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volume IV - número 23 - setembro/outubro 196?

diretor responsável
Adalberto Miehe
tedator chefe ÍNDICE
Alfredo Franke
secretário
Fausto P. Chermont
consultores GERADOR DE RF, FI E ÁUDIO 221
eng. Tomas Hajnal
eng. Luciano Kliass
desenhos RECEPTORES SUPERHETERODI NOS 228
Alcides J. Pereira
revisão
Adauto V. B. Conde
REPARAÇõES EM RECEPTORES DE RÁDIO 231
publicidade
Roberto Finatti AMPLIFICADOR 20W 234
fotografias
Fotolabor Ltda.
dichês O DISPARADOR SCHMITT 236
Clicheria Unida S. A.
serviços gráficos TRANSISTORES DE POT~NCIA li 237
Escolas Profissionais Salesianos
distribuição exclusiva GERADORES TERMOiôNICOS - I 241
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Rio de Jane iro
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Centro do Livro Brasileiro Ltda.
PARA O PRINCIPIANTE: AMPLIFICADOR DE 3 VÁLVULAS 251
R. Rodrigues Sampaio, 30-B
Lisboa
DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA ZILOMAG EZ 535 254
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ETEGIL NOSSA CAPA: PHILCO RÁDIO E TELEVISÃO LTDA. 256
Ed. Técnico-Gráfica Industrial Ltda.
redação e administração MULTIVIBRADORES A TRANSISTORES 258
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Tel. 35-4006 - C. P. 30 869
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autores. Ê vedada a repr oducao dos textos e das llustracoes
ASSINATURA 1 ANO publlcados nesta revista. salvo mediante autorlzacAo por escri-
to da redacao.
Registrada . . . . . . . . . . . NCr$ 5,00
Aérea Registrada . ~ . . . . NCr$ 7,00
ASSINATURA 2 ANOS
Registrada . . . . . . . . . . . NCr$ 9,00
Aéreo Registrada . . . . . . NCr$ 13,00 Detalhe da fabricação de trans istores de
ASSINATURA 3 ANOS silício, 'pelas técnicas Planar e Epitaxial
Registrada . . . . . . . . . . NCr$ 13,00 Planar, na Philco Rádio e Televisão Ltda.,
Aérea Registrada . ..... NCr$ 19,00
em S. Paulo.
As assinaturas deverão ser enviadas
paro
ETEGIL - C. P. 30869 -S. Paulo
-N.
0 -23-SET-/OU-T 1-967----REVISTA ELETRôNICA

Gerotlor tle RF. FI e óutlio


FREI ANTôNIO CURCIO

I - INTRODUÇÃO O gerador de freqüência fixa II - CIRCUITO E TEORIA


de que trata êste artigo é consti- DE FUNCIONAMENTO
O gerador de sinais é, sem dú· tuído, essencialmente, por dois
vida, um aparelho de grande uti- osciladores independentes de RF,
lidade na bancada do rádio-téc- Ambos os osciladores são de
cujos sinais podem ser aplicados mesma configuração básica, a
nico e do experimentador, não isoladamente ou simultâneamente
sendo exagêro afirmar que o seu qual é ilustrada no diagrama da
a um misturador. No primeiro fig. 1. A freqüência de oscilação
emprégo s~ torna indispensável caso. obtém-se na saída do gera-
em inúm::ras circunstâncias. Há, é determinada principalmente pe-
dor a freqüência fundamental e lo indutor L, e pelo capacitor C,.
de um modo geral, duas catego- as harmônicas do sinal produzido
rias de geradores d~ sinais: os Os capacitores C, e C, influem
p~lo oscilador que se achar co- em menor grau na determinação
de freqüência fixa e os de fre- mutado; no segundo caso, o mis-
qüência variável. Estes últimos dessa freqüência, sendo a sua
turador fornece uma série de si- função primordial a de constituir
permitem a obtenção de um si- nais de RF modulados por um
nal cuja freqüência pode ser con- sinal de AF resultante do bati-
tinuamente ajustada segundo a mento das freqüências de RF. --- ~ ----.
indicação dada por um ponteiro l~L1
sôbre um mostrador graduado,
ou por um dispositivo equivalen-
Como recursos adicionais, o ge-
rador pode ainda fornecer um si- ., I
I
I
I
I
I
nal de FI de 455kHz, não modu-
te. O projeto e a construção de lado, e um sinal de áudio de 2> c,
I
I -l
um gerador dessa natureza nâ::> 200Hz. ~
~
.-r-
são simples, e o seu custo é re- c, I
I

lativamente elevado, se é que se A chave seletora no painel :~c, ., I


I
.,
frontal do aparelho permite obter

I
pretende conferir ao aparelho u:n c~l
I

certo padrão de qualidack os seguintes sinais: _ _ _ _JI

porque a aquisição de um gera- Posição 1 : desligado;


dor dêsse tipo, de boa procedên- FI.J. 1
cia está, na maioria dos casos. Posição 2 : 200kHz e suas har-
mônicas, sem modulação; Configuração básica dos osciladores
fora do alcance da bôlsa do rá- do gerador
dio-montador ou do rádio-repa- Posição 3 : 400kHz (399,8kHz) e
rador, razão que nos levou a suas harmônicas, sem modula-
apresentar neste artigo um apa- ção; um divisor capacitivo de tensão,
relho do primeiro tipo, de cons- Posição 4 : 200Hz (áudio); 200 por meio do qual se procede à
trução relativamente simples e kHz e suas harmônicas, modu- realimentação positiva de coletor
econômica, versátil no seu uso e ladas; para emissor, necessárias às os-
capaz de satisfazer os requisitos cilações. A taxa de realimentação
exigidos nos trabalhos norma:s Posição 5 : 455kHz, sem modu- é fornecida pela relação dos va-
da oficina ou do laboratório d~ lação (e harmônicas). lôres d_çs capacitares. Convém
nível elementar. O gerador é totalmente tran- observar que o capacitor C, se
Dos geradores de freqüência sistorizado, sendo alimentado por acha efetivamente em paralelo
fixa, o multivibrador é o mais 4 pilhas comuns do tipo lapis·i- com o indutor L~, através da
elementar. Sua onda é de forma ra, de 1,5V. Pode-se utilizar, não fonte de alimentação, conforme
quadrada, e se a fundamental ti- obstante, uma fonte de alimen- indica a figura 1. Nessas condi-
ver uma freqüência da ordem de tação na qual se proceda à reti- ções, C, ressoa com o enrolamen-
1kHz, as harmônicas (freqüên- ficação de C. A. da rêde comer- to todo de L" e não apenas com
cias múltiplas de 1kHz) em nú- cial e que forneça 6V, 5mA, de a parte situada abaixo da deri-
mero muito grande, se estenderão preferência estabilizada. vação.
desde a faixa de áudio até as Todo o material utilizado na O oscilador é bastante estável,
faixas de ondas médias e curtas. montagem é de fácil aquisição, concorrendo para essa caracterís-
Por essa razão, o multivibrador incluindo-se as bobinas oscilado- tica os seguintes fatôres:
é muito empregado como injetor ras. A construção é bastante 1 - o coletor é ligado à de-
de sinais, prestando-se para a lo- compacta, mas plenamente exe- rivação da bobina L~o o que,
calização de um estágio defeituo- quível, não exigindo do monta- além de permitir um melhor ca-
so, num receptor de rádio, não dor senão a atenção e os cuidados samento de impedâncias, acarreta
sendo porém, útil quando se pre- indispensáveis na manipulação a diminuição dos efeitos da va-
tende efetuar a calibração ou ali- dos transistores e componentes riação da capacitância de junção
p.hamento do receptor. correlatos. · sôbre o circuito ressonante;

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 221


2 - as capacitâncias em série R,, que influi também na estabi- te~ algumas diferenças em rela-
C, e C, • são de valor relativa- lização térmica do transistor, im- ção ao diagrama básico da fig. 1,
mente alto, decorrendo disso que pede que a tensão realimentada o leitor não encontrará dificul-
o circuito ressonante torna-se através do capacitor C, se escoe dade em identificar os principais
ainda menos sensível às variações diretamente para a massa; componentes, cujas funções fo-
da capacitância de saída do tran- ram acima descritas. Convém
sistor; 5 - o sinal de saída é tomado observar a existência de um po-
no emissor, através do capacitor tenciômetro (P, ou P,) em série
3 - a corrente através do Cs, obtendo-se uma baixa impe- com a resistência de emissor (R,
transistor, é mantida em nível dância de saída, e, conseqüente- ou R.) de cada transistor oscila-
muito baixo, da ordem de alguns mente, uma grande redução da dor, cuja finalidade é proporcio-
microamperes, minimizando a influência da carga sôbre o os- nar o ajuste correto do ponto d·~
produção de calor na junção; cilador. operação dêsses transistores. O
4 - o ponto de operação do O circuito completo do gera- "trimmer" c,. se destina, por seu
transistor, determinado pelos va- dor é ilustrado na fig. 2. O osci- turno, ao ajuste do segundo os-
lôres de R, R, e R,, é escolhido lador de 200kHz é constituído cilador para a freqüência de
de tal forma, que a corrente de pelo transistor TR, (AF 117). O 455kHz, quando a chave seletora
coletor permanece substancial- transistor TR, (também um AF estiver comutada na posição 5.
mente constante em uma grande 117), constitui o oscilador de Os osciladores são desacopla-
faixa de variação da temperatura 399.8kHz. Embora os circuitos dos pelos filtros R 7 - C 12 e R.
ambiente; o resistor de emissor dêsses dois osciladores apresen- -Cu.

1
e2
3

FIG. 2
Circuito esquemático completo do Gerador de RF, FI e áudio
As posições da chave estão indicadas na pág. 2Zl

222 REVISTA ELETRONICA


-,

o
o

o
o

L __ _ _ __ ~ ~
SETEMBRO/OUTUBRO, 1967
O transistor TR,, do mesmo
tipo que os dois precedentes, ope-
ra como um amplificador não
linear, produzindo as harmônicas
dos sinais de 200 e 399,8kHz, ou
misturando essas freqüências,
conforme a posição da chave se-
letora. A carga dêsse estágio é
aperiódica (não sintonizada), sen- 1
I ! ' I I I I ' ' I i I ==oG
do constituída pelo resistor R, ' 7 j 7 I 7 7,8 . 7,8 I 7 . ?_ ' 7 ~ 7 i 7,8 . 7,8~7.-+---?- -i- 7_j.._?__j-r3,5_
em série com o potenciômetro ·r- - -;- - -+--- ---1-'-r-- -r --+- ..,..--.-
P,, que serve para o ajuste do FIG. 4
nível de saída.
Montagem de compo::~entes na placa menor de fenolite (V)
A chave seletora é ligada de
modo a evitar tanto quanto pos-
sível a comutação com pontos
vivos de RF. Na posição 1, a 11 g e,,
fonte de alimentação fica desli- c..,
gada. Na posição 2, a b'lse d~
TR, é posta ao potencial da mas-
sa, cessando a oscilação dêsse
transistor; na saída temos então
o sinal de TR,. 200kHz, e suas
harmônicas. Na posição 3. é 'I
base de TR, que é ligada à massa,
permanecendo em oscilação so-
mente o transistor TR, o oue nos
fornece uma saída de 399,8kHz
= 400kHz e suas harmônicas.
Já na posição 4. os transistores
oscilam simultâneamente, sendo
os seus sinais misturados no es-
tágio de TR, obtendo-se à saí<h
do m e s m o um sinal de
200Hz resultante da diferença
entre a 2.a harmônica do sinal
de 200kHz e do sinal de 399.8
kHz, além de sinais correspon- FIG. 5
dentes a 200kHz e suas harmô-
nicas moduladas pelos 200Hz (a Co!oc:1 ;ão dos componentes na face oposta da placa menor de fenolite e as
ligações desta ao restante do circuito.
diferença entre a 3.a harmônica
do sinal de 200kHz, ou seja,
600kHz e o sinal de 399,8kHz
dá um sinal de 200,2kHz, en:
quanto 399,8kHz menos o sinal
de 200kHz dá 199,8kHz, por
exemplo).
Finalmente. na oosição 5 ape-
nas o transistor TR, oscila, mas
como o condensador C 10 fica Ii-
gado em série com C,, a freqüên-
cia de oscilação se torna mais
elevada, ajustand0-5 -a oara que
4

na saída se tenha 455kHz.


n .. ;i
III - CONSTRUÇÃO b c d e g h
o oO>
Os componentes do gerador
são de pequenas dimensões, per-
mitindo uma construção compac-
ta e bastante leve. Com um pou-
co de capricho e paciência é pos- P1 P2
sível conferir à montagem um

~ ~
acabamento de aparência profis-
sional. O leitor poderá construir
o aparelho da maneira ilustr:><l"
na fig. 3 a 8 baseada na técnica
conhecida como circuito semi-im-
_l
.I.
presso: os transistores, as bo-
binas. os capacitores e outros
componentes são montados em
c
25
I· 65
115
FIG. 6
25
:I
placas de fenolite nas quais ~
colocam vários ilhoses. A dispo- Componentes e ligações da placa maior de lenolite (IV e III)

224 REVISTA ELETRONICA


stçao dos ilhoses pode ob~decer
a uma arrumação irregular, de-
terminada pela posição e pela
dimensão dos componentes, ou
pode ser procedida de forma re-
gular, quadriculando-s:: a placa
e colocando-se um ilhós em cad'l
intersecção. O primeiro método
é, às vêzes, mais conveniente,
embora exija uma previsão muito
~·-·.\+} cuidadosa da disposição de todos
os componentes pela superfíci~
...,..., da placa .
C16
Na montagem mostrada na fig.
3. foi utilizado um painel froP-
tal de alumínio, de 10x15cm
57,5 PASTILHA A I (de 1,5mm de espessura) e duas
POLOS 1 E 2 I
1--------------'1-'-'
15'---- ~- · - --·--~- --~----! placas de fenolite de 1mm, me-
dindo a primeira 9xll,5cm e a
FIG. 7 segunda 3xl1,5cm.
Ligações da pastilha A da chave seletora e disposição dos componentes na placa II A placa maior é fixada ao pai-
(de alumínio)
nel por meio de parafusos de
5/32"x1Y2", efetuando-se a sepa-
A L2 ATRAVÉS C9
ração por meio de buchas de 32
mm de comprimento. Caso não
se queira deixar os parafusos à
mostra no painel, emprega-se um
sub-painel de 6x 11,5 cm (1 mm
de espessura é suficiente), ao
qual se fixa a placa de fenolite.
O sub-painel será fixado ao pai-
nel principal por meio das porcas
do potenciômetro P, e da chave
seletora.
Na placa maior de fenolite se
fazem dois recortes quadrados d·0

18x18mm, destinados às bobinas


L, e L,. Os transistores são mo:J-
tados nessa placa, sendo os seus
terminais soldados a 12 ilhoses.
o Na parte inferior da placa co-
loca-s::> um suporte de pilhas, de
i! PASTILHA B tipo comercial (para 4 pilhas tipo
8 POLO 3 lapiseira). O suporte é encaixado
FIG. 8 em uma lâmina flexível de bron-
Ligações da pastilha B da chave seletora ze parafusada a uma peça de alu-
mínio provida de duas abas (fig.
3) nas quais se fixam os dois po-
tenciômetros P, e P,.
o o A placa menor de fenolite é
200 1.400 400 1.800 200 1.400 colocada atrás da primeira, po-
400 1.600 800 3 .200 400 1.600 dendo ser fixada por parafuso
600 1.800 1.200 3 .600 600 1.800 e buchas separadoras, ou por
800 2 .000 1.600 4 .000 800 2 .000 meio de pequenos pedaços de fio
1.000 2.200 2.000 4.400 1.000 2.200 rígido <f> 1mm (18 AWG), cujas
1.2CO 2.400 1.200 extremidades são soldadas a ilho-
ses colocados em ambas as pla-
cas. A separação entre as duas
placas de fenolite deve ser de
1,5cm, ou pouco mais.
DESL.
A caixa do gerador mede
15,5 x 10,5 x 8,5cm, podendo-se
usar para essa finalidade uma
caixa de conduite para instalação
elétrica.
A ligação do terminal vivo da
SELETOR NÍVEL SAÍDA bobina L, com o capacitar C,,
o SAÍDA o
bem como a ligação do ponto
comum entre C, e C" com a cha-
FIG. 9
ve seletora, são feitas com fio
blindado. A capacitância distri-
Desenho do painel frontal (I) buida pelo fio é posta, dêsse mo-

SETEMBRO/OVTUBRO, 1967 225


FIG. 10
Aspecto do gerador
sem a caixa. (Tamanho
natural)

do, em paralelo com o "trimmer'' d) Regule o potenciômetro P1 ligue o pólo vivo ao terminal de
C,., evitando-se a variação da fre- até obter uma leitura de 40~A antena do receptor, e a malha de
qüência de 455kHz provocad:;~ no medidor; lacre, então, o eixo blindagem ao terminal de terra.
pela irregularidad~ da comutação do potenciômetro, usando uma Desejando efetuar um contrôle
da chave ou por fatôres correia- gota de esmalte; visual do ajuste, ligue um voltí-
tos. metro de C. C. (de alta impe-
e) Retire o medidor e torne a dância) em paralelo com a re-
O painel é pintado ou anodi- ligar o resistor R1; sistência de carga do detetor do
zado. colando-se ao mesmo os O Passe a chave seletora para receptor. Os passos para o ajuste
cartões com as indicações de fre- a pos. 3; são os seguintes:
qüência (fig. 9). Sôbre o painel
pode-se colocar uma placa fina g) Efetue as operações b, c, d a) Sintonize cuidadosamente o
de polistireno ou de outro plás- e e com relação à bobina Lz, re- receptor em 600kHz;
tico transparente rígido. sistor R, e ajuste o potenciôme- b) Coloque -a chave seletora do
tro P, para uma leitura de 20~A gerador na pos. 2 e abra ao má-
no medidor, lacrando então o ximo o botão do nível de saída;
IV - AJUSTES E eixo.
CALIBRAÇÃO c) Com uma chave de plástico
2 - Ajuste da freqüência dos ou de outro material isolante,
Os ajustes e a calibração do osciladores parafuse lentamente o núcleo da
gerador de freqüência fixa são Esse ajuste deve ser procedi- bobina L1 (que se achava ligeira-
procedidos nas seguintes etapas: do, tanto quanto possível, com mente para fora da fôrma), até
1 - Ajuste do ponto de ope- o emprêgo de um freqüencíme- ouvir no alto-falante do receptor
ração de TR1 e TRz tro de boa procedência. Na falta o chiado característico de um si-
dêste, pode-se empregar um mé- nal não modulado. O voltímetro,
a) Ponha a chave seletora na todo não muito preciso mas efi- se usado, dará uma certa leitura.
posição 2; ciente do ponto de vista prático; Ao se obter a máxima deflexão
b) Desaparafuse o núcleo de
um receptor que disponha de um do ponteiro, o oscilador poderá
L1 até o mesmo ficar ligeiramen- mostrador bem graduado e que estar oscilando em 227,5kHz (nós
esteja corretamente calibrado (a estamos assim determinando a 2. 0
te para fora da fôrma da bobi- verificação dêsse requisito deve harmônica do oscilador que é a
na; ser feita sintonizando-se o recep- freqüência de FI - 455kHz). Se
c) Desligue momentâneamente tor em três estações de rádio-di- assim fôr, o chiado será ouvido
o resistor R1 e ligue em seu lu- fusão em O . M . e de freqüências ao longo de tôda a faixa do mos-
gar um microamperímetro (ou conhecidas, duas nas proximida- trador. Retorne ao ponto de 600
um multímetro provido de escala des de cada extremo da faixa e kHz e continue parafusando len-
de O a 50, O a 100 ou O a a outra na região central). Usan- tamente o núcleo. O chiado ces-
500p.A); do a ponta de prova do gerador, sará e voltará logo depois, quan-

