminis-
tração e, por via reflexa, ao poder de polícia administrativa, do que como Neste contexto, cabe questionar em que medida, no fenômeno da
elemento de conceito deste. Na definição cunhada peor este autor, a lei delegação dos serviços públicos, é possível identificar também a delegação
não apenas indica a finalidade, como lhe forma o exato conteúdo. do exercício do poder de polícia administrativo ao particular. Se há esta
possibilidade e, em existindo, de que modo poderia ser localizado na dou-
Assim estabelece os dois fundamentos elementares da relação trina do direito administrativo.
jurídica de direito público do Estado com os particulares, quais sejam, a
posição de autoridade daquele em relação a estes, e a limitação desta B. A natureza jurídica da delegação dos serviços
autoridade observada pelos critérios da competência para atuação e o
respeito aos interesses dos particulares (27). A noção básica da delegação do serviço público ao particular é a de
um contrato celebrado entre a Administração e o particular na qual ela
II. A DELEGAÇÃO E O EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA delega a execução de um determinado serviço para que o execute em
nome próprio, por sua conta e risco, asegurando-lhe remuneração median-
A. A tendência atual de delegação dos serviços públicos te tarifa paga pelo usuário (39). Também a definição legal, da lei n°
No último quartel do século XX, a defesa da necessidade de inter- 8987/95, que todavia é considerada defeituosa do ponto de vista técnico
venção do estado na atividade econômica sofreu significativos reveses (40). O fato a se considerar, entretanto, é que a Administração, enquanto
(28). Do ponto de vista político, a ascenção do governo conservador de poder concedente, apenas transfere ao concessionário as responsabilida-
Tatcher na Inglaterra e o republicano de Reagan nos Estados Unidos des inerentes à execução do serviço, permanecendo na qualidade de titular
acabou por deflagrar a tendência de diminuição da presença estatal na do mesmo – que lhe assegura a condição de preeminência.
atividade econômica e o crescente questionamento das finalidades a serem Assim, delegado ao particular será o implemento de meios e condi-
perseguidas pela Administração Pública. Sob este eixo, que de resto foi ções concretas de prestação do serviço, pelo que será remunerado, não o
seguido pela quase totalidade do mundo ocidental, aos quais juntaram-se poder de disposição sobre o mesmo. É evidente, todavia, que a execução
os países do Leste da Europa após a derrocada do comunismo (1989- do serviço público delegado, por distinguir-se pelo menos em razão da
1991), germinou a prática da delegação à iniciativa privada das atividades relevância do serviço e da escala de prestação – mesmo por causa do
até então sob a responsabilidade do Estado, em especial no que tange à princípio da universalidade – não se opera nas exatas condições do regime
prestação dos serviços públicos. A ideia é de que o Estado deve ser ele- privado. A Administração transfere com a delegação do serviço, também
mento condutor do progresso da sociedade, mas não desempenhará este determinadas prerrogativas, necessárias a sua execução. Estas , entretan-
papel com exclusividade (29). to, serão sempre menores dos que a da própria Administração, até pela
No Brasil, registre-se, este fenômeno não se deu diferente, datando relação fundamental de conteúdo e continente entre estas e aquelas.
as primeiras iniciativas do governo neste sentido, de princípio dos anos 80 Assim, observamos a natureza jurídica da delegação de serviços
(30). Todavia, apenas em 1990, com a Lei n° 8.031, que cria o Programa públicos como uma relação jurídica complexa, que envolve de um lado a
Nacional de Desestatização, é que se acelera o processo de privatizações manifestação do Estado, através de norma específica, a dispor sobre o
de empresas estatais e a delegação dos serviços públicos – esta última regime de funcionamento, organização e modo de prestação do serviço
com maior intensidade a partir da Lei n° 8987/97, que trata da concessão e (41), e de outro a manifestação de vontade do particular aderindo às condi-
permissão dos serviços públicos). O fato é que esta nova tendência acabou ções impostas.
por produzir no âmbito jurídico série de questões, inclusive a aprovação de
emendas constitucionais a respeito, o que indicou aos juristas a necessida- Há, neste particular, o que BANDEIRA DE MELLO bem observa
de de um estudo mais aprofundado da matéria (31), procurando mesmo como diferença finalística entre as partes do contrato. de um lado o Estado
identificar novos critérios de eficiência e satisfatividade da prestação do almeja a realização de um interesse público, enquanto o particular segue a
serviço pela própria Administração (32), centrada em ideias tais como a de procura pelo lucro (42). É, pois, dicotomia essencial que acompanha toda e
fundir as figuras do usuário e do cidadão (33). qualquer relação contratual entre o Estado e o particular (não apenas as de
delegação), mas que guarda o conteúdo instrutivo de sinalar a red line que
A concepção de serviço público na doutrina administrativa, histori- distingue o público do particular, e afirma a necessidade da Administração
camente, formou-se como espécie antinômica à do poder de polícia admi- estatal.
nistrativo, à medida que, enquanto se tinha no primeiro espécie de presta-
ção positiva do Estado, no segundo identificava-se basicamente prerrogati- Assim que, destas definições todas, primeiro é possível observar
vas limitadoras da ação do particular. Estra noção que, sinale-se, ainda que ao tratarmos de delegação, o fazemos sempre em relação à execução
guarda certa aceitação, todavia é infensa a inúmeras exceções que aca- de dada atividade cuja titularidade permanece com a Administração. Se-
bam por descaracterizá-la como regra. gundo, que ao delegar esta execução a Adinistração, em regra, delega
certas prerrogativas suas – o que se dá entretanto sempre em caráter
Todavia, permanece a definição de serviço público como um dos precário.
mais criativos capítulos do direito administrativo, mesmo pela variação
conceitual que lhe permite a escolha do critério de definição (34). Toma- C. Delegação do exercício do poder de polícia
mos, pois, a ideia de MEIRELLES, para quem serviço público é todo aquele
prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e contro- Conforme se observou supra, a delegação de atividade pública ao
les estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da particular, pela Administração, não se trata da transferência integral desta
coletividade ou simples conveniências do Estado (35). Para BANDEIRA DE ao sujeito privado, mas o seu exercício por este, segundo a regulamenta-
MELLO, trata-se de toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodi- ção editada pela própria Administração – titular inconteste destas ativida-
dade material fruível diretamente pelos administrados, prestado pelo Esta- des. Assim, ao tratarmos sobre a possibilidade ou não de delegação do
do ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de direito público instituí- poder de polícia, não estaremos fazendo-o em relação ao poder em si, mas
do pelo Estado em favor dos interesses que houver definido como próprios a seu exercício em determinadas situações nas quais haja prévia e expres-
no sistema normativo (36). sa previsão legal a respeito.

Direito 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Se viu quando tratamos do poder de polícia administrativa, que este à aptidão ou não do particular para condução de veículos automotores, e
consiste basicamente na interferência da Administração sobre faculdades e estas avaliações – em tese – gozam de mesma prerrogativa de deferir ou
potências do particular, ou como prefere BANDEIRA DE MELLO, de provi- não a licença ao candidato. É certo que o particular, no caso, não atua a
mentos jurídicos que habilitam, proíbem, impedem ou sancionam determi- partir de critérios seus, mas balizado por minuciosos parâmetros estabele-
nada qualidade ou situação (43). De melhor forma explicita ENTERRÍA, ao cidos pela Administração. Todavia, forçoso reconhecer que, mesmo limita-
notar que a imposiçãoo de deveres e obrigações dos atos gravosos. Tam- do às prescrições administrativas específicas se pode observar nesta
bém atos favoráveis por definição ao administrado podem ser causa da exame ato de fiscalização, que guarda traços característicos substanciais
exigência de um comportamento concreto, como aquele que outorga a do poder de polícia administrativo. Neste aspecto, de lembrar a referência
concessão em relação ao concessionário, que acaba por obrigar-se à já mencionada supra, da possibilidade de manifestação do poder de polícia
execução do serviço concedido (44). através de atos preventivos, fiscalizadores e repressivos.
Observe-se pois, que em situação originária o particular delegatário BANDEIRA DE MELLO sinala que atos jurídicos expressivos de
de determinada atividade pública submete-se ao poder de polícia da Admi- autoridade pública não poderiam ser delegados a particulares, salvo em
nistração. Esta submissão, de sua vez, projeta-se pelo próprio período de circunstâncias excepcionais, mas que haveria esta possibilidade em rela-
vigência da delegação, conforme demonstram as prerrogativas que conser- ção a certos atos materiais precedentes a esta expressão da autoridade,
va o poder concedente em relação ao concessionário, cuja fonte não se que através de delegação ou mero contrato de prestação, realizassem a
trata de previsão expressa no contrato de concessão, mas das prerrogati- atividade específica com ou sem vínculo jurídico com o Estado – também
vas de polícia da Administração. É o caso, por exemplo, do poder de fisca- chamado credenciamento (46).
lização previsto no art. 3o da Lei n° 8987/95, que prevê seu exercício com a
cooperação dos usuários. Em relação ao caso específico da habilitação para o trânsito, o
entendimento de DALLARI, que propugna a distinção entre o reconheci-
Esta modalidade de fiscalização, de fonte legal, prevê a cooperação mento oficial de que o interessado preenche os requisitos legais para
de sujeito (usuário) que sequer é parte do contrato de concessão. Incorpo- construir ou dirigir veículo (através de ato administrativo), e a atividade
rá-lo à atividade de fiscalização, através de matriz legislativa, demonstra a técnica destinada a verificar se esse ato jurídico pode ou não ser emitido –
atividade fiscalizadora não como da Administração exercendo alguma a qual, de natureza meramente instrumental, pode ser delegada (47). A
prerrogativa contratual, mas necessariamente exercendo seu poder de distinção que se propõe então, é a de atos expressivos de autoridade
polícia em relação ao particular. pública e atos de mera atividade material de fiscalização e averiguação
(48). Em relação a esta segunda categoria de atos, exemplifica com os
É certo que a identidade dos objetivos da Administração em relação avanços da tecnologia contemporânea, permitindo a utilização de máquinas
ao contrato de concessão e ao exercício do poder de polícia – o interesse na sua realização.
público - pode causar dificuldade na distinção dos atos que promove.
Contudo, é patente que no caso do exemplo há distinção perceptível, uma D. Atividade delegada e exercício do poder de polícia
vez que o dever legal torna desnecessária previsão do contrato.
Assim, conclui BANDEIRA DE MELLO que o exercício do poder de
Em relação ao exercício do poder de polícia, já indicava ALESSI, polícia não se delega ao particular, embora se possa eventualmente con-
inspirado em ZANOBINI, que no confronto com outros sujeiros privados, fundir com suas hipóteses conexas a este poder, passíveis de delegação.
estando o particular na condição de sujeito ativo da função administrativa São estas:
lhe assisistiria,
"a) a atividade sucessiva a ato jurídico de polícia expedido pelo
"l’esercizio dei poteri di polizia da parte dell’incaricato (naturalmente Poder Público, consistente em mera execução material, se não houver nisto
nei casi in cui si tratti di funzioni o servizi che lo richiedano) nei confronti del interferência alguma com a liberdade dos administrados, mas tão só com a
pubblico che usufruisce del servizio o della funzione, con possibilità di propriedade destes; e
applicazione di sanzione pecuniarie (45)".
b) atividades materiais que precedam a expedição de ato jurídico de
Nestes casos, parece-nos, em que pese a autoridade do autor em polícia a ser emitido pelo Poder Público, quando se tratar de mera consta-
questão, falar-se no exercício do poder de polícia pelo particular parece-nos tação instrumental à produção dele e efetuada por equipamento tecnológico
um tanto impreciso. Em geral, nas relações em que o particular atua na que proporcione averiguação objetiva, precisa, independente de interferên-
prestação de serviço público uti singuli, a regra é de que as obrigações do cia de elemento volitivo para reconhecimento e identificação do que se
usuário sejam de fonte contratual, embora assistam deveres extra- tenha de apurar. (49)"
contratuais de ambas as partes.
Contudo, embora a distinção sinalada pelo ilustre professor paulista
Todavia, há serviços que não necessariamente se pautem por uma pareça resolver a questão proposta, novo problema surge quando estas
relação contratual típica, mas que a partir da delegação da atividade pela atividades materiais precedentes à expedição do ato jurídico de polícia,
Administração executem tarefas eventualmente necessárias a que os embora de conteúdo técnico, não o seja a ponto de advogar-se sua exati-
administrados recorram para obtenção de manifestação estatal que lhes dão. Ou seja, que mesmo constituindo-se avaliação eminentemente técni-
possibilite realizar algo. ca, não seja possível afastar completamente o elemento subjetivo do parti-
cular na avaliação, mesmo que este se dê em razão da convicção em
Nestas situações, das quais o exemplo notável surge entre nós – no determinados critérios em detrimento de outros. Aqui, não figura propria-
Estado do Rio Grande do Sul - com a reestruturação do Departamento mente a discricionariedade administrativa, mas discricionariedade técnica,
Estadual de Trânsito, no final dos anos 90, a análise comporta algumas perfeitamente conforme as normas específicas, mas tão somente elegendo
distinções. No caso, dos requisitos objetivos, exigidos pela legislação sobre algumas delas em detrimento das demais (50).
trânsito para que alguém fosse considerado apto pela Administração para
dirigir veículos, os que se constituíam em atividades a serem oferecidas Neste aspecto, embora a atividade delegada tenha caráter instru-
pelo Poder Público foram delegadas ao particular – os Centros de Habilita- mental em relação à expedição do ato jurídico de polícia, constitui-se requi-
ção de Condutores. sito necessário para expedição do ato. E, à medida que a eleição pelo
particular de determinados critérios técnicos em detrimento de outros de
No caso, não apenas exigências próprias a atividades de instrução mesmo valor, tem o condão de, ou definir o sentido do ato, ou mesmo
dos candidatos – como os cursos teórico e prático a que deve se submeter obstar sua produção, é inegável que infere no exercício do poder de polícia
– mas também determinadas avaliações, embora de conteúdo eminente- administrativo.
mente técnico, mas que gozam da igual prerrogativa de impedir o candidato
de ser habilitado a conduzir veículos. É evidente que não se trata do exercício direto do poder de polícia
pelo particular. Poderíamos quem sabe qualificar como espécie de exercí-
Embora ao particular tenha sido delegado ministrar os cursos obri- cio reflexo deste poder, o que comportaria a crítica de que não se pode
gatórios de instrução do candidato, a aferição destes conhecimentos é exercer algo que não se é tem. De todo o modo, identifica-se espécie de
realizado diretamente pela Administração. Entretanto, nos casos de avalia- interferência do particular no exercício do poder de polícia, que podemos
ções técnicas médica e psicológica, é o particular que se manifesta quanto chamar interferência decisiva, no sentido que pode determinar em determi-

Direito 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nados casos o mérito do ato jurídico de polícia, ou mesmo impedir sua 13. RIVERO, Jean. Direito administrativo comparado. São Paulo:
produção. RT, 1995. p. 166.
14. MOREIRA NETO, Diogo Figueiredo. Curso de Direito Adminis-
É o caso do médico – ou funcionário do serviço delegado do Depar- trativo. op. cit., p. 74.
tamento de Trânsito, ou seu prestador de serviço – que a partir da sua 15. Assim CAIO TÁCITO. "Poder de polícia e polícia do poder." In:
avaliação técnica pode definir o mérito do ato jurídico de polícia que conce- Revista de Direito Administrativo, n° 162. Rio de Janeiro:Renovar, out/dez.,
de a licença para dirigir. Não exerce em qualquer momento o poder de 1995. p. 1:9. Neste trabalho o autor assinala a ideia de que "o fortalecimen-
polícia administrativo, mas sua manifestação é decisiva em relação ao to do poder discricionário – do qual o poder de polícia é uma das manifes-
comportamento da Administração no exercício deste poder. tações mais atuantes – colocou em destaque a necessidade de aperfeiço-
Assim, embora não se possa cogitar da delegação do exercício do amento do controle de legalidade de modo a conter, oportunamente, os
poder de polícia administrativa pelo particular, uma vez que tal é prerrogati- excessos ou violências da administração pública." Neste sentido também:
va específica e personalíssima da Administração porque inerente a sua CRETELLA JÚNIOR, José. "Polícia e poder de polícia." In: Revista de
autoritas, é possível identificar situações em que a a atividade de um parti- Direito Administrativo, n° 162. p. 10:34.
cular, na prestação de serviço delegado, pode decidir de modo reflexo 16. BANDEIRA DE MELLO. op. cit., p. 566-7.
quanto à produção e o sentido do ato jurídico da Administração, manifes- 17. DI PIETRO, Maria Sylvia. op. cit., p. 97.
tante do exercício do seu poder de polícia administrativa, em relação aos 18. MEDAUAR, Odete. "Poder..." op. cit., p. 91.
administrados. 19. O exemplo mais conhecido é o de SANTI ROMANO, que cha-
mou esta prerrogativas da Administração de "atividade administrativa de
Tal procedimento, ao tempo em que se adequa aos critérios jurídi- limitação", enquanto WOLFF, na Alemanha, preferiu o termo "administração
cos próprios do poder de polícia administrativa – sua indelegabilidade – não de vigilância." Cf. MEDAUAR, op. cit., p. 93.
deixa, contudo, de responder, em muitos casos, pela definição do mérito do 20. A expressão é de LIMA, Amílcar Castro de Oliveira. O poder
ato administrativo expressivo da autoritas do Estado, pelo que, ainda que executivo nos estados contemporâneos. Tendências na experiência mundi-
indelegável, assiste à interferência de um particular o condão de definir-lhe al. Rio de Janeiro: Artenova, 1975. p. 19-20.
o conteúdo. 21. Conforme demonstra MILIBAND, Ralph. The state in capitalist
NOTAS society. New York: Basic books publishers, 1969. p. 126 e ss.
1. Assim temos durante toda a história da humanidade. Moderna- 22. GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de
mente, as teorias contratualistas mais consagradas, como a de Hobbes – 1988. Interpretação e crítica. 3a ed. São Paulo: Malheiros, 1997. p. 27 e ss.
do Estado como racionalização da força – e de Rosseau - que o aponta 23. GORDILLO, Augustin A. Teoría general del derecho administra-
como uma acordo de vontades espontâneo - tem o mesmo viés, de justifi- tivo. Buenos Aires: Macchi, 1979. p. 534 e ss.
car a existência do Estado como uma necessidade prática da convivência 24. SUNDFELD. Carlos Ari. Direito Administrativo Ordenador. 1a ed,
social. Já Marx e Engels, em sua profunda revisão da história como trajetó- 2a tir. São Paulo: Malheiros, 1997. p. 13.
ria de domínio entre entre grupos sociais (ou classes) diferenciados, a partir 25. SUNDFELD, op. cit., p. 18.
da perspectiva do domínio dos meios de produção de riqueza, aponta o 26. Op. cit., p. 20.
Estado como superestrutura de dominação de uma elite sobre o restante, e 27. SUNDFELD, Carlos Ari. Fundamentos de Direito Público. São
que, em razões finais, deverá ser abolido em fase da evolução histórica na Paulo: Malheiros, 1992. p. 109-10.
qual não será mais necessário. A respeito veja-se: PRIETO, Fernando. 28. Ver a respeito: GROTTI, Dinorá Adelaide Musetti. "Intervenção
Manual de historia de las teorías políticas. Madrid: Unión Editorial, 1996. p. do Estado na economia". In: Cadernos de Direito Constitucional e Ciência
255 e ss. Política, n° 15. São Paulo:RT, abr/jun, 1996. p. 72:88.
2. MEDAUAR, Odete. "Poder de Polícia". In: Revista de Direito 29. TÁCITO, Caio. "O retorno do pêndulo: serviço público e empre-
Administrativo, n° 199. Rio de Janeiro: Renovar, jan/mar. 1995. p. 89:96. sa privada. O exemplo brasileiro" In: Revista de Direito Administrativo, n°
3. MAYER, Otto. Derecho Administrativo Alemán, t. II. Buenos Aires: 202. São Paulo: Renovar, out/dez, 1995. p. 5.
De Palma. 1951, p. 5. 30. É pioneiro o Programa Nacional de Desburocratização, criado
4. BANDEIRA DE MELLO, Celso A. Curso de direito administrativo. pelo Dec. 83.740/79, caracterizado, sobretudo, pela adoção de uma política
11a ed. São Paulo: Malheiros, 1999. p. 559. restritiva em relação à criação de novas entidades estatais. Em 1985, criar-
5. BANDEIRA DE MELLO, op. cit., p. 559. se-á o Conselho Interministerial de Privatização, pelo Dec. 51.991, sob o
6. A partir do conceito de poder de polícia administrativo há quem qual serão privatizadas até 1989 dezoito empresas estatais.
sustente outras divisões, como MOREIRA NETO, para quem poder-se-ia 31. Dentre as dezenas de trabalhos a respeito, destacamos: DI
destacar a polícia administrativa no sentido que já indicamos, e a polícia de PIETRO, Maria Sylvia. Parcerias na administração pública. Concessão,
segurança, como a atividade do Estado especificamente voltado para permissão, franquia, terceirização e outras formas, 2a ed. São Paulo: Atlas,
repressão da criminalidade. (MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso 1997. BAZILLI, Roberto R. "Serviços públicos e atividades econômicas na
de direito administrativo. 3a ed. Forense: São Paulo, 1976. p. 308). Para Constituição de 1988". In: Revista de Direito Administrativo, n° 197. jul/set.,
finalidade que pretende o presente estudo, contudo, esta distinção não 1994. p. 10:21; BASTOS, Celso. "Concessão de serviços públicos". In:
assume importância. Cadernos de Direito Constitucional e Ciência Política, n° 15. São Paulo:RT,
7. CAIO TÁCITO. Direito Administrativo, 1975. Apud: MOREIRA abr/jun, 1997. p. 25:31; STUBER, Walter D. "A reforma da ordem econômi-
NETO, Curso... op. cit., 307. ca e financeira". In: Cadernos de Direito Constitucional e Ciência Política,
8. ALESSI, Renato. Principii di Diritto Amministrativo, v. I. 2a ed. n° 14. São Paulo:RT, jan/mar, 1996. p. 80:91; BARACHO, José A. de
Milão: Dott. A. Giuffré, 1971. p. 530 e ss. Oliveira. "Teoria geral das privatizações: modelos de direito comparado". In
9. BANDEIRA DE MELLO, op. cit., p. 560. Revista do Centro de Estudos Judiciários, n° 6. Brasília: CEJ, set/dez,
10. BANDEIRA DE MELLO, op. cit., p. 562. 1998. p. 57:64. MELLO, Rodrigo Pereira de. "Privatização: cenário jurídico".
11. Sobre a evolução histórica do conceito de poder de polícia, veja- In: Revista do Centro de Estudos Judiciários, n° 6. Brasília: CEJ, 1998. p.
se: MEDAUAR, Odete. "Poder de polícia", op. cit., p. 90; e DI PIETRO, 65:70. MAIORANO, Jorge Luiz. "La administración pública y la reforma del
Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 5a ed. São Paulo: Atlas, 1995. Estado." In: Revista de Informação Legislativa, n° 106. Brasília: Senado
p. 93. Esta, aliás, contrapõe de forma inteligente os diferentes conceitos de Federal, abr/jun, 1990. p. 55:80. SOUTO, Marcos Juruena Villela. Destesta-
duas épocas. Primeiro, o conceito clássico, ligado à concepção liberal do tização. Privatização, concessões e terceirizações. Rio de Janeiro: Lúmen
séc. XVIII, que vuisualizava o poder de polícia como a "atividade estatal Juris, 1997.
que limitava o exercício dos direitos individuais em benefício da segurança." 32. Assim: MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. "Administração
Em seguida o conceito moderno, de "atividade do Estado consistente em pública no Estado contemporâneo – eficiência e controle." In: Revista de
limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse públi- Informação Legislativa, n° 117. Brasília:Senado Federal, jan/mar, 1993. p.
co." 23:56.
12. BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. "Serviço público e poder 33. CHEVALLIER, Jacques. "A reforma do Estado e a concepção
de polícia: concessão e delegação". In: Revista Trimestral de Direito Públi- francesa do serviço público." In: Revista do Serviço Público. Ano 47, v. 120,
co, n° 20. São Paulo: Malheiros, 1997. p. 23. número 3. Brasíli: ENAP, set/dez, 1996. p. 42.

Direito 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
34. Todavia, há os que reconhecem a crise da noção de serviço A Carta de 1988 estendeu diversos direitos dos trabalhadores
público a partir da moderna atividade industrial do Estado e sua intervenção urbanos e rurais aos servidores públicos civis (art. 39, § 3º). Como o Autor
no âmbito econômico. Assim: FALLA, Fernando Garrido. Las transforma- havia advertido, essa extensão, pelas dificuldades impostas aos Estados e
ciones del regímen administrativo. Madrid, 1962, p. 145. Municípios, provocou reações que culminaram com as modificações
35. MEIRELLES, Hely Lopes. Curso de direito administrativo. 24a determinadas pela EC 19, que suprimiu as vantagens previstas nos incs. VI
ed. São Paulo: Malheiros, 1999. p. 297. e XXIII do art. 70, além de estabelecer que a lei poderá estabelecer
36. BANDEIRA DE MELLO, Curso... op. cit., p. 477. requisitos diferenciados de admissão, de acordo com a natureza ou a
37. Hely Lopes Meirelles cita ainda distinção entre serviços públicos complexidade do cargo ou emprego.
e de utilidade pública; próprios e impróprios do Estado; administrativos ou A EC 20 também modificou profundamente a previdência social
industriais. op. cit., p. 298-9. concernente aos servidores, efetuando nítida distinção entre o servidor
38. Assim: MEIRELLES, op. cit., p. 300. titular de cargo vitalício e efetivo e os demais servidores, titulares de outros
39. DI PIETRO. Direito administrativo. op. cit., p. 243. cargos ou de empregos públicos. Na sequência, a EC 41/2003 trouxe
40. As críticas mais veemenetes são de BANDEIRA DE MELLO, novas e significativas alterações na parte relativa ao teto remuneratório e
Curso... op. cit., p. 504. ao sistema de previdência social. Por sua vez, a EC 47, que entrou em
41. BANDEIRA DE MELLO, Curso... op. cit., p. 508. vigor em 6.7.2005, data da sua publicação, mas com efeitos retroativos à
42. Op. cit., p. 508. data de vigência da EC 4 1/2003, modificou esses dois pontos.
43. BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. "Serviço público e poder Por fim, ante tantas e profundas alterações, a inevitável questão
de polícia: concessão e delegação." In: Revista Trimestral de Direito Públi- pertinente ao direito adquirido será tratada no fim deste capítulo.
co, v. 20. São Paulo: Malheiros, 1997. p. 25.
44. ENTERRÍA, Eduardo Garcia de. FERNANDEZ, Tomás-Ramón. Classificação na Constituição
Curso de Derecho Administrativo, t. II. 4a ed. Madrid: Civitas, 1997. p. 35-6. Servidores públicos em sentido amplo, no nosso entender, são
45. ALESSI, Roberto. Principi di diritto amministrativo, v. I. Milão: todos os agentes públicos que se vinculam à Administração Pública, direta
Dott A. Giuffrè, 1966. p. 74-5. e indireta, do Estado, sob regime jurídico (a) estatutário regular, geral ou
46. BANDEIRA DE MELLO. "Serviço público e poder...", op. cit., p. peculiar, ou (b) administrativo especial, ou (c) celetista (regido pela
25. Consolidação das Leis do Trabalho — CLT), de natureza profissional e
47. DALLARI, Adilson. "Credenciamento". In: Estudos em homena- empregatícia.
gem a Geraldo Ataliba, v. II. São Paulo: Malheiros, 1997. p. 38 e ss. Apud: A classificação dos servidores públicos em sentido amplo é campo
BANDEIRA DE MELLO. op. cit., p. 26. propício para divergências doutrinárias. De acordo com a Constituição
48. BANDEIRA DE MELLO, "Serviços..." op. cit., p. 26. Observa o Federal, na redação resultante da EC 19, chamada de “Emenda da
autor e relação aos atos de fiscalização e averiguação, maior validade ao Reforma Administrativa”, bem como da EC 20, classificam-se em quatro
preceito quando tais atos são "passíveis de serem realizados por instru- espécies: agentes políticos, servidores públicos em sentido es frito ou
mentos precisos, como ocorre no uso de máquinas que, ademais, conser- estatutários, empregados públicos e os contratados por tempo
vam registrados os dados apurados pera fins de controle governamental." determinado.
49. BANDEIRA DE MELLO. "Serviços públicos..." op. cit., p. 27. Reitere-se que a classificação ora proposta procura espelhar a
50. Sobre a distinção entre discricionariedade administrativa e sistemática da Carta Política, com a ressalva de que esta, nas seçs. I e II
técnica veja-se por todos: ALESSI, Roberto. Principi. op. cit., p. 212 e ss. do cap. VII (“Da Administração Pública”), embora trate de forma
preponderante dos servidores públicos em sentido estrito, também contém
Informações bibliográficas: vários dispositivos aplicáveis às demais espécies.
MIRAGEM, Bruno Nubens Barbosa. O poder de polícia da administração e Os agentes políticos constituem, na realidade, categoria própria de
sua delegação (da impossibilidade do exercício do poder de polícia pelo agente público. Porém, sem dúvida, no título e seções referidas, a Carta
ente privado). Jus Navigandi, Teresina, a. 5, n. 47, nov. 2000. Disponível Magna, para fins de tratamento jurídico, coloca-os como se fossem
em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=455>. Acesso em: 14 nov. servidores públicos, sem embargo de os ter como agentes políticos, como
2005. se verá mais adiante. Todos os cargos vitalícios são ocupados por agentes
políticos, porém estes também ocupam cargos em comissão, como os
Ministros de Estado. Normalmente deverão ser regidos pelo regime
SERVIDORES PÚBLICOS estatutário, contudo alguns estão obrigatoriamente submetidos a um regime
estatutário de natureza peculiar, a exemplo da Magistratura e do Ministério
Considerações gerais Público.
Servidores públicos Os servidores públicos em sentido estrito ou estatutários são os
Os servidores públicos constituem subespécies dos agentes pú- titulares de cargo público efetivo e em comissão, com regime jurídico
blicos administrativos, categoria que abrange a grande massa de prestado- estatutário geral ou peculiar e integrantes da Administração direta, das
res de serviços à Administração e a ela vinculados por relações profissio- autarquias e das fundações públicas com personalidade de Direito Público.
nais, em razão de investidura em cargos e funções, a título de emprego e Tratando-se de cargo efetivo, seus titulares podem adquirir estabilidade e
com retribuição pecuniária. estarão sujeitos a regime peculiar de previdência social.
A Constituição de 1988, corrigindo a anterior, abriu a seç. II do seu Os empregados públicos são todos os titulares de emprego público
cap. VII com a epígrafe “Dos servidores públicos civis”, no que andou bem, (não de cargo público) da Administração direta e indireta, sujeitos ao regime
porque seus dispositivos englobam todos os que prestam serviços à Admi- jurídico da CLT; daí serem chamados também de “celetistas”. Não
nistração em geral. Nesta seção a Constituição reformulou o tratamento do ocupando cargo público e sendo celetistas, não têm condição de adquirir a
pessoal do serviço público civil, separando-o dos militares (seç. III). Estas estabilidade constitucional (CF, art. 41), nem podem ser submetidos ao
seçs. II e III e outras normas da Constituição de 1988 concernentes aos regime de previdência peculiar, como os titulares de cargo efetivo e os
servidores públicos civis e militares foram profundamente modificadas agentes políticos, sendo obrigatoriamente enquadrados no regime geral de
pelas EC 18, 19 e 20, publicadas, respectivamente, em 6.2.98, 5.6.98 e previdência social, a exemplo dos titulares de cargo em comissão ou
16.12.98, e, agora, pela EC 41, de 19.12.2003, publicada em 3 1.12.2003. temporário. Salvo para as funções de confiança e de direção, a serem
Assim, pela EC 18, a seç. II passou a denominar-se “Dos previstas à luz dos princípios de eficiência e razoabilidade nos respectivos
servidores públicos”, e a seç. III, “Dos militares dos Estados, do Distrito quadros de pessoal das pessoas jurídicas da Administração indireta (na
Federal e dos Territórios”, passando os militares das Forças Armadas a ser Administração direta, autárquica e fundacional as funções de confiança só
disciplinados exclusivamente no cap. II, “Das Forças Armadas”, do tít. V, podem ser exercidas por ocupantes de cargo efetivo — art. 37, V), os
mediante o acréscimo do § 3º ao art. 142 da CF. O regime jurídico único empregados públicos devem ser admitidos mediante concurso ou processo
previsto pela seletivo público, de modo a assegurar a todos a possibilidade de
Carta de 1988, que tanta polemica causou, também foi abolido pela EC participação.
19.

Direito 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os contratados por tempo determinado são os servidores públicos faça por lei; a que prevê a competência exclusiva da entidade ou Poder
submetidos ao regime jurídico administrativo especial da lei prevista no art. interessado; e a que impõe a observância das normas constitucionais
37, IX, da Carta Magna, bem como ao regime geral de previdência social. A federais pertinentes aos servidores públicos e das leis federais, de caráter
contratação só pode ser por tempo determinado e com a finalidade de nacional. Vejamos separadamente cada uma dessas regras.
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Organização legal
Ademais, a lei deve prever os casos de contratação temporária de forma A organização legal do serviço público é exigida pela Constituição
especifica, não se admitindo hipóteses abrangentes ou genéricas. O inc. IX ao permitir a acessibilidade dos “cargos, empregos e funções públicas” a
não se refere exclusivamente às atividades de natureza eventual, todos os brasileiros “que preencham os requisitos estabelecidos em lei”,
temporária ou excepcional. Assim, não veda a contratação para atividades assim como aos estrangeiros, na forma da lei (art. 37, I). A parte final do
de natureza regular e permanentes. O que importa é o atendimento da dispositivo refere-se expressamente à lei. Isto significa que todo cargo
finalidade prevista pela Norma. Assim, “desde que indispensáveis ao público só pode ser criado e modificado por norma legal aprovada pelo
atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público, Legislativo. Todavia, o Executivo pode, por ato próprio, extinguir cargos
quer para o desempenho das atividades de caráter eventual, temporário ou públicos, na forma da lei (CF, art. 84, XXV), competindo-lhe, ainda, provê-
excepcional, quer para o desempenho das atividades de caráter regular ou los e regulamentar seu exercício, bem como praticar todos os atos relativos
permanente”, a contratação é permitida. Desta forma, embora não possa aos servidores (nomeação, demissão, remoção, promoção, punição,
envolver cargos típicos de carreira, a contratação pode envolver o lotação, concessão de férias, assistência à saúde, licença médica,
desempenho da atividade ou função da carreira, desde que atendidos os aposentadoria etc.).
requisitos acima. Fora daí, tal contratação tende a contornar a exigência de
concurso público, caracterizando fraude à Constituição. Na organização do serviço público a Administração cria cargos e
funções, institui classes e carreiras, faz provimentos e lotações, estabelece
Regime jurídico vencimentos e vantagens e delimita os deveres e direitos de seus
O regime jurídico dos servidores civis consubstancia os preceitos servidores.
legais sobre a acessibilidade aos cargos públicos, a investidura em cargo Conselhos de política de administração e remuneração de pessoal. Escolas
efetivo (por concurso público) e em comissão, as nomeações para funções de governo
de confiança; os deveres e direitos dos servidores; a promoção e
respectivos critérios; o sistema remuneratório (subsídios ou remuneração, Como acentuado, a EC 19 deu ao art. 39, caput, da CF conteúdo
envolvendo os vencimentos, com as especificações das vantagens de totalmente diverso, afastando, de um lado, a exigência de um regime
ordem pecuniária, os salários e as reposições pecuniárias); as penalidades jurídico único para os servidores e acrescentando, de outro, a
e sua aplicação; o processo administrativo; e a aposentadoria. obrigatoriedade de a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
instituírem, no âmbito de suas Administrações, conselho de política de
Como vimos, a EC 19, ao dar conteúdo totalmente diverso ao art. administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores
39, caput, e ao alterar a redação do art. 206, V, suprimiu a obrigatoriedade designados pelos respectivos Poderes.
de um regime jurídico Único para todos os servidores públicos.
A composição entre os Poderes deverá ser paritária e é
Assim, o regime jurídico pode ser estatutário, celetista (o da CLT) e recomendável que seus integrantes tenham investidura a termo certo, para
administrativo especial. terem maior independência na formulação da política pretendida pela
Em consequência, em razão de suas autonomias políticas, a norma constitucional. Desse conselho também deverão participar
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem estabelecer integrantes do Tribunal de Contas e do Ministério Público, uma vez que
regime jurídico não contratual para os titulares de cargo público, sempre estes órgãos constitucionais autônomos e independentes têm competência
através de lei geral ou de leis específicas para determinadas categorias para a iniciativa de leis a respeito de sua Administração e da remuneração
profissionais, as quais consubstanciam o chamado regime estatutário de seus membros e pessoal. Aliás, quanto ao último, a redação do § 2º do
regular, geral ou peculiar. Podem, ainda, adotar para parte de seus art. 127 da CF assegura-lhe autonomia na formulação de sua política
servidores o regime da CLT. Por fim, devem adotar um de natureza remuneratória e planos de carreira. Assim, se, de um lado, estes órgãos
administrativa especial, na forma da lei de cada pessoa política, prevista têm competência para a formulação de suas políticas, não podem, de outro,
pelo art. 37, IX, da CF, para a contratação por tempo determinado para estar divorciados da política geral pretendida pela EC 19, e que deve
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. decorrer justamente das diretrizes desse conselho. Não podem também
Mister, no entretanto, ter presente que alguns servidores públicos, deixar de considerar os comandos do art. 169 e da CF.
por exercerem atribuições exclusivas de Estado, submetem-se, Obrigou, ainda, pelo § 2º do art. 39, a União, os Estados e o
obrigatoriamente, a regime jurídico estatutário, pois, como se depreende do Distrito Federal — não os Municípios — a instituir e manter escolas de
art. 247 da CF, com a redação da EC 19, devem ter cargo efetivo, sendo governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos,
certo que alguns, como os membros da Magistratura e do Ministério Público facultada a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
e os Conselheiros dos Tribunais de Contas, têm, também por força da Tal ressalva era desnecessária, pois, de regra, os entes federados podem
própria Carta Magna, cargo vitalício. Depreende-se, também, do exposto, celebrar convênios e contratos. Parece-nos que a ressalva objetiva
que certas categorias de servidores públicos têm necessariamente regimes estimular a celebração de convênios e contratos, como meio de
jurídicos peculiares, de natureza estatutária. racionalização desse encargo para aquelas pessoas políticas, que, dessa
O legislador deverá adotar cautela extrema na elaboração desses forma, poderão manter suas escolas de governo sem que, para tanto,
regimes jurídicos diferenciados, uma vez que no passado tal aspecto gerou tenham que construí-las ou admitir servidores. É, portanto, instrumento de
e ainda gera inúmeras disputas judiciais, que, além da insegurança jurídica eficiência e economia, mesmo porque o objetivo maior da reforma é
para a própria pessoa política, acabam causando vantagens muitas vezes propiciar redução de gastos. Os Municípios, embora não obrigados,
por ela não pretendidas. poderão instituir suas escolas; contudo, pelo que se expôs, é-lhes muito
Querendo atender ao princípio da publicidade e assegurar um mais conveniente a celebração de convênios e contratos para esse fim.
controle sobre os valores percebidos pelos servidores públicos em geral, o Convém observar que alguns órgãos constitucionais, em razão de suas
art. 39, § 6º, da CF, na redação da EC 19, determina que os Poderes atribuições, poderão ter escolas próprias, como, a título de exemplo, ocorre
Executivo, Legislativo e Judiciário publiquem “anualmente os valores do com a Magistratura, o Ministério Público, a Advocacia Pública e os órgãos
subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos” — obrigação de fiscalização tributária.
que, obviamente, se estende ao Ministério Público e aos Tribunais de Cargos e funções
Contas, órgãos constitucionais autônomos e independentes. É importante Cargo público é o lugar instituído na organização do serviço
esclarecer que a norma não obriga à publicação de quanto percebe cada público, com denominação própria, atribuições e responsabilidades
servidor, mas dos valores dos cargos e dos empregos públicos. específicas e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por
Organização do serviço público um titular, na forma estabelecida em lei. Função é a atribuição ou o
As entidades estatais são livres para organizar seu pessoal para o conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria
melhor atendimento dos serviços a seu cargo, mas há três regras profissional ou comete individualmente a determinados servidores para a
fundamentais que não podem postergar: a que exige que a organização se execução de serviços eventuais, sendo comumente remunerada através de

Direito 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pro labore. Diferenciase, basicamente, do cargo em comissão pelo fato de Cargo de chefia — É o que se destina à direção de serviços.
não titularizar cargo público. Pode ser de carreira ou isolado, de provimento efetivo ou em comissão,
Em face da EC 19, as funções de confiança, que só podem ser tudo dependendo da lei que o instituir.
exercidas por servidores ocupantes de cargo efetivo, destinam-se, Lotação — É o número de servidores que devem ter exercício em
obrigatoriamente, apenas às atribuições de direção, chefia e cada repartição ou serviço. A lotação pode ser numérica ou básica e
assessoramento (CF, art. 37, V), que são de natureza permanente. Tal nominal ou supletiva: a primeira corresponde aos cargos e funções
comando independe de lei, uma vez que o exame desse art. 37, V, revela atribuídos às várias unidades administrativas; a segunda importa a
que para as funções de confiança ele é de eficácia plena, ao reverso do distribuição nominal dos servidores para cada repartição, a fim de
que ocorre em relação aos cargos em comissão, a serem preenchidos por preencher os claros do quadro numérico. Ambas são atos administrativos
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos típicos e, como tais, da competência privativa do Executivo, no que
previstos em lei, como ali está dito. Essas funções, por serem de confiança, concerne aos serviços. Por lei se instituem os cargos e funções; por
a exemplo dos cargos em comissão, são de livre nomeação e exoneração. decreto se movimentam os servidores, segundo as necessidades do
Todo cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. As serviço. A lotação e a relotação constituem prerrogativas do Executivo,
funções do cargo são definitivas; as funções autônomas são, por índole, contra as quais não se podem opor os servidores, desde que feitas na
provisórias, dada a transitoriedade do serviço que visam a atender, como forma estatutária. Na omissão da lei, entende-se amplo e discricionário o
ocorre nos casos de contratação por prazo determinado (CF, art. 37, IX). poder de movimentação dos servidores, por ato do Executivo, no interesse
Daí por que as funções permanentes da Administração só podem ser do serviço, dentro do quadro a que pertencem.
desempenhadas pelos titulares de cargos efetivos, e as transitórias, por Criação, transformação e extinção de cargos, funções ou empregos públi-
servidores designados, admitidos ou contratados precariamente. Os cos
servidores podem estabilizar-se nos cargos, mas não nas funções. Como A criação, transformação e extinção de cargos, empregos e
visto, a EC 19 restringe o exercício das funções de confiança apenas para funções públicas do Poder Executivo exige lei de iniciativa privativa do
o titular de cargo efetivo, vale dizer, o concursado. Dessa forma, o fator Presidente da República, dos Governadores dos Estados e do Distrito
confiança fica restrito ao âmbito interno da Administração. Federal e dos Prefeitos Municipais, conforme seja federal, estadual ou
Os cargos distribuem-se em classes e carreiras, e municipal a Administração interessada, abrangendo a Administração direta,
excepcionalmente criam-se isolados. autárquica e fundacional (CF, art. 48, X, c/c o art. 61, § 1º, II, “d”). Com a
Classe — É o agrupamento de cargos da mesma profissão, e com EC 32/2001, ao Chefe do Executivo compete privativamente dispor sobre a
idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos. As classes “extinção de funções ou cargos quando vagos” (CF, art. 84, VI, “b”). Assim,
constituem os degraus de acesso na carreira. não estando vago, a extinção depende de lei, também de sua iniciativa
Carreira — E o agrupamento de classes da mesma profissão ou privativa.
atividade, escalonadas segundo a hierarquia do serviço, para acesso A privatividade de iniciativa do Executivo toma inconstitucional o
privativo dos titulares dos cargos que a integram, mediante provimento projeto oriundo do Legislativo, ainda que sancionado e promulgado pelo
originário. O conjunto de carreiras e de cargos isolados constitui o quadro Chefe do Executivo, porque as prerrogativas constitucionais são
permanente do serviço dos diversos Poderes e órgãos da Administração irrenunciáveis por seus titulares. Trata-se do princípio constitucional da
Pública. As carreiras iniciam-se e terminam nos respectivos quadros. reserva de administração, que impede a ingerência do Poder Legislativo em
Quadro — É o conjunto de carreiras, cargos isolados e funções matéria administrativa de competência exclusiva do Poder Executivo ou,
gratificadas de um mesmo serviço, órgão ou Poder. O quadro pode ser mesmo, do Judiciário.
permanente ou provisório, mas sempre estanque, não admitindo promoção A transformação de cargos, funções ou empregos do Executivo é
ou acesso de um para outro. admissível desde que realizada por lei de sua iniciativa. Pela transformação
Cargo de carreira — E o que se escalona em classes, para extinguem-se os cargos anteriores e se criam os novos, que serão providos
acesso privativo de seus titulares, até o da mais alta hierarquia profissional. por concurso ou por simples enquadramento dos servidores já integrantes
da Administração, mediante apostila de seus títulos de nomeação. Assim, a
Cargo isolado — É o que não se escalona em classes, por ser o investidura nos novos cargos poderá ser originária (para os estranhos ao
único na sua categoria. Os cargos isolados constituem exceção no serviço público) ou derivada (para os servidores que forem enquadrados),
funcionalismo, porque a hierarquia administrativa exige escalonamento das desde que preencham os requisitos da lei. Também podem ser
funções para aprimoramento do serviço e estímulo aos servidores, através transformadas funções em cargos, observados o procedimento legal e a
da promoção vertical. Não é o arbítrio do legislador que deve predominar investidura originária ou derivada, na forma da lei. Todavia, se a
na criação de cargos isolados, mas sim a natureza da função e as transformação “implicar em alteração do título e das atribuições do cargo,
exigências do serviço. configura novo provimento”, que exige o concurso público.
Cargo técnico — É o que exige conhecimentos profissionais No Poder Executivo a extinção de cargos, funções ou empregos só
especializados para seu desempenho, dada a natureza científica ou pode ser feita por lei de sua iniciativa ou por ato próprio (CF, art. 84, XXV),
artística das funções que encerra. Nesta acepção é que o art. 37, XVI, “b”, removendo-se seus titulares para cargos, funções ou empregos equivalen-
da CF o emprega, sinonimizando-o com cargo científico, para efeito de tes. Se se tratar de servidor estável, extinto o cargo, será ele colocado em
acumulação. disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até
Cargo em comissão — E o que só admite provimento em caráter seu adequado aproveitamento em outro cargo (CF, art. 41, § 3º). Antes da
provisório. São declarados em lei de livre nomeação (sem concurso EC 19 a remuneração era integral.
público) e exoneração (art. 37, II), destinando-se apenas às atribuições de As leis de criação, transformação e extinção de cargos, funções ou
direção, chefia e assessoramento (CF, art. 37, V). Todavia, pela EC 19, o empregos, ainda que dependam de iniciativa do Poder competente, podem
preenchimento de uma parcela dos cargos em comissão dar-se-á sofrer emendas do Legislativo, desde que não ultrapassem os limites
unicamente por servidores de carreira, nos casos, condições e percentuais qualitativos (natureza ou espécie, ou seja, estreita pertinência com o objeto
mínimos previstos em lei (art. 37, V). Portanto, nestas hipóteses o do projeto) e quantitativos da proposta, nem desfigurem o projeto original.
provimento não será totalmente livre, como ocorre com os não servidores, Negar totalmente o poder de emenda é suprimir uma prerrogativa
isto é, os sem vínculo efetivo anterior à nomeação. A lei ali referida será de institucional do Legislativo, mas permiti-lo sem limites é invalidar o controle
cada entidade política, mas, especialmente na fixação dos percentuais de um Poder sobre seus serviços e seu orçamento, cuja competência lhe é
mínimos, deverá observar o princípio da razoabilidade, sob pena de fraudar dada pela própria Constituição da República. Daí por que a Carta Magna
a determinação constitucional, no sentido de uma parte dos cargos em veda expressamente emendas que aumentem a despesa prevista na
comissão ser provida de forma totalmente livre e outra, parcialmente, diante proposta de iniciativa exclusiva do Chefe do Executivo (art. 63, I) e do
das limitações e condições previstas nessa lei. A instituição de tais cargos é Legislativo ou do Judiciário (art. 63, II). Essas colocações são também
permanente, mas seu desempenho é sempre precário, pois quem os aplicáveis à Constituição Estadual e suas Emendas, bem como à Lei
exerce não adquire direito à continuidade na função, mesmo porque a Orgânica Municipal, como tem proclamado o STF.
exerce por confiança do superior hierárquico; daí a livre nomeação e
exoneração. Em que pese à Constituição proibir somente emendas que
aumentem a despesa prevista, entendemos também inadmissíveis as que
Direito 71 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
alterem, em qualidade (natureza ou espécie) ou quantidade, o cargo, Direitos do titular do cargo
função ou emprego proposto pelo Poder competente. Os direitos do titular do cargo restringem-se ao seu exercício, às
No Poder Legislativo a criação, transformação ou extinção de prerrogativas da função e ao subsídio ou aos vencimentos e vantagens
cargos, empregos ou funções cabe à Câmara dos Deputados e ao Senado decorrentes da investidura, sem que o servidor tenha propriedade do lugar
Federal, às Assembleias Legislativas e às Câmaras de Vereadores, que ocupa, visto que o cargo é inapropriável pelo servidor. Daí por que a
respectiva-mente, que podem, no âmbito de sua competência privativa, Administração pode suprimir, transformar e alterar os cargos públicos ou
“dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, serviços independentemente da aquiescência de seu titular, uma vez que o
transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus servidor não tem direito adquirido à imutabilidade de suas atribuições, nem
serviços, e a iniciativa de lei para a fixação da respectiva remuneração, à continuidade de suas funções originárias. A lei posterior pode extinguir e
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias” alterar cargos e funções de quaisquer titulares — vitalícios, estáveis e
(CF, arts. 51, IV, e 52, XIII). Esses atos de criação, transformação ou instáveis.
extinção de cargos, funções ou empregos devem ser efetuados por O servidor poderá adquirir direito à permanência no serviço
resolução, como se infere da interpretação do art. 48, c/c os arts. 51 e 52, público, mas não adquirirá nunca direito ao exercício da mesma função, no
da CF. Todavia, a fixação ou a alteração de vencimentos só pode ser mesmo lugar e nas mesmas condições, salvo os vitalícios, que constituem
efetuada mediante lei específica, sujeita, evidentemente, a sanção (CF, art. uma exceção constitucional à regra estatutária. O poder de organizar e
37, X). Não, porém, a fixação dos subsídios dos Deputados Federais e reorganizar os serviços públicos, de lotar e relotar servidores, de criar e
Senadores, do Presidente e do Vice-Presidente e dos Ministros de Estado, extinguir cargos, é indespojável da Administração, por inerente à soberania
uma vez que tal matéria, por força do art. 49, VII e VIII, está entre aquelas interna do próprio Estado.
de “competência exclusiva do Congresso Nacional”, para as quais não se Enquanto subsistir o cargo, como foi provido, seu titular terá direito
exige sanção, o que constitui exceção à regra introduzida pela Reforma ao exercício nas condições estabelecidas pelo estatuto; mas, se se
Administrativa, de que a fixação ou maj oração de subsidio e vencimentos modificarem a estrutura, as atribuições, os requisitos para seu
está sujeita ao princípio da reserva legal especifica. desempenho, lícitas são a exoneração, a disponibilidade, a remoção ou a
No Poder Judiciário a criação e a extinção de cargos e a transferência de seu ocupante, para que outro o desempenhe na forma da
remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem lei. O que não se admite é o afastamento arbitrário ou abusivo do titular, por
vinculados, bem como afixação do subsídio de seus membros e dos juizes, ato do Executivo, sem lei que o autorize.
inclusive dos tribunais inferiores, observado o disposto no art. 169 da CF, Acesso a informações privilegiadas
dependem de lei de iniciativa privativa do STF, dos Tribunais Superiores e
dos Tribunais de Justiça (CF, art. 96, II, “b”), salvo no tocante aos subsídios O acesso a informações privilegiadas em razão do exercício de
dos Ministros do STF, cuja fixação deve observar o disposto no art. 48, XV, cargo ou emprego público é questão que sempre preocupou o Governo e
da Carta. os estudiosos, por envolver, inclusive, a moralidade administrativa. Agora,
segundo o art. 37, § 7º, da CF, com a redação da EC 19, “a lei disporá
Os Tribunais de Contas, embora órgãos auxiliares do Poder sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da
Legislativo, por serem órgãos constitucionais autônomos e independentes, Administração direta e indireta que possibilite” aquele acesso. Essa lei será
têm quadro próprio de pessoal e exercem, “no que couber, as atribuições de caráter nacional.
previstas no art. 96” (CF, art. 73), acima examinadas.
O objetivo é estatuir um verdadeiro código de conduta para
Quanto ao Ministério Público, a Constituição de 1988 estendeu-lhe a aqueles agentes públicos que pelo só exercício de suas funções tenham
faculdade de propor a criação e extinção de seus cargos e serviços auxilia- acesso a informações privilegiadas sobre programas e atividades do
res. Agora, com a EC 19 também ficou assente sua competência para pro- Governo relativas a qualquer campo, como o tecnológico, o industrial, o das
por ao Poder Legislativo a sua política remuneratória (CF, art. 127, § 2º), o finanças públicas, inclusive câmbio, o comercial e societário, o da
que o STF já havia proclamado. segurança nacional ou qualquer outro que o possibilite.
Provimento de cargos As restrições devem ocorrer quer durante, quer após o exercício
Provimento é o ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo da função, durante o tempo a ser fixado de acordo com as nuanças de
público, com a designação de seu titular. O provimento pode ser originário cada cargo ou emprego público. A restrição ao exercício de determinadas
ou inicial e derivado. Provimento inicial é o que se faz através de atividades ou empregos após os da atividade pública deverá ser
nomeação, que pressupõe a inexistência de vinculação entre a situação de estabelecida com razoabilidade, para que não se contrariem outros
serviço anterior do nomeado e o preenchimento do cargo. Assim, tanto é dispositivos constitucionais, como o que assegura o livre exercício de
provimento inicial a nomeação de pessoa estranha aos quadros do serviço “qualquer trabalho, oficio ou profissão” (CF, art. 5º, XIII).
público quanto a de outra que já exercia função pública como ocupante de Competência para organizar o serviço público
cargo não vinculado àquele para o qual foi nomeada. Já, o provimento
derivado, que se faz por transferência, promoção, remoção, acesso, A competência para organizar o serviço público é da entidade
reintegração, readmissão, enquadramento, aproveitamento ou reversão, é estatal a que pertence o respectivo serviço. Sobre esta matéria as
sempre uma alteração na situação de serviço do provido. competências são estanques e incomunicáveis. As normas estatutárias
federais não se aplicam aos servidores estaduais ou municipais, nem as do
Em razão do art. 37, II, da CF, qualquer investidura em carreira Estado-membro se estendem aos servidores dos Municípios.
diversa daquela em que o servidor ingressou por concurso é, hoje, vedada.
Acrescente-se que a única reinvestidura permitida sem concurso é a Cada entidade estatal é autônoma para organizar seus serviços e
reintegração, decorrente da ilegalidade do ato de demissão. compor seu pessoal. Atendidos os princípios constitucionais e os preceitos
das leis nacionais de caráter complementar, a União, os Estados-membros,
Em qualquer hipótese, porém, o provimento de cargos do o Distrito Federal e os Municípios instituirão seus regimes jurídicos,
Executivo é da competência exclusiva do Chefe deste Poder (CF, art. 84, segundo suas conveniências administrativas e as forças de seus erários
XXV), uma vez que a investidura é ato tipicamente administrativo. Por (CF, arts. 39 e 169).
idêntica razão, a desinvestidura dos cargos e os exercícios dos poderes
hierárquico e disciplinar são da alçada privativa do Executivo no que Competência da União — A competência da União para organizar
concerne a seus servidores. A lei só poderá estabelecer a forma e as seu serviço público só encontra limites na Constituição da República e não
condições de provimento e desprovimento; não poderá, entretanto, enseja conflito de normas, porque suas leis ordinárias jamais poderão
concretizar investiduras ou indicar pessoas a serem nomeadas, porque isto colidir, nesse campo, com a legislação dos Estados-membros, do Distrito
é missão do Executivo, indelegável ao Legislativo. O provimento feito por lei Federal e dos Municípios. A questão, porém, complica-se no âmbito esta-
é nulo, como nula é a criação ou modificação de cargo por decreto ou dual e municipal, em face da superposição de normas de entidades
qualquer outro ato administrativo. diferentes e das diversas áreas de competência, nem sempre bem
delimitadas e muitas vezes confundidas pelo administrador e pelo legislador
No âmbito do Legislativo, do Judiciário, do Tribunal de Contas e do das três entidades estatais.
Ministério Público o provimento e demais atos atinentes aos cargos e seus
servidores devem ser da competência do respectivo Presidente ou do Pro- A legislação federal, fora os casos expressamente previstos no
curador-Geral, conforme o caso. texto constitucional, só atinge os servidores estaduais — do Distrito Federal
e municipais — quando tem natureza jurídica de lei nacional. São dessa

Direito 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
natureza, exemplificativamente, as que dispõem sobre crimes funcionais instituindo carreiras e classes, fazendo provimentos e lotações,
(CP, arts. 312 a 327; CPP, arts. 513 a 518); inviolabilidade no exercício da estabelecendo a remuneração, delimitando os seus deveres e direitos e
função pública (CP, art. 142, III); perda da função pública e interdição de fixando regras disciplinares. Os preceitos reguladores das relações jurídicas
direitos (CP, arts. 92, I, e 47, I); facilitação culposa de conhecimento de entre a Administração e o servidor constituem o regime jurídico, explicitados
segredo concernente à segurança nacional, revelação de segredo funcional nos decretos e regulamentos expedidos para sua fiel execução pelo Poder
relacionado com operações anti-subversivas (Lei 6.620/78, arts. 29 e 37); Executivo ou pelos demais Poderes, pelo Tribunal de Contas e pelo
sanções específicas, sequestro e perdimento de bens, pela prática de atos Ministério Público, no exercício das suas respectivas administrações.
de improbidade administrativa (Lei 8.429/92); coação eleitoral (Código As disposições estatutárias ou de outra natureza, se outro for o
Eleitoral, art. 300); requisição para o serviço eleitoral (Código Eleitoral, arts. regime jurídico, todavia, não podem contrariar o estabelecido na
30, XIV, e 344); retardamento ou recusa de publicação em órgão oficial de Constituição da República como normas gerais de observância obrigatória
atos da Justiça Eleitoral (Código Eleitoral, art. 341); proibição de uso de pela Administração direta e indireta, conforme o caso, na organização do
serviços ou dependências públicas em beneficio de partido político (Código seu pessoal e dos respectivos regimes jurídicos. Sempre entendemos, com
Eleitoral, arts. 346 e 377); proibição de nomeação e de remoção no período a melhor doutrina, que essas normas, mesmo no período anterior à
pré e pós-eleitoral (Lei 6.091, de 15.8.74, art. 13); requisições e Constituição de 1988, eram impositivas para toda a Administração, em face
afastamentos de servidores públicos pela Justiça Eleitoral (Lei 6.999, de do seu duplo objetivo. Realmente, ao instituí-las, a Constituição não visa
7.6.82); impedimentos e prazos de desincompatibilização (Lei unicamente ao resguardo dos interesses dos servidores, como
Complementar 64, de 18.5.90 — Lei das Inelegibilidades); requisição de erroneamente se pensa. Não é assim. Juntamente com as garantias
veículos e embarcações oficiais para o transporte gratuito de eleitores (Lei outorgadas aos servidores, o texto constitucional assegura ao Estado os
6.091/74, art. 1º); acidente do trabalho (Lei 6.367, de 19.10.76); seguridade meios para realizar uma boa administração, dentre os quais o poder-dever
social (Lei 8.212, de 24.7.91); Programa de Formação do Patrimônio do de zelar pela eficiência, moralidade e aprimoramento do pessoal
Servidor Público — PASEP (Lei Complementar 8, de 3.12.70); administrativo. É o que ocorre, p. ex., com o instituto da estabilidade, que, a
obrigatoriedade de declaração de bens (Leis 8.429/92 e 8.730/93); conduta par de um direito, para o servidor titular de cargo efetivo, de permanência
do servidor nas eleições (Lei 9.424/97). no serviço público enquanto bem servir, representa para a Administração a
Essa legislação federal bem como outras que tenham a mesma garantia de que nenhum servidor nomeado para cargo de provimento
natureza de leis nacionais são aplicáveis às entidades estatais — União, efetivo em virtude de concurso poderá subtrair-se ao estágio probatório de
Estados, Distrito Federal e Municípios —, obrigatoriamente, sem que se três anos e a de que nenhum outro servidor titular de cargo em comissão
possa falar em quebra das suas respectivas autonomias administrativas, poderá adquirir igual direito. Assim, não pode a Administração — federal,
porque tais leis nacionais são hierarquicamente superiores, por força da estadual, municipal ou do Distrito Federal — ampliar o prazo do art. 41 da
própria Carta Magna. Aliás, o mesmo ocorre, por exemplo, com a lei CF, pois estaria restringindo direito do servidor público; mas também não
nacional sobre normas gerais de licitação e contratos administrativos (Lei pode diminuí-lo ou estendê-lo a outros servidores que não os efetivos
8.666/93). nomeados por concurso, porque estaria renunciando a prerrogativas
Competência do Estado-membro — A competência do Estado- constitucionais consideradas essenciais na relação Estado-agente
membro é ampla, mas fica adstrita não só às normas pertinentes da administrativo. Não sendo lícito ao Estado renunciar a essas prerrogativas,
Constituição da República e aos preceitos das leis de caráter nacional, bem seria nula e de nenhum efeito, portanto, a disposição estatutária em
como aos ditames especiais da Constituição Estadual, no que concerne ao desacordo com o preceito constitucional.
seu pessoal. O estatuto dos servidores federais e demais normas O exame dessas normas constitucionais deu ensejo a que o TJSP,
complementares e regulamentares não se aplicam aos servidores estaduais em sessão plenária, nos legasse esta magnífica lição de Direito Público:
pela óbvia razão de que o Estado-membro é autônomo para organizar seus “Tais dispositivos não contêm somente garantia, benefícios aos
serviços e compor seu pessoal. funcionários; têm uma acepção mais ampla, pois são as normas primordiais
Competência do Município — A competência do Município para que regem as relações entre o Poder Público e seus agentes. Nessas
organizar seu funcionalismo é consectário da autonomia administrativa de relações há sempre duas pessoas: uma de Direito Público — o Estado —,
que dispõe (CF, art. 30, I). Assim, a exemplo dos Estados, atendidas as outra, a individual do funcionário. Não se pode considerar que os princípios
normas constitucionais aplicáveis ao servidor público, os preceitos das leis preceituados na Constituição visaram apenas a favorecer uma dessas
de caráter nacional e de sua Lei Orgânica, pode o Município elaborar o pessoas, o funcionário. Ao contrário, dizem respeito também ao Estado,
regime jurídico de seus servidores, segundo as conveniências locais. Nesse para garantia de sua boa administração”. E por esse raciocínio, de inegável
campo é inadmissível a extensão das normas estatutárias federais ou lógica, a E. Corte Estadual concluiu que “os Estados (e, por extensão, os
estaduais aos servidores municipais. Só será possível a aplicação do Municípios) podem dar aos funcionários outras garantias, outros benefícios
estatuto da União ou do Estado-membro se a lei municipal assim o além dos conferidos pela Constituição Federal. É certo, mas, se essas
determinar expressamente. garantias, esses benefícios estão previstos na Constituição, não é possível
Nem mesmo a Constituição Estadual poderá estabelecer direitos, ampliá-los e nem estendê-los a outros funcionários que não os por ela
encargos ou vantagens para o servidor municipal, porque isto atenta contra favorecidos”.
a autonomia local. Desde que o Município é livre para aplicar suas rendas e Se até a Constituição de 1967 os dispositivos constitucionais
organizar seus serviços (CF, art. 30, III e V), nenhuma interferência pode ter pertinentes ao servidor público eram vistos apenas como mínimos de
o Estado-membro nesse campo da privativa competência local. garantia dos servidores públicos e só se impunham integralmente por
Só o Município poderá estabelecer o regime de trabalho e de recomendação da boa doutrina e pela moralizadora orientação
pagamento de seus servidores, tendo em vista as peculiaridades locais e jurisprudencial, a partir de então passaram a ser normas de observância
as possibilidades de seu orçamento. Nenhuma vantagem ou encargo do obrigatória em todas as esferas administrativas, situação mantida pela atual
funcionalismo federal ou estadual se estende automaticamente aos Constituição da República (arts. 37 a 41). Com isso, fica prejudicada
servidores municipais, porque isto importaria hierarquização do Município à qualquer discussão sobre a possibilidade de sua restrição ou ampliação,
União e ao Estado-membro. As Constituições Estaduais e leis ordinárias uma vez que, atualmente, constituem, mesmo, “um código de direitos e
que estabelecem essa extensão de vantagens do servidor público estadual obrigações fundamentais que devem ser respeitados pelo Distrito Federal,
ao municipal tiveram as respectivas disposições invalidadas, por pelos Estados e Municípios (e, também, pela União, acrescentamos) em
inconstitucionais. suas leis ordinárias”, como ensina Themístocles Cavalcanti.
Competência do Distrito Federal — A competência do Distrito Sobejam razões justificadoras desse entendimento, mas a principal
Federal corresponde à prevista para os Estados e para os Municípios, por delas é que a organização legal dos servidores públicos é tarefa do
força do art. 32, § 1º, da CF. Assim, o que foi dito para essas duas Legislativo, e este, muitas vezes, desconhecendo particularidades
entidades vale para o Distrito Federal. administrativas e peculiaridades dos serviços afetos ao Executivo e para
atender a pretensões classistas, confere aos servidores vantagens e
Observância das normas constitucionais prerrogativas que vão dificultar substancialmente o manejo e a execução do
Como já vimos, em razão de sua autonomia constitucional, as serviço público. Ora, o servidor é apenas meio e não fim da Administração,
entidades estatais são competentes para organizar e manter seus e toda vez que esta lhe confere uma vantagem deve fazê-lo na exata
servidores, criando e extinguindo cargos, funções e empregos públicos,
Direito 73 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
medida do interesse público. Vale dizer, as prerrogativas, garantias e obediência às ordens superiores e, agora, o de conduta ética.
demais vantagens do servidor só se legitimam quando reclamadas pelo Dever de lealdade — O dever de lealdade, também denominado
serviço público e não anulem seus requisitos de eficiência, moralidade e dever de fidelidade, exige de todo servidor a maior dedicação ao serviço e
aperfeiçoamento. Na concessão desses benefícios por via constitucional o integral respeito às leis e às instituições constitucionais, identificando-o
existe uma presunção de imprescindibilidade, diante da qual devem curvar- com os superiores interesses do Estado. Tal dever impede que o servidor
se as entidades estatais; mas, ao concedê-los, a Constituição subtrai de atue contra os fins e os objetivos legítimos da Administração, pois que, se
cada uma delas o poder de disposição sobre a mesma matéria, de modo assim agisse, incorreria em infidelidade funcional, ensejadora da mais
que lhes é defeso postergá-los, restringi-los ou ampliá-los, salvo quando grave penalidade, que é a demissão, vale dizer, o desligamento
expressamente autorizadas, e nos estritos limites da autorização. Assim, se compulsório do serviço público.
o constituinte entendeu que somente os servidores públicos nomeados Dever de obediência — O dever de obediência impõe ao servidor
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso têm direito à o acatamento às ordens legais de seus superiores e sua fiel execução.. Tal
permanência no serviço após três anos de exercício — o que, em principio, dever resulta da subordinação hierárquica e assenta no princípio disciplinar
constitui um entrave para a Administração —, não é licito ao Estado abdicar que informa toda organização administrativa.
da sua prerrogativa de livre disposição do seu pessoal para estender a
estabilidade a outros servidores, nem para reduzir o lapso do estágio Por esse dever não está o servidor obrigado a cumprir
probatório. Pelas mesmas razões, não pode conceder a outras as mecanicamente toda e qualquer ordem superior, mas, unicamente, as
prerrogativas de vitaliciedade, de inamovibilidade ou de irredutibilidade de ordens legais. E por ordens legais entendem-se aquelas emanadas de
vencimentos que a Carta Magna outorgou a determinadas categorias de autoridade competente, em forma adequada e com objetivos lícitos. Tanto o
agentes públicos e que não são exigidas pelos interesses administrativos. cumprimento de ordem manifestamente ilegal como o descumprimento de
ordem legal acarretam para o servidor responsabilidade disciplinar e
Não quer isso dizer que a Administração esteja impedida de criminal (CP, art. 22), conforme seja a lesão causada à Administração ou a
conceder outros direitos e vantagens a seus servidores, através de normas terceiros.
legais. Absolutamente, não. Além de o texto constitucional não exaurir a
matéria, deixando, portanto, muita coisa à discrição das entidades estatais, Dever de conduta ética — O dever de conduta ética decorre do
estas se vêem, comumente, obrigadas a assegurar outros benefícios a princípio constitucional da moralidade administrativa e impõe ao servidor
seus servidores, pois os recrutam em competição com o mercado público a obrigação de jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
empresarial. Daí por que os regimes jurídicos, além de encampar as De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
garantias outorgadas constitucionalmente aos servidores (art. 39, § 3º), Federal (Dec. 1.171, de 22.6.94), “a dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia
costumam dispor sobre outros direitos e vantagens de que esses muitas e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem
vezes não desfrutam (licença para tratamento de interesses particulares, nortear o servidor público”. O dever de honestidade está incluído na
licença-prêmio, adicional por tempo de serviço etc.). Todas essas conduta ética.
concessões são legítimas desde que, como já salientamos, se conformem Dever de eficiência — O dever de eficiência do servidor público
aos interesses do serviço público, pois, no que concerne aos direitos e decorre do inc. LXXVIII do art. 5º da CF, acrescentado pela EC 45/2004
vantagens de seus servidores, cada entidade estatal pode estabelecê-los Outros deveres — Outros deveres são comumente especificados
livremente, com observância das normas constitucionais e das leis de nos estatutos, procurando adequar a conduta do servidor ao serviço que
caráter nacional. O que não se permite é dispensar ou alterar o que a lhe é cometido; mas, como bem observa Masagão, já se acham
Constituição já estabeleceu como condições de eficiência, moralidade e compreendidos nos deveres de fidelidade e obediência. Realmente, os
aprimoramento do serviço (requisitos de investidura, estágio probatório, deveres de lealdade e obediência constituem a matriz dos demais, porque
limite para a aposentadoria, processo demissório, inacumulabilidade de neles se contêm as imposições e proibições exigidas para o exato
cargos, responsabilização funcional) e como garantias dos servidores desempenho da função pública, sendo redundantes e ociosas quaisquer
públicos (estabilidade, aposentadoria remunerada, contagem do tempo de outras especificações.
serviço prestado às três esferas administrativas, disponibilidade). Muitas vezes o dever não resulta diretamente das normas
Feitas estas considerações de ordem geral, vejamos, a seguir, em estatutárias, mas de outras, hierarquicamente superiores, que exigem dos
espécie, as normas constitucionais pertinentes ao servidor público para, ao servidores em geral determinada conduta, positiva ou negativa, decorrente
depois, examinarmos os deveres e direitos dos servidores que poderão das chamadas restrições funcionais, a seguir examinadas.
constar de disposições estatutárias ou de outro regime jurídico. A Lei de Improbidade Administrativa, ao tratar dos atos que aten-
Deveres e direitos dos servidores tam contra os princípios da administração pública, diz constituir ato dessa
Os deveres e direitos dos servidores estão detalhadamente natureza “qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
estabelecidos na Constituição da República, a serem observados pelos legalidade e lealdade às instituições” (art. 11, caput, da Lei 8.429/92).
respectivos regimes jurídicos ditados segundo as regras de iniciativa de lei Restrições funcionais
previstas naquela Carta. Na imposição desses deveres e na concessão Dentre as restrições que a função pública impõe aos seus
desses direitos a Administração deverá ter sempre presente o interesse exercentes destacam-se a de se sujeitarem aos impedimentos
coletivo na obtenção dos serviços públicos, lembrando-se de que — como estabelecidos para o desempenho do cargo.
o nome está indicando — são serviços para o público e de que seus Os impedimentos ou incompatibilidades para o desempenho de
agentes são servidores públicos, vale dizer, servidores do público: public função pública constituem restrições perfeitamente admissíveis ao direito
servants, na expressão inglesa consagrada por Brandeis. dos servidores estatais, autárquicos e paraestatais, porque é lícito à
Neste item estudaremos esses direitos e deveres e, Administração estabelecer condições para a realização de seus serviços.
separadamente, o sistema remuneratório ou a remuneração em sentido Assim sendo, permitido é ao Poder Público impedir contratos de seus
amplo, que destacamos do tópico Direitos, pela importância e servidores com a Administração, estabelecer incompatibilidades entre o
complexidade do seu estudo. exercício do cargo ou da função e certas atividades públicas ou
Deveres particulares, impor exigências de residência no local do trabalho e
Os regimes jurídicos modernos impõem uma série de deveres aos quaisquer outros requisitos de eficiência e moralidade do serviço público,
servidores públicos como requisitos para o bom desempenho de seus desde que não afronte os direitos fundamentais do servidor, resguardados
encargos e regular funcionamento dos serviços públicos. A Lei de pela Constituição da República. Nessa linha serão os requisitos e restrições
Improbidade Administrativa, de natureza nacional, diz que constitui ato de da lei prevista pela Carta Magna em seu art. 37, §7º, comentado em outra
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da passagem.
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de A Lei nacional 9.504, de 30.9.97, que dispõe sobre normas gerais
honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições (cf. Lei de eleições para cargos no Executivo e no Legislativo, estabelece as
8.429/92, art. 10, caput), as quais, para serem punidas, pressupõem que o condutas de agentes públicos que podem afetar a igualdade de
agente as pratique com a consciência da ilicitude, isto é, dolosamente. oportunidades entre os candidatos, vedando-as, sob as penas ali previstas
Dentre esses deveres salientam-se, por sua constância na e sem prejuízo da aplicação da Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade
legislação dos povos cultos, o de lealdade à Administração, o de Administrativa).

Direito 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Direitos Constituição e as Emendas referidas em alguns pontos empregam
A Constituição da República, ao cuidar do servidor público (arts. 37 terminologia equivocada e não sistematizada. Assim, a titulo de exemplo,
a 41), detalhou seus direitos, indicando especificamente os que lhe são no art. 37, o inc. XV, quando fala em vencimentos, quer se referir a
extensivos dentre os reconhecidos aos trabalhadores urbanos e rurais (CF, remuneração, e no inc. X desse artigo remuneração significa vencimentos.
art. 7º). Outra inovação é que o subsídio (salvo o dos Deputados Federais,
De um modo geral, pode dizer-se que os servidores públicos têm dos Senadores, do Presidente e Vice-Presidente e dos Ministros, por força
os mesmos direitos reconhecidos aos cidadãos, porque cidadãos também o do art. 49, VII e VIII, da CF) e os vencimentos, por expresso mandamento
são, apenas com certas restrições exigidas para o desempenho da função constitucional, estão sujeitos ao princípio da reserva legal especifica, pelo
publica. Com a Constituição de 1988 gozam dos seguintes direitos quê somente poderão ser fixados e alterados por lei especifica, isto é, para
assegurados aos trabalhadores do setor privado: salário mínimo; garantia cada hipótese de fixação ou modificação, observada a iniciativa privativa
de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração em cada caso.
variável; décimo-terceiro salário; remuneração do trabalho noturno superior É assegurada revisão geral anual dos subsídios e vencimentos,
à do diurno; salário-família para os seus dependentes; jornada de trabalho sempre na mesma data e sem distinção de índices (CF, art. 37, X).Parece-
não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais; repouso nos que essa rega, a par de consagrar o princípio da periodicidade da
semanal remunerado; remuneração do serviço extraordinário superior, no reposição da remuneração do servidor, culminou por assegurar a
mínimo, em cinquenta por cento à do normal; gozo de férias anuais irredutibilidade real, e não apenas nominal, do subsídio e dos vencimentos,
remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; mas não obriga a que a revisão seja feita numa data-base. Essa revisão
licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração não se equipara à chamada reestruturação, significando, na realidade, um
de cento e vinte dias; licença-paternidade, nos termos fixados em lei; aumento geral, por nós denominado de impróprio, como veremos mais
proteção do mercado de trabalho da mulher; redução dos riscos inerentes adiante.
ao trabalho; proibição de diferença de salários, de exercício de funções e O art. 37, XI, na redação da EC 41, institui tetos para a União, para
de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. A os Estados, para o Distrito Federal e para os Municípios, no âmbito de seus
Constituição admitiu, agora, o direito de greve ao servidor público, que será Poderes e das suas Administrações diretas, autárquicas e fundacionais.
exercido nos termos e nos limites definidos em lei agora especifica, e não Alguns falam em subtetos — o que, a nosso ver, não é adequado, pois o
mais em lei complementar (art. 37, VII, com a redação da EC 19), e que se tem é um teto para a União e tetos para os entes federados. Assim,
garantiu seu direito à sindicalização (art. 37, VI). a remuneração, o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos
Os direitos decorrentes da função pública consubstanciam-se no públicos, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
exercício do cargo, na remuneração, nas férias, na aposentadoria e demais políticos, bem como os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
vantagens concedidas expressamente pela Constituição e respectivas leis percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. São direitos de qualquer natureza, não poderão exceder: a) na União, o subsídio
dos servidores públicos que vicejam ao lado dos direitos gerais e mensal, em espécie, dos Ministros do STF; b) nos Estados e no Distrito
fundamentais do cidadão, e, por isso mesmo, sua extensão e seus limites Federal: b1) no poder Executivo, o subsidio mensal do Governador; b2) no
só podem ser apreciados em face das normas legais que os concedem, Poder Legislativo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais; b3) no
segundo as conveniências do serviço. Dentre os direitos dos servidores Poder Judiciário, o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
veremos especifica-mente, a seguir, o sistema remuneratório, o subsídio e limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
a remuneração, envolvendo os vencimentos, com as vantagens mensal, em espécie, dos Ministros do STF; b4) o teto previsto em “b3”
pecuniárias, e os salários. aplica-se também aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
Sistema remuneratório. Remuneração. Subsídio. Vencimentos. aos Defensores Públicos; e c) nos Municípios, o subsídio do Prefeito.
Vantagens pecuniárias. Indenizações Registre-se, todavia, que em nenhuma hipótese os Estados, o Distrito
No campo funcional a matéria de maior interesse, pelos constantes Federal e os Municípios poderão fixar seus tetos acima daquele previsto
atritos entre o servidor e a Administração, é a concernente ao sistema para a União. Nas ADIs 112, 120-5 e 1.434, considerando que o art. 132 da
remuneratório ou á remuneração em sentido amplo. Esses atritos decorrem Carta só abrangeu os procuradores do Estado (este como pessoa jurídica
das posições diametralmente opostas em que se colocam o servidor e o distinta da autarquia), o STF entendeu que ela não se refere aos
Poder Público na interpretação das leis pertinentes, pressionado aquele procuradores autárquicos. Dai por que o teto acima referido para os
pelas exigências financeiras do seu status; interessado este em realizar o procuradores só abarca os procuradores dos Estados ou do Distrito
máximo de serviço com o mínimo de despesas de custeio, dentre as quais Federal.
se incluem as de pessoal. Daí a nossa preocupação em destacar o assunto Para os fins do disposto nesse referido inciso XI, a EC 47
do tópico relativo aos direitos dos servidores, para esta apreciação mais acrescentou o § 12 ao art. 37 da CF, facultando aos Estados e ao Distrito
detida e aprofundada. Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
Sistema remuneratório — O exame da Constituição Federal, com Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsidio mensal dos
as alterações das ECs 19/98 e 41/2003, demonstra que há um sistema Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa
remuneratório para os ocupantes de cargos, funções e empregos públicos inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
da Administração direta, autárquica e fundacional, para os membros de Ministros do Supremo Tribunal Federal. O disposto nesse § 12 não se
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos aplica aos subsídios dos Deputados Estaduais e dos Vereadores.
Municípios, para os detentores de mandato eletivo e para os demais Nas edições anteriores, quando tratamos do subsídio, como
agentes políticos, bem como para os empregados públicos das chamadas parcela única, com base na própria Constituição, dissemos que as
pessoas governamentais, com personalidade de Direito Privado. indenizações não integram tal parcela. Agora, explicitando a questão a EC
Assim, o sistema remuneratório ou a remuneração em sentido 47 inseriu o § 11 ao art. 37, da CF, dispondo que não serão computados,
amplo da Administração direta e indireta para os servidores da ativa para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI desse artigo,
compreende as seguintes modalidades: a) subsídio, constituído de parcela as parcelas de caráter indenizatório “previstas em lei “. Segundo o art. 40
única e pertinente, como regra geral, aos agentes políticos; b) da EC 47, enquanto não editada essa lei, não será computada, para efeito
remuneração, dividida em (b1) vencimentos, que corresponde ao dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do art. 37, qualquer
vencimento (no singular, como está claro no art. 39, § 1º, da CF, quando parcela de caráter indenizatório, assim definida pela legislação em vigor na
fala em” fixação dos padrões de vencimento”) e às vantagens pessoais data da publicação da EC 41, de 2003.
(que, como diz o mesmo art. 39, § 1º, são os demais componentes do O inc. XV do art. 48, caput, na redação da EC 19/98, determinava
sistema remuneratório do servidor público titular de cargo público na que a fixação do subsídio dos Ministros do STF, previstos no inc. XI do art.
Administração direta, autárquica e fundacional), e em (b2) salário, pago aos 37, fosse feita por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República,
empregados públicos da Administração direta e indireta regidos pela CLT, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do STF. Como o STF
titulares de empregos públicos, e não de cargos públicos. entendeu que esse inc. XI não era auto-aplicável, para contornar esse
Nesse sentido, dentre outros, o conteúdo dos arts. 37, XI (com a entendimento e assegurar a auto-aplicabilidade do teto previsto pelo art. 37,
redação da EC 41), 61, § 1º, II, “a” e “f’, e 96, “b”, da CF. No entanto, a XI, na redação dada pela EC 41, o art. 8º dessa Emenda 41, em regra de

Direito 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
transição, estatui que, até que o valor desse subsídio seja fixado, será do art. 39, § 4º”. Outrossim, como prevê o art. 39, § 8º, da CF, outros
considerado como limite para a aplicação do art. 37, XI, na sua nova servidores públicos, desde que organizados em carreira, também poderão,
redação: a) no âmbito da União, o valor da maior remuneração atribuída por por lei federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, ter remuneração
lei a Ministro do STF, a titulo de vencimento, de representação mensal e da “fixada nos termos do § 4º”, acima referido.
parcela recebida em razão de tempo de serviço; b) nos Estados e no Como se vê, na sistemática constitucional os agentes políticos só
Distrito Federal: b1) no Poder Executivo, o subsídio mensal do Governador; podem perceber subsídio, enquanto que os demais agentes públicos
b2) no Poder Legislativo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais; poderão ter remuneração fixada “nos termos” ou “na forma” do §4º do art.
b3) no Poder Judiciário, o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de 39, porém para alguns servidores a própria Cada Política já se antecipou,
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento da determinando que seria fixada na forma desse dispositivo, ou seja,
maior remuneração mensal de Ministro do STF, prevista pela letra “a”, exclusiva-mente em parcela única (arts. 135 e 144, § 9º, c/c o art. 39, §§ 8º
acima; b4) o teto previsto em “b3” aplica-se também aos membros do e 4º).
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; e c) nos Em razão da natureza jurídica que lhe foi imposta
Municípios, o subsidio do Prefeito. constitucionalmente, o subsídio é constituído de parcela única. Por isso, o
Ao lado dessa rega, especificamente quanto aos vencimentos, art. 39, § 4º, veda expressamente que tal parcela seja acrescida de
temos a do inc. XII do mesmo art. 37, estabelecendo que os dos cargos do “qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
Legislativo e do Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo outra espécie remuneratória”. Obviamente, como a Cada Política deve ser
Poder Executivo. Portanto, temos os tetos acima referidos e há um teto interpretada de forma sistematizada, deve-se concluir que os valores
entre os vencimentos dos cargos pertencentes aos Poderes, que correspondentes aos direitos por ela assegurados no § 3º do art. 39 —
corresponde àqueles pagos pelo Executivo. como, para ilustrar, do décimo-terceiro salário e do terço de férias — não
Registre-se, por relevante, que os salários dos empregados são atingidos pela proibição de qualquer acréscimo. Aliás, como visto, o
públicos das empresas públicas e das sociedades de economia mista, e mesmo ocorre em relação ao teto geral.
suas subsidiárias, só estarão submetidos ao teto geral se essas pessoas Como vimos antes, o § 11 do art. 37, da Constituição,
jurídicas receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou acrescentado pela EC 47, dispõe que não serão computadas, para efeito
dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI, as parcelas de caráter
geral (CF, art. 37, § 9º) Assim, se tiverem vida financeira própria no que diz indenizatório previstas em lei.
respeito às despesas de custeio em geral e de pessoal, excluídos, pois, os Os aspectos acima apontados deverão, por cedo, servir de norte para
investimentos, não estarão submetidas ao comando do art. 37, XI. A a estipulação, pela lei ali referida, das parcelas remuneratórias que não
exceção é altamente salutar e moralizadora, servindo de estimulo à serão computadas nos limites do inciso XI do art. 37, da CF, e, também no
eficiência. A lei nacional prevista no art. 173, § 1º, da CF, por ela chamada subsídio — como as relativas a gastos de transporte, diárias, ajuda de
de “estatuto jurídico”, deverá dispor a respeito da aplicação dessa matéria. custo, presença em sessão extraordinária. O mesmo aplica-se às férias e
Vale ainda observar que o art. 37, XI, da CF, ao falar em “outras licenças-prêmios não gozadas e indenizadas. Todas deverão, obviamente,
espécies remuneratórias” após cuidar de proventos e pensões por morte, observar os princípios constitucionais, especialmente os da legalidade,
deixa patente que aqueles e estas constituem espécies remuneratórias, razoabilidade e moralidade, sob pena de caracterizarem inaceitável fraude
pelo quê também se enquadram no conceito geral de remuneração, para aos limites remuneratórios e ao conceito constitucional de subsídio, a ser
fins de observância dos tetos gerais. repelida pelo Poder Judiciário no exame de constitucionalidade, direto
Faculta-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos (concentrado) ou incidental (difuso), da lei que as instituírem.
Municípios estabelecer por lei a relação entre a maior e a menor Vencimentos — Vencimentos (no plural) é espécie de
remuneração dos servidores públicos (art. 39, § 5º, da CF, na redação da remuneração e corresponde à soma do vencimento e das vantagens
EC 19), observando-se, como diz a parte final desse § 5º, “em qualquer pecuniárias, constituindo a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo
caso, o disposto no art. 37, XI”. Vale dizer, a “relação” terá de respeitar os exercício do cargo público. Assim, o vencimento (no singular)
tetos constitucionais aí previstos. correspondente ao padrão do cargo público fixado em lei, e os vencimentos
Embora evidente, por força da sistematização, convém consignar que são representados pelo padrão do cargo (vencimento) acrescido dos
os direitos assegurados pelo § 3º do art. 39 — como, por exemplo, o déci- demais componentes do sistema remuneratório do servidor público da
mo-terceiro salário e o terço de férias — não estão incluídos nos tetos Administração direta, autárquica e fundacional. Esses conceitos resultam,
remuneratórios. hoje, da própria Cada Magna, como se depreende do art. 39, § 1º, I, c/c o
Cada uma dessas modalidades ou formas de remuneração, como art. 37, X, XI, XII e XV.
contraprestação devida pelo exercício de função pública, será objeto de Quando o legislador pretender restringir o conceito ao padrão do
exame a seguir. cargo do servidor, deverá empregar o vocábulo no singular — vencimento;
Subsídio — É outra grande novidade da chamada “Emenda da quando quiser abranger também as vantagens conferidas ao servidor,
Reforma Administrativa” (EC 19). Como visto, subsídio é uma modalidade deverá usar o termo no plural — vencimentos.
de remuneração, fixada em parcela única, paga obrigatoriamente aos Os vencimentos — padrão e vantagens — só por lei específica
detentores de mandato eletivo (Senadores, Deputados Federais e (reserva legal específica) podem ser fixados ou alterados (art. 37, X),
Estaduais, Vereadores, Presidente e Vice-Presidente, Governador e Vice- segundo as conveniências e possibilidades da Administração. A EC 19
Governador e Prefeito e Vice-Prefeito) e aos demais agentes políticos, manteve a irredutibilidade assegurada pela Constituição de 1988 e
assim compreendidos os Ministros de Estado, Secretários Estaduais e esclareceu que ela só se aplica ao subsídio e aos vencimentos (aqui
Municipais, os membros da Magistratura e do Ministério Público e os empregado com o significado de remuneração) dos ocupantes de cargos
Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas (CF, arts. 39, § 4º, 49, VII públicos e empregos públicos. Todavia, restringindo a Constituição Federal
e VIII , e 73, § 3º, c/c os arts. 75, 95, III, e 128, § 5º, I, “c”). de 1988, ressalvou que ela não se aplica nos casos previstos nos incs. XI e
Dessa forma, para os que a Carta Magna considera agentes XIV do art. 37 e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I (art. 37,
políticos —os membros de Poder, os detentores de mandato eletivo, os XV), o que também é previsto para os magistrados, conselheiros dos
Ministros de Estado, os Secretários Estaduais e Municipais, os Ministros Tribunais de Contas e membros do Ministério Público.
dos Tribunais de Contas e os membros do Ministério Público — o subsídio Vantagens irretiráveis do servidor só são as que já foram
é a única modalidade de remuneração cabível. adquiridas pelo desempenho efetivo da função (pro labore facto) ou pelo
Os servidores integrantes das carreiras relativas à Advocacia- transcurso do tempo de serviço (ex facto temporis); nunca, porém, as que
Geral da União, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, das dependem de um trabalho a ser feito (pro labore faciendo), ou de um
Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal e da Defensoria Pública, serviço a ser prestado em determinadas condições (ex facto officii), ou em
bem como os servidores policiais das Polícias Federal, Ferroviária Federal, razão da anormalidade do serviço (proper laborem), ou, finalmente, em
Civil, Militares (não os das Forças Armadas) e Corpos de Bombeiros razão de condições individuais do servidor (propterpersonam).
Militares, por força dos arts. 135 e 144, § 9º, da CF, embora não sejam Desde que sob o regime estatutário o Estado não firma contrato
agentes políticos, também serão obrigatoriamente remunerados “na forma com seus servidores, mas para eles estabelece unilateralmente um regime

Direito 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de trabalho e de retribuição por via estatutária, lícito lhe é, a todo tempo, Há duas espécies de aumento de vencimentos: uma genérica,
alterar esse regime jurídico e, assim, as condições de serviço e de provocada pela alteração do poder aquisitivo da moeda, à qual poderíamos
pagamento, desde que o faça por lei, sem discriminações pessoais, denominar aumento impróprio, por se tratar, na verdade, de um
visando às conveniências da Administração. Todavia, da alteração do reajustamento destinado a manter o equilíbrio da situação financeira dos
regime jurídico não pode advir redução de remuneração, pois a garantia da servidores públicos; e outra específica, geralmente feita à margem da lei
irredutibilidade, acima referida, protege o montante dos ganhos. que concede o aumento geral, abrangendo determinados cargos ou classes
A percepção de vencimentos pelo exercício do cargo é a regra da funcionais e representando realmente uma elevação de vencimentos, por
Administração Brasileira, que desconhece cargo sem retribuição pecuniária. se fazer em índices não proporcionais ao do decréscimo do poder
Pode haver função gratuita, como são as honorificas e as de suplência, aquisitivo.
mas cargo gratuito é inadmissível na nossa organização administrativa. No tocante à primeira espécie, a parte final do inc. X do art. 37, na
Diante deste princípio, resulta que todo aquele que for investido num cargo redação da EC 19, assegura “revisão geral anual, sempre na mesma data e
e o exercer como titular ou substituto tem direito ao vencimento respectivo, sem distinção de índices”, dos vencimentos e dos subsídios. A revisão já
salvo, obviamente, quando a função do cargo for a de substituição. Daí por era prevista pela mesma norma na sua antiga redação, que, todavia, não a
que a jurisprudência é uniforme e pacífica no reconhecer ao suplente que assegurava. Agora, no entanto, na medida em que o dispositivo diz que a
substitui o titular a retribuição correspondente ao exercício do cargo.’34 A revisão é “assegurada”, trata-se de verdadeiro direito subjetivo do servidor
e do agente político, a ser anualmente respeitado e atendido pelo emprego
mesma razão de direito impõe o pagamento da diferença’35 de vencimento do índice que for adotado, o qual, à evidência, sob pena de fraude á
entre a do cargo do substituído e a do substituto, mas a lei pode Constituição e imoralidade, não pode deixar de assegurar a revisão. Tais
condicionar este pagamento a um período mínimo de substituição e a considerações é que nos levaram a entender que, agora, a Constituição
outros requisitos de eficiência. assegura a irredutibilidade real, e não apenas nominal, da remuneração.
O aumento de subsídio e de vencimentos — padrão e vantagens Este aumento não obsta, como se verá a seguir, ao aumento impróprio.
— dos servidores públicos depende de lei específica, observada a A segunda espécie ocorre através das chamadas reestruturações,
competência. constitucional para a iniciativa privativa em cada caso (CF, pelas quais se corrigem as distorções existentes no serviço público, tendo
art. 37, X). Assim, para os do Executivo a iniciativa é exclusiva de seu em vista a valorização profissional observada no setor empresarial, para
Chefe (CF, art. 61, § 1º, II, “a”). É uma restrição fundada na harmonia dos que a Administração não fique impossibilitada de satisfazer suas
Poderes e no reconhecimento de que só o Executivo está em condições de necessidades de pessoal. A fim de facilitar a ação do Poder Público e evitar
saber quando e em que limites pode majorar a retribuição de seus a descaracterização das reestruturações, anteriormente transformadas em
servidores. Para não repetir a matéria, remetemos o leitor ao item 2.8 deste verdadeiros aumentos gerais, pela reação em cadeia que provocavam
mesmo capítulo, onde, sob a epigrafe Competência para organizar o relativamente aos vencimentos de cargos não abrangidos diretamente pela
serviço público, já analisamos a privatividade da iniciativa do Executivo lei reestruturadora, foi que as Constituições, desde 1967, passaram a
para os seus servidores e os limites do poder de emenda do Legislativo proibir a “vinculação ou equiparação de vencimentos, para o efeito de
nessa matéria. remuneração de pessoal do serviço público” (CF, art. 37, XIII).
O princípio da isonomia, mesmo antes da Carta de 1988 — que, Em qualquer das hipóteses — aumento impróprio e reestruturação
pelo § 10 do art. 39, modificado inteiramente pela EC 19, o havia —podem ocorrer injustiças, pela inobservância do princípio da isonomia, tal
determinado especificamente para os servidores civis —,já vinha sendo como explicado acima. Nesse caso, porém, somente a lei poderá corrigi-
frequentemente invocado para a equiparação de servidores não las, pois qualquer interferência do Judiciário nesta matéria constituiria
contemplados nas leis majoradoras de vencimentos ou concessivas de usurpação de atribuições do Legislativo, consoante vêm decidindo
vantagens. Hoje, com a redação do §1ºdo art. 39 dada pela EC 19, reiterada-mente nossos Tribunais e, finalmente, sumulou o STF, nestes
suprimindo o princípio da isonomia da seç. II— “Dos servidores civis” —, a termos: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,
questão é regulada pelo principio geral da igualdade previsto no art. 5º da aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de
Carta. Dessa forma, mesmo com a EC 19 sua aplicação não pode ser isonomia” (Súmula 339).
afastada. Mas há de ser entendido e aplicado nos justos limites do
mandamento igualitário. A natureza alimentar dos vencimentos não permite sejam eles
retidos pela Administração, nem admite arresto, sequestro ou penhora,
O que a Constituição assegura é a igualdade jurídica, ou seja, consoante dispõe o art. 649, IV, do CPC, a que fazem remissão os arts.
tratamento igual, aos especificamente iguais perante a lei. A igualdade 821 e 833 do mesmo diploma legal, relativamente ao arresto e ao
genérica dos servidores públicos não os equipara em direitos e deveres e, sequestro. Todavia, as prestações alimentícias devidas pelo servidor
por isso mesmo, não os iguala em vencimentos e vantagens. público são descontáveis em folha (CPC, art. 734).
Genericamente, todos os servidores são iguais, mas pode haver diferenças
especificas de função, de tempo de serviço, de condições de trabalho, de O desconto em folha de pagamento é forma administrativa usual
habilitação profissional e outras mais, que desigualem os genericamente para a retenção de contribuições de previdência, de imposto de renda, de
iguais. Se assim não fosse, ficaria a Administração obrigada a dar os quantias pagas indevidamente aos servidores, de empréstimos contraídos
mesmos vencimentos e vantagens aos portadores de iguais títulos de no serviço, de aquisições ou consumações feitas na própria repartição ou
habilitação, aos que desempenham o mesmo oficio, aos que realizam o por seu intermédio. Essa modalidade de desconto é legítima quando
mesmo serviço embora em cargos diferentes ou em circunstâncias realizada na forma e limites previstos no estatuto respectivo e não houver
diversas. Todavia, não é assim, porque cada servidor ou classe de servidor dúvida sobre a quantia a ser reposta. Se, porém, ocorrer divergência sobre
pode exercer as mesmas funções (v.g., de médico, engenheiro, escriturário, o quantum a descontar ou sobre a legalidade do ato que determinou a
porteiro etc.) em condições funcionais ou pessoais distintas, fazendo jus a restituição, já não poderá a Administração efetivar os descontos a que se
retribuições diferentes, sem ofensa ao princípio isonômico. Até mesmo a opõe o servidor. Em tal hipótese, somente após a solução definitiva da
organização da carreira, com escalonamento de classes para acesso controvérsia é que se iniciará o desconto em folha, nas condições
sucessivo, com gradação crescente dos vencimentos, importa diferençar os constantes do estatuto ou de leis especiais, assegurado o direito de defesa.
servidores sem os desigualar perante a lei. É uma contingência da Os vencimentos ou vantagens percebidos em virtude de medida liminar
hierarquia e da seleção de valores humanos na escala dos servidores obtida em mandado de segurança ficam sujeitos a reposição, mediante
públicos. desconto em folha, caso a liminar seja cassada ou a segurança denegada.’
O que o princípio da isonomia impõe é tratamento igual aos Em julgado exemplar, o TSE entendeu que o desconto em folha de
realmente iguais. A igualdade nominal não se confunde com a igualdade contribuição para partido político discrepa do arcabouço normativo em
real. Cargos de igual denominação podem ser funcionalmente desiguais, vigor.
em razão das condições de trabalho de um e de outro; funções A prescrição de vencimentos e vantagens consuma-se em
equivalentes podem diversificar-se pela qualidade ou pela intensidade do cinco anos (Dec. federal 20.910, de 6.1.32) e sua interrupção só poderá ser
serviço ou, ainda, pela habilitação profissional dos que as realizam. A feita uma vez, recomeçando o prazo a correr pela metade (Dec.-lei 4.597,
situação de fato é que dirá da identidade ou não entre cargos e funções de 19.8.42). Suspende-se, entretanto, a prescrição durante o tempo em que
nominalmente iguais. a Administração permanecer estudando o recurso ou a reclamação do
servidor (Lei 5.761, de 25.6.30). Como se trata de débito vencível mês a

Direito 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mês, a prescrição só atinge os vencimentos e vantagens anteriores ao outras palavras, são adicionais de função (ex facto officii), ou são
quinquênio. Observe-se que a irredutibilidade dos vencimentos dos gratificações de serviço (propter laborem), ou, finalmente, são gratificações
servidores públicos não tem o condão de torná-los imprescritíveis, uma vez em razão de condições pessoais do servidor (propter personam). Daí por
que a perda da ação pela inércia do seu titular não se confunde com a que quando cessa o trabalho, ou quando desaparece o fato ou a situação
garantia constitucional que os tomou irredutíveis. que lhes dá causa, deve cessar o pagamento de tais vantagens, sejam elas
Vantagens pecuniárias — Já vimos que os servidores públicos, adicionais de função, gratificações de serviço ou gratificações em razão das
quando não remunerados por subsídio, podem ser estipendiados por meio condições pessoais do servidor.
de vencimento. Além dessa retribuição estipendiária podem, ainda, receber Além dessas vantagens, que encontram justificativa em fatos ou
outras parcelas em dinheiro, constituídas pelas vantagens pecuniárias a situações de interesse administrativo, por relacionadas direta ou
que fizerem jus, na conformidade das leis que as estabelecem. Neste indiretamente com a prestação do serviço ou com a situação do servidor,
tópico veremos a natureza e efeitos das vantagens pecuniárias, bem como as Administrações têm concedido vantagens anômalas, que refogem
as espécies e modalidades em que geralmente se repartem. completamente dos princípios jurídicos e da orientação técnica que devem
Vantagens pecuniárias são acréscimos ao vencimento do nortear a retribuição do servidor. Estas vantagens anômalas não se
servidor, concedidas a titulo definitivo ou transitório, pela decorrência do enquadram quer como adicionais, quer como gratificações, pois não têm a
tempo de serviço (ex facto temporis), ou pelo desempenho de funções natureza administrativa de nenhum destes acréscimos estipendiários,
especiais (ex facto officii), ou em razão das condições anormais em que se apresentando-se como liberalidades ilegítimas que o legislador faz à custa
realiza o serviço (propter laborem), ou, finalmente, em razão de condições do erário, com o só propósito de cortejar o servidor público.
pessoais do servidor (propter personam). As duas primeiras espécies A legislação federal, estadual e municipal apresenta-se com
constituem os adicionais (adicionais de vencimento e adicionais de função), lamentável falta de técnica e sistematização na denominação das
as duas últimas formam a categoria das gratificações (gratificações de vantagens pecuniárias de seus servidores, confundindo e baralhando
serviço e gratificações pessoais). Todas elas são espécies do gênero adicionais com gratificações, o que vem dificultando ao Executivo e ao
retribuição pecuniária, mas se apresentam com características próprias e Judiciário o reconhecimento dos direitos de seus beneficiários. Essa
efeitos peculiares em relação ao beneficiário e à Administração, imprecisão conceitual é que responde pela hesitação da jurisprudência,
constituindo os “demais componentes do sistema remuneratório” referidos pois que em cada estatuto, em cada lei, em cada decreto, a nomenclatura é
pelo art. 39, § 1º, da CF. Somadas ao vencimento (padrão do cargo), diversa e, não raro, errônea, designando uma vantagem com o nomenjuris
resultam nos vencimentos, modalidade de remuneração. da outra. Urge, portanto, a adoção da terminologia certa e própria do Direito
Certas vantagens pecuniárias incorporam-se automaticamente ao Administrativo, para unidade de doutrina e exata compreensão da natureza,
vencimento (v.g., por tempo de serviço) e o acompanham em todas as suas extensão e efeitos das diferentes vantagens pecuniárias que a
mutações, inclusive quando se converte em proventos da inatividade Administração concede aos seus servidores.
(vantagens pessoais subjetivas); outras apenas são pagas com o Feitas essas considerações de ordem geral sobre o gênero
vencimento, mas dele se desprendem quando cessa a atividade do servidor vantagens pecuniárias, vejamos as suas espécies, isto é, os adicionais e as
(vantagens de função ou de serviço); outras independem do exercício do gratificações e suas várias modalidades.
cargo ou da função, bastando a existência da relação funcional entre o Adicionais: são vantagens pecuniárias que a Administração
servidor e a Administração (v.g., salário-família), e, por isso, podem ser concede aos servidores em razão do tempo de exercício (adicional de
auferidas mesmo na disponibilidade e na aposentadoria, desde que tempo de serviço) ou em face da natureza peculiar da função, que exige
subsista o fato ou a situação que as gera (vantagens pessoais objetivas). conhecimentos especializados ou um regime próprio de trabalho (adicionais
Em razão do art. 37, XIV, da CF, com a redação da EC 19, os de função). Os adicionais destinam-se a melhor retribuir os exercentes de
acréscimos pecuniários percebidos pelo servidor não serão computados funções técnicas, científicas e didáticas, ou a recompensar os que se
nem acumulados para fim de concessão de acréscimos posteriores. Não mantiveram por longo tempo no exercício do cargo. O que caracteriza o
podem, pois, incidir um sobre o outro. Não há confundir acumulação de adicional e o distingue da gratificação é o ser aquele uma recompensa ao
cargos com acumulação de vantagens de um mesmo cargo, ou de cargos tempo de serviço do servidor, ou uma retribuição pelo desempenho de
diversos constitucionalmente acumuláveis. Desde que ocorra o motivo funções especiais que refogem da rotina burocrática, e esta, uma
gerador da vantagem, nada impede sua acumulação, se duplicadas forem compensação por serviços comuns executados em condições anormais
as situações que a ensejam. Outra observação que se impõe é a de que a para o servidor, ou uma ajuda pessoal em face de cenas situações que
concessão das vantagens pecuniárias só por lei pode ser feita, e por lei agravam o orçamento do servidor. O adicional relaciona-se com o tempo ou
cuja iniciativa deve observar os preceitos constitucionais dos arts. 61, § 1º , com a função; a gratificação relaciona-se com o serviço ou com o servidor.
II, “a”, e 63, I. O adicional, em princípio, adere ao vencimento e, por isso, tem caráter
As vantagens pecuniárias podem ser concedidas tendo-se em permanente; a gratificação é autônoma e contingente. Ambos, porém,
vista unicamente o tempo de serviço, como podem ficar condicionadas a podem ser suprimidos para o futuro.
determinados requisitos de duração, modo e forma da prestação de serviço Fixada a distinção conceitual entre adicional e gratificação,
(vantagens modais ou condicionais). As primeiras tomam-se devidas desde vejamos as modalidades ou subespécies de adicionais (de tempo de
logo e para sempre com o só exercício do cargo pelo tempo fixado em lei; serviço e de função) para, após, examinarmos as gratificações e suas
as últimas (modais ou condicionais) exigem, além do exercício do cargo, a variantes, encontradiças na prática administrativa.
ocorrência de certas situações, ou o preenchimento de determinadas Adicional por tempo de serviço é o acréscimo pecuniário que se
condições ou encargos estabelecidos pela Administração. Exemplo típico adita definitivamente ao padrão do cargo em razão exclusiva do tempo de
de vantagens dependentes apenas do tempo de serviço são os adicionais exercício estabelecido em lei para o auferimento da vantagem. É um
por biênio, triênio, quinquênio etc.; exemplos de vantagens condicionais ou adicional ex facto temporis, resultante de serviço já prestado — pro labore
modais temo-los nos adicionais de tempo integral, de dedicação plena e de facto. Dai por que se incorpora automaticamente ao vencimento e o
nível universitário, como, também, nas gratificações por risco de vida e acompanha na disponibilidade e na aposentadoria.
saúde, no salário-família, na licença-prêmio conversível em pecúnia e Este adicional adere ao vencimento para todos os efeitos legais,
outras dessa espécie. salvo “para fins de concessão de acréscimos ulteriores” (CF, art. 37, XIV),
O que convém fixar é que as vantagens por tempo de serviço pois a regra é sua vinculação ao padrão de vencimento do beneficiário. E é
integram-se automaticamente no padrão de vencimento, desde que irretirável do funcionário precisamente porque representa uma
consumado o tempo estabelecido em lei, ao passo que as vantagens contraprestação de serviço já feito. É uma vantagem pessoal, um direito
condicionais ou modais, mesmo que auferidas por longo tempo em razão adquirido para o futuro. Sua conditio juris é apenas e tão-somente o tempo
do preenchimento dos requisitos exigidos para sua percepção, não se de serviço já prestado, sem se exigir qualquer outro requisito da função ou
incorporam ao vencimento, a não ser quando essa integração for do servidor.
determinada por lei. E a razão dessa diferença de tratamento está em que O adicional por tempo de serviço tem origem remota em nossa
as primeiras (por tempo de serviço) são vantagens pelo trabalho já feito Administração, pois vem da Lei de 14.10.1827, interpretada pelo Aviso
(pro labore facto), ao passo que as outras (condicionais ou modais) são Imperial 35, de 10.2.1854, onde se lê que tal vantagem “tem em vista
vantagens pelo trabalho que está sendo feito (pro labore faciendo), ou, por remunerar serviços já prestados; sendo de natureza mui diversa das
Direito 78 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
gratificações que se concedem em vista de serviços prestados na regulamentares. Não é um acréscimo por tempo de serviço, como à
atualidade”. De lá para cá esse adicional generalizou-se nas primeira vista pode parecer; é um típico adicional de função, auferível em
Administrações e se estendeu a quase todas as categorias de servidores razão do serviço técnico ou científico a ser prestado (pro labore faciendo)
das repartições centralizadas e das entidades autárquicas. E é louvável sua nas condições estabelecidas pela Administração. A ampliação da jornada
adoção, pelo sentido de justiça que tal acréscimo apresenta para aqueles de trabalho entra, tão-somente, como pressuposto do regime, e não como
que há mais tempo se dedicam ao serviço público, e nos quais se presume causa da vantagem pecuniária, a qual assenta, precipuamente, na
maior experiência e mais eficiência no desempenho de suas funções, o que realização de certas atividades que exigem maior assistência do
justifica o acréscimo estipendiário, sem correr os azares de uma eventual funcionário, que há de ficar integralmente à disposição da Administração, e
promoção. somente dela. O que caracteriza o regime de tempo integral é o fato de o
O adicional em exame tanto pode ser calculado percentualmente servidor só poder exercer uma função ou um cargo público, sendo-lhe
sobre o padrão de vencimento atual do servidor como pode a lei indicar vedado realizar qualquer outra atividade profissional particular ou pública.
outro índice ou, mesmo, instituí-lo em quantia fixa, igual para todos, ou Nesse regime a regra é um emprego e um só empregador, diversamente do
progressiva em relação aos estipêndios. Sua adoção fica inteiramente a que ocorre no regime de dedicação plena, em que o servidor pode ter mais
critério e escolha da Administração, que poderá concedê-lo, modificá-lo ou de um emprego e mais de um empregador, desde que diversos da função
extingui-lo a qualquer tempo, desde que o faça por lei e respeite as pública a que se dedica precipuamente.
situações jurídicas anteriores, definitivamente constituídas em favor dos Como adicional de função, o acréscimo de tempo integral não deve
servidores que já completaram o tempo necessário para a obtenção da ser estendido, indiscriminadamente, a cargos e funções de atividades
vantagem. meramente burocráticas, porque isto importa desvirtuar o regime e anular
O adicional de função apresenta-se como vantagem pecuniária ex sua finalidade, convertendo-o num simples meio de majoração de
facto officii, ligada a determinados cargos ou funções que, para serem bem vencimento, quando seu objetivo institucional é o de aprimorar o trabalho
desempenhados, exigem um regime especial de trabalho, uma particular técnico e incrementar a investigação científica e a formação de
dedicação ou uma especial habilitação de seus titulares. Ocorrendo qual- pesquisadores, necessários ao desenvolvimento do País. Por idêntica
quer dessas hipóteses, em que o serviço refoge da rotina burocrática, por razão, este adicional não deve ser instituído como vantagem pessoal pura,
seu caráter técnico, didático ou científico, passando a exigir maior jornada sem condições de melhoria do serviço e sem prazo de carência para se
de trabalho, maior atenção do servidor ou maior especialização profissional, incorporar ao vencimento.
a Administração recompensa pecuniariamente os funcionários que o O adicional de dedicação plena tem natureza similar à do de tempo
realizam, pagando-lhes um adicional de função enquanto desempenham o integral, visto que ambos resultam de regimes especiais de trabalho,
cargo nas condições estabelecidas pelo Poder Público. exigidos por determinadas atividades do Magistério e Pesquisa, próprias
Nesta categoria entram os adicionais de tempo integral, de das Universidades e Institutos científicos.
dedicação plena e nível universitário. A diferença entre o regime de tempo integral e o de dedicação
Todo adicional de função é, por natureza, vantagem pecuniária pro plena está em que naquele o servidor só pode trabalhar no cargo ou na
labore faciendo, de auferimento condicionado à efetiva prestação do função que exerce para a Administração, sendo-lhe vedado o desempenho
serviço nas condições estabelecidas pela Administração. Dai por que não de qualquer outra atividade profissional pública ou particular, ao passo que
se incorpora automaticamente ao vencimento, mas deve integrá-lo para neste (regime de dedicação plena) o servidor trabalhará na atividade
efeitos de disponibilidade ou aposentadoria se no momento da passagem profissional de seu cargo ou de sua função exclusivamente para a
para a inatividade remunerada o funcionário estava exercendo o cargo ou a Administração, mas poderá desempenhar atividade diversa da de seu
função com o período de carência consumado. Nem seria justo e jurídico cargo ou de sua função em qualquer outro emprego particular ou público,
que a Administração se beneficiasse durante todo o tempo de atividade do desde que compatível com o da dedicação plena. No regime de tempo
servidor com as vantagens da exclusividade de seu trabalho e de sua integral o servidor só poderá ter um emprego; no de dedicação plena
profissão e ao pólo em disponibilidade, ou ao conceder-lhe a poderá ter mais de um, desde que não desempenhe a atividade
aposentadoria, passasse a desconhecer o regime especial em que correspondente à sua função pública exercida neste regime.
trabalhou e o diploma universitário que apresentou para ter acesso ao Exemplificando: o professor em regime de tempo integral só poderá exercer
cargo ou à função. as atividades do cargo e nenhuma outra atividade profissional pública ou
Comumente, o estatuto estabelece um período de carência para particular; o advogado em regime de dedicação plena só poderá exercer a
que o adicional de função se incorpore ao vencimento, cautela muito Advocacia para a Administração da qual é servidor, mas poderá
conveniente, a fim de que a Administração obtenha uma relativa desempenhar a atividade de Magistério ou qualquer outra para a
continuidade nos trabalhos empreendidos por seus técnicos, professores e Administração (acumulação de cargos) ou para particulares.
pesquisadores e, por outro lado, para que o acréscimo estipendiário não Trabalhando em regime de dedicação plena o servidor fará jus ao
venha a integrar o vencimento dos inconstantes no serviço, nem se preste adicional de função estabelecido em lei, como compensação pelas
à maj oração de proventos daqueles que às vésperas da aposentadoria restrições do cargo. Este regime só se justifica para aqueles serviços que
ingressem no regime de tempo integral ou no de dedicação plena ou exigem demorados estudos e pacientes trabalhos técnicos que nem
passem a exercer cargos ou funções de nível universitário. sempre podem ser feitos nas repartições, requerendo do funcionário a
O adicional de tempo integral advém do regime de full-time norte- preparação ou a complementação em casa ou, mesmo, em biblioteca e
americano e só recentemente foi adotado pela Administração Brasileira. O locais diversos do da sede do serviço. O adicional de dedicação plena não
estatuto federal facultava o estabelecimento deste regime de trabalho “para se incorpora imediatamente ao vencimento, dependendo do transcurso de
os cargos ou funções indicados em lei” (Lei 1.711/52, art. 244). A período de carência que a Administração estabelecer.
subsequente Lei 3.780, de 12.7.60, permitia sua adoção pelo servidor que O adicional de nível universitário é um típico adicional de função
exercesse atividades técnico-científicas, de magistério ou pesquisa, (ex facto officii), decorrente do caráter técnico de certas atividades da
satisfeitas as exigências regulamentares, declarando-o incompatível com o Administração, que exigem conhecimentos especializadas para serem bem
exercício cumulativo de cargos, empregos ou funções, bem como de realizadas. Por sua natureza, deve incorporar-se ao vencimento, mas essa
qualquer outra atividade pública ou privada (art. 49 e §1º). integração tem sido evitada pela legislação pertinente das três esferas
Posteriormente, as Leis 4.345, de 26.6.64, e 3.863, de 29.11.65, administrativas, que o classificam, equivocadamente, como “gratificação”.
estabeleceram novas regras para esse adicional, especificando os casos Desde que a finalidade institucional deste adicional é propiciar
em que poderia ser adotado. Atualmente, o regime jurídico dos servidores melhor remuneração aos profissionais diplomados em curso superior, de
cuja habilitação se presume a maior perfeição técnica de seu trabalho, não
públicos civis da União’57 não prevê esse adicional.
se justifica sua extensão a servidores leigos, embora exercendo funções
As esferas públicas estaduais e municipais podem ou não adotar especializadas ou ocupando cargos reservados a titulares de nível
esse regime, variando na percentagem do adicional e em minúcias para universitário. A ampliação dessa vantagem aos não diplomados, sobre ser
sua concessão. O adicional de tempo integral é, assim, uma vantagem um contra-senso, prejudicaria os objetivos que a Administração teve em
pecuniária ex facto officii, privativo de certas atividades (comumente de vista quando a destinou unicamente aos diplomados em curso superior,
Magistério e Pesquisa) e condicionado a determinados requisitos excluindo de seus benefícios até mesmo os habilitados em cursos de grau

Direito 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
médio. Dentre as gratificações de serviço merece algumas considerações,
Finalmente, é de se observar que não basta seja o servidor titular por sua novidade e generalidade no serviço público, a que se paga aos
de diploma de curso superior para o auferimento da vantagem de nível servidores que executam trabalho com risco de vida ou saúde.
universitário; é necessário que esteja desempenhando função ou A gratificação por risco de vida ou saúde é uma vantagem
exercendo cargo para o qual se exige o diploma de que é portador. O que a pecuniária vinculada diretamente às condições especiais de execução do
Administração remunera não é a habilitação universitária em si mesma; é o serviço. Não é uma retribuição genérica pela função desempenhada pelo
trabalho profissional realizado em decorrência dessa habilitação, e da qual servidor; é uma compensação específica pelo trabalho realizado em
se presume maior perfeição técnica e melhor rendimento administrativo. condições potencial-mente nocivas para o servidor. O que se compensa
Gratificações: são vantagens pecuniárias atribuídas precariamente com esta gratificação é o risco, ou seja, a possibilidade de dano à vida ou à
aos servidores que estão prestando serviços comuns da função em saúde daqueles que executam determinados trabalhos classificados pela
condições anormais de segurança, salubridade ou onerosidade Administração como perigosos. Daí por que tal gratificação só é auferível
(gratificações de serviço), ou concedidas como ajuda aos servidores que enquanto o servidor estiver executando o trabalho beneficiado com essa
reúnam as condições pessoais que a lei especifica (gratificações vantagem.
especiais). As gratificações — de serviço ou pessoais — não são Essa gratificação só pode ser instituída por lei, mas cabe ao
liberalidades puras da Administração; são vantagens pecuniárias Executivo especificar, por decreto, quais os serviços e os servidores que
concedidas por recíproco interesse do serviço e do servidor, mas sempre irão auferi-la. Não será o servidor, nem o Judiciário, que dirá se ocorre o
vantagens transitórias, que não se incorporam automaticamente ao risco gratificável, porque o conceito de risco, para fins de vantagem
vencimento, nem geram direito subjetivo à continuidade de sua percepção. pecuniária, não é técnico, nem jurídico: é meramente administrativo. O risco
Na feliz expressão de Mendes de Almeida, “são partes contingentes, isto é, só existe, para efeito de gratificação, onde a Administração o admitir, e
partes que jamais se incorporam aos proventos, porque pagas cessará quando ela o considerar inexistente. Por esse motivo, a
episodicamente ou em razão de circunstâncias momentâneas”. gratificação por risco de vida ou saúde pode ser suprimida, ampliada ou
Como já vimos precedentemente, as gratificações distinguem-se restringida a todo tempo, sem ofensa a direito dos que a estavam
dos adicionais porque estes se destinam a compensar encargos percebendo.
decorrentes de funções especiais, que se apartam da atividade Por outro lado, o Executivo não pode estender essa vantagem a
administrativa ordinária, e aquelas — as gratificações — visam a serviços e servidores que não satisfaçam os pressupostos legais para seu
compensar riscos ou ônus de serviços comuns realizados em condições auferimento, porque, como bem decidiu o STF, isto importaria majoração de
extraordinárias, tais como os trabalhos executados em perigo de vida e vencimentos por decreto, o que é inadmissível para o serviço público de
saúde, ou no período noturno, ou além do expediente normal da repartição, qualquer das entidades estatais.
ou fora da sede etc. As gratificações são concedidas em razão das Observe-se, finalmente, que a gratificação por risco de vida ou
condições excepcionais em que está sendo prestado um serviço comum saúde não cobre o dano efetivo que o servidor venha a suportar no serviço.
(propter laborem) ou em face de situações individuais do servidor (propter Esta gratificação visa a compensar, apenas, a possibilidade de dano, vale
personam), diversamente dos adicionais, que são atribuídos em face do dizer, o risco em si mesmo, e não a morte, a doença ou a lesão ocasionada
tempo de serviço (ex facto officii). Não há confundir, portanto, gratificação pelo trabalho. Se nada ocorrer ao servidor durante o serviço, cessado este,
com adicional, pois são vantagens pecuniárias distintas, com finalidades deve cessar a gratificação, por afastada a potencialidade do dano, que é o
diversas, concedidas por motivos diferentes. A gratificação é retribuição de risco. Assim, todavia, não tem sido entendido pela jurisprudência, que vem
um serviço comum prestado em condições especiais; o adicional é considerando a gratificação incorporada ao vencimento e integrante dos
retribuição de uma função especial exercida em condições comuns. Daí por proventos da aposentadoria. Não podemos abonar esse entender, contrário
que a gratificação é, por índole, vantagem transitória e contingente e o à natureza e à finalidade da vantagem em exame, que é uma gratificação
adicional é, por natureza, permanente e perene. de serviço, e não um componente do padrão de vencimento, que deva
Em última análise, a gratificação não é vantagem inerente ao cargo acompanhá-lo na inatividade.
ou à função, sendo concedida em face das condições excepcionais do Gratificação pessoal, ou, mais precisamente, gratificação em razão
serviço. ou do servidor. de condições pessoais do servidor (propter personam), é toda aquela que
Feitas essas considerações preliminares sobre as gratificações, se concede em face de fatos ou situações individuais do servidor, tais como
vejamos as duas modalidades em que se apresentam na Administração a existência de filhos menores ou dependentes incapacitados para o
Pública: gratificação de serviço e gratificação pessoal. trabalho (salário-família) e outras circunstâncias peculiares do beneficio.
Gratificação de serviço (propter laborem) é aquela que a Tais gratificações não decorrem de tempo de serviço, nem do desempenho
Administração institui para recompensar riscos ou ônus decorrentes de de determinada função, nem da execução de trabalhos especiais, mas, sim,
trabalhos normais executados em condições anormais de perigo ou de da ocorrência de fatos ou situações individuais ou familiares previstas em
encargos para o servidor, tais como os serviços realizados com risco de lei. Daí por que podem ser auferidas independentemente do exercício do
vida e saúde ou prestados fora do expediente, da sede ou das atribuições cargo, bastando que persista a relação de emprego entre o beneficiário e a
ordinárias do cargo. O que caracteriza essa modalidade de gratificação é Administração, como ocorre com os que se encontram em disponibilidade
sua vinculação a um serviço comum, executado em condições ou na aposentadoria.
excepcionais para o funcionário, ou a uma situação normal do serviço mas O salário-família é uma típica gratificação pessoal, pois é
que acarreta despesas extraordinárias para o servidor. Nessa categoria de concedido aos servidores em exercício ou em inatividade, desde que
gratificações entram, dentre outras, as que a Administração paga pelos apresentem as condições familiares estabelecidas na lei respectiva. Essa
trabalhos realizados com risco de vida e saúde; pelos serviços gratificação não deflui do serviço público, nem lhe é privativa, mas encontra
extraordinários; pelo exercício do Magistério; pela representação de justificativa no interesse do Estado em amparar os servidores que tenham
gabinete; pelo exercício em determinadas zonas ou locais; pela execução maiores encargos pessoais para a manutenção de filhos menores ou de
de trabalho técnico ou científico não decorrente do cargo; pela participação dependentes incapacitados para o trabalho. É assegurado aos servidores
em banca examinadora ou comissão de estudo ou de concurso; pela de baixa renda nos termos da lei (arts. 7º, 39, § 3º, e 142, § 3º, VIII, da CF,
transferência de sede’6’ (ajuda de custo); pela prestação de serviço fora da com as redações das EC 18, 19 e 20). Essa lei é de caráter nacional.
sede (diárias). Enquanto não editada, o salário-família assim como o auxílio-reclusão
somente serão concedidos àqueles que tenham renda bruta mensal igual
Essas gratificações só devem ser percebidas enquanto o servidor
ou inferior a R$ 360,00 (art. 13 da EC 20).
está prestando o serviço que as enseja, porque são retribuições
pecuniárias pro labore faciendo e propter laborem. Cessado o trabalho que Com essas vantagens pecuniárias a Administração atende à
lhes dá causa ou desaparecidos os motivos excepcionais e transitórios que recomendação constitucional para que se dê à família especial proteção do
as justificam, extingue-se a razão de seu pagamento. Daí por que não se Estado (CF, art. 226). Não se incorporam à remuneração, mas devem ser
incorporam automaticamente ao vencimento, nem são auferidas na auferidas também na disponibilidade, na aposentadoria e na pensão
disponibilidade e na aposentadoria, salvo quando a lei expressamente o enquanto subsistirem as condições legais para sua percepção.
determina, por liberalidade do legislador. Desde que o salário-família não integra o vencimento, sobre esta
gratificação não devem incidir os adicionais de tempo de serviço ou de
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função, nem as gratificações de serviço, os quais terão para base de aplicação deve justificar a punição imposta, alinhando os atos irregulares
cálculo o padrão do cargo, se de outra forma não dispuser a lei. praticados pelo servidor, analisando sua repercussão danosa para o Poder
A Constituição de 1988 acrescentou dentre os direitos dos Público, apontando os dispositivos legais ou regulamentares violados e a
servidores públicos e aos militares, a licença-gestante e a licença- cominação prevista. O necessário é que a Administração Pública, ao punir
paternidade (arts. 39, § 3º, e 142, § 3º, VIII), as quais, embora não sejam seu servidor, demonstre a legalidade da punição. Feito isso, ficará
tipicamente vantagens pecuniárias, assumem esse caráter, por serem justificado o ato, e resguardado de revisão judicial, visto que ao Judiciário
remunerados os períodos de afastamento do trabalho. só é permitido examinar o aspecto da legalidade do ato administrativo, não
Indenizações — São previstas em lei e destinam-se a indenizar o podendo adentrar os motivos de conveniência, oportunidade ou justiça das
servidor por gastos em razão da função. Seus valores podem ser fixados medidas da competência específica do Executivo.
em lei ou em decreto, se aquela permitir. Tendo natureza jurídica indeniza- A extinção da pena administrativa dá-se normalmente pelo seu
tória, não se incorporam à remuneração,’ não repercutem no cálculo dos cumprimento, e excepcionalmente pela prescrição e pelo perdão por parte
benefícios previdenciários e não estão sujeitas ao imposto de renda. da Administração. O cumprimento da pena exaure a sanção; a prescrição
Normalmente, recebem as seguintes denominações: ajuda de custo — extingue a punibilidade, com a fluência do prazo fixado em lei, ou, na sua
destina-se a compensar as despesas de instalação em nova sede de omissão, pelo da norma criminal correspondente; o perdão da pena é ato
serviço, pressupondo mudança de domicílio em caráter permanente; diárias de demência da Administração e só por ela pode ser concedido em caráter
— indenizam as despesas com passagem e/ou estadia em razão de geral (a que se denomina, impropriamente, “anistia administrativa”), ou em
prestação de serviço em outra sede e em caráter eventual; auxílio- cada caso, sempre por atuação do Executivo que aplicou a sanção. Não
transporte — destina-se ao custeio total ou parcial das despesas realizadas pode o Legislativo conceder “anistia administrativa” por lei de sua iniciativa,
pelo servidor com transporte coletivo nos deslocamentos de sua residência porque isto importaria cancelamento de ato do Executivo por norma
para o trabalho e vice-versa. legislativa, o que é vedado pelo nosso sistema constitucional (art. 2º) (STF,
Outras podem ser previstas pela lei, desde que tenham natureza inde- RDA 86/142). Observamos que a pena expulsiva (demissão) é insuscetível
nizatória. Seus valores não podem ultrapassar os limites ditados por essa de extinção, porque todos os seus efeitos se consumam no ato de sua
finalidade, não podem se converter em remuneração indireta. Há de impe- imposição, fazendo cessar o vinculo funcional com a Administração.
rar, como sempre, a razoabilidade. Responsabilidade civil
Responsabilidades dos servidores A responsabilidade civil é a obrigação que se impõe ao servidor de
Os servidores públicos, no desempenho de suas funções ou a reparar o dano causado à Administração por culpa ou dolo no desempenho
pretexto de exercê-las, podem cometer infrações de quatro ordens: de suas funções. Não há, para o servidor, responsabilidade objetiva ou sem
administrativa, civil, criminal e improbidade administrativa. Por essas culpa. A sua responsabilidade nasce com o ato culposo e lesivo e se
infrações deverão ser responsabilizados no âmbito interno da exaure com a indenização. Essa responsabilidade (civil) é independente
Administração e/ou judicialmente. das demais (administrativa e criminal) e se apura na forma do Direito
Privado, perante a Justiça Comum.
A responsabilização dos servidores públicos é dever genérico da
Administração e específico de todo chefe, em relação a seus subordinados. A Administração não pode isentar de responsabilidade civil seus
servidores, porque não possui disponibilidade sobre o patrimônio público.
No campo do Direito Administrativo esse dever de Muito ao contrário, é seu dever zelar pela integridade desse patrimônio,
responsabilização foi erigido em obrigação legal, e, mais que isso, em crime adotando todas as providências legais cabíveis para a reparação dos danos
funcional, quando relegado pelo superior hierárquico, assumindo a forma a ele causados, qualquer que seja o autor. Dai por que a parte final do § 6º
de condescendência criminosa (CP, art. 320). E sobejam razões para esse do art. 37 da CF impõe a responsabilização do agente causador do dano
rigor, uma vez que tanto lesa a Administração a infração do subordinado somente quando agir com culpa ou dolo, excluindo, portanto, a
como a tolerância do chefe pela falta cometida, o que é um estímulo para o responsabilidade objetiva, que é unicamente da Administração perante a
cometimento de novas infrações. vitima.
Responsabilidade administrativa A responsabilização de que cuida a Constituição é a civil, visto que
Responsabilidade administrativa é a que resulta da violação de a administrativa decorre da situação estatutária e a penal está prevista no
normas internas da Administração pelo servidor sujeito ao estatuto e respectivo Código, em capítulo dedicado aos crimes funcionais (arts. 312 a
disposições complementares estabelecidas em lei, decreto ou qualquer 327). Essas três responsabilidades são independentes e podem ser apura-
outro provimento regulamentar da função pública. A falta funcional gera o das conjunta ou separadamente. A condenação criminal implica, entretanto,
ilícito administrativo e dá ensejo à aplicação de pena disciplinar, pelo o reconhecimento automático das duas outras, porque o ilícito penal é mais
superior hierárquico, no devido processo legal. que o ilícito administrativo e o ilícito civil. Assim sendo, a condenação
A punição administrativa ou disciplinar não depende de processo criminal por um delito funcional importa o reconhecimento, também, de
civil ou criminal a que se sujeite também o servidor pela mesma falta, nem culpa administrativa e civil, mas a absolvição no crime nem sempre isenta o
obriga a Administração a aguardar o desfecho dos demais processos, bem servidor destas responsabilidades, porque pode não haver ilícito penal e
mesmo em face da presunção constitucional de não culpabilidade. Apurada existir ilícitos administrativo e civil.
a falta funcional, pelos meios adequados (processo administrativo, A absolvição criminal só afasta a responsabilidade administrativa e
sindicância ou meio sumário), o servidor fica sujeito, desde logo, à civil quando ficar decidida a inexistência do fato ou a não autoria imputada
penalidade administrativa correspondente. ao servidor, dada a independência das três jurisdições. A absolvição na
A punição interna, autônoma que é, pode ser aplicada ao servidor ação penal, por falta de provas ou ausência de dolo, não exclui a culpa
antes do julgamento judicial do mesmo fato. E assim é porque, como já administrativa e civil do servidor público, que pode, assim, ser punido
vimos, o ilícito administrativo independe do ilícito penal. A absolvição administrativamente e responsabilizado civilmente.
criminal só afastará o ato punitivo se ficar provada, na ação penal, a Culpa e dolo são conceitos diversos. A culpa verifica-se na ação
inexistência do fato ou que o acusado não foi seu autor.’7’ Mas, se a ou omissão lesiva, resultante de imprudência, negligência ou imperícia do
punição estiver fundamentada na “prática de crime contra a Administração agente; o dolo ocorre quando o agente deseja a ação ou omissão lesiva ou
Pública, este há que estar afirmado em sentença transitada em julgado”. assume o risco de produzi-la. Um exemplo distinguirá bem as duas
O que a Administração não pode é aplicar punições arbitrárias, isto situações: se um motorista propositadamente atropelar um transeunte,
é, que não estejam legalmente previstas. Desde já deixamos esclarecido desejando matar ou ferir, cometerá um crime doloso; se o mesmo motorista
que tais atos exigem fiel observância da lei para sua prática e impõem à atropelar um mesmo transeunte sem o querer, mas com imprudência,
Administração o dever de motivá-los, isto é, de demonstrar sua imperícia ou negligência, terá cometido um crime culposo. A diferença entre
conformidade com os dispositivos em que se baseiam. Aliás, a tendência os dois ilícitos é subjetiva: varia segundo a conduta do agente. Assim, se o
moderna, como observa mui agudamente Jèze, é a da motivação de todo servidor causar prejuízo à Administração por negligência, imperícia ou
ato administrativo que não decorra do poder discricionário da Administração imprudência na sua conduta, ficará sujeito à responsabilização civil e
e da sua vinculação aos motivos determinantes do seu cometimento. Na administrativa, mas pode não ficar sujeito à responsabilização penal, se
motivação da penalidade, a autoridade administrativa competente para sua não cometeu nenhum ilícito criminal. A culpa é menos que o dolo, como os
ilícitos administrativo e civil são menos que o ilícito penal, e, por isso, pode

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haver responsabilidade civil e administrativa sem haver responsabilidade de Estado), capitulados na Lei 1.079, de 10.4.50, que regula o
criminal, mas não pode haver responsabilidade penal sem responsabilidade impeachment a ser aplicado como penalidade político-administrativa, sem
administrativa e civil. prejuízo da ação penal, e no Dec.-lei 201, de 27.2.67 (para os Prefeitos).
Essencial para existência da responsabilidade civil é que o ato Todos os crimes funcionais e os de responsabilidade são delitos
culposo do servidor cause dano patrimonial à Administração. Sem a de ação pública, o que permite a instauração do processo respectivo
ocorrência de dano patrimonial não há fundamento para a mediante comunicação de qualquer pessoa à autoridade competente e
responsabilização civil, que visa, unicamente, à reparação material, denúncia do Ministério Público. Para os crimes de abuso de autoridade a
pecuniária, da Administração. Lei 4.898/65 condicionava a denúncia do Ministério Público a
A comprovação do dano e da culpa do servidor é comumente feita representação do ofendido (art. 12), mas a Lei 5.249, de 9.2.67,
através do processo administrativo, findo o qual a autoridade competente praticamente dispensou este requisito ao dispor que a falta de
lhe impõe a obrigação de repará-lo, através de indenização em dinheiro, representação “não obsta a iniciativa ou o curso da ação” (art. 1º).
indicando a forma de pagamento. Os estatutos costumam exigir a Responsabilidade por improbidade administrativa
reposição de uma só vez quando o prejuízo decorrer de alcance, desfalque, O art. 12, caput, da Lei 8.429/92 diz que, independentemente das
remissão ou omissão de recolhimento ou entrada no prazo devido, sanções penais, civis e administrativas, o responsável pelo ato de
admitindo para os demais casos o desconto em folha, em bases módicas, improbidade administrativa fica sujeito às punições previstas nos seus incs.
geralmente não mais de dez por cento do vencimento do responsável. I, II e III. Logo, ex vi legis, a punição por improbidade administrativa decorre
Esse procedimento é válido inclusive na hipótese prevista no § 6º de responsabilidade distinta e independente das responsabilidades penal,
do art. 37 da CF, mas, em qualquer caso, é necessária a concordância do civil e administrativa previstas na legislação específica, analisadas acima.
responsável, porque a Administração não pode lançar mão dos bens de Por essa razão, “a aplicação das penalidades previstas na Lei 8.429/92 não
seus servidores, nem gravar unilateralmente seus vencimentos, para incumbe à Administração”, sendo “privativa do Poder Judiciário” (STF, RTJ
ressarcir-se de eventuais prejuízos. Faltando-lhe esta aquiescência, deverá 195/73).
recorrer às vias judiciais, quer propondo ação de indenização contra o A Lei 8.429/92 classifica e define os atos de improbidade
servidor, quer executando a sentença condenatória do juízo criminal ou a administrativa em três espécies: a) os que importam enriquecimento ilícito
certidão da divida ativa (no caso de alcances e reposições de recebimentos (art. 90); b) os que causam prejuízo ao erário (art. 10); e c) os que atentam
indevidos). contra os princípios da Administração Pública (art. 11). Para cada espécie
A responsabilização civil de servidor por danos causados a há uma previsão de punições, descritas nos incs. I a III do art. 12.
terceiros no exercício de suas atividades funcionais depende da Conforme o caso, as cominações podem ser: perda dos bens ou valores
comprovação de sua culpa em ação regressiva proposta pela pessoa acrescidos ilicitamente; ressarcimento integral do dano; perda da função
jurídica de Direito Público depois de condenada à reparação (CF, art. 37, § pública; suspensão dos direitos políticos; multa civil; proibição de contratar
6º). É óbvio que o servidor pode ter interesse em intervir na ação, com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
principalmente para assegurar o justo valor da indenização, devendo fazê- creditícios — cabendo ao Judiciário aplicá-las, levando em conta a
lo na qualidade de assistente voluntário, e nunca como litis-consorte extensão do dano e o proveito patrimonial obtido pelo agente, dentre outros
necessário (CPC, art. 75, I), situação que lhe permite, entre outras coisas, fatores inerentes e inafastáveis na aplicação da lei (art. 12, parágrafo
confessar os fatos alegados pelo autor (art. 75, III), prejudicando a defesa único).
da Administração e obrigando-a a uma indenização nem sempre devida, Dentre os diversos atos de improbidade administrativa,
sem possibilidade, na maioria das vezes, de ressarcir-se. exemplificados nessa lei, o de “adquirir, para si ou para outrem, no
Responsabilidade criminal exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer
A responsabilidade criminal é a que resulta do cometimento de natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou renda
crimes funcionais. O ilícito penal sujeita o servidor a responder a processo do agente público” (art. 9º, VII) merece destaque, dado seu notável alcance,
crime e a suportar os efeitos legais da condenação (CP, arts. 91 e 92). O pois inverte o ônus da prova, sempre difícil para o autor da ação em casos
Estado-membro e o Município não podem legislar sobre crimes funcionais, como o descrito pela norma. Nessa hipótese, quando desproporcional, o
porque tal matéria é de Direito Penal e constitui reserva constitucional da enriquecimento é presumido como ilícito, cabendo ao agente público a
União (CF, art. 22, I). prova de que ele foi lícito, apontando a origem dos recursos necessários à
A maioria dos crimes contra a Administração Pública está definida aquisição.
no tít. XI, caps. 1 (arts. 312 a 326) e II (arts. 359-A a 359-H), do Código Para os fins previstos na Lei 8.429/92, reputa-se agente público
Penal; este último com o nome de “Crimes Contra as Finanças Públicas”, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
foi acrescentado pela Lei 10.028, de 19.10.2000, que instituiu novos crimes por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
em decorrência da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas nada impede que de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em
lei especial federal estabeleça outras infrações, visando a proteger entidades da Administração direta, indireta ou fundacional ou de empresa
determinados interesses administrativos. incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou
Considera-se servidor público, para efeitos penais, quem, embora custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função cento do patrimônio ou da receita anual (art. 2º, c/c O art. 1º).
pública (art. 327 do CP). O parágrafo único desse art. 327, na redação Os responsáveis por atos de improbidade praticados contra o
dada pela Lei 9.983, de 14.7.2000, equipara a “funcionário público quem patrimônio de entidade que receba subvenção ou qualquer beneficio do
exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal e quem trabalha Poder Público ou para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a concorra com menos de cinquenta por cento também estão sujeitos às
execução de atividade típica da Administração Pública”. Convém observar penalidades dessa lei (art. 1º, parágrafo único). O art. 52 da Lei
que a legislação penal continua a empregar a terminologia “funcionário 10.527/2001 (Estatuto da Cidade) diz que, pelas condutas ali relacionadas,
público” mesmo diante da Constituição Federal de 1988, que só utiliza o o “Prefeito” pode incorrer em improbidade administrativa, nos termos da Lei
nomen juris “servidor público”. 8.429/92. Embora essa norma mencione apenas o “Prefeito”, é claro que
O processo dos crimes funcionais previstos no Código Penal e em outros agentes públicos que também participarem ou concorrerem para
leis esparsas obedece ao rito estabelecido nos arts. 513 a 518 do CPP, aquelas condutas poderão cometer improbidade administrativa, só que esta
ficando o réu, desde o indiciamento, sujeito ao sequestro de bens, a deverá se enquadrar nas espécies previstas pela Lei 8.429/92.
requerimento do Ministério Público, quando houver prejuízo para a Fazenda O § 2º do art. 84 do CPP, na redação que lhe dava a Lei
Pública (Dec.-lei 3.240/41). Para os crimes de abuso de autoridade o 10.268/2003, foi julgado inconstitucional pelo STF na ADI 2.797-DF. Assim,
processo é o previsto nos arts. 12 a 28 da Lei 4.898/65. quer se cuide de ocupante de cargo público, quer se cuide de titular de
Além dos crimes funcionais comuns, nos quais pode incidir mandato eletivo, a ação de improbidade de que trata a Lei 8.429/92 será
qualquer servidor público, há, ainda, os crimes de responsabilidade dos proposta em primeiro grau.
agentes políticos (Chefes do Executivo federal, estadual e municipal, Meios de punição
Ministros do Estado e do STF, Procurador-Geral da República e Secretários A responsabilização e a punição dos servidores públicos fazem-se

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por meios internos e externos. Aqueles abrangem o processo administrativo (Lei 8.429/92, art. 17).
disciplinar e os meios sumários, com a garantia do contraditório e da ampla Enriquecimento ilícito
defesa; estes compreendem os processos judiciais, civis e criminais. Os Enriquecimento ilícito, no que tange a servidores públicos, é o que
meios internos, como o nome está indicando, desenvolvem-se e se decorre da prática de crime contra a Administração definido no CP, arts.
exaurem no âmbito da própria Administração; os meios externos ficam a 312 a 327.
cargo exclusivo do Poder Judiciário e se realizam como prestações
jurisdicionais comuns, quando requeridas pela própria Administração Abuso de autoridade
(ações civis) ou pelo Ministério Público (ações criminais e ação civil O abuso de autoridade, definido na Lei 4.898, de 9.12.65, alterada
pública). Ao Direito Administrativo só interessam os meios internos como pela Lei 6.657, de 5.6.79, sujeita o agente público federal, estadual ou
formas especificas de proteção ao serviço público e de repressão às municipal à tríplice responsabilidade civil, administrativa e penal.
infrações funcionais dos servidores. A apuração da responsabilidade civil faz-se por ação ordinária,
Conforme a gravidade da infração a apurar e da pena a aplicar, a perante a Justiça Comum federal ou estadual, conforme seja a autoridade.
Administração disporá do meio de responsabilização adequado, que vai A responsabilidade administrativa e a penal apuram-se através dos
desde o processo administrativo disciplinar até a apuração sumária da falta, processos especiais estabelecidos pela própria lei, mediante representação
através de simples sindicância, ou mesmo pela verdade sabida, mas, em da vítima à autoridade superior ou ao Ministério Público competente para a
qualquer hipótese, com a garantia de ampla defesa (CF, art. 5º, LV). ação criminal.
Para a demissão dos vitalícios, entretanto, o meio único é o Os abusos de autoridade puníveis nos termos dessa lei são
processo judicial (CF, arts. 95, I, e 128, § 5º, I, “a”); para os estáveis poderá somente os indicados em seus arts. 3º e 4º, relativos à liberdade individual,
ser utilizado o processo administrativo disciplinar (CF, art. 41, § 1º) e para à inviolabilidade do domicílio e da correspondência e aos direitos de
os instáveis bastará a sindicância, despida de maiores formalidades, desde locomoção, de culto, de crença, de consciência, de voto e de reunião, bem
que por ela se demonstre a falta ensejadora da pena demissória. Em como os concernentes à incolumidade física do indivíduo.
qualquer caso, porém, é necessário que se faculte ao processado ou ao Para os efeitos dessa lei, considera-se autoridade todo aquele que
sindicado a possibilidade de ampla defesa. exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda
Por ampla defesa deve-se entender a vista do processo ou da que transitoriamente ou sem remuneração.
sindicância ao servidor acusado, com a faculdade de resposta e de As penas por abuso de autoridade vão desde a advertência administra-
produção de provas contrárias à acusação. Essa defesa poderá ser feita tiva até a demissão, e no processo penal escalonam-se em multa, deten-
pessoalmente pelo servidor ou por advogado regularmente constituído, sem ção, perda do cargo e inabilitação para função pública, aplicadas isolada ou
que os autos saiam da repartição em que tramitam. Não se exigem para a cumulativamente.
punição disciplinar os rigores do processo criminal, nem do contraditório da Os procedimentos decorrentes dessa lei são autônomos em
ação penal, mas é necessário que se conceda ao acusado oportunidade de relação à responsabilização civil e administrativa da própria Administração,
ilidir a acusação. Sem esta possibilidade de defesa a punição administrativa visto que o legislador deu legitimidade às vitimas para chamarem a juízo
é nula, por afrontar uma garantia constitucional (CF, art. 5º, LV). diretamente seus ofensores. Isto não impede, entretanto, que a
Dada sua importância como meio de punição interno, o processo Administração tome a iniciativa da ação regressiva prevista no art. 37, § 6º,
administrativo disciplinar, espécie do gênero processo administrativo, está da CF, independentemente de qualquer representação do ofendido (Lei
examinado exaustivamente no item 3.3.6 do cap. XI, a que remetemos o 4.619, de 28.4.65).
leitor, para evitar repetições. Militares
Sequestro e perdimento de bens Como acentuado, a EC 18 alterou a denominação da seç. III do
O sequestro e o perdimento de bens são cabíveis contra os cap. VII do tít. III da Constituição para “Dos militares dos Estados, do
servidores que enriqueceram ilicitamente com o produto de crime contra a Distrito Federal e dos Territórios” e deslocou o tratamento dos militares das
Administração, ou por influência ou com abuso de cargo, função ou Forças Armadas para o cap. II do tít. V. De servidores públicos, passaram a
emprego público. O sequestro é providência cautelar, enquanto o ser denominados exclusivamente de militares, quando membros das Forças
perdimento é medida definitiva, respaldada no art. 5º, XLV, da CF, que Armadas; e de servidores policiais ou, ainda, de militares, quando
resulta do reconhecimento da ilicitude do enriquecimento do servidor. O integrantes das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros (cf. art. 42, do art.
perdimento, quando não decorre de sentença criminal condenatória (CP, 144, § 9º, e art. 142, § 3º)
art. 74, II), pode ser declarado judicialmente, através de procedimento Os não integrantes das Forças Armadas estão tratados no tít. III,
próprio. cap. VII, que cuida “Da Administração Pública”, apenas separados dos
O sequestro dos bens adquiridos pelo indiciado com o produto da servidores civis, em seção diversa. Já os membros das Forças Armadas
infração penal está genericamente disciplinado no CPP, arts. 125 a 144. estão tratados no cap. II (“Das Forças Armadas”) do tít. V, que cuida “Da
Todavia, quando a vítima é a Fazenda Pública, o procedimento é o previsto defesa do Estado e das instituições democráticas”.
no Dec.-lei 3.240, de 8.5.4 1, expressamente revigorado pelo Dec.-lei O ingresso no serviço público militar dá-se, normalmente, por
359/68 (art. 11). Nesse caso, é requerido pelo Ministério Público, por recrutamento e, excepcionalmente, por concurso, na forma regulamentar da
representação da autoridade policial ou da administrativa, dependendo sua respectiva Arma ou serviço. Os militares têm por base a hierarquia e a
subsistência da instauração da ação penal no prazo de noventa dias (arts. disciplina, no que diferem dos servidores civis. A estrutura do serviço militar
6º, I, e 20, §1º). consiste em patentes (para os oficiais) e graduação (para os praças).
O sequestro é cabível, também, como medida preliminar, nos Os direitos e deveres dos militares constam dos respectivos
processos de perdimento, a requerimento do Ministério Público ou da regulamentos, atendidos os preceitos constitucionais pertinentes (art. 42,
pessoa jurídica interessada (art. 16 da Lei 8.429/92). O pedido pode incluir, §§1º e 2º, para os Estados; e art. 142, § 3º, para as Forças Armadas),
ainda, a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e ressaltando-se que “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve”,
aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no Exterior, nos termos da aplicando-se-lhes o disposto no art. 7º, VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no
lei e dos tratados internacionais (art. 16, § 2º). É evidente que tais medidas art. 37, XI, XIII, XIV e XV, bem como no art. 40, §§ 4º, 5º e 6º, da CF (art.
podem envolver contas e aplicações existentes no território nacional. 142, § 3º, IV e VIII). Vale destacar que para as punições disciplinares
O perdimento dos bens que constituem produto de crime ou militares não é cabível habeas corpus (CF, art. 142, § 2º).
proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso, em favor da Os militares em atividade, como ocorre com os servidores civis,
União, é um dos efeitos da condenação, nos termos do art. 91, II, “b”, do podem passar para a inatividade remunerada, mediante reforma, nos
CP. Por isso mesmo, na hipótese de crime comum, a Administração termos da Constituição Federal e da legislação ordinária correspondente,
interessada deverá promover o sequestro, na forma do Dec.-lei 3.240/41, a ou, ainda, manter-se na reserva não remunerada, como ocorre com os
fim de garantir o ressarcimento com os referidos bens. oficiais provenientes do Centro e Núcleos de Preparação de Oficiais da
Em qualquer hipótese, porém, é cabível ação autônoma visando à Reserva —CPOR e NPOR, os quais, em tempo de guerra, podem ser
decretação da perda dos bens, a qual, caso tenha havido medida cautelar, convocados para a ativa de sua patente.
deve ser proposta dentro de trinta dias, contados da efetivação da medida O art. 42, § 1º, da CF, na redação dada pela EC 20/98, manda

Direito 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
aplicar aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além emenda constitucional pode ser objeto de controle de constitucionalidade
do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º (militar no pertinente às limitações decorrentes da própria Carta Magna. Segundo
alistável e elegível), do art. 40, § 9º (contagem de tempo de contribuição), e Michel Temer, essas limitações são de três espécies: procedimentais,
do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo à lei estadual específica dispor sobre as materiais (explícitas e implícitas) e circunstanciais. No caso, o exame do
matérias do art. 142, § 3º, X, sendo as patentes dos oficiais conferidas direito adquirido à irredutibilidade envolve limitação de natureza material
pelos respectivos Governadores. Esse inc. X do § 3º do art. 142, na explícita, uma vez que advém do art. 60, § 4º, da CF.
redação dada pela EC 18, prevê um regime jurídico peculiar para os Com efeito, ali está consignado que não será objeto de deliberação
militares, inclusive sobre a remuneração, as prerrogativas e outras a proposta de emenda tendente a abolir, dentre outros, os direitos e
situações especiais, “consideradas as peculiaridades de suas atividades”. garantias individuais. Como ensina o acatado constitucionalista José
Quanto aos pensionistas, o § 2º do art. 42, na redação da EC 41, determina Afonso da Silva, é “claro que o texto não proíbe apenas emendas que
a aplicação do que for fixado em lei específica de cada Estado, do Distrito expressamente declarem: ‘fica abolida a Federação ou a forma federativa
Federal e dos Territórios. Registre-se que a aplicação do disposto no art. de Estado’, ‘fica abolido o voto direto (...)‘, ‘passa a vigorar a concentração
40, § § 7º e 8º, da CF, prevista pelo inc. IX do § 3º do art. 142 da CF, foi de Poderes’, ou ainda ‘fica extinta a liberdade religiosa, ou de comunicação
excluída, por força de sua revogação pelo art. 10 da EC 4 1/2003. (...), ou o habeas corpus, o mandado de segurança (...)‘. A vedação atinge
Direito adquirido a pretensão
A EC 19 determina, pelo seu art. 29, que os “subsídios, de modificar qualquer elemento conceitual (...) ou indiretamente
vencimentos, remuneração, proventos de aposentadoria e pensões e restringir a liberdade religiosa, ou de comunicação ou outro direito e
quaisquer outras espécies remuneratórias adequar-se-ão”, a partir da sua garantia individual; basta que a proposta de emenda se encamINhe, ainda
publicação, “aos limites decorrentes da Constituição Federal, não se que remotamente, ‘tenda’ (emendas tendentes, diz o texto) para sua
admitindo a percepção de excesso a qualquer título”. Já a EC 20, no art. abolição”.
30, caput e seus §§ 2º, 3º e 4º, após assegurar o direito adquirido quanto Nessa linha, por força dessa cláusula pétrea, a garantia do direito
ao regime jurídico anterior para os já aposentados ou os pensionistas dos adquirido há de ser respeitada e preservada mesmo pelo chamado poder
já falecidos ou para os que já tenham cumprido os requisitos para a constituinte derivado. Vale dizer, nenhum pessoa — e, portanto, nenhum
aposentadoria e/ou para a concessão da pensão com base na legislação servidor — poderá ter seu direito adquirido desrespeitado ou afrontado,
então vigente, determina que seja observado o disposto no art. 37, XI (cf ainda que remotamente, por qualquer emenda constitucional. Nas palavras
parte final do referido § 4º). Por seu turno, o art. 90 da EC 41 determina a do STF — nosso maior guardião e intérprete da Constituição —, as
aplicação do disposto no art. 17 do ADCT da CF/88, aos vencimentos, “limitações constitucionais explícitas, definidas no § 4º do art. 60 da
remunerações e subsídios, bem como aos proventos, pensões e outra Constituição da República, incidem diretamente sobre o poder de reforma
espécie remuneratória percebidos cumulativamente ou não, incluídas as conferido ao Poder Legislativo da União, inibindo-lhe o exercício quanto às
vantagens pessoais ou de qualquer natureza. categorias temáticas ali referidas”.
Em razão dessas normas, pode-se pensar que a EC 41 teria Não se afirma, aqui, que há direito adquirido ao regime jurídico; o
imposto uma redução do valor percebido quando este for superior ao que se sustenta é o direito adquirido de ordem individual, isto é, os efeitos
resultante da aplicação do art. 37, XI, na redação por ela dada, mesmo nos jurídicos produzidos no passado (facta praeterita) e já incorporados ao
casos em que esse quantum decorra de ato legítimo, ou seja, conforme aos patrimônio jurídico do servidor, ativo e inativo, e de seus pensionistas. Por-
princípios constitucionais e à lei. Assim seria porque, como aquele valor tanto, os limites remuneratórios decorrentes da EC 19 da EC 20 e, agora,
estaria sendo percebido em desacordo com a Constituição, haveria a da EC 41 aplicam-se a partir da entrada em vigor de cada uma, e, quanto à
incidência do disposto no art. 17 do ADCT da Carta de 1988. Como última, para o futuro, não podendo retroagir para colher efeitos que ocorre-
veremos, esse raciocínio não é admitido pela ordem jurídica, mesmo ram em momento anterior ao da respectiva publicação. Registre-se: os
porque recentemente o colendo STF voltou a proclamar que a garantia efeitos jurídicos já produzidos, não as meras expectativas de direito, na
constitucional de irredutibilidade de vencimentos ou do valor dos benefícios medida em que estas não caracterizam direito adquirido, justamente
(arts. 37, XV, e 194, parágrafo único, IV, da CF) é “modalidade qualificada porque, por serem expectativas, ainda não se concretizaram e, por não
da proteção ao direito adquirido”. terem se concretizado, não produziram efeitos anteriormente à norma nova.
Por isso, a exemplo do que dissemos nas edições anteriores a Comensurando o exposto, temos que o servidor, o inativo ou o
respeito das EC 19 e 20, para evitar numerosos conflitos entre servidores e pensionista que percebia quando da publicação da EC 41 remuneração,
a Administração Pública, cremos que o art. 90 da EC 41, na sua parte final, proventos ou pensão superior ao teto geral previsto no art. 37, XI, da CF,
deveria ter o acréscimo da locução “salvo os direitos adquiridos”, em na sua nova redação, não poderá ter redução desse valor. A diferença
especial o da garantia da irredutibilidade do quantum percebido. Note-se entre esse valor e o do teto geral deverá ser absorvida por alterações
que essa proteção decorre também do princípio da segurança jurídica. Isso futuras do subsídio, da remuneração ou do beneficio.
sem falar que somente dessa forma é que se assegura a preservação da É manifesto que somente o que foi adquirido de conformidade com
dignidade dos servidores, aposentados ou pensionistas. Aqui, desde logo, a ordem jurídica constitucional e legal então vigente é que tem a garantia
deve-se frisar que a garantia da irredutibilidade refere-se ao montante do direito adquirido. Nessa linha, no nosso entender, remunerações que
global de remuneração, obstando à diminuição do quanto já percebido. estejam em valores notoriamente desproporcionais aos limites máximos
Assim sendo, desde que não haja redução, não é vedada a alteração de estabelecidos pelo art. 37, Xl, da CF, inclusive com as vantagens pessoais
critérios legais de fixação do valor da remuneração ou do regime legal de incorporadas, não guardam razoabilidade e moralidade. Vale dizer, re-
cálculo ou reajuste de vencimentos ou vantagens funcionais. velam-se destituídas do necessário coeficiente de razoabilidade e, assim,
Na aplicação de norma constitucional que tem por objetivo fixar um lesivas à cláusula do substantive due process of law, objeto de expressa
valor máximo e ideal para a remuneração e os proventos dos servidores proclamação pelo art. 50, LIV, da CF (cf Ministro Celso de Melo, RTJ 160/
públicos, do naipe, por exemplo, do art. 37, XI, haverá sempre uma postura 143, STF, Pleno). Portanto — e considerando que, como visto, o douto
voltada para o ideal e outra para o cumprimento dos mandamentos Plenário do STF proclamou que a incidência da garantia da irredutibilidade
constitucionais, ainda que isto não corresponda ao ideal. Preferimos, como pressupõe a licitude da aquisição da remuneração —‘ as remunerações
se verá, flcar com a segunda hipótese, única cabível no Estado de Direito, ilegítimas, ou seja, não conformes com a lei e os princípios constitucionais,
mesmo porque, acreditamos, o sistema constitucional instituído pela Carta podem e devem ser revistas. Dessa forma, o caminho está no exame da
de 1988 contém mecanismos que podem levar àquele ideal, como, a título razoabilidade e da moralidade entre as vantagens pessoais, antes não
de exemplo, a correta aplicação dos princípios da razoabilidade e da sujeitas ao cálculo do teto, e os valores computados nesse cálculo. E, pois,
moralidade administrativo, mesmo porque, no mesmo precedente acima possível alcançar a aplicação da ordem jurídica sem ofensa às garantias
referido, o STF consignou que a incidência da garantia da irredutibilidade, individuais e, portanto, aos mandamentos constitucionais e ao real e
como direito adquirido, pressupõe a licitude da aquisição do direito a legítimo direito adquirido.
determinada remuneração. Obviamente, cada situação individual ou cada carreira poderão ser
Perfilhando o entendimento dominante entre os publicistas, o STF objeto dessa revisão. Porém, quando o exame do caso indicar a ilicitude da
assentou a possibilidade de emenda constitucional ser submetida ao remuneração, a Administração Pública deverá instaurar processo
controle concentrado ou difuso de constitucionalidade. Assim, qualquer administrativo e observar o devido processo legal, com o direito de defesa e

Direito 84 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
contraditório, devendo a decisão pela redução ou pela manutenção ser Classificação — Levando-se em conta a essencialidade, a
amplamente motivada e comunicada ao respectivo Tribunal de Contas. adequação, a finalidade e os destinatários dos serviços, podemos
Fonte: DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO – Hely Lopes classificá-los em: públicos e de utilidade pública; próprios e impróprios do
Meirelles – 33ª edição, Malheiros Editores Ltda., 2007, SP Estado; administrativos e industriais; “uti universi” e “uti singuli”, como
veremos a seguir.
Serviços públicos: propriamente ditos, são os que a Administração
SERVIÇOS PÚBLICOS presta diretamente à comunidade, por reconhecer sua essencialidade e
Considerações gerais necessidade para a sobrevivência do grupo social e do próprio Estado. Por
isso mesmo, tais serviços são considerados privativos do Poder Público, no
A Constituição Federal dispõe expressamente que incumbe ao Poder sentido de que só a Administração deve prestá-los, sem delegação a
Público, na forma da lei, a prestação de serviços públicos. Dessa forma, a terceiros, mesmo porque geralmente exigem atos de império e medidas
lei disporá sobre o regime de delegação, os direitos dos usuários, a política compulsórias em relação aos administrados. Exemplos desses serviços são
tarifária, a obrigação de manter serviço adequado e as reclamações os de defesa nacional, os de polícia, os de preservação da saúde pública.
relativas à prestação (arts. 175, parágrafo único, e 37, § 3º). A Constituição
insere, ainda, o conceito de serviço relevante, como o de saúde (art. 197). Serviços de utilidade pública: são os que a Administração, re-
Atendendo a essa orientação, o Código de Defesa do Consumidor (Lei conhecendo sua conveniência (não essencialidade, nem necessidade) para
8.078/90) considera como direito básico do usuário a adequada e eficaz os membros da coletividade, presta-os diretamente ou aquiesce em que
prestação dos serviços públicos em geral (art. 60) e, em complemento, sejam prestados por terceiros (concessionários, permissionários ou
obriga o Poder Público ou seus delegados a fornecer serviços adequados, autorizatários), nas condições regulamentadas e sob seu controle, mas por
eficientes, seguros e contínuos, dispondo sobre os meios para o conta e risco dos prestadores, mediante remuneração dos usuários. São
cumprimento daquelas obrigações e a reparação dos danos (art. 22 e exemplos dessa modalidade os serviços de transporte coletivo, energia
parágrafo único). elétrica, gás, telefone.

A atribuição primordial da Administração Pública é oferecer utilidades No primeiro caso (serviço público), o serviço visa a satisfazer
aos administrados, não se justificando sua presença senão para prestar necessidades gerais e essenciais da sociedade, para que ela possa
serviços à coletividade. Esses serviços podem ser essenciais ou apenas subsistir e desenvolver-se como tal; na segunda hipótese (serviço de
úteis à comunidade, daí a necessária distinção entre serviços públicos e utilidade pública), o serviço objetiva facilitar a vida do indivíduo na
serviços de utilidade pública; mas, em sentido amplo e genérico, quando coletividade, pondo à sua disposição utilidades que lhe proporcionarão
aludimos a serviço público abrangemos ambas as categorias. mais conforto e bem-estar. Daí se denominarem, os primeiros, serviços pró-
comunidade e, os segundos, serviços pró-cidadão, fundados na
Conceito e classificação dos serviços públicos consideração de que aqueles (serviços públicos) se dirigem ao bem comum
e estes (serviços de utilidade pública), embora reflexamente interessem a
Conceito — O conceito de serviço público não é uniforme na doutrina,
toda a comunidade, atendem precipuamente às conveniências de seus
que ora nos oferece uma noção orgânica, só considerando como tal o que
membros individualmente considerados.
é prestado por órgãos públicos; ora nos apresenta uma conceituação
formal, tendente a identificá-lo por características extrínsecas; ora nos Serviços próprios do Estado: são aqueles que se relacionam
expõe um conceito material, visando a defini-lo por seu objeto. Realmente, intimamente com as atribuições do Poder Público (segurança, polícia,
o conceito de serviço público é variável e flutua ao sabor das necessidades higiene e saúde públicas etc.) e para a execução dos quais a Administração
e contingências políticas, econômicas, sociais e culturais de cada usa da sua supremacia sobre os administrados. Por esta razão, só devem
comunidade, em cada momento histórico, como acentuam os modernos ser prestados por órgãos ou entidades públicas, sem delegação a
publicistas. Eis o nosso conceito: particulares.
Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus Tais serviços, por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou de
delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades baixa remuneração, para que fiquem ao alcance de todos os membros da
essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do coletividade.
Estado.
Serviços impróprios do Estado: são os que não afetam
Fora dessa generalidade não se pode, em doutrina, indicar as substancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem
atividades que constituem serviço público, porque variam segundo as interesses comuns de seus membros, e, por isso, a Administração os
exigências de cada povo e de cada época. Nem se pode dizer que são as presta remuneradamente, por seus órgãos ou entidades descentralizadas
atividades coletivas vitais que caracterizam os serviços públicos, porque ao (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
lado destas existem outras, sabidamente dispensáveis pela comunidade, governamentais), ou delega sua prestação a concessionários,
que são realizadas pelo Estado como serviço público. permissionários ou autorizatários. Esses serviços, normalmente, são
rentáveis e podem ser realizados com ou sem privilégio (não confundir com
Também não é a atividade em si que tipifica o serviço público, visto que
monopólio), mas sempre sob regulamentação e controle do Poder Público
algumas tanto podem ser exercidas pelo Estado quanto pelos cidadãos,
competente.
como objeto da iniciativa privada, independentemente de delegação estatal,
a exemplo do ensino, que, ao lado do oficial, existe o particular, sendo Serviços administrativos: são os que a Administração executa para
aquele um serviço público e este, não. O que prevalece é a vontade atender a suas necessidades internas ou preparar outros serviços que
soberana do Estado, qualificando o serviço como público ou de utilidade serão prestados ao público, tais como os da imprensa oficial, das estações
pública, para sua prestação direta ou indireta, pois serviços há que, por experimentais e outros dessa natureza.
natureza, são privativos do Poder Público e só por seus órgãos devem ser
executados, e outros são comuns ao Estado e aos particulares, podendo Serviços industriais: são os que produzem renda para quem os
ser realizados por aquele e estes. Daí essa gama infindável de serviços presta, mediante a remuneração da utilidade usada ou consumida,
que ora estão exclusivamente com o Estado, ora com o Estado e remuneração, esta, que, tecnicamente, se denomina tarefa ou preço
particulares e ora unicamente com particulares. público, por ser sempre fixada pelo Poder Público, quer quando o serviço é
prestado por seus órgãos ou entidades, quer quando por concessionários,
Essa distribuição de serviços não é arbitrária, pois atende a critérios permissionários ou autorizatários. Os serviços industriais são impróprios do
jurídicos, técnicos e econômicos, que respondem pela legitimidade, Estado, por consubstanciarem atividade econômica que só poderá ser
eficiência e economicidade na sua prestação. explorada diretamente pelo Poder Público quando “necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
Diante dessa realidade, impõe-se classificar os serviços públicos pelos
conforme definidos em lei” (CF,art. 173).
caracteres comuns do gênero e traços distintivos das espécies em que se
diversificam. Serviços uti universi ou gerais: são aqueles que a Administração
presta sem ter usuários determinados, para atender à coletividade no seu

Direito 85 A Opção Certa Para a Sua Realização


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todo, como os de polícia, iluminação pública, calçamento e outros dessa sempre presentes, para exigi-los de quem os preste: o princípio da
espécie. Esses serviços satisfazem indiscriminadamente a população, sem permanência impõe continuidade no serviço; o da generalidade impõe
que se erijam em direito subjetivo de qualquer administrado à sua obtenção serviço igual para todos; o da eficiência exige atualização do serviço; o da
para seu domicílio, para sua rua ou para seu bairro. Estes serviços são modicidade exige tarifas razoáveis; e o da cortesia traduz-se em bom
indivisíveis, isto é, não mensuráveis na sua utilização. Daí por que, tratamento para com o público. O art. 60 e seus §1º da Lei 8.987/95 dizem
normalmente, os serviços uti universi devem ser mantidos por imposto que serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários é o que “satisfaz
(tributo geral), e não por taxa ou tarifa, que é remuneração mensurável e as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança,
proporcional ao uso individual do serviço. atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das
tarifas”, explicitando como se deve entender cada uma dessa condições e
Serviços uti singuli ou individuais: são os que têm usuários como elas se caracterizam. Faltando qualquer desses requisitos ou
determinados e utilização particular e mensurável para cada destinatário, condições em um serviço público ou de utilidade pública, é dever da
como ocorre com o telefone, a água e a energia elétrica domiciliares. Esses Administração intervir para restabelecer seu regular funcionamento ou
serviços, desde que implantados, geram direito subjetivo à sua obtenção retomar sua prestação.”
para todos os administrados que se encontrem na área de sua prestação
ou fornecimento e satisfaçam as exigências regulamentares. São sempre Os direitos do usuário são, hoje, reconhecidos em qualquer serviço
serviços de utilização individual, facultativa e mensurável, pelo quê devem público ou de utilidade pública como fundamento para a exigibilidade de
ser remunerados por taxa (tributo) ou tarifa (preço público), e não por sua prestação nas condições regulamentares e em igualdade com os
imposto. demais utentes. São direitos cívicos, de conteúdo positivo, consistentes no
poder de exigir da Administração ou de seu delegado o serviço que um ou
O não pagamento desses serviços por parte do usuário tem suscitado outro se obrigou a prestar individualmente aos usuários. São direitos
hesitações da jurisprudência sobre a legitimidade da suspensão de seu públicos subjetivos de exercício pessoal quando se tratar de serviço uti
fornecimento. Há que distinguir entre o serviço obrigatório e o facultativo. singuli e o usuário estiver na área de sua prestação. Tais direitos rendem
Naquele, a suspensão do fornecimento é ilegal, pois, se a Administração o ensejo às ações correspondentes, inclusive mandado de segurança,
considera essencial, impondo-o coercitivamente ao usuário (como é a conforme seja a prestação a exigir ou a lesão a reparar judicialmente.
ligação domiciliar à rede de esgoto e da água e a limpeza urbana) não pode Quando se tratar de serviço uti universis, os interesses coletivos ou difusos
suprimi-lo por falta de pagamento; neste, é legítima, porque, sendo livre sua serão defendidos pelo Ministério Público ou por entidades, públicas ou
fruição, entende-se não essencial, e, portanto, suprimível quando o usuário privadas, voltadas à proteção ao consumidor, na forma do respectivo
deixar de remunerá-lo, sendo, entretanto, indispensável aviso prévio. Ocor- Código (arts. 81 e 82).
re, ainda, que, se o serviço é obrigatório, sua remuneração é por taxa
(tributo), e não por tarifa (preço), e a falta de pagamento de tributo não Antes pairavam dúvidas sobre a viabilidade da ação do particular para
autoriza outras sanções além de sua cobrança executiva com os gravames obter em juízo o serviço concedido que lhe fosse recusado ou retardado
legais (correção monetária, multa, juros, despesas judiciais). pelo concessionário. Imaginava-se, erroneamente, que só o poder
concedente era titular da ação contra o concessionário, incumbindo,
Regulamentação e controle portanto, unicamente à Administração Pública, como fiadora da
regularidade do serviço delegado, regulamentar, fiscalizar e impor sua
A regulamentação e controle do serviço público e de utilidade pública
prestação aos usuários. Devemos ao Conselho de Estado Francês a
caberão sempre e sempre ao Poder Público, qualquer que seja a
modificação de tal ponto de vista, ao decidir que o usuário pode exigir
modalidade de sua prestação aos usuários.
diretamente do delegado a prestação que Lhe é devida individualmente, em
O fato de tais serviços serem delegados a terceiros, estranhos à razão da delegação recebida do delegante.
Administração Pública, não retira do Estado seu poder indeclinável de
Fiel a essa orientação e com base na melhor doutrina, o Autor decidiu,
regulamentá-los e controlá-los, exigindo sempre sua atualização e
pioneiramente, que o usuário, como legítimo destinatário do serviço conce-
eficiência, de par com o exato cumprimento das condições impostas para
dido, dispõe da via cominatória contra o concessionário para exigir-lhe a
sua prestação ao público. Qualquer deficiência do serviço que revele
prestação pessoal a que se comprometeu perante a Administração Pública,
inaptidão de quem o presta ou descumprimento de obrigações impostas
tese que vem merecendo o apoio de nossos Tribunais.
pela Administração ensejará a intervenção imediata do Poder Público
delegante para regularizar seu funcionamento ou retirar-lhe a prestação. A esse propósito, já acentuamos alhures que seriam inanes todos os
direitos do usuário à obtenção do serviço se não dispusesse o interessado
Em todos os atos ou contratos administrativos, como são os que
de ação judicial para os fazer valer, quando relegados. Recusar-se a via
cometem a exploração de serviços públicos a particulares, está sempre
judicial para o particular demandar o relapso prestador de serviço público
presente a possibilidade de modificação unilateral de suas cláusulas pelo
ou de utilidade pública seria a negação do preceito constitucional que
Poder Público ou de revogação da delegação, desde que o interesse
assegura a qualquer pessoa o acesso ao Poder Judiciário por lesão ou
coletivo assim o exija. Esse poder discricionário da Administração é, hoje,
ameaça a direito (CF, art. 50, XXXV).
ponto pacífico na doutrina e na jurisprudência.
A via adequada para o usuário exigir o serviço que lhe for negado pelo
O Estado deve ter sempre em vista que serviço público e de utilidade
Poder Público ou por seus delegados, sob qualquer modalidade, é a
pública são serviços para o público e que os concessionários ou quaisquer
cominatória, com base no art. 287 do CPC. O essencial é que a prestação
outros prestadores de tais serviços são, na feliz expressão de Brandeis,
objetivada se consubstancie num direito de fruição individual do serviço
public servants, isto é, criados, servidores do público. O fim precípuo do
pelo autor, ainda que extensivo a toda uma categoria de beneficiários.
serviço público ou de utilidade pública, como o próprio nome está a indicar,
Assim, um serviço de interesse geral e de utilização coletiva uti universi,
é servir ao público e, secundariamente, produzir renda a quem o explora.
como a pavimentação e a iluminação das vias públicas, não é suscetível de
Daí decorre o dever indeclinável de o concedente regulamentar, fiscalizar e
ser exigido por via cominatória; mas os serviços domiciliares, como água
intervir no serviço concedido sempre que não estiver sendo prestado a
encanada, telefone, eletricidade e demais utilidades de prestação uti
contento do público a que é destinado.
singuli, podem ser exigidos judicialmente pelo interessado que esteja na
“Deve o Estado — são palavras de Anhaia Mello —, no exercício do área de sua prestação e atenda às exigências regulamentares para sua
poder inerente à sua soberania, fixar tarifas, determinar standards de obtenção.
serviço, fiscalizar a estrutura financeira de todas as empresas de serviços
Mas não só a obtenção do serviço como, também, sua regular
de utilidade pública”.
prestação constituem direito do usuário. Desde que instalado o
Requisitos ou condições do serviço e direitos do usu- equipamento necessário, responde o prestador pela normalidade do serviço
e se sujeita às indenizações de danos ocasionados ao usuário pela
ário suspensão da prestação devida ou pelo mau funcionamento.
Os requisitos do serviço público ou de utilidade pública são sintetiza- Além da via cominatória, o Código de Defesa do Consumidor prevê, em
dos, modernamente, em cinco princípios que a Administração deve ter título próprio, outros instrumentos para a tutela dos interesses individuais,

Direito 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


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coletivos ou difusos em juízo, tratando, inclusive, da legitimação ordinária e Estados (art. 25, § 1º) e poderes indicativos para o Município (art. 30). Não
extraordinária para a propositura da ação (arts. 81 a 104). obstante, procurou distinguir a competência executiva da competência
legislativa. A primeira é a competência material para a execução dos
Ampliando ainda mais os direitos dos usuários, a EC 19/98 deu nova serviços, que pode ser privativa (art. 21) ou comum (art. 23). A segunda
redação ao § 3º do art. 37 da CF, para determinar que a lei — lei, essa, de refere-se à capacidade de editar leis e pode ser também privativa (art. 22),
cada entidade estatal, pois se trata de matéria de organização concorrente (art. 24) e suplementar (arts. 22, § 2º, e 3º, II).
administrativa — discipline as formas de participação do usuário na
Administração Pública direta e indireta, regulando especialmente as No âmbito da competência legislativa concorrente, a Constituição
reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, o acesso reservou-a apenas à União, aos Estados e ao Distrito Federal (art. 24). E
a informações sobre atos de governo e a disciplina da representação contra nos parágrafos desse artigo procurou sistematizar a concorrência
a negligência ou abuso no exercício de cargo, emprego ou função na legislativa, que sempre foi campo fértil de discussões judiciais. Assim,
administração pública. No âmbito da Administração Federal, o Dec. 3.507, nessa área, a competência da União limita-se a estabelecer normas gerais
13.6.2000, dispôs sobre o estabelecimento de padrões de qualidade do (§1º); estas, porém, não excluem a legislação complementar dos Estados
atendimento prestado aos cidadãos pelos seus órgãos e entidades, (§2º); inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão
definindo as diretrizes normativas para o estabelecimento de tais padrões, competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (§3º);
e instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Satisfação do Usuário dos mas a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
Serviços Públicos. eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (§ 4º).
Tratando-se de serviço prestado diretamente pelo Poder Público, A competência legislativa suplementar foi deferida aos Estados (art. 24,
responde a entidade prestadora pelos prejuízos comprovados, § 2º), mas estendida também aos Municípios, aos quais compete
independentemente de culpa de seus agentes, visto que a Constituição “suplementar a legislação federal e estadual no que couber” (art. 30, II).
vigente estabelece a responsabilidade objetiva pelos danos causados pela
Administração aos administrados (art. 37, § 6º), ficando-lhe ressalvada, Competência da União — A competência da União em matéria de
apenas, a ação regressiva contra os agentes causadores do dano, quando serviços públicos abrange os que lhe são privativos, enumerados no art. 21,
tiverem agido culposamente. e os que são comuns, relacionados no art. 23, que permitem atuação
paralela dos Estados-membros e Municípios. Dentre os primeiros cabe
Quanto aos que realizam serviços por delegação do Poder Público, destacar a defesa nacional (inc. III); a polícia marítima, aeroportuária e de
incumbem-lhes também as mesmas obrigações de prestação regular aos fronteiras (inc. XXII); a emissão de moeda (inc. VII); o serviço postal (inc.
usuários e, consequentemente, os mesmos encargos indenizatórios que te- X); os serviços de telecomunicações em geral (incs. XI e XII); de energia
ria o Estado se os prestasse diretamente, inclusive a responsabilidade elétrica (inc. Xli, “b”); de navegação aérea, aeroespacial e de infra-estrutura
objetiva pelos danos causados a terceiros (CF, art. 37, § 6º). Essa portuária (inc. XII, “c”); os de transporte interestadual e internacional (inc.
responsabilidade é sempre da entidade (autárquica ou paraestatal), da XII, “d” e “e”); de instalação e produção de energia nuclear (inc. XXIII); e a
empresa ou da pessoa física que recebeu a delegação para executar o defesa contra calamidades públicas (inc. XVIII). Alguns desses serviços só
serviço (concessionário, permissionário ou autorizatário), sem alcançar o podem ser prestados pela União; outros admitem execução indireta,
Poder Público, que transfere a execução com todos os seus ônus e através de delegação a pessoas de Direito Público ou Privado e a pessoas
vantagens. físicas.
No entanto, responde subsidiariamente pelos danos resultantes pelo só Quanto aos serviços comuns, relacionados no art. 23, lei complementar
fato do serviço delegado, ou seja, os danos relacionados com o serviço em deverá fixar normas para a cooperação entre as três entidades estatais,
si mesmo considerado. Por exemplo, em um serviço de travessia delegado, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
se a embarcação afundar em decorrência de falha do serviço, a nacional (parágrafo único). Para alguns desses serviços, porém, como o de
responsabilidade do Poder Público pelos danos aos usuários será saúde, a Constituição já determinou que sua prestação seja feita através de
subsidiária (não solidária), mas, se a embarcação abalroar outra, os um sistema único, envolvendo todas as entidades estatais (art. 198).
prejuízos desta serão suportados apenas pelo delegado. Nesse aspecto, a
atual Carta manteve a orientação do art. 107 da CF anterior, piorando sua Competência do Estado-membro — A competência do Estado-membro
redação. para a prestação de serviços públicos não está discriminada
constitucionalmente, pela razão de que, no nosso sistema federativo, o
Greve nos serviços essenciais — A Constituição Federal, ao assegurar constituinte enunciou as matérias reservadas à União e as de competência
o direito de greve, estabeleceu que a lei definirá os serviços essenciais e comum entre as entidades estatais (arts. 21 e 23), deixando as
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade remanescentes para os Estados (art. 25, § 1º). A única exceção feita diz
(art. 9º). A Lei 7.783, de 28.6.89, define como serviços essenciais: o de respeito à exploração e distribuição dos serviços de gás canalizado, que
água, de energia elétrica, gás e combustíveis; o de saúde; o de distribuição afasta inclusive a competência do Município para sua distribuição local (art.
e comercialização de medicamentos e alimentos; o funerário; o de 25, § 2º).
transporte coletivo; o de captação e tratamento de esgoto e lixo; o de
telecomunicações; o relacionado com substâncias radioativas; o de tráfego Não se pode relacionar exaustivamente os serviços da alçada estadu-
aéreo; o de compensação bancária e o de processamento de dados ligados al, porque variam segundo as possibilidades do Governo e as necessida-
a esses serviços (art. 10). Os sindicatos, os empregados e os trabalhadores des de suas populações. Por exclusão, pertencem ao Estado-membro
ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação todos os serviços públicos não reservados à União nem atribuídos ao
desses serviços, desde que a greve coloque em perigo iminente a Município pelo critério de interesse local. Nesse sentido, cabem ao Estado
sobrevivência, a saúde ou a segurança da população (art. 11 e parágrafo os serviços e obras que ultrapassam as divisas de um Município ou afetam
único). Caso a greve seja declarada ilegal, o sindicato poderá ser interesses regionais. Pela mesma razão, compete ao Estado-membro a
condenado a indenizar o prejuízo causado à população. realização de serviços de interesse geral, ou de grupos ou categorias de
habitantes disseminados pelo seu território, e em relação aos quais não
Competência para prestação de serviço haja predominância do interesse local sobre o estadual.

A repartição das competências para a prestação de serviço público ou Competência do Município — A competência do Município para
de utilidade pública pelas entidades estatais — União, Estado, Distrito organizar e manter serviços públicos locais está reconhecida
Federal, Município — opera-se segundo critérios técnicos e jurídicos, tendo- constitucionalmente como um dos princípios asseguradores de sua
se em vista sempre os interesses próprios de cada esfera administrativa, a autonomia administrativa (art. 30). A única restrição é a de que tais serviços
natureza e extensão dos serviços, bem como a capacidade para executá- sejam de seu interesse local. O interesse local, já definimos, não é o
los vantajosamente para a Administração e para os administrados. interesse exclusivo do Município, porque não há interesse municipal que o
não seja, reflexamente, do Estado-membro e da União. O que caracteriza o
A Constituição de 1988 manteve a mesma linha básica de repartição interesse local é a predominância desse interesse para o Município em
de competências advinda das Constituições anteriores: poderes reservados relação ao eventual interesse estadual ou federal acerca do mesmo
ou enumerados da União (arts. 21 e 22), poderes remanescentes para os assunto.

Direito 87 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O critério do interesse local é sempre relativo ao das demais entidades definitividade e aquela de transitoriedade, razão pela qual os serviços
estatais. Se predomina sobre determinada matéria o interesse do Município outorgados o são, normalmente, por tempo indeterminado e os delegados
em relação ao do Estado-membro e ao da Federação, tal matéria é da por prazo certo, para que ao seu término retornem ao delegante. Mas em
competência do Município; se seu interesse é secundário ambas as hipóteses o serviço continua sendo público ou de utilidade
comparativamente ao das demais pessoas político-administrativas, a pública, apenas descentralizado, contudo sempre sujeito aos requisitos
matéria refoge de sua competência privativa, passando para a que tiver originários e sob regulamentação e controle do Poder Público que os
interesse predominante a respeito do assunto. A aferição, portanto, da descentralizou.
competência municipal sobre serviços públicos locais há de ser feita em
cada caso concreto, tomando-se como elemento aferidor o critério da A descentralização pode ser territorial ou geográfica (v.g, da União aos
predominância do interesse, e não o da exclusividade, em face das Estados-membros e destes aos Municípios) ou institucional, que é a que se
circunstâncias de lugar, natureza e finalidades do serviço. opera com a transferência do serviço ou simplesmente de sua execução da
entidade estatal para suas autarquias, fundações, empresas, entes
Não obstante, a Constituição de 1988 inovou em alguns aspectos ao paraestatais e delegados particulares.
eleger determinados serviços de interesse local em dever expresso do
Município. É o que ocorre com o transporte coletivo, com caráter de Serviço desconcentrado — É todo aquele que a Administração executa
essencialidade (art. 30, V); com a obrigação de manter programas de centralizadamente, mas o distribui entre vários órgãos da mesma entidade,
educação pré-escolar e de ensino fundamental (inc. VI); com os serviços de para facilitar sua realização e obtenção pelos usuários. A desconcentração
atendimento à saúde da população (inc. VII); com o ordenamento territorial é uma técnica administrativa de simplificação e aceleração do serviço
e o controle do uso, parcelamento e ocupação do solo urbano (inc. VIII); e dentro da mesma entidade, diversamente da descentralização, que é uma
com a proteção ao patrimônio histórico-cultural local (inc. IX). A indicação técnica de especialização, consistente na retirada do serviço dentro de uma
expressa de tais serviços pelo texto constitucional torna-os prioritários em entidade e transferência a outra para que o execute com mais perfeição e
relação aos demais, constituindo sua falta grave omissão dos governantes autonomia. Não obstante essa nítida distinção conceitual, nossa legislação
municipais (Prefeito e Vereadores). confunde frequentemente desconcentração com descentralização, a
exemplo do Dec.-lei 200/67, que, tendo erigido a descentralização num dos
A Constituição outorga, ainda, ao Município a competência expressa princípios fundamentais da Reforma Administrativa Federal (art. 6º, III),
para “criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual” indica providências que caracterizam desconcentração, e não
(art. 30, IV). Este poder, que antes era conferido ao Estado, reforça a descentralização (art. 10, § 1º, “a”, e outros).
autonomia do Município e diz mais com a forma de prestação dos serviços,
permitindo a desconcentração de atividades para melhor atendimento da Os serviços centralizados, descentralizados ou desconcentrados
população. admitem execução direta ou indireta, porque isto diz respeito à sua
implantação e operação, e não a quem tem a responsabilidade pela sua
Concluindo, podemos afirmar que serviços da competência municipal prestação ao usuário. Impõe-se, portanto, distinguir prestação centralizada,
são todos aqueles que se enquadrem na atividade social reconhecida ao descentralizada ou desconcentrada do serviço, de execução direta ou
Município, segundo o critério da predominância de seu interesse em indireta desse mesmo serviço.
relação às outras entidades estatais. Salvo os antes mencionados, inútil
será qualquer tentativa de enumeração exaustiva dos serviços locais, uma Execução direta do serviço — É a realizada pelos próprios meios da
vez que a constante ampliação das funções municipais exige, dia a dia, pessoa responsável pela sua prestação ao público, seja esta pessoa esta-
novos serviços. tal, autárquica, fundacional, empresarial, paraestatal, ou particular.
Considera-se serviço em execução direta sempre que o encarregado de
Competência do Distrito Federal — Ao Distrito Federal são atribuídas seu oferecimento ao público o realiza pessoalmente, ou por seus órgãos,
as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios, nos ou por seus prepostos (não por terceiros contratados). Para essa execução
termos do art. 32, § 1º, da CF. não há normas especiais, senão aquelas mesmas constantes da lei
instituidora do serviço, ou consubstanciadora da outorga, ou autorizadora
Formas e meios de prestação do serviço da delegação a quem vai prestá-lo aos usuários.
A prestação do serviço público ou de utilidade pública pode ser Execução indireta do serviço — É a que o responsável pela sua
centralizada, descentralizada e desconcentrada, e sua execução, direta e prestação aos usuários comete a terceiros para realizá-lo nas condições
indireta (não se confunda com Administração direta e indireta). regulamentares. Serviço próprio ou delegado, feito por outrem, é execução
indireta. Portanto, quer a Administração direta, quer a Administração
Serviço centralizado — É o que o Poder Público presta por seus
indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
próprios órgãos em seu nome e sob sua exclusiva responsabilidade. Em
economia mista) como, também, os entes de cooperação (serviços sociais
tais casos o Estado é, ao mesmo tempo, titular e prestador do serviço, que
autônomos, organizações sociais etc.), ou as empresas privadas e
permanece integrado na agora denominada Administração direta (Dec.-lei
particulares que receberem serviços públicos para prestar aos
200/ 67, art. 4º, I).
destinatários, podem, em certos casos, executar indiretamente o serviço,
Serviço descentralizado — É todo aquele em que o Poder Público contratando-o (não delegando) com terceiros.
transfere sua titularidade ou, simplesmente, sua execução, por outorga ou
A possibilidade de execução indireta depende, entretanto, da natureza
delegação, a autarquias, fundações, empresas estatais, empresas privadas
do serviço, pois alguns existem que não admitem substituição do executor,
ou particulares individualmente e, agora, aos consórcios públicos (Lei
como, p. ex., os de polícia, e para outros a própria outorga ou delegação
11.107, de 6.4.2005).
proíbe o traspasse da execução. Mas o que se deseja acentuar é que a
Há outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por execução indireta é meio de realização do serviço, que tanto pode ser
lei, determinado serviço público ou de utilidade pública. empregado pelo Estado como por aqueles a quem ele transferiu o serviço
ou sua prestação aos usuários, observando-se, ainda, que execução
Há delegação quando o Estado transfere, por contrato (concessão ou indireta não se confunde com prestação descentralizada, desconcentrada e
consórcio público) ou ato unilateral (permissão ou autorização), unicamente centralizada de serviço, que se referem à forma de prestação desse mesmo
a execução do serviço, para que o delegado o preste ao público em seu serviço, e não ao meio de sua execução.
nome e por sua conta e risco, nas condições regulamentares e sob controle
estatal. Feitas essas considerações de ordem geral, vejamos, agora, as formas
descentralizadas de prestação de serviços públicos e de utilidade pública,
A distinção entre serviço outorgado e serviço delegado é fundamental, que se outorgam às autarquias, fundações, empresas estatais e entidades
porque aquele é transferido por lei e só por lei pode ser retirado ou paraestatais, ou se delegam aos consórcios públicos previstos pela Lei
modificado, e este tem apenas sua execução traspassada a terceiro, por 11.107/2005, aos concessionários, permissionários e autorizatários, ou se
ato administrativo (bilateral ou unilateral), pelo quê pode ser revogado, executam por acordos sob a modalidade de convênios.
modificado e anulado, como o são os atos dessa natureza.
A delegação é menos que outorga, porque esta traz uma presunção de

Direito 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Serviços delegados a particulares emergentes resultantes da encampação. As indenizações, em tal hipótese,
serão as previstas no contrato, ou, se omitidas, as que foram apuradas
Já vimos que o Poder Público pode realizar centralizadamente seus amigável ou judicialmente.
próprios serviços, por meio dos órgãos da Administração direta, ou presta-
los descentralizadamente, através das entidades autárquicas, fundacionais A concessão, em regra, deve ser conferida sem exclusividade, para
e empresas estatais que integram a Administração indireta (autarquias, que seja possível sempre a competição entre os interessados, favorecendo,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações instituídas assim, os usuários com serviços melhores e tarifas mais baratas. Apenas
e mantidas pelo Poder Público), ou, ainda, por meio de entes paraestatais quando houver inviabilidade técnica ou econômica de concorrência na
de cooperação que n~o compõem a Administração direta nem a indireta prestação do serviço, devidamente justificada, admite-se a concessão com
(serviços sociais autônomos e outros) e, finalmente, por empresas privadas exclusividade (Lei 8.987/95, art. 16). A atividade do concessionário é
e particulares individualmente (concessionários, permissionários e atividade privada, e assim será exercida, quer no tocante à prestação do
autorizatários; CF, arts. 21, XII, e 175). serviço, quer no que entende com o seu pessoal (TJRS, RDA 16/94).
Somente para os fins expressamente consignados em lei ou no contrato é
Quando a Administração Pública executa seus próprios serviços, o faz que se equiparam os concessionários a autoridades públicas, sujeitando-se
como titular dos mesmos; quando os comete a outrem, pode transferir-lhes seus atos a mandado de segurança (Lei 1.533/51, art. 1º, § 1º) e demais
a titularidade ou simplesmente a execução. A transferência da titularidade ações cabíveis.
do serviço é outorgada por lei e só por lei pode ser retirada ou modificada;
a transferência da prestação do serviço é delegada por ato administrativo Nas relações com o público o concessionário fica adstrito à
(bilateral ou unilateral) e pela mesma forma pode ser retirada ou alterada, observância do regulamento e do contrato, que podem estabelecer direitos
exigindo apenas, em certos casos, autorização legislativa. Entre nós, a e deveres também para os usuários, além dos já estabelecidos em lei, para
outorga de serviço público ou de utilidade pública é feita às autarquias, defesa dos quais dispõe o particular de todos os meios judiciais comuns,
fundações públicas e às empresas estatais, pois que a lei, quando as cria, notada-mente a via cominatória, para exigir a prestação do serviço nas
já lhes transfere a titularidade dos respectivos serviços, e a delegação é condições em que o concessionário se comprometeu a prestá-lo aos
utilizada para o traspasse da execução de serviços a particulares, mediante interessados em geral.
regulamentação e controle do Poder Público. A delegação é essencial para Findo o prazo da concessão, devem reverter ao poder concedente os
a legalidade da prestação do serviço por parte do particular, sob pena de se direitos e bens vinculados à prestação do serviço, nas condições
tomar “clandestina”, isto é, sem a indispensável regulamentação e controle estabelecidas no contrato.
público. De certa forma, algumas Administrações têm tolerado o serviço de
transporte coletivo sem delegação formal e, assim, sem regulamentação e Regulamentação — A regulamentação dos serviços concedidos
controle — especialmente por meio das chamadas “lotações” — em regra, compete inegavelmente ao Poder Público, por determinação constitucional
alegando-se o direito da livre iniciativa. Todavia, como bem decidiu o (art. 175, parágrafo único) e legal (Lei 8.987/95, art. 29, I). Isto porque a
Supremo Tribunal Federal, em boa hora, “não pode ser dispensada, a título concessão é sempre feita no interesse da coletividade, e, assim sendo, o
de proteção da Livre iniciativa, a regular autorização, concessão ou concessionário fica no dever de prestar o serviço em condições adequadas
permissão” do serviço público. Pela Constituição vigente, os prestadores de para o público. Não o prestando eficientemente, pode e deve a
serviços públicos respondem diretamente pelos danos que vierem a causar Administração Pública retomá-lo, por insatisfatório. Nessa conformidade,
a terceiros (CF, art. 37, § 6º). A delegação pode ser feita sob as entende-se sempre reservado ao concedente o poder de regulamentar e
modalidades de: a) concessão; b) permissão; ou c) autorização — controlar a atuação do concessionário, desde a organização da empresa
resultando daí os serviços concedidos, permitidos e autorizados, que até sua situação econômica e financeira, seus lucros, o modo e a técnica
veremos a seguir. da execução dos serviços, bem como fixar as tarifas em limites razoáveis e
equitativos para a empresa e para os usuários.
Serviços concedidos
Diante dessa realidade, nossas Constituições, desde a de 1934,
Serviços concedidos são todos aqueles que o particular executa em consignaram o dever de regulamentação das concessões, por lei, e a
seu nome, por sua conta e risco, remunerados por tarifa, na forma vigente repete a determinação, nestes termos:
regulamentar, mediante delegação contratual ou legal do Poder Público
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou
concedente. Serviço concedido é serviço do Poder Público, apenas
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
executado por particular em razão da concessão.
prestação de serviços públicos.
Concessão — Concessão é a delegação contratual da execução do
“Parágrafo único. A lei disporá sobre:
serviço, na forma autorizada e regulamentada pelo Executivo. O contrato
de concessão é ajuste de Direito Administrativo, bilateral, onerosO, “I — o regime das empresas concessionárias e permissionárias de
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação,
comutativo e realizado intuitu personae. Com isto se afirma que é um
bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da
acordo administrativo (e não um ato unilateral da Administração), com
concessão ou permissão;
vantagens e encargos recíprocos, no qual se fixam as condições de
prestação do serviço, levando-se em consideração o interesse coletivo na “II — os direitos dos usuários;
sua obtenção e as condições pessoais de quem se propõe a executá-lo por
delegação do poder concedente. Sendo um contrato administrativo, como “III — política tarifária;
é, fica sujeito a todas as imposições da Administração necessárias à “IV — a obrigação de manter serviço adequado.”
formalização do ajuste, dentre as quais a autorização governamental, a
regulamentação e a licitação. Pela Constituição de 1988 cabe à entidade concedente editar a lei
regulamentar de suas concessões, o que não impede sobrevenha norma
Pela concessão o poder concedente não transfere propriedade alguma federal-nacional com preceitos gerais para todas as concessões (CF, art.
ao concessionário, nem se despoja de qualquer direito ou prerrogativa 22, XXVII), o que ocorreu com a Lei 8.987, de 13.2.95, que estabeleceu as
pública. Delega apenas a execução do serviço, nos limites e condições normas gerais sobre o regime de concessão e permissão de serviços
legais ou contratuais, sempre sujeita a regulamentação e fiscalização do públicos. Esta lei procurou sistematizar a matéria, cuidando dos vários
concedente. aspectos básicos do instituto em capítulos próprios, estabelecendo as
Como o serviço, apesar de concedido, continua sendo público, o poder definições, conceituando o serviço adequado, explicitando os direitos e
concedente — União, Estado-membro, Município — nunca se despoja do obrigações dos usuários, fixando as regras da política tarifária, da licitação
direito de explorá-lo direta ou indiretamente, por seus órgãos, suas e do contrato, relacionando os encargos do poder concedente e do
autarquias e empresas estatais, desde que o interesse coletivo assim o concessionário, arrolando os casos de intervenção no serviço e de extinção
exija. Nessas condições, permanece com o poder concedente a faculdade da concessão. Posteriormente, nova lei federal alterou alguns dispositivos
de, a qualquer tempo, no curso da concessão, retomar o serviço concedido, da primeira e regulou a concessão dos serviços de energia elétrica, de
mediante indenização, ao concessionário, dos lucros cessantes e danos competência federal (Lei 9.074, de 7.7.95).

Direito 89 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os Estados e Municípios, contudo, devem aprovar suas próprias leis sempre na modalidade de concorrência, aplicando-se, no que couber, a
sobre concessões e permissões para atender ao disposto no art. 175 da legislação específica da matéria (Lei 8.666/93), com as modificações
CF, respeitando os preceitos que constituem normas gerais, contidos na Lei determinadas pela Lei 8.987/95 (alterada pela Lei 9.648, de 27.5.98). O
8.987/95.~~ Se preferirem, podem adotar a lei federal em todos os seus ter- julgamento será feito segundo um dos seguintes critérios: a) menor valor da
mos, mas hão de fazê-lo mediante lei. Caso contrário, haverá necessidade tarifa do serviço a ser prestado; b) maior oferta pela outorga da concessão;
de uma lei especifica para cada concessão, estabelecendo as suas c) melhor proposta técnica com preço fixado no edital; d) combinação de
diretrizes, como sempre se entendeu anteriormente. proposta técnica com o valor da tarifa; e) combinação de proposta técnica
com o preço da concessão; 1) melhor preço da concessão, após aprovação
A Lei federal 9.074, de 7.7.95, resultante de conversão da MP 890, da proposta técnica; g) menor valor da tarifa, após aprovação da proposta
editada no mesmo dia da Lei 8.979, de 13.12.95, veda à União, aos Esta- técnica. Procurou-se, destarte, combinar a avaliação da proposta técnica
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem obras e serviços com o pagamento a ser efetuado pela outorga da concessão, devendo o
públicos por meio de concessão ou permissão, sem lei que os autorize e edital conter todos os parâmetros e exigências para a formulação das
fixe os respectivos termos. Ao mesmo tempo, já autoriza a concessão ou, propostas técnicas. Quando se fala em preço, a lei está a referir-se tanto ao
quando couber, a permissão, de determinados serviços e obras públicas de valor da tarifa como ao valor a ser pago pela concessão.
competência da União, listados no art. 10 (vias federais, barragens,
eclusas, estações aduaneiras etc.). Isto quer dizer que o ato do Executivo O procedimento normal para a outorga da concessão é a concorrência
previsto no art. 5º da Lei 8.987/85 não substitui a lei autorizadora da pública, como foi dito acima. Não obstante, a legislação que aprovou o
concessão; tal ato será sempre necessário, para complementação da Programa Nacional de Desestatização (Lei 9.491, de 9.9.97) admite
norma legal, justificando o traspasse do serviço ou da obra ao também a modalidade de leilão. A referida lei considera também
concessionário. desestatização “a transferência, para a iniciativa privada, de serviços
públicos explorados pela União, diretamente ou através de entidades
Toda concessão, portanto, fica submetida a duas categorias de controladas, bem como daqueles de sua responsabilidade” (art. 2º, § 2º,
normas: as de natureza regulamentar e as de ordem contratual. As “b”). Esta desestatização poderá ser efetuada segundo várias modalidades
primeiras disciplinam o modo e forma de prestação do serviço; as segundas operacionais, entre as quais se incluem a concessão, a permissão e a
fixam as condições de remuneração do concessionário; por isso, aquelas autorização de serviços públicos, admitindo-se, nestes casos, que a
são denominadas leis do serviço, e estas, cláusulas econômicas ou licitação seja procedida mediante leilão (art. 40, VI, e § 3º), como tem
financeiras. Como as leis, aquelas são alteráveis unilateralmente pelo ocorrido em vários casos concretos. Para esse fim, contudo, é necessário
Poder Público segundo as exigências da comunidade; como cláusulas que a concessão seja aprovada pelo Conselho Nacional de Desestatização,
contratuais, estas são fixas, só podendo ser modificadas por acordo entre ao qual caberá a indicação da modalidade operacional a ser aplicada (art.
as partes. 6º, II, “a”).
Consideram-se normas regulamentares ou de serviço todas aquelas Contrato — O contrato de concessão é o documento escrito que
estabelecidas em lei, regulamento ou no próprio contrato visando à encerra a delegação do poder concedente, define o objeto da concessão,
prestação de serviço adequado; consideram-se cláusulas econômicas ou delimita a área, forma e tempo da exploração, estabelece os direitos e de-
financeiras as que entendem com a retribuição pecuniária do serviço e veres das partes e dos usuários do serviço.
demais vantagens ou encargos patrimoniais do concessionário e que
mantêm o “equilíbrio econômico e financeiro do contrato”, na boa Documento da maior relevância, o contrato de concessão não tem
expressão de Caio Tácito. merecido dos Poderes Públicos a necessária atenção na sua feitura,
ficando quase sempre entregue sua redação aos próprios pretendentes à
A esse propósito, o Tribunal de Justiça do antigo Distrito Federal concessão, que, assim, a amoldam às suas conveniências, sem atender ao
deixou julgado que “as cláusulas regulamentares, consideradas como lei de interesse público e aos direitos dos usuários. As concessões vigentes são,
serviço, são alteráveis unilateralmente pela Administração, porque não se em geral, e paradoxalmente, instrumentos em que o Poder Público e os
compreende haja lei ou regra social imutável. As leis são feitas para usuários é que se submetem à vontade despótica das empresas, tais são
atenderem às necessidades sociais, de modo que, sendo estas variáveis, as cláusulas a seu favor e a nenhuma reserva de direitos para o particular a
aquelas também o devem ser. Eis por que o Poder Público pode mudar à que o serviço se destina. Já é tempo de os concedentes reagirem contra
vontade as cláusulas regulamentares, sem audiência do concessionário” esta inversão de poderes, defendendo melhor o público e exigindo dos
(RDA 3 8/332). seus concessionários, na feitura dos contratos novos ou na fiscalização dos
Essa é a orientação pacífica de nossos Tribunais, capitaneada pelo já existentes, a prestação eficiente e regular dos serviços que lhes são
Supremo, desde 1908, em memorável acórdão que resumiu toda a doutrina concedidos.
dominante no assunto, com inexcedível clareza e precisão conceitual. As cláusulas principais a serem insertas no contrato de concessão,
O poder de regulamentar as concessões é inerente e indespojável do além de outras peculiares ao caso, são as que indiquem e delimitem o
concedente. Cabe ao Executivo aprovar o regulamento do serviço e deter- objeto, modo e forma da prestação do serviço; que assegurem o serviço
minar a fiscalização de sua execução, pela forma conveniente. A fixação e adequado; que disponham sobre a fiscalização, reversão e encampação,
a alteração de tarifas são também atos administrativos, do âmbito fixando os critérios de indenização; que estabeleçam o início, termo ou
regulamentar do Executivo, não dependendo de lei para sua expedição. condições de prorrogação do contrato; que delimitem as áreas de
prestação do serviço, os poderes e regalias para sua execução; que
Convém se advirta que a regulamentação a que estamos nos referindo estabeleçam o valor do investimento e o modo de integralização do capital;
é apenas a da execução do serviço, e não a normativa das concessões em que forneçam os critérios para a determinação do custo do serviço e
geral, a ser feita por lei, como já vimos precedentemente. consequente fixação e revisão das tarifas, na base de uma justa e razoável
Nos poderes de regulamentação e controle se compreende a faculdade retribuição do capital; que determinem a constituição de reservas para
de o Poder Público modificar a qualquer tempo o funcionamento do serviço eventuais depreciações e fundo de renovação; que assegurem a expansão
concedido, visando à sua melhoria e aperfeiçoamento técnico, assim como do serviço pela justa fixação de tarifas; que prevejam a forma de
a de aplicar penalidades corretivas ao concessionário (multas, intervenção fiscalização da contabilidade e dos métodos e práticas da execução do
no serviço) e afastá-lo definitivamente da execução (cassação da serviço; que precisem a responsabilidade do concessionário pela
concessão e rescisão do contrato), uma vez comprovada sua incapacidade inexecução ou deficiente execução do serviço e estabeleçam as sanções
moral, financeira ou técnica para executá-lo em condições satisfatórias. respectivas (advertências, multas, intervenção etc.); que estabeleçam os
casos de cassação da concessão e consequente rescisão do contrato; que
Todavia, a União ou o Estado ou o Município não podem interferir por fixem o critério de indenização para o caso de encampação; que
lei ou ato administrativo nas relações jurídico-contratuais estabelecidas por disponham sobre os direitos e deveres dos usuários para a obtenção e
outra pessoa de direito público interno com seus concessionários ou remuneração do serviço (prazo para a prestação dos serviços domiciliares,
permissionários de serviço público. modo de pagamento da tarifa e adiantamentos para a instalação, forma de
atendimento dos pedidos etc.); que indiquem o foro e o modo amigável de
Licitação — A licitação para a outorga de concessão será efetuada
solução das divergências contratuais; que esclareçam o modo e forma de

Direito 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
aplicação das penalidades contratuais e administrativas e a autoridade 32 a 34).
competente para impô-las.
Prestação do serviço — A prestação do serviço concedido deve
As cláusulas lembradas acima estão relacionadas no art. 23 da Lei atender fielmente ao respectivo regulamento e às cláusulas contratuais
8.987/95 e não oferecem, na sua maioria, dificuldade de entendimento e específicas, para plena satisfação dos usuários, que são seus legítimos
redação, por se referirem a conceitos e precauções de rotina dos contratos destinatários. Mas, independentemente das normas pertinentes, há cinco
administrativos. princípios regedores de todo serviço público ou de utilidade pública de
presença obrigatória na sua prestação: generalidade, permanência,
Alteração unilateral do contrato — Já vimos precedentemente que o eficiência, modicidade e cortesia.
contrato de concessão, como os demais contratos administrativos, pode ser
alterado unilateralmente pela Administração. Mas essa alteração restringe- O princípio ou requisito da generalidade significa serviço para todos os
se às cláusulas regulamentares ou de serviço, sempre para melhor usuários, indiscriminadamente; o da permanência ou continuidade impõe
atendimento do público. Além disso, toda vez que, ao modificar a prestação serviço constante, na área e período de sua prestação; o da eficiência quer
do serviço, o concedente alterar o equilíbrio econômico e financeiro do dizer serviço satisfatório, qualitativa e quantitativamente; o da modicidade
contrato, terá que reajustar as cláusulas remuneratórias da concessão, indica preços razoáveis, ao alcance de seus destinatários; o da cortesia
adequando as tarifas aos novos encargos acarretados ao concessionário significa bom tratamento ao público.
(Lei 8.987/95, art. 9º, § 4º).
Esse conjunto de requisitos ou princípios é, modernamente, sintetizado
Essa orientação tomou-se pacífica entre nós desde a tese pioneira de na expressão serviço adequado, que a nossa Constituição adotou, com
Caio Tácito, que concluiu afirmando: “Ao Estado é lícito alterar as propriedade técnica, ao estabelecê-lo como uma das diretrizes para a lei
condições objetivas do serviço, mas não poderá deslocar a relação entre os normativa das concessões (art. 175, parágrafo único, IV), que o definiu no
termos da equação econômica e financeira, nem agravar os encargos ou as art. 6º (Lei 8.987/95).
obrigações do concessionário, sem reajustar a remuneração estipulada”.
Desatendendo a qualquer desses requisitos, o concessionário expõe-
E assim é porque a remuneração do serviço nas bases inicialmente se às sanções regulamentares ou contratuais da concessão, por execução
ajustadas constitui direito fundamental e adquirido do concessionário, inadequada do serviço.
imutável ao nuto da outra parte; direito adquirido, reconhecido tanto pela
doutrina como pela nossa jurisprudência e atualmente pela Constituição Remuneração do concessionário — O serviço concedido deve ser
Federal (art. 37, XXI). remunerado por tarifa (preço público), e não por taxa (tributo). E a tarifa
deve permitir a justa remuneração do capital, o melhoramento e a
Inegável é, portanto, que o contrato de concessão cria direitos e expansão do serviço, assegurando o equilíbrio econômico e financeiro do
obrigações individuais para as partes. Dentre os direitos encontra-se o de o contrato. Dai por que impõe-se a revisão periódica das tarifas, de modo a
concessionário auferir as vantagens de ordem pecuniária que o contrato lhe adequá-las ao custo operacional e ao preço dos equipamentos necessários
garantiu. Satisfeitas as condições contratuais pelo concessionário, a à manutenção e expansão do serviço, a fim de propiciar a justa
rentabilidade assegurada à empresa erige-se em direito adquirido, exigível remuneração do concessionário, na forma contratada (art. 23, IV).
do concedente na forma avençada. Qualquer modificação unilateral,
posterior, da norma legal ou regulamentar ou de cláusula contratual A revisão das tarifas é ato privativo do poder concedente, em
pertinente ao serviço não invalida as vantagens contratuais asseguradas ao negociação com o concessionário, que deverá demonstrar a renda da
concessionário, porque tais modificações não podem ter efeito retroativo empresa, as despesas do serviço e a remuneração do capital investido ou a
prejudicial ao direito adquirido, preservado por disposição constitucional ser investido nas ampliações necessárias.
(art. 50, XXX VI). Direitos do usuário — Os direitos do usuário devem ser claramente
A alteração unilateral do contrato de concessão é ad- assegurados no contrato de concessão, por ser ele o destinatário do
missível sempre, mas unicamente no tocante aos requisitos serviço concedido. A ausência de cláusulas em favor do público tem
do serviço e com correlata revisão das cláusulas econômicas ensejado o maior descaso das empresas concessionárias pelos direitos do
e financeiras afetadas pela alteração, para manter-se o equi- usuário, o que não aconteceria se o próprio interessado no serviço
líbrio econômico e financeiro inicial. dispusesse de reconhecimento expresso em seu favor, para exigir a
prestação que lhe é mui comumente denegada ou retardada, sem qualquer
Fiscalização do serviço — A fiscalização do serviço concedido cabe ao providência punitiva do Poder Público. A atual Constituição consagrou
Poder Público concedente, que é o fiador de sua regularidade e boa expressamente a proteção a esses direitos em seu art. 175, parágrafo
execução perante os usuários. Já vimos que serviços públicos e serviços único, II, os quais foram contemplados no art. 70 da Lei 8.987/95. Mais
de utilidade pública são sempre serviços para o público. Assim sendo, é recentemente, a Lei 9.791, de 24.3.99, passou a obrigar os concessionários
dever do concedente exigir sua prestação em caráter geral, permanente, a oferecer ao consumidor ou usuário o mínimo de seis datas opcionais para
regular, eficiente e com tarifas módicas (art. 6º, § 1º). Para assegurar esses o vencimento de seus débitos.
requisitos, indispensáveis em todo serviço concedido, reconhece-se à
Administração Pública o direito de fiscalizar as empresas, com amplos É certo e inegável que o princípio da generalidade, que informa todo
poderes de verificação de sua administração, contabilidade, recursos serviço público, por si só permitiria a qualquer particular utilizar-se da
técnicos, econômicos e financeiros, principalmente para conhecer a prestação prometida pelo concessionário ao público em geral; mas, se o
rentabilidade do serviço, fixar as tarifas justas e punir as infrações contrato não estipula prazo para o atendimento do pedido, se não prevê
regulamentares e contratuais. sanções pelo não atendimento, se não dispõe sobre a maneira de o
interessado fazer valer seus direitos, todo fundamento doutrinário será inútil
A fiscalização será feita por órgão técnico da Administração e sem consequências práticas para a obtenção do serviço.
concedente ou por entidade com ela conveniada. Paralelamente, o
regulamento do serviço deverá prever a constituição de comissão integrada Sendo princípio incontroverso que os serviços públicos e de utilidade
por representantes do poder concedente, do concessionário e dos usuários, pública não admitem discriminações ou privilégios entre os pretendentes à
a fim de que colabore na fiscalização (art. 3º, parágrafo único) (v., abaixo, o sua utilização, por se tratar de um “direito cívico”, como o denomina
tópico sobre Agências reguladoras). apropriadamente Gabino Fraga, chegamos à exata conclusão de que
qualquer interessado terá ação contra o concessionário, que o desatender.
Intervenção — No poder de fiscalização está implícito o de intervenção
para regularizar o serviço, quando estiver sendo prestado deficientemente Além disso, injustas discriminações têm sido observadas na execução
aos usuários ou ocorrer sua indevida paralisação. O ato interventivo, dos serviços concedidos, por favoritismo ou interesses escusos, sem que
expedido previamente pelo concedente, deverá indicar os motivos da os preteridos tenham meios de coagir o concessionário à estrita
medida e o prazo de sua duração, e no início e no fim da intervenção observância contratual e regulamentar. Assim, a presença de cláusulas
lavrar-se-á o termo respectivo com todas as indicações necessárias à sua asseguradoras dos direitos do usuário e das obrigações correlatas do
regularidade. A intervenção há que ser provisória, pois, se definitiva, concessionário, com as sanções respectivas, ensejará o chamamento do
importaria encampação do serviço ou rescisão do contrato (arts. 29, III, e faltoso a juízo, no momento em que descumprir o estipulado. A esse

Direito 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
propósito o Autor teve oportunidade de decidir que o usuário, desatendido Encampação ou resgate: é a retomada coativa do serviço, pelo poder
na obtenção de qualquer serviço concedido, tem pedido cominatório (CPC, concedente, durante o prazo da concessão, por motivo de interesse
art. 287) para haver judicialmente a prestação que lhe é assegurada, com público. Não pode o concessionário, em caso algum, opor-se à
todos os consectários da condenação. Naquela oportunidade sustentou, encampação. Seu direito limita-se à indenização dos prejuízos que,
com base na doutrina e na jurisprudência estrangeira — porquanto, até efetivamente, o ato de império do Poder Público lhe acarretar, calculada na
então, não se admitia entre nós a ação do usuário contra o concessionário forma do art. 36 da Lei 8.987/95. A encampação depende de lei
—, que “o usuário de serviço público concedido tem ação para fazer valer autorizadora específica e pagamento prévio da indenização apurada (art.
os seus direitos quando relegados”. Em ação subsequente reiterou esse 37). Com isso pretendeu-se dar maiores garantias ao concessionário, ao
ponto de vista, confirmado pelo TACivSP e posteriormente seguido pelo transferir para o Legislativo a decisão de encampar, uma vez que o
TJGB e STF, com os mesmos argumentos de decisões anteriores.85 reconhecimento da existência de interesse público passa a depender de
Firmada está, hoje, a jurisprudência no sentido de que o pretendente à uma decisão colegiada e não individual do Chefe do Executivo. Justifica-se
utilização de serviço concedido pode demandar diretamente o que assim seja, uma vez que a retomada do serviço pode importar
concessionário para constrangê-lo a prestar o serviço, sob pena de lhe indenização vultosa, dependente, talvez, de dotação específica.
pagar perdas e danos ou a multa correspondente, co-minada na sentença. Não se deve confundir encampação com rescisão, nem com anulação,
Extinção da concessão — A extinção da concessão representa a ou com reversão, visto serem institutos diversos, embora todos façam
retomada do serviço concedido pelo Poder Público e pode ocorrer por volver o serviço ao concedente.
diversos motivos e formas. O primeiro é o término do prazo da concessão, Caducidade: a rescisão por inadimplência do concessionário é, entre
também conhecido como reversão, porque representa o retorno do serviço nós, também denominada caducidade, que corresponde à decadenza do
ao poder concedente; o segundo motivo é o interesse público Direito Italiano e à déchéance da doutrina francesa. A Lei 8.987/95 dispõe
superveniente à concessão, denominado de encampação ou resgate; a que o poder concedente poderá declarar a caducidade da concessão
inadimplência do concessionário pode conduzir à rescisão unilateral do quando: a) o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada; b) o
contrato por parte do poder concedente, designada por caducidade; o concessionário descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou
descumprimento de cláusula contratual pelo poder concedente dá ensejo a regulamentares; c) o concessionário paralisar o serviço; d) perder as
que o concessionário demande a rescisão do contrato; e, finalmente, a condições econômicas, técnicas ou operacionais; e) não cumprir as
ilegalidade da concessão ou do contrato pode impor sua anulação. Em penalidades impostas por infrações anteriores; f) não atender à intimação
cada uma dessas hipóteses a extinção da concessão ocorre por para regularizar a prestação do serviço; e g) for condenado, em sentença
circunstâncias e atos diferentes e produz consequências distintas entre as transitada em julgado, por sonegação de tributos, inclusive contribuições
partes, como veremos a seguir. sociais. A caducidade será declarada por decreto do poder concedente,
Advento do termo contratual, ou reversão: é o término do prazo da depois de comprovada a inadimplência do concessionário em processo
concessão, com o retorno do serviço ao poder concedente; daí por que administrativo, observado o princípio do contraditório. A indenização será
também é conhecida por reversão. Segundo a doutrina dominante, acolhida apurada no decurso do processo, dela devendo ser descontado o valor das
pelos nossos Tribunais, a reversão só abrange os bens, de qualquer multas contratuais e dos danos causados ao poder concedente (art. 38 e
natureza, vinculados à prestação do serviço. Os demais, não utilizados no §§).
objeto da concessão, constituem patrimônio privado do concessionário, que Rescisão: rescisão é o desfazimento do contrato, durante o prazo de
deles pode dispor livremente e, ao final do contrato, não está obrigado a sua execução. Rescisão é termo genérico, que comporta várias espécies,
entregá-los, sem pagamento, ao concedente. Assim é porque a reversão só mas a Lei 8.987/95 reservou-o para a extinção da concessão promovida
atinge o serviço concedido e os bens que asseguram sua adequada pelo concessionário junto ao Poder Judiciário (art. 39). A rescisão unilateral
prestação. imposta pelo poder concedente foi denominada de encampação, quando
Se o concessionário, durante a vigência do contrato, formou um acervo motivada por interesse público (art. 37), ou de caducidade, quando
à parte, embora provindo da empresa, mas desvinculado do serviço e sem decorrente de inadimplência do concessionário. A rescisão judicial é aquela
emprego na sua execução, tais bens não lhe são acessórios e, por isso, determinada pelo Poder Judiciário, mediante provocação do concessionário
não o seguem, necessariamente, na reversão. em face de descumprimento do contrato pelo poder concedente. Para obtê-
la, o concessionário deve: a) promover ação específica para esse fim; b)
As cláusulas de reversão é que devem prever e tomar certo quais os comprovar o descumprimento de cláusulas contratuais pelo poder
bens que, ao término do contrato, serão transferidos ao concedente e em concedente; c) manter a prestação do serviço sem solução de continuidade
que condições. A reversão gratuita é a regra, por se presumir que, durante até a decisão judicial transitar em julgado, salvo se essa continuidade
a exploração do serviço concedido, o concessionário retira não só a renda significar exigir o impossível do concessionário e comprometer sua própria
do capital como, também, o próprio capital investido no empreendimento. existência. Embora a lei não o diga, haverá sempre lugar para a rescisão
amigável, que decorre de acordo das partes, no qual elas convencionam o
Embora seja cláusula essencial do contrato (art. 23, X), se nada for
modo e forma de devolução do serviço e eventuais pagamentos devidos.
estipulado a respeito, entende-se que o concedente terá o direito de
receber de volta o serviço com todo o acervo aplicado na sua prestação, Anulação: é a invalidação do contrato por ilegalidade na concessão ou
sem qualquer pagamento. Mas casos há de concessão de curto prazo, ou na formalização do ajuste. A anulação não se confunde as formas de
de investimentos especiais e de alto custo, que justificam se convencione a extinção antes examinadas, porque todas elas pressupõem um contrato
indenização total ou parcial dos bens da empresa quando da reversão do válido, mas mal-executado (inadimplência) ou cuja execução pelo
serviço. concessionário se tenha tomado inconveniente ao interesse público, ao
passo que a anulação pressupõe um contrato ilegal, embora esteja sendo
A Lei 8.987/95 determina que o poder concedente indenize o
regular-mente executado. Daí por que a anulação não impõe indenização
concessionário de todas as parcelas de investimentos vinculados aos bens
alguma e produz efeitos ex tunc, retroagindo às origens da concessão, e as
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido
demais formas de extinção podem eventualmente obrigar o concedente a
realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço
indenizar e só atuam dali para diante, ex nunc. E oportuno observar-se que
(art. 36). Pretende-se evitar, com essa determinação, que a prestação do
a lei de ação popular considera nulo, dentre outros contratos, o de
serviço se deteriore nos últimos anos do prazo da concessão, por falta de
concessão de serviço público quando celebrado sem concorrência não
investimentos do concessionário. Ao garantir, legalmente, a indenização
dispensada por lei ou com concorrência fraudada (Lei 4.717/65, art. 4º, III,
desses investimentos, toma-se mais fácil ao poder concedente exigir o
“a”, “b” e “c”).
cumprimento do dever de atualidade do serviço, correspondente à
manutenção e melhoria dos equipamentos, instalações e demais Outras formas de extinção: a Lei 8.987/95 prevê, ainda, que a
exigências do serviço. concessão se extingue pela falência ou extinção da empresa
concessionária, ou pelo falecimento ou incapacidade do titular, no caso de
A Lei 11.445, de 5.1.2007, modificou alguns parágrafos do art. 42 da
empresa individual (art. 35, VI). Esta última hipótese só se aplica às
Lei 8.987/95, regulando o término da concessão e o pagamento de
permissões, uma vez que somente pessoa jurídica pode ser concessionária
eventual indenização.

Direito 92 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(art. 20, II), e jurídicas são apenas aquelas enumeradas no art. 44 do CC, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil, nos termos da Lei 9.307,
as associações, as sociedades e as fundações sem contar as pessoas de 23.9.96.
jurídicas de Direito Público. Empresa individual, ou firma individual, não é
pessoa jurídica, mas sim o nome adotado pela pessoa física para uso em Constituição de sociedade de propósito especifico — Sociedade de
seu comércio. Opõe-se à firma social ou razão social, própria aos nomes propósito especifico deve ser constituída para implantar e gerir o objeto da
comerciais das sociedades mercantis. parceria, sendo vedado à Administração ser titular da maioria do seu capital
votante. Essa sociedade deverá obedecer aos padrões de governança
Proteção ao patrimônio do concessionário — O patrimônio do corporativa e poderá assumir a forma de companhia aberta, com valores
concessionário, por vinculado a um serviço de utilidade pública que não mobiliários admitidos a negociação no mercado (art. 90 e seus §§).
pode sofrer paralisação ou retardamento na sua prestação, está protegido
pelo Código Penal (Lei 2.848/40), que considera crime de dano qualificado Contratação —A contratação da parceria público-privada deve ser
(art. 163, III, com a redação dada pela Lei 5.346/67) qualquer lesão aos precedida de licitação, na modalidade de concorrência; mas uma
bens da empresa. concorrência especial, que admite — se assim previsto no edital — um
leilão a viva voz, depois da abertura das propostas escritas. Os lances a
Parcerias público-privadas viva voz serão sempre oferecidos na ordem inversa da classificação das
propostas escritas, sendo vedada a limitação de lances. Não obstante, o
Conceito — E uma nova forma de participação do setor privado na edital poderá restringir a apresentação de lances aos licitantes cuja
implantação, melhoria e gestão da infra-estrutura pública, principalmente proposta escrita for no máximo 20% maior que o valor da melhor proposta.
nos setores de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, energia etc., como
alternativa à falta de recursos estatais para investimentos nessas áreas. Os critérios de julgamento são: menor tarefa a ser cobrada pelo
serviço; menor valor da contraprestação a ser paga pelo Poder Público; ou
A Lei 11.079, de 30.12.2004, define a parceria público-privada como a combinação de um ou outro desses critérios com o de melhor técnica
contrato administrativo de concessão, mas uma concessão especial, apresentada (art. 12, II). Admite-se, portanto, a etapa prévia de qualificação
diversa da que estudamos anteriormente, porque o particular presta o de propostas técnicas, desclassificando-se os licitantes que não
serviço em seu nome, mas não assume todo o risco do empreendimento, alcançaram a pontuação mínima exigida.
uma vez que o Poder Público contribui financeiramente para sua realização
e manutenção. Outra característica desta concorrência é a possibilidade da inversão
da ordem das fases de habilitação e julgamento — o que o edital deverá
Duas são as modalidades de parceria público-privada instituídas pela prever expressamente. Encerrada a fase de classificação das propostas ou
referida lei: concessão patrocinada — quando a concessão de serviços ou oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os documentos de
de obras públicas envolver uma contraprestação do Poder Público habilitação do primeiro classificado; se atendidas as exigências do edital, o
adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários; e concessão administrativa licitante será declarado vencedor; não atendidas, o mesmo procedimento
— quando a remuneração do serviço é feita integralmente pela será feito com o segundo colocado, e assim sucessivamente, até que um
Administração, amda que ele envolva execução de obra ou fornecimento de licitante classificado atenda às condições fixadas no edital (art. 13).
bens.
Despesas com os contratos — Como as parcerias público-privadas
Na verdade, são duas formas de concessão que refogem ao conceito envolvem o comprometimento das receitas das entidades estatais, a lei
tradicional desse contrato administrativo, porque envolvem contraprestação determina que as despesas com tais contratos não podem exceder a 1% da
pecuniária do Poder Público. Não obstante, a elas se aplicam os princípios receita corrente líquida de cada exercício. Isto vale também para Estados e
básicos da concessão comum, com as alterações especificadas pela nova Municípios, que, se violarem tal proibição, não poderão receber da União
lei. Passamos, assim, a contar com três tipos de concessão de serviços: a garantia para seus empréstimos ou transferências voluntárias (arts. 23 e
comum, que continua regulada pela Lei 8.987/95; a patrocinada e a 28). De igual modo, não podem investir mais de 70% de seus recursos
administrativa, que se regem pela nova lei, com aplicação subsidiária da lei próprios em tais empreendimentos — limite, este, elevado para 80%
de 1995. quando participarem fundos de previdência privada complementar. Estas
Com relação a esta última, é preciso não confundi-la com a concessão restrições foram impostas tendo em vista a Lei de Responsabilidade Fiscal,
de uso de bem público, também chamada de concessão administrativa de mas alcançam também as empresas estatais não-dependentes, como é o
uso, para diferençá-la da concessão do direito real de uso, por nós caso da Petrobrás, Sabesp etc., não sujeitas à citada Lei de
mencionadas no cap. VIII. Esta concessão administrativa é um contrato de Responsabilidade Fiscal.
prestação de serviços de que a Administração é a usuária direta ou indireta, Parcerias federais — A Lei 11.079/2004 contempla, ainda, um capítulo
conforme a define a lei. Daí por que a remuneração é paga integralmente com normas aplicáveis somente às parcerias federais. Para esse fim,
pela própria Administração. Destina-se, ao que parece, a permitir a inserção determina a instituição de um órgão gestor, com a participação de
do setor privado em serviços até agora pouco atrativos, como a construção representantes dos Ministérios do Planejamento, da Casa Civil e da
e administração de presídios, hospitais, escolas e outros setores. Fazenda, ao qual caberá o estudo prévio do mérito do projeto e da
A celebração do contrato de parceria público-privada é vedada quando viabilidade da concessão da garantia financeira (art. 14). Prevê também a
seu valor seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de Reais), ou criação de um Fundo Garantidor de Parcerias — FGP, que será
quando o período de sua prestação seja inferior a cinco anos, ou, ainda, administrado, gerido e representado por instituição financeira controlada
quando tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o pela União (arts. 16 a 21).
fornecimento e a instalação de equipamentos ou a execução de obra
pública. Serviços permitidos
Cláusulas do contrato — As cláusulas do contrato de parceria público- Além dos serviços concedidos, que vimos precedentemente, há, ainda,
privada devem obedecer ao disposto no art. 23 da Lei 8.987/95 e mais às os serviços permitidos, que veremos agora, e os serviços autorizados, que
condições constantes do art. 50 da nova lei, dentre as quais convém serão vistos ao depois. Todos são modalidades de serviços delegados ao
destacar a previsão dos fatos que venham a caracterizar a inadimplência particular, apenas por formas e com garantias diferentes: a concessão é
pecuniária do parceiro público, os modos e o prazo de regularização e, delegação contratual e, modernamente, legal; a permissão e a autorização
quando houver, a forma de acionamento da garantia — pois esta constituem delegações por ato unilateral da Administração; aquela com
participação financeira da Administração é a característica principal desta maior formalidade e estabilidade para o serviço; esta com mais simplicidade
nova modalidade de parceria. Por isso, a lei procura especificar as formas e precariedade na execução.
de contraprestação do Poder Público, listando as garantias que podem ser Serviços permitidos são todos aqueles em que a Administração
oferecidas (art. 8º), admitindo até mesmo a vinculação de receitas, desde estabelece os requisitos para sua prestação ao público e, por ato unilateral
que observado o disposto no inc. IV do art. 167 da CF. (termo de permissão), comete a execução aos particulares que
Outro aspecto relevante a ser mencionado (art. 11, III) é o de que o demonstrarem capacidade para seu desempenho.
contrato deverá prever mecanismos privados de resolução de disputas, A permissão é, em princípio, discricionária e precária, mas admite

Direito 93 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
condições e prazos para exploração do serviço, a fim de garantir permitido em forma de avença privada, em que predomina o interesse
rentabilidade e assegurar a recuperação do investimento do permissionário particular. Nem sempre as normas do Direito Privado servirão para regular
visando a atrair a iniciativa privada. O que se afirma é que a unilateralidade, satisfatoriamente o funcionamento do serviço de interesse público.
a discricionariedade e a precariedade são atributos da permissão, embora
possam ser excepcionados em certos casos, diante do interesse A Lei 8.987/95 conceitua permissão de serviço público: a delegação, a
administrativo ocorrente. Esses condicionamentos e adequações do título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita
instituto para delegação de serviços de utilidade pública ao particular — pelo poder concedente, a pessoa física ou jurídica que demonstre
empresa ou pessoa física — não invalidam a faculdade de o Poder Público, capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco (art. 2º, IV). Ao
unilateralmente e a qualquer momento, modificar as condições iniciais do contrário do que recomenda o Autor, contudo, o art. 40 da Lei 8.987/95
termo ou, mesmo, revogar a permissão sem possibilidade de oposição do determina que a permissão seja formalizada mediante contrato de adesão,
permissionário, salvo se ocorrer abuso de poder ou desvio de finalidade da ajuste de Direito Privado, que tem características próprias e que não
Administração ou se tratar de permissão condicionada, caso em que as deveria ser utilizado para fim de prestação de serviço público. Basta
condições e prazos devem ser respeitados pela Administração que os considerar que, embora formalizada mediante contrato, a permissão não
instituiu. perde seu caráter de precariedade e de revogabilidade por ato unilateral do
poder concedente, ideias incompatíveis com a noção de contrato privado.
Enquanto, porém, o Poder Público não modificar as condições ou Acresce, ainda, que a mesma lei estabelece sejam aplicados às permissões
cassar a permissão, prevalece o estabelecido e poderá o permissionário os preceitos referentes às concessões (art. 40, parágrafo único). Claro está
defender seus direitos perante a Administração ou terceiros. Cessará, que esta aplicação far-se-á apenas no que couber, visto que são figuras
repetimos, qualquer direito anteriormente reconhecido desde o momento administrativas assemelhadas mas distintas, não podendo ser totalmente
em que o permitente, unilateral e discricionariamente, cassar a permissão equiparadas, como deixou bem claro o Autor.
ou impuser novas condições ao permissionário. E assim é porque, como
bem esclarece Basavilbaso, “toda permissão traz implícita a condição de Serviços autorizados
ser, em todo momento, compatível com o interesse público, e, por Serviços autorizados são aqueles que o Poder Público, por ato
conseguinte, revogável ou modificável pela Administração, sem recurso unilateral, precário e discricionário, consente na sua execução por particular
algum por parte do permissionário. para atender a interesses coletivos instáveis ou emergência transitória.
O serviço permitido é executado em nome do permissionário, por sua Fora destes casos, para não fraudar o princípio constitucional da licitação, a
conta e risco, mas sempre nas condições e com os requisitos delegação deve ser feita mediante permissão ou concessão. São serviços
preestabelecidos pela Administração permitente, que o controla em toda delegados e controlados pela Administração autorizante, normalmente sem
sua execução, podendo nele intervir quando prestado inadequadamente regulamentação específica, e sujeitos, por índole, a constantes
aos usuários. O início e o fim da intervenção devem ser precedidos dos modificações do modo de sua prestação ao público e a supressão a
respectivos termos circunstanciados. qualquer momento, o que agrava sua precariedade.

