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BOAS PRÁTICAS AGROPECUÁRIAS

O que são Boas Práticas Agropecuárias?


São um conjunto de normas e procedimentos a serem observados pelos
produtores para garantir a produção de alimentos seguros em sistemas
produtivos sustentáveis.
Na cadeia produtiva de leite, desde a produção da matéria-prima até o
consumo, todos os produtos lácteos devem ser submetidos a uma combinação
de medidas de controle. Esse conjunto de princípios, quando aplicados
adequadamente, garante um nível apropriado de proteção à saúde dos animais
e do consumidor. (Manual de boas praticas de fabricação)

Importância da implantação das Boas Práticas Agropecuárias


A implantação das Boas Práticas tem como objetivo principal garantir a
produção de alimentos seguros e com atributos de qualidade que atendam
aos interesses de mercado.
Além da qualidade do produto, deve ser considerado também o sistema
de produção desse produto, o qual deverá estar de acordo com a legislação
ambiental em vigor, ser economicamente viável e observar os bons tratos com
os animais.

Vantagens da implantação de Boas Práticas Agropecuárias para o produtor


A identificação e o controle dos diversos fatores, que influenciam a
produção, irão também contribuir com o aumento do desfrute do rebanho e com
a redução das perdas de matéria-prima e do produto final. Isso resulta em
sistemas de produção mais competitivos, ampliando as possibilidades de
conquista de novos mercados.
Melhoria da qualidade do produto, maiores lucros com bonificações no
pagamento por qualidade, redução de perdas por leite ácido, redução de gastos
com mastite, e conseqüente elevação da produtividade leiteira. (Documentos –
EMBRAPA)
Garantia de mercado com reflexos no aumento da qualidade de vida e da
saúde da família do produtor rural. (Documentos – EMBRAPA)
O QUE É LEITE DE QUALIDADE?

Leite de qualidade é aquele produzido por vacas sadias e bem


alimentadas, que conserva as qualidades nutritivas ao longo Os

de todas as etapas de sua obtenção e não apresenta riscos


para a saúde humana quando consumido.
principais fatores que alteram a qualidade do leite são:
• presença de colostro;
• falta de higiene na ordenha e nos equipamentos usados;
• leite de vaca com mamite;
• demora no processo de resfriamento do leite;
• alta contagem bacteriana;
• alimentação da vaca em produção;
• a raça da vaca;
• a estação do ano;
• o estagio de lactação;
• porção e intervalo da ordenha;
• a herança genética.
(Cartilha do SENAR)

COMO OBTER LEITE DE QUALIDADE?

AS BACTÉRIAS ESTÃO EM TODOS OS LUGARES, POR ISSO O PRODUTOR


DEVE ADOTAR MEDIDAS PARA QUE O LEITE NÃO SEJA CONTAMINADO:

Bactérias!
As bactérias não podem ser vistos a olho nu. Para as bactérias presentes
no leite é preciso usar um aparelho chamado microscópio. As bactérias estão
presentes na água, no ar, na terra, no capim, nos pêlos e nos tetos da vaca, nas
fezes, na urina, na roupa e nas mãos do ordenhador, nos insetos e nos
equipamentos de ordenha sujos. A maioria das bactérias não causa problema.
Algumas podem até trazer benefícios para o homem, mas outras podem causam
doenças. Algumas estragam os alimentos, é o caso das que se alimentam do
leite. O leite atacado pelas bactérias fica com sua qualidade ruim.
Quando a temperatura do leite for boa para os microrganismos que vivem
no leite (entre 15°C e 50°C), eles se multiplicam, podendo estragar o leite e
causar doenças. E os microrganismos se multiplicam muito rapidamente,
podendo passar de um a mais de um milhão em apenas seis horas.

A obtenção do leite de qualidade começa ordenhando-se apenas vacas sadias.


Três procedimentos fundamentais devem ser adotados:
1. Higienização no processo de obtenção do leite
2. Resfriamento do leite
3. Controle da mastite.

