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- Esclerose múltipla (EM) é caracterizada pela presença de um processo inflamatório autoimune associado a lesões focais
na bainha de mielina (desmielinização). Possui também um componente neurodegenerativo
- Em razão da característica clínica de promoverem a instalação de sintomas neurológicos agudos chamados de surtos,
que podem deixar sequelas e ocorrer de forma recorrente, essas doenças devem ser suspeitadas e precocemente
diagnosticadas
- Acomete adultos jovens, sendo uma importante causa de incapacidade neurológica não traumática nessa faixa etária
- Acomete 2 a 3x mais mulheres do que homem
- Parece ter influência de fatores genéticos e ambientais
- Outras doenças desmielinizantes: mielite óptica (NMO) e encefalomielite aguda disseminada (ADEM)
1. Fisiopatologia
- A causa exata ainda não é completamente conhecida
- A inflamação no SNC causa uma destruição focal da bainha de mielina, provocando o aparecimento de sintomas
neurológicos agudos nos “surtos” da doença, que variam de acordo com a região cerebral que foi acometida
- Os processos neurodegenerativos podem causar distúrbios cognitivos e/ou aumento lento e progressivo da incapacidade
neurológica
- Lesão aguda: infiltração perivascular de linfócitos e macrófagos. Edema perivascular e instersticial, destruição da mielina
e remielinização parcial
- Lesão invativa: limites precisos, hipocelular, proliferação de astócitos, ausência de oligodendrócitos e perda axonal
QUADRO CLÍNICO
- Neurite óptica
- Sinais e sintomas de tratos longos
- Sinais de tronco encefálico
FORMAS CLÍNICAS
Síndrome clínica isolada: o primeiro episódio clínico sugestivo de um quadro inflamatório desmielinizante que
pode ser a primeira manifestação clínica de EM, mas ainda não preenche os critérios para disseminação no tempo.
- Tipicamente apresentam neurite óptica, lesões do tronco cerebral ou medula espinhal
- Nessa fase, sempre investigar os possíveis diagnósticos diferenciais
- Pacientes com grande risco de conversão para EM podem iniciar o tratamento nessa fase
EM secundariamente progressiva: após 10-15 anos, uma parcela da população com EM-RR evolui para essa
forma, caracterizada por piora lente e progressiva da incapacidade neurológica sem a presença de um número
grande de surtos
- RNM mostra atrofia cerebral, sem necessariamente aumento de lesões, sugerindo que a incapacidade se
correlaciona com uma perda neuronal acima da compensação obtida pela plasticidade cerebral
EM primariamente progressiva: < 10% dos pacientes, caracterizada por progressão da EM sem a presença
evidente de surtos
- Embora os critérios diagnósticos não exijam LCR, a presença de bandas oligoclonais comente no LCR e índice de
IgG são importantes para esse diagnóstico
3. Diagnóstico diferencial
- Doenças autoimunes como NMO, ADEM, síndrome de Sjogren, LES, neurosacoidose, SAF e vasculites do SNC
- Transtornos metabólicos como deficiência de vitamina B12, deficiência de cobre, vitamina E, síndrome desmielinizante
osmótica (mielinólise pontinha), adrenoleucodistrofia
- Infecções: mielopatias associadas a HIV e HTLV-1, doença de Lyme, neurossífilis, Leucoencefalopatia multifocal
progressiva, doença de Whipple
- Transtornos vasculares: fístula arteriovenosa da dura-máter espinhal, hemangioma cavernoso e arteriopatia cerebral
autossômica dominante com infartor subcorticais e Leucoencefalopatia
- Doenças do neurônio motor, como esclerose lateral primária
4. Tratamento
- Nos períodos de exacerbação, o tratamento é feito com pulsos de altas doses de corticosteroides (metilprednisolona 1
a 1,5g diluídos em SG 5% IV em 2 a 4h por 3 a 5 dias))
- Após o controle da fase aguda, tratamentos imunomoduladores devem ser considerados para pacientes com doença
ativa (interferon-beta, acetato de glatirâmer)