A permissão, por sua natureza precária, presta-se à execução de A remuneração de tais serviços é tarifada pela Administração, como os
serviços ou atividades transitórias, ou mesmo permanentes, mas que demais de prestação ao público, dentro das possibilidades de medida para
exijam frequentes modificações para acompanhar a evolução da técnica ou oferecimento aos usuários. A execução deve ser pessoal e intransferível a
as variações do interesse público, tais como o transporte coletivo, o terceiros. Sendo uma modalidade de delegação discricionária, em princípio,
abastecimento da população e demais atividades cometidas a particulares, não exige licitação, mas poderá ser adotado para escolha do melhor
mas dependentes do controle estatal. autorizatário qualquer tipo de seleção, caso em que a Administração ficará
vinculada aos termos do edital de convocação.
Em geral, a permissão não gera privilégio, nem assegura exclusividade
ao permissionário, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica A modalidade de serviços autorizados é adequada para todos aqueles
justificada (art. 16). A permissão para a prestação de serviço público ou de que não exigem execução pela própria Administração, nem pedem
utilidade pública, agora, pela Constituição de 1988, exige licitação, nos especialização na sua prestação ao público, como ocorre com os serviços
termos do seu art. 175, do art. 2º da Lei 8.666/93, e dos arts. 2O, IV, e 40, e de táxi, de despachantes, de pavimentação de ruas por conta dos
da Lei 8.987/95. Observe-se, ainda, que aos permissionários não se moradores, de guarda particular de estabelecimentos ou residências, os
estendem automaticamente as prerrogativas dos concessionários, só se quais, embora não sendo uma atividade pública típica, convém que o Poder
beneficiando das que lhes forem expressamente atribuídas. Público conheça e credencie seus executores e sobre eles exerça o
necessário controle no seu relacionamento com o público e com os órgãos
Embora ato unilateral e precário, a permissão é deferida intuitu administrativos a que se vinculam para o trabalho.
personae e, como tal, não admite a substituição do permissionário, nem
possibilita o traspasse do serviço ou do uso permitido a terceiros sem Os serviços autorizados não se beneficiam das prerrogativas das
prévio assentimento do permitente. atividades públicas, só auferindo as vantagens que lhes forem
expressamente deferidas no ato da autorização, e sempre sujeitas a
Quanto aos atos dos permissionários praticados em decorrência da modificação ou supressão sumária, dada a precariedade ínsita desse ato.
permissão, podem revestir-se de certa autoridade pela delegação recebida Seus executores não são agentes públicos, nem praticam atos
do Poder Público, e, nessas condições, tornam-se passíveis de mandado administrativos; prestam, apenas, um serviço de interesse da comunidade,
de segurança, desde que lesivos de direito líquido e certo (Lei 1.533/51, art. por isso mesmo controlado pela Administração e sujeito à sua autorização.
1º, § 1º). A contratação desses serviços com o usuário é sempre uma relação de
Direito Privado, sem participação ou responsabilidade do Poder Público.
Outra observação que se impõe é a de que os atos dos permissioná- Qualquer irregularidade deve ser comunicada à Administração autorizante,
rios são de sua exclusiva responsabilidade, sem afetar a Administração mas unicamente para que ela conheça a falta do autorizatário e, se for o
permitente. Embora praticados por delegação do Poder Público e sob sua caso, lhe aplique a sanção cabível, inclusive a cassação da autorização.
fiscalização, por eles respondem os próprios permissionários, mas, subse-
quente-mente, poderá ser responsabilizada a Administração permitente, As entidades convenentes, sejam públicas ou privadas, ficam obriga-
por culpa na escolha ou na fiscalização do executor do serviço. das a realizar licitação, na sua modalidade de pregão, de preferência na
forma eletrônica, para a aquisição de bens ou serviços comuns, quando o
A permissão vem sendo a modalidade preferida pelas Administrações fizerem com recursos repassados pela União. E o que dispõe o Dec. 5.504,
federal, estaduais e municipais para delegação de serviços de transporte de 5.8.2005.
coletivo a empresas de ônibus nas respectivas áreas de sua competência,
muito embora o antigo Código Nacional de Trânsito (Lei 5.108, de 21.9.66) Convênios administrativos
admitisse também a concessão e a autorização (art. 44).
Convênios administrativos são acordos firmados por entidades públicas
Observe-se, finalmente, que serviço permitido é serviço de utilidade de qualquer espécie, ou entre estas e organizações particulares, para
pública e, como tal, sempre sujeito às normas do Direito Público. Não se realização de objetivos de interesse comum dos partícipes.
pode, assim, realizar permissão ou traspassar a prestação de serviço

Direito 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Convênio é acordo, mas não é contrato.95 No contrato as partes têm contraindo obrigações em nome próprio e oferecendo as garantias
interesses diversos e opostos; no convênio os partícipes têm interesses peculiares de uma empresa.
comuns e coincidentes. Por outras palavras: no contrato há sempre duas A Lei 8.666/93 considera contrato, para seus fins, todo e qualquer
partes (podendo ter mais de dois signatários), uma que pretende o objeto ajuste entre órgãos e entidades da Administração Pública e particulares,
do ajuste (a obra, o serviço etc.), outra que pretende a contraprestação desde que haja acordo de vontades para a formação de vinculo e a
correspondente (o preço, ou qualquer outra vantagem), diversamente do estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada
que ocorre no convênio, em que não há partes, mas unicamente participes (art. 2º, parágrafo único). No art. 116, determina a incidência de seus
com as mesmas pretensões. Por essa razão, no convênio a posição dispositivos, no que couber, a todos os convênios, acordos, ajustes e
jurídica dos signatários é uma só, idêntica para todos, podendo haver outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos ou entidades da
apenas diversificação na cooperação de cada um, segundo suas Administração. Nos seus parágrafos, estabelece uma série de formalidades
possibilidades, para a consecução do objetivo comum, desejado por todos. que devem ser cumpridas quando da celebração de convênio,
Diante dessa igualdade jurídica de todos os signatários do convênio e principalmente quando houver repasse de recursos da entidade pública à
da ausência de vinculação contratual entre eles, qualquer partícipe pode organização privada interessada.
denunciá-lo e retirar sua cooperação quando o desejar, só ficando Saneamento básico: a Lei 11.445, de 5.1.2007
responsável pelas obrigações e auferindo as vantagens do tempo em que
participou voluntariamente do acordo. A liberdade de ingresso e retirada Seria inviável, neste capítulo, tratar dos serviços públicos em espécie,
dos partícipes do convênio é traço característico dessa cooperação dadas sua extrema variedade e as restrições que nos impusemos para não
associativa, e, por isso mesmo, não admite cláusula obrigatória da ampliar demasiadamente esta obra. Abrimos exceção para breves
permanência ou sancionadora dos denunciantes. Nossas Administrações, considerações sobre a recentíssima Lei 11.445/2007, ansiosamente
entretanto, têm confundido, em muitos casos, o convênio com o contrato aguardada pelos interessados, em face das dúvidas quanto à competência
administrativo, realizando este em lugar e com a denominação daquele, o estatal para sua prestação, principalmente nas Regiões Metropolitanas e
que dificulta sua interpretação e execução. Municípios que se localizam na mesma bacia hidrográfica.
Os convênios, entre nós, não adquirem personalidade jurídica, A lei considera como saneamento básico: a) o abastecimento de água
permanecendo como simples aquiescência dos partícipes para a potável, desde a sua captação e tratamento até as ligações prediais; b) a
prossecução de objetivos comuns, o que nos leva a considerá-los, tão- coleta, transporte, tratamento e disposição final dos esgotos sanitários; c) a
somente, uma cooperação associativa, livre de vínculos contratuais. Essa limpeza urbana de manejo dos resíduos sólidos, com tratamento e destino
instabilidade institucional, aliada à precariedade de sua administração, vem final do lixo; e d) a drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
criando dificuldades insuperáveis para sua operatividade, principalmente no
Assim considerado o saneamento básico, a competência para sua
campo empresarial, que exige pessoas e órgãos responsáveis para as
execução seria, naturalmente, do Município. Ocorre que nas Regiões
contratações de grande vulto.
Metropolitanas isto não seria possível, dada a interligação das redes de
A Constituição de 1988 não se referia nominadamente a convênios, água e esgoto de várias cidades. Semelhante dificuldade ocorre com os
mas nada impedia a sua realização como instrumento de cooperação Municípios situados na mesma bacia hidrográfica. Ainda mais quando a
associativa, quer entre os entes federados, quer entre estes e entidades própria lei determina que a utilização de recursos hídricos na prestação de
privadas que disponham de meios para realizar os objetivos comuns, de serviços públicos de saneamento básico, inclusive para disposição ou
interesse recíproco dos partícipes. A EC 19, de 4.6.1998, deu nova reda- diluição de esgotos e outros resíduos líquidos, está sujeita a outorga de
ção ao art. 241, ao dispor que “A União, os Estados, o Distrito Federal e os direito de uso, nos termos da Lei 9.433, de 8.1.97, de seus regulamentos e
Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convê- das legislações estaduais. Por isso mesmo a lei determina que “os planos
nios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associ- de saneamento básico deverão ser compatíveis com os planos das bacias
ada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de hidrográficas em que estiverem inseridos” (art. 19, § 3º).
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços
Tendo em vista essa realidade, a Lei 11.445/2007 abre um capitulo pa-
transferidos”. Os consórcios públicos foram regulados pela Lei 11.105, de
ra regular a prestação regionalizada dos serviços de saneamento básico
6.4.2005.. Agora, a MP 345, de 14.1.2007, acaba de autorizar convênio
(arts. 14 e ss.), que pode ser feita por órgãos ou entidades de ente da
especificamente para executar atividades e serviços imprescindíveis à
Federação ou por consórcio público, nos termos do art. 241 da CF.
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patri-
mônio. Por outro lado, a lei não cuidou dos recursos necessários ao
financiamento do serviço, tendo o Poder Executivo vetado todos os
Em face da gravidade do problema da segurança pública, a União criou
dispositivos que tratavam da matéria.
uma Força Nacional de Segurança, para auxiliar os Estados nessa tarefa,
assumindo as operações conjuntas e o desenvolvimento de atividades e Fonte: DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO – Hely Lopes
qualificação dos profissionais dessa área. Meirelles – 33ª edição, 2007 – Malheiros Editores Ltda. São Paulo, SP
Organização — A organização dos convênios não tem forma própria, 2.8. Atos Administrativos
mas sempre se fez com autorização legislativa e recursos financeiros para 2.8.1. Agente, objeto e finalidade.
atendimento dos encargos assumidos no termo de cooperação. Entretanto, 2.8.2. Controle dos atos administrativos
o STF vem decidindo que é inconstitucional a norma que exige autorização
legislativa, por ferir a independência dos Poderes. Data venia, não nos ATOS ADMINISTRATIVOS
parece que ocorra essa inconstitucionalidade, porque o convênio e o Noções introdutórias acerca do ato administrativo
consórcio são sempre atos gravosos que extravasam dos poderes normais Texto extraído do Jus Navigandi
do administrador público e, por isso, dependem da aquiescência do http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6722
Legislativo.
Execução — A execução dos convênios tem ficado, comumente, a Roberto Wagner Lima Nogueira
cargo de uma das entidades participantes, ou de comissão diretora. De mestre em Direito Tributário, professor do Departamento de Direito
qualquer forma, o convênio permanece despersonalizado e sem órgão Público das Universidades Católica de Petrópolis (UCP), procurador do
diretivo adequado. Diante desses inconvenientes, recomenda-se a Município de Areal (RJ), membro do Conselho Científico da Associação
organização de uma entidade civil ou comercial com a finalidade especifica Paulista de Direito Tributário (APET)
de dar execução aos termos do convênio, a qual receberá e aplicará seus
recursos nos fins estatutários, realizando diretamente as obras e serviços 1. CONSIDERAÇÕES PREAMBULARES.
desejados pelos partícipes ou contratando-os com terceiros. Assim, o Trata-se de apontamentos, anotações básicas para aqueles operado-
convênio manter-se-á como simples pacto de cooperação, mas disporá de res do direito administrativo que queiram iniciar estudos concernentes ao
uma pessoa jurídica que lhe dará execução, exercendo direitos e ato administrativo, por conseguinte, carecem de uma maior aprofundamen-
to teórico, senão que servem como um guia para estudos a serem feitos

Direito 95 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
com mais rigor e detida análise. Conceito de José dos Santos Carvalho Filho – é a exteriorização da
vontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatários,
É material de reciclagem para os já formados, e instrumental útil para nessa condição, que, sob regime de direito público, vise à produção de
os bacharelandos que vivenciam o estudo de direito administrativo ainda na efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público.
universidade. O texto aponta caminhos que devem necessariamente ser
percorridos. Para Marçal Justen Filho ato administrativo é uma manifestação de
vontade funcional apta a gerar efeitos jurídicos, produzida no exercício
2 - FATOS ADMINISTRATIVOS. de função administrativa.
É conceito mais amplo do que o de ato administrativo. É uma atividade
material no exercício da função administrativa que visa efeitos práticos 4. REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.
para a Administração. É o ato material de pura execução, i,e, em satisfa- Para fins didáticos adotamos os requisitos constantes do art. 2º da Lei
ção de um dever jurídico e traduz o exercício da função administrativa na nº 4.717/65, ação popular, cuja ausência provoca a invalidação do atos.
dicção de Marçal Justen Filho. São eles, competência, objeto, forma, motivo e finalidade.

Segundo Hely Lopes Meirelles o fato administrativo resulta do ato Art. 2º. São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades men-
administrativo que o determina. Entretanto, pode ocorrer o contrário, cionadas no artigo anterior, nos casos de:
no caso da apreensão de mercadoria (atividade material de apreender), a) incompetência;
primeiro se apreende e depois se lavra o auto de infração, este sim o b) vício de forma;
ato administrativo. Pode ocorrer também independente de um ato ad- c) ilegalidade do objeto;
ministrativo, quando se consuma através de uma simples conduta d) inexistência dos motivos;
administrativa, alteração de local de um departamento público se perfaz e) desvio de finalidade.
sem a necessidade de um ato administrativo, porém, não deixa de ser
um atividade material. Até fenômenos naturais, quando repercutem na COMPETÊNCIA – Di Pietro prefere fazer alusão ao SUJEITO ao revés
esfera administrativa, constituem fatos administrativos, um raio que de falar da COMPETÊNCIA. É o poder que a lei outorga ao agente
destrói um bem público, chuvas que deterioram um equipamento do público para desempenho de suas funções. Competência lembra a
serviço público. Ex de fato administrativos: Construção de uma ponte, capacidade do direito privado, com um plus, além das condições normas
varredura de ruas, dispersão de manifestantes, reforma de escolas públi- necessárias à capacidade, o sujeito deve atuar dentro da esfera que a lei
cas. traçou. A competência pode vir primariamente fundada na lei (Art. 61, §
1º, II e 84, VI da CF), ou de forma secundária, através de atos adminis-
Para Diógenes Gasparini os fatos administrativos não se preorde- trativos organizacionais. A CF também pode ser fonte de competência,
nam à produção de qualquer efeito jurídico, traduzem mero trabalho ou consoante arts. 84 a 87 (competência do Presidente da República e dos
operação técnica do agente público. Ex: de atos materiais: dar aula. Ministros de Estado no Executivo); arts. 48, 49, 51 inciso IV e 52 (compe-
Ainda que não seja a regra, deles, atos materiais, podem advir efeitos tência do Congresso Nacional, Câmara dos Deputados e Senado Federal).
jurídicos, ex: o direito a indenização do paciente que foi negligente-
mente operado por um cirurgião-médico do serviço público. Já os atos Para Di Pietro, competência é o conjunto de atribuições das pessoas
administrativos, ao contrário, predestinam-se a produção de efeitos jurídicas, órgãos e agentes, fixadas pelo direito positivo.
jurídicos, são os típicos atos administrativos, sejam concretos ou abstra-
tos, atos de governo (declaração de guerra, declaração de estado de A competência é inderrogável, isto é, não se transfere a outro órgão
emergência, declaração de estado de sítio, atos administrativos dos Tribu- por acordo entre as partes, fixada por lei deve ser rigidamente observada. A
nais de Contas, do Poder Legislativo, Judiciário, pelas Concessionárias de competência é improrrogável, diferentemente da esfera jurisdicional
serviço público). Celso Antonio não concorda em colocar os atos de onde se admite a prorrogação da competência, na esfera administrativa a
governo ou atos políticos sob a rubrica atos administrativos por traduzi- incompetência não se transmuda em competência, a não ser por alteração
rem exercício de função política e não administrativa, porém, Gasparini legal. A competência pode ser objeto de delegação (transferência de
diz que hoje em dia a sua sindicabilidade é ampla pelo judiciário, logo, funções de um sujeito, normalmente para outro de plano hierarquicamente
perfeitamente enquadráveis na noção de ato administrativo. inferior, funções originariamente conferidas ao primeiro – ver art. 84 pará-
grafo único da CF) ou avocação (órgão superior atrai para si a competên-
ESPÉCIES ATOS PERTINENTES A ATIVIDADE PÚBLICA - No exer- cia para cumprir determinado ato atribuído a outro inferior) consoante art.
cício da função legislativa o legislativo edita leis, o Judiciário, decisões 11 da Lei 9.784/99 (Lei do procedimento administrativo federal), "a
judiciais, e o executivo, atos administrativos. Temos, assim, na ativida- competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que
de pública geral, três categorias de atos inconfundíveis entre si: atos foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legal-
legislativos, atos judiciais e atos administrativos. mente admitidos".

ATOS DA ADMINISTRAÇÃO QUE NÃO SÃO TÍPICOS ATOS ADMI- Para Di Pietro a regra é a possibilidade de delegação e avocação e
NISTRATIVOS – Podem ser atos privados da administração, contratos a exceção é a impossibilidade de delegação e avocação que só ocorre
regidos pelo direito privado, compra e venda e locação. Atos materiais, os quando a competência é outorgada com exclusividade a um determinado
chamados fatos administrativos já estudados. órgão. Ver artigos 12 e 13 e 15 da mesma lei. Para José dos Santos Carva-
lho Filho tanto a delegação quanto a avocação devem ser consideradas
3- ATO ADMINISTRATIVO. como figuras excepcionais, só justificáveis ante os pressupostos que a lei
Conceito de Diógenes Gasparini, toda prescrição, juízo ou conheci- estabelecer.
mento, predisposta à produção de efeitos jurídicos, expedida pelo Estado
ou por quem lhe faça as vezes, no exercício de suas prerrogativas e como OBJETO – Também chamado de conteúdo, é a alteração no mundo
parte interessada numa relação, estabelecida na conformidade ou compati- jurídico que o ato administrativo se propõe realizar, é identificado pela
bilidade da lei, sob o fundamento de cumprir finalidades assinaladas no análise do que o ato enuncia, prescreve ou dispõe. O objeto é uma res-
sistema normativo, sindicável pelo Judiciário. posta a seguinte pergunta: para que serve o ato? Consiste na aquisição,
na modificação, na extinção ou na declaração de direito conforme o fim
Do conceito de Gasparini ressalta a presença do atos concretos e que a vontade se preordenar. Ex: uma licença para construção tem como
abstratos (chamados regulamentos do Executivo, art. 84, IV da CF). A objeto permitir que o interessado possa edificar de forma legítima; o objeto
prescrição destina-se a produzir efeitos jurídicos: certificar, criar, de uma multa é a punição do transgressor da norma jurídica administrativo;
extinguir, transferir, declarar ou modificar direitos e obrigações. Exclu- o objeto da nomeação, é admitir o indivíduo como servidor público; na
em-se do conceito, os atos materiais, os atos de particulares, os de origem desapropriação o objeto do ato é o comportamento de desapropriar cujo
constitucional (sanção e veto), atos legislativos e as sentenças judiciais. conteúdo é o imóvel sobre a qual ela recai.

Direito 96 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para ser válido o ato administrativo, o objeto há que ser lícito, deter- mo bem a terceira pessoa, restará demonstrado que o ato de revogação
minado ou determinável, possível. foi ilegal por vício quanto ao motivo; servidor tem seu pedido de férias
indeferido sob a alegação de que há falta de pessoal na repartição,
FORMA - É o meio pelo qual se exterioza a vontade administrativa. poderia o agente público não ter declinado o motivo, já que o fez e em caso
Para ser válida a forma do ato deve compatibilizar-se com o que expres- do servidor provar o contrário, o ato estará viciado uma vez que presente a
samente dispõe a lei ou ato equivalente com jurídica. O aspecto relativo à incompatibilidade entre o motivo expresso no ato (motivo determinan-
forma válida tem estreita conexão com os procedimentos administrati- te) e a realidade fática.
vos. O ato administrativo é o ponto em que culmina a sequência de atos
prévios (é um produto do procedimento), há que ser observado um iter FINALIDADE – É o resultado que a Administração quer alcançar com a
(procedimento), até mesmo em homenagem ao princípio do devido prática do ato. Enquanto o objeto é o efeito jurídico imediato (aquisição,
processo legal. Torna-se viciado o ato (produto) se o procedimento não transformação ou extinção de direitos) a finalidade é o efeito mediato, ou
foi rigorosamente observado. Ex: licitação. Outros exemplos: Se a lei seja, o interesse coletivo que deve o administrador perseguir. Ex: numa
exige a forma escrita e o ato é praticado verbalmente, ele será nulo; se a lei permissão de transporte urbano o objeto é permitir a alguém o exercício de
exige processo disciplinar para demissão de um funcionário, a falta ou vício tal atividade e a finalidade é o interesse coletivo a ser atendido através
naquele procedimento invalida a demissão. deste serviço público.

Como anotado por José dos Santos Carvalho Filho, a forma e pro- Abaixo jurisprudência do STJ, sobre vício de finalidade, ou seja, des-
cedimento se distinguem, a forma indica apenas a exteriorização da vio de finalidade de ato administrativo, verbis:
vontade e o procedimento uma sequência ordenada de atos e vontades,
porém, a doutrina costuma caracterizar o defeito em ambos como vício de DESAPROPRIAÇÃO. UTILIDADE PÚBLICA.
forma. Ex: portaria de demissão de servidor estável sem a observância do Cuida-se de mandado de segurança no qual o impetrante pretende in-
processo administrativo prévio (art. 41, § 1º, II, da CF); ou, contratação validar ato de autoridade judicial que imitiu o Estado do Rio de Janeiro na
direta de empresa para realização de obra pública em hipótese na qual a lei posse de imóvel objeto de processo expropriatório. Visa, ainda, à
exija o procedimento licitatório. anulação do Dec. Expropriatório n. 9.742/1987. A segurança foi concedi-
da pelo TJ-RJ ao entendimento de que haveria ocorrido manifesto desvio
A forma é uma garantia jurídica para o administrado e para a admi- de finalidade no ato expropriatório, pois, além de o Decreto omitir qual
nistração, é pelo respeito à forma que se possibilita o controle do ato a utilidade pública na forma do DL n. 3.365/1941, os imóveis desapropri-
administrativo, quer pelos seus destinatários, que pela própria administra- ados destinavam-se a repasse e cessão a terceiros, entre eles, os
ção, que pelos demais poderes do Estado. Em regra a forma é escrita, inquilinos. O Min. Relator entendeu que se submete ao conhecimento do
porém a Lei 9.784/99, consagra em seu art. 22 praticamente o informa- Poder Judiciário a verificação da validade da utilidade pública, da desapro-
lismo do ato administrativo. Excpecionalmente, admitem-se ordens priação e seu enquadramento nas hipóteses previstas no citado DL. A
verbais, gestos, apitos (policial dirigindo o trânsito), sinais luminosos. Há vedação que encontra está no juízo valorativo da utilidade pública, e a mera
ainda, casos excepcionais de cartazes e placas expressarem a vontade da verificação de legalidade é atinente ao controle jurisdicional dos atos admi-
administração, como os que proíbem estacionar em ruas, vedam acesso de nistrativos, cuja discricionariedade, nos casos de desapropriação, não
pessoas a determinados locais, proíbem fumar etc. Até mesmo o silêncio ultrapassa as hipóteses legais regulamentadoras do ato. Com esse
pode significar forma de manifestação de vontade, quando a lei fixa um entendimento, a Turma não conheceu do recurso. REsp 97.748-RJ, Rel.
prazo, findo o qual o silêncio da administração significa concordância ou Min. João Otávio de Noronha, julgado em 5/4/2005.
discordância.
5. MÉRITO ADMINISTRATIVO.
MOTIVO – É o pressuposto de fato e de direito que serve de fun- Como bem leciona Hely Lopes Meirelles, o mérito administrativo
damento ao ato administrativo. Pressuposto de direito é o dispositivo conquanto não se possa considerar requisito de sua formação, deve ser
legal em que se baseia o ato e o pressuposto de fato corresponde ao apreciado neste tópico dadas as suas implicações com o motivo e o
conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a objeto (conteúdo) para que serve o ato? do ato, e consequentemente,
administração a praticar o ato. A ausência de motivo ou a indicação de com as suas condições de validade e eficácia. Portanto, considera-se
motivo falso invalidam o ato administrativo. Ex. de motivos: no ato de mérito administrativo a avaliação (valoração) da conveniência e oportuni-
punição de servidor, o motivo é a infração prevista em lei que ele praticou; dade relativas ao objeto e ao motivo, na prática do ato discricionário, ou
no tombamento, é o valor cultural do bem; na licença para construir, é o seja, aquele em que a lei permite ao agente público proceder a uma avalia-
conjunto de requisitos comprovados pelo proprietário. ção de conduta (motivo e objeto), ponderando os aspectos relativos à
conveniência e à oportunidade da prática do ato.
Motivação – Motivação é a demonstração por escrito de que os pres-
supostos de fato realmente existiram. A motivação diz respeito às forma- Os atos discricionários possuem requisitos sempre vinculados
lidades do ato, que integram o próprio ato, vindo sob a forma de "consi- (competência, finalidade e forma), e outros dois (motivo e objeto) em
derandos". A lei 9.784/99 em seu art. 50 indica as hipóteses em que a relação aos quais a Administração decide como valorá-los, desde que
motivação é obrigatória. Segundo José dos Santos Carvalho Filho, pela observados os princípios constitucionais, e submetendo-se nos casos de
própria leitura do art. 50 da Lei 9.784/99 pode-se inferir que não se pode desvio de poder a sindicabilidade do Judiciário.
mesmo considerar a motivação como indiscriminadamente obrigatória
para toda e qualquer manifestação volitiva da Administração. Ainda segun- Os atos administrativos vinculados possuem todos os seus requisi-
do ele, o art. 93, X, não pode ser estendido como regra a todos os atos tos (elementos) definidos em lei, logo, não há falar-se em MÉRITO
administrativos, ademais a CF fala em "motivadas", termo mais próximo ADMINISTRATIVO (ex: licença para exercer profissão regulamentada em
de motivo do que de motivação. Já para Maria Sylvia Zanella Di Pietro a lei), logo, caberá ao Judiciário examinar todos os seus requisitos, a
motivação é regra, necessária, tantos para os atos vinculados quanto conformidade do ato com a lei, para decretar a sua nulidade ou não; já nos
para os discricionários já que constitui garantia da legalidade adminis- atos administrativos discricionários, o controle judicial também é possí-
trativa prevista no art. 37, caput, da CF. vel, porém, terá que respeitar a discricionariedade administrativa nos
limites em que ela é assegurada à Administração Pública pela lei (legalida-
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES – Segundo a qual o mo- de administrativa – 37, caput, CF).
tivo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com a
situação de fato que gerou a manifestação de vontade. Se o interessa- Os autores que afirmam uma tendência de ampliar o alcance da a-
do comprovar que inexiste a realidade fática mencionada no ato como preciação do Poder Judiciário, falam em aplicar o princípio da razoabi-
determinante da vontade, estará ele irremediavelmente inquinado de lidade para aferir a valoração subjetiva da administração pública.
vício de legalidade. (25) Ex: administração revoga permissão de uso sob Aplica-se também o princípio da moralidade dos atos administrativos (art.
a alegação de que a mesma tornou-se incompatível com a destinação do 37, caput, CF), todavia, não cabe ao magistrado substituir os valores
bem público objeto da permissão, e logo a seguir permite o uso do mes- morais do administrador público pelos seus próprios valores, desde

Direito 97 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que uns e outros sejam admitidos como válidos dentro da sociedade;
o que ele pode e deve invalidar são os atos que, pelos padrões do ho- 7. ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE.
mem comum, atentar manifestamente contra a moralidade. Ex: zona Podemos agrupar os atos administrativos em 5 cinco tipos como que-
cinzenta de sindicabilidade pelo Judiciário é o conceito de notável saber rem Hely Lopes Meirelles seguido por Diogo de Figueiredo Moreira
jurídico que permite certa margem de discricionariedade, exceto, nos Neto.
casos em que fica patente, sem sombra de dúvida, de que o requisito
constitucional não foi atendido. ATOS NORMATIVOS – São aqueles que contém um comando geral
do Executivo visando o cumprimento (aplicação) de uma lei. Podem apre-
Contra a tese de ampliação do controle de apreciação do mérito sentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto geral
administrativo pelo Judiciário, José dos Santos Carvalho Filho cita o que regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de
STJ – É defeso ao Poder Judiciário apreciar o mérito do ato administrati- nomeação de um servidor). Os atos normativos podem ser:
vo, cabendo-lhe unicamente examiná-lo sob o aspecto da sua legalidade,
isto é, se foi praticado conforme ou contrariamente à lei. Esta solução se Regulamentos – Hely Lopes Meirelles e Diogo Figueiredo classifi-
funda no princípio da separação dos poderes, de sorte que a verificação cam os regulamentos como espécie autônoma dentro do tipo normativo,
das razões de conveniência ou oportunidade dos atos admistrativos escapa entretanto, José dos Santos Carvalho Filho entende que os regulamen-
ao controle jurisdicional do Estado (ROMS nº 1288-91-SP, Min. Cesar Asfor tos, muito embora citados pelo art. 84, IV da CF, não constituem espécie
Rocha, DJ-2-5-1994). Cita também o STF – que em hipótese onde se autônoma, mas sim um apêndice de decreto, tanto que o próprio Hely
discutia a expulsão de estrangeiro, disse a Corte que se trata de ato Lopes Meirelles apesar de classificá-lo em separado assim afirma: "Os
discricionário de defesa do Estado, sendo de competência do Presidên- regulamentos são atos administrativos postos em vigência por decreto,
cia da República a quem incumbe julgar a conveniência ou oportunidade para especificar os mandamentos da lei ou prover situações ainda não
da decretação da medida, e que ao Judiciário compete tão-somente a disciplinadas por lei." (38) Logo, verifica-se que Hely Lopes Meirelles de-
apreciação formal e a constatação da existência ou não de vícios de fende a tese de que existe o regulamento autônomo juntamente com o
nulidade do ato expulsório, não o mérito da decisão presidencial. regulamento de execução. O primeiro seria destinado a prover situações
não contempladas em lei, porém, atendo-se sempre aos limites da com-
Fluxograma dos requisitos do ato administrativo: petência do Executivo (reserva do Executivo) não podendo invadir assim
Competência a competência de lei (reserva de lei). A partir da Emenda 32/01 que modi-
Forma ficou a redação do art. 84, VI da CF, a corrente que defende a existência
Objeto dos regulamentos autônomos ganhou nova força, pugnando pela ideia de
Motivo que os regulamentos autônomos estão inseridos no campo da compe-
Finalidade tência constitucional conferida diretamente pela CF ao executivo,
chamando tal fenômeno de reserva administrativa.
6. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.
IMPERATIVIDADE ou COERCIBILIDADE – Os atos administrativos Decretos – São atos que provêm da manifestação de vontade dos
são cogentes, obrigando a todos que se encontrem em seu círculo de Chefes do Executivo, o que os torna resultante de competência adminis-
incidência, ainda que contrarie interesses privados, porquanto o seu único trativa específica. A CF trata deles no art. 84, IV, como forma do Presiden-
alvo é o atendimento do interesse coletivo. É certo que em determinados te da República dá curso à fiel execução da lei. Podem se manifestar na
atos administrativos de consentimento (permissões e autorizações) o forma de decretos gerais, com caráter normativo abstrato, ou como decre-
seu cunho coercitivo não se revela cristalino, uma vez que ao lado do tos individuais, com destinatários específicos e individualizados. Hely
interesse coletivo há também o interesse privado, porém, ainda nestes Lopes Meirelles fala em decretos autônomos e decretos regulamentar
casos a imperatividade se manifesta no que diz respeito à obrigação do ou de execução, e representa um importante pensamento dentro desta
beneficiário de se conduzir exatamente dentro dos limites que lhe foram corrente doutrinária.
traçados.
Regimentos – São atos de atuação interna da administração desti-
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE – Trata-se de presunção relativa nados a reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações
de que o ato administrativo nasceu em conformidade com as devidas legislativas, como ato regulamentar interno, o regimento só se dirige aos
normas legais, tal presunção iuris tantum pode ceder à prova de que o que devem executar o serviço ou realizar a atividade funcional regimen-
ato não se conformou às regras legais. O ônus da prova de provar que tada, sem obrigar os particulares em geral. As relações entre o Poder
o ato é ilegítimo é do administrado que pode inclusive opor resistência ao Público e os cidadãos refogem ao âmbito regimental, devendo constar de
seu cumprimento mediante dedução de pleito no Judiciário. O judiciário lei ou de decreto regulamentar.
poderá rever o ato administrativo (respeitado o seu mérito) e a interpre-
tação dada pela administração, até porque a presunção de legitimidade Resoluções – São atos normativos gerais ou individuais, emanados de
não é instrumento de bloqueio da atuação jurisdicional. autoridades de elevado escalão administrativo. Ex: Ministros e Secretários
de Estado ou Município, art. 87 e incisos da CF. Constituem matéria das
AUTO-EXECUTORIEDADE – É admissão da execução de ofício das resoluções todas as que se inserem na competência específica dos agen-
decisões administrativas sem intervenção do Poder Judiciário. Desse tes ou pessoas jurídicas responsáveis por sua expedição. Não se confun-
ponto de vista, o ato administrativo vale como própria "sentença" do juiz, dem com resolução legislativa (art. 59, VII da CF; 155, § 2º, IV e 68, § 2º,
ainda que possa ser revista por este como bem anota García de Enterría. ambos da CF), que é ato do Senado Federal ou do Congresso Nacional
que independem de sanção e têm as regras jurídicas de elaboração
Para Marçal Justen Filho só deve ser aplicada em situações excep- conforme o Regimento interno ou o Regimento Comum destas Casas.
cionais e observados os princípios da legalidade e da proporcionalida-
de. Não há auto-executoriedade sem lei que a preveja, e mesmo assim a Deliberação – São atos normativos ou decisórios emanados de ór-
auto-executoriedade só deverá ser aplicada quando não existir outra gãos colegiados, como conselhos, comissões, tribunais administrati-
alternativa menos lesiva. vos etc. Segundo Hely Lopes Meirelles as deliberações devem obediência
ao regulamento e ao regimento que houver para a organização e funciona-
José dos Santos Carvalho Filho cita como exemplo do exercício da mento do colegiado.
auto-executoriedade, a destruição de bens impróprios para o consumo
público, a demolição de obra que apresenta risco iminente de desabamen- ATOS ORDINATÓRIOS – São os que visam a disciplinar o funcio-
to. A vigente Constituição traça limites à executoriedade em seu art. 5º, namento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
LV, contudo mencionada restrição constitucional não suprime o atributo Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por chefes de
da auto-executoriedade do ato administrativo, até porque, sem ele, serviços aos seus subordinados. Só atuam no âmbito interno das repar-
dificilmente poderia a Administração em certos momentos concluir seus tições e só alcançam os servidores hierarquizados à chefia que os expe-
projetos administrativos. diu. Não obrigam aos particulares. Não criam, normalmente, direitos ou

Direito 98 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
obrigações para os administrados, mas geram deveres e prerrogativas
para os agentes administrativos a que se dirigem. O visto é ato que se limita à verificação da legitimidade formal de outro
ato. É condição de eficácia do ato que o exige. É ato vinculado, todavia,
Instruções, Circulares, Portarias, Ordens de Serviço, Provimentos na prática tem sido desvirtuado para o exame discricionário, como
e Avisos. Todos estes atos servem para que a Administração organize ocorre com o visto em passaporte, que é dado ou negado ao alvedrio das
suas atividades e seus órgãos. O sistema legislativo pátrio não adotou o autoridades consulares.
processo de codificação administrativo, de maneira que cada pessoa
federativa dispõe sobre quem vai expedir esses atos e qual será o conteú- ATOS ENUNCIATIVOS – Segundo Diogo Figueiredo Moreira Neto, são
do. todos aqueles em a Administração se limita a certificar ou a atestar um
fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, constantes de
ATOS NEGOCIAIS ou DE CONSENTIMENTO ESTATAL – Segundo registros, processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso,
Hely Lopes Meirelles são todos aqueles que contêm uma declaração de vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo (objeto).
vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio
jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impos- Certidões – são atos que reproduzem registros das repartições, con-
tas ou consentidas pelo Poder Público. tendo uma afirmação quanto à existência e ao conteúdo de atos adminis-
trativos praticados. É mera trasladação para o documento fornecido ao
Consoante escol de Diogo Figueiredo Moreira Neto os atos adminis- interessado do que consta de seus arquivos. Podem ser de inteiro teor ou
trativos negociais contêm uma declaração de vontade da administração resumidas. A CF em seu art. 5º, XXXIV, b, dispõe sobre o fornecimento de
coincidente com uma pretensão do administrado. A manifestação de certidões independentemente do pagamento de taxas.
vontade do administrado não é requisito para a formação do ato, contudo,
é necessária como provocação do Poder Público para sua expedição, bem Atestados – São atos pelos quais a Administração comprova um fato
como uma vez expedido, para que se dê a aceitação da vontade pública ou uma situação de que tenha conhecimento por seus órgãos competen-
nele expressada. São unilaterais por conceito, embora já contenham um tes. Diferentemente da certidão, os atestados comprovam uma situação
embrião de bilateralidade, já que de algum modo pressupõem a aceitação existente mas não constante em livros, papéis ou documentos em poder
do administrado via provocação ao Poder Público, daí porque a nomencla- da administração, destinam-se a comprovação de situações transeuntes,
tura atos negociais. Tipos: passíveis de modificações frequentes. Ex: atestado médico.

Autorização – ato administrativo unilateral, discricionário e precário Pareceres – São atos que contém opiniões de órgãos técnicos a res-
pelo qual a Administração faculta ao particular o uso do bem público no peito de problemas e dúvidas que lhe são submetidos, orientando a
seu próprio interesse mediante (autorização de uso – fechamento de Administração sobre a matéria técnica neles contida. Muito embora sejam
rua para realização de festa), ou exerça atividade (autorização de servi- opinativos, os pareceres da consultoria jurídica, órgãos exercentes de
ços de vans-peruas, táxi), ou a prática de ato, sem esse consentimento, função constitucional essencial à justiça na órbita dos entes da federação,
seriam legalmente proibidos (autorização como ato de polícia – porte de obrigam, em princípio, a Administração, não obstante se optar por des-
arma). Ex: art. 176, parágrafo primeiro, art. 21, VI, XI, XII, todos da Consti- considerá-los, deverá motivar suficientemente porque o fazem. O
tuição Federal. parecer embora contenha um enunciado opinativo (opinar é diferente de
decidir), pode ser de existência obrigatória no procedimento administrati-
Permissão – É ato administrativo discricionário e precário pelo vo (caso em que integra o processo de formação do ato) e dar ensejo à
qual a Administração consente que ao particular utilize privativamente nulidade do ato final se não contar do respectivo processo (por ausência
bem público. Com o advento da Lei 8.987/95 (art. 40), o instituto da per- de requisito FORMAL), exemplo, casos em que a lei exige prévia audiên-
missão como ato administrativo está restringido ao uso de bens públi- cia de um órgão jurídico-consultivo, processo licitatório. Neste caso, o
cos, porquanto a permissão de serviços públicos passou a ter natureza parecer é obrigatório, muito embora seu conteúdo não seja vinculante.
jurídica de contrato administrativo bilateral, de adesão, e resultante de Quando o ato decisório se limita a aprovar o parecer, fica este integrado
atividade vinculada do administrador em virtude da exigência normal de ao ato como razões de decidir (motivação), agora, se ao revés, o ato
licitação para a escolha do contratado. decisório decide de maneira contrária ao parecer, deve expressar for-
malmente as razões que o levaram a não acolher o parecer, sob pena de
Licença – Ato vinculado e definitivo pelo qual o Poder Público, verifi- abuso de poder e ilegalidade.
cando que o interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-
lhe o desempenho de atividade ou a realização de fatos materiais antes Pareceres normativos – É aquele que quando aprovado pela autori-
vedados ao particular, exemplo, o exercício de uma profissão, a constru- dade competente, é convertido em norma de procedimento interno, aos
ção de um edifício em terreno próprio. Se o interessado preenche os quais se confere uma eficácia geral e abstrata para a Administração,
requisitos legais para a concessão de licença, e por ser um ato admi- dispensando seus entes, órgãos e agentes de reproduzirem as motiva-
nistrativo vinculado, se for negada, caberá a impetração de mandado de ções, se forem as mesmas nele examinadas.
segurança ex vi do art. 5º, inciso LXIX da CF.
Apostila – São atos enunciativos ou declaratórios de uma situação
Em regra a licença por ser ato vinculado não pode ser revogada por anterior criada por lei. Ao apostilar um título a Administração não cria
conferir direito adquirido. Contudo, o STF em 1999 (RE nº 212.780-RJ, um direito, porquanto apenas declara o reconhecimento da existência de
Rel. Min. Ilmar Galvão) reafirmou decisão anterior no sentido de que não um direito criado por norma legal. Segundo Hely Lopes Meirelles equiva-
fere direito adquirido decisão que, no curso do processo de pedido de le a uma averbação.
licença de construção, em projeto de licenciamento, estabelece novas
regras de ocupação de solo, ressalvando-se ao prejudicado o direito à ATOS PUNITIVOS – São aqueles que contêm uma sanção imposta
indenização nos casos em que haja ocorridos prejuízos. pela lei e aplicada pela Administração, visando punir as infrações admi-
nistrativas ou conduta irregulares de servidores ou de particulares
Aprovação, Homologação ou Visto ou atos de confirmação – Pres- perante a Administração.
supõem sempre a existência de outro ato administrativo.
Multa – imposição pecuniária por descumprimento de preceito admi-
A aprovação pode ser prévia (art. 52, III da CF), ou posterior (art. 49, nistrativo, geralmente, é de natureza objetiva, independente da ocorrência
IV da CF), é uma manifestação discricionária do administrador a respeito de dolo ou culpa.
de outro ato.
Interdição de atividades – Ato pelo qual a Administração veda a prá-
A homologação constitui manifestação vinculada, isto é, ou bem tica de atividades sujeitas ao seu controle ou que incidam sobre seus
procede à homologação se tiver havido legalidade ou não o faz em caso bens. Funda-se na lei e no poder de polícia administrativa, e pressupõe
contrário, é sempre produzida a posterior. Ex: licitação. a existência de um prévio e devido processo administrativo (Art. 5º, LV

Direito 99 A Opção Certa Para a Sua Realização


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da CF), sob pena de nulidade. midade com a lei; b)- seus efeitos se produzem a partir da própria revoga-
ção (ex nunc); c)- é ato privativo da administração; d)- não podem ser
Destruição de coisas – Ato sumário da Administração pelo qual se revogados os atos que já exauriram os seus efeitos, uma vez que a revo-
inutilizam alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestá- gação não retroagem mais apenas impede que o ato continue a produzir
veis ou nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei. Típico ato de efeitos, ex: a administração concede dois meses de afastamento ao servi-
polícia administrativa, de caráter urgente que dispensa prévio processo, dor e após este prazo os efeitos já estarão exauridos; e)- pressupõe ato
contudo, exige sempre auto de apreensão e de destruição em forma que ainda esteja produzindo efeitos, ex: autorização para porte de arma ou
regular (descritivo e circunstanciado), nos quais se fixam os motivos da de qualquer atividade sem prazo estabelecido; f)- não podem ser revoga-
medida drástica, se identifiquem as coisas destruídas, para oportuna dos atos que integram um procedimento, pois a cada novo ato ocorre a
avaliação da legalidade do ato. ( preclusão em relação ao ato anterior, ex: não pode ser revogado o ato de
adjudicação na licitação quando já celebrado o respectivo contrato; g)- não
Demolição administrativa – Ato executório, praticado para remover podem ser revogados os atos que geram direitos adquiridos, conforme
perigo público iminente, exigindo, também, auto descritivo e circuns- Súmula nº 473 do STF - (A administração pode anular seus próprios atos,
tanciado sobre o estado da edificação a ser destruída, e quando possível, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
prévio e devido processo legal (art. 5º, LV, CF). originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunida-
de, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
8. EXISTÊNCIA E EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO. apreciação judicial); g)- só quem pratica o ato ou quem tenha poderes
Noções iniciais – Antes de falarmos da extinção do ato administrativo, explícitos ou implícitos para dele conhecer de ofício ou por via de recurso,
vamos falar de sua formação. Sob a perspectiva de sua existência (perfei- pode revogá-lo, trata-se de competência intransferível a não ser por força
ção) no mundo jurídico o ato administrativo pode ser visto sob três planos de lei; h)- pressupõe o contraditório no caso de desfazimento de processo
de investigação científica quais sejam: vigência, validade e eficácia. licitatório, art. 49, § 3º da Lei de Licitações (8.666/93)

Um ato administrativo quando editado e publicado passa a ter vigên- Invalidade ou anulação – É o desfazimento do ato por razões de ile-
cia, logo, possui existência jurídica (perfeição). Um ato administrativo galidade. a)- atinge o ato em sua origem, produzindo efeitos retroativos à
existe quando contiver: motivo, conteúdo, finalidade, forma, e assinatura de data em que foi emitido (ex tunc); b)- pode ser feita pela própria administra-
autoridade competente. O ato administrativo que entrou no plano da exis- ção ou pelo judiciário; c)- deve observar o princípio do contraditório quando
tência "é". Existindo, pode ser válido se obedecidas as condições formais afetar interesses de terceiros; d)- A doutrina não é unânime quanto ao
(órgão competente) e materiais (está de acordo com a lei e a Constituição) caráter vinculado ou discricionário da invalidação, os que defendem o
de sua produção e consequente integração no sistema ou inválido (nulo dever de anular apegam-se ao princípio da legalidade e da autotutela e os
ou anulável) em caso contrário. Contudo, o ato administrativo inválido é que defendem a faculdade de anular se apoiam na predominância do
existe e produz eficácia; ou seja, é qualidade do ato administrativo (que interesse público sobre o particular. Ex: loteamento irregular realizado
existe é válido ou inválido) e que está apto a produzir efeitos jurídicos, isto em área municipal, valendo-se o interessado de documentos falsos que
é, incidir/juridicizar o fato ocorrido no mundo real. fizeram com que conseguisse aprovar o projeto na municipalidade e obter
alvará, inúmeras famílias adquiriram os lotes, construíram casas, foram
O Ato existe, é válido e eficaz. Ex: nomeação de posse do Prefeito cobrados tributos etc. Após foi descoberta a falsidade. A doutrina neste
municipal eleito democraticamente. caso entende que a Administração terá liberdade discricionária para
avaliar qual será o prejuízo menor, manter (convalidar) ou anular o ato
O ato existe, é válido e ineficaz. Ex: ato que permite a contratação ilegal.
depois que o vencedor da licitação tenha promovida a competente garantia.
Vícios que geram a possibilidade de invalidação – previstos no art.
O ato existe, é inválido e como tal pode ser eficaz ou ineficaz. Ex: 2º da Lei 4.717/65 –
ato de declaração de utilidade pública para fins de utilidade pública, para Vícios relativos ao sujeito – Diz a Lei 4.717/65 em seu art. 2º, pará-
fins expropriatórios, editados por vingança política. grafo único,
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-
O ato existe, é inválido e ineficaz. Ex: o ato que permite a nomeação se-ão as seguintes normas:
de servidor para cargo de provimento efetivo no serviço público (Câmara a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas
Municipal), sem o prévio concurso, depois do recesso parlamentar. atribuições legais do agente que o praticou;

EXTINÇÃO – MODALIDADES O vício relativo ao sujeito pode se dar através de usurpação de po-
Extinção natural – por cumprimento de seus efeitos. Ex: a destruição der (crime previsto no art. 328 do CP – a pessoa que pratica o ato não foi
de mercadoria nociva ao consumo público, neste caso, o ato cumpriu seus investida no cargo); excesso de poder (excede os limites de sua compe-
objetivos, extinguindo-se naturalmente. tência) e função de fato (pessoa que pratica o ato está irregularmente
investida no cargo.
Extinção subjetiva ou objetiva – Ocorre quando do desaparecimento
do sujeito ou do objeto. Ex: a morte do permissionário extingue o ato de Vícios relativos ao objeto – Diz a lei já citada,
permissão por ausência do elemento subjetivo. Vejamos agora, outro c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa
exemplo, agora de extinção objetiva. Sendo o objeto um dos seus elemen- em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;
tos essenciais do ato administrativo, se depois de praticado o ato desapa- Ex: município que desaproprie bem imóvel da União; nomeação para
rece o objeto ocorre a chamada extinção objetiva, ex: interdição de esta- cargo inexistente; desapropriação de bem não definido com precisão;
belecimento, e após o estabelecimento é definitivamente desativado pelo intervenção federal disfarçada por ato de requisição, caso da intervenção
proprietário. na área de saúde no Rio de Janeiro pelo Governo Federal etc.

Retirada – Que pode se realizar mediante REVOGAÇÃO quando se Vícios relativos à forma – Diz a Lei 4.717/65,
dá por razões de conveniência e oportunidade ou por razões de INVA- b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta
LIDAÇÃO (ANULAÇÃO), que compreende as ideias de vícios dos atos ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do
administrativos, convalidação e as modalidades de cassação e caduci- ato;
dade. Ex: o decreto é a forma normal que deve revestir o ato do Chefe do
Executivo e o Edital é a única forma possível para convocar os interessa-
Revogação – É ato administrativo discricionário (não se aplica ao ato dos em participar de concorrência pública (modalidade de licitação).
vinculado, porque nestes não há conveniência e oportunidade) pelo qual a
Administração extingue um ato válido, por razões de conveniência e Vícios quanto ao motivo – Diz a Lei 4.717/65, em seu art. 2º,
oportunidade. a)- Não retroage pois pressupõe um ato editado em confor- d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou

Direito 100 A Opção Certa Para a Sua Realização


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de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou na oportunidade e para os efeitos integralmente previstos em lei, sem
juridicamente inadequada ao resultado obtido; qualquer margem de escolha de atuação, seja de tempo ou de conteúdo”.
Ex: A Administração pune um funcionário, mas este não praticou qual-
quer infração, o motivo é inexistente. Se ele praticou infração diversa da Se o legislador entender que, diante do caso concreto, caberá ao agen-
qual foi enquadrado o motivo é falso. te público decidir qual será a melhor solução dentre aquelas permitidas pela
lei, existe discricionariedade administrativa. A escolha dessa decisão reali-
Vícios relativos à finalidade. Diz o art. 2º da Lei 4.717/65, za-se por meio de critérios de oportunidade, conveniência e justiça. Como
e) o desvio da finalidade se verifica quando o agente pratica o ato vi- exemplo de discricionariedade administrativa, tem-se o deferimento ou não
sando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de licença para capacitação ao servidor público federal (art. 87 da Lei nº
de competência. 8.112/90). O servidor pode, após cada quinquênio de efetivo exercício,
Ex: desapropriação feita para prejudicar determinada pessoa; remoção afastar-se das suas atribuições, com a respectiva remuneração, por até três
ex officio do servidor com o objetivo de puni-lo. A grande dificuldade é meses, para participar de curso de capacitação profissional, no interesse da
provar o desvio de poder. Segundo Cretella Júnior o desvio de poder pode Administração. Caberá à autoridade competente decidir se é conveniente
ser comprovado por indícios, exemplos, motivação insuficiente; motivação ou oportuno, permitir que o servidor usufrua dessa licença.
contraditória, irracionalidade do procedimento, camuflagem dos fatos,
inadequação entre motivos e efeitos e excesso de motivação. Não se deve confundir, entretanto, discricionariedade com arbitrarieda-
de. Na discricionariedade, o agente público age com liberdade dentro da lei,
Convalidação – Também denominada por alguns de sanatória, é o enquanto, na arbitrariedade, a atuação do administrador ultrapassa os
processo de que se vale a Administração para aproveitar atos administra- limites legais. Todo ato arbitrário é nulo, pois extrapola o permitido pelo
tivos com vícios superáveis, de modo a confirmá-los no todo ou em ordenamento jurídico, acarretando a responsabilidade do agente que o
parte. O instituto da convalidação é aceito pela doutrina dualista bem emitiu.
como pela Lei 9.784/99 em seu art. 55, que admitem possam os atos
administrativos serem nulos ou anuláveis. Convalida-se por ratificação, Como certos aspectos do ato sempre são vinculados, não há ato admi-
reforma ou conversão. Na ratificação, a autoridade que praticou o ato ou nistrativo inteiramente discricionário. No ato vinculado, todos os elementos
superior hierárquico decide sanar o ato inválido anteriormente praticado, estão estabelecidos em lei. Já no ato discricionário, alguns elementos vêm
suprindo a ilegalidade que o vicia, ex: um ato com vício de forma pode ser definidos minuciosamente em lei (competência, finalidade e forma), en-
posteriormente ratificado com a adoção de forma legal. Na reforma ou quanto outros são deixados para a análise do agente público (motivo e
conversão, o novo ato suprime a parte inválida do anterior, mantendo sua objeto), com maior ou menor liberdade de apreciação da oportunidade e
parte válida, ex: ato anterior concede férias e licença a um servidor, após conveniência.
se verifica que ele não tinha direito a licença, pratica-se novo ato retirando
a parte relativa à licença e ratifica-se a parte atinente às férias. Já na con- Em consequência disso, o ato vinculado só é examinado sob o aspecto
versão. da legalidade, isto é, apenas é contrastado com a previsão legal. O ato
discricionário, por sua vez, pode ser analisado sob aspecto da legalidade e
Cassação – forma extintiva que se aplica quando o beneficiário de de- do mérito (oportunidade e conveniência diante do interesse público a atin-
terminado ato descumpre condições que permitem a manutenção do ato e gir). O mérito do ato administrativo representa a escolha feita pelo adminis-
seus efeitos. Características: a)- trata-se de ato vinculado, já que o agente trador público quanto à conveniência e oportunidade na expedição de um
só pode cassar o ato anterior nas hipóteses previamente fixadas em lei; b)- ato discricionário. Não há mérito nos atos vinculados, pois não há decisão a
é natureza jurídica sancionatória, porquanto pune aquele que deixou de ser tomada pelo agente público. O legislador já decidiu previamente qual é
cumprir as condições para a subsistência do ato. Ex: cassação de licença a solução adotada para determinada hipótese nos atos vinculados.
para exercício de profissão; cassação do porte de arma se o portador for
detido ou abordado em estado de embriaguez, art. 10, § 2º da Lei Como bem observa Gustavo Binenbojm, a constitucionalização do di-
10.826/03. reito administrativo permitiu uma incidência direta dos princípios constitu-
cionais sobre os atos administrativos. Dessa forma, não há decisão admi-
Caducidade – Diz Diógenes Gasparini, há caducidade quando a reti- nistrativa que seja imune ao direito ou aos princípios constitucionais, pois
rada funda-se no advento de nova legislação que impede a permanência da haverá diferentes “graus de vinculação à juridicidade”. Segundo Gustavo
situação anteriormente consentida. Noutro dizer, significa a perda de Binenbojm, “conforme a densidade administrativa incidente ao caso, pode-
efeitos jurídicos em virtude de norma jurídica superveniente contrária se dizer, assim, que os atos administrativos serão: (i) vinculados por regras
àquela que respaldava a prática do ato. Ex: permissão de uso de bem (constitucionais, legais ou regulamentares), exibindo alto grau de vincula-
público, supervenientemente, é editada lei que proíbe o uso privativo do ção à juridicidade; (ii) vinculados por conceitos jurídicos indeterminados
referido bem por particulares, o ato anterior (permissão de uso) de natureza (constitucionais, legais ou regulamentares), exibindo grau intermediário de
precária, sofre caducidade, extinguindo-se. vinculação à juridicidade; e (iii) vinculados diretamente por princípios (cons-
titucionais, legais ou regulamentares) , exibindo baixo grau de vinculação à
Discricionariedade é a opção, a escolha entre duas ou mais alternati- juridicidade”.
vas válidas perante o direito (e não somente perante a lei), entre várias
hipóteses legais e constitucionalmente possíveis ao caso concreto. Essa Classificação dos atos administrativos
escolha se faz segundo critérios próprios como oportunidade, conveniência,
justiça, equidade, razoabilidade, interesse público, sintetizados no chamado Classificação:
mérito do ato administrativo. Os autores divergem na classificação em razão dos conceitos diferen-
tes. Um ato administrativo pode estar enquadrado em várias classificações
Vinculação e Discricionariedade do Ato Administrativo ao mesmo tempo. Ex: Ato de permissão de uso é ato individual, externo, de
O ordenamento jurídico confere determinados poderes instrumentais à império, discricionário e simples.
Administração Pública para que essa possa tutelar os interesses que foram
colocados sob sua guarda. A atividade administrativa não pode ser exerci- Quanto ao alcance ou efeitos sob terceiros:
da fora dos trilhos demarcados pela lei.
Atos internos: São aqueles que geram efeitos dentro da Administra-
Quando a lei estabelece que, perante determinadas circunstâncias, a ção Pública. Ex: Edição de pareceres.
Administração só pode dar uma específica solução, toda a atuação do
administrador público se encontra vinculada ao determinado pelo legislador, Atos externos: São aqueles que geram efeitos fora da Administração
como no exemplo de cobrança de um tributo pelo agente fazendário. Nesse Pública, atingindo terceiros. Ex: Permissão de uso; Desapropriação.
sentido, Diogo de Figueiredo Moreira Neto afirma que ato vinculado “é
aquele em que o agente tem competência para praticá-lo em estrita con- Quanto à composição interna:
formidade às prescrições legais, manifestando a vontade da Administração

Direito 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Atos simples: São aqueles que decorrem da manifestação de vontade Atos Discricionários: São aqueles praticados com liberdade de op-
de um único órgão (singular, impessoal ou colegiado). Ex: Demissão de um ção, mas dentro dos limites da lei. O administrador também fica preso ao
funcionário. enunciado da lei, mas ela não estabelece um único comportamento possí-
vel a ser adotado em situações concretas, existindo assim espaço para a
Atos compostos: São aqueles que decorrem da manifestação de von- realização de um juízo de conveniência e oportunidade. Ex: A concessão
tade de um único órgão em situação sequencial. Ex: Nomeação do Procu- de uso de bem público depende das características de cada caso concreto;
rador-Geral de Justiça. Pedido de moradores exigindo o fechamento de uma rua para festas Juni-
nas.
Atos complexos: São aqueles que decorrem da conjugação de vonta-
des de mais de um órgão no interior de uma mesmo pessoa jurídica. Ex: A discricionariedade é a escolha de alternativas dentro da lei. Já a arbi-
Ato de investidura; portaria intersecretarial. trariedade é a escolha de alternativas fora do campo de opções, levando à
invalidade do ato.
Quanto à sua formação:
O Poder Judiciário pode rever o ato discricionário sob o aspecto da le-
Atos unilaterais: São aqueles formados pela manifestação de vontade galidade, mas não pode analisar o mérito do ato administrativo (conjunto de
de uma única pessoa. Ex: Demissão - Para Hely Lopes Meirelles, só exis- alternativas válidas), salvo quando inválido. Assim, pode analisar o ato sob
tem os atos administrativos unilaterais. a ótica da eficiência, da moralidade, da razoabilidade, pois o ato administra-
tivo que contrariar estes princípios não se encontra dentro das opções
Atos bilaterais: São aqueles formados pela manifestação de vontade válidas.
de mais de uma pessoa. Ex: Contrato administrativo.
Alguns autores alemães afirmam que não há discricionariedade, pois o
Quanto à sua estrutura: administrador tem sempre que escolher a melhor alternativa ao interesse
público, assim toda atividade seria vinculada.
Atos concretos: São aqueles que se exaurem em uma aplicação. Ex:
Apreensão. Aspectos do ato administrativo que são vinculados: Para Hely Lopes
Meirelles, são vinculados a competência, a finalidade e a forma (vem defi-
Atos abstratos: São aqueles que comportam reiteradas aplicações, nida na lei). Para maior parte dos autores, apenas a competência e a
sempre que se renove a hipótese nele prevista. Ex: Punição. finalidade, pois a forma pode ser um aspecto discricionário (Ex: Lei que
disciplina contrato administrativo, diz que tem que ser na forma de termo
Quanto aos destinatários: administrativo, mas quando o valor for baixo pode ser por papéis simplifica-
dos); Celso Antonio diz que apenas a competência, pois a lei nem sempre
Atos gerais: São aqueles editados sem um destinatário específico. Ex: diz o que é finalidade pública, cabendo ao administrados escolher.
Concurso público.

Atos individuais: São aqueles editados com um destinatário específi- Classificação dos atos administrativos
co. Ex: Permissão para uso de bem público.
quanto ao conteúdo
Quanto à esfera jurídica de seus destinatários:
Admissão:
Atos ampliativos: São aqueles que trazem prerrogativas ao destinatá- Admissão é o ato administrativo unilateral vinculado, pelo qual a Admi-
rio, alargam sua esfera jurídica. Ex: Nomeação de um funcionário; Outorga nistração faculta à alguém o ingresso em um estabelecimento governamen-
de permissão. tal para o recebimento de um serviço público. Ex: Matrícula em escola.

Atos restritivos: São aqueles que restringem a esfera jurídica do des- É preciso não confundir com a admissão que se refere à contratação
tinatário, retiram direitos seus. Ex: Demissão; Revogação da permissão. de servidores por prazo determinado sem concurso público.

Quanto às prerrogativas da Administração para praticá-los: Licença:


Licença é o ato administrativo unilateral vinculado, pelo qual a Adminis-
Atos de império: São aqueles praticados sob o regime de prerrogati- tração faculta à alguém o exercício de uma atividade material. Ex: Licença
vas públicas. A administração de forma unilateral impõe sua vontade sobre para edificar ou construir. Diferente da autorização, que é discricionária.
os administrados (princípio da supremacia dos interesses públicos). Ex:
Interdição de estabelecimento comercial por irregularidades. Homologação:
Homologação é o ato administrativo unilateral vinculado, pelo qual a
Atos de expediente: São aqueles destinados a dar andamento aos Administração manifesta a sua concordância com a legalidade de ato
processos e papéis que tramitam no interior das repartições. jurídico já praticado.

Os atos de gestão (praticados sob o regime de direito privado. Ex: con- Aprovação:
tratos de locação em que a Administração é locatária) não são atos admi- Aprovação é o ato administrativo unilateral discricionário, pelo qual a
nistrativos, mas são atos da Administração. Para os autores que conside- Administração manifesta sua concordância com ato jurídico já praticado ou
ram o ato administrativo de forma ampla, os atos de gestão são atos admi- que ainda deva ser praticado. É um ato jurídico que controla outro ato
nistrativos. jurídico.

Quanto ao grau de liberdade conferido ao administrador: Aprovação prévia ou “a priori”: Ocorre antes da prática do ato e é
um requisito necessário à validade do ato.
Atos vinculados: São aqueles praticados sem liberdade subjetiva, isto
é, sem espaço para a realização de um juízo de conveniência e oportuni- Aprovação posterior ou “a posteriore”: Ocorre após a pratica do ato
dade. O administrador fica inteiramente preso ao enunciado da lei, que e é uma condição indispensável para sua eficácia. Ex: Ato que depende de
estabelece previamente um único comportamento possível a ser adotado aprovação do governador.
em situações concretas. Ex: Pedido de aposentadoria por idade em que o
servidor demonstra ter atingido o limite exigido pela Constituição Federal. Na aprovação, o ato é discricionário e pode ser prévia ou posterior. Na
homologação, o ato é vinculado e só pode ser posterior à prática do ato.
Para outros autores a homologação é o ato administrativo unilateral pelo

Direito 102 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
qual o Poder Público manifesta a sua concordância com legalidade ou a zem cláusulas limitadoras da discricionariedade). Segundo Hely Lopes
conveniência de ato jurídico já praticado, diferindo da aprovação apenas Meirelles, a Administração pode fixar prazo se a lei não vedar, e cláusula
pelo fato de ser posterior. para indeniza,r no caso de revogar a permissão. Já para a maioria da
doutrina não é possível, pois a permissão tem caráter precário, sendo esta
Concessão: uma concessão simulada.
Concessão é o contrato administrativo pelo qual a Administração (Po-
der Concedente), em caráter não precário, faculta a alguém (Concessioná- Permissão de uso: É o ato administrativo unilateral, discricionário e
rio) o uso de um bem público, a responsabilidade pela prestação de um precário através do qual transfere-se o uso do bem público para particula-
serviço público ou a realização de uma obra pública, mediante o deferimen- res por um período maior que o previsto para a autorização. Ex: Instalação
to da sua exploração econômica. – Este contrato está submetido ao regime de barracas em feiras livres; instalação de Bancas de jornal; Box em mer-
de direito público. cados públicos; Colocação de mesas e cadeiras em calçadas.

Tendo em vista que o contrato tem prazo determinado, se o Poder Permissão de serviço público: É o ato administrativo unilateral, dis-
Concedente extingui-lo antes do término por questões de conveniência e cricionário e precário pelo qual transfere-se a prestação do serviço público
oportunidade, deverá indenizar, pois o particular tem direito à manutenção à particulares.
do vínculo.
Autorização:
Concessão para uso de bem público: Autorização é o ato administrativo unilateral discricionário pelo qual o
Poder Público faculta a alguém, em caráter precário, o exercício de uma
Concessão comum de uso ou Concessão administrativa de uso: É dada atividade material (não jurídica).
o contrato administrativo por meio do qual delega-se o uso de um bem
público ao concessionário, por prazo certo e determinado. Por ser direito Autorização de uso: É o ato administrativo unilateral, discricionário e
pessoal não pode ser transferida, “inter vivos” ou “causa mortis”, à terceiros. precaríssimo através do qual transfere-se o uso do bem público para parti-
Ex: Área para parque de diversão; Área para restaurantes em Aeroportos. culares por um período de curtíssima duração. Libera-se o exercício de
uma atividade material sobre um bem público. Ex: Empreiteira que está
Concessão de direito real de uso: É o contrato administrativo por construindo uma obra pede para usar uma área pública, em que irá instalar
meio do qual delega-se o uso em imóvel não edificado para fins de edifica- provisoriamente o seu canteiro de obra; Fechamento de ruas por um final
ção; urbanização; industrialização; cultivo da terra (Decreto-lei 271/67). de semana; Fechamento de ruas do Município para transportar determina-
Delega-se o direito real de uso do bem. da carga.

Cessão de uso: É o contrato administrativo através do qual transfere- Difere-se da permissão de uso de bem público, pois nesta o uso é
se o uso de bem público de um órgão da Administração para outro na permanente (Ex: Banca de Jornal) e na autorização o prazo máximo esta-
mesma esfera de governo ou em outra. belecido na Lei Orgânica do Município é de 90 dias (Ex: Circo, Feira do
livro).
Concessão para realização de uma obra pública:
Autorização de serviço público: É o ato administrativo através do
Contrato de obra pública: É o contrato por meio do qual delega-se a qual autoriza-se que particulares prestem serviço público.
realização da obra pública. A obra será paga pelos cofres públicos.
Os atos administrativos oficiais, pelos predicativos e peculiaridades, in-
Concessão de obra pública ou Concessão de serviço público pre- trínsecos ou finalísticos, podem ser classificados em seis categorias, que
cedida da execução de obra pública: É o contrato por meio do qual abrangem a totalidade dos documentos de redação oficial, pelas quais os
delega-se a realização da obra pública e o direito de explorá-la. A obra atos administrativos são expressos e formalizados.
pública será paga por meio de tarifas. Atos deliberativo-normativos: São aqueles que contém um comando
geral do Executivo, visando à correta aplicação da lei, e explicitando a
Concessão para delegação de serviço público: É o contrato por norma legal observada pela administração e pelos administrados.
meio do qual delega-se a prestação de um serviço público, sem lhe conferir
a titularidade, atuando assim em nome do Estado (Lei 8987/95 e Lei Exemplos: decretos, despachos, instruções, resoluções, portarias, a-
9074/95). córdãos, manuais.
Atos de correspondência: Estes atos podem ser de correspondência
“Incumbe ao Poder Público na forma da lei, diretamente ou sob regime individual ou pública. Sua característica é ter destinatário declarado.
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de
serviços públicos” (art. 175 da CF). Exemplos: ofícios, circulares.
Atos enunciativos: São todos aqueles em que a administração limita-
“A lei disporá sobre o regime das empresas concessionárias e permis-
se a atestar ou certificar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado
sionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
assunto, sem vincular-se a seu enunciado.
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e resci-
são da concessão ou permissão; os direitos dos usuários, política tarifária, Exemplos: parecer.
a obrigação de manter serviço adequado” (art. 175, parágrafo único da CF).
Atos de assentamento: São aqueles que se destinam a registro. São
Permissão: documentos que contém assentamentos sobre fatos ou ocorrências.
Permissão é o ato administrativo unilateral discricionário pelo qual o Exemplos: atas.
Poder Público (Permitente), em caráter precário, faculta a alguém (Permis-
sionário) o uso de um bem público ou a responsabilidade pela prestação de Atos negociais: São declarações de vontade da autoridade adminis-
um serviço público. Há autores que afirmam que permissão é contrato e trativa, destinadas a produzir efeitos específicos e individuais para o parti-
não ato unilateral (art. 175, parágrafo único da CF). cular interessado.
Exemplos: licença, autorização, permissão, homologação, dispensa,
Tendo em vista que a permissão tem prazo indeterminado, o Promiten- renúncia.
te pode revogá-lo a qualquer momento, por motivos de conveniência e
oportunidade, sem que haja qualquer direito à indenização. Atos ordinatórios: Visam a disciplinar o funcionamento da Administra-
ção Pública e a conduta funcional de seus agentes.
Quando excepcionalmente confere-se prazo certo às permissões são
Exemplos: avisos
denominadas pela doutrina de permissões qualificadas (aquelas que tra-

Direito 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
válidas para o direito (...)” (Direito administrativo, 16. ed., São Paulo: Atlas,
2003, p. 205).
Breves considerações sobre o controle dos atos administrativos pelo Poder Judici-
ário Destarte, tem sido admitida a apreciação, pelo Poder Judiciário, da le-
galidade dos atos administrativos e sua conformidade com os princípios
Exposição sobre os limites da atuação do Poder Judiciário no que regem a atividade da Administração Pública (art. 37 da CF), sem,
controle dos atos administrativos contudo, haver a análise do mérito do ato (oportunidade e conveniência).
Por Ricardo Watanabe Permite-se, pois, a análise dos atos vinculados e discricionários, mas,
quanto a estes, somente no pertinente à legalidade.
Como é notório, o Estado exerce três atividades fundamentais: a legis-
lativa, executiva (ou administrativa) e judiciária. Uma vez mais, Maria Sylvia Zanella DI PIETRO:
O Poder Legislativo exerce as normas gerais de conduta, regulando os "Com relação aos atos vinculados, não existe restrição, pois, sendo to-
direitos individuais e do próprio Estado. Facilmente se distingue dos Pode- dos os elementos definidos em lei, caberá ao Judiciário examinar, em todos
res Executivo e Judiciário, ambos aplicadores das leis em casos concretos. os seus aspectos, a conformidade do ato com a lei, para decretar a sua
nulidade e reconhecer que essa conformidade inexistiu.
Destarte, sempre houve dificuldade em se distinguir a atividade admi-
nistrativa e jurisdicional, sobretudo o âmbito de atuação delas. Nesse Com relação aos atos discricionários, o controle judicial é possí-
particular, há dois sistemas fundamentais. vel mas terá que respeitar a discricionariedade administrativa nos
limites em que ela é assegurada à Administração Pública pela lei”
O primeiro deles é o sistema francês, baseado na separação absoluta
(Direito administrativo, 16. ed., São Paulo: Atlas, 2003, p. 210).
dos poderes. O Judiciário não interfere nas questões em que o Estado é
parte, as quais são decididas pelo chamado “contencioso administrativo” Hely Lopes MEIRELLES leciona:
formado por órgãos do próprio Poder Executivo em cuja cúpula existe um
Conselho de Estado. “O controle judiciário é o exercido privativamente pelos órgãos do Po-
der Judiciário sobre os atos administrativos do Executivo, do Legislativo e
O outro é o sistema anglo-saxão, adotado no Brasil, baseado na juris- do próprio Judiciário quando realiza uma atividade administrativa. É um
dição única em que o Judiciário pode examinar a legalidade de quaisquer controle a posteriori, unicamente de legalidade, por restrito à verificação da
atos, inclusive os administrativos. E as decisões administrativas podem ser conformidade do ato com a norma legal que o rege. Mas sobretudo é um
revistas judicialmente (desde que não se adentre ao próprio mérito do ato meio de preservação de direitos individuais, porque visa impor a observân-
administrativo, conforme exposto a seguir). cia da lei em cada caso concreto, quando reclamada por seus beneficiários.
O Poder Judiciário, guardião da Constituição Federal, deve assegurar a (...)
coexistência harmônica dos três poderes, de forma equilibrada e indepen-
dente, com autonomia para assegurar o cumprimento das normas constitu- Não se permite ao Judiciário pronunciar-se sobre o mérito administrati-
cionais revendo atos dos outros poderes. vo, ou seja, sobre a conveniência, oportunidade, eficiência ou justiça do
ato, porque, se assim agisse, estaria emitindo pronunciamento de adminis-
Destarte, no pertinente aos atos administrativos, à parte que se sentir tração, e não de jurisdição judiciária. O mérito administrativo, relacionando-
lesada, por ação ou omissão da Administração Pública, cabe requerer a se com conveniências do governo ou com elementos técnicos, refoge do
intervenção do próprio Estado, por intermédio do Poder Judiciário, no âmbito do Poder Judiciário (...)” (Direito administrativo brasileiro, 22. ed.,
sentido de aplicar o direito àquele caso concreto. São Paulo: Malheiros, 1997, pp. 610-612).
É importante ressaltar, contudo, que, embora o Poder Judiciário seja o M. Seabra FAGUNDES, no mesmo sentido:
detentor da última palavra no pertinente à aplicação de normas e princípios
do ordenamento jurídico, não se deve cogitar a existência de uma supre- “Pela necessidade de subtrair a Administração Pública a uma preva-
macia sobre os demais poderes (Legislativo e Executivo). O Judiciário lência do Poder Judiciário, capaz de diminuí-la, ou até mesmo de anulá-la
também se submete à lei e mantém-se no mesmo nível hierárquico daque- em sua atividade peculiar, põem-se restrições à apreciação jurisdicional dos
les. atos administrativos, no que respeita à extensão e consequências. Quanto
à extensão, restringe-se o pronunciamento jurisdicional à apreciação do
Daí a dúvida: até onde pode chegar a intervenção do Poder Judiciário ato, no que se refere à conformidade com a lei. Relativamente às conse-
nos atos do Poder Executivo, sem que se caracterize ofensa ao princípio da quências, limita-se a lhe negar efeito em cada caso especial. Por isso, o
separação dos poderes ou usurpação da competência? pronunciamento do órgão jurisdicional nem analisa o ato do Poder Executi-
vo, em todos os aspectos, nem o invalidada totalmente.
Nesse particular, é importante distinguir, em primeiro lugar, se o ato
examinado é vinculado ou discricionário. Ao Poder Judiciário é vedado apreciar, no exercício do controle jurisdi-
cional, o mérito dos atos administrativos. Cabe-lhe examiná-los, tão-
Atos vinculados são aqueles cuja aplicabilidade e requisitos são ex-
somente, sob o prisma da legalidade. Este é o limite do controle, quanto à
pressamente previstos em lei.
extensão.
Já os atos discricionários são praticados pela Administração com base
(...)
na oportunidade e conveniência, ficando a critério do próprio agente público
a escolha da melhor forma e método de sua realização. Vale ressaltar que A análise da legalidade (legitimidade dos autores italianos) tem um
tal liberdade é necessária porque, à evidência, não há como a lei prever a sentido puramente jurídico. Cinge-se a verificar se os atos da Administração
forma de atuação do Poder Público diante da infinidade de situações que obedeceram às prescrições legais, expressamente determinadas, quanto à
podem ocorrer. competência e manifestação da vontade do agente, quanto ao motivo, ao
objeto, à finalidade e à forma” (O controle dos atos administrativos pelo
Maria Sylvia Zanella DI PIETRO, sobre a distinção dos atos vinculados
Poder Judiciário, 7. ed. atual. por Gustavo Binenbojm, Rio de Janeiro:
e discricionários:
Forense, 2006, pp. 181-182).
“Pode-se, pois, concluir que a atuação da Administração Pública no
Com efeito, a doutrina não admite a interferência do Poder Judiciário
exercício da função administrativa é vinculada quando a lei estabelece a
no pertinente ao mérito do ato administrativo, sob pena de ofensa ao prin-
única solução possível diante de determinada situação de fato; ela fixa
cípio da separação dos poderes, cláusula pétrea da Constituição Federal
todos os requisitos, cuja apreciação a Administração deve limitar-se a
(art. 60, § 4º, III).
constatar, sem qualquer margem de apreciação subjetiva.
Eduardo APPIO, sobre o tema:
E a atuação é discricionária quando a Administração, diante do caso
concreto, tem a possibilidade de apreciá-lo segundo critérios de oportuni- “A intervenção do Poder Judiciário não pode ser conceituada como
dade e conveniência e escolher uma dentre duas ou mais soluções, todas uma invasão da atividade legislativa ou administrativa, nos casos em que

Direito 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
não exista a reserva absoluta da lei ou ainda quando a Constituição não 4. A atuação do Poder Judiciário se circunscreve ao campo da re-
houver reservado ao administrador (Executivo) a margem de discricionarie- gularidade do procedimento e à legalidade do ato demissionário,
dade necessária ao exercício de sua função. Não havendo a reserva abso- sendo-lhe defesa qualquer incursão no mérito administrativo e tam-
luta da lei, a intervenção judicial na própria formulação das políticas públi- pouco reapreciar as provas coligidas na sindicância (...)” (Terceira Seção,
cas se mostra compatível com a democracia, desde que observados meca- rel. Min. Laurita Vaz, MS 9056/DF, DJ 23/05/2005, destacamos).
nismos de comunicação entre a instância judicial e a sociedade, através
das instâncias de democracia participativa.
(...) Prevalece, pois, o entendimento segundo o qual o Poder Judiciário po-
de rever todos e quaisquer atos administrativos, desde que seja respeitada
A substituição do legislador/administrador público pela figura do juiz a discricionariedade assegurada por lei à Administração Pública. Isso
não se mostraria politicamente legítima na medida em que (1) o administra- porque a lei, ao definir a margem de arbitrariedade do agente público,
dor público (Executivo) e o legislador foram eleitos, através do sufrágio legitima a opção deste, não cabendo ao Poder Judiciário invadir tal espaço
universal, para estabelecer uma pauta de prioridades na implementação sob pena de substituir a própria autoridade competente. Todavia, parece
das políticas sociais e econômicas. Ademais, (2) o Judiciário não possui o mais que evidente a possibilidade de apreciação dos atos administrativos,
aparato técnico para a identificação das reais prioridades sociais, tendo de sejam eles quais forem, no pertinente à legalidade e à observância dos
contar, nestes casos, com as informações prestadas pela própria Adminis- princípios que regem a Administração Pública (moralidade, publicidade,
tração Pública. Também (3) o fato de que a atividade-fim do Poder Judiciá- finalidade etc.).
rio é a de revisão dos atos praticados pelos demais Poderes e não sua
substituição, enquanto que a atividade-fim da Administração é estabelecer PROVA SIMULADA
uma pauta de prioridades na execução de sua política social, executando-a
consoante critérios políticos, gozando de discricionariedade, existindo 01- São formas de extinção do ato administrativo, exceto:
verdadeira “reserva especial de administração”. A discricionariedade do a) A revogação.
administrador não pode ser substituída pela do juiz. Ainda (4) com a indevi- b) A rescisão.
da substituição a tendência natural seria a de um grande desgaste do c) A contraposição.
Judiciário, enquanto Poder político, na medida em que teria de suportar as d) A cassação.
críticas decorrentes da adoção de medidas equivocadas e (5) o mais impor- e) A anulação.
tante, imunes a uma revisão por parte dos demais Poderes. Portanto, o
Poder Judiciário, como responsável pela fiscalização dos demais Poderes 02- Relativamente à vinculação e discricionariedade dos atos administrati-
exercentes das funções de governo, não pode substituir essa atividade, a vos, correlacione as colunas apontando como vinculado ou discricionário
título de fiscalizar sua escorreita execução, sob pena de autorizar a inter- cada um dos elementos do ato administrativo e assinale a opção correta.
venção dos Poderes Legislativo e Executivo na atividade judicial. Finalmen- (1) Vinculado
te (6) a invasão da atividade de governo representaria uma autorização (2) Discricionário
para um maior controle político do próprio Poder Judiciário, abrindo-se a ( ) Competência.
possibilidade de interferência direta nas funções judiciais, através de leis ( ) Forma.
aprovadas pelo Congresso que disponham sobre casos julgados ou ainda ( ) Motivo.
pela intervenção política do Executivo na escolha dos membros do Supre- ( ) Finalidade.
mo Tribunal Federal” (Controle judicial das políticas públicas no Brasil, ( ) Objeto.
Curitiba: Juruá, 2006, pp. 150-152). a) 1 / 1 / 2 / 1 / 2
b) 2 / 2 / 1 / 1 / 2
Diverso não é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça: c) 1 / 1 / 1 / 2 / 2
“Administrativo. Notário. Perda da delegação. Processo disciplinar. Re- d) 2 / 2 / 2 / 1 / 1
curso administrativo. Participação dos prolatores da decisão recorrida no e) 1 / 2 / 2 / 1 / 2
julgamento. Impedimento. Inexistência. Lei 8.935/94. Competência do
Poder Judiciário para aplicar penalidades. Alteração da penalidade imposta 03- Assinale a opção que contemple uma forma de vacância comum aos
administrativamente. Reexame das provas colhidas durante o processo cargos efetivos e em comissão.
administrativo. Impossibilidade. Mérito administrativo. Recurso ordinário a) Promoção.
conhecido e improvido. b) Demissão.
c) Exoneração.
(...) d) Readaptação.
e) Redistribuição.
4. Consoante firme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, no
âmbito do controle jurisdicional do processo administrativo discipli-
04- Assinale a opção que contemple um exemplo de licença não remunera-
nar, compete ao Poder Judiciário apreciar apenas a regularidade do
da do servidor público.
procedimento, à luz dos princípios do contraditório, da ampla defesa e
a) Licença para capacitação.
do devido processo legal, sendo-lhe vedado a incursão sobre o mérito
b) Licença para tratamento da própria saúde, por seis meses.
do julgamento administrativo, em especial a revisão do conjunto probató-
c) Licença para o desempenho de mandato classista.
rio apurado no procedimento administrativo. 5. Segundo entendimento
d) Licença à adotante.
adotado pelo Superior Tribunal de Justiça, sendo vedado ao Poder Judi-
e) Licença por motivo de acidente em serviço.
ciário a análise do mérito administrativo, a análise acerca de ofensa ao
princípio da proporcionalidade na aplicação de sanção disciplinar a servidor
05- São penalidades disciplinares, exceto:
deve levar em conta, também, eventual quebra do regramento legal aplicá-
a) A destituição de cargo em comissão.
vel ao caso, já que a mensuração da sanção administrativa faz parte do
b) A cassação de aposentadoria.
mérito administrativo (...)” (Quinta Turma, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,
c) A suspensão.
RMS 18099/PR, DJ 12/06/2006, negritos nossos).
d) O afastamento preventivo.
“Mandado de segurança. Administrativo. Servidor público. Auditor fiscal e) A advertência.
da previdência social. Demissão. Portaria imune de vícios. Comissão pro-
cessante legalmente instaurada. Ausência de violação aos princípios da 06- Correlacione as infrações disciplinares com as penalidades a ela apli-
ampla defesa e do contraditório. Impossibilidade de reexame, pelo Poder cáveis e assinale a opção correta, considerando os artigos 117 e 132 da Lei
Judiciário, do mérito e das provas que ensejaram a punição imposta. n. 8.112/90.
Ausência de prova pré-constituída. Necessidade de dilação probatória. (1) Demissão com incompatibilidade para nova investidura pelo prazo de
cinco anos.
(...) (2) Demissão com proibição de retorno ao serviço público federal.

Direito 105 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
( ) Crime contra a Administração Pública. 11. Com o objetivo de punir determinado servidor público, o superior hierár-
( ) Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da digni- quico, ao invés de instaurar regular processo disciplinar, já que possuía
dade da função pública. competência para tanto, valeu-se do instituto legal da remoção ex officio
( ) Improbidade administrativa. que, contudo, somente poderia ser utilizado para atender a necessidade do
( ) Corrupção. serviço público. Em virtude deste fato, a remoção, que culminou com a
( ) Atuar junto às repartições públicas como procurador de terceiros sem transferência do servidor para outra unidade da federação, será nula em
qualquer grau de parentesco. virtude da inobservância do requisito do ato administrativo denominado
a) 2/2/1/1/2 (A) objeto.
b) 1/2/1/2/1 (B) forma.
c) 2/1/1/2/2 (C) imperatividade.
d) 1/1/2/2/2 (D) auto-executoriedade.
e) 2/1/2/2/1 (E)) finalidade.

07- Assinale a opção que elenque dois princípios norteadores da Adminis- 12. No que tange à licitação, é correto afirmar:
tração Pública que se encontram implícitos na Constituição da República (A) Para a compra e alienação de bens imóveis, a Administração Pública
Federativa do Brasil e explícitos na Lei n. 9.784/99. pode se valer do tipo de licitação denominado pregão.
a) Legalidade / moralidade. (B)) A concorrência é a modalidade de licitação obrigatória nas concessões
b) Motivação / razoabilidade. de direito real de uso.
c) Eficiência / ampla defesa. (C) Havendo interesse público, a autoridade competente pode substituir a
d) Contraditório / segurança jurídica. tomada de preços pelo convite.
e) Finalidade / eficiência. (D) O concurso destina-se à escolha de trabalho técnico, científico, artístico
ou contratação de serviço ou fornecimento de bens.
08. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em (E) O leilão é o tipo de licitação entre quaisquer interessados para a venda
especial de bens sem utilidade para a Administração.
(A) na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás
natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as 13. Com relação aos poderes administrativos, é INCORRETO afirmar que o
normas da legislação específica. poder
(B) quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justifica- (A) disciplinar é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e
damente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, man- aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à
tidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas. disciplina administrativa.
(C) quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular (B) regulamentar é inerente ao chefe do Executivo para, mediante decreto,
preços ou normalizar o abastecimento. expedir atos normativos compatíveis com a lei e visando desenvolvê-la.
(D) nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no (C)) discricionário vincula o administrador público à competência, forma e
tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspon- objeto do ato, deixando livre a opção quanto ao juízo de mérito.
dentes, realizadas diretamente com base no preço do dia. (D) hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as
(E)) para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamen- atividades administrativas, no âmbito da Administração Pública.
te ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica (E) Legislativo, no exercício do poder de polícia que compete ao Estado,
especializada ou pela opinião pública. cria, por lei, as chamadas limitações administrativas ao exercício das liber-
dades públicas.
09. Considere as assertivas a respeito dos atributos do ato administrativo:
I. Os atos administrativos, qualquer que seja sua categoria ou espécie, 14. O leilão é uma modalidade de licitação
nascem com a presunção de legitimidade, independentemente de norma (A) adequada para a venda de bens móveis inservíveis para a administra-
legal que a estabeleça. ção ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, a quem ofere-
II. A imperatividade existe em todos os atos administrativos, sendo o atribu- cer o maior lance, independentemente do valor da avaliação.
to que impõe a coercibilidade para seu cumprimento ou execução. (B) adequada somente para a alienação de bens imóveis, a quem oferecer
III. A possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem (C) que a Administração Pública pode utilizar para a alienação de qualquer
judicial, consiste na auto-executoriedade. bem imóvel, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da
Está correto o que se afirma APENAS em avaliação.
(A) I e II. (D) que a Administração Pública pode utilizar para a alienação de bem
(B)) I e III. imóvel, a quem oferecer o maior lance, independentemente do valor da
(C) II. avaliação.
(D) II e III. (E) adequada para a venda de bens móveis inservíveis para a administra-
(E) III. ção ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, a quem ofere-
cer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
10. Observe as seguintes proposições:
I. A faculdade de que dispõe a Administração Pública de ordenar, coorde- Nas questões que se seguem, assinale:
nar, controlar e corrigir suas atividades decorre do poder disciplinar. C – se a proposição estiver correta
II. Dentre os atributos do poder de polícia, a autoexecutoriedade permite à E – se a mesma estiver incorreta
Administração, com os próprios meios, decidir e executar diretamente suas
decisões, sem intervenção do Judiciário. 15. Pregão é uma das 6 modalidades de licitação utilizadas no Brasil,
III. O poder normativo da Administração Pública se expressa por meio das considerada como um aperfeiçoamento do regime de licitações para a
resoluções, portarias, deliberações, instruções e dos decretos. Administração Pública Federal. Esta modalidade possibilita o incremento da
IV. O poder discricionário permite ao administrador editar atos que exorbi- competitividade e ampliação das oportunidades de participação nas
tem os ditames legais, desde que convenientes e oportunos. licitações, por parte dos licitantes que são Pessoas Jurídicas ou Pessoas
Está correto o que se afirma APENAS em Físicas interessadas em vender bens e/ou serviços comuns conforme os
(A) I e II. editais e contratos que visam o interesse público.
(B) I e IV. 16. Também chamado de Leilão Reverso ou Holandês, o Pregão é
(C) I, II e III. realizado em lances sucessivos e decrescentes, no chamado "quem dá
(D)) II e III. menos" (NBS). Desta forma, a Administração Publica que está comprando,
(E) III e IV. gera economia significa o bom uso do dinheiro público.

Direito 106 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
17. O pregão pode ser Presencial (onde os licitantes se encontram e de comando de agentes administrativos superiores sobre seus
participam da disputa) ou Eletrônico (onde os licitantes se encontram em subordinados. Nele o superior tem a prerrogativa de ordenar,
sala virtual pela internet, usando sistemas de governo ou particulares). O fiscalizar, rever, delegar e avocar as tarefas de seus subordinados.
designado responsável pelo pregão tem o nome de Pregoeiro. Essa subordinação é de caráter interno e não se confunde com
vinculação que é de caráter externo.
18. O pregão é caracterizado por inverter as fases de um processo A administração pública é toda organizada, em observância ao
licitatório comum regido pela lei 8.666/93. Ou seja, primeiro ocorre a princípio constitucional da legalidade, em uma estrutura hierárquica
abertura das propostas das licitantes e depois é procedido o julgamento da que lhe possibilita executar suas finalidades. Não existe hierarquia
habilitação dos mesmos. O Pregão é regido pela Lei Federal Brasileira entre agentes que exercem funções estritamente jurisdicional (o juiz é
nº10.520/200 livre para decidir) e legislativa ( sua competência é delineada pela
19. Outro grande diferencial do Pregão em relação as demais modalidades Constituição).
de licitação é a sua economicidade, pois, como os licitantes podem baixar
suas ofertas e disputar a venda do objeto em questão, os preços costumam
chegar a patamares bem mais baixos do que os conseguidos com as 25. Poder Disciplinar - O poder disciplinar é uma especialização do
demais modalidades. Também a redução do tempo em que se transcorre a poder hierárquico. A administração tem o poder de fiscalizar as
licitação é menor, e isto viabiliza contratações mais rápidas e eficientes. atividades exercidas por seus servidores e demais pessoas a ela
ligadas, exigindo-lhes uma conduta adequada aos preceitos legais. O
20. Atualmente, a modalidade Pregão eletrônico é a que mais cresce, e as não-cumprimento sujeita esses agentes a sanções disciplinares.
suas inovações e benefícios estão sendo estendidos para as outras Essas sanções devem obedecer ao princípio da proporcionalidade,
modalidades, como o uso de internet para registro de ata, e afins. O projeto devendo a sanção ser adequada a conduta ilícita praticada pelo
de lei que pode vir a mudar a Lei 8.666/93 traz estas inovações. agente. Sua aplicação está sujeita ao processo administrativo
disciplinar, em observância ao princípio constitucional do devido
Quanto aos poderes da Administração, podemos afirmar que: processo legal (art. 5º, LIV, CF/88) e aos princípios constitucionais do
contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, da CF/88).

21. Poder Discricionário - No poder discricionário a lei deixa uma


certa margem para que o agente público possa agir. Nele o agente 26. Poder de Polícia - O poder de polícia é a faculdade de dispõe a
visando o interesse público, aplica a conveniência e oportunidade na administração pública para condicionar e restringir a liberdade e
execução do ato administrativo. O agente público escolhe a melhor propriedade individual em prol do interesse público. Nesse sentido,
possibilidade que se aplica ao caso concreto. Como esse poder segue ela é denominada de polícia administrativa. Infere-se do conceito
os ditames da lei, ele poderá ser revisado no âmbito da própria acima, que princípio norteador da aplicação do poder de polícia
administração ou mesmo na via judicial. O Judiciário não avalia o administrativa é o princípio da predominância do interesse público
mérito (conveniência e oportunidade), mas apenas os aspectos de sobre o interesse privado. São atributos do poder de polícia a
legalidade. Entretanto, há na doutrina e jurisprudência entendimento discricionariedade, a auto-executoriedade e a coercibilidade.
(não consolidado) de que o Poder Judiciário pode, sim, examinar os Importante distinguir polícia administrativa de polícia judiciária
motivos do ato, e declarar sua nulidade. Outros entendem que o juiz (polícia federal e polícia civil) e polícia de manutenção da ordem
não pode substituir o administrador público. Não se pode confundir pública (polícia militar). Na polícia administrativa o poder incide sobre
discricionariedade com arbitrariedade. Na arbitrariedade o agente atua bens, direitos e atividades; ela fiscaliza e pune o ilícito administrativo.
fora dos limites da lei (ato ilegal) e na discricionariedade sua conduta Já na polícia judiciária e de manutenção da ordem pública incide
é legal, ele utiliza apenas os critérios da conveniência e oportunidade. diretamente sobre pessoas, preocupando-se com a ocorrência de
delitos penais. A doutrina entende que o poder de polícia é
discricionário, mas como expresso anteriormente deve seguir o
22. Poder Vinculado - No poder vinculado a lei ao conferir determinada princípio constitucional da legalidade. Como todo ato administrativo o
atribuição ao administrador público, faz de forma que não lhe deixa poder de polícia deve observar os requisitos de validade que são:
margem para escolha. Não deixa espaço para liberdade de atuação da competência, forma, finalidade, motivo e objeto. A princípio não pode
administração. Não há interpretação subjetiva do agente público. se delegado e não poderiam ser praticados por particulares. Pode o
Importante lembrar que todos os atos administrativos são vinculados particular, excepcionalmente, praticar ato material preparatório ou
quanto à competência, forma e objeto. Esses elementos, no momento sucessivo de poder de polícia. Entendo, que o particular nunca pode
de sua aplicação, não podem ser valorados. Cabe ao agente apenas a aplicar sanção administrativa.
sua aplicação.
Quanto ao Decreto nº 1.171/94:
23. Poder Regulamentar - No poder regulamentar o Estado tem a 27. Das Regras Deontológicas
prerrogativa de editar atos gerais para completar e dar aplicabilidade I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios
às leis. Ele não tem o poder de alterar ou revogar a lei que é uma morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no
função legislativa. Caso cometa esse abuso o Congresso Nacional exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da
poderá sustar o ato regulamentar (art. 49, V, CF/88). Na doutrina há vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes
dois entendimentos sobre o poder regulamentar – um amplo e outro serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços
restrito. No restrito, entende que é a prerrogativa do chefe do Poder públicos.
Executivo, prevista no artigo 84, V, da Constituição Federal. Poder de II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua
editar regulamentos e decretos. Já no sentido amplo, são os atos conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o
expedidos pelas autoridades administrativas de editar atos normativos justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportu-
que explicam e auxiliam na aplicação de normas gerais e abstratas. no, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras
Dentre esses atos destaca-se: as instruções normativas, resoluções e contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
portarias. Importante destacar que o poder regulamentar não pode III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre
existir sem lei e, além disso, ato normativo não pode contrariar a lei. o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o
Dessa forma, pode haver controle judicial de legalidade, mas no bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do
entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) não haverá controle servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrati-
de controle de constitucionalidade desses atos pela via da Adin (ação vo.
direta de inconstitucionalidade). IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos
direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige,
como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito,
24. Poder Hierárquico - O poder hierárquico é caracterizado pelo poder
como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-

Direito 107 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
se, como consequência, em fator de legalidade. i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratan-
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade tes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou
deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e
cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser conside- denunciá-las;
rado como seu maior patrimônio. j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, defesa da vida e da segurança coletiva;
se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o
ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. sistema;
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou
interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preser- fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;
vados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os
publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e métodos mais adequados à sua organização e distribuição;
moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melho-
comum, imputável a quem a negar. ria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem
VIII -Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou comum;
falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício
ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar- da função;
se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a
que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
uma Nação. r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superio-
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço res, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério,
público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.
paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;
Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe
público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos
uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administra-
homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas tivos;
esperanças e seus esforços para construí-los. u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autori-
X -Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que dade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando
compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a
não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus 29. E vedado ao servidor público;
superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo impru- b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de
dência no desempenho da função pública. cidadãos que deles dependam;
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou
de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
desordem nas relações humanas. d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do
receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade seu conhecimento para atendimento do seu mister;
para o crescimento e o engrandecimento da Nação. f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou
interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os
28. São deveres fundamentais do servidor público: jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego ou inferiores;
público de que seja titular; g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qual-
fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, quer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento
principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para
fim de evitar dano moral ao usuário; providências;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em
caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a serviços públicos;
melhor e a mais vantajosa para o bem comum; j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer
gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu
processo de comunicação e contato com o público; serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendi-
público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, mentos de cunho duvidoso.
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, absten-
do-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; 30. Das Comissões De Ética
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta,
contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que
Poder Estatal; exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma

Direito 108 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética a) O poder discricionário confere ao administrador certa liberdade
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio para a prática de atos administrativos, no que se refere á escolha se sua
público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de oportunidade e conveniência.
procedimento susceptível de censura. b) Os chefes do Executivo pode regulamentar a lei por decreto.
- À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da c) Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a administração
execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividade e
conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para direitos individuais, em benefício da sociedade ou do Estado.
todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. d) Considerando a natureza e os efeitos da atuação da polícia admi-
- A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censu- nistrativa, os atos administrativos praticados nesse esfera são estritamente
ra e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por vinculados.
todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
- Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor 35) O servidor público Theobaldo morreu, sendo certo que estava investi-
público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídi- do em cargo de direção. Sabendo-se que o regimento interno não dispõe a
co, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, respeito, ele será substituído pelo servidor
ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indireta- a) mais idoso da repartição onde trabalhava, conforme preceitua a
mente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as funda- jurisprudência majoritária.
ções públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as socie- b) mais antigo do órgão ou entidade, por expressa previsão legal.
dades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse c) previamente designado pelo dirigente máximo do órgão ou entida-
do Estado. de.
d) que vier a ser designado, escolhido sempre entre os três mais
31) Quanto à anulação ou invalidação dos atos administrativos, é correto antigos do órgão ou entidade.
afirmar, à vista da jurisprudência sumulada do Supremo Tribunal Federal:
a) Revoga-se ato administrativo ilegal e anula-se ato administrativo 36) Acerca do ato administrativo, assinale V para o VERDADEIRO e F
válido; para o FALSO.
b) A revogação do ato administrativo é prerrogativa exclusiva do ( ) ato jurídico, editado pelo Estado, em matéria administrativa, é denomi-
Poder Judiciário, uma vez que a Administração Pública não pode revogá-lo nado ato institucional;
"ex officio"; ( ) ato que o Estado edita como senhor e como detentor de potestade
c) A revogação do ato administrativo pode ser levada a efeito tanto pública, é denominado ato de império e gestão;
pela própria Administração Pública como pelo Poder Judiciário; ( ) a motivação do ato administrativo, no estado de Direito, em regra é
d) A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados obrigatória;
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou ( ) todo ato administrativo é espécie do gênero ato jurídico;
revogá-los, por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os ( ) auto-executoriedade do ato administrativo é o traço peculiar ao ato, pelo
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial; qual a Administração concretiza imediatamente as decisões tomadas, sem
recorrer, para isso, ao Judiciário.
32) Sobre a noção de Administração Pública, analise as afirmativas a Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
seguir: a) V - V - V - V - F;
I. A função administrativa do Estado será desempenhada por órgãos e b) V - F - V - V - V.
agentes de todos os poderes, ainda que predominantemente pelo Poder c) F - V - V - V - V;
Executivo. d) F - F - V - V - V;
II. No sentido material, considera-se Administração Pública o desempenho
da função administrativa, como por exemplo, a gestão de bens e de servi- 37) Ato administrativo inexistente é:
ços públicos. a) Ato administrativo que não foi praticado;
III. Através da desconcentração administrativa é possível atribuir a particu- b) Ato administrativo que não chega a entrar no mundo jurídico por
lares, por ato administrativo, ou por contrato, a execução de serviços públi- falta de um elemento essencial e que, em consequência, não é passível de
cos. convalidação;
São verdadeiras somente as afirmativas: c) Ato administrativo que embora padeça de graves vícios na sua
a) I e II formação é passível de ser objeto de convalidação;
b) I E III d) Ato praticado com defeito de forma;
c) II e III
d) I, II e III 38) A espécie de ato administrativo compatível com a licença é:
a) Ato enunciativo;
33) Analise as frases abaixo: b) Ato negocial;
A- o poder disciplinar é considerado discricionário, uma vez que caberá ao c) Ato ordinatório;
superior hierárquico decidir pela punição ou não do servidor público, bem d) Ato discricionário;
como pela instauração ou não da sindicância/processo administrativo.
Todavia, decidindo pela aplicação da pena não lhe será facultado eleger a 39) A revogação de um ato administrativo, quando parcial, chama-se:
sanção cabível, uma vez que as leis estatutárias, em geral, são taxativas e a) Repristimação;
inflexíveis a este respeito. b) Cassação;
B- as agências reguladoras detêm poder de inovar a ordem jurídica, criando c) Retificação;
obrigações para as pessoas físicas e jurídicas submetidas à sua fiscaliza- d) Derrogação;
ção, independente da existência de lei anterior que fixe o referido dever. É
o que se chama poder normativo. 40) A atividade negativa que sempre impõe uma abstenção ao administra-
C- os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade são fundamentais do, constituindo-se em obrigação de não fazer, caracteriza o poder:
para o correto exercício do poder de polícia e do poder disciplinar. a) Hierárquico;
D-o princípio da motivação, assim como da segurança jurídica, assumem b) Normativo;
importância no processo administrativo. c) Discricionário;
a) apenas a alternativa A é falsa d) De polícia;
b) apenas a alternativa B é falsa
c) apenas as alternativas A e B são falsas 41. Assinale a alternativa incorreta
d) apenas as alternativas C e D são falsas a) Nenhum servidor receberá remuneração inferior a 2 salários mínimos.
b) O auxílio-moradia não será concedido por prazo superior a 8 (oito) anos
34) Assinale a alternativa incorreta: dentro de cada período de 12 (doze) anos.

Direito 109 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte e cinco por 47. Na prática de ato de improbidade administrativa que importe enriqueci-
cento) do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de mento ilícito, o agente público está sujeito à pena de suspensão dos direi-
Ministro de Estado ocupado. tos políticos com duração de, no mínimo,
d) O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte e cinco por (A) cinco anos e, no máximo, dez anos.
cento) da remuneração de Ministro de Estado. (B) dois anos e, no máximo, quatro anos.
e) Independentemente do valor do cargo em comissão ou função comissio- (C) três anos e, no máximo, seis anos.
nada, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarci- (D) oito anos e, no máximo, dez anos.
mento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (E) oito anos e, no máximo, doze anos.

42. Assinale a alternativa incorreta: 48. Sobre dispensa e inexigibilidade de licitação, considere as hipóteses
a) Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do abaixo, previstas na Lei de Licitações:
cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e I. Casos de guerra ou grave perturbação da ordem.
enteado, ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assen- II. Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justifica-
tamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. damente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, man-
b) A licença será concedida, sem prejuízo da remuneração do cargo efeti- tidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas.
vo, por até trinta dias, podendo ser prorrogada por até trinta dias e, exce- III. Contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou
dendo estes prazos, sem remuneração, por até noventa dias. através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica espe-
c) Não será concedida nova licença em período inferior a dezoito meses do cializada ou pela opinião pública.
término da última licença concedida. Estas hipóteses correspondem, respectivamente, a casos de
d) Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou (A) inexigibilidade, dispensa e dispensa.
companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para (B) dispensa, inexigibilidade e dispensa.
o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e (C) dispensa, dispensa e dispensa.
Legislativo. (D) inexigibilidade, inexigibilidade e dispensa.
e) O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período (E) dispensa, dispensa e inexigibilidade.
que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a
cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça 49. Na sessão pública para recebimento das propostas do pregão eletrôni-
Eleitoral. co, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até
10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais
43. Assinale a alternativa incorreta: Sem qualquer prejuízo, poderá o e sucessivos, até a proclamação do vencedor. Não havendo pelo menos
servidor ausentar-se do serviço: três ofertas nestas condições,
a) por 1 (um) dia, para doação de sangue; (A) poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de três,
b) por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços
c) por 10 (dez) dias consecutivos em razão de casamento oferecidos.
d) por oito dias consecutivos em razão de falecimento do cônjuge, compa- (B) todos os proponentes presentes, independentemente do número, pode-
nheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou rão oferecer novos lances verbais e sucessivos.
tutela e irmãos. (C) o pregoeiro reabrirá prazo para que novos concorrentes apresentem
propostas.
44. A respeito dos princípios básicos da Administração Pública, considere: (D) a sessão será suspensa e o processo encaminhado à autoridade com-
I. Conjunto de princípios ou padrões morais que norteiam a conduta dos petente para decidir sobre o prosseguimento ou não do pregão.
agentes públicos no exercício de suas funções e a prática dos atos admi- (E) o pregoeiro declarará encerrada a sessão e prejudicado o pregão.
nistrativos.
II. Adequação entre meios e fins, vedada imposição de obrigações, restri- 50. De acordo com a Lei no 9.784/99, que regula o processo administrativo
ções e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao no âmbito da Administração Pública Federal, a competência
atendimento do interesse público. (A) é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribu-
Os itens I e II referem-se, respectivamente, aos princípios da ída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente
(A) finalidade e adequabilidade. admitidos.
(B) legalidade e finalidade. (B) para decisão de recursos administrativos é delegável.
(C) continuidade e moralidade. (C) não pode ser delegada para órgão que não seja hierarquicamente
(D) moralidade e proporcionalidade. subordinado ao órgão delegante.
(E) eficiência e proporcionalidade. (D) para edição de atos normativos pode ser delegada.
(E) pode ser feita por ato interno, desnecessária a sua publicação.
45. Sendo um dos requisitos do ato administrativo, o objeto consiste
(A) na criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas concer- 51. Os candidatos aprovados em concurso público na esfera federal, cujo
nentes a pessoas, coisas e atividades sujeitas à ação do Poder Público. prazo de validade não expirou, aguardam a respectiva nomeação. Contudo,
(B) na situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a realização foram surpreendidos com a abertura de novo concurso para o preenchi-
do ato administrativo. mento dos mesmos cargos. Esta decisão do órgão responsável pelo certa-
(C) no revestimento exteriorizador do ato administrativo. me
(D) no resultado específico que cada ato deve produzir, conforme definido (A) somente é válida se todos os aprovados no concurso posterior alcança-
na lei. rem notas superiores às dos concursados anteriores.
(E) no poder conferido pela lei ao administrador para que ele, nos atos (B)) é vedada, uma vez que não se admite a abertura de novo concurso
discricionários, decida sobre a oportunidade e conveniência de sua enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior, com prazo de
prática. validade não expirado.
(C) é válida, desde que os cargos postos em disputa sejam de livre nomea-
46. Nas hipóteses de danos causados a terceiros, o servidor que o causou ção e o interesse público justifique a necessidade de novo concurso.
responderá perante (D) é permitida, desde que os classificados no concurso posterior não
(A) ao Poder Legislativo. sejam nomeados antes dos concursados
(B) à Fazenda Pública, em ação direta e progressiva. anteriores com direito à nomeação.
(C) ao órgão em que atuava, em ação administrativa. (E) atende ao interesse público e possibilita que os aprovados em ambos
(D) ao Tribunal de Contas. os certames integrem uma única lista classificatória que será considerada
(E) à Fazenda Pública, em ação regressiva. para efeito de ordem de aproveitamento.

52. No que concerne à posse e ao exercício, é correto afirmar que:

Direito 110 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(A)) O prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exer-
cício é de quinze dias, contados da data da posse. 58. No que tange à acumulação remunerada de cargos públicos, é correto
(B) A posse ocorrerá no prazo de quinze dias contados da publicação do afirmar que
ato de provimento. (A) é totalmente vedada a percepção de vencimento de cargo efetivo com
(C) O servidor será demitido do cargo se não entrar em exercício dentro do proventos de inatividade.
prazo de trinta dias, contados do ato de provimento. (B) a proibição de acumular não se aplica às empresas públicas nem às
(D) Ao entrar em exercício, o servidor estável nomeado para cargo de sociedades de economia mista.
provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de doze (C) o médico pode acumular a remuneração de dois cargos junto ao mesmo
meses. hospital municipal, independentemente da compatibilidade de horários.
(E) A promoção interrompe o tempo de exercício, que passa a ser contado (D)) é permitida a acumulação remunerada de dois cargos de professor,
novamente para efeitos do estágio probatório. havendo compatibilidade de horários.
(E) não se admite, em nenhuma hipótese, a acumulação remunerada de
53. A investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades cargos públicos.
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física e
mental verificada em inspeção médica, decorre da forma de provimento 59. Em virtude de um mesmo ato comissivo praticado no desempenho de
derivado denominada suas funções, constatou-se a responsabilidade administrativa, civil e penal
(A) reintegração. do servidor público, que poderá
(B) recondução. (A) ser processado apenas na esfera penal, uma vez que esta, pela sua
(C) aproveitamento. natureza, absorve as demais.
(D)) readaptação. (B)) responder cumulativamente pelas sanções oriundas das três esferas, já
(E) reversão. que independentes entre si.
(C) sofrer somente a penalidade administrativa, visto ser infração tipicamen-
54. A vacância do cargo público decorrerá, dentre outras hipóteses, de te administrativa.
(A) reversão. (D) ser passível apenas das penalidades decorrentes das esferas adminis-
(B)) posse em outro cargo inacumulável. trativa e penal, por ser falta disciplinar.
(C) nomeação. (E) responder cumulativamente somente pelas sanções administrativa e
(D) aproveitamento. civil, restando a penal absorvida pela primeira.
(E) recondução.
60. Nos termos do disposto na Lei no 8.112/90, a reversão
55. Com relação ao disposto sobre as férias observe as seguintes proposi- (A) constitui forma de provimento derivado que culmina com o retorno à
ções: atividade do servidor posto em disponibilidade.
I. Dentre outras hipóteses, as férias poderão ser interrompidas por motivo (B)) é o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez, quando,
de convocação para serviço eleitoral. por junta médica oficial, forem declarados insubsistentes os motivos da
II. As faltas ao serviço poderão ser levadas à conta de férias até o máximo aposentadoria.
de dez dias. (C) é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do
III. O servidor poderá acumular suas férias, até o máximo de três períodos, mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
no caso de necessidade do serviço. (D) resulta da investidura do servidor estável em cargo de atribuições e
IV. As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública. capacidade física.
Estão corretas APENAS (E) constitui ato administrativo discricionário pelo qual o agente exonerado
(A) I e II. reingressa no serviço público.
(B) I e III.
(C)) I e IV. 61. Tendo em vista a Lei no 8.112/90, e em relação às férias dos servidores
(D) II e III. públicos civis da União, é INCORRETO afirmar que
(E) III e IV. (A) para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 meses de
exercício.
56. É certo que, o servidor poderá, diante de novos argumentos, interpor (B) as férias, dentre outras hipóteses, poderão ser interrompidas por motivo
pedido de reconsideração perante a autoridade de calamidade pública ou comoção interna.
(A) que houver expedido o ato, que deverá decidir o pleito dentro do prazo (C) é permitido o parcelamento das férias em até três etapas, desde que
improrrogável de 60 dias. assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública.
(B) competente, dentro do prazo de 15 dias, a contar da publicação ou da (D)) o servidor terá direito a 30 dias de férias, que podem ser cumuladas
ciência do ato impugnado. por até 3 períodos, no caso de necessidade do serviço.
(C) imediatamente superior àquela que tiver expedido o ato, que decidirá (E) é vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
em até 15 dias.
(D) imediatamente superior à que tiver expedido a decisão, que decidirá 62. O servidor que NÃO entrar em exercício dentro do prazo legal de
dentro do prazo legal de 10 dias, (A)) 15 dias, contados da data da posse, será exonerado do cargo.
podendo ser renovado uma única vez. (B) 30 dias, contados do ato de provimento, será afastado provisoriamente
(E)) que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, que deverá do cargo.
decidir dentro do prazo de 30 (trinta) dias, não podendo ser renovado. (C) 60 dias, contados da publicação do ato de provimento, poderá ser posto
em disponibilidade.
57. Sobre o vencimento e a remuneração, é INCORRETO afirmar: (D) 15 dias, contados da data da nomeação, poderá ser afastado do cargo.
(A)) As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito poderão ser compen- (E) 30 dias, contados da data da posse, será posto em disponibilidade.
sadas a critério da chefia imediata, mas não serão consideradas como
efetivo exercício. 63. No que tange às penalidades disciplinares, considere:
(B) O servidor que for demitido em débito com o erário terá o prazo de I. Configura abandono de cargo punível com suspensão, a ausência inten-
sessenta dias para quitar seu débito. cional do servidor ao serviço por mais de 30 dias consecutivos.
(C) Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vanta- II. Ao servidor que faltar ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias,
gens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. intercaladamente, durante o período de 12 meses, será aplicada a pena de
(D) O servidor perderá a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem demissão.
motivo justificado. III. Quanto às infrações puníveis com destituição de cargo em comissão, a
(E) O vencimento não será objeto de arresto, sequestro ou penhora, salvo ação disciplinar prescreverá em até 10 anos.
nos casos de prestação de alimentos resultantes de decisão judicial.

Direito 111 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
IV. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que b) O sequestro dos bens do servidor público, devido a danos por ele cau-
houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão. sados ao patrimônio público, somente poderá ser decretado após o trânsito
Está correto APENAS o que se afirma em: em julgado da sentença prolatada no processo respectivo;
(A) I, II e III. c) A ação principal, no tocante à improbidade administrativa, terá rito ordi-
(B) I e III. nário e poderá ser proposta exclusivamente pelo Ministério Público;
(C) I e IV. d) O ressarcimento ao erário, em caso de improbidade administrativa,
(D) II, III e IV. poderá vir a ser dispensado quando ocorrer o reconhecimento, pelo servi-
(E)) II e IV. dor público, dos atos praticados indevidamente, caracterizando-se em tal
hipótese a transação;
64) O servidor público, nomeado para cargo de provimento efetivo, será
submetido a estágio probatório, oportunidade em que será avaliado pela 70) Com relação à lei nº8.112/90, pode-se afirmar que:
Administração Pública. Quando constatar que o servidor não preenche os a) de acordo com as regras constitucionais em vigor, em que a obrigatorie-
requisitos exigidos para o cargo, a Administração Pública deverá adotar a dade do regime jurídico único foi abolida, a lei nº 8.112/90 aplica-se às
seguinte providência: empresas públicas e sociedades de economia mista da União;
a) demitir o servidor após instaurar processo disciplinar b) trata-se de legislação que pode ser aplicada também para os Estados e
b) demitir o servidor de forma sumária para os Municípios, pois a União tem competência para estabelecer, por lei,
c) exonerar o servidor após instaurar processo disciplinar normas gerais sobre as questões relativas aos servidores públicos;
d) exonerar o servidor após assegurar o direito de defesa, não havendo c) a lei nº 8.112/90 somente se aplica para a Administração Direta, autár-
necessidade de instauração de processo administrativo disciplinar quica e fundacional da União.
d) a lei estabelece o regime contratual para disciplinar as relações jurídicas
65) Segundo a Lei 8.429/92, pode-se afirmar que: entre a União e seus servidores, não adotando o regime estatutário.
a) somente o servidor público pode enquadrar-se como sujeito ativo da __________
improbidade administrativa 71. Julgue os itens abaixo, relativos à administração indireta.
b) os membros da Magistratura, do Ministério Público e do Tribunal de I. As empresas públicas e as sociedades de economia mista não se sujei-
Contas não podem ser incluídos como sujeitos ativos, por desfrutarem da tam a procedimentos licitatórios por terem o mesmo tratamento jurídico das
prerrogativa da vitaliciedade empresas privadas.
c) mesmo um particular que induza ou concorra para a prática do ato de II. As sociedades de economia mista só podem adotar a forma de socieda-
improbidade ou dele de beneficie direta ou indiretamente sofre a incidência de anônima.
da lei III. O capital de empresa pública é todo estatal.
d) os mesários em eleição e os jurados não podem figurar no rol dos sujei- IV. Não é permitido às autarquias desempenhar atividades econômicas.
tos ativos da conduta tida por atentatória da probidade V. As fundações públicas são, exclusivamente, pessoas jurídicas de direito
público.
66) Um servidor público já ocupa, remuneradamente, um cargo público de A quantidade de itens certos é igual a
professor em universidade federal constituída sob forma de autarquia e A) 1.
outro cargo público de médico junto à Administração direta de um Estado. B) 2.
Considerando que haja compatibilidade de horários, esse servidor: C) 3.
a) Poderá ainda ocupar remuneradamente um emprego público qualquer D) 4.
em uma sociedade de economia mista municipal; E) 5.
b) Poderá ainda ocupar remuneradamente um cargo público de médico __________
junto à Administração direta de um Município; 72. Com relação aos órgãos e agentes públicos, assinale a opção correta.
c) Poderá ainda ocupar remuneradamente um emprego público qualquer A) A CF admite a investidura derivada de cargo público para servidores
em uma empresa subsidiária de uma empresa pública federal; civis, mediante a realização de concurso interno.
d) Não poderá ocupar remuneradamente nenhum outro cargo ou emprego B) Os órgãos administrativos não têm personalidade jurídica.
público, seja junto à Administração direta, seja junto às entidades da admi- C) Como decorrência do poder hierárquico, o agente público pode editar
nistração indireta, suas subsidiárias ou sociedades controladas pelo Poder atos regulamentares.
Público, de qualquer nível da Federação. D) Os tribunais de contas estaduais são órgãos independentes, mas só
podem ir a juízo por meio da procuradoria geral da assembléia legislativa,
67) Ao servidor público civil é assegurado o direito à livre associação por não possuírem personalidade judiciária.
sindical e aos seguintes direitos, dela decorrentes: E) Os agentes públicos só podem prover seus cargos por concurso público.
a) Ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual;
b) Inamovibilidade do dirigente sindical até o final do mandato, exceto se a 73. No que se refere ao servidor público civil, segundo a CF, assinale a
pedido; opção correta.
c) Desconto em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, A) Somente após regular sindicância, o servidor público estável que partici-
do valor das mensalidades e contribuições definidas pela diretoria do sindi- pa de greve da categoria e, portanto, comete falta grave, fica sujeito à
cato; aplicação da pena de demissão.
d) Ser nomeado para cargo em comissão após o mandato sindical, prete- B) É permitida a acumulação do cargo de médico com o de professor de
rindo servidor não sindicalizado; música da rede municipal de ensino.
C) É permitido ao servidor afastado para o exercício de cargo eletivo contar
68) Com referência ao concurso público: o tempo de mandato para fins de tempo de serviço.
a) Somente pode ser de provas e títulos; D) O servidor público que é eleito prefeito, em caso de haver compatibilida-
b) É obrigatório somente para os órgãos da administração direta, autárqui- de de horário, perceberá as vantagens do cargo efetivo, sem prejuízo da
ca e fundacional; percepção do cargo eletivo.
c) Obriga a nomeação do aprovado, observado o número de vagas decla- E) Todo concurso público deve conter, em seu edital, reserva de vagas
radas no edital de concurso; para pessoas portadoras de necessidades especiais.
d) É dispensado para ingresso de ex-combatentes no serviço público, para
contratação temporária de excepcional interesse público e outras hipóteses 74. Assinale a opção correta acerca dos atos administrativos.
previstas na Constituição Federal; A) Quando o agente público explicita a motivação do ato administrativo
discricionário, os motivos implicam vinculação apenas quanto aos funda-
69) Assinale a alternativa CORRETA: mentos de direito.
a) A prática de atos de improbidade administrativa pelo servidor público B) O ato administrativo pode ser revogado por ter perdido sua utilidade.
poderá acarretar a suspensão de seus direitos políticos;

Direito 112 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
C) A competência para a prática do ato administrativo, seja vinculado, seja b) Discricionariedade;
discricionário, é condição para a sua validade, mas admite-se a delegação c) Razoabilidade;
do seu exercício por vontade do delegante. d) Auto-executoriedade;
D) O ato administrativo discricionário pode ser motivado após sua edição.
E) A presunção de legitimidade do ato administrativo transfere à adminis- 83) A rescisão do contrato administrativo ocorre:
tração o ônus de provar que o ato administrativo é legítimo. a) Por exigência do contratado;
__ b) Somente quando houver acordo entre a Administração Pública e o
75) Afirmando que "as competências administrativas só podem ser vali- contratado;
damente exercidas na extensão e intensidade proporcionais ao que seja c) Por ato próprio e unilateral da Administração em razão de inadim-
realmente demandado para cumprimento da finalidade de interesse público plência do contratado ou por interesse do serviço público;
a que são atreladas", referimo-nos ao princípio do(a): d) Exclusivamente em decorrência de decisão judicial;
a) Proporcionalidade;
b) Interesse público; 84) A modalidade de licitação necessária para o contrato de concessão de
c) Finalidade; direito real de uso é:
d) Razoabilidade; a) A concorrência;
b) O leilão;
76) Na administração pública, aos atos praticados devem atender à finali- c) O convite;
dade legal, atendendo ao princípio da: d) A tomada de preço;
a) Abrangência;
b) Disponibilidade; 85) Celso Antônio Bandeira de Mello distingue as empresas públicas e as
c) Impessoalidade; sociedades de economia mista em duas categorias: as prestadoras de
Hierarquia administrativa. serviços públicos e as exploradoras de atividade econômica. Com relação
aos regimes jurídicos dessas empresas, marque a alternativa correta:
77) São consideradas pessoas jurídicas de direito público que executam a) Os bens das empresas públicas e sociedades de economia mista
atividades típicas da Administração Pública: exploradoras de atividade econômica são penhoráveis e prescritíveis.
a) Autarquias e empresas públicas; b) De acordo com preceito constitucional, é livre a acumulação de
b) Autarquias e fundações públicas; emprego nestas entidades com um outro em empresa controlada direta ou
c) Empresas públicas e sociedades de economia mista; indiretamente pelo poder público.
Autarquia, empresas públicas e fundações públicas. c) A responsabilidade da Empresa Pública por atos de seus prepos-
tos é sempre de natureza objetiva, conforme determinada a Constituição da
78) As pessoas jurídicas que integram a Administração Pública Federal República.
indireta têm em comum: d) As empresas públicas e sociedades de economia mista, que
a) somente a criação por lei específica; desempenham atividades de instituição financeira, não sujeitas à liquidação
b) sua natureza jurídica; extrajudicial determinada pelo Banco Central.
c) apenas o fato de possuírem personalidade e patrimônio próprios;
d) criação por lei específica, personalidade e patrimônio próprios; 86) Quando, em licitação sujeita à Lei nº 8.666/93, duas ou mais empresas
participam reunidas em consórcio, é:
79) Sobre os poderes da Administração Pública, é INCORRETO afirmar a) obrigatória a adoção da modalidade de concorrência.
que: b) permitido o somatório de quantitativos e/ou valores das empresas
a) os atos administrativos relativos ao poder de polícia têm como caracte- participantes, para efeito de qualificação, observados condicionamentos
rística a auto-executoriedade legais.
b) o poder regulamentar será exercido pelo chefe do Poder Executivo ao c) necessária a constituição do consórcio por meio de instrumento
expedir decretos explicando o conteúdo das leis público, arquivado na Junta Comercial.
c) o poder disciplinar permite que o chefe do Poder Executivo, se houver d) permitida a liderança de empresa brasileira ou de empresa es-
previsão na lei, aplique punições aos servidores de todos os poderes trangeira, se o consórcio for formado pelas duas.
d) o poder hierárquico permite a uma autoridade rever os atos praticados
por seus subordinados tanto no aspecto de mérito quanto no aspecto de 87) É regra própria do regime jurídico do pregão, nos termos da legisla-
legalidade ção federal pertinente:
a) o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a
80) O Processo Administrativo é o conjunto de procedimentos utilizados partir da publicação do aviso, não será superior a oito dias úteis.
pela Administração para o adequado registro de seus atos, controle de b) no curso da sessão pública para recebimento das propostas,
seus agentes e solução de controvérsias com os administrados. todos os interessados ou seus representantes presentes poderão fazer
No âmbito do Processo Administrativo, é correto afirmar: novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor.
a) É formal, obedecendo a uma processualística determinada; c) para julgamento e classificação das propostas, será adotado o
b) Obedece ao princípio inquisitorial; critério de menor preço, ou técnica e preço, observados os prazos máximos
c) Não admite dilação probatória; para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de
d) Está vinculado ao princípio da ampla defesa; desempenho e qualidade definidos no edital.
d) encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o prego-
81) O ingresso no serviço público depende: eiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilita-
a) Do preenchimento da condição de brasileiro nato; ção do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do
b) Da prestação de concurso público de provas, ou de provas e atendimento das condições fixadas no edital.
títulos, para quaisquer cargos;
c) Da prestação de concurso público de provas, ou de provas e 88) Administração Pública é um conjunto de órgãos:
títulos, salvo para os cargos ou empregos regidos pela C.L.T.; a) Em que se dividem os poderes do Estado;
d) Da prestação de concurso público de provas, ou de provas e b) Instituídos para a consecução dos objetivos do Governo;
títulos, salvo para os cargos cujos titulares sejam demissíveis "ad nutum" e c) Que demonstram a soberania posta em ação;
outros indicados em lei; d) Que praticam atos de governo;

82) A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando eiva- 89) A Constituição Federal estabelece o princípio da ampla acessibilidade
dos de ilegalidade, bem como revogá-los por motivo de conveniência ou aos cargos, funções e empregos públicos.
oportunidade, no exercício do princípio da: Pode-se afirmar corretamente que:
a) Autotutela;

Direito 113 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) Nas regras do concurso público não podem ser feitas discrimina- tada para esse objetivo; sendo que todo ato administrativo que não for
ções entre brasileiros natos ou naturalizados, excetuando-se alguns cargos praticado no interesse da coletividade será ilícito e imoral.
que são privativos de brasileiros natos previstos na Carta Magna; 3. No desempenho dos encargos administrativos o agente do Poder Públi-
b) Via de regra, as normas para a acessibilidade e concurso público co não tem a liberdade de procurar outro objetivo, ou de dar fim diverso do
são impositivas para todo o universo da Administração, salvo as socieda- prescrito em lei para a atividade; descumpri-los ou renunciá-los eqüivalerá
des de economia mista e empresas públicas; a desconsiderar a incumbência que aceitou ao empossar-se no cargo ou
c) A contratação excepcional sem concurso público está terminan- função pública.Em última análise, os fins da Administração consubstanci-
temente proibida pela Constituição Federal atual; am-se em defesa do interesse público, assim entendidas aquelas aspira-
d) Faz-se mister novo concurso público para elevação nos níveis de ções ou vantagens licitamente almejadas por toda a comunidade adminis-
uma determinada carreira pública ou nas linhas de ascensão funcional trativa, ou por parte expressiva de seus membros; o ato ou contrato admi-
preestabelecidas para esta carreira; nistrativo realizado sem interesse público configura desvio de finalidade.
É/Estão correta(s):
90) Empresa concessionária, prestadora de serviço público causa danos a somente a 1
particulares. Configura-se sua responsabilidade objetiva desde que: somente 1 e 2
a) A prestação do serviço seja a causa única do dano; somente 1e 3
b) O dano tenha ocorrido por omissão na prestação do serviço e a todas estão corretas e se complementam
vítima não tenha culpa concorrente;
c) O agente do concessionário, causador do dano, tenha agido com 94 - Sobre as entidades da Administração Pública Indireta, analise as
culpa; afirmativas:
d) O Poder Público concedente não seja responsabilizado solidaria- I. A empresa pública será criada, mediante autorização do Poder Legislati-
mente; vo, para desempenhar atividade considerada típica do Estado.
II. As entidades da Administração Indireta estão sujeitas ao controle hierár-
91. “Administração Pública, em sentido formal, é o conjunto de órgãos quico próprio do ente estatal a que estão vinculadas.
instituídos para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, III. A empresa pública integra a Administração Indireta e tem personalidade
é o conjunto das funções necessárias ao serviços públicos em geral: em jurídica de Direito Privado.
acepção operacional, é desempenho perene e sistemático, legal e técnico, É/são verdadeira(s) somente a(s) afirmativa(s):
dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da a) I;
coletividade. Numa visão global, a Administração é, pois, todo o aparelha- b) II;
mento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando à c) III;
satisfação das necessidades coletivas. A Administração não pratica atos d) I e III;
do governo; pratica, tão-somente, atos de execução, com maior ou menor e) nenhuma.
autonomia funcional, segundo a competência do órgão de seus agentes.
São os chamados atos administrativos.” 95 - Sobre a noção de Administração Pública, analise as afirmativas a
Quanto à definição de “Administração Pública” acima enunciada, podemos seguir:
afirmar que: I. A função administrativa do Estado será desempenhada por órgãos e
está totalmente correta agentes de todos os poderes, ainda
está parcialmente correta que predominantemente pelo Poder Executivo.
está inorreta II. No sentido material, considera-se Administração Pública o desempenho
nada podemos afirmar com tais dados da função administrativa, como
por exemplo, a gestão de bens e de serviços públicos.
92. São características da Administração Pública: III. Através da desconcentração administrativa é possível atribuir a particu-
1) As pessoas que exercem as atividades de administração pública são lares, por ato administrativo, ou por
agentes de Direito Público, especialmente designados, podendo também contrato, a execução de serviços públicos.
serem designados por delegação. São verdadeiras somente as afirmativas:
2) Os objetivos perseguidos pela Administração Pública são sempre esta- a) I e II;
belecidos por lei, ou seja, são sempre vinculados e não discricionários. b) I e III;
3) Os interesses são sempre públicos, isto é, visando a coletividade como c) II e III;
um todo, segundo o princípio da isonomia. d) I, II e III;
4) As atividades administrativas e seus atos em geral gozam de executori- e) nenhuma.
edade prática, ou possibilidade imediata de serem realizados.
5) A natureza da Administração é munus público (encargo que alguém de 96 - Sobre o poder de polícia, analise as afirmativas a seguir:
exercer), ou seja, o que procede de natureza pública ou da lei, obrigando o I. O poder de polícia não se confunde com a polícia judiciária. A polícia
agente ao exercício de certos encargos visando o benefício da coletividade administrativa tem finalidade preventiva e a policia judiciária atua de forma
ou da ordem social. repressiva.
Estão corretas: II. Todos os entes estatais são competentes para exercer o poder de polícia
todas as proposições estão corrretas sobre as atividades submetidas ao
estão corretas somente 1, 2 e 5 seu controle.
estão corretas somente 1, 3, 4 5 III. A licença é exemplo de ato administrativo que pode refletir o exercício
estão corretas 1, 2, 4 e 5 do poder de polícia.
São verdadeiras somente as afirmativas:
93. Quanto aos enuncioados a seguir: a) I e II;
1. A Natureza da Administração Pública é a de um munus público para b) I e III;
quem a exerce, isto é, a de um encargo de defesa, conservação e aprimo- c) II e III;
ramento dos bens, serviços e interesses da coletividade, impondo ao d) I, II e III;
administrador público a obrigação de cumprir fielmente os preceitos do e) nenhuma.
Direito e da Moral administrativa que regem sua atuação, pois tais precei-
tos é que expressam a vontade do titular dos interesses administrativos - o 97 - De acordo com a classificação que divide os órgãos públicos conforme
povo - e condicionam os atos a serem praticados no desempenho do a sua posição estatal, as Secretarias de Estado são consideradas órgãos:
munus público que lhe é confiado. a) independentes;
2. Os Fins da Administração Pública resumem-se num único objetivo: o b) colegiados;
bem comum da coletividade administrativa; toda atividade deve ser orien- c) autônomos;
d) superiores;

Direito 114 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) coletivos.
___________________________________
98) Sobre as normas constitucionais relativas à Administração Pública, é
INCORRETO afirmar que: ___________________________________
a) de acordo com a Constituição, as autarquias serão criadas por lei e
estão sujeitas às mesmas regras de responsabilidade civil aplicáveis à
___________________________________
Administração Direta; ___________________________________
b) uma das sanções aplicadas ao agente público que praticar atos de
improbidade administrativa é a suspensão de direitos políticos; ___________________________________
c) de acordo com as normas constitucionais em vigor, os concessionários _______________________________________________________
de serviços públicos responderão objetivamente pelos danos resultantes de
atos praticados por seus agentes nessa qualidade; _______________________________________________________
d) a responsabilidade civil do agente público é subjetiva, condicionada à
_______________________________________________________
demonstração de culpa ou dolo;
e) a fixação da remuneração dos servidores públicos dos Estados e do _______________________________________________________
Distrito Federal é feita por ato do Governador, sendo obrigatório o reajuste
geral anual. _______________________________________________________
_______________________________________________________
99. A Administração Pública, por meio do regular uso do poder disciplinar,
(A) distribui, ordena, escalona e revê a atuação de seus agentes, de modo _______________________________________________________
que as atividades por eles desempenhadas obedeçam ao princípio da _______________________________________________________
eficiência.
(B) apura infrações e aplica penalidades aos servidores públicos e demais _______________________________________________________
pessoas sujeitas à disciplina administrativa.
(C) edita normas complementares à lei, que disponham sobre organização
_______________________________________________________
administrativa ou relações entre os particulares que estejam em situação de _______________________________________________________
submissão especial ao Estado.
(D) condiciona e restringe o uso e gozo de bens, atividades e direitos _______________________________________________________
individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado. _______________________________________________________
(E) pratica atos administrativos de sua competência, com liberdade de
escolha quanto à sua conveniência, oportunidade, forma e conteúdo. _______________________________________________________
_______________________________________________________
100 - De acordo com as normas constitucionais em vigor, se for extinto o
cargo ocupado pelo servidor estável, a Administração deverá adotar a _______________________________________________________
seguinte providência:
a) exonerar o servidor em razão da extinção do cargo; _______________________________________________________
b) demitir o servidor, sem justa causa; _______________________________________________________
c) colocá-lo em disponibilidade remunerada;
d) reintegrá-lo em outro cargo semelhante; _______________________________________________________
e) promover a sua aposentadoria com proventos proporcionais ao tempo de _______________________________________________________
serviço.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
RESPOSTAS
_______________________________________________________
01. B 11. E 21. C 31. D 41. A
_______________________________________________________
02. A 12. B 22. C 32. A 42. C
03. C 13. C 23. C 33. C 43. C _______________________________________________________
04. C 14. E 24. C 34. D 44. D
05. D 15. C 25. C 35. C 45. A _______________________________________________________
06. E 16. C 26. C 36. D 46. E _______________________________________________________
07. B 17. C 27. C 37. B 47. D
08. E 18. C 28. C 38. B 48. E _______________________________________________________
09. B 19. C 29. C 39. D 49. A ______________________________________________________
10. D 20. C 30. C 40. D 50. A
_______________________________________________________
51. B 61. D 71. B 81. D 91. A
_______________________________________________________
52. A 62. A 72. B 82. A 92. A
53. D 63. E 73. C 83. C 93. D _______________________________________________________
54. B 64. D 74. B 84. A 94. C
55. C 65. C 75. A 85. A 95. A _______________________________________________________
56. E 66. D 76. C 86. B 96. D _______________________________________________________
57. A 67. A 77. B 87. D 97. C
58. D 68. D 78. D 88. B 98. E _______________________________________________________
59. B 69. A 79. C 89. A 99. B _______________________________________________________
60. B 70. C 80. D 90. A 100. C
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Direito 115 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
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Direito 116 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
são uma forma de direitos humanos, e fazem referência a proclamações
DIREITOS HUMANOS como a Carta de Mandén, de 1222, declaração fundacional do Império de
3.1. A Constituição brasileira de 1988. Mali. Não obstante, nem em japonês nem em sânscrito clássico, por
3.2. A Constituição brasileira de 1988 e os Tratados Internacionais de exemplo, existiu o termo "direito" até que se produziram contatos com a
Proteção dos Direitos Humanos. cultura ocidental, já que culturas orientais colocaram tradicionalmente um
3.3. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos. peso nos deveres. Existe também quem considere que o Ocidente não
3.4. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos e a Redefi- criou a ideia nem o conceito do direitos humanos, ainda que tenha
nição da Cidadania no Brasil. encontrado uma maneira concreta de sistematizá-los, através de uma
3.5. A Constituição brasileira de 1988: Dos princípios fundamentais. discussão progressiva e com base no projeto de uma filosofia dos direitos
3.6. A Constituição brasileira de 1988: Dos Direitos e Garantias Fundamen- humanos.
tais.
3.6.1. Dos direitos e deveres individuais e coletivos. As teorias que defendem o universalismo dos direitos humanos se
3.6.2. Dos direitos sociais. contrapõem ao relativismo cultural, que afirma a validez de todos os
3.6.3. Da nacionalidade. sistemas culturais e a impossibilidade de qualquer valorização absoluta
3.6.4. Dos direitos políticos. desde um marco externo, que, neste caso, seriam os direitos humanos
3.6.5. Dos partidos políticos. universais. Entre essas duas posturas extremas situa-se uma gama de
posições intermediárias. Muitas declarações de direitos humanos emitidas
por organizações internacionais regionais põem um acento maior ou menor
Direitos humanos no aspecto cultural e dão mais importância a determinados direitos de
acordo com sua trajetória histórica. A Organização da Unidade
Africana proclamou em 1981 a Carta Africana de Direitos Humanos e de
Povos[4], que reconhecia princípios da Declaração Universal dos Direitos
Humanos de 1948 e adicionava outros que tradicionalmente se tinham
negado na África, como o direito de livre determinação ou o dever dos
Estados de eliminar todas as formas de exploração econômica estrangeira.
Mais tarde, os Estados africanos que acordaram a Declaração de Túnez,
em 6 de novembro de 1992, afirmaram que não se pode prescrever um
modelo determinado a nível universal, já que não podem se desvincular as
realidades históricas e culturais de cada nação e as tradições, normas e
valores de cada povo. Em uma linha similar se pronunciam a Declaração de
Bangkok, emitida por países asiáticos em 23 de abril de 1993, e de Cairo,
firmada pela Organização da Conferência Islâmica em 5 de
agosto de 1990.
Também a visão ocidental-capitalista dos direitos humanos, centrada
nos direitos civis e políticos, se opôs um pouco durante a Guerra Fria,
destacando no seio dasNações Unidas, ao do bloco socialista, que
privilegiava os direitos econômicos, sociais e culturais e a satisfação das
necessidades elementais.
História
Os direitos humanos ou coletivos são aqueles adquiridos em
decorrência do resultado de uma longa história, foram debatidos ao longo
dos séculos por filósofos e juristas .
O início desta caminhada, remete-nos para a área da religião, quando
o Cristianismo, durante a Idade Média, é a afirmação da defesa da
Direitos do homem e da mulher - Pintura mural em Saint-Josse- igualdade todos os homens numa mesma dignidade, foi também durante
ten-Noode (Bélgica). O texto resume os artigos 18 e 19 da Declaração esta época que os matemáticos cristãos recolheram e desenvolveram a
Universal dos Direitos Humanos. teoria do direito natural, em que o indivíduo está no centro de uma ordem
Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de todos social e jurídica justa, mas a lei divina tem prevalência sobre o direito laico
os seres humanos. Normalmente o conceito de direitos humanos tem a tal como é definido pelo imperador, o rei ou o príncipe. Logo foram criadas
ideia também de liberdade de pensamento e de expressão, e a igualdade muitas coisas no decorrer do tempo.
perante a lei. Com a idade moderna, os racionalistas dos séculos XVII e XVIII,
A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das reformulam as teorias do direito natural, deixando de estar submetido a
Nações Unidas afirma que : uma ordem divina. Para os racionalistas todos os homens são por natureza
livres e têm certos direitos inatos de que não podem ser despojados
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em di- quando entram em sociedade. Foi esta corrente de pensamento que
reitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os acabou por inspirar o atual sistema internacional de proteção dos direitos
outros em espírito de fraternidade. – Artigo1º 1) do homem.
As ideias de direitos humanos tem origem no A evolução destas correntes veio a dar frutos pela primeira vez
conceito filosófico de direitos naturais que seriam atribuídos em Inglaterra, e depois nos Estados Unidos. A Magna Carta (1215) deu
por Deus; [2]alguns sustentam que não haveria nenhuma diferença entre os garantias contra a arbitrariedade da Coroa, e influenciou diversos
direitos humanos e os direitos naturais e vêem na distinta nomenclatura documentos, como por exemplo o Ato Habeas Corpus (1679), que foi a
etiquetas para uma mesma ideia. Outros argumentam ser necessário primeira tentativa para impedir as detenções ilegais. A Declaração
manter termos separados para eliminar a associação com características Americana da Independência surgiu a 4 de Julho de 1776, onde constavam
normalmente relacionadas com os direitos naturais.,[3] sendo John os direitos naturais do ser humano que o poder político deve respeitar, esta
Searl talvez o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria.[2] declaração teve como base a Declaração de Virgínia proclamada a 12 de
Junho de 1776, onde estava expressa a noção de direitos individuais.
Existe um importante debate sobre a origem cultural dos direitos
humanos. Geralmente se considera que tenham sua raiz na cultura A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada
ocidental moderna, mas existem ao menos duas posturas principais mais. na França em 1789, e as reivindicações ao longo dos séculos XIV e XV em
Alguns afirmam que todas as culturas possuem visões de dignidade que se

Direitos Humanos 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
prol das liberdades, alargou o campo dos direitos humanos e definiu os Antecedentes remotos
direitos econômicos e sociais.
Mas o momento mais importante, na história dos Direitos do Homem, é
durante 1945-1948. Em 1945, os Estados tomam consciência das tragédias
e atrocidades vividas durante a 2ª Guerra Mundial, o que os levou a criar
a Organização das Nações Unidas (ONU) em prol de estabelecer e manter
a paz no mundo. Foi através da Carta das Nações Unidas, assinada a 20
de Junho de 1945, que os povos exprimiram a sua determinação « em
preservar as gerações futuras do flagelo da guerra; proclamar a fé nos
direitos fundamentais do Homem, na dignidade e valor da pessoa humana,
na igualdade de direitos entre homens e mulheres, assim como das
nações, grande e pequenas; em promover o progresso social e instaurar
melhores condições de vida numa maior liberdade.». A criação das Nações O Cilindro de Ciro hoje no British Museum, a primeira declaração
Unidas simboliza a necessidade de um mundo de tolerância, de paz, de dos direitos humanos.
solidariedade entre as nações, que faça avançar o progresso social e
económico de todos os povos. Um dos documentos mais antigos que vinculou os direitos humanos é
o Cilindro de Ciro, que contêm uma declaração do rei persa (antigo Irã) Ciro
Os principais objetivos das Nações Unidas, passam por manter a paz, II depois de sua conquista da Babilônia em 539 aC. Foi descoberto
a segurança internacional, desenvolver relações amigáveis entre as em 1879 e a ONU o traduziu em 1971 a todos seus idiomas oficiais. Pode
nações, realizar a cooperação internacional resolvendo problemas ser resultado de uma tradição mesopotâmica centrada na figura do rei
internacionais do cariz econômico, social, intelectual e humanitário, justo, cujo primeiro exemplo conhecido é o rei Urukagina, de Lagash, que
desenvolver e encorajar o respeito pelos direitos humanos e pelas reinou durante o século XXIV aC, e de onde cabe destacar
liberdades fundamentais sem qualquer tipo de distinção. também Hammurabi da Babilônia e seu famoso Código de Hammurabi, que
data do século XVIII aC. O Cilindro de Ciro apresentava características
Assim, a 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações
inovadoras, especialmente em relação à religião. Nele era declarada a
Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
liberdade de religião e abolição da escravatura. Tem sido valorizado
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é fundamental na nossa positivamente por seu sentido humanista e inclusive foi descrito como a
Sociedade, quase todos os documentos relativos aos direitos humanos tem primeira declaração de direitos humanos.
como referência esta Declaração, e alguns Estados fazem referência direta
Documentos muito posteriores, como a Carta Magna da Inglaterra,
nas suas constituições nacionais.
de 1215, e a Carta de Mandén, de 1222, se tem associado também aos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos ganhou uma importância direitos humanos. Na Roma antiga havia o conceito de direito na cidadania
extraordinária, contudo não obriga juridicamente que todos os Estados a romana a todos romanos.
respeitem e, devido a isso, a partir do momento em que foi promulgada, foi
Confirmação do conceito
necessário a preparação de inúmeros documentos que especificassem os
direitos presentes na declaração e assim força-se os Estados a cumpri-la. A conquista da América no século XVI pelos espanhóis resultou em um
Foi nesse contexto que, no período entre 1945-1966 nasceram vários debate pelos direitos humanos na Espanha. Isto marcou a primeira vez que
documentos. se discutiu o assunto na Europa.
Assim, a junção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, os Durante a Revolução inglesa, a burguesia conseguiu satisfazer suas
dois pactos efetuados em 1966, nomeadamente O Pacto Internacional dos exigências de ter alguma classe de seguridade contra os abusos da coroa e
Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, limitou o poder dos reis sobre seus súditos, proclamando a Lei de Habeas
Sociais e Culturais, bem como os dois protocolos facultativos do Pacto dos corpus em 1679, em 1689 o Parlamento impôs a Guilhermo III da Inglaterra
Direitos Civis e Políticos ( que em 1989 aboliu a pena de morte), constituem na Carta de Direitos (ou Declaração de direitos) uma série de princípios
A Carta Internacional dos Direitos do Homem. sobre os quais os monarcas não podiam legislar ou decidir.
Evolução histórica
Muitos filósofos e historiadores do Direito consideram que não se pode
falar de direitos humanos até a modernidade no Ocidente. Até então, as
normas da comunidade, concebidas na relação com a ordem cósmica, não
deixavam espaço para o ser humano como sujeito singular, concebendo-se
o direito primariamente como a ordem objetiva da sociedade. A sociedade
estamental tem seu centro em grupos como a família, a linhagem ou as
corporações profissionais ou laborais, o que implica que não se concebem
faculdades próprias do ser humano enquanto tal. Pelo contrário, se entende
que toda faculdade atribuível ao indivíduo deriva de um duplo status: o do
sujeito no seio da família e o desta na sociedade."Fora do Estado não há
direitos".
A existência dos direitos subjetivos, tal e como se pensam na
atualidade, será objeto de debate durante os séculos XVI, XVII e XVIII, o
que é relevante porque habitualmente se diz que os direitos humanos são
produto da afirmação progressiva da individualidade e que, de acordo com
ele, a ideia de direitos do homem apareceu pela primeira vez durante a luta
burguesa contra o sistema do Antigo Regime. Sendo esta a consideração
mais estendida, outros autores consideram que os direitos humanos são
uma constante na História e tem suas raízes no mundo clássico; também
sua origem se encontra na afirmação do cristianismo da dignidade moral do
homem enquanto pessoa.
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789
No século XVII e XVIII, filósofos europeus, destacando-se John Locke,
desenvolveram o conceito do direito natural. Os direitos naturais, para

Direitos Humanos 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Locke, não dependiam da cidadania nem das leis de um Estado, nem ↑ Carta Africana de Direitos Humanos e de Povos
estavam necessariamente limitadas a um grupo étnico, cultural ou religioso ↑ Aproximaciones a los Derechos Humanos de Cuarta Generación
em particular. A teoria do contrato social, de acordo com seus três ↑ Os Direitos Humanos na Idade Moderna e conteporânea
principais formuladores, o já citado Locke, Thomas Hobbes e Jean-Jacques ↑ Direitos Humanos de 4ª Geração
Rousseau, se baseia em que os direitos do indivíduo são naturais e que, no ↑ A Quinta Geração de Direitos Fundamentais
estado de natureza, todos os homens são titulares de todos os direitos.
Declaração dos Direitos Humanos
A primeira declaração dos direitos humanos da época moderna é
a Declaração dos Direitos da Virgínia de 12 de junho de 1776, escrita por A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos
George Mason e proclamada pela Convenção da Virgínia. Esta grande básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumerados
medida influenciou Thomas Jeffersonna declaração dos direitos humanos os direitos que todos os seres humanos possuem.
que se existe na Declaração da Independência dos Estados Unidos da
América de 4 de julho de 1776, assim como também influenciou a Preâmbulo
Assembleia Nacional francesa em sua declaração, a Declaração dos Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 esta última definia o direito membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o
individual. fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
A noção de direitos humanos não experimentou grandes mudanças até Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos
o século seguinte com o início das lutas operárias, surgiram novos direitos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade
que pretendiam dar solução a determinados problemas sociais através da e que o advento de um mundo em que os todos gozem de liberdade de
intervenção do Estado. Neste processo são importantes a Revolução palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da neces-
Russa e a Revolução Mexicana. sidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum,
Desde o nascimento da Organização das Nações Unidas em 1945, o Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegi-
conceito de direitos humanos se tem universalizado, alcançando uma dos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como
grande importância na cultura jurídica internacional. Em 10 de último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
dezembro de 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi
adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em sua Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações
Resolução 217 A (III), como resposta aos horrores da Segunda Guerra amistosas entre as nações,
Mundial e como intento de sentar as bases da nova ordem internacional Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Car-
que surgia atrás do armistício. Coincidência ou não, foi proclamada no ta da ONU, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no
mesmo ano da proclamação do estado de Israel. valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e
Posteriormente foram aprovados numerosos tratados internacionais que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida
sobre a matéria, entre os quais se destacam os Pactos Internacionais de em uma liberdade mais ampla,
Direitos Humanos de1966, e foram criados numerosos dispositivos para Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promo-
sua promoção e garantia. hg ver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direi-
Classificação tos e liberdades humanas fundamentais e a observância desses direitos e
liberdades,
Em 1979, em uma conferência do Instituto Internacional de Direitos
Humanos, Karel Vasak propôs uma classificação dos direitos humanos em Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liber-
gerações,inspirado no lema da Revolução Francesa (liberdade, igualdade, dades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse com-
fraternidade).[5] promisso, agora portanto,

Assim, os direitos humanos de primeira geração seriam os direitos de A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos
liberdade, compreendendo os direitos civis, políticos e as liberdades Direitos Humanos
clássicas. Os direitos humanos de segunda geração ou direitos de como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as na-
igualdade, constituiriam os direitos econômicos, sociais e culturais. Já como ções, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade,
direitos humanos de terceira geração, chamados direitos de fraternidade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e
estariam o direito ao meio ambiente equilibrado, uma saudável qualidade da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela
de vida, progresso, paz, autodeterminação dos povos e outros direitos adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por
difusos.[6] assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva,
Posteriormente, com os avanços da tecnologia e com a Declaração dos tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos
Direitos do Homem e do Genoma Humano feita pela UNESCO, a doutrina dos territórios sob sua jurisdição.
estabeleceu a quarta geração de direitos como sendo os direitos Artigo I.
tecnológicos, tais como o direito de informação e biodireito.[7]
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direi-
O jurista brasileiro Paulo Bonavides, defende que o direito à paz, que tos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos
segundo Karel Vasak seria um direito de terceira geração, merece uma outros com espírito de fraternidade.
maior visibilidade, motivo pelo qual constituiria a quinta geração de direitos
humanos.[8] Artigo II.
Dia Nacional dos Direitos Humanos (Portugal) 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liber-
dades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie,
A Assembleia da República de Portugal, reconhecendo a importância seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra nature-
da Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovou em 1998 uma za, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
Resolução na qual institui que o dia 10 de Dezembro passa a ser condição.
considerado o Dia Nacional dos Direitos Humanos.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição polí-
Referências tica, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma
↑ Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, adoptada e pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem gover-
proclamada pela Resolução 217A (III) da Assembleia Geral das Nações no próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Unidas, em 10 de dezembro de 1948.
↑ a b Natural rights. The Columbia Electronic Encyclopedia, 2005. Artigo III.
↑ Peter Jones. Rights. Palgrave Macmillan, 1994, p. 73
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Direitos Humanos 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Artigo IV. 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de
raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua
tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. duração e sua dissolução.
Artigo V. 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consenti-
Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, mento dos nubentes.
desumano ou degradante. 3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito
Artigo VI. à proteção da sociedade e do Estado.
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconheci- Artigo XVII.
do como pessoa perante a lei. 1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade
Artigo VII. com outros.
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer Artigo XVIII.
discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamen-
to a tal discriminação. Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a
Artigo VIII. liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática,
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais compe- pelo culto e pela observância, em público ou em particular.
tentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais Artigo XIX.
que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este
Artigo IX. direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar,
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e indepen-
dentemente de fronteiras.
Artigo X.
Artigo XX.
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e públi-
ca audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação
sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação pacífica.
criminal contra ele. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo XI. Artigo XXI.
1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser 1. Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo de seu pa-
presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de ís diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido assegura-
das todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do
seu país.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no
momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta von-
Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento tade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio univer-
da prática, era aplicável ao ato delituoso. sal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de
voto.
Artigo XII.
Artigo XXII.
Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua famí-
lia, em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à seguran-
reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interfe- ça social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional
rências ou ataques. e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos
econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre
Artigo XIII. desenvolvimento da sua personalidade.
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência Artigo XXIII.
dentro das fronteiras de cada Estado.
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de empre-
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o go, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o de-
próprio, e a este regressar. semprego.
Artigo XIV. 2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remu-
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e neração por igual trabalho.
de gozar asilo em outros países. 3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legiti- e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência
mamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se neces-
objetivos e princípios das Nações Unidas. sário, outros meios de proteção social.
Artigo XV. 4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingres-
sar para proteção de seus interesses.
1. Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
Artigo XXIV.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do
direito de mudar de nacionalidade. Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação
razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
Artigo XVI.
Artigo XXV.

Direitos Humanos 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegu- dos mesmos” [1].
rar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito Com isso, em julho de 1998, foi então criado o Tribunal Penal Internacional,
à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou através da aprovação do Estatuto de Roma na Conferência Diplomática das
outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de Nações Unidas de Plenipotenciários, reunidos na sede da FAO (Food and
seu controle. agriculture Organization) em Roma.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência es- Através do referido Estatuto, foram estabelecidas as regras materiais,
peciais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão processuais, de organização interna, as regras do Ministério Público, bem
da mesma proteção social. como a competência e as penas aplicáveis aos casos julgados pelo futuro
Artigo XXVI. Tribunal.
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, Todas essas regras, convergiram para um único ponto, a investigação e a
pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar punição dos responsáveis pelas violações aos direitos humanos, devendo o
será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, Tribunal ser encarado “como um tratado internacional de direitos humanos”
bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. [2], por combater as atrocidades cometidas contra estes direitos.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos huma- Os tratados internacionais de direitos humanos nasceram como uma res-
nos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreen- posta dos Estados as atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra
são, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou Mundial; a partir de então normas foram criadas com o intuito de prevenir
religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manu- que as antigas violações não mais ocorram.
tenção da paz.
O comportamento acima adotado provocou um processo de relativização
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução da soberania absoluta dos Estados, pois passou-se a permitir formas de
que será ministrada a seus filhos. monitoramento e responsabilização internacional, quando os direitos hu-
manos forem violados. O Tribunal Penal Internacional, como tratado inter-
Artigo XXVII.
nacional de direitos humanos, possui todos os seus mecanismos de atua-
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultu- ção voltados para que os referidos direitos sejam respeitados.
ral da comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico
e de seus benefícios. O Brasil, segundo Janice Cláudia Freire Sant’ana [3], “esteve afastado de
uma participação relevante no tratamento internacional de direitos huma-
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e ma- nos, sendo signatário, até então, de um número reduzido de instrumentos
teriais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da internacionais relacionados à temática”, principalmente durante o período
qual seja autor. militar.
Artigo XXVIII.
Somente após o fim da ditadura, através da promulgação da Constituição
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em da República de 1988, que o país começou a adotar medidas internacionais
que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam de proteção aos direitos humanos. Atualmente, o país é signatário de
ser plenamente realizados. diversos tratados internacionais que versam sobre direitos humanos, dentre
Artigo XXIX. eles se encontra a Convenção Americana de Direitos Humanos e mais
recentemente o Estatuto de Roma, que criou o TPI.
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o li-
vre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. Podemos verificar em análise à Constituição brasileira, que a mesma faz
diversas referências, em seu texto normativo, aos direitos humanos. No
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará
artigo 1º, inc. III, da CF, encontramos que o Brasil constitui-se em Estado
sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o
democrático de direito, tendo dentre os seus fundamentos, a dignidade da
fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberda-
pessoa humana e na sequência o artigo 4º, inc. II, da CF dispõe que nas
des de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem
relações internacionais, o país deverá reger-se pelo princípio da prevalên-
pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
cia dos direitos humanos.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser e-
xercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. Ademais, não podemos deixar de mencionar o artigo 5º da CF que versa
sobre os direitos fundamentais, cujo objetivo é a proteção dos direitos
Artigo XXX. individuais e coletivos da pessoa humana, protegendo-a de lesões ou
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada violações.
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de
exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição As inovações acima relacionadas forma fundamentais para que o país
de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. viesse a ratificar os diversos instrumentos de proteção dos direitos huma-
nos já existentes. Esta atitude, segundo Flávia Piovesan [4], “simbolizou o
A Constituição brasileira de 1988 e os Tratados Internacionais de Direitos aceite do Brasil para com a ideia contemporânea de globalização dos
Humanos - TPI direitos humanos, bem como para com a ideia da legitimidade das preocu-
pações da comunidade internacional no tocante a matéria”.
11/jun/2004
Em relação ao Estatuto de Roma, considerado um tratado internacional de
Trata acerca do tratamento dispensado pela Constituição Federal de
proteção aos direitos humanos, o Brasil aprovou-o através do Decreto
1988 aos tratados internacionais de direitos humanos, voltado ao TPI.
Legislativo n° 112, de 07 de junho de 2002, tendo sido promulgado pelo
Por Fabíola Pozzobon Decreto n° 4.388, de 25 de setembro de 2002, e depositando o respectivo
instrumento de adesão no dia 1º de setembro de 2002.
A pós a Segunda Guerra Mundial, o número de conflitos regionais e conse-
quentemente o aumento dos crimes condenados internacionalmente fez Apesar de ter aderido ao Estatuto, o Estado brasileiro, como muitos outros
renascer a preocupação mundial de evita-los através de um Tribunal Inter- durante a Conferência de Roma, suscitou a possibilidade de haver algum
nacional permanente, “capaz de aplicar o direito internacional aos acusados tipo de incompatibilidade entre o texto do referido Estatuto e o ordenamento
de cometerem tais crimes, evitando-se assim a impunidade e a seletividade jurídico nacional. No entanto, segundo Flávia Piovesan, o nosso ordena-

Direitos Humanos 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mento jurídico é compatível com o Estatuto de Roma por pelo menos três dição doméstica, porquanto tais direitos transcendem os interesses do
razões [5]: estado soberano, representando legítimo interesse internacional.

“a) o Estatuto adota regras de direito material em parte já reconhecidas em Neste novo cenário, a soberania estatal não é absoluta, de forma que,
outros tratados internacionais ratificados pelo Brasil, como é o caso da se determinado estado membro não adotar providências a fim de garantir
Convenção Americana de Direitos Humanos; b) estabelece ainda um os direitos humanos poderá ser pressionado ou obrigado pelas instâncias
mecanismo internacional de proteção a direitos humanos parecido com o internacionais. Neste ponto, trago à colação lição de Flávia Piovesan1 a
da Corte Interamericana de Direitos Humanos, cuja jurisdição já foi reco- respeito das características deste novo cenário:
nhecida pelo nosso país; c) e a própria Constituição Federal, no artigo 7º do “1ª) a revisão da noção tradicional de soberania absoluta do Estado,
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, explicita que o Brasil que passa a sofrer um processo de relativização, na medida em que são
propugnará pela formação de um Tribunal Internacional de direitos huma- admitidas intervenções no plano nacional, em prol da proteção dos direitos
nos”. humanos; permitem-se formas de monitoramento e responsabilização
internacionais, quando os direitos humanos forem violados (transita-se de
Por essas razões, podemos concluir que não há qualquer óbice constitu- uma concepção “hobbesiana” de soberania centrada no Estado para uma
cional quanto à aceitação da jurisdição do TPI pelo Estado brasileiro. concepção “kantiana” de soberania centrada na cidadania universal);

No entanto, para que o Estatuto venha a ter uma efetiva aplicação, será 2ª) a cristalização da ideia de que o indivíduo deve ter direitos protegi-
necessário que se faça uma Lei para implementar as normas nele contidas, dos na esfera internacional, na condição de sujeito de direito. Prenuncia-se,
estabelecendo procedimentos que permitam que o Estado brasileiro res- desse modo, o fim da era em que a forma pela qual o Estado tratava seus
ponda a todas as formas de cooperação exigidas pelo artigo 88 do referido nacionais era concebida como um problema de jurisdição doméstica, decor-
documento. rência de sua soberania.”
O sistema internacional de proteção dos direitos humanos é constituído
Segundo informações obtidas no site do Ministério da Justiça, o Brasil já por duas esferas: a esfera global, formada pela ONU, e a esfera regional,
possui um Anteprojeto de Lei, coordenado pelo Professor Tarciso Dal Maso constituída, no caso brasileiro, pela Organização dos Estados Americanos -
Jardim. O referido Anteprojeto está atualmente em poder do Ministro da OEA. Tais sistemas, e seus respectivos instrumentos específicos (tratados,
Justiça para apreciação e possíveis alterações. convenções, recomendações, etc.) não são estanques, antes disso, são
Referências: complementares, pelo que coexistem com o propósito de salvaguardar os
mesmos direitos, objetivando a máxima eficácia na tutela de proteção aos
[1] RAMOS, A C. O estatuto do Tribunal Penal Internacional e a Consti- direitos humanos.
tuição Brasileira. In CHOUKR, F.H.; AMBOS, K. Tribunal Penal Interna- Necessário frisar que o sistema internacional de proteção aos direitos
cional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p.246. humanos é dotado das características típicas de um modelo de prestação
jurisdicional, apresentando poderes de coerção e sanção destinados à
[2] RAMOS, A C. O estatuto do Tribunal Penal Internacional e a Consti- imposição de suas decisões aos Estados-membros transgressores.
tuição Brasileira. In CHOUKR, F.H.; AMBOS, K. Tribunal Penal Interna-
cional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p.260. No âmbito global, também conhecido como o Sistema das Nações Uni-
das de proteção dos direitos humanos, a justicialização operou-se com
[3] SANT’ANA, J.C.F. O Brasil e a execução de sentença da Corte Inte- ênfase na esfera penal, mediante a criação de Tribunais ad hoc e, posteri-
ramericana de Direitos Humanos. In ANNONI, D. Os novos conceitos ormente, do Tribunal Penal Internacional.
de novo direito internacional. Rio de Janeiro: América Jurídica, 2002, p.
Já nos sistemas regionais, a justicialização operou-se na esfera civil, a
254.
exemplo da atuação das Cortes europeia e interamericana. No âmbito da
OEA, o Pacto de San José previu dois órgãos processuais internacionais,
[4] PIOVESAN, F. A constituição Brasileira de 1988 e os Tratados
que são a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com sede em
Internacionais de Proteção dos Direitos Humanos. In BOUCAULT, E.A.;
Washington DC (EUA), e a Corte Interamericana de Direitos Humanos, com
ARAÚJO, N. Os direitos humanos e o direito internacional. Rio de Janeiro:
sede em San José (Costa Rica). Enquanto a Comissão é um órgão político-
Renovar, 1999, p.128.
administrativo, com competência para, dentre outras funções, receber e
analisar petições individuais que contenham denúncias de violação aos
[5] PIOVESAN, F.; IKAWA, D.R. O Tribunal Penal Internacional e o
direitos humanos contra os Estados-partes, a Corte é um verdadeiro órgão
direito brasileiro. In FERRAZ, D.A.; HAUSER, D. A nova ordem mundial e
judiciário internacional, dotado de força jurídica vinculante e obrigatória.
os conflitos armados. Belo Horizonte: Mandamentos, 2002, p.2
Para que o Estado reconheça a competência contenciosa da Corte In-
O sistema internacional de direitos humanos teramericana, ele deve manifestar vontade expressa para tanto. No caso
Alan Saldanha Luck brasileiro, reconheceu-se a competência consultiva da Corte Interamericana
em 1992, ao ratificar o Pacto de San José, só aceitando a competência
Resumo: Investiga o sistema internacional de proteção dos direitos contenciosa em 1998, malgrado a Constituição Federal de 1998 já houves-
humanos em suas esferas global e regional, e a observância do seu conte- se previsto a formação de um “tribunal internacional de Direitos Humanos”,
údo pelo Estado brasileiro. na forma da diretriz dada pelo art. 7º do Ato das Disposições Constitucio-
O sistema internacional de direitos humanos surgiu a partir da criação nais Transitórias.
da Organização das Nações Unidas - ONU, em 24 de Outubro de 1945, e A incorporação dos tratados internacionais de proteção dos Direitos
do consequente estabelecimento de órgãos e instâncias voltadas à prote- Humanos no ordenamento jurídico brasileiro gera para o País a obrigação
ção dos direitos humanos. Com a posterior Declaração Universal dos de reconhecer a prevalência da norma internacional sobre a norma interna,
Direitos Humanos, proclamada em 10 de dezembro de 1948, que veiculava de forma que incorporada a norma alienígena ao ordenamento jurídico
verdadeiro código de princípios e valores universais a serem respeitados brasileiro, seja com status de lei ordinária ou de norma constitucional (art.
pelos Estados, materializava-se então a estrutura formal e material da 5º, §3º com redação dada pela EC 45/04), esta prevalecerá qualquer que
chamada “jurisdição” internacional, vocacionada à proteção dos direitos seja o grau hierárquico da norma conflitiva. Ademais, o poder constituinte
fundamentais da pessoa humana. derivado ou reformador brasileiro está sujeito à limitação consubstanciada
O marco temporal do movimento de internacionalização dos direitos em não fazer reformas à Constituição que vão de encontro com um preceito
humanos foi o pós-guerra, e os espólios da campanha nazista na Europa. de tratado internacional.
O marco ideológico foi a disseminação da ideia de que a proteção dos Neste sentido lecionam LUIZ FLÁVIO GOMES e VALERIO DE OLI-
direitos humanos não deve se reduzir ao domínio reservado do Estado, isto VEIRA MAZZUOLI2:
é, não deve ficar ao alvedrio exclusivo da competência nacional ou à juris-

Direitos Humanos 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
“Não se pode olvidar, além do mais, que a Convenção de Viena sobre mentar, constituindo uma garantia adicional de proteção dos direitos huma-
o Direito dos Tratados impõe a todos os Estados a obrigatoriedade de nos.
reconhecerem a primazia do direito internacional sobre o direito interno,
regra esta consagrada, com a exceção do art. 46, no seu art. 27.6 E isso Essas transformações decorrentes do movimento de internacio-
quer dizer que: a) mesmo quando internamente um tratado possa ser nalização dos direitos humanos contribuiram ainda para o processo de de-
declarado inconstitucional a responsabilidade externa do Estado subsiste mocratização do próprio cenário internacional, já que, além do Estado,
plenamente; b) a discordância entre o princípio da primazia, internacional- novos sujeitos de direito passam a participar da arena internacional, como
mente consagrado, e as soluções em contrário adotadas internamente, os indivíduos(6) e as organizações não-governamentais. Os indivíduos
implica em quebra da harmonia do sistema jurídico estatal, incompatível convertem-se em sujeitos de direito internacional — tradicionalmente, uma
com aquela que deve reger a totalidade do seu sistema jurídico.” arena em que só os Estados podiam participar. Com efeito, na medida em
que guardam relação direta com os instrumentos internacionais de direitos
A nosso sentir, o conteúdo sistema internacional de direitos humanos é humanos, os indivíduos passam a ser concebidos como sujeitos de direito
mais abrangente que o complexo de órgãos, tratados e convenções, reco- internacional. Na condição de sujeitos de direito internacional, cabe aos
mendações etc.. que o integram, porquanto estados membros que se indivíduos o acionamento direto de mecanismos internacionais, como é o
comprometem, perante a ordem internacional, a resguardar direitos huma- caso da petição ou comunicação individual, mediante a qual um indivíduo,
nos, devem enraizar, no seu ordenamento jurídico interno, a própria filoso- grupos de indivíduos ou, por vezes, entidades não-governamentais, podem
fia de preservação da dignidade da pessoa humana, filtrando suas leis a luz submeter aos órgãos internacionais competentes denúncia de violação de
de princípios como a “vedação ao retrocesso social”, “máxima efetividade direito enunciado em tratados internacionais. É correto afirmar, no entanto,
na implementação e proteção aos direitos humanos” etc.. Em outros ter- que ainda se faz necessário democratizar determinados instrumentos e
mos, o sistema internacional de direitos humanos só será verdadeiramente instituições internacionais(7), de modo a que possam prover um espaço
efetivo se suas instâncias jurisdicionais não forem acionadas ante o total participativo mais eficaz, que permita maior atuação de indivíduos e de
comprometimento pelos estados membros com a proteção aos direitos entidades não-governamentais(8), mediante legitimação ampliada nos
humanos. procedimentos e instâncias internacionais.
Notas: No caso brasileiro, o processo de incorporação do Direito Internacional
1 PIOVESAN, Flávia. A constituição de 1988 e os tratados internacionais de dos Direitos Humanos e de seus importantes instrumentos é consequência
proteção dos direitos humanos. In: Revista da Procuradoria Geral do Esta- do processo de democratização. O marco inicial do processo de incorpora-
do de São Paulo. São Paulo: Fascículo 47/48, jan./dez, p.95-114, 1997. ção de tratados internacionais de direitos humanos pelo Direito brasileiro foi
2 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira ; GOMES, Luiz Flávio . O Brasil e o siste- a ratificação, em 1º de fevereiro de 1984, da Convenção sobre a Eliminação
ma interamericano de proteção dos direitos humanos. In: Andrei Zenkner de todas as formas de Discriminação contra a Mulher. A partir dessa ratifi-
Schmidt (coord.). (Org.). Novos rumos do direito penal contemporâneo: livro cação, inúmeros outros relevantes instrumentos internacionais de proteção
em homenagem ao Prof. Dr. Cezar Roberto Bitencourt. Andrei Zenkner dos direitos humanos foram também incorporados pelo Direito Brasileiro,
Schmidt (coord.). Rio de Janeiro: Lumem Juris, 2006, v. , p. 427-437. sob a égide da Constituição Federal de 1988. Assim, a partir da Carta de
1988, importantes tratados internacionais de direitos humanos foram ratifi-
cados pelo Brasil, dentre eles: a) a Convenção Interamericana para Preve-
O DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS E A RE- nir e Punir a Tortura, em 20 de julho de 1989; b) a Convenção contra a
DEFINIÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL(1) Tortura e outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, em 28
Flávia Piovesan(2) de setembro de 1989; c) a Convenção sobre os Direitos da Criança, em 24
de setembro de 1990; d) o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos,
A proposta deste estudo é tecer uma reflexão sobre o Direito Interna- em 24 de janeiro de 1992; e) o Pacto Internacional dos Direitos Econômi-
cional dos Direitos Humanos e a redefinição da cidadania no Brasil. Isto é, cos, Sociais e Culturais, em 24 de janeiro de 1992; f) a Convenção Ameri-
importa examinar a dinâmica da relação entre o processo de internacionali- cana de Direitos Humanos, em 25 de setembro de 1992; g) a Convenção
zação dos direitos humanos e seu impacto e repercussão no processo de Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher,
redefinição e reconstrução da cidadania no âmbito brasileiro. em 27 de novembro de 1995.
O Direito Internacional dos Direitos Humanos, como se sabe, constitui O processo de democratização possibilitou, assim, a reinserção do
um movimento extremamente recente na história, surgindo, a partir do Pós- Brasil na arena internacional de proteção dos direitos humanos — embora
Guerra, como resposta às atrocidades cometidas durante o nazismo. É relevantes medidas ainda necessitem ser adotadas pelo Estado brasileiro
neste cenário que se desenha o esforço de reconstrução dos direitos hu- para o completo alinhamento do país à causa da plena vigência dos direitos
manos, como paradigma e referencial ético a orientar a ordem internacional humanos. Com efeito, para que o Brasil se alinhe efetivamente à sistemáti-
contemporânea. ca internacional de proteção dos direitos humanos, relativamente aos
Nesse sentido, uma das principais preocupações desse movimento foi tratados ratificados, é emergencial uma mudança radical de atitude política,
converter os direitos humanos em tema de legítimo interesse da comunida- de modo a que o Estado Brasileiro não mais se recuse a aceitar procedi-
de internacional(3), o que implicou nos processos de universalização e mentos que permitam acionar de forma direta e eficaz a international ac-
internacionalização desses mesmos direitos. Esses processos permitiram, countability, como a sistemática de petições individuais e comunicações
por sua vez, a formação de um sistema normativo internacional de proteção interestatais, acrescida da competência jurisdicional da Corte Interamerica-
de direitos humanos(4), de âmbito global e regional, como também de na. Superar essa postura de recuo e retrocesso — que remonta ao período
âmbito geral e específico. Adotando o valor da primazia da pessoa humana, de autoritarismo — é fundamental à plena e integral proteção dos direitos
esses sistemas se complementam, interagindo com o sistema nacional de humanos no âmbito nacional. Neste sentido, é prioritária ao Estado Brasilei-
proteção, a fim de proporcionar a maior efetividade possível na tutela e ro a revisão de declarações restritivas elaboradas, por exemplo, quando da
promoção de direitos fundamentais. A sistemática internacional, como ratificação da Convenção Americana. É também prioritária a reavaliação da
garantia adicional de proteção, institui mecanismos de responsabilização e posição do Estado Brasileiro quanto a cláusulas e procedimentos facultati-
controle internacional, acionáveis quando o Estado se mostra falho ou vos — destacando-se a premência do Brasil reconhecer a competência
omisso na tarefa de implementar direitos e liberdades fundamentais. jurisdicional da Corte Interamericana de Direitos Humanos, bem como a
urgência em aceitar os mecanismos de petição individual e comunicação
Ao acolher o aparato internacional de proteção, bem como as obriga- interestatal previstos nos tratados já ratificados. Deve ainda o Estado
ções internacionais dele decorrentes, o Estado passa a aceitar o monitora- brasileiro adotar medidas que assegurem eficácia aos direitos constantes
mento internacional, no que se refere ao modo pelo qual os direitos funda- nos instrumentos internacionais de proteção, como, por exemplo, no caso
mentais são respeitados em seu território(5). O Estado passa, assim, a da Convenção contra a Tortura. A essas providências adicione-se a urgên-
consentir no controle e na fiscalização da comunidade internacional quan- cia do Brasil incorporar relevantes tratados internacionais ainda pendentes
do, em casos de violação a direitos fundamentais, a resposta das institui- de ratificação, como o Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional dos
ções nacionais se mostra insuficiente e falha, ou, por vezes, inexistente. Direitos Civis e Políticos.
Enfatize-se, contudo, que a ação internacional é sempre uma ação suple-

Direitos Humanos 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Inobstante todas essas ações sejam essenciais para o completo ali- implicado na abertura da Constituição à normação internacional. Tal abertu-
nhamento do país à causa dos direitos humanos, há que se reiterar que na ra resultou na ampliação do bloco de constitucionalidade, que passou a
experiência brasileira faz-se clara a relação entre o processo de democrati- incorporar preceitos enunciadores de direitos fundamentais que, embora
zação e a reinserção do Estado Brasileiro no cenário internacional de decorrentes de fonte internacional, veiculam matéria e conteúdo de inegá-
proteção dos direitos humanos. Nesse sentido, percebe-se a dinâmica e a vel natureza constitucional. Admitir o contrário traduziria o equívoco de
dialética da relação entre Democracia e Direitos Humanos(9), tendo em consentir na existência de duas categorias diversas de direitos fundamen-
vista que, se o processo de democratização permitiu a ratificação de rele- tais — uma de status hierárquico constitucional e outra destatus ordinário.
vantes tratados internacionais de direitos humanos, por sua vez essa Há que ser também afastada a frágil argumentação de que os direitos
ratificação permitiu o fortalecimento do processo democrático, através da internacionais integrariam o universo impreciso e indefinido dos direitos
ampliação e do reforço do universo de direitos fundamentais por ele asse- implícitos, decorrentes do regime ou dos princípios adotados pela Constitu-
gurado. Se a busca democrática não se atém apenas ao modo pelo qual o ição. Ainda que não explícitos no texto constitucional, os direitos internacio-
poder político é exercido, mas envolve também a forma pela qual direitos nais são direitos "explicitáveis", bastando para tanto a menção aos disposi-
fundamentais são implementados(10), e manifesta a contribuição da siste- tivos dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos, que
mática internacional de proteção dos direitos humanos para o aperfeiçoa- demarcam um catálogo claro, preciso e definido de direitos. Em suma,
mento do sistema de tutela desses direitos no Brasil. Nesse prisma, o todos esses argumentos se reúnem no sentido de endossar o regime
aparato internacional permite intensificar as respostas jurídicas ante casos constitucional privilegiado conferido aos tratados de proteção de direitos
de violação de direitos humanos e, consequentemente, ao reforçar a siste- humanos — regime esse semelhante ao que é conferido aos demais direi-
mática de proteção de direitos, o aparato internacional permite o aperfeiço- tos e garantias constitucionais.
amento do próprio regime democrático. Atente-se, assim, para o modo pelo
qual os direitos humanos internacionais inovam a ordem jurídica brasileira, Quanto ao impacto jurídico do Direito Internacional dos Direitos Huma-
complementando e integrando o elenco de direitos nacionalmente consa- nos no Direito brasileiro e por força do princípio da norma mais favorável à
grados e nele introduzindo novos direitos, até então não previstos pelo vítima — que assegura a prevalência da norma que melhor e mais eficaz-
ordenamento jurídico interno. mente projeta os direitos humanos — os direitos internacionais apenas vêm
a aprimorar e fortalecer, jamais a restringir ou debilitar, o grau de proteção
Enfatize-se que a Constituição brasileira de 1988, como marco jurídico dos direitos consagrados no plano normativo constitucional. A sistemática
da institucionalização dos direitos humanos e da transição democrática no internacional de proteção vem ainda a permitir a tutela, a supervisão e o
país, ineditamente, consagra o primado do respeito aos direitos humanos monitoramento de direitos por organismos internacionais(11).
como paradigma propugnado para a ordem internacional. Esse princípio
invoca a abertura da ordem jurídica brasileira ao sistema internacional de Embora incipiente no Brasil, verifica-se que a advocacia do Direito In-
proteção dos direitos humanos e, ao mesmo tempo, exige uma nova inter- ternacional dos Direitos Humanos tem sido capaz de propor relevantes
pretação de princípios tradicionais como a soberania nacional e a não- ações internacionais(12), invocando a atenção da comunidade internacional
intervenção, impondo a flexibilização e relativização desses valores. Se para a fiscalização e controle de sérios casos de violação de direitos huma-
para o Estado brasileiro a prevalência dos direitos humanos é princípio a nos. No momento em que tais violações são submetidas à arena interna-
reger o Brasil no cenário internacional, está-se consequentemente admitin- cional, elas se tornam mais visíveis, salientes e públicas(13). Diante da
do a concepção de que os direitos humanos constituem tema de legítima publicidade de casos de violações de direitos humanos e de pressões
preocupação e interesse da comunidade internacional. Os direitos huma- internacionais, o Estado se vê "compelido" a prover justificações, o que
nos, para a Carta de 1988, surgem como tema global. tende a implicar em alterações na própria prática do Estado relativamente
aos direitos humanos, permitindo, por vezes, um sensível avanço na forma
O texto democrático ainda rompe com as Constituições anteriores ao pela qual esses direitos são nacionalmente respeitados e implementa-
estabelecer um regime jurídico diferenciado aplicável aos tratados interna- dos(14). A ação internacional constitui, portanto, um importante fator para o
cionais de proteção dos direitos humanos. À luz desse regime, os tratados fortalecimento da sistemática de implementação dos direitos humanos(15).
de direitos humanos são incorporados automaticamente pelo Direito brasi-
leiro e passam a apresentar statusde norma constitucional, diversamente Seja em face da sistemática de monitoramento internacional que pro-
dos tratados tradicionais, os quais se sujeitam à sistemática da incorpora- porciona, seja em face do extenso universo de direitos que assegura, o
ção legislativa e detêm status hierárquico infra-constitucional. A Carta de Direito Internacional dos Direitos Humanos vem a instaurar o processo de
1988 acolhe, desse modo, um sistema misto, que combina regimes jurídi- redefinição do próprio conceito de cidadania, no âmbito brasileiro. O concei-
cos diferenciados — um aplicável aos tratados internacionais de proteção to de cidadania se vê, assim, alargado e ampliado, na medida em que
dos direitos humanos e o outro aplicável aos tratados tradicionais. Esse passa a incluir não apenas direitos previstos no plano nacional, mas tam-
sistema misto se fundamenta na natureza especial dos tratados internacio- bém direitos internacionalmente enunciados. A sistemática internacional
nais de direitos humanos que — distintamente dos tratados tradicionais que de accountability vem ainda a integrar esse conceito renovado de cidadani-
objetivam assegurar uma relação de equilíbrio e reciprocidade entre Esta- a, tendo em vista que, ao lado das garantias nacionais, são adicionadas
dos pactuantes — priorizam a busca em assegurar a proteção da pessoa garantias de natureza internacional. Consequentemente, o desconhecimen-
humana, até mesmo contra o próprio Estado pactuante. to dos direitos e garantias internacionais importa no desconhecimento de
parte substancial dos direitos da cidadania, por significar a privação do
Insista-se, a Constituição de 1988, por força do artigo 5º, parágrafos 1º exercício de direitos acionáveis e defensáveis na arena internacional.
e 2º, atribuiu aos direitos humanos internacionais natureza de norma consti-
tucional, incluindo-os no elenco dos direitos constitucionalmente garantidos, Hoje pode-se afirmar que a realização plena e não apenas parcial dos
que apresentam aplicabilidade imediata. Essa conclusão advém de inter- direitos da cidadania envolve o exercício efetivo e amplo dos direitos hu-
pretação sistemática e teleológica do texto constitucional de 1988, especi- manos, nacional e internacionalmente assegurados.
almente em face da força expansiva dos valores da dignidade humana e ________
dos direitos fundamentais, como parâmetros axiológicos a orientar a com-
preensão do fenômeno constitucional. Com a Carta democrática de 1988, a (1) Este artigo foi baseado na tese de doutorado "A Constituição Brasi-
dignidade da pessoa humana, bem como os direitos e garantias fundamen- leira de 1988 e a Proteção Internacional dos Direitos Humanos", defendida
tais vêm a constituir os princípios constitucionais que incorporam as exi- em 1996, na PUC/SP.
gências de justiça e dos valores éticos, conferindo suporte axiológico a todo (2) Procuradora do Estado de São Paulo e Coordenadora do Grupo de
sistema jurídico brasileiro. A esse raciocínio se conjuga o princípio da Trabalho de Direitos Humanos da Procuradoria Geral do Estado. Professo-
máxima efetividade das normas constitucionais, particularmente das nor- ra Doutora da PUC/SP nas disciplinas de Direito Constitucional e Direitos
mas concernentes a direitos e garantias fundamentais, que hão de alcançar Humanos. Em 1995 foivisiting fellow do Human Rights Program de Harvard
a maior carga de efetividade possível — este princípio vem a consolidar o Law School. É integrante do Cladem (Comitê Latino Americano e do Caribe
alcance interpretativo que se propõe relativamente aos parágrafos do artigo para a Defesa dos Direitos das Mulheres) e Conselheira do Conselho
5º do texto. Estadual da Condição Feminina.
A favor da natureza constitucional dos direitos enunciados nos tratados
internacionais, adicione-se também o fato do processo de globalização ter

Direitos Humanos 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(3) Como afirma Kathryn Sikkink: "O Direito Internacional dos Direitos evidenciado especialmente quando do encaminhamento de petições e
Humanos pressupõe como legítima e necessária a preocupação de atores comunicações às instâncias internacionais.
estatais e não-estatais a respeito do modo pelo qual os habitantes de
outros Estados são tratados. A rede de proteção dos direitos humanos (7) A propósito, ilustrativa é a Convenção Americana ao estabelecer,
internacionais busca redefinir o que é matéria de exclusiva jurisdição do- no artigo 61, que apenas os Estados-partes e a Comissão Interamericana
méstica dos Estados." (Human rights, principled issue-networks, and têm direito de submeter um caso à decisão da Corte. Isto é, a Convenção
Americana, lamentavelmente, não atribui ao indivíduo ou a entidades não-
sovereignty in Latin America. In: International Organizations, Massa- governamentais legitimidade para encaminhar um caso à apreciação da
chusetts, IO Foundation e Massachusetts Institute of Technology, 1993. p. Corte. Outro exemplo é a Corte Internacional de Justiça que, nos termos do
413). Acrescenta a mesma autora: "Os direitos individuais básicos não são artigo 34 de seu Estatuto, tem a competência restrita ao julgamento de
do domínio exclusivo do Estado, mas constituem uma legítima preocupação demandas entre Estados, e, assim, não reconhece a capacidade processu-
da comunidade internacional." (op. cit., p. 441). al dos indivíduos. Sobre as razões históricas desse dispositivo, explica
Celso Albuquerque de Mello: "Quando foi elaborado o projeto de estatuto
(4) Na lição de André Gonçalves Pereira e Fausto de Quadros: "Em da Corte Permanente de Justiça Internacional, antecessora da Corte Inter-
termos de Ciência Política, tratou-se apenas de transpor e adaptar ao nacional de Justiça, no Comitê de Juristas de Haia, Loder propôs que se
Direito Internacional a evolução que no Direito Interno já se dera, no início reconhecesse o direito do indivíduo de comparecer como parte perante a
do século, do Estado-Polícia para o Estado-Providência. Mas foi o suficien- Corte. Esta proposta encontrou de imediato a oposição da grande maioria
te para o Direito Internacional abandonar a fase clássica, como o Direito da de juristas que faziam parte do Comitê, entre eles Ricci Busatti. Os argu-
Paz e da Guerra, para passar à era nova ou moderna da sua evolução, mentos contrários foram os seguintes: 1) o domínio da Corte era o Direito
como Direito Internacional da Cooperação e da Solidariedade. As novas Internacional Público e os indivíduos não eram sujeitos internacionais; 2) o
matérias que o Direito Internacional tem vindo a absorver, nas condições recurso à justiça internacional era inadmissível, porque o indivíduo já tinha
referidas, são de índole variada: política, econômica, social, cultural, cientí- a proteção dos Tribunais nacionais e se não a tivesse não poderia o Direito
fica, técnica etc. Mas dentre elas o livro mostrou que há que se destacar Internacional Público dar mais do que era concedido pelo direito interno; 3)
três: a proteção e a garantia dos Direitos do Homem, o desenvolvimento e na vida internacional o indivíduo já possuía a proteção diplomática." (Curso
a integração econômica e política". Manual de direito internacional públi- de direito internacional público. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1979. p.
co. 3. ed. Coimbra: Livraria Almedina, 1993. p. 661). Na visão de Hector 582-583). Contudo, como já ressaltado, a criação do Direito Internacional
Fix-Zamudio: "(...) el establecimiento de organismos internacionales de dos Direitos Humanos fêz com que os indivíduos se tornassem verdadeiros
tutela de los derechos humanos, y que el destacado tratadista italiano sujeitos internacionais, capazes de recorrer às instâncias internacionais,
Mauro Cappelleti ha calificado como jurisdicción constitucional trasnacional, quando as instituições nacionais se mostram falhas ou omissas. Essa
en cuanto el control judicial de la constitucionalidad de las disposiciones concepção enseja mudanças no plano internacional, que deve prover uma
legislativas y de los actos concretos de autoridad, ha rebasado al derecho política participativa mais eficaz, mediante a garantia de acesso de atores
interno, particularmente en la esfera de los derechos humanos y se ha distintos do Estado, como indivíduos e organizações não-governamentais,
proyectado en el ámbito internacional y inclusive comunitario." (Proteccion no cenário internacional. Nesse sentido, argumenta Richard B. Bilder:
juridica de los derechos humanos: México. Comision Nacional de Derechos "Primeiramente, é importante ampliar a competência das Cortes Internacio-
Humanos, 1991. p. 184). nais na tarefa de implementação dos direitos humanos, na medida em que
(5) Nesse sentido, observa Kathryn Sikkink: "A doutrina da proteção in- as Cortes simbolizam e fortalecem a ideia de que o sistema internacional de
ternacional dos direitos humanos é uma das críticas mais poderosas à direitos humanos é, de fato, um sistema de direitos legais, que envolve
soberania, ao modo pelo qual é tradicionalmente concebida, e a prática do direitos e obrigações juridicamente vinculantes. As pessoas associam a
Direito Internacional dos Direitos Humanos e da política internacional de ideia de Estado de Direito com a existência de Cortes imparciais, capazes
direitos humanos apresenta exemplos concretos de renovados entendimen- de proferir decisões obrigatórias e vinculantes (...) Em segundo lugar, a
tos sobre o escopo da soberania. (...) a política e a prática de direitos experiência internacional já demonstra que as Cortes internacionais, se
humanos têm contribuído para uma transformação gradual, significativa e oferecida a possibilidade, podem contribuir de modo fundamental e crucial
provavelmente irreversível da soberania, no mundo moderno." (op. cit., p. na implementação do sistema internacional dos direitos humanos. (...) Em
411). terceiro lugar, as Cortes, como administradoras imparciais do Estado de
Direito, tradicionalmente são concebidas como detentoras de uma especial
(6) Em sentido contrário, José Francisco Rezek afirma: "A proposição, legitimidade, constituindo um dos instrumentos mais poderosos no sentido
hoje frequente, do indivíduo como sujeito de direito das gentes pretende de persuadir os Estados a cumprir suas obrigações de direitos humanos.
fundar-se na assertiva de que certas normas internacionais criam direitos (...) Considerando que os indivíduos e os grupos são aqueles diretamente
para as pessoas comuns, ou lhes impõem deveres. É preciso lembrar, afetados pelas violações de direitos humanos, e consequentemente aque-
porém, que os indivíduos - diversamente dos Estados e das organizações - les que mais diligente e efetivamente buscam o respeito de direitos, devem
não se envolvem, a título próprio, na produção do acervo normativo inter- ter eles direto acesso às Cortes. Além disso, como indicado, tanto por
nacional, nem guardam qualquer relação direta e imediata com esse corpo razões políticas como por outras de natureza diversa, os Estados têm sido
de normas. Muitos são os textos internacionais voltados à proteção do notoriamente relutantes em submeter casos de direitos humanos perante
indivíduo. Entretanto, a flora e a fauna também constituem objeto de prote- as Cortes. Consequentemente, muitos acreditam que o único meio de fazer
ção por normas de direito das gentes, sem que se lhes tenha pretendido, com que o sistema internacional de direitos humanos possa operar é medi-
por isso, atribuir personalidade jurídica. É certo que indivíduos e empresas ante a garantia, aos indivíduos e aos grupos, do acesso direto às Cortes. "
já gozam de personalidade em direito interno, e que essa virtude poderia (Possibilities for development of new international judicial mechanisms. In:
repercutir no plano internacional na medida em que o direito das gentes HENKIN Louis, HARGROVE, John Lawrence, Editors. Human rights: an
não se teria limitado a protegê-los, mas teria chegado a atribuir-lhes a agenda for the next century. Washington Studies in Transnational Legal
titularidade de direitos e deveres - o que é impensável no caso de coisas Policy, n. 26, p. 326-327 e p. 334, 1994).
juridicamente protegidas, porém despersonalizadas, como as florestas e os
cabos submarinos." (Direito internacional público. São Paulo: Saraiva, (8) Sobre a atuação das entidades não-governamentais, acentua David
1989. p. 158-159). Para Celso Ribeiro Bastos e Ives Gandra Martins: "A Weissbrodt: "Atuando no plano internacional e/ou nacional, estas organiza-
regra ainda continua sendo a de negar ao indivíduo a condição de sujeito ções funcionam como ombudsman não oficial, resguardando os direitos
internacional. Faz-se necessária ainda a mediação do Estado para que o humanos ante a infringência governamental, através de técnicas, como
pleito do indivíduo possa ressoar internacionalmente. Ora, é bem de ver iniciativas diplomáticas, relatórios, declarações públicas, esforços para
que como no mais das vezes é o próprio Estado que é o agente perpetra- influenciar as deliberações de direitos humanos efetuadas por organizações
dor destas lesões, as possíveis queixas daí decorrentes não encontram um inter-governamentais, campanhas para mobilizar a opinião pública, e tenta-
canal natural para desaguar. Elas morrem no próprio Estado." (Comentários tivas de afetar a política internacional de alguns países com respeito à sua
à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, p. 453. v.1). Este estudo relação com Estados que são regularmente responsáveis pelas violações
defende, todavia, que o indivíduo é efetivo sujeito de direito internacional. O de direitos humanos. As ONGs compartilham dos mesmos propósitos
ingresso do indivíduo, como novo ator no cenário internacional, pode ser básicos, no sentido de obter informações que possam efetivamente - seja
de forma direta ou indireta - influenciar a implementação dos direitos huma-

Direitos Humanos 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nos pelos Governos." (WEISSBRODT David, The contribution of interna- In: HANNUM, Hurst, Editor. Guide to international human rights practice. 2.
tional nongovernmental organizations to the protection of Human Rights. In: ed. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1992. p. 16).
MERON Theodor, Editor. Human rights in international law: legal and policy
issues. Oxford: Claredon Press, 1984. p. 404). (13) Para Jack Donnelly: "A ação internacional tem auxiliado na publici-
dade de diversas violações de direitos humanos e, em alguns casos, tem
(9) Para Ian Martin: "O movimento de direitos humanos atua para ga- sido um importante suporte e estimulo para as reformas internas e para a
rantir a democracia. Os direitos humanos universais pressupõem a demo- contestação ante regimes repressivos. A ação política internacional pode
cracia." (The new world order: opportunity or threat for human rights? A contribuir - e tem contribuído - de forma efetiva para a luta pelos direitos
lecture by the Edward A. Smith Visiting Fellow presented by the Harvard humanos." (Universal human rights in theory and practice. Ithaca: Cornell
Law School Human Rights University Press, 1989. p. 4). Na mesma direção afirma David Weissbrodt:
"(...) uma vez que uma ONG denuncia um problema à atenção governa-
Program, 1993. p. 21). mental, torna-se mais difícil ignorar as violações de direitos humanos. (...)
(10) Afirma Roberto Mangabeira Unger: "Nós temos que entender a Quando o Governo torna-se ciente do problema e do possível risco de
democracia como muito mais do que pluralismo político constrangimento, oficiais diplomáticos devem tomar medidas para remediar
e accountability eleitoral de um Governo por parte do respectivo eleitorado. a situação. (...) A publicidade é, claramente, um importante fator para a
Concebido de forma mais ampla, o projeto democrático tem sido o esforço implementação dos direitos humanos por parte das ONGs." (WEIS-
de efetuar o sucesso prático e moral da sociedade, mediante a reconcilia- SBRODT, David. The contribution of international nongovernmental organi-
ção de duas famílias de bens fundamentais: o bem do progresso material, zations to the protection of human rights. In: Meron, Theodor, Edi-
liberando-nos da monotonia e da incapacidade e dando braços e asas para tor. Human rights in international law: legal and policy issues. Oxford: Cla-
nossos desejos, e o bem da emancipação individual, liberando-nos da redon Press, 1984. p. 413 e 415). Sobre a matéria e para assegurar a
opressão sistemática da divisão e hierarquia social que nos impede de lidar efetividade dos instrumentos internacionais de proteção dos direitos huma-
um com o outro como plenos indivíduos." (UNGER, Roberto Mangabei- nos, Anne F. Bayefsky propõe "desenvolver uma regra clara de cobertura
ra. What should legal analysis become? Cambridge: Harvard Law School, da mídia em relação ao cumprimento dos tratados; permitir a cobertura da
1995. p. 9). televisão; organizar conferências da imprensa; efetuar conferências da
imprensa e entrevistas na mídia com respeito a cada Estado-parte; negar
(11) Cf. DONNELLY, Jack. Universal human rights in theory and prac- aos Estados, que se recusem a admitir a atuação da mídia, acesso ao
tice. Ithaca NY: Cornell University Press, 1989. p. 267. Como observa Paulo regime dos tratados." (Making the human rights treaties work. In: HENKIN,
Sérgio Pinheiro: "Por mais que o recurso ao sistema de proteção interna- Louis, HARGROVE, John Lawrence, Editors. Human rights: an agenda for
cional possa ser limitado, os órgãos internacionais de investigação de the next century. Washington Studies in Transnational Legal Policy, n. 26,
direitos humanos, na medida em que se tornaram mais numerosos e espe- p. 265, 1994).
cializados, têm sempre o power to embarass os governos que perpetram
violações. Nenhum governo se sente a vontade para ver expostas viola- (14) Como observa Theodor Meron: "O relatório de 1980 (o relatório
ções sistemáticas de direitos humanos por parte de agências sob sua preparado anualmente pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos)
responsabilidade ou sua omissão em promover obrigações que comprome- indica que tem ocorrido uma queda contínua de violações à integridade da
teu a promover. A Comissão Teotônio Vilela e o Núcleo de Estudos da pessoa humana em países nos quais a prática de direitos humanos tem
Violência (NEV) apesar de manterem um diálogo construtivo com o Estado sido objeto de um intenso controle internacional, enquanto que, em países
e agências governamentais, julgam que é essencial fortalecer que não são objeto de tal controle, a tortura e a punição cruel continuam a
a accountability perante a comunidade internacional. Nesse sentido iniciou- ser praticadas." (Teaching human rights: an overview. In: MERON, Theo-
se nos últimos anos diversas queixas à Comissão Interamericana de Direi- dor, Editor. Human rights international law: legal and policy issues: Oxford.
tos Humanos contra o governo do Brasil, com fundamento nas obrigações Claredon Press, 1984. p. 20). No dizer de Sandra Coliver: "Com um grande
assumidas ao ratificar os tratados internacionais. O Núcleo de Estudos da envolvimento das ONGs - em suprir informações aos membros do Comitê,
Violência (NEV) integra e apóia um escritório legal em Washington, o compartilhar informações com outras organizações nacionais e publicar as
Centro pela Justiça e o Direito Internacional, CEJIL, dedicado exclusiva- discussões do Comitê - os tratados internacionais podem se converter em
mente a apresentação de queixas contra os Estados latino-americanos." poderosos mecanismos para focar a atenção em violações e promover
(PINHEIRO, Paulo Sérgio. Direitos humanos no ano que passou: avanços e melhorias concretas na proteção dos direitos humanos." (COLIVER, San-
continuidades. In: Os direitos humanos no Brasil. São Paulo: Universidade dra. International reporting procedures. In: HANNUM, Hurst, Editor. Guide to
de São Paulo, Núcleo de Estudos da Violência e Comissão Teotônio Vilela, international human rights practice. 2. ed. Philadelphia: University of Penn-
1995. p. 15). sylvania Press, 1992. p. 191). Sobre a matéria, ver ainda Kathryn Sikkink
(op. cit., p. 414-415). Nesse estudo, Kathryn Sikkink tece uma análise
(12) Na visão de Richard B. Lillich: "Usar as Cortes domésticas para comparada sobre o impacto das pressões internacionais em prol dos direi-
implementar o Direito Internacional dos Direitos Humanos, tanto direta tos humanos na Argentina e no México, ao longo das décadas de 70 e 80,
como indiretamente, é uma nova e desafiadora área na advocacia dos e conclui que as pressões internacionais, nesses casos, contribuíram para
direitos humanos. (...) A advocacia dos direitos humanos tem alcançado alterar o comportamento destes Estados, especialmente no que se refere à
progresso considerável, ao longo dos vinte últimos anos, ao submeter as política de direitos humanos por eles adotada. Ver também THOMAZ,
normas do Direito Internacional dos Direitos Humanos às Cortes nacionais, Dan, Social movements and the strategic use of human rights norms: a
e, com ideias imaginativas, mediante pesquisa e habilidosa advocacia - em comparison of East European cases, 1995 (manuscrito ainda não publica-
outras palavras, com boa advocacia - futuros avanços esperam ser alcan- do), que analisa a contribuição das normas internacionais de direitos hu-
çados." (The role of domestic courts in enforcing international human rights manos - particularmente o impacto do Ato Final de Helsinki de 1975 - para a
law. In: HANNUM Hurst, Editor. Guide to international human rights prac- democratização do Leste Europeu, a partir do declínio e desaparecimento
tice. 2. ed. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1992. p. 241). do comunismo no Leste e na União Soviética.
Para Richard B. Bilder: "O movimento dos direitos humanos internacionais
continuará a encontrar oposições, como também avanços, e por isso, (15) Contudo, no caso brasileiro, a importância da ação internacional
dedicação, persistência e muito trabalho são necessários. Algumas das está condicionada à tarefa imprescindível de divulgação, educação e pro-
direções que este trabalho deve incluir são: a) esforços crescentes para moção do valor do Direito Internacional dos Direitos Humanos - fator que
incorporar, de modo mais efetivo, as normas internacionais de direitos contribuiria para maior consciência dos instrumentos internacionais, como
humanos aos sistemas legais nacionais, sensibilizando advogados, juízes e garantias adicionais de proteção.
outros agentes oficiais para a relevância e utilidade do Direito Internacional CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
dos Direitos Humanos como instrumento de reforço dos direitos humanos TÍTULO I
nas sociedades nacionais; b) fortalecer as instituições internacionais exis- Dos Princípios Fundamentais
tentes, tais como as Comissões e Cortes de direitos humanos, desenvol- Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indisso-
vendo e revisando seus procedimentos e utilizando-se destes de forma lúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
plena." (BILDER, Richard B. An overview of international human rights law. Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;

Direitos Humanos 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
II - a cidadania; de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296,
III - a dignidade da pessoa humana; de 1996)
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, a-
V - o pluralismo político. tendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constitui- sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
ção. XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, po-
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, dendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. sair com seus bens;
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais
do Brasil: abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
II - garantir o desenvolvimento nacional; apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualda- XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
des sociais e regionais; caráter paramilitar;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, se- XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
xo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações in- funcionamento;
ternacionais pelos seguintes princípios: XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas
I - independência nacional; ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
II - prevalência dos direitos humanos; primeiro caso, o trânsito em julgado;
III - autodeterminação dos povos; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
IV - não-intervenção; associado;
V - igualdade entre os Estados; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas,
VI - defesa da paz; têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmen-
VII - solução pacífica dos conflitos; te;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; XXII - é garantido o direito de propriedade;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
X - concessão de asilo político. XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integra- necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
ção econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Constituição;
TÍTULO II XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente
Dos Direitos e Garantias Fundamentais poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indeniza-
CAPÍTULO I ção ulterior, se houver dano;
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer na- trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de
tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à meios de financiar o seu desenvolvimento;
propriedade, nos termos seguintes: XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publi-
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos ter- cação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo
mos desta Constituição; tempo que a lei fixar;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
senão em virtude de lei; a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à re-
<p produção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras
ou degradante; que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonima- respectivas representações sindicais e associativas;
to; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais,
da indenização por dano material, moral ou à imagem; à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo asse- distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológi-
gurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a co e econômico do País;
proteção aos locais de culto e a suas liturgias; XXX - é garantido o direito de herança;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência reli- XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será re-
giosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; gulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumi-
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternati- dor;
va, fixada em lei; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
de comunicação, independentemente de censura ou licença; prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
moral decorrente de sua violação; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamen-
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pe- to de taxas:
netrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação contra ilegalidade ou abuso de poder;
judicial; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações te- direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
legráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins ameaça a direito;

Direitos Humanos 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem es-
e a coisa julgada; crita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
lhe der a lei, assegurados: comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
a) a plenitude de defesa; pessoa por ele indicada;
b) o sigilo das votações; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
c) a soberania dos veredictos; permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vi- advogado;
da; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prisão ou por seu interrogatório policial;
prévia cominação legal; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade ju-
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; diciária;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e li- LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei
berdades fundamentais; admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescrití- LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
vel, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça depositário infiel;
ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respon- se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
dendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omiti- locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
rem; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado De- quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
mocrático; pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a Público;
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até a) partido político com representação no Congresso Nacional;
o limite do valor do patrimônio transferido; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre ou- constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
tras, as seguintes: interesses de seus membros ou associados;
a) privação ou restrição da liberdade; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
b) perda de bens; norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
c) multa; constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
d) prestação social alternativa; à cidadania;
e) suspensão ou interdição de direitos; LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
XLVII - não haverá penas: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
84, XIX; governamentais ou de caráter público;
b) de caráter perpétuo; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por pro-
c) de trabalhos forçados; cesso sigiloso, judicial ou administrativo;
d) de banimento; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
e) cruéis; que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de a- Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
cordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e mo- isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
ral; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam que comprovarem insuficiência de recursos;
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei:
lei; a) o registro civil de nascimento;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político b) a certidão de óbito;
ou de opinião; LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data",
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autori- e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadani-
dade competente; a. (Regulamento)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o de- LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados
vido processo legal; a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acu- sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
sados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
meios e recursos a ela inerentes; têm aplicação imediata.
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilí- § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ex-
citos; cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
sentença penal condenatória; parte.
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento). que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equiva-
não for intentada no prazo legal; lentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Direitos Humanos 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de traba-
a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitu- lho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e
cional nº 45, de 2004) rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de traba-
CAPÍTULO II lho;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
DOS DIREITOS SOCIAIS a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000)
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 25/05/2000)
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010) de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de ou- XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e cri-
tros que visem à melhoria de sua condição social: térios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e inte-
justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização lectual ou entre os profissionais respectivos;
compensatória, dentre outros direitos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a meno-
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; res de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo
III - fundo de garantia do tempo de serviço; na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;(Redação dada pela
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com mora- Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores
dia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI,
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimen-
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do traba- to das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da rela-
lho; ção de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX,
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou a- XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência soci-
cordo coletivo; al. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013)
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que per- Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o se-
cebem remuneração variável; guinte:
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de
valor da aposentadoria; sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua reten- II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em
ção dolosa; qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remune- mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou emprega-
ração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme dores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
definido em lei; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
baixa renda nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
nº 20, de 1998) categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a contribuição prevista em lei;
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de traba- V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindica-
lho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943) to;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos inin- VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações cole-
terruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; tivas de trabalho;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organi-
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em zações sindicais;
cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º) VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do re-
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço gistro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se
a mais do que o salário normal; eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, cometer falta grave nos termos da lei.
com a duração de cento e vinte dias; Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organiza-
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; ção de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condi-
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incenti- ções que a lei estabelecer.
vos específicos, nos termos da lei; Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhado-
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no míni- res decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
mo de trinta dias, nos termos da lei; devam por meio dele defender.
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas § 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá so-
de saúde, higiene e segurança; bre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalu- § 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da
bres ou perigosas, na forma da lei; lei.
XXIV - aposentadoria; Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregado-
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nasci- res nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissio-
mento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação nais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegu-
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de traba- rada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
lho; promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; CAPÍTULO III
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, DA NACIONALIDADE
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em Art. 12. São brasileiros:
dolo ou culpa; I - natos:

Direitos Humanos 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais VI - a idade mínima de:
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, e Senador;
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do
Brasil; Distrito Federal;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou ve- Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
nham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer d) dezoito anos para Vereador.
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasilei- § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
ra; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do
II - naturalizados: Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigi- curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subse-
das aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por quente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
um ano ininterrupto e idoneidade moral; § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República,
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repúbli- os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem
ca Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem conde- renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
nação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(Redação § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se hou- Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
ver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos ine- Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
rentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.(Redação anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) reeleição.
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da ati-
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: vidade;
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela auto-
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; ridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diploma-
III - de Presidente do Senado Federal; ção, para a inatividade.
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e
V - da carreira diplomática; os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
VI - de oficial das Forças Armadas. moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do
VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Consti- candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência
tucional nº 23, de 1999) do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: na administração direta ou indireta.(Redação dada pela Emenda Constitu-
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude cional de Revisão nº 4, de 1994)
de atividade nociva ao interesse nacional; § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleito-
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pe- ral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com
la Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangei- § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de
ra; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasilei- má-fé.
ro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou sus-
seu território ou para o exercício de direitos civis;(Incluído pela Emenda pensão só se dará nos casos de:
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julga-
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federati- do;
va do Brasil. II - incapacidade civil absoluta;
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
hino, as armas e o selo nacionais. seus efeitos;
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alter-
símbolos próprios. nativa, nos termos do art. 5º, VIII;
CAPÍTULO IV V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
DOS DIREITOS POLÍTICOS Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da
pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de
mediante: 1993)
I - plebiscito; CAPÍTULO V
II - referendo; DOS PARTIDOS POLÍTICOS
III - iniciativa popular. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observa-
II - facultativos para: dos os seguintes preceitos: Regulamento
a) os analfabetos; I - caráter nacional;
b) os maiores de setenta anos; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
I - a nacionalidade brasileira; estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de
II - o pleno exercício dos direitos políticos; escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de
III - o alistamento eleitoral; vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
V - a filiação partidária; Regulamento

Direitos Humanos 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de Direitos Humanos – PNPDDH – define prazo para a elaboração do Plano
2006) Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos e dá outras
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, providências. A Política Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos
na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleito- Humanos - PNPDDH – tem por finalidade estabelecer princípios e diretrizes
ral. de proteção aos defensores dos direitos humanos, conforme as leis brasi-
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário leiras e os tratados internacionais de direitos humanos de que o Brasil faça
e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. parte. Por isso, são diretrizes específicas de proteção aos defensores dos
§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização direitos humanos:
paramilitar. A) fortalecimento do pacto federativo, por meio da atuação conjunta e
articulada de todas as esferas de Governo na proteção aos defensores dos
direitos humanos e na atuação das causas que geram o estado de risco ou
DIREITO HUMANOS vulnerabilidade.
PROVA SIMULADA I B) fomento à cooperação internacional bilateral ou multilateral.
C) articulação com organizações não-governamentais, nacionais e interna-
1 . (MPT - Procurador do Trabalho - 2008) Com relação aos direitos huma- cionais.
nos fundamentais no Brasil, é CORRETO afirmar que: D) apoio e realização de campanhas socioeducativas e de conscientização
A) sendo a intimidade um direito individual assegurado pela CF, decorrente nos âmbitos internacional, nacional, regional e local, considerando suas
do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, a jurisprudência especificidades, que valorizem a imagem e atuação do defensor dos direi-
pátria vem se firmando no sentido de não admitir, em nenhuma hipótese, a tos humanos.
revista íntima de mulheres ou homens; E) estruturação de rede de proteção aos defensores dos direitos humanos,
B) a educação, direito de todos, é dever do Estado que se materializa na envolvendo todas as esferas de governo e organizações da sociedade civil.
garantia de ensino fundamental gratuito e na universalização do ensino
médio, facultando-se ao Poder Público a concessão, ou não, de acordo 5 . (SEAD-AP, FMZ - Agente Penitenciário - 2010) A Declaração Americana
com suas possibilidades orçamentárias, de educação infantil prestada em dos Direitos e Deveres do Homem, também conhecido como Pacto de San
creche e pré-escola, bem como de ensino superior gratuito; Jose da Costa Rica, estabelece que
C) é nulo de pleno direito e, portanto, não gera direitos e obrigações, o A) os direitos essenciais do homem derivam do fato de ele ser nacional de
contrato de trabalho em que menor de 14 anos figura como empregado, um determinado Estado e, por isso, merecem proteção no âmbito interno
sendo indevidas as verbas trabalhistas dele decorrentes, com exceção dos de cada país respectivamente.
salários; B) os Estados-Partes, signatários da Convenção, obrigam-se a respeitar os
D) a Constituição Federal brasileira não consagrou expressamente o direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercí-
princípio da universalidade dos direitos fundamentais, pois restringiu sua cio, sem discriminação alguma, aos seus cidadãos nacionais.
titularidade aos brasileiros e estrangeiros residentes no país. C) os países que ainda não aboliram a pena de morte somente poderão
E) N. R. A. impô-la aos delitos mais graves, tais como os crimes políticos, em cumpri-
mento de sentença final de tribunal competente.
2 . (SEJUS-DF, Funiversa - Técnico Penitenciário - 2008) Analise as afirma- D) toda pessoa tem direito a ser indenizada por erro judiciário, no caso de
tivas de acordo com o Tratado de Direitos Humanos e assinale a alternativa haver sido condenada em sentença passada em julgado, conforme a lei
correta. estabelecer.
I — O direito à propriedade é uma das garantias do tratado de E) toda pessoa que for acusada de um delito tem direito a que se presuma
direitos humanos. sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa, mas,
II — Ninguém será submetido a castigo cruel. quando o delito em questão disser respeito à segurança nacional, a acusa-
III — Ninguém será preso preventivamente. ção formulada permanecerá sob sigilo, tendo acesso a ela apenas o Minis-
IV — Todo ser humano tem direito à vida. tério Público.
A) Todas as afirmativas estão erradas.
B) Há apenas uma afirmativa certa. 6 .(SEAD-AP, FMZ - Agente Penitenciário - 2010) A Declaração Universal
C) Há apenas duas afirmativas certas. dos Direitos Humanos, de 1948, estabelece uma série de direitos a toda a
D) Há apenas três afirmativas certas. pessoa. Dentre eles, é possível citar os seguintes, EXCETO
E) Todas as afirmativas estão certas. A) toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e
pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de
3 . (SEJUS-DF, Funiversa - Técnico Penitenciário - 2008) Com relação aos seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal
mandamentos expressos no Tratado de Direitos Humanos, analise as contra ele.
afirmativas e assinale a alternativa correta. B) toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro
I — Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo das fronteiras de cada Estado.
menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será C) toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, dire-
obrigatória. A instrução técnico- profissional será acessível a todos, bem tamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
como a instrução superior, esta com base no mérito. D) toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a
II — A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desempre-
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos huma- go.
nos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreen- E) toda pessoa, que puder por ela pagar, tem direito à instrução nos dife-
são, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou rentes níveis. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem
religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manu- como a instrução superior, esta baseada no mérito.
tenção da paz.
III — Os pais têm prioridade de direito na escolha da escola em que estuda- 7 .(SERES-PE, UPE - Agente Penitenciário - 2010) Na história dos Direitos
rão seus filhos. Humanos, o momento mais importante ocorreu após a 2ª guerra mundial,
IV — Todo ser humano tem direito a trabalhar no máximo 6 horas diárias. quando os países uniram-se, buscando restabelecer a paz mundial. Assim,
A) Todas as afirmativas estão erradas. no dia 10 de dezembro de 1948, durante reunião da Assembleia Geral das
B) Há apenas uma afirmativa certa. Nações Unidas, foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Huma-
C) Há apenas duas afirmativas certas. nos, que, dentre outros tópicos, consagrou, EXCETO:
D) Há apenas três afirmativas certas. A) a liberdade de pensamento, consciência e religião.
E) Todas as afirmativas estão certas. B) o direito à alimentação e habitação.
C) o direito ao trabalho e à educação.
4 . (DEPEN, Funrio - Agente Penitenciário Federal - 2009) O Decreto nº D) o direito a fazer parte de um governo.
6044/2007 aprova a Política Nacional de Proteção aos Defensores dos

Direitos Humanos 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
E) o direito ao transporte gratuito e à previdência social. 11. Tecnicamente a Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948)
constitui
8 .(DPE-PI, Cespe - Defensor Público - 2009) A Declaração Universal dos A) Um acordo internacional.
Direitos Humanos (DUDH) foi redigida à luz das atrocidades cometidas B) Uma recomendação.
durante a 2ª Guerra Mundial. Nesse documento, marco da proteção inter- C) Um tratado internacional.
nacional dos direitos humanos, foi afirmado que D) Um pacto.
A) o meio ambiente é um direito das presentes e futuras gerações. E) Um decreto
B) o Fundo Monetário Internacional não deve conceder empréstimos para
países que usem mão de obra infantil. 12. A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos
C) liberdade, igualdade e fraternidade são os três princípios axiológicos básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumera-
fundamentais em matéria de direitos humanos. dos os direitos que todos os seres humanos possuem. Assim, é correto
D) sanções econômicas deverão ser aplicadas pela ONU às nações que afirmar que, em seu preâmbulo, a Declaração Universal dos Direitos Hu-
não adotarem as recomendações da DUDH. manos prevê:
E) deverá ocorrer intervenção humanitária pela ONU caso as nações não A) que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da
adotem as recomendações da DUDH. família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis não é o fundamento
da liberdade, da justiça e da paz no mundo.
9 .(MP-RO, Cespe - Promotor de Justiça - 2008) Após as consequências B) que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em
devastadoras da Segunda Guerra Mundial, os países resolveram criar uma atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o adven-
organização multi e supranacional para regular as relações entre os povos. to de um mundo em que todos gozem de liberdade de palavra, de crença e
Nesse marco, surgiu, em 1945, a Carta das Nações, cujos fundamentos da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade não pôde ser
visavam, essencialmente, à manutenção da paz internacional, que incluía a proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum.
proteção da integridade territorial dos Estados frente à agressão e à inter- C) que é essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império
venção externa; ao fomento entre as nações de relações de amizade, da lei, para que o ser humano seja compelido, como último recurso, à
levando em conta os princípios de igualdade, soberania e livre determina- rebelião contra a tirania e a opressão.
ção dos povos; e à realização de cooperação internacional para solução de D) que não se prevê ser essencial promover o desenvolvimento de relações
problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural e humanitá- amistosas entre as nações.
rio, incluindo o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, E) que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé
sem fazer distinção por motivos de raça, sexo, idioma ou religião. A Carta nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser huma-
das Nações deu origem à ONU, que, posteriormente, criou uma carta de no e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram
direitos - a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) - adotada e promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liber-
proclamada pela Resolução 217-A (III) da Assembleia Geral das Nações dade mais ampla.
Unidas, em 10 de dezembro de 1948.
Acerca dos direitos fundamentais previstos no documento mencionado no 13. A Constituição Federal, em seu título II, capítulo I, prevê os Direitos e
texto acima, assinale a opção incorreta. Garantias Fundamentais e os direitos e deveres individuais e coletivos e,
A) A DUDH surgiu para atender ao clamor de toda a humanidade e buscou assim como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, são enumera-
realçar alguns princípios básicos fundamentais para a compreensão da dos os direitos que todos os seres humanos possuem, EXCETO:
dignidade humana, entre eles, a liberdade e a igualdade. A) Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel,
B) A DUDH protege o genoma humano como unidade fundamental de desumano ou degradante.
todos os membros da espécie humana e também reconhece como ineren- B) Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a
tes sua dignidade e sua diversidade. Em um sentido simbólico, a DUDH igual proteção da lei.
reconhece o genoma como a herança da humanidade. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole
C) A DUDH afirma que o desrespeito aos direitos humanos é causa da a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
barbárie. C) Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
D) A DUDH assegura o direito de resistência. processo legal.
E) A DUDH assegura o direito de resistência. E A DUDH correlaciona o D) Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência
estabelecimento de uma compreensão comum dos direitos humanos com o dentro das fronteiras de cada Estado, mas não tem o direito de deixar
seu pleno cumprimento. qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
E) Conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar
10 .(PC-PB, Cespe - Delegado - 2009) À luz da Convenção Americana ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
sobre Direitos Humanos (Pacto São José), julgue os seguintes itens. por ilegalidade ou abuso de poder.
I. Admite-se a pena de morte em relação aos delitos políticos e aos delitos
conexos com delitos políticos, devendo o Estado signatário fazer tal opção 14. Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promo-
expressamente, quando da ratificação da Convenção. ver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos
II. O direito à vida deve ser protegido pela lei desde o momento do nasci- direitos e liberdades humanas fundamentais e a observância desses
mento, que se dá com o início do trabalho de parto. direitos e liberdades, e que uma compreensão comum desses direitos e
III. As penas privativas de liberdade têm por finalidade essencial a retribui- liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse
ção do mal causado. compromisso, pode-se afirmar que:
IV. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigató- A) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos
rio. Nos países em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa de básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumera-
liberdade acompanhada de trabalhos forçados, essa disposição não pode dos os direitos que todos os seres humanos possuem.
ser interpretada no sentido de proibir o cumprimento da dita pena, imposta B) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é considerada um acordo,
por um juiz ou tribunal competente. pois este termo é usado, geralmente, para caracterizar negociações bilate-
V. Ninguém deve ser detido por dívidas. Esse princípio não limita os man- rais de natureza política, econômica, comercial, cultural, científica e técni-
dados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de ina- ca. Acordos podem ser firmados entre países ou entre um país e uma
dimplemento de obrigação alimentar. organização internacional.
Estão certos apenas os itens C) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é considerada um tratado
A) I e II. já que tratados são atos bilaterais ou multilaterais aos quais se deseja
B) I e III. atribuir especial relevância política.
C) II e IV. D) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é uma convenção, pois
D) III e V. essa palavra costuma ser empregada para designar atos multilaterais,
E) IV e V. oriundos de conferências internacionais e que abordem assunto de inte-
resse geral.

Direitos Humanos 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


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E) Declaração Universal dos Direitos Humanos é um protocolo e se designa seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
a acordos menos formais que os tratados. O termo é utilizado, ainda, para C) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associa-
designar a ata final de uma conferência internacional. do.
D) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter
15. A Assembleia Geral proclamou a Declaração Universal dos Direitos suas atividades suspensas por decisão judicial, não se exigindo em ne-
Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas nhum caso, o trânsito em julgado;
as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da socieda- E) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas depen-
de, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforcem, através do dem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcio-
ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberda- namento.
des, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e inter-
nacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância univer- 19. É reconhecida a instituição do júri pela Constituição da República
sal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto Federativa do Brasil de 988, com a organização que lhe der a lei, e são
entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Assim, conforme procla- assegurados:
mou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, todo ser humano: A) A plenitude de defesa; a soberania dos veredictos; defesa da paz;
A) Tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos B) O sigilo das votações; a dignidade da pessoa humana; autodetermina-
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, ção dos povos;
sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacio- C) A soberania dos veredictos; defesa da paz; o sigilo das votações;
nal ou social, riqueza, nascimento, com algumas restrições. D) A competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; a
B) Poderá fazer distinção fundada na condição política, jurídica ou interna- plenitude de defesa; o sigilo das votações.
cional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um E) Defesa da paz; a dignidade da pessoa humana; a soberania dos veredic-
território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a tos;
qualquer outra limitação de soberania.
C) Tem direito à vida, à liberdade, podendo esta ser restringida, e à segu- 20. Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obriga-
rança pessoal a critério da administração pública através da polícia militar, ção de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos
civil e federal. termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o
D) Tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa limite do valor do patrimônio transferido, deste modo, a lei regulará a
perante a lei, salvo nos casos previstos em lei específica. individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes penas:
E) Tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio A) De caráter perpétuo.
efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam B) De banimento.
reconhecidos pela constituição ou pela lei. C) De trabalhos forçados.
D) Cruéis.
16. A Declaração Universal dos Direitos Humanos preconiza em seu art. E) Privação ou restrição da liberdade.
XIII que todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residên-
cia dentro das fronteiras de cada Estado e que todo ser humano tem o 21 (DPESP – 2009). A Lei Federal no 11.900, de 8 de janeiro de 2009, ao
direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar. prever a possibilidade de realização de interrogatório e outros atos proces-
Quanto ao asilo político previsto nesta declaração é correto afirmar que: suais por sistema de videoconferência,
A) Deverá promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, (A) viola a Convenção Americana de Direitos Humanos, que garante o
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. direito de toda pessoa presa de ser
B) Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de conduzida à presença de um juiz.
gozar asilo em outros países. (B) não padece da mesma inconstitucionalidade da Lei Estadual no
C) Este direito poderá ser invocado mesmo em caso de perseguição legiti- 11.819/05, declarada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do
mamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos Habeas Corpus no 90.900-SP, pois exige decisão fundamentada do juiz.
objetivos e princípios das Nações Unidas. (C) padece da mesma inconstitucionalidade da Lei Estadual no 11.819/05,
D) Rege-se pelo princípio da autodeterminação dos povos. declarada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Habeas Corpus
E) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão no 90.900-SP.
em virtude de lei (D) não viola a Convenção Americana de Direitos Humanos, que garante o
direito de toda pessoa presa de ser ouvida por um juiz, mesmo que à
17. O artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 distância.
preceitua que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer (E) não viola a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que não dispõe
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no sobre garantias judiciais.
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à seguran-
ça e à propriedade, nos termos seguintes. Neste sentido é correto afirmar 22 (OAB – 2009.3) No que se refere aos direitos e garantias fundamentais,
que: assinale a opção correta.
A) Homens e mulheres são iguais somente em direitos, nos termos desta A) A proteção à reprodução da imagem não abrange as atividades despor-
Constituição. tivas.
B) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão B) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização de suas obras,
em virtude de lei C) Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento mas não o de reprodução delas.
desumano ou degradante, salvo nos casos em que a lei permitir. C) O direito de propriedade intelectual abrange tanto a propriedade indus-
D) É livre a manifestação do pensamento, podendo ocorrer o anonimato. trial quanto os direitos do autor.
E) É assegurado o direito de resposta, não necessitando ser proporcional D) Às representações sindicais não é assegurado o direito de fiscalização
ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem. do aproveitamento econômico de obras criadas por artistas a elas associa-
dos.
18. Em relação ao direito de associação a Constituição da República Fede-
rativa do Brasil de 1988 prevê que todos podem reunir-se pacificamente, 23 (OAB – 2009.1) De acordo com a CF, todos são iguais perante a lei,
sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autoriza- sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estran-
ção, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para geiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competen- igualdade, à segurança e à propriedade. No que diz respeito aos direitos e
te. garantias fundamentais previstos na CF, assinale a opção correta.
Sobre o direito de associação é correto afirmar que: A) Os direitos fundamentais não são assegurados ao estrangeiro em trânsi-
A) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive a de caráter to no território nacional.
paramilitar.
B) As entidades associativas, sempre têm legitimidade para representar

Direitos Humanos 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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B) Como decorrência da inviolabilidade do direito à liberdade, a CF assegu-
ra o direito à escusa de consciência, desde que adstrito ao serviço militar 29 (DPESP – 2007) A lei estadual paulista no 12.142/05, com o intuito de
obrigatório. se respeitar a guarda sabática, estabelece períodos para a realização de
C) É admitida a interceptação telefônica por ordem judicial ou administrati- concursos ou processos seletivos para provimento de cargos públicos, de
va, para fins de investigação criminal ou de instrução processual penal. exames vestibulares e de provas a alunos do ensino fundamental, médio e
D) O duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, não superior. Essa lei está sendo questionada no STF através da ADI 3714,
consubstancia garantia constitucional. proposta pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino
(CONFENEN). Da análise do exposto acima pode-se concluir, conforme a
24 (OAB – 2008.3) Assinale a opção correta no que se refere à aplicação ADI 3714, que essa Lei é
do princípio da dignidade da pessoa humana. (A) inconstitucional porque fere o pluralismo político previsto no artigo 1o,
A) A aplicação do princípio da insignificância, embora seja consequência do inciso V, da Constituição Federal.
princípio da dignidade da pessoa humana, não é aplicável aos crimes (B) inconstitucional porque, em relação às escolas particulares, invade
militares, haja vista a dignidade do bem jurídico protegido pelos tipos pe- competência legislativa da União para legislar sobre diretrizes e bases (22,
nais que têm por objeto de proteção os interesses da administração militar. XXIV da CF) e fere a autonomia das universidades por impor regras pró-
B) A ausência de indicação da conduta individualizada dos acusados de prias de gestão administrativa (artigo 207 da CF).
crimes societários, além de implicar a inobservância aos princípios do (C) constitucional porque no preâmbulo da nossa Constituição consta o
devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, fere o princípio nome de “Deus” e, portanto, incentiva a sociedade brasileira à prática da
da dignidade da pessoa humana. religião.
C) O uso de algemas não requer prévio juízo de ponderação da necessida- (D) inconstitucional porque a liberdade religiosa, prevista no artigo 5o,
de, como em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo inciso VII da Constituição, é espécie pertencente ao gênero liberdade
à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, constitucional de pensamento e prevê o direito de não professar nenhuma
pois, como a fuga é ato extremamente provável no momento da prisão, as fé
algemas podem ser utilizadas como regra. (E) inconstitucional porque fere o princípio federativo que diz caber ao
D) A referência, na CF, à dignidade da pessoa humana, aos direitos da município a edição de leis que tratem de assuntos de interesse local, nos
pessoa humana, ao livre exercício dos direitos individuais e aos direitos e termos do que dispõe o artigo 30, I, da CF.
garantias individuais está relacionada aos direitos e garantias do indivíduo
dotado de personalidade jurídica ou não. Desse modo, a aplicação do 30 (DPESP – 2007) A Constituição da República Federativa do Brasil
princípio da dignidade humana exige a proteção dos embriões humanos estabelece que
obtidos por fertilização in vitro e congelados, devendo-se evitar sua utiliza- (A) são destinatários dos direitos e garantias fundamentais os brasileiros e
ção em pesquisas científicas e terapias. estrangeiros residentes no Brasil, daí a proibição de extradição de brasilei-
ros natos e naturalizados em qualquer circunstância.
25 (OABSP – 137) Segundo a Constituição Federal de 1988 (CF), o sigilo (B) o direito fundamental à tutela jurisdicional se confunde com o direito de
das comunicações telefônicas petição, eis que em ambos os casos exige-se a comprovação de um gra-
A) poderá ser violado, por ordem judicial ou administrativa, para instrução vame pessoal ou uma lesão de direitos.
processual de ação de improbidade administrativa. (C) a seguridade social deva garantir um salário mínimo de benefício previ-
B) é absolutamente inviolável. denciário mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que com-
C) poderá ser violado, por ordem de ministro de Estado, para instrução de provem não possuir meios de prover a própria subsistência ou tê-la provida.
processo administrativo disciplinar. (D) é dever do Estado o oferecimento de ensino fundamental e médio
D) poderá ser violado, por ordem judicial, para fins de investigação criminal. obrigatórios e gratuitos a todos e a progressiva universalização do ensino
superior.
26 (OABSP – 137) É correto afirmar que a lei penal (E) a previdência social se organiza sob a forma de regime geral, de caráter
A) não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. contributivo e filiação obrigatória, já a assistência social é endereçada a
B) retroagirá, salvo disposição expressa em contrário. todos os que dela necessitarem independentemente de contribuição à
C) não retroagirá, salvo se o fato criminoso ainda não for conhecido. seguridade social.
D) retroagirá, se ainda não houver processo penal instaurado.
RESPOSTAS
27 (OABSP – 137) Segundo a CF, pode ser instituída pena 01. D 11. B 21. A 31. 41.
A) de caráter perpétuo. 02. E 12. E 22. C 32. 42.
B) de trabalhos forçados. 03. C 13. D 23. D 33. 43.
C) de perda de bens. 04. D 14. A 24. B 34. 44.
D) de banimento. 05. D 15. E 25. D 35. 45.
06. E 16. B 26. A 36. 46.
28 (MPSP – 85) Assinale a alternativa incorreta. 07. E 17. B 27. C 37. 47.
O art. 5.º da Constituição Federal assegura o seguinte: 08. C 18. C 28. C 38. 48.
(A) é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 09. B 19. D 29. B 39. 49.
comunicação, independentemente de censura ou licença. 10. A 20. E 30. E 40. 50.
(B) é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos
veredictos e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida. PROVA II - QUESTÕES DE FIXAÇÃO
(C) as associações não poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter 1. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) A Magna Carta, de 1215,
suas atividades suspensas. instituiu a separação dos poderes ao declarar que o funcionamento do
(D) são assegurados, nos termos da lei, a proteção às participações indivi- parlamento, um órgão que visa defender os súditos perante o rei, não pode
duais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclu- estar sujeito ao arbítrio deste.
sive nas atividades desportivas e o direito de fiscalização do aproveitamen-
2. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) A importância histórica do
to econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores,
habeas corpus, de 1679, consiste no fato de que essa garantia judicial,
aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.
instituída na Inglaterra para proteger a liberdade de locomoção, serviu de
(E) a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário
modelo para a criação de outras formas de proteção das liberdades funda-
para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à proprie-
mentais, como o juicio de amparo, na América Latina.
dade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e eco-
nômico do país.

Direitos Humanos 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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3. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) A Constituição de Weimar PROVA SIMULADA III
foi o primeiro documento a afirmar os princípios democráticos na história
política moderna. QUESTÃO 01 – São direitos previstos na Declaração dos Direitos Humanos
4. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) Os direitos fundamentais de 1948, exceto:
podem ser restringidos tanto por expressa disposição constitucional quanto a) Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
por norma infraconstitucional com fundamento na CF. dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras
com espírito de fraternidade.
5. (CESPE/2007/TSE/Técnico Judiciário - Adaptada) A propriedade é um b) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do
direito social, logo não está entre os direitos humanos. direito de mudar de nacionalidade.
6. (CESPE/2007/TSE/Técnico Judiciário) Os direitos e garantias individu- c) As mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacio-
ais só podem ser invocados contra o Estado, pois foram concebidos em nalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma
relação a ele. família, com autorização dos pais.
d) Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a
7. (CESPE/2007/TSE/Técnico Judiciário - Adaptada) Os direitos sociais,
condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desempre-
como o próprio nome indica, não figuram entre os direitos humanos.
go.
8. (CESPE/2007/Oficial do CBM-DF) Enquanto os direitos de 1ª geração
são (civis e políticos) – que compreendem as liberdades clássicas, negati-
vas ou formais – realçam o princípio da liberdade, os direitos de 2ª geração QUESTÃO 02 - A Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal
(econômicos, sociais e culturais) – que se identificam com as liberdades comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo
positivas, reais ou concretas – acentuam o princípio da igualdade. de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente
9. (CESPE/2007/Prefeitura de Rio Branco-AC/Técnico de Gestão Pública - esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promo-
Adaptada) Os direitos humanos, previstos na CF/88 na forma de direitos ver o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas
fundamentais, não são imputáveis aos estrangeiros que estejam em territó- progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu
rio brasileiro em viagem de turismo. reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os
povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios
10. (CESPE/2008/Hemobrás/Advogado - Adaptada) De acordo com o sob sua jurisdição. Dentre os direitos previstos na DUDH é corretos afirmar:
posicionamento majoritário na doutrina, os direitos sociais integram os a) Toda pessoa tem direito a receber dos tribunais nacionais competen-
denominados direitos humanos de segunda geração. tes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que
11. (CESPE/2008/STF/Analista Judiciário - Adaptada) Os direitos humanos lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei. Os estrangeiros e os
não podem ser reconhecidos e aplicados aos estrangeiros em trânsito pelo índios que são amparados por leis próprias não estão sujeitos ao acesso
território nacional. aos tribunais nacionais.
b) Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si
12. (CESPE/2007/TJ-DFT/Analista Judiciário - Adaptada) Os direitos huma-
e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habita-
nos de segunda geração se caracterizam por impor ao Estado uma obriga-
ção, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à
ção positiva de atuação em favor dos administrados, com vistas a diminuir
segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou
as diferenças materiais existentes entre eles.
outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.
13. (CESPE/2009/SEGER/Contador - Adaptada) Na evolução histórica dos c) Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da
direitos humanos em gerações, entende-se que o direito de propriedade é comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de
um direito de primeira geração. seus benefícios, se o Estado autorizar.
14. (CESPE/2009/SEGER/Contador) O direito de propriedade é limitado. d) No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa gozará de
Um exemplo dessa limitação é a previsão constitucional da desapropriação liberdade absoluta sem nenhuma interferência do Estado.
por interesse social.
QUESTÃO 03 – São direitos dos Presos, exceto:
15. (CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia) a) O cumprimento da pena em estabelecimentos distintos, de acordo
“Cidadania, portanto, engloba mais que direitos humanos, porque, além de com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado.
incluir os direitos que a todos são atribuídos (em virtude da sua condição b) Ao trabalho forçado para diminuir a sua pena.
humana), abrange, ainda, os direitos políticos. Correto, por seguinte, falar- c) O respeito à integridade física e moral.
se numa dimensão política, numa dimensão civil e numa dimensão social d) Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
da cidadania”. (Prof. J. J. Calmon de Passos). permanecer com seus filhos durante o período de amamentação.
Ao alargar a compreensão da cidadania para as três dimensões supra-
referidas, o prof. Calmon de Passos: QUESTÃO 04 – Sobre os direitos dos presos é correto afirmar:
a) Será concedida a extradição de estrangeiro somente por crime políti-
a) inova, ao focar somente o caráter educacional da cidadania plena co ou de opinião.
na Grécia. b) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
b) contribui, doutrinariamente, para que a noção da cidadania ultra- fundamentada de autoridade policial competente.
passe a clássica concepção que a restringia tão-somente ao e- c) A prisão legal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.
xercício dos direitos políticos. d) O preso tem o direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
c) restringe o entendimento da cidadania ao exercício dos direitos de ou por seu interrogatório policial.
primeira geração – especialmente quanto à igualdade.
d) promove reflexão crítica em torno dos interditos proibitivos à cons- QUESTÃO 05 – Os direitos e garantias fundamentais estão previstos na
trução de uma sociedade respeitosa para com as nuanças de Constituição Federal de 1988 e em tratados e convenções internacionais
sexo, gênero, raça e idade. ratificados pelo Brasil. São direitos previstos no artigo 5º da Constituição
e) contradiz a noção fundamental de extensão da cidadania a todos Federal , exceto:
sem distinção – mulheres especialmente. a) a lei somente excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito.
b) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;
c) não haverá juízo ou tribunal de exceção;
d) não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

Direitos Humanos 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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QUESTÃO 06 – Sobre os direitos e deveres individuais e coletivos, marque c) a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constran-
a alternativa correta: ja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada,
a) são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: o mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a
registro civil de nascimento e a certidão de óbito; comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
b) são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, todas impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimô-
as ações que versem sobre garantia dos direitos fundamentais. nio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
c) Somente no âmbito judicial, são assegurados a razoável duração do suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos
processo. sexuais e reprodutivos;
d) Os direitos e garantias expressos nesta Constituição excluem outros d) a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que confi-
decorrentes dos tratados internacionais em que a República Federativa do gure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, ins-
Brasil seja parte. trumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, excluindo os destinados a satisfazer suas necessi-
QUESTÃO 07 – O artigo 6º da Constituição Federal de 1988 trata dos dades.
Direitos Sociais. Entre os direitos abaixo relacionados qual deles não cor-
responde aos Direitos Sociais do art. 6º da CF/88: QUESTÃO 12 – A Lei 9807/99 estabelece normas para a organização e a
a) Educação. manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemu-
b) Saúde. nhas ameaçadas, institui o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a
c) Segurança. Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de acusados ou
d) Justiça Gratuita. condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à
investigação policial e ao processo criminal. Poderá solicitar o ingresso no
QUESTÃO 08 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de programa, conforme estabelece a Lei, EXCETO:
outros que visem à melhoria de sua condição social, EXCETO: a) Presidente da República;
a) Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado. b) O interessado.
b) Décimo terceiro salário. c) A autoridade policial encarregada pela investigação
c) Repouso semanal remunerado, somente aos domingos. d) Representante do Ministério Público
d) Piso salarial proporcional à complexidade do trabalho.
QUESTÃO 13 – Em relação à Lei 9807 de 1999, podemos afirmar:
QUESTÃO 09 – Sobre os direitos políticos, marque a opção correta: a) Toda admissão no programa ou exclusão dele será precedida de
a) O voto é facultativo para os maiores de 18 anos e menores de 70 consulta ao Ministério Público e somente poderá se comunicada ao juiz do
anos de idade. processo.
b) O Voto é obrigatório aos maiores de 18 anos e aos maiores de 70 b) Cada programa será dirigido por um conselho deliberativo em cuja
anos de idade. composição haverá representantes do Ministério Público, do Poder Judiciá-
c) São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. rio e de órgãos públicos e privados relacionados com a segurança pública e
d) Não é condição de elegibilidade a idade mínima exigida para o cargo. a defesa dos direitos humanos.
c) As medidas e providências relacionadas com os programas não
QUESTÃO 10 – A Lei 11.340/06 cria mecanismos para coibir e prevenir a serão adotadas, executadas e mantidas em sigilo pelos protegidos e pelos
violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. agentes envolvidos em sua execução.
226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas d) Os órgãos policiais não poderão prestar colaboração e apoio na
as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana execução do programa.
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros
tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; QUESTÃO 14 - Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes,
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar conceder o perdão judicial e a consequente extinção da punibilidade ao
contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulhe- acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente
res em situação de violência doméstica e familiar. Sobre a Lei 11.340/06 e com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração
correto afirmar: tenha resultado:
a) Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo a) a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação crimino-
dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à sa;
cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à b) a localização da vítima mesmo sem a sua integridade física preserva-
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e da;
comunitária. c) a recuperação total do produto do crime somente.
b) O poder privado desenvolverá políticas que visem garantir os direitos d) a concessão do perdão judicial não levará em conta a personalidade
humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social
sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, do fato criminoso.
exploração, violência, crueldade e opressão.
c) Na interpretação desta Lei, não serão considerados os fins sociais a QUESTÃO 15 - Constitui abuso de autoridade, exceto:
que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as
em situação de violência doméstica e familiar. formalidades legais ou com abuso de poder;
d) A violência doméstica e familiar contra a mulher não constitui uma das b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constran-
formas de violação dos direitos humanos. gimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar aos órgãos policiais competentes a prisão ou deten-
QUESTÃO 11 – Segundo a Lei 11.340/06, são formas de violência domés- ção de qualquer pessoa;
tica e familiar contra a mulher, EXCETO: d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que
a) a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua lhe seja comunicada;
integridade ou saúde corporal;
b) a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe QUESTÃO 16 – Sobre a Lei 4898/65 é correto afirmar, exceto:
cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e a) Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce
perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constran- transitoriamente e sem remuneração.
gimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perse- b) O abuso de autoridade sujeitará o seu autor apenas à sanção admi-
guição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limita- nistrativa.
ção do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à c) Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil
saúde psicológica e à autodeterminação; ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou

Direitos Humanos 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou de locomoção, serviu de modelo para a criação de outras formas de prote-
militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. ção das liberdades fundamentais, como o juicio de amparo, na América
d) A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do Latina.
abuso cometido e consistirá em: advertência; repreensão; suspensão do
cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda ( ) Certo ( ) Errado
de vencimentos e vantagens; destituição de função; demissão; demissão, a 5.A Constituição de Weimar foi o primeiro documento a afirmar os princípios
bem do serviço público. democráticos na história política moderna.