1. ADOTE MEDIDAS DE HIGIENE NA ORDENHA

Boas práticas de higiene devem ser aplicadas por toda a cadeia de


processamento, para que o leite e os produtos lácteos estejam livres de
contaminantes e adequados para uso. (Manual de boas praticas de fabricação)
O leite contém poucos microrganismos no momento em que é ordenhado
da vaca e pode ser posteriormente contaminado durante seu manuseio e
processamento. Várias são as espécies de microrganismos que provocam
alterações no leite, tais como degradação de gorduras, de proteínas ou de
carboidratos, o que torna o produto inaceitável para o consumo. Além disso,
pode se tornar um veículo de transmissão de doenças, uma vez que é passível
de contaminação por microrganismos patogênicos. (Documentos EMBRAPA)
Qualquer descuido em alguma etapa da produção, obtenção,
armazenamento e transporte do leite pode resultar na contaminação, seguida ou
não da multiplicação das bactérias contaminantes. Portanto não basta evitar a
contaminação do leite. É necessário impedir a criação de condições que facilitem
a multiplicação de bactérias. (Manual de boas praticas de fabricação)
ANTES DA ORDENHA

1 - Sistema de identificação animal individual: todas as vacas devem ter um


bom sistema de identificação, facilmente acessível a todos os envolvidos, desde
o nascimento até a morte dos animais. A identificação individual é necessária
para a separação de animais em tratamento ou com alterações do leite.
(SANTOS, 2007)

2 – Condução: Condução dos animais para a ordenha de forma calma e sem


agressões, obedecendo ao ritmo dos animais de modo a não provocar estresse
nos mesmos. O bem estar animal é fundamental, pois a atividade de ordenha de
certo modo causa desconforto aos animais e pode significar menor produção de
leite caso o estresse seja aumentado, trate os animais de forma mais interativa,
chamando pelo nome, conversando, tateando e não agredindo. Animal bem
tratado tem produção garantida. (PETERS, 2008)

3 - Planejem a seqüência da ordenha:


- Inicie as ordenha com os bezerros jovens e as vacas saudáveis,
- continue então ordenhando as vacas mais velhas,
- Termine a ordenha com as vacas que estão em tratamento, cujo leite não será
entregue à indústria de laticínio.
Separação do leite de animais doentes e em tratamento: as vacas com
mastite clínica ou em tratamento que foram ordenhadas no fina, recomenda-se o
descarte do leite até o do período de carência. (SANTOS, 2007)

4 - Boa preparação do úbere antes da ordenha: para uma boa ordenha é


necessário que as vacas sejam ordenhadas com os tetos limpos e secos. Para
isso, devem-se lavar os tetos sujos com água. (SANTOS, 2007)
- Limpe cuidadosamente os tetos,

- Limpe e desinfete os tetos antes da ordenha com água clorada, (Embrapa,


2007)

- Utilize papel toalha descartável para secar o úbere.

Atenção! Nunca utilize a mesma toalha usada para secar o úbere para mais de
uma vaca.
5 - Monitore a saúde do úbere regularmente
-Verifique a saúde do úbere com o Teste de Mastite uma vez por mês,
- Nunca entregue o leite das vacas cujo teste mostrou uma reação positiva.

6 - Sempre retire um primeiro jato de leite


- Nunca espirre o leite do primeiro jato no chão,
- Tire de 2 a 3 jatos de leite de cada teto em uma caneca de prova,
- Examine se o leite está com floculação, alterações de cor ou consistência. Leite
com mudanças visíveis na composição nunca devem ser entregues a indústria
de laticínio.

7 - Coloque o bezerro para apojar: Esta etapa é necessária se a vaca estiver


condicionada à presença do bezerro. Isso ajuda a liberação de hormônios
envolvidos no processo de descida do leite.
Amarre o bezerro perto da mãe. Ela fica mais tranqüila e permite que o retireiro
a ordenhe com facilidade. (EMBRAPA, 2007)

8 - Higiene do ordenhador: os cuidados para uma boa higiene do ordenhador


envolvem o uso de roupas limpas, boa higiene das mãos (principalmente para
ordenha manual) e que não seja portador de doenças infecciosas. (SANTOS,
2007)

DURANTE A ORDENHA

1. Verifique o vácuo da ordenha

- O vácuo ideal é especificado pelo fabricante,


- Sempre verifique o vácuo antes da ordenha,
- A taxa e a razão do pulsador precisam estar dentro dos padrões.

