Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
-
© Biblioteca Nacional de España
A MA IS
ENCANTADORA MULHER
Um romance para senhoras
ne an os -T he se de
Do dia gn ost ico do s tum ore s int ra·cra
cc;ao. 1873.
do uto ram ent o, app rov ada con1 distin
sm o an im al- Vi nte
Br eve s con sid era 9i5e s sob re o ma gn eti
se sup po sto ma gn e tis mo ,
artigo s, refurndo res da ex iste ncia des
1eiro. 1875 e 18¡6.
pu bli cad os pel o Di ari o do Rio de Ja1
artigo s, pu bli cad os
Sa lub rid ade pu bli ca - Vin te e no ve
pel o Dia rio do Rio de Ja11ei1·0. 18í6·
es na.s mo les tia s do s
Sa es de mo rpb ina ¡ sua s applica9i5
- Th ese de con cur so,
app arelho s cir cul ato rio e res pir ato rio
de ll'ledicina do Rio de
pa m len te-sub sti tut o da Fa cul dad e
Jan eir o. 18¡ 7.
da me dic ina - No,,e
Do ens ino me dic o e do s pro gre sso s
ta de No tic ias, do Rí o
lon go s art igo s, pu bli cad os pela Ga:¡e
po r Serafim Alves . 188 1.
de Jan eiro, e reu nid os em volume
art igo s, sob re varios.
Questoes de lin gu ist ica -N um ero so s
ado s pelo jornal O Glo-
po nct os da lin gua po nu gu eza , public
bo, do Río de Jan eir o. 1882.
A rev olu9ao pac ific a - Es tud o po
liti co, sob re o ad ven to
em volume po r Serafin~
da R epubli ca no Br asil, e pub lic ado
Alves. 1889.
o auc to r foi o cre a-
A Ca pit al - Jon wl ves per tino, de qu e
Jan eir o. Urna collecc;ao
do r e pri nci pal red ac tor, no Rio de
enc ade rna do s, ex iste n<•
com ple ta, em do us gra nd es tom os
de Leit11rn, da dic ta ci-
biblio 1be ca do Gabinete Por111g11e:r
dad e. 1892 e 1893.
s artigo s, pu bli cad os
Organiza9ao con sul ar - Tr es lon go
Jan eir o. 1898.
pel o Jor11nl do Co mm erc io, do Rio de
rom anc e par a sen ho ·
A ma is en can tad ora mu lbe r - Un1
ras. 190 'J.
•.
'
' -
GONZAGA FJLHO
ENCANTADORA MULHBH
Um romance para senhoras
POR
PRIMEIRA EDI<;:AO
A EXMA . SNRA .
SEU PAE
GONZAGA FILHO
Go11:\ag<1 Fil/10.
Glas sow, 10 de j~nei ro de 1903.
,
© Biblioteca Nacional de España
SIMPLES NOTA
ENCANTADORA MULHER
Um romance para senhoras
Catumby
•
II
O Gi ulio Franco
A Pharmacia Parella
,.:» ''']
;;o• u'
.;! #" " ,
~ •t ~
• A
•
© Biblioteca Nacional de España
•• u .i-•'
IER
80 A )IA IS EN CA KT AD 011 A MUL.l-
ctar
Ainda en1 31 de de?.embro de 1900, ao co1npl
Pu rxi -
75 ann os, deu o i1nperter rito Dr . Dilortcno
tido a
dcs urn a genuina festa fin1 de seculo, ten do
her es,
for tun a de ver, ao red or da 111csa de cen1 tal
filhos,
sua esp osa , D. Fclisn1ina, e os scu s qua tor zc
os ca-
onz c dos qua es ho111ens e tre s n1ulhcres, tod
rosin1,
sad os, excepto o ult in10, o Alb ert o. Alli, out
netos,
com par eceran1 as respect1\•as nor as, gen ros e
ant es
entren1ciando os convivas, qu e era n1 rep res ent
dns mais gra das cla ssc s dn soc icd adc .
cns i-
Comqunn10 nun ca se houvesse involvido ost
cul os
vamentc na política, cen iss im o, que , nos cír
end o,
do s de n1aior influencia, o cncont•avan1, sab
ubli-
co1no lid ar con1 lib era es e conservador~s, rep
can os e mo nar chi sta s. Go sou , des de nlo~o, fan
1a de
ncidas
opti1110 adv oga do: o nun1cro de cau sas ve
n1eios
desafiava esp ant o, e, par a as gan har , tod os os
pou-
lhe era m lícitos, náo con sta ndo , q ue, con1 as
cas , que per deu , tivessc de car pir prejuizos. Si
n1an-
nha.
T áo affe ito escava o pode roso, a ver rodos se !he
cu rvare m, co1no dcspo ticam cnte queri a, que, ma l
<lissin1ulando o subit o abalo e a funda contr aried a-
de, li1nicou-se a rclarn pejar u1n an1ar cllo surriso, e
a recorqu ir con1 sccqu idáo :
- Escou avisa do. Náo se csquc¡;a de reme ner-n 1e
a sua con ta. H aja, no futuro, quen1 nos apres ence
un1 ao oucro, e trava rc1nos rcla<;óes.
Ao dobra r da rua de S. José para a da l\l isericor-
dia, ás 9 horas da nouce de 12 de outub ro de 1 89~ r
cahiu, con1 un1 ferin1cnro no venere, u1n ͺ''cn guard a·
livros . O aggrc ssor, o 1Vláo-t:éga, se enga nara. T anta
a embr iague z, que, difficilmen te fugindo, pode ser
perseguido e preso . Foran1 as suas dcch1ra~óes co1n-
pro1nercedoras do Dr. Dilon eno; n1ovc ndo, porén1,
ceus e astro s, conse guiu este, que abafa das para
sen1pre ficassem. Gra~as a n1ais urna bril hance
victor ia da cirur gia brasileira, a alludid a victi1na.
rcscab eleccu-se rad1caln1cncc. üucr o, cncrecanco, fo~
o facto, que convi dou o Yingativo regul o a seren ar-
-se de todo: tanta s ver.es o seu filh o C larind o o viLL
sahir da pequ ena casa, en1 que apen as residianl.
