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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA


CENTRO DE BIOTECNOLOGIA
CURSO BIOTECNOLOGIA

Resenha do Filme Contágio

Docente: Sildivane Valcácia Silva


Discente: Gabryel Cezar da Silva Marinho
João Pessoa, 27 de Setembro de 2017
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CONTÁGIO
(Contagion – 2011 – EUA)
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Scott Z. Burns
Elenco: Matt Damon, Kate Winslet, Jude Law, Laurence Fishburne, John Hawkes,
Marion Cotillard, Gwyneth Paltrow.

Steven Soderbergh é um cineasta americano conhecido por filmes como Onze Homens
e um Segredo, Traffic – o qual lhe rendeu um Oscar de melhor diretor – e Solaris
(remake do clássico russo de mesmo nome que data de 1972, dirigido por Andrei
Tarkóvski) além de levar a Palma de Ouro em Cannes pelo seu filme de estreia Sexo,
Mentiras e Videotape.

Tendo já trabalhado em filmes com elenco estelar, em Contágio o diretor repete a dose
com um time atores agraciados com o Oscar e outros indicados, tais como Jude Law,
Matt Damon, Bryan Cranston entre outros.

A trama segue a disseminação e o progresso de um vírus letal por todo o mundo e as


medidas para contê-lo. Além de mostrar as consequências à ordem social devido a
pandemia causada pela infecção.

Com roteiro de Scott Z. Burns (O Desinformante) e trilha sonora de Cliff Martinez –


compositor de cinema com o qual Soderbergh já trabalhou em Solaris, Contágio é um
filme de ficção cientifica e suspense que teve sua estreia no Festival de Veneza em
Setembro de 2011 e foi um sucesso comercial arrecadando $135 milhões de dólares.
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A premissa do filme pode parecer batida, afinal de contas, quantos filmes já foram feitos
sobre um vírus mortal que se espalha à velocidade da luz e leva a população global ao
estado de desordem social, mostrando no meio do caminho a incompetência
governamental que em último caso conduz a humanidade à beira de um apocalipse
quase levando à extinção da espécie humana, até que surge então o herói com a cura
para todos os males? Bom em certa medida o filme de Soderbergh foge desse clichê
hollywoodiano e nos apresenta um filme com uma visão muito mais realista sobre os
reais efeitos que uma pandemia pode causar, mas só em certa medida mesmo, a parte
que diz respeito ao herói que facilmente encontra a cura para o vírus mortal não foge
tanto assim desse clichê, o que é um ponto negativo no conjunto geral e que na verdade
chega a ser frustrante tendo em vista o realismo que o diretor tenta passar durante todo o
filme, mas isso será analisado com mais detalhe no decorrer dessa resenha. A princípio o
filme pode parecer bastante lento tendo em vista seu formato documental, as vezes você
pega-se perguntando se não está assistindo a um documentário da Discovery Channel,
mas essa opção do diretor enquanto pode fazer com que o filme perca agilidade garante
a verossimilhança necessária e desejada à obra.
No momentos iniciais temos a empresária Beth Emhoff (Gwyneth Paltron) voltando
para casa após uma viagem a Hong Kong, o diretor aqui faz uma escolhe interessante ao
numerar os dias desde a contaminação do paciente zero conferindo um certo mistério e
prendendo a atenção do espectador, afinal de contas que foi o primeiro a ser
contaminado pelo vírus?
Não demora muito e a empresária morre, seu filho também apresenta os mesmo
sintomas e quando Mitch (Matt Damon), que é aparentemente é imune ao vírus, seu
marido, retorna do hospital encontra o menino morto em seu quarto. Merece ser
destacado aqui as escolhas de Peter Andrews – diretor de fotografia – ao utilizar cores
azuladas e cinzentas para retratar o ambiente de Mitch, passando toda a melancolia,
confusão e apatia em que se encontra, principalmente após descobrir que sua mulher
estava tendo um caso amoroso.

Enquanto isso, vemos em narrativas simultâneas a propagação do vírus em vários locais


do mundo. O diretor ao longo do filme utiliza planos detalhes que focam em objetos,
maçanetas e superfícies para demonstrar como a doença é facilmente transmitida.
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Há também o uso de certas cores nessas cenas que são bem sugestivas, como as cores
alaranjadas para representar a catástrofe e o apocalipse, além de passar uma sensação de
calor, e temos ainda o vermelho sendo utilizado para representar o perigo.

A trilha sonora de Martinez confere tensão e em certos momentos temos a sensação de


tragédia e perda.

Mas pondo de lado questões técnicas e voltando a narrativa em si, enquanto o tempo
passa mais e mais pessoas são infectadas e morrem – o vírus causar encefalite, médicos
e cientistas parecem não saber que doença estão enfrentando, aqui cabe um paralelo
com a pandemia de H1N1 em 2009, e as pessoas começam a ficar com medo, o que é
totalmente compreensível.