2. Coloque o conjunto de ordenha imediatamente após a preparação do


úbere

- Iniciar a ordenha dentro de um minuto após a preparação do úbere, (Manual de


boas praticas de fabricação)
- Evite a entrada de ar,
- Verifique o posicionamento do conjunto de ordenha,
- Alinhe os tubos de pulsação e de leite,
- Limpe as unidades de ordenha externamente.

3. Não deixe leite residual


- Ordenhar cada animal com calma, de forma ininterrupta e completa.
- Retire o conjunto de ordenha após o fechamento do vácuo,
- Retire todas as quatro teteiras ao mesmo tempo,
Após a ordenha é retirada a peia e o leite é medido (balde com marcação ou
régua), coado e despejado no latão.

4 - Higiene do ordenhador: Adotar cuidados especiais com a higienização das


mãos do ordenhador e evitar que sujeiras caiam no balde enquanto o animal é
ordenhado. (Manual de boas praticas de fabricação)

Não deve ser utilizado coador de pano e sim de aço inoxidável ou plástico, sendo
trocado freqüentemente.

APÓS A ORDENHA

1. Mergulhe imediatamente os tetos em solução de limpeza

- Molhe ou pulverize os tetos imediatamente após retirar o conjunto de ordenha,


- Use uma solução de limpeza aprovada,
- O sucesso no controle de doenças e bactérias somente ocorre com uma
limpeza regular dos tetos.

2. Limpe os equipamentos de ordenha logo após a mesma


- A limpeza deve começar imediatamente após a ordenha, enquanto as
tubulações estão mornas e não ocorreu formação de depósito de resíduos.
Deve-se desconectar a tubulação de leite do tanque resfriador e deixar drenar
todo resíduo da unidade final e bomba de leite, (SANTOS, 2007)
- Pré-enxágüe da tubulação com água morna potável (35º a 45ºC),
- Coloque a quantidade correta de detergentes,
- Circule a solução de limpeza por pelo menos 10-15 minutos (mantenha a
temperatura de acordo com as instruções),
- Enxágüe novamente com água potável,
- Drene a tubulação e deixe secar,
- Os utensílios que entram em contato com o leite devem ser de fácil limpeza e
desinfecção. Devem ser de material inerte, para impedir a transferência de
substâncias estranhas ao leite em quantidades que envolvam risco à saúde do
consumidor ou causem alterações sensoriais, (Manual de boas praticas de
fabricação)
- Os utensílios utilizados na ordenha devem ser livres de dobras, saliências e
ranhuras que possam reter pequenos volumes de leite e interferir na limpeza.
(Manual de boas praticas de fabricação)

3. Vacas
- Garantir que as vacas se mantenham de pé após serem ordenhadas,
fornecendo-lhes alimento no cocho logo após a ordenha.

2. O RESFRIAMENTO EVITA A MULTIPLICAÇÃO DE BACTÉRIAS

Faça a refrigeração

O resfriamento do leite na fazenda reduz a multiplicação de bactérias que


causam alterações nas características do leite.

Mesmo que o produtor mantenha a máxima higienização na ordenha,


alguma contaminação vai ocorrer no leite.
A Instrução Normativa 51 (IN 51) estabelece que, para inibir a multiplicação das
bactérias e evitar que o leite deteriore, ele deve ser refrigerado, no tempo
máximo de 3 horas após o término da ordenha, respeitando os critérios:
• A 4º C em tanques de refrigeração por expansão direta
• A 7º C quando mantido em latões dentro de tanques de imersão em água
gelada.
O nível de água dentro do tanque de imersão deve ser mantido acima do
nível dos latões de leite e a temperatura verificada periodicamente. Como não
há homogeneização do leite durante o resfriamento por imersão, o leite não é
resfriado uniformemente, podendo haver crescimento de bactéria na parte mais
interna do latão. (Proleite)
Os produtores vizinhos poderão utilizar os chamados tanques
comunitários, nos quais o leite de mais de uma propriedade é armazenado em
um mesmo tanque de refrigeração por expansão direta.

O tempo máximo de conservação do leite na propriedade até o momento


do transporte à indústria é de 48 horas.

