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PARTE 1

Qual o objetivo do Plano de Metas? Qual foi o principal mecanismo de


financiamento do plano? Discuta os problemas macroeconômicos decorrentes
deste Plano?
O PM foi um programa desenvolvimentista elaborado e posto em prática pelo
governo de Juscelino Kubitschek (JK), que tinha como ponto de partida as análises do
grupo CEPAL/BNDE, formado em 1952. O PM consubstanciava-se em 31 metas,
distribuídas em 6 grupos:
i) energia;
ii) transportes;
iii) alimentação;
iv) indústria de base;
v) educação; e
vi) construção de Brasília.
A principal meta do Plano era a de promover a industrialização do país, com
crescente participação do Estado, das empresas nacionais e internacionais e do capital
estrangeiro, que passou a desfrutar de uma posição privilegiada, somada às novas
estratégias das empresas transnacionais em relação aos países periféricos para a
reprodução ampliada de seu capital.
Do ponto de vista do financiamento do PM, havia duas formas, a primeira
através de emissão monetária e a segunda, de recursos externos. Em relação à emissão
monetária, havia bastante resistência pelo receio de aumento da inflação devido à
elevação dos gastos públicos.
Em relação aos recursos externos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) não
acolheu de bom grado as propostas do PM, pois fugia de suas orientações, estendendo
sua visão ao Banco Mundial, com isso, JK rompe com o FMI em 1958.
Apesar do crescimento econômico no período 1957/1961, constata-se uma
situação inflacionária considerável, mesmo porque a inflação era utilizada como
mecanismo de financiamento do PM. Há também uma maior
internacionalização/dependência da economia brasileira, tanto no que diz respeito às
indústrias, pois o carro-chefe foi a indústria automobilística dos grandes grupos
privados estrangeiros, como aos recursos/poupanças externas, que aumentou o
endividamento do país. Do ponto de vista social constata-se aumento das desigualdades
de renda, dos bolsões de miséria e das disparidades regionais8. O governo não altera a
estrutura fundiária do país, que impacta diretamente no achatamento do salário urbano.
Além disso, há maior participação do Estado na esfera econômica, condição necessária
na fase monopolista do capital para dar garantias e segurança à entrada das empresas
transnacionais; somado as burguesia brasileiras que não promoveram uma revolução
democrático-burguesa no país e sim uma autocracia burguesa, de privilégios e uso quase
exclusivo do Estado para si, reprimindo qualquer manifestação que demandasse
mudanças, mesmo que dentro da ordem.

No período 1968-1973, a economia brasileira teve um desempenho


excepcional, o que costuma estar relacionado a fatores favoráveis, tanto internos
quanto externos. Discorra sobre as características do período e explique quais
foram esses fatores favoráveis?
No que se refere às exportações, o estímulo governamental assumiu diversas
formas, entre as quais a introdução do sistema de minidesvalorizações cambiais a partir
de 1968, permitindo às empresas com planos de exportação contar com uma série de
facilidades de importação, sujeitas ao desempenho exportador futuro.
Tomadas em conjunto e tendo em vista o excelente ambiente externo da época,
tais medidas ajudam a explicar o excepcional desempenho exportador observado
durante o "milagre": taxas de crescimento anuais médias das exportações, e de
manufaturados. Em 1973, a vulnerabilidade externa do país, medida pela relação da
dívida externa líquida/exportações, caiu para o nível de 1,4, que foi o valor mais baixo
desse indicador no período 1956-2004 no Brasil.
O Ambiente Externo Favorável
O ambiente internacional no período 1968-1973 foi particularmente benigno,
tendo sido verificada uma conjunção favorável das seguintes variáveis externas: termos
de trocas favoráveis, forte expansão do volume de comércio internacional, baixas taxas
de juros e farta disponibilidade de crédito no mercado externo.
O aumento da liquidez internacional resultante da criação do mercado de
eurodólares no final da década de 60 permitiu a ampliação das possibilidades de
endividamento dos países tomadores, entre os quais o Brasil. Tal movimento beneficiou
o Brasil não apenas pelo aumento do volume de crédito externo de que passou a dispor,
mas também pelo baixo custo desses empréstimos, envolvendo taxas reais de juros da
ordem de 2% a.a.
Nesse contexto, o Brasil pôde, durante vários anos, usufruir os benefícios da
conjuntura externa sem enfrentar os problemas de balanço de pagamentos normalmente
associados às fases de crescimento acelerado. Isso ocorreu não só porque a
disponibilidade de crédito externo assegurava o financiamento do déficit em transações
correntes, mas, também, devido à expansão do quantum exportado e à melhoria dos
termos de troca, que permitiram a ampliação da capacidade de importar do país.

