Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
INTRODUÇÃO
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
TRATAMENTO
O soro antibotrópico (SAB) deve ser administrado nos acidentes ofídicos botrópicos
comprovados (quando o paciente trouxer o animal) ou suspeitos (acidente ocorrido
no quintal da casa, roça, ambientes urbanos, ruas, praças, etc). Fazer soro
antibotrópico-laquético (SABL) somente quando o acidente houver ocorrido em
floresta primária (mata fechada) ou capoeira densa e/ou se houver alguma
manifestação clínica de estimulação vagal, pela possibilidade de estarmos diante de
um acidente laquético. O soro anti-laquético (SAL) puro raramente está disponível.
Todo paciente com clínica de envenenamento elapídico deverá receber soro anti-
elapídico (SAE).
1 - Dieta oral zero até segunda ordem (ou até término da soroterapia)
2 - Instalar acesso venoso com cateter em Y
3 - Hidrocortisona 500 mg (ou 10 mg/kg) IV 30 minutos antes do item 6
4 - Cimetidina 300 mg (ou 10 mg/kg) IV 30 minutos antes do item 6
5 - Prometazina 50 mg (ou 0,5 mg/kg) IV 30 minutos antes do item 6
6 - Soro anti-ofídico IV, sem diluir, infundido durante 30 minutos
7 - Deixar bandeja de traqueostomia e material de urgência à beira do leito
8 - Dipirona 1g (ou 15 mg/kg) IV 4/4h (para analgesia inicial)
9 - Sinais vitais a cada 10 minutos
CUIDADOS GERAIS:
ARACNEÍSMO: são acidentes causados por aranhas. No Brasil, cerca de 95% dos
acidentes são notificados nas Regiões Sudeste e Sul. O tratamento específico é
dispensável na maioria dos casos, sendo, portanto, restrita a sua indicação. As
aranhas são animais de hábitos noturnos, sendo causas de acidentes no peri e
intradomicílio, onde co-habitam com o homem. Os principais gêneros são:
Phoneutria (aranha armadeira), Loxosceles (aranha marrom), Latrodectus (viúva-
negra) e Lycosa (tarântula). Merece destaque o gênero Loxosceles, que é uma
aranha pequena, doméstica, sedentária e mansa, agredindo apenas quando é
espremida contra o corpo. Causam acidentes graves, com aspecto necrosante,
devido à ação proteolítica do veneno. A lesão é evidenciada até 36 horas após a
picada. Forma-se uma placa infiltrada, edematosa, com áreas isquêmicas
entremeadas de áreas hemorrágicas. Pode evoluir para necrose seca e úlcera de
difícil cicatrização. Paciente portador de deficiência de G6PD podem apresentar
febre, anemia e hemoglobinúria. O tratamento deverá contemplar medidas de
suporte e o soro anti-loxoscélico (5 a 10 ampolas IV).
ICTISMO: são os acidentes causados por peixes. São muito comuns na Região
Amazônica, especialmente os causados por arraia. Evoluem com dor intensa local,
sangramentos, edema, sudorese, náuseas e vômitos. O tratamento consiste em
limpeza do local afetado com água ou SF0,9% e imersão em água morna (a
ictiotoxina é termolábil). Na persistência de dor pode-se usar Tramadol. Pode ser
necessário debridamento cirúrgico da lesão, com posterior profilaxia para tétano.
ERUCISMO: são acidentes causados por lagartas e taturanas com pêlos urticantes
que, ao serem tocados, liberam substância tóxica semelhante à histamina e
serotonina. Ocorre dor local por vezes intensa, eritema, edema, mal-estar,
náuseas, e vômitos e hiperalgesia. Há lagartas que podem causar acidentes
hemorrágicos (Lonomia sp.). O tratamento é sintomático, com analgesia e anti-
histamínicos. O soro anti-lonômico não está disponível em nosso meio.
LEITURA SUGERIDA
1. AMARAL, C.F.S.; BUCARETCHI, F.; ARAÚJO, F.A.A.; et al. Manual de diagnóstico
e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. Fundação Nacional de Saúde.
Ministério da Saúde: 131p., 1988.