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Jarbas
Nesse contexto, as páginas aqui registradas têm um propósito único
que é o de reverenciar a figura ímpar de FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER,
a maior “antena psíquica” do século (Século XX), aquele que é o mais fiel
instrumento divino no desdobramento da obra kardequiana, para não dizer
que é o próprio Codificador que volta às telas da História para dar
continuidade à sua obra, tendo como Mentor Espiritual o Espírito
EMMANUEL.
Por tudo isso vai aqui a nossa homenagem e gratidão àquele que é
considerado, com justiça, “O HOMEM DO SÉCULO”!
*******
CONSIDERAÇÕES
INICIAIS:
A MISSÃO DE CHICO
XAVIER
Para entendermos bem a beleza e a
importância da vida missionária de
Francisco Cândido Xavier, no campo da
mediunidade, é preciso situá-lo no contexto
histórico. Para isso, basta recordar a missão
do Brasil, no concerto das nações, do ponto
de vista espiritual, especialmente agora que
está completando 500 anos.
Nessa ordem de idéias, estando o Brasil com uma elevada missão, e como o Alto
necessitasse de um continuador de KARDEC, DISCÍPULO FIEL, no desempenho da tarefa de
manter vivos os ensinos de JESUS que o Espiritismo revive em sua pureza primitiva, CHICO
XAVIER aparece como um dos mais “LÚCIDOS DISCÍPULOS DE KARDEC, ALMA
TEMPERADA EM REPETIDAS EXPERIÊNCIAS” (Roque Jacinto, em “Quarenta Anos no
Mundo da Mediunidade”), estreitamente ligado ao Cristianismo Primitivo.
Há livros e livros, nós o sabemos, mas a obra mediúnica de Francisco Cândido Xavier
está isenta de joio. E mais que isto, ela é o mais FIEL e PRINCIPAL desdobramento da
Codificação Kardequiana, em razão de sua absoluta identificação com o pensamento dos
Espíritos, na revivescência do Cristianismo primitivo.
Tudo revela nele um Espírito muito elevado, e não como afirmaria Dora Incontri ser ele
humilde até à ingenuidade e tolerante até à passividade e com postura invigilante face a questões
polêmicas e isto porque nunca foi ingênuo, omisso e nem passivo, sem energia ante os
acontecimentos de que participou muitas vezes.
Basta ver a sua posição humilde, assumindo a responsabilidade no caso da FEESP, com a
sua tradução do Evangelho adulterado, baseado em comentários do Chico sobre certas
expressões nele encontradas, mas sem nenhuma sugestão para sua correção, pelo respeito que
sempre teve pelas nossas Editoras. No caso de Divaldo Pereira Franco, procurando a pacificação
da família espírita brasileira, publicando, inclusive, livro de parceria com o citado orador,
mostrando a responsabilidade de cada um.
Alguém poderia dizer que o próprio Chico afirmou ser um “médium comum, suscetível
de falir”, todavia, sua afirmativa decorre de sua extraordinária HUMILDADE que é próprio dos
Espíritos Elevados. E falamos assim, porque, se sua obra mediúnica está aí, é porque a
Espiritualidade encontrou nele as CONDIÇÕES FAVORÁVEIS, como missionário, para
corporificá-la. Seu MANDATO MEDIÚNICO demonstra ser um Espírito Superior, com a
missão extraordinária e especial de desdobrar o pensamento dos Espíritos na Codificação!...
Alguém poderia dizer, ainda, que, sendo a Terra planeta de “provas e expiações”, e
estando o nosso querido Chico sofrendo neste mundo, desde sua infância, ele seria um ser
bastante imperfeito. Há que considerar, todavia, que conforme nos diz André Luiz, existem três
tipos de DOR:
A DOR-MISSÃO, exatamente aquela própria de Espíritos mais adiantados, “que fizeram suas
provas noutras existências” e conforme nos diz Erasto, no Cap. XXI de “O Evangelho Segundo
o Espiritismo”, sem necessidade do sofrimento expiatório.
É o caso de nosso Chico. Que este nos perdoe por considerá-lo assim, pois, entendemos
que, se ele é um missionário, ignorando sua própria condição de superioridade, devido à sua
humildade, não pode deixar de ser um Espírito Superior.
Além dos exemplos que tem dado em sua trajetória evolutiva, no campo dos sentimentos
cristãos-espíritas, isto é, de amor ao próximo, de bondade, de fraternidade, de humildade, de
abnegação, de trabalho desinteressado, de aceitação, ele se desincumbiu de sua grande tarefa de
ressaltar a natureza predominantemente RELIGIOSA do Espiritismo.
Por tudo isto, podemos dizer que Chico Xavier, O HOMEM DO SÉCULO, é o fiel
continuador de Allan Kardec, na obra de redenção da Humanidade, trabalhando pela
implantação, nos corações humanos, da Religião da Sabedoria e do Amor que consubstancia o
Espiritismo.
Salve, pois, CHICO XAVIER, a maior antena psíquica deste século, no desdobramento
do pensamento Kardequiano, e o Evangelho personificado, justificando a denominação que lhe
deram de “UM HOMEM CHAMADO AMOR”.
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É fora de dúvida que tem validade a afirmativa de Humberto de Campos de que o Brasil
seria o “Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, tendo, assim, uma tarefa
predominantemente evangélica, isto é, uma abençoada tarefa de espiritualização da Terra, com
base no Evangelho de Jesus. Realmente, os ascendentes construtores, provenientes do plano
invisível, encontrariam no Brasil características sem par no concerto das Nações, como um Povo
que tem capacidade de abraçar a Humanidade inteira, em função dos sentimentos de liberdade e
tolerância religiosa.
O Brasil está fadado a ser a sede da civilização do Terceiro Milênio. Daí, a razão por que
Jesus transplantou da Palestina para a Terra do Cruzeiro a árvore do Evangelho, a fim de que
tivesse o Brasil os frutos do Cristianismo primitivo, em sua abençoada tarefa de esclarecimento e
consolo espirituais.
Espíritos da categoria de :
Mas – e isto é preciso que seja proclamado em todos os cantos – existe um, ainda
encarnado, que não só desdobrou e completou o pensamento de Allan Kardec, mas, sobretudo,
implantou a semente do Evangelho de Jesus, através de suas atividades mediúnicas, sociais,
doutrinárias e evangélicas: CHICO XAVIER ! ...
A quantidade de Centros
Espíritas que receberam a sua
diretriz, desde a sua origem; a
inspiração na fundação de casas
assistenciais; a orientação segura
em favor do movimento espírita,
através de sua fala pessoal e da dos
Espíritos, revelando a sua condição
de Espírito Superior com “mandato
mediúnico”, sendo considerado a
maior “antena psíquica” da Terra
que nenhuma teoria foi e é capaz de
O médium Chico Xavier ao lado de companheiros dar uma explicação satisfatória.
É preciso que se diga que o aspecto religioso é ressaltado pelo Codificador, em suas
CONCLUSÕES, de “O Livro dos Espíritos”, quando afirma peremptoriamente: “O Espiritismo
é forte porque se apoia nas próprias bases da Religião : Deus, a alma, as penas e recompensas
futuras...” (item V); e mais adiante no item VII, Kardec, discorrendo acerca dos efeitos do
Espiritismo, conclui: “O primeiro e o mais geral é o de desenvolver o sentimento religioso até
mesmo naquele que, sem ser materialista, seja indiferente às coisas espirituais ...”
***
“O espírito Emmanuel costuma nos dizer que a coisa mais importante que cada um de nós
poderá fazer na vida é seguir o mandamento cristão que nos aconselha a amar a Deus
acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Segundo Emmanuel, tudo o
mais é mera interpretação da verdade.
Dessa forma, não temos dúvida ao crer ser o aspecto religioso da Doutrina Espírita o seu
ângulo fundamental. Muito nobre a filosofia, mas em verdade a filosofia nada mais faz que
muita conversa. Muito nobre o esforço científico, mas em verdade a ciência que inventou a
vacina construiu a bomba atômica.
Então, nós devemos reconhecer que todos, os seres humanos, trazemos no íntimo um alto
grau de periculosidade e, até hoje, a única força no mundo capaz de frear estes impulsos
de periculosidade humana é, sem sombra de dúvida, a Religião.”
(“Chico Xavier – Mandato de Amor”)
Assim, se existe uma destinação maior do Brasil no concerto das Nações, do ponto de
vista espiritual, CHICO XAVIER está vinculado a essa destinação, sem sombra de dúvida.
Os Espíritas dos Brasil e do mundo lembraram, com muito carinho e justiça, a figura
extraordinária de FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, a maior antena psíquica deste século, e
isto em seu aniversário, ocorrido no mês de abril próximo passado, ressaltando a sua vida e obra
mediúnica.
É claro que existem outros médiuns, tarefeiros brilhantes, administradores dos “interesses
evangélicos”, espalhados por esse imenso Brasil, no passado e no presente, todavia, ele, CHICO
XAVIER, é o Grande Rio para o qual correm os afluentes, reforçando suas águas e tornando-se
um manancial de vida para toda a Humanidade.
Dessa forma, sendo a Doutrina dos Espíritos progressiva, Chico Xavier aparece como seu
natural intérprete mediúnico na explicação e desenvolvimento dos princípios redentores da
Terceira Revelação de Deus aos homens, com vistas à revivescência do Evangelho de Jesus, que
é a finalidade do Espiritismo. O desdobramento se dá nos três aspectos, isto é, no CIENTÍFICO,
no FILOSÓFICO e, sobretudo, no RELIGIOSO.
Mas, é sobretudo, na área RELIGIOSA que a obra mediúnica de Chico Xavier alcança a
sua maior projeção, pois, a exemplo de Kardec, manifesta-se como a Religião do “Culto
Interior”, explicando e desenvolvendo os ensinos de Jesus à luz do Espiritismo ! ...
Toda a obra de Chico é JESUS e KARDEC de ponta a ponta, comprovando a tese de que
o Espiritismo se caracteriza predominantemente como sendo a “Religião da Sabedoria e do
Amor, promovendo o nosso reencontro com o Evangelho de Jesus.” (Emmanuel)
No apostolado de Chico Xavier, podemos vê-lo em três dimensões:
I- NA DIMENSÃO MEDIÚNICA
Para nós, Chico Xavier é o MAIOR
FENÔMENO do Século XX e que nenhuma teoria
foi e é capaz de dar uma explicação satisfatória.
II – NA DIMENSÃO SOCIAL
Demonstrando sua preocupação com um mundo melhor, com seus semelhantes, e isto
desde Pedro Leopoldo, tem dado ASSISTÊNCIA MATERIAL E ESPIRITUAL a milhares de
criaturas humanas, promovendo PEREGRINAÇÕES, SOPAS FRATERNAS e
DISTRIBUIÇÃO DE BENS, nos famosos FESTIVAIS DE NATAL, quando são atendidas mais
de vinte mil pessoas.
Assim, e reverenciando a mediunidade de Chico Xavier, é justo que peçamos a Deus que
o cubra de bênçãos espirituais, a fim de que continue conosco, dando o exemplo de Homem de
Bem, de missionário autêntico e lidador espiritista, integrado nos ideais de IIIa. Revelação de
Deus aos homens.
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“ 1.000 QUE FIZERAM O SÉCULO XX “
CHICO XAVIER
Nesse sentido, ainda, vale a pena ressaltar que os registros históricos na seara espírita,
apesar das lacunas existentes no passado e relacionados principalmente com os vultos
espiritistas, têm merecido, de algum tempo a esta parte, especial atenção de nossos
companheiros, objetivando a formação de uma documentação doutrinária séria e valiosa.
Desde os quatro anos ele dizia ouvir vozes, que ninguém ouvia, e ver pessoas, que
ninguém via. Oitenta anos depois, em 1984, havia publicado 375 livros ditados por essas
vozes. Esses livros se multiplicaram em vinte milhões de exemplares; espalharam em línguas
como o grego, japonês, inglês, espanhol, esperanto, tcheco; 86 deles foram transcritos em
braile.
Como médium, desde 1931, publica livros de poemas, aforismos e ensinamentos que
atribui a vários autores da Literatura Brasileira e Portuguesa e a outros mortos ilustres, por
intermédio de Emmanuel, seu guia no Além. Espírito caridoso, Chico Xavier não guardou um
centavo dos US$ 650 mil anuais que rendem seus livros em direitos autorais: o dinheiro vai
todo para as suas obras assistenciais.
Não é preciso dizer o quanto isso representa para o Espiritismo, sendo valiosa a
referência que tais publicações fizeram ao fato de que Chico Xavier “NÃO GUARDOU UM
CENTAVO DOS US$ 650 MIL ANUAIS QUE RENDEM SEUS LIVROS EM DIREITOS
AUTORAIS: O DINHEIRO VAI TODO PARA AS SUAS OBRAS ASSISTENCIAIS.”
Chega às livrarias um especial lançamento feito pela União Espírita Mineira, com o título
que encima este artigo, oferecendo ao estudioso extraordinárias revelações e séria documentação
sobre a vida e obra do médium CHICO XAVIER. Tal lançamento, feito em feliz hora pela Casa
Mater do Espiritismo em Minas Gerais, resgata uma dívida que essa entidade tinha em relação ao
médium Chico Xavier, em razão das fontes de pesquisa e da segurança e autêntica documentação
de que era e é possuidora.
Além disso, enseja-nos a oportunidade de meditar sobre o seu significado histórico. É que
uma das lacunas existentes ainda na seara espiritista é a relacionada com a documentação sobre
os nossos vultos espíritas. E é exatamente por faltar referências, registros históricos nos anais do
movimento espírita, a exemplo do que aconteceu com EURÍPEDES BARSANULFO e outros
vultos, é que não pudemos ter a exata dimensão de sua estatura espiritual, passando, inclusive,
muitos fatos a eles ligados por lendas e meras suposições sem respaldo histórico.
A questão da documentação espírita é coisa muita séria, devendo merecer dos nossos
confrades uma atenção toda especial. Aliás, um dos fundamentos da criação da Exposição
Espírita Permanente, idealizada pelos companheiros da Comunhão Espírita Cristã – CEC – de
Uberaba, notadamente Waldo Vieira, quando de sua permanência ao lado de Chico Xavier, foi
exatamente a necessidade de se ter uma documentação alusiva a fatos e vultos espíritas nacionais
e internacionais.
De algum tempo a esta parte, graças à iniciativa de alguns confrades, temos tido a
oportunidade de possuir tal documentação através de entrevistas, de vídeos, de gravações, de
depoimentos em discos e fitas acerca de fatos relacionados com a vida de muitos vultos espíritas,
principalmente com a vida e obra de CHICO XAVIER. O programa “PINGA-FOGO”, com
Chico Xavier, foi um exemplo vivo de documentação histórica.
É por essa razão que recebemos com muita alegria o livro denominado “CHICO
XAVIER – MANDATO DE AMOR” , editado pela União Espírita Mineira – UEM, um
repositório fiel da vida do missionário de Pedro Leopoldo e que tem vivenciado, com
espontaneidade a mensagem de Jesus e Kardec, na atualidade. Nesse sentido, a citada obra, com
254 páginas, oferece-nos valiosos depoimentos sobre o médium, entre eles de J. Martins Peralva,
Arnaldo Rocha, Geraldo Lemos Neto, Maria Philomena Aluoto Berutto e outros.
E realmente, dois anos depois Chico Xavier aportava à nossa cidade e iniciava a Segunda
fase de seu mandato mediúnico, recebendo a maior parte de sua obra psicográfica, cumprindo-se,
assim, a mensagem premonitória.
Mas, se sua tarefa mediúnica extrapolou as fronteiras nacionais, não é menos verdade
que, em particular, sua presença foi marcante para o nosso movimento espírita, influenciando o
povo uberabense a favor do Espiritismo, expandindo-o quantitativa e qualitativamente.
Abrindo-se um parêntese, é preciso que se diga que também do ponto de vista material,
foi notável a sua influência, pois, em se instalando no local, onde seria edificada a sede da
Comunhão Espírita Cristã (CEC), fez nascer uma verdadeira cidade (Parque das Américas) e
mais que isso, fez aportarem à Uberaba milhares de visitantes, expandindo seu comércio
hoteleiro e tornando a cidade conhecida em todo o mundo.
II
NASCIMENTO DE NOVOS GRUPOS ESPÍRITAS
Desde que aqui chegou, em 1959, Chico Xavier vem deixando sua marca espírita-cristã
no movimento espírita ubersabense. Naquela época só existiam dezessete Casas Espíritas, de
orientação kardecista. De lá para cá, todavia, graças à sua infuência, orientação mediúnica e
estímulo, novas instituições surgiram, expandindo o movimento espírita, contando, hoje,
Uberaba, com mais de oitenta Grupos Espíritas e doze Instituições Espíritas.
Chico Xavier representou sempre o companheiro abnegado que nunca recusou a quem o
procurava a orientação para fundar essa ou aquela instituição, dando a palavra de estímulo e a
diretriz dos Espíritos, mas recomendando sempre a observância dos postulados kardequianos na
revivescência dos ensinos de Jesus.
III
DESTAQUES ESPECIAIS:
Hoje, nos quarenta anos vividos em Uberaba, Chico Xavier continua sendo um marco na
vida do movimento espírita uberabense com realizações mais profícuas.
Quantos e quantos visitantes do Grupo Espírita “da Prece” não têm dado sua colaboração
ao Lar do Pênfigo, graças à influência de Chico Xavier nos destinos daquela casa assistencial!...
Também não menos notável tem sido a sua participação nos “Festivais” de assistência
fraterna aos mais necessitados, atendendo a mais de 15.000 pessoas, seja quando militava na
Comunhão Espírita Cristã, seja agora no Grupo Espírita “da Prece”, em companhia dos
confrades de São Paulo, liderados por D. Iolanda César.
C- A RETIFICAÇÃO JUDICIAL DE SEU NOME
Muitos talvez ignorem que o verdadeiro nome de Chico Xavier era FRANCISCO DE
PAULA CÂNDIDO e que foi objeto de retificação judicial, quando passou a ter o nome que o
tornou conhecido no mundo, isto é, FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, retificação essa que
tivemos a alegria e a honra de requerer. Para os biógrafos de Chico Xavier, informamos que essa
retificação foi requerida perante o Juiz de Direito da 2ª Vara, Dr. Sylvio Cerqueira Pereira (hoje
desencarnado), e Cartório do Crime de Uberaba.
A comunidade espírita uberabense, para não dizer toda a família espírita brasileira, teve
momentos de intensa alegria, quando, reconhecendo os benefícios prestados à Sociedade de
nossa terra, a edilidade lhe outorgava o título de cidadão uberabense, numa das sessões da
Câmara Municipal, realizada nos salões do Uberaba Tênis Club! ... Tal título repercutiu em todo
o Brasil, ensejando a dação de novos títulos a Chico Xavier ! ...
Outro aspecto, não menos interessante, é a relação entre a presença de Chico Xavier em
Uberaba e o número de espíritas uberabenses. É que, pelo recenseamento de 1950, o número de
espíritas em nossa terra era de 10.000, cerca de 10% sobre uma população de 100.000 habitantes.
Ora, com a chegada de Chico Xavier, cuja permanência há 40 anos, influenciando
espiritualmente a população, em termos de trabalho, de divulgação doutrinária e, sobretudo, de
vivência dos postulados espíritas-cristãos, acreditando nós que a quantidade de adeptos da
Religião Espírita deve ter, no mínimo, triplicado.
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O médium Chico Xavier, um dos fundadores da Casa Espírita
de Sheilla – ao lado de companheiros
E nosso Chico nos daria, com sua vida, as mais preciosas lições de Sabedoria e Amor,
dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. De fato, do ponto de vista material, a
sua folha de serviços não registraria “nenhuma falta ao trabalho, nada de licenças e suspensões”,
e produzindo, nesta fase de Pedro Leopoldo, as suas 60 obras mediúnicas, publicadas pela
Federação Espírita Brasileira.
A partir de então iniciaria, em Uberaba, a sua 2ª fase , recebendo até agora 350 obras.
Registrando este fato, um dos oradores da XV Semana da Mediunidade, promovida pela AME
local, Dr. Leonel Sivieri Varanda ressaltou os seus efeitos na difusão doutrinária, mostrando os
ascendentes espirituais na vida e obra de Chico Xavier, quando na CONDIÇÃO DE
APOSENTADO, a sua produção mediúnica sextuplicou, isto é, de 60 passou para 410 livros,
contando com a preciosa colaboração do confrade Vivaldo da Cunha Borges, sendo a década de
80 a mais produtiva com 153 títulos.
Felizmente, para todos nós, tal manancial de bênçãos continua a fluir todos os sábados, na
sede do Grupo Espírita “da Prece”, sob a direção do estimado irmão Dr. Eurípedes Higino dos
Reis brindando-nos com outras mensagens que formarão outros tantos volumes.
Outro destaque especial, feito pelo citado orador, é que tal produção mediúnica foi
conseguida graças à sua ESPECIALIZAÇÃO na tarefa espírita, escolhendo a PSICOGRAFIA
como a sua principal atividade, objetivando a divulgação do Livro Espírita, a sua paixão sublime
- no que Leonel foi secundado pelos companheiros Cézar Carneiro de Souza e Marilene
Paranhos Silva, na referida Semana de Estudos Mediúnicos.
Uberaba, nestes 40 anos, por exemplo, passou de 17 Instituições Espiritistas para quase
90. Orientou, igualmente, milhares e milhares de pessoas, assistindo-as em suas necessidades
espirituais. É assim que o vemos desdobrando-se através das “PEREGRINAÇÕES”, dos
“FESTIVAIS DE NATAL e do LIVRO ESPÍRITA”, das “ORIENTAÇÕES E DOS
RECEITUÁRIOS” de Dr. Bezerra de Menezes, das “VISITAS FRATERNAS AOS PRESÍDIOS
E ENFERMOS”, do “CULTO DO EVANGELHO NO ABACATEIRO” – onde todos se
quedavam em profundo silêncio para ouvir as suas belíssimas explicações do Evangelho de
Jesus ; tudo sob a amorosa e sábia supervisão de EMMANUEL.
Recordando os dois períodos na vida de Chico Xavier (Pedro Leopoldo e Uberaba), mais
uma lição poderíamos extrair: a sua extraordinária atividade após a aposentadoria,
apontando aos inativos o caminho de sua realização e alegria, através do TRABALHO
VOLUNTÁRIO, junto ao movimento espírita em geral e às Casas Espiritas, em particular,
assistindo-os em suas atividades materiais e espirituais.
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Brasil-espírita vibrou com dois grandes acontecimentos e que merecem nossa meditação.
Não é preciso recordar que, sendo o Centro Espírita a célula básica do nosso movimento,
muito se beneficiará tal unidade pelos oportunos temas que consubstanciaram o programa de
tal Congresso. Ali foram debatidos assuntos da mais alta importância para a dinamização de tal
unidade, sem necessitar de “reformas” retumbantes. É assim que registramos, como objeto do
Congresso: “O Centro Espírita: Uma visão global”; “A Contribuição da Doutrina Espírita na
solução dos problemas morais da Humanidade”; “A Evangelização Espírita Infanto-Juvenil”;
“A Unificação do Movimento Espírita”; “A Mediunidade na Doutrina Espírita” – entre tantos
outros.
Além disso, todos nós sabemos que ele é o mais fiel discípulo de Kardec, aquele que,
com a sua obra mediúnica, atualizaria revelações científicas, ampliando estudos doutrinários, e
consubstanciaria a mais segura orientação espiritual, com base em Kardec e Jesus, pela palavra e
pelo exemplo, para todas as situações e circunstâncias que a Religião Espírita seja chamada a se
manifestar, através de seus adeptos.
A OBRA GIGANTESCA DE CHICO XAVIER E A PROJEÇÃO DO BRASIL
Mas, é preciso que se diga, a bem da verdade, que, se assistimos, pela televisão, a dois
grandes acontecimentos, ambos projetando o Espiritismo, não é menos certo que foi a OBRA
MEDIÚNICA DE CHICO XAVIER que mais projetou a Doutrina dos Espíritos e a nação
brasileira como “o país mais espírita do mundo”, no dizer de D. Sylvia Barsante Santos, em
sua primogênita obra “CHICO XAVIER, MISSIONÁRIO DO AMOR”, concluindo a referida
autora que “as obras de Allan Kardec e de Chico Xavier se associam ao Evangelho de Jesus de
ponta a ponta!”
Ainda mais, hoje, se o
Brasil cresceu em termos de
difusão do Espiritismo, se tem uma
obra assistencial das mais
expressivas, se se tornou a meca do
Espiritismo, isto se deu graças,
prioritariamente, à mediunidade
missionária de CHICO XAVIER.
Daí, ter razão Clóvis Tavares
quando afirma que a história do
Espiritismo no Brasil está dividida
em duas partes: ANTES e DEPOIS
de CHICO XAVIER!
É, pois, com alegria que assistimos, no 1º Congresso Espírita Mundial, promovido pelo
Conselho Espírita Internacional, ao registro de tal fato, em termos de reconhecimento, gratidão e
testemunho histórico, quando os congressistas votaram, de forma unânime, um moção nesse
sentido, apresentada pela Federação Espírita de Sergipe, em favor da maior antena psíquica do
Século XX.
***
Daí porque, ao registrarmos os dois eventos, agradecemos, sobretudo, a Deus, pela feliz
oportunidade de sediarmos tal Congresso e termos, entre nós, o continuador de Allan Kardec,
projetando o Brasil como o “CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”!
-I-
CHICO
XAVIER
e a obra
de
KARDEC
- II -
PIETRO
UBALDI
ea
DOUTRINA
ESPÍRITA
No mês em que os espíritas de todo o mundo assinalam, com alegria, a passagem de mais
um aniversário de Chico Xavier, é bom que meditemos sobre a importância desse acontecimento
em termos evangélicos e do que representa sua obra mediúnica perante Jesus e Kardec.