Discuta as reformas de estrutura implementadas no período 1964-1967,


destacando as principais medidas implementadas em cada uma das respectivas
reformas.

Diferencie o tratamento de combate à inflação nos períodos do 1961-1964 e 1964-


1967.
Plano trienal e PAEG

Diferencie o diagnostico do processo inflacionário dos períodos de ajuste estrutural


Plano Trienal (1964-1967) e milagre (1968-1973). Quais as principais medidas
econômicas implementadas em cada um dos períodos para conter a elevação dos
preços?
A partir do quadro, é possível perceber semelhanças importantes entre o Plano
Trienal e o PAEG. Ambos os planos apontaram para a necessidade de uma inflação
corretiva prévia ao esforço de estabilização. Em função desta inflação corretiva e dos
altos custos sobre as taxas de crescimento e desemprego, a opção de um tratamento de
choque contra a inflação foi descartado nos dois casos. Assim, os dois planos basearam-
se em uma estratégia gradualista de estabilização, onde, por sinal, a expectativa em
ambos os planos era que a taxa de inflação convergisse para 10% no último ano de
vigência do plano. Nota-se, ademais, que as políticas fiscal e monetária/creditícia
seguiam a mesma orientação (contracionista) no Trienal e no PAEG. Por fim, há, nos
dois casos, a opção por uma política de realismo cambial.
Contudo, é possível também perceber diferenças entre os dois planos a partir do
quadro-resumo. A primeira delas está associada à introdução da correção monetária por
parte do PAEG, elemento que não estava presente no caso do Plano Trienal. A correção
monetária tinha por finalidade atenuar os efeitos distorcivos típicos dos processos
inflacionários, o que, nas palavras de Simonsen (1970), permitiria uma convivência
pacífica com a inflação (Simonsen, 1970, 184; 191). Como um plano gradualista de
combate à inflação prevê um processo de estabilização mais lento do que o prevalecente
em um tratamento de choque, a introdução de um mecanismo que atenuasse os efeitos
deletérios da inflação no curto prazo facilitaria a aceitação do plano por parte do público
e criaria maiores chances de sucesso para o duplo objetivo de estabilizar gradualmente
e, ao mesmo tempo, retomar o crescimento econômico (Hermann, 2005, p.73).
Neste contexto, o governo Castello Branco introduziu, a partir de 1964, uma
série de leis criando a correção monetária para, entre outras coisas, os débitos fiscais em
atraso, os empréstimos concedidos pelo sistema financeiro, os aluguéis e a tarifação dos
serviços de utilidade pública. No caso, merece destaque a introdução das ORTNs,
títulos da dívida pública com correção monetária, que revigoraram a procura por estes
títulos, reduzindo a necessidade de financiar o déficit público através de emissão
monetária (Simonsen, 1970, p.184-191). Desta forma, conforme sugerido no quadro-
resumo, a introdução da correção monetária afetou, no caso do PAEG, tanto a gestão da
política fiscal quanto da política monetária.
O segundo ponto de diferença entre o Trienal e o PAEG está relacionado com as
causas da inflação identificadas em cada um dos planos. Este ponto de distinção é
bastante importante, pois resultará em diferenças nas políticas de estabilização
recomendadas. Os planos concordavam quanto à existência de uma inflação de
demanda, o que justificava as propostas semelhantes nas áreas fiscal e monetária.
No entanto, reconheciam também outras fontes de inflação: o Trienal identificou
uma inflação estrutural e o PAEG apontou para a existência de inflação de custos via
salários. Por demandar ajustamentos de médio e longo prazo, a inflação estrutural não
foi abordada neste artigo. A inflação de custos, por sua vez, permite ajustamentos de
curto prazo. Neste contexto, o reconhecimento por parte do PAEG de uma inflação de
custos via pressão salarial gerará a principal diferença de política econômica entre os
dois planos: a regra salarial do PAEG.
A identificação desta diferença-chave leva a uma questão relevante: seria a
política salarial do PAEG razão suficiente para explicar as diferenças de desempenho
entre os planos? A resposta a esta pergunta está no contexto político interno e, além
disso, nas relações internacionais, com destaque aqui para o tratamento diferenciado
dado pelos norte-americanos ao governo Castello Branco em detrimento do governo de
João Goulart. Estes dois aspectos merecem uma discussão pormenorizada.

