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DIAGNÓSTICO – SÃO CARLOS – SP

SÃO CARLOS Localizada no LIMITES MUNICIPAIS - A Cidade de São Carlos


possui 236.958 habitantes (SEADE, 2017), e configura-
CORREGO DO GREGÓRIO - Após a formação dos primeiros
centro geográfico do Estado de São Paulo, a assentamentos nas proximidades do córrego, a ocupação urbana foi impulsionada
se como um município de porte médio não- pela construção da ferrovia no contexto da produção cafeeira no interior paulista. O
cidade de São Carlos possui características
metropolitano, considerado um centro regional desenho da cidade foi estruturado a partir de vias ortogonais que ignoraram as
especiais que a tornam um local de
importante no interior paulista, é uma cidade que vem características do meio físico, sendo que as vias se sobrepuseram ao Córrego do
destaque sob vários aspectos. O clima
passando por constantes mudanças. Limita-se ao norte Gregório e suas margens foram progressivamente construídas e impermeabilizadas.
ameno, com temperatura média anual de
com os municípios de Rincão, Luís Antônio e Santa Ao longo das primeiras décadas do século XX consolidou-se um imaginário a
19,6ºC, somado às altitudes médias entre
Lúcia; ao Sul com Ribeirão Bonito, Brotas e Itirapina; a respeito do Córrego do Gregório, associando-o a diversos problemas urbanos,
800 e 1.000 metros, faz de São Carlos um
FIGURA 01 - Vista aérea da cidade - Oeste com Ibaté, Araraquara e Américo Brasiliense e a principalmente as enchentes e o mau cheiro. O antigo jornal do município, o Correio
local muito agradável, com inúmeras
São Carlos, SP - Fonte - IBGE Leste com Descalvado e Analândia. de São Carlos, apresenta exemplares do período que mostram que enchentes já
cachoeiras, curiosas formações geológicas e
belíssimas paisagens. faziam parte da realidade urbana em 1899.
O cerrado foi a vegetação original Enquanto o tecido urbano da cidade não avançava para regiões mais
predominante, ocorrendo nos terrenos distantes, as margens do córrego foram sendo construídas independentemente do
arenosos do planalto. Sobre as manchas de ciclo hidrológico da bacia e da presença do curso d’água no território. Por exemplo, é
solos férteis existia uma exuberante anunciada em exemplares do mês de abril do ano de 1901 do Correio de São Carlos a
vegetação da Mata Atlântica. Hoje, ainda há construção do edifício para o novo mercado, destacando as vantagens que um
áreas de cerrado e fragmentos de mata edifício permanente para tais atividades traria para a cidade. Esse mercado é
preservada, incluindo vários exemplares de construído justamente em um trecho das margens do Córrego do Gregório, onde se
FIGURA 02 - Vista aérea da cidade - araucária de grande porte, árvore-símbolo mantém até hoje, porém, essa informação foi desconsiderada nos jornais, sugerindo
IMAGENS ENCHENTES NO CENTRO E BAIRROS DISTANTES. FONTE ONGS VEREDAS
São Carlos, SP - Fonte - IBGE da cidade. a papel secundário atribuído ao curso d’água no contexto do desenvolvimento da
cidade.
GEOLOGIA - Segundo IPT (2004), na área da cidade de São Carlos
ocorrem, em superfície, sedimentos clásticos, predominantemente arenosos
MAPA LIMITES URBANO DA CIDADE DE SÃO CARLOS. MICROBACIA DO CORREGO GREGÓRIO.(FONTE: CDCC)
(Formação Botucatu), e rochas ígneas basálticas (Formação Serra Geral) do
FONTE SEADE
Grupo São Bento (Mesozóico da bacia do Paraná), rochas sedimentares do
Grupo Bauru (Cretáceo Superior da Bacia de Bauru), sedimentos Cenozóico,
Formação Itaqueri e depósitos correlatos (das serras de São Carlos e Santana),
RELEVO - No município de São
depósitos aluvionares associados à rede de drenagem, coluviões e eluviões. Carlos a altitude atinge uma cota de 1005
Publicações mais recentes, em IPT (2004), apresentam propostas de subdivisões metros no ponto mais alto na região próxima 1 2
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na estratigrafia do Grupo Bauru. ao Serrote Itaguaçu e do limite Leste do
município de Analândia. Tendo seu ponto mais 7 8 4 5 6
LEGENDA
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baixo na cota de 530 metros, por onde passa o
ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS - O município de São Carlos Rio Mogi-Guaçu, no limite norte com os
abrange três unidades morfoesculturais: o Planalto Ocidental Paulista, a 1 – SANTA MARIA MADALENA
municípios de Luís Antônio e Rincão. A
Depressão Periférica Paulista e as Planícies Fluviais. O planalto de São Carlos é 11 10 2 – JOCKEY CLUBR
declividade longitudinal das estradas não
representado pelas Formações geológicas BOTUCATU (Grupo São Bento), 12 3 – FEDERAL (UFSCAR)
pavimentadas chega a 20%.