<luas senho ras, que, sem razáo , 01aliciou, e por alli
ta1nben1 cncen deu ronda r. En1 n1enos de um tri -
n1estre, era o esposo de D. Va li na. Só dcpo is desse
casan1ento, acre,·cu-se un1 dia o encan ecido advo -
gado, a surdi r na sala de consu has do Dr. L uvirn o,
~ob o pre tex to de q ue, dcco rrido lnrgo prazo , e
cia de u1n fiel sold ado, náo se furta 1•a a Caro lina á
nJais ingra ta orden1, a de rach ar lenh a, por exem-
plo, per: ence ndo ao num ero, das q ue faze1n opti-
mo jus, a quan to ganh am; o ande jo, a seu turno ,
nunc a refugou carg a; por excessiva, e, dahi, era um
motu-continuo, de arre cada r férias grau das, niío as
desperdii;ando, nem si quer cm refre scos , ou en1
cigar ros. Pela sua forc;a physica e n1a nsidá o, rece -
beu dos 1neni nos o ch rism a de Elep lu111te de cii·co;
á coste lla, poré m, mim osea ram elles com o adul a- 1
dor cognome de I11i111iga de chor o, niío só pelo seu
natu ral risonho, ll'HI S princ ipali nent c porq ue, <1s es-
cond idas, se1npre se condoia dos que, de esto mag o
1nais dcbil, ou nJais ri¡o, custavan1 a espe rar pelas
r efeii;óes da sinet a regim enta! .
Pouc o depois de insrallados, ao pers egui r u1u ex-
perto raro, que bara fusta ra por entre tabo as e ripas
do forro, ahi descobriu o herc uleo carre gado r un1a
emp oeira da 1·iola. Desceu-a, e, ning uem por dono
se accu sand o, da n1esnJa se appr oprio u. \ f eiu-lhe,
desd e entiío, a tei1na, de só por si appr e nder essc
instr ume nto, si bem que nunc a atina sse, en1 com o
o afina r. Conc entro u toda a sua sabc nc;a, en1 fi ngir,
que de facto accon1panhava as canta rolas da parri- 1-,
cia, e esta, inda peio r que um papa gaio , derr etía-
-se no itnproviso das rnais dispara tada s trov:is. Tud o
isso 1nuitissin10 baixo , apen as para privativo regalo,
e até que lhcs fossc conc edid a a vent ura, por que
tanto rezavt1111. Realizou -sc, afi na), csse ance io; mas ,
logo no segu ndo septenari o, foi a coita dinh a victi-
O Pu lva no Ar ín tes
ca fezista . . .
E por ahí foi o deste n1ido vergastador zurzindo
desapiedadan1ente 1 se111 que ton1asse follego, cm
roda essa alanhanre infonnac;:iío ! O sagaz espirito,
que o ouvia, adn1irando-lhe 1nuito lance de sinceri-
dade, a fundo con1prehendeu, co1n que1n tractava.
Escutou-o co1n gentileza, nté que, aos poucos, em-
brandecendo aquella tormentoria intolerancia, con-
seguiu seguro accesso para u1n nobilissimo corac;:áo.
Foi urna larga sabbatina, assi1n ren1atada pelo Pul-
vano :
-Ah, meu caro doutor! por des1nemo riado me náo
ton1e: disse-lhe, ao principio, n1alcreada1nente, que
o náo conhccia; antes, porén1, de partir, corrigirei
o n1cu desaso, af11rn1ando-lhe, que tenho vero pra-
zer e subida honra, de n1e considerar u1n seu hu-
1nilde appreciador. ~'l as niío se illuda ! Tren1a del-
le~ ! Olhe, que o vento gosta de levantar a ciscalha-
gem dos n1ediocres, dos ricac;:os, dos alcoviteiros e
dos. fabricantes de actas eleitoraes ! Siga, por si, bem
na son1bra, o seu independente can1inho, votando a
elles entranhadissin10 horror! Niío agasalbe en1 seu
nobre peito a n1enor aspiracráo a cargos publicos !
- Para que, desse n1odo, experimenta 111eu bom- o
-senso, quando n1e pron1etteu a sua a1nizade ? Por-
que a mi111, pauperri1no, desnorteia con1 esse n1au
Plano de vida
Gente feliz
affinco, s·e cond uziss e plau sivel men te, se fizesse urna
brilh ante reputa<7áo. Pelo que, mesm o fóra do lar e
en tregu e a si, es1nerava-se o docil n1anccbo, e1n ir
corr espo nden do ás aleg rias, sonh adas pelo s a1noro-
sos paes . J\1agnifico exem plo dava , a seu turno , o
resp eitav el banq ueiro , nao fa lhand o ao seu poseo,
apes ar dos habe is e fieis en1p rega dos, de que se ro-
dear a; era el le, dos q~1c náo con1 preh cnde m um ge-
rente de negocio, co1n penn issáo , para que do len1e
se afast e. Além da supe rinte nden cia do luzim ento
dom estic o, sen1pre a n1u lher esta va pron1pta a acco m-
panh ar a filha, a auxilial-a em rudo , de n1odo que
se fosse reali zand o o imn1enso susp iro seu e do 1na-
rido, isto é, que D. Just a sobr csah isse entre as 1nais
instr uida s n1o~as. Fina ln1ente, quan to a es ta uhi1na,
con1 ser real, que, por nota vel pend or, n1ui10 estu-
dava , prcs ta1~do indivisivel atte n~iío aos seus selec tos
prof esso res, cedo , por si n1 esn1a, e após a lei tura
dos escri ptos de Schr cber , H artcl ius e Dup uy, com
tal lucid<::z se in1buiu da necc ss idad c de tamb en1
educ ar os nius culos, que, com inftexivel pacie ncia e
de relogio á vista , entrc gava -se, toda s as manh iis, a
u n1a tena z e niet hodica gyn1 nastica de quan o. Curi o-
sissi mo, que, pode ndo corr er long as dista ncias , sal-
tar, a pés junc tos, u1n an tepa ro de 80 cen1 imet ros,
brandir, se n1 csfor~o, halte rus, que perfazian1 3o ki-
los, habi tuah nent e exhi bisse a n1ais fen1inil, suav e e
circu msp ecta 1notilidad e. Ao ser argu ida de fraco
prog rcsso no piano, quan do tinha tanto gos to pela
inusi ca e espo ntan ea dedilha~áo, defe ndia -se:
XI
L onge da patria
Servigos medicos
,
© Biblioteca Nacional de España
A MAIS E.)ICANTADORA MULHER 157
já havendo intimidade, que O permittisse, nao Yaci(-
iou o doutor, em assim se dirigir a D. J usta :
- Commigo se nao enfade; pelo contrario, sanc-
cione este excellente conselho: por 111ais despotica
que se torne a moda, nunca tolere u1n molesto cal-
c;ado. Pense, por si n1esma, nas diversas vantagens,
de que clic pecque, por um poucochinho 1naior ...