Discuta as politicas econômicas de Mario Henrique Simonsen (1974-1978) e Delfin


Neto (1979-1984) quanto a dicotomia ajustamento ou financiamento.

Considerando os dois choques do petróleo (1973 e1979), discorra sobre as


diferenças em termos de cenário internacional e recuperação econômica à
economia brasileira.

No governo João Goulart, foi lançado o Plano Trienal de Desenvolvimento


econômico e social (1962). Quais destas medidas não foram utilizadas para
controle da inflação.

Considerando o processo de Industrialização por Substituição de Importações


(ISI), qual destas alternativas não corresponde ao processo de industrialização
brasileira.

A forma assumida pela industrialização brasileira depoisde1930 foi o PSI.


Características:
 Industrialização fechada
 Inicia-se com estrangulamento externo
 Contrapor-se a crise cambial
 Investimentos nos setores substituidores de importação

O motor dinâmico do PSI era o estrangulamento externo. O processo de


industrialização por substituições de importações caracterizava-se pela ideia de
construção nacional, ou seja, alcançar o desenvolvimento e a autonomia com base na
industrialização, de forma a superar restrições externas e a tendência especialização na
exportação de produtos primários.

Repostas a crises cambiais:


 Desvalorização real do cambio
 Controle de cambio
 Taxas múltiplas de cambio
 Elevação das tarifas aduaneiras

Dificuldades na implementação do PSI


 Tendência ao desequilíbrio externo
 Aumento da participação do estado
 Aumento do graus de concentração de renda
 Escassez de fontes de financiamento

Plano de Metas JK (1956-1960)


O principal objetivo do plano era estabelecer as bases de uma economia industrial
madura no país, especialmente aprofundando o setor de bens de consumo duráveis, por
exemplo, a indústria automobilística.
Pontos principais:
 Investimentos estatais em infraestrutura, com destaque para os setores de
transporte e energia elétrica.
 Estimulo da produção de bens intermediários
 Incentivos a introdução dos setores de consumo duráveis e de capital

Principais problemas
 Financiamento
 Ausência de reforma fiscal condizente com as metas e os gastos estipulados,
precisaram ser financiados principalmente por meio de emissão monetária.
 Do ponto de vista externo, há um deterioração do saldo de financiamento do
plano.
 A concentração de renda, ampliou-se pelos motivos já levantados – desestimulo
a agricultura e investimentos na indústria com tecnologia e capital intensivo.
CRISE AO MILAGRE (1960-1973)
Caracterizou-se pela primeira grande crise econômica do Brasil em sua fase industrial:
houve uma queda importante dos investimentos e a taxa de crescimento da renda
brasileira também caiu significativamente, por outro lado a inflação acelerou-se e
chegou a mais de 90% em 1964.

Os governos militares e o PAEG

CASTELO BRANCO – PAEG, Plano de Ação Econômica do Governo, vista em


resolver os problemas econômicos. Pode ser dividido em duas linhas de atuação
(politicas conjunturais de combate a inflação, associadas a reformas estruturais que
permitiram o equacionamento dos problemas inflacionários e das dificuldades que se
colocavam ao crescimento econômico.

Objetivos PAEG:
Acelerar o ritmo de desenvolvimento econômico
Conter o processo inflacionário
Atenuar os desequilíbrios setoriais e regionais
Aumentar o investimento e com isso o emprego
Corrigira a tendência ao desequilíbrio externo

Metas do PAEG:
Redução do déficit publico mediante a redução dos gastos e da ampliação das receitas
por meio da reforma tributaria e do aumento das tarifas publicas;
Restrição do credito e aperto monetário
Politica Salarial.

