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LIÇÃO 4

PERSEVERANDO NA FÉ

Dc. Edson Amorim

INTRODUÇÃO

Segundo Snodgrass, “as parábolas de Jesus estão entre as mais conhecidas e mais
influentes histórias da humanidade”1. Pessoas de diversas culturas que mesmo sem
saberem nada de Jesus já ouviram algo a respeito dessas histórias. Segundo o
mesmo autor “a importância das parábolas de Jesus é inestimável”2.

O dicionário Wycliffe assim define o que é uma parábola nos seguintes termos:

“A palavra parábola vem do grego parabole


que, etimologicamente, significa colocar as coisas
lado a lado, geralmente com a finalidade de fazer
uma comparação [...] na Septuaginta (LXX) a
palavra parabole foi usada como tradução da
palavra mashal, seus diversos significados ficaram
anexados ao termo [...] Portanto, no NT as
expressões figuradas, comparações e metáforas
são todas chamadas de parábolas. A parábola
propriamente dita, isto é, uma história simples e
curta onde se origina algum detalhe de ensino, é
um exemplo ampliado de uma comparação ou
metáfora.”3

Normalmente, estas histórias ou comparações são extraídas da natureza ou do


cotidiano das pessoas, o que faz com que sem tornem facilmente compreendidas
pelos ouvintes. A lógica da parábola gira em torno de esclarecer alguma verdade
espiritual, levando em consideração a suposição de que o que é válido em uma
determinada esfera também será valido em outra. Porém, é necessário fazer uma
ressalva, nem todas as parábolas são semelhantes. Como vimos na definição acima o
termo utilizado pela Septuaginta deriva-se de mashal que é um termo muito mais
amplo do hebraico. Um mashal é qualquer tipo de dito obscuro que tem por finalidade
estimular o pensamento do ouvinte. Nesse caso, torna-se necessário, para fins
didáticos, classificar tais parábolas, a fim de que possamos compreender com maior
clareza sua mensagem. O quadro a seguir é uma adaptação da obra de Snodgrass,
embora haja outras classificações possíveis, adotamos essa perspectiva por
demonstrar uma maior clareza.

CLASSIFICAÇÃO DAS PARÁBOLAS


Parábolas de similaridades Comparação explicita que utiliza a palavra
“como”. Ex.: Mt 13.24-10

1
SNODGRASS, Klyne. Compreendendo todas as parábolas de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. p.23
2
Ibid., p.23
3
PFEIFFER, Charles F. VOS, Howard F. Dicionário Bíblico Wycliffe. 5. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
p.1457
Parábolas interrogativas Assemelham-se a categoria anterior, porém
possuem interrogações em seu escopo. Ex.:
Mt 18.12-14
Parábolas narrativas duplamente indiretas Parábola com certa estrutura, porém não se
conclui com uma solução. Ex.: Lc 13.6-9
Parábolas jurídicas O ouvinte é forçado a julgar certas
circunstâncias e depois percebe que no final
julgou a si mesmo. Ex.: Lc 7.40-47
Parábolas indiretas simples Apresenta uma personagem positiva ou
negativa que deve ou não ser imitada. Ex.: Lc
10.25-37
Parábolas contratantes ou do tipo “quanto Age trazendo em forma de contraste. Ex.: Lc
mais” 18.1-9

Nessa lição trataremos de uma parábola de contraste ou “quanto mais”. Destacamos


que embora todas essas informações sejam riquíssimas os professores devem buscar
diligentemente enfatizar o real objetivo da parábola que é estimular o cristão a
perseverança na oração.

CARACTERISTICAS DA PARÁBOLA

Para uma compreensão mais rica da parábola devemos levar consideração duas
características básicas do texto, a saber:

1. Conforme vimos anteriormente, a lógica aplicada por Jesus nessa parábola é a


do contraste. Nela nosso Senhor estará contrastando a figura do juiz iniquo e a
do Justo Juiz. Veja que essa classificação consegue sanar qualquer
pensamento equivocado que, porventura, venha existir e que afirme que há
uma mera comparação entre os dois personagens (o Juiz e Deus).

2. A continuidade argumentativa de Jesus entre Lc 17.20-37 e 18.1-14. Não há


indicação de que a plateia ou o tempo em que a parábola foi proferida seja
diferente da argumentação anterior.

