EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Partido politico Paz, com representagao no Congresso Nacional, pessoa juridica de
direito..., com sede na Rua..., N°.., Bairro..., Cidade... Estado... CEP... enderego
eletronico..., por seu advogado que esta subscreve (procuragao em anexo), com endereco
profissional na Rua..., N°..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., enderego eletronico..., local
indicado para receber intimagdes (artigo 106, do Codigo de Processo Civil), vem
respeitosamente, a presenga de Vossa Exceléncia com fundamento nos artigos 103, VIII, 102,
§1°, da Constituigao Federal de 1988 ¢ artigos 1°, paragrafo Unico, inciso | c/c artigo 4°, §1°, €
artigo 5°, da Lei 9.882 de 1999 e artigos 319 € seguintes do Cadigo de Processo Civil, propor
a presente
ARGUICAO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL COM PEDIDO
DE LIMINAR
em face do orgao..., que interpretou a norma prevista no artigo 287 do Codigo Penal
em desacordo com a Constituigao Federal, que violaram preceitos fundamentais previstos nos
artigos 5°, IV, XVI e 220, todos da Constituigao Federal de 1988, que tutela direitos referentes
a livre manifestagdo de pensamento, expresso e reunides pacifica, nado podendo ser
restringida, conforme dispde a norma superior de nosso ordenamento paitrio. Nesta senda,
estes preceitos descritos alhures, foram vulnerados pelas ordens administrativas realizadas
pelo org&o lesionador.
b Do Preceito Fundamental
No caso em concreto, foram realizadas varias manifestagdes no ambito do tema em
debate, referentes a descriminalizag&o do uso de drogas, hoje proibida, como a maconha.Neste diapas&o, o Decreto-Lei 2.848 de 1940, mais conhecido como Codigo Penal, foi
recepcionado pela Constituigéo Federal de 1988, como Lei ordinaria e possuindo varias
tipificagdes de crimes, entre essas, a celeumatica aplicabilidade do artigo 287 do Codigo
Penal, que tipifica o crime de apologia ao crime, sendo exatamente este artigo que
fundamentou algumas ordens administrativas que inibiram algumas manifestagdes, ficando
demonstrado através destes atos as violagdes dos preceitos fundamentais previstos
constitucionalmente, exatamente por nao coadunarem com nossa Carta Maior em seus
artigos 5°, IV, IX, XVI, XXXIV e 220, todos da Constituigao Federal de 1988, que tutelam de
forma patente os direitos de livre expressao de pensamento, direito de reuniao, direito de
peticdo e manifestagdes € reunides pacificas nos termos ja corroborados anteriormente.
I- Do Foro Competente
Nos termos do artigo 103, §1°, que disciplina que a competéncia para julgar e apreciar
Arguigéo de Descumprimento de Preceito Fundamental, decorrente da Constituigao Federal €
do Supremo Tribunal Federal
Em assim sendo, fica demonstrado a competéncia originaria para o processamento €
julgamento da referida agao em tela é do Supremo Tribunal Federal
ll- Da Legitimidade Ativa e Passiva
Na seara da legitimidade ativa, o artigo 2°, |, da Lei 9.882 de 1999, disciplina que os
legitimados para ajuizar a Arguigéo de Descumprimento de Preceito Fundamental, sao os
mesmos previstos no artigo 103, inciso de | ao IX, da CF/88. Desta feita, 0 partido politico Paz
tem legitimidade ativa no caso em tela, nos ternos do inciso VIII, do artigo 103 da Constituigao
Federal de 1988, nao tendo inclusive a necessidade de justificagao referente a pertinéncia
tematica, por se tratar de legitimado ativo universal ou neutro
Noutro lado, o legitimado passivo foram os orgaos e representantes que cometeram o
lesionamento dos preceitos fundamentais, no momento que realizaram o ato referente as
ordens administrativas para os agentes estatais inibirem as manifestagdes que tem previsaoconstitucional, ou seja, os atos dos org&os e seus representantes cercearam e tolheram
direitos garantidos em nossa constituigao.
\V- Do Cabimento da ADPF
a- Do ato questionado
Conforme jaé mencionado anteriormente, o ato questionado foi interpretado em
desconformidade em relacdo a Constituigdo Federal de 1988, no momento interpretativo do
artigo 287 do CP, no qual foram aplicadas ordens que lesionaram os direitos previstos
constitucionalmente de livres manifestagdes, pensamento e expressdo, preceituados nos
artigos aduzidos acima
b- Da prova da violagao do preceito fundamental
Neste sentido, resta comprovada a referida prova no exato ato do drgao publico,
através de seu representante que inibiu e cerceou as manifestagdes tuteladas por dispositivos
constitucionais € lesionaram preceitos fundamentais, onde n&o sao considerados crimes
realizar manifestagdes pacificas, reunides, bem como demonstrar o livre pensamento €
expressdo, sendo estes direitos fundamentais aos cidadéos. Desta feita, é inequivoca a
violagao do principio da dignidade da pessoa humana, ao caso em epigrafe.