226 REVISTA ELETRONICA


do o oscilador estiver em 200 3) Ajuste de freqüência de FI V - DESEMPENHO E
k.Hz. Ajuste o núcleo para o UTILIZAÇÃO
máximo volume do chiado, ou, a) Passe a chave seletora para
melhor ainda, para a máxima de- a pos. 5 e abra o nível de saída
O gerador descrito no presen-
flexão do ponteiro do medidor. do gerador ao máximo;
te artigo possui uma notável es-
Feche progressivamente o botão b) Sintonize o receptor numa tabilidade de freqüência, como se
do nível de saída do gerador, re- freqüência qualquer entre 600 e pode apreciar na tabela I.
tocando, a cada passo, o ajuste 700kHz;
de L" prosseguindo até obter Tais características permitem
uma leitura satisfatória com um c) Ajuste o "trimmer" C10 de que o gerador possa ser empre-
sinal de nível o mais baixo pos- modo a ouvir o chiado de sinal gado, com grande confiança, no
sível; não modulado com a máxima in- alinhamento de receptores de OM
tensidade. Observe a deflexão e OC, bem como na calibração
d) Lacre o núcleo de L, com máxima do ponteiro do medidor; dos estágios de FI.
cê ra;
d) Retoque o ajuste do 'trim- O sinal de áudio resultante do
e) Ainda com a chave seletora mer", diminuindo progressiva- batimento dos dois osciladores
na pos. 2, sintonize o receptor mente o nível de saída do gera- pode ser usado, outrossim, para
em 800 kHz, ouvindo ao máximo dor, até obter uma deflexão ser injetado nos amplificadores
o chiado característico da 4.a satisfatória do ponteiro com o de AF de receptores de rádio e
harmônica do sinal de 200kHz, sinal mais fraco possível. Lacre TV, nos gravadores de fita, ele-
do gerador; com cêra o capacitar Cto. trolas, etc.
f) Passe a chave seletora para Com essa operação está termi- O consumo de corrente é ex-
a pos. 3; nada a calibração do gerador de tremamente baixo - da ordem
g) Comece a parafusar bota- freqüência fixa pua múltiplas de 5mA apenas - proporcio-
mente o núcleo da bobina Lz (que aplicações. nando longa duração das pilhas.
se encontrava ligeiramente para
fora da fôrma), até ouvir o chia-
do característico de sinal não mo-
dulado. O oscilador estará em TABELA I
455kHz. Continue parafusando,
até tornar a ouvir o chiado, ob-
servando a máxima deflexão do Desvio medido na
200kHz 400kHz 455kHz
ponteiro do medidor. O oscilador
está, agora, em 400kHz. Retoque
freqüência de
I I I
I
o ajuste, diminuindo o nível de Com uma variação de tem-
saída do gerador até obter o me-
nor sinal que permita ainda uma
peratura de 25°C a 50°C.
I 0,03 % 0,05%
I
deflexão satisfatória do ponteiro Nas condições de saída em
do voltímetro; circuito aberto e em curto- OHz 5Hz 10Hz
h) Verifique o ajuste, procu- circuito.
rando o sinal em 1200 e em
1600kHz. Não lacre ainda o nú-
Variando-se a tensão de 0,028%
cleo de Lz; 0,015% 0,022%
i) Passe a chave seletora para
1limentação de 4V a 6V.
I I I
a posição 4;
j) Volte a sintonia do receptor
para 600kHz; será ouvido, pro- LISTA DE MATERIAIS
vàvelmente, um sinal modulado,
que se deve à pequena diferença
Resistências: cl 1800pF cerâmica
existente entre as freqüências dos
c, 820pF cerâmica
dois osciladores. Parafuse ou de- R, 3,3k!l
Cs 100pF cerâmica
saparafuse o núcleo de Lz, fa- Rz 820!1 c,
zendo variar o tom da modula- 0,047[J.F poliester
R1 33!1 c, 470pF
ção. Não proceda o ajuste para cerâmica
R. 33k!l c, 1800pF
um tom muito agudo, a fim de cerâmica
Rs 3,3k!l
evitar uma diferença muito gran- c. IOOpF cera mica
R. 820!1 variável 3 a 27pF
de entre as freqüências de am- R, 2,2k!l CIO
bos os osciladores. Esse ajuste é Cu 150pF cerâmica
Ra 2,2k!l
bastante delicado e deve ser feito c,2 O,IIJ.F poliester
R. 5,6k!l
com um movimento extremamen- R,, Cu O,IIJ.F poliester
5,6k!l 200[J.F- IOV eletrolítico
te lento do núcleo de Lz. Se o c ..
Ru 10k!l C,s 50[J.F-10V eletrolítico
leitor possuir um gerador de áu- R,z 470!1
dio poderá ajustar a freqüência Ru 330!1 Ct. 0,21J.F poliester
em 200Hz ou outra qualquer, P, 50k!l linear Indutâncias
utilizando-se para isso de um os- Pz 50k!l linear Lz Transformadores de
ciloscópio (método das figuras de PJ 5k!l linear FI Solhar, miniatu-
lissajous); L, ras (455kHz).
As resistências e os potenciô-
k) Verifique o ajuste, procu- metros são de \12 watt. Transistores
rando ouvir o sinal modulado em 3 AF 117
600- 800- 1000- 1200- Capacitores: s, chave 3 pólos
1400 - 1600kHz. Lacre com c, 0,047[J.F poliester 5 posições
cêra o núcleo da bobina Lz. C2 470pF cerâmica 4 pilhas tipo lapiseira

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 227


Receptores superh eterod inos Eng. ALBERTO CARROZZO

1. O receptor de rádio tonia, seletividade pobre em fre - 455kHz. Colocando-se, na saída


O Superheterodino qüências elevadas, exigência de do estágio, um circuito sintoni-
vários estágios de amplificação e zado em 455kHz, todos os sinais
Em linhas gerais, um sistema em conseqüência capacitar variá- das outras freqüências serão ate-
de recepção consiste de: uma an- vel de múltiplas seções, dificul- nuados, sobrando somente o si-
tena, na qual as ondas de rádio dade no alinhamento dos está- nal de 455kHz, para amplifica-
induzem uma tensão (fôrça ele- gios, possibilidade de oscilações. ção posterior. Esse estágio, pela
tromotriz), um meio de seleção Como é sabido, a solução pa- sua função recebe o nome de
do sinal des~jado, um sistema de ra essas dificuldad es surgiu com misturador. Suponhamos que o
deteção ou demodulação dêsse o receptor superbeterodino. Nes- sinal de 1300kHz seja provenien-
sinal, e um meio de tornar au- te, qualquer que seja a freqüên- te de uma estação emissora es-
dível a informação contida no cia de recepção, esta é transla- tando portanto modulado, (ou
sinal detetado. Um sistema que dada para um valor pré-escolhi- seja, contém uma certa informa-
incorpora no receptor propria- do - freqüência intermediária ção de áudio). O sinal de 1755
mente dito, somente os elemen- (FI) - em um circuito denomi- kHz é gerado no próprio recep-
tos essenciais, constitui o antigo nado misturador. tor, sem modulação. Obtém-se
e muito conhecido receptor a na saída do misturador, resultan-
A amplificação e a seletivida- te do batimento de 1300kHz,
cristal, ou o "galena". de necessárias são deixadas a
Evidentemente, para uma re- modulado, com 1755kHz, um
cargo de um ou vários estágios s i na I de 455kHz que apre-
cepção a volume razoável, com p~rmanentemente sintonizados na
possibilidade de se receber esta- sentará a mesma modulação do
freqüência intermediária, de va- sinal de 1300kHz recebido, e,
ções emissoras distantes, e apre- lor constante, o que possibilita
sentando boa seletividade, torna- que após sofrer demodulaçãu,
um único alinhamento, o qual é permitirá a obtenção do sinal de
-se necessário o emprêgo de um efetuado durante o processo de
equipamento mais complexo. áudio contido no sinal recebido.
fabricação. Os valôres que a am-
Atende de certa forma, a essas plificação, seletividade, etc., de- O sinal de 455kHz, da saída
necessidades o receptor denomi- vem alcançar podem ser arbitra- do misturador, é amplificado em
nado de rádio frequência sinto· dos já no projeto do receptor. um ou vários estágios sintoniza-
nizada, ou de amplificação direta. dos nessa freqüência, e que cons-
Neste receptor, o sinal de rádio tituem o amplificador de freqüên-
frequência (RF) modulado é rece- 2. Como se dá a conversão de cia intermediária.
bido no circuito de antena e am- freqüências Se desejarmos receber outra
plificado em vários estágios pos- emissora, cuja freqüência seja
teriores, todos sintonizados na Se aplicarmos a uma válvula, por exemplo, 700kHz, aplicare-
freqüência de recepção, até o es- ou transistor, polarizados conve- mos ao estágio misturador, além
tágio detetor. Em seguida à de- nientemente, dois sinais de fre- dêsse sinal, captado na antena,
teção, já em freqüência de áudio, qüências diferentes, obteremos, à outro de 700 + 455 .= 1155kHz,
o sinal é ainda amplificado, a saída do estágio, além dêsses si- e teremos, à saída novamente
fim de alcançar o nível necessá- nais, também outros cujas fre- 455kHz. Assim, para a obtenção
rio ao acionamento do transdu- qüências são a soma das fre- de freqüência intermediária, é
tor utilizado - alto-falante ou qüências aplicadas, ou sua dife- necessário dispor-se de um sinal
fones. O diagrama de blocos de rença (além dos respectivos múl- cuja freqüência seja igual à da
um receptor dêsse tipo é mos- tiplos, ou harmónicos). Ocorreu emissora desejada somada ao va-
trado na figura l. entre aquelas duas freqüências o lor da freqüência intermediária.
A amplificação de RF, a car- que chamamos de batimento. Esse sinal é fome :ido por um
go de circuitos sintonizáveis na Se, por exemplo, aplicarmos oscilador existente no próprio re-
freqüência desejada, traz uma 1300kHz e 1755kHz, teremos à ceptor, e denominado oscilador
série de desvantagens: ganho va- saída do estágio, além dessas fre- local. Quando uma mesma vál-
riável ao longo da faixa de sin- qüências, também 3055kHz e vula (ou transistor) executa as
funções de misturadora e oscila-
dora, é costume denominá-la de
conversara.

3. Rastreio

Já dissemos que a diferença


entre a freqüência do sinal dese-
FONTE o:: jado e a do oscilador local é cons-
ALIMENTAÇÃO
tante e igual à FL Assim, ao
variarmos a sintonia do receptor,
FIG. 1 passando de uma a outra emisso-
Diagrama de blocos de um r~CC!Jtor de RFS. ra, devemos variar também a

228 REVISTA ELETRONICA


sintonia do oscilador, de molde
a manter constante aquela dife-
rença.
O acompanhamento do oscila-
dor local à variação de sintonia
do receptor é denominado ras-
tre-io. Bste é conseguido fazen-
do-se com que os capacitores va-
riáveis de sintonia do receptor c
do oscilador sejam acionados
através de um único eixo, e mais FIG. 2
alguns artifícios que serão vistos
oportunamente. Diagrama de blocos de um receptor supe1·heterodino
Em receptores de ondas mé-
dias, 530 a 1630kHz, a freqüên- chegada do sinal imagem ao está- A figura 2 mostra em blocos,
cia do oscilador local situa-se gio misturador. Isto exige seleti- o esquema de um receptor su-
acima da freqüência de recepção. vidade antes dêsse estágio. perheterodir.o.
Assim, com uma FI de 455kHz, Note-se qu~ a difer~nça entre
o oscilador local deverá ir de o sinal desejado e sua imagem é 6. Níveis de sinal necessários
530 + 455kHz = 785kHz a de duas vêz~s o valor da FI.
1630 + 455 = 2085kHz, ou se- Quanto mais elevado o valor da Qual o sinal necessário na en-
trada de antena do receptor para
ja deverá permitir uma variação FI mais fácil se torna eliminar
tal . que a maior freqüência seja a 'freqüência imag~m. pois mais têrmos, em seu alto-falante, som
aproximadamente três vêzes a na potência acústica desejada, e
afastada ficará do sinal desejado. razoàvelmente livre de ruídos e
menor. Caso o oscilador estives- Todavia, não se pode elevar o
se abaixo da freqüência de recep- valor da FI à vontade visando distorções?
ção, teríamos: 530 - 455 = afastar a freqüência imagem. À Em próximos artigos serão es-
= 85kHz, 1630 - 455 = 1175 medida que se adota um valor tudados de per si cada estágio do
kHz, ou seja, uma variação to- da FI mais elevado, diminui-se a receptor. Consideremos, todavia,
tal de aproximadamente 14 vê- seletividade do próprio estágio de em linhas gerais, um receptor a
z~s, que não pode ser obtida com FI e esta seietividade é responsá- válvulas de desenho comum.
os capacitores variáveis usuais. vel pela rej-eição de interferência De acôrdo com padrões ipter-
Além disso, quando estivessemos de emissoras vizinhas à desejada. nacionais, os níveis e amplifica-
recebendo 91OkHz, o oscilador Assim, existem cartos valôres ções de um receptor são determi-
local estaria em 910 - 455 = de compromisso, como por exem- nados para uma saída mínima de
= 455kHz exatamente o valor plo 455kHz - FI de receptons áudio de 50 miliwatts. (o sinal
de FI. O sinal do oscilador lo- de ondas médias e curtas para padrão é modulado a 30% por
cal seria amplificado p~lo canal entretenimento, 1650kHz - FI um tom de 400Hz).
de FI, o que causaria uma inter- de receptores especiais para on- Nosso receptor teria a consti-
ferência altamente prejudicial. das curtas - 1O, 7MHz, FI para tuição da figura 3.
Em freqüências elevadas de receptores de freqüência modula- A válvula V1 (ECH81) cum-
recepção, todavia, tais limitações da, etc. pre as funções de misturadora
não ocorrem, podendo a fre- (seção heptodo) e oscilador lo-
qüência do oscilador estar acima cal (triodo); V2 (EBF89) é · am-
ou abaixo da freqüência de re- 5. Constituição do receptor plificadora de FI (seção pentodo)
cepção. e detetora (duplo diodo); V3
A seletividade antes do mistu- (ECL82) é pré-amplificadora de
4. Freqüência imagem rador é obtida através de circui- áudio (triodo) e amplificadora de
tos sintonizados, em- estágios am- potência (pentodo).
Imaginemos um receptor cuja plificadores de rádio freqüência. Para têrmos 50 miliwatts sô-
freqüência intermediária . seja de A amplificação dêsses estágios bre a carga, no caso o alto-falan-
455kHz e esteja sintonizado pa- contribuirá também para minimi- te, se considerarmos de 80.% o
ra receber 600kHz. Seu oscila- zar outro inconveniente do recep- rendimento do transformador de
dor local estará entregando ao tor superheterodino, que é o saída, deveremos ter, no primá-
estágio misturador um sinal de ruído produzido na conversão, rio do mesmo cêrca de 63mW.
freqüência 1055kHz. Se, entre- pois o sinal chega ao misturador
·tanto, um sinal proveniente de já amplificado, sobrepondo-se A carga recomendada para a
outra emissora que irradia em destarte, ao ruído gerado no es- ECL82, pentodo, é de aproxima-
1510kHz, atingir os circuitos de tágio misturador. Todo estágio, damente 4000 ohms. Para se cal-
entrada do receptor, e chegar ao amplificador ou misturador, cular a tensão sôbre essa carga
misturador. ocorrerá aí também, acrescenta algum ruído ao .sinal. (refletida no primário do trans-
com êsse sinal, o .batimento com Todavia, o ruído produzido no formador), consideraremos:
o proveniente do oscilador local, misturador é várias vêzes maior Potência (watts} =
1055kHz e a diferença coincidirá que o provocado pelos estágios (tensão de áudio, volts rms)'
com os 455kHz, valor da FI. amplificadores.
Essa freqüência, 151OkHz, é Após a conversão, o sinal é carga (ohms)
denominada imagem e é um in- amplificado no estágio de FI, e ou
conveniente do receptor superhe- entregue ao detetor de áudio. Em
terodino, pois a emissora em 1510 seguida ao detetor, o sinal de Tensão vPotência X Carga
kHz apesar de não desejada, tam- áudio resultante é ainda entregue ou
bém. será ouvida.. Evita-se tal in- a um transdutor adequado
conveniente não permitindo a fone ou alto-falante. V= y0,062 X 4000 = 16 .volts

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 229


ECHSI EBF89 ECL82
400mV 50mV
lx6ol l lx 0.11 lx 5ol [Iill l

~ I~
~
FIG. 3
Circuito esquemático de um receptor superheterodino típico, mostrando os vários níveis de sinal, e ()
ganho dos diferentes estágios.