E é quando se sabe que o Espiritismo não tem chefes encarnados, não possui sacerdócio
organizado, práticas ritualísticas de qualquer espécie, por não constituir uma “religião social”, na
feliz expressão de H. Bergson, mas, sim, a religião da moralidade, dos sentimentos, do culto
interior e da hierarquia do Espírito, tal como ensina Jesus;
Quanto à sua obra mediúnica, ninguém mais duvida de sua perfeita sintonia com a obra
kardequiana.
Nesse sentido, há quem afirme ser ele a reencarnação de ALLAN KARDEC, com o
objetivo de completar a obra doutrinária da codificação.
Aceitando ou não a tese, uma coisa é certa: sua obra constitui uma fiel continuadora da de
Allan Kardec, desdobrando e desenvolvendo o pensamento contido nas obras básicas da
Doutrina Espírita!...
Pululam médiuns, surgindo aqui, acolá ou alhures, novos tarefeiros respeitáveis pelo seu
esforço em servir à causa, mas coube, sem sombra de dúvida, a CHICO XAVIER a tarefa
inigualável de continuador fiel da obra de Kardec!
É por tudo isso que, aproveitando a data de seu aniversário, queremos ressaltar a beleza
de seu coração como Homem e a fidelidade à Doutrina como o mais perfeito médium deste
século!
Não resta a menor dúvida de que tais comemorações ensejam uma meditação em torno
de suas relações com o Espiritismo, como doutrina espiritualista que é, e, por isso mesmo,
mantendo “pontos comuns de contato” e divergentes, obrigando-nos a uma tomada de posição
doutrinária.
Nesse sentido, e como primeira afirmação, o Espiritismo não tem a pretensão de abarcar
a verdade absoluta, todavia, é a IIIª Revelação de Deus aos homens, apresentando-se como uma
Doutrina Autônoma, no seu tríplice aspecto de CIÊNCIA, FILOSOFIA e RELIGIÃO, e como a
maior manifestação da Verdade que o Homem pode conceber, não se confundindo, no dizer de
Deolindo Amorim, com Esoterismo, Rosacruz, Teosofia, Catolicismo, Protestantismo, Umbanda,
etc., embora possa ter “pontos comuns de contato” com todas elas, inclusive com a obra
ubaldiana.
É por isso que o mundo espírita reconhece em PIETRO UBALDI um médium respeitável
através de “As Grandes Mensagens” e “A Grande Síntese”, excetuando de sua obra mediúnica
“Deus e o Universo”, o “Sistema”, “Queda e Salvação”, e todas aquelas outras que adotam e
desenvolvem a tese da “queda”, da “involução” dos seres, por ser contrária aos postulados da
obra Kardeciana, embora possa ser uma hipótese filosófica que se casa com a doutrina da
Igreja Católica.
As demais obras, quando não sofrem a influência pessoal do médium, com suas idéias
filosóficas, são portadoras de mensagens conflitantes com os postulados espiritistas.
***
É preciso que se diga, todavia, que PIETRO UBALDI, ao apresentar a sua proposta no
6º Congresso Espírita Pan-Americano, realizado na Argentina, de 05 a 12 de outubro de 1964,
de considerar sua obra como aquela capaz de completar o pensamento kardequiano, por julgá-
la superada no tempo e no espaço, cometeu um ledo engano, pois, na verdade, demonstrou
completo desconhecimento de “O Livro dos Espíritos” que consubstancia uma verdadeira
síntese do pensamento, resolvendo os mais inquietantes problemas humanos, desdobrado por
LEÓN DENIS, GABRIEL DELANNE e, principalmente, pela obra mediúnica de CHICO
XAVIER, conforme nos mostra J. Herculano Pires, rebatendo a pretensão de Ubaldi, que foi
rejeitada pelo citado Congresso.
Fundamentando também tal rejeição, HUMBERTO MARIOTTI, citado por Eduardo
Carvalho Monteiro, em seu livro “Sala de Visitas de CHICO XAVIER”, assim se manifestou:
*********
Não se pode negar a influência marcante e decisiva de Chico Xavier na difusão do Espiritismo
no Brasil e no mundo, através de sua Vida e Obra Mediúnica, projetando a Religião Espírita e
tornando o médium respeitado e amado por todos os brasileiros, sendo certo que é o MAIOR
ACONTECIMENTO NO CAMPO DA DIFUSÃO DO ESPIRITISMO, através do LIVRO
ESPÍRITA e do seu EXEMPLO cristão-espírita.
Dessa forma, o LIVRO ESPÍRITA ganhou em quantidade e qualidade com sua obra
mediúnica, guardando fidelidade a Jesus e a Kardec, e colocando o Espiritismo numa posição de
respeito por parte da população brasileira, interessada nas coisas do Espírito, e isto sem que o
médium receba qualquer pagamento por seus direitos autorais, doando-os em favor da própria
difusão doutrinária e da assistência fraterna. Aliás, é ele mesmo que já declarou que nunca viveu
às custas do Livro Espírita, em qualquer circunstância !
Não menos edificante, ainda, é saber que, recordando Allan Kardec, em 1.862, viajou
para a Europa e Estados Unidos, fundando instituições doutrinárias, e levando a palavra de
estímulo e esclarecimento aos companheiros de outras terras.
Acrescente-se a tudo isto a sua Assistência Espiritual a milhares de criaturas, desde Pedro
Leopoldo, seja através de volumosa correspondência, seja através de orientações mediúnicas
para as Obras Doutrinárias e Assistenciais espalhadas por todo o Brasil, seja com orientações
espirituais de consolo, enfim, com atendimento a centenas de pessoas nas reuniões públicas e nas
tarde e noite de autógrafos !
Mas, é o seu exemplo evangélico, com seus gestos edificantes, seus “casos”, sua
bondade, amor e caridade, sua extraordinária humildade, desinteresse pessoal, abnegação e
perseverança na missão a que se entregou, revelando ser um Espírito Superior encarnado entre
nós, que faz de Chico Xavier o fiel intérprete de Jesus e de Kardec na Terra, podendo ser
considerado o Maior Instrumento da difusão da Religião Espírita, uma autêntica Autoridade
Espiritual, e isto sem Ter a pretensão de chefia em nosso movimento.
Daí, ter razão o confrade Carlos Romero (Reformador de 08.97), quando disse:
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Há um ditado popular, aplicável às manifestações orais, que afirma : “O peixe morre é
pela boca”! E nada melhor para entender tal adágio do que trazer à baila a recente manifestação
de Luiz Antônio Gasparetto, através da Revista “Opção”, nº 88. Estão lá duas afirmativas de
Gasparetto que revelam a sua estreita visão do Espiritismo e dos Espíritas.
Agora, vem de afirmar que o “que nós temos como movimento espírita hoje em dia não
tem muito a ver com a postura de seus iniciantes”, porque as atividades espíritas são de
natureza religiosa, sem o caráter de pesquisas experimentais, e que, por isso mesmo, “o
Espiritismo está morrendo”, pretendendo, assim, defender o aspecto científico como sendo a
única base da III Revelação, com exclusão do religioso, que dá “a responsabilidade de viver e de
agir” (Emmanuel, “No Portal da Luz”), posicionamento este, do Espiritismo, em perfeita
consonância com a grande finalidade do Espiritismo, que é a revivescência do Cristianismo
primitivo na mente e nos corações humanos.
Mas, o que é mais lamentável ainda é a sua referência ao nosso querido médium CHICO
XAVIER, vazada em termos desrespeitosos à sua figura humana, dizendo: “Está lá, um trapo”.
“Se ele é luz, eu prefiro ficar nas trevas, saudável, feliz”- continua o entrevistado “guru”!
Bendito “trapo” esse que Jesus colocou na Terra, verdadeiro “vaso escolhido”, com
mandato mediúnico, vivenciando o “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, e dando de
graça o que de graça recebeu, em termos mediúnicos.
*****
Quis o Alto que morássemos em Uberaba para ver um dos mais belos espetáculos cristãos
que ao homem é dado presenciar: o “Culto do Evangelho” realizado pelo Grupo Espírita “da
Prece” e que tem em Chico Xavier sua maior expressão evangélica.
Todos os sábados, entre 15:00 e 15:30 horas, chega o nosso querido médium Chico
Xavier para realizá-lo, cercado de seus amigos e irmãos em crença espírita. Ladeado por guardas
(e aí está um ponto para meditação, pois, segundo o próprio médium, eles são necessários à
segurança pessoal de cada participante e à disciplina dos trabalhos) amigos do movimento
espírita, Chico toma assento em um dos bancos ali colocados, sob a a sombra de um
abacateiro, tendo no centro uma mesa com garrafas contendo água para ser fluidificada, e em
derredor uma massa humana que se comprime para ver e ouvir o referido médium.
Iniciando a reunião, o irmão Weaker Batista fala sobre o objetivo da mesma e, após a
prece feita por um confrade (quase sempre o Dr. José Thomaz da Silva Sobrinho), o nosso Chico
esclarece que as atividades do Grupo se dividem, naquela tarde, em duas partes: a primeira com
os comentários evangélico-doutrinários sobre tema extraído de “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, feitos por confrades ali presentes por tempo nunca superior a quatro minutos, ao
mesmo tempo em que são aplicados os passes numa casinha humilde ao lado. A Segunda com a
confraternização feita com os irmãos residentes na Vila “Pássaro Preto”, quando são distribuidos
bens aos mesmos, após os comentários feitos à sombra do abacateiro.
Chico também tece algumas considerações sobre o texto oferecido à meditação e que são
avidamente absorvidos pelos presentes. Terminando com uma prece (geralmente feita pelo seu
grande irmão e companheiro de atividades, o Dr. Eurípedes H. Reis), e ladeado pelo guarda
Xexeu (que afirma gostosamente sempre “o assunto agora é serviço”), Chico toma lugar junto
aos irmãos visitados da Vila Pássaro Preto, confraternizando com eles e dando-lhes aquilo que o
Grupo pode oferecer no momento, inclusive o próprio médium que distribui a cada um deles a
quantia de dois cruzeiros, recordando, assim, a passagem evangélica do “óbulo da viúva”! ...
Não se pode negar, guardadas as devidas proporções, que essas reuniões recordam o
Mestre Jesus falando às multidões, junto ao povo, distribuindo o pão e o consolo, levando-lhes a
água viva do seu Evangelho de Amor!
Mas existem aqueles que são “chiquistas” porque respeitam e consideram Chico Xavier
como um Espírito Superior exemplificando o que julga ser verdade: O EVANGELHO DE
JESUS À LUZ DO ESPIRITISMO ! Nessa categoria nos encontramos, vez que sua
exemplificação consubstancia ATITUDES EDIFICANTES que nos esclarecem e nos ensinam
como devemos agir em função do conhecimento que temos da Doutrina Espírita, sem nenhum
prejuízo da nossa obrigação de sermos fiéis aos postulados kardequianos.
É, assim, que queremos recordar aqui o nosso médium Chico Xavier, a propósito de fatos
ligados ao movimento espírita e que passamos a enumerar:
A mesma orientação sempre teve o nosso querido médium perante as demais religiões ou
crenças. Ante as Religiões Afro-brasileiras, diz ele: “Respeitemos o umbandismo, onde se
encontra uma grande legião de companheiros muito respeitáveis, consagrados à caridade que
Jesus nos legou, grandes expositores da mediunidade, da mediunidade que auxilia, alivia o
próximo, credores do nosso maior carinho, da nossa maior veneração, conquanto estejamos
vinculados aos princípios codificados por Allan Kardec”.(Citações extraídas da “Coleção
Profecia – nº 4)
Outra atitude não menos edificante do médium Chico Xavier está no seu posicionamento
perante às práticas cirúrgicas espirituais. Entrevistado pela Imprensa Espírita, através de
“Goiás Espírita”, de 1987, foi-lhe perguntado:
A) - TEM SURGIDO MUITOS MÉDIUNS E CURADORES POR ESSE BRASIL AFORA, QUE
RECEITAM REMÉDIOS E ATÉ OPERAM DOENTES. QUAL A MANEIRA DE SE
IDENTIFICAR O VERDADEIRO DO FALSO?
FCX – Eu creio que isso deve ser fruto da Educação do sertanejo, acreditar que pagando bem, irá
conseguir curas espirituais. O verdadeiro Espiritismo não pode cobrar nem mesmo os remédios
que receita aos doentes. Também sou contra essa história de meter o canivete no corpo dos
outros sem ser médico. O médico estudou bastante Anatomia, Patologia e por isso está habilitado
a fazer uma cirurgia. Por que eu, sendo médium, vou agora pegar uma faca e abrir o corpo de um
cristão sem ser considerado um criminoso? Eu já me operei cinco vezes, e vários médiuns me
ofereceram seus serviços. O Espírito Emmanuel me disse: “Você deveria ter vergonha até de
pensar em receber este tipo de cura, porque todos os outros doentes vertem sangue, usam éter,
tomam determinados remédios para melhorar. Como você pretende se curar numa cadeira de
balanço?
FCX – Quando eu estava para me operar da última vez, em 1968, de um tumor na próstata, o Zé
Arigó mandou me avisar que ele estava pronto para realizar a operação. Eu lhe respondi: Como é
que eu ficaria diante de tanto sofredor que me procura e que vai a caminho do bisturi, como o boi
vai para o matadouro? E eu sabendo disso, vou querer facilidades? Eu tenho é que operar como
os outros, sofrendo como eles.
Em “O Livro dos Espíritos” (Questão 798), os Espíritos respondendo a Kardec sobre ser
o Espiritismo como crença comum da humanidade do futuro, afirmaram positivamente. Por
outro lado, em entrevista concedida à Imprensa Goiana (“Goiás Espírita”/1987), Chico Xavier,
questionado sobre ser o Espiritismo a crença do futuro, assim respondeu:
Eu penso que quem afirma isso está se situando dentro de um contexto de vaidade muito
grande. O Espiritismo é uma doutrina evolutiva. Sendo evolutiva, ela caminhará ao encontro
das outras e formaremos, então, uma bênção de Deus, o CRISTIANISMO TOTAL. Eu não
acredito que a Doutrina tenha privilégios e, algum dia, nós seremos os “tais”.
Aparentemente, uma afirmativa excluiria a outra, todavia, a questão se resolve em termos de
concordância, já que, se o Espiritismo é o Cristianismo redivivo, onde a contradição? O que o
médium Chico Xavier quis dizer é que não podemos ter a pretensão exclusivista da Verdade,
pois, todas as Religiões formarão o Cristianismo total e ao Espiritismo cabe a tarefa de
colaborar para a consecução de tal objetivo. Ele veio para auxiliar as Religiões, não para
destruí-las, ele deverá destruir sim o Materialismo.
Conta-nos o Dr. Elias Barbosa que, entrevistando Chico Xavier, obteve dele uma resposta
esclarecedora sobre a profilaxia das obsessões. O entrevistador perguntou: CHICO, QUAL A
MELHOR PROFILAXIA CONTRA AS OBSESSÕES?
FCX – Nossos Benfeitores Espirituais são unânimes em declarar que o ESTUDO DAS OBRAS
DE ALLAN KARDEC para que venhamos a adquirir o CONHECIMENTO e a EDUCAÇÃO de
nós mesmos, é o passo inicial indispensável, porque precisamos sanar as obsessões que nos
afligem sem herdar qualquer cativeiro à superstição e ao medo negativo, de que vemos muitos
irmãos prejudicados, quando conseguem a suspirada melhoria psíquica em outros setores
religiosos. Explicada a necessidade de Allan Kardec para o afastamento do processo obsessivo,
temos na profilaxia respectiva, a ORAÇÃO e o SERVIÇO AO PRÓXIMO na base de toda ação
restaurativa. Quem quiser estudar, orar, cumprir com os próprios deveres e trabalhar em auxílio
dos outros, principalmente daqueles que atravessam dificuldades e provações maiores que as
nossas, alcança LIBERTAÇÃO e TRANQÜILIDADE, com toda certeza porque os nossos
adversários desencarnados são sensíveis às nossas palavras, mas só se transformam para o Bem
com apoio em nossas próprias ações.
São essas atitudes, entre muitas outras existentes, em termos de ENSINO, ESCLARECIMENTO
e ORIENTAÇÃO, objetivando a mais perfeita realização de nossos propósitos doutrinários, que
reputamos serem EDIFICANTES, merecendo de nós a observância e a aplicação em nossas
tarefas.
Mais um título que Chico Xavier recebe como resultado do concurso o “MINEIRO DO
SÉCULO XX”, realizado pela Rede Globo de Minas Gerais, em todo o Estado, revelando mais
uma vez o quanto o médium é admirado por todos – espíritas ou não. Concorrendo com nomes
de peso, como Santos Dumont, Pelé e Juscelino Kubitschek, ele ficou em primeiro lugar com
704.030 votos, computados pelo telefone, pelas urnas e pela Internet.
Indagado sobre o acontecimento, se estava feliz, respondeu que apesar de não merecer o
título, “o carinho do povo é verdade e eu me sinto honrado”!
***
Este o FATO. Gostaríamos de ressaltar o que ele representa para nós espíritas. Sem
dúvida alguma, nada significa em termos de engrandecimento do ponto de vista material para o
médium , cuja HUMILDADE dispensa qualquer adjetivação. Ele simplesmente agradeceu ao
povo a bondade manifestada.
Para nós, espíritas, todavia, a dação desse título representa, mais do que isto, o
reconhecimento dos brasileiros de ser Chico Xavier o Evangelho personificado. É o
reconhecimento pelo prodigioso trabalho em favor da Humanidade, dando-lhe ânimo, coragem,
esperança e fé na vida futura.
Recebendo essas honrarias, uma vez mais, mostra Chico Xavier qual deve ser o
procedimento do verdadeiro missionário do Cristo, despojado de vaidades acima de tudo. Ele é a
permanente mensagem do Cristo, corporificando aquilo que Gandhi afirmou, isto é, que se um
único homem atingir a mais elevada qualidade de amor, isto será suficiente para neutralizar o
ódio de milhões.
Ainda poderíamos considerar a importância do FATO para a Doutrina Espírita, vez que
todos que tiveram sua atenção voltada para os indicados ao título, analisando seus feitos, a
maioria não fez sua escolha nos campos da Política, da Arte, da Ciência, etc, mas sim foi
encontrá-la na área da Religião Espírita, comprovando isso o respeito, a credibilidade , o
crescente interesse que ela está despertando junto às massas, através, justamente, da vivência
evangélica desse missionário do AMOR que todos nós aprendemos a reverenciar e amar, como
um legítimo representante do CRISTO na face da Terra.
Tudo isso sintetiza o que já dizia, há algum tempo atrás, Charlie Chaplin, em seu filme
“O Grande Ditador”: “Nossos conhecimentos fizeram-nos cépticos; nossa inteligência fez-nos
empedernidos e cruéis. PENSAMOS EM DEMASIA E SENTIMOS MUITO POUCO. Mais
do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. SEM ESTAS VIRTUDES A VIDA SERÁ
DE VIOLÊNCIA E TUDO SERÁ PERDIDO”.
********
Respeitando a opinião de quantos não aceitam a tese levantada por
ADELINO DA SILVEIRA, no sentido de que CHICO XAVIER é a
reencarnação de ALLAN KARDEC, registramos, aqui, nossa opinião
favorável à referida tese, com aquela certeza íntima que decorre de nossas
observações e de nossas pesquisas, em torno do assunto, demonstrando,
com os motivos que a embasam, a grandiosa missão do médium de Pedro
Leopoldo, considerado o “HOMEM DO SÉCULO”.
Por essa afirmativa, sentimos o zelo de Allan Kardec, prevendo que “novidades” como a
transcomunicação instrumental surgiria como uma “novidade”, bem como a sua atualidade na
apreciação crítica da questão.
Dessa forma, o Espiritismo não está à cata de novidades e reformas, mas sim, preocupado
com a prática do Evangelho de Jesus, por parte de seus adeptos. Isto não significa que nossa
Doutrina seja avessa ao progresso, pelo contrário, ela está sempre aberta às inovações, desde que as
mesmas guardem FIDELIDADE A JESUS E KARDEC.
Recordemos, para finalizar, o Codificador em “O Livro dos Médiuns”, Cap. IV, 1ª Parte,
item 51: “O essencial é que o homem aplique o Espiritismo no seu aperfeiçoamento moral. O
mais é apenas curiosidade estéril e quase sempre orgulhosa, cuja satisfação não o fará avançar
sequer um passo. O único meio de avançar é tornar-se melhor.”
********
Sob o título acima, nosso irmão Ricardo Baesso de Oliveira, de Juiz de Fora-MG, através de
“A Flama Espírita” de dezembro/96 , teve a felicidade de atacar o problema do pagamento de
“TAXAS” de inscrição para participação de Eventos Espíritas, como Simpósios, encontros, cursos,
congressos, confraternizações, etc, objetivando a divulgação do Espiritismo ou a assistência aos
mais necessitados. Pretendem seus criadores justificar tal cobrança, sob a alegação de que têm
necessidade de recursos materiais, financeiros, sem os quais não atingiram seus propósitos,
concluindo seu artigo com repúdio a tal prática elitista.
Na verdade, não são eles que nos ensinam, como nos fala Scheilla ( “Ideal Espírita”), em sua
mensagem “Cultura de Graça”, que, se lá fora, materialmente, nós precisamos de pagar para
obtermos conhecimentos e aprendizado técnico, em nossas Casas Espíritas, “a Cultura da Alma
nada pede à bolsa dos aprendizes”. Não é também André Luiz, em “Conduta Espírita”, que no
recomenda que não devemos angariar donativos em nossas instituições, “de vez que tais
expedientes podem ser tomados à conta de pagamento por benefícios”?
Não foi, ainda, Allan Kardec quem disse, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (Cap.
XXVI, item 5), que “Jesus expulsou os vendilhões do templo e assim condenou o tráfico de coisas
santas, sob qualquer forma que seja”, deixando bem claro que isto se aplica a qualquer
modalidade de tarefa espírita que implique “profissionalismo religioso”?
Há que considerar, ainda, que Deus nada cobra pelos benefícios que espalha, inclusive a
bênção de viver e trabalhar, conforme nos fala Emmanuel, através de Chico Xavier, em mensagem
recebida, recentemente, em sua residência, isto é, no dia 28/04/97. Está lá que, na Terra, temos de
graça o corpo que nos guarda; a luz do Sol que nos sustenta; rios fornecendo água farta; o ar puro e
leve de apoio à nossa vida ; árvores que nos dão frutos que elas próprias não comem; enfim o
Homem vive e trabalha sob a graça de Deus!
Assim, não vale o argumento de que o próprio Codificador do Espiritismo teve necessidade
de dinheiro para a difusão das Obras da Codificação, pois o que se questiona não é essa
necessidade, mas, sim, repetimos, a FORMA de adquiri-lo. Quando Kardec foi acusado de
“profissionalismo religioso”, defendeu-se, mostrando que nunca viveu à custa da Sociedade Espírita
de Paris, valendo-se apenas dos seus parcos recursos, do produto da venda dos livros da
Codificação, para as novas edições, bem como da ajuda voluntária dos companheiros interessados
na difusão e sustentação dos ideais espiritistas (“Viagem Espírita – 1. 862”).
Ora, se os Espíritos e o bom-senso nos mostram isto, por que pretender cobrar pela dação de
conhecimentos espíritas ou realizar eventos calcados em livros ditados por eles, participando de tais
eventos somente os que podem pagar, com evidente elitização econômica de nosso movimento? É
claro que temos despesas a serem cobertas, mas, como disse o nosso irmão Ricardo Baesso de
Oliveira, podemos promover a sua aquisição na sua realização, com várias alternativas em nome do
Espiritismo, lembrando finalmente, André Luiz, em “Conduta Espírita”: “Quem sabe suportar as
próprias responsabilidades, dá testemunho de Fé”
A TRANSCOMUNICAÇÃO INSTRUMENTAL COMO
“MODISMO”
O princípio da “comunicabilidade dos Espíritos”,
objeto da Ciência Espírita, vem sendo estudado, abservado
e pesquisado desde os fenômenos de Hydesville nos
Estados Unidos, passando pelas “mesas girantes” na
Europa, e mais perto de nós com William Crookes, Richet
e tantos outros, até chegar aos nossos dias com a
Parapsicologia e a Transcomunicação Instrumental.
Com isso, chegamos ao “nó górdio” da questão: a TCI dispensaria a existência dos
médiuns, da mediunidade? A mediunidade estaria no ocaso de sua existência? Estariam certos os
nossos transcomunicadores?
Aliás, nesse sentido, o próprio engenheiro George Meek reconhece que o elemento humano
é necessário, revelando que os bons resultados obtidos sempre ocorreram com a presença de um
excelente médium, que é William O. Neill, e que no VIDEOCOM apareceu uma camada de
substância esbranquiçada que poderia tratar-se de formações ectoplasmáticas.
Dessa forma, segundo Lourival Augusto – e nisto -, a realidade dos fenômenos espíritas
constatada pelo progresso da tecnologia não prescinde da existência do elemento intermediário na
sua manifestação, principalmente nos casos de gravação de vozes em fitas magnéticas e imagens no
VIDEOCOM, fatos enquadrados nos EFEITOS FÍSICOS, com os médiuns fornecendo a substância
necessária (o ECTOPLASMA).
E que dizer do trabalho de todos esses tarefeiros, espalhados pelo Brasil e pelo Mundo,
servindo à Doutrina pelas diferentes vias mediúnicas? Ainda, sem a mediunidade, qual o destino de
nossas sessões de desobsessão?