Transporte do leite
O leite cru refrigerado deverá ser transportado a granel da propriedade
para a indústria, em tanques rodoviários isotérmicos.
O transportador de leite deve ser treinado para manipular o produto de
maneira higiênica, bem como para realizar as tarefas relativas à coleta (medição
do volume de leite, coleta de amostras para análises laboratoriais e testes
rotineiros para avaliar a adequação do leite antes de ser coletado). O
transportador deve conduzir suas funções de modo que não contamine o leite. O
motorista não deve entrar nos estábulos ou outros lugares onde se alojam os
animais ou em lugares onde são armazenados adubo e outros insumos da
propriedade. (Manual de boas praticas de fabricação)
O leite cru não refrigerado poderá ser transportado em latões, desde
que chegue à indústria até duas horas após a ordenha.

Quanto maior o tempo de armazenamento do leite resfriado, maiores


as chances de multiplicação microbiana.

Quando o leite de uma ordenha for misturado ao leite que já está no


resfriador, a temperatura não deve passar dos 10ºC e, num prazo máximo de 2
horas, deve voltar a 4ºC.
O tanque de resfriamento deve ficar próximo da sala de ordenha e em
local coberto, arejado, pavimentado, com instalação elétrica, água de boa
qualidade e de fácil acesso ao carro tanque.
Ao ser depositado no resfriador, o leite deve ser passado por um filtro de
plástico ou de aço inoxidável, para reter possíveis sujeiras existentes.

TANQUES E LATÕES
Os tanques de caminhões de transporte do leite refrigerado ou os latões
usados para o transporte individual devem ser fáceis de serem limpos e
desinfetados eficazmente. Deve ser garantida a drenagem completa dos
tanques e dos latões após o transporte do leite. (Manual de boas praticas de
fabricação)

Higienização da sala de ordenha


A sala de ordenha deve ser um local tranqüilo, limpo e que ofereça
conforto às vacas. Pisos, paredes e teto devem ser lavados regularmente com
água e sanificantes apropriados.
O meio ambiente externo deve ser mantido livre de pragas, os resíduos
devem ser isolados e removidos do local. O armazenamento, distribuição e a
manutenção de produtos de limpeza e ingredientes utilizados na sala de
ordenha devem ficar em um ambiente que proteja sua integridade e qualidade.
As instalações sanitárias devem estar disponíveis e localizadas em locais
próximos a sala de ordenha, a fim de possibilitar a higiene pessoal dos
trabalhadores. Devem possuir uma fonte de água limpa, com presença de
sabão, toalhas descartáveis e, se possível, uma solução sanificante para ser
utilizada em conjunto com outras praticas de higiene. O ordenhador deve lavar
as mãos com sabão e água antes de começar a ordenhar ou sempre que
necessário. As unhas devem estar sempre aparadas e limpas.

Higiene na área de permanência das vacas: deve-se evitar o acúmulo de


lama, barro e esterco na área de alojamento das vacas, o que inclui uma boa
ventilação e drenagem. Nos sistemas de confinamento, é importante um correto
dimensionamento de baias e corredores. (SANTOS, 2007)

Limpeza da sala de ordenha: o local de ordenha deve ser de fácil limpeza, boa
drenagem de efluentes de limpeza e com boa iluminação. No caso de ordenha
manual onde o nível tecnológico não é tão elevado, devemos raspar o esterco
da sala de ordenha e posteriormente ao termino da mesma a sala de ordenha
deve ser lavada e pelo menos uma vez por mês deve ser desinfetada com
produtos a base de cresóis.(EMBRAPA – ACRE)
3. CONTROLE A MASTITE

Em caso de mastite (inflamação do úbere), as células de defesa do


animal passam do sangue para o leite em grande quantidade. A função destas
células é combater as bactérias que estão causando a mastite e “limpar” as
áreas inflamadas. Sempre que a Contagem de Células Somáticas (CCS)
aumentarem no leite, pode-se dizer que a vaca está com mastite. Para prevenir
a mastite, deve-se seguir uma rotina rigorosa na ordenha.