Pelo manual de válvulas, o ga- Nesse caso, a s~nsibilidade do entrada de antena, de 10 micro-
nho em tensão dessa válvula é receptor diminui, exigindo um volts a 10.000 microvolts (rela-
de 8 vêzes. Assim, precisaremos nível de sinal, na antena, de 18 ção de 1 para 1000) causem na
de 2 volts de sinal em sua gra- a 25 microvolts. saída variações de apenas 10 vê-
de de comando. zes, ou menos ainda.
A seção triodo da ECL82 tem O contrôle manual de volum~,
uma amplificação de cêrca de 50 7. Contrôle automático de' ga- na entrada do pré-amplificador
vêzes. Necessitaremos em sua nho de áudio, permite escolher o ní-
grade, dessa forma, de 2/50 = vel sonoro que se d-eseja obter
= 0,04V ou 40 milivolts (mV). Com sinais maiores que os ci-
tados anteriormente a saída seria
no alto-falante.
Um detetor do tipo comum, proporcionalmente maior. To-
como será visto mais adiante, davia, a fim de evitar que a am- 8. Ruído
causa uma diminuição na ampli- plitude média do sinal de áudio
tudo do sinal (considerando-se seja por demais afetada por va- Um fator importante a ser le-
a relação: tensão de FII tensão riações na intensidade do sinal vado em conta é a tensão de ruí-
de áudio resultante) de aproxima- recebido na antena, usa-se um do normalmente presente na an-
damente 10 vêzes. Ou seja, apre- circuito que controla automàtica- tena do receptor. Em ondas mé-
senta um "ganho" de 0,1. O mente o ganho do receptor. As dias esta tensão poderá átingir
sinal de FI aplicado ao díodo variações do sinal na entrada po- valôres elevados, que depende-
deverá ser de 40/0,1 = 400mV. dem ser causadas por desvaneci- rão obviamente, do local onde
O estágio de FI, já conside- mento (fading), por mudança de se acha instalada a antena, hora
rando as perdas nos transforma- condições da recepção nos recep- do dia, proximidades de fontes
dores sintonizados, etc., apresen- tores móveis, na sintonia de dife- de ruído, tais como motores elé-
ta, em têrmos gerais, um ganho rentes estações transmissoras, tricos ou de explosão, aparelhos
de tensão de 180 vêzes. Assim, etc. eletro-médicos, etc.
é necessário na entrada do está- O contrôle automático de ga- Em qualquer caso, todavia, a
gio uma tensão de sinal de FI nho comanda a amplificação dos tensão de sinal, na antena, para
de 400!180 = 2,2mV. estágios de RF e FI, e em alguns uma audição razoável, deverá
Em ondas médias, o estágio receptores, também do estágio ser no mínimo 1O vêzes superior
conversor proporciona, normal- conversor. Tal contrôle se tor- à de ruído. Em artigo próximo
mente, um ganho de 50 a 60 vê- na possível mediante a utilização, será estudada a modificação que
zes, considerando-se a relação: nos estágios citados, de válvulas essa relação sinal/ruído, presen-
tensão de sinal de FI para tensão de fator de amplificação variá- te na antena, sofre nos vários
de RF na grade da válvula. O vel. O ganho de cada estágio é estágios, até a obtenção de áudio.
circuito sintonizado da antena função direta do fator de ampli-
(L, L., C.) contribui com um ficação da respectiva válvula. 9. Conclusões
aumento de tensão de cêrca de 3 Em receptores transistorizados,
vêzes, o que dá um total de um processo semelhante é em- Vimos qual o princípio de fun-
3 X 60 = 180 vêzes. pregado para se conseguir êsse cionamento de um receptor su-
Necessitaremos, pois na ante- contrôle mediante variação da perheterodino, suas vantagens e
na, um sinal de 2,2/180 ou corrente de base dos transistores inconvenientes. Foram apresenta-
12 microvolts, aproximadamen- incluídos no circuito de contrôle. dos os vários estágios que com-
te, para termos, na saída do re- A tensão para o contrôle é ob- põem o receptor, e alguns pro-
ceptor, 50 mW de áudio. tida no detetor, como será visto blemas ligados a seu desenvol-
Em ondas curtas, na faixa de detalhadamente, por ocasião do vimento.
6 a 18;MHz, o ganho do conjun- seu estudo. Em artigos seguintes, a Revis-
to - circuito de antena e conv.::r- Mediante o contrôle automáti- ta ELETRõNICA, apresentará
sor - é menor, apresentando va- co de ganho, consegue-se fazer com maiores detalhes, cada um
lôres da ordem de 80 a 100. com que variações de sinal na dos estágios mencionados.

230 REVISTA ELETRONICA


Reparações em receptores de rádio.
ADAUTO CONDE

Iniciamos aqni uma sene de artigos sôbre reparações de receptores com válvula§,
destinada àqueles que já tenham algum conhecimento de eletrônica e desejam ingressar
no setor de serviços em rádio.

Os defeitos apresentados por receptores são va-


riadíssimos e mesmo uma longa série de artigos não
seria suficiente para descrevê-los, com os detalhes Antes de se iniciar a reparação, prõpria·
que se fazem necessários. Felizmente, no entanto, mente dita, de um receptor, convém sempre
cêrca de 90% dos casos se resumem a três ou qua- fazer-se uma inspeção visual, com o aparelho
tro sintomas bem determinados, o que permite que desconectado da rêde. Nessa inspeção serão
através de um programa bem elaborado seja possí- verificados casos de válvulas trocadas ou que-
vel a localização rápida e segura da causa do de- bradas, resistores chamuscados, capacitores va-
feito. Os demais sintomas apresentados variarão zando, curtos, soldagens deficientes, fios soltos,
pràticamcnte de rádio para rádio, mas um certo etc.; o odor característico de transformador de
grau de habilidade em pouco tempo adquirido, será fôrça queimado indicará a deficiência dêsse
suficiente para proporcionar ao próprio técnico con- componente.
dições de estabelecer uma rotina de pesquisa · para
cada caso particular. Unía vez efetuada essa revisão inicial, li·
ga-se o aparelho. Se algum dos itens acima
Abordaremos a seguir os seguintes sintomas de foi observado e devidamente corrigido, é bem
defeitos: provável que o receptor já apresente funcio·
namento perfeito.
a) Sem som;
b) Com ronco, e
c) Baixo volume. terrompido; nestes receptores entretanto, convém fa-
zer uma verificação da fiação do filamento (para
O conhecimento das técnicas de eliminação se precaver de possíveis curtos) antes da substitui-
dêsses defeitos e a prática através dos consertos que ção da válvula.
vão sendo efetuados, trará, sem dúvida, uma maior
compreensão dos fundamentos da eletrônica, que po- Se com essa verificação visual das válvulas, na-
da fôr constatado, dá-se início à busca no próprio
derá ser utilizada não só na solução de outros ti- circuito. Como ponto de partida, procede-se sem-
pos de defeito, como também na expansão de co- pre, à localização da etapa defeituosa.
nhecimentos em eletrônica geral.
A primeira etapa a ser verificada é a fonte de
alimentação. Uma medição da tensão +B (A), dará
SEM SOM ràpidamente, uma indicação sôbre seu estado. Se
não houver tensão ou se esta fôr muito reduzida,
:f.ste é, sem dúvida, o sintoma que mais fre- os diversos componentes, da etapa, serão verifica-
qüentemente se apresenta. Será, assim discutido dos. Como na maioria dos casos, os defeitos nesse
com muito mais detalhes que os demais casos. circuito são causados por válvulas fracas ou quei-
O primeiro passo para a localização do defeito, madas, o primeiro teste a ser efetuado será o teste
consiste no exame visual dos filamentos das válvu- da válvula. Quando fôr necessária a instalação de
las *. Em receptores com transformador de fôrça uma válvula nova, antes, deve-se verificar (com o
(fig. 1), no caso de "queima" de uma vál- aparelho desconectado da rêde) se existe curto en-
vula, apenas essa permanecerá apagada; em recep- tre o +B e a massa. Se fôr constatada a existên·
tores C.A.-C.C. (fig. 2), a descontinuidade no fi- cia de um curto-circuito, procede-se a sua locali-
lamento de qualquer válvula, interromperá a corren- zação. Seguindo-se a linha de distribuição dessa
te de filamento nas demais, já que estão ligadas tensão (em linha cheia nos diagramas) a partir do
em série. No primeiro caso, a válvula defeituosa filamento ou catodo da válvula retificadora, desco-
deve ser substituída sem necessidade de testes adi- nectam-se um a um, os diversos componentes aí
cionais (ver adiante, em retificadoras). Em recep- ligados. Na ramificação, que ao ser desligada ocasio-
tores C.A.-C.C. as diversas válvulas serão testa- nar a cessação do curto, estará Iocalizad0 o defeito.
das uma a uma até a localização do filamento in- Em alguns casos, uma simples verificação visual da
linha, poderá mostrar um curto. Convém também re-
tirar as válvulas dos soquetes, já que estas poderão
( •) Pode acontecer que a ligação da rêde ao receptor ser responsáveis pelo defeito. Na maioria dos casos
esteja interrompida, no próprio plugue, no fio duplo de in·
terconexi\o ou na chave geral do aparelho, mas essas são de +B em curto, um dos capacitores eletrolíticos de
verificações evidentes. filtro é o responsável.

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 231


VI vz V3 V4
6BE6 6BA6 6AV6 6AQ5
TI

,r, c s
os
c
R2 2 75 v
C6 100 k
,I; 05
V5
5Y3
T2

AC+BI
.__-'-....,rr'-""'".
+ C19
-< =r 2 5~F
,Jr, 500 v

L ÂMPADA
PIL O TO

FIG. 1

Receptor com transformador de fôrça típico. A válvula V1 exerce as funções de osciladora e con·
versora; V2 amplifica o sinal de frequência Intermediária; V3 deteta o sinal de RF ("transforma" em
sinal de áudio - função da secção duplo·diodo) e amplifica o sinal de áudio (triodo); V4 é a
válvula amplificadora de potência (de saída) e V5 retifica a corrente . alternada ("transforma" em
corrente contínua),

VI V2 V3 V4

12BE6 12BA6 t2AV6 50C5

V5
35W4
35W4 50CS 12BA6 12BE6 12 AV6

-A<-+B)

FIG. 2

Receptor para C.A. e C.C . típiCo. As funções das válvulas sio as llleSJIIIIII da flcura 1. Nestes
receptores qUando uma das válvulas •queima", lnterrompe-ae a alimentaçio de filamento em tôdas
as válvulas do receptor (nenhuma das válvulas •acende").

232 REVISTA ELETRONICA


No caso da tensão +B apresentar-se normal, do oscilador local, a antena de um outro receptor,
procede-se ao exame das etapas do receptor, pro- em perfeitas condições, sintonizado numa emissora
priamente dito: etapas de saída, pré-amplificadora, acima de l.OOOkHz e girar-se lentamente, o vana-
amplificadora de FI e osciladora-conversora. Será vel do receptor em teste, procurando-se ouvir no
agora usado um injetor de sinais (ver Revista Ele- receptor auxiliar, o batimento do sinal irradiado
trônica n.0 14) ou um gerador de sinais. pelo oscilador local, com a emissora captada. No
caso dêsse batimento não se verificar, conclui-se
Quando s:! utiliza injetor de sinais, êste deve que o oscilador local não funciona. Se fôr com-
ser acoplado primeiramente à grade de contrôle da provado o não funcionamento do oscilador, proce-
válvula de saída (B). Se fôr ouvido o apito carac- de-se ao exame de seus diversos componentes (Rl,
terístico no alto-falante, o sinal deve ser injetado Cl, C4, L3, L4); no caso de receptores com chave
na grade de contrôle da válvula pré-ampilficadora de onda, deve-se verificar também, a continuidade
(C); a seguir, na grade de contrôle da válvula am- através dos contatos dêsse comutador.
plificadora de FI (D) e finalmente na grade de con-
trôle 2 da válvula osciladora-conversora (E). Entre
o estágio em que fôr ouvido o apito e o estágio em CONCLUSÃO
que êste não fôr mais ouvido, estará localizado o
defeito. Foi descrita a técnica a ser seguida para a lo-
calização de defeito em receptores totalmente emu-
Quando se utiliza gerador de sinais, deve-se se- decidos e a sua observância tornará possível solu-
lecionar o sinal adequado para cada etapa e seguir cionar qualquer caso apresentado. Deve-se afirmar
o mesmo método usado com o injetor. Em (B) e entretanto, que a quase totalidade dos casos de emu-
(C) injeta-se uin sinal de áudio. Em (D) e (E) in- decimento total se deve a alguns poucos defeitos,
jeta-se um sinal de 455 ou 465KHz, dependendo da que se repetem com bastante freqüência. Esses defei-
FI do receptor. tos, por ordem de freqüência, são os seguintes:
Uma vez localizado o estágio defeituoso, pro-
cede-se ao seu exame individual. Inicia-se pela me- - Válvula retificadora queimada (5Y3, 80,
dição das tensões de placa e grade auxiliar. Nos etc.) ou com catodo interrompido (35W4,
esquemas das figuras 1 e 2, estão indicados os va- 35Z5, 6X5, 6X4, 6V4, EZ80, etc.).
lôres aproximados encontrados nesses eletrodos. Se 2 Resistência de grade auxiliar da válvula
fôr constatada falta de tensão ou tensão abaixo do amplificadora de FI ou osciladora-con-
normal, verifica-se a continuidade do componente versora (R4 e R5, na fig. 1) interrompida.
que interliga o eletrodo em questão ao +B; se não
apresentar continuidade, êsse componente deve ser 3 Primário do transformador de saída in-
substituído. terrompido.
Se as tensões de à!imentação da válvula estive- 4 - Outra válvula do circuito queimada ou
rem corretas, testa-se a válvula do estágio. Se es- com outro defeito.
ta não fôr a causa do defeito, verificam-se os de-
mais componentes, que poderiam ser responsáveis
por emudecimento total: resistores de catodo (R4 Com o passar do tempo a prática permitirá ao
e R12 na fig. 1 e R7 na fig. 2) ou capacitores de técnico a simplificação do seu modo de agir. Assim
acoplamento defeituosos, bobinas de FI interrom- aproximando-se do alto-falante, por exemplo, pode-
pidas ou descalibradas, transformador de saída ou rá verificar a existência de um pequeno zumbido
alto-falante interrompidos, etc. Em casos mais residual, o que indicará que, pelo menos a fonte de
raros, o próprio terminal do soquete da válvula alimentação, o transformador de saída e o alto-fa-
pod~ estar interrompido.
lante estão funcionando. A inexistência do zumbido
indicará deficiência numa dessas partes.
Quando o sinal do injetor ou gerador acopla-
do à grade de contrôle 2 da válvula osciladora-con- O exame visual de uma válvula retificadora po-
versora, fôr ouvido no falante e ainda assim o re- derá revelar, muitas vêzes, um filamento ou ca-
ceptor apresentar-se totalmente mudo, é quase que todo interrompido. Essa válvula com a placa ao
seguro que o oscilador local não está funcionando. rubro indicará curto-circuito na linha de +B, ou
Se se dispor de um voltímetro eletrônico, é suficien- talvez nela própria.
te medir-se a tensão na grade de contrôle 1 (grade Alguns técnicos utilizam o processo de tocar
osciladora) da válvula osciladora-conversora (F), pa- com o dedo no extremo superior do contrôle de vo-
ra se verificar seu funcionamento. Outro processo, lume ou na grade da válvula excitadora (C), para,
consiste em se medir a corrente através do resistor ouvindo ou não o ronco característico no alto-fa-
de polarização da grade osciladora (Rl) (para a in- lante, determinar o estado do estágio de áudio; êsse
tercalação do miliamperímetro, interrompe-se o cir- processo entretanto deve ser evitado - com um
cuito no lado massa do resistor) e pela lei de Ohm, gerador ou injetor ter-se-á uma idéia bem mais pre·
calcula-se a tensão de grade. Uma forma simples, cisa do funcionamento do circuito, em tempo igual-
correntemente utilizada, para uma verificação mais mente reduzido.
grosseira, porém rápida, consiste em se aproximar (Continua no pró:úmo número)

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 233


mplificador 20 W
Eng. E. MENENDEZ (*)

O amplificador de áudio aqui DESCRIÇÃO DO dados construtivos acham-se na


descrito é capaz de fornecer uma CIRCUITO figura 5.
potência de saída de 20W numa O estágio de saída utiliza dois
carga de sn, a distorção harmô- A figura 1 ilustra o circuito do transistores AD149 em configu-
nica a plena potência e a amplificador. A etapa excitadora ração "single-ended" .(terminação
1.000Hz sendo de 3%. A sen- utiliza dois transistores AC 128 singela). A sua estabilidade tér-
sibilidade para máxima saída é em conexão emissor comum, aco- mica está assegurada pelos resis-
de 75mV. A alimentação é feita plados diretamente entre si. A tores de emissor R 15 e R,., pelos
pela rêde, a tensão CC de ali- tensão de polarização da base de divisores resistivos R" - Rn e
mentação sendo de 45V. T, é retirada do emissor de T, R, - R,. e pelos dissipadores
Tendo em vista a sua potência através da rêde resistiva R,, R, sôbre os quais são montados os
de saída relativamente elevada, R, e, dêste modo, obtemos uma transistores de saída. Cada dis-
êste amplificador pode ser utili- forte realimentação CC que ga- sipador é constituído por uma
zado não somente em eletrolas rante a estabilidade dos pontos chapa de alumínio de 3mm de
de alta fidelidade como também de trabalho dos dois transistores. espessura e 100cm 2 de área.
em sistemas de "public-adress" O acoplamento à etapa final é fei- A fim de minimizarmos a dis-
para estabelecimentos comerciais, to por meio de um transforma- torção por "cross-over" os tran-
bancos, clubes, etc. dor excitador ("driver"), cujos sistores de saída foram polariza-
750
-21,5V 2W ~

t 1,9mA C6 R1o 1A

].000~-LF
25V
R12
470 R16
• 2W R14 0,50.
N2 3,3/5% ~w

-22,5V

R1:3
470/2W
R~1
3,3 AD149
5%

R5
0,5
1W

FIG. 1
Circuito completo do amplificador
(•) FAPESA - Laboratório de
Obs: O resistor de emissor de T4 é R,; os pontos jun- Aplicaclones Electronicas (Buenos Ai·
to a N1, N2 e N 3 indicam o princípio dos enrolamentos. res, Argentina).

234 REVISTA ELETRONICA


OdB correspondendo à uma po-
8Y127 tência de saída de lOW a
l .OOOHz. Nestas condições, as
freqüências de corte inferior e
superior (a -3dB) foram de 30
a 30.000Hz, respectivamente.
Na figura 4 vamos encontrar
A o gráfico da potência de saída
REDE CA em função da distorção harmô-
50/60Hz nica, as medições tendo sido efe-
tuadas com sinal de freqüência
de l.OOOHz.
Além das duas m~dições men-
cionadas acima, foram também
efetuadas as seguintes:
• Sensibilidade a l.OOOHz pa-
8'!'~27 ra 10 e 20W de saída: 50 e
75mV, respectivamente.
FIG. 2 • Impedância de entrada a
Esquema da fonte de alimentação
l.OOOHz: 32k,n.
• Impedância de saída a
l.OOOHz: O,llsfl.
o • Tensão de zumbido medida

1 v r-'Ç d8!10w-1Óoo 1Hz


I
f\
na saída da fonte de alimenta-
ção: 70mV (sem sinal na entra-
da do amplificador) e 225mV
-ID -1
:!:!.
c:r j
v (quando o amplificador está for-
necendo a máxima potência de
saída).
-9-2
c:r
VI
1/ Finalmente, esclarecemos que
tôdas as medições foram realiza-
t -3 das com tensão de rêde nominal.

