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Nascimento, Thays Maria do; Galindo, Wedna Cristina Marinho. Grupo Operativo em Centros de
Atenção Psicossocial na opinião de psicólogas

Grupo Operativo em Centros de Atenção Psicossocial na opinião de


psicólogas

Operative Group in Psychosocial Care Centers according to


psychologists’ opinion

Grupo Operativo en Centros de Atención Psicosocial según la opinión


de psicólogas

Thays Maria do Nascimento1

Wedna Cristina Marinho Galindo2

Resumo

A pesquisa teve como objetivo compreender os sentidos que psicólogas, coordenadoras de


Grupos Operativos em Centros de Atenção Psicossocial (Caps), atribuem a essa atividade. O
Grupo Operativo, formulação teórico-metodológica de Pichon-Rivière, tem assumido papel
significativo no Brasil, sendo preconizado pelo Ministério da Saúde como atividade a ser
desenvolvida nos Caps. Esta é uma pesquisa qualitativa descritiva da qual participaram cinco
psicólogas coordenadoras de grupos em Caps. Entrevistas individuais foram realizadas e
posteriormente transcritas e analisadas. Os resultados indicam que o trabalho com grupos em
Caps está muito distante dos fundamentos teóricos e metodológicos do Grupo Operativo. Há
referências a conceitos, mas desarticulados de seus fundamentos. Determinações externas ao
Caps, geralmente por gestores, impõem-se à rotina. As psicólogas referem aprendizagem para o
trabalho, na própria rotina, denunciando fragilidades na formação acadêmica e em orientações
por parte de gestores. Estudos posteriores merecem aprofundar aspectos descritos nesta
investigação.

Palavras-chave: Saúde Mental. Centros de Atenção Psicossocial. Psicologia. Grupo Operativo.

Abstract

The research aimed to understand the meanings that psychologists, coordinators of Operative
Groups in Psychosocial Care Centers (Caps), attribute to this activity. The Operative Group,
theoretical and methodological formulation of Pichon-Rivière, has played significant role in
Brazil, advocated by the Ministry of Health as an activity to be developed in Caps. This is a
qualitative descriptive research attended by five psychologists groups’ coordinators in Caps.
Individual interviews were accomplished and subsequently transcribed and analyzed. The
results indicate that the work with groups in Caps is distant from the theoretical and
methodological foundations of the Operative Group. There are references to concepts although
disarticulated from its foundations. External determinations to Caps, usually by managers, are
imposed on routine. The psychologists report learning to work, on its own routine, exposing
weaknesses in academic formation and in guidance from managers. Further studies deserve
deepen aspects described in this research.
_________
1
Psicóloga pela UFPE - thaysnascimento20@hotmail.com
2
Docente no Departamento de Psicologia da UFPE - wedna.galindo@gmail.com

Pesquisas e Práticas Psicossociais 12 (2), São João del Rei, maio-agosto de 2017. e1384
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Nascimento, Thays Maria do; Galindo, Wedna Cristina Marinho. Grupo Operativo em Centros de
Atenção Psicossocial na opinião de psicólogas

Keywords: Mental Health. Psychosocial Care Centers. Psychology. Operative Group.

Resumen

La investigación tuvo como objetivo comprender el sentido que las psicólogas, coordinadoras
de Grupos Operativos en Centros de Atención Psicosocial (Caps), atribuyen a esa actividad. El
Grupo Operativo, formulación teórico-metodológica de Pichon-Rivière, ha asumido un papel
significativo en Brasil, siendo preconizado por el Ministerio de Salud como una actividad que
debe ser desarrollada en los Caps. Esta es una investigación cualitativa descriptiva de la cual
participaron cinco psicólogas coordinadoras de grupos en Caps. Se realizaron entrevistas
individuales que posteriormente fueron transcritas y analizadas. Los resultados indican que el
trabajo con grupos en Caps se aleja mucho de los fundamentos teóricos y metodológicos del
Grupo Operativo. Se hacen referencias a conceptos, sin embargo, están desarticulados de sus
fundamentos. Decisiones externas al Caps, generalmente provenientes de gestores, se imponen a
la rutina. Las psicólogas relatan un aprendizaje para el trabajo, en la propia rutina, denunciando
debilidades en la formación académica y en las orientaciones por parte de los gestores. Estudios
posteriores merecen que se profundicen los aspectos descritos en esta investigación.

Palabras clave: Salud Mental. Centros de Atención Psicosocial. Psicología. Grupo Operativo.

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Introdução mais um mecanismo de “cuidado que