Medidas importantes no controle da Mastite


• Anotar em planilhas simples informações importantes (identificação das vacas
e das tetas que tiveram mastite clínica e subclínica, data de ocorrência, o nome
dos antimicrobianos usados para o tratamento, datas de aplicação).
• Descartar vacas com problemas de mastite crônica (recorrente).
• Fazer o tratamento em todas as tetas de todas as “vacas secas”.
• Assegurar-se que animais comprados não estejam com mastite.
• Manter a máxima higiene durante a ordenha (mãos e equipamentos limpos e
desinfetados).
• Acoplar as teteiras em tetos limpos e secos

A presença de mastite em apenas uma vaca pode contribuir para


aumentar a contagem de bactérias totais (CBT) do leite, dependendo do tipo de
microrganismo causador da infecção, do estágio e severidade da mastite e do
número de animais infectados no rebanho.
A identificação de microrganismos causadores de mastite no leite do
tanque não significa necessariamente, que as bactérias são de animais com
mastite, pois alguns deles podem ser do ambiente (tetos sujos, equipamento
com limpeza deficiente e resfriamento inadequado). Uma avaliação conjunta da
CBT e da contagem de células somáticas (CCS) do tanque é que vai indicar se
os microrganismos encontrados no tanque são ou não de animais infectados.

CONTAMINAÇÕES

O leite é um meio de cultura ideal para o crescimento bacteriano, sendo


os meios de contaminação muito numerosos. O leite pode já estar contaminado
quando retirado da vaca, em decorrência de infecções nos tetos dos animais
conhecidas como mastite. A contaminação pode vir ainda do equipamento de
ordenha mal higeienizado e sanitizado; da água que é usada para lavagem dos
equipamentos na propriedade; das mãos do ordenhador; do tanque de
resfriamento, dentre outros. Diversas doenças podem ser transmitidas ao
homem pelo consumo de leite cru contaminado.

Animal
O leite pode ser contaminado por microrganismos a partir de três
principais fontes: de dentro da glândula mamária, da superfície exterior do úbere
e tetos, e da superfície do equipamento de ordenha e tanque.
A pele dos tetos é um local que pode abrigar grande quantidade de
microrganismos, sendo uma fonte de contaminação do leite durante a ordenha.
Durante o intervalo entre as ordenhas, quando as vacas estão deitadas, ocorre
intensa contaminação da pele dos tetos e do úbere, principalmente com
ambiente úmido. A cama ou local de permanência dos animais pode apresentar
muitos microrganismos.

Água
A água utilizada na cadeia produtiva do leite pode constituir uma fonte
direta de contaminação. Deve ser de boa qualidade, ou seja, de fonte aprovada,
livre de patógenos e contaminação fecal.
Entre os principais problemas na captação de água de boa qualidade está a
escolha da fonte, buscando-se evitar a captação de água com riscos de
contaminação (próximos a locais com acúmulo de matéria orgânica) e a falta de
tratamentos preliminares como a filtração e a cloração. Essa água pode ser da
rede de distribuição, poço, canal, reservatório, rios, lagos. Independentemente
de sua origem, a água não pode apresentar níveis de contaminantes químicos e
biológicos que possam afetar a saúde humana.
Em muitos casos, fazendas usam água sem tratar de poços, lagos,
fontes, e rios que podem estar contaminados com microrganismos de origem
fecal. O uso dessa água sem tratar em toda a cadeia do leite contaminará o
mesmo.
Recomendações relativas ao uso da água
• Identificar as fontes de fornecimento de água,
• Evitar a presença de animais de criação (gado, cavalo, etc.) e domésticos
(gato, cachorro, etc.) próximos à fonte de água utilizada,
• Impedir de maneira sistemática a aproximação de animais silvestres e
selvagens,
• Analisar as características físico-químicas da água que são fatores de maior
relevância em um processo de limpeza. Em particular a dureza da água (sais de
cálcio e magnésio) é o principal componente que afetará o processo de limpeza
uma vez que o produto somente promoverá efeito na sujidade após neutralizar
estes sais,
• Outro ponto negativo é quando a água dura é aquecida, pois ocorre a
precipitação de carbonatos causando incrustações. Portanto é muito importante
na escolha do detergente verificar se o mesmo possui seqüestrantes de dureza
de água, (Álvares, 2003)
• A qualidade da água utilizada para a limpeza de equipamentos de ordenha
deveria ser semelhante a do consumo humano, com ausência de coliformes
fecais. Os microrganismos do grupo dos coliformes não são necessariamente
patogênicos, entretanto, a sua presença indica contaminação fecal.