Reformas instituídas pelo PAEG:


Reforma tributaria
Reforma monetária e financeira
Reforma da politica externa.

MILAGRE ECONOMICO (1968-1973)


O governo Costa e Silva e Médici, com ministro Delfin Netto, caracterizaram-se pelas
maiores taxas de crescimento do produto brasileiro com estabilidade de preços.

ANOS 70
Choque do petróleo (1973) e fim do acordo internacional que procurava estabilizar as
taxas de cambio.

II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento)


Crise do petróleo de 1973 quadruplicaram o preço do petróleo ocorrendo déficits na
balanca de pagamento no saldo de transações correntes, provocados não só pelo
aumento das importações do petróleo, mas também em função dos bens de capital e
insumos básicos, necessários para manter o nível de produção corrente do milagre
econômico.

GEISEL
O debate sobre o que fazer em 1974 estava entre ajustamento ou financiamento.
SIMONSEN – optou pelo ajustamento buscando o controle da demanda pelo
ajustamento do controle da liquidez.
Nesse momento o governo abandonou de vez as tentativas de conter a demanda, e fez a
opção pela continuidade do processo de desenvolvimento. Lançou-se o II PND
Meta do II PND:
Manter o crescimento econômico em torno de 10%, com crescimento industrial em
torno de 12%, mas não conseguiram cumprir.
Política Econômica e Ajuste Externo no Governo Figueiredo: 1979-84
O período de 1979-84, como já observado, abriga três fases distintas quanto ao
comportamento do PIB: 1979-80, de elevadas taxas de crescimento; 1981-83, de
recessão; e 1984, de recuperação, puxada pelas exportações. As diferenças entre essas
fases, especialmente entre a primeira e a segunda, refletem as mudanças ocorridas no
cenário internacional e nas estratégias de ajuste externo adotadas no período.
PARTE 2
1. A partir de que momento a inflação tornou-se um problema crônico no Brasil?
A inflação já vinha se acelerando desde a década de 1970, mas seu ponto
máximo foi em 1979 e 1983 foram responsáveis por elevá-la a um alto nível. Com o
fracasso do Plano Cruzado, a inflação começou a ser medida em termos mensais e não
anuais. Na segunda metade da década, girou em torno de 20% ao mês, interrompida por
sucessivos e malsucedidos planos de estabilização. No final da década, culminando num
processo hiper inflacionário ao final de 1989 e 1990, quando chegou a ultrapassar 70%
ao mês.
A crise começou, na verdade, em 1979, com o segundo choque do petróleo, a
elevação da taxa de juros nominal e real nos EUA e a sua recessão. Na mesma época, os
bancos internacionais suspenderam a rolagem dos seus empréstimos para o Brasil,
obrigando o governo a adotar medidas de ajuste fiscal para estabilizar o Balanço de
Pagamentos. Após dois ajustamentos de efeito recessivo, o último envolvendo uma
maxidesvalorização, esse objetivo foi alcançado, mas a inflação disparou, não obstante a
forte recessão então verificada.
O desenvolvimento econômico pareceu ter sido recuperado em 1984, com o
aumento das exportações e do PIB e, como a inflação persistia, a análise era de que se a
mesma fosse vencida, a retomada do desenvolvimento estaria consolidada.