contendo a parte abaixo das cuestas; SERRA GERAL (Grupo São Bento), na 4 – BELVEDERE
estreita região das cuestas, onde ocorre a quebra do relevo (encostas); ITAQUERI 5 – PONTE DE TÁBUA
(Grupo Bauru), no reverso das cuestas, onde se localiza a maior parcela do 14 6 – ALTO DO MONJOLINHO
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núcleo urbano; além de formações superficiais. Os solos podem ser divididos em 7 – MINEIRINHO
dois grandes grupos: Latossolo vermelho – amarelo, na parte alta da área de 8 – PARAÍSO
estudo, e areias quartzosas profundas, abaixo das cuestas. 9 – TIJUCO PRETO
10 – GREGÓRIO
CLASSE DOS SOLOS - O município é recoberto por cinco tipos de solo 11 – BOTAFOGO
e aproximadamente 70% da área está representada por área ocupadas por 12 – MEDEIROS
Latossolos. Normalmente, este tipo de solo está situado em relevo plano a 13 – ÁGUA QUENTE
suave-ondulado, com declividade que raramente ultrapassa 7%, sendo MAPA EROSÃO MARGINAL REFERENTE AO CORREGO DA ÁGUA QUENTE. (FONTE: SINAGEO.ORG) 14 – ÁGUA FRIA
profundos, porosos, bem drenados, bem permeáveis mesmo quando muito CLASSES DE SOLO PARA O MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS. MAPA HIPSOMETRICO DO MUNICÍPIO DE SÃO
SP. FONTE ONG TREVISAN CARLOS, SP. FONTE TOPOGRAPHIC.MAP SUB-BACIAS DA ÁREA URBANA DE SÃO CARLOS. (FONTE: UFSCAR)
argilosos e de fácil preparo. De maneira geral a bacia do córrego da Água Quente por estar inserida em uma
região de perímetro urbano necessita de intervenções especiais para a prevenção,
CLIMA - Em São Carlos, o clima é quente e temperado. mitigação e recuperação de áreas degradadas. Para isso, a reconstituição da
Existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano em São
vegetação e a execução de obras para o escoamento das águas das chuvas são
Carlos. Mesmo o mês mais seco ainda assim tem muita
fundamentais, bem como a conscientização da população do entorno quanto ao
pluviosidade. Segundo a Köppen e Geiger o clima é classificado
despejo de resíduos de construção, lixo e pelas ligações irregulares de esgotos seja
como Cfa. 19.7 °C é a temperatura média. A pluviosidade média
diretamente no rio ou na galeria de águas pluviais. Esforços nesse sentido já foram
anual é 1440 mm. A diferença entre a precipitação do mês mais
realizados, em alguns trechos mudas de árvores nativas foram plantadas para
seco e do mês mais chuvoso é de 227 mm. 5.9 °C é a variação das
promover a revegetação das áreas de APP e projetos sócio ambientais com a
temperaturas médias durante o ano. O mês mais quente do ano é
população da região que em sua maioria é carente, afim de promover ações
Janeiro com uma temperatura média de 22.3 °C. A temperatura
educativas e de aproveitamento eco turístico da região.
média em Junho, é de 16.4 °C. Durante o ano é a temperatura
TABELA CLIMÁTICA DO MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS. SP. GRÁFICO MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS. SP. média mais baixa. O mês mais seco é Julho com 27 mm. A maioria
FONTE CLIMATEDATA.ORG FONTE CLIMATEDATA.ORG da precipitação cai em Janeiro, com uma média de 254 mm.
