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Bebés na água ou o regresso às origens

Marta Martins

Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Portugal

Três grandes forças estão em constante funcionamento durante o


desenvolvimento das crianças. A primeira é a maturação do sistema nervoso
central e autónomo, que regula a capacidade de controlar reacções a estímulos
externos. Se o bebé está sujeito a uma reação motora, deve ter dificuldade em
manter a atenção e reagir apropriadamente a uma estimulação sensorial ou a
outra informação necessária ao desenvolvimento.
A segunda grande força é a realização do bebé da sua própria
competência em novas tarefas de desenvolvimento. Estão encantados com a
sua nova e mais recente aquisição (por exemplo gatinhar) e vão fazê-lo com
prazer repetidas vezes por um longo período de tempo.
A terceira força é o reforço do envolvimento que alimenta as
necessidades afectivas e conginitivas da criança. Estas forças ambientais
(ciclos de feedback necessários a um normal desenvolvimento afectivo) podem
funcionar poderosamente. (Brazelton, 1986)

Os recém-nascidos estão equipados de reflexos primitivos que são


utilizados para os ajudar em interacções com os adultos e lhes conferirem um
estado de equilibrío no seu desenvolvimento. Enquanto as crianças crescem e
os seus padrões de comportamento se tornam cada vez mais complexos, este
estado de equilíbrio é utilizado como um ponto de partida para o crescimento.
Cada vez que uma criança atinge um novo objectivo o seu sistema de feedback
interno diz “Conseguiste! Agora continua.”

Jonhson, J. & Odent, M. (1995) sugerem que o ser humano tem de viver
com dois cérebros: o antigo, o primitivo, o emocional e, por outro lado, o novo
cérebro, o altamente desenvolvido neocórtex. O neocórtex tem o poder de inibir
ou reprimir a nossa parte instintiva numa grande variedade de situações, tais
como nadar, dar à luz ou episódios da vida sexual. A água é o primeiro
mediador ou agente harmonizador entre a relação dos nossos dois cérebros.

MM & AM
Em 1778, quando o capitão Cook descobriu as ilhas do Hawai, ele
escreveu sobre o facto de ter visto recém-nascidos a flutuar de costas, nas
quentes e calmas lagoas. Mais tarde, McGraw (1939) publicou um artigo sobre
o comportamento da criança na água, demarcando um ponto de viragem sobre
este tema.

McGraw filmou e escreveu sobre 42 bebés durante os seus primeiros 2


anos e e meio de vida. Repetiu a observação dos mesmos bebés em diferentes
intevalos de tempo, totalizando 445 observações. Esta enorme acumulação de
dados serviram de suporte ao nosso actual conhecimento sobre o
comportamento dos bebés em meio aquático.

Durante a primeira fase do desenvolvimento, que ocorre nas primeiras


semana de vida e não dura mais do que 4 meses, os movimentos do bebés
são descritos como de remadas quando colocados em posição ventral na água.
Estes movimentos tornam-se mais visíveis e organizados quando o bebé é
submerso. O estudo pioneiro de McGraw verificou que os bebés recém-
nascidos estão perfeitamente adaptados às imersões, reagindo sempre sem
vestígios de tosse ou stress.

Após os 4 meses notou movimentos desorganizados, uma tentativa de


alcançar a superfície através de um movimento de rotação em torno do eixo
loingitudinal. Nesta fase verificou que os bebés engolem muita água durante a
imersão, acompanhada de tosse quando emergiam.

No início do segundo ano de vida, o bebé recupera os movimentos


organizados, que o fazem deslocar na água, sendo no entanto estes
movimentos menos automatizados do que na primeira fase: estes agora
servem para o conduzir para determinado objectivo. McGraw notou que nunca
nenhuma criança elevou a cabeça acima da linha da água para inspirar.

Estas 3 fases são fáceis de distinguir quando os bebés se encontram em


posição ventral.