0,03 0,1 0,30,5 1 3 5 10 20 30 5 o


0,05 -f(kHzl
FIG. 4
FIG. 3
Distorção hannônica em função da potência de
Resposta em freqüência. O nível zero dB corres· saída, a freqüência sendo constante, icual :>
ponde a wna potência de saída de lOW, a fre· l.OOOHz.
qüência sendo de UlOOHz.

dos de tal modo que a corrente I


quiescente é de 30mA.
A malha R., c. introduz rea- v
--- - ~
limentação CA negativa, a qual,
a uma freqüência de l.OOOHz é
de -lldB.
A fonte de alimentação é con- 4-
vencional, do tipo onda comple-
ta, fornecendo uma tensão CC
de 45V quando não há sinal na 5 10 15 20 25
entrada do amplificador e 40V
quando a potência de saída do .-...poTÊNCIA DE SA{OA (W)
amplificador é máxima. Nesta
última condição a corrente mé-
dia fornecida pela fonte é de 1----;n-
O,SA aproximadamente. cn
I()
DESEMPENHO N2+N3
L a;
A resposta em freqüência está N1
ilustrada na figura 3, o nível ~

FIG. 5 l I()
cn
I() MEDIDAS EM mm
Transformado: excitador ("driver). Primário (N 1 ): cn
500 espiras de fio de cobre de 0,25mm de diâmetro.
SecliDIÜrio (N2 +
N 1 ): 166 espiras, enrolamento bl-
fWar, fio de cobre de 0,40mm de diâmetro. I· 38

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 235


O disparador Schmitt
Um dos circuitos mais relega- que polarizamos TR" de modo Quando a amplitude do sinal
dos a um segundo plano pelos que o mesmo esteja em corte e de entrada fôr suficientemente
técnicos em Eletrônica é o dis- TR,, através de R" e R, na sa- grande, TR, passará para a satu-
parador de S:hmitt (Schmitt turação. ração e TR, para o corte, dando
Trigger), provàvelmente devido como saída a forma de onda r~­
a um desconhecimento das pos- Nessas condições, a tensão co- presentada em linha cheia na fig.
sibilidades que o mesmo oferece. letor de TR" s~rá a própria ten- 2. Nos semi-ciclos negativos o
são de alimentação e o coletor circuito permanecerá nas condi-
A principal propriedade dêsse de TR, estará a uma tensão mui- ções iniciais.
circuito é a de transformar uma to baixa ( < 0,5V). Apliquemos
onda qualquer em onda quadra- agora na base de TR, uma ten- Até aí, temos simplesmente
da ou retangular de um modo são senoidal, para efeito de sim- um ceifador convencional. Adi-
muito mais perfeito do qu~ um plificação do raciocínio. Nos se- cionamos, porém, a resistência
ceifa dor. mi-ciclos positivos (fig. 2) TR, R, no circuito (fig. 3). Essa re-
conduzirá diminuindo assim a sistência terá seu valor ajustado
Ao contrário de um ceifador, sua tensão de coletor e conse- de modo a introduzir uma forte
os tempos de subida e descida quentemente a polarização de ba- realimentação positiva que leva-
da onda gerada por um dispara- se de TR,, fazendo com que a ria o circuito à oscilação não
dor Schmitt não são dependen- tensão de coletor do mesmo au- fôsse o fato de TR" estar corta-
tes da amplitude do sinal de en- mente. do, de modo que as condições
trada. Essa propriedade permi- iniciais do circuito não mudam.
te que o circuito gere ondas qua-
dradas pràticamente perfeitas Ao aplicarmos, porém, um si-
com sinais de pequena amplitude.
No ramo das comunicações, a
sua aplicação mais imediata se-
ria a de transformar a saída de
ondas senoidais de um gerador
é\ \
\
\
\ I
I
I
I
nal positivo na base de TR, o
mesmo sairá do corte e o ganho
do élo de. realimentação sendo
suficientemente grande fará com
que TR, atinja imediatamente a
saturação e TR, fique cortado.
' I
de áudio ou mesmo a saída de ' ,_/ /
Nessas condições, o tempo de
áudio de um gerador de RF em - - - TENSÃO OE ENTRACA
ondas quadradas comparáveis às - TCNSÃO OE SAiOA
subida é determinado pelos pa·
geradas por um instrumento d.e râmetros de comutação dos tran-
alto custo. O seu princípio de FIG. 2 sistores. O circuito também só
funcionamento pode ser entendi- voltará a condição de repouso
do fàcilmente a partir da figu- Formas de c.nda encontradas no cir·
cuito da Fig. 1 (Continua na pág. 266)
ra I.

BAIXA
SAÍDA
R, IMPEDÂNCIA } .,
-=- g

1
3,9k
·;;.
· ALTA U)

IMPEDÂNCIA

FIG. 1

Diagrama de prmc•p•o do dispara·


dor · Schrnitt

Nela observamos um amplifi-


cador de dois estágios acoplados
FIG. 3
diretamente. A única diferi!nça
que se nota relativamente a um Circuito completo · do disparador com os valores dos
amplificador convencional é a de componentes TR1, TR2 = 2N2926

236 REVISTA . ELETRONICA


Transistores de Potência
II

ASSOCIAÇÃO EM PARALELO

Como vimos, a potência má-


xima que pode ser dissipada pe-
lo transistor é, na prática, bem
inferior a que se pode deduzir
pela leitura de suas característi-
cas típicas. Portanto, freqüen-
temente, faz-se necessário a as-
sociação de um certo número
dêles em paralelo, a fim de se
obter a dissipação necessária pa-
ra a utilização que se tem em
vista.
Não teríamos, evidentemente,
problema algum se, ao conectar
vários transistores em paralelo
não preCisássemos tomar nenhu-
ma precaução particular: utili- (o) (b)
zando dois transistores podería- FIG. 2
mos esperar que a dissipação
térmica pura e simplesmente do- Curvas de transcondutância de dois transistores do mesmo tipo escolhidos ao
acaso. Quando os transistores estão em paralelo, sem resistência de emissor,
brasse.
as tensões base emissor são iguais (VBEI = VBE2 = v.F) e os pontos de fun·
Infelizmente, os transistores de cionamento são diferentes Uc 1 • Ic2 l (a). Pelo contrário, com uma resistência
um mesmo tipo não possuem em de emissor, os pontos de funcionamento que correspondem às intersecções das
geral, as mesmas características, características de transcondutância com a reta de carg!l do emissor VBE =
e, se não tomarmos certas pre- = V0 . E. - l eRE são tanto mais próximos quanto maior fôr RF. (b).
cauções, os dois transistores po-
dem ser conduzidos a uma situa-
ção de dissipar potências bem
diferentes; como caso extremo cia enquanto que o outro .per-
poder-se-ía mesmo pensar que maneceria completamente blo-
um dêles dissiparia tôda a potên· queado.
Consideremos inicialmente, os
dois transistores da Fig. la, co-
locados simplesmente em para-
lelo. Se traçarmos as curvas de
transcondutância, I. em função
de V sE, de dois transistores to-
mados ao acaso e numerados (1)
e (2) (Fig. 2a), vemos que elas
pod·em estar bastante separadas
c' uma da outra.
c' E' As tensões V sE dos dois tran-
sistores em paralelo são necessà-
riamente idênticas e correspon-
dem a uma reta paralela ao eixo
I.; a corrente I" determinada
por VoE é COnsideràvelmente in•
ferior a lc1 que é igual a I. .....
Em nosso exemplo, sem nenhum
(o) (b) exagêro, três quartos da potên-
cia serão dissipados no transsis·
tor (1).
FIG. 1
Associação paralela de dois transistores (a). Transistores em paralelo Uma primeira solução nos
com resistências individuais de emissor ( b) . ocorre então: a seleção dos tran-

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967
sistores que serão colocados em cada transistor uma tensão efe- Quando, porém, temos o ca-
paralelo, de tal maneira que os tiva cuja expressão é dada por so . de transistores funcionando
parâmetros difiram muito pouco em regime não linear, a situação
e as potências se repartam con- VotEI Vo'E' - Ic,RI! se modifica: pelas mesmas ra-
veni·entemente. Os inconvenien- V o2E2 Vo·~o· - lc,RE zões, é sempre necessário prever
tes desta sol~ão são numerosos: resistências individuais de emis-
não semente aparece o problema O ponto de polarização efeti- sor; além disso, no caso, há in-
da substituição de um dos tran- vo estará na intersecção da reta terêsse também em se utilizar re-
sistores, como também o da pró- VoE = Vo'E' - leRE e da carac- sistências individuais de base.
pria seleção, que é bem difícil e terística de transcondutância dos
antieconômica. Além disso, não transistores (Fig. 2b). A melho- É indispensável, com efeito,
devemos nos esquecer que os pa- ra resultante, como se pode ver, que cada transistor esteja satu-
râmetros dos transistores podem não é desprezível; ela é tanto rado, sob pena de ser destruído
variar com o tempo e que por- mais pronunciada quanto mais a por uma dissipação excessiva;
tanto um conjunto de transisto- reta é inclinada, isto é, quanto entretanto, não é conveniente que
res, equilibrado, pode após certo maior fôr RE - cujo valor será sua corrente de base ultrapasse o
tempo de utilização, vir a se de- limitado exclusivamente pela sua valor máximo permítido, porque
dissipação. senão êle seria igualmente des-
sequilibrar.
Assim, portanto, quando asso- truído: o papel da resistência de
É necessário portanto, pro- ciamos em paralelo transistores base é o de limitar a corrente· de
curar remediar de outra manei- que funcionam em regime linear, base máxima para os transistores
ra as causas do desequilíbrio, a é de todo interessante que se co- de alta transcondutância, assegu-
fim de se poder associar em pa- loque no circuito de emissor re- rando no entanto aos transisto-
ralelo transistores quaisquer, ob- sistências de valôres convenien- res de baixa transcondutância
tendo sempre uma distribuição temente escolhidos. uma situação de plena saturação.
satisfatória de potências entre
êles. Inversamente, a colocação de Pode-se tomar necessário, evi-
resistências individuais de base dentemente, por qualquer outra
Experimentemos colocar no teria um efeito prejudicial, por- razão, colocar resistências co-
emissor de cada transistor (Fig. que elas acrescentariam às dis- muns de emissor, base ou cole-
lb) resistências idênticas RE. persões de transcondutância, as tor, em série com o conjunto de
Considerando a aproximação de ganho de corrente que pode- transistores; torna-se claro do ex-
Ic = Is (o que supõe um ganho mos considerar, em primeira
aproximação, independentés das
posto acima que essa disposição
não permitirá, em nenhuma hi-
de corrente infinito) como váli-
da, obtém-se nos terminais de primeiras. pótese, que haja uma distribui-

4
-vcc1V
Tj=25°C
min med ma~.,

.
2

3
.....o
I

r ~
0,5

~ 400~ o o
200 o 600 ...o SOOiVs•E, 1000 ~200
"' v
"'
- -VBE(mV)

FIG. 3
Curva característica do transistor AD 149, com exemplos de construção da Tabela 1.

238 REVISTA ELETRONICA


ção de correntes equilibrada en- TABELA I
tre os transistores.
EXEMPLOS TIPICOS DE AS·
SOCIAÇÃO EM PARALELO Corrente VBB VBB
DE V ARIOS TRANSISTORES coletor v dor típico max.
DE POT~NCIA IC
Após essas considerações ge- -0,34V -0,50V
rais, vamos abordar alguns exem- -0,5A
plos práticos, onde os princípios -l,OA -0,44V -0,70V
enunciados serão aplicados. Es-
colhemos para tanto o transis- -2,0A ~0,56V -0,93V
tor AD149. O que vai ser dito
a seguir aplica-se, entretanto, a -3,0A -0,65V -l,lOV
todo e qualquer outro transistor,
seja êle de germânio ou de silício,
desde que os parâmetros neces-
sários constem do manual (o que b) as variações de VsE são des-
nem sempre, infelizmente, acon- V sE mio . Essa prezadas já que na prática elas
tece). VBH max. são bem pequenas.
As características típicas do c) seria necessário na verdade
aproxi!Dação é evidentemente colocar em ordenadas h e não Ic,
AD149, a 25°C e uma tensão grosseua mas é justificada pela
coletor-emissor de -lV, são as para que se pudesse considerar
prática, conduzindo a resultados o ganho de corrente do transis-
seguintes: (obtidos no manual satisfatórios. As curvas de que
Philips de semicondutores) (Fig. tor. No entanto, em nossa aná-
nos utilizamos são as que se lise vamos desprezar a corrente
3). vêem na fig. 3 sôbre as quais é de base, como já foi dito atrás
Alguns fabricantes não forne- necessário fazer algumas comi- (~ = oo ), já que uma precisão
cem o valor mínimo de V BB para derações: muito grande nesse tipo de cál-
uma dada corrente Ic. Se tal culo é desnecessária.
fôr o caso podemos calculá-lo, a) as inclinações das curvas
fazendo a suposição de que o va- min. e máx. são de pouca im- d) no entanto, a tensão Vs•
lor típico (ou médio) é a portância, pois o que importa varia ràpidamente com atempe·
média geométrica dos valôres verdadeiramente é a posição da ratura (VsE decresce aproxima-
máximos e mínimos, ou seja, curva. damente 2mV para um aumento

min ~--+-+-~--+~ med

200 400 600 aooiVB'e:• 1000 -1200

- -VsE(mV)
FIG. 4
Determinação da resistência de emissor no caso em que o número de transistores é pré·determi·
nado, isto é, quando se fixa de início Ic ,.., e lc m•d"

SETEl\mRO/OUTUBRO, 1967 239


4
-VcE=1V
Tj=25°C

min med maxl

200 4oo...j.,_____so_o_-l·lv8•E, soo 1000 1200


0,25V

FIG. 5
Quando so deseja otimizar o rendimento, eseolhe·se, de Início wna queda de tensão máxima entre
PS terminais da resistência de emissor.

da temperatura de 1°C). Este O resultado é a reta de carga um VcE de IV e que se queira


efeito pode ser desfavorável e se- do emissor que se vê na fig. 4, que as resistências não dissipem
ria necessário levá-lo em conta obtendo-se como valor mínimo mais de um quarto do que dissi-
nos casos extremos em que os para Ic (lc min), através de um pam nessas condições os transis-
aquecimentos dos transistores são transistor que apresente caracte- tores. A queda de tensão média
diversos; com efeito é o transis- rística de transcondutância coin- nos seus terminais não deve por-
tor cuja curva de transcondutân- cidente com a curva máx. o va- tanto ultrapassar 0,25V (a cor-
cia obedece à curva mínima que lor de lA. As resistências de rente Ic que circula pelo transis-
se aquece mais fazendo com que emissor têm o valor de 0,1350, tor sendo a mesma que circula
sua curva de transcondutância obtido substituindo-se na expres- pela resistência RE, para que a
se desloque mais para a esquer- são da reta de carga do emissor: potência dissipada em RE seja
da, o que aumenta assim, a sua VsE = Vs·E· - leRE, os valôres não maior do que um .quarto da
dissipação. Entretanto, não ire- relativos a um ponto da mesma: potên..;ia dissipada no transistor,
mos considerar êsse efeito em Vs·E' = 0,830V; VsE = 0,560V a tensão sôbre a resistência deve
nossa análise já que na maioria para Ic = 2A, portanto: ser um quarto da tensão VcE do
dos casos essas variações são su- transistor).
ficientemente pequenas para que 0,560 = 0,830
se as possa desprezar sem maio- A construção geométrica é
res cuidados. 0,270 simples: é suficiente ligar o pon-
= 0,135,{} to correspondente a 3A na curva
UTILIZAÇAO DAS 2 mín. com o ponto médio (da cur-
CURVAS va med.) de maneira que a in-
A queda de tensão média
1 . Número pré-determinado de nas resistências será igual a tersecção com o eixo Ic = O se
transistores em paralelo. 0,135 x 2 = 0,270V (o valor situe a 0,25V da tensão corres-
Nêsse caso, a noção de rendi- médio ou valor típico de Ic é 2A) pondente ao ponto de 3A (fig.
mento não é considerada, ou se- ~: a potência dissipada poderá ser
5). A esta reta de carga corres-
ja, nessas condições, as resistên- :gual à dos tra~sistores, quando ponde uma corrente de coletor
cias de emissor podem dissipar êstes estiverem · saturados. média (lc ,.,d ou Ic ''• = 1,75A e
uma potênci,il qualquer. a uma corrente mínima através
de um transistor do tipo máx. de
Suponhamos para fixar as 2. Rendimento pré·determi· 0,75A. A resistência de emissor
idéias, que queremos uma cor- nado. deve ser igual a 0,08,{}, calculada
rente de coletor inferior a 3A
(lc .,...) e que procuramos limitá- Suponhamos que os transisto-
como se segue: Va·E· = 0,680V;
-la em 2A (lc up ou Ic Oll<d). res levados à saturação tenham (Continua na Pác· 264)

240 REVISTA ELETRONICA


I I
GERADORES
TERMOIONICOS
I I
A · válvula comum de rádio versor de energia térmica em elé- cias realizadas com diodos de po-
utiliza um dos princípios mais trica é de 0,00001 por cento! tência, foram obtidas eficiências
antigos da eletrônica.- um prin- Essa eficiência extremamente <la ordem de vinte por cento, o
cípio descoberto acidentalmen- baixa não é importante nas apli- que começa a parecer promissor
te em 1883 por Thomas Alva cações típicas do diodo em radio- para geração econômica em lar-
Edison, o prolífico inventor nor- receptores (por exemplo, como ga escala.
te-americano, que tinha mais de detetor), onde deve passar ape- A eficiência não é o único fa-
1.300 patentes em seu nome, nas uns poucos microamperes de tor a ser considerado, e mais
quando morreu, .aos oitenta e corrente; para energia em larga adiante abordaremos os outros
quatro anos, em 1931. Em um escala, entretanto, eficiências um problemas de ordem prática (al-
dos estágios da produção de lâm- milhão de vêzes superiores se- ta temperatura, etc.). Antes dis-
padas, Edison colocou dois fila- riam as mais baixas que pode- so, para se compreender como
mentos independentes em cada riam ser consideradas. Pode pa- êsse aumento de eficiência tão
bulbo ligando somente um cir- recer quas~ impossível, elevar-se marcante pode ser obtido, faz-se
cuito. Quando êsse filamento se a eficiência um milhão de vêzes necessário examinar mais deta-
interrompia, a lâmpada era gira- ou mais. Não obstante, isso foi lhadamente, o que acontece no
da no soquete, colocando então conseguido; nas últimas experiên- interior de um díodo.
o segundo filamento no circuito.
Realizando testes com essas lâm-
padas, Edison descobriu que
uma pequena corrente podia ser
retirada do filamento que não
estava ligado. Claro estava, que
alguma eletricidade estava se mo-
vendo através do vácuo no bul-
bo, do filamento quente para o
frio. Na realidade, o bulbo esta-
e-
va atuando como uma válvula
(diodo), na qual a aplicação de
e-
calor ao catodo acarretava a
emissão de elétrons de sua super-
e-
fície, os quais fluiam para o ano-
do e dai para o circuito externo,
e-
constituíndo uma corrente elétri-
ca (fig. 1); a válvula funcionava
e-
pois, como um dispositivo de con-
versão direta, convertendo o ca- SAIOA AO
lor, aplicado ao catodo, em ele- CIRCUITO
tricidade. EXTERNO
Num díodo típico usado em
rádio a potência de entrada exi-
gida para aquecimento do catodo
pode situar-se ao redor de 10W,
enquanto que a potência de saída
no anodo poderá s~r de um mí-
crowatt (1 o-•w). Portanto, a po-
tência de entrada de aquecimen-
to excede a potência elétrica de FIG . 1
saída por um fator de dez mi-
lhões, ou em outras palavras, a Princípio básico da geração tennoiônica: os elétrons emergem da
superfície do catodo e Ouem para o anodo, consütuindo uma
eficiência dêsse diodo, como con- corrente elétrica.