Concluindo, é válida a TCI junto à Ciência Oficial, com vistas à comprovação da existência
do Espírito, mas não podemos aceitar a tese da desvinculação da mediunidade dos fenômenos de
comunicação dos Espíritos, como esclarece Kardec, sendo certo, assim, que o ocaso da
mediunidade ainda não se deu e jamais se dará!
Há tempo para tudo. Cada coisa vem a seu tempo, atendendo às necessidades espirituais. É
assim que o Consolador chegou na época predita, com vistas à revivescência do Cristianismo
primitivo em sua pureza e simplicidade. E viria em bases experimentais e com uma filosofia
racional, consubstanciando a Religião da Sabedoria e do Amor, promovendo o nosso reencontro
com o Evangelho de Jesus, conforme nos fala Emmanuel em “No Portal da Luz”. E com o
Consolador prometido por Jesus (Pentateuco Kardequiano) viria mais tarde os esclarecimentos
progressivos de Léon Denis, Gabriel Dellane, e, neste século, a gigantesca obra mediúnica de
CHICO XAVIER, com mais de quatrocentos livros, em todas as áreas do conhecimento humano.
Esta obra nos levou a sustentar, em nosso livro “Bases do Espiritismo”, ser o médium
humilde de Pedro Leopoldo, com seu “mandato mediúnico”, o principal e o mais fiel discípulo do
Codificador no desdobramento do pensamento Kardequiano, e isto sem menosprezar a
multiplicidade de canais mediúnicos existentes.
***
Essas considerações iniciais são para lembrar uma nova faceta que a figura de Chico Xavier
nos mostra, através da obra de Adelino da Silveira, intitulada “KARDEC PROSSEGUE”, tese esta
à qual aderimos, pelos seus fundamentos racionais e convincentes, porque calcados em mensagens
dos Espíritos DEMEURE, que foi médico de Kardec, constante de “O Céu e o Inferno”; de ZÉFIRO
e do ESPÍRITO DE VERDADE, em “OBRAS PÓSTUMAS”, com as conseqüentes deduções
lógicas que tais mensagens impõem, sem esquecer outros fatos que nos levam à mesma conclusão.
A propósito, recordamos aqui de uma entrevista de Chico Xavier, em que é este questionado
sobre o paradeiro de Allan Kardec, essencialmente nestes termos:
- Chico, você tem tido notícias de Allan Kardec? Onde ele se encontra?
- Eu não sei – respondeu o nosso querido médium Chico Xavier - onde ele se encontra, mas
onde estiver estará realizando uma grande obra!
Ora, não vemos obra mais expressiva e grandiosa do que a obra mediúnica de Chico Xavier,
nem tampouco temos notícias de outros missionários que tenham suportado tantas lutas e
sofrimentos pelos quais passou este médium, na execução de sua tarefa missionária, comprovando
tudo aquilo que o Espírito da Verdade disse sobre a vinda de Kardec em sua nova roupagem. O
certo é que vale a pergunta: Onde estaria alguém realizando obra tão grandiosa quanto a do
humilde servidor de Pedro Leopoldo?
Dessa forma, numa encarnação, sua tarefa foi, principalmente, no campo da inteligência
(Razão); nesta, está sendo, predominantemente, no campo dos sentimentos( Coração), dada a maior
necessidade evangélica da Humanidade.
Colocando uma “pá de cal” no assunto, a Espiritualidade Superior confirmaria tal entendimento
pela psicografia respeitável de ANTÔNIO BADUY FILHO, na XXXIV COMMETRIM, realizada
em Ituiutaba, em 1997.
Início do século XX. Nas regiões mais elevadas da Espiritualidade, acontecia importante
reunião. Encontro significativo. Decisões de relevância. Presença marcante de Allan Kardec.
Discutia-se a volta do apóstolo espiritista às lides terrenas. Época difícil na Doutrina Espírita.
Controvérsia estéril entre os adeptos. Idéia de exclusividade da investigação científica e
filosófica. O cientificismo, atuante no meio doutrinário, negava o aspecto religioso.
Urgia, pois, o testemunho do Espiritismo comprometido com as lições da Boa Nova, semeando
no coração dos homens o amor e a caridade.
Consta, nos registros do mundo espiritual, que ocorreu, a partir daí, sublime e emocionante
diàlogo, do qual transcrevemos, palidamente, alguns fragmentos:
Renascerás em condições adversas...
Obedecerei a vontade do Senhor.
Começarás muito novo, entre aflições e dificuldades, e trabalharás com sacrifício e renúncia
por longo tempo..
Dedicarei cada minuto à seara do bem.
Não possuirás títulos acadêmicos...
O único título que almejo é o do fiel servidor do Cristo.
Encontrarás desconfianças e agressões...
Buscarei na fé e na humildade a força para resistir.
Terás a dor por companhia constante...
Saberei aceitá-la com o amparo do Alto.
Companheiros não te entenderão e se voltarão contra ti...
Cumprirei meu dever e guardarei a consciência em paz.
Não farás nada por ti mesmo, serás apenas instrumento...
Agradecerei a Deus a oportunidade de servir.
Não gozarás as alegrias e o aconchego do lar constituído...
A humanidade será minha família.
Assumirás espinhosa missão no desdobramento da Codificação Espírita...
Serei leal aos princípios doutrinários, ciente de que o Espiritismo é o Consolador
prometido por Jesus.
A tarefa te exigirá devotamento e abnegação...
Não hesitarei viver em plenitude o Evangelho e a Doutrina Espírita.
LOUVOR A KARDEC
Evangelho Segundo o Espíritismo
Cap. I – 5 a 7
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Dessa forma, podemos afirmar que Adelino da Silveira não está só. Com ele estão fatos
convincentes, corroborados por inúmeros confrades e o testemunho da Espiritualidade.
A propósito da mensagem pelo médium recebida por ANTÔNIO BADUY FILHO, de Ituiutaba,
MG, sobre a volta de Allan Kardec, na pessoa do maior espírita do nosso século, FRANCISCO
CÂNDIDO XAVIER, e os ataques, as agressões de alguns espíritas intelectualistas, respondemos
com as palavras de Jesus no Evangelho de Mateus 11.25: “Graças te dou, Pai, por teres ocultado
estas coisas aos sábios e doutos e as teres revelado aos pequenos e humildes.”
A revelação do Espírito de Hilário Silva, pelo médium de Ituiutaba, é de grande importância para a
Doutrina, visto que estão surgindo muitos falsos Allans Kardecs pelo Brasil afora e fora do Brasil,
bem como vem confirmar outra revelação do Espírito de Verdade pelo próprio Allan Kardec. E é
bom que Chico Xavier esteja vivo entre nós para que falsos profetas não utilizem seu nome para
enganar ninguém.
Ademais, a presença de Allan Kardec no Brasil, o coração do mundo e a futura pátria do Evangelho,
é motivo de alegria, de felicidade para toda a família espírita brasileira. E não é?
Será que alguém nesse país, ou em qualquer lugar da Terra, na atualidade, tem mais cacife
intelectual (a imensa bagagem do passado com a grandiosa sabedoria e experiência do presente),
bem como a grandeza moral e espiritual de Chico Xavier para ser Allan Kardec reencarnado na
Terra, conforme ele próprio (Allan Kardec) anunciou, por revelações superiores, antes de morrer?
E ele, Chico Xavier, não fez o que Kardec devia fazer e mais ainda, com o seu trabalho, com o seu
exemplo, e com a sua fidelidade ao Cristo, não complementou maravilhosamente bem , o que Allan
Kardec devia complementar para a restauração do Cristianismo na Terra? (O grifo é nosso.)
“EU NÃO SEI SE KARDEC ESTÁ REENCARNADO, MAS SE ESTIVER, SÓ PODE SER CHICO
XAVIER.”
NOSSA CONCLUSÃO:
Realmente, há tempo para tudo. Quando o nosso querido Chico Xavier completa 73 anos de
mandato mediúnico, com uma obra monumental e com a corporificação em toda sua vida do
Evangelho de Jesus, chegou o momento de ser dito, alto e bom som, que ADELINO DA
SILVEIRA NÃO ESTÁ SÓ, ao defender a tese de que ALLAN KARDEC VOLTOU e está
cumprindo sua nova missão na Terra.
Ousamos dizer, agora, que a obra mediúnica de Chico Xavier, pela sua natureza e finalidade,
consubstancia, para nós espíritas, no contexto da Codificação, a Maior maravilha do Século XX,
em que o próprio Allan Kardec, nas vestes corporais do médium de Pedro Leopoldo – a MAIOR
ANTENA PSÍQUICA DO SÉCULO – (e isto sem desprezar a multiplicidade de canais mediúnicos
existentes) – realiza o extraordinário fenômeno da MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES, isto é, desdobra
as cinco obras da Codificação em mais de quatrocentos livros, numa vida de profunda humildade,
de abnegação, de sacrifícios, de renúncia, de amor, exaltando e vivenciando principalmente o
aspecto mais importante da Doutrina Espírita – o RELIGIOSO. Sua obra mediúnica, a exemplo da
de Kardec, não pode ser compreendida, estudada e assimilada numa só existência, mas em várias.
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Weimar Muniz de Oliveira, Presidente da Federação Espírita do Estado de
Goiás (FEEGO), entrevista o Dr. Jarbas Leone Varanda, Presidente da Aliança
Municipal Espírita (AME) de Uberaba, Presidente do Conselho Regional Espírita –
Zona Sul do Triângulo Mineiro e autor dos livros “Bases do Espiritismo” e
“Atualidade de Kardec”, a respeito da mensagem recebida, através da
mediunidade do Dr. Antônio Baduy Filho, de Ituiutaba, Minas Gerais, intitulada:
“A VOLTA DE ALLAN KARDEC”.
GE – Jarbas, o “Espírita Mineiro”, órgão da União Espírita Mineira, edição abril/maio – 1998,
publicou, com grande destaque, a mensagem: “A VOLTA DE ALLAN KARDEC”.
JV – A mensagem em tela veio através do médium Dr. Antônio Baduy Filho, responsável pela
publicação de “Histórias da Vida” e “Decisão”, de autoria dos Espíritos Hilário Silva e Valérium.
Ela foi recebida em reunião pública de instalação da XXXIV COMMETRIM (Confraternização de
Mocidades e Madureza Espíritas do Triângulo Mineiro), na noite de 31/10/97, em Ituiutaba, terra
natal do médium, e na presença de mais de quinhentos confrades. Tal mensagem foi a manifestação
do Alto acerca da tese levantada por Adelino da Silveira, de Mirassol (SP), de que Chico Xavier
seria a reencarnação de Allan Kardec, confirmando-a e colocando uma “pá de cal” na polêmica
questão!...
GE – Que relação tem dita mensagem com o livro “KARDEC PROSSEGUE”, de Adelino da
Silveira?
JV – Existe, sim, uma relação muito íntima entre a mensagem e a obra de Adelino da Silveira
“Kardec Prossegue”, porque é neste livro que o nosso confrade sustenta a tese de que Chico Xavier
é a reencarnação do Codificador, fundamentando-a em depoimentos e comunicações mediúnicas
dos Espíritos Demeure, que foi médico de Kardec, constante de “O Céu e o Inferno”; de Zéfiro e do
Espírito de Verdade , constantes de “Obras Póstumas”. Tal fato gerou reações no meio espírita,
ensejando o posicionamento de vários confrades, endossando ou combatendo tal idéia, calcados no
direito de opinar que todos temos. Nós mesmos nos manifestamos favoravelmente à tese de
Adelino da Silveira, em artigo publicado em “A Flama Espírita”, editado em Uberaba.
GE – Como é que se explicam as diferenças de perfil entre Allan Kardec e Chico Xavier? Essas
diferenças seriam aparentes apenas?
JV– As diferenças são apenas aparentes, se levarmos em consideração que os Espíritos Superiores
podem, na multiplicidade de suas missões, limitar ou exteriorizar características já conquistadas em
outras existências, com vistas às tarefas a serem desempenhadas, como aconteceu com o próprio
Allan Kardec antes de sua roupagem corpórea como o Codificador. E que Chico Xavier é um
Espírito Superior ninguém pode duvidar, pois sua vida e seus exemplos demonstram à saciedade a
sua condição de superioridade ao meio em que vive, não tendo falido em sua tarefa nos precisos
termos em que o Espírito ERASTO colocou em sua fala, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”
(Cap. XXI, item 09), e na forma posta pelos Espíritos em “O Livro dos Espíritos”, nas questões 578
e 579.
Negar essa condição de Espírito Superior a Chico Xavier, pelo fato de sua vida ter sido pontiada de
sofrimentos – características comuns de Espíritos Imperfeitos – é esquecer a lição de André Luiz,
quando classifica a Dor como originária de três fontes: evolução, expiação e missão. Nesta última
categoria está a figura ímpar do mssionário CHICO XAVIER.
GE – Admitindo-se que Chico Xavier seja a reencarnação de Allan Kardec, como explicar o
fato de Allan Kardec, em sua época, ter dado mais ênfase aos aspectos FILOSÓFICO e
CIENTÍFICO, sendo que a maior necessidade dos homens continua sendo o aspecto
RELIGIOSO?
JV- É verdade que Allan Kardec deu mais ênfase aos aspectos científico e filosófico, em face das
necessidades históricas de seu tempo, mas não marginalizou o religioso, presente nas suas
reiteradas manifestações sobre ser o Espiritismo o Cristianismo Redivivo e, principalmente
na gigantesca obra de natureza religiosa, “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”. Este
aspecto religioso seria desenvolvido, como o foi, nas vestes de CHICO XAVIER, desdobrando e
completando o pensamento dos Espíritos, constante das Obras Básicas, ao direcionar a Codificação
no sentido de supervalorizar o Espiritismo como a Religião da Sabedoria e do Amor, pela maior
necessidade de evolução no campo dos SENTIMENTOS, mas sem esquecer os aspectos Científico
e Filosófico, presentes nas obras de EMMANUEL e ANDRÉ LUIZ (“A Caminho da Luz”, “O
Consolador”, “Evolução em Dois Mundos”, “Mecanismos da Mediunidade”, etc.)
Assim, o Codificador veio completar a sua Obra, dando ênfase ao aspecto Religioso. Aliás, a Obra
Mediúnica de Chico Xavier é JESUS e KARDEC de ponta a ponta.
Há tempo para tudo. Cada coisa vem a seu tempo, atendendo às necessidades espirituais. É assim
que o Consolador chegou na época predita com vistas à revivescência do Cristianismo Primitivo em
sua pureza e simplicidade. E viria em bases experimentais e com uma filosofia racional,
consubstanciando a Religião da Sabedoria e do Amor, promovendo o nosso reencontro com o
Evangelho de Jesus, conforme nos fala Emmanuel, em “No Portal da Luz”.
E com o Consolador prometido por Jesus, consubstanciando o Pentateuco Kardequiano, viriam mais
tarde os esclarecimentos progressivos de Léon Denis, Gabriel Delanne e, neste Século, a gigantesca
Obra de Chico Xavier, com mais de quatrocentos livros, em todas as áreas do conhecimento
humano. Esta obra nos levou a sustentar, em nosso livro “Bases do Espiritismo”, ser o médium
humilde de Pedro Leopoldo, com seu “mandato mediúnico”, o principal e mais fiel discípulo do
Codificador, no desdobramento do pensamento Kardequiano, e isso sem menosprezar a
multiplicidade de canais mediúnicos existentes.
JV – No caso do médium de Ituiutaba, não resta a menor dúvida de que, sem desmerecer outros
canais mediúnicos, ele satisfaz os requisitos de credibilidade, de seriedade, no exercício da
mediunidade psicográfica. A sua segurança, a sua dedicação ao trabalho e seu equilíbrio no controle
das manifestações mediúnicas por seu intermédio são já conhecidos em nível regional e nacional.
GE – Por que é que a mensagem foi publicada, em primeira mão, pela União Espírita Mineira,
quando poderia ter sido por inúmeros outros órgãos de divulgação espírita, ao mesmo tempo?
JV – A razão está em que o médium referido, trabalhando em Minas Gerais, achou por bem
entregar à União Espírita Mineira a responsabilidade da publicação de tal mensagem, através do
“Espírita Mineiro”, como o porta-voz mais indicado para tal. Isto significa o respeito, a seriedade, e
a responsabilidade, no trato das questões doutrinárias, por parte do médium, principalmente dessa
natureza.
GE – Qual a sua opinião sobre a mensagem, depois de analisá-la? Qualquer que seja a sua
opinião conclusiva, favor adicionar fontes insuspeitas e fidedignas que a endossem.
JV – A nossa opinião é a manifestação da certeza íntima que sempre tivemos sobre a matéria,
datando de várias décadas, mas é, sobretudo, o endosso da tese levantada pelo Confrade Adelino da
Silveira, na atualidade. E temos também razão outras para endossá-la além das f ocalizadas pelo
autor de “Kardec prossegue”.
Não deveria ele continuar na Espiritualidade, a sua obra, ditando livros visando a desenvolver os
ensinos dos Espíritos, principalmente através da mediunidade missionária de CHICO XAVIER que
melhor reuniu, como reúne as condições espirituais de CREDIBILIDADE na Terra para recebê-la?
Por que apenas André Luiz, Emmanuel e tantos outros Espíritos, com a exclusão de ALLAN
KARDEC?!
As pretensas comunicações esporádicas, atribuídas a Kardec não justificariam sua ausência nos
esclarecimentos progressivos das Obras Básicas, fato que nos faz duvidar de sua credibilidade.
Ousamos afirmar, por oportuno, que se Chico Xavier não for a reencarnação de Allan Kardec, então
o Codificador, lamentavelmente, foi OMISSO no desdobramento da Codificação, deixando de
oferecer sua contribuição, através da obra mediúnica do médium de Pedro Leopoldo.
Não é preciso dizer que tudo isto resulta do predomínio da idéia materialista, com a
defasagem dos sentimentos de solidariedade, com o seu cortejo de crimes hediondos, evidenciando
o total desrespeito à vida como realidade “transcendente”, numa escalada da violência sem
precedentes na História da Humanidade e, em particular, no Brasil, provocando, como solução para
conter a onda de criminalidade, uma só reação em grande parte da população: a adoção da Pena de
Morte!..
E sob a ótica espírita, a pena capital tem o repúdio dos Espíritos, calcados que estão nas
teses da Imortalidade da Alma, da pluralidade das existências (reencarnação) e no princípio da
Paternidade Universal, sendo certo que a solução para a sua adoção só tem a seu favor a tese da
UNICIDADE da existência que é a negação da justiça de Deus e a pior explicação da Lei de Causa
e Efeito.
Sem pretender pontificar no assunto, lembraríamos a opinião dos Espíritos, em “O Livro dos
Espíritos”, que repelem a pena de morte como terapêutica mais adequada (Questões 760 a 765) e
apontam a EDUCAÇÃO ou REEDUCAÇÃO MORAL, como solução definitiva, com a imissão,
nos extratos mais profundos da personalidade, de impulsos e contra-impulsos de natureza moral,
capazes de erradicar a PERICULOSIDADE da face da Terra. Ainda lembraríamos Allan Kardec
perguntando, na questão 796 da obra básica, sobre a necessidade de leis penais mais severas, no
estado atual da sociedade, obteve a seguinte resposta:
“ - Uma sociedade depravada tem certamente necessidade de leis mais severas. Infelizmente
essas se destinam antes a punir o mal praticado do que a cortar a raiz do mal. Somente a
EDUCAÇÃO pode reformar os homens, que assim não terão mais necessidade de leis tão
rigorosas”. Relativamente à reforma das leis, isso somente acontecerá “pela força das
circunstâncias e pela influência das pessoas de bem”. (Questão 797 – LE).
“ – A pena deveria ser de educação. A pessoa deveria ser condenada mas é a ler livros, a se
educar, a se internar em colégios, a se dedicar ao trato da terra, à produção agrícola, ao
burilamento da madeira, à escultura da pedra, etc.. , etc.., ainda que seja sob compulsão do
serviço policial, mas que as nossas casas punitivas, hoje chamadas de casas de reeducação,
sejam, escolas de trabalho e de instrução. Isto porque toda criatura está sentenciada a evoluir e
nunca sentenciada à morte pelas leis de Deus, porque a morte tem seu curso natural. Por isso,
acho que a pena de morte é desumana. Ao invés de estabelecê – la, devíamos coletivamente criar
organismos que incentivassem a cultura, a responsabilidade de viver o amor ao trabalho. O
problema da periculosidade da criatura, quando exagerada, deve ser corrigido com a educação e
isso há de se dar no futuro. Porque nós não podemos corrigir um crime com outro, um crime
individual com um crime coletivo ”.
Lembramos, de escantilhão, que, quando nossa irmã consangüinea Eleuza foi assassinada,
no exercício da caridade, não pudemos dar aos criminosas a mesma assistência dada pela nossa
confreira Irtes Terezinha, mas procuramos fazer o mínimo, isto é, ESQUECER o ato criminoso com
a COMPREENSÃO que a Doutrina Espírita nos faculta, em bases reencarnacionistas, embora
chorando sobre o seu corpo inerte. Somente com o princípio da Paternidade Universal e com a
Reencarnação, isto é, com melhor compreensão da Lei de Causa e Efeito, em bases
reencarnacionistas, pudemos aceitar e esquecer os seus algozes que são nossos irmãos. Somente
assim ACEITAMOS a realidade do seu assassinato. É bom recordar o Cristo, na Cruz, quando
disse: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem!”
Assim, a adoção da pena capital jamais poderia fazer parte de um país que está predestinado
a ser a “Pátria do Evangelho”, visto que os povos, “cujas leis se harmonizam com as leis eternas
do Criador, viverão e serão o farol dos outros povos”. (Questão 788 de “O Livro dos Espíritos”) E
outra não é a destinação da terra do Cruzeiro.
Concluindo, nós poderíamos lembrar EMMANUEL (“Pão Nosso”, cap. 122), quando
comenta: “Muita gente acredita que o “homem caído” é alguém que deve ser aniquilado. Jesus,
no entanto, não adotou essa diretriz. Dirigindo-se, amorosamente, ao pecador, sabia – se, antes
de tudo, defrontado por enfermo infeliz, a quem não se poderia subtrair as características de
etenidade. Lute-se contra o crime, mas ampare-se criatura que se lhe enredou nas malhas
tenebrosas”. O Mestre indicou o combate constante contra o mal, contudo, aguarda a
fraternidade legítima entre os homens por marco sublime do Reino Celeste”.
De algum tempo a esta parte, tem havido, na seara espírita, um extraordinário surto de fatos
relacionados com a fenomenologia mediúnica, ensejando a oportunidade aos estudiosos de se
posicionarem, doutrinariamente, perante os problemas surgidos e decorrentes de tais fatos. Isto,
todavia, ao invés de ser um empecilho ao exercício da mediunidade, constitui estímulo ao seu
melhor conhecimento, através do estudo, da observação, da experiência mediúnica colhida ao longo
do tempo, objetivando a aquisição do discernimento necessário à superação dos escolhos e à
obtenção de proveitosas comunicações, com evidente valorização e destaque da Mediunidade.
Além do mais, a prática mediúnica é rica, claras e satisfatórias são as propostas que os
Espíritos dão, na Codificação, às diferentes questões suscitadas, atendendo aos diversos níveis de
inteligência e cultura dos estudiosos do assunto. Daí ter razão Allan Kardec quando, em “O Livro
dos Médiuns”, ressalta que as dificuldades e desilusões na prática espiritista decorrem da ignorância
dos princípios doutrinários e que tal obra objetiva orientar as manifestações mediúnicas,
apontando as dificuldades encontradas e ensinando a maneira de os homens se comunicarem com os
Espíritos, evitando a zombaria e as críticas em razão das idéias falsas do Mundo Espiritual, cujas
leis, que governam as relações entre encamados e desencamados, somente agora começam a ser
conhecidas com a Mediunidade.
Viria mais tarde, ainda, a eclosão de verdadeiros “modismos”, em nossas Casas Espíritas,
com as chamadas “Comunicações eletrônicas com os mortos”, descartando a mediunidade com o
intercâmbio com o Plano Espiritual, portanto, sem apoio doutrinário, a “cristalterapia”, a
“cromoterapia”, a “projeciologia”, “shows musicais mediúnicos” e outras manifestações artísticas,
em que o fenômeno passa a ser fim e não meio, revelando tudo isso a ignorância dos princípios por
colocar a tarefa prioritária da execução do Evangelho de Jesus, que visa ao adiantamento moral da
criatura humana, em plano secundário!
E mais recentemente, tivemos o caso Ayrton Senna, na área das comunicações, quando uma
médium paulista teria recebido, durante o velório daquele piloto, uma mensagem dele, sendo tal
comunicação contestada por confrades nossos, também paulistas. E, ainda, com relação ao citado
piloto, na fase de sua subida ao “podium espiritual”, tivemos a infeliz reportagem da revista
“Contigo”, que envolve o médium Francisco Cândido Xavier, por atribuir-lhe uma mensagem
dirigida à família de Ayrton Senna, sem solicitação desta, tendo sido desmentida, porque não seria
crível que o nosso Chico desrespeitasse aquela família que é protestante, ele que sempre respeitou
todas as crenças!...
Nesse sentido, ainda, Léon Denis, em “Depois da Morte”, teve oportunidade de asseverar,
também com muita propriedade, que “o estudo do mundo invisível exige muita prudência e
perseverança”, exigindo – diríamos nós agora – conhecimento doutrinário, o facho da Razão e a
prática das virtudes evangélicas, sendo oportuna e sublime a exortação do Espírito de Verdade, em
“O Evangelho segundo o Espiritismo”, Cap. VI: “Espíritas! amai-vos, este o primeiro
ensinamento; instruí-vos, este o segundo
********
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
NA ÁREA SOCIAL
CONCLUSÃO
Nossa gratidão, pois, a ALLAN KARDEC e a CHICO XAVIER que nos possibilitam
acender a luz da sublima renovação em nossos corações.