COMPREENDENDO A PARÁBOLA

O juiz iníquo ou A viúva persistente (Lc 18.1-8)

Muito se tem discutido a respeito da epigrafe utilizada nas traduções da Bíblia. Isso
porque, quando se observa a epigrafe com a continuidade da parábola, pode-se ter a
falsa ideia de que Jesus estaria comparando os personagens principais da história.
Morris afirma, acertadamente, que “Jesus, naturalmente, não está assemelhando
Deus a um juiz injusto. A parábola é da variedade do “Quanto mais...” [ou seja] Se um
homem ímpio às vezes faz o bem, mesmo por motivos maus, quanto mais Deus fará o
bem”4. A Bíblia NVI (Nova Versão Internacional), propõe um título, a nosso ver, mais
adequado à parábola, como “A parábola da viúva persistente”.

V.1 - Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes
que eles deviam orar sempre e nunca desanimar.

Segundo Champlin, este versículo é a introdução editorial, que aplica a parábola à


persistência geral na oração.5 Sendo considerada pelo mesmo autor como parábola
gêmea da do amigo importuno em Lc 11.5-8.

A conjunção grega “de – também”, traduzida na NVI como “então” indica uma
continuidade argumentativa da perícope anterior. No capitulo 17 dos versos 20 a 37
Jesus está discorrendo a respeito da sua volta, Childers observa que,

“Portanto, vemos que a oração é prescrita


como um remédio para que ninguém esmoreça
nos difíceis dias vindouros - os dias do cerco de
Jerusalém, os dias que precederão a segunda
vinda de Jesus e todos os outros dias
desesperadores. Quando Jesus fosse levado da
terra, a Igreja seria como a viúva na parábola.
Mas a oração seria o seu meio de suporte e
alívio”6.

O dia e a hora da volta de Jesus ninguém sabe, logo a tendência é que com a
“demora” da resposta de Deus o crente esmoreça. Jesus, então, nos insta a
perseverar na oração mesmo sem termos nossas petições atendidas na hora que
desejamos. Sobre a importância da oração na vida do crente Silva declara:

“Todo crente necessita aproximar-se com


fé do altar da oração e crer que Deus é
galardoador dos que O buscam (Hb 11.6). Orar
com fé [e perseverança] consiste em apresentar
necessidades ao pai celestial e descansar em
suas promessas. Assim, demonstramos estar
convictos do que Jesus disse quanto ao que: ‘Se
pedirem alguma coisa em meu nome, eu o farei’
(Jo 10.14,15)”7.

V.2 - Ele disse: "Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem se
importava com os homens.

4
MORRIS, Leon. Lucas: Introdução e Comentário. São Paulo: Editora Vida Nova,. p.246
5
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento comentado versículo por versículo-Volume II. São
Paulo: Editora Candeias, 1995. p.173
6
EARLE, Ralph et al. Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p.466
7
SILVA, Eliezer de Lira e. O poder e o ministério da oração: O relacionamento do Cristão com Deus. Rio
de Janeiro: CPAD, 2010. p.45
Sabe-se muito pouco a respeito do sistema judicial hebreu, porém relatos da Mishna8
indica que deveria existir mais de um juiz para julgar os casos. Todavia, a presente
parábola mostra apenas um juiz, o que nos dá duas possibilidades aqui.

1ª possibilidade: A existência de dois sistemas de tribunais: um hebreu, com mais


juízes e um gentílico, com apenas um juiz;9

2ª possibilidade: As aldeias maiores teriam sistemas com mais juízes, enquanto as


aldeias menores poderiam ser controladas por um único individuo.10

A ideia de que o juiz “não temia a Deus nem se importava como os homens” indica
que esse homem era movido por suas próprias disposições. A expressão “mē
entrepómenos” traduzida aqui por não se importar, significa que ele não reconhecia
autoridade superior sobre si.

V.3 - E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele,
suplicando-lhe: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’.

As viúvas faziam parte juntamente como os órfãos e estrangeiros de um grupo que


deveria ter uma atenção especial da nação de Israel. Porém, na prática não
funcionava assim. Essas mulheres acabavam por ficarem numa posição de desalento
e rebaixamento social. As mulheres normalmente eram deixadas sem nenhuma forma
de subsistência, mesmo que o marido deixasse por herança uma propriedade, ela não
herdava, apesar de ter garantia da provisão para a sua subsistência.