SETEMBRO/Ol:JTUBRO, 1967 241


OS EL~TRONS NO se remover completamente um água da superfície de água fer-
DIODO • elétron da superfície, é chamada vente). O nome técnico dado a es-
"função de trabalho" da super- sa "evaporação" de elétrons é
Num bom condutor metálico fície em questão; para os mate- "emissão termoiônica"; por vê-
existem aproximadamente 1O" riais de catodo de diodos co- zes êsse fenômeno é dito "efeito
elétrons livres por centímetro muns, a função de trabalho é de Edison", em homenagem ao seu
cúbico. Esses elétrons estão em alguris volts. descobridor.
constante agitação, que será tanto Como já foi mencionado, em Outro nome associado com a
maior, quando maior fôr a tem- temperaturas comuns, nenhum emissão termoiônica é o do Pro-
peratura. A temperaturas co- dos elétrons do catodo de um fessor Owen Richardson, que es-
muns, êsses elétrons estão impe- díodo pode adquirir energia sufi- tabeleceu a lei que relaciona a
didos de escapar do metal, por ciente no seu movimento de agi- densidade da corrente de emis-
uma barreira de potencial elé- tação, para superar a barreira de são * com a temperatura, fun-
trico em sua superfície. Essa potencial e escapar da superfície. ção de trabalho, etc. Mantendo-
barreira de potencial se verifica Quando o catodo é aquecido, en- -se as demais condições, a cor-
devido à atração de elétrons pró- tretanto, o movimento errático rente de emissão aumenta ràpi-
ximos à superfície pelas cargas aumenta em violência e alguns damente com a elevação da tem-
positivas de átomos do metal. elétrons adquirem energia sufi- peratura do catodo.
Um elétron no interior do metal ciente para "evaporar" da super- A figura 3 ilustra o compor-
é circundado por cargas positivas, fície do catodo, penetrando no tamento dos elétrons emitidos pe-
como mostra a figura 2a. Esse vácuo entre os eletrodos. (0 pro- lo catodo de um díodo. O poten-
elétron não sofre propriamente, cesso é, na realidade, semelhan- cial no catodo é tomado como
uma atração: para tôda carga po- te à evaporação das moléculas de zero e a barreira de potencial da
superfície (função de trabalho)
representada por V. Quando o
ELE.TRON E:LE.TRON ELETRON catodo é aquecido, os elétrons
(o) \ ~--<:p com energia maior do que V es-
\ (bl (C) capam para o espaço entre ca-
+ + + \+ + + + + todo e anodo. Quando um elé-
tron alcança o anodo, faz cair
E?
+ + + + + + + + + a barreira de potencial, corres-
c:s pondente à função de traba-
+ + + + + + lho U do anodo, e a energia as-
+ + + sim liberada é novamente con-
+ + + vertida em calor no anodo. En-
+ + + + + + tretanto, se a função de trabalho
do anodo é menor que a do ca-
FIG. 2
todo, restará uma energia V-U
(a) Um elétron, no interior do metal, não sofre prõpriamente uma (igual a dois volts no exemplo
atração: as atrações individuais das cargas positivas ao seu redor, representativo da fig. 3a.) que
cancelam-se mutuamente. (b) Um elétron da superfície sofre uma
atração para dentro do metal, pois as maiorias das cargas positiYas
ptuam-no em direção ao centro do metal. (c) Um elétron fora do (•) Número de elétrons emitidos
metal, próximo à superfície sofre uma forte a.tração para o metal: por segundo, por centímetro quadra·
tôdas as cargas positivas no metal, puxam-no na mesma direçíio do, da superfície do catodo.

sttiva atraindo-o para a direita


haverá outra carga positiva
atraindo-o para a esquerda; pa- v
ra tôda carga positiva situada em
cima ou à sua frente, haverá uma (APROX. 4)
~
!
outra numa posição correspon- (APROX. 2)
dente em baixo ou atrás. Para
um elétron da superfície, entre- +
CATOOO ANOOO
tanto, (fig. 2b) haverá muito (o)
mais carga positiva atraindo-o
para o metal do que carga posi-
tiva atraindo-o para fora do
metal. Para um elétron lo- BARREIRA OE
calizado fora do metal, pró-
ximo à superfície (fig. 2c), a
combinação das fôrças atrativas
CARGAS ESPACIAIS

'
--...___......._w
de tôdas as cargas positivas resul-
ta numa atração dêsse elétron
I
para o metal.
Portanto, para escapar defini- I
tivamente do metal, um elétron v
deve deixar a superfície com ve-
locidade suficiente para se afas-
I u
I
tar além do campo dessas fôrças;
não é suficiente, que o elétron (b) CATOOO ANOOO
deixe a superfície e se fixe num FIG. 3
ponto próximo a esta, pois seria O diagrama da energia potencial de elétrons no diodo termoiônico:
imediatamente atraído de volta a - não considerando a carga de espaço; b - considerando a
ao metal. A energia exigida para carga do espaço. (Os números em (a) indicam volts.).

242 REVISTA ELETRONICA


\v 1 .t\. \,;i:.tl t;d. c;:spc::u.;uu ucvc; :sca
~FONTE DE
ALTA TENSAÕ removida ou neutralizada.
ELETROOO ACELERADOR
• sssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss, Naturalmente êsses critérios
não são mutuamente indepen-
dentes, de forma que, na cons-
trução de um conversor prático,
um certo compromisso d.:ve ser
procurado.
Por exemplo, o fato de aque-
cermos o catodo fará com que
o anodo também se aqueça, já
que êste recebe calor por irradia-
çáo do catodo; ou ainda, o mé-
todo usado para reduzir a carga
de espaço pode afetar as funções
de trabalho dos eletrodos.
As pesquisas atuais com ma-
teriais para catodo são dirigidas
no sentido de se combinar alta
função de trabalho, com a capa-
cidade de suportar altas tempera-
turas (até 2.2000C), sem evapo-
ração excessiva, fusão ou outra
deterioração mecânica. A seleção
SAlDA AO CIRCUITO EXTERNO
inicial é feita submetendo-se uma
FIG. 4 lâmina de 1,2mm do material à
temperatura de operação, duran-
Triodo magnético conversor. O catodo e o anodo são dispostos lado a _lado;
wna alta velocidade é conferida aos elétrons pelo eletrodo de aceleraçao, e te 1.000 horas; se houver eva-
sua trajetória é encurvada em direção ao anodo pelo campo magnético per· poração antes de completado ês-
pendicular ao plano do papel. (As bobinas de campo não aparecem na se número de horas, o material
ilustração). não pode ser utilizado como ca-
todo.
pode fornecer corrente a um cir- caráter estatístico das energias Para materiais de anodo, o
cuito externo e executar trabalho dos elétrons que deixam o cato- problema consiste em se combi-
útil. do, poder-se-ia ainda esperar que nar baixa função de trabalho
Essa descrição foi simplifica- alguns dêsses elétrons tivessem com alta reflexividade a radia-
da, não sendo considerados dois energia suficiente para alcançar ções infravermelhas (calor). Es-
efeitos, conhecidos como "emis- o anodo; êles se constituem, no ta última característica é neces-
são secundária" e "carga de es· entanto, em apenas uma pequena sária para se evitar aquecimen-
paço". fração do número total de elé- to excessivo do anodo por radia-
Emissão secundária é a emis- trons emitidos. Está claro portan- ção do catodo, minimizando as-
são de elétrons que se verifica to, que a corrente em direção ao sim a emissão secundária. A
na superfície do anodo, quando anodo, será fortemente limitada temperatura de trabalho típica
do impacto de elétrons prove- pela carga de espaço - razão do anodo deve ser de um ou dois
nientes do catodo; essa corrente principal da baixa eficiência do mil graus abaixo da temperatura
de emissão tende a opor-se à díodo comum de rádio. de trabalho do catodo.
corrente principal do catodo e re- As tabelas I e II apresentam
duz, portanto, a saída do díodo. AS EFICieNCIAS as propriedades de alguns mate-
A emissão secundária pode ser EXIGIDAS riais para eletrodos.
reduzida, mantendo-se o anodo Os dados das tabelas não são
tão frio quanto possível; retorna- Estamos agora em condição de exatos, já que a superfície de
remos a tratar dêsse assunto, no estabelecer os principais requisi- um eletrodo (e portanto sua fun-
item seguinte. tos para altas eficiência e saída ção de trabalho) será influencia-
O efeito de carga de espaço de um conversor termoiônico. da pela quantidade e natureza do
verifica-se devido à repulsão mú- São êles: tratamento recebido.
tua de elétrons: um elétron, esca- (i) A temperatura do catodo
pando do catodo encontra-se num deve ser elevada;
feixe de outros elétrons, todos REMOÇÃO DA CARGA
igualmente carregados, pelos (ii) A função de trabalho do DE ESPAÇO
quais é repelido. Isso fará com catodo deve ser alta (dentro de
que grande parte dos elétrons re- certos limites *); O maior fator isolado que li-
tornem ao catodo, antes de ter mita a eficiência do díodo como
uma oportunidade de alcançar o (iii) A temperatura do anodo conversor de energia térmica em
anodo. deve ser baixa; elétrica é, sem dúvida, o efeito
Um diagrama mais real da da carga de espaço, e não é de
energia potencial para um díodo (iv) A função de trabalho do
anodo (U) deve ser baixa; surpreender portanto, que um nú-
com carga espacial é visto na mero considerável de proposições
figura 3b, pela qual se torna cla- engenhosas venham sendo apre-
(*) Um estudo mais detalhado,
ro que somente elétrons emitidos além do alcance dêste artigo, mostra sentadas, seja para sua remoção
pelo catodo, com energia no mí- que a eficiência não cresce indefini · seja para sua redução. Os mé-
nimo de V+ W estarão em con- damente com o aumento de V, mas todos que foram mais seriamen-
dições de superar a barreira de atinge um máximo para um certo va- te considerados, podem ser clas-
lor (elevado) de V; a função de tra-
potencial da carga de espaço e balho do anodo, por outro lado, pode sificados, de modo geral, como se
alcançar o anodo. Devido ao sempre, ser tão baiD quanto possivel. segue:

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967
TABELA I - CARACTERISTICAS DE TABELA I I - CARACTERISTICAS DE
MATERIAIS DE CATODO MATERIAIS DE ANODO

I
Função de Faixa de Função de
Material de Catodo trabalho V
(volts)
I Temperaturas
(OC)
Material de Anodo
I
Trabalho V
(volts)

Tungstênio impreg- Oxido de bário/ óxido de estrôn-


nado com bário 1,7 850 - 1200 cio sôbre níquel 1,0
Tório sôbre tungs-
tênio 2,55 1800 - 2000 Césio sôbre óxido de prata 0,75
Césio sôbre tungs-
tênio 1,7 1350 - 1650 Césio sôbre óxido de tungstênio 0,71

(i) Distância pequeM entce 0s todo se condensa no anodo; isso são nessa região. Por "adequa-
eletrodos; significa que, com o tempo, a do" entendemos um gás que se
(ii) Elétrons a alta velocidade; função de trabalho do anodo se ionize ràpidamente. O potencial
aproxima da do catodo, ocasio- de ionização de um gás é a ener-
(iii) Neutralização por íons po- nando uma queda na saída, pois
sitivos. gia em volts necessária para re-
como já vimos (figura 3), a ten- mover o elétron orbital mais ex-
O princípio do primeiro méto- são disponível no circuito ext~r­ terno de um átomo neutro de
do é reduzir o tempo de trânsito no é V-U, a diferença entre as gás, dando o aparecimento a um
dos elétrons através do vácuo, funções de trabalho do catodo c íon positivo e um elétron livre.
colocando os eletrodos bem pró- do anodo. Se êsse potencial de ionização é
ximos um do outro: quanto me- O segundo método de remoção menor do qu) a funçã::~ de tra-
nor o tempo que os etetrons gas- da carga de espaço é baseado balho do catodo, i.e., menor que
tam no espaço entre os eletrodos, num princípio origmalmente em- a energia dos elétrons emitidos
menor a oportunidade que têm pregado na válvula magnetron pelo catodo, os átomos do gás
de se aglomerarem e formarem usaoa em radar. A figura 4 ilus- serão ionizados por colisões com
uma carga espacial. Os cálculos tra a incorporação do princípio, tais elétrons. Dessa maneira
feitos pelo Dr. Hilary Moss, nos num conversor termoiônico, cha- forma-se um plasma, que se ex-
E.U.A., demonstraram que seria mado triodo magnético. O dispo- tende do catodo ao anodo.
necessário um espaçamento de sitivo é chamado triodo ao invés Para neutralização completa,
0,013mm entre os eletrodos - de díodo, porque dispõe de três a densidade de íons deve ser
assumindo-se que sejam planos eletrodos - o catodo e o anodo igual à densidade de elétrons, já
paralelos - para se remover a dispostos lado a lado, a frente que os elétrons inclusive
carga de espaço por êsse proces- de um eletrodo de aceleração. aquêles produzidos pela ioniza-
so. Quando êsse resultado foi pu- Uma alta tensão aplicada a êsse ção do gás - estão sendo conti-
blicado, em 1957, supunha-se eletrodo de aceleração confere nuamente captados pelo anodo,
que era virtualmente impossível alta velocidade aos elétrons, que enquanto que os íons positivos,
manter-se tal espaçamento sem são então, forçados pelo campo muito mais pesados, permanecem
os riscos dos eletrodos entrarem magnético perpendicular a se mo- pràticamente estacionários. Essas
em contato, causando um curto verem para o anodo. A fonte de exigências torna necessário o
circuito. Mesmo que os eletrodos alta tensão e a energia suprida às cálculo da pressão do gás. Na-
pudessem ser feitos suficiente- bobinas de campo magnético turalmente, êsse cálculo depen-
mente planos e alinhados com a (não mostradas na figura 4) re- de da temperatura de operação
precisão necessária, pensava-se presentam uma certa perda de e densidade de corrente, mas a
que inevitàvelmente haveria "em- energia, que poderia se tornar pressão de gás típica estará sem-
penamentos" após um funciona- proibitiva, com os projetes atua1s pre entre um milésimo e um mi-
mento contínuo a altas tempera- devido às altas densidades de cor- lionésimo de pressão atmostenca.
turas. rente exigidas para potências de Nesse tipo de díodo, o césio,
Tal é o progresso da técnica saída elevadas. com um potencial de ionização
nesse campo, que pouco mais de O primeiro e o segundo mé- de 3,89 volts é geralmente em-
um ano depois, diodos com êss~ todos removem a carga espacial pregado como gás, e o tungstê-
espaçamento, ou ainda menores, não dando aos elétrons qualquer nio, com uma função de traba-
foram construídos com sucesso possibilidade de se aglomerarem lha de 4,52 volts, como catodo,
nos laboratórios do Massachu- no espaço entre os eletrodos; o embora outros materiais de ca-
setts Institute of Technology e da terceiro neutraliza a carga espa- todo estejam sendo investigados.
Thermo Electron Engineering cial dos elétrons, fazendo com A alta função de trabalho exi-
Corporation, e em fins de 1960 que íons positivos estejam pre- gida da superfície do catodo, tor-
a American General Electric sentes em igual número no es- na necessário o uso de tempera-
Company colocou no mercado paço intereletródico. Os íons po- turas muito altas (acima a
um díodo de um watt para apli- sitivos podem ser injetados de 1.6000C) para se obter a emis-
cações especiais, usando êsse es- uma descarga auxiliar ou gerados são de elétrons desejada. Devido
paçamento. no espaço entre os eletrodos. Am- à temperatura de combustão li-
Parece qu~ agora o desempe- bos os métodos foram experi- mitada dos combustíveis conve..-
nho do díodo de "espaçamento mentados: o último, por ser mais cionais e às perdas associadas,
reduzido" é limitado exclusiva- direto, promete maior eficiência. parece que os melhores resulta-
mente por uma outra considera- A geraÇão de íons positivos no dos com diodos de césio, serão
ção: com espaçamento tão peque- espaço intereletródico pode ser obtidos com combustível nuclear
no entre os eletrodos, grande par- conseguida pela introdução de e talvez com radiação solar.
te do material evaporado no ca· um gás adequado a baixa pres- (Continua no próximo número)

244 REVISTA · ELETRONiCA


Voltímetro de M. ft. T.
O CIRCUITO de corrente entre a base e o emissor do transistor,
reduzindo-se a impedância coletor-emissor. Com isso,
Geralmente, o técnico se vê frente a grandes o equilíbrio da ponte se desfaz e o medidor indica
dificuldades ao necessitar de medir tensões muito uma certa deflexão.
elevadas. Vamos procurar neste artigo resolver
êsse problema através de um instrumento que re- O prévio ajuste da chave S2 e do contrôle de
presenta uma solução original e interessante, além sensibilidade R, assegura a calibração correta do
de relativamente acessível do ponto de vista eco- medidor. Como a aplicação de muitos milhares
nómico. de volts destruiria o transistor, é necessário colo-
car uma resistência de alto valor, R;, em série com
Bàsicamente o aparelho se constitui em um a entrada. D.!vido às suas grandes dimensões, o
circuito em ponte de resistores e baterias, apresen- ideal é colocar êsse resistor em uma ponta de pro-
tando em um dos ramos um transistor. Como a va adequada.
impedância coletor-emissor dêste transistor varia de
acôrdo com a corrente base-emissor, as variações A chave S, serve para a reversão da polarida-
da corrente de base produzem variações no equi- de e permite a medida de tensões tanto positivas
líbrio da ponte. Colocando entre os ramos da pon- como negativas em relação à massa.
te um miliamperímetro, obteremos, consequente-
mente, indicações de corrente diretamente propor- A mesma pode ser também usada como cha-
cionais à corrente de base do transistor. ve liva-desliga, localizada em S,u no circuito em
ponte.

O CIRCUITO A introdução do interruptor quente - frio, S,,


permite que o instrumento seja usado com grandes
variações de temperatura ambiente o que é necessá-
A fig. 1 representa o circuito teórico do apa- rio em virtude da condutividade do transistor au-
relho.
mentar com a elevação da temperatura.
O circuito em ponte contendo T, B, B2 R, e R,
pode ser equilibrado pelo ajuste da resistência R;
(ajust.e ~e zero). Nestas condições, o medidor M CONSTRUÇÃO
nao md1ca nenhuma deflexão.
Tôda a construção poderá ser feita numa cha-
Entretanto, se fôr aplicada uma tensão aos pa de fenolite, montada numa caixa de conduite
terminais de entrada do aparelho, haverá passagem de 15 x 15cm. Os componentes, inclusive as bate-

1,5 v
+
r----------
I
-- I _,
0 I'
I
>I '
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.._, Ii I
O. I I
1 I I
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I Frio \
a.. lcr----+--1 10kV M
I
I
IS3A
I
I
I
o o

AJuste de zero
~
FIG. 1

Circuito esquemático do voltímetro de M.A.T.

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 245


rias e o medidor, acham-se montados sob a chapa 2 - Ligue o instrumento a uma fonte de ten-
com os terminais e contrôles situados na face su- são de valor conhecido, e ajuste o pon-
perior. teiro do medidor por meio do contrôle
de sensibilidade, a fim de que a medida
Naturalmente outras montagens podem ser efe- do medidor possa estar em correspondên-
tuadas, dependendo de cada caso em particular. cia direta com a tensão lida pelo instru-
mento.
:tste tipo de construção têm a vantagem de ser
simples.
Nota: Se ocorrer uma grande variação de tem-
PONTA DE PROVA peratura durante o uso, pode-se tornar necessário
o reajuste dos contrôles do medidor.
Esta é a peça mais importante do equipamen-
to, pois reduz uma tensão de entrada de muitos
milhares de volts para menos de um volt. É essen- LISTA DE COMPONENTES
cial, pois, que seja de construção robusta e muito
bem isolada. T, Transistor OC7l
Compreende um resistor, R<, de 200 megohms M Medidor CC 0-lmA
com uma ponta, todo o conjunto envolvido em
várias camadas de material altamente isolante, e R, Resistor de carvão de 47 ohms 1!2W
provida de um anteparo de plástico contra forma- R, Potenciômetro linear de 50K11
ção de arcos. Várias maneiras de construir a pon-
ta de prova podem ser imaginadas. R, Potenciômetro linear de 20K11
Nota: Embora t:!nham sido feitos todos os R, Resistor de carvão de 5 - 10K11 l/2W (*)
esforços para produzir um instrumento seguro é
aconselhável que, antes de usá-lo, se teste as pro- Rs Resistor de 200M11 especial para alta tensão, ou
priedades isolantes e de resistência da ponta de pro- ponta de prova de tipo comercial. Pode-se usar
va com um ohmímetro. também associação em série, com as necessárias
precauções para trabalho em alta tensão.
AJUSTE s, Chave de poJo, 2 posições
Antes de se usar o instrumento, devem ser s,
feitos os seguintes ajustes: Chave de poJo, 2 posições

1 - Ligue a chave e, depois de curto-circui- s, Chave de 4 polos, 3 posições


tar os terminais de entrada, ajuste o con- B,-B, Pilhas de 1,5V
trôle de zero para deflexão nula do ins-
trumento. (Se isso se tomar difícil, poderá
s~r necessário fazer funcionar o interrup- ( •) ~te resistor deverá ser ajustado de acôrdo com
tor quente e frio). as características individuais do transistor usado.