visa à autonomia e corresponsabilização
No Brasil, os serviços públicos do sujeito em seu tratamento,
de saúde mental, inspirados em atribuindo-lhe poder de contratualidade
diretrizes da Reforma Psiquiátrica, têm em seu processo de reabilitação
atribuído ao trabalho em grupos papel psicossocial” (Firmo & Jorge, 2015, p.
importante dentre as novas 219). Os grupos assumem, portanto,
metodologias de tratamento, haja vista importante papel na dinâmica de
sua contribuição nas medidas de empoderamento do sujeito acerca do
ressocialização de pessoas em intenso seu tratamento, possibilitando uma
sofrimento psíquico. A discussão acerca postura ativa e crítica diante do
da Reforma Psiquiátrica no Brasil processo saúde-doença. Ainda que os
ganhou mais força nos anos de 1980, a grupos sejam apresentados como
partir do fim do período ditatorial e modalidade terapêutica a ser realizada
início da democratização do País. Entre em Caps, os documentos oficiais não
os objetivos da Reforma, destacamos o proporcionam subsídios teórico-
de substituir o modelo hospitalar (asilo, metodológicos para a sua realização.
manicômio) de caráter excludente e de Neste artigo, discutimos sobre a
tutela das pessoas por serviços modalidade de Grupo Operativo como
substitutivos que considerassem o recurso terapêutico dos Caps, na
protagonismo dos seus usuários no opinião de psicólogas que coordenam
próprio processo de saúde-doença atividades grupais.
(Amarante, 2007, 1995). A técnica de Grupo Operativo
O movimento de Reforma começou a ser sistematizada pelo
Psiquiátrica gerou discussões acerca de médico psiquiatra Pichon-Rivière na
mudanças no padrão normativo de Argentina, a partir da experiência em
tratamento psiquiátrico vigente e que pacientes “menos comprometidos”
inspirou políticas públicas no campo de cuidassem daqueles “mais
promoção da saúde mental. Nessa comprometidos”, em período de
direção, foram elaborados mecanismos paralisação laboral de enfermeiras
norteadores de atenção à saúde mental, (Bastos, 2010).
que tomaram notória De acordo com Pichon-Rivière,
instrumentalização, em especial, por sua grupo é um “conjunto de pessoas
utilização nos Centros de Atenção ligadas entre si por constantes de tempo
Psicossocial (Caps). Estes, definidos e espaço e articuladas por sua mútua
como “um lugar de referência e representação interna, que se propõe
tratamento para pessoas que sofrem explícita ou implicitamente uma tarefa
com transtornos mentais, psicoses, que constitui sua finalidade” (Saidon,
neuroses graves e demais quadros cuja 1986, p. 184). É importante entender
severidade e/ou persistência justifiquem que cada pessoa que compõe o grupo
sua permanência num dispositivo de traz consigo, a partir dos vínculos que
cuidado intensivo, comunitário, forma no decorrer da vida, um Esquema
personalizado e promotor de vida” Conceitual Referencial Operativo
(Brasil, 2004, p. 13). (Ecro) que a fazem pensar e agir de
Os grupos, nas modalidades de determinada maneira e não de outra.
“psicoterapia, grupo operativo, Os Ecros individuais, quando do
atividade de suporte social, entre encontro grupal, entram em confronto,
outras” (Brasil, 2004, p. 32), são gerando tensões (Pichon-Rivière,
preconizados como atividades 1998a). Nessa dinâmica, dois medos
terapêuticas nos Caps, constituindo básicos (ou ansiedades básicas) são

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presentes e possíveis de serem sentidos sentimentos, pensamentos e até


pelos participantes. Trata-se do medo de silêncios (Pichon-Rivière, 1988b;
perda e do medo de ataque, Pereira, 2001).
caracterizados, grosso modo, pelo temor O uso da metodologia do Grupo
de perder referências pessoais e o temor Operativo em programas de saúde
de não ser aceito pelo grupo, mental tem sido relatado na literatura
respectivamente. A técnica dos Grupos científica. Peres e Figueiredo (2004)
Operativos possibilita uma nova apresentam experiência de psicóticos
condição para os seus participantes, ao que fazem uso de Neuroléptico de Ação
se dispor a trabalhar com os medos Prolongada (NAP) no ambulatório de
básicos, favorecendo uma adaptação uma Unidade de Saúde Mental Militar.
ativa à realidade (Pichon-Rivière, O trabalho com Grupo Operativo
1998b). favoreceu o comprometimento dos
Caracterizado por estar centrado usuários do serviço com o tratamento,
na tarefa, o grupo operativo tem como uma vez que ressalta a capacidade de
objetivo dar conta de uma tarefa responsabilização e conscientização do
explícita. Para tanto, realiza outra tarefa usuário acerca do seu processo
“implícita, subjacente à primeira, que terapêutico. As autoras destacam que,
aponta para a ruptura das estereotipias no processo de reabilitação psicossocial
que dificultam o aprendizado e a proporcionado pela intervenção, o
comunicação” (Saidon, 1986, p. 183). A Grupo Operativo é caracterizado como
operatividade possibilita mudanças nos “um momento de ‘fala’ e de ‘escuta’, no
seus participantes, por mobilizar qual surgem manifestações do
questões latentes e torná-las manifestas. cotidiano, trocas afetivas, relações de
Essa explicitação do que é latente é poder e de trocas sociais” (p. 536).
possibilitada pelo trabalho do facilitador Experiências com Grupo
em manejar os processos grupais, na Operativo com usuários de substâncias
perspectiva de que as pessoas ali psicoativas indicam o potente aporte
reunidas obtenham mais clareza sobre dessa modalidade de trabalho com
as tramas que as envolvem e grupos. Lucchese, Vargas, Teodri,
reconheçam diferenças e semelhanças Santana e Santana (2013) relatam
pessoais. A perspectiva é a construção experiência em Unidade Básica de
de referências coletivas (Ecro grupal). Saúde (USB) no município de Catalão,
A dinâmica grupal, segundo o Goiás, do Programa Nacional de
grupo operativo, envolve pré-tarefa, Controle do Tabagismo, em que foi
tarefa e projeto, num contínuo que mobilizada a aprendizagem dos
indica a constituição do grupo (Pichon- participantes acerca do uso do tabaco. A
Rivière, 1988b; Saidon, 1986). Destaca- experiência identificou postura mais
se também na dinâmica grupal o crítica por parte dos usuários da USB e
coordenador, cuja função é facilitar o promoveu mudanças nas representações
vínculo e a autonomia do grupo na acerca do cigarro, impactando
realização da tarefa, numa dinâmica diretamente em mudanças no
triangular, que envolve o grupo, o comportamento estereotipado de uso da
facilitador e a tarefa (Pichon-Rivière, substância.
1988b; Andrade, 1986). Outro elemento A experiência relatada por
importante na dinâmica grupal são os Cassol, Terra, Mostadeiro, Gonçalves e
papéis que, assumidos por qualquer Pinheiro (2012) é de Grupos Operativos
participante, merecem ser considerados de ensino-aprendizagem no tratamento
como informando sobre o que se passa de usuários de álcool e outras drogas em
no grupo a partir de comportamentos, uma Unidade Psiquiátrica de um

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hospital-escola no sul do Brasil. Os significados, motivos, aspirações,