áo calcula (atalhou D. Jrma), que boa norma
está liberalizand o, a quem náo ncga ser brasileira,
nem quanro csti1n ei, que tivesse obser1·ado um qual-
quer defeito . ..
- Pec;o-lhe perdáo; apenas 111e pareceu, e posso tel'
cedi do a crilsso engano, que, con1 o excesso da ca-
minhada, acabou sua fi lha, por leven1ente claudicar,
ao passo que nós outros nªº· Ben1 factivel, que,
quanto inferi, seja de todo inexacto.
- E creia, que o é (foi asseverand o o Snr. Paulo);
agradec;o, sen1 e1nbargo, haver rerivido essa vclha
questáo; tanto assin1, que para a sua con1petentc
pessoa appellare i.
- Querido pae ! náo n1e ÍOl'ce, a sahir da sala!
- Núo és capaz de tal cl'eanc;ada ! Nem nutro du-
vida, de que sejas a prin1eira, a 1ne auxiliares, cm
teu unico beneficio. Eis, meu amigo, o horripilante
delicto: vai para alguns annos, no dorso do pé es-
querdo de J usta surgí u un1 di1n inuto inchac;o; muí
lenta, n1u i gradualmen te foi aug1nentand o, e a pelle
se n1antendo branca, scn1 appreciavel mudanc;a . In-
sistí, desde o Rio de J anei l'o, para que consultasse
un1 especialista ; a isso formal111ente se recusou esta
'
© Biblioteca Nacional de España
'
158 A MA I S ENCANTADORA MULHER
.; t:J ·1
~'
•
160 A MA!S ENCANTADORA MULH~R
•
© Biblioteca Nacional de España
A MAIS ENCA~TADORA ~IULHER 163
Para prova de que o seu prompto despacho náo
escondia qualquer reluctancia, bem risonho se diri-
giu. elle á sua secrerária, e cuidadosa1nente copiou
esta missiva :
•Avenue-H oche, 24 de noven1bro de 1900. Pre·
zado amigo, Snr. Dr. L11JJir110 Fra11co - A 10, do
vindouro janeiro, completará Armindo 23 annos, e
minha senhora e eu, desejando festejar essa data,
tan1bem a escolhemos, para o cumprimen to de
u1na antiga pron1essa, isto é, conferir - e1n absoluta
reserva - un1 pren1io de 50000 francos ao joven
patricio, q ue, pudessen1o s, se1n rece io, aponctar
(tquellc amado filho, para exen1plo, a que buscasse
seguir.
• Ü modo heroico, com que, por seus unicos es-
fon;:os, o 1neu amigo se elcvou, tal impressáo nos
produziu, que mentirian1os á nossa consciencia, si
pensasse1nos em un1 outro. Para que, entretanto,
arrede a suspeita, de que tcncionamo s saldar rele-
vantes servi<;os 111edicos, dos quaes queren1os per-
n1anecer . perpetuos devedores, preveni1nos, de que
o mencionado premio vai prender-se a esta inesti-
mavel empresa : rogamos-lhe, que, nessa noute, em
nosso saláo, e pcrante selecto auditorio, fa<;a urna
conferencia, sobre o seguinte assumpto, da phanta-
sia de Justa : «Á 111a1s e11ca11tadora 11111lhe1·• .
«Certissimos da sua bondade, já lhe confidencia-
111os o programn1a : ás 7 horas deve occupar a tri-
buna, ficando no seu cuidado a direc<;áo de toda a
parte litteraria, até n1eia-noute, 111omento en1 que
I
© Biblioteca Nacional de España
\
XIII
Rebate falso 1
..
A magna festa,
'
A conferencia
'E'"/.O~
• j'~(>
• p.?~ ~;,•~
• ' • 'A•• .,
407.? 1TUt•:~Gt'l
G>!J.<t>; 1
ro. /,, 1
ÍTI ·f<ll pl·1 Y.t-JO'!I ivl T?tai·1, iiJ.).o Si ir~.
1\ÓT~? iyW•1 i~iw, @~ p.ot Sox.?~ t~·J«t ~f'lo-Td.,
,
© Biblioteca Nacional de España
192 A MAlS ENCi\NTADOR A ~IULHER
- . iiQi
"' .
. . . t¡;.:,.M-#
•
© Biblioteca Nacional de España
A 1\li\IS EN'CANTADORA MULHER 199
todos os principaes nucleos do seu torrao. Estava
.conquistado um ferve nte can1po para a sua pasn1osa
actividade, e , o que sublinhar conve1n, repellida a
·enervante pobreza, essa terrivel solapadora dos ine-
~ho res sonhos. E já que a div isa, que con1 o sangue
Jhe circ u.ava, era - querer é poder - cedo lhe sur-
·r iu a idea, de vir em busca de n1ais vastos horizon-
tes. Aproveitando u1n opp1:1rtuno convite, assignou,
sen1 hcsitai;:áo, o respectivo contracto, surgiu entre
os parisienses, e in1mediatan1ente se in1poz; e, ape-
nas o entcnd eu, baldcou-se para a Ital ia; e de novo
para a capital franceza; e para Londres, e para
Nei,v-York, e para o iVIexico, e outra vez para o
sun1ptuoso Pariz, até que, a 2 de junho de 1832,
a hi baqueou, aos 57 annos de edade, na heroica e
portugueza scnte nc;a, que n1ui just~n1e11 te lhe qua-
d ra : •vencido, náo ; 1nas de vencer canc;ado ! » .
S i José Al va rez, Soriano, Baltasar Sa.ldoni, Clavé,
.e outras auctoridades hespanholas, ao fa lare1n de
Vicen te Garcia, tin1bran1, en1 expri1nir subida reve-
a·encia, o n1es1no su.:cede, a quantos escrcveran1 SO'
bre o theatro lyrico : persuasiva é a homenagen1 de
Fétis, e o fundador da critica n1usical en1 Fran¡;:a,
Cast il-Blaze, en1 seu nlagn ifico d iscurso, ante o ca-
daver do laureado scvilhano, co1n o tnaior pesar la-
n1entou o rude golpe, que a d ivina Eutcrpe acabava
de receber.