*********
O Espiritismo, em seu aspecto tríplice, sem ser uma nova escola no campo gnoseológico, traduz-
se por ser uma Doutrina “livre dos prejuízos do espírito de sistema”, com uma abrangência que
consubstancia a mais extraordinária síntese do pensamento humano podendo ser considerada, no
processo dialético hegeliano, a “harmonia dos contrários”, dando um novo direcionamento ao processo
de conhecimento. E por ser uma nova “revelação” acerca das coisas do Espírito, dá um sentido
teleológico, finalístico à Vida Universal, significando a presença de um PLANO DIVINO, mostrado
através dos “ascendentes espirituais”, presidindo o processo evolutivo de todos os seres.
“(. . .)Um médium pode, sem dúvida, ter muitas aptidões, havendo, porém, sempre uma
dominante. Ao cultivo dessa é que, se for útil, deve ele aplicar-se” (. . .)
“O homem do mundo, no círculo de obrigações que lhe competem na vida, deverá sair da
generalidade para produzir o útil e o agradável, na esfera de suas possibilidades individuais.
***
O que nos chama atenção no tema não é a especialização em si, mas os seus “ascendentes
espirituais” que se manifestam:
A – através do DIRECIONAMENTO pelo Alto dos tarefeiros para a sua principal tarefa mediúnica,
muito antes da sua encarnação, situando-os, assim, na psicografia, na curadora, na psicofonia, nos
efeitos físicos ou como inspirados escritores e oradores, etc., com vistas ao maior rendimento
doutrinario e a tornar possível, no exercício mediúnico, a “harmonia na grande obra de
vulgarização da verdade a realizar”, na feliz expressão de Emmanuel, acima mencionada;
B – da VINCULAÇÃO de tais tarefas aos VALORES EVANGÉLICOS, sendo de se observar que
somente são confiadas as grandes missões aos ricos de sentimentos, aos portadores da humildade,
muitas vezes desprovidos de títulos acadêmicos, pequenos do ponto de vista social e desprendido
das coisas materiais, como é o caso de um Eurípedes Barsanulfo ou de um Chico Xavier, para citar
apenas dois exemplos no Brasil, entre tantos outros.
*******
De quando em vez, surgem na imprensa Espírita confrades veiculando idéias pessoais e
fazendo propostas pretensamente renovadoras, mas que colidem com os postulados fundamentais
do Espiritismo, revelando uma sutil fascinação envolvendo seus passos. Agora é a vez de Jaci
Régis, um psicólogo santista que propõe aos Espíritas sua idéia pessoal de que o Espiritismo deve
se separar do Cristianismo, sob a alegação de que os males existentes no Movimento Espírita seriam
decorrentes das idéias reinantes no Catolicismo, Protestantismo e Judaísmo. Em seu lugar, propõe
uma moral simplesmente Espírita, formalizando sua proposta pelo jornal “Abertura”.
Jaci, em sua visão pessoal, abomina tudo que venha das Religiões ligadas ao Cristianismo. É
o que nós chamamos de vã pretensão, pois, se analisarmos sua proposta, comprovaremos que ela
envolve um tremendo sofisma, isto é, uma idéia falsa com aparência de verdade. Todos nós
sabemos que, se existem erros em nosso movimento, estes são produtos da imperfeição do Homem,
que não guarda fidelidade à Codificação. Aliás, deturpados e afeiçoados aos interesses dos
sacerdotes políticos de todos os tempos, prometeu o Consolador para restaurá-los; e ele aí está como
o Espiritismo.
Não foi feliz o nosso irmão Jaci Régis, embora respeitemos o seu direito de pensar, as suas
idéias pessoais. Sua proposta não guarda fidelidade a Kardec, pois este reiterou várias vezes que o
Espiritismo é o renascimento da moral do Cristo e que esta é a mais pura (ESE – Cap. 1)
Além disso, quem teria autoridade espiritual para efetuar tais mudanças estruturais na
Doutrina Espírita, já que ela é obra dos Espíritos e não de encarnado algum? O que se depreende,
enfim, da proposta em foco é a atuação sutil das trevas, no sentido de retirar Jesus do Espiritismo,
apresentando-o simplesmente como uma Doutrina Filosófica e Científica, com exclusão do aspecto
Religioso, Evangélico.
E nós sabemos que o Espiritismo, no seu tríplice aspecto, tem por finalidade reavivar a
Religião do Cristianismo, sendo “Obra do Cristo”, que preside, conforme igualmente anunciou, à
regeneração que se opera e prepara o Reino de Deus na Terra (ESE - Cap. I).
Nele nada existe em contrário ao que ensinou o Cristo e, com relação ao Velho Testamento,
separa o que é Humano do que é Divino, revelando, assim, que existe, um “Plano Divino” com um
sentido finalístico, isto é, com vistas ao “determinismo do Bem e do Amor”, no dizer de
Emmanuel. E ratificando tal entendimento, ou seja, da existência desse Plano Divino, através das
Três Revelações, afirmou o Espírito Israelita, no Cap. I, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:
Além disso, está no mesmo capítulo da citada obra básica que, da mesma forma que Jesus
não veio destruir a Lei, mas dar-lhe cumprimento, objetivando a criação do Homem de bem, como
o Cristão verdadeiro, pois que um é o mesmo que outro.
Mas, se não bastasse isto, Allan Kardec em seu discurso em Lyon, constante da “Revista
Espírita” de 1.861, diria: “O Espiritismo, ao contrário, nada tem a destruir, porque assenta suas
bases no próprio Cristianismo, sobre o Evangelho, do qual é simples aplicação”.
Questionado sobre a matéria, disse o nosso querido médium Chico Xavier, em sua
residência, essencialmente, que, aqueles que negam o aspecto religioso do Espiritismo, apenas
querem uma Doutrina livre, sem nenhuma responsabilidade!
Trata-se, assim, de uma vã pretensão do confrade Jaci Régis, que deve reconsiderar a sua
proposta, com base em Kardec, para se libertar do “fascínio”, de idéias falsas, pois o que está
faltando é o estudo sério da Doutrina Espírita. Vamos lembrar, para concluir, Emmanuel, quando
nos fala em sua obra “No Portal da Luz”, que o Espiritismo é a Religião da Sabedoria e do Amor,
promovendo o nosso reencontro com o Evangelho de Jesus!
********
-DO ENSINO RELIGIOSO -
A Liberdade de Consciência é um dos direitos fundamentais do homem, estando consagrada
pela DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS e pela nossa CARTA
MAGNA em seu artigo 153.
Como conseqüência lógica, a inviolabilidade dessa liberdade significa que a crença há de ser
respeitada pela Sociedade, pelo Estado. Em síntese, no Campo Educacional é a consagração da
laicidade do ensino, não se permitindo a imposição do mesmo nos Educandários, ficando
resguardada apenas a sua FACULTATIVIDADE, isto é, o Ensino Religioso como matrícula
facultativa (Art. 176, item V, da Constituição Federal).
1. Preservação do bom ambiente espiritual dos Cultos do Evangelho no Lar e nas Instituições
Espíritas, em contraposição ao ambiente dos Educandários;
2. Ensino Religioso nas Escolas concorre para o enfraquecimento da família, notadamente, pela
transferência de responsabilidades na questão da educação afetiva e dos Centros Espíritas,
notadamente das Escolas Espíritas de Evangelização e das Mocidades, com o desobrigar os pais
de mandar seus filhos a tais órgãos departamentais;
São essas razões particulares, de ordem doutrinária, que se juntam às de ordem geral,
próprias da laicidade do ensino, recordando André Luiz, em “Conduta Espírita”:
Tais manifestações, é claro, somente poderiam ser permitidas em pleno regime de liberdade
para todos os credos, através de palestras, conferências por parte de seus profitentes, gratuitamente,
sendo esta a única abertura em sintonia com o espírito de laicidade do ensino nas Escolas.
Aliás, esta já é uma tradição de nossa Pátria. Nesse sentido, D. Pedro II, quando de sua
última viagem ao interior de São Paulo, em 1886, visitando uma Escola, declarou a um jornalista, a
propósito da religião nas Escolas: - “A religião deve ser ensinada pelas próprias mães; só na falta
destas é que pode ser confiada à professora.” (da obra “Chico Xavier, D. Pedro II e o Brasil”, de
Walter José Faé).
********
UM
QUESTIONAMENTO
FRATERNO
Estas considerações são a propósito de uma tendência atual, existente em nossa seara, no
sentido da criação de Entidades ou Associações Espiritistas, congregando os que pertencem à
mesma classe profissional, como é o caso dos médicos, psicólogos, militares, odontólogos,
magistrados, etc, com vistas ao estudo, ao trabalho de divulgação do Espiritismo com a alegação de
que chegou a hora de colocarmos a “candeia” sobre o “candeeiro”, considerando o Centro Espírita
acanhado para tal tarefa.
Embora não exista nada que impeça a corporificação dessa pretensão, em razão da liberdade
de pensar, opinar e agir em nossa seara, é também em nome dessa mesma liberdade que
gostaríamos de fazer um questionamento fraterno, perguntando:
1 – Será que não estaríamos, ao criar tais associações, visando ao “proselitismo de arrastamento”
junto aos intelectuais não espiritistas, mas da mesma categoria profissional, isto é, os “gentios” da
incredulidade, ao invés de procurarmos primeiramente fazer prosélitos entre os de boa vontade,
entre os que desejam a luz, nos quais um gérmen profundo se encontra, e cujo nome é grande, sem
perdermos tempo com os que não querem ouvir e tanto mais resistem, por orgulho, quanto maior
for a importância que se pareça ligar à sua conversão, no dizer de Allan Kardec, no cap. XIV de “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”?
2 – Será que não estaríamos nos esquecendo, ainda, do ensino de Jesus, ao afirmar que “graças te
rendo, Meu Pai, por haveres ocultado estas coisas aos doutos e prudentes e por as teres revelado
aos simples e pequenos”, dando ele mesmo o exemplo na escolha de seus apóstolos, vinculados às
diversas categorias sociais e profissionais?
3 – Será que, a pretexto de atualização de nossos recursos e métodos de estudo e divulgação do
Espiritismo, em nossas Casas Espíritas, não estaríamos criando associações para congregar os que
estão na mesma categoria profissional e, com isso, isolando-nos e nos tornando estranhos uns aos
outros, com o afastamento, assim, do “povo” – a “paixão de Jesus” – no dizer de Ewerton
Quadros/Chico Xavier, em “O Espírito da Verdade”, cap. 38?
4 – Será que nós – os intelectuais espíritas – não estaríamos nos esquecendo de nosso compromisso
maior, assumido na Espiritualidade, antes de reencarnarmos, para com a Doutrina Espírita, antes
mesmo dos próprios interesses profissionais, dando a colaboração desinteressada aos Centros
Espíritas, na execução do Evangelho de Jesus, ao invés de criarmos associações classistas, a
exemplo do Espírito Patrícia, com “A Casa do Escritor”, uma “colônia” espiritual verdadeiramente
elitista, objetivando congregar os “intelectuais” da Literatura Espírita, como seres privilegiados?
5 – Será que não estaríamos nos esquecendo do conselho de nossos Benfeitores Espirituais no
sentido de que, em matéria de estudo e trabalho, devemos estar unidos, a partir dos Centros
Espíritas, ajudando-nos uns aos outros, buscando a elevação de nossos raciocínios e sentimentos e,
principalmente, em nossos “Círculos de Estudos”, formados pela Juventude e Madureza
espiritistas, de diferentes segmentos sociais e profissionais, trocando idéias sob a ótica dos
conhecimentos e experiências de cada qual e pondo em prática o ensino dos Espíritos de que “os
mais fortes devem apoio aos mais fracos” – Emmanuel, já que estamos todos no mesmo barco, sob
a mesma bandeira da Terceira Revelação, e que “os discípulos de Jesus serão conhecidos por
muito se amarem”?
6 – Será que, a continuar assim, em breve não teremos outras associações classistas, congregando
outros profissionais do Direito, da Economia, da Assistência Social, etc, lembrando a formação de
verdadeiras “CASTAS”, com o esquecimento do ensino de Jesus de que “se uma casa estiver
dividida entre si mesma, não poderá subsistir” e que devemos valorizar os nossos Centros
Espíritas?
***
E por que?
São os Espíritos que compõem a falange do Espírito de Verdade que vêm revelar os ensinos
adequados ao nível evolutivo do homem e de acordo com suas necessidades espirituais,
submetendo-se tal “processo mediúnico” e tais ensinos ao controle científico, através da
metodologia kardequiana, isto é, da observação e experimentação (em condições especiais) e da
concordância universal dos referidos ensinos. Partiu o Espiritismo dos FATOS para a elaboração
da TEORIA.
Além disso, os conhecimentos da Terceira Revelação não foram obra de encarnado algum,
mas dos Espíritos, obtidos com o emprego da metodologia kardequiana, conforme já mostramos
acima, enquanto que qualquer conhecimento conquistado pelo “PROJETOR CONSCIENTE” terá
naturalmente as LIMITAÇÕES decorrentes de sua posição evolutiva e daquelas outras que se
relacionam com conhecimentos que não podem, ainda, ser revelados ao homem, em virtude de seu
atraso espiritual, conforme nos mostra o Espírito ANDRÉ LUIZ, em suas obras. Tudo isto sem
esquecer a possibilidade de cairmos num processo obsessivo, vítima da fascinação provocada por
nossos adversários e inimigos espirituais, quando desprezamos o auxílio extraordinário que temos
através da PRECE, dispensada na projeciologia, e do concurso magnético dos Protetores
Espirituais.
Disse Jesus que “pelos frutos os conhecereis”, recebendo tal ensino a interpretação sábia de
Emmanuel, em “Caminho, Verdade e Vida”, cap. 122, dizendo que “o mundo atual, em suas
elevadas características de inteligência, reclama frutos para examinar as sementes dos
princípios”. Com o Espiritismo, o Consolador Prometido por Jesus, temos os frutos da Sabedoria e
do Amor, através da ação evangélica de seus adeptos e de vidas missionários, a exemplo de CHICO
XAVIER.
*******
O “DIA INTERNACIONAL DA MULHER” traz-nos à meditação o MOVIMENTO
FEMINISTA, que objetiva a sua LIBERTAÇÃO do preconceito social de uma pretensa
superioridade do homem sobre a mulher, com suas vitórias e desacertos, face ao entendimento que
se tem de suas reais funções na Sociedade.
(...) “para uma legislação ser perfeitamente justa deve consagrar a igualdade de direitos entre o
homem e a mulher? (Q. 822-a – LE)
- De DIREITOS, sim; de FUNÇÕES não. É necessário que cada um tenha um lugar determinado;
que o homem se ocupe de fora e a mulher do lar, cada um segundo a sua aptidão. A lei humana,
para ser justa, deve consagrar a igualdade de direitos entre o homem e a mulher, todo privilégio
concedido a um ou a outro é contrário à justiça. A emancipação da mulher segue o progresso da
civilização, sua escravização marcha com a barbárie.”
Como se vê, tem a mulher os mesmos direitos que o homem, todavia, não tem as mesmas
funções; “os direitos são conquistas sócio-culturais, e as funções são exteriorizações qualitativas
advindas do biopsiquismo e diferenciam decisivamente os homens das mulheres”, conforme nos
mostra Nancy Puhlmann Di Girólamo em sua fala na obra “A MULHER NA DIMENSÃO
ESPÍRITA”.
Nesse sentido, ainda, Herculano Pires diria que “O Livro dos Espíritos”, há mais de cem
anos, indicava a solução exata do problema feminino: IGUALDADE DE DIREITOS e
DIVERSIDADE DE FUNÇÕES. E mais ainda que o feminismo adquire à luz desse princípio: “A
mulher não deve ser imitadora e competidora do homem, mas a sua companheira de vida, ambos
mutuamente se completando na manutenção do lar, que é a célula básica da estrutura social.” (De
sua Nota à questão 822-a de “O Livro dos Espíritos”).
“A mulher não pode ir ao duelo com os homens, através de escritórios e gabinetes, onde se reserva
atividade justa ao espírito masculino. (...) Existem nobres serviços de extensão do lar, para as
mulheres. A enfermagem, o ensino, a indústria do fio, a informação, os serviços de paciência
representam atividades assaz expressivas. O homem deve aprender a carrear para o ambiente
doméstico a riqueza de suas experiências, a mulher precisa conduzir a doçura do lar para os labores
ásperos do homem. Dentro de casa, a inspiração; fora dela, a atividade. Uma não viverá sem a outra.
Como sustentar-se o rio sem a fonte, e como espalhar-se a água da fonte sem o leito do rio?”
EM SÍNTESE:
Foi com JESUS que começou o legítimo feminismo, como nos ensina EMMANUEL,
através de Francisco Cândido Xavier: “Não aquele que enche as mãos de suas expositoras com
estandartes coloridos das ideologias políticas do mundo, mas que lhes traça nos corações diretrizes
superiores e santificantes.” (“MÃE” – “O Evangelho e a mulher”)
“Ao levantar a mulher decaída em plena praça pública, indicou claramente, as injustiças do
coração masculino, cristalizado durante milênios, no egoísmo. Com o Mestre começamos a
apreender que em questões de sexo ninguém erra sozinho.”
“AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO ATIRE A PRIMEIRA PEDRA.” Dizendo isso Jesus
afrontou a própria lei da época em defesa da mulher. Colocou-a em pé de igualdade com o homem.
O que era uma coisa inusitada. Piedosas e devotadas mulheres saltam das páginas dos Evangelhos,
como seguidoras fiéis de Jesus. Na verdade, ninguém respondeu com tanta lealdade e veemência
aos apelos celestiais.”
Retratando o mundo atual, nos diz JAIR PRESENTE, através de Chico Xavier:
“Se a pessoa tiver qualquer apego à posse, inclusive dos objetos, das propriedades, dos afetos,
ela não deve dar, porque ela se perturbará.” (“CHICO, DE FRANCISCO” _ de Adelino da
Silveira e constante também de “Lições de Sabedoria”, publicado pelo jornal “Folha Espírita”).
Assim, se somos favoráveis à doação voluntária, a questão muda de figura quando se analisa
a Lei de Doação de órgãos e tecidos em termos de OBRIGATORIEDADE, para todos os que não se
manifestarem contrários em documentos hábeis, com a expressão “NÃO DOADOR DE ÓRGÃOS
E TECIDOS”. É o chamado “CONSENTIMENTO PRESUMIDO”. Isto é, não havendo
manifestação contrária por escrito do doador, AUTOMATICAMENTE presume-se que houve a
doação de todos os seus órgãos, corporificando o adágio popular: “QUEM CALA, CONSENTE!”
Dessa forma, se é válida a doação voluntária, por expressar um ato de caridade, com
desprendimento total do doador, não podemos aceitar a forma disciplinada em LEI, em razão da
ausência de consentimento do doador, porque isto contraria preceito constitucional, em termos de
liberdade, dignidade e privacidade do cidadão, e ainda mesmo que tal lei tenha disciplinado a
doação com a permissão dos familiares, no CASO DA AUTORIZAÇÃO PRESUMIDA do
paciente, conforme se pode ver da alteração ocorrida na citada Lei.
Além disso, temos fortes RAZÕES SOCIAIS que não autorizam tais doações e que estão
presentes nos PERIGOS e RISCOS na implantação obrigatória, propiciando “INTERESSES
ESCUSOS”, materiais, na área dos transplantes, muitas vezes conseguidos ilegalmente através dos
seqüestros ou do tráfico dos órgãos e tecidos. É, como disse J.B. GARCIA, em
“DEPOIMENTOS”, a possibilidade de perigos e riscos na implantação obrigatória como “
DISPUTA por órgãos humanos, a começar de “mortes cerebrais” que poderão ser
“DECRETADAS” SOB ENCOMENDA e a preço de ouro, ensejando a “FÚRIA DOS
DESMANCHES”, já que os órgãos podem ser aproveitados em torno de , no máximo, apenas seis
horas.
Por outro lado, contou um fato que se deu em Pedro Leopoldo, com d. CHIQUINHA que,
cega de um olho ,foi levada pelos seus filhos Nhonhô, Antoninho e d. Baipa, ao Dr. Hilton Rocha,
de Belo Horizonte, que fez o transplante da córnea, extraída de pessoa recém–desencarnada, vindo
aquela senhora a enxergar novamente. Acontece, todavia, que d. Chiquinha começou a entrar num
processo de desespero, chegando até à profunda depressão, pedindo que tirassem a córnea
implantada, pois a mesma estava trazendo-lhe sofrimento intenso, preferindo ficar cega novamente,
no que foi atendida pelo Dr. Hilton Rocha, depois de consultados dois psiquiatras, explicando o
nosso médium que, no caso, houve interferência negativa do Espírito desencarnado, reivindicando
de d. Chiquinha a sua córnea. Chico Xavier terminou por dizer que já havia colocado em sua
carteira de identidade a expressão: “NÃO DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS”.
“A minha mediunidade, a minha vida, dediquei à minha família, aos meus amigos, ao povo. A minha
morte é minha. Eu tenho este direito. Ninguém pode mexer em meu corpo, ele deve ir para a mãe
terra.” Francisco Cândido Xavier/Uberaba, 05 de maio de 1998, em sua residência.
Gostaríamos de terminar a nossa fala, dizendo que poderia parecer estranho tais
posicionamentos do referido médium, colocando-se numa atitude de preservação do seu corpo,
uma vez que Chico Xavier é para nós, um Espírito Superior, capaz de grandes sacrifícios e de,
principalmente, doar voluntariamente seus órgãos e tecidos, com natural desprendimento da
matéria. Acreditamos nós que, a par de sua HUMILDADE, colocando-se como um ser ainda
bastante imperfeito, igual à maioria dos encarnados, não estaria ele defendendo a Sociedade dos
possíveis riscos e abusos que a implantação de órgãos e tecidos poderia acarretar–lhe, por parte de
pessoas inescrupulosas ou com “interesses escusos”?! Também não poderia estar nos alertando
sobre a realidade de nosso APEGO À MATÉRIA, em razão do nosso profundo desconhecimento
das RELAÇÕES entre Espírito e Corpo, na desencarnação, apesar de ter o Espiritismo lançado
muita luz a respeito?!
Ainda, em outra ocasião, diria o nosso querido médium, demonstrando profunda humildade,
por se colocar em pé de igualdade com seus semelhantes, diria: “ora, não estamos preparados
para a doação, nossos órgãos, as terminações nervosas, continuam ligados ao corpo durante
muitas horas após a morte, pois a separação é lenta. Muitos continuam ligados ao corpo
durante dias, meses e até anos, por isso sou contra a doação.” Um dos presentes, não satisfeito,
interpela: _ E isto não é falta de caridade? Ao que Chico responde: “_ CARIDADE A GENTE
TEM A VIDA INTEIRA PARA FAZER. No meu caso presente, procurei trabalhar mais de
setenta anos na atividade mediúnica . Penso que serve para alguma coisa o esforço
despendido!”
De qualquer forma uma coisa é certa: Chico Xavier, com suas colocações, nos brindou com
verdadeira LIÇÃO de Sabedoria e Amor , ao tratar da questão abordada, revelando-se, uma vez
mais, um MISSIONARIO de DEUS na Terra, ficando para todos nós cuidadosa meditação .
O Espiritismo tem na MEDIUNIDADE um dos seus pilares (aspecto científico), ao lado da
REENCARNAÇÃO (aspecto filosófico) e do EVANGELHO (aspecto religioso), formando um
triângulo divino, objetivando a “iluminação do Espírito” pela elevação dos raciocínios e dos
sentimentos (Emmanuel). Daí não podermos amputar qualquer desses aspectos, sob pena de
agressão à própria Doutrina dos Espíritos. É claro que podemos supervalorizar um aspecto, como é
o caso do RELIGIOSO, pois como disse Emmanuel, a Ciência e a Filosofia são MEIOS e o
Evangelho é o FIM. Todavia, o que não podemos fazer é negar a existência, a validade e a eficácia
dos aspectos científico e filosófico.
Diga-se de passagem, por outro lado, que a natureza profética ou mediúnica das Religiões, é
sustentada por ANDREW LANG e ERNESTO BOZZANO, citados por Herculano Pires, em sua
obra “O Espíritos e o Tempo”, sendo certo que as três Revelações vieram pelas vias mediúnicas.
Evidentemente, não estamos aqui para justificar a natureza mediúnica das Religiões, pois é
nosso propósito _ isto sim _ chamar a atenção para um fato lamentável que está ocorrendo no
interior de São Paulo, isto é, a idéia de que as Casas Espíritas devem abandonar as PRÁTICAS
PASSISTAS, com vistas às curas espirituais, sob a alegação de que os SADIOS não precisam de
receber as bênçãos do passe, mas somente os DOENTES, acamados, procurando, assim,
suprimir a aplicação dos passes para os freqüentadores normais de um Centro Espírita.
Ora, tal entendimento é simplesmente deplorável, revelando ignorância das verdades que o
aspecto científico do Espiritismo nos revela.
Na verdade, quem tem noções básicas da Mediunidade curadora, notadamente, sabe que o
“corpo espiritual” (perispírito) está sujeito a influenciações energéticas positivas ou negativas,
principalmente essas últimas, dada a natureza inferior de nosso Planeta, por parte de encarnados e
desencarnados, alterando, assim, o equilíbrio psico-somático da criatura humana. Daí as obsessões,
os desequilíbrios, as enfermidades que nos dão notícias os nossos consultórios médicos e as Casas
Espíritas, onde os doentes buscam o alívio e a terapêutica material e espiritual para os seus males.
