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PERSEVERANDO NA FÉ
INTRODUÇÃO
Segundo Snodgrass, “as parábolas de Jesus estão entre as mais conhecidas e mais
influentes histórias da humanidade”1. Pessoas de diversas culturas que mesmo sem
saberem nada de Jesus já ouviram algo a respeito dessas histórias. Segundo o
mesmo autor “a importância das parábolas de Jesus é inestimável”2.
O dicionário Wycliffe assim define o que é uma parábola nos seguintes termos:
1
SNODGRASS, Klyne. Compreendendo todas as parábolas de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. p.23
2
Ibid., p.23
3
PFEIFFER, Charles F. VOS, Howard F. Dicionário Bíblico Wycliffe. 5. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
p.1457
Parábolas interrogativas Assemelham-se a categoria anterior, porém
possuem interrogações em seu escopo. Ex.:
Mt 18.12-14
Parábolas narrativas duplamente indiretas Parábola com certa estrutura, porém não se
conclui com uma solução. Ex.: Lc 13.6-9
Parábolas jurídicas O ouvinte é forçado a julgar certas
circunstâncias e depois percebe que no final
julgou a si mesmo. Ex.: Lc 7.40-47
Parábolas indiretas simples Apresenta uma personagem positiva ou
negativa que deve ou não ser imitada. Ex.: Lc
10.25-37
Parábolas contratantes ou do tipo “quanto Age trazendo em forma de contraste. Ex.: Lc
mais” 18.1-9
CARACTERISTICAS DA PARÁBOLA
Para uma compreensão mais rica da parábola devemos levar consideração duas
características básicas do texto, a saber:
COMPREENDENDO A PARÁBOLA
Muito se tem discutido a respeito da epigrafe utilizada nas traduções da Bíblia. Isso
porque, quando se observa a epigrafe com a continuidade da parábola, pode-se ter a
falsa ideia de que Jesus estaria comparando os personagens principais da história.
Morris afirma, acertadamente, que “Jesus, naturalmente, não está assemelhando
Deus a um juiz injusto. A parábola é da variedade do “Quanto mais...” [ou seja] Se um
homem ímpio às vezes faz o bem, mesmo por motivos maus, quanto mais Deus fará o
bem”4. A Bíblia NVI (Nova Versão Internacional), propõe um título, a nosso ver, mais
adequado à parábola, como “A parábola da viúva persistente”.
V.1 - Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes
que eles deviam orar sempre e nunca desanimar.
A conjunção grega “de – também”, traduzida na NVI como “então” indica uma
continuidade argumentativa da perícope anterior. No capitulo 17 dos versos 20 a 37
Jesus está discorrendo a respeito da sua volta, Childers observa que,
O dia e a hora da volta de Jesus ninguém sabe, logo a tendência é que com a
“demora” da resposta de Deus o crente esmoreça. Jesus, então, nos insta a
perseverar na oração mesmo sem termos nossas petições atendidas na hora que
desejamos. Sobre a importância da oração na vida do crente Silva declara:
V.2 - Ele disse: "Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem se
importava com os homens.
4
MORRIS, Leon. Lucas: Introdução e Comentário. São Paulo: Editora Vida Nova,. p.246
5
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento comentado versículo por versículo-Volume II. São
Paulo: Editora Candeias, 1995. p.173
6
EARLE, Ralph et al. Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p.466
7
SILVA, Eliezer de Lira e. O poder e o ministério da oração: O relacionamento do Cristão com Deus. Rio
de Janeiro: CPAD, 2010. p.45
Sabe-se muito pouco a respeito do sistema judicial hebreu, porém relatos da Mishna8
indica que deveria existir mais de um juiz para julgar os casos. Todavia, a presente
parábola mostra apenas um juiz, o que nos dá duas possibilidades aqui.
A ideia de que o juiz “não temia a Deus nem se importava como os homens” indica
que esse homem era movido por suas próprias disposições. A expressão “mē
entrepómenos” traduzida aqui por não se importar, significa que ele não reconhecia
autoridade superior sobre si.
V.3 - E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele,
suplicando-lhe: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’.
As palavras traduzidas como faze-me justiça não significam vingar, mas garantir
justiça. Mas que chance uma viúva indefesa teria de obter justiça de um juiz que não
temia a Deus e não respeitava o homem? Havia um caminho, e foi o que ela tomou.
V.4,5 - "Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo:
‘Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens, esta viúva está
me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha me importunar’ ".
O caminho tomado pela viúva foi o da perseverança. Não tendo como alcançar a
justiça por outros meios sua única arma era a importunação, a persistência. A
referência do juiz à sua contínua vinda indica que ele estava convencido de que ela
nunca pararia de importuná-lo até que seu pedido fosse atendido. Não havia nada de
profundo ali. Ela simplesmente não pararia de pedir até que o seu caso fosse tratado
de forma justa.11
V.6-8 - E o Senhor continuou: "Ouçam o que diz o juiz injusto. Acaso Deus não
fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará
fazendo-os esperar? Eu lhes digo: ele lhes fará justiça, e depressa. Contudo,
quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra? "
8
Uma das principais obras do judaísmo rabínico, e a primeira grande redação na forma escrita da
tradição oral judaica, chamada a Torá Oral.
9
GABY, Eliel dos Santos. GABY, Wagner Tadeu. As parábolas de Jesus: As verdades e princípios divinos
para uma vida abundante. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. p.55
10
CHAMPLIN, Russell Norman. Op., Cit., p.173
11
EARLE, Ralph et al. Op., Cit., p.467
A aplicação é clara e simples. Uma viúva pode obter justiça de um juiz que não teme a
Deus e não tem nenhuma consideração pelos seus semelhantes, simplesmente pela
sua vinda contínua. Quanto mais deveria um cristão ter fé e crer que um Deus justo,
bom e amoroso responderá as suas orações, embora Ele possa demorar - ou seja,
embora às vezes pareça que a resposta demora! Continuará fazendo-os esperar, ou
seja, subitamente, inesperadamente, mas não necessariamente quando eles pensam
que a resposta deve vir.
CONCLUSÃO
A perseverança na fé e na oração é a única opção viável ao cristão que quer ter uma
vida vitoriosa. A busca persistente de uma viúva por justiça fez com que um juiz ímpio
julgasse com justiça sua causa QUANTO MAIS Deus que é o supremo bem poderá
responder nossas petições nos momentos de angustia. Isso não significa dizer que tal
benção virá no momento que desejamos. Mas, que teremos resposta divina.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MORRIS, Leon. Lucas: Introdução e Comentário. São Paulo: Editora Vida Nova,
2011.