HUGO GERNSBACK Sempre um defensor do rádio entusiasta, amador,


(1884-1967)
experimentador ou profissional, a cruzada de Gernsback
pelos direitos dos primeiros rádio amadores levou a Liga
Faleceu em 19 de agôsto último em Nova York, aos Americana de Rádio Amadores (A .R .R.L.) a referir-se a
83 anos de idade, Hugo Gernsback. Distinguiu-se no meio êle certa vez, como o Pai do Rádio Amadorismo. Sua
Eletrônico como escritor, editor, educador, inventor o "WIRE~SS LEAGUE OF AMERICA", fundada em 1909 era
profeta. um antigo grupo de amadores. :ll:le incentivou e patrocinou
Nascido em Luxemburgo a 16 de agôsto de 1884, o "Institute of Radio Engineers (agora IEEE) e tentou
Gernsback diplomou-se Engenheiro Eletricista no Technikum fundar uma organização de rádios-técnicos o "OFFICIAL
em Bingen <Alemanha). Em 1904 chegava aos EUA para RADIO SERVICE MEN ASSOCIATION" (QRSMA).
explorar uma invenção: uma bateria sêca melhorada. Um Como inventor, Gernsback obteve cêrca de 80 patentes
ano depois fundava a Electro Importing Co., a primeila inclusive de um capacitar do tipo de compressão \O
loja de rádios do mundo. principio usado em trirnmers) e do uso da condução óssea
Em 1906 Gernsback fundou "Modem Electronics", a
como aux!lio a surdos.
primeira de uma longa série de revistas técnicas de rádio. Mais conhecido pelo público como profeta, a mais
Em 1912 vende essa revista, que após uma série de combi· notável predição de Gernsback foi a descrição do radar,
nações vem tornar-se uma das formadoras da Revista "Po- que apareceu em "Modem Electronics" na série "Ralph
pular Science". A seguir, Gernsback dá inicio a uma revista 124 C 41 + . Na mesma série, previu as viagens espaciais,
ainda maior, o "Electrical Experilnenter" (que em 1921 o micro filme, a intercomunicação por televisão, os raios
toma-se "Science and Invention"). Em 1919, funda uma germicidas, os gravadores de fita (com fita de 6,25mm!),
revista dedicada exclusivamente ao rádio: "Rádio Amateur jogos notumos, seda e lã artificiais e Iãmpadas fluorescentes.
News". Em 1920 essa revista passa a se chamar "Rádio É autor de três livros: "The Wireless Telephone" -
News" e ainda existe sob o nome de "Electronics World". O telefone sem fio (1908), "Radio for Ali", Rádio para todo<
Quando "Radio News" tem sua direção mudada, Gernsbacit (1922) e "Ralph 124 C 41 +" que apareceu em forma de
funda uma nova revista: "Radio-Craft" (agora, "Radio livro em 1925. Em 1950 foi publicada a segunda edição
Electronics"), que aparece nas bancas pela primeira vez e em 1958 outra edição. Em 1964, foi traduzido para o
em 1929. Uo1tras revistas também de sua fundação foram Russo em Moscou. Em 1928, sua estação de rádio a WRNY
"Television" (1929) e "Television News" (1932/33). També111 · em Nova York, foi a primeira a transmitir televisão cm
publicou diversas outras revistas técnicas, bio-médicas e horários regulares; a imagem foi bem recebida por mais
de aviação. Em 1926 êle funda a prilneira revista mundial de 2.000 amadores em seus receptores de TV.
de ficção científica, "Amazing Stories" (ainda existente).
Gernsback é conhecido como o pai da modema ficção Gernsback deixou três filhas e um filho, Harvey Gerns-
científica. back, êste últilno, atualmente editor de "Rádio Electron!cs".

246 REVISTA ELETRONICA


ENCICLOPEDIA DOS

SEMICONDUTORES
II

Corrente de saturação do coletor -Us• cte do que para


(lcEo) para base em circuito
IcE o
IcE O f.LA
-Is = cte. Além disso depende
aberto. do valor da corrente de coletor
IE UCE para a qual foi medida, crescen·
É a corrente de coletor que do para valôres crescentes de
se obtém quando aplicamos en- + Ic (fig. 4).
tre coletor e emissor uma tensão +
conveniente, deixando a base em Para transistores de germânio
circuito ab!rto o que correspon- FIG. 2 de liga pode alcançar alguns mi-
de a uma corrente de base nula. livolts enquanto que para alguns
Se medirmos a tensão entre base transistores de silício pode atin-
e emissor, nessas condições, ve- Tensão de saturação, ou de joe· gir até alguns volts. Se dividir-
remos que a mesma tem exala- lho, do coletor (VcEK). mos a tensão de saturação pela
mente o valor que se obteria da correspondente corrente de cole-
A tensão de saturação do co- tor obtemos a resistência de sa-
curva da fig. 1, para o ponto em letor é definida (geralmente em
que - lc =h e portanto Is O. = montagem emissor comum) co-
turação. Em amplificação de
grandes sinais ela determina o
mo sendo a tensão de coletor limite da variação possível da
I' A
para a qual a corrente de cole- tensão de coletor.
tor para um determinado valor
180 -lç• lE T~
PORTANTO
l[rc constante da tensão entre base e Considerando a fig. 5, vemos
emissor ou para uma corrente que a tensão de saturação pode
160
Ie· o ~
de base constante pràticament-'! ser definida também como aque-
140 I atinge o seu valor máximo. Em
outras palavras, a medida que
la para a qual, para uma dada
corrente de coletor, a resistência
120 I vamos aumentando o valor da
tensão entre coletor e emissor a
de saída do transistor sofre uma
brusca mudança de valor. Como
I i partir de zero a corrente de co- a resistência de saída é dada pe-
100
v letor cresce ràpidamente até que
a partir de uma certa tensão, que
Jo inverso da tangente trigono-
métrica do ângulo formado pela
80

60
L_
v -ICEO é a tensão de saturação, o seu
valor se torna pràticamente cons-
tante.
curva característica (de -Is
= cte) com o eixo horizontal, e
como o valor da tangente é
=
40 maior quanto maior fôr o ângu-
O valor da tensão de saturação lo, vemos que na região à direi-
20 do coletor é sempre menor para
+IB
ta de V cEK a resistência de saída
-ua:.
o
4o 60

FIG. 1
80
- 100m V
I' A
200 -rJEo .L -/
.,;
No caso portanto se aplicásse- 100
mos entre a base e o emissor
uma tensão de -79mV, a cor-
50
20 ,.
-lCk
·I c
~r" "
rente que mediríamos na fig. 2 10 I c_
no microamperímetro seria exa- 5 I= CBo .. . .... .. ~:a
:"" ·Ia7
tamente lcEo· 2 i"""
4
+IE .. ..
o,5 I I I
O valor de lcEO é sensivelmen- t-=-lEI lL \
te maior do que o de leso ou Q,2
! -
0,4
Ice* sendo obtido pela multipli- -60 -40 -20 o +20 +40 +60 +ao + •oomv
cação de leso pelo fator de am-
--UsE
plificação da corrente que cor-
responde ao valor de lcEo· FIG . 3

A fig. 3 nos dá uma idéia das


três correntes de saturação do co- (•) loc é a corrente de saturação do ~oletor para curto circuito entre base
letor que examinamos. e emissor (U8 E =
0) e é maior do que Ic80 •

SETEI\ffiRO/OUTUBRO, 1967 247


gem emissor comum é sempre
maior do que um. Os valôres
lçTENSÃO DE JOELHO PARA -lc=3mA
d -ueJ- de ~ variam normalmente entre
20 e 150, sendo que dentro de
3 "I 160mV
cada tipo de transistor há tam-
bém uma grande dispersão o que
<l
E
o 2
'";'
v, 140mV-
provoca às vêzes uma reclassifi-
cação dêsses transistores em fai-
xas de variação de ~. codifica-
das segundo pintas coloridas.
III 12Jnv A determinação do valor de ~
J~ ~oo~v ou de ht. pode ser feita através
das curvas características do
~
o~
transistor da seguinte maneira:
o 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 v
Consideremos a fig. 6. Se as-
--ucE sumirmos que -VcE =
5 (ponto
FIG. 4 A do eixo -VcE) e levantarmos
uma perpendicular pelo ponto A,
Como a corrente de coletor é determinamos os pontos B e C
é alta pois os ângulos obtidos (a. respectivamente na curva de
sempre maior do que a de base
por exemplo) são sempre muito
pequenos. Já para tensões meno- o ganho de corrente na monta- -Is = lO~A e -Is 20~A. =
A projeção dos pontos B e C
sôbre o eixo -Ic nos dá os pon-
tos B' e C' respectivamente. Se
o ponto de trabalho se mover
de B para C, a corrente de base
aumenta de lO~A para 20~A e
a corrente de coletor sofre umll
8 variação de B' para C'.
7
Como B' corresponde a 600~A
6 e C' a 1200~A, a uma variação
de corrente de base de 1O~A
5 correspondeu uma variação da
corrente de coletor de 600~A.
4 Dizemos então que o ganho de
corrente para um transistor na
3 40 situação do ponto B é dado pe-
la relação entre a variação de
2 I
I corrente de coletor correspon-
I
IA"
dente a uma certa variação de
o corrente de base feita a partir
·VcEIVl
2 3 4 5 6 7 8 9 40 600
dos lO~A, no caso - - - = 60.
FIG . 5 10

feS dO que VCEK" a resistência de


saída do transistor é muito baixa
correspondendo a ângulos muito
grandes, como ~; nêsse caso a
potência dissipada no transistor 9
é muito pequena.
8
-I 8 (JI.Al
7 400
Ganho de corrente- do transistor
(ht., hz1, ~). 6 90
80
O ganho de corrente de um 5 70
transistor é definido como a re- 4
60
lação entre as amplitudes do si- 50
nal de saída e do sinal de en- 3 40
trada, para a saída em curto- 30
-circuito. 2
cl 20
c·- ---------
I 40
Para o circuito emissor co- 4 -------
B o
mum o ganho de corrente é o A
quociente da corrente de saída -VcE(V)
2 3 4 5 6 7 8 9 40
(coletor) pela corrente de entra-
da (base) correspondente. FIG. 6

248 REVISTA ELETRONICA


Podemos ainda determinar o
·IclmAl ganho de corrente do transistor,
440
utilizando as curvas da corrente
de coletor em função da corren-
~30
te de base para uma certa tensão
420 entre coletor e emissor (-VcE
= cte). Na figura 8 o ponto A'
=
HO
400
representa uma corrente de base
de 50j.lA, para a qual correspon-
de uma corrente de coletor (A")
de 2,8mA, determinada pela pro-
jeção do ponto A sôbre o eixo
de -Ic, sendo que A é resultan-
t~ da intersecção da perpendi-
cular levantada por A' com a
curva que representa a relação
0,3 entre coletor e emissor (-VcE =
20 = 4,5V.
40
-------+-----------------0
~--,--,.--,..-r--i'A~-r-r-r-,--r-,--r-.- ·VcE(V)
Da mesma forma o ponto B'
correspondente a 60!lA de cor-
4 2 3 4 5 6 7 8 9 40 11 42 43 44 rente de base, determina pelo
processo descrito linhas atrás,
FIG. 7 uma corrente de coletor de
3,4mA (B").
Ora, o ganho de corrente do
·IclmAl transistor, para o ponto A é da-
40 do por hr, = ..C:,Ic/ ..C:.Is onde
..C:,Ic representa a variação de
9 corrente de coletor, medida a
8 partir do ponto A, corresponden·
te a uma certa variação da cor-
7
rente de base ..C:.Is (medida tam-
6 bém a partir do ponto A).
A linha AA" corta a linha
4
B'B no ponto C e CA =
B'A' =
3 = ..C:.Is =
60 - 50 = lO!lA
2 representa a variação da corren-
te de base para a qual corres-
ponde uma variação (..C:.Ic) igual
a BC = B" A" =
3,4 - 2,8 =
= 0,6mA =
60011A.
FIG. 8 Portanto o ganho hr, para o
ponto A é de 60 vêzes:
Para transistores de potência passa de 40mA para 70mA, com ..C:,lc 600
como o OC72, as características uma variação total de 30mA. 60.
de - Ic em relação a -VcE para De acôrdo com o critério usado ..C:,Is 10
-Is = cte tem a forma da anteriormente, o ganho de cor-
fig. 7. rente para uma situação corres- Quando consideramos a rela-
pondente ao ponto B seria igual ção existente entre o ganho de
Considerando novamente qu~ corrente e as condições de opera-
na ausência de sinal -VcE = 5V 30 ção, devemos distinguir entre
(ponto A), levantando uma per- a-- 60.
pendicular por êsse ponto obte- transistores para amplificação de
0,5 pequenos sinais e transistores de
mos os pontos B para -Is = alta potência. Para transistóres
= 0,5mA; C para -Is =
lmA, Já uma vanaçao de ponto de do primeiro tipo, a curva que
D para -Is = 1,5mA e E para trabalho de D para E, provoca- representa a relação entre a cor-
-Is = 2mA respectivamente. ria uma variação da corrente de rente de coletor e a corrente de
As projeções dêsses pontos sô- base de 0,5A e uma variação da base para uma certa tensão -Vce
corrente de coletor de 15mA o é pràticamente uma reta, qual-
bre o eixo de -Ic nos dão os que corresponde a um ~ de 30.
pontos B', C', D' e E' correspon- quer que seja o valor de -VcE·
dentes a uma corrente de cole- Isto significa que qualquer varia-
tor respectivament~ de 40mA, Concluímos portanto que para ção ..C:.Is, corresponderá a uma
70mA, 90mA e 105mA. transistores de potência em mon- variação ..C:.Ic tal que a relação
tagem emissor comum o ganho entre ..C:,Ic e ..C:.Is seja constante,
Se o ponto de trabalho varia de corrente diminui à medida que o que significa que o ganho de
de B para C, a corrente de base a corrente quiescente de coletor corrente é de acôrdo com a apro-
aumenta de 0,5mA para lmA, aumenta (isto na prática é válido ximação feita constante e inde-
sofrendo uma variação de 0,5mA, no entanto apenas a partir de um pendente do valor da corrente de
enquanto a corrente de coletor certo valor de -L:). coletor.

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 249


Já para transistores de grande sistores de pequena e alta potên-
potência, a curva· característica cia são as que se vêem nas figu-
que representa a relação entre ras 10 e 11, respectivamente.
-Ic e -Is é a que se vê na
fig. 9. Analisando a variação de hr,
para diversos valôres de -VcE,
Se calcularmos o ganho de cor- obtemos a curva da fig. 12, o
rente para o ponto de trabalho que nos mostra que o ganho de
A, que corresponde a uma cor- corrente é pràticamente indepen-
rente de base de 800p.A, obtere-
mos um valor de 50 vêzes: o
dente da tensão entre coletor e
emissor. 50~~
I I
I 1
I I
-lçlmA) I I

120 l i
: I
110 +-.--.-+-.,.--,5r--.-,......,...-+...,10.--- I c (mAl
~o o
I FIG. 10
I 90
I
I ao
I 70
I
I 60
I
I 50
I
I 40
I
I
I 30
I
I 20
I
I 10 50--~
E'' 'O'
I
I
I
FIG. 9 I
I
I
I
I
ponto A corresponde a uma cor- Analisemos agora a influência
rente de coletor de 52mA (ponto da frequência do sinal de entra- !
'
A") e supondo que -Ia seja da sôbre o ganho de corrente. -t-.--,--.-.,..-,...-r-r-i-'.....,...-,-- I c (mA)
5 ~o
1m~, em vez de 0,8mA (ou seja Supondo que o transistor esteja
supondo uma variação para -Ia operando em condições tais que FIG. 11
de 200p.A) obteremos para -Ic a impedância do gerador que o
o valor de 62mA, corresponden- está excitando seja igual à sua
te, pois a uma variação da cor- impedância de entrada e sua im-
rente de coletor de 1OrnA. O pedância · de saída seja igual à
ganho de corrente hr, é igual a: carga que nêle está aplicada, a
curva que obteremos para o ga-
62-52 nho de corrente, variando a fre-
50. qüência do· gerador, é a da
1 -0,8 figura 13, que nos mostra que o
ganho de corrente é pràticamen-
Se agora consideramos a mes- te constante para freqüências
ma variação 6.Is para -Is = baixas, caindo ràpidamente em
= 2mA (pontos D, D' e D") freqüências altas.
correspondente a uma corrente
de coletor de 1OOrnA obteremos O ponto A, que representa um
um ganho de corrente de 20, já valor igual ao valor máximo do
que a variação que sofre a cor- ganho de corrente dividido por
rente de coletor é de apenas raíz de 2, caracteriza a freqüên-
4mA (varia de D" para E", ou cia chamada freqüência de corte
seja de 100mA para 104mA). do transistor. FIG. 12

ll.lc 4
Ora--- - - = 20,
ll.ls 0,2
o que comprova mais uma vez
que o ganho de corrente para
transistores de potência diminui I
I
com o aumento de corrente de I
coletor. i'lh,,l
I
Na prática, eliminando-se as I
aproximações feitas anteriormen- f(kHZ)
te, as curvas que representam a 100 200 300 (•kc/a}
variação de hr, com Ic para tran- FIG. 13

250 REVISTA ELETRONICA


Pu t PIÜIII.if'iluã:
Amplificador simples, d~ 3 válvulas
Apresentamos neste artigo um FILAMENTO
amplificador de áudio de três
válvulas, bastante simples, que As três válvulas utilizadas têm
será de grande interêsse, não só tensão nominal de filamento de
aos que se iniciam em eletrônica, 6.3V, que são fornecidos pelo
mas também ao técnico habilita- transformador de fôrça, através
do que deseja possuir um am- de seu enrolamento de 6,3V. Os
plificador simples, como sobressa- FIG. 1
filamentos são ligados em para-
lente para seu equipamento d·:: lelo.
áudio, ou mesmo como um au- Esquema em blocos do amplificador
xiliar em seus serviços de repa- TENSõES DE ANODO E
rações. GRADE DE BLINDAGEM
co. A válvula 6A V6 a tua como (+ 8)
válvula pré-amplificadora de áu-
O CIRCUITO dio e a válvula EL84 como am- A tensão presente na rêde é
plificadora de potência de saída. C . A. e seu valor 110 ou 220V.
A figura 1 ilustra o esquema O duplo-diodo EZ80 retifica a A tensão exigida para a alimen-
em blocos do amplificador, e a corrente alternada da rêde em tação dos anodos das válvulas
figura 2, seu circuito esquemáti- contínua. 6AV6 e EL84 e grade de blin-

6AV6/
EBC 91

MICROFONE OU
TOCA-DISCOS

R~
250k {l

+B

FIG. 2
Circuito esquemático do amplificador
(
0
) enrolaniento sem lipção.

