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Elisa Mara Silveira Fernandes Leão, Mônica Frederigue de Castro Huang, Audie Rainere da Silva
Campos, Eduardo Aurélio de Avila Branquinho, Elizangêla Aparecida Gonçalves Lima, Francielly
Fideles de Souza, José Divino de Sousa, Layana Ross Xavier Viana, Richeuma Lima Constantino,
Rhuan Pablo Silva
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo discutir sobre a meditação, sua origem e os benefícios
para seus praticantes. Serão abordadas algumas religiões que incentivam tais
práticas, as diferentes técnicas, os benefícios, as relações com o funcionamento
cerebral, a cognição, as emoções e as relações sociais, contextualizando sua
evolução histórica. Baseamos este estudo em pesquisas publicadas sobre as
comparações entre grupos de meditadores e não meditadores em situação de
exames de neuroimagem como ressonância magnética, spect e
eletroencefalograma. O interesse pelo assunto surgiu durante a disciplina de
Psicopatologia, no curso de Psicologia da Faculdade Estácio de Sá de Goiás, com o
estudo das áreas cerebrais e as práticas que poderiam estimulá-las. Mediante
proposta da docente aos estudantes, organizou-se um grupo de estudo com o
objetivo de buscar maior entendimento sobre o assunto e a produção científica
advinda desse conhecimento.
ABSTRACT
This work aims to discuss about meditation, its origin and the benefits to its
practitioners. They will address some religions that encourage such practices, the
different techniques, benefits, relations with brain function, cognition, emotions and
social relations, contextualizing its historical evolution. We based this study in
published research on comparisons between meditators and non-meditators groups
in neuroimaging situation as MRI, SPECT and EEG. The interest in the subject came
up during the course of Psychopathology in the undergraduate Psychology degree
program at the Faculdade Estácio de Sá de Goiás, with the study of brain areas and
practices that could encourage them. As proposed by the teacher to students, we
organized a study group in order to seek greater understanding of the subject and
the scientific production arising of this knowledge.
Introdução
pesquisas sobre a meditação. Até então, esta prática era valorizada muito mais
e as práticas meditativas.
Através dos resultados obtidos por meio do estudo das áreas cerebrais em
longitudinais.
Origens da Meditação
que mais a utilizam encontram-se no Oriente. Segundo ele, na antiga China, por
volta de 300 a.C., a literatura taoísta, com mestres como Lao-Tzu e Chuang-Tzu, já
Esta lógica veio por relacionar momentos com a sensação de estar “fora de si
essa pessoa estivesse “fora de si” por alguns segundos. Assim, aquele que já
e busca repeti-lo.
Portanto, para Johnson, a meditação não teria sido descoberta em algum
momento específico, por uma religião ou por um indivíduo, mas sim ensinada
ser humano que, por sua vez, procura as sensações desses estados “fora de si”.
crença.
(Vedas) ao que referem como Dharma. Era posto como modelo de religião elitista
até que alguns livres pensadores contestaram e a condição social deixou de ser
requisito para elevação espiritual. Surgiram, então, várias escolas de ioga visando
China, ficando conhecido como budismo Zen, que compartilha técnicas meditativas,
meditação observa as reações físicas do corpo e pode ser realizada de três formas
Também na Índia, foi fundado o taoísmo pelo imperador Huang Di, que
pensador Lao-Tse, também conhecido como um dos pais do taoísmo, escreveu uma
vários tipos de meditação, sendo a mais conhecida no Ocidente a Tai Chi, onde a
Marrocos, Sudeste Asiático, Indonésia e Índia. Os sufis acreditam que a busca pela
movimento de giro em torno do seu próprio eixo como se fosse uma roda gigante,
Sensações
meditação são descritas como uma sensação muito agradável da presença divina e
estado de transe dito estático, que pode ser “induzido por treinamento místico e
(EAC) provocado pelo próprio indivíduo, que busca uma relação além da
consciência cotidiana.
ioga, as técnicas indus, taoístas, judaicas e de tantas outras religiões têm em suas
entendimento desse estado pode ser melhor definido pela presença de duas
indivíduo.