QUESTÃO 17 - Constitui crime de tortura, exceto: ( ) Certo ( ) Errado


a) constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, A respeito do desenvolvimento histórico dos direitos humanos e seus
causando-lhe sofrimento físico ou mental, com o fim de obter informação, marcos fundamentais, ANALISE AS ASSERTIVAS (QUESTÃO MODIFI-
b) constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, CADA)
causando-lhe sofrimento físico ou mental, com o fim de obter declaração ou
confissão da vítima; 6. Os direitos fundamentais surgem todos de uma vez, não se originam de
c) constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, processo histórico paulatino.F
causando-lhe sofrimento físico ou mental, para provocar ação ou omissão
( ) Certo ( ) Errado
de natureza criminosa;
d) constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 7. Não há uma correlação entre o surgimento do cristianismo e o respeito à
causando-lhe sofrimento físico ou mental, em razão de qualquer tipo de dignidade da pessoa humana.F
discriminação.
( ) Certo ( ) Errado
QUESTÃO 18 - Sobre a Lei 9455/97 é correto afirmar, exceto: 8.As gerações de direitos humanos mais recentes substituem as gerações
a) Aquele que se omite em face da tortura quando tinha o dever de de direitos fundamentais mais antigas.
evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
b) Aquele que se omite em face da tortura quando tinha o dever de ( ) Certo ( ) Errado
evitá-las ou apurá-las, cumprirá a pena em regime fechado. 9. A proteção dos direitos fundamentais é objeto também do direito interna-
c) O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. cional.
d) A condenação por tortura acarretará a perda do cargo, função ou
emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da ( ) Certo ( ) Errado
pena aplicada.
10.A ONU é o órgão responsável pela UDHR e pela Declaração Americana
de Direitos.
Gabarito:
1–C ( ) Certo ( ) Errado
2–B
3–B 11. A dignidade da pessoa humana é um fundamento da República Federa-
4–D tiva do Brasil.
5–A ( ) Certo ( ) Errado
6–A
7–D 12. Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-
8–C Geral da República, com a finalidade de assegurar cumprimento de obriga-
9–C ções decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais
10 – A o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o STJ, em qualquer fase do
11 – D inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a
12 – A justiça federal.
13 – B
( ) Certo ( ) Errado
14 – A
15 – C A CF, visando eliminar todas as formas de discriminação na sociedade
16 – B brasileira, estabelece alguns valores e medidas para assegurar igual-
17 – D dade entre as pessoas. Com relação à discriminação racial, julgue o
18 - B item subsecutivo.
PROVA SIMULADA IV 13. A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações internacio-
nais, pelo repúdio ao racismo.
Acerca da afirmação histórica dos direitos humanos, ANALISE AS
ASSERTIVAS (QUESTÃO MODIFICADA) ( ) Certo ( ) Errado

1. A Magna Carta, de 1215, instituiu a separação dos poderes ao declarar 14.Constitui discriminação racial toda distinção, exclusão, restrição ou
que o funcionamento do parlamento, um órgão que visa defender os súdi- preferência que, fundada em raça, cor, descendência ou origem nacional
tos perante o rei, não pode estar sujeito ao arbítrio deste. ou étnica, objetive anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício,
em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais
( ) Certo ( ) Errado nos campos político, econômico, social, cultural, ou em qualquer outro
2.Os sistemas das minorias e de mandatos, criados no âmbito das Nações campo da vida pública ou privada, constituindo a prática do racismo crime
Unidas, garantiam que os habitantes pertencentes às minorias de determi- inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de detenção. (
nados países europeus enviassem petições ao Comitê de Minorias. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado Considerando que a Política Nacional de Direitos Humanos é respon-
3.A Declaração de Filadélfia é considerada a primeira carta política a atribu- sável pelo desenvolvimento de políticas públicas para a afirmação dos
ir aos direitos trabalhistas o estatuto de direito fundamental, juntamente direitos humanos na sociedade brasileira, assinale a opção correta
com as liberdades individuais e os direitos políticos. acerca dos programas nacionais de direitos humanos (PN-
DHs).(questão modificada)
( ) Certo ( ) Errado
15. A implementação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos
4. A importância histórica do habeas corpus, de 1679, consiste no fato de visa fortalecer os direitos humanos como instrumento transversal das
que essa garantia judicial, instituída na Inglaterra para proteger a liberdade

Direitos Humanos 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
políticas públicas e revisar a legislação sobre abuso de autoridade e desa- III. Os direitos republicanos têm surgido na doutrina como uma nova cate-
cato à autoridade, conforme definido no PNDH-1. goria onde o cidadão passa a pensar no interesse público explicitamente
para fazer frente à ofensa à coisa pública, como o nepotismo, a corrupção,
( ) Certo ( ) Errado bem como às políticas de Estado que, a pretexto de se caracterizarem
16. O PNDH-3 apresenta propostas para o aperfeiçoamento do poder como públicas, na verdade podem atender a interesses particulares inde-
público no desenvolvimento de políticas públicas de prevenção ao crime e à fensáveis.
violência, reforçando a noção de acesso universal à justiça como direito (A) Somente a afirmativa I está correta.
fundamental. (B) Somente a afirmativa II está correta.
(C) Somente a afirmativa III está correta.
( ) Certo ( ) Errado (D) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
17 O Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e (E) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
Proteção do Trabalhador Adolescente tem por finalidade coordenar as
diversas formas de intervenção estabelecidas no PNDH-2, de forma a 03 (DPESP – 2007) A respeito da relação entre o jusnaturalismo e o juspo-
assegurar a eliminação do trabalho infantil. sitivismo, o Direito Internacional dos Direitos Humanos consagra a noção,
segundo a qual
( ) Certo ( ) Errado (A) o reconhecimento dos direitos humanos nas Constituições caracteriza a
transição da fundamentação daqueles, do direito natural ao direito positivo.
18.O PNDH-2 prevê ações em prol do direito à memória e à verdade, que
(B) só se pode admitir a formulação de novos direitos humanos por parla-
incluem a promoção da apuração e do esclarecimento público das viola-
mentos legitimamente eleitos, tendo em vista o primado da soberania
ções de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política
estatal, atualmente.
ocorrida no Brasil, com o propósito de promover a reconciliação nacional.
(C) é recomendável a positivação dos direitos humanos sem, contudo,
( ) Certo ( ) Errado olvidar sua fundamentação no Direito Natural, permitindo o paulatino reco-
nhecimento de
19.O PNDH-1 foi lançado em 1996 com o objetivo de estabelecer ações novos direitos.
específicas para garantir o direito a educação, saúde, previdência e assis- (D) é irrelevante seu reconhecimento pela legislação interna dos países,
tência social, trabalho, moradia, meio ambiente saudável, alimentação, considerando que os direitos humanos são inerentes ao ser humano.
cultura e lazer, assim como de estabelecer propostas voltadas para a (E) os direitos humanos, historicamente fundados no Direito Natural, neces-
educação e sensibilização de toda a sociedade brasileira, visando à cons- sitam ser reconhecidos pelo Direito Positivo para se tornarem exigíveis.
trução e consolidação de uma cultura de respeito aos direitos humanos. GABARITO: 01-C, 02-E, 03-C
( ) Certo ( ) Errado
INTERPRETAÇÃO (CONSTITUICIONAL) DOS DIREITOS HUMANOS
20.Com relação à Política Nacional contra as Práticas de Discrimina- 01 (DPESP – 2009). De acordo com o Direito Internacional dos Direitos
ção Racial, julgue o próximo item. Humanos, no tocante à interpretação, em caso de conflito, das normas
O Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial é uma forma de definidoras de direitos e garantias,
organização e de articulação voltada à implementação do conjunto de (A) prevalece sempre a norma interna.
políticas e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existen- (B) norma posterior derroga a anterior.
tes no país, de responsabilidade exclusiva do poder público federal. (C) norma especial derroga a geral no que apresenta de específico.
(D) prevalece sempre a norma mais benéfica à pessoa humana.
( ) Certo ( ) Errado (E) prevalece sempre a norma internacional.

GABARITO 02 (DESP – 2009). “A Constituição tem compromisso com a efetivação de


1) E 2) E 3) E 4) C 5) E 6) E 7) E 8) E 9) C 10) E seu núcleo básico (direitos fundamentais), o que somente pode ser pensa-
11) C 12) C 13) C 14) E 15) E 16) C 17) E 18) E 19) E 20)E do a partir do desenvolvimento de programas estatais, de ações, que
demandam uma perspectiva não teórica, mas sim concreta e pragmática e
que passe pelo compromisso do intérprete com as premissas do constitu-
DIREITOS FUNDAMENTAIS – TEORIA GERAL cionalismo contemporâneo.” Este enunciado diz respeito à
(A) implementação de políticas públicas e ao neoconstitucionalismo.
01 (TRF3 – 13) 9. Sobre os direitos e garantias fundamentais, é correto (B) desconstitucionalização dos direitos sociais e à interpretação aberta da
afirmar-se que: sociedade de Häberle.
a) os de primeira geração são denominados direitos negativos, de absten- (C) petrificação dos direitos sociais e à interpretação literal de Savigny.
ção, focados no princípio da igualdade e fraternidade universal; (D) ilegitimidade do controle jurisdicional e ao ativismo judicial em direitos
b) os de segunda geração, ao contrário, enfatizam o princípio da liberdade sociais.
do cidadão em face do Estado, a busca de melhores condições de vida, a (E) constituição reguladora de Juhmann e ao método hermenêutico clássi-
criação de políticas sociais de intervenção contra o arbítrio da liberdade co.
individual; GABARITO: 01-D, 02-A
c) as garantias têm caráter instrumental, são meios destinados a assegurar
o exercício dos direitos, preservá-Ios ou repará-Ios, quando violados, como TRATADOS INTERNACIONAIS
ocorre quando, no artigo 5°, X, da Constituição Federal, é assegurado o 01 (DPESP – 2009). A incorporação, no Brasil, de um tratado internacional
direito à indenização, pelo dano material ou moral decorrente da violação de direitos humanos exige a
dos direitos à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas; (A) ratificação pelo presidente da República e a edição de um decreto de
d) têm como características essenciais a temporariedade, excepcionalida- execução.
de, irrenunciabilidade e concorrência. (B) assinatura do tratado, sua aprovação pelo Poder Legislativo, sua ratifi-
cação pelo presidente da República e a edição de um decreto de execução.
02 (DPESP – 2007) Direitos e Garantias Fundamentais. (C) ratificação pelo presidente da República.
I. A Constituição Federal deu enorme relevância a esses direitos assegu- (D) assinatura do tratado, sua aprovação pelo Poder Legislativo e sua
rando-os de maneira quase absoluta, mas certas conturbações sociais ratificação pelo presidente da República.
podem desencadear a necessidade de supressão temporária de certos (E) aprovação pelo Poder Legislativo e a ratificação pelo presidente da
direitos no atendimento do interesse do Estado e das instituições democrá- República.
ticas.
II. A Constituição Federal compreende-os como sendo os direitos individu-
ais e os direitos coletivos previstos no artigo 5o, excluindo dessa categoria
os direitos sociais e os direitos políticos.

Direitos Humanos 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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02 (OAB – 2009.3) Os tratados internacionais sobre direitos humanos D) A ação civil pública somente pode ser ajuizada pelo MP, segundo de-
firmados pela República Federativa do Brasil serão equivalentes às emen- termina a CF.
das constitucionais, se forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, 04 (OAB – 2008.3) Assinale a opção incorreta acerca dos remédios consti-
A) em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. tucionais
B) em dois turnos, por maioria absoluta dos votos dos respectivos mem- A) Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
bros. constituída e em funcionamento há pelo menos um ano têm legitimação
C) em único turno, por maioria absoluta dos votos dos respectivos mem- ativa para impetrar mandado de segurança coletivo em defesa dos interes-
bros. ses de seus membros ou associados.
D) em único turno, por três quintos dos votos dos respectivos membros. B) A ação popular só pode ser proposta de forma repressiva, sendo incabí-
vel, assim, sua proposição antes da consumação dos efeitos lesivos de ato
03 (TJSP – 182) Os tratados e as convenções internacionais sobre direitos contra o patrimônio público.
humanos celebrados pelo Brasil C) No habeas data, o direito do impetrante de receber informações constan-
(A) serão imediatamente incorporados ao direito nacional, com a natureza tes de registros de entidades governamentais ou de caráter público é
de emenda constitucional. incondicionado, não se admitindo que lhe sejam
(B) equivalerão às emendas constitucionais quando forem aprovados, em negadas informações sobre sua própria pessoa.
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos D) O mandado de segurança pode ser proposto tanto contra autoridade
votos dos respectivos membros. pública quanto contra agente de pessoas jurídicas privadas no exercício de
(C) vigerão, no Brasil, após o exequatur do Supremo Tribunal Federal. atribuições do poder público.
(D) equivalerão às emendas constitucionais quando aprovados pelo Sena-
do Federal, em dois turnos, pela maioria 05 (OAB – 2008.1) No que diz respeito aos direitos fundamentais, assinale
a opção correta.
04 (OAB – 2008.3) Tratados são, por excelência, normas de direito interna- A) São gratuitas as ações de habeas corpus, habeas data e o mandado de
cional público. No modelo jurídico brasileiro, como nas demais democracias injunção.
modernas, tratados passam a integrar o direito interno estatal, após a B) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por qualquer
verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa temática, assinale partido político.
a opção correta, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro. C) O Estado deve prestar assistência jurídica integral e gratuita a todos.
A) Uma vez firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que D) O direito de qualquer cidadão propor ação popular é previsto constitu-
criem compromissos gravosos à União, são automaticamente incorporados cionalmente.
visto que são aprovados por parlamento comunitário.
B) Após firmados, os tratados passam a gerar obrigações imediatas, não 06 (JTSP – 181) Diretor de sociedade de economia mista da qual o Municí-
podendo os Estados se eximir de suas responsabilidades por razões de pio participa pratica ato lesivo ao patrimônio da empresa. A anulação do ato
direito interno. pode ser pleiteada
C) Uma vez ratificados pelo Congresso Nacional, os tratados passam, de (A) em ação popular proposta por qualquer pessoa residente no País.
imediato, a compor o direito brasileiro. (B) em ação popular proposta por qualquer cidadão.
D) Aprovados por decreto legislativo no Congresso Nacional, os tratados (C) apenas pelos que foram prejudicados pelo ato.
podem ser promulgados pelo presidente da República. (D) em mandado de segurança impetrado por qualquer pessoa residente no
GABARITO: 01-D, 02-A, 03-B, 04-D Município.
GABARITO: 01-C, 02-C, 03-A, 04-B, 05-D, 06-B
SISTEMA DE PROTEÇÃO (REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS)
01 (MPSP – 86) “Qualquer cidadão, no pleno gozo de seus direitos políti- SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO
cos, pode invalidar atos ou contratos administrativos ilegais ou lesivos ao 01 (DPESP – 2009). As decisões proferidas pela Corte Interamericana de
patrimônio da União, Distrito Federal e Municípios”. Direitos Humanos, quando não implementadas pelo Estado brasileiro,
Essa afirmação refere-se a (A) podem ser executadas como título executivo judicial perante a vara
(A) Mandado de segurança. federal competente territorialmente.
(B) Habeas Data. (B) podem ser executadas como título executivo judicial perante o Supremo
(C) Ação popular. Tribunal Federal.
(D) Ação de improbidade administrativa. (C) servirão para que a Assembleia Anual da Organização das Nações
(E) Mandado de injunção. Unidas advirta o Estado brasileiro
pelo descumprimento da Convenção Americana de Direitos Humanos.
02 (TJSP – 182) O Habeas Data (D) podem ser executadas como título executivo judicial perante a vara
(A) é da competência originária do Supremo Tribunal Federal, quando federal competente territorialmente, desde que homologadas pelo Supremo
impetrado contra ato de Ministro de Estado. Tribunal Federal.
(B) será concedido para assegurar o conhecimento de informações relati- (E) servirão para que o Estado brasileiro sofra sanções internacionais,
vas à pessoa do impetrante, ou de membros do Congresso Nacional, como a vedação à obtenção de financiamentos externos.
constantes dos registros de entidades governamentais.
(C) será concedido para a retificação de dados, quando não se prefira fazê- 02 (DPESP – 2009). No Sistema Interamericano de Direitos Humanos,
lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. pessoas e organizações não-governamentais podem peticionar diretamente
(D) é da competência originária do Superior Tribunal de Justiça, quando (A) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à Corte Interameri-
impetrado contra ato do Tribunal de Contas da União. cana de Direitos Humanos, a esta última somente para solicitar medidas
provisórias em casos que já estejam sob sua análise.
03 (OAB – 2009.1) No que se refere aos remédios constitucionais, assinale (B) somente à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
a opção correta. (C) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à Corte Interameri-
A) A doutrina brasileira do habeas corpus, cujo principal expoente foi Rui cana de Direitos Humanos, a esta última somente para solicitar medidas
Barbosa, conferiu grande amplitude a esse writ, que podia ser utilizado, provisórias
inclusive, para situações em que não houvesse risco à liberdade de loco- (D) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à Corte Interameri-
moção. cana de Direitos Humanos.
B) O habeas data pode ser impetrado ao Poder Judiciário, independente- (E) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à Corte Interameri-
mente de prévio requerimento na esfera administrativa. cana de Direitos Humanos, a esta última somente como instância recursal
C) A ação popular pode ser ajuizada por qualquer pessoa para a proteção das decisões proferidas pela Comissão Interamericana de Direitos Huma-
do patrimônio público estatal, da moralidade administrativa, do meio ambi- nos.
ente e do patrimônio histórico e cultural.

Direitos Humanos 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
03 (DPESP – 2009). O denominado “Sistema ONU” de proteção dos direi- (D) pode requerer a homologação da decisão da Comissão Interamericana
tos humanos inclui de Direitos Humanos perante o Supremo Tribunal Federal, nos termos do
(A) o Conselho de Direitos Humanos e o Tribunal Penal Internacional. artigo 483 do Código de Processo Civil, para posterior execução.
(B) o Conselho de Direitos Humanos, os altos comissários, os relatores (E) deve peticionar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos para
especiais, os comitês criados pelos tratados internacionais e o Tribunal que oficie diretamente o Governo do Estado de São Paulo para que cumpra
Penal Internacional. suas recomendações.
(C) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, a Corte Europeia de
Direitos Humanos e a Corte Africana de Direitos Humanos. 08 (DPESP -2007) A respeito do Tribunal Penal Internacional, é INCORRE-
(D) o Conselho de Direitos Humanos, os altos comissários, os relatores TO afirmar:
especiais, os comitês criados pelos tra tados internacionais e a Corte (A) Sua jurisdição é adicional e complementar à dos Estados, cabendo a
Internacional de Justiça. estes a responsabilidade primária quanto ao julgamento das violações de
(E) o Conselho de Direitos Humanos, Corte Internacional de Justiça e o direitos humanos.
Tribunal Penal Internacional. (B) Suas penas estão limitadas à prisão por 30 anos, podendo ser aplicada
excepcionalmente a pena de morte, quando justificada pela extrema gravi-
04 (DPESP – 2009). O Tribunal Penal Internacional tem competência para dade do crime e pelas circunstâncias pessoais do condenado.
julgar pessoas (C) Além de sanções de natureza penal, pode determinar a reparação às
(A) acusadas de crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio, vítimas de crimes e respectivos familiares.
ocorridos a partir da entrada em vigor do Estatuto de Roma, em 2002. (D) Tem competência para apreciar denúncias de cometimento de crimes
(B) acusadas de crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio, contra os direitos humanos praticados por agentes públicos, sem distinções
ocorridos a partir da entrada em vigor do Estatuto de Roma, em 1998. baseadas em cargo oficial.
(C) acusadas de crimes de guerra, contra a humanidade, genocídio e (E) Tem natureza permanente e pode ser acionado em face do cometimen-
terrorismo. to dos crimes contra a humanidade, de genocídio, e de guerra, os quais
(D) e Estados acusados de crimes de guerra, contra a humanidade, geno- obedecem aos princípios da legalidade e anterioridade penal.
cídio e terrorismo.
(E) e Estados acusados de crimes de guerra, contra a humanidade e geno- 09 (DPESP – 2007) O Caso Velasquez Rodriguez, julgado pela Corte
cídio. Interamericana de Direitos Humanos em 1988, tem relevância histórica
porque o tribunal
05 (MPSP – 86) Considerando que o Brasil é signatário da Convenção (A) estabeleceu que os Estados têm o dever de prevenir, investigar e punir
Americana de Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de San violações de direitos humanos enunciados na Convenção Americana de
José da Costa Rica, assinale a alternativa correta. Direitos Humanos.
(A) O Brasil está sujeito à jurisdição contenciosa da Corte Interamericana (B) ordenou, pela primeira vez, medidas provisórias para garantir a vida e a
de Direitos Humanos, porque se trata de cláusula obrigatória da Conven- integridade física da vítima.
ção. (C) consolidou o entendimento de que leis de anistia são incompatíveis com
(B) A competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos está a Convenção Americana de Direitos Humanos.
limitada à emissão de sentença declaratória por violações da Convenção. (D) fixou os parâmetros para o pagamento de indenização em caso do
(C) A cláusula da Convenção relativa à jurisdição obrigatória da Corte é desaparecimento forçado de pessoas.
facultativa e o Brasil a ela não aderiu até hoje. (E) entendeu, pela primeira vez, que os direitos previstos no Protocolo de
(D) O Brasil sujeitou-se voluntariamente à jurisdição da Corte e pode ser São Salvador têm exigibilidade imediata.
condenado à obrigação de fazer cessar as violações à Convenção e inde-
nizar as vítimas.
(E) A Constituição Federal não permite a sujeição do Brasil à jurisdição de
Tribunais Internacionais.

06 (OAB – 2008.1) Acerca de tribunais internacionais e de sua repercus-


são, assinale a opção correta.
A) O Tribunal Penal Internacional prevê a possibilidade de aplicação da
pena de morte, ao passo que a Constituição brasileira proíbe tal aplicação.
B) O § 4.º do art. 5.º da Constituição Federal prevê a submissão do Brasil à
jurisdição de tribunais penais internacionais e tribunais de direitos huma- GABARITO:
nos. 01-A
C) O Estatuto de Roma não permite reservas nem a retirada dos Estados- 02-A
membros do tratado. 03-B
D) O Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional, estabele- 04-A
ce uma diferença entre entrega e extradição, operando a primeira entre um 05-D
Estado e o mencionado tribunal e a segunda, entre Estados. 06-D
07-C
07 (DPESP – 2007) Defensor Público levou caso de violação de direitos 08-B
humanos, ocorrido em São Paulo, ao conhecimento da Comissão Intera- 09-A
mericana de Direitos Humanos, que a entendeu pertinente. Contudo, o
Estado brasileiro não cumpriu as recomendações respectivas. Diante de tal
situação, o Defensor Público
(A) deve peticionar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos reque-
rendo a remessa do caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos,
para que o Brasil seja formalmente condenado.
(B) deve requerer à Corte Interamericana de Direitos Humanos que seja o
caso trazido à sua apreciação, para que o Brasil seja formalmente conde-
nado.
(C) pode quedar inerte, pois a remessa do caso pela Comissão Interameri-
cana de Direitos Humanos à Corte Interamericana de Direitos Humanos é
automática nestes casos.

Direitos Humanos 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3. PROGRAMA DE NOÇÕES BÁSICAS DE MEDICINA Além do conhecimento da Medicina e do Direito, exige-se o concurso
de outras ciências afins para se firmar com mais precisão o resultado
LEGAL desejado, esclarecer coerentemente o raciocínio e exercer com facilidade a
3.1. Perícias e Peritos. dialética.
3.1.1. Documentos médico-legais.
3.1.2. Quesitos oficiais. Hélio Gomes asseverava que “não basta um médico ser simplesmente
um médico para que se julgue apto a realizar perícias, como não basta a
3.1.3. Perícias médicas.
um médico ser simplesmente médico para que faça intervenções cirúrgicas.
3.1.4. Legislação sobre perícias médico-legais. São necessários estudos mais acurados, treino adequado, aquisição paula-
tina da técnica e da disciplina. Nenhum médico, embora eminente, está
3.2. Traumatologia Médico-legal. apto a ser perito pelo simples fato de ser médico. É-lhe indispensável
3.2.1. Lesões corporais sob o ponto de vista jurídico. educação médico-legal, conhecimento da legislação que rege a matéria,
3.2.2. Energias de Ordem Mecânica. noção clara da maneira como deverá responder aos quesitos, prática na
3.2.3. Energias de Ordem Química, cáusticos e venenos, embria- redação dos laudos periciais. Sem estes conhecimentos puramente médi-
guez, toxicomanias. co-legais, toda a sua sabedoria será improfícua e perigosa.”
3.2.4. Energias de Ordem Física: Efeitos da temperatura, eletricida- O perito médico-legal, algumas vezes, é transformado em verdadeiro
de, pressão atmosférica, radiações, luz e som. juiz de fato, cuja palavra é decisiva ou ponderável em decisões judiciais.
3.2.5. Energias de Ordem Físico-Química: Asfixias em geral. Asfixi-
Tourdes chegou a afirmar que “os médicos resolvem as questões e os
as em espécie: por gases irrespiráveis, por monóxido de carbono, juízes decidem as soluções” e que “sua importância resulta da própria
por sufocação direta, por sufocação indireta, por afogamento, por gravidade dos interesses que lhes são confiados , não sendo exagerado
enforcamento, por estrangulamento, por esganadura, por soterra- dizer que a honra, a liberdade e até a vida dos cidadãos podem depender
mento e por confinamento. de suas decisões “. Hélio Gomes ainda sentenciava que o “laudo pericial,
muitas vezes, é o prefácio de uma sentença”. A missão do perito é a de um
3.3. Tanatologia Médico-legal. verdadeiro juiz de fato.
3.3.1. Tanatognose e cronotanatognose. A Medicina Legal não se preocupa apenas com o indivíduo enquanto
3.3.2. Fenômenos cadavéricos. vivo. Alcança-o ainda quando ovo e pode vasculhá-lo na escuridão da
3.3.3. Necropsia, necroscopia. sepultura. É muito mais uma ciência social do que propriamente um capítu-
3.3.4. Exumação. lo da Medicina, devido à sua preocupação no estudo das mais diversas
3.3.5. "Causa mortis". formas da convivência humana.
3.3.6. Morte natural e morte violenta. Investiga os conceitos mais gerais e comuns a todas as disciplinas
médicas e expõe comparativamente, para além do âmbito local, as diferen-
3.4. Sexologia Médico-legal. tes conceituações da Medicina. Isto quer dizer que, ao mesmo tempo que a
3.4.1. Crimes contra a dignidade sexual e provas periciais. Medicina Legal procura estruturar uma conceituação das atividades médi-
3.4.2. Aborto e infanticídio. cas, aplicáveis a cada sociedade – levando-se em conta os diversos fatores
que influenciam na ordem jurídica e social de uma comunidade - , ela
3.1. Perícias e Peritos. transpõe essas fronteiras, procurando criar normas gerais de conduta,
3.1.1. Documentos médico-legais. numa conceituação universalística do homem.
3.1.2. Quesitos oficiais. Seus cultores quase não servem mais à Medicina. São servidores da
3.1.3. Perícias médicas. Justiça. Por isso, formam, hoje em dia, uma verdadeira magistratura médi-
3.1.4. Legislação sobre perícias médico-legais. co-social, onde prestam relevados trabalhos à comunidade.
Uma criança trocada em uma maternidade, um pai que nega a paterni-
dade, um casamento malsucedido por doença grave e incurável, um aci-
A Medicina Legal é uma ciência de largas proporções e de extraordiná- dente de trabalho ou uma doença profissional têm nesta ciência uma ajuda
ria importância no conjunto de interesses da coletividade, porque ela existe indispensável. Do mesmo modo, uma marca de dentada, um fio de cabelo,
e se exercita em razão das necessidades de ordem pública e social. um dente cariado ou um restaurado, uma impressão digital, uma mancha
Não chega a ser propriamente uma especialidade, pois aplica o conhe- de sangue ou pequenos fragmentos de pele sobre as unhas de um suspei-
cimento dos diversos ramos da Medicina às solicitações do Direito. Mas to, que à primeira vista não mostram nenhuma importância, são subsídios
pode-se dizer que é Ciência e Arte ao mesmo tempo. É Ciência porque por sós capazes de ajudar a desvendar o mais misterioso e indecifrável
sistematiza suas técnicas e seus métodos para um objetivo determinado, crime.
exclusivamente seu, sem com isso formar uma consciência restrita nem Pelo visto, a Medicina Legal é uma disciplina eminentemente jurídica,
uma tendência especializada, mas exigindo uma cultura maior e conheci- mesmo que ela tenha seus subsídios trazidos da Medicina e das outras
mentos mais abrangentes do que em qualquer outro ramo da Medicina. ciências biológicas. Ela subsiste em face da existência e das necessidades
E é Arte também porque, mesmo aplicando técnicas e métodos muito do Direito. E muito se realçará à medida que mais solicitem e mais exijam
exatos em busca de uma verdade reclamada, procura surpreender valores as ciências jurídico-sociais.
que a outros facultativos podem passar sem reparo e colocando sua inter- Por outro lado, não há caminho mais espinhoso do que o trilhado pelos
pretação numa seqüência lógica ante o resultado dramático da visão obstinados dessa ciência. Não há vocação maior que a inclinação ás perí-
violenta . Tudo isso sujeitado à ciência – uma arte forçosamente científica. cias médico-forenses, onde a rocha, muitas vezes, é cavada com as mãos
Aqui não se pode dizer que seja uma arte voltada para produção de efeitos e o seu trabalho se perde no anonimato e no silêncio, pois que dele tomam
estéticos, nem a manifestação fantástica e ilusória que o virtuosismo conhecimento apenas as autoridades policial-judiciárias.
espiritual aspira, mas uma arte estritamente objetiva e racional, capaz de
colocar o analista diante de uma concepção precisa e coerente. É uma ciência curiosa, vivaz, apaixonante, e por vezes, espetacular,
que cativa e seduz aqueles que por ela começam a se interessar.
Hoje, mais do que nunca, a Medicina Legal se apresenta como uma
contribuição da mais alta valia e de proveito irrecusável. É uma disciplina de Importância do estudo da Medicina Legal
amplas possibilidades e de profunda dimensão pelo fato de não se resumir O Direito moderno não pode deixar de aceitar a contribuição cada vez
apenas ao estudo da ciência hipócrita, mas de se constituir da soma de mais íntima da ciência, e o magistrado não deve desprezar o conhecimento
todas as especialidades médicas acrescidas de fragmentos de outras dos técnicos, pois só assim é possível a aproximação da verdade que se
ciências acessórias destacando-se entre elas a ciência do Direito. quer apurar. Não é nenhum exagero afirmar que é inconcebível uma boa

Medicina Legal 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
justiça sem a contribuição da Medicina Legal, cristalizando-se a idéia de coreografia do autor e da vítima. Esse é o grande desafio aos novos magis-
que a Justiça não se limita ao conhecimento da Lei. trados: além do conhecimento humanístico e jurídico, uma sensibilidade
Por outro lado, muitos têm pensado que basta ser um bom médico pa- cúmplice na apreciação quantitativa e qualitativa da prova. Diga-se mais:
ra desempenhar bem e fielmente as funções periciais. É puro engano. A não deve o juiz ficar sozinho no cumprimento e nas exigências dessa nova
Medicina Legal requer conhecimentos especiais e trata de assuntos exclu- ordem. Intime-se também uma contribuição mais efetiva e mais imediata do
sivamente seus, como, por exemplo, o infanticídio, a asfixia mecânica e a Ministério Público.
identificação médico-legal. Exige de quem a exerce conhecimentos jurídi- O advogado, na sua atividade liberal, também necessita muito destes
cos que só podem ser assimilados com a atividade pericial ante os tribunais conhecimentos no curso das soluções dos casos de interesse dos seus
no trato das questões médicas de interesse da Lei. representados.
É mero engano também acreditar que a Medicina Legal seja apenas Os médicos também carecem de conhecimentos do Direito Médico, no
aplicada aos casos particulares dos conhecimentos gerais que constituem estudo da Jurisprudência Médica, tão imprescindíveis à sua vida profissio-
os diversos capítulos da medicina. É necessário saber distinguir o certo do nal, e, ainda, de uma consciência pericial nos casos em que haja um inte-
duvidoso, explicar clara e precisamente os fatos para uma conclusão resse da Justiça na apreciação de um fato inerente à vida e à saúde do
acertada, não omitindo detalhes que, para o médico geral, não tem nenhum homem.
valor, mas que, na Medicina legal, assumem importância muitas vezes Levando em conta as sutilezas das questões médico-legais em que o
transcendente. perito é chamado a intervir, dizia Alcântara Machado: "Tão freqüentes e
Para o juiz, é indispensável o seu estudo, a fim de que possa apreciar difíceis e relevantes são elas, que fizeram surgir a Medicina legal como
melhor a verdade num critério exato, analisando os informes periciais e ramo distinto dos outros ramos de conhecimentos, e a prática médico-legal
adquirindo uma consciência dos fatos que constituem o problema jurídico. como arte distinta da clínica".
Talvez seja essa a mais fundamental missão da perícia médico-legal: Isso não quer dizer que esta Ciência tenha apenas o caráter prático, in-
orientar e iluminar a consciência do magistrado. formativo, pericial. Hoje, a Medicina Legal moderna, além de contribuir
Muitas vezes, a liberdade, a honra e a vida de um indivíduo estão su- nesse sentido, ainda ajusta o pensamento do doutrinador e complementa
bordinadas ao esclarecimento de um fato médico-legal que se oferece sob as razões do legislador nos fatos de interpretação médica e biológica.
os mais diversos aspectos. Simplesmente "relatar em juízo", conforme definiu Ambroise Paré, é muito
Se o juiz não juiz não possui uma cultura médico-legal razoável, pode- pouco, porque isso qualquer um faz, bastando ter experiência e bom senso.
rá apreciar esses efeitos erroneamente, conduzindo a um erro judicial, um A Medicina Legal também contribui com precisão e eficiência às necessida-
dos mais graves problemas da administração da justiça, transformando a des gerais do Direito, transcendendo assim ao simples caráter informativo.
sentença numa tragédia. Onde não há uma verdadeira contribuição da Medicina Legal, fica a
Argumenta-se que a falta de conhecimentos médico-legais do juiz nos Polícia Judiciária à mercê da boa vontade de um ou de outro médico, nos
fatos de implicação médica será suprida pelo perito. Mas nem sempre os hospitais, maternidades ou clínicas privadas, para a aquisição de um relató-
informes periciais correspondem à verdade dos fatos ou procedem de rio médico-pericial a fim de esclarecer um fato médico de interesse da Lei.
pessoas capacitadas, traduzindo, portanto, graves contradições ou pontos Será uma Polícia Judiciária desaparelhada, incapaz de atender a um míni-
de vista menos aceitáveis. Exige, desse modo, do aplicador da lei, o co- mo necessário para o cumprimento de sua alta e nobre missão: a de ajudar
nhecimento da Medicina Legal para emitir sempre pareceres concisos e a Justiça quando da apuração dos mais complexos problemas que interes-
racionais. sam ao administrador dos tribunais. Cada vez que crescem as necessida-
des da Justiça, maiores são as possibilidades da ciência médico-legal, pois
Com a reforma do Código Penal, instituída pelo Decreto-Lei nº 1.004, dia a dia ganha mais impulso e mais perfeição, sendo hoje um instrumento
de 21 de outubro de 1969, e com a reforma da Lei nº 6.016, de 21 de indispensável em toda investigação que exija o crescimento de um fato
dezembro de 1973, o juiz, além dos conhecimentos próprios de sua forma- médico.
ção jurídica, necessita, agora, adicionar outros de natureza sócio-política e
legispericial. Por fim, entender que mesmo sendo a Medicina Legal uma só, no seu
conceito e na sua concepção prática, deve-se aplicar uma metodologia de
Sobre o assunto, assim se reportou Virgílio Donnice: "A grande novi- ensino diferente quando ministrada nos cursos de Medicina ou de Direito.
dade, porém, é a dos criminosos habituais ou por tendência, com a aplica- Em Medicina, enfatizar a Medicina Legal Judiciária ou Pericial, tendo em
ção da pena indeterminada, e a reincidência, que não ocorrerá se, depois conta o projeto de formação de um perito. Em Direito, a ênfase à Medicina
de uma sentença condenatória, cumprida ou extinta, decorrer período de legal Doutrinária, como forma de subsidiar e complementar o direito positivo
tempo superior a cinco anos, sendo excluídos, para efeito da reincidência, ou de propiciar meios para análise dos relatórios legispericiais.
os crimes puramente militares e políticos. Para a ampliação da pena, o juiz
terá, obrigatoriamente, de possuir uma especialização penal e criminológi- Fonte: http://www.mentalhealth.com.br/legislacao/medicinaleg.htm#i7
ca. Pelo Código de 1940, o art. 42 continha diretrizes abstratas, ao contrá-
rio das que se encontram no novo, que determinam ao juiz, na sentença, PERITOS E PERÍCIAS
expressamente referir os fundamentos da medida da pena, apreciando a
gravidade do crime praticado, a maior ou menor extensão do dano ou - o exame de interesse judiciário, relatado em juízo, é a PERÍCIA e o exa-
perigo do dano, os meios empregados, o modo de execução, os motivos minador que a produziu é o PERITO.
determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes do réu
e sua atitude de insensibilidade , indiferença ou arrependimento após o PERITOS
crime, levando-se em em consideração, também, na fixação da pena de
multa, a situação econômica do condenado. É um dispositivo que obrigará - conceito: são pessoas técnicas, profissionais e especialistas que, a servi-
o juiz, além da competência jurídico-penal e criminológica, a demonstrar ço da Justiça, mediante compromisso, esclarecem a respeito de assuntos
uma sensibilidade apurada, fazendo-o participar de todo o processo e muito próprios de suas profissões, emprestando o caráter técnico-científico.
especialmente, do interrogatório do acusado, fase processual que terá
grande importância." - classificação:
Assim, mais do que nunca necessitará a autoridade judiciária de ele- - oficiais - são profissionais que realizam as perícias ?em função de ofício?;
mentos de convicção quando apreciar a prova. Determina o art. 59 do trata-se de funcionário de repartição oficial, cuja atribuição precípua é
Código Penal vigente não apenas que o juiz examine o criminoso, mas exatamente a prática pericial; tal é a situação dos médicos do IML, do
ainda as condições que motivaram sua ação anti-social e os mecanismos Manicômio Judiciário etc.
utilizados na sua execução. Em suma, não só a análise da gravidade do
crime praticado, nos motivos, nas circunstâncias e na intensidade do dolo - nomeados (ou louvados) ? em certas ocasiões, contudo, as autoridades
ou da culpa, mas a sua forma de indiferença e insensibilidade, a existência, judiciárias irão se servir de peritos não oficiais; pode se tratar de exame
a qualidade e a quantidade do dano, os meios empregados, o modo de para o qual a organização pública não disponha de serviço próprio, ou de
execução e, até se possível, a idéia bem aproximada da complexa e aflitiva localidade onde não há ainda repartição adequada ou, ainda, de assunto
Medicina Legal 2 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
novo e controvertido, a cujo respeito o Judiciário necessite de opinião de mais especializados, funcionando também como órgãos de consultas dos
alto nível científico; o juiz, então se socorrerá de profissionais que lhe próprios peritos. São normalmente, compostos por autoridades indiscutíveis
mereçam confiança; trata-se, agora, do ?louvado? ou ?nomeado?. em Medicina Legal e representados por professores de Medicina Legal,
diretores de Institutos Médico-Legais, professores de Psiquiatria, diretor do
- assistentes técnicos ? em questão cível, admite-se ainda a designação de Manicômio Judiciário e por um membro do Ministério Público indicado pela
?assistente técnico?, que são profissionais de confiança das partes em Secretaria de Justiça.
litígio, para acompanhar os exames realizados pelo perito do juízo onde
tramita o processo, do qual poderão divergir; se houver divergência entre o Perícia Médico-Legal
perito e os assistentes técnicos, cada qual escreverá o laudo em separado, Perícia médico-legal é um conjunto de procedimentos médicos e téc-
dando as razões em que se fundar. nicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da
Justiça. Ou, como um ato pelo qual a autoridade procura conhecer, por
* ocorrendo à nomeação de peritos não oficiais e mesmo de assistentes meios técnicos e científicos, a existência ou não de certos acontecimentos,
técnicos, estes poderão ter honorários, os quais são arbitrados pelo juiz, capazes de interferir na decisão de uma questão. É toda sindicância
após pedido do perito diretamente a ele; os peritos que faltarem com a promovida por autoridade policial ou judiciária, acompanhada de exame
verdade, respondem penal e civilmente por dolo ou culpa (art. 147 do CPC em que pela sua natureza, os peritos são ou devem ser médicos.
e 342 do CP).
Tais perícias são realizadas nas instituições médico-legais ou por mé-
PERÍCIAS dicos nomeados pela autoridade que estiver á frente do inquérito. São
efetuados para qualquer domínio do Direito, sendo no foro criminal onde
- conceito: é o documento elaborado por perito e que passa a fazer parte elas são mais constantes, podendo, no entanto, servirem aos interesses
integrante do processo, mas é apenas peça informativa. civis, administrativos, trabalhistas, previdenciários, comerciais, entre outros.
Podem ser realizados nos vivos, nos cadáveres, nos esqueletos, nos
- classificação: animais e nos objetos. Para o nosso enfoque Neuropsiquiátrico Forense,
nos interessa os exames efetuados nos vivos, em respostas ao Exame de
- direta - é a realizada pelo perito em contato direto com a pessoa ou mate- Corpo de Delito (AECD) visando o diagnóstico de lesões corporais, deter-
rial submetido a exame. minação de idade,de sexo e de grupos racial; diagnóstico de gravidez parto
e puerpério; diagnóstico de conjunção carnal ou atos libidinosos em casos
- indireta - é realizada pelo perito, levando-se em consideração dados de crimes sexuais; estudo de determinação de doenças venéreas ou de
fornecidos anteriormente sobre o fato. moléstia graves; diagnóstico de doenças ou perturbações graves que
interessam ao no estudo do casamento, da separação e do divórcio, de-
- contraditória - é aquela em que há conclusões diversas a respeito da terminação do aborto e etc. O verdadeiro destino da perícia é informar e
mesma matéria em exame; em matéria civil, o juiz pode determinar nova fundamentar de maneira objetiva todos os elementos consistentes do
perícia (art. 437, CPC) ou prolatar a decisão (art. 436, CPC); em matéria corpo de delito e, se possível, aproximar-se de uma provável autoria. Não
penal, o juiz pode determinar que ambos os peritos ofereçam suas respos- existe outra forma de avaliar retrospectivamente um fato de interesse
tas, ou cada qual oferecerá laudo separadamente e determina que haja um judicial que não seja através do seu conjunto probante. A missão da perícia
terceiro perito, porém se acontecer divergências deste, determinará novo é informar. Visum et repertum – visto e referido, eis a questão.
exame a outros dois peritos (art. 180, CPP) ou, ainda, acatar, ao julgar, o http://www.cantodoescritor.com.br/
que achar conveniente para o processo (art. 182, CPP). (LUXJUS)
Documentos legais
Peritos É toda informação escrita, fornecida por um médico, em que relata ma-
Peritos são pessoas qualificadas ou experientes em certos assuntos, a téria médica de interesse jurídico médico-legal; ele pode ser resultante de
quem incumbe a tarefa de esclarecer um fato de interesse da Justiça quan- pedido da pessoa interessada (atestados / pareceres médico-legais) ou
do solicitadas. Qualquer pessoa poderá ser convocado para este fim, fruto do cumprimento de encargo deferido pela autoridade competente
desde que seja nele reconhecida uma certa capacitação para tal mister. O (relatórios).
ideal nas perícias médico-legais seria o concurso de um médico legista, Na missão de informar às autoridades, o médico produz documentos
como normalmente ocorrem nas capitais brasileiras e principais cidades, que apresentam uma configuração que varia conforme a situação e a sua
porem pode ser requisitado um médico de qualquer especialidade ou finalidade. São os chamados documentos médico-legais, e, assim eles são
apenas uma pessoa com certa experiência na matéria, que será denomina- instrumentos escritos ou orais, tecnicamente elaborados, em atenção a
do perito leigo. solicitação da autoridade competente.
A atuação do perito far-se-á em qualquer fase do processo ou mesmo Notificação É uma comunicação obrigatória, feita pelo médico às auto-
após a sentença, em situações especiais. ridades competentes de um fato profissional, por necessidade social ou
A autoridade que preside o inquérito poderá nomear, nas causas crimi- sanitária, como acidentes de trabalho, doenças infecto-contagiosas, a
nais, dois peritos, um relator eu revisor. Em se tratando de peritos não morte encefálica à autoridade pública, quando em instituição de saúde
oficiais, assinarão estes um termo de compromisso cuja aceitação é obriga- pública ou privada, conforme a Lei 8.489, de 18 de
tória como um “compromisso formal de bem e fielmente desempenharem Atestado: É uma simples declaração de matéria médica, de conse-
e descobrirem e o que em suas consciências entenderem”. Terão um qüências jurídicas, prestada por pessoa legal e profissionalmente qualifica-
prazo de 5 dias prorrogável razoavelmente, conforme dispõe o parágrafo da. É o documento mais elementar e resume-se na “declaração pura e
único do artigo 160 do Código de Processo Penal. Apenas em casos de simples, por escrito, de um fato médico e suas conseqüências”.
suspeição comprovada ou de impedimento é que se eximem os peritos da
aceitação. É uma declaração sucinta das conseqüências de um fato médico que
implicam providências administrativas, judiciárias ou oficiosas, relacionadas
Quando os dois peritos não chegam, no crime, a um ponto de vista com o cliente. Nas palavras de Souza Lima, é a afirmação simples e por
comum,cada qual fará à parte seu próprio relatório, chamando-se a isso de escrito de um fato médico e suas possíveis conseqüências. Somente os
perícia contraditória. Mesmo assim, o juiz, que é o peritus peritorum [1], atestados que interessam à Justiça constituem documentos médico-legais.
aceitará a perícia por inteiro ou em parte, ou não aceitará em todo, pois
dessa forma determina o parágrafo único do artigo 181 do Código de Pro- Finalidade
cesso Penal, facultando-lhe nomear outros peritos para novo exame.
ADMINISTRATIVA, quando são exigidos pelas autoridades administra-
Para que a Justiça não fique sempre na dependência direta de um ou tivas (servidor público); para efeitos de licenças, aposentadorias ou abono
outro perito, existem os Conselhos Médico-Legais, espécie de corte de de faltas
apelação pericial cujos objetivos são a emissão de pareceres médico-legais

Medicina Legal 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
JUDICIÁRIA, são atestados requisitados por solicitação da administra-
ção da Justiça; Classificação:
OFICIOSO, são atestados solicitados por qualquer pessoa, quando fa- Levando-se em conta sua destinação, a Medicina Legal pode ser clas-
zem provas ou justificativas mais simples, como na ausência às aulas ou às sificada em histórica, profissional ou didática. Esta classificação ou divisão
provas. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAJsoAK/medicina-legal é feita para facilitar o estudo dos diversos ramos desta complexa atividade.
- Medicina Legal Histórica: dividida em Pericial, Legislativa, Doutrinária
I - INTRODUÇÃO e Filosófica
- Medicina Legal Profissional: Pericial, Criminalísticas e Antropologia
O Direito Processual Penal tem como meta o reconhecimento e o es- Médico-Legal
tabelecimento de uma verdade jurídica e tal fim se alcança por meio das - Medicina Legal Didática: Geral e Especial
provas que se produzem e se valoram segundo as normas prescritas em
lei. A finalidade da prova é formar a convicção do Juiz sobre os elementos A Medicina Legal Especial é a que apresenta uma subdivisão maior, a
necessários para a decisão da causa. saber:
-Antropologia médico-legal: estuda a identidade e a identificação médi-
Para tanto, o magistrado se vale dos documentos médico-legais, que co-legal e judiciária
são instrumentos escritos ou simples exposições verbais mediante os quais -Traumatologia médico-legal: trata das lesões corporais sob o ponto de
o médico fornece esclarecimentos à justiça. Dentre estes cite-se : atesta- vista jurídico
do, laudo, parecer, auto, relatório, etc. e cada um deles possui característi- -Sexologia médico-legal: vê a sexualidade do ponto de vista normal,
cas diferentes, tanto do ponto de vista médico como jurídico, e serve à anormal e criminoso
finalidade também diversificada. -Traumatologia médico-legal: cuida da morte e do morto
-Toxicologia médico-legal: estuda os cáusticos e venenos
A Medicina Legal é uma ciência de largas proporções e importância -Asfixiologia médico-legal: detalha aspectos da asfixia
nos interesses da comunidade, porque existe e se exercita em razão das -Psicologia médico-legal: analisa o psiquismo normal e as causas que
necessidades de ordem pública e social. É uma disciplina de amplas possi- podem deformar a capacidade de entendimento da testemunha, da confis-
bilidades e de profunda dimensão, porque não se resume ao estudo da são, do delinquente e da vítima
Medicina, mas de se constituir na soma de todas as especialidades médi- -Psiquiatria médico-legal: estuda transtornos mentais e problemas da
cas acrescidas de fragmentos de outras ciências acessórias, destacando o capacidade civil, do ponto de vista médico-forense .
Direito. É difícil definir com precisão o a Medicina Legal. Cada especialista -Criminalísticas: investiga tecnicamente os indícios materiais do crime
costuma defini-la da maneira como entende sua prática,, sua contribuição e -Criminologia: preocupa-se com aspectos da criminogênese, do crimi-
importância. Vejamos a palavra de alguns dos maiores especialistas em noso da vitima e do ambiente
Medicina Legal: "É a Medicina considerada com suas relações com a -Infortunística: estuda os acidentes e doenças de trabalho
existência das leis e a administração da Justiça" (Adelon). -Genética médico-legal: especifica questões voltadas ao vínculo gené-
"A aplicação dos conhecimentos médicos nos casos de procedimento tico
civil e criminal eu possam ilustrar"(Marc). -Vitiologia: trata da vítima como elemento inseparável na justificativa
"É a ciência do médico aplicada aos fins da ciência do Direito" (Buch- dos delitos.
ner).
"A aplicação do conhecimento médico-cirúrgico à legislação" (Peyró e DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS
Rodrigo).
"A ciência que ensina, através dos conhecimentos naturais, maneiras O fornecimento de informação escrita, por um médico, por qualquer ra-
de auxiliar a Justiça a descobrir a verdade" (Schermeyer). zão, em que matéria médica de interesse jurídico é relatada, trata-se de um
"Disciplina que utiliza a totalidade das ciências médicas para dar res- documento médico-legal. É evidente que se trata de profissional habilitado,
postas às questões judiciais" (Bonnet). na forma da legislação vigente, e que tenha praticado ato médico específi-
co.
II - HISTÓRICO
Sobre a matéria, o art. 312 do CP determina que é vedado exercer, a-
Embora seja comprovada a participação médica em processos judici- inda que a título gratuito, a profissão de médico, de dentista ou de farma-
ais, os antigos não conheciam a Medicina Legal como ciência. Numa Pom- cêutico, sem autorização legal, ou excedendo-lhe os limites. Ainda, o seu
pílio, em Roma, ordenou o exame médico na morte das grávidas./ Adriano art. 314 prevê como prática ilícita exercer o curandeirismo, seja, prescre-
e Justiniano utilizaram-se dos conhecimentos médicos para esclarecer fatos vendo ou aplicando, habitualmente, qualquer substância, seja usando
de interesse da Justiça. Somente com a legislação de 1209, por um decreto gestos, palavras, ou qualquer outro meio, ou ainda fazendo diagnósticos.
de Inocêncio III iniciou-se a perícia médica.,Gregório IX, em 1234, exigia a
opinião médica para distinguir dentre os ferimentos, aquele considerado A Lei 3.268, de 1957 estabelece claramente em seu art. 17 que os mé-
mortal e até no cancelamento de casamentos, caso houvessem suspeitas dicos só poderão exercer legalmente a medicina, em qualquer de seus
comprovadas de sexo entre os noivos antes da cerimônia. ramos ou especialidades, após o prévio registro de seus títulos, diplomas,
certificados ou cartas no Ministério de Educação e Cultura e de sua inscri-
O início da Medicina Legal prática foi na Itália, em 1525. Foi no séc. ção no Conselho Regional, sob cuja jurisdição se acha o local de sua
XVI que a Medicina Legal teve sua contribuição reconhecida, quando atividade.
começou a ser exigida a presença dos peritos na avaliação dos diversos
tipos de delitos. Em 1521, quando o Papa Leão X morreu com suspeita de O documento médico-legal pode ser resultado do pedido de pessoa in-
envenenamento, seu corpo foi necropsiado. teressada (atestado ou parecer) ou fruto de cumprimento de encargo defe-
rido pela autoridade competente (laudos). Os documentos médico-legais
Ambroise Paré é considerado o pai da Medicina Legal, porque lançou o são instrumentos escritos ou simples exposições verbais mediante os quais
primeiro tratado de Medicina Legal, em 1575. Nos séculos seguintes, mais o médico fornece esclarecimentos à justiça.
avanços acontecem, principalmente nas áreas de toxicologia, e psiquiatria
médico-legal. Em diversas partes da Europa, pesquisadores na França, A perícia em geral é o exame procedido por pessoa que tenha determi-
Rússia, Espanha, Itália avançavam nos estudos. nados conhecimentos técnicos, científicos, artísticos ou práticos acerca de
fatos, circunstâncias ou condições pessoais inerentes ao fato punível, a fim
No Brasil, a Medicina Legal francesa foi decisiva. Hoje, a escola portu- de comprová-los. Pode ser também o trabalho técnico para elucidação de
guesa também fornece importante contribuição, através das obras de problemas de várias naturezas.
diversos autores.Inúmeros são os nomes de pesquisadores e cientistas que
v6em desenvolvendo a Medicina Legal até nossos dias.

Medicina Legal 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O perito está investido do múnus público de auxiliar técnico do Juiz, responder a quesitos. Entretanto, os “autos de exame necroscópico” do
conforme trata a legislação pátria. A perícia não prova e sim ilumina a Instituto Médico Legal são fornecidos a posteriori, por escrito e respon-
prova. Esta é mais que um meio de prova pois representa um elemento dendo a quesitos, o que seria próprio de laudo. Verifica-se que as diferen-
subsidiário para a sua valorização ou para a solução de uma dúvida. Este ças estão desaparecendo e os dois termos chegam a se confundir no uso
profissional é o técnico que, designado pela justiça, recebe o encargo de diário. O auto é ditado ao escrivão e o laudo redigido de próprio punho pelo
prestar esclarecimentos no processo. perito.

Classificação e Características dos Documentos Médico-legais Laudos em Geral


Os laudos são relatórios escritos e pormenorizados de tudo o quanto
Em medicina legal, reconhecemos três tipos de documentos: o atesta- os peritos julgarem útil informar à autoridade judiciária. O relatório é a
do, os relatórios (auto e laudo) e os pareceres. Cada um deles possui descrição minuciosa de um fato médico e suas consequências, composto
características diferentes, tanto do ponto de vista médico como jurídico, e das seguintes partes :preâmbulo, histórico, descrição, discussão, conclusão
serve à finalidade também diversificada. e resposta aos quesitos. Para sua elaboração bem cuidada deve-se obser-
var o seguinte roteiro:
Atestados - preâmbulo: no âmbito do qual, inicialmente, o perito se qualifica (se se
tratar de repartição oficial, esta medida é dispensável). Indicará qual a
Os atestados apresentam particularidades conforme o caso a que se autoridade que lhe atribuiu o encargo pericial e, sempre que possível, o
destinam. O atestado é uma afirmação simples e por escrito de um fato processo a que está vinculado.
médico e suas consequências. O auto é o relatório ditado ao escrivão e o -histórico e antecedentes
laudo é o relatório redigido pelo próprio perito. -descrição que se consubstancia na parte mais importante do laudo pe-
las seguintes razões:
Atestado Clínico pode ser que o perito esteja lidando com matéria perecível e, por isso,
Não há maior formalidade para sua obtenção, basta que o interessado se não fizer um convincente registro, depois lhe faltará outra oportunidade;
o solicite a profissional competente e que tenha praticado o correspondente -a descrição lida com “matéria de fato”, isto é, resulta do que pode ser
procedimento médico. Assim, os pré-requisitos são poucos: solicitação do efetivamente observado e deve ser tão cuidadosa a ponto de não ensejar
interessado, profissional em exercício regular da profissão e prática do ato jamais divergências com outros examinadores; este registro servirá de base
médico motivador do atestado. O documento porém, já apresenta maior às mais importantes conclusões, que certamente implicarão consequências
complexidade em sua feitura, sendo composto de várias partes e contendo jurídicas. A descrição é o fundamento de tudo que se analisa no laudo.
vários elementos: precisa ser feito em papel timbrado, com o nome do -a discussão e a conclusão são feitas com base no observado e regis-
médico, seu endereço profissional e seu número de registro no Conselho; trado, passa-se a uma análise cuidadosa e pormenorizada da matéria. É
deve conter, além da qualificação do atestante, os elementos identificado- evidente que quanto mais capaz e experimentado for o perito, tanto mais
res da pessoa, registrar de modo sucinto a matéria médica, excluindo o aprofundada e pertinente a sua “discussão“. Esta parte do laudo, que pode
diagnóstico, por motivo de sigilo profissional; as consequências práticas e conter citações e transcrições, serve mesmo para se avaliar o nível cultural
legais decorrentes da matéria médica; data e assinatura do profissional e científico do relator. É também neste capítulo do laudo que mais prova-
atestante. velmente ocorrerão as divergências, a gerar a “perícia contraditória”. A
“conclusão” deve ser decorrência lógica e inevitável do raciocínio desenvol-
Atestado para Internação Compulsória vida na “discussão”. A ela o leitor deve ser levado de modo imperceptível,
Por vezes, o atestado se destina a fins tão específicos que hão de se mas inexorável.
revestir de outras particularidades. Assim é que, em se tratando de doen- -quesitos e respostas: os quesitos serão transcritos e receberão pronta
ças infecto-contagiosas que põem em risco a saúde da população em e sucinta resposta. Devemos encontrar nesta parte do laudo uma verdadei-
geral, não se pratica o sigilo profissional em relação aos portadores de tais ra síntese de tudo que ficou registrado, analisado e concluído no texto
doenças. O médico deve denunciar a autoridade pública doença cuja precedente.
notificação é compulsória.
Corpo de Delito
Atestado para fins Previdenciários e Similares
Em infortunística ocorre uma situação curiosa: o paciente solicita um O exame de corpo de delito direto é aquele realizado por perito para
atestado médico para obtenção de benefício securitário e o vê rejeitado provar a materialidade do crime. O exame de corpo de delito indireto é
pelo INSS por não conter o diagnóstico. Retorna ele ao profissional que, aquele instrumento utilizado para provar a materialidade do crime por meio
por sua vez, invoca o sigilo profissional. Como resolver a situação? Fácil. O de prova testemunhal e ficha de registro médico . No Direito Processual
profissional utilizará a Classificação Internacional de Doenças (CID) publi- Penal, os exames periciais são de natureza variada , quais sejam, de
cada pela OMS. sanidade mental, dos instrumentos do crime, dentre outros. Mas de todas
as perícias, o mais importante é o corpo de delito, que é o conjunto de
Atestado de Óbito elementos sensíveis do fato criminoso, ou seja, o conjunto de vestígios
O atestado de óbito é passado por médico e em impresso especial on- materiais deixados pelo crime. Nas infrações criminais que deixam vestí-
de fica registrado o nome do falecido, o dia, a hora e o local do óbito, o gios, é necessário o exame de corpo de delito, isto é, a comprovação dos
domicílio do morto, sua filiação, idade, sexo, estado civil, nacionalidade, vestígios materiais por ela deixados torna-se indispensável, sob pena de
naturalidade, profissão, bem como registrará a doença ou doenças de que não se receberem a queixa ou a denúncia (art. 158 e art. 525, CPP). O
era portador e a causa da morte. Depois de datar e assinar, registrará seu legislador quis ser bastante prudente, pois mesmo com a obrigatoriedade
endereço profissional e encaminhará, pelos parentes do falecido, ao cartó- deste exame, ainda assim muitos erros judiciários têm sido cometidos. O
rio civil, para registro. Deve-se ressaltar que se o médico não teve oportuni- Juiz poderá proferir sentença sem o auto de corpo de delito direto, desde
dade de examinar ou assistir previamente ao morto não poderá atestar seu que haja prova testemunhal a respeito da materialidade delitiva, que se
óbito. A declaração de óbito comprova o óbito, os fatos relacionados e trata de prova meramente supletiva, uma vez que foi verificada a impossibi-
subsidia dados para a saúde pública. lidade do exame direto por terem desaparecidos os vestígios.

Auto e Laudo Verifica-se que os exames de corpo de delito e as outras perícias são,
em regra, feitos por peritos oficiais, e na sua ausência o exame poderá ser
Conceitualmente há diferenças entre auto e laudo, na prática porém, feito por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior,
estas diferenças tendem a desaparecer. Exemplo típico de auto é o cha- escolhidas de preferência as que tiverem habilitação técnica, relacionada à
mado “auto de corpo de delito”. A vítima dirige-se ao plantão do Pronto natureza do exame. Os peritos não oficiais devem prestar o compromisso
Socorro Oficial e, ao ser atendida, já se abre o inquérito. Além do médico de bem e fielmente desempenhar o cargo (art. 159 CPP). Observe-se as
clínico, ali se encontra o legista, que dita ao escrivão suas observações partes não podem indicar perito, sendo procedimento privativo da autorida-
médico-legais. Faz-se, assim, simples relatório imediato, ditado e sem de policial ou judicial (art. 278 CPP). A iniciativa da perícia cabe tanto às

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partes quanto às autoridades (inciso VII do art. 6º CPP). No nosso direito Depoimento Oral
prevalece o princípio liberatório, por meio do qual o Juiz tem inteira liberda- O depoimento oral é o esclarecimentos oral prestado pelo perito.
de de aceitar ou rejeitar o laudo pericial, no todo ou em parte, tendo em
vista o sistema do livre convencimento (art. 182 CPP). Determinada a Fotografia
realização da perícia, seja a requerimento da parte, seja de ofício, quesitos A fotografia é extremamente importante na investigação de um crime.
deverão ser formulados com clareza e nunca articulados de forma genérica, É o modo de identificação de ambiente e das vítimas, além de servir como
nos termos do art. 176 CPP. Os peritos nomeados estão obrigados a acei- prova e oferecer pistas que podem levar ao criminoso e à descoberta de
tar o encargo e descreverão minuciosamente o que examinaram e respon- como foi cometido o crime. É um registro minucioso de todos os detalhes
derão aos quesitos, por ocasião da lavratura do laudo pertinente. da cena: poros, indícios, vestígios que possam ser utilizados no esclareci-
mento do crime.
Necropsia
Como todo método, a fotografia apresenta vantagens e desvantagens:
A necropsia é um exame interno feito no cadáver a fim de constatar a -Vantagens: identificação rápida, cópia fiel do ambiente e grande apli-
causa mortis feita, pelo menos, seis horas após o óbito, exceto nos casos cação no campo técnico.
de morte violenta, quando será suficiente um simples exame externo do -Desvantagens: perda de fisionomia e nitidez, difícil arquivamento, ma-
cadáver, não havendo infração penal a ser apurada, ou mesmo havendo quiagem, ou seja, pode ser manipulada com alguns efeitos.
infração penal a ser apurada, se as lesões externas permitirem precisar a
causa da morte e não houver necessidade de exame interno para verifica- Tipos de fotografia usadas em criminalística:
ção de alguma circunstância relevante (art. 162 CPP).
Para a fotografia criminal, pode ser usado qualquer tipo de filme. Devi-
Exumação do a variação de local, pode ser necessário fotografar apenas com tipos de
A exumação é o procedimento de desenterramento do cadáver para flashes, lanternas, sob a luz noturna. Portanto, o tipo de filme utilizado é
exame cadavérico interno e externo para constatação da causa mortis. adaptado ao equipamento fotográfico e às condições adversas do local a
Para tanto, deverá a autoridade tomar as providências afim de que, em dia ser registrado.
e hora prefixados, se realiza a diligência , lavrando-se, a respeito, o auto
consubstanciado (arts. 163/165 CPP). O administrador do cemitério deverá Fotografia Bioquímica: fotografias de pêlo e esperma no microscópio
indicar a sepultura, sob pena de incorrer em crime de desobediência (art. e fotografias de projéteis que serão usadas no estudo de balística.
330 CP).
Fotografia de Aspecto Geral: reproduz todo o local do crime, com o
Exame Complementar maior número possível de elementos materiais. Todos os aspectos da cena
Os peritos não podendo, logo no primeiro exame, classificar a lesão, que couberem numa chapa de fotografia devem ser registrados.
torna-se indispensável o exame complementar por determinação da autori-
dade policial ou judiciária ou a requerimento do Ministério Público ou das Fotografia de Detalhe: é a minúcia de algo que se pretende evidenciar
partes, depois de trinta dias contados da data do crime. A falta deste exame
poderá ser suprida por prova testemunhal (art. 168 CPP). Fotografia Métrica: é quando se utiliza de um segmento da fita métri-
ca para se determinar as dimensões das evidências
Exames dos Escritos
Os exames grafológicos ou grafotécnicos são realizados por compara- Repartimento Fotográfico: é a fotografia do ambiente em perspectiva.
ção, oportunidade em que a autoridade encaminha aos peritos o documen- Tira-se uma em cada canto-lados opostos (paredes, solo e teto)
to tido como falsificado e a lauda contendo os escritos do punho dos sus-
peitos (art. 174 CPP). Filmagem: é a fotografia dinâmica. Trata-se de processo caríssimo e
frequentemente de resultados inesperados.
Exames por Precatória
Os exames periciais devem realizar-se dentro da jurisdição da autori- Fotografia Micro: é a fotografia em que se usa o microscópio para a-
dade perante a qual tramita o processo, e á autoridade processante caberá proximar a imagem. Uma máquina fotográfica é acoplada ao microscópio
determiná-los e nomear os peritos. No casos em que os exames devam ser que permite a visualização do objeto a ser investigado. Um exemplo disso é
feitos em outras comarcas a autoridade que estiver presidindo o processo, na fotografia de projéteis, que através da microfotografia é possível enxer-
seja policial ou judiciária, deverá solicitar à autoridade competente do local gar detalhes que não são visíveis a olho nu, como as arranhaduras feitas
onde o exame deva ser realizado, que o determine, devendo os quesitos da pela arma do crime na bala.
autoridade e das partes serem transcritos na precatória, cabendo por outro
lado, a autoridade deprecada, a nomeação dos peritos. O fotógrafo policial
Para ser fotógrafo policial é necessário ter, além de conhecimento geral
Parecer Médico-Legal em fotografia, ter conhecimento específico na área criminal. É preciso ser
O parecer é a resposta, por escrito ,à consulta e é composto pelas se- minucioso no local, estar atento a pequenos detalhes que podem tornar-se
guintes partes : preâmbulo, histórico, discussão, conclusão e resposta aos importantes na investigação do crime. O fotógrafo tem de ter espírito de
quesitos. Os pareceres constituem realmente o que se pode considerar “a equipe, porque ele não trabalha sozinho, está sempre com policiais, peritos
consulta médico-legal”. Não se irá por certo, pedi-los a inexperientes, e outros profissionais do ramo. O trabalho é facilitado porque cada um faz
principiantes, ou desconhecidos. É claro que valem pelo seu conteúdo uma parte e a equipe junta a informação coletada que consequentemente
científico, pelos argumentos bem postos e fundamentados, pela clareza de leva à rapidez necessária no esclarecimento dos crimes.
raciocínio e pelo seu espírito jurídico. Mas pesam, e muito, pela assinatura
que apresentam. São lidos, analisados e respeitados porque seus autores Como é fotografado o local do crime
já provaram previamente sua capacidade e tirocínio. Por estas razões, Ao chegar no local do crime, o fotógrafo policial espera que o perito fa-
somente os amadurecidos, cultos e reconhecidos são procurados para ça uma avaliação detalhada da cena e indique o que deve ser fotografado.
prolatá-los. Como documento médico-legal, em sua estrutura, o parecer Essas fotografias serão utilizadas na investigação do crime. O perito e o
pode seguir mutatis mutandis o roteiro indicado para os laudos. Em fotógrafo devem se manter afastados dos vestígios deixados pelos crimino-
certos casos, porém, será fruto de análise indireta de fatos já registrados sos.
em outros documentos, cuja autenticidade possa ou deva ser aceita.
Na fotografia criminalística deve-se tirar uma foto geral e outras dos de-
Consulta talhes. Fotografias de pegadas e rastros de pessoas, sendo nesse caso
A consulta é o pedido de esclarecimento que a autoridade faz sobre sempre uma fotografia de aspecto geral e de detalhe, sendo esta última
um fato sobre o qual paira dúvida. com fita métrica no sentido longitudinal da marca.

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Para identificar o local é necessário uma foto de referência como, pla-
cas, algo que reforce mais uma característica do ambiente do crime. Dar Perfil do criminoso
toda a informação possível para que não seja derrubado o laudo da técnica. Os criminosos em série geralmente são psicopatas. Um termo usado
para designar não somente doenças mentais. "Um psicopata pode não ser
Fotos para reconstituição são feitas quando há dúvidas se a testemu- exatamente um doente mental", afirma a psicóloga Maria de Fátima Franco
nha ou o criminoso falam a verdade. Não há limites de fotos para reconsti- dos Santos professora de Psicologia Forense da Puc de Campinas - SP.
tuição, sendo o número imprevisível.Nas fotos de cadáver dever haver uma São pessoas com personalidades de difícil relacionamento social. A perso-
geral, uma do jeito que o corpo se encontra e uma que o identifique, por nalidade é uma peça que começa a ser formada bem cedo no ser humano,
exemplo, algum detalhe do corpo ou dos objetos encontrados com o cadá- desde a sua concepção e termina por volta dos cinco anos de idade. Neste
ver. A identificação do cadáver é feita pelas roupas e pela fotografia do período, a criança recebe os elementos necessários vão servir de base
cadáver. O corpo deve ser colocado deitado e fotografado de cima para para o seu comportamento pelo resto da vida. Daí grande parte dos crimi-
baixo. Com a objetiva da câmera, o fotógrafo focaliza o mínimo possível e nosos psicopatas serem frutos de famílias desestruturadas e de lares
aproxima-se ou afasta-se para conseguir o máximo de preenchimento da violentos.
chapa, ou seja, que o detalhe fique bem visível na fotografia. Em casos de
enforcamento, é necessário fotografar a marca da corda do pescoço do Já os doentes mentais interagem com o mundo a partir de uma reali-
enforcado, em sequência a própria corda. Nesses casos de enforcamento, dade que eles mesmos criam. Os psicopatas, ao contrário, interferem na
é necessário que primeiro seja feita uma foto geral, mostrando característi- realidade a partir de sua personalidade desajustada aos padrões sociais.
cas do local, como uma árvore, etc. São assim alguns estupradores e assassinos de série, sendo estes últimos
os casos mais graves.
No caso de corpos putrefatos- a identificação do rosto é quase impos-
sível, então é necessário que seja encontrada e fotografada marcas desse Veja algumas características deste tipo de criminoso:
corpo, como cicatrizes, verrugas, sinais de roupa, etc. No caso de o cadá- - São em grande maioria psicopatas;
ver estar dentro de um banheiro de 1m2, não é possível o uso de uma lente - Gostam de demonstrar poder (são narcisistas, onipotentes, domina-
grande angular, porque não vai conseguir fotografar todo o corpo. Então, é dores, machistas);
tirada com a porta do banheiro aberta, usando o maior ângulo possível, - Sempre reincidentes, raramente comete o crime somente uma vez.;
mesmo que apareça paredes, em seguida retira o corpo e o fotografa - Sadismo, sentem prazer em assistir o sofrimento alheio;
novamente .Se o cadáver estiver esfaqueado em muitas partes, deve-se - Não assumem o crime, geralmente só confessam por deslizes movi-
fotografar uma a uma, usando uma fita métrica para medir a facada. Nesse dos pelo prazer em reviver o momento do crime.
caso, há necessidade de pelo menos três fotos: uma geral, uma identifica- -São levados ao crime por motivos diversos: uma homossexualidade
ção e uma da corda. O fotógrafo deve possuir em sua mala etiquetas, setas latente pode levar à violência contra a mulher, por ser a criatura odiada, ou
para indicar tamanhos de cortes, perfurações, nas fotos. Se não tiver, deve à violência contra homens, em uma tentativa de atacar a morbidade encon-
usar caixas de fósforos, palitos, moedas, que são padrões de referências. trada em si mesmo.
Para fotos de impressão digital deve ser usada uma régua centimétrica,
para também em números de armas ou chassi para avaliar se a numeração Atenção: psicopatas não são tipos raros. Estima-se que 40% da popu-
foi alterada. No caso de salas, em que não é possível enquadrar toda ela, lação seja formada por psicopatas, ou seja, pessoas que sofrem de sérios
deve ser tiradas duas fotos gerais. Quando um local de crime é fotografado, distúrbios de personalidade a ponto de interferir em seu relacionamento
não se deve mexer em nada. social.

O uso das fotografias criminalísticas Preste atenção nos detalhes abaixo para se proteger:
As fotografias são primeiramente usadas na fase de investigação do
crime. São fotos de: impressões digitais, objetos da cena do crime, pega- Como agem? - Modus Operantis
das, cápsulas deflagradas para futura comparação de balística, armas
utilizadas pelo assassino, etc. - Atacam em locais públicos;
- Escolhem vítimas sozinhas;
Passando à fase do julgamento do crime, as fotografias são usadas di- - Os ataques são, em sua maioria, noturnos e durante finais de sema-
ante do juiz. O promotor ou advogado de acusação utilizam essas fotos na;- Abordam pedindo informação ou oferecendo algo atrativo;
para mostrar a crueldade e a frieza do criminoso para com a vítima. Tam-
bém é utilizada na defesa do réu, nos casos de legítima defesa Impressão digital
Um dos mais recentes métodos de detecção de impressões digitais é o
Laudos psicológicos vapor de cola (ou vapor de cianocrilato – Super Bonder). A amostra a ser
Este é o campo da Psicologia que trabalha os assuntos referentes à examinada é exposta ao vapor de cianocrilato por alguns minutos. A digital
Justiça. Uma ciência importantíssima na área de investigação criminal. aparece em leves contornos brancos visíveis a olho nu ou ao microscópio.
Mesmo assim, é praticamente desconhecida nos procedimentos da polícia
brasileira. Nos Estados Unidos o FBI conta com o Instituto do Comporta- Para quem não tem acesso a aparelhos específicos de detecção com
mento Humano, voltado especialmente para pesquisas nesta área. vapor de cola aqui vai uma receita caseira para fazer o sua própria detec-
ção. Se você não é da força polícial ou não tem um laboratório equipado à
Em agosto foi preso em São Paulo um assassino de série (serial killer) disposição não adiantará muito o experimento abaixo que é receitado pela
que ficou conhecido como "O maníaco do parque" ou "O caso motoboy". polícia norte-americana às delegacias que tem poucos recursos.
Um maníaco sexual que teve tempo de agir o suficiente para fazer, no
mínimo, seis vítimas e só foi detido graças a uma denúncia anônima. Pro- Você vai precisar de:
vando que a investigação, definitivamente, é o ponto critico para a solução
de um crime. Para tanto são necessários setores especializados em inves- - cola a base de cianocrilato (Super Bonder);
tigação e comprovar as denúncias anônimas. - uma folha de alumínio;
- uma fonte leve de calor;
Um psicólogo forense pode prever os passos do homicida do parque - uma caixa para servir de câmara para os objetos.
auxiliando os trabalhos da polícia. A divulgar o retrato falado do suspeito e
esperar uma denúncia são apenas fatores que auxiliam, e muito, a investi- A cola e o papel alumínio são encontrados em qualquer supermercado.
gação. A fonte de calor pode ser uma lâmpada de 60W (nunca use qualquer tipo
de chama, a cola poderá desprender vapores venenosos). A caixa pode ser
Aqui você vai conhecer como a psicologia decifra crimes e descobrir de papelão e ter um tamanho suficiente para conter em seu interior os
como se monta um complexo quebra-cabeças chamado comportamento objetos a serem examinados.
humano.

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Procedimento:
Coloque a lâmpada em um canto da caixa. Faça um pequeno cinzeiro Os documentos médico-legais são frequentemente usados na prática
com um pedaço de folha de alumínio e coloque, com a ajuda de um antepa- forense, pois têm um valor probante indiscutível no auxílio ao direito pro-
ro, em um local acima da lâmpada.Despeje a cola no papel alumínio, fa- cessual pela busca da sentença justa, que tenha como fundamento a
zendo um círculo do tamanho de uma moeda. Coloque um pote com água verdade dos fatos e suas circunstâncias.
no interior na caixa para aumentar a umidade do ar. Coloque o objeto a ser
examinado no interior da caixa de maneira que fique bem exposto aos Assim, a verificação de lesões ou a necropsia; análise do estado men-
vapores da cola. Para servir de controle de tempo de exposição, faça uma tal do acusado ou a cessação da periculosidade, a conveniência de interdi-
amostra de teste com a sua própria digital. Esfregue o polegar no seu nariz ção dos toxicômanos ou a desinterdição dos doentes mentais recuperados,
e o pressione em uma folha de alumínio. Coloque a folha no interior da a incapacidade de alguém testar ou ser admitido como testemunha consti-
caixa também. Feche a caixa e depois de dez minutos apague a lâmpada e tuem casos comuns. Também quando alguém, por motivo de saúde, não
verifique se a sua impressão digital está visível no alumínio. Se estiver pode comparecer à audiência e precisa adiá-la ou instruir uma inicial de
visível a sua amostra está pronta para ser examinada em laboratório. Caso ação judiciária, não falta quem vá logo pedir um atestado médico. Porém,
contrário coloque mais um pouco de cola e espere mais dez minutos. (Não frequentemente, é esquecida a utilidade do parecer. Este se mostra bastan-
repita mais o teste ou sua peça poderá ficar coberta com uma camada te eficaz quando se trata de matéria nova ou controvertida; quando se
branca atrapalhando os testes). deseja instruir recurso à instância superior, quando é prudente alertar o
perito oficial a respeito de particularidades do caso em análise ou há indi-
Cuidados importantes: cação para contrariá-lo em suas conclusões. O parecer também pode se
- Não deixe a lâmpada encostar nos objetos ou na caixa, ou você pode- converter em “consulta prévia”, evitando-se a propositura de ação fadada
rá provocar um incêndio. ao insucesso, por falta de fundamento médico, que a perícia posteriormente
- Realize a experiência em um local arejado, o vapor de cianocrilato apontará.
causa irritação nos olhos.
Bem utilizados e tempestivamente anexados aos processos, os docu-
- Um objeto de material não poroso como metal, plástico ou vidro, man- mentos médico-legais esclarecem e auxiliam eficazmente a distribuição da
tém a impressão digital em sua superfície. Guardá-lo em envelopes de justiça.
papel, tecido ou plástico antes de submetê-lo ao vapor de cola é o mesmo
que limpar a sua superfície com uma flanela. Por isso todo cuidado é pouco Documentos Médico-Legais
com o manuseio. · conceito – instrumentos escritos ou simples exposições verbais
mediante os quais o médico fornece esclarecimentos à justiça.
Balística · atestado – afirmação simples e por escrito de um fato médico e
A Ciência forense é composta de diversos métodos de análise e identi- suas consequências;
ficação criminalística dentre eles encontramos a balística que em sua · relatório – descrição minuciosa de um fato médico e suas con-
primeira definição é a parte da física (mecânica), que estuda o movimento sequências, composto das seguintes partes :preâmbulo, histórico, descri-
dos projéteis (considera-se como projétil todo corpo que se desloca livre no ção, discussão, conclusão e resposta aos quesitos. Exemplos : auto –
espaço em virtude de um impulso recebido), justificada plenamente como relatório ditado ao escrivão; laudo – relatório redigido pelo próprio perito;
uma disciplina autônoma em seus métodos de pesquisa e aplicação crimi- corpo de delito direto – exame realizado por perito para provar a materiali-
nalística. Portanto, balística é a ciência da velocidade dos projéteis. dade do crime; corpo de delito indireto – prova da materialidade do
crime por meio de prova testemunhal e ficha de registro médico
Balística forense é em suma "uma disciplina, integrante da criminalís- · consulta – pedido de esclarecimento que a autoridade faz sobre
tica, que estuda as armas de fogo, sua munição e os efeitos dos disparos um fato sobre o qual paira dúvida;
por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação direta ou indireta com · parecer – resposta, por escrito ,à consulta e é composto pelas
infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência" por definição seguintes partes : preâmbulo, histórico, discussão, conclusão e resposta
de Domingo Tochetto (in Tratado de Perícias Criminalísticas, Porto Alegre: aos quesitos;
Sagra-Luzzato, 1995). · depoimento oral – esclarecimentos orais prestados pelo perito;
· declaração de óbito – comprova o óbito, os fatos relacionados e
Balística forense é universalmente a utilizada para análise e a identifi- subsidia dados para a saúde pública.
cação das armas de fogo, dos projéteis e dos explosivos, em particular para
a criminalística a balística é importante no conhecimento e reconhecimento Auto de Corpo de Delito
das armas de fogo; dos projéteis e dos cartuchos vazios; dos explosivos, · conceito – é o documento médico-legal que contém a descrição
formadores da munição; do confronto do projétil com a arma que efetuou o minuciosa de uma perícia médica, e assinado por dois peritos.
disparo. · destinação – provar a materialidade nos casos de lesões corpo-
rais, sedução, estupro, ato libidinoso, idade, sanidade mental, ossada
Anteriormente pertencente aos capítulos da Medicina Legal a Balística humana, embriaguez, toxicologia, necropsia, etc.
Forense era tratada por peritos médicos, hoje como uma matéria da crimi- · relatório – descrição minuciosa de um fato médico e suas con-
nalística e está classificada em: sequências, composto das seguintes partes :preâmbulo, histórico, descri-
ção, discussão, conclusão e resposta aos quesitos. Exemplos : auto –
Balística Interna relatório ditado ao escrivão; laudo – relatório redigido pelo próprio perito;
As armas de fogo são criteriosamente analisadas nesse ramo da balís- corpo de delito direto – exame realizado por perito para provar a materiali-
tica forense, definida como balística interna ela trata do funcionamento das dade do crime; corpo de delito indireto – prova da materialidade do
armas, da sua estrutura e mecanismos, descrevendo até mesmo as técni- crime por meio de prova testemunhal e ficha de registro médico
cas do tiro.
Documentos relativos ao Óbito
Balística dos Efeitos · declaração de óbito – documento expedido por um leigo por
Essa divisão da balística forense busca analisar e descrever os efeitos meio do qual se declara a morte de uma pessoa na vista de duas testemu-
causados pelos disparos com armas de fogo , dentre seus objetos de nhas no local onde não haja médico (morte natural sem assistência médi-
análise estão os impactos dos projeteis, os ricochetes desse durante sua ca). Pode ser dada por qualquer pessoa do povo com duas testemunhas, e
trajetória, as lesões e danos sofridos pelos corpos atingidos. Visando a é documento essencial para se sepultar, desde que não haja sombra de
partir de métodos científicos identificar os efeitos causados pela arma que dúvida que fora morte criminosa. No caso de natimorto, haverá o registro do
efetuou os disparos para que através dela haja uma futura identificação do nascimento morto, sem nome, por meio do atestado médico respectivo;
criminoso e sua detenção. · atestado de óbito – declaração específica do médico que atesta
o óbito. Somente pode ser fornecido pelo médico. O médico pode dar
CONCLUSÃO

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atestado de óbito, desde que tenha certeza da morte natural, para evitar cos civis e militares estão amparados por dispositivos dos Regimes Jurídi-
que o corpo seja necropsiado no IML; cos a que estão filiados, sendo-lhes assegurada a proteção a saúde. Para
· certidão de óbito – documento expedido por chefe de órgão pú- tanto, as estratégias utilizadas no acompanhamento do funcionário público
blico, que declara que está registrado naquele local o óbito (declaração em em nada devem diferir daquelas adotadas no Regime Trabalhista.
função de ofício). Somente pode ser fornecido pelo tabelião do cartório de
registro civil, e após expede a guia de sepultamento No Regime Trabalhista, como no Regime Jurídico do Servidor Público, a
· seguradora – ocorrência policial, laudo de necropsia, certidão de concessão ou manutenção de licenças remuneradas, em virtude de doença
óbito ou acidente que produz incapacidade ou invalidez, está condicionada à
realização da inspeção médico-pericial.
Fonte:intervox.nce.ufrj.br/.../ou-Resumo_Medicina
Perícia Médica Como se vê, a perícia médica é exercida, praticamente, em todas as
Elias Tavares de Araújo áreas de atuação do médico. Muitas vezes, nós a praticamos em sua
plenitude, sem que estejamos alertados para as graves responsabilidades
assumidas. Um "simples" atestado de aptidão ou de incapacidade que
A perícia médica é atribuição privativa de médico, podendo ser exercida emitimos deve proceder da competente avaliação médico-pericial, não
pelo civil ou militar, desde que investido em função que assegure a compe- somente para cumprir as exigências legais, como também em respeito ao
tência legal e administrativa do ato profissional. indivíduo que se orientará por nossa recomendação. Por outro lado, tería-
mos cometido um delito ético, se atestássemos um ato que não tivéssemos
O exame médico-pericial visa a definir o nexo de causalidade (causa e praticado.
efeito) entre:
Aspectos Legais e Administrativos
- doença ou lesão e a morte (definição da causa mortis);
A prática médico-pericial obedece a uma extensa e complexa relação de
- doença ou seqüela de acidente e a incapacidade ou invalidez física e/ou leis, decretos, portarias e instruções normativas, que estabelecem os limites
mental; de atuação dos setores administrativos e indicam quais as competências e
atribuições do médico investido em função pericial.
- o acidente e a lesão;
O presente "capitulo" foi elaborado com o propósito de orientar os médi-
- doença ou acidente e o exercício da atividade laboral; cos que, no dia-a-dia, são compelidos a prestar informações sobre o aten-
dimento médico a seus pacientes, como o atestado ou relatório, ou desig-
- doença ou acidente e seqüela temporária ou permanente; nados para realizar perícia médica, ainda que de modo eventual ou espo-
rádico. Os que exercem a perícia médica como especialidade, como e o
- desempenho de atividade e riscos para si e para terceiros. caso dos médicos peritos da Previdência Social, dos setores de policias
especializadas, dos tribunais de Justiça e dos serviços médicos de pessoal
Por outro lado, o médico perito, através de competente inspeção médica, dos setores público e privado, devem aprofundar-se no conhecimento da
pode concluir se a pessoa portadora ou não de doença ou vítima de seqüe- legislação especifica e instruções de natureza administrativa, sem, contudo,
la resultante de acidente reúne condições para exercer determinada ativi- deixar de privilegiar o atendimento médico com o ato científico, técnico e
dade (ocupação); é o denominado exame de aptidão/inaptidão física e/ou social.
mental.
A aplicação dos dispositivos contidos nos principais diplomas legais (leis,
Ainda é considerada tarefa médico-pericial especializada a definição do decretos e portarias), todos da área federal, depende da avaliação médico-
grau de parentesco entre pessoas, diversos exames especiais para identifi- pericial, e, entre eles, destacamos:
car indivíduos, dos mais simples aos mais complexos, como, por exemplo,
a identificação através de polimorfismo genômico, cuja prática é esporádica I- Legislação Previdenciária
ou excepcional.
É a mais extensa, já que disciplina a atuação da perícia médica na con-
A perícia médica, há muito tempo, vem sendo utilizada para apoiar as cessão e manutenção de diversos benefícios que integram o Plano de
investigações a cargo das policias técnicas, sempre que do evento investi- Beneficias da Previdência Social.
gado resulte dano físico e/ou mental. É a base do trabalho exercido pelo
médico perito junto às instituições de medicina legal, vinculadas aos seto- - Lei 8.213/91 e Dec. 611/92 - tratam do Plano de Benefícios do Regime
res de polícia especializada, destacando-se ai o papel dos IML's. Geral de Previdência Social, ai incluídos os Auxílios-doença, Aposen-
tadorias por Invalidez, Auxílios-acidentes, Pecúlios, Qualificação e
O trabalho médico-pericial também tem sido requisitado pelos juízes, Habilitação do Dependente Maior Inválido, para concessão de benefí-
objetivando definir a existência, grau, natureza e causa de lesões físicas ou cios de família, entre outros; sua concessão e manutenção dependem de
mentais sofridas por pessoas que recorrem ao Poder Judiciário, na expec- exame médico-pericial;
tativa da reparação de danos sofridos sob a responsabilidade direta ou
indireta de terceiros. - Lei 6.179/74 - trata da renda mensal vitalícia, concebida a maiores de
70 anos ou inválidos, sendo indispensável a perícia médica na segunda
Cabe destacar o papel da Previdência Social, que, desde a década de 30, hipótese;
vem condicionando a concessão ou manutenção de benefícios à ocorrência
de incapacidade ou invalidez, comprovada por inspeção médico-pericial. - Lei 7.070/82 - trata da concessão de benefícios por invalidez aos porta-
dores de seqüelas resultantes do uso da talidomida;
O Regime Trabalhista, ao adotar as estratégias de proteção à saúde do
trabalhador, institui mecanismos de monitoração dos indivíduos, visando a II- Legislação Trabalhista
evitar ou identificar precocemente os agravos à sua saúde, quando produ-
zidos ou desencadeados pelo exercício do trabalho. Ao estabelecer a - Lei 6.514/77 - altera o título 11 da CLT e trata da higiene, medicina e
obrigatoriedade na realização dos exames pré-admissional, periódico e segurança do trabalho; entre as diversas providências adotadas, institui
demissional do trabalhador, criou recursos médico-periciais voltados a a obrigatoriedade dos exames pré-admissionais, periódicos e demissio-
identificar o nexo de causalidade entre os danos sofridos e a ocupação que nais, instrumentos de monitoração do trabalhador. Estas avaliações
desempenha. médicas visam, sobretudo, a identificar o nexo de causalidade entre os
agravos à saúde e o exercício da atividade ou ocupação.
Do mesmo modo, nos serviços prestados ao Estado, os servidores públi-

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Portaria MTb nº 3.214/78 - e as Normas Regulamentadoras (NR). agravaria doença ou lesão de que é vitima o trabalhador. Como um exem-
plo entre vários, o pedreiro com lesões cicatrizadas de dermatite de contato
III- Legislação do Regime Jurídico do Servidor Público Federal pelo cimento: o retorno à ocupação com certeza desencadearia nova crise
que o incapacitaria.
- Lei 8.112/90 - Regime Jurídico Único (artigos transcritos ao tratarmos
do atestado médico para abono de faltas ao trabalho). Outra ocorrência, objeto de avaliação do médico perito, é a incapacidade
laboral produzida por procedimentos de diagnóstico ou terapia. O trabalha-
- Lei 7.923/89 e Lei 8.270/91 - tratam, entre outras questões, da conces- dor, embora não esteja impedido de exercer a tarefa, considerando-se
são dos adicionais de insalubridade e periculosidade, que depende de isoladamente a doença ou lesão, entretanto está internado para exploração
laudo pericial. diagnóstica ou realiza tratamento que o impede de comparecer ao trabalho.

IV- Legislação Fiscal Por último, devemos estar atentos para a hipótese da segregação com-
pulsória. Nesse caso, a decisão da autoridade sanitário dispensa a avalia-
- Leis 7.713 e 8.541/92 - tratam do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ção médico-pericial para a concessão da licença remunerado, devendo ser
e Pessoa Física, ai incluído o dispositivo (inciso XIV, art. 6.° da Lei utilizada para definir o tempo de afastamento e a liberação para retorno ao
7.713/88 e art. 47 da Lei 8.541/92) que isenta do pagamento de Imposto de trabalho.
Renda os proventos de aposentadoria de pessoas portadoras de seqüe-
las de acidentes do trabalho ou de doença constante da relação contida no Médico Perito
referido inciso, desde que comprovada em exame médico-pericial especi-
alizado. O médico que assume a especialidade de perícia médica deve ter boa
formação médica, manter-se atualizado com as diversas técnicas utilizadas
Existem, ainda, miríades de instrumentos legais, a nível estadual ou nas investigações médico-periciais, visando a conclusões seguras, e a-
municipal, cuja aplicação implica em avaliação médico-pericial. companhar a evolução da legislação que define os procedimentos nessa
área.
Ao tratarmos do atestado médico para abono de faltas ao trabalho, trans-
crevemos os dispositivos de leis ora citados, a titulo de esclarecimento Reiteramos que a aceitação da função pericial deve ser espontânea, sem
sobre as decisões a serem adotadas pelo médico perito. que isso implique renunciar as determinações judiciais, nem fugir do com-
promisso social assumido.
Capacidade e Incapacidade Laboral
Convém, entretanto, julgar-se impedido de realizar perícia medica em seu
O indivíduo é considerado capaz para exercer uma determinada atividade próprio paciente, seu parente, pessoa com que mantenha relação que
ou ocupação quando reúne as condições morfopsicofisiológicas compatí- possa vir a influir no livre julgamento pericial e nos casos em que se julgar
veis com o seu pleno desempenho. Não necessariamente implica ausência inseguro para emitir sua conclusão, em face do pouco domínio da especia-
de doença ou lesão. lidade médica a que se reportar o caso. Assim é que, por exemplo, um
exame de sanidade mental deve ser da competência privativa do psiquiatra,
Por outro lado, determinada limitação imposta por doença ou lesão que salvo se o médico indicado julgar-se competente par assumir a avaliação.
não o incapacita para uma certa função poderá impedi-lo de executar várias
outras. As condições morfopsicofisiológicas exigidas para o desempenho Nesse item, queremos destacar o papel do médico perito junto aos servi-
das tarefas de um comissário de bordo (aeronauta) não são as mesmas se ços de administração e assistência de pessoal das empresas e de órgãos
esse trabalho estivesse sendo executado no escritório da mesma empresa. públicos. Nas empresas organizadas, bem estruturadas e nas instituições
Conclui-se, portanto, que o exame de aptidão física e/ou mental e a avalia- da Administração Pública, de regra, essa tarefa e executada por médicos
ção médico-pericial realizada para a concessão da licença médica depen- com formação e especialização em medicina do trabalho, apoiados por
dem do conhecimento dos dados profissiográficos da atividade exercida ou outros profissionais especializados, como o enfermeiro, o assistente social
a exercer. A omissão de tais informações, muitas vezes, explica a ocorrên- e o psicólogo, que tornam o procedimento médico-pericial mais seguro e
cia de problemas que surgem entre o examinado e o médico perito, quando mais eficiente.
a conclusão pericial não corresponde à recomendação feita pelo médico
assistente. Como estabelecem a Lei 8.213/91, do Plano de Benefícios do Regime
Geral da Previdência Social e a Lei 8.112/90, do Regime Jurídico Único, a
Imaginemos a hipótese de três trabalhadores que apresentassem ao concessão da licença médica, nos períodos de até 15 dias, para os traba-
exame médico-pericial a mesma entidade mórbida - cegueira de um olho: lhadores filiados ao Regime Trabalhista e, por qualquer período, inclusive
um auxiliar administrativo, um motorista jovem e um motorista idoso, sem na ocorrência e invalidez, para os servidores públicos do Regime Estatutá-
outras experiências profissionais. Consolidada a lesão, isto e, após realiza- rio, é de responsabilidade e competência dos médicos que atuam junto aos
dos os tratamentos indicados, o primeiro trabalhador reunia condições para órgãos de pessoal.
retornar ao trabalho, sem restrições; enquanto o motorista jovem seria
reabilitado para nova ocupação, e o terceiro, o motorista idoso, dificilmente Como afirmamos, a concessão da licença é de sua inteira responsabili-
obteria êxito na mudança de atividade e terminaria por ser aposentado por dade, porquanto resulta de conclusão médico-pericial com base em exame
invalidez. A mesma entidade (a visão monocular) ensejaria a concessão do obrigatório. O atestado do médico assistente deve ser entendido como uma
benefício extremo (aposentadoria por invalidez) ao motorista idoso e ne- recomendação; como tal, não tem poder de decisão. Se sua conclusão
nhum benefício seria concedido ao auxiliar administrativo, não pela defici- coincide com a recomendação do médico atestante, tanto melhor, porém a
ência objeto da nossa hipótese. responsabilidade da decisão continua sendo do médico perito.

Embora se trate de conclusões médico-periciais simples e óbvias, depen- O exame médico-pericial deve ser registrado em formulário próprio,
dem, contudo, do conhecimento da legislação previdenciária e do acesso conclusivo, datado e assinado. As informações do setor médico-assistencial
às informações sobre a real ocupação exercida pelo examinado. devem ser juntadas ao prontuário do trabalhadora mesmo que a recomen-
dação do médico assistente não tenha sido acatada, no todo ou em parte.
Uma questão que deve ser considerada, quando da avaliação médico-
pericial, é o risco, para si próprio e para terceiros, que pode advir do exercí- O médico perito não deve admitir conclusão pericial insegura, para tanto
cio da ocupação. E o que pode ocorrer com o motorista epiléptico e a deve recorrer a exames subsidiários, pareceres de especialistas, relatórios
condução de um ônibus. Nessa hipótese, configura-se a existência de dos médicos assistentes ou pesquisas realizadas no prontuário do setor
incapacidade laborativa, embora o exame clínico e eventuais exames médico-assistencial.
subsidiários não a constatem. Situação semelhante ocorreria quando o
médico perito concluísse que o exercício da atividade desencadearia ou Já comentamos que a falta do atestado médico, incorreção ou omissões

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não justificam o indeferimento ou a concessão da licença, sem a competen- na Carteira Profissional, que, de fato, exerce função administrativa, ou um
te avaliação médico-pericial. aeroviário, que trabalha no escritório, na recepção e informa ser aeronauta.

Reiteramos que a conclusão médico-pericial tende a ser insegura, imper- Por sua vez, o desconhecimento pelo médico assistente de detalhes da
feito, se o médico perito não tem a formação exigida pela especialidade e legislação a que nos referimos, o que convençamos, não o torna menos
não pode contar com apoio de um serviço estruturado, de preferência com competente em sua área de atuação médica, entretanto faz com que as
equipe multidisciplinar e todos os recursos necessários a uma conclusão recomendações ingeridas no atestado possam não se identificar com as
legal, técnica e socialmente correta. exigências impostas na habilitação ao beneficio pretendido ou requerido
pelo trabalhador.
Nesse sentido, entendemos que o médico do trabalho é o que melhores
condições reúne para o desempenho da tarefa. Considerando que esse Por exemplo, um dedicado e hábil especialista, para exercer plenamente
especialista tem como função pericial monitorar os trabalhadores, em sua especialidade, não precisa saber que o conceito de "invalidez" para que
defesa de sua saúde, o surgimento da incapacidade laboral é tido como o segurado da Previdência Social habilite-se aos benefícios da Lei 8.213/91
uma intercorrência verificada no processo de seu monitoramento; nada não é o mesmo quando se trata da concessão do beneficio da Lei 6.179/74.
mais justo, mais técnico e social do que reconhecer o fato e adotar o pro-
cedimento mais adequado para o trabalhador, ou seja, a concessão da Visando a esclarecer as dúvidas quanto ao papel do atestado médico na
licença remunerado. concessão da licença de natureza médica, transcrevemos os dispositivos
legais que disciplinam a questão.
Junta Médica Oficial
Legislação Previdenciária
São dois ou mais médicos, geralmente três, investidos em função pericial, Lei 8 213/91, de 24 07.91, reproduz integralmente
mediante designação formal. A junta médica oficial poderá ser designada artigos das leis e regulamentos previdenciários anteriores.
pela autoridade administrativa do órgão a que estiver vinculada a pessoa a
ser periciada, o que ocorre na Administração Pública, ou pode ser nomeada
pelo juiz, quando entender que o parecer médico-pericial subsidiará seu - Seção V - Dos Benefícios
julgamento. Outrossim, esse recurso pode ser utilizado para atender dili-
gências do Ministério Público, entre outros de ocorrência menos freqüente. art. 42.

A junta médica oficial recebe missão especifica, visando a definir o nexo § 1º -"A concessão da aposentadoria por invalidez dependerá da verifica-
de causalidade objeto do julgamento, em nível judicial ou administrativo. ção da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a
cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas,
A junta deve reunir-se formalmente, em local, data e horário previamente fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. " (grifo nosso)
estabelecidos, realizar o exame com a presença de todos os seus integran-
tes, inclusive dos assistentes técnicos (somente médicos), quando indica- § 2º -"A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao
dos pelas partes. Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá o direito à aposenta-
doria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de
O laudo ou relatório médico e a conclusão médico-pericial devem ser agravamento ou progressão da doença ou lesão."
datados e assinados pela junta e pelos assistentes técnicos. Quando hou-
ver divergência na conclusão, os pareceres discordantes serão apresenta- Art. 59 - O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumpri-
dos em separado. do, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar inca-
pacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de
A junta médica poderá recorrer a exames subsidiários, pareceres de 15 (quinze) dias consecutivos.
outros especialistas, informações contidas em prontuário médico, sempre
buscando melhor consistência em sua conclusão. Parágrafo único - Não será devido auxílio-doença ao segurado que se
filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou lesão
Atestado Médico para Abono de Faltas ao Trabalho e invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade so-
Atestado de Aptidão Física e Mental brevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

O atestado para abonar faltas ao trabalho fornecido pelo médico assisten- Art. 60 - O auxílio-doença será devido ao segurado empregado e empre-
te a seu paciente, no caso de um trabalhador, tem motivado sérios desen- sário a contar do 16º (décimo sexto) dia do afastamento da atividade, e no
tendimentos, envolvendo o requerente do benefício, o médico perito da caso dos demais segurados a contar da data do início da incapacidade e
empresa, do Órgão público, da Previdência Social, e, às vezes, o próprio enquanto ele permanecer incapaz.
médico atestante e até as representações sindicais dos trabalhadores.
§ 1º - Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de
No entender do trabalhador e, por vezes, do próprio médico assistente, a 30 (trinta) dias, o auxílio-doença será devido a contar da data da entrada do
recomendação contida no atestado não pode deixar de ser atendida pelo requerimento.
médico perito, sob pena de se configurar o cometimento de delito ético e
infração legal. Se, por um lado, mostra que o documento seria sempre tido § 2º - O disposto no § 1º não se aplica quando o auxílio-doença for decor-
como incontestável, não permitindo outras avaliações sobre seu soberano rente de acidente de trabalho.
poder de decisão, do que deveria orgulhar-se a classe médica, por outro
lado, as legislações previdenciária e da administração pública não confir- § 3º - Durante os primeiros 15 (quinze) dias consecutivos ao do afasta-
mam o acerto desse entendimento. mento da atividade por motivo de doença, incumbirá a empresa pagar ao
segurado empregado o seu salário integral ou, ao segurado empresário, a
Já comentamos que nem sempre o médico assistente tem acesso às sua remuneração.
informações sobre as reais tarefas exercidas pelo trabalhador, sobretudo
determinadas peculiaridades inerentes às condições do trabalho e como se § 4º - A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou convênio,
realiza. Desse modo, por mais competente que seja a avaliação médica, terá a seu cargo o exame médico e o abono das faltas correspondentes ao
sem esse conhecimento torna-se impraticável aferir-se, com segurança, a período referido no § 3º, semente devendo encaminhar o segurado a perí-
capacidade ou incapacidade laboral do examinado. O trabalhador, ao omitir cia médica da Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar a 15
detalhes sobre a função que realmente exerce, poderá induzir o médico (quinze) dias.
que o atende a emitir parecer equivocado sobre a necessidade ou não do
afastamento. Quantas vezes atendemos um "motorista", conforme registro

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Legislação do Regime Jurídico do Servidor Público licenças médicas são indeferidos por peritos simplesmente porque o ates-
Lei 8.112/90, de 11.12.90. tado que lhe chega às mãos não informa o CID, contém algum tipo de
rasura ou o nome do paciente está incompleto, entre outras. Esquecem-se
Da Licença por Motivo de doença em Pessoa da Família de que a concessão e o indeferimento do pedido de licença estão condicio-
nados à existência ou não de incapacidade verificada em exame médico-
Art. 83 - Poderá ser concebida licença ao servidor por motivo de doença pericial. O beneficio poderá ser deferido ou negado, independentemente de
do cônjuge ou companheiro, padastro ou madrasta, ascendente, descen- apresentação de atestado do médico assistente.
dente, enteado e colateral consangüíneo ou afim até o segundo grau civil.
Mediante comprovação por junta médica oficial. Julgamos apropriado concluir lembrando que o médico perito tem não só
a competência legal e administrativa, como, também, a responsabilidade
§ 1º - A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor pela concessão ou indeferimento da licença médica.
for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercí-
cio do cargo. Conceder ou indeferir abono de faltas ao trabalho, sem ter exercido a
competente avaliação médico-pericial, significa atestar ato que não prati-
§ 2º - A licença será concebida sem prejuízo da remuneração do cargo cou, por isso haver cometido delito ético.
efetivo, até 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogada por até 90 (noventa)
dias, mediante parecer de junta médica, e, excedendo estes prazos, sem
remuneração.
3.2. Traumatologia Médico-legal.
Da Licença para Tratamento de Saúde 3.2.1. Lesões corporais sob o ponto de vista jurídico.
3.2.2. Energias de Ordem Mecânica.
Art. 202 - Será concedido ao servidor licença para tratamento de saúde, a 3.2.3. Energias de Ordem Química, cáusticos e venenos, em-
pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remune- briaguez, toxicomanias.
ração a que fizer jus. 3.2.4. Energias de Ordem Física: Efeitos da temperatura, ele-
tricidade, pressão atmosférica, radiações, luz e som.
Art. 203 - Para licença até 30 (trinta) dias, a inspeção será feita por médi- 3.2.5. Energias de Ordem Físico-Química: Asfixias em geral.
co do setor de assistência do Órgão de pessoal e, se por prazo superior,
Asfixias em espécie: por gases irrespiráveis, por monóxido
por junta médica oficial.
de carbono, por sufocação direta, por sufocação indireta, por
§ 1º - Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na afogamento, por enforcamento, por estrangulamento, por
residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar esganadura, por soterramento e por confinamento.
internado.

§ 2º - Inexistindo médico do Órgão ou entidade no local onde se encontra Traumatologia forense


o servidor, será aceito atestado passado por médico particular.
A Traumatologia Forense é um ramo da Medicina legal que estuda as
lesões corporais resultantes de traumatismos de ordem física ou
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, o atestado só produzirá efeitos
psicológica.
depois de homologado pelo setor médico do respectivo órgão ou entidade.
(grifo nosso) Objeto

Art. 204 - Findo o prazo da licença, o servidor será submetido a nova A Traumatologia Forense tem por objeto o estudo dos efeitos na
inspeção médica, que concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da pessoa das agressões físicas e morais, como também a determinação de
licença ou pela aposentadoria. seus agentes causadores. Este reconhecimento é feito através do exame
pericial na vítima, bem como no local do crime, denominado exame de
Em face da presente legislação, com abrangência no setor público e setor corpo de delito, o corpo do delito ao contrario do que muitos pensam não é
privado, o abono das faltas ao trabalho motivadas por incapacidade resul- apenas a vitima, mas todo o local e instrumentos utilizados para a pratica
tante de doença ou lesão acidentaria é da competência e atribuição do do delito, pelo qual se atribui a extensão dos danos provocados.
médico perito, especificamente designado para tal função. Exame pericial

Contudo, o atestado médico, embora não reuna, por si só, os elementos O exame deve ser requerido por autoridade legalmente competente (p.
suficientes para o abono das faltas, convém ao médico perito que o receba, ex., um delegado de polícia), dirigido a um médico legista competente (ou
retirar dele as informações que servirão de base a orientar seu trabalho. É órgão do qual o mesmo seja funcionário). Este requerimento deve conter
tecnicamente recomendável que a investigação pericial se inicie pela infor- alguns elementos imprescindíveis para a realização do laudo, tais como a
mação prestada pelo médico assistente do periciado. Melhor seria se o completa identificação da pessoa, a hora, local e finalidade do exame.
atestado contivesse, como regra geral, as seguintes informações sobre o O laudo pericial tem como norma geral uma narrativa contínua, que é
atendimento médico: registro, data, local, natureza (urgência, eletivo), feita à medida que o exame é realizado. Nele deve constar, de forma
diagnóstico (ou suspeitas), tratamento(s) realizado(s) e instrução sobre abreviada e sucinta, apenas constando-se o que for essencial, a narrativa
repouso. Restaria ao perito, após confirmados os elementos médicos dos fatos proferida pela vítima.
através da inspeção médica, proceder a análise profissiográfica em relação
à atividade exercida pelo examinando e emitir a conclusão sobre conces- O perito deve assinalar as lesões ou sua ausência (hipótese em que o
são ou indeferimento do pedido de benefício. Tal parceria, trabalho sintoni- perito esquivar-se de proceder a exame, expondo seus motivos), os locais
zado entre o médico assistente e o perito, respeitando-se a autonomia e tipos de lesão.
desses profissionais, honrará a instituição médica e zelará pelo direito do
Exame complementar
trabalhador.
Por diferir o Direito penal a natureza delituosa da lesão corporal
Até aqui, apenas fizemos referência ao papel do atestado médico, como consoante sua gravidade, é mister um exame suplementar, decorridos
um dos responsáveis por problemas que surgem em relação à prática trinta dias do fato. Neste exame o perito assinala a presença ou não das
médico-pericial de abonar faltas ao trabalho, em razão da doença ou lesão. sequelas da(s) lesão(ões), bem como o grau de incapacitação gerada por
Muitas dificuldades verificadas nessa área também podem ser imputadas a ela(s) na vítima.
avaliação médico-pericial imperfeito, incorreta ou equivocada, em razão da
desatenção do médico perito, ao deixar de praticar o ato em sua plenitude. Registros
Temos constatado, através de denúncias dirigidas ao CRM, que pedidos de

Medicina Legal 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O exame traumatológico deve ser indicado através de meio físico 3. TIPOS DE LESÃO CORPORAL: As lesões Corporais podem ser de
apropriado - desde o preenchimento de planilhas impressas, até a filmagem natureza:
do examinado.
3.1 – LESÃO LEVE
Quesitos oficiais
A lesão de natureza leve é aquela onde há ausência das lesões grave
De ordinário, a perícia vem determinada através de remessa de e gravíssima, onde é registrado de forma pericial a existência da ofensa,
quesitos previamente determinados, aos quais a autoridade solicitante deve consubstanciada em dano anatômico (comprometimento da integridade
apontar sobre quais pontos deseja esclarecimento. Estas perguntas corporal) ou perturbações funcionais (comprometimento da saúde). Usual-
referem-se: mente a lesão apurada no primeiro exame ( corpo de delito) requer novo
exame dentro de 30 dias ( exame complementar), para se confirmar a
Se houve ofensa à integridade física ou à saúde; inexistência das consequências mencionadas nos parágrafos do artigo 129
Qual o instrumento utilizado; do CP, concluímos assim que é configurada como lesão leve, as lesões
não tidas como grave ou gravíssima.
Se a lesão foi produzida por meio insidioso ou cruel (v.g.: veneno, A pena para esses casos é de três meses a um ano de detenção, e, con-
tortura, etc.) forme a Lei n o 9.099/95, em seu art.88, a instauração de inquérito policial e
Se provocou incapacidade por período superior a 30 dias; a ação penal dependem da representação da vítima.

Se resultou em dano permanente ou perda ou inutilização de membro, As consequências das lesões leves são equimoses, escoriações e feri-
sentido ou função orgânica; das contusas, o percentual em relação ao total das lesões corporais é de
80%.
Se inabilitou a vítima ao trabalho, ou doença incurável ou, ainda,
deformidade; 3.2 - LESÃO GRAVE:

Se provocou aceleração de parto ou aborto. Lesão Corporal Grave ocorre quando o agente utiliza-se de culpa, a
vontade de causar e ofender à sua vitima, será considerada grave se
causar: Incapacidade para as ocupações habituais normais durante 30
A Medicina Legal é a área da Medicina onde são estudados os meios dias, ou Debilidade permanente de membros, sentido ou funções.
de auxiliar a justiça na elucidação dos fatos, que só podem ser desvenda-
dos com o conhecimento médico, sendo esta composta de regras médicas, A debilidade é a perda de força o enfraquecimento,resultado de um da-
jurídicas e técnicas, para realização de perícias, as quais irão elucidar a no anatômico ou funcional, portanto, as funções passíveis de debilitação
verdade sobre um fato em que a justiça está interessada em descobrir toda são as atividades de órgão ou aparelhos do corpo Huma-
a verdade. no.(rins,coração,olhos,ouvidos e mastigação).
O nosso tema de estudo são as lesões corporais, sendo esta uma das mais
A determinação legal encontra - se no § 1o do art.129, CP, que em
importantes, a Traumatologia Médico-Legal, chamada por doutrinadores de
seus incisos resultem em: I - incapacidade para as ocupações habituais,
Traumatologia Forense, tem vital importância, pois é responsável em forne-
por mais de 30 (trinta) dias; II - perigo de vida; IV - aceleração de parto:
cer elementos fundamentais que levam a compreender as causas que
produziram lesões a um individuo, analisa as características e o grau do O perigo de vida, antes não era considerada uma lesão grave, por a
dano causado, mostra qual a forma de energia , e os objetos utilizados . recuperação ocorrer menos de um mês, se enquadrando nas lesões leves,
com o advento do Código Penal de 1940 esta falha foi corrigida, sendo
1 – CONCEITO DE TRAUMATOLOGIA FORENSE: relacionado a gravidade com o risco que o paciente estaria correndo ,
decorrente da ofensa recebida.
A Traumatologia Médico Legal é responsável pelo estudo das lesões e
estados patológicos, que são produzidos na forma de violência sobre o Aceleração de Parto, trauma físico ou psíquico, existe a antecipação do
corpo humano, sendo elas recentes ou tardias, com maior interesse nas parto com expulsão do feto, desrespeitando o período fisiológico, quando
áreas, penais e trabalhistas, e menor na área cível. ocorrer o óbito fetal, e o resultado for aborto, a lesão transforma-se em
gravíssima.
Para Hélio Gomes, ¨ Estuda as lesões corporais, que são infrações
consistentes no dano ao corpo ou à saúde, física ou mental, e resultantes A perícia médica deve ser realizada logo após a lesão no menor espa-
de traumatismos, tanto materiais como morais". ço de tempo, e pode ser repetida após trinta dias, buscando constatar se a
vítima já está apta a exercer suas atividades e ocupações habituais.
O estudo da Traumatologia forense para FRANÇA (2008) é o ramo da
Medicina Legal que estuda a ação de uma energia externa sobre o orga- Para a doutrina, e essa é uma posição majoritária, a incapacidade ces-
nismo do indivíduo (FRANÇA, 2008), ou seja, é o estudo das lesões e sa quando a vítima reúne condições razoáveis de retomar suas ocupações,
estados patológicos, imediatos ou tardios, produzidos por violência sobre o sem que haja risco de agravamento da lesão.
corpo humano. Conforme estudos, as lesões causadas por fraturas, são as que mais
2 – CONCEITO DE LESÃO CORPORAL: incapacitam, alcançando período superior a trinta dias, com exceção das
fraturas nasais, onde a recuperação da vítima é menor.
É o que atinge a integridade física ou psíquica dos ser humano, repre-
sentam os elementos que determinaram o crime, determinadas legalmente 3.3 - LESÃO GRAVÍSSIMA:
no Código Penal Brasileiro no art.129 e parágrafos , são classificadas A definição doutrinária para lesões corporais de natureza gravíssima é
quanto a sua intensidade em : leve, grave e gravíssimas. decorrente do agravamento punitivo elencado no § 2o do art.129 do Código
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa Penal brasileiro, e vinculam-se com as lesões que venham a causar: I -
incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III -
Sujeito passivo é o que padece da lesão. perda ou inutilização de membro, sentido ou função; IV - deformidade
permanente; V – aborto.
Para Nelson Hungria no Direito penal, a lesão corporal é "toda e qual-
As lesões com maior probabilidade de colocar em risco a vida da vítima
quer ofensa ocasional à normalidade funcional do corpo ou organismo
são:• Feridas penetrantes do abdômen e do tórax; • Hemorragias abundan-
humano, seja do ponto de vista anatômico, seja do ponto de vista fisiológico
tes; Estados de choque;Queimaduras generalizadas; • Fraturas de crânio e
ou psíquico".
da coluna vertebral, sendo assim, só cabe ao perito determinar se há risco
Para FRANÇA, (2008) as lesões corporais são, vestígios deixados pela que levem o paciente a morte por se tratar de um prognóstico médico.
ação da energia externa ou agente vulnerante, que podem ser , fugazes,
Debilidade permanente de membro, sentido ou função, ocorre quando
temporárias ou permanentes, podendo ser superficiais ou profundas.
há perda de força, o enfraquecimento, resultante de um dano anatômico ou
funcional. Inclui-se ainda nesta categoria a perda de um ou dois dedos, os

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membros, braços e pernas, são os apêndices do corpo, podendo ficar 4 - CONCLUSÃO:
debilitados permanentemente em consequência de lesões.
O presente trabalho teve como objetivo explicar a verdadeira função da
Os Sentidos são visão, audição, tato, olfato e paladar, mecanismos traumatologia forense onde a sua principal função e buscar respostas para
sensoriais responsáveis pelo relacionamento do indivíduo com o mundo, o meio jurídico em elucidações de casos onde o ser humano venha sofrer
podem ser afetados causado por traumas direto sobre um desses órgãos, em seu organismo lesões ocasionadas por forças externas que proporcio-
ou no crânio, embora, os órgãos como, rins, coração, olhos, ouvidos, mas- nam anomalias funcionais do mesmo.
tigação, também ficam passiveis de parcial debilitação.
Para muitos, é uma especialidade médica, embora com um corpo pró-
A Incapacidade pode ser permanente para o trabalho, sendo definitiva, prio de conhecimentos, que reúne o estudo não somente da medicina,
porem a Lei trata de qualquer atividade, não apenas ao trabalho específico como também do direito. uma especialidade, que serve mais ao Direito que
da vítima. A enfermidade Incurável, é qualquer estado mórbido de lenta propriamente à Medicina.
evolução,que venha a resultar na morte da vítima ou que, mesmo tendo Ela busca definir em seu estudo, os efeitos das agressões físicas e morais,
cura, está se dê a longo prazo. Perda ou Inutilização: de membros, sentido também a determinação de seus agentes causadores, gerando parâmetros
ou função: Decorre da Mutilação ou Inutilização permanente de mem- como, quanto tempo e o momento em que a lesão foi gerada, de que forma
bro,sentido ou função. Mesmo que continue existindo o apêndice físico sua foi cometida e qual instrumento utilizado, ou seja todos os modos operante
inoperância,ou perda de funcionamento,caracterizam o tipo penal. Deformi- da ação. Este reconhecimento é feito através do exame pericial na vítima e
dade Permanente: Os danos aparentes,estéticos,que afetem a subjetivida- no local do fato, sendo posteriormente denominado de exame de corpo de
de da vítima,aborrecendo ou causando-lhes incômodo; podendo inclusive delito.
afetar sua auto-estima.Aborto: A situação aqui descrita faz referência ao
aborto preterintencional,quando o agente quer apenas lesionar a víti- O corpo de delito não é feito apenas na vitima, mas em todo o local em
ma,mas acaba provocando o aborto. questão e no instrumentos utilizados para a pratica do delito. Esta forma de
prosseguimento deve ser adotada para que as autoridades solicitantes
3.4 - LESÃO SEGUIDA DE MORTE: possam definir suas conclusões.
Sendo assim a traumatologia forense e de fundamental importância para o
Quando correr a lesão corporal e o resultado for morte, o artigo 129 § ramo do direito ou meio judiciário principalmente para os casos tipificados
3º - e as evidencias apontarem que o agente não quis o resultado, nem no art. 129, do C.P . ALMEIDA, Antonia Lisania
assumiu o risco de produzi-lo, a Traumatologia Médico Legal será, essenci-
al para oferecer os elementos técnicos e científicos ao juízo, pois esta ENERGIAS DE ORDEM MECÂNICA (INSTRUMENTOS)
fornece dados objetivos de que forma a à pessoa foi efetuada, observados I - INSTRUMENTO PERFURANTE
a natureza e os resultados graves. 1. DEFINIÇÃO:
É todo instrumento capaz de produzir uma lesão punctória.
3.5 - AS LESÕES PRODUZIDAS POR AÇÃO MECÂNICA: 2. INSTRUMENTOS:
Energia mecânica é aquela capaz de modificar um corpo em seu esta- Esses instrumentos propriamente ditos possuem forma cilíndrica-
do de repouso ou de movimento, produzindo neste, lesões. Podem ser cônica, são alongados, finos e pontiagudos, tais como: agulha, estilete,
causados por armas, punhais, revólveres, facas, foices, machados, ou por prego, alfinete etc.
punhos, pés, dentes, ou qualquer outro meio, máquina, animais, veículos, 3. MECANISMO DE AÇÃO:
explosões. Atuam por pressão através da ponta e afastamento das fibras do teci-
do.
Os resultados podem repercutir interna ou externamente, podendo o- 4. LESÕES:
correr com o impacto de um objeto em movimento contra um corpo parado, As lesões produzidas por estes instrumentos são soluções de continui-
ou o contrário, ou ainda, com os dois em movimento. dade que se denominam feridas punctórias.
FERIDA PUNCTÓRIA. Os instrumentos perfurantes, como chave de 5. DIAGNÓSTICO:
fenda, é capaz de produzir uma lesão punctória O tipo de instrumento será diagnosticado pela qualidade das lesões.
Mas o diagnóstico da lesão em si, não permite que para avaliação do seu
FERIDA INCISA: A faca é instrumento cortante, contem gume e produz alcance, se façam sondagens, desaconselhadas formalmente pela possibi-
a ferida incisa. lidade de, elas mesmas, produzirem falsos trajetos ou alterarem os corres-
pondentes ao instrumento empregado.
FERIDA CONTUSA: O choque de superfícies pode se dar de forma ati-
6. PROGNÓSTICO:
va ( quando o instrumento é projetado contra a vítima) ou passiva ( quando
É extremamente variável, pois, o instrumento não contaminado facilita-
a vitima vai de encontro ao objeto, como ocorre numa queda). Devido à
rá a recuperação, mas caso ocorra processo infeccioso tudo se modificará.
elasticidade da pele, esta se conserva íntegra e a lesão se produz em nível
7. NATUREZA JURÍDICA:
profundo. São várias: escoriação: quando o atrito do deslizamento lesa a
Geralmente homicídios, principalmente entre detentos. Recém-
superfície da pele- raspão -arrastamento, atropelamentos etc. sendo a
nascidos também podem ser vítimas desse tipo de lesão (infanticídio). Não
equimose a contusão mais frequente causada pelo soco, que geram bos-
é de se desprezar a possibilidade de acidente comum ou do trabalho.
sas e hematomas, que podem ser sanguíneas.
Como meio de suicídio não é muito frequente.
AS LESÕES MISTAS são aquelas causadas por instrumento que reú- 8. PERÍCIA:
nem dois lados, o Pérfuro cortante ( punhal- canivete) Lesão pérfuro-incisa, A perícia envolve sempre o exame das lesões em sua forma, aspecto,
Instrumento corto contundente ( machado-foice) Lesão cortocontusa, Ins- dimensões e demais caracteres que sirvam não só para a determinação
trumento pérfuro contundente ( projétil) Lesão pérfurocontusa, causam diagnóstica, mais ainda para pesquisar o instrumento que as produziu.
Fraturas – cicatrizes – Infecção.
II - INSTRUMENTO CORTANTE
Os Instrumentos cortantes, atuam pelo deslizamento de um gume so- 1. DEFINIÇÃO:
bre uma linha, seccionando os tecidos. Ex. lâmina de barbear, bisturi, já os É todo instrumento que atuando linearmente sobre a pele ou sobre os
Instrumentos contundentes, agem pela pressão exercida sobre uma super- órgãos, produz feridas incisas.
fície pelo seu peso ou energia cinética de que estejam animados, esma- 2. INSTRUMENTOS:
gando os tecidos. Ex: porrete, solo, pedra arremessada; Navalha, bisturi, lâmina, canivete, faca de gume cerrado, pedaço de vi-
A mesma energia que lesa as estruturas superficiais do corpo humano, dro etc.
pode ser transmitida às estruturas profundas. Dependendo de sua intensi- 3. MECANISMO DE AÇÃO:
dade, da resistência natural das estruturas profundas e da sua condição Agem por pressão e deslizamento produzindo a secção uniforme dos
momentânea, fisiológica ou patológica, a energia transmitida pode ser tecidos.
suficiente para dar causa a lesões das estruturas profundas (fraturas ós- 4.LESÕES:
seas, luxações, rupturas ou contusões de órgãos internos).

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Possuem bordas nítidas e regulares, há hemorragia geralmente abun- ósseos subjacentes, coleciona determinando a formação de verdadeiras
dante, corte perfeito dos tecidos moles, ausência de outro trauma em torno bossas.
da lesão. G) BOSSA LINFÁTICA: são coleções de linfas produzidas por contu-
5. DIAGNÓSTICO: sões tangenciais, como acontece nos atropelamentos, em que os pneus,
É necessário estudar cuidadosamente os caracteres da lesão, não por atrição, deslocam a pele formando grandes bossas linfáticas, entre o
sendo omitido o exame plano ósseo e os tegumentos.
minucioso das vestes quando a região afetada era coberta por ela. H) LUXAÇÃO: é o afastamento repentino e duradouro de uma das ex-
6. PROGNÓSTICO: tremidades.
Depende da sede comprometida, da extensão e profundidade do feri- I) FRATURA: é a solução de continuidade, parcial ou total dos ossos
mento, são mortais quando atingem a região do pescoço (denomina-se submetidos à ação de instrumentos contundente.
esgorjamento, se atingir a região anterior e degolamento, se atingir a J) FERIDA CONTUSA:
região posterior). Não sendo isso, em geral não assumem essa gravidade • Forma, fundo e vertentes irregulares; • Bordas escovadas; • Ângulos
extrema, mas podem ser gravíssimas quando situadas no rosto (cicatriz obtusos;
queloideana - deformidade permanente). No caso de atingir nervos de • Derrame hemorrágico externo menos intenso do que na ferida incisa;
membros, podem produzir perturbações motora e sensitiva, e daí debilidade • Aspecto tormentoso no seu interior;
do segmento, enfermidade incurável que pode impedir o trabalho etc. Não • Retalhos conservados em forma de ponte, unindo as margens da le-
havendo essas consequências, elas são consideradas leves. são, contrastando com os tecidos mortificados;
7. NATUREZA JURÍDICA: • Nervos, vasos ou tendões, conservados no fundo da lesão.
Podem variar, é homicida frequentemente, mas pode tratar-se de lesão 5. DIAGNÓSTICO:
de defesa (indicativo de luta) ou mesmo suicida. A lesão acidental pode Na apreciação detalhada das equimoses é preciso distingui-las das hi-
ocorrer, mas geralmente é de menor gravidade e não chega ao legista, póstases, das equimoses espontâneas post mortem, das pseudo-
senão ao clínico. equimoses, traumatismos post-mortem, das doenças como púrpura,
8. PERÍCIA: escorbuto, hemofilia, intoxicação por arsênio, epilepsia etc.
Elemento cortante, número de lesões, sede, direção, características, 6. PROGNÓSTICO:
profundidade, regularidade,lesões de defesa. O médico legista através de O prognóstico depende da lesão em si, conforme a região, ferida sec-
fatos relatados e observados, poderá prestar esclarecimentos à justiça. cionando ou dilacerando órgãos importantes, e dependendo do peso da
arma e força viva com que esta é acionada, podendo produzir comoções de
III - INSTRUMENTO CONTUNDENTE vulto. Em geral o prognóstico é grave quanto à vida, ou em hipótese mais
1. DEFINIÇÃO: benigna, quanto à importância, causando um dano que incapacite para o
É todo instrumento ou objeto rombo capaz de agir traumaticamente so- trabalho.
bre o organismo. 7. NATUREZA JURÍDICA:
2. INSTRUMENTOS: Do ponto de vista jurídico, essas lesões podem significar dependendo
• Sólido: pau, tijolo, mão de pilão da sede, a natureza de uma violência: pescoço, rosto, orifícios, região
• Líquido: queda n'água, jato d'água genital etc. A forma caracteriza o instrumento ou meio que as produziu. As
• Gasoso: jato forte de ar sobre pressão dimensões para identificar o agente produtor, quando produzidas com vida
• Naturais: mãos, pés, cabeça, chifres de boi etc. a existência de reação própria. É finalmente a sede, a forma e a disposição
• Usuais: bengala, bastão, cacetete etc são elementos que bem estudados podem esclarecer a possibilidade de
• Eventuais: pedra, martelo simulações, podendo evidenciar se foi homicídio, acidente ou suicídio.
3. MECANISMO DE AÇÃO: 8. PERÍCIA:
• Ativo: quando o objeto possuidor de força viva, choca-se contra o cor- A importância de realização de uma perícia bem feita, traduz a possibi-
po da vítima; lidade da identificação do agente da lesão e também, o tipo ou natureza do
• Passivo: quando o corpo da vítima, sob ação da força viva, choca-se crime, através, evidentemente de pesquisas
contra o objeto; minuciosas e detalhadas da lesão.
• Misto: quando tanto o corpo da vítima, quanto o objeto possuidor de
força viva, chocam-se entre si. IV - INSTRUMENTO CORTO-CONTUNDENTE
4. LESÕES: 1. DEFINIÇÃO: São instrumentos que possuem gume rombo, de corte
A resultante da ação desses instrumentos depende da intensidade do embotado e que agindo sobre o organismo, rompe a integridade da pele,
seu movimento, de sua dinâmica traumatizante, e, conjugado este fato, a produzindo feridas irregulares, retraídas e com bordas muito traumatizadas.
região do corpo atingida e as condições da próxima ação, as lesões decor- 2. INSTRUMENTOS:
rentes poderão ser superficiais ou profundas, citam-se das mais leves às Machado, foice, facão, enxada, moto-serra, rodas de trem etc.
mais graves: 3. MECANISMO DE AÇÃO:
A) RUBEFAÇÃO: alteração vasomotora da região; dura cerca de duas Agem por pressão e percussão ou deslizamento. A lesão se faz mais
horas no máximo; pelo próprio peso e intensidade de manejo, do que pelo gume de que são
B) EDEMA: derrame seroso; dotados.
C) ESCORIAÇÃO: perda traumática da epiderme (serosidade, gotas de 4. LESÕES:
sangue, crosta); A forma das feridas varia conforme a região comprometida, a intensi-
D) EQUIMOSE: derrame hemático que infiltra e coagula nas malhas do dade de manejo, a inclinação, o peso e o fio do instrumento. São em regra
tecido. Permite dizer qual o ponto onde se produziu a violência. Indica a mutilantes, abertas, grandes, fraturas, contusões nas bordas, perda de
natureza do atentado. Pode afirmar se o indivíduo achava-se vivo no mo- substância e cicatrizam por segunda intenção.
mento do traumatismo. Indica a data provável da violência. 5. DIAGNÓSTICO:
Espectro equimótico de LEGRAND DE SAULLE - a equimose super- Será feito com base no tipo de lesão o diagnóstico depende da lesão
ficial é envolvida por uma sucessão de cores que se inicia pelos bordos. em si, depende se na região atingida havia órgãos importantes, e depende
Tem importância pericial para determinar, em alguns casos, a data provável do peso da arma ou da força viva com que esta é acionada, podendo
da agressão produzir comoções de vulto.
- 1º dia: lívida ou vermelha - 7º ao 10º dia: esverdeada 6. PROGNÓSTICO:
- 2º e 3º dia: arroxeada - 10º ao 12º dia: amarela-esverdeada Em geral, o prognóstico é grave quanto à vida ou em hipótese mais
- 4º e 6º dia: azul - 12º ao 17º dia: amarela benigna, quanto à importância de um dano, incapacitando para o trabalho,
E) HEMATOMA: é uma coleção hemática produzida pelo sangue extra- deformando, inutilizando membro etc.
vasado de vasos calibrosos, não capilares, que descola a pele e afasta a 7.NATUREZA JURÍDICA:
trama dos tecidos formando uma cavidade circunscrita onde se deposita. É mais frequente no homicídio e no acidente, sendo raro no suicídio.
F) BOSSA SANGUÍNEA: é um hematoma em que o derrame sanguí- 8. PERÍCIA:
neo impossibilitado de se difundir nos tecidos moles em geral, por planos

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Na perícia, o aspecto da escoriação é suficiente para indicar se o feri- c) Bucha: É um disco de feltro, cartão, couro, borracha, cortiça ou me-
mento foi feito num indivíduo vivo ou num cadáver. Permite também con- tal, que se separa a pólvora do projétil.
clusões quanto ao objeto usado e a natureza do atentado. As escoriações d) Pólvora: É uma substância que explode pela combustão. Há a pól-
produzidas no vivo formam crosta. No cadáver são lisas e muito semelhan- vora negra e a pólvora branca. Esta última não tem fumaça. Ambas produ-
tes ao aspecto de couro ou de pergaminho. zem de 800 a 900 cm3 de gases por grama de peso. Em geral são compos-
tas de carvão pulverizados enxofre e salitre.
V - INSTRUMENTO PÉRFURO-CORTANTE e) Projétil: É o verdadeiro instrumento pérfuro-contundente, quase
1. DEFINIÇÃO: sempre de chumbo nu ou revestido de níquel ou qualquer outra liga metáli-
São aqueles que além de perfurar o organismo exercem lateralmente ca. Os mais antigos eram esféricos. Os mais modernos são cilíndricos-
uma ação de corte. ogivais.
2. INSTRUMENTOS: http://www.malthus.com.br/rw/forense/
Facas, punhais, canivetes, baionetas etc.
• Classificação: Energia de ordem física.
Instrumento pérfuro-cortante de um só gume ou de um só bordo cortan-
te;
Instrumento pérfuro-cortante de dois gumes ou de dois bordos cortan- CONCEITO
tes;
Instrumento pérfuro-cortante de três ou mais gumes ou bordos cortan- São aqueles que modificam o estado físico do organismo, no todo e em
tes. parte, causando lesão corporal e até mesmo a morte. São elas a eletrici-
•Características: dade, a temperatura, a luz, o som, a pressão atmosférica, raio X, radiações
São instrumentos que, além de perfurar, pela sua ponta, ainda exercem ionizantes.
lateralmente ação de corte: Destas, as mais importantes por trazerem os maiores problemas médi-
• Monocortante: faca, peixeira, canivete co legais e criminais são as eletricidade e o calor.
• Bicortante: punhal
• Tricortante: lima, florete Lesões produzidas pela eletricidade
• Multicortante: apontador de pedreiro, perfuratriz manual.
3. MECANISMO DE AÇÃO: Temos que considerar separadamente as descargas atmosféricas (ele-
Perfura = Pressão Corta = Secção tricidade natural, também chamada meteórica ou cósmica) e a eletricidade
4. LESÕES: artificial, feita pelo homem (eletricidade individual).
•Instrumento com um gume: ferida ovalar, com um ângulo agudo e um
ângulo arredondado. Eletricidade natural
•Instrumento com dois gumes: (botoeira) dois ângulos agudos.
•Instrumento com três gumes: feridas de forma triangular. Fulguração ou fulminação é a denominação genérica dada às lesões
•Instrumento com muitos gumes: feridas parecidas com as produzidas mortais ou não provocadas pela eletricidade natural.
pelos instrumentos cônicos. Diariamente, 44,000 tempestades de trovão atingem a terra, bombar-
5. DIAGNÓSTICO: deando-a com cerca de 9,000,000 de descarga elétricas.
Genérico Estatísticas americanas informam que anualmente 2,400 pessoas são
Deve ser orientado no sentido de se caracterizar a natureza da lesão, atingidas por raio nos Estados Unidos. Destas, 400 morre. Algumas esta-
condicionada ao instrumento que a produziu. tísticas acusam uma taxa de mortalidade de 40%.
6. PROGNÓSTICO: O raio é causado por uma repentina e violenta descarga elétrica prove-
- Dependem do local - Das formações anatômicas atingidas niente das nuvens de uma tempestade. Uma diferença de potencial de
- Da profundidade e largura - Da possibilidade de produzirem infec- milhões de volts aparece e aumenta progressivamente até que as cargas
ções. acumuladas provoquem uma descarga que forma o raio. Esta descarga
7. NATUREZA JURÍDICA: pode se desenvolver no interior das nuvens, entre nuvens necroscópico ou
- Lesão Corporal - Suicídio - Homicídio – Acidente entre nuvens e o solo desenvolvem energia elétrica suficiente para originar
8. PERÍCIA: um arco gigantesco ao longo de um estreito caminho em zig zag no ar. A
Dificilmente podemos calcular a largura do instrumento pelo tamanho maior fonte de energia é liberdade sob a forma de calor, em cerca de dez
do ferimento. Contudo o perito pode dar a ideia genérica do elemento milionésimo de segundo a temperatura de um canal de ar de 2,5 a 25cm de
cortante, número de lesões, sede, direção, características, profundidade, diâmetro se eleva a cerca de 15,000°C. A repentina elevação da tempera-
regularidade, lesões de defesa etc. tura causa uma dilatação do ar e consequente estouro. Este ruído constitui
o trovão, que acompanha cada relâmpago. À medida que a temperatura se
VI - INSTRUMENTO PÉRFURO-CONTUNDENTE avolume, a intensidade do campo magnético aumenta e em dado instante
1. DEFINIÇÃO: atinge uma diferença de potencial de milhão a um bilhão de volts e corren-
É todo agente traumático que ao atuar sobre o corpo, perfura-o e con- tes de intensidade de vinte mil a noventa mil ampéres.
tunde simultaneamente. Ao aproximar-se do solo, o raio se subdivide em múltiplas descargas
2. INSTRUMENTO: com intensidade várias. As mais fracas são praticamente inócuas ou
Os instrumentos desta classe são, na maioria das vezes, os projeteis determinam lesões não mortais; as mais fortes matam. Isto explica o fato
de arma de fogo. de apenas cerca de 40% das vítimas do raio virem a sucunbir.
Arma de Fogo: São as peças constituídas de um ou dois canos, aberto Nas vítimas de fulguração podemos notar apenas perda da consciên-
numa das extremidades e parcialmente fechados na parte de trás, por onde cia, parada respiratória reversível pelo tratamento, lesões da série contun-
se coloca o projétil. dente, tais como feridas, fraturas, equimoses, escoriações provocadas por
• Classificação: projeção de corpo, ou causada por quedas. Queimaduras, superficiais e
a) Quanto à dimensão: portáteis, semiportáteis e não portáteis. profundas. Impressões de objetos metálicos sobre a pele, estes objetos
b) Quanto ao modo de carregar: Antecarga e Retrocarga. chegam a se fundir. Perturbações oculares (catarata), digestivas e uriná-
c) Quanto ao modo de percussão: Perdeneira e Espoleta rias. Sintomas ligados ao sistema nervoso central, tais como amnésia e
d) Quanto ao calibre: confusão mental. A lesão característica encontrada tanto nas vítimas que
• A munição compõe-se de cinco partes: sobrevivem como nas vítimas que faleceram é a figura de Lichtenberg ou
a) Estojo ou cápsula: É um receptáculo de latão ou papelão prensado, figura do raio. Estas lesões nem sempre estão presente, podendo faltar
de forma cilíndrica contendo os outros elementos da munição; tanto em caso fatais como nos casos de sobrevida. São lesões avermelha-
b) Espoleta: É a parte do cartucho que se destina a inflamar a carga. É das, fazendo pouca saliência na pele, em forma de zig zag ou parecendo
constituído de fulminato de mercúrio, de sulfeto de antimônio e de nitrato de samambaias. A causa destas lesões parece ser fenômenos vasomotores
bário.

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A morte geralmente se dá por parada respiratória ou por parada cardí- ao ser jogada ao solo, ou em consequência de contraturas musculares
aca. Pode ser causada secundariamente por lesões de órgãos internos, violentas, queimaduras, pelo efeito Joule. Intensamente, podemos encon-
etc. A necropsia muitas vezes não apresentam dados esclarecedores; é trar congestões viscerais, edemas, sangue fluido, etc.
necessário pesquisar-se dados extrínsecos, como chamuscamento e A lesão características da eletricidade industrial é a marca elétrica ou
rasgões nas roupas, perfurações no calçado, fusão de objetos metálicos marca de Jellineck, lesão esta que pode aparecer ou não, tanto nos casos
trazidos pela vítima, magnetização de objetos metálicos, sinais de descarga fatais como nos casos de sobrevivência. É uma lesão que tem aspecto
meteórica nas vizinhanças. característico. Sua forma pode reproduzir a forma do condutor, sendo
Podemos encontrar ainda pêlos e cabelos chamuscados. Hemorragias alongada, ou então arredondada na maioria das vezes. É dura, de bordas
musculares e do coração. Microscopicamente, ao nível do sistema nervoso elevadas. Tem tonalidade acinzentada clara.
central, verificam-se desde a simples congestão das meninges e do encéfa- Se localiza sempre nos pontos onde fez contato com os condutores, is-
lo até hemorragias e extensas lacerações do tecido nervoso. Veiga de to é, nos locais de entrada e de saída da corrente. Seu mecanismo de
Carvalho descreve estas lesões como atrofia e destruição celular, com produção ainda não foi satisfatoriamente explicado. Alguns acham ser
forma de alterações agudas, observando-se tumefação e cromatólise e alteração histológica provocada pela corrente elétrica, outros acham que a
formas mais degenerativas com alterações nucleares, cariorrexis e lise alteração devida à ação calórica da corrente adquirindo um aspecto diferen-
celular. As lesões se situam no córtex cerebral, nos núcleos profundos, na te das queimaduras típicas por ser uma atuação muito breve (por um espa-
ponte, no bulbo, no cerebelo e nas meninges. ço de tempo muito curto) de uma temperatura muito alta. Nas correntes de
alta tensão, encontramos quase sempre queimaduras externamente, pois
Eletricidade industrial nestes casos há predominância do efeito Joule.

As lesões por eletricidade industrial, que são genericamente denomi- Temperatura


nadas eletroplessão ou eletrocussão, são muito mais frequentes que as
provocadas pela eletricidade natural. A principal causa jurídica aqui encon- O frio, o calor, e as temperaturas oscilantes podem provocar lesões.
trada é o acidente, doméstico ou do trabalho. Casos de suicídio e homicí- Lesões provocadas pelo frio são muito raras em nosso meio. Podem
dio doloso são raríssimos. Nos Estados Unidos é empregado como execu- ser acidentais ou homicidas (caso de infanticídio). Podem agir como coad-
ção legal. juvante à inanição e embriaguez, cuja ação será mais intensa se as suas
Temos a considerar as propriedades da corrente elétrica, tais como a vítimas forem expostas ao frio.
tensão ou força eletromotriz, a intensidade, se contínua ou alternada, A ação do frio pode se fazer localizadamente ou de maneira sistêmica.
frequência ou ciclagem. Em igualdade de condições, não há diferença A ação local do frio recebe o nome de geladura, pois pode apresentar
entre as lesões provocadas pelas correntes contínuas ou alternadas. Na algumas lesões semelhantes às queimaduras, inclusive com filictenas, e
corrente alternada tem importância a sua frequência, sendo as correntes de são também divididas em graus. Caracteriza-se por palidez da pele, aspec-
alta frequência menos nocivas que as de baixa frequência. Papel de maior to anserino, isquemia que pode evoluir para necrose e gangrena, anestesi-
importância representam a intensidade da corrente e seu trajeto, sendo a. São mais comuns nas extremidades. Foram muito observadas na 1ª
mais mortais as lesões que em seu trajeto atravessam o coração. A inten- Guerra Mundial, daí serem também conhecidas como pés de trincheira.
sidade da corrente tem grande valor na patogenia da eletrocussão. A Não existem lesões características da morte pelo frio. Aparecem sin-
intensidade da corrente é dada pela fórmula I =V tomas ligados ao sistema nervoso central, tais como sonolência, convul-
Em que I é a intensidade da corrente expressa em âmperes, V é a vol- sões, delírios anestesias, perturbações da motilidade e ainda congestões
tagem, que é expressa em volts e R é a resistência que é expressa em ou isquemias viscerais, coloração vermelha clara das hipóstases e do
ohms. Por esta fórmula, vemos que a intensidade da corrente é diretamen- sangue, que pode permanecer fluido, devido à sua pouca coagulação.
te proporcional à voltagem e inversamente proporcional à resistência. Repleção das cavidades cardíacas, equimoses do pescoço, da mucosa
Assim sendo quanto maior a resistência oferecida pelo corpo humano, gástrica e da pleura parietal. Espuma sanguinolenta na árvore respiratória.
mantendo-se constante a voltagem, menor será a intensidade da corrente Nota-se ainda temperatura baixa do corpo, enrijecimento da pele, derrames
que atravessa o corpo. A pele humana tem sua resistência calculada em sanguinolentos, disjunções das suturas cranianas. Estes sinais nada têm
cerca de 20,000 ohms, podendo ser menor em recém-nascidos ou maior, de característicos. Questões de suma importância e de difícil esclarecimen-
podendo atingir 40,000 ohms ou mais quando a pele é espessada por to é se a morte sobreveio ou não em consequência do congelamento. Isto
calosidade. Diminui muito a resistência da pele molhada, caindo para será feito pela necropsia, pelo exame de local e pelo histórico.
1,500 ou 1,200 ohms. Nestas condições, mesmo correntes de tensão baixa
podem causar a morte, como tem acontecido em acidentes domésticos em Lesões produzidas pelo calor
que pessoas morrem em consequência de descarga de 110 volts.
Não é só a resistência da pele que importa. Entre em jogo a resistên- O calor pode agir de maneira difusa ou localizadamente.
cia total do circuito, sendo importante a resistência interna da fonte. Cor- As doenças causadas pelo calor compreendem um grupo de doenças
rentes de 15,000 volts provavelmente de bobinas de carro, raramente são causadas pela sobrecarga de calor.
mortais devido à alta resistência interna da bobina. Cólicas pelo calor, um distúrbio benigno, são espasmos doloroso da
Cinescópio de televisores possuem correntes que oscilam em cerca de musculatura esquelética tidos como decorrentes da depleção de sódio
25,000 V. As televisões modernas são menos perigosas que as antigas, causada pela sudorese, em resposta ao calor.
pois nestas a alta voltagem era conseguida por transformador, enquanto Exaustão térmica decorre da depleção de água e sal secundária à su-
que atualmente esta voltagem era conseguida através de válvula que tem dorese, provocada pela sobrecarga do calor. As manifestações incluem
alta resistência interna. Esta resistência somada à resistência do corpo desconforto gastrintestinal, discretas sinais e sintomas relacionados com o
dará um valor alto ao denominador da formula da lei de Ohm, diminuindo a sistema nervoso central, cefaléia, tonteiras, lassidão, irritabilidade, depleção
intensidade da corrente que atravessa o corpo. volumétrica, como consequência da sede, hipotensão ortostática ou persis-
Mantendo-se constante a resistência, a intensidade da corrente será tente, taquicardia ou síncope. Podem ocorrer câimbras musculares. Os
proporcional à tensão que sobre a vítima atuar e são divididas em correntes pacientes se apresentam suados, com suas temperaturas corporais nor-
de baixa tensão, média tensão e alta tensão. mais ou ligeiramente aumentadas.
1. Correntes de baixa tensão. Agem sobre o coração provocando Choque térmico é uma emergência clínica com risco de vida, decorren-
fibrilidade do miocárdio. te de calor corporal excessivo por sobrecarga ou comprometimento dos
2. Corrente alta tensão. Agem sobre o centro respiratório, causan- mecanismos orgânicos de dissipação do calor. A mortalidade podem ser
do parada respiratória. altas, correlacionadas sobretudo à magnitude e à duração da hipertermia.
3. Corrente de média tensão. Matam pela combinação dos dois Classicamente se divide a ação difusão do calor em insolação e inter-
mecanismo. nação direta do calor do sol. Na internação o calor provém de qualquer
outra fonte que não o calor direto do sol. Outros fatores entram em jogo na
Lesões de eletricidades. Com frequência a necropsia nada revela. Po- gêneses das lesões além da temperatura. Têm importância a má ventila-
demos encontrar lesões mecânicas, da série contundente, fraturas, escori- ção do local, o grau de umidade, a fadiga, que ocorrem para o desencadear
ações, feridas, arrancamentos de inserções musculares, que a vítima sofre do quadro. As manifestações encontradas são: hipertemia, por vezes

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superior à 40,6° C; disfunções do sistema nervoso central, manifestada por por sua vez pode estar íntegra ou apresentar fraturas. As córneas tornam-
delírios, psicoses, convulsões e coma. Com frequência anidrose, mas pode se opacas. A pele tem tonalidade enegrecida. Os dentes e os ossos
ocorrer sudorese, vômitos, hipotensão arterial, consequente à disfunção resistem muito a ação do calor, porém podem ser parcialmente destruídos
cardíaca, taquicardia sinusial, leucocitose, elevação de enzimas séricas, ou apresentarem-se quebradiços. O corpo toma uma atitude semelhante a
consequentes à lesão celular, distúrbios do equilíbrio ácido básico, eletrolí- dos boxeadores, com os membros superiores fletidos e os dedos em guer-
tico e da coagulação. Como complicações podem ocorrer comprometimen- ra. O corpo do carbonizado pode estar intacto ou apresentar aberturas nas
to ou falência da qualquer sistema orgânico decorrente de lesão celular por cavidades cranianas, torácica ou abdominal. Se a ação do fogo é prolon-
agressão térmica direta e em menor grau por hipóxia celular. Em especial, gada. O tronco pode fender-se verticalmente do pescoço ao púbis, com a
podem ocorrer aspiração ou bronco pneumonia, arritmia ou insuficiência aparência de uma incisão de necropsia. A pele apresenta soluções de
cardíaca, insuficiência hepática ou renal, rabdomióliese com mioglobinúria, continuidade situadas sobretudo nas pregas articulares. Observam-se
déficits neurológicos e diáteses hemorrágicas. tanto ao nível do tórax como do abdome, podendo aparecer no períneo e
Diagnóstico da morte. A ettiopatogenia destas mortes é discutível. não devem ser confundidas com as produzidas por agentes vulnerantes ou
Ação do calor sobre a miosina cardíaca, produzindo sua coagulação; sobre com atentados de natureza sexual.
o sangue, destruindo os elementos figurados e a consequente formação de Os músculos mostram os mais variados graus de cocção, podendo ter
trombose; bronqueio da respiração cutânea e da sudorese; efeito direto tonalidade rósea pela absorção do monóxido de carbono ou cor castanho
sobre o encéfalo, principalmente sobre os centros termoregualadores; escura.
choque anafilático decorrente de elementos estranhos na circulação; des- O calor fende e fratura os ossos. Hofmann assinalou fendas longitudi-
truição das proteínas hemáticas e consecutiva ação tóxica dos centros nais, nos ossos dos membros, e fissuras circulares, nas cabeças articula-
nervosos. res. As fraturas na continuidade dos ossos levam à amputação espontânea
As lesões apuradas no exame necroscópico são escassas. Podemos dos membros.
encontrar manchas várias dos tegumentos, espumas sanguinolenta nas Segundo Brouardel, a sede desta fraturas é constante. No fêmur situ-
vias respiratórias, temperatura elevada, rigidez precoce, putrefação rápida, am-se na união do terço inferior com os dois terços superiores; no úmero
congestão e hemorragias viscerais. O diagnóstico é feito pelos anteceden- na união do terço superior com os dois terços inferiores.
tes, pelo exame de local e pela ausência de outra causa de morte revelada As vísceras podem apresentar-se completamente dessecados com es-
pela necropsia. truturas mais compacta, um tecido mais denso, como esplenizado. O
sangue está sólido e tem tonalidade pardacenta escura.
Queimadura Importa ainda na avaliação das queimaduras, a extensão da área cor-
poral atingida.
São lesões causadas, as mais comuns, ou internas (nas vias respirató- A pele é o maior órgão do organismo. Sabe-se que sua lesão provoca
rias de vítimas de incêndio, onde a temperatura do ar alcança centenas de quebra da homeostasia e expõe o organismo aos efeitos danosos do ambi-
graus, por ingestão acidental ou suicida de alimentos ou líquidos aqueci- ente. Permite evaporação rápida da água, perda de sangue e de plasma,
dos, ou em clister com líquidos muito quentes). permite a instalação de infecções. Há ainda tromboses venosas e absor-
O calor pode agir por contato direto, cuja fonte pode ser sólido aqueci- ção de substâncias tóxicas. Estes efeitos danosos são proporcionais à
do, chama, líquidos e gases aquecidos; ou à distância, o calor radiante. extensão da superfície corporal queimada. Queimaduras de extensas
As queimaduras geralmente têm causa acidental. Não são excepcio- áreas do corpo são mortais. Acima de 15 a 20% de área queimada em
nais os suicídios, cuja incidência maior é entre mulheres de raça negra. Os adulto, em crianças menos, exigem tratamento sistêmico em regime de
homicídios são excepcionais. Mais frequente é a carbonização de cadáver, internação hospitalar e acarretam perigo de vida.
para ocultar identidade e causa morte. Para avaliação do prognóstico quanto à vida é mais importante a ex-
Nas queimaduras temos de considerar a profundidade e a extensão. A tensão da queimadura , enquanto que para a avaliação do prognóstico
intensidade de queimadura é medida em grau e depende da temperatura quanto à função maior importância a profundidade da queimadura, embora
da fonte, da duração do contato e da condutibilidade dos tecidos: as duas coisas sejam inseparáveis e a avaliação deva ser feita em conjun-
to. Queimaduras de 100% de área corporal com queimadura de 1º não são
1° grau – apenas camadas superficiais de células de epiderme são mortais. Quanto mais profunda a queimadura menor a área queimada para
destruídas, aparecendo um eritema. Alguns dias após, há descamação da provocar perigo de vida ou mesmo levar à morte a vítima.
pele.
Questões médico-legais
2° grau – Há grande destruição tissular da epiderme, envolvendo áreas
da derme e camada superficiais de tecido vizinhos. Permanecem entretan- Inicialmente, teremos de esclarecer se a morte é consequência de
to elementos epiteliais que regeneram a pele. Forma-se uma vesicação queimadura ou se o corpo foi jogado no incêndio após ter sofrido morte por
surgindo flictenas com serosidade de colorido amarelo. Com o rompimento outra causa.
da epiderme que as forma, o líquido escorre e o corion fica à mostra. O eritema das queimaduras de 1º grau geralmente desaparecem após
Secando-se, surge no local uma placa pergaminhada. a morte, pode entretanto subsistir uma inflação local, que indicará lesão
produzida em vida. As flictenas, mas seu conteúdo geralmente é gasoso;
3º grau – Há destruição total e irreversível de toda a pele ( a regenera- se contém líquido este não apresenta as características das produzidas em
ção espontânea do epitélio é impossível). Planos profundos também são vida. As flictenas das queimaduras se diagnosticam com facilidade. Seu
atingidos em maior ou menor grau. Com a necrose da pele e dos tecidos conteúdo é de líquido seroso, amarelado, rico em proteínas, albuminas e
subjacentes forma uma placa de início acinzentada, que endurece, toma contendo leucócitos. Queimaduras pos mortem podem produzir flictenas,
uma cor anegrada e de limites nítidos a escara. mas seu conteúdo geralmente é gasoso; se contém líquido este não apre-
senta as características das produzidas em vida. A putrefação também
4º grau – Da carbonização. A carbonização pode ser total ou parcial; produz flictenas, esta porém, tem conteúdo hidroaéreo e o líquido de cor
pode ser superficial ou profunda, chegando a atingir os ossos. escura.
A carbonização foi bem estudada por Tardieu, Hofmann, Brouardel. A Nas queimaduras feitas em vida, encontramos queimaduras internas
carbonização tem como efeito geral a condensação dos tecidos, reduzindo da faringe, laringe, brônquios. Encontramos também fuligem na árvore
o seu volume de tal maneira que cada membro, cada órgão, tomados respiratória. Em todos os focos de incêndio se desprende monóxido de
isoladamente se apresentam diminuídos e o conjunto do corpo se apresen- carbono e a asfixia por este gás costuma ser a causa da morte nas vítimas
ta reduzido à proporções singulares. A cabeça e o corpo de um adulto de de incêndio.
estatura normal parecem de uma criança de 12 anos. O cérebro reduz-se a Presença de monóxido de carbono no sangue é prova de que o indiví-
uma pequena massa. O coração tem volume reduzido. O cadáver toma duo viveu no foco de incêndio. Nos cadáveres carbonizados este pode ser
então, segundo a extensão da carbonização que pode ser parcial ou total, o único elemento que permita este diagnóstico. O sangue deve ser o único
aspectos característicos. Os cabelos podem estar totalmente ou parcial- elemento que permita este diagnóstico. O sangue deve ser colhido do
mente destruídos. O couro cabeludo pode estar intacto ou apresentar coração direito, que é o que está mais longe do meio exterior, para que não
fendas pela ação do calor, deixando a descoberto a abóboda craniana, que haja nenhuma dúvida.

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Outra questão diz respeito à natureza da fonte. Queimaduras por sóli- - frio – geladuras - são as lesões corporais produzidas pela exposição
dos aquecidos, geralmente são queimaduras de 2º grau, circunscritas, de do corpo humano, por períodos prolongados, a temperaturas muito baixas;
forma definida, geralmente retratando a forma do instrumento. As queima- são classificadas em de 1° grau ou eritema, de 2° grau ou flictemas e de 3°
duras por líquidos (geralmente água) são queimaduras de 1º e 2º graus, grau ou necrose (gangrena); as sequelas resultantes são a perda de mem-
que vão se superficializando de cima para baixo, pois a medida que o bros ou de órgãos cartilaginosos com ulterior gangrena úmida ou seca dos
líquido escorre, vai resfriando, em que se vê marcas do líquido escorrido. tecidos; pés de trincheira são geladuras assestadas nos membros inferiores
As queimaduras por vapor têm orientação ascendente. São na maioria das de soldados inadequadamente calçados, que permanecem nos abrigos,
vezes de 1º grau e respeitam as partes do corpo recobertas por roupas. As horas a fio, com os borzeguins dentro d’água.
queimaduras por chama costumam ter orientação ascendentes, apresen-
tando-se de extensão e profundidade variáveis. - eletricidade – fulminação (é a morte instantânea por descargas elé-
tricas ou raios), fulguração (é a perturbação causada no organismo vivo
Temperaturas oscilantes por descarga elétrica ou raio, sem ocorrência de êxito letal; Sinal de Lich-
tenberg são desenhos arboriformes dendríticos, de origem vasomotora,
Esta modalidade de ação da temperatura não acarretam problemas encontrados, vez por outra, na pele dos fulgurados) e eletroplessão ou
criminais; tem seu interesse restrito à medicina do trabalho. Aqui o indiví- eletrocussão (é o dano corporal, com ou sem êxito letal, provocado pela
duo se expõe alternadamente à temperaturas elevadas e baixas, com ação da corrente elétrica industrial ou artificial nos seres vivos; ela interessa
pequeno intervalo de tempo. É o caso do empregado em frigorífico, que ao Direito no que concerne aos acidentes de trabalho; a marca elétrica de
em dia de calor descarregando caminhão, entra no frigorífico dezenas de Jellineck é uma lesão de aspecto circular, elíptica ou em roseta aderente ao
graus abaixo de zero e vai ao caminhão no sol em temperatura dezenas de plano cutâneo subjacente, não sendo sinal constante na eletroplessão).
graus acima de zero. Nestes casos poderá haver diminuição da resistência
orgânica do operário ou exaltação da virulência dos germes, facilitando o
aparecimento de doenças ou agravando um estado mórbido preexistente. Asfixia

Explosões O termo asfixia (a=falta, privação; sphyxis=pulso) indica,


etimologicamente, a supressão do pulso. Contudo, seu uso consagrado
Explosão, segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, é comoção determinou sua aplicação como "supressão da respiração". Assim sendo,
seguida de detonação e produzida pelo desenvolvimento repentino de uma qualquer evento que culmine em morte e tenha por determinante a
força ou pela a expansão súbita de um gás. A explosão se dá quando o supressão da respiração será denominado asfixia.
continente não é capaz de conter o seu conteúdo. Uma vez que, para o devido funcionamento do aparelho respiratório e
Este tipo de lesão obedece à diversas causas: gases formados pela consequente manutenção da vida, exige-se uma intrincada relação de
ebulição de um líquido, modificações bruscas do estado de um gás sob harmonia entre vias aéreas, pulmões, caixa torácica e musculatura, além de
pressão, reações químicas de substâncias detonantes ou explosivas. um ambiente gasoso favorável, eventuais circunstâncias que desequilibrem
Estas últimas são gás de iluminação e de petróleo, derivados de petróleo, este ciclo poderão causar morte por asfixia.
álcool, etc. Os explosivos propriamente dito são a dinamite, o picrato de
potássio, o fuminato de mercúrio à pólvora. Há também explosões por pós Já foi utilizada também como método de aplicação de pena de morte.
inertes. Farinha, pó de carvão em suspensão no ar, quando em contanto A asfixia tem várias causas, dentre elas: afogamento, enforcamento,
com chama, os grânulos se incendeiam propagando a chama de um à parada dos músculos respiratórios, envenenamento, aspiração de
outro, rapidamente causando explosão. substâncias nocivas ou vômito (broncoaspiração) etc.
Estas lesões são em regra acidentais. O suicídio é muito raro. Quan-
do se trata de ato criminoso, a regra é que tenham caráter político. Classificação
http://www.cantodoescritor.com.br/
Didaticamente, as asfixias podem ser divididas em 3 categorias, de
acordo com a classificação de Delton Croce Júnior(4ª edição, 1988):
- ENERGIAS DE ORDEM FÍSICA
A) Asfixia por constrição do pescoço
- termonoses – são os danos orgânicos e a morte provocada pela in-
solação (é a ação da temperatura, dos raios solares, da excessiva umida- a. Enforcamento
de relativa e a viciação do ar, a fadiga) ou pela intermação (são os danos b. Estrangulamento
orgânicos ou a morte manifestada em espaços confinados ou abertos, sem
o suficiente arejamento, quando há elevação excessiva do calor radiante; c. Esganadura
as causas jurídicas são: acidentes do trabalho e criminosa). B) Asfixia por sufocação
- queimaduras – são lesões resultantes da atuação de agentes térmi- a. Direta ou ativa
cos sobre o revestimento cutâneo; elas podem ser simples (é a lesão
produzida apenas pela ação do calor) ou complexas (é a lesão produzida I. Oclusão dos orifícios externos das vias aéreas
pela ação do atrito em relação ao calor e a outros fatores próprios do agen- II. Oclusão das vias aéreas
te agressivo - eletricidade, fricção, raios X, raios gama, líquidos plásticos);
elas são classificadas quanto à profundidade (1° grau - eritema simples - III. Soterramento
é apenas uma vermelhidão da pele que desaparece em poucas horas, ou IV. Confinamento
dias, mantendo a epiderme íntegra, vale dizer, sem comprometimento da
normalidade anatômica, fisiológica ou funcional - é provocada comumente b. Indireta ou passiva
pela exposição ao sol - não é considerada lesão corporal; 2° grau - vesica-
I. Compressão do tórax
ção - representado pelo surgimento de flictemas contendo líquido citrino
rico em albuminas e cloretos, originário da liquefação do corpo mucoso; 3° C) Introdução do indivíduo em
grau - escarificação - representada por coagulação necrótica da derme e da
tela subcutânea; 4° grau - carbonização - compromete, parcial ou totalmen- a. Meio líquido - afogamento
te, as partes profundas dos vários segmentos do corpo, atingindo os pró- b. Ambientes de gases irrespiráveis - asfixia por gases
prios ossos e ocasionando êxito letal; o cadáver carbonizado assume a
posição de lutador) e quanto à extensão; a causa jurídica é: acidental ASFIXIA EM GERAL
(amiúde de origem eminentemente doméstica), suicida, homicida (quando a Asfixia é a síndrome caracterizada pelos efeitos da ausência do oxigê-
vítima está impossibilitada de defender-se), dissimulação de crimes ou nio no ar respirável por impedimento mecânico de causa fortuita, violenta e
sevicial. externa em circunstâncias as mais variadas. Ou a perturbação oriunda da

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privação, completa ou incompleta, rápida ou lenta, externa ou interna, do Asfixia por confinamento
oxigênio.
O confinamento é caracterizado pela permanência do indivíduo em um
Na respiração normal, exige-se um ambiente externo contendo ar res- ambiente restrito ou fechado, sem condições de renovação do ar respirável,
pirável, com oxigênio em quantidade aproximada de 21 por cento, orifícios sendo consumido o oxigênio pouco a pouco e o gás carbônico acumulado
e vias aéreas permeáveis, elasticidade do tórax, expansão pulmonar, gradativamente.
circulação sangüínea normal e volume circulatório em quantidade e quali-
dade suficientes para transportar oxigênio aos tecidos. Na maioria das vezes é acidental, podendo, no entanto, ser homicida
ou suicida.

FISIOPATOLOGIA E SINTOMATOLOGIA Asfixia por monóxido de carbono


A ação do monóxido de carbono fixando-se na hemoglobina dos glóbu-
A asfixia compreende duas fases: los vermelhos impede o fenômeno da hematose, verifica-se então um forma
de asfixia em nível tissular.
Fase de irritação à formada por 2 períodos: o da dispnéia respiratória
(consciência dura cerca de um minuto), e o de dispnéia expiratória (incons- A asfixia por monóxido de carbono é mais constante como forma de
ciência, perturbações da sensibilidade e convulsões tônico-clônicas) dura suicídio e, mais raramente, acidental ou homicida.
cerca de três minutos.
Nesse tipo de morte, encontram-se vários sinais de grande valor, tais
Fase de esgotamento apresenta um período inicial ou de morte aparen- como a rigidez precoce, tonalidade rósea da face, manchas de hipóstases
te e outro terminal. claras, pulmões de tom carmim, sangue fluido e róseo, putrefação tardia e,
finalmente, os comemorativos da morte.
CARACTERÍSTICAS DAS ASFIXIAS MECÂNICAS EM GERAL Usam-se vários processos na determinação do gás carbônico, tais co-
mo: Prova de Katayama, Provas de Liebmanm, Prova de Ztockes e ainda
Existem sinais característicos, porém nenhum é constante e, muito pode-se utilizar a espectrocopia.
menos, patognomônico.
Obs. – O monóxido de carbono pode penetrar no sangue depois da
Dividem-se em: morte, e isso deverá ser levado em conta para afastar possíveis causas de
erro. Para prevenir-se, basta recolher o sangue do coração, dos grandes
Sinais externos: vasos ou das vísceras.
Manchas de Hipóstase Asfixia por gases irrespiráveis - os gases irrespiráveis se classificam
Cianose da face em: gases de combate (lacrimogêneos, esternutatórios, vesicantes, sufo-
cantes etc.); gases tóxicos (ácido cianídrico e monóxido de carbono etc.);
Equimoses da pele e da mucosas gases industriais (vapores nitrosos, formento, grisu ou gás dos pântanos
Sinais internos etc) e gases anestésicos.

Equimoses viscerais Sufocação

Sangue escuro e líquido (exceções da morte por monóxido de carbono) É produzida pelo impedimento da passagem de ar respirável por meio
direto ou indireto de obstrução
Congestão polivisceral (principalmente fígado e mesentério)
Direto à oclusão dos orifícios ou dos condutos respiratórios. Existem as
Distensão e edema do pulmões seguintes modalidades: Sufocação da boca e das foças nasais e sufocação
direta por oclusão das vias respiratórias.
CLASSIFICAÇÃO Indireta à compressão, em grau suficiente do tórax e abdome que im-
pede os movimentos respiratórios. É sempre acidental ou criminosa, um
Asfixias puras à manifestadas pela anoxemia e hipercapnéia: dos sinais mais importantes é a mascara equimótica, produzida pelo reflexo
sangüíneo da veia cava superior em face da compressão torácica.
Asfixia em ambientes por gases irrespiráveis:
Soterramento
a.1) Confinamento
Obstrução das vias respiratórias por terra ou substâncias pulverulentas.
a.2) Asfixia por monóxido de carbono É, na sua maioria, acidental e, muito raramente, homicida ou suicida.
a.3) Asfixia por outros vícios de ambiente O diagnóstico se fez pelo estudo dos comemorativos e do local, pela
Obstaculação à penetração do ar nas vias respiratórias: presença de substâncias estranhas, sólidas ou semi-sólidas, principalmente
pulverulentas, no estômago e esôfago e, ainda, pelos sinais gerais de
b.1) Sufocação direta asfixia.
b.2) Sufocação indireta Afogamento
Afogamento É um tipo de asfixia mecânica, produzida pela penetração de um meio
líquido ou semilíquido nas vias respiratórias, impedindo a passagem do ar
Soterramento
até os pulmões.
Asfixias Complexas à Constrição das vias respiratórias com anoxemia
Pode ser acidental, suicida ou homicida.
e excesso de gás carbônico, interrupção por compressão dos elementos
nervosos do pescoço: A morte por afogamento dividi-se em três fases: Fase de defesa, fase
de resistência e de exaustão.
Enforcamento
Tourdes descreve três períodos no afogamento experimental com ani-
Estrangulamento
mais: Período de resistência ou de dispnéia, período de grandes inspira-
Asfixias Mistas à Em que se confundem e se superpõem em graus va- ções e convulsões e período de morte aparente.
riados, os fenômenos circulatórios respiratórios e nervosos (esganadura)
Sinais característicos do afogado:
ESTUDO ESPECÍFICO DAS ASFIXIAS MECÂNICAS
Sinais externos:

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temperatura baixa da pele; até ramos de árvores. Sua consistência varia entre os chamados duros
(cordões, cordas e fio de arame), moles (lençóis, cortinas e gravatas) e
pele anserina; semi-rígidos (cintos de couro).
retração do mamilo, do escroto e do pênis; Sua disposição é sempre envolta do pescoço comum a ou mais voltas.
maceração da epiderme; O nó pode faltar, tomando a forma de alça; pode ser corrediço ou fixo.
tonalidade vermelha dos livores cadavéricos; Sua situação é sempre posterior ou lateral, e raramente na porção anterior
do pescoço.
cogumelo de espuma;
Qualquer ponto de apoio serve como local para prender o laço, como
erosão dos dedos e presença de corpos estranhos sob as unhas; caibros de telhado, ramos de árvore, armadores de rede e trincos de por-
equimoses da face e das conjuntivas; tas.

mancha verde de putrefação; Chama-se de suspensão típica ou completa aquela em que o corpo fica
sem tocar em qualquer ponto de apoio e suspensão atípica ou incompleta,
lesões postmortem produzidas por animais aquáticos; se apoiado pelos pés, joelhos ou outra parte qualquer do corpo.
Sinais internos à podem ser de dois tipos: Evolução
A – Lesões internas determinadas pela presença de líquido no interior A morte por enforcamento pode surgir rápida ou tardiamente, depen-
das vias respiratórias: dendo das lesões locais ou a distância.
presença de líquido nas vias respiratórias; Na evolução do enforcamento estudaremos:
presença de corpos estranhos no líquido das vias respiratórias dos a- Fenômenos apresentados durante o enforcamento – o enforcamento
fogados;
se desenvolve em três períodos:
lesões dos pulmões;
Período inicial – Começa quando, pela constricção do pescoço, leva à
diluição do sangue; sensação de calor, zumbidos, sensações luminosas na vista e perda da
consciência produzidos pela interrupção da circulação cerebral.
presença de líquidos no ouvido médio;
Segundo Período – Caracteriza-se pelas convulsões e excitação do
B – Lesões na base do crânio:
corpo provenientes dos fenômenos respiratórios, pela impossibilidade de
hemorragia temporal; entrada e saída de ar, diminuindo o oxigênio (hipoxemia) e aumentando o
gás carbônico (hipercapnéia). Associados a pressão do feixe vásculo-
hemorragia etmoidal; nervoso, comprimindo o nervo vago.
C – Sinais gerais de asfixia Terceiro Período – Surgem sinais de morte aparente, até o apareci-
à Putrefação mento da morte real, com cessação da respiração e circulação.

O cadáver retirado da água sofre, com o ar atmosférico, uma acelera- 2. Fenômenos da Sobrevivência – Há alguns que, ao serem retirados
ção do fenômeno putrefativo. ainda com vida, morrem depois sem voltar à consciência devido ao grande
sofrimento cerebral pela anóxia. Em outros casos, mesmo recobrando a
à Flutuação consciência, tornam-se fatais algum tempo depois. Finalmente, há os que
Numa primeira fase, em virtude da densidade do corpo ser sempre sobrevivem com uma ou outra desordem.
maior que a do líquido de submersão, a tendência do cadáver é ir para o Estas manifestações podem ser locais ou gerais:
fundo. Numa Segunda fase, com o aparecimento do gases da putrefação, o
cadáver flutuará. Na terceira fase, com a rotura dos tecidos moles e o Locais: o sulco, tumefeito e violáceo, escoriando ou lesando profunda-
esvaziamento dos gazes, a densidade do corpo volta a prevalecer sobre a mente a pele. Dor, afasia e disfagia relativas à compressão dos órgãos
da água e verifica-se a Segunda imersão. Finalmente, numa quarta fase, cervicais e congestão dos pulmões.
muito mais adiante, com a evolução para a adipocera, diminuindo o peso Gerais: são referentes aos fenômenos asfíxicos e circulatórios, levan-
específico do corpo, o cadáver voltará a superfície, ocorrendo a Segunda do, às vezes, ao coma, amnésia, perturbações psíquicas ligadas à confu-
flutuação. são mental e à depressão; paralisia da bexiga, do reto e da uretra.
à Causas jurídicas de morte por afogamento Tempo necessário para a morte no enforcamento – varia de acordo
Em muitas oportunidades, a tarefa de determinar se o afogamento foi com aspectos pessoais e circunstanciais. A morte poderá ser rápida, por
causado por homicídio, suicídio ou acidente passa a ser mais importante. inibição, ou levar de 5 a 10 minutos, conforme se observa em enforcamen-
Essa é uma questão, todavia, que nem sempre pode ser respondida pelos tos judiciais.
legistas e sim pela perícia criminal. Lesões Anátomo-Patológicas
Enforcamento Na morte por enforcamento, a ação do laço sobre o pescoço nos per-
O enforcamento é uma modalidade de asfixia que se caracteriza pela mite estudar:
interrupção do ar atmosférico até as vias respiratórias, em decorrência da Aspecto do Cadáver – a posição da cabeça sempre se mostra voltada
constricção do pescoço por um laço fixo, agindo o peso do próprio corpo
como força ativa. para o lado contrário do nó, fletida para diante com o mento tocando
É mais comum nos suicídios, podendo, no entanto, Ter como etiologia o tórax.
o acidente, o homicídio e a execução judicial.
A face pode apresentar-se branca ou arroxeada, e as equimoses são
Modo de Execução raras. Assinala-se a presença de líquido ou espuma sanguinolenta pela
boca e narinas. A língua é cianótica e sempre está projetada além das
Há certas formas de enforcamento que seguem uma orientação deter- arcadas dentárias. Olhos protusos e pavilhão auricular violáceo, surgindo
minada, devendo-se considerar: a natureza e disposição do laço, o ponto ocasionalmente otorragia.
de inserção superior e o ponto de suspensão do corpo.
No enforcamento completo, os membros inferiores estão suspensos, e
O laço que aperta o pescoço pode ser de várias naturezas: cordas, cin- os membros superiores, colados ao corpo, com os punhos cerrados mais
tos, fios de arame, lençóis, punhos de rede, gravatas, correntes, cortinas e
Medicina Legal 21 A Opção Certa Para a Sua Realização
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ou menos fortemente. Na forma incompleta, os membros assumem as mais São sinais encontrados nas asfixias em geral, como congestão polivis-
variadas posições. ceral, sangue fluido e escuro, pulmões distendidos, equimioses viscerais e
espuma sanguinolenta na traquéia e nos brônquios.
Sinais Externos – Sulco do pescoço (mais importante), pode ser único,
duplo, triplo ou múltiploa dpender do número de voltas; situa-se na porção Mecanismo da Morte por Enforcamento:
superior do pescoço e depois desliza para o ponto de apoio da cabeça,
dirigindo-se em sentido do nó, obliquamente, de baixo para cima e de Morte por asfixia mecânica
diante para trás (sulco típico). A consistência e a tonalidade do leito do Morte por obstrução da circulação
sulco variam com a consistência do laço, e a sua profundidade varia com a
espessura do laço. Morte por inibição devido à compressão dos elementos nervosos do
pescoço.
Sinais encontrados nos sulcos dos enforcados:
Estrangulamento
Sinal de Ponsold – livores cadavéricos, em placas, por cima e por baixo
das bordas do sulco. No estrangulamento, a morte se dá pela constricção do pescoço por
um laço acionado por uma força estranha, obstruindoa passagem do ar aos
Sinal de Thoinot – zona violácea ao nível das bordas do sulco. pulmões, interrompendo a circulação do sangue ou encéfalo e comprimindo
Sinal de Azevedo Neves – livores punctiformes por cima e por baixo os nervos do pescoço. Nesse tipo de morte ao contrário do enforcamento, o
das bordas do sulco. corpo da vítima age passivamente.

Sinal de Neyding – infiltrações hemorrágicas punctiformes no fundo do O mais comum é estrangulamento-homicídio, principalmente quando a
sulco. vítima é inferior em forças ou é tomada de surpresa. Contitui uma forma,
não muito rara, de infanticídio.
Sinal de Ambroise Paré – pele enrugada e escoriadado fundo do sulco.
Sintomatologia:
Sinal de Lesser – vesículas sanguinolentas no fundo do sulco.
No estrangulamento, os sintomas são variados conforme a sua manei-
Sinal de Bonnet – marcas da trama do laço. ra: lenta, violenta ou contínua.
Sinais Internos – são em grande número podendo ser divididos em: Normalmente, o estrangulamento passa por três períodos: resistência,
perda da consciência e convulsões, asfixia e morte aparente. Depois, surge
Sinais Locais: a morte real.
Lesões da parte profunda da pele e da tela subcutânea do pescoço – Estudaremos a seguir os sinais externos e internos.
caracterizadas por sufusões hemorrágicas da parte profunda da pele e da
tela subcutânea. Sinais Externos:
Lesões dos vasos – sinal de Amussat(secção de túnica interna da caró- Aspecto da face e do pescoço – A face mostra-se tumefeita e violácea;
tida comum), sinal de Étienne Martin (secção da túnica externa da carótida os lábios e orelhas arroxeados, podendo surgir espuma rósea ou sanguino-
comum), sinal de Friedberg (sufusão hemorrágica da túnica externa da lenta das narinas e boca. A língua se projeta além das arcadas e é extre-
carótida comum), sinal de Lesser (rotura da túnica íntima da carótida inter- mamente escura. Equimoses de pequenas dimensões na face, nas conjun-
na ou externa) e sinal de Ziemke (rotura da túnica interna das veias jugula- tivas, pescoço face anterior do tórax.
res).
Sulco – Quanto mais consistente e duro for laço, constante é o sulco.
Lesões do aparelho laríngeo – fraturas das cartilagens tireóide e cricói- Pode ser único, duplo ou múltiplo. A direção é no sentido horizontal, po-
de, e do osso hióide. dendo ser ascendente ou descendente. Sua profundidade é uniforme e não
há descontinuidade, podendo verificar-se a superposição do sulco onde a
Lesões da coluna vertebral – fraturas ou luxações da coluna cervical, parte do laço se cruza. As bordas são cianóticas e elevadas, e o leito é
no caso de queda brusca do corpo. deprimido e apergaminhado.
Sinais dos Planos Profundos do Pescoço: Sinais Internos:
Os sinais mais comumente descritos na literatura sobre enforcamento Lesões dos planos profundos do pescoço:
são:
Infiltração hemorrágica dos tecidos moles do pescoço.
Musculares – infiltração hemorrágica dos músculos cervicais (sinal de
Hoffman-Haberda) rotura transversal, e hemorragia do músculo tiro-hioídeo Lesões da laringe.
(Sinal de Lesser).
Lesões das artérias carótidas.
Cartilagens e Ossos – hióide – fratura do corpo ( sinal de Morgagni-
Valsalva-Orfila-Röemmer); tireóide – fratura das apófises superiores (sinal Lesões a distância.
de Hoffman); fratura do corpo (sinal de Helwig); e cricóide – fratura do corpo Fisiopatologia:
(sinal de Morgagni-Valsalva-Depez).
Na morte por estrangulamento três são os fatores que interferem:
Ligamentos – rotura dos ligamentos tireoídeo e cricoídeo (sinal de
Bonnet). Asfixia – resulta da interrupção da passagem de ar até os pulmões pela
constricção do pescoço comprimindo a laringe.
Vasculares – já foram citados acima.
Compressão dos vasos do pescoço – compromete mais as veias jugu-
Neurológicos – rotura da bainha mielínica do vago (sinal de Dotto). lares que as artérias carótidas, e estas menos que as vertebrais, fazendo
Vertebrais – fratura da apófise adantóide do áxis (sinal de Morgagni); com que o sangue do segmento cefálico fique bloqueado.
fratura do corpo de C1 e C2 (sinal de Morgagni), luxação da Segunda Compressão dos nervos do pescoço.
vértebra cervical (sinal de Ambroise Paré).
Histodiagnóstico Panorâmico do Pescoço:
Faríngeos – equimoses retrofaríngeas (sinal de Brouardel-Vibert-
Descoust). Epiderme – os sulcos produzidos por laços finos e duros mostram:

Laríngeos – rotura das cordas vocais (sianl de Bonnet). bordas do sulco cortadas a pique e o plano epidérmico infiltrado por
uma camada de sangue recente;
Sinais à Distância:

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leito do sulco com restos de hemácias, detritos, pêlos e uma substância Lesões do aparelho laríngeo por fraturas de cartilagens tireóide, cricói-
grumosa parecida com plasma; de e do osso hióide.
perda da arquitetura normal por separação e dilaceração das diferentes Lesões dos vasos do pescoço – bem mais raras.
camadas que se estendem na profundidade até a derme.
Sinais a Distância – mesmas características das asfixias em geral.
Derme:
Fisiopatologia:
bordas do sulco cortadas a pique e o plano dérmico recoberto por san-
gue recente; Na esganadura interferem, principalmente o mecanismo de morte, a asfixia
e os fenômenos decorrentes da compressão nervosa do pescoço. A oblite-
rotura e retração das fibras elásticas; ração vascular é de interesse insignificante. Aqui, tudo faz crer que a asfixia
é o principal elemento responsável pelo êxito letal. Alanda Spigolon
extravasamento sanguíneo zonal.
Tela Subcutânea: 3.3. Tanatologia Médico-legal.
rotura, deformação e achatamento das células adiposas; 3.3.1. Tanatognose e cronotanatognose.
3.3.2. Fenômenos cadavéricos.
Na constricção mais acentuada, extravasamento de gordura ao nível
3.3.3. Necropsia, necroscopia.
do sulco;
3.3.4. Exumação.
Muitas rotas comunicando-se entre si. 3.3.5. "Causa mortis".
Camada Muscular: 3.3.6. Morte natural e morte violenta.

fibras musculares achatadas, deformadas e rechaçadas ao nível do


fundo do sulco; Tanatologia.
discreta hemorragia recente; Parte da biologia que estuda as causas e fenômenos que caracterizam
a morte.
figuras em "fuso" por estiramento e alargamento das fibras musculares.
TANATOLOGIA
Artéria Carótida Comum:
Prof. Dr. Jorge Paulete Vanrell
deformação de circunferência por achatamento;
CONCEITO DE MORTE
luz arterial sem sangue;
Por vezes, as coisas mais simples e óbvias, são as mais difíceis de
rotura da túnica íntima e média; conceituar e definir. Tal é o que acontece com a morte. Tão difícil é defini-
despregamento e levantamento do endotélio; la, como conceituar a sua antítese, a própria vida.

destacamento e "desfibrilação" da camada interna subendotelial; A maior parte das definições que têm sido feitas com relação à
morte podem ser chamadas de definições negativas, porquanto se expres-
Veias Jugulares Interna e externa: sam pela via da exclusão. Por outras palavras, diz-se que ocorre morte toda
achatamento e diminuição da luz do vaso. vez que não ocorrem certos e determinados fenômenos ditos vitais (SCI-
GLIANO et al., 1989).
Nervo Vago:
Desde o ponto de vista estritamente jurídico até que conceituar a
hemorragia periférica do epineuro; morte não é difícil: "é a extinção do sujeito de direito". Ou, como nô-lo diz
ROJAS (1966): "é o termo legal da existência civil da pessoa".
infiltração hemática constituída por hemácias mais ou menos abundan-
tesnos septos e interstícios; Tampouco o é desde o ângulo médico: morte é a cessação da vida.
Há de se ter presente, contudo, que isto, mais que uma definição é um
rotura do epineuro nos casos mais violentos. simples prognóstico de irreversibilidade de um processo: a vida não mais
Linfonodos: há de retornar.
raramente mostram-se deformados; E assim pode-se, licitamente, questionar em que consiste essa vida
que não mais há de retornar ? E, por conseguinte, qual é o instante em que
aparecem infiltrados por sangue recente. o caminho se torna unidire cional e sem retorno, podendo-se falar em
Esganadura morte ?

É a constricção do pescoço pelas mãos obstruindo a passagem do ar Preliminarmente, mister esclarecer que pelo próprio contexto da
pelas vias respiratórias até os pulmões. É sempre homicida. matéria que estamos analisando, nos referimos à vida no caso do homem,
isto é, do ser humano. Não é que esta seja diferente dos demais sistemas
Sintomatologia: viventes na sua essência; todavia, ela oferece um inegável "plus" de sofisti-
cação intelectiva que lhe permite relacionar-se com os demais seres con-
Este tipo de morte pode ser por asfixia, como por inibição, devido à
gêneres.
compressão dos elementos nervosos do pescoço. A esganadura vem
sempre acompanhada de outras lesões, principalmente traumáticas. É desta maneira que, como qualquer sistema vivente, o ser huma-
no exibe intensa negantropia, isto é, é capaz de estabelecer a sua ordem
Estudaremos os seguintes sinais a seguir:
ou, por outras palavras, lutar contra a tendência natural do Universo a
Sinais Externos a Distância – cianose da face, congestão das conjunti- aumentar a entropia, às expensas do constante suprimento de energia. Isto
vas, equimoses punctiformes da face e do pescoço. é o que lhe permite ser mais organizada e, ao mesmo tempo, é isto, tam-
bém, o que, na medida em que aumenta a sua complexidade, a torna mais
Sinais Externos Locais – os mais importantes são produzidos pelas u- instável (PAULETE VANRELL, 1973).
nha do agressor, de forma semilunar, apergaminhados, de tonalidade
pardo-amarelada, conhecidos como estigmas ou marcas ungueais. Podem É curial que, como parte dessa instabilidade, na ausência do su-
surgir escoriações. primento energético necessário, o caminho inverso é inexoravelmente
percorrido, levando ao progressivo aumento de entropia, isto é à disgrega-
Sinais Locais Profundos – são os seguintes: ção e à desorganização total.
Infiltrações hemorrágicas das estruturas profundas do pescoço.

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Um organismo vivente libera a energia necessária à manutenção que chegou a influenciar aos legisladores que acabaram por colocar, na
do seu nível de organização através do rompimento sucessivo das ligações legislação adjetiva civil, prazos mínimos para a implementação de certos
químicas dos nutrientes que capta do meio, ao longo do processo de respi- procedimentos como a necrópsia e o sepultamento.
ração que aproveita e exige o oxigênio como aceptor final da cadeia meta-
bólica. O aparecimento das modernas técnicas de ressuscitação e de ma-
nutenção artificial de algumas funções vitais como a respiração - respirado-
Segue-se daí que a integridade das funções de captação e inter- res mecânicos, oxigenadores - e a circulação - bomba de circulação extra-
câmbio de oxigênio - atribuição do Sistema Respiratório - devem se consi- corpórea - mesmo na vigência da perda total e irreversível da atividade
derar um dos fenômenos vitais, isto é, capazes de caracterizar a vida e, encefálica, criou a necessidade de rever e readaptar os critérios de morte.
"mutatis mutandi", sua ausência como um dos elementos a conceituar a
morte. A atividade neurológica é a única das funções vitais que, até o pre-
sente momento, não teve condições, em que pesem os avanços tecnológi-
Paralelamente, em face do tamanho e do grau de desenvolvimento cos, de ser suplementada nem de ter suas funções mantidas por qualquer
adquirido pelo ser humano, o oxigênio resultante da captação e intercâmbio meio artificial. Daí que os seus prejuízos, sua irrecuperabilidade ou a sua
que é feito apenas numa área restrita - os pulmões - carece ser distribuído extinção sejam, praticamente, sinônimos da própria extinção da vida.
pelo corpo todo. Tal distribuição é cometida ao Sistema Circulatório.
Mas, e quiçá por isso mesmo, é a nível neurológico que ocorrem os
De tal sorte, a higidez e integridade funcional do Sistema Circulató- mais variados e sutis estados intermediários entre a vida e a morte, deno-
rio se poderá considerar outro dos fenômenos vitais cuja ausência, certa- minados "estados fronteiriços".
mente, servirá também para complementar o conceito de morte.
Alguns destes "estados fronteiriços" se encontram mais próximos
Por derradeiro, devemos considerar que ambas as estruturas mor- da morte, como aqueles chamados "estados de vida parcial", como os
fofuncionais citadas - Sistemas Respiratório e Circulatório - existem em "comas ultrapassados" (carus ou "coma dépasé"), com desaparecimento da
função de atender às necessidades de um complexo conjunto de células vida de relação e conservação da vida vegetativa; de duração variável,
cuja atividade coordena todo o organismo e, ainda, possibilita toda a sua como os sub-crônicos ou "prolongados", com duração superior a três se-
vida de relação. Referimo-nos ao Sistema Nervoso ou Sistema Neural. manas, e os crônicos ou irreversíveis. Outras formas, contrariamente, se
encontram mais próximas da vida como os denominados estados de "morte
Assim sendo, resulta que a própria atividade do Sistema Neural se aparente".
constitui em um fenômeno vital princeps, porquanto as outras duas previa-
mente elencadas - respiratória e circulatória - acabam por ser subservientes 2. Morte Aparente
a esta.
A morte aparente pode ser definida como um estado transitório em
Conquanto já enunciamos que a maior grau de complexidade se que as funções vitais "aparentemente" estão abolidas, em conseqüência de
segue, sempre, um maior grau de instabilidade, não resulta difícil compre- uma doença ou entidade mórbida que simula a morte. Nestes casos que,
ender que as células do Sistema Nervoso - os neurônios - hão de ser, por também podem ser provocados por acidentes ou pelo uso abusivo de
força do seu próprio grau de sofisticação, os mais susceptíveis às variações substâncias depressoras do sistema nervoso central (SNC), a temperatura
nos teores de oxigênio necessários à mantença de sua elevada organiza- corporal pode cair sensivelmente e ocorre um rebaixamento das funções
ção. É por isto que baixas concentrações de O2 ou a ausência do mesmo, cardio-respiratórias de tal envergadura que oferecem, ao simples exame
acarretam prejuízos irreversíveis na sua organização, caracterizados como clínico, a aparência de morte real.
morte celular (morte neuronal).
É inconteste que, neste quadro, a vida continua sem que, contudo,
Para complementar o raciocínio, baste lembrar que os avanços se manifestem sinais externos: os batimentos cardíacos são imperceptíveis,
técnicos muito têm conseguido no que tange a suprir alguns desses fenô- os movimentos respiratórios praticamente não são apreciáveis, ao tempo
menos vitais, pela ação de aparelhos que "respiram" pelo indivíduo (facili- que inexistem elementos de motricidade e de sensibilidade cutânea.
tando as trocas gasosas e o aporte de oxigênio) e que fazem o sangue
"circular" (mecanicamente). Todavia, inexiste qualquer engenho eletrome- Assim, a denominada tríade de Thoinot define, clinicamente, o es-
cânico capaz de "pensar", "agir" e "ter emoções", que seja aplicável ao tado de morte aparente: imobilidade, ausência aparente da respiração e
organismo humano, para suprir-lhe a falha dos neurônios mortos... ausência de circulação.

É por isso, que com a destruição do nível de complexidade mais A duração deste estado foi um dos elementos que mais aguçou a
elevado - os neurônios ou a sua somatória, o Sistema Neural - acabamos curiosidade dos pesquisadores. Historicamente, surgiram opiniões das mais
por verificar uma verdadeira desintegração da personalidade, aumento de díspares, indo desde alguns minutos até dias de morte aparente.
entropia do sistema, que se trasuntará na sua morte. A causalidade permite distinguir as seguintes formas de morte apa-
1. Morte Real rente:

O conceito de morte, interessando a áreas tão diversas das ciên- Sincopal. É a mais freqüente das causas, resultando, em geral, de
cias biológicas, jurídicas e sociais, está longe de ter um consenso quanto uma perturbação cardiovascular central e/ou periférica, bem como por
ao momento real de sua ocorrência. É que a morte, observada desde o perturbações encefálicas e/ou metabólicas.
ponto de vista biológico, e atentando-se para o corpo como um todo, não é Histérica (Letargia e Catalepsia). As crises histéricas ocupam o se-
um fato único e instantâneo, antes o resultado de uma série de processos, gundo lugar em freqüência na produção de estados de morte aparente. O
de uma transição gradual. termo genérico letargia designa todos os estados de sopor de longa dura-
Com efeito, levando-se em consideração a diferente resistência vi- ção, acompanhados de perda de movimentos, sensibilidade e consciência,
tal das células, tecidos, órgãos e sistemas que integram o corpo à privação que podem ser confundidos com a morte real.
de oxigênio, forçoso é admitir que a morte é um verdadeiro "processo Asfíctica. É também uma das causas assaz freqüente de morte a-
incoativo", que passa por diversos estágios ou etapas no devir do tempo. parente. Manifesta-se sob duas formas: mecânica, quer com via aérea livre,
Cada campo do conhecimento e cada ramo da medicina acabaram quer com via obstruída, e não mecânica, asfixia de utilização ou histotóxica
por tomar um momento desse processo, adotando-o como critério definidor (absorção de CO, cianuretos e venenos meta-hemoglobinizantes).
de morte. A Medicina Legal teve de adotar uma determinada etapa do Tóxica. Compreende a anestesia e a utilização de morfina ou ou-
citado processo como o seu critério de morte e, para tanto, optou pela tros alcalóides do ópio (heroína) em doses tóxicas.
etapa da morte clínica.
Apopléctica. É causada pela congestão (ingurgitação) e hemorragia
Até não há muito tempo, uma das grandes questões era poder de- no território de uma artéria encefálica (em geral a lentículo-estriatal). É mais
terminar se uma pessoa, realmente, estava morta ou se se encontrava em freqüente em pacientes com antecedentes de hipertensão arterial essenci-
um estado de morte aparente. Tudo isto visando evitar a inumação precipi- al, mas também pode observar-se em outros quadros:
tada, que seria fatal nesta última situação. O fato assumiu tal importância
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Traumática. Que ocorre em casos em que se produzem outros efei- Morte Natural
tos gerais simultâneos, como:
Morte Violenta: homicídio, suicídio, acidente
Elétrica (por eletroplessão ou fulguração). Pode observar-se nos a-
tingidos por descargas de eletricidade comercial e que sobrevivem, que- Morte Duvidosa: súbita, sem assistência, suspeita
dando em um estado de morte aparente. A mesma coisa pode ser vista em 5. Morte Natural
pessoas afetadas pela indução de descargas de eletricidade natural (quero-
aurântica) - fulguração - em uma área de 30 a 60 metros de diâmetro, em É aquela que sobrevém como conseqüência de um processo espe-
torno do ponto da faísca. rado e previsível como, por exemplo, com o decorrer do tempo, quando é
de se prever que o envelhecimento natural, com o esgotamento progressivo
Térmica (termopatias e criopatias). A morte aparente, nestes casos, das funções orgânicas, que se acompanham de processos de involução,
sobrevém quando falham os mecanismos de regulação da temperatura esclerose e atrofia de órgãos e sistemas, levará à extinção da vida.
corporal decorrentes de um desequilíbrio no nível de combustão intraorgâ-
nica. As termopatias soem ocorrer nos casos de "golpes de calor" hipertér- Em outros casos, o óbito é um corolário de uma doença interna,
micos ou de hiperpirexia, com retenção calórica. É uma ocorrência mais aguda ou crônica, a qual pode ter acontecido e transcorrido sem a interven-
freqüente no verão ou em regiões com altas temperaturas e elevada taxa ção de qualquer fator externo ou exógeno. É evidente que, "strictu senso", a
de umidade relativa ambiente, em pessoas com patologias pré-existentes causa do óbito não é "natural" e sim patológica, isto é, como conseqüência
ou sem elas, velhos e crianças, mais sensíveis ao calor. Também podem de uma doença ou de uma degeneração. Todavia, o uso habitual do termo,
observar-se com freqüência em certas atividades ou profissões submetidas considera este tipo de morte como "natural", uma vez que tanto a sua
à intermação (mineiros, foguistas, caldeireiros, cozinheiros etc.) e na intoxi- causa, quanto o seu desenlace, soem ocorrer de forma espontânea, como
cação anfetamínica. evolução natural e previsível do processo mórbido.

A morte aparente por criopatia ocorre quando há hipotermia global 6. Morte Violenta
aguda. Observa-se com freqüência em ébrios que dormem ao relento, nos No extremo diametralmente oposto das mortes naturais, encontra-
quais a vasodilatação periférica aumenta a perda calórica, facilitando a mos as mortes de causa violenta: homicídios, suicídios e acidentes. Nestes
hipotermia; também nas crianças desabrigadas na época invernal; nos casos, muito embora a causa final do decesso possa ser previsível, e. g.
acidentes com queda das vítimas ao mar (pilotos, náufragos); e até por anemia aguda por hemorragia aguda traumática, na gênese do processo e
causa iatrogênica (transfusões de sangue frio). O estado de morte aparente como causa primeira, existe a violência (lat. violentia, e este de vis, força),
pode instalar-se quando a temperatura central diminui abaixo dos 32ºC. isto é, um fenômeno no qual, de uma ou outra forma, interveio a força como
Causas gerais. A morte aparente pode observar-se em algumas causa desencadeante.
formas terminais de cólera, na eclâmpsia durante o período comatoso, e em Estas são também denominadas mortes médico-legais, porquanto
algumas formas de epilepsia. no seu estudo e apreciação, deve mediar a intervenção médica e judicial,
Quanto à Rapidez: ambas agindo em benefício da segurança coletiva e como tutela dos bens
jurídicos da sociedade.
morte rápida
7. Morte Duvidosa: Morte Súbita
morte lenta
Como já vimos, denomina-se morte súbita aquela que, pela brevi-
3. Morte Rápida dade de instalação do processo - desde segundos até horas - não possibili-
Denomina-se morte rápida ou súbita aquela que, pela brevidade de ta que seja realizada uma pesquisa profunda e uma observação clínica
instalação do processo - desde segundos até horas - não possibilita que mais demorada, hábil a ensejar um diagnóstico com certeza e segurança.
seja realizada uma pesquisa profunda e uma observação acurada da Tampouco oferece chances para poder instituir um tratamento adequado e,
sintomatologia clínica, hábil a ensejar um diagnóstico com certeza e segu- é por isso que toma ao paciente, sua família e relações, de surpresa. O
rança, nem poder instituir um tratamento adequado e, muitas vezes, sequer termo morte súbita tem uma dupla conotação:
elidir se houve ou não violência. 1) objetiva, a rapidez com que ocorre o óbito,
Muita polêmica tem sido criada em torno da valoração da duração 2) subjetiva, caráter inesperado, inopinado, com que se dá o de-
do período pré -mortal, isto é, do lapso transcorrido entre a ação da causa cesso.
desencadeante e a morte propriamente dita.
Existem três critérios hábeis para definir uma morte como inopina-
/ da, a saber:
4. Morte Lenta período pré-mortal - ou seja a rapidez entre a causa desencadean-
Recebe o nome de morte lenta ou agônica aquela que, em geral, te e o óbito - estimado de minutos a horas é aquele que, por sua brevidade,
vem de maneira esperada, devagar, significando a culminação de um não permite identificar uma sintomatologia clínica utilizável para um diag-
estado mórbido, isto é, de uma doença ou da evolução de um traumatismo. nóstico seguro, nem realizar um tratamento de acordo ou descartar uma
violência.
Afora as características e dados que eventualmente aflorem do e-
xame perinecroscópico, alguns dos quais podem apontar para morte rápida Estado de saúde prévio ou curso de uma doença não grave, inca-
- como, e. g. espasmo cadavérico - outros também podem orientar no paz de levar ao óbito em prazo breve. A morte, assim, é inesperada. O
sentido de uma morte lenta, demorada, ponto final de uma longa agonia, tal "inopinado" do fato é o que levanta a dúvida.
o caso da emaciação, da caquexia, da presença de extensas escaras de Aspecto de morte natural, sem elementos de violência.
apoio, entre outros.
Destarte, a morte súbita ou inesperada, implica na morte de um
Contudo, desde o ponto de vista médico-legal, e em persistindo dú- sujeito em bom estado de saúde aparente, com agonia breve e que, pelo
vidas, o diagnóstico diferencial entre morte rápida e morte lenta, se baseia seu caráter inopinado, desperta dúvidas médico-legais quanto à sua causa
em docimasias químicas ou histoquímicas, isto é, na pesquisa do glicogê- jurídica.
nio e da glicose no fígado, e na constatação da adrenalina ou do pigmento
feocrômico nas supra-renais. As várias provas que existem em tal sentido Como se vê, pois, a morte pode ser súbita, mas esperada, isto é,
se embasam no maior consumo ou gasto de citadas substâncias durante o pode encontrar-se dentro das previsões de quem conhecesse o real estado
demorado processo agônico, gasto este que se não observa, dada a rapi- de alguma patologia da qual a vítima fosse portadora, e. g. úlcera péptica,
dez do processo, na morte súbita. não tratada, que se perfura causando hemorragia fulminante. Tal caso,
muito embora possa ser rotulado de morte súbita, também foge, completa-
Quanto à Causa: mente, da alçada médico-legal.

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Todavia, se a patologia do paciente fosse desconhecida pelos seus mortes de causa violenta, sendo que os restantes 12,06 % são casos de
familiares, então, essa morte súbita deixa de ser um fato previsível, espe- morte de causa indeterminada.
rado pelas relações, para transformar-se em um fato inesperado e inexpli-
cável que, destarte, tornará a morte suspeita para eles, exigindo - (o que A necropsia deve ser precedida da colheita de informações, anam-
seria totalmente prescindível e desnecessário) - a intervenção do médico nese familiar, exame das vestes e dos documentos, onde podem encontrar-
legista. se dados de valor diagnóstico (e. g. carta de suicídio, bilhetes anônimos,
contas a pagar etc.) que ajudam a orientar se estamos em presença de um
É evidente que a conotação de inesperado ou inexplicável de um caso de morte súbita, de causa natural ou violenta.
óbito, é diferente para os populares leigos, que para o médico assistente.
Com efeito, eis que para este último, a morte, em que pesem os tratamen- Esta diagnose da "causa mortis" - natural ou violenta -, em nosso
tos instituídos, pode acontecer em questão de umas poucas horas, face à meio, tanto mais se aproximará da realidade quanto maior seja o número
gravidade do quadro. Assim, para a família, esta morte poderá ser súbita e de informações que se possam coligir no exame necroscópico "lato sensu"
inesperada, não assim para o médico assistente, para quem o decesso e que implicam no exame do estado das vestes, os vestígios de cabelos ou
poderia ser esperado e, muito embora ocorrido em curto lapso, isto é, de pelos, as manchas de líquidos e secreções humanas (sangue, esperma,
forma rápida, não será súbito. saliva), o exame das lesões corporais mínimas (escoriações em volta do
pescoço, narinas e boca, petéquias palpebrais ou subconjuntivais, lesões
Em algumas condições, pois, proceder-se-á à perícia médico-legal peri ou intravaginais ou anais), a minudente autópsia acompanhada, con-
da qual poderá resultar o diagnóstico final sob a forma de uma das seguin- forme o caso, de exames toxicológicos (dosagem alcoólica, venenos nas
tes hipóteses: vísceras e secreções), seguida dos exames microscópicos ou outros exa-
mes complementares, incluindo a pesquisa de reação vital, macro e mi-
Causa Com Certeza, da Morte: Quando os achados da necropsia croscópica, nas lesões.
são absolutamente incompatíveis com a vida (e. g. ruptura de aneurisma de
aorta).
Causa Sugestiva da Morte: Os achados da necropsia não são, ne- PROVAS DE CESSAÇÃO DA VIDA
cessariamente, incompatíveis com a vida mas, na ausência de outros
dados, explicam o óbito (e. g. hipertrofia concêntrica do miocárdio, pneu- O diagnóstico da morte não é subjetivo mas se baseia no estudo de
monia lobar). uma série de fenômenos objetivos, mais ou menos imediatos, que ocorrem
no corpo. Estes fenômenos podem ser, esquematicamente, divididos em
Causa Compatível com a Morte: Decorre mais da análise das in- dois grandes grupos, a saber:
formações clínicas colhidas na anamnese familiar, existindo ou não acha-
dos da necropsia ou nos exames complementares que possam ser correla- a) Sinais de cessação da vida ou sinais abióticos;
cionados com os dados obtidos sobre a doença (e. g. um paciente com b) Sinais positivos de morte ou fenômenos cadavéricos.
epilepsia, no qual, eventualmente poderá ser encontrado um tumor cerebral
compatível com o óbito). Sinais Abióticos:

Causa Indeterminada da Morte: São aqueles casos em que, nem É com apoio nestes dois tipos de fenômenos que se estabelece-
as informação colhidas, nem os achados da necropsia, apontam para uma ram, desde a antigüidade, os critérios de realidade da morte (provas da
causa provável que determinara a morte. Daí que se diga que a morte morte), que podem ser circulatórios, respiratórios, químicos, dinamoscópi-
resultou de causa indeterminada. Corresponde as denominadas coloquial- cos e neurológicos:
mente de autópsias brancas. Provas Circulatórias
Causa Violenta da Morte: Quando os achados da necropsia, reali- Baseiam-se na pesquisa da parada circulatória: pela ausculta
zada em um suposto caso de morte natural súbita e inesperada demons- (Bouchut), pelo fundo de olho, pela oscilação de uma agulha implantada no
tram que, mesmo na ausência de dados de anamnese ou de sinais exter- coração (Middeldorff), pela cianose ao ligar um dedo (Magnus); pela falta
nos de violência, o exame necroscópico acaba revelando uma causa vio- de batimentos na radioscopia de tórax (Piga), pelo eletrocardiograma
lenta. (Guérin e Fache), pela sucção com ventosa escarificada (Boudimir e La-
8. Morte Duvidosa: Morte sem Assistência vasseur), pela hiperemia conjuntival pelo éter (Halluin) ou pela dionina
(Terson), pelo não aparecimento de flictena pela aproximação de uma
As maiores dúvidas que suscita este tipo de óbito se relacionam chama (Ott), pela não distribuição da fluoresceína injetada intravenosa
com o fato de ocorrer sem testemunhas, em locais isolados ou em pessoas (Icard), pela perda da turgência dos globos oculares (Stenon-Louis), pela
que moram sozinhas ou, pelo menos, que no momento da morte não havia medição da radioatividade no "clearance" de Xe133 na córtex cerebral.
ninguém na residência, e que tampouco procuraram por auxílio.
Provas Respiratórias
Nestas circunstâncias, não há qualquer orientação diagnóstica e
via de conseqüência deverá proceder-se à necropsia como forma possível Baseiam-se na pesquisa da parada respiratória: pela ausência de
de determinar a "causa mortis", tanto médica quanto jurídica, elucidando se murmúrio vesicular na ausculta, pela ausência de mobilidade de uma
se trata de morte de causa natural ou foi produzida mediante violência. superfície líquida, pela ausência de embaçamento de um espelho colocado
na frente da boca ou narinas (Winslow).
Por estas razões, a medida mais correta, é proceder ao exame ne-
croscópico, incluindo o exame toxicológico das vísceras, desde que ne- Provas Químicas
nhuma outra causa de morte natural exsurja, quer da perinecroscopia, quer Baseiam-se na pesquisa de substâncias ou modificações que se o-
da própria necropsia. riginam das fases iniciais da decomposição cadavérica: pela eliminação de
9. Morte Duvidosa: Morte Suspeita ácido sulfídrico gasoso (Icard), pela oxidação ou fosqueamento de uma
agulha de metal (Cloquet-Laborde), pelo aumento da acidez tecidual (Asca-
Rotula-se como morte suspeita aquela que, mesmo com testemu- relli, Silvio Rebello, Lecha-Marzo, De Dominicis).
nhas, e com alguns dados de orientação diagnóstica, se mostra duvidosa
quanto à sua origem, logo desde a investigação policial sumária, quer por Provas Dinamoscópicas
atitudes estranhas do meio ambiente, quer por indícios que impedem Baseiam-se na ausência de movimentos ou respostas dinâmicas
descartar de plano a violência (possibilidade de intoxicação, presença de de defesa: pela ausência de vibração pulsátil (Collongest), pela falta de
ferimentos etc.). reação à injeção subcutânea de éter (Rebouillat), deformação persistente
Sua freqüência é bastante elevada, e de acordo com estatística re- da pupila pela compressão ocular (Ripauld), aproximação de uma haste
alizada na Cidade de São Paulo, onde foi observada uma incidência da quente na planta do pé (Lancisi), "mancha negra da esclerótica" ("livor
ordem de 69,41 % de mortes de causa natural definida e de 18,53 % de scleroticae nigrescens", de Sommer e Larcher), pela ausência de contração
muscular ao choque elétrico (Roger e Beis).

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Provas Neurológicas auxiliar na reconstituição do incidente graças aos aportes médicos ou de
ciências afins que poderá fornecer. Há de se levar em consideração que o
Baseiam-se na ausência de atividade cerebral: Assim sendo a mor- legista, por força de sua formação, vê uma cena de crime com olhos dife-
te cerebral pode considerar-se, justamente, como o ponto de irreversibilida- rentes daqueles dos peritos criminais e que as hipóteses que levante no
de, porquanto ao se perderem, de forma definitiva, as funções cerebrais o local, tanto poderão ajudar às pesquisas subseqüentes, quanto ao próprio
indivíduo deixa de possuir aquilo que o caracteriza como ser humano, qual Juízo, uma vez que o médico legista poderá ser chamado a prestar escla-
seja a atividade psíquica. recimentos em audiência.
Assim, ao estudar o local do crime, a verificação da desordem de
HOMICIDIO, SUICÍDIO E ACIDENTE móveis, móveis quebrados ou desarranjo de objetos é um forte indício de
que no local houve luta, perseguição ou tentativa de fuga, comuns aos
Prof. Dr. Jorge Paulete Vanrell homicídios. Todavia, quando citada desordem se limita apenas à vizinhan-
Designa-se como maneira da morte o modo ou a forma através da ça imediata do cadáver, não permite descartar a hipótese de um suicídio e
qual agiu o agente responsável pela causa da morte. A importância do seu sua provocação durante a fase agônica da vítima.
estudo é indiscutível, justamente porquanto implica na diagnose jurídica da Outras condições do local como, por exemplo, fechamento das por-
causa da morte. tas por dentro, calafetamento de portas e janelas, achado de cartas ou
Com efeito, distingue-se assim entre a morte natural, quando esta é bilhetes, encontro de embalagens de medicamentos, copos com restos de
determinada, e. g. por uma doença, e a morte violenta ou não natural, toda bebidas, podem ser extremamente úteis para direcionar a pesquisa no
vez que a sua causa seja um traumatismo ou uma lesão, de origem homici- sentido de determinada forma de violência.
da, suicida ou, mesmo, acidental. Pouco importa, no caso, que o decesso A presença de manchas de sangue e outros líquidos orgânicos é
da pessoa tenha de dado imediatamente ou depois de ter transcorrido um de grande interesse porquanto dados referentes à sua localização, distân-
certo tempo, por vezes até dias ou semanas, desde o início do processo cia em relação ao cadáver, afora sinais de arrasto, que obrigam a pensar
que provocou o óbito. na posterior mobilização da vítima, podem trazer subsídios inestimáveis à
Esta diferenciação é de extrema importância uma vez que se a investigação. De mais a mais, o estudo do grupo sanguíneo das manchas,
morte for natural não haverá responsabilidades criminais ou civis a apurar. comparando-o ao da vítima, poderá esclarecer, ainda, se esse sangue lhe
pertence ou é oriundo do homicida que, porventura, pode ter sido ferido
Caso a morte for violenta, incluindo-se nesta rubrica até os óbitos durante o cometimento do seu ato.
decorrentes de eventos infortunísticos - acidentes do trabalho - resulta
cediça a necessidade de esclarecer largamente as circunstâncias em que a As manchas de esperma, em geral, orientam no sentido de se estar
mesma aconteceu, principalmente pelas implicações jurídicas, tanto no em presença de um crime de conotação erótica. Inobstante, em alguns
campo civil, quanto no âmbito da legislação acidentária própria. casos de asfixia, não é infreqüente a ejaculação tardia da vítima, o que,
como é curial, nada tem a ver com violência sexual. Nesses casos, pode
Contudo, os casos que mais conclamam a atenção do médico le- ser de interesse averiguar se o tipo de sêmen corresponde ou não ao da
gista são aqueles em que a morte pode ter sido ocasionada pela própria vítima, já que isto pode levar a estabelecer diferenças entre suicídio e
vítima - suicídio, suicídios a dois e homicídios-suicídios - ou aqueles outros homicídio.
em que a morte é o resultado da ação de uma outra pessoa sobre a vítima:
homicídios, nas suas diversas modalidades. A ocorrência de impressões e pegadas pode ter interesse ao se ca-
racterizar se originárias da vítima ou não. Nesta segunda hipótese, o seu
Nestas situações, torna-se importante efetuar um preciso diagnós- levantamento cuidadoso, por fotografia e/ou por moldagem, poderá auxiliar
tico diferencial, de modo a estabelecer o verdadeiro nexo de causalidade não apenas na determinação de sua origem como, também, no número de
entre as ações e os resultados. É, neste momento, que se interelacionam e pessoas que participaram do evento. Quando as impressões ou as pega-
se entrelaçam as múltiplas informações que se colhem e os dados semioló- das apresentam vestígios de sangue, é comezinho que a identificação ou
gicos que se apuram, quer no local, quer sobre a própria vítima. tipagem deste será útil ao esclarecimento de sua origem: se da vítima ou
do vitimário.
Tudo é importante: os antecedentes, a investigação policial, o le-
vantamento do local e do cadáver e o exame necroscópico. Mas, também, O achado da arma no local do crime poderá servir, eventualmente,
tudo deverá ser analisado em conjunto, de modo a avaliar a verossimilhan- para a identificação dactiloscópica da pessoa que a utilizara. Sua presença
ça dos dados, a coerência dos resultados e a consistência das conclusões. nas proximidades do cadáver, em geral, orienta o raciocínio para o suicídio,
enquanto que o seu desaparecimento é um forte indício de homicídio.
Nestas circunstâncias, torna-se necessário estabelecer algumas
definições úteis; assim, entende-se por: Todavia, além dos dados criminalísticos de índole geral acima
mencionados, para o médico legista poderão aparecer, logo numa observa-
Homicídio - Morte de um indivíduo em mãos de outro, em forma do-
ção perfunctória do cadáver, elementos mais específicos que, muito embo-
losa, culposa ou preterintencional.
ra não tenham um valor definitivo, orientarão sobre a diagnose jurídica da
Suicídio - Morte de um indivíduo pelas lesões que se auto-inflige "causa mortis" que com maior probabilidade poderia ter ocorrido.
com o objetivo de pôr fim a sua vida.
Forma de apresentação do cadáver
Morte acidental - Diz-se da que sofre um indivíduo por causas for-
Este dado pode ser útil. Assim, quando se encontra um cadáver
tuitas e não previsíveis, ou que, em sendo previsíveis, não o foram por
suspenso (enforcamento) a primeira impressão que se tem é a de estarmos
ignorância, negligência ou imprudência, isto é, por culpa.
em presença de um suicídio. Todavia, não se pode excluir que se trate de
Durante as investigações, a existência de uma destas três modali- um acidente, de um homicídio ou, até, de uma simulação, onde o agente
dades de morte violenta deverá ser cuidadosamente pesquisada, sendo o esteja tentando ocultar uma outra forma de morte violenta, fazendo-a
raciocínio balizado por certos elementos que analisaremos a seguir. aparecer, aos olhos do investigador, como se se tratasse de um suicídio.
O exame do local em que o cadáver de uma pessoa é encontrado Quando a vítima apresenta sinais de estrangulamento ou de esga-
constitui a pedra angular da investigação. Daí a importância que tem a nadura, a orientação mais coerente é no sentido de estarmos em presença
preservação desse local, para não prejudicar as pesquisas. de um homicídio, porquanto esta forma de morte é praticamente impossível
em forma acidental ou suicida.
É óbvio que nem todos os casos exigem a presença do legista na
cena do evento. Todavia, há situações em que o seu chamado poderá ser Contrariamente, a asfixia por imersão (submersão) é uma caracte-
de utilidade para que, no local, possa avaliar o modo provável do óbito rística freqüente de suicídio ou acidente e muito mais raramente de homicí-
(homicídio, suicídio ou acidente), com base em indícios peculiares. Será, dio.
também, a melhor forma de que se possa estabelecer uma razoável apro-
ximação do momento ou horário da morte. O legista, muitas vezes, pode

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Quando o cadáver se nos apresenta com lesões de desaceleração precórdio. Excetuando-se o suicídio ritual japonês - "seppuku" ou "hara-kiri"
ou de impacto ocasionadas por veículos, inclusive composições férreas, o - excepcionalmente o abdome é atingido pelo instrumento com finalidades
raciocínio deve ser orientado, em primeiro lugar, para acidente de trânsito de auto-eliminação. Tanto é verdade que quando se encontram lesões
ou suicídio, já que por razões de freqüência são raros os homicídios perpe- incisas ou pérfuro-incisas no abdome deve-se pensar sempre, em primeiro
trados por este método. lugar, em homicídio ou acidente.
O instrumento utilizado
A variedade do instrumento que provoca as lesões encontradas no Número de ferimentos
corpo da vítima também serve para orientar quanto à diagnose jurídica da
"causa mortis". Como regra geral, deve-se considerar - (afora o local, como já foi
mencionado em outra parte deste trabalho) - que o número de ferimentos
Com efeito, as armas de fogo, por exemplo, costumam ser usadas, permite orientar o legista quanto à causa jurídica da morte.
intencionalmente, tanto por homicidas, quanto por suicidas, sendo mais
raros os acidentes provocados por imperícia ou negligência no seu manu- Eis que, estatisticamente, as lesões únicas ou duplas e oriundas de
seio. Já as armas brancas, conquanto também possam ser usadas da uma única variedade de arma são mais freqüentes nos casos de suicídio. É
mesma maneira dolosa, proporcionalmente, mostram uma menor incidência evidente que esta regra, como qualquer outra, admite exceções e na litera-
de acidentes fatais. tura especializada encontram-se relatos de casos excepcionais, geralmente
em psicopatas, em que a vítima se lesa múltiplas vezes mas geralmente em
As lesões que apresenta um cadáver provocadas por instrumento regiões muito próximas.
contundente orientam mais facilmente no sentido de um homicídio ou de
um acidente sem que, contudo, se possa descartar "a priori" um suicídio Nos casos de homicídio não apenas o número de ferimentos cos-
como, por exemplo, nos casos de precipitação ou defenestramento. tuma ser maior, como também é mais freqüente a associação de métodos.
Refere-se o caso de que na vigência de ferimentos homicidas múltiplos,
Sinais de violência no cadáver diferentemente do que acontece no suicídio, estes não se situam próximos
entre si, nem têm topografia preferencial, exceção feitas das lesões de
O exame da vítima quando mostra vestes em desalinho, com even- defesa (cfr. infra).
tuais rasgões ou esgarçamentos dos tecidos, associadas com lesões
corporais tais como as resultantes de agressões sexuais, ou equimoses, Variedade dos ferimentos
escoriações, mordidas, estigmas ungueais, queimaduras, ferimentos punc-
tórios, entre outras, topograficamente afastadas das lesões letais, são um Além do número e sede das lesões, como elementos passíveis de
forte indício de homicídio precedido por luta entre o agente e a vítima e, diferenciar as três formas jurídicas de morte violenta, ainda contamos com
eventualmente, intentos de defesa desta última. a profundidade dos ferimentos. Assim, as lesões provocadas pelos suici-
das, em geral, costumam ser mais superficiais que as decorrentes de
Nenhuma das outras duas causas jurídicas de morte - suicídio e a- homicídio.
cidente - tem o condão de apresentar tão proteiforme quadro lesional.
O emprego de armas diferentes é quase sempre um forte elemento
Características dos ferimentos para fazer pensar em homicídio, muito embora seja verdade que, por
vezes, o suicida, notadamente quando falha o seu intento com um certo
O aspecto macroscópico que apresentam as lesões no cadáver instrumento, serve-se de outro para conseguir seu objetivo.
também pode oferecer uma série de informações silenciosas sobre os
acontecimentos que envolveram sua produção. O local em que se situam, o Nestes casos, em havendo ferimentos múltiplos, apenas um deles,
seu número e variedade, a direção do trajeto das mesmas, entre outros que de regra é o último, tem eficácia para tirar a vida da vítima e o legista
elementos, poderão ser utilizados para alcançar os fins colimados. deverá levar em consideração este fato para poder elaborar sua conclusão
sobre a "causa mortis" jurídica.
Local do ferimento.
Em contrapartida, quando se encontram no cadáver dois ou mais
A topografia do local em que se infligiu o ferimento é de grande im- ferimentos mortais, há de se considerar, em primeiro termo, a hipótese de
portância para auxiliar na caracterização da diagnose jurídica da "causa homicídio.
mortis".
Por derradeiro, ainda nesta fase inicial, o legista deverá observar a
Lesões homicidas. Caracterizam-se por uma completa ausência cronologia das lesões, de modo a caracterizar se todas elas foram produzi-
de local de escolha, afora o instrumento utilizado, exceção feita, como é das no mesmo momento, isto é, durante o tempo em que o agente agrediu
cediço, das asfixias mecânicas por compressão do pescoço. a vitima, ou se algumas delas foram ocasionadas antes, "intra vitam" ou
Lesões suicidas. Identificam-se por se situarem em locais de es- seja, com a vítima ainda viva, e outras foram infligidas "post mortem", isto é,
colha que se relacionam, em todos os casos, com áreas vitais ao alcance quando a vítima já estava morta. O diagnostico diferencial entre lesões
das mãos do agente. "intra vitam" e "post mortem", será objeto de um estudo separado, no final
desta secção.
Nesta característica se baseia a manobra tradicional que consiste
em colocar na mão da vítima uma arma semelhante à utilizada para a Direção dos ferimentos
autoquíria, mobilizando o segmento até a posição necessária para produzir É inconteste que a análise da direção dos ferimentos - fato este
os ferimentos observados, analisando, então, a compatibilidade dos mes- que constará sempre de discussão do Laudo Necroscópico - resultará de
mos, o que enfatizará a noção de suicídio. singular importância na reconstituição da cena auxiliando, outrossim, muitas
A presença das vestes no local do ferimento pode, também, auxiliar vezes no esclarecimento da diagnose jurídica da causa da morte.
na diferenciação entre suicídio e homicídio. Com efeito, em geral, o suicida Com efeito, as lesões cuja direção é de trás para frente, pratica-
desabotoa e abre as roupas no local em que pretende infligir o ferimento mente, excluem a hipótese de suicídio, exceto nos raros casos em que o
mortal. Já o ferimento homicida ou acidental costuma acontecer através agente monta uma parafernália mecânica para efetuar um disparo a distân-
das vestes. cia.
Segundo o tipo de instrumento utilizado, também sofrerão altera- Já os casos de homicídio não oferecem direções preferenciais,
ções os locais de escolha do suicida. sendo certo que muitas vezes se encontram lesões na parte dorsal do
Assim, para as armas de fogo, a região temporal e boca, estatisti- corpo produzidas por surpresa ou emboscada, à traição, ou mesmo quando
camente, são os locais preferidos, enquanto que a região precordial é mais a vítima tenta fugir do seu agressor.
raramente utilizada. Nos ferimentos de arma de fogo, a direção da trajetória do projétil,
Quando são usadas armas brancas, os locais eletivos são o pesco- freqüentemente, permite reconstituir a posição relativa do atirador com
ço, a face anterior do antebraço desde o punho até a prega do cotovelo e o relação à vitima e à própria posição desta. Isto sem contar outros dados

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que poderão ser obtidos como o tipo de projéteis, seus calibres e suas A principal diferença que apresenta o espasmo cadavérico em rela-
cargas. Além de verificar quais as lesões letais entre diversas produzidas, e ção à rigidez cadavérica propriamente dita, é que esta última se instala já
a eventual identificação dos instrumentos que as produziram. no cadáver como parte dos fenômenos consecutivos e é sempre precedida
de relaxamento do tonus muscular, coisa que não ocorre no primeiro.
Quando há vários ferimentos de arma de fogo, há de se caracteri-
zar qual a que foi mais letal para assim poder identificar qual a arma que É um fenômeno raro e que, pela própria característica de sua insta-
disparou o projétil, labor este que estará afeto ao laboratório de balística. lação - relacionada com lesões extensas e súbitas de centros neurais
superiores (cerebrais, cerebelosos e do tronco encefálico) ou após fadiga
Nos ferimentos por arma branca, nos casos de homicídio, a direção muscular intensa - somente pode aparecer nos casos de morte violenta ou
da trajetória da lesão será útil para determinar a forma como o agente súbita.
empunhava o instrumento, qual a mão dominante (se destro ou canhoto)
ou, pelo menos, com a que segurava a arma, e a posição relativa com O fato do corpo ou de um segmento do mesmo fixar-se, de forma
relação à vítima (de frente, pelas costas, de lado etc.). rígida e de maneira abrupta, na última posição que assumira ou no derra-
deiro gesto que efetuara em vida, concede ao estudo do espasmo cadavé-
Todos estes dados serão fornecidos pela observação cuidadosa da rico, quando presente, importância médico-legal.
lesão, notadamente pela posição que assume a "cauda" da mesma, isto é,
uma verdadeira escoriação linear que indica o local em que o instrumento É claro que o achado de um cadáver empunhando uma arma, por
se superficializou abandonando o corpo da vítima. exemplo, embora faça logo pensar em suicídio, nem sempre deverá ser
hábil a realizar tal diagnose jurídica da "causa mortis". Outros elementos
Nos casos de esgorjamento - lesão esta que tanto pode ser suicida como a topografia lesional e as características do próprio ferimento (câmara
quanto homicida - deve-se prestar bastante atenção as suas características de mina de Hoffmann, zonas e orlas em torno do orifício produzido pelo
direcionais. Isto porquanto em se tratando de um suicídio a direção predo- projétil e trajeto deste) ou da mão do cadáver (salpicos de sangue ou
minante é a oblíqua, de cima para baixo e variando da esquerda para substância neural, teste residuográfico positivo) deverão ser relacionados
direita (nos indivíduos destros) e da direita para a esquerda (nos indivíduos com a arma empunhada para aquilatar a coerência da afirmação.
canhotos e, freqüentemente, nos ambidestros). Nos suicidas destros, a
incisão pode ser vertical à direita, autoinfligida após ter voltado a cabeça A importância do espasmo cadavérico acima citada, se vê reforça-
para a esquerda . da ainda mais, pelo fato de ser impossível "simular" ou "remedar" este
espasmo.
Quando o esgorjamento resulta de homicídio, em que de regra o
agente se posta por trás da vítima, a direção predominante é a horizontal Com efeito, mesmo que a arma seja colocada na mão fechada da
na parte média anterior do pescoço, sendo certo que a incisão acaba vítima, aguardando-se até que sobrevenha a rigidez cadavérica como
superficializando-se de maneira oblíqua na parte lateral do segmento, fenômeno consecutivo "post mortem", esta nunca oferecerá uma pressão
variando apenas e indicando qual a mão dominante do agressor: para a tão completa e firme quanto a do próprio espasmo (LACASSAGNE, 1909).
direita (se é destro), para a esquerda (se é canhoto).
Identificação da arma
Nos dois tipos de ferimento que caracterizam o esgorjamento e que
acabamos de descrever - suicida e homicida - a regularidade das bordas do Esta é uma parte do levantamento que não compete, especifica-
ferimento poderá ter importância complementar àquela decorrente da mente, ao médico-legista, antes aos peritos criminais. Contudo, desde que
direção, para melhor roborar a diagnose jurídica da "causa mortis". se tenha acesso ao instrumento que ocasionou a morte, é mister do legista
avaliar a concordância entre este e as lesões que observam no cadáver, de
Com efeito, no suicídio, o agente por vezes faz algumas pequenas modo a verificar a viabilidade de tê-las produzido.
escoriações superficiais com o gume do instrumento, próximas ao início da
futura lesão e que são interpretadas como "experiências" ou "indecisões" Isto é de singular importância nos ferimentos produzidos por armas
sobre o ato que vai praticar. Ao depois, quando decide realizar o corte, as brancas e por instrumentos contundentes já que nas armas de fogo, a
bordas do ferimento provocado são lisas e nítidas, indicando que foram contribuição dada pelos estudos de balística terminal ou de balística foren-
produzidas de uma só vez, de ímpeto, em um único "ictus". se, realizados pelo Instituto de Criminalística, as mais das vezes, acabam
por identificar com precisão a arma utilizada permitindo, inclusive, distingui-
Contrariamente, no homicídio, as bordas são irregulares e, não ra- la entre várias.
ro, os ferimentos são pequenos e múltiplos, já que a vítima se movimenta,
esboçando reação de defesa contra o agressor. Exceção a esta regra são Exame do acusado
os casos em que a vítima é atacada enquanto dorme ou é surpreendida por Deve ser realizado desde o ponto de vista físico e psíquico. O pri-
uma ataque repentino, à traição. meiro, visará a verificação da ocorrência de rasgões nas roupas, existência
Lesões de defesa de vestígios (manchas de sangue ou outros líquidos orgânicos, pelos etc.)
oriundos da vítima e/ou de lesões de qualquer natureza, que permitam
Recebe este nome o conjunto de ferimentos que pode ser encon- caracterizar a ocorrência de luta ou reações de defesa da vítima.
trado na vítima nos casos de homicídio e que se não relaciona diretamente
com as lesões dolosas provocadas pelo agente. Antes, se trata de lesões O segundo - exame psíquico - deve realizar-se para avaliar o esta-
que se originam incidentalmente quando a vítima, de forma instintiva, trata do mental do agente, caracterizar se é portador de algum desvio compor-
de defender-se. Daí que a localização destes ferimentos siga padrões mais tamental ou psicopatia capaz de modificar sua imputabilidade ou de expli-
ou menos característicos. car a violência, as lesões de "overkill" ou outras que possa ter infligido na
vítima.
A topografia mais freqüente das lesões de defesa se relaciona com
a face dorsal das mãos, a face dorsal dos antebraços, nas tentativas de
proteger a cabeça e o tronco; no mento e laterais da face, quando se evi- MECANISMO DA MORTE
tam agressões sobre o pescoço e, também, na face palmar das mãos e dos
dedos, quando a vítima tenta segurar a arma do agressor. Em se tratando Prof. Dr. Jorge Paulete Vanrell
de arma de fogo, pode ser encontrado esfumaçamento, chamuscamento e O mecanismo da morte é a seqüência, quer de alterações fisiopa-
tatuagem da palma, notadamente nas regiões tenar e hipotenar, com tológicas, quer de desequilíbrios bioquímicos, que são desencadeados pela
exame residuográfico positivo da região. causa da morte ("causa mortis" médica) e que se tornam incompatíveis com
Espasmo cadavérico a vida.

Nada mais é do que um caso particular de rigidez cadavérica, de "Causa mortis" Médica
instalação instantânea e ainda em vida, cuja principal característica é uma O término inexorável da vida, há de ter, sempre, uma causa médi-
contratura muscular que faz persistir, após a morte, a posição ou a atitude ca, válida e plausível. Os mecanismos da morte podem manifestar-se das
que a vítima apresentava no momento do óbito. formas mais variadas mas, a final e fatalmente, sempre deverá alcançar

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
como denominador comum a uma das seguintes entidades nosológicas midríase ou dilatação pupilar,
básicas:
abolição do tônus muscular.
Anemia Aguda
Fenômenos Abióticos Mediatos (Consecutivos):
Asfixia
Desidratação Cadavérica. Perda de peso devida à perda e água,
Assistolia/Fibrilação Ventricular que é da ordem de 8,0 g/kilo de peso por dia, em fetos e recém-nascidos, e
de 10,0 e 18,0 g/kilo de peso por dia, em adultos
Choque Metabólico
Esfriamento do Cadáver. A perda de calor do corpo se dá por:
Choque Toxêmico convecção, radiação, condução e evaporação. A queda da temperatura do
Choque Traumático-neurogênico corpo é da ordem de 0,8 a 1,0 ºC por hora, nas primeiras doze horas, e de
0,3 a 0,5 ºC por hora, nas doze horas seguintes. Na prática admite que o
Depressão ou Paralisia Respiratória esfriamento se faz de maneira mais célere, em uma média de 1,5 ºC por
Envenenamento hora.

Síncope Livores Hipostáticos. Manchas arroxeadas, que se iniciam como


um fino pontilhado (sugilação hipostática) que por coalescência se trans-
Traumatismo Crânio-Encefálico (TCE) formam em manchas maiores e que resultam do sangue acumulado, por
congestão passiva, em aquelas regiões que ocupam a posição mais decli-
"Causa mortis" Jurídica (de causa violenta):
ve. Isto tanto é válido para a pele, quanto para os órgãos internos.
Homicídio - Morte de um indivíduo em mãos de outro, em forma do-
Rigidez Cadavérica. Substitui a flacidez inicial e começa a instalar-
losa, culposa ou preterintencional.
se entre 30 minutos e 6 horas após o óbito. Trata-se de um processo pro-
Suicídio - Morte de um indivíduo pelas lesões que se auto-inflige gressivo que segue uma marcha descendente (lei de Nysten): músculos
com o objetivo de pôr fim a sua vida. mandibulares; músculos do pescoço; músculos do tórax; músculos dos
membros superiores; músculos do abdome, e músculos dos membros
Acidente - Diz-se da que sofre um indivíduo por causas fortuitas e inferiores, por último. O processo inverso - resolução da rigidez - ocorre
não previsíveis, ou que, em sendo previsíveis, não o foram por ignorância, entre as 24 e 36 horas seguintes ao óbito, em média.
negligência ou imprudência, isto é, por culpa.
Fenômenos Transformativos do Cadáver
Lesões "intra vitam" e "post mortem"
São os processos abióticos que transformam o cadáver, quer pela
Reação vital sua destruição, quer pela conservação.
Sinais macroscópicos Fenômenos Destrutivos:
Hemorragia Autólise,
Coagulação sangüínea Putrefação,
Retração de tecidos Maceração
Reação inflamatória a. Autólise
Reação vascular Processo auto-destrutivo de células e tecidos, que se opera sem in-
e terferência externa, decorrente do aumento da permeabilidade das mem-
branas plasmáticas, que possibilita a liberação enzimas proteolíticas conti-
Eritema e flictenas das nos lisossomas ("suicide bags"). Isto leva a uma acidez temporária que,
Arborescências de Lichtenberg, nas descargas de eletricidade na- pela putrefação se neutraliza e inverte pela alcalinização progressiva com
tural valores de pH da ordem de 8,0 a 8,5.

Marcas de Jellinek, nas descargas de eletricidade industrial b. Putrefação

Miscelânea É o processo de decomposição da matéria orgânica por bactérias e


pela fauna macroscópica, que acaba por devolvê-la à condição de matéria
Cogumelo de espuma inorgânica. A putrefação do corpo não é um processo resultante do evento
morte, apenas. É necessária a participação ativa de bactérias cujas enzi-
Fuligem nas vias respiratórias, aspiração de materiais
mas, em condições favoráveis, produzem a desintegração do material
Embolias gordurosas e gasosas orgânico. Daí, que nas condições térmicas que impeçam a proliferação
bacteriana, ou pela ação de substâncias antissépticas, o cadáver não se
Bossas linfáticas, CO no sangue putrefaz. As bactérias encarregadas da putrefação do cadáver, na sua
Espasmo cadavérico maioria, são as mesmas que, em vida, formam a flora intestinal do indiví-
duo.
Provas microscópicas: pelo afluxo de leucócitos (Verderau), pela
histoquímica (Raekallio), pela ferritina em gânglio linfático regional. Algumas das substâncias intermediárias formadas durante o pro-
cesso de decomposição das proteínas, são altamente fétidas, tornando-se
FENÔMENOS CADAVÉRICOS as responsáveis pelo cheiro característico dos corpos em putrefação. A
decomposição catalítica dos glúcides e dos lípides, praticamente não exala
Fenômenos Abióticos Imediatos:
odores nauseabundos.
parada cardio-respiratória,
Este processo de decomposição paulatina, é bastante lento. As lar-
inconsciência, vas de insetos todas com atividade necrofágica, se deixadas agir livremen-
te, podem destruir o cadáver em um tempo bem menor: de 4 a 8 semanas.
imobilidade,
Com efeito, em um cadáver exposto à intempérie, a putrefação se
insensensibilidade, vê acelerada, sendo certo que os corpos enterrados, têm a sua decomposi-
palidez, ção retardada até em oito vezes, com relação aos primeiros.

