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Infância e Família

Capítulos:
Barão Irineu Evangelista de Souza, posteriormente, Visconde de Mauá (1874).
1813, Arroio Grande (RS) – 1889, Petrópolis, RJ – 75 anos. Filho de fazendeiros,
criadores de gado.
Mãe: Mariana de Jesus Batista de Carvalho
Pai: João Evangelista de Ávila e Sousa
Esposa: Maria Joaquina de Sousa (sua sobrinha, filha de sua irmã Guilhermina de Sousa
Machado).
Filhos: 11 de 18 nascimentos (abortos e natimortos). Desses 11, apenas 7 atingiram a
maioridade. A morte prematura da maioria dos filhos, devido a doenças, é atribuída à
proximidade do grau de parentesco entre Irineu e sua esposa.
Após o falecimento de seu pai (assassinado por ladrões de gado), Irineu foi entregue aos
5 anos para que seu tio o criasse (Manuel José de Carvalho) pois seu padrasto não
tolerava conviver com os filhos do primeiro casamento de Mariana.
Assim, passa grande parte de sua criação em SP, onde foi alfabetizado e educado. Mais
tarde, aos 9, passou a ser cuidado por outro tio (José Batista de Carvalho), mais
abastado que o primeiro, comandante de embarcação da marinha mercante,
transportador de couros e charque do porto do Rio Grande para o Rio de Janeiro, então
capital do Império do Brasil.
Industrial da época imperial do Brasil (1822-1883). Ascendeu socialmente pelos seus
próprios méritos, estudos e iniciativa própria. No auge da sua carreira (1860),
controlava dezessete empresas localizadas em seis países
(Brasil, Uruguai, Argentina, Inglaterra, França e EUA). Começou a partir dos 9 anos sua
jornada profissional:
1. emprego: 9 anos de idade como caixeiro de armazém no Rio de Janeiro = troco de
moradia e comida.
2. emprego: estabelecimento de produtos agrícolas até escravos, empregado de
confiança, vindo a ser promovido, em 1828, a guarda-livros.
3. emprego: empresa de importação (Casa Carruthers) do escocês Richard Carruthers
em 1830, onde aprendeu inglês, contabilidade e aperfeiçoou a arte de comerciar. Aos 23
anos tornou-se gerente (1836) e, logo depois, sócio da empresa. Richard o convida pra
Maçonaria, cujos ideais de ‘liberdade, igualdade e fraternidade’ tiveram influência
direta em sua postura. Em 1839 começa a tocar os negócios do inglês, devido ao seu
retorno a Reino Unido.
O know-how e a ideologia liberal recebidos dessa última experiência foram sua base e
ao mesmo tempo limitação, por lidar com um Brasil que não era a Inglaterra.
Industrial e Banqueiro
Capítulos:
. 1840: primeira viagem de Irineu à Europa (Inglaterra) em busca de recursos e visita às
fábricas e fundições de ferro de seu sócio (Richard). Quando retorna ao Brasil, econtra a
alta dos preços do café e tarifas novas (como a alfandegária de Alves Branco), decidiu
tornar-se um industrial.
. 1845: inicia-se como estaleiro e empreiteiro naval. Motivos: foi-lhe concedido o
fornecimento de tubos de ferro para a canalização do rio Maracanã (RJ) e, a partir do
montante ganho com a obra, liquida as dívidas e compra a parte de seu sócio na
empresa.
E nesse segmento que forma sua primeira grande empresa, o Estabelecimento de
Fundição e Companhia Estaleiro da Ponta da Areia, que além de ter se tornado o
maior empreendimento industrial do país, operava para fornecimento de navios,
caldeiras para máquinas a vapor, guindastes, prensas, artilharia, postes para iluminação
e canos de ferro para águas e gás.
. Seus navios foram utilizados em intervenções brasileiras no Prata e tráfego no rio
Amazonas. Mais especificamente, a partir das embarcações a vapor fabricadas no
estaleiro da Ponta da Areia, cria a Companhia de Navegação do Amazonas (1852) para
exploração e tráfego do rio Amazonas e seus afluentes. Contudo, com a concessão de
liberdade de navegação desse e outros rios a todas as nações pelo Império em 1866.
Assim, apesar de ter produzido mais de 100 navios, tanto à vapor como à vela, a
empresa começa a falir e Mauá desiste do empreendimento, vendendo-a a uma empresa
de capital britânico
. Um pouco antes, a Lei Eusébio de Queirós (1850) extingue o tráfico negreiro e, com
isso, os investimentos até então empregados no comércio de escravos passaram a ser
investidos na industrialização. Aproveitando essa oportunidade, Mauá passou a investir
na atividade de banqueiro, tendo acumulado fortuna aos quarenta anos de idade.
. Assim, em 1852 funda o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com filiais em várias
capitais brasileiras e em Londres, Paris e Nova Iorque. No Uruguai, fundou em 1857 o
Banco Mauá Y Cia., sendo o primeiro estabelecimento bancário do país, inclusive com
autorização de emitir papel-moeda, sendo que tal banco abriu filial em Buenos Aires,
tendo sido citado por Jules Verne como um dos principais bancos da América do Sul.
. Em 1854, com a inauguração da primeira linha férrea brasileira, que ligava o porto de
Mauá Baia de Guanabara, construída por ele, recebe o título de Barão das mãos do
Imperador. O projeto férreo foi posteriormente expandido pelo então Barão para
comunicar a região cafeicultora do vale do rio Paraíba e de Minas Gerais ao porto do
Rio de Janeiro
. Não obstante o sucesso empresarial, o administrador foi se afundando em dívidas com
o tempo, pois sempre que não conseguia recursos de investidores ou apoio financeiro do
governo, lançava mão de reservas próprias, ou seja, do Banco Mauá & Cia.
. Com a falência de seu branco (1875), foi obrigado a vender a maioria de suas empresas
e capitais estrangeiros e ainda os seus bens pessoais para liquidar as dívidas, num
período de 3 anos.
. no fim de sua vida, dedica-se a corretagem do café até a sua morte, em Petrópolis,
pouco antes da queda do Império