Acce ntuei a physiognon1ia desse ve rdadei ro athleta,
porque, no tae ben1, é o unico, que pode, até certo
poncto, reclan1ar brasóes de 1nestre da dignissima
~~Qz ~~~
© Biblioteca Nacional de España ...... •.
!r!__
202 A MA IS ENCANTADORA MULHER
/
•
© Biblioteca Nacional de España
-
A MAIS ENCA:'<TADORA MULHER 203
,
© Biblioteca Nacional de España
-
A MA!S ENCANTADORA MULHER 219
..~~ r.4t.*
...
::
'
qua nto anclara erra da. S im, por essa epe cha , un1
n1oc;o, nasc ido en1 Lou vain , toca ndo hab ilme nte vio-
lino, surd iu den tre as ond as dos seu s adm irad ores .
Era pauperrin10, fada do a vive r na dep end enc ia ou
de con cert os, ou de disc ípul os. Par ecia n1eigo, e,
co111 fran que za, dur ante toda s as lides da incan<;avel
luct ado ra, náo a pert urb ou, deu -lhe mos tras de
s ubn1 issá o e de affecto. Nun1 i111p eto de arno r lhe
con feri u ella a altissima felicidade de elci to da sua
alm a. Si frias circ ums tanc ias aturdira1n scu pae , ao
pon cto de entr ega l-a a l\llal ibra n, aind a ncs te caso ,
pre par aram o terr eno em favo r de Cha rles de Bé-
i·iot. EITectivan1ente, no cab o de cerr o te1n po do seu
regr esso de Ne\\·-York, náo lhe foi possivel sup por -
tar a cun had a; a ind ignac;áo fel-a sah ir de tal con1-
pan hia, vir par a junc to de Aim.e. Nal.di; 1nas esta ,
por seu nirn o, con vert eu-s e em 1mpert1ncnte tuto ra,
acc resc end o, que esta va Gar cía pres tes a volver á
Eur opa. A situa<;áo er..a asph yxia nte, par a que m, sem
.dispor de un1 ded icad o an1paro, toda s as noLites ca-
recí a de exhibir-se e1n pub lico , e de arre bata r pla-
teas. A figu ra dcs se apaixo nad o, de 27 ann os, que
náo pod ía esta r corro1npido pelo n1undo, e vinha das
pac ificas reg ióes da 111usica, i111pressionou-a. Des de
que , em 183 0, a elle seriame nte se pren deu , nun ca·
mai s trac tou, siniio de hon ral- o, tend o tudo feíto,
por obte r a nu llida de do seu clam oro so casa mcn to,
afim de que lega liza sse o seg und o, com o, com a sua
n1 aio r aleg ria, veiu a reali zar-se . E assin1, o pae de
sua fallecida filhinha e do seu unico filho, que fez-se
'
•
© Biblioteca Nacional de España r
240 A MAIS ENCA:'<TAOORA ~lUl.liER
XV I
A argu i9ao
•
d!
""l't~
.,'.\
·U
~
·~. Jd,tl':
.-
"'
r
•
,
© Biblioteca Nacional de España
A MAlS ENCANTADORA MULHER 289
de alguns outros, que a estes dous inconscie nte1nente
copiara ni; entretanto, toda a vida privada e publica
daquella foi táo notoria, que náo ha pessoas fide-
dignas, q ue houvesse1n verificado raes abusos, e sin1
constantes actos de sobriedade, na altura de táo lu-
cida intelligencía, de táo inquebrantavel brío se-
nhorí l.
O Snr . Ron111aldo A rruda - Foi o 1neu.distincto
an1ígo que tn, indirectan1ente, me fon;ou a trazel ·o a
este escabroso terreno, e já agora necessario é, gue
fique tal duvida resolvída com a maxima clareza;
gueira, pois, rel evar-1ne a insistencia. l'racLando-se
do depoin1ento de un1 co nten1poraneo, q ue, com in-
tin1idade, era recebido j<í no can1arün, já durante as
caseiras refei~óes, náo é possivel táo faciln1ente o
inquinar de falso. As palavras de Casti l-Blaze sáo
categori ~as : •J\ll uitas vezes <lbusou desse esti1nu-
lante»; que estin1ulante? o vinho !vi.ad e ira ; logo, o
boato náo é de todo anonyino; te ve, osrensiva1nente,
un1 perfilhador, tanto 1nais insuspeito, quanto este
teceu os 1)1ais alevantados elogios ao 1nerito da can-
tora. Nen1 sci, porq ue nao chegaren1os a este ra-
zoavcl accordo : foi i\1n1 e. Nl.al ibran e1n tudo ad1ni-
rabi lissi1na, sendo para last in1ar, que houvcsse tido
essa pequena fraqueza. descu lpa vel ante a s ua vida
agi tada e especial.
O Dr. Lu11ii·110 Fra11co- Náo mandei, que Castil-
-Blaze se n1etcesse dentro dessa pelle de lobo; quanto
a mi1n, náo serei con1plice dessa baixa i1nputa~áo .
lvl.acerernos o citado trecho, até que se desaggre-
19
~U"" . . ':_
© Biblioteca Nacional de España
-:~
·~. ".,..
.•
!.H ER
29 2 A MA IS EN CA NT AD OR A MU
usal-o (o co rro -
fechou tal ar an ze l: cC es sa nd o de
sivo), voltou ao vinho i\'l ad eir a.» .