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 251


dagem da EL84 deve ser contí- grade, proporcionada pelo sinal são, como a obtida no estágio
nua (C.C.) e de alta tensão (200 do toca-discos, variará a intensi- anterior. Como êsse estágio ex-
a 250V). A tensão necessária é dade dessa corrente. Como a citará o alto-falante, será muito
obtida do secundário de alta queda de tensão em R, depende mais importante, uma amplifica-
tensão do transformador (A . T. ). da corrente (lei de Ohm, E = ção de potência (tensão x corren-
A válvula EZSO retifica essa Rxi) teremos em seus extremos, te). Isso é aquí obtido, reduzin-
tensão (C. A.) em corrente con- uma tensão variando de acôrdo do-se a carga de placa da válvula.
tínua, dada a sua condutibilidade com as variações da tensão pre- Em V, a carga de placa é uma
unidirecional; como a corrente só sente na grade da válvula. Como resistência de 250kn (R,), resul-
pode fluir na direção catodo-ano- o sinal (componente alternada) no tando numa corrente bastante
do a sua intercalação entre o anodo é de maior amplitude que reduzida. Na EL84, a carga de
transformador e o amplificador o sinal aplicado à grade, dizemos placa é constituída pelo primário
proporciona ao circuito uma ten- que a válvula atuou como um do transformador de saída, com
são com polaridade definida (C. amplificador. 5.000!1 de impedância para as
C.). A retificação é de onda com- freqüências em questão, resultan-
pleta, já que os diodos da vál- O sinal já amplificado a um do numa corrente consideràvel-
vula conduzirão alternativamente nível adequado será agora aco- mente maior, fazendo assim o
nos semiciclos positivo e negati- plado através do capacitor C, à produto tensão x corrente mais
vo. A corrente contínua obtida grade de contrôle de V2• ~sse elevado.
será ainda pulsante, pois entre capacitor se faz necessário, já que
os semiciclos retificados haverá permite a passagem do sinal en- A polarização negativa de. gra-
uma queda da tensão C. C. a quanto que evita a circulação de de é proporcionada pelo resistor
zero volt. ~sse problema é solu- corrente contínua para o circuito R,. :E.sse resistor, produzindo uma
cionado pela intercalação de um de grade de V,. queda de tensão pela passagem
circuito de filtro entre a saída da corrente catodo-placa estabele-
A válvula V, trabalha sem po- ce a diferença d·e potencial entre
da C. C. pulsante (catodo da re- larização negativa de grade. A
tificadora) e amplificador. :E.ss.e catodo e grade (ligada a massa
inclusão de um conjunto polnri- através de R,) necessária para a
circuito é constituído por dois zador pode ser dispensada numa
capacitores eletrolíticos e um re- polarização negativa da grade.
construção tão simples como es-
sistor. Durante a condução da ta, evitando-se assim o perigo de
válvula retificadora os capacita- introdução de ronco. MONTAGEM
res armazenam energia, para tUI-
necê-la no instante em que a O chassi utilizado em nosso
tensão cai a zero volt. O resistor ESTÁGIO DE POT~NCIA protótipo foi furado especialmen-
limita a corrente de carga do se- te para êste amplificador. Isso
gundo eletrolítico, ajudando as- O estágio de potência (EL84) entretanto, não implica em que
sim a aplainar a tensão. No cir- deve proporcionar não simples- seia necessário a utilização de
cuito da figura 2 os capacitores mente uma amplificação de ten- chassi especial. Qualquer chassi
eletrolíticos são representados por
Cs (duplo) e o resistor de filtro,
por R,. A tensão C.C. que ali-
menta os anodos e grades de blin-
dagem das válvulas é denomina-
da tensão +B.

PIU:-AMPLIFICADOR
Como o nível do sinal do toca-
discos ou microfone é baixo de-
mais para ser injetado direta-
mente na grade da válvula de
saída, que excita o alto-falante,
faz-se necessária uma pré-ampli-
ficação. A válvula 6AV6 é
aqui usada para essa finalidade.
Essa válvula é constituída de um
triodo (amplificador de áudio) e
dois diodos (detetores de RF)
com catodo comum. Como os
dois diodos não são aquí utiliza-
dos, devem ser ligados à terra.
A amplificação é obtida de
uma maneira bem simples. O
sinal proveniente do toca-discos
(ou microfone) é, antes de ser
injetado na válvula, controlado
através de um potenciômetro, de-
signado por P, na figura l. Daí,
o sinal é injetado na grade de
V" Através do circuito catodo-
·anodo-R, está fluindo uma Chapeado da primeira fase de montagem. Fixação de transfonnadores,
corrente; a variação da tensão de soquetes, etc. e fiação.

252 REVISTA ELETRONICA


em que caibam os componentes
do amplificador poderá ser uti-
lizado. A disposição dos compo-
nentes não é crítica, mas aconse-
lha-se seguir uma disposição
semelhante à adotada no protó-
o
tipo. De qualquer forma, é de
importância fundamental, que os I
componentes do circuito de en- I
I.
trada (tomada do microfone, P,
e suas ligações) estejam o mais ln::-.---~-'")
I
distante possível do circuito d! I
saída (Pz, Tz e suas ligações).
A montagem se inicia com a
fixação ao chassi dos seguintes
componentes (convém seguir, na
instalação, mais ou menos esta
ordem):
1 - soquetes das válvulas e
terminais de terra corresponden-
tes.
~
\]V
2 tomada microfone/ toca-
-discos. V,
3 - terminal de ligações d :J
alto-falante.
4 - ponte de ligação.
5 - transformador de fôrça
(T,) e terminal de terra corres-
pondente. FIG. 4
Chapeado da segunda fase de montagem: instalação de resistores e
6 - transformador de saída capacitores.
(Tz) e terminal de terra.
7- potenciômetros (Pl e P2). 6 - ligação dos extremos do na! negativo (caneca) ao chassi,
enrolamento de alta tensão (A. através do terminal de terra prê-
8 - borracha passante para T.), neste amplificador, 275V, so ao parafuso de fixação de T2,
o cordão de fôrça. às placas da válvula retificadora e os terminais positivos à pont~
A seguir efetuam-se as liga- (pinos 1 e 7). de ligação. Deve-se aqui, obser-
ções indicadas no chapeado da var o tipo de ponte utilizada, já
7 - ligação do extremo livre que em alguns tipos, um de seus
figura 3: do 6,3V ao pino 5 da válvula terminais é ligado ao chassi; a
1 - ligação dos pinos 2, 3, EL84 e daqui aos pinos 5 da ponte aqui utilizada não deve s~r
5, 6 e pino central (se houver) 6V4 e 4 da 6AV6 (ligação dos dêsse tipo, seus dois terminais
da 6A V6 ao terminal de terra. filamentos). deverão estar isolados do chassi.
2 - ligação dos pinos 4 das 8 - ligação do cordão de 4 - instalação do resistor ~
válvulas EL84 e 6V4 à terra. fôrça ao primário de Tl (110 ou (2kil) na ponte de fixação do
220V dependendo da tensão de eletrolítico e portanto, entre seus
3 - ligação da tomada de mi- rêde local) e ao interruptor, que dois terminais positivos.
crofone ao contrôle de volume se acha conjugado com o contrô-
(PI). Esta ligação é efetuada le de tonalidade (P2). Para segu- 5 - ligação de uma das jun-
com fio blindado (shieldado), rança, convém aqui, dar um nó ções C5-R, ao catodo da válvula
sendo a malha do fio ligada à no fio. retificadora (pino 3).
massa no terminal corresponden- A montagem tem seqüência no 6 ---,- ligação da outra junção
te da tomada e no outro extremo, chapeado da figura 4, onde são C 5-R, ao pino 9 da EL84.
ao terminal de massa de PI.
efetuadas as ligações restantes e
instalados os capacitares e resis- 7 - ligação do conjunto R,-
4 - ligação do terminal cen- C2, em paralelo, entre o pino 3
tral do potenciômetro (P1) à gra- tores:
da EL8 4 e o chassi. Aqui, deve-
de da válvula 6AV6 (pino 1). 1 - ligação do primário do -se observar a polaridade do ca-
Esta ligação deve também ser transformador de saída (T2) aos pacitar eletrolítico (C,): o pólo
efetuada com fio blindado, sendo pinos 7 (fio azul) e 9 (fio verme- positivo ( +) é ligado ao pino 3
a blindagem ligada à massa nos lho) de V2. e o pólo negativo ao chassi.
pontos indicados (terminal de
terra e extremo de P 1). 2 - ligação do secundário do 8 - ligação de C, (. 02p.F)
transformador de saída (fios es- entre o pino 7 da 6AV6 e o pino
5 - ligação da derivação cen- maltados) ao terminal de saída
tral do enrolamento de alta ten- 2 da EL8 4.
para o alto-falante.
são (geralmente indicado por 9 - ligação de Rz (250k.O)
(CT) a um dos extremos do en- 3 - instalação do capacitor entre o pino 2 da EL8 4 e o chas-
rolamento de 6,3V e daqui ao eletrolítico de filtro C5 (16!-tF + si.
chassi. 16!-tF X 450V): liga-se o termi- (Continua na pãc. :!62)

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 253


ação TECNICA
ZILOMAG mod,. EZ 535
TABELA DE CALIBRACÃO

·---- GERADOR li
~ Chave
RECEPTOR

-
~
Entrada do Receptor Frequência de I Frequência
Ajuste para máxima
I onda
I se ida (nota N.o 1)
No pino 2 da vál- Variável Sec. Fl-2 (Repetir no

1
vula HCH 81 atra-
455 khz
I I
Pri. Fl-2 mínimo uma
vez de um con- aberto Sec. FI-I vez)
densador de óO kpf
I I I
Pri. Fl-1

2 Na antena atravez de 1.650 khz I OM I T-4


-- um condensador Variável Padder
3 de 220 pf 525 khz
fechado I
- ·
Repetir 2 e 3 até obter os
limites desejados da faixa
--
I!
4
--
1.500 khz 1.500 khz
I
T-1

5 600khz 600 kbz


I Padder (Nota N.o 2)

Repelir 4 e 5 até obter o málimo absoluro. O limite lnlerior da fa iru deve ficar entre 525 e 530 khz
Variável
6
1---
Na antena atravez 7,2 mhz aberto T-5
de uma resistência Variável Espira ajustável
7
--
de 400 ohms. 2,16 mhz
OT fechado da bobina L 5
(nota N.o 3)
--
8 6 mhz 6 Mhz T-2 (Nota N.o 2)

2,5 mhz
E&pira ajustável
2,5 Mhz
li da bobina L 2
9
Repetir 8 e 9 até obter o máximo absoluto
--
Variável
10 22,5 mhz aberto T-6
-- Variável E~>pira ajustável
11
--
6,85 mhz
oc fechado da bobina L 6
I T -3
12
--
18 mhz 18 Mhz I (nota N.o 2)
Espira ajustável da
13
8 mhz 8 Mbz
I bobina L 3 (nota N.o 2)
Repetir 12 e 13 até obter o máximo absoluto

Notas de ajuste - vide pq. 255

254 REVISTA ELETRONICA


PHILCO RÁDIO E TELEVISÃO LIDA.
Em nossa capa dêste mês ilus- operação desde 1960. Êsse con- Seletores de canais, bobinas.
tramos uma das fases da fabri- junto está localizado à Rua Sta. transformadores, yokes e fly-
cação de transistores de silício Virgínia, 299, ainda no Tatuapé. -backs são desenvolvidos e fabri-
da Philco, construídos segundo cados especialmente para a apli-
as moderníssimas técnicas Pla- O número atual de colabora- cação que têm em vista. A
nar e Epitaxial Planar. O equi- dores ultrapassa a casa dos 2.400. fabricação de chassis (estampa-
pamento aqui utilizado equipara- Os serviços de assistência social gem, perfuração, fosfatização e
-s;) ao empregado nas mais avan- e médica prestados pela Philco cromatização) é também de exe-
cadas fábricas de transistores do aos seus funcionários são dos cução própria.
~undo; no Brasil, a Philco é a mais eficientes entre as indústrias
única indústria que realiza a di- paulistas. A Philco foi uma das primei-
fusão das pastilhas de silício. ras firmas no Brasil a constituir
A Philco foi a primeira indús- um departamento especializado
Atualmente, o maior fabrican- tria brasileira a fabricar rádios em contrôle de qualidade, que de-
te nacional de televisores e um transistorizados (em 1952), ca- sempenha seu trabalho através
dos maiores de rádio-receptores, bendo-lhe também a primazia na de quatro importantes funções.
sistemas estereofônicos, condi- fabricação de condicionadores com a finalidade de manter o
cionadores de ar e transistores, a de ar com sistema de ciclo rever- elevado padrão de qualidade de
Philco Rádio e Televisão Ltda. so. Foi a pioneira na fabrica· seus produtos:
iniciou suas atividades na Gu 8- ção de televisores dotados de I - Inspeção e teste dos ma-
nabara em 1948. Dois anos de- contrôle remoto, com fio e sem teriais e matérias-primas recebi-
pois, em 1950, instalava-se em fio, êste último, um dos mais dos de seus fornecedores.
São Paulo, com fábrica à Rua perfeitos do mundo. Os primei-
Comandante Salgado. Em 195-2, ros condicionadores de ar dota- 2 - Contrôle de qualidade nas
suas operações foram centraliza- dos de contrôle remoto foram fábricas de seus fornecedores,
das à Rua João Fernandes, no também lançados pel a Philco. através de inspetores cedidos pela
Tatuapé. Suas atuais instalações, Philco, que controlam a manufa-
um completo parque fabril com A quase totalidade dos compo- tura do produto desde a escolha
48.000m2 de área construída em nentes empregados em seus pro- da matéria-prima até o acaba-
terreno de 74 .000m 2, acha-se em dutos é de fabricação própria. mento final.

Vista aérea das instalações [abris da Philco

256 REVISTA ELETRONICA


drão de qualidade nos produtos
fabricados.

A assistência técnica de seus


produtos é assegurada por 1.20 '
técnicos, distribuídos por todos
os estados do Brasil, treinados
especialmente para garantir per-
feito serviço de manutenção. Es-
ses técnicos são constantemente
atualizados através de cursos de
treinamento, que ensejam rigoro-
sa supervisão e seleção dos ele-
mentos empenhados em conser-
var originais os produtos, o que
é propiciado pela distribuição ra-
cional de peças e acessórios em
todo o território nacional.

Vista pal'cial da fabricação de bobinas c transformadores

Vistas parciais da fabricação de transistores (acima) e da montagem de rádios (abaixo)

3 - Contrôle de qualidade de
montagem por sistema de dupi':l
inspetoria: inspetores de monta-
gem e inspetores de qualidade.
4 - Análise dos materiais re-
jeitados para orientação constan-
te de seus fornecedores, que po-
dem assim melhorar a qualida-
de de seus produtos.
A Philco oferece ainda com-
pleta assistência aos seus forne-
cedores, na organização de seus
departamentos de contrôle de
qualidade, através de inspetores
treinados na própria Philco.
Consegue-se assim, elevado pa-

SETEMBRO/ OUTUBRO, 1967 257


MULTIVIBRADORES
A TRANSISTORES
1111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111

Como já foi abordado em artigos anteriores, ~~--------------------~-Va


podemos ter três casos de funcionamento dinâmico
de multivibradores:
a) No primeiro caso, nenhum dos dois estados Sz St
é estável, ou seja, o dispositivo passa constantemente
de um estado a outro sem chegar a se estabilizar
em um dêles. A cadência da mudança de estado
é definida pelas constantes de tempo do próprio
1
Vcl Vc 2
sistema. Dizemos então que o sistema é estável,
sendo exemplos dêsse tipo de montagem os multi-
vibradores de ABRAHAM-BLOCH, de CHARBON- I I
NIER, etc ..
b) No segundo caso, um só dos dois estados FIG. 1
possíveis é estável, de tal maneira que o sistema Circuito de Abraham Bloch
não se pode manter no outro estado (denominado
quase estável) senão durante um período limitado
de tempo, após o qual êle volta espontâneamente o que explica o cotovelo que antecede o patamar
ao estado normalmente estável. Temos então o inferior que se vê no oscilograma de Vc2 (figura 3);
circuito monoestável. o transistor T, permanece cortado até que C,
se tenha descarregado a t r a v é s de R,. Com
c) Enfim, no terceiro caso, nenhum dos dois efeito, esta descarga dá origem - a uma tensão Vv.
estados é favorecido em relação ao outro, nessas (fig. 2b) de polaridade tal que determina o funcio-
condições, se o circuito considerado muda de estado, namento de T,. Essa descarga relativamente lon-
êle permanece nessa posição até que, através de ga, corresponde ao patamar inferior de Vc: no os-
uma excitação externa, nós o façamos voltar ao cilograma representado na figura 3. Quando o
estado anterior. São exemplos o multivibrador d ~ transistor T, começa novamente a conduzir, a va-
Eccles Jordan e o disparador de Schmitt. riação de sua tensão de coletor é amplificada por
T" sofrendo uma inversão de fase c aplicada à sua
base.
MULTIVIBRADOR ASTAVEL Portanto, existe um efeito acumulativo que faz
com que a subida de Vez, ou seja, a transição do
Examinemos o circuito da figura 1, dito de estado de corte para o de condução, seja extrema-
Abraham Bloch. É um gerador de ondes retan- mente rapida. o patamar superior dura, em segui-
gulares, simétricas ou não, cuja forma depende dos da, até que C, se tenha descarregado através de Rs
valôres dos componentes passivos (constantes de (figura 2d). O condensador C, se descarrega então
tempo RC e base-coletor). O funcionamento dêsse e um nôvo ciclo principia.
sistema se baseia essencialmente na carga de um
condensador através de uma resistência. O multivibrador descrito, portanto, não forne-
ce sinais perfeitamente quadrados. Com efeito, o
Consideremos o multivibrador no instante em tempo de subida da tensão de coletor ao valor -V,
que T, passa do estado saturado para o corte, é determinado pelas constantes de tempo Rc, . C, e
acontecendo então o fenômeno inverso para T,; o Rcz . C,. Na prática podemos desprezar o seu valor.
condensador C, se carrega através do díodo, consti-
tuído pela junção emissor-base de T" e da resis- Além disso, a frequência de recorrência nos é
tência RC2 (figura 2a). dada pelo valor das constantes de tempo R, . C, e
R, . C,. Apesar dos melhoramentos que se possa
A tensão de saída VC2 leva assim um certo introduzir, para freqüências superiores a 5kHz é
tempo para atingir seu valor mais negativo (-V.), mais conveniente que se utilize a montagem de

258 REVISTA ELETRONICA


I
T2 BLOQUEADO POR I A
T2
TENSlO POSITIVA A:;;- ' -
T2 EM SUA BASE E POR·
( ~: I :
TANTO SEM AÇ.IO - u/ VR2
SOBRE A CARGA DE C I 'f- T1
I
a
b
FIG . 2