2. Aponte os principais motivos que levaram ao fracasso do Plano Cruzado.


Existia a preocupação de realizar um choque neutro, como pode ser observado
nas regras específicas para salários e preços. Vale ressaltar ainda que os decretos de
implementação do Plano Cruzado não previam quando se sairia do congelamento. Com
relação ao câmbio, embora não houvesse menção explícita, havia indicações mais ou
menos claras de que o governo pretendia mantê-lo congelado indefinidamente no
patamar de 27 de fevereiro.
Os resultados iniciais foram espetaculares. Da inflação de 14% em fevereiro,
chegou-se a uma inflação praticamente nula em março, seguida por variações em torno
de 1,3% nos meses seguintes. A atividade econômica, por sua vez, continuou uma
trajetória de crescimento (ao contrário do que se podia esperar no caso de um plano
ortodoxo). O apoio popular foi maciço e milhões de cidadãos desempenharam o papel
de “fiscais do Sarney” zelando pelo cumprimento do congelamento de preços. O
congelamento tornou-se o elemento mais popular do governo e do Plano Cruzado, o que
levaria o governo a sustentá-lo a qualquer custo, sobretudo por se tratar de ano eleitoral.
Houve uma explosão do consumo (o que não havia sido contemplado pelos
idealizadores do plano) devido ao aumento do poder de compra dos salários e demanda
reprimida. Isso tornou-se um problema, visto que a indústria se aproximada da
capacidade plena em um contexto de escasso estímulo a continuidade dos
investimentos.
Os gastos com o pagamento da dívida externa tornaram o Brasil exportador
líquido de capitais e, para manter o congelamento, o governo sacrificou ainda as
empresas estatais e as finanças públicas. Com a taxa de câmbio também congelada,
houve uma sangria das reservas internacionais.
Alguns analistas apontam para o papel persistente do déficit público no início da
derrocada do Plano Cruzado, embora algumas medidas nesse sentido houvessem sido
tomadas, como o congelamento da conta-movimento no Banco do Brasil, o aumento da
carga tributária sobre pessoas físicas e transações financeiras.
Todos passaram a aguardar o fim do congelamento: havia estocagem
especulativa, fechamento dos contratos de exportação adiados, ágio do mercado paralelo
do dólar, etc.
Os consideráveis obstáculos fizeram o governo implementar um pacote de
medidas em julho de 1986 que ficou conhecido como Cruzadinho. Foram estabelecidos
empréstimos compulsórios (poupança forçada) sobre o consumo de carros novos e
combustíveis, a fim de financiar um conjuntos de investimentos públicos, de esfriar o
excesso de demanda agregada e promover a poupança interna. Entretanto, as medidas
foram insuficientes e a crise do Plano Cruzado agravava-se continuamente.
Uma semana após as eleições estaduais e legislativas (que deram vitória
esmagadora a partidos do governo, PFL e PMDB) foi decretada outra reforma
econômica, o Cruzado II. Contemplava um brusco reajuste dos preços de diversos bens
de consumo, além da tarifa dos serviços públicos. Houve aumento da tributação de
alguns produtos e foram criados incentivos fiscais para os poupadores, além da
restituição das minidesvalorizações cambiais.
As consequências foram dramáticas. A inflação passou de 3,3% em novembro
para 7,3% em dezembro e explodiu nos meses seguintes, acionando o gatilho salarial.
As taxas de juros passaram a subir ininterruptamente, provocando um número recorde
de falências empresariais. A situação das contas externas se deteriorou
significantemente devido a saldos negativos na balança comercial e à fuga de capitais.
Em fevereiro de 1987 o governo decretou moratória ao pagamento de juros da dívida
externa. Em abril, Funaro deixou o comando do Ministério da Fazenda, que passou às
mãos de Bresser Pereira.

