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ACÓRDÃO
Documento: 1702231 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/05/2018 Página 1 de 4
Superior Tribunal de Justiça
Brasília (DF), 19 de abril de 2018(Data do Julgamento)
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AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.531.731 - SP (2011/0293725-7)
RELATÓRIO
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AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.531.731 - SP (2011/0293725-7)
VOTO
Também trazendo reflexão sobre o tema, aduz Flávio Tartuce (Direito Civil,
Vol. 1, 3ª ed., São Paulo, Editora Método, 2007, p. 425):
Diante desse comando legal, qualquer conduta do devedor que importe em
reconhecimento total ou parcial da existência da dívida gera a interrupção
da prescrição. Como exemplo de atos que têm esse condão, podemos citar
o pagamento de juros ou de cláusula penal, o envio de correspondência
reconhecendo a dívida, o seu pagamento parcial ou total, entre outros.
Essas condutas podem ocorrer no plano judicial ou extrajudicial, segundo
consta do próprio dispositivo.
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Conforme se vê, entendeu o Tribunal de origem por cindir os efeitos jurídicos
dos adimplementos, considerando, como termo inicial relativamente à cobrança dos juros, a
respectiva data de cada pagamento, em 13/JUL/2005 e em 15/FEV/2008.
7. Entretanto, essa conclusão deve ser afastada, pois o vencimento da
obrigação ocorreu, como visto, em 18/ABR/2005, tendo, nessa data, iniciado-se o prazo
prescricional, à luz da teoria da actio nata, adotada no ordenamento jurídico brasileiro, cujo
prazo, no presente caso, é de 3 anos, conforme art. 206, § 3º, III, do Código Civil, por se tratar
de cobrança de juros.
Ressalte-se que o prazo prescricional ao caso efetivamente é de 3 anos, e não
de 5, como alegado pelo agravante, por se tratar de cobrança autônoma de juros, nos termos
da jurisprudência desta Corte:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO BANCÁRIO. RECIBO DE DEPÓSITO
BANCÁRIO (RDB). ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
FECHADA. AQUISIÇÃO COMPULSÓRIA. JANEIRO/1989. PLANO VERÃO.
CORREÇÃO MONETÁRIA. DIFERENÇAS. EXPURGO INFLACIONÁRIO.
JUROS REMUNERATÓRIOS. PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA. RESGATE.
TERMO FINAL.
1. Ação envolvendo a apuração de eventuais diferenças de correção
monetária de numerário compulsoriamente investido por entidade de
previdência complementar fechada na aquisição de Recibos de Depósitos
Bancários (RDBs) em virtude da implantação do Plano Verão.
2. O disposto no art. 178, § 10, III, do Código Civil de 1916 diz respeito à
prescrição de juros e outras verbas acessórias cobradas autonomamente, e
não conjuntamente com o principal e sobre ele incidentes.
3. A prescrição do direito ao recebimento de juros remuneratórios sobre
eventuais diferenças de correção monetária no resgate de RDBs, por não
constituir verba acessória cobrada autonomamente, segue o mesmo prazo
da pretensão principal. Prazo prescricional vintenário aplicável às ações
pessoais (art. 177 do CC/1916), tendo em vista que, na data da entrada em
vigor do Código Civil de 2002, já havia transcorrido mais da metade do
tempo estabelecido no Código Civil revogado.
4. A exemplo do que ocorre nas demandas envolvendo as cadernetas de
poupança, os juros remuneratórios somente incidem até o saque/resgate do
capital investido.
5. Nos depósitos a prazo fixo, impõe-se às instituições financeiras
captadoras a obrigação de pagar a remuneração prevista ao investidor ao
final do prazo contratado, de modo que, no dia do vencimento, o numerário
correspondente, devidamente corrigido até o dia anterior, já fica disponível
para resgate, não havendo como se exigir a recomposição monetária desse
dia específico.
6. Recurso especial parcialmente provido.
(REsp 1166564/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe 31/08/2017)
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13/JUL/2005, o que, como já visto, trata-se de hipótese de interrupção do prazo prescricional,
a teor do art. 202, VI, do Código Civil, que já estava em vigor quando da realização do negócio
jurídico e do vencimento da obrigação.
A prática de eventuais atos posteriores à interrupção são juridicamente inócuos
para garantir a postergação do prazo prescricional, tendo em vista a expressa e insofismável
disposição constante no caput do art. 202 do Código Civil, no sentido que a interrupção só
pode ocorrer uma vez.
9. Por essa razão, tendo sido interrompida a prescrição com o pagamento
parcial do débito em 13/JUL/2005, por ato inequívoco, o prazo final para pleitear eventuais
valores faltantes extinguiu-se após 3 anos, em 13/JUL/2008, não podendo ser novamente
interrompida a prescrição com o pagamento efetuado em 15/FEV/2008.
Dessa forma, dando-se a judicialização da causa em 9/DEZ/2008, quase 5
meses após o transcurso do prazo, deve ser declarada prescrita a pretensão, na íntegra.
10. Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno, mantendo o provimento
do recurso especial.
É o voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
AgInt no
Número Registro: 2011/0293725-7 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.531.731 / SP
Relator
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. HINDEMBURGO CHATEAUBRIAND PEREIRA DINIZ FILHO
Secretária
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : PMG TRADING PARTICIPAÇÕES EIRELI
ADVOGADOS : VICENTE COELHO ARAÚJO E OUTRO(S) - DF013134
DIÓGENES MENDES GONÇALVES NETO E OUTRO(S) - SP139120
RECORRIDO : BANCO SANTOS S/A - MASSA FALIDA
REPR. POR : VÂNIO CESAR PICKLER AGUIAR - ADMINISTRADOR
ADVOGADO : PAULO GUILHERME DE MENDONÇA LOPES E OUTRO(S) - SP098709
AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : BANCO SANTOS S/A - MASSA FALIDA
REPR. POR : VÂNIO CESAR PICKLER AGUIAR - ADMINISTRADOR
ADVOGADO : PAULO GUILHERME DE MENDONÇA LOPES E OUTRO(S) - SP098709
AGRAVADO : PMG TRADING PARTICIPAÇÕES EIRELI
ADVOGADOS : VICENTE COELHO ARAÚJO E OUTRO(S) - DF013134
DIÓGENES MENDES GONÇALVES NETO E OUTRO(S) - SP139120
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira (Presidente), Marco
Buzzi e Lázaro Guimarães (Desembargador convocado do TRF 5ª Região) votaram com o Sr.
Ministro Relator.
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