Aliás, é de se perguntar, como já foi feito em nossa imprensa espírita, por inúmeros
confrades: Que autoridade espiritual teria um dirigente de nossas Casas Espíritas para dizer
que tal ou qual pessoa não tem necessidade de receber passe? Que essa ou aquela criatura
humana está bem, que é total o seu equilíbrio, principalmente se levarmos em consideração a
problemática existencial em que se encontra a Terra, situada na Escala dos mundos, como
um planeta de “provas e expiações”?
Nesse sentido, já o disse alguém, com muita propriedade, que a divulgação de tal idéia
revela não apenas o desconhecimento doutrinário de um dos postulados fundamentais do
Espiritismo, mas, sobretudo, uma irresponsabilidade total no tratamento da questão, podendo gerar,
inclusive, o entendimento da própria desnecessidade das práticas mediúnicas de maneira geral.
É possível que os que querem acabar com a prática da aplicação dos passes em nossas Casas
Espíritas, devem estar preocupados com os chamados “papa-passes”, aparentemente sem
problemas, que diariamente procuram receber passes. Ora, é de se perguntar também se esses
irmãos não são igualmente necessitados espiritualmente.
É fácil detectar a ação das Trevas, no caso presente, procurando neutralizar o trabalho dos
Espíritos junto aos homens, principalmente na questão das curas espirituais, as mesmas curas que
“dão testemunho do poder de Jesus”. É bom recordar, aqui, o ensino de Allan Kardec, em “A
Gênese” (Cap. XV, item 26) , abordando essa questão:
“Jesus ia por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino
e curando todas as fraquezas e todas as moléstias por entre o povo.”
Kardec ressalta, no item 27 do mesmo capítulo, que a grande finalidade de tais curas era
provar que o VERDADEIRO PODER ERA DO BEM e que o objetivo de Jesus era o de se
TORNAR ÚTIL, subjugando a si as pessoas pelo CORAÇÃO.
***
O que nós precisamos é estudar mais, é ter mais humildade nas práticas mediúnicas e
deixarmos para a Espiritualidade Superior o resultado e a avaliação de nossas atividades curadoras,
em favor do próximo.
***
O que nós precisamos lembrar aqui é o exemplo dos nossos médiuns curadores aqui em
Uberaba, onde pontificaram um JOAQUIM CASSIANO, ADELINO DE CARVALHO, BENTO
POLVEIRO, D. RUFINA, PROF. CHAVES, JOÃO e LÁZARO, JOÃO URZEDO,
ANTÔNIO
LOGOGRIFO, D. MARIA OLINA RITA, entre outros, e regionalmente, citando apenas
alguns, como EURÍPEDES BARSANULFO, D. MECA, MARIANO DA CUNHA, FREDERICO
PEIRÓ.
Antusa sabia da finalidade providencial do Espiritismo nas curas – porque aprendera com
EURÍPEDES BARSANULFO, com quem convivera por alguns anos. Todos aqueles que a
conheceram ou que com ela conviveram têm convicção de que ela cumpriu muito bem a tarefa que
a Espiritualidade lhe confiou! Foi isto sim, um dos grandes médiuns do Triângulo Mineiro!
********
Às vésperas do início do IIIº Milênio, quando se encontra entre nós, e isto desde o Século
passado, a Terceira Revelação de Deus aos homens, objetivando reviver o Cristianismo na Terra,
em bases científicas e filosóficas, com vistas a embasar a transformação moral do Homem , por
oferecer-lhe a certeza da imortalidade da alma, da Vida Futura e da Bondade e Justiça divinas,
presentes em suas LEIS sábias, é que meditamos na beleza e na importância do Espiritismo como a
VISÃO religiosa mais RACIONAL e OTIMISTA da Vida.
Ainda, além de nos demonstrar a verdade da tese imortalista, oferece-nos uma concepção do
Mundo e do Universo sob a égide do “DETERMINISMO DO BEM E DO AMOR” (Emmanuel),
isto é, com um SENTIDO TELEOLÓGICO, objetivando a PERFEIÇÃO de tudo, sendo o
Espiritismo a “ALAVANCA de que Deus se serve para ELEVAR a Humanidade , fazendo o
Homem compreender que SÃO CHEGADOS OS TEMPOS EM QUE AS IDÉIAS MORAIS
DEVEM DESENVOLVER-SE para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de
Deus” ( “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo I, item 9), cumprindo-se a afirmativa do
Espirito Israelita: “FOI MOISÉS QUEM ABRIU O CAMINHO; JESUS CONTINUOU A OBRA;
O ESPIRITISMO A CONCLUIRÁ”. Isto significa que a Revolução que se prepara é mais MORAL
do que material !
Essas considerações iniciais são para lembrar que não têm razão as “aves de mau agouro”,
vaticinando o “fim do mundo”, com base em diversas “Profecias”, às vésperas do III Milênio,
mostrando-nos um quadro do “final dos tempos”, com todas as espécies de calamidades, catástrofes,
inclusive com a possibilidade de destruição da Terra, em razão da maldade do Homem.
Com isso, estão gerando o medo e a falta de confiança em Deus, com total desesperança em
dias melhores e aumentando a inquietação, a insegurança, a angústia, a instabilidade emocional,
bem como retirando das criaturas a vontade de viver e trabalhar.
Questiona Allan Kardec em “A Gênese”, cap. XVII, item 58: Será que, predizendo a sua
segunda vinda, era o fim do mundo o que Jesus anunciava, dizendo: “Quando o Evangelho for
pregado por toda a Terra, então é que virá o fim?”
“ Não é racional – continua Kardec - se suponha que Deus destrua o mundo precisamente quando
ele entre no caminho do progresso moral, pela prática dos ensinos evangélicos. Nada, aliás, nas
palavras do Cristo, indica uma destruição universal que, em tais condições, não se justificaria. É,
pois, o fim do mundo velho, do mundo governado pelos preconceitos, pelo orgulho, pelo egoísmo,
pelo fanatismo, pela incredulidade, pela cupidez, por todas as paixões pecaminosas...”
Entrevistado sobre se acreditava no “Fim do Mundo”, em guerras apocalípticas, com todas
as suas conseqüências, Chico Xavier simplesmente respondeu :
Chico Xavier
É evidente que a Terra poderá sofrer modificações físicas parciais, destinadas a manter o seu
equilíbrio, mas a grande transformação será de natureza MORAL.
Dessa forma, o Espiritismo é a Religião que nos oferece a visão mais otimista, racional e
consoladora que o mundo recebe, injetando em nossas veias espirituais a fé em Deus, a serenidade,
a paz e a esperança, bem como a certeza de que, haja o que houver, JESUS está no leme,
garantindo o futuro da embarcação, conduzindo-nos para um “novo céu” e uma “nova terra” !
***********
Ao longo dos anos escrevemos as páginas que se seguem, sendo
algumas já conhecidas, outras ainda inéditas, todas buscando
desenvolver idéias e pensamentos doutrinários, através de fatos,
eventos ou acontecimentos que lembram a aplicação dos postulados
espíritas, desdobrados pela obra mediúnica de CHICO XAVIER, em
sintonia com JESUS e KARDEC.
Os Espíritos da Codificação nos apresentam o Espiritismo como o Cristianismo redivivo, isto é,
a mesma Doutrina legada por Jesus, com a qual se identifica perfeitamente em todos os seus
fundamentos. Todavia, há quem conteste tal postura alegando não ser o Espiritismo uma Doutrina
Cristã, por considerá–la apenas do ponto de vista científico–filosófico, sem qualquer conotação
religiosa. Poderíamos questionar novamente: é o Espiritismo uma Doutrina religiosa, isto é, de
bases cristãs? Existiria alguma falta de identificação entre o Espiritismo e o Cristianismo?
Se analisarmos com profundidade as bases do Espiritismo, verificamos que elas são as mesmas
do Cristianismo, sendo aquele, portanto, uma doutrina cristã por excelência, como demonstra Allan
Kardec, principalmente, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Diga-se de passagem, que todas as obras recebidas, mediunicamente, por Francisco Cândido
Xavier, atestam a perfeita identificação entre Espiritismo e Cristianismo, notadamente “PAULO E
ESTÊVÃO”, “AVE, CRISTO!”, “HÁ 2.000 ANOS...”, “50 ANOS DEPOIS”, “RENÚNCIA”, onde
os CONCEITOS emitidos pelos personagens exprimem essa identificação . Particularmente, as obras
tidas de interpretação dos textos evangélicos por Emmanuel são uma eloqüente demonstração de que
o Espiritismo busca, essencialmente, o sentido e o alcance de tais textos, comprovando a sua
concordância com a Boa Nova do Cristo.
Que o Espiritismo se IDENTIFICA totalmente com o Cristianismo, não resta a menor dúvida.
Na verdade, é o Espiritismo o CONSOLADOR prometido por Jesus, para reviver os seus ensinos em
“espírito e verdade”, restaurando a sua Doutrina em toda a sua pureza primitiva e simplicidade. Como
negar, portanto, a sua natureza cristã, conforme se pode ver de suas bases doutrinárias, perfeitamente
identificadas?!
*********
Todas as Religiões repousam necessariamente sobre a crença na VIDA FUTURA, convergindo
seus princípios fundamentais para embasar tal realidade, sendo que o Homem religioso age no “aqui” e
“agora” em função dessa crença. Dessa forma, como diz Allan Kardec, a crença na Vida Futura é a
PEDRA ANGULAR de toda Doutrina Religiosa, cabendo a pergunta: “Por que motivo a maioria
trabalha mais pelo presente fugidio do que pelo futuro sem fim? É que a gente acredita na realidade
do presente e duvida do futuro. Ora, a gente só duvida daquilo que não compreende. Compreenda-se o
futuro – e tudo cessará” (Revista Espírita, 1862).
E nós sabemos que a crença na vida futura é o MÓVEL de todas as grandes conquistas morais
da alma e que, se a Humanidade não a teve por CERTEZA, foi devido única e exclusivamente às
Religiões tradicionais que geraram, pelos seus DOGMAS irracionais, “a TIRANIA DO MEDO ante às
sombrias perspectivas do além-túmulo”.
Assim, com a Doutrina Espírita, toda e qualquer INCERTEZA sobre a Vida Futura cessa,
dando o Espiritismo um golpe de morte no Materialismo pelo TESTEMUNHO dos que viveram na
Terra e continuam no MUNDO DOS ESPÍRITOS, e isto por provas irrecusáveis de que nos dá noticias
a MEDIUNIDADE em suas variadas formas.
Com o Espiritismo, a certeza da Vida Futura passa a ser uma ESPERANÇA do Ser Humano,
oferecendo MOTIVAÇÃO para quem aspire a CORRIGIR-SE, a MELHORAR-SE, pois, como disse
EURÍPEDES BARSANULFO, em “A GRANDE ESPERA”, recebida por Corina Novelino, “a
esperança é flor miraculosa que perfuma o ideal conduzindo as almas aos jardins eternos do
encorajamento e da alegria...” Veja-se, ainda, a bela página de LÉON DENIS, na primeira parte da
sua obra “O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR”.
*********
Desde que a Igreja Universal, de Edir Macedo, tomou conta da TV Record, os seus pastores
atacam o Espiritismo, principalmente um dos seus pilares, que é a MEDIUNIDADE, atribuindo-a ao
“animismo” ou aos “demônios”, quanto à sua produção. Não nos move, nesta oportunidade, o intuito
de polemizar, mas apenas de ressaltar alguns aspectos que reputamos relevantes da fenomenologia
mediúnica, para refutar os nossos detratores religiosos.
A MEDIUNIDADE NA HISTÓRIA
Em segundo lugar, os religiosos que negam a presença dos Espíritos na produção do fenômeno
mediúnico, ironizando os fenômenos, esquecem que na Antiguidade terrestre se registraram as mais
notáveis manifestações mediúnicas, a exemplo de um SÓCRATES, com seu “demônio” , isto é, com o
espírito familiar que o acompanhava em suas tertúlias filosóficas.
Mas é no Velho e Novo Testemunho que encontramos uma variedade de fatos considerados
“sobrenaturais” , “milagrosos”, através de autênticos “VASOS ESCOLHIDOS” por Deus. É assim que
encontramos no Velho Testemunho “profetas”, “videntes”, “audientes” , “inspirados” que transmitem
ao povo a “vontade” do Senhor; é Saul consultando Samuel; Moisés, recebendo o Decálogo; são os
“Profetas”, que de Jeremias a Malaquias, como instrumentos do Alto, veicularam a “palavra de Deus”
junto aos corações e convincentes passagens mediúnicas do MESTRE, o médium de Deus, curando os
enfermos, expulsando os “demônios” (espíritos imperfeitos), propiciando a materialização no Monte
Tabor e tantos outros fenômenos, como nos fala Eurípedes Barsanulfo, em mensagem recebida por
Chico Xavier, intitulada “Mediunidade e Jesus”.
Chico Xavier tornou-se, assim, o mais FIEL e PRINCIPAL continuador de Allan Kardec, para
não falar que é o próprio Codificador que voltou para completar a sua obra, “multiplicando os peixes”,
isto é, de suas cinco obras básicas para mais de quatrocentos livros, com vistas à implantação, na
Terra, da Religião da Sabedoria e do Amor, “promovendo o nosso reencontro com o Evangelho de
Jesus (Emmanuel).
Tal entendimento, isto é, de que Chico Xavier é a reencarnação de Allan Kardec, seria abraçado
pelo confrade Adelino da Silveira, em sua obra “KARDEC PROSSEGUE” e ratificado na XXXIV
COMMETRIM, em outubro de 1997, na cidade de Ituiutaba, na presença de mais de 500 pessoas, em
mensagem ditada pelo Espírito HILÁRIO SILVA, intitulada “A VOLTA DE ALLAN KARDEC”,
através do médium psicógrafo, sério e respeitado, Dr. Antônio Baduy Filho.
******
Deolindo Amorim teve oportunidade de dizer, com muita propriedade, em “Doutrina Espírita”,
obra publicada pelo “Círculo Espírita da Oração”, de Salvador, que “o valor de uma Doutrina não se
calcula pelo tempo, mas pela consonância com a realidade que se vive no momento”, isto é, pelo
atendimento às necessidades do Homem. E mais adiante afirmaria:
“A mensagem do Cristo já tem quase dois mil anos e, no entanto, é atualíssima, é ainda o
roteiro mais certo, mais seguro que se possa indicar ao homem do nosso século, acima de cultos ou
de opinião filosóficas. E a Doutrina Espírita vem justamente reavivar a mensagem do Cristo, com
vistas à evolução espiritual da criatura humana na terra.”
Nesse sentido, já o dissemos, alhures, que o mundo em que vivemos registra uma situação
crítica sem precedentes na História; uma crise de profundos desequilíbrios morais e,
consequentemente, sociais. È que, desde o século passado, houve um crescimento extraordinário no
campo da inteligência, com o projetar do homem através da Ciência e da Tecnologia, com vistas ao
desenvolvimento, todavia, no campo dos sentimentos, não tem acompanhado pari passu aquela
elevação intelectual, vivendo a Humanidade profundos desequilíbrios morais, decorrentes do egoísmo,
do orgulho, alimentos pela cultura materialista que domina as sociedades humanas. Tal fato mereceu
do Espírito LÁZARO, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no Cap. IX, item 8, a seguinte
afirmativa:
“Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou
perder.virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vício é a indiferença moral”.
boas notícias do “reino de Deus”, agora em bases racionais, que a Religião Espírita nos propicia.
Assim, colocando no campo dos sentimentos, do coração, o caminho para se alcançar tal objetivo
espiritual, preconizado pelo Evangelho de Jesus, ainda não vivenciado pelo Homem, na Terra, terá a
Humanidade a saída para sua crise, sendo certo o pensamento de Kardec, em “A Gênese”(Cap. XVIII,
item 5), quando diz:
“Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o
sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo que superexcite neles o egoísmo e o orgulho”.
Essas considerações são a propósito de uma apreciação doutrinária que o nosso companheiro
Chico Xavier nos ofereceu em sua residência:
O que realmente o Sermão da Montanha nos oferece, o que nós encontramos em todo o
Evangelho de Jesus, é a EXALTAÇÃO DOS SENTIMENTOS de bondade, de humildade, de
fraternidade, de abnegação, de amor, de perdão, enfim, de caridade!
- Hoje – disse o Chico – a cabeça está grande e o coração pequeno, sendo certo que a humanidade
sempre se perdeu pelo cérebro, nunca se perdeu pelo coração!
É por isso que Kardec está mais do que nunca atualizado, quando nos diz em “A Gênese”.
“O progresso intelectual realizado até o presente, nas mais largas proporções, constitui um
grande passo e marca uma primeira fase no avanço geral da humanidade; impotente, porém,
ele é para regenerá – la (...) SOMENTE O PROGRESSO MORAL pode assegurar aos
homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer
que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade” (Cap. XVII, item 18 e 19).
Por tudo isso é que a fala de Chico Xavier constitui uma apreciação doutrinária da mais alta
valia, satisfação da maior necessidade de nossa Era, nesta fase de transição em que vivemos.
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Já disse alguém, com muita propriedade, que o “momento central do Evangelho de Jesus,
aquele que a revelação cristã explode como um clarão renovador”, é o aparecimento de DEUS, como
PAI. É o princípio da PATERNIDADE UNIVERSAL, pelo qual Deus não é mais o Soberano, o César
romano ou o comandante judeu dos exércitos, mas o PAI de Amor, de Bondade e Misericórdia,
surgindo os Homens como seus filhos e, conseqüentemente, IRMÃOS. Com o conceito de DEUS-PAI
estabelece-se na Terra a IGUALDADE absoluta dos filhos e a lei natural da FRATERNIDADE
humana. Daí por que o Cristianismo se tornou a “Religião dos Escravos”, minando o Império Romano
nas bases.
Por tudo isto, passamos a entender porque o Evangelho de Jesus continua abalando o mundo,
como uma força transformadora, instrumento que é de uma “Revelação Divina”, objetivando a
elevação espiritual do Homem. Daí também entendermos, porque a Doutrina de Jesus, calcada naquele
princípio da Paternidade Universal, causou um impacto sem precedentes na História, ecoando no
tempo, através da sentença lapidar do Mestre: “AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS
AMEI”. Aliás, diz-nos “O Evangelho Segundo o Espiritismo”(Cap. XI, item 8) que “quando Jesus
pronunciou essa palavra divina AMOR – fez estremecer os povos, e os mártires, ébrios de
esperança, desceram ao circo.”
Da mesma forma a recomendação de Jesus de que devíamos perdoar as ofensas recebidas e aos
nossos inimigos, numa fase histórica em que a Lei de Talião, o “olho por olho, dente por dente” era
vigente na época, causou tremendo impacto na sociedade.
Essas considerações são a propósito de um fato que nos causou profundo impacto e isto quando
de uma visita que fizemos ao nosso querido médium Chico Xavier, em sua residência. À certa altura
das conversações, adentra o recinto uma senhora, cujo marido havia sido assassinado, estabelecendo-se
o seguinte diálogo:
_ Chico, o que é que eu faço? Perguntou ela. Desde que ele faleceu, nunca mais tivemos paz!
_ A senhora já perdoou o assassino? Perguntou o Chico. O criminoso também é nosso irmão –
acrescentou ele – da mesma forma que o seu marido. Nós sabemos que isso é difícil, mas não
impossível; mas é a única forma que trará benefícios para a senhora e o seu marido.
E o Chico aproveitou a oportunidade para nos contar, mais uma vez, que o maior exemplo que
ele conheceu de aplicação do perdão, com esquecimento do mal e amparo ao criminoso, foi dado por
uma senhora de Ubá, Sra. IRTHES THEREZINHA, que havia perdido seu irmão, arrimo de toda a
família, assassinado que fora. Ela, ao invés de desesperar-se, de reclamar a aplicação da Justiça
humana, exigindo a punição do criminoso, esqueceu todo o mal, visitando-o na cadeia pública e
levando-lhe cigarros, roupas, alimento, dinheiro e um exemplar de “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”.
Mas, isto não se deu apenas com uma só visita, tendo retornado várias vezes à prisão, com o
mesmo sentimento de perdão irrestrito, amparando o criminoso material e espiritualmente, inclusive
solicitando das autoridades, um tratamento mais humano para o delinqüente.
Sim, este é um fato inabitual, que merece nossa meditação, numa época como a nossa, quando
os crimes hediondos têm sido uma gritante e triste realidade.
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O “JORNAL HOJE”, da TV Globo, através de uma reportagem levada a efeito recenntemente,
mostrou, com dados estatísticos, que o século XX foi o mais SANGRENTO, o mais VIOLENTO de
toda a História da Humanidade, ocorrendo o MAIOR ÍNDICE de homicídios, genocídios, suicídios,
guerras e revoluções, em relação aos séculos passados. Particularmente, no Brasil, no ano de 1998,
verificou-se o maior índice de destruição: matou-se mais do que na Guerra do Vietnã.
Como interpretar tais fatos? A que se deve tudo isto? Quais seriam as causas desse estado
patológico que está afetando o homem, em todas as suas manifestações?
Embora devamos respeitar o entendimento dos estudiosos do assunto, somos favoráveis à tese
de que está havendo uma grande DEFASAGEM do SENTIMENTO em relação à INTELIGÊNCIA,
prevalecendo os VALORES do Materialismo, calcados no ORGULHO e no EGOÍSMO do Homem,
gerando os males que infernizam a vida da humanidade.
E esse desequilíbrio precisa ser corrigido com a aplicação de uma TERAPÊUTICA adequada,
com vistas à PRESERVAÇÃO e ERRADIAÇÃO dos MALES que hoje atormentam a Humanidade.
Nesse sentido, somente temos um INSTRUMENTO para a EDUCAÇÃO MORAL do Homem e este
é o EVANGELHO de Jesus nos corações humanos, colocando a asa do AMOR no mesmo pé de
igualdade com a INTELIGÊNCIA, com vistas à ELEVAÇÃO ESPIRITUAL da humanidade.
Daí, a beleza da resposta de Chico Xavier, quando perguntado sobre qual dos três aspectos do
Espiritismo – Científico, Filosófico ou RELIGIOSO – era o PRINCIPAL, ele respondeu ser o
RELIGIOSO, pois “nós devemos reconhecer que todos os seres humanos trazemos no íntimo um
ALTO GRAU DE PERICULOSIDADE e, até hoje, a ÚNICA FORÇA capaz de FREAR esses
impulsos é, sem sombra de dúvida, a RELIGIÃO, que nos aconselha a “AMARMOS A DEUS SOBRE
TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A NÓS MESMOS”. Segundo Emmanuel, esta é a
coisa mais importante que cada um de nós poderá fazer na vida: seguir este mandamento cristão.
Também, quando questionado por Ataliba Guaritá Neto, através da TV Manchete, sobre qual
seria o maior perigo para a Humanidade, respondeu que era a AUSÊNCIA DA RELIGIÃO NOS
CORAÇÕES HUMANOS. Evidentemente, não a Religião de natureza FORMALISTA, igrejista, de
organização humana com sacerdócio e práticas exteriores, mas a do CULTO INTERIOR, de
aperfeiçoamento moral, da prática do BEM, do AMOR, da CARIDADE, pondo em prática o ensino de
Jesus: “AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO”.
Ratifica Emmanuel tal entendimento, quando nos fala, em “Emmanuel”, que existem
RELIGIÕES e RELIGIÃO. Religiões são organizações humanas falíveis e Religião é o
SENTIMENTO DIVINO que prende a criatura ao Criador. Só assim entendemos por que, enquanto
KARDEC direcionou PREDOMINANTEMENTE o Espiritismo para os aspectos CIENTÍFICOS e
FILOSÓFICOS, sem esquecer o RELIGIOSO, presente principalmente em “O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO”, a obra mediúnica de Chico Xavier direcionou PREDOMINAMENTE
o Consolador para o aspecto RELIGIOSO, sem esquecer os demais, presentes no pensamento de
Emmanuel e André Luiz.
Podemos recordar, para nossa meditação, a palavra de Dr. Bezerra de Menezes quando, em
“PROBLEMAS DO MUNDO”, constante da obra “ESPÍRITO DA VERDADE” afirmou: “...
parafraseando o conceito inolvidável de Allan Kardec, proclamemos aos problemas do mundo:
FORA DO CRISTO NÃO HÁ SALVAÇÃO”.
Por ocasião do lançamento do livro “FAMÍLIA”, Lúcia Amaral Kfouri teve oportunidade de
entrevistar Chico Xavier sobre a questão da necessidade da RELIGIÃO, através do seguinte
questionamento:
Gostaria que você desse sua opinião a respeito do aspecto científico da nossa Doutrina, que está
sendo relegado, enquanto vemos o aspecto religioso tomando realce.
CHICO XAVIER: “Nós sentimos, desde o início de nossas atividades mediúnicas, que A RELIGIÃO
É INDISPENSÁVEL PARA A SUSTENTAÇÃO DA NOSSA FELICIDADE, porque a nossa
felicidade decorre da tranqüilidade de consciência. Nós não podemos, por exemplo, adquirir paciência,
tolerância, alegria, tranqüilidade nos supermercados. Poderemos comprar eletro-domésticos, muitas
novidades em matéria de progresso tecnológico para o nosso conforto, mas para o nosso íntimo, a
Religião é a base da paz que nós aspiramos alcançar. Eu creio que observando, talvez intuitivamente, o
declínio das atividades religiosas em outros templos, que nós amamos e respeitamos sempre tanto,
como sendo fortalezas de nossas origens, é provável que a maioria dos espíritas inclinem para o lado
religioso com mais ansiedade de permanência na fé porque a ciência, de certo modo, com todo o nosso
respeito, tem desprezado a parte espiritual das criaturas, e sem esta parte espiritual, sem esse
patrimônio dos nossos valores íntimos, nós não conseguiremos vencer do ponto de vista de felicidade,
de paz, que todos nós estamos sempre atentos em proclamar como sendo nossas necessidades
primárias.”