Grupos têm contribuído crenças, valores e atitudes, o que
significativamente para o enfrentamento corresponde a um espaço mais profundo
ao abuso de substâncias psicoativas. das relações, dos processos e dos
Caracterizam-se por promover espaço fenômenos que não podem ser
para o diálogo, aprendizagem, reduzidos à operacionalização de
manutenção da abstinência, além de variáreis” (Minayo, 2002, p. 21).
fornecer apoio aos seus membros. Ao A pesquisa foi desenvolvida
serem utilizados para a educação em respeitando os aspectos éticos legais e
saúde, os Grupos Operativos promovem recomendações do Conselho Nacional
mudanças na compreensão e percepção de Saúde (CNS, 2012) para as pesquisas
dos usuários referentes aos seus que envolvem seres humanos e foi
problemas de saúde, colaborando para aprovada por Comitê de Ética em
uma construção coletiva e ativa das Pesquisa (CEP), sob nº CAAE
soluções. 45916815.6.00005208.
Já foi argumentado Participaram do estudo cinco
anteriormente (Galindo & Francisco, psicólogas que trabalham em Caps da
2013), a partir de relato de experiência cidade do Recife e com experiência na
com Grupo Operativo em Caps ad com coordenação de Grupos Operativos. A
usuários de álcool e outras drogas, que assinatura do Termo de Consentimento
o trabalho com grupos se apresenta Livre e Esclarecido (TCLE) antecedeu
como importante contribuição da as entrevistas semidirigidas, que foram
Psicologia à saúde coletiva. A audiogravadas e, posteriormente,
experiência relatada indica que o transcritas.
trabalho de intervenção grupal, na O processo de tratamento dos
perspectiva operativa, colheu como dados iniciou-se com a leitura flutuante
frutos, inclusive, mais engajamento e (Bardin, 1977) do material, o que
participação política dos usuários do possibilitou a definição de categorias de
Caps ad em Comissões, Conselhos, análise. A categorização do material foi
movimentos socais e profissionais. feita em duas etapas subsequentes e
À luz dos preceitos da Reforma contou com recursos de editor
Psiquiátrica, entendemos que os Grupos eletrônico de texto em suas funções de
Operativos se mostram como formatar, recortar, copiar, colar,
importante estratégica terapêutica nos classificar, (Galindo, Francisco & Rios,
Caps, uma vez que contribui para a 2013; Galindo, 2008; Kelle, 2002). Na
efetivação da autonomia do sujeito com primeira etapa, o material foi
relação à sua saúde, possibilitando uma organizado a partir dos seguintes eixos
postura ativa e crítica diante de sua que informam sobre o objeto de
realidade. Investigar sobre o que pesquisa: G – sobre Grupo; D – sobre
psicólogas que atuam em Caps têm a Dinâmica grupal; T – sobre Terapêutica
dizer sobre Grupo Operativo se grupal; E – sobre Estrutura Grupal.
constitui em tarefa importante, pois são Resultaram dessa etapa do tratamento
essas profissionais que executam o dos dados, quatro arquivos (Eixo G,
trabalho de coordenação de tais grupos. Eixo D, Eixo T, Eixo E), cada um deles
com o material correspondente de todas
Metodologia as entrevistas. Nova leitura flutuante
deu início à segunda categorização, na
Trata-se de pesquisa exploratória qual foram identificados os seguintes
descritiva, de cunho qualitativo. conteúdos referidos nas entrevistas, ao
“Trabalha com o universo de Grupo Operativo: a) determinações

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externas; b) fundamentos; c) formação; referência maior para o trabalho nos


d) rotina no Caps; e) coordenação. A Caps. “O Caps, ele é um serviço
última etapa do tratamento dos dados substitutivo, né? ele não é
teve início com a leitura de cada um dos complementar [sic] ao manicômio e ele
cinco blocos (a, b, c, d, e) oriundos do oferece mais, assim, atividades no [...]
tratamento do material e, em seguida, campo, no viés, no paradigma da clínica
foram redigidas sínteses preliminares de psicossocial” (E4,1) 3 . Os grupos, por
cada bloco. sua vez, como espaço terapêutico, são
A análise dos dados nomeados como espaço cujo objetivo é
propriamente dita ocorreu a partir de a consolidação dos direitos e deveres do
discussões entre as pesquisadoras, que, sujeito no resgate de sua cidadania. Para
apoiadas nas sínteses, construíram tanto, é assegurado a todo usuário um
linhas analíticas que subsidiaram a espaço de fala, pois “tem que ser
redação dos tópicos a seguir, de assegurado que é a sua escuta, a sua
Resultados e Discussão. A interpretação disponibilidade de tá ouvindo o outro e
do material foi orientada por uma dupla o outro enquanto singular” (E2,9).
hermenêutica (Deslandes & Gomes, Consideramos como
2004), caracterizada pela protocolares essas expressões sobre as
reinterpretação das interpretações que as funções do Caps e dos Grupos, pois
participantes da pesquisa fazem de sua parecem ser verdades reproduzidas,
realidade. A nossa análise, por exemplo, como regras institucionais nas quais não
não focalizou como as psicólogas se mexe, como repetições sem sentido
executam a coordenação dos grupos, para as próprias pessoas que estão
mas como interpretam essa tarefa. Suas falando. Essas definições impõem-se à
interpretações, por sua vez, remetem a rotina do Caps e terminam por
contextos institucionais, culturais, estes, determinar dificuldades no
sim, objeto de nossas análises. funcionamento dos Grupos Operativos.
Destacam-se problemas com: a)
Resultados Recursos Humanos: o município está
“com uma rede muito defasada, então
A apresentação dos resultados hoje na casa eu sou a única psicóloga”
em tópicos e subtópicos é motivada (E1,1); b) Recursos Físicos: as
pelo esforço de tornar a leitura mais estruturas são precárias, com espaços
clara. Em item posterior, apresentamos pequenos para a demanda. “Não tem
a discussão dos resultados. como caber mais gente pra acomodar,
pra fazer os trabalhos das oficinas”
- Determinações externas (E3,9). c) Superlotação nos Grupos:
para garantir atendimento à população,
A coordenação de grupos em há atividades grupais com número
Caps é fortemente influenciada por excessivo de participantes, além de que
balizas protocolares e operacionais, o Grupo fica permanentemente aberto
definidas seja em nível nacional seja em para novos integrantes; d) Coordenação
nível municipal, como premissas para o dos Grupos: grande rotatividade de
trabalho. Consideram-se como balizas profissionais, além da inviabilidade de
operacionais as que se referem mais dispor de dois profissionais
propriamente à gestão do serviço e
definições de questões técnicas e ______

estruturais. 3
Material oriundo das entrevistas é apresentado
As entrevistadas, por exemplo, entre aspas, em itálico, seguido de indicação,
apresentam a clínica psicossocial como entre parênteses, do número da entrevista e
número da página onde se encontra.