E lica isso dicto
en ad a a id ea de
de 111odo, qu e ap en as a tudo so br
ha ne ste sa láo ,
ab uso de be bi da s alcoolicas ! N áo
si apertasse1uos
qu em ná o ten ha percebido, qu e,
a. cahiria ella de
essa unica e ab str us a tes ter nu nh
lho s, ac ab a ria jur an do , qu e nu nc a vira ab us o al-
joe
es cr ev eu e des-
gun1, qu e, de qu an to em m<i ho ra
c;a da 1n en te foi rep eti do , só <le vemos gu ar da r a
gra
Malibran de urna
su a pa li nodia, de qu e «Era Nlme .
gr a nde so br ied ad e. ».
me nt c pcsei
O S111·. Ro11111aldo Ar ru da - Devida
e es sa ca nt or a le-
u1n argun1ento bein fo rte : o de qu
va tod as as su as rep res en ta< ;óe s a fin1, e, depois
va
da noute, ou da
de lla s, atu ra va , de pé, até tar de
ad ru ga da , fat ig an tes pr ov as de alto apre<;o, se n;
1n
eg ul ar id ad e. iVl as
' qu e ninguc1n notasse qu a lqu er irr
nc or da rá , em qu e ha pe ss oa s res ist entes ao alcool,
co
ss os : po rq ue nio·
e qu e en co br em ve rd ad eir os ex ce
ti1 ·0 ná o adn1ittir, qu e foi
es se um de ss es ca so s cx-
de Cascil-Blazc é
ccpcionaes, e qu e o depoi1ne nt o
co rre cto ?
prc em 1nira ,
O Dr . L1111ir110 Franco - Te nb a se1n
z concorde1ncn-
qu e esse critico 111usical nada de po
é da su a dis co rd an cia , qu e, po r indirecto ca ·
te;
es pe cie de affir-
minho, po de re mo s ch eg ar a urna
us av a do vin ho
mac;áo, de qu e Mine. l\1alibran ab
ue r alcool, é de
Madeira. J\1as es se ab us o, de qualq
ss ar ei a de mo ns -
todo o poncto mentiroso, como pa
r: 1.° , ?ll es mo qu e se tra cta ss e de um caso de
tra
noticias, que vos déem oppo rtuni dade , para urna ou-
tra, n1ais exten sa. Falac-n1e de vossa E spos a - d i-
zci-lhe, que a a1110 de todo o 111e11 cora fáo, e fazei ,
com que ella accr esce nte um simp les •Qu e ro-te
bcm » no fina l da vossa vind oura .
•Car los beijar-lhe-hia as formosas nliíos. si ella o
cons entisse. Que rcrei s, por e lle, acce itar similhante in-
cun1 bencia, e rcce bcr as noss as affec tuosas saud ades ?
cTen ho orgu lho, en1 vos affirn1ar, que em nlim
poss uis t11na since ra e agra deci da an1iga - i\lfaria
Garc ia. •
Pare ce niui trivial a carta , que acab ci de lcr; en -
treta nto, adn1iro·a, até no intelligcn te rema te «1\fa-
r ia Ga rcia •, e náo a1\tfaria 1\1alibra11•, con10 cos-
tu1na,·a assignar-sc. Para que sabo rcicm tal alvit re,
rcco rda rei, que o Bará o Paul Périg non, nascido cm
1800 e n1orro e n1 18!:>5, foi resp e itavel n1ag istrado
francez, depu tado , e ermá o do Cons elhe iro d' Esta do
Alfr ed Pérignon ; outro sin1, que a infeliz can tora nao
se desc uida va de proc urar obte r, que annullass em
• o seu prim eiro e clam oros o consorcio, a fim de que
o segu ndo, con1 Bériot, tivesse, co1no teve , legal
sanci;áo. Regi ste-s e, que a Snra . '.\ [erlin, que ando u
a pedi r carta s, ende rei;a das a ,·arias pers onag ens, e
que forjou algun1as, náo tcve a lc1nbra ni;a, de sahir -
·se con1 11111a só, a e lla dirigida!
A ~IULHER
316 A M AI S l(N CA NT AD OR
qu e, em ho 1n en ag en 1, m e havia1n sido de di -
versos, povo a ap pl au di r,
ar a te rm in ar , ro n1 pe u o
cados. P to s minutos, in-
s es tr ep ito so , po r m ui
do modo o m ai
so br e a 1u in ha ca bc ca to da a sorce de
vo ca nd o •
m an te ve , qu e pro-
áo en th us ia sn 1a do se
benci;:áos. T
en1 vi va s, du ra nt e co do o m eu trajecto pa ra
segruu
o ho te l.• .
Th on 1a s Li 11 to ck (S ub di to br it an ni co )-
O Su r. , a pr em at ur a
o se nt id a, no 1n eu pa iz
Foi muitissim
M in e. M al ib ra n. Li un 1a noticia, de qu e os
m or te de i\ la nc he st er , já
s, pa ra un 1 m au so le u em
su bs cr ip to re
a1 n de 11 1a is de se pt t:: ce ntos, qu an do th·eran1
passav
on na r an te a re so lu ~áo, to m ad a a i 7 de
de se co nf si storial de Ches-
1 8~ 6 pe la C or te C on
novembro de
é, a en tr eg a do s re st os m or ta es ao recla-
te r, isto
n1ante esposo.
L uv ir 110 F ra nc o - T an to falaram nessc
O D r. xeram pa ra a
e at é, en 1 Pa ri z, o tr ou
assun1pt o, qu es en ta da no thea-
r la ~e ll et te, re pr
revist a I.'a1111ée su z de alludir á
RO J'a l. A o ch eg ar a ve
tro Pqlais ni e Déjazet, a
a ill us tr e ac tr iz V ir gi
l\il n1e. Malibran,
da qu el ie s te m po s, in cl in ou-se, com as pala-
R éjan e . •. A sala in -
ce lle -ld , ch ap ea 11 ba s.1 ..
vr as : •Pour·
ou :
teir a er gu eu -se, e ella cant
ra ng er e
aDc Malibran su r la te rr e ét be au ;
et si
11'l eu rt Je talent et si jeune
A ng le te rr c
Elle n'est plus, et la vieille
ur ai t vo ul u co ns er ve r so n tombeau.
A
rendre,
S i i\'l an ch es te r refusa de le
.,.
J.
1
•:f l> •ot:•~l 'll ··~·• • •l it!''' '' " '' "' ' ", .•,...
"'" ......,,....,........................ " ......,,..,,. .. ,
• !•!., 1 ""' • 1 •l!I'"' ' '' • 111 \ N '\" " '-\J I• H 11 \'11
' " ' "" , ,. ,.,.' l 'V "l -.( 11 1, , ,.. ' ' .... , , , . .....!•J< ..