Utensílios
Considerando que o equipamento de ordenha é uma fonte importante de
contaminação do leite, os procedimentos de limpeza e higienização irão
influenciar diretamente o nível de contaminação microbiana do leite, e,
certamente, podem selecionar grupos específicos de microrganismos.
O objetivo básico da limpeza dos equipamentos utilizados no processo
produtivo é remover da superfície os resíduos orgânicos e minerais provenientes
do leite. Esta remoção deverá ser promovida logo após a utilização do
equipamento, pois a demora na limpeza acarreta maior proliferação de bactérias
e conseqüentemente maior será a dificuldade de remoção.
O tipo de sujidade pode ser classificado de diferentes formas. As mais
comuns são as seguintes:
Orgânica: Removida por soluções de produto alcalino ou alcalino-clorado. Ex:
Açúcares, gorduras e proteínas.
Inorgânica: Geralmente removida por soluções de produtos ácidos e/ou
contendo seqüestrantes. Ex: Ferrugem, Fosfato de cálcio - Ca3PO4 (Pedra do
leite) e incrustrações de Cálcio e Magnésio provenientes da água. (Álvares,
2003)
Se a limpeza não for adequada, a sujidade remanescente fornece
nutrientes para as bactérias, acolhendo-as e protegendo-as da ação dos
produtos químicos nos ciclos de limpeza subseqüentes. Essas bactérias soltam-
se durante o processo de coleta do leite promovendo a contaminação e altas
contagens bacterianas. (Álvares, 2003)
A sanitização só terá efeito positivo quando utilizado o procedimento
adequado. Antes de sanitizar é preciso limpar. Portanto, é preciso circular uma
solução desinfetante diariamente no último estágio da limpeza sem recircular e
sem promover novo enxágüe, a fim de remover as bactérias que sobreviveram
às etapas da limpeza. Antes de cada ordenha também deveremos circular uma
solução desinfetante, a fim de eliminar os microrganismos que sobreviveram à
limpeza e cresceram durante o intervalo das ordenhas. (Álvares, 2003)

Na limpeza dos equipamentos e utensílios deve-se ler as


indicações e sugestões dos produtos utilizados que podem variar
conforme o fabricante.

Latões
• Lave os latões e suas tampas com água morna a 45ºC,
• Em seguida, utilize um detergente alcalino clorado na dosagem indicada pelo
fabricante do produto, em água morna, promovendo esfregação completa em
toda a superfície interna do latão, enxágüe com água limpa por três vezes
seguida,
• Após limpeza com detergente alcalino, passe uma solução de detergente ácido
diluído, em água em torno de 60ºC, enxaguar muito bem,
• Deixe os latões emborcados em estrados próprios para facilitar a secagem,
• Lave os filtros e demais utensílios com água morna, e a seguir desinfete-os
com detergentes e coloque-os em locais secos, arejados, limpos e protegidos
contra moscas e outros insetos,
• Os latões de transporte devem ser inspecionados e mantidos limpos e
desinfetados antes de receberem o leite. Verificações periódicas devem ser
realizadas para observar a existência de vazamentos. (Manual de boas praticas
de fabricação)

Pessoal
Em vacas ordenhadas manuais é possível que o ordenhador contribua
para aumentar a carga microbiana no leite cru desprendendo partículas de
sujeira do úbere, por aumentar o movimento do ar e com isso aumenta a
contaminação aérea e ainda pelas mãos sujas e infectadas.
Os ordenhadores devem seguir hábitos de higiene pessoal, estar em bom
estado de saúde, lavar sempre as mãos, manter unhas sempre aparadas, usar
roupas limpas e apropriadas, não fumar na área de ordenha.
As mãos do ordenhador podem ser fontes de patógenos causadores de
mastite. Como alternativa, pode-se recomendar o uso de luvas de látex ou vinil
pelo ordenhador durante a ordenha quando se fizer necessário.