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acompanhando os Grupos. “Quebra um entrevistadas consideram que o trabalho


pouco a questão de Pichon [...] ele de coordenação do grupo assume
preconiza que sejam dois [profissionais características que têm relação com
no grupo], mas infelizmente não dá pra valores pessoais e experiência
ser dois técnicos aqui” (E5,2). profissional de cada técnico.

-Fundamentos Eu sou psicóloga e faço um operativo,


certamente outra psicóloga vai fazer um
operativo de outra forma porque tem
Há referências das profissionais muito a ver com a forma como você
a diversas perspectivas teórico- acredita, a tua filosofia de trabalho, o que
metodológicas no trabalho com grupos. você acredita que pode ser interessante
A Psicanálise está presente como “pano coletar naquele tipo de trabalho, em que
de fundo da minha escuta, de história você pode contribuir com aquela, para
aquelas pessoas que estão em tratamento.
mesmo, das relações parentais sabe?” (E3,6)
(E2,8). Também são referidas a
Fenomenologia, a Gestalt e o As entrevistadas destacam a
Psicodrama. A coordenação de grupos, prática/o manejo que, mesmo
por exemplo, “vai muito pelo meu viés referenciado em alguma teoria, tem
de visão da Gestalt terapia, mas dentro assumido papel prioritário no fazer
da visão de Grupo Operativo” (E5,2). grupo 4 , não necessariamente com
Há críticas à utilização de abordagens fundamentos teóricos plausíveis. Assim,
consideradas não correspondentes ao independentemente da abordagem
trabalho de Grupo Operativo. teórica utilizada, identifica-se a
Profissionais dizem “que usavam expectativa de que o grupo seja
técnicas de terapia comunitária e aí realizado em benefício da promoção da
acreditando aproximar do Grupo autonomia dos participantes. “Eu
Operativo” (E1,9). acredito muito nessa questão do facilitar
Identificamos também que a que a dinâmica aconteça, que o grupo se
Teoria de Grupo Operativo de Pichon- torne grupo, que o grupo possa sentir
Rivière é acessada, de alguma forma, seus movimentos, né, e que a gente tá
para os trabalhos no Caps. Porém, tal ali pra ajudar aquilo fluir” (E1,12).
teoria é utilizada e desenvolvida de
forma superficial, sem maiores - Formação
aprofundamentos, ao passo que
promove também uma insegurança na A formação dos profissionais de
atuação dos próprios técnicos do Psicologia para a realização de Grupos
serviço. “Eu acho que eu não sigo Operativos não está, de acordo com as
rigidamente a técnica dele [Pichon- entrevistas, vinculada ao processo de
Rivière] [...] talvez eu faça e nem me dê graduação ou pós-graduação, uma vez
conta de que eu siga aquele método que que as universidades promovem
ele criou” (E3,5). discussões muito pontuais acerca dos
Identifica-se certo grupos. A formação para o trabalho com
descompromisso com fundamentos grupos está muito mais filiada ao
teóricos do trabalho com grupos no processo autodidata de conhecimento e
Caps, pois ganha destaque o ao acúmulo de experiências diárias na
posicionamento que cada técnico
assume. Não há orientações
_________
metodológicas que direcionem a
4
atuação dos profissionais para que a Fazer grupo é um termo coloquial usado pelas
prática seja coerente com a teoria. As profissionais para referirem-se à coordenação de
Grupo.

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facilitação de grupos. uma padronização acerca das


modalidades, bem como da dinâmica
Na faculdade eu fiz as leituras [...] dos realizada no processo grupal. A
processos terapêuticos de grupo e eu sou modalidade nomeada de Grupos
autodidata, eu procuro ler, buscar esse
conhecimento. (E4,4)
Operativos, por exemplo, tem sua
Aos poucos fui adquirindo alguns disponibilidade limitada a alguns Caps
manejos de como conduzir determinadas visitados, sendo sua oferta influenciada
situações [...] é em constante [...] ora por uma demanda do profissional
processo de construção. (E3,7) que assume a coordenação do grupo,
ora por uma demanda do quadro de
Capacitações para o trabalho em atividades do Caps, moldado pela
Caps são referidas por iniciativa da gestão do serviço. “Numa das
gestão municipal, “a partir do viés das reformulações do projeto terapêutico do
políticas [...] e dentro das diretrizes do Caps, foi sugerido o operativo e, aí, [...]
Ministério da Saúde” (E4,4). Entretanto, foi sugerido que eu fizesse o operativo e
as indicações são de que “faz tempo que eu comecei a fazer o operativo” (E3,2).
a prefeitura não oferece [capacitação, e] Há referências também a grupos
da equipe original [que participou de que recebem o nome de “operativo”,
capacitações] tem pouquíssimos mas não possuem em seu modus
profissionais” (E3,7). operandi características que lhes façam
Nos eventos sobre o trabalho em aptos a tal nomeação, bem como
Caps, podem ocorrer minicursos sobre a situações nas quais o grupo possui uma
coordenação de grupos, em especial dinâmica com traços operativos, porém
para os Grupos Operativos. Porém, recebe nomeações distintas. Tal
profissionais contratados mais dubiedade, seja na nomeação, seja na
recentemente não tiveram esse tipo de caracterização do grupo, mobiliza
experiência. A fragilidade na formação incertezas. “Eu não sei se [o que faço
para o trabalho com Grupos Operativos se] enquadra totalmente no que seria
para profissionais dos serviços de saúde característico de Grupo Operativo não,
mental está presente no cotidiano e tem mas são os grupos de mais fala e a gente
evocado a reivindicação de que os chama o ‘grupo reflexão’. Acho que não
gestores devem “investir em se enquadra em tudo no que seria Grupo
capacitação [...] pra que os técnicos não Operativo não” (E2,1).
‘fique’ [sic] só no achismo” (E5,5). A definição sobre quem assume
- Rotina no Caps a coordenação do grupo é pautada tanto
Quatro subtópicos constituem o na própria definição dos grupos no Caps
que chamamos de “Rotina no CAPS”. como nas experiências cotidianas da
Eles dizem sobre a forma como os profissional. “A gente foi fazendo com
Grupos Operativos são identificados o que a gente tinha de bagagem, de
pelas psicólogas, a sua denominação experiência, com o que a gente achava
como “grupo de fala”, a sua função coerente, por isso que, por exemplo, a
terapêutica e suas dimensões individual gente não chama todos os grupos hoje
e coletiva. de Grupos Operativos” (E1,4).
Identificação do Grupo Operativo Grupo Operativo como “grupo de fala”
Os grupos no Caps variam de As entrevistadas são unânimes
acordo com as condições de em referir-se ao Grupo Operativo como
infraestrutura e o funcionamento da um “grupo de fala”, caracterizado por
equipe, não havendo necessariamente possibilitar a emergência da