MME . MALIBRAN
-.
ter sido táo fóra do comm uni, tl'line . .Malib ran teve
de sahir da sereni dade do lar para o pleno campo
de batalh a, tudo, quan to devem os escrup ulosam ente
revolve r, é o con10 bateu-se, e e1n favor de que cau-
sas. Luctou, hones ta, honradan1ente, nunca deixan do
de oobrc mente ganha r a propri a subsis tencia , e, pe-
sae bem, a dos seus, e a de rnilhares de infelizes,
e isso, elevand o os corac;ó es, já pela 1nusic a drama -
tica, já pela sacra, e a todos di rigind o para un1
mund o de grand iosos sentim entos. Foi urna deno-
dada defens ora da familia: quem acaba sse de ouvil-a,
nao poder ia conse rvar-se 1nesqu inho, ni iserav el, ten-
dendo para a dcgrad ac;áo; compr chend ia, que ha
algo melho r. que a mesa, a preguic;a, o goso mate-
rial, a calu1nnia, o roubo . o odio, o assass inato.
Dava todo o d ia essa exe n1plar artista a rnais bri-
lhante e pu blica licc;áo de arduo , de pesso al traba-
lho, e, engra ndecid a por impon entes o,·ac;óes, nin-
guem a viu delira r, arrem etter contra o tabern aculo
dos 111a is p reciosos affectos. Cahiu . cheia de glorias,
no n1eio da sua elevad a peleja . e. com o fructo dos
seus incens uravei s sacrificios, dcixou ampar ados o
esposo , a quem amou, e o fi lhinho. que nao pode
chega r n ver un1 bemq uisto cidadiío. Hon remos a
memo ria, de quc1n tanto soube honra r a sua propri a
familia. Pensa ndo cu, impar cialm ente, cm quaL até
o fim do seculo x1x, ha vía sido a 111ais encan tadora
mulhe r, crede , q ue ni e nao 111ovi, que, de plano feí-
to, me nao encam inhei para esta choc;a ou aquell e
castel lo, para esta agua-f urtada ou aquell e palaci o ;
'
© Biblioteca Nacional de España
•
A MAI S ENCANTADORA MULHER !:31
J
XVI I
'
© Biblioteca Nacional de España
A MAIS ENCANTADORA MULHER 333
vida algun1a, e, embezei-rado, pareceu estar run1i-
nando, de principio a fim, porque carga d' agua
continúa a hun1anidade no cultivo da loquela, si o
proverbio avisa, que o silencio é ouro.
- Modo de ser do nio<;o (acud iu O. lrma); bem pro·
vavel, que, con1 o pe nsan1ento em Rose d' Archaux,
náo saiba distrahir·se, sináo scismando en1 quadros,
a dilecta materia, de que tanto entende. Si o Dr. Lu-
virno houvesse dissertado sobre qualquer fan1osa
pintora, talvez que o taciturno se reve lasse n1uito
entretido, e até sobresahisse pelas suas succulentas
objeci;óes.
- Achas 1nesmo (indagou D. Justa), que todos ad·
miraran1 o orador, e de1·idan1ente acq uiesceran1, a
quanto elle disse?
- Para niin1, é o n1ais liquido dos triumphos. Ha-
vias de ter reparado~ en1 que, ao, pennanecerem no
buffet, fui, sem descan<;o, de uns a outro~, para que
se fizessen1 servir, e a ·todos cncontrei no maior en-
thusias1110, combinando, sobre o que arguiriam; e, ,
durante a ceia, pelo n1enos as senhoras, que aos la·
.dos n1e ficaran1, 1Vln1e. Oassen e i\ llle. Olivia d:Ar-
chaux, n1e náo benzeram co111 tregoa, atorn1entando-
-me de perguntas, sobre quen1 era esse ins.truido e
correcto brasileiro.
- Verdadei ran1ente nao atino 1accrescentou o Snr .
Paulo), no como agradecerei ao nosso firn1e susten-
tac\llo. Agora, que o caso es tá pescado, fricto e bem
frío, é, que nos cu n1pre reconsiderai;áo na te1neri-
dade, de tudo havermos dcposto nos hombros de u1n
~ l...) 1\
:i-... ~tl'.J
© Biblioteca Nacional de España
340 A MAIS ENCANTADOR A MULHER
Retribuigao de visita
recia mui inter essa da, em ente nder o bello roma nce
Senhora, de José de Alen car, ao pass o que, perto
della , entre tinha -se o progenito r, em arru mar um
gave táo, cheio de velhos pape is. No toca nte aos noi·
vos, dcpo is que o Dr. Luvi rno pani u, e que amb os
concluiram o almosso, viera m, na melh or paz, para
o seu quer ido fadario, e cada qua! cm silencio, cui·
dou de ir enriq uece ndo a resp ectiva tela. Seria111
3 hora s da tarde , quan do e~sa ineffavel quie tude foi
siniscramencc queb rada por un1a decona<;á o, que re-
perc utiu pela casa inreira. Amo s e fan1ulos, na maio r
surp resa, codos inve stira m para o poncro mais pro-
vavel - a saler a de pintu ra - e ahí solcaram grico s
de arrep iante horro r! l\111e. Rose jazia lívida, i1un10-
,·el, de bru<;os ! Em pequ ena distancia um atira do
revó lver, e, cosid o a un1 dos angu los do scen ario, o
Snr. Yvo, a repe tir, con1 evidente desvair<1n1ento:
• Náo fui eu ! ... nao fui eu ! ... •, pass ando a lan<;ar-
-sc por terra , a esco nder os olhos co1n a r.!vir ada
golla da sobr ecas aca ! A indit osa esta va mo1·ta: un1a
só e certe ira baila lhe cinha vara do o cora cáo ! Em
•
un1 relance, co1nprehendeu o Coro nel, quanco succe-
dera , e, bran dind o a 1nes ma arn1a , ia corr er para o
assa ssino , ao temp o em i\111e. Oliv ia, en1 lucta re-
nhid a, copioso pran cto e ince ssan tes rogos, o foi re-
tend o, e a criadagen1 subj ugan do o malfeitor , quas i
insta ntan eame nte mett ido em segu ras cord as. Acudi-
ram ao alarm ado locai vizinhos e 1ncdicos. Verifica-
ra1n estes o obito da victi1na, e o 111anifcsto acce sso
ele louc ura do irres pons avel . Na prisá o, para que o
Duas descobert as
~
¡, __ : :.
~
•. u.,.
;
.
.•,,.
•
,
© Biblioteca Nacional de España
.
A ~!AIS ENCAN TADOl iA MULli ER
- Conhecel-o-hei?