VISTA DO BAIRRO LOCALIZADO A MARGEM ESQUERDA
DO CÓRREGO DA ÁGUA QUENTE. (FONTE: EPTV)
O município de São Carlos, com 237 mil habitantes, encontra-se em posição privilegiada no Estado de São Paulo,
exercendo influência regional, contando com proximidades de cidades como Ribeirão Preto e Araraquara e sendo recortado por
importantes eixos viários, como a Rodovia Washington Luiz.
Além de sua posição estratégica, conta também com atributos paisagísticos que se destacam ambientalmente. Com
altitudes médias variando entre 700 e 900 metros o município tem seu território localizado em um dos divisores de águas do
Estado de São Paulo, sendo caracterizado por importante rede hídrica sobre o Aquífero Guarani. Diversos fragmentos de
vegetação, áreas de preservação e de turismo ecológico estão presentes na 5 região, como a Área de Proteção Ambiental
Corumbataí, a Represa do Broa e Estações Ecológicas. Sua área urbana também conta com uma significativa rede hídrica
composta por diversos córregos e nascentes. O principal deles é o rio Monjolinho, que atravessa toda extensão da cidade sentido
Leste-Oeste, articulando uma trama de córregos urbanos é um dos mananciais de abastecimento público.
Grande parte desses atributos, ainda que muito representativos, não foram considerados nos processos de
desenvolvimento e expansão urbana. Pelo contrário, a cidade cresceu negando seus fundos de vale como várzeas alagáveis,
canalizando seus córregos, implantando avenidas marginais em áreas de preservação da vegetação, assentando sua tipologia
viária em descompasso com as condições topográficas e seguindo o modelo rodoviarista, centrado no transporte individual.
VISTA DO BAIRRO LOCALIZADO A MARGEM DIREITA
Todas essas características fizeram com que se ampliassem áreas de inundações e diversas condições inadequadas de uso e DO CÓRREGO DA ÁGUA QUENTE. (FONTE: EPTV) MICROBACIA DO CORREGO DA ÁGUA QUENTE.(FONTE: CDCC)
ocupação do solo, atestando aquilo que a historiografia da paisagem já consolidou como invisibilidade dos rios urbanos .Além
disso, esse modelo já apresenta claros sinais de colapso com índices de congestionamento e diminuição progressiva das CORREGO DA ÁGUA QUENTE- A ocupação da microbacia do Córrego Água Quente está associada ao período de espraiamento da cidade de São Carlos e constituição
velocidades médias na cidade . dos bairros periféricos, processo acentuado a partir da década de 1980.
Atrelado a não incorporação dos elementos naturais como elementos norteadores de projeto urbano, a cidade também Com o agravamento das desigualdades sociais expressas no território urbano as quais não se limitam mais à relação entre centro ocupado pelas classes média e alta e
apresenta uma trama de espaços livres fragmentada e descontínua, sendo bastante frágil sua percepção enquanto um sistema. periferias ocupadas pela classe baixa. Ocorre a multiplicação de loteamentos espalhados pelas bordas da cidade, que passam a ser direcionados a diversas classes sociais.
Os espaços considerados como áreas verdes urbanas e sistemas de recreio, segundo cartografia da Prefeitura Municipal são, em O início da ocupação urbana dessa bacia ocorreu com a construção de diversos bairros voltados para camadas populares na margem direita do Córrego Água Quente e,
sua maioria, pouco qualificados, mal localizados, sendo muitos deles implantados nas áreas menos valorizadas ou impróprias dos posteriormente, com a consolidação do bairro Cidade Aracy, na margem esquerda do mesmo córrego, em uma área dotada de fragilidades ambientais e relevo e solo
projetos de parcelamentos originais, constituindo-se o que chamamos de “sobras” urbanas. inadequados para edificações. Em 2004, um Termo de Ajustamento de Conduta promoveu a regularização do bairro, o que pareceu impulsionar a implantação de loteamentos
O processo de expansão urbana em São Carlos até a década de 1980, não difere dos processos de grande parcela das voltados para as classes populares nesta região.