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singularidade do sujeito que se expressa atendimento individual, por exemplo”


no espaço coletivo. (E1,7).

Eu creio que o objetivo do operativo é Função terapêutica do Grupo


justamente facilitar a fala, essa fala Operativo
espontânea, o que incomoda, aquilo que
é importante, aquilo tá, [...] que ressalta
naquele momento, aquilo que é difícil no Os Grupos Operativos, segundo
tratamento naquele momento, sempre as psicólogas, são extremamente
tentando direcionar pra o tratamento. benéficos por proporcionar um espaço
(E3,10) de fala dos usuários e compreensão de
suas angústias, além de estimular
A fala assume um papel reflexões por parte deles. “Pra muitos,
terapêutico no processo de tratamento ele é extremamente benéfico, uns se
do usuário, promovendo reflexões nos beneficiam realmente, né, sentem falta
participantes do Grupo. “Ele [Grupo do grupo, esperam o Grupo Operativo,
Operativo] facilita a fala e, de alguma né, pra falar e colocam aquilo que eles
forma, ele estimula a reflexão de estão vivenciando, as suas dores, as
algumas questões, não é fala pela fala suas inquietações” (E5,4).
apenas” (E3,11). No manejo do Grupo Quando da admissão de novos
Operativo, cabe à coordenação usuários ao serviço, os profissionais
possibilitar a eleição de uma temática, sempre propõem a sua inserção no
diante do conjunto de questões que Grupo Operativo, atitude sugestiva de
emergem das falas. que há uma valorização dessa atividade
por parte da equipe técnica. Para tanto,
A gente vai partir do que eles vão
trazendo e aí a gente vai construindo a
apoiam-se no que observam nos
discussão e aí, logicamente, que vai usuários; “a gente consegue ver que
surgir uma temática né? Na discussão, estão funcionando [usuários] bem
por que alguém vai trazer uma temática e naquele grupo [de fala], eu acho que
aí eu vou pegar, pinçar essa temática e a consegue coisas importantes” (E2,6).
gente vai começar a explorar essa
temática. (E3,3)
A despeito desse
reconhecimento, os Grupos Operativos
Nesse cenário de “grupo de ainda têm grandes desafios para se
fala”, surge no processo grupal aquilo consolidar como atividade desenvolvida
que é denominado pelas entrevistadas no Caps. É considerado como parte do
como a “fala do grupo”, fazendo processo terapêutico mais amplo que
referência àquele usuário que, num dado inclui o atendimento individual. “Eu
momento, fala em nome do grupo e sentia que aquela fala [no grupo], ela
estimula a discussão. “Sempre vai ter precisava de outros espaços para poder
pessoas que falam mais, que se colocam aquilo ter, fazer algum sentido, num
mais, que se expõem mais e aqueles que atendimento individual” (E4,5).
ficam mais como observadores” (E3,3). Para os usuários, o Grupo
Falar em grupo é facilitado pela Operativo é “como se fosse uma roda de
coordenação num processo que conversa e um bate-papo com os
promove um espaço singular que não é amigos” (E4,2) destinado a uma
possível no atendimento individual. Tal conversa à toa, não tendo ainda sua
espaço é um dos motivos pelos quais o função terapêutica reconhecida. As
sujeito se sente fortalecido a se entrevistadas consideram que há
expressar no grupo. “Tem alguns dificuldades para os usuários se
usuários que se sentem mais à vontade expressarem nos grupos, material que
para se colocar no grupo de que no sugira intervenção “terapêutica”, pois

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têm dúvidas sobre o que está e tal” (E1,12). O aparecimento desses


acontecendo no grupo. papéis é manejado de forma a facilitar o
movimento e as tensões individuais que
Indivíduo × coletivo nos Grupos se apresentam no grupo, até mesmo
porque os papéis assumidos dizem
As entrevistas apontaram que os muito acerca do funcionamento dos
movimentos individuais assumem papel usuários que o assumem. “Tem aqueles
central nos grupos em Caps. O que se destacam, que falam mais, tem
compartilhamento de questões aqueles que são mais reservados, mais
individuais se dá por meio das relações calados, há troca” (E3,9).
de identificação entre os usuários, nas Quanto ao impacto terapêutico,
quais um tema inicialmente individual “tem usuário que não se beneficia no
desemboca numa participação de todos Grupo Operativo” (E5,4), e isso pode
num movimento de grupo. “Essa estar relacionado a questões físicas,
temática [que surge no grupo] não fica emocionais e psicológicas.
só pra aquela pessoa não, ela vai
desdobrar porque eles vão acabar se Quando eles [os usuários] estão mais
identificando [...] e começam a trazer a prejudicados fisicamente,
emocionalmente, psicologicamente, o
própria vivência e aí o tema vai sendo Grupo Operativo é muito mais difícil de
desdobrado” (E3,3). andar porque a atenção é flutuante, eles
Há referências de movimentos não conseguem se concentrar no grupo,
grupais e individuais sendo vistos pela eles não conseguem muitas vezes
coordenação, quando do trabalho com entender o que tá sendo dito. (E5,4)
grupos. Um movimento de grupo
bastante mencionado nas entrevistas é o O encontro de usuários em
ato de boicotar seja o tema proposto, grupo possibilita que pontuações sejam
seja o próprio grupo. Um dos modos de feitas não só pelo coordenador/técnico,
boicote é pelo silêncio, que às vezes mas também pelos demais participantes.
“reina, então o grupo inteiro ele fica “Uma pontuação que talvez se a gente
calado, o grupo inteiro ele não fala, fizesse pra ele fosse difícil, um outro
entende? Até aqueles que são mais [usuário] consegue colocar, coloca que
falantes silenciam” (E5,4). já viveu, coloca como é que tá fazendo
E, em alguns momentos, esse ato diferente” (E2,6). A partir da relação de
de boicotar parte de um usuário identificação entre os usuários,
específico, “dependendo do usuário, portanto, os participantes do grupo
eles se protegem muito [...] se acolhem passam a enxergar o outro como seu
[...], e aí quando tem aquela questão que semelhante e, ao compartilharem
sempre aparece o bode expiatório da sentimentos, pensamentos, acerca de
história, né? Sempre tem o bode cada história de vida promovem
expiatório, sempre tem aquele que tá mudanças na direção de se “pensar [em]
querendo boicotar o grupo” (E5,4). um outro lugar social” (E4,2).
Os referidos bodes expiatórios
são tidos, pelas entrevistadas, como - Coordenação
aquele usuário que assume um papel de
liderança dentro do grupo, com poder Os “grupos de fala” ficam,
de definir temas e/ou movimentos. “Em prioritariamente, sob a responsabilidade
um grupo grande sempre vai emergir das profissionais de Psicologia,
alguém que é o falante” (E3,3); “um vai reconhecidas como as que “têm mais
ser o foco, vai ser o bode expiatório facilidade de deixar o grupo fluir, pra
daquele dia, vai ter atitudes de liderança deixar o grupo seguir o seu próprio