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Fases da putrefação. A putrefação se desenvolve em quatro fases que se transformam em sabões de baixa solubilidade, conhecidos pela
ou períodos distintos e consecutivos, a saber: denominação genérica de adipocera. Esta é uma substância de início
branco-amarelada, de consistência mole, com aspecto característico de
1º - Período cromático (período de coloração, período das man- sabão ou de queijo, e com um cheiro próprio, rançoso, "sui generis". Com o
chas). Tem início, em geral de 18 a 24 horas após o óbito, com uma dura- passar do tempo, esta massa passa a apresentar uma cor mais escura,
ção aproximada de 7 a 12 dias, dependendo das condições climáticas. amarelo-pardacenta, tornando-se mais seca, dura, friável e quebradiça.
Inicia-se pelo aparecimento de uma mancha esverdeada na pele da fossa
ilíaca direita (mancha verde abdominal), cuja cor é devida à presença de b. Mumificação
sulfometahemoglobina. Nos recém-nascidos e nos afogados, a mancha
verde é torácica e não abdominal. Nesta modalidade de fenômeno cadavérico que é uma dessecação
rápida, seu aparecimento depende, exclusivamente, das condições em que
2º - Período enfisematoso (período gasoso, período deformativo). o corpo seja colocado:
Inicia-se durante a primeira semana e se estende, aproximadamente, por
30 dias. Os gases produzidos pela putrefação (notadamente gás sulfídrico, a) ambiente muito seco, em torno de 6% de umidade relativa do ar,
hidrogênio fosforado e amônia) infiltram o tecido celular subcutâneo modifi- e
cando, progressivamente, a fisionomia e a forma externa do corpo. Esta b) temperatura elevada, acima dos 40 ºC;
distensão gasosa é mais evidente no abdome e nas regiões dotadas de
tecidos areolares como face, pescoço, mamas e genitais externos. Os c) abundante ventilação.
próprios gases destacam a epiderme do córion, formando extensas flicte- O processo tem início desde logo, uma vez que é impedida a putre-
nas putrefativas, cheias de líquido transudado. fação e se completa entre seis meses e um ano. Todavia em climas propí-
3º - Período coliquativo (período de redução dos tecidos). Inicia-se cios a mumificação pode ocorrer em poucas semanas.
no fim do primeiro mês e pode estender-se por meses ou até 2 ou 3 anos. Como decorrência da perda de água, a pele fica coriácea, se retrai,
Caracteriza-se pelo amolecimento e desintegração dos tecidos, que se enruga e endurece, adquirindo uma coloração terrosa, entre marrom e
transformam em uma massa pastosa, semilíquida, escura e de intensa preto. O processo tem início na parte distal dos quirodáctilos e dos podo-
fetidez, que recebe o nome de putrilagem. dáctilos, nos lábios e no dorso e ponta do nariz. A perda da água de consti-
A atividade das larvas da fauna cadavérica (miase cadavérica), au- tuição, faz com que o corpo diminua notavelmente o seu peso, chegando a
xilia grandemente na destruição total dos restos de matéria. Como mencio- atingir valores da ordem de 10 a 5 kg, ao todo.
nado, os insetos e suas larvas podem destruir a matéria orgânica do cadá- c. Petrificação
ver com extrema rapidez (4 a 8 semanas).
Trata-se de um processo transformativo cada vez mais raro, em
4º - Período de esqueletização. No final do período coliquativo, a que ocorre a infiltração dos tecidos do cadáver por sais de cálcio, as quais
putrilagem acaba por secar, desfazendo-se em pó. Desta maneira, exsurge acabam por precipitar em meio às estruturas celulares e teciduais. Assume
o esqueleto ósseo, que fica descoberto e poderá conservar-se por longo o aspecto de uma verdadeira "calcificação" generalizada. Sói encontrar-se,
tempo. quase que exclusivamente nos embriões ou fetos mortos, por vezes "intra
c. Maceração utero" e, mais freqüentemente, nos resultantes de gravidezes ectópicas,
tubárias ou peritoniais, retidos, nos quais, até pelas próprias características
É o processo de transformação destrutiva em que ocorre o amole- individuais do meio ou do local, o corpo asséptico, ao invés de entrar em
cimento dos tecidos e órgãos quando os mesmos ficam submersos em um maceração, sofre uma incrustação por sais calcários. O resultado deste
meio líquido e nele se embebem. O mais freqüente é que aconteça com a processo é a formação de um litopédio (criança de pedra), somente passí-
água e o líquido amniótico. vel de retirada cirúrgica.
Na maceração, a pele se torna esbranquiçada, friável, corruga-se e d. Coreificação
faz com que a epiderme se solte da derme e possa até se rasgar em gran-
des fragmentos. Isto é bastante evidente nas mãos, onde a pele de des- Representa uma modalidade de processo transformativo que ocor-
prende a modo de "luvas". Externamente, a derme, pelas razões acima re em cadáveres conservados em urnas metálicas - notadamente de zinco
apontadas, fica exposta, mostrando-se em geral vermelha brilhante, luzidia, galvanizado - hermeticamente seladas. O ambiente assim criado dentro da
por causa do próprio edema que a embebe e a torna túrgida. urna, inibe parcialmente os fenômenos de decomposição. A pele do cadá-
ver assume o aspecto, a cor e a consistência uniforme de couro recente-
Fenômenos Conservadores: mente curtido. Começa a observar-se no primeiro ano de colocação do
Nem sempre o destino do cadáver é a sua transformação destruti- cadáver na urna metálica, atingindo o seu máximo no segundo ano. Excep-
va. Muitas vezes, as formas macroscópicas ou anatômicas, podem ser cionalmente, pode completar-se em apenas dois ou três meses.
relativamente conservadas pela ocorrência de processos biológicos ou
físico-químicos, naturais ou artificiais, incluem a saponificação, a mumifica-
ção, a petrificação e a coreificação. 4.4. Sexologia Médico-legal.
4.4.1. Crimes contra a dignidade sexual e provas periciais.
Saponificação, 4.4.2. Aborto e infanticídio.
Mumificação,
Corificação, 1.1- Conceito:
Petrificação É o estudo dos problemas médico-legais ligados ao sexo. É objeto
a. Saponificação de estudo da sexologia forense todos os fenômenos ligados ao sexo e suas
implicações no âmbito jurídico.
Trata-se de um fenômeno cadavérico que depende de que o corpo
ou parte dele, seja colocado em um meio que obedeça a duas exigências: 1.2- Sexo Normal:

a) ambiente muito úmido (pântano, fossa séptica, alagado ou terra Considera-se o sexo como normal quando é fruto do interesse
argilosa), e de duas pessoas em atingir um equilíbrio, nos planos físico, psicológico e
social, com a finalidade reprodutiva.
b) ausência de ar ou escassa ventilação.
a) sexo genético: a definição do sexo de um indivíduo é realizada a
O processo tem início por volta de dois meses após a inumação e partir de seu genoma, ou seja, dos genes da pessoa. Na espécie humana,
se completa em torno de um ano. A putrefação sofre um desvio, pára, e os genes estão distribuídos em 23 pares de cromossomos, sendo 22 pares
algumas enzimas microbianas provocam mudanças nas estruturas moles de autossomos e um último par XX ou XY (44A+XX ou XY). É justamente

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este último par que define o sexo dos indivíduos. XX corresponde ao sexo Entende-se por impedimento matrimonial a ausência dos requisitos
feminino, e XY corresponde ao sexo masculino. essenciais exigidos por lei para que alguém se case. Essas exigências
decorrem do caráter moral e da natureza jurídica do casamento.
Células de pessoas cromossomicamente femininas apresentam
uma substância chamada cromatina sexual. Barr desenvolveu um teste que 2.2- Impedimentos Médico-Legais:
identifica a existência desta substância em células da mucosa bucal, cha-
mado Teste de Barr ou da Cromatina. a) que acarretam nulidade do casamento (casamentos nulos):

Nos casos em que é difícil a identificação, realiza-se o teste. Re- Consangüinidade: descendentes ou ascendentes que tenham a
sultados positivos caracterizam o sexo feminino, enquanto que negativos o mesma linhagem genética têm maior probabilidade de gerar filhos portado-
masculino. res de anomalias. Nestes casos, exames médicos podem autorizar o ma-
trimônio, caso não se verifiquem impedimentos genéticos.
b) sexo endócrino: o desenvolvimento dos aparelhos reprodutores
e dos sinais característicos se dá de acordo com a secreção de hormônios Grau de Parentesco: os quatro graus iniciais de parentesco podem
em diversas glândulas do corpo. Por exemplo, os ovários e os testículos ser assim representados:
vão se formar de acordo com secreções que se originam na hipófise, uma 1o. Grau: pai e filho.
glândula de nosso corpo. Outras glândulas também produzem hormônios
que, por exemplo, vão provocar o desenvolvimento de barba ou seios nos 2o. Grau: irmãos e netos.
indivíduos. 3o. Grau: sobrinho e tios.
c) sexo morfológico: cada sexo apresenta características próprias, 4o. Grau: primos.
como a forma dos aparelhos genitais, sinais secundários como barba nos
homens e mamas nas mulheres. Quando os nubentes apresentam 3o. ou 4o. grau de parentesco,
é realizado o Exame Médico Pré-Nupcial, para autorizar o enlace.
d) sexo psicológico: independente do sexo da pessoa, ela pode se
comportar como sendo de seu sexo ou do sexo oposto, em decorrência de b) anulação do casamento/impedimentos materiais (casamentos
desajustes hormonais, psicológicos ou sociais a que é exposta durante sua anuláveis):
vida.
Incapacidade de consentir: as mulheres adquirem capacidade para
e) sexo jurídico: é aquele declarado no registro civil de nascimento, se casar aos 16 anos, e os homens aos 18. Existem meios legais de supri-
feito com base em declaração assinada por testemunhas. Situações de mir esta exigência, como a emancipação. Débeis mentais não podem se
engano, quer seja doloso ou culposo, podem acontecer, e nestes casos casar enquanto nesta condição, por serem incapazes de exprimir sua
deve ser feita a retificação. vontade. Surdos-mudos só podem se casar caso sejam educados de forma
a serem capazes de exprimir sua vontade.
1.3- Diferenciação sexual:
Prazo Viuvez/Separação: deve ser observado um prazo mínimo de
A diferenciação sexual existente entre indivíduos do sexo femini- 300 dias entre a data da viuvez ou da separação legal e o novo matrimônio,
no e masculino se dá tanto pela carga genética (cromossomos XX e XY) salvo se durante este prazo a mulher conceber.
como também pela carga hormonal, reduzida por diversas glândulas do
corpo. Identidade: eventualmente, podem ser exigidos exames que com-
provem a identidade dos noivos, em função de dúvidas como por exemplo,
1.4 - Estados Intersexuais: a semelhança, para verificar o verdadeiro grau de parentesco existente.
São quadros clínicos que apresentam problemas de diagnóstico, São casos raros.
terapêuticos e jurídicos, na definição do verdadeiro sexo do indivíduo. Doença Grave: doenças contagiosas ou transmissíveis, como a
1.4.1- Hermafroditas: apresentam os dois tipos de órgãos sexuais AIDS, a lepra e a tuberculose, podem justificar a anulação do casamento,
internos (ovário e testículo) se forem comprovadas como anteriores ao casamento e não informadas
com antecedência pelo portador ao cônjuge.
1.4.2- Pseudo-hermafroditas: apresentam dos dois tipos de órgãos
sexuais externos (vagina e pênis) Honra e Boa Fama: quando o histórico sexual de um dos nubentes
contém casos de homossexualismo, aborto ou gravidez anteriores, e não
1.4.3 - Síndromes Especiais (Aneuploidia):são aberrações genéti- seja informado ao parceiro, este pode, se se sentir afetado em sua honra,
cas que envolvem o aumento ou a diminuição do número de cromossomos. promover a anulação da união.
Síndrome de Turner (XO): chamada de síndrome do ovário rudi- Problemas psíquicos: desajustes mentais devem ser de conheci-
mentar, só se desenvolve em mulheres, e tem como características a mento do parceiro antes da efetivação do matrimônio.
amenorréia (ausência de menstruação), mamas subdesenvolvidas, baixa
estatura, pele com aspecto senil, tórax em forma de barril, dentre outras. Defeitos Sexuais: casos de disfunções sexuais também devem ser
de conhecimento do parceiro antes da efetivação do matrimônio.
Síndrome de Klinefelter (XXY): se desenvolve em homens, e tem
como características a ausência de desenvolvimento dos órgãos sexuais, Himenoplastia: A lei estabelece a possibilidade de anulação do ca-
ausência de esperma (azoospermia), retardamento mental e desenvolvi- samento caso verifique-se que a nubente não era virgem, quando do ca-
mento de mamas, dentre outras. samento, ou que simulou a virgindade, através da himenoplastia.

Supermacho (XYY): estudos associam esta aberração cromossô- 3 - Conjunção Carnal


mica com comportamentos anti-sociais, como a delinqüência e a agressivi- 3.1 - Conceito:
dade. Os resultados não são conclusivos a ponto de se poder estabelecer
uma relação direta entre a aberração e o comportamento. O conceito de conjunção carnal é restritivo, referindo-se apenas
ao ato de penetração do pênis na vagina (immissio penis in vaginam). É
1.5 - Transexualismo: estabelecido no art.213 do Código Penal, que ainda estabelece no art.214 a
É o fenômeno que se dá quando a pessoa pertence a um sexo tipificação para ato libidinoso diverso da conjunção carnal (atentado violen-
definido, porém se comporta psicologicamente como pertencente ao outro to ao pudor). Para ser considerada a conjunção carnal, é necessário que o
sexo. Tem origens hormonais, e existem mesmo casos de pessoas que pênis seja introduzido além do hímen, ou que da relação resulte gravidez.
trocaram de órgão sexual buscando satisfazer suas vontades. 3.2 - Interesse Jurídico:
Tema 2- Impedimentos Matrimoniais: Existem diversas situações jurídicas onde, por vezes, faz-se ne-
2.1- Conceito: cessária a averiguação da ocorrência ou não da conjunção carnal. Dentre
eles pode-se destacar o crime de Estupro (art.213 CP), o crime de Sedução

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(art.217 CP).Também no Direito Civil, a virgindade da nubente pode ser
questionada com intenção de pedido de anulação de casamento (art.219,
IV CC). Acidentes envolvendo ruptura de hímen também têm interesse
jurídico.
3.3 - Perícia:
Existem duas classes de sinais que a perícia procura identificar
para constatar a ocorrência de conjunção carnal. Existem sinais duvidosos
de conjunção, que indicam a possibilidade da ocorrência mas não a carac-
terizam, e sinais certos de gravidez, que uma vez constatados caracterizam
a ocorrência da conjunção carnal.
Sinais duvidosos:
a) dor: quando ocorre o rompimento do hímen, é natural o senti-
mento de dor, que pode se prolongar por algum tempo. O grau e intensida-
de da dor vai depender das condições em que o ato foi realizado, e também
da sensibilidade individual de cada mulher.
b) hemorragia:o hímen é um tecido, e quando se rompe, é natural o
início de uma hemorragia. O grau e intensidade da hemorragia também é
variável, de acordo com cada caso: existem casos em que a hemorragia
não ocorre, e existe caso relatado na literatura de hemorragia até a morte
da mulher. A perícia deve tomar cuidado especial quanto à simulação,
verificando, através de análises laboratoriais, a compatibilidade entre o
sangue analisado e o sangue da vítima.
c) lesões: além do rompimento do hímen propriamente dito, podem
Figura 1: Esquema de hímens (Odon Ramos Maranhão, Curso Bá-
ocorrem ainda escoriações, equimoses e lesões vulvares ou perigenitais,
sico de Medicina Legal)
decorrentes em regra do emprego de violência para a efetivação da con-
junção carnal, que eventualmente podem ser identificadas pelos peritos.
d) contaminação: a contaminação da vítima por doença venérea é O entalho é pouco profundo, não alcançando o bordo aderente e
um indício de contato íntimo. Entretanto, por si só não caracteriza a conjun- é simétrico. Por não alcançar o bordo, é menos sujeito à infecção.
ção, pois pode resultar de prática libidinosa diversa da conjunção. A perícia
deve avaliar a existência da doença também no agressor, e ainda verificar Já a ruptura é uma lesão assimétrica, que pode ser completa ou
se a evolução da doença coincide com a data alegada da conjunção. incompleta, da maneira como atinja ou não o bordo. Por ser uma abertura
maior, é mais susceptível a infecções que o entalhe.
Sinais certos:
b) Ruptura recente ou antiga:
a) ruptura do hímen: obviamente, o rompimento do hímen só é um
sinal certo da conjunção quando se trata de mulher virgem, não se aplican- Decorridos 30 dias da relação, não é mais possível para a perí-
do às defloradas. O hímen é uma membrana existente do início do conduto cia caracterizar a ruptura como sendo antiga ou recente, pois o processo de
vaginal, e via de regra, se rompe durante a primeira relação sexual. Existem cicatrização já se deu por completo neste prazo (os autores divergem
casos em que o hímen é rompido por outras razões: queda sobre objetos quanto ao prazo, sendo o mais longo da ordem de 21 dias para a cicatriza-
rígidos ou pontiagudos, exames médicos realizados com imperícia, mastur- ção total).
bação (geralmente violenta, praticada por outro), e ainda por doenças c) Complacência Himenal:
(muito raro).
Dependendo da elasticidade da membrana, pode ocorrer de que
b) esperma na vagina: a existência de esperma no interior da vagi- o óstio não se rompa durante a conjunção carnal. Outros fatores, como a
na é prova certa da conjunção carnal. Existem dificuldades periciais em se lubrificação da mulher, as dimensões dos membros da parceira e do parcei-
constatar sua existência, como o lapso de tempo entre a relação e a perí- ro, bem como a proporção entre eles, podem fazer com que o hímen não
cia, bem como a própria higiene da mulher. A prova pericial se faz com a se rompa durante a relação.
coleta do material na vagina, e identificação (coloração) em lâminas de
microscópio buscando identificar células masculinas. d) Himenorrafia:
c) gravidez: quando ocorre a gravidez, não há necessidade de es- É o processo de reconstituição do hímen. Existem intervenções ci-
tudos para comprovar a conjunção carnal, por motivo óbvio. rúrgicas de reconstituição, que só podem ser realizadas com autorização
judicial. Existe também uma intervenção que têm por finalidade simular o
3.4 - Tipos de hímen: rompimento do hímen, através da introdução de pontos nos bordos, provo-
a) Ruptura ou Entalhe: cando hemorragias durante a conjunção, simulando o rompimento do
hímen. O perito deve avaliar as duas possibilidades: a reconstituição e a
O hóstio (orifício) do hímen pode apresentar irregularidades, simulação.
tanto devido a fatores congênitos como a fatores traumáticos (como a
penetração). Existem dois tipos de irregularidades: o entalhe e a ruptura Tema 4 - Impotência
(ver Figura 1). 4.1 - Conceito
Impotência é a incapacidade para a prática de conjunção ou pro-
criação. Por conjunção se entende o ato sexual, propriamente dito, e por
procriação a capacidade de gerar descendentes (filhos). Qualquer uma das
incapacidades são consideradas formas de impotência.
4.2 - Classificação e Causas
A classificação da impotência é feita a partir de dois aspectos:

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a) saber se a impotência do casal se deve a impotência por parte vaginal, que cria um meio hostil aos espermatozóides, retroversão de útero,
do homem ou da mulher. quando o útero não se encontra em sua posição normal, lesões ou cistos
no ovário, endometriose (inflamação no útero) ou miomas (tumores no
b) saber se esta impotência se refere à incapacidade de procriação útero), bem como outros problemas relacionados aos ovários, trompas
ou conjunção. (obstrução) e útero.
De acordo com o resultado destes dois aspectos, teremos a in- 4.6 - Como age a perícia:
capacidade do homem ou da mulher, para procriar ou efetuar a conjunção.
Vejamos a seguir a nomenclatura e as causas das possíveis situações. a) no homem: os casos de maior dificuldade se relacionam aos de
ordem funcional, quando se trata de impotência Coeundi, onde são realiza-
4.3 - Incapacidade para a conjunção (Coeundi) dos exames clínicos para avaliar o desenvolvimento genital e as diversas
A impotência para a conjunção, tanto no homem como na mu- dosagens hormonais relevantes, bem como o estado psicológico (psicótico
lher, recebe o nome de Impotência Coeundi. Sendo assim, quando aconte- e neurótico) do paciente.
cer com o homem, será Coeundi Masculina, e na mulher, Coeundi Femini- Nos casos de impotência Generandi, o exame mais importante é o
na. Vamos estudar agora as causas desta impotência no homem e na espermograma, que avalia a quantidade e a vitalidade dos espermatozói-
mulher: des. Em casos especiais, faz-se a biopsia dos testículos.
No homem: b) na mulher: faz-se exames de vagina e vulva, quando a impotên-
A impotência Coeundi no homem pode ser de três espécies: cia é instrumental, e exames endócrinos e psicológicos, quando a impotên-
cia é funcional.
a) instrumental, quando relacionada à má formação ou lesões no
aparelho reprodutor, aqui se incluindo problemas como o infantilismo (au- 4.7 - Interesse Jurídico:
sência de desenvolvimento do aparelho reprodutor), ausência de pênis Segundo o Código Civil (219, III), as impotências Coeundi são
(casos raros), amputação do membro (acidentes, complicações médicas), motivo para pedido de anulação do casamento, quando o cônjuge vem a
tumores e aumento volumoso do pênis. tomar conhecimento de sua existência somente após realizado o matrimô-
b) organofuncional, quando algum problema orgânico impede o fe- nio.
nômeno da ereção. Dentre as causas, podemos citar: Insuficiência de Fonte:
idade, lesões do sistema nervoso, alterações endócrinas, lesões nos cor- http://geocities.yahoo.com.br/leis_codigos/med_legal/ml2_materia_prova1.h
pos cavernosos do pênis. tm
c) psicofuncional, quando a pessoa sofre desvios psíquicos, como
traumas, perversões e criação muito rígida. Aspectos medico-legais do estupro: perícia
Na mulher: Elen Cristiane Guida Vasconcellos
Já na mulher, devido à própria forma do seu aparelho reprodutor, A ocorrência dos crimes sexuais, principalmente o estupro, tem au-
não faz sentido dividir as causas em instrumentais, orgânicas e psicofun- mentado sensivelmente na sociedade em geral, especialmente nas regiões
cionais. Existem duas espécies de impotência Coeundi na mulher: metropolitanas, não existindo dados estatísticos confiáveis no Brasil sobre
sua incidência, sendo que, mesmo nos países onde tais dados existem,
a) instrumentais, quando o aparelho reprodutor da mulher não a- eles não retratam a verdade dos fatos.
presenta condições de realizar a conjunção. Isto acontece nos casos de
insuficiência de vagina (infantilismo), quando o aparelho reprodutor não se Os crimes sexuais nas últimas décadas os mesmos ganharam uma no-
desenvolve, conservando as dimensões pré-pubertárias, ou nos casos de va configuração e um novo vislumbre aos olhos dos Juristas e Doutrinado-
ausência de vagina, por defeito de formação (raros) ou intervenção cirúrgi- res, no que tange à temática da verificação e reconhecimento dos mesmos,
ca (reconstituição por cirurgia plástica). no âmbito social, no qual, o Direito Penal passa a punir de forma mais
rigorosa e apontar os agentes de maneira mais específica, para que haja o
b) funcionais, quando a mulher tem estrutura física para realizar o seu enquadramento e tipificação.
coito, mas não consegue. As causas da impotência coeundi funcional
feminina são a Coitofobia, que é o medo invencível da prática do coito, por Algumas intervenções médicas são tomadas para a identificação de
problemas psicológicos, que acarretam perturbações como agressividade, determinados delitos, sendo possível perceber de forma comum, algo que
depressão e fuga, atribuída a traumas e fixações durante o desenvolvimen- esteja fora do padrão de normalidade. Estes procedimentos quando são
to da mulher, o Vaginismo, quando a vagina apresenta constrição espas- tomados para uso judicial, são denominados de Perícias Médicas e são nos
módica durante o ato, "prendendo" o membro masculino e impedindo a casos em foco, estes procedimentos, as principais fontes de prova para a
relação (curada mediante tratamento adequado), e a Disparemia, que é qualificação e tipificação dos delitos aqui abordados.
quando a mulher sente dores incômodas durante a relação, que pode ter
O Exame de Corpo de Delito, muito conhecido e citado em algumas o-
como causa a insuficiência de lubrificação da vagina, provocada por fatores
bras de Direito Penal e de Medicina Legal, é exatamente a constatação
hormonais ou psicológicos.
médica, de que houve uma intervenção incomum na estrutura intra ou
4.4 - Incapacidade do homem para a procriação (Impotência Gene- extracorpórea do indivíduo, e que através do chamado Laudo Pericial, pode
randi) obter-se ou não a veracidade dos fatos narrados pela vítima, interpondo no
mesmo, informações médicas que comprovem o que está sendo alegado.
É quando o homem não apresenta problemas para realizar a re-
lação sexual, mas não consegue gerar filhos. A impotência se relaciona ou De acordo com alguns doutrinadores especialistas na área de Medicina
com órgãos responsáveis pela produção do sêmen, ou com as vias de Legal e Direito Penal, faz-se mais do que necessária e indispensável, a
transmissão do sêmen. Como causas, pode-se citar a falta de testículos, utilização da Perícia para que seja comprovada a materialização da maioria
por problema de formação, acidente ou por necessidade de remoção cirúr- dos delitos, que causem algum dano físico ao sujeito passivo do ilícito
gica, insuficiência de desenvolvimento das glândulas (criptorquidia, infanti- penal. Só após a Perícia Legal, é possível de forma concreta se qualificar e
lismo), localizações anormais do canal urinário (hipostadia e epistadia), tipificar o delito, e assim poder levá-lo a julgamento, como prova ao juízo
processos inflamatórios (epididimite = inflamação do epididio). competente.
4.5 - Incapacidade da mulher para a procriação (Impotência Con- I) CONCEITO:
sipiendi)
Estupro é uma palavra que deriva do latim stuprum e significa desonra,
Normalmente, a mulher é incapaz de procriar antes da puberdade, opróbrio.
após a menopausa e nos períodos inférteis do ciclo menstrual. Entretanto,
Seu conceito foi recentemente modificado pela Lei nº 12.015, de 2009,
causas patológicas também provocam a infertilidade. Dentre elas: acidez
que nos traz o em texto: "Art. 213. Constranger alguém, mediante violência

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ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com aqui nas provas de paternidade e no crime em geral.
ele se pratique outro ato libidinoso". Da metodologia RFLP, altamente eficiente, mas complexa e aplicável
apenas para amostras recentes e quantitativamente muito expressivas, os
O verbo "constranger" do crime de estupro significa obrigar alguém a progressos tecnológicos foram se sucedendo, de tal modo que, em 1990 a
fazer alguma coisa. O constrangimento imposto à vítima não propende só a técnica PCR (reação em cadeia de polimerase), extremamente útil para
conjunção carnal, mas a compelir o ofendido, a praticar ou permitir que com amostras presentes em mínimas quantidades e, às vezes, deterioradas,
ele se pratique ato libidinoso. Nestes casos a objetividade jurídica é a como costuma acontecer no crime, foi utilizada pela primeira vez em caso
liberdade sexual e não somente a violência ou grave ameaça, que também policial.
pode ser imposta, a vítima não importa o seu gênero, podendo então ser a
mesma homem ou mulher, e qualquer um destes, ser sujeito ativo ou V) PROVA DO CRIME DE ESTUPRO: MATERIALIDADE E AUTORIA
passivo.
Nem sempre o estupro deixa vestígios. Na hipótese de tentativa, em
II) CASOS DE AUMENTO DE PENA questão, às vezes nem chega a haver conjunção carnal, mas dificilmente
restam elementos a serem periciados junto à ofendida, e, mesmo havendo
No Título VII do Código Penal encontramos dois artigos que cuidam de consumação, os resquícios podem ter desaparecido com o tempo ou po-
hipóteses de aumento de pena, são eles o artigo 226 e o artigo 234-A. dem nem sequer ter ocorrido como na hipótese de mansa submissão após
O Art. 226, CP se refere apenas aos crimes previstos nos artigos 213, o emprego de grave ameaça, do torpor, ou ainda quando não há ejaculação
215, 216-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B. Já o artigo 234-A se refere a todos do agente, só para citar alguns exemplos.
os crimes do Título VI (Art. 213 até 234, CP). Se, no entanto, "a infração deixar vestígios, será indispensável o exa-
Sendo assim, se o crime é cometido com o concurso de duas ou mais me de corpo de delito direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão
pessoas a pena é aumentada de quarta parte; de metade se o agente é do acusado", conforme estatui o art. 158 do CPP. Essa norma legal excep-
ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, conjugue, companheiro, ciona o princípio da livre apreciação da prova pelo juiz (CPP, art. 157), bem
tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro como o da verdade real.
título tem autoridade sobre ela, ou ainda, se o crime resultar gravidez; de Trata-se de adoção excepcional do sistema da prova legal, não poden-
um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente do o julgador buscar a verdade por nenhum outro meio de prova, seja pela
transmissível de que sabe ou deveria saber portador. confissão do acusado, robusta documentação ou documentos testemunhais
III) A AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL idôneos, pois a lei se apega ao formalismo de exigir a prova pericial como
único meio de comprovar a materialidade delitiva.
Uma vez praticado o crime surge para o Estado o direito subjetivo de
punir o infrator o qual deverá enfrentar um devido processo legal, com a Assim, quando possível à realização da perícia, sua falta implica a nuli-
garantia da ampla defesa e do contraditório. O Estado vai aguardar que o dade de qualquer prova produzida em sua substituição (CPP, art. 564, III,
interessado ingresse com uma ação penal visando à pretensão punitiva b) e, por conseguinte, a absolvição com fundamento no art. 386, VI, do
estatal. Este interessado poderá ser o ministério Público ("dono e senhor" CPP. O art. 167 somente se aplica aos casos em que o exame direto já não
da ação penal pública) ou do querelante, que será o ofendido nos crimes de era possível ao tempo do descobrimento do delito, em face do desapareci-
ação penal privada. mento dos vestígios. Se havia a possibilidade de realizar o exame de corpo
de delito direto, a autoridade em determiná-lo não pode supri-la por ne-
O ministério Público através de função institucional principal deverá nhuma outra.
promover a Ação Penal Pública, tanto assim que vige o princípio da obriga-
toriedade na Ação Penal Pública onde o MP está proibido de abster do seu Prova sob pena de afronta à determinação expressa da lei. (CPP, art.
dever, salvo, é claro, quando não estiverem presentes os pressupostos 158). Nota-se, contudo, uma tendência da jurisprudência dos tribunais
necessários da ação penal e não houver aleatória e materialidade defini- superiores a atenuar os rigores dessa regra, sob o argumento de que, não
dos. sendo ilícitas, as demais provas podem ser valoradas pelo juiz como ad-
missíveis. O exame de corpo de delito direto pode ser suprido, quando
Nos crimes materiais, que deixam vestígios, será necessário o concur- desaparecidos os vestígios sensíveis da infração penal, por outros elemen-
so da perícia como verdadeiro e inafastável exame de corpo de delito. O tos de caráter probatório existentes nos autos, notadamente os de natureza
perito é chamado para perpetuar os vestígios do crime. testemunhal ou documental.
O Ministério público ao tomar conhecimento da infração penal deverá Imprescindível a demonstração de que o ato sexual se deu mediante
agir oferecendo a "denuncia", peça de acusação na Ação Penal Pública. constrangimento físico ou moral, com prova da violência empregada. Trata-
Deverá se valer ou não das informações contidas no inquérito policial se da prova da violência real, ou seja, daquela em que houve o emprego
(investigação levada a cabo pela polícia judiciária). efetivo da força física, produzindo mordidas, tentativa de esganadura,
A ação penal será definida em face as condições subjetivas da vítima, unhadas, equimoses, escoriações, lesões à vítima, como forma de obrigá-la
por exemplo, estupro com vítima menor de 12 anos a Ação Penal será à pratica do ato sexual, ou seja, como forma de vencer a resistência. Ocor-
Pública Incondicionada (Art 217-A, caput, CP), se for estupro de uma re, por vezes, que a vítima, antes da abordagem do agente, pode desmaiar,
mulher com 25 anos de idade a Ação Penal Pública Condicionada à Repre- não manifestando assim nenhum ato de resistência ao ato sexual.
sentação (Art. 213, CP). Em tais casos, o juiz deverá levar em conta outras provas, entre as
V) TESTES DE DNA E IDENTIFICAÇÃO DE CRIMINOSOS: quais a palavra da vítima e a prova testemunhal (exame de corpo de delito
indireto). Com este efeito, já decidiu o Superior Tribunal de Justiça: "Habe-
O DNA é a substância química (ácido desoxirribonucléico) que constitui as Corpus"(HC). Processual Penal, Estupro, Sentença condenatória: alega-
os cromossomos, estruturas de material genético que têm formato de uma ção de insuficiência de provas para a condenação. Palavra da vítima: valor
dupla escada caracol cujos degraus são constituídos por bases (adenosina- probante.
timina, citosina-guanina) que se emparelham especificamente ao longo das
quais se dispõem cerca de 100.000 genes. Estes são as unidades funda- Conquanto tenha o laudo pericial registrado apenas a ocorrência de
mentais responsáveis pela hereditariedade, que, através de instruções conjunção carnal, não fazendo alusão à ocorrência de violência, não está o
químicas dadas às células do corpo, vão determinar no indivíduo todas juiz obrigado a acatá-lo e absolver o réu, desde que outros elementos de
suas características, desde a cor dos cabelos até sua predisposição a convicção, especialmente a palavra da vítima de crucial importância nesse
doenças. tipo de delito corroborada por harmônica prova testemunhal conduzem o
Apesar de as leis fundamentais da Genética terem sido estabelecidas em magistrado a um seguro juízo de condenação. Ademais, a via do H.C, não
1868 pelo austríaco Gregor Johan Mendel, e de nos anos 50 os americanos se mostra idônea para se pretender à absolvição do réu por insuficiência de
James Watson e Francis Crick (New York University) terem descoberto a provas.
estrutura molecular do DNA, foi somente em 1985 que Alec Jeffreys (Ingla- Prova da violência moral. Nessa hipótese a prova do estupro é de difícil
terra) introduziu metodologia laboratorial para a tipagem de DNA em amos- colheita. Será cabível nos casos de exame de corpo de delito indireto, ou
tras humanas, que passou a ser aplicada nos campos clínico e forense,
Medicina Legal 35 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
seja, a prova testemunhal, isto é, se houver, pois o crime de estupro é via Conteúdo da perícia:
de regra, praticado às escondidas.
• Preâmbulo. Identificação da pericianda ou periciando.
Não sendo possível exame de corpo de delito, a prova testemunhal po-
derá suprir-lhe a falta, mormente se corroborada nos demais elementos de • Histórico - Registro da história do fato ocorrido, antecedentes gineco-
convicção existente nos autos e reconhecida pela sentença. lógicos e sexuais.

Prova da tentativa do crime de estupro na hipótese em que não houve • Exame geral - Descrição das vestes: do estado psíquico, das lesões
contato corporal. Trata-se do exemplo citado por Hungria, em que o agente corporais.
não chega a ter qualquer contato corporal. Nessa hipótese, somente é • Exame genital - Descrição dos seios, vulva e períneo, procurando si-
cabível o exame de corpo de delito indireto, ou seja, a prova testemunhal, nais sugestivos de
pela ausência de vestígios materiais do crime.
gravidez, contusões, sugilações, equimoses, hematomas, escoriações,
Prova da autoria. Interessante a observação feita por Nelson Hungria, etc. Exame do ânus.
refletindo as limitações periciais da época, no sentido de que os vestígios
que denotam indícios da violência ou da cópula são alheios à prova da • Exames complementares: Pesquisa de espermatozóides e contam
autoria. Trata-se de prova da materialidade do crime. Contudo, na atualida- nação venérea em secreção vagina1. Teste de gravidez; outros exames a
de, com o avanço da medicina, é possível colher o material genético do depender do caso.
suposto estuprador e comparar com o material contido nos vestígios do • Comentário Médico-Forense (a critério).
crime, tais como esperma, pêlos, presentes no corpo da vítima.
• Conclusão
Como prova de estupro o exame de DNA não é essencial à valia da
conclusão sobre a autoria do estupro. Descabe falar em cerceio de defesa Quesitos padronizados (no IML Nina Rodrigues) :
quando sequer foi requerido. Da mesma forma há de concluir-se quanto à
1) Houve conjunção carnal que resultasse a perda da virgindade?
fragilidade da prova quando alicerçada em depoimento da vítima, reconhe-
cendo o autor do delito, e do irmão que o surpreendeu ainda dentro da 2) Houve prática de ato libidinoso diverso da conjunção carnal?
residência.
3) Há sinais de violência para fins libidinosos?
Contudo, a recusa do réu na realização do exame poderá junto com as
demais provas colhidas servirem para o convencimento do juiz que possui No caso afirmativo:
liberdade para apreciar as provas (CPP, art. 157). O exame de DNA, dessa 4) Resultou da violência lesão corporal de natureza grave?
forma, não é essencial à conclusão da autoria do estupro, conforme já
decidiu o Supremo Tribunal Federal. 5) Trata-se de paciente menor de quatorze anos, alienado, débil mental
ou apresenta qualquer outra coisa que a impossibi1ite ou tivesse impossibi-
Na realidade esse exame poderá servir de instrumento para a compro- litado de oferecer resistência?
vação da negativa de autoria. Embora constitua importante meio probatório,
não pode ser considerado o único hábil à comprovação da negativa de CONCLUSÃO
autoria, uma vez que, segundo o art. 157 do CPP, o juiz formará sua con- Existem situações onde o comportamento sexual é passível de punição
vicção pela livre apreciação das provas, e, ainda, de acordo com o art. 167 pela nocividade que acarreta a nível individual e socia1. O Código Penal
do CPP, "não sendo possível o exame de corpo de delito por haverem Brasileiro promulgado em 07 de dezembro de 1940 trata a questão dos
desaparecido os vestígios da prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta". crimes contra a liberdade sexual, porém a Lei 12.025 de 2009 trouxe diver-
Via de regra, a palavra da vítima tem valor probatório relativo, devendo sas alterações.
ser aceita com reservas. Contudo, nos crimes praticados às ocultas, sem a A alteração que mais salta aos olhos é a criação do crime de "estupro
presença de testemunhas, como nos delitos contra os costumes, a palavra de vulnerável", que passa a ser tipificado no artigo 217-A do Código Penal.
da vítima, desde que corroborada pelos demais elementos probatórios, A redação do novo artigo pune com prisão de oito a 15 anos quem mantiver
deve ser aceita. qualquer tipo de relação sexual com menor de 14 anos.
Nessas condições, é muito evidente que suas declarações, apontando Está proibida, a partir da entrada em vigor da lei, a prática sexual com
o autor do crime que lhe vitimou, assume caráter extraordinário, frente às menores de 14 anos. Grave erro do legislador. Primeiro por causa da
demais provas. Não seria razoável e nem é comum, que a pessoa com desproporcionalidade. O rapaz de 18 anos que transa com a namorada de
essas qualidades viesse a juízo cometer perjúrio, acusando um inocente de 13 está sujeito a uma pena mais severa (8 a 15 anos) que a do estupro
lhe haver constrangido à conjunção carnal ou a ato libidinoso outro qual- com violência cometido contra mulher adulta (artigo 213), que é de seis a
quer. Neste sentido: 10 anos de reclusão, e mais severa também que a do estupro com violên-
Não obstante os laudos periciais atestarem a inexistência de atos libi- cia cometido contra menor entre 14 e 18 anos de idade (oito a 12 anos de
dinosos, de conjunção carnal e de lesões corporais, a palavra da vítima, de cadeia).
crucial importância nesses delitos, corroborada por prova testemunhal Embora o Código de 1940 presumisse a violência se a relação sexual
harmônica, autoriza a condenação que, para ser elidida, demanda inegável fosse praticada com menor de 14 anos, a jurisprudência mais moderna do
revolvimento fático-probatório. Em se tratando de delito contra os costumes, STF e do STJ vinha relativizando esta presunção, excluindo o crime quan-
a palavra da ofendida ganha especial relevo. Aliada aos exames periciais, do se comprovava o consentimento válido da menor.
lide o argumento da negativa de autoria.
Ou seja, o artigo 217-A é um tremendo retrocesso, por ignorar que nos
Embora verdadeiro o argumento de que a palavra da vítima, em crimes dias de hoje é cada vez mais raro haver moça ou rapaz virgem aos 14
sexuais, tem relevância especial, não deve, contudo, ser recebida sem anos, não porque foram vítimas de agressão sexual, mas porque fizerem
reservas, quando outros elementos probatórios se apresentam em conflito esta opção livre e conscientemente. O pior é que, ao tentar proteger os
com suas declarações. Assim, existindo dúvida, ainda que ínfima, no espíri- menores de 14 anos, a lei nova não fez qualquer distinção entre o sexo
to do julgador, deve, naturalmente, ser resolvida em favor do réu, pelo que consentido e o violento, colocando o namorado mais velho na mesma vala
merece provimento seu apelo, para absolvê-lo por falta de provas que comum do chamado pedófilo celerado, que estupra o menor com violência
também tem importante valor probatório, quando estiver em consonância ou ameaça apenas para satisfazer a lascívia.
com os demais elementos probatórios.
Transar com a namorada menor de 14 anos, mesmo que com a con-
VI)PERÍCIA cordância dela, ficou até mais grave do que matar alguém, já que no primei-
A perícia de Estupro busca lesões corporais e o diagnóstico de possí- ro caso a pena é de oito a 15 anos de prisão, enquanto que a pena do
vel conjunção carnal. O ideal é que a perícia seja feita nas primeiras 48 condenado por homicídio simples (artigo 121 do Código Penal)é de seis a
horas do fato ocorrido. 12 anos de prisão.

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Enfim, as perícias médico-legais sexológicas têm a finalidade de de- executória ao tipo penal em comento, era definido como "constranger
monstrar a materialidade do crime de estupro. As requisições partem das mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça".
autoridades policiais, do Ministério Público e dos Juízes.
Tinha como conduta consumativa necessária para a configuração des-
VASCONCELLOS, Elen Cristiane Guida. Aspectos medico-legais do se delito a conjunção carnal, ou seja, a penetração do pênis na vagina.
estupro: perícia. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2836, 7 abr. 2011. Desta forma, as demais condutas para a realização de atos atrelados à
Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/18854>. Acesso em: 4 abr. 2014. libido, ou seja, aos desejos provenientes do sexo, imbuídos de violência,
que não estivesse presente esta característica, eram classificadas tipifica-
dos em crime diverso - Atentado Violento ao Pudor (art. 214, CP) - inclusive
A nova lei de combate aos crimes contra a liberdade se- as praticadas contra homens, apesar de algumas popularmente serem
xual: Uma análise acerca das modificações trazidas ao chamadas de estupro.
crime de estupro Neste contexto explicitava-se que somente a mulher podia ser a vítima
Gleick Meira Oliveira, Thaís Maia Rodrigues desse crime – sujeito passivo - enquanto que o homem seria o autor delitu-
oso - sujeito ativo - configurando o crime de estupro quando o homem
Resumo: O presente trabalho orienta-se essencialmente na linha me- usando da violência ou grave ameaça praticando a conjunção carnal sem o
todológica da nova lei dos crimes contra a liberdade sexual, buscando consentimento da vitima.
analisar de forma comparativa as mudanças ocasionadas no crime estupro,
após a redação dada pela lei nº. 12.015 de 2009, trazendo as principais O advento da Lei 12.015/2009, de 07 de agosto de 2009, o estupro
alterações que ocorreram nesse delito, bem como, os aspectos positivos e passou a ser definido como: "Constrangeralguém, mediante violência ou
negativos que esta lei trouxe para o ordenamento jurídico brasileiro. Desse grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com
modo, foi reconstituído também, um breve histórico da violência sexual ele se pratique outro ato libidinoso”. (grifo nosso).
sofrida por homens e mulheres no decorrer dos tempos, com o intuito de A nova redação possui maior abrangência, equiparando homens e mu-
retratar como foram se lapidando os conceitos sobre o abuso sexual na lheres no pólo passivo do delito, na medida em que substituiu a expressão
sociedade, além de examinar o caráter psicológico que a nova lei trouxe “mulher” – durante muitos anos utilizada pela legislação penal pátria - pela
para o crime de estupro, quando revogou o art.224 e criou o estupro de determinação gramatical “alguém” – que corresponde a qualquer ser huma-
vulnerável, mostrando dessa forma, a preocupação do legislador no que diz no vivo, ou seja, qualquer pessoa pode ser vítima desse delito.
respeito a condutas voltadas contra a criança ou adolescente e pessoas
com deficiência. Partindo dessas inquietações, esta pesquisa justifica-se Mesmo não havendo grandes modificações acerca da estipulação da
pela importância do fenômeno social chamado violência sexual e suas pena aplicada ao sujeito infrator desta norma, a nova legislação trouxe, no
consequências jurídicas para quem o pratica, mostrando que o presente seu escopo, situações com penas majoradas, quais sejam: a) resultado
estudo é de grave relevância não só para os operadores e estudiosos do lesão corporal grave – parágrafo único, com pena de 08 a 12 anos; b) se a
direito, como para a sociedade no geral. Para tal, nos apoiamos numa vítima for menor de 18 anos e maior de 14 anos – parágrafo único, com
pesquisa documental, utilizando-se o método dedutivo, baseada no art.213 pena de 08 a 12 anos; e, c) se da violência praticada resultar a morte -
do código penal e nos entendimentos doutrinários dominantes, partindo da pena de 12 a 30 anos.
consulta de artigos e material relacionado na internet, analisando a opinião Essa lei, além de transformar todo o sentido e significado do art. 213 do
dos operadores do direito a cerca do tema. Refere-se esta a uma pesquisa Código Penal, trouxe como consequência, a revogação do artigo 214 deste,
jurídico-interpretativa-compreensivo. Por fim, esta pesquisa fez uma análise já que as antigas definições dos crimes de estupro e atentado violento ao
mais aprofundada sobre o tema, que por sua atualidade, tornou-se alvo de pudor, com a nova lei, transformaram-se em uma única redação que é a
várias discussões, possibilitando dessa forma, seu esclarecimento. atual definição do crime de estupro, não restando outra alternativa senão a
Palavra chave: Estupro. Lei nº. 12015/2009. Modificações revogação do art. 214, passando a vitima daquele extinto delito, a partir de
então, a ser vitima do crime de estupro.
Sumário: Introdução; 1 Histórico da violência, 1.1 O comportamento
sexual no mundo antigo, 1.2 O controle da moral pelo cristianismo, 1.3 A Sendo importante ressaltar, que a nova lei revogou também o art.224
revolução sexual do século XX, 1.4 A sexualidade humana e o controle do Código Penal, que tratava da presunção de violência e trouxe em seu
social pelo direito penal; 2 O crime de estupro e lei 2.848 de 07 de Dezem- art.227, o estupro de vulnerável, o qual tem como objetivo punir toda rela-
bro de 1940, 2.1 Elementos Tipo, 2.1.1 Bem jurídico tutelado, 2.1.2 Ação ção sexual ou qualquer outro ato considerado libidinoso praticado contra o
nuclear , 2.1.3 Sujeitos, 2.1.3.1 Sujeito Ativo, 2.1.3.2. Sujeito Ativo: Mari- menor de 14 anos ou qualquer pessoa que por enfermidade ou doença
do?, 2.1.3.3 Sujeito Passivo, 2.1.4. Tipo objetivo, 2.1.4.1. Violência e Grave mental não possua o discernimento para a prática do ato.
ameaça, 2.1.4.2. Análise da postura da vítima, 2.1.5. Elementos do Tipo Diante do exposto, pergunta-se: Quais os reflexos que às modificações
Subjetivo, 2.1.6. Prova do Crime ,2.1.6.1. Conjunção Carnal e a sua prova que ocorreram no crime de estupro após a entrada em vigor da Lei 12.015
pericial, 2.1.6.2 Violência e sua prova, 2.1.6.3. Autoria e sua prova, 2.1.7. 2009 no Ordenamento Brasileiro trouxeram?
Consumação e tentativa, 2.1.8. Classificação Doutrinária, 2.1.8.1 Formas,
2.1.8.1.1 Simples, 2.1.8.2 Qualificada pelo resultado, 2.1.9. Violência Ficta Com base nessa premissa, objetivamos analisar o crime estupro, antes
em casos de estupro, 2.1.10. Ação Penal; 3.0 O crime de estupro após o e após o advento da lei 12.015 de 2009, trazendo as principais alterações
advento da Lei 12.015 de 7 de agosto de 2009, 3.1 Elementos do tipo, 3.1.1 que ocorreram nesse delito, bem como, os aspectos positivos e negativos
Bem Jurídico Tutelado, 3.1.2 Ação nuclear, 3.1.3 Sujeitos, 3.1.3.1 Sujeito da nova lei para o nosso ordenamento jurídico.
ativo e Sujeito passivo, 3.1.3.2 Sujeito ativo: marido?, 3.1.4 Tipo Objetivo e
No capítulo, retratamos um breve histórico da violência sexual sofrida
Subjetivo, 3.1.4.1 Dissenso da vitima: nível de resistência da mulher, 3.1.5
por homens e mulheres no decorrer dos anos, com o intuito de tentar
Consumação e Tentativa, 3.1.6 Classificação doutrinaria, 3.1.7 Formas,
perceber como foram se lapidando os conceitos sobre o abuso sexual na
3.1.7.1 Forma simples, 3.1.7.2 Forma Qualificada, 3.1.8 Estupro de vulne-
sociedade.
rável, 3.1.9 Ação penal e segredo de justiça, 3.1.10 Pontos relevantes,
3.1.10.1 A perspectiva da aplicação do crime continuado, do concurso No segundo e terceiro capítulo, buscamos analisar de forma compara-
material, do concurso formal ou do crime único, 3.1.10.2 Aplicação retroati- tiva as alterações que ocorreram no crime de estupro, depois da nova
va da nova figura do estupro; 3.1.10.3 Gravidez resultante de ato libidinoso; redação dada pela Lei 12.015 de 2009, que passou a prever os chamados
4.0 Aspectos positivos e negativos da lei 12.015/2009, 4.1 Aspectos positi- crimes conta a liberdade sexual, além de examinar o revogado art.224, que
vos, 4.2 Negativos; Considerações Finais; Referências Bibliográficas; tratava da presunção de violência, e o art.217-A, o qual trata do estupro de
Anexos vulnerável.
Introdução No quarto e último capítulo, trataremos dos aspectos positivos e nega-
tivos que a nova lei trouxe para o crime de estupro após a sua inserção ao
De acordo com o art. 213 do Código Penal Brasileiro, estupro, antes do
Código Penal Brasileiro, expondo a opinião dos Doutrinadores acerca do
advento da nova legislação, que trouxe uma visão modificada da realidade
tema.

Medicina Legal 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para construirmos o presente estudo, ultilizamos uma pesquisa docu- fases da história, podendo destacar, as histórias bíblicas, ás guerras do
mental, baseada no art.213 do Código Penal nos entendimentos doutriná- século 20, os mitos na mitologia greco-romana e na idade média.
rios dominante.Tendo como método de abordagem o dedutivo, o qual parte
do geral para chegar ao particular, ou seja busca-se a aplicação da nova lei Colaborando com esse entendimento afirma LINS: “Em toda a História
ao caso concreto. encontramos casos de violência sexual: da bíblia as guerras do século 20,
passando pela mitologia greco-romana, com a descrição dos 17 raptos
A investigação é do tipo jurídico-interprtativo-compreensivo, partido da praticados por Zeus, o deus dos deuses e pela a idade Média”.
consulta de artigos e material relacionado na internet analisando a opinião
dos doutrinadores acerca do tema, que por sua atualidade tornou-se alvo Na antiguidade grega, o rapto era à base do casamento convencional,
de várias criticas e debates no âmbito jurídico. sendo ele um dos requisitos para que este ocorresse, passando a noiva a
fazer parte da família do noivo depois de ser raptada. Do mesmo modo
Este trabalho mostra-se de grande importância, por se tratar de um te- ocorria na antiga Roma, onde o cortejo nupcial tirava a noiva de sua mãe,
ma novo, alvo de várias criticas e debates, não existem ainda estudos mais demonstrando dessa forma, que o rapto de mulheres era um hábito fre-
detalhados que possibilitem o seu esclarecimento, contribuindo dessa qüente praticado por estes povos. Nesse sentido afirma: “Os 17 raptos que
forma como mais um meio de pesquisa. a mitologia atribui a Zeus, ou Júpiter, deus dos deuses, não seria mais do
que a transposição metafórica de raptos de mulheres por um povo”.
O presente estudo pretende ainda, mostra-se de grande relevância, ha-
ja vista que a Lei 12015 de 2009 , não só modificou substancialmente o Na mitologia greco-romana, sumerianas e babilônicas eram comuns os
tratamento legal dos chamados crimes sexuais , na medida em que trouxe relatos de estupros, raptos e outras formas de violência sexuais, ocasiona-
enumeras alterações, a começar pela modificação redacional do Titulo VI das pelos deuses, sendo conveniente destacar o livro The Love of lhe Gods
da Parte Especial do Código Penal, antes chamados “Dos Crimes Contra in Athic Art Fifth Century B. C. de Kaemnf-Dimetriadou, o qual relata 395
os Costumes”, hoje denominado “Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual”, estupros cometidos pelas divindades masculinas do Olimpo, a começar por
essa lei, alterou pontos significantes da matéria, obrigando desta forma, Zeus, que era considerado um praticante compulsivo da violência sexual.
todos os estudiosos e operadores do Direito Penal a fazer uma revisão dos
conceitos estudados, atualizando informações e propondo reflexões sobre Assim como os deuses do Olimpo, as histórias que retratavam a vida
o alcance e a extensão dos institutos modificados na “reforma” de 2009. dos heróis míticos gregos Teseu, Hércoles e Perseu, que nada mais eram
do que representações dos homens que dominavam o mundo antigo ti-
1 Histórico da violência sexual nham atitudes contrárias a moral e aos bons costumes, sendo estes, capa-
zes de tudo para alcançar seus objetivos inclusive roubar, mentir e seduzir,
1.1 O comportamento sexual no mundo antigo além de estuprar e raptar mulheres.
O estupro e outras formas de violência sexuais são práticas antigas na Sendo pertinente destacar, a Ilíada, um poema épico grego atribuída a
humanidade, as quais nem sempre eram consideradas ilegais ou tidas Homero que narra os acontecimentos ocorridos no período de pouco mais
como costumes reprováveis, estando presente em todas as sociedades, de 50 dias durante o décimo e último ano da guerra de Troia, a qual tras a
das mais variadas culturas e diferentes classes sócias. disputa entre o rei Agamenon e Aquiles por uma jovem chamada Brisies,
Nos registros históricos mais antigos da humanidade, observa-se que a que para este, se tratava de seu “premio de guerra”. Onde a única questão
mulher era responsável pela sustentação do clã, assim como de varias a ser discutida por Homero era qual o merecedor de receber esse premio,
outras representações humanas, devido aos chamados mitos de origem. sendo a escravidão sexual da mulher se quer mencionada, pouco impor-
Nessa época, a representação divina na terra era a fêmea, a qual estava tando se a jovem era peça de propriedade.
diretamente ligada à fertilidade da terra e dos animais. Estas eram conside- A história de Helena também merece relevância, principal heroína do
radas Deusas, pois acreditava-se que a vida emergia do seu corpo. ciclo troiano, ainda púbere foi raptada por Teseu e seu amigo Piritó, sendo
Esse período perdurou, até o momento em que o papel reprodutivo do a sua posse decidida por um sorteio, no qual o vencedor foi Teseu, que
homem ainda era obscuro, pois se tinha a idéia, de que a mulher gerava os posteriormente gerou-lhe uma filha chamada Ifigênia.
filhos sozinhos, independentes da atividade sexual do homem, que não Após ser libertada por seus irmãos Helena, casa-se com Menelau e em
sabia até então, do seu papel reprodutivo. sua ausência, se envolve com Paris que a rapta por uma segunda vez
Contribuindo com esse entendimento, afirma GRECO, RASSI apud dando inicio a guerra de Tróia. Posteriormente, após a morte de Paris,
CHAUI: “Desde que o mundo é mundo, seres humanos e animais são Helena casa-se com seu próprio irmão, entregando-o mais tarde aos gre-
dotados de corpos sexuados e as práticas sexuais obedecem às regras, gos, sendo o mesmo mutilado para que ela obtivesse o perdão pela prática
exigências naturais e cerimônias humanas”. do adultério.
Avançando na história, destaca-se que os gregos, consideravam o a- Mais tarde, Menelau recebe-a de volta e após sua morte ela se refugia
mor e o sexo como algo natural, sendo a atividade sexual algo bastante em Rodes, onde durante um banho é afogada e pendurada morta em uma
considerável na visão dos pensadores. Neste sentido, pode-se afirmar que arvore por duas mulheres.
Platão exerceu um papel importante acerca da moral sexual, trazendo a Outro mito de grande relevância, é a história de Hércules, herói Grego
visão de que o sexo ora era visto como algo positivo, exercendo uma força que casou-se com Dejanira, a qual foi raptada pelo centauro Nesso, suici-
na psique da humanidade, ora como algo negativo, capaz de se tornar um dando-se logo em seguida.Após sua morte, Hércules se casa com Megara,
traço perturbador e negativo para o homem. jovem que Lico desejava se apoderar, mas Hércules o mata antes de
Em suas obras A República e as Leis, Platão, afirma que as relações alcançar seu objetivo.
sexuais devem se limitar apenas à procriação e ao matrimônio, consideran- Juno, indignada deixou Hércules com tamanha ira que a força de sua
do a mulher um ser inferior ao homem, visão esta, que é sustentada por reação ocasionou a morte de Megara e os seus filhos, matando posterior-
Aristóteles. mente, Loomedonte com o intuito de raptar sua filha Hesíone para presen-
Os romanos acreditavam que as atividades sexuais eram pessoais e tear o seu amigo Telamon. Não satisfeito, Hércules ainda rapta a rainha
intimas, colocando a mulher a serviço do homem, relacionando-se com das Amazonas e a obriga a casar-se com seu amigo Tesseu.
suas esposas apenas com o intuído de produzir herdeiros para as suas Sendo importante ressaltar, a obra de Heródoto, que traz as formas de
propriedades, de forma que, as relações políticas e de poder eram tratadas violência causadoras da guerra permanente entre os Gregos e os Persas:
com mais importância do que satisfação emocional. os fenícios raptaram Io, a filha do rei Inácio, em Argos, na Grécia, e a
Desse modo, GRECO e RASSI dispõem: “Os paterfamiliae relaciona- levaram para o Egito. Creta raptou Europa, a filha do rei da Fenícia e mais
vam-se com suas esposas com o fim de produzir herdeiros de suas propri- tarde, raptaram Medeia filha do rei Colchida, como resposta a afronta dos
edades, para prolongar a existência de suas famílias.” Fenícios.
Ao longo da história encontramos diversos casos de violência sexual, Posteriormente, Paris, filho do rei de Tróia raptou Helena, esposa do rei
principalmente relacionada à mulher, que podem ser retratados em varias de Esparta, pensando que não seria punido, já que Helena tinha sido

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raptada anteriormente e se casara com Tesseu, herói que já havia arreba- um pecado. Porém, nem a força da religião foi capaz de camuflar um fenô-
tado Ariane e Antirpe. meno social de tamanha relevância...”.
Outro marco na história romana foi o rapto e morte de Lucrecia, cidadã A partir do século IX, quando a igreja passa a ter maiores poderes so-
romana que foi raptada e assediada por Sexto Tarquínio, filho do rei Tar- bre os reis e sobre a aristocracia, começa a regular a instituição do casa-
quínio, o qual durante a noite, na cama, mostrou-lhe um punhal e ordenou mento de acordo com os seus dogmas, deixando de considerar a união
que ela se deixasse possuir. Mas Lucrecia não se intimidou e ele então entre homem e mulher como um pecado e passando a pregar o casamento
ameaçou assassina-la, colocando-a junto de seu corpo um escravo nu, como uma instituição divina.
para que as pessoas pensassem que ela tinha sido morta pelo seu marido
depois de ter praticado o adultério. Nos séculos XII e XIII, com o casamento instituído como categoria de
sacramento, a igreja passou a interferir em todas as estruturas sócias,
Lucrecia, após ter relatado o que havia ocorrido, suicidou-se logo em regulando o casamento e a própria vida conjugal, abolindo os casamentos
seguida com um golpe de faca no coração, sendo o seu corpo levado em entre membros da mesma família e do mesmo sexo, passando a regular a
comoção até o foro, rebelião que depôs a família real e ocasionou a pro- vida doméstica do casal.
clamação da República Romana em 509.
De acordo com GRECO e RASSI: “O conflito se perdurou no tempo,
Ainda mais trágica foi a história da rainha Boadicéia, na qual o rei dos mas as regras morais sobre a conduta sexual medieval converteram-se em
Icenos nomeou suas filhas e o imperador Nero como herdeiros de seus um paradigma para o tratamento da sexualidade na moderna sociedade
bens, com o intuito de facilitar a sua sucessão. Mas quando foi vencido ocidental”.
pelos centuriões, seu palácio foi destruído, sua esposa chicoteada e suas
filhas estupradas. No período das grandes navegações, preocupando-se em povoar suas
colônias, Portugal incentivava os colonos a se casarem com as nativas,
Foi então que Boadicéia insuflou a rebelião dos betrões contra os ro- raptarem as prostitutas na cidade do porto, além de ordenarem que as
manos de Londres, rebelião esta, que ocasionou a morte de setenta mil jovens órfãs fossem enviadas para o Brasil, com o intuito de facilitar o
romanos. Por fim Boadicéia e suas filhas se envenenaram, dizendo: “Bebei! povoamento. Sendo importante destacar, que o abuso sexual de índios e
O veneno é menos cruel que a tirania”. negros era uma prática comum, que representava a expressão de senhorio
dos colonizadores.
Os casos de violência contra Lucrecia e Boadicéia, entraram para a
história em razão do grande clamor social ocasionado na época, demons- Neste sentido, LINS afirma:
trando dessa forma, que ate mesmo para os povos antigos o estupro já era
considerado um crime. “Desde que o sistema patriarcal se instalou, há 5000 anos, e a socie-
dade de parceria entre homens e mulheres cedeu lugar à dominação mas-
Alguns povos antigos puniam o estupro com rigor, apenando com a culina, a mulher passou a ser uma mercadoria valiosa. Rapto seguido de
morte o transgressor que violasse mulher desposada (prometida em núp- estupro foi o método mais usado de adquiri-la, ocorrendo na própria tribo ou
cias), ou virgem, sendo neste caso, aplicada a punição pecuniária e de na tribo vizinha”.
casamento, cumulativamente.
As relações sexuais no tempo da colônia, possuíam como base um tri-
No Egito, o ofensor era mutilado, enquanto que na Grécia, inicialmente, pé de sexo pluriétnico, escravidão e concubinato, sendo os transgressores
a pena era de cunho financeiro, passando posteriormente, a pena capital, punidos rigorosamente pela moralidade religiosa através da inquisição,
sendo esta aplicada também pelos romanos, já que o de estupro era consi- desde que fossem do interesse da igreja.
derado um crime vil. Da mesma forma, eram os julgamentos germânico,
canônico, espanhol, e inglês (neste último, a punição foi substituída pela 1.3 A revolução sexual do século XX
castração e vazamento dos olhos). No período compreendido entre o final do século XIX até a primeira
Na idade média, o estupro era considerado um crime de sangue, caso metade do século XX, vários autores passaram à enxerga a sexualidade
a vitima fosse nobre e virgem, punindo-se o agressor com a morte, mas sob uma nova ótica, conceito este que só foi possível, devido a valoração
posteriormente, houve a substituição desta pena pela de castração ou da individualidade na idade moderna, a qual serviu de base para a organi-
perda dos olhos. zação da sociedade capitalista.

1.2 O controle da moral pelo cristianismo: A partir da segunda metade do século XX, podem-se destacar dois e-
ventos importantes que marcaram o estudo da sexualidade: o desenvolvi-
Com a queda do Império Romano, houve a dissolução das cidades ro- mento de métodos contraceptivos, que rompe com associação, que ate
manas e posterior formação dos Feudos na Europa, com a regência da então existia, entre a atividade sexual e a reprodução; e o surgimento de
igreja católica, que aos poucos foi construindo e enrijecendo a moral cristã, novas reflexões sobre o tema.
já que o tratamento dado ao casamento, à família e à sexualidade não foi
sempre o mesmo dentro do cristianismo. Nessa época, as mulheres encontravam-se totalmente desamparadas,
não existindo nenhum tipo de lei que resguardasse os seus direitos, consi-
Neste sentido dispõe GRECO e RASSI: “A trajetória da formação da deradas seres inferiores, eram vítimas de constantes assédios e estupros,
teologia cristã acerca do controle da sexualidade e do casamento é uma ficando totalmente vulnerável a todos os tipos de violência, já que os seus
amálgama dos costumes germânicos, da tradição estóica grega e dos agressores não sofriam nenhuma punição.
testamentos bíblicos, o novo e o antigo.”
É neste contexto histórico, que surgem os movimentos feministas, com
O tratamento cristão sobre a sexualidade pode ser dividido em duas objetivo de combater as descriminações ocasionadas pelas desigualdades
etapas: a primeira pregava à recusa concupiscência (desejo) e ao prazer, derivadas dos padrões estabelecidos pela moralidade sexual, lutando pelos
restringindo o sexo à reprodução; e a segunda etapa, que institui o casa- direitos legais da mulher, dentre os quais pode destacar: direito a integrida-
mento cristão, monogâmico e indissolúvel, a qual tinha como limite a ativi- de física, a autonomia, direitos trabalhistas, reprodutivos, proteção contra a
dade sexual legitima. violência doméstica, assédio sexual e estupro.
Nesse período, o único comportamento permitido era a virgindade e o Esses movimentos foram os principais responsáveis pelo crescimento
ascetismo, sendo a castidade considerada um estado superior que possibi- sobre o estudo de gênero, dando novas perspectivas sobre as questões
litava o conhecimento da fé e das vontades humanas, conferindo autorida- teóricas e de investigação sobre a sexualidade, as quais passaram a ser
de moral aos clérigos. Já o casamento, era considerado hierarquicamente vistas sob uma nova ótica, ocasionando várias conseqüências como: a
inferior à castidade, um mal, pois tinha como pressuposto o “pecado” das alteração do estereótipo masculinidade, feminilidade e seus respectivos
relações sexuais. papéis; novas atitudes liberais em relação ao corpo e as emoções; maior
tolerância ao sexo antes do casamento; maior tolerância as diferenças
Colaborando com o entendimento, GRECO e RASSI estabelecem: “... sociais e a educação sexual.
no inicio da teologia cristã o casamento era admissível, mas ainda assim
1.4 A sexualidade humana e o controle social pelo direito penal.

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O comportamento sexual do Brasileiro, assim como tem ocorrido com que não estivesse presente esta característica, eram classificadas tipifica-
as civilizações ocidentais, vem se modificando ao longo dos tempos, a dos em crime diverso - Atentado Violento ao Pudor (art. 214, CP) - inclusive
partir dos anos 60, com a valorização dos aspectos positivos da sexualida- as praticadas contra homens, apesar de algumas popularmente serem
de e a sua privatização, surgiu então, a necessidade de criar novas leis que chamadas de estupro.
se adequassem à realidade social.
Neste contexto explicitava-se que somente a mulher podia ser a vítima
Desse modo, pode-se afirmar que com as mudanças sócias e culturais desse crime – sujeito passivo - enquanto que o homem seria o autor delitu-
vivenciadas no século XX, houve um afastamento da moralidade religiosa oso - sujeito ativo - configurando o crime de estupro quando o homem
herdada na época medieval, ganhando a sexualidade uma autonomia usando da violência ou grave ameaça praticando a conjunção carnal sem o
individual e subjetiva, nascendo desde então, a preocupação do Estado em consentimento da vitima.
regular todos os tipos de condutas lesivas a liberdade sexual do individuou.
Neste sentido afirma Fernando Capez:
Neste sentido GRECO e RASSI dispõem: “Essa repressão sexual, o-
corre porque o comportamento sexual é uma conduta tão relevantes na “Conjunção carnal nos termos do artigo, é somente a cópula ou seja, a
vida em sociedade que o seu exercício apresenta reflexos diretos nas introdução do pênis na cavidade vaginal da mulher.Não se compreendem
instituições sociais do próprio estado.” nesse conceito outras formas de realização do ato sexual, considerados
coitos anormais, por exemplo a cópula oral ou anal.Tais atos sexuais pode-
Dentre as formas de controle social exercidas contra a sexualidade, rão constituir o crime de atentado violento ao pudor. Desse modo, aquele
uma das mais importantes, é aquela exercida pelo direito, a qual ao longo que constrange outrem, do mesmo sexo ou não, a praticar com ele ato
dos anos, tratou da sexualidade como uma manifestação maior ou de libidinoso diverso da conjunção carnal pratica o crime do artigo 214.”
menor importância, variando o seu tratamento de acordo com os interesses
sociais de cada época. Portanto, as principais alterações ocasionadas no crime de estupro a-
pós a nova redação dada pela lei 12.015/09, é a substituição da palavra
Contribuindo com o nosso entendimento, GRECO e RASSI estabele- mulher pela expressão alguém, bem como a inclusão das elementares que
cem: “Ocorre que a moral social sobre o comportamento sexual de cada eram previstas no crime de atentado violento ao pudor, já que este teve sua
época sempre influenciou o direito penal na tutela das condutas sexuais”. redação incorporada no art.213 do código penal, revogando em decorrência
desta unificação o art. 214 do referido diploma legal.
Os direitos sexuais ganharam grande importância ao longo dos tem-
pos, chegando aos dias atuais com uma preocupação acentuada em rela- 2.1 Elementos Tipo
ção às condutas voltadas contra o menor e aquele que está em situação de
vulnerabilidade, sendo as reformas legislativas nesse campo bastante 2.1.1 Bem jurídico tutelado
complexas, devido às novas concepções sociais acerca da sexualidade, O bem jurídico protegido é a liberdade sexual da mulher, ou seja o di-
demonstrando dessa forma que o direito e a moral caminham juntos. reito que ela tem de dispor sobre o seu próprio corpo, escolhendo livremen-
Portanto, pode-se afirmar que a intervenção do direito penal no com- te o seu parceiro sem que haja a necessidade do emprego da violência ou
portamento sexual da sociedade, sempre foi uma questão bastante polemi- grave ameaça para a pratica do ato sexual, podendo inclusive recusar o
ca que esbarra na distinção entre o direito e a moral, ou seja, até que ponto próprio marido, quando assim desejar.
o comportamento sexual reflete nos interesses morais de um povo, ou Sendo importante destacar, o conceito de liberdade sexual, a qual pode
apresenta danosidade suficiente capaz de merecer a tutela jurisdicional, ser entendida como a capacidade do sujeito dispor livremente de seu corpo
questão esta que estar longe de ser resolvida. na pratica do ato sexual, ou seja, liberdade de se comportar no plano
2 O crime de estupro e lei 2.848 de0 7 de Dezembro de 1940. sexual de acordo com os seus preceitos, tanto no que se refere à relação
em si, quanto à escolha de seu parceiro e até mesmo no que diz respeito à
O estupro antes do advento da nova legislação estava disposto no titu- capacidade de se negar a executar ou tolerar atos de natureza sexual.
lo VI dos crimes contra os costumes, no capítulo I Dos crimes contra a
liberdade sexual, sendo este definido como: A liberdade sexual tem se materializado como sendo o objeto de prote-
ção que justifica a intervenção penal na prática sexual dos cidadãos, pre-
“Art. 213: Constranger mulher à conjunção carnal, mediante vio- tendendo com a sua tutela, mais do que o exercício da capacidade de
lência ou grave ameaça: autodeterminação sexual, objetiva-se que o comportamento sexual seja
exercido na sociedade com a liberdade de seus participantes, assegurando
Pena: - reclusão de seis a dez anos. (redação dada pela lei 8.072 dessa forma, a plena liberdade do exercício da atividade sexual das pesso-
de 1990)” as.
Parágrafo único: (revogado pela lei 9.281 de 1996)” 2.1.2 Ação nuclear
Em uma primeira análise, pode-se observar, que o nome do titulo A ação nuclear do tipo penal consubstancia-se no verbo “constranger”
“Dos crimes contra os costumes” trazia a idéia de bons costumes, mulher a conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça. Sendo
tutelando a moral sob o ponto de vista sexual sem interferir nas rela- conveniente trazer o significado do verbo constranger, que nada mais é do
ções normais do individuo, reprimindo as condutas consideradas que forçar, compelir, coagir a mulher a praticar com o agente conjunção
graves perante a moral média da sociedade, deixando muito a critério carnal.
da vitima ou do meio social ao qual pertencia classificar o que seria
contra os costumes. Desta forma, para configurar o referido delito, o agente deve necessa-
riamente constranger mulher a pratica de conjunção carnal mediante vio-
Neste crime tutelava-se a liberdade sexual da mulher, ou seja, a lência ou grave ameaça, tratando-se portanto, dos meios executivos do
faculdade que a mulher tem de escolher livremente o seu parceiro, crime de estupro.
resguardando o direito dispor do seu próprio corpo, sem que esta seja
forçada violentamente a manter conjunção carnal com outrem sem o A conjunção carnal, nos termos do artigo, é a cópula vagínica, ou seja
seu consentimento. a penetração do pênis na vagina da mulher, portanto, todas as demais
condutas atreladas a libido, praticadas com violência a pessoa, que não
Desse modo, o núcleo do referido tipo penal consubstanciava-se no estivesse presente essa características, eram tipificadas com atentado
verbo constranger mulher a conjunção carnal, mediante violência ou grave violento ao pudor.
ameaça, ou seja, era necessário que a mulher fosse coagida a manter
conjunção carnal com o agente pra configurar o crime de estupro. O mal que se pretende cometer deve ser direto(voltado contra a própria
vitima) ou indireto(voltados contra terceiros ligados a vitima; justo(delatar
Tinha como conduta consumativa necessária para a configuração des- crimes cometidos pela vítima) ou injusto( ameaçar de morte a própria
se delito a conjunção carnal, ou seja, a penetração do pênis na vagina. vitima); devendo ser analisado sob o ponto de vista da vitima, ou seja,
Desta forma, as demais condutas para a realização de atos atrelados à levando em consideração as suas condições físicas e psíquicas.
libido, ou seja, aos desejos provenientes do sexo, imbuídos de violência,

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Sendo importante ressaltar, que a permissão para a prática do ato se- De acordo com esse entendimento, a relação sexual embora constitua
xual, livre de qualquer coação, exclui o crime de estupro, sendo necessário dever recíproco dos cônjuges, o constrangimento ilegal resultante da práti-
o dissenso da vitima, ou seja, que ela se oponha ao ato sexual, cedendo ca forçada da conjunção carnal, não constitui exercício regular de direito, e
apenas em face da violência empregada ou do mal anunciado, exceto no sim abuso de direito, haja vista que a lei civil não aceita o uso de violência
caso de crime praticado contra o menor de 14 anos. física ou coação moral nas relações sexuais entre os cônjuges.
2.1.3 Sujeitos Contribuindo com esse entendimento, Bitencourt afirma:
2.1.3.1 Sujeito Ativo “O chamado debito conjugal, não assegura ao marido o direito de estu-
prar sua mulher; garantindo-lhe, tão somente, o direito de postular o termi-
O sujeito ativo do crime somente pode ser o homem, haja vista que a- no da sociedade conjugal.Os direitos e as obrigações de homens e mulhe-
penas este poderá executar a ação típica, já que a lei fala em “conjunção res são, constitucionalmente, iguais.”
carnal”, excluindo, portanto, a prática dos atos sexuais entre pessoas do
mesmo sexo. No entanto, se a esposa recusa-se continuamente a realizar o ato se-
xual, o esposo poderá, poderá utilizar o instituto civil da separação judicial,
Nesse sentido o professor Damásio de Jesus traz, “ somente o homem em virtude de grave violação dos deveres do casamento que torne insupor-
pode ser sujeito ativo do crime de estupro, porque só ele pode manter com tável a vida em comum, jamais poderá obrigá-la à pratica do ato sexual.
a mulher conjunção carnal que é coito normal.”
Sendo importante ressaltar, que nos casos em que o marido mediante
Também, Celso Delmanto: “Sujeito ativo: Somente o homem”. Esse era o emprego de violência ou grave ameaça praticou ou tentou o estupro
o entendimento majoritário e mais aceitável da doutrina e jurisprudência contra sua esposa, a mulher poderá pedir a separação judicial devido à
pátria. impossibilidade de comunhão de vida.
Assim se uma mulher mediante violência ou grave ameaça, obriga ou- 2.1.3.3 Sujeito Passivo
tra mulher a praticar com ele um ato sexual, o crime tipificado será o de
atentado violento ao pudor, pois neste caso, não teve a conjunção carnal, Somente poderá ser a mulher, pois apenas esta pode ser obrigada a
mas sim a pratica de atos libidinosos, não estando presente uma caracte- pratica da conjunção carnal, não importando para a configuração do delito
rística essencial para a configuração desse delito. se ela é virgem e recatada, já que a proteção legal não estipula nenhuma
característica especifica para a vitima, exceto que esta seja do sexo femini-
Nada impede, porém, em se tratando de autoria mediata, que a mulher no. Portanto, não se exclui da proteção legal a prostituta, que embora
seja sujeito ativo do referido delito, tendo em vista que nesse caso, ela não comercialize o seu corpo, tem o direito dele dispor da forma que quiser.
executa pessoalmente a conjunção carnal.
Nesse sentido, afirma Bitencourt: “A liberdade sexual é um direito as-
Sendo conveniente mencionar o conceito de autoria mediata de Fer- segurado a toda mulher, independentemente de idade, virgindade, aspecto
nando Capez: “Autor mediato é aquele que se serve de pessoa sem condi- moral ou qualquer outra qualificação/adjetivação que se possa imaginar.”
ções de discernimento para realizar por ele a conduta típica. Ele é usado
como mero instrumento de atuação, como se fosse uma arma ou um animal Portanto, no crime de estupro não se procura saber sobre a conduta ou
irracional.” vida pregressa da vitima, podendo dele ser sujeito passivo qualquer pessoa
do sexo feminino seja ela honesta, prostituta, virgem, idosa, menor ou ate
Na autoria mediata o executor age sem vontade e sem consciência, mesmo cônjuge ou companheira.
pois a conduta típica é realizada pelo autor mediato do crime, e por esta
razão a mulher poderá ser sujeito ativo deste, respondendo pelo crime na No entanto, se o sujeito ativo do crime realizar conjunção carnal com
condição de agente mediato. uma vitima que não seja maior de 14 anos, ainda que haja o consentimento
desta para a prática do ato, o estupro será considerado presumido, tendo
Apesar do crime de estupro ser classificado como um crime próprio, ou em vista que o seu consentimento não é considerado valido.
seja, que pressupõe uma condição ou qualidade do agente, a mulher
poderá ser participe, quando sem realizar o núcleo penal concorreu de 2.1.4. Tipo objetivo
alguma forma para a produção do resultado e co-autora, quando constran-
ge a vitima á prática de conjunção carnal com seu comparsa, embora não A conduta típica no crime de estupro é constranger (forçar, compelir,
mantenha conjunção carnal com esta. obrigar) mulher (deve necessariamente ser do sexo feminino), virgem ou
não, maior ou menor, honesta ou prostituta, mediante violência ou grave
2.1.3.2. Sujeito Ativo: Marido? ameaça, à conjunção carnal (cópula vagínica). Sendo qualquer outra
forma de coito, considerada anormal, tipificada como atentado violento ao
Os doutrinadores mais antigos como Hungria e Noronha, entendem pudor.
que inexiste o crime de estupro quando o sujeito ativo do crime se tratar do
próprio marido da vitima, pois para se configurar o referido delito é necessá- Neste sentido, Mirabete apud Martins define a conjunção carnal como a
rio que a cópula seja ilícita, ou seja, fora do casamento. cópula vaginal: “em que há introdução do membro viril em ereção, na
cavidade vaginal, com ou sem ejaculação”.
Desta forma, a cópula decorrente do casamento é tida como exercício
regular do direito, considerada dever recíproco dos cônjuges, podendo Sendo necessário, portanto para a configuração do estupro a penetra-
haver a recusa da mulher somente nos casos em que o marido tenha ção do pênis na vagina, não se exigindo a ejaculação nem o rompimento do
contraído moléstia venérea. hímen, estando excluído da tipificação desse delito a cópula vestibular ou
vulvar.
“EMENTA: PENAL. CRIME CONTRA OS COSTUMES. ESTUPRO.
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. O restabelecimento da sociedade conjugal É indispensável também que tenha ocorrido o constrangimento ilegal
pré-existente entre ofendida e o agente do delito constituiu-se, a partir da da mulher mediante violência ou grave ameaça para a prática da conjunção
interpretação analógica in bonan partem do artigo 107, inciso VII, do Código carnal, exigindo-se que a esta se oponha ao ato sexual, pois a violência
Penal, causa extintiva da punibilidade. Decretaram extinta a punibilidade. aliada ao dissenso da vitima deve ser demonstrada para a tipificação do
Unânime.” (Apelação Crime Nº 70009464470, Quinta Câmara Criminal, referido delito.
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luís Gonzaga da Silva Moura, Julgado
em 06/10/2004) Colaborando com o entendimento afirma Mirabete: “Deve-se configu-
rar, portanto, uma oposição que só a violência física ou moral consiga
Tal posicionamento, com o passar dos anos não teve mais sentido, vencer, que a mulher seja obrigada, forçada, coagida, compelida à prática
mesmo antes do advento da lei 12015/09, pois a mulher adquiriu o direito à da conjunção carnal”.
inviolabilidade de seu corpo, de forma que os meios ilícitos, como violência
ou grave ameaça, empregados para constrangê-la à prática de qualquer A ameaça deve ser grave, ou seja, uma promessa de mal considerável,
ato sexual, mesmo sendo praticados pelo marido, jamais poderão ser não importando se houve justiça do mal ameaçado, tendo sempre que levar
aceitos. em conta a capacidade de resistência da vítima.

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2.1.4.1. Violência e Grave ameaça O estupro é um crime que nem sempre deixa vestígios, como na hipó-
tese de tentativa, onde o agente não pratica a conjunção carnal com a
O termo violência empregado no tipo penal refere-se a violência física, vitima por circunstancias alheias a sua vontade, e mesmo havendo consu-
a vis corporalis, tendo como finalidade vencer a resistência da vítima, mação esses resquícios podem ter desaparecido durante o tempo ou nem
podendo esta ser produzida pela própria energia corporal do agente como se quer ter ocorrido, dificultando a prova pericial junto a vitima.
por outros meios, como fogo, água, energia elétrica (choque), gases, etc.
Porém, nos casos em que o crime deixa vestígios será indispensável a
Essa violência poderá ser imediata, quando for empregada diretamente prova pericial, procedendo –se através do exame de corpo de delito, direto
contra o próprio ofendido, ou mediata, quando utilizada contra um terceiro ou indireto, não podendo ser suprida pela confissão, de acordo com o
ou coisa a que a vítima esteja diretamente relacionada. art.158 do CPP.
Não sendo necessário que a força empregada seja irresistível, ou seja, Trata-se, pois, da adoção ao sistema da reserva legal, no qual o juiz
basta que esta seja idônea para coagir a vítima à prática do ato sexual, não pode buscar a verdade em nenhum outro meio de prova, pois a lei se
permitindo que o sujeito ativo realize a sua vontade. apega ao formalismo de exigir a prova pericial como o único meio capaz de
Já a grave ameaça empregada no tipo penal refere-se a ameaça de u comprovar a materialidade delitiva do fato. Desse modo, nos casos em que
m mal sério e grave, capaz de causar um grande temor à vítima, a ponto for possível a realização da pericia, a sua falta implicará na nulidade de
desta, com receio de sofrer o mal prometido pelo autor, sujeitar-se à con- todas as provas produzidas em sua substituição.
junção carnal. Contudo a jurisprudência dos tribunais superiores vem se posicionando
O mal prometido no crime de estupro além de futuro e imediato, deve de maneira contraria a essa regra, sob o argumento de que todas as provas
ser determinado, pois sendo indefinido e vago este não terá grandes efeitos podem ser valoradas pelo juiz como admissíveis, desde que estas não
coativos. Não sendo necessário que o mal prometido seja injusto, pois sejam ilícitas.
basta que a pretensão ou a forma de obtê-la seja injusta para que haja a Sendo pertinente destacar o posicionamento do STF:
configuração do referido delito.
“A nulidade decorrente da falta de realização do exame de corpo de de-
Dessa forma, o mal prometido pode até ser justo, mas o fundamento lito não tem sustentação frente à jurisprudência do Supremo Tribunal Fede-
que leva o agente a prometê-lo ou o método utilizado podem não sê-lo. ral, que não considera imprescindível a perícia, desde que existentes outros
Portanto, é irrelevante que a ameaça seja justa ou legal para obter à elementos de prova”.
prática do ato sexual. Pois é a sua finalidade especial – constranger mulher No mesmo sentido dispõe o STJ:
à conjunção carnal – que determina a natureza ilícita da conduta, transfor-
mando-a em ilegal e penalmente típica. “Penal. Processual. Estupro e atentado violento ao pudor. Ausência de
exame de corpo de delito. Habeas Corpus. A falta do exame de corpo de
Sendo importante ressaltar, que as lesões corporais leves constituem delito por si só, não serve para anular o processo, quando a condenação
elementares do crime, enquanto que as de natureza grave podem qualificá- tem amparo em outros elementos de prova, especialmente a testemunhal”.
lo.
2.1.6.1. Conjunção Carnal e a sua prova pericial
2.1.4.2. Análise da postura da vítima
A prova da conjunção carnal pode-se dar por meio dos vestígios como:
O artigo 213 do código penal tipifica a conjunção carnal praticada me- presença de esperma, pêlos, ruptura do hímen, contágio de moléstia vené-
diante violência ou grave ameaça, sendo irrelevante para a configuração rea, gravidez.
desse delito a virgindade da vitima, ou ate mesmo se esta é mulher casada
ou solteira, viúva ou prostituta, embasando-se na supressão do poder da No entanto o STF posicionou-se no sentido que:
mulher de se defender ou de se opor à prática do ato sexual.
“O fato de os laudos de conjunção carnal e de espermatozóides resul-
Os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade tem efetiva apli- tarem negativos não invalida a prova do estupro, dado que é irrelevante se
cação no crime de estupro, haja vista que no referido delito deve-se anali- a cópula vagínica foi completa ou não, e se houve ejaculação. Existência
sar a relação de forças, especialmente a superioridade de forças do agente, de outras provas. Precedentes do STF”.
ou seja, não é necessário que se esgote toda a capacidade de resistência
da vítima, para reconhecer a violência ou grave ameaça. É importante destacar, que não basta a comprovação da conjunção
carnal para configurar o crime de estupro, pois ela não é capaz de demons-
2.1.5. Elementos do Tipo Subjetivo trar o nível de resistência da vitima à prática do ato sexual, sendo necessá-
rio portanto, a comprovação de que o ato sexual se deu mediante cons-
O elemento subjetivo geral é o dolo, consubstanciado na vontade de trangimento físico ou moral.
constranger a mulher à pratica do ato sexual, mediante violência ou grave
ameaça. 2.1.6.2 Violência e sua prova
No entanto, além do elemento subjetivo genérico, o crime ainda com- A violência que o artigo se refere é aquela causada pelo emprego efeti-
porta o elemento específico, o qual é representado pelo fim de constranger vo da força física, ocasionando mordidas, tentativa de esganadura, equi-
a vitima a pratica da conjunção carnal, sendo este o elemento que descri- moses, escoriações, lesões, na vítima com o objetivo de obrigá-la a pratica
mina a tentativa de estupro do atentado violento ao pudor. do ato sexual.
Colaborando com esse entendimento afirma Mirabete: “A vontade de Entretanto existem casos em que a vitima não produz nenhuma forma
constranger, obrigar, forçar, a mulher é o dolo do delito de estupro. Exige- de resistência ao ato sexual, devendo o juiz levar em consideração outras
se, porém, o elemento subjetivo do injusto (dolo específico), que é o intuito provas, dentre as quais a palavra da vítima e a prova testemunhal (exame
de manter conjunção carnal”. de corpo de delito indireto).
Portanto não basta o dolo, elemento subjetivo geral, é necessário que o Sendo importante ressaltar que, via de regra, a palavra da vitima tem
agente tenha o fim de constranger a vitima para a prática da conjunção valor probatório relativo, devendo o juiz aceitar com reservas, analisando
carnal, elemento subjetivo específico, também chamado de dolo específico. de acordo com o caso concreto.
Sendo importante ressaltar, que quando não houver qualquer contato Nas hipóteses de violência moral a prova do crime de estupro é de difí-
físico com a vítima, mas tiver ocorrido grave ameaça, o agente responderá cil constatação, podendo ser utilizado o exame de corpo de delito indireto
pelo crime de constrangimento ilegal, já que pela regra da desistência caso exista prova testemunhal.
voluntaria o autor só responde pelos atos ate então praticados.
Sendo conveniente destacar o entendimento do relator Ministro Gilson
2.1.6. Prova do Crime Fernandes, do tribunal de justiça do maranhão, no julgamento de recurso
especial n 401028, D.J.E 23.02.10:

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“EMENTA:RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. Sendo importante destacar, que com essa redação, o crime de estupro
ESTUPRO. DENÚNCIA. REJEIÇÃO. EXAME DE CORPO DE DELITO. e atentado violento ao pudor por se tratarem de crimes autônomos, haverá
AUSÊNCIA. APLICAÇÃO DO ARTIGO 167 DO CÓDIGO DE PROCESSO a possibilidade de concurso material entre estes delitos, de modo que se o
PENAL. 1. "A ausência de laudo pericial não tem o condão de afastar os agente do referido crime, constranger a vitima à prática da conjunção carnal
delitos de estupro e atentado violento ao pudor, nos quais a palavra da e a cópula anal, responderá pelos crimes do art.213 e 214do Código Penal,
vítima tem grande validade como prova, especialmente porque, na maior resultando na aplicação das duas penas.
parte dos casos, esses delitos, por sua própria natureza, não contam com
testemunhas e sequer deixam vestígios" (HC-47.212/MT, Relator Ministro 2.1.8.2 Qualificada pelo resultado
Gilson Dipp, DJ de 13.3.06). 2. Conforme a jurisprudência desta Corte, uma Esta prevista no art. 223 do mesmo diploma legal. O caput do artigo es-
vez inexistente o exame de corpo de delito, tal fato não tem o condão de tabelece: “Se da violência resulta lesão corporal de natureza grave: Pena-
descaracterizar a tipicidade da conduta narrada na exordial acusatória, haja reclusão, de oito a doze anos”. O parágrafo único também estabelece: “Se
vista a possibilidade de ser suprido por depoimentos testemunhais, confor- do fato resulta a morte: Pena-reclusão, de doze a vinte e cinco anos”.
me previsão do art. 167 do Estatuto Repressivo. 3. A rejeição da denúncia
somente tem cabimento em casos em que se verifique de plano a atipicida- Qualifica-se o crime quando do estupro resultar lesão corporal de natu-
de da conduta, sem a necessidade de o magistrado, na simples decisão de reza grave ou a morte da vitima.
recebimento, efetuar um exame aprofundado da prova, cuja apreciação Sendo pertinente ressaltar, que o mencionado artigo, traz uma redação
deve aguardar momento oportuno, qual seja a instrução criminal. 4. O defeituosa, haja vista que o seu caput, traz o resultado qualificador ocasio-
Tribunal a quo, em sede de ação penal originária, ao concluir pela ausência nado pelas lesões de natureza grave, menciona: “se da violência resul-
de prova material do estupro, incursionou em profunda análise da prova e tar...”. Enquanto o seu parágrafo único, o qual trata do resultado qualifica-
assim antecipou-se, indevidamente, ao julgamento de mérito da lide, em dor causado pela morte da vítima, dispõe: ”se do fato resultar...”.
momento sabidamente inoportuno, no qual é vedada a análise exauriente
da prova. 5. Recurso ao qual se dá provimento.” Gerando dessa forma, uma série de debates doutrinários e jurispru-
denciais acerca do tema, haja vista que o referido artigo ocasionava duvi-
2.1.6.3. Autoria e sua prova das na sua aplicação, se o delito só era qualificado se resultasse lesão
A prova da autoria pode-se dar através da colheita do material genético grave da violência e não da grave ameaça ou se quando o artigo mencio-
do suposto agressor, comparando-o com o material genético encontrado nava o fato, podia se abranger a violência e a grave ameaça ou somente a
nos vestígios do crime, tais como esperma, pêlos presentes no corpo da violência.
vítima. 2.1.9. Violência Ficta em casos de estupro
No entanto, o réu não esta obrigado a ceder o seu material genético O referido delito esta previsto no art.224 do CP, o qual traz: “Presume-
para a realização de exame de DNA, já que no Direito Penal ninguém é se violência, se a vitima: a) não é maior de catorze anos; b) é alienada ou
obrigado a produzir provas contra si mesmo, devendo nesse caso, o juiz débil mental, e o agente conhecia essa circunstância; c) não pode, por
analisar a recusa do réu junto com as demais provas para formar sua qualquer outra causa, oferecer resistência”.
convicção.
A violência é presumida quando o agente pratica o crime de estupro
Colaborando com esse entendimento o art. 157 do CPP traz: “O juiz contra a vítima menor de catorze anos, alienada ou débil mental, sendo
formará a sua convicção pela livre apreciação das provas”. este caracterizado, mesmo que tenha o consentimento da vítima.
2.1.7. Consumação e tentativa A aplicação do estupro com violência presumida tomando como critério
Consuma-se o crime de estupro quando há a introdução completa ou à idade da vítima não era pacífica tanto nos Tribunais, como na Doutrina.
incompleta do pênis na vagina da vitima, sendo desnecessária a ejaculação Sendo essa discussão voltada para a questão da presunção ter caráter
ou o orgasmo, caracterizando o referido delito independentemente do absoluto ou relativo, em relação à idade da vítima.
rompimento da membrana himenal. Os que defendiam a presunção absoluta argumentavam que o consen-
A tentativa é admissível neste delito, caracterizando o crime de estupro timento de uma menor de 14 anos era sempre invalido, mesmo que esta
na forma tentada quando o agente tendo iniciado a execução, é interrompi- possuísse um desenvolvimento físico e psíquico superior a sua idade, em
do por circunstancias alheias a sua vontade. razão da idade da vítima ser elementar do tipo penal, posição esta, susten-
tada por Bento de Faria, em seu Código Penal Brasileiro.
Por se tratar de um crime complexo, a violência ou grave ameaça cons-
titui inicio da execução, já que está dentro do próprio tipo, como sua ele- No entanto, a maioria dos doutrinadores defende a presunção relativa
mentar, ocorrendo a tentativa quando o agente ameaça gravemente a de violência, podendo destacar o professor Damásio de Jesus e professor
vitima, com o objetivo de constrange-la à prática do ato sexual. Mirabete que sustentam que presunção de violência, no caso de a vítima
não ser maior de catorze anos, é relativa, já que o agente pode incidir em
2.1.8. Classificação Doutrinária erro quanto à idade desta ou a menor de 14 anos pode se mostra experien-
O estupro trata-se de um crime comum, pois o fato de apenas o ho- te em matéria sexual, devendo cada caso ser analizado de forma especifica
mem ser o sujeito ativo do crime não o classifica como crime próprio; mate- levando sempre em consideração as características físicas e psíquicas da
rial, já que o referido delito causa transformação no mundo exterior; instan- vitima.
tâneo, devido a consumação não se perdura no tempo; unissubjetivo, pois Os Tribunais acompanhavam o entendimento da maioria dos doutrina-
este delito só pode ser cometido por uma única pessoa; plurissubsistente, dores, decididos pela relatividade da presunção de violência do art. 224,
pelo fato da conduta se desdobrar em vários atos. alínea "a" do CP.
2.1.8.1 Formas Neste sentido, o STF, no julgado, que tinha como relator o Ministro
2.1.8.1.1 Simples Marco Aurélio, do Habeas Corpus n.º 73.662 - MG, D.J.U. 20.09.96, traz:

Esta prevista no caput do art. 213 do Código Penal: “Constranger mu- “EMENTA: ESTUPRO - CONFIGURAÇÃO- VIOLÊNCIA PRESUMIDA
lher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça: Pena- - IDADE DA VÍTIMA - NATUREZA. O estupro pressupõe o constrangi-
reclusão, de seis a dez anos”. mento de mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave
ameaça - artigo 213 do Código Penal. A presunção desta última, por
Dessa forma, para que haja a configuração deste delito em sua forma ser a vítima menor de 14 anos, é relativa. Confessada ou demonstrada
simplificada, era necessário que o Homem, sujeito ativo, constrangesse a aquiescência da mulher e exsurgindo da prova dos autos a aparên-
uma mulher, sujeito passivo, a conjunção carnal mediante violência ou cia, física e mental, de tratar-se de pessoa com idade superior aos 14
grave ameaça. anos, impõe-se a conclusão sobre a ausência de configuração do tipo
penal. Alcance dos artigos 213 e 224, alínea "a", do Código Penal.”
(grifos ora assinalados)

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Sendo conveniente destacar o entendimento do Relator Desembarga- Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
dor Adalto Dias Tristão do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, no julga-
mento da Apelação Criminal n.º 008920004580, em data de 23.11.94, que § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a ví-
se mostra totalmente a favor da relatividade da presunção de violência: tima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:

“EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ESTUPRO - VIOLÊNCIA FICTA Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
OU PRESUMIDA. Vítima que possui compleição robusta, aparentando § 2o Se da conduta resulta morte:
ser mulher formada. Restou provado que o apelado foi por várias
vezes procurado pela vítima, para com ele manter relações sexuais. O Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos”
apelante é pessoa humilde que laborou em erro quanto a idade da A lei 12.015/2009 ao disciplinar o crime de estupro no titulo “Dos
moça que o procurava insistentemente para com ele manter congres- crimes contra a dignidade sexual”, trouxe uma idéia de dignidade,
so carnal. E da jurisprudência não configurar estupro, por violência demonstrando uma maior preocupação com a pessoa humana, pois o
presumida, quando a vitima, apesar da tenra idade, além de tomar a foco da proteção, não era mais a forma como a pessoa devia se com-
iniciativa para o ato sexual, apresentava ser mulher formada. Apelo portar sexualmente perante a sociedade, mas sim a proteção de sua
improvido, a unanimidade.” (grifos nossos) dignidade sexual, já que a expressão “crimes contra os costumes” não
Sendo pertinente ressaltar, a decisão do Relator Desembargador Car- trazia mais a realidade dos bens juridicamente protegidos pelo tipo penal
mo Antônio do Tribunal de Justiça do Amapá, no julgamento dos Embargos em comento.
Infringentes na ACr n.º 128.93, o qual estabelece: Percebe-se que as modificações ocorridas na sociedade trouxe-
“EMENTA: PENAL - ESTUPRO - VIOLÊNCIA PRESUMIDA - RELE- ram novas preocupações, ao invés de proteger a virgindade das mu-
VÂNCIA DO COMPORTAMENTO MORAL DA VÍTIMA - INEXISTÊNCIA lheres, como acontecia no passado, o Estado encontra-se diante de
DE DÚVIDA QUANTO À SUA IDADE. - 1) Nos crimes de estupro, pre- outros desafios, o que contribuiu para a elaboração de uma nova lei
sume-se a violência, quando a vítima não tem experiência em matéria que tem como finalidade a proteção da liberdade sexual do individuo
sexual e nem é despudorada e sem moral. - 2) Sendo do conhecimento e, num sentido mais amplo, a sua dignidade sexual.
do agente que a vítima, ao tempo do delito, tinha somente 13 anos, Colaborando com esse entendimento, Rogério Greco traz:
não lhe socorre o argumento de que ela apresentava desenvolvimento
corporal incompatível com sua idade. - 3) Embargos improvidos.” “O nome dado a um Título ou mesmo a um Capítulo do Código Penal
(Grifos propositais) tem o condão de influenciar na análise de cada figura típica nele contida,
pois, através de uma interpretação sistêmica ou mesmo de uma interpreta-
No entanto, há decisões em contrário, podendo destacar o entendimen- ção teleológica, onde se busca a finalidade da proteção legal, pode-se
to do Tribunal de Justiça de Goiás, no julgamento da Apelação Criminal n.º concluir a respeito do bem que se quer proteger, conduzindo, assim, o
14194.0.213, D.J.E. 11.04.95, cuja relatoria do Desembargador Juarez intérprete, que não poderá fugir às orientações nele contidas.”
Távora de Azeredo Coutinho, o qual optou pela presunção absoluta:
A nova redação dada pela lei 12.015 de 2009 teve duas finalidades:
“EMENTA:Recurso de apelação. Estupro. Violência presumida. Se a fundir num mesmo dispositivo o crime o crime de estupro e atentado violen-
pessoa ofendida, nos crimes sexuais, não for maior de catorze anos, pre- to ao pudor e admitir a violência sexual contra qualquer pessoa, mesmo
sume-se por avaliação feita pelo legislador, que o autor do crime atuou com que não seja do sexo feminino, sujeito passivo exclusivo do anterior crime
violência, ainda que na realidade tal não tenha ocorrido. de estupro.
A presunção legal absoluta da violência deve prevalecer, afastada Essa lei, além de alterar substancialmente o titulo VI da parte especial
qualquer dúvida sobre a maturidade da ofendida em se tratando de menor do código penal, transformou todo o sentido e significado do art. 213 do
sem auto determinação no campo sexual, incapaz de decidir, com liberdade Código Penal, trazendo como consequência, a revogação do artigo 214
dada sua pouca idade e sem condições pessoais para repelir propostas deste, já que as antigas definições dos crimes de estupro e atentado violen-
feitas pelo namorado. Recurso improvido”. to ao pudor, com a nova lei, transformaram-se em uma única redação que é
2.1.10. Ação Penal a atual definição do crime de estupro, não restando outra alternativa senão
a revogação do art. 214, passando a vitima daquele extinto delito, a partir
A ação penal no crime de estupro é, via de regra, de iniciativa privada, de então, a ser vitima do crime de estupro.
procedendo-se mediante queixa do ofendido. No entanto, se da violência
resultar lesão corporal de natureza grave ou morte, a ação penal será Sendo importante ressaltar, que a nova lei revogou também o art.224
pública. do Código Penal, que tratava da presunção de violência e trouxe em seu
art.227, o estupro de vulnerável, o qual tem como objetivo punir toda rela-
3 O crime de estupro após o advento da Lei 12.015 de 7 de agosto ção sexual ou qualquer outro ato considerado libidinoso praticado contra o
de 2009 menor de 14 anos ou qualquer pessoa que por enfermidade ou doença
A preocupação com a exploração sexual de crianças e adolescentes, mental não possua o discernimento para a prática do ato. Acabando com
bem como o desrespeito a pessoa humana, levou o Congresso Nacional a as antigas discussões que havia nos nossos tribunais acerca da presunção
criar uma CPMI, cujo resultado foi o PL 253/04, a qual durante o processo de violência, quando a vitima fosse menor de 14 anos.
legislativo sofreu algumas alterações culminando com a promulgação e 3.1 Elementos do tipo
publicação da Lei 12.015/09.
3.1.1 Bem Jurídico Tutelado
Com o advento dessa lei, o estupro passou a ser disposto no titulo VI
dos crimes contra a dignidade sexual, no capítulo I dos crimes contra a O bem jurídico protegido é tanto a liberdade quanto a dignidade sexual
liberdade sexual, passando a vigorar com as seguintes alterações: da pessoa humana, ou seja, da pessoa que sofreu o constrangimento,
podendo esta ser homem ou mulher, haja vista, que para a configuração do
“Titulo IV atual crime de estupro não é obrigatória a figura da mulher como sujeito
Dos crimes contra a dignidade sexual passivo, diferentemente do que ocorria no delito anterior. Desse modo, o
crime de estupro além de atingir a liberdade sexual da vítima atinge tam-
Capítulo I bém a sua dignidade, tendo em vista que esta se sente humilhada com a
prática do ato sexual contrário a sua vontade.
Dos crimes contra a liberdade sexual
Sendo importante trazer o conceito de liberdade sexual que nada mais
Estupro é do que a capacidade do sujeito dispor livremente de seu próprio corpo na
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a prática do ato sexual, ou seja, a faculdade que todas as pessoas têm de se
ter conjunção carnal ou praticar ou permitir que com ele se pratique outro comportar sexualmente segundo seus próprios anseios.
ato libidinoso.

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Neste sentido dispõe GRECO apud JIMÉNEZ o qual traz o conceito de especificando qualquer situação em que a pessoa sofrendo tal constrangi-
liberdade sexual: mento não possa estar inclusa como vitima do crime.
“autodeterminação no marco das relações sexuais de uma pessoa, Existiam varias correntes que tentavam solucionar tal conflito, a primei-
como uma faceta a mais da capacidade de atuar. Liberdade sexual significa ra destas, hoje já superada, entendia que, devido o chamado debito conju-
que o titular da mesma determina seu comportamento sexual conforme gal, o marido que obrigava sua esposa ao ato sexual agia acobertado pelo
motivos que lhe são próprios no sentido de que é ele quem decide sobre exercício regular de direito, posição esta nitidamente machista.
sua sexualidade, sobre como, quando ou com quem mantém relações
sexuais”. Nesse sentido afirma GRECO apud HUNGRIA:

Desse modo, a liberdade sexual tutelada pelo direito penal, esta rela- “Questiona-se sobre se o marido pode ser, ou não, considerado réu de
cionada com a percepção do que representa a sexualidade na vida huma- estupro, quando, mediante violência, constrange a esposa à prestação
na, preocupando-se em garantir que a atividade sexual das pessoas seja sexual. A solução justa é no sentido negativo. O estupro pressupõe cópulai-
exercida em condições de plena liberdade. lícita (fora do casamento). A cópula intra matrimonium é recíproco dever
dos cônjuges. O próprio CodexJuris Canonici reconhece-o explicitamente
3.1.2 Ação nuclear [...]. O marido violentador, salvo excesso inescusável, ficará isento até
mesmo da pena correspondente à violência física em si mesma (excluído o
A ação nuclear consubstancia no verbo “constranger” alguém, median- crime de exercício arbitrário das próprias razões, porque a prestação corpó-
te o emprego de violência ou grave ameaça, à conjunção carnal ou a práti- rea não é exigível judicialmente), pois é lícita a violência necessária para
ca(forma comissiva) de outro ato libidinoso(qualquer ato destinado ao o exercício regular de um direito.”
prazer sexual), bem como permitir que com ele se pratique outro ato libidi-
noso(forma passiva). Posição esta que não faz mais sentido, pois o marido só poderá se re-
lacionar com sua esposa desde que haja o seu o consentimento, podendo
Com a Lei 12.015 de 2009 os artigos 213 e 214 se transformaram em apenas dar causa a separação judicial devido a quebra dos deveres conju-
uma única figura (art.213), tornado-se um tipo misto, haja vista que o referi- gais, mas nunca poderá ser admitido práticas violentas ou ameaçadoras a
do delito, com a nova redação, comporta as condutas descritivas dos liberdade sexual da mulher com o intuito de se praticar o ato sexual, se
antigos crimes de estupro e atentado violento ao pudor. Portanto, se o homens e mulheres são iguais perante a lei, portanto a constituição não
agente do crime de estupro constranger a mesma vitima à pratica da con- permite o Código civil legislar de maneira contraria, tornando a mulher
junção carnal e/ou outro ato libidinoso qualquer, comete um crime único. submissa nas relações conjugais.
3.1.3 Sujeitos Dessa forma, se a constituição estabelece que homens e mulheres são
3.1.3.1 Sujeito ativo e Sujeito passivo iguais perante a lei, não cabe o Código civil legislar de maneira contraria,
tornando a mulher submissa nas relações conjugais, portanto não resta
Tanto o sujeito ativo como o sujeito passivo poderá ser qualquer pes- duvidas que existe o crime de estupro quando o agente deste delito for o
soa, haja vista que com a nova legislação, o crime estupro pode ser come- marido da vitima.
tido por agente homem contra vítima mulher, por agente homem contra
vitima homem, bem como por agente mulher contra vítima mulher, acaban- A redação dada ao artigo 226, inciso II, do Código Penal, prevê as cau-
do de vez com as antigas discussões entre os antigos crimes dos artigos sas de aumento de pena para o crime de estupro e demais crimes contra a
213 e 214 do CP. dignidade sexual, acabando com as antigas discussões quanto a possibili-
dade do marido praticar o crime de estupro:
Desse modo, pode-se afirmar que o homem poderá ser sujeito ativo do
crime de estupro quando sua conduta estiver relacionada com o coito “Art. 226 A pena é aumentada:
vagínico, já que o artigo 213 da atual legislação refere-se ao verbo conjun- II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio,
ção carnal, entendida como relação sexual normal, entre homem e mulher. irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da
No entanto no que diz respeito à prática de ato libidinoso, qualquer pessoa vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela.”
poderá ser sujeito ativo bem como sujeito passivo deste delito, pois nesse
caso trata-se de um crime comum. Sendo importante destacar que a nova lei, tutela tanto a conduta prati-
cada pelo homem contra a mulher, quanto a conduta praticada pela mulher
A mulher também poderá praticar o referido delito com a ajuda de ter- contra o homem, portanto a esposa que cometer o referido delito contra o
ceiros, já que a situação desta constranger um homem a ter conjunção seu marido também responderá pelo estupro com aumento de pena.
carnal com ela, dificilmente aconteceria, mesmo que ela estivesse com uma
arma apontada para a vitima.Todavia ela poderá cometer o crime de estu- 3.1.4 Tipo Objetivo e Subjetivo
pro em concurso, usando da grave ameaça para forçar o homem a ter
conjunção carnal com outra mulher. A conduta típica consubstancia-se no verbo constranger, o qual
significa forçar, compelir. Devendo esse constrangimento se dar
Hipótese esta, que não poderia ocorrer antes da Lei 12.015 de 2009, mediante violência( coação física) ou grave ameaça(violência moral),
pois esta conduta não se enquadrava nem no artigo 213 nem 214 do CP. para que a vitima seja forçada à pratica da conjunção carnal, ou seja, a
Haja vista que não seria estupro porque o homem não podia ser sujeito cópula vagínica, ou a praticar ou permitir que com ela se pratique
passivo do delito, nem seria atentado violento ao pudor porque o constran- outro ato libidinoso.
gimento não era para a prática de atos libidinosos, ocorrendo portanto, uma
lacuna jurídica. Sendo necessário para a configuração desse delito o emprego da vio-
lência sexual com o intuito de satisfazer o libido, característica esta que o
Sendo importante ressaltar, que a hipótese de uma mulher forçar um difere do constrangimento ilegal tipificado no artigo 146, deste Código.
homem a ter conjunção carnal com ela ou com outra mulher será menos
provável de ocorrer, do que a hipótese deste ser vitima de estupro pelo fato A expressão conjunção carnal matem o mesmo significado, introdução
de ter sido obrigado a praticar outro ato libidinoso com outro homem. No do pênis na vagina, no entanto o novo tipo penal preferiu especificá-la e
entanto a nova legislação preocupou-se em abarcar todas as situações associar a prática de qualquer ato libidinoso. Nesse sentido , pode-se
relacionadas com a liberdade sexual do individuou, equiparando homens e afirmar que o ato libidinoso é gênero, do qual envolve a conjunção carnal,
mulheres no pólo ativo do delito. devendo ser respeitada tal separação para a tipificação do referido delito.

3.1.3.2 Sujeito ativo: marido? O ato libidinoso descrito no artigo é aquele destinado ao prazer,
conceito este muito abrangente, exigindo uma valoração por parte do
Questão controvertida que dividiu a doutrina e a jurisprudência durante magistrado, já que não há um conceito preciso, como ocorre no caso
muitos anos, mas que com o advento da Lei 12.015 de 2009 vem perdendo da conjunção carnal, gerando uma serie de discussões tanto na dou-
muitos adeptos, pois com a nova lei o estupro passou a ter uma nova trina quanto na jurisprudência.
redação, equiparando homens e mulheres no pólo passivo do delito, não
Nesse sentido, afirma DELGADO apud PRADO:

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“Assim, se é correta a classificação do beijo lascivo ou com fim erótico Por se tratar de um crime plurissubsistente a tentativa é plenamente
como ato libidinoso, não é menos correto afirmar que a aplicação ao agente possível, apesar de difícil comprovação, ocorrendo nos casos em que o
da pena mínima de seis anos, nesses casos, ofende substancialmente o agente iniciando a execução não consegue alcançar o resultado pretendido
princípio da proporcionalidade das penas.” por circunstancias alheias a sua vontade.
Entretanto muitos casos podem ser resolvidos com uma simples análi- 3.1.6 Classificação doutrinaria
se do elemento subjetivo, como no caso do beijo, que mesmo contra a
vontade da vitima, se o intuito não era a satisfação da lascívia e sim a O crime de estupro continuou a ser comum, mas agora ele pode ser
manifestação de um sentimento, não constitui um ato libidinoso, devendo cometido por qualquer pessoa (homem ou mulher) e de forma livre (porque
ser analisado cada caso, devido a amplitude dos atos libidinosos, que pode ser cometido tanto pela conjunção carnal, quanto por qualquer ato
podem ir desde um beijo lascivo ate um coito anal. libidinoso).

O elemento subjetivo do tipo é continua o mesmo do delito anterior, ou Continua material, haja vista que demanda resultado naturalístico, con-
seja, é dolo, consistente na vontade livre de praticar a conduta descrita no substanciado no tolhimento da liberdade sexual da vitima; comissivos, pois
tipo penal, não admitindo a forma a forma culposa. Há entendimentos que os verbos do tipo indicam uma ação; instantâneos, devido o resultado se
além do elemento subjetivo é necessário o dolo específico, ou seja, a dar definida no tempo; de dano, pois a consumação se dar através de uma
vontade de obter a conjunção carnal ou outro ato libidinoso, com o intuito lesão praticada contra o bem tutelado; unissubsistente, porque pode ser
de satisfazer a própria lascívia. cometido apenas por um agente e plurisubsistente, pois esse delito é
praticado em vários atos.
3.1.4.1 Dissenso da vitima: nível de resistência da mulher
3.1.7 Formas
Como já foi dito no crime de estupro anterior a lei 12.015 de 2009, para
que haja a configuração do referido delito é necessário que a vitima tenha 3.1.7.1 Forma simples
sido constrangida mediante o emprego de violência ou grave ameaça à Esta prevista no caput do art. 213 do Código Penal: “Constranger al-
prática da conjunção carnal ou praticar ou permitir que se pratique, de guém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
forma não consentida outro ato libidinoso. Sendo necessário, portanto, que praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena-
não tenha havido o consentimento da vitima para a prática do ato sexual, reclusão, de 6 (seis) a 10(dez) anos”.
sob pena do ato ser considerado atípico, se a vitima não estiver inserido
nas situações do art. 217-A do CP. 3.1.7.2 Forma Qualificada

De acordo com DELGADO apud NUCCI o dissenso da vitima deveria A Lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009, criou duas modalidades quali-
resistir durante todo o ato: “Seria evidentemente paradoxal ouvir o depoi- ficadas no crime de estupro, os § 1º e § 2º do art. 213 do mesmo diploma
mento da vítima, afirmando ao magistrado, por exemplo, que a relação legal, os quais estabelecem:
sexual foi uma das melhores que já experimentou, embora se tenha inicia- “§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a
do a contragosto”. vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena –
Com o advento da Lei 12.015 de 2009 essa posição ficou enfraquecida, reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. § 2o Se da conduta resulta morte:
haja vista que de acordo com esta era necessário que o dissenso da vitima Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos”.
durante todo o ato sexual, o que seria insensato exigir quando a vitima Sendo importante ressaltar que os resultados qualificadores tratam-se
fosse homem. Pois, em regra, o homem chega muito mais fácil a ejacula- de crimes qualificados pelo resultado ou crimes preterdolosos (dolo na
ção, inclusive, em situações em que não há qualquer romantismo. conduta antecedente e culpa na conseqüente), onde a lesão grave ou a
Sendo importante ressaltar que a vitima pode modificar a sua vontade morte deve ser decorrência de culpa ou dolo, ou pelo menos eventual, caso
a qualquer tempo, antes da penetração, mesmo que em momentos anterio- contrário, haverá concurso de crimes.
res tenha demonstrado a sua vontade de praticar o ato sexual, pois somen-
te o consentimento que precede imediatamente ao ato deve ser considera-
do.
Porém os fatos antecedentes também devem ser analisados para efei-
tos de prova, uma vez que na maioria das vezes o estupro não é cometido
na presença de testemunhas, dificultando a prova nos casos em que a
vitima mantinha relações de intimidade com o agente, a exemplo do que
ocorre com os namorados, noivos e ate entre pessoas casadas.
Dessa forma, entende-se que não deve exigir da vitima uma conduta
de quem em defesa de sua hora deve arriscar a sua vida, só consentido o
ato após o esgotamento de suas forças, avaliando-se cada caso concreto a
superioridade de forças do agente pra a prática do ato. Pois com o advento
da Lei 12.015 de 2009, a qual unificou o crime de estupro e atentado violen-
to ao pudor, deve-se o grau de resistência de qualquer pessoa (homem ou
mulher), guardadas a peculiaridade de cada um.
3.1.5 Consumação e Tentativa
A consumação vai depender da conduta praticada pelo agente. 3.1.8 Estupro de vulnerável
Quando se tratar da conjunção carnal, a consumação ocorrerá com a
introdução completa ou incompleta do pênis na vagina da vitima, já no A lei 12.015/2009 revogou o art. 224 do Código Penal, que tratava da
caso em que ocorre o ato libidinoso, segunda parte do art. 213 do presunção de violência e trouxe o art. 217-A, o estupro de vulnerável, o
Código Penal, a consumação é ampla, bastando um toque físico com o qual tem como objetivo punir toda relação sexual ou qual quer ato libidinoso
intuito de satisfazer a lascívia ou o constrangimento efetivo da vitima praticado contra o menor de 14 anos ou qualquer pessoa que por enfermi-
para que ocorra a consumação desse crime. dade ou doença mental não possua o discernimento necessário para a
prática do ato. Demonstrando dessa forma, a preocupação do legislador no
Colaborando com esse entendimento, NUCCI afirma: que diz respeito às condutas voltadas contra a criança ou adolescente ou e
“Basta a introdução ainda que incompleta do pênis na vagina, indepen- pessoas com deficiência.
dentemente da ejaculação ou satisfação efetiva do prazer sexual, sob um
aspecto. Com a prática de qualquer ato libidinoso, independentemente de
ejaculação ou satisfação do prazer sexual, em outro prisma”.
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Buscando solucionar o problema da presunção de violência o legisla- vulnerável, sendo necessário também o elemento subjetivo específico, o
dor, criou o tipo penal autônomo do art.217-A, o qual se encontra inserido qual consiste na busca da satisfação da lascívia.
no capítulo II do título VI, “Dos crimes contra o vulnerável”:
O objeto material desse delito é sempre o vulnerável, enquanto que a
“Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com o objeto jurídico é a liberdade sexual da vítima. A tentativa é perfeitamente
menor de 14 (catorze) anos: possível, embora seja de difícil comprovação.
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. Sendo importante ressaltar que com a revogação do art.223, do CP,
foram inseridas também no art.217-A as figuras qualificadas, as quais tem
§1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput previsão nos parágrafos 3 e 4 do mesmo diploma legal, possuindo penas
com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o neces- mais severas que o estupro comum.
sário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa,
não pode oferecer resistência.
§2o (VETADO)
§3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§4o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.”
Nota-se que o novo tipo penal, não traz mais a elementar violência ou
grave ameaça, tendo em vista que o legislador compreendeu que o consen-
timento das pessoas com vulnerabilidade, ou seja, os menores de 14 anos
ou as pessoas que por enfermidade ou deficiência não possuam o discer-
nimento para a prática do ato sexual, não é valido, diferentemente do que
ocorria antes da nova legislação, onde se exigia a elementar embora se
presumisse a sua existência (art.224, “a”, do CP).
Embora o STF tenha se posicionado a respeito da presunção absoluta
do antigo art. 224 do CP, inúmeros julgados e inclusive a doutrina sustenta-
vam a relatividade desta presunção, causando uma enorme discussão 3.1.9 Ação penal e segredo de justiça
acerca do tema, fato este que foi solucionado com o novo tipo penal.
A Lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009, trouxe uma nova redação pa-
No entanto afirma NUCCI: ra o art.225 do código, a qual estabelece que a ação penal para os crimes
definidos nos Capítulos I (Dos crimes contra a liberdade sexual) e II (Dos
“Entretanto, não se vai apagar a própria etimologia do vocábulo, estu- crimes sexuais contra vulnerável), do Título VI (Dos crimes contra a digni-
pro, que significa coito forçado, violação sexual com emprego de violência dade sexual) do Código Penal, será de iniciativa pública condicionada à
física ou moral. Ademais, a rubrica do tipo penal traz o termo estupro de representação. No entanto, o parágrafo único do referido artigo dispõe que
vulnerável, representando uma violação forçada no campo sexual.” a ação será publica incondicionada nos casos em que a vitima for menor de
Apesar da supressão da elementar da violência ou grave ameaça do ti- 18 anos ou vulnerável.
po penal em comento, ter solucionado a questão acerca da relatividade da Esse artigo sofreu uma importante alteração, haja vista que, qualquer
presunção da violência, várias foram às críticas a essa alteração legislativa, que seja o crime contra a dignidade sexual a ação será publica, quer de
que tirou a possibilidade do magistrado afastar a violência nos casos em forma condicionada, quer incondicionada à representação, em alguns
que a vítima demonstrar pleno esclarecimento sobre a sexualidade e suas casos, diferentemente do que ocorria no caso do estupro anterior a nova
conseqüências. lei, o qual se procedia mediante ação penal privada propriamente dita.
Sendo importante ressaltar o entendimento de DELGADO, o qual traz: De fato, já estava ultrapassada a ideía de se poder preservar a imagem
“De fato, o nosso entendimento é de que o legislador deveria ter segui- da vítima dos crimes sexuais, deixando ao seu livre arbítrio processar ou
do outro caminho, qual seja, ou deixando claro que a presunção de violên- não o autor do delito, haja vista que a gravidade desses delitos, impõe uma
cia seria relativa, ou se preferisse torná-la absoluta, deveria reduzir essa resposta severa, sendo de interesse público a apuração dos fatos, buscan-
idade para menor de doze anos, de modo que, o ato libidinoso com criança do aplicação do jus puniendi estatal.
(de acordo com a definição do ECA), seria crime. No entanto, com adoles- A súmula 608 do Supremo Tribunal Federal, diz que: “No crime de es-
cente, só constituiria fato típico se houvesse o constrangimento ilegal tupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicio-
mediante violência ou grave ameaça, ou na hipótese de vulnerabilidade por nada”.
tratar-se de pessoa explorada sexualmente” (art. 218, B, §2º, I, do CP).
Dessa forma, toda vez que o delito de estupro for cometido com o em-
Para Zaffaroni, o juiz poderá deixar de aplicar o art.217-A com base no prego de violência real, a ação penal será pública incondicionada, contrari-
fundamento constitucional no caso concreto, como a violação ao principio ando parte do dispositivo contido no art.225 do Código Penal, exigindo-se a
da proporcionalidade, ou seja, fundamentando no principio da proporciona- representação do ofendido apenas nas hipóteses em que o crime for come-
lidade mínima da pena com a magnitude da lesão. tido com emprego de grave ameaça.
O novo art.217-A, abrangeu tanto a conjunção carnal, quanto o ato libi- O art. 234-B do mesmo diploma legal, estabelece que os processos re-
dinoso, nos mesmo moldes do crime de estupro (art.213), elevando a pena ferentes a crimes previstos pelo Título VI, os crimes contra a dignidade
para reclusão, de oito a quinze anos, resolvendo mais um problema, con- sexual, correrão em segredo de justiça.
sistente na incidência do aumento determinado pelo art.9 da lei dos crimes
hediondos, o qual gerava a discussão do bis in idem.
Esse crime pode ser cometido por qualquer pessoa, sendo necessário
apenas que o sujeito passivo seja uma pessoa com vulnerabilidade, ou
seja, menor de 14 anos ou enfermo ou deficiente mental, sem discernimen-
to pára a prática do ato sexual.
O elemento subjetivo é o dolo, consubstanciado na vontade livre e
consciente de praticar a conjunção carnal ou outro ato libidinoso com o

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Com a nova redação dada ao crime de estupro, a gravidez resultante
de ato libidinoso diverso da conjunção carnal, enquadrou-se na causa
especial de exclusão do delito de aborto previsto no art. 128, inciso II, do
Código Penal, não se falando mais em analogia, pois o crime de atentado
violento ao pudor e o crime de estupro passaram a integrar um único tipo
penal, o atual crime de estupro. Desse modo, se a gravidez for ocasionada
por um ato libidinoso , esta foi resultado de um estupro já que não existe
mais distinção entre esses delitos.
4 Aspectos positivos e negativos da lei 12.015/2009
4.1 Aspectos positivos
Com o advento da lei 12.015 de 2009, não resta duvidas que o marido
da vítima pode ser agente ativo do crime de estupro, haja vista que não se
3.1.10 Pontos relevantes admite mais a tese de que a conduta violenta praticada por este, constitui
3.1.10.1 A perspectiva da aplicação do crime continuado, do con- exercício regular do direito. Sendo importante destacar, que a constituição
curso material, do concurso formal ou do crime único federal assegura igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulhe-
res, reforçando o entendimento do legislador, o qual equiparou homens e
Os atos sexuais violentos cometidos contra a mesma pessoa no mes- mulheres no pólo ativo do referido delito, sustentando a tese de que tanto a
mo contexto caracterizam crime único, haja vista que nesse caso, só um esposa como o marido da vitima pode ser sujeito ativo do referido delito.
bem jurídico é lesado, a liberdade sexual da vítima. Surgindo o delito conti-
Essa lei, ao unificar os crimes de estupro e atentado violento ao pudor
nuado nos casos em que se detecta a sucessividade das ações no tempo,
em uma única redação, a atual definição do crime de estupro, fez desapa-
podendo-se, também, detectar mais de uma lesão ao bem jurídico tutelado.
recer qualquer referência a honestidade ou recato sexual da vitima, pois o
Sendo importante destacar, que o crime continuado, é um instituto cri- foco da referida lei não é mais a forma como as pessoas agem perante a
ado em favor do réu, o qual busca uma justa aplicação da pena, quando for sociedade, e sim a proteção da liberdade sexual do individuo.
observada a prática de várias ações, separada no tempo, mas que possu-
em proximidade suficiente para ser continuação uma das outras. Desse A nova lei, alterou também o art. 1, V, da lei 8.072 de 90, ao incluir em
modo, poderá ser aplicado o crime continuado, quando o agente praticar seu rol o estupro na forma simples, acabando com a antiga discussão que
novamente o crime de estupro, em outro cenário, ainda que com a mesma existia sobre a hediondez desse delito, passando desde então, todas as
vítima. suas modalidades a ser crime hediondo.

Já o crime único, demanda apenas um constrangimento, cujo seu obje- Revogou o art.223 do CP, que apresentava uma redação defeituosa,
tivo pode ser tanto a prática da conjunção carnal quanto outro ato libidinoso acabando com uma série de debates doutrinários e jurisprudenciais acerca
ou ambos. do tema, já que o caput do referido artigo trazia uma nítida diferença ao
tratar do resultado qualificador decorrente de lesões corporais, o qual
O concurso de crimes sofre uma alteração significativa, não existindo mencionava: ”se da violência resulta...” e o seu parágrafo único, que tratava
mais a possibilidade de existir concurso material entre o crime de estupro e do resultado qualificador em caso de morte da vitima trazia: ”se do fato
atentado violento ao pudor, pois com a nova redação dada ao art.213 do resultar...”.
Código Penal, se o agente constranger a vitima á pratica da conjunção
carnal e da cópula anal, comete um único delito de estupro, já que o referi- Resolvendo a polêmica na medida em que substituiu os termos violên-
cia e fato pela terminologia conduta, bastando a pratica desta (constrangi-
do delito passou a ser um crime único de condutas alternativas.
mento exercido com violência ou grave ameaça) resultar em lesão corporal
No entanto, o concurso material poderá ser aplicado nos casos em que de natureza grave ou morte, para qualificar o resultado.
o delito de estupro tenha sido praticado reiteradamente e não estiverem
presentes os requisitos do art. 71 do código penal, só fazendo sentido o Sendo importante ressaltar, que a nova lei, revogou também o art. 224
concurso formal quando o agente constranger duas pessoas, ao mesmo do código penal, que tratava da presunção de violência e trouxe um artigo
tempo, para lhe satisfazer o libido. especifico destinado a proteção do vulnerável (art.217-A), mostrando dessa
forma, a preocupação do legislador com as condutas voltadas contra a
3.1.10.2 Aplicação retroativa da nova figura do estupro criança ou adolescente e pessoas com deficiência. Acabando com a antiga
discussão acerca da presunção de violência, quando a vitima era menor de
Com o advento da lei 12.015 de 2009 e a nova redação dada ao crime 14 anos.
de estupro, surgiram inúmeras discussões nas cortes brasileiras a cerca da
análise do disposto no art.213 do código Penal, haja vista, que o legislador Outro ponto de grande importância é o fato de a tutela penal vir a ser
ao unir numa só figura típica (estupro e atentado violento ao pudor), revo- aplicada com maior zelo, em relação às pessoas com vulnerabilidade,
gou o art.214 do mesmo diploma legal, acabando com o concurso material tendo em vista que estas são incapazes de externar seu consentimento de
entre os referidos delitos. forma plena, podendo relacionar-se sexualmente sem qualquer coação
física, diante do seu estado natural de impossibilidade de compreensão da
Dessa forma, com a nova legislação, o núcleo do tipo penal passou a seriedade desta pratica, motivo pelo qual não se aplica a tipificação no
ser constranger alguém, voltando-se a apenas um objeto, fornecendo modelo comum de estupro.
várias possibilidades de consumação, já que o agente pode mediante
violência ou grave ameaça praticar a conjunção carnal, outro ato libidinoso, Sendo importante ressaltar, que o art.217-A, abrangeu tanto a conjun-
ou permitir que seja praticado outro ato libidinoso, não havendo nenhuma ção carnal quanto o ato libidinoso, nos mesmos moldes do crime de estu-
possibilidade de se romper a unicidade do tipo, pretendendo-se visualizar pro, recebendo pena autônoma e superior a deste. Resolvendo o problema
dois delitos, quando ocorrer no mesmo cenário contra a mesma vítima. da incidência do aumento de pena determinado pelo art.9 da lei dos crimes
hediondos, quando era aplicado o art.224 do Código Penal, superando
Embora O legislador ao criar a lei 12.015/2009 tenha buscado punir dessa forma, as discussões que existiam acerca do bis in idem.
com mais rigor os crimes praticados contra a liberdade sexual, aplicando
penalidades mais severas, ao unificar a redação do art.213 e 214 do Códi- Destacando-se que com a nova legislação e atual definição do crime
go penal, criando o atual crime de estupro, a nova redação acabou sendo de estupro, a gravidez resultante de ato libidinoso diverso da conjunção
mais favorável para o réu. Devendo retroagir atingindo todos os agentes carnal, passou a ser causa especial de exclusão de ilicitude do crime de
que foram condenados em concurso material de infrações antes de sua aborto quando esta resultar de estupro, fato este que não podia ocorrer
vigência. antes do advento da lei 12.015 de 2009, resolvendo dessa forma, mais um
tema controvertido da legislação penal brasileira.
3.1.10.3 Gravidez resultante de ato libidinoso
4.2 Negativos

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Dentre os aspectos negativos, dessa lei, pode-se destacar o fato de No entanto, a proteção conferida ao menor de 14 anos continua a des-
que as pessoas que cometeram crimes penais mais graves podem ter sua pertar debates, haja vista que muitas meninas de 13 anos matem relações
pena diminuída enquanto aqueles que cometeram crimes de menor poten- sexuais regulares e consentidas, mostrando que possuem discernimento
cial ofensivo tenham uma punição mais severa, havendo uma despropor- necessário para a pratica do ato, ficando o juiz nesses casos, vinculado a
ção entre o delito praticado e sua respectiva sanção, contrariando o princi- idade de 14 anos devendo aplicar o estupro de vulnerável, sendo mais
pio da proporcionalidade aplicado no direito penal. razoável aplicar esse dispositivo quando a vitima tiver até 12 anos, período
que define a infância para o ECA.
A lei 12.015 de 2009, além de revogar o crime de atentado violento ao
pudor, ampliou a antiga redação do delito de estupro, de modo que as Sendo importante destacar, que a nova lei, trouxe que toda relação se-
figuras típicas do estupro e do atentado violento ao pudor foram fundidas xual praticada com pessoa deficiência são consideradas violência, atribuin-
em um único tipo penal, passando a integrar a nova redação do atual crime do-lhes a condição de vulnerável, declarando-as impedidas para a pratica
de estupro. Com isso, os crimes de estupro e atentado violento ao pudor, do ato por não possuírem discernimento necessário, partindo de um pres-
que eram crimes autônomos com penas somadas, devem resultar na suposto errôneo, haja vista que nos dias atuais muitos deficientes possuem
aplicação de uma única pena não havendo mais a possibilidade de concur- uma vida normal, possuindo uma certa limitação, mas não ao ponto de
so material entre estes. impedir que se relacione com outras pessoas e constituam uma família.
Colaborando com esse entendimento, afirma Nucci: “O concurso de Considerações Finais
crimes altera-se substancialmente. Não há mais a possibilidade de existir
concurso material entre estupro e atentado violento ao pudor. Alias, con- A lei 12.015 de 7 de agosto de 2009, alterou substancialmente alguns
forme o caso nem mesmo crime continuado”. artigos do código penal brasileiro, especificamente no capitulo dos chama-
dos crimes contra os costumes, destacando-se o crime de estupro, o qual
Também, Luiza Nagib Eluf: teve uma alteração significativa no seu dispositivo, com o objetivo de tornar
as sanções penais mais severas, punindo com um maior rigor os agentes
“Realmente corremos o risco de as penas serem menores. Antigamen- de crimes sexuais, mostrado dessa forma a preocupação do legislador com
te aplicávamos concurso material de delitos. Quem praticou [de forma as condutas que restringem a liberdade sexual do individuo.
forçada] sexo vaginal [que era estupro] e depois oral [que era atentado
violento ao pudor] podia receber seis anos por causa de cada delito. Sem- Sendo importante destacar, que essa lei, alterou o titulo dos crimes
pre pedi condenação pelos dois delitos com penas somadas. Agora eles contra os costumes, passando a prever os chamados crimes contra a
passaram a ser a mesma coisa.” dignidade sexual, haja vista, que a antiga redação que previa os crimes
contra os costumes, não traziam mais a realidade social dos bens juridica-
A unificação dos tipos penais na figura típica do art.213, não pós fim ao mente protegidos pelos tipos penais.
problema da apuração e punição do referido delito, a formação de provas
robustas necessarias para gerar o convencimento do juiz, haja vista que Dispunha o Código Penal Brasileiro:
este crime na maioria das vezes é praticado sem a presença de testemu-
nhas, dificultando a sua comprovação. “Estupro

Desse modo afirma Nucci: Art.213. Constranger mulher a conjunção carnal, mediante violência ou
grave ameaça.
“Torna-se, então, um dilema a ser enfrentado: a palavra do acusa-
do(negando) contra a palavra da vitima(afirmando). O juiz haverá de anali- Atentado Violênto ao pudor
sar o passado comportamental de ambos, buscando conferir maior credibi- Art.214. Constranger, alguém, mediante violência ou grave ameaça, a
lidade a quem lhe passar confiança e retidão”. praticar ou permitir que com ele se pratiqueato libidinoso diverso da conjun-
Sendo pertinente destacar, o conceito de novatio legis in mellius, que ção carnal.”
nada mais é, do que uma terminologia empregada quando há a publicação Com o advento da lei 12.015 de 2009, estupro passou a ser definido
de uma nova lei que revoga outra anteriormente em vigência, beneficiando como:
de alguma forma o condenado.
“Estupro
Portanto, com a revogação do crime de estupro e a notio legis in milli-
us, o legislador concedeu a vários apenados o direito a revisão criminal Art.213 Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, a ter
bem como a diminuição de suas sentenças, haja vista, que quando o agen- conjunção carnal ou praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
te do crime de estupro o praticava em concurso ou em continuidade delitiva libidinoso.
com o atentado violento ao pudor, tinha sua pena aumentada substancial- §1º Se da conduta resultar lesão corporal de natureza grave ou se a vi-
mente, o que não é mais possível com o advento da nova lei. tima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14(catorze) anos
Outro ponto relevante, é que a nova lei, além transformar os antigos §2º Se da conduta resultar morte: Pena –reclusão, de 12 (doze) a 30
crimes de estupro e atentado violento ao pudor em um único delito, não (trinta) anos”.
corrigiu a amplitude do atentado violento ao pudor, o qual pode ser qual-
quer ato atrelado à libido, aplicando a mesma pena para ambos os crimes, Ao unificar as antigas redações dos crimes de estupro e atentado vio-
causando uma verdadeira desproporção entre a conduta do agente e a lento ao pudor em um único tipo penal, incorporando-o no titulo Dos crimes
sanção imposta, haja vista que o ato libidinoso não é tão grave ao ponto de contra a dignidade sexual, qualquer referência a honestidade ou recato
aplicar a mesma pena imposta ao agente que praticou a conjunção carnal. social da vitima desapareceu, pouco importando como esta se comporta
perante a sociedade, ficando em foco apenas a proteção da liberdade
Desse modo afirma Luiza Nagib Eluf: sexual do ofendido.
“[A lei] tinha que ter detalhado melhor o que são esses atos libidinosos. Com a entrada dessa lei no ordenamento brasileiro, o antigo crime de
Quando fala em outro ato libidinoso pode ser qualquer ato. O direito penal estupro ganha nova roupagem, anteriormente, conhecido como um crime
tem que ser muito preciso e claro. Relação oral ou anal forçada é sim praticado por homens contra mulheres, já que trazia como elementar a
comparável ao estupro, mas outros atos já não são.” conjunção carnal, ato esse que só era possível coma cópula vaginal, ape-
A nova legislação revogou o art. 224 do Código Penal, que tratava da nas a mulher poderia figurar no pólo passivo desse delito, com a nova
presunção de violência e trouxe em seu art. 217-A, o estupro de vulnerável, redação dada por esta lei, qualquer pessoa poderá ser vitima desse crime.
o qual tem como objetivo punir toda relação sexual ou qualquer ato libidino- A lei 12.015 de 2009 além de revogar o crime de atentado violento ao
so praticado contra o menor de 14 anos ou qualquer pessoa que por en- pudor ampliou a antiga redação do delito de estupro, de modo que as
fermidade ou doença mental não possua discernimento necessário para a figuras típicas do estupro e do atentado violento ao pudor foram fundidas
prática do ato. em um único tipo penal, passando a integrar a nova redação do atual crime
de estupro. Com isso, o crime de estupro e de atentado violento ao pudor

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que eram dois crimes autônomos com penas somadas deve resultar na em especial pela palavra da vitima, corroborada pelas provas pericial e
aplicação de uma única pena. testemunhal produzidas, a autoria e a materialidade dos crimes imputados
ao reu. II- Com o advento da Lei 12.015/09, houve a unificação dos crimes
A nova lei trouxe também, para o nosso ordenamento, o delito de estu- de atentado violento ao pudor e o de estupro, cujo conceito foi ampliado
pro de vulnerável (art.217-A), encerrando desse modo as antigas discus- para abarcar os atos libidinosos diversos da conjunção carnal, sendo de
sões que existiam em nossos tribunais, no que diz respeito à presunção de rigor, nas circunstancias, afastar a regra do concurso material de crimes,
violência, quando o delito era praticado contra o menor de 14 anos. ante a retroatividade da lei penal mais benéfica. Recurso conhecido e
Sendo importante destacar, que essa lei além alterar substancialmente improvido. Sentença reformada, parcialmente, de oficio. (TJGO – Des.
o crime de estupro, trata-se de umaNovatio legis in mellius, ou seja, uma lei Nelma Branco Ferreira Perilo – Apelação Criminal 37072-8/213).
nova que revoga outra anteriormente em vigência, beneficiando de alguma Tribunal de Justiça de Santa Catarina
forma todos aqueles que cometeram o crime de estupro e atentado violento
ao pudor em concurso material, concedendo-os o direito a revisão criminal Apelação criminal - Crime contra a dignidade sexual - Estupro contra
bem como a diminuição de suas sentenças. sobrinha (CP, art. 213 c/c art. 226, II) - Materialidade e autoria comprovadas
- Ausência do exame atestando a presença de esperma - Crime consuma-
Neste sentido, afirma Luiza Nagib Eluf: “A lei é taxativa, mas a interpre- do - Desistência voluntária ou arrependimento eficaz não configurados -
tação terá que se razoável, seguir o bom-senso na sua aplicação”. Atentado violento ao pudor (CP art. 214) - Superveniência da lei n.
Por fim, a nova legislação, fez uma importante alteração no artigo, o 12.015/2009 - Migração da conduta típica ("outro ato libidinoso") para a
qual versava sobre a ação penal aplicada aos crimes contra a dignidade previsão legal do delito de estupro (CP, art. 213) - Fenômeno da "continui-
sexual, estabelecendo a partir de então, a aplicação da ação penal pública dade normativo-típica" - Proibição da conduta subsistida – Nova redação
a qualquer que seja o crime, quer de forma condicionada, quer incondicio- que configura tipo penal misto alternativo - Inviabilidade de condenação em
nada à representação, em alguns casos, diferentemente do que ocorria no concurso de crimes - Retroatividade da lei penal benéfica - novatio legis in
caso do estupro anterior a nova lei, o qual se procedia mediante ação penal mellius (CF, art. 5º, inc. XL e CP, art. 2º, par. un.) - Abolitio criminis peculiar
privada propriamente dita, preservando a intimidade da vitima perante a - reconhecimento, ex officio, da extinção da punibilidade quanto ao crime de
sociedade. atentado violento ao pudor (CP, art. 107, III; e, CPP, art. 61) (...)assim, a Lei
n. 12.015/2009, ao conferir nova redação ao artigo 213 do Código Penal,
Anexos: Julgados sobre a lei 12.015/09 instituiu a tipicidade mista alternativa, cuja aplicação repele a possibilidade
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro de concurso de crimes entre o estupro e o atentado violento ao pudor em
suas redações pretéritas, de ordem a inviabilizar a dupla punição, razão
Ementa : Crimes de estupro em continuidade delitiva e de atentado vio- pela qual, como reflexo, deve ser decretada, ex officio, a extinção da punibi-
lento ao pudor em continuidade delitiva, tudo em concurso material - con- lidade do agente condenado pelo delito de atentado violento ao pudor, haja
denação - apelação - sentença confirmada embargos de declaração com vista a peculiar hipótese de abolitio criminis (CP, art. 107, III; e, CPP, art.
pedido modificativo - alegação de contradição entre o acordão e a constitui- 61). (TJSC – Des. Salete Silva Sommariva – Apelação Criminal
ção federal - lei nova mais benéfica retroatividade - matéria de ordem 2008.080994-5).
pública não ventilada na apelação - nova redação do artigo 213 do Código
Penal - Lei 12.015/09 - alegação de negativa de vigência de lei federal que Tribunal de Justiça de Mato Grosso
se acolhe tendo sido revogado expressamente o artigo 214 do Código HABEAS CORPUS - PRISÃO PREVENTIVA – PACIENTE DENUNCI-
Penal não há falar em dois tipos penais distintos - exclusão da condenação ADO PELA SUPOSTA PRÁTICA DO CRIME DE ATENTADO VIOLENTO
por crime de atentado violento ao pudor - continuidade delitiva entre os AO PUDOR CONTRA MENORES – FEITO SUSPENSO - ART. 366 DO
diversos crimes de estupro que não fere qualquer dispositivo penal - em- CPP - RÉU FORAGIDO OU QUE SE ESCUSA EM ATENDER AO CHA-
bargos parcialmente acolhidos. (TJRS – Des. Fátima Clemente - Apelação MAMENTO JUDICIAL – ADVENTO DA LEI Nº 12.015/2009 - PRETENSA
nº 3770/09). ABOLITIO CRIMINIS DA CONDUTA OUTRORA TIPIFICADA NO CAPUT
Tribunal de Justiça de Goiás – 1ª Câmara DO ART. 214 DO CÓDIGO PENAL - INSUBSISTÊNCIA - FALTA DE FUN-
DAMENTAÇÃO A ESPECAR O DECRETO PREVENTIVO E A DECISÃO
Apelação Criminal. Prática de conjunção carnal e outro ato libidinoso. QUE DECRETOU A REVELIA DO PACIENTE - IMPROCEDÊNCIA - DE-
Materialidade e autoria delitiva. Conjunto de provas congruente. Manuten- CISÕES SATISFATORIAMENTE FUNDAMENTADAS - AUSÊNCIA DOS
ção da condenação. Palavra da vítima em consonância com demais pro- REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA - CONDIÇÕES PESSOAIS
vas. Retroatividade da Lei mais benéfica. Aplicação das alterações introdu- FAVORÁVEIS - IRRELEVÂNCIA - AFIGURADA NECESSIDADE DE MA-
zidas pela nova lei nº 12.015/09. Condenação tipo único. aplicação da NUTENÇÃO DA CUSTÓDIA CAUTELAR PARA ASSEGURAÇÃO DA
pena. 1 - Sendo o conjunto probatório coerente e harmonioso a indicar APLICAÇÃO DA LEI PENAL - CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXIS-
condenação, não procede a pretensão absolutória. 2 - A palavra da vítima, TENTE - ORDEM DENEGADA. 1. A decretação da revelia do réu, com a
nos crimes sexuais, especialmente quando corroborada por outros elemen- suspensão do processo e do curso do prazo prescricional, e ainda com a
tos de convicção, tem grande validade como prova, porque, na maior parte determinação para produção antecipada de provas com base no art. 366 do
dos casos, esses delitos, por sua própria natureza , não contam com tes- CPP, é faculdade legal do Julgador, e medida que pode ser considerada
temunhas e sequer deixam vestígios. 3 - Considerando as alterações urgente diante das peculiaridades do caso concreto, mas que deve ser
introduzidas pela Lei n° 12.015/09 aos crimes sexuais, e tendo em conta concretamente fundamentada. Em assim sendo, afasta qualquer alegação
que a conduta de pratica de ato libidinosos e conjunção carnal se subsumi- de nulidade e autoriza a decretação da custódia cautelar nesse ínterim em
ram no estupro, constituindo crime de conteúdo múltiplo, bem assim a que suspenso o processo. 2. A conduta outrora tipificada no caput do art.
aplicação do principio da retroatividade da lei para beneficiar o reu, deve 214 do CP não foi revogada pela Lei nº 12.015/2009, que apenas a incluiu
ser alterada, de oficio, a sentença para aplicar condenação em tipo único. 4 no caput do art. 213 do CP. (...) 6. Constrangimento ilegal não evidenciado.
- Alterando-se a condenação, via de conseqüência, altera-se também a Ordem denegada. (TJMT – Des. Carlos Roberto C. Pinheiro – Habeas
aplicação da sanção penal, a qual fica fixada, definitivamente, in caus, em 9 Corpus 99752/2009).
anos de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado. apela-
ção conhecida e provida. sentença reformada de oficio para alterar a con- Superior Tribunal de Justiça
denação em aplicação da lei 12.015/09 (novatio legis in mellius), via de PENAL. RECURSO ESPECIAL. ESTUPRO. AUMENTO PREVISTO
conseqüência, modificando a pena. (TJGO – Des. Rozana Fernandes NO ART. 9º DA LEI Nº 8.072/90. VIOLÊNCIA REAL E GRAVE AMEAÇA.
Camapum – Apelação Criminal 32559-1/213). INCIDÊNCIA. SUPERVENIÊNCIA DA LEI Nº 12.015/2009. I - Esta Corte
Tribunal de Justiça de Goiás – 2ª Câmara firmou orientação de que a majorante inserta no art. 9º da Lei nº 8.072/90,
nos casos de presunção de violência, consistiria em afronta ao princípio ne
Apelação Criminal. Delitos de estupro e atentado violento ao pudor. bis in idem. Entretanto, tratando-se de hipótese de violência real ou grave
Absolvição. Impossibilidade. Concurso material entre os artigos 213 e 214, ameaça perpetrada contra criança, seria aplicável a referida causa de
do CP. Afastamento. Lei 12.015/09. 'novatio legis in mellius'. INão há cogi- aumento. (Precedentes). II - Com a superveniência da Lei nº 12.015/2009
tar-se de absolvição quando comprovadas, pela prova jurisdicionalizada, restou revogada a majorante prevista no art. 9º da Lei dos Crimes Hedion-

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dos, não sendo mais admissível a sua aplicação para fatos posteriores à Apelação Criminal. Nulidade processual. Suspeição do juízo. Parciali-
sua edição. Não obstante, remanesce a maior reprovabilidade da conduta, dade. Não caracterização. Crimes sexuais praticados pelo pai contra as
pois a matéria passou a ser regulada no art. 217-A do CP, que trata do filhas menores de 14 anos. Absolvição. Impossibilidade. Pena. 'novatio legis
estupro de vulnerável, no qual a reprimenda prevista revela-se mais rigoro- in mellius'. Retroatividade. Aplicação de oficio. I - A suspeição só pode ser
sa do que a do crime de estupro (art. 213 do CP). III - Tratando-se de fato deduzida por meio de exceção, não como preliminar da apelação, não
anterior, cometido contra menor de 14 anos e com emprego de violência ou fosse improcedente o motivo que a consubstancia, proferimento de senten-
grave ameaça, deve retroagir o novo comando normativo (art. 217-A) por se ça contraria aos interesses do acusado, que não esta contemplado na
mostrar mais benéfico ao acusado, ex vi do art. 2º, parágrafo único, do CP. taxativa enumeração do art. 254 do CPP. II - Nos crimes sexuais, ordinari-
Recurso parcialmente provido. (STJ – Min. Felix Fisher – Recurso Especial amente praticados a sorrelfa, ganham relevo as palavras das vitimas que,
1.102.005). arrimadas no acervo probatório, atestam os abusos sexuais cometidos. III -
Nao há falarse em absolvição por insuficiência de provas se a negativa de
Tribunal Justiça do Rio Grande Sul autoria e versão isolada do caderno de provas. IV - Dada a recente unifica-
REVISÃO CRIMINAL. PROVA NOVA. ATENTADO VIOLENTO AO ção das condutas de estupro e atentado violento ao pudor sob o mesmo
PUDOR. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. NOVA DEFINIÇÃO DADA PELA tipo penal, fica admitida a continuidade delitiva quando caracterizados
LEI N. 12.015/2009. LEI MAIS GRAVOSA. 1. Justificação judicial. Retrata- crime de estupro e atentado violento ao pudor cometidos com similitude de
ção da vítima. Prova nova que não afasta o juízo de condenação. Autoria e tempo, lugar e 'modus operandi' mormente quando a providência se mostra
materialidade demonstradas pelos demais depoimentos colhidos durante a mais benéfica ao réu. V - Apelo improvido. Pena retificada de oficio. (TJGO
instrução. Circunstância fática que permanece inalterada. 2. Nova definição – Des. José Lenar de Melo Bandeira – Apelação Criminal 36831-8/213)
legal dada aos crimes sexuais pela Lei n. 12.015/2009. Delito de estupro Superior Tribunal de Justiça
que passou a abranger a figura típica do antigo art. 214 do CP (atentado
violento ao pudor). Conduta que permanece criminalizada. 3. Presunção de HABEAS CORPUS. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR, COMETIDO
inocência. Estupro de vulnerável. Inaplicabilidade do novo tipo penal previs- MEDIANTE VIOLÊNCIA PRESUMIDA. CONDUTA ANTERIOR À LEI Nº
to no art. 217-A do Código Penal. Lei penal posterior mais gravosa. Revisão 12.015/09. AFASTAMENTO DA HEDIONDEZ. AGRAVANTE DA REINCI-
criminal julgada improcedente. Unânime. (Revisão Criminal Nº DÊNCIA. CONSTITUCIONALIDADE. ROUBO CIRCUNSTANCIADO.
70030727788, Quarto Grupo de EMPREGO DE ARMA. NECESSIDADE DE APREENSÃO. AFASTAMEN-
TO DA CAUSA DE AUMENTO. 1. A partir do julgamento do Habeas Corpus
Câmaras Criminais, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Danúbio Edon nº 88.664/GO, houve uma mudança no entendimento da Sexta Turma, para
Franco, Julgado em 28/08/2009). que não mais se considerassem hediondos os crimes de estupro ou aten-
Tribunal de Justiça de Sergipe tado violento ao pudor praticados antes da Lei nº 12.015/09 quando come-
tidos mediante violência presumida. 2. "A não aplicação da agravante da
APELAÇÃO CRIMINAL - ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR E ES- reincidência evidencia a violação ao artigo 61, I, do Código Penal, pois
TUPRO - LEI Nº 12.015/2009 - REVOGAÇÃO DO ART. 214 DO C.P - inexistente a inconstitucionalidade do dispositivo que a prevê. O simples
NOVA CAPITULAÇÃO (ART 217-A) NOVA REDAÇÃO NÃO MODIFICA O reconhecimento da reincidência não importa em bis in idem, porquanto tão-
JULGADO ANTERIOR - DELITO CONSUMADO - VÍTIMA MENOR DE 14 só visa reconhecer maior censurabilidade à conduta de quem reitera a
ANOS E ENTEADA DO RÉU - DEPOIMENTO DA VÍTIMA COERENTE E prática infracional, após o trânsito em julgado da sentença em que anteri-
SINTONIZADO COM TEMPO E LUGAR -LAUDO PERICIAL QUE REVELA ormente foi condenado." (AgRg no Resp 916657/RS, Relatora Desembar-
A MATERIALIDADE DELITIVA - SENTENÇA CONDENATÓRIA BEM gadora convocada Jane Silva, DJ de 28.4.08). 3. Prevalece o entendimento
CALIBRADA - PELA ADMISSÃO DO APELO, PARA NEGAR-LHE PROVI- na Sexta Turma desta Corte de que, para incidir a majorante prevista no art.
MENTO. 1 - A palavra da vítima, nesta espécie de crime, geralmente prati- 157, § 2º, inciso I, do Código Penal, é indispensável a apreensão da arma,
cado às escondidas, merece relevância ímpar para a aferição de um juízo com a posterior perícia a fim de se constatar sua potencialidade lesiva. 4.
de condenação, especialmente quando vem corroborada pelo restante das Ordem parcialmente concedida para, de um lado, afastar a hediondez do
provas. 2- Presença de prova convincente capaz de ensejar a condenação crime de atentado violento ao pudor; de outro, afastando da condenação
do acusado. 3 - Estupro de vulnerável disposto no artigo 217-A da novel lei, referente ao roubo o acre cimo decorrente do emprego de arma, reduzir as
apenou mais severamente o ato libidinoso diverso da conjunção carnal, penas recaídas sobre o paciente de 14 (quatorze) anos de reclusão, e 48
logo, se mais grave a lei, terá aplicação apenas a fatos posteriores à sua (quarenta e oito) dias-multa para 12 (doze) anos e 6 (seis) meses de reclu-
entrada em vigor. No presente caso deve ser mantida incólume a condena- são, mais 18 (dezoito) diasmulta, mantido, no mais, o acórdão de apelação.
ção uma vez que a sentença foi proferida anteriormente à lei. 4- Apelo (STJ – Min. Og Fernandes – Habeas Corpus 128.648)..
Improvido. Decisão unânime.(TJSE – Des. Netônio Bezerra Machado –
Apelação Criminal 0461/2009). Superior Tribunal de Justiça
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul HABEAS CORPUS. ESTUPRO. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. VÍTIMA
MENOR DE 14 ANOS. CONSENTIMENTO. IRRELEVÂNCIA. REVOGA-
APELAÇÃO CRIME. CRIMES CONTRA OS COSTUMES. ESTUPRO E ÇÃO PELA LEI N.º 12.015/09. NOVATIO LEGIS IN PEJUS. ABOLITIO
ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. PROVA. CONDENAÇÃO MANTIDA. CRIMINIS INEXISTENTE.1. A presunção de violência, anteriormente pre-
A materialidade e a autoria restaram suficientemente comprovadas pela vista no art. 224, alínea a, do Código Penal, tem caráter absoluto, afiguran-
prova produzida nos autos, notadamente considerando o depoimento da do-se como instrumento legal de proteção à liberdade sexual da menor de
vítima, amparados pelo auto de exame de corpo de delito, que confirma o quatorze anos, em face de sua incapacidade volitiva, sendo irrelevante o
constrangimento submetido pelo réu, o qual admitiu parcialmente o delito. seu consentimento para a formação do tipo penal do estupro. 2. Embora a
ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR E ESTUPRO. CONTINUIDADE DELI- Lei n.º 12.015/09 tenha retirado do texto penal incriminador a figura da
TIVA. POSSIBILIDADE, ANTE A NOVA REDAÇÃO DO ARTIGO 213 DO violência presumida, não se verifica, na espécie, hipótese de abolitio crimi-
CÓDIGO PENAL. TRATANDO-SE DE CRIMES DO MESMO GÊNERO E nis, já que o novo texto legal, que substituiu o art. 224, alínea a, do Código
DA MESMA ESPÉCIE, CONFORME A RECENTE ALTERAÇÃO ADVINDA Penal, impõe uma obrigação geral de abstenção de conjunção carnal e de
COM A LEI 12.015/09, RESTA ADMITIDA CONTINUIDADE DELITIVA, ato libidinoso com menores de 14 anos – art. 217-A, do mesmo Diploma
COM O FRACIONAMENTO DE 1/3 APLICADO À PENA MAIOR, POR Repressivo. 3. Ordem denegada. (STJ – Min. Felix Fisher – Resp
SEREM CINCO OS FATOS COMETIDOS. APELO DA DEFESA PROVIDO, 1.102.005).
PARA ADMITIR A ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA NO
SEGUNDO FATO E PARA ADMITIR A CONTINUIDADE DELITIVA ENTRE Tribunal de Justiça do Rio Grande Sul
OS CINCO FATOS DESCRITOS NA DENÚNCIA. (Apelação Crime Nº REVISÃO CRIMINAL. ESTUPRO. ATENTADO VIOLENTO AO PU-
70030230593, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: DOR. RETRATAÇÃO. JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL. PROVA INSUFICIENTE.
Isabel de Borba Lucas, Julgado em 19/08/2009). RETROATIVIDADE. LEX MITIOR. INVIABILIDADE. 1. A simples retratação
Tribunal de Justiça de Goiás da ofendida, em audiência de justificação judicial, não é suficiente para a
desconstituição da condenação criminal de seu padrasto, por atentado
violento ao pudor. Necessário, outrossim, avaliar as razões dessa nova

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postura, cotejando-a com as provas carreadas aos autos e às máximas da realidade de que na maioria dos casos, os agressores possuem algum grau
experiência. 2. Preliminar ministerial rejeitada. A revisão criminal não é a via de parentesco, ou mesmo de relação com as vítimas, o que denota uma
adequada para a aplicação de lei nova mais benéfica ao condenado. Even- carga ainda maior de culpa, vergonha e medo dos que por tais situações
tual apreciação acerca da Lei 12.015/2009, (lex mitior) incumbe ao juízo da são submetidos.
execução criminal, nos termos do artigo 66, inciso I, da Lei de Execuções
Penais e da Súmula 611 do STF. Rejeitaram a preliminar argüida pelo MP Vislumbrando-se este cenário tão mórbido e estarrecedor, percebe-se
envolvendo tese de aplicação imediata da Lei 12.015/2009 e julgaram a causa dos crimes sexuais serem tão traumáticas e difíceis pra as vítimas.
improcedente a revisão criminal. Unânime. (Revisão Criminal Nº Nas últimas décadas estes crimes ganharam uma nova configuração e um
70031696107, Terceiro Grupo de Câmaras Criminais, Tribunal de Justiça novo foco aos olhos dos Juristas e Doutrinadores, no que tange à temática
do RS, Relator: Mario Rocha Lopes Filho, Julgado em 16/10/2009). da verificação e reconhecimento dos mesmos, no âmbito social, no qual, o
Direito Penal passa a puní-los de forma mais rigorosa e a apontar os agen-
A Perícia Na Materialização Dos Crimes Sexuais tes de maneira mais específica, para que haja o seu enquadramento no
Corpo Normativo.
INTRODUÇÃO
O Exame de Corpo de Delito, muito conhecidos e citados nas obras de
Os crimes sexuais são de forma geral, muito traumáticos e difíceis pra Direito Penal e de Medicina Legal, é exatamente a constatação médica, de
as vítimas. Nas últimas décadas os mesmos ganharam uma nova configu- que houve uma intervenção incomum na estrutura intra ou extra-corpórea
ração e um novo vislumbre aos olhos dos Juristas e Doutrinadores, no que do indivíduo, e que através do chamado Laudo Pericial, pode obter-se ou
tange à temática da verificação e reconhecimento dos mesmos, no âmbito não a veracidade dos fatos os fatos narrados pela vítima, interpondo no
social, no qual, o Direito Penal passa a puní-los de forma mais rigorosa e mesmo, informações médicas que neguem ou comprovem o que está
apontar os agentes de maneira mais específica, para que haja o seu en- sendo alegado.
quadramento e tipificação.
De acordo com alguns doutrinadores especialistas na área de Medicina
Algumas intervenções médicas são tomadas para a identificação de Legal e Direito Penal, faz-se mais do que necessária e indispensável a
determinados delitos, sendo possível perceber de forma comum, algo que utilização da Perícia, para que seja comprovada a materialização da maio-
esteja fora do padrão de normalidade. Estes procedimentos quando são ria dos delitos, que causem algum dano físico ao sujeito passivo do ilícito
tomados para uso judicial, são denominados de Perícias Médicas e são nos penal. Cita-se então, Negretti (2004) que corrobora de forma expressa
casos em foco, estes procedimentos, as principais fontes de prova para a dando razão a tal necessidade:
qualificação e tipificação dos delitos aqui abordados.
Por ser impossível detectar só através de depoimento, da narração da
O Exame de Corpo de Delito, muito conhecido e citado em algumas o- própria vítima ou de fatos que não tenham uma fundamentação consisten-
bras de Direito Penal e de Medicina Legal, é exatamente a constatação te, nos casos em que hajam controvérsias, faz-se então, necessário o
médica, de que houve uma intervenção incomum na estrutura intra ou exame de corpo de delito, para que nenhum tipo de dúvida ou percalços
extracorpórea do indivíduo, e que através do chamado Laudo Pericial, pode processual seja criado ou venha a ser contestado, trazendo causas e
obter-se ou não a veracidade dos fatos narrados pela vítima, interpondo no noções conclusivas a denuncia e ao processo.
mesmo, informações médicas que comprovem o que está sendo alegado.
Só após a Perícia Legal é possível de forma concreta, se qualificar e ti-
De acordo com alguns doutrinadores especialistas na área de Medicina pificar o delito, e assim poder levá-lo a julgamento como prova ao juízo
Legal e Direito Penal, faz-se mais do que necessária e indispensável, a competente. Mostrar conceitos e informações sobre Perícias e alguns
utilização da Perícia para que seja comprovada a materialização da maioria delitos só identificados pelas mesmas, denotando a importância destas,
dos delitos, que causem algum dano físico ao sujeito passivo do ilícito para a real materialização dos crimes, é ao mesmo tempo uma responsabi-
penal. Só após a Perícia Legal, é possível de forma concreta se qualificar e lidade e um desafio, visto que, se os mesmos acontecerem e não forem
tipificar o delito, e assim poder levá-lo a julgamento, como prova ao juízo periciados, torna-se quase impossível, a produção de prova legal, o que
competente. imporia uma noção bem mais aprofundada das questões periciais.
O objetivo deste trabalho é apresentar a enumeração dos mecanismos Ao reportar-se a estes conceitos, prova-se que o estudo e a exposição
e ferramentas de intervenção Médico-Jurídicas, nas quais, comprova-se a de tais considerações são essenciais, para se entender os mecanismos e
real necessidade da Perícia para que se tenha a noção de que sem a instrumentos que devem ser utilizados para a análise corpórea da vítima no
mesma, nos casos de Estupro e Atentado Violento ao Pudor, seria impossí- pós-delito e dos traços deixados pelo autor que comprovariam a prática,
vel a percepção e em conseqüência, a não classificação de ambos os tipos ressaltando assim, a importância da Perícia para a veracidade e enqua-
no enquadramento devido a eles pela norma penal. dramento do delito.
São aqui utilizados como instrumentos de pesquisa e deliberação para 1.1 Conceito de Perícia
embasamento do assunto, obras e compêndios Jurídicos, que possuem
dados e entendimentos sobre a questão levantada e que através dos "Do latim peritia, conhecimento proveniente da experiência; habilidade,
mesmos, mostra-se de forma específica, a necessidade e importância deste talento".
estudo, para a valoração do tema aqui exposto. O método de análise dos
Nos tribunais e correspondentes, particularmente nos bojos processu-
dados será comparativo, confrontando a teoria e os princípios, na busca de
ais, a Perícia é dada como uma espécie de prova, que consiste no parecer
uma síntese da oposição de seus enunciados.
técnico de pessoa habilitada a formulá-lo e que pela sua habilitação dá-se a
O estudo está dividido em três capítulos: dos quais; no primeiro, aborda ele fé pública. Entre outras, é responsabilidade desta pessoa, a determina-
de forma inicial os crimes sexuais aqui analisados e seus conceitos, para o ção de identidade, o diagnóstico dedoenças, de lesão corporal, e a nosso
bom entendimento do tema; no segundo, buscou-se o aprofundamento favor, afirmar se houve ou não conjunção carnal, contribuindo com isso
destas teorias criminológicas, procurando abordar novos paradigmas e para o nosso intuito.
deliberações Jurídicas para a compreensão destes delitos; no terceiro, fala-
Este notável conhecimento de determinado assunto, confere a tal pes-
se com propriedade da temática deste trabalho, abordando a importância
soa a denominação de Perito, e sua função é auxiliar ao juiz, suprindo-lhe a
da Perícia para a concretude ampla do Direito, denotando seu interesse
insuficiência de conhecimentos específicos sobre o objeto da prova e que
para que se faça justiça através da alçada pericial. Após estas construções,
sem os mesmos, fica muito difícil dar razão e elaborar um juízo de valor,
seguem-se as considerações finais e referências.
sem provas cabais e irrefutáveis do caso em tela.
CAPÍTULO I - INTERAÇÕES BREVES SOBRE OS CRIMES SEXU-
Constituem tipos de Perícias, os exames, as vistorias, os arbitramentos
AIS NO BRASIL
e as avaliações. Com ressalva de casos especialíssimos, como o do Art.
Fatos do cotidiano mostram um possível aumento no Brasil da quanti- 366 do Código de Processo Penal - CPP, todo meio de prova tem valor
dade de crimes sexuais que se materializam, sejam eles de abuso, estupro, relativo, caso qual, a doutrina e a Lei remetem que até a Perícia poderá ser
ou de atentado violento ao pudor e que estão diretamente ligados a rela- desconsiderada, esta interpretação possui amparo no Princípio do Livre
ções familiares e de pauta afetiva. Estes fatos trazem consigo, a triste Convencimento do Magistrado, no qual se convier ao processo, o juiz

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poderá não levar em conta as conclusões do perito ou mesmo pedir nova marcas de mordidas, ou de outros tipos de agressões, fios de cabelo,
prova pericial para que se dirima tal dúvida e possa ele proferir a justa pedaços de unha fincados na pele, dentre outros tipos de materiais, e ainda
sentença. Por conta desta, "Em caso contrário, o perito transformar-se-ia no encontrar a presença de alguns fluídos como esperma e outros líquidos
verdadeiro juiz da causa" (DELMANTO, 2004, p. 305). orgânicos etc.
1.2 Conceito de Estupro 1.3.1 Atentado ao Pudor Mediante Fraude
"Do latim stuprum, desonra, opróbrio". Nesta modalidade, a Perícia é bastante difícil, visto que ela traz consi-
go outros tipos de agressões, mas em algumas modalidades, como, por
Classifica-se aqui o estupro, como a conjunção carnal, imposta pelo exemplo, o coito anal, e a presença de esperma lesões peri-anais poderão
homem à mulher, mediante violência ou grave ameaça. Não importa, para a fornecer elemento de certeza ao perito médico. É importante ressaltar que
tipificação do delito, que a mulher seja virgem ou não. A violência não se a Lei n. 11.106, de 28 de março de 2005, alterou a redação do art. 216 do
limita ao desforço físico, mas também a outros meios que reduzam ou Código Penal, substituindo a expressão "mulher honesta" pelo vocábulo
anulem a resistência da vítima: etilismo, cloroformização, narcóticos, ou "alguém". Assim sendo, agora tanto o homem quanto a mulher, honesta ou
outros, sendo o mesmo caracterizado como um dos tipos de crime contra não, podem ser sujeitos passivos do crime em apreço.
os costumes.
Forma-se agora o norte e a conceituação de todas as noções necessá-
Ao denotar-se tais conceitos e noções, entende-se que em caso de es- rias para o entendimento da Materialização dos Crimes Sexuais, eque após
tupro, o médico legista procurará comprovar que hajam indícios de cópula estes conceitos iniciais, vislumbra-se a necessidade da Perícia nos casos
vagínica. Se a mulher for virgem, a ruptura do hímen poderá indicar a aqui citados, atentando-se ainda, para a manifestação dos delitos em razão
ocorrência da violação sexual. Caso não, a Perícia poderá basear-se em da mesma, o que comprova a importância deste estudo mais aprofundado,
sinais da violência praticada ou na prova da existência de sêmen, o que explicitando as razões pelas quais se interpela e se dá à Perícia tais res-
geralmente é um traço constante nos exames de corpo de delito, visto que, ponsabilidades.
como o ato é forçado, o agressor não se atenta ao uso de métodos contra-
ceptivos masculinos, e concluído o eu intuito da prática delituosa com CAPÍTULO II - ENTENDIMENTOS ACERCA DO ESTUPRO E DO
conjunção carnal e obtenção de prazer próprio, acaba por deixar na vítima, ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR
vestígios de seu ato.
Na última década houve algumas mudanças e apareceram novas no-
A presença de esperma ou de fosfatase ácida (componente do líquido ções na classificação dos crimes sexuais; penas foram aumentadas, novas
seminal) na secreção vaginal são indicativos do coito, lembrando-se entre- formas de criminalização surgiram, uma das inovações quanto à classifica-
tanto, que para a caracterização do estupro, nem sempre se faz necessário ção destes crimes sexuais, foi à conotação dada pelo Estatuto da Criança e
que o agressor tenha ejaculado, bastando à comprovação da violência ou do Adolescente (ECA), que provocou algumas modificações também no
grave ameaça e da penetração, ainda que parcial, do pênis na vagina. A sistema penal e em suas penas.
exemplo disto, cita-se um renomado doutrinador que reintera:
Com as modificações trazidas pelo ECA, o Estupro praticado contra
Quando a violência é real, a Perícia poderá ainda demonstrar a evidên- mulher adulta tem como sansão uma pena de 3 a 8 anos de reclusão,
cia de lesões corporais o que também se nota como constante nos casos enquanto o praticado contra ofendida menor de 14 anos passou a ser
de estupro e de atentado violento ao pudor, o que concerne também de punido com a pena de 4 a 10 anos de reclusão. Analisando-se o que dispõe
prova do ato. (CAPEZ, 2005, p. 09) o art. 227 do ECA, verifica-se que está estatuído que: "Os crimes definidos
nesta Lei são de ação pública incondicionada". Isto quer dizer que a ação
Em mulheres que possuem de forma habitual, uma vida sexual mais a- penal inicia-se mediante denúncia do Ministério Público, independentemen-
tiva que o dito regular, a Perícia do estupro poderá encontrar algumas te de representação do ofendido, de seu representante legal, ou de ofere-
dificuldades, ficando assim, bem mais restritos os achados, baseando cimento de queixa. Neste contexto:
então o laudo na violência física impetrada pelo autor à vítima ou a presen-
ça eventual de espermatozóides ou componentes do líquido seminal de Assim, deve-se desde logo atentar para a nova circunstância, de que a
quem praticou o ato, devendo ainda serem feitosalguns exames. queixa e a representação, em delitos dessa espécie, que até então eram
exigidas pelo Código Penal, não mais são necessárias, desde que a vítima
Estas verificações utilizam de novas tecnologias que graças à evolução conte com menos de 14 anos incompletos. (STREICHER, 2007, p. 248)
do conhecimento humano, faz-se possível através do exame de P.H. do
sêmem, e claro da melhor e mais precisa ferramenta já inventada, o DNA, Do mesmo modo, o atentado violento ao pudor praticado contra ho-
para dar prova as alegações da vítima e identificar plausivelmente o agente mem ou mulher continuou a sofrer a apenação de 2 a 7 anos de reclusão, e
da agressão. o cometido contra vítima menor de 14 anos passou a ser apenado com 3 a
9 anos de reclusão. Tudo correto. No estupro, 3 a 8 e 4 a 10, conforme a
1.3 Atentado Violento ao Pudor vítima seja ou não menor de 14 anos. Mesma situação no atentado violento
O constrangimento imposto à vítima não propende só da cópula vagíni- ao pudor: 2 a 7 e 3 a 9, dependendo da idade do ofendido. A modificação
ca, mas a compelir o ofendido, a praticar ou permitir que com ele se prati- só entrou em vigor no dia 12 de outubro de 1990, uma vez que o ECA teve
que ato libidinoso diverso da conjunção carnal. Nestes casos a objetividade um período de vacatio legis equivalente a 90 dias.
jurídica é a liberdade sexual e não somente a violência ou grave ameaça, Ocorre que, durante o período situado entre a promulgação e a entrada
que também pode ser imposta, mas aqui a vítima não importa o seu gêne- em vigor do ECA, isto é, de 13 de julho a 12 de outubro, mais precisamente
ro, podendo então ser a mesma homem ou mulher, e qualquer um destes, no dia 26 de julho, entrou em vigor a Lei de Crimes Hediondos. Essa lei
ser sujeito ativo ou passivo. elevou as penas do estupro e do atentado violento ao pudor para 6 a 10
A natureza variada das agressões que podem ser cometidas e classifi- anos de reclusão. Portanto, o estupro teve sua pena aumentada de 3 a 8
cadas sob o mesmo nome jurídico de atentado violento ao pudor, se dá para 6 a 10 anos de reclusão, enquanto no atentado violento ao pudor
uma indicação dos inúmeros achados médico-legais possíveis que o cono- passou de 2 a 7 para 6 a 10 anos de reclusão. Para completar, essa mes-
tam, a se interpretar tais atos na mesma classificação. Ao encorporar-se ma lei mandou ainda acrescer de metade à pena desses crimes quando
tais noções às já vistas, utiliza-se do entendimento do Professor Delmanto fossem praticados contra vítima não maior de 14 anos.
quando diz: A situação, portanto, ficou assim:
Quanto à caracterização da mera contemplação lasciva, como Atenta- a) estupro contra vítima adulta: pena de 6 a 10 anos de reclusão;
do violento ao pudor, dependerá das circunstâncias e da expressividade do
fato. (DELMANTO, 2004, p. 327). b) contra vítima não maior de 14 anos: pena de 9 (6 mais metade) a 15
(10 mais metade) anos de reclusão:
Nos casos de atentado, caberá ao perito preocupar-se em demonstrar
a forma do ato libidinoso praticado (diverso da conjunção carnal), bem c) atentado violento ao pudor contra adulto: pena de 6 a 10 anos de re-
como os vestígios eventualmente deixados pela violência. Dependendo da clusão;
forma do ato libidinoso praticado, o legista poderá encontrar ou pesquisar
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d) atentado violento ao pudor contra vítima não maior de 14 anos: pena Trata-se de adoção excepcional do sistema da prova legal, não poden-
de 9 a 15 anos de reclusão. do o julgador buscar a verdade por nenhum outro meio de prova, seja pela
confissão do acusado, robusta documentação ou documentos testemunhais
Quando chegou o dia 12 de outubro e entrou em vigor o ECA, passou- idôneos, pois a lei se apega ao formalismo de exigir a prova pericial como
se a ter outras posturas diante destes casos. A pena do estupro e do aten- único meio de comprovar a materialidade delitiva.
tado violento ao pudor, quando praticados contra vítima menor de 14 anos,
diminuiu de 9 a 15 anos de reclusão para, respectivamente. Convém lem- Assim, quando possível à realização da perícia, sua falta implica a nuli-
brar que o ECA, visando agravar a situação de quem cometesse violência dade de qualquer prova produzida em sua substituição (CPP, art. 564, III,
sexual contra criança, aumentou, na época, as penas do estupro para 4 a b) e, por conseguinte, a absolvição com fundamento no art. 386, VI, do
10 anos e do atentado violento ao pudor, para 3 a 9 anos de reclusão. CPP. O art. 167 somente se aplica aos casos em que o exame direto já não
era possível ao tempo do descobrimento do delito, em face do desapareci-
No entanto, com as novas penas trazidas pela Lei dos Crimes Hedion- mento dos vestígios. Se havia a possibilidade de realizar o exame de corpo
dos, a alteração ficou totalmente sem sentido: um estupro contra ofendida de delito direto, a autoridade em determiná-lo não pode suprí-la por ne-
adulta é punido com pena de reclusão de 6 a 10 anos. E o praticado contra nhuma outra.
vítima menor de 14 anos com a mesma quantidade de pena,somente
punido com 4 a 10 anos. Prova sob pena de afronta à determinação expressa da lei. (CPP, art.
158). Nota-se, contudo, uma tendência da jurisprudência dos tribunais
Fica a questão: como se resolve o conflito intertemporal entre o ECA e superiores a atenuar os rigores dessa regra, sob o argumento de que, não
a Lei de Crimes Hediondos? Prevalece à lei que foi promulgada posterior- sendo ilícitas, as demais provas podem ser valoradas pelo juiz como ad-
mente ou a que entrou em vigor depois? Se entendermos que lei posterior missíveis. O exame de corpo de delito direto pode ser suprido, quando
é a que entra em vigor depois, há de prevalecer o ECA. Nesse caso, o desaparecidos os vestígios sensíveis da infração penal, por outros elemen-
legislador teria criado à absurda e injusta situação de o estupro praticado tos de caráter probatório existentes nos autos, notadamente os de natureza
contra adulta ser apenado com 6 a 10, e de o cometido contra vítima menor testemunhal ou documental.
de 14 anos ser punido somente com 4 a 10 anos de reclusão. Igualmente,
no atentado violento ao pudor, se cometido contra adulto seria punido com Estando os fatos descritos na denúncia, pode o juiz dar-lhes na sen-
6 a 10, enquanto se praticado contra criança seria apenado com 3 a 9 anos tença definição jurídica diversa, inclusive quanto às circunstâncias da
de reclusão. infração penal, porquanto o réu se defende daqueles fatos e não de sua
capitulação inicial, ordem denegada. (MEDINA, 2003, p. 41).
Prevalecendo a lei promulgada posteriormente, não haveria improprie-
dade. Contudo, a questão não é criar ou não situação injusta, mas resolver Prova da conjunção carnal. Trata-se de requisito do crime de estupro
conflito intertemporal de leis. Afinal, qual é a lex posteriori? É a Lei de ou seja, de que houve a introdução completa ou incompleta do membro viril
Crimes Hediondos, estando completamente revogado o art. 263 do ECA? É no órgão genital da mulher. Tal comprovação pode ser realizada por meio
um caso de lei que foi revogada durante o período de vacatio legis, antes dos vestígios, tais como presença de esperma na vítima, pêlos, ruptura do
mesmo de entrar em vigor. Para efeito de revogação da lei, deve ser obser- hírnen, contágio de moléstia venérea, gravidez; já decidiu o Supremo
vado o princípio de que posterior é a que foi promulgada em último lugar, Tribunal Federal no sentido de que:
independentemente das datas da publicação ou da entrada em vigor.
Damásio E. de Jesus é partidário dessa corrente. (...) o fato de os laudos de conjunção carnal e de espermatozóide se-
rem negativos, não invalidam a prova do estupro, dado que indica que a
Esta também é a posição do Superior Tribunal de Justiça - STJ, em rei- cópula vagínica foi completa ou não, e se houve ejaculação.
terados acórdãos, tornando pacífico o entendimento de que o art. 263 do
ECA foi revogado antes mesmo de entrar em vigor (STJ, 6ª Turma, RESP Não bastaque haja ejaculação ou que se deixem vestígios físicos para
20.726-SP, Rei. Min. Costa Leite, v. u., DJU, 2-6-1992, p. 8060). Não há haverem provas da conjunção carnal, pois ela não é capaz de demonstrar a
mesmo qualquer dúvida. Promulgação é o ato jurídico-constitucional pelo resistência da vítima ao ser praticada o ato sexual. Importa notar que é
qual se atesta a existência de uma lei votada e aprovada pelo Poder Legis- comum mulheres, para se vingarem de seus parceiros, por inúmeros moti-
lativo. A lei, portanto, já existe a partir de sua promulgação. vos, denunciarem-nos por crime de estupro. Daí por que a tão-só prova da
apelidada, "conjunção camaleão" que é apta para a comprovação do crime.
A entrada em vigor relaciona-se com o plano da eficácia e não da exis- Imprescindível a demonstração de que o ato sexual se deu mediante cons-
tência. Lei posterior é a que existe depois, e não a que passou a gerar trangimento físico ou moral, com prova da violência empregada.
efeitos depois. Por conseguinte, a Lei de Crimes Hediondos é lei posterior,
por ter sido promulgada depois. Acabou a polêmica. Estupro e atentado Trata-se acima da prova da violência real, ou seja, daquela em que
violento ao pudor contra vítima adulta: pena de 6 a 10 anos de reclusão; houve o emprego efetivo da força física, produzindo mordidas, tentativa de
contra vítima não maior de 14 anos: pena de 9 a 15 anos de reclusão. esganadura, unhadas, equimoses, escoriações, lesões à vítima, como
forma de obrigá-la à pratica do ato sexual, ou seja, como forma de vencer a
Revogação dos dispositivos do ECA relativos ao estupro e ao atentado resistência. Ocorre, por vezes, que a vítima, antes da abordagem do agen-
violento ao pudor. Atualmente, a questão perdeu todo o interesse, uma vez te, pode desmaiar, não manifestando assim nenhum ato de resistência ao
que a Lei n. 9.281, de 4 de junho de 1996, revogou expressamente o pará- ato sexual.
grafo único dos arts. 213 e 214 do CP (acrescentados pelo ECA), que
tratavam do estupro e do atentado violento ao pudor praticados contra Em tais casos, o juiz deverá levar em conta outras provas, entre as
vítima menor de 14 anos. quais a palavra da vítima e a prova testemunhal (exame de corpo de delito
indireto). Com este efeito,já decidiu o Superior Tribunal de Justiça: "Hábeas
2.1 Prova do Crime de Estupro: Materialidade e Autoria Corpus"(HC). Processual Penal, Estupro, Sentença condenatória: alegação
de insuficiência de provas para a condenação. Palavra da vítima: valor
Nem sempre o estupro deixa vestígios. Na hipótese de tentativa, em probante.
questão, às vezes nem chega a haver conjunção carnal, mas dificilmente
restam elementos a serem periciados junto à ofendida, e, mesmo havendo Conquanto tenha o laudo pericial registrado apenas a ocorrência de
consumação, os resquícios podem ter desaparecido com o tempo ou po- conjunção carnal, não fazendo alusão à ocorrência de violência, não está o
dem nem sequer ter ocorrido como na hipótese de mansa submissão após juiz obrigado a acatá-lo e absolver o réu, desde que outros elementos de
o emprego de grave ameaça, do torpor, ou ainda quando não há ejaculação convicção, especialmente a palavra da vítima de crucial importância nesse
do agente, só para citar alguns exemplos. tipo de delito corroborada por harmônica prova testemunhal conduzem o
magistrado a um seguro juízo de condenação. Ademais, a via do H.C, não
Se, no entanto, "a infração deixar vestígios, será indispensável o exa- se mostra idônea para se pretender à absolvição do réu por insuficiência de
me de corpo de delito direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão provas.
do acusado", conforme estatui o art. 158 do CPP. Essa norma legal excep-
ciona o princípio da livre apreciação da prova pelo juiz (CPP, art. 157), bem Prova da violência moral. Nessa hipótese a prova do estupro é de difícil
como o da verdade real. colheita. Será cabível nos casos de exame de corpo de delito indireto, ou
seja, a prova testemunhal, isto é, se houver, pois o crime de estupro é via

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de regra, praticado às escondidas. Já decidiu o Superior Tribunal de Justi- seu relato ser apreciado em confronto com os outros elementos probató-
ça: rios, podendo, então, conforme a natureza do crime, muito contribuir para a
convicção do juiz.
Não sendo possível exame de corpo de delito, a prova testemunhal po-
derá suprir-lhe a falta, mormente se corroborada nos demais elementos de Não obstante os laudos periciais atestarem a inexistência de atos libi-
convicção existente nos autos e reconhecida pela sentença. dinosos, de conjunção carnal e de lesões corporais, a palavra da vítima, de
crucial importância nesses delitos, corroborada por prova testemunhal
Prova da tentativa do crime de estupro na hipótese em que não houve harmônica, autoriza a condenação que, para ser elidida, demanda inegável
contato corporal. Trata-se do exemplo citado por Hungria, em que o agente revolvimento fático-probatório. Em se tratando de delito contra os costumes,
não chega a ter qualquer contato corporal. Nessa hipótese, somente é a palavra da ofendida ganha especial relevo. Aliada aos exames periciais,
cabível o exame de corpo de delito indireto, ou seja, a prova testemunhal, lide o argumento da negativa de autoria. No mesmo sentido o Supremo
pela ausência de vestígios materiais do crime. Tribunal Federal (STF):
Prova da autoria. Interessante a observação feita por Nelson Hungria, Tratando-se de crime contra os costumes, se o depoimento da vítima
refletindo as limitações periciais da época, no sentido de que os vestígios não afronta a prova, mas, antes, encontra razoável ressonância no contexto
que denotam indícios da violência ou da cópula são alheios à prova da probatório, se não se depara com justificativa plausível para a admissão de
autoria. Trata-se de prova da materialidade do crime. Contudo, na atualida- que sua versão é inverídica ou fantasiosa, não há, evidentemente, funda-
de, com o avanço da medicina, é possível colher o material genético do mento legal para recusa da única prova direta de que se dispõe para eluci-
suposto estuprador e comparar com o material contido nos vestígios do dação da autoria de fato delituosa. Nos delitos de natureza sexual a palavra
crime, tais como esperma, pêlos, presentes no corpo da vítima. da ofendida, dada a clandestinidade da infração, assume preponderante
Como prova de estupro o exame de DNA não é essencial à valia da importância, por ser a principal, se não a única prova de que dispõe a
conclusão sobre a autoria do estupro. Descabe falar em cerceio de defesa acusação para demonstrar a responsabilidade do acusado.
quando sequer foi requerido. Da mesma forma há de concluir-se quanto à Embora verdadeiro o argumento de que a palavra da vítima, em crimes
fragilidade da prova quando alicerçada em depoimento da vítima, reconhe- sexuais, tem relevância especial, não deve, contudo, ser recebida sem
cendo o autor do delito, e do irmão que o surpreendeu ainda dentro da reservas, quando outros elementos probatórios se apresentam em conflito
residência. (HUNGRIA 2000 p. 348) corn suas declarações. Assim, existindo dúvida, ainda que ínfima, no espíri-
Contudo, a recusa do réu na realização do exame poderá junto com as to do julgador, deve, naturalmente, ser resolvida em favor do réu, pelo que
demais provas colhidas servirem para o convencimento do juiz que possui merece provimento seu apelo, para absolvê-lo por falta de provas que
liberdade para apreciar as provas (CPP, art. 157). O exame de DNA, dessa também tem importante valor probatório, quando estiver em consonância
forma, não é essencial à conclusão da autoria do estupro, conforme já com os demais elementos probatórios.
decidiu o Supremo Tribunal Federal. 2.2 Concursos de Crimes
Na realidade esse exame poderá servir de instrumento para a compro- Quando concorrerem o Estupro e Atentado Violento ao Pudor, pode
vação da negativa de autoria. Embora constitua importante meio probatório, suceder que o agente primeiramente pratique atos libidinosos diversos da
não pode ser considerado o único hábil à comprovação da negativa de conjunção carnal (coito anal ou oral), vindo posteriormente a realizar a
autoria, uma vez que, segundo o art. 157 do CPP, o juiz formará sua con- conjunção carnal. Entendemos que essa hipótese comporta duas situações
vicção pela livre apreciação das provas, e, ainda, de acordo com o art. 167 distintas:
do CPP, "não sendo possível o exame de corpo de delito por haverem
desaparecido os vestígios da prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta". ¨Se as carícias preliminares estiverem dentro do mesmo desdobramen-
to causal da subseqüente conjunção carnal, haverá absorção do atentado
Via de regra, a palavra da vítima tem valor probatório relativo, devendo violento ao pudor pelo estupro, por força do princípio da consumação,
ser aceita com reservas. Contudo, nos crimes praticados às ocultas, sem a funcionando os atos anteriores como meio necessário e atos preparatórios
presença de testemunhas, como nos delitos contra os costumes, a palavra da relação sexual posterior;
da vítima, desde que corroborada pelos demais elementos probatórios,
deve ser aceita. Nesse sentido é a lição: ¨Os atos libidinosos são bem destacados da conjunção carnal, tratan-
do-se de mera renovação de ânimo de um agente já saciado em sua lascí-
Nos delitos contra os costumes, a palavra da ofendida avulta em impor- via inicial. Neste último caso, embora em semelhante situação de tempo e
tância de principalmente quando se trata de pessoa recatada, de bons lugar, pode-se afirmar a existência de dois contextos distintos. Por exem-
costumes, de vida anterior honesta, ilibada e acima de suspeitas. (ROCHA, plo: o agente submete a vítima à prática de coito anal e, em seguida, prati-
1999 p. 98) ca conjunção carnal com ela.
Nessas condições, é muito evidente que suas declarações, apontando Como a prática anormal não se encontrava na linha de desdobramento
o autor do crime que lhe vitimou, assume caráter extraordinário, frente às causal, tratando-se de ato independente, haverá dois crimes, sem a possi-
demais provas. Não seria razoável e nem é comum, que a pessoa com bilidade de aplicação do benefício do crime continuado, dada a diversidade
essas qualidades viesse a juízo cometer perjúrio, acusando um inocente de de espécies entre os dois delitos. Esse é o entendimento majoritário dos
lhe haver constrangido à conjunção carnal ou a ato libidinoso outro qual- Tribunais Superiores. Somente poderá haver continuidade, neste sentido
quer. Neste sentido: pacifica as jurisprudências que:
Nos crimes de estupro e atentado violento ao pudor a sentença conde- Tratando-se de crime contra os costumes, se o depoimento da vítima
natória,a anulação e um novo laudo pericial. Nem sempre são prescindíveis criança não afronta a prova, mas, antes, encontra razoável ressonância no
se a condenação for fundada em outros elementos de prova como aidonei- contexto probatório, se não se depara com justificativa plausível para a
dade da vítima, pois a palavra da vítima, corroborada por prova testemu- admissão de que sua versão é inverídica ou fantasiosa, não há, evidente-
nhal idônea, tem relevante valor probante e autorizam a condenação quan- mente, fundamento legal para recusa da única prova direta de que se
do em sintonia com outros elementos de provas. (MONTEIRO, 2004, p. dispõe para elucidação da autoria de fato delituoso.
178)
O depoimento infantil tem valor probatório, especialmente quando a
No mesmo sentido é a lição do saudoso professor Noronha (1988): criança narra fato de simples percepção visual e de fácil compreensão,
É natural que a palavra do ofendido seja recebida, em princípio, com fazendo-o com pureza. E o convencimento aumenta quando ele é conforta-
reservas. Interessado no pleito, porfiando por que sua acusação prevaleça, do pelo conjunto probatório.
cônscio da responsabilidade que assumiu, podendo até acarretar-lhe pro- Embora do mesmo gênero, os crimes de estupro e atentado violento ao
cesso criminal (denunciação caluniosa, art. 339 do Código Penal) e, por pudor não são da mesma espécie, o que afasta a continuidade e corporifica
outro lado, impelido pela indignação ou o ódio e animado do intuito de o concurso material.
vingança, suas declarações não merecem, em regra, a credibilidade do
testemunho. Isso, entretanto, não impede seja ele fonte de prova, devendo

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Se houver a prática de diversos estupros, na forma simples ou qualifi- não ocorrre com os demais, que, confrontados com a gravidade da sanção
cada, tentados ou consumados. Quanto à consumação do estupro, após o referida, beiram as raias da insignificância. (BITENCOURT, 2004 p.158)
atentado ao pudor, frise-se mais uma vez ser necessária à plena introdução
do membro viril, de modo que, se o agente, por exemplo, vem a ser surpre- Nesses casos, quando ocorre em lugar público ou acessível ao público,
endido no momento em que está para introduzir o pênis na cavidade vagi- deve desclassificar-se para a contravenção do art. 61 (LCP). Caso contrário
nal, poderá responder pelo crime de estupro tentado em concurso com deve declarar-se sua inconstitucionalidade, 23. do Tribunal de Justiça do
crime de atentado violento ao pudor. Rio Grande do Sul - TJRS: "A introdução de quirodáctilos na vagina da
ofendida caracteriza o delito de atentado violento ao pudor, e não o de
2.3 Estupro Com Violência Presumida (Ficta) estupro, pois que neste é o componente do tipo a conjunção carnal" (apud
BITENCOURT, Código Penal comentado, cit, p. 862).
O estupro com violência presumida está previsto de forma explícita e
visível no art. 224 do CP. O qual, através da condição e estado da vítima, Por violar os princípios da proporcionalidade, da razoabilidade e da le-
que de forma geral é indefesa, por ser alguns casos especiais, dispõe da sividade do bem jurídico. O professor Gomes, baseando-se na doutrina de
seguinte forma, Presume-se a violência, se a vítima: Claus Roxin, o qual redescobriu o princípio da insignificância, indaga: "Um
beijo lascivo é crime hediondo"? Quem interpreta a lei penal de forma literal
1.Não é maior de catorze anos; diz (absurdamente) sim e admite então para esse fato a pena de seis anos
2.É alienada ou débil mental, e o agente conhecia essa circunstância; de reclusão, que é igual à do homicídio; quem busca a solução justa para
cada caso concreto jamais dirá sim, (esse beijo poderia no máximo consti-
3.Não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência". Vide co- tuir uma contravenção penal  art. 61, LCP: importunação ofensiva ao
mentários ao art. 224 no tópico relativo às "Disposições Gerais" pudor).
2.4 Atentado Violento Ao Pudor Em sentido contrário, sustenta Damásio, configurar o crime em tela o
Tutela-se, sobretudo a liberdade sexual, ou seja, a liberdade de dispor ato de despir uma jovem e apalpar os seios desnudos com o emprego de
de seu corpo, em especial a de não ser forçada violentamente a sujeitar-se violência ou grave ameaça, ou acariciar as partes pudendas de uma jovem
a atos libidinosos diversos da conjunção carnal. Ao contrário do crime de sobre o vestido. Da mesma forma, entende o autor, que o beijo lascivo,
estupro, protege-se, igualmente, a liberdade sexual do homem, uma vez quando praticado com o emprego de violência ou grave ameaça, igualmen-
que a lei faz referência à prática de atos libidinosos diversos da conjunção te tipifica o crime em tela, mas, "evidentemente, não se pode considerar
carnal. como ato libidinoso o beijo casto e respeitoso aplicado nas faces, ou mes-
mo o 'beijo roubado', furtiva e rapidamente dado na pessoa admirada ou
2.4.1 Núcleo da Ação desejada".
A ação nuclear do tipo consubstancia-se no verbo constranger, que Diversa, porém, é a questão, quando se trata do beijo lascivo nos lá-
significa forçar, obrigar alguém, no caso, a praticar ou permitir que com ele bios, aplicada à força, que revela luxúria e desejo incontido, ou quando se
se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal. Assim como no trata de beijo aplicado nas partes pudendas. De acordo com o entendimen-
estupro, o agente constrange a vítima à prática dos atos libidinosos medi- to mais adotado que é aquele do qual corrobora o autor, ainda que o aten-
ante o emprego de violência ou grave ameaça. Quanto a esse aspecto, tado violento ao pudor comporte grande variedade em seu meio executório
vide comentários ao crime de estupro. o que inclui variadas formas de agir, podendo variar de um beijo lascivo até
o coito anal.
Ato libidinoso é aquele destinado a satisfazer lascívia (apetite sexual).
Cuida-se de conceito bastante abrangente, na medida em que compreende Mas estas possibilidades nem sempre configuram a hipótese prevista
qualquer atitude com conteúdo sexual que tenha por finalidade a satisfação no art. 214 do CP, visto que, não há o que se falar em atipicidade por
da libido. Não se incluem nesse conceito as palavras, os escritos com ofensa ao princípio da proporcionalidade,uma vez que se trata de critério
conteúdo erótico, pois a lei se refere ao ato, ou seja, a uma realização física discricionário do legislador, ditado pela política criminal de reprimir com
concreta. maior intensidade delitos sexuais violentos. Não se manifesta aqui, em
nosso entender, violação ao princípio da dignidade humana; ao contrário, é
Exige a lei, no entanto, para o crime em tela, que o ato seja diverso da
Cezar Roberto Bitencourt, Código Penal comentado, cit, p. 859.
conjunção carnal, a qual já foi objeto da disposição legal precedente (CP,
art. 213  estupro). Assim, ao contrário do estupro, que se caracteriza O professor Delmanto (1991) igualmente sustenta que:
somente com a cópula vagínica, isto é, com a introdução do pênis na
cavidade vaginal, o atentado violento ao pudor pode manifestar-se de No caso de simples contato corporal lascivo (abraços e beijos), em vir-
diversas formas, até mesmo sem o contato de órgãos sexuais. tude da pena cominada ao atentado violento ao pudor e de sua natureza
hedionda, deve o delito ser desclassificado para a contravenção penal de
Como exemplo tem-se o do agente que realiza prática masturbatória na importunação ofensiva ao pudor (LCP, art. 61) (Código Penal comentado,
vítima e toques impudicos em sua vagina com o quirodáctilo, ou ainda cit., p. 417).
prática de pseudopeolagnia que consiste na introdução de pênis um artifici-
al ou outro elemento de igual rigidez na vagina, ou ainda aquele que pratica Para o grande Damásio (1999). Este, na realidade, é o entendimento
felação, que é denominado como coito ectópico oral. adotado pelos doutrinadores mais antigos. Com efeito, para Hungria (1981),
se o beijo for dado de modo lascivo ou com fim erótico poderá ser enqua-
Do mesmo modo, haverá o crime previsto no art. 214 do CP na condu- drado no conceito de ato libidinoso.
ta do indivíduo que constrange outro do mesmo sexo a praticar ou permitir
que com ele se pratique coito anal. Também ocorre atentado violento ao Igualmente, para o saudoso mestre Noronha (1992):
pudor quando o agente, mediante o emprego de violência ou grave amea- Se o beijo na boca for dado, por meio de violência ou ameaça, num im-
ça, beija a vítima de forma lasciva, ou apalpa seus seios ou nádegas, ou pulso de luxúria ou volúpia, constitui ato de libidinagem precisamente esse
acaricia suas partes íntimas, ainda que esteja vestida. Com relação a estas princípio que se defende ao punir-se com maior severidade tais modalida-
últimas hipóteses, há discussão na doutrina. des de manifestações ou taras.
Para o ilustre jurista Bitencourt (2004) entende que "beijo lascivo", tra- A questão se encontra apenas em definir o que é ato libidinoso, bem
dicionais "amassos", toques nas regiões pudendas, 'apalpadelas', sempre como, se foi praticado com violência ou grave ameaça. Para tanto, deve-
integraram os chamados atos libidinosos diversos de conjunção carnal. No mos lembrar que se classifica este ato, como um delito de tendência, em
entanto, a partir da Lei dos Crimes Hediondos, com pena mínima de seis que é primordial a vontade do agente de satisfazer sua lascívia. Desse
anos de reclusão, falta-lhes a danosidade proporcional, que até pode modo, qualquer atuação sexual tendente a contemplar a libido, ou seja, os
encontrar no sexo anal ou oral violento". Continua o autor: desejos sexuais mais íntimos do autor, que for praticada mediante violência
A diferença entre o desvalor e a gravidade entre o sexo anal e oral e os real, ou presumida, ou grave ameaça, tipifica o delito previsto no art. 214 do
demais atos libidinosos é incomensurável. Se naqueles a gravidade da Código Penal.
sanção cominada (mínimo de seis anos de reclusão) é razoável, o mesmo

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Por outro lado, um toque praticado por motivo de blague, troça ou ape- o atentado violento ao pudor pressupõe um ato libidinoso, não se podendo
nas para provocar ou irritar a vítima, ainda que atingindo regiões pudicas, compará-lo ao "olhar libidinoso". (HUNGRIA, 2000, p. 123).
não configura atentado violento ao pudor, mas mera contravenção de
importunação ofensiva ao pudor (LCP, art. 61). Convém frisar que não se Atentado violento ao pudor. Ausência de contato físico entre o agente e
trata de finalidade especial, percebida pelo agente, já que esta não é exigi- a vítima. Não caracterização do crime. Para a caracterização do crime de
da pelo tipo, mas de realização de uma tendência interna transcendente, atentado violento ao pudor é imprescindível que o agente, na realização do
vinculada à vontade de realização do verbo do tipo. ato libidinoso, mantenha contato corporal com a vítima, pois sem a sua
participação física ativa ou passiva, o delito não se configura. Não comete o
Assim, por exemplo, levantar a saia ou beliscar as nádegas da vítima crime tipificado no art. 214, CP, o ancião que, em face da recusa da vítima,
apenas para provocá-la ou humilhá-la; dar um rápido beijo, sem introdução menor de 7 anos, em tocar seu membro viril, masturba-se em sua presen-
da língua e sem lascívia; apalpar os seios da ofendida a pretexto de tecer ça.
comentários irônicos sobre seu tamanho etc. caracterizam crime contra a
honra ou mera importunação ofensiva ao pudor, dependendo do caso, mas 2.4.2 Sujeito ativo e passivo do delito
não atentado violento ao pudor. Ao contrário do crime de estupro, no crime de atentado violento ao pu-
Ressalve-se, por fim, ser irrelevante a compreensão da vítima acerca dor, tanto pode ser sujeito ativo o homem quanto à mulher. Assim, admite-
do caráter libidinoso ou não do ato, bastando que o agente queira saciar se a prática do crime contra pessoa do mesmo sexo. Cônjuge como autor:
um desejo interno de fundo sexual. Prevê o tipo penal que o agente deve Qualquer dos cônjuges pode ser autor do crime de atentado violento ao
constranger a vítima a praticar ou permitir que com ele se pratique ato pudor.
libidinoso diverso da conjunção carnal. Podemos elencar as seguintes A razão da proibição é a mesma do crime precedentemente estudado:
hipóteses: a) a vítima é obrigada a ter uma conduta ativa, isto é, a praticar a(o) esposa(o) não pode ser violentamente constrangida(o) a praticar atos
atos libidinosos no agente, por exemplo, em sentido contrário TJRS: libidinosos, já que cabe a ela(e) o direito de dispor de seu corpo como bem
Apalpadela dos seios de menor. Atentado violento ao pudor. Propor- entender. Embora a relação sexual constitua dever conjugal recíproco, não
cionalidade. Desclassificação. Ato obsceno. O ato de apalpar os seios da é lícito ao cônjuge lançar mão de meios ilícitos, como a violência ou a grave
vítima, criança de 12 anos de idade, merece reprimenda, mas na propor- ameaça, para a obtenção de sua satisfação sexual.
cionalidade com a gravidade do fato que, diferentemente de outros, não Qualquer pessoa, tanto o homem quanto a mulher, que venha a prati-
atinge as características de violência e repúdio do atentado violento ao car uma conduta ofensiva de maneira feroz e que esta possa ferir aos bons
pudor. costumes, a moral ou hábitos de decência social. A lei fala em ato obsceno,
A resposta jurisprudencial pretendida daria ao fato à mesma sanção de não se excluem da proteção legal as prostitutas.
um homicídio simples, o que evidencia a desproporção entre a ação e 2.4.3 Elemento subjetivo
sanção alvitrada no recurso da acusação. A presunção de violência, contu-
do, na maioria dos casos não pode atingir o injusto. Reprimenda que se faz O dolo, consubstanciado na vontade de constranger outrem, mediante
necessária para que ocorra a desclassificação do delito, para que de forma o emprego de violência ou grave ameaça, ao praticar ou permitir que com
comum, sejapromovida e posta na sentença. O crime neste caso, fica ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal.Além do dolo, é
sendo então, o de ato obsceno tipificado no art. 233 do CP. necessário o fim especial de satisfazer a lascívia do agente. Existindo
assim divergência na doutrina, segundo a doutrina vigente, vejamos:
¨Realizar sexo oral;
Não há necessidade da finalidade especial consubstanciada na vonta-
¨A vítima é obrigada a ter uma conduta passiva, isto é, a permitir que o de de saciar a paixão lasciva, pois o tipo penal não faz menção a ela. O
agente nela pratique atos libidinosos, por exemplo, apalpar seus seios; agente deve ter consciência de que pratica ato libidinoso, mas não se exige
¨Realizar coito anal. a intenção de desafogar a luxúria. O motivo pode ser outro que não o de
satisfazer a lascívia, como o desprezo, o ridículo da vítima, embora a
De acordo com Hungria, "ato libidinoso tem de ser praticado/a, com ou intenção seja sempre a mesma: praticar ato que lese o pudor. (CAPEZ,
sobre a vítima coagida." Se o agente forçar a vítima a contemplá-lo enquan- 2005, p, 12).
to se masturba, não há que se falar no crime em tela, pois não houve
participação física da vítima no ato libidinoso (ativa ou passiva), ou seja, ela Não basta que o ato seja atentatório ao pudor: é preciso que haja o fim
não praticou nem foi obrigada a permitir que com ela fosse praticado o ato da lascívia. Assim, "colidiria com o próprio sentido das palavras o dizer que
libidinoso. Nesse sentido já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça. comete ato libidinoso o indivíduo que, por exemplo, travando luta com a sua
implicante vizinha de habitação coletiva, lhe empunhasse os seios para
Da mesma forma, se ela for obrigada pelo agente a presenciar atos li- subjugá-la, ou lhe sungasse as vestes para dar-lhe palmadas no traseiro,
bidinosos levados a efeito por terceiros. Nesses casos, poderá configurar- expondo-a ao escárnio dos circunstantes". (ZAFARONNI, 2006 p. 258).
se o crime de constrangimento ilegal ou de corrupção de menores, se a
vítima for maior de 14 e menor de 18 anos. Caso a vítima seja menor de 14 Entendemos que o tipo penal não requer qualquer finalidade específi-
anos, o fato será considerado atípico, podendo o agente responder apenas ca, contudo é necessária a satisfação da lascívia do agente, não se tratan-
pelo delito de constrangimento ilegal. do, portanto, de uma finalidade especial e exclusiva, percebida pelo agente,
já que, esta não é exigida pelo tipo.
É que pelo atentado violento ao pudor não poderá responder, uma vez
que não houve a participação ativa ou passiva na prática do ato libidinoso. Mas de realização de uma tendência interna transcendente, de forma
Também não poderá responder pelo crime de corrupção de menores, já vinculada e contenda, uma indelével prática para a satisfação de sua von-
que nesse delito o ofendido é sempre maior de 14 anos. Essa hipótese não tade, no que tange, aos argumento para a realização e enquadramento de
se confunde com aquela em que a vítima é obrigada a praticar atos libidi- maneira absoluta, da tipificação e conceituação dos delitos em suas formas
nosos em si própria, como a masturbação, para que o agente a contemple mais características de classificação e entendimento.
lascivamente. 2.4.4 Consumação e tentativa
Embora nesse caso não haja contato físico entre ela e o agente, a víti- Consurmar-se-a o crime com a prática do ato libidinoso diverso da con-
ma foi constrangida a praticar o ato libidinoso em si mesma. Surge aí a junção carnal. Se o agente empregar de violência ou grave ameaça, que
chamada autoria mediata ou indireta, pois o ofendido, mediante coação são atos executórios do crime, mas se não conseguir realizar os atos
moral irresistível, é obrigado a realizar o ato executório pela imposição do libidinosos por circunstâncias alheias a sua vontade, há crime tentado.
agente.
Difícil na prática é verificar se o crime ocorrido é de atentado violento
Obviamente que, se o agente constrange a vítima a tirar a roupa para ao pudor consumado ou tentativa de estupro. Não comprovada a intenção
contemplá-la lascivamente, sem obrigá-la à prática de qualquer ato de de estuprar, deverá o agente responder pelo de atentado violento ao pudor.
cunho sexual, há somente o crime de constrangimento ilegal, uma vez que Por exemplo: após arrancar as vestes da vítima e tatear seu corpo, o agen-
te é surpreendido por terceiros.

Medicina Legal 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Tais atos por si só são libidinosos e aptos a configurar o crime em es- A conjunção sexual incompleta constitui o coito vulvar: o pênis não pe-
tudo; caso não se logre, comprova-se o estupro tentado. Da mesma forma, netra na vagina, limita-se a afastar os grandes lábios e a se atritar com os
se o agente desistir voluntariamente de praticar o crime de estupro, res- órgãos genitais externos. O orgasmo geralmente resulta do atrito do clitóris.
ponderá pelo crime de atentado violento ao pudor se tiver praticado algum O coito vulgar poderá determinar a gravidez, desde que o líquido seminal,
ato libidinoso. lançado no vestíbulo, penetre na vagina.
2.4.5 Distinção A densidade do esperma, a posição horizontal da mulher, a mobilidade
dos espermatozóides e os movimentos da vagina facilitam a penetração e a
Dispõe o art. 61 da Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei n. possível gravidez. A idade da ofendida se assim o for, seu grau de instru-
3.68S/ 41): "Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, ção, seu temperamento, sua inexperiência etc., são elementos a serem
de modo ofensivo ao pudor: Pena de multa". Já vimos anteriormente que o considerados pelo juiz, para julgar as questões relativas à conjunção. Do
ato libidinoso não abrange as palavras ofensivas ao pudor, como os grace- ponto de vista da Medicina legal, interessa-nos principalmente o estudo da
jos, por exemplo, de forma que aquele que as profere, importunando al- mulher virgem e o diagnóstico da conjunção carnal.
guém em lugar público ou acessível ao público, comete a contravenção
penal em estudo. 3.2 Da Mulher e Sua Virgindade
Essa contravenção também abarca a prática de atos ofensivos ao pu- A virgindade gozou através dos tempos, entre povos diferentes, ora de
dor em que não há o emprego de violência ou grave ameaça. Cite-se o um excepcional prestígio, ora de um absoluto desprezo. Segundo alguns
exemplo do encostão de frente, sem violência ou grave ameaça; passar historiadores dentre os quais se destaca o Doutor Afrânio Peixoto que
rapidamente a mão nas pernas da vítima que está sentada em um trem. descreve e faz a seguinte interlocução:.
CAPÍTULO III - A IMPORTÂNCIA DA PERÍCIA PARA A CONCRE- A etnografia se pode dividir em dois imensos grupos de povos: os hi-
TUDE DO DIREITO menólatras e os misimenistas, os que adoram ou desprezam a famosa
membrana. Os Himenólatras são, sobretudo; os semitas, judeus e árabes,
Após todas as construções já feitas nos capítulos anteriores busca-se os egípcios, gregos, romanos e os novilatinos; da Europa e das Américas.
neste em particular, denotar a importância da perícia para o real cumpri- O árabe recém casado leva a esposa à sua tenda e sai com um lenço
mento e embasamento técnico, para as decisões de cunho jurídico que ensangüentado nas mãos, a mostrá-lo aos parentes e amigos reunidos. Os
tomam os tribunais e seus afins. Como já se analisou em capítulos anterio- napolitanos também exibem as cobertas da alcova sujas do sangue da
res, as decisões dos juízes de Direito, em acordo com o ordenamento desposada. Os Misimenistas são: asiáticos (chineses, nipões e hindus) e os
posto, devem por si só terem amparo legal e serem motivadas, o que nórdicos da Europa e os anglo-saxões da América. (GOMES, 1993, p.421)
margeia o conhecido princípio do livre convencimento.
Há uma pesquisa de um grande tablóide inglês que diz que:
Como também já foi disposto em capítulos anteriores, na busca de dar
concretude e ampliar de forma significativa, o embasamento das decisões Cerca de 90% dos casais da Europa Ocidental, não acham mais a no-
que permeiam os crimes sexuais, in foco, fazem-se necessárias algumas vidade sexual. No Japão as gueixinhas fazem nos bordéis o dote que
intervenções legais, que são tomadas para a identificação de determinados depois levam para o casamento. Nos Estados Unidos, dizem ser mais
delitos, para a constatação de sua prática. Sendo assim possível, perceber comum um noivo virgem do que a própria noiva. Aliás, faz-se a piada que
de forma comum, algo que esteja fora do padrão de normalidade. cairá a ponte de Brooklyn em New York, no dia em que passar uma virgem
em baixo.
Estes procedimentos que são tomados para uso judicial, possuem a
denominação de Perícias Médicas e são nos casos em foco, estes proce- A evolução social tem desprestigiado a sempre cultuada membrana. A
dimentos, as principais fontes de prova para a qualificação e tipificação dos maioria dos jovens hoje, tem se tornado cada vez mais misimenistas,
delitos neste trabalho abordados. Foi dito mais de uma vez, citando os proliferam em certos meios socias semi-virgens, pessoas que já fizeram
Códigos de Processo Penal e Civil, que o juiz não está adstrito ao laudo outros tipos de relações que se parecem, mas diferem da conjunção carnal.
dos peritos; pode com ele concordar, no todo ou em parte; pode "ainda Cita-se a seguir alguns exemplos sobre o hímen e sua importância na
determinar nova perícia". SeJulgar a anteriormente feita insatisfatória. caracterização do que seria a pureza, segundo um conhecido historiador:
O exame pericial será livremente apreciado pelo juiz como as demais Em Roma existiam as vestais, eram sacerdotisas que eram escolhidas
provas. A perícia, como é dita: entre a população das quais se cobrava várias condutas sociais, dentre
elas o resguardo de sua virgindade, sob pena de serem enterradas vivas se
È apenas uma lente que aumenta os objetos, tomando-os mais percep- a perdessem. Ainda citando outros povos himenólatras, a legislação Judai-
tíveis; mas ao magistrado, é que cabe servir-se dela para verificar se as ca punia com severas penas a mulher que ao casar-se não fosse mais
Imagens apresentadas estão nítidas e inspiram plena confiança. (GOMES, virgem. (VICENTINO, 2002, p.277)
1993, p.262)
A exemplo da controvérsia deste tema, temos ainda, a versão de outro
Com sua grande cultura jurídica e adequados conhecimentos básicos, grande nome da história o professor Piletti (2005)que em seu livro, traz
o juiz está em condições de compreender as respostas dadas pelos peritos correntes contrárias:
e será sempre capaz de avaliar, a firmeza de suas conclusões e o funda-
mento de suas asseverações cientificas. É por esse motivo, que se tem dito Para os Fenícios, que eram misimenistas, estes enviavam a noiva a um
que juiz é o "perito dos peritos". Entretanto, ao juiz não será nunca permiti- escravo para deflorá-la; os Egípcios faziam uma incisão na membrana
do ter caprichos, antipatizar com determinados peritos oficiais e impugnar antes do primeiro coito, entre certas Raças Selvagens o defloramento fica a
sistematicamente os laudos que lhe sejam apresentados logo, a lei não cargo de sacerdotes. Nas Filipinas houve o ofício de deflorador, tão antipa-
permite excessos dessa natureza. tizado quanto depois o de carrasco. Em Berlim a virgindade prezada é a
uterina ou nuliparidade.
O arbítrio judicial, não significa liberdade absoluta e discricionária de
julgar, os magistrados são obrigados a motivar e fundamentar o que deci- Prevalece ainda, o ponto de vista adotado pelo Código Penal no qual, a
dem. Justificar com razões convincentes, os seus pensamentos ao despre- mulher deve casar-se virgem, ou seja, com hímen intacto. O defloramento
zar o "Laudo Técnico". Além disso, lançando aos tribunais superiores a anterior ao casamento e sem conhecimento do outro cônjuge é motivo de
responsabilidade de decidir, em instância mais alta e serena, fazendo anulação de casamento por erro essencial. Daí o fato de o Código Penal
cessar alguns caprichos de instâncias inferiores. Mas antes de estudarmos incriminar a sedução.
casos práticos, faz-se interessante entender alguns conceitos.
Alguns professores de Medicina Legal, entre eles; Carrero e Peixoto
3.1 Da Conjunção Carnal têm criticado o que chamam o absurdo topográfico de colocar a honra da
mulher nas dobras da mucosa vaginal.
A conjunção carnal é a cópula fisiológica, a introdução do membro viril
nacavidade vaginal, pouco importando se tenha sido a introdução completa Uma jovem pode ter íntegra a membrana e ser devassa, ou ter a mem-
ou incompleta; tenha ou não havido ejaculação; tenha ou não havido rotura brana rota e ser digna. Entretanto, isso é a exceção, a preservação da
do hímen.
Medicina Legal 58 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
integridade himenal, via de regra, coincide com a preservação de sentimen- Já a orla himenal, às vezes possui dimensões exíguas, podendo ter
tos morais e da pureza do corpo. (Apud GOMES, 1993, p. 422) apenas milímetros, outras vezes adquire maiores dimensões, podendo até
exteriorizar-se pela vulva. A orla não é sempre contínua, às vezes se inter-
A integridade himenal é um poderosíssimo dique de contenção moral, rompe parcial ou totalmente, constituindo os entalhes e as comissuras. As
quando a membrana se rompe fora do casamento, a observação mostra comissuras são profundas e separam a orla em verdadeiros lábios.
cada dia, que a rotura física é talvez, o primeiro sintoma de uma rotura
moral. Que daí por diante se alarga até os descaminhos sociais, entre As ranhuras ou entalhes que se formam, são freqüentemente superfici-
outros tipos de comportamento diversos dos que se entendem como mo- ais, limitando-se muitas vezes ao bordo livre da orla. É um problema difícil o
rais. diagnóstico diferencial entre um entalhe e uma rotura, e algumas autorida-
des no assunto como os professores Staassman e Hofman, chega a afirmar
A opinião das famílias brasileiras atualmente, para alguns doutrinado- que:
res, felizmente ainda conservam as tradicionais virtudes domésticas dos
seus antepassados, em que pesam seu aparente desfalecimento ético. É um dos mais difíceis, com os quais o médico-legista pode defrontar
Aliás, acentue-se aqui que a virgindade ainda é algo tutelado pela Lei e que como elemento básico para o diagnóstico, e por conta disto, é necessário
ela severamente protege. Não é apenas anatomicamente, mas sim e, que só se considere como roturas aquelas soluções de continuidade que
sobretudo moral. Segundo um saudoso doutrinador: atingem a parede da vagina. (Apud GOMES, 1993, p. 426)
Uma rapariga pode ser ao mesmo tempo virgem e não casta, casta e Visto isto, entende-se que a borda livre da orla apresenta, às vezes, vá-
não virgem, casta e virgem e nem virgem nem casta. A lei protege a que rios filamentos, dando a esses hímens aspecto filamentoso, recebendo os
reúne a virgindade à castidade. Seduzir moça depravada e moralmente mesmos o nome de afibrantados. A consistência da orla himenal é também
corrompida, embora anatomicamente virgem, é crime impossível. Mulher muito variável, existindo hímens com várias consistências, como os que
virgem é a que nunca copulou, a virgindade tem alguns sinais que a insinu- têm consistência carnosa, outros são tendinosos ou cartilaginosos.
am: a dureza dos seios, a aproximação e coaptação dos grandes lábios, o
modo de emissão da urina, a maneira de andar, sinais psicológicos e Nesta linha de raciocínio, ainda pode-se classificar os hímens cartilagi-
morais, etc. (FERRÃO, 1987, Apud GOMES, 1993, p. 426). nosos, tipo pode adquirir consistência tão grande que impede a penetração
do membro viril, exigindo incisão. Outros são tênues, transparentes, for-
Todos estes sinais citados anteriormente, são extremos e quase sem- mando verdadeiras teias de aranha. Alguns são tão elásticos que parecem
prefalibilíssicos, a tal ponto que a Medicina Legal não lhes confere nenhum uma orla de cautchu. Alguns hímens carnosos são reforçados pela coluna
valor, o único sinal valioso no diagnóstico da virgindade é o exame do posterior da vagina, que formam um verdadeiro pilar de sustentação.
hímen, impropriamente chamado membrana himenal, porque hímen em
grego significa membrana. 3.3 Entendimentos Sobre a Classificação Médico-Legal dos Hí-
mens
O hímen possui uma formação anatômica situada na parte anterior da
vagina. Não é privilégio só da espécie humana, em certos animais como A estrutura do ostio himenal e as características da orla são os elemen-
alguns tipos de macacas também o possuem. A membrana pode faltar tos essenciais sobre os quais se baseiam as classificações dos hímens.
inteiramente ou não existir, sendo esta hipótese raríssima e que já foi até Pelo que se pode constatar nesta pesquisa, existem numerosas classifica-
mesmo negada por muitos autores. ções citar-se-á neste contexto, apenas as dos que são considerados maio-
res expoentes da medicina legal que são os professores Hélio Gomes e do
Atualmente a hipótese anterior não pode mais ser contestada, o hímen ilustre Genival França, das quais para Gomes:
das meninas ocupa posição mais profunda, dentro da cavidade vaginal, e
vai se tornando mais exterior e periférico à proporção que a menina vai se Os hímens se dividem em típicos, quando possuem um único orifício e
tornando mulher, até atingir sua sede habitual e natural, que se encontra em atípicos, quando possuem vários ou nenhum orifício. Os típicos com-
atrás dos pequenos lábios. A natureza preparou com isto, a mulher para a preendem os hímens anulares, semialunares e labiados. Os atípicos com-
função reprodutora. preendem os imperfurados, os em ponte, os cordiformes e os crivados.

Ao se fazer uma incisão perpendicular histológica no hímen, observa- Já para o professor, França (2005) ensina-os como:
se que ele é formado por uma mucosa que o reveste, bem como por pe- Comissurados, acomissurados e atípicos, conforme tenham ou não so-
queninos vasos, fibrilas elásticas e até mesmo musculares. Estes vasos lução de continuidade na orla. Os comissurados são; bi, tri, tetra e multila-
têm grande importância, porque a hemorragia que a mulher apresentará biados. Os acomissurados compreendem os imperfurados, os anulares, os
depois do defloramento é condicionada, ao calibre destes vasos que se irão semilunares, os helicóides, os cribriformes e os septados. Os atípicos
romper. Segundo o Professor Del-Campo (2007) quando se estuda o constituem os fenestrados, os de apêndice pendente e os de apêndice
hímen, nota-se que deve ser considerado: saliente.
No orifício que a membrana apresenta, o órbito himenal, é a membrana 3.4 As Classificações Jurídicas dos Hímens
propriamente dita, que ainda constitui a orla himenal. Não sendo é obrigató-
ria a sua existência porque há os chamados hímens imperfurados, em que Para melhor o entendimento dos juristas, os hímens podem ser dividi-
o orifício não se encontra presente. Quando isto ocorre, o sangue das dos em ausentes, imperfurados e perfurados no que consiste:
primeiras regras se acumula dentro da vagina e do útero, formando verda- ¨Os ausentes como já se explicita, são casos tidos como raríssimos
deiras coleções. Que recebem os nomes de hematólpos e hematométrio. nos quais a mulher nasce sem o hímen, alguns estudiosos antigos relata-
No sentido do acima citado, é indispensável que um médico pratique a vam essa hipótese como impossível, idéia já derrubada na atualidade.
abertura da membrana, para que o ciclo menstrual da paciente não se ¨Os imperfurados necessitam ser perfurados antes da primeira mens-
perturbe, as dimensões do óstio não são constantes e variam de mulher truação, mediante adequada incisão. Após sua intervenção deve ser lavra-
para mulher. Aliás, neste particular é preciso que se diga que não existem da uma ata judicial, na qual, se assegura o resguardo da honra da menina
duas mulheres com o mesmo tipo de hímen, pois isto caracteriza até uma de eventuais suspeitas futuras.
forma de identidade, sendo que cada mulher apresenta uma forma himenal
quase que pessoal. ¨Os perfurados ainda se dividem em resistentes, complacentes, não
complacentes e os rompíveis:
O óstio himenal em algumas mulheres é puntiforme, em outras é for-
mado por numerosos orifícios, podendo ser um orifício único cujo calibre 1. Os resistentes precisam também ser incisados, a fim de permitirem a
oscila de milímetros até mais de um ou dois centímetros de diâmetro. Estes conjunção carnal;
orifícios muito largos contribuem para a formação dos chamados hímens
2. Os complacentes toleram a introdução do pênis sem se romperem;
complacentes; nos quais na cópula não se realiza rotura da membrana. A
forma do óstio himenal é a mais variada possível, servindo de base a 3. Os rompíveis são hímens que se rompem por ocasião da primeira
numerosas classificações. cópula;

Medicina Legal 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os imperfurados e resistentes, após a incisão, tornam-se rompíveis. No que diz respeito à extensão, as roturas podem ser completas e in-
Entretanto, se a incisão não for bem feita, podem tornar-se complacentes. completas; no primeiro caso atingem a totalidade da orla e chegam à pare-
Cita ainda o professor: de da vagina. No segundo caso, em que a solução de continuidade é
pequena, limitando-se às proximidades da orla, são necessárias certas
O que a prática médico-legal mostra, porém, é que a maior parte dos cautelas para não confundi-Ia com os entalhes, conforme já acentuamos.
hímens é representada pelos anulares, semilunares e labiados. Não se
exageraria em dizer que correspondem a mais de 95% dos casos. (DEL- 3.5 Variedades de Hímens
CAMPO, 2007 p. 213)
Nos hímens em ponte pode haver seu arrancamento ou conservação.
Hofman e Haberda (1998) uma pesquisa que realizaram, concluíram As roturas podem ser únicas ou múltiplas. Não há regra topográfica ou
que em 1.000 defloramentos a ação defloradora foi exercida pelo pênis em numérica, cada hímen se rompe ao seu modo.
999 vezes. Sobraria, portanto a possibilidade de 1 por 1.000 para outras
causas defloradoras como: Todavia Tardieu (apud. Gomes, 1993 p. 428) observou que os hímens
labiados se rompem nas comissuras, deixando os lábios íntegros, logo
a) o empalamento; depois do defloramento os retalhos do hímen roto têm cor vermelha, san-
gram, apresentando aspecto irregular e tumefeito. O coito deflorador de-
b) a masturbação; termina alguma dor, variável de acordo com o temperamento e perda
c) manobras impudicas; sanguínea, algumas vezes abundante, mas via de regra discreta, podendo
mesmo passar despercebida.
d) causas patológicas;
Depois da rotura os retalhos não se reúnem mais, sendo inteiramente
e) acidentais imaginária a hipótese de sua reconstituição por uma linha cicatricial. Borri,
Tais critérios de pensar de modo quase absoluto, que o membro viril, todavia, admite a possibilidade de himenorrafias capazes de restabelecer a
quando se fala em defloramento, tem grande importância, principalmente continuidade da membrana recentemente rota.
considerando certas crendices populares. Não se diga apenas do povo, Os retalhos logo cicatrizam e se cobrem de mucosa e esta cicatrização
porque já Hofman (1998). é rápida, levando em média 4 dias. Na prática admite-se o prazo de 21
Critico muito as moças de sua pátria, que se diziam defloradas, porque dias, como o máximo necessário para a cicatrização. Com o hábito sexual
tinham dado um passeio a cavalo, subido uma escada muito depressa, e, sobretudo, após o parto os retalhos se retraem reduzem-se a pequenos
dançada muito, que haviam aberto as pernas com certa violência. (Apud tubérculos chamados carúnculas mirtiformes verdadeiros calos do ofício.
GOMES, 1993, p. 426) Na descrição nunca se deve dizer rotura antiga, porque se pode supor
O termo empalamento foi criado pelo imortal jurista Rodrigues (1986), que o defloramento data de muito tempo e o crime já esteja prescrito. As
mestre baiano que publicou um trabalho com este nome, onde se encon- expressões a serem usadas são rotura cicatrizada ou não, o que permite
tram alguns casos que conseguiu reunir durante longos anos para designar: supor que o crime data de um máximo de 15 dias ou não.

A queda do cavaleiro, neste ínterim a amazona sobre certas pontas ou Além do defloramento podem surgir, às vezes, ferimentos das vias ge-
superfícies pontiagudas. Examinando, de per si, causas mais raras capazes nitais. Para isso é preciso, porém, que haja desproporção muito grande
de produzir a rotura da membrana, veremos que o empalamento é de fato, entre os órgãos masculino e feminino. Isto é raríssimo nas mulheres e regra
capaz de realizá-la. Esta é, porém, causa tão rara que se apontam os nas crianças. Tanto assim que podemos dizer, com Thoinot, que abaixo de
casos assim acontecidos. (Apud GOMES, 1993, p. 426) 6 anos o coito é impossível; que nas crianças de 6 a 11 anos a cópula
acarreta rotura do períneo e do fundo de saco vaginal, e nas de 11 a 14
Nessas circunstâncias, o diagnóstico é fácil, porque, além da rotura do anos, as roturas da fúrcula e da fossa navicular.
hímen, existem lesões acentuadas inclusive, lacerações da vulva e mesmo
do períneo, que não se encontram no coito. Junto ao empalamento faz-se Após alguns destes conceitos apresentados, para uma melhor noção e
necessário encontrar a presença de outras violências. entendimento dos crimes sexuais, fazem-se necessárias, práticas diferen-
tes de perícias para cada um dos delitos abordados neste trabalho.
O Dr. Nilton Sales examinou uma menor, em que o hímen tinha sido ro-
to pelo pontapé que um indivíduo calçado de tamanco que lhe aplicara um 3.6 O Estupro e Sua Caracterização Médico-Legal
golpe nas partes genitais. No Instituto Médico-Legal de São Paulo, foi O estupro, já supracitado, por ser um crime que deixa vestígios, consi-
examinada uma menor de dois anos com hímen roto por um cachorrinho. dera-se indispensável à realização do exame pericial para sua devida
Quanto à masturbação, não se conhece caso de mulher que ao se mastur- comprovação. Há vários pontos a esclarecer na perícia do estupro. Em
bar, tenha rompido a membrana. primeiro lugar, o estado mental do agressor a fim de medir sua capacidade
Observações minuciosas, realizadas inclusive em hospícios de mulhe- de entendimento ao fato delituoso e, também, averiguar suas possibilidades
res, em que certas pacientes atritam a genitália com verdadeiro furor, não físicas de constranger e manobrar a vítima aos seus instintos sexuais.
permitiram apurar nenhum caso, o que vem mostrar que se trata apenas de A cópula vagínica deve ser comprovada, em se tratando de mulher vir-
suposição teórica. Manobras impudicas com o quirodáctilo, pênis artificiais gem, utilizam-se os mesmos meios de diagnóstico para um delito homólo-
e outros objetos, podem sim de fato, causar o defloramento. Desta forma é go, o crime sedução. Nos casos de mulher de vida sexual pregressa, a
preciso esclarecer aqueles casos em que médicos inexperientes, introduzi- perícia encontrará maiores dificuldades, a presença de esperma na cavida-
ram o quirodáctilo ou o espéculo na vagina de pacientes virgens, praticando de vaginal ou a dosagem alta da fosfatase ácida e da glicoproteína P30 na
desta forma, ingenuamente o seu defloramento. secreção vaginal, falam em favor da conjunção carnal.
Tal caso supra citado, apareceu no Instituto Médico-Legal de São Pau- Há também de se procurarem as provas de violência ou de luta,o que é
lo, em que compareceu ao exame e se registrou tal conduta atípica. Ainda presença certa nestes tipos de delito, apresentadas pela vítima, nas mais
podem haver causas patológicas, que podem acarretar a destruição ou a diversas regiões do corpo: equimoses e escoriações, mais evidenciadas
rotura himenal e entre elas é preciso considerar os casos de ulceração, nas faces internas das coxas, nos seios, nos braços, na face, ao redor do
gangrena, prolapsos uterinos, etc. nariz e da boca - como tentativa de fazer calarem os gritos da vítima. E
O prof. Afrânio Peixoto cita no seu livro um caso de rotura de membra- finalmente, escoriações na face anterior do pescoço, quando existe a
na por prolapso uterino, que se exteriorizou com violência. Nem sempre é tentativa de esganadura ou como forma de amedrontá-Ia.
assim, e o prof. Nuno Lisboa escreveu sobre um caso de prolapso uterino Para pesquisa de esperma, faz-se entrar em contato com o reagente
em hímen complacente, em que a membrana se conservou íntegra. Vistas de Florence o material coletado da cavidade vaginal e/ou do colo uterino e
as causas que podem condicionar o defloramento, estudaremos a rotura diz-se positiva a reação em que surge no campo microscópico, inúmeros
membranal em si mesma. cristais castanho-avermelhados de formato rômbico. O reativo de Florence
constitui-se de iodo metalóide, iodeto de potássio e água destilada.