3. Quais as medidas adotadas pelo Plano Verão e Bresser?


O Plano Bresser, não tinha por objetivo a inflação zero, nem eliminar a
indexação, apenas deter a aceleração inflacionária e evitar a hiperinflação, promovendo
um choque deflacionário com a retirada do gatilho e redução do déficit público. Para
resolver a crise momentânea, recorria-se ao congelamento e a desvalorização cambial.
O plano Bresser ao contrário do Cruzado era um plano de emergência. Suas principais
medidas foram:
i. congelamento dos salários por três meses, com o resíduo inflacionário sendo pago em
seis parcelas a partir de setembro;
ii. congelamento de preços por três meses, sendo vários deles em especial os públicos,
foram aumentados antes do plano;
iii. Mudança da base do IPC, sendo que aumentos foram incorporados à inflação de
junho, de modo a evitar que se sobrecarregasse a inflação de julho;
iv. desvalorização cambial de 9,5% e não congelamento da taxa de cambio, mantendo as
minidesvalorização diárias, mas em menor ritmo;
v. aluguéis congelados no nível de junho, sem nenhuma compensação;
vi. os contratos financeiros pós-fixados foram mantidos e para os prefixados introduziu-
se uma Tablita com desvalorização de 15% a.m.;
vii. criação da URP – Unidade Referencial de Preços que corrigiria o salário dos três
meses seguintes, a partir de uma taxa prefixada com base na média geométrica da
inflação dos três meses anteriores, entrando em vigor a partir de setembro.
O Plano Verão, continha tanto elementos ortodoxos, como heterodoxos,
visando evitar os erros do plano Cruzado.
Os elementos ortodoxos visavam conter a demanda, pela diminuição dos gastos
públicos e da elevação das taxas de juros, procurando evitar uma fuga dos ativos
financeiros; Os heterodoxos visavam promover a desindexação da economia sem
predeterminação de novas regras.
Fez-se uma reforma monetária com a introdução do Cruzado Novo, a partir do
corte de três zeros no cruzado;
Os salários foram convertidos pela média dos últimos 12 meses mais a aplicação
da URP de janeiro, essa forma de conversão impunha uma grande perda para os
salários, uma vez que a URP era índice de correção monetária prefixada para o reajuste
de três meses, com base na média geométrica da inflação dos três meses anteriores.
Quanto aos ativos financeiros, aplicou-se uma Tablita de conversão para os
contratos prefixados e para os pós-fixados, expurgando-se da correção monetária destes
a aceleração inflacionária; isso significava grande transferência de renda dos credores
para os devedores, entre os quais o principal era o Estado.
O último aspecto do Plano Verão é a questão cambial. Promoveu-se
primeiramente uma desvalorização de 18% do Cruzado, para evitar pressões futuras;
depois, rompeu-se com a regra das minidesvalorizações e adotou-se taxa de câmbio
fixa.

4. Quais as medidas propostas pelo “Consenso de Washington”?


Disciplina fiscal;
Redirecionamento dos gastos públicos para as áreas da saúde, educação e infraestrutura;
Reforma tributária;
Juros de mercado;
Câmbio de mercado;
Abertura comercial;
Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições;
Privatização das estatais;
Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas);
Direito à propriedade.

5. Faça um resumo do Plano Collor.


O governo de Collor herdou o alto índice inflacionário do governo presidencial
antecessor de José Sarney. O primeiro pacote econômico desse governo, o Plano Collor,
elaborado pelo então presidente e pela ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello,
propôs:
i. Congelamento de preços e aumento das taxas de juros;
ii. Cortes de despesas públicas, elevação de impostos e demissão de funcionários
públicos;
iii. Privatizações de empresas estatais, como, por exemplo, as Usinas Siderúrgicas de
Minas Gerais;
iv. Facilitou a entrada de mercadorias estrangeiras, com a redução de impostos sobre
mercadorias importadas;
v. Dentre outras medidas mais polêmicas que afetaram, sobretudo, a classe média, como
o bloqueio da retirada de depósitos bancários superiores ao valor de 50 mil cruzados
novos.
Esse plano econômico gerou forte recessão no país, apesar de conter a inflação.
A diminuição das taxas sobre importação induziu a redução dos preços das mercadorias
nacionais, acarretando no encolhimento do comércio, fechamento de indústrias e
aumento substancial do número de desempregados.
Para conter a recessão, lançou-se o II Plano Collor esse segundo pacote
propunha, dentre outras coisas, a redução em 10% das despesas estatais, o
aperfeiçoamento do combate à sonegação de impostos, ampliou impostos sobre
operações financeiras, e criou o Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) e investiu no
setor privado para retomar a atividade produtiva. O II Plano Collor também fracassou.
Ironicamente, o governo que dizia ter por alvo o combate à corrupção, foi
acusado de envolvido em diversos casos de desvio de dinheiro público. O caso PC
Farias foi o mais destacado desses casos. O irmão de Fernando Collor, Pedro Collor
denunciou esse esquema realizado entre o presidente e Paulo César Farias, tesoureiro da
campanha de Collor à presidência. PC Farias recebia altas quantias de dinheiro de
empresários que buscavam facilitação de recebimento de verbas públicas. Esses valores
eram depositados em contas fantasmas para despesas de Fernando Collor e da família
dele. Esse esquema foi denunciado em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), e
confirmado pelo depoimento do ex-motorista particular de Collor, Francisco Eriberto
Freire França.
Diante desses escândalos, a população manifestou-se nas ruas, destacando-se os
caras-pintadas, jovens que pintavam o rosto de verde e amarelo. Essas manifestações
pediam o impeachment da presidência de Collor. Em setembro de 1992, a maioria da
Câmara dos Deputados votou favoravelmente ao pedido de impeachment redigido pela
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pela Associação Brasileira de Imprensa
(ABI). Collor renunciou à presidência antes de ser efetivado o impeachment. No
entanto, o Senado confirmou a cassação do mandato e perda dos direitos políticos de
Collor por oito anos. Em 29 de dezembro de 1992, Collor foi definitivamente impedido
de exercer o mandato. E foi sucedido pelo vice-presidente Itamar Franco, empossado
em janeiro de 1993.