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movimento sem aquela angústia de ter processo, né? E que a pessoa possa
que dar conta de alguma coisa” (E1,11). refletir e possa ocupar, buscar outras
modificações, [...] que possa
Consideram que as psicólogas têm um operacionalizar algo melhor na sua vida.
diferencial estando na coordenação, por (E4,4)
terem um movimento de fazer com que
os participantes protagonizem o grupo. Igualmente, o coordenador
Os psicólogos são identificados como precisa trabalhar com tensões que
profissionais que “se esforçam mais pra surgem no decorrer do processo grupal.
deixar [de lado] suas angústias e deixar “Prestar atenção no grupo e entender
o outro protagonizar o grupo” (E1,11). inclusive porque que aquele sujeito tá
A coordenação do Grupo assumindo aquele papel, né? Tentar
Operativo, entretanto, ainda é muito entender um pouquinho a história dele”
questionada no que se refere à condução (E2,6). É necessário olhar para além do
do processo grupal, em especial por ato de apontar, no caso de bode
existirem dúvidas acerca de como a expiatório, ou liderar, mas “entender o
dinâmica grupal deve ser manejada. porquê que aquela pessoa tá se
Investe-se uma singular atenção, por colocando naquele lugar” (E2,6). Para
exemplo, à utilização de recursos tal, é importante que o coordenador
planejados previamente para uso nos estimule a participação dos usuários nos
Grupos Operativos. Há referências das grupos, bem como a sua reflexão acerca
entrevistadas a coordenarem o Grupo a das suas escolhas de vida.
partir “do que eles [usuários] acreditam,
eu nunca trago pronto, eu sempre vou Discussão
construindo a partir do que me é
trazido” (E3,3). Mas, também, é O trabalho com grupos em Caps,
referenciado como “aquele grupo identificado na pesquisa, afasta-se dos
centrado na tarefa, né? [A coordenação] fundamentos teóricos e metodológicos
traz geralmente uma atividade” (E1, 2). do Grupo Operativo, segundo Pichon-
A atenção é dirigida, portanto, à Rivière e seus seguidores (Pichon-
elaboração prévia/ou não da atividade Rivière, 1998a; 1998b; Saidon, 1986;
grupal, por parte da coordenação, como Bastos, 2010; Andrade, 1986; Pereira,
indicadora da realização do Grupo 2001). O que se percebe é um uso
Operativo. descontextualizado de termos sem
Espera-se, de quem coordena o articulação com seus respectivos
grupo, adequado manejo na eleição do fundamentos. Esse direcionamento
tema a ser tratado. É importante “ter a parece facilitar uma confusão não só no
habilidade, quem tá na coordenação, de modus operandi do profissional como
tentar ir enxugando e vendo o quê que também na sua própria compreensão de
dali a gente pode tirar como um tema Grupo Operativo, o que, por
pra, pra desenvolver com eles” (E3,4), conseguinte, compromete os resultados
de modo que a dinâmica grupal tenha terapêuticos associados a essa
um fim terapêutico e não fique apenas modalidade de Grupo. Entendemos,
como uma roda de conversas. Porém, assim como Munari, Ribeiro e Lopes
nem todos os profissionais têm a (2002), que o respeito aos pontos nodais
habilidade para coordenar grupos, da teoria de Grupo Operativo de
promovendo, de tal forma, equívocos no Pichon-Rivière é de suma importância
manejo. para a realização congruente dos
grupos, uma vez que a posição teórica
Eu acredito que não é todo mundo que interfere, direta ou indiretamente, sobre
tem, assim, o manejo pra trazer esse
tema, essa temática, e transforma-la num
a condução do processo grupal.