Medicina Legal 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Outro método muito aplicado é o Barbério, que utiliza como reagente ou psíquica recebida pela vítima. A determinação da cópula anal e a cons-
uma solução saturada de ácido pícrico em glicerina, e que, quando a rea- tatação da presença de esperma são os elementos mais concludentes
ção é positiva, surpreende cristais em forma de agulhas ou alpistes, cora- nesse tipo de delito de atentado violento ao pudor.
dos de amarelo, isolados ou em grupos. A reação de Baecchi é feita depois
da reação de Florence, após 20 a 30 minutos, quando começam a surgir, Tratando-se de crime, em certas ocasiões, capaz de deixar vestígios, o
da periferia para o centro da lâmina, outros microcristais arredondados e de exame de corpo de delito é imprescindível e irrenunciável, devendo ser feito
tonalidade mais carregada que os de Florence. o mais recente e breve possível após a interlocução da vítima junto à
autoridade policial, não sendo ele suprindo, nem mesmo a confissão do
Atualmente, tem sido empregada a dosagem da fosfatase ácida e da acusado.
glicoproteína P30, que se mostra em altos níveis no esperma, mesmo nos
vasectomizados. No entanto, o diagnóstico de maior certeza é, sem dúvida, Nesse particular, é muito importante fazer a distinção entre os sinais tí-
a presença do elemento figurado do esperma - o espermatozóide. picos de uma cópula anal violenta e atual e as características da pederastia
passiva e habitual. É claro que nos interessa muito mais aqueles primeiros,
Outro método de pesquisa de sêmen é através da observação do líqui- visto tratar-se de perícia não muito rara e que diz respeito ao atentado
do coletado com a lâmpada de Wood, que emite luz ultra-violeta filtrada, e violento ao pudor, notadamente na espécie coito anal.
libera apenas radiações entre 330 e 400nm, sensibilizando certas substân-
cias que emitem fluorescência, entre elas o sêmen, que pode ser detectado A posição ideal do exame é de "prece maometana", em que nos casos
até 72 horas após a agressão. normais, o ânus apresenta-se fechado e em forma de fenda ântero-
posterior, em cujo derredor observa-se certo número de pregas conhecidas
3.6.1 Uma análise sobre a perícia de defloramento no estupro como "pregas radiadas" e uma pele fina, rosada, lisa e sem implantação de
pêlos que forma a chamada "margem do ânus".
Para realizar-se um exame de defloramento, deve colocar-se a pacien-
te deitada em posição ginecológica, em lugar bem iluminado. Faz-se com o Nos casos de coito anal violento, podem-se notar hemorragias por rotu-
polegar e o indicador de cada mão, uma pinça que apreende, também de ras das paredes anorretais e perineais, congestão e edema das regiões
cada lado os grandes e pequenos lábios, tracionando-os em direção ao circunvizinhas, infecções secundárias, presença de esperma, dilatação
perito, e não para os lados. brusca do ânus, orifício doloroso ao toque retal, hemorragia e equimoses
da margem do ânus, rotura triangular da margem do ânus e vértice no
A orla deverá ser examinada em todo detalhe no que diz respeito à períneo ao nível da união dos quadrantes inferiores, rotura de algumas
forma, espessura, consistência, inserção, entalhes, roturas, tamanho do pregas anais, rotura retoperineal nos casos de maior violência.
óstio, etc. As roturas devem ser minuciosamente descritas: sua localização;
se completas ou incompletas; se cicatrizadas ou não; seu número, etc. Principalmente em crianças de pouca idade presença de "paralisia an-
Para localizarem-se as roturas, usam-se geralmente, dois processos. tálgica da dor" ou sinal da "dilatação anal reflexa", quando se observa o
canal anal aberto nas primeiras 2 ou 4 horas da agressão e traumatismo da
No primeiro, figura-se a adaptação à vulva de um mostrador de relógio. face interna dos genitais na proximidade do orifício anal.
Olha-se a rotura e nota-se a que horas corresponde neste relógio hipotéti-
co, uma rotura às 6 horas, significa uma rotura embaixo, próximo à fúrcula. Em alguns casos relativos ao atentado, podem também ser observados
O segundo processo consiste em admitir a vulva dividida em quadrantes: sinais de traumatismos na nuca, no pescoço, no dorso e na face posterior
dois anteriores, dois posteriores, dos quais respectivamente; são dois das pernas e das coxas da vítima. O achado mais importante para o diag-
direitos e dois esquerdos. Estes quadrantes podem ainda ser divididos em nóstico do coito anal é a presença de líquido espermático no canal retal.
terços. Por este processo é fácil compreender onde se encontra uma rotura
localizada no terço superior do quadrante anterior esquerdo. Nos casos de coito oral, as dificuldades periciais são maiores em face
da necessidade de o exame ser realizado mais precocemente possível. As
O exame com luz ultravioleta é muito útil para precisar o diagnóstico lesões nesta forma de atentado são raras, tanto nos lábios como na cavi-
em certos casos, principalmente a distinção entre entalhe congênito e dade bucal. O diagnóstico é feito através de provas biológicas que identifi-
rotura. Além dos elementos já referidos, caracterizam o entalhe a delicade- quem o sêmen na boca, as possíveis manifestações tardias de doenças
za e a tenuidade das bordas e o fato de poderem possuir posição simétrica, sexualmente transmissíveis na mucosa lábio-bucal e, mais raramente,
o que raramente acontece com as roturas. lesões encontradas nos genitais externos do agressor.
No exame a que procede na paciente, o perito deverá aproveitar a o- No exame pericial realizado em casos suspeitos de atentado violento
portunidade e colher material para confeccionar lâminas, etc, caso se ao pudor, levando-se em conta as especificidades de cada caso, recomen-
tornem necessários estes exames subsidiários, para afirmar-se não só a da-se certos protocolos, segundo o professor França (2001)
presença de esperma, como a contaminação venérea.
Na vítima: exame clínico completo; exploração cuidadosa da estrutura
Não é raro apresentarem-se as examinadas menstruadas, por ocasião genital ou retal; coleta de amostras de sangue, saliva, secreções ou fluidos
da perícia, é melhor fazê-las voltar, após o término das regras, embora o do vestíbulo, fúrcula ou ânus; coleta de amostras de manchas encontradas
exame possa ser feito com cuidados especiais, em caso de urgência. A pelo corpo; exame da roupa da vítima e da cama ou do local dos fatos.
presença de sangue na vagina mascara o aspecto das roturas principal-
mente quando o defloramento é recente, e elas já sangram por si mesmas. No autor: exame clínico completo; exame minucioso dos dedos e das
No laudo deve constar ainda exame minucioso da genitália, devendo ser unhas; coleta de amostras de sangue, saliva ou urina nas bordas livres das
mencionados os aspectos, como a cor, o tamanho, a forma do pênis, gran- unhas, da superfície do pênis, do prepúcio, dos pêlos pubianos e das
des e pequenos lábios, fúrcula, mucosa vulvar, etc. manchas existentes no corpo; além do exame cuidadoso dos genitais
externos do suposto agressor e das vestes dele.
3.7 O Atentado Violento ao Pudor e Sua Caracterização Médico-
Legal Estes exames no suposto culpado, como já foi dito anteriormente, de-
verá ser feito nas primeiras 24 horas, com a finalidade de encontrar sinais
No atentado violento ao pudor e em sua forma tentada, a maioria dos de coito recente, como: presença na área genital de células vaginais
doutrinadores seguem a risca a linha que condiz que a perícia deve envol- (quando a vítima é mulher) pela técnica citológica de Papanicolaou, de
ver os dois elementos formadores do crime: o subjetivo e o objetivo. sangue de características genéticas iguais às da vítima, de material fecal
na glande ou sulco bálano-prepucial, de presença de sêmen pela expres-
No elemento subjetivo, o mesmo deve evidenciar no autor, sua capaci- são do pênis e, quando o coito foi realizado com violência, pode-se flagrar
dade de responder penalmente pela infração, no que se refere à idade e à edema inflamatório do pênis, roturas recentes do freio da glande, feridas e
capacidade intelectiva. Outras vezes, pode o perito evidenciar, pelo exame escoriações dos genitais externos.
do autor, determinadas doenças venéreas contraídas pela vítima, o que
não deixa de ser uma presunção valiosa, assim como lesões e edemas da CONSIDERAÇÕES FINAIS
glande, do freio e do prepúcio em face do coito violento.
Em se tratando dos crimes sexuais, tema o qual foi exposto e disseca-
Em outros elementos, os objetivos, o crime irá consignar a forma de ato do neste presente estudo, a Perícia deve ser tida como premissa básica,
libidinoso, pelos vestígios deixados pelo ato sexual e pela agressão física para que se materializem e sejam provados tais delitos, logo, é o resultado
Medicina Legal 61 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
das mesmas, que serve de prova, para denotar a existência de vestígios A pena para o crime de autoaborto prevê pena de detenção de um a
deixados pelo agressor na vítima. Por isto, entende-se que sua verificação três anos de acordo com (CP, art.124,1ª, parte) e o infanticídio é apenado
e análise são extremamente relevantes. com detenção, de dois a seis anos, (CP, art.123).
O Exame de Corpo de Delito, muito conhecido e citado em algumas o- PROVA SIMULADA I
bras de Direito Penal e de Medicina Legal, é exatamente a constatação
Questões Medicina Legal - CESPE
médica, de que houve uma intervenção incomum na estrutura intra ou
extracorpórea do indivíduo, e que através do chamado Laudo Pericial, dá
como verídico os fatos narrados pela vítima, interpondo no mesmo, infor- 1 - Q83589 ( Prova: CESPE - 2011 - PC-ES - Delegado de Polícia - Especí-
mações médicas que comprovem o que está sendo alegado, sendo por isto ficos / Medicina Legal / Características das lesões; )
denominado de o instrumento de conclusão pericial. Considerando que um senhor com 65 anos de idade tenha-se
submetido a um exame ambulatorial no instituto médico legal após
Por conta desta importância, primou-se pela denotação e interposição ter sofrido, trinta dias antes, um acidente automobilístico de que
através das noções médico-jurídicas, a cerca da Perícia Legal, a qual sem resultou fratura de membro inferior, julgue os itens que se seguem.
a mesma, se faz impossível enquadrar e classificar os crimes de Estupro e
Atentado Violento ao Pudor, por conta da intimidade e do entendido receio, Estando o paciente incapacitado para exercício de suas atividades habitu-
causado por este tipo de agressão, mostrando que só através dela e de ais por tempo superior a trinta dias, sempre é possível descartar que a
seus recursos, faz-se irrefutáveis provas, que servem de base ao julgamen- natureza da lesão seja leve.
to dos magistrados.
Após estes conceitos vislumbrou-se a necessidade da Perícia nos ca- • ( ) Certo ( ) Errado
sos aqui citados, atentando-se ainda para a manifestação dos delitos em 2 - Q83588 ( Prova: CESPE - 2011 - PC-ES - Delegado de Polícia - Especí-
razão da mesma,o que comprovou a necessidade deste estudo bem mais ficos / Medicina Legal / Documentos Médicos-Legais; )
aprofundado, explicitando as razões pelas quais se interpelou e se demons- Após o exame desse idoso, o delegado deve determinar ao legista que
trou tanto interesse pelo relevante tema. apresente relatório conclusivo, caso o laudo esteja inconcluso.
Apontar os motivos e a importância da Perícia Legal para o Direito de • ( ) Certo ( ) Errado
forma conjunta, foi um desafio e ao mesmo tempo uma prioridade, visto 3 - Q83587 ( Prova: CESPE - 2011 - PC-ES - Delegado de Polícia - Especí-
que, a utilização dela, mesmo já estando consolidada no ordenamento, ficos / Medicina Legal / Tipos de Lesão; )
ainda deve ser analisada, com o intuito de que sejam assim garantidos e Julgue os itens a seguir, acerca de documentos médico-legais,
vislumbrados pelos juristas, novos olhares sobre este tema. perícia e peritos, e da interpretação de laudos periciais
http://www.webartigos.com/artigos/a-pericia-na-materializacao-dos-crimes- médico-legais.
sexuais/6265/
Infanticídio e autoaborto A expressão instrumento perfurocontundente geralmente refere-se a projétil
de arma de fogo.
Livia Barbosa Silva • ( ) Certo ( ) Errado
Infanticídio se caracteriza pela conduta, matar, sob a influência do Es- 4 - Q83586 ( Prova: CESPE - 2011 - PC-ES - Delegado de Polícia - Especí-
tado puerperal o próprio filho, durante o parto ou logo após, o autoaborto se ficos / Medicina Legal / Documentos Médicos-Legais; )
caracteriza por a gestante provocar em si mesma, por intermédio de meios Em caso de incêndio em edificações, o agente causador que sempre expli-
executivos químicos, físicos ou mecânicos, a interrupção da gravidez ca a morte de pessoas é o físico, o calor, provocando, nos cadáveres,
causando a morte do feto, a gestante também pode consentir a um terceiro sempre, queimaduras graves - de segundo e terceiro grau.
que lhe provoque o aborto, e este particípe, se no aborto vier a ocorrer • ( ) Certo ( ) Errado
morte ou lesão corporal de natureza grave, além de responder pelo delito
pratica homicídio culposo ou lesão corporal de natureza culposa. 5 - Q83585 ( Prova: CESPE - 2011 - PC-ES - Delegado de Polícia - Especí-
ficos / Medicina Legal / Documentos Médicos-Legais; )
A diferença entre o infanticídio e o aborto é que no infanticídio para se Compete ao perito médico-legista, por meio do laudo pericial, estabelecer a
caracterizar o fato tem que ser durante ou logo após o parto, portanto, a autoria e a materialidade de fato delituoso cujo corpo de delito seja corpo
conduta é executada pela mãe durante este lapso de tempo, já o autoabor- de pessoa.
to se caracteriza quando o fato é praticado antes do inicio do parto, e para • ( ) Certo ( ) Errado
se distinguir tem que saber precisamente quando tem inicio o parto uma
6 - Q81207 ( Prova: CESPE - 2009 - PC-RN - Delegado de Polícia / Medici-
vez que este momento caracteriza um ou outro crime de acordo com a
na Legal / Documentos Médicos-Legais; )
ocasião da prática delituosa. O parto se inicia com a dilatação, em que se
Acerca da elaboração do relatório médico-legal, documento que constitui a
apresentam as circunstâncias caracterizadoras das dores e da dilatação do
descrição minuciosa de uma perícia, assinale a opção correta.
colo do útero, após vem à fase de expulsão, em que o nascente é impelido
para a parte externa do útero, e por último há a expulsão da placenta com a • a) O laudo é um documento feito por peritos aos quais são permitidos
expulsão desta está terminado o parto e em qualquer destas fases do parto consultas ou outros recursos.
constitui o delito de infanticídio. • b) O auto é um procedimento em que o perito dita para o escrivão as
suas conclusões.
O infanticídio tem três critérios de conceituação; o psicológico que é
quando a mãe comete o crime a fim de ocultar sua desonra própria, o • c) Na justiça penal, o laudo deverá ser concluído em 10 dias prorro-
fisiopsicológico que é levado em conta à influência do estado puerperal, gáveis.
onde em decorrência de circunstância do parto causam por causa da • d) Em se tratando de casos urgentes, o prazo para conclusão do
emoção um choque físico na mulher de que pode sofrer perturbação de sua laudo será de cinco dias.
saúde mental, e o conceito misto que de acordo com Hungria leva-se em
consideração, a influência do estado puerperal e o motivo da honra. • e) O laudo deve ser assinado por dois peritos.

As objetividades jurídicas destes crimes se distinguem pelo fato de que


ATENÇÃO: Esta questão foi anulada pela banca que organizou o concur-
o infanticídio tem como o objeto jurídico o direito à vida que estima proteger
so.")
tanto neonato como o do nascente, e o autoaborto só há uma tutela penal
que é o direito a vida cujo titular é o feto.
7 - Q81206 ( Prova: CESPE - 2009 - PC-RN - Delegado de Polícia / Medici-
O infanticídio é delito próprio, de dano, material, instantâneo, comissivo na Legal / Perícia; )
ou omissivo impróprio, principal de forma livre e plurissubsistente e o auto- Em relação à perícia médico-legal, podem ocorrer várias circunstâncias no
aborto é crime material uma vez que descrevem a conduta de provocar e o decorrer do processo. Acerca dessas circunstâncias, assinale a op-
resultado que é a morte do feto, exigindo a sua produção. ção incorreta.

Medicina Legal 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• a) O perito que confessar ter agido de má-fé antes da conclusão do horizontalizado, uniforme, contínuo, por baixo da cartilagem tireóide.
processo não será punido por isso. Podemos determinar a morte por
A) estrangulamento.
• b) Tendo o perito confessado ter agido de má-fé, sua conduta será B) enforcamento.
considerada dolosa e, portanto, ele será punido. C) esganadura.
• c) A perícia é considerada falsa quando distorce a verdade. D) sufocação direta.
• d) A simples diferença de diagnósticos entre laudos médicos não
02) A manifestação de um fenômeno transformativo destrutivo pode se
permite concluir pela falsidade da perícia.
verificar pela
• e) A falsa perícia é considerada crime em qualquer juízo. A) coagulação sanguínea.
B) mancha hipóstase.
C) circulação póstuma de Brouardel.
8 - Q47058 ( Prova: CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia / Medici- D) Lei de Nysten.
na Legal / Perícia; )
Considerando que um delegado receba laudo necroscópico que aponte 03) Criminoso portador de personalidade patológica, caracterizada por
como causa de morte asfixia, relativo a boletim de ocorrência policial que pobreza nas reações afetivas, conduta anti-social inadequadamente
informe tratar-se de vítima de choque elétrico, assinale a opção correta. motivada, carência de valor, ausência de delírios, falta de remorso e
• a) O delegado deve solicitar nova perícia. senso moral, incapacidade de controlar os impulsos e aprender pela
experiência e punição, denomina-se
• b) O delegado deve formular quesitos suplementares, pois, certamen- A) delinqüente essencial.
te, as situações são incompatíveis. B) psicopata.
• c) Houve contração tetânica dos músculos torácicos da vítima. C) delinqüente psicótico
D) neurótico.
• d) O laudo pericial deve ser desconsiderado.
• e) O delegado deve averiguar o motivo de contradição entre o laudo 04) Com uma lavagem enérgica de ferimento por projétil de arma de fogo,
pericial e o boletim de ocorrência. com água e sabão,
A) pode-se remover a zona de esfumaçamento. mas não a de
tatuagem.
9 - Q47056 ( Prova: CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia / Medici-
B) pode-se remover a zona de tatuagem, mas não a de
na Legal / Tipos de Lesão; TANATOLOGIA; )
esfumaçamento.
Um médico legista, ao chegar à sala de necropsia, deparou-se com três
C) podem-se remover as zonas de esfumaçamento o de tatuagem.
cadáveres cuja causa da morte foi asfixia. O primeiro apresentava elemen-
D) não se pode remover a zona de esfumaçamento, nem a de
tos sinaléticos que constavam de sulco único, com profundidade variável e
tatuagem.
direção oblíqua ao eixo do pescoço; no segundo, os sulcos eram duplos, de
profundidade constante e transversais ao eixo do pescoço; no terceiro, em
05) Drogas psicoativas que suprimem as sensações de fome, sede,
vez de sulcos, havia equimoses e escoriações nos dois lados do pescoço.
cansaço e sono são:
A) psicolépticas.
Na situação acima descrita, os tipos de morte mais prováveis são, respecti-
B) psicoanalépticas.
vamente,
C) psicodislépticas.
• a) enforcamento, estrangulamento e esganadura. D) neurolépticas.
• b) esganadura, enforcamento e estrangulamento.
06) A pele anserina, observada com freqüência em cadáveres de
• c) estrangulamento, esganadura e enforcamento.
afogados, é caracterizada por
• d) esganadura, estrangulamento e enforcamento. A) enrugamento da pele.
• e) enforcamento, esganadura e estrangulamento. B) descolamento da epiderme.
C) maceração da pele.
D) ereção de pêlos.
10 - Q47055 ( Prova: CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia / Medi-
cina Legal / Tipos de Lesão; )
Considerando que o laudo de exame de corpo de delito descreva ferida 07) Em Antropologia Forense, através do exame do fêmur de um
com bordas regulares e cauda de escoriação medindo 5 cm na região esqueleto, pode-se
escapular esquerda, assinale a opção correta. A) somente avaliar a estatura do indivíduo.
• a) A lesão descrita foi produzida por instrumento perfurocontundente. B) avaliar a estatura e determinar o sexo do indivíduo.
• b) A lesão em apreço pode ter sido causada por instrumento com C) somente determinar o sexo do indivíduo.
duplo gume. D) avaliar a estatura e determinar a raça do indivíduo.

• c) De acordo com a descrição, trata-se de lesão causada por arma 08) Considerando-se a pena cominada em abstrato, pode-se afirmar que
disparada a curta distância. é mais grave a lesão corporal da qual resulta
• d) Na situação considerada, o instrumento causador da lesão possui, A) perda de um braço, mantendo-se o outro íntegro.
necessariamente, menos que 5 cm de largura. B) perda de um rim, mantendo-se o outro normal.
C) estado de choque por hemorragia intensa.
• e) No caso em questão, é correto concluir que se trata de lesão corpo- D) interrupção da gravidez por antecipação do parto.
ral de natureza leve.
GABARITOS: 09) A constatação de rotura himenal recente é fundamental para a
1 - C 2 - E 3 - C 4 - E 5 - E 6 - X 7 - B 8 - C 9 - A 10 - B tipificação do delito de:
A) estupro contra menor de catorze anos.
B) estupros em geral.
PROVA SIMULADA II C) sedução.
D) corrupção de menores.
01) Ao examinarmos o cadáver de uma jovem verificamos: face
edemaciada e cianótica, língua escura projetada além das arcadas
dentárias, pequenas equimoses na face e pescoço, sulco

Medicina Legal 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
10) Alucinações visuais e tácteis, constituídas basicamente da percepção
de grande quantidade de animais minúsculos em movimento, são 19) Noticiou-se, há tempos, que certo lutador de boxe, durante uma
características contenda, mutilou uma orelha do adversário com uma dentada. Ao
A) do delírium tremens do alcoolismo crônico. exame, um médico legista reconheceria, no órgão ofendido, uma
B) da alucinose alcoólica. ferida
C) da intoxicação pela amida do ácido lisérgico. A) incisa.
D) da intoxicação pelo haxixe. B) corto-contusa.
C) cortante.
11) Em acidentes por choque elétrico, a vitima pode morrer por asfixia, D) pérfuro-cortante.
devido à contração tetânica dos músculos torácicos, que realizam os
movimentos respiratórios. A asfixia, no caso, é provocada por: 20) Certas pessoas sofrem de um desvio de conduta sexual que as pode
A) confinamento. levar a furtar compulsivamente e a colecionar peças do vestuário
B) constrição das vias aéreas. íntimo, como calcinhas femininas, "soutiens", cuecas etc) Tal desvio
C) sufocação direta. recebe o nome de
D) sufocação indireta. A) "voyeurismo".
B) mixoscopia.
12) Uma ferida de comprimento maior do que a profundidade, com bordas C) fetichismo.
lineares regulares e superfícies internas lisas, foi produzida, com D) uranismo.
maior probabilidade, por instrumento
A) perfurocortante. 21) Substância extraída de determinada espécie vegetal, ao ser ingerida,
B) corto-contundente. proporciona visões de divindades, espíritos benéficos e maléficos, em
C) cortante. rituais místicos. Tal substância pode ser considerada
D) incisivo. A) psicomimética.
B) psicoléptica.
13) O cadáver aumenta consideravelmente de volume, exala um cheiro C) psicoanaléptica.
repugnante e intenso, sua língua se exterioriza e o feto morto, até D) psicodisléptica.
então encerrado dentro do útero, é eliminado através da vagina. Tais
fenômenos associados ocorrem, em relação às fases da putrefação, 22) Dentre as diversas provas para a identificação de pessoas ou
na cadáveres, não é de caráter genético a
A) primeira. A) tipagem de sangue.
B) segunda. B) pesquisa de marcadores do DNA.
C) terceira. C) pesquisa de antígenos do sistema HLA.
D) quarta. D) pesquisa de impressões digitais.

14) Os sulcos cervicais típicos de enforcamento e de estrangulamento 23) A pesquisa de espermatozóides em secreção retirada do interior da
são, respectivamente, vagina, para a comprovação de conjunção carnal, deve ser feita,
A) horizontal descontínuo e oblíquo contínuo. habitualmente, através de
B) oblíquo contínuo e horizontal descontínuo. A) exame ao microscópio.
C) horizontal contínuo e oblíquo descontínuo. B) dosagem de fosfatase ácida.
D) oblíquo descontínuo e horizontal contínuo. C) análise de DNA.
D) Observação de cristais de Teichmann.
15) A necropsia médico-legal, conforme preceitua o Código de Processo
Penal, pode ser realizada, do momento da constatação do óbito da 24) Por não ser sinal decorrente de afogamento verdadeiro, pode ser
vítima encontrado(a) em cadáver de afogado branco” (morte inibitória):
A) a qualquer hora, pois já se constatou a morte. A) a cianose.
B) apenas 2 horas após, quando aparecem os últimos fenômenos B) a maceração da pele.
abióticos imediatos. C) o sinal de Paltauf.
C) apenas 6 horas após, quando fenômenos abióticos consecutivos D) a escuma das vias aéreas.
estão bem evidentes.
D) apenas 12 horas após, quando o início da putrefação já é 25) Ao exame do cadáver, o médico legista constatou, entre outros sinais,
evidente. fratura do osso hióide. A sua primeira e mais forte hipótese é de que a
vitima sofreu:
16) A câmara de mina de Hoffmann A) queda acidental.
A) já pode ser notada ao exame externo do cadáver. B) massagem cardíaca externa
B) só pode ser observada ao exame de ossos do crânio. C) asfixia.
C) só pode ser observada ao exame interno do cadáver. D) fratura espontânea por osteoporose senil.
D) só pode ser observada ao exame por raio X.
26) Escoriação, equimose, edema e hematoma são sinais muito
17) Pode-se admitir que a ré, ao matar o próprio filho, estava inteiramente freqüentes em ferimentos contusos. Destes, não são produzidos por
privada da capacidade de entender o caráter criminoso de seu ato, se rotura de vasos sangüíneos e conseqüente hemorragia:
na ocasião ela A) escoriação e equimose.
A) era portadora de personalidade psicopática. B) equimose e edema.
B) estava sob estado puerperal. C) edema e hematona.
C) sofria de esquizofrenia. D) escoriação e edema.
D) sofria de neurose compulsiva.
27) Moderadores farmacológicos de apetite, que abolem a sensação de
18) No sistema de Vucetich para a classificação de impressões digitais, os fome, são, na maior parte dos casos:
algarismos 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente, às figuras de A) drogas psicolépticas.
A) arco, verticilo, presilha interna e presilha externa. B) drogas psicoanalépticas.
B) arco, presilha interna, presilha externa e verticilo. C) drogas psicodislépticas.
C) verticilo, presilha interna, presilha externa e arco. D) hormônios de emagrecimento.
D) verticilo, arco, presilha interna e presilha externa.

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28) A cianose, sinal importantíssimo para caracterização de asfixia, é
causada por: 39) As drogas psicodislépticas
A) concentração anormalmente elevada de gás carbônico no A) estimulam o sistema nervoso central.
sangue. B) inibem o sistema nervoso central.
B) ausência de oxigênio no sangue. C) estimulam e inibem o sistema nervoso central.
C) interrupção da circulação sanguínea na cabeça. D) nem estimulam, nem inibem o sistema nervoso central.
D) acúmulo de monóxido de carbono no sangue.
40) O sulco da corda, no enforcamento
29) Um individuo morreu por asfixia ao ser deixado de pé dentro de uma A) é descontínuo,
cova vertical, cheia de areia, embora sua cabeça permanecesse B) é contínuo.
completamente exposta ao ar.Pode-se dizer que ocorreu: C) não é diferenciável.
A) um soterramento. D) é perpendicular ao eixo do pescoço.
B) um confinamento.
C) uma sufocação indireta. 41) Um cadáver enterrado em solo quente, seco, e arejado tem grande
D) uma sufocação direta. probabilidade de transformar-se em
A) cadáver adiposérico.
30) Ferimento inciso profundo na região interior do pescoço da vítima B) cadáver gelatinoso.
caracteriza: C) cadáver mumificado.
A) esgorja. D) cadáver saponificado.
B) degola.
C) decapitação. 01-A 02-C 03-B 04-A 05-B 06-D 07-B 08-A 09-C 10-A 11-D 12-C 13-B 14-
D) decepamento. D 15-C 16-A 17-C 18-B 19-B 20-C 21-D 22-D 23-A 24-B 25-C 26-D
27-B 28-A 29-C 30-A 31-B 32-B 33-B 34-C 35-A 36-D 37-B 38-C 39-D 40-
31) O espectro equimótico deve ser levado em consideração, pelo perito, A 41-C
na avaliação da:
A) extensão da equimose.
B) idade da equimose.
C) profundidade da equimose.
PROVA SIMULADA III
D) gravidade da equimose. 1. (DELEGADO DE POLÍCIA/MA_FCC_2006) Em face da Medicina Legal
é correto afirmar que
32) Indivíduos eletrocutados, com certa freqüência, sofrem asfixia por: (A) são elementos para se classificar uma lesão corporal como de natureza
A) sufocação direta. gravíssima, a constatação pericial de: Incapacidade permanente para o
B) sufocação indireta. trabalho; Perda de membro, sentido ou função; Enfermidade incurável;
C) inativação do tronco encefálico (bulbo). Deformidade permanente; Aborto.
D) fibrilação cardíaca. (B) são elementos para se classificar uma lesão corporal como de natureza
grave, a constatação pericial de: Incapacidade para o trabalho por mais de
33) O estado puerperal, circunstância elementar do crime de infanticídio: trinta dias; Perigo de Vida; Debilidade temporária de membro, sentido ou
A) costuma perdurar cerca de 40 dias. função; Aceleração do Parto.
B) geralmente não é constatado através de perícia. (C) de acordo com a Doutrina Médico-Legal brasileira, as Lesões Corporais
C) é um surto de psicose puerperal. são classificadas, quanto aos seus graus, em Levíssima, Leve, Grave,
D) suprime inteiramente por algum tempo, a capacidade de Gravíssima e Lesão Corporal Seguida de Morte.
entendimento da mãe. (D) o dano estético é classificado, de acordo com a Doutrina Médico-Legal
brasileira, em leve, grave e gravíssima.
34) No que tange aos laudos e atestados médicos, podemos afirmar que (E) o aborto pode ser enquadrado como lesão corporal de natureza grave
A) são equivalentes. ou como de natureza gravíssima, na dependência de ter ou não havido
B) tratam das mesmas questões. concordância da vítima na sua perpetração.
C) cada um deles trata de questões específicas. GABARITO: A
D) o laudo tem valor jurídico maior que o atestado.
2. (DELEGADO DE POLÍCIA/MA_FCC_2006) Em face da Medicina Legal
35) Os ferimentos punctários podem ser deformados graças à é correto afirmar que
A) Leis de Filhos e Langer. (A) a morte por estrangulamento nunca decorre de suicídio, pois para sua
B) tração tendínosa. execução sempre concorre uma força externa.
C) espessura local da pele. (B)) o enforcamento mediante suspensão incompleta do corpo, ou seja,
D) estruturação local da pele. com parte do corpo apoiada em uma superfície, é compatível com suicídio.
(C) o achado necroscópico de dois projéteis de arma de fogo no interior do
36) O “espectro equimõtico” tem a seguinte seqüência crânio e de um só ferimento pérfuro-contuso de entrada de projétil de arma
A) vermelho, violáceo, esverdeada, azulado. de fogo, no crânio, sem outras lesões nas demais regiões corpóreas, exclui
B) vermelho, azulado, esverdeada, violáceo. a possibilidade de suicídio.
C) violáceo, amarelado, esverdeada, azulado. (D) ferimentos pérfuro-contusos de entrada de projéteis de arma de fogo,
D) vermelho, azulado, esverdeada, amarelado. nos membros superiores, devem sempre ser considerados lesões de defe-
sa.
37) As flictenas caracterizam-se como queimaduras de (E) a trajetória de projéteis de arma de fogo, no interior do corpo, de cima
A) 1º grau. para baixo e de trás para frente, ésempre indicativa de “execução sumária”.
B) 2º grau. GABARITO: B
C) 3º grau.
D) 4º grau. 3. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital
001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Quanto tempo as córneas
38) As lesões denominadas “pé de trincheira” são produzidas por permanecem vitais e não opacificadas, após o óbito, permitindo o
A) calor. transplante das mesmas:
B) desnutrição. a) Até 1 hora após o óbito.
C) frio. b) Até 6 horas após o óbito.
D) falta de higiene. c) Até 12 horas após o óbito.

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d) Até 2 horas após o óbito.
GABARITO: B 8. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) Entre os documentos médicos
abaixo, assinale aquele que não apresenta entre suas etapas o exame
4. (MÉDICO LEGISTA/MA_FCC_2006) Quanto às lesões corporais é médico:
correto afirmar que: a) Laudo médico-legal
(A) são classificadas pelo Código Penal em Lesão Corporal Leve, Grave e b) Atestado médico
Gravíssima. c) Parecer médico-legal
(B) um ferimento pérfuro-cortante, penetrante no tórax, que causou profuso d) Atestado de óbito
hemotórax, havendo necessidade de urgente transfusão sanguínea e e) Auto médico-legal
pronta toracotomia, é classificado, de acordo com a doutrina Médico-Legal GABARITO: C
brasileira, como Lesão Corporal de Natureza Grave.
(C) se resultam em Debilidade Permanente de Membro são classificadas, 9. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) Entre as alternativas abaixo, assina-
de acordo com a Doutrina Médico- Legal brasileira, como Gravíssimas. le a correta:
(D) a incontinência urinária permanente, de acordo com a Doutrina Médico- a) A perícia médico legal, de acordo com o Código de Processo Penal,
Legal brasileira, é classificada como lesão corporal de natureza grave, pois deve ser realizada por dois peritos médicos.
redunda em enfermidade incurável. b) A perícia médico legal, de acordo com o Código de Processo Penal,
(E) de acordo com a Doutrina Médico-Legal brasileira, as Lesões Corporais mesmo onde exista perito oficial médico
são classificadas em Lesão Corporal, Lesão Corporal Grave e Lesão Cor- legista, pode ser realizada por qualquer médico.
poral Seguida de Morte. c) A perícia médico legal, de acordo com o Código de Processo Penal,
GABARITO: B deve ser realizada por indivíduo sem formação em curso superior.
d) O Código de Processo Penal permite que a perícia possa ser realizada
5. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital por profissional não registrado em seu órgão de classe.
001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) O que é uma carúncula e) A realização da perícia se faz por profissional portador de curso médio,
mirtiforme? escolhido, de preferência, entre os que tiverem habilitação técnica relacio-
a) Cicatrização retrátil dos mamilos. nada à natureza do exame.
b) Brotos cicatriciais himenais após cicatrização das rupturas. GABARITO: A
c) Cicatrização irregular após ferrimento abrasivo.
d) Cicatrização retrátil da pele nas queimaduras por água fervente. 10. (POLÍCIACIVIL/PE_IPAD_2006) Um instrumento vulnerante cuja
GABARITO: B ação se faz por pressão sobre um ponto causando uma lesão corporal
é classificado como:
6. (MÉDICO LEGISTA/MA_FCC_2006) De acordo com a Doutrina Médi- A) um instrumento perfurante.
co-Legal brasileira, no que se refere às lesões corporais é correto B) um instrumento contundente.
afirmar que C) um instrumento cortante.
(A) a perda de um órgão duplo, tal como um rim, decorrente de trauma, é D) um instrumento pérfuro-cortante.
classificada, como Lesão Corporal de Natureza Gravíssima, devido à E) um instrumento pérfuro-contundente.
Debilidade Permanente de Função. GABARITO: A
(B) a aceleração do parto, é classificada como Lesão Corporal de Natureza
Leve. 11. (POLÍCIACIVIL/PE_IPAD_2006) Um instrumento vulnerante é classi-
(C) a fratura com perda de dois terços de um dente incisivo superior, estan- ficado, em Medicina Legal, basicamente:
do os demais dentes em excelente estado de conservação, em uma mulher A) pelo seu peso.
com 20 anos de idade, modelo fotográfico, sendo que após a reparação B) pela sua forma.
desse dente o resultado estético foi excelente, é classificada, como Lesão C) pelo seu uso habitual.
Corporal de Natureza Leve. D) pela sua ação.
(D) um ferimento inciso (cortante) em um homem, agricultor, de trinta anos E) pela sua composição.
de idade, que redundou em uma cicatriz linear, discretamente deprimida e GABARITO: D
hipocrômica, com sinais de sutura e com 5,5 centímetros de extensão,
localizado no mesogástrio, é classificado, como Lesão Corporal de Nature- 12. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) Entre as alternativas abaixo, assi-
za Leve. nale a correta:
(E) a paraplegia, decorrente de trauma, que acometeu um médico cirurgião, a) A perícia médica é prova quase sempre subjetiva.
é classificada, como Lesão Corporal de Natureza Grave. b) A boa qualidade da prova pericial não exige do perito uma disciplina
GABARITO: D metodológica.
c) A utilização de protocolos que incluam a objetividade de roteiros atuali-
7. (MÉDICO LEGISTA/MA_FCC_2006) Do ponto de vista Médico-Legal, zados e tecnicamente garantidos pela prática pericial corrente, é um dos
é correto afirmar que requisitos básicos de uma boa qualidade pericial.
(A) nos ferimentos abdominais produzidos pelos agentes pérfuro-cortantes, d) A perícia médico legal é restrita a pessoas ou cadáveres.
a profundidade máxima e a largura do ferimento sempre correspondem ao e) A perícia médica é ato médico e, mesmo assim, pode seu resultado ser
tamanho e à largura da lâmina do instrumento que produziu a lesão. determinado somente por programa de informática, conforme parecer CFM
(B))a Lei de Filhos e Langer se aplica aos ferimentos produzidos pelos 32-2003.
instrumentos perfurantes. GABARITO: C
(C) a evolução da cor de uma equimose, no tempo, segundo o Espectro
Equimótico de Legrand du Saulle, se faz da seguinte forma: primeiramente 13. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital
do vermelho para o vermelho-violáceo; depois se acentua o colorido azula- 001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Medicina legal conceitua-se
do; paulatinamente muda para a coloração amarelada; depois para o es- aborto como:
verdeado e, finalmente, volta a pele para a cor normal. a) Interrupção da gravidez antes dos 2 meses.
(D) a rubefação e o edema traumático não são classificados como lesão b) Interrupção da gravidez antes dos 6 meses.
corporal, de acordo com a Doutrina Médico Legal, pois podem desaparecer c) Interrupção da gravidez antes dos 9 meses.
rapidamente, não sendo mais observados quando do exame de corpo de d) Interrupção da gravidez antes dos 7 meses.
delito. GABARITO: C
(E) a descrição de contusão, fornecida em um relatório médico, é elemento
suficiente para se realizar uma perícia indireta e se classificar uma lesão 14. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) Entre as alternativas abaixo, assi-
corporal. nale a correta:
GABARITO: B

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a) É regra processual e, portanto, de técnica pericial, que os peritos elabo- GABARITO: C
rarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examina-
rem, e responderão aos quesitos formulados. 19. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) Ao exame pericial, uma examinan-
b) Mesmo quando a infração deixar vestígios, poderá ser dispensável o da apresenta:
exame de corpo de delito, direto ou indireto, podendo supri-lo a confissão 1 – No exame ginecológico: altura do fundo do útero acima da sínfise
do acusado. pubiana; estado do óstio: dilatado, pérvio; estado do colo uterino:
c) O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, não amolecido, presença de sangramento, lóquios fétido.
podendo este prazo ser prorrogado, mesmo a requerimento dos peritos. 2 - No exame especular: vestígios de manobras (ferida no útero, perfu-
d) Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desapare- ração de útero); colo do útero: sinais inflamatórios, sinais de pinça-
cido os vestígios, a prova testemunhal não poderá suprir-lhe a falta. mento; óstio: dilatado, retenção de anexos e partes do concepto.
e) Na perícia criminal, a autoridade e as partes não poderão formular quesi- Esses dados permitem ao perito afirmar em sua conclusão no laudo,
tos. que trata-se de aborto:
GABARITO: A a) Espontâneo
b) Provocado
15. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) Numere a coluna da direita, de c) Acidental
acordo com sua correspondência com a da esquerda: d) De repetição
(1) ferida corto-contusa ( ) punhal e) Múltiplo
(2) ferida incisa ( ) foice GABARITO: B
(3) ferida contusa ( ) taco de bilhar
(4) ferida perfuro-incisa ( ) navalha 20. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital
Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta na coluna da 001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Para avaliar a gravidade de
direita, de cima para baixo: uma lesão traumática deve-se realizar o exame complementar:
a) 2, 4, 3, 1 a) Noventa dias após o trauma.
b) 4, 2, 1, 3 b) Sessenta dias após o trauma.
c) 4, 1, 3, 2 c) Trinta dias após o trauma.
d) 3, 1, 2, 4 d) Trinta dias após o primeiro exame.
e) 3, 4, 1, 2
GABARITO: C 21. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital
001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Uma lesão óssea – fratura
16. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) A respeito da perícia de lesões femural exposta, passível de tratamento e cura, é uma lesão:
corporais, considere as seguintes afirmativas: a) Leve porque é curável.
I - As lesões à saúde, motivadas por agressão física, não se enqua- b) Leve porque não deixa seqüelas incapacitantes.
dram em lesões corporais. c) Raríssima.
II - O legista pode realizar um laudo de lesões corporais, na função d) Grave.
oficial de perito, mediante solicitação de advogado, sem requisição de GABARITO: D
autoridade.
III - Na perícia de lesões corporais, caso não tenha condições de 22. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital
responder definitivamente a um dos quesitos propostos, o legista 001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) A mordedura de cão é con-
deve solicitar um prazo para nova avaliação e constar no laudo o siderada uma lesão:
motivo da necessidade de exame complementar. a) Contundente.
IV - O legista, em função de resolução do Conselho Federal de Medici- b) Cortante.
na (resolução CFM 1635/2002), não pode realizar a perícia em hospital, c) Corto-contusa.
mas somente no IML. d) Perfurante.
V - O legista deve realizar o laudo de lesões corporais e encaminhá-lo GABARITO: C
à autoridade requisitante em 24 horas.
É (são) verdadeira(s) a(s) afirmativa(s): 23. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital
a) I 001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Os ferimentos produzidos
b) III por instrumento contundente denominam-se:
c) II e IV a) Perfuro-contusos.
d) I, III e IV b) Corto-contusos.
e) Todas c) Equimoses e hematomas.
GABARITO: B d) Abrasivos e hemorrágicos.
GABARITO: C
17. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) As manifestações neurológicas:
polineurite, poliencefalite superior de Wernicke, Síndrome de Korsa- 24. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital
kow, delirium tremens, alucinações em nível auditivo e delírio de 001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Assinale o tipo de ferimento
ciúmes, são sinais e sintomas encontrados em: causado por um machado:
a) Embriaguez alcoólica aguda a) Ferimento cortante.
b) Embriaguez alcoólica crônica b) Ferimento contundente.
c) Dependência de cocaína c) Ferimento perfuro-contundente.
d) Dependência de morfina d) Ferimento corto-contuso.
e) Dependência de anfetamina GABARITO: D
GABARITO: B
25. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) Entre as alternativas abaixo, a
18. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) Em situação de acidente de trânsi- respeito da identificação e traumatologia, assinale a correta:
to com fratura de fêmur, internamento e morte posterior por broncop- a) A equimose de cor avermelhada aparece em geral do início ao terceiro
neumonia, assinale quem deve assinar o atestado de óbito: dia, devido à saída de hemoglobina da
a) Médico assistente hemácea, mas o seu valor cronológico é relativo.
b) Médico plantonista do hospital b) A ferida incisa é conceituada como a exposição da derme, devido ao
c) Médico legista, após necropsia arrancamento da epiderme.
d) Médico da família c) A coloração dos livores não varia com a causa mortis.
e) Médico do serviço de Verificação de Óbito d) As feridas incisas, geralmente, possuem as bordas irregulares.

Medicina Legal 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


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e) A cauda de escoriação é encontrada, comumente, nas feridas corto- 30. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital
contusas profundas. 001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Em caso de óbito por esga-
GABARITO: A nadura observa-se:
a) Ausência de sulco.
26. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) A respeito de toxicologia forense, b) Sulco obliquo continuo.
numere a coluna da direita de acordo com sua correspondência com a c) Sulco horizontal descontínuo posterior.
da esquerda: d) Sulco circular completo.
(1) Estado de intoxicação periódica ou crônica, nocivo ao indivíduo ou à GABARITO: A
sociedade, pelo uso constante e repetido de uma droga, com tendência a
aumentar a dose. 31. (POLÍCIACIVIL/PE_IPAD_2006) A sufocação direta e a sufocação
(2) Conjunto de sintomas e sinais desagradáveis, opostos aos produzidos indireta são asfixias geralmente associadas:
pela droga, que surgem quando é baixo ou nulo o teor da droga no sangue. A) no confinamento.
(3) Capacidade de suportar doses consideradas nocivas ou fatais, em B) no soterramento.
quantidades cada vez maiores. C) no afogamento.
(4) Necessidade de progressivo aumento da dose para conseguir efeitos D) no estrangulamento.
semelhantes, chegando até a doses fatais para pessoas normais. E) no enforcamento.
( ) toxicomania GABARITO: B
( ) hábito
( ) tolerância 32. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital
( ) síndrome de abstinência 001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Num cadáver com mancha
Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta na coluna da verde abdominal significa:
direita, de cima para baixo: a) Óbito há 8 horas.
a) 2, 4, 3, 1 b) Óbito há 5 dias.
b) 4, 2, 1, 3 c) Óbito há 18 à 36 horas.
c) 4, 1, 3, 2 d) Óbito há 72 horas.
d) 3, 1, 2, 4 GABARITO: C
e) 3, 1, 4, 2
GABARITO: E 33. (MÉDICO LEGISTA/MA_FCC_2006) Nos casos de mortes decorren-
tes de ferimento por tiro único de espingarda, observa-se, comumen-
27. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) A respeito de asfixias: te:
1 - Apresenta as características: fixação na hemoglobina dos glóbulos (A) múltiplos projéteis de alta energia, no interior do corpo.
vermelhos, impedindo o transporte de oxigênio, considerada uma (B) que o diâmetro dos balins (chumbinhos balísticos), encontrados no
asfixia tissular. interior do corpo, tem relação direta com o calibre da espingarda.
2 - Na perícia, podem ser observados: rigidez cadavérica tardia, pouco (C) três ou mais balotes (bala ideal), no interior do corpo.
intensa, de menor duração, tonalidade rósea da face, sangue fluido e (D) a ocorrência do Sinal do Funil de Bonnet, nas entradas de projéteis
róseo, manchas hipostáticas claras. múltiplos, no mesogástrio.
A descrição acima corresponde a: (E))balins, bucha plástica e eventualmente corpos estranhos metálicos, no
a) Confinamento interior do corpo.
b) Asfixia por CO
c) Sufocação 34. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) Em relação a história de violência
d) Enforcamento sexual pelo namorado, em mulher de 13 anos, e na perícia de conjun-
e) Esganadura ção carnal sem lesões corporais aparentes, o perito encontra uma
GABARITO: B rotura sangrante. Como deveria responder, respectivamente, aos
quesitos:
28. (MÉDICO LEGISTA/MA_FCC_2006) No que diz respeito às asfixias, - Houve violência para essa prática?
é correto afirmar que: - Qual o meio da violência?
(A) o cogumelo de espuma, que se observa na boca e nas narinas, é sinal a) Sim, resposta prejudicada
patognomônico de afogamento. b) Não, resposta prejudicada
(B) as Manchas de Paltauf são freqüentemente encontradas nos chamados c) Não, o perito não tem elementos para responder
“Afogados Brancos de Parrot”. d) Sim, violência simbólica
(C))os achados necroscópicos de cianose das extremidades; equimoses e) Sim, violência presumida face a idade
subconjuntivais; saída de sangue fluido e escurecido à dissecção das GABARITO: E
cavidades; Manchas de Tardieu nos pulmões, coração e no estômago e
congestão pulmonar, são sinais gerais de asfixia compatíveis com sufoca- 35. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) Na perícia de conjunção carnal em
ção indireta. mulher que foi vítima de violência sexual pelo próprio marido, o perito
(D) nos enforcamentos com suspensão completa, geralmente o sulco de encontrou lesões corporais nas áreas seletivas de violência sexual e,
enforcamento é horizontal, contínuo e localizado abaixo da cartilagem no exame ginecológico, presença de sêmen e pêlos pubianos com as
tireóide. características externas semelhantes às do acusado. Como deveria
(E) o estrangulamento nunca é suicida, pois concorre com força externa responder, respectivamente, aos quesitos:
para sua concretização. - Houve conjunção carnal?
GABARITO: C - Houve violência para essa prática?
- Qual o meio da violência?
29. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital a) Sim, resposta prejudicada, resposta prejudicada
001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Num afogamento após 1 b) Não, resposta prejudicada, resposta prejudicada
hora do óbito, qual elemento mais notável? c) Não, o perito não tem elementos para responder, o perito não tem ele-
a) Cogumelo de espuma. mentos para responder
b) Rigidez completa. d) Sim, sim, violência efetiva física
c) Cianose intensa. e) Sim, não há violência sexual entre marido e esposa, resposta prejudica-
d) Hemorragia nasal. da
GABARITO: A GABARITO: D

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36. (Polícia Civil/PI_2008_NUCEPE) Em relação ao crime de estupro, II- Não havendo peritos oficiais ou médicos na localidade, a perícia não
assinale a alternativa correta: pode ser realizada;
a) O sujeito ativo é somente o homem, a mulher nunca pode ser co-autora III- Os exames pertinentes podem ser feitos em qualquer lugar e a qualquer
ou partícipe. hora.
b) A prática de conjunção carnal é um dos elementos do crime de estupro. a)I b)I e II c )I e III d)II e III e)nenhuma
c) Cabe ao perito legista a caracterização de grave ameaça no estupro.
d) O perito necessariamente precisa ser especialista em ginecologia, para 5-Conceitualmente, qual a diferença entre “laudo pericial” e “documento
realizar uma perícia médico-legal de conjunção carnal, para esclarecer uma médico-legal”?
alegação de estupro.
e) Para a avaliação de insanidade mental em vítima de violência sexual, a 6-Então defina documento médico-legal:
perícia obrigatoriamente necessita ser realizada por perito psiquiatra.
GABARITO: B 7-Cite quatro exemplos de documentos médico-legais:

37. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital 8-Um laudo pericial é composto geralmente por sete partes. Quais são
001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Manter relação anal com elas?
concordância da parceira maior de 18 anos caracteriza:
a) Estupro. 9-Qual é a parte “mais importante” de um relatório médico-legal?
b) Ato libidinoso sem violência. a)Preâmbulo; b)Descrição; c)Discussão;
c) Posse sexual mediante fraude. d)Conclusão; e)Resposta aos quesitos.
d) Sedução.
GABARITO: B 10-Qual a definição de atestado?
___LESÕES CORPORAIS______________________________________
38. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital
001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Manter relação sexual com 11-Defina lesões corporais:
menina menor de 14 anos caracteriza:
a) Estupro. 12-Verdadeiro ou falso: as lesões corporais sempre resultam de uma vio-
b) Corrupção de menor. lência exercida sobre a
c) Posse sexual mediante fraude. pessoa.
d) Sedução de menor.
GABARITO: A 13-Como se classificam as lesões corporais?

39. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital 14-Defina perigo de vida em medicina-legal:
001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Mulher virgem, com 17 anos,
engravida de seu namorado, permanecendo virgem, com hímem ínte- 15-O que o perito quer dizer quando conclui que alguma lesão corporal
gro, configura um quadro de: levou a uma aceleração do trabalho de parto?
a) Atentado violento ao pudor.
b) Conjunção carnal. 16-Definir:
c) Estupro. a)Meio insidioso:
d) Sedução. b)Meio cruel:
c)Tortura:
GABARITO: B
40. (Instituto Geral de Perícias – IGP/SC – Concurso Público – Edital 17-Completar: incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30
001/2008 Perito Médico-Legista – Médica) Mulher com gestação de 6 dias é a falta decondições ______________ da vítima para exercer nor-
meses descobre ter um feto anencéfalo e pratica o aborto. Conforme a malmente suas atividades costumeiras.
lei brasileira vigente trata-se de: (Físicas / psíquicas / físicas e/ou psíquicas)
a) Aborto legal.
b) Aborto criminoso. 18-Uma lesão corporal que provoque incapacidade permanente para o
c) Aborto eugênico. trabalho deve ser classificada, no mínimo, como ________.
d) Aborto social. a)Leve; b)Moderada; c)Grave; d)Gravíssima e)n.d.a
GABARITO: B
19-Uma lesão corporal que põe em perigo a vida do periciado deve ser
classificada como, no mínimo,_________.
QUESTÕES DE MEDICINA LEGAL a)Leve; b)Moderada; c)Grave; d)Gravíssima e)n.d.a
Por ISMAEL RAUBER SCHMITT
SET/2010 20-Uma lesão corporal que leve à uma aceleração do trabalho de parto
ATM 2012/2 UFRGS deve ser classificada como, no mínimo,______.
a)Leve; b)Moderada; c)Grave; d)Gravíssima e)n.d.a
___PERÍCIA MÉDICO-LEGAL__________________________________
1-Defina perícia médico-legal: 21-Qual a diferença entre esgorjamento e degolamento?

2-Por definição, as perícias médico-legais podem ser realizadas: ___TRAUMATOLOGIA FORENSE_______________________________


a)Nos vivos e nos cadáveres;
b)Nos objetos; 22-Qual é a definição de agentes mecânicos (instrumentos) em medicina
c)Nos esqueletos e em animais; legal?
d)Em todos acima;
e)Apenas em “a” e “c”. 23-Os projéteis de arma de fogo são classificados como instrumentos:
a)Perfuro-contundentes; b)Perfuro-cortantes; c)Corto-contusos;
3-Defina peritos: d)Perfurantes; e)Contundentes;

4-Quais estão corretas? 24-O punhal é classificado como instrumento:


I- As perícias podem ser solicitadas por autoridades competentes, tanto da a)Perfuro-contundente; b)Perfuro-cortante; c)Corto-contuso;
área judiciária, policial ou militar; d)Perfurante; e)Contundente;

Medicina Legal 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
44-Qual a diferença entre fulminação e fulguração?
25-Uma dentada humana produz uma ferida que é classificada como:
a)Perfuro-contusa; b)Perfuro-incisa; c)Corto-contusa; 45-A morte por eletroplessão pode surgir de, basicamente, três mecanis-
d)Punctória; e)Contusa; mos. São eles:

26-Feridas em forma de “botoeira” são mais freqüentemente associadas à 46-O que é eletrocussão em medicina legal?
lesão corporal por quais tipos de instrumentos?
a)Perfuro-contundentes; b)Perfuro-cortantes; c)Corto-contusos; 47-O que é o “mal dos caixões”?
d)Perfurantes; e)Contundentes;
48-Quais são os dois modos com que os agentes químicos podem lesar o
27-Uma explosão produz ferimento classificado como: corpo humano?
a)Perfuro-contuso; b)Perfuro-inciso; c)Corto-contuso;
d)Punctório; e)Contuso; ___ASFIXIOLOGIA FORENSE___________________________________

28-Instrumentos perfurantes produzem ferimentos puntiformes. Caracterize- 49-As asfixias, de maneira geral, são consideradas energias de ordem:
os: a)Mecânica; b)Física; c)Química; d)Físico-química; e)Outra.

29-Caracterize os ferimentos produzidos por instrumentos cortantes: 50-O que é asfixia mecânica?

30-Como o perito pode determinar o sentido em que se deu o ferimento por 51-Quais os sinais externos gerais que o perito pode encontrar em uma
instrumento cortante? vítima de asfixia?

31-Um instrumento contundente pode provocar vários tipos de ferimentos. 52-Quais os sinais internos característicos nas vítimas de asfixia?
Cite, pelo menos,
seis tipos: 53-O quê são as manchas de Tardieu?

32-Descreva um ferimento contuso: 54-Um homem sofreu asfixia mecânica através da constrição do pescoço
por um laço que ficou preso em uma máquina de impressão de jornais. Este
33-Considerando “D” o caminho que um projétil percorre da arma até o tipo de asfixia chama-se:
corpo da vítima e “d” o caminho que o projétil percorre dentro do corpo da a)Enforcamento; b)Estrangulamento; c)Esganadura;
vítima, podemos afirmar que: d)Sufocação indireta; e)Sufocação direta.
a)Trajeto = D , trajetória = d
b)Trajeto = d, trajetória = D 55-Uma mãe cometeu infanticídio comprimindo um travesseiro contra o
c)Trajeto = D+d , trajetória = d rosto do bebê. Este tipo de asfixia chama-se:
d)Trajeto = d , trajetória = D+d a)Enforcamento; b)Estrangulamento; c)Esganadura;
e)Trajeto = trajetória = D+d d)Sufocação indireta; e)Sufocação direta.

34-Quais as características do ferimento resultante de um disparo de projé- 56-Geralmente, quando ocorrem vítimas de asfixia em meio a uma multidão
til estando a arma encostada no corpo? esta se dá por:
a)Enforcamento; b)Estrangulamento; c)Esganadura;
35-E quando o tiro for à “queima roupa”? d)Sufocação indireta; e)Sufocação direta.

36-Em um disparo à distancia, podemos encontrar todas as características 57-Qual a diferença entre enforcamento, estrangulamento e esganadura?
abaixo no ferimento de entrada, com exceção de:
a)Halo de contusão e enxugo; 58-O que diferencia um enforcamento completo de um incompleto?
b)Orla de escoriação;
c)Halo equimótico; 59-Como podemos diferenciar os sulcos de enforcamento e estrangulamen-
d)Ferimento menor que o diâmetro do projétil; to?
e)Todos anteriores são possíveis de ser encontrados.
60-Marcar com V ou F:
37-Quais as características que um perito espera encontrar no ferimento de ( )A esganadura é exclusivamente homicida.
saída de um projétil? ( )Mesmo em mãos e pés macerados podemos colher impressões digitais
da vítima.
38-Perito que é perito reconhece algumas características de ferimentos que 61-A putrefação ocorre mais precoce ou tardiamente em uma vítima de
estão mais freqüentemente relacionadas com algum tipo de crime em asfixia?
especial. O que o perito pode pensar quando se depara com... 62-Pele anserina, maceração epidérmica, cadáver “gigantesco” e cogumelo
a)Feridas incisas de hesitação? de espuma fazem
b)Número de lesões maior do que o “esperado”, principalmente em face? o perito pensar em asfixia por qual causa?

39-Qual o significado do termo “termonoses’? ___TANATOLOGIA____________________________________________


63-O que é tanatologia médico-legal?
40-Qual é a diferença entre isolação e intermação? 64-O que é tanatognose?
65-Qual é a definição de morte?
41-Cite a lesão característica mais importante das queimaduras de quarto 66-Qual a definição de morte violenta?
grau: 67-Qual a definição de morte suspeita?
68-Os fenômenos cadavéricos dividem-se em 3 tipos:
42-Frente a um cadáver completamente queimado, qual parâmetro o perito 69-Qual dos abaixo NÃO é um fenômeno abiótico imediato?
pode utilizar para a)Inconsciência;
determinar se o indivíduo estava vivo no momento da queimadura? b)Perda de sensibilidade;
c)Imobilidade;
43-O que é a marca elétrica de Jellineck? d)Sinal de Louis;
e)Todos são fenômenos abióticos imediatos.

Medicina Legal 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
70-Quais são os fenômenos abióticos consecutivos? ___OBSTETRÍCIA FORENSE___________________________________
71-A respeito da rigidez cadavérica, qual é falsa? 99-O diagnóstico de gravidez se dá através de sinais e sintomas que são
a)Surge na primeira hora e progride paulatinamente até as primeiras 24-36 agrupados em 3 modalidades: presunção, probabilidade e de certeza. Qual
horas; dos abaixo NÃO é um sinal classificado como de “presunção”?
b)Surge e se desfaz no mesmo sentido: crânio-caudal; a)Cloasma gravídico;
c)Caso desfeita, não retorna novamente; b)Hiperpigmentação da linha alba;
d)Cessa quando inicia a putrefação; c)Estrias abdominais;
e)Surge devido retenção metabólica e conseqüente acidez nos músculos. d)Congestão mamária;
72-O que são os livores mortis? e)Amenorréia.
73-O que são os fenômenos transformadores? 100-Como um perito pode diferenciar um parto recente de um tardio?
74-Como se dividem os fenômenos transformadores? 101-Qual a definição de aborto em medicina legal?
75-O que é putrefação? 102-Como um perito pode diagnosticar um aborto recente?
76-O primeiro sinal da putrefação é: 103-O que é infanticídio?
a)Epiderme com bolhas; b)Mancha verde abdominal; c)Posição de boxea- 104-O que é um natimorto?
dor; 105-Como o perito poderá concluir que houve vida extra-uterina?
d)Saponificação; e)Maceração.
77-Quais são as 4 fases da putrefação? ___EMBRIAGUEZ_____________________________________________
78-O que é maceração? 106-Defina embriaguez:
79-O que é cronotanatognose? 107-Quais são as três fases da embriaguez?
80-O que são fenômenos conservadores? Quais são eles? 108-Quais os tipos de embriaguez levando em conta os aspectos médicos
81-Em que situações ocorre saponificação? e jurídicos?
109-Verdadeiro ou falso: o diagnóstico clínico de embriaguez deve sempre
___DECLARAÇÃO DE ÓBITO__________________________________ coincidir com o
82-Cite três finalidades da declaração de óbito: diagnóstico laboratorial para estar correto.
83-Se não há médicos em uma localidade, a declaração de óbito não 110-Qual é o indicador mais conveniente e confiável de intoxicação alcoóli-
poderá ser fornecida neste local/município. Verdadeiro ou falso?Justifique. ca?
84-Uma senhora de 98 anos, que você acompanha há 15 anos, portadora 111-Como podemos chegar à conclusão de que o periciado se encontra
de neoplasia de mama metastática em ossos da pelve e fêmur e de osteo- embriagado?
porose avançada tropeça e cai da própria altura, batendo a cabeça contra 112-Após a morte, a dosagem de álcool no sangue pode ser alterada
uma “quina” e desenvolvendo uma hemorragia intracraniana. Você encon- devido ao álcool
tra a paciente caída, mas, antes que possa tomar qualquer atitude heróica, produzido pela própria putrefação. Desta forma, aponte dois locais onde o
ela tem uma parada cardio-respiratória e vem ao óbito. Qual é a causa perito pode dosar a
básica da morte? concentração de etanol mais fidedignamente:
a)CA de mama metastático;
b)Osteoporose avançada;
c)Queda e ferimento por instrumento contundente; ___RESPOSTAS________________________________________
d)Hemorragia intracraniana; 1- É o conjunto de processos médicos e pára-médicos que tem como
e)Parada cardio-respiratória. finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da justiça.
85-Referente à questão anterior, quem deverá dar o atestado de óbito 2- D. Lembrar que objetos podem ser manchas, líquidos, sêmen...
desta senhora? 3- São pessoas qualificadas, capacitadas ou experientes em certos assun-
86-Quem deve assinar o atestado de óbito quando um cadáver será cre- tos a quem incumbe a tarefa de esclarecer um fato de interesse da Justiça,
mado? E em caso de quando solicitadas por autoridade competente.
morte violenta? 4- C
87-Qual é a definição de morte fetal? 5- O laudo pericial é o documento relativo à perícia que foi realizada por
88-Em caso de morte fetal, o médico que prestou assistência à gestante é peritos que NÃO atuam na área médica, enquanto que o documento médi-
OBRIGADO a dar o co legal é o documento relativo à perícia que foi realizada por peritos médi-
atestado de óbito se: cos.
I-A gestação tem mais de 20 semanas, independentemente do peso fetal; 6- São as declarações firmadas por médicos, no exercício da profissão,
II-Se o feto pesa, pelo menos, 500 gramas; para servir como prova, e que podem ser utilizadas com finalidades jurídi-
III-Se o feto mede, pelo menos, 25 cm. cas.
a)II b)III c)I e II d)II e III e)I, II e III 7- Notificações, atestados, pareceres e laudos.
89-Verdadeiro ou falso: quando o médico (não-plantonista e não perito) não 8- Preâmbulo, histórico, descrição, discussão, conclusão, respostas aos
verificou pessoalmente a realidade da morte nem prestou assistência à quesitos e fecho.
vítima, ele fica vedado a dar adeclaração de óbito. 9- B
10- São declarações puras e simples de um fato médico e suas conse-
___SEXOLOGIA FORENSE____________________________________ qüências.
90-Defina cópula vagínica do ponto de vista médico-legal: 11- Toda e qualquer ofensa ocasional à normalidade funcional do corpo ou
91-Estupro é: organismo humano, seja do ponto de vista anatômico, seja do ponto de
92-Qual é o achado que dá a maior certeza de que houve conjunção car- vista fisiológico ou psíquico.
nal? 12- Verdade, isto faz parte da definição.
93-Qual a diferença anatômica entre uma ruptura himenal completa e uma 13- Classificam-se em leve, grave, gravíssima, lesão corporal seguida de
incompleta? morte e qualificadora agravante.
94-Como um perito pode diferenciar uma ruptura himenal incompleta (re- 14- É a probabilidade concreta e presente de resultado letal, que ocorre em
cente e tardia) de um entalhe congênito? um dado momento como conseqüência de uma lesão corporal.
95-Que outros artifícios além da observação do hímen o perito pode lançar 15- Que ocorreu uma antecipação do trabalho de parto que estava previsto
mão na avaliação de uma possível conjunção carnal? para mais adiante, redundando no nascimento de um produto conceptual
96-O que é hímen dubitativo? VIVO (maduro ou NÃO) viável.
97-O que é atentado violento ao pudor? Dê exemplos. 16-
98-Que parte do exame ginecológico normal NÃO se deve fazer em perí- a) é todo meio dissimulado, realizado por estratagemas.
cia? b) é todo meio que aumenta o sofrimento da vítima, revelando brutalidade.
c) é tormento, suplício, utilização de técnicas próprias e engenhosas que
provocam dor.

Medicina Legal 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
17- Físicas e/ou psíquicas. 58- É que no completo o indivíduo está totalmente suspenso, sem tocar o
18- D 19- C 20-C solo ou qualquer objeto como mesas ou cadeiras.
21- Esgorjamento é um ferimento produzido por instrumento cortante na 59- Os sulcos de enforcamento geralmente são oblíquos ascendentes, mais
região anterior do pescoço, enquanto que degolamento é um ferimento profundos no lado oposto ao do nó, interrompido na altura do nó e geral-
produzido por instrumento cortocontundente na região posterior do pesco- mente com só uma volta. Os sulcos de estrangulamento são mais horizon-
ço. tais, com igual profundidade, fazem a volta completa e podem mais de uma
22- Conjunto de objetos que, agindo de uma mesma maneira, produzem volta.
lesões semelhantes. 60-V V
Produzem lesões em um corpo quando modificam seu estado de repouso 61- Precocemente.
ou de movimento. 62- Afogamento.
23- A 24- B 25- C 26- B 27- E 63- É o capítulo da medicina legal que estuda a morte e as conseqüências
28-São ferimentos arredondados, com predomínio da profundidade sobre o jurídicas a ela inerente.
comprimento e pouco sangrantes. 64- É a parte da tanatologia que estuda o diagnóstico da morte.
29- São feridas incisas, de bordas regulares, com predomínio do compri- 65- É o desaparecimento de todos os sinais de vida ou a cessação de
mento sobre a todos os sinais vitais, sem a possibilidade de ressuscitar.
profundidade, mas profundas no centro, muito sangrantes. 66- É a morte decorrente de uma causa exógena, necessitando esclareci-
30- Observando seu início, que tende a ser mais abrupto e profundo e seu mento de responsabilidade.
fim, que tende a ser mais superficial e comprido (dito cauda de escoriação). 67- É quando a morte ocorre de maneira inesperada em indivíduos previa-
31- Rubefação, escoriação, equimose, hematoma, bossa e ferida contusa. mente hígidos, sem causa evidente, necessitando necropsia.
32- Bordas irregulares, forma estrelada ou sinuosa ou regular, fundo irregu- 68- Imediatos, consecutivos e transformadores.
lar com vasos e vísceras visíveis, faixas de tecido preservado ligando uma 69- D
borda à outra, pouco sangrantes. 70- Evaporação tegumentar, rigidez cadavérica, livores e resfriamento
33- B corporal.
34- Bordas irregulares (mina de Hoffmann), marca da boca/cano da arma 71- A
ao redor da ferida (sinal de Werkgaertner), diâmetro maior do que o do 72- São manchas violáceas decorrentes do acúmulo de sangue nos vasos
projétil, sem zona de tatuagem ou esfumaçamento e fuligem sobre o osso e nas vísceras, ocorrendo nas regiões de maior declive do corpo devido
(sinal de Benassi). ação da gravidade.
35- Bordos regulares, ferimentos redondos ou ovais, halos de contuso, 73- São os sinais de certeza da morte. São alterações somáticas tardias
enxugo, queimadura, zonas de tatuagem, esfumaçamento e queimadura. que impossibilitam a vida.
36- E 74- Dividem-se em conservativos e destrutivos.
37- Bordos irregulares e evertidos, muito sangrantes, halo equimótico, 75- É o fenômeno destrutivo que se segue à autólise, sendo decorrente da
maior diâmetro do que o ferimento de entrada, sem zonas de tatuagem, ação de microorganismos e suas toxinas.
esfumaçamento e queimadura. 76- B
38- 77- Cromática > gasosa > coliquativa > esqueletização.
a) Suicídio. 78- É o descolamento da pele que surge em cadáveres depositados em
b) Crime passional. meio líquido (também surge em fetos intra-útero).
39- São as lesões que são provocadas pelo calor quando este atinge 79- É a determinação do tempo de morte baseado nas alterações físico-
difusamente o corpo, ao contrário das queimaduras. químicas que ocorRem no cadáver.
40- As duas são termonoses, sendo que a insolação é produzida por calor 80- São fenômenos transformativos que se caracterizam pela conservação
solar e a segunda é produzida por calor industrial (como de caldeiras). dos tecidos devido a ausência de ação bacteriana. Dividem-se em mumifi-
41- Carbonização. cação e saponificação.
42- Podemos medir a concentração de CO no sangue colhido diretamente 81- Cadáver depositado em solos úmidos e ricos em sais calcários.
das câmaras cardíacas; quando positivo, quer dizer que o indivíduo estava 82- Confirmação da morte, definição da causa-mortis e interesse médico-
vivo no momento da queimadura. sanitário-científico.
43- São lesões circulares, esbranquiçadas e indolores aderidas ao plano 83- Falso, o documento poderá ser emitido por duas pessoas leigas que
cutâneo que marcam o local por onde a corrente elétrica “entrou” no corpo tenham presenciado ou verificado a morte.
da vítima. 84- C
44- Ambas são decorrentes da lesão por eletricidade; na fulminação, so- 85- Como foi morte por causa violenta (ou não-natural ou externa) o docu-
brevém o óbito; na fulguração, não. mento deverá ser emitido por um perito do IML.
45- Por lesão cerebral (descarga neuronal), por asfixia (tetanização dos 86- O documento deverá ser emitido por dois médicos ou por 1(um) médico
músculos respiratórios) ou por parada cardíaca (fibrilação). legista. Em caso de morte violenta, será o perito, com posterior autoriza-
46- É a execução judicial de um individuo na cadeira-elétrica. ção judicial.
47- Quando uma pressão muito elevada é subitamente aliviada, surgindo 87- É a morte de um produto da concepção antes da expulsão do corpo da
bolhas de nitrogênio dentro dos vasos, levando à embolias gasosas. mãe, independente da idade gestacional.
48-Por destruição tecidual (cáusticos) e por interferência nas trocas meta- 88- E
bólicas (venenos) 89- Verdade.
49- D 90- É a introdução do pênis em ereção na vagina, com OU sem rotura
50- Privação de oxigênio tecidual por um obstáculo mecânico. himenal, com ou sem orgasmo.
51- Face violácea, globos oculares procidentes com sufusões hemorrági- 91- Constranger mulher à conjunção carnal mediante violência ou grave
cas, língua procidente, ameaça.
manchas de hipóstase, equimoses de pele e de mucosas... 92- O encontro de espermatozóides na cavidade vaginal (um único já é
52- Sangue mais “líquido”, congestão visceral generalizada, manchas de suficiente).
Tardieu e de Paltauf. 93- A ruptura completa alcança a inserção do hímen na parede vaginal.
53- São pontilhados avermelhados hemorrágicos encontrados no coração, 94- Na ruptura recente, vemos bordas em bisel, avermelhadas e sangran-
no espaço subpleural e em outros órgãos nas vítimas de asfixia. tes, seguindo-se posteriormente de bordas arredondadas cobertas com
54- B 55- E 56- D fibrina. Na rotura antiga, vemos bordas completamente cicatrizadas, po-
57- Todas são asfixias por constrição do pescoço, sendo que, no enforca- dendo se apresentar na forma de tubérculos ou de carúnculas mirtiformes.
mento, a força que provoca esta constrição é o próprio peso do indivíduo Os entalhes são cortes “anatômicos” com bordos perfeitos e não coales-
(através de um laço); no estrangulamento é outra força (através de um laço) centes.
que não o peso do próprio indivíduo; e na esganadura a constrição se deve 95- Além da avaliação subjetiva (HDA), observação da região perineal à
às mãos do agressor. procura de vestígios como equimoses, esgarçamentos e saliva; análise de

Medicina Legal 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
manchas no corpo da vítima; análise de pêlos pubianos; dosagem de _______________________________________________________
fosfatase ácida.
96- É a mesma coisa que hímen complacente; ou seja, o hímen que permi- _______________________________________________________
te a cópula-vagínica sem deixar vestígios anatômicos. Estima-se que 10 a _______________________________________________________
20% das mulheres tenham este tipo de hímen.
97- Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou _______________________________________________________
permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal. _______________________________________________________
Ex.: sodomia e felação.
98- O exame especular, pois pode criar novas lacerações que dificultam o _______________________________________________________
entendimento do caso.
99- E. Cuidado, no resumo está errado.. Amenorréia, segundo dois livros-
_______________________________________________________
texto de medicinalegal é sinal de probabilidade. _______________________________________________________
100- No parto recente, há varizes e lacerações vulvares, pigmentação da
linha alba, congestão mamária e tubérculos de Montegomery, presença de _______________________________________________________
colostro, lóquios (rubro, flava e clara). Na mulher morta, restos ovulares e _______________________________________________________
coágulos no útero e corpo lúteo ovariano. No parto tardio, há estrias e
flacidez abdominal, carúnculas mirtiformes, cicatrizes da fúrcula vulvar e _______________________________________________________
orifício do colo em fenda. Na mulher morta observa-se útero de aspecto
_______________________________________________________
globoso (ao invés de triangular).
101- É a interrupção da gravidez antes do termo normal, espontânea ou _______________________________________________________
provocada, com ou sem a expulsão do feto.
102- Ora, com os mesmos sinais de parto recente e puerpério, mas sem _______________________________________________________
feto/bebê... _______________________________________________________
103- Matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho durante ou
logo após o parto. _______________________________________________________
(Não se admite co-autor). _______________________________________________________
104- Feto morto durante o período neonatal, com mais de 22 semanas de
IG. _______________________________________________________
105- Através da comprovação da respiração, feita através das docimasias
(diafragmática,
_______________________________________________________
óptica, de Galeno...) e das provas ocasionais (corpo estranho em via aérea, ______________________________________________________
alimento em tubo digestivo, lesões corporais...).
106- É quando o individuo está de tal modo influenciado pelo álcool que _______________________________________________________
perdeu o governo de suas faculdades a ponto de tornar-se incapaz de _______________________________________________________
executar com prudência o trabalho a que se consagra no momento.
107- Excitação, confusão e sono. _______________________________________________________
108- Pré-ordenada, voluntária, culposa, habitual, por força maior, fortuita,
_______________________________________________________
acidental e nãoacidental.
109- Falso, a clínica varia se o indivíduo estava de estômago cheio, varia _______________________________________________________
conforme a tolerância do mesmo e de outros fatores como idade, peso,
sexo, etc... _______________________________________________________
110- A alcoolemia... _______________________________________________________
111- Através de exames subjetivos, analisando a memória, a capacidade
de julgamento, o raciocínio; exames objetivos, como os sinais neurológicos _______________________________________________________
alterados e a marcha, além da freqüência cardíaca e vômitos; e exames _______________________________________________________
complementaress, como a dosagem de álcool no ar expirado, no sangue ou
na urina. _______________________________________________________
112- Sangue retirado diretamente do átrio direito e humor vítreo.
_______________________________________________________

___________________________________ _______________________________________________________

___________________________________ _______________________________________________________

___________________________________ _______________________________________________________

___________________________________ _______________________________________________________

___________________________________ _______________________________________________________

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Medicina Legal 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
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Medicina Legal 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5.6.1.3. Excell e Calc: estrutura básica das planilhas, concei-
tos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração
NOÇÕES DE INFORMÁTICA: de tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros,
impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, contro-
le de quebras, numeração de páginas, obtenção de dados
5. PROGRAMA DE NOÇÕES DE INFORMÁTICA
externos, classificação, uso da barra de ferramentas, atalhos
5.1. Equipamentos e Sistemas Operacionais Windows e e menus.
Linux. 5.7. Segurança
5.1.1. Arquitetura básica de computadores. 5.7.1. Tipos de vírus, cavalos de Tróia, worms, spyware,
5.1.2. Principais periféricos. phishing, pharming, spam.
5.1.3. Mídias para armazenamento de dados. 5.7.2. Riscos de segurança no uso de correio eletrônico e
5.1.4. Conceitos gerais de sistemas operacionais. internet.
5.2. Manipulação de arquivos em sistemas Windows e Linux. 5.7.3. Backup de arquivos digitais em mídias de armazena-
5.2.1. Arquivos: conceito, tipos, nomes e extensões mais mento, drives virtuais e pastas compartilhadas na rede.
comuns. 5.8. Certificação digital
5.2.2. Estrutura de diretórios e rotas. 5.8.1. Conceitos e legislação.
5.2.3. Cópia e movimentação de arquivos. 5.8.2. Aplicativos de segurança.
5.2.4. Atalhos. 5.8.3. Criptografia PGP.
5.2.5. Permissões de arquivos e diretórios. 5.8.3.1. Chaves públicas e privadas.
5.3. Conceitos básicos de redes locais. 5.8.3.2. Consulta e envio de chaves públicas a um servidor
5.3.1. Endereçamento TCP/IP. de chaves utilizando interface web ou aplicativos próprios.
5.3.2. Mascara de rede. 5.9. Software livre
5.3.3. Gateway. 5.9.1. Conceito, distribuição e modificação.
5.3.4. DNS. 5.9.2. Licenças GPLv2 e GPLv3.
5.3.5. Autenticação e login. 5.9.3. Planejamento Estratégico do Comitê Técnico de Im-
5.3.6. Contas e grupos de usuários em ambiente Windows e plementação do Software Livre no Governo Federal.
Linux.
5.3.7. Compartilhamento de recursos e permissões de leitura Definição
e escrita A informática é a ciência que tem como objetivo estudar o tratamento
de arquivos e pastas na rede Windows. da informação através do computador. Este conceito ou esta definição é
5.4. Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ampla devido a que o termo informática é um campo de estudo igualmente
ferramentas, aplicativos e procedimentos associados à Inter- amplo.
net e intranet. A informática ajuda ao ser humano na tarefa de potencializar as capa-
5.4.1. Tipos de URL. cidades de comunicação, pensamento e memória. A informática é aplica-
5.4.2. Tipos de domínio. da em várias áreas da atividade social, e podemos perfeitamente usar
5.4.3. Navegador Mozilla Firefox. como exemplo as aplicações multimídia, arte, desenho computadorizado,
5.4.4. Aplicações. ciência, vídeo jogos, investigação, transporte público e privado, telecomu-
5.4.5. Cookies. nicações, robótica de fabricação, controle e monitores de processos indus-
5.4.6. Segurança. triais, consulta e armazenamento de informação, e até mesmo gestão de
5.4.7. Controles Active X. Plugins. negócios. A informática se popularizou no final do século XX, quando
5.4.8. Configuração de proxy. somente era usada para processos industriais e de uso muito limitado, e
5.5. Correio eletrônico. passou a ser usada de forma doméstica estendendo seu uso a todo aque-
5.5.1. Endereços de e-mail. le que pudesse possuir um computador. A informática, à partir de essa
5.5.2. Campos de uma mensagem. época começou a substituir os costumes antigos de fazer quase tudo a
5.5.3. Organização de mensagens em pastas. mão e potencializou o uso de equipamentos de música, televisores, e
5.5.4. Backup e compactação dos emails. serviços tão essenciais nos dias atuais como a telecomunicação e os
5.5.5. Envio, resposta, encaminhamento e recebimento de serviços de um modo geral.
emails, anexos. O termo informática provém das palavras de origem francesa “informa-
5.5.6. Endereços e formas de endereçamento de correio tique” (união das palavras “information”, Informática e “Automatique”,
eletrônico, webmail, Outlook Express, Mozilla Thunderbird. automática. Se trata de um ramo da engenharia que tem relação ao trata-
5.5.7. Garantindo o sigilo e a autenticidade de um email atra- mento da informação automatizada mediante o uso de máquinas. Este
vés de criptografia PGP, chaves públicas e privadas. campo de estudo, investigação e trabalho compreende o uso da computa-
5.6. Ferramentas de automação de escritório. ção para solucionar problemas vários mediante programas, desenhos,
5.6.1. Conceitos e principais recursos de editores de textos, fundamentos teóricos científicos e diversas técnicas.
planilhas eletrônicas e editores de apresentações Microsoft A informática produziu um custo mais baixo nos setores de produção e
Office e BrOffice.org o incremento da produção de mercadorias nas grandes indústrias graças a
5.6.1.1.Powerpoint e Impress: estrutura básica de apresenta- automatização dos processos de desenho e fabricação.
ções, edição e formatação, criação de apresentações, confi- Com aparecimento de redes mundiais, entre elas, a mais famosa e
guração da aparência da apresentação, impressão de apre- conhecida por todos hoje em dia, a internet, também conhecida como a
sentações, multimídia, desenho e clipart, uso da barra de rede das redes, a informação é vista cada vez mais como um elemento de
ferramentas, atalhos e menus. criação e de intercambio cultural altamente participativo.
5.6.1.2. Word e Writer: estrutura básica dos documentos; A Informática, desde o seu surgimento, facilitou a vida dos seres hu-
operações com arquivos, criação e uso de modelos; edição e manos em vários sentidos e nos dias de hoje pode ser impossível viver
formatação de textos; cabeçalhos e rodapé; parágrafos; sem o uso dela.queconceito.com.Br
fontes; colunas; marcadores simbólicos e numéricos; tabelas
e texto multicolunados; configuração de páginas e impres-
são; ortografia e gramática; controle de quebras; numeração
Tipos De Computadores
de páginas; legendas; índices; inserção de objetos; campos
predefinidos, caixas de texto e caracteres especiais; dese- Emerson Rezende
nhos e cliparts; uso da barra de ferramentas, régua, janelas, Podemos dizer com tranquilidade que vivemos atualmente um verda-
atalhos e menus; mala direta e proteção de documentos. deiro “boom” no que se refere à diversidade de formas, preços, tamanhos
e cores de computadores pessoais. A variedade é tão grande que o con-
sumidor pode se sentir perdido em meio a tantas opções ou, na pior das

Informática 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
hipóteses, até mesmo enganado ou prejudicado. Afinal, já pensou adquirir possam ser rodados a partir de pen drives caso necessite instalar mais
determinado equipamento e descobrir que poderia ter comprado outro? E programas. E como são equipados com telas de até 10 polegadas e pro-
que ele só não fez isso porque não hava sido informado, seja pela impren- cessadores da família Intel Atom, dificilmente o usuário conseguirá rodar
sa especializada, pelos “amigos que manjam de informática” ou, pior, pelo algum programa diferente do que os que já vêm com ele. Por outro lado,
vendedor da loja? em matéria de consumo de bateria, os netbooks são imbatíveis: há mode-
Quem detém a informação, detém o poder, caro leitor internauta. Va- los que aguentam até 10 horas longe da tomada em uso normal.
mos mostrar aqui alguns exemplos do quanto o formato dos computadores
pessoais (PCs) podem variar. E detalhe: com exceção do tablet, todos os Nettop
modelos estão à venda por aí. Eis um dos formatos (ou fatores de forma, para os mais técnicos) de
computador mais surpreendente que você pode encontrar. Trata-se da
Desktops e notebooks versão de mesa dos netbooks. Ou seja, pegue um desses, tire a tela , o
Vamos dar uma repassada nos tipos básicos de computador. Os desk- teclado e coloque tudo isso em um gabinete do tamanho de uma caixa de
tops são os computadores de mesas. Compostos por monitor, mouse, DVD (ok, um pouco maior, vai) e você terá um glorioso nettop. Feitos
teclado e a Unidade de Processamento Central (CPU), aquele módulo inicialmente para serem uma versão econômica de PCs para uso comerci-
onde ficam o drive óptico, disco rígido e demais componentes, é o formato al – como caixas de lojas e supermercados, por exemplo – logo surgiram
mais tradicional dos PCs. A maior vantagem dos desktops é maior possibi- modelos para serem conectados à TV, como o aparelho produzido pela
lidade de se fazer upgrade no hardware. Trocar o disco rígido por um mais Positivo Informática ao lado. Com saída HDMI, leitor de disco Blu-Ray e
espaçoso, instalar mais memória RAM ou mesmo uma placa de vídeo um processador Intel Atom que trabalha em conjunto com um chip gráfico
mais robusta são tarefas bem mais fáceis do que em outros tipos de poderoso, esse computador ainda traz o poder do Windows Media Center
computador. Os notebooks (termo cuja tradução literal é cadernos), são a para dar mais inteligência à sua TV. O lado ruim do nettop é que ainda há
versão móvel dos desktops. E este é o seu grande trunfo: poder ser levado pouquíssimos modelos no mercado e, os que já foram lançados, não são
para tudo quanto é lado. E com o aprimoramento dos processadores nada baratos.
voltados para esse tipo de equipamento, muitos notebooks – também
conhecidos como laptops ou computadores de colo – não perdem em Dispositivos de Entrada e Saída do Computador
nada para os desktops quando o assunto é desempenho. Aliás, há mode-
los portáteis tão poderosos e grandes que até foram classificados em outra Dispositivos de entrada/saída é um termo que caracteriza os tipos de
categoria de computador: a dos desknotes, notebooks com telas de 17 dispositivo de um computador.
polegadas ou mais, que mais servem para ficar na mesa do que na mochi- Imput/Output é um termo da informática referente aos dispositivos
la. O lado ruim dos notes tradicionais é que são mais limitados em termos de Entrada e Saída.
de upgrade, já que além de não contarem com a mesma diversidade de Quando um hardware insere dados no computador, dizemos que ele é
componentes que os seus irmãos de mesa, uma expansão de funções em um dispositivo de entrada. Agora quando esses dados são colocados a
um notebook é bem mais cara. mostra, ou quando saem para outros dispositivos, dizemos que estes
hardwares são dispositivos de saída.
All-in-one ou Tudo-em-um Saber quais são os dispositivos de entrada e saída de um computador
Como o próprio nome diz, esse computador de mesa – ou desktop – é fácil. Não pense que é um bicho de sete cabeças. Listarei neste artigo os
traz tudo dentro de uma única peça. Nada de monitor de um lado e CPU principais dispositivos de entrada e saída do computador.
do outro: tudo o que vai neste último foi incorporado ao gabinete do moni-
tor, o que inclui placa-mãe, disco rígido, drive óptico, portas USB e por aí Dispositivo de Entrada do Computador
vai. Já teclado e mouse continuam de fora. Mas o bom é que diversos
modelos de computador AIO vêm com modelos sem fios desse acessório. Teclado – Principal dispositivo de entrada do computador. É nele que
Ou seja, se você for o felizardo comprador de um PC do tipo com uma tela você insere caracteres e comandos do computador. No inicio da computa-
de 20 polegadas ou superior, mais placa sintonizadora de TV (digital, de ção sua existência era primordial para que o ser humano pudesse interagi
preferência) poderá usá-lo com um televisor turbinado. Imagina poder com o computador. O inserimento de dados eram feitos através dos
assistir TV, gravar a programação, dar stop na transmissão de TV ao vivo prompt de comandos.
e, ainda por cima, dar uma “internetada” na hora do intervalo? E, pra Mouse – Não menos importante que os teclados os mouses ganha-
completar, sem ver a bagunça de cabos típica dos desktops convencionais ram grande importância com advento da interface gráfica. É através dos
e ainda contar com tela touschscreen – como o modelo ao lado, o HP botões do mouse que interagirmos com o computador. Os sistemas opera-
TouchSmart? Os pontos negativos desse equipamento são o custo, bem cionais de hoje estão voltados para uma interface gráfica e intuitiva onde é
mais alto do que o de um desktop convencional. difícil imaginar alguém usando um computador sem este periférico de
entrada. Ícones de programas, jogos e links da internet, tudo isto é clicado
Tablet PC através dos mouses.
Há anos que a indústria aposta nos tablets PCs, computadores portá- Touchpad – É um dispositivo sensível ao toque que na informática
teis que contam com tela sensível ao toque rotacionável. A possibilidade tem a mesma função que o mouse. São utilizados principalmente em
de torcer a tela e dobrá-la sobre o teclado faz com que seja possível Notebooks.
segurá-lo com uma mão (o que pode ser um pouco penoso por causa do Web Cam – Câmera acoplada no computador e embutida na maioria
peso) e escrever ou desenhar na tela com a outra por meio de uma caneti- dos notebooks. Dependendo do programa usado, sua função e capturar
nha conhecida como stylus. Os ancestrais diretos dos tablets atuais já imagens que podem ser salvos tanto como arquivos de imagem ou como
viveram dias melhores no mercado. No entanto, ainda são lançados mode- arquivos de vídeo.
los do tipo todos os anos, como o netbook conversível Asus EeePC Touch Scanner – Periférico semelhante a uma copiadora, mas com função
T101MT quetestamos há alguns dias. Voltados principalmente para o contraria. O escâner tem a função de capturar imagens e textos de docu-
mercado corporativo, dificilmente você, usuário doméstico, verá um desses mentos expostos sobre a sua superfície. Estes dados serão armazenados
sendo usado por aí. no próprio computador.
Netbook Microfone – Periférico de entrada com a função de gravação de voz e
Versão reduzida e bem mais econômica dos notebooks, os netbooks testes de pronuncias. Também podem ser usados para conversação
surgiram como a mais nova sensação do mercado – mas não conseguiram online.
manter o pique. A queda do preço dos notebooks e o surgimento de outros Dispositivo de Saída do Computador
tipos de computador reduziram o alcance desses pequenos. Como contam Monitor – Principal dispositivo de saída de um computador. Sua fun-
com pouquíssimos recursos computacionais, são voltados para o usuário ção é mostrar tudo que está sendo processado pelo computador.
que vive em trânsito e só precisa acessar a internet para baixar e-mails, Impressora – Dispositivo com a função de imprimir documentos para
visitar um site ou outro e...só. Nem com drive óptico eles vêm, o que obriga um plano, folha A4, A3, A2, A1 e etc. Este documento pode ser um dese-
o proprietário a comprar um drive externo ou depender de arquivos que

Informática 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nho, textos, fotos e gravuras. Existem diversos tipos de impressora as 1623 Wilhelm Schickard construiu a primeira calculadora mecânica.
mais conhecidas são a matricial, jato de tinta, a laser e a Plotter. APascalina de Blaise Pascal (1642) e a calculadora de Gottfried Wilhelm
Caixas de Som – Dispositivo essencial para quem desejar processar von Leibniz (1670) vieram a seguir.
arquivos de áudio como MP3, WMA e AVI. Em 1822 Charles Babbage apresenta sua máquina diferencial e em
Dispositivos de Entrada e Saída 1835 descreve sua máquina analítica. Esta máquina tratava-se de um
projeto de um computador programável de propósito geral, empregando
O avanço da tecnologia deu a possibilidade de se criar um dispositivo cartões perfurados para entrada e uma máquina de vapor para fornecer
com a capacidade de enviar e transmitir dados. Tais periféricos são classi- energia. Babbage é considerado o pioneiro e pai da computação. 8Ada
ficados como dispositivos de entrada e saída. São eles: Lovelace, filha de lord Byron, traduziu e adicionou anotações ao Desenho
Pen Drives – Tipo de memória portátil e removível com capacidade de da Máquina Analítica.
transferir dados ou retirar dados de um computador.
Impressora Multifuncional - Como o próprio nome já diz este tipo A partir disto, a tecnologia do futuro foi evoluindo passando pela
impressora poder servir tanto como copiadora ou scanner. criação de calculadoras valvuladas, leitores de cartões perfurados,
Monitor Touchscreen – Tela de monitor sensível ao toque. Através máquinas a vapor e elétrica, até que se cria o primeiro computador digital
dela você recebe dados em forma de imagem e também enviar dados e durante a segunda guerra mundial. Após isso, a evolução
comandos ao computador através do toque. A tecnologia é mais usada na dos hardwares vem sendo muita rápida e sofisticada. A indústria
indústria telefônica e seu uso em monitores de computadores ainda está do hardware introduziu novos produtos com reduzido tamanho como
em fase de expansão. um sistema embarcado, computadores de uso pessoal, telefones, assim
como as novas mídias contribuindo para a sua popularidade.
Secure Digital Card
No básico, cartões SD são pequenos cartões que são usados Sistema binário
popularmente em câmeras, celulares e GPS, para fornecer ou aumentar a Os computadores digitais trabalham internamente com dois níveis
memória desses dispositivos. Existem muitas versões, mas a mais de tensão (0:1), pelo que o seu sistema de numeração natural é o sistema
conhecida, sem dúvida é o micro-SD, o cartão de memória que funciona binário (aceso, apagado).
na maioria dos celulares.
Conexões do hardware
Os cartões de memória Secure Digital Card ou SD Card são uma Uma conexão para comunicação em série é feita através de um cabo
evolução da tecnologiaMultiMediaCard (ou MMC). Adicionam capacidades ou grupo de cabos utilizados para transferir informações entre a CPU e um
de criptografia e gestão de direitos digitais (daí oSecure), para atender às dispositivo externo como o mouse e o teclado, um modem,
exigências da indústria da música e uma trava para impedir alterações ou um digitalizador (scanner) e alguns tipos de impressora. Esse tipo de
a exclusão do conteúdo do cartão, assim como os disquetes de 3½". conexão transfere um bit de dado de cada vez, muitas vezes de forma
lenta. A vantagem de transmissão em série é que é mais eficaz a longas
Se tornou o padrão de cartão de memória com melhor custo/benefício
distâncias.
do mercado (ao lado do Memory Stick), desbancando o
Uma conexão para comunicação em paralelo é feita através de um
concorrente Compact Flash, devido a sua popularidade e portabilidade, e
cabo ou grupo de cabos utilizados para transferir informações entre
conta já com a adesão de grandes fabricantes
a CPU e um periférico como modem externo, utilizado em conexões
como Canon,Kodak e Nikon que anteriormente utilizavam exclusivamente
discadas de acesso a rede, alguns tipos de impressoras, um disco
o padrão CF (sendo que seguem usando o CF apenas em suas câmeras
rÍgido externo dentre outros. Essa conexão transfere oito bits de dado de
profissionais). Além disso, está presente também
cada vez, ainda assim hoje em dia sendo uma conexão mais lenta que as
em palmtops, celulares (nos modelos MiniSD, MicroSD e Transflash),
demais.
sintetizadores MIDI, tocadores de MP3 portáteis e até em aparelhos de
Uma conexão para comunicação USB é feita através de um cabo ou
som automotivo.
um conjunto de cabos que são utilizados para trocar informações entre
Hardware a CPU e um periférico como webcams, um teclado, um mouse,
O hardware pode ser definido como um termo geral para uma câmera digital, um pda, um mp3 player. Ou que se utilizam da
equipamentos como chaves, fechaduras, dobradiças, trincos, puxadores, conexão para armazenar dados como por exemplo um pen drive. As
fios, correntes, material de canalização, ferramentas, utensílios, talheres e conexões USBs se tornaram muito populares devido ao grande número de
peças de máquinas. No âmbito eletrônico o termo "hardware" é bastante dispositivos que podiam ser conectadas a ela e a utilização do padrão PnP
utilizado, principalmente na área de computação, e se aplica à unidade (Plug and Play). A conexão USB também permite prover a alimentação
central de processamento, à memória e aos dispositivos de entrada e elétrica do dispositivo conectada a ela.
saída. O termo "hardware" é usado para fazer referência a detalhes
específicos de uma dada máquina, incluindo-se seu projeto lógico Arquiteturas de computadores
pormenorizado bem como a tecnologia de embalagem da máquina. A arquitetura dos computadores pode ser definida como "as diferenças
O software é a parte lógica, o conjunto de instruções e dados na forma de fabricação dos computadores".
processado pelos circuitos eletrônicos do hardware. Toda interação dos Com a popularização dos computadores, houve a necessidade de um
usuários de computadores modernos é realizada através do software, que equipamento interagir com o outro, surgindo a necessidade de se criar um
é a camada, colocada sobre o hardware, que transforma o computador em padrão. Em meados da década de 1980, apenas duas "arquiteturas"
algo útil para o ser humano. resistiram ao tempo e se popularizaram foram: o PC (Personal
O termo "hardware" não se refere apenas aos computadores Computer ou em português Computador Pessoal), desenvolvido pela
pessoais, mas também aos equipamentos embarcados em produtos que empresa IBM e Macintosh (carinhosamente chamado de Mac)
necessitam de processamento computacional, como os dispositivos desenvolvido pela empresa Apple Inc..
encontrados em equipamentos hospitalares, automóveis, Como o IBM-PC se tornou a arquitetura "dominante" na época,
aparelhos celulares (em Portugal telemóveis), entre outros. acabou tornando-se padrão para os computadores que conhecemos hoje.
Na ciência da computação a disciplina que trata das soluções de
projeto de hardware é conhecida como arquitetura de computadores. Arquitetura aberta
Para fins contábeis e financeiros, o hardware é considerado um bem A arquitectura aberta (atualmente mais utilizada, criada inicialmente
de capital. pela IBM) é a mais aceita atualmente, e consiste em permitir que outras
empresas fabriquem computadores com a mesma arquitetura, permitindo
História do Hardware que o usuário tenha uma gama maior de opções e possa montar seu
A Humanidade tem utilizado dispositivos para auxiliar a computação próprio computador de acordo com suas necessidades e com custos que
há milênios. Pode se considerar que o ábaco, utilizado para fazer cálculos, se enquadrem com cada usuário.
tenha sido um dos primeiros hardwares usados pela humanidade. A partir
do século XVII surgem as primeiras calculadoras mecânicas. Em

Informática 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Placa-mãe
Arquitetura fechada  Scanner ou Digitalizador
A arquitetura fechada consiste em não permitir o uso da arquitetura  Teclado
por outras empresas, ou senão ter o controle sobre as empresas que  Webcam
fabricam computadores dessa arquitetura. Isso faz com que os conflitos
de hardware diminuam muito, fazendo com que o computador funcione Dispositivo de armazenamento é um dispositivo capaz de
mais rápido e aumentando a qualidade do computador. No entanto, nesse armazenar informações (dados) para posterior consulta ou uso. Essa
tipo de arquitetura, o utilizador está restringido a escolher de entre os gravação de dados pode ser feita praticamente usando qualquer forma
produtos da empresa e não pode montar o seu próprio computador. de energia, desde força manual humana como na escrita, passando por
Neste momento, a Apple não pertence exatamente a uma arquitetura vibrações acústicas em gravações fonográficas até modulação de energia
fechada, mas a ambas as arquiteturas, sendo a única empresa que produz eletromagnética em fitas magnéticas e discos ópticos.
computadores que podem correr o seu sistema operativo de forma legal, Um dispositivo de armazenamento pode guardar informação,
mas também fazendo parte do mercado de compatíveis IBM. processar informação ou ambos. Um dispositivo que somente guarda
Principais componentes informação é chamado mídia de armazenamento. Dispositivos que
 1 Microprocessador (Intel, AMD e VIA) processam informações (equipamento de armazenamento de dados)
 2 Disco rígido (memória de massa, não volátil, utilizada para podem tanto acessar uma mídia de gravação portátil ou podem ter um
escrita e armazenamento dos dados) componente permanente que armazena e recupera dados.
 3 Periféricos (impressora, scanner, webcam, etc.)
 4 Softwares (sistema operativo, softwares específicos) Armazenamento eletrônico de dados é o armazenamento que requer
 5 BIOS ou EFI energia elétrica para armazenar e recuperar dados. A maioria dos
 6 Barramento dispositivos de armazenamento que não requerem visão e um cérebro
 7 Memória RAM para ler os dados se enquadram nesta categoria. Dados eletromagnéticos
podem ser armazenados em formato analógico ou digital em uma
 8 Dispositivos de multimídia (som, vídeo, etc.)
variedade de mídias. Este tipo de dados é considerado eletronicamente
 9 Memórias Auxiliares (hd, cdrom, floppy etc.) codificado, sendo ou não armazenado eletronicamente em um dispositivo
 10 Memória cache semicondutor (chip), uma vez que certamente um dispositivo semicondutor
 11 Teclado foi utilizado para gravá-la em seu meio. A maioria das mídias de
 12 Mouse armazenamento processadas eletronicamente (incluindo algumas formas
 13 Placa-Mãe de armazenamento de dados de computador) são considerados de
armazenamento permanente (não volátil), ou seja, os dados permanecem
Redes armazenados quando a energia elétrica é removida do dispositivo. Em
Existem alguns hardwares que dependem de redes para que possam contraste, a maioria das informações armazenadas eletronicamente na
ser utilizados, telefones, celulares, máquinas de cartão de crédito, as maioria dos tipos de semicondutores são microcircuitos memória volátil,
placas modem, os modems ADSL e Cable, os Acess points, roteadores, pois desaparecem com a remoção da energia elétrica.
entre outros.
A criação de alguns hardwares capazes de conectar dois ou mais Com exceção de Códigos de barras e OCR, o armazenamento
hardwares possibilitou a existência de redes de hardware, a criação eletrônico de dados é mais fácil de se revisar e pode ser mais econômico
de redes de computadores e da rede mundial de computadores (Internet) do que métodos alternativos, devido à exigência menor de espaço físico e
é, hoje, um dos maiores estímulos para que as pessoas à facilidade na troca (re-gravação) de dados na mesma mídia. Entretanto,
adquiram hardwares de computação. a durabilidade de métodos como impressão em papel é ainda superior à
muitas mídias eletrônicas. As limitações relacionadas à durabilidade
Overclock podem ser superadas ao se utilizar o método de duplicação dos dados
Overclock é uma expressão sem tradução (seria algo como sobre- eletrônicos, comumente chamados de cópia de segurança ou back-up.
pulso (de disparo) ou ainda aumento do pulso). Pode-se definir Tipos de dispositivos de armazenamento:
o overclock como o ato de aumentar a frequência de operação de um
componente (em geral chips) que compõe um dispositivo (VGA ou  Por meios magnéticos. Exemplos: Disco Rígido, disquete.
mesmo CPU) no intuito de obter ganho de desempenho. Existem várias
formas de efetuar o overclock, uma delas é por software e outra seria  Por meios ópticos. Exemplos: CD, DVD.
alterando a BIOS do dispositivo.  Por meios eletrônicos (SSDs) - chip - Exemplos: cartão de
Exemplos de hardware memória, pen drive.
 Caixas de som
 Cooler Frisando que: Memória RAM é um dispositivo de armazenamento
 Dissipador de calor temporário de informações.
 CPU ou Microprocessador Dispositivos de armazenamento por meio magnético
 Dispositivo de armazenamento (CD/DVD/Blu-ray, Disco
Rídido (HD), pendrive/cartão de memória) Os dispositivos de armazenamento por meio magnético são os mais
 Estabilizador antigos e mais utilizados atualmente, por permitir uma grande densidade
 Gabinete de informação, ou seja, armazenar grande quantidade de dados em um
 Hub ou Concentrador pequeno espaço físico. São mais antigos, porém foram se aperfeiçoando
 Impressora no decorrer do tempo.
 Joystick Para a gravação, a cabeça de leitura e gravação do dispositivo gera
 Memória RAM um campo magnético que magnetiza os dipolos magnéticos,
 Microfone representando assim dígitos binários (bits) de acordo com a polaridade
 Modem utilizada. Para a leitura, um campo magnético é gerado pela cabeça de
 Monitor leitura e gravação e, quando em contacto com os dipolos magnéticos da
 Mouse mídia verifica se esta atrai ou repele o campo magnético, sabendo assim
 No-Break ou Fonte de alimentação ininterrupta se o pólo encontrado na molécula é norte ou sul.
 Placa de captura Como exemplo de dispositivos de armazenamento por meio
 Placa sintonizadora de TV magnético, podemos citar os Discos Rígidos .
 Placa de som
 Placa de vídeo Os dispositivos de armazenamento magnéticos que possuem mídias
removíveis normalmente não possuem capacidade e confiabilidade

Informática 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
equivalente aos dispositivos fixos, pois sua mídia é frágil e possui • Cores: O core é o núcleo do processador. Existem processadores-
capacidade de armazenamento muito pequena se comparada a outros core e multicore, ou seja, processadores com um núcleo e com vários
tipos de dispositivos de armazenamento magnéticos. núcleos na mesma peça.
Dispositivos de armazenamento por meio óptico • Cache: A memória Cache é um tipo de memória auxiliar, que faz
Os dispositivos de armazenamento por meio óptico são os mais diminuir o tempo de transmissão de informações entre o processador e
utilizados para o armazenamento de informações multimídia, sendo outros componentes
amplamente aplicados no armazenamento de filmes, música, etc. Apesar
• Potência: Medida em Watts é a quantia de energia que é consu-
disso também são muito utilizados para o armazenamento de informações
mida por segundo. 1W = 1 J/s (Joule por segundo)
e programas, sendo especialmente utilizados para a instalação de
programas no computador. A Evolução dos processadores é surpreendente. A primeira marca no
mercado foi a INTEL, com o a CPU 4004, lançado em 1970. Este CPU era
Exemplos de dispositivos de armazenamento por meio óptico são
para uma calculadora. Por isto, muitos dizem que os processadores come-
os CD-ROMs, CD-RWs, DVD-ROMs, DVD-RWs etc.
çaram em 1978, com a CPU 8086, também da Intel.
A leitura das informações em uma mídia óptica se dá por meio de um
Alguns anos mais tarde, já em 2006, é lançado o CORE 2 DUO, um
feixe laser de alta precisão, que é projetado na superfície da mídia. A
super salto na tecnologia dos processadores.
superfície da mídia é gravada com sulcos microscópicos capazes de
desviar o laser em diferentes direções, representando assim diferentes Para comparar:
informações, na forma de dígitos binários (bits). A gravação das • CPU 8086:
informações em uma mídia óptica necessita de uma mídia especial, cuja o Numero de transistores 29000
superfície é feita de um material que pode ser “queimado” pelo o Frequência máxima 8 Mhz
feixe laser do dispositivo de armazenamento, criando assim os sulcos que o Tamanho do registro da CPU 16 bits
representam os dígitos binários (bits). o Tamanho da BUS externa 16 bits
Dispositivos de armazenamento por meio eletrônico (SSDs) • Core i7
o Suporte: Socket LGA 1366
Este tipo de dispositivos de armazenamento é o mais recente e é o o Frequência (MHz): 3,2 GHz
que mais oferece perspectivas para a evolução do desempenho na tarefa o Bus processador: 4,8 GTps
de armazenamento de informação. Esta tecnologia também é conhecida o Gravação: 32 nm
como memórias de estado sólido ou SSDs (solid state drive) por não o Tamanho Cache L1: 6 x 64 KB
possuírem partes móveis, apenas circuitos eletrônicos que não precisam o Tamanho Cache L2: 6 x 256 KB
se movimentar para ler ou gravar informações. o Tamanho Cache L3: 12 MB
Os dispositivos de armazenamento por meio eletrônico podem ser o Arquitetura: Core i7 Westmere
encontrados com as mais diversas aplicações, desde Pen Drives, até Nota-se a diferença entre os processadores. O CPU 8086 tem fre-
cartões de memória para câmeras digitais, e, mesmo os discos rígidos quência de 8 MHz, enquanto que o i7 tem uma frequência de 3,2 GHz
possuem uma certa quantidade desse tipo de memória funcionando (3200 MHz), lembrando que o i7 tem 8 núcleos, cada um com estas espe-
como buffer. cificações.
A gravação das informações em um dispositivo de armazenamento Processadores bons são indispensáveis para as mais simples aplica-
por meio eletrônico se dá através dos materiais utilizados na fabricação ções no dia a dia. Tarefas como abrir um arquivo, até rodar os games mais
dos chips que armazenam as informações. Para cada dígito binário (bit) a atuais, o processador é quem faz tudo isso acontecer.
ser armazenado nesse tipo de dispositivo existem duas portas feitas de
material semicondutor, a porta flutuante e a porta de controle. Entre estas A Tecnologia dos processadores está evoluindo cada vez mais. Atu-
duas portas existe uma pequena camada de óxido, que quando carregada almente temos processadores domésticos com 8 núcleos, e cada vez
com elétrons representa um bit 1 e quando descarregada representa aumenta mais a capacidade de processamento dos novos produtos lança-
um bit 0. Esta tecnologia é semelhante à tecnologia utilizada nas memórias dos no mercado. Yuri Pacievitch
RAM do tipo dinâmica, mas pode reter informação por longos períodos de Memória RAM e ROM
tempo, por isso não é considerada uma memória RAM propriamente dita.
De uma forma bastante simplificada, memória é um dispositivo que
Os dispositivos de armazenamento por meio eletrônico tem a possui a função de guardar dados em forma de sinais digitais por certo
vantagem de possuir um tempo de acesso muito menor que os dispositivos tempo. Existem dois tipos de memórias: RAM e ROM.
por meio magnético, por não conterem partes móveis. O principal ponto
negativo desta tecnologia é o seu custo ainda muito alto, portanto A memória RAM (Random Access Memory) é aquela que permite a
dispositivos de armazenamento por meio eletrônico ainda são encontrados gravação e a regravação dos dados, no entanto, se o computador for
com pequenas capacidades de armazenamento e custo muito elevado se desligado, por exemplo, perde as informações registradas. Já a memória
comparados aos dispositivos magnéticos. ROM (Read Only Memory) permite a gravação de dados uma única vez,
não sendo possível apagar ou editar nenhuma informação, somente aces-
Processador sar a mesma.
O processador, também chamado de CPU (central processing unit), é Software
o componente de hardware responsável por processar dados e transfor-
Software, logiciário ou suporte lógico é uma sequência de
mar em informação. Ele também transmite estas informações para a placa
instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação,
mãe, que por sua vez as transmite para onde é necessário (como o moni-
redirecionamento ou modificação de um dado/informação ou
tor, impressora, outros dispositivos). A placa mãe serve de ponte entre o
acontecimento. Software também é o nome dado ao comportamento
processador e os outros componentes de hardware da máquina. Outras
exibido por essa seqüência de instruções quando executada em um
funções do processador são fazer cálculos e tomar decisões lógicas.
computador ou máquina semelhante além de um produto desenvolvido
Algumas características do processador em geral: pela Engenharia de software, e inclui não só o programa de computador
propriamente dito, mas também manuais e especificações. Para fins
• Frequência de Processador (Velocidade, clock). Medido em hertz, contábeis e financeiros, o Software é considerado um bem de capital.
define a capacidade do processador em processar informações ao mesmo Este produto passa por várias etapas como: análise
tempo. econômica, análise de
requisitos, especificação, codificação,teste, documentação, Treinamento,
manutenção e implantação nos ambientes.

Informática 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Software como programa de computador é um computador de uso geral e normalmente com um destino muito
Um programa de computador é composto por uma sequência de específico.
instruções, que é interpretada e executada por um processador ou por  Software aplicativo: é aquele que permite aos usuários executar
uma máquina virtual. Em um programa correto e funcional, essa sequência uma ou mais tarefas específicas, em qualquer campo de atividade que
segue padrões específicos que resultam em um comportamento desejado. pode ser automatizado especialmente no campo dos negócios. Inclui,
O termo "software" foi criado na década de 1940, e é um trocadilho entre outros:
com o termo hardware. Hardware, em inglês, significa ferramenta  Aplicações de controle e sistemas de automação industrial.
física. Software seria tudo o que faz o computador funcionar excetuando-  aplicações de informática para o escritório.
se a parte física dele.
 Software educacional.
Um programa pode ser executado por qualquer dispositivo capaz de
interpretar e executar as instruções de que é formado.  Software de negócios.
Quando um software está representado como instruções que podem  Banco de dados.
ser executadas diretamente por um processador dizemos que está escrito  Telecomunicações.
em linguagem de máquina. A execução de um software também pode ser  video games.
intermediada por um programa interpretador, responsável por interpretar e
 Software médico.
executar cada uma de suas instruções. Uma categoria especial e o notável
de interpretadores são as máquinas virtuais, como a máquina virtual  Software de calculo numérico e simbólico.
Java (JVM), que simulam um computador inteiro, real ou imaginado. Atualmente, temos um novo tipo de software. O software como
O dispositivo mais conhecido que dispõe de um processador é o serviço, que é um tipo de software armazenado num computador que se
computador. Atualmente, com o barateamento dos microprocessadores, acessa pela internet, não sendo necessário instalá-lo no computador do
existem outras máquinas programáveis, como telefone celular, máquinas usuário. Geralmente esse tipo de software é gratuito e tem as mesmas
de automação industrial, calculadora etc. funcionalidades das versões armazenadas localmente.
A construção de um programa de computador Outra classificação possível em 3 tipos é:
Um programa é um conjunto de instruções para o processador  Software de sistema: Seu objetivo é separar usuário e
(linguagem de máquina). Entretanto, pode-se utilizar linguagens de programador de detalhes do computador específico que está sendo usado.
programação, que traduza comandos em instruções para o processador. O software do sistema lhe dá ao usuário interfaces de alto nível e
ferramentas que permitem a manutenção do sistema. Inclui, entre outros:
Normalmente, programas de computador são escritos em linguagens
de programação, pois estas foram projetadas para aproximar-se das  Sistemas operacionais
linguagens usadas por seres humanos. Raramente a linguagem de  Drivers
máquina é usada para desenvolver um programa. Atualmente existe uma  ferramentas de diagnóstico
quantidade muito grande de linguagens de programação, dentre elas as
mais populares no momento são Java, Visual Basic, C, C++, PHP, dentre
 ferramentas de Correção e Otimização
outras.  Servidores
Alguns programas feitos para usos específicos, como por  Software de programação: O conjunto de ferramentas que
exemplo software embarcado ou software embutido, ainda são feitos em permitem ao programador desenvolver programas de computador usando
linguagem de máquina para aumentar a velocidade ou diminuir o espaço diferentes alternativas e linguagens de programação, de forma prática.
consumido. Em todo caso, a melhoria dos processadores dedicados Inclui, entre outros:
também vem diminuindo essa prática, sendo a C uma linguagem típica  Editores de texto
para esse tipo de projeto. Essa prática, porém, vem caindo em desuso,  Compiladores
principalmente devido à grande complexidade dos processadores atuais,
dos sistemas operacionais e dos problemas tratados. Muito raramente,  Intérpretes
realmente apenas em casos excepcionais, é utilizado o código de  linkers
máquina, a representação numérica utilizada diretamente pelo  Depuradores
processador.  Ambientes de Desenvolvimento Integrado : Agrupamento das
O programa é inicialmente "carregado" na memória principal. Após ferramentas anteriores, geralmente em um ambiente visual, de modo que o
carregar o programa, o computador encontra o Entry Point ou ponto inicial programador não precisa digitar vários comandos para a compilação,
de entrada do programa que carregou e lê as instruções interpretação, depuração, etc. Geralmente equipados com uma interface
sucessivamente byte por byte. As instruções do programa são passadas de usuário gráfica avançada. Fonte Wikipedia
para o sistema ou processador onde são traduzidas da linguagens de
programação para a linguagem de máquina, sendo em seguida
executadas ou diretamente para o hardware, que recebe as instruções na PROCEDIMENTOS, APLICATIVOS E DISPOSITIVOS PARA ARMAZE-
forma de linguagem de máquina. NAMENTO DE DADOS E PARA REALIZAÇÃO DE CÓPIA DE SEGU-
RANÇA (BACKUP)
Tipos de programas de computador
Qualquer computador moderno tem uma variedade de programas que
fazem diversas tarefas. BACKUP
Eles podem ser classificados em duas grandes categorias: Cópias de segurança dos dados armazenados em um computador são
1. Software de sistema que incluiu o firmware (O BIOS dos importantes, não só para se recuperar de eventuais falhas, mas também
computadores pessoais, por exemplo), drivers de dispositivos, o sistema das consequências de uma possível infecção por vírus, ou de uma inva-
operacional e tipicamente uma interface gráfica que, em conjunto, são.
permitem ao usuário interagir com o computador e seus periféricos. Formas de realizar um Backup
2. Software aplicativo, que permite ao usuário fazer uma ou mais Cópias de segurança podem ser simples como o armazenamento de
tarefas específicas. Aplicativos podem ter uma abrangência de uso de arquivos em CDs, ou mais complexas como o espelhamento de um disco
larga escala, muitas vezes em âmbito mundial; nestes casos, os rígido inteiro em um outro disco de um computador.
programas tendem a ser mais robustos e mais padronizados. Programas Atualmente, uma unidade gravadora de CDs e um software que possi-
escritos para um pequeno mercado têm um nível de padronização menor. bilite copiar dados para um CD são suficientes para que a maior parte dos
Ainda é possível usar a usuários de computadores realizem suas cópias de segurança.
categoria Software embutido ou software embarcado, Também existem equipamentos e softwares mais sofisticados e espe-
indicando software destinado a funcionar dentro de uma máquina que não cíficos que, dentre outras atividades, automatizam todo o processo de
realização de cópias de segurança, praticamente sem intervenção do

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usuário. A utilização de tais equipamentos e softwares envolve custos mais Compartimentação lógica destinada a organizar os diversos arquivos
elevados e depende de necessidades particulares de cada usuário. de programas em uma unidade de armazenamento de dados de um com-
A frequência com que é realizada uma cópia de segurança e a quanti- putador (disco rígido, disquete ou CD). Nos sistemas operacionais do
dade de dados armazenados neste processo depende da periodicidade Windows e do Macintosh, os diretórios são representados por pastas
com que o usuário cria ou modifica arquivos. Cada usuário deve criar sua Disco flexível
própria política para a realização de cópias de segurança. Mesmo que disquete. É um suporte para armazenamento magnético
Cuidados com o Backup de dados digitais que podem ser alterados ou removidos. É um disco de
Os cuidados com cópias de segurança dependem das necessidades plástico, revestido com material magnético e acondicionado em uma caixa
do usuário. O usuário deve procurar responder algumas perguntas antes plástica quadrada. Sua capacidade de armazenamento é 1,44Mb.
de adotar um ou mais cuidados com suas cópias de segurança: Disquete
Que informações realmente importantes precisam estar armazenadas em Mesmo que disco flexível. É um suporte para armazenamento magné-
minhas cópias de segurança? tico de dados digitais que podem ser alterados ou removidos. É um disco
Quais seriam as consequências/prejuízos, caso minhas cópias de de plástico, revestido com material magnético e acondicionado em uma
segurança fossem destruídas ou danificadas? caixa plástica quadrada. Sua capacidade de armazenamento é 1,44Mb.
O que aconteceria se minhas cópias de segurança fossem furtadas? Documento
Baseado nas respostas para as perguntas anteriores, um usuário deve O mesmo que arquivo. Todo o trabalho feito em um computador e
atribuir maior ou menor importância a cada um dos cuidados discutidos gravado em qualquer meio de armazenamento, que pode ser um disco
abaixo: rígido, um disquete ou um CD-Rom, de modo que fique gravado para ser
consultado depois.
Escolha dos dados: cópias de segurança devem conter apenas ar-
quivos confiáveis do usuário, ou seja, que não contenham vírus ou sejam Drivers
cavalos de tróia. Arquivos do sistema operacional e que façam parte da Itens de software que permitem que o computador se comunique com
instalação dos softwares de um computador não devem fazer parte das um periférico específico, como uma determinada placa. Cada periférico
cópias de segurança. Eles pode ter sido modificados ou substituídos por exige um driver específico.
versões maliciosas, que quando restauradas podem trazer uma série de CD-ROM
problemas de segurança para um computador. O sistema operacional e os
O CD-ROM - Compact Disc, Read-Only Memory - é um disco compac-
softwares de um computador podem ser reinstalados de mídias confiáveis,
to, que funciona como uma memória apenas para leitura - e, assim, é uma
fornecidas por fabricantes confiáveis.
forma de armazenamento de dados que utiliza ótica de laser para ler os
Mídia utilizada: a escolha da mídia para a realização da cópia de se- dados.
gurança é extremamente importante e depende da importância e da vida
Um CD-ROM comum tem capacidade para armazenar 417 vezes mais
útil que a cópia deve ter. A utilização de alguns disquetes para armazenar
dados do que um disquete de 3,5 polegadas. Hoje, a maioria dos progra-
um pequeno volume de dados que estão sendo modificados constante-
mas vem em CD, trazendo sons e vídeo, além de textos e gráficos.
mente é perfeitamente viável. Mas um grande volume de dados, de maior
importância, que deve perdurar por longos períodos, deve ser armazenado Drive é o acionador ou leitor - assim o drive de CD-ROM é o dispositi-
em mídias mais confiáveis, como por exemplo os CDs; vo em que serão tocados os CD-ROMS, para que seus textos e imagens,
suas informações, enfim, sejam lidas pela máquina e devidamente proces-
Local de armazenamento: cópias de segurança devem ser guarda-
sadas.
das em um local condicionado (longe de muito frio ou muito calor) e restri-
to, de modo que apenas pessoas autorizadas tenham acesso a este local A velocidade de leitura é indicada pela expressão 2X, 4X, 8X etc., que
(segurança física); revela o número de vezes mais rápidos que são em relação aos sistemas
de primeira geração.
Cópia em outro local: cópias de segurança podem ser guardadas em
locais diferentes. Um exemplo seria manter uma cópia em casa e outra no E a tecnologia dos equipamentos evoluiu rapidamente. Os drivers de
escritório. Também existem empresas especializadas em manter áreas de hoje em dia tem suas velocidades nominais de 54X e 56X.
armazenamento com cópias de segurança de seus clientes. Nestes casos A velocidade de acesso é o tempo que passa entre o momento em
é muito importante considerar a segurança física de suas cópias, como que se dá um comando e a recuperação dos dados. Já o índice de transfe-
discutido no item anterior; rência é a velocidade com a qual as informações ou instruções podem ser
Criptografia dos dados: os dados armazenados em uma cópia de deslocadas entre diferentes locais.
segurança podem conter informações sigilosas. Neste caso, os dados que Há dois tipos de leitor de CD-ROM: interno (embutidos no computa-
contenham informações sigilosas devem ser armazenados em algum dor); e externo ligados ao computador, como se fossem periféricos).
formato criptografado; Atualmente, o leitor de CD-ROM (drive de CD-ROM) é um acessório
DISPOSITIVOS multimídia muito importância, Presente em quase todos os computadores.
Disco rígido, disco duro ou HD (Hard Disc) é a parte do computador Os cds hoje em dia são muito utilizados para troca de arquivos, atra-
onde são armazenadas as informações, ou seja, é a "memória" vés do uso de cds graváveis e regraváveis. Os cds somente podem ser
propriamente dita. Caracterizado como memória física, não-volátil, que é gravados utilizando-se um drive especial de cd, chamado gravador de cd.
aquela na qual as informações não são perdidas quando o computador é DVD – Rom
desligado. Os DVDs são muito parecidos com os cds, porém a sua capacidade
O disco rígido é um sistema lacrado contendo discos de metal de armazenamento é muito maior, para se ter uma ideia, o DVD armazena
recompostos por material magnético onde os dados são gravados através quase que 10 vezes mais que um cd comum.
de cabeças, e revestido externamente por uma proteção metálica que é Por terem uma capacidade tão grande de armazenamento, compor-
presa ao gabinete do computador por parafusos. Também é chamado de tam um conteúdo multimídia com facilidade, sendo muito usados para
HD (Hard Disk) ou Winchester. É nele que normalmente gravamos dados armazenar filmes e shows.
(informações) e a partir dele lançamos e executamos nossos programas
mais usados. Os drives mais atuais permitem a gravação de dvds, porém o seu pre-
ço ainda é muito alto para o uso doméstico, porém um drive muito utilizado
Memória RAM (Random Access Memory) é um tipo de memória de hoje em dia é o comb. Este drive possui a função de gravador de cd e
computador. É a memória de trabalho, na qual são carregados todos os leitor de dvd.
programas e dados usados pelo utilizador. Esta é uma memória volátil, e
será perdido o seu conteúdo uma vez que a máquina seja desligada. Pode
ser SIMM, DIMM, DDR etc. É medida em bytes, kilobytes (1 Kb = 1024 ou CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE ARQUI-
210 bytes), megabytes (1 Mb = 1024 Kb ou 220 bytes). VOS, PASTAS E PROGRAMAS, INSTALAÇÃO DE PERIFÉRICOS.
Diretório A capacidade de armazenamento dos computadores pessoais aumen-

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tou muito, desde os tempos áureos da década de 80, em que 16Kb de
memória eram um verdadeiro luxo para máquinas deste porte, até os dias
atuais, em que temos de lidar com mega, giga e até terabytes de informa-
ção. Administrar tanta coisa requer prática, bom senso, e muita, mas muita
paciência.
Conceitos de organização de arquivos e método de acesso
O que é, afinal, um arquivo de dados? Imagine o seu computador co-
mo um grande gaveteiro. As gavetas principais contêm pastas que, por
sua vez, contêm as folhas de papel com as informações. Estes são os
arquivos à moda antiga. Mas a lógica de organização de arquivos no
computador guarda uma diferença essencial: as pastas dos micros podem
conter outras pastas!
Os arquivos podem ser classificados mediante a sua colocação em di-
ferentes pastas e as próprias pastas podem ser classificadas do mesmo
modo. Dessa forma, pastas podem conter arquivos, junto com outras
pastas, que podem conter mais arquivos e mais pastas, e assim por dian-
te.
Mas onde termina (ou começa) isso tudo?? Esses são os caminhos básicos.
Há pastas que não estão contidas em outras pastas e sim no que Eventualmente haverá outros ícones, dependendo da configuração do
chamamos de diretório-raiz. computador, como um drive de Zip (D:), por exemplo.
Esse diretório representa um disco do computador que pode estar vi- Ao clicar apenas uma vez nos ícones de qualquer drive, vamos poder
sível, como um disquete de pequena capacidade, ou um CD-ROM (disco visualizar quanto de espaço está ocupado por arquivos e quanto ainda
compacto de média capacidade) nele embutido, como um HD (hard-disk – está livre para gravarmos mais conteúdo.
disco rígido, fixo no computador) de alta capacidade, no qual normalmente
ficam armazenados o sistema operacional e os programas (softwares)
instalados.
Observe na imagem seguinte uma estrutura típica de organização de
pastas no Windows:
Exemplo de estrutura de pastas do Windows

Essas informações ficam visíveis por um gráfico em forma de pizza


que o “Meu Computador” exibe automaticamente. Veja o exemplo: disco
rígido e em nossos disquetes e CDs.
Com o botão esquerdo do mouse podemos executar vários comandos
para o determinado arquivo. Entre eles: abrir, imprimir, examinar com o
anti-virus, abrir com um determinado aplicativo, enviar para outro diretório
No lado esquerdo da tela acima, vemos o diretório-raiz, designado ou outra pasta. Também é possível escolher a opção “enviar para destina-
como “arquivos de programas:” e as pastas que estão abaixo dele, como tário de correio” e anexar o documento em uma mensagem do nosso
“Acessórios” e “Adobe”. Note como a estrutura de pastas permite, por gerenciador de e-mails. Além desses comandos, pode-se também copiar,
exemplo, que a pasta “Adobe” contenha inúmeras outras pastas e, dentro recortar, criar um atalho, renomear, excluir e verificar as propriedades –
destas, como o tamanho do arquivo, a data de criação e a data da última altera-
ção.
Entretanto, ambas estão vinculadas à pasta “Arquivos e Programas”.
Estando a pasta (ou diretório) “Arquivos de Programas” selecionada, como O ícone mais diferente do “Meu Computador” é o “Painel de Controle”.
na figura anterior, você pode ver o seu conteúdo do lado direito: ela con- Como o próprio nome já diz, é por ele que se gerencia várias modificações
tém outros arquivos. nas configurações do computador. É por esse painel, por exemplo, que
acessamos os aplicativos gerenciadores de instalação e remoção de
2. Utilizando o ícone “Meu Computador”
hardwares (placas de vídeo, som etc.) e softwares.
Em todas as áreas de trabalho (desktop) dos computadores que ope-
Tela do “Painel de Controle”. As características do micro são
ram com o Windows há um ícone chamado “Meu Computador”. Esse ícone
modificadas por aqui. Podemos adicionar e remover softwares, entre
é um atalho para um gerenciador de arquivos armazenados no micro.
outras coisas.
Vamos verificar alguns dos comandos básicos nele existentes.
Ao clicar duas vezes no ícone “Meu computador”, surgirá uma nova
janela com outros ícones para se acessar os arquivos do drive A: (para
disquetes de 3½), do drive C: (disco rígido), do drive D (CD-ROM ou DVD)
e finalmente do Painel de Controle.

Informática 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Pelo “Painel de Controle” ainda é possível mudar as configurações do


vídeo, determinar como o mouse deve funcionar (para pessoas destras ou
canhotas), configurar o teclado, adicionar ou remover tipos de fontes e
muitas outras aplicações.
Clicando duas vezes sobre um ícone do drive, vamos visualizar todas
as pastas, subpastas e arquivos gravados nessa unidade. Para abrir as Para permitir que a pasta seja aberta por outros micros da rede inter-
pastas ou os arquivos, basta clicar duas vezes sobre eles. O ícone “Meu na, selecione “Compartilhar esta pasta” Defina também qual será o tipo de
Computador” é o principal meio para verificar o espaço disponível no compartilhamento.
nosso Caso não se lembre do diretório, escolha o drive C: para pesquisar por
3. Conhecendo os comandos do Windows Explorer todo o disco rígido do micro. Clicando no botão “Pesquisar”, o sistema
começará a procurar por todos os arquivos de Word gravados no compu-
O Windows Explorer é um aplicativo de gerenciamento de arquivos já
tador.
instalado nos computadores com sistema Windows. Sua utilização é
bastante simples. Por ele pode-se organizar os arquivos de dados e de GERENCIANDO SEUS ARQUIVOS COM O TOTAL COMMANDER
programas do seu computador, movê-los de uma pasta para outra, copiá- O Total Comander é um aplicativo shareware que pode ser baixado
los, excluir, compactar etc. O principal atalho para abrir o Windows Explo- pela rede.
rer é apertar ao mesmo tempo as teclas do Windows e da letra “E”. Além de gerenciar arquivos, o Total Commander é um programa de
É pelo Explorer também que se organiza arquivos gravados em outros FTP e compactador de arquivos.
computadores ligados a uma rede local. Por exemplo, nos Infocentros Seus comandos para gerenciamento de arquivos são bastante intuiti-
(salas de acesso público à Internet para pessoas que não possuem micros vos, permitindo que organizemos nossas pastas muito facilmente. Além
próprios) os computadores estão ligados uns aos outros pela rede interna. dos recursos básicos de um gerenciador padrão, ele possui outros bastan-
Um usuário do Infocentro pode escrever, de qualquer computador, o seu te sofisticados.
currículo e salvá-lo no Micro 01. Desse computador, o usuário pode salvar E bom saber
seu documento em um disquete – sempre pelo Windows Explorer, já que o
Micro 01 é o único da sala com drive de disquete. Portanto, esse aplicativo As ações de abrir e renomear um arquivo são iguais no Windows
do Windows serve tanto para manipular arquivos do computador que Explorer e no Total Commander. Em ambos utilize os seguintes
estamos operando quanto de algum outro da rede local. comandos:
Fazer uma busca pelo Windows para procurar um arquivo que você 1. Para abrir um arquivo, selecione-o, posicionando o cursor sobre ele e
não sabe ao certo em que pasta está gravado é um recurso interessante. dê um duplo dique, automaticamente ele se abrirá.
Clique no ícone “Pesquisar”, no alto da tela. A parte da tela à esquerda 2. Paro renomeá-lo, selecione-o e dique uma vez sobre ele. Espere
mudará e você terá duas opções de pesquisa: escrevendo o nome ou alguns instantes para que se torne editável e escreva o novo nome.
parte do nome do arquivo ou então um trecho do texto contido no docu- Atenção! Ao renomear um arquivo, mantenha a sua extensão, caso
mento. Caso você não se lembre do nome do arquivo ou de uma palavra contrário poderá não conseguir abri-lo novamente! O arquivo deve
específica do texto, mas sabe que é arquivo do Word, pode escrever estar Fechado, pois não é possível renomear documentos abertos.
“*.doc” no campo “Procurar por Arquivos Chamados:”. O sinal de asteris- Vamos conhecer alguns comandos básicos como: visualizar, abrir,
cos (*) indica que o aplicativo deve procurar todos os arquivos com essa renomear, copiar, e apagar arquivos e diretórios.
extensão, não importando o que estiver escrito antes. Para concluir a No Total Commander é possível visualizar os arquivos por meio de
pesquisa, escolha o diretório onde o arquivo poderia estar. duas janelas diferentes, o que nos possibilita ver, ao mesmo tempo, o
Como fazer conteúdo do diretório-raiz C:, do drive A: ou D: (letras normalmente atribuí-
O compartilhamento de pastas e arquivos em micros ligados em uma das aos drives de disquete e CD-ROM, respectivamente) e de outros
rede interna é bem simples. Basta habilitar que determinada pasta seja diretórios raiz ou drives que o micro possa ter. Para essa operação, basta
compartilhada. Para isso, clique na pasta desejada com o botão esquerdo selecionar a letra do drive ou diretório no menu principal.
do mouse. Escolha “Compartilhamento”. Na tela que se abrir, marque a Visualizando simultaneamente arquivos de drives e diretórios por meio
opção “Compartilhar esta Pasta”. Você ainda pode determinar quantas do Total commander
pessoas poderão abrir a pasta e se poderão modificar ou não os arquivos Com este aplicativo você pode copiar arquivos de dois modos:
abertos. selecionando o arquivo com o mouse e arrastando-o para o local em que
se deseja copiá-lo ou selecionando o arquivo e clicando na opção “F5
Copy” (ou clicando na tecla F5 do seu teclado).
Nos dois casos, aparecerá uma janela para confirmar a ação. Basta
clicar em “0k”.
Para apagar um arquivo é necessário selecioná-lo com o mouse e
clicar na tecla “Delete/Del”. Você também pode apagá-lo, após a seleção,
clicando na opção “F8 Delete” (ou apertando a tecla F8 do teclado). Nesse
momento também aparecerá uma janela para confirmar a ação. Basta
então clicar em “Sim”.

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Apagando arquivos com o Total Commander E bom saber: E aconselhável compactar grandes arquivos para armazená-
Finalmente, para criar pastas ou diretórios, selecione o local em que a los, otimizando espaço de armazenagem em seu HD. Esse procedimento
pasta ou o diretório será criado. dique no botão “F7 New Folder” (ou aperte também é recomendado para enviá-los por e-mail, pois assim o tempo de
a tecla F7). Logo em seguida aparecerá uma caixa de diálogo para digitar download e upload desses arquivos é bem menor.
o nome do novo diretório ou pasta. Depois é só clicar em “0k”. Há diversos softwares para compactar e descompactar arquivos
Associando programas a seus respectivos Formatos disponíveis no mercado. Eles reduzem diferentes arquivos em formato .zip,
Você já sabe que um arquivo armazena dados. Dados, na linguagem .arj e outros.
da informática, pode significar desde uma receita de bolo a um videoclipe E bom saber: Se você necessita ler apenas algumas informações de um
do Olodum. Uma receita de bolo pode ser feita utilizando um editor de documento compactado, não é necessário descompactá-lo para isso o
texto como o Word, por exemplo, enquanto um videoclipe pode ser aplicativo Zip Peeker permite que o usuário leia o conteúdo dos arquivos
visualizado pelo Windows Media Player. mas sem a inconveniência de descompactá-los. E possível também
Se tivermos os devidos programas aqui citados instalados em nosso remover, copiar ou mover os arquivos escolhidos.
computador, um duplo dique em cada um dos arquivos do exemplo Um dos softwares mais utilizados pelos usuários é o Winzip. Se esse
anterior faz com que o Word ou o Media Player iniciem-se aplicativo estiver devidamente instalado, para se compactar um arquivo
automaticamente, carregando e mostrando o arquivo no formato desejado. pelo Windows Explorer, basta clicar nele com o botão direito e escolher a
Como o sistema operacional, no caso o Windows, consegue distinguir opção “Add to Zip”. Isso pode ser feito com conjuntos de arquivos e até
entre os dois arquivos, o de texto e o de filme, sabendo qual aplicativo mesmo com pastas. Ao se escolher essa opção, uma janela se abrirá
chamar, para cada um deles? perguntando o nome do novo arquivo a ser criado com o(s) arquivo(s)
Isso é possível graças à extensão dos arquivos. A extensão é devidamente compactado(s) e outras informações. Após o preenchimento
simplesmente a parte final do nome do arquivo. Quando clicamos duas dessas informações, o arquivo compactado estará pronto.
vezes sobre um arquivo, o sistema operacional olha primeiramente para a Em versões mais recentes do Winzip, ao se clicar com o botão direito
extensão do arquivo. sobre um arquivo, automaticamente se habilita a opção de se criar o
Se for uma extensão que já está registrada, o sistema chama o arquivo compactado (ou zipado, como se costuma dizer) já com o mesmo
aplicativo que é capaz de carregar aquele tipo de arquivo, a fim de exibi-lo nome do arquivo original, trocando-se somente a extensão original do
corretamente. arquivo para “.zip”.
Importante Para se descompactar um arquivo, basta que se dê duplo dique nele.
Uma janela se abrirá com todos os arquivos armazenados dentro de um
A extensão é tudo o que vai depois do ponto, no nome do arquivo.
arquivo compactado e pode-se optar por descompactar todos, clicando-se
Portanto, todos os arquivos que terminam em .doc reconhecidos pelo
no botão “Extrair”, ou apenas alguns deles, selecionando-os com um dique
sistema para serem visualizados por meio do Word e ou do Open Writer.
e usando novamente o botão “Extrair”. Vale lembrar que como é possível
Já a extensão .avi indico que o arquivo é visualizável através do Media
compactar diretórios inteiros, quando estes são descompactados, o Winzip
Player e assim por diante.
e outros programas compactadores reconstroem a estrutura original das
Mas o que significa “registrar uma extensão”? Registrar é avisar para pastas.
o Windows que aplicativo ele deve chamar quando precisar abrir arquivos O Freezip é um descompactador freeware. Veja na seção “Links na
daquela extensão. Assim, o sistema operacional guarda a informação de lnternet” o endereço para efetuar o download desse aplicativo. Sua
quais aplicativos abrem os arquivos, livrando você de ter de se preocupar instalação é bastante simples, basta clicar duas vezes sobre o ícone do
com isso. arquivo executável, aceitar o contrato de licença e pronto: a instalação
O registro das extensões é normalmente feito durante a instalação de seguirá sem transtornos.
cada aplicativo. Cada programa de instalação cuida de registrar, automati- Para usar esse aplicativo, inicie o Windows Explorer, escolha a pasta
camente, a extensão dos arquivos com os quais o aplicativo que está a ser compactada (preferencialmente no lado esquerdo da tela, onde
sendo instalado trabalha. Por exemplo, é o instalador do Office que regis- apenas as pastas são mostradas) e clique com o botão direito do mouse
tra as extensões .doc, .dot (associando-as ao Word), assim como associa sobre ela.
as extensões .xls e .xlt ao Excel; .ppt ao PowerPoint e assim por diante.
Ao aparecer o menu suspenso, você deverá escolher a opção “Add to
Muitas vezes, porém, precisamos fazer isso manualmente. Isso Zip”. Um arquivo com todo o conteúdo da pasta selecionada compactado
acontece quando um programa de instalação não completou sua será gerado. Como na imagem ao lado, o conteúdo de uma pasta será
execução, registrando erradamente extensões de um aplicativo que não compactado e colocado no arquivo Free.zip.
instalou.
Para fazer a operação inversa, basta clicar duas vezes no arquivo
Para efetuar esse registro manual, você pode usar o Windows compactado e os arquivos serão retirados do arquivo zip e colocados em
Explorer. Selecione a opção de menu “Ferramentas”, “Opções de Pasta”. suas respectivas pastas.
Dentro dessa opção, selecione a última aba, “Tipos de Arquivo”.
Como dissemos, o Total Commander também tem função de
Para registrar uma extensão, basta clicar em “Novo”, preencher o compactação de arquivos. Basta selecionar o arquivo que desejamos
campo com a extensão desejada, clicar em “Avançado” e escolher que compactar e clicar no menu “Arquivos”, “Compactar”.
aplicativo abrirá os arquivos com a extensão registrada: no nosso exemplo,
a extensão fictícia “XYZ”, como na figura 1. Para descompactar um arquivo, basta selecioná-lo, clicar no menu
“Arquivo” e escolher a opção “Descompactar”. Em seguida você verá uma
Escolhido o aplicativo, basta clicar em “0K” e pronto. De acordo com caixa de diálogo, semelhante à da imagem anterior, para escolher a pasta
nosso exemplo, o sistema operacional passará a reconhecer arquivos do em que o arquivo será descompactado.
tipo “XYZ” como um arquivo de áudio do Windows Media Player.
Amplie sua segurança: Faça cópias de seus arquivos
Ganhe tempo e espaço: aprenda a compactar e descompactar arqui-
vos Ë muito importante que você faça a cópia de segurança (backup) dos
seus arquivos, principalmente daqueles com os quais você trabalha todos
No passado, para guardar arquivos em nosso computador os dias.
precisávamos que ele tivesse muita memória e isso exigia investimento.
Alguns arquivos não podiam ser copiados para disquetes, pois eles não Para isso, tenha sempre à mão um disquete. lnsira-o no drive de mídia
tinham memória suficiente para armazená-los. Esses e outros problemas flexível, geralmente representado pela letra A:. Abra o Windows Explorer e,
motivaram programadores a desenvolver formas de se trabalhar os do lado direito da tela, selecione os arquivos (ou pastas) que você quer
arquivos alterando seu formato, tomando-os menores. Hoje, com as copiar. Para selecionar mais de um arquivo, basta manter a tecla “CTRL”
técnicas adotadas, consegue-se reduzir um arquivo de texto em 82% ou pressionada enquanto você clica sobre os arquivos. Depois dique no menu
mais de seu tamanho original, dependendo do conteúdo. Isso é feito com “Editar”, “Copiar”.
programas chamados compactadores. Essa ação cria uma cópia temporária dos arquivos em um lugar
especial chamado “Área de Transferência”. Depois, dique sobre o ícone A:,

Informática 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que indica a unidade de disquete, e selecione “Editar”, “Colar”. Os arquivos ainda ficarão rastros de navegação como os cookies, por exemplo.
armazenados na Área de Transferência serão copiados no disquete. Há outros modos de apagar arquivos desnecessários, cookies e
A utilização de um disquete limita o processo de cópia de arquivos ou outras pistas deixadas em nosso micro todas as vezes que abrimos um
conjuntos de arquivos até o tamanho total de 1.44Mb. Para a cópia de arquivo, acionamos um programa ou navegamos na lnternet. Existem,
grandes quantidades de informação, o ideal é utilizar discos virtuais, inclusive, programas especializados nessa tarefa. Essa limpeza torna a
oferecidos por alguns servidores, ou uma mídia compacta como o CD- navegação mais rápida.
ROM. Para apagar seus rastros de navegação, por exemplo, abra o
Importante: E essencial utilizar antivírus no seu computador. Deixe Windows Explorer e selecione no disco C: as pastas “Arquivos de
sempre ativada a função “Proteção de Arquivos”. Essa função possibilita a Programas ‘Windows”, ‘Tempo”, “Temporary lnternet Files”. Ao lado direito
verificação automática à medida que eles são copiados. da tela você poderá ver todos os arquivos e cookies recentemente
baixados da Internet para o seu computador. Basta selecioná-los e teclar
os comandos “shiftldel”.
É bom saber: Há outros modos de copiar arquivos. Um deles é selecionar WINDOWS EXPLORER GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS E PASTAS
aqueles que se deseja copiar, clicar e sobre eles e, sem soltar o botão do
O Windows Explorer tem a mesma função do Meu Computador: Orga-
mouse, arrastá-los até o drive A:.
nizar o disco e possibilitar trabalhar com os arquivos fazendo, por exemplo,
Detectando e corrigindo problemas: Scandisk cópia, exclusão e mudança no local dos arquivos. Enquanto o Meu Com-
Sabemos que os arquivos são guardados em setores de disco (rígido putador traz como padrão a janela sem divisão, você observará que o
ou flexível). Muitas vezes, porém, esses setores podem apresentar Windows Explorer traz a janela dividida em duas partes. Mas tanto no
defeitos, provocando perda de dados. Outras vezes, processos de primeiro como no segundo, esta configuração pode ser mudada. Podemos
gravação não concluídos podem levar o sistema de arquivos a um estado criar pastas para organizar o disco de uma empresa ou casa, copiar arqui-
inconsistente. vos para disquete, apagar arquivos indesejáveis e muito mais.
Quando você começara se deparar com erros do tipo: “Impossível
ler/gravar a partir do dispositivo”, fique certo de que as coisas não estão
como deveriam.
O primeiro passo para tentar uma solução é executar o Scandisk para
detectar e corrigir problemas no sistema de arquivos.
É bom saber: O Scandisk elimina setores marcados erroneamente como
se pertencessem a mais de um arquivo, e setores órfãos, que estão
marcados como usados, mas não pertencem a nenhum arquivo. Ele
também tenta ler os dados de setores deFeituosos, transferindo-os para
setores bons, marcando os defeituosos de modo que o sistema
operacional não os use mais.
Para executar o Scandisk, entre no Windows Explorer e dique com o
botão direito do mouse sobre a unidade de disco a ser diagnosticada (A:,
B:, C: ou D:). Selecione a opção “Propriedades” e, dentro da janela “Pro-
priedades”, selecione a opção “Ferramentas”. Clique sobre o botão “Verifi-
Janela do Windows Explorer
car Agora” e o Scandisk será iniciado. Selecione a opção teste “Completo”
e marque a opção de correção automática. dUque em “Iniciar” para realizar No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas em seu
a verificação e correção. computador e todos os arquivos e pastas localizados em cada pasta
selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e mover arquivos. Ele é
A primeira opção procura ler os dados, buscando setores defeituosos.
composto de uma janela dividida em dois painéis: O painel da esquerda é
A segunda procura fazer sua transferência para setores bons, corrigindo
uma árvore de pastas hierarquizada que mostra todas as unidades de
automaticamente os setores ambíguos e órfãos. Em qualquer caso, os
disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desktop (também tratada como uma
setores defeituosos eventualmente encontrados são marcados para não
pasta); O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à esquer-
serem mais utilizados pelo sistema operacional. Dependendo do tamanho
da e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu
em megabytes da unidade de disco a ser diagnosticada, esse processo
Computador, como padrão ele traz a janela sem divisão, é possível divi-
pode ser demorado.
di−la também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas) Para
Importante: A Ferramenta do Scandisk só pode ser usada em discos que abrir o Windows Explorer, clique no botão Iniciar, vá a opção Todos os
aceitam nova gravação de dados, como os disquetes e os HDs. Assim, Programas / acessórios e clique sobre Windows Explorer ou clique sob
CD-ROMs que só podem ser gravados uma única vez não podem ser o botão iniciar com o botão direito do mouse e selecione a opção Explorar.
corrigidos, caso haja algum problema no processo de gravação. Preste atenção na Figura da página anterior que o painel da esquerda
Faça uma faxina em seu computador na figura acima, todas as pastas com um sinal de + (mais) indicam que
O sistema operacional Windows, à medida de trabalha, faz uso de contêm outras pastas. As pastas que contêm um sinal de – (menos) indi-
uma área de rascunho que usa para guardar dados temporariamente. cam que já foram expandidas (ou já estamos visualizando as sub−pastas).
Quando você navega pela web, por exemplo, as páginas que você visitou Painel de controle
são armazenadas em uma área temporária, para que possam ser O Painel de controle do Windows XP agrupa itens de configuração de
visualizadas rapidamente, caso você retome a elas. Tudo isso consome dispositivos e opções em utilização como vídeo, resolução, som, data e
espaço em seu disco rígido, o que, como veremos no tópico seguinte, hora, entre outros. Estas opções podem ser controladas e alteradas pelo
toma seu computador mais lento. usuário, daí o nome Painel de controle.
Para ficar livre desses arquivos temporários, de tempos em tempos,
utilize a opção “Limpeza de Disco”. Para isso, faça o seguinte caminho: na
área de trabalho do Windows, dique na barra “Iniciar”, “Programas”,
“Acessórios”, “Ferramenta do Sistema”, “Limpeza de disco”. Ao acionar
essa opção, uma janela aparecerá para que você escolha a unidade de
disco a ser limpa. Faça a escolha e dique em “0K”. O Windows calculará
quanto de espaço pode ser liberado no disco e após esse processo abrirá
uma janela como a ilustrada ao lado.
Ao optar, por exemplo, em apagar os arquivos ActiveX e Java
baixados da lnternet, você impedirá a execução offline dos mesmos. Mas

Informática 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Não há nenhuma regra sobre excluir arquivos e pastas até se falar de
Meus Documentos. Você não pode excluir a pasta Meus Documentos. A
Microsoft quer que você a tenha e você irá mantê-la. Então, você deve
conviver com isso! Se clicar com o botão direito do mouse na pasta Meus
Documentos em sua área de trabalho, notará que há uma opção Excluir.
Essa opção é para excluir o atalho, que é realmente o que você vê na área
de trabalho, mas você não está eliminando a pasta Meus Documentos.
Você pode renomear Meus Documentos se quiser. Clique com o botão
direito do mouse na pasta e escolha Renomear. Digite o novo nome.
Embora não seja recomendado.
Você pode compartilhar a pasta Meus Documentos com outros com-
putadores conectados ao seu computador e com aqueles que estão confi-
gurados como um usuário diferente em seu computador. Siga exatamente
os passos.
Compartilhar Meus Documentos
1. Clique com o botão direito do mouse na pasta Meus Documentos.
2. Escolha Propriedades.
Para acessar o Painel de controle 3. Clique a guia Compartilhamento.
1. Clique em Iniciar, Painel de controle. Isto traz a guia Compartilhamento para frente -onde você de-
2. Inicialmente o Painel de controle exibe nove categorias distintas. cide quem consegue compartilhar, quem não, e quanto con-
Painel de controle trole essas pessoas têm sobre sua pasta.
3. Clique na opção desejada. 4. Escolha Compartilhar Esta Pasta.
4. Na próxima tela escolha a tarefa a ser realizada. Tudo agora ganha vida e você tem todo tipo de opção:
Utilize os botões de navegação: Criando uma pasta (DIRETÓRIO)
A pasta Meus Documentos pode ficar facilmente desorganizada se
Voltar Para voltar uma tela. você não se antecipar e criar pastas adicionais para organizar melhor seu
material. Lembre-se: Meus Documentos é como um grande gabinete de
Avançar Para retornar a tarefa.
arquivos. Quando precisar de um novo arquivo, digamos para um novo
assunto, você prepara uma pasta para ele. Conforme continuar a trabalhar,
Acima Para ir ao diretório acima.
você preencherá cada pasta com arquivos diferentes.
Para localizar arquivos, imagens, sons, vídeos, Criar uma pasta (DIRETÓRIO)
Pesquisar
etc. 1. Dê um clique duplo em Meus Documentos.
Pastas Para exibir o conteúdo de uma pasta. 2. Clique em Arquivo > Novo, ou
1. Em Meus Documentos clique com o botão direito do mouse
PASTAS E ARQUIVOS
2. Novo > Pasta
Uma unidade de disco pode ter muitos arquivos. Se todos eles esti-
COMO ABRIR ARQUIVOS E PASTAS
vessem em um mesmo lugar, seria uma confusão.
Tudo no Windows se abre com um clique duplo do mouse. Abra uma
Para evitar esse caos, você pode colocar seus arquivos de computa-
pasta para exibir os arquivos (e talvez até outras pastas) armazenados
dor em pastas. Essas pastas são utilizadas para armazenar arquivos e
nessa pasta. Abra um arquivo para iniciar um programa, ou abra um
ajudar a mantê-Ios organizado assim como as prateleiras e cabides aju-
documento para editar.
dam você a manter suas roupas organizadas
Abrir um arquivo ou pasta
Os destaques incluem o seguinte:
1. Dê um clique duplo em um ícone da unidade de disco.
⇒ Meus Documentos
O ícone da unidade (C:) é uma boa escolha. Há sempre material
4. Digite o nome e tecle ENTER aí dentro. Um clique duplo no ícone abre unidade (C:) e permite
5. Pronto! A Pasta está criada. que você veja que arquivos e pastas residem lá.
⇒ Fazer uma pasta 2. Dê um passeio.
⇒ Excluir arquivos Dê um clique duplo em uma pasta. Isso abre a pasta, e você vê
⇒ Recuperar arquivos outra janela cheia de arquivos e talvez ainda mais pastas.
⇒ Renomear arquivos 3. Para abrir outra pasta, dê um clique duplo em seu ícone.
⇒ Copiar arquivos 4. Feche a pasta quando tiver terminado.
⇒ Mover arquivos Clique no botão fechar (x) da janela da pasta localizado no canto
superior direito da janela.
Entendendo como as pastas funcionam
Só para lembrá-Io de onde você está com todos estes arquivos e pas-
As pastas contêm arquivos, normalmente arquivos de um tipo relacio- tas abertos, o nome da pasta atual que está vendo aparece na parte
nado. Por exempIo, todos os documentos utilizados para criar um livro, superior da janela, na barra de título.
como esta apostila por exemplo, residem em uma pasta chamada Apostila.
Cada matéria é um arquivo. E cada arquivo da área de informática é Excluindo arquivos
colocado dentro de uma pasta chamada informática, dentro da pasta 1. Selecione o arquivo destinado a ser destruído.
Apostila. Estas pastas mantêm esses arquivos específicos separados de Clique no arquivo uma vez com o mouse para selecioná-lo.
outros arquivos e pastas no disco rígido. 2. Escolha Excluir a partir do menu Arquivo.
Meus Documentos Aparecerá a mensagem: Você tem certeza de que quer enviar o
Seu disco rígido do PC tem uma grande quantidade de espaço onde arquivo para a Lixeira?
pode ser feita uma pasta - e então se esquecer do lugar onde você a 3. Clique em Sim.
colocou. Então o Windows facilita as coisas para você fornecendo uma
pasta pessoal, chamada Meus Documentos. Essa é a localização principal
para todo o material que você criará e usará enquanto estiver no Windows. Se você mudar de ideia, você pode sempre clicar em Não. Se você

Informática 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
escolher Sim, talvez tenha uma breve animação gráfica representando ço de e-mail. Clique no botão Enviar quando tiver terminado
papéis voando para um balde. Isso significa que seu arquivo está sendo ⇒ Meus Documentos - Faz uma cópia do arquivo ou pasta na pasta
jogado fora. Meus Documentos.
Recuperação de arquivos Movendo arquivos
OK, você exclui o arquivo. Pensando bem, você não está tão seguro Mover arquivos é como copiar arquivos, embora o original seja excluí-
se deveria ter excluído este arquivo. Não se preocupe. Há um ícone em do; apenas a cópia (o arquivo "movido") permanece. É como recortar e
sua Área de trabalho chamado Lixeira. colar em qualquer programa. Lembre-se de que toda a questão em torno
Recuperando um arquivo de mover, copiar e excluir arquivos é para manter as coisas organizadas
1. Dê um clique duplo no ícone Lixeira. de modo que seja fácil localizar seus arquivos.
2. Localize o arquivo que você excluiu Você pode mover arquivos de duas maneiras: recortando e colando ou
3. Clique uma vez no arquivo. arrastando.
4. Clique em Arquivo. Recortando e colando
5. Escolha Restaurar. Recortar e colar um arquivo ou uma pasta é a opção para se mudar
um arquivo ou pasta para o seu local correto.
Renomear um arquivo
Recortar e colar um arquivo
1. Localize o arquivo que quer renomear
1. Localize o arquivo que você quer utilizar.
Você pode utilizar o Explorer, ou se estiver abrindo um arquivo a
partir de qualquer pasta e encontrar aí um arquivo que quer reno- Novamente, este arquivo pode ser localizado em qualquer lugar. Abra
mear, você pode seguir os passos abaixo para alterar o nome de Meus Documentos, utilize o Explorer, ou uma pasta qualquer.
arquivo. 3. Clique com o botão direito do mouse no arquivo.
2. Pressione a tecla F2. 4. Escolha Recortar.
Depois de pressionar a tecla F2, o texto do nome de arquivo já es- 4. Localize e abra a pasta onde você quer colar o arquivo.
tá selecionado para você. Você pode substituir inteiramente o no- 5. Selecione Editar do menu.
me existente, simplesmente começando a digitar ou mover o cur- 6. Selecione Colar.
sor para editar partes do nome.
Pronto!
3. Digite um novo nome.
Arrastando arquivos
4. Pressione Enter.
Arrastar arquivos é a maneira mais rápida e fácil de mover um arquivo.
E aí está: você tem um novo nome. É especialmente conveniente para aqueles arquivos que você deixou um
Copiando arquivos pouco largados por aí sem uma pasta para acomodá-los.
No Windows, copiar um arquivo é como copiar informações em um Arrastar um arquivo
programa: você seleciona o arquivo e então escolhe Copiar do menu 1. Selecione o arquivo e arraste
Editar. Para fazer a cópia, você localiza uma nova pasta ou unidade de
Não solte o arquivo depois de clicar nele. Você está literalmente
disco para o arquivo e então escolhe o comando Colar do menu Editar.
agarrando o arquivo, e irá arrastá-lo.
Isso é copiar e colar!
2. Paire o ícone sobre a pasta desejada.
Copiar um arquivo
Essa é a pasta onde você quer que o arquivo resida.
1. Localize o arquivo que quer copiar
3. Solte o ícone.
2. Clique com o botão direito do mouse no arquivo.
Agora seu arquivo reside seguramente em sua nova casa.
3. Selecione Copiar.
Localizando arquivos e pastas
4. Localize o lugar onde você quer colar essa nova cópia.
Por mais que tente se manter organizado, há momentos em que você
5. Selecione Editar da barra de menus.
não pode se lembrar de onde colocou um arquivo ou uma pasta. Embora o
6. Escolha Colar da lista. Windows tente mantê-lo organizado com a pasta Meus Documentos, as
coisas podem ficar confusas.
Para ser realmente eficiente, você deve fazer isso a partir do Windows Felizmente, o Windows fornece um recurso Pesquisar. Esse recurso
Explorer. Todos os seus arquivos estão listados e disponíveis para serem procura arquivos e pastas com base em vários tipos de critérios.
manuseados. Apenas selecione o arquivo que quer copiar, escolha Editar INSTALAÇÃO DE PERIFÉRICOS
do menu e então clique em Copiar. Agora, vá para a nova localização do
PAINEL DE CONTROLE > WINDOWS
arquivo, clique em Editar novamente no menu e clique em Colar.
O Painel de Controle foi projetado para gerenciar o uso dos recursos
Enviar Para
de seu computador.
A opção Enviar Para permite enviar uma cópia de um arquivo ou de
Abrir o Painel de Controle
uma pasta para uma das muitas localizações: um disquete (normalmente
na unidade A:), sua área de trabalho, um destinatário de correio (por 1. Clique no botão de menu Iniciar
correio eletrônico) ou a pasta Meus Documentos. 2. Escolha Configurações.
Utilizar Enviar Para 3. Clique no Painel de Controle, como mostra a Figura
1. Localize seu arquivo (ou pasta). Ou, você pode...
2. Clique com o botão direito do mouse no arquivo. 1. Dar um clique duplo em Meu Computador.
3. Escolha Enviar Para. 2. Dar um clique duplo no ícone Painel de Controle.
4. Clique em uma das quatro opções:
⇒ Disquete -Você deve ter um disco na unidade A: (ou sua unidade
de disquete).
⇒ Área de trabalho - Cria um atalho na área de trabalho para o ar-
quivo ou pasta selecionado.
⇒ Destinatário de correio - Abre o programa de correio eletrônico Ou-
tlook Express. Digite o endereço na caixa Para, ou clique no Catá-
logo de Endereços ao lado da palavra Para e escolha um endere-

Informática 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Ao entrarmos com o nome do usuário, o windows efetuará o Logon


O Painel de Controle contém ícones que fazem uma variedade de fun- (entrada no sistema) e nos apresentará a área de trabalho:
cionalidades (todas as quais supostamente ajudam você a fazer melhor
seu trabalho), incluindo mudar a aparência de sua área de trabalho e Área de trabalho
configurar as opções para vários dispositivos em seu computador.
O que você vê quando abre o Painel de Controle talvez seja ligeira-
mente diferente da Figura. Certos programas podem adicionar seus pró-
prios ícones ao Painel de Controle e você talvez não veja alguns itens
especiais, como as Opções de Acessibilidade.
HARDWARE
O primeiro componente de um sistema de computação é o HARDWA-
RE, que corresponde à parte material, aos componentes físicos do siste-
ma; é o computador propriamente dito.
O hardware é composto por vários tipos de equipamento, caracteriza-
dos por sua participação no sistema como um todo. Uma divisão primária
separa o hardware em SISTEMA CENTRAL E PERIFÉRICOS. Tanto os
periféricos como o sistema central são equipamentos eletrônicos ou ele-
mentos eletromecânicos.
ADICIONAR NOVO HARDWARE
Quando instalamos um hardware novo em nosso computador necessi-
tamos instalar o software adequado para ele. O item Adicionar Novo
Hardware permite de uma maneira mais simplificada a instalação deste
• Área de Trabalho ou Desktop
hardware, que pode ser um Kit multimídia, uma placa de rede, uma placa
• Na Área de trabalho encontramos os seguintes itens:
de fax modem, além de outros.
• Ícones:
Na janela que surgiu você tem duas opções: • Barra de tarefas
1) Sim - deixar que o Windows detecte o novo hardware. • Botão iniciar
2) Não - dizer ao Windows qual o novo hardware conectado ao seu
micro. Atalhos e Ícones
Ao escolher a opção Sim e pressionar o botão AVANÇAR, o Windows Figuras que representam recursos do computador, um ícone pode repre-
iniciará uma busca para encontrar o novo hardware e pedirá instruções sentar um texto, música, programa, fotos e etc. você pode adicionar
passo a passo para instalá-lo. ícones na área de trabalho, assim como pode excluir. Alguns ícones
são padrão do Windows: Meu Computador, Meus Documentos,
Ao optar por Não e pressionar o botão AVANÇAR, surgirá uma janela
Meus locais de Rede, Internet Explorer.
onde você deverá escolher o tipo de hardware.
Clique sobre o tipo de hardware adequado e o Windows solicitará Atalhos
passo a passo informações para instalá-lo. Primeiramente visualize o programa ou ícone pelo qual deseja criar o
ADICIONAR OU REMOVER PROGRAMAS atalho, para um maior gerenciamento de seus programas e diretórios ,
Você pode alterar a instalação do Windows e de outros aplicativos, a- acesse o Meu Computador local onde poderemos visualizar todos os
dicionando ou removendo itens, como Calculadora, proteção de tela, etc. drives do computador no exemplo abaixo será criado um atalho no drive de
Para remover um aplicativo não basta deletar a pasta que contém os disquete na área de trabalho:
arquivos relativos a ele, pois parte de sua instalação pode estar na pasta
do Windows. Para uma remoção completa de todos os arquivos de um Depois de visualizar o diretório a ser criado o atalho, clique sobre o í-
determinado programa você pode utilizar o item Adicionar/ Remover Pro- cone com o botão direito do mouse e escolha a opção, criar atalho.
gramas, que além de apagar o programa indesejado, remove todos os
arquivos relacionados a ele, independente do local onde se encontrem, e
remove o ícone que está no menu Programas do botão INICIAR.

WINDOWS XP

Iniciando o Windows
Ao iniciar o windows XP a primeira tela que temos é tela de logon, nela,
selecionamos o usuário que irá utilizar o computador.
t

Informática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O atalho será criado na área de trabalho, podermos criar atalhos pelo


menu rápido, simplesmente clicando com o mouse lado direito, sobre o O botão iniciar pode ser configurado. No Windows XP, você pode op-
ícone, programa, pasta ou arquivo e depois escolher a opção, criar atalho. tar por trabalhar com o novo menu Iniciar ou, se preferir, configurar o menu
Iniciar para que tenha a aparência das versões anteriores do Windows
A criação de um atalho não substitui o arquivo, diretório ou programa (95/98/Me). Clique na barra de tarefas com o botão direito do mouse e
de origem, a função do atalho simplesmente será de executar a ação de selecione propriedades e então clique na guia menu Iniciar.
abrir o programa, pasta, arquivo ou diretório rapidamente, sem precisar
localizar o seu local de origem. Esta guia tem duas opções:
• Menu iniciar: Oferece a você acesso mais rápido a e−mail
Sistemas de menu
e Internet, seus documentos, imagens e música e aos programas
Windows XP é, até hoje, o sistema operacional da Microsoft com o
usados recentemente, pois estas opções são exibidas ao se clicar
maior conjunto de facilidades para o usuário, combinado com razoável
no botão Iniciar. Esta configuração é uma novidade do Windows
grau de confiabilidade.
XP
• Menu Iniciar Clássico: Deixa o menu Iniciar com a apa-
Barra de tarefas
rência das versões antigas do Windows, como o windows ME, 98
A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas neste mo-
e 95.
mento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra
janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas ou entre programas
Todos os programas
com rapidez e facilidade.
O menu Todos os Programas, ativa automaticamente outro subme-
nu, no qual aparecem todas as opções de programas. Para entrar neste
A barra de tarefas é muito útil no dia a dia. Imagine que você esteja
submenu, arraste o mouse em linha reta para a direção em que o subme-
criando um texto em um editor de texto e um de seus colegas lhe pede
nu foi aberto. Assim, você poderá selecionar o aplicativo desejado. Para
para você imprimir uma determinada planilha que está em seu micro.
executar, por exemplo, o Paint, basta posicionar o ponteiro do mouse
sobre a opção Acessórios. O submenu Acessórios será aberto. Então
Você não precisa fechar o editor de textos. Apenas salve o arquivo
aponte para Paint e dê um clique com o botão esquerdo do mouse.
que está trabalhando, abra a planilha e mande imprimir, enquanto imprime
você não precisa esperar que a planilha seja totalmente impressa, deixe a
impressora trabalhando e volte para o editor de textos, dando um clique no
botão ao correspondente na Barra de tarefas e volte a trabalhar.

A barra de Tarefas, na visão da Microsoft, é uma das maiores ferra-


mentas de produtividade do Windows. Vamos abrir alguns aplicativos e ver
como ela se comporta.

Botão Iniciar

O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá a-


cesso ao Menu Iniciar, de onde se pode acessar outros menus que, por
sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar
mostra um menu vertical com várias opções. Alguns comandos do menu MEU COMPUTADOR
Iniciar têm uma seta para a direita, significando que há opções adicionais Se você clicar normalmente na opção Meu Computador, vai abrir uma
disponíveis em um menu secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre tela que lhe dará acesso a todos os drives (disquete, HD, CD etc.) do
um item com uma seta, será exibido outro menu. sistema e também às pastas de armazenamento de arquivos.
O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um programa que esti-
ver instalado no computador, ou fazer alterações nas configurações do
computador, localizar um arquivo, abrir um documento.

Informática 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Componentes da Janela
Meus documentos Para exemplificarmos uma janela, utilizaremos a janela de um aplicati-
A opção Meus Documentos abre apasta-padrão de armazenamento vo do Windows. O Bloco de Notas. Para abri−lo clique no botão Iniciar /
de arquivos. A pasta Meus Documentosrecebe todos os arquivos produzi- Todos os Programas / Acessórios / Bloco de Notas.
dospelo usuário: textos, planilhas, apresentações, imagens
etc.Naturalmente, você pode gravararquivos em outros lugares. Mas,
emcondições normais, eles são salvos na pasta Meus Documentos.

Barra de Título: esta barra mostra o nome do arquivo (Sem Título) e o


nome do aplicativo (Bloco de Notas) que está sendo executado na janela.
Através desta barra, conseguimos mover a janela quando a mesma não
está maximizada. Para isso, clique na barra de título, mantenha o clique e
arraste e solte o mouse. Assim, você estará movendo a janela para a
Acessórios do Windows posição desejada. Depois é só soltar o clique.
O Windows XP inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferra-
mentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramentas para Na Barra de Título encontramos os botões de controle da janela. Estes
melhorar a performance do computador, calculadora e etc. são:

Se fôssemos analisar cada acessório que temos, encontraríamos vá- Minimizar: este botão oculta a janela da Área de trabalho e mantém o
rias aplicações, mas vamos citar as mais usadas e importantes. Imagine botão referente á janela na Barra de Tarefas. Para visualizar a janela
que você está montando um manual para ajudar as pessoas a trabalharem novamente, clique em seu botão na Barra de tarefas.
com um determinado programa do computador. Neste manual, com certe-
za você acrescentaria a imagem das janelas do programa. Para copiar as Maximizar: Este botão aumenta o tamanho da janela até que ela ocu-
janelas e retirar só a parte desejada, utilizaremos o Paint, que é um pro- pe toda a Área da Trabalho. Para que a janela volte ao tamanho original, o
grama para trabalharmos com imagens. As pessoas que trabalham com botão na Barra de Título, que era o maximizar, alternou para o botão
criação de páginas para a Internet utilizam o acessório Bloco de Notas, Restaurar. Clique neste botão e a janela será restaurada ao tamanho
que é um editor de texto muito simples. Assim, vimos duas aplicações para original.
dois acessórios diferentes.
Fechar: Este botão fecha o aplicativo que está sendo executado e sua
A pasta acessório é acessível dando−se um clique no botão Iniciar na janela. Esta mesma opção poderá ser utilizada pelo menu Arquivo/Sair. Se
Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas e, no submenu o arquivos que estiver sendo criado ou modificado dentro da janela não foi
que aparece, escolha Acessórios. salvo antes de fechar o aplicativo, o Windows emitirá uma tela de alerta
perguntando se queremos ou não salvar o arquivo, ou cancelar a operação
de sair do aplicativo.

MEU COMPUTADOR
O ícone de Meu Computador representa todo o material em seu com-
putador. Meu Computador contém principalmente ícones que representam
as unidades de disco em seu sistema: a unidade de disquete A, o disco
rígido C e sua unidade de CD-ROM ou de DVD, bem como outros discos
rígidos, unidades removíveis etc. Clicar nesses ícones de unidade exibe o

Informática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
conteúdo das unidades, arquivos e pastas, que são a soma de tudo em
seu computador. (Daí o nome, Meu Computador.)

Windows Explorer gerenciamento de arquivos e pastas


O Windows Explorer tem a mesma função do Meu Computador: Organizar
o disco e possibilitar trabalhar com os arquivos fazendo, por exem-
plo, cópia, exclusão e mudança no local dos arquivos. Enquanto o
Meu Computador traz como padrão a janela sem divisão, você ob-
servará que o Windows Explorer traz a janela dividida em duas par-
tes. Mas tanto no primeiro como no segundo, esta configuração po-
de ser mudada. Podemos criar pastas para organizar o disco de
uma empresa ou casa, copiar arquivos para disquete, apagar arqui-
vos indesejáveis e muito mais.

Painel de controle
8. Clique na opção desejada.
9. Na próxima tela escolha a tarefa a ser realizada.

Utilize os botões de navegação:

Voltar Para voltar uma tela.

Janela do Windows Explorer Avançar Para retornar a tarefa.


No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas em seu
computador e todos os arquivos e pastas localizados em cada pasta
selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e mover arquivos. Ele é Acima Para ir ao diretório acima.
composto de uma janela dividida em dois painéis: O painel da esquerda é
uma árvore de pastas hierarquizada que mostra todas as unidades de Pesquisar Para localizar arquivos, imagens, sons, vídeos,
disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desktop (também tratada como uma etc.
pasta); O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à esquer-
da e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Pastas Para exibir o conteúdo de uma pasta.
Computador, como padrão ele traz a janela sem divisão, é possível divi-
di−la também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas) Para PASTAS E ARQUIVOS
abrir o Windows Explorer, clique no botão Iniciar, vá a opção Todos os Uma unidade de disco pode ter muitos arquivos. Se todos eles esti-
Programas / acessórios e clique sobre Windows Explorer ou clique sob vessem em um mesmo lugar, seria uma confusão.
o botão iniciar com o botão direito do mouse e selecione a opção Explorar.
Para evitar esse caos, você pode colocar seus arquivos de computador em
Preste atenção na Figura da página anterior que o painel da esquerda pastas. Essas pastas são utilizadas para armazenar arquivos e aju-
na figura acima, todas as pastas com um sinal de + (mais) indicam que dar a mantê-Ios organizado assim como as prateleiras e cabides a-
contêm outras pastas. As pastas que contêm um sinal de – (menos) indi- judam você a manter suas roupas organizadas
cam que já foram expandidas (ou já estamos visualizando as sub−pastas).
Os destaques incluem o seguinte:
Painel de controle ⇒ Meus Documentos
O Painel de controle do Windows XP agrupa itens de configuração de 4. Digite o nome e tecle ENTER
dispositivos e opções em utilização como vídeo, resolução, som, da- 10. Pronto! A Pasta está criada.
ta e hora, entre outros. Estas opções podem ser controladas e alte-
radas pelo usuário, daí o nome Painel de controle.
⇒ Fazer uma pasta
⇒ Excluir arquivos
Para acessar o Painel de controle
6. Clique em Iniciar, Painel de controle. ⇒ Recuperar arquivos
7. Inicialmente o Painel de controle exibe nove categorias distintas. ⇒ Renomear arquivos
⇒ Copiar arquivos
⇒ Mover arquivos

Entendendo como as pastas funcionam


As pastas contêm arquivos, normalmente arquivos de um tipo relacio-
nado. Por exempIo, todos os documentos utilizados para criar um livro,
como esta apostila por exemplo, residem em uma pasta chamada Apostila.
Cada matéria é um arquivo. E cada arquivo da área de informática é
colocado dentro de uma pasta chamada informática, dentro da pasta
Apostila. Estas pastas mantêm esses arquivos específicos separados de
outros arquivos e pastas no disco rígido.

Meus Documentos
Seu disco rígido do PC tem uma grande quantidade de espaço onde

Informática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pode ser feita uma pasta -e então se esquecer do lugar onde você a 1. Selecione o arquivo destinado a ser destruído.
colocou. Então o Windows facilita as coisas para você fornecendo uma Clique no arquivo uma vez com o mouse para selecioná-lo.
pasta pessoal, chamada Meus Documentos. Essa é a localização principal 2. Escolha Excluir a partir do menu Arquivo.
para todo o material que você criará e usará enquanto estiver no Windows. Aparecerá a mensagem: Você tem certeza de que quer enviar o
arquivo para a Lixeira?
Não há nenhuma regra sobre excluir arquivos e pastas até se falar de 3. Clique em Sim.
Meus Documentos. Você não pode excluir a pasta Meus Documentos. A
Microsoft quer que você a tenha e você irá mantê-la. Então, você deve Se você mudar de idéia, você pode sempre clicar em Não. Se você
conviver com isso! Se clicar com o botão direito do mouse na pasta Meus escolher Sim, talvez tenha uma breve animação gráfica representando
Documentos em sua área de trabalho, notará que há uma opção Excluir. papéis voando para um balde. Isso significa que seu arquivo está sendo
Essa opção é para excluir o atalho, que é realmente o que você vê na área jogado fora.
de trabalho, mas você não está eliminando a pasta Meus Documentos.
Recuperação de arquivos
Você pode renomear Meus Documentos se quiser. Clique com o botão OK, você exclui o arquivo. Pensando bem, você não está tão seguro
direito do mouse na pasta e escolha Renomear. Digite o novo nome. se deveria ter excluído este arquivo. Não se preocupe. Há um ícone em
Embora não seja recomendado. sua Área de trabalho chamado Lixeira.

Você pode compartilhar a pasta Meus Documentos com outros com- Recuperando um arquivo
putadores conectados ao seu computador e com aqueles que estão confi- 1. Dê um clique duplo no ícone Lixeira.
gurados como um usuário diferente em seu computador. Siga exatamente 2. Localize o arquivo que você excluiu
os passos. 3. Clique uma vez no arquivo.
4. Clique em Arquivo.
Compartilhar Meus Documentos 5. Escolha Restaurar.
4. Clique com o botão direito do mouse na pasta Meus Docu-
mentos. Renomear um arquivo
5. Escolha Propriedades. 1. Localize o arquivo que quer renomear
6. Clique a guia Compartilhamento. Você pode utilizar o Explorer, ou se estiver abrindo um arquivo a
Isto traz a guia Compartilhamento para frente -onde você de- partir de qualquer pasta e encontrar aí um arquivo que quer reno-
cide quem consegue compartilhar, quem não, e quanto con- mear, você pode seguir os passos abaixo para alterar o nome de
trole essas pessoas têm sobre sua pasta. arquivo.
4. Escolha Compartilhar Esta Pasta. 2. Pressione a tecla F2.
Depois de pressionar a tecla F2, o texto do nome de arquivo já es-
Tudo agora ganha vida e você tem todo tipo de opção: tá selecionado para você. Você pode substituir inteiramente o no-
me existente, simplesmente começando a digitar ou mover o cur-
Criando uma pasta (DIRETÓRIO) sor para editar partes do nome.
A pasta Meus Documentos pode ficar facilmente desorganizada se 3. Digite um novo nome.
você não se antecipar e criar pastas adicionais para organizar melhor seu 4. Pressione Enter.
material. Lembre-se: Meus Documentos é como um grande gabinete de E aí está: você tem um novo nome.
arquivos. Quando precisar de um novo arquivo, digamos para um novo
assunto, você prepara uma pasta para ele. Conforme continuar a trabalhar, Copiando arquivos
você preencherá cada pasta com arquivos diferentes. No Windows, copiar um arquivo é como copiar informações em um
programa: você seleciona o arquivo e então escolhe Copiar do menu
Criar uma pasta (DIRETÓRIO) Editar. Para fazer a cópia, você localiza uma nova pasta ou unidade de
1. Dê um clique duplo em Meus Documentos. disco para o arquivo e então escolhe o comando Colar do menu Editar.
2. Clique em Arquivo > Novo, ou Isso é copiar e colar!
7. Em Meus Documentos clique com o botão direito do mouse
8. Novo > Pasta Copiar um arquivo
7. Localize o arquivo que quer copiar
COMO ABRIR ARQUIVOS E PASTAS 8. Clique com o botão direito do mouse no arquivo.
Tudo no Windows se abre com um clique duplo do mouse. Abra uma 9. Selecione Copiar.
pasta para exibir os arquivos (e talvez até outras pastas) armazenados 10. Localize o lugar onde você quer colar essa nova cópia.
nessa pasta. Abra um arquivo para iniciar um programa, ou abra um 11. Selecione Editar da barra de menus.
documento para editar. 12. Escolha Colar da lista.

Abrir um arquivo ou pasta Para ser realmente eficiente, você deve fazer isso a partir do Windows
1. Dê um clique duplo em um ícone da unidade de disco. Explorer. Todos os seus arquivos estão listados e disponíveis para serem
O ícone da unidade (C:) é uma boa escolha. Há sempre material manuseados. Apenas selecione o arquivo que quer copiar, escolha Editar
aí dentro. Um clique duplo no ícone abre unidade (C:) e permite do menu e então clique em Copiar. Agora, vá para a nova localização do
que você veja que arquivos e pastas residem lá. arquivo, clique em Editar novamente no menu e clique em Colar.
2. Dê um passeio.
Dê um clique duplo em uma pasta. Isso abre a pasta, e você vê Enviar Para
outra janela cheia de arquivos e talvez ainda mais pastas. A opção Enviar Para permite enviar uma cópia de um arquivo ou de
3. Para abrir outra pasta, dê um clique duplo em seu ícone. uma pasta para uma das muitas localizações: um disquete (normalmente
4. Feche a pasta quando tiver terminado. na unidade A:), sua área de trabalho, um destinatário de correio (por
Clique no botão fechar (x) da janela da pasta localizado no canto correio eletrônico) ou a pasta Meus Documentos.
superior direito da janela.
Utilizar Enviar Para
Só para lembrá-Io de onde você está com todos estes arquivos e pas- 1. Localize seu arquivo (ou pasta).
tas abertos, o nome da pasta atual que está vendo aparece na parte 2. Clique com o botão direito do mouse no arquivo.
superior da janela, na barra de título. 3. Escolha Enviar Para.
4. Clique em uma das quatro opções:
Excluindo arquivos ⇒ Disquete -Você deve ter um disco na unidade A: (ou sua unidade

Informática 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de disquete).
⇒ Área de trabalho - Cria um atalho na área de trabalho para o ar-
quivo ou pasta selecionado.
⇒ Destinatário de correio - Abre o programa de correio eletrônico Ou-
tlook Express. Digite o endereço na caixa Para, ou clique no Catá-
logo de Endereços ao lado da palavra Para e escolha um endere-
ço de e-mail. Clique no botão Enviar quando tiver terminado
⇒ Meus Documentos - Faz uma cópia do arquivo ou pasta na pasta
Meus Documentos.

Movendo arquivos
Mover arquivos é como copiar arquivos, embora o original seja excluí-
do; apenas a cópia (o arquivo "movido") permanece. É como recortar e
colar em qualquer programa. Lembre-se de que toda a questão em torno
de mover, copiar e excluir arquivos é para manter as coisas organizadas
de modo que seja fácil localizar seus arquivos.

Você pode mover arquivos de duas maneiras: recortando e colando ou


Atenção para o fato de que, se a janela da lixeira estiver com a apa-
arrastando.
rência diferente da figura acima, provavelmente o ícone Pasta está ativo.
Vamos apagar um arquivo para poder comprovar que o mesmo será
Recortando e colando
colocado na lixeira. Para isso, vamos criar um arquivo de texto vazio com o
Recortar e colar um arquivo ou uma pasta é a opção para se mudar
bloco de notas e salva-lo em Meus documentos, após isto, abra a pasta, e
um arquivo ou pasta para o seu local correto.
selecione o arquivo recém criado, e então pressione a tecla DELETE.
Surgirá uma caixa de dialogo como a figura a seguir:
Recortar e colar um arquivo
1. Localize o arquivo que você quer utilizar.
Novamente, este arquivo pode ser localizado em qualquer lugar. Abra
Meus Documentos, utilize o Explorer, ou uma pasta qualquer.
9. Clique com o botão direito do mouse no arquivo.
10. Escolha Recortar.
4. Localize e abra a pasta onde você quer colar o arquivo.
11. Selecione Editar do menu.
12. Selecione Colar.
Pronto!

Arrastando arquivos Esvaziando a Lixeira


Arrastar arquivos é a maneira mais rápida e fácil de mover um arquivo. É Ao Esvaziar a Lixeira, você está excluindo definitivamente os arquivos
especialmente conveniente para aqueles arquivos que você deixou do seu Disco Rígido. Estes não poderão mais ser mais recuperados pelo
um pouco largados por aí sem uma pasta para acomodá-los. Windows. Então, esvazie a Lixeira somente quando tiver certeza de que
não precisa mais dos arquivos ali encontrados.
Arrastar um arquivo 1. Abra a Lixeira
1. Selecione o arquivo e arraste 2. No menu ARQUIVO, clique em Esvaziar Lixeira.
Não solte o arquivo depois de clicar nele. Você está literalmente
agarrando o arquivo, e irá arrastá-lo. Você pode também esvaziar a Lixeira sem precisar abri-la, para tanto,
2. Paire o ícone sobre a pasta desejada. basta clicar com o botão DIREITO do mouse sobre o ícone da Lixei-
Essa é a pasta onde você quer que o arquivo resida. ra e selecionar no menu de contexto Esvaziar Lixeira.
3. Solte o ícone.
Gerenciamento da lixeira
Agora seu arquivo reside seguramente em sua nova casa. Como alterar a configuração da lixeira
a. Dar um clique simples sobre a lixeira, com o botão direito do
Localizando arquivos e pastas mouse .
Por mais que tente se manter organizado, há momentos em que você b. Clicar em Propriedades
não pode se lembrar de onde colocou um arquivo ou uma pasta. Embora o
Windows tente mantê-lo organizado com a pasta Meus Documentos, as Pode-se definir
coisas podem ficar confusas. c. se os arquivos deletados devem ser guardados temporariamen-
te na Lixeira ou sumariamente deletados
Felizmente, o Windows fornece um recurso Pesquisar. Esse recurso d. tamanho da área de disco que poderá ser utilizada pela Lixeira.
procura arquivos e pastas com base em vários tipos de critérios. e. se deve aparecer a pergunta confirmando a exclusão.
Lixeira do Windows Ajuda do Windows
A Lixeira é uma pasta especial do Windows e ela se encontra na Área Para obter ajuda ou suporte do Windows XP, basta executar o seguin-
de trabalho, como já mencionado, mas pode ser acessada através do te comando, pressionar a tecla Alt + F1 será exibido uma caixa de diálogo
Windows Explorer. Se você estiver trabalhando com janelas maximizadas, com todos os tópicos e índice de ajuda do sistema, caso ainda não seja
não conseguirá ver a lixeira. Use o botão direito do mouse para clicar em esclarecida as suas dúvidas entre em contato com o suporte on-line atra-
uma área vazia da Barra de Tarefas. Em seguida, clique em Minimizar vés da internet.
todas as Janelas. Para verificar o conteúdo da lixeira, dê um clique sobre o
ícone e surgirá a seguinte figura:

Informática 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Barra Padrão
Na barra Padrão, é aonde encontramos os botões para as tarefas que
executamos com mais freqüência, tais como: Abrir, salvar, Novo documen-
to, imprimir e etc.

Formatação e cópia de discos


1. Se o disco que você deseja formatar for um disquete, insira-o
em sua unidade. Funções dos botões:
2. Abra Meu computador e clique no disco que você deseja forma- 1. Novo documento
tar. 2. Abrir documento
3. No menu Arquivo, aponte para o nome do disquete e clique em 3. Salvar
Formatar ou Copiar disco para efetuar uma cópia. 4. Imprimir
5. Visualizar
A Formatação rápida remove arquivos do disco sem verificá-lo em 5. Localizar (esmaecido)
busca de setores danificados. Use esta opção somente se o disco tiver 6. Recortar (esmaecido)
sido formatado anteriormente e você tiver certeza de que ele não está 7. Copiar (esmaecido)
danificado. Para obter informações sobre qualquer opção, clique no ponto 8. Colar
de interrogação no canto superior direito da caixa de diálogo Formatar e, 9. Desfazer
em seguida, clique na opção. Não será possível formatar um disco se 10. Inserir Data/Hora
houver arquivos abertos, se o conteúdo do disco estiver sendo exibido ou
se ele contiver a partição do sistema ou de inicialização. Barra de formatação
Logo abaixo da barra padrão, temos a barra de Formatação, ela é usada
Para formatar um volume básico (formatando o computador) para alterar o tipo de letra (fonte), tamanho, cor, estilo, disposição
1. Abra o Gerenciamento do computador (local). de texto e etc.
2. Clique com o botão direito do mouse na partição, unidade lógica
ou volume básico que você deseja formatar (ou reformatar) e, em
seguida, clique em Formatar ou copiar disco (ou backup para efe- Funções dos botões:
tuar uma cópia da unidade lógica) 1. Alterar fonte
3. Selecione as opções desejadas e clique em OK. 2. Alterar tamanho da fonte
3. Lista de conjunto de caracteres do idioma
Para abrir o Gerenciamento do computador, clique em Iniciar, aponte 4. Negrito
para Configurações e clique em Painel de controle. Clique duas vezes 5. Itálico
em Ferramentas administrativas e, em seguida, clique duas vezes em 6. Sublinhado
Gerenciamento do computador. 7. Cor da fonte
8. Texto alinhado á esquerda
Na árvore de console, clique em Gerenciamento de disco. Importan- 9. Texto Centralizado
te: A formatação de um disco apaga todas as informações nele contidas. 10. Texto alinhado a direita
11. Marcadores
Trabalhando com o Microsoft WordPad
O Acessório Word Pad é utilizado no Windows principalmente para o Formatando o texto
usuário se familiarizar com os menus dos programas Microsoft Office, Para que possamos formatar (alterar a forma) de um texto todo, palavras
entre eles o Word. ou apenas letras, devemos antes de tudo selecionar o item em que
iremos aplicar a formatação. Para selecionar, mantenha pressiona-
O Word Pad não permite, criar tabelas, rodapé nas páginas, cabeça- do o botão esquerdo do mouse e arraste sobre a(s) palavra(s) ou le-
lho e mala direta. Portanto é um programa criado para um primeiro contato tra(s) que deseja alterar:
com os produtos para escritório da Microsoft.

Entre suas funcionalidades o WordPad lhe permitirá inserir texto e i-


magens, trabalhar com texto formatado com opções de negrito, itálico,
sublinhado, com suporte a várias fontes e seus tamanhos, formatação do
parágrafo à direita, à esquerda e centralizado, etc. Feito isto, basta apenas alterar as propriedades na barra de formatação.

Para iniciar o WordPad. Você pode ainda formatar o texto ainda pela caixa de diálogo para
1. Clique em Iniciar, aponte para Todos os Programas. formatação, para isso clique em: Menu Formatar / Fonte, a seguinte tela
2. Posicione o cursor do mouse em Acessórios. será apresentada:
3. Clique em WordPad.

Informática 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Curvas, Quadrados, Elipses e etc.

Caixa de cores
Nesta caixa, selecionamos a cor que iremos utilizar, bem como a cor
do fundo em nossos desenhos.

Vejamos agora as ferramentas mais utilizadas para criação de ima-


gens:

Lápis: Apenas mantenha pressionado o botão do mouse so-


bre a área em branco, e arraste para desenhar.

Pincel: Tem a mesma função do lápis mas com alguns recur-


sos a mais, nos quais podemos alterar aforma do pincel e o
Aqui, você também poderá fazer formatações do texto, bom como colocar
tamanho do mesmo.
efeitos como Riscado e sublinhado.Com o Neste menu (Formatar),
temos também a opção de formatar o parágrafo, definindo os recuos
das margens e alinhamento do texto. Spray: Com esta ferramenta, pintamos como se estivésse-
mos com um spray de verdade, podendo ainda aumentar o
Paint tamanho da área de alcance dele, assim como aumentamos
O Paint é um acessório do Windows que permite o tratamento de ima- o tamanho do pincel.
gens e a criação de vários tipos de desenhos para nossos trabalhos.
Preencher com cor ou Balde de tinta: Serve para pintar os
Através deste acessório, podemos criar logomarcas, papel de parede, objetos, tais como círculos e quadrados. Use-o apenas se a
copiar imagens, capturar telas do Windows e usa-las em documentos de sua figura estiver fechada, sem aberturas.
textos.
Ferramenta Texto: Utilizada para inserir textos no Paint. Ao
Uma grande vantagem do Paint, é que para as pessoas que estão ini- selecionar esta ferramenta e clicarmos na área de desenho,
ciando no Windows, podem aperfeiçoar-se nas funções básicas de outros devemos desenhar uma caixa para que o texto seja inserido
programas, tais como: Abrir, salvar, novo, desfazer. Além de desenvolver a dentro da mesma. Junto com a ferramenta texto, surge tam-
coordenação motora no uso do mouse. bém a caixa de formatação de texto, com função semelhante
a estudada no WordPad, a barra de formatação.
Para abrir o Paint, siga até os Acessórios do Windows. A seguinte ja-
nela será apresentada:

Calculadora
A calculadora do Windows contém muito mais recursos do que uma
calculadora comum, pois além de efetuar as operações básicas, pode
ainda trabalhar como uma calculadora científica. Para abri-la, vá até aces-
sórios.

A Calculadora padrão contém as funções básicas, enquanto a calcu-


ladora cientifica é indicada para cálculos mais avançados. Para alternar
entre elas clique no menu Exibir

Nesta Janela, temos os seguintes elementos:

Calculadora padrão

Nesta Caixa, selecionamos as ferramentas que iremos utilizar para


criar nossas imagens. Podemos optar por: Lápis, Pincel, Spray, Linhas,

Informática 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Multiusuário
Capacidade de criar diversos perfis de usuários. No caso, o Windows
Seven tem duas opções de contas de usuários: Administrador (root) e o
Usuário padrão (limitado). O administrador pode instalar de desinstalar
impressoras, alterar as configurações do sistema, modificar a conta dos
outros usuários entre outras configurações. Já, o usuário padrão poderá
apenas usar o computador, não poderá, por exemplo, alterar a hora do
Sistema.

Calculadora cientifica
Para utilizá-la com o mouse, basta clicar sobre o número ou função
desejada.
• O sinal de divisão é representado pela barra (I).
• A multiplicação é representada pelo asterisco (*)
• A raiz quadra é representado por [sqrt].

Conhecendo alguns botões:


Back: exclui o último dígito no número escrito.
CE: limpa o número exibido.
C: apaga o último cálculo.
MC: limpa qualquer número armazenado na memória
MR: chama o número armazenado na memória. Lembre-se que tanto os administradores quanto os limitados podem colo-
MS: armazena na memória o número exibido. car senhas de acesso, alterar papel de parede, terão as pastas Documen-
M+: soma o número exibido ao que está na memória. tos, Imagens, entre outras pastas, diferentes. O Histórico e Favoritos do
Internet Explorer, os Cookies são diferentes para cada conta de usuário
Além de acionarmos os números e funções através do mouse, criada.
também podemos acessá-los através do teclado.Perceba que a janela da Plug And Play (PnP)
calculadora possui uma barra de menu. Escolha o menu Exibir e escolha a
opção Científica. Instalação automática dos itens de hardware. Sem a necessidade de
desligar o computador para iniciar sua instalação. O Windows possui
Para retornar à calculadora padrão escolha o menu Exibir e a opção dezenas de Drivers (pequenos arquivos de configuração e reconhecimento
Padrão. que permitem o correto funcionamento do item de hardware, ou seja,
ensinam ao Windows como utilizar o hardware). Quando plugado o Win-
WINDOWS 7. dows inicia a tentativa de instalação procurando nos Drivers, já existentes,
que condizem com o hardware plugado.
Prof. Wagner Bugs
http://www.professormarcelomoreira.com.br/arquivos/APOSTILA_MSWIND Centro de Boas-Vindas
OWS7.pdf
À medida que as pessoas começam a utilizar o computador pela primeira
Sistema Operacional multitarefa e múltiplos usuários. O novo sistema vez, normalmente completam um conjunto de tarefas que têm como objeti-
operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos do Windows Seven, vo otimizar o computador para as suas necessidades. Essas tarefas inclu-
muitos recursos que tornam a utilização do computador mais amigável. em a ligação à Internet, adicionar contas de utilizadores e a transferência
de arquivos e configurações a partir de outro computador.
O que é o Windows 7?
Sistema Operacional Gráfico:
O Sistema Operacional MS-DOS é um exemplo de sistema operacional
não-gráfico. A característica visual, ou interface não é nada amigável. Tem
apenas uma tela escura e uma linha de comando. Quando desejávamos
acessar algum arquivo, pasta ou programa, digitamos seu endereço no
computador e vale lembrar que um ponto a mais ou a menos é o suficiente
para não abri-lo.
O Linux também não é um sistema operacional gráfico, porém utiliza um
ambiente gráfico para tornar mais amigável sua utilização como, por
exemplo, GNOME e KDE.
Ambientes visuais como o Windows 3.11 facilitavam muito, mas são duas
coisas distintas, a parte operacional (MS-DOS) e parte visual (Windows
3.11). A partir do Windows 95 temos, então, as duas coisas juntas, a parte
operacional e gráfica, logo, um Sistema Operacional Gráfico. À medida que as pessoas começam a utilizar o computador pela primeira
vez, normalmente completam um conjunto de tarefas que têm como objeti-
Na nova versão do Windows Seven a aparência e características visuais vo otimizar o computador para as suas necessidades. Essas tarefas inclu-
mudaram em relação ao Vista e, muito mais, em relação ao XP. em a ligação à Internet, adicionar contas de utilizadores e a transferência
Multitarefa de arquivos e configurações a partir de outro computador.

Mais uma característica do Windows Seven. Um sistema operacional O Centro de Boas-Vindas aparece quando o computador é ligado pela
multitarefa permite trabalhar com diversos programas ao mesmo tempo primeira vez, mas também pode aparecer sempre que se queira.
(Word e Excel abertos ao mesmo tempo).

Informática 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Área de Trabalho (Desktop)

A barra de tarefas pode conter ícones e atalhos e também como uma


Ícones ferramenta do Windows. Desocupa memória RAM, quando as janelas são
minimizadas.
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você pode
adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir. Alguns A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de inicialização
ícones são padrões do Windows: Computador, Painel de Controle, Rede, rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio. Outros ícones na
Lixeira e a Pasta do usuário. área de notificação podem ser exibidos temporariamente, mostrando o
status das atividades em andamento. Por exemplo, o ícone da impressora
Os ícones de atalho são identificados pela pequena seta no canto inferior
é exibido quando um arquivo é enviado para a impressora e desaparece
esquerdo da imagem. Eles permitem que você acesse programas, arqui-
quando a impressão termina. Você também verá um lembrete na área de
vos, pastas, unidades de disco, páginas da web, impressoras e outros
notificação quando novas atualizações do Windows estiverem disponíveis
computadores.
para download no site da Microsoft.
Os ícones de atalho oferecem links para os programas ou arquivos que
O Windows Seven mantém a barra de tarefas organizada consolidando os
eles representam. Você pode adicioná-los e excluí-los sem afetar os
botões quando há muitos acumulados. Por exemplo, os botões que repre-
programas ou arquivos atuais. Para selecionar ícones aleatórios, pressione
sentam arquivos de um mesmo programa são agrupados automaticamente
a tecla CTRL e clique nos ícones desejados.
em um único botão. Clicar no botão permite que você selecione um deter-
minado arquivo do programa.
Outra característica muito interessante é a pré-visualização das janelas ao
passar a seta do mouse sobre os botões na barra de tarefas.

Barra de tarefas
A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas neste momento,
mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela,
permitindo assim, alternar entre estas janelas ou entre programas com
rapidez e facilidade.
Podemos alternar entre as janelas abertas com a seqüência de teclas É possível adicionar novos gadgets à Área de trabalho.
ALT+TAB (FLIP) permitindo escolher qual janela, ou programa deseja
manipular, ALT+ESC que alterna entre as janelas abertas seqüencialmen-
te e Tecla Windows (WINKEY) + TAB (FLIP 3D) também acessível pelo
botão.

Botão Iniciar
O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso
ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus que, por sua
vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar
mostra um menu vertical com várias opções. Alguns comandos do menu
Iniciar têm uma seta para a direita, significando que há opções adicionais
disponíveis em um menu secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre
um item com uma seta, será exibido outro menu.

Informática 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um programa que estiver Para acordar o computador, pressione qualquer tecla. Como você não tem
instalado no computador, ou fazer alterações nas configurações do compu- de esperar o Windows iniciar, o computador acorda em segundos e você
tador, localizar um arquivo, abrir um documento. É apresentado em duas pode voltar ao trabalho quase imediatamente.
colunas. A coluna da esquerda (2) apresenta atalhos para os programas,
os (3) programas fixados, (4) programas mais utilizados e (5) caixa de Observação: Enquanto está em suspensão, o computador usa uma quan-
pesquisa instantânea. A coluna da direita (1) o menu personalizado apre- tidade muito pequena de energia para manter seu trabalho na memória. Se
sentam atalhos para as principais pastas do usuário como Documentos, você estiver usando um computador móvel, não se preocupe — a bateria
Imagens, Músicas e Jogos. A seqüência de teclas para ativar o Botão não será descarregada. Se o computador ficar muitas horas em suspensão
Iniciar é CTRL+ESC ou a Tecla do Windows (WINKEY). ou se a bateria estiver acabando, seu trabalho será salvo no disco rígido e
o computador será desligado de vez, sem consumir energia.
É possível solicitar o desligamento do computador pressionando as teclas
ALT+F4 na área de trabalho, exibindo a janela de desligamento com as
seguintes opções:

Executar:
Executar programas, arquivos, pasta, acessar páginas da internet, entre
outras utilidades.

Busca Instantânea: Com este recurso fica muito fácil localizar os arqui-
vos, programas, sites favoritos, músicas e qualquer outro arquivo do
usuário. Basta digitar e os resultados vão aparecendo na coluna da es-
querda.

Desligamento: O novo conjunto de comandos permite Desligar o compu-


tador, Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar, Alguns comandos mais populares são:
Suspender ou Hibernar.
explorer (abre o Windows Explorer); msconfig (abre o programa de confi-
guração da Inicialização do Windows, permitindo escolher qual programa
deve ou não ser carregado com o Windows); regedit (abre o programa de
Controle de Registros do Windows); calc (abre a Calculadora); notepad
(abre o Bloco de Notas); cmd (abre o Prompt de Comando do Windows);
control (abre o Painel de Controle); fonts (abre a pasta das Fontes); iexplo-
re (abre o Internet Explorer); excel (abre o Microsoft Excel); mspaint (abre
o Paint).
Elementos da Janela
As janelas, quadros na área de trabalho, exibem o conteúdo dos arquivos
e programas.
Se o conteúdo do arquivo não couber na janela, surgirá a barra de rolagem
você pode visualizar o restante do conteúdo pelo quadro de rolagem ou
clique nos botões de rolagem ao lado e/ou na parte inferior da janela para
mover o conteúdo para cima, para baixo ou para os lados.

Suspender: O Windows salva seu trabalho, não há necessidade de fechar Para alterar o tamanho da janela, clique na borda da janela e arraste-a até
os programas e arquivos antes de colocar o computador em suspensão. o tamanho desejado.
Na próxima vez que você ligar o computador (e inserir sua senha, se
necessário), a aparência da tela será exatamente igual a quando você
suspendeu o computador.

Informática 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

E caso você “agite” a janela, as janelas em segundo plano serão minimi-


zadas.
Localizado no canto superior esquerdo. Neste menu podemos ativar os
seguintes comandos:

Ao clicar neste botão a janela irá reduzir. O programa permanece aberto,


porém, em forma de botão na barra de tarefas.
Botão Maximizar:

Ao clicar neste botão a janela atingira seu tamanho máximo, geralmente


Dicas: Para ativar este menu usando o teclado tecle ALT+ ESPAÇO. ocupando toda a área de trabalho.
Um duplo clique neste menu fecha (sair) do programa. Este botão apresenta-se quando a janela esta em seu tamanho restaura-
Barra de Título: do. A janela pode ser movimentada.
Botão Restaurar:

As informações que podem ser obtidas nesta barra são: Nome do Arquivo
e Nome do Aplicativo. Podemos mover a Janela a partir desta barra (clicar Ao clicar neste botão a janela retornará ao seu tamanho anterior, antes de
com o botão esquerdo do mouse, manter pressionado o clique e mover, ou ser maximizada. Caso a janela já inicie maximizado o tamanho será igual
arrastar). ao de qualquer outro não mantendo um padrão.
Dicas: Quando a Janela estiver Maximizada, ou seja, quando estiver Este botão aparece quando a janela está maximizada, não podendo mover
ocupando toda a área de trabalho a janela não pode ser movimentada. esta janela.
Arrastando a barra de título para o lado direito ou esquerdo da área de
trabalho (até que o cursor encoste no extremo direito ou esquerdo) o modo Botão Fechar:
de organização das janela “LADO a LADO” é sugerido.

Fecha a janela, encerrando o aplicativo.


Barra de Menus:

Informática 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Nesta barra é apresentada a lista de menus disponíveis no aplicativo. Cada janela do Explorador no Windows Seven contém um campo de
busca integrado no qual pode ser introduzida parte de uma palavra, uma
Dicas: Para ativar qualquer menu pode-se utilizar a seguinte seqüência de palavra ou frase. O sistema de Busca Instantânea procura imediatamente
teclas: ALT+Letra sublinhada. nomes de arquivos, propriedades dos arquivos (metadados) e o texto
No Windows Seven os menus não aparecem. Para visualizar os menus contido nos arquivos e mostra-lhe os resultados imediatamente.
deve ser pressionada a tecla ALT e então, escolher o menu pela letra que
aparecer sublinhada.
Barra de Rolagem:

A barra de rolagem é constituída por: (1) setas de rolagem que permitem


visualizar uma parte do documento que não é visualizada por ser maior
que a janela e (2) quadro ou caixa de rolagem que permite ter uma idéia
de qual parte do documento está sendo visualizado.

Windows Explorer
No Windows, os Exploradores são as ferramentas principais para procurar,
visualizar e gerenciar informação e recursos – documentos, fotos, aplica-
ções, dispositivos e conteúdos da Internet. Dando uma experiência visual e O exemplo mostrado na ilustração introduzindo a palavra Internet no
funcional consistente, os novos Exploradores do Windows Seven permi- campo de Busca Instantânea resulta na apresentação de um número de
tem-lhe gerenciar a sua informação com flexibilidade e controle. Isto foi arquivos relacionados com o nome – arquivos cujo a palavra é menciona-
conseguido pela inclusão dos menus, barras de ferramentas, áreas de da tanto no nome como no conteúdo do arquivo.
navegação e antevisão numa única interface que é consistente em todo o Barra de Ferramentas (Comandos)
sistema.
Organizar
Ao abrir o Windows Explorer o novo sistema de BIBLIOTECAS permite
acesso rápido as principais pastas do usuário. O comando Organizar exibe uma série de comandos como, por exemplo,
recortar, copiar, colar, desfazer, refazer, selecionar tudo, Layout do Explo-
rador (Barra de menus, Painel de Detalhes, Painel de Visualização e
Painel de Navegação), Opções de pasta e pesquisa, excluir, renomear,
remover propriedades, propriedades e fechar.
A barra de comandos muda conforme o tipo de arquivo escolhido na pasta.
A nova Barra de Comandos mostra-lhe as tarefas que são mais apropria-
das aos arquivos que estão a sendo exibidos no Explorador. O conteúdo
da Barra de Comandos é baseado no conteúdo da janela. Por exemplo, a
Barra de Comandos do Explorador de Documentos contém tarefas apro-
priadas para trabalhar com documentos enquanto que a mesma barra no
Explorador de Fotos contém tarefas apropriadas para trabalhar com ima-
gens.
Ao contrário do Windows XP e Exploradores anteriores, tanto a Barra de
Comandos como a Área de Navegação estão disponíveis simultaneamen-
te, assim as tarefas na Barra de Comandos estão sempre disponíveis para
Os elementos chave dos Exploradores do Windows Seven são: que não tenha que andar a alternar entre a Área de Navegação e a Barra
de Comandos.
 Busca Instantânea, que está sempre disponível.
 Área de Navegação, que contém tanto as novas Pastas de Bus-
ca e as pastas tradicionais.
 Barra de Comandos, que lhe mostra as tarefas apropriadas para
os arquivos que estão sendo exibidos.
 Live Icons, que lhe mostram uma pré-visualização em miniatura
(Thumbnail), do conteúdo de cada pasta.
 Área de Visualização, que lhe mostra informações adicionais so-
bre os arquivos. Live Icons (Modos de Exibição)
 Área de Leitura, que permite aos utilizadores ver uma antevisão Os ícones “ao vivo” no Windows Seven são um grande melhoramento em
do conteúdo nas aplicações que suportem esta função. relação aos ícones tradicionais. Nas aplicações que tenham esta funciona-
lidade disponível, os Live Icons fornecem-lhe uma pré-visualização em
 Barras de Endereço, Barras de Título e recursos melhorados. miniatura do conteúdo de cada arquivo, em vez de uma representação
genérica da aplicação que está associada ao arquivo. Conseguirá ver pré-
visualização dos arquivos - incluindo as primeiras páginas dos seus docu-
Busca Instantânea mentos, as suas fotos e mesmo as capas dos álbuns das músicas que têm
gravadas no computador sem ter que abrir qualquer desses arquivos.

Informática 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Barra de Endereços
A Barra de Endereços melhorada contém menus que percorrem todas as
etapas de navegação, permitindo-lhe andar para trás ou para frente em
qualquer ponto de navegação.

Lixeira do Windows
É uma pasta que armazena temporariamente arquivos excluídos. Pode-
mos restaurar arquivos excluídos.
Dicas: O tamanho padrão é personalizado (podemos alterar o tamanho da
lixeira acessando as propriedades da lixeira);

Com a Área de Antevisão já não tem que clicar com o botão direito do
mouse em um arquivo para abrir a caixa das propriedades. Em vez disso,
uma descrição completa das propriedades do arquivo está sempre visível
no Painel de detalhes. Aqui também é possível adicionar ou editar proprie-
dades de um ou mais arquivos.
Painel de Visualização
De forma a oferecer-lhe uma maneira ainda mais completa de pré-
visualizar os conteúdos dos documentos sem ter que os abrir, os Explora-
dores como o Explorador de Documentos, Explorador de Música e o
Explorador de Imagens oferecem-lhe um Painel de Visualização opcional.
Nas aplicações que disponibilizem esta funcionalidade poderá navegar por
pré-visualizações legíveis de vários documentos ou antever alguns segun-
dos do conteúdo de arquivos de mídia.

Informática 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Não podemos manipular arquivos que estão na lixeira. (no caso das ima-
gens podemos ativar o modo de exibição para visualizar quais imagens
foram excluídas);
A Lixeira do Windows possui dois ícones.
Lixeira vazia / Lixeira com itens

Paint
Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é a BMP.
Permite manipular arquivos de imagens com as extensões: JPG ou JPEG,
GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras.

Para esvaziar a lixeira podemos seguir os seguintes procedimentos:


Clicar com o botão direito do mouse sobre o ícone da lixeira, no menu de
contexto ativar o comando Esvaziar a lixeira. Na janela que aparece em
decorrência desta ação ativar o comando Sim.
Abrir a pasta Lixeira, clicar no comando Esvaziar lixeira na Barra de co-
mandos. Na janela que aparece em decorrência desta ação ativar o botão
Sim.
Para recuperar arquivo(s) excluído(s): Calculadora
Abrir a pasta Lixeira, selecionar o(s) arquivo(s) desejado(s), clicar no Pode ser exibida de duas maneiras: padrão, científica, programador e
comando Restaurar este item, da barra de comandos. estatística.
Abrir a pasta Lixeira, selecionar o(s) arquivo(s) desejado(s), clicar o botão
direito do mouse e, no menu de contexto, ativar o comando Restaurar.
Acessórios do Windows
O Windows XP inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramen-
tas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramentas para
melhorar a performance do computador, calculadora e etc.
Se fôssemos analisar cada acessório que temos, encontraríamos várias
aplicações, mas vamos citar as mais usadas e importantes. Windows Live Movie Maker

A pasta Acessórios é acessível dando−se um clique no botão Iniciar na Editor de vídeos. Permite a criação e edição de vídeos. Permite inserir
Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas e no submenu, narrações, músicas, legendas, etc... Possui vários efeitos de transição
que aparece, escolha Acessórios. para unir cortes ou cenas do vídeo. A extensão padrão gerada pelo Movie
Maker é a MSWMM se desejar salvar o projeto ou WMV se desejar salvar
Bloco de Notas o vídeo.
Editor simples de texto utilizado para gerar programas, retirar a formatação
de um texto e etc.

Sua extensão de arquivo padrão é TXT. A formatação escolhida será


aplicada em todo texto.
Word Pad
Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter imagens, tabelas
e outros objetos. A formatação é limitada se comparado com o Word. A Ferramentas do Sistema
extensão padrão gerada pelo Word Pad é a RTF. Lembre-se que por meio As principais ferramentas do sistema são:
do programa Word Pad podemos salvar um arquivo com a extensão DOC
entre outras. Limpeza de disco
Permite apagar arquivos e programas (temporários, da lixeira, que são
pouco usados) para liberação do espaço no HD.

Informática 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Verificador de Erros
Varre a unidade em busca de erros, defeitos ou arquivos corrompidos e
caso o usuário deseje e tenta corrigi-los automaticamente.
Os principais tipos de backup são:
Normal: limpa os marcadores. Faz o backup de arquivos e pastas selecio-
nados. Agiliza o processo de restauração, pois somente um backup será
restaurado.
Cópia: não limpa os marcadores. Faz o backup de arquivos e pastas
selecionados.
Diferencial: não limpa os marcadores. Faz o backup somente de arquivos
e pastas selecionados que foram alterados após o ultimo backup.
Incremental: limpa os marcadores. Faz o backup somente de arquivos e
pastas selecionados que foram alterados após o ultimo backup.
Diário: não limpa os marcadores. Faz o backup de arquivos e pastas
selecionados que foram alterados durante o dia.
Ferramentas de Segurança
Recursos como o Firewall do Windows e o Windows Defender podem
Desfragmentador de Disco ajudar a manter a segurança do computador. A Central de Segurança do
É um utilitário que reorganiza os dados em seu disco rígido, de modo que Windows tem links para verificar o status do firewall, do software antivírus
cada arquivo seja armazenado em blocos contíguos, ao invés de serem e da atualização do computador. O UAC (Controle de Conta de Usuário)
dispersos em diferentes áreas do disco e elimina os espaços em branco. pode ajudar a impedir alterações não autorizadas no computador solicitan-
do permissão antes de executar ações capazes de afetar potencialmente a
operação do computador ou que alteram configurações que afetam outros
usuários.
Firewall do Windows
Um firewall é uma primeira linha de defesa contra muitos tipos de malware
(programa malicioso). Configurada como deve ser, pode parar muitos tipos
de malware antes que possam infectar o seu computador ou outros com-
putadores na sua rede. O Windows Firewall, que vem com o Windows
Seven, está ligado por omissão e começa a proteger o seu PC assim que
o Windows é iniciado. Foi criado para ser fácil de usar, com poucas opções
de configuração e uma interface simples.
Mais eficiente que o Firewall nas versões anteriores do Windows, a firewall
do Windows Seven ajuda-o a proteger-se restringindo outros recursos do
sistema operacional se comportarem de maneira inesperada – um indica-
dor comum da presença de malware.
Windows Update
Outra funcionalidade importante do Windows Seven é o Windows Update,
que ajuda a manter o seu computador atualizado oferecendo a opção de
baixar e instalar automaticamente as últimas atualizações de segurança e
Backup (cópia de segurança) funcionalidade. O processo de atualização foi desenvolvido para ser sim-
ples – a atualização ocorre em segundo plano e se for preciso reiniciar o
Permite transferir arquivos do HD para outras unidades de armazenamen- computador, poderá ser feito em qualquer outro momento.
to. As cópias realizadas podem seguir um padrão de intervalos entre um
backup e outro.

Informática 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CTRL+SETA PARA CIMA (Mover o cursor para o início do parágrafo
anterior)
CTRL+SHIFT com uma tecla de seta (Selecionar um bloco de texto)
SHIFT com qualquer tecla de seta (Selecionar mais de um item em uma
janela ou na área de trabalho ou selecionar o texto dentro de um docu-
mento)
CTRL com qualquer tecla de seta+BARRA DE ESPAÇOS (Selecionar
vários itens individuais em uma janela ou na área de trabalho)
CTRL+A (Selecionar todos os itens de um documento ou janela)
F3 (Procurar um arquivo ou uma pasta)
ALT+ENTER (Exibir as propriedades do item selecionado)
ALT+F4 (Fechar o item ativo ou sair do programa ativo)
ALT+BARRA DE ESPAÇOS (Abrir o menu de atalho para a janela ativa)
CTRL+F4 (Fechar o documento ativo (em programas que permitem vários
Windows Defender documentos abertos simultaneamente))
O Windows Defender (anteriormente conhecido por Windows AntiSpyware) ALT+TAB (Alternar entre itens abertos)
é uma funcionalidade do Windows Seven que ajuda a proteger o seu
CTRL+ALT+TAB (Usar as teclas de seta para alternar entre itens abertos)
computador fazendo análises regulares ao disco rígido do seu computador
e oferecendo-se para remover qualquer spyware ou outro software poten- Windows tecla de logotipo +TAB (Percorrer programas na barra de tarefas
cialmente indesejado que encontrar. Também oferece uma proteção que usando o Flip 3-D do Windows)
está sempre ativa e que vigia locais do sistema, procurando alterações que
assinalem a presença de spyware e comparando qualquer arquivo inserido CTRL+Windows tecla de logotipo do +TAB (Usar as teclas de seta para
com uma base de dados do spyware conhecido que é constantemente percorrer programas na barra de tarefas usando o Flip 3-D do Windows)
atualizada. ALT+ESC (Percorrer os itens na ordem em que foram abertos)
F6 (Percorrer os elementos da tela em uma janela ou na área de trabalho)
F4 (Exibir a lista da Barra de endereços no Windows Explorer)
SHIFT+F10 (Exibir o menu de atalho para o item selecionado)
CTRL+ESC (Abrir o menu Iniciar)
ALT+letra sublinhada (Exibir o menu correspondente)
ALT+letra sublinhada (Executar o comando do menu (ou outro comando
sublinhado))
F10 (Ativar a barra de menus no programa ativo)
SETA PARA A DIREITA (Abrir o próximo menu à direita ou abrir um sub-
menu)
SETA PARA A ESQUERDA (Abrir o próximo menu à esquerda ou fechar
um submenu)
F5 (Atualizar a janela ativa)
Teclas de atalho gerais
ALT+SETA PARA CIMA (Exibir a pasta um nível acima no Windows Explo-
F1 (Exibir a Ajuda)
rer)
CTRL+C (Copiar o item selecionado)
ESC (Cancelar a tarefa atual)
CTRL+X (Recortar o item selecionado)
CTRL+SHIFT+ESC (Abrir o Gerenciador de Tarefas)
CTRL+V (Colar o item selecionado)
SHIFT quando inserir um CD (Evitar que o CD seja executado automati-
CTRL+Z (Desfazer uma ação) camente)
CTRL+Y (Refazer uma ação) Atalhos com tecla do Windows (Winkey)
DELETE (Excluir o item selecionado e movê-lo para a Lixeira) Windows tecla de logotipo (Abrir ou fechar o menu Iniciar)
SHIFT+DELETE (Excluir o item selecionado sem movê-lo para a Lixeira Windows tecla de logotipo +PAUSE (Exibir a caixa de diálogo Proprieda-
primeiro) des do Sistema)
F2 (Renomear o item selecionado) Windows tecla de logotipo +D (Exibir a área de trabalho)
CTRL+SETA PARA A DIREITA (Mover o cursor para o início da próxima Windows tecla de logotipo +M (Minimizar todas as janelas)
palavra)
Windows tecla de logotipo +SHIFT+M (Restaurar janelas minimizadas na
CTRL+SETA PARA A ESQUERDA (Mover o cursor para o início da pala- área de trabalho)
vra anterior)
Windows tecla de logotipo +E (Abrir computador)
CTRL+SETA PARA BAIXO (Mover o cursor para o início do próximo
Windows tecla de logotipo +F (Procurar um arquivo ou uma pasta)
parágrafo)

Informática 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CTRL+Windows tecla de logotipo do +F (Procurar computadores (se você O que é Linux
estiver em uma rede)) Linux é ao mesmo tempo um kernel (ou núcleo) e o sistema operacio-
nal que roda sobre ele, dependendo do contexto em que você encontrar a
Windows tecla de logotipo +L (Bloquear o computador ou alternar usuá- referência. O kernel Linux foi criado em 1991 por Linus Torvalds, então um
rios) estudante finlandês, e hoje é mantido por uma comunidade mundial de
Windows tecla de logotipo +R (Abrir a caixa de diálogo Executar) desenvolvedores (que inclui programadores individuais e empresas como
a IBM, a HP e a Hitachi), coordenada pelo mesmo Linus, agora um desen-
Windows tecla de logotipo +T (Percorrer programas na barra de tarefas) volvedor reconhecido mundialmente e mais representativo integrante da
Windows tecla de logotipo +TAB (Percorrer programas na barra de tarefas Linux Foundation.
usando o Flip 3-D do Windows)
O Linux adota a GPL, uma licença de software livre – o que significa,
CTRL+Windows tecla de logotipo do +TAB (Usar as teclas de seta para entre outras coisas, que todos os interessados podem usá-lo e redistribuí-
percorrer programas na barra de tarefas usando o Flip 3-D do Windows) lo, nos termos da licença. Aliado a diversos outros softwares livres, como o
KDE, o GNOME, o Apache, o Firefox, os softwares do sistema GNU e o
Windows tecla de logotipo +BARRA DE ESPAÇOS (Trazer todos os
OpenOffice.org, o Linux pode formar um ambiente moderno, seguro e
gadgets para a frente e selecionar a Barra Lateral do Windows)
estável para desktops, servidores e sistemas embarcados.
Windows tecla de logotipo +G (Percorrer gadgets da Barra Lateral)
Windows tecla de logotipo +U (Abrir a Central de Facilidade de Acesso)
Windows tecla de logotipo +X (Abrir a Central de Mobilidade do Windows)
Windows tecla de logotipo com qualquer tecla numérica (Abrir o atalho de
Início Rápido que estiver na posição correspondente ao número. Por
exemplo, use a Windows tecla de logotipo +1 para iniciar o primeiro atalho
no menu Início Rápido)
Criar atalhos de teclado para abrir programas
É possível criar atalhos de teclado para abrir programas, o que pode ser
mais simples que abrir programas usando o mouse ou outro dispositivo
apontador. Antes de concluir estas etapas, verifique se já foi criado um
atalho para o programa ao qual deseja atribuir um atalho de teclado. Se
nenhum atalho tiver sido criado, vá até a pasta que contém o programa,
clique com o botão direito do mouse no arquivo do programa e clique em
Criar Atalho para criar um atalho.
Localize o atalho para o programa para o qual deseja criar um atalho de
teclado. O sistema operacional Linux (ou GNU/Linux)
Logo que Linus Torvalds passou a disponibilizar o Linux, ele apenas
Clique com o botão direito do mouse no atalho e clique em Propriedades. disponibilizava o kernel (núcleo) de sua autoria juntamente com alguns
Na caixa de diálogo Propriedades do Atalho, clique na guia Atalho e na utilitários básicos. O próprio usuário devia encontrar os outros programas,
caixa Tecla de atalho. compilá-los e configurá-los e, talvez por isso, o Linux tenha começado a ter
a fama de sistema operacional apenas para técnicos. Foi neste ambiente
Pressione a tecla que deseja usar no teclado em combinação com C- que surgiu a MCC (Manchester Computer Centre), a primeira distribui-
TRL+ALT (atalhos de teclado iniciam automaticamente com CTRL+ALT) e ção Linux, feita pela Universidade de Manchester, na tentativa de poupar
clique em OK. algum esforço na instalação do Linux.
Agora você já pode usar esse atalho de teclado para abrir o programa
Hoje em dia, um sistema operacional Linux completo (ou uma “distri-
quando estiver usando a área de trabalho. O atalho também funcionará
buição de Linux”) é uma coleção de softwares (livres ou não) criados por
enquanto você estiver usando alguns programas, embora possa não
indivíduos, grupos e organizações ao redor do mundo, tendo o Linux como
funcionar com alguns programas que tenham seus próprios atalhos de
seu núcleo. Companhias como a Red Hat, a Novell/SUSE, a Mandriva
teclado.
(união da Mandrake com a Conectiva), bem como projetos de comunida-
Observações des como o Debian, o Ubuntu, o Gentoo e o Slackware, compilam o soft-
ware e fornecem um sistema completo, pronto para instalação e uso.
A caixa Tecla de atalho exibirá Nenhum até a tecla ser selecionada. De-
pois, a caixa exibirá Ctrl+Alt seguido pela tecla selecionada. As distribuições de GNU/Linux começaram a ter maior popularidade a
Você não pode usar as teclas ESC, ENTER, TAB, BARRA DE ESPAÇOS, partir da segunda metade da década de 1990, como uma alternativa livre
PRINT SCREEN, SHIFT ou BACKSPACE para criar um atalho de teclado. para os sistemas operacionais Microsoft Windows e Mac OS, principal-
mente por parte de pessoas acostumadas com o Unix na escola e no
O Windows apresenta muitas falhas em seu sistema. Falhas imper- trabalho. O sistema tornou-se popular no mercado de servidores, princi-
ceptíveis que os usuários comuns não se dão conta, porem, não passam palmente para a Web e servidores de bancos de dados, inclusive no
despercebidas pelos Hackers que exploram estas falhas para danificar o ambiente corporativo – onde também começou a ser adotado em desktops
sistema de outras pessoas. especializados.
Em virtude disso, a Microsoft esta continuamente lançando atualiza-
No decorrer do tempo várias distribuições surgiram e desapareceram,
ções que servem para corrigir estas falhas.
cada qual com sua característica. Algumas distribuições são maiores
É muito importante manter o sistema atualizado e uma vantagem do outras menores, dependendo do número de aplicativos e sua finalidade.
Windows é que ele se atualiza automaticamente, basta uma conexão com Algumas distribuições de tamanhos menores cabem em um disquete com
a internet. 1,44 MB, outras precisam de vários CDs, existem até algumas que tem
versões em DVD. Cada uma tem seu público e sua finalidade.
SISTEMA OPERACIONAL LINUX
Arquivos
É onde gravamos nossos dados. Um arquivo pode conter um texto fei-
to por nós, uma música, programa, planilha, etc.

Informática 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Nele estão localizados outros diretórios como o /bin, /sbin, /usr,
Cada arquivo deve ser identificado por um nome, assim ele pode ser /usr/local, /mnt, /tmp, /var, /home, etc. Estes são chamados de
encontrado facilmente quando desejar usa−lo. Se estiver fazendo um sub−diretórios pois estão dentro do diretório "/". A estrutura de diretórios e
trabalho de história, nada melhor que salva−lo com o nome historia. Um sub−diretórios pode ser identificada da seguinte maneira:
arquivo pode ser binário ou texto.O GNU/Linux é Case Sensitive ou seja, ·/
ele diferencia letras maiúsculas e minúsculas nos arquivos. O arquivo · /bin
historia é completamente diferente de Historia. Esta regra também é válido · /sbin
para os comandos e diretórios. · /usr
· /usr/local
Prefira, sempre que possível, usar letras minúsculas para identificar · /mnt
seus arquivos, pois quase todos os comandos do sistema estão em mi- · /tmp
núsculas. · /var
· /home
Um arquivo oculto no GNU/Linux é identificado por um "." no inicio do
nome . Arquivos ocultos não aparecem em listagens normais de diretórios, A estrutura de diretórios também é chamada de Árvore de Diretórios
deve ser usado o comando ls −a para também listar arquivos ocultos. porque é parecida com uma árvore de cabeça para baixo. Cada diretório
do sistema tem seus respectivos arquivos que são armazenados conforme
Extensão de arquivos regras definidas pela FHS (FileSystem Hierarchy Standard − Hierarquia
A extensão serve para identificar o tipo do arquivo. A extensão são as Padrão do Sistema deArquivos), definindo que tipo de arquivo deve ser
letras após um "." no nome de um arquivo, explicando melhor: armazenado em cada diretório.
• relatorio.txt − O .txt indica que o conteúdo é um arquivo
texto Diretório padrão
• script.sh − Arquivo de Script (interpretado por /bin/sh). É o diretório em que nos encontramos no momento. Também é cha-
• system.log − Registro de algum programa no sistema mado de diretório atual. Você pode digitar pwd para verificar qual é seu
• arquivo.gz − Arquivo compactado pelo utilitário gzip diretório padrão.
• index.aspl − Página de Internet (formato Hypertexto)
O diretório padrão também é identificado por um . (ponto). O comando
A extensão de um arquivo também ajuda a saber o que precisamos comando ls . pode ser usado para listar os arquivos do diretório atual (é
fazer para abri−lo. Por exemplo, o arquivo relatorio.txt é um texto simples e claro que isto é desnecessário porque se não digitar nenhum diretório, o
podemos ver seu conteúdo através do comando cat, já o arquivo in- comando ls listará o conteúdo do diretório atual).
dex.aspl contém uma página de Internet e precisaremos de um navegador
para poder visualiza−lo (como o lynx, Mosaic ou o Netscape). Diretório home
Também chamado de diretório de usuário. Em sistemas GNU/Linux
A extensão (na maioria dos casos) não é requerida pelo sistema ope- cada usuário (inclusive o root) possui seu próprio diretório onde poderá
racional GNU/Linux, mas é conveniente o seu uso para determinarmos armazenar seus programas e arquivos pessoais.
facilmente o tipo de arquivo e que programa precisaremos usar para
abri−lo. Este diretório está localizado em /home/[login], neste caso se o seu
login for "joao" o seu diretório home será /home/joao. O diretório home
Arquivo texto e binário também é identificado por um ~(til), você pode digitar tanto o comando
Quanto ao tipo, um arquivo pode ser de texto ou binário: ls/home/joao como ls ~ para listar os arquivos de seu diretório home.

Texto O diretório home do usuário root (na maioria das distribuições


Seu conteúdo é compreendido pelas pessoas. Um arquivo texto pode GNU/Linux) está localizado em /root. Dependendo de sua configuração e
ser uma carta, um script, um programa de computador escrito pelo pro- do número de usuários em seu sistema, o diretório de usuário pode ter a
gramador, arquivo de configuração, etc. seguinte forma: /home/[1letra_do_nome]/[login], neste caso se o seu login
for "joao" o seu diretório home será /home/j/joao.
Binário
Seu conteúdo somente pode ser entendido por computadores. Con- Diretório Superior e anterior
tém caracteres incompreensíveis para pessoas normais. Um arquivo O diretório superior (Upper Directory) é identificado por .. (2 pontos).
binário é gerado através de um arquivo de programa (formato texto) atra-
vés de um processo chamado de compilação. Compilação é básicamente Caso estiver no diretório /usr/local e quiser listar os arquivos do diretó-
a conversão de um programa em linguagem humana para a linguagem de rio /usr você pode digitar, ls .. Este recurso também pode ser usado para
máquina. copiar, mover arquivos/diretórios, etc.

Diretório O diretório anterior é identificado por −. É útil para retornar ao último


Diretório é o local utilizado para armazenar conjuntos arquivos para diretório usado.
melhor organização e localização. O diretório, como o arquivo, também é
"Case Sensitive" (diretório /teste é completamente diferente do diretó- Se estive no diretório /usr/local e digitar cd /lib, você pode retornar fa-
rio/Teste). cilmente para o diretório /usr/local usando cd −.

Não podem existir dois arquivos com o mesmo nome em um diretório, Exemplo de diretório
ou um sub−diretório com um mesmo nome de um arquivo em um mesmo Um exemplo de diretório é o seu diretório de usuário, todos seus ar-
diretório. quivos essenciais devem ser colocadas neste diretório. Um diretório pode
conter outro diretório, isto é útil quando temos muitos arquivos e queremos
Um diretório nos sistemas Linux/UNIX são especificados por uma "/" e melhorar sua organização. Abaixo um exemplo de uma empresa que
não uma "\" como é feito no DOS. precisa controlar os arquivos de Pedidos que emite para as fábricas:
/pub/vendas − diretório principal de vendas /pub/vendas/mes01−05 −
Diretório Raíz diretório contendo vendas do mês 01/2005 /pub/vendas/mes02−05 −
Este é o diretório principal do sistema. Dentro dele estão todos os dire- diretório contendo vendas do mês 02/2005/pub/vendas/mes03−05 − diretó-
tórios do sistema. O diretório Raíz é representado por uma "/", assim se rio contendo vendas do mês 03/2005
você digitar o comando cd / você estará acessando este diretório. • o diretório vendas é o diretório principal.
• mes01−05 subdiretório que contém os arquivos de vendas

Informática 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do mês 01/2005. executar uma determinada tarefa.
• mes02−05 subdiretório que contém os arquivos de vendas
do mês 02/2005. Cada comando tem uma função específica, devemos saber a função
• mes03−05 subdiretório que contém os arquivos de vendas de cada comando e escolher o mais adequado para fazer o que deseja-
do mês 03/2005.  mos, por exemplo:
• mes01−05, mes02−05, mes03−05 são diretórios usados • ls − Mostra arquivos de diretórios
para armazenar os arquivos de pedidos do mês e ano • cd − Para mudar de diretório
• correspondente. Isto é essencial para organização, pois se
todos os pedidos fossem colocados diretamente no diretório ven- Opções
das, seria muito difícil encontrar o arquivo do cliente "João" ;−) As opções são usadas para controlar como o comando será executa-
do, por exemplo, para fazer uma listagem mostrando o dono, grupo, tama-
Você deve ter reparado que usei a palavra sub−diretório para nho dos arquivos você deve digitar ls −l.
mes01−05, mes02−05 e mes03−05, porque que eles estão dentro do
diretório vendas. Da mesma forma, vendas é um sub−diretório de pub. Opções podem ser passadas ao comando através de um "−" ou "−−":
− Opção identificada por uma letra. Podem ser usadas mais de uma
Estrutura básica de diretórios do Sistema Linux opção com um único hifen. O comando ls
O sistema GNU/Linux possui a seguinte estrutura básica de diretórios: −l −a é a mesma coisa de ls −la
• /bin Contém arquivos programas do sistema que são usa-
dos com frequência pelos usuários. Opção identificada por um nome. O comando ls −−all é equivalente a
• /boot Contém arquivos necessários para a inicialização do ls −a.
sistema.
• /cdrom Ponto de montagem da unidade de CD−ROM. Pode ser usado tanto "−" como "−−", mas há casos em que somente
• /dev Contém arquivos usados para acessar dispositivos "−" ou "−−" esta disponível.
(periféricos) existentes no computador.
• /etc Arquivos de configuração de seu computador local. Parâmetros
Um parâmetro identifica o caminho, origem, destino, entrada padrão
• /floppy Ponto de montagem de unidade de disquetes
ou saída padrão que será passada ao comando.
• /home Diretórios contendo os arquivos dos usuários.
• /lib Bibliotecas compartilhadas pelos programas do sistema Se você digitar: ls /usr/doc/copyright, /usr/doc/copyright será o parâ-
e módulos do kernel. metro passado ao comando ls, neste caso queremos que ele liste os
• /lost+found Guia Completo Linux.Local para a gravação de arquivos do diretório /usr/doc/copyright.
arquivos/diretórios recuperados pelo utilitário fsck.ext2. Cada par-
tição possui seu próprio diretório lost+found. É normal errar o nome de comandos, mas não se preocupe, quando
• /mnt Ponto de montagem temporário. isto acontecer o sistema mostrará a mensagem command not found (co-
• /proc Sistema de arquivos do kernel. Este diretório não e- mando não encontrado) e voltará ao aviso de comando. Os comandos se
xiste em seu disco rígido, ele é colocado lá pelo kernel e usado encaixam em duas categorias: Comandos Internos e Comandos Externos.
por diversos programas que fazem sua leitura, verificam configu-
rações do sistema ou modificar o funcionamento de dispositivos do Por exemplo: "ls −la /usr/doc", ls é o comando, −la é a opção passada ao
sistema através da alteração em seus arquivos. comando, e /usr/doc é o diretório passado como parâmetro ao coman-
• /root Diretório do usuário root. do ls.
• /sbin Diretório de programas usados pelo superusuário
(root) para administração e controle do funcionamento do sistema. Comandos Internos
• /tmp Diretório para armazenamento de arquivos temporá- São comandos que estão localizados dentro do interpretador de co-
rios criados por programas. mandos (normalmente o Bash) e não no disco. Eles são carregados na
• /usr Contém maior parte de seus programas. Normalmente memória RAM do computador junto com o interpretador de comandos.
acessível somente como leitura. Quando executa um comando, o interpretador de comandos verifica pri-
• /var Contém maior parte dos arquivos que são gravados meiro se ele é um Comando Interno caso não seja é verificado se é um
com frequência pelos programas do sistema, e−mails, spool de Comando Externo.
impressora, cache, etc.
Exemplos de comandos internos são: cd, exit, echo, bg, fg, source,
Nomeando Arquivos e Diretórios help.
No GNU/Linux, os arquivos e diretórios pode ter o tamanho de até 255
letras. Você pode identifica−lo com uma extensão (um conjunto de letras Comandos Externos
separadas do nome do arquivo por um "."). São comandos que estão localizados no disco. Os comandos são pro-
curados no disco usando o path e executados assim que encontrados.
Os programas executáveis do GNU/Linux, ao contrário dos programas
de DOS e Windows, não são executados a partir de extensões .exe, .com Aviso de comando (Prompt)
ou .bat. O GNU/Linux (como todos os sistemas POSIX) usa a permissão Aviso de comando (ou Prompt), é a linha mostrada na tela para digita-
de execução de arquivo para identificar se um arquivo pode ou não ser ção de comandos que serão passados aointerpretador de comandos para
executado. sua execução.

No exemplo anterior, nosso trabalho de história pode ser identificado A posição onde o comando será digitado é marcado um "traço" pis-
mais facilmente caso fosse gravado com o nome trabalho.text ou traba- cante na tela chamado de cursor. Tanto em shells texto como em gráficos
lho.txt. Também é permitido gravar o arquivo com o nome Trabalho de é necessário o uso do cursor para sabermos onde iniciar a digitação de
Historia.txt mas não é recomendado gravar nomes de arquivos e diretórios textos e nos orientarmos quanto a posição na tela.
com espaços. Porque será necessário colocar o nome do arquivo entre
"aspas" para acessa−lo (por exemplo, cat "Trabalho de Historia.txt"). Ao O aviso de comando do usuário root é identificado por uma # (tralha),
invés de usar espaços, prefira capitalizar o arquivo (usar letras maiúsculas e o aviso de comando de usuários é identificado pelo símbolo $. Isto é
e minúsculas para identifica−lo): TrabalhodeHistoria.txt. padrão em sistemas UNIX.

Comandos Você pode retornar comandos já digitados pressionando as teclas Se-


Comandos são ordens que passamos ao sistema operacional para ta para cima / Seta para baixo. A tela pode ser rolada para baixo ou para

Informática 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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cima segurando a tecla SHIFT e pressionando PGUP ou PGDOWN. Isto é
útil para ver textos que rolaram rapidamente para cima. Um exemplo prático: Se você estiver usando o sistema no Terminal 1
com o nome "joao" e desejar entrar como "root" para instalar algum pro-
Abaixo algumas dicas sobre a edição da linha de comandos): grama, segure ALT enquanto pressiona <F2> para abrir o segundo termi-
• Pressione a tecla Backspace ("<−−") para apagar um ca- nal virtual e faça o login como "root". Será aberta uma nova seção para o
racter à esquerda do cursor. usuário "root" e você poderá retornar a hora que quiser para o primeiro
• Pressione a tecla Del para apagar o caracter acima do cur- terminal pressionando ALT+<F1>.
sor.
• Pressione CTRL+A para mover o cursor para o inicio da li- Login e logout
nha de comandos. Login é a entrada no sistema quando você digita seu nome e senha.
• Pressione CTRL+E para mover o cursor para o fim da linha
de comandos. Logout é a saída do sistema. A saída do sistema é feita pelos coman-
• Pressione CTRL+U para apagar o que estiver à esquerda dos logout, exit, CTRL+D, ou quando o sistema é reiniciado ou desligado.
do cursor. O conteúdo apagado é copiado para uso com CTRL+y.
• Pressione CTRL+K para apagar o que estiver à direita do Partições
cursor. O conteúdo apagado é copiado para uso com CTRL+y. São divisões existentes no disco rígido que marcam onde começa on-
• Pressione CTRL+L para limpar a tela e manter o texto que de termina um sistema de arquivos. Por causa destas divisões, nós pode-
estiver sendo digitado na linha de comando mos usar mais de um sistema operacional no mesmo computador (como o
GNU/Linux, Windows e DOS), ou dividir o disco rígido em uma ou mais
• Pressione CTRL+Y para colocar o texto que foi apagado na
partes para ser usado por um único sistema operacional.
posição atual do cursor.
Formatando disquetes compatíveis com o DOS/Windows
Interpretador de comandos
A formatação de disquetes DOS no GNU/Linux é feita usando o co-
Também conhecido como "shell". É o programa responsável em inter-
mando superformat que é geralmente incluido no pacote mtools. O super-
pretar as instruções enviadas pelo usuário e seus programas ao sistema
format formata (cria um sistema de arquivos) um disquete para ser usado
operacional (o kernel). Ele que executa comandos lidos do dispositivo de
no DOS e também possui opções avançadas para a manipulação da
entrada padrão (teclado) ou de um arquivo executável. É a principal liga-
unidade, formatação de intervalos de cilindros específicos, formatação de
ção entre o usuário, os programas e o kernel. O GNU/Linux possui diver-
discos em alta capacidade e verificação do disquete superformat [opções]
sos tipos de interpretadores de comandos, entre eles posso destacar o
[dispositivo]
bash, ash, csh, tcsh, sh, etc. Entre eles o mais usado é o bash. O interpre-
tador de comandos do DOS, por exemplo, é o command.com.
Dispositivo
Unidade de disquete que será formatada. Normalmente /dev/fd0 ou
Os comandos podem ser enviados de duas maneiras para o interpre-
/dev/fd1 especificando respectivamente a primeira e segunda unidade de
tador: interativa e não−interativa:
disquetes.
Interativa
Opções
Os comandos são digitados no aviso de comando e passados ao in-
terpretador de comandos um a um. Neste modo, o computador depende • −v [num] Especifica o nível de detalhes que serão exibidos
do usuário para executar uma tarefa, ou próximo comando. durante a formatação do disquete. O nível 1 especifica um ponto
mostrado na tela para cada trilha formatada.
Não−interativa • −superverify Verifica primeiro se a trilha pode ser lida antes
São usados arquivos de comandos criados pelo usuário (scripts) para de formata−la. Este é o padrão.
o computador executar os comandos na ordem encontrada no arquivo. • −−dosverify, −B Verifica o disquete usando o utilitário
Neste modo, o computador executa os comandos do arquivo um por um e mbadblocks. Usando esta opção, as trilhas defeituosas encontra-
dependendo do término do comando, o script pode checar qual será o das serão automaticamente marcadas para não serem utilizadas.
próximo comando que será executado e dar continuidade ao processa- • −−verify_later, −V Verifica todo o disquete no final da for-
mento. matação.
• −−noverify, −f Não faz verificação de leitura
Este sistema é útil quando temos que digitar por várias vezes segui-
das um mesmo comando ou para compilar algum programa complexo. Segue abaixo exemplos de como formatar seus disquetes com o su-
performat:
O shell Bash possui ainda outra característica interessante: A comple- • superformat /dev/fd0 − Formata o disquete na primeira uni-
tação dos nomes de comandos. Isto é feito pressionando−se a tecla TAB, dade de disquetes usando os
o comando é completado e acrescentado um espaço. Isto funciona sem • valores padrões.
problemas para comandos internos, caso o comando não seja encontrado, • superformat /dev/fd0 dd − Faz a mesma coisa que o acima,
o Bash emite um beep. mas assume que o disquete é deDupla Densidade (720Kb).
• superformat −v 1 /dev/fd0 − Faz a formatação da primeira
Terminal Virtual (console) unidade de disquetes (/dev/fd0)e especifica o nível de detalhes
Terminal (ou console) é o teclado e tela conectados em seu computa- para 1, exibindo um ponto após cada trilha formatada.
dor. O GNU/Linux faz uso de sua característica multi−usuária usando os
"terminais virtuais". Um terminal virtual é uma segunda seção de trabalho Pontos de Montagem
completamente independente de outras, que pode ser acessada no com- O GNU/Linux acessa as partições existente em seus discos rígidos e
putador local ou remotamente via telnet, rsh, rlogin, etc. disquetes através de diretórios. Os diretórios que são usados para acessar
(montar) partições são chamados de Pontos de Montagem. No DOS cada
No GNU/Linux, em modo texto, você pode acessar outros terminais letra de unidade (C:, D:, E:) identifica uma partição de disco, no GNU/Linux
virtuais segurando a tecla ALT e pressionando F1 a F6. Cada tecla de os pontos de montagem fazem parte da grande estrutura do sistema de
função corresponde a um número de terminal do 1 ao 6 (o sétimo é usado arquivos raiz.
por padrão pelo ambiente gráfico X). O GNU/Linux possui mais de 63
terminais virtuais, mas apenas 6 estão disponíveis inicialmente por motivos Você pode acessar uma partição de disco usando o comando mount.
de economia de memória RAM . mount [dispositivo] [ponto de montagem] [opções]

Se estiver usando o modo gráfico, você deve segurar CTRL+ ALT en- Onde:
quanto pressiona uma tela de <F1> a <F6>.