Concluimos, assim, sem medo de errar, que a RELIGIÃO DO CRISTO, à luz do Espiritismo,
é a ÚNICA FORÇA capaz de frear os impulsos de periculosidade do Homem na Terra.
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Sem dúvida alguma Chico Xavier, recebendo mais de quatrocentas obras mediúnicas, nas
diversas áreas do conhecimento humano, a partir de “PARNASO DE ALÉM-TÚMULO”, que, por si
só, demonstra à saciedade a tese imortalista, e ainda inúmeras mensagens esparsas em vários idiomas,
e isto sem qualquer título acadêmico, tornou-se o MAIOR FENÔMENO de nosso século, expandindo
o Espiritismo no Brasil e no mundo, como o mais fiel e principal continuador de Allan Kardec.
Nesse sentido, um dos mais belos depoimentos acerca de Chico Xavier foi dado por Artur de
Távola, em “O Globo”, de 26/05/80 e que fazemos nosso nesta oportunidade, para ressaltar com outras
considerações :
. a sua figura física ímpar que não se coaduna com a idéia de líder religioso, sua fala mansa, a
peruca, acentuado estrabismo, sem a clássica barba dos “gurus”, a simplicidade no modo de trajar,
contrastando com os estilos formais e burgueses que funcionam para impressionar o grande público,
sendo tudo isto a negação de qualquer pompa ou formalidade;
. a sua figura de verdadeiro cristão, “uma espécie de lider dos desvalidos, dos carentes, dos
sofredores”, sem qualquer formulação política, relacionada com a exploração do homem, sem revolta
contra a miséria, aceitando os homens e as coisas como são, numa aura de PAZ e de PACIFICAÇÃO,
com a força do perdão que emerge de sua estatura moral, envolta no manto da real fraternidade,
humildade e desprendimento dos bens terrenos, e sem qualquer violência em suas atitudes, num
profundo respeito à autoridade e apontando o CRISTO como a única solução para os problemas
humanos, sendo oportuna a sua afirmativa, constante do livro “Encontros com Chico Xavier”/Cézar
Carneiro de Souza: “ACEITO O MUNDO E OS HOMENS COMO ELES SÃO E CONTINUO EU
MESMO”.
***
Que Jesus possa continuar abençoando sua Vida de Amor e Sabedoria, sob o pálio das
melhores vibrações a que um homem aspire!
**********
Sob a ótica espírita, as Revelações divinas constituem um TODO harmonioso, sem qualquer
contradição essencial entre elas, apresentando- se como uma visão global em que se conciliam a Fé e a
Razão, sendo certo que surgem na Terra para levantar , de forma racional, e progressivamente , o véu
das coisas do Espírito, denunciando a presença de um Plano Divino, isto é, os “Ascendentes
Espirituais” da Humanidade em que o determinismo do Amor e do Bem é uma lei do Universo, que
preside a sua evolução rumo à Perfeição! Assim, o VELHO TESTAMENTO, estabelecendo a
concepção monoteísta da Divindade, oferecendo o DECÁLOGO, com a idéia central da justiça, e
culminando com o anúncio do Messias, é a primeira Revelação de Deus aos homens; o
EVANGELHO de Jesus, trazendo a idéia central do AMOR, “consagrando o princípio da
Paternidade universal dos homens, a imortalidade universal das almas” e culminando com o
anúncio do “Consolador” , é a segunda Revelação divina.
a) o processo filológico, quando se procura ver a LINGUAGEM empregada, com suas leis e
usos, sobretudo na época de Jesus, atendendo às diversas acepções da palavra, dos
vocábulos, para extrair delas o seu verdadeiro sentido e alcance, com vistas à compreensão
dos seus ensinos.
É assim que vemos Allan Kardec explicando como um TODO, sistematicamente, as Bem-A-
venturanças em que Jesus supervaloriza os SENTIMENTOS de bondade, de amor, de caridade, de
perdão, de humildade, de simplicidade, como a maior necessidade do Homem na Terra, quanto à sua
vivência, e não do seu crescimento intelectual. Aliás, em nenhuma das Bem-Aventuranças (Sermão da
Montanha), disse-nos Chico, em certa ocasião, encontramos a exaltação da INTELIGÊNCIA, mas tão-
somente a do CORAÇÃO.
É que essa é a maior necessidade do presente milênio, não resta a menor dúvida, sendo
ressaltada pelo Mestre, por seus Apóstolos e Discípulos, através dos tempos.
Enfim, Allan Kardec, em todos os seus estudos exegéticos, com base nas instruções dos
Espíritos, tem o cuidado de aplicar tais processos, objetivando extrair da “letra” o “espírito” que
vivifica.
No desdobramento dos seus estudos, temos, hoje, uma plêiade de Espíritos, através da
mediunidade missionária de Francisco Cândido Xavier, com Emmanuel à frente, demonstrando, com a
sua aplicação, que o Espiritismo se apresenta realmente como a CHAVE para a compreensão dos
textos bíblicos. E é em EMMANUEL, em particular, que vamos encontrar a afirmativa de que, se
Lutero representou historicamente a Libertação da “Letra” dos grilhões da Igreja Católica, o
Espiritismo se apresenta como a LIBERTAÇÃO do “ESPÍRITO” da “LETRA” que mata, pela mais
perfeita interpretação do Velho e do Novo Testamentos, oferecendo as luzes de que a Humanidade
precisava para a comprovação da imortalidade da alma.
Nesse sentido, as obras de EMMANUEL, considerado por muitos – com razão – o 5º
Evangelista, viriam dar um grande passo na interpretação dos textos evangélicos. É assim que livros
como “Pão Nosso, “Caminho, Verdade e Vida”, “Fonte Viva”, “Vinha de Luz”, “Palavras de Vida
Eterna”, “Segue-me”, “Ceifa de Luz” , entre outros, abririam novas estradas na exegese dos textos
considerados sagrados, revelando o pensamento do Cristo e seus apóstolos, demonstrando, assim, que
KARDEC e a obra mediúnica de CHICO XAVIER são a CHAVE para a compreensão dos textos
bíblicos. Confirmando tal entendimento EMMANUEL, no prefácio da obra “Palavras de Vida Eterna”,
com a prece “Ante o Divino Mestre” diria: “Estamos agrupados nestas páginas, - os leitores amigos e
nós outros, - procurando o sentido de teus ensinamentos com as chaves da Doutrina Espírita, que
nos legaste pelas mãos de Allan Kardec.”
O “DIA DA IMPRENSA ESPÍRITA” – 26 de julho – é lembrado no Brasil como uma forma
de registrar o valor, a importância da comunicação espiritista, através da mídia e daqueles que têm se
dedicado à tarefa de divulgar os princípios doutrinários, numa homenagem permanente ao primeiro
jornal espírita brasileiro, “ Eco de Além-Túmulo” fundado por Luiz Olímpio Telles de Menezes.
E podemos, sem medo de errar, dizer que o Codificador foi o primeiro articulista espírita a
divulgar os princípios redentores do Espiritismo, deixando–nos uma preciosa bagagem em termos
de experiências que o colocam como um modelo para todos os que se dedicam à comunicação das
idéias espíritas através dos meios de comunicação !
E o que é mais importante, a forma moderna que Kardec imprimiu à “Revista Espírita”,
corporificando as características básicas que um “Comunicador” deve ter em seu trabalho de
transmissão, ao público leitor, de informações, opiniões e sua interpretação de fatos, objetivando
orientá-lo, e isto há dois séculos!
Assim é que possuía um Sentido Coletivo, colocando seus artigos ao alcance de todos, quando
divulga a Doutrina dos Espíritos, na medida em que os FATOS se sucedem:
. com ATUALIDADE, informando, discutindo Fatos e Idéias atuais ou que estão
por acontecer e que ainda apresentam oportunidade;
. com VARIEDADE ou UNIVERSALIDADE na apresentação dos temas, ofere-
cendo, se necessário, uma síntese do assunto no campo do conhecimento huma-
no, para despertar o interesse do leitor, fazendo promoção, relatando fatos, ex -
pondo e debatendo idéias à luz dos princípios doutrinários, objetivando esclare-
cer e orientar os leitores direcionando-os para uma tomada de posição, com vis –
tas ao bem comum.
Era assim que Allan Kardec se apresentava na “ Revista Espírita” , onde não apenas ficava no
terreno da simples exposição das idéias espíritas, como é muito comum em nossos meios de
comunicação doutrinária, mas, sobretudo, procurava aplicá-las aos FATOS do dia a dia, sendo certo
que a sua mensagem estava corretamente ajustada ao destinatário, possuindo conteúdo significativo e
apresentando-se de forma Clara, Objetiva, Completa e Oportuna, como se exige de um bom
comunicador.
Leitor amigo, vamos conhecer mais profundamente essa faceta do Codificador, através da
“Revista Espírita” !
***
E, relativamente, a CHICO XAVIER registraríamos a sua presença como extraordinário
comunicador na apreciação de FATOS relevantes e palpitantes em todos os segmentos do
conhecimento humano, projetando a luz da Doutrina Espírita.
Por tudo isso podemos concluir que KARDEC e CHICO XAVIER são COMUNICADORES
POR EXCELÊNCIA por reunirem todas as condições e qualidades de um perfeito comunicador !
Na ocasião em que se comemora mais um aniversário de publicação de “O LIVRO DOS
ESPÍRITOS”, é justo ressaltarmos a FORÇA DA IDÉIA ESPÍRITA.. E podemos fazê-lo em três
dimensões: A PRIMEIRA DIMENSÃO está no fato de ser sua ORIGEM divina e científica.
DIVINA porque não é obra de encarnado algum, mas sim dos Espíritos; é CIENTÍFICA, porque, para
a sua ELABORAÇÃO, depende do trabalho do Homem, como nos mostra o próprio Allan
Kardec, em “A GÊNESE”, no cap. I, item 13.
Kardec surge, assim, como o Codificador dos ensinos dos Espíritos, responsabilizando-se
perante os homens pela sua difusão, pelo seu trabalho na elaboração.
Mas, é exatamente pela sua FINALIDADE EVANGÉLICA de Consolador Prometido por Jesus
e por ser a IIIa. Revelação de Deus aos homens, que a Idéia Espírita projeta-se, predominantemente,
como a Religião da Sabedoria e do Amor, a mais extraordinária síntese do pensamento humano, a “fé
iluminada pela Razão”, e, por isto mesmo, o maior “processo libertador” de consciências que a
Humanidade já conheceu, através da “iluminação do Espírito”, revivendo o Cristianismo Primitivo que
tinha o mesmo objetivo, como nos mostra EMMANUEL, em “PAULO E ESTÊVÃO”. É a
corporificação das leis de amor, justiça e caridade na mente e no coração das criaturas humanas. É,
como nos diz EURÍPEDES BARSANULFO, a mensagem do Cristo que nos revela o “Reino de Deus”
como realização e conquista nascidas dentro do coração de cada um, a irradiar-se de alma para alma !
E no Brasil, em particular, sua expansão ganha maior força nos esforços de seus adeptos para se
melhorarem moralmente e pela prática da Caridade, conforme se pode ver da imensa obra assistencial,
espalhada por este Brasil afora, corporificando a idéia de DR. BEZERRA DE MENEZES de que o
Brasil seria respeitado pelas suas obras assistenciais. E nós defenderíamos a tese de que esta expansão
tem ainda, na VIDA MISSIONÁRIA, EVANGÉLICA de CHICO XAVIER e na sua OBRA
MEDIÚNICA especial contribuição, e isto sem desmerecer o trabalho e o esforço de renovação de
quantos militam na seara espiritista em todo o Brasil!
***
Cabe-nos, finalmente, ressaltar o valor do LIVRO ESPÍRITA que veicula o IDEAL da IIIa.
Revelação, parafraseando o imortal CASTRO ALVES, para dizer que
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Desdobrando o pensamento contido na obra básica “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” (2º
Livro), Allan Kardec escreveria, inspirado pela falange do ESPÍRITO DA VERDADE, “O LIVRO
DOS MÉDIUNS”, que completa em janeiro de 2001, 140 anos de existência, obra esta que
constitui o guia teórico e prático da Ciência Espírita, isto é, o aspecto experimental do Espiritismo.
A Mediunidade, assim, tem um alto sentido moralizador, pela certeza que dá aos homens da
vida além-túmulo e das relações que demonstra existir entre os seres desencarnados e os encarnados,
tendo em “O LIVRO DOS MÉDIUNS” e na OBRA MEDIÚNICA DE CHICO XAVIER o seu guia
teórico e prático, apresentando-se, dessa forma, como o “MODO DE SER” da Ciência Espírita.
Salve, pois, os 140 anos de “O LIVRO DOS MÉDIUNS”, obra básica da Ciência Espirita, a
exigir de todos nós seu estudo e observância.
“SER ou NÃO SER, tal a alternativa. Para sempre ou para
nunca mais; ou tudo ou nada: viveremos eternamente, ou
tudo se aniquilará de vez?”. Allan Kardec.
O Codificador inicia o seu livro “O Céu e o Inferno” com a afirmativa que encima este artigo,
abordando a questão das questões e que, segundo os estudiosos da Filosofia, teria sido abordada por
Shakespeare quando disse: “Ser ou não ser, eis a questão!” Comentando tal pensamento filosófico,
Kardec o fez com aquela sabedoria que somente os grandes gênios são capazes de ter, a partir de um
questionamento socrático de alta valia:
Que necessidade teríamos de nos esforçar para ser homens de bem, homens melhores, se isto
não nos servisse para nada? Significaria apenas reforçar o nosso egoísmo, sem nenhum compromisso
com os altos deveres de solidariedade, fundamento das relações sociais, diria essencialmente o
Codificador da Doutrina Espírita, na citada obra.
O Espiritismo – deixa bem claro Allan Kardec – está aí para por uma “pá de cal” no
materialismo, através das vias mediúnicas, como o maior antídoto à incredulidade, à idéia do nada,
satisfazendo, assim, à necessidade humana de ser feliz e existir para sempre.
A Doutrina dos Espíritos tem a seu favor a lógica do raciocínio e a prova dos fatos,
demonstrando a sobrevivência da alma à morte do corpo e a sua individualidade, dependendo sua sorte
futura de suas qualidades pessoais, dos atos praticados nas múltiplas existências.
Daí a razão por que temos necessidade de continuar estudando as obras de Allan Kardec, agora,
em particular “O CÉU E O INFERNO” que, segundo alguns confrades, “mesmo entre os espíritas este
livro é quase desconhecido”. Afirma J. Herculano Pires que, com tal obra, “as penas e recompensas de
após a morte saem do plano obscuro das superstições e do misticismo dogmático para a luz viva da
análise racional e da pesquisa científica”, e isto porque a colheita das próprias revelações trazidas pelos
Espíritos sobre sua situação espiritual não é gratuita, mas é um trabalho realizado através de
observação perseverante e paciente, sendo certo que “os sofismas do nada” de J. Paul Sartre e sua
escola nada puderam fazer para anular suas conclusões imortalistas, nem tampouco o materialismo
marxista!
Tal obra seria desenvolvida, desdobrada mais tarde com a produção mediúnica de Francisco
Cândido Xavier e outros médiuns, com maiores detalhes sobre a parte doutrinária e, sobretudo, com os
depoimentos dos próprios Espíritos, através de mensagens dos entes queridos que partiram para o
Mundo dos Espíritos, e deste retornando com os esclarecimentos e consolo aos que ficaram na
retaguarda.
Com essas mensagens, os Benfeitores Espirituais iniciaram uma nova fase nas suas
comunicações, preocupados que estão com o sofrimento, as dores individuais e coletivas que
atualmente assolam a Terra, deixando em segundo plano as “revelações” do Plano Espiritual. Sobre
essas “novas revelações”, José Jorge, em artigo publicado em O Imortal, teve oportunidade de
comentar um fato ocorrido com Chico Xavier quando, questionado por um confrade acerca da razão da
ausência de outras “novidades”, principalmente por parte de André Luiz, teria afirmado nosso querido
médium que a Doutrina Espírita é, por si só, uma revelação para no mínimo um milênio, e que as
informações trazidas por aquele Espírito com as conotações e conseqüências morais decorrentes eram
ainda mal e pouco aproveitadas, sendo certo – continuou o médium – que somente viriam outras
revelações após o aproveitamento das existentes, concluindo: “As outras novidades só virão realmente
depois disso!”
Retornando à análise do primeiro capítulo de “O Céu e o Inferno”, lembramos que ele, por si
só, justifica o livro, pelas suas conclusões imortalistas, sendo certo que a reflexão de Shakespeare,
citada inicialmente, encontra no Espiritismo a sua mais perfeita explicação, podendo, nesse sentido, ser
repetido o que diz Allan Kardec: “É nestas circunstâncias que o Espiritismo vem opor um dique à
difusão da incredulidade, não somente pelas perspectivas dos perigos que ela acarreta, mas pelos fatos
materiais, tornando visíveis e tangíveis a alma e a vida futura.” (“O Céu e o Inferno” - Cap. I, item 4)
***
Sendo a estupenda obra de CHICO XAVIER o desdobramento da Codificação Kardequiana,
vamos encontrar “O Céu e o Inferno” ou “A Justiça Divina Segundo o Espiritismo”, sendo
desenvolvida, admiravelmente, através de sua mediunidade abençoada, em diversos volumes
esclarecedores acerca da Vida após o Morte, o problema das penas e gozos futuros, onde, a exemplo da
obra de Kardec, os próprios Espíritos, de acordo com a Escala Espírta, nos revelam a sua situação, no
Mais Além. Obras como “JUSTIÇA DIVINA”/Emmanuel; as de André Luiz, como “NOSSO LAR”,
“OS MENSAGEIROS”, “MISSIONÁRIOS DA LUZ”, “LIBERTAÇÃO”, entre outras; “CIDADE NO
ALÉM”/André Luiz/Lucius; “VOLTEI”/Irmão Jacob; “CARTAS DE UMA MORTA”/Maria João de
Deus; de ESPÍRITOS DIVERSOS, temos “JOVENS NO ALÉM”, “SOMOS SEIS”, “FILHOS
VOLTANDO”, “ESTAMOS NO ALÉM”, “NINGUÉM MORRE”, entre inúmeras outras, vieram
destruir de vez os dogmas ainda existentes da teologia cristã formalista, restaurando a Verdade acerca
da Imortalidade da Alma e da Vida Futura.
Poderíamos encerrar nossas considerações, meditando um fato de experiência comum a todos nós: Por
que ante tantas comprovações da imortalidade da Alma, que o Espiritismo nos faculta, nós ainda
experimentamos o MEDO DA MORTE?! Quem no-lo responde é a sabedoria desse Espírito Superior
que é CHICO XAVIER:
Nesse sentido, vejam-se os estudos, na citada obra, relacionados com as leis e as forças que
regem o Universo, com a gênese orgânica e espiritual, particularmente no capítulo intitulado
“Uranografia Geral” (Astronomia), quando aborda as questões pertinentes à Vida Cósmica, calcando
seus estudos na mensagem de Galileu, através da mediunidade de Camilo Flammarion e que até hoje
constitui um parâmetro necessário ao esclarecimento da criação e evolução dos seres, da Terra, enfim,
da criação universal!
Dessa forma, “A Gênese” constitui uma extraordinária aplicação dos princípios espiritistas às
questões consideradas importantes para o pensamento humano. Mas o destaque especial é quando
aborda Allan Kardec os Caracteres da Revelação Espírita, ressaltando o aspecto religioso ou
evangélico do Espiritismo, presente na sua feição de Consolador prometido por Jesus e a Terceira
Revelação de Deus aos homens, com a finalidade de restaurar o Cristianismo Primitivo na Terra, ou
seja, a Religião do Cristo, conforme nos mostra Emmanuel, em “Opinião Espírita”, em seu último
capítulo. Está lá, na obra citada, sob o título “Evangelho e Espiritismo”.
“A Gênese”, o livro final da Codificação e que enfeixa arrojadas teses de ciência e filosofia,
enfileira dezoito capítulos, com mais de cem artigos, dos quais mais da terça parte se referem
exclusivamente a passagens e lições do Divino Mestre, acrescendo notar que a obra principia,
aceitando o Espiritismo em sua missão de Consolador Prometido, com a função de explicar e
desenvolver as instruções do Cristo, e despede-se com admiráveis reflexões sobre a geração nova e a
regeneração da Humanidade.”
E continua esta obra com as extraordinárias interpretações, à luz dos princípios fundamentais
do Espiritismo, dos “Milagres”, dos “Fluidos” e das “Predições”, mostrando que tais fatos estão
subordinados às leis Naturais, não sendo, portanto, “sobrenaturais”, deixando bem claro que a época
dos “Milagres” já passou e que a mais segura interpretação dos atos e ensinos de Jesus é dada pelo
Espiritismo, como ele mesmo no-lo demonstra na sua análise, de tais realidades, constantes do
Evangelho.
E “A Gênese” termina com um belo estudo sobre o “final dos tempos”, recordando-nos que
o “fim do mundo” significa o fim das iniquidades e a passagem do planeta Terra para a fase de
regeneração, ressaltando que “unicamente o progresso moral pode assegurar a felicidade dos
homens sobre a Terra”, somente ele pode fazer reinar entre os homens a concórdia, a paz e a
fraternidade.
******
Segundo Humberto de Campos, em sua obra “RELATOS DA VIDA”, o mundo conheceu sete
maravilhas , nascidas de mãos humanas, quais: o Túmulo de Mausolo; a pirâmide de Quéops; o farol
de Alexandria; o colosso de Rodes; os jardins suspensos de Semirâmis, em Babilônia; a estátua de
Zeus, em Olímpia, e o templo de Diana , em Éfeso.
O mundo de hoje contempla as suas maravilhas: Os arranhas –céus de Nova Iorque; a torre
Eifel de Paris: a catedral de Milão: o museu do Louvre: o palácio de Versallhes; a construção de
Veneza e o Canal de Suez, além de outras como o telégrafo , o transatlântico , o avião, o anestésico, o
rádio, a televisão e a energia atômica..
Mas , é sem sombra der dúvida, o LIVRO, a maior maravilha de todos os tempos por
veicular as idéias, os pensamentos e os conhecimentos que fazem a Humanidade caminhar no campo
da sabedoria , combatendo a ignorância e libertando consciências.
É por isso que Irmão X, em mensagem esparsa, registrada em “Dicionário da Alma”, assim se
pronunciou: “Depois da oração, é o livro a única escada, pela qual o Céu pode descer à Terra. Em
verdade, quando um povo abandona o livro, começa a penetrar, sem perceber, o vale da estagnação
e da morte.”
Para nós ,os espíritas, o Livro ganhou nova dimensão pela difusão da idéia espírita que
consubstancia a Terceira Revelação de Deus aos homens, trazendo-lhes a maior FONTE DE
INFORMAÇÕES acerca da Vida e do Universo, no esclarecimento dos problemas existenciais.
Nessa ordem de idéias, é justo que volvamos nossos pensamentos para a figura ímpar de
CHICO XAVIER, principal instrumento do Alto para a corporificação das idéias espiritistas.
As questões propostas pelas Obras Básicas de Allan Kardec encontram na obra mediúnica de
Chico Xavier o seu natural desenvolvimento, colocando o Espiritismo no contexto geral da Cultura
como uma crença raciocinada, voltada para a confirmação da obra genial de Kardec, revivendo o
Cristianismo Primitivo. E essa contribuição mais se consolida quando já temos a notícia de que Chico
Xavier é o próprio Allan Kardec, que retorna às telas da História para completar e desenvolver a
Codificação, em base predominantemente religiosa, porque se o CODIFICADOR direcionou a nova
Revelação para os aspectos Científico e Filosófico, sem esquecer o Religioso, notadamente em “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”, a OBRA MEDIÚNICA DE CHICO XAVIER direcionou-a para o
aspecto RELIGIOSO, consubstanciando a Religião da Sabedoria e do Amor , sem esquecer os demais
aspectos, ensinando-nos, no dizer de Emmanuel (“Mandato de Amor”) “que a coisa mais
importante que cada um de nós poderá fazer na vida é seguir o mandamento cristão que nos
aconselha a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”.
***
Por tudo isso que valorizamos o LIVRO ESPÍRITA como a maior maravilha que a humanidade
já teve, repetindo Humberto de Campos – sendo grande a responsabilidade dos espíritas face a sua
divulgação.
A verdade é que tal “modo de ser” espírita não é uma atitude passiva e inconsciente, que é
própria do conformismo, mas ativa e consciente, pois, decorre de uma real compreensão da vida em
termos de um evolucionismo reencarnacionista, e nem constitui uma despersonalização do ser humano,
mas de uma sublimação da personalidade e que nos é ensinada pelo Cristo, conforme nos mostra
Herculano Pires, em sua obra "O Homem Novo”:
“Quando o Espiritismo ensina a conformação diante das doenças e da morte, o perdão das
ofensas e das traições, nada mais está fazendo do que repetir as lições evangélicas.”
se a morte lhe rouba prematuramente um ente querido, compreende que estão sendo cumpridos
os desígnios da Providência, por saber que tal desencarnação pode estar ligada a um ciclo de vida
interrompido voluntariamente (suicídio) em uma existência anterior ou ainda o pagamento de dívida
do passado, quando não visa a evitar maiores males na presente encarnação; se alguém lhe ofende, se
perde todos os bens materiais, enfim, face a qualquer situação-problema, sabe que tudo isto está
vinculado ao seu Quadro de Provas e Expiações, portanto, sob a égide da Lei de Causa e Efeito, em
termos reencarnacionistas!
Aliás, Allan Kardec diria: “A calma e a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e
a fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e do suicídio.”