As palavras traduzidas como faze-me justiça não significam vingar, mas garantir
justiça. Mas que chance uma viúva indefesa teria de obter justiça de um juiz que não
temia a Deus e não respeitava o homem? Havia um caminho, e foi o que ela tomou.

V.4,5 - "Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo:
‘Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens, esta viúva está
me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha me importunar’ ".

O caminho tomado pela viúva foi o da perseverança. Não tendo como alcançar a
justiça por outros meios sua única arma era a importunação, a persistência. A
referência do juiz à sua contínua vinda indica que ele estava convencido de que ela
nunca pararia de importuná-lo até que seu pedido fosse atendido. Não havia nada de
profundo ali. Ela simplesmente não pararia de pedir até que o seu caso fosse tratado
de forma justa.11

V.6-8 - E o Senhor continuou: "Ouçam o que diz o juiz injusto. Acaso Deus não
fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará
fazendo-os esperar? Eu lhes digo: ele lhes fará justiça, e depressa. Contudo,
quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra? "

8
Uma das principais obras do judaísmo rabínico, e a primeira grande redação na forma escrita da
tradição oral judaica, chamada a Torá Oral.
9
GABY, Eliel dos Santos. GABY, Wagner Tadeu. As parábolas de Jesus: As verdades e princípios divinos
para uma vida abundante. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. p.55
10
CHAMPLIN, Russell Norman. Op., Cit., p.173
11
EARLE, Ralph et al. Op., Cit., p.467
A aplicação é clara e simples. Uma viúva pode obter justiça de um juiz que não teme a
Deus e não tem nenhuma consideração pelos seus semelhantes, simplesmente pela
sua vinda contínua. Quanto mais deveria um cristão ter fé e crer que um Deus justo,
bom e amoroso responderá as suas orações, embora Ele possa demorar - ou seja,
embora às vezes pareça que a resposta demora! Continuará fazendo-os esperar, ou
seja, subitamente, inesperadamente, mas não necessariamente quando eles pensam
que a resposta deve vir.

CONCLUSÃO

A perseverança na fé e na oração é a única opção viável ao cristão que quer ter uma
vida vitoriosa. A busca persistente de uma viúva por justiça fez com que um juiz ímpio
julgasse com justiça sua causa QUANTO MAIS Deus que é o supremo bem poderá
responder nossas petições nos momentos de angustia. Isso não significa dizer que tal
benção virá no momento que desejamos. Mas, que teremos resposta divina.

Lembremo-nos que a perseverança, seja na oração, seja na fidelidade a Deus é uma


condição sine qua non seremos salvos conforme registra Mateus 24.13: “Mas quem
perseverar até o fim, esse será salvo” ou Hebreus 3.14 Porque nos tornamos
participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até
ao fim.

Prossigamos em buscar ao Senhor, não desfalecendo em meio as adversidades ou o


tempo que, porventura, vier a “demorar”, mas confiando em Quem fez a promessa.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento comentado versículo por


versículo-Volume II. São Paulo: Editora Candeias, 1995.

CHILDERS, Charles L. EARLE, Ralph. Comentário Bíblico Beacon: Mateus a


Lucas. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

GABY, Eliel dos Santos. GABY, Wagner Tadeu. As parábolas de Jesus: As


verdades e princípios divinos para uma vida abundante. Rio de Janeiro: CPAD,
2018.

MORRIS, Leon. Lucas: Introdução e Comentário. São Paulo: Editora Vida Nova,
2011.

PFEIFFER, Charles F. VOS, Howard F. Dicionário Bíblico Wycliffe. 5. ed. Rio de


Janeiro: CPAD, 2009.

ROBERTSON, A.T. Comentário de Lucas: À luz do Novo Testamento Grego. Rio


de Janeiro: CPAD, 2013.

RICHARDS, Lawrence O. Comentário histórico-cultural do Novo Testamento. Rio


de Janeiro: CPAD, 2012.
SILVA, Eliezer de Lira e. O poder e o ministério da oração: O relacionamento do
Cristão com Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2010

SNODGRASS, Klyne. Compreendendo todas as parábolas de Jesus. Rio de


Janeiro: CPAD, 2010.

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