Buda
uma montanha, estáticos, explorando suas mentes como se estivessem num estado
grande dimensão que a meditação abrange, pois não está associada somente aos
monges do Tibete, mas a uma prática oriental que ao longo de milênios na história
mantém como parte de seus ritos, mas essa não é de exclusiva utilização do meio
religioso.
A mente fala o tempo todo. Se esse falatório interno puder ser silenciado,
mesmo que durante um único instante, o indivíduo terá uma breve visão da não-
estado correto e natural (OSHO, 2002). Ao longo da história, nos deparamos com os
aprimoramentos que a cultura ocidental fez ao aderir conteúdos que não foram
espiritualidade maior do ser. Nesse sentido, a meditação pode ser positiva para as
funções cognitivas e o controle das emoções, uma vez que favorece funções
consegue dominar sua atenção sem muito esforço, alcançando melhores resultados
ser humano ao crescimento, traz saúde física e mental. Muitas religiões, além de
o corpo saudável por considerarem o mesmo como um “templo” que é habitado pelo
“Espírito Santo”. Tanto religiões orientais como algumas ocidentais também utilizam
a oração para “abrir o coração a Deus”, como uma forma de descarga emocional de
difícil de ser praticada em nossa cultura, pois tudo parece agir contra uma situação
favorável para o alcance desta. O passo mais importante para esse aprendizado é
conseguir ficar só consigo mesmo, sem ler, sem ouvir rádio, sem fumar, sem beber,
o que poderia ser um grande benefício para os que praticam essa técnica. Todavia,
a meditação ainda é mais seguida pelos que procuram religiões ou por aqueles que
procuram seguir alguma filosofia de vida. Nessas vertentes, existem regras a serem
seguidas, o que demonstra que os fiéis precisam ter disciplina, persistência e foco.
escolhas.
consigo mesmo. De acordo com Fromm (1956), em sua obra Psicologia e Religião,
existe o anseio da personalidade humana pelo religioso, tanto pelo fenômeno quanto
poderia acontecer, já que o indivíduo seria capaz de estar consigo, pensando sobre
das religiões orientais, onde a meditação é colocada como prática que objetiva
com a recuperação física mais rápida a partir de uma situação estressante, por este
desses neurônios faz contatos com outros neurônios em pontos chamados sinapses.
Hoje sabemos que não há apenas uma área cerebral responsável totalmente
circuitos que têm correlações bastante relevantes quanto à sua função e ativação
atuais, vamos discutir essas áreas ou pontos que têm fundamental importância na
onde a condição básica para que ela ocorra é a vigília, subentendida no sistema
permanecerem vigilantes.
Lent (2010) afirma que a atenção tem dois aspectos principais: a criação de
verdade, ainda, que todas as áreas corticais recebem projeções recíprocas do lobo
mediados pelo córtex pré-frontal, que parece mediar ainda a prática da meditação.
córtex, conforme sua função. Do córtex, elas podem ser mobilizadas como memória
sentindo, assim, o sentimento não seria sofredor, mas mais amadurecido. Esses
resultados também mostraram alterações nas redes do Corpo estriado ventral, que
comportamento emocional.
encéfalo. Suas principais funções são fazer parte do sistema límbico e coordenar
emoções, além de ser responsável pelo paladar e por estímulos relacionados à dor.
Interessante observar que, comparando a atividade cerebral de meditadores
em relação à dor.
aconteceu uma diminuição do volume da amígdala. Lent (2010) traz sua elaboração
disparo” das reações emocionais. Para exercer tal função, recebe aferências
Harvard.
Considerações Finais
melhora para o corpo e para a mente, por meio de técnicas praticadas há milênios.
Devido aos seus benefícios, vários profissionais da saúde voltam sua atenção a esta
funções cognitivas, a importância que permeia tal prática tem sustentado religiões e
humanidade.
perceber o quanto nossa máquina cerebral pode nos contemplar com capacidades
Referências Bibliográficas
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Tradução: Isa Mara Lando; Revisão Técnica e Apêndice: Flávio Antônio Pierucci.
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