(“O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Cap. V, item 14)
Mas tal conquista interior é válida para todas as “situações –problemas” que funcionam como
verdadeiros “estímulos” deflagrando no ser humano dois tipos de respostas:
Vale lembrar aqui a fala evangélica de nosso querido CHICO XAVIER, “À sombra do
abacateiro” (obra de Carlos A . Baccelli): “Quando demonstramos boa vontade, aceitação, os
benfeitores da Vida Maior nos auxiliam a descobrir o caminho... Vamos fazer força para reclamar
sempre menos e auxiliar sempre mais. Talvez que 60 a 80% de nossas doenças, ou dos donos das
doenças, foram adquiridas através dos choques da intolerância, das ofensas ou falta de perdão...”
*******
Não só a França mas também o mundo comemora o bicentenário da Revolução Francesa, que
nos legou, em termos revolucionários, os princípios de LIBERDADE, de IGUALDADE e de
FRATERNIDADE e que, hoje, constituem a maior aspiração da Humanidade, com vistas à solução
dos problemas humanos.
Em relação à LIBERDADE, é bom recordar que não estamos referindo-nos aqui à liberdade
psicológica, ou seja, à capacidade do ser racional e consciente de autodeterminar-se, ante a
multiplicidade de alternativas de opção que se lhe oferecem (livre-arbítrio), mas sim, à liberdade
individual, social e política que justifica um estado de ausência de coação no processo de adaptação
recíproca do indivíduo em sociedade.
Sabemos nós, todavia, que essa Liberdade pode ser apenas “formal”, “jurídica”, “abstrata”, mas
não “real”, que exige estruturas sociais que dêem, de fato, a todos a possibilidade de agir, de viver no
sentido de usufruir de seus direitos fundamentais. Assim, não pode ser apenas a “liberdade formal” de
viver, de pensar, de trabalhar, de buscar o bem-estar material, etc, mas também de possuir as
CONDIÇÕES MATERIAIS, oferecidas pela sociedade organizada, para atingirmos realmente tais
objetivos.
Aqui caímos na área do princípio da IGUALDADE, uma das mais fortes aspirações do homem
e que se fundamenta na “igualdade essencial” de todos os seres humanos, exigindo, principalmente, a
realização da JUSTIÇA SOCIAL em todas as suas formas.
Entendemos nós, assim, que somente com a FRATERNIDADE é que teremos na Terra a
concretização da “FASE COLABORACIONISTA” de que nos dá notícia “SUA VOZ”, em “A
GRANDE SÍNTESE”, ou a SOLIDARIEDADE UNIVERSAL de que nos fala EMMANUEL, na obra
mediúnica de Chico Xavier.
Se isto é verdade e se historicamente a Liberdade teve na França e nos Estados Unidos a sua
maior manifestação; se a igualdade teve na Rússia o ponto de partida, ambos os princípios com os
extremismos próprios de cada experiência, qual a Nação que exemplificará o princípio da
Fraternidade?
Evidentemente e por tudo que nos têm dito os Espíritos, notadamente HUMBERTO DE
CAMPOS, em “Brasil – Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, pela psicografia de Chico Xavier,
caberá à PÁTRIA BRASILEIRA, ainda que tenha de pagar um alto preço, a materialização da
Fraternidade, com vistas à frutificação da árvore do Evangelho, transplantada da Palestina para a
Região do Cruzeiro! ...
Nesse sentido, podemos dizer que o Brasil está dando os primeiros passos na concretização da
maior revolução de todos os tempos, que é a aplicação do AMOR, ensinado e exemplificado por Jesus,
agora revivido pelo Espiritismo, o Consolador Prometido pelo Mestre – aplicação essa, notadamente,
através da obra assistencial.
Essa é a mais autêntica REVOLUÇÃO que a Humanidade viverá e que tem em JESUS o maior
revolucionário de todos os tempos!...
********
Estamos em pleno mês de dezembro, época em que nossos corações batem mais intensamente
sob as vibrações de bondade e caridade, suscitadas pelo Natal de Jesus. E nada melhor do que tecer
considerações em torno de um dos aspectos da assistência fraterna em nossa Uberaba, e que reflete o
caráter generoso de seu povo. Mas, falar dos sentimentos de bondade e fraternidade do povo
uberabense é um pleonasmo, pois, se existe uma característica marcante da nossa querida Uberaba, é
exatamente a da manifestação de solidariedade para com seus semelhantes.
Neste sentido e sob o título que encima este artigo, HUMBERTO DE CAMPOS, em sua obra
“SEPULTANDO OS MEUS MORTOS”, ainda quando encarnado, teve oportunidade de apreciar, em
extraordinária crônica, essa característica fraterna através de um fato que só ocorre em Uberaba, por
ocasião da desencarnação de seus entes queridos: o “CULTO DE SAUDADE”!
O “Culto de Saudade” é uma iniciativa genuinamente uberabense. Aqui nasceu e não teve
imitação em qualquer outro lugar. Segundo informações de D. DULCE, viúva do saudoso GASTÃO
CRUVINEL RATO, ele nasceu por iniciativa deste, quando da desencarnação de D. Maria Carolina
Costa, que era casada com o Sr. Francisco Sebastião da Costa, fundador da “Farmácia São Sebastião”,
fato que se deu em setembro de 1929. E nasceu tal instituição com o objetivo de substituir as
homenagens prestadas aos considerados mortos e seus familiares, através de flores e coroas, pela
contribuição em dinheiro, espontaneamente e sem fixação de valores, revertendo o montante
arrecadado, durante o velório, em favor das Casas Assistenciais ou em favor de alguma família
necessitada, sendo certo que o Asilo Santo Antônio foi o primeiro beneficiado naquela oportunidade.
Assim, com tal “Culto de Saudade”, passamos a ver em Uberaba, nos velórios, um espetáculo
“sui-generis”, qual seja a substituição de flores e de coroas por donativos que são destinados aos mais
necessitados. É também a substituição do trabalho daqueles irmãos nossos que, no cemitério, têm a
incumbência de encher carroças com o entulho provocado pela quantidade de flores e coroas. E ainda
mais, evitar a triste experiência de São Paulo, quando os familiares da pessoa desencarnada
solicitavam , através de jornais, que não fossem remetidas flores e coroas para os velórios, pois, tal
envio, estava causando problemas não só com a necessidade de salas para acomodá-las, como também
de veículos de transporte para o cemitério!...
Assim, se a flor é uma expressão de saudade, cada amigo, fazendo um donativo em dinheiro,
assinando seu nome em uma lista, colocada em mesa, durante o velório, estará demonstrando seus
sentimentos de pesar e solidariedade junto aos familiares do desencarnado.
E para grande alegria de todos nós, a iniciativa encontrou ressonância no coração dos
uberabenses que passaram a ter mais uma oportunidade de fazer caridade, transformando as citadas
homenagens em benefícios , em alívio aos necessitados, aos sofredores. Temos notícia da criação de
vários tipos de assistência fraterna, seja através da distribuição de pães, sopas, gêneros alimentícios,
roupas e agasalhos, calcados neste costume, isto é, de transformar as homenagens em amparo aos que
se encontram, momentaneamente, mais carentes do que nós. E muitas delas acabaram por se
transformar em assistência periódica – isto é , mensal ou semanal.
Mas, por que estamos trazendo à nossa meditação uma instituição que está
plantada em nossa terra há mais de meio século?
É por isto que todos nós, de qualquer ideologia ou religião, devemos nos dar as mãos,
trabalhando pela manutenção do “Culto de Saudade”, agindo e recomendando aos nossos familiares
que continuem transformando em pão para a “boca escancarada dos vivos”, as flores que pretendem
destinar à “boca fechada de uma sepultura”, na feliz expressão de Humberto de Campos, em sua
Crônica acima-mencionada, realizando, assim, um Natal permanente de Jesus.
“O melhor negócio é trabalhar com todos os necessitados do caminho por sócios ativos em
nossos dividendos por menores que sejam.
Muito grato por sua presença com os nossos laços do coração nas
preces de hoje. Convertam vocês aí as flores das homenagens em apoio aos que
sofrem mais que nós mesmos. Teremos três benefícios juntos: pouparemos as flores em
seus ninhos de origem, cooperaremos em favor de irmãos matriculados na penúria
inesperada e prestaremos serviço a nós mesmos. Porque , como se vê na prece famosa – “é
dando que se recebe”. (O grifo é nosso.)
********
A Literatura Espírita Brasileira se enriqueceu com o lançamento do livro “SEXO E
EVOLUÇÃO”, de autoria de Walter Barcelos, recebendo considerações preciosas de J.Martins Peralva
e de Dr. Umberto Ferreira.
Nós poderíamos mostrar a beleza e a importância da obra, trazendo à discussão a questão das
questões: SEXO, LIBERAÇÃO OU CONTROLE?
É claro que ficamos com a tese da DISCIPLINA, defendida pela Doutrina dos Espíritos e isto
porque os indivíduos e a Sociedade somente puderam e poderão progredir, embora lentamente, pela
EDUCAÇÃO, pelo CONTROLE e SUBLIMAÇÃO das energias sexuais, devendo verificar-se,
todavia, tal DISCIPLINA não por IMPOSIÇÃO de uma Sociedade hipócrita, mas pelo próprio
INDIVÍDUO, com base numa concepção da Vida e do Universo, racional e lógica, como é a Espírita,
oferecendo respostas satisfatórias à problemática sexual.
Na verdade, temos incalculáveis forças que tanto nos podem conduzir à morte espiritual, se
deixadas ao seu livre curso, como à verdadeira Vida, se convenientemente controladas e canalizadas
para o desenvolvimento do indivíduo e da Sociedade. E embora existam psicólogos materialistas que
defendem a tese da liberação sexual como o melhor mecanismo evolutivo, individual e social, muitos
outros, todavia, sustentam que na base dessa evolução deve estar a reelaboração das tendências
instintivas, operando-se a passagem do EGOÍSMO para o ALTRUÍSMO, através do
DISCIPLINAMENTO com CONTROLE e RESPONSABILIDADE, pelo TRABALHO, pela
EDUCAÇÃO e SUBLIMAÇÃO das energias criadoras do Homem.
E nós sabemos que é pela Razão e pelo Livre-Arbítrio que o Homem disciplina o impulso
sexual EDUCANDO-O e SUBLIMANDO-O, através das forças positivas que a Vida oferece,
elevando-se acima das exigências biológicas e das ilusões sensoriais. E Allan Kardec, demonstrando a
sua modernidade, na questão 696, de “O Livro dos Espíritos”, afirma que “a união livre e fortuita do
sexo pertence ao estado de natureza”, e a abolição do casamento seria o retorno à vida dos animais,
porque ele é um dos primeiros atos de progresso nas Sociedades humanas, estabelecendo a
solidariedade fraterna entre os seus membros.
Estudando a matéria Walter Barcelos, em sua primogênita obra, assim nos fala:
“A energia sexual, em época alguma, será aniquilada nas engrenagens sutis da alma, porque ela
faz parte da essência da Criação, e dentro da Lei de Evolução será transformada, renovada e purificada
pelos mecanismos da sublimação, através dos milênios de lutas, trabalhos, reeducação e
aperfeiçoamento, para que possamos participar com a túnica nupcial, do banquete do Amor Universal,
entre as almas purificadas, dentro da Eternidade gloriosa.”
Do programa “Terceira Visão”, numa entrevista com Francisco Cândido Xavier, extraímos
a seguinte questão:
JUAREZ SOARES: - Um assunto que está sempre em discussão e chama a atenção do público, é o
problema da liberação do sexo. Eu gostaria, Sr. Chico Xavier, que o Sr. me dissesse o que pensa a
respeito desse assunto?
CHICO XAVIER: - “A liberação do sexo é um problema muito difícil de se apoiar, porque o homem
tem deveres para com sua companheira e a companheira dele tem também os seus compromissos para
com ele. A liberação do sexo é mais um motivo para que a irresponsabilidade se alastre no mundo e
crie a infelicidade de muitos lares, aumentando quase que pavorosamente o número de desquites nos
tribunais.”
***
Esta com outras questões deverão crescer nos estudos e nas pesquisas sobre o problema
sexual, produzindo frutos de sabedoria e amor, como todos desejamos.
********
Estamos neste mês vivendo as emoções do aniversário de lançamento de “O LIVRO DOS
ESPÍRITOS”. Recordamos Kardec na “CONCLUSÃO” (item V) da citada obra, quando nos diz que já
deixamos para trás o período de “curiosidade fenomênica”, para ingressarmos nos de raciocínio e
conseqüente aplicação dos ensinos kardecianos que revivem Jesus.
Recordando Kardec, vemos com alegria a expansão da IDÉIA ESPÍRITA em todo o mundo, e
isto em todas as direções, inclusive, de algum tempo a esta parte, registramos a sua presença nas telas
do cinema e do vídeo, abordando a temática espírita, mais recentemente com “GHOST – DO OUTRO
LADO DA VIDA” e “O SEXTO SENTIDO”.
É evidente que não é a primeira vez que o cinema aborda a questão da VIDA ESPIRITUAL
APÓS A DESENCARNAÇÃO. Vemo-la em “O CÉU PODE ESPERAR”, “ALGUÉM LÁ EM CIMA
GOSTA DE MIM” e, mais recentemente, “ALÉM DA ETERNIDADE”, de Steven Spielberg. Aliás,
registramos aqui e ali aspectos da Doutrina Espírita que são abordados em filmes, como, por exemplo,
“JULIETA DOS ESPÍRITOS”, de Felini, em que este apresenta o fenômeno mediúnico em plano de
supernormalidade, misturado com astrologia e misticismo.
***
Essas considerações nos fazem lembrar o pensamento de LÉON DENIS quando, falando sobre
a ARTE, assim se pronuncia:
“O Espiritismo vem abrir para a ARTE novas perspectivas, horizontes sem limites. A
comunicação que ele estabelece entre os mundos visível e invisível, as informações fornecidas sobre
as condições de vida no Além, a revelação que ele nos traz das Leis superiores da harmonia e da
beleza que regem o Universo, vem oferecer a nossos pensadores, a nossos artistas, inesgotáveis temas
de inspiração.”
Sob esse prisma, obras como “RENÚNCIA”, “AVE, CRISTO!”, “PAULO E ESTÊVÃO”,
“HÁ 2.000 ANOS...”, “50 ANOS DEPOIS”, de Emmanuel, recebidas por Chico Xavier e outras de
André Luiz, entre tantas existentes, não seriam um manancial de inspiração para a Sétima Arte?!
********
De algum tempo a esta parte, temos tido a comprovação de que não são as crenças tradicionais
o maior adversário do Espiritismo. Na verdade, é o MATERIALISMO que constitui a característica
principal de nosso Cultura, cujos efeitos estão presentes em todos os setores da vida, notadamente em
nossos MEIOS DE COMUNICAÇÃO, onde se procura derrubar os valores morais. A maior
manifestação de tentativa de derrubada dos valores morais está na TELEVISÃO, onde a degradação
sexual como o homossexualismo e o lesbianismo, bem como a violência, a toxicomania passaram a ser
coisas normais como se fossem aceitas pelo meio social. É a tentativa de desacreditar o sentimento de
religiosidade do nosso povo.
Essas considerações críticas são válidas visto que presenciamos, cada vez mais, a influência
perniciosa das idéias materialistas na televisão, minando as bases da família, promovendo o
relaxamento dos laços familiares, dos costumes, etc.
Registramos com muita alegria, o mesmo pensamento através de nossa confreira Lúcia N.
Kfouri, em “Correio Fraterno do ABC”. É ela que nos chama atenção, com muita propriedade, para as
novelas “ROQUE SANTEIRO”, onde somente a parte negativa da sociedade ficou evidenciada;
“MANDALA”, onde as relações homossexuais e incestuosas são evidenciadas; em “VALE TUDO”,
onde o homossexualismo feminino tem a sua ponta, bem como a liberdade sexual; da mesma forma em
“O SALVADOR DA PÁTRIA”, onde a podridão social passa a ser coisa normal, bem como a
liberdade sem limites.
Surge, aqui, o problema da necessidade ou não da censura para o controle nas manifestações de
nossa imprensa escrita, falada ou televisionada, sem ferir os direitos fundamentais do homem, o que
seria anti-natural e inconstitucional.
Nesse sentido, falando sobre a liberdade dos meios de comunicação, Chico Xavier, quando
questionado em entrevista concedida à “Goiás Espírita”/1987, assim se pronunciou:
Daí nos rejubilarmos quando a Globo fez o relançamento da novela “A VIAGEM”, de fundo
doutrinário espiritista, tendo o nosso Chico assim se pronunciado a respeito:
“Esta é uma história muito bonita e esclarecedora. Ela mostra que a morte não é o fim. Nós
morremos, mas nossa missão continua no Plano Espiritual. Se a Ivani repetir a história com a mesma
fidelidade, será maravilhoso. E, certamente, acompanharei tudo novamente” (Revista “Contigo” de
21/03/94).
Tomara que, muito em breve, a televisão possa ser um instrumento valioso de progresso,
colocando a ARTE A SERVIÇO DO BEM.
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“Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.” (Mateus, 8;7)
Uma das mais belas manifestações da mediunidade é, sem sombra de dúvida, o PASSE
CURADOR, aplicado em nossas Casas Espíritas, principalmente através das “Câmaras de Passe”,
nascidas da orientação de Chico Xavier. E é por isso que devemos observar a recomendação de André
Luiz, pelas vias mediúnicas: “Cultivemos o passe, no veículo da oração, com o respeito que se deve a
um dos mais legítimos complementos da terapêutica usual” , lembrando que o Evangelho apresenta
Jesus ao pé dos sofredores, impondo as mãos.
Emmanuel, através de Chico Xavier, afirmaria que somente em Jesus-Cristo poderemos fazer
do passe motivo de santidade e honra, porque Ele é o luminoso e indiscutível padrão. Daí porque,
sendo muitos os aspectos relacionados com tal prática mediúnica, é nosso propósito apenas abordá-lo
tão-somente sob o de sua finalidade evangélica e fidelidade aos princípios da Codificação.
Todos nós sabemos que o PASSE ESPÍRITA não se restringe a um fenômeno de fé, vez que
sua aplicação tem beneficiado a todos que dele se utilizam, levando-lhes o equilíbrio psico-somático.
Embora assim encarado, deve ser aplicado com toda a religiosidade, objetivando alcançar a cura ou o
alívio, sob a égide de Jesus, apresentando-se o médium como simples instrumento dos Espíritos, com
bastante amor no coração, fraternidade, boa-vontade e total desprendimento, dando de graça o que de
graça recebeu, sabendo que os recursos curadores são manipulados no grande “laboratório” do
Mundo Invisível.
Na aplicação dos passes, o médium deve observar o que nos prescrevem os Espíritos:
• Foge à indagação dos resultados, porque estes pertencem a Jesus;
• Não teme a exaustão das forças magnéticas;
• Evita a gesticulação violenta, a respiração ofegante, e de que nem sempre se faz
necessário o toque direto, pois basta a simples imposição das mãos como fazia Jesus;
• Tem ciência que as curas “dão testemunho do poder de Jesus” e que, conforme diz
Kardec, em “A Gênese”, cap. XV, item 27, a grande finalidade de tais curas é provar que o
verdadeiro poder é o daquele que faz o bem; que o seu verdadeiro objetivo era o de ser útil,
prendendo a si as criaturas pelo coração.
Essas considerações são para nos lembrar o exemplo dado pelos nossos médiuns curadores,
espalhados por esse imenso Brasil, e, particularmente, em Uberaba e região, onde pontificaram um
JOAQUIM CASSIANO, ADELINO DE CARVALHO, BENTO POLVEIRO, DONA RUFINA,
PROF. CHAVES, JOÃO e LÁZARO, JOÃO URZEDO, ALFREDO BARBOSA, DONA MARIA
OLINA RITA, entre outros, e, regionalmente, EURÍPEDES BARSANULFO, DONA MECA,
MARIANO DA CUNHA, FREDERICO PEIRÓ, etc.
Entre tantos, gostaríamos de ressaltar, aqui, a figura de ANTUSA FERREIRA MARTINS, com
quem tivemos a felicidade de trabalhar por mais de trinta anos e que foi, sem dúvida alguma, um dos
maiores médiuns curadores que conhecemos e sobre a qual Chico Xavier teceu expressivas
considerações, afirmando, entre outras coisas, que ela trazia o remédio nas mãos.
A propósito, ainda, lembraríamos que essa abnegada servidora do Cristo foi um dos grandes
médiuns em matéria de CURAS E OPERAÇÕES ESPIRITUAIS, aplicando, através de suas inúmeras
faculdades mediúnicas, a terapêutica da prece, da água fluidificada, das práticas desobsessivas, dos
desdobramentos conscientes, vidência e, principalmente, dos passes – sua especialização mediúnica –
operando “prodigiosas maravilhas”, sem necessidade de competir com as ciências do mundo para
demonstrar a realidade do Espírito e sem sensacionalismo, observando sempre a pureza doutrinária,
apesar de suas limitações físicas (ela era surda e muda).
Antusa foi ainda exemplo para todos os médiuns. Nesse sentido, o nosso confrade Leonel
Sivieri Varanda teve oportunidade de ressaltar seus exemplos nas dimensões:
Antusa sabia da finalidade providencial do Espiritismo nas curas – porque aprendera com
EURÍPEDES BARSANULFO, em Sacramento, com quem convivera por alguns anos.
Todos aqueles que a conheceram ou que com ela conviveram, têm convicção de que ela
cumpriu bem a tarefa que a Espiritualidade lhe confiou. Permita Deus que ela possa, do Plano
Espiritual, continuar a espargir seus incontáveis benefícios em favor de todos nós.
Em nosso X ENCONTRO DE DIRIGENTES E COLABORADORES DE CENTROS
ESPÍRITAS tivemos a oportunidade de estudar, em conjunto, o tema “ORGANIZAÇÃO ESPÍRITA”,
à luz das “ANOTAÇÕES” de KARDEC sobre a formação de Grupos Espíritas e que estão nas obras
“O LIVRO DOS MÉDIUNS”, “A REVISTA ESPÍRITA” de l86l e “VIAGEM ESPÍRITA” em 1862, e
na obra mediúnica de Chico Xaveir.
G) Observar as condições favoráveis para uma sociedade que aspire à SIMPATIA dos Bons
Espíritos, principalmente as mencionadas por Allan Kardec, no item 341 do “O Livro dos Médiuns” e
em “Viagem Espírita” em 1862:
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São esses os principais PARÂMETROS , apontados por Kardec e os Espíritos, para a boa
formação dos Grupos espíritas e que foram desenvolvidos pela obra mediúnica de Chico Xavier,
notadamente, as diretrizes traçadas pelos Espíritos nas obras “EDUCANDÁRIO DE LUZ”,
“DESOBSESSÃO”, “O CONSOLADOR”, “PAULO E ESTÊVÃO”, entre outras obras e mensagens
esparsas. Aliás, são os únicos que podem fundamentar o nosso julgamento sobre o movimento
espírita, isto é, saber se o CONJUNTO das atividades levadas a efeito pelos Grupos , é ou não um
bom movimento e não por critérios em termos de QUANTIDADE no campo das realizações
espiritistas.O que vale realmente, é a QUALIDADE. Não vemos outra maneira para avaliarmos o
nosso movimento, senão em termos de FIDELIDADE a Jesus e a Kardec!
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O tema da UNIÃO dos Espiritas é sempre oportuno, dada a sua necessidade no movimento
espírita, nos termos em que os Espíritos o colocaram, a partir do próprio Codificador, Allan Kardec,
com a sua fala em “O Livro dos Médiuns”, no Cap. XXIX – item 334 e, posteriormente, com o
trabalho do Dr. Bezerra de Menezes, à frente da Federação Espírita Brasileira (FEB) e como
desencarnado, traçando diretrizes, principalmente através de sua mensagem “Unificação – serviço
urgente mas não apressado” , recebida pela mediunidade missionária de Francisco Cândido Xavier,
diretrizes essas que a FEB vem pondo em prática.
O que é UNIFICAÇÃO?
Mas , o que é UNIFICAÇÃO? Quais são as suas finalidades? Quais são os seus
fundamentos doutrinários?
FINALIDADES
Em síntese, como base de ação, objetiva tal serviço, a VALORIZAÇÃO dos Grupos Espíritas
pelo trabalho de apoio, de solidariedade .de compreensão e tolerância, recordando Emmanuel quando
nos fala: “EDUCARÁS AJUDANDO, UNIRÁS COMPREENDENDO” . É ,assim, a VIVÊNCIA dos
princípios contidos no Espiritismo que revivem Jesus ,como diretriz maior para os que executam tal
serviço junto ao movimento, sendo seus fundamentos doutrinários as OBRAS BÁSICAS de Allan
Kardec, desdobradas por LÉON DENIS, GABRIEL DELANNE e.principalmente a OBRA
MEDIÚNICA de CHICO XAVIER.
Vamos nos lembrar de EMMANUEL quando nos conclama à UNIÃO, dizendo:
“A reunião dos companheiros de ideal e de luta foi sempre o traço fundamental do Evangelho!
Reuniu-se JESUS aos discípulos e a BOA NOVA nasceu para redenção das almas.
Atualmente o Espiritismo que revive JESUS entre os homens não prescinde de semelhante
culto à fraternidade.” (3º CONGRESSO ESPÍRITA MINEIRO/junho de 1958)
E dando continuidade a esse trabalho, surge a figura do estimado irmão PEDRO VALENTE e
seus denodados companheiros, desenvolvendo as atividades da Casa, servindo sem cessar à causa da
Unificação em Minas Gerais, correspondendo, assim a confiança nele depositada pela Espiritualidade
Maior.
O TRABALHO DA FEB
Estamos rogando a Deus e a Jesus que “nos desperte o entendimento para que a comunhão
fraternal seja de fato, uma CAMPANHA que venha a merecer de todos nós, desencarnados e
encarnados, no Espiritismo com Jesus, a fiel atenção que será justo consagrar-lhe”. (De mensagem do
Espírito Pedro da Rocha Costa, constante da obra “Vozes do Grande Além”, recebida por Chico
Xavier.)