Político
. deputado pela Província do Rio Grande do Sul em diversas legislaturas (1856, 1859-
1860, 1861-1864, 1864-1866 e 1872-1875)
. influência no Uruguai a partir de seus auxílios financeiros aos liberais sitiados em
Montevidéu. A troca de favores entre ele e o partido dos colorados, auxílio o
crescimento de sua ação bancária no país.
. em contrapartida, suas propriedades e empresas no Brasil eram, muitas vezes, alvos de
sabotagem e crimes por parte de agentes conservadores.

Pensamento e ideologia
. opositor da escravatura e do tráfico de escravos: entendia que somente a partir de
um comércio livre e trabalhadores libertos e com rendimentos poderia o Brasil alcançar
situação de prosperidade, ou seja, valorizava a mão-de-obra.
. defensor do liberalismo econômico
. investimento em tecnologia e inovação: em suas empresas, trouxe e introduziu
tendências de recursos e maquinários aplicados na Europa e nos Estados Unidos no
período da segunda fase Revolução Industrial.
. revolucionário: do ponto de vista de muitos, pois seus ideais contrastavam com o
pensamento brasileiro, pautado numa sociedade rural, escravocrata, primário-
exportadora e de intervenção direta do governo.
“Num mundo onde os grandes empresários privados costumavam ter uma única
empresa. Mauá apostou na diversificação. No país onde agricultura parecia destino
manifesto, ele montava uma indústria atrás da outra. Enquanto os brasileiros
lamentavam a falta de escravos, Mauá implementava administrações participativas e
distribuição de lucros para empregados”.

Destaques:
. primeira fundição de ferro e estaleiro no país. A partir desse feito, lhe é concedido o
título de Barão (1854)
. a construção da primeira ferrovia brasileira, a estrada de ferro Mauá (Magé, RJ)
. o início da exploração do rio Amazonas e afluentes, bem como o Guaíba e afluentes,
no Rio Grande do Sul, com barcos a vapor
. a instalação da iluminação pública a gás na cidade do Rio de Janeiro, concessão de
exploração por 20 anos. Para tanto, o industrial fundou a Companhia de Iluminação a
Gás, substituindo a iluminação da cidade de lampiões a óleo para gás, assim como
fornecendo o mesmo.
. a criação do terceiro Banco do Brasil
. instalação do cabo submarino telegráfico entre a América do Sul e a Europa
. Sua riqueza chegou a equivaler ao dobro das exportações de café de 1866, a uma vez e
meia o total das receitas do governo ou ao total das exportações brasileiras do ano
anterior
“Em alguns momentos de sua carreira, seu patrimônio ultrapassava o orçamento do
Império, sendo o auge deste em 1867, ano em que atingiu o valor de 115 mil contos de
reis (155 milhões de libras esterlinas), enquanto que o Império 97 mil contos de réis (97
milhões de libras esterlinas)”.
As contingências concretas fizeram com que ele tivesse que se adaptar ao capitalismo
realmente existente entre nós, no entanto se direcionando para a acumulação financeira,
através da montagem de bancos e da exploração das diferenças cambiais.
Fundou quatro das cinco maiores empresas do país - entre elas o Banco do Brasil (em
seguida estatizado), a Cia. de Navegação do Amazonas - tornando-se o mais poderoso
economicamente do Império. Seu império estendeu-se à Argentina e ao Uruguai, até
sucumbir espetacularmente e ir à falência.
Paradoxalmente, a industrialização desejada pelo barão terminou por prevalecer, não
fundada no "livre-mercado", mas no ventre mais profundo do Estado, patrocinada pelo
getulismo, com uma ideologia antiliberal. Se na Inglaterra o liberalismo era a ideologia
da burguesia industrial ascendente, aqui, a necessidade de proteção, fez dessa fração
burguesa uma adepta incondicional do protecionismo.
Jorge Caldeira
Formado na USP, em ciências sociais, é historiador, jornalista e cientista político.
Já foi editor executivo da revista Exame, da ilustrada da Folha. Depois da própria Folha
de São Paulo e diretor de economia da Revista Isto É.
É autor do best seller Mauá: um empresário do Império, publicado pela Companhia das
Letras.

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