MM & AM
Este estudo tornou-se importante pois permitiu interpretar o
comportamento dos bebés em meio aquático, nomeadamente a complexa
relação entre as estruturas mais primitivas do nosso cérebro e as mais
recentes. A sua interpretação tornou claro que o comportamento de nado
automático manifestado durante as primeiras semanas de vida pertence a uma
estrutura de reflexos prematuros que estão sobre total controlo do cérebro
primitivo. Alguns meses após o nsacimento o neocortex desenvolve-se
dramaticamente e tende a tomar controlo, tornando-se suficentemente forte
para inibir os reflexos primitivos, mas no entanto fraco demais para realizar
comportamentos propositados bem organizados. Quando o neocortéx chegar a
um certo nível de maturidade, os novos mecanismos são acertados e a criança
necessita de treinar a posição horizontal, já que têm uma tendência para
manter a posição bípede.

A relação entre ao cérebro primitivo e o neocortex é fundamental para


compreender o comportamento humano. As interpretações de McGraw são
essenciais para compreender como os seres humanos não perderam
realmente os seus institntos, particularmente aqueles controlados pela parte
primitva do cérebro. Estes comportamentos estão simplesmente reprimidos
mas podem reaparecer em qualquer circunstância.

O nosso conhecimento sobre a coexistencia de dois cérebros que não


se desenvolvem em paralelo pode ajudar a melhor conhecer o ser humano. O
Síndrome da Morte Súbita em Crianças por exemplo é específicamente
humano e ocorre por volta dos 4 meses de idade, o período crítico quando o
neocortex está a assumir a dominância, mas os mecanismos de controlo
respiratório não estão ainda completamente ajustados.

Durante as passadas quatro décadas, foram então começando a surgir


algumas actividades para bebés, permitindo que estes disfrutassem do meio
aquático.

MM & AM
Virginia Hunt Newman publicou o seu livro Teaching an Infant to Swim
há mais de 30 anos, no qual manifesta a importancia de sensibilizar o mundo
para as habilidades aquáticas dos bebés. Fundadora do World Aquatic Babies
Congress, juntou na sua primeira edição não só instrutores como também
psicólogos, antropólogos, enfermeiras, etc., onde os termos mais comuns
abordados por todos eram “water adjustement”, “familiarização com a água”,
“brincar com a água”, “explorar”, “jogar”. Notoriamente, palavras ou expressões
como “nadar”, “natação”, “drownproofing” e “waterproofing” estiveram ausentes.

Segurança

Sobrevivência

Prática de actividade física

Lazer

Saúde e desenvolvimento da criança

Terapia

Interacção

Deparamo-nos hoje em dia com diferentes abordagens decorrentes do


facto de existirem espaços aquáticos passíveis de serem frequentados por
bebés desde os 4 meses de idade. Mas quais os objectivos dessas
actividades? Qual a orientação dada pelos instutores? Qual a motivação dos
pais ao colocar os seus filhos nestas actividades (já que em determinadas
idades os filhos não têm hipótese de escolha)?

MM & AM
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Programa centrado no objectivo Programa centrado na criança
A técnica é prioritária; A criança está primeiro;

O calendário é rígido e existe pressão O calendário é flexível e depende da


em executá-lo; prontidão da criança;

Uso da força e coerção para ensinar Orientação e incentivos suaves ajudam a


técnicas de sobrevivência; alcançar os objectivos;

O professor é dominante; É respeitado o ritmo da criança;

Sério e rígido; Aprendizagem divertida.

(Adaptado de McKay, 2005)

Referências:
Brazelton, T. B. (1986). The importance of early intervention. Biopsychology of
early parent-infant communication. Gomes-Pedro, J. (Eds.). Fundação
Calouste Gulbenkian. Lisboa, 15-30.
Jonhson, J., & Odent, M. (1995). We are all water babies. Berkeley: Celestial
arts publishing.
McKay, R., & McKay, K. (2005). Learn to swim. Londres: Dorling Kindersley.
McGraw, M. B. (1939). Swimming behaviour of the human infant. Journal of
pediatrics, 15, 485-490.
Newman, V. H. Teaching an infant to swim: Authors Choice Press (May 2002).

MM & AM

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