6. Análise o papel da “âncora cambial” na estabilidade monetária.


Instrumento de política econômica que visa atrelar a moeda nacional a uma
moeda estrangeira forte (geralmente o dólar americano), buscando com isso a
estabilização da moeda nacional. Com a economia aberta e um volume significativo de
reservas, a possibilidade de importações estava colocada; como esta se tornava atrativa
em decorrência da valorização cambial, travava-se os preços internos, rompendo a
possibilidade de propagação dos choques (repasse aos preços, tentativa de elevações).
Esta foi a chamada “âncora cambial” do plano Real.

7. Delineie as principais características das três fases de implementação do Plano


Real.
Primeira fase do plano foi o ajuste fiscal, que visava equacionar o desequilíbrio
orçamentário para os próximos anos e impedir que daí decorresse pressões
inflacionárias. Esse ajuste baseava-se em três elementos principais: corte de despesas,
aumento dos impostos e diminuição nas transferências do governo federal.
Segunda fase, a indexação completa da economia, Unidade Real de Valor
(URV) – visava simular os efeitos de uma hiperinflação – encurtamento de prazos de
reajustes (indexação diária), ”substituição parcial da moeda”, sem passar por seus
efeitos, e corrigir os desequilíbrios de preços relativos. Para tal o governo criou um
novo indexador, a URV, cujo valor em cruzeiros reais seria corrigido diariamente pela
taxa de inflação medida pelos principais índices, que passaria a funcionar como unidade
de conta no sistema. O valor da URV, nessa fase, manteria uma paridade fixa de um
para um com o dólar, ou seja, seu valor seria a própria taxa de câmbio.
Terceira fase: Reforma monetária – transformação da URV em reais – O
governo introduziu a nova moeda, o Real (R$) em 1º de julho, cujo valor era igual ao da
URV do dia: CR$2.750,00.
O sucesso do plano estava vinculado à importância do componente tendencial da
inflação e à ausência de choques no momento posterior à conversão. Para isso, o
governo anunciou, junto com o plano, metas de expansão monetária bastante restritivas,
restringiu operações de crédito. Com o controle da demanda e da expansão monetária,
limitaria a capacidade dos agentes de repassar custos para preços. Esse controle ficou
conhecido como a “âncora monetária” do Plano Real nessa fase.
Outro fator importante para romper os processos de repasse foi a valorização da
taxa de câmbio também foi considerada como um fator relevante para romper com os
processos de repasse.
Com a economia aberta e um volume significativo de reservas, estava colocada a
possibilidade de importações. Como esta se tornava atrativa em decorrência da
valorização cambial, travava-se os preços internos, rompendo a possibilidade de
propagação dos choques. Esta foi a chamada “âncora cambial” do Plano Real.
É interessante mencionar que mesmo antes do plano de estabilização, já se
observava mudanças no comportamento dos agentes econômicos.
Além disso, deve-se notar que a estratégia de estabilização brasileira não diferiu
significativamente da adotada em outros países da América Latina, porém apesar das
elevadas taxas de inflação, o Brasil conseguiu preservar sua moeda, enquanto grande
parte desses países passou por um processo de dolarização.

