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contemporâneo
Cleber Rocha
Simone Afonso
© 2012 by Universidade de Uberaba
Universidade de Uberaba
Reitor:
Marcelo Palmério
Assessoria Técnica:
Ymiracy N. Sousa Polak
Editoração:
Supervisão de Editoração
Equipe de Diagramação e Arte
Capa:
Toninho Cartoon
Edição:
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Cleber Rocha
Simone Afonso
Esta primeira parte começa com a Primeira Guerra Mundial. Nesse confli-
to, vamos ver que a entrada dos norte-americanos rompeu a situação
de equilíbrio entre as forças até então envolvidas, forças que, em sua
maioria, eram governadas por descendentes da Rainha Vitória da
Inglaterra, que