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O boicote, por exemplo, é um de grupos. Entendemos que a


dos movimentos grupais que recebe compreensão que as entrevistadas
destaque pelas entrevistadas devido a expressam dessas situações incorre em
sua grande frequência nas sessões equívocos significativos que
grupais, sendo interpretado por elas comprometem o trabalho. As
como recusa à participação na atividade. expressões pessoais no grupo, inclusive
A denominação bode expiatório, por as que aparentemente destoam da tarefa
sua vez, é definida pela iniciativa de se grupal explícita, merecem ser tratadas
expressar no grupo e associada ao papel em benefício da quebra de estereotipias
de liderança. Ambos os conceitos não e consolidação do grupo, não devendo
são apresentados em consonância com ter seu objetivo reduzido a uma
referências teórico-metodológicas que reflexão/elaboração individual (Pichon-
deveriam lhes dar embasamento. O ato Rivière, 1998b). Concordamos com
de boicotar pode ser sinal de resistência Carniel (2008) quando pontua que os
à mudança e manutenção de Grupos Operativos permitem uma visão
estereotipias, que informa sobre a mais ampla do processo grupal,
dificuldade do grupo em avançar na possibilitando a compreensão de
realização de sua tarefa (Saidon, 1986). situações e movimentos, individuais e
A partir das análises que empenhamos grupais, que muitas vezes são deixados
dos dados, é notório que as diversas de lado por outras modalidades de
expressões de papéis grupais não grupo. Essa realidade não foi observada
recebem o tratamento devido por parte na pesquisa.
das entrevistadas, comprometendo Destacamos que a “adoção” por
assim a ação terapêutica prevista. parte do grupo de um tema/questão
A identificação e o manejo de apresentado por um participante, ao
papéis grupais, como os referidos pelas menos no formato em que é descrito
entrevistadas de bode expiatório e de pelas entrevistadas, mereceria manejo
liderança, por exemplo, sugerem adequado por parte da facilitação, com
empenho em compreender sobre o atenção para o trabalho em torno das
sujeito e o que se passa com ele. Mas, ansiedades básicas, típico da pré-tarefa
de acordo com as referências teóricas, grupal (Saidon, 1986). Não nos parece
os papéis no Grupo Operativo são producente, no sentido da realização da
assumidos por qualquer participante e tarefa, a descrição de certa harmonia
merecem ser compreendidos como grupal, o que se refere à identificação de
expressão da dinâmica grupal (Saidon, um tema de trabalho a partir da
1986). expressão de um indivíduo. Em tese,
Nomeado como grupo de fala, o conflitos, tensões, desentendimentos
Grupo Operativo é identificado por fazem parte da dinâmica grupal e isso
facilitar a expressão dos seus não foi mencionado pelas entrevistadas.
participantes, do que pensam, sentem, Ao contrário, a demarcação do
condição para garantir o seu bem-estar tema da sessão grupal aparece nas
individual. O compartilhamento de entrevistas como uma das principais
questões individuais possibilita funções do coordenador do grupo,
identificações entre participantes, o que diante das dificuldades de delimitação
garante, por exemplo, a acolhida da por parte dos usuários. A função da
temática de trabalho proposta por um coordenação nessa situação deveria ser
membro e envolvimento dos demais. pontuar e interpretar o movimento
Interpretado pelas entrevistadas grupal e não protagonizar a tomada de
como movimento grupal, essa dinâmica decisões sobre o trabalho do grupo.
não caracteriza a metodologia operativa Segundo as entrevistadas, nem

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todos os usuários do Caps funcionam na equivocados por parte da coordenação


dinâmica dos Grupos Operativos, comprometem o preceito de promoção
havendo a necessidade de um cuidado de autonomia defendido tanto pela
para que a singularidade do sujeito seja Reforma Psiquiátrica (Amarante, 2007,
respeitada. A exigência protocolar de 1995) quanto pela metodologia
elaboração de Projetos Terapêuticos operativa de grupos (Pichon-Rivière,
Singulares, levando em consideração as 1998b).
especificidades de cada usuário, garante O modo como o papel do
o cuidado para com as diferenças coordenador é apresentado nas
pessoais. Entretanto, não identificamos entrevistas denota uma compreensão
por parte das entrevistadas nenhum equivocada não só do processo grupal,
esforço para compreender por que mas também da própria função da
alguns usuários não funcionam no coordenação do Grupo Operativo. As
Grupo Operativo. De forma geral, respostas que as profissionais dão ao
entendemos que não funcionar significa grupo nas sessões aproximam-se de
não falar, não se expressar na situação improvisos, descontextualizadas de uma
grupal. compreensão embasada da dinâmica
A valorização da fala como grupal. O debate sobre elaborar
expressão pessoal e dispositivo de previamente ou não o material a ser
mudança individual pode ser associada trabalhado no grupo também é
à confissão cristã que Foucault (2007) indicativo da fragilidade na tarefa de
indica como estratégia do mundo facilitação grupal, cuja atenção merece
ocidental de saber sobre o sujeito, o que ser, prioritariamente, voltada para o
para o pensador esteve associado ao movimento grupal e não para o material
exercício de poder, dominação e a ser utilizado na sessão grupal.
conformação dos sujeitos em modos É digno de nota que a formação
aceitáveis de subjetivação. Segundo para o trabalho com Grupos Operativos
Foucault (2006), a reflexividade tem sido feita na própria prática com
(pensamento sobre si mesmo), comum grupos no Caps, no dia a dia, criando e
ao sujeito moderno, assume a forma de recriando formas de funcionar diante
método, a partir do qual o sujeito pode das situações que surgem no processo
ser sistematizado, uma vez que é levado grupal. Nesse sentido, concordamos
a se conhecer a partir de procedimentos com Soares e Ferraz (2007), que
metódicos. Essa parece ser a orientação defendem discussões sobre fenômenos
das profissionais entrevistadas, de grupais entre profissionais de saúde
contribuir para que o sujeito, a partir de como forma de contribuição para o
sua fala, saiba de si. Consideramos, trabalho com grupos.
portanto, que a ênfase no imperativo A formação acadêmica para o
fale! merece ser problematizado como campo do trabalho com grupos é
posicionamento muito mais de controle deficitária. Processos formativos
das subjetividades do que mesmo de coordenados pelo Estado, em qualquer
emancipação. instância, caracterizam-se pelo
A coordenação dos Grupos desinvestimento. O descompasso entre a
Operativos, prioritariamente, é formação de psicólogas(os) e a atuação
assumida por psicólogos, profissionais no SUS, constatado na pesquisa, já vem
identificados com habilidades para sendo tematizado por pesquisadores
promoção de escuta dos participantes e (Ferreira Neto, 2011, 2004; Yamamoto
por terem condições de considerar o & Oliveira, 2010), que indicam na
grupo como protagonista do processo. história da Psicologia como profissão e
Contudo, entendemos que manejos formação – voltada para atuação nas

