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cultos domésticos, a ser despertada pela voz firme de meu pai a cantar
e pelo som agudo da viola às 8:00 da manhã, isso quando não era
despertada as 6:00 pelo chocalho que ele usava em seu programa de
rádio. A poesia e o gosto pela leitura talvez tenham sido plantados nesse
exato momento. Não frequentava a escola ainda, mas minha irmã
costumava ler para mim quando criança, e aprendi a ler com a ajuda
dela. Ela lia sempre a mesma história para mim, a história de uma
centopeia que ia a uma festa(eu adorava aqueles insetos vestidos de
gente). Enquanto ela lia eu acompanhava com os dedos a palavra que
estava lendo e lembro de tentar sozinha a ler o que acabara de ouvir. E
foi assim que aprendi a ler.
Meus pés estão a balançar, e minha irmã está com um livro bem
espesso em suas mãos. Esse livro não tem capa, suas folhas são
amareladas, as letras são pequenas e a ilustração é toda em preto e
branco, algo um pouco sombrio (não, esse não é o livro A Casa do some
-some). O livro é costurado por um tipo de linha bem fina, algumas
páginas, pelo que me lembro soltam a cada virada de página. Era um
livro de estórias fantásticas, de terror e aventura. O sentimento de
suspense sempre me tomava a cada parágrafo, hoje não me lembro das
histórias daquele livro, mas lembro das sensações que as histórias me
traziam: medo, curiosidade e o mais o importante o que minha família
me dava segurança.