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2009/2010
Modulo 5
DURABILIDADE E PRESERVAÇÃO
Aspectos gerais
Na durabilidade das estruturas de madeira têm de ser consideradas duas
situações distintas:
•Deterioração superficial que afecta a sua aparência mas que não afecta de
forma significativa as suas propriedades mecânicas
Agentes agressivos
Os principais agentes destrutivos da madeira são organismos biológicos. Estes
são essencialmente, de um de três tipos:
•Fungos
•Insectos
•Xilófagos marinhos
Fungos
Os fungos são vegetais que se desenvolvem na madeira destruindo os seus
constituintes, e consequentemente a sua estrutura celular.
As condições necessárias para o desenvolvimento dos fungos na madeira são
a existência de ar, e de água. A inexistência de qualquer destas duas
condições impede o desenvolvimento dos mesmos. Por esta razão o risco de
ataque ocorre para teores de água entre 20% e os 30%.
Abaixo o desenvolvimento dos fungos é a falta de água, acima deste valor não
existe ar uma vez que os vazios começam a estar preenchidos com água.
Daqui resulta que em madeira seca ou emersa em água não existe o risco de
ataques devido a fungos.
Por outro lado em madeira de zonas de fronteira em termos de humidade
(sujeita a humidificações e desumidificações) existe um risco elevado.
O risco de ataque depende também de forma significativa do tipo de madeira
e do facto de ser proveniente de cerne ou de borne.
DEC – FCTUC – 09/10
DURABILIDADE E PRESERVAÇÃO 4
ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
AGENTES AGRESSIVOS
Fungos
Dependendo do tipo de fungo o seu ataque pode resultar, apenas, numa
degradação das propriedades mecânicas ou somente na degradação da
aparência do material, através do aparecimento de manchas e bolores.
Insectos
Constituem um risco para a madeira todo o tipo de insectos que se alimentem
desta. De entre estes destacam-se os carunchos e as térmitas. Estes podem
atacar madeira seca ou madeira húmida, só não existe risco em madeira
emersa por falta de oxigénio.
Térmitas Carunchos
Insectos
O risco de ataque por insectos varia de forma significativa com a zona
geográfica em que se localiza a estrutura. Ao nível da Europa, os riscos mais
elevados ocorrem nos países do Sul.
Xilófagos marinhos
Estes agentes biológicos (ex: crustáceos e moluscos) destroem madeira
emersa em água salgada. São particularmente sensíveis as zonas de flutuação
das marés.
Concepção
Risco, exigências,
materiais. Não
Durabilidade
Não Tratamento
natural suficiente ? possível ?
Sim Sim
Durabilidade Selecção do
garantida tratamento
Definição do risco
O risco de ataque da madeira por parte de agentes biológicos depende
naturalmente das condições mas também do tipo de agente.
Durabilidade natural
É a resistência da madeira ao ataque de organismos biológicos quando não foi
sujeita a qualquer tipo de tratamento. Esta varia naturalmente com o agente
em causa e depende também de forma significativa da madeira em causa
(espécie, borne, cerne etc...).
Classe Durabilidade
A norma define 5 classes de
1 Muito durável
durabilidade, essas classes aplicam-se a
2 Durável madeira de cerne pois a madeira de
3 Moderadamente durável borne considera-se sempre não durável
4 Pouco durável a não ser que existam estudos que
5 Não durável demonstrem algo diferente.
Durabilidade natural
Insectos
Carunchos Térmitas
Durabilidade Durabilidade
Classe Classe
Borne Cerne Borne Cerne
Durabilidade natural
Xilófagos marinhos
Durabilidade
Classe
Borne Cerne
D Susceptível Durável
Moderadamente
M Susceptível
Durável
S Susceptível Susceptível
Impregnabilidade
É a facilidade com que a madeira pode ser penetrada por um líquido, por
exemplo um produto preservador. Os parâmetros principais para a definir
para uma determinada madeira, são a profundidade de penetração do
produto e a quantidade de produto retido.
EN 350-2
Tratamento
Uma das formas mais usadas para aumentar a durabilidade das estruturas de
madeira, é o recurso a tratamentos químicos. Estes distinguem-se não só
pelos produtos usados, mas também pela forma como são aplicados.
Tratamento
O tipo de aplicação dos produtos preservadores é também um parâmetro da
maior importância para a sua durabilidade. Um tratamento superficial corre o
risco de ser ineficaz se existir humidificação, ainda que superficial, da madeira
pela “lavagem” dos produtos activos por parte da água. Quando existe risco
de humidificação deve ser sempre utilizado um tratamento em profundidade,
de forma a garantir que os produtos activos continuam a existir e ser eficazes,
mesmo se existir degradação das concentrações de produto activo na camada
superficial.
Tipos de aplicação
Aplicações superficiais (ex: pincelagem, aspersão, imersão rápida), eficaz
para aplicações em classes de risco baixas.
Aplicações em profundidade (ex: pressão, vácuo, difusão, substituição de
seiva), eficaz mesmo em aplicações em classes de risco elevadas.
P.H. Kirkegaard
Aalborg University
P.H. Kirkegaard
P.H. Kirkegaard - Aalborg University
Aalborg University
Deterioração do aspecto
A deterioração do aspecto, apesar de não colocar em causa a segurança da
estrutura, é importante pois afecta negativamente o aspecto da estrutura,
podendo estar em causa a utilização da mesma pelo desconforto que pode
introduzir nos utilizadores. Este problema é sensível quando existe exposição
directa a humidade e luz solar.
Deterioração do aspecto
Este problema pode ser minimizado recorrendo a tratamentos, superficiais
(ex: velaturas, vernizes), no entanto estes têm uma eficácia limitada, pelo que
devem ser sempre complementados com uma manutenção adequada. Em
ambientes exteriores esta manutenção terá de ser efectuada com uma
periodicidade de 2-5 anos. Regra geral o dano da madeira é superficial pelo
que a remoção dessa camada (ex: lixagem) permite recuperar o aspecto
inicial.
A exposição solar sem contacto com humidade não leva a uma degradação
tão significativa mas provoca o escurecimento da madeira, que pode ser
revertido através de lixagem.
Deterioração do aspecto
Além da exposição prolongada aos raios solares e humidade, também certos
tipos de fungos podem alterar/degradar a aparência da madeira (ex:
azulamento).