O controle de ferimentos nas mãos dos ordenhadores é fator importante,


pois pode ser uma fonte de infecção.

Características de um bom ordenhador


O comportamento do ordenhador durante a ordenha exerce significativa
influência na produção de leite das vacas. Portanto, é preciso que haja bom
entrosamento entre o ordenhador e as vacas. Assim, o ordenhador deve ser
cauteloso no manejo com as vacas e realizar a mesma rotina durante todas as
ordenhas. Além disso, um bom ordenhador deve adotar alguns procedimentos
importantes para ajudar obter leite de qualidade, dentre eles:
• apresentar bons hábitos de higiene (roupa limpa, botas de borracha, cabelos e
unhas cortadas);
• lavar as mãos antes e durante a ordenha;
• apresentar bom nível de conhecimento técnico.

Medicamentos veterinários
Contaminações por medicamentos provocam:
• Prejuízos à saúde do consumidor (alergias, anemias, problemas no fígado,
problemas nos rins, problemas reprodutivos),
• Desenvolvimento de resistência em bactérias causadoras de doenças nos
consumidores,
• Inibição ou interferência no crescimento dos fermentos usados na produção de
queijos e iogurtes,
• Condenação e o descarte de uma grande quantidade de leite e produtos
lácteos,
• Impedimento que alguns produtos lácteos brasileiros sejam exportados para
outros países (SENAR – Cartilha)

Medicamentos só devem ser utilizados quando:


• Aplicar medicamentos somente nos casos recomendados pelo Médico
Veterinário que assiste a propriedade,
• Descartar o leite das vacas tratadas durante o prazo de eliminação do produto
no leite, escrito na bula,
• Marcar as vacas tratadas com pulseiras, carimbos ou outra forma de
identificação, para que todos os envolvidos com o rebanho saibam que o leite
deve ser descartado,
• Anotar em planilhas simples e ao alcance de todos, o dia e a hora do
tratamento, o medicamento usado e o prazo de eliminação do produto no leite,
escrito na bula,
• Lavar bem equipamentos e utensílios sempre que ordenhar uma vaca tratada,
• Fazer o tratamento de “vaca seca” em todos os animais, 60 dias antes do
próximo parto, observando o período de ação do produto, para evitar resíduos
no leite após o parto. (SENAR – Cartilha)

Meio Ambiente
- A cadeia leiteira gera uma grande quantidade de poluentes que podem
contaminar o ambiente, especialmente o solo e os cursos d’água,
- Deve-se ter o cuidado de proteger os mananciais de água, evitando sua
contaminação com os dejetos originados na área de produção animal e nas
atividades de ordenha e armazenamento do leite,
- Deve-se ter o cuidado de dar uma destinação adequada para os produtos
químicos usados (adubos, herbicidas, pesticidas, medicamentos veterinários) e
para o vasilhame (baldes, seringas, agulhas),
- Informações sobre o local adequado para devolução da embalagem usada,
quando for o caso, devem ser obtidas com o vendedor,
- Seringas e agulhas usadas para aplicação de medicamentos devem ser
descartadas com o devido cuidado,
- Se no município houver recolhimento de lixo hospitalar, deve-se tentar o
mesmo destino para as agulhas e seringas. No caso de não existir, deve-se
enterrá-los em local de difícil acesso para animais e pessoas, especialmente
crianças. (Manual de boas praticas de fabricação)

GANHOS OBTIDOS COM LEITE DE BOA QUALIDADE:

A obtenção de leite de alta qualidade aumenta a rentabilidade da propriedade


rural, pois:
• leite obtido com higiene e bem conservado apresenta baixa contagem
bacteriana, o que evita perdas por leite ácido,
• a prevenção de mastite permite obter leite com baixa Contagem de Células
Somáticas, o que evita queda na produção e melhora o rendimento industrial do
leite,
• as vacas devem ser bem alimentadas, porque assim produzem leite com maior
valor nutritivo,
• leite sem resíduos de antibióticos e outros medicamentos indica bom controle
de descarte de leite contaminado o que evita penalidades para o produtor.

MELHORAR A QUALIDADE DO LEITE É UMA OBRIGAÇÃO


DE QUEM PRODUZ E NÃO UMA OPÇÃO.

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