- Devida1nente? ... nao o presun10, por ser 1no-
desto, e ter medo de incorrer no teu desagrado. Si
de todo pobre nao é, 111elhor definida tan1bem está,
por essa face, a tua superioridade, parecendo-111e ,
que, pundonoroso, ainda mais se retrai, pelo facto ...
de amar-te a ti, e náo ao teu dote. Obvio é, o por-
que se veiu acolher aos meus tao graceis bons-
·officios: propalas, que n1uito gostas de mini, que
sou a primeira entre as tuas can1aradas .. .
- 'fenho-te em tal conta; por isso, e son1ente a ti,
confessei, quanto sen tia .. . por esse n1ed ico.
- Tanto 1ne recordo, que, nessa n1esn1a noute, 1ne
informaste, de que era u1n assentado consorcio,
quem o chamava, con1 a 1naior pressa e contenta-
mento. Nao te agastes, agora, co1n esta n1inha per-
gunta : que ·mais aos teus o lhos poderá ser esse ho-
n1en1, sinao un1 an1avel, talentoso e instruido via-
jante, de quen1 formas superficialissiino conceico, e
que apenas te enlevou com o pri1nor de un1 dis-
curso?
- E que sei eu, desse outro encapotado? Só caber-
-n1e-ha concordar, en1 que tange 1nagistral111ente a
lyra.
- Eleva-o u n1 pouquinho mais; nen1 tenho escrupu-
los, em consideral-o digno da tua benevolencia . Dou,
entretanto, por finda esta infructífera incerl'enc;ao,
sen1 que da minba bocea se. escape o non1e do re-
jeitado. J>ara que o conheceres, s i 1nuito out ro é o
teu an helo ' Guardarei estas folhas, que te náo co1n-
XXII
Despedida s e saudades
mar! Só elle, com o seu meri to, abar rota un1 naYio.
mesm o nJ aior, que o cele bre Ocea11ic !
1' udo isso foi , co111 chist e e natu ra l dcsen1barac;o,
papa guea do, táo desc uido same nte, que nem repa rou,
em que prop ensa ao rc trahin1cn to era a indole das
duas patricias. Si alli pern1ane cess em, de cerco que
a sccn a mud aría : ou pass ando estas a tamb em, sen1
cerin1onias, se dive rtire m, o que fóra im pro\•avel ;
ou a trans bord ante a se cont er. l\llas a sinet a aca-
ba,·a de retin ir o derr adei ro signa!, e, emq uanto os
Snrs . Prop ercio e Paul o se trocavan1 gentileza s, o
Dr. Luvi rno, apod eran do-s e de invcncivel pertu rba-
c;áo, de todos se foi desp edin do, qua! bison ha creanc;a,
succ edendo, que esse ul1i1no adeu s se n1an ifest asse
1nuitissin10 indefi nido , e até inconsciente, pois 11en1
nota ra a prom ptida o, com que D. Phro sina fez os
seus cun1prin1 cntos, logo o toma ndo pelo brac;o, nen1,
outro sim, ouvi ra o cstat elan te subterfugio, com que
a expe dita abbr evio u tnaio res etiqu etas:
- Os q u~ náo váo para as onda s, deven1 ser razo a-
veis. Nad a rem de baile u111 bota fora; 111as, de parte
a parte , todo s conc orda mos, cm que ause ncia, o.este
clarissin10 caso , náo guer dize r 1nort c, e si111 alegr e
lucra pela vida.
E lá segu iram os tres pass ageir os, que, sen1 dc-
n1ora, tiveran1 a retro guar da de nluiros outro s, que
se foran1 aggl ome rand o. Dcss 'arte , aque lle grup o,
que investía, viu-s e, cada vez mais , desalcanc;ado,
do que, t ristonho, quedou. Arra stara m, afina!, a
pran cha, e, no meio das farfa lhad as gera es, a veloz
- Flun1inense?
- Um portuguez, que a1na o Brasil tanto , quanto
e_u. Nutro desconfian ~a, de que, quando alguem o
e\•ita, contende com o nome delle , Romualdo Arru-
da, sen1 ser capaz de produzir outra razáo.
- Niío acho assin1 táo feio.
- Estiven1os juncros, em Pariz , Bruxellas e Lon-
dres; é divertidissimo; imagine o melhor, e diga-1ne
depois o seu parecer. Seguiu, por rerra, aré Lisboa,
onde en1barcará. Encomrne ndei-lhe uns li vros, que
ignora, para que1n sáo. E a proposito, releve-me,
D. Phrosina, que lhe pe~a este imn1enso favor: náo
fale a ninguem, nem n1es1no ao 111eu bon1 Ro111ualdo,
sobre quanto só á sua pessoa segredei, nu111 impero
de saudade!
- Náo se inquiete por isso.
Pouco mais dialogaran1, pois que, reapparecendo
o rico estancieiro, descambou a palestra para mui
outra paragem.
Propicios ventos circunJdetn o Co1·dillere, que,
orgulhoso de ver a sua lota~áo completada com boa
gente, acaba de zarpar para a America do Sul. Fi-
q11en1os ainda na Europa, onde precisamos seguir
i1nportantes acontecirnenros, en1 que figuram algu-
mas das nossas conhecidas personagens.
Ao reentrar em seu palacete da Avenue-Hoche,
experirnentou a fa1nil ia Forres urna triste sensa ~áo
de vacuo. Dir-se-hia, que alguem alli faltava, e que
o tranquillo recto se tinha nivelado ao do Coronel,
depoi s do tragico fin1 da já inhumada iVlllc. Rose .
XX III
O día da chegada
pobre. . . son bar ... com u1n noivo ... tiío sen1 de-
feitos ? .. .
- E si fosses uina legitin1a princeza? . .. Desprezal-o-
. I... ·
-111as.
..,_Oh, niío ! . . . náo 1 ••• rogaria ao douror .. . que
se náo oppuzesse .. . <i 1ninha felicidade l
- Pode abras;al-a, Polybio ! \ f ou cba1nar D. Gertru-
des, que falta ser ouvida, mas cerrissin10 estou, ·de
que tan1ben1 os abens:oará !
Conclusao
F D!
le/Ira, ou letra. Os hesp anho es nao desg ostan ' da choc orric e,
de que o portu guez nao passa de «ct1stellm10 111nl hnbla do•, e
para que n!io venh am a sa lgal-a de •y 111a/ escrito-, nao des-
prez emos occa sióes de exer citar bom -sens o litter ario. Esse
verte nte caso nao pare ce dos peio res : opto ndo pela grap hia
latin a littern, nao desa fiare mos a natu ral surp resa do francez
lettre, do italia no fe/lera, do inglez letter, e do allem ao /e1te1·.