Ação dos transistores sõbre a


descarga dos condensadores
CORRENTE DE C1 e C2
CARGA DE C2

T1 BLOQUEADO POR
TENSÃO POSITIVA T1
EM SUA BASE E POR·
TANTO SEM ACiíO
SOBRE A CARGA DE C2

c d

Charbonnier (figura 4) que é derivada do dispara-


dor de Schmitt.
O multivibrador astável pode ser usado como
base de tempo, como oscilador pilôto, em relógios
eletrônicos, como circuito de regeneração de sinais,
pois é possível, através de algumas poucas precau-
ções, de se obter uma excelente estabilidade de
funcionamento. Na indústria são utilizados para a
comutação de relés que comandam fortes intensi-
dades de corrente. Algumas vêzes, adotamos êsse
princípio para conseguir interceptares de cadência
lenta que permitem modulações de pulso.
FIG. 4
Multivibrador de Cltarbonnier

O MULTIVIBRADOR MONOESTAVEL
A diferença fundamental existente entre o mul-
tivibrador estável e o monoestável é que uma das
ligações coletor-emissor neste último é puramente
resistiva, enquanto a outra continua capacitiva (fi-
gura 5).
Inicialmente o transistor T 1 está bloqueado e
T2 em saturação. De acôrdo com o estado de Tl,
portanto, os pontos B, E e C (base de T,) estão ao
mesmo potencial; além disso, T 2 é mantido em sa-
turação por uma tensão ligeiramente negativa obti-
da pelo divisor de tensão ajustável constituído por
RV e Rb,·
O condensador C adquire uma carga de apro-
ximadamente -v. através do díodo corresponden-
te à junção emissor-base de T, e da resistência Rc,
(fig. 6a). Um impulso negativo de amplitude sufi-
ciente é então aplicado à base de T., que passa do
estado de corte ao de condução (saturação), do que
se obtém um impulso positivo no ponto A que é
transmitido por C à base do transistor T, (com
o efeito acumulativo já descrito anteriormente) levan-
FIG. 3 do por fim êsse transistor ao corte.
Oscilo.:ramas relativos do circuito de O impulso negativo, originado em B e aplicado
Abraham Bloch à base de T, por intermédio de Rt e R!,., confrrma

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 259


I, é muito fraca; a queda de tensão Rc 1 I, pode ser
portanto desprezada, o que faz com que o ponto A
tenha uma tensão de -6V.
O transistor T, estando saturado, a corrente I,
assume um valor importante (corrente de saturação)
o que nos permite dizer que a queda de tensão é
sensivelmente igual a -6V, de onde decorre para
o ponto B uma tensão de aproximadamente OV.
Em outras palavras podemos dizer que o transistor
funciona como um interruptor, que ficará aberto
quando êle estiver bloqueado e fechado quando êle
estiver saturado (figura 11).
Para manter estável o estado inicial é necessá-
rio que a base de T, seja positiva ou igual a OV
e a de T, negativa em relação aos seus res-
pectivos emissores.
FIG. 5
Consideremos o esquema apresentado na figu-
Esquema de princípio de um multivibrador ra 12a, representando a base de T, e seu circuito;
monoestável êste transistor estando bloqueado a corrente h~o é
Rb2 :$>R o+ R DIODO T2 RV :t> Rei TI EM REGIME
PORTANTO SEM ACÁO PORTANTO SEM AÇÁO OE SATURAÇÃO
c
+

T 1 BLOQUEADO E
PORTANTO SEM ACÁO
SOBRE A CARGA DE C

FIG. 6
Funcionamento de um multivibrador monoestável

o estado de saturação de T,. O condensador C se igual a O e a tensão de base definida pelo divisor
descarrega através da resistência Rbz (figura 6b), pro- de tensão formado por RK, e R., é dada por:
vocando uma tensão positiva no ponto D, que man-
tem T, bloqueado. O circuito permanece nesse es- +6V 6
tado até que essa tensão de polarização, produzida V= - - - - . RKI = - - -
3
- - - - . 3 . 101
3
pela descarga de C, desaparece, após o que, a RKI +R., 3 . 10 + 12 . 10
tensão negativa produzida em D pelo divisor de
tensão reconduz o sistema a seu estado normal-
e portanto V = + 1,2V
mente estável. O díodo correspondente à junção base emissor
está polarizado portanto no sentido inverso, do que
A largura do pulso de saída é definida pelo decorre que o transistor permanece bem bloqueado.
valor da constante de tempo -r = Rbz·C.
No que concerne à base ·de T, (figura 12b) no-
Convem observar ainda que no esquema da fi- ta-se que o divisor de tensão é percorrido por duas
gura 5 os emissores estão ligados às massas através correntes cujos valores são respectivamente:
de uma resistência comum RE. Esse tipo de mon-
tagem é chamada de multivibrador monoestável aco- 12V 12
plado pelo emissor, e a polarização dos emissores 0,8 . IO·'A
varia com a corrente Is do emissor. R.,+ RKl 3 . 103 + 12 . 10'

MULTIVIBRADOR BIESTAVEL
O multivibrador biestável apresenta acoplamen-
tos unicamente resistivos entre o coletor e a base
dos dois transistores que o compõem.
Funcionamento
a) Estado inicial - quando ligamos o circui-
to, um dos dois transistores está conduzindo e o
outro bloqueado. Isto se deve à dissimétrica exis-
tente no circuito devido ao espalhamento dos tran-
sistores ou às tolerâncias dos componentes.
Consideremos o circuito apresentado na figu- FIG. 7
ra 10. Se o transistor T 1 está bloqueado, a corrente Obtenção de impulsos por meio de um circuito diferenciador

260 REVISTA ELETR0NICA


TABELA 1
Saturação Bloqueado
fo !mA 0(= - I eao)

V,h = o 5V
V,., 0,4V + l,IV
Te 8mA = 0(= - l eso)

·6V

o - -......
xp----~o

FIG . 10
FIG. 8 Circuito prático de um multivibrador biestável

Oscilogramas correspondentes à montagem da


figu.-a 5

R t Tt
~,____f TRANSISTOR

ou 0,8mA que circula pelas duas resistências do di- -6V (-)


ft
: -
-6V
f BLOQUEADO

visor; Ib, = !mA (valor medido que flui única- 1 I ESTADO 1

mente por RKz).


T2
A corrente h produz uma tensão de 2,4V nos
~
TRANSISTOR
terminais de RK, e h, uma t!nsão de 3V de mesma SATURADO
polaridade que a anterior. A base de T, apresenta -6V (-) : :
então uma polarização de -6 + (3 + 2,4) = -0,6V.
12 I 0 V I
ESTADO 2
r-.. . --- ·- ....,

O diodo correspondente à junção emissor-base FIG . 11


dêsse transistor está pois polarizado no sentido di-
relo, estando portanto o transistor bem saturado. Analogia de funcionamento de um biestável

Nesses cálculos que explicam o funcionamen-


to de um biestáv~l. desprezamos a ação de Ieao e
da temperatura. b) Estudo dinâmico -- considerando sempr.:
como ponto de partida a situação de T, e T, no
A tabela I apresenta valôres de corrente e ten- estado inicial, curto-circuitemos por breve instant-e
são medidos no circuito para os estados saturado e o ponto C à tensão de -6V (figura 10), ou seja,
bloqueado. injetemos uma tensão negativa na base de T 1 por
intermédio de R bl ·
O diodo emissor-base de T, se acha então brus-
r-----------------------~-o-vo camente polarizado no sentido direto, o que leva
êsse transistor à saturação. A corrente 11 aumenta,
Rc 2
provocando um aumento de Re, r, do que decorre
uma diminuição de V,. que se torna sensivelmente
SAlDA SAlDA igual a OV.
2 t
O ponto A estando agora ao potencial da mas-
sa, faz com que a base de T, se torne positiva o
que o bloqueia. Uma nova injeção de tensão ne-
gativa no ponto D, na base T, através de R,,, inv-er-
te o processo descrito anteriormente, levando o sis-
tema ao seu estado inicial.
O circuito apresentado não funciona para fre-
qüências superiores a 5 OOOHz.
FIG. 9
Para freqüências superiores, devem ser intro-
Multivibrador biestável (Eccles Jordan) duzidos alguns melhoramentos:

SETEMBRO/OUTUBRO, 1967 261


Nestas condições, o limite de utilização do bies-
8 Rkt tável atinge a cêrca de 1 MHz.
ov 3k +&V@@
Funcio.i~mento do esquema
l T1 l Modificàdo (figura 13)
Enquanto que no sistema da figura 1O, a mo·
dificação de estado era produzida pela saturação
do transistor bloqueado, na figura 13, ela se dá
_o6v----<CJ-::_:_.--I=J-~v ® @ pelo corte do transistor saturado.
,l l Consideremos o estado inicial em que o tran·
sistor T, está bloqueado e T 2 saturado. Apliquemos
um pulso em D, o condensador Cbz diferencia essa
FIG. 12
tensão e a transforma em dois picos de polaridades
Distribllição das correntes pelas várias opostas.
resistências do circuito
O sentido de condução do díodo 0 2 é tal que o
a) A colocação de um condensador de 30 a pico positivo é transmitido para a base de T 2 en-
300pF em paralelo com as resistências RK que per- quanto o negativo é aplicado ao coletor de T, por
mite uma transmissão mais rápida dos pulsos gerados intermédio de o·,. Portanto o transistor T 2 é sub-
nos coletores pela modificação de estado, às bases metido à ação simultânea de uma tensão positiva
dos transistores. em sua base e de uma tensão negativa em seu co-
Jetor o que o faz mudar de estado e ficar bloqueado.
b) O acréscimo entre o coletor e a base de
cada transistor de um díodo montado em paralelo Para fazer o biestável voltar a seu estado ini-
com uma resistência. cial é suficiente aplicar na entrada C um pulso,
que sofrerá o mesmo processo de transmissão des-
c) A substituição das resistências Rb por diodos. crito anteriormente, agora agindo sôbre T 1•
~----------------------------------~---o-6v

39011

T1
O't 0'2
CTP tOk CTP
309 309

FIG. 13
Circuito modificado do biestável qu~
permite os melhores desempenhos
INFORMAÇÃO
o
o.----x....---~o

---oOo---

AMPLIFICADOR SIMPLES, DE 3 VÁLVULAS


(Continuação da pág. 253) saída (através do terminal corres- Potenciômetros
pondente) e liga-se um toca-discos
1O -- ligação de R, (250k!l) na entrada. Se tudo foi executa- P, 500k!l simples, logarítmico
entre o pino 7 da 6AV6 e o pino
9 da EL8 4. do como indicado poderá efetuar- P, 500k!l logarítmico c/ chave
-se o teste final, ligando-se o
11 - ligação de C, (. 051J.F) aparelho à rêde.
entre o pino 7 da EL8 4 e um Capacitores
dos extremos do contrôle de to- Para fins experimentais, pode-
nalidade (P,). rá ser utilizado um microfone C, . 021J.F X 500V (papel, óleo,
de crisiãl, ao invés de toca-dis- poliester, etc.)
12 - ligação dos dois termi- cos; a saída com êsse transdutor,
nai!! ;:estantes de P, ao chassi, entretanto será pequena. C, 251J.F X 50V (eletrolítico)
através do terminal -!!e terra prê- C, . 0051J.F X 500V (papel, óleo,
so junto ao soque te da 6V 4. LISTA DE MATERIAL óleo, poliester, etc.)
Uma vez terminada a monta- Resistores (carvão, 20%) C, . 05 x 500V (papel, óleo,
gem, faz-se uma revisão geral de poliester, etc.)
todos os itens acima. Se tudo 2.'50k.U l/2W
estiver correto, colocam-se as 250k!l 1/~.W Cs l61J.F + l61J.F X 450V (ele-
válvulas nos respectivos soquéles, trolítico)
instala-se um alto-falante (4.0) no ISO !l IV
secundário do transformador de 2k!l 5 I (Continua na pác. 264)

262 REVISTA ELETRONICA


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(Continuação da pág. 262) cabinho de ligação (fio rígi- pectivamente, ou seja, Ic m'd 1 -
do) = 2A; lcmod 2 1,75A.
Transfonuadores cordão de fôrça
Tr, transformador de fôrça com lc mcd 1
2 botões ("knobs") 1,14
secundários para 275V, 60mA
Ic med 2
e 6,3V (Agradecemos ao sr. Benedito
Domingues a colaboração pres- Além disso êsse aumento é
Tr, transformador de saída, pri- tada na montagem dêste ampli-
mário 5k!l e secundário 3,2 mais do que compensado pelo
ficador). aumento de confiabilidade du
ou 40, 4W
- - oO o - sistema, pela economia de radia-
dores e das resistências de emis-
Válvulas sor (que dissipam 4 vêzes me-
V 1 6AV6 TRANSISTORES nos), sem falar do aumento do
V, EL84 DE POT~NCIA rendimento global.
(Continuação da pág. 240) Podemos, como conclusão,
V, 6V4 ou EZSO
V uE = 0,430V para I c 3A, considerar duas regras gerais,
pràticamente aplicáveis à maio-
portanto:
Outros ria dos casos.
chassi 0,430 = 0,680 - 3 . Re;
Se o rendimento pode ser re-
soquete miniatura (7 pinos) 0,250 legado a um segundo plano po-
com base grande Re = - - = o,osn de-se escolher uma resistência
3 de emissor tal que a queda de
2 soquetes nova! (9 pinos) com tensão média em seus terminais
base grande O aumento do número de seja da ordem de 0,8 a lV e que
transistores não será levado em a corrente média seja da ordem
ponte dupla (com terminais conta já que, no caso em ques-
isolados do chassi) de 0,75 vêzes a corrente corres-
tão a relação entre o número de pondente à máxima dissipação.
tomada para microfone transistores no item 1 e o de Isto é verdadeiro na grande
transistores no item 2 é de 1,14 maioria dos casos e esta regra
tomada para alto-falante para 1. Essa relação é obtida
terminais de terra através da relação entre os valô- pode ser utilizada seguramente
parafusos e/ porcas res médios da corrente de cole- em considerações preliminares.
fio- blindado tor, no item 1 e no item 2, res- (Continua na pág. 26ti)

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264 REVISTA ELETRôNICA


O QUE EXISTE DE NôVO EM
CIRCUITOS DE AUDIO!
PARTE 11 - O ESTÁGIO DE SAlDA EM PONTE

No porte I desta série analisamos os principais li~odes essenc rors, o linearidade, a largura de faixo
requisitos dos amplificadores de áudio por.o rádios e e o potência de saído . No que toco o esta último,
eletrolos, apresentando uma solução simples e prá- nem sempre serão suficientes os 3,5 watts que po-
tico poro o estágio de saído: ci "push-pull" comple- deríamos obter do por complementar AC 187/AC 188,
mentar simétrico. no circuito apresentado no primeiro porte.
Prosseguindo o análise iniciado, trotaremos agora Nesta altura o leitor já estará imaginando um
dos retôrno às válvulas ou o emprêgo de alguns transis-
tores "porrudos", capazes de "conduzir" vários am-
AMPLIFICADORES ALIMENTADOS PELA RIDE
peres e "dissipar" inúmeros "cruzeiros novos" . Antes
Aqui o consumo deixo de constituir o principal de experimentar qualquer um dêsses caminhos, con-
preocupação do projetisto, prevalecendo, como quo- sidere o circuito abaixo :

UJST[ DE POLAAEZAtÂO - DE VE SER


REG41-ADO PARA OU[ A TENSÃO IC .C. I
ElmiE OS PONTOS @ E @ SEJA OE
l[AO IIOl.TS MA AUSÊNCIA OE SINAl.
lo:.Jtii111Ôl.E OE VOLUUE TOTALME NTE

~~·~r"--~-<·=·'>'-------~

FUSÍVEL
H,C;r.:.;,.::::=,-+-c:::,...:;ry..-+--<1-:é'"''
0,150
._. H

•. ..,. '"

~: .....a.sDIG...SI, ~E:. ~lfot~MrDS)


SILliO -=aciD .. ~os ~• • w..-r
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êsrn ~tESTiliiDF..U..I ftlllio ESSAS
.-r-...-~--.,......a..r...

O estágio de saído emprego .oo-.te dois pores carga, o potência será de 7 W , o que torno êste
complementares AC187/AC188, no conf"oguroçõo co- amplificador especialmente recomendável para um
nhecida como "circuito ponte" . O acoplamento dêste sistema estereofónico (7W +
7W) de alto qualidade.
estágio ao excitador (2 AC128) e à cargo (oito-fa- /lo. impedância de entrada do primeiro estágio (300kn)
lante de 160) é direto: foi eliminado até o capacitar é adequada à maioria das cápsulas fonográficas.
em série com o alto-falante.
O estágio de saído apresento ainda o vantagem
Além do economia, ha substancial oloroon-rto de eliminar o zumbido proveniente da fonte. Desta
da faixa de frequências: somente as corocteristicos forma, qualquer circuito retificador convencional,
do alto-falante limitarão o resposta nos extremos do capaz de fornecer 750mA sob 15V, poderá ser uti-
gama audível. lizado poro alimentar todo o amplificador.
Respeitados os valores do diagrama, inclusive Para dados técnicos e demais informações, di-
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(Continuação da pág. 264) Os leitores devem lembrar no 2 partes a fim de proporcionar


entanto que se trata apenas de um ponto de saída em baixa im-
Se, pelo contrário, o rendimen- aproximação e que se deve ter pedância.
to deve ser muito alto, é neces- muito cuidado ao seguí-los, par- No circuito da fig. 3 foram
sário que a queda de tensão nos ticularmente no caso de transis- empregados transistores NPN de
terminais da resistência de emis- tores d" silício, cujas dispersões silício já encontráveis no merca-
do brasileiro o;o os quais permi-
sor não ultrapasse 0,2 a 0,3V - de características são, às vêzes, tem gerar ondas quadradas até
neste caso uma corrente média maiores do que para transistores uma freqüência de 2,5MHz.
da ordem de 0,65 a 0,70 vêzes a de germânio e cujas tensões de
A amplitude máxima de ten-
corrente máxima representa uma saturação são bem mais eleva· são de saída obtenível é de 17V
boa aproximação. das. e 1,8 volts, pico a pico, respecti-
vamente nas saídas de alta e bai-
---oOo-- xa impedância.
Ao usarmos o disparador com
um gerador de áudio devemos
O DISPARADOR SCHMITT ligar entre a saída do gerador
e a entrada do disparador uma
(Continuação da pág. 236) v;~, · · --·- <., resistência de valor igual a im-
pedância de saída do gerador pa-
quando a tensão de entrada cair ....LJ-
---"--
't:--- -VIOt
o
TA2 ra limitarmos a corrente de base
abaixo do chamado nível de fe- II I' de TR1• No circuito já foi co-
\ I
chamento (V,, fig. 4). - - - TENSÃO OE ENTRADA \ I locada uma resistência de 5600
-TENSÃO OE SAÍDA ',, .//
(R,) a fim de casá-Ia a gerado-
Desta forma teremos na saída 1/ 1 - TENSÃO OE DI SPARO res de áudio com impedância de
v2
uma onda quadrada com a mes- • TENSÃO OE FECHAMENTO
saída de 600fl.
ma frequência do sinal aplicado FIG. 4
à sua entrada. Formas de onda das tensões do cir·
O disparador funciona perfei-
cuito da Fig. 3 tamente com 2Vef aplicados à en-
Na fig. 3 foram introduzidas trada de 600fl.
certas modificações no circuito
fundamental, quais sejam, C, pa- da onda quadrada e a divisão da
ra melhorar o tempo de subida resistência de carga de TR, em (•) 2N2926.

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