cidades brasileiras marcados pelo histórico modelo centro-periferia. A expansão físico-territorial da cidade teve como lógica uma Apesar de o Plano Diretor de 2005 definir a região sul como Zona de Recuperação e Ocupação Controlada, isso não impediu a expansão urbana nessa área, inclusive por
ocupação pautada na implantação de loteamentos em áreas descontínuas que beneficiavam os interesses dos grandes donos de meio de empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida, ou seja, uma iniciativa do governo federal em contraposição a determinações municipais.
terras e a atuação especulativa do mercado imobiliário. Esse tipo de expansão caracterizou-se por um momento de aumento
significativo da população e expansão descontínua de loteamentos populares rumo à periferia. “Nesse período consolidou-se um
processo de expansão urbana no qual prevaleceu a produção do chamado “padrão periférico” – desprovido de infraestrutura ou
com infraestrutura precária - com atuação do poder público a reboque do setor imobiliário”. MAPA EXPANSÃO URBANA DA CIDADE DE SÃO CARLOS. (FONTE –
A partir da década de 1990 novas formas de produção do espaço urbano foram se desenvolvendo, como o aumento da PREFEITURA MUNICIPAL SÃO CARLOS)
verticalização, a criação de novas centralidades e de práticas espaciais que levaram à formação de verdadeiros vazios urbanos e à
descontinuidade do tecido urbano gerando uma cidade mais esparsa territorialmente e menos integrada espacialmente A ocupação da área urbana ocorreu de forma SUB-BACIAS DO CORREGO DO MEDEIROS. (FONTE: CDCC)
(SPOSITO, 2004). descontínua e fragmentada. A cidade cresceu sobre
Os atuais desdobramentos desse processo convivem com uma tendência diametralmente oposta, isto é, a produção de áreas inadequadas, com graves problemas de erosão, de CORREGO DO MEDEIROS - A região da Microbacia do Córrego do Medeiros,
espaços residenciais privilegiados, também em áreas geograficamente periféricas, destinados agora às camadas de alto poder drenagem e de proteção de encostas e mananciais. Foi a particularmente onde está o Bairro da Boa Vista era ocupada pela Fazenda do Medeiros,
aquisitivo, separados territorialmente do resto da cidade partir dos anos 70 que o conflito entre a expansão que deu nome ao Córrego e onde existia uma grande plantação de mangueiras,
urbana e as áreas ambientalmente frágeis se acentuou, derrubadas para fazer o loteamento.
principalmente com implantação de vias marginais e a A nascente do Córrego do Medeiros fica entre os Bairros da Bela Vista e Boa Vista no
PROJETO URBANO E PAISAGISMO – DIAGNÓSTICO invasão de áreas de proteção ambiental à beira dos Parque do Bicão, indo em direção do Rio do Monjolinho que corre a poucos metros no
córregos. Nos anos 80 pode-se destacar a consolidação Bairro do Botafogo.
das áreas de periferia. Em 30 anos, de 1970 até 2000, A região da Microbacia do Córrego do Botafogo antes de ser loteada também era
DISCENTE – THAYANE ROBERTA PIZZONIA (RA C19BCE-2) dobraram a população e a área de ocupação do uma fazenda. Na margem esquerda do Rio do Monjolinho existia uma plantação de cana
território. Hoje, os vetores de expansão estão de açúcar e na margem direita de eucaliptos.
DOCENTE - SHEILA ROCHA pressionando áreas que exigem muitos cuidados para O Córrego do Botafogo é pequeno, tanto em tamanho quanto em vazão, ou seja, CORREGO DO MEDEIROS. (FONTE: EPTV) CORREGO DO MEDEIROS. (FONTE: EPTV)
CORREGO DO MEDEIROS. (FONTE: EPTV)
AD/DP ocupação, tais como os mananciais e a Área de Proteção na quantidade de água que possui e sua nascente fica no Conjunto Habitacional. Ele
Ambiental de Corumbataí. deságua – joga suas águas – diretamente no Rio do Monjolinho que passa pelo local.

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