Somo então apresentados então ao Dr. Ellis Cheever (Laurence Fishburne), medico
Centro de Controle de Doenças, Fishburne sempre competente nos entrega um
personagem que embora não seja protagonista é o que mais se aproxima disso em um
filme sem protagonistas bem definidos. O Dr. Cheever e o CCD estão em busca de
informações sobre o vírus, pistas de sua origem e uma possível cura. O filme mostra
acertadamente os processos técnicos, científicos e de segurança necessários para se
tratar com doenças de fácil contágio. Além de revelar questões políticas, como a CCD
querendo controlar a história antes que o caos se espalhe, aí surge um questionamento
nunca tão atual, será que podemos confiar nas instituições que deveriam em tese nos
proteger? Seria sábio abrir mão dos nossos direitos na convicção de que o governo vai
ter o interesse do público com guia de suas ações? Aqui temos mais um ponto positivo
para o roteiro ao pôr essas questões em discussão

Entrementes temos o aumento exponencial de pessoas mortas e infectadas deixando


cidades em quarentena e a população global em alerta. A OMS então envia a
epidemiologista Leonora Orantes (Marion Cotillard) à Hong Kong para investigar os
passos de Beth. Em certo ponto Leonora é sequestrada por um colega de trabalho com o
objetivo de obter a vacina para sua aldeia, aqui temos uma incoerência do roteiro visto
que nesse ponto do filme a vacina ainda não tinha se quer sido descoberta. No final do
filme a personagem de Cotillard é simplesmente esquecida e você fica com uma
sensação de confusão.
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De volta aos EUA, um cientista consegue infectar uma célula com o vírus, o que é um
dos primeiros passos para o desenvolvimento de uma vacina; o vírus é identificado
como MEV-1 e descobrimos também que ele tem DNA de porco e morcego.

E no meio de toda essa confusão temos o teórico da conspiração Alan Krumwiede (Jude
Law) - Law se destaca como a melhor personagem do filme e também como a melhor
atuação - alegando que o CCD está mancomunado com as empresas farmacêuticas para
lucrar com a crise e que ele possui a cura para a doença, uma droga chamada forsythia,
mesmo sem nenhum embasamento cientifico; podemos aqui fazer um paralelo com o
caso da fosfoetanolamina no Brasil. Mas será que ele é apenas um louco que acredita e
propaga teorias sem nexo ou será mesmo que o governo está escondendo algo ? Uma
das cenas mais interessante é quando Alan é preso e no diálogo com o agente que o
prendeu ele é informado que nunca teve o vírus e que a forsythia nunca funcionou, ele
então pergunta quais laboratórios fizeram as análises e mostra desconfiança em relação
a eles. Mais uma vez a questão surge, será que podemos mesmo confiar no governo e
naquilo que ele diz ser verdade ou mentira? Outro ponto positivo do filme é mostrar
como o medo pode fazer todos os princípios de racionalidade que tanto são valorizado
no Ocidente simplesmente desaparecerem restando somente o instinto primitivo da
sobrevivência.

Mas não nos enganemos, a película não é só maravilhas, há também seus percalços ao
longo do filme. No começo dessa análise foi afirmado que um dos pontos centrais da
trama seria explorado, e esse ponto é justamente a tão desejada cura. Aqui temos um
erro grosseiro do roteiro, uma pressa para explicar o processo de desenvolvimento da
cura e subsequentemente da vacina que faz com que o filme perca parte substancial do
seu brilhantismo. A médica que está estudando o vírus simplesmente aplica o patógeno
em si mesma pulando várias etapas de segurança e então descaradamente somos
obrigados a acreditar que ela simplesmente teve sorte de a vacina funcionar. A vacina
então começa a ser produzida e várias etapas e protocolos de segurança são ignorados e
dentro de pouco tempo as pessoas já estão recebendo o medicamento. Krumwiede aqui
diz algo extremamente importante, ele afirma que não existem estudos que garantam a
segurança da droga e que ninguém sabe o que ela pode causar de efeitos colaterais;
câncer, deformações ou mutações. O Governo simplesmente pulou todas essas
perguntas para atender ao clamor popular, mais que justificado afinal de contas
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aproximadamente 26 milhões de pessoas morreram, mas a questão da segurança da


droga permanece.

Em síntese o filme merece ser elogiado por retratar com verossimilhança o caos social
que se instala quando a desinformação e o medo imperam. Além de louvar os temas
tratados durante a película que os retrata de uma maneira fora do que se está
acostumado a fazer no cinema mainstream. É interessante também notar a capacidade
do diretor de coordenar um time de estrelas sem que os egos pessoais de cada um se
sobressaia e interferir no desenrolar da trama; há espaço para todo mundo brilha. Pelo
lado negativo o filme peca pelo não aprofundamento psicológico dos personagens, o
que faz com que não nos identifiquemo-nos com nenhum deles, e diria também pela
indiferença e certos momentos de lentidão e conclusões apressadas (caso da Dr. Leonora
Orantes). Mas apesar de tudo o filme traz sim questões importantes a serem discutidas e
seu formato de documentário garante a sensação de realidade, de que aquilo mostrado
pode sim acontecer.

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