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clássicas áreas de clínica, escola e Destaca-se, nessa realidade, a


indústria – um dos aspectos importantes tendência a não considerar aspectos
dessa situação. subjetivos de profissionais de saúde e
Nesse vácuo da formação, cada usuários e da relação entre eles. A
profissional busca apoio para seu dinâmica que se apresenta é sugestiva
trabalho, nas clássicas abordagens da fragilidade do Estado para cumprir
teóricas da Psicologia Clínica, como a os requisitos (recursos humanos,
Psicanálise, a perspectiva infraestrutura) para garantir o
fenomenológica, o psicodrama. funcionamento da política pública de
Entretanto, como advertem Campos e atenção à saúde mental. Ao não
Guarido (2010), a clínica psicológica na problematizarem essa situação, as
saúde pública precisa reinventar-se entrevistadas encontram saídas que
diante das demandas que se apresentam podem ser entendidas como
diferentes da clínica individual privada. pseudossoluções, visto que não
Tal tarefa, ainda inconclusa, parece não enfrentam, de fato, o cerne do
ter sido assumida pelas entrevistadas. problema. Ao superlotarem salas de
Some-se, aos desafios da grupo, ao assumirem um grande volume
formação, a rotina de trabalho marcada de trabalho, as profissionais terminam
por dificuldades, como baixa por reproduzir a lógica capitalista de
quantidade de profissionais para as exploração do trabalhador.
atividades na unidade, que parece
determinar as decisões de manter Considerações finais
grupos superlotados e profissionais
sobrecarregados de tarefas. Além disso, O trabalho de pesquisa
o funcionamento do Caps – definido por possibilitou uma aproximação da
regras projetadas exteriormente, como realidade do fazer grupos em Caps.
balizas protocolares e operacionais, ao Identificamos um trabalho mecânico e
serem assumidas como premissas para o burocrático por parte das psicólogas em
trabalho – parecem ser reproduzidas fazer um grupo denominado operativo
sem discernimento, perpetuando, muitas para compor uma demanda externa a
vezes, discursos e manejos elas. Por conseguinte, não se tem um
equivocados. Os processos de trabalho ambiente operativo nos Caps que
envolvidos na rotina de psicólogas em contribua para o protagonismo dos
Caps merecem atenção. Elas parecem usuários em seu processo de saúde
reduzidas a (mais) uma ferramenta que mental. A terapêutica a partir da adoção
deve funcionar a partir de regras dos Grupos Operativos como
definidas externamente a elas, sem sua modalidade de trabalho grupal,
participação. portanto, é inviabilizada.
Esse cenário é expressivo do que Merece destaque também as
aponta Vasconcelos (2008) sobre a frágeis condições de trabalho nos Caps,
lógica capitalista que mantém o que estão associadas diretamente com o
trabalhador de saúde aprisionado ao desempenho dos profissionais, como
ritmo típico da produção industrial – em superlotação de usuários nos grupos,
série, com velocidade, sem crítica, sem recursos humanos reduzidos, ausência
a participação no processo produtivo de formação continuada. Mudanças
como um todo. As análises de Traverso- nessa perspectiva envolvem decisões de
Yépez (2008) sugerem que, em atores políticos como gestores e
sociedades capitalistas, a saúde pública legisladores em defesa de políticas de
é explorada como uma mercadoria, atenção à saúde mental, cujo impacto no
aprisionada na lógica de mercado. trabalho de profissionais de saúde seria

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significativo. Andrade, D. R. (1986). O grupo, como


A despeito da fragilidade de entende Bauleo. In G. Baremblitt.
formação para o trabalho com Grupo Grupos: teorias e técnicas (pp.
Operativo, as psicólogas lançam mão de 159-168). Rio de Janeiro: Edições
estratégias possíveis para realização dos Graal.
grupos no Caps, fazendo de sua prática Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo.
diária no serviço de saúde mental a sua Lisboa: Edições 70.
escola, na qual encontram, com erros e
acertos, de criação e recriação, formas Bastos, A. B. B. I. (2010). A técnica dos
de conduzir a dinâmica grupal. O grupos operativos à luz de
movimento de aprender a facilitar os Pichon-Rivière e Henri Wallon.
Grupos Operativos na própria prática e Psicólogo inFormação, 14(14),
pautar o seu trabalho nesse aprendizado 160-169.
parece ser um esforço das psicólogas na Brasil. Ministério Da Saúde. (2004).
construção de sentidos para o seu Saúde mental no SUS: OS
trabalho com grupos no Caps. Centros de Atenção Psicossocial.
Esse movimento decorre, Recuperado em 22 outubro, 2015,
significativamente, de uma lacuna de
deixada tanto por instituições de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pub
formação de profissionais de saúde licacoes/118.pdf
quanto pelos gestores da política Campos, F. C. B., & Guarido, E. L.
pública de atenção à saúde mental, que (2010). O psicólogo no SUS: suas
têm falhado em sua tarefa de oferecer práticas e as necessidades de
subsídios para o trabalho. São quem o procura. In M. J. Spink
indispensáveis, portanto, investimentos (Org.). A Psicologia em diálogo
por parte das instituições formadoras e com o SUS: prática profissional e
dos gestores públicos na formação para produção acadêmica. São Paulo:
o trabalho com Grupo Operativo. Caso do Psicólogo.
Sugerimos que outras pesquisas Carniel, I. C. (2008). Possíveis
sejam realizadas sobre a temática, intervenções e avaliações em
inclusive acompanhando a rotina dos grupos operativos. Revista da
grupos, posicionamento metodológico SPAGESP, 9(2), 33-38.
que poderá aprofundar achados Recuperado em 14 maio, 2017, de
apresentados em nossa pesquisa. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.ph
Estudos que envolvam usuários, p?script=sci_arttext&pid=S1677-
familiares e gestores também podem 29702008000200006&lng=pt&tln
contribuir para a compreensão da g=pt.
adoção do Grupo Operativo como Cassol, P. B., Terra, M. G.,
modalidade de trabalho com grupo em Mostardeiro, S. C. T. S.,
Caps. Gonçalves, M. O., & Pinheiro, U.
M. S. (2012). Tratamento em um
Referências grupo operativo em saúde:
percepção dos usuários de álcool
Amarante, P. (1995). Novos sujeitos, e outras drogas. Revista Gaúcha
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