De minh a parte , esc revo e escre verei - leura , li1terario, litre·
ral, li1ter atu ra, solet trar, etc., com 11.
Toilelle, coupé, bouquet, b11.f!e1, crochet, chalet - Em justo s
logar es, perm etti respi ro a mes voca bulos , que, de ha muito,
cleixaram de ser perse guid os, por se terem servi~a lmente abri·
gado para dent ro da mais usua l lingu agem , e, si aqui os alinh ei,
fo i, para accen1ua r, que !hes respe ito a integ riJad e de o rigem .
Tenh amo s a maxi ma intransigencia con tra o empr ego de pala -
vras extra ngei ras desn eces saria s; ns pouq uissi mas, poré m,
que logra rem vi ngar, sem so.f!rerem nlterap'ío prosodica, essa s
niio as reduzamo s a verdadci ros barb arism os g ra ph icos, visto
que nunc a pode remo s espe rar, que qual quer penn a, mesm o
de mod esta instruc<;ao , se resig ne ao ridic ulo de escrever -
toaléte, cupé, b11q11c, spli11, 11otar-pr11fe, iá11q11e, etc.
~Valsa, w11g11eria110, etc.- Alle gand o, que o alph
abeto latin o
nlio dispu nha do w, quer em algun s, que os voca bulo s inglezes,
onde fig urar tal lettra , sejnm grnr hndo s com 11, e com v os
germ anico s; assim : Uind sor, Neut on, Glasgou -Vei mar , Vie-
land , Schlesvig. Mas ,• W (n lignt111·e of two v's) oppeared i11
t/le eleve11th ce11t1t1J'-''> diz· nos John Clark (li1m 111al of li11g11is-
tics, Edi11b11rgh, 1893, pg. 11); e, •Ü portu guez se cons tituiu
inde pend ente e auto nom o no com e~o do seculo x11, com a
funda~5o da mon archia .•, diz·n os José Vent ura Bosc ol
i ( G1·a111 ·
matica port11g11e:¡n, 2.• edi~iio, Rio de Jane iro, 1i'g8, pg z~2).
Por cons eguin te, o alph abeto ponu guez , dos elJ'm ologist.1s,
pllde, desd e a infan cia da Jingua, enriq uece r·se com o 1v,
emb ora elles só o tenha m empr egad o, prec isam ente nos voca -
bulo s anglo ·saxo nios. Prov a-o a corre cta grap hia •wis igodos•,
de Alex andr e 1-lerc ulan o. De minh3 parte , escre vo e escre verei
.dl. ~{
t ""'
POST·IMPRESSUM
1
14
1) - ..16
j i
am polla e mpolla
emprehender ; final- e mprehende r; na com-
111e 11te posi95o de ch, lh'
nh ; fina lmente
21 3 Parox y tono - Pejora· Pn roxytono - P arn ti -
l!VO Vil (IJ~tssn ro do Bra-
•\ ,,
sil ) - Pejora tivo
j)
4 pctlerei podcrei
51 2 .fe 2) - náo nño se a rrelic, nao se arrel ie,
72 1)' da sorte da sonc,
78 5 <!'elles delles
89 e 94 .¡.e 3o
.Prux ides. Purxides
90 7 mquer1rem inqu1 n rem
90 2)' nota, am-se
1
nota va -se
106 11 <i padecen te a padecente
1 !O ; maisculo maiusculo
1 15 17 malcreadamente n1a lcriada 111e11 t e
12(\ 28 desreipeitosas desrespeicosas
127 ')Q Co11venca -se Con ven9a· se,
•
15 1 16 escolha escolha,
168 14 e 15 o para1so a pa ra1so
168 17 besb1lhoteiro bisbiihote iro
175 11 soffocan tc suffocante
182 20 olho res olhares
185 1
7 11 t1ma
. Ollllla
19)- 9 á lume a Jume
197 15 que longe que, longe
T1101os Paginas:
Poucas pl'1a\'ras . . . . . . . . . . .... . • . . ~ . . . . . • . . • . . . 7
Simp les noca . . . . . ..... . ..... ... .. ..... . .•... .... .. · 9
T- Catum by . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
11 - I'ortes & Fortes .. . . . . . . .. . . .. . .. . . • . . • . . . . 36
111 - O Giuli o Franc o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
1V - O Colle gio Lonr and. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . oo
V - A f>harmacia Parell11.. . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . í2
VI - O Dr. Dilor teno Purxi des .. . . .. . . • . . • . . . . . . . l'4
VII - A meni na de sangu c azul . . . . . . . . . . . . . • . . . . !17
VIII - O Pulva no Arint es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1()()
IX - Plano de vida ..... . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
X- Gen te feliz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
Xl - Long e da pa tria.. .... ..... . .. . . ... .... . .... 1..¡S
XII - Servic;os medi cos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1; 6
X TTI - Reba te folso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . • . . . • . . • . 1G7
XIV - A mag11a festa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
X V - A confe renci a. .. .. . . .. . .. .. . . . . • . . .. . . . . . .. 190
XVI - A arguic;ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . 242
XVII -A familia D'Arc haux . .. . .... .. . ..... . . . .... ::i32
XV III - Rctribuic;uo de visita . . . . . .. . . . . . . . . . . . • . .. . 344
XIX - Infeliz Rosa ..... ..... .. . . . .. . . . . . . . .. . . . .. j5ti
XX - Duas desco be rtas . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . • . . . . 3G7
XXI - Discussño entre am igas . . .. • . . • . . . . . • . . . .. . . ::178
XXII - Desp edida s e sauda des. ... ..... ..... .. . ..... 390
XXII I - O día da cheg ada.. .. . .. . ..... ..... .... . .... 40 2
XX IV - Conc lusiío .. . . . . . .. . . • . .. • . . • . . .. . . . .. .. .. . 4 17
1)ost-1m
. press um . . . . . . . . . . . . . . . .
•.. .. ..... ... ... .... ,, 3'
Errata.. .. ..... .. . .. .. .... . ..... .. 435
•
© Biblioteca Nacional de España
© Biblioteca Nacional de España
© Biblioteca Nacional de España