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“ Os meus discípulos serão
conhecidos por muito se amarem “
- JESUS -
Estamos vivendo este ano os quarenta anos de fundação da Aliança Municipal Espírita – AME-
de Uberaba. Exatamente no dia 20 de agosto de 1960 teve início uma nova fase do Espiritismo em
Uberaba, quando os Grupos Espíritas se uniram na sede do Centro Espírita “Uberabense” e assentaram
as bases do serviço de Unificação. À essa altura, já estava radicado em Uberaba o estimado médium
Chico Xavier, cujo apoio foi decisivo para a concretização da idéia unificadora.
Surge, assim, não uma entidade nova para rivalizar com os Centros Espíritas, expressão de um
grupo particular, mas, sim, a INSTITUIÇÃO DOS ESPÍRITAS, tomados em seu conjunto,
manifestação dos ideais superiores de integração no trabalho, objetivando fins voltados para a ajuda, a
cooperação, a solidariedade, o trabalho em equipe, o estímulo junto às Casas Espíritas de nossa terra.
A AME (sigla da Aliança) torna-se, assim, a concretização de velhos sonhos no sentido de uma
mais perfeita união entre os espíritas e uma melhor expansão do Espiritismo, e isto sem prejuízo das
características de INDIVIDUALIDADE, AUTONOMIA e LIBERDADE das partes componentes que
são os Grupos Espíritas, administrando “os interesses evangélicos”, na feliz expressão de Chico
Xavier, de forma coletivista e procurando tão-somente a VALORIZAÇÃO dos Centros Espíritas.
Sabemos que teórica e praticamente falando, progresso é sinônimo de unificação, pois que se
processa a evolução através de integrações sempre mais vastas, desde o infinitamente pequeno ao
grande. Realmente, o homem é uma UNIDADE-SÍNTESE, resultante da integração de menores
unidades coletivas (órgãos, tecidos, células, moléculas, átomos, elétrons, etc) e, por sua vez é um
elemento integrado em maiores unidades coletivas, quais a FAMÍLIA, os GRUPOS SOCIAIS, a
SOCIEDADE, a NAÇÃO e a HUMANIDADE.
É verdade que tem deficiências e muitas, sobretudo humanas, porém, através da auto-crítica, de
avaliações periódicas, já que é um “serviço urgente mas não apressado” (Bezerra de Menezes),
atingirá, temos certeza, progressivamente as suas metas. Nesse sentido, valeu a crítica construtiva de
nosso irmão Chico Xavier, há alguns anos atrás, quando se referiu às práticas elitistas, que deveriam
ser evitadas no movimento espírita, particularmente no serviço de Unificação.
Finalmente, o serviço de Unificação não pode esquecer, como diretriz, a exortação de Dr.
BEZERRA DE MENEZES: “É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos
Mensageiros divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso,
sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios”!
Por tudo isso, nossa saudação fraterna de estímulo à AME uberabense, em seus quarenta anos
de fecundas experiências unificadoras.
***
O Espiritismo manifesta-se em duas dimensões, isto é, como DOUTRINA e MOVIMENTO
espírita, sendo certo que a Doutrina consubstancia os seus postulados fundamentais e o movimento um
CONJUNTO DE ATIVIDADES, através dos Centros Espíritas, Congressos, Simpósios, Encontros,
Confraternizações, etc, objetivando CORPORIFICAR, em termos de TRABALHO e VIVÊNCIA os
seus postulados, que revivem Jesus na atualidade.
Assim, com a grande finalidade de “iluminação do Espírito”, pela elevação dos raciocínios e
dos sentimentos, em bases de LIBERDADE de ação e FIDELIDADE aos ensinos de JESUS e
KARDEC, o Centro Espírita observará:
I)– Esclarecerá o Povo sobre a natureza e finalidade do Espiritismo, sem fanatismos e polêmicas
estéreis, isto é, sem a preocupação do “proselitismo de arrastamento”;
J)- Procurará a união com os outros Grupos através do serviço de unificação, sem prejuízo de sua
liberdade de ação (ou independentemente da existência de tal serviço);
K)- Será sempre um “processo libertador” de consciências, promovendo o nosso reencontro com o
Evangelho de Jesus, como instrumento ideal da 3ª Revelação;
M)- Lembrará sempre da responsabilidade que pesa sobre os ombros dos espíritas brasileiros, na
preservação da árvore do Evangelho nas terras do Cruzeiro, por ser o Brasil “o coração do mundo e a
pátria do Evangelho”!
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Dentro do entendimento traçado pelos Espíritos, encontramos as ALIANÇAS MUNICIPAIS
ESPÍRITAS trabalhando junto aos Grupos, Instituições, Casas ou Centros Espíritas. Em Uberaba,
contando com quarenta anos de existência, a AME tem se caracterizado por ser um serviço
desinteressado, sem sede própria, sem recursos financeiros, funcionando com a BOA VONTADE de
vários colaboradores de nossa cidade, a partir de sua DIRETORIA, seus DEPARTAMENTOS.
É, assim, mais um MOVIMENTO do que uma instituição, exercendo suas tarefas nos próprios
Centros Espíritas, voltada para a VALORIZAÇÃO destes, não sendo, dessa forma, um “CENTRÃO”,
rivalizando-se com as células, na realização de tarefas que são próprias destas, e tendo nos próprios
representantes de tais entidades, os seus principais colaboradores e executores de seus objetivos.
Trocando em miúdo, os seus OBJETIVOS são:
D) – Executar o preceito evangélico de que todos somos IRMÃOS, que estamos no mesmo
barco, abrançando a mesma causa, o mesmo ideal, com vistas à aproximação dos espíritas
desde o tarefeiro mais humilde que distribui os copos de água fluidificada até os irmãos
colocados em tarefas de direção e exercícios mediúnicos, e que, recordando VICENTE DE
PAULO, “uma indulgência e uma benevolência recíprocas presidam as suas relações;
que suas faltas passem desapercebidas, que só suas qualidades sejam notadas; que o
archote da santa amizade REUNA, ILUMINE e AQUEÇA seus corações e vocês
resistirão aos ataques impotentes do mal, como o rochedo inquebrantável à vaga
furiosa”;
E) – Ajudar os Grupos nascentes na sua organização estatutária, fornecendo-lhes as
orientações legais, com RESPEITO à AUTORIDADE e guardando FIDELIDADE a Jesus e
Kardec, na SIMPLICIDADE de seus princípios;
******
Com a tarefa de falar sobre princípios orientadores na Assistência Fraterna, nada melhor do que
fazê-lo através de LEMBRETES DOUTRINÁRIOS. A justificativa está no fato de que, em
movimento espírita, a palavra de ordem é LIBERDADE para agir, opinar e trabalhar na forma que
mais convier aos adeptos do Espiritismo, sendo certo também que só existe uma LIMITAÇÃO: A
FIDELIDADE à Doutrina dos Espíritos.
1- ASSISTÊNCIA E DOUTRINA
Torna-se necessária, antes de mais nada, fazer a distinção entre o que é PRINCIPAL e o que
ACESSÓRIO no movimento espírita. Entendemos nós, com os Benfeitores Espirituais, que a
PRÁTICA DA CARIDADE é MEIO e não FIM em si mesmo, pois o que constitui o principal é a
corporificação da grande FINALIDADE do Espiritismo: a revivescência do Cristianismo primitivo em
sua pureza e simplicidade, pela elevação dos raciocínios e dos sentimentos (Emmanuel). Assim, os
espíritas realizam suas tarefas assistenciais, isto é, oferecem o pão, a roupa, a sopa, o remédio, o
albergue, o lar aos desamparados, a pomada, os xaropes, etc, sem exigências e fiscalização quanto aos
resultados, tendo o cuidado de não substituir a finalidade principal pelas assistenciais que são
acessórias.
Confirmando tal entendimento, o nosso irmão Chico Xavier, em conversa com o confrade
Urbano Vieira, de Araguari, sobre os benefícios da pomada “Vovô Pedro”, teve oportunidade de dizer:
Urbano, lembre-se de que a “pomada” é acessória!
É bom lembrar que a Assistência Fraterna Espírita não se confunde com a Assistência Social,
feita através de órgãos governamentais e associações filantrópicas outras, e isto porque tais associações
ou entidades objetivam a reabilitação ou promoção social dos assistidos na tentativa de resolver ou
minimizar as “questões sociais”, enquanto que a praticada pelos espíritas não tem por objetivo resolver
tais problemas porque o Espiritismo coloca na TRANSFORMAÇÃO MORAL dos indivíduos a
solução de todos os problemas existenciais, preocupando-se, assim, através da CARIDADE, com a
reabilitação espiritual do homem.
Além disso, a Assistência Social tem uma metodologia e sistemática, na sua prática, que
implicam, inclusive, na utilização de uma equipe especializada de “assistentes sociais” remunerados,
coisa inexistente na legítima assistência espiritista.
Com a Assistência Fraterna, o Espiritismo objetiva mostrar que o espírita deve dar o exemplo
de amor, supervalorizando uma idéia de fundo que é a da solidariedade, da fraternidade, não
pretendendo resolver os problemas sociais, que são da alçada da Sociedade, através do Estado e dos
organismos sociais adequados, embora possa secundá-los com a sua colaboração indireta. Estes
sentimentos devem existir, no relacionamento humano, com uma obrigação moral, baseados no
princípio da Paternidade Universal, ensinada por Jesus e que fundamentou a Lei Áurea!
Todos que abraçam o Espiritismo têm vontade de trabalhar na área assistencial, porque sabem
da necessidade de darem o exemplo, surgindo um QUESTIONAMENTO naqueles que pretendem
materializar o ideal de servir: COMO CRIAR E MANTER AS OBRAS ASSISTENCIAIS
ESPÍRITAS?
C) Igualmente não se justifica qualquer campanha que vise fins doutrinários, como construir
um Centro Espírita ou fazer congressos, seminários, confraternizações, etc, pleiteando recursos
financeiros junto ao Poder Público e entidades não espíritas. André Luiz nos recorda que devemos
SUPORTAR as próprias responsabilidades, dando testemunho de fé.
1-Devemos recusar doações quando impliquem troca de favores, isto é, com objetivos
comerciais ou de projeção social e política do doador. Recordemos o exemplo do Chico quando
recusou a doação de uma Kombi sob condição de propaganda comercial;
2-E a mesma forma em relação ao Poder Público, jamais aceitar quaisquer subvenções ou
verbas sob compromissos políticos, eleitoreiros, observando o que diz André Luiz, em “Conduta
Espírita”, a fim de preservar a LIBERDADE de agir. Da mesma forma, quando tais doações visam a
atingir a Doutrina Espírita, como no caso dos “convênios”. Ainda, não devem os Espíritas pleiteá-las
para fins doutrinários.
Com relação a tal assunto, chamamos a atenção para o fato de que UNIDOS no trabalho de
EQUIPE, estaremos formando uma só família e embasando a mais perfeita realização da obra
assistencial, sem personalismos deprimentes.
CONCLUINDO:
Eis porque não existe uma Casa Espírita sem a parte assistencial, comprovando o entendimento
de que “a fé sem obras é morta”, tendo razão PAULO DE TARSO quando afirma que a CARIDADE
é a maior de todas as virtudes.
*******
Estamos constantemente às voltas com estados emocionais depressivos, portadores de profunda
tristeza, vinculados às situações de desânimo, envolvendo-nos em terrível sombra de provação, com
visível repercussão em nosso trabalho.
Não estamos aqui para deitar falação em assunto que somente diz respeitos a cada um de nós,
mas é nossa obrigação trazer à meditação lembretes evangélicos que nos acordam para a verdadeira
vida.
B – Outra razão para termos, permanentemente, essa alegria íntima não é a de que sabemos
estar fazendo parte da DESTINAÇÃO HISTÓRICA do Brasil, como coração do mundo e pátria do
Evangelho? Haveria estado emocional mais positivo do que sabermos que o Brasil tem por objetivo
levar o Evangelho a todos os povos, pelo exemplo do amor, da fraternidade, da bondade, da verdadeira
liberdade, comprovando a afirmativa de Emmanuel de que Jesus transplantou da Palestina para a
Terra do Cruzeiro a árvore magnânima do Evangelho para que esta florescesse e desse frutos
sazonados de amor e sabedoria?
C – Outra razão, não menos eloqüente, não é o fato de termos, entre nós reencarnado um
Espírito como CHICO XAVIER, exemplo das virtudes cristãs, dando seqüência ao trabalho já
desenvolvido por um Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, entre tantos outros? Que outro
espelho poderíamos ter senão a de um ser que está dando o maior exemplo de ACEITAÇÃO da vida,
sobretudo de como envelhecer?
D – Outra razão, não menos expressiva, é a de estarmos TRABALHANDO junto a
companheiros, de todas as categorias profissionais, de todas as condições sociais, no mesmo barco,
buscando o porto seguro de nossa perfeição? Com tudo isso, poderíamos ter motivos para o desânimo,
para a tristeza, enfim, para alimentarmos em nós estados depressivos?
CONCLUINDO:
Não poderíamos encerrar nossos lembretes esquecendo do diálogo de Jesus com Bartolomeu,
narrado por Irmão X, no livro “Boa Nova”, sob o título “Bom Ânimo”, quando ele diz a seu discípulo
que se encontrava profundamente triste, que ele se recordasse da BOA NOVA que significava “BOA
NOTÍCIA” e que toda boa notícia somente traz alegrias...
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Estamos vivendo o ANO INTERNACIONAL DO VOLUNTÁRIO, isto é, do ato de servir
sincero e desinteressadamente, em favor de uma causa ou de um serviço que se reputa justo.
Não é preciso ser inteligente para saber dos fundamentos do voluntariado na prestação de
serviços. Ele só existe em função do trabalho feito por pessoas ou instituições que não visam lucro, na
sua prestação de serviços à comunidade. Seus fundamentos são MORAIS, ESPIRITUAIS.
Na sua base está uma concepção da vida, justificando a prestação de serviços sem remuneração,
de forma totalmente gratuita. Tal diretriz é da ESSÊNCIA mesma do movimento espírita, que procura
aplicar os postulados espiritistas, recebidos gratuitamente, sob a égide do preceito divino: “Dai de
graça o que de graça recebestes” (Jesus).
Temos, assim, a Doutrina Espírita que nos chega do Alto, como a Terceira Revelação de Deus
aos homens, recebida gratuitamente, devendo, por isso mesmo, ser por nós corporificada sem qualquer
exigência de pagamento.
Isto quer dizer que todo trabalho, visando à prática do Espiritismo, deve ser gratuito e
voluntário, para não trair os princípios abraçados, praticando o “profissionalismo religioso”. Esta tem
sido a tônica do nosso movimento desde o seu nascedouro, sendo feliz Humberto Rhoden em sua
exortação: “Interessa-te, desinteressadamente.”
Assim, não se justifica qualquer campanha que vise a arrecadar fundos para o pagamento de
serviços doutrinários. OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS.
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Depois de assim nos exortar, Cairbar Schutel afirma que devemos cultivar espontaneidade nas
tarefas do Bem, pois, “a sementeira é grande e os trabalhadores são poucos” e que “cada qual
pode servir a seu modo”, devendo apresentar-se em alguma frente de trabalho, servindo sem
descansar, não se esquecendo de que “espírita sem serviço é alma a caminho dos tenebrosos
labirintos do Umbral”.
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O nosso confrade Leonel Sivieri Varanda elaborou um trabalho sobre a COMMETRIM
(Confraternização de Mocidades e Madureza Espíritas do Triângulo Mineiro), com vistas à sua
documentação histórica, o qual fazemos nosso no presente trabalho:
REGISTRO HISTÓRICO
No início da década de sessenta, com a permissão de Nosso Senhor Jesus-Cristo, um grupo de
companheiros da região do Triângulo Mineiro decidem materializar um Encontro de Mocidades que
colaborasse para dinamizar o movimento espírita regional e unificar os espíritas em torno da
Codificação Kardequiana, numa promoção dos CREs existentes.
Surge a 1ª COMMETRIM que foi realizada na cidade de ITUIUTABA, no ano de 1964, tendo
como Presidente Argemiro Evangelista Ferreira. Antes dela a experiência das Mocidades se restringia
ao movimento da COMBESP, que reunia os jovens de GO, MT, SP e MG. Uma das últimas
realizações desse movimento foi em Uberlândia, da qual fomos o seu Presidente. Ela foi a inspiração
para a nossa COMMETRIM.
Terminada a COMBESP, a idéia de nosso movimento regional foi abraçada pelo companheiro
ARGEMIRO EVANGELISTA FERREIRA, de Uberlândia e corporificada através de uma reunião
regional no Hotel Zardo, naquela cidade, onde nós e os companheiros ARGEMIRO, MANOEL
TIBÚRCIO, ZENON VILELA, RIVAIL ARAÚJO, IZABEL GERVÁSIO FARIA, EDEMERVAL
VIEIRA BORGES, ANTÔNIO FONSECA DE ABREU, JOAQUIM VELOSO DE MATOS e outros
denodados companheiros, ali traçamos as bases da confraternização no Triângulo Mineiro.
Quanto às suas bases doutrinárias, fomos buscar a bela página de ALLAN KARDEC, em “O
LIVRO DOS MÉDIUNS”, item 334: “Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se,
permutando suas observações, podem desde logo formar um núcleo da grande família espírita que
um dia reunirá todas as opiniões, unindo os homens no mesmo sentimento de fraternidade
caracterizado pela caridade cristã.”
Mas tal movimento, que nasceu para congregar jovens, por sugestão de nosso querido irmão
CHICO XAVIER, no seu oitavo ano, passou a ter mais um “M” em sua sigla, passando a ser de jovens
e da Madureza espíritas (COMMETRIM), incorporando, assim, oficialmente, a madureza espírita.
Devemos registrar, com muita alegria, que o movimento sempre contou com o apoio da UNIÃO
ESPÍRITA MINEIRA e da FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA, através de seus representantes.
Quanto à sua ESTRUTURA, ela se realiza através de duas PRÉVIAS, sendo que na primeira
são organizados os diversos departamentos, escolhido o tema central e reestruturada, se necessário,
acolhendo as sugestões para a sua modificação. Na segunda, o Programa é organizado e tomadas as
decisões finais para a sua execução. O seu Programa é desenvolvido através das diversas Comissões ou
Departamentos, atendendo-se à necessidade da ESPECIALIZAÇÃO DE TAREFAS, valorizando os
companheiros da região com a sua participação nos trabalhos.
DESTAQUES ESPECIAIS
Depois ele mesmo, completando o seu pensamento diria: “Os nossos amigos espirituais dão
extraordinário relevo a esses movimentos e esperam que nós todos, os companheiros do Espiritismo,
venhamos a encorajá-los por todos os modos que surjam, dentro das nossas possibilidades, de vez que
é pela reciprocidade, na permuta de nossas experiências, que chegaremos a conclusões e às realizações
do mais alto interesse para o movimento espírita agora e no futuro.”
E concluiria o citado médium, em outro trecho de sua entrevista: “De modo que essas
confraternizações sejam de mocidades espíritas ou da madureza espírita, são um movimento sério que
nós devemos acatar e estimular com todas as energias ao nosso alcance.”
CONCLUSÃO:
Inegavelmente, são inúmeros os BENEFÍCIOS que a COMMETRIM tem nos trazidos, nestes
trinta e sete anos de sua existência. Dela nasceram novos grupos, novas idéias, novas realizações no
campo das atividades das Instituições Espíritas, em todo Triângulo Mineiro. Não teríamos espaço
suficiente para registrar tais benefícios, mas, acreditamos, que cada companheiro que dela já
participou, poderá dar o seu testemunho das benesses do movimento, que tem em JESUS e KARDEC
a sua maior inspiração, inspiração essa corporificada por EURÍPEDES BARSANULFO e CHICO
XAVIER.
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Inegavelmente, uma das tarefas básicas, de relevante importância na Casa Espírita é a
EVANGELIZAÇÃO DA CRIANÇA, para não dizer que é a PRIORITÁRIA, dado o seu objetivo de
criar condições favoráveis à criança, a fim de que ela possa vivenciar, desde cedo, em sua vida, o
Evangelho de JESUS, à luz do Espiritismo, como forma de solução de nossos problemas existenciais.
Quanto a isso, não padece dúvida, pois, é o próprio Codificador, nas questões 685 e 917, de
“O Livro dos Espíritos”, que nos mostra que a cura de todos os males da sociedade está na
EDUCAÇÃO, mas não a Educação-instrução, mas a EDUCAÇÃO MORAL dos indivíduos com o
CRISTO nos corações.
Entretanto, a observação feita pelos evangelizadores demonstra que, a par dessa grande
verdade, são muitos os lares espíritas que ainda não despertaram para essa tarefa fundamental, não se
preocupam com a infância, o valor desse período importantíssimo para todos nós. Quantas e quantas
crianças (sempre constataram isso) que mesmo oriundas de famílias espíritas, somente ouvem falar de
DEUS, de JESUS, dos PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESPIRITISMO, etc, nas Aulas de
Evangelização, e isto por descuido ou por falta de tempo dos pais (muitas vezes pais e filhos quase não
se vêem) e nem sequer realizam o Culto do Evangelho no Lar. Deixam escapar, assim, a melhor
oportunidade de reformarem o caráter de seus filhos, pelo AMOR.
Assim, os Centros Espíritas, pela sua própria natureza – de ESCOLA DAS ALMAS – suprem
a falta dos pais ou colaboram com eles neste sublime mister, proporcionando aulas adequadas à idade
das crianças, cujos Programas, Métodos, Técnicas visam ao melhor atendimento à Infância,
procurando as melhores formas de SENSIBILIZAÇÃO do seu coração, estruturando todo o processo
educativo com o método mais eficaz que é o AMOR !
Fica evidenciado, dessa forma, que os Educadores Espíritas não visam a fornecer apenas
CONHECIMENTOS DOUTRINÁRIOS, mas utilizando estes para SENSIBILIZAR o coração da
criança, a exemplo do que acontece em nossas reuniões públicas ou doutrinárias, onde se procura,
sobretudo, tocar os SENTIMENTOS da criatura, com vistas à sua renovação. Vamos nos lembrar, por
oportuno, o que EMMANUEL nos ensina, quando diz, em “DOUTRINA E APLICAÇÃO”: “Ciência
e Filosofia são MEIOS, o Evangelho o FIM.”
Sabendo-se que “a palavra desempenha significativo papel nas construções do Espírito”, os
“expositores da boa palavra” operam como se fossem “técnicos eletricistas”, desligando “tomadas
mentais”, com o conseqüente afastamento e possibilidade de reeducação de entidades desencarnadas
desequilibradas (obsessores) – o que está bem claro no obra de André Luiz, “Nos Domínios da
Mediunidade. Aliás, a tônica da Doutrina Espírita, notadamente as obras de Allan Kardec e as de
Chico Xavier, a exemplo de Jesus, em qualquer de suas manifestações, têm esse escopo maior que é o
de sensibilizar o coração do homem, seja na fase adulta ou, principalmente infantil, buscando a
renovação mental que significa a renovação da vida ou elevação moral, como nos mostra, à saciedade,
a obra do médium de Pedro Leopoldo.
Qual é o valor espiritual de uma Escola Espírita de Evangelização (EEE) em instituição espírita?
Resposta: “Filhos, Jesus nos abençoe. Vinculemos propósitos e palestras às raízes kardequianas que
nos presidem esforços e manifestações. Da importância de uma Escola Espírita de Evangelização para
crianças falaram, positivamente, os instrutores de Allan Kardec, em lhe respondendo à questão 383, de
“O Livro dos Espíritos”, quando assim se expressaram, em torno do estado de infância:
“ENCARNADO, COM O OBJETIVO DE SE APERFEIÇOAR, O ESPÍRITO, DURANTE ESSE
PERÍODO, É MAIS ACESSÍVEL ÀS IMPRESSÕES QUE RECEBE, CAPAZES DE LHE
AUXILIAREM O ADIANTAMENTO, PARA O QUE DEVEM CONTRIBUIR OS INCUMBIDOS
DE EDUCÁ-LO”. Meditemos no assunto que foi objeto da melhor atenção do Codificador, nas
primeiras horas da Doutrina Espírita.”
Também, nesse mesmo sentido, podemos avaliar a importância do trabalho junto à criança, no
Templo Espírita, através do seguinte questionamento, feito ao Espírito EMMANUEL, na referida obra,
às páginas 199:
Pergunta: Seria de melhor proveito para os Centros Espíritas se dedicar à elucidação das crianças,
diminuindo trabalhos de mediunismos?
Resposta: “A assistência à mente infanto- juvenil, no campo do Espiritismo Cristão, é serviço básico
que não deveríamos descuidar. A educação é obra do tempo, esforço e paciência. E sem que nos
voltemos para a sementeira, com a dedicação precisa, não alcançaremos a colheita valiosa. Repetimos
que a Criança é o futuro, com a preocupação de que os princípios do bem ou do mal que inocularmos
na formação do mundo infantil são vantagens ou desvantagens para nós mesmos, de vez que o porvir
nos espera, de modo geral em novas existências. Cremos, assim, que, se necessário, a redução dos
trabalhos do mediunismo, é medida de importância fundamental nas instituições do Espiritismo-
Evangélico, favorecendo-se maior expansão da obra de socorro espiritual à criança, na execução dos
nossos programas doutrinários”.
Entendemos assim que, se o Consolador está entre nós para que nos auto-eduquemos, a
EVANGELIZAÇÃO DA CRIANÇA constitui, pelos processos educativos evangélicos, o caminho
para o Homem redimido do futuro.