8. Por que foi introduzido o regime de metas de inflação a partir de 1999?


Com a adoção do sistema de cambio flutuante e a perda da ancora cambial como
referencial de preços, o Banco Central passou a adotar, a partir de julho de 1999, o
sistema de metas da inflação como regra para a politica monetária. De acordo com ele, a
função básica do Banco Central e da politica monetária é o cumprimento da meta
estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, e o instrumento utilizado para tal é
essencialmente a taxa de juros, que, por meio de seus impactos sobre a demanda,
influencia na inflação. A adoção do regime de metas da inflação parece ter contribuído
de maneira significativa para manter a confiança dos indivíduos de que o governo
encontrava-se comprometido com a estabilização e para impedir que o choque cambial
se transformasse em pressões inflacionárias insuportáveis.
9. O que se entende por tripé macroeconômico
“O que se tem hoje é uma mudança que dá à taxa de câmbio uma função
diferente da função que ela tinha antes. Antes o Governo dizia para a taxa de
câmbio: ‘Você toma conta da inflação’ e dizia para a taxa de juros: ‘Você
toma conta do balanço de pagamentos’, que é um regime de taxa de câmbio
fixa. Hoje nós estamos escalando o time de forma diferente. Nós estamos
dizendo para taxa de câmbio: ‘você toma conta do balanço de pagamentos’ e
para taxa de juros: ‘você toma conta da inflação’. Agora, nada disso funciona
sem uma boa política fiscal”. (Armínio Fraga, em 14 de junho de 1999).
Consiste em um conjunto de três elementos:
1. O câmbio flutuante: É o regime cambial adotado no Brasil. Segundo este
regime, o preço de uma moeda em relação a outra no mercado de câmbio varia de
acordo com a oferta e a procura por aquela moeda. Por conta da adoção desse regime é
que todo dia anuncia-se um valor diferente para o dólar.
2. A meta de inflação: Através desse mecanismo, um órgão do Governo Federal
determina a taxa de inflação que a economia brasileira deve ter a cada ano. De posse
dessa informação, as autoridades monetárias que compõem o Comitê de Política
Monetária (Copom) se reúnem periodicamente e estabelecem qual deverá ser a taxa
básica de juros (Selic) para alcançar a inflação desejada.
3. A meta fiscal: A politica fiscal que consiste em estabelecer uma meta positiva
para o resultado primário do governo (excluída a conta financeira), a meta de superávit
primário é utilizado para pagar os juros da divida pública.

10. Defina desindustrialização.


Uma situação na qual tanto o emprego industrial como o valor adicionado da
indústria se reduzem como proporção do emprego total e do PIB, respectivamente.
Um dos primeiros estudos a apontar para a desindustrialização da economia
brasileira foi Marquetti (2002). Segundo dados apresentados por esse autor para a
indústria de transformação, a economia brasileira teria passado por um processo de
desindustrialização nas décadas de 1980 e 1990 tanto em termos da participação do
emprego como da participação no valor adicionado. Segundo Marquetti, a
"desindustrialização" ocorrida nesse período teria sido consequência do baixo
investimento realizado na economia brasileira, particularmente na indústria. Ainda
segundo esse autor, o processo de desindustrialização ocorrido nesse período seria
essencialmente negativo sobre os prospectos de crescimento da economia brasileira,
haja vista que estaria associado à transferência de recursos e de trabalho da indústria
para setores com menor produtividade do trabalho, gerando assim um menor
crescimento do produto potencial no longo prazo.

A partir da segunda metade da década de 1980 até o inicio de 1990 o Brasil


implementou vários planos econômicos com vistas a combater o processo
inflacionário. Sobre os planos de estabilização monetária praticados no período em
tela, é correto afirmar:
O Plano Cruzado foi formulado a partir do diagnóstico de que a inflação brasileira
era especialmente de caráter “inercial”, e não de demanda.

No que tange o plano Real, de 1994, julgue o item subsecutivo:


O Plano Real foi constituído por quatro etapas: o plano de ação imediata (PAI), que
procurava estabelecer o equilíbrio das contas do governo; a criação de um padrão
estável de valor, a denominada unidade real de valor (URV); a emissão de nova moeda
nacional, o Real; e a diminuição drástica da taxa de juros para incentivar os
investimentos privados.
Errado

Uma das características principais do Regime de Metas de Inflação é que:


aumenta a transparência da política monetária por meio da comunicação com o
público e o mercado.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2007-2010) organizava suas


medidas em cinco grandes blocos. NÃO compõem os blocos de medidas:
Estímulo cambial à importação de bens de capital.

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