Informática 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Identificação da unidade de disco/partição que deseja acessar (como após o final do comando.
/dev/hda1 (disco rígido) ou /dev/fd0 (primeira unidade de disquetes).
OBS: Mesmo que um usuário execute um programa em segundo pla-
Ponto de montagem no e saia do sistema, o programa continuará sendo executado até que
Diretório de onde a unidade de disco/partição será acessado. O diretó- seja concluido ou finalizado pelo usuário que iniciou a execução (ou pelo
rio deve estar vazio para montagem de um sistema de arquivo. Normal- usuário root).
mente é usado o diretório /mnt para armazenamento de pontos de monta-
gem temporários. Exemplo: find / −name boot.b &
O comando será executado em segundo plano e deixará o sistema li-
Exemplo de Montagem: vre para outras tarefas. Após o comando find terminar, será mostrada uma
Montar uma partição Windows (vfat)em /dev/hda1 em /mnt somente mensagem.
para leitura: mount
/dev/hda1 /mnt −r −t ext2 Executando programas em sequência
Montar a primeira unidade de disquetes /dev/fd0 em /floppy: mount Os programas podem ser executados e sequência (um após o término
/dev/fd0 /floppy −tvfat do outro) se os separarmos com ;. Por exemplo: echo primeiro;echo se-
Montar uma partição DOS localizada em um segundo disco rígido gundo;echo terceiro.
/dev/hdb1 em /mnt:mount
/dev/hdb1 /mnt −t msdos. Interrompendo a execução de um processo
Para cancelar a execução de algum processo rodando em primeiro
fstab plano, basta pressionar as teclas CTRL+C. A execução do programa será
O arquivo /etc/fstab permite que as partições do sistema sejam mon- cancelada e será mostrado o aviso de comando. Você também pode usar
tadas facilmente especificando somente o dispositivo ou o ponto de mon- o comando kill, para interromper um processo sendo executado.
tagem. Este arquivo contém parâmetros sobre as partições que são lidos
pelo comando mount. Cada linha deste arquivo contém a partição que Parando momentaneamente a execução de um processo
desejamos montar, o ponto de montagem, o sistema de arquivos usado Para parar a execução de um processo rodando em primeiro plano,
pela partição e outras opções. basta pressionar as teclas CTRL+Z. O programa em execução será pau-
sado e será mostrado o número de seu job (job comando jobs mostra os
Após configurar o /etc/fstab, basta digitar o comando mount /dev/hdg processos que estão parados ou rodando em segundo plano), e o aviso de
ou mount /cdrom para que a unidade de CD−ROM seja montada. comando. Para retornar a execução de um comando pausado, use fg, ou
bg.O programa permanece na memória no ponto de processamento em
Desmontando uma partição de disco que parou quando ele é interrompido.
Para desmontar um sistema de arquivos montado com o comando
mount, use o comando umount. Você deve ter permissões de root para Você pode usar outros comandos ou rodar outros programas enquan-
desmontar uma partição. to o programa atual está interrompido.
umount [dispositivo/ponto de montagem].
Portas de impressora
path Uma porta de impressora é o local do sistema usado para se comuni-
Path é o caminho de procura dos arquivos/comandos executáveis. O car com a impressora. Em sistemas GNU/Linux, a porta de impressora é
path (caminho) é armazenado na variável de ambiente PATH. Você pode identificada como lp0, lp1, lp2 no diretório /dev, correspondendo respecti-
ver o conteúdo desta variável com o comando echo $PATH. vamente a LPT1, LPT2 e LPT3 no DOS e Windows. Recomendo que o
suporte a porta paralela esteja compilado como módulo no kernel.
Executando um comando/programa
Para executar um comando, é necessário que ele tenha permissões Imprimindo diretamente para a porta de impressora
de execução (veja a Tipos de Permissões de acesso, e que esteja no Isto é feito direcionando a saída ou o texto com > diretamente para a
caminho de procura de arquivos. porta de impressora no diretório /dev.

No aviso de comando #(root) ou $(usuário), digite o nome do comando Supondo que você quer imprimir o texto contido do arquivo trabalho.txt
e tecle Enter. O programa/comando é executado e receberá um número de e a porta de impressora em seusistema é /dev/lp0, você pode usar os
identificação (chamado de PID − Process Identification), este número é útil seguintes comandos:
para identificar o processo no sistema e assim ter um controle sobre sua cat trabalho.txt >/dev/lp0. Direciona a saída do comando cat para a
execução. Todo o programa executado no GNU/Linux roda sob o controle impressora. 
das permissões de acesso. cat <trabalho.txt >/dev/lp0. Faz a mesma coisa que o acima.
cat −n trabalho.txt >/dev/lp0 − Numera as linhas durante a impressão.
Tipos de Execução de comandos/programas head −n 30 trabalho.txt >/dev/lp0 − Imprime as 30 linhas iniciais do ar-
Um programa pode ser executado de duas formas: quivo. 
cat trabalho.txt|tee /dev/lp0 − Mostra o conteúdo do cat na tela e envia
Primeiro Plano − Também chamado de foreground. Quando você de- também para a impressora.
ve esperar o término da execução de um programa para executar um novo
comando. Somente é mostrado o aviso de comando após o término de Os métodos acima servem somente para imprimir em modo texto (le-
execução do comando/programa. tras, números e caracteres semi−gráficos).

Segundo Plano − Também chamado de background. Quando você Help on line


não precisa esperar o término da execução de um programa para executar Ajuda rápida, é útil para sabermos quais opções podem ser usadas
um novo comando. Após iniciar um programa em background, é mostrado com o comando/programa. Quase todos os comandos/programas
um número PID (identificação do Processo) e o aviso de comando é no- GNU/Linux oferecem este recurso que é útil para consultas rápidas (e
vamente mostrado, permitindo o uso normal do sistema. quando não precisamos dos detalhes das páginas de manual). É útil
quando se sabe o nome do programa mas deseja saber quais são as
O programa executado em background continua sendo executado in- opções disponíveis e para o que cada uma serve. Para acionar o help on
ternamente. Após ser concluído, o sistema retorna uma mensagem de line, digite:
pronto acompanhado do número PID do processo que terminou. Para help[comando]
iniciar um programa em primeiro plano, basta digitar seu nome normalmen- comando − é o comando/programa que desejamos ter uma explicação
te.Para iniciar um programa em segundo plano, acrescente o caracter "&" rápida.

Informática 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O caractere que aparece no final indica qual o "poder" do usuário. Se
O Help on Line não funciona com comandos internos (embutidos no o símbolo for #, significa que usuário tem privilégios de administrador
Bash) (root). Por outro lado, se o símbolo for $, significa que este é um usuário
Por exemplo, ls −−help. comum, incapaz de acessar todos os recursos que um administrador
acessa. Independente de qual seja, é depois do caractere que o usuário
Help pode digitar os comandos.
Ajuda rápida, útil para saber que opções podem ser usadas com os
comandos internos do interpretador de comandos. O comando help so- Os comandos básicos do Linux
mente mostra a ajuda para comandos internos, para ter uma ajuda similar Agora que você já sabe como agir em um terminal, vamos aos co-
para comandos externos. Para usar o help digite: mandos do Linux mais comuns. Para utilizá-los, basta digitá-los e pressio-
help [comando] nar a tecla Enter de seu teclado. É importante frisar que, dependendo de
sua distribuição Linux, um ou outro comando pode estar indisponível. Além
Por exemplo, help echo, help exit. disso, alguns comandos só podem ser executados por usuários com
privilégios de administrador.
COMANDOS BÁSICOS DO LINUX
A relação a seguir mostra os comandos seguidos de uma breve des-
Introdução crição:
O Linux (na verdade, GNU/Linux), assim como qualquer sistema ope- • cal: exibe um calendário;
racional moderno, é perfeitamente capaz de oferecer interação com o • cat arquivo: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exemplo, para
usuário por meio de gráficos, fazendo com que seja possível utilizar a ver o arquivo infowester.txt, basta digitar cat infowester.txt;
maioria de seus recursos através do mouse. Porém, em dado momento, o • cd diretório: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a pasta
modo gráfico pode não estar disponível, restando apenas o modo texto /mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir de
(para a inserção de comandos). Além disso, determinadas tarefas só qualquer outro, digite apenas cd;
podem ser executadas por comandos digitados. Para não ficar perdido em • chmod: comando para alterar as permissões de arquivos e diretó-
qualquer dessas situações, é necessário conhecer alguns comandos do rios. Saiba mais neste artigo sobre permissões;
Linux. É isso que essa matéria apresenta a seguir. • clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha de coman-
do no topo, como se o terminal acabasse de ter sido acessado;
Onde e como digitar os comandos? • cp origem destino: copia um arquivo ou diretório para outro local.
Se o Linux que você utiliza entra direto no modo gráfico ao ser iniciali- Por exemplo, para copiar o arquivo infowester.txt com o nome in-
zado (que é o que acontece na grande maioria das distribuições atuais), é fowester2.txt para /home, basta digitar cp infowester.txt
possível inserir comandos no sistema através de uma aplicação de termi- /home/infowester2.txt;
nal. Esse recurso é facilmente localizável em qualquer distribuição. A • date: mostra a data e a hora atual;
imagem abaixo, por exemplo, mostra um terminal no Ubuntu Linux:
• df: mostra as partições usadas;
• diff arquivo1 arquivo2: indica as diferenças entre dois arquivos,
por exemplo: diff calc.c calc2.c;
• du diretório: mostra o tamanho de um diretório;
• emacs: abre o editor de textos emacs;
• file arquivo: mostra informações de um arquivo;
• find diretório parâmetro termo: o comando find serve para localizar
informações. Para isso, deve-se digitar o comando seguido do di-
retório da pesquisa mais um parâmetro (ver lista abaixo) e o termo
da busca. Parâmetros:
• name - busca por nome
• type - busca por tipo
• size - busca pelo tamanho do arquivo
• mtime - busca por data de modificação
• Exemplo: find /home name tristania
Se o computador que você acessa não estiver com o modo gráfico ati- • finger usuário: exibe informações sobre o usuário indicado;
vado, será possível digitar comandos diretamente, bastando se logar. • free: mostra a quantidade de memória RAM disponível;
Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador de comandos (tam- • halt: desliga o computador;
bém conhecido como shell) executá-lo. O Linux conta com mais de um, • history: mostra os últimos comandos inseridos;
sendo os mais conhecidos o bash e o sh. • id usuário: mostra qual o número de identificação do usuário es-
pecificado no sistema;
Quando um terminal é acessado, uma informação aparece no campo • kill: encerra processados em andamento. Saiba mais no artigo
de inserção de comandos. É importante saber interpretá-la. Para isso, veja Processos no Linux;
os exemplos abaixo: • ls: lista os arquivos e diretórios da pasta atual;
Exemplo 1: [root@infowester /root]# • lpr arquivo: imprime o arquivo especificado;
Exemplo 2: [wester@alecrim /]$ • lpq: mostra o status da fila de impressão;
• lprm: remove trabalhos da fila de impressão;
Observação: dependendo de sua distribuição e de seu shell, a linha • lynx: abre o navegador de internet de mesmo nome;
de comandos pode ter um formato ligeiramente diferente do que é mostra-
• mv origem destino: tem a mesma função do comando cp, só que
do nos exemplos. No Ubuntu Linux, por exemplo, o segundo exemplo fica
ao invés de copiar, move o arquivo ou o diretório para o destino
na seguinte forma:
especificado;
• mkdir diretório: cria um diretório, por exemplo, mkdir infowester
wester@alecrim: ~$
cria uma pasta de nome infowester;
Nos exemplos, a palavra existente antes do símbolo @ diz qual o no-
• passwd: altera sua senha. Para um administrador mudar a senha
me do usuário que está usando o terminal. Os nomes que aparecem
de um usuário, basta digitar passwd seguido do nome deste;
depois do @ indicam o computador que está sendo acessado seguido do
diretório. • ps: mostra os processos em execução. Saiba mais no artigo Pro-
cessos no Linux;
• pwd: mostra o diretório em que você está;

Informática 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• reboot: reinicia o sistema imediatamente (pouco recomendável, Assim como conhecer os comandos básicos do Linux é importante,
preferível shutdown -r now); também o é saber como acessar seus recursos de ajuda, pois isso te
• rm arquivo: apaga o arquivo especificado; desobriga de decorar as sequências das funcionalidades extras. Sabendo
• rmdir diretório: apaga o diretório especificado, desde que vazio; usar todos os recursos, você certamente terá boa produtividade em suas
• shutdown: desliga ou reinicia o computador, veja: tarefas no Linux.
• shutdown -r now: reinicia o computador
• shutdown -h now: desliga o computador AMBIENTE LINUX
O ambiente Linux é basicamente um ambiente de texto, porém, exis-
O parâmetro now pode ser mudado. Por exemplo: digite shutdown -r tem diversas interfaces gráficas que melhoram a usabilidade para os
+10 e o sistema irá reiniciar daqui a 10 minutos; usuários do sistema operacional. Veremos abaixo os mais usados:
• su: passa para o usuário administrador, isto é, root (perceba que o
símbolo $ mudará para #); KDE
• tar -xzvf arquivo.tar.gz: extrai um arquivo compactado em tar.gz.
Nesta seção será examinado o gerenciador de janelas KDE (K Desk-
Saiba mais no artigo Compactação e descompactação de arqui-
top Environment) que é muito poderoso, intuitivo, fácil de utilizar e que
vos com Tar e gzip;
possui inúmeros recursos gráficos, funcionalidades e facilidades para o
• telnet: ativa o serviço de Telnet em uma máquina. Para acessar
usuário, além de uma vasta gama de aplicativos escritos para ele.
esse computador a partir de outros por Telnet, basta digitar telnet
nomedamáquina ou telnet IP. Por exemplo: telnet 192.168.0.10.
Com o tempo o KDE foi crescendo e incorporando mais e mais facili-
Após abrir o Telnet, digite help para conhecer suas funções;
dades e funcionalidades para o usuário final. Devido a isto, é recomenda-
• top: exibe a lista dos processos, conforme os recursos de memó- do que se tenha uma máquina mais robusta que a utilizada para executar
ria consumidos; outros gerenciadores mais leves, como, por exemplo, o WindowMaker.
• uname: mostra informações do sistema operacional e do compu-
tador. Digite uname -a para obter mais detalhes; Veja agora como iniciar o KDE. Estando no modo texto, e sem utilizar
nenhum ambiente gráfico, basta digitar:
$ kde
estando no KDM (login gráfico), selecione o KDE em Menu -> Tipo de
Sessão.

Interface do KDE
Uma das novidades do KDE é o Plastik, que é um estilo de menus
transparente e muito bonito. Na Figura 2.2. Interface do KDE você pode
ver a janela do ambiente inicial do KDE.

• useradd usuário: cria uma nova conta usuário, por exemplo, use-
radd marvin cria o usuário marvin;
• userdel usuário: apaga a conta do usuário especificado;
• uptime: mostra a quantas horas seu computador está ligado;
• vi: inicia o editor de textos vi. Saiba mais aqui;
• whereis nome: procura pelo binário do arquivo indicado, útil para
conhecer seu diretório ou se ele existe no sistema;
• w: mostra os usuários logados atualmente no computador (útil pa-
ra servidores);
• who: mostra quem está usando o sistema.

Finalizando
Praticamente todos os comandos citados possuem parâmetros que Figura 2.2. Interface do KDE
permitem incrementar suas funcionalidades. Por exemplo, se você digitar o
comando ls com o parâmetro -R (ls -R), este mostrará todos os arquivos A Área de Trabalho do KDE
do diretório, inclusive os ocultos. A área de trabalho compreende a área central (com o papel de pare-
de), o painel (ou barra de ferramentas) e os ícones de atalhos para dispo-
A melhor forma de conhecer os parâmetros adicionais de cada co- sitivos e programas. Podem ser adicionados novos itens na área de traba-
mando é consultando as informações de ajuda. Para isso, pode-se usar o lho, conforme você preferir. Estes itens podem ser tanto pastas de arqui-
recurso --help. Veja o exemplo para o comando ls: vos e aplicativos, quanto dispositivos de sistemas. Na área de trabalho do
ls --help KDE você também pode alterar o papel de parede e acessar alguns menus
especiais, clicando com o botão direito sobre o papel de parede.
Também é possível utilizar o comando man (desde que seu conteúdo
esteja instalado), que geralmente fornece informações mais detalhadas. Serão explicados agora os itens mais importantes da interface do
Par usar o man para obter detalhes do comando cp, por exemplo, a sinta- KDE. Lembre-se apenas que este Desktop é altamente gerenciável, ou
xe é: seja, o usuário pode deixar o KDE ao seu gosto, trocando praticamente
man cp toda a interface dele, ou deixando ela semelhante a interface de outros
sistemas operacionais.
Se você estiver utilizando o bash, pode-se aplicar o comando help ou
info da mesma forma que o comando man: O Painel ou Barra de Ferramentas
help cp Está localizado na parte inferior da janela e é utilizado para gerenciar
info cp a sua sessão do KDE. Ele possui menus que possibilitam o gerenciamento
da Área de Trabalho na qual o usuário está, e dos aplicativos que estão

Informática 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sendo executados, permitindo que seja alternado entre eles, além de padronização dos aplicativos. Isto não significa que ninguém pode inovar
outros comandos. Relembre essa barra na Figura 2.3. Painel do KDE. ao fazer aplicativos para o KDE, mas significa sim que os aplicativos terão
uma interface básica em comum, ou seja, terão os menus, barra de status,
Figura 2.3. Painel do KDE etc. O importante aqui é que, quando você abrir um novo aplicativo KDE,
você não se sinta perdido em relação a como utilizá-lo, já que todos tem
Atalhos do Painel um padrão semelhante.
Existe a possibilidade de se inserir ícones de atalhos no painel, para
agilizar seu acesso a pastas e aplicativos. Este recurso é muito interessan- Estrutura das janelas
te e pode otimizar seu trabalho do dia-a-dia, pois se você usa, por exem- Veja agora o estilo de uma janela do KDE e a finalidade dos botões na
plo, o e-mail diariamente e várias vezes ao dia, é interessante colocar um janela. Observe a Figura 2.4. Aparência da Janela do KDE.
atalho na barra de ferramentas para abrir mais rapidamente sua ferramen-
ta de e-mail.

Por padrão, o Conectiva Linux deixou três ícones com atalhos no pai-
nel. Um deles chama-se Meus Arquivos, e é um atalho para abrir o Kon-
queror como gerenciador de arquivos. O segundo chama-se Mostrar Área
de Trabalho e é um atalho para a visualização da sua área de trabalho, e o
último é um atalho para o navegador Internet. Para inserir mais ícones de
atalhos, basta clicar com o botão direito sobre o painel e escolher a opção
Adicionar -> Botão do Aplicativo, escolhendo em seguida o aplicativo a ser
deixado na barra de alhos. Se você desejar inserir uma pasta (ou a Lixeira)
nesta barra de botões de atalho, quando você tentar arrastá-la, o sistema
perguntará para você a maneira que deseja adicionar este ícone, que pode
ser como Navegador Rápido, que quando clicado abre uma barra de Figura 2.4. Aparência da Janela do KDE
menus com o conteúdo da pasta, ou como URL de Gerenciador de Arqui-
vos, que quando clicado abre uma janela do Konqueror para você navegar Será usada a janela do editor de texto avançado apenas como ilustra-
pela pasta. ção, não importa qual aplicativo você esteja utilizando. A aparência pode
ser modificada utilizando o Centro de Controle KDE que será visto mais à
Diversas Áreas de Trabalho frente. Observe a parte superior da janela: você pode notar que existem
Na barra de ferramentas estão presentes, ao lado dos atalhos, dois vários botões que executam determinadas ações. Começando da direita
ícones numerados, que representam uma Área de Trabalho do KDE. Você para a esquerda você tem:
pode usar várias Áreas de Trabalho ao mesmo tempo, para agilizar seu • O botão com um x fecha a janela.
serviço. Para cada nova Área de Trabalho criada, será criado um ícone de • O botão com um “quadrado” maximiza a janela.
número para representá-la.
• O botão com uma “linha” minimiza a janela.
Barra de Tarefas • O botão com um “?” (ponto de interrogação) representa a ajuda
A barra de tarefas está localizada ao lado dos botões dos Desktops clique sobre este botão e repare que um sinal de “?” seguirá o
Virtuais. Cada vez que você abre um aplicativo no Linux, fica um ícone ponteiro do mouse. Quando tiver dúvidas sobre a utilização de um
dele na barra de tarefas, indicando que ele está em uso. botão, clique sobre o botão da ajuda, e em seguida sobre o botão
que você tem dúvidas sobre a utilização. Abrirá uma janela com
O Menu K um texto de ajuda.
É um menu que contém atalhos para a maioria dos programas do • A barra de título da janela tem o nome do aplicativo.
KDE. Estes atalhos são divididos em tipos de programas semelhantes, ou • O ícone da aplicação na barra de ferramentas permite modificar
seja, os programas de escritório estão no atalho de escritório, e assim por as características da janela. Para isso clique com o botão direito
diante. No fim deste capítulo será feita uma explicação mais detalhada sobre ele.
sobre este menu.
Na área de trabalho do Desktop, existe um menu com diversas opções
Gerenciador de área de Transferência (Klipper) interessantes, que servem para dar mais rapidez ao trabalho do dia-a-dia.
Ainda na barra de ferramentas, está o gerenciador da área de transfe- A Figura 2.5. Menu da Área de Trabalho mostra este menu de opções.
rência, que é um programa que guarda o histórico de cópia e colagem que
você faz no seu sistema. É útil, pois você pode copiar várias coisas ao Para acessar este menu, clique com o botão direito do mouse sobre
tempo tempo, e não apenas uma coisa de cada vez. uma área livre da área de trabalho.

Data e Hora
É o relógio que aparece no canto direito da sua barra de ferramentas.
Com um clique sobre ele, aparecerá um calendário para você. Para ajustar
a data e hora, clique com o botão direito sobre ele e depois em Ajustar
Data e Hora.

O sistema poderá pedir a senha de root, quando for necessário.

CD-ROM e Disquete
Dentre os ícones da área de trabalho, encontram-se os de CD-ROM e
Disquete. O Conectiva Linux traz o supermount, que é um programa que
permite o acesso a disquetes e CD-ROMs com um clique.

Para testar o processo de montagem, insira um CD-ROM no seu drive


e clique no botão CD-ROM. Abrirá uma janela do Konqueror com o conte- Figura 2.5. Menu da Área de Trabalho
údo deste disco.
As principais opções deste menu são:
Ainda sobre a interface do KDE, é importante ressaltar a estrutura das
janelas. No projeto do KDE, um dos itens mais claros é em relação a Criar Novo

Informática 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
É talvez a opção mais interessante do menu. Aqui você pode criar no-
vos arquivos e dispositivos.

O menu Criar Novo não é característica básica dos menus da área de


trabalho, pois está presente, por exemplo, em todo o Konqueror. Quando
você abre uma janela qualquer do gerenciador de arquivos e clica com o
botão direito, a mesma opção de Criar Novo aparecerá para você. Aqui
você poderá criar novas pastas, arquivos ou dispositivos de sistema.

Clique na opção de Criar Novo e veja as opções que aparecem para


você. Dentre as várias opções, as mais importante são:

Tabela 2.1. Menu criar Novo


Pastas Cria uma nova pasta com o nome que você escolher.
Cria um novo arquivo e coloca-o na pasta Desktop. Este
arquivo pode ser somente um link para outro arquivo ou locali- Figura 2.9. Janela do Konqueror
Arquivo
zação, ou uma nova planilha, arquivo texto, arquivo de apre-
sentação ou arquivo HTML. Áreas da Janela do Konqueror
Ao criar um novo dispositivo pelo menu, você estará criando • Barra de Título: É onde aparece a localização atual seguido do
um ícone na área de trabalho para acessar um dispositivo, que nome do Konqueror.
pode ser um CD-ROM, Disquete, DVD-ROM e Zip-Drive, entre • Barra de Menus: É nesta barra que se localizam os menus Locali-
outros tipos de hardware. Sempre que você criar um dispositi- zação, Editar e Ver, entre outros.
Dispositivo vo, o sistema perguntará onde ele está localizado. • Barra de Ferramentas: Nesta barra estão as ferramentas mais uti-
Você também poderá montar um dispositivo de disco rígido lizadas no Konqueror, como as setas de movimentação e o ícone
(que exibirá informações sobre o seu HD), de NFS, que vai de início.
ajudá-lo a visualizar diretórios localizados em um servidor na • Barra de Localização: Aqui você digita os endereços da internet
rede (sistema de arquivos de rede), etc. que deseja visitar ou endereços locais para visualizar os arquivos
do seu computador. Durante a navegação, você pode conferir o
Ícones que está sendo visualizado através dessa barra.
Organiza e alinha os ícones da área de trabalho de maneira que fi- • Favoritos: Aqui estão todos os endereços que foram adicionados
quem dispostos em linha na vertical, por ordem de Nome, Tamanho ou aos seus favoritos, de forma que você possa acessá-los de forma
Tipo. Você também pode escolher que os diretórios apareçam antes dos prática e rápida.
demais ícones. • Janela: É nesta área que são mostrados os arquivos que estão no
seu diretório home e também o conteúdo das páginas WWW,
Janelas quando solicitadas.
Existem duas opções dentro deste menu, que são: Janelas Ordena- • Barra de Status: Localizada no rodapé da janela, é nesse local
das, que ordena as janelas de modo que todas fique visíveis, e Janelas em que são mostradas informações sobre o que está sendo proces-
Cascata, que organiza as janelas como numa cascata, deixando somente sado pelo Konqueror.
a barra de título das janelas sobrepostas aparecendo.
O Konqueror também atua como gerenciador de arquivos, além de
Configurar Área de Trabalho navegador internet. Nos atalhos da barra de ferramentas, você tem um
Nesta opção você pode mudar, entre outras coisas, o papel de parede ícone em forma de uma casa. Clique neste ícone para abrir o Konqueror,
e o protetor de tela. como gerenciador de arquivos.
Para finalizar a explanação sobre a interface do KDE, vale ressaltar
mais uma vez que ela é altamente gerenciável, ou seja, você pode modifi- Observe o painel da esquerda, onde você pode ver toda a estrutura de
cá-la totalmente, a seu gosto. Algumas destas alterações podem ser feitas diretórios presente na sua máquina. Caso você não veja o painel da es-
no Centro de Controle, que é o próximo tópico deste capítulo. querda ou veja simplesmente um único painel, vá em Janela -> Mostrar
Painel de Navegação. Inicialmente o Konqueror nos levará direto ao diretó-
Konqueror rio home (sua pasta de trabalho). Para compreender melhor o funciona-
Nesta seção será estudado o Konqueror, que é um aplicativo muito mento do Konqueror, vamos utilizá-lo para criar pastas (ou diretórios) e
versátil, pois incorpora as funções de navegador Internet e gerenciador de movimentar arquivos, para familiarizar-nos com seu funcionamento.
arquivos, entre outras. Veja a janela inicial do Konqueror na Figura 2.9.
Janela do Konqueror. Agora será criada uma nova pasta, dentro da pasta atual (ou o local
que se está agora).
Para iniciar o Konqueror clique em Menu K -> Meus Arquivos.
Inicialmente, clique com o botão direito em qualquer área livre (sem
Observando a janela inicial do Konqueror você pode ver sete áreas ícones) do painel direito, e com o botão esquerdo em Criar Novo -> Pasta.
distintas. Começando de cima para baixo: A seguir indique o nome da pasta que será criada: Teste (note que o Linux
diferencia maiúsculas de minúsculas). Surgirá então o ícone da pasta
Teste no painel direito do Konqueror.

Veja que o painel esquerdo também foi atualizado quando você criou
a pasta: isso ocorre porque as duas janelas estão interligadas. Observe
também que no canto inferior direito de cada painel existe uma caixa de
marcação. As duas caixas estão marcadas indicando a interligação das
janelas. Clicando por sobre a caixa de marcação você desvincula os
painéis. Esse recurso é útil quando você quer acessar um site de FTP num
painel, e em outro, acessar os arquivos da sua máquina.

No canto inferior esquerdo existe um indicador de que painel está ati-

Informática 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vo. O painel ativo é indicado por um círculo de cor verde limão. Exercite
essas propriedades clicando em Janela -> Separar a Visão Esquer-
da/Direita ou Janela -> Separar a Visão Topo/Fundo.

Para entrar na pasta recém-criada (neste caso, a pasta Teste), basta


dar um duplo clique sobre ela.

Quando você criou o diretório Teste deve ter notado que pode criar
arquivos nesse menu também. Os arquivos que são criados dessa manei-
ra não têm conteúdo algum, apenas possuem um nome.

Clicando com o botão direito do mouse por sobre o novo diretório


(Teste), crie um arquivo texto (Criar Novo -> Arquivo -> Arquivo de Tex-
to...) de maneira semelhante à utilizada para criar uma nova pasta. Clique
em OK. Ao clicar com o botão direito sobre o ícone do arquivo texto, Figura 2.10. Barra de Localização Antes de Selecionar os Arquivos
observe que surge a opção Abrir Com... para editar o arquivo recém-
criado. Experimente editar o arquivo com o Bloco de Notas, alterando-o e E agora o endereço na barra de localização modificado para selecio-
salvando. Volte ao Konqueror e verifique o arquivo que você criou, agora nar os arquivos:
com o texto editado.

Tente utilizar o recurso de arrastar e soltar do Konqueror para movi-


mentar o arquivo que foi criado. Primeiro, crie um diretório com o nome de
segundo dentro de Teste. Você pode modificar o nome dos diretórios, o
importante é que perceba que essa nova pasta indica o segundo nível
dentro da sua árvore de pastas. Note que, assim que é terminada a execu-
ção do comando, aparece o ícone escrito segundo. Agora, clique com o
botão esquerdo do mouse sobre o arquivo texto e arraste-o até o ícone da
pasta segundo. Surgirá um menu, permitindo que você copie/mova/crie um
link para o arquivo selecionado.

De maneira semelhante, você pode utilizar esse recurso para as pas-


tas que estão localizadas na árvore, no painel da esquerda.

Alguns outros detalhes do Konqueror merecem atenção especial, co- Figura 2.11. Barra de Localização com Endereço Modificado
mo por exemplo, a maneira pela qual ele apaga os arquivos. Ele fornece
três ações que podem ser executadas para remover um arquivo: Observe que é bem fácil criar esses "filtros", que ajudam quando são
1. Movendo-os para a lixeira. procurados por determinado tipo de arquivos dentro de um diretório com
2. Apagando-os da maneira convencional. muitos arquivos.
3. Apagando o arquivo e sobrescrevendo a área ocupada no disco
com dados aleatórios e removendo esses dados diversas vezes, Agora que já conhece algumas das opções existentes no Konqueror,
garantindo assim que os arquivos não serão recuperados. veja alguns menus que fornecem mais algumas funcionalidades, na Figura
2.12. Menus Superiores do Konqueror.
As teclas de atalho associadas a essas funções são as seguintes:
1. Mover os arquivos para a lixeira: Del Figura 2.12. Menus Superiores do Konqueror
2. Apagar os arquivos: Shift - Del.
Nesta imagem observa-se o menu superior do Konqueror, onde o me-
Quando você for apagar os arquivos com um Shift-Del, o sistema nu Localização permite:
perguntará se você tem certeza disso. Nesta mesma janela, tem uma caixa • Informar um novo endereço a ser aberto.
com a seguinte mensagem: Não mostre esta mensagem novamente.
• Abrir uma nova janela com o conteúdo atual do Konqueror.
Deixe esta caixa marcada, caso não queira mais ver esta janela.
• Duplicar a janela.
Quando você apagar o arquivo com um Del, este arquivo vai para a li- • Sair do Konqueror.
xeira. Caso exista outro arquivo com um nome igual, na lixeira, o sistema
lhe perguntará se você deseja sobrescrever o arquivo antigo, ou deseja No menu Editar você pode:
mudar o nome do arquivo que você está apagando. • Desfazer a última ação efetuada.
• Copiar e colar arquivos da área de transferência.
O Konqueror é a que possibilita "filtrar" os arquivos que serão mostra- • Criar novos arquivos.
dos no painel. Para fazer isto, basta que você especifique um padrão de
• Modificar a seleção dos arquivos do painel.
procura (por exemplo: *.jpg para buscar todos os arquivos da pasta atual,
finalizados com jpg, ou seja, arquivos de figuras) ao final do endereço do
No menu Ver você pode modificar o modo de visão, recarregar o con-
diretório na barra de localização.
teúdo dos painéis, atribuir uma imagem de fundo ao painel, além de outras
opções. No menu Ferramentas existe uma opção de abrir um terminal
Veja o conteúdo da barra de localização antes da seleção:
texto no diretório atual, executar um comando e procurar um arquivo.

Na barra de ferramentas do Konqueror, observe os botões de movi-


mentação (são as flechas, no lado superior esquerdo da tela): elas permi-
tem subir, avançar e retroceder um ou mais níveis dentro da navegação.
Por exemplo: se você estiver navegando em uma página web, e clica em
um link para outra página, você não precisa digitar novamente o endereço
da página anterior para voltar para ela, bastando apenas clicar na flecha
que aponta para a esquerda. Este exemplo também serve para quando
você está navegando em pastas, quando o Konqueror estiver trabalhando

Informática 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
como gerenciador de arquivos (neste caso, clicando na flecha que aponta Interface
para cima, você sobe um nível no seu sistema de arquivos). A interface do GNOME é totalmente personalizável. Tanto, que muitos
usuários o alteram de tal forma que é impossível encontrar uma área de
Do lado das flechas, você tem um botão em forma de casa, que faz a trabalho igual.
sua pasta de trabalho (ou diretório home). Em seguida, você poderá ob-
servar os botões de Recarregar, Recortar, Copiar, Colar, Imprimir, Parar, O usuário pode alterar cores, tamanho de fonte, o "desenho" das jane-
os botões de zoom e, por fim, os botões de modo de visualização dos las, a disposição dos ícones, a posição de menus, o papel de parede, a
arquivos. Os nomes dos botões já dizem muito sobre eles. Utilize eles para proteção de tela, enfim. Além disso, é possível instalar temas, alterar o
entender melhor sua funcionalidade. idioma (a versão 2.14 suportava 45 línguas), acrescentar aplicativos otimi-
zados para o GNOME, enfim.
Como último item do Konqueror, é importante falar dos links favoritos,
que são atalhos para websites e pastas do seu computador. Para adicionar Por este ser um artigo de apresentação do GNOME, estas possibilida-
um link nos favoritos, clique em Favoritos, e depois em Adicionar Favori- des não serão explicadas aqui, embora não se trate de nenhum segredo: a
tos, estando na pasta ou website que deseja gravar nos favoritos. Para personalização do GNOME é muito fácil, bastando clicar sob uma barra
editar estes links e melhor organizá-los, clique em Editar Favoritos, que para ver as opções de alteração, por exemplo. Além disso, o GNOME
abrirá a janela de configuração de seus favoritos. Aqui você poderá orga- oferece as ferramentas GNOME Control Center (Centro de Controle
nizá-los de melhor forma, criando pastas e sub-pastas. GNOME) e GConf, que permitem a configuração de uma série de itens.

GNOME

O GNOME (GNU Network Object Model Environment) é um ambiente


gráfico disponível sob a licença GPL a muitos sistemas operacionais
baseados em Unix, com destaque para as distribuições Linux e BSD. Este
artigo tem como principal objetivo mostrar suas principais características,
de forma que o usuário possa analisar se esse ou se outro ambiente de
desktop (como o KDE) é o mais adequado às suas necessidades.

O que é GNOME
Usuários mais experientes de sistemas operacionais baseados em U-
nix, têm prática na utilização de comandos digitados (o chamado "modo
texto") para executar tarefas no computador, mesmo porque, em alguns
casos, somente isso é necessário. No entanto, se você quer ver imagens,
vídeos, utilizar o mouse e aplicações gráficas, é necessário o uso de um Nautilus
ambiente gráfico. O Nautilus é um intuitivo gerenciador de arquivos. Usuários do Win-
dows o entenderão como o Windows Explorer do GNOME. Ele permite não
Para essa finalidade, utilizá-se ferramentas que tornam possíveis a e- só a navegação entre diretórios, como a visualização de arquivos em
xistência de um modo gráfico. Os mais conhecidos são os sistemas gráfi- miniaturas e a possibilidade de copiar ou mover pastas e arquivos. Além
cos Xfree86 e X.Org, este último mais atual. Grossamente falando, esses disso, o Nautilus oferece algumas funcionalidades interessantes, como a
softwares permitem que um ambiente gráfico funcione no sistema opera- criação de CDs, a alteração de permissões de arquivos com o uso do
cional. mouse, opção de busca de arquivos, enfim.
Os sistemas gráficos não trabalham sozinhos. É necessário comple- O Nautilus também associa determinados tipos de arquivos a progra-
mentá-los com gerenciadores de janelas (ou window managers), que são mas, de forma que basta clicar em um arquivo de música no formato Ogg
ferramentas que permitem controlar o tamanho de janelas, botões, cores, Vorbis, por exemplo, para ele acionar um software que o execute. Além
ícones, efeitos visuais, entre outros. disso, a ferramenta também é capaz de acessar diretórios através de FTP,
Samba, entre outros.
É neste ponto que o GNOME entra. Além de trabalhar com todos os
recursos gráficos, o GNOME também oferece um ambiente de desktop
completo, isto é, disponibiliza aplicativos para diversas finalidades (como
jogos, editores de texto, planilhas, gerenciadores de arquivos, manipulado-
res de imagens, ferramentas para redes, etc), controla recursos do compu-
tador, enfim.

Como "concorrente", o GNOME tem o ambiente de desktop KDE. No


entanto, é possível encontrar, com facilidade, gerenciadores de janelas
mais simples, ou seja, que trabalham apenas com a questão visual, mas
que, na maioria dos casos, são compatíveis com programas feitos para
KDE, GNOME ou programas independentes desses ambientes, como o
pacote de escritório (office) OpenOffice, o manipulador de imagens GIMP,
o navegador de internet Mozilla Firefox, entre outros.

Dos gerenciadores de janelas mais simples, os mais conhecidos (pelo


menos aqui no InfoWester) são: BlackBox, Enlightenment, FluxBox, I-
ceWM, WindowMaker e Blanes.

Características do GNOME
O GNOME é um projeto em constante desenvolvimento, o que signifi- Multimídia
ca que, com o passar do tempo, algumas de suas características mudam. Para aplicações de áudio e vídeo, o GNOME oferece ferramentas mui-
Naturalmente, as versões usada pelo InfoWester para este artigo - a 2.12 e to boas. O destaque fica por conta do Totem, um player compatível com
a 2.14 - têm muitas diferenças em relação às primeiras. De qualquer vários formatos multimídia, além de ser capaz de executar DVDs.
forma, veremos a partir do próximo tópico os recursos mais interessantes
do GNOME. O Totem é baseado no framework GStreamer, que permite executar

Informática 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
áudio e vídeo de maneira otimizada, melhorando a utilização dos recursos
de hardware do computador e provendo imagens e sons de ótima qualida-
de, inclusive pela internet (streaming).

Diferença entre salvar e salvar como


• Salvar como: é usado sempre que o documento for salvo pela primei-
GDM ra vez, mesmo se for clicado em salvar aparecerá à tela do salvar co-
Uma das coisas bacanas no Linux é a possibilidade de se usar vários mo.
gerenciadores de janelas. Imagine, por exemplo, que você prefira usar o
• Salvar: É usado quando o documento já esta salvo e você o abre para
GNOME, mas seu irmão goste mais do KDE. É possível ter os dois ambi-
fazer alguma alteração nesse caso usa-se o salvar.
entes em uma mesma instalação do Linux. Para alternar entre as opções,
basta utilizar um gerenciador de telas.
ABRINDO DOCUMENTO
Para isso, o GNOME oferece o GDM (GNOME Display Manager) que,
além de permitir a seleção de um gerenciador de janelas, também cumpre 1º Clique em e escolha Abrir (CTRL+A)
a tarefa de ser uma interface para os usuários efetuarem login no compu- 2º Nesta tela é só procurar o arquivo onde foi salvo
tador. Assim como o próprio GNOME, o GDM também suporta temas,
reforçando a característica de personalização.

Atualmente, o principal concorrente do GDM é o KDM (KDE Display


Manager).

WORD 2007
O Office Word 2007 está com um novo formato, uma nova interface do
usuário que substitui os menus, as barras de ferramentas e a maioria dos
painéis de tarefas das versões anteriores do Word com um único meca-
nismo simples e fácil de aprender.

A nova interface do usuário foi criada para ajudá-lo a ser mais produtivo no
Word, para facilitar a localização dos recursos certos para diversas tarefas,
para descobrir novas funcionalidades e ser mais eficiente. DESFAZER
Definição: Desfaz a digitação, supomos que você tenha digitado uma linha
A principal substituição de menus e barras de ferramentas no Office Word por engano é só clicar no botão desfazer que ele vai desfazendo digitação.
2007 é a Faixa de Opções. Criada para uma fácil navegação, a Faixa de A opção desfazer é localizado no topo da tela
Opções consiste de guias organizadas ao redor de situações ou objetos
específicos.

Os controles em cada guia são organizados em diversos grupos. A Faixa (CTRL+Z)


de Opções pode hospedar um conteúdo mais rico que o dos menus e das
barras de ferramentas, incluindo botões, galerias e caixas de diálogo. REFAZER
Definição: supõe-se que você tenha digitado dez linhas a apagou por
SALVANDO O DOCUMENTO engano nove linhas, para você não ter que digitar as nove linhas tudo de
Definição: salvar um documento significa guardá-lo em algum lugar no novo clique no Botão Refazer ou (CTRL+Y)
computador para quando você quiser utilizá-lo novamente é só abri-lo que A opção refazer digitação esta localizada no topo da tela
tudo o que você fez estará lá intacto do jeito que você deixou

1º Salvando clique em e escolha Salvar como (CTRL+B)


2º Nesta tela é que você define onde será salvo e o nome desse arquivo VISUALIZAR IMPRESSÃO
depois clique em salvar Definição: visualiza o documento como ele vai ficar quando for impresso.
A opção visualizar impressão esta localizada no topo da tela por pa-

drão o botão visualizar impressão não


aparece.
Informática 42 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

1º Colocar o botão clique na seta ao lado do Refazer digitação vai apare- Navega para a próxima página do documento
cer um submenu marque a opção visualização de impressão
Navega para página anterior do documento

ZOOM
Definição: Zoom significa Aumentar ou diminuir a visualização do docu-
mento você define o zoom em porcentagem quando o zoom é aumentado
você consegue visualizar o seu documento mais próximo da tela, quando
ele é diminuído você consegue visualizar o documento mais distante da
tela.

1º Aba Exibição clique


3º Nesta tela que é definido o tamanho do zoom

2º clique sobre

Definição: O criar um novo documento em branco


Obs. Coloque o cursor do mouse sobre a tela branca vai aparecer uma
lupa com um sinal de + significa que você pode aumentar o zoom quando 1º Clique no Botão Microsoft Office e, em seguida, clique em
dentro da lupa aparecer um sinal de – significa para reduzir o zoom Novo ou CTRL+O

3º Sair da Visualização aperte a tecla ESC ou

VISUALIZAR DUAS PÁGINAS


Definição: Serve para quando for necessário visualizar mais de uma pagi-
na ao mesmo tempo em que esta localizada na mesma tela anterior

MUDANDO DE PAGINA
Definição: Essas opções PRÓXIMA PÁGINA e PÁGINA ANTERIOR que
aparecem quando você visualiza impressão elas permitem que você
visualize todas as páginas de seu documento sem precisar sair do visuali-
zar impressão.
2º Escolha Documento em Branco e Criar

1º clique

Informática 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2º Clique em imprimir a caixa de dialogo abaixo é onde é definida a im-
pressão

IMPRESSÃO RÁPIDA
Definição:
Definição: imprime em folha
Em Intervalo de Página
Por padrão esse botão não aparece no topo para colocá-lo
• Todos: Significa que todas as páginas do documento serão impressas
• Página Atual: Significa que apenas a página que tiver o cursor nela
será impressa
• Paginas: Neste campo são definidas quais páginas serão impressas
ex: 1, 2,3 coloque a vírgula como separador Em Cópias
• Numero de Cópias: escolha a quantidade de cópias que você irá
querer clicando na setinha pra cima para aumentar e setinha pra baixo
para diminuir a quantidade de cópias

ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA
Definição: a verificação de ortografia permite a correção de erros ortográfi-
cos e de palavras digitadas erradas, existe o erro que aparece com um
risco verde em baixo da palavra significando que aquela palavra tem erro
ortográfico, ou seja, excesso de espaço, conjugação do verbo errado, erro
de crase, etc.

1º clique sobre a Impressora Existe também outro erro quando a palavra aparece com um risco verme-
lho este tipo de erro aparece quando a palavra digitada não existe no
IMPRIMIR dicionário do Word.
Definição: Outro modo de imprimir um documento aqui poderá escolher Obs. Um exemplo utilizando os dois erros o Verde e o Vermelho
quais páginas, quantas cópias serão impressas, enquanto na impressão
rápida ele imprime o documento inteiro se tiver 10 páginas as 10 serão 1º O primeiro erro é o verde esta entre Carga e o do contém entre essas
impressas. duas palavras um excesso de espaço, ou seja, ao invés de se colocar
apenas um espaço foi colocado dois.
Ex: Carga do Sistema Operacional
1º clique sobre ou (CTRL+P)
2º O Segundo erro é o vermelho o ocasionamento deste erro foi que no
dicionário do Word a palavra que existe é ortográfico e não ortogra-
fio.
Ex:Verifique a ortografio

Corrigindo o erro: Existem duas formas de se corrigir erros ortográficos


1º forma:
• Clique com o botão direito sobre o erro verde
• Olha que beleza o Word acusou o erro, esta mostrando que existe
excesso de espaço entre as palavras em questão para corrigi-la clique
sobre a opção que lhe é mostrada que é verificar o excesso de es-
paço entre as palavras que o erro é corrigido automaticamente.

Clique com o botão direito sobre o erro vermelho


O Word mostra várias opções que ele encontrou em seu dicionário basta
escolher a correta e clicar em cima, no nosso caso a primeira opção é a

Informática 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
correta clique-a, caso nenhuma das opções que o Word mostrar fosse a
correta clique na opção Ignorar que o Word não corrigirá a palavra em
questão se em seu texto tiver 10 palavras Ex: “ortografio” caso você queira
ignorar este erro, ou seja, mantê-lo não precisa ignorar um por um, clique
na opção Ignorar tudo que todas as palavras “ortografio “serão ignora-
das”.

SELECIONANDO TEXTO
Definição: Para selecionar um texto coloque o cursor do mouse antes da
primeira palavra do texto quando o cursor virar um I clique com o botão
esquerdo e o segure arrastando-o, olhe no exemplo abaixo a parte roxa é
a parte do texto selecionada.

Ex:

COPIANDO TEXTO
Definição: Quando é necessário utilizar um determinado texto em outro
documento não é necessário digitar tudo novamente faça o seguinte.
2º Forma: é usar o Corretor ortográfico 1º selecione parte do texto a ser copiado
2º Na Aba Inicio clique sobre Copiar ou (CTRL+C)

1º Aba Revisão ou (F7) COLAR O TEXTO


Observe a tela abaixo: o Word acusou excesso de espaço entre as duas Definição: Colar significa pegar o texto que foi copiado e colocá-lo em
palavras caso esteja correto, clique no botão Ignorar uma vez caso esteja outro lugar.
errado escolha a sugestão do corretor que é Verifique o excesso de 1º Após ter copiado o texto no exemplo anterior
espaço entre as palavras clique no botão Alterar no nosso caso o exces-
so de espaço esta errado, clique em Alterar.
2º Na Aba Início clique em Colar ou (CTRL+V)

RECORTAR TEXTO
Definição: Recortar um texto é o ato de se transferir de um lugar para
outro, sendo diferente do copiar que copia o texto e mantém o texto no
lugar, enquanto que o recortar arranca-o daquele lugar onde esta para
outro que você escolher.

1º selecione o texto a ser recortado

2º na Aba Inicio clique sobre Recortar ou (CTRL+X)

Negrito
Definição: O negrito geralmente é utilizado para destacar uma letra, uma
palavra que você acha muito importante quando o negrito é colocado a
letra fica mais grossa que as normais.
1º Selecione o texto a ser negritado
Próximo erro: O Word acusou outro erro e mostra várias opções para que
você escolha procure a palavra que é correta e clique em Alterar no nosso 2º Aba início clique em Negrito ou (CTRL+N)
caso a correta é a primeira que ele mostra selecione-a e clique em Alterar Ex: Carro

Obs. Para retirar o negrito do texto selecione o texto que foi negritado e
desmarque a opção

Sublinhado
Definição: O sublinhado faz com que o texto fique com um risco em baixo
1º Selecione o texto a ser sublinhado
2º Aba Início clique em Sublinhado ou (CTRL+S)
Ex: Office 2007

Obs. Para retirar o sublinhado do texto selecione o texto que foi sublinhado
e desmarque a opção

Informática 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Itálico Ex: Convertendo A Inicial De Cada Palavra
Definição: A letra com itálico fica tombada
1º Selecione o texto a ter o itálico Alinhar à Esquerda
Definição: Faz com o alinhamento do texto fique a esquerda.
2º Aba Início clique em Itálico ou (CTRL+I) 1º Selecione o texto a ser alinhado
Ex: Office 2007
2º Aba Início clique em Alinhar Texto a Esquerda ou (CTRL+Q)
Tachado
Definição: A letra tachada fica com um risco no meio dela Centralizar
1º Selecione o texto a ser Tachado Definição: Faz com que o texto digitado fique no centro da página
1º Selecione o texto a ser alinhado
2º Aba Início clique em Tachado
Ex: Carro 2º Aba Início clique em Centralizar ou (CTRL+E)

Obs. Para retirar o tachado do texto selecione o texto que tem o Tachado Alinhar à Direita
e desmarque a opção Definição: Faz com o texto fique alinhada a sua direita
1º Selecione o texto a ser alinhado
Cor da fonte 2º Aba Início clique em Alinhar texto à Direita
Definição: Cor da fonte é utilizada quando se deseja alterar a cor do texto
ou de uma palavra Justificar
1º Selecione o texto a ser mudada a cor Definição: Alinha a margem direita e esquerda, adicionando espaços
2º Aba Início clique em Cor da Fonte extras entre as palavras conforme o necessário
1º Selecione o texto a ser alinhado
Obs. Quando falar fonte significa letra 2º Aba Início clique em Justificar ou (CTRL+J)
Tipo da fonte Ex: A memória ROM significa Memória apenas de leitura. Esta memória
Definição: Tipo da fonte permite ao usuário a mudança do estilo da letra. que esta fixa ao computador, não pode ser ampliada e vem com instruções
1º Selecione o texto a ser mudado o tipo da fonte que fazem a checagem geral. No instante inicial quando se liga o compu-
2º Aba Início clique em Tipo da Fonte ou (C- tador for encontrado algum problema é emitido um sinal com um código de
TRL+SHIFT+F) alerta.
Ex: Carro
Obs. Olhe como a margem esquerda e direita ficaram retas
Tamanho da fonte
Definição: Tamanho da fonte permite que a letra seja aumentada ou dimi- Marcadores
nuída 1º Aba Inicio clique em Marcador
1º Selecione o texto a ser mudado o tipo da fonte (letra) Ex:
2º Aba Início clique em Tipo da Fonte ou (CTRL+SHIFT+P) • Vectra
• Corsa
Aumentar Fonte
Definição: Aqui é outro modo de se aumentar a letra Obs. Para que a próxima linha tenha um marcador aperte ENTER para
1º Selecione o texto a ser mudado pular para linha de baixo
2º Aba Início clique em Aumentar Fonte ou (CTRL+SHIFT+>) Numeração
Reduzir Fonte 1º Aba Inicio clique em Numeração
Definição: outro modo de se diminuir o tamanho da letra Ex:
1º Selecione o texto a ser mudado 1. Vectra
2. Corsa
2º Aba Início clique em Reduzir Fonte ou (CTRL+SHIFT+<)
Aumentar Recuo
Primeira letra da sentença em maiúscula
Definição: faz com que a primeira letra do parágrafo selecionado fique em 1º Coloque o cursor no início do parágrafo na Aba Início clique em
maiúscula Aumentar Recuo ele vai criar um espaço entre a margem esquerda e
o parágrafo é o mesmo que apertar a tecla TAB
1º Aba Início 2º Coloque o curso no início da palavra e na Aba Início clique em Dimi-
Ex: Convertendo a primeira letra para maiúscula
nuir Recuo ele vai diminuir o espaço entre o seu parágrafo e a
Minúscula margem esquerda é o mesmo que apertar o BACKSPACE
Definição: faz com que todo texto selecionado fique em minúscula
Espaçamento entre as linhas
1º Aba Início Definição: Espaçamento é um espaço dado entre uma linha e outra
Ex: convertendo todo texto para minúscula
1º Na Aba Início clique em Espaçamento entre linhas escolha 1,5
Maiúsculas
Definição: Faz com que todo texto selecionado fique em maiúscula Localizar
Definição: Serve para localizar qualquer palavra em seu documento.
1º Aba Início
Ex: CONVERTENDO TODO TEXTO SELECIONADO PARA MAIÚSCULA

Colocar cada palavra em maiúscula 1º na Guia Início ou (CTRL+L)


Definição: faz com que toda inicial das palavras passem para maiúscula Ex: País decide ampliar o programa nuclear
2º Digite a palavra a ser procurada no campo Localizar digite neste
1º Aba Início campo “programa” que lhe será mostrado o resultado.

Informática 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

1º Aba Inserir Editar Cabeçalho clique em

Escolha o modelo de data e hora a serem exibidos

Substituir
Definição: Serve para substituir uma palavra por outra
Ex: País decide ampliar o programa nuclear

1º Na Guia Inicio ou (CTRL+U)


No campo Localizar é palavra que vai ser localizada no texto
No Campo Substituir por é pela palavra que será trocada
No exemplo, será procurada, no texto, a palavra “programa” e será substi-
tuída por “projeto”
Inserindo o Rodapé
Definição: O conteúdo do Rodapé será exibido na parte inferior de cada
página impressa

1º Aba Inserir
Ex: Digite: Apostila Office 2007

Data e Hora no Rodapé

Obs.
Substituir: A palavra encontrada é substituída 1º Aba Inserir Editar Cabeçalho clique em
Substitui Tudo: A palavra encontrada e todas iguais a ela serão substituí- Escolha o modelo de data e hora a serem exibidos
das
Ficará: País decide ampliar o projeto nuclear Letra Capitular
Definição: Cria uma letra maiúscula no ínicio de um parágrafo
INSERIR NÚMERO DE PÁGINA 1º Selecione a letra que vai receber o capitular
Definição: Numerar pagina significa numerá-las seqüencialmente. 2º Aba Inserir escolha Capitular
Obs. Para retirar o capitular selecione a letra capitulada e escolha a opção
1º Guia inserir temos as seguintes opções: nenhum
1. Início da Página: a numeração ficará no início da Página
2. Fim da Página: Será colocada a numeração no fim da página WORDART
Definição: Inserir um texto decorativo no documento
INSERIR CABEÇALHO E RODAPÉ
1º Clique em e escolha o Modelo e clique em cima
2º É nesta caixa que é digitado o texto que irá aparecer deixe este texto
mesmo e aperte OK

Inserindo Cabeçalho
Definição: O conteúdo do cabeçalho será exibido no alto de cada página Selecionando o Wordart
impressa Para que você formate o seu wordart é necessário selecioná-lo, para fazê-
lo clique em cima irá aparecer um quadrado pontilhado em volta, quando
1ºAba Inserir um texto feito com o wordart é selecionado aparece uma Aba chamada
Ex: Digite: Apostila Office 2007 formatar é nessa aba que ocorre a formatação do seu texto.
Data e Hora no Cabeçalho
Ex:

Informática 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Editando Texto
No exemplo acima criamos um wordart escrito “Seu texto aqui” agora
trocaremos esse texto por “Aprendendo sobre Wordart” para fazê-lo
1º clique em cima do texto “Seu texto aqui” para selecioná-lo
2º Vai aparecer um quadrado pontilhado em volta
3º Vá à aba formatar que vai ser a ultima que aparece no topo da tela

4º Escolha Editar Texto


5º vai aparecer mesma tela da anterior digite “Aprendendo sobre Wordart”
e aperte ok

Alinhar Texto do Wordart


Definição: Especifica como devem ser alinhadas as linhas individuais de
uma wordart com várias linhas
Espaçamento do Wordart
Definição: Aumenta o espaço entre uma letra e outra

1º Selecione
Digite a seguinte frase:
1º Selecione-o
2º Na Aba formatar Espaçamento
2º Na Aba Formatar/Alinhar Texto
3º Escolha Muito Afastado
Efeito sombra
Definição: Adiciona uma sombra à forma

Igualar altura
Definição: Deixa todas as letras com a mesma altura

1º Selecione
Digite a seguinte frase:
2º Na Aba formatar Igualar Altura 1º selecione-o

Ex:
2º Na Aba formatar Efeito sombra escolha estilo Sombra 8
Texto Vertical do Wordart
Definição: Desenha o texto verticalmente com as letras empilhadas uma Deslocando a sombra
em cima da outra Definição: O Word dá possibilidade de poder movimentar a sombra pra
direita, esquerda, a cima e abaixo
1º Selecione
2º Na Aba formatar Texto Vertical do Wordart
Ex:

Digite a seguinte frase:


1º selecione-o

2º Aba Formatar/ Deslocar Sombra


3º clique nas setas ao lado para movimentar a sombra

Efeitos 3D
Definição: Coloca efeito 3D sobre o texto feito no wordart

Informática 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Digite a seguinte frase:


1º Selecione-o

2º Aba Formatar
3º Clique em Efeito 3d e escolha 3D4

Definindo o Tipo do Papel


Ficará Definição: È o tipo de folha que será usada para digitar o texto o mais
usado é A4
Alinhando o Wordart
Definição: Aqui você escolhe como o wordart vai ficar atrás do texto, na 1º Aba Layout Da Página escolha A4
frente, próximo, etc.
Para o exemplo coloque o seu wordart atrás do texto. HIFENIZAÇÃO
1º Selecione-o Definição: Quando ocorre uma quebra de linha se em uma linha não
2º Aba Formatar couber toda a palavra o Word automaticamente joga o resto para linha de
baixo observe a palavra automaticamente que esta em negrito numa linha
ficou automa e na outra linha ficou ticamente olha o hífen em automa é
isso que é hifenização.

1º Aba Layout Da Pagina/Hifenização escolha


Automática

COLUNAS
Definição: Divide o texto em duas ou mais colunas
1º Selecione o texto a ser dividido em coluna
2º Aba layout da Página

CONFIGURAR PÁGINA

Retrato: Definição: Coloca a página em pé

1º Aba Layout Da Página Orientação


2º Mude para Retrato

QUEBRA DE PÁGINA
Descrição: Quando uma página chega ao fim é necessário pular para a
próxima página é através
de quebras de páginas que se consegue

1º Aba Layout Da Pagina escolha Quebra De Página


ou (CTRL+ENTER)
Paisagem: Definição: Coloca a Pagina deitada
IMAGEM
1º Aba Layout Da Página Orientação Definição: Permite que o usuário possa adicionar figuras ao documento
2º Mude para Paisagem

Informática 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3º Na tela abaixo clique sobre a coleção do Office/ na pasta Esporte esco-
lha o Carrinho, clique na seta ao lado e clique em copiar depois colar

Movimentando a figura
1º Botão direito em cima da figura Formatar Imagem
1º Aba Inserir/Imagem
2º Localize a figura e clique em inserir

2º Aba Layout escolha Atrás


Obs. Atrás significa que a figura irá ficar atrás do texto.

CLIPART
Definição: são desenhos que são inseridos no documento

1º Aba Inserir
2º Na tela abaixo clique em Organizar Clipes

MARCA D’ÁGUA
Definição: Insere um texto fantasma atrás do conteúdo da página
1º Aba Layout Da Pagina

Informática 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

2º Nesta tela é definido se você vai querer figura ou texto para servir de
marca d’água
BORDAS E SOMBREAMENTO
1º Selecione o texto a ter borda
2º Clique sobre

HYPERLINK
Definição: Cria um link para uma página da web, uma imagem, um ende-
reço de email ou um programa.

Transformando uma palavra digitada em hyperlink


1º Selecione a palavra clique

2º Aba Inserir

3º Na tela abaixo escolha 3D do lado esquerdo, no estilo escolha o estilo


selecionado e aperte OK

Clique sobre o botão Pagina da web ou arquivo existente localizado ao


lado esquerdo, no campo Texto para exibição é a palavra que vai apare-
cer como um link no nosso caso o texto vai ser Clique logo abaixo no
campo Endereço digite o site a ser aberto no caso vai ser
HTTP://www.cade.com.br quando clicarmos sobre a palavra clique,
confirme a criação do hyperlink apertando o botão OK.

Obs. Para que esse link criado funcione aperte CTRL+clique do mouse

BORDA
Colocando a borda ao redor
1º Selecione o texto a ser colocada borda.
2º Aba Inicio

Borda na Página

Informática 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

1º clique

2º clique na Aba Sombreamento clique na seta pra baixo em Preenchi-


mento para escolher a cor e clique em OK

Obs. Quando se coloca borda de página se você tiver 10 páginas no


documento todas essas páginas ficaram com esta borda

2º clique na Aba Borda da Página escolha 3D do lado esquerdo escolha o


estilo selecionado Propriedade do Documento
Definição: Nesta parte será mostrada a quantidade de página que existe
em seu documento, quantas palavras, páginas, etc.

Na parte de baixo de cada documento do Word existe uma barra chamada


barra de status é nessa barra que aparece

Barra de Status

Função:
Aqui mostra que o documento tem 43 paginas e o cursor
(ponto piscante que fica na tela para poder digitar) esta parado na página
42
Aqui mostra quantas palavras em o seu documento para
SOMBREAMENTO ver mais detalhes clique em cima dessa opção vai aparecer a tela abaixo
Definição: Sombreamento é uma cor de fundo como a que aparece abaixo

Ex:
Microsoft Office 2007

1º clique

Informática 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Aqui mostra o idioma que esta o teclado

MODO DE VISUALIZAÇÃO
Definição: È o modo que lhe permite visualizar o documento também está
FORMAS
na barra de status da figura acima.
Definição: Inserir formas prontas como círculo, retângulos, setas, linhas,
símbolos de fluxograma e textos explicativos
Layout de Impressão: Dá pra visualizar o documento inteiro

1º Aba Inserir

Leitura em Tela Inteira: è usado a Tela inteira para mostrar o documento

2º Escolha o pergaminho que esta com a seleção em amarelo, em se-


guida a seta do mouse vai ficar parecido + clique segure e arraste
formando um pergaminho.
3º Depois que o pergaminho foi inserido vai aparecer uma aba chamada
Layout da Web: Visualiza o documento como uma página de internet formatar clique editar texto e clique dentro da forma que foi criada e
digite Microsoft Office 2007
4º Colocar a sombra Aba Formatar

Informática 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

1º Coloque a seta do mouse em cima do gráfico quando a seta do mouse


virar uma cruz
2º clique com o Botão Direito

EQUAÇÃO
Definição: Inserir equações matemáticas ou desenvolver suas próprias
equações
Ex:
GRÁFICO

1º Aba Inserir escolha a Equação

INSERINDO TABELA

1º Aba Inserir/Gráfico
2º é nesta tela que é definido o que vai aparecer no gráfico
1º Aba Inserir

Mudando o Tipo de Gráfico


Neste exemplo será trocado o tipo de gráfico o anterior é um gráfico de
barras agora colocaremos um do tipo pizza usando o mesmo dado da
tabela anterior

Usaremos o gráfico anterior para transformá-lo em gráfico de pizza

2º Definindo a quantidade de linhas e colunas que irão aparecer

Informática 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

2º Na Aba Layout clique em


3º É na tela abaixo que você escolhe o numero de colunas para uma
determinada quantidade de linha

No exemplo abaixo dividiremos apenas uma linha em duas colunas

3º Selecione a Tabela Como: do lado esquerdo no início da tabela colo-


que o cursor do mouse quando virar uma cruz de um clique
4º para colocar a Borda clique com o botão direito em cima da tabela e
escolha Bordas e Sombreamento

Inserindo linha
Definição: supomos que precisássemos incluir uma linha entre a primeira e
a linha que esta escrito gasolina como você faria apagaria tudo e fazia
novamente, claro que não basta inserir uma linha entre elas por exemplo
nós queremos colocar essa linha a cima da linha que tem a gasolina e seu
preço faça o seguinte.

1º De um clique em gasolina com o Botão Direito Inserir Linhas Acima

5º Escolha a Borda

Vai ficar assim

Mesclando Célula
Definição: Mesclar uma célula significa tirar a divisão da linha no exemplo
abaixo mesclaremos a primeira linha.
1º Crie uma tabela com Duas linhas e Duas colunas
2º Selecione a primeira linha coloque o cursor do mouse à borda esquer- Inserindo coluna
da da tabela quando o cursor do mouse virar uma seta preta de um Definição: Agora será adicionada uma coluna ao lado da coluna gasolina
clique

3º Aba Layout clique

Dividir célula
Definição: O ato de dividir uma célula é quando tem apenas uma linha e
você a dividi em várias colunas 1º de um clique com o Botão Direito na coluna gasolina Inserir Colunas
1º Selecione-a à Esquerda

Informática 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

PROTEGENDO DOCUMENTO DE ALTERAÇÃO


Definição: Restringe o acesso das pessoas de modo a impedi-las fazer
determinados tipos de edição ou formatação no documento especificando
uma senha

1º Aba Revisão clique sobre


Vai ficar assim

Excluindo Linha
Neste exemplo excluiremos a linha que esta em branco

Na tela abaixo marque Permitir apenas este tipo de edição no docu-


mento escolha sem alteração (somente leitura) e clique no botão sim,
aplicar proteção.
1º selecione a linha
2º na Aba Layout

3º Ficará assim

Auto Ajuste
Definição: Ajustando a tabela de acordo com as necessidades são 3 os
ajuste que dão para ser feito em uma tabela no nosso exemplo será esco-
lhido AutoAjuste de Conteúdo cuja tabela será ajustada de acordo com o
seu conteúdo.

1º Selecione a Tabela e na aba layout escolha

Na tela abaixo digite a senha de proteção

Excluir Tabela
Aqui será excluída a tabela inteira
1º Selecione a tabela
2º Aba Layout Excluir/ Excluir Tabela

Informática 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

4º O Word vai pedir para que você Redigite a senha de Gravação

Para parar a proteção


Clique no Botão parar Proteção e digite a senha

COLOCANDO SENHA NO DOCUMENTO


Definição: às vezes precisamos colocar senha para que ninguém tenha
acesso, isso é válido para documento feito no Word que lhe dá possibilida-
de de apenas com a senha se possa abrir o documento.

1º Salvando clique em e escolha Salvar Como/Ferramentas/


Opções Gerais
Obs. Quando for Redigitar a senha de proteção e a senha de gravação
tem que ser a mesma que foi definida em opções gerais

ABRINDO O DOCUMENTO COM A SENHA


Depois de ter definido a senha agora vamos abrir este documento veja na
figura abaixo o Word pede que você coloque a senha caso a senha não
senha colocada o documento não será aberto

Caso a senha seja colocada errada o próprio Word lhe informará que a
senha está incorreta
2º Na tela abaixo coloque a senha no campo Senha de proteção e Senha
de Gravação clique em OK

Depois digite a senha correta para que o documento seja aberto

Word 20
Microsoft Excel 2007
O Microsoft Excel 2007 é uma versão do programa Microsoft Excel
escrito e produzido pela empresa Microsoft e baseado em planilha
eletrônica, ou seja, páginas em formato matricial compostas por células e
formadas por linhas e colunas.
3º O Word vai pedir para que você Redigite a senha de proteção
Entre as novidades dessa nova versão, estão as variedades nas
extensões de arquivos baseadas em XML, um layout incrivelmente
inovador formado de menus orientados por abas e uma porção de outras
facilidades que tornaram essa nova versão da ferramenta muito e eficiente.
O Microsoft Excel 2007 é muito utilizado para cálculos, estatísticas,
gráficos, relatórios, formulários e entre outros requisitos das rotinas
empresariais, administrativas e domésticas.

Informática 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Diferente do que estamos acostumados, desta vez a Microsoft refor-
mulou toda sua estrutura no que se trata de extensões de arquivos nas Novos recursos de interface do usuário e formatação
planilhas de trabalhos da ferramenta Excel 2007. Os aprimoramentos na interface do usuário e recursos de formatação
no Office Excel 2007 permitem que você:
Uma estrutura parecida foi abordada tambem no Open Office, porem
agora remodelada pela Microsoft, demonstra o quanto pode ser útil a
• Encontre mais rapidamente as ferramentas e os comandos usados
com frequência usando a interface de usuário do Office Fluent.
utilização de extensões de arquivos baseadas em XML.
• Economize tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabe-
De certa forma, demostra uma razoável complicação esse pacote de las dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
extensões, mas por incrível que pareça a adoção dessas extensões no • Visualize alterações de formatação no documento antes de con-
Excel 2007 demostrou distinção para cada tipo de tarefas executadas na firmar uma alteração ao usar as galerias de formatação.
ferramenta, e claro, a Microsoft fez isso para facilitar sua vida, bem, prova- • Use formatação condicional para anotar visualmente os dados pa-
velmente é assim que ela imagina. Vejamos se ela conseguiu: ra fins analíticos e de apresentação.
• Altere a aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de traba-
lho para coincidir com o esquema de estilo ou a cor preferencial usando
novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Crie seu próprio Tema de Documento para aplicar de forma con-
sistente as fontes e cores que refletem a marca da sua empresa.
• Use novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais,
transparência, sombras projetadas e outros efeitos.

Melhor usabilidade
• Os seguintes aperfeiçoamentos facilitaram muito a criação de fór-
.xlsx, Pasta de trabalho padrão, pode ser considerado como a exten- mulas no Office Excel 2007:
são de arquivo .xls padrão em outras edições da Ferramenta. • Barra de fórmulas redimensionável: a barra de fór-
mulas se redimensiona automaticamente para aco-
.xlsm, Formato criado especialmente para a habilitação de macros em
modar fórmulas longas e complexas, impedindo que
planilhas, aplicações VBA.
as fórmulas cubram outros dados em uma planilha.
.xltx, Desenvolvido especiamente para estrutura de suportes a tem- Também é possível escrever mais fórmulas com
plates. mais níveis de aninhamento do que nas versões an-
teriores do Excel.
.xltm, Formato também criado com habilitação para Macros e aplica-
• Preenchimento Automático de Fórmula: escreva ra-
ções VBA, no entanto fornece suporte a templates. pidamente a sintaxe de fórmula correta com o pre-
.xlsb, Formato de pasta de trabalho Binária, é similar ao formato já e- enchimento automático de fórmulas.
xistente no Open Office XML, seta e utiliza partes inter-relacionadas como • Referências estruturadas: além de referências de cé-
em um ZIP container XML. lula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece
referências estruturadas que fazem referência a in-
xlam, Esse formato suporta Macros, possibilita estrutura de código a- tervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.
dicional suplementar para a otimização de execuções automáticas presen- • Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o ge-
tes em VBA projects. renciador de nomes do Office Excel 2007, você pode
Alterações no Excel 2007 organizar, atualizar e gerenciar vários intervalos no-
meados em um local central, o que ajudará qualquer
Novos formatos de arquivo XML pessoa que precise trabalhar em sua planilha a in-
A introdução de um formato XML padrão para o Office Excel 2007, terpretar suas fórmulas e dados.
parte dos novos formatos de arquivo XML, é uma das principais inovações • No Office Excel 2007, as tabelas dinâmicas são muito mais fáceis
do Office Excel 2007. Esse formato é o novo formato de arquivo padrão do de usar do que nas versões anteriores do Excel. Tabelas dinâ-
Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes extensões de micas são mais fáceis de criar e há muitos outros recursos no-
nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de vos ou aprimorados para resumir, analisar e formatar os dados
nome de arquivo padrão do Office Excel 2007 é *.xlsx. da tabela dinâmica.
• Os usuários poderá fazer conexões facilmente com dados exter-
Essa alteração oferece aprimoramentos em: interoperabilidade de da- nos sem precisar saber os nomes de servidor ou de banco de
dos, montagem de documentos, consulta de documentos, acesso a dados dados de fontes de dados corporativas.
em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos • Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de
de segurança. quebra de página, o Office Excel 2007 oferece uma exibição de
layout de página para uma melhor experiência de impressão.
O Office Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho • A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar da-
criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem com elas. Para con- dos por cores ou datas, exibir mais de 1.000 itens na lista sus-
verter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, clique no Botão pensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar
do Microsoft Office e clique em Converter Você pode também converter dados em tabelas dinâmicas.
a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar
Como – Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter Mais linhas e colunas e outros limites novos
remove a versão anterior do arquivo, enquanto o recurso Salvar Como Alguns dos novos limites incluem:
deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova • O Office Excel 2007 tem um tamanho de grade maior que permite
versão. mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha.
• O número de referências de célula por célula aumentou de 8.000
Se a pasta de trabalho é referenciada por outras pastas de trabalho, para ser limitado pela memória disponível.
atualize todas as pastas de trabalho relacionadas ao mesmo tempo. Se um • Para melhorar o desempenho do Excel, o gerenciamento de me-
usuário que está usando uma versão anterior do Excel abre uma pasta de mória foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Office Excel 2003
trabalho que faz referência a uma pasta de trabalho salva no novo formato para 2 GB no Office Excel 2007.
XML, as referências não serão atualizadas pelo recurso Atualizar Links. • Cálculos em planilhas grandes e com muitas fórmulas podem ser
Versões anteriores do Excel não podem atualizar links para pastas de mais rápidos do que nas versões anteriores do Excel porque o Office Excel
trabalho salvas no novo formato XML. 2007 oferece suporte a vários processadores e chipsets multithread.

Informática 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• IMPOWER - também afetada pela formatação para alteração de
Novas fórmulas OLAP e funções de cubo números imaginários
Novas funções de cubo são usadas para extrair dados OLAP (conjun- • IMSIN - também afetada pela formatação para alteração de núme-
tos e valores) do Analysis Services e exibi-los em uma célula. Fórmulas ros imaginários
OLAP podem ser geradas automaticamente quando você converte fórmu- • IMSQRT - também afetada pela formatação para alteração de nú-
las de tabela dinâmica em fórmulas de célula ou usa o Preenchimento meros imaginários
Automático para os argumentos de função de cubo ao digitar fórmulas.
Formatação de números imaginários
Novos recursos de segurança Funções que retornam números imaginários agora usam as mesmas
A Central de Confiabilidade é um novo componente do 2007 Office regras para empregar a notação científica utilizada no restante do Office
System que hospeda as configurações de segurança para os programas Excel 2007. Por exemplo, a fórmula =IMSUM({"3.23+1.02i";"-1";"-i"}) retor-
do 2007 Office System em um local central. Para o Office Excel 2007, as na 2,23 + 0,02i em vez de 2,23 + 2E-002i. Essa alteração afeta as seguin-
configurações da Central de Confiabilidade são encontradas nas Opções tes funções:
do Excel (clique no Botão do Microsoft Office, em Opções do Excel e • IMAGINARY
em Central de Confiabilidade). A Central de Confiabilidade também • IMARGUMENT
fornece uma barra de relação de confiança que substitui os avisos de • IMCONJUGATE
segurança exibido anteriormente quando as pastas de trabalho eram • IMCOS - também afetada pela alteração de seno/cosseno
abertas. Por padrão, todo o conteúdo potencialmente perigoso em uma • IMDIV
pasta de trabalho agora é bloqueado sem a exibição de avisos. Decisões • IMEXP - também afetada pela alteração de seno/cosseno
de segurança não são mais necessárias quando uma pasta de trabalho é • IMLN
aberta. Se o conteúdo está bloqueado, a barra de relação de confiança é • IMLOG2
exibida na janela do programa no Office Excel 2007, notificando o usuário • IMLOG10
de que conteúdo será bloqueado. O usuário pode clicar na barra para • IMPOWER - também afetada pela alteração de seno/cosseno
acessar a opção de desbloqueio do conteúdo bloqueado. • IMPRODUCT
• IMREAL
Recursos de solução de problemas aprimorados • IMSIN - também afetada pela alteração de seno/cosseno
O Diagnóstico do Microsoft Office no 2007 Office System fornece uma • IMSQRT - também afetada pela alteração de seno/cosseno
série de testes de diagnóstico que podem resolver diretamente alguns • IMSUB
problemas e identificar maneiras de resolver outros. • IMSUM
O que mudou Cálculo de gama
• Ferramentas de Análise (ATP): resultados da função As funções ERF e ERFC agora usam os cálculos internos para gama,
• Comando AutoOutline o que pode causar uma alteração no décimo-quinto local decimal. Por
• Registros BIFF8 exemplo, =ERFC(0.2) retorna 0,777297410872743 quando costumava
• Cálculo: cálculo multithreaded (MTC) retornar 0,777297410872742.
• Gráfico: folhas de gráfico, integração e programação • ERF
• Assinaturas digitais • ERFC
• Gerenciamento de Direitos de Informação (IRM): Cliente do Ge- Cálculo de potência
renciamento de Direitos do Windows
• Filtragem funções que calculam expoentes agora usam rotinas internas e podem
• Funções: subtotal retornar resultados ligeiramente diferentes na última casa decimal. Por
• Viagem de ida e volta de HTML exemplo, a fórmula =EFFECT(0.055,199) agora retorna uma casa decimal
• Formatação Automática de tabela dinâmica:, personalizações, a menos no resultado. Essa alteração afeta as seguintes funções:
GetPivotData, classificação e versões • BIN2DEC
• Tabelas de consulta • BIN2HEX
• Ferramenta suplementar Remover Dados Ocultos • BIN2OCT
• Enviar para Destinatário do Email • CUMIPMT
• Pastas de trabalho compartilhadas • CUMPRINC
• Tabelas: Inserir linha • DURATION
• Modelos • EFFECT
• Central de Confiabilidade: links de dados, macros • HEX2BIN
• Controle de versão • HEX2DEC
• HEX2OCT
Ferramentas de Análise (ATP): resultados de funções • IMPOWER
As funções da pasta de trabalho das Ferramentas de Análise (ATP) • MDURATION
são incorporadas ao conjunto principal de funções do Office Excel 2007. • NOMINAL
As funções internas do Office Excel 2007 que substituem as funções ATP • OCT2BIN
podem produzir resultados ligeiramente diferentes, mas igualmente corre- • OCT2DEC
tos, em alguns casos. Essas diferenças são descritas nas seções a seguir. • OCT2HEX
• ODDFPRICE
Seno/Cosseno se aproximando do zero • ODDFYIELD
as seguintes funções do Office Excel 2007 agora usam as rotinas in- • PRICE
ternas das outras funções internas para calcular operações trigonométri- • SERIESSUM
cas. Portanto, essas funções podem retornar respostas um pouco diferen- • TBILLEQ
tes, mas igualmente corretas, para as seguintes entradas: • TBILLPRICE
• BESSELI • TBILLYIELD
• BESSELJ • WEEKNUM
• BESSELK • XIRR
• BESSELY • XNPV
• IMCOS - também afetada pela formatação para alteração de nú- • YIELD
meros imaginários
• IMEXP - também afetada pela formatação para alteração de nú- Funções financeiras
meros imaginários

Informática 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
as seguintes funções retornarão um erro #NUM quando o parâmetro Você pode especificar manualmente o número de mecanismos de cál-
de base for muito grande: culo criados pelo Office Excel 2007, independentemente de quantos pro-
• ACCRINT cessadores estão no computador. Mesmo se todas as pastas de trabalho
• ACCRINTM calcularem rapidamente, você poderá manter as configurações padrão de
• AMORDEGRC MTC sem prejudicar as pastas de trabalho. Também é possível manter as
• AMORLINC configurações padrão de MTC se o computador tiver apenas um proces-
• COUPDAYBS sador, embora, nesse caso, o MTC não seja usado.
• COUPDAYS
• COUPDAYSNC Caminho de migração: a maioria dos usuários não irá encontrar pro-
• COUPNCD blemas nessa área. Em alguns casos, eles podem ver que suas pastas de
• COUPNUM trabalho calculam mais rápido. No caso em que uma pasta de trabalho
• COUPPCD seja aberta em um computador que possua um número diferente de pro-
• DISC cessadores que o computador em que o cálculo foi salvo, haverá mais
• DURATION tempo de cálculo enquanto o Office Excel 2007 garante que cada fórmula
• INTRATE seja distribuída entre o número apropriado de mecanismos de cálculo.
• MDURATION Esse problema é quase imperceptível em modelos de pasta de traba-
• ODDFPRICE lho de pequena ou média complexidade. Esse problema é mais perceptível
• ODDFYIELD em modelos de pasta de trabalho grandes que exigem mais tempo de
• ODDLPRICE cálculo. É recomendável usar essas pastas de trabalho de cálculo intensi-
• ODDLYIELD vo em computadores que possuem o mesmo número de processadores.
• PRICE Por exemplo, se você tiver um computador de quatro processadores
• PRICEDISC dedicados para atender a uma pasta de trabalho com muitos cálculos, ele
• PRICEMAT deverá ser o computador principal para trabalhar com essa pasta de
• RECEIVED trabalho.
• YEARFRAC
• YIELD Gráfico: folhas de gráfico, integração e programação
• YIELDDISC Descrição: Gráficos têm as seguintes alterações:
• YIELDMAT • Planilhas de gráfico: quando um usuário pressionar F11 com um
gráfico ativo, será exibido um novo gráfico em branco. Nas versões anteri-
Outras alterações de função ores, essa mesma ação algumas vezes inseria um gráfico com os mesmos
• A função EDATE retornará um erro #NUM quando o parâmetro de dados do primeiro.
meses for maior do que 1e21. • Integração: se um arquivo salvo em formato HTML em uma versão
• As funções ERF e ERFC retornam 1 e 0, respectivamente, para os anterior do Excel for aberto no Office Excel 2007, ele pode não ter a mes-
parâmetros acima de 1. Essa alteração corrige o problema das funções ma aparência que tinha em uma versão anterior. Você pode ajustar o
retornando um erro #NUM para parâmetros acima de 27. layout do gráfico no Office Excel 2007 ou abrir o arquivo em uma versão
• A função MULTINOMIAL agora retorna resultados corretos quando anterior do Excel e salvá-lo como um arquivo binário.
um número é passado como texto. Essa alteração corrige o problema da • Programação:
função retornar resultados incorretos quando um número diferente do • macros do Excel 4 (XLM) que mostravam caixas de diálogo de
primeiro número é passado como texto. gráfico não são mais aceitas. As macros XLM continuarão a funcionar no
Comando AutoOutline Office Excel 2007. No entanto, recomendamos que as macros XLM sejam
Como o comando AutoOutline era um recurso de pouca utilização, ele reconfiguradas no Visual Basic for Applications (VBA).
foi removido da interface do usuário. No entanto, ele pode ser adicionado à • A definição de propriedades que façam referências (como Seri-
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido na guia Personalizado es.Name ou Series.Values) que sejam inválidas será tratada como refe-
rência inválida, em vez de ocasionar um erro de tempo de execução.
Registros BIFF8 • A propriedade Creator agora causa um erro de tempo de execu-
Descrição: alguns recursos que podem ser salvos no formato de ar- ção. Não há suporte para esse método exclusivo do Macintosh no Win-
quivo do Excel 97-2003 não podem ser salvos nos novos formatos de dows. Use a constante xlCreatorCode.
arquivo do Office Excel 2007. O cabeçalho do envelope de email (as
informações das linhas Para, Cc e Assunto que aparecem quando o recur- Assinaturas digitais
so Enviar Para é usado) não é salvo. Embora o recurso Enviar Para conti- Descrição: o recurso de assinatura digital teve as seguintes altera-
nue a funcionar no Office Excel 2007, essas informações não serão salvas ções:
com a pasta de trabalho. Se você fechar a pasta de trabalho, as informa- • O formato da assinatura no 2007 Office System é XMLDSig.
ções serão perdidas. • O ponto de entrada da assinatura digital foi movido de Ferramen-
Registros específicos do Macintosh não podem ser salvo no novo for- tas, Opções, Segurança, Assinaturas Digitais para o Botão do Micro-
mato de arquivo. O Excel para Macintosh salva alguns registros específi- soft Office, Preparar, Adicionar uma Assinatura Digital e, para pastas
cos do Macintosh no formato BIFF8, mas esses registros não são usados de trabalho assinadas, para o painel de tarefas Assinatura.
pelo Office Excel 2007 e o Office Excel 2007 não pode salvá-los no novo • As assinaturas inválidas não são mais automaticamente removi-
formato. Usuários do Office Excel 2007 não perceberão a mudança. das.
• O modelo de objeto foi estendido para dar suporte ao novo modelo
Cálculo: cálculo multithreaded (MTC) e a soluções existentes.
Descrição: o cálculo multithreaded (MTC) permite que o Office Excel • Terceiros poderão criar seus próprios provedores de assinatura.
2007 divida automaticamente tarefas de avaliação e cálculo de fórmulas • Os usuários podem acessar a funcionalidade anterior por meio de
em vários mecanismos de cálculo que são distribuídos entre vários pro- uma rota mais visível e intuitiva.
cessadores. Essa organização reduz o tempo necessário para calcular
modelos de pasta de trabalho, pois vários cálculos podem ser executados Motivo da alteração: o recurso de assinaturas digitais do 2007 Office
simultaneamente. Por padrão, o MTC está ativado e configurado para criar System é mais visível e intuitivo. Os usuários podem ver quando a verifica-
tantos mecanismos de cálculo quantos forem os processadores no compu- ção de assinatura foi executada e quem assinou o documento. Terceiros
tador. Quando vários processadores estão disponíveis, o Office Excel 2007 podem criar soluções de autenticação personalizadas.
cria um mecanismo de cálculo para cada processador no computador. O Gerenciamento de Direitos de Informação (IRM): Cliente do Gerenci-
Office Excel 2007 distribui as tarefas de cálculo entre os mecanismos amento de Direitos do Windows
disponíveis para serem atendidas pelo vários processadores. Descrição: o 2007 Office System não aceita mais o Cliente do Geren-
ciamento de Direitos do Windows v. 1.0. O 2007 Office System exige o

Informática 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Cliente de Gerenciamento de Direitos do Windows SP2. Usuários que O Office Excel 2007 ainda pode abrir arquivos HTML e recursos espe-
possuam o cliente anterior do Gerenciamento de Direitos do Windows cíficos do Excel contidos em arquivos HTML. No entanto, para efetuar e
instalado serão solicitados a instalar a nova versão de cliente. Os usuários salvar alterações no arquivo e preservar todos os recursos desse arquivo,
não perceberão a mudança com a nova versão de cliente. salve-o em um formato que aceite recursos do Excel. O melhor formato
Motivo da alteração: correções de segurança no 2007 Office System para isso é o novo formato de arquivo XML.
são incompatíveis com o Cliente de Gerenciamento de Direitos do Win-
dows anterior. Motivo da alteração: a maioria dos usuários usa Salvar Como HTML
. para publicar HTML para que um navegador o renderize e não para abrir o
Filtragem arquivo novamente no Excel.
Descrição: no Office Excel 2003, as macros verificavam a proprieda-
de AutoFilterMode se a seleção estava em uma lista (tabela) para determi- Caminho de migração: as pastas de trabalho do Office Excel 2007
narem se os Filtros Automáticos tinham sido ativados nessa lista. No Office podem ser publicadas como HTML. Você deve usar a pasta de trabalho
Excel 2007, a propriedade AutoFilterMode funciona em conjunto com os (.xls, .xlsx) como a cópia principal. Sempre abra a cópia principal, faça
Filtros Automáticos da planilha e não com os Filtros Automáticos que alterações, salve a cópia principal e salve como HTML. Não há recursos
fazem parte de tabelas. O Office Excel 2007 dá a cada tabela seu próprio específicos do Excel salvos no arquivo HTML. Pastas de trabalho HTML
objeto de Filtro Automático que, por sua vez, usa tabelas para ativar vários podem abrir pastas de trabalho HTML. No entanto, para garantir que todos
Filtros Automáticos em cada planilha. os recursos do Excel funcionem no arquivo corretamente, você deve usar
Caminho de migração: o código em uma pasta de trabalho do Excel o novo formato XML (.xlsx) para salvar uma cópia da pasta de trabalho e
2003 que tem macros que verifica a propriedade AutoFilterMode em uma usar a cópia como principal. Essa alteração não forçará a maioria dos
lista pode não funcionar corretamente. Esse problema não afeta um docu- usuários a alterar sua forma de trabalho. Em vez disso, ela reflete a manei-
mento ou uma macro criada em uma versão anterior ao Office Excel 2003. ra que a maioria dos usuários usa o recurso Salvar Como HTML.
Em vez de verificar a propriedade AutoFilterMode, a macro deve ser
alterada para verificar o objeto de Filtro Automático da tabela. Formatação Automática de tabela dinâmica:, personalizações, GetPi-
Funções: subtotal votData, classificação e versões
Descrição: a localização de subtotais e totais gerais quando o recurso Descrição: o recurso Tabela Dinâmica teve as seguintes alterações:
de subtotal é invocado foi atualizada para resolver problemas de expectati- • AutoFormatação: Estilos de Tabela Dinâmica substituem a funcio-
vas do usuário e de compatibilidade com versões anteriores. Os usuários nalidade de AutoFormatação. Ela foi removida da interface do usuário,
que usam o recurso de subtotal podem verificar que o local de seus subto- mas pode ser adicionada à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido na
tais está diferente das versões anteriores ao Excel 2000, mas o recurso guia Personalizadodas Opções do Word. Estilos de Tabela Dinâmica são
funciona conforme o esperado. os cálculos são corretos e os subtotais e um aprimoramento em relação à AutoFormatação porque permite aos
totais gerais corretos são criados. Somente a localização mudou. usuários criar seus próprios estilos e não altera o layout de Tabela Dinâmi-
ca. O recurso Estilos de Tabela Dinâmica é consistente com o recurso
Viagem de ida e volta de HTML Estilos de Tabela do Microsoft Office Word 2007 e do Microsoft Office
Descrição: o recurso Salvar Como HTML é usado para criar arquivos PowerPoint 2007.
HTML exibidos em um navegador da Web que não requer o Office Excel • Personalizações: as Tabelas Dinâmicas OLAP do Office Excel
2007 para exibir o arquivo. Quando usuários atualizam o conteúdo do 2007 rastreiam personalizações de itens, mesmo quando esses itens estão
arquivo, eles provavelmente abrem o arquivo .xls, o editam e o salvam temporariamente invisíveis nelas. Isso é verdadeiro para a formatação de
novamente como HTML. A maioria dos usuários não abrem esses arquivos item e para a personalização de rótulo de item. No Office Excel 2003, os
HTML para outras edições no Office Excel 2007. O Office Excel 2007 não rótulos e a formatação personalizados aplicados a um item se perdiam
armazena informações de recurso específico do Excel em formatos de quando o campo pai era recolhido. A nova expansão do nível pai trouxe de
arquivo HTML. O Office Excel 2007 continuará a usar o recurso Salvar volta o rótulo da fonte de dados, não o rótulo personalizado, e a formata-
Como HTML para publicar as pastas de trabalho exibidas em um navega- ção personalizada foi perdida. No Office Excel 2007, as informações de
dor da Web. formatação personalizada são mantidas e reaplicadas após cada operação
Nas versões anteriores do Excel, o recurso Salvar Como HTML salva- de recolhimento/expansão. Os rótulos personalizados são armazenados,
va marcas HTML para exibir no navegador. Ele também salvava um con- mesmo quando o campo é removido da Tabela Dinâmica, e são reaplica-
junto de marcas específicas do Excel que não era exibido no navegador no dos caso o campo seja adicionado novamente à tabela dinâmica.
arquivo HTML. Embora o navegador da Web não use essas marcas espe- • GetPivotData: a referência padrão no Office Excel 2007 é a nova
cíficas do Excel, o programa Excel as utiliza ao abrir o arquivo HTML para referência estruturada, em vez de GetPivotData do Office Excel 2003. O
preservar os recursos que foram usados quando o arquivo foi salvo. O usuário pode retorná-la para GetPivotData em uma caixa de diálogo de
Office Excel 2007 não salva essas marcas de recurso específico do Excel opções.
em arquivos HTML, e, portanto, essas marcas não existem no arquivo • Classificação: no Office Excel 2007, as Tabelas Dinâmicas acei-
HTML. tam a AutoClassificação com o escopo em uma linha ou coluna de valores
O resultado geral é que arquivos HTML não podem ser usados pelo específica. No Office Excel 2003, a AutoClassificação só podia ser aplica-
Office Excel 2007 para preservarem informações de recurso. Em vez da com base nos valores da linha ou coluna de total geral. As novas op-
disso, os arquivos HTML são usados pelo Office Excel 2007 para publicar ções de classificação estão disponíveis para qualquer versão de Tabela
exibições estáticas do HTML de uma pasta de trabalho. Por exemplo, se Dinâmica do Office Excel 2007.
uma pasta de trabalho contém tabelas dinâmicas, fórmulas e gráficos, e se • Versões: as Tabelas Dinâmicas do Office Excel 2007 não podem
é salva como HTML, as seguintes ações ocorrem: se tornar interativas em versões anteriores do Excel e o Office Excel 2007
• Um modo de exibição da Tabela Dinâmica é salvo no arquivo HT- não faz o downgrade da versão da Tabela Dinâmica quando formatos de
ML, mas a Tabela Dinâmica não. arquivo de versões anteriores são salvos. As Tabelas Dinâmicas de ver-
• Os resultados calculados das fórmulas e a formatação de célula sões anteriores não fornecem suporte para estes novos recursos: filtragem
são salvos no arquivo HTML, mas as fórmulas não. de rótulos, filtragem de valores (com exceção de 10 filtros para os quais há
• Uma imagem do gráfico é salva no arquivo HTML, mas o recurso suporte), ocultação de níveis hierárquicos intermediários em fontes de
de gráfico não. dados OLAP e filtragem exclusiva manual. Se for necessário criar a mes-
Se o arquivo HTML for aberto, usando qualquer versão do Excel, você ma Tabela Dinâmica de forma colaborativa no Office Excel 2007 e em
verá: versões anteriores do Excel, os usuários não deverão salvar a pasta de
• Células com aparência semelhante a uma Tabela Dinâmica, mas trabalho em um formato de arquivo do Office Excel 2007.
ela não estará mais ativa.
• Números em células, mas sem fórmulas. Tabelas de consulta
• Uma imagem de um gráfico, mas nenhuma capacidade de traba- Descrição: as tabelas de consulta foram mescladas ao recurso Lista,
lhar com a imagem como um recurso de gráfico. que agora se chama Tabelas.

Informática 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Motivo da alteração: essa alteração melhora a funcionalidade e ofe- para adicionar mais linhas. Os desenvolvedores que escreviam código
rece uma experiência de usuário mais consistente. usando o objeto ListObject no Office Excel 2003 talvez precisem fazer
alguns ajustes caso esse código use ListObject.InsertRowRange.
Ferramenta suplementar Remover Dados Ocultos Modelos
Descrição: o Inspetor de Documento substitui a ferramenta suplemen- Descrição: o conjunto disponível de modelos do Office Excel 2007 foi
tar Remover Dados Ocultos do Office 2003. O ponto de entrada e a inter- alterado.
face do usuário são diferentes. A nova interface do usuário permite a Motivo da alteração: os novos modelos usam os novos recursos dis-
execução de vários inspetores, o que dá ao usuário um controle mais poníveis no Office Excel 2007 e oferecem uma aparência mais moderna
preciso do processo de limpeza da pasta de trabalho. aos usuários.
Motivo da alteração: o Inspetor de Documento oferece a funcionali- Caminho de migração: os modelos de versões anteriores do Excel
dade suplementar Remover Dados Ocultos no 2007 Office System e é ainda estão disponíveis para download no Office Online.
mais detectável. Os usuários não precisam baixar a ferramenta suplemen- Central de Confiabilidade: links de dados, macros
tar Remover Dados Ocultos separadamente. Descrição: o recurso Central de Confiabilidade tem as seguintes alte-
rações:
Caminho de migração: instale o 2007 Office System. • Links de dados: ao abrir uma pasta de trabalho no Office Excel
Enviar para Destinatário do Email 2007, todas as conexões estão desabilitadas por padrão e não há avisos
Descrição: as opções de Enviar para Destinatário do Email tiveram as modais para Atualizar na abertura ou na atualização Periódica. Em vez
seguintes alterações: disso, o Office Excel 2007 exibe a barra de confiabilidade. Clicar na barra
• Enviar para Destinatário do Email (como Anexo): essa opção de de confiabilidade exibe as opções habilitar/desabilitar para as conexões da
menu permite que os usuários enviem a planilha do Excel como um anexo. pasta de trabalho. Essa alteração visa principalmente um problema de
Para selecionar a opção, clique no Botão do Microsoft Office, aponte educação do usuário em relação à barra de confiabilidade. Colocar uma
para Enviar e clique em Email. pasta de trabalho em um local confiável permite que ela seja automatica-
• Enviar para Destinatário do Email: no Office Excel 2003, essa op- mente atualizada sem avisos.
ção de menu permite que os usuários enviem o conteúdo da planilha do • Macros: o Office Excel 2007 não salva mais código VBA que in-
Excel no corpo de uma mensagem de email. A opção foi removida da clua somente comentários e instruções de declaração. O código VBA do
interface do usuário, mas pode ser adicionada à Barra de Ferramentas de Excel anexado a uma pasta de trabalho e que contém somente comentá-
Acesso Rápido na guia Personalizado das Opções do Excel. rios e instruções de declaração não será carregado ou salvo com o arqui-
• Enviar para Destinatário do Email (para Revisão): essa opção de vo. Muito poucas pastas de trabalho serão afetadas por essa alteração. Os
menu permite que os usuários enviem a pasta de trabalho do Excel como usuários poderão contornar esse problema adicionando uma sub-rotina ou
anexo para um revisor. A opção foi removida da interface do usuário, mas função ao código VBA do Excel.
pode ser adicionada à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido da guia Controle de versão
Personalizado das Opções do Excel. Os pontos de entrada do modelo de Descrição: o recurso de controle de versão autônomo foi removido no
objeto também permanecem. Office Excel 2007. Um recurso de controle de versão mais robusto que
armazena as informações para cada versão de forma separada é fornecido
Motivo da alteração: o recurso Enviar para Destinatário do Email (pa- com bibliotecas de documentos nos sites do Windows SharePoint Services
ra Revisão) foi substituído pelos recursos de colaboração de grupo no 3.0 e nos sites do Microsoft Office SharePoint Server 2007.
Windows SharePoint Services 3.0. Os recursos de colaboração do Win- Motivo da alteração: o recurso de controle de versão de bibliotecas
dows SharePoint Services 3.0 possibilitam um fluxo de trabalho mais de documentos do Windows SharePoint Services 3.0 oferece um fluxo de
robusto. Os usuários podem continuar a usar o modelo de objeto para trabalho mais robusto do que o disponível no Office Excel 2003.
Enviar para Revisão e adicionar a opção à Barra de Ferramentas de Caminho de migração: instale o 2007 Office System e migre para um
Acesso Rápido, mas devem considerar a migração para a oferta de fluxo ambiente Windows SharePoint Services 3.0. As organizações que usavam
de trabalho de ciclo de vida de documento do SharePoint. O recurso o recurso de controle de versão poderão usar o Version Extraction Tool
Enviar para Revisão só usa programas clientes. Os usuários podem criar (VET) do OMPM (Office Migration Planning Manager) para extrair versões
um suplemento para usar o modelo de objeto desse recurso enquanto de um documento em vários arquivos.
migram para um ambiente do Windows SharePoint Services 3.0. Como
alternativa, os usuários podem enviar o documento para os revisores em O que foi removido
uma mensagem de email. Os revisores podem comentar o documento • Gráficos: Tamanho de Gráfico Impresso, Janela de Gráfico, gráfi-
usando o recurso Comentários, localizado na guia Revisão. cos em planilhas de diálogo, alterar tipo de gráfico para vários gráficos e
suporte a constantes XLM
Pastas de trabalho compartilhadas • Serviços de Recuperação de Dados
Descrição: Pastas de Trabalho Compartilhadas, um recurso que exis- • Editor de Scripts Microsoft (MSE)
te desde o Excel 95, permite que vários usuários trabalhem na mesma • Fórmulas de linguagem natural (NLFs)
cópia de uma pasta de trabalho. A pasta de trabalho compartilhada geren- • Enviar para Destinatário da Circulação
cia todas as alterações para que as cópias possam, eventualmente, ser • Reconhecimento de fala
mescladas. No Office Excel 2003, esse recurso só era aceito no formato
de arquivo BIFF8 (XLS). No entanto, nem todos os recursos do Excel são Gráficos: Tamanho de Gráfico Impresso, Janela de Gráfico, gráficos
aceitos nas pastas de trabalho compartilhadas. O Office Excel 2007 dá em planilhas de diálogo, alterar tipo de gráfico para vários gráficos e
aceita pastas de trabalho compartilhadas no formato BIFF12 (XLSB) e no suporte a constantes XLM.
formato XML12 (XLSX). Os seguintes recursos de Gráfico foram removidos:
Caminho de migração: se os usuários forem editar uma pasta de tra- • Tamanho de Gráfico Impresso: A opção Tamanho de Gráfico Im-
balho no Office Excel 2007 e em uma versão anterior do Excel, mantenha presso foi removida da guia Gráfico da caixa de diálogo Configurar
a pasta de trabalho no formato Biff8 file (XLS). A alteração do formato de Página. A propriedade PageSetup.ChartSize foi ocultada e não tem fun-
arquivo para os novos formatos BIFF12 (XLSB) ou XML12 (XLSX) descar- cionalidade. O novo comportamento coincide com a configuração Persona-
tará o histórico de revisão. lizado do Office Excel 2003. Agora, os gráficos estão integrados ao Office-
Art e não foi possível reimplementar esse comando para eles. As macros
Tabelas: Inserir linha que usam a propriedade PageSetup.ChartSize poderão redimensionar o
Descrição: o recurso Lista do Office Excel 2003 tinha uma linha espe- gráfico.
cial na parte inferior para adicionar novos recursos à lista. Essa linha • Janela de Gráfico: o comando Janela de Gráfico foi removido do
especial foi removida no Office Excel 2007. Em vez disso, você poderá menu Exibir. A propriedade Chart.ShowWindow foi ocultada e não tem
adicionar dados a uma tabela usando as teclas ENTER e TAB quando a funcionalidade. Agora, os gráficos estão integrados ao OfficeArt e não foi
seleção ativa estiver na última linha de dados da tabela. Também poderá possível reimplementar esse comando para eles. As macros que usam a
arrastar a alça de redimensionamento do canto inferior direito da tabela

Informática 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
propriedade Chart.ShowWindow poderão mostrar outra janela na planilha com outras propriedades. No entanto, quando esse arquivo for aberto, o
e navegar dentro dela para mostrar somente o gráfico. script não será carregado.
• Alterar o tipo de gráfico para vários gráficos: no Office 2003, você
pode selecionar vários gráficos e alterar seu tipo simultaneamente. Esse Fórmulas de linguagem natural (NLFs)
comportamento não está disponível no 2007 Microsoft Office System. Descrição: o recurso Fórmulas de Linguagem Natural (NLFs) permitia
Agora, os gráficos estão integrados ao OfficeArt e não foi possível reim- que os usuários usassem os rótulos de colunas e linhas em uma planilha
plementar esse comando para eles. Você pode alterar o tipo de gráfico para referenciar as células dentro dessas colunas sem que fosse necessá-
para cada gráfico individualmente. Como alternativa, salve um gráfico rio defini-los explicitamente como nomes. Esse recurso pouco usado foi
como modelo e aplique o modelo a outros gráficos. desativado por padrão no Excel 2000 e removido do Office Excel 2007.
• Gráficos em planilhas de diálogo: os gráficos não são permitidos Motivo da alteração: este recurso era pouco usado.
em planilhas de diálogo. Não foi possível implementar esse recurso para o Caminho de migração: quando uma pasta de trabalho que contém
2007 Office System. NLFs for aberta no Office Excel 2007 (ou atualizada para o formato de
• Suporte para constantes de macro do Excel 4 (XLM): as macros arquivo do Office Excel 2007), o usuário será alertado pelo programa de
que eram convertidas do XLM podem ter retido constantes XML para que as NLFs não têm suporte e que serão convertidas em referências
certos parâmetros. Essas constantes não são mais aceitas e as constantes estáticas de célula se o usuário continuar a operação. Se o usuário optar
documentadas devem ser as únicas usadas. Substitua chamadas VBA que por continuar, as NLFs da pasta de trabalho serão convertidas em referên-
usam valores numéricos para enumerações por aquelas que usam cons- cias estáticas de célula. O código que usa NLFs no modelo de objeto não
tantes nomeadas de forma apropriada. será alterado e deverá ser atualizado pelo usuário. As soluções de pasta
de trabalho com referências de célula baseadas em NLFs (rótulos de
Serviços de Recuperação de Dados intervalo) serão prejudicadas por essa alteração. Todo o código do modelo
Descrição: os Serviços de Recuperação de Dados (DRS) foram re- de objeto que usar NLFs deverá ser atualizado pelo usuário ou pelo de-
movidos do 2007 Office System. Existem duas partes do DRS. A primeira senvolvedor.
consiste em recursos de versões anteriores do Excel, FrontPage e Office Enviar para Destinatário da Circulação
Web Components (OWC) que permitem criar conexões com origens DRS. Descrição: essa opção de baixo uso foi removida do Office Excel
Esses recursos incluem uma interface do usuário para a criação de cone- 2007.
xões e a capacidade de execução das conexões (recuperar dados). A Caminho de migração: o recurso Enviar para Destinatário da Circu-
segunda metade consiste em adaptadores do lado do servidor que recupe- lação foi substituído pelos recursos de colaboração de grupo no Windows
ram dados de uma fonte de dados específica, como um banco de dados SharePoint Services 3.0. Os recursos de colaboração do Windows Share-
Microsoft SQL Server, e retornam esses dados para o Excel (por exemplo) Point Services 3.0 proporcionam um fluxo de trabalho mais robusto.
usando o protocolo DRS. Os recursos DRS de versões anteriores do Reconhecimento de fala
Excel, FrontPage e OWC não podem se conectar a uma fonte de dados a Descrição: os pontos de entrada para os recursos de reconhecimento
menos que haja um adaptador DRS disponível. de fala foram removidos da interface do usuário no Microsoft Office Access
O Office 2003 vinha com os adaptadores DRS a seguir. Os adaptado- 2007, Office Excel 2007, Office PowerPoint 2007 e Office Word 2007.
res DRS só funcionam quando instalados em um servidor que esteja
executando o Windows SharePoint Services 3.0 ou o Office SharePoint Alterações em gráficos
Server 2007. Este artigo traz a relação das alterações em gráficos do Micro-
• Adaptador WSS — expõe dados do Windows SharePoint Services soft Office 2003 ao 2007 Microsoft Office System.
3.0 usando o protocolo DRS. Incluído no Windows SharePoint Services
3.0. Eixos dos gráficos
• Adaptador OLEDB — expõe dados de origens OLEDB usando o Descrição: a posição padrão das marcas de escala é fora do eixo.
protocolo DRS. Incluído no Windows SharePoint Services 3.0. Nas versões anteriores, a posição era dentro do eixo para os idiomas do
• Adaptador SQL — expõe dados de um banco de dados SQL Ser- leste asiático, e fora para todos os outros idiomas.
ver usando o protocolo DRS.
• Pacote complementar de Web Parts e Componentes (Ststpk- Motivo da alteração: o novo comportamento é mais consistente e a-
pl.msi). Incluído no suplemento do Office 2003. tende às preferências dos clientes do leste asiático.
• Adaptador do Microsoft Business Solutions (MBS) — expõe dados Caminho de migração: defina a posição da marca de escala como
do Great Plains e Solomon usando o protocolo DRS.
dentro do eixo.
Motivo da alteração: o DRS é tratado em outros produtos.
Caminho de migração: para o ponto geral de entrada de DRS, dados Recursos dos gráficos
de SQL Server e de Windows SharePoint Services 3.0 estão disponíveis
de outras formas também existiam no Office Excel 2003. Descrição: alguns recursos de gráficos foram removidos do 2007 Mi-
crosoft Office System. Os gráficos que utilizavam esses recursos têm uma
Editor de Scripts Microsoft (MSE) aparência diferente no 2007 Office System. Talvez o código de acesso às
Descrição: versões anteriores do Excel permitiam que você publicas- propriedades do modelo de objeto não funcione como antes. Os recursos
se arquivos como HTML com interatividade usando o Microsoft Office Web removidos incluem: paredes e linhas 2D em gráficos 3D, propriedades de
Components. Removemos o suporte para salvamento de arquivos HTML formatação específicas do Excel nas formas dos gráficos e controles de
com interatividade usando o Office Web Components. Isso significa que a formulário bloqueados que não acompanham os dimensionamentos dos
integração com o Editor de Scripts Microsoft foi removida do Office Excel gráficos.
2007. Motivo da alteração: essa alteração resulta em gráficos mais robus-
Motivo da alteração: a integração com o Editor de Scripts Microsoft tos, capazes de receber recursos adicionais no futuro.
foi removida do Office Excel 2007 porque o HTML não será aceito como
um formato de arquivo de fidelidade total. Isso significa que os componen- Copiar/colar
tes de depuração de script não serão mais instalados por padrão no Office
Descrição: se um usuário copia um gráfico do Microsoft Office Po-
Excel 2007. Era um recurso pouco utilizado e a remoção aumenta a segu-
werPoint 2007 ou do Microsoft Office Word 2007 e o cola em outro pro-
rança.
grama que não seja o Office PowerPoint 2007, Office Word 2007, ou o
Caminho de migração: se precisar criar planilhas interativas para e-
Microsoft Office Excel 2007, ele é colado como uma figura. Quando o
xibição em um navegador, recomendamos que você utilize o Serviços do
gráfico é copiado do Office Excel 2007, esse problema não ocorre.
Excel. Se você salvar um arquivo em um formato de arquivo de uma
versão anterior, o Office Excel 2007 preservará os elementos do script. Se Motivo da alteração: os gráficos agora estão integrados ao OfficeArt
você salvar um arquivo em um formato de arquivo do Office Excel 2007, os e devem ser hospedados em um programa do OfficeArt. No Office Excel
objetos do Script de informação (Worksheet.Scripts) serão salvos junto 2007, os usuários podem copiar e colar o arquivo inteiro do Office Excel

Informática 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2007 em qualquer outro programa. Isso não é possível no Office PowerPo- Motivo da alteração: os gráficos estão integrados ao OfficeArt, assim
int 2007 e no Office Word 2007. a interface do usuário apresentará a maior consistência possível com o
OfficeArt. As interfaces do usuário do Office Excel 2007, Office PowerPoint
Caminho de migração: cole o gráfico no Office Excel 2007 e copie-o 2007 e Office Word 2007 sofreram mudanças, e os gráficos também foram
do Office Excel 2007 para outro programa. alterados para acompanhar essas mudanças.
Excel 2007 Caminho de migração: consulte a Ajuda para relacionar os tópicos
Descrição: a geração de gráficos no 2007 Office System requer a e- antigos aos novos. Talvez seja necessário reescrever as macros que
missão de uma notificação para o Office Excel 2007. Se o Office Excel utilizavam a opção Dialog.Show em algumas caixas de diálogo dos gráfi-
2007 não receber essa informação, o botão Inserir Gráfico será desabili- cos.
tado. Os botões Mostrar Dados e Fonte de Dados serão desabilitados no Seleção de gráficos
processo contextual do Gráfico. Os usuários que não possuírem o Office
Excel 2007 não poderão criar um novo gráfico ou editar os dados de um Descrição: os gráficos já não são trazidos automaticamente para fren-
gráfico já existente. Na maioria dos casos, os usuários poderão alterar a te ao serem selecionados.
formatação de gráficos existentes. O Microsoft Graph ainda existe, mas os
pontos de entrada foram removidos. Motivo da alteração: esse novo comportamento é consistente com o
restante do OfficeArt.
Motivo da alteração: a integração dos gráficos por meio do Office
Excel 2007 proporciona uma experiência consistente de geração de Interface do usuário: padrões de preenchimento
gráficos em todo o 2007 Office System. A geração de gráficos integrados é Descrição: não há interface de usuário para os padrões de preenchi-
um recurso do Office PowerPoint 2007 e Office Word 2007, mas os dados mento, como hachura cruzada e xadrez.
que compõem o gráfico residem no Office Excel 2007.
Motivo da alteração: os gráficos agora estão integrados ao OfficeArt,
Caminho de migração: os gráficos abertos no Office PowerPoint e esse recurso foi removido do OfficeArt.
2007 ou no Office Word 2007 com o Office Excel 2007 instalado, são
atualizados automaticamente. Porém, se o Office Excel 2007 não estiver Caminho de migração: utilize o sombreamento ou uma gradiente,
instalado, os gráficos não serão atualizados. Para possibilitar a geração de como opção.
gráficos, mude do Office PowerPoint 2007 ou do Office Word 2007 para o Enviando gráficos por e-mail na forma de imagens
2007 Office System.
Descrição: não é possível transformar os gráficos das planilhas em
Gráficos: armazenamento de dados imagens para serem enviados por e-mail.
Descrição: os dados de um gráfico no Office PowerPoint 2007 ou no Caminho de migração: copie e cole uma imagem do gráfico em uma
Office Word 2007 são armazenados no Office Excel 2007, e não em uma mensagem de e-mail.
folha de dados do gráfico.
Publicando como páginas da Web
Motivo da alteração: os gráficos passaram a apresentar maior con-
sistência entre o Office Excel 2007, o Office PowerPoint 2007 e o Office Descrição: não é possível publicar os gráficos das planilhas como
Word 2007. páginas da Web.
Caminho de migração: os dados dos gráficos podem ser editados no Caminho de migração: use folhas de gráficos ou utilize o método
Office Excel 2007. Chart.Export no modelo de objeto.
Gráficos: legenda e título Redimensionamento
Descrição: um gráfico no Office PowerPoint 2007 ou no Office Word Descrição: o redimensionamento de um gráfico que contém formas
2007 que não contenha dados não exibe o seu título ou legenda. No Office funciona de modo diferente no Office 2003.
2003, o título ou a legenda ainda está presente.
Motivo da alteração: os gráficos agora estão integrados ao OfficeArt,
Motivo da alteração: os gráficos passaram a apresentar maior con- impossibilitando a reimplementação do comportamento do Office 2003 em
sistência entre o Office Excel 2007, o Office PowerPoint 2007 e o Office relação aos gráficos.
Word 2007.
Legenda
Gráficos: arquivos do Lotus 1-2-3
Descrição: as séries dos gráficos às quais não foram atribuídos no-
Descrição: os gráficos não mais importam arquivos no formato Lotus mes nas legendas, como "Series1," "Series2," e assim por diante.
1-2-3.
Motivo da alteração: os gráficos utilizavam textos diferentes para
Motivo da alteração: os comentários dos clientes indicam que há um nomear as séries de diversos lugares no gráfico e na interface do usuário.
número muito restrito de usuários que ainda utilizam esse recurso. Todos Esses textos passaram agora a ter consistência.
os suportes aos arquivos no formato Lotus 1-2-3 também foram removidos
Caminho de migração: configure os nomes das séries caso apare-
do Office Excel 2007.
çam na legenda ou em qualquer outra parte do gráfico.
Integração
Macros: Chart.Pictures
Descrição: quando um gráfico 3D é desagrupado, toda a área de plo-
Descrição: as macros que utilizam o conjunto Chart.Pictures talvez
tagem continua a existir como um único grupo.
não sejam executadas.
Motivo da alteração: os gráficos passaram a ser desenhados em 3D
Motivo da mudança: esse recurso é redundante com o conjunto
de maneira mais realística, o que torna impossível desagrupar um desenho
Chart.Pictures.
3D realístico em um conjunto de formas em 2D.
Caminho de migração: como alternativa, utilize o conjunto
Caminho de migração: muitas vezes os usuários desagrupam os
Chart.Shapes.
gráficos para aplicar recursos existentes no OfficeArt, mas não no Gráfico.
Muitos desses recursos agora podem ser aplicados diretamente no Gráfi- Macros: XLM
co. Como alternativa, você pode utilizar o Microsoft Graph.
Descrição: não há mais suporte para as macros XLM.
Interação
Motivo da alteração: os arquivos XLM foram considerados obsoletos,
Descrição: a interface do usuário foi reprojetada. embora não tenham sido totalmente removidos.

Informática 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Caminho de migração: reescreva as macros XLM no VBA. Visual: sombreamento realístico em 3D
Programabilidade: propriedades e objetos ocultos e substituídos Descrição: os gráficos 3D possuem características apropriadas de i-
luminação e sombreamento, e suas cores talvez não mais reproduzam
Descrição: os gráficos trazem objetos com nova formatação basea- com precisão os matizes das versões anteriores.
dos no OfficeArt. Os objetos e propriedades de formatação anteriores
estão ocultos ou foram substituídos. Dentre as propriedades e objetos Motivo da alteração: os gráficos passaram a ser desenhados em 3D
ocultos e substituídos, podemos citar as propriedades de aplicação de realístico.
Bordas, Legendas, Caracteres, Preenchimento, Fonte, Alinhamento Hori-
zontal, Interior, Orientação, Ordem de Leitura, Sombras e Alinhamento Visual: rótulos de dados e códigos de legendas
Vertical, além dos objetos FormatarPreenchimentoGráfico e FormatarCor- Descrição: nas versões anteriores, os rótulos de dados podiam exibir
Gráfico, e propriedades 3D dos gráficos. códigos de legendas, mas o suporte para esse recurso deixou de ser
Motivo da alteração: os gráficos agora estão integrados ao OfficeArt, fornecido.
de forma que o objeto de modelo também foi modificado para se adequar Motivo da alteração: não foi possível implementar esse recurso no
ao OfficeArt. 2007 Office System.
Caminho de migração: para acessar os recursos de formatação, al- Visual: escalas
terne para os novos objetos e métodos. Os objetos e métodos listados
continuam disponíveis, embora devam ser removidos em uma versão Descrição: gráficos com a escala no eixo do valor (y) definida como
futura. Automático podem ter sua escala modificada no 2007 Office System.

Programabilidade: valores de retorno nulos Motivo da alteração: os gráficos passaram a usar texto do OfficeArt,
e as informações sobre disposição e tamanho do texto são utilizadas para
Descrição: no Excel 2003, algumas propriedades no modelo de obje- identificar sua escala em relação ao eixo.
to retornavam um valor nulo quando os valores de configuração de um
conjunto de objetos eram misturados. No Office Excel 2007, as proprieda- Caminho de migração: defina a escala como um valor fixo.
des retornam o valor da configuração para o padrão do conjunto. Por Visual: cores e formatação padrão dos gráficos
exemplo, se houver uma mistura de rótulos de dados automáticos e perso-
nalizados, o comando DataLabels.AutoText retornará um valor de falso. Se Descrição: os padrões de cores e outras formatações utilizadas nos
houver uma mescla de tipos diferentes de fontes em uma legenda, Le- gráficos foram alterados no Office Excel 2007. Os gráficos abertos nos
gend.Font.Name retornará o nome da fonte para as entradas da nova arquivos do Excel 2003 não sofreram modificações.
legenda.
Motivo da alteração: os padrões de formatação dos gráficos no Offi-
Motivo da alteração: essa alteração torna o modelo de objeto mais ce Excel 2007 foram estabelecidos em relação ao tema do documento e
consistente internamente. Não é necessário escrever o código para mani- ao estilo individual de cada gráfico. Essa alteração resulta em gráficos
pular valores de retorno nulos. mais atraentes visualmente que correspondem à aparência do restante do
documento, sem contudo exigir grandes alterações na sua formatação.
Caminho de migração: altere as macros que utilizam essa proprie-
dade para detectar casos de ocorrências mistas. Caminho de migração: as macros que criam gráficos passaram a
produzir diferentes resultados. Na maioria dos casos, o novo gráfico consti-
Programabilidade: propriedades do gráfico tui um resultado preferencial. Em algumas situações, nas quais uma
Descrição: as propriedades dos gráficos além de Chart.ChartGroups aparência precisa é desejada, as macros devem ser modificadas para se
que retornavam ChartGroups foram eliminadas. obter tal precisão na aparência.

Motivo da alteração: essas propriedades raramente eram utilizadas. Visual: tamanho padrão dos gráficos

Caminho de migração: altere as macros para utilizar Descrição: o tamanho padrão dos gráficos foi modificado no Office
Chart.ChartGroups. Execute um loop por todos os ChartGroups a fim de Excel 2007.
encontrar o tipo de gráfico correto. Motivo da alteração: os padrões de layout no Office Excel 2007 a-
Programabilidade: modelo de objeto do Excel 5.0 presentavam variações, dependendo do tipo de gráfico.

Descrição: a começar pelo Excel 97, o modelo de objeto do VBA para Caminho de migração: os gráficos podem ser redimensionados para
formas provenientes do Excel 5.0 foi ocultado. Já não há suporte disponí- qualquer tamanho desejado.
vel para formas de gráficos deste modelo de objeto. Visual: disposição do texto
Motivo da alteração: esse recurso já havia sido ocultado anterior- Descrição: o texto que compõe os gráficos pode apresentar disposi-
mente. ções diferentes em versões anteriores. Em raras situações, a alteração na
Caminho de migração: use o modelo de objeto da forma que se tor- disposição do texto pode acarretar uma sobreposição nos gráficos onde
nou disponível no Excel 97. antes o texto estava disposto corretamente. Em outros casos, o texto
cortado e marcado com reticências (...) se mantém inalterado.
Visual: padrões de preenchimento em gráficos 3D
Motivo da alteração: os comentários dos clientes sugerem que o tex-
Descrição: os padrões de preenchimento nos gráficos 3D são dese- to que aparece na tela deve permanecer idêntico ao da página impressa.
nhados sobre a superfície do gráfico 3D. Nas versões anteriores, esses Os clientes também manifestaram seu desejo de que o texto dos gráficos
preenchimentos eram desenhados sem levar em conta o ângulo da super- não sofra modificações quando deslocados de um programa para outro no
fície da tela. Office 2007. Os gráficos passaram a utilizar texto do OfficeArt, que confere
Motivo da alteração: os gráficos passaram a ser desenhados em 3D consistência entre a imagem exibida na tela e no papel impresso, bem
de forma realística, não sendo mais possível produzir essa ilusão de como em todos os programas.
óptica. Caminho de migração: os gráficos são desenhados no 2007 Office
Caminho de migração: os padrões de preenchimento podem ser System para corresponder o mais fielmente possível às versões do Office
substituídos por outros tipos de preenchimento, ou mesmo o gráfico ser 2003. As macros que dependem de uma precisão de pixels em layouts de
alterado para um modelo em 2D. gráficos podem produzir resultados ligeiramente diferentes dos obtidos
anteriormente.

Informática 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Visual: gráficos cilíndricos e em formato de cone
Descrição: os gráficos cônicos e cilíndricos que possuem bordas a-
presentam diferenças entre si. As versões anteriores do Excel desenha-
vam as silhuetas dos cilindros e cones, bem como suas bordas circulares.
Os gráficos cônicos e cilíndricos que possuam apenas uma borda e ne-
nhum preenchimento devem desaparecer por completo.
Motivo da alteração: os gráficos passam a ser desenhados em 3D de
forma realística, não permitindo o desenho de silhuetas de formatos arre-
dondados.
Visual: fontes de impressora e de varredura
Descrição: os gráficos não possuem mais suporte para fontes de im-
pressora ou de varredura, suportando apenas fontes TrueType e Posts-
cript.
Motivo da alteração: os gráficos estão integrados ao OfficeArt, não
possibilitando assim reimplementar o suporte para as fontes de varredura 1 – Botão do Microsoft Office
e de impressora. Os clientes alegam que raramente fazem uso de tais Ele substitui o menu Arquivo (versões anteriores) e está localizado no
fontes. canto superior esquerdo do programa.
Caminho de migração: altere os arquivos, adotando fontes TrueTy-
Ao clicar no Botão do Microsoft Office, serão exibidos comandos básicos:
pe. Os arquivos configurados com fontes de varredura ou de impressora
Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar e
serão desenhados utilizando-se uma fonte TrueType de aparência similar.
Fechar.
Visual: valores negativos nos gráficos empilhados 3D
2 – Barra de Ferramentas de Acesso Rápido
Descrição: os gráficos com área de empilhamento em 3D ou 100%
empilhados e que possuem valores negativos apresentam uma aparência
diferente no Office Excel 2007.
Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Microsoft
Motivo da alteração: o novo comportamento é mais consistente com Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de comandos
outros tipos de gráficos empilhados. independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões
que representam comandos à barra e mover a barra de um dos dois locais
Caminho de migração: substitua os números negativos por positivos possíveis.
para reproduzir o comportamento do Excel 2003.
Visual: rótulos de dados dos valores #N/D 3 – Barra de Titulo
Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o
Descrição: os gráficos em formato de rosca ou de pizza não exibem nome do documento ativo.
os rótulos de dados dos valores #N/D.
Visual: inversão de cor negativa 4 – Botões de Comando da Janela
Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a
Descrição: não é possível configurar a inversão quando uma cor ne- janela do programa PowerPoint.
gativa é utilizada em preenchimentos sólidos.
Caminho de migração: os gráficos das versões anteriores ainda a-
brem corretamente.
Fonte:http://technet.microsoft.com/pt-
br/library/cc179167(office.12).aspx

POWERPOINT 2010

MICROSOFT POWER POINT 2007

Programa utilizado para criação e apresentações de Slides. Para iniciá-lo


basta clicar no botão Iniciar da barra de tarefas do Windows, apontar para
Todos os Programas, selecionar Microsoft Office e clicar em Microsoft 5 – Faixa de Opções
Office Power Point Vista 2007. A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos
necessários para executar uma tarefa. Os comandos são organizados em
Janela de abertura do programa grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade como gravação ou disposição de uma página. Para diminuir a
desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário.
Por exemplo, a guia Ferramentas de Imagem somente é exibida quando
uma imagem é selecionada.

Informática 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

1) Guias
2) Os grupos em cada guia dividem a tarefa em subtarefas.
Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na Guia Início e
3) Os botões de comando em cada grupo executam um comando ou
depois no botão Layout, escolha o layout desejado clicando sobre ele.
exibem um menu de comandos.

6 – Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.

7 – Barra de Status
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o
número de
slides; tema e idioma.

8 – Nivel de Zoom
Clicar para ajustar o nível de zoom.

CRIAR APRESENTACOES
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint engloba: iniciar com um
design básico; adicionar novos slides e conteúdo; escolher layouts; modifi-
car o design do slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou apli-
cando diferentes modelos de estrutura e criar efeitos, como transições de INSERIR TEXTO
slides animados. Antes de inserir o primeiro texto é necessário conhecer a aplicação de
algumas
Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão do Microsoft teclas:
Office, e em seguida clicar em Novo.
Então escolher um modelo para a apresentação (Em Branco, Modelos
Instalados, Meus modelos, Novo com base em documento existente ou BARRA DE Permite a inserção de espaços em branco.
Modelos do Microsoft Office Online). ESPACOS
SHIFT Só funciona quando pressionada simultaneamente com outra
Depois de escolhido o modelo clicar em Criar. tecla. Serve para fazer letras maiúsculas e acessar a segunda
função da tecla, por exemplo: para digitar o sinal “@”, deve-se
pressionar simultaneamente as teclas SHIFT e 2.

DEL ou DELETE Apaga os caracteres que estão à direita do ponto de inserção.

BACKSPACE Apaga os caracteres que estão à esquerda do ponto de


inserção.

←→↑↓ Movimentam o ponto de inserção (cursor) pelo texto.


ENTER Cria uma nova linha.
CAPS LOCK Trava as maiúsculas. Todas as letras digitadas aparecerão
em
caixa alta.

Para fazer a acentuação, deve-se digitar a tecla de acento e depois a letra


a ser acentuada. Quando a tecla correspondente ao acento for pressiona-
da, não sairá nada na tela; só depois que for digitada a letra é que ela
aparecerá acentuada.
SELECIONAR SLIDE
Para selecionar um slide, basta clicar na guia Slide no painel à esquerda. Para inserir um texto no slide clicar com o botão esquerdo do mouse no
retângulo (Clique para adicionar um título), após clicar o ponto de inserção
LAYOUT (cursor será exibido).

Informática 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2 – Tamanho da fonte Altera o tamanho da fonte
Então basta começar a digitar.

Formatando o texto
3 – Negrito
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para selecionar
Aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acionado através
um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo sobre o ponto em
do comando Ctrl+N.
que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressionado, arrastar o
mouse até o ponto desejado e soltar o botão esquerdo.
4 – Italico
Aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do
Com o texto selecionado basta clicar nos botões para fazer as alterações
comando Ctrl+I.
desejadas
5 – Sublinhado
Sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado através do
comando Ctrl+S.

6 – Tachado
Desenha uma linha no meio do texto selecionado.
1 – Fonte Altera o tipo de fonte 7 – Sombra de Texto
Adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para destacá-lo no slide.

8 – Espacamento entre Caracteres


Ajusta o espaçamento entre caracteres.

9 – Maiusculas e Minusculas
Altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros
usos comuns de maiúsculas/minúsculas.

10 – Cor da Fonte
Altera a cor da fonte.

11 – Alinhar Texto a Esquerda


Alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através do coman-
do Ctrl+Q.

12 – Centralizar
Centraliza o texto. Também pode ser acionado através do comando C-
trl+E.

13 – Alinhar Texto a Direita


Alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através do comando
Ctrl+G.

14 – Justificar
Alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando espaço extra
entre as palavras conforme o necessário, promovendo uma aparência
organizada nas laterais esquerda e direita da página.

15 – Colunas
Divide o texto em duas ou mais colunas.

Informática 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

INSERIR NOVO SLIDE


Para inserir um novo slide acionar a guia Início e clicar no botão novo
slide. Depois clicar no layout desejado.

INSERIR SIMBOLOS ESPECIAIS


Além dos caracteres que aparecem no teclado, é possível inserir no slide
vários caracteres e símbolos especiais.
Posicionar o cursor no local que se deseja inserir o símbolo.

Acionando a guia inserir

Inserindo símbolos

Selecionar o símbolo.

EXCLUIR SLIDE
Para excluir um slide basta selecioná-lo e depois clicar no botão excluir, ou
clique no botão delete do teclado.

Para salvar um arquivo


SALVAR ARQUIVO
Após criar uma apresentação, é necessário efetuar a gravação do arquivo,
essa operação é chamada de “Salvar”. Se o arquivo não for salvo, corre-se
o risco de perdê-lo por uma eventual falta de energia, ou por outro motivo
que cause a saída brusca do programa.

Escolha o símbolo desejado depois clique em inserir e fechar. SAIR DO POWERPOINT


Para sair do Microsoft Office PowerPoint, utilizar as seguintes opções:
MARCADORES E NUMERCAO • Acionar o Botão do Microsoft Office e clicar em Sair do PowerPoint.
Com a guia Início acionada, clicar no botão marcadores e numeração, para Clicar no Botão Fechar. Ou pressionar as teclas ALT+F4.
criar parágrafos com marcadores. Para escolher o tipo de marcador clicar
na seta. Se o arquivo não foi salvo ainda, ou se as últimas alterações não foram
gravadas, o PowerPoint emitirá uma mensagem, alertando- o do fato.

Inserindo figuras

Imagem do Arquivo inserir uma imagem de um arquivo.

Clip-art : é possível escolher entre várias figuras que acompanham


o Microsoft Office.

Para inserir um novo slide

Informática 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
_______________________________________________________

Formas : inserir formas prontas, como retângulos e círculos, setas, _______________________________________________________


linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos. _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
SmartArt : inserir um elemento gráfico SmartArt para comunicar
informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde listas _______________________________________________________
gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como ______________________________________________________
diagramas de Venn e organogramas.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
Gráfico : inserir um gráfico para ilustrar e comparar dados. _______________________________________________________
_______________________________________________________

WordArt: : inserir um texto com efeitos especiais.


_______________________________________________________
_______________________________________________________
Cabeçalho e Rodapé
_______________________________________________________
_______________________________________________________
Para editar o cabeçalho ou rodapé do slide, basta clicar no botão ,
na guia Inserir. As informações serão exibidas na parte superior ou inferior _______________________________________________________
de cada página impressa.
_______________________________________________________
Como inserir tabelas _______________________________________________________

INSERIR TABELA _______________________________________________________


_______________________________________________________
Para inserir ou traçar uma tabela, basta clicar no botão , localizado _______________________________________________________
na guia Inserir.
_______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

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Informática 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
OFFICE 2010 ção na página, a faixa de opções também pode ser ocultada
enquanto você escreve.

WORD 2010
Modo de exibição Backstage

A versão 2010 do Microsoft Word renova desde as


ferramentas de formatação e imagens, até a segurança e O Microsoft Office Backstage faz parte da Interface de
o compartilhamento (agora via internet). O programa Usuário do Fluent e é um recurso complementar à faixa de
continua sendo um dos mais potentes editores de texto, opções. O modo de exibição Backstage, que pode ser aces-
sado no menu Arquivo, ajuda você a localizar recursos usa-
ainda que o visual seja um pouco carregado.
dos com frequência para o gerenciamento de arquivos de
documentação do Word. (A guia Arquivo substitui o Botão
Seja qual for o uso que você faz do computador, com cer- do Microsoft Office e o menu Arquivo que eram usados em
teza já teve que escrever um texto nele. Apesar do cresci- versões anterior do Microsoft Office.) O modo de exibição
mento de alternativas grátis como o BrOffice.org ou o Abi- Backstage é usado para gerenciar arquivos e dados sobre
word, o Microsoft Word segue como o editor de textos mais arquivos, como criar e salvar arquivos, inspecionar os meta-
popular do mercado. dados ocultos ou as informações pessoais e definir as op-
ções de arquivo.
O Microsoft Word 2010 inclui melhorias na formatação de
textos e na edição de documentos, novos formatos de nume- Formato de arquivo
ração e efeitos artísticos para imagens e fontes. Ainda inclui
mais estilos para os gráficos SmartArt e uma nova ferramen-
ta para trabalhar com capturas de tela. O formato de arquivo do Word 2010 permite novos recur-
sos, como coautoria, novos efeitos gráficos e de texto e no-
vos formatos de numeração. O Word 2010 funciona com
Os recursos linguísticos também foram melhorados. O documentos do Office Word 2007.
Microsoft Word facilita o trabalho em várias línguas ao intro-
duzir um botão para verificação ortográfica facilmente confi-
Modo de Exibição Protegido
gurável em outras línguas. A tradução é feita imediatamente
sem sair do Microsoft Word, seja do texto completo, do tre-
cho selecionado, ou de uma palavra ou expressão ao colocar Os arquivos de um local potencialmente não seguro (co-
o ponteiro sobre ela. mo a Internet ou um anexo de email) ou arquivos que contêm
conteúdo ativo (como macros, conexões de dados ou contro-
les ActiveX) são validados e podem ser abertos no Modo de
Mas talvez a grande novidade do Microsoft Word 2010,
Exibição Protegido. Quando você abre arquivos no Modo de
sejam os recursos para o trabalho em equipe, com a opção
de compartilhar os documentos via internet. A segurança Exibição Protegido, as funções de edição são desabilitadas.
Você pode abrir e editar arquivos de fontes confiáveis clican-
também melhorou com o registro de versões e opções para
do em Habilitar Edição. Também pode explorar dados sobre
configurar a proteção do documento.
os arquivos no modo de exibição Backstage.

Com a versão 2010 do Microsoft Word, a Microsoft reno-


Recursos de colaboração e compartilhamento
va alguns recursos básicos do programa, melhora a segu-
rança e introduz a colaboração via internet, para seguir na
liderança dos processadores de texto. Mariana Benavidez O Word 2010 oferece suporte para a funcionalidade de
coautoria. Essa funcionalidade simplifica a colaboração,
permitindo que vários usuários trabalhem produtivamente no
Alterações no Word 2010 mesmo documento sem atrapalhar ou bloquear o trabalho de
O que há de novo outra pessoa. O Office 2010 oferece a funcionalidade de
coautoria para documentos do Word 2010, Microsoft Power-
Point 2010 e do Microsoft OneNote 2010 no Microsoft Sha-
Esta seção destaca os novos recursos do Word 2010.
rePoint Server 2010. A nova funcionalidade de coautoria
também tem suporte para o Microsoft Excel Web App e o
Interface do usuário do Fluent Microsoft OneNote Web App. Ao trabalhar com documentos
não localizados em um servidor que executa o SharePoint
A interface do usuário do Word 2010 foi recriada e agora Server 2010, o Word 2010 oferece suporte apenas para a
usa a interface do usuário do Microsoft Office Fluent. Introdu- edição de usuário único. As alterações são:
zida no 2007 Microsoft Office System, a interface do usuário
do Fluent foi criada para facilitar a localização e o uso de • O novo conteúdo é automaticamente destacado.
uma variedade completa de recursos fornecidos pelo Office e
para manter um espaço de trabalho organizado. • As informações do autor em qualquer conteúdo adi-
cionado ou compartilhado são identificadas por uma barra
codificada por cores, que mostra as iniciais do autor.
A faixa de opções
• O suporte a versões permite que os usuários vejam
A faixa de opções, parte da Interface de Usuário do Flu- quando e quem fez as alterações em um documento, e as
ent, foi projetada para otimizar os principais cenários da alterações relacionadas a versões anteriores do documento
documentação do Word 2010, de forma a facilitar o seu uso. são automaticamente realçadas.
A faixa de opções oferece acesso rápido a todos os coman- • Sincronização de páginas mais rápida, de forma que
dos do Word 2010 e facilita futuras adições e personaliza- as alterações sejam exibidas para todos os autores quase
ções. Também é possível personalizar a faixa de opções. Por em tempo real.
exemplo, você pode criar guias e grupos personalizados para
conter os comandos utilizados com mais frequência. Para
ajudar a maximizar a edição do espaço da sua documenta-

Informática 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Aprimoramentos gráficos e de criação do documento • A região principal, uma lista de itens navegáveis, com
rolagem quando necessário
O Word 2010 fornece ferramentas de edição aprimoradas
com um novo conjunto de Ferramentas de Imagem que per- O painel é mostrado por padrão, mas pode ser ocultado
mitem transformar os documentos em documentos artistica- por meio de um botão de alternância na parte superior da
mente atraentes. As novas ferramentas de edição são: barra de rolagem, por meio da guia Exibir, ou pelo controle
de navegação no modo Leitura. A caixa de seleção para
acessar o painel de navegação é igual ao primeiro mapa de
• Opções de Correção de Imagem documentos (somente o nome mudou).
• Opções de Efeito Artístico
• Remoção de Plano de Fundo Visualização de impressão

• Opções de Layout de Imagem A experiência de visualização de impressão e a caixa de


O que foi alterado? diálogo Imprimir foram combinadas no Local de Impressão
pelo modo de exibição Backstage. Esse recurso é consisten-
Esta seção resume as alterações no Word 2010. te em todos os aplicativos Office. Ele pode ser chamado por
meio do modelo de objetos por desenvolvedores de terceiros
para criar suplementos para o Word 2010. O processo do
Recortar, copiar e colar fluxo de trabalho ainda é o mesmo, usando CTRL+P ou sele-
cionando Imprimir no Backstage. O Modo de Edição da
Recortar, copiar e colar é a maneira mais comum de mo- Visualização de Impressão foi completamente preterido.
ver conteúdo entre aplicativos. O Word 2010 pode copiar e
colar conteúdo em muitos formatos. O Word 2010 possui Formato de arquivo RTF
muitas opções disponíveis para colar conteúdo, por meio do
recurso Visualizar antes de colar. As opções de colagem
incluem: O formato de arquivo RTF não é mais aprimorado para
incluir novos recursos e funcionalidade. Os recursos e a
funcionalidade novos no Word 2010 e em versões futuras do
• Manter Formatação Original Word são perdidos quando salvos em RTF. Além disso, o
Word 2010 oferece suporte a uma nova interface de conver-
• Mesclar Formatação
sor com base em Formatos Open XML.
• Usar Tema de Destino
• Manter Somente Texto Marcas inteligentes
Mapa de documentos
O texto não é mais reconhecido automaticamente por um
identificador de marca inteligente e não exibirá mais um sub-
A experiência de criação é aprimorada com as novas ma- linhado pontilhado violeta. Além disso, os usuários consegui-
neiras de navegar no conteúdo por título, página ou objeto. O rão acionar o reconhecimento e exibir ações personalizadas
mapa de documento é substituído pelo painel de navegação. associadas ao texto selecionando o texto e clicando nas
Em vez do mapa de documentos, os usuários veem um novo Ações adicionais no menu de contexto. Depois que o usuá-
painel de navegação. Os usuários podem ver todos os títulos rio tiver movido o IP fora do parágrafo atual, a marcação do
de um documento, suas posições relativas e o local atual. texto será eliminada para esse parágrafo. Há alterações no
Com isso disponível, a movimentação entre vários títulos é modelo de objeto para refletir que o texto marcado por um
feita clicando em partes do painel. As estruturas de tópicos identificador de marca inteligente não será armazenado no
podem ser recolhidas para ocultar títulos aninhados para documento.
documentos complexos longos. Os usuários podem não ver
mais marcas de revisão em títulos dentro do mapa. Em vez
disso, eles veem o resultado final das revisões dentro do Modos de Exibição
painel.
No Word 2010, quando você clica na guia Exibir, as op-
O benefício geral dessa alteração é uma interface mais ções são:
clara que corresponde à aparência da faixa de opções. Os
usuários também têm acesso às seguintes funcionalidades • Layout de Impressão
inéditas:
• Leitura em Tela Inteira
• Manipulação de títulos no painel para reorganizar o • Layout da Web
conteúdo no documento.
• Estrutura de tópicos
• Integração com o recurso Localizar, realçando os títu- • Rascunho (Normal)
los com os resultados da localização.
O que foi removido
O painel redimensionável consiste em:
Esta seção fornece informações sobre recursos removi-
dos no Word 2010.
• Uma caixa de texto para o novo recurso Localizar
• Um alternador de exibição para alterar os tipos de exi- Remoção de Nome da Pessoa da marca inteligente
bição

• Botões para acessar os itens Próximo e Anterior A marca inteligente Nome de Pessoa (Contatos de Email
do Outlook) será removida e substituída pela funcionalidade

Informática 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que usa a GAL (Lista de Endereços Global) por meio do Considerações sobre migração
Microsoft Office Communicator. No Word, a funcionalidade
será substituída pela funcionalidade “ações adicionais” des- Esta seção descreve as alterações a serem consideradas
crita anteriormente neste artigo, mas no Excel, a funcionali- quando você migra do Office Word 2007 para o Word 2010.
dade será completamente removida. O 2007 Office System
será a última versão que oferece suporte para essa funciona-
lidade. Migrando arquivos do Word

AutoResumo O formato de arquivo padrão não foi alterado no Microsoft


Office 2010. O formato de arquivo baseado em XML foi intro-
duzido no 2007 Microsoft Office System e continua sendo
AutoResumo é o recurso que lista Título, Assunto, Autor, usado.
Palavras-chave e Comentários. Esse recurso estava disponí-
vel no menu Ferramentas. No Word 2010, esse recurso não
é mais usado. Se você inserir um resumo no documento, ele Quando você abrir um documento no Word 2010, ele será
não consistirá em dados de AutoResumo e será mantido. No aberto em um dos três modos:
entanto, se o documento estava em um modo de exibição de
resumo quando foi salvo, ele não estará mais nesse local • Word 2010
quando você o abrir.
• Modo de compatibilidade do Word 2007
MODI (Microsoft Office Document Imaging) • Modo de compatibilidade do Word 97-2003

O MODI fornecia uma solução comum de verificação e Para determinar em que modo o documento se encontra,
geração de imagens do documento para o Office. Ele tam- consulte a barra de título do documento. Se (Modo de Com-
bém era a base do recurso Fax para o Office. Quando o patibilidade) aparecer após o nome do arquivo, significa que
MODI era instalado, ele era o manipulador padrão para ar- o documento está no modo de compatibilidade do Word 2007
quivos .tif, .tiff e .mdi. No Office 2010, o MODI foi completa- ou do Word 97-2003. Você pode continuar trabalhando no
mente preterido. Essa alteração também afeta a árvore de modo de compatibilidade ou converter seu documento no
configuração, que não mostra mais os nós Ajuda do MODI, formato de arquivo do Word 2010.
OCR ou Filtro de Serviço de Indexação no menu Ferramen-
tas. O recurso Fax da Internet no Office 2010 usa o driver de 1. Clique na guia Arquivo.
impressora de Fax do Windows para gerar um arquivo TIF
(formato de arquivo fixo). O MODI e todos os seus compo- 2. Execute um destes procedimentos:
nentes estão preteridos para a versão do Office 2010 de 64
bits. • Para converter o documento sem salvar uma cópia,
clique em Informações e em Converter.

Painel Pesquisa e Referência • Para criar uma nova cópia do documento no modo do
Word 2010, clique em Salvar como, digite um novo nome
para o documento na caixa Nome do arquivo e clique em
O painel Pesquisa e Referência foi removido do Win- Documento do Word na lista Salvar como Tipo.
dows Internet Explorer 7. Portanto, o atalho ALT+clique no
Microsoft Word 2010 não levam mais os usuários a esse 3. Clique em Informações e em Converter.
painel. O recurso Pesquisa e Referência deu origem a um Verificador de Compatibilidade
painel de pesquisa para busca em todos os sites e portais da
Intranet.
O Verificador de Compatibilidade lista elementos em um
documento que não têm suporte ou que funcionarão de ma-
Mala Direta usando um banco de dados do Works neira diferente no Word 2007 ou no formato do Word 97-
2003. Alguns desses recursos serão permanentemente alte-
Os usuários não podem fazer mala direta no Microsoft rados e não serão mais convertidos em elementos do Word
Word 2010 ou no Microsoft Publisher 2010 usando um banco 2010, mesmo se você converter posteriormente o documento
de dados do Microsoft Works, por causa de uma alteração no no formato Word 2010.
modelo do objetos. Isso afeta principalmente os usuários que
configuraram uma mala direta recorrente que lê o conteúdo Objetos inseridos do Word 2010
de um banco de dados do Works. Recomendamos usar o
Works para exportar os dados e, em seguida, criar uma nova
fonte de dados para executar a operação de mala direta. Os objetos inseridos do Open XML podem ser converti-
dos para permitir que usuários de versões anteriores do
Word os alterem.
Botão Pesquisar Bibliotecas

1. Clique com o botão direito do mouse no objeto inseri-


O botão Pesquisar Bibliotecas foi removido do menu
do.
Inserir Citações (na guia Referências).
2. Aponte para Objeto do Documento e clique em Con-
WLL (Bibliotecas de Suplementos do Word) verter.
3. Na caixa de diálogo Converter, clique em Converter
Os arquivos WLL estão preteridos para a versão do Office em.
2010 de 32 bits e não têm suporte na versão do Office 2010 4. Na lista Tipo de objeto, selecione Documento do
de 64 bits. Uma WLL é um complemento para o Microsoft Microsoft Word 97-2003.
Word que pode ser compilado em qualquer compilador com
suporte para a compilação de DLLs.

Informática 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Equações

Se você salvar um documento no formato do Word 97-


2003, as equações serão convertidas em imagens não editá-
veis. No entanto, se você converter posteriormente o docu-
mento em um formato de arquivo do Word 2010 e nenhuma
alteração tiver sido feita nas imagens de equação em uma
versão anterior, as equações se transformarão em texto, e
você poderá alterá-las.

Gráficos SmartArt

Quando você salvar um documento que contém um gráfi-


co SmartArt no formato do Word 97-2003, os gráficos serão
O layout, inclusive dos menus, não sofreu alterações significativas
convertidos em imagens estáticas. Você não conseguirá
alterar o texto dentro de um gráfico, alterar seu layout ou No Word 2010, funções como salvar, imprimir e abrir do-
alterar sua aparência geral. Se você converter posteriormen- cumentos voltaram a ser realizadas por meio do item de
te o documento no formato do Word 2010 e nenhuma altera- menu Arquivo, tendo sido eliminado o botão com o símbolo
ção tiver sido feita nas imagens em uma versão anterior, o do Office, existente na versão 2007, que fornecia acesso a
gráfico se transformará novamente em um objeto SmartArt. estas opções. Com isso, o aplicativo volta a ter suas funções
principais no esquema mais utilizado por aplicativos.
Considerações sobre migração do Office 97-2003 pa- Além das WordArts
ra o Office 2010
Até a versão 2007 do Office tínhamos à disposição so-
mente as famosas WordArts para criar textos com efeitos e
Muitas das alterações do Office 97-2003 para o Office
formas especiais. Já na versão 2010, foi adicionado o recur-
2010 não são diferentes do Office 97-2003 para o 2007 Offi- so "Efeitos de texto", presente ao lado direito do botão Cor da
ce System.
Fonte, que nos permite aplicar em poucos cliques efeitos
como sombra, reflexo e brilho ao texto.
As seguintes alterações no Word 2010 podem afetar a
migração:

• O AutoTexto está sendo movido novamente para


Normal.dotm para facilitar o preenchimento automático. Para
usuários que mudarem do Office Word 2003 para o Word
2010, recomendamos mover o documento para %AppDa-
ta%\Word\Startup e seguir as etapas para atualizar um do-
cumento. Os usuários do Office Word 2007 encontrarão o
autotexto movido automaticamente.

• A galeria do AutoTexto agora está disponível na gale-


ria de Partes Rápidas. Portanto, os usuários não precisam
mais lembrar de mover seu autotexto para a galeria de Par-
tes Rápidas.

• O Word migrará automaticamente os blocos de cons-


trução para o Word 2010 quando você iniciar pela primeira
vez o aplicativo. Isso é feito criando uma cópia do arquivo de
blocos de construção existente e colocando-a em um novo
diretório, %AppData%\Document Building Block\{||cc}\14, e Diferentemente das WordArts, os efeitos se adaptam melhor ao visual do texto
dividindo os blocos de construção que eram fornecidos com
Com este recurso é possível criar os modernos efeitos
o Office Word 2007 pelo arquivo.
de reflexo que encontramos facilmente na Internet, sem ter-
• De maneira similar ao Word 2007, o Word 2010 forne- mos de utilizar editores de imagem complexos ou exigir ho-
ce um novo arquivo Normal.dotm ao ser iniciado pela primei- ras de treinamento para o aprendizado. Contudo, infelizmen-
ra vez. Seu arquivo normal antigo será denominado norma- te os efeitos de textos não podem ser visualizados em ver-
lold.dotm. Se você quiser restaurar sua configuração do sões anteriores do Office ou exportados para páginas Web.
Word 2007, clique com o botão direito do mouse no arquivo e
Imagens artísticas
clique em Abrir. Quando estiver no Word, você deverá usar
o botão Converter no modo de exibição Backstage para Adicionar imagens e fotos ao documento nos ajuda a
converter o arquivo normal no formato Word 2010. transmitir a ideia tratada no texto para o leitor, servindo tam-
http://technet.microsoft.com/pt-br/ bém como estímulo para a visualização. Surge na nova ver-
são do Word a possibilidade de adicionar facilmente às ima-
gens efeitos como: rabiscado, mosaico, escala de cinza em
-o0o- lápis, fotocópia e cimento.

Diferentemente da versão 2007, o Word 2010 não sofreu


modificações significativas em seu visual e na disposição dos
ícones que realizam as tarefas. Este é um fator positivo, pois
evita um incômodo semelhante ao ocorrido durante a transi-
ção dos menus convencionais para o polêmico Ribbon, que
ocorreu entre as versões 2003 e 2007.

Informática 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tivo para aqueles que desejam confeccionar documentos
com visual mais atraente no texto e em suas imagens.

Para aqueles que ainda utilizam a versão 2003 e desejam


conferir os novos recursos do Microsoft Office 2010
com o menu clássico, existe a ferramenta Free Classic Menu
for Office 2010, gratuita para usuários domésticos, que de-
volve a antiga aparência para o novo pacote de aplicativos
para escritório da Microsoft.

Fonte: http://www.superdownloads.com.br/

Como salvar arquivos no Word 2010


Aplique efeitos em suas imagens sem precisar de outros editores Para salvar arquivos no word 2010 é muito simples, po-
rém existem alguns detalhes que você deve tomar em conta.
A primeira forma de salvar documentos é a mais básica,
Após aplicar o efeito na imagem, você poderá copiar o acionando o menu Arquivo -> Salvar. Esta forma de salvar
resultado e utilizá-lo também em outros aplicativos como o arquivos deve ser acionada quando o documento ainda está
Paint. Com isso, podemos até mesmo salvar a imagem e em edição pela primeira vez, ou seja, quando o documento
enviá-la para amigos ou utilizar como imagem de exibição no de Word está criado.
Windows Live Messenger (MSN) 2009 . Esta é uma
ótima forma de se obter efeitos em imagens sem utilizar
editores específicos.
Quebrando a barreira do s idiomas

Não raras são as vezes em que encontramos documen-


tos sobre um assunto de nosso interesse escrito em outro
idioma. Nestes casos, se não o dominamos, recorremos ao
dicionário ou a ferramentas de tradução online. Agora o Word
traz a possibilidade de realizar traduções sem que precise-
mos recorrer a outros meios.

A outra opção é Salvar como, esta maneira permite sal-


var arquivos que já foram salvos anteriormente, ou seja, que
já foram criados. Mas é possível utilizar esta forma ao criar
arquivos também assim como na opção Salvar.

Traduza seus documentos diretamente no Word a partir da aba Revisão

Infelizmente, para utilizar este recurso é necessário estar


conectado à Internet, pois o editor realizará a consulta dire-
tamente no site de traduções da Microsoft. Com este recurso,
podemos traduzir parcialmente o texto ou então solicitar a
tradução integral, sendo neste último caso carregada uma
página com o resultado da tradução.

A ferramenta não detectou automaticamente o idioma de


origem do texto inserido, exigindo desta forma que seja feita As duas formas anteriores ao serem acionadas exibirão
a configuração por meio da opção Escolher o Idioma de a janela abaixo quando você for salvar um documento pela
Tradução, que nos permite escolher os idiomas de origem e primeira vez. Após nomear o arquivo e salvá-lo, a opção
destino. Dentre os idiomas disponíveis estão: inglês, espa- Salvar atualizará o documento de word de forma automáti-
nhol, francês, alemão, chinês, japonês, sueco e russo. ca, sem exibir a janela abaixo.
http://www.computerdicas.com.br/
Conclusões

Felizmente foi mantido no Word o layout de componentes


de sua versão anterior, a 2007. Desta forma, evitou-se o
impacto de uma possível adaptação. Diante do cenário ex-
posto, migrar para a nova versão tende a ser algo mais atra-

Informática 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Adicione facilmente gráficos individuais para cada item de uma tabela

A configuração do novo tipo de gráfico, também conheci-


do como minigráfico, é realizada da mesma forma que as dos
convencionais. Para utilizá-los, precisamos somente acessar
a aba Inserir e seguir até algum dos botões Inserir minigráfi-
A segunda opção, Salvar como, permite que você salve
co. Será oferecida em instantes a seleção dos intervalos de
novamente com outro nome ou até com outro tipo de do-
dados.
cumento. Este recurso permite criar vários tipos de docu-
mento com o mesmo conteúdo. Portanto temos 2 maneiras
diferentes de salvar arquivos no Word 2010. Análise segmentada de dados
O recurso Seguimentação de Dados adicionado ao Excel
2010 facilita a análise de dados obtendo-os diretamente de
sua fonte. Esta análise pode ser configurada a partir de ser-
vidores Microsoft SQL Server 2008 e outros compatíveis
EXCEL 2010
com o protocolo de comunicação ODBC, sendo possível
desta forma visualizar em tempo real o desempenho dos
O Excel ganhou, ao longo dos anos, recursos cada vez negócios.
mais avançados, como a obtenção e filtragem de dados
diretamente de bancos de dados corporativos e o prático
recurso de formatação condicional, que se tornou ainda me-
lhor na versão 2007. Na versão 2010, lançada com o Micro-
soft Office 2010 , a ferramenta adquire funções ainda
mais avançadas mantendo o visual de seu antecessor.

Filtre dados rapidamente utilizando o recurso de Análise Segmentada do Excel 2010


O visual do Excel 2007 foi preservado na versão 2010

Gráficos para cada célula O recurso de análise segmentada surgiu principalmente


para suprir as necessidades referentes à inteligência de
Uma das principais novidades encontradas no Microsoft negócios, fornecendo e filtrando informações com base no
Excel 2010 é a possibilidade de adicionar gráficos que ocu- em dados atuais. Para utilizar este recurso é necessário
pam apenas uma célula. Este recurso é especialmente útil configurar uma conexão com o banco de dados do negócio,
tarefa normalmente realizada pelo administrador de tecnolo-
para demonstrar tendências para cada item de uma tabela,
gia.
situação comum, por exemplo, no demonstrativo de vendas
de uma loja, que normalmente reúne dezenas de produtos.
Conclusões

A versão 2010 do Excel se manteve praticamente idêntica


à 2007, com exceção da adição dos minigráficos e de melho-
rias na filtragem e exibição de dados dinâmicos, utilizando a
análise segmentada. O ponto positivo com relação à interfa-
ce é que os botões dos menus que possuem várias opções
exibem uma quantidade maior de visualizações.

Infelizmente ambos os recursos citados não serão corre-


tamente exibidos caso a planilha criada seja aberta em ver-
sões anteriores do Excel, um importante fator quando pen-

Informática 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
samos em um ambiente corporativo com diferentes versões pode ver imediatamente a alteração no gráfico sparkline.
sendo usadas, uma vez que nem todos poderão ver os avan- Para além de criar um único gráfico sparkline para uma linha
ços, mesmo na versão 2007. ou coluna de dados, pode criar vários gráficos sparkline ao
Fonte: http://www.superdownloads.com.br/ mesmo tempo, seleccionando várias células que correspon-
dem a dados subjacentes, conforme é mostrado na seguinte
Uma boa novidade no Excel 2010 são os gráficos Spar- imagem.
klines.
Também pode criar gráficos sparkline para linhas de da-
Ao contrário de gráficos numa folha de cálculo do Excel, dos que adicione posteriormente utilizando a alça de preen-
os gráficos sparkline não são objectos, um gráfico sparkline chimento numa célula adjacente que contenha um gráfico
é, na realidade, um pequeno gráfico no fundo de uma célula. sparkline.
A seguinte imagem mostra um gráfico sparkline de colunas
na célula F2 e um gráfico sparkline de linhas em F3. Ambos
os gráficos sparkline obtêm os respectivos dados das células
A2 a E2 e apresentam um gráfico no interior de uma célula
que mostra o desempenho de um título. Os gráficos mostram
os valores por trimestre, realçam o valor alto (3/31/08) e o
valor baixo (12/31/08), mostram todos os pontos de dados e
mostram a tendência de descida do ano.

O intervalo de dados utilizado por um grupo de gráficos


sparkline

Um grupo de gráficos sparkline

Uma das vantagens em utilizar gráficos sparkline é que,


Um gráfico sparkline numa célula F6 mostra o desempe- ao contrário dos outros gráficos, os gráficos sparkline são
nho ao longo de 5 anos dos mesmas títulos, mas apresenta impressos quando imprime uma folha de cálculo que os con-
um gráfico de barras de Ganhos/Perdas que só mostra se o tém.
ano apresentou um ganho (tal como nos anos 2004 a 2007)
ou uma perda (2008). Este gráfico sparkline utiliza valores Criando Gráficos SparkLines
das células A6 a E6.
Exemplo: Levando-se em consideração os dados abaixo,
Uma vez que um gráfico sparkline é um pequeno gráfico da variação de vendas do Produtos A, B e C; utilizaremos os
incorporado numa célula, pode introduzir texto numa célula e gráficos sparklines pra mostrar a variação de vendas.
utilizar um gráfico sparkline como respectivo fundo, tal como
mostrado na seguinte imagem.
Após digitar os dados, clique no Menu Inserir e escolha a
opção de Minigráficos:

Pode aplicar um esquema de cores aos seus gráficos


sparkline escolhendo um formato incorporado a partir da
galeria de Estilos (separador Estrutura, disponibilizada
quando selecciona uma célula que contém um gráfico spar-
kline). Pode utilizar os comandos Cor do Gráfico Sparkline
ou Cor do Marcador para escolher uma cor para os valores
alto, baixo e primeiro e último valores (tais como verde para Neste exemplo, vamos criar um gráfico de linhas.
alto e cor-de-laranja para baixo).
Quando você selecionar o tipo de gráfico de linhas, será
Porquê utilizar? aberta a janela criar minigráficos, e você deverá indicar as
sequência de dados que ira conter o gráfico:
Os dados apresentados numa linha ou coluna são úteis,
mas os padrões podem ser, à primeira vista, difíceis de en-
contrar. O contexto destes números pode ser fornecido ao
inserir gráficos sparkline junto dos dados. Ocupando uma
pequena quantidade de espaço, um gráfico sparkline pode
apresentar uma tendência baseada em dados adjacentes
numa representação gráfica clara e compacta. Apesar de
não ser obrigatório, recomenda-se que a célula de um gráfico
sparkline esteja directamente junto dos respectivos dados
subjacentes.

Pode ver rapidamente a relação entre um gráfico sparkli-


ne e os dados subjacentes, e quando os dados são alterados

Informática 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
talmente os principais comandos de manipulação de fichei-
ros, acessíveis através da designada Vista Backstage.
À parte da criação do separador Ficheiro e da melhoria
gráfica e rearranjo de alguns separadores, grupos e coman-
dos do Friso, não existem outras alterações significativas ao
nível do ambiente de trabalho do Excel 2010.
Assim, no ambiente de trabalho do Excel 2010 destacam-
se essencialmente dois componentes:
Friso: que agrupa, através de separadores, os co-
mandos necessários para aceder às diversas funcionalida-
des.
Barra de Acesso Rápido: que permite o acesso sim-
ples e rápido (no topo da janela do Excel) aos comandos
utilizados com maior frequência.
Após criar o gráfico da primeira linha de dados, arraste
para criar as outras linhas (no caso, os outros produtos): Para além destes componentes, o Excel 2010 mantém no
seu ambiente de trabalho alguns dos componentes mais
tradicionais como a Barra de Fórmulas (onde poderão ser
introduzidas e editadas as células), o Separador de Folhas
(onde poderão ser realizadas as operações com as folhas de
um livro), a Barra de Estado e as áreas de Zoom e de Es-
quema de Página.

Você pode utilizar as Ferramentas de Minigráficos para


Formatar e personalizar a exibição:

FRISO
O Friso é o principal meio no Excel 2010 para aceder às
diversas funcionalidades, que poderão ser aplicadas sobre
um documento do Excel (designado por Livro), sendo consti-
tuído pelos seguintes componentes:
Separadores: agrupam os comandos relevantes por
actividades ou tarefas.
Grupos: organizam dentro de um separador os co-
Luiz - http://tecnologiaegestao.wordpress.com/ mandos relacionados.
Comandos: representados por botões, caixas de lis-
Ao nível do ambiente de trabalho, depois de o Excel 2007 tagem, caixas de verificação ou pequenos menus, executam
ter introduzido novos componentes (e.g., Botão Office e Fri- uma determinada tarefa ou funcionalidade.
so) e eliminado alguns dos componentes “históricos” das
versões anteriores (e.g., menus e barras de ferramentas Iniciadores de Caixa de Diálogo: representados pelo
tradicionais), o Excel 2010 apresenta algumas novidades botão posicionado no canto inferior direito de alguns grupos,
mas constitui essencialmente uma versão melhorada de dão acesso às caixas de diálogo associadas aos comandos
diversas funcionalidades. desses grupos.
A alteração mais visível ao nível do ambiente de trabalho As funções financeiras do Excel permitem realizar diver-
é o “abandono” daquele que foi apresentado como uma das sos tipos de cálculos financeiros como, por exemplo, deter-
grandes novidades do Excel 2007, o Botão Office, que aca- minar o pagamento de um empréstimo, o valor final de um
bou por ser convertido num novo separador do Friso, o se- depósito ou o capital inicial de um investimento.
parador Ficheiro. O separador Ficheiro agrupa fundamen-

Informática 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ao utilizar funções financeiras é necessário compreender Para determinar o valor inicial ou o valor final de um in-
alguns conceitos-chave de matemática financeira, nomea- vestimento ou de um empréstimo com pagamentos e taxa de
damente os conceitos: juro constantes, o Excel disponibiliza duas funções: a função
VA para o cálculo do valor inicial e a função VF para o cálcu-
Valor atual: representa o capital ou valor inicial de um
lo do valor final. As sintaxes destas duas funções são as
investimento ou de um empréstimo. Num depósito a prazo, seguintes:
este valor representa o valor inicial do depósito. No caso de
um empréstimo, o valor actual representa o valor contratuali- VA(taxa; nper; pgto; vf; tipo)
zado com a instituição de crédito.
taxa: taxa de juro por período.
Valor futuro: representa o valor final de um investi-
nper: número total de períodos.
mento ou empréstimo depois de terem sido efectuados pa-
gamentos. No caso de um depósito a prazo o valor futuro pgto: pagamento feito em cada período.
será igual, no final do prazo, ao capital inicial mais os juros
entretanto capitalizados. No caso de um empréstimo, o valor vf: valor futuro ou saldo que se pretende obter depois do
futuro corresponde ao valor em dívida ao fim de um determi- último pagamento. Se vf for omitido, será considerado o valor
nado período, no limite este valor será 0 (zero). 0 (zero).

Prazo: representa o tempo total que durará determi- FCA - Editora de Informática
nado investimento ou empréstimo. Combinações com a tecla Ctrl como atalhos do Excel
Períodos: representam a unidade de tempo na qual o
prazo de um investimento ou empréstimo poderá ser dividido. Abaixo coloco uma lista de combinações com a tecla Ctrl
Por exemplo, no caso dos empréstimos é comum a periodici- que ativam atalhos de teclado no Excel:
dade dos pagamentos ser mensal. Nos depósitos a prazo
poderemos ter, por exemplo, uma periodicidade mensal,
trimestral, semestral ou anual. Os períodos poderão ser defi- Ctrl + 1 -> Formatar conteúdo da célula atual;
nidos em termos de dias, semanas, meses, trimestres, se-
mestres, anos ou outro período de tempo especificado pelo
utilizador. Ctrl + 2 -> Ativar Negrito na célula atual;
Ctrl + 3 -> Ativar Itálico na célula atual;
Pagamento: representa o montante pago em cada um Ctrl + 4 -> Ativar Sublinhado na célula atual;
dos períodos estabelecidos para um investimento ou emprés- Ctrl + 8 -> Mostra os símbolos de tópicos da planilha, ca-
timo. so haja algum. Se não houver, sugere criação
Taxa: representa a taxa de juros de um empréstimo deles;
ou investimento. Ctrl + 9 -> Ocultar linha atual;
Ctrl + 0 -> Ocultar coluna atual;
Para além destes conceitos, aquando da utilização das Ctrl + - -> Abre janela para excluir conteúdo;
funções financeiras é necessário considerar e respeitar duas Ctrl + W -> Fecha a pasta de trabalho atual, dando a op-
regras básicas: ção de salvar as alterações;
Ctrl + R -> (Rght) Copia o conteúdo da célula da esquer-
Manter a consistência das unidades de tempo utiliza-
da, atualizando as colunas, se for uma fórmula;
das, principalmente na especificação das taxas e do número
Ctrl + T -> (Table) Seleciona todo o conjunto de células
de períodos.
contínuas à atual, ou a alguma que seja contínua a ela ou a
Utilizar valores negativos para pagamentos e depósi- outra já selecionada. Em resumo, tenta identificar e selecio-
tos e valores positivos para receitas e levantamentos. nar uma tabela;
Ctrl + U -> Abre janela para substituir uma expressão por
Em relação à primeira regra, considere, por exemplo, que outra;
pretende calcular o valor mensal a receber por um investi- Ctrl + I -> O mesmo que Ctrl + 3;
mento a N anos a uma determinada taxa de juro anual. Inde- Ctrl + O -> (Open) Abre uma pasta de trabalho nova;
pendentemente da função financeira a aplicar neste caso, Ctrl + P -> (Print) Abre a janela para impressão;
para que o Excel calcule correctamente o valor mensal é Ctrl + A -> Abre janela para abrir arquivo;
imprescindível que a taxa anual seja convertida para uma Ctrl + S -> O mesmo que Ctrl + 4;
taxa mensal, dividindo a taxa anual por 12 meses, e o núme- Ctrl + D -> (Down) Copia conteúdo da célula de cima, a-
ro de períodos sejam definidos em meses, multiplicando os N tualizando as linhas, se for uma fórmula;
anos por 12 meses. Se esta regra não for cumprida, as fun- Ctrl + F -> Copia a fórmula da célula acima, mas não a-
ções financeiras acabarão por devolver valores incorretos. tualiza dados, se for uma fórmula;
No que diz respeito à utilização de valores negativos e Ctrl + G -> (Go) Abre a janela Ir para..., possibilitando o
valores positivos, tal como para a regra anterior, as funções deslocamento a outra posição na planilha;
financeiras poderão devolver valores incorrectos que, por sua Ctrl + H -> Insere conteúdo da célula acima e permite se-
vez, poderão conduzir a interpretações erradas. Em qualquer guir adicionando mais dados. Equivale a copiar o conteúdo e
função financeira, sempre que se pretende referir o valor de mandar editá-lo;
um depósito ou pagamento, o valor introduzido deverá ser Ctrl + K -> Abre janela para inserir hiperlink;
negativo, indicando de certa forma uma saída de dinheiro. Ctrl + L -> Abre janela para localizar expressão na plani-
Por outro lado, para referir os valores de levantamentos ou lha;
receitas deverá ser introduzido um valor positivo, indicando Ctrl + Z -> Desfaz a última ação realizada;
dessa forma que se trata de uma entrada de dinheiro. Da Ctrl + X -> Recorta o conteúdo da célula atual e o coloca
mesma forma, se uma função financeira devolver um valor na área de transferência;
positivo, significa que é um valor a receber e, se devolver um Ctrl + C -> Copia o conteúdo da célula atual para a área
valor negativo, significa que se trata de um valor a pagar. de transferência;
Ctrl + V -> Cola o conteúdo da área de transferência na
CÁLCULO DE VALOR INICIAL E VALOR FINAL célula atual;
Ctrl + B -> Abre a janela Salvar como...;
Ctrl + N -> O mesmo que Ctrl + 2;

Informática 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ctrl + ; -> Insere a data atual na célula, permitindo que Mostrar ou oculta símbolos de destaque.
continuemos a edição da célula; CTRL+9
Ctrl + / -> O mesmo que Ctrl + A. Oculta as linhas seleccionadas.
Published Tue, Oct 12 2010 11:09 by paleo CTRL+0
Filed under: Office System Oculta as colunas seleccionadas.
Teclas de atalho de combinação com a tecla CTRL do CTRL+A
Excel 2010 Abre a caixa de diálogo Abrir para abrir ou localizar um
Tecla / ficheiro.
Descrição CTRL+SHIFT+O selecciona todas as células que tiverem
CTRL+SHIFT+( um comentário.
Torna visíveis quaisquer linhas ocultas na selecção. CTRL+C
CTRL+SHIFT+& Copia as células seleccionadas.
Aplica o limite às células seleccionadas. CTRL+D
CTRL+SHIFT_ Executa o comando Preencher Para Baixo. para copiar o
Remove o limite das células seleccionadas. conteúdo e o formato da célula mais elevada no intervalo,
CTRL+SHIFT+~ para as células abaixo dela.
Aplica o formato Numérico Geral. CTRL+D
CTRL+SHIFT+$ Executa o comando Preencher Para a Direita para copiar
Aplica o formato Monetário com duas casas decimais o conteúdo e o formato da célula mais à esquerda num
(números negativos entre parênteses). intervalo de células, para as células à direita.
CTRL+SHIFT+% CTRL+G
Aplica o formato de número Percentagem com duas ca- Abre a caixa de diálogo Ir Para.
sas decimais. F5 também abre esta caixa de diálogo.
CTRL+SHIFT+^ CTRL+G
Aplica o formato de número Científico com duas casas Guarda o ficheiro activo com o nome de ficheiro, caminho
decimais. e formato de ficheiro actuais.
CTRL+SHIFT+# CTRL+I
Aplica o formato Data, com dia, mês e ano. Aplica ou remove a formatação de itálico.
CTRL+SHIFT+@ CTRL+I
Aplica o formato de Hora com horas e minutos, e AM ou Apresenta a caixa de diálogo Criar Tabela.
PM. CTRL+K
CTRL+SHIFT+! Abre a caixa de diálogo Inserir Hiperligação para inserir
Aplica o formato de número com duas casas decimais, uma nova hiperligação, ou a caixa de diálogo Editar Hi-
separador de milhares e sinal de menos (-) para valores perligação para hiperligações existentes.
negativos. CTRL+L
CTRL+SHIFT+* Apresenta a caixa de diálogo Criar Tabela.
Selecciona a área actual em volta da célula activa (a área CTRL+L
de dados rodeada por linhas e colunas em branco). Abre a caixa de diálogo Localizar e Substituir, com o
Numa Tabela Dinâmica, selecciona integralmente o rela- separador Localizar seleccionado.
tório de tabela dinâmica. SHIFT+F5 também mostra este separador, enquanto que
CTRL+SHIFT+: SHIFT+F4 repete a última acção Localizar.
Introduz a hora actual. CTRL+SHIFT+F abre a caixa de diálogo Formatar célu-
CTRL+SHIFT+" las, com o separador Tipo de letra seleccionado.
Copia o valor da célula acima da activa para a célula ou CTRL+N
Barra de Fórmulas. Aplica ou remove a formatação de negrito.
CTRL+SHIFT+Sinal de adição (+) CTRL+O
Abre a caixa de diálogo Inserir para inserir células em Cria um novo livro em branco.
branco. CTRL+P
CTRL+Sinal de subtracção (-) Apresenta o separador Imprimir no Vista Microsoft Office
Mostra a caixa de diálogo Eliminar para eliminar as célu- Backstage.
las seleccionadas. CTRL+SHIFT+P abre a caixa de diálogo Formatar Célu-
CTRL+; las com o separador Tipo de Letra seleccionado.
Introduza a data actual. CTRL+R
CTRL+` Repete o último comando ou acção, se possível.
Alterna entre mostrar os valores e as fórmulas das célu- CTRL+S
las. Aplica ou remove o sublinhado.
CTRL+' CTRL+SHIFT+U alterna entre expandir e fechar a barra
Copia a fórmula da célula acima da activa para a célula ou de fórmulas.
Barra de Fórmulas. CTRL+T
CTRL+1 Selecciona toda a folha de cálculo no Excel 2010
Abre a caixa de diálogo Formatar Células. Se a folha de cálculo contiver dados, CTRL+T selecciona
CTRL+2 a região actual. Premir CTRL+T uma segunda vez selec-
Aplica ou remove a formatação de negrito. ciona a folha de cálculo completa.
CTRL+3 Quando o ponto de inserção está à direita de um nome de
Aplica ou remove a formatação de itálico. função numa fórmula, abre a caixa de diálogo Argumen-
CTRL+4 tos de Função.
Aplica ou remove o sublinhado. CTRL+SHIFT+A insere os nomes dos argumentos e os
CTRL+5 parênteses, quando o ponto de inserção está à direita do
Aplica ou remove o rasurado. nome de função numa fórmula.
CTRL+6 CTRL+U
Alterna entre ocultar e apresentar objectos. Abre a caixa de diálogo Localizar e Substituir, com o
CTRL+8 separador Substituir seleccionado.

Informática 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CTRL+V CTRL+F8 executa o comando Tamanho (no menu Con-
Insere o conteúdo da Área de Transferência no ponto de trolo da janela do livro) quando o livro não está maximiza-
inserção, substituindo qualquer selecção. Disponível ape- do.
nas após ter cortado ou copiado um objecto, texto, ou ALT+F8 mostra a caixa de diálogo Macro para criar, exe-
conteúdo de célula. cutar, editar ou eliminar uma macro.
CTRL+ALT+V apresenta a caixa de diálogo Colar Espe- F9
cial. Disponível apenas depois de cortar ou copiar um ob- Calcula todas as folhas de cálculo de todos os livros aber-
jecto, texto ou o conteúdo de uma célula numa folha de tos.
cálculo ou noutro programa. SHIFT+F9 calcula a folha de cálculo activa.
CTRL+W CTRL+ALT+F9 calcula todas as folhas de cálculo de todos
Fecha a janela do livro seleccionada. os livros abertos, tenham o não sido alterados desde o úl-
CTRL+X timo cálculo.
Corta as células seleccionadas. CTRL+ALT+SHIFT+F9 volta a verificar fórmulas depen-
CTRL+Z dentes e, em seguida, calcula todas as células de todos os
Utiliza o comando Anular para anular o último comando livros abertos, incluindo células não marcadas para serem
ou para eliminar a última introdução de dados. calculadas.
Sugestão As combinações de CTRL, F11, CTRL+J, CTRL+F9 minimiza a janela de livro para um ícone.
CTRL+M e CTRL+Q não têm actualmente atalhos atribuí- F10
dos. Ativa ou desativa Informações de Teclas de Atalho. (Premir
Teclas de função ALT efectua o mesmo procedimento.)
SHIFT+F10 mostra o menu de atalho para um item selec-
Tecla cionado.
Descrição ALT+SHIFT+F10 apresenta o menu ou mensagem de um
F1 botão Verificação de Erros.
Mostra o painel de tarefas Ajuda do Excel. CTRL+F10 maximiza ou repões a janela do livro seleccio-
CTRL+F1 mostra ou oculta o friso. nado.
ALT+F1 cria um gráfico incorporado dos dados no intervalo F11
actual. Cria um gráfico dos dados do intervalo atual numa folha
ALT+SHIFT+F1 insere uma nova folha de cálculo. Gráfico em separado.
F2 SHIFT+F11 Insere uma nova folha de cálculo.
Edita a célula activa e posiciona o ponto de inserção no fim ALT+F11 abre o Microsoft Visual Basic for Applications E-
do conteúdo da célula. Também move o ponto de inserção ditor, onde é possível criar macros utilizando a linguagem
para a barra de fórmulas quando a edição em células esti- de programação VBA (Visual Basic for Applications).
ver desactivada. F12
SHIFT+F2 adiciona ou edita um comentário de uma célula. Abre a caixa de diálogo Guardar Como.
CTRL+F2 apresenta a área de pré-visualização de impres- http://jpsuportes.blogspot.com/2010/09/teclas-de-atalho-
são no separador Imprimir no Vista Backstage. no-excel-2010.html
F3
Apresenta a caixa de diálogo Colar Nome. Só está dispo- POWERPOINT
nível se existirem nomes no livro.
SHIFT+F3 abre a caixa de diálogo Inserir Função. MICROSOFT POWER POINT 2007
F4
Repete o último comando ou acção, se possível. Programa utilizado para criação e apresentações de Slides. Para iniciá-lo
CTRL+F4 fecha a janela de livro seleccionada. basta clicar no botão Iniciar da barra de tarefas do Windows, apontar para
ALT+F4 fecha o Excel. Todos os Programas, selecionar Microsoft Office e clicar em Microsoft
F5 Office Power Point Vista 2007.
Abre a caixa de diálogo Ir para.
CTRL+F5 repõe as dimensões da janela de livro seleccio- Janela de abertura do programa
nada.
F6
Alterna entre a folha de cálculo, friso, painel de tarefas e
controlos de Zoom. Numa folha de cálculo que tenha sido
dividida (menu Ver, Gerir Esta Janela, Fixar Painéis, co-
mando Dividir Janela), F6 inclui os painéis divididos,
quando alternar entre os painéis e área do friso.
SHIFT+F6 alterna entre a folha de cálculo, controlos de
Zoom, painel de tarefas e o friso.
CTRL+F6 muda para a janela do próximo livro quando es-
tiverem abertos mais do que um livro.
F7
Abre a caixa de diálogo Ortografia para verificar a ortogra-
fia na folha de cálculo ou no intervalo de células activo.
CTRL+F7 executa o comando Mover na janela do livro
quando não está maximizada. Utilize as teclas de setas pa-
ra mover a janela e, quando concluir, prima a tecla EN-
TER, ou a tecla ESC para cancelar. 1 – Botão do Microsoft Office
F8 Ele substitui o menu Arquivo (versões anteriores) e está localizado no
Liga ou desliga o modo expandido. No modo expandido, canto superior esquerdo do programa.
aparece Selecção Alargada na linha de estado, e as te-
clas de seta expandem a selecção.
SHIFT+F8 permite adicionar uma célula ou um intervalo de
células a uma selecção de células com as teclas de seta.

Informática 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ao clicar no Botão do Microsoft Office, serão exibidos comandos básicos: Clicar para ajustar o nível de zoom.
Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar e
Fechar.

2 – Barra de Ferramentas de Acesso Rápido CRIAR APRESENTACOES


Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint engloba: iniciar com um
design básico; adicionar novos slides e conteúdo; escolher layouts; modifi-
car o design do slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou apli-
Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Microsoft
cando diferentes modelos de estrutura e criar efeitos, como transições de
Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de comandos
slides animados.
independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões
que representam comandos à barra e mover a barra de um dos dois locais
Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão do Microsoft
possíveis.
Office, e em seguida clicar em Novo.
Então escolher um modelo para a apresentação (Em Branco, Modelos
3 – Barra de Titulo
Instalados, Meus modelos, Novo com base em documento existente ou
Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o
Modelos do Microsoft Office Online).
nome do documento ativo.
Depois de escolhido o modelo clicar em Criar.
4 – Botões de Comando da Janela
Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a
janela do programa PowerPoint.

5 – Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos
necessários para executar uma tarefa. Os comandos são organizados em
grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade como gravação ou disposição de uma página. Para diminuir a SELECIONAR SLIDE
desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Para selecionar um slide, basta clicar na guia Slide no painel à esquerda.
Por exemplo, a guia Ferramentas de Imagem somente é exibida quando
uma imagem é selecionada. LAYOUT

1) Guias
2) Os grupos em cada guia dividem a tarefa em subtarefas.
Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na Guia Início e
3) Os botões de comando em cada grupo executam um comando ou
depois no botão Layout, escolha o layout desejado clicando sobre ele.
exibem um menu de comandos.

6 – Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.

7 – Barra de Status
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o
número de
slides; tema e idioma.

8 – Nivel de Zoom

Informática 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Formatando o texto
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para selecionar
um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo sobre o ponto em
que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressionado, arrastar o
mouse até o ponto desejado e soltar o botão esquerdo.

Com o texto selecionado basta clicar nos botões para fazer as alterações
desejadas

1 – Fonte Altera o tipo de fonte

INSERIR TEXTO
Antes de inserir o primeiro texto é necessário conhecer a aplicação de
algumas
teclas:

BARRA DE Permite a inserção de espaços em branco.


ESPACOS
SHIFT Só funciona quando pressionada simultaneamente com outra
tecla. Serve para fazer letras maiúsculas e acessar a segunda
função da tecla, por exemplo: para digitar o sinal “@”, deve-se
pressionar simultaneamente as teclas SHIFT e 2.

DEL ou DELETE Apaga os caracteres que estão à direita do ponto de inserção.


2 – Tamanho da fonte Altera o tamanho da fonte
BACKSPACE Apaga os caracteres que estão à esquerda do ponto de
inserção.

←→↑↓ Movimentam o ponto de inserção (cursor) pelo texto.


ENTER Cria uma nova linha.
CAPS LOCK Trava as maiúsculas. Todas as letras digitadas aparecerão
em
caixa alta.

Para fazer a acentuação, deve-se digitar a tecla de acento e depois a letra


a ser acentuada. Quando a tecla correspondente ao acento for pressiona-
da, não sairá nada na tela; só depois que for digitada a letra é que ela
aparecerá acentuada.

Para inserir um texto no slide clicar com o botão esquerdo do mouse no


retângulo (Clique para adicionar um título), após clicar o ponto de inserção
(cursor será exibido).

Então basta começar a digitar.


3 – Negrito
Aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acionado através
do comando Ctrl+N.

4 – Italico
Aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do
comando Ctrl+I.

5 – Sublinhado
Sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado através do
comando Ctrl+S.

6 – Tachado
Desenha uma linha no meio do texto selecionado.

7 – Sombra de Texto

Informática 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para destacá-lo no slide.

8 – Espacamento entre Caracteres


Ajusta o espaçamento entre caracteres.

9 – Maiusculas e Minusculas
Altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros
usos comuns de maiúsculas/minúsculas.

10 – Cor da Fonte
Altera a cor da fonte.

11 – Alinhar Texto a Esquerda


Alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através do coman-
do Ctrl+Q.
Escolha o símbolo desejado depois clique em inserir e fechar.
12 – Centralizar
Centraliza o texto. Também pode ser acionado através do comando C- MARCADORES E NUMERCAO
trl+E. Com a guia Início acionada, clicar no botão marcadores e numeração, para
criar parágrafos com marcadores. Para escolher o tipo de marcador clicar
13 – Alinhar Texto a Direita na seta.
Alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através do comando
Ctrl+G.

14 – Justificar
Alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando espaço extra
entre as palavras conforme o necessário, promovendo uma aparência
organizada nas laterais esquerda e direita da página.

15 – Colunas
Divide o texto em duas ou mais colunas.

Para inserir um novo slide

INSERIR NOVO SLIDE


INSERIR SIMBOLOS ESPECIAIS
Para inserir um novo slide acionar a guia Início e clicar no botão novo
Além dos caracteres que aparecem no teclado, é possível inserir no slide
slide. Depois clicar no layout desejado.
vários caracteres e símbolos especiais.
Posicionar o cursor no local que se deseja inserir o símbolo.

Acionando a guia inserir

Inserindo símbolos

Selecionar o símbolo.

Informática 84 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

SmartArt : inserir um elemento gráfico SmartArt para comunicar


informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde listas
gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como
diagramas de Venn e organogramas.

Gráfico : inserir um gráfico para ilustrar e comparar dados.

WordArt: : inserir um texto com efeitos especiais.

Cabeçalho e Rodapé

Para editar o cabeçalho ou rodapé do slide, basta clicar no botão ,


na guia Inserir. As informações serão exibidas na parte superior ou inferior
de cada página impressa.

Como inserir tabelas

INSERIR TABELA

Para inserir ou traçar uma tabela, basta clicar no botão , localizado


na guia Inserir.

ALTERAR A ORDEM DOS SLIDES


EXCLUIR SLIDE Para alterar a ordem dos slides:
Para excluir um slide basta selecioná-lo e depois clicar no botão excluir, ou • Selecionar a guia Slides (no painel à esquerda), Clicar com o botão
clique no botão delete do teclado. esquerdo do mouse sobre o slide,
Para salvar um arquivo
SALVAR ARQUIVO
Após criar uma apresentação, é necessário efetuar a gravação do arquivo,
essa operação é chamada de “Salvar”. Se o arquivo não for salvo, corre-se
o risco de perdê-lo por uma eventual falta de energia, ou por outro motivo
que cause a saída brusca do programa.

SAIR DO POWERPOINT
Para sair do Microsoft Office PowerPoint, utilizar as seguintes opções:
• Acionar o Botão do Microsoft Office e clicar em Sair do PowerPoint.
Clicar no Botão Fechar. Ou pressionar as teclas ALT+F4.

Se o arquivo não foi salvo ainda, ou se as últimas alterações não foram


gravadas, o PowerPoint emitirá uma mensagem, alertando- o do fato.

Inserindo figuras

Imagem do Arquivo inserir uma imagem de um arquivo.

Clip-art : é possível escolher entre várias figuras que acompanham


o Microsoft Office.

Formas : inserir formas prontas, como retângulos e círculos, setas,


linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos. Mantê-lo pressionado e arrastá-lo até a posição desejada.

Informática 85 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Como alterar plano de fundo


INSERIR BOTAO DE ACAO
ALTERAR PLANO DE FUNDO
Um botão de ação consiste em um botão já existente que pode ser inseri-
Para alterar o plano de fundo de um slide, basta clicar com o botão direito
do na apresentação e para o qual pode definir hiperlinks. Os botões de
do mouse sobre ele, e em seguida clicar em Formatar Plano de Fundo.
ação contêm formas, como setas para direita e para esquerda e símbolos
de fácil compreensão referentes às ações de ir para o próximo, anterior,
primeiro e último slide, além de executarem filmes ou sons. Eles são mais
comumente usados para apresentações autoexecutáveis — por exemplo,
apresentações que são exibidas várias vezes em uma cabine ou quiosque
(um computador e monitor, geralmente localizados em uma área freqüen-
tada por muitas pessoas, que pode incluir tela sensível ao toque, som ou
vídeo.

Os quiosques podem ser configurados para executar apresentações do


PowerPoint de forma automática, contínua ou ambas).

1. Na guia Inserir, no grupo Ilustrações, clicar na seta abaixo de Formas e,


em seguida, clique no botão Mais
2. Em Botões de Ação, clicar no botão que se deseja adicionar.
3. Clicar sobre um local do slide e arrastar para desenhar a forma para o
botão.
4. Na caixa Configurar Ação, seguir um destes procedimentos:
• Para escolher o comportamento do botão de ação quando você clicar
Depois escolher entre as opções clicar Aplicar a tudo para aplicar a mu- nele, clicar na guia Selecionar com o Mouse.
dança a todos os slides, se for alterar apenas o slide atual clicar em fechar. • Para escolher o comportamento do botão de ação quando você mover o
ponteiro sobre ele, clicar na guia Selecionar sem o Mouse.
5. Para escolher o que acontece quando você clica ou move o ponteiro
sobre o botão de ação, siga um destes procedimentos:
• Se você não quiser que nada aconteça, clicar em Nenhuma.
• Para criar um hiperlink, clicar em Hiperlink para e selecionar o destino
para o hiperlink.
• Para executar um programa, clicar em Executar programa e, em seguida,
clicar em Procurar e localizar o programa que você deseja executar.

Para executar uma macro (uma ação ou um conjunto de ações que você
pode usar para automatizar tarefas. As macros são gravadas na linguagem
de programação Visual Basic for Applications), clicar em Executar macro e
selecionar a macro que você deseja executar.

As configurações de Executar macro estarão disponíveis somente se a sua


apresentação contiver uma macro.
• Se você deseja que a forma escolhida como um botão de ação execute
uma ação, clicar em Ação do objeto e selecionar a ação que você deseja
que ele execute.

As configurações de Ação do objeto estarão disponíveis somente se a sua


apresentação contiver um objeto OLE (uma tecnologia de integração de
ANIMAR TEXTOS E OBJETOS programa que pode ser usada para compartilhamento de informações
Para animar um texto ou objeto, selecionar o texto ou objeto, clicar na guia entre programas.
Animações, e depois em Animações Personalizadas, abrirá um painel à Todos os programas do Office oferecem suporte para OLE; por isso, você
direita, clicar em Adicionar efeito. Nele se encontram várias opções de pode compartilhar informações por meio de objetos vinculados e incorpo-
animação de entrada, ênfase, saída e trajetórias de animação. rados).
• Para tocar um som, marcar a caixa de seleção Tocar som e selecionar o
som desejado.

TRANSICAO DE SLIDES

Informática 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As transições de slide são os efeitos semelhantes à animação que ocor- • Para executar um arquivo de som ou animação continuamente,
rem no modo de exibição Apresentação de Slides quando você move de marcar a caixa de opções Repetir até 'Esc' ser pressionada.
um slide para o próximo. É possível controlar a velocidade de cada efeito • Para mostrar uma apresentação sem executar uma narração in-
de transição de slides e também adicionar som. corporada, marcar a caixa de seleção Apresentação sem narra-
ção.
O Microsoft Office PowerPoint 2007 inclui vários tipos diferentes de transi- • Para mostrar uma apresentação sem executar uma animação in-
ções de slides, incluindo (mas não se limitando) as seguintes: corporada, marcar a caixa de seleção Apresentação sem anima-
ção.
• Ao fazer sua apresentação diante de uma audiência ao vivo, é
possível escrever nos slides. Para especificar uma cor de tinta, na
lista Cor da caneta, selecionar uma cor de tinta.

Legenda Avançar slides


1. Sem transição Usar as opções na seção Avançar slides para especificar como mover de
2. Persiana Horizontal um slide para outro ou para avançar para cada slide manualmente durante
3. Persiana Vertical a apresentação, clicar em Manualmente.
4. Quadro Fechar
5. Quadro Abrir
6. Quadriculado na Horizontal Alterações no PowerPoint 2010
7. Quadriculado na Vertical O que há de novo
8. Pente Horizontal
1. Pente Vertical Esta seção destaca os novos recursos do PowerPoint 2010.

Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rápidos, clicar no


botão Mais. Interface do usuário do Fluent

Adicionar a mesma transição de slides a todos os slides em sua apresen- A interface do usuário do PowerPoint 2010 foi atualizada com base na
tação: interface do usuário do Microsoft Office Fluent, que foi introduzida no 2007
1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na guia Slides. Microsoft Office System. A interface do usuário do Microsoft Office Fluent
2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide. foi projetada para facilitar ainda mais a localização e a utilização da série
3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide, clicar em um completa de recursos fornecidos pelos aplicativos do Office e para manter
efeito de transição de slides. um espaço de trabalho organizado.
4. Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rápidos, clicar
no botão Mais . Faixa de opções
5. Para definir a velocidade de transição de slides, no grupo Transição
para Este Slide, clicar na seta ao lado de Velocidade da Transição e, em
seguida, selecionar a velocidade desejada. A faixa de opções, parte da interface do usuário do Fluent, foi projeta-
1. No grupo Transição para Este Slide, clicar em Apli- da para otimizar os principais cenários do PowerPoint, de forma a facilitar
car a Tudo. o seu uso. A faixa de opções oferece acesso mais rápido a todos os co-
mandos do PowerPoint 2010 e facilita futuras adições e personalizações.
Adicionar diferentes transições de slides aos slides em sua apresen- Também é possível personalizar a faixa de opções. Por exemplo, é possí-
tação vel criar guias e grupos personalizados para conter os comandos utilizados
1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na guia Slides. com mais frequência. Para ajudar a maximizar a edição do espaço da sua
2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide. apresentação na página, a faixa de opções pode ainda ficar oculta durante
3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide, clicar no efeito a criação.
de transição de slides que você deseja para esse slide.
4. Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rápidos, clicar Modo de exibição Backstage
no botão Mais .
5. Para definir a velocidade de transição de slides, no grupo Transição O Microsoft Office Backstage agora faz parte da interface do usuário
para Este Slide, clicar na seta ao lado de Velocidade da Transição e, em do Fluent e é um recurso complementar à faixa de opções. O modo de
seguida, selecionar a velocidade desejada. exibição Backstage, que pode ser acessado na guia Arquivo, ajuda você a
6. Para adicionar uma transição de slides diferente a outro slide em sua localizar os recursos de uso frequente para gerenciar arquivos de apresen-
apresentação, repetir as etapas 2 a 4. tação do PowerPoint. (A guia Arquivo substitui o Botão do Microsoft Office
e o menu Arquivo, que eram usados em versões anteriores do Microsoft
Adicionar som a transições de slides Office.) O modo de exibição Backstage é utilizado para gerenciar arquivos
1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na guia Slides. e dados referentes a arquivos; por exemplo, a inspeção de metadados
2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide. ocultos ou de informações pessoais e a definição de opções de arquivo.
3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide, clicar na seta
ao lado de Som de Transição e, em seguida, seguir um destes procedi-
mentos: Formato de arquivo
• Para adicionar um som a partir da lista, selecionar o som desejado.
• Para adicionar um som não encontrado na lista, selecionar Outro Som, O formato de arquivo do PowerPoint 2010 habilita novos recursos; por
localizar o arquivo de som que você deseja adicionar e, em seguida, clicar exemplo, compartilhamento na Web, coautoria de apresentação vinculada
em OK. e controle de versão. O PowerPoint 2010 continuará trabalhando com
1. Para adicionar som a uma transição de slides diferente, repetir apresentações do Office PowerPoint 2007.
as etapas 2 e 3.
Modo de exibição protegido
Opções da apresentação
Usar as opções na seção Opções da apresentação para especificar como
você deseja que arquivos de som, narrações ou animações sejam execu- Arquivos de um local potencialmente não seguro (por exemplo, Inter-
tados em sua apresentação. net ou anexo de email) ou arquivos com conteúdo ativo (como macros,
conexões de dados ou controles ActiveX) são validados e podem ser

Informática 87 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
abertos em um modo de exibição protegido. Quando você abre arquivos Isso não acontece mais. A guia é exibida, mas não é aberta automatica-
no Modo de Exibição Protegido, as funções de edição são desabilitadas. mente. Você pode clicar duas vezes na forma para acionar as ferramentas.
Para abrir e editar arquivos de fontes confiáveis, clique em Habilitar
Edição. Também é possível explorar dados referentes aos arquivos no Painel de seleção
modo de exibição Backstage.
O painel Seleção é um recurso que lista todos os objetos em uma a-
Recursos de colaboração e compartilhamento presentação. No PowerPoint 2010, ele agora está localizado no menu
Organizar, na guia Página Inicial.
O PowerPoint 2010 oferece suporte para a funcionalidade de coauto-
ria. Essa funcionalidade simplifica a colaboração, pois permite que vários O que foi removido
usuários trabalhem produtivamente na mesma apresentação, sem blo-
queios ou interferência no trabalho uns dos outros. O Office 2010 fornece
a funcionalidade de coautoria para documentos do PowerPoint 2010, do Esta seção fornece informações sobre recursos removidos no Power-
Microsoft Word 2010 e do Microsoft OneNote 2010 no Microsoft SharePo- Point 2010.
int Server 2010. Também há suporte para a funcionalidade de coautoria no
Microsoft Excel Web App e no Microsoft OneNote Web App. As alterações Tamanho máximo de arquivo de som
são as seguintes:
O recurso para vincular e inserir áudio/vídeo foi substituído pelo recur-
• O novo conteúdo é automaticamente realçado. so inserido de tamanho máximo de arquivo de som. No Microsoft Office
PowerPoint 2007, ele é exibido em dois locais: 1) como Tamanho Máximo
• As informações do autor em qualquer conteúdo adicionado ou do Arquivo de Som (KB) em Ferramentas de Som | Opções | Opções
compartilhado são identificadas por uma barra codificada por cores, que
de Som e 2) Vincular sons a arquivos com mais de em Opções do
mostra as iniciais do autor.
PowerPoint. O recurso era necessário anteriormente porque você só
• O suporte a versões permite que os usuários vejam quando e podia inserir arquivos .wav menores que um determinado tamanho, con-
quem fez as alterações em uma apresentação, e as alterações relaciona- forme especificado em um dos dois locais. No PowerPoint 2010, é possível
das a versões anteriores da apresentação são automaticamente realçadas. inserir qualquer arquivo de qualquer tamanho, portanto, esses dois recur-
sos não são mais necessários.
• Sincronização mais rápida de páginas, portanto, as alterações são
exibidas para todos os autores praticamente em tempo real.
A funcionalidade ainda existe, mas apenas como parte do novo com-
Apresentações para audiências ao vivo e virtuais portamento de inserção de áudio/vídeo. O recurso propriamente dito foi
preterido.
O PowerPoint 2010 tem um recurso de apresentação de slides remo-
ta, permitindo que você faça uma apresentação de slides pela Web ou por Você não verá Tamanho Máximo do Arquivo de Som (KB) na faixa
uma conexão de rede para participantes virtuais e/ou ao vivo. Alguns de opções nem Vincular sons a arquivos com mais de em Opções do
cenários de transmissão comuns são os seguintes: PowerPoint. Em vez disso, o recurso para vincular e inserir áudio/vídeo
substituirá essa funcionalidade. Você poderá executar o mesmo procedi-
• Transmissão ad hoc um a um. mento, mas com menos limitações, e também poderá fazê-lo diretamente
quando um arquivo de mídia for inserido.
• Convide vários participantes para assistirem remotamente a uma
apresentação, a qualquer momento.
No PowerPoint 2010, o usuário pode escolher se deseja inserir algum
• Faça uma apresentação de slides para participantes ao vivo e re- arquivo diretamente usando a caixa de diálogo Inserir. Por isso, as caixas
motos, simultaneamente, no contexto de uma sessão de treinamento, Tamanho Máximo do Arquivo de Som e Vincular sons a arquivos com
reunião ou chamada em conferência. mais de não são mais necessárias. É possível inserir qualquer tipo de
arquivo de qualquer tamanho, o que elimina a limitação de arquivos .wav
Trabalhando com texto e objetos
menores que 50 MB.

O PowerPoint 2010 fornece ferramentas aprimoradas de edição, com


Salvar como página da Web
um novo conjunto de efeitos de foto que permite a transformação de
imagens.
Os pontos de entrada para Salvar como Página da Web foram remo-
vidos.
• Edição de vídeo e áudio
• Gráficos, transições e animações Considerações sobre migração
• Ajuda e tradução
Esta seção fornece informações sobre recursos e alterações que os
O que foi alterado administradores devem considerar ao fazerem a migração do Microsoft
Office PowerPoint 2007 para o Microsoft PowerPoint 2010.
Esta seção resume as alterações no PowerPoint 2010.
Arquivos de apresentação do PowerPoint (.ppt/.pptx)
Grupo Organizar
O formato de arquivo padrão para apresentações criadas no PowerPo-
O grupo Organizar agora é o menu Organizar. int 2010 não foi alterado do PowerPoint 2007, que é um formato de arquivo
habilitado para XML. Não há suporte no PowerPoint 2010 para salvar em
Inserir uma forma formatos de arquivo do PowerPoint 95 (ou anterior) nem em arquivos do
Assistente para Viagem (.ppz).
Anteriormente, as Ferramentas de Desenho (na guia Formatar) eram
automaticamente exibidas quando você inseria uma forma em um slide. Para garantir que uma apresentação do PowerPoint 2010 possa ser
exibida no PowerPoint 2003 ou em versões anteriores, execute o Verifica-

Informática 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dor de Compatibilidade no PowerPoint 2010. O Verificador de Compatibili- versões anteriores. O suporte está limitado ao Windows XP, ai Windows
dade localiza possíveis problemas de compatibilidade entre o PowerPoint Server 2003, ao Windows Vista e ao Windows 7. Não há suporte para o
2010 e versões anteriores do PowerPoint e cria um relatório para ajudar Windows 2000 e o Windows 98. Diferentemente dos visualizadores anteri-
você a resolvê-los. ores, os usuários têm a opção de usar o modo Leitura ou o modo Apre-
sentação de Slides em Tela Inteira.
Com todos os novos recursos de mídia, efeitos de foto, gráficos e for-
matação do PowerPoint 2010, é importante saber como ocorrerá a conver- Gravador de macro
são quando o arquivo for aberto em uma versão anterior. Por exemplo, os
novos efeitos de foto são armazenados no arquivo de tal modo que, quan- O gravador de macro, usado para automatizar tarefas frequentes, não
do você abrir o arquivo no PowerPoint 2007, as fotos contendo os novos está disponível no PowerPoint 2010. Em vez disso, você pode usar o VBA
efeitos terão exatamente a mesma aparência que possuíam no PowerPoint (Microsoft Visual Basic for Applications) para criar ou configurar macros.
2010. Entretanto, não será possível modificar o efeito se você voltar para o Se você criar uma macro em uma versão do PowerPoint anterior ao Po-
PowerPoint 2007. werPoint 2007 com o uso do gravador de macro, use o VBA para configu-
rá-la.
As novas transições de slides são mapeadas para uma transição do
PowerPoint 2007 quando a apresentação é exibida no PowerPoint 2007 e Se quiser acessar controles do desenvolvedor, escrever código ou cri-
qualquer melhoria nas transições de slides será revertida para a aparência ar macros, execute o procedimento a seguir para exibir a guia Desenvol-
original no PowerPoint 2007. Vídeos inseridos poderão ser exibidos no vedor:
PowerPoint 2007, pois o PowerPoint 2007 Service Pack 2 foi atualizado de
forma a incluir suporte para vídeos inseridos. Contudo, se você tiver apli-
cado alguns efeitos do PowerPoint 2010 ao vídeo do PowerPoint 2010, 1. Clique na guia Arquivo.
como cortá-lo em uma forma, aplicar 3D, usar formas em camadas ou 2. Selecione Opções.
aplicar bicromia, ele retornará ao vídeo padrão e será reproduzido sem
efeitos especiais. 3. Na caixa de diálogo Opções do PowerPoint, clique na guia Per-
sonalizar Faixa de Opções.
Armazenando ou compartilhando arquivos 4. Em Personalizar Faixa de Opções, na lista Guias Principais, se-
lecione a guia Desenvolvedor, clique em Adicionar e em OK.
O PowerPoint 2010 fornece suporte para exportação de arquivos em Migração de configurações do VBA
todos os formatos de arquivo anteriores encontrados no PowerPoint 2007
e em apresentações OpenDocumentation. No modo de exibição Microsoft No Office 2010, o VBA (Visual Basic for Applications) 6.0 foi atualizado
Office Backstage, há um recurso de compartilhamento de clique rápido para o VBA 7.0. As configurações do VBA 7.0 foram redefinidas para seus
para enviar uma apresentação via email como um anexo, como um link padrões após a migração, em vez de serem automaticamente repopula-
para a apresentação em um servidor Web ou como uma cópia em formato das. Isso ocorreu porque as configurações do Registro para o VBA estão
.pdf ou .xps. Também é possível compartilhar a apresentação via mensa- em um hive diferente no Office 2010, como mostra a tabela a seguir.
gem instantânea, na Janela da Apresentação, por Fax da Internet, publica-
ção no Produtos do Microsoft SharePoint 2010 ou em qualquer local Microsoft PowerPoint 2010 é a versão mais potente e atual deste
específico, ou agrupando-a em um CD. clássico das apresentações. Além das funcionalidades habituais, o
programa traz novidades como as ferramentas para editar vídeos e
Segurança da apresentação imagens ou o modo de trabalho colaborativo para preparar apresen-
tações em conjunto com várias pessoas.
No Office PowerPoint 2007, novos recursos de segurança foram intro-
duzidos para ajudar a garantir que uma apresentação tenha sido gerencia- Faz muito tempo que o PowerPoint é o rei absoluto no que diz respeito
da de modo seguro depois de sair das mãos do usuário. No PowerPoint à criação de apresentações dinâmicas. A versão 2010 traz a eficácia de
2010, permissões ainda podem ser definidas, mas agora através do modo sempre e mais algumas funções novas que deixam o software ainda mais
de exibição Backstage. Os recursos de segurança incluem: completo.

• Impedir alterações acidentais em uma versão final de documen- A interface do Microsoft PowerPoint continua a mesma. Se você utiliza
to usando o comando Marcar como Final. o programa normalmente não vai se perder com as novas ferramentas. O
visual do Microsoft PowerPoint pode ser personalizado para ter um acesso
• Fornecer garantia de autenticidade, integridade e origem da a- mais fácil aos comandos que você utiliza mais frequentemente.
presentação adicionando uma assinatura digital.
• Atribuir permissões que impeçam outros usuários de copiar, im- O Microsoft PowerPoint 2010 traz um editor que permite aprimorar as
primir ou editar a apresentação selecionando o nível de acesso específico imagens e vídeos incluídos na apresentação. Há novos efeitos de anima-
às necessidades dos usuários. ção e transições 3D que podem deixar seus slides com um ar mais profis-
sional.
• Gerenciar as propriedades do documento por meio do modo de
exibição Backstage.
A preparação de projetos em conjunto é outra das novidades impor-
Visualizador do PowerPoint tantes do Microsoft PowerPoint 2010. A função SharePoint permite que
várias pessoas em lugares diferentes trabalhem numa mesma apresenta-
O Visualizador não é incluído em uma instalação do Office. Portanto, ção. Da mesma forma, é possível transmitir o seu projeto simultaneamente
para os usuários que precisam exibir uma apresentação PPT/PPTX em em vários computadores. David Moya
modo offline, um novo Visualizador do PowerPoint está disponível online.
Esse Visualizador permite exibir apresentações criadas no Microsoft Dificilmente assistimos a apresentações realizadas com o auxílio de
PowerPoint 2000, no PowerPoint 2002, no PowerPoint 2003, no PowerPo- um projetor que não tenham sido construídas com o PowerPoint, da Micro-
int 2007 e no PowerPoint 2010. Além disso, ele também oferece suporte soft. Em sua versão 2010, lançada com o Microsoft Office 2010, o aplicati-
para a abertura de apresentações do PowerPoint protegidas por senha. vo para apresentações permite adicionar molduras a vídeos e cortá-los,
assim como aplicar efeitos artísticos em imagens.
O Visualizador não pode ser instalado lado a lado com o Microsoft Of-
fice de 64 bits e não pode abrir arquivos criados no PowerPoint 95 ou em
Informática 89 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Os efeitos e molduras aplicados aos vídeos acresentam maior brilho à apresentação


Não foram realizadas alterações significativas no PowerPoint 2010 em relação ao 2007

Aplique efeitos em suas imagens Outro novo recurso importante adicionado para a manipulação de ví-
deos é a adição de indicadores, que nos permite marcar trechos específi-
Assim como os outros integrantes da família Office 2010, o PowerPo- cos para facilitar a sua visualização durante a apresentação. Desta forma,
int também trouxe o recurso Efeitos Artísticos que nos permite aplicar é possível economizar tempo com as terríveis buscas manuais realizadas
efeitos, como traçado a lápis, filme plástico e fotocópia diretamente na na linha de tempo do vídeo.
ferramenta. Com isso, podemos melhorar as imagens da apresentação Capture telas direto no PowerPoint
sem recorrer a ferramentas de edição externas.
Para as pessoas que criam apresentações com tutoriais de utilização
de aplicativos ou apenas desejam ensinar um procedimento a algum
amigo, o PowerPoint 2010 traz o recurso Instantâneo, capaz de capturar
telas de aplicativos abertos e adicioná-los automaticamente à folha de
apresentação.

São 23 efeitos artísticos diferentes para aplicar nas imagens


Capture imagens de aplicativos e da área de trabalho diretamente no PowerPoint 2010

Atenção para os vídeos


Conclusões
Em sua versão 2010, foi adicionada a possibilidade de recortar trechos A versão 2010 do PowerPoint trouxe modificações principalmente na
dos vídeos adicionados na apresentação, bem como utilizar molduras e manipulação e na edição de imagens e vídeos, tornando-se uma boa
efeitos que os afetam de forma dinâmica durante a reprodução. Tais opção para pessoas que utilizam este tipo de conteúdo para a confecção
opções nos permitem remover trechos indesejados e criar apresentações de apresentações, principalmente no mundo corporativo. Com o visual do
com visual mais atraente. 2007 mantido, não existem dificuldades para usuários que já utilizam a
versão anterior. Fonte: http://www.superdownloads.com.br/

Na versão 2010 o aplicativo aposta em um recurso cada vez mais po-


pular para evitar apresentações monótonas: o vídeo. É nesta área que
estão as maiores novidades do programa.

Reprodução

Informática 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Esse recurso pode ser integrado com função de voz, permitindo que o
autor comente o slide como se estivesse na mesma sala dos outros parti-
cipantes da reunião. Quando a apresentação é encerrada, o link é desati-
vado. André Cardozo

O PowerPoint 2010 é uma aplicação visual e gráfica, essencialmente


utilizada para criar apresentações. Com o PowerPoint, pode criar, ver e
apresentar apresentações de diapositivos que combinem texto, formas,
imagens, gráficos, animações, vídeos e muito mais.

Localizar e aplicar um modelo

O PowerPoint 2010 permite aplicar modelos incorporados, aplicar mo-


delos personalizados e pesquisar entre diversos modelos disponíveis em
Office.com. Office.com fornece uma vasta seleção de modelos populares
PowerPoint 2010: vídeo aprimorado do PowerPoint, incluindo apresentações e design slides.

Para localizar um modelo no PowerPoint 2010, efetue o seguinte pro-


O PowerPoint 2010 permite, por exemplo, editar um vídeo já dentro de cedimento:
um slide. Esse é um recurso e tanto. Frequentemente, um clipe é muito
grande para uma apresentação e o usuário só quer uma parte dele. Em 1. No separador Ficheiro, clique em Novo.
vez de ter que editar o vídeo em um aplicativo específico para depois
importá-lo para o PowerPoint, o usuário pode simplesmente cortá-lo no 2. Em Modelos e Temas Disponíveis, efetue um dos seguintes
próprio aplicativo de apresentação. procedimentos:
• Para reutilizar um modelo utilizado recentemente, clique
Vale destacar ainda que a edição afeta apenas a cópia do vídeo que em Modelos Recentes, clique no modelo pretendido e, em se-
está no PowerPoint. O o arquivo original permanece intacto. Além de guida, clique em Criar.
trazer a função de edição de vídeo, o PowerPoint 2010 vem com novos
efeitos gráficos, molduras e transições. O aplicativo permite também • Para utilizar um modelo já instalado, clique em Os Meus Mode-
controlar aspectos como brilho e contraste. Na versão 2007, isso era los, selecione o modelo pretendido e, em seguida, clique
possível apenas com imagens estáticas, como fotos nos padrões GIF e em OK.
JPEG.
• Para utilizar um dos modelos incorporados instalados com o Po-
werPoint, clique em Modelos de Exemplo, clique no modelo
Apresentações ao vivo
pretendido e, em seguida, clique em Criar.

Uma ferramenta muito interessante no novo PowerPoint para uso cor- • Para localizar um modelo em Office.com, em Modelos do Offi-
porativo, principalmente para treinamentos, é o Broadcast Slideshow. Ela ce.com, clique numa categoria de modelo, selecione o modelo
permite fazer uma transmissão ao vivo de uma apresentação a partir do que pretende e, em seguida, clique em Transferir para transfe-
computador em que ela está, sem a necessidade de aplicativos auxiliares. rir o modelo de Office.com para o computador

Reprodução

Broadcast Slideshow: útil para treinamentos

NOTA Também pode pesquisar modelos em Office.com a partir do


Para fazer isso, o PowerPoint transfere o arquivo para um servidor da PowerPoint. Na caixa Procurar modelos no Office.com, escreva um ou
Microsoft e gera um link para ele. Esse link pode ser enviado por e-mail mais itens de pesquisa e, em seguida, clique no botão de seta para procu-
para as pessoas que acompanharão a apresentação. Mudanças de slide rar.
no computador do autor da apresentação são enviadas também para os
outros participantes da sessão.

Informática 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para mais informações sobre como encontrar e aplicar modelos, con-
sulte Aplicar um modelo à apresentação.

Criar uma apresentação


1. Clique no separador Ficheiro e, em seguida, clique em Novo.
2. Efetue um dos seguintes procedimentos:
• Clique em Apresentação em Branco e, em seguida, clique
em Criar.
• Aplique um modelo ou tema dos incorporados no PowerPoint
2010 ou dos transferidos a partir do Office.com. Consulte Localizar e
aplicar um modelo neste artigo.
Abrir uma apresentação
1. Clique no separador Ficheiro e, em seguida, clique em Abrir.
2. No painel esquerdo da caixa de diálogo Abrir, clique na unidade
ou pasta que contém a apresentação pretendida.
Para obter mais informações sobre como criar uma nova apresenta-
3. No painel direito da caixa de diálogo Abrir, abra a pasta que ção, consulte Atribuir um nome e guardar a apresentação.
contém a apresentação.
4. Clique na apresentação e, em seguida, clique em Abrir. Inserir um novo diapositivo
NOTA Por predefinição, o PowerPoint 2010 só mostra apresenta-
ções do PowerPoint na caixa de diálogo Abrir. Para ver outros tipos de Para inserir um novo diapositivo na sua apresentação, efetue o se-
ficheiro, clique em Todas as Apresentações do PowerPoint e selecione guinte procedimento:
o tipo de ficheiro que pretender ver.
• No separador Base, no grupo Diapositivos, clique na seta
sob Novo Diapositivo e, em seguida, clique no esquema de diaposi-
tivos pretendido.

Guardar uma apresentação


Para obter mais informações sobre como adicionar diapositivos à sua
1. Clique no separador Ficheiro e, em seguida, clique apresentação, consulte Adicionar, reorganizar e eliminar diapositivos.
em Guardar Como.
2. Na caixa Nome de ficheiro, escreva um nome para a sua a- Adicionar formas ao diapositivo
presentação do PowerPoint e, em seguida, clique em Guardar. 1. No separador Base, no grupo Desenho, clique em Formas.
NOTA Por predefinição, o PowerPoint 2010 guarda os ficheiros no
formato de ficheiro Apresentação do PowerPoint (.pptx). Para guardar a
apresentação noutro formato para além de .pptx, clique na lista Guardar
com o tipo e, em seguida, selecione o formato de ficheiro pretendido.

2. Clique na forma pretendida, clique em qualquer parte do diapo-


sitivo e, em seguida, arraste para posicionar a forma.
Para criar um quadrado ou círculo perfeito (ou restringir as dimen-
sões de outras formas), prima continuamente a tecla SHIFT enquanto
arrasta.

Informática 92 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para obter mais informações sobre como adicionar formas, consul-
te Adicionar, alterar ou eliminar formas.

Ver uma apresentação de diapositivos

Para ver a sua apresentação na vista de Apresentação de Diapositivos


a partir do primeiro diapositivo, efetue o seguinte procedimento:

• No separador Apresentação de Diapositivos, no grupo Iniciar


Apresentação de Diapositivos, clique em A Partir do Início.

Para obter mais informações sobre a impressão, consulte Imprimir os


Para ver a sua apresentação na vista de Apresentação de Diapositivos diapositivos ou folhetos da apresentação.
a partir do diapositivo atual, efetue o seguinte procedimento:
Sugestões para criar uma apresentação eficaz
• No separador Apresentação de Diapositivos, no grupo Iniciar
Apresentação de Diapositivos, clique em A Partir do Diapositivo Atu- Considere as sugestões seguintes para criar uma apresentação apela-
al. tiva que cative a sua audiência.

Minimizar o número de diapositivos

Para manter uma mensagem clara e a audiência atenta e interessada,


reduza ao mínimo o número de diapositivos da apresentação.

Para obter mais informações sobre como ver uma apresentação de


Escolher um tamanho de tipo de letra adequado à au-
diapositivos, consulte Quando e como utilizar vistas no PowerPoint 2010.
diência
Imprimir uma apresentação
A escolha do melhor tamanho de tipo de letra ajuda a comunicar a sua
1. Clique no separador Ficheiro e, em seguida, clique mensagem. Lembre-se de que a audiência tem de ser capaz de ler os
em Imprimir. diapositivos a alguma distância. De um modo geral, um tamanho de tipo de
letra menor que 30 pode dificultar a leitura por parte da audiência.
2. Em Imprimir, efetue o seguinte procedimento:
• Para imprimir todos os diapositivos, clique em Todos os Dia- Manter o texto dos diapositivos simples
positivos.
• Para imprimir apenas o diapositivo atualmente apresentado, cli- O seu objetivo é que a audiência o ouça a apresentar as informações
que em Diapositivo Atual. e não que esteja a ler ecrã. Utilize marcas de lista ou frases curtas e tente
reduzir o texto a uma linha; ou seja, sem moldagem do texto.
• Para imprimir diapositivos específicos por número, clique
em Intervalo Personalizado e, em seguida, introduza uma lista de diapo- Alguns projetores cortam os diapositivos nas margens, pelo que as
sitivos individuais, um intervalo ou ambos. frases longas poderão ser cortadas.
NOTA Utilize vírgulas para separar os números, sem espaços. Por
exemplo: 1,3,5-12. Utilizar efeitos visuais para ajudar a expressar a sua
3. Em Outras Definições, clique na lista Cor e selecione a defini-
mensagem
ção pretendida.
As imagens, os gráficos e os gráficos SmartArt fornecem ajudas visu-
4. Quando concluir as suas seleções, clique em Imprimir. ais que a sua audiência irá memorizar. Adicione gráficos adequados para
complementar o texto e as mensagens dos seus diapositivos.

Contudo, tal como acontece com o texto, evite incluir demasiadas aju-
das visuais nos seus diapositivos.

Tornar as etiquetas dos gráficos compreensíveis

Utilize apenas o texto suficiente para tornar os elementos de etiqueta


num gráfico compreensíveis.

Informática 93 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Aplicar fundos de diapositivo subtis e consistentes

Escolha um modelo ou tema apelativo e consistente que não seja de-


masiado impressionante. Não pretende que o fundo ou desenho deprecie
a mensagem.

Contudo, também pretende criar um contraste entre a cor de fundo e a


cor do texto. Os temas incorporados no PowerPoint 2010 definem o con-
traste entre um fundo claro com texto escuro ou fundo escuro com texto
claro.

Para mais informações sobre como utilizar temas, consulte o tópico


sobre como Aplicar um tema para adicionar cor e estilo à apresentação.

Verificar a ortografia e a gramática

Para ganhar e manter o respeito da sua audiência, verifique sempre a


ortografia e a gramática da sua apresentação. SALVAR UM DOCUMENTO
http://office.microsoft.com/
Para salvar um documento dê um clique no botão ( )
Salvar.
BROFFICE.ORG 2.0 Ou pelo atalho: Ctrl + S
Aparecerá o menu 'Salvar Como”. Escolha um nome e a
WRITER 2.0 pasta que desejar e clique no botão 'Salvar'.

FECHAR UM DOCUMENTO
Para fechar um documento dê um clique em Arqui-
vo/Fechar. Será fechado o documento que você estava u-
sando, deixando o BrOffice.org livre para começar novos
trabalhos, seja ele texto, planilha, apresentações ou banco
de dados.

INICIAR UM NOVO DOCUMENTO


Para iniciar um novo documento dê um clique em, ou use
o atalho: Ctrl + N + B.
INTRODUÇÃO
O BrOffice.org Writer 2.0 para Windows/Linux e outras
plataformas é um poderoso processador de textos, muito
parecido com o Microsoft Word, sendo integrante do pacote
de aplicativos para escritório BrOffice.org 2.0. Ele permite a
criação, edição e manipulação de diversos tipos de textos,
permite também o uso de figuras, planilhas e gráficos do
BrOffice.org Calc, que é muito semelhante ao Microsoft Ex-
cel, e pode ainda preparar textos para serem usados no
BrOffice.org Impress, ferramenta muito semelhante ao Micro-
soft PowerPoint, também integrante da família BrOffice.org

Para iniciar o Writer 2.0, dê um clique sobre o botão inici-


ar (No Windows), ou no menu K (No caso do linux com KDE),
posicione-se sobre o item Programas(No Windows) ou no
item BrOffice.org 2.0(No Linux) e clique sobre BrOffice.org
Writer

INSERIR TEXTO
Ao abrir o BrOffice.org Writer, você pode começar a inse-
rir texto imediatamente em um documento. Observe que o
'Writer' sempre começa com um documento padrão chamado
'Sem Título1', com o cursor no topo do documento onde o
texto que você digita irá aparecer.
ABRIR UM DOCUMENTO
Para abrir um documento dê um clique no botão ( ) e se-
lecione o arquivo, e depois pressione 'Abrir'. Ou use o atalho:
Ctrl + o

Informática 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Lembre-se de quando for escolher o texto que será aber- digite a palavra que será alterada no campo “Procurar Por” e
to, vá na opção 'Arquivo do tipo' e mude para 'Todos os ar- digite depois no campo “Substituir Por” a nova palavra que
quivos'. ira substituir a palavra desejada.

SELECIONAR TEXTO ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA


Para selecionar parte de um texto, dê um clique no fim ou O Writer 2.0 exibe linhas onduladas vermelhas abaixo
início do texto que você deseja selecionar, arraste sem soltar das palavras que ele acha estarem erradas. Clique no ícone
o botão do mouse até onde você deseja selecionar e solte ao indicado.
final. Ou pressione Ctrl + A ,para selecionar tudo.

RECORTAR, COPIAR E COLAR TEXTO


Selecione o texto que você deseja recortar e colar. Para NEGRITO, ITÁLICO E SUBLINHADO
isso temos duas maneiras: Selecione o texto que você deseja formatar
• A primeira é após você selecionar o texto, clique com
o botão direito do mouse e escolha por copiar, recor- Dê um clique no botão ( ) Negrito para aplicar a for-
tar, ou colar. matação Negrito ao texto
• O segundo modo é:
• Selecione um parágrafo que você deseja copiar e co- Dê um clique no botão ( ) Itálico para aplicar a forma-
lar. tação Itálico ao texto

• Dê um clique no botão ( ) Recortar na barra de Dê um clique no botão ( ) Sublinhado para aplicar a


ferramenta Padrão. formatação Sublinhado ao texto
• Dê um clique no botão ( ) Copiar na barra de fer-
FONTE, TAMANHO E COR
ramenta Padrão.
Alterar Fonte
• Dê um clique para posicionar o cursor no documento Selecione o texto que deseja formatar.
Dê um clique no campo Fonte na barra de ferramentas
onde você deseja colar o texto. Formatação e dê um clique na fonte deseja (Ex: Arial).
• Dê um clique no botão ( ) Colar.

DESFAZER E REFAZER ALTERAÇÕES


Às vezes, você faz alterações no texto e, depois, decide ALTERAR TAMANHO & REALÇAR O TEXTO
que não quer a alteração. Em vez de começar de novo, você Para alterar o tamanho da fonte selecione o texto que de-
pode desfazer e refazer as alterações. seja alterar e clique em:
A seta para esquerda desfaz.
A seta para direita refaz.
Dê um clique na seta ( ) Cor da Fonte escolha a cor de-
LOCALIZAR & SUBSTITUIR TEXTO
sejada, e clique em na cor.
Você pode usar o recurso Localizar do Writer para locali-
zar um texto, caracteres, formatação de parágrafos ou até
Chame a atenção para determinada parte de seu texto
mesmo caracteres especiais.
usando o botão Realçar.
Para localizar determinado texto em um documento clique
Selecione o texto desejado e clique no botão Realçar.
no ícone com desenho de um pequeno binóculo. Ou pressio-
ne Ctrl + F
Você pode escolher cores diferentes para realçar seu tex-
to, basta selecionar o texto e clicar na cor.

Botão Realçar è a segunda opção em amarelo.

BORDAS
Para criar e manipular as bordas no BrOffice.org Writer,
clique em Inserir>Quadro e procure a aba Bordas:

Digite o palavra procurada em “Procurar Por” e clique no


botão “Localizar”, se desejar substituir uma palavra por outra

Informática 95 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Você pode recuar um parágrafo inteiro para direita da
margem esquerda a fim de destaca-lo no texto usando o
método acima.

TABULAÇÃO
Você pode definir diferentes tipos de paradas de tabula-
ção: à esquerda, à direita, decimal ou centralizada.

EDITANDO AS PROPRIEDADES DO DOCUMENTO Tabulação alinhada à esquerda


Para editar as propriedades do documento que está aber-
to clique em 'Arquivo'>'Propriedades...' Tabulação alinhada ao centro

NÚMEROS E MARCADORES Tabulação alinhada à direita

Numeração Tabulação alinhada decimal


• Selecione o texto que você deseja transformar em
uma lista numerada. Para alinhar as bordas clique no marcador da régua: [ ]

• Dê um clique no botão ( ) Numeração na barra ESPAÇAMENTO DA LINHA


de ferramentas Formatação. Selecione o texto que você deseja alterar.

Marcadores Clique em Formatar/ Parágrafo para abrir a caixa de diá-


• Selecione o texto que você deseja transformar em logo 'Parágrafo' e procure o campo 'Espaçamento de Linhas',
uma lista com marcadores. selecionando a opção que você queira.

• Dê um clique no botão ( ) Marcadores na barra QUEBRA AUTOMÁTICA DE FIGURAS


de ferramentas Formatação. Dê um clique sobre a figura de sua escolha com o botão
esquerdo do mouse e depois clique uma vez com o botão
Para alternar a figura dos marcadores, basta que selecio- direito; vá em 'Quebra Automática' e escolha a opção de
ne o texto marcado e dê um clique com o botão direito do quebra de página. Aconselho escolher a opção “Quebra
mouse na região selecionada, em seguida clique em 'Nume- Automática de Página”
ração/Marcadores', selecione a opção desejada e clique em
'OK' INSERIR FIGURAS
Ex: Para inserir uma figura em seu documento clique com o
cursor no local onde deseja inserir a figura.

Clique em : Inserir>Figura>Do Arquivo

Dica: Você pode dar um clique duplo na figura para abrir


a caixa de diálogo para Formatar a figura.

VISUALIZAR EM MODO 'TELA INTEIRA'


Para visualizar em modo 'Tela Inteira' vá em: Exibir/Ver e
de um clique em 'Tela Inteira' ou se preferir, use o atalho no
teclado, clicando em: Ctrl+Shift+J

NÚMEROS DE PÁGINAS & CABEÇALHO E RODAPÉ


O Writer pode, automaticamente, inserir os números das
páginas nos seus documentos e imprimir esses números na
posição que você determinar.

ALINHAMENTO Clique em:


• Ao digitar seu texto em um documento, o texto auto- Inserir>Cabeçalho>Padrão
maticamente se alinha com a margem esquerda. Inserir>Rodapé>Padrão
• Dê um clique no botão Alinhar à Direita na barra de
ferramentas para alinha à direita – Ctrl+R
• Dê um clique no botão Alinha à Esquerda na barra
de ferramentas para alinha o texto à esquerda
• Dê um clique no botão Centralizar na barra de ferra-
mentas para deixar o texto centralizado. - Ctrl + E
• Existe ainda a opção “Justificado”

RECUAR PARÁGRAFOS

Informática 96 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
em Arquivo>Exportar como PDF... e salve, ou clique no ícone

:( )

GALERIA DE IMAGENS:
Para acessar a galera de Imagens do BrOffice.org clique
em Ferramentas>Gallery/Galeria

Depois é só clicar na figura que desejar e arrastar para o


texto.

CRIANDO FIGURAS E DIAGRAMAS


Clique no pequeno “lápis verde” ('Funções de Desenho')
Os cabeçalhos (a cima) e rodapés (a baixo), são os tex-
e repare que no canto inferior da tela será aberto uma barra.
tos e números que aparecem impressos na parte superior
Escolha uma figura em uma opção na barra, que mais lhe
e/ou inferior de cada página de um documento, respectiva-
agradar e clique com o botão esquerdo arrastando sem soltar
mente.
até uma área vazia do texto e solte o botão do mouse:
Dica: Você pode também inserir números de páginas, ho-
ras, data, notas.
Inserir>Campos>clique na opção desejada
Inserir>Nota

VISUALIZAR EM ZOOM
Para visualizar seu texto em zoom vá na opção Exibir/Ver
no canto superior da tela e clique na opção 'Zoom' identifica-
do por um desenho de uma pequena lupa.

Na janela que for aberta selecione a porcentagem que


você deseja ampliar e clique em 'OK' EFEITO FONTWORK
Para produzir efeito semelhante ao 'WordArt' do Microsoft
IMPRIMIR UM DOCUMENTO Office, vá na barra 'Função de Desenho'(processo descrito
Arquivo>Imprimir – Ctrl + P acima) e clique na opção 'Galeria do FontWork'.

Para imprimir a seleção do texto que você quer, clique Selecione o modelo desejado, clique em 'OK' e o modelo
apenas na opção 'Seleção' da janela aberta e depois em será aberto:
'OK'.

INSERIR TABELA
Para criar uma tabela vá em:
Inserir>Tabela
Ou clique em Ctrl + F12 Digite o texto que quiser e repare que abrirá uma etiqueta
no centro do 'fontwork':
Digite um nome qualquer para a tabela se desejar.

No campo Tamanho digite o número de colunas e linhas


que você deseja e depois clique em 'OK':

SALVANDO EM PDF Agora apague o que estiver escrito na etiqueta e digite o


Para transformar seu texto do BrOffice.org em PDF clique texto que quiser colocar o efeito, depois selecione uma área

Informática 97 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vazia do texto para que o processo se conclua. o cursor permanece no intervalo ao mover o cursor.

ALTERNANDO ENTRE TEXTOS ABERTOS


Para alternar entre textos abertos no BrOffice.org, clique
em 'Janela' no campo superior da tela selecione o texto que
você deseja abrir, para voltar no texto anterior o processo é o
mesmo.

OPENOFFICE CALC

O OpenOffice Calc é um programa de planilha que você


pode usar para organizar e manipular dados que contêm
texto, números, valores de data e tempo, e mais, por exem-
plo para o orçamento doméstico. Selecionando células em uma folha
Você pode usar o mouse ou o teclado para selecionar cé-
lulas em uma folha do Calc.

Para selecionar um intervalo de células com o mouse, cli-


que em uma célula e arraste o mouse para outra célula.

Para selecionar um intervalo de células com o teclado,


certifique-se de que o cursor esteja em uma célula, mante-
nha pressionada a tecla Shift e pressione uma tecla de dire-
ção.

Para abrir um exemplo de planilha do Calc


Etapas
1. Em qualquer programa do OpenOffice.org, escolha
Arquivo – Novo > Modelos e documentos
2. No painel esquerdo, clique em Exemplos.
3. No painel central, clique duas vezes na pasta Plani-
lhas.
4. Selecione uma planilha de exemplo e clique em Abrir.
Para digitar ou colar dados em uma planilha
Fundamentos da planilha Etapas
Por padrão, um documento de planilha consiste em três 1. Clique na célula à qual deseja adicionar dados.
folhas: Folha1 , Folha2 e Folha3. Cada folha divide-se em um 2. Digite os dados.
máximo de 65536 linhas e 256 colunas. As linhas são rotula- Se desejar colar dados da área de transferência na
das com números e as colunas, com letras. A interseção de célula, escolha Editar - Colar.
uma linha e uma coluna é chamada de célula. 3. Pressione Enter. Você pode também pressionar uma
tecla de direção para inserir os dados e mover a pró-
Uma célula é identificada por uma referência que consiste xima célula na direção da seta.
na letra da coluna da célula seguida do número da linha da Para inserir rapidamente datas e números consecuti-
célula. Por exemplo, a referência de uma célula na interse- vos
ção da coluna A e da linha 2 é A2. Além disso, a referência
do intervalo de células nas colunas A a C e linhas 1 a 5 é O Calc oferece um recurso de preenchimento para você
A1:C5. inserir rapidamente uma série sucessiva de dados, como
datas, dias, meses e números. O conteúdo de cada célula
sucessiva na série é incrementado por um. 1 é incrementado
para 2, segunda-feira é incrementada para terceira-feira, e
assim por diante.

Etapas
1. Clique em uma célula e digite o primeiro item da série,
por exemplo segunda-feira. Pressione Return.
Observação 2. Clique na célula novamente para ver a alça de pree-
Você pode também incluir o nome do arquivo e o nome enchimento — a caixa preta pequena no canto direito
da folha em uma referência a uma célula ou a um intervalo inferior da célula.
de células. Pode atribuir um nome a uma célula ou intervalo 3. Arraste a alça de preenchimento até realçar o intervalo
de células, para usar o nome em vez de uma referência a de células no qual deseja inserir a série.
coluna/número. Para obter detalhes, pesquise o termo refe- 4. Solte o botão do mouse. Os itens consecutivos na sé-
rências na ajuda on-line. rie são adicionados automaticamente às células real-
çadas.
Criando uma planilha
Para criar uma nova planilha a partir de qualquer progra-
ma do OpenOffice.org, escolha Arquivo - Novo – Planilha.
Movendo-se em uma folha Você pode usar o mouse ou o
teclado para mover-se em uma folha do Calc ou para sele-
cionar itens na folha. Se selecionou um intervalo de células,

Informática 98 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A barra Formatar objetos permite-lhe aplicar formatos ra-
pidamente a células individuais ou intervalos de células.

Etapas
1. Selecione a célula ou o intervalo de células que dese-
ja formatar.
2. Na barra Formatar objeto, clique no ícone que corres-
ponde à formatação que deseja aplicar.

Para aplicar formatação manual com a caixa de diálo-


go Formatar células
Se precisar de mais opções de formatação do que a barra
Objeto de Cal fornece, use a caixa de diálogo Formatar célu-
las.
Dica
Para copiar sem alterar os valores em uma série, pres-
sione a tecla Ctrl enquanto arrasta.

Editando e excluindo o conteúdo de células


Você pode editar o conteúdo de uma célula ou intervalo
de células em uma folha.

Para editar o conteúdo de células em uma folha

Etapas
1. Clique em uma célula ou selecione um intervalo de
células.
2. Para editar o conteúdo de uma única célula, clique
duas vezes na célula, faça alterações necessárias e
pressione Return.
3. Para excluir o conteúdo da célula ou do intervalo de
células, pressione a tecla Backspace ou Delete. Na Etapas
caixa de diálogo Excluir conteúdo, selecione as op- 1. Selecione a célula ou o intervalo de células que deseja
ções que deseja. formatar e escolha Formatar - Células.
3. Clique em OK. Abre-se a caixa de diálogo Formatar células.
2. Clique em uma das guias e escolha as opções de for-
Formatando planilhas matação.
O Calc permite-lhe formatar a folha manualmente ou ao
usar estilos. A diferença principal é que a formatação manual
aplica-se apenas às células selecionadas. A formatação de
estilo aplica-se toda vez que o estilo é usado no documento
de planilha.

Usando AutoFormatação Guia Números


A maneira mais fácil de formatar um intervalo de células é Altera a formatação de números nas células, como a alte-
usar o recurso AutoFormatação do Calc. ração do número de casas decimais exibidas

Guia Fonte
Altera a fonte, o tamanho da fonte e o tipo de letra usado
na célula

Guia Efeitos de fonte


Altera a cor da fonte e os efeitos de sublinhado, tachado
ou alto relevo do texto

Guia Alinhamento
Para aplicar formatação automática a um intervalo de Altera o alinhamento do texto e a orientação do texto no
células interior das células
Etapas
1. Selecione o intervalo de células que deseja formatar. Guia Bordas
2. Selecione ao menos um intervalo de células 3 x 3. Altera as opções de bordas das células
3. Escolha Formatar - AutoFormatação. Abre-se a caixa
de diálogo AutoFormatação. Guia Plano de fundo
4. Na lista de formatos, clique no formato que deseja u- Altera o preenchimento do plano de fundo das células
sar e clique em OK.
Guia Proteção de célula
Formatando células manualmente Protege o conteúdo das células no interior de folhas pro-
Para aplicar formatação simples ao conteúdo de uma cé- tegidas.
lula, como alterar o tamanho do texto, use os ícones na barra 3. Clique em OK.
Formatar objeto.
Usando fórmulas e funções
Para formatar células com a barra Formatar objeto Você pode inserir fórmulas em uma planilha para efetuar

Informática 99 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cálculos. entrada.

Se a fórmula contiver referências a células, o resultado Para editar uma fórmula


será atualizado automaticamente toda vez que você alterar o Etapas
conteúdo das células. Você pode também usar uma das 1. Clique em uma célula que contém uma fórmula. A
várias fórmulas ou funções pré definida s que o Calc oferece fórmula é exibida na caixa de Linha de entrada da bar-
para efetuar cálculos. ra Fórmula.

Criando fórmulas
Uma fórmula começa com um sinal de igual (=) e pode
conter valores, referências a células, operadores, funções e * Você também pode editar uma célula pressionado
constantes. F2 ou dando um clique duplo na célula
Para criar uma fórmula 2. Clique na caixa de Linha de entrada e efetue as alte-
rações.
Etapas Para excluir parte da fórmula, pressione a tecla Delete
1. Clique na célula à qual deseja exibir o resultado da ou Backspace.
fórmula. 3. Pressione Return ou clique no ícone na barra Fórmula
2. Digite = e, a seguir, digite a fórmula. Por exemplo, se para confirmar as alterações.
desejar adicionar o conteúdo da célula A1 ao conteú-
do da célula A2, digite =A1+A2 em outra célula. Para rejeitar as alterações feitas, pressione Esc.
3. Pressione Return.
Usando funções
O Calc é fornecido com várias fórmulas e funções prede-
finidas. Por exemplo, em vez de digitar =A2+A3+A4+A5,
você pode digitar =SUM(A2:A5) .

Usando operadores
Você pode usar os seguintes operadores nas fórmulas:

Para usar uma função

Etapas
1. Clique na célula à qual deseja adicionar uma função.
2. Escolha Inserir – Função. Abre-se a caixa de diálogo
Assistente de função.
3. Na caixa Categoria, selecione a categoria que contém
o tipo de função que você deseja usar.
4. Na lista Funções, clique na função que deseja usar.
Exemplo de Fórmulas do Calc 5. Clique em Próximo.
=A1+15 6. Insira os valores necessários ou clique nas células
Exibe o resultado de adicionar 15 ao conteúdo da células que contêm os valores que você deseja.
A1 7. Clique em OK.

=A1*20% Usando gráficos


Exibe 20 por cento do conteúdo da célula A1 Gráficos podem ajudar a visualizar padrões e tendências
nos dados numéricos. O OpenOffice.org fornece vários esti-
=A1*A2 los de gráfico que você pode usar para representar os núme-
Exibe o resultado da multiplicação do conteúdo das célu- ros.
las A1 e A2
Observação
Usando parênteses Gráficos não se restringem a planilhas. Você pode tam-
O Calc segue a ordem de operações ao calcular uma bém inserir um gráfico ao escolher Inserir - Objeto - Gráfico
fórmula. Multiplicação e divisão são feitas antes de adição e nos outros programas do OpenOffice.org.
subtração, independentemente de onde esses operadores
aparecem na fórmula. Por exemplo, para a fórmula Para criar um gráfico
=2+5+5*2, o Calc retorna o valor de 17 e não de 24. Etapas
1. Selecione as células, inclusive os títulos, que contêm
Editando uma fórmula dados para o gráfico.
Uma célula que contém uma fórmula exibe apenas o re- 2. Escolha Inserir – Gráfico.
sultado da fórmula. A fórmula é exibida na caixa de Linha de

Informática 100 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Abre-se a caixa de diálogo AutoFormatação de gráfico. O
intervalo de célula selecionado é exibido na caixa Intervalo.

Observação
Se desejar especificar um intervalo de célula diferente pa-
ra os dados, clique no botão Encolher ao lado da caixa de
texto Intervalo e selecione as células. Clique no botão Enco-
lher novamente quando concluir.

3. Clique em Próximo.
4. Na caixa Escolher tipo de gráfico, clique no tipo de
gráfico que deseja criar.
5. Clique em Próximo.
6. Na caixa Escolher variante, clique na variante que de-
seja usar.
7. Clique em Próximo.
8. Na caixa Título do gráfico, digite o nome do gráfico.
9. Clique em Criar.

OPENOFFICE IMPRESS

FORMAS DAS APRESENTAÇÕES:


Sempre ao iniciar o BrOffice.org Apresentação será apre-
sentado ao usuário a tela do assistente de apresentação com
3 opções:

Editando gráficos
Depois de criar um gráfico, poderá voltar e alterar, mover,
redimensionar ou excluir o gráfico.

Para redimensionar, mover ou excluir um gráfico

Etapa
Clique no gráfico e siga um destes procedimentos:
• Para redimensionar o gráfico, mova o ponteiro do
mouse sobre uma das alças, pressione o botão do
mouse e arraste o mouse.
• O Calc exibe uma linha pontilhada do novo tamanho
do gráfico enquanto você arrasta.

Para mover o gráfico, mova o ponteiro do mouse para


dentro do gráfico, pressione o botão do mouse e arraste o • Apresentação vazia – Cria uma apresentação em
mouse para um novo lugar. branco para ser editado.
• A partir do modelo – Cria uma apresentação a partir
Para excluir o gráfico, pressione a tecla Delete. de um modelo já existente.
• Abrir uma apresentação existente – Abre uma a-
Para alterar a aparência de um gráfico presentação criada anteriormente.
Você pode usar os ícones na barra de ferramentas Pa- Apresentação Vazia
drão do gráfico para alterar a aparência do gráfico. Selecione apresentação vazia na tela do assistente de
apresentação e clique em criar ou próximo.
Etapas
1. Clique duas vezes em um gráfico para exibir a barra Opção próximo – Antes de ser criada uma apresentação
de ferramentas Padrão do gráfico. em branco, permite ao usuário configurar detalhes de sua
A barra de ferramentas aparece ao lado da barra pa- apresentação.
drão do Calc ou Writer.
Opção criar – Cria a apresentação em branco sem pedir
detalhes da configuração.

Obs.: A configuração poderá ser feita posteriormente.


2. Use os ícones na barra de ferramentas para alterar as
propriedades do gráfico. Ao clicar no botão próximo será apresentada a seguinte
3. Para modificar outras opções do gráfico você pode dar tela:
um clique duplo sobre o respectivo elemento ou aces-
sar as opções através do menu Inserir e Formatar. Tela Inicial
A tela inicial do Impress é composta por vários elemen-
tos:
Barra de Menus

Informática 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Barra de Funções
Barra de Formatação de Texto Apresentação vazia
Barra de Status Cria uma nova apresentação (em branco).

Descrição das Barras :


A partir do modelo
1- Barra de Títulos: Mostra o nome do aplicativo e os bo-
Abre uma caixa de listagem contendo várias apresenta-
tões para minimizar, maximizar/restaurar e fechar o
ções modificáveis.
aplicativo;
2- Barra de Menus: Apresenta os nomes dos menus pa-
ra acesso às listas de comandos e funções do BrOffi- Abrir uma apresentação existente
ce.org Apresentação; Exibe uma lista de apresentações criadas anteriormente.
3- Barra de Ferramentas: Apresenta os botões para a-
cessar os comandos básicos do BrOffice.org Apresen- Clique em Abrir para ver uma caixa de diálogo de seleção
tação, tais como: abrir, salvar, cortar, copiar, colar etc; de arquivo.
4 – Barra de figura: Quando você seleciona uma figura, a
barra Figura é aberta. Use essa barra encaixável para Criando uma apresentação a partir de uma A-
definir as opções de cor, contraste e brilho do(s) obje- presentação vazia
to(s) gráfico(s) selecionado(s).!
5- Barra de Formatação de Texto: Apresenta os botões
para acessar os comandos de edição de texto, tais
como: tipo e tamanho de letras, estilos de parágrafos,
etc.
6- Régua: É utilizada para marcar tabulações e recuos;
7- Barra de Controle da Apresentação: Possibilita o con-
trole do modo de apresentação e o início da apresen-
tação;
8- Slide: É a página da apresentação, e a quantidade de
Slides existente.

NOVO
Criando uma nova Apresentação
Para criar uma nova Apresentação , No menu suspenso,
vá em Arquivo – Novo – clique no ícone “Apresentação”
O assistente fornece opções de design para os slides
ou utilize a tecla de atalho CTRL + N.
Se optarmos para e obter mais recursos prontos clique
em Próximo

Ou se desejar criar a apresentação clique em Criar

ABRIR
Cria um novo documento de apresentação (BrOffice.org Para abrir uma apresentação que se encontre numa
Impress). É exibida a caixa de diálogo Assistente de Apre- pasta em seu computador , clique no menu Arquivo/Abrir e
sentações. em seguida localize e selecione (com duplo clique) o
documento desejado, ou utilize a tecla de atalho CTRL + O.
Use o Assistente para criar interativamente uma apresen-
tação. Com o Assistente, você pode modificar os exemplos DOCUMENTOS RECENTES
de modelos conforme a necessidade. O Assistente guia você Lista os arquivos abertos mais recentemente. Para abrir
passo a passo pelos elementos de design e oferece várias um arquivo da lista, clique no nome dele
opções de edição.
Este arquivo é aberto pelo módulo do que o salvou.
Especifica o tipo de apresentação e permite que você se-
lecione um modelo. ASSISTENTES
Guia na criação de cartas comerciais e pessoais, fax, agen-
Tipo das, apresentações etc.
Você pode determinar o tipo de apresentação neste área.
Use o Assistente para criar interativamente uma apresen-

Informática 102 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tação. Com o Assistente, você pode modificar os exemplos
de modelos conforme a necessidade.

FECHAR
Feche o documento atual sem sair do programa.

Quando você fechar a última janela de documento aberta,


a janela principal do BrOffice.org Start Module permanecerá
aberta.

O comando Fechar fecha todas as janelas abertas do do-


cumento atual.

Se foram efetuadas alterações no documento atual, você


será perguntado se deseja salvar as alterações.

SALVAR TUDO
Se abrir um documento para impressão e não efetuar Salva todos os documentos abertos do BrOffice.org. Este
nenhuma alteração, mesmo assim, você será solicitado a comando só estará disponível se dois ou mais arquivos tive-
salvar as alterações ao fechar o documento. Isto se deve ao rem sido modificados.
fato de o manter um registro de quando um documento é
impresso. RECARREGAR
Substitui o documento atual pela última versão salva.
SALVAR Todos as alterações efetuadas após o último salvamento
Salvando a Apresentação serão perdidas.

No menu suspenso, vá em Arquivo – Salvar ou clique VERSÕES

no ícone Salvar na barra padrão ou pressione as teclas


de atalho Ctrl+S.

O documento será salvo no próprio caminho e com nome


original, na mídia de dados local, unidade de rede ou na
Internet, substituindo qualquer arquivo com o mesmo nome.

Na primeira vez em que você salvar um novo arquivo, a


caixa de diálogo Salvar como será aberta.

Nela, você poderá inserir um nome, uma pasta e uma u-


nidade ou volume para o arquivo. Para abrir essa caixa de
diálogo, escolha Arquivo - Salvar como. Salva e organiza várias versões do documento atual no
mesmo arquivo. Você também pode abrir, excluir e comparar
versões anteriores.
Você poderá definir a opção AutoSalvar ou criação auto-
mática de cópia de backup em Ferramentas - Opções - Car-
Se você salvar uma cópia de um arquivo que contenha
regar/Salvar - Geral.
informações de versão (escolhendo Salvar como - Arquivo),
as informações da versão não são salvas com o arquivo.
SALVAR COMO
Salva o documento atual em outro local ou com um nome
Obs : Esta opção só esta disponível se o documento
de arquivo ou tipo de arquivo diferente.
for salvo na extensão do BrOffice.org (.sxi ou .odp)

Novas versões
Define as opções de salvamento para uma nova versão
do documento.

Salvar Nova Versão


Salva o estado atual do documento como nova versão.
Caso deseje, antes de salvar a nova versão, insira também
comentários na caixa de diálogo Inserir comentário da ver-
são.

Inserir Comentário da Versão


Insira um comentário aqui quando estiver salvando uma
nova versão. Se você tiver clicado em Mostrar para abrir esta
caixa de diálogo, não poderá editar o comentário.

Informática 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Pressione Ctrl+Shift+F5 para abrir o Navegador quando


executar uma apresentação de slides.

Ponteiro
Transforma o ponteiro do mouse em uma caneta que po-
de ser usada para escrever nos slides durante a apresenta-
ção de slides. Não é possível alterar a cor da caneta.

Primeiro Slide
Salta para o primeiro slide da apresentação de slides.

Slide Anterior
Salvar sempre uma versão ao fechar Move para trás um slide da apresentação de slides.
Se você tiver feito alterações no documento, o BrOffi-
ce.org salvará automaticamente uma nova versão quando Próximo Slide
você o fechar. Mova para frente um slide da apresentação de slides.

Versões existentes Último Slide


Lista as versões existentes do documento atual, a data e Salta para o último slide da apresentação de slides.
a hora em que elas foram criadas, o autor e os comentários
associados. Modo de Arrastar

Arraste e solte slides e objetos nomeados para dentro de


um slide ativo. Só é possível inserir slides e objetos nomea-
dos oriundos de um arquivo salvo. Os objetos nomeados só
podem ser inseridos como pias.

Fechar
Fecha a caixa de diálogo e salva todas as alterações.

Abrir
Abre a versão selecionada em uma janela somente leitu-
ra.

Mostrar DUPLICAR
Exibe todo o comentário da versão selecionada.

Excluir
Exclui a versão selecionada.

Comparar
Compare as alterações feitas em cada versão. Caso de-
seje, poderá Aceitar ou rejeitar alterações.

NAVEGADOR

Faz uma ou mais cópias de um objeto selecionado.

No menu suspenso, vá em Editar - Duplicar

Número de cópias
Insira o número de cópias desejadas.

Valores da seleção
Insere os valores de largura e de altura do objeto selecio-
nado nas caixas Eixo X e Eixo Y respectivamente, bem como
a cor de preenchimento do objeto na caixa Iniciar. O ângulo
Abre o Navegador, com o qual é possível saltar para ou- de rotação do objeto selecionado não é inserido.
tros slides ou mover entre arquivos abertos.

Informática 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Localização damento movendo o quadro entre essas duas posições.
Define a posição e a rotação de um objeto duplicado em
relação ao objeto selecionado. Se você posicionar o cursor na caixa, ele se
transformará em um símbolo de mão. Agora você
Eixo X poderá arrastar a caixa para alterar a quantidade
Insira a distância horizontal entre o centro do objeto sele- de arredondamento. Uma estrutura de tópicos mostrará uma
cionado e o centro do objeto duplicado. Valores positivos visualização do resultado.
deslocam o objeto duplicado para a direita; valores negativos
deslocam o objeto duplicado para a esquerda.
PONTOS DE COLAGEM
Eixo Y Inserem ou modificam as propriedades de um ponto de
Insira a distância vertical entre o centro do objeto selecio- colagem.
nado e o centro do objeto duplicado. Valores positivos deslo-
cam o objeto duplicado para cima; valores negativos deslo- Um ponto de colagem é um ponto de conexão ao qual
cam o objeto duplicado para baixo. pode ser anexado uma linha conectora, ou seja, novos pon-
tos, assim como os mesmo independentes. Por padrão, o
Ângulo BrOffice.org coloca automaticamente um ponto de conexão
Insira o ângulo (entre 0 e 359 graus) em torno do qual vo- no centro de cada lado do retângulo que limita cada objeto
cê deseja girar o objeto duplicado. Valores positivos giram o criado.
objeto duplicado no sentido horário; valores negativos, no
sentido anti-horário. No menu suspenso, vá em Editar – Pontos de Colagem

Aumento
Determina se o objeto duplicado terá o mesmo tamanho
do objeto original ou se será uma cópia reduzida ou ampliada
do objeto.

Largura EDITAR CAMPOS


Insira o quanto você deseja ampliar ou reduzir a largura Após ter inserido um campo, para editar suas proprieda-
do objeto duplicado. des, clique duas vezes nele.

Altura No menu suspenso, vá em Editar - Campos.


Insira o quanto você deseja ampliar ou reduzir a altura do
objeto duplicado.

Cores
Define as cores para o objeto selecionado e para o objeto
duplicado. Se você fizer mais de uma cópia, essas cores
definirão o início e o fim de um gradiente de cores.

Início
Escolha uma cor para o objeto selecionado.

Fim
Escolha uma cor para o objeto duplicado. Se você fizer
mais de uma cópia, a cor será aplicada à última cópia.

Padrão
Retorna os valores visíveis na caixa de diálogo aos valo-
res de instalação padrão.
Tipo de campo
EDITAR PONTOS Define o tipo de um campo.
Permite que você altere a forma do objeto de desenho se-
lecionado. Fixo
Exibe o conteúdo do campo quando este foi inserido.
No menu suspenso, vá em Editar - Editar Pontos ( F8 )
Variável
Para editar a forma de um objeto de desenho seleciona- Exibe o valor atual do campo.

do, clique no ícone Pontos na barra Desenho e, em Idioma


seguida, arraste um dos pontos no objeto. Seleciona o idioma do campo.

Criação de Cantos Arredondados Formato


Quando insere um retângulo ou uma caixa de texto expli- Seleciona um formato de exibição para o campo.
cativo utilizando as funções de desenho e ativa Pontos de
Edição, você vê um pequeno quadro no canto superior es- EXCLUIR SLIDE
querdo do objeto. O quadro indica a quantidade em que os Exclui o slide ou a página atual.
cantos serão arredondados. Quando o quadro for posiciona-
do no canto superior esquerdo, não ocorrerá arredondamen- EDITAR LINKS
to. Quando o quadro for posicionado na alça centralizada na Permite a edição das propriedades de cada link no docu-
parte superior do objeto, os cantos serão arredondados tanto mento atual, incluindo o caminho para o arquivo de origem.
quanto seja possível. É possível ajustar o grau de arredon-
Informática 105 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Este comando não estará disponível se o documento atu- certos tipos de arquivos.
al não contiver links para outros arquivos.
Digitalizar
PLUG-IN Insere no documento uma imagem digitalizada.
Permite a edição de plug-ins no seu arquivo. Escolha este
comando para ativar ou desativar este recurso. Quando ati-
vado, aparecerá uma marca de seleção ao lado do comando,
e você verá comandos para editar o plug-in em seu menu de
contexto. Quando desativado, você verá comandos para
Para inserir uma imagem digitalizada, o driver do scanner
controlar o plug-in no menu de contexto.
precisa estar instalado.
MAPA DE IMAGEM
Selecione Origem
Permite que você anexe URLs a áreas específicas, de-
Seleciona o scanner desejado.
nominadas pontos de acesso, em uma figura ou em um gru-
po de figuras. Um Mapa de Imagem é um grupo com um ou
Solicitação...
mais pontos de acesso.
Digitaliza uma imagem e, em seguida, insere o resultado
no documento. A caixa de diálogo de digitalização é forneci-
OBJETO
da pelo fabricante do scanner.
Permite a edição de um objeto selecionado no arquivo in-
serido com o comando Inserir - Objeto.
FILME E SOM
Editar
Permite que você edite no seu arquivo um objeto selecio-
nado inserido com o comando Inserir - Objeto.

Abrir
Abre o objeto OLE selecionado com o programa em que
o objeto foi criado.

Este comando de menu é inserido no submenu Editar -


Objetos por meio do aplicativo que criou o objeto vinculado.
Dependendo do aplicativo, o comando "Abrir" do objeto OLE
poderá ter um nome diferente. No menu suspenso, vá em INSERIR – Filme e Som

Após ter finalizado as alterações, feche o arquivo de ori- Insere um arquivo de vídeo ou de som no documento.
gem do objeto OLE. O objeto OLE será então atualizado no
documento recipiente. Na caixa de diálogo Abrir arquivo, selecione o tipo e o ar-
quivo que deseja inserir.
HYPERLINK
Abre uma caixa de diálogo que permite que você crie e
edite hyperlinks. Nem todos os sistemas operacionais oferecem suporte a
todos os tipos de arquivos listados nesta caixa de diálogo.
FIGURA
Selecione a origem da figura que deseja inserir. OBJETOS
Insere um objeto em seu documento.

No menu suspenso, vá em INSERIR – Objetos

No menu suspenso, vá em INSERIR – Figura Objeto OLE


Insere um objeto OLE no documento atual. O objeto OLE
Do Arquivo é inserido como um vínculo ou como um objeto incorporado.
Insere uma figura no documento atual.
Plug-In
Insere um plug-in no documento atual.
Umplug-in consiste em um componente de software que
amplia a capacidade de um navegador da Web.

Som
Insere um arquivo de som no documento atual.

Vídeo
Insere um arquivo de vídeo no documento atual.

Miniaplicativo
Insere um miniaplicativo escrito na linguagem de progra-
mação Java (também conhecido como “miniaplicativo Java”)
no documento atual.

Fórmula
Selecione o arquivo. Insere uma fórmula no documento atual. Para obter mais
Na caixa Arquivo do Tipo, pode-se restringir a seleção a informações, abra a Ajuda do BrOffice.org Math.

Informática 106 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

PLANILHA

QUADRO FLUTUANTE
Insere uma nova planilha do BrOffice.org Calc no slide Insere um quadro flutuante no documento atual.
atual.
Os quadros flutuantes são usados em documentos HTML
No menu suspenso, vá em INSERIR – Planilha para exibir o conteúdo de outro arquivo.

No menu suspenso, vá em INSERIR – Quadro Flutuante

Clique duas vezes na planilha para editá-la.


Clique uma vez para movê-la ou redimensioná-la arras-
tando.
Nome
Será exibida automaticamente a Barra de ferramenta de Insira um nome para o quadro flutuante. O nome não po-
formulas da planilha de conter espaços, caracteres especiais ou começar com um
caractere de sublinhado ( _ ).
GRÁFICO
Cria um gráfico no documento atual. Conteúdo
Insira o caminho e o nome do arquivo que deseja exibir
Para usar um intervalo de células como a fonte de dados no quadro flutuante. Pode também clicar no botão... e locali-
do seu gráfico, selecione as células e, em seguida, escolha zar o arquivo a ser exibido. Por exemplo, pode inserir:
este comando. http://www.sun.com
file:///c|/Readme.txt
No menu suspenso, vá em INSERIR – Gráfico ...
Localize o arquivo que deseja exibir no quadro flutuante
selecionado e, em seguida, clique em Abrir.

Barra de rolagem
Adicionar ou remover uma barra de rolagem do quadro
flutuante selecionado.

Ativar
Exibe a barra de rolagem do quadro flutuante.

Desativar
Oculta a barra de rolagem do quadro flutuante.

Automático
Marque esta opção se o quadro flutuante ativo no mo-
mento puder ter uma barra de rolagem quando necessário.
Se você tiver criado um gráfico utilizando dados de um
intervalo de células, o BrOffice.org atualizará Borda
automaticamente o gráfico quando você alterar os dados. Exibe ou oculta a borda do quadro flutuante.
Será exibida automaticamente a Barra de ferramenta de Ativar
formatação do gráfico. Exibe a borda do quadro flutuante.

Desativar
Oculta a borda do quadro flutuante.

Espaçamento do conteúdo
E Clicando com o botão direito do mouse sobre o gráfico Defina a quantidade de espaço a ser deixada entre a bor-
obterá também as opções de formatação do gráfico da do quadro flutuante e o conteúdo dele, desde que os
documentos dentro e fora do quadro flutuante sejam docu-
mentos HTML.

Informática 107 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Sublinhando
Largura Selecione o estilo de sublinhado que deseja aplicar. Para
Insira a quantidade de espaço horizontal que deseja dei- aplicar o sublinhado somente às palavras, marque a caixa
xar entre as margens esquerda e direita do quadro flutuante Palavras individuais.
e o conteúdo do quadro. Os dois documentos dentro e fora
do quadro flutuante devem ser documentos HTML.

Altura
Insira a quantidade de espaço vertical que deseja deixar
entre as margens superior e inferior do quadro flutuante e o
conteúdo do quadro. Os dois documentos dentro e fora do
quadro flutuante devem ser documentos HTML.

Padrão
Aplica o espaçamento padrão.

CARACTERE

Se você aplicar o sublinhado a um texto em sobrescrito, o


sublinhado será elevado ao nível do sobrescrito. Se o
sobrescrito estiver dentro de uma palavra que contém texto
normal, o sublinhado não será alterado.

Ícone na barra de ferramentas: S

Cor
Selecione a cor para o sublinhado.

Tachado
Muda a fonte e a formatação de fonte dos caracteres se- Selecione um estilo de tracejado para o texto
lecionados. selecionado.
Se você salvar o documento no formato do MS Word,
No menu suspenso, vá em FORMATO – Caractere todos os estilos de tracejado serão convertidos em um estilo
de linha simples.
Fonte
Especifique a formatação e a fonte que você deseja apli- Palavras individuais
car. Aplica o efeito selecionado somente a palavras e ignora
os espaços.
Fonte
Insira o nome de uma fonte instalada que Relevo
você deseja utilizar ou selecione uma fonte da lista. Selecione um efeito de relevo para aplicar ao texto
selecionado. O efeito de alto relevo faz com que os
caracteres pareçam estar acima da página. O efeito de baixo
relevo faz com que os caracteres pareçam estar
pressionados para dentro da página.
Tipo de Fonte
Selecione a formatação que deseja aplicar. Estrutura de Tópicos (Contornos)
Ícone na barra de ferramentas: N negrito I Italico Exibe o contorno dos caracteres selecionados. Esse
efeito não funcionará com todas as fontes.
Tamanho
Insira ou selecione o tamanho de fonte que você deseja Sombras
aplicar. Para fontes dimensionáveis, você também pode Adiciona uma sombra que aparece embaixo e à direita
inserir valores decimais. dos caracteres selecionados.
Se estiver criando um estilo que é baseado em outro esti- Cor da fonte
lo, você pode inserir um valor percentual ou em pontos (por Define a cor do texto selecionado. Se você selecionar
exemplo, -2pt ou +5pt). Automático, a cor do texto será definida como preta para
planos de fundo claros e como branca para planos de fundo
Ícone na barra de ferramentas: escuros.
2. Para alterar a cor de uma seleção de texto, escolha o
texto a ser alterado e clique no ícone Cor da fonte.
Para aplicar outra cor, clique na seta ao lado do ícone
Efeitos da fonte Cor da fonte e selecione a cor que deseja usar.
Especifique os efeitos de fonte que deseja usar. 3. Se você clicar no ícone Cor da fonte antes de
selecionar o texto, o cursor com formato de lata de
As alterações são aplicadas à seleção atual, à palavra tinta aparecerá. Para alterar a cor do texto, selecione-
inteira que contém o cursor ou ao novo texto digitado. o usando o cursor com esse formato. Para mudar a
cor de uma única palavra, clique duas vezes nela.

Informática 108 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para aplicar outra cor, clique na seta ao lado do ícone
Cor da fonte e selecione a cor que deseja usar. Expandido - aumenta o espaçamento entre caracteres
4. Para desfazer a última alteração, clique com o botão
direito do mouse. Condensado - diminui o espaçamento entre caracteres
5. Para sair do modo de lata de tinta, dê um clique ou
pressione a tecla Esc. Espaçamento de
Insira o valor correspondente a quanto você deseja ex-
Posição pandir ou condensar o espaçamento entre caracteres para o
Especifica a posição, a escala, a rotação e o espaçamen- texto selecionado.
to dos caracteres.
Kerning de pares
As alterações são aplicadas à seleção atual, à palavra Ajusta automaticamente o espaçamento entre caracteres
inteira que contém o cursor ou ao novo texto digitado. para combinações de letras específicas.

A opção Kerning somente estará disponível para certos


tipos de fontes e requer que a impressora ofereça suporte
para essa opção.

PARÁGRAFO

Posição
Define as opções de subscrito e sobrescrito de um carac-
tere.
Sobrescrito
Reduz o tamanho da fonte do texto selecionado e o posi-
Modifica o formato do parágrafo atual, por exemplo, ali-
ciona acima da linha de base.
nhamento e recuo. Para modificar a fonte do parágrafo atual,
selecione todo o parágrafo, escolha Formatar - Caractere e,
Normal
em seguida, clique na guia Fonte.
Remove a formatação de sobrescrito ou subscrito.
Recuos e espaçamento
Subscrito Define as opções de recuo e espaçamento para o pará-
Reduz o tamanho da fonte do texto selecionado e o posi- grafo.
ciona abaixo da linha de base.
Alinhamento
Elevar/rebaixar em Define o alinhamento do parágrafo em relação às mar-
Insira em quanto deseja elevar ou rebaixar o texto sele- gens da página.
cionado em relação à linha de base. Cem por cento é igual à
altura da fonte.
Tabulações
Tamanho da Fonte Rel. Define a posição de uma parada de tabulação em um pa-
Insira o valor correspondente a quanto você deseja redu- rágrafo.
zir o tamanho da fonte do texto selecionado.
MARCADORES E NUMERAÇÃO
Adiciona marcadores ou numeração ao parágrafo atual e
Automático permite que você edite o formato da numeração ou dos mar-
Define automaticamente em quanto o texto selecionado cadores.
será rebaixado ou elevado em relação à linha base.
Marcadores
Dimensionar largura Exibe os diferentes estilos de marcadores que você pode
Insira a porcentagem de largura da fonte para alongar ou aplicar.
compactar horizontalmente o texto selecionado.
Tipo de numeração
Espaçamento Exibe os diferentes estilos de numeração que você pode
Especifica o espaçamento entre os caracteres do texto aplicar.
selecionado. Para espaçamento expandido ou condensado,
insira a quantidade que deseja expandir ou condensar o texto
Figuras
na caixa em.
Exibe os diferentes estilos que você pode aplicar a uma
lista hierárquica.
Padrão - utiliza o espaçamento entre caracteres especifi-
cado no tipo de fonte
Posição
Informática 109 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Define as opções de alinhamento, recuo e espaçamento Mostra a largura do formato do papel que você selecio-
para a lista numerada ou com marcadores. nou na caixa Formato. Se você tiver selecionado o formato
Usuário, insira um valor para a largura da página.
Personalizar Altura
Define as opções de formatação para as listas numera- Mostra a altura do formato do papel que você selecionou
das ou com marcadores. Se preferir, você pode aplicar a na caixa Formato. Se você tiver selecionado o formato Usuá-
formatação aos níveis individuais na hierarquia da lista. rio, insira um valor para a altura da página.

Retrato
A orientação da página é vertical.

Paisagem
A orientação da página é horizontal.

Bandeja de papel
Selecione a fonte de papel da impressora.

• CONCEITOS DE INTERNET E FERRAMENTAS COMER-


CIAIS DE NAVEGAÇÃO, DE CORREIO ELETRÔNICO, DE
BUSCA E PESQUISA

REDES DE COMPUTADORES
O termo "Rede de Processamento de Dados" já é um conceito antigo
na informática. O uso distribuído de recursos de processamento de dados
PÁGINA teve seu início há vários anos, quando o pesquisador norte-americano -
hoje considerado o pai da Inteligência Artificial, John McCarty - introduziu o
conceito de Compartilhamento de Tempo ou Timesharing. Em resumo, é a
maneira de permitir que vários usuários de um equipamento o utilizem
sem, teoricamente, perceberem a presença dos outros. Com essa ideia,
surgiram vários computadores que operavam em rede ou com processa-
mento distribuído. Um conjunto de terminais que compartilhavam a UCP -
Unidade Central de Processamento - e a memória do equipamento para
processarem vários conjuntos de informações "ao mesmo tempo".
Naturalmente esses conceitos evoluíram e as maneiras de utilização
de recursos de informática se multiplicaram, surgindo os mais diversos
tipos de uso compartilhado desses recursos.
O desenvolvimento das redes está intimamente ligado aos recursos de
comunicação disponíveis, sendo um dos principais limitantes no bom
desempenho das redes.
Uma rede pode ser definida de diversas maneiras: quanto a sua finali-
dade, forma de interligação, meio de transmissão, tipo de equipamento,
disposição lógica etc.
Genericamente, uma rede é o arranjo e interligação de um conjunto de
Define a orientação da página, as margens da página, o equipamentos com a finalidade de compartilharem recursos. Este recurso
plano de fundo e outras opções de layout. pode ser de diversos tipos: desde compartilhamento de periféricos caros
No menu suspenso, vá em FORMATO – Página até o uso compartilhado de informações (banco de dados etc.).
Rede de micro computadores é uma forma de se interligar equipamen-
Página tos (micros e seus recursos) para que seja possível a troca de informações
Define a orientação da página, as margens da página, o entre os micros, ou que periféricos mais caros (como impressoras e discos
plano de fundo e outras opções de layout. rígidos) possam ser compartilhados por mais de um micro.
TIPOS DE REDES
Formato do Papel
Selecione um formato de papel ao qual a impressora dê O conceito de rede de micros, mais que os próprios micros, é muito
suporte. Você também pode criar um tamanho de papel per- recente. No entanto, está começando a crescer e já existem no mercado
sonalizado, selecionando Usuário e inserindo as dimensões nacional vários sistemas para configurar redes de micros. Existem dois
de tamanho nas caixas Largura e Altura. tipos básicos principais, saber:
1. Redes estruturadas em torno de um equipamento especial cuja
Formato função é controlar o funcionamento da rede. Esse tipo de rede tem, uma
Selecione um formato de papel ao qual a impressora ofe- arquitetura em estrela, ou seja, um controlador central com ramais e em
reça suporte. Você também pode criar um tamanho de pági- cada ramal um microcomputador, um equipamento ou periférico qualquer.
na personalizado, selecionando Usuário e inserindo as di- 2. A outra forma mais comum de estruturação da rede é quando se
mensões de tamanho nas caixas Largura e Altura. tem os equipamentos conectados a um cabo único, também chamada de
arquitetura de barramento - bus, ou seja, os micros com as expansões são
simplesmente ligados em série por um meio de transmissão. Não existirá
um controlador, mais sim vários equipamentos ligados individualmente aos
micros e nos equipamentos da rede. Em geral, trata-se de uma placa de
expansão que será ligada a outra idêntica no outro micro, e assim por
diante.
Largura

Informática 110 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
No primeiro caso básico, o hardware central é quem controla; no se- Além do intercâmbio de informações, outros aspectos podem ser ana-
gundo caso, são partes em cada micro. Em ambas configurações não há lisados. Nesta empresa hipotética, poderia haver em cada unidade gerado-
limitação da rede ser local, pois a ligação entre um micro pode ser feita ra de informações todos os periféricos de um sistema (disco, impressora
remotamente através de modems. etc.). Entretanto, alguns deles poderiam ser subutilizados, dependendo
Uma outra classificação de rede pode ser feita nos seguintes tipos: das aplicações que cada um processasse. Com a solução de rede, a
empresa poderia adquirir menos equipamentos periféricos e utilizá-los de
LAN- Rede local ou Local Area Network é a ligação de microcomputa-
uma forma mais racional como por exemplo: uma impressora mais veloz
dores e outros tipos de computadores dentro de uma área geográfica
poderia ser usada por vários micros que tivessem aplicações com uso de
limitada.
impressão.
WAN- Rede remota ou Wide Area Network, é a rede de computadores
As possíveis desvantagens são decorrentes de opções tecnicamente
que utiliza meios de teleprocessamento de alta velocidade ou satélites
incorretas, como tentar resolver um problema de grande capacidade de
para interligar computadores geograficamente separados por mais que os
processamento com uma rede mal dimensionada, ou tentar com uma rede
2 a 4 Km cobertos pelas redes locais.
substituir as capacidades de processamento de um equipamento de gran-
A solução por redes pode apresentar uma série de aspectos, positi- de porte.
vos, como:
Essas possíveis desvantagens desaparecem se não existirem falhas
- comunicação e intercâmbio de informações entre usuários; técnicas, que podem ser eliminadas por uma boa assessoria obtida desde
- compartilhamento de recursos em geral; os fabricantes até consultorias especializadas.
- racionalização no uso de periféricos; TOPOLOGIAS
- acesso rápido a informações compartilhadas; Outra forma de classificação de redes é quando a sua topologia, isto
- comunicação interna e troca de mensagem entre processos; é, como estão arranjados os equipamentos e como as informações circu-
- flexibilidade lógica e física de expansão; lam na rede.
- custo / desempenho baixo para soluções que exijam muitos recur- As topologias mais conhecidas e usadas são: Estrela ou Star, Anel ou
sos; Ring e Barra ou Bus.
- interação entre os diversos usuários e departamentos da empresa;
- redução ou eliminação de redundâncias no armazenamento;
- controle da utilização e proteção no nosso acesso de arquivos.
Da mesma forma que surgiu o conceito de rede de compartilhamento
nos computadores de grande porte, as redes de micros surgiram da ne-
cessidade que os usuários de microcomputadores apresentavam de
intercâmbio de informações e em etapas mais elaboradas, de racionaliza-
ção no uso dos recursos de tratamento de informações da empresa -
unificação de informações, eliminação de duplicação de dados etc.
Quanto ao objetivo principal para o qual a rede se destina, podemos
destacar os descritos a seguir, apesar de na prática se desejar uma com-
binação desses objetivos.
Redes de compartilhamento de recursos são aqueles onde o principal
objetivo é o uso comum de equipamentos periféricos, geralmente, muito
caros e que permitem sua utilização por mais de um micro, sem prejudicar
a eficiência do sistema como um todo. Por exemplo, uma impressora A figura a seguir mostra os três principais arranjos de equipamento
poderá ser usada por vários micros que não tenham função exclusiva de em redes.
emissão de relatórios (sistemas de apoio a decisão, tipicamente cujo A primeira estrutura mostra uma rede disposta em forma de estrela,
relatórios são eventuais e rápidos). Uma unidade de disco rígido poderá onde existe um equipamento (que pode ser um micro) no centro da rede,
servir de meio de armazenamento auxiliar para vários micros, desde que coordenando o fluxo de informações. Neste tipo de ligação, um micro,
os aplicativos desses micros não utilizem de forma intensiva leitura e para "chamar" outro, deve obrigatoriamente enviar o pedido de comunica-
gravação de informações. ção ao controlador, que então passará as informações - que poderá ser
Redes de comunicações são formas de interligação entre sistemas de uma solicitação de um dado qualquer - ao destinatário. Pode ser bem mais
computação que permitem a troca de informações entre eles, tanto em eficiente que o barramento, mas tem limitação no número de nós que o
tempo real (on-line) como para troca de mensagens por meio de um disco equipamento central pode controlar e, se o controlador sai do ar, sai toda
comum. Esta Função é também chamada de correio eletrônico e, depen- rede. A vantagem desse sistema é a simplificação do processo de geren-
dendo do software utilizado para controle do fluxo das mensagem, permite ciamento dos pedidos de acesso. Por outro lado, essa topologia limita a
alcançar grandes melhorias de eficiência nas tarefas normais de escritório quantidade de pontos que podem ser conectados, devido até mesmo ao
como no envio de memorandos, boletins informativos, agenda eletrônica, espaço físico disponível para a conexão dos cabos e à degradação acen-
marcação de reuniões etc. tuada da performance quando existem muitas solicitações simultâneas à
Outro grupo é formado pelas redes remotas, que interligam microcom- máquina centralizadora.
putadores não próximos uns dos outros. Este tipo de rede é muito aconse- A segunda topologia mostrada na figura é uma rede em anel que pode
lhado a atividades distribuídas geograficamente, que necessitam de coor- ser considerada como uma rede em bus, com as extremidades do cabo
denação centralizada ou troca de informações gerenciais. Normalmente, a juntas. Este tipo de ligação não permite tanta flexibilidade quanto a ligação
interligação é feita por meio de linhas telefônicas. em bus, forçando uma maior regularidade do fluxo de informações, supor-
Ao contrário dos equipamentos de grande porte, os micros permitem o tando por um sistema de detecção, diagnóstico e recuperação de erros
processamento local das informações e podem trabalhar independente- nas comunicações. Esta topologia elimina a figura de um ponto centraliza-
mente dos demais componentes da rede. Pode-se visualizar, numa em- dor, o responsável pelo roteamento das informações. As informações são
presa, vários micros em vários departamentos, cuidando do processamen- transmitidas de um ponto para outro da rede até alcançar o ponto destina-
to local das informações. Tendo as informações trabalhadas em cada tário. Todos os pontos da rede participam do processo de envio de uma
local, o gerenciamento global da empresa necessitaria recolher informa- informação. Eles servem como uma espécie de estação repetidora entre
ções dos vários departamentos para então proceder às análises e contro- dois pontos não adjacentes. Com vantagem, essa rede propicia uma maior
les gerais da empresa. distância entre as estações. Contudo, se houver um problema em um
Esse intercâmbio de informações poderá ser feito de diversas manei- determinado micro, a transmissão será interrompida.
ras: desde a redigitação até a interligação direta por rede. A terceira topologia de rede mostrada na figura é denominada rede em

Informática 111 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
bus ou barra, onde existe um sistema de conexão (um cabo) que interliga- Para os computadores de médio e grande porte, o usuário precisa, a-
rá os vários micros da rede. Neste caso o software de controle do fluxo de lém do software específico de comunicação de dados, de um conversor
informações deverá estar presente em todos os micros. que transforme o padrão de comunicação de seu equipamento para o
Assim, quando um micro precisa se comunicar com outro, ele "solta" protocolo X-25. O usuário pode se ligar à RENPAC utilizando, ainda, o
na linha de comunicação uma mensagem com uma série de códigos que acesso dedicado, ou seja, uma linha privada em conexão direta com a
servirá para identificar qual o micro que deverá receber as informações Rede. Além da assinatura para utilização do serviço, o usuário paga,
que seguem. Nesse processo, a rede fica menos suscetível a problemas também, uma tarifa pelo tempo de conexão à rede e pelo volume de
que ocorram no elemento centralizador e sua expansão fica bem mais informações trafegadas.
fácil, bastando aumentar o tamanho do cabo e conectar a ele os demais TRANSDATA
pontos. A Rede Transdata é uma rede totalmente síncrona para comunicação
As formas analisadas são as principais em termos de conceito de for- de dados abrangendo as maiores cidades do Brasil. A técnica de multiple-
mação da rede, porém, existe uma série de tipos intermediários ou varia- xação por entrelaçamento de bits (bit interleaving) é usada para a multiple-
ções deles com estruturas diferentes das barras - de árvore, de estrela ou xação dos canais e formar um agregado de 64 Kbps.
anel. As velocidades de transmissão disponíveis para os usuários vão de
Existem dispositivos que procuram diminuir alguns dos problemas re- 300 até 1200 bps (assíncrono) e 1200, 2400, 4800 e 9600 bps (síncronos).
lacionados acima, como meios físicos de transmissão - desde par trançado Os sinais gerados pelo Equipamento Terminal de Dados (ETD) são con-
até fibra ótica, passando por cabo coaxial e a utilização da infra-estrutura vertidos pelo Equipamento de Terminação de Circuito de Dados (ECD)
de equipamento de comutação telefônica - PBX - para a interligação de para a transmissão pela linha privada de comunicação de dados. Esta
equipamentos digitais. transmissão é terminada no Centro de Transmissão ou no Centro Remoto
As possibilidades de ligação de micros em rede são muitas e em di- subordinado a este. Nestes centros os sinais são demodulados em sinais
versos níveis de investimentos. Mesmo que haja equipamentos de tecno- de dados binários de acordo com as recomendações V.24 e V.28 do
logias diferentes - famílias diferentes -, algumas redes permitem que eles CCITT. Esses sinais são passados a equipamentos que fazem a multiple-
"troquem" informações, tornando-as mais úteis para a empresa como um xação até 64 Kbps.
todo. A Transdata utiliza equipamentos de multiplexação por divisão de
Uma aplicação mais interessante para usuários de grandes sistemas é tempo (TDM) para multiplexação dos canais dos assinantes, possibilitan-
a possibilidade de substituir os terminais burros por microcomputadores do, entre outros, que os códigos usados pelos equipamentos terminais de
"inteligentes". Essa troca poderá trazer benefícios ao tratamento da infor- dados seja transparente à rede.
mação, pois o usuário acessa o banco de dados no mainframe e traz para É um serviço especializado de CD baseado em circuitos privativos que
o seu micro as informações que necessita, processando-as independen- são interconectados em modems instalados nas suas pontas pela Embra-
temente, em certos casos com programas mais adequados ao tipo de tel e alugados (modem + linha) aos clientes.
processamento desejado - planilha eletrônica, por exemplo. Conceituações:
Quando uma empresa mantém um precioso banco de dados num - configuração ponto-a-ponto a multiponto, local e interurbana;
computador (de grande porte ou não), ele somente será útil se as pessoas
- serviço compreende manutenção dos meios de transmissão e mo-
que dirigirem a empresa tiverem acesso a essas informações para que as
dems;
decisões sejam tomadas em função não de hipóteses mas sobre a própria
realidade da empresa, refletida pelas informações contidas no banco de - inclui suporte técnico/comercial no dimensionamento, implantação,
dados. Por exemplo, a posição do estoque de determinado produto poderá manutenção e ampliação.
levar a perdas de recursos quando esta informação for imprecisa; ou Características:
então, uma estimativa errônea de despesas poderá comprometer decisões - Circuitos dedicados:
de expansão e crescimento da empresa. - ponto-a-ponto;
Havendo possibilidade de comunicação entre um computador central - multiponto.
e um micro de um gerente financeiro, os dados e informações podem ser
usados com maior segurança e as decisões mais conscientes. - Classes de velocidades:
Para os PC existem uma tendência para uma arquitetura não - estrela - 300, 1200 bps - assíncrono;
com duas características importantes. Um ou mais dos micros da rede com - 2400, 4800, 9600 bps síncrono.
maior capacidade, isto é, um equipamento baseado num 80286 ou 80386, - Transparente a códigos e protocolos;
que é chamado servidor da rede que normalmente é formado por 10 a 20 - Modems fornecidos pela Embratel;
PC. Outra característica é o surgimento dos PC sem unidades de disco
- Abrangência maior que 1000 localidades.
(Diskless). Esta estação de trabalho com vídeo, memória, teclado e cone-
xão de rede terá um custo baixo e irá compartilhar os discos, impressoras DATASAT
e outros periféricos da rede. Trata-se de um serviço de comunicação de dados de alta velocidade,
As redes em estrela continuarão a ser importantes quando a aplicação via Brasilsat, que tanto pode distribuir dados emitidos de um ponto central
exigir um compartilhamento multiusuário com uma concorrência de uso de para diversos pontos receptores, como a comunicação de dados ponto-a-
arquivos centralizados intensa. ponto e multi-ponto que devem ser previamente identificados pelo gerador
e o receptor de mensagem.
SERVIÇOS PÚBLICOS
INTERDATA
RENPAC
Destinado a setores econômicos, financeiros, comerciais, industriais e
Em operação desde 1985, a Rede Nacional de Comutação de Dados
culturais, permite o acesso de assinantes no Brasil a bancos de dados no
por Pacotes (RENPAC), da Embratel, oferece ao mercado uma extensa
exterior, e vice-versa, bem como a troca de mensagens entre computado-
gama de aplicações em comunicação de dados, tais como: ligação de
res instalados em diversos países, com formas de acesso e protocolos
departamentos de processamento de dados de uma empresa e suas filiais,
compatíveis com os equipamentos existentes nas redes mundiais.
espalhadas na mesma cidade ou em cidades de outros estados; formação
de pequenas redes, como de hotéis para serviços de reserva e turismo; DEA
acesso a bancos de dados; entre outras modalidades tradicionais de Através do DEA - Diretório de Assinantes da Embratel - o cliente tem
comunicação de dados. acesso instantâneo, via telex ou microcomputador, a informações de mais
O uso da RENPAC é aberto ao público em geral. Todos os computa- de 50 mil empresas em todo o país. O DEA oferece vantagens para as
dores, de micros a mainframes, podem ligar-se à RENPAC, através da empresas que utilizam mala-direta como técnica de marketing ou para
rede de telefonia pública. No caso dos micros, o usuário necessita de um comunicados importantes que requerem a garantia de endereços corretos.
software de comunicação de dados com o protocolo TTY ou X-25 (protoco- DIGISAT
lo interno da RENPAC) e modem. É um serviço internacional de aluguel de circuitos digitais via satélite

Informática 112 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
em alta velocidade que permite o intercâmbio de dados, entre computado- Desenvolvido e comercializado pela Digital Research. O CP/M éutili-
res, voz digitalizada, áudio e videoconferência, teleprocessamento, fac- zado na maioria dos microcomputadores.
símile, distribuição eletrônica de documentos e transferência de arquivos Nos grandes computadores, entretanto, existe uma variedade de S0,
entre um ou mais pontos no Brasil e no exterior. já incorporando gerenciadores de arquivos e Bases de Dados, linguagens
FINDATA e outros itens.
Permite aos usuários estabelecidos no Brasil o acesso a informações É importante salientar que um S0 pode ser de três tipos:
sobre o mercado financeiro mundial, armazenados nos bancos de dados — Monousuário: um usuário com uma tarefa de cada vez. Ex: a mai-
Reuters no exterior. oria das versões de S0 para 8 Bits.
STM 400 — Concorrente: um usuário com mais de uma tarefa de cada vez. Ex:
É o Serviço de Tratamento de Mensagens da Embratel. Permite a tro- a maioria das últimas versões para 16 Bits, que permite imprimir
ca de mensagens e arquivos, em qualquer ponto do País e do exterior, uma tarefa enquanto se digita outra ou que, no meio da execução
com segurança, rapidez e sigilo absolutos. Com o STM 400 é possível de um programa, permita acessar outro e depois continuar de on-
enviar mensagens para mais de 100 destinatários, simultaneamente. Nas de parou.
comunicações internacionais, pode-se trocar informações com outros — Multiusuário: vários usuários com várias tarefas de cada vez. Ex:
sistemas de tratamento de mensagens com os quais a Embratel mantém Xenix e Unix para PCs de qualquer tipo.
acordo comercial. Assim , o usuário pode participar da rede mundial de
Quanto ao modo de incorporar o Sistema Operacional ao computador,
mensagens.
temos duas maneiras:
AIRDATA
— S0 residente: já vem gravado de fábrica em determinada divisão
O Airdata é o serviço de comunicação de mensagens e dados aeroviá- da memória que não pode ser alterada, conforme veremos no item
rios que possibilita às empresas aéreas com escritórios no Brasil o inter- sobre Hardware. Este tipo de Sistema não permite gerenciamento
câmbio de mensagens e dados com os seus escritórios, com outras com- de disco.
panhias aéreas, bases de dados e centros de processamento interligados
— S0 em disco (DOS): vem gravado em disco ou disquete; deve ser
à rede mundial da Sita, Sociedade Internacional de Telecomunicações
“carregado” (lido no disco e colocado na memória). Esta versão
Aeronáuticas.
atua da mesma forma que o residente, porém com a facilidade de
DATAFAX manipular programas e coleções de dados em disquete.
É um serviço de fac-símile que permite o envio e a recepção de men- O Sistema Operacional é quem gerencia o funcionamento do com-
sagem em âmbito nacional e internacional. Interligado a outros serviços putador. Controla a entrada e saída de informações, e a tradução de
similares no exterior, forma uma rede de abrangência mundial. As Mensa- linguagens, acessa o vídeo e outros equipamentos periféricos, faz prote-
gens são encaminhadas através de circuitos de dados de alta velocidade e ção de dados, tratamento de erros e interrupções, interação com o opera-
com controle de erro, em que a qualidade do documento é verificada por dor e contabilização de ações.
toda a rede.
Facilidades oferecidas por um Sistema Operacional ao operador:
INTERBANK
— índice de programas e coleções de dados gravados em disquete;
Serviço internacional de dados bancários restrito a bancos que ope-
— ordenação do índice (diretório) do disquete;
ram no Brasil e são associados à Swift, Society of Worldwide Interbank
Financial Telecommunication. — troca de nome de programa ou coleção de dado;
ALUGUEL DE SERVIÇOS DE DADOS INTERNACIONAL — eliminação do programa ou coleção de dado;
Trata-se de um serviço similar ao Transdata. Com sua utilização, as — cópia de segurança dos programas e dados (BackUp);
empresas podem interligar terminais e computadores no Brasil a outros no — impressão de conteúdo de programas, textos e outros, direta-
exterior. mente;
SISTEMA OPERACIONAL — atualização de data e hora;
Você já deve ter pensado: “Mas como é que o computador sabe o que — encadeamento de execuções;
fazer com o meu programa? Como manda as informações para o vídeo? — formatação de disquetes para seu uso e etc.
Como é que ele realmente trabalha?” Quanto mais sofisticado for o Sistema, mais recursos oferecerá, po-
Vamos por partes: para cada uma dessas funções o computador tem rém a sofisticação custa sempre mais caro ao usuário. Contudo, depen-
um programa interno que lhe explica o que deve fazer. (CUIDADO: nada a dendo das tarefas que são realizadas pelo computador, estes recursos
ver com o seu programa, exceto a obediência às instruções.) encurtam caminhos e valorizam o seu trabalho.
Da mesma forma que as pessoas nascem com um instinto e uma ba- SURGE A WEB
gagem genética contendo informações do funcionamento de seu corpo e A World Wide Web foi criada por Tim Berners-Lee, em 1989, no Labo-
personalidade, o computador já vem de fábrica com um conjunto de pro- ratório Europeu de Física de Partículas - CERN, passando a facilitar o
gramas que regem o seu trabalho e lhe conferem o mínimo de informações acesso às informações por meio do hipertexto, que estabelece vínculos
para seu funcionamento e interação com os programas externos (os seus entre informações. Quando você dá um clique em uma frase ou palavra de
programas). hipertexto, obtém acesso a informações adicionais. Com o hipertexto, o
O conjunto de programas internos é chamado de Sistema Operacional computador localiza a informação com precisão, quer você esteja em seu
(S0). escritório ou do outro lado do mundo.
É ele quem vai fazer a ligação entre a parte física (circuitos) e a parte A Web é constituída por home pages, que são pontos de partida para
lógica (seu programa) do computador. a localização de informações. Os vínculos de hipertexto nas home pages
Como podemos ver, os circuitos e o S0 têm ligação essencial; logo pa- dão acesso a todos os tipos de informações, seja em forma de texto,
ra cada computador deve haver um sistema operacional exclusivo. imagem, som e/ou vídeo.
Isto, no entanto, é indesejável, pois impede que os computadores Para facilitar o acesso a informações na Web, Marc Andreessen e al-
possam “conversar” entre si. guns colegas, estudantes do Centro Nacional de Aplicações para Super-
Por isso, os fabricantes de microcomputadores padronizaram seus computadores (National Center for Supercomputing Applications - NCSA),
SO, e hoje temos dois principais em uso: O MS/DOS e o CP/M. da Universidade de Illinois, criaram uma interface gráfica para o usuário da
Web chamada Mosaic. Eles a disponibilizaram sem nenhum custo na
1. MS/DOS (MicroSoft - Disk Operating System)
Internet e, assim que os usuários a descobriam, passavam a baixá-la para
Desenvolvido pela empresa Seattle Computer Products, embora seja seus computadores; a partir daí, a Web decolou.
comercializado pela MicroSoft. Este S0 é utilizado na linha de micro-
computadores Apple, PCs XT e AT, PS, etc.
2. CP/M (Control Program for Microcomputers) CONCEITOS BÁSICOS DE INTRANET e INTERNET

Informática 113 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O que é uma Intranet? web interna, protegidos do mundo exterior. Mais tarde, quando surgiram os
Vamos imaginar que você seja o diretor de informática de uma com- grupos de discussão da Internet, percebeu-se o valor dos grupos de dis-
panhia global. A diretora de comunicações precisa de sua ajuda para cussão internos. Este parece ser o processo evolutivo seguido por muitas
resolver um problema. Ela tem de comunicar toda a política da empresa a empresas.
funcionários em duas mil localidades em 50 países e não conhece um Antes que pudéssemos perceber, essas ‘internets internas’ receberam
meio eficaz para fazê-lo. muitos nomes diferentes. Tornaram-se conhecidas como webs internas,
1. O serviço de correio é muito lento. clones da Internet, webs particulares e webs corporativas. Diz-se que em
1994 alguém na Amdahl usou o termo Intranet para referir-se à sua Inter-
2. O correio eletrônico também consome muito tempo porque exige
net interna. A mídia aderiu ao nome e ele passou a ser usado. existiam
atualizações constantes dos endereços dos funcionários.
outras pessoas que também usavam isoladamente esse termo. Acredito
3. O telefone é caro e consome muito tempo, além de apresentar o que esta seja uma daquelas ideias que ocorrem simultaneamente em
mesmo problema do caso anterior. lugares diferentes. Agora é um termo de uso geral.
4. O fax também é muito caro e consome tempo, pelas mesmas razões. CRESCIMENTO DAS INTRANETS
5. Os serviços de entrega urgente de cartas e pacotes oferecido por A Internet, a Web e as Intranets têm tido um crescimento espetacular.
algumas empresas nos Estados Unidos não é prático e é bastante A mídia costuma ser um bom indicador, a única maneira de não ouvir falar
dispendioso em alguns casos. do crescimento da Internet e da Web é não tendo acesso a mídia, pois
6. A videoconferência também apresenta um custo muito alto. muitas empresas de pequeno e praticamente todas de médio e grande
Você já agilizou a comunicação com pessoas fora da empresa dispo- porte utilizam intranets. As intranets também são muito difundidas nas
nibilizando um site Web externo e publicando informações para a mídia e escolas e nas Faculdades.
analistas. Com essas mesmas ferramentas, poderá melhorar a comunica- QUAIS SÃO AS APLICAÇÕES DAS INTRANETS?
ção com todos dentro da empresa. De fato, uma Internet interna, ou Intra- A aplicabilidade das Intranets é quase ilimitada. Você pode publicar in-
net, é uma das melhores coisas para proporcionar a comunicação dentro formações, melhorar a comunicação ou até mesmo usá-la para o groupwa-
das organizações. re. Alguns usos requerem somente páginas criadas com HTML, uma
Simplificando, trata-se de uma Internet particular dentro da sua orga- linguagem simples de criação de páginas, mas outras envolvem progra-
nização. Um firewall evita a entrada de intrusos do mundo exterior. Uma mação sofisticada e vínculos a bancos de dados. Você pode fazer sua
Intranet é uma rede interna baseada no protocolo de comunicação TCP/IP, Intranet tão simples ou tão sofisticada quanto quiser. A seguir, alguns
o mesmo da Internet. Ela utiliza ferramentas da World Wide Web, como a exemplos do uso de Intranets:
linguagem de marcação por hipertexto, Hypertext Markup Language (HT- • Correio eletrônico
ML), para atribuir todas as características da Internet à sua rede particular.
• Diretórios
As ferramentas Web colocam quase todas as informações a seu alcance
mediante alguns cliques no mouse. Quando você da um dique em uma • Gráficos
página da Web, tem acesso a informações de um outro computador, que • Boletins informativos e publicações
pode estar em um país distante. Não importa onde a informação esteja: • Veiculação de notícias
você só precisa apontar e dar um dique para obtê-la. Um procedimento
• Manuais de orientação
simples e poderoso.
• Informações de benefícios
Pelo fato de as Intranets serem de fácil construção e utilização, tor-
nam-se a solução perfeita para conectar todos os setores da sua organiza- • Treinamento
ção para que as informações sejam compartilhadas, permitindo assim que • Trabalhos à distância (job postings)
seus funcionários tomem decisões mais consistentes, atendendo melhor a • Memorandos
seus clientes. • Grupos de discussão
HISTÓRIA DAS INTRANETS • Relatórios de vendas
De onde vêm as Intranets? Vamos começar pela história da Internet e • Relatórios financeiros
da Web, para depois abordar as Intranets.
• Informações sobre clientes
Primeiro, a Internet
• Planos de marketing, vídeos e apresentações
O governo dos Estados Unidos criou a Internet na década de 70, por
razões de segurança nacional. Seu propósito era proteger as comunica- • Informações de produto
ções militares, caso ocorresse um ataque nuclear. A destruição de um • Informações sobre desenvolvimento de produto e esboços
computador não afetaria o restante da rede. Na década seguinte, a Fun- • Informações sobre fornecedores
dação Nacional de Ciência (Nacional Science Foundation — NSF) expan- • Catálogos de insumos básicos e componentes
diu a rede para as universidades, a fim de fornecer aos pesquisadores
• Informações de inventario
acesso aos caros supercomputadores e facilitar a pesquisa.
• Estatísticas de qualidade
Na começo da década de 90, a NSF permitiu que a iniciativa privada
assumisse a Internet, causando uma explosão em sua taxa de crescimen- • Documentação de usuários do sistema
to. A cada ano, mais e mais pessoas passam a usar a Internet, fazendo • Administração da rede
com que o comércio na Web continue a se expandir. • Gerência de ativos
A INTRANET • Groupware e workflow
Com a introdução do Mosaic em 1993, algumas empresas mostraram COMO SE CONSTITUEM AS INTRANETS?
interesse pela força da Web e desse programa. A mídia noticiou as primei-
Cada Intranet é diferente, mas há muito em comum entre elas. Em al-
ras organizações a criar webs internas, entre as quais a Lockheed, a
gumas empresas, a Intranet é apenas uma web interna. Em outras, é uma
Hughes e o SÃS Instituto. Profissionais provenientes do ambiente acadê-
rede completa, que inclui várias outras ferramentas. Em geral, a Intranet é
mico sabiam do que as ferramentas da Internet eram capazes e tentavam
uma rede completa, sendo a web interna apenas um de seus componen-
avaliar, por meio de programas pilotos, seu valor comercial. A notícia se
tes. Veja a seguir os componentes comuns da Intranet:
espalhou, despertando o interesse de outras empresas.
• Rede
Essas empresas passaram a experimentar a Internet, criando gate-
ways (portal, porta de entrada) que conectavam seus sistemas de correio • Correio eletrônico
eletrônico com o resto do mundo. Em seguida, surgiram os servidores e • Web interna
navegadores para acesso à Web. Descobriu-se então o valor dessas • Grupos de discussão
ferramentas para fornecer acesso a informações internas. Os usuários • Chat
passaram a colocar seus programas e sua documentação no servidor da

Informática 114 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• FTP 2. Para que uma rede seja realmente útil, é preciso que muitos computa-
• Gopher dores possam ser interligados ao mesmo tempo. Para isso, é preciso
instalar em cada computador um dispositivo chamado placa de rede.
• Telnet
Ela permitirá que muitos computadores sejam interligados simultane-
Rede amente, formando o que se chama de uma rede local, ou LAN (do in-
Inicialmente abordaremos a rede, que é a parte mais complexa e essencial glês Local Area Network). Se essa LAN for ligada à Internet, todos os
de uma Intranet. Ela pode constituir-se de uma ou de várias redes. As computadores conectados à LAN poderão ter acesso à Internet. É as-
mais simples são as locais (local área network — LAN), que cobrem sim que muitas empresas proporcionam acesso à Internet a seus fun-
um único edifício ou parte dele. Os tipos de LANs são: cionários.
- Ethernet. São constituídas por cabos coaxiais ou cabos de par trança- 3. O usuário doméstico cujo computador não estiver ligado a nenhuma
do (tipo telefone padrão) conectados a um hub (eixo ou ponto central), LAN precisará de um equipamento chamado modem. O modem (do
que é o vigilante do tráfego na rede. inglês (modulator/demodulator) possibilita que computadores se co-
- Token Ring. Também compostas de cabos coaxiais ou de par trança- muniquem usando linhas telefônicas comuns ou a banda larga. O mo-
do conectados a uma unidade de junção de mídia (Media Attachment dem pode ser interno (uma placa instalada dentro do computador) ou
Unit — MAU), que simula um anel. Os computadores no anel reve- externo (um aparelho separado). Através do modem, um computador
zam-se transmitindo um sinal que passa por cada um de seus disposi- pode se conectar para outro computador. Se este outro computador
tivos, permitindo a retransmissão. for um provedor de acesso, o usuário doméstico também terá acesso
- Interface de fibra para distribuição de dados (Siber Distributed Data à Internet. Existem empresas comerciais que oferecem esse serviço
Interface). Essas redes usam cabos de fibra ótica em vez dos de par de acesso à Internet. Tais empresas mantêm computadores ligados à
trançado, e transmitem um sinal como as redes Token Ring. Internet para esse fim. O usuário faz uma assinatura junto a um pro-
vedor e, pode acessar o computador do provedor e através dele, a In-
LANs sem fio (wireless) são uma tecnologia emergente, porém caras e ternet. Alguns provedores cobram uma taxa mensal para este acesso.
indicadas apenas para casos em que haja dificuldade de instalação de
uma rede com cabos. A História da Internet
SURGE A WEB Muitos querem saber quem é o “dono” da Internet ou quem ou quem
administra os milhares de computadores e linhas que a fazem funcionar.
A World Wide Web foi criada por Tim Berners-Lee, em 1989, no Labo- Para encontrar a resposta, vamos voltar um pouco no tempo. Nos anos 60,
ratório Europeu de Física de Partículas - CERN, passando a facilitar o quando a Guerra Fria pairava no ar, grandes computadores espalhados
acesso às informações por meio do hipertexto, que estabelece vínculos pelos Estados Unidos armazenavam informações militares estratégicas em
entre informações. Quando você dá um dique em uma frase ou palavra de função do perigo de um ataque nuclear soviético.
hipertexto, obtém acesso a informações adicionais. Com o hipertexto, o
computador localiza a informação com precisão, quer você esteja em seu Surgiu assim a ideia de interconectar os vários centros de computação
escritório ou do outro lado do mundo. de modo que o sistema de informações norte-americano continuasse
funcionando, mesmo que um desses centros, ou a interconexão entre dois
A Web é constituída por home pages, que são pontos de partida para deles, fosse destruída.
a localização de informações. Os vínculos de hipertexto nas home pages
dão acesso a todos os tipos de informações, seja em forma de texto, O Departamento de Defesa, através da ARPA (Advanced Research
imagem, som e/ou vídeo. Projects Agency), mandou pesquisar qual seria a forma mais segura e
flexível de interconectar esses computadores. Chegou-se a um esquema
Para facilitar o acesso a informações na Web, Marc Andreessen e al- chamado chaveamento de pacotes. Com base nisso, em 1979 foi criada a
guns colegas, estudantes do Centro Nacional de Aplicações para Super- semente do que viria a ser a Internet. A Guerra Fria acabou, mas a heran-
computadores (National Center for Supercomputing Applications - NCSA), ça daqueles dias rendeu bastante. O que viria a ser a Internet tornou-se
da Universidade de Illinois, criaram uma interface gráfica para o usuário da uma rede voltada principalmente para a pesquisa científica. Através da
Web chamada Mosaic. Eles a disponibilizaram sem nenhum custo na National Science Foundation, o governo norte-americano investiu na
Internet e, assim que os usuários a descobriam, passavam a baixá-la para criação de backbones, aos quais são conectadas redes menores.
seus computadores; a partir daí, a Web decolou.
Além desses backbones, existem os criados por empresas particula-
INTERNET res, todos interligados. A eles são conectadas redes menores, de forma
Computador e Comunicação mais ou menos anárquica. É nisso que consiste a Internet, que não tem
O computador vem se tornando uma ferramenta cada vez mais impor- um dono.
tante para a comunicação. Isso ocorre porque todos eles, independente- Software de Comunicação
mente de marca, modelo, tipo e tamanho, têm uma linguagem comum: o Até agora, tratamos da comunicação entre computadores do ponto de
sistema binário. vista do equipamento (hardware). Como tudo que é feito com computado-
Pouco a pouco, percebeu-se que era fácil trocar informações entre res, a comunicação requer também programas (software). O programa a
computadores. Primeiro, de um para outro. Depois, com a formação de ser utilizado depende do tipo de comunicação que se pretende fazer.
redes, até o surgimento da Internet, que hoje pode interligar computadores Os sistemas operacionais modernos geralmente são acompanhados
de todo o planeta. de algum programa básico de comunicação. Por exemplo, o Internet
É claro que, além do custo da conexão, o candidato a internauta pre- Explorer acompanha o Windows.
cisa ter um computador e uma linha telefônica ou conexão de banda larga. Com programas desse tipo é possível acessar:
O software necessário para o acesso geralmente é fornecido pelo prove-
dor. - Um computador local utilizando um cabo para interconectar as portas
seriais dos dois computadores;
Da Rede Básica à Internet
- Um computador remoto, através da linha telefônica, desde que os dois
A comunicação entre computadores torna possível desde redes sim- computadores em comunicação estejam equipados com modens.
ples até a Internet. Isso pode ser feito através da porta serial, uma placa
de rede, um modem, placas especiais para a comunicação Wireless ou as Além desses programas de comunicação de uso genérico, existem ou-
portas USB ou Firewire.. O backbone – rede capaz de lidar com grandes tros mais especializados e com mais recursos. Geralmente, quando você
volumes de dados – dá vazão ao fluxo de dados originados deste forma. compra um computador, uma placa fax modem ou um modem externo eles
vêm acompanhados de programas de comunicação. Esses programas
1. A porta serial é um canal para transmissão de dados presente em podem incluir também a possibilidade de enviar e receber fax via compu-
praticamente todos os computadores. Muitos dispositivos podem ser tador.
conectados ao computador através da porta serial, sendo que o mais
comum deles é o mouse. A porta serial pode também ser usada para Resumo
formar a rede mais básica possível: dois computadores interligados Uma rede que interliga computadores espalhados por todo o mundo.
por um cabo conectado a suas portas seriais. Em qualquer computador pode ser instalado um programa que permite o
acesso à Internet. Para este acesso, o usuário precisa ter uma conta junto

Informática 115 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a um dos muitos provedores que existem hoje no mercado. O provedor é o http://
intermediário entre o usuário e a Internet. É o método pelo qual a informação deve ser buscada. No caso, http://
MECANISMOS DE CADASTRAMENTO E ACESSO A REDE é o método utilizado para buscar páginas de Web. Você também vai
encontrar outras formas, como ftp:// (para entrar em servidores de FTP),
Logon
mailto: (para enviar mensagens) e news: (para acessar grupos de discus-
Significado: Procedimento de abertura de sessão de trabalho em um são), entre outros.
computador. Normalmente, consiste em fornecer para o computador um
www.uol.com.br
username (também chamado de login) e uma senha, que serão verificados
se são válidos, ou não. Pode ser usado para fins de segurança ou para É o nome do computador onde a informação está armazenada, tam-
que o computador possa carregar as preferências de um determinado bém chamado de servidor ou site. Pelo nome do computador você pode
usuário. antecipar que tipo de informação irá encontrar. Os que começam com
www são servidores de Web e contém principalmente páginas de hipertex-
Login - É a identificação de um usuário para um computador. Outra
to. Quando o nome do servidor começar com ftp, trata-se de um lugar
expressão que tem o mesmo significado é aquele tal de "User ID" que de
onde pode-se copiar arquivos. Nesse caso, você estará navegando entre
vez em quando aparece por aí.
os diretórios desse computador e poderá copiar um programa imediata-
Username (Nome do Usuário) ou ID mente para o seu micro.
• Significado: Nome pelo qual o sistema operacional identifica o usuá- /internet/fvm/
rio. É o diretório onde está o arquivo. Exatamente como no seu computa-
• usenet - Conjunto dos grupos de discussao, artigos e computadores dor a informação na Internet está organizada em diretórios dentro dos
que os transferem. A Internet inclui a Usenet, mas esta pode ser servidores.
transportada por computadores fora da Internet. sistema _enderecos.htm
• user - O utilizador dos servicos de um computador, normalmente É o nome do arquivo que será trazido para o seu navegador. Você de-
registado atraves de um login e uma password. ve prestar atenção se o nome do arquivo (e dos diretórios) estão escritos
• Senha é a segurança utilizada para dar acesso a serviços privados. em maiúsculas ou minúsculas. Na maior parte dos servidores Internet,
PROTOCOLOS E SERVIÇOS DE INTERNET essa diferença é importante. No exemplo acima, se você digitasse o nome
do arquivo como URL.HTM ou mesmo Url.Htm, a página não seria encon-
Site - Um endereço dentro da Internet que permite acessar arquivos e trada. Outro detalhe é a terminação do nome do arquivo (.htm). Ela indica
documentos mantidos no computador de uma determinada empresa, o tipo do documento. No caso, htm são páginas de Web. Você também vai
pessoa, instituição. Existem sites com apenas um documento; o mais encontrar documentos hipertexto como este com a estensão htm, quando
comum, porém, principalmente no caso de empresas e instituições, é que se trata de páginas produzidas em um computador rodando Windows.
tenha dezenas ou centenas de documentos. O site da Geocities, por Outros tipos de arquivos disponíveis na Internet são: txt (documentos
exemplo, fica no endereço http://www.geocities.com comuns de texto), exe (programas) zip, tar ou gz (compactados), au, aiff,
A estrutura de um site ram e wav (som) e mov e avi (vídeo).
Ao visitar o site acima, o usuário chegaria pela entrada principal e es- e-mail, correio:
colheria o assunto que lhe interessa. Caso procure informações sobre • Significado: local em um servidor de rede no qual ficam as mensa-
móveis, primeiro seria necessário passar pela página que fala dos produ- gens, tanto enviadas quanto recebidas, de um dado usuário.
tos e só então escolher a opção Móveis. Para facilitar a procura, alguns
sites colocam ferramentas de busca na home page. Assim, o usuário pode • e-mail - carta eletrônica.
dizer qual informação está procurando e receber uma relação das páginas • Grupos - Uma lista de assinantes que se correspondem por correio
que falam daquele assunto. eletrônico. Quando um dos assinantes escreve uma carta para um de-
As ligações entre as páginas, conhecidas como hyperlinks ou ligações terminado endereco eletrônico (de gestao da lista) todos os outros a
de hipertexto, não ocorrem apenas dentro de um site. Elas podem ligar recebem, o que permite que se constituam grupos (privados) de dis-
informações armazenadas em computadores, empresas ou mesmo conti- cussao atraves de correio eletrônico.
nentes diferentes. Na Web, é possível que uma página faça referência a • mail server - Programa de computador que responde automaticamen-
praticamente qualquer documento disponível na Internet. te (enviando informacoes, ficheiros, etc.) a mensagens de correio ele-
Ao chegar à página que fala sobre os móveis da empresa do exemplo trônico com determinado conteudo.
acima, o usuário poderia encontrar um link para uma das fábricas que HTTP (Hypertext Transfer Protocol)
fornecessem o produto e conferir detalhes sobre a produção. De lá, pode- Significado: Este protocolo é o conjunto de regras que permite a
ria existir uma ligação com o site de um especialista em madeira e assim transferência de informações na Web e permite que os autores de páginas
por diante. de hipertextos incluam comandos que possibilitem saltos para recursos e
Na Web, pode-se navegar entre sites diferentes outros documentos disponíveis em sistemas remotos, de forma transpa-
O que faz essa malha de informações funcionar é um sistema de en- rente para o usuário.
dereçamento que permite a cada página ter a sua própria identificação. HTML - Hypertext Markup Language. É uma linguagem de descricao
Assim, desde que o usuário saiba o endereço correto, é possível acessar de paginas de informacao, standard no WWW, podendo-se definir páginas
qualquer arquivo da rede. que contenham informação nos mais variados formatos: texto, som, ima-
Na Web, você vai encontrar também outros tipos de documentos além gens e animações.
dessas páginas interligadas. Vai poder acessar computadores que mantém HTTP - Hypertext Transport Protocol. É o protocolo que define como é
programas para serem copiados gratuitamente, conhecidos como servido- que dois programas/servidores devem interagir, de maneira a transferirem
res de FTP, grupos de discussão e páginas comuns de texto. entre si comandos ou informacao relativos a WWW.
URL - A Web tem um sistema de endereços específico, tamém chamado FTP (File Transfer Protocol)
de URL (Uniform Resource Locator, localizador uniforme de recursos). Significado: Protocolo usado para a transferência de arquivos. Sem-
Com ele, é possível localizar qualquer informação na Internet. Tendo em pre que você transporta um programa de um computador na Internet para
mão o endereço, como http://www.thespot.com, você pode utilizá-lo no o seu, você está utilizando este protocolo. Muitos programas de navega-
navegador e ser transportado até o destino. O endereço da página, por ção, como o Netscape e o Explorer, permitem que você faça FTP direta-
exemplo, é http://www.uol.com.br/internet/fvm/url.htm mente deles, em precisar de um outro programa.
Você pode copiá-lo e passar para um amigo. • FTP - File Transfer Protocol. Esse é o protocolo usado na Internet
Cada parte de um endereço na Web significa o seguinte: para transferência de arquivos entre dois computadores (cliente e ser-
http://www.uol.com.br/internet/fvm/url.htm vidor) conectados à Internet.
Onde: • FTP server - Servidor de FTP. Computador que tem arquivos de

Informática 116 A Opção Certa Para a Sua Realização


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software acessiveis atraves de programas que usem o protocolo de interceptadores roubem mensagens ou outros dados sendo enviados por
transferencia de ficheiros, FTP. você. Por quê? Suponha que seu computador é parte de uma rede com
Você pode encontrar uma variedade incrível de programas disponíveis uma conexão permanente com a Internet. Quando chega correio eletrônico
na Internet, via FTP. Existem softwares gratuitos, shareware (o shareware em sua rede, ele não vai direto para sua máquina. Os servidores de cor-
pode ser testado gratuitamente e registrado mediante uma pequena taxa) reio eletrônico direcionam as mensagens enviadas a você para sua caixa
e pagos que você pode transportar para o seu computador. de correio pessoal. Mas onde ela está? Em muitas redes, sua caixa de
correio pessoal está no servidor de rede, não no seu computador. Sua
Grandes empresas como a Microsoft também distribuem alguns pro-
própria estação de trabalho (computador) a recupera depois. Quando uma
gramas gratuitamente por FTP.
página que você tenha requisitado chega em sua rede, seu primeiro desti-
News - Noticias, em portuguese, mas melhor traduzido por foruns ou no é o gateway de sua rede local. Seu segundo destino é sua estação de
grupos de discussao. Abreviatura de Usenet News, as news sao grupos de trabalho na rede. O segundo destino não é onde os interceptadores prova-
discussao, organizados por temas, a maior parte deles com distribuicao velmente estão para tentar apanhar esses dados. O primeiro destino, o
internacional, podendo haver alguns distribuidos num só país ou numa endereço de gateway IE está mais exposto ao mundo.
instituicao apenas. Nesses grupos, publicos, qualquer pessoa pode ler
Agora suponha que seu computador se conecte com a Internet por
artigos e escrever os seus proprios artigos. Alguns grupos sao moderados,
meio de um provedor de serviço. O correio eletrônico enviado a você
significando isso que um humano designado para o efeito le os artigos
espera pela sua recuperação no servidor de correio eletrônico de seu
antes de serem publicados, para constatar da sua conformidade para com
provedor. O Netscape Messenger não conhece o número de identificação
o tema do grupo. No entanto, a grande maioria dos grupos nao sao mode-
UIDL (um número usado para identificar mensagens eletrônicas armazena-
rados.
das em um servidor) de uma mensagem eletrônica, ou sabe se essa
Newsgroup - Um grupo de news, um fórum ou grupo de discussão. mensagem possui um número UIDL, até depois de ser transferida do
servidor de correio eletrônico. Entretanto, o servidor de correio eletrônico
NOVAS TECNOLOGIAS do provedor conhece esse número, porque esse é o seu trabalho. Um
interceptador que descobre seu correio eletrônico por meio de um pacote
Cabo de fibra ótica – Embora a grande maioria dos acessos à internet em trânsito possui uma alça em seu correio eletrônico que nem mesmo
ainda ocorra pelas linhas telefônicas, em 1999 começou a ser implantada você possui. Quando uma página Web que você tenha requisitado ‘chega’,
no Brasil uma nova tecnologia que utiliza cabos de fibra ótica. Com eles, a ela primeiro chega no endereço de gateway IP dinâmico atribuído a você
conexão passa a se realizar a uma velocidade de 128, 256 e 512 kilobites pelo protocolo SLIP ou PPP. Onde está esse gateway? Ele não está em
por segundo (kbps), muito superior, portanto, à feita por telefone, a 33 ou seu computador mas no provedor de serviço, cujo trabalho é transmitir
56 kps. Assim, a transferência dos dados da rede para o computador do essa página para você por meio da linha telefônica ou da linha ISDN.
usuário acontece muito mais rapidamente.
A lógica diz que a melhor maneira de se proteger em todas essas si-
Internet2 –Voltada para projetos nas áreas de saúde, educação e ad- tuações é tornar os dados que você envia pela Internet praticamente
ministração pública, oferece aos usuários recursos que não estão disponí- ilegíveis a qualquer um que não seja a pessoa para a qual os dados se
veis na internet comercial, como a criação de laboratórios virtuais e de destinam. Por esse motivo, a criptografia da Internet entra em ação. Ela
bibliotecas digitais. Nos EUA, já é possível que médicos acompanhem não é um método totalmente garantido. Mas vamos encarar isso: as pes-
cirurgias a distância por meio da nova rede. Esta nova rede oferece veloci- soas que ocupam seu tempo violando métodos de criptografia não são
dades muito superiores a da Internet, tais como 1 Megabites por segundo tolas, de qualquer forma. Esta é uma guerra acontecendo na Internet, com
e velocidades superiores. Sua transmissão é feita por fibras óticas, que engenharia sofisticada de um lado e métodos anti-segurança extremamen-
permitem trocas de grandes quantidades de arquivos e informações de te simples de outro.
uma forma mais rápida e segura que a Internet de hoje em dia.
Como funciona a criptografia com chave pública
No Brasil, a internet2 interliga os computadores de instituições públi-
A criptografia é baseada no conceito de que toda a informação é, por
cas e privadas, como universidades, órgãos federais, estaduais e munici-
natureza, codificada. O texto que você está lendo neste momento foi
pais, centros de pesquisas, empresas de TV a cabo e de telecomunicação.
digitado em um computador e armazenado em disco usando um código
CONCEITO DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO (ASCII) que torna o texto legível às pessoas. A criptografia lida com código
A lnternet é um sistema aberto. Realizar transações comerciais nesse que é ilegível às pessoas. Ela também trata de tornar o código legível em
sistema é como efetuar negócios secretos nos corredores da Bolsa de código ilegível de modo que a outra parte ainda possa determinar o méto-
Valores. É bastante improvável ouvir acidentalmente algumas negociações do para converter o código ilegível em código legível. Veja que estamos
nesse tipo de ambiente devido a todo o barulho. Como, também, intercep- lidando com dois códigos. O código não é o que torna texto legível em
tar acidentalmente transações da Internet não destinadas a seus olhos é ilegível; mas o texto legível é um código e o texto ilegível é outro.
extremamente raro. Ainda que tenha interceptado, você provavelmente A diferença entre os códigos legível e ilegível na criptografia pode ser
não teve ideia alguma do que estava vendo, uma vez que estava fora de descrita por meio de uma fórmula matemática. Para que a criptografia
contexto. Mas isso é possível. funcione nos computadores, não é a fórmula que deve ser mantida em
O que os interceptadores estão realmente procurando segredo. Na verdade, todo computador que participa do processo cripto-
gráfico precisa conhecer a fórmula até para que esse processo funcione,
Quando uma transação da Internet é interceptada por alguém que não
mesmo quando alguns desses computadores não conheçam o conteúdo
deve ser informado dela, essa interceptação geralmente é intencional.
Mas, mesmo essa interceptação em trânsito é rara e, quando acontece, o da mensagem criptografada. O que é mantido em segredo dos computado-
que o interceptador vê provavelmente estará fora de contexto. O que é res não conhecedores da mensagem são os coeficientes da fórmula — os
números que formam a chave da fórmula.
interceptado em trânsito não é um documento de processador de texto ou
alguma imagem fotográfica, mas alguns pacotes de dados. O computador que criptografa uma mensagem gera coeficientes alea-
tórios que se encaixam na fórmula. Esse conjunto de coeficientes constitui-
Em cada pacote de dados enviado pela Internet existe um cabeçalho.
se em uma chave. Para que outro computador decodifique a mensagem,
Esse cabeçalho é perfeitamente legível para um interceptador que conhe-
ele também deve possuir a chave. O processo mais crítico experimentado
ce o formato dos cabeçalhos IP. O cabeçalho contém dados suficientes
hoje por qualquer criptógrafo é transferir essa chave para os receptores da
para que o interceptador descubra a que documento o pacote pertence, e
mensagem, de tal forma que nenhum outro computador reconheça a
em que sistema o pacote provavelmente terminará quando o documento
chave como uma chave.
for completamente montado. Rastrear o fluxo de pacotes IP é uma forma
de fisgar dados suculentos esperando os olhos dos pretendidos recepto- Imagine a fórmula criptográfica como um mecanismo para uma fecha-
res, mesmo antes que estes saibam de sua existência em sua caixa de dura. Um fabricante pode montar quantas fechaduras quiser usando esse
correio. mecanismo. Mas uma parte crucial do mecanismo para cada fechadura
inclui sua capacidade de ser ajustado de modo a aceitar chaves exclusi-
CUIDADO
vas. Sem essa capacidade de ajuste, o fato de ter várias fechaduras perde
Segue agora a informação que você provavelmente não desejará ler: o sentido. A quantidade de ajustes resulta na forma da chave. A chave se
proteger seu próprio computador não diminui as chances de que

Informática 117 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
adapta à quantidade de cada um dos ajustes e, no contexto da fórmula forma simplificada do esquema de handshake, usado para iniciar uma
criptográfica, os coeficientes são esses ajustes. troca de mensagens completa e seguramente criptografadas entre duas
Como a Internet é um sistema livre, com todas as mensagens pesa- partes.
damente identificadas por cabeçalhos MIME quanto a seu tipo de conteú- MECANISMOS DE BUSCA
do, como um criptógrafo pode enviar uma chave para os decodificadores
As informações na internet estão distribuídas entre inúmeros servido-
da sua mensagem sem que essa chave seja revelada a todos os outros
res, armazenadas de formas diversas. As páginas Web constituem o
computadores do planeta? Você poderia dizer que seria necessário cripto-
recurso hipermídia da rede, uma vez que utilizam diversos recursos como
grafar a própria chave; mas qual chave seria usada para decodificar a
hipertextos, imagens, gráficos, sons, vídeos e animações.
primeira chave?
Buscar informações na rede não é uma tarefa difícil, ao contrário, é
A solução para esse dilema foi descoberta por um trio de empresários,
possível encontrar milhões de referências a um determinado assunto. O
Ron Rivest, Adi Shamir e Len Adleman, cuja empresa, a RSA, leva suas
problema, contudo, não é a falta de informações, mas o excesso.
iniciais. Com um truque de álgebra, esses engenheiros conseguiram
quebrar três das principais pressuposições que ataram as mãos dos Os serviços de pesquisa operam como verdadeiros bibliotecários, que
criptógrafos no passado: nos auxiliam a encontrar as informações que desejamos. A escolha de um
“bibliotecário” específico, depende do tipo de informações que pretende-
• A chave que o criador da mensagem usa para criptografá-la deve ser
mos encontrar. Todos os mecanismos de busca têm a mesma função,
a mesma que o decodificador usa para ler essa mensagem
encontrar informações; porém nem todos funcionam da mesma maneira
• As chaves devem ser negadas para que os segredos que elas codifi- Vistos de uma forma simplificada, os mecanismos de busca têm três
cam sejam mantidos componentes principais:
• Uma parte em uma transação, simplesmente por usar criptografia, é 1. Um programa de computador denominado robot, spider, crawler,
necessariamente quem ela afirma ser wanderer, knowbot, worm ou web-bot. Aqui, vamos chamá-los indis-
As chaves públicas e privadas tintamente de robô. Esse programa "visita" os sites ou páginas arma-
O verdadeiro propósito da criptografia é manter sua mensagem livre zenadas na web. Ao chegar em cada site, o programa robô "pára" em
das mãos das pessoas erradas. Mas a única forma de a criptografia fun- cada página dele e cria uma cópia ou réplica do texto contido na pági-
cionar é se o receptor de sua mensagem tiver a chave para decifrá-la. na visitada e guarda essa cópia para si. Essa cópia ou réplica vai
Como saber se esse receptor é quem ele diz ser e não ser a pessoa compor a sua base de dados.
errada’? Além disso, mesmo se o receptor for uma das ‘pessoas certas’, 2. O segundo componente é a base de dados constituída das cópias
como enviar-lhe sua chave decifradora da Internet sem que ela caia em efetuadas pelo robô. Essa base de dados, às vezes também denomi-
mãos erradas? nada índice ou catálogo, fica armazenada no computador, também
A solução apresentada pelo Secure Sockets Layer (SSL) — um pa- chamado servidor do mecanismo de busca.
drão formalizado pela Netscape Corp., mas originado pela RSA Data 3. O terceiro componente é o programa de busca propriamente dito.
Security, Inc. — é o conceito da criptografia assimétrica. Dito de forma Esse programa de busca é acionado cada vez que alguém realiza
simples, eles fabricaram uma fechadura que fecha com uma chave e abre uma pesquisa. Nesse instante, o programa sai percorrendo a base de
com outra. dados do mecanismo em busca dos endereços - os URL - das páginas
A criptografia assimétrica requer um esquema de contraverificação que contém as palavras, expressões ou frases informadas na consul-
semelhante ao handshake que os modems realizam quando configuram ta. Em seguida, os endereços encontrados são apresentados ao usuá-
sessões entre si. Nesse esquema de handshake, considere que duas rio.
partes estão envolvidas. Cada parte possui duas de suas próprias chaves Funções básicas de um sistema de busca.
criptográficas reservadas para uso durante o processo de handshake. A Esses três componentes estão estreitamente associados às três funções
chave pública pode ser enviada seguramente; a chave privada é mantida básicas de um sistema de busca:
pelo emissor. Se uma das partes usar sua chave privada para criptografar
uma mensagem, então somente sua chave pública — a que ela está ♦ a análise e a indexação (ou "cópia") das páginas da web,
enviando — poderá ser usada para que o receptor da mensagem a decodi- ♦ o armazenamento das "cópias" efetuadas e
fique. A chave pública de uma parte pode ser usada para decodificar ♦ a recuperação das páginas que preenchem os requisitos indicados
qualquer mensagem criptografada com a chave privada dessa mesma pelo usuário por ocasião da consulta.
parte. Como qualquer pessoa tem acesso à chave pública, essa mensa- Para criar a base de dados de um mecanismo de busca, o programa
gem pode ser facilmente decodificada. robô sai visitando os sites da web. Ao passar pelas páginas de cada site, o
Isoladamente, isso não representa segurança alguma para ninguém. Se robô anota os URL existentes nelas para depois ir visitar cada um desses
uma parte envia sua chave pública, qualquer mensagem que ela envi- URL. Visitar as páginas, fazer as cópias e repetir a mesma operação:
ar criptografada com sua chave privada não será oculta de ninguém. cópia e armazenamento, na base de dados, do que ele encontrar nesses
Mas aqui está o ‘pulo do gato’ da RSA: a mensagem de resposta que sites. Essa é uma das formas de um mecanismo de busca encontrar os
o receptor envia e criptografa usando a chave pública transmitida na sites na web.
primeira mensagem só pode ser decodificada usando a chave privada A outra maneira de o mecanismo de busca encontrar os sites na web
do emissor da mensagem original. Em outras palavras, enviando sua é o "dono" do site informar, ao mecanismo de busca, qual o endereço, o
chave pública, o emissor da mensagem original permite que o receptor URL, do site. Todos os mecanismos de buscas têm um quadro reservado
envie suas mensagens criptografadas que somente ele (o receptor) para o cadastramento, submissão ou inscrição de novas páginas. É um
pode decodificar, já que apenas ele possui a chave que pode decodifi- hiperlink que recebe diversas denominações conforme o sistema de busca.
car a mensagem. E essa chave privada nunca é transmitida pela In- Veja alguns exemplos.
ternet (ou por qualquer outro meio); portanto, ela é segura. Agora te-
mos um método realmente seguro de criptografar mensagens. A cha- Nome do hiperlink Mecanismos de busca
ve pública também não pode ser usada para decodificar uma mensa-
gem criptografada com a mesma chave pública. Quando o criador en-
via sua chave pública, o que ele está fazendo na verdade é fornecer a Acrescente uma URL RadarUol
alguém um modo de enviar uma mensagem criptografada confiável de
volta para ele (o criador). Cadastre a sua página no Radix Radix
O que um receptor poderia querer enviar de volta ao criador da primei-
ra mensagem? Que tal a chave pública desse receptor? Desse modo, o Inserir site Zeek
criador pode enviar mensagens criptografadas ao receptor usando a chave
pública do próprio receptor, que só pode ser decodificada usando sua Nos sites de língua inglesa, usam-se, geralmente, hiperlinks denomi-
chave privada. Consequentemente, duas criptografias estão envolvidas nados List your site, Add URL ou Add a site.
nessa conversação, não apenas uma. Essa decodificação representa uma
Informática 118 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Resumindo: num mecanismo de busca, um programa de computador
visita as páginas da web e cria cópias dessas páginas para si. Essas
cópias vão formar a sua base de dados que será pesquisada por ocasião
de uma consulta.
Alguns mecanismos de busca:

Radix RadarUol

AltaVista Fast Search

Excite Snap

HotBot Radix

Google Aol.Com
Cada servidor possui diversos grupos dentro dele, divididos por tema.
Atualmente, a maior rede brasileira de newgroups é a U-BR (http://u-br.tk).
Northern Light WebCrawler A U-BR foi criada após o UOL ter passado a não disponibilizar mais aces-
so via NNTP (via Gravity, Outlook Express, Agent, etc.) para não-
Como efetuar uma busca na Internet assinantes. De certa forma, isso foi bom, pois acabou "obrigando" os
usuários a buscar uma alternativa. Eis então que foi criada a U-BR.
A grande vantagem da U-BR, é que ela não possui um servidor cen-
tral, ou seja, se um dos servidores dela ficar "fora do ar", você pode aces-
sar usando um outro servidor. Os temas (assuntos) disponíveis nos news-
groups em geral, variam desde Windows XP até Política, passando por
hardware em geral, sociologia, turismo, cidades, moutain-bike, música,
Jornada nas Estrelas, futebol, filosofia, psicologia, cidades, viagens, sexo,
humor, música e muito mais. É impossível não achar um tema que lhe
agrade.
Instalação configuração e criação de contas
Para acessar um news, você precisa usar um programa cliente, o
newsreader. Um dos mais populares é o Outlook Express, da Microsoft,
O QUE SÃO "GRUPOS DE DISCUSSÃO" (NEWSGROUPS) mas não é o melhor. Existem inúmeros programas disponíveis na Internet,
Grupos de discussão, Grupos de Notícias ou Newsgroups, são espé- que possibilitam, a criação de grupos de discurções, entre eles destacam-
cies de fóruns, como estes que você já conhece. As comunidades do Orkut se o Gravity, da MicroPlanet.
também seguem um molde parecido com os newsgroups, porém com Para usários do Linux, recomendo o Pan Newsreader (também dispo-
muitas limitações. São incomparavelmente inferiores aos newsgroups. nível para Windows).
Tanto os fóruns da web como as comunidades do Orkut, você acessa pelo Para configurar uma conta de acesso no Outlook Express, vá no menu
seu navegador (Firefox, Internet Explorer, Netscape, etc.), através de um Ferramentas > Contas > Adicionar > News. Siga os passos exibidos na
endereço de uma página. Tela, informando o servidor de sua preferência quando solicitado, veja no
Entretanto, para acessar os newsgroups, você precisa de um leitor, exemplo abaixo:
chamado newsreader (Leitor de Notícias). Um popular leitor de newsgroup, CONFIGURAÇÃO DE UMA CONTA DE NEWSGROUP
é o Outlook Express, esse mesmo que vem com o Internet Explorer e você Microsft Outlook Express
usa para acessar seus e-mails, pois além de ser cliente de e-mail, ele tem
capacidade de acessar servidores de newsgroups, mas com algumas Para configurar o acesso aos newsgroups, siga os passos referidos
limitações. em baixo:
Em alguns casos, também é possível acessar os mesmos grupos de No Microsoft Outlook Express, seleccionar Tools / Accounts
discussão via navegador, mas isso se o administrador do servidor disponi-
bilizar esse recurso. Porém, acessando via navegador, estaremos deixan-
do de usar o serviço newsgroup de fato, passando a utilizar um simples
fórum da Internet.
Operação
Basicamente, um newsgroup funciona assim:
1. Alguém envia uma mensagem para o grupo, posta ela.
2. Essa mensagem fica armazenada no servidor do news, e qualquer
pessoa que acessar o servidor e o grupo onde essa mensagem foi posta-
da, poderá visualizá-la, respondê-la, acrescentar algo, discordar, concor-
dar, etc. A resposta também fica armazenada no servidor, e assim como a
mensagem original, outras pessoas poderão "responder a resposta" da
mensagem original. Para entender melhor, veja um exemplo da estrutura
de um newsgroup, veja o exemplo na figura abaixo. Aqui vai iniciar o processo de configuração da sua conta nos news-
groups. Para tal terá de preencher o nome e endereço de correio electróni-
co que pretende que apareçam nas mensagens, bem como o endereço de
servidor de newsgroups: news.iol.pt.

Informática 119 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Depois de seleccionados, poderá encontrar os newsgroups escolhidos


na pasta news.iol.pt.

Aqui vai iniciar o processo de configuração da sua conta nos news-


groups. Para tal terá de preencher o nome e endereço de correio electróni-
co que pretende que apareçam nas mensagens, bem como o endereço de
servidor de newsgroups: news.iol.pt.
COOKIES
Alguns sites da Web armazenam informações em um pequeno arquivo
de texto no computador. Esse arquivo é chamado cookie.
Existem vários tipos de cookies e você pode decidir se permitirá que
alguns, nenhum ou todos sejam salvos no computador. Se não quiser
salvar cookies, talvez não consiga exibir alguns sites da Web nem tirar
proveito de recursos de personalização (como noticiários e previsões
meteorológicas locais ou cotações das ações).
Clique em "Yes" para obter as mensagens dos newsgroups.
Como os cookies são usados
Um cookie é um arquivo criado por um site da Internet para armazenar
informações no computador, como suas preferências ao visitar esse site.
Por exemplo, se você pedir informações sobre o horário dos vôos no site
da Web de uma companhia aérea, o site poderá criar um cookie contendo
o seu itinerário. Ou então, ele poderá conter apenas um registro das
páginas exibidas no site que você visitou, para ajudar o site a personalizar
a visualização na próxima vez que visitá-lo.
Os cookies também podem armazenar informações pessoais de iden-
tificação. Informações pessoais de identificação são aquelas que podem
ser usadas para identificar ou contatar você, como seu nome, endereço de
email, endereço residencial ou comercial ou número de telefone. Entretan-
to, um site da Web só tem acesso às informações pessoais de identifica-
ção que você fornece. Por exemplo, um site não pode determinar seu
nome de email a menos que você o forneça. Além disso, um site não pode
ter acesso a outras informações no computador.
Nesta janela, poderá escolher quais pretende ver, clicando no "News" Quando um cookie é salvo no computador, apenas o site que o criou
desejado e posteriormente em "Subscribe". Depois de ter seleccionado poderá lê-lo.
todos os newsgroups que pretende visualizar, deverá clicar em "OK". Cookies temporários
Um cookie temporário ou por sessão é armazenado apenas para a
sessão de navegação atual e é excluído do computador quando o Internet
Explorer é fechado.
Cookies primários versus cookies secundários

Informática 120 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Um cookie primário é aquele criado ou enviado para o site que você
está exibindo no momento. Esses cookies costumam ser usados para
armazenar informações, como suas preferências ao visitar o site.
Um cookie secundário é aquele criado ou enviado para um site dife-
rente daquele que você está exibindo no momento. Em geral, os sites
secundários fornecem conteúdo no site que você está exibindo. Por exem-
plo, muitos sites exibem propagandas de sites secundários e esses sites
podem usar cookies. Esse tipo de cookie costuma ser usado para controlar
o uso da sua página da Web para propagandas ou outras finalidades de
marketing. Os cookies secundários podem ser persistentes ou temporá-
rios.
Cookies não satisfatórios
Os cookies não satisfatórios são cookies que podem permitir acesso a
informações pessoais de identificação que poderiam ser usadas com uma
finalidade secundária sem o seu consentimento.
Suas opções para trabalhar com cookies
Se o número de atalhos ou pastas fizer com que arrastar seja pouco
O Internet Explorer permite o uso de cookies, mas você pode alterar
prático, você pode usar o botão Mover para pasta.
suas configurações de privacidade para especificar que o Internet Explorer
deve exibir uma mensagem antes de inserir um cookie no computador (o Compartilhando indicadores e favoritos
que permite a você autorizar ou bloquear o cookie) ou para impedir que ele Os favoritos, conhecidos como indicadores no Netscape Navigator,
aceite cookies. são uma forma prática de organizar e estabelecer links para páginas da
Você pode usar as configurações de privacidade do Internet Explorer Web que você visita frequentemente.
para especificar como o Internet Explorer deve lidar com cookies de sites O Internet Explorer importa automaticamente todos os seus indicado-
da Web específicos ou de todos os sites da Web. Também pode persona- res do Netscape. No menu Favoritos, clique na pastaIndicadores impor-
lizar as configurações de privacidade importando um arquivo que contém tados para visualizá-los.
configurações personalizadas de privacidade ou especificando essas Se você usa o Internet Explorer em diversos computadores, pode fa-
configurações para todos os sites da Web ou para sites específicos. cilmente compartilhar itens favoritos entre computadores, importando-os.
As configurações de privacidade aplicam-se apenas a sites da Web na Além disso, se usar o Internet Explorer e o Netscape Navigator, você pode
zona Internet. manter os seus favoritos e indicadores atualizados entre si, importando-os
MANUTENÇÃO DE ENDEREÇOS FAVORITOS entre programas.
Ao localizar sites ou páginas da Web preferidos, mantenha controle • Para importar indicadores ou favoritos, no menu Arquivo, clique em
deles para que possa abri-los facilmente no futuro. Importar e exportar.
• Adicione uma página da Web à sua lista de páginas favoritas. Sempre • Para exportar favoritos para indicadores ou favoritos no mesmo ou em
que você desejar abrir essa página, basta clicar no botão Favoritos outro computador, no menu Arquivo, clique em Importar e exportar.
na barra de ferramentas e depois clicar no atalho na lista Favoritos Observações
• Os favoritos exportados são salvos como um arquivo HTML normal;
portanto, o Internet Explorer ou o Netscape Navigator pode importá-
los. Você pode exportar uma pasta selecionada na sua lista Favori-
tos, ou todos os seus favoritos.
• O arquivo de favoritos exportados é relativamente pequeno. Por isso,
você pode copiá-lo para um disquete ou pasta de rede ou anexá-lo a
uma mensagem de email se desejar compartilhar os itens favoritos
com outras pessoas.
HISTÓRICO
Há várias formas de localizar sites da Web e páginas visualizadas nos
últimos dias, horas ou minutos.
Para localizar uma página que você viu nos últimos dias
1. Na barra de ferramentas, clique no botão Histórico.

Para organizar as suas páginas favoritas em pastas


À medida que a sua lista de itens favoritos for crescendo, você poderá
mantê-los organizados criando pastas. Pode ser conveniente organizar as
suas páginas por tópicos. Por exemplo, você pode criar uma pasta chama-
da Arte para armazenar informações sobre exposições e críticas de arte.
1. No menu Favoritos, clique em Organizar Favoritos.
2. Clique em Criar pasta, digite um nome para a pasta e pressione
ENTER.
3. Arraste os atalhos (ou pastas) da lista para as pastas apropriadas.

A barra Histórico é exibida, contendo links para sites da Web e pági-


nas visitadas em dias e semanas anteriores.
2. Na barra Histórico, clique em uma semana ou dia, clique em uma

Informática 121 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pasta de site da Web para exibir páginas individuais e, em seguida, acessar. Exemplo: telnet://asterix.ufrgs.br (endereço para consultar a
clique no ícone da página para exibi-la. biblioteca da UFRGS)
Para classificar ou pesquisar a barra Histórico, clique na seta ao lado TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÕES E ARQUIVOS
do botão Exibir na parte superior da barra Histórico. FTP (File Transfer Protocol)
Para localizar uma página que você acabou de visitar É o serviço básico de transferência de arquivos na rede. Com a devida
• Para retornar para a última página que você visualizou, clique no permissão o usuário pode copiar arquivos de um computador à distância
botão Voltar na barra de ferramentas. para o seu computador ou transferir um arquivo do seu computador para
um computador remoto. Para tanto, o usuário deve ter permissão de
• Para visualizar uma das últimas nove páginas que você visitou nesta acesso ao computador remoto.
sessão, clique na seta ao lado do botão Voltar ou Encaminhar e de-
pois clique na página que você deseja na lista. Ante às restrições para transferência de arquivos, foi criado o "FTP
Anônimo", para facilitar o acesso de usuários de todo mundo a determina-
Observações
das máquinas que mantém enormes repositórios de informação. Não é
• Você pode ocultar a barra Histórico clicando no botão Histórico necessária uma permissão de acesso; o usuário se identificará como
novamente. anonymous quando o sistema requisitar o "login".
• Você pode alterar o número de dias durante os quais as páginas são O FTP é geralmente usado para transferência de arquivos contendo
mantidas na lista de histórico. Quanto mais dias você especificar, mais programas (software) e documentos. Não há, contudo, qualquer limitação
espaço em disco será usado no seu computador para salvar as infor- quanto ao tipo de informação que pode ser transferida. Vale ressaltar que
mações. esse serviço pressupõe que o usuário conheça a localização eletrônica do
Para especificar o número de dias durante os quais a lista do histórico documento desejado, ou seja, o endereço do computador remoto, os
mantém o controle de suas páginas nomes dos diretórios onde o arquivo se encontra, e, por fim, o nome do
próprio arquivo. Quando a localização não é conhecida, o usuário pode
3. No Internet Explorer, no menu Ferramentas, clique em Opções da
usar o archie para determinar a localização exata do arquivo.
Internet.
Para fazer uma transferência de arquivo através do FTP, pode-se pro-
ceder da seguinte forma: No browser, no espaço existente para se digitar o
endereço da Internet, coloque o nome do protocolo, no caso, ftp e o ende-
reço que se deseja acessar. Exemplo: ftp://microsoft.com (endereço para
4. Clique na guia Geral. transferir programas (free) da Microsoft)
5. Em Histórico, altere o número de dias durante os quais a lista do DOWNLOAD: Copiando arquivos para o seu micro
histórico mantém o controle de suas páginas. Navegue pelos diretórios, localize o arquivo desejado, selecione-o e
clique 2 vezes para transferir para o seu computador, no diretório que você
escolheu.
O WS_FTP é um programa shareware para windows, que facilita a vi-
da de quem quer transferir um arquivo. Ele é um dos melhores programas
nessa área, pois é rápido e fácil de usar.
APLICATIVOS DE ÁUDIO, VÍDEO E MULTIMÍDIA
Mas o que vem a ser multimídia?
O termo nasce da junção de duas palavras:“multi” que significa vários,
diversos, e “mídia”, que vem do latim “media”, e significa meios, formas,
maneiras. Os americanos atribuíram significado moderno ao termo, graças
ao seu maciço poder de cultura, comércio e finanças sobre o mundo,
difundidos pelas agências de propaganda comerciais. Daí nasceu a ex-
pressão: meios de comunicação de massa (mass media). O uso do termo
multimídia nos meios de comunicação corresponde ao uso de meios de
expressão de tipos diversos em obras de teatro, vídeo, música, performan-
ces etc. Em informática significa a técnica para apresentação de informa-
ções que utiliza, simultaneamente, diversos meios de comunicação, mes-
Observações clando texto, som, imagens fixas e animadas.
• Para esvaziar a pasta Histórico, clique em Limpar histórico. Dessa Sem os recursos de multimídia no computador não poderíamos apre-
forma, será liberado espaço no seu computador temporariamente. ciar os cartões virtuais animados, as enciclopédias multimídia, as notícias
veiculadas a partir de vídeos, os programas de rádio, os jogos e uma
infinidade de atrações que o mundo da informática e Internet nos oferece.
Para obter ajuda sobre um item, clique em na parte superior da
caixa de diálogo e, em seguida, clique no item. Com os recursos de multimídia, uma mesma informação pode ser
transmitida de várias maneiras, utilizando diferentes recursos, na maioria
ACESSO A DISTANCIA A COMPUTADORES das vezes conjugados, proporcionando-nos uma experiência enriquecedo-
TELNET (REMOTE LOGIN) ra.
É um serviço que permite ao usuário conectar-se a um computador Quando usamos um computador os sentidos da visão e da audição
remoto interligado à rede. Uma vez feita a conexão, o usuário pode execu- estão sempre em ação. Vejamos: toda vez que um usuário liga seu micro-
tar comandos e usar recursos do computador remoto como se seu compu- computador com sistema operacional Windows, placa de som e aplicativos
tador fosse um terminal daquela máquina que está distante. devidamente instalados, é possível ouvir uma melodia característica, com
Telnet é o serviço mais comum para acesso a bases de dados (inclu- variações para as diferentes versões do Windows ou de pacotes especiais
sive comerciais) e serviços de informação. A depender do tipo de recurso de temas que tenham sido instalados. Esse recurso multimídia é uma
acessado, uma senha pode ser requerida. Eventualmente, o acesso a mensagem do programa, informando que ele está funcionando correta-
determinadas informações de caráter comercial pode ser negado a um mente.
usuário que não atenda aos requisitos determinados pelo detentor da A música de abertura e a exposição na tela do carregamento da área
informação. de trabalho significam que o micro está pronto para funcionar. Da mesma
Para fazer um login remoto, pode-se proceder da seguinte forma: No forma, operam os ruídos: um alerta soado quando um programa está
browser, no espaço existente para se digitar o endereço da Internet, colo- tentando se instalar, um sinal sonoro associado a um questionamento
que o nome do protocolo, no caso, telnet e o endereço que se deseja quando vamos apagar um arquivo, um aviso de erro etc. e alguns símbo-

Informática 122 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
los com pontos de exclamação dentro de um triângulo amarelo, por exem- gem digitais como wav, mp3 e midi e os vídeos mpeg e avi. Ambos os
plo, representam situações em que devemos ficar atentos. players suportam arquivos transmitidos no modo streaming gerados para
Portanto, a mídia sonora no micro serve para que o sistema operacio- rodar neles.
nal e seus programas interajam com os usuários. Além disso, ela tem USO DA INTERNET NOS NEGÓCIOS E OUTROS DOMÍNIOS
outras utilidades: permite que ouçamos música, enquanto lemos textos ou Desde que foi criada, a Internet não parou de se desenvolver, disponi-
assistimos vídeos; que possamos ouvir trechos de discursos e pronuncia- bilizando um grande número de serviços aos seus usuários. Nesse curso
mentos de políticos atuais ou do passado; que falemos e ouçamos nossos veremos alguns desses serviços: World Wide Web, transferência de arqui-
contatos pela rede e uma infinidade de outras situações. vos, correio eletrônico, grupos de notícias e listas de discussão.
A evolução tecnológica dos equipamentos e aplicativos de informática Dentre as muitas utilidades da Internet, podemos destacar:
tem nos proporcionado perfeitas audições e gravações digitais de nossa
Propagação do conhecimento e intercâmbio de informações: a-
voz e outros sons.
través da Web, é possível encontrar informações sobre praticamente
Os diferentes sons que ouvimos nas mídias eletrônicas são gravados qualquer assunto, a quantidade e variedade de opções é impressionante.
digitalmente a partir de padrões sonoros. No mundo digital, três padrões Pode-se ficar a par das últimas notícias, fazer pesquisas escolares, buscar
com finalidades distintas se impuseram: wav, midi e mp3. informações específicas que auxiliem no trabalho (ex: um médico pesqui-
O padrão wav apresenta vantagens e desvantagens. A principal van- sando sobre um novo tratamento), etc.
tagem é que ele é o formato de som padrão do Windows, o sistema opera- O usuário comum também pode ser um gerador de informações, se
cional mais utilizado nos computadores do mundo. Dessa forma, na maio- você conhece um determinado assunto, pode criar seu próprio site, com-
ria dos computadores é possível ouvir arquivos wav, sem necessidade de partilhando seus conhecimentos com os outros internautas. Podemos citar
se instalar nenhum programa adicional. A qualidade sonora desse padrão também os vários projetos de educação a distância que estão sendo
também é muito boa. Sua desvantagem é o tamanho dos arquivos. Cada desenvolvidos, inlusive na Unicamp (http://www.ead.unicamp.br/).
minuto de som, convertido para formato wav, que simule qualidade de CD,
Meio de comunicação: o serviço de correio eletrônico permite a troca
usa aproximadamente 10 Mb de área armazenada.
de mensagens entre pessoas do mundo todo, com incrível rapidez. As
O padrão midi surgiu com a possibilidade de se utilizar o computador listas de discussão, grupos de notícias e as salas de bate-papo (chat)
para atividades musicais instrumentais. O computador passou a ser usado também são bastante utilizados.
como ferramenta de armazenamento de melodias. Definiu-se um padrão
Serviços: dentre os vários serviços disponibilizados, podemos citar o
de comunicação entre o computador e os diversos instrumentos (princi-
Home-banking (acesso a serviços bancários) e a entrega da declaração do
palmente teclados e órgãos eletrônicos), que recebeu o nome de “interface
imposto de renda via Internet (Receita Federal).
midi”, que depois passou a ser armazenado diretamente em disco.
Comércio: existe um grande número de lojas virtuais, vendendo produ-
Esse padrão também apresenta vantagens e desvantagens. Sua prin-
tos pela rede. A Livraria Saraiva (http://www.livrariasaraiva.com.br/) é uma
cipal vantagem junto aos demais é o tamanho dos arquivos. Um arquivo
delas. Recentemente a GM lançou o Celta e com ele a ideia de vender
midi pode ter apenas alguns Kbs e conter toda uma peça de Chopin ao
automóvel pela Internet (www.celta.com.br).
piano. A principal desvantagem é a vinculação da qualidade do áudio ao
equipamento que o reproduz. O internauta também pode vender seus produtos em sites como Ar-
remate.com (www.arremate.com.br).
Ultimamente, a estrela da mídia sonora em computadores é o padrão
mp3. Este padrão corresponde à terceira geração dos algoritmos Mpeg, Marketing: Muitas empresas estão utilizando a Internet para divulga-
especializados em som, que permite ter sons digitalizados quase tão bons ção de seus produtos. O Parque Dom Pedro Shopping
quanto podem ser os do padrão wav e, ainda assim, serem até 90% meno- (www.parquedpedro.com.br/), antes da inauguração, e já tinha um site na
res. Dessa forma, um minuto de som no padrão wav que, como você já Internet, onde as pessoas podiam acompanhar a evolução da obra e
sabe, ocuparia cerca de 10 MB, no padrão mp3 ocuparia apenas 1 MB conferir todos os detalhes do empreendimento.
sem perdas significativas de qualidade sonora. Os estúdios de Hollywood também incorporaram a Internet como mí-
O padrão mp3, assim como o jpeg utilizado para gravações de ima- dia de apoio para o lançamento de filmes. Atualmente, grande parte das
gens digitalizadas: Uso da impressora e tratamento de imagens), trabalha produções já tem seu site oficial disponível antes mesmo de estrear nos
com significância das perdas de qualidade sonora (ou gráfica no caso das cinemas.
imagens). Isso significa que você pode perder o mínimo possível ou ir NAVEGADORES
aumentando a perda até um ponto que se considere aceitável em termos Um navegador (também conhecido como web browser ou
de qualidade e de tamanho de arquivo. simplesmente browser) é um programa que habilita seus usuários a
O vídeo, entre todas as mídias possíveis de ser rodadas no computa- interagirem com documentos HTML hospedados em um servidor Web. É o
dor, é, provavelmente, o que mais chama a atenção dos usuários, pois lida tipo mais comumente usado de agente. A maior coleção interligada de
ao mesmo tempo com informações sonoras, visuais e às vezes textuais. documentos hipertexto, dos quais os documentos HTML são uma
Em compensação, é a mídia mais demorada para ser carregada e visuali- substancial fração, é conhecida com a World Wide Web.
zada. Existem diferentes formatos de vídeos na web. Entre os padrões
mais comuns estão o avi, mov e mpeg.
O avi (Audio Video Interleave) é um formato padrão do Windows, que
intercala, como seu nome sugere, trechos de áudio juntamente com qua-
dros de vídeo no inflacionado formato bmp para gráficos. Devido à exten-
são do seu tamanho e outros problemas como o sincronismo de qualidade
duvidosa entre áudio e vídeo, o AVI é um dos formatos de vídeo menos
populares na web. Já o formato mpeg (Moving Pictures Expert Group) é
bem mais compacto e não apresenta os problemas de sincronismo comu-
mente observados no seu concorrente avi. O formato mpeg pode apresen-
tar vídeos de alta qualidade com uma taxa de apresentação de até 30
quadros por segundo, o mesmo dos televisores.
O formato mov, mais conhecido como QuickTime, foi criado pela Ap-
ple e permite a produção de vídeos de boa qualidade, porém com taxas de
compressão não tão altas como o formato mpeg. Enquanto o mpeg chega
a taxas de 200:1, o formato QuickTime chega à taxa média de 50:1. Para
mostrar vídeos em QuickTime, em computadores com Windows, é neces-
sário fazer o download do QuickTime for Windows. O Windows Media Conheça os browsers que garantem uma navegação segura na
Player e o Real Áudio são bastante utilizados na rede. Tanto um como o internet
outro tocam e rodam a maioria dos formatos mais comuns de som e ima-
Informática 123 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para quem pensa que o Internet Explorer é o único navegador exis-
OS/2, Solaris, FreeBSD, QNX, Smartphone/PDA
tente no mundo virtual, vai aí uma informação. Além de existirem outras
opções de browsers, elas podem ser disponibilizadas de graça e são tão
eficientes quanto o software mais conhecido pelos internautas. free (mas mostra banners)
E tem mais. Esses outros navegadores possuem recursos que não
são encontrados no Internet Explorer como os mouse gestures, programas disponível em português
de mensagem instantânea, como o ICQ, e softwares de e-mail que substi-
tuem o tradicional Outlook Express. Apesar de não serem muito conheci-
dos, seguem as normas recomendadas pelo W3C, organização que define Mozilla
padrão para as tecnologias existentes na internet. Após a liberação do código fonte do Netscape (ainda na versão 4), iniciou-
se o projeto Mozilla, que no futuro daria suporte a novos browsers. O
Conheça os principais browsers utilizados para navegar na Web Mozilla, assim como o Opera, apresenta um sistema que permite que as
Internet Explorer páginas sejam visualizadas à medida que o browser vai baixando o arqui-
É o browser mais utilizado no mercado, com mais de 90% de penetra- vo e não após tudo ser carregado. Também possui gerenciador de down-
ção, em função de a Microsoft já inserir o software no pacote Windows. loads, cookies, popups, senhas e dados digitados em formulário. Permite
Curiosamente, hoje o Internet Explorer é o navegador que menos atende que o usuário faça pesquisas utilizando seu mecanismo de busca favorito
aos padrões recomendados pelo W3C. Devido à sua grande audiência, a através da barra de endereços. Para quem desenvolve programas e
dupla Internet Explorer/Outlook Express é uma grande porta para os vírus páginas para a Web há ferramentas muito úteis como o JavaScript De-
que se aproveitam das falhas de segurança encontradas nesses progra- bugger. É necessário instalar o Plugin Java caso você ainda não o pos-
mas como é o caso do Fortnight, Cavalo de Tróia que está invadindo sua em sua máquina (é o mesmo plugin que o Opera utiliza).
muitas máquinas que usam o navegador. Tem a vantagem de abrir mais
rápido devido a essa interação com o Windows. Existem softwares de Mozilla
terceiros, como o MyIE2 ou o Avant Browser, que adicionam algumas
funcionalidades ao Internet Explorer, como navegação por abas, suporte a www.mozilla.org
skins.

Internet Explorer versão atual: 1.4

www.microsoft.com/windows/ie possui programa de e-mail

versão atual: 6 SP 1 sistema operacional: Win 95 ou superior, Linux, MacOS X

possui programa de e-mail free

sistema operacional: Win98, NT 4.0, Me, 2000, XP não está disponível em português

free

disponível em português

Opera
Bastante rápido para carregar as páginas e não tão pesado quanto o
Netscape. O programa de instalação é o menor com 3.2 Mb. Possui
recurso de navegação por abas - novas páginas são abertas na mesma
janela do Opera, não havendo necessidade de abrir outras instâncias do
browser. Admite mouse gestures que são atalhos chamados através de
um movimento de mouse, como a atualização e o fechamento de uma
janela. Possui teclas de atalho para os principais sites de busca. Digitar,
por exemplo, (g palavra-chave) na barra de endereço equivale a uma
busca por palavra-chave no Google. Inclui genreciador de downloads, de
senhas gravadas e de cookies - arquivo que grava informações em texto Mozilla Firebird
durante a navegação - e pode também bloquear janelas popups. Para
Mais um filho do Mozilla. O Firebird pode ser chamado de Mozilla Li-
utilizar a linguagem Java, muito comum em sites de bancos, é necessário
te, pois ele traz apenas o browser e as funções mais úteis como controle
instalar o Plugin Java. Existe um programa de instalação em que o Java
de cookies, senhas, popups, abas, o que o torna bem leve, tanto para
está incluído, mas essa versão faz o programa crescer para 12.7 Mb.
baixar quanto para executá-lo. Não possui programa de instalação, basta
descompactar o arquivo - para isso é necessário o WinZip - num diretório
Opera qualquer. No site podem-se baixar extensões que acrescentam novos
recursos a ele, como os mouse gestures.
www.opera.com
Mozilla Firebird
versão atual: 7.11
texturizer.net/firebird/index.html
possui programa de e-mail
versão atual: 0.6
sistema operacional: Win 95 ou superior, Linux, Mac,

Informática 124 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Internet como hipertexto, “ Link” isto é, vinculações entre as diferentes
não possui programa de e-mail partes do documento para permitir que as informações sejam exploradas
interativamente e não apenas de uma forma linear.
sistema operacional: Win 95 ou superior, Linux, MacOS X Programas como o Internet Explorer, aumentaram muita a popularida-
de da Internet graças as suas potencialidades de examinador multimídia,
capaz de apresentar documentos formatados, gráficos embutidos, vídeo,
free som e ligações ou vinculações e mais, total integração com a WWW.
Este tipo de interface poderá levá-lo a um local (site) através de um
não está disponível em português determinado endereço (Ex: www.apostilasopcao.com.br) localizado em
qualquer local, com apenas um clique, saltar para a página (home page)
Netscape de um servidor de dados localizado em outro continente.
A partir da versão 6, o Netscape passou a utilizar o engine do Mozilla,
ou seja, por dentro eles são o mesmo browser e compartilham praticamen-
te dos mesmos recursos, porém o Netscape traz no programa de instala-
ção alguns outros softwares, como o Winamp, o Real Player e o Plugin
Java, o que torna o instalador muito pesado - aproximadamente 32 Mb,
sendo que muitas vezes os usuários já têm esses softwares ou não têm
interesse em instalá-los. Isso pode ser contornado durante a instalação, Navegação
quando se pode optar por não instalar todos eles, mas fatalmente terá que Para podermos navegar na Internet é necessário um software nave-
se baixar todos os 30Mb. Além desses softwares externos, ele traz ainda gador (browser) como o Internet Explorer ou Netscape (Estes dois são os
um programa de mensagem instantânea, que funciona como o ICQ ou mais conhecidos, embora existam diversos navegadores).
AIM. Endereços na Internet
Netscape Todos os endereços da Internet seguem uma norma estabelecida pelo
InterNic, órgão americano pertencente a ISOC (Internet Society).
No Brasil, a responsabilidade pelo registro de Nomes de Domínios na
www.netscape.com
rede eletrônica Internet é do Comitê Gestor Internet Brasil (CG), órgão
responsável. De acordo com as normas estabelecidas, o nome do site, ou
versão atual: 7.1 tecnicamente falando o “nome do domínio”, segue a seguinte URL (Uni-
versal Resource Locator), um sistema universal de endereçamento, que
permite que os computadores se localizem na Internet:
possui programa de e-mail
Exemplo: http://www.apostilasopcao.com.br
Onde:
sistema operacional: Win98, NT 4.0, 2000, XP, Linux, 1. http:// - O Hyper Text Transfer Protocol, o protocolo padrão que permi-
MacOS X te que os computadores se comuniquem. O http:// é inserido pelo
browser, portanto não é necessário digitá-lo.
free 2. www – padrão para a Internet gráfica.
3. apostilasopcao – geralmente é o nome da empresa cadastrada junto
disponível em português (versão 7.02) ao Comitê Gestor.
4. com – indica que a empresa é comercial.
As categorias de domínios existentes na Internet Brasil são:
UTILIZAÇÃO DA INTERNET EXPLORER 7.0 E UTILIZANDO LINKS
CORREIO ELETRÔNICO A conexão entre páginas da Web é que caracteriza o nome World Wi-
de Web (Rede de Amplitude Mundial).
Histórico da Internet
Basicamente, as páginas da Web são criadas em HTML (Hyper Text
A Internet começou no início de 1969 sob o nome ARPANET (USA). Markup Language). Como essas páginas são hipertextos, pode-se fazer
Abreviatura Descrição links com outros endereços na Internet.
Gov.br Entidades governamentais Os links podem ser textos ou imagens e quando se passa o mouse em
cima de algum, o ponteiro torna-se uma “mãozinha branca espalmada”,
Org.br Entidades não-governamentais bastando apenas clicar com o botão esquerdo do mouse para que se
façam links com outras páginas.
Com.br Entidades comerciais
Configuração do Browser Internet Explorer 7
Mil.br Entidades militares
A compilação Internet Explorer 7 inclui melhoramentos de desempe-
Composta de quatro computadores tinha como finalidade, demonstrar nho, estabilidade, segurança e compatibilidade de aplicações. Com esta
as potencialidades na construção de redes usando computadores disper- compilação, a Microsoft também introduziu melhoramentos estéticos e
sos em uma grande área. Em 1972, 50 universidades e instituições milita- funcionais à interface de utilizador, completou alterações na plataforma
res tinham conexões. CSS, adicionou suporte para idiomas e incluiu uma função de auto-
Hoje é uma teia de redes diferentes que se comunicam entre si e que desinstalação no programa de configuração, que desinstala automatica-
são mantidas por organizações comerciais e governamentais. Mas, por mente versões beta anteriores do Internet Explorer 7, tornando a desinsta-
mais estranho que pareça, não há um único proprietário que realmente lação da nova compilação ainda mais fácil.
possua a Internet. Para organizar tudo isto, existem associações e grupos
que se dedicam para suportar, ratificar padrões e resolver questões opera-
cionais, visando promover os objetivos da Internet.
A Word Wide Web
Clicando na setinha você verá o seguinte menu
A Word Wide Web (teia mundial) é conhecida também como WWW,
uma nova estrutura de navegação pêlos diversos itens de dados em vários
computadores diferentes. O modelo da WWW é tratar todos os dados da

Informática 125 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ter um controle dos sites que você passou nas últimas semanas e dias.
Bastante útil para usuários que esqueceram o nome do site e desejam
acessar novamente.

Página
O botão tem várias funções: Recortar
Copiar – Colar - Salvar Página - Enviar esta página através de e-
mail - Zoom Esta ferramenta aumenta o zoom da página fazendo com que
ela possa ficar ilegíve.Esta outra ferramenta só precisa ser utilizada se
Note que os que estão em cima do que está marcado são as “próxi- você não conseguir enxergar direito a letras ou imagens de um site -
mas páginas”(isso ocorre quando você volta várias páginas), e os que Tamanho do texto, configura o tamanho da fonte da página - Ver código
estão em baixo são as páginas acessadas. E o Histórico é para ver o fonte, visualiza o código fonte da página - Relatório Da Segurança,
histórico, últimos sites acessados. verifica se a página contem diretivas de segurança ou certificadas digitais -
Barra de endereço e botões atualizar e parar Privacidade da página, verifica se a página esta configurada de acordo
com a sua política de privacidade.

BOTÕES DE NAVEGAÇÕES
Impressão
Botão utilizado para imprimir a página da internet .
Voltar
Abaixo as funções de cada botão de seu navegador Internet Explorer
Alternar entre as abas
7.0 da Microsoft.
Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas
O botão acima possibilita voltar na página em que você acabou de sair
ou seja se você estava na página da Microsoft e agora foi para a da aposti- Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e
lasopcao, este botão lhe possibilita voltar para a da Microsoft sem Ter que suas respectivas páginas
digitar o endereço (URL) novamente na barra de endereços. Alternar entre as abas
Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas
Avançar Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e
O botão avançar tem a função invertida ao botão voltar citado acima. suas respectivas páginas

Parar
O botão parar tem como função obvia parar o download da página em
execução, ou seja, se você está baixando uma página que está demoran-
do muito utilize o botão parar para finalizar o download.

O botão atualizar tem como função rebaixar a página em exe-


cução, ou seja ver o que há de novo na mesma. Geralmente utilizado para
rever a página que não foi completamente baixada, falta figuras ou textos.

Home
O botão página inicial tem como função ir para a página que o seu na- Alternar entre as abas
vegador está configurado para abrir assim que é acionado pelo usuário, Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas
geralmente o Internet Explorer está configurado para ir a sua própria Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e
página na Microsoft, caso o usuário não adicionou nenhum endereço como suas respectivas páginas
página principal.
Download
É nada mais que baixar arquivos da Internet para seu computador U-
Pesquisar
pload em português significa carregar – é a transferência de um arquivo do
Este botão, é altamente útil pois clicando no mesmo Internet Explorer seu computador para outro computador.
irá abrir uma seção ao lado esquerdo do navegador que irá listar os princi-
Como efetuar download de uma figura na Internet.
pais, sites de busca na Internet, tal como Cadê, Google, Altavista etc. A
partir daqui será possível encontrar o que você está procurando, mas a) Clique com o botão direito do mouse sobre a figura desejada;
veremos isto mais a fundo nas próximas páginas. b) Escola a opção Salvar figura como;
c) Escolha o nome e a pasta onde o arquivo será baixado;
Favoritos d) Clique em Salvar.
O botão favoritos contem os Websites mais interessantes definidos Como efetuar download de arquivos na Internet
pelo usuário, porém a Microsoft já utiliza como padrão do IE 6 alguns sites Alguns arquivos como jogos; músicas; papéis de parede; utilitários
que estão na lista de favoritos. como antivírus etc.; são disponibilizados na Internet para download a partir
Para você adicionar um site na lista de favoritos basta você clicar com de links (texto destacado ou elemento gráfico), e o procedimento é pareci-
o botão direito em qualquer parte da página de sua escolha e escolher do com o download de figuras.
adicionar a favoritos. Geralmente utilizamos este recurso para marcar a) Clique no respectivo link de download;
nossas páginas preferidas, para servir de atalho.
b) Aparecerá uma tela com duas opções, Abrir arquivo ou Salvar ar-
quivo em disco;
Histórico c) Escolha Salvar arquivo em disco;
O botão histórico exibe na parte esquerda do navegador quais foram d) Escolha a pasta de destino e logo em seguida clique em Salvar.
os sites visitados nas últimas semanas, ou dias com isso você pode man- e) Observa-se a seguir uma Janela (de download em execução) que

Informática 126 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mostra o tempo previsto e a porcentagem de transferência do ar- na verdade ela foi aberta a partir de código gerado por terceiros.
quivo. O tempo de transferência do arquivo varia de acordo com o A partir da versão 7 do IE isso já não mais pode ocorrer já que toda
ser tamanho (byte, kilobyte, megabyte). janela, “pop up” ou não, apresenta obrigatoriamente uma barra de endere-
Tipos de programas disponíveis na Internet ços onde consta o domínio a partir de onde foi gerada (Veja na Figura a
• Shareware: É distribuído livremente, você pode copiá-lo para o barra de endereços na janela “pop up”).
seu computador e testá-lo, mas deve pagar uma certa quantia es- Como desativar a ferramanta anti- popup no Windows XP
tipulada pelo autor do programa, se quiser ficar com ele. Normal- 1. Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em In-
mente custam menos que os programas comerciais, pois o dinhei- ternet Explorer.
ro vai direto para o desenvolvedor. 2. No menu Ferramentas, aponte para - Desligarr bloqueador de
• Demos: São versões demonstrativas que não possuem todas as janelas pop-up
funções contidas no programa completo. COOKIES
• Trials: Também são versões para testes, mas seu uso é restrito a Um cookie é um arquivo de texto muito pequeno, armazenado em sua
um determinado período. Depois dessa data, deixam de funcionar. maquina (com a sua permissão) por um Servidor de páginas Web. Há dois
• Freeware: São programas gratuitos, que podem ser utilizados li- tipos de cookie: um é armazenado permanentemente no disco rígido e o
vremente. O autor continua detendo os direitos sobre o programa, outro é armazenado temporariamente na memória. Os web sites geralmen-
embora não receba nada por isso. te utilizam este último, chamado cookie de sessão e ele é armazenado
apenas enquanto você estiver o usando. Não há perigo de um cookie ser
• Addware: O usuário usa o programa gratuitamente, mas fica re- executado como código ou transmitir vírus, ele é exclusivamente seu e só
cebendo propaganda. pode ser lido pelo servidor que o forneceu.
UPLOAD Pelos procedimentos abaixo, você pode configurar seu browser para
Como já verificamos anteriormente é a transferência de arquivos de aceitar todos os cookies ou para alertá-lo sempre que um deles lhe for
um cliente para um servidor. Caso ambos estejam em rede, pode-se usar oferecido. Então você poderá decidir se irá aceitá-lo ou não.
um servidor de FTP, HTTP ou qualquer outro protocolo que permita a Para que mais eles são utilizados?
transferência. Ou seja caso tenha algum arquivo, por exemplo fotos ou
Compras online e registro de acesso são os motivos correntes de utili-
musicas, e gostaria de disponibilizar estes arquivos para outros usuários
zação. Quando você faz compras via Internet, cookies são utilizados para
na Internet, basta enviar os arquivos para um provedor ou servidor, e
criar uma memória temporária onde seus pedidos vão sendo registrados e
posteriormente disponibilizar o endereço do arquivo para os usuários,
calculados. Se você tiver de desconectar do portal antes de terminar as
através deste endereço, os arquivos poderão ser compartilhados.
compras, seus pedidos ficarão guardados até que você retorne ao site ou
Gerenciamento de Pop-ups e Cookies portal.
Este artigo descreve como configurar o Bloqueador de pop-ups em um Webmasters e desenvolvedores de portais costumam utilizar os coo-
computador executando o Windows . O Bloqueador de pop-ups é um novo kies para coleta de informações. Eles podem dizer ao webmaster quantas
recurso no Internet Explorer. Esse recurso impede que a maioria das visitas o seu portal recebeu, qual a frequência com que os usuários retor-
janelas pop-up indesejadas apareçam. Ele está ativado por padrão. Quan- nam, que páginas eles visitam e de que eles gostam. Essas informações
do o Bloqueador de Pop-ups é ativado, as janelas pop-up automáticas e ajudam a gerar páginas mais eficientes, que se adaptem melhor as prefe-
de plano de fundo são bloqueadas, mas aquelas abertas por um usuário rências dos visitantes. Sua privacidade e segurança é mantida na utiliza-
ainda abrem normalmente. ção de cookies temporários.
Como ativar o Bloqueador de pop-ups Como configurar os cookies em seu computador
O Bloqueador de pop-ups pode ser ativado das seguintes maneiras: 1. Escolha Ferramentas e, em seguida,
• Abrir o browser ou seja o navegador de internet. 2. Opções da Internet
• No menu Ferramentas. 3. Clique na guia Segurança
• A partir das Opções da Internet. 4. Selecione a área Internet ou Intranet, a depender da sua forma de
acesso
5. Clique no botão "Nível personalizado"
6. Ativar a opção "Permitir Cookies por sessão"
Spam
Observação O Bloqueador de pop-ups está ativado por padrão. Você Spam é o termo usado para se referir aos e-mails não solicitados, que
precisará ativá-lo apenas se estiver desativado. geralmente são enviados para um grande número de pessoas. Quando o
conteúdo é exclusivamente comercial, este tipo de mensagem também é
referenciada como UCE (do inglês Unsolicited Commercial E-mail).
Quais são os problemas que o spam pode causar para um usuário da
Internet?
Os usuários do serviço de correio eletrônico podem ser afetados de
diversas formas. Alguns exemplos são:
Não recebimento de e-mails. Boa parte dos provedores de Internet li-
mita o tamanho da caixa postal do usuário no seu servidor. Caso o número
de spams recebidos seja muito grande o usuário corre o risco de ter sua
caixa postal lotada com mensagens não solicitadas. Se isto ocorrer, o
usuário não conseguirá mais receber e-mails e, até que possa liberar
espaço em sua caixa postal, todas as mensagens recebidas serão devol-
vidas ao remetente. O usuário também pode deixar de receber e-mails em
casos onde estejam sendo utilizadas regras anti-spam ineficientes, por
exemplo, classificando como spam mensagens legítimas.
Gasto desnecessário de tempo. Para cada spam recebido, o usuário
necessita gastar um determinado tempo para ler, identificar o e-mail como
Fazer abrir uma janela do tipo “pop up” sem identificação, solicitando spam e removê-lo da caixa postal.
dados confidenciais que são fornecidos pelo usuário por julgar que a
Aumento de custos. Independentemente do tipo de acesso a Internet
janela “pop up” enviará os dados ao domínio da instituição segura, quando
utilizado, quem paga a conta pelo envio do spam é quem o recebe. Por
Informática 127 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
exemplo, para um usuário que utiliza acesso discado a Internet, cada passar por outra pessoa e utiliza meios, como uma ligação telefônica ou e-
spam representa alguns segundos a mais de ligação que ele estará pa- mail, para persuadir o usuário a fornecer informações ou realizar determi-
gando. nadas ações. Exemplos destas ações são: executar um programa, acessar
Perda de produtividade. Para quem utiliza o e-mail como uma ferra- uma página falsa de comércio eletrônico ou Internet Banking através de
menta de trabalho, o recebimento de spams aumenta o tempo dedicado à um link em um e-mail ou em uma página, etc.
tarefa de leitura de e-mails, além de existir a chance de mensagens impor- Como me protejo deste tipo de abordagem?
tantes não serem lidas, serem lidas com atraso ou apagadas por engano. Em casos de engenharia social o bom senso é essencial. Fique atento
Conteúdo impróprio ou ofensivo. Como a maior parte dos spams são para qualquer abordagem, seja via telefone, seja através de um e-mail,
enviados para conjuntos aleatórios de endereços de e-mail, é bem prová- onde uma pessoa (em muitos casos falando em nome de uma instituição)
vel que o usuário receba mensagens com conteúdo que julgue impróprio solicita informações (principalmente confidenciais) a seu respeito.
ou ofensivo. Procure não fornecer muita informação e não forneça, sob hipótese
Prejuízos financeiros causados por fraude. O spam tem sido ampla- alguma, informações sensíveis, como senhas ou números de cartões de
mente utilizado como veículo para disseminar esquemas fraudulentos, que crédito.
tentam induzir o usuário a acessar páginas clonadas de instituições finan- Nestes casos e nos casos em que receber mensagens, procurando
ceiras ou a instalar programas maliciosos projetados para furtar dados lhe induzir a executar programas ou clicar em um link contido em um e-
pessoais e financeiros. Este tipo de spam é conhecido como phi- mail ou página Web, é extremamente importante que você, antes de
shing/scam (Fraudes na Internet). O usuário pode sofrer grandes prejuízos realizar qualquer ação, procure identificar e entrar em contato com a
financeiros, caso forneça as informações ou execute as instruções solicita- instituição envolvida, para certificar-se sobre o caso.
das neste tipo de mensagem fraudulenta.
Mensagens que contêm links para programas maliciosos
Como fazer para filtrar os e-mails de modo a barrar o recebimento
Você recebe uma mensagem por e-mail ou via serviço de troca instan-
de spams
tânea de mensagens, onde o texto procura atrair sua atenção, seja por
Existem basicamente dois tipos de software que podem ser utilizados curiosidade, por caridade, pela possibilidade de obter alguma vantagem
para barrar spams: aqueles que são colocados nos servidores, e que (normalmente financeira), entre outras. O texto da mensagem também
filtram os e-mails antes que cheguem até o usuário, e aqueles que são pode indicar que a não execução dos procedimentos descritos acarretarão
instalados nos computadores dos usuários, que filtram os e-mails com consequências mais sérias, como, por exemplo, a inclusão do seu nome
base em regras individuais de cada usuário. no SPC/SERASA, o cancelamento de um cadastro, da sua conta bancária
Conceitos de segurança e proteção ou do seu cartão de crédito, etc. A mensagem, então, procura induzí-lo a
Importância da Preocupação com a Segurança. clicar em um link, para baixar e abrir/executar um arquivo.
Apesar de muitas pessoas não se preocuparem com a segurança Risco: ao clicar no link, será apresentada uma janela, solicitando que
de seu computador, há também grandes empresas e comércio que você salve o arquivo. Depois de salvo, se você abrí-lo ou executá-lo, será
não se preocupam com a segurança do usuário como, por exemplo, instalado um programa malicioso (malware) em seu computador, por
em uma compra on-line, transações de Internet banking e outros. Mas exemplo, um cavalo de tróia ou outro tipo de spyware, projetado para furtar
porquê se preocupar com a segurança da informação? A resposta é seus dados pessoais e financeiros, como senhas bancárias ou números de
simples, sendo itens básicos como: cartões de crédito2. Caso o seu programa leitor de e-mails esteja configu-
rado para exibir mensagens em HTML, a janela solicitando que você salve
• Garantia de identidade dos sistemas participantes de uma transa- o arquivo poderá aparecer automaticamente, sem que você clique no link.
ção;
Ainda existe a possibilidade do arquivo/programa malicioso ser baixa-
• Garantia de confidencialidade; do e executado no computador automaticamente, ou seja, sem a sua
• Garantia de integridade dos dados; intervenção, caso seu programa leitor de e-mails possua vulnerabilidades.
• Garantia de unicidade da transação(única), impedindo sua replica- Esse tipo de programa malicioso pode utilizar diversas formas para
ção indevida; furtar dados de um usuário, dentre elas: capturar teclas digitadas no tecla-
do; capturar a posição do cursor e a tela ou regiões da tela, no momento
• Garantia de autoria da transação; em que o mouse é clicado; sobrepor a janela do browser do usuário com
• Defesa contra “carona”, ou seja, o processo em que um terceiro in- uma janela falsa, onde os dados serão inseridos; ou espionar o teclado do
tervém numa transação autêntica já estabelecida; usuário através da Webcam (caso o usuário a possua e ela esteja aponta-
da para o teclado).
• Defesa contra a “indisponibilização forçada”;
Como identificar: seguem algumas dicas para identificar este tipo de
Estes são alguns dos muitos motivos que nos trazem a preocupação
mensagem fraudulenta:
com a segurança, assim tornando-os o objetivo de uma luta intensa para
se ter a tão imaginada segurança da informação. • leia atentamente a mensagem. Normalmente, ela conterá diversos
Por que devo me preocupar com a segurança do meu computa- erros gramaticais e de ortografia;
dor? • os fraudadores utilizam técnicas para ofuscar o real link para o arquivo
Computadores domésticos são utilizados para realizar inúmeras tare- malicioso, apresentando o que parece ser um link relacionado à insti-
fas, tais como: transações financeiras, sejam elas bancárias ou mesmo tuição mencionada na mensagem. Ao passar o cursor do mouse sobre
compra de produtos e serviços; comunicação, por exemplo, através de e- o link, será possível ver o real endereço do arquivo malicioso na barra
mails; armazenamento de dados, sejam eles pessoais ou comerciais, etc. de status do programa leitor de e-mails, ou browser, caso esteja atua-
É importante que você se preocupe com a segurança de seu compu- lizado e não possua vulnerabilidades. Normalmente, este link será di-
tador, pois você, provavelmente, não gostaria que: ferente do apresentado na mensagem; qualquer extensão pode ser
utilizada nos nomes dos arquivos maliciosos, mas fique particularmen-
• suas senhas e números de cartões de crédito fossem furtados e te atento aos arquivos com extensões ".exe", ".zip" e ".scr", pois estas
utilizados por terceiros; são as mais utilizadas. Outras extensões frequentemente utilizadas
• sua conta de acesso a Internet fosse utilizada por alguém não au- por fraudadores são ".com", ".rar" e ".dll"; fique atento às mensagens
torizado; que solicitam a instalação/execução de qualquer tipo de arqui-
vo/programa; acesse a página da instituição que supostamente envi-
• seus dados pessoais, ou até mesmo comerciais, fossem alterados, ou a mensagem, e procure por informações relacionadas com a men-
destruídos ou visualizados por terceiros; sagem que você recebeu. Em muitos casos, você vai observar que
• seu computador deixasse de funcionar, por ter sido comprometido não é política da instituição enviar e-mails para usuários da Internet,
e arquivos essenciais do sistema terem sido apagados, etc de forma indiscriminada, principalmente contendo arquivos anexados.
Engenharia Social Recomendações:
Nos ataques de engenharia social, normalmente, o atacante se faz No caso de mensagem recebida por e-mail, o remetente nunca deve
Informática 128 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ser utilizado como parâmetro para atestar a veracidade de uma mensa- PostScript; procurar não utilizar, no caso de arquivos comprimidos, o
gem, pois pode ser facilmente forjado pelos fraudadores; se você ainda formato executável. Utilize o próprio formato compactado, como por
tiver alguma dúvida e acreditar que a mensagem pode ser verdadeira, exemplo Zip ou Gzip.
entre em contato com a instituição para certificar-se sobre o caso, antes de SPYWARE
enviar qualquer dado, principalmente informações sensíveis, como senhas
Spyware, por sua vez, é o termo utilizado para se referir a uma grande
e números de cartões de crédito.
categoria de software que tem o objetivo de monitorar atividades de um
Como verificar se a conexão é segura sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
Existem pelo menos dois itens que podem ser visualizados na janela Existem adwares que também são considerados um tipo de spyware,
do seu browser, e que significam que as informações transmitidas entre o pois são projetados para monitorar os hábitos do usuário durante a nave-
browser e o site visitado estão sendo criptografadas. gação na Internet, direcionando as propagandas que serão apresentadas.
O primeiro pode ser visualizado no local onde o endereço do site é di- Os spywares, assim como os adwares, podem ser utilizados de forma
gitado. O endereço deve começar com https:// (diferente do http:// nas legítima, mas, na maioria das vezes, são utilizados de forma dissimulada,
conexões normais), onde o s antes do sinal de dois-pontos indica que o não autorizada e maliciosa.
endereço em questão é de um site com conexão segura e, portanto, os
Seguem algumas funcionalidades implementadas em spywares, que
dados serão criptografados antes de serem enviados. A figura abaixo
podem ter relação com o uso legítimo ou malicioso:
apresenta o primeiro item, indicando uma conexão segura, observado nos
browsers Firefox e Internet Explorer, respectivamente. - monitoramento de URLs acessadas enquanto o usuário navega na
Internet;
- alteração da página inicial apresentada no browser do usuário;
- varredura dos arquivos armazenados no disco rígido do computador;
- monitoramento e captura de informações inseridas em outros progra-
Alguns browsers podem incluir outros sinais na barra de digitação do mas, como IRC ou processadores de texto; instalação de outros pro-
endereço do site, que indicam que a conexão é segura. No Firefox, por gramas spyware;
exemplo, o local onde o endereço do site é digitado muda de cor, ficando - monitoramento de teclas digitadas pelo usuário ou regiões da tela
amarelo, e apresenta um cadeado fechado do lado direito. próximas ao clique do mouse;
Proteção contra Malware - captura de senhas bancárias e números de cartões de crédito;
Vírus - captura de outras senhas usadas em sites de comércio eletrônico;
Vírus é um programa ou parte de um programa de computador, nor- É importante ter em mente que estes programas, na maioria das ve-
malmente malicioso, que se propaga infectando, isto é, inserindo cópias de zes, comprometem a privacidade do usuário e, pior, a segurança do com-
si mesmo e se tornando parte de outros programas e arquivos de um putador do usuário, dependendo das ações realizadas pelo spyware no
computador. O vírus depende da execução do programa ou arquivo hos- computador e de quais informações são monitoradas e enviadas para
pedeiro para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo de terceiros.
infecção. Como se proteger
Existem ferramentas específicas, conhecidas como "anti-spyware",
Nesta seção, entende-se por computador qualquer dispositivo compu- capazes de detectar e remover uma grande quantidade de programas
tacional passível de infecção por vírus. Computadores domésticos, note- spyware. Algumas destas ferramentas são gratuitas para uso pessoal e
books, telefones celulares e PDAs são exemplos de dispositivos computa- podem ser obtidas pela Internet (antes de obter um programa anti-spyware
cionais passíveis de infecção. pela Internet, verifique sua procedência e certifique-se que o fabricante é
confiável).
Como um vírus pode afetar um computador Além da utilização de uma ferramenta anti-spyware, as medidas pre-
Normalmente o vírus tem controle total sobre o computador, podendo ventivas contra a infecção por vírus são fortemente recomendadas.
fazer de tudo, desde mostrar uma mensagem de "feliz aniversário", até Uma outra medida preventiva é utilizar um firewall pessoal, pois al-
alterar ou destruir programas e arquivos do disco. guns firewalls podem bloquear o recebimento de programas spyware.
Como o computador é infectado por um vírus Além disso, se bem configurado, o firewall pode bloquear o envio de
informações coletadas por estes programas para terceiros, de forma a
Para que um computador seja infectado por um vírus, é preciso que amenizar o impacto da possível instalação de um programa spyware em
um programa previamente infectado seja executado. Isto pode ocorrer de um computador.
diversas maneiras, tais como:
WORMS
- abrir arquivos anexados aos e-mails;
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamente através
- abrir arquivos do Word, Excel, etc; de redes, enviando cópias de si mesmo de computador para computador.
- abrir arquivos armazenados em outros computadores, através do Diferente do vírus, o worm não embute cópias de si mesmo em outros
compartilhamento de recursos; programas ou arquivos e não necessita ser explicitamente executado para
- instalar programas de procedência duvidosa ou desconhecida, ob- se propagar. Sua propagação se dá através da exploração de vulnerabili-
tidos pela Internet, de disquetes, pen drives, CDs, DVDs, etc; dades existentes ou falhas na configuração de softwares instalados em
- ter alguma mídia removível (infectada) conectada ou inserida no computadores.
computador, quando ele é ligado. Como um worm pode afetar um computador
Algumas das medidas de prevenção contra a infecção por vírus Geralmente o worm não tem como consequência os mesmos danos
são: gerados por um vírus, como por exemplo a infecção de programas e
• instalar e manter atualizados um bom programa antivírus e suas arquivos ou a destruição de informações. Isto não quer dizer que não
assinaturas; represente uma ameaça à segurança de um computador, ou que não
cause qualquer tipo de dano.
• desabilitar no seu programa leitor de e-mails a auto-execução de
Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos recursos.
arquivos anexados às mensagens;
Degradam sensivelmente o desempenho de redes e podem lotar o disco
• não executar ou abrir arquivos recebidos por e-mail ou por outras rígido de computadores, devido à grande quantidade de cópias de si
fontes, mesmo que venham de pessoas conhecidas. Caso seja ne- mesmo que costumam propagar. Além disso, podem gerar grandes trans-
cessário abrir o arquivo, certifique-se que ele foi verificado pelo pro- tornos para aqueles que estão recebendo tais cópias.
grama antivírus; procurar utilizar na elaboração de documentos forma- Como posso saber se meu computador está sendo utilizado para
tos menos suscetíveis à propagação de vírus, tais como RTF, PDF ou propagar um worm?
Informática 129 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Detectar a presença de um worm em um computador não é uma tare- Enquanto estão sendo executados, estes programas podem ao mes-
fa fácil. Muitas vezes os worms realizam uma série de atividades, incluindo mo tempo enviar dados confidenciais para outro computador, instalar
sua propagação, sem que o usuário tenha conhecimento. backdoors, alterar informações, apagar arquivos ou formatar o disco rígido.
Embora alguns programas antivírus permitam detectar a presença de Existem também cavalos de tróia, utilizados normalmente em esque-
worms e até mesmo evitar que eles se propaguem, isto nem sempre é mas fraudulentos, que, ao serem instalados com sucesso, apenas exibem
possível. uma mensagem de erro.
Portanto, o melhor é evitar que seu computador seja utilizado para O que um cavalo de tróia pode fazer em um computador
propagá-los. O cavalo de tróia, na maioria das vezes, instalará programas para
Como posso proteger um computador de worms possibilitar que um invasor tenha controle total sobre um computador.
Além de utilizar um bom antivírus, que permita detectar e até mesmo Estes programas podem permitir que o invasor: tenha acesso e copie
evitar a propagação de um worm, é importante que o sistema operacional todos os arquivos armazenados no computador; descubra todas as senhas
e os softwares instalados em seu computador não possuam vulnerabilida- digitadas pelo usuário; formate o disco rígido do computador, etc.
des. Um cavalo de tróia pode instalar programas sem o conhecimento
Normalmente um worm procura explorar alguma vulnerabilidade dis- do usuário?
ponível em um computador, para que possa se propagar. Portanto, as Sim. Normalmente o cavalo de tróia procura instalar, sem que o usuá-
medidas preventivas mais importantes são aquelas que procuram evitar a rio perceba, programas que realizam uma série de atividades maliciosas.
existência de vulnerabilidades: Riscos Envolvidos no Uso da Internet e É possível saber se um cavalo de tróia instalou algo em um
Métodos de Prevenção. computador?
Uma outra medida preventiva é ter instalado em seu computador um A utilização de um bom programa antivírus (desde que seja atualizado
firewall pessoal6. Se bem configurado, o firewall pessoal pode evitar que frequentemente) normalmente possibilita a detecção de programas insta-
um worm explore uma possível vulnerabilidade em algum serviço disponí- lados pelos cavalos de tróia.
vel em seu computador ou, em alguns casos, mesmo que o worm já esteja
É importante lembrar que nem sempre o antivírus será capaz de de-
instalado em seu computador, pode evitar que explore vulnerabilidades em
tectar ou remover os programas deixados por um cavalo de tróia, princi-
outros computadores.
palmente se estes programas forem mais recentes que as assinaturas do
TROJANS seu antivírus.
Conta a mitologia grega que o "Cavalo de Tróia" foi uma grande está- Existe alguma maneira de proteger um computador dos cavalos
tua, utilizada como instrumento de guerra pelos gregos para obter acesso de tróia?
a cidade de Tróia. A estátua do cavalo foi recheada com soldados que,
Instalar e manter atualizados um bom programa antivírus e suas assi-
durante a noite, abriram os portões da cidade possibilitando a entrada dos
naturas; desabilitar no seu programa leitor de e-mails a auto-execução de
gregos e a dominação de Tróia. Daí surgiram os termos "Presente de
arquivos anexados às mensagens; não executar ou abrir arquivos recebi-
Grego" e "Cavalo de Tróia".
dos por e-mail ou por outras fontes, mesmo que venham de pessoas
Na informática, um cavalo de tróia (trojan horse) é um programa, nor- conhecidas. Caso seja necessário abrir o arquivo, certifique-se que ele foi
malmente recebido como um "presente" (por exemplo, cartão virtual, verificado pelo programa antivírus; devem estar sempre atualizados, caso
álbum de fotos, protetor de tela, jogo, etc), que além de executar funções contrário poderá não detectar os vírus mais recentes
para as quais foi aparentemente projetado, também executa outras fun-
PHISHIN SCAN
ções normalmente maliciosas e sem o conhecimento do usuário.
Phishing, também conhecido como phishing scam ou phishing/scam,
Algumas das funções maliciosas que podem ser executadas por um
foi um termo originalmente criado para descrever o tipo de fraude que se
cavalo de tróia são:
dá através do envio de mensagem não solicitada, que se passa por comu-
Furto de senhas e outras informações sensíveis, como números de nicação de uma instituição conhecida, como um banco, empresa ou site
cartões de crédito; inclusão de backdoors, para permitir que um atacante popular, e que procura induzir o acesso a páginas fraudulentas (falsifica-
tenha total controle sobre o computador; alteração ou destruição de arqui- das), projetadas para furtar dados pessoais e financeiros de usuários.
vos.
A palavra phishing (de "fishing") vem de uma analogia criada pelos
Como um cavalo de tróia pode ser diferenciado de um vírus ou fraudadores, onde "iscas" (e-mails) são usadas para "pescar" senhas e
worm dados financeiros de usuários da Internet.
Por definição, o cavalo de tróia distingue-se de um vírus ou de um Atualmente, este termo vêm sendo utilizado também para se referir
worm por não infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si mesmo aos seguintes casos:
automaticamente.
- mensagem que procura induzir o usuário à instalação de códigos
Normalmente um cavalo de tróia consiste em um único arquivo que maliciosos, projetados para furtar dados pessoais e financeiros;
necessita ser explicitamente executado.
- mensagem que, no próprio conteúdo, apresenta formulários para o
Podem existir casos onde um cavalo de tróia contenha um vírus ou preenchimento e envio de dados pessoais e financeiros de usuários.
worm. Mas mesmo nestes casos é possível distinguir as ações realizadas
A subseções a seguir apresentam cinco situações envolvendo phi-
como consequência da execução do cavalo de tróia propriamente dito,
shing, que vêm sendo utilizadas por fraudadores na Internet. Observe que
daquelas relacionadas ao comportamento de um vírus ou worm.
existem variantes para as situações apresentadas. Além disso, novas
Como um cavalo de tróia se instala em um computador formas de phishing podem surgir, portanto é muito importante que você se
É necessário que o cavalo de tróia seja executado para que ele se ins- mantenha informado sobre os tipos de phishing que vêm sendo utilizados
tale em um computador. Geralmente um cavalo de tróia vem anexado a pelos fraudadores, através dos veículos de comunicação, como jornais,
um e-mail ou está disponível em algum site na Internet. revistas e sites especializados.
É importante ressaltar que existem programas leitores de e-mails que Também é muito importante que você, ao identificar um caso de frau-
podem estar configurados para executar automaticamente arquivos ane- de via Internet, notifique a instituição envolvida, para que ela possa tomar
xados às mensagens. Neste caso, o simples fato de ler uma mensagem é as providências cabíveis.
suficiente para que um arquivo anexado seja executado.
Que exemplos podem ser citados sobre programas contendo ca- CORREIO ELETRÔNICO
valos de tróia?
Exemplos comuns de cavalos de tróia são programas que você recebe
ou obtém de algum site e que parecem ser apenas cartões virtuais anima-
dos, álbuns de fotos de alguma celebridade, jogos, protetores de tela,
entre outros.

Informática 130 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Correio eletrônico eletrônico (através de webmail), realizar colaboração (como na Wikipédia)
e compartilhar arquivos (através de sítios web específicos para tal).
Acesso remoto

Ícone de um cliente de correio eletrônico.


O conceito de enviar mensagens eletrônicas de texto entre partes de Um ambiente de trabalho remoto em execução
uma maneira análoga ao envio de cartas ou de arquivos é anterior à
A Internet permite a utilizadores de computadores a conexão com
criação da Internet. Mesmo hoje em dia, pode ser importante distinguir a
outros computadores facilmente, mesmo estando em localidades distantes
Internet de sistemas internos de correios eletrônicos (e-mails). O e-mail de
no mundo. Esse acesso remoto pode ser feito de forma segura, com
Internet pode viajar e ser guardado descriptografado por muitas outras
autenticação e criptografia de dados, se necessário. Uma VPN é um
redes e computadores que estão fora do alcance do enviador e do
exemplo de rede destinada a esse propósito.
receptor. Durante este tempo, é completamente possível a leitura, ou
mesmo a alteração realizada por terceiras partes de conteúdo de e-mails. Isto está encorajando novos meios de se trabalhar de casa, a
Sistemas legítimos de sistemas de e-mail internos ou de Intranet, onde as colaboração e o compartilhamento de informações em muitas empresas.
informações nunca deixam a empresa ou a rede da organização, são Um contador estando em casa pode auditar os livros-caixa de uma
muito mais seguros, embora em qualquer organização haja IT e outras empresa baseada em outro país por meio de um servidor situado num
pessoas que podem estar envolvidas na monitoração, e que podem terceiro país, que é mantido por especialistas IT num quarto país. Estas
ocasionalmente acessar os e-mails que não são endereçados a eles. Hoje contas poderiam ter sido criadas por guarda-livros que trabalham em casa
em dia, pode-se enviar imagens e anexar arquivos no e-mail. A maior parte em outras localidades mais remotas, baseadas em informações coletadas
dos servidores de e-mail também destaca a habilidade de enviar e-mails por e-mail de todo o mundo. Alguns desses recursos eram possíveis antes
para múltiplos endereços eletrônicos. do uso disperso da Internet, mas o custo de linhas arrendadas teria feito
muitos deles impraticável.
Também existem sistemas para a utilização de correio eletrônico
através da World Wide Web (ver esse uso abaixo), os webmails. Sistemas Um executivo fora de seu local de trabalho, talvez no outro lado do
de webmail utilizam páginas web para a apresentação e utilização dos mundo numa viagem a negócios ou de férias, pode abrir a sua sessão
protocolos envolvidos no envio e recebimento de e-mail. Diferente de um de desktop remoto em seu computador pessoal, usando uma conexão
aplicativo de acesso ao e-mail instalado num computador, que só pode ser de Virtual Private Network (VPN) através da Internet. Isto dá ao usuário um
acessado localmente pelo utilizador ou através de acesso remoto (ver esse acesso completo a todos os seus dados e arquivos usuais, incluindo o e-
uso abaixo), o conteúdo pode ser acessado facilmente em qualquer lugar mail e outras aplicações. Isso mesmo enquanto está fora de seu local de
através de um sistema de autenticação pela WWW. trabalho.
World Wide Web O Virtual Network Computing (VNC) é um protocolo bastante usado
por utilizadores domésticos para a realização de acesso remoto de
computadores. Com ele é possível utilizar todas as funcionalidades de um
computador a partir de outro, através de uma área de trabalho virtual. Toda
a interface homem-computador realizada em um computador, como o uso
do mouse e do teclado, é refletida no outro computador.
Colaboração

Um navegador apresentando umapágina web.


Através de páginas web classificadas por motores de busca e
organizadas em sítios web, milhares de pessoas possuem acesso
instantâneo a uma vasta gama de informação on-line em hipermídia.
Comparado às enciclopédias e às bibliotecas tradicionais, a WWW
permitiu uma extrema descentralização da informação e dos dados. Isso
inclui a criação ou popularização de tecnologias como páginas Um mensageiro instantâneo na tela de conversa.
pessoais, weblogs e redes sociais, no qual qualquer um com acesso a
umnavegador (um programa de computador para acessar a WWW) pode O baixo custo e o compartilhamento quase instantâneo de ideias,
disponibilizar conteúdo. conhecimento e habilidades, tem feito do trabalho
colaborativo drasticamente mais fácil. Não somente um grupo pode de
A www é talvez o serviço mais utilizado e popular na Internet. forma barata comunicar-se e compartilhar ideias, mas o grande alcance da
Frequentemente, um termo é confundido com o outra. A Web vem se Internet permite a tais grupos facilitar a sua própria formação em primeiro
tornando uma plataforma comum, na qual outros serviços da Internet são
disponibilizados. Pode-se utilizá-la atualmente para usar o correio
Informática 131 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
lugar. Um exemplo disto é o movimento do software livre, que produziu de "difusores" que usam somente a Internet, ou seja, que nunca obtiveram
o Linux, o Mozilla Firefox, o OpenOffice.org, entre outros. licenças de transmissão por meios oficiais. Isto significa que um aparelho
conectado à Internet, como um computador, pode ser usado para acessar
O chat, as redes sociais e os sistemas de mensagem mídias online pelo mesmo jeito do que era possível anteriormente somente
instantâneas são tecnologias que também utilizam a Internet como meio com receptores de televisão ou de rádio. A variedade de materiais
de troca de ideias e colaboração. Mesmo o correio eletrônico é tido transmitidos também é muito maior, desde
atualmente como uma ferramenta de trabalho colaborativo. Ainda bastante a pornografia até webcasts técnicos e altamente especializados.
usado em ambientes corporativo, vêm perdendo espaço entre utilizadores O podcasting é uma variação desse tema, em que o material -
pessoais para serviços como mensagem instantânea e redes sociais normalmente áudio - é descarregado e tocado num computador, ou
devido ao dinamismo e pluralidade de opções fornecidas por esses dois. passado para um tocador de mídia portátil. Estas técnicas que se utilizam
Outra aplicação de colaboração na Internet são os sistemas wiki, que de equipamentos simples permitem a qualquer um, com pouco controle de
utilizam a World Wide Web para realizar colaboração, fornecendo censura ou de licença, difundir material áudio-visual numa escala mundial.
ferramentas como sistema de controle de versão e autenticação de As webcams podem ser vistas como uma extensão menor deste
utilizadores para a edição on-line de documentos. fenômeno. Enquanto que algumas delas podem oferecer vídeos a taxa
Compartilhamento de arquivos completa de quadros, a imagem é normalmente menor ou as atualizações
são mais lentas. Os usuários de Internet podem assistir animais africanos
em volta de uma poça de água, navios no Canal do Panamá, o tráfego de
uma autoestrada ou monitorar seus próprios entes queridos em tempo
real. Salas de vídeo chat ou de vídeoconferência também são populares, e
muitos usos estão sendo encontrados para as webcams pessoais, com ou
sem sistemas de duas vias de transmissão de som.
Telefonia na Internet (Voz sobre IP)
VoIP significa "Voice-over-Internet Protocol" (Voz sobre Protocolo de
Internet), referindo-se ao protocolo que acompanha toda comunicação na
Um compartilhador de arquivos Internet. As ideias começaram no início da década de 1990, com as
Um arquivo de computador pode ser compartilhado por diversas aplicações de voz tipo "walkie-talkie" para computadores pessoais. Nos
pessoas através da Internet. Pode ser carregado numservidor Web ou anos recentes, muitos sistemas VoIP se tornaram fáceis de se usar e tão
disponibilizado num servidor FTP, caracterizando um único local de fonte convenientes quanto o telefone normal. O benefício é que, já que a
para o conteúdo. Internet permite o tráfego de voz, o VoIP pode ser gratuito ou custar muito
menos do que telefonemas normais, especialmente em telefonemas de
Também pode ser compartilhado numa rede P2P. Nesse caso, o longa distância, e especialmente para aqueles que estão sempre com
acesso é controlado por autenticação, e uma vez disponibilizado, o arquivo conexões de Internet disponíveis, seja a cabo ou ADSL.
é distribuído por várias máquinas, constituindo várias fontes para um
mesmo arquivo. Mesmo que o autor original do arquivo já não o O VoIP está se constituindo como uma alternativa competitiva ao
disponibilize, outras pessoas da rede que já obtiveram o arquivo podem serviço tradicional de telefonia. A interoperabilidade entre diferentes
disponibilizá-lo. A partir do momento que a midia é publicada, perde-se o provedores melhorou com a capacidade de realizar ou receber uma
controle sobre ela. Os compartilhadores de arquivo através de redes ligação de telefones tradicionais. Adaptadores de redes VoIP simples e
descentralizadas como o P2P são constantemente alvo de críticas devido baratos estão disponíveis, eliminando a necessidade de um computador
a sua utilização como meio de pirataria digital: com o famoso pessoal.
caso Napster. Tais redes evoluiram com o tempo para uma maior A qualidade de voz pode ainda variar de uma chamada para outra,
descentralização, o que acaba por significar uma maior obscuridade em mas é frequentemente igual ou mesmo superior aos telefonemas
relação ao conteúdo que está trafegando. tradicionais.
Estas simples características da Internet, sobre uma base mundial, No entanto, os problemas remanescentes do serviço VoIP incluem a
estão mudando a produção, venda e a distribuição de qualquer coisa que discagem e a confiança em número de telefone de emergência.
pode ser reduzida a um arquivo de computador para a sua transmissão. Atualmente, apenas alguns provedores de serviço VoIP proveem um
Isto inclui todas as formas de publicações impressas, produtos de sistema de emergência. Telefones tradicionais são ligados a centrais
software, notícias, música, vídeos, fotografias, gráficos e outras artes telefônicas e operam numa possível queda do fornecimento de
digitais. Tal processo, vem causando mudanças dramáticas nas eletricidade; o VoIP não funciona se não houver uma fonte de alimentação
estratégias de mercado e distribuição de todas as empresas que ininterrupta para o equipamento usado como telefone e para os
controlavam a produção e a distribuição desses produtos. equipamentos de acesso a Internet.
Transmissão de mídia Para além de substituir o uso do telefone convencional, em diversas
situações, o VoIP está se popularizando cada vez mais para aplicações de
jogos, como forma de comunicação entre jogadores. Serviços populares
para jogos incluem o Ventrilo, o Teamspeak, e outros. O PlayStation 3 e
o Xbox 360 também podem oferecer bate papo por meio dessa tecnologia.
Impacto social
A Internet tem possibilitado a formação de novas formas de interação,
organização e atividades sociais, graças as suas características básicas,
como o uso e o acesso difundido.
Redes sociais, como Facebook, MySpace, Orkut, Twitter, entre outras,
têm criado uma nova forma de socialização e interação. Os usuários
desses serviços são capazes de adicionar uma grande variedade de itens
as suas páginas pessoais, de indicar interesses comuns, e de entrar em
Transmissão de um vídeo contato com outras pessoas. Também é possível encontrar um grande
círculo de conhecimentos existentes, especialmente se o site permite que
Muitas difusoras de rádio e televisão existentes proveem feeds de usuários utilizem seus nomes reais, e de permitir a comunicação entre os
Internet de suas transmissões de áudio e de vídeo ao vivo (por exemplo, grandes grupos existentes de pessoas.
a BBC). Estes provedores têm sido conectados a uma grande variedade
Informática 132 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Internet, as organizações políticas e a censura para a visão cooperativa. Além do que, o uso das redes traz à prática
pedagógica um ambiente atrativo, onde o aluno se torna capaz, através da
autoaprendizagem e de seus professores, de poder tirar proveito dessa
tecnologia para sua vida.
A preocupação de tornar cada vez mais dinâmico o processo de
ensino e aprendizagem, com projetos interativos que usem a rede
eletrônica, mostra que todos os processos são realizados por pessoas.
Portanto, elas são o centro de tudo, e não as máquinas.
Consequentemente, não se pode perder isto de vista e tentarmos fazer
mudanças no ensino sem passar pelos professores, e sem proporcionar
uma preparação para este novo mundo que esta surgindo.
Aliar as novas tecnologias aos processos e atividades educativos é
algo que pode significar dinamismo, promoção de novos e constantes
conhecimentos, e mais que tudo, o prazer do estudar, do aprender, criando
Protestos eleitorais no Irã em 2009. Através do Twitter, do Facebook e e recriando, promovendo a verdadeira aprendizagem e renascimento
outrasredes sociais a população iraniana pode trocar informações com constante do indivíduo, ao proporcionar uma interatividade real e bem mais
outros países, além de organizar protestos, dado que os veículos verdadeira, burlando as distâncias territoriais e materiais. Significa
da mídia tradicional sofriam restrições por parte do governo do país. impulsionar a criança, enfim, o sujeito a se desfazer da pessoa da
Em sociedades democráticas, a Internet tem alcançado uma nova passividade.
relevância como uma ferramenta política. A campanha presidencial Torna-se necessário que educadores se apropriem das novas
de Barack Obama em 2008 nos Estados Unidos ficou famosa pela sua tecnologias, vendo nestes veículos de expressão de linguagens o espaço
habilidade de gerar doações por meio da Internet. Muitos grupos políticos aberto de aprendizagens, crescimento profissional, e mais que isso, a
usam a rede global para alcançar um novo método de organização, com o porta de inserção dos indivíduos na chamada sociedade da informação.
objetivo de criar e manter o ativismo na Internet. Para isso, deve a instituição escolar extinguir o "faz-de-conta" através da
Alguns governos, como os do Irã, Coreia do pura e limitada aquisição de computadores, para abrir o verdadeiro espaço
Norte, Mianmar, República Popular da China, Arábia Saudita e Cuba, para inclusão através do efetivo uso das máquinas e do ilimitado ambiente
restringem o que as pessoas em seus países podem acessar na Internet, web, não como mero usuário, mas como produtor de novos
especialmente conteúdos políticos e religiosos. Isto é conseguido por meio conhecimentos.
de softwares que filtram determinados domínios e conteúdos. Assim, O computador se tornou um forte aliado para desenvolver projetos,
esses domínios e conteúdos não podem ser acessados facilmente sem trabalhar temas discutíveis. É um instrumento pedagógico que ajuda na
burlar de forma elaborada o sistema de bloqueio. construção do conhecimento não somente para os alunos, mas também
Na Noruega, Dinamarca, Finlândia e na Suécia, grandes provedores aos professores. Entretanto, é importante ressaltar que, por si só, o
de serviços de Internet arranjaram voluntariamente a restrição computador não faz nada. O potencial de tal será determinado pela teoria
(possivelmente para evitar que tal arranjo se torne uma lei) ao acesso a escolhida e pela metodologia empregada nas aulas. No entanto, é
sites listados pela polícia. Enquanto essa lista de URL proibidos contêm importante lembrar que colocar computadores nas escolas não significa
supostamente apenas endereços URL de sites de pornografia infantil, o informatizar a educação, mas sim introduzir a informática como recurso e
conteúdo desta lista é secreta. ferramenta de ensino, dentro e fora da sala de aula, isso sim se torna
sinônimo de informatização da educação.
Muitos países, incluindo os Estados Unidos, elaboraram leis que
fazem da posse e da distribuição de certos materiais, como pornografia Sabe-se que a mola mestra de uma verdadeira aprendizagem está na
infantil, ilegais, mas não bloqueiam estes sites com a ajuda de softwares. parceria aluno-professor e na construção do conhecimento nesses dois
sujeitos. Para que se possa haver um ensino mais significativo, que
Há muitos programas de software livres ou disponíveis abrange todos os alunos, as aulas precisam ser participativas, interativas,
comercialmente, com os quais os usuários podem escolher bloquear envolventes, tornando os alunos sempre "agentes" na construção de seu
websites ofensivos num computador pessoal ou mesmo numa rede. Esses próprio conhecimento.
softwares podem bloquear, por exemplo, o acesso de crianças à
pornografia ou à violência. Também é essencial que os professores estejam bem preparados
para lidar com esse novo recurso. Isso implica num maior
Educação comprometimento, desde a sua formação, estando este apto a utilizar, ter
O uso das redes como uma nova forma de interação no processo noções computacionais, compreender as noções de ensino que estão nos
educativo amplia a ação de comunicação entre aluno e professor e o software utilizados estando sempre bem atualizados.
intercâmbio educacional e cultural. Desta forma, o ato de educar com o Lazer
auxílio da Internet proporciona a quebra de barreiras, de fronteiras e
remove o isolamento da sala de aula, acelerando a autonomia da A Internet é uma enorme fonte de lazer, mesmo antes da
aprendizagem dos alunos em seus próprios ritmos. Assim, a educação implementação da World Wide Web, com experimentos sociais de
pode assumir um caráter coletivo e tornar-se acessível a todos, embora entretenimento, como MUDs e MOOssendo conduzidos em servidores de
ainda exista a barreira do preço e o analfabetismo tecnológico. universidades, e muitos grupos Usenet relacionados com humor
recebendo boa parte do tráfego principal. Muitos fóruns de Internet têm
Ao utilizar o computador no processo de ensino-aprendizagem, seções dedicadas a jogos e vídeos de entretenimento; charges curtas na
destaca-se a maneira como esses computadores são utilizados, quanto à forma de vídeo flash também são populares. Mais de seis milhões de
originalidade, à criatividade, à inovação, que serão empregadas em cada pessoas usam blogs ou sistemas de mensagens instantâneas como meios
sala de aula. Para o trabalho direto com essa geração, que anseia muito de comunicação e compartilhamento de ideias.
ter um "contato" direto com as máquinas, é necessário também um novo
tipo de profissional de ensino. Que esse profissional não seja apenas As indústrias de pornografia ou de jogos de azar tem tido vantagens
reprodutor de conhecimento já estabelecido, mas que esteja voltado ao completas no World Wide Web, e proveem frequentemente uma
uso dessas novas tecnologias. Não basta que as escolas e o governo significativa fonte de renda de publicidades para outros websites. Embora
façam com a multimédia o que vem fazendo com os livros didáticos, muitos governos têm tentado impor restrições no uso da Internet em
tornando-os a panacéia da atividade do professor. ambas as indústrias, isto tem geralmente falhado em parar a sua grande
popularidade.
A utilização da Internet leva a acreditar numa nova dimensão
qualitativa para o ensino, através da qual se coloca o ato educativo voltado

Informática 133 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Uma das principais áreas de lazer na Internet é o jogo de múltiplos e social das pessoas. A criação dessa rede beneficia em muito
jogadores. Esta forma de lazer cria comunidades, traz pessoas de todas as a globalização, mas também cria a interferência de informações entre
idades e origens para desfrutarem do mundo mais acelerado dos jogos on- culturas distintas, mudando assim a forma de pensar das pessoas. Isso
line. Estes jogos variam desde os MMORPG até a jogos em role-playing pode acarretar tanto uma melhora quanto um declínio dos conceitos da
game (RPG). Isto revolucionou a maneira de muitas pessoas de se sociedade, tudo dependendo das informações existentes na Internet.
interagirem e de passar o seu tempo livre na Internet.
Essa praticidade em disseminar informações na Internet contribui para
Enquanto que jogos on-line estão presentes desde a década de 1970, que as pessoas tenham o acesso a elas, sobre diversos assuntos e
as formas dos modernos jogos on-line começaram com serviços como diferentes pontos de vista. Mas nem todas as informações encontradas na
o GameSpy e Mplayer, nos quais jogadores poderiam tipicamente apenas Internet podem ser verídicas. Existe uma grande força no termo "liberdade
subscrever. Jogos não-subscrevidos eram limitados a apenas certos tipos de expressão" quando se fala de Internet, e isso possibilita a qualquer
de jogos. indivíduo publicar informações ilusórias sobre algum assunto,
prejudicando, assim, a consistência dos dados disponíveis na rede.
Muitos usam a Internet para acessar e descarregar músicas, filmes e
outros trabalhos para o seu divertimento. Como discutido acima, há fontes Um outro fato relevante sobre a Internet é o plágio, já que é muito
pagas e não pagas para todos os arquivos de mídia na Internet, usando comum as pessoas copiarem o material disponível. "O plagiador raramente
servidores centralizados ou usando tecnologias distribuídas em P2P. melhora algo e, pior, não atualiza o material que copiou. O plagiador é um
Algumas destas fontes tem mais cuidados com os direitos dos artistas ente daninho que não colabora para deixar a Internet mais rica; ao
originais e sobre as leis de direitos autorais do que outras. contrário, gera cópias degradadas e desatualizadas de material que já
existe, tornando mais difícil encontrar a informação completa e atual" Ao
Muitos usam a World Wide Web para acessar notícias, previsões do fazer uma cópia de um material da Internet, deve-se ter em vista um
tempo, para planejar e confirmar férias e para procurar mais informações possível melhoramento do material, e, melhor, fazer citações sobre o
sobre as suas ideias aleatórias e interesses casuais. verdadeiro autor, tentando-se, assim, ao máximo, transformar a Internet
As pessoas usam chats, mensagens instantâneas e e-mails para num meio seguro de informações.
estabelecer e ficar em contato com amigos em todo o mundo, algumas Nesse consenso, o usuário da Internet deve ter um mínimo de ética, e
vezes da mesma maneira de que alguns tinham anteriormente amigos por tentar, sempre que possível, colaborar para o desenvolvimento da mesma.
correspondência. Websites de redes sociais, como o MySpace, O usuário pode colaborar, tanto publicando informações úteis ou
o Facebook, e muitos outros, ajudam as pessoas entrarem em contato melhorando informações já existentes, quanto preservando a integridade
com outras pessoas para o seu prazer. desse conjunto. Ele deve ter em mente que algum dia precisará de
O número de web desktops tem aumentado, onde os usuários podem informações e será lesado se essas informações forem ilusórias.
acessar seus arquivos, entre outras coisas, através da Internet. Crime na Internet
O "cyberslacking" tem se tornado uma séria perda de recursos de Os crimes mais usuais na rede incluem o envio de e-mails com falsos
empresas; um funcionário que trabalha no Reino Unido perde, em média, pedidos de atualização de dados bancários e senhas, conhecidos
57 minutos navegando pela web durante o seu expediente, de acordo como phishing. Da mesma forma, e-mails prometendo falsos prêmios
como um estudo realizado pela Peninsula Business Services. também são práticas onde o internauta é induzido a enviar dinheiro ou
Marketing dados pessoais. Também há o envio de arquivos anexados contaminados
com vírus de computador. Em 2004, os prejuízos com perdas on-line
A Internet também se tornou um grande mercado para as empresas; causadas por fraudes virtuais foram de 80% em relações às perdas por
algumas das maiores empresas hoje em dia cresceram tomando vantagem razões diversas.
da natureza eficiente do comércio e da publicidade a baixos custos na
Internet. É o caminho mais rápido para difundir informações para um vasto Como meio de comunicação, a rede também pode ser usada na
número de pessoas simultaneamente. A Internet também revolucionou facilitação de atos ilícitos, como difamação e a apologia ao crime, e no
subsequentemente as compras. Por exemplo, uma pessoa pode pedir comércio de itens e serviços ilícitos ou derivados de atos ilícitos, como o
um CD on-line e recebê-lo na sua caixa de correio dentro de alguns dias, tráfico de entorpecentes e a divulgação de fotos pornográficas de
ou descarregá-lo diretamente em seu computador, em alguns casos. A menores.
Internet também facilitou grandemente o mercado personalizado, que Deep web
permite a uma empresa a oferecer seus produtos a uma pessoa ou a um
grupo específico mais do que qualquer outro meio de publicidade.
Exemplos de mercado personalizado incluem comunidades on-line,
tais como o MySpace, o Friendster, o Orkut, o Facebook, o Twitter, entre
outros, onde milhares de internautas juntam-se para fazerem publicidade
de si mesmos e fazer amigos on-line. Muitos destes usuários são
adolescentes ou jovens, entre 13 a 25 anos. Então, quando fazem
publicidade de si mesmos, fazem publicidade de seus interesses
e hobbies, e empresas podem usar tantas informações quanto para qual
aqueles usuários irão oferecer online, e assim oferecer seus próprios
produtos para aquele determinado tipo de usuário.
A publicidade na Internet é um fenômeno bastante recente, que
transformou em pouco tempo todo o mercado publicitário mundial. Hoje,
estima-se que a sua participação em todo o mercado publicitário é de 10%,
com grande pontencial de crescimento nos próximos anos. Todo esse
fenômeno ocorreu em curtíssimo espaço de tempo: basta lembrar que foi
apenas em 1994 que ocorreu a primeira ação publicitária na Internet. O
primeiro anúncio foi em forma de banner, criado pela empresa Hotwired
para a divulgação da empresa norte-americana AT&T, que entrou no ar em
25 de outubro de 1994. O primeiro banner da história
Ética na Internet
O acesso a um grande número de informações disponível às pessoas,
com ideias e culturas diferentes, pode influenciar o desenvolvimento moral

Informática 134 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O iceberg é uma analogia à deep web, onde seu conteúdo não pode formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, buscando reduzir os
ser visto da superfície. custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição de informações.
É conhecida como deep web, o conteúdo que não é visível Apesar do seu uso interno acessando os dados corporativos,
pelos motores de busca, em sites gerados dinamicamente e de a intranet, permite que microcomputadores localizados em uma filial, se
comunicação anônima, muitas vezes acessados por conectados à internet por meio de senha, acessem conteúdos que estejam
redes P2P específicas, dentre as principais ferramentas de acesso à deep em sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre a empresa e
web estão o TOR, o I2P e o Freenet. Um dos mais famosos sites que seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho significativo em termos
começaram na deep web e ganharam a superfície é oWikileaks. de segurança.
Países sem acesso à Internet livre Diferenças entre termos comuns
Em pleno século XXl informação e tecnologia estão evoluindo a cada  LAN: É uma rede local onde dois ou mais computadores se
segundo, mesmo com toda a modernidade virtual, ainda existem países conectam ou até mesmo dividem o mesmo acesso à internet. Neste tipo de
que não compartilham dessa realidade. Países como: Arábia Saudita, rede, os hosts se comunicam entre si e com o resto do mundo sem
Belarus, Burma, Cuba, Egito, Etiópia, Irã, Coreia do Norte, Síria, Tunísia, "nenhum" tipo de restrição.
Turcomenistão, Uzbequistão, Vietnã e Zimbábue. Segundo a ONG que
divulga os “inimigos da internet” intitulada: Repórteres Sem Fronteiras,  Internet: É um conglomerado de redes locais, interconectadas
"esses países transformaram a internet em uma intranet, para que os e espalhadas pelo mundo inteiro, através do protocolo de
usuários não obtenham informações consideradas indesejáveis”. Além do internet facilitando o fluxo de informações espalhadas por todo o globo
mais, todas essas nações têm em comum governos autoritários, que se terrestre.
mantêm no poder por meio de um controle ideológico". A Coréia do Norte  Intranet: É uma rede interna, utilizado especificamente no
por exemplo é o país que possui apenas dois websites registrados: o mundo corporativo. Neste tipo de conexão, o acesso ao conteúdo é
órgão de controle de uso da rede(Centro Oficial de Computação) e o portal geralmente restrito, assim, somente é possível acessá-lo por esquemas
oficial do governo. Para população, é completamente vetado o uso de especiais de segurança (ex.: sistemas de bancos, supermercados, etc). A
internet até porque não existem provedores no país. intranet é uma versão particular da internet, podendo ou não estar
Existem cyber’s autorizados pelo governo, com conteúdo controlado e conectada à ela.
ainda assim as idas e vindas dos policiais são indispensáveis. Apenas os
governantes tem acesso a conexão via-satélite. Já em Cuba, existe  Extranet: Permite-se o acesso externo às bases corporativas,
apenas um Cyber e o preço para acessar sites estrangeiros (e controlado) liberando somente dados para fins específicos para representantes,
é de cerca de 6 dólares por hora, sendo que o salário médio da população fornecedores ou clientes de uma empresa. Outro uso comum do
é de 17 dólares por mês. Com a velocidade da informação que a internet termo extranet ocorre na designação da "parte privada" de um site, onde
proporciona, os governantes desses países omitem informações da apenas os usuários registrados (previamente autenticados por seu login e
população, pois elas não tem acesso a esse emaranhado de notícias em senha) podem navegar. Por exemplo, um cliente acessando somente os
tempo real. seus dados específicos em um extrato bancário on-line.

Intranet Microsoft Office Outlook


A intranet é uma rede de computadores privada que assenta sobre Envie e receba email; gerencie sua agenda, contatos e tarefas; e re-
a suite de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de um gistre suas atividades usando o Microsoft Office Outlook.
determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa, que só Iniciando o Microsoft Office Outlook
pode ser acessada por seus usuários ou colaboradores internos, tanto Clique em Iniciar, Todos os programas, Microsoft Office, Microsoft Of-
internamente como externamente ao local físico da empresa. fice Outlook.
Pelo fato de sua aplicação, todos os conceitos TCP/IP se empregam à Esta versão do Outlook inclui novos recursos criados para ajudá-lo a
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para tanto, a acessar, priorizar e lidar com comunicação e informações, de forma a
faixa de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação é de otimizar o seu tempo e facilitar o gerenciamento do fluxo crescente de
192.168.0.0 até 192.168.255.255. emails recebidos.
Experiência de Email Dinâmica. O Outlook ajuda você a ler, organi-
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem alguma zar, acompanhar e localizar emails com mais eficiência do que antigamen-
informação que pode ser trocada com os demais setores, podendo cada te. O novo layout da janela exibe mais informações na tela de uma só vez,
seção ter uma forma direta de se comunicar com as demais, o que se mesmo em monitores pequenos. A lista de mensagens foi reprojetada para
assemelha muito com a conexão LAN, que, porém, não emprega utilizar o espaço de forma mais inteligente. Como resultado disso, você
restrições de acesso. perderá menos tempo com a navegação e dedicará mais tempo à realiza-
O termo foi utilizado pela primeira vez em 19 de Abril de 1995, num ção de suas tarefas. O agrupamento automático de mensagens ajuda o
artigo de autoria técnica de Stephen Lawton1 , na Digital News & Reviews. usuário a localizar e a ir para emails em qualquer lugar da lista com mais
rapidez do que antes. E você ainda pode mover ou excluir todas as men-
Aplicabilidade sagens em um grupo de uma vez.
Vejamos alguns exemplos de aplicabilidade da intranet em uma Filtro de Lixo Eletrônico. O novo Filtro de Lixo Eletrônico ajuda a evi-
empresa, para que possamos compreender melhor. tar muitos dos emails indesejáveis que você recebe todos os dias. Ele usa
a tecnologia mais avançada desenvolvida pelo Centro de Pesquisa da
 Um departamento de tecnologia disponibiliza aos seus Microsoft para avaliar se uma mensagem deve ser tratada como lixo
colaboradores um sistema de abertura de chamado técnico; eletrônico com base em vários fatores como, por exemplo, o horário em
 Um departamento de RH anuncia vagas internas disponíveis; que a mensagem foi enviada e o seu conteúdo. O filtro não identifica
nenhum remetente ou tipo de email específico; ele se baseia no conteúdo
 Um departamento pessoal disponibiliza formulários de alteração da mensagem e faz uma análise avançada da estrutura da mensagem
de endereço, vale transporte, etc... para determinar a probabilidade de ser ou não lixo eletrônico. Qualquer
mensagem detectada pelo filtro é movida para a pasta Lixo Eletrônico, de
 Um diretor em reunião em outro país, acessando os dados onde ela pode ser recuperada ou revisada posteriormente. Você pode
corporativos da empresa, por meio de uma senha de acesso. adicionar emails à Lista de Remetentes Confiáveis para garantir que as
Objetivo mensagens desses remetentes nunca sejam tratadas como lixo eletrônico
e pode ainda bloquear mensagens de determinados endereços de email
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em ou nomes de domínio adicionando o remetente à Lista de Remetentes
corporações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos, Bloqueados.

Informática 135 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Painel de Navegação. O Painel de Navegação é mais do que uma Os ícones a seguir aparecem nos e-mails e indicam a prioridade das
simples lista de pastas: ele combina os recursos de navegação principal e mensagens, se as mensagens possuem arquivos anexados ou ainda se as
compartilhamento do Outlook em um local de fácil utilização. Em Email, mensagens estão marcadas como lidas ou não lidas. Veja o que eles
você encontrará mais pastas de email do que antigamente. Além disso, significam:
poderá adicionar suas pastas favoritas ao início da lista. Em Calendário,
você poderá exibir os calendários compartilhados de outras pessoas lado a
lado com o seu próprio calendário. Em Contatos, você verá a lista de todas
as pastas de contatos que poderá abrir (estejam elas armazenadas no seu
computador ou em um local da rede), bem como maneiras aperfeiçoadas
de exibir os contatos. Todos os oito módulos do Outlook possuem uma
interface de usuário criada para ajudá-lo a encontrar rapidamente o que
você está procurando, na forma como você gosta de ver essa informação.
Painel de Leitura. O Painel de Leitura é o local ideal para ler emails,
sem a necessidade de abrir uma janela separada para cada mensagem.
Como um pedaço de papel, o Painel de Leitura é posicionado verticalmen-
te. Esse layout é mais confortável e, em conjunto com a nova lista de
mensagens de várias linhas, significa que você pode ver quase o dobro do
conteúdo de um email em um monitor do mesmo tamanho, se comparado
com o Painel de Visualização das versões anteriores do Outlook.
Sinalizadores Rápidos. Se você precisar responder a um email, mas
não tiver tempo agora, clique no ícone do sinalizador ao lado da mensa-
gem para marcá-la com um Sinalizador Rápido. Os diversos sinalizadores Como criar uma conta de e-mail
coloridos facilitam a categorização das mensagens. A pasta denominada – Para adicionar uma conta de e-mail em seu Outlook faça o seguinte:
Para Acompanhamento" sempre contém uma lista atualizada de todas as 1. Entre em contato com seu provedor de serviços de Internet ou do
mensagens marcadas com sinalizadores rápidos em cada pasta da caixa administrador da rede local e informe-se sobre o tipo de servidor
de correio. de e-mail usado para a entrada e para a saída dos e-mails.
Organizar por Conversação. Se você receber muitos emails diaria- 2. Você precisará saber o tipo de servidor usado : POP3 (Post Office
mente, poderá se beneficiar da opção de agrupamento denominada Orga- Protocol), IMAP (Internet Message Access Protocol) ou HTTP
nizar por Conversação. O modo de exibição Organizar por Conversação (Hypertext Transfer Protocol). Precisa também saber o nome da
mostra a lista de mensagens de uma forma orientada a conversação ou conta e a senha, o nome do servidor de e-mail de entrada e, para
"segmentada". Para que você leia os emails com mais rapidez, esse modo POP3 e IMAP, o nome de um servidor de e-mail de saída, geral-
de exibição mostra primeiro apenas as mensagens não lidas e marcadas mente SMTP (Simple Mail Transfer Protocol)
com Sinalizadores Rápidos. Cada conversação pode ser ainda mais
Vamos à configuração:
expandida para mostrar todas as mensagens, inclusive os emails já lidos.
Para organizar as mensagens dessa forma, clique em Organizar por 3. No menu Ferramentas, clique em Contas.
Conversação no menu Exibir.
Pastas de Pesquisa. As Pastas de Pesquisa contêm resultados de
pesquisa, atualizados constantemente, sobre todos os itens de email
correspondentes a critérios específicos. Você pode ver todas as mensa-
gens não lidas de cada pasta na sua caixa de correio em uma Pasta de
Pesquisa denominada "Emails Não Lidos". Para ajudá-lo a reduzir o tama-
nho da caixa de correio, a Pasta de Pesquisa "Emails Grandes" mostra os
maiores emails da caixa de correio, independentemente da pasta em que
eles estão armazenados. Você também pode criar suas próprias Pastas de
Pesquisa: escolha uma pasta na lista de modelos predefinidos ou crie uma
pesquisa com critérios personalizados e salve-a como uma Pasta de
Pesquisa para uso futuro.
Calendários Lado a Lado,.Agora você pode exibir vários calendários
lado a lado na janela Calendário do Outlook.Todos os calendários podem
ser vistos lado a lado: calendários locais, calendários de pastas públicas,
calendários de outros usuários ou lista de eventos da equipe do Microsoft
Windows® SharePoint™ Services. Os calendários são codificados por
cores para ajudá-lo a distingui-los.
Regras e Alertas. O Outlook o alertará da chegada de novos emails
na sua Caixa de Entrada exibindo uma notificação discreta na área de
trabalho, mesmo quando você estiver usando outro programa. É possível
criar rapidamente regras para arquivar emails com base na mensagem,
selecionando a mensagem e clicando em Criar Regra.
Modo de Transferência em Cachê. Se você usa o Microsoft Exchan-
ge Server não precisa mais se preocupar com problemas causados por
redes lentas ou distantes. O Outlook pode baixar a caixa de correio para o Logo a seguir visualizaremos o assistente de configuração do Outlook,
seu computador, reduzindo a necessidade de comunicação com o servidor posteriormente clique no botão adicionar- Email.
de email. Se a rede ficar indisponível, o Outlook continuará utilizando as
informações já baixadas — e talvez você nem perceba a queda da rede. O
Outlook se adapta ao tipo de rede disponível, baixando mais itens de email
em redes mais rápidas e oferecendo mais controle sobre os itens baixados
em redes lentas. Se usar o Outlook com o Microsoft Exchange Server,
você se beneficiará de uma redução significativa no tráfego da rede, que o
ajudará a obter as informações com mais rapidez.
Ícones de listas de mensagens do Outlook Express

Informática 136 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Na parte superior da janela da mensagem, clique duas vezes no ícone
de anexo de arquivo no cabeçalho da mensagem.
(Quando uma mensagem tem um arquivo anexado, um ícone de clipe
de papel é exibido ao lado dela na lista de mensagens.)
Salvar anexos

Para salvar um anexo de arquivo de seu e-mail, faça o seguinte:


1. Clique na mensagem que tem o arquivo que você quer salvar.
Clique em Email e o Assistente para conexão com a Internet irá se a-
brir. Basta seguir as instruções para estabelecer uma conexão com um 2. No menu Arquivo, clique em Salvar anexos.
servidor de e-mail ou de notícias e ir preenchendo os campos de acordo
com seus dados.
Observação:
Cada usuário pode criar várias contas de e-mail, repetindo o procedi-
mento descrito acima para cada conta.
Compartilhar contatos Uma nova janela se abre. Clique no(s) anexo(s) que você quer salvar.
Para compartilhar contatos você tiver outras identidades (outras pes- 4. Antes de clicar em Salvar, confira se o local indicado na caixa abaixo é
soas) usando o mesmo Outlook Express, poderá fazer com que um conta- onde você quer salvar seus anexos. (Caso não seja, clique em "Procu-
to fique disponível para outras identidades, colocando-o na pasta Contatos rar" e escolha outra pasta ou arquivo.)
compartilhados. Desta forma, as pessoas que estão em seu catálogo de
5. Clique em Salvar.
endereços "aparecerão" também para outras identidades de seu Outlook.
O catálogo de endereços contém automaticamente duas pastas de identi- Como redigir um e-mail
dades: a pasta Contatos da identidade principal e uma pasta que permite o
compartilhamento de contatos com outras identidades, a pasta Contatos
compartilhados. Nenhuma destas pastas pode ser excluída. Você pode
criar um novo contato na pasta compartilhada ou compartilhar um contato
existente, movendo um de seus contatos para a pasta Contatos comparti-
lhados.
1. Clique em Ferramentas/ Catálogo de Endereços.
Seu catálogo de endereços irá se abrir. Se você não estiver visuali-
zando a pasta Contatos compartilhados à esquerda, clique em Exibir
de seu Catálogo de Endereços, clique em Pastas e grupos.

A competitividade no mundo dos negócios obriga os profissionais a


uma busca cada vez maior de um diferencial em sua qualificação. Sabe-se
da importância de uma boa comunicação em nossos dias. Quantos não
vivem às voltas com e-mails, atas, cartas e relatórios?
A arte de se comunicar com simplicidade é essencial para compor
qualquer texto. Incluímos aqui todas e quaisquer correspondências comer-
ciais, empresariais ou via Internet (correio eletrônico).
Uma correspondência tem como objetivo comunicar algo. Portanto, é
Na lista de contatos, selecione o contato que deseja compartilhar. fundamental lembrar que a comunicação só será eficiente se transmitir ao
Arraste o contato para a pasta Contatos compartilhados ou para uma destinatário as ideias de modo simples, claro, objetivo, sem deixar dúvidas
de suas subpastas. quanto ao que estamos querendo dizer.
Salvar um rascunho O e-mail é uma forma de comunicação escrita e, portanto, exige cui-
Para salvar um rascunho da mensagem para usar mais tarde, faça o dado. A maior diferença entre um e-mail e uma correspondência via cor-
seguinte: reio tradicional está na forma de transmissão, sendo a primeira, indubita-
velmente, mais rápida e eficiente.
1. Com sua mensagem aberta, clique em Arquivo.
Ao escrevermos um e-mail, sobretudo com finalidade comercial ou
2. A seguir, clique em Salvar. empresarial, devemos observar alguns pontos:
Você também pode clicar em Salvar como para salvar uma mensagem 1. A forma como você escreve e endereça o e-mail permite que o des-
de e-mail em outros arquivos de seu computador no formato de e-mail tinatário interprete seu interesse e o quanto ele é importante para você.
(.eml), texto (.txt) ou HTML (.htm ou html).
O bom senso deve sempre prevalecer de acordo com o tipo de men-
Abrir anexos sagem a ser transmitida. A natureza do assunto e a quem se destina o e-
Para ver um anexo de arquivo, faça o seguinte: mail determinam se a mensagem será informal ou mais formal. Em qual-
1. No painel de visualização, clique no ícone de clipe de papel no cabe- quer um dos casos, os textos devem ser curtos, bastante claros, objetivos.
çalho da mensagem e, em seguida, clique no nome do arquivo. O alinhamento à esquerda facilita a leitura.
Ou apenas clique no símbolo de anexo 2. Quando vamos enviar um e-mail em nome de uma empresa ou or-
ganização, é conveniente deixar em destaque que se trata de uma comu-
nicação institucional, o que não se faz necessário na correspondência
tradicional, uma vez que esse aspecto é evidenciado pelo timbre, nome ou
marca já impresso no papel.
No caso dos e-mails, temos apenas os campos Para ou To e, para
enviarmos com uma cópia para outra pessoa, preenchemos o campo CC

Informática 137 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(Cópia Carbono). 1. No menu Arquivo, clique em Pasta.
Convém ressaltar que existe um outro campo que pode utilizado para 2. Clique em Nova.
enviarmos uma cópia para outra pessoa, de modo que não seja exibido o 3. Uma nova janela se abrirá.
endereço em questão: é o campo CCO (Cópia Carbono Oculta).
Na caixa de texto Nome da pasta, digite o nome que deseja dar à pas-
Às vezes, recebemos um e-mail com uma lista enorme de destinatá- ta e, em seguida, selecione o local para a nova pasta.
rios, o que não é nada recomendável. Se quisermos enviar uma mesma
Lembre-se de que o Outlook Express vai criar sua pasta nova dentro
mensagem para um grande
daquela que estiver selecionada no momento. Se você selecionar, por
Veja o exemplo: exemplo, "Caixa de Entrada" e solicitar uma nova pasta, esta será posicio-
Posteriormente basta clicar no botão enviar nada dentro da Caixa de Entrada.

Para grupos de endereços, é preferível colocarmos todos eles no


campo CCO e apenas um endereço no campo Para. Estaremos fazendo
um favor a quem recebe, além de não estarmos divulgando o endereço de
outras pessoas desnecessariamente.
3. É importante indicar no campo Assunto qual é o tema a ser tratado.
Uma indicação clara nessa linha ajuda na recepção da mensagem. Lem-
bre-se de que seu destinatário pode receber muitas mensagens e não
presuma que ele seja um adivinho. Colocar, por exemplo, apenas a pala-
vra “informações” no campo assunto, não ajuda em nada. Especifique Se o que você quer é uma nova pasta, independente das que você já
claramente o conteúdo. Por exemplo: Informações sobre novo curso. criou, selecione sempre o item Pastas Locais
4. No espaço reservado à mensagem, especifique logo no início o e- Dê um nome e selecione o local onde quer que fique esta nova pasta
missor e o receptor. Exemplo: que você acabou de criar.
Prezado Cliente
Agradecemos aquisição de nossos produtos. ORGANIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES PARA USO NA INTERNET, A-
CESSO Á DISTÂNCIA A COMPUTADORES, TRANSFERÊNCIA DE
Grato.
INFORMAÇÕES E ARQUIVOS, APLICATIVOS DE ÁUDIO, VÍDEO,
Podemos sintetizar assim: MULTIMÍDIA, USO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO.
1. Sempre colocar o assunto.
Ingresso, por meio de uma rede de comunicação, aos dados de um
2. Indique o emissor e o destinatário no corpo da mensagem. computador fisicamente distante da máquina do usuário.
3. Coloque apenas uma saudação. TIPOS DE ACESSO A DISTÂNCIA
4. Escreva a mensagem com palavras claras e objetivas. Redes VPN de acesso remoto
5. Coloque em destaque (negrito, sublinhado, ou itálico) os aspectos Um dos tipos de VPN é a rede de acesso remoto, também chamada
principais do e-mail. rede discada privada virtual (VPDN). É uma conexão usuário-LAN utilizada
6. Digite o seu nome completo ou nome da empresa. por empresas cujos funcionários precisam se conectar a uma rede privada
7. Abaixo digite o seu e-mail (no caso do destinatário querer responder de vários lugares distantes. Normalmente, uma empresa que precisa
para você, ou guardar seu endereço). instalar uma grande rede VPN de acesso remoto terceiriza o processo
para um provedor de serviços corporativo (ESP). O ESP instala um servi-
8. Envie a mensagem.
dor de acesso à rede (NAS) e provê os usuários remotos com um progra-
Verificar novas mensagens ma cliente para seus computadores. Os trabalhadores que executam suas
Para saber se chegaram novas mensagens, faça o seguinte: funções remotamente podem discar para um 0800 para ter acesso ao NAS
Com seu Outlook aberto, clique em Enviar/receber na barra de ferra- e usar seu software cliente de VPN para alcançar os dados da rede corpo-
mentas. rativa.
Os e-mail serão recebidos na caixa de entrada do Outlook, caso hou- Grandes empresas com centenas de vendedores em campo são bons
ver algum e-mail a ser enviado, o mesmo será enviado automaticamente. exemplos de firmas que necessitam do acesso remoto via VPN. O acesso
Pastas Padrões remoto via VPNs permite conexões seguras e criptografadas entre redes
privadas de empresas e usuários remotos por meio do serviço de provedor
As pastas padrões do Outlook não podem ser alteradas. Você poderá terceirizado.
criar outras pastas, mas não deve mexer nas seguintes pastas:
1. Caixa de Entrada: local padrão para onde vão as mensagens que
chegam ao seu Outlook. (Você pode criar pastas e regras para mudar
o lugar para o qual suas mensagens devam ser encaminhadas.).
2. Caixa de Saída: aqui ficam os e-mails que você já escreveu e que vai
mandar para o(s) destinatário(s).
3. Itens Enviados: nesta pasta ficam guardados os e-mails que você já
mandou.
4. Itens Excluídos: aqui ficam as mensagens que você já excluiu de
outra(s) pasta(s), mas continuam em seu Outlook.
5. Rascunhos: as mensagens que você está escrevendo podem ficar
guardadas aqui enquanto você não as acaba de compor definitiva-
mente. Veja como salvar uma mensagem na pasta Rascunhos.
Criar novas pastas
Para organizar seu Outlook, você pode criar ou adicionar quantas pas-
tas quiser.

Informática 138 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O que uma VPN faz? mação que necessita. Tal prática não é ilegal caso o fluxo de conteúdo
Bem planejada, uma VPN pode trazer muitos benefícios para a em- esteja de acordo com as normas da instituição.
presa. Por exemplo, ela pode: O SSH faz parte da suíte de protocolos TCP/IP que torna segura a
• ampliar a área de conectividade administração remota.
• aumentar a segurança FTP (File Transfer Protocol)
• reduzir custos operacionais (em relação a uma rede WAN) Significado: Protocolo usado para a transferência de arquivos. Sem-
pre que você transporta um programa de um computador na Internet para
• reduzir tempo de locomoção e custo de transporte dos usuários o seu, você está utilizando este protocolo. Muitos programas de navega-
remotos ção, como o Netscape e o Explorer, permitem que você faça FTP direta-
• aumentar a produtividade mente deles, em precisar de um outro programa.
• simplificar a topologia da rede FTP - File Transfer Protocol. Esse é o protocolo usado na Internet pa-
• proporcionar melhores oportunidades de relacionamentos globais ra transferência de arquivos entre dois computadores (cliente e servidor)
conectados à Internet.
• prover suporte ao usuário remoto externo
FTP server - Servidor de FTP. Computador que tem arquivos de
• prover compatibilidade de rede de dados de banda larga. software acessiveis atraves de programas que usem o protocolo de
• Prover retorno de investimento mais rápido do que a tradicional WAN transferencia de ficheiros, FTP.
Que recursos são necessários para um bom projeto de rede VPN? Você pode encontrar uma variedade incrível de programas disponíveis
Ele deve incorporar: na Internet, via FTP. Existem softwares gratuitos, shareware (o shareware
• segurança pode ser testado gratuitamente e registrado mediante uma pequena taxa)
e pagos que você pode transportar para o seu computador.
• confiabilidade
Grandes empresas como a Microsoft também distribuem alguns pro-
• escalabilidade gramas gratuitamente por FTP.
• gerência da rede APLICATIVOS DE ÁUDIO, VÍDEO E MULTIMÍDIA
• gerência de diretrizes Mas o que vem a ser multimídia?
Telnet O termo nasce da junção de duas palavras:“multi” que significa vários,
É um protocolo cliente-servidor de comunicações usado para permitir diversos, e “mídia”, que vem do latim “media”, e significa meios, formas,
a comunicação entre computadores ligados numa rede (exemplo: Conec- maneiras. Os americanos atribuíram significado moderno ao termo, graças
tar-se da sua casa ao computador da sua empresa), baseado em TCP. ao seu maciço poder de cultura, comércio e finanças sobre o mundo,
Antes de existirem os chats em IRC o telnet já permitia este género de difundidos pelas agências de propaganda comerciais. Daí nasceu a ex-
funções. pressão: meios de comunicação de massa (mass media). O uso do termo
multimídia nos meios de comunicação corresponde ao uso de meios de
O protocolo Telnet também permite obter um acesso remoto a um
expressão de tipos diversos em obras de teatro, vídeo, música, performan-
computador.
ces etc. Em informática significa a técnica para apresentação de informa-
Este protocolo vem sendo gradualmente substituído pelo SSH, cujo ções que utiliza, simultaneamente, diversos meios de comunicação, mes-
conteúdo é encriptado antes de ser enviado. O uso do protocolo telnet tem clando texto, som, imagens fixas e animadas.
sido desaconselhado, à medida que os administradores de sistemas vão
Sem os recursos de multimídia no computador não poderíamos apre-
tendo maiores preocupações de segurança, uma vez que todas as comu-
ciar os cartões virtuais animados, as enciclopédias multimídia, as notícias
nicações entre o cliente e o servidor podem ser vistas, já que são em texto
veiculadas a partir de vídeos, os programas de rádio, os jogos e uma
plano, incluindo a senha.
infinidade de atrações que o mundo da informática e Internet nos oferece.
SSH
Com os recursos de multimídia, uma mesma informação pode ser
Em informática, o Secure Shell ou SSH é, simultaneamente, um pro- transmitida de várias maneiras, utilizando diferentes recursos, na maioria
grama de computador e um protocolo de rede que permite a conexão com das vezes conjugados, proporcionando-nos uma experiência enriquecedo-
outro computador na rede, de forma a executar comandos de uma unidade ra.
remota. Possui as mesmas funcionalidades do TELNET, com a vantagem
Quando usamos um computador os sentidos da visão e da audição
da conexão entre o cliente e o servidor ser criptografada.
estão sempre em ação. Vejamos: toda vez que um usuário liga seu micro-
Uma de suas mais utilizadas aplicações é o chamado Tunnelling, que computador com sistema operacional Windows, placa de som e aplicativos
oferece a capacidade de redirecionar pacotes de dados. Por exemplo, se devidamente instalados, é possível ouvir uma melodia característica, com
alguém se encontra dentro de uma instituição cuja conexão à Internet é variações para as diferentes versões do Windows ou de pacotes especiais
protegida por um firewall que bloqueia determinadas portas de conexão, de temas que tenham sido instalados. Esse recurso multimídia é uma
não será possível, por exemplo, acessar e-mails via POP3, o qual utiliza a mensagem do programa, informando que ele está funcionando correta-
porta 110, nem enviá-los via SMTP, pela porta 25. As duas portas essen- mente.
ciais são a 80 para HTTP e a 443 para HTTPS. Não há necessidade do
A música de abertura e a exposição na tela do carregamento da área
administrador da rede deixar várias portas abertas, uma vez que conexões
de trabalho significam que o micro está pronto para funcionar. Da mesma
indesejadas e que comprometam a segurança da instituição possam ser
forma, operam os ruídos: um alerta soado quando um programa está
estabelecidas pelas mesmas.
tentando se instalar, um sinal sonoro associado a um questionamento
Contudo, isso compromete a dinamicidade de aplicações na Internet. quando vamos apagar um arquivo, um aviso de erro etc. e alguns símbo-
Um funcionário ou aluno que queira acessar painéis de controle de sites, los com pontos de exclamação dentro de um triângulo amarelo, por exem-
arquivos via FTP ou amigos via mensageiros instantâneos não terá a plo, representam situações em que devemos ficar atentos.
capacidade de fazê-lo, uma vez que suas respectivas portas estão blo-
Portanto, a mídia sonora no micro serve para que o sistema operacio-
queadas.
nal e seus programas interajam com os usuários. Além disso, ela tem
Para quebrar essa imposição rígida (mas necessária), o SSH oferece outras utilidades: permite que ouçamos música, enquanto lemos textos ou
o recurso do Túnel. O processo se caracteriza por duas máquinas ligadas assistimos vídeos; que possamos ouvir trechos de discursos e pronuncia-
ao mesmo servidor SSH, que faz apenas o redirecionamento das requisi- mentos de políticos atuais ou do passado; que falemos e ouçamos nossos
ções do computador que está sob firewall. O usuário envia para o servidor contatos pela rede e uma infinidade de outras situações.
um pedido de acesso ao servidor pop.xxxxxxxx.com pela porta 443
A evolução tecnológica dos equipamentos e aplicativos de informática
(HTTPS), por exemplo. Então, o servidor acessa o computador remoto e
tem nos proporcionado perfeitas audições e gravações digitais de nossa
requisita a ele o acesso ao protocolo, retornando um conjunto de pacotes
voz e outros sons.
referentes à aquisição. O servidor codifica a informação e a retorna ao
usuário via porta 443. Sendo assim, o usuário tem acesso a toda a infor- Os diferentes sons que ouvimos nas mídias eletrônicas são gravados

Informática 139 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
digitalmente a partir de padrões sonoros. No mundo digital, três padrões à mesma hora.
com finalidades distintas se impuseram: wav, midi e mp3. Como funciona
O padrão wav apresenta vantagens e desvantagens. A principal van- O conceito de educação a distância utiliza os mais diversos meios de
tagem é que ele é o formato de som padrão do Windows, o sistema opera- comunicação, isolados ou combinados como, por exemplo: material im-
cional mais utilizado nos computadores do mundo. Dessa forma, na maio- presso distribuído pelo correio, transmissão de rádio ou TV, fitas de áudio
ria dos computadores é possível ouvir arquivos wav, sem necessidade de ou de vídeo, redes de computadores, sistemas de teleconferência ou
se instalar nenhum programa adicional. A qualidade sonora desse padrão videoconferência, telefone.
também é muito boa. Sua desvantagem é o tamanho dos arquivos. Cada
Regulamentação da Educação a Distância
minuto de som, convertido para formato wav, que simule qualidade de CD,
usa aproximadamente 10 Mb de área armazenada. Além da Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação bem
como portarias, resoluções e normas do Ministério da Educação e das
O padrão midi surgiu com a possibilidade de se utilizar o computador
Secretarias Estaduais de Educação compõem a legislação brasileira sobre
para atividades musicais instrumentais. O computador passou a ser usado
educação a distância.
como ferramenta de armazenamento de melodias. Definiu-se um padrão
de comunicação entre o computador e os diversos instrumentos (princi- Quais são os cursos de graduação reconhecidos pelo MEC e em
palmente teclados e órgãos eletrônicos), que recebeu o nome de “interface que instituições, como esses cursos funcionam.
midi”, que depois passou a ser armazenado diretamente em disco. Em 2004 foram catalogados 215 cursos de ensino a distância reco-
Esse padrão também apresenta vantagens e desvantagens. Sua prin- nhecidos pelo MEC, ministrados por 116 instituições espalhadas pelo país.
cipal vantagem junto aos demais é o tamanho dos arquivos. Um arquivo Cada instituição tem sua metodologia e seu esquema de trabalho, por isso
midi pode ter apenas alguns Kbs e conter toda uma peça de Chopin ao cabe à instituição fornecer informações sobre o funcionamento de seu
piano. A principal desvantagem é a vinculação da qualidade do áudio ao cursos.
equipamento que o reproduz. Como saber se um curso feito a distância em uma universidade es-
trangeira terá validade no Brasil?
Ultimamente, a estrela da mídia sonora em computadores é o padrão Todo o diploma de instituições estrangeiras deve ser validado por ins-
mp3. Este padrão corresponde à terceira geração dos algoritmos Mpeg, tituição nacional, conveniada com o MEC, que ofereça o mesmo curso,
especializados em som, que permite ter sons digitalizados quase tão bons para poder ser reconhecido pelo MEC.
quanto podem ser os do padrão wav e, ainda assim, serem até 90% meno- Orientação para escolha de curso a distância:
res. Dessa forma, um minuto de som no padrão wav que, como você já - colha impressões de alunos atuais e ex-alunos do curso; caso você
sabe, ocuparia cerca de 10 MB, no padrão mp3 ocuparia apenas 1 MB não tenha contato com nenhum, solicite aos responsáveis indicações
sem perdas significativas de qualidade sonora. de nomes e contato;
O padrão mp3, assim como o jpeg utilizado para gravações de ima- - verifique a instituição responsável, sua idoneidade e reputação, bem
gens digitalizadas: Uso da impressora e tratamento de imagens), trabalha como dos coordenadores e professores do curso;
com significância das perdas de qualidade sonora (ou gráfica no caso das - confira ou solicite informações sobre a estrutura de apoio oferecida
imagens). Isso significa que você pode perder o mínimo possível ou ir aos alunos (suporte técnico, apoio pedagógico, orientação acadêmica,
aumentando a perda até um ponto que se considere aceitável em termos etc);
de qualidade e de tamanho de arquivo.
- verifique se você atende aos pré-requisitos exigidos pelo curso;
O vídeo, entre todas as mídias possíveis de ser rodadas no computa-
dor, é, provavelmente, o que mais chama a atenção dos usuários, pois lida - avalie o investimento e todos os custos, diretos e indiretos, nele envol-
ao mesmo tempo com informações sonoras, visuais e às vezes textuais. vidos;
Em compensação, é a mídia mais demorada para ser carregada e visuali- - para o caso de cursos que conferem titulação, solicite cópia ou refe-
zada. Existem diferentes formatos de vídeos na web. Entre os padrões rência do instrumento legal (credenciamento e autorização do MEC ou
mais comuns estão o avi, mov e mpeg. do Conselho Estadual de Educação) no qual se baseia sua regulari-
O avi (Audio Video Interleave) é um formato padrão do Windows, que dade.
intercala, como seu nome sugere, trechos de áudio juntamente com qua- Perfil dos professores.
dros de vídeo no inflacionado formato bmp para gráficos. Devido à exten- Além do exigido de qualquer docente, quer presencial quer a distân-
são do seu tamanho e outros problemas como o sincronismo de qualidade cia, e dependendo dos meios adotados e usados no curso, este professor
duvidosa entre áudio e vídeo, o AVI é um dos formatos de vídeo menos deve ser capaz de se comunicar bem através dos meios selecionados,
populares na web. Já o formato mpeg (Moving Pictures Expert Group) é funcionando mais como um facilitador da aprendizagem, orientador aca-
bem mais compacto e não apresenta os problemas de sincronismo comu- dêmico e dinamizador da interação coletiva (no caso de cursos que se
mente observados no seu concorrente avi. O formato mpeg pode apresen- utilizem de meios que permitam tal interação).
tar vídeos de alta qualidade com uma taxa de apresentação de até 30 Quais as vantagens e desvantagens
quadros por segundo, o mesmo dos televisores.
As principais vantagens estão ligadas às facilidades oferecidas pela
O formato mov, mais conhecido como QuickTime, foi criado pela Ap- maior flexibilidade com relação a horários e lugares. As principais desvan-
ple e permite a produção de vídeos de boa qualidade, porém com taxas de tagens estão relacionadas aos custos de desenvolvimento, que podem ser
compressão não tão altas como o formato mpeg. Enquanto o mpeg chega relativamente elevados, como por exemplo instação de programas, aceso
a taxas de 200:1, o formato QuickTime chega à taxa média de 50:1. Para a banda larga, e compra de equipamentos, câmeras digitais, computador
mostrar vídeos em QuickTime, em computadores com Windows, é neces- etc.
sário fazer o download do QuickTime for Windows. O Windows Media
O aluno vai estudando o material didático e tem à disposição tutores a
Player e o Real Áudio são bastante utilizados na rede. Tanto um como o
distância de cada disciplina que ele pode acessar por telefone, fax, correio,
outro tocam e rodam a maioria dos formatos mais comuns de som e ima-
e-mail, etc.
gem digitais como wav, mp3 e midi e os vídeos mpeg e avi. Ambos os
players suportam arquivos transmitidos no modo streaming gerados para Embora o estudante conte com a facilidade de organizar os estudos
rodar neles. da maneira que achar mais conveniente, ele deverá comparecer á institui-
ção de ensino para fazer as avaliações de cada disciplina, conforme prevê
o decreto que regulamenta a EAD.
CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA De acordo com o secretário de Educação a Distância do Ministério da
Muitas são as definições possíveis e apresentadas, mas há um con- Educação, Ronaldo Mota, o estudante terá de fazer, obrigatoriamente,
senso mínimo em torno da ideia de que educação a distância é a modali- uma prova presencial. "O aluno pode ter avaliações a distância. No entan-
dade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são to, mais de 50% do peso da nota final tem de ser de uma avaliação pre-
desenvolvidas majoritariamente (e em bom número de casos exclusiva- sencial."
mente) sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar

Informática 140 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CONCEITOS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA. executado como código ou transmitir vírus, ele é exclusivamente seu e só
pode ser lido pelo servidor que o forneceu.
Tipos de programas disponíveis na Internet
Pelos procedimentos abaixo, você pode configurar seu browser para
• Shareware: É distribuído livremente, você pode copiá-lo para o seu aceitar todos os cookies ou para alertá-lo sempre que um deles lhe for
computador e testá-lo, mas deve pagar uma certa quantia estipulada oferecido. Então você poderá decidir se irá aceitá-lo ou não.
pelo autor do programa, se quiser ficar com ele. Normalmente custam
Para que mais eles são utilizados?
menos que os programas comerciais, pois o dinheiro vai direto para o
desenvolvedor. Compras online e registro de acesso são os motivos correntes de utili-
zação. Quando você faz compras via Internet, cookies são utilizados para
• Demos: São versões demonstrativas que não possuem todas as criar uma memória temporária onde seus pedidos vão sendo registrados e
funções contidas no programa completo. calculados. Se você tiver de desconectar do portal antes de terminar as
• Trials: Também são versões para testes, mas seu uso é restrito a um compras, seus pedidos ficarão guardados até que você retorne ao site ou
determinado período. Depois dessa data, deixam de funcionar. portal.
• Freeware: São programas gratuitos, que podem ser utilizados livre- Webmasters e desenvolvedores de portais costumam utilizar os coo-
mente. O autor continua detendo os direitos sobre o programa, embo- kies para coleta de informações. Eles podem dizer ao webmaster quantas
ra não receba nada por isso. visitas o seu portal recebeu, qual a frequência com que os usuários retor-
nam, que páginas eles visitam e de que eles gostam. Essas informações
• Addware: O usuário usa o programa gratuitamente, mas fica rece- ajudam a gerar páginas mais eficientes, que se adaptem melhor as prefe-
bendo propaganda.
rências dos visitantes. Sua privacidade e segurança é mantida na utiliza-
UPLOAD ção de cookies temporários.
Como já verificamos anteriormente é a transferência de arquivos de Como configurar os cookies em seu computador
um cliente para um servidor. Caso ambos estejam em rede, pode-se usar
1. Escolha Ferramentas e, em seguida,
um servidor de FTP, HTTP ou qualquer outro protocolo que permita a
transferência. Ou seja caso tenha algum arquivo, por exemplo fotos ou 2. Opções da Internet
musicas, e gostaria de disponibilizar estes arquivos para outros usuários 3. Clique na guia Segurança
na Internet, basta enviar os arquivos para um provedor ou servidor, e 4. Selecione a área Internet ou Intranet, a depender da sua forma de
posteriormente disponibilizar o endereço do arquivo para os usuários, acesso
através deste endereço, os arquivos poderão ser compartilhados. 5. Clique no botão "Nível personalizado"
Gerenciamento de Pop-ups e Cookies 6. Ativar a opção "Permitir Cookies por sessão"
Este artigo descreve como configurar o Bloqueador de pop-ups em um Spam
computador executando o Windows . O Bloqueador de pop-ups é um novo
recurso no Internet Explorer. Esse recurso impede que a maioria das Spam é o termo usado para se referir aos e-mails não solicitados, que
janelas pop-up indesejadas apareçam. Ele está ativado por padrão. Quan- geralmente são enviados para um grande número de pessoas. Quando o
do o Bloqueador de Pop-ups é ativado, as janelas pop-up automáticas e conteúdo é exclusivamente comercial, este tipo de mensagem também é
de plano de fundo são bloqueadas, mas aquelas abertas por um usuário referenciada como UCE (do inglês Unsolicited Commercial E-mail).
ainda abrem normalmente. Quais são os problemas que o spam pode causar para um usuário da
Como ativar o Bloqueador de pop-ups Internet?
O Bloqueador de pop-ups pode ser ativado das seguintes maneiras: Os usuários do serviço de correio eletrônico podem ser afetados de
diversas formas. Alguns exemplos são:
• Abrir o browser ou seja o navegador de internet.
Não recebimento de e-mails. Boa parte dos provedores de Internet li-
• No menu Ferramentas. mita o tamanho da caixa postal do usuário no seu servidor. Caso o número
• A partir das Opções da Internet. de spams recebidos seja muito grande o usuário corre o risco de ter sua
caixa postal lotada com mensagens não solicitadas. Se isto ocorrer, o
usuário não conseguirá mais receber e-mails e, até que possa liberar
espaço em sua caixa postal, todas as mensagens recebidas serão devol-
vidas ao remetente. O usuário também pode deixar de receber e-mails em
casos onde estejam sendo utilizadas regras anti-spam ineficientes, por
Observação O Bloqueador de pop-ups está ativado por padrão. Você exemplo, classificando como spam mensagens legítimas.
precisará ativá-lo apenas se estiver desativado.
Gasto desnecessário de tempo. Para cada spam recebido, o usuário
necessita gastar um determinado tempo para ler, identificar o e-mail como
Fazer abrir uma janela do tipo “pop up” sem identificação, solicitando spam e removê-lo da caixa postal.
dados confidenciais que são fornecidos pelo usuário por julgar que a Aumento de custos. Independentemente do tipo de acesso a Internet
janela “pop up” enviará os dados ao domínio da instituição segura, quando utilizado, quem paga a conta pelo envio do spam é quem o recebe. Por
na verdade ela foi aberta a partir de código gerado por terceiros. exemplo, para um usuário que utiliza acesso discado a Internet, cada
A partir da versão 7 do IE isso já não mais pode ocorrer já que toda spam representa alguns segundos a mais de ligação que ele estará pa-
janela, “pop up” ou não, apresenta obrigatoriamente uma barra de endere- gando.
ços onde consta o domínio a partir de onde foi gerada (Veja na Figura a Perda de produtividade. Para quem utiliza o e-mail como uma ferra-
barra de endereços na janela “pop up”). menta de trabalho, o recebimento de spams aumenta o tempo dedicado à
Como desativar a ferramanta anti- popup no Windows XP tarefa de leitura de e-mails, além de existir a chance de mensagens impor-
1. Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em In- tantes não serem lidas, serem lidas com atraso ou apagadas por engano.
ternet Explorer. Conteúdo impróprio ou ofensivo. Como a maior parte dos spams são
2. No menu Ferramentas, aponte para - Desligarr bloqueador de enviados para conjuntos aleatórios de endereços de e-mail, é bem prová-
janelas pop-up vel que o usuário receba mensagens com conteúdo que julgue impróprio
COOKIES ou ofensivo.
Um cookie é um arquivo de texto muito pequeno, armazenado em sua Prejuízos financeiros causados por fraude. O spam tem sido ampla-
maquina (com a sua permissão) por um Servidor de páginas Web. Há dois mente utilizado como veículo para disseminar esquemas fraudulentos, que
tipos de cookie: um é armazenado permanentemente no disco rígido e o tentam induzir o usuário a acessar páginas clonadas de instituições finan-
outro é armazenado temporariamente na memória. Os web sites geralmen- ceiras ou a instalar programas maliciosos projetados para furtar dados
te utilizam este último, chamado cookie de sessão e ele é armazenado pessoais e financeiros. Este tipo de spam é conhecido como phi-
apenas enquanto você estiver o usando. Não há perigo de um cookie ser shing/scam (Fraudes na Internet). O usuário pode sofrer grandes prejuízos

Informática 141 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
financeiros, caso forneça as informações ou execute as instruções solicita- instituição envolvida, para certificar-se sobre o caso.
das neste tipo de mensagem fraudulenta. Mensagens que contêm links para programas maliciosos
Como fazer para filtrar os e-mails de modo a barrar o recebimento Você recebe uma mensagem por e-mail ou via serviço de troca instan-
de spams tânea de mensagens, onde o texto procura atrair sua atenção, seja por
Existem basicamente dois tipos de software que podem ser utilizados curiosidade, por caridade, pela possibilidade de obter alguma vantagem
para barrar spams: aqueles que são colocados nos servidores, e que (normalmente financeira), entre outras. O texto da mensagem também
filtram os e-mails antes que cheguem até o usuário, e aqueles que são pode indicar que a não execução dos procedimentos descritos acarretarão
instalados nos computadores dos usuários, que filtram os e-mails com consequências mais sérias, como, por exemplo, a inclusão do seu nome
base em regras individuais de cada usuário. no SPC/SERASA, o cancelamento de um cadastro, da sua conta bancária
Conceitos de segurança e proteção ou do seu cartão de crédito, etc. A mensagem, então, procura induzí-lo a
clicar em um link, para baixar e abrir/executar um arquivo.
Importância da Preocupação com a Segurança.
Risco: ao clicar no link, será apresentada uma janela, solicitando que
Apesar de muitas pessoas não se preocuparem com a segurança
você salve o arquivo. Depois de salvo, se você abrí-lo ou executá-lo, será
de seu computador, há também grandes empresas e comércio que
instalado um programa malicioso (malware) em seu computador, por
não se preocupam com a segurança do usuário como, por exemplo,
exemplo, um cavalo de tróia ou outro tipo de spyware, projetado para furtar
em uma compra on-line, transações de Internet banking e outros. Mas
seus dados pessoais e financeiros, como senhas bancárias ou números de
porquê se preocupar com a segurança da informação? A resposta é
cartões de crédito2. Caso o seu programa leitor de e-mails esteja configu-
simples, sendo itens básicos como:
rado para exibir mensagens em HTML, a janela solicitando que você salve
• Garantia de identidade dos sistemas participantes de uma transação; o arquivo poderá aparecer automaticamente, sem que você clique no link.
• Garantia de confidencialidade; Ainda existe a possibilidade do arquivo/programa malicioso ser baixa-
• Garantia de integridade dos dados; do e executado no computador automaticamente, ou seja, sem a sua
intervenção, caso seu programa leitor de e-mails possua vulnerabilidades.
• Garantia de unicidade da transação(única), impedindo sua replicação
Esse tipo de programa malicioso pode utilizar diversas formas para
indevida;
furtar dados de um usuário, dentre elas: capturar teclas digitadas no tecla-
• Garantia de autoria da transação; do; capturar a posição do cursor e a tela ou regiões da tela, no momento
• Defesa contra “carona”, ou seja, o processo em que um terceiro em que o mouse é clicado; sobrepor a janela do browser do usuário com
intervém numa transação autêntica já estabelecida; uma janela falsa, onde os dados serão inseridos; ou espionar o teclado do
usuário através da Webcam (caso o usuário a possua e ela esteja aponta-
• Defesa contra a “indisponibilização forçada”; da para o teclado).
Estes são alguns dos muitos motivos que nos trazem a preocupação Como identificar: seguem algumas dicas para identificar este tipo de
com a segurança, assim tornando-os o objetivo de uma luta intensa para mensagem fraudulenta:
se ter a tão imaginada segurança da informação.
• leia atentamente a mensagem. Normalmente, ela conterá diversos
Por que devo me preocupar com a segurança do meu computa- erros gramaticais e de ortografia;
dor?
Computadores domésticos são utilizados para realizar inúmeras tare- • os fraudadores utilizam técnicas para ofuscar o real link para o arquivo
fas, tais como: transações financeiras, sejam elas bancárias ou mesmo malicioso, apresentando o que parece ser um link relacionado à insti-
compra de produtos e serviços; comunicação, por exemplo, através de e- tuição mencionada na mensagem. Ao passar o cursor do mouse sobre
mails; armazenamento de dados, sejam eles pessoais ou comerciais, etc. o link, será possível ver o real endereço do arquivo malicioso na barra
de status do programa leitor de e-mails, ou browser, caso esteja atua-
É importante que você se preocupe com a segurança de seu compu- lizado e não possua vulnerabilidades. Normalmente, este link será di-
tador, pois você, provavelmente, não gostaria que: ferente do apresentado na mensagem; qualquer extensão pode ser
• suas senhas e números de cartões de crédito fossem furtados e utilizada nos nomes dos arquivos maliciosos, mas fique particularmen-
utilizados por terceiros; te atento aos arquivos com extensões ".exe", ".zip" e ".scr", pois estas
• sua conta de acesso a Internet fosse utilizada por alguém não autori- são as mais utilizadas. Outras extensões frequentemente utilizadas
zado; por fraudadores são ".com", ".rar" e ".dll"; fique atento às mensagens
que solicitam a instalação/execução de qualquer tipo de arqui-
• seus dados pessoais, ou até mesmo comerciais, fossem alterados, vo/programa; acesse a página da instituição que supostamente envi-
destruídos ou visualizados por terceiros; ou a mensagem, e procure por informações relacionadas com a men-
• seu computador deixasse de funcionar, por ter sido comprometido e sagem que você recebeu. Em muitos casos, você vai observar que
arquivos essenciais do sistema terem sido apagados, etc não é política da instituição enviar e-mails para usuários da Internet,
de forma indiscriminada, principalmente contendo arquivos anexados.
Engenharia Social
Recomendações:
Nos ataques de engenharia social, normalmente, o atacante se faz
passar por outra pessoa e utiliza meios, como uma ligação telefônica ou e- No caso de mensagem recebida por e-mail, o remetente nunca deve
mail, para persuadir o usuário a fornecer informações ou realizar determi- ser utilizado como parâmetro para atestar a veracidade de uma mensa-
nadas ações. Exemplos destas ações são: executar um programa, acessar gem, pois pode ser facilmente forjado pelos fraudadores; se você ainda
uma página falsa de comércio eletrônico ou Internet Banking através de tiver alguma dúvida e acreditar que a mensagem pode ser verdadeira,
um link em um e-mail ou em uma página, etc. entre em contato com a instituição para certificar-se sobre o caso, antes de
Como me protejo deste tipo de abordagem? enviar qualquer dado, principalmente informações sensíveis, como senhas
e números de cartões de crédito.
Em casos de engenharia social o bom senso é essencial. Fique atento
para qualquer abordagem, seja via telefone, seja através de um e-mail, Como verificar se a conexão é segura
onde uma pessoa (em muitos casos falando em nome de uma instituição) Existem pelo menos dois itens que podem ser visualizados na janela
solicita informações (principalmente confidenciais) a seu respeito. do seu browser, e que significam que as informações transmitidas entre o
Procure não fornecer muita informação e não forneça, sob hipótese browser e o site visitado estão sendo criptografadas.
alguma, informações sensíveis, como senhas ou números de cartões de O primeiro pode ser visualizado no local onde o endereço do site é di-
crédito. gitado. O endereço deve começar com https:// (diferente do http:// nas
Nestes casos e nos casos em que receber mensagens, procurando conexões normais), onde o s antes do sinal de dois-pontos indica que o
endereço em questão é de um site com conexão segura e, portanto, os
lhe induzir a executar programas ou clicar em um link contido em um e-
dados serão criptografados antes de serem enviados. A figura abaixo
mail ou página Web, é extremamente importante que você, antes de
apresenta o primeiro item, indicando uma conexão segura, observado nos
realizar qualquer ação, procure identificar e entrar em contato com a
browsers Firefox e Internet Explorer, respectivamente.

Informática 142 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ao invés de arrasar a conta de alguém, o vírus Melissa faz com que os
destinatários abram um documento com uma mensagem de e-mail como:
"aqui está o documento que você pediu, não o mostre para mais ninguém".
Uma vez ativado, o vírus faz uma cópia de si mesmo e envia a reprodução
para as 50 primeiras pessoas da lista de contato do destinatário.
Alguns browsers podem incluir outros sinais na barra de digitação do
endereço do site, que indicam que a conexão é segura. No Firefox, por O vírus espalhou-se rapidamente depois que Smith o lançou para o
exemplo, o local onde o endereço do site é digitado muda de cor, ficando mundo. E o governo federal dos Estados Unidos interessou-se muito pelo
amarelo, e apresenta um cadeado fechado do lado direito. seu trabalho. De acordo com declarações feitas pelos oficiais do FBI ao
Congresso, o vírus Melissa "prejudicou muito o governo e as redes do
setor privado" [fonte: FBI (em inglês)]. O aumento do tráfego de e-mail
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO obrigou algumas empresas a descontinuarem programas de mensagem
VIRUS DE COMPUTADOR até que o vírus fosse restringido.

Os 10 piores vírus de computador de todos os tempos


Após um longo processo de julgamento, Smith perdeu o caso e rece-
Introdução a como funcionam os 10 piores vírus de computador beu uma sentença de 20 meses de prisão. O tribunal também o multou em
de todos os tempos US$ 5 mil e o proibiu de acessar redes de computador sem autorização do
tribunal [fonte: BBC]. No final das contas, o vírus Melissa não afetou a
Mais vírus Internet, mas foi um dos primeiros a atrair a atenção do público.

O número de vírus e outras pragas eletrônicas na web aumentou, com Sabores dos vírus
624.267 identificados em 2007 ante 1,6 milhão no ano passado. 60% de
todas as ameaças em duas décadas surgiram nos últimos 12 meses. Neste artigo, veremos vários tipos diferentes de vírus de computador.
Eis um guia rápido sobre o que vem a seguir:
Os vírus de computador podem ser um pesadelo. Alguns conseguem • O termo geral de vírus de computador normalmente cobre pro-
limpar toda a informação contida no disco rígido, travar o tráfego de uma gramas que modificam o funcionamento de um computador (incluindo
rede por horas, transformar uma máquina inocente em um zumbi e enviar danos às máquinas) e que conseguem se autocopiar. Um verdadeiro vírus
cópias deles mesmos para outros PCs. Se você nunca teve uma máquina precisa de um programa hospedeiro para funcionar. O Melissa usava um
infectada por um vírus, então pode estar se perguntando o porquê de toda documento do Word.
essa comoção. Mas a preocupação é compreensível. De acordo com a
Consumer Reports, os vírus de computador ajudaram a contribuir com • Um worm, por sua vez, não precisa de um programa hospedeiro.
US$ 8,5 bilhões em perdas dos consumidores em 2008 [fonte: MarketWat- Ele é um aplicativo que consegue fazer uma cópia de si mesmo e a envia
ch (em inglês)]. Eles não são apenas um tipo de ameaça online, mas através das redes de computador.
certamente são os mais conhecidos da gangue.
• Os cavalos de Tróia (Trojan) são programas que afirmam fazer
uma coisa, mas na verdade fazem outra. Alguns deles podem danificar o
Os vírus de computador existem há muitos anos. De fato, em 1949,
disco rígido. Outros conseguem criar uma 'porta dos fundos', permitindo
um cientista chamado John von Neumann teorizou que um programa
que um usuário remoto acesse o sistema do computador da vítima.
autocopiado era possível [fonte: Krebs (em inglês)]. A indústria dos compu-
tadores não tinha nem uma década de existência e alguém já havia des-
coberto como jogar uma chave de boca nas engrenagens figurativas. Mas A seguir, veremos um vírus com um nome doce, mas que causa um efeito
foi preciso outras décadas para que programadores conhecidos como nojento em suas vítimas.
hackers começassem a construir vírus de computador.
Vírus ILOVEYOU
Embora os engraçadinhos tenham criado programas de vírus para
grandes sistemas de computador, foi a introdução do computador pessoal Um ano após o vírus Melissa chegar à Internet, uma ameaça digital
que os trouxe para a atenção pública. Um estudante de doutorado chama- surgia nas Filipinas. Diferente do Melissa, essa ameaça veio na forma de
do Fred Cohen foi o primeiro a descrever programas autocopiáveis criados um worm. Ele era um programa independente - batizado de ILOVEYOU -
para modificar computadores como vírus. O nome pegou desde então. capaz de fazer cópias de si mesmo.

Antigamente (no início dos anos 80), esses vírus dependiam dos hu- Inicialmente, esse vírus circulava pela Internet por e-mail, assim como
manos para realizarem o trabalho duro de espalhá-los para outros compu- o Melissa. O assunto do e-mail dizia que a mensagem era uma carta de
tadores. Um hacker gravava o vírus em disquetes e então, os distribuía amor de um admirador secreto. Um anexo era o que causava toda a
para outras pessoas. Não foi até os modems se tornarem comuns que confusão. O worm original tinha o arquivo nomeado como LOVE-LETTER-
essa transmissão se transformou um problema real. Hoje, quando pensa- FOR-YOU.TXT.vbs. A extensão vbs direcionava para a linguagem que o
mos em um vírus de computador, geralmente imaginamos algo que é hacker usou para criar o worm: Visual Basic Scripting [fonte: McAfee (em
transmitido sozinho via internet. Ele pode infectar as máquinas por meio de inglês)].
mensagens de e-mail ou links corrompidos. Programas como estes podem
se espalhar muito mais rápido do que os primeiros vírus. De acordo com a McAfee, produtora de softwares antivírus, o ILOVE-
YOU tinha uma vasta gama de ataques.
A seguir, veremos 10 dos piores vírus que acabam com um sistema
de computador. Vamos começar com o vírus Melissa. • Ele fazia uma cópia de si mesmo várias vezes e as escondia
em diversas pastas no disco rígido.
Vírus Melissa
• Ele acrescentava novos arquivos nas chaves de registro da ví-
tima.
Na primavera de 1999, um homem chamado David L. Smith criou um
vírus de computador baseado numa macro do Microsoft Word. Ele constru- • Ele substituía vários tipos diferentes de arquivos com cópias de
iu o vírus para que se espalhasse através de mensagens de e-mail. Smith si mesmo.
o batizou de "Melissa," dizendo que escolheu esse nome por causa de
uma dançarina exótica da Flórida [fonte: CNN (em inglês)].

Informática 143 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Ele enviava uma cópia de si através de clientes de Internet Re- • AVG Antivírus
lay Chat (IRC) e também via e-mail.
• Kaspersky Antivírus
• Ele baixava da Internet um arquivo chamado WIN-
BUGSFIX.EXE e o executava. Ao invés de consertar bugs, esse • McAfee VirusScan
programa era um aplicativo que roubava senhas e enviava in-
• Norton Antivírus
formações secretas para o hacker.
Vários dos mais conhecidos vírus de computador foram lançados em
Quem criou o vírus ILOVEYOU? Alguns acham que foi Onel de Guz- 2001. Na próxima página veremos o Code Red.
man, das Filipinas. As autoridades do país investigaram Guzman sobre Vírus Code Red e Code Red II
acusações de roubo numa época em que as Filipinas não tinham leis
contra espionagem ou sabotagem eletrônica. Citando a falta de provas, as
autoridades retiraram as queixas, que não confirmaria ou negaria a sua Os worms Code Red e o Code Red II surgiram no verão de 2001. Os
responsabilidade pelo vírus. De acordo com algumas estimativas, o ILO- dois exploravam a vulnerabilidade do sistema operacional encontrada em
VEYOU causou US$ 10 bilhões em prejuízos [fonte: Landier]. máquinas com o Windows 2000 e o Windows NT. Essa fragilidade era um
problema de sobrecarga do buffer, o que significa que quando um
computador com estes sistemas operacionais recebe mais informação do
Te peguei! que o buffer consegue lidar, ele começa a sobrescrever a memória adja-
Além de nos preocupar com vírus, worms e cavalos de Tróia, nós cente.
também precisamos ter atenção quanto aos trotes de vírus. Eles são
vírus falsos. Não causam nenhum dano e não são capazes de fazer cópias O worm Code Red original iniciou um ataque de negação de serviço
de si mesmos. Ao invés disso, seus criadores esperam que as pessoas e distribuída (DDoS) na Casa Branca. Isso significa que todos os computa-
as empresas de mídia tratem o trote como se fosse real. Entretanto, mes- dores infectados com o vírus tentavam entrar em contato com os servido-
mo que não sejam imediatamente perigosos, eles ainda são um problema. res de rede da Casa Branca ao mesmo tempo e, assim, sobrecarregando
Além disso, esses trotes podem levar as pessoas a ignorarem avisos as máquinas.
sobre ameaças reais.
Uma máquina com Windows 2000 infectada pelo worm Code Red II
Agora que o festival de amor acabou, vamos dar uma olhada em um não obedece mais o dono. Isso acontece porque ele cria uma porta dos
dos vírus mais difundidos da Internet. fundos no sistema operacional do computador, permitindo que um usuário
remoto acesse e controle a máquina. Em termos de computação, isso é
Vírus Klez um dano de nível de sistema, além de ser uma má notícia para o dono do
computador. A pessoa por trás do vírus consegue acessar as informações
da vítima ou até mesmo usa o computador infectado para cometer crimes.
O vírus Klez marcou uma nova direção para os vírus de computadores Isso significa que a pessoa não só tem de lidar com uma máquina danifi-
elevando o nível para os que viriam depois. Ele foi lançado no final de cada, mas também torna-se suspeita de crimes que não cometeu.
2001, e algumas variações infestaram a Internet por vários meses. O worm
Klez básico infectava o computador através de uma mensagem de e-mail,
fazia uma cópia de si mesmo e então, se autoenviava para as pessoas da Embora os computadores com Windows NT fossem vulneráveis aos
lista de contatos da vítima. Algumas variações do Klez carregam outros worms Code Red, o efeito desses vírus não era tão extremo. Eles costu-
programas prejudiciais que tornavam as máquinas inoperantes. Depen- mavam travar os PCs mais do que o normal, mas isso era o máximo que
dendo da versão, ele podia agir como um vírus de computador normal, um acontecia. E comparado com o que os usuários do Windows 2000 enfren-
worm ou um cavalo de Tróia. Além disso, podia desabilitar o software tavam isso não era tão ruim.
antivírus e se fazer passar por uma ferramenta de remoção de vírus [fonte:
Symantec]. A Microsoft lançou patches de correção que resolviam a vulnerabilida-
de de segurança do Windows 2000 e do Windows NT. Uma vez corrigidos,
Logo depois que ele apareceu na Internet, hackers modificaram o Klez os worms originais não podiam mais infectar uma máquina com Windows
de maneira a torná-lo ainda mais eficaz. Assim como outros vírus, ele 2000. Porém, o patch não removia os vírus. As vítimas é quem tinham de
podia se espalhar pelos contatos da vítima e enviar uma cópia de si mes- fazer isso.
mo para eles. Mas ele também podia pegar outro nome da lista de conta-
tos e colocar o endereço no campo "De" do cliente do e-mail. Isso é cha- O que eu faço agora?
mado de spoofing. A mensagem parece ter vindo de uma fonte, quando na
verdade vem de outro lugar. O que você deve fazer se descobrir que o seu computador foi infecta-
do por um vírus? Isso vai depender do tipo. Muitos programas antivírus
são capazes de remover vírus de um sistema infectado. Mas se ele danifi-
O spoofing de um endereço de e-mail realiza alguns objetivos. Para ci- cou alguns de seus arquivos ou dados, você deverá restaurá-los a partir de
tar um deles, ele não faz nada de bom ao destinatário do e-mail para backups (é muito importante fazer um backup regular das suas informa-
bloquear a pessoa do campo "De", uma vez que, na verdade, as mensa- ções). E com vírus como os Code Red, é uma boa ideia formatar comple-
gens chegam de outra pessoa. Um worm Klez programado para fazer tamente o disco rígido e começar do início. Alguns worms permitem que
spams consegue lotar a caixa de entrada em pouco tempo, pois os desti- outros softwares maliciosos rodem em sua máquina e uma simples varre-
natários seriam incapazes de dizer qual foi a real fonte do problema. Além dura do antivírus pode não ser capaz de pegar todos eles.
disso, o destinatário do e-mail pode reconhecer o nome de quem o enviou
e, assim, ser mais receptivo para abri-lo. Vírus Nimda

Software antivírus Em 2001, outro vírus que atingiu a Internet foi o worm Nimda (que é
Admin, de trás para frente). O Nimda se espalhou pela web rapidamente,
tornando-se o vírus de computador com a propagação mais rápida de
É importante ter um programa de antivírus em seu computador e mantê-lo todos os tempos. De acordo com o CTO da TruSecure, Peter Tippett,
atualizado. Mas você não deve utilizar mais do que um pacote, já que foram necessários somente 22 minutos a partir do momento que atingiu a
vários programas podem interferir uns com os outros. Aqui está uma lista rede para ele chegar ao topo da lista de relatos de ataques [fonte: Anthes
de alguns pacotes de programas antivírus: (em inglês)].
• Avast Antivírus

Informática 144 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Os principais alvos do worm Nimda eram os servidores de Internet.
Embora pudesse infectar um PC, o seu real propósito era tornar o tráfego Alguns hackers programam vírus que permanecem latentes no computa-
da web mais lento. Ele podia navegar pela Internet usando vários métodos, dor da vítima somente para despertarem um ataque em uma data específi-
incluindo o e-mail. Isso ajudou a espalhar o vírus por vários servidores em ca. Eis uma rápida amostra de alguns vírus famosos com ataques agen-
tempo recorde. dados:
• o vírus Jerusalém era ativado em todas as sextas-feiras 13 para
O worm Nimda criava uma porta dos fundos no sistema operacional destruir os dados do disco rígido do computador da vítima.
da vítima. Ele permitia que a pessoa por trás do ataque acessasse o
mesmo nível de funções de qualquer conta que havia entrado na máquina • o vírus Michelangelo foi ativado em 6 de março de 1992. Miche-
ultimamente. Em outras palavras, se um usuário com privilégios limitados langelo nasceu em 6 de março de 1475.
ativasse o worm em um computador, quem atacava também teria o mes-
mo acesso limitado às funções do PC. Por outro lado, se a vítima era o • o vírus Chernobyl foi ativado em 26 de abril de 1999, o 13º ani-
administrador da máquina, quem atacava teria total controle sobre ela. versário do desastre de Chernobyl.

• o vírus Nyxem fazia o seu estrago no terceiro dia de cada mês,


A difusão desse vírus fez com que alguns sistemas de rede travassem limpando os arquivos do computador da vítima.
na medida em que seus recursos eram disponibilizados ao worm. Com
isso, o Nimda tornou-se um ataque de negação de serviço distribuída
(DDoS, sigla em inglês). Os vírus de computador podem fazer a vítima se sentir sem ajuda,
vulnerável e desesperada. A seguir, veremos um vírus com um nome que
evoca esses três sentimentos.
Pelo telefone
Nem todos os vírus de computador estão focados nas máquinas. Al- Vírus MyDoom
guns têm como alvos outros aparelhos eletrônicos. Eis aqui apenas uma
pequena amostra de alguns vírus altamente portáteis: O vírus MyDoom (ou Novarg) é outro worm que consegue criar uma
porta dos fundos no sistema operacional do computador da vítima. O
• O CommWarrior atacava smartphones que rodavam com o sis- MyDoom original (existiram várias variantes) possui dois desencadeado-
tema operacional Symbian. res. Um deles fazia o vírus iniciar um ataque no DoS, começando em 1º de
fevereiro de 2004. O segundo comandava o vírus para que parasse de se
• O vírus Skulls também atacava telefones com o Symbian e exi- distribuir em 12 de fevereiro de 2004. Mesmo depois que parou de se
bia imagens de caveiras, ao invés da página inicial dos aparelhos. espalhar, as portas dos fundos criadas durante as infecções iniciais per-
maneciam ativas [fonte: Symantec].
• O RavMonE.exe é um vírus que poderia infectar iPods fabrica-
dos entre 12 de setembro de 2006 e 18 de outubro de 2006.
Mais tarde, no mesmo ano, um segundo ataque do MyDoom deu à vá-
• A Fox News relatou, em março de 2008, que alguns aparelhos rias empresas de sites de busca um motivo para chorarem. Assim como
eletrônicos saíam da fábrica com vírus pré-instalados, que atacavam o seu outros vírus, ele buscava os computadores das vítimas com endereços de
computador o aparelho era conectado à máquina [fonte: Fox News (em e-mail como parte do processo de replicação. Mas, também enviava um
inglês)]. pedido de busca para um site de busca e utilizava os endereços encontra-
dos nos resultados. Eventualmente, sites de busca - como o Google -
A seguir, veremos um vírus que afetou grandes redes, incluindo com- começaram a receber milhões de pedidos de busca partindo de computa-
putadores de companhias aéreas e caixas automáticos de bancos. dores corrompidos. Tais ataques tornaram os serviços mais lentos e até
Vírus SQL Slammer/Sapphire mesmo fizeram com que alguns travassem [fonte: Sullivan (em inglês)].

No fim de janeiro de 2003, um novo vírus de servidor de rede espa- O MyDoom se espalha através de e-mail e redes P2P (peer-to-peer).
lhou-se pela Internet. Muitas redes de computador não estavam prepara- De acordo com a firma de segurança, MessageLabs, um em cada 12
das para o ataque, e como resultado, o vírus derrubou vários sistemas mensagens transportou o vírus pelo menos uma vez [fonte: BBC (em
importantes. O serviço de caixa automático do Bank of America caiu, a inglês)]. Assim como o vírus Klez, o MyDoom podia fazer um spoof nos e-
cidade de Seattle sofreu cortes no serviço de atendimento de emergências mails para dificultar o rastreamento da fonte de infecção.
e a Continental Airlines precisou cancelar vários voos devido aos erros no
sistema de passagens eletrônicas (em inglês) e de check-in. Vírus estranhos
Nem todos os vírus causam danos graves nos computadores ou des-
O culpado foi o vírus SQL Slammer, também conhecido como Sapphi- troem redes. Alguns apenas fazem com que as máquinas ajam de forma
re. Pelas estimativas, ele causou mais de US$ 1 bilhão em prejuízos antes estranha. Um vírus antigo chamado Ping-Pong gerava um gráfico de uma
dos patches de correção e dos softwares antivírus identificarem o proble- bola pulando, mas não danificava gravemente o computador infectado.
ma [fonte: Lemos (em inglês)]. O progresso do ataque do Slammer foi bem Existem vários programas de trote que podem fazer com que o usuário
documentado. Apenas alguns minutos depois de infectar o primeiro servi- pense que o computador está infectado, mas na verdade, eles são aplica-
dor, o Slammer dobrava o número de vítimas em poucos segundos. Quin- tivos inofensivos incapazes de fazerem cópias de si mesmos. Na dúvida, é
ze minutos após o primeiro ataque, o vírus infectou quase metade dos melhor deixar um programa antivírus remover esse aplicativo.
servidores que agem como pilares da Internet [fonte: Boutin (em inglês)].
A seguir, veremos dois vírus criados pelo mesmo hacker: o Sasser e o
O vírus Slammer nos ensinou uma lição valiosa: nunca é demais veri- Netsky.
ficar se você possui os últimos patches de correção e softwares antivírus. Vírus Sasser e Netsky
Os hackers sempre encontrarão uma maneira de explorarem quaisquer
fraquezas, sobretudo se a vulnerabilidade não for ainda muito conhecida.
Embora ainda seja importante tentar aniquilar os vírus antes que eles Às vezes, os programadores de vírus de computador escapam da pri-
destruam você, também é importante ter um plano para a pior situação são. Mas em alguns casos, as autoridades encontram um jeito de rastrear
possível para a ocorrência de um ataque desastroso. o vírus e descobrir a sua origem. Foi o caso dos vírus Sasser e Netsky.
Um alemão de 17 anos chamado Sven Jaschan criou os dois programas e
os lançou na Internet. Embora os worms se comportavassem de maneiras
Uma questão de tempo diferentes, as semelhanças do código levaram os especialistas em segu-
rança a acreditarem que ambos eram obras da mesma pessoa.

Informática 145 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O Sasser atacava PCs através de uma vulnerabilidade do Microsoft Embora os vírus representem uma ameaça grave aos sistemas de
Windows. Diferente de outros worms, ele não se espalhava por e-mail. Ao computador e ao tráfego da Internet, algumas vezes, a mídia exagera no
invés disso, uma vez que o vírus infectava um computador, ele procurava impacto de um vírus em particular. Por exemplo, o vírus Michelangelo
por outros sistemas frágeis. Ele contatava esses sistemas e os instruía conseguiu bastante atenção na mídia, mas o real dano causado por ele
para baixarem o vírus, que procurava endereços de IP aleatórios com o era bem pequeno. Isso pode ter servido como inspiração para a música
objetivo de encontrar potenciais vítimas. Ele também alterava o sistema "Virus Alert" de "Weird Al" Yankovic. A música adverte os ouvintes sobre
operacional de modo que dificultasse o desligamento do computador sem um vírus de computador chamado Stinky Cheese que não só limpa todo o
cortar a energia do sistema. seu disco rígido, mas também o obriga a ouvir músicas do Jethro Tull e a
mudar legalmente o seu nome para Reggie.
O vírus Netsky se movimenta através de e-mails e redes do Windows.
Ele faz spoofs em endereços de e-mails e se propaga por meio de um Estamos quase no fim da lista. Qual vírus está na primeira posição?
anexo de 22.016 bytes [fonte: CERT (em inglês)]. Ao se espalhar, ele pode
causar um ataque no DoS enquanto o sistema entra em colapso tentando
lidar com todo o tráfego da web. Numa das vezes, os especialistas em
segurança da Sophos acreditaram que o Netsky e suas variantes significa- Vírus Storm Worm
vam 25% de todos os vírus de computador da rede [fonte: Wagner (em
inglês)]. O último vírus de nossa lista é o famigerado Storm Worm. Foi no fim
de 2006, que os especialistas em segurança de computadores identifica-
Sven Jaschan não cumpriu pena na prisão; a sentença foi de 1 ano e ram pela primeira vez o worm. O público começou a chamar o vírus de
9 meses de liberdade condicional. Ele tinha 18 anos na época em que foi Storm Worm porque uma das mensagens de e-mail tinha como assunto:
preso e não foi julgado como um adulto nos tribunais alemães. "230 mortos em temporal na Europa". Porém, as empresas de antivírus o
deram outros nomes. Por exemplo, a Symantec o chama de Peacomm e a
Black Hats McAfee refere-se a ele como Nuwar. Isso pode parecer confuso, mas já
existe um vírus, de 2001, chamado W32.Storm.Worm. Esse vírus e o worm
Assim como você encontra bruxas boas e más em Oz, você também de 2006 são programas completamente diferentes.
encontra hackers bons e maus em nosso mundo. Um termo comum para
quem que cria vírus de computador ou compromete a segurança de um O Storm Worm é um cavalo de Tróia. O seu payload é outro progra-
sistema é o chapéu preto (black hat). Alguns hackers participam de ma, embora nem sempre o mesmo. Algumas versões desse vírus trans-
convenções como as conferências Black Hat e Defcon para discutirem o formam os computadores em zumbis ou robôs. E quando são infectados,
impacto dos 'chapéus pretos' e como eles utilizam as vulnerabilidades dos tornam-se vulneráveis ao controle remoto da pessoa responsável pelo
sistemas de segurança dos computadores para cometerem crimes. ataque. Alguns hackers utilizam o Storm Worm para criarem um correio de
botnet e usá-lo para enviar spam.
Até agora, a maioria dos vírus que vimos tem como alvo os PCs que
rodam com o Windows. Mas os computadores da Macintosh não estão Muitas versões do Storm Worm enganam a vítima para que ela baixe
imunes aos ataques. Na próxima página, veremos o primeiro vírus a o aplicativo através de links falsos para notícias ou vídeos. O responsável
invadir um Mac. pelos ataques geralmente muda o assunto da mensagem para refletir
acontecimentos atuais. Por exemplo, um pouco antes das Olimpíadas de
Vírus Leap-A/Oompa-A Pequim 2008, uma nova versão do worm apareceu em e-mails com assun-
tos como: "outra catástrofe arrasa a China" ou "o terremoto mais letal da
Em uma propaganda do Macintosh, da Apple, o ator Justin Long, que China". O e-mail dizia conter links para vídeos e notícias relacionadas ao
se passa por um Mac, consola John Hodgman, um PC. Hodgman aparece assunto, mas na verdade, clicar no link fazia ativar o download do worm no
com um vírus e diz que existem mais de 100 mil deles que podem atacar computador da vítima [fonte: McAfee (em inglês)].
um computador. E como resposta, Long afirma que os vírus têm como alvo
os PCs e não os computadores Mac. Várias agências de notícias e blogs nomearam o Storm Worm como
um dos piores ataques de vírus em anos. Em julho de 2007, um oficial da
Em parte, isso é verdade. Os computadores Mac são parcialmente empresa de segurança Postini disse que a firma detectou mais de 200
protegidos de ataques de vírus por causa de um conceito chamado de milhões de e-mails contendo links para esse vírus durante um ataque que
segurança através da obscuridade. A Apple tem uma reputação de durou vários dias [fonte: Gaudin (em inglês)]. Felizmente, nem todas as
manter o seu sistema operacional e o hardware em um sistema fechado, o mensagens fizeram com que alguém baixasse o worm.
que mantém o sistema obscuro. Tradicionalmente, os Macs têm ficado em
segundo lugar em relação aos PCs no mercado de computadores domés- Embora o Storm Worm seja largamente difundido, ele não é o vírus
ticos. Um hacker que cria um vírus para o Mac não atinge tantas vítimas mais difícil de detectar ou remover do sistema de um PC. Se você mantém
quanto atingiria com os PCs. o antivírus atualizado e lembra-se dos cuidados ao receber e-mails de
pessoas desconhecidas ou percebe links estranhos, você se poupará de
Mas, isso não impediu que pelo menos um hacker invadisse um Mac. muita dor de cabeça.
Em 2006, o vírus Leap-A, também conhecido com Oompa-A, foi lançado.
Ele utiliza o programa de mensagens instantâneas iChat para propagar-se Malware
nos computadores Mac vulneráveis. Depois de infectado, ele procura
contatos através do iChat e envia uma mensagem para cada pessoa da Os vírus não são apenas um tipo de malware. Outros tipos incluem os
lista. A mensagem contém um arquivo corrompido que parece ser uma spywares e alguns tipos de adwares. Os spywares vasculham o que o
inocente imagem em JPEG. usuário faz em seu computador. Isso pode incluir a captura de códigos de
login e senhas. Já os adwares são softwares aplicativos que exibem
propagandas aos usuários enquanto usa um aplicativo maior como o
O Leap-A não causa muitos danos ao computador, mas mostra que navegador. Alguns adwares contêm códigos que fornecem aos anuncian-
até um Mac pode virar uma presa dos softwares maliciosos. E enquanto tes um acesso extenso às informações particulares.
eles se popularizam cada vez mais, nós provavelmente veremos mais
hackers criando vírus personalizados que causariam danos no Macintosh
ou no tráfego de rede. O personagem de Hodgman ainda pode se vingar. Quer saber mais sobre vírus de computador? Clique nos links da pró-
xima página se tiver coragem.

Virando música

Informática 146 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Jonathan Strickland. "HowStuffWorks - Os 10 piores vírus de minar quando e onde ocorreu uma violação de segurança.
computador de todos os tempos". Publicado em 26 de agosto de
2008 http://informatica.hsw.uol.com.br/piores-virus- A confidencialidade é dependente da integridade, pois se a integridade
computador9.htm (03 de abril de 2011) de um sistema for perdida, os mecanismos que controlam a confidenciali-
dade não são mais confiáveis. A integridade é dependente da confidencia-
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO I lidade, pois se alguma informação confidencial for perdida (senha de
administrador do sistema, por exemplo) os mecanismos de integridade
Conceitos de Confidencialidade podem ser desativados.
A segurança da informação de uma instituição passa primeiramente
por uma relação considerável de normas que regem os comportamentos Auditoria e disponibilidade são dependentes da integridade e confi-
de seu público interno e suas próprias atitudes em relação aos clientes dencialidade, pois estes mecanismos garantem a auditoria do sistema
externos, além disso, consideram-se as ferramentas de hardware e softwa- (registros históricos) e a disponibilidade do sistema (nenhum serviço ou
re utilizadas e o domínio da aplicabilidade das mesmas pela organização. informação vital é alterado).
A segurança da informação consiste na preservação dos seguintes a- Ameaças
tributos: Em inglês, é utilizado utilizamos o termo “threat” para definir ameaça.
• Confidencialidade - garantia de que a informação é acessível so- E temos vários tipos de threat .
mente por pessoas autorizadas. • Ameaça Inteligente: Circunstância onde um adversário tem a po-
• Integridade - garantia de que as informações e métodos de pro- tencialidade técnica e operacional para detectar e explorar uma
cessamento somente sejam alterados através de ações planeja- vulnerabilidade de um sistema;
das e autorizadas. • Ameaça: Potencial violação de segurança. Existe quando houver
• Disponibilidade - garantia de que os usuários autorizados tenham uma circunstância, potencialidade, ação ou evento que poderia
acesso à informação e aos ativos correspondentes quando ne- romper a segurança e causar o dano;
cessário (ISO/IEC17799:2000). • Ameaça de Análise: Uma análise da probabilidade das ocorrên-
cias e das conseqüências de ações prejudiciais a um sistema;
Conforme o caso, também pode ser fundamental para garantir a segu- • Conseqüências de uma ameaça: Uma violação de segurança
rança da informação: resultado da ação de uma ameaça. Inclui: divulgação, usurpação,
• Autenticação - garantia da identidade da origem e do destinatário decepção e rompimento;
de uma informação.
• Não repúdio - garantia de que o emissor não negará um procedi- A ameaça pode ser definida como qualquer ação, acontecimento ou
mento por ele realizado. entidade que possa agir sobre um ativo, processo ou pessoa, através de
uma vulnerabilidade e conseqüentemente gerando um determinado impac-
O item integridade não pode ser confundido com confiabilidade do to. As ameaças apenas existem se houverem vulnerabilidades, sozinhas
conteúdo (seu significado) da informação. Uma informação pode ser pouco fazem.
imprecisa, mas deve permanecer integra (não sofrer alterações por pesso-
as não autorizadas). As ameaças podem ser classificadas quanto a sua intencionalidade e
ser divididas em grupos:
A segurança visa também aumentar a produtividade dos usuários a- • Naturais – Ameaças decorrentes de fenômenos da natureza, co-
través de um ambiente mais organizado, proporcionando maior controle mo incêndios naturais, enchentes, terremotos, tempestades, polu-
sobre os recursos de informática, viabilizando até o uso de aplicações de ição, etc.
missão crítica. • Involuntárias – Ameaças inconscientes, quase sempre causadas
pelo desconhecimento. Podem ser causados por acidentes, erros,
A combinação em proporções apropriadas dos itens confidencialidade, falta de energia, etc.
disponibilidade e integridade facilitam o suporte para que as empresas • Voluntárias – Ameaças propositais causadas por agentes huma-
alcancem os seus objetivos, pois seus sistemas de informação serão mais nos como hackers, invasores, espiões, ladrões, criadores e dis-
confiáveis. seminadores de vírus de computador, incendiários. Algumas ou-
• Autenticidade – Garante que a informação ou o usuário da mes- tras ameaças aos sistemas de informação:
ma é autêntico; Atesta com exatidão, a origem do dado ou infor- • Falha de hardware ou software
mação; • Ações pessoais
• Não repúdio – Não é possível negar (no sentido de dizer que não • Invasão pelo terminal de acesso
foi feito) uma operação ou serviço que modificou ou criou uma in- • Roubo de dados, serviços, equipamentos
formação; Não é possível negar o envio ou recepção de uma in- • Incêndio
formação ou dado; • Problemas elétricos
• Legalidade – Garante a legalidade (jurídica) da informação; Ade- • Erros de usuários
rência de um sistema à legislação; Característica das informações • Mudanças no programa
que possuem valor legal dentro de um processo de comunicação, • Problemas de telecomunicação. Elas podem se originar de fatores
onde todos os ativos estão de acordo com as cláusulas contratu- técnicos, organizacionais e ambientais, agravados por más deci-
ais pactuadas ou a legislação política institucional, nacional ou in- sões administrativas.
ternacional vigentes.
• Privacidade – Foge do aspecto de confidencialidade, pois uma Ataques
informação pode ser considerada confidencial, mas não privada. Em inglês, é utilizado o termo “attack” para definir ataque. E existem
Uma informação privada deve ser vista / lida / alterada somente vários tipos de ataques. Ataque pode ser definido como um assalto ao
pelo seu dono. Garante ainda, que a informação não será dispo- sistema de segurança que deriva de uma ameaça inteligente, isto é, um
nibilizada para outras pessoas (neste é caso é atribuído o caráter ato inteligente que seja uma tentativa deliberada (especial no sentido de
de confidencialidade a informação); É a capacidade de um usuá- um método ou técnica) para invadir serviços de segurança e violar as
rio realizar ações em um sistema sem que seja identificado. políticas do sistema.
• Auditoria – Rastreabilidade dos diversos passos que um negócio
ou processo realizou ou que uma informação foi submetida, identi- O ataque é ato de tentar desviar dos controles de segurança de um
ficando os participantes, os locais e horários de cada etapa. Audi- sistema de forma a quebrar os princípios citados anteriormente. Um ata-
toria em software significa uma parte da aplicação, ou conjunto de que pode ser ativo, tendo por resultado a alteração dos dados; passivo,
funções do sistema, que viabiliza uma auditoria; Consiste no e- tendo por resultado a liberação dos dados; ou destrutivo visando à nega-
xame do histórico dos eventos dentro de um sistema para deter- ção do acesso aos dados ou serviços (Wadlow, 2000).

Informática 147 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O fato de um ataque estar acontecendo não significa necessariamente


que ele terá sucesso. O nível de sucesso depende da vulnerabilidade do
sistema ou da atividade e da eficácia de contramedidas existentes.

Para implementar mecanismos de segurança faz-se necessário classi-


ficar as formas possíveis de ataques em sistemas:
• Interceptação: considera-se interceptação o acesso a informa-
ções por entidades não autorizadas (violação da privacidade e
confidencialidade das informações).
• Interrupção: pode ser definida como a interrupção do fluxo nor-
mal das mensagens ao destino.
• Modificação: consiste na modificação de mensagens por entida-
des não autorizadas, violação da integridade da mensagem.
• Personificação: considera-se personificação a entidade que a- Redes de telecomunicação são altamente vulneráveis a falhas natu-
cessa as informações ou transmite mensagem se passando por rais de hardware e software e ao uso indevido por programadores, opera-
uma entidade autêntica, violação da autenticidade. dores de computador, pessoal de manutenção e usuário finais. É possível,
por exemplo, grampear linhas de telecomunicação e interceptar dados
Vulnerabilidades ilegalmente. A transmissão de alta velocidade por canais de comunicação
A vulnerabilidade é o ponto onde qualquer sistema é suscetível a um de par trançado, por sua vez, causa à interferência denominada linha
ataque, ou seja, é uma condição encontrada em determinados recursos, cruzada. E, finalmente, a radiação também pode causar falha da rede em
processos, configurações, etc. vários pontos.

Todos os ambientes são vulneráveis, partindo do principio de que não Mecanismos para Controles de Segurança
existem ambientes totalmente seguros. Muitas vezes encontramos vulne- Autenticação e autorização
rabilidades nas medidas implementadas pela empresa. Identificar as A autorização é o processo de conceder ou negar direitos a usuários
vulnerabilidades que podem contribuir para as ocorrências de incidentes ou sistemas, por meio das chamadas listas de controle de acessos (Acess
de segurança é um aspecto importante na identificação de medidas ade- Control Lists – ACL), definindo quais atividades poderão ser realizadas,
quadas de segurança. desta forma gerando os chamados perfis de acesso.

As vulnerabilidades estão presentes no dia-a-dia das empresas e se A autenticação é o meio para obter a certeza de que o usuário ou o
apresentam nas mais diversas áreas de uma organização. objeto remoto é realmente quem está afirmando ser. É um serviço essen-
cial de segurança, pois uma autenticação confiável assegura o controle de
Não existe uma única causa para surgimento de vulnerabilidades. A acesso, determina que esteja autorizado a ter acesso à informação, permi-
negligência por parte dos administradores de rede e a falta de conheci- te trilhas de auditoria e assegura a legitimidade do acesso. Atualmente os
mento técnico são exemplos típicos, porém esta relação pode ser entendi- processos de autenticação estão baseados em três métodos distintos:
da como sendo de n para n, ou seja, cada vulnerabilidade pode estar
presente em diversos ambientes computacionais. Identificação positiva (O que você sabe) – Na qual o requerente
demonstra conhecimento de alguma informação utilizada no processo de
Por que sistemas são vulneráveis autenticação, por exemplo, uma senha.
Quando grandes quantidades de dados são armazenadas sob formato
eletrônico, ficam vulneráveis a muito mais tipos de ameaças do que quan- Identificação proprietária (O que você tem) – Na qual o requerente
do estão em formato manual. demonstrar possuir algo a ser utilizado no processo de autenticação, como
um cartão magnético.
Os avanços nas telecomunicações e nos sistemas de informação am-
pliaram essas vulnerabilidades. Sistemas de informação em diferentes Identificação Biométrica (O que você é) – Na qual o requerente exi-
localidades podem ser interconectados por meio de redes de telecomuni- be alguma característica própria, tal como a sua impressão digital.
cações. Logo, o potencial para acesso não autorizado, abuso ou fraude
não fica limitado a um único lugar, mas pode ocorrer em qualquer ponto de Combate a ataques e invasões
acesso à rede. Destinados a suprir a infra-estrutura tecnológica com dispositivos de
software e hardware de proteção, controle de acesso e conseqüentemente
Além disso, arranjos mais complexos e diversos de hardware, softwa- combate a ataques e invasões, esta família de mecanismos tem papel
re, pessoais e organizacionais são exigidos para redes de telecomunica- importante no modelo de gestão de segurança, à medida que as conexões
ção, criando novas áreas e oportunidades para invasão e manipulação. eletrônicas e tentativas de acesso indevido crescem exponencialmente.
Redes sem fio que utilizam tecnologias baseadas em rádio são ainda mais Nesta categoria, existem dispositivos destinados ao monitoramento, filtra-
vulneráveis à invasão, porque é fácil fazer a varredura das faixas de radio- gem e registro de acessos lógicos, bem como dispositivos voltados pra a
freqüência. A Internet apresenta problemas especiais porque foi projetada segmentação de perímetros, identificação e tratamento de tentativas de
para ser acessada facilmente por pessoas com sistemas de informações ataque.
diferentes. As vulnerabilidades das redes de telecomunicação estão ilus-
tradas na próxima figura Firewalls
Os Firewalls são sistemas ou programas que barram conexões inde-
sejadas na Internet. Assim, se algum hacker ou programa suspeito tenta
fazer uma conexão ao seu computador o Firewall irá bloquear. Com um
Firewall instalado em seu computador, grande parte dos Cavalos de Tróia
será barrada mesmo se já estiverem instalados em seu computador.
Alguns programas de Firewall chegam ao requinte de analisar continua-
mente o conteúdo das conexões, filtrando os Cavalos de Tróia e os Vírus
de e-mail antes mesmo que os antivírus entrem em ação. Esta análise do
conteúdo da conexão serve, ainda, para os usuários barrarem o acesso a
sites com conteúdo erótico ou ofensivo, por exemplo. Existem, ainda,
pacotes de Firewall que funcionam em conjunto com os antivírus possibili-
tando ainda um nível maior de segurança nos computadores que são

Informática 148 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
utilizados em conexões com a Internet. Assim como certos antivírus, pública vai verificar o texto da mensagem novamente e gerar outro núme-
alguns fabricantes de Firewalls oferecem versões gratuitas de seus produ- ro.
tos para uso pessoal.
Se este número for igual ao que acompanha a mensagem, então a
Existem programas e sistemas de Firewall extremamente complexos pessoa que enviou o e-mail será mesmo quem diz ser. Ainda, se alguém
que fazem uma análise mais detalhada das conexões entre os computado- mudar algo na mensagem os números não serão mais iguais mostrando
res e que são utilizados em redes de maior porte e que são muito caros que a mensagem foi modificada por alguém. Lembre-se que suas mensa-
para o usuário doméstico. A versão doméstica deste programa geralmente gens de e-mail poderão ser somente cifradas, somente assinadas ou
é chamada de Firewall pessoal. Normalmente estes programas de Firewall cifradas e assinadas ao mesmo tempo. As duas operações são indepen-
criam arquivos especiais em seu computador denominados de arquivos de dentes. Estes métodos de criptografia, no entanto, apresentam dois pro-
log. Nestes arquivos serão armazenadas as tentativas de invasão que o blemas. São muito mais lentos que os métodos de chave única e as cha-
Firewall conseguiu detectar e que são avisadas ao usuário. Caso necessá- ves públicas e privadas têm que ser muito maiores. Uma chave segura
rio envie este arquivo de log para seu provedor, assim o pessoal do prove- neste caso deve medir pelo menos 512 bits. O método de chave pública e
dor poderá comparar os seus logs com os do provedor, verificando se a privada mais conhecido é o PGP (existem versões gratuitas na Internet)
invasão ocorreu de fato ou foi um alarme falso. que adiciona estas funcionalidades ao seu programa de e-mail. Só por
curiosidade, a Casa Branca utiliza este tipo de programa para a troca de
Criptografia e Assinatura Eletrônica de Documentos mensagens entre o presidente e os seus assessores.
Criptografia são a arte e a ciência de criar mensagens que possuem
combinações das seguintes características: ser privada, somente quem Windows Update
enviou e quem recebeu a mensagem poderá lê-la; ser assinada, a pessoa Manter o computador com patches atualizados é muito importante.
que recebe a mensagem pode verificar se o remetente é mesmo a pessoa Portanto, visitas ao site do Windows Update e do Office deve ser uma
que diz ser e tiver a capacidade de repudiar qualquer mensagem que prática regular. As atualizações corrigem os problemas encontrados em
possa ter sido modificada. Os programas de criptografia disponíveis no versões anteriores dos softwares (programas).
mercado, para criptografia de mensagem de e-mails, normalmente possu-
em todas estas características. Um método de criptografia de texto utiliza- Desfragmentador de Disco
do por Júlio César para se comunicar com suas tropas é conhecido atual- Para entender o que o Desfragmentador de Disco faz, é necessário ter
mente por Rot13, que consistia em trocar as letras das palavras por outras uma visão geral de como funciona o disco rígido. O disco rígido grava as
(13 letras distantes), assim A seria trocado por O, B por P e assim por informações em blocos de dados em sua área de armazenamento. Esses
diante (Z seria trocado por M). Para obter o texto original basta destrocar blocos de informações são arquivos do Windows, dos programas e arqui-
as letras. É claro que atualmente existem receitas de criptografia muito vos de trabalhos. Nem sempre o disco rígido grava esses blocos em
mais complicadas e poderosas do que esta. As receitas De criptografia seqüência, o que não significa que os arquivos são perdidos. O disco
atuais utilizam o que chamamos de chave para cifrar e decifrar uma men- rígido possui um índice de arquivos (a FAT - File Alocation Table, ou
sagem. Esta chave é uma seqüência de caracteres, como sua senha, que Tabela de Alocação de Arquivos) que indica aonde estão esses blocos. A
são convertidos em um número23. Este número é utilizado pelos progra- ferramenta Desfragmentador de Disco realoca os blocos de informação no
mas de criptografia para cifrar sua mensagem e é medido em bits, quanto disco de forma que eles fiquem em seqüência, para que o disco rígido não
maior o tamanho da chave, mais caracteres (letras, números e sinais) tenha tanto trabalho para ler a informação. Assim, quando o computador lê
devem ser utilizados para criá-la. o disco rígido, ele lê na FAT onde estão esses blocos de informação e faz
uma ida só até o local.
Criptografia de Chave Única
Quando um sistema de criptografia utiliza chave única quer dizer que Scandisk
a mesma chave que cifra a mensagem serve para decifrá-la. Isto quer O disco rígido é a unidade principal de armazenamento de dados do
dizer que para você e seus amigos poderem trocar mensagens cifradas computador. Então ele tem que ser verificado com alguma regularidade.
todos deverão utilizar a mesma chave. É claro que se você se correspon- Esta ferramenta existe para isso. Ela verifica o disco rígido a procura de
der (trocar e-mails) com um grande número de pessoas a sua chave setores com defeitos e que podem causar perda de dados. Quando isso
perderá a utilidade, pois todos a conhecerão, portanto, estes métodos são existe ou quando esta ferramenta encontra erros em arquivos (chamados
mais úteis para cifrar documentos que estejam em seu computador do que de arquivos corrompidos), um arquivo do tipo CHK é gerado com a infor-
para enviar mensagens para amigos. Os métodos de criptografia por mação recuperada. Este arquivo é utilizado pelos técnicos de informática
chave simples são rápidos e difíceis de decifrar. As chaves consideradas para recuperar os arquivos, mas em geral nem todos os dados são recupe-
seguras para este tipo de método de criptografia devem ter pelo menos ráveis. Por isso estes arquivos podem ser apagados. Mas, a partir do
128 bits de comprimento. momento que foram apagados, não podem mais ser recuperados.

Criptografia de Chaves Pública e Privada e Assinatura Eletrônica A ferramenta Scandisk (versão DOS) é inicializada automaticamente
de Documentos quando o computador não é desligado de forma correta (através do menu
Este tipo de método de criptografia utiliza duas chaves diferentes para Iniciar). Se ela encontra erros, pergunta se deve tentar salvar ou não. A
cifrar e decifrar suas mensagens. ferramenta também verifica a memória RAM e o status geral do computa-
dor, como a estrutura de pastas e arquivos.
Eis como funciona: com uma chave você consegue cifrar e com a ou-
tra você consegue decifrar a mensagem. Qual a utilidade de se ter duas Backup
chaves então? Ora, se você distribuir uma delas (a chave pública.) para O backup é uma ferramenta que permite a cópia de mais de um diretó-
seus amigos eles poderão cifrar as mensagens com ela, e como somente rio ou todo o conteúdo do computador para unidades externas de armaze-
a sua outra chave (a chave privada.) consegue decifrar, somente você namento. Como um disco rígido possui maior capacidade de armazena-
poderá ler a mensagem. Este método funciona ao contrário também, se mento do que um disquete, a ferramenta Backup permite a divisão das
você usa a sua chave privada para cifrar a mensagem, a chave pública informações em mais disquetes, em ordem seqüencial, que a mesma
consegue decifrá-la. Parece inútil, mas serve para implementar outro tipo ferramenta backup é capaz de copiar de volta ao disco rígido.
de serviço em suas mensagens (ou documentos): a Assinatura Eletrônica.

A assinatura eletrônica funciona da seguinte maneira: o texto de sua


mensagem é verificado e nesta verificação é gerado um número (este
número é calculado de tal forma que se apenas uma letra do texto for
mudada, pelo menos 50% dos dígitos do número mudam também), este
número será enviado junto com a sua mensagem, mas será cifrado com
sua chave privada. Quem receber a mensagem e possuir sua chave

Informática 149 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Integridade - propriedade que garante que a informação
manipulada mantenha todas as características originais estabelecidas pelo
proprietário da informação, incluindo controle de mudanças e garantia do
seu ciclo de vida (nascimento,manutenção e destruição).
 Disponibilidade - propriedade que garante que a informação
esteja sempre disponível para o uso legítimo, ou seja, por aqueles
usuários autorizados pelo proprietário da informação.
 Autenticidade - propriedade que garante que a informação é
proveniente da fonte anunciada e que não foi alvo de mutações ao longo
de um processo.
 Irretratabilidade - propriedade que garante a impossibilidade de
negar a autoria em relação a uma transação anteriormente feita
Para a montagem desta política, deve-se levar em conta:
 Riscos associados à falta de segurança;
 Benefícios;
Segurança da informação 2  Custos de implementação dos mecanismos.
A segurança da informação está relacionada com proteção de um Mecanismos de segurança
conjunto de informações, no sentido de preservar o valor que possuem
para um indivíduo ou uma organização. São características básicas da O suporte para as recomendações de segurança pode ser encontrado
segurança da informação os atributos em:
de confidencialidade, integridade, disponibilidade e autenticidade, não  Controles físicos: são barreiras que limitam o contato ou
estando esta segurança restrita somente a sistemas computacionais, acesso direto a informação ou a infraestrutura (que garante a existência da
informações eletrônicas ou sistemas de armazenamento. O conceito se informação) que a suporta.
aplica a todos os aspectos de proteção de informações e dados. O
conceito de Segurança Informática ou Segurança de Computadores está Existem mecanismos de segurança que apóiam os controles físicos:
intimamente relacionado com o de Segurança da Informação, incluindo Portas / trancas / paredes / blindagem / guardas / etc ..
não apenas a segurança dos dados/informação, mas também a dos
sistemas em si.  Controles lógicos: são barreiras que impedem ou limitam o
acesso a informação, que está em ambiente controlado, geralmente
Atualmente o conceito de Segurança da Informação está padronizado
eletrônico, e que, de outro modo, ficaria exposta a alteração não
pela norma ISO/IEC 17799:2005, influenciada pelo padrão inglês (British
autorizada por elemento mal intencionado.
Standard) BS 7799. A série de normas ISO/IEC 27000 foram reservadas
para tratar de padrões de Segurança da Informação, incluindo a Existem mecanismos de segurança que apóiam os controles lógicos:
complementação ao trabalho original do padrão inglês. A
ISO/IEC 27002:2005 continua sendo considerada formalmente como  Mecanismos de cifração ou encriptação. Permitem a
17799:2005 para fins históricos. transformação reversível da informação de forma a torná-la
ininteligível a terceiros. Utiliza-se para tal, algoritmos
Conceitos de segurança determinados e uma chave secreta para, a partir de um
conjunto de dados não criptografados, produzir uma sequência
A Segurança da Informação se refere à proteção existente sobre as
de dados criptografados. A operação inversa é a decifração.
informações de uma determinada empresa ou pessoa, isto é, aplica-se
tanto as informações corporativas quanto às pessoais. Entende-se por  Assinatura digital. Um conjunto de dados criptografados,
informação todo e qualquer conteúdo ou dado que tenha valor para associados a um documento do qual são função, garantindo a
alguma organização ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito integridade e autenticidade do documento associado, mas não
ou exposta ao público para consulta ou aquisição. a sua confidencialidade.
Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não de ferramentas)  Mecanismos de garantia da integridade da informação.
para a definição do nível de segurança existente e, com isto, serem Usando funções de "Hashing" ou de checagem, é garantida a
estabelecidas as bases para análise da melhoria ou piora da situação de integridade através de comparação do resultado do teste local
segurança existente. A segurança de uma determinada informação pode com o divulgado pelo autor.
ser afetada por fatores comportamentais e de uso de quem se utiliza dela,
pelo ambiente ou infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal  Mecanismos de controle de acesso. Palavras-
intencionadas que têm o objetivo de furtar, destruir ou modificar tal chave, sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes.
informação.
 Mecanismos de certificação. Atesta a validade de um
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availability) -- documento.
Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade -- representa os
principais atributos que, atualmente, orientam a análise, o planejamento e
 Integridade. Medida em que um serviço/informação é genuíno,
isto é, está protegido contra a personificação por intrusos.
a implementação da segurança para um determinado grupo de
informações que se deseja proteger. Outros atributos importantes são  Honeypot. é uma ferramenta que tem a função de
a irretratabilidade e a autenticidade. Com a evolução do comércio propositalmente simular falhas de segurança de um sistema e
eletrônico e da sociedade da informação, a privacidade é também uma colher informações sobre o invasor enganando-o, fazendo-o
grande preocupação. pensar que esteja de fato explorando uma vulnerabilidade
Portanto os atributos básicos, segundo os padrões internacionais daquele sistema. É um espécie de armadilha para invasores. O
(ISO/IEC 17799:2005) são os seguintes: HoneyPot, não oferece nenhum tipo de proteção.

 Confidencialidade - propriedade que limita o acesso a  Protocolos seguros. uso de protocolos que garantem um grau
informação tão somente às entidades legítimas, ou seja, àquelas de segurança e usam alguns dos mecanismos citados aqui
autorizadas pelo proprietário da informação.

Informática 150 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Existe hoje em dia um elevado número de ferramentas e sistemas que que foi primeiramente detectado em outubro de 2008. Uma versão anterior
pretendem fornecer segurança. Alguns exemplos são os detectores de do vírus propagou-se pela internet através de uma vulnerabilidade de um
intrusões, os anti-vírus, firewalls, firewalls locais, filtros anti-spam, fuzzers, sistema de rede do Windows 2000, Windows XP, Windows Vista, Windows
analisadores de código, etc. Server 2003, Windows Server 2008, Windows 7 Beta e do Windows Server
2008 R2 Beta, que tinha sido lançado anteriormente naquele mês. O vírus
Ameaças à segurança bloqueia o acesso a websites destinados à venda, protegidos com
As ameaças à segurança da informação são relacionadas diretamente sistemas de segurança e, portanto, é possível a qualquer usuário de
à perda de uma de suas 3 características principais, quais sejam: internet verificar se um computador está infectado ou não, simplesmente
por meio do acesso a websites destinados a venda de produtos dotados
 Perda de Confidencialidade: seria quando há uma quebra de de sistemas de segurança. Em janeiro de 2009, o número estimado de
sigilo de uma determinada informação (ex: a senha de um computadores infectados variou entre 9 e 15 milhões. Em 13 de fevereiro
usuário ou administrador de sistema) permitindo que sejam de 2009, a Microsoft estava oferecendo 250.000 dólares americanos em
expostas informações restritas as quais seriam acessíveis recompensa para qualquer informação que levasse à condenação e à
apenas por um determinado grupo de usuários. prisão de pessoas por trás da criação e/ou distribuição do Conficker. Em
 Perda de Integridade: aconteceria quando uma determinada 15 de outubro de 2008, a Microsoft liberou um patch de emergência para
informação fica exposta a manuseio por uma pessoa não corrigir a vulnerabilidade MS08-067, através da qual o vírus prevalece-se
autorizada, que efetua alterações que não foram aprovadas e para poder se espalhar. As aplicações da atualização automática se
não estão sob o controle do proprietário (corporativo ou privado) aplicam somente para o Windows XP SP2, SP3, Windows 2000 SP4 e
Windows Vista; o Windows XP SP1 e versões mais antigas não são mais
da informação.
suportados. Os softwares antivírus não-ligados a Microsoft, tais como a
 Perda de Disponibilidade: acontece quando a informação BitDefender, Enigma Software, Eset,F-Secure, Symantec, Sophos, e o
deixa de estar acessível por quem necessita dela. Seria o caso Kaspersky Lab liberaram atualizações com programas de detecção em
da perda de comunicação com um sistema importante para a seus produtos e são capazes de remover o vírus. A McAfee e o AVG
empresa, que aconteceu com a queda de um servidor ou de também são capazes de remover o vírus através de escaneamentos de
uma aplicação crítica de negócio, que apresentou uma falha discos rígidos e mídias removíveis.
devido a um erro causado por motivo interno ou externo ao
Através desses dados vemos que os anti-vírus devem estar cada vez
equipamento ou por ação não autorizada de pessoas com ou
mais atualizados, estão surgindo novos vírus rapidamente, e com a
sem má intenção.
mesma velocidade deve ser lançado atualizações para os bancos de
No caso de ameaças à rede de computadores ou a um sistema, estas dados dos anti-vírus para que os mesmos sejam identificados e excluídos.
podem vir de agentes maliciosos, muitas vezes conhecidos como crackers, Com a criação da internet essa propagação de vírus é muito rápida e muito
(hackers não são agentes maliciosos, pois tentam ajudar a encontrar perigosa, pois se não houver a atualização dos anti-virus o computador e
possiveis falhas). Estas pessoas são motivadas para fazer esta ilegalidade usuário estão vulneráveis, pois com a criação da internet várias empresas
por vários motivos. Os principais são: notoriedade, auto-estima, vingança e começarão a utilizar internet como exemplo empresas mais precisamente
o dinheiro. De acordo com pesquisa elaborada pelo Computer Security bancos, mas como é muito vulnerável esse sistema, pois existem vírus que
Institute ([1]), mais de 70% dos ataques partem de usuários legítimos de tem a capacidade de ler o teclado (in/out), instruções privilegiadas como os
sistemas de informação (Insiders) -- o que motiva corporações a investir keyloggers. Com esses vírus é possível ler a senha do usuário que acessa
largamente em controles de segurança para seus ambientes corporativos sua conta no banco, com isso é mais indicado utilizar um teclado virtual
(intranet). para digitar as senhas ou ir diretamente ao banco.
Invasões na Internet Nível de segurança
Todo sistema de computação necessita de um sistema para proteção Depois de identificado o potencial de ataque, as organizações têm que
de arquivos. Este sistema é um conjunto de regras que garantem que a decidir o nível de segurança a estabelecer para uma rede ou sistema os
informação não seja lida, ou modificada por quem não tem permissão. A recursos físicos e lógicos a necessitar de proteção. No nível de segurança
segurança é usada especificamente para referência do problema genérico devem ser quantificados os custos associados aos ataques e os
do assunto, já os mecanismos de proteção são usados para salvar as associados à implementação de mecanismos de proteção para minimizar a
informações a serem protegidas. A segurança é analisada de várias probabilidade de ocorrência de um ataque.
formas, sendo os principais problemas causados com a falta dela a perda
Segurança física
de dados e as invasões de intrusos. A perda de dados na maioria das
vezes é causada por algumas razões: fatores naturais: incêndios, Considera as ameaças físicas como incêndios, desabamentos,
enchentes, terremotos, e vários outros problemas de causas naturais; relâmpagos, alagamento, acesso indevido de estranhos, forma
Erros de hardware ou de software: falhas no processamento, erros de inadequada de tratamento e manuseio do veículo.
comunicação, ou bugs em programas; Erros humanos: entrada de dados
incorreta, montagem errada de disco ou perda de um disco. Para evitar a Segurança lógica
perda destes dados é necessário manter um backup confiável, guardado Atenta contra ameaças ocasionadas por vírus, acessos remotos à
longe destes dados originais. rede, backup desatualizados, violação de senhas, etc.
Exemplos de Invasões Segurança lógica é a forma como um sistema é protegido no nível de
O maior acontecimento causado por uma invasão foi em 1988, quando sistema operacional e de aplicação. Normalmente é considerada como
um estudante colocou na internet um programa malicioso (worm), proteção contra ataques, mas também significa proteção de sistemas
derrubando milhares de computadores pelo mundo. Sendo identificado e contra erros não intencionais, como remoção acidental de importantes
removido logo após. Mas até hoje há controvérsias de que ele não foi arquivos de sistema ou aplicação.
completamente removido da rede. Esse programa era feito em linguagem Políticas de segurança
C, e não se sabe até hoje qual era o objetivo, o que se sabe é que ele
tentava descobrir todas as senhas que o usuário digitava. Mas esse De acordo com o RFC 2196 (The Site Security Handbook), uma
programa se auto-copiava em todos os computadores em que o estudante política de segurança consiste num conjunto formal de regras que devem
invadia. Essa “brincadeira” não durou muito, pois o estudante foi ser seguidas pelos utilizadores dos recursos de uma organização.
descoberto pouco tempo depois, processado e condenado a liberdade As políticas de segurança devem ter implementação realista, e definir
condicional, e teve que pagar uma alta multa. claramente as áreas de responsabilidade dos utilizadores, do pessoal de
Um dos casos mais recentes de invasão por meio de vírus foi o do gestão de sistemas e redes e da direção. Deve também adaptar-se a
Vírus Conficker (ou Downup, Downadup e Kido) que tinha como objetivo alterações na organização. As políticas de segurança fornecem um
afetar computadores dotados do sistema operacional Microsoft Windows, e enquadramento para a implementação de mecanismos de segurança,

Informática 151 A Opção Certa Para a Sua Realização


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definem procedimentos de segurança adequados, processos de auditoria Monta-se uma base de dados com formatos conhecidos de senhas e
à segurança e estabelecem uma base para procedimentos legais na proíbir o seu uso, como por exemplo o usuário chama-se Jose da Silva,
sequência de ataques. logo sua senha não deve conter partes do nome como 1221jose ou
1212silv etc, os formatos DDMMAAAA ou 19XX, 1883emc ou I2B3M4
O documento que define a política de segurança deve deixar de fora
todos os aspectos técnicos de implementação dos mecanismos de  Recomenda-se ainda utilizar senhas com Case Sensitive e
segurança, pois essa implementação pode variar ao longo do tempo. Deve utilização de caracteres especiais como: @ # $ % & * Wikipedia
ser também um documento de fácil leitura e compreensão, além de
resumido. Software livre
Algumas normas definem aspectos que devem ser levados em Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
consideração ao elaborar políticas de segurança. Entre essas normas
estão a BS 7799 (elaborada pela British Standards Institution) e a NBR
ISO/IEC 17799 (a versão brasileira desta primeira). A ISO começou a
publicar a série de normas 27000, em substituição à ISO 17799 (e por logotipo da Free Software Foundation
conseguinte à BS 7799), das quais a primeira, ISO 27001, foi publicada em
2005. Software Livre é software que respeita a liberdade dos usuários de
computador (particulares, bem como organizações e empresas),
Existem duas filosofias por trás de qualquer política de segurança: a colocando os usuários em primeiro lugar e concede-lhes a liberdade de
proibitiva (tudo que não é expressamente permitido é proibido) e a controle na execução e adaptação a sua computação e processamento de
permissiva (tudo que não é proibido é permitido). dados às suas necessidades (concessão plena liberdade de controle e
Os elementos da política de segurança devem ser considerados: independência, através da disponibilidade de código fonte para análise e
alterações); bem como permitindo-lhes a liberdade social, para ser capaz
 A Disponibilidade: o sistema deve estar disponível de forma que de cooperar ativamente com todos os usuários e desenvolvedores de sua
quando o usuário necessitar, possa usar. Dados críticos devem estar escolha.1 2 3 4 Os usuários de software livre estão livres dessas
disponíveis ininterruptamente. atividades, porque eles não precisam pedir qualquer permissão, eles não
estão restritos nas atividades por meio de licenças proprietárias restritivas
 A Legalidade
(por exemplo, cópia restrita), ou requisitos de ter de concordar com as
 A Integridade: o sistema deve estar sempre íntegro e em cláusulas restritivas dos outros (por exemplo, acordos de não divulgação),
condições de ser usado. e eles não estão restritos desde o início (por exemplo, através deliberada a
não disponibilidade de código fonte).
 A Autenticidade: o sistema deve ter condições de verificar a
identidade dos usuários, e este ter condições de analisar a identidade do Os objetivos do Software Livre (controle na própria computação e
sistema. cooperação livre) são atingidas por concessão do seguinte-direitos de
liberdade: os usuários são livres para executar, copiar, distribuir, estudar,
 A Confidencialidade: dados privados devem ser apresentados mudar e melhorar o software,2 3 estas liberdades são explicitamente
somente aos donos dos dados ou ao grupo por ele liberado. concedidos e não suprimidas (como é o caso do software proprietário).
Assim, o software livre é uma questão de liberdade, não de preço (os
Políticas de Senhas
usuários são livres - o que inclui a liberdade de redistribuir o software, que
Dentre as políticas utilizadas pelas grandes corporações a pode ser feito gratuitamente ou por uma taxa5 ). Software livre garante as
composição da senha ou password é a mais controversa. Por um lado liberdades dos usuários: estudar e modificar software, pela disponibilidade
profissionais com dificuldade de memorizar varias senhas de acesso, por do código fonte, bem como a liberdade de copiar e distribuir.
outro funcionários displicentes que anotam a senha sob o teclado no fundo
das gavetas, em casos mais graves o colaborador anota a senha no
monitor.
Recomenda-se a adoção das seguintes regras para minimizar o
problema, mas a regra fundamental é a conscientização dos colaboradores
quanto ao uso e manutenção das senhas.
 Senha com data para expiração
Adota-se um padrão definido onde a senha possui prazo de validade
com 30 ou 45 dias, obrigando o colaborador ou usuário a renovar sua
senha.
 Inibir a repetição
Adota-se através de regras predefinidas que uma senha uma vez
Ilustração frequentemente usada como logo para o Projeto GNU.
utilizada não poderá ter mais que 60% dos caracteres repetidos, p. ex:
senha anterior “123senha” nova senha deve ter 60% dos caracteres As duas principais organizações internacionais responsáveis pela proteção
diferentes como “456seuse”, neste caso foram repetidos somente os e promoção do software livre, a Free Software Foundation (FSF) e a Open
caracteres “s” “e” os demais diferentes. Source Initiative (OSI), atuam também para garantir que os termos Free
Software e Open Source sejam utilizados de forma correta.
 Obrigar a composição com número mínimo de caracteres
numéricos e alfabéticos A Free Software Foundation considera um software como livre quando
atende aos quatro tipos de liberdade para os usuários:
Define-se obrigatoriedade de 4 caracteres alfabéticos e 4 caracteres
numéricos, por exemplo: • Liberdade 0: A liberdade para executar o programa, para
qualquer propósito;
1s4e3u2s ou posicional os 4 primeiros caracteres devem ser
numéricos e os 4 subseqüentes alfabéticos por exemplo: 1432seus. • Liberdade 1: A liberdade de estudar o software;
 Criar um conjunto com possíveis senhas que não podem ser • Liberdade 2: A liberdade de redistribuir cópias do programa de
utilizadas modo que você possa ajudar ao seu próximo;

Informática 152 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Liberdade 3: A liberdade de modificar o programa e distribuir Os defensores do código aberto (também conhecido como open
estas modificações, de modo que toda a comunidade se source em inglês) normalmente argumentam a respeito das virtudes
beneficie. pragmáticas do software livre ao invés das questões morais. A definição de
software livre da FSF concentra-se prioritariamente na questão da
Para que as quatro liberdades sejam satisfeitas é necessário que o liberdade do usuário, a definição de Software Aberto da OSI abrange as
programa seja distribuído juntamente com o seu código-fonte e que não mesmas características, mas incluem algumas restrições adicionais
sejam colocadas restrições para que os usuários alterem e redistribuam focadas no modelo corporativo e em negócios comerciais elaborados em
esse código. torno do software. Não há uma grande discordância entre as duas
A liberdade de executar o programa significa que qualquer tipo de pessoa vertentes e boa parte da comunidade se identifica com ambas as
física ou jurídica pode utilizar o software em quantos computadores quiser, organizações ( FSF e OSI). A diferença sutil está no discurso e no público-
em qualquer tipo de sistema computacional, para qualquer tipo de trabalho alvo. O conjunto de licenças aprovadas pela FSF e pela OSI é quase
ou atividade, sem nenhuma restrição imposta pelo fornecedor. idêntico e, portanto, em termos pragmáticos, podemos considerar que o
movimento pelo software livre e a iniciativa pelo código aberto se
A liberdade de redistribuir o programa executável (em formato binário) preocupam com o mesmo software. Desta forma, todo software de código
necessariamente inclui a obrigatoriedade de disponibilizar seus códigos- aberto não pode ser considerado um software livre. O simples fato do
fonte. Caso o software venha a ser modificado e o autor da modificação programa estar com seu código aberto, não garante nada sobre a sua
queira distribuí-lo, gratuitamente ou não, será também obrigatória a distribuição, modificação e comercialização. Pode-se ter um programa com
distribuição do código-fonte das modificações, desde que elas venham a código aberto, mas, impossibilitado de modificações, contrariando o
integrar o programa. Não é necessária a autorização do autor ou do conceito de software livre.
distribuidor do software para que ele possa ser redistribuído, já que as
licenças de software livre assim o permitem. Vantagens e Desvantagens do Software Livre

A OSI, por conta da ambiguidade da palavra “free” em inglês, prefere a Uma importante característica do software livre é o compartilhamento de
expressão Open Source, que em língua portuguesa é traduzida por código-fonte. Esse compartilhamento pode simplificar o desenvolvimento
software livre, software de código aberto ou software aberto. A de novas aplicações, que não precisam ser programadas a partir do zero.
disponibilidade do código-fonte não é condição suficiente para que ele seja Essa vantagem tem impacto significativo na redução de custos e na
considerado de código aberto. É necessário satisfazer dez critérios, diminuição da duplicação de esforços6 . Além disso, o compartilhamento
inspirados nas Orientações sobre Software Livre do projeto Debian: se refere à possível melhoria na qualidade devido ao maior número de
desenvolvedores e usuários envolvidos com o software. Um maior número
1. Livre redistribuição: Sua licença não pode restringir ninguém, de desenvolvedores é capaz de identificar e corrigir mais bugs (falhas) em
proibindo que se venda ou doe o software a terceiros; menos tempo e um número maior de usuários gera situações de uso e
necessidades variadas. É esperado que o desenvolvedor seja mais
2. Código-fonte: O programa precisa obrigatoriamente incluir
cuidadoso com o seu trabalho pois sabe que a sua produção será avaliada
código-fonte e permitir a distribuição tanto do código-fonte quanto do
por outros profissionais e possivelmente terá reflexos em sua carreira
programa já compilado;
profissional7 8 .
3. Obras derivadas: A licença deve permitir modificações e obras
Do ponto de vista econômico, o software livre promove o estabelecimento
derivadas que possam ser redistribuídas dentro dos mesmos termos da
de vários fornecedores com base no mesmo software. A competição entre
licença original;
fornecedores traz vantagens aos usuários, como melhorias nos serviços
4. Integridade do código do autor: A licença pode proibir que se de suporte e redução nos preços de pacotes (manuais, CDs, etc). Cerca
distribua o código-fonte original modificado desde que a licença permita a de 80% do dinheiro gasto com software pelas empresas são voltados para
distribuição de patch files com a finalidade de modificar o programa em aplicações personalizadas e treinamento6 . Esse modelo de negócio
tempo de construção; (suporte e venda de pacotes) incentiva o surgimento de pequenas
empresas que podem atender os mercados locais e consequentemente
5. Não discriminação contra pessoas ou grupos: A licença não redução da dependência de empresas estrangeiras.
pode discriminar contra pessoas ou grupos;
A pouca experiência do mercado em lidar com o software livre e o próprio
6. Não discriminação contra áreas de utilização: A licença não fato do software ser, em geral, gratuito, podem gerar dúvidas sobre a
pode restringir os usuários de fazer uso do programa em uma área viabilidade econômica ou a qualidade do software. Estes conceitos estão
específica; sendo revertidos aos poucos. As empresas estão percebendo que é mais
7. Distribuição da licença: Os direitos associados ao programa vantajoso aprimorar/contribuir com o software livre do que investir na
através da licença são automaticamente repassados a todas as pessoas construção de um novo software similar e proprietário.
às quais o programa é redistribuído sem a necessidade de definição ou Breve histórico
aceitação de uma nova licença;
Durante a década de 60, os computadores de grande porte, utilizados
8. Licença não pode ser específica a um produto: Os direitos quase exclusivamente em grandes empresas e instituições
associados a um programa não dependem de qual distribuição em governamentais, dominavam o mercado da Computação. Nesta época,
particular aquele programa está inserido. Se o programa é retirado de uma não era comum do ponto de vista comercial a ideia do software como algo
distribuição, os direitos garantidos por sua licença continuam valendo; separado do hardware. O software era entregue junto com o código-fonte
9. Licenças não podem restringir outro software: A licença não ou, em muitas vezes, apenas o código-fonte. Existiam grupos de usuários
pode colocar restrições em relação a outros programas que sejam que compartilhavam código e informações. Assim, no início, o software era
distribuídos junto com o software em questão; e livre: pelo menos para aqueles que tinham acesso à tecnologia da
época8 .
10. Licenças devem ser neutras em relação as tecnologias:
Nenhuma exigência da licença pode ser específica a uma determinada Em 1983, Richard Stallman, funcionário do Laboratório de Inteligência
tecnologia ou estilo de interface. Artifical do MIT, passou por uma experiência negativa com software
comercial e deu origem ao Projeto GNU. Durante o período que estava no
Ideologia: as diferenças entre Software Livre e Código Aberto MIT identificou uma falha no software de uma impressora Xerox. Tentou
Muitos defensores do software livre argumentam que a liberdade é corrigi-la, mas a empresa não liberou o código-fonte. Esse fato motivou
essencial não só do ponto de vista técnico, mas também sob a ótica da Richard Stallman a criar um mecanismo legal de garantia para que todos
moral e da ética. É neste aspecto que o movimento de software livre pudessem desfrutar dos direitos de copiar, redistribuir e modificar software,
(liderado pela FSF) se distingue do movimento de código aberto (liderado dando origem a Licença GPL. Para institucionalizar o Projeto GNU,
pela OSI), que enfatiza a superioridade técnica em relação ao software Stallman fundou a Free Software Foundation (FSF). Nasce assim o
proprietário, ao menos em potencial. Movimento do Software Livre.

Informática 153 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Em julho de 1991, Linus Torvalds, um estudante finlandês da Universidade Eclipse
de Helsinki, divulgou uma mensagem mencionando sobre seu projeto de
construir um núcleo livre, similar ao Minix, e obteve ajuda de vários Originado a partir do VisualAge da IBM, o Eclipse é um dos principais
desenvolvedores. Em setembro do mesmo ano, Linus lançou a versão ambientes integrados de desenvolvimento de software (IDE) para a
oficial do que é hoje o Linux. Centenas de desenvolvedores se juntaram ao plataforma Java. Desenvolvido na própria linguagem Java, é considerado
projeto para integrar todo o sistema GNU (compilador, editor de um dos melhores IDEs do mercado, sendo o pioneiro em diversos recursos
textos, shell, etc) em torno do núcleo do Linux. Nasce então, sob a licença de refatoração. Sua qualidade atraiu a comunidade de desenvolvedores,
GPL, o sistema operacional GNU/Linux. que criou suporte à diversos SDKs e linguagens de programação, tais
como C/C++, Php e Python. Atualmente é usado como ferramente oficial
Em 1997, Eric Raymond, apresenta o artigo A catedral e o bazar, onde para diversas plataformas. Um exemplo notável é sua adoção como a IDE
discute as vantagens técnicas do software livre e aborda os mecanismos padrão para desenvolvimento de aplicativos para o sistema
de funcionamento do desenvolvimento descentralizado. Em 1998, operacional Android14 .
Raymond foi um dos protagonistas, junto com Linus Torvalds, da criação
da OSI, defendendo a adoção do software livre por razões técnicas e Movimento Software Livre
sugerindo o uso da expressão open source ao invés de free software,
evitando a ambiguidade do termo free(que pode significar tanto livre
quanto gratuito, na língua inglesa).
A pluralidade de ideias e concorrência natural entre os sistemas e
aplicações dentro do movimento software livre fazem parte de seu
mecanismo de evolução, bem como influencia positivamente em sua
qualidade. A concorrência entre os navegadores, ferramentas de escritório,
gerenciador de janelas e banco de dados são os exemplos mais
conhecidos. Do restante da história do software livre até os dias atuais
podemos encontrar uma grande quantidade de soluções de alta qualidade
que foram e estão sendo liberadas sob licenças livres, e em geral apoiadas
tanto pela OSI quanto pela FSF.
Principais Projetos de Software Livre
Ao longo da evolução do modelo de desenvolvimento empregado em
software livre, alguns projetos se destacaram dentro da comunidade de
desenvolvedores e ganharam prestígio dos usuários pela sua qualidade.
Esses projetos podem ser considerados ícones que representam o
sucesso de uma metodologia que no início não atraiu empresas a
adotarem-no devido à sua informalidade e a valorização dos indivíduos
sobre o processo.
Dentre os projetos que conquistaram tal prestígio, podemos citar o Mozilla
Firefox, considerado um dos melhores navegadores disponíveis9 , e
o Android, o sistema operacional para smartphones e tablets mais popular Richard Stallman, o fundador do Movimento do Software Livre.
do mercado10 .
Motivação
GNU/Linux
Os desenvolvedores de software na década de 70 frequentemente
Considerado o principal projeto de software livre existente, o GNU/Linux é compartilhavam seus programas de uma maneira similar aos princípios do
a junção do núcleo Linux (Linux kernel), desenvolvido por Linus Torvalds e software livre. No final da mesma década, as empresas começaram a
o pacote de serviços e ferramentas originados do projeto GNU, liderado impor restrições aos usuários com o uso de contratos de licença de
por Richard Stallman. O GNU/Linux é o sistema operacional mais usado software. Em 27 de setembro de 1983, Richard Stallman postou uma
em servidores[carece de fontes?], o que pode ser justificado pelo seu bom mensagem nos grupo de notícias net.unix-wizards e net.usoft com o
desempenho e confiabilidade. Ele foi o principal responsável pelo assunto new Unix implementation. Nessa mensagem, ele informa que está
reconhecimento do sucesso do modelo de desenvolvimento de software começando a escrever um sistema compatível com UNIX
livre. O núcleo Linux é a base para o Android, tornando-se o sistema chamado GNU (um acrônimo recursivo para Gnu’s Not Unix) e que ele
dominante em smartphones e tablets. Além disso, é o software mais será dado a todas as pessoas interessadas. No início de 1984 largou seu
utilizado em dispositivos com computação embarcada11 . emprego no laboratório de Inteligência Artificial do MIT, para dedicar-se em
GNOME tempo integral ao projeto. E em outubro de 1985 Stallman fundou a Free
Software Foundation ( FSF) e introduziu os conceitos de software livre
GNOME é um ambiente de área de trabalho e interface gráfica com o e Copyleft, os quais foram especificamente desenvolvidos para garantir
usuário (GUI) que roda sobre o sistema operacional. Composto que a liberdade dos usuários fosse preservada.
inteiramente por software livre, ele pode ser usado em sistemas
operacionais compatíveis com Unix. Atualmente é um dos principais O movimento software livre não costuma tomar uma posição sobre
ambientes gráficos para computadores pessoais, sendo a GUI padrão para trabalhos que não sejam programas de computador, i.e., software e suas
as duas distribuições GNU/Linux mais populares do mercado12 : Linux respectivas documentações, mas alguns defensores do software livre
Mint e Ubuntu. Além disso, é também utilizado no OpenSolarise em outras acreditam que outros trabalhos que servem a um propósito prático também
importantes distribuições, tais como Debian, Red Hat Enterprise devem ser livres (veja Free content).
Linux e Fedora. Para o Movimento do software livre, que é um movimento social, não é
Servidor Apache ético aprisionar conhecimento científico, que deve estar sempre disponível,
para assim permitir a evolução da humanidade. Já o movimento
O servidor HTTP Apache, ou simplesmente Apache, é um exemplo de pelo Código Aberto, que é um movimento mais voltado ao mercado, prega
software livre notável, pois é o servidor HTTP mais popular da WEB e, que o software desse tipo traz diversas vantagens técnicas e econômicas.
desta forma, responsável pelo processamento da maior parte das páginas O segundo surgiu para levar as empresas a adotarem o modelo de
disponibilizadas atualmente na Internet.13 Ao contrário de alguns desenvolvimento de software livre.
servidores web proprietários, o Apache é multiplataforma, podendo ser
usado em sistemas POSIX (Unix, GNU/Linux, FreeBSD, Como a diferença entre os movimentos "Software Livre" e "Código Aberto"
etc), Windows e Mac OS. está apenas na argumentação em prol do mesmo tipo de software, é

Informática 154 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
comum que esses grupos se unam em diversas situações ou que sejam ofereça copyleft, se distribuído, deverá ser sob a mesma licença, ou seja,
citados de uma forma agregadora através da sigla "FLOSS" (Free/Libre repassando os direitos.
and Open Source Software).
Associando os conceitos de copyleft e software livre, programas e serviços
Movimentos Relacionados derivados de um código livre devem obrigatoriamente permanecer com
uma licença livre (os detalhes de quais programas, quais serviços e quais
licenças são definidos pela licença original do programa). O usuário,
porém, permanece com a possibilidade de não distribuir o programa e
manter as modificações ou serviços utilizados para si próprio.
Modelos de Negócio com Software Livre
Devido ao crescimento substancial do software livre, empresas têm obtido
sucesso em sua exploração comercial com diferentes modelos de negócio.
Existem abordagens específicas para um tipo de produto ou situação,
outras para um nicho de mercado limitado ou ainda as que se adaptam ao
porte da empresa.
É possível distinguir os modelos de negócio em dois grandes grupos,
baseado no aspecto de participação no desenvolvimento. O primeiro
financia o desenvolvimento do software remunerando os profissionais
envolvidos. O segundo estimula a adoção do software no mercado e
promove treinamentos e consultoria. No entanto, ambos pertencem
econômico e tecnológico do software livre no mercado.
Entre os modelos existentes destacam-se:
• Redistribuição (CDs e DVDs com software livre)
Lawrence Lessig, co-fundador da Creative Commons.
• Extensões não-livres
Inspirados na GPL e nas propostas do movimento do software livre, foi
criado um repositório de licenças públicas, chamado Creative Commons, • Produtos e serviços privilegiados
cujos termos se aplicam a variados trabalhos criativos, como criações
artísticas colaborativas, textos e software15 , Entretanto, a maioria destas • Licenciamento dual
licenças não são reconhecidas como realmente livres pelaFSF e pelo • Licença com prazo de validade
movimento de software livre.
• Integração com produtos de hardware
O software livre está inserido num contexto mais amplo onde a informação
(de todos os tipos, não apenas software) é considerada um legado da • Serviços baseados em software livre
humanidade e deve ser livre (visão esta que se choca diretamente ao
conceito tradicional de propriedade intelectual). Coerentemente, muitas • Serviços diretos e padronizados
das pessoas que contribuem para os movimentos de Conhecimento Aberto
— movimento do software livre, sites Wiki, Creative Commons, etc. — • Propaganda e Franquias
fazem parte da comunidade científica. Principais entidades ligadas ao Software Livre
Cientistas estão acostumados a trabalhar com processos de revisão mútua O fortalecimento do movimento de software livre se deu, em grande parte,
(ou por pares) e o conteúdo desenvolvido é agregado ao conhecimento graças à colaboração de voluntários organizados em comunidades,
científico global. Embora existam casos onde se aplicam as patentes de associações de corporações e empresas que contribuíram
produtos relacionados ao trabalho científico, a ciência pura, em geral, é significativamente com o desenvolvimento e financiamento de projetos de
livre16 . código aberto. As entidades atuam em diferentes níveis, desde a
Tipos de Licença de Software Livre divulgação do movimento pela liberdade até o financiamento de
desenvolvedores e projetos diretamente ligados à produção de softwares
Todo software livre deve ser licenciado através de uma licença de software livres.
livre. Uma das mais conhecidas é a GNU GPL. Entretanto, existem
diversas outras: GNU AGPL, GNU LGPL, GNU FDL , MPL (Licença Free Software Foundation (FSF)
pública Mozilla), Licença Apache,Licença MIT e Licença BSD. A Fundação do Software Livre (Free Software Foundation - FSF) é uma
Software Livre e Software em Domínio Público organização sem fins lucrativos fundada por Richard Stallman em 4 de
outubro de 1985 para apoiar o movimento do software livre, baseado em
Software livre é diferente de software em domínio público. O primeiro, copyleft e que visa promover a liberdade universal para criar, distribuir e
quando utilizado em combinação com licenças típicas (como as modificar software. AFSF é sediada em Massachusetts, EUA. Desde sua
licenças GPL e BSD), garante a autoria do desenvolvedor ou organização. fundação até meados da década de 1990, seus recursos eram usados em
O segundo caso acontece quando se passam os anos previstos nas leis maior parte para contratar desenvolvedores para trabalhar em software
de cada país de proteção dos direitos do autor e este se torna bem livre para o projeto GNU. Posteriormente, direcionou seus empregados e
comum. Ainda assim, um software em domínio público pode ser voluntários para atuar em questões legais e estruturais para o movimento
considerado como um software livre, desde que atenda as liberdades e a comunidade do software livre.
definidas pela Free Software Foundation, como citadas anteriormente.
Open Source Initiative (OSI)
Software Livre e Copyleft
A OSI - Iniciativa pelo código aberto - é uma organização dedicada a
Licenças como a GPL contêm um conceito adicional, conhecido promover o software de código aberto. Ela foi criada para incentivar uma
como copyleft. Ao contrário de copyright, em copyleft o autor cede alguns aproximação de entidades comerciais com o software livre. Sua atuação
direitos. Por isto o termo left. Na prática isto significa que o autor continua principal é a de certificar quais licenças se enquadram como licenças de
sendo o dono, mas sua obra pode ser utilizada/modificada/distribuída por software livre, e promovem a divulgação do software livre e suas
outras pessoas, respeitando termos específicos de licença. Um software vantagens tecnológicas e econômicas.
livre sem copyleft pode ser transformado em não-livre por um usuário,
caso assim o deseje. Já um software livre protegido por uma licença que

Informática 155 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A organização foi fundada em fevereiro de 1998, por Bruce Perens e por The Document Foundation - TDF
Eric S. Raymond. A formação da OSI começou com a publicação do
trabalho de Eric Raymond, A Catedral e o Bazar em 1997. The Document Foundation é uma instituição com base na legislação da
Alemanha, que possui ativos e realiza transações financeiras e jurídicas
Principais Fundações ligadas ao Software Livre em nome da Comunidade.
Apache Software Foundation A Fundação é responsável pelo desenvolvimento da Suite de Escritório
cujo nome é LibreOffice.
A Apache Software Foundation (ASF) é uma organização sem fins
lucrativos criada para suportar os projetos Apache, é uma comunidade O LibreOffice é uma suite de escritório livre compatível com as principais
descentralizada de desenvolvedores que trabalham na produção suítes de escritório do mercado. O LibreOffice é destinada tanto à
de Softwares Livres, distribuídos sob a licença Apache. Suas utilização pessoal quanto profissional.
contribuições ao Software Livre vão além do desenvolvimento, pois um dos
seus objetivos é proteger legalmente os participantes dos seus projetos, e Oferece todas as funções esperadas de uma suite profissional: editor de
prevenir que o nome Apache seja utilizado por outras organizações sem a textos, planilha, editor de apresentações editor de desenhos e banco de
devida permissão. dados.

Eclipse Foundation E muito mais: exportação para PDF, editor de fórmulas científicas,
extensões, etc...
A Fundação Eclipse é uma organização sem fins lucrativos, com membros
que apoiam e desenvolvem o Eclipse, um projeto de Software Livre, e que O LibreOffice está disponível na maioria das plataformas computacionais:
ajudam e cultivam tanto a comunidade de código aberto, como também o MS-Windows (Xp, Vista, Sete e Oito), Linux (32 et 64 bits, pacotes deb et
conjunto de produtos e serviços complementares da mesma plataforma. rpm), MacOS-X (processadores Intel e PowerPC). Em breve estará
disponível também para Android.
Linux Foundation
LibreOffice é livre para ser utilizado por qualquer pessoa. Você pode
A Fundação Linux (Linux Foundation - LF) é um consórcio de tecnologias instalar uma cópia do LibreOffice em todos os computadores que desejar,
sem fins lucrativos criado para fomentar o crescimento do sistema e utilizá-la para qualquer propósito, tanto por empresas, governos e
operacional Linux. Fundado em 2007 pela junção do Laboratório de administração pública em geral, quanto por projetos educacionais e de
Desenvolvimento Open Source (Open Source Develpment Labs - OSDL) e inclusão digital. Para maiores detalhes sobre seus direitos, veja o texto da
o Grupo de Padrões Livres (Free Standards Group - FSG), a LF patrocina licença que acompanha o LibreOffice ou
o trabalho do criador do Linux, Linus Torvalds, e é apoiada por empresas em http://www.libreoffice.org/about-us/license/ (em ingês).
líderes de Linux e código aberto e desenvolvedores de todo o mundo. A LF
promove, protege e padroniza o Linux "fornecendo um conjunto Principais empresas ligadas ao Software Livre
abrangente de serviços para competir eficazmente com plataformas Cygnus Solutions
fechadas".
Cygnus Solutions, originalmente Cygnus Support, foi fundada em 1989 por
GNOME Foundation John Gilmore, Michael Tiemann e David Henkel-Wallace para prover
A Fundação GNOME (GNOME Foundation) é uma organização sem fins suporte comercial ao software livre. Depois de dez anos de existência, a
lucrativos que coordena o desenvolvimento do projeto GNOME. Trabalha Cygnus se funde com a Red Hat.
com o objetivo de criar uma plataforma de computação de uso público e Canonical (Ubuntu)
geral completamente livre.
Canonical Ltd. é uma companhia privada fundada para atuar no suporte e
Mozilla Foundation serviços para o Ubuntu Linux e projetos relacionados.
A Mozilla Foundation é uma fundação que mantém todos projetos de Red Hat
software livre da linha Mozilla, como Firefox, Thunderbird e complemetos
entre outros. Red Hat, Inc. é um dos principais fornecedores de distribuição Linux. A
Red Hat fornece plataformas de sistema operacional, juntamente com
Electronic Frountier Foundation (EFF) middleware, aplicações e produtos de gerenciamento, bem como suporte,
A Electronic Frontier Foundation (EFF), é uma organização sem fins treinamento e serviços de consultoria. Red Hat cria, mantém e contribui
lucrativos com o objetivo de proteger os direitos de liberdade de para muitos projetos de software livre e também adquiriu vários pacotes de
expressão, no contexto da era digital. Tem atuado de várias maneiras, software proprietário e lançou o seu código fonte sob a licença GNU GPL.
proporcionando ou financiando defesa legal nos tribunais para indivíduos e IBM
novas tecnologias do efeito inibitório provocado por ameaças legais que
sejam consideradas infundadas e sem razão, entre outras. A IBM é uma das principais empresas de tecnologia, tem investido em
pesquisa e desenvolvimento, as tecnologias que desenvolve tem
Software Freedom Law Center (SFLC) influenciado projetos que vão de supercomputadores a consoles de video
A Software Freedom Law Center (SFLC) é uma organização de game e nanotecnologia. A IBM além do projeto Eclipse, mantém
profissionais voluntários que fornece auxílio e representação legal sobre um portal para fomentar o desenvolvimento de software livre.
aspectos jurídicos aos desenvolvedores de projetos de software livre sem Google
fins lucrativos.
Google Inc. (Google) tem investido muito em projetos de software livre, um
Creative Commons bom exemplo disso é o Google Summer of Code que incentiva estudantes
Creative Commons é uma organização não governamental sem fins do mundo todo a participarem do desenvolvimento de softwares livres.
lucrativos voltada a expandir a quantidade de obras criativas disponíveis, Oracle Corporation
através de suas licenças que permitem a cópia e compartilhamento com
menos restrições que o tradicional todos direitos reservados. Para esse Oracle Corporation em Janeiro de 2010, anunciou a aquisição da Sun
fim, a organização criou diversas licenças, conhecidas como licenças Microsystems, que foi importante para alguns membros da comunidade
Creative Commons, que tem sido adotadas por muitos criadores de Open Source e também para algumas outras companhias, que temiam que
conteúdo, pois permitem controle sobre a maneira como a propriedade a Oracle fosse acabar com o apoio tradicional que a Sun dava a projetos
intelectual será compartilhada. Open Source. O apoio aos projetos tem sido mantido. Em junho de 2011, a
Oracle doou o OpenOffice para a Fundação Apache.

Informática 156 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Hewlett-Packard (HP) assuntos relacionados à area de Software Livre. Para uma lista de eventos
e mais informações sobre eles, entre na página específica de Eventos de
A Hewlett-Packard, uma das gigantes do setor de informática, aderiu ao software livre.
Software Livre usando-o em suas linhas de produtos, como também,
contribuindo para o desenvolvimento de produtos com essa a essa Pesquisa científica e tecnológica em software livre
filosofia. Um exemplo é sua plataforma WebOS.
Pesquisas em Software Livre tem sido desenvolvidas em instituições
Participação do Software Livre na Indústria públicas e privadas, universidades e centros de pesquisa tem utilizado e
desenvolvido Projetos em Software Livre.
O Software livre se tornou um fenômeno comercial a partir do final dos
anos 90 e desde então sua participação na Indústria de TI tem crescido Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à
em ritmo constante. Informação (GPOPAI)
Existem várias abordagens para a exploração comercial de software livre. O Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à
Dessas, algumas tem se mostrado mais viáveis, algumas se mostram mais Informação18 tem sede na Universidade de São Paulo e se dedica à
adequadas para empresas de grande porte, enquanto outras se mostram investigação dos efeitos das novas tecnologias para a produção,
mais adequadas para empresas de pequeno porte. Por se tratar de um distribuição e consumo de bens culturais e educacionais, bem como à
fenômeno relativamente novo, há ainda espaço para experimentar outros investigação de temas relacionados à propriedade intelectual, com ênfase
modelos de negócio. nos seus impactos sobre o acesso à informação, à cultura e ao
conhecimento.
No ano de 2005, uma pesquisa entitulada "Impacto do Software Livre e de
Código Aberto (SL/CA) na Indústria de Software do Brasil" foi realizada Centro de Competência em Software Livre (CCSL-IME)
pelo Observatório Econômico da Sociedade Softex em parceria com o
Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp com o O Centro de Competência em Software Livre do IME/USP (CCSL-IME)19 é
apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT. O objetivo deste sediado no Departamento de Ciência da Computação do IME/USP, é um
estudo foi realizar um levantamento das formas de organização técnica e centro que tem sido apoiado pela FINEP e pela reitoria da USP. É membro
econômica de Software Livre e de Código Aberto (SL/CA) no Brasil. oficial da rede internacional QualiPSo de centros de competência, desde
janeiro de 2009, que visa divulgar os resultados do Projeto QualiPSo de
Os resultados dessa pesquisa apresentam dados a respeito do perfil dos qualidade de Software Livre.
usuários, dos desenvolvedores, das empresas usuárias e das empresas
desenvolvedoras de software livre. Além disso, a pesquisa apresenta as Tem como objetivo incentivar o desenvolvimento e o uso do software
dimensões econômicas do SL/CA: motivações, setores e modelos de livre/aberto dentro e fora da universidade. Para isso, ele atua como um
negócios adotados pelas empresas. pólo centralizador de projetos de pesquisa científica e tecnológica, projetos
de desenvolvimento de software livre, eventos para a comunidade, cursos
Na apresentação do documento, afirma-se que "o SL/CA ameaça de capacitação e assessoria técnico-científica em tópicos relacionados a
fortemente o modelo de pacotes (plataformas e sistemas operacionais), software livre e informação aberta.
componentes de software (enquanto a ênfase de sua utilização for como
produto) e produtos customizáveis, exatamente porque esses modelos têm O CCSL funciona também como um centro de pesquisa produzindo
na apropriabilidade (manter códigos fechados) um fator essencial de software livre inovador em uma grande variedade de áreas da computação
concorrência". Ainda, considera que os modelos de serviços e de sotware e interdisciplinares, incluindo Saúde, Arquitetura, Processamento de
embarcado - que possuem objetivo mais específico e considerados menos Imagens Médicas, Otimização, Música, Acústica, Serviços Web,
importantes no que diz respeito a sua apropriação por meio de códigos Linguística Computacional, Redes Par a Par, Bioinformática, Computação
fechados - representam as maiores oportunidades de investimento. de Alto Desempenho, Inteligência Artificial, Multimídia, Bibliometria, Voz
sobre IP e Desenvolvimento de Sistemas Web.
Finalmente, a pesquisa aponta que o SL/CA está se profissionalizando no
país e começa a sair da periferia da indústria em direção ao seu centro, e Além disso, o CCSL desenvolve projetos de pesquisa sobre software livre
tem despertado a atenção de muitos, desde usuários e desenvolvedores em si, abordando diferentes aspectos do Ecossistema do Software Livre
que se posicionam contra a apropriação restritiva do conhecimento, incluindo aspectos legais, qualidade, usabilidade, processos de
passando por corporações que enxergam no SL/CA uma oportunidade de desenvolvimento, modelos de negócio, comunidades, licensiamento, etc.
se desfazer de uma taxa de monopólio restritiva para seus negócios. Seus projetos de pesquisa são apoiados pelo CNPq, CAPES e FAPESP.
Software Freedom Day (Dia da Liberdade de Software) Centro de Competência em Software Livre (CCSL-ICMC)
No dia 20 de setembro comemora-se o Dia da Liberdade do Software O Centro de Competência em Software Livre do ICMC/USP-São Carlos
(Software Freedom Day) com eventos envolvendo as comunidades de (CCSL-ICMC)20 é sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de
usuários e desenvolvedores de software livre em todo o mundo17 . Computação (ICMC/USP - São Carlos).
Software livre nos governos Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL)
Governos tem adotado leis e medidas favoráveis ao Software Livre, porém, O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL)21 é um grupo
a questão da sua adoção ainda é polêmica. Por um lado, as organizações de pesquisa do Departamento de Informática daUniversidade Federal do
defensoras do Software Livre procuram apresentar vantagens como a Paraná, registrado no Diretório de grupos de pesquisa do Diretório de
redução de custos e o código aberto, que impacta na segurança da grupos de pesquisa do CNPq.
informação. Por outro lado, as grandes empresas de Software
Proprietário defendem a tese de que o suporte e a qualidade das suas Os projetos de pesquisa do grupo têm caráter multidisciplinar e envolvem
ferramentas são superiores às encontradas em Software Livre. estudos em diversas áreas da ciência da computação, tais como Banco de
Dados, Engenharia de Software, Redes de Computadores e Inteligência
O link principal desta seção apresenta informações sobre o estado do Artificial. Todo pacote de software que é resultado destes estudos é
Software Livre, assim como sua perspectiva de uso e de investimentos até publicado em forma de software livre. Diversos projetos são voltados para
o ano de 2020, sendo o Governo o grande impulsionador desse setor. projetos que beneficiam a sociedade brasileira em geral, em particular,
Para tanto, são considerados relatórios de empresas de consultoria pesquisas que resultam em inclusão digital. Neste sentido, o grupo
contratadas por governos e documentos governamentais. Os casos mais também atua na migração de sistemas proprietários para plataformas de
notáveis de software livre nos governos são do Brasil e da França. software livre e também na otimização de pessoal e de custos de soluções
Eventos de software livre de hardware e software.

Eventos de software livre são conferências, congressos, encontros,


simpósios, workshops, etc. que tem como objetivo discutir ou apresentar

Informática 157 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Software Engineering Laboratory (LES-UFBA) Software livre
O Laboratório de Engenharia de Software da Universidade Federal da Software livre, segundo a definição criada pela Free Software Founda-
Bahia (LES-UFBA)22 . O LES tem como objetivo o estudo de engenharia tion é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado,
de software, bem como de áreas que impactam a forma como se estudado, modificado e redistribuído sem nenhuma restrição. A liberdade
desenvolve, se mantém e se gerencia software. de tais diretrizes é central ao conceito, o qual se opõe ao conceito de
software proprietário, mas não ao software que é vendido almejando lucro
Libresoft (software comercial). A maneira usual de distribuição de software livre é
anexar a este uma licença de software livre, e tornar o código fonte do
O Libresoft23 é um grupo de pesquisa no Departamento de Sistemas
programa disponível. O software livre também é conhecido pelo acrônimo
Telemáticos e Computação (GSyC) da Universidade Rey Juan Carlos,
FLOSS (do inglês Free/Libre Open Source Software).
Espanha. LibreSoft foi fundada em 2001, e tornou-se um grupo de
pesquisa de referência em software libre e comunidades virtuais abertas. Freeware
Apoiam e utilizam Software Livre, dedicam-se à pesquisa, educação, Software gratuito ou freeware é qualquer programa de computador cu-
inovação e transferência de conhecimento para a indústria, academia e ja utilização não implica no pagamento de licenças de uso ou royalties.
sociedade em geral. É importante observar que o fato de o licenciamento de um programa
A equipe LibreSoft reuniu uma vasta experiência em projetos de pesquisa ser gratuito não implica na não existência de um contrato de licenciamento
nacionais e internacionais, possuindo um portfólio que incorpora diferentes para sua utilização. Normalmente, ao instalar um software desse tipo, o
campos, refletindo a influência exercida pelo Software Livre e sua filosofia utilizador deverá antes concordar com seu contrato de licenciamento que
aberta e colaborativa. normalmente acompanha o programa. É muito importante ler este contrato
e suas limitações, não é porque um software é freeware que ele pode ser
Referências usado por qualquer um. Em alguns casos, os softwares são licenciados
1. Ir para cima↑ Free Software Movement (gnu.org) como freeware apenas para uso pessoal, acadêmico, militar e governa-
2. ↑ Ir para:a b Philosophy of the GNU Project (gnu.org) mental.
3. ↑ Ir para:a b What is free software(fsf.org) Em linhas gerais, um software é considerado freeware se ele oferece
4. Ir para cima↑ Free Software Free Society: Selected Essays of Richard ao usuário o direito de utilizá-lo sem a realização de qualquer tipo de
M. Stallman, 2nd Edition contrapartida, como seria o próprio pagamento. Quando o desenvolvedor
5. Ir para cima↑ Selling Free Software (gnu.org) pede doações para manter o Software, o mesmo torna-se Donationware,
6. ↑ Ir para:a b GHOSH, Rishab Aiyer; et al. Economic impact of open do termo .
source software on innovation and the competitiveness of the infor-
Entretanto, há alguns outros graus de liberdade que não necessaria-
mation and communication technologies (ICT) sector in the
mente são franqueados pelo contrato de licenciamento de um software
EU. Maastricht: UNU-MERIT, 2006. 287 p. Disponível
desse tipo, tais como:
em http://www.flossimpact.eu [Acesso em 05 jan 2012]
7. Ir para cima↑ SABINO, Vanessa; KON, Fabio. Licenças de Software • Direito de redistribuição;
Livre, História e Características. Relatório Técnico. Março de 2009. • Direito de incluí-lo em produtos comerciais sem a expressa
Disponível emhttp://ccsl.ime.usp.br/files/relatorio-licencas.pdf [Acesso em autorização do autor/detentor dos direitos autorais;
05 jan 2012] • Direito de realizar engenharia reversa para entender seu
8. ↑ Ir para:a b KON, Fabio; LAGO, Nelson; MEIRELLES, Paulo; funcionamento;
SABINO, Vanessa.Software Livre e Propriedade Intelectual: Aspectos
Jurídicos, Licenças e Modelos de Negócios. Disponível • Direito de modificá-lo;
em http://ccsl.ime.usp.br/files/slpi.pdf[Acesso em 05 jan 2012] É importante observar ainda que, diferentemente de um software livre
9. Ir para cima↑ Estatística de uso de navegadores ou open source, normalmente os programas freeware não apresentam seu
10. Ir para cima↑ Ranking de Sistemas Operacionais mais usados em código fonte, disponibilizando apenas o código binário necessário para
Smartphones (2012). executá-lo.
11. Ir para cima↑ Dispositivos que usam Linux Programas contendo adware de qualquer tipo normalmente não são
12. Ir para cima↑ Contagem de distribuições Linux considerados gratuitos, já que o utilizador tem um preço a pagar pelo uso
13. Ir para cima↑ Estatísticas de uso de servidores Web do programa, quer seja o visionar de publicidade quer seja o redirecciona-
14. Ir para cima↑ Get the Android SDK(developer.android.com) mento de páginas web, entre outras.
15. Ir para cima↑ Simone Aliprandi, Creative Commons: a user guide Um exemplo de software gratuito e muito importante no mundo atual é
16. Ir para cima↑ Lawrence Lessig, Cultura Livre o Acrobat Reader um dos mais populares leitores de arquivos em formato
17. Ir para cima↑ Happy Software Freedom Day to everyone! PDF.
18. Ir para cima↑ Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o
Acesso à Informação (GPOPAI). Shareware
Site:http://www.gpopai.usp.br/wiki/index.php/P%C3%A1gina_principal. Shareware é uma modalidade de distribuição de software em que vo-
19. Ir para cima↑ Centro de Competência em Software Livre do IME/USP cê pode copiá-lo, distribuí-lo sem restrições e usá-lo experimentalmente
(CCSL-IME) . Site:http://ccsl.ime.usp.br/ por um determinado período. No entanto, você se coloca no compromisso
20. Ir para cima↑ Centro de Competência em Software Livre do moral de pagar uma taxa (geralmente pequena em comparação a outros
ICMC/USP-São Carlos (CCSL-ICMC) . Site: http://ccsl.icmc.usp.br/ softwares proprietários) caso queira usá-lo sistematicamente. Passado o
21. Ir para cima↑ Centro de Computação Científica e Software Livre tempo de avaliação o software pode parar de funcionar, perder algumas
(C3SL). Site:http://www.c3sl.ufpr.br/. funções ou ficar emitindo mensagens incômodas de aviso de prazo de
22. Ir para cima↑ Software Engineering Laboratory (LES-UFBA). avaliação expirado.
Site:http://wiki.dcc.ufba.br/LES. Esta modalidade de distribuição é um meio que alguns produtores u-
23. Ir para cima↑ Libresoft. Site: http://libresoft.es. sam para não só divulgar o seu trabalho, como começar a ganhar um
pouco de dinheiro com ele.
ICENCIAMENTO Resumindo, o shareware foi criado para ser um mecanismo de distri-
buição de softwares que não deixa o usuário desfrutar-se de seus serviços
Tipos de Software por muito tempo sem pagar uma taxa.
• Software livre Demo
• Freeware Considera-se uma demo (abreviação de "demonstração" ou "demons-
• Shareware tration") qualquer material promocional que é uma fração de um produto
• Demo maior, lançado com a intenção de dar a oportunidade de o produto ser
avaliado por possíveis clientes. O termo é bastante usado nos contextos
• Trial

Informática 158 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
da música e dos games. A idéia da GPL
Na música, uma demo é geralmente gravada por bandas sem contrato Software é livre quando o usuário tem quatro liberdades fundamentais: (0)
com gravadoras, e são mandadas para as mesmas com a intenção de que rodar o programa para qualquer propósito, (1) estudá-lo e adaptá-lo às
a gravadora ouça o material da banda. suas necessidades, (2) redistribuí-lo, da forma como foi recebido e (3)
Nos games, uma demo é lançada geralmente alguns meses antes do modificá-lo e distribuir as modificações.
lançamento do produto completo, para criar expectativa entre os jogadores
e dar uma amostra do que o jogo completo reserva. A GPL foi a primeira licença copyleft, que usa direito autoral não só para
conceder permissões, mas também para garantir que o programa perma-
Trial
neça livre, como explica seu preâmbulo. Já na GPLv1, explicitava o respei-
Trial (informática) é um programa semelhante aos programas demo to do autor à liberdades do usuário, porém condicionando o gozo de algu-
com a diferença de ter as funcionalidades disponíveis por determinado mas das liberdades ao respeito às liberdades dos demais usuários do
período de tempo. software. Viola a licença quem distribui o programa impondo restrições
Trial - desporto derivado do ciclismo TT adicionais a quem o receba direta ou indiretamente.
O Trial é uma prova de Todo-o-Terreno para a qual a habilidade, regu- Potenciais restrições, há muitas. Negar acesso ao código fonte (a forma
laridade e resistência dos pilotos constituem a base dos resultados. As mais adequada para modificar o software) ou usar termos de licenciamento
provas são cumpridas em percursos fora de estrada onde se disputam potencialmente mais restritivos são duas já explicitamente proibidas na
Secções Controladas, troços de avaliação da destreza dos pilotos. É GPLv1. Na GPLv2, foi adicionada a cláusula “liberdade ou morte”, expli-
atribuído um tempo ideal para cada piloto cumprir a prova na sua totalida- cando que qualquer obrigação de restringir a liberdade de outros implica
de. não poder distribuir o programa. Isso coibia a distribuição sob licenças
restritivas de patentes, ou sob quaisquer outras condições que impedissem
a distribuição “sem restrições adicionais”, proibição implícita na GPLv1,
cláusula 6.
“Restrições adicionais” na GPLv3

Governo renova estratégias para difusão do software livre em 2013 A GPLv3 agrega vários exemplos de restrições adicionais que ferem o
Comitê Técnico de Implementação de Software Livre reúne-se neste mês, princípio do preâmbulo das GPLs de que os direitos concedidos na GPL
em Brasília, para planejar as próximas ações acompanham a obrigação de não negá-los a outros usuários do programa.
Distribuir software e depois limitar seus usos através de patentes nele
O IV Planejamento Estratégico de Ações do Comitê Técnico de Implemen- implementadas é uma restrição adicional que, pela lei norte-americana, a
tação de Software Livre do Governo Federal (Cisl) para o biênio 2013/2014 GPLv2 já proibia de forma implícita. Na GPLv3, a licença de patente pas-
acontece nos dias 10 e 11 deste mês, na sede da Escola de Administração sou a ser explícita. O uso de patentes para impor restrições adicionais às
Fazendária (Esaf), em Brasília. liberdades de qualquer outro usuário com relação ao programa, modificado
ou não, viola a licença.
Após os planejamentos de 2004, 2009 e 2010, o comitê pretende agora
retomar a discussão sobre a temática do software livre dentro do governo Leis draconianas que criminalizam a desativação de DRM (Digital Restric-
e elaborar o plano de ações conjuntas e específicas de cada órgão partici- tions Management, ou Gestão Digital de Restrições: são medidas técnicas
pante. de controle de acesso a informação em formato digital), mesmo para usos
permitidos por lei, também não podem ser usadas para impedir usuários
Uma das ações do Cisl, no fim de 2012, foi o recadastramento dos repre- de modificar o software GPL.
sentantes dos órgãos federais: atualmente, o comitê conta com 308 mem-
O uso de assinaturas digitais para impedir a execução de versões modifi-
bros inscritos de 147 órgãos governamentais.
cadas do software GPL que acompanha dispositivos como o vídeo-cassete
digital TiVo também é restrição adicional. Para quem acredita que os
Todos os integrantes do comitê estão convidados para o evento que
termos “sem restrições adicionais” da GPLv2 não proibiam a prática da
contará com a presença de diferentes autoridades do governo federal em
Tivoização, a GPLv3 esclarece que o usuário deve receber, juntamente
sua abertura oficial. Os interessados em participar podem inscrever-se por
com o código fonte, informação de instalação necessária para o pleno
meio do e-mail cisl@serpro.gov.br.
gozo das liberdades. Vale ressaltar que software em ROM em princípio
não caracteriza restrição adicional, e a GPLv3 explicitamente permite essa
O comitê
prática.
O Cisl foi criado com a missão de promover a capacitação em software
livre dos técnicos e gestores de TI e conta com a participação de institui- Terceirização não exime as partes do cumprimento das obrigações da
ções que incentivam a disseminação de conhecimentos e ações de com- GPL. Novell e Microsoft fecharam um acordo em que uma distribui o
partilhamento de informações. Entre suas principais diretrizes, estão: software e a outra impõe restrições, através do licenciamento restritivo de
priorizar soluções, programas e serviços baseados em software livre; supostas patentes. Nessas condições, Novell seria impedida de distribuir o
priorizar a aquisição de hardware compatível às plataformas livres; utilizar software, mas a GPLv3 abre uma exceção para que ela possa distribuir
o software livre como base dos programas de inclusão digital e formular software GPLv3 em nome da Microsoft, assim estendendo a licença de
uma política nacional para o software livre. patentes para todos. A exceção não vale para acordos posteriores.
Ou seja, a GPLv3 não impõe de fato novas restrições. Ao contrário, deixa
O grupo é coordenado pelo diretor-presidente do Serpro, Marcos Ma- claro que novas formas de restrição não fogem do escopo de “sem restri-
zoni, e tem como secretário-executivo Deivi Kuhn, analista do Serpro. ções adicionais”.
Mais vantagens
Entenda as diferenças entre a GPLv2 e GPLv3
Explicitando todos esses casos de restrições adicionais não permitidas, a
VINÍCIUS VIEIRA GPLv3 traz muito mais segurança para o usuário e mais facilidade para o
titular do programa coibir tais infrações da licença. Mas há várias outras
A GNU GPL é a licença de software livre preferida dentre os desenvolve- novidades da GPLv3 para trazer tranqüilidade ao usuário e ao desenvol-
dores. Mais de dois terços de todos os softwares livres a utilizam. Exem- vedor.
plos proeminentes são o GCC, o GNU Emacs e o núcleo Linux (não con-
fundir com sistema operacional GNU+Linux, com programas sob várias Quem recebe software livre em protocolos P2P, como bittorrent, pode
licenças). A grande maioria desses softwares permite relicenciamento sob estar violando a GPLv2, pois está também distribuindo o programa recebi-
a GPLv3, lançada em 29 de junho último, daí a importância de saber o que do, provavelmente desacompanhado dos fontes. A GPLv3 explicitamente
ela traz de novo. permite essa forma de distribuição, sem exigir aceitação dos termos da
Informática 159 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
licença, desde que a informação sobre como obter os fontes correspon- Design simplificado
dentes seja disponibilizada junto à oferta do binário. A GPLv3 também Nesta versão o Internet Explorer 9 esta com uma interface de usuário
flexibiliza a exigência de oferta de fontes em mídia tangível, permitindo a mais compacta. A maioria das funções da barra de comandos, (Imprimir ou
oferta dos fontes para download, inclusive em servidores mantidos por Zoom), podem agora ser acessadas com apenas um clique no botão de
terceiros. Só não exime o distribuidor dos binários da responsabilidade de Ferramentas. Os favoritos estão agora em um único botão na tela
providenciar os fontes para o usuário, caso o servidor sugerido deixe de principal. Trazendo nesta versão uma melhor clareza/limpeza vizual.
oferecê-los. Ficando desta forma somente os botões principais na estrutura principal.
A GPLv3 introduz compatibilidade com a conhecida licença Apache 2.0, Esta forma de exibição mais limpa foi inicialmente adotado pelo
assim como com a menos conhecida GNU Affero GPL, uma licença que navegador Google Chrome.
exige a oferta dos fontes mesmo para usuários remotos do software, como Sites Fixos
por exemplo software que roda num servidor na Internet. Ao visitar determinadas páginas da Web com frequência, o recurso
Sites Fixos permite que elas sejam acessadas diretamente na barra de
Advogados vão apreciar o ar mais “legalês” da GPLv3, a redução de
tarefas da área de trabalho do Windows 7.
ambigüidades, a internacionalização alcançada evitando o uso de termos
específicos da lei norte-americana de direito autoral, a permissão para Exibir e acompanhar downloads
adicionar termos de ausência de garantia e os dois mecanismos de perdão A caixa de diálogo Exibir Downloads é um novo recurso que mantém a
de infração acidental: cumprimento da licença em até 30 dias após a lista dinâmica dos arquivos baixados. Podendo agora o navegador emitir
primeira notificação de infração, ou cumprimento por 60 dias consecutivos um aviso, caso desconfie que o download seja mal-intencionado. Nesta
após a última infração, se não houver notificação antes do fim do prazo. janela de download, foi introduzido o recurso que permite pausar e reiniciar
um download inacabado. Esta lista mostra também onde encontrar no
Balanço positivo computador os arquivos baixados. A lista pode ser limpa a qualquer
Ainda que certa cautela seja justificável até que o entendimento da nova momento, porém os arquivos permanecem no computador no local
licença se consolide, temer a GPLv3 só faz sentido para quem pretendia prédefinido. Este local é definido nas configurações do navegador. Vale
modificar e/ou distribuir software sob a GPL e impor restrições adicionais ressaltar que tal recurso foi inicialmente implementado pelo Firefox,
aos demais usuários, esperando que prevalecessem interpretações da embutido no Google Chrome e agora disponível também no Internet
GPLv2 favoráveis a seus propósitos. Explorer.
Guias avançadas
O espírito da GPL sempre foi garantir que o software permaneça livre para
todos os seus usuários, inclusive para exploração comercial. Quem não A navegação por guias, proporciona uma melhor movimentação entre
compartilha esse espírito é tão livre para se abster de modificar ou distribu- várias páginas da Web. Com este recurso, é possível navegar em diversas
ir software sob a GPL quanto sempre foi. páginas simultaneamente. As guias também são destacáveis. Permitindo
assim que, ao arrastar uma guia, uma nova instância do navegador abra-
Com a GPLv3, você tem ainda mais garantias de que nenhum dos desen- se com a guia arrastada. O mesmo terá uma função de Ajuste. Está
volvedores ou distribuidores do software vá impedi-lo de executar, modifi- organizará as janelas lado-a-lado. Assim sendo, o navegador se auto-
car ou distribuir o software, enquanto você estiver disposto a também ajustará conforme a resolução do monitor. As guias também serão
respeitar as liberdades dos demais usuários do software. Se suas ativida- codificadas por cores, mostrando assim, quais páginas abertas estão
des dependem desse software, essa segurança adicional há de ser muito relacionadas umas às outras (tal recurso promete uma melhor praticidade
bem-vinda. visual e de navegação).
Copyright 2007 Alexandre Oliva Página Nova Guia
Permite-se distribuição, publicação e cópia literal da íntegra deste docu- O novo design da página Nova Guia exibe os sites que foram visitados
mento, sem pagamento de royalties, desde que sejam preservadas a nota frequentemente. Codificando as guias por cores, o navegador prometendo
de copyright, a URL oficial do documento e esta nota de permissão. melhor a usabilidade. Uma barra indicadora também mostra a frequência
de visitas em cada site. Permitindo ao usuário remover ou ocultar sites por
Internet Explorer 9 ele visitado. É o mesmo processo da limpeza de cache.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Pesquisa na barra de endereços
O Windows Internet Explorer 9 (abreviado IE9) é a nona versão Nesta versão é possível pesquisar diretamente na barra de endereços.
do navegador Internet Explorer criado e fabricado pela Microsoft. Ele é o Se digitar o endereço de um site, irá diretamente ao site desejado. Se
sucessor do Internet Explorer 8. digitar um termo de pesquisa ou endereço incompleto, se iniciará uma
O Internet Explorer 9 foi lançado em fase final em 14 de pesquisa usando o mecanismo de pesquisa padrão selecionado. Ao digitar
Março de 2011, sendo disponibilizado paraWindows Vista (32/64-bit) poderá também receber sugestões do próprio recurso.
e Windows 7 (32/64-bit). em 93 idiomas. Assim como ocorreu com Barra de Notificação
oInternet Explorer 7, a nona versão do navegador também traz drásticas
A Barra de Notificação aparecerá na parte inferior do Internet Explorer
mudanças em sua interface, optando por uma aparência minimalista,
fornece informações importantes de status, mas não o forçará a clicar em
privilegiando o espaço para exibição das páginas da web.
uma série de mensagens para poder continuar navegando.
Novidades
Supervisor de Desempenho de Complementos
Novos recursos
Os complementos, como as barras de ferramentas e plugins podem
• Design simplificado; aprimorar a experiência de navegação, mas também podem torná-la lenta.
• Sites Fixos; O Supervisor de Desempenho de Complementos informa se um
• Exibir e acompanhar downloads; complemento está afetando negativamente o desempenho do navegador e
permite que o desabilite ou o remova por completo.
• Guias avançadas;
Aceleração de hardware
• Página Nova Guia;
Este novo recurso do Internet Explorer usará a potência do
• Pesquisa na barra de endereços; processador gráfico presente no computador (conhecido como GPU)[6],
• Barra de Notificação; para lidar com tarefas carregadas de elementos gráficos, como streaming
• Supervisor de Desempenho de Complementos; de vídeo ou jogos online. Ao usar o GPU, o Internet Explorer dividirá o
processamento da página entre o GPU e a CPU. Desta forma, promete um
• Aceleração de hardware; aumento significativo na montagem e exibição do conteudo em relações às
• Antivírus (Somente da internet.) suas versões anteriores.

Informática 160 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Versões  Você necessita de funcionalidades de email e de grupo de discussão
O Internet Explorer 9 Beta, foi a primeira versão pública a ser lançada com base em padrões avançados de Internet.
em 15 de Setembro de 2010. O Internet Explorer 9 Release Candidate, foi  Você necessita de calendários pessoais, agendamento de grupo e
a segunda versão pública a ser lançado em 10 de Fevereiro e a versão gerenciamento de tarefas e de contatos.
final foi lançada dia 14 de março de 2011.  Você necessita de calendário e emails integrados, clientes de diversas
Microsoft Outlook plataformas para versões do Windows posteriores ao Microsoft
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Windows 95, versões do Windows anteriores ao Microsoft Windows
Microsoft Outlook é um cliente de e-mail, integrante do Microsoft 95, e plataformas Macintosh.
Office. Diferentemente do Outlook Express, que é usado basicamente para  Você pode usar ou planeja usar o Office 97, o Office 2000, o Office
receber e enviar e-mail, o Microsoft Outlook além das funções dee-mail, XP, Office 2003 ou o Exchange Server e quiser se beneficiar da
ele é um calendário completo, onde você pode agendar seus integração do Outlook com esta versão do conjunto do Office e da
compromissos diários, semanais e mensais. Ele traz também um rico integração com o Exchange Server.
gerenciador de contatos, onde você pode além de cadastrar o nome e  Você necessita de capacidades de colaboração em tempo de
email de seus contatos, todas as informações relevantes sobre os execução e em tempo de criação robustos e integrados.
mesmos, como endereço, telefones, Ramo de atividade, detalhes sobre
No Outlook 2010, a faixa de opções substituiu os menus antigos da
emprego, Apelido, etc. Oferece também um Gerenciador de tarefas, as
janela principal do Outlook, e você pode ainda personalizá-la para incluir
quais você pode organizar em forma de lista, com todos os detalhes sobre
guias que combinem melhor com seu estilo de trabalho.
determinada atividade a ser realizada. Conta ainda com um campo de
anotações, onde ele simula aqueles post-its, papeis amarelos pequenos Rede social
autoadesivos. Utilizado geralmente no sistema operacional Windows. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Principais características Uma rede social é uma estrutura social composta por pessoas
O Outlook é o principal cliente de mensagens e colaboração da ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que
Microsoft. É uma aplicação autônoma integrada ao Microsoft Office e partilham valores e objetivos comuns. Uma das características
ao Exchange Server. O Outlook também fornece desempenho e fundamentais na definição das redes é a sua abertura e porosidade,
integração com o Internet Explorer. A integração completa de emails, possibilitando relacionamentos horizontais e não hierárquicos entre os
calendário e gerenciamento de contatos faz do Outlook o cliente perfeito participantes. "Redes não são, portanto, apenas uma outra forma de
para muitos usuários comerciais, estrutura, mas quase uma não estrutura, no sentido de que parte de sua
força está na habilidade de se fazer e desfazer rapidamente."
O Outlook ajuda você a encontrar e organizar informações para que
se possa trabalhar sem falhas com aplicativos do Office. Isto ajuda você a Muito embora um dos princípios da rede seja sua abertura e
se comunicar e compartilhar informações de maneira mais eficiente. porosidade, por ser uma ligação social, a conexão fundamental entre as
pessoas se dá através da identidade. "Os limites das redes não são limites
As Regras da Caixa de Entrada possibilitam que você filtre e organize
de separação, mas limites de identidade. (...) Não é um limite físico, mas
suas mensagens de email. Com o Outlook, você pode se integrar e
um limite de expectativas, de confiança e lealdade, o qual é
gerenciar mensagens de diversas contas de email, calendários pessoais e
permanentemente mantido e renegociado pela rede de comunicações."
de grupos, contatos e tarefas.
As redes sociais online podem operar em diferentes níveis, como, por
Ao usar o Outlook com o Exchange Server, é possível usar o
exemplo, redes de relacionamentos (facebook, orkut, myspace, twitter),
compartilhamento de informações de grupo de trabalho e comunicações
redes profissionais (LinkedIn), redes comunitárias (redes sociais em
de fluxo de trabalho, agendamento do grupo, pastas públicas, formulários
bairros ou cidades), redes políticas, dentre outras, e permitem analisar a
e conectividade aperfeiçoada com a Internet.
forma como as organizações desenvolvem a sua actividade, como os
O Outlook foi feito para ser usado com a Internet (SMTP, POP3 e indivíduos alcançam os seus objectivos ou medir o capital social – o valor
IMAP4), Exchange Server ou qualquer outro sistema de comunicações que os indivíduos obtêm da rede social.
com base nos padrões e que dêem suporte a MAPI (Messaging
As redes sociais tem adquirido importância crescente na sociedade
Application Programming Interface), incluindo correio de voz. O Outlook
moderna. São caracterizadas primariamente pela autogeração de seu
tem base em padrões da Internet e dá suporte aos padrões atuais mais
desenho, pela sua horizontalidade e sua descentralização.
importantes de email, notícias e diretórios, incluindo LDAP, MHTML,
NNTP, MIME e S/MIME, vCalendar, vCard, iCalendar e suporte total para Um ponto em comum dentre os diversos tipos de rede social é o
mensagens em HTML. compartilhamento de informações, conhecimentos, interesses e esforços
em busca de objetivos comuns. A intensificação da formação das redes
O Outlook também oferece as mesmas ferramentas de importação
sociais, nesse sentido, reflete um processo de fortalecimento da
oferecidas pelo Outlook Express. Isto facilita a migração a partir de outros
Sociedade Civil, em um contexto de maior participação democrática e
clientes de email e oferece uma migração posterior a partir do Microsoft
mobilização social.
Mail, do Microsoft Schedule+ 1.0, do Microsoft Schedule+ 7.0, do Lotus
Organizer, do NetManage ECCO, do Starfish SideKick, do Symantec ACT, Computação em nuvem
assim como a sincronização com os principais PDAs, como o 3Com Palm Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pilot.
Diferenças entre Microsoft Outlook e o Outlook Express
Para decidir entre qual programa atende melhor às suas
necessidades, entre o Outlook Express e o Outlook, os usuários e as
empresas devem basear sua decisão de uso nos seguintes critérios:
Outlook Express
Escolha o Outlook Express se:
 Você necessitar apenas das funcionalidades de email e de grupo de
notícias (para versões do Windows posteriores ao Microsoft Windows
95, versões do Windows anteriores ao Microsoft Windows 95,
plataformas Macintosh e UNIX).
 Você usar ou planejar usar o Office 98 para Macintosh e quiser se
beneficiar da integração do Outlook Express com esta versão do
conjunto do Office.
Outlook
Escolha o Outlook se:
Informática 161 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ferramentas de desenvolvimento web-based e serviços baseados
em mashup.
 SaaS - Software as a Service ou Software como Serviço
(em português): uso de um software em regime de utilização web
(p.ex.: Google Docs , MicrosoftSharePoint Online).
 CaaS - Communication as a Service ou Comunicação como Serviço
(em português): uso de uma solução de Comunicação Unificada
hospedada em Data Center do provedor ou fabricante (p.ex.: Microsoft
Lync).
 EaaS - Everything as a Service ou Tudo como Serviço
(em português): quando se utiliza tudo, infraestrurura, plataformas,
software, suporte, enfim, o que envolve T.I.C. (Tecnologia da
Informação e Comunicação) como um Serviço.
Serviços oferecidos
Os seguintes serviços atualmente são oferecidos por empresas:
 Servidor Cloud
 Hospedagem de Sites em Cloud
 Load Balancer em Cloud
 Email em Cloud
A nuvem (cloud) é o símbolo da Internet. Modelo de implantação
O conceito de computação em nuvem (em inglês, cloud computing) No modelo de implantação [4], dependemos das necessidades das
refere-se à utilização da memória e das capacidades de armazenamento e aplicações que serão implementadas. A restrição ou abertura de acesso
cálculo de computadores e servidorescompartilhados e interligados por depende do processo de negócios, do tipo de informação e do nível de
meio da Internet, seguindo o princípio da computação em grade. [1] visão desejado. Percebemos que certas organizações não desejam que
O armazenamento de dados é feito em serviços que poderão ser todos os usuários possam acessar e utilizar determinados recursos no seu
acessados de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, não havendo ambiente de computação em nuvem. Segue abaixo a divisão dos
necessidade de instalação de programas x ou de armazenar dados. O diferentes tipos de implantação:
acesso a programas, serviços e arquivos é remoto, através da Internet -
 Privado - As nuvens privadas são aquelas construídas
daí a alusão à nuvem.[2] O uso desse modelo (ambiente) é mais viável do
exclusivamente para um único usuário (uma empresa, por exemplo).
que o uso de unidades físicas.[3]
Diferentemente de um data centerprivado virtual, a infraestrutura
Num sistema operacional disponível na Internet, a partir de qualquer utilizada pertence ao usuário, e, portanto, ele possui total controle
computador e em qualquer lugar, pode-se ter acesso a informações, sobre como as aplicações são implementadas na nuvem. Uma nuvem
arquivos e programas num sistema único, independente de plataforma. O privada é, em geral, construída sobre um data center privado.
requisito mínimo é um computador compatível com os recursos disponíveis
na Internet. O PC torna-se apenas um chip ligado à Internet — a "grande
 Público - As nuvens públicas são aquelas que são executadas por
terceiros. As aplicações de diversos usuários ficam misturadas nos
nuvem" de computadores — sendo necessários somente os dispositivos
sistemas de armazenamento, o que pode parecer ineficiente a
de entrada (teclado, mouse) e saída (monitor).
princípio. Porém, se a implementação de uma nuvem pública
Corrida pela tecnologia considera questões fundamentais, como desempenho e segurança, a
Empresas como Amazon, Google, IBM e Microsoft foram as primeiras existência de outras aplicações sendo executadas na mesma nuvem
a iniciar uma grande ofensiva nessa "nuvem de informação" (information permanece transparente tanto para os prestadores de serviços como
cloud), que especialistas consideram uma "nova fronteira da era digital". para os usuários.
Aos poucos, essa tecnologia vai deixando de ser utilizada apenas em  Comunidade - A infraestrutura de nuvem é compartilhada por
laboratórios para ingressar nas empresas e, em breve, em computadores diversas organizações e suporta uma comunidade específica que
domésticos. partilha as preocupações (por exemplo, a missão, os requisitos de
O primeiro serviço na Internet a oferecer um ambiente operacional segurança, política e considerações sobre o cumprimento). Pode ser
para os usuários—antigamente, disponível no endereço www.webos.org— administrado por organizações ou por um terceiro e pode existir
foi criado por um estudante sueco, Fredrik Malmer, utilizando as localmente ou remotamente.
linguagens XHTML e Javascript. Atualmente, o termo AJAX é adotado  Híbrido - Nas nuvens híbridas temos uma composição dos modelos
para definir a utilização dessas duas linguagens na criação de serviços na de nuvens públicas e privadas. Elas permitem que uma nuvem privada
Internet. possa ter seus recursos ampliados a partir de uma reserva de
Em 1999, foi criada nos EUA a empresa WebOS Inc., que comprou os recursos em uma nuvem pública. Essa característica possui a
direitos do sistema de Fredrik e licenciou uma série de tecnologias vantagem de manter os níveis de serviço mesmo que haja flutuações
desenvolvidas nas universidades do Texas, Califórnia e Duke. O objetivo rápidas na necessidade dos recursos. A conexão entre as nuvens
inicial era criar um ambiente operacional completo, inclusive com API para pública e privada pode ser usada até mesmo em tarefas periódicas
o desenvolvimento de outros aplicativos. que são mais facilmente implementadas nas nuvens públicas, por
Tipologia exemplo. O termo computação em ondas é, em geral, utilizado quando
Atualmente, a computação em nuvem é dividida em seis tipos: se refere às nuvens híbridas.
 IaaS - Infrastructure as a Service ou Infra-estrutura como Serviço Vantagens
(em português): quando se utiliza uma porcentagem de um servidor, A maior vantagem da computação em nuvem é a possibilidade de
geralmente com configuração que se adeque à sua necessidade. utilizar softwares sem que estes estejam instalados no computador. Mas
 PaaS - Plataform as a Service ou Plataforma como Serviço há outras vantagens:[5]
(em português): utilizando-se apenas uma plataforma como um banco  na maioria das vezes o usuário não precisa se preocupar com
de dados, um web-service, etc. (p.ex.: Windows Azure). o sistema operacional e hardware que está usando em seu
 DaaS - Development as a Service ou Desenvolvimento como computador pessoal, podendo acessar seus dados na "nuvem
Serviço (em português): as ferramentas de desenvolvimento tomam computacional" independentemente disso;
forma no cloud computing como ferramentas compartilhadas,  as atualizações dos softwares são feitas de forma automática, sem
necessidade de intervenção do usuário;

Informática 162 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 o trabalho corporativo e o compartilhamento de arquivos se tornam Embora a novidade venha ganhando espaço, ainda é cedo para dizer
mais fáceis, uma vez que todas as informações se encontram no se dará certo ou não. Os arquivos são guardados na web e os programas
mesmo "lugar", ou seja, na "nuvem computacional"; colocados na nuvem computacional - e não nos computadores em si - são
 os softwares e os dados podem ser acessados em qualquer lugar, gratuitos e acessíveis de qualquer lugar. Mas a ideia de que 'tudo é de
bastando que haja acesso à Internet, não estando mais restritos ao todos e ninguém é de ninguém' nem sempre é algo bem visto.
ambiente local de computação, nem dependendo da sincronização de O fator mais crítico é a segurança, considerando que os dados ficam
mídias removíveis. “online” o tempo todo.
 o usuário tem um melhor controle de gastos ao usar aplicativos, pois a Sistemas atuais
maioria dos sistemas de computação em nuvem fornece aplicações Os sistemas operacionais para Internet mais utilizados são:
gratuitamente e, quando não gratuitas, são pagas somente pelo tempo  Google Chrome OS: Desenvolvido pela Google, virá com os
de utilização dos recursos. Não é necessário pagar por uma licença Chromebooks, que têm lançamento marcado para o dia 15 de junho
integral de uso de software; de 2011 nos EUA, Reino Unido, Espanha e em outros 4 países.
 diminui a necessidade de manutenção da infraestrutura física de redes Trabalha com uma interface diferente, semelhante ao do Google
locais cliente/servidor, bem como da instalação dos softwares nos Chrome, em que todas as aplicações ou arquivos são salvos na
computadores corporativos, pois esta fica a cargo do provedor do nuvem e sincronizados com sua conta do Google, sem necessidade
software em nuvem, bastando que os computadores clientes tenham de salvá-los no computador, já que o HD dos dois modelos
acesso à Internet; de Chromebooksanunciados contam com apenas 16gb de HD. [7]
 a infraestrutura necessária para uma solução de cloud computing é  Joli Os: desenvolvido por Tariq Krim, o ambiente de trabalho chamado
bem mais enxuta do que uma solução tradicional jolicloud usa tanto aplicativos em nuvem quanto aplicativos ofline,
de hosting ou collocation, consumindo menos energia, refrigeração e baseado no ubuntu notebook remix, ja tem suporte a varios
espaço físico e consequentemente contribuindo para preservação e navegadores como google chrome, safari, firefox, e esta sendo
uso racional dos recursos naturais. desenvolvido para funcionar no android.
Gerenciamento da segurança da informação na nuvem  YouOS: desenvolvido pela empresa WebShaka, cria um ambiente de
Sete princípios de segurança em uma rede em nuvem [6] : trabalho inspirado nos sistemas operacionais modernos e utiliza a
 Acesso privilegiado de usuários - A sensibilidade de informações linguagem Javascript para executar as operações. Ele possui um
confidenciais nas empresas obriga um controle de acesso dos recurso semelhante à hibernação no MS-Windows XP, em que o
usuários e informação bem específica de quem terá privilégio de usuário pode salvar a área de trabalho com a configuração corrente,
admistrador, para então esse administrador controle os acessos sair do sistema e recuperar a mesma configuração posteriormente.
Esse sistema também permite o compartilhamento de arquivos entre
 Compliance com regulamentação - As empresas são responsáveis os usuários. Além disso, possui uma API para o desenvolvimento de
pela segurança, integridade e a confidencialidade de seus próprios novos aplicativos, sendo que já existe uma lista de mais de 700
dados. Os fornecedores de cloud computing devem estar preparados programas disponíveis. Fechado pelos desenvolvedores em 30 de
para auditorias externas e certificações de segurança. julho de 2008;
 Localização dos dados - A empresa que usa cloud provavelmente  DesktopTwo: desenvolvido pela empresa Sapotek, tem como pré-
não sabe exatamente onde os dados estão armazenados, talvez nem requisito a presença do utilitário Flash Player para ser utilizado. O
o país onde as informações estão guardadas. O fornecedor deve estar sistema foi desenvolvido para prover todos os serviços necessários
disposto a se comprometer a armazenar e a processar dados em aos usuários, tornando a Internet o principal ambiente de trabalho.
jurisdições específicas, assumindo um compromisso em contrato de Utiliza a linguagem PHP como base para os aplicativos disponíveis e
obedecer os requerimentos de privacidade que o país de origem da também possui uma API, chamada Sapodesk, para o desenvolvimento
empresa pede. de novos aplicativos. Fechado pelos desenvolvedores;
 Segregação dos dados - Geralmente uma empresa divide um  G.ho.st: Esta sigla significa “Global Hosted Operating SysTem”
ambiente com dados de diversos clientes. Procure entender o que é (Sistema Operacional Disponível Globalmente), tem como diferencial
feito para a separação de dados, que tipo de criptografia é segura o em relação aos outros a possibilidade de integração com outros
suficiente para o funcionamento correto da aplicação. serviços como: Google Docs, Meebo, ThinkFree, entre outros, além de
 Recuperação dos dados - O fornecedor em cloud deve saber onde oferecer suporte a vários idiomas;
estão os dados da empresa e o que acontece para recuperação de  eyeOS: Este sistema está sendo desenvolvido por uma comunidade
dados em caso de catástrofe. Qualquer aplicação que não replica os denominada EyeOS Team e possui o código fonte aberto ao público.
dados e a infra-estrutra em diversas localidades está vulnerál a falha O objetivo dos desenvolvedores é criar um ambiente com maior
completa. Importante ter um plano de recuperação completa e um compatibilidade com os aplicativos atuais, MS-Office e OpenOffice.
tempo estimado para tal. Possui um abrangente conjunto de aplicativos, e o seu
 Apoio à investigação - A auditabilidade de atividades ilegais pode se desenvolvimento é feito principalmente com o uso da linguagem PHP.
tornar impossível em cloud computing uma vez que há uma variação  iCloud: Sistema lançado pela Apple em 2011, é capaz de armazenar
de servidores conforme o tempo ondes estão localizados os acessos e até 5 GB de fotos, músicas, documentos, livros e contatos
os dados dos usuários. Importante obter um compromisso contratual gratuitamente, com a possibilidade de adquirir mais espaço em disco
com a empresa fornecedora do serviço e uma evidência de sucesso (pago).
no passado para esse tipo de investigação.
 Ubuntu One: Ubuntu One é o nome da suíte que a Canonical
 Viabilidade em longo prazo - No mundo ideal, o seu fornecedor de (Mantenedora da distribuição Linux Ubuntu) usa para seus serviços
cloud computing jamais vai falir ou ser adquirido por uma empresa online. Atualmente com o Ubuntu One é possível fazer backups,
maior. A empresa precisa garantir que os seus dados estarão armazenamento, sincronização e compartilhamento de arquivos e
disponíveis caso o fornecedor de cloud computing deixe de existir ou vários outros serviços que a Canonical adiciona para oferecer mais
seja migrado para uma empresa maior. Importante haver um plano de opções e conforto para os usuários.
recuperação de dados e o formato para que possa ser utilizado em
uma aplicação substituta.  IBM Smart Business - Sistema da IBM que engloba un conjunto de
serviços e produtos integrados em nuvem voltados para a empresa. O
Dúvidas portfólio incorpora sofisticada tecnologia de automação e autosserviço
Arquitetura em nuvem é muito mais que apenas um conjunto (embora para tarefas tão diversas como desenvolvimento e teste de software,
massivo) de servidores interligados. Requer uma infraestrutura de gerenciamento de computadores e dispositivos, e colaboração. Inclui o
gerenciamento desse grande fluxo de dados que, incluindo funções para Servidor IBM CloudBurst server (US) com armazenamento,
aprovisionamento e compartilhamento de recursos computacionais, virtualização, redes integradas e sistemas de gerenciamento de
equilíbrio dinâmico do workload e monitoração do desempenho. serviço embutidos.

Informática 163 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
No Brasil Muito se tem propagado em divulgações que enaltecem as boas ca-
No Brasil, a tecnologia de computação em nuvem é muito recente, racterísticas de nuvem de computação por fornecedores de serviços que
mas está se tornando madura muito rapidamente. Empresas de médio, precisam sempre estar um passo à frente da concorrência. Muitas vezes,
pequeno e grande porte estão adotando a tecnologia gradativamente. O na verdade na maioria das vezes, não existe de fato esta nuvem de com-
serviço começou a ser oferecido comercialmente em 2008 e em 2012 está putadores. Para se ter uma nuvem de computadores os mesmos devem
ocorrendo uma grande adoção. prestar um serviço comum e trocar partes do problema entre sí e somar
seus resultados individuais para compor a solução do problema proposto.
A empresa Katri[8] foi a primeira a desenvolver a tecnologia no Brasil,
Temos em alguns fornecedores de serviços apenas uma grande quantida-
em 2002, batizando-a IUGU. Aplicada inicialmente no site de busca de
de de servidores trabalhando um para cada cliente. Isto não é uma nuvem
pessoas físicas e jurídicas Fonelista. Durante o período em que esteve no
de computadores mas apenas muitos deles em um datacenter que deve
ar, de 2002 a 2008, os usuários do site puderam comprovar a grande
sim ser monitorado e gerenciado.
diferença de velocidade nas pesquisas proporcionada pelo processamento
paralelo. Agora que temos de fato a verdadeira “nuvem de computação” pode-
mos tirar deste modelo de computação diversas vantagens. Aqui não é o
Em 2009, a tecnologia evoluiu muito,[carece de fontes?] e sistemas
objetivo falar de novo de “nuvem de computação” para tal já existem
funcionais desenvolvidos no início da década já passam de sua 3ª
diversos documentos e compêndios sobre o assunto. Mas se você já
geração, incorporando funcionalidades e utilizando de tecnologias como
achava atraente a cloud computing fique preparado para começar a discu-
"índices invertidos" (inverted index).
tir a sua próxima nuvem. O Cloud Storage ou “nuvem de armazenamen-
A empresa Indústria Virtual lançou em 2009 a versão 2.0 do sistema to”.
WebCenter[9] e está popularizando a utilização da computação em nuvem,
Em 6 de Abril de 2009 o “Storage Networking Industry Association” (
trazendo ferramentas que facilitam a utilização desses novos recursos,
SNIA – Ver o link: SNIA.ORG ) através do seu “technical Council TC”
tanto por empresas como por pessoas físicas.
anunciou a criação do “Cloud Storage Technical Work Group – TWG”.
No ambiente acadêmico o Laboratório de Redes e
Veja o link: Cloud Storage TWG
Gerência da UFSC foi um dos pioneiros a desenvolver pesquisas em
Computação em Nuvem publicando artigos sobre segurança, IDS O SNIA Cloud Storage TWG será a entidade técnica focal para a as-
(Intrusion Detection Systems) e SLA (Service Level Agreement) para sociação do SNIA em identificar, desenvolver e coordenar os padrões de
computação em nuvem. Além de implantar e gerenciar uma nuvem privada sistemas e suas respectivas interfaces para a nuvem de armazenamento.
e computação em nuvem verde. O primeiro objetivo inclui ter foco em produzir um conjunto coerente de
especificações e direcionar consistentemente os padrões de interface
Nuvens públicas
através de vários esforços relacionados ao cloud storage.
Existem pouco menos de 10 empresas ofertantes do serviço em
A nuvem de armazenamento é um hot topic dentro da comunidade de
nuvens públicas (que podem ser contratadas pela internet em estrutura
IT por causa do seu potencial em reduzir custos e diminuir a complexidade
não privativa e com preços e condições abertas no site) com servidores
ao mesmo tempo que permite uma escalabilidade sem precedentes para
dentro do brasil e com baixa latência. A maioria utiliza tecnologia baseada
recursos e serviços sendo acessados pela infraestrutura de interna de IT e
em Xen, KVM, VMWare, Microsoft Hypervisor:
também pela internet. Para que o mercado de nuvem de armazenamento
Referências possa entregar o valor prometido a indústria de TI tem de haver colabora-
1. Gartner Says Cloud Computing Will Be As Influential As E-business ção no âmbito da indústria de armazenamento e entre os provedores de
2. Cloud Computing - novo modelo de computação. Sisnema (22 de serviços para permitir a livre migração de dados entre Cloud Storage de
Janeiro de 2009). diferentes fornecedores, bem como ter uma expansão segura dos enterpri-
3. AT&T oferece cloud computing. Revista Info. se data centers.
4. Um estudo sobre os benefícios e os riscos de segurança na utilização de Cloud Um número significativo de vendors estão correndo em oferecer servi-
Computing. - Fabrício Rodrigues- Artigo publicado na UNISUAM ços de armazenamento em nuvem quer como uma oferta localizada de
5. O que é computação em nuvem?. armazenamento ou como parte de seus serviços de nuvem de computa-
6. Cloud Computing: Conheça os sete riscos de segurança em cloud ção. A confusão sobre as definições, posicionamento e as preocupações
computing. Computer World (11 de Julho de 2008). quanto a prestação de serviços estão diminuindo a aceitação da nuvem de
7. http://www.google.com/chromebook/ armazenamento. Os esforços do SNIA para estabelecer as definições de o
8. Nuvem Computacional completo. eiboo.com.br(5 de Novembro de 2009). que é nuvem de armazenamento e como ela se encaixa no paradigma da
9. Indústria Virtual. Webcenter 2.0. nuvem de computação irá ajudar a impulsionar sua aceitação.
CLOUD STORAGE As principais empresas e organizações de pesquisa empenhadas em
participar do Cloud Storage TWG incluem: ActiFio; Bycast, Inc.; Calsoft,
Por Rômulo Barretto Inc.; Cisco; O Grupo CloudStor no San Diego Supercomputer Center; EMC
Muito se tem falado de Cloud Computing. Em português do Brasil é Corporation; GoGrid; HCL Technologies; Hitachi Data Systems, HP, IBM;
um equívoco dizer “computação nas nuvens”. Isto nos remete a ter uma Intransa; Joyent; LSI Corporation; NetApp; Nirvanix; PATNI Computer
ideia errônea de capacidade de computação ou muito pior altura mesmo. A Systems Ltd.; QLogic Corporation; O Armazenamento Systems Research
designação adequada para nossa língua pátria, Português do Brasil, é Center, Jack Baskin School of Engineering, UC Santa Cruz; Sun Microsys-
“Nuvem de Computação”. Pois de fato o cloud computing é uma nuvem tems, Symantec, VMware e Xyratex.
com milhares de computadores processando pequenas partes e que juntos
temos uma grande capacidade computacional. De fato a melhor ideia
sobre o termo é ter uma visão de fragmentação da computação e que Certificado digital
então milhares de partes juntas formam uma grupo de maior poder.
Um certificado digital é um arquivo de computador que contém um
Para que se possa compreender corretamente o conceito de cloud conjunto de informações referentes a entidade para o qual o certificado foi
computing e como descrever este conceito corretamente na nossa língua emitido (seja uma empresa, pessoa física ou computador) mais a chave
português do Brasil faço duas comparações: pública referente à chave privada que se acredita ser de posse unicamente
Aqui faço uma primeira comparação com o mercado de capitais. da entidade especificada no certificado.
Quando falamos que o valor das ações estão “nas nuvens” queremos dizer
que os preços pagos pelas ações estão muito altos. Este não é o conceito Uso
apropriado para o cloud computing. Agora minha segunda comparação é Um certificado digital é usado para ligar uma entidade a uma chave
imaginar uma caverna que contém milhares de morcegos. pública. Para garantir digitalmente, no caso de uma Infraestrutura de
Todos os dias a colônia de morcegos deve sair da sua caverna e ir em Chaves Públicas (ICP), o certificado é assinado pela Autoridade
busca de alimentos. Como são milhares de morcegos eles formam uma Certificadora (AC) que o emitiu e no caso de um modelo de Teia de
“nuvem de morcegos” quando saem em revoada todos os dias. Este tipo Confiança (Web of trust) como o PGP, o certificado é assinado pela própria
de caverna existe de fato e pode ser encontrada pelo Google Maps. entidade e assinado por outros que dizem confiar naquela entidade. Em

Informática 164 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ambos os casos as assinaturas contidas em um certificado são • Versão - Contem a versão do certificado X.509, atualmente versão 3
atestamentos feitos por uma entidade que diz confiar nos dados contidos
naquele certificado. • Número serial - Todo certificado possui um, não é globalmente único,
mas único no âmbito de uma AC, ac LCRs usam o serial para apontar
A troca de chaves simétricas entre usuários para comunicação segura quais certificados se encontram revogados
tornou-se impraticável, a criptografia de chaves públicas provê um meio de
solucionar este problema. Resumindo, se Alice deseja que outros tenham • Tipo de algoritmo - Contem um identificador do algoritmo criptográfico
a capacidade de enviar-lhe mensagens secretas, tudo que ela precisa usado pela AC para assinar o certificado juntamente com o tipo de função
fazer é publicar a sua chave pública. Qualquer pessoa que possua a chave de hash criptográfica usada no certificado
pública de Alice poderá enviar-lhe informações secretas. Infelizmente, Davi
também pode publicar uma chave pública (para a qual Davi sabe a chave • Nome do titular - Nome da entidade para o qual o certificado foi
privada relacionada) alegando ser a chave pública de Alice e assim tendo emitido
a capacidade de decifrar as mensagens secretas destinadas a Alice mas
que foram cifradas pela chave pública de Davi. Mas se Alice possuir um
• Nome do emitente - Autoridade Certificadora que emitiu/assinou o
certificado
certificado digital com a sua chave pública e este certificado for assinado
digitalmente por João, qualquer pessoa que confie em João poderá sentir- • Período de validade - Mostra o período de validade do certificado no
se confortável em confiar no certificado de Alice. formato "Não antes" e "Não depois" (Ex. "Não antes de 05/03/2006 -
Em uma ICP, João será uma AC, a qual tem a confiança de todos os 14:35:02" "Não depois de 05/03/2007 - 14:03:20")
participantes daquela ICP. Em um modelo de Teia de confiança, João • Informações de chave pública da entidade
poderá ser qualquer usuário, e confiar ou não em um atestamento de um
usuário que diz que uma chave pública específica pertence a Alice, está a • Algoritmo de chave pública
cargo da pessoa que deseja enviar a mensagem para Alice.
• Chave pública
Em situações reais, Alice pode não conhecer a AC de Bob (talvez seus
certificados não tenham sido emitidos pela mesma AC), então o certificado • Assinatura da AC - A garantia que a AC provê sobre a veracidade
de Bob, também pode incluir a chave pública da sua AC assinada por uma das informações contidas neste certificado de acordo com as políticas da
AC de "maior nível" (Ex. a AC Raiz ICP-BRASIL que emitiu os certificados AC
da AC intermediária). Este processo leva a uma hierarquia de certificados,
e para relacionamentos de confiança ainda mais complexos. A maioria das • Identificador da chave do titular - É uma extensão do X.509 que
vezes ICP se refere ao software que administra os certificados. Em possui um identificador numérico para a chave pública contida neste
sistemas ICP X.509, a hierarquia de certificados é sempre baseada em certificado, especialmente útil para que programas de computador possam
uma árvore de cima a baixo, com o certificado raiz no topo, representando se referir a ela
a AC "principal" que não precisa ser assinado por um terceiro confiável
• Identificador da chave do emitente - A mesma ideia mencionada
(João). O certificado raiz é auto assinado.
anteriormente, só que se referindo a chave pública da AC que emitiu o
Um certificado pode ser revogado se for descoberto que a sua chave certificado
privada relacionada foi comprometida, ou se o seu relacionamento (entre
uma entidade e a sua chave pública) embutida no certificado estiver • Atributos ou extensões - A vasta maioria dos certificados X.509
incorreta ou foi mudada; isto poderá ocorrer, por exemplo, se uma pessoa possui campos chamados extensões (OID) que proveêm algumas
muda de nome ou CPF. Uma revogação não é comum, mas a informações extras, como cadastros adicionais do titular e do emitente,
possibilidade da ocorrência significa que quando um certificado é confiável, especificações de propósito do certificado e etc.
o usuário deverá sempre verificar a sua validade. Isto pode ser feito Criando um certificado digital
comparando o certificado com uma Lista de certificados revogados (LCR).
Seu objetivo é mostrar todos os certificados revogados ou cancelados no 1. A entidade que deseja emitir o certificado gera um par de chaves
âmbito daquela AC. Garantir que a lista está correta e atualizada é a parte criptográficas (uma chave pública e uma chave privada).
mais importante em uma ICP centralizada, o que às vezes não é feito 2. Em seguida a entidade gera um arquivo chamado Certificate Signing
corretamente. Para a LCR ser efetiva, precisa estar disponível o tempo Request (CSR) composto pela chave pública da entidade e mais algumas
todo para qualquer um que a precisar e ser atualizada frequentemente. A informações que a AC requer sobre a entidade e é assinado digitalmente
outra maneira de conferir a validade de um certificado, é fazer uma pela chave privada da própria entidade e envia o CSR cifrado pela chave
consulta a AC usando o Online Certificate Status Protocol (OCSP) para privada da AC.
saber o estado de um certificado específico.
3. Então é necessário o comparecimento físico de um indivíduo
Um certificado normalmente inclui: responsável por aquela identidade em uma Autoridade de Registro (AR)
• Informações refentes a entidade para o qual o certificado foi emitido (em alguns casos a AR vai até o cliente) para confirmação dos dados
(nome, email, CPF/CNPJ, PIS etc.) contidos no CSR e se necessário o acréscimo de mais algum dado do
responsável pelo certificado e emissão do certificado.
• A chave pública referente a chave privada de posse da entidade
4. Finalmente o CSR é "transformado" em um certificado digital
especificada no certificado
assinado pela AC e devolvido ao cliente.
• O período de validade 5. Então o browser/aplicativo de gerência de certificados combina o
• A localização do "centro de revogação" (uma URL para download da certificado + a chave privada criando o conceito de "Identidade digital",
LCR, ou local para uma consulta OCSP) normalmente salvando a chave privada em um cofre protegido por uma
frase senha que será necessária para o posterior acesso a chave privada.
• A(s) assinatura(s) da(s) AC/entidade(s) que afirma que a chave
Os browsers existentes hoje em dia como Internet
pública contida naquele certificado confere com as informações contidas
Explorer, Firefox e Opera, conhecidos como o sistema FIOPEX, FI de
no mesmo
FIrefox, OP de OPera, e Ex de Internet EXplorer fazem a parte do
O padrão mais comum para certificados digitais no âmbito de uma ICP é processo que depende do cliente (até o momento de enviar o CSR à AC)
o ITU-T X.509. O X.509 foi adaptado para a Internet pelo grupo da Internet automaticamente. O processo também pode ser feito manualmente
Engineering Task Force (IETF) PKIX. usando alguma biblioteca criptográfica como o OpenSSL por exemplo.
A anatomia de um certificado X.509
Um certificado padrão X.509 contém os seguintes campos:

Informática 165 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Aspectos legais é única e exclusivamente sua.
A Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 define as regras PGP só tem cabimento se o receptor também usar PGP. No Brasil, a
para a criação da ICP-Brasil e da DPC associada bem como a utilização adoção desse tipo de criptografia é incipiente, a não ser com usuários bem
de certificados digitais no Brasil, aspectos legais e aspectos necessários técnicos e centros de pesquisa.
para uma entidade se tornar uma AC Intermediária e assim emitir
certificados digitais para outras entidades garantindo autenticidade, Com as duas pessoas usando PGP, elas podem trocar e-mails criptogra-
integridade, não repúdio e validade jurídica de trâmites eletrônicos por fados com algoritmos seguros utilizados internacionalmente, sem possibili-
essas entidades realizados. dade que intrusos. Nem mesmo a polícia tem acesso. A não ser que você
A Lei 11.419 de 19 de dezembro de 2006 fundamenta os processos ceda sua senha da chave privada.
judiciais eletrônicos no Brasil. Nela, existe o artigo 20 do capítulo 4, que
altera o artigo 38 do Código de Processo Civil (Lei 5.869, de 11 de janeiro Como conseguir?
de 1973) de forma que a autenticação por certificados digitais também seja
legalmente válida. Os softwares de PGP de hoje são tão avançados que foram além do e-
mail. Eles protegem e criptografam computadores inteiros, discos rígidos e
Como a criptografia PGP funciona qualquer tipo de arquivo: fotos, músicas etc. Não é uma mágica de conve-
niência, mas é o preço a se pagar pela privacidade segura. No si-
O PGP pode, ainda, ser utilizado como um sistema à prova de falsifi-
tewww.pgp.com você encontra a mais popular ferramenta, que não é
cações de assinaturas digitais permitindo, desta forma, a comprovação de
gratuita, mas se garante bem.
que arquivos ou e-mails não foram modificados.
As últimas versões gratuitas do PGP são 2.6.3 (nos EUA) e 2.6.3i Quem usa Linux, tem à disposição ferramentas gratuitas e mais simples de
(versão internacional), a qual pode-se fazer download. Existem, entretanto, PGP. Usuários Windows também podem procurar por versões antigas do
muitas outras versões do PGP, em várias línguas diferentes, incluindo uma PGP (tão seguras quanto, só que com menos recursos) que eram gratui-
variante comercial sob a responsabilidade da empresa ViaCrypt. tas. Vale também procurar um histórico e os downloads no si-
tewww.openpgp.org onde você encontra um pouco da história.
PGP, do inglês Pretty Good Privacy (privacidade bastante boa), é
um programa de computador de encriptação e descriptografia de dados As versões gratuitas para Windows se encontravam no si-
(Criptografia de chave pública) que forne- te www.pgpi.org — onde há atualizações até o Windows XP. Já a versão
ce autenticação e privacidade criptográfica para comunicação de da- paga/comercial do PGP já tem compatibilidade total com o Vista.
dos.1 É frequentemente utilizado para assinatura, criptografia e descripto-
grafia de textos, e-mails, arquivos, diretórios e partições inteiras de disco A versão 7.0.3 para Windows 2000, por exemplo, é excelente e funciona
para incrementar a segurança de comunicações via e-mail. Foi desenvol- 100% até hoje. Vale o teste no XP também.
vido por Davi Phil Zimmermann Arimateia em 1991.
O PGP e produtos similares seguem o padrão OpenPGP (RFC 4880) Como funciona?
para criptografar e descriptografar dados.
O PGP exige que você digite uma senha, previamente criada quando
PGP é sistema de segurança avançado para correio eletrô- instala o programa e cria sua conta pessoal, toda vez em que for enviar um
nico e-mail. Se alguém usar seu computador e não tiver a senha, o e-mail é
enviado sem a assinatura de autenticação. E sem a assinatura do PGP, o
PAULO REBÊLO receptor já pode desconfiar de que você pode não ser exatamente você?
O PGP é um sistema de criptografia interessante para troca de docu-
mentos e mensagens. Bastante seguro, sua maior desvantagem é a Ao receber o e-mail, o PGP na casa do receptor pode automaticamente
inconveniência e falta de praticidade. É muito complicado implantar PGP conferir os dados de sua chave pública para ver se você é você mesmo,
em viagem, por exemplo, quando você quer olhar seus e-mails rapidamen- através de uma sincronia em tempo real com os servidores do PGP. Caso
te e responder os mais importantes. o e-mail não esteja assinado com sua chave, voltamos à estaca zero:
qualquer pessoa pode alterar o nome do remetente e se fazer passar pelo
Bill Gates, George Bush, Lula da Silva etc.
Criptografia não é palavrão, nem xingamento. Muitos relacionam crip-
tografia com FBI, CIA, Pentágono e outras instituições que lidam com A assinatura funciona, enfim, para comprovar a veracidade do envio da
informações ultraconfidenciais. Ou, simplesmente, acham que é coisa de mensagem, nada mais. O conteúdo do e-mail não é criptografado, apenas
nerd. a assinatura específica do programa o é. É um recurso de confirmação do
remetente. O conteúdo do e-mail, porém, continua bastante inseguro.
Há anos existem ferramentas extremamente eficientes para proteger seu Prato cheio para os abelhudos de plantão.
e-mail de fraudes e abelhudos, mas, infelizmente, a dificuldade técnica e o
trabalho de configuração termina por espantar muita gente. Ao mesmo Criptografando tudo
tempo, falta divulgação.
Para e-mails ainda mais importantes, sigilosos ou bem particulares, a
O destaque é o internacionalmente adotado PGP, usado em órgãos go- melhor opção é criptografar todo o conteúdo da mensagem. O PGP faz
vernamentais e instituições que lidam com informações confidenciais. O isso bem rápido. O e-mail é enviado em forma de código aleatório (cifrado)
funcionamento do PGP é simples. Há farta literatura sobre o assunto em e só quem pode ler é o receptor a quem você deu permissão. Os servido-
português. res vão verificar as chaves públicas e privadas dos dois para poder de-
sembaralhar o conteúdo.
O que é?
Se alguém pegar o e-mail pelo meio do caminho, só consegue ler o conte-
Para cada pessoa que usa PGP é criada uma "assinatura" única e exclusi- údo se souber a senha. E aí, para descobrir, só colocando o verdadeiro
va. São criadas duas chaves: uma pública e uma privada. Então você tem emissor sob tortura. Para assinar e criptografar e-mails em PGP é neces-
a opção de "assinar" com o PGP todas suas mensagens enviadas com sário que a mensagem esteja em texto puro. Traduzindo: nada de mensa-
sua chave pública. gens em HTML que mais parecem um website, com figurinhas, desenhos,
musiquinhas e coloridinhos.
A chave pública irá certificar o receptor que você é você mesmo, e não
outra pessoa utilizando um SMTP fantasma (servidor de envio). A chave
privada é a exigência para você criptografar sua mensagem, pois a senha

Informática 166 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Criptografia de chave pública decriptografia. As transformações exatas realizadas pelo algoritmo depen-
dem da chave pública ou privada que é fornecida como entrada.
• Texto cifrado: essa é a mensagem codificada produzida como saída.
Ela depende do texto claro e da chave. Para uma determinada mensagem,
duas chaves diferentes produzirão dois textos cifrados diferentes.
• Algoritmo de decriptografia: esse algoritmo aceita o texto cifrado e a
chave correspondente e produz o texto claro original.
As etapas essenciais são as seguintes:
• Cada usuário gera um par de chaves a ser usado para a criptografia e a
decriptografia das mensagens.
Passo 1: Alice envia sua chave pública para Bob
• Cada usuário coloca uma das duas chaves em um registro público ou
outro arquivo acessível.
Essa é a chave pública. A outra chave permanece privada, cada usuário
mantém um conjunto de chaves públicas obtidas de outros usuários.
• Se Bob deseja enviar uma mensagem confidencial para Alice, Bob
criptografa a mensagem usando a chave pública de Alice.
• Quando Alice recebe a mensagem, ela a decriptografa usando sua
chave privada. Nenhum outro destinatário pode decriptografar a mensa-
gem, pois somente Alice conhece a sua chave privada.
Com essa técnica, todos os participantes têm acesso às chaves públicas,
as chaves privadas são geradas localmente por cada participante e, por-
Passo 2: Bob cifra a mensagem com a chave pública de Alice e envia para tanto, nunca precisam ser distribuídas. Desde que a chave privada de um
Alice, que recebe e decifra o texto utilizando sua chave privada usuário permaneça protegida e secreta, a comunicação que chega está
protegida. A qualquer momento, um sistema pode alterar sua chave priva-
A criptografia de chave pública ou criptografia assimétrica é um da e publicar a chave pública correspondente para substituir sua antiga
método de criptografia que utiliza um par de chaves: uma chave pública e chave pública.1
uma chave privada. A chave pública é distribuída livremente para todos
os correspondentes via e-mail ou outras formas, enquanto a chave privada Ideia inicial de criptografia de chave pública
deve ser conhecida apenas pelo seu dono. Foi proposto um modelo de criptossistema chamado modelo de chave
Num algoritmo de criptografia assimétrica, uma mensagem cifrada com a pública (Diffie e Hellman, 1978) em que cada usuário possui um par de
chave pública pode somente ser decifrada pela sua chave privada chaves (S, P) sendo S a sua chave particular, secreta, e P a sua chave
correspondente. pública. As chaves S e P são relacionadas matematicamente de tal forma
que:
Os algoritmos de chave pública podem ser utilizados
para autenticidade e confidencialidade: • Se x denota um texto legível, e S() denota a aplicação da chave S,
transforma x em S(x) =y então P(y) =x onde P() denota a aplicação da
• Confidencialidade: A chave pública é usada para cifrar mensagens, com chave P, ou seja, S é a chave inversa da chave P onde, P(S(x)) =x;
isso apenas o dono da chave privada pode decifrá-la, evitando assim que
terceiros possam ler a mensagem. • O cálculo do par de chaves (S, P) é computacionalmente fácil.

• Autenticidade: A chave privada é usada para cifrar a mensagem, com • É computacionalmente difícil calcular S a partir do conhecimento de P.
isso garante-se que apenas o dono da chave poderia tê-la editado.
• Os cálculos de P() e S() são computacionalmente fáceis para quem
Sistemas de criptografia de chave pública conhece as chaves.
Os algoritmos assimétricos contam com uma chave para criptografia e • É computacionalmente difícil calcular S() sem conhecer a chave S.
uma chave diferente, porém relacionada, para decriptografia. Esses algo-
ritmos têm a seguinte característica importante: Estas possibilidades levam ao seguinte cenário:

• É computacionalmente inviável determinar a chave de decriptografia • Cada usuário calcula o seu par de chaves (S, P) no seu computador.
dado apenas o conhecimento do algoritmo de criptografia e da chave de • A chave S é guardada de forma segura no seu computador.
criptografia.
• A chave P é distribuída a todos de forma pública.2
• Além disso, alguns algoritmos, como o RSA, também exibem a seguinte
característica: Complexidade de Algoritmo
• Qualquer uma das duas chaves relacionadas pode ser usada para Seja no comprimento de entrada para um algoritmo A. Um algoritmo A é
criptografia, com a outra usada para a decriptografia. de tempo polinomial se a função f(n) do tempo de execução no pior caso
de A é tal que f(n) = O (n ) para um constante k.
Um esquema de criptografia de chave pública possui seis ingredientes:
Um algoritmo A é de tempo exponencial se não existe constante k tal que
• Texto claro: essa é a mensagem ou dados legíveis que são alimentados f(n) = O (n ).
no algoritmo como entrada.
Algoritmos de tempo polinomial são computacionalmente eficientes (ou
• Algoritmo de criptografia: o algoritmo de criptografia realiza várias viáveis ou fáceis), e os algoritmos de tempo exponencial são computacio-
transformações no texto claro. nalmente ineficientes (ou inviáveis ou difíceis). Diz-se que um problema é
computacional inviável ou difícil se não se conhece qualquer algoritmo de
• Chaves pública e privada: esse é um par de chaves que foi selecionado tempo polinomial para resolvê-lo.
de modo que, se uma for usada para criptografia, a outra será usada para

Informática 167 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Implementações Argumentos para utilizarmos certificados
Exemplos de algoritmos assimétricos populares e bem reputados incluem: Para entender os tipos de certificados e o que está por trás de toda esta
tecnologia PKI devemos, em primeiro lugar, abordar a questão do custo e
• Gnupg tipo dos certificados. Quando falamos em tipos de certificados na verdade
nos referimos a como chegaram até o cliente e como o cliente o usa
• PGP
fisicamente, e não o certificado em sí mesmo.
• RSA O certificado do modelo A1 consiste em um arquivo que contem duas
O PGP Support Package para smartphones BlackBerry usa a chave priva- chaves, uma pública e outra privada Já o modelo A3 é o conhecido “smart-
da PGPdo remetente para assinar digitalmente as mensagens de e-mail card”, que agora bancos como Itaú e Bradesco passaram a distribuir aos
enviadas e a chave privada PGP do destinatário para descriptografar as seus clientes. A utilização dos cartões A3 tem seu custo mais elevado em
mensagens de e-mail recebidas. razão do leitor que é necessário adquirir. Algumas empresas vendem o kit
Para garantir que a segurança não seja comprometida, você deve ter A3, como a Itautec, contendo o cartão, a mídia com o arquivo, o leitor de
certeza de que as informações da chave privada permaneçam privadas smartcard que é conectado na USB e uma visita técnica para instalação.
para o proprietário da chave. O dispositivo BlackBerry armazena a chave Como o A1 é apenas distribuído com uma mídia simples, pode-se encon-
privada PGP. trá-lo ao preço de R$ 150,00 no site do SERASA, CertSign e outros. O A3
também pode ser comprado nos mesmos lugares ao preço médio de R$
Utilizando Certificados Digitais 400,00. Mas neste caso a leitora não está incluída. Como em qualquer
negociação é possível procurar a “concorrência”, já que os certificados são
Marcelo Sincic vendidos por diversas empresas alem destas citadas.
Microsoft MCT-MCITP-MCPD-MCTS-MCDBA-MCSA
O segundo argumento para utilização dos certificados pessoais é que nós,
Introdução usuários, ainda não nos demos conta do real perigo oferecido pela certifi-
Atualmente todos estão preocupados com a segurança e autenticidade de cação como é utilizada atualmente. Para entendermos este risco veja a
documentos e relacionamentos eletrônicos, uma vez que muitos usuários Figura 1, lado esquerdo. Podemos notar que o modelo tradicional, apenas
utilizam a internet para enviar documentos, consultar processos e realizar o servidor da empresa possui a chave de autenticação (vide Nota 1),
transações financeiras, fiscais e, recentemente, legais. Cada vez mais portanto ele é quem diz ser. Fazemos isto por utilizar uma chave criptográ-
notamos que pedir o nome do usuário e uma senha não é a forma ideal de fica para montar um servidor SSL (https), que nada mais é do que ter
garantirmos a autenticidade, e intuições como bancos utilizam quatro ou certeza de que aquele servidor realmente pertence a sua empresa, por
cinco métodos de validações adicionais alem do clássico “user-pass”. isso é chamado de “Digital Signature” (Assinatura Digital). Mas quem
garante que “você” realmente é quem diz ser?
Neste ponto é que surgem as chaves criptográficas, armazenadas em
certificados digitais, que garantem a identidade de uma empresa, pessoa
física ou um site na internet. Para termos uma idéia da importância e
necessidade desta tecnologia, desde o ano passado algumas transações
no site da Receita Federal só podem ser feitas por quem tem um certifica-
do, bem como o FINEP para universitários que queiram financiamento,
sistemas de exportação baseados no SISCOMEX, e muitos outros.
O certificado é um arquivo de pouco mais de 1Kb que contem uma chave
criptográfica e dados de seu proprietário. No caso do programa ICP-Brasil,
os dados gravados são Nome, CPF, RG, etc.
O programa ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Publicas, sigla em portu-
Figura 1 – Utilizações padrão de certificados
guês para a tecnologia PKI, ou, Public Key Infrastructure) juntamente com
seus agregados de identificação, o e-CPF e o e-CNPJ, que respectivamen- Nota 1 – Chaves Públicas e Privadas
te identificam uma pessoa física e uma jurídica. Uma observação importan- A chave pública (Public Key) é aquela que apenas o emissor possui,
te: a tecnologia real se chama PKI, o ICP-Brasil é uma série de medidas enquanto a chave privada (Private Key) é trocada com todos os que aces-
legais, técnicas e normas que possibilitaram o surgimento de versões sam o site. Esse modelo é chamado de assimétrico, já que a utilização da
virtuais de nossos CPFs e CNPJs. chave pública para criptografar o faz com o algoritmo que apenas a priva-
da consegue abrir, e vice-versa. Ou seja, com a chave publica lemos o que
Por exemplo, para ter um e-CPF ou um e-CNPJ é necessário comparecer
foi criptografado com a chave privada, mas não conseguimos alterar, uma
a um posto do SERASA com seus documentos, alem do pagamento e do
vez que apenas a privada consegue abrir o que a pública criptografou,
pedido já efetuado na internet, para verificar os dados e deixar sua assina-
garantindo que o dono do certificado é ele mesmo, pois uma chave “falsifi-
tura devidamente registrada. Só após a conferência dos documentos que
cada” não conseguiria abrir a assinatura digital no documento ou no site.
enviam o documento eletrônico.
Na figura 1 do lado direito notamos que com o certificado do usuário a
A utilização deste método de autenticação e segurança ainda é baixa, em
recíproca passa a ser verdadeira, tanto o usuário quando o servidor são
primeiro lugar porque o custo é relativamente alto para o usuário final, que
confiáveis e autênticos.
pode variar entre o modelo A1 que custa em torno de R$ 100,00 e che-
gando ao kit do modelo A3 em R$ 700,00. Outro problema é que os usuá- Anteriormente a única garantia que um banco ou uma empresa tem em
rios em geral ainda não se deram conta do risco que existe no uso da relação à quem está logando em uma página privada ocorre através de
internet sem o certificado nas duas pontas e as empresas ainda podem se identificadores, como por exemplo um número de agência e conta, para os
esquivar de responsabilidades por utilizar múltiplos métodos de segurança. sites de banco, ou então um endereço de email para demais sites.
Neste artigo veremos agora como se pode utilizar certificados digitais, Esses métodos eram facilmente burlados, por exemplo, alguém utilizando
sejam os emitidos pelo ICP-Brasil ou utilizando o modelo PKI já disponível um trojan descobria o que você digitou e poderia utilizar esses dados para
no Windows Server desde a versão 2000. Também abordaremos como acessa a sua conta. Então começaram nos bancos os irritantes métodos
emitir certificados para nossos usuários sem que eles tenham o custo de físicos, cartão com códigos, letras que mudam de posição, teclado que se
comprar um. movimenta na tela, número de confirmação grafado no cartão e outros que
muitas vezes nos fazem desistir da transação.
É importante notar que neste artigo estaremos focando o Windows 2008,
mas em meu site você poderá ler também o artigo baseado no Windows
2003, com as mesmas funcionalidades abordadas.

Informática 168 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Como funciona a estrutura PKI Figura 3 - Internet Explorer 8
Então agora que já entendemos que certificados digitais só nos ajudam, CRL (Certificate Revogation List) é um servidor mantido pela CA ou subor-
como funciona a tecnologia PKI? dinada e que mantém uma lista dos certificados que foram revogados ou
cancelados. Esta lista nos protege contra o mau uso ou desvio do certifi-
A Figura 2 demonstra como ele funciona e suas vantagens em uma aplica- cado para outros fins. A Verisign a alguns anos atrás teve que noticiar que
ção corporativa, onde apenas quem possui um certificado emitido pela havia emitido dois certificados para a Microsoft quando na verdade os
empresa consegue o acesso. Este processo é chamado de “não repúdio”. solicitantes utilizaram documentos falsos. A solução neste caso é revogar
Claro que aqui estamos apenas alistando um exemplo de aplicação, sendo os certificados e publicá-lo na CRL.
que os certificados são emitidos pela própria empresa e não utilizando o Certificado Digital, por fim, é um arquivo que contem as chaves pública e
modelo e-CPF/e-CNPJ que são emitidos pelo SERPRO, SERASA ou outra privada. A chave privada só é conhecida do proprietário e da CA que a
credenciada. emitiu. A chave pública é conhecida por todos os que se comunicam com o
proprietário da chave. O modelo de criptografia utilizado é assimétrico, o
proprietário utiliza a chave privada para criptografar suas mensagens e a
chave pública contém o algoritmo para descriptografar. O inverso na
comunicação ocorre quando o destinatário envia para o proprietário utili-
zando a chave pública para criptografar, garantindo que apenas o proprie-
tário conseguirá descriptografar, uma vez que ele é o único que tem a
chave inversa, neste caso a privada. O certificado contém um importante
dado dentro dele chamado de “subject”, onde consta os dados de quem é
o proprietário da chave e outros dados que a certificadora queira incluir
como mostra a figura 4.

Figura 2 – Modelo básico com acesso utilizando certificados


Detalhando melhor os principais componentes PKI, podemos destacar 4
serviços principais:
CA (Autorizada de Certificação) que emite os certificados. As certificadoras
são bem conhecidas empresas que mantém um banco de dados com os
certificados emitidos, bem como o CRL atualizado. Nem sempre se utiliza
a CA para emissão de certificados e sim um subordinado.
Subordinate CA (Autoridade de Certificação Subordinada) que também
emite os certificados, mas utilizando uma “corrente” ligada a CA raiz. Este
modelo é utilizado pela maior parte das certificadoras conhecidas, como a
VeriSign, CertSign e outras. No Brasil, como exemplo, o SERASA emite
certificados SSL que são subordinados a GlobalSign. O motivo é muito
simples, as “certificadoras confiáveis” já estão pré-configuradas nos siste-
mas operacionais, como pode ser visto na figura 3. Esta lista é uma parte
na encontrada no Internet Explorer ao entrar em “Opções-Conteudo-
Certificados” e o SERASA não consta na lista, obviamente porque é uma
empresa que não é conhecida fora do Brasil para ser incluída, por isso
utilizar um secundário de outra já cadastrada.
Figura 4 - Subject do certificado
Parte 1: Configurando um servidor para utilizar certificados do cliente
na autenticação
Agora que já temos um bom panorama do porque os certificados são
importantes e como sua infraestrutura foi planejada vamos configurar o IIS
para utilizar os certificados. Utilizaremos uma certificadora baseada no
Windows 2008 para a emissão, já que para podermos fazer o processo de
autenticação por certificados precisamos que o servidor IIS esteja com
SSL habilitado. O meu servidor já está certificado e abordaremos como
este processo foi feito adiante. Utilizarei neste exemplo um certificado
próprio emitido pelo Windows 2008, mas o processo é o mesmo para o e-
CPF/e-CNPF, apenas ao invés de utilizar um servidor próprio utilizaria um
do ICP Brasil.
Talvez você se pergunte porque utilizar uma certificadora própria se o ICP-
Brasil já existe para isso, mas lembre-se de que no inicio do artigo foi
comentado que os certificados e-CPF/e-CNPJ são pagos, e com preços
bastante elevados por sinal.
Nota
Lembre-se que Autoridade Certificadora (CA) é quem emite o certificado,
arquiva e mantêm a lista de revogação (CRL). Se o CA é interna ou da

Informática 169 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
internet como as mais conhecidas e do ICP-Brasil não faz diferença no uso O próximo passo é ler os dados do certificado para validar o usuário, e isto
de PKI e certificados digitais. é mostrado na Figura 8, onde está listado o conteúdo do “subject” com os
dados utilizados quando comprei o certificado. Para extrair estes dados foi
Outra questão é como fazer o mesmo processo em servidores, como o utilizado o código da Listagem 1, que é extremamente simples.
Apache, por exemplo. Qualquer servidor web permite o uso de certificados
para SSL, mas obviamente não é tão simples quanto no IIS. Quanto a
emissão de certificados, tocamos no calcanhar de aquiles, já que emissão
de certificados no Linux é bem mais complexo do que no Windows Server,
mas também pode ser feito. Contudo, não vamos abordar esse tema
nesse artigo.
Voltando ao IIS, veja na Figura 5 que para utilizar a opção “Require client
certificate” é necessário também ter o servidor certificado. Caso não pos-
sua o seu servidor com SSL poderá utilizar a opção “Accept client certifica-
te” que não exige, apenas permite o uso de certificados pelo cliente, não Figura 8 - Acesso permitido e os dados do certificado exibidos
garantindo assim um bom método de autenticação. HTML
<HTML>
<BODY>
<H1>Bem-vindo </H1>
<%=Request.ClientCertificate.Subject%>
</BODY>
</HTML>
Listagem 1. Código ASP para ler os dados do certificado
Vale lembrar que neste certificado o subject é o email do cliente, mas isto
é configurável, portanto o subject de um e-CPF será o numero do docu-
Figura 5 - Habilitando o uso de certificados no IIS mento.
A Figura 6 demonstra o que acontece ao tentar acessar um servidor certifi- Parte 2: Emitindo e certificando o IIS
cado e com obrigatoriedade de certificado pelo cliente. O erro “403.7”
obviamente pode ser redirecionado para uma página de erro customizada A grande sacada é que o Windows Server desde a versão 2000 já possu-
que informe ao usuário que ele precisa comprar um certificado e a lista de em certificadoras !!!!
onde isto pode ser feito, por exemplo. Portanto, esqueça o custo e a dificuldade, você mesmo pode criar a certifi-
Nota cadora, certificar o seu site e seus usuários, precisando para isso ter
Não tente tratar este erro por try-catch pois a aceitação e leitura do certifi- apenas um servidor e o CD de instalação na mão.
cado é feita diretamente pelo IIS, e neste caso a aplicação nem é iniciali- Para instalar o serviço de certificação no seu Windows 2008 utilize o
zada. método normal de instalação de componentes: Server Manager -> Roles -
> Add Roles...
Escolha na lista a opção “Certificate Authority”. Na tela de configuração do
componente selecione “Standalone Certification Authoriry” e informe os
dados de sua empresa, mas note que existe a opção para validade dos
certificados. Se escolher a validade muito baixa seus usuários estarão
Figura 6 - Acesso proibido por falta de um certificado sempre tendo que renová-lo. Por outro lado, certificados com tempo muito
longo podem ter problemas de “vazamento” por parte do usuário. Utilize
Após instalar o certificado para o meu usuário, Figura 7, uma lista dos um período como 1 ou 2 anos que é o padrão utilizado hoje nos certifica-
certificados que eu possuo na maquina é mostrada, permitindo que eu dos comerciais.
escolha qual utilizar. Esta lista só aparece caso o usuário solicite ou se
existirem múltiplos certificados. Após a instalação o papel de certificados aparece na console, conforme a
Figura 9.

Figura 7 - Certificado sendo solicitado ao usuário


Parte 1.1: Utilizando os dados do certificado

Informática 170 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Figura 9 - Roles CA instalada

Para certificar o IIS utilizando os seus próprios certificados o processo é o


mesmo que utilizar um certificador comercial. Abra o gerenciador do IIS,
abra propriedades do seu site no painel de ações (Figura 10), clique em
“Create Certificate Request”.

Figura 12 - Arquivo gerado com os dados


O conteúdo deste arquivo será a sua chave privada, como mostra a Lista-
gem 2.
-----BEGIN NEW CERTIFICATE REQUEST-----
MIIDUDCCArkCAQAwdTELMAk-
GA1UEBhMCQlIxCzAJBgNVBAgTAlNQMRIwEAYDVQQH
EwlHdWFydW-
xob3MxEDAOBgNVBAoTB0V4ZW1wbG8xEDAOBgNVBAsTB0V4ZW1wb
G8x
ITAfBgNVBAMeGABtAHMAaQBuAGMAaQB-
jAF8AdwAyAGsAMzCBnzANBgkqhkiG9w0B
AQEFAAOBjQAwgYkCgYEAw-
cRAXg3lIfpu9NbN0vpgPw9eR1P3scccq79fwO2Xkc/X
rpZmxPzdsLnN0jwFfLLe7GotTnBotlLrsgipCevCs6wEM8gY0EJmdqxYqLuk
783J
IXRo-
TuB5RbvdMUtBj/6wAVOaVAUJTeAvK9OMdqNzS9iCRr25XWpECjbWXor
Figura 10 - Configurando a segurança 8IoUC
Preencha agora os dados do seu site, conforme mostra a Figura 11 AwEAAaCCAZkwGgYKKwYB-
Importante BAGCNw0CAzEMFgo1LjIuMzc5MC4yMHsGCisGAQQBgjcC
Na opção “Common Name” coloque o nome do seu domínio na internet, AQ4xbTBrMA4GA1UdDwEB/wQEAwIE8DBEBgkqhkiG9w0BCQ8ENzA1M
*.seudominio.com.br, pois se fizer diferente disto no momento em que seu A4GCCqGSIb3
site for aberto ocorrerá um erro informando que o certificado não pertence
ao seu site. DQMCAgIAg-
DAOBggqhkiG9w0DBAICAIAwBwYFKw4DAgcwCgYIKoZIhvcNAwcwEwY
D
VR0lBAwwCgYIKwYBBQUHAwEwgf0GCisGAQQBgjcNAgIxge4wgesCAQ
EeWgBNAGkA
Yw-
ByAG8AcwBvAGYAdAAgAFIAUwBBACAAUwBDAGgAYQBuAG4AZQBsA
CAAQwByAHkA
cAB0AG8AZwByAGEAcABoAGkAYwAgAFAAcgBvAHYAaQBkAGUAcgOB
iQAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA-
Figura 11 - Resumo dos dados do certificado MA0GCSqGSIb3DQEBBQUA
Após completar os dados será gerado um arquivo texto com o conteúdo A4GBAG3b+qC3ta8nYl6tD2Ens4El/qsvlMvn5QaI88w4zhSXmK4gnj3coIzA
criptografado do que você informou, conforme a Figura 12. bUl8
MC0s4C/H9x1fJYhOfnore8FyUkTTv8SlobP7k3Y+eHI994OqUbeZuxTFme
1j0O0A
EiCOmyFyuz9kUSCU/4lQ5I8ZhWbcW9ZSkyYWDiCjcpF+Gw/y

Informática 171 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
-----END NEW CERTIFICATE REQUEST----
Listagem 2. Arquivo certreq.txt
Por mais incrível que pareça neste emaranhado de letras e números estão
gravados os dados que foram informados no IIS na tela de configuração.
O próximo passo é utilizar a página da certificadora para emitir o certifica-
do para servidor. Utilize a urlhttp://localhost/certsrv para acessar a certifi-
Figura 17 - Liberando os certificados na ferramenta de administração
cadora como na Figura 13.
da certificadora
Agora volte na página onde o certificado foi solicitado e escolha a opção
“View status of pending request”. Seu certificado já está aguardando para
ser copiado, como mostra a Figura 13. Basta clicar e salvá-lo em um local
apropriado.

Figura 13 - Certificadora Windows 2008 baseada em web Figura 18 - Recebendo o certificado após a liberação

Escolha a opção “Request a certificate” -> “Advanced certificate request” -> Nota
“Submit a certificate request by using a base-64-encoded …”. Na caixa de O certificado que você acabou de baixar (arquivo cer) não contem a chave
texto cole o conteúdo do arquivo texto ou então use o link para encontrar o privada, apenas a chave pública. A chave privada são os dados que gera-
arquivo certreq. No final receberá uma tela de confirmação de pedido ram o arquivo texto PKCS no IIS e precisa agora ser complementado pela
encaminhado e avisa que é necessário o administrador liberar o seu chave pública gerada e guardada no arquivo cer.
certificado. Estes passos estão nas Figuras 14, 15 e 16. ATENÇÃO: Não adianta ter uma cópia do arquivo cer e tentar utilizá-lo
novamente. Veremos a frente como fazer backup do certificado completo
(chaves públicas+privada).
Com o arquivo do certificado em mãos, vamos terminar o processo no IIS.
Volte no seu web site e utilizando o painel de ações do lado direito, Figura
19, escolha a opção “Complete Certificate Request”. Lembre-se conforme
a note acima que é neste momento que se fará a ligação entre a chave
privada do IIS com a chave pública enviada pelo CA.
Figura 14 - Escolha do tipo de certificado

Figura 15 - Opção por formulário ou envio de arquivo PKCS

Figura 19 – Completar o processo de instalação do certificado emitido


para o servidor IIS
O próximo passo consiste em configurar o site para utilizar certificados.
Para isso siga ao site como na Figura 20 e clique em “SSL Settings”.

Figura 16 - Formulario para pedido de certificado com PKCS


Esta liberação é feita na ferramenta “Active Directory Certificate Authority”
nas ferramentas administrativas do certificador. Ao abrir vá à árvore “Pen-
ding Requests” e o certificado estará listado, bastando clicar com o botão
direito e escolher Issue (Aprovar) ou Reject (Rejeitar).
Feito a aprovação o certificado está disponível como na Figura 17, onde
estão listados os certificados emitidos. Para revogar um certificado você
poderá clicar em qualquer um destes e escolher Revoke (Revogar), que
ele irá passar a constar na lista CRL vista anteriormente.

Informática 172 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Vá à ferramenta “Active Directory Certificate Authority” como descrito
anteriormente e libere o certificado. Instrua o usuário a retornar ao site da
certificadora e escolher a segunda opção para receber o certificado como
mostra a Figura 18. Ao clicar em “Install Certificate” o certificado é automa-
ticamente instalado na máquina do usuário, diferente do processo quando
para o servidor que o certificado é apenas copiado.
Após este processo o usuário já possui os certificados instalado na máqui-
nas, como pode ser visto na tela do próprio IE (Tools -> Content -> Certifi-
cates) como na Figura 23 e 24.

Figura 20 - Tela de configuração do Site


Na Figura 21 podemos adicionar a porta que será utilizada para o SSL, a
porta padrão é 443, e na Figura 22 podemos escolher o certificado que irá
ser usado na criptografia dos dados.

Figura 21 - Opções de binding do certificado ao site

Figura 23 - Opções do IE

Figura 22 - Associando o certificado instalado à porta correspondente do


Site
Nota
Uma interessante alteração no IIS 7 é que agora podemos ter para um
mesmo site vários certificados diferentes, um para cada porta SSL, o que
permite por exemplo, o site certificar na porta X o usuário utilizando o
certificado do ICP-Brasil e na porta Y um certificado com nossa própria CA.
Isso não era possível no IIS até a versão 6, cada site utiliza um único
certificado de CA.
Parte 3: Emitindo e certificando o usuário
Figura 24 - Certificado do usuário instalado
Terminada a certificação do servidor precisamos certificar os usuários.
Como a configuração do servidor exige certificados para acesso ao site o Concluído este processo o usuário já irá conseguir acessar o seu site de
processo de certificação do usuário se tornou imprescindível e não apenas forma autenticada e será possível suas páginas com o código apresentado
recomendado como anteriormente. anteriormente identificar o usuário e ler os dados que foram preenchidos
no formulário da certificadora, que pode ser acessada localmente ou
Para emissão instrua o usuário a acessar a certificadora pelo mesmo link
mesmo pela internet se o seu servidor estiver publicado.
utilizado para emitir o certificado do IIS, descrito na Figura 13. Processa
com a opção de solicitação e no tipo de certificado escolha novamente Dicas
“Advanced certificate request” e na tela seguinte a opção para submit de
formulário, onde o usuário irá preencher os dados e receberá a informação Dica 1: Lembre-se de fazer backup do “System State” periodicamente. No
para aguardar a liberação. Windows 2008 tambem é possível fazer backup clicando na ferramenta
“Active Directory Certificate Autority”com o botão direito e escolher Backup.
Isso é importante porque perder a certificadora causa a perda também da

Informática 173 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CRL (Certificate Revogation List) que irá impedir que mesmo os certifica-
dos JÁ EMITIDOS sejam utilizados.
Dica 2: Este ponto e o abaixo tem a ver com o mesmo problema. Se a sua
certificadora for interna irá aparecer na tela o aviso de que o computador
do usuário não confia no seu certificador, por este não ser um daqueles
autorizados internacionalmente comentados no inicio.
Neste caso você pode importar o “Chain” que é o certificado da autoridade
certificadora. Para isso acesse a página web da CA e escolha a opção
“Download a CA certificate” conforme a Figura 25.

Figura 27 - Alterando o caminho do CRL


Dica 4: Quando o usuário não terá acesso ao formulário pelo site e quem
irá emitir será o administrador, como fazer para instalar no usuário?
Neste caso você poderá fazer todo o processo de uma maquina na sua
rede interna. A sequencia é a mesma da citada na parte 3. Ao ter o certifi-
cado emitido na maquina interna, basta você exportar o certificado utili-
zando o padrão PKCS. Veja na Figura 23 e 24 e entre nas opções do IE,
escolha o certificado e utilize o botão “Export”.
Ao clicar no Export será executa o “Certificate Export Wizard”, onde você
deverá exportar a chave privada junto com o certificado, como mostra a
Figura 25 - Download do certificado do CA Figura 28 abaixo.

Agora envei este certificado ao cliente, lembrando que não há perigo já


que no arquivo CER não existe a chave privada. Clique no arquivo CER do
certificado e escolha a opção “Import”. Ao fazer isso abrirá o wizard de
importação e você irá colocar o certificado no repositório de certificadoras
confiáveis, como a Figura 26 abaixo demonstra.

Figura 28 - Exportando certificados


Note na Figura 29 que as opções “Include all...” e “Export extend...” devem
estar checados para que funcione o certificado, mas cuidado para não
escolher a opção que deleta a chave privada, senão o certificado da má-
quina interna estará inválido após o processo de exportação.

Figura 26 - Registrando a CA no computador cliente


Dica 3: Se o seu site está na internet e você precisa acabar com o erro
comum “Certificate revogation List not accessible” altere o caminho do
arquivos CRL que os certificados utilizam.
Isso é simples de ser feito, mas é importantíssimo. Clique na ferramenta
de configuração do certificador e peça propriedades. Note na Figura 27
que é possível alterar o local onde a CRL será distribuída.
Alterando este valor procure os arquivos de extensão CRM no diretório
“Windows\System32\CertSrv\CertEnroll” do servidor e copie estes para o
seu servidor web.

Informática 174 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Figura 29 - Opções de exportação do certificado


Para finalizar defina uma senha para o arquivo PFX que será gerado. Esta
senha será importante para o usuário instalar em sua máquina o certifica-
do.
Por fim, observe na Figura 30 o processo do usuário destino. Basta que
ele dê duplo clique sobre o certificado e na tela do wizard de importação Figura 31 - Propriedades do certificado (Thumbprint)
utilizar o ultimo dos três checkbox habilitados. Conclusões
Neste artigo abordamos o que são os certificados digitais, como funcio-
nam, a estrutura que existe para funcionamento e sua utilização no servi-
dor web. Vale a pena lembrar novamente que o e-CPF/e-CNPJ são certifi-
cados e que o ICP-Brasil nada mais é do que uma certificadora, portanto
todos os exemplos aqui são válidos. Inclusive o modo como administramos
a solicitação, a liberação e a instalação dos certificados é a mesma utiliza-
da pelas certificadoras comercias, apenas com interfaces mais elaboradas.
A utilização dos certificados digitais é simples mas poderosa permitindo
autenticação segura do usuário.
Vemos que a segurança ganha com o processo é muito maior que o custo
envolvido, principalmente quando lembramos que uma fraude utilizando o
nome de outra pessoa é responsabilidade do site e não do cliente que foi
fraudado segundo o Código do Consumidor.

INFORMÁTICA
Figura 30 - Importando o certificado no cliente
Professor: Alisson Cleiton
Nota http://www.alissoncleiton.com.br/arquivos_material/a8c722f9fb121ded
24c5df0bc9cac04d.pdf
Caso no wizard de importação você escolha a opção “Enable strong pro- 1. Os títulos das colunas, na primeira linha de uma planilha eletrônica
tection” o usuário irá ter que digitar uma senha, um PIN, todas as vezes Excel 2003, para serem congelados na tela deve-se selecionar
em que o certificado for utilizado. (A) a primeira célula da primeira linha, apenas.
A opção “Mark key as exportable” não é aconselhável, já que isso permiti- (B) a primeira célula da segunda linha, apenas.
ria que o usuário externo exporte o certificado e instale em outras máqui- (C) a primeira célula da primeira linha ou a primeira linha.
nas. (D) a primeira célula da segunda linha ou a segunda linha.
(E) somente as células com conteúdos de título, apenas.
Dica 5: Caso queira me certificar que realmente tenha sido o usuário que
acessou e assinou digitalmente um documento, o que devo guardar? 2. A formatação de um parágrafo que deve terminar avançando até 1 cm
Neste caso você pode acessar as propriedades do certificado e ler o dentro da margem direita de um documento Word 2003 exige a especifica-
Thumbprint que é um identificador único de um certificado, como mostra a ção
Figura 31 abaixo. (A) do Deslocamento em -1 cm (menos 1) a partir da margem direita.
(B) do Deslocamento em +1 cm (mais 1) a partir da margem direita.
(C) do Deslocamento em +1 cm (mais 1) a partir da margem esquerda.
(D) da medida +1 cm (mais 1) no recuo Direito.
(E) da medida -1 cm (menos 1) no recuo Direito.

3. Os cartões de memória, pendrives, memórias de câmeras e de smart-


phones, em geral, utilizam para armazenar dados uma memória do tipo
(A) FLASH.
(B) RAM.
(C) ROM.
(D) SRAM.

Informática 175 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) STICK.

4. Contêm apenas dispositivos de conexão com a Internet que não possu-


em mecanismos físicos de proteção, deixando vulnerável o computador
que possui a conexão, caso o compartilhamento esteja habilitado:
(A) hub, roteador e switch.
(B) hub, roteador e cabo cross-over.
(C) hub, switch e cabo cross-over.
(D) roteador, switch e cabo cross-over.
(E) roteador e switch.

5. Um programa completamente gratuito que permite visualizar e interagir


com o desktop de um computador em qualquer parte do mundo denomina- O conteúdo da célula C1 foi obtido pela fórmula =A$1*$B$1 apresentando,
se inicialmente, o resultado 10. Caso todas as células, com exceção da C1,
(A) MSN. tenham seu conteúdo multiplicado por 8, o resultado da ação de arrastar a
(B) VNC. célula C1 pela alça de preenchimento para as células C2 e C3 será
(C) BROWSER. (A) valor de C2 maior que C1 e valor de C3 maior que C2.
(D) BOOT. (B) valor de C2 menor que C1 e valor de C3 menor que C2.
(E) CHAT. (C) valores e fórmulas em C2 e C3 idênticos aos de C1.
(D) valores iguais, porém fórmulas diferentes nas células C1, C2 e C3.
6. Durante a elaboração de um documento no editor de textos MS-Word, (E) valor de C2 igual ao de C1 porém menor que o de C3.
um Agente deparou-se com a necessidade de criar uma tabela que ocupa-
va mais de uma página, onde algumas células (intersecções de linhas e 10. No Windows XP (edição doméstica), o uso da Lente de aumento da
colunas) continham valores. Entretanto, esses valores deveriam ser totali- Microsoft é objeto de
zados na vertical (por coluna), porém, no sentido horizontal, um valor (A) acessibilidade.
médio de cada linha era exigido. Nessas circunstâncias, visando à execu- (B) gerenciamento de dispositivos.
ção dos cálculos automaticamente, o Agente optou, acertadamente, por (C) gerenciamento de impressoras.
elaborar a tabela no (D) configuração de formatos de dados regionais.
(A) MS-Excel e depois importá-la no editor de textos pelo menu Editar, (E) configuração das propriedades de teclado.
utilizando as funções apropriadas do MS-Word.
(B) MS-Excel e depois importá-la no editor de textos pelo menu Tabela, 11. Pressionando o botão direito (destro) do mouse em um espaço vazio
utilizando as funções apropriadas do MS-Word. do desktop do Windows XP (edição doméstica) e selecionando Proprieda-
(C) MS-Excel e depois importá-la no editor de textos pelo menu Arquivo, des, será exibida uma janela com abas tais como Área de Trabalho e
utilizando as funções apropriadas do MS-Word. Configurações. Entre outras, será exibida também a aba
(D) próprio MS-Word, utilizando as funções apropriadas disponíveis no (A) Ferramentas administrativas.
menu Ferramentas do editor de textos. (B) Opções de pasta.
(E) próprio MS-Word, utilizando as funções apropriadas disponíveis no (C) Propriedades de vídeo.
menu Tabela do editor de textos. (D) Painel de controle.
(E) Tarefas agendadas.
7. No MS-Word, ao marcar uma parte desejada de um texto e
(A) optar pela cópia, o objetivo é fazer a cópia de formatos de caractere e 12. A boa refrigeração de um processador geralmente é obtida mediante
parágrafo, somente. (A) a execução do boot proveniente de uma unidade periférica.
(B) optar pelo recorte, o objetivo é fazer a cópia de formatos de caractere e (B) a instalação de uma placa-mãe compacta.
parágrafo, somente. (C) a adequada distribuição da memória.
(C) optar pelo recorte, o objetivo é fazer a cópia do conteúdo do texto e/ou (D) o uso de um cooler.
marcadores, somente. (E) o aumento do clock.
(D) pressionar o ícone Pincel, o objetivo é fazer a cópia de formatos de
caractere e/ou parágrafo, somente. 13. Na Web, a ligação entre conjuntos de informação na forma de docu-
(E) pressionar o ícone Pincel, o objetivo é fazer a cópia do conteúdo de mentos, textos, palavras, vídeos, imagens ou sons por meio de links, é
texto do parágrafo e/ou marcadores, somente. uma aplicação das propriedades
(A) do protocolo TCP.
8. Em uma planilha MS-Excel, um Agente digitou o conteúdo abaixo: (B) dos hipertextos.
(C) dos conectores de rede.
(D) dos modems.
(E) das linhas telefônicas.

14. Nos primórdios da Internet, a interação entre os usuários e os conteú-


dos virtuais disponibilizados nessa rede era dificultada pela não existência
de ferramentas práticas que permitissem sua exploração, bem como a
visualização amigável das páginas da Web. Com o advento e o aperfeiço-
amento de programas de computador que basicamente eliminaram essa
dificuldade, os serviços e as aplicações que puderam ser colocados à
O valor da célula C1 e os valores da célula C2 e C3, após arrastar a célula disposição dos usuários, iniciaram uma era revolucionária, popularizando
C1 pela alça de preenchimento para C2 e C3, serão o uso da Internet. Segundo o texto, a eliminação da dificuldade que auxili-
(A) 7, 9 e 11 ou na popularização da Internet foi
(B) 7, 8 e 9 (A) o uso de navegadores.
(C) 7, 10 e 11 (B) o surgimento de provedores de acesso.
(D) 9, 10 e 11 (C) o aumento de linhas da rede.
(E) 9, 9 e 9 (D) o surgimento de provedores de conteúdo.
(E) a disponibilização de serviços de banda larga.
9. Considere a planilha abaixo elaborada no MS-Excel:

Informática 176 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
15. Um Agente foi acionado para estudar a respeito dos conceitos de III. possibilitar a ampliação dos dados do teclado para o uso de deficientes
certificação digital. Após alguma leitura, ele descobriu que NÃO tinha visuais.
relação direta com o assunto o uso de Está correto o que se afirma em
(A) chave pública. (A) I, apenas.
(B) criptografia. (B) II, apenas.
(C) assinatura digital. (C) III, apenas.
(D) chave privada. (D) II e III, apenas.
(E) assinatura eletrônica. (E) I, II e III.

16. A área para aplicação de um cabeçalho em um documento MS Word 22. O aplicativo equivalente ao MS-Excel é o BrOffice.org
deve levar em consideração, sem qualquer pré-definição de valores, as (A) Math.
medidas da (B) Writer.
(A) altura do cabeçalho igual à distância da borda somada à margem (C) Calc.
superior. (D) Base.
(B) margem superior igual à distância da borda somada à altura do cabe- (E) Draw.
çalho.
(C) margem superior somada à distância da borda, mais a altura do cabe- 23. A formatação no MS-Word (menu Formatar) inclui, entre outras, as
çalho. opções
(D) distância da borda igual à margem superior. (A) Parágrafo; Fonte; Colunas; e Molduras.
(E) altura do cabeçalho igual à margem superior. (B) Parágrafo; Fonte; Data e hora; e Legenda.
(C) Referência cruzada; Parágrafo; Maiúsculas e minúsculas; e Estilo.
17. NÃO se trata de uma opção de alinhamento da tabulação de parágra- (D) Cabeçalho e rodapé; Régua; Barra de ferramentas; e Marcadores e
fos no MS Word: numeração.
(A) Direito. (E) Barra de ferramentas; Marcadores e numeração; Referência cruzada; e
(B) Centralizado. Fonte.
(C) Esquerdo.
(D) Justificado. 24. A placa de circuito de um micro onde ficam localizados o processador
(E) Decimal. e a memória RAM, principalmente, é a placa
(A) serial.
18. Selecionando-se as linhas 3 e 4 de uma planilha MS Excel existente e (B) paralela.
clicando-se na opção Linhas do menu Inserir, ocorrerá a inserção de (C) USB.
(A) uma linha em branco, na posição de linha 3, sobrepondo a linha 3 (D) de vídeo.
existente. (E) mãe.
(B) uma linha em branco, na posição de linha 5, sobrepondo a linha 5
existente. 25. O espaçamento entre as linhas de um parágrafo do MS Word, aumen-
(C) uma linha em branco, na posição de linha 5, deslocando as linhas tado em 100% a partir do espaçamento simples, é definido apenas pela
existentes em uma linha para baixo. opção
(D) duas linhas em branco, nas posições de linha 3 e 4, sobrepondo as (A) Exatamente = 2 ou Duplo.
linhas 3 e 4 existentes. (B) Múltiplos =2 ou Duplo.
(E) duas linhas em branco, nas posições de linha 3 e 4, deslocando as (C) Múltiplos =2 ou Exatamente =2.
linhas existentes em duas linhas para baixo. (D) Pelo menos =2 ou Duplo.
(E) Duplo.
19. Para imprimir títulos de colunas em todas as páginas impressas de
uma planilha MS Excel deve-se selecionar as linhas de título na guia 26. Para repetir uma linha de cabeçalho de uma tabela no início de cada
(A) Planilha do menu Exibir. página do MS Word, deve-se, na janela “Propriedades da tabela”, assinalar
(B) Cabeçalho/rodapé do menu Exibir. a referida opção na guia
(C) Planilha da janela Configurar página. (A) Tabela.
(D) Página da janela Configurar página. (B) Página.
(E) Cabeçalho/rodapé da janela Configurar página. (C) Linha.
(D) Cabeçalho.
20. No MS Windows XP, se um arquivo for arrastado pelo mouse, pressio- (E) Dividir tabela.
nando-se simultaneamente a tecla SHIFT, será
(A) movido o arquivo para a pasta de destino, se as pastas de origem e 27. Sobre cabeçalhos e rodapés aplicados no MS Word, considere:
destino estiverem na mesma unidade ou se estiverem em unidades dife- I. Em um documento com seções é possível inserir, alterar e remover
rentes. diferentes cabeçalhos e rodapés para cada seção.
(B) movido o arquivo para a pasta de destino, se as pastas de origem e II. Em um documento é possível inserir um cabeçalho ou rodapé para
destino estiverem apenas em unidades diferentes. páginas ímpares e um cabeçalho ou rodapé diferente para páginas pares.
(C) copiado o arquivo na pasta de destino, se as pastas de origem e III. Os cabeçalhos e rodapés podem ser removidos da primeira página de
destino estiverem na mesma unidade ou se estiverem em unidades dife- um documento.
rentes. Está correto o que se afirma em
(D) copiado o arquivo na pasta de destino, se as pastas de origem e (A) I, apenas.
destino estiverem apenas em unidades diferentes. (B) I, II e III.
(E) criado na pasta de destino um atalho para o arquivo, se as pastas de (C) I e III, apenas.
origem e destino estiverem na mesma unidade ou se estiverem em unida- (D) II e III, apenas.
des diferentes. (E) III, apenas.

21. Considere os seguintes motivos que levaram diversas instituições 28. Assinalar “Quebrar texto automaticamente” em Formatar Células de
financeiras a utilizar teclados virtuais nas páginas da Internet: uma planilha MS Excel indica a possibilidade da quebra do texto em várias
I. facilitar a inserção dos dados das senhas apenas com o uso do mouse. linhas, cujo número de linhas dentro da célula depende da
II. a existência de programas capazes de capturar e armazenar as teclas (A) largura da coluna, apenas.
digitadas pelo usuário no teclado de um computador. (B) mesclagem da célula, apenas.
(C) largura da coluna e da mesclagem da célula, apenas.

Informática 177 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(D) largura da coluna e do comprimento do conteúdo da célula, apenas.
(E) largura da coluna, do comprimento do conteúdo da célula e da mescla-
gem da célula.

29. Em uma classificação crescente, o MS Excel usa a ordem a seguir:


(A) Células vazias, valores lógicos, textos, datas e números.
(B) Células vazias, textos, valores lógicos, datas e números.
(C) Números, valores lógicos, datas, textos e células vazias.
(D) Números, datas, valores lógicos, textos e células vazias.
(E) Números, datas, textos, valores lógicos e células vazias.

30. O sistema operacional Windows, 2000 ou XP, pode reconhecer


(A) o sistema de arquivo FAT, somente.
(B) o sistema de arquivo FAT32, somente.
34. Considere os seguintes dispositivos:
(C) o sistema de arquivo NTFS, somente.
I. impressora multifuncional;
(D) os sistemas de arquivo FAT32 e NTFS, somente.
II. pen drive;
(E) os sistemas de arquivo FAT, FAT32 e NTFS.
III. scanner;
IV. impressora a laser.
31. No Calc, a célula A1 contém a fórmula =30+B1 e a célula B1 contém o
Em relação à captura referenciada nos requisitos especificados no §2º, é
valor 8. Todas as demais células estão vazias. Ao arrastar a alça de pre-
INCORRETO o uso do que consta SOMENTE em
enchimento da célula A1 para A2, o valor de A2 será igual a
(A) II.
(A) 38
(B) IV.
(B) 30
(C) I e III.
(C) 22
(D) II e IV.
(D) 18
(E) I, III e IV.
(E) 0
35. Para atender aos requisitos especificados no §1º é preciso saber usar
32. O número 2.350.000 inserido em uma célula do Calc com o formato
ferramentas de
Científico será exibido na célula como
(A) e-mail e que é possível organizar Pastas dentro de Pastas e Arquivos
(A) 2,35E+006
dentro de Pastas.
(B) 2,35+E006
(B) chat e que é possível organizar Pastas dentro de Pastas e Arquivos
(C) 2,35E006+
dentro de Arquivos.
(D) 0,235+E006
(C) browser e que é possível organizar Pastas dentro de Pastas, mas não
(E) 235E+006
Arquivos dentro de Pastas.
(D) e-mail e que é possível organizar Pastas dentro de Arquivos e Arquivos
33. No Writer, o ícone utilizado para copiar a formatação do objeto ou do
dentro de Pastas.
texto selecionado e aplicá-la a outro objeto ou a outra seleção de
(E) busca e que é possível organizar Arquivos dentro de Pastas, mas não
texto é o
Pastas dentro de Pastas.
(A) Localizar e substituir.
(B) Gallery.
36. Considere os Quadros 1 e 2 abaixo e os requisitos especificados no
(C) Navegador.
§3º.
(D) Pincel de estilo.
(E) Copiar e colar.

OBJETIVO:
O Ministério Público do Governo Federal de um país deseja modernizar
seu ambiente tecnológico de informática.
Para tanto irá adquirir equipamentos de computação eletrônica avançados
e redefinir seus sistemas de computação a fim de agilizar seus processos
internos e também melhorar seu relacionamento com a sociedade.
REQUISITOS PARA ATENDER AO OBJETIVO:
(Antes de responder às questões, analise cuidadosamente os requisitos a
seguir, considerando que estas especificações podem ser adequadas ou
não). Quanto ao uso das especificações dos requisitos, a relação apresentada
§1 º - Cadastros recebidos por intermédio de anexos de mensagens ele- nos quadros é correta entre
trônicas deverão ser gravados em arquivos locais e identificados por (A) I-a - I-b - II-c.
ordem de assunto, data de recebimento e emitente, para facilitar sua (B) I-a - II-b - I-c.
localização nos computadores. (C) II-a - I-b - II-c.
§2º - Todos os documentos eletrônicos oficiais deverão ser identificados (D) II-a - II-b - II-c.
com o timbre federal do Ministério que será capturado de um documento (E) II-a - II-b - I-c.
em papel e convertido para imagem digital.
§3 º - A intranet será usada para acesso de toda a sociedade aos dados 37. Considere os dados da planilha eletrônica exemplificada no §5º. Está
ministeriais e às pesquisas por palavra chave, bem como os diálogos correta a fórmula inserida em B3 e pronta para ser propagada para B4 e
eletrônicos serão feitos por ferramentas de chat. B5 se for igual a
§4 º - Os documentos elaborados (digitados) no computador (textos) não (A) =B3+A2.
podem conter erros de sintaxe ou ortográficos. (B) =B$2+A3.
§5 º - Todas as planilhas eletrônicas produzidas deverão ter as colunas de (C) =B2+A3.
valores totalizadas de duas formas: total da coluna (somatório) e total (D) =B2+A2.
acumulado linha a linha, quando o último valor acumulado deverá corres- (E) =B2+A$3.
ponder ao somatório da coluna que acumular. Exemplo:

Informática 178 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
38. Considerando o ambiente Microsoft, o requisito especificado no §4 º 44. Os aplicativos abertos pelos usuários no Windows XP, que podem ser
quer dizer ao funcionário que, para auxiliá-lo na tarefa de verificação e alternados como janela ativa ou inativa, são apresentados na forma
correção, ele deve de
(A) usar a configuração de página do editor de textos. (A) botões na barra de tarefas.
(B) acionar uma função específica do editor de textos. (B) ícones na área de trabalho.
(C) usar a ferramenta de edição do organizador de arquivos. (C) opções no menu iniciar.
(D) usar a correção ortográfica do organizador de arquivos. (D) ferramentas no painel de controle.
(E) acionar a formatação de página do editor de textos. (E) ícones na área de notificação.

39. Uma determinação da diretoria de um órgão público obriga que a 45. Um papel de parede pode ser aplicado no Windows XP por meio das
segurança de zonas internet, intranet local, sites confiáveis e sites restritos Propriedades de Vídeo na guia
seja configurada no nível padrão para todas elas. O local apropriado para (A) Temas.
configurar essa segurança de zona, no Internet Explorer, é na aba Segu- (B) Aparência.
rança (C) Área de trabalho.
(A) da opção Configurar página do menu Formatar. (D) Proteção de telas.
(B) da opção Configurar página do menu Arquivo. (E) Configurações.
(C) das Opções da Internet do menu Editar.
(D) das Opções da Internet do menu Ferramentas. 46. Estando o cursor em qualquer posição dentro do texto de um docu-
(E) das Opções da Internet do menu Formatar. mento Word, a função da tecla especial Home é movimentá-lo para o
início
40. O supervisor de um departamento solicitou a um funcionário que ele (A) da tela.
fizesse uma lista de itens de hardware e de software que estavam em seu (B) da linha.
poder. O funcionário tinha em sua posse, além de uma CPU com Windows (C) da página.
XP, um hard disk, um pen drive onde tinha gravado o Windows Media (D) do parágrafo.
Player, e uma unidade de CD-ROM. Na CPU ele tinha instalado também o (E) do documento.
MS-Word e a Calculadora do Windows. Nessa situação, na lista que o
funcionário fez corretamente constavam 47. Para criar um cabeçalho novo em um documento Word deve-se primei-
(A) dois itens de hardware e três de software. ramente
(B) três itens de hardware e quatro de software. (A) clicar duas vezes na área do cabeçalho, apenas.
(C) três itens de hardware e cinco de software. (B) selecionar a opção Cabeçalho e Rodapé no menu Inserir, apenas.
(D) quatro itens de hardware e três de software. (C) selecionar a opção Cabeçalho e Rodapé no menu Exibir, apenas.
(E) quatro itens de hardware e quatro de software. (D) clicar duas vezes na área do cabeçalho ou selecionar a opção Cabeça-
lho e Rodapé no menu Inserir.
41. Prestam-se a cópias de segurança (backup) (E) clicar duas vezes na área do cabeçalho ou selecionar a opção Cabeça-
(A) quaisquer um destes: DVD; CD-ROM; disco rígido externo ou cópia lho e Rodapé no menu Exibir.
externa, quando os dados são enviados para um provedor de serviços via
internet. 48. Dada a fórmula =(A1+B1+C1+D1)/4 contida na célula E1 de uma
(B) apenas estes: CD-ROM; disco rígido e cópia externa, quando os dados planilha Excel, para manter o mesmo resultado final a fórmula poderá ser
são enviados para um provedor de serviços via internet. substituída pela função
(C) apenas estes: DVD, CD-ROM e disco rígido externo. (A) =MÉDIA(A1:D1)
(D) apenas estes: CD-ROM e disco rígido externo. (B) =MÉDIA(A1;D1)
(E) apenas estes: DVD e CD-ROM. (C) =MÉDIA(A1+B1+C1+D1)
(D) =SOMA(A1;D1)/4
42. Foi solicitado que, no editor de textos, fosse aplicado o Controle de (E) =SOMA(A1+B1+C1+D1)
linhas órfãs/viúvas. Para tanto, esta opção pode ser habilitada na aba
Quebras de linha e de página, no menu/Opção 49. A formatação da altura de uma linha selecionada da planilha Excel,
(A) Arquivo/Configurar página. com a opção AutoAjuste, indica que a altura da mesma será ajustada
(B) Formatar/Parágrafo. (A) na medida padrão, apenas no momento da formatação.
(C) Formatar/Tabulação. (B) na medida padrão, automaticamente a cada redefinição da letra.
(D) Exibir/Normal. (C) na medida determinada pelo usuário, automaticamente a cada redefi-
(E) Ferramentas/Estilo. nição da letra.
(D) com base no tamanho da maior letra, automaticamente a cada redefi-
43. O chefe do departamento financeiro apresentou a um funcionário uma nição da letra.
planilha contendo o seguinte: (E) com base no tamanho da maior letra, apenas no momento da formata-
ção.

50. A exibição de tela inteira do computador para mostrar da mesma


maneira que o público verá a aparência, os elementos e os efeitos nos
slides é utilizada pelo PowerPoint no modo de exibição
(A) normal.
(B) de estrutura de tópicos.
Em seguida solicitou ao funcionário que selecionasse as 6 células (de A1 (C) de guia de slides.
até C2) e propagasse o conteúdo selecionado para as 6 células seguintes (D) de classificação de slides.
(de A3 até C4), arrastando a alça de preenchimento habilitada na borda (E) de apresentação de slides.
inferior direita de C2. Após essa operação, o respectivo resultado contido
nas células C3 e C4 ficou 51. Uma apresentação em PowerPoint pode conter efeitos nas exibições
(A) 11 e 13. dos slides, entre outros, do tipo esquema de transição
(B) 13 e 15. (A) mostrar em ordem inversa.
(C) 15 e 19. (B) aplicar zoom gradativamente.
(D) 17 e 19. (C) máquina de escrever colorida.
(E) 17 e 21. (D) persiana horizontal.
(E) lâmpada de flash.

Informática 179 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(B) "No domínio".
52. Os dispositivos de rede de computadores que são interconectados (C) "Similares".
física e logicamente para possibilitar o tráfego de informações pelas (D) "Com realce".
redes compõem layouts denominados (E) "Filtrados".
(A) protocolos.
(B) topologias. 59. Um funcionário utilizou uma função automática do editor de texto para
(C) roteamentos. converter em letras maiúsculas uma sentença completa que antes era de
(D) arquiteturas. composição mista (maiúsculas e minúsculas). O menu que habilita essa
(E) cabeamento. opção dentro da qual se pode acessar a função Maiúsculas e minúsculas é
(A) Ferramentas.
53. Considere: (B) Formatar.
I. Uma Intranet é uma rede pública e uma Extranet é uma rede privada. (C) Inserir.
II. O protocolo padrão da Internet é o TCP/IP. (D) Exibir.
III. Os softwares plug-ins acrescentam funcionalidades aos navegadores (E) Editar.
da Internet.
Está correto o que se afirma em: 60. Para modificar a pasta padrão, onde o editor de texto guarda os Mode-
(A) I, II e III. los do usuário, deve-se acessar o menu
(B) I, apenas. (A) Ferramentas, a opção Opções e a aba Arquivos.
(C) I e III, apenas. (B) Ferramentas, a opção Modelos e suplementos e a aba Arquivos.
(D) I e II, apenas. (C) Ferramentas, a opção Estilos e a aba Opções.
(E) II e III, apenas. (D) Formatar, a opção Estilo e a aba Modelos e suplementos.
(E) Editar, a opção Estilo e a aba Modelos e suplementos.
54. O Windows permite a conexão com uma pasta de rede compartilhada
bem como a atribuição de uma letra de unidade à conexão para que se 61. Considere a planilha:
possa acessá-la usando "Meu computador". Para fazer isso, deve-se clicar
com o botão direito em "Meu computador" e escolher
(A) "Meus locais de rede".
(B) "Procurar computadores".
(C) "Explorar".
(D) "Gerenciar".
(E) "Mapear unidade de rede".
Ao arrastar a célula B2 para B3 pela alça de preenchimento, B3 apresenta-
55. Existe uma operação específica no Word que serve para destacar um rá o resultado
texto selecionado colocando uma moldura colorida em sua volta, como (A) 6.
uma caneta "destaque" (iluminadora). Trata-se de (B) 10.
(A) "Cor da fonte". (C) 12.
(B) "Pincel". (D) 14.
(C) "Realce". (E) 16.
(D) "Cor da borda".
(E) "Caixa de texto". 62. O chefe do departamento financeiro pediu a um funcionário que, ao
concluir a planilha com dados de contas contábeis, este aplicasse um filtro
56. Em uma planilha Excel foram colocados os seguintes dados nas célu- na coluna que continha o nome das contas, a fim de possibilitar a exibição
las A1 até A4, respectivamente e nessa ordem: apenas dos dados de contas escolhidas. Para tanto, o funcionário esco-
josé+1 lheu corretamente a opção Filtrar do menu
catavento (A) Editar.
catavento+3 (B) Ferramentas.
José (C) Exibir.
Selecionando-se essas quatro células e arrastando-as pela alça de preen- (D) Dados.
chimento (na borda da célula A4) até a célula A8, o resultado em A5 e A7 (E) Formatar.
será, respectivamente,
(A) José+1 e catavento. 63. No Windows, a possibilidade de controlar e reverter alterações perigo-
(B) josé+2 e catavento+4. sas no computador pode ser feita por meio
(C) josé e catavento+3. I. da restauração do sistema.
(D) josé+3 e catavento+4. II. das atualizações automáticas.
(E) josé+1 e catavento+3. III. do gerenciador de dispositivos.
Está correto o que consta em
57. Para iniciar uma nova apresentação em branco no PowerPoint, é (A) I, apenas.
possível usar a opção "Apresentação em branco", do "Painel de Tarefas", (B) II, apenas.
ou ainda o botão "Novo", que fica no início da barra de ferramentas pa- (C) I e II, apenas.
drão. Ao fazer isso, o "Painel de Tarefas" será modificado para (D) I e III, apenas.
(A) "Mostrar formatação". (E) I, II e III.
(B) "Barra de títulos".
(C) "Apresentação". 64. Em alguns sites que o Google apresenta é possível pedir um destaque
(D) "Layout do slide". do assunto pesquisado ao abrir a página desejada. Para tanto, na lista de
(E) "Barra de desenho". sites apresentados, deve-se
(A) escolher a opção “Pesquisa avançada”.
58. Ao fazer uma pesquisa envolvendo três termos no Google, foi escolhi- (B) escolher a opção “Similares”.
da uma determinada opção em um dos sites constantes da lista apresen- (C) escolher a opção “Em cache”.
tada. Ao abrir o site, tal opção faz com que os três termos sejam apresen- (D) dar um clique simples no nome do site.
tados em destaque com cores diferentes ao longo dos textos da página (E) dar um clique duplo no nome do site.
aberta. Tal opção é
(A) "Em cache".

Informática 180 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
65. No Google é possível definir a quantidade de sites listados em cada 3D continuou e o mercado tratou de desenvolver um novo produto, o PCI
página por meio da opção Express que, além de atingir taxas de velocidade muito superiores, não se
(A) Ferramentas. restringe a conectar apenas placas de vídeo.
(B) Exibir. É correto o que consta em
(C) Histórico. (A) I, III e IV, apenas.
(D) Resultados das pesquisas. (B) I, II, III e IV.
(E) Configurações da pesquisa. (C) II, III e IV, apenas.
(D) I e II, apenas.
66. É possível expandir a memória RAM do computador mediante a inser- (E) II e III, apenas.
ção de uma placa correspondente em um
(A) sistema de arquivos. 70. No que se refere ao ambiente Windows, é correto afirmar:
(B) sistema operacional. (A) Programas de planilha eletrônica, navegadores da Web e processado-
(C) slot livre. res de texto são executados com o dobro de velocidade em um computa-
(D) boot livre. dor de 64 bits, em relação a um computador de 32 bits.
(E) DVD. (B) Um aspecto interessante no ambiente Windows é a versatilidade de
uso simultâneo das teclas [Ctrl],
67. O dispositivo que, ligado ao modem, viabiliza a comunicação sem fio [Alt] e [Del], notadamente nos aplicativos onde há interação usuário-
em uma rede wireless é programa. A função executada pelo acionamento de tais teclas associa-se
(A) o sistema de rede. diretamente às requisições de cada aplicativo.
(B) o servidor de arquivos. (C) Os termos versão de 32 bits e versão de 64 bits do Windows referem-
(C) a porta paralela. se à maneira como o sistema operacional processa as informações. Se o
(D) a placa-mãe. usuário estiver executando uma versão de 32 bits do Windows, só poderá
(E) o roteador. executar uma atualização para outra versão de 32 bits do Windows.
(D) No Windows XP, através do Painel de controle, pode-se acessar os
68. Com relação à computação, considere: recursos fundamentais do sistema operacional Windows, tais como, a
I. Basicamente, duas grandes empresas, Intel e AMD, disputam o mercado Central de Segurança, o Firewall do Windows e as Opções da Internet.
mundial de fabricação de processadores. A Intel mensura a desempenho (E) Em termos de compatibilidade de versões, uma das inúmeras vanta-
dos seus processadores baseados no clock. A AMD, por sua vez, tem gens do Windows Vista é a sua capacidade de atualizar os dispositivos de
conseguido rendimentos proporcionais dos seus chips com clocks mais hardware através do aproveitamento de drivers existentes nas versões de
baixos, desconsiderando, inclusive, o clock como referência. 32 bits.
II. Comparada ao desktop, a mobilidade é a principal vantagem do notebo-
ok. No entanto, as restrições quanto à facilidade de atualizações tecnoló- 71. Mesmo existindo uma variedade de programas de outros fornecedores
gicas dos itens de hardware, são o seu fator de desvantagem. Os fabrican- de software que permitem reparticionar o disco rígido sem apagar
tes alegam que as limitações decorrem do fato de a maior parte dos com- os dados, esse recurso também está presente
ponentes vir integrada de forma permanente à placa-mãe do equipamento, (A) em todas as edições do Windows XP.
visando construir modelos menores, de baixo consumo de energia e com (B) em todas as edições do Windows Vista.
pouco peso. (C) em todas as edições do Windows XP e do Windows Vista.
III. O conceito do software, também chamado de sistema ou programa, (D) no Windows XP Professional e no Windows Vista Ultimate.
pode ser resumido em sentença escrita em uma linguagem que o compu- (E) no Windows XP Starter Edition, no Windows XP Professional, no
tador consegue interpretar. Essa sentença, por sua vez, é a soma de Windows Vista Business e no Windows Vista Ultimate.
diversas instruções ou comandos que, ao serem traduzidas pelo computa-
dor, fazem com que ele realize determinadas funções. 72. A ativação ajuda a verificar se a cópia do Windows é genuína e se não
IV. A licença de uso de software denominada OEM é uma das melhores foi usada em mais computadores do que o permitido, o que ajuda a impe-
formas para o adquirente comprar softwares, como se estivesse adquirindo dir a falsificação de software, além de se poder usar todos os recursos do
na loja o produto devidamente embalado, pois a negociação pode ser feita sistema operacional. Em relação à ativação do Windows, considere:
pela quantidade, o que garante boa margem de economia no preço do I. Ativação ou registro consiste no fornecimento de informações do adqui-
produto. rente (dados de cadastramento, endereço de email, etc) e validação do
É correto o que consta em produto no computador.
(A) I e II, apenas. II. A ativação pode ser on-line ou por telefone e não deve deixar de ser
(B) I, II, III e IV. feita dentro de um determinado período após a instalação do produto, sob
(C) II, III e IV, apenas. pena de deixarem de funcionar alguns recursos, até que a cópia do Win-
(D) I, II e III, apenas. dows seja ativada.
(E) II e III, apenas. III. O Windows pode ser instalado no mesmo computador quantas vezes
se desejar, desde que seja efetuado sobre a instalação atual, pois a ativa-
69. No que concerne a conceitos básicos de hardware, considere: ção relaciona a chave do produto Windows com informações sobre o
I. Memória Cache é uma pequena quantidade de memória estática de alto hardware do computador.
desempenho, tendo por finalidade aumentar o desempenho do processa- IV. Se expirar o prazo para ativação, o Windows não vai parar, mas se
dor realizando uma busca antecipada na memória RAM. Quando o pro- tornará instável a ponto de não se poder mais criar novos arquivos e nem
cessador necessita de um dado, e este não está presente no cache, ele salvar alterações nos arquivos existentes, entre outras conseqüências.
terá de realizar a busca diretamente na memória RAM. Como provavel- É correto o que consta em
mente será requisitado novamente, o dado que foi buscado na RAM é (A) I, II e III, apenas.
copiado na cache. (B) I e II, apenas.
II. O tempo de acesso a uma memória cache é muitas vezes menor que o (C) II, III e IV, apenas.
tempo de acesso à memória virtual, em decorrência desta última ser (D) I, II, III e IV.
gerenciada e controlada pelo processador, enquanto a memória cache tem (E) II e III, apenas.
o seu gerenciamento e controle realizado pelo sistema operacional.
III. O overclock é uma técnica que permite aumentar a freqüência de 73. No Word 2003, o documento salvo no formato XML
operação do processador, através da alteração da freqüência de barra- (A) adquire a propriedade de armazenar dados em uma base de dados, de
mento da placa-mãe ou, até mesmo, do multiplicador. modo que eles fiquem disponíveis para serem usados em uma ampla
IV. O barramento AGP foi inserido no mercado, oferecendo taxas de variedade de softwares.
velocidade de até 2128 MB por segundo, para atender exclusivamente às (B) recebe formatação especial para possibilitar sua manipulação por
aplicações 3D que exigiam taxas cada vez maiores. A fome das aplicações softwares específicos.

Informática 181 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(C) recebe formatação especial e funcionalidades não contidas no formato tempo em que a linha de telefone fica livre para voz ou fax, ou mesmo uma
DOC. ligação via modem, usando um único par de fios telefônicos.
(D) não recebe nenhum tipo de formatação, sendo salvo, portanto, como II. Uma linha telefônica convencional é transformada em dois canais de
um texto sem formatação. mesma velocidade, em que é possível usar voz e dados ao mesmo tempo,
(E) assemelha-se ao formato RTF na sua formatação, mas diferencia-se cada um ocupando um canal. Também é possível usar os dois canais para
na descrição dos dados. voz ou para dados.
III. Aproveita a ociosidade das freqüências mais altas da linha telefônica
74. No MS-Office 2003: para transmitir dados. Uma de suas características é a diferença de veloci-
(A) no menu Ferramentas, tanto a opção Proteger Documento quanto o dade para efetuar download e upload; no download ela é maior.
comando Opções têm a mesma finalidade, excetuando-se apenas os IV. Útil quando é necessária transferência de informações entre dois ou
botões Segurança de macros e Assinaturas digitais contidos somente no mais dispositivos que estão perto um do outro ou em outras situações
comando Opções. onde não é necessário alta taxa de transferência. Os dispositivos usam um
(B) quando se define uma Senha de proteção para um documento, a sistema de comunicação via rádio, por isso não necessitam estar na linha
criptografia é utilizada para proteger o conteúdo do arquivo, sendo possí- de visão um do outro.
vel até mesmo escolher o tipo de criptografia utilizada. Embora outras Os itens acima referem-se, respectivamente, a
pessoas possam ler o documento, elas estarão impedidas de modificá-lo. (A) ISDN (Integrated Services Digital Network), ADSL
(C) algumas das configurações exibidas na guia Segurança, como, por (Assimetric Digital Subscriber Line), ISDN, Wi-Fi.
exemplo, a opção Recomendável somente leitura, (disponível no Word, (B) ADSL, ISDN, ISDN e Bluetooth.
Excel e PowerPoint) têm como função proteger um documento contra (C) ADSL, ISDN, ADSL e Bluetooth.
interferência mal intencionada. (D) ADSL, ISDN, ADSL e Wi-Fi.
(D) a opção Proteger Documento, do menu Ferramentas (disponível no (E) ISDN, ADSL, ADSL e Bluetooth.
Word e no PowerPoint), tem como função restringir a formatação aos
estilos selecionados e não permitir que a Autoformatação substitua essas 78. A Internet é uma rede mundial de telecomunicações que conecta
restrições. milhões de computadores em todo o mundo. Nesse sentido, considere:
(E) a proteção de documentos por senha está disponível em diversos I. Nela, as redes podem operar estando ou não conectadas com outras
programas do Office. No Word, no Excel e no PowerPoint o método é redes e a operação não é dependente de nenhuma entidade de controle
exatamente o mesmo, sendo possível selecionar diversas opções, incluin- centralizado.
do criptografia e compartilhamento de arquivos para proteger os documen- II. Qualquer computador conectado à Internet pode se comunicar gratuita-
tos. mente com outro também conectado à Internet e usufruir os serviços por
ela prestado, tais como, Email, WEB, VoIP e transmissão de conteúdos de
75. No que concerne ao Microsoft Excel, considere: áudio.
I. Quando criamos uma ou mais planilhas no Excel, estas são salvas em III. A comunicação entre as redes locais e a Internet utiliza o protocolo NAT
um arquivo com extensão .xls. Ao abrirmos uma nova pasta de trabalho, (Network Address Translation) que trata da tradução de endereços IP não-
esta é criada, por padrão, com três planilhas. roteáveis em um (ou mais) endereço roteável.
II. Os nomes das planilhas aparecem nas guias localizadas na parte inferi- Está correto o que consta em
or da janela da pasta de trabalho e poderão ser renomeadas desde que (A) I, II e III.
não estejam vazias. (B) I e II, apenas.
III. Dentro de uma pasta de trabalho as planilhas podem ser renomeadas (C) I e III, apenas.
ou excluídas, mas não podem ser movidas para não comprometer as (D) II e III, apenas.
referências circulares de cálculos. Se necessário, novas planilhas podem (E) III, apenas.
ser incluídas na seqüência de guias.
IV. As fórmulas calculam valores em uma ordem específica conhecida 79. Secure Sockets Layer trata-se de
como sintaxe. A sintaxe da fórmula descreve o processo do cálculo. Uma (A) qualquer tecnologia utilizada para proteger os interesses de proprietá-
fórmula no Microsoft Excel sempre será precedida por um dos operadores rios de conteúdo e serviços.
matemáticos, tais como, +, -, * e /. (B) um elemento de segurança que controla todas as comunicações que
É correto o que consta APENAS em passam de uma rede para outra e, em função do que sejam, permite ou
(A) II. denega a continuidade da transmissão.
(B) I. (C) uma técnica usada para garantir que alguém, ao realizar uma ação em
(C) IV. um computador, não possa falsamente negar que realizou aquela ação.
(D) I, II e III. (D) uma técnica usada para examinar se a comunicação está entrando ou
(E) II, III e IV. saindo e, dependendo da sua direção, permiti-la ou não.
(E) um protocolo que fornece comunicação segura de dados através de
76. Constituem facilidades comuns aos programas de correio eletrônico criptografia do dado.
Microsoft Outlook e Microsoft Outlook Express:
I. Conexão com servidores de e-mail de Internet POP3, IMAP e HTTP. 80. Em relação à segurança da informação, considere:
II. Pastas Catálogo de Endereços e Contatos para armazenamento e I. Vírus do tipo polimórfico é um código malicioso que se altera em tama-
recuperação de endereços de email. nho e aparência cada vez que infecta um novo programa.
III. Calendário integrado, incluindo agendamento de reuniões e de eventos, II. Patch é uma correção ampla para uma vulnerabilidade de segurança
compromissos e calendários de grupos. específica de um produto.
IV. Filtro de lixo eletrônico. III. A capacidade de um usuário negar a realização de uma ação em que
Está correto o que consta em outras partes não podem provar que ele a realizou é conhecida como
(A) II e III, apenas. repúdio.
(B) II, e IV, apenas. IV. Ataques DoS (Denial of Service), também denominados Ataques de
(C) III e IV, apenas. Negação de Serviços, consistem em tentativas de impedir usuários legíti-
(D) I, II, III e IV. mos de utilizarem um determinado serviço de um computador.
(E) I e II, apenas. Uma dessas técnicas é a de sobrecarregar uma rede a tal ponto que os
verdadeiros usuários não consigam utilizá-la.
77. Quanto às tecnologias de comunicação voz/dados, considere: É correto o que consta em
I. Largamente adotada no mundo todo como meio de acesso rápido à (A) II e IV, apenas.
Internet, através da mesma infraestrutura das linhas telefônicas conven- (B) I, II e III, apenas.
cionais. Sua grande vantagem é permitir acesso à Internet ao mesmo (C) I, II, III e IV.
(D) III e IV, apenas.

Informática 182 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) I e III, apenas. (A) uma arquitetura de processador que engloba a tecnologia de proces-
sos do processador.
81. A Internet usa um modelo de rede, baseado em requisições e respos- (B) um conjunto de chips que controla a comunicação entre o processador
tas, denominado e a memória RAM.
(A) word wide web. (C) uma memória ultra rápida que armazena informações entre o proces-
(B) protocolo de comunicação. sador e a memória RAM.
(C) provedor de acesso. (D) um clock interno que controla a velocidade de execução das instruções
(D) ponto-a-ponto. no processador.
(E) cliente-servidor. (E) uma via de ligação entre o processador e a memória RAM.

82. Uma assinatura digital é um recurso de segurança cujo objetivo é 90. Uma única face de gravação, uma trilha de gravação em forma de
(A) identificar um usuário apenas por meio de uma senha. espiral e a possibilidade de ter conteúdo editado, sem ter de apagar todo o
(B) identificar um usuário por meio de uma senha, associada a um token. conteúdo que já estava gravado, são características de um DVD do tipo
(C) garantir a autenticidade de um documento. (A) DVD-RAM.
(D) criptografar um documento assinado eletronicamente. (B) DVD-RW.
(E) ser a versão eletrônica de uma cédula de identidade. (C) DVD+RW.
(D) DVD-RW DL.
83. NÃO se trata de uma função do chip ponte sul de um chipset, controlar (E) DVD+RW DL.
(A) disco rígido.
(B) memória RAM. 91. Cada componente do caminho
(C) barramento AGP. E:\ARQUIVOS\ALIMENTOS\RAIZES.DOC corresponde, respectivamente,
(D) barramento PCI Express. a
(E) transferência de dados para a ponte norte. (A) extensão do arquivo, nome do arquivo, pasta, subpasta e diretório raiz.
(B) extensão do arquivo, pasta, subpasta, nome do arquivo, e diretório raiz.
84. O MS Word, na versão 2003, possui uma configuração de página pré- (C) diretório raiz, nome do arquivo, pasta, subpasta, e extensão
definida que pode ser alterada, na opção Configurar Página do menu do.arquivo.
Arquivo, apenas por meio das guias Papel, (D) diretório raiz, pasta, subpasta, nome do arquivo e extensão do arquivo.
(A) Layout e Recuos. (E) diretório raiz, pasta, subpasta, extensão do arquivo e nome do arquivo.
(B) Layout e Propriedades.
(C) Margens e Propriedades. 92. O cabeçalho ou rodapé pode conter, além de número da página, a
(D) Margens e Layout. quantidade total de páginas do documento MS Word, escolhendo o mode-
(E) Margens e Recuos. lo Página X de Y inserido por meio da aba
(A) Inserir, do grupo Cabeçalho e rodapé e do botão Número da página.
85. Estando o cursor numa célula central de uma planilha MS Excel, na (B) Inserir, do grupo Cabeçalho e rodapé e do botão Cabeçalho ou botão
versão 2003, e pressionando-se a tecla Home, o cursor será movimentado Rodapé.
para a (C) Layout da página, do grupo Cabeçalho e rodapé e do botão Número da
(A) primeira célula no início da planilha. página.
(B) primeira célula no início da linha em que está o cursor. (D) Layout da página, do grupo Cabeçalho e rodapé e do botão Cabeçalho
(C) primeira célula no início da tela atual. ou botão Rodapé.
(D) célula adjacente, acima da célula atual. (E) Layout da página, do grupo Número de página e do botão Cabeçalho
(E) célula adjacente, à esquerda da célula atual. ou botão Rodapé.

86. O tipo mais comum de conexão à Internet, considerada banda larga 93. As “Linhas a repetir na parte superior” das planilhas MS Excel, em
por meio de linha telefônica e normalmente oferecida com velocidade de todas as páginas impressas, devem ser referenciadas na caixa Configurar
até 8 Mbps, utiliza a tecnologia página e aba Planilha abertas pelo botão
(A) ADSL. (A) Imprimir área, na aba inserir.
(B) Dial Up. (B) Imprimir títulos, na aba inserir.
(C) HFC Cable. (C) Inserir quebra de página, na aba Inserir.
(D) ISDN. (D) Imprimir área, na aba Inserir.
(E) RDIS. (E) Imprimir títulos, na aba Layout de página.

87. NÃO é um serviço provido pelos servidores DNS: 94. Dadas as células de uma planilha do BrOffice.org Calc, com os conte-
(A) Traduzir nomes de hospedeiros da Internet para o endereço IP e údos correspondentes: A1=1, B1=2, C1=3, D1=4 e E1=5, a função
subjacente. =SOMA(A1:D1!B1:E1) apresentará como resultado o valor
(B) Obter o nome canônico de um hospedeiro da Internet a partir de um (A) 6.
apelido correspondente. (B) 9.
(C) Obter o nome canônico de um servidor de correio a partir de um apeli- (C) 10.
do correspondente. (D) 14.
(D) Transferir arquivos entre hospedeiros da Internet e estações clientes. (E) 15.
(E) Realizar a distribuição de carga entre servidores Web replicados.
95. Um texto relacionado em um documento do editor BrOffice.org Writer e
88. A criptografia utilizada para garantir que somente o remetente e o definido com a opção de rotação a 270 graus será girado em
destinatário possam entender o conteúdo de uma mensagem transmitida (A) 60 graus para a direita.
caracteriza uma propriedade de comunicação segura denominada (B) 60 graus para a esquerda.
(A) autenticação. (C) 90 graus para a direita.
(B) confidencialidade. (D) 90 graus para a esquerda.
(C) integridade. (E) 270 graus para a direita.
(D) disponibilidade.
(E) não repudiação. 96. As tecnologias denominadas Matriz passiva e Matriz ativa são utiliza-
das em monitores de vídeo de
89. O barramento frontal de um microcomputador, com velocidade nor- (A) CRT monocromático.
malmente medida em MHz, tem como principal característica ser (B) LCD monocromático.

Informática 183 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(C) CRT colorido.
(D) LCD colorido. ___________________________________
(E) CRT colorido ou monocromático.
___________________________________
97. Um item selecionado do Windows XP pode ser excluído permanente-
mente, sem colocá-lo na Lixeira, pressionando-se simultaneamente as
___________________________________
teclas ___________________________________
(A) Ctrl + Delete.
(B) Shift + End. ___________________________________
(C) Shift + Delete. _______________________________________________________
(D) Ctrl + End.
(E) Ctrl + X. _______________________________________________________
_______________________________________________________
98. Ao digitar um texto em um documento Word, teclando-se simultanea-
mente Ctrl + Backspace será excluído _______________________________________________________
(A) todas as palavras até o final do parágrafo.
(B) uma palavra à direita. _______________________________________________________
(C) um caractere à esquerda. _______________________________________________________
(D) um caractere à direita.
(E) uma palavra à esquerda. _______________________________________________________
_______________________________________________________
99. No Internet Explorer 6, os links das páginas visitadas recentemente
podem ser excluídos executando-se _______________________________________________________
(A) Limpar histórico da pasta Histórico.
(B) Excluir cookies dos arquivos temporários.
_______________________________________________________
(C) Assinalar about:blank na página inicial . _______________________________________________________
(D) Limpar cookies da página inicial.
(E) Assinalar about:blank na pasta Histórico. _______________________________________________________
_______________________________________________________
100. Quando um arquivo não pode ser alterado ou excluído acidentalmen-
te deve-se assinalar em Propriedades do arquivo o atributo _______________________________________________________
(A) Criptografar o conteúdo.
_______________________________________________________
(B) Somente leitura.
(C) Gravar senha de proteção. _______________________________________________________
(D) Proteger o conteúdo.
(E) Oculto. _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
RESPOSTAS _______________________________________________________
01. D 11. C 21. B 31. B 41. A _______________________________________________________
02. E 12. D 22. C 32. A 42. B
03. A 13. B 23. A 33. D 43. C _______________________________________________________
04. C 14. A 24. E 34. D 44. A
05. B 15. E 25. B 35. A 45. C
_______________________________________________________
06. E 16. B 26. C 36. E 46. B _______________________________________________________
07. D 17. D 27. B 37. C 47. C
08. B 18. E 28. D 38. B 48. A _______________________________________________________
09. C 19. C 29. E 39. D 49. D _______________________________________________________
10. A 20. A 30. E 40. E 50. E
_______________________________________________________
51. D 61. B 71. B 81. E 91. D ______________________________________________________
52. B 62. D 72. C 82. C 92. A
53. E 63. A 73. D 83. A 93. E _______________________________________________________
54. E 64. C 74. E 84. D 94. B _______________________________________________________
55. C 65. E 75. B 85. B 95. C
56. B 66. C 76. E 86. A 96. D _______________________________________________________
57. D 67. E 77. C 87. D 97. C _______________________________________________________
58. A 68. D 78. A 88. B 98. E
59. B 69. A 79. E 89. E 99. A _______________________________________________________
60. A 70. D 80. C 90. C 100. B
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

Informática 184 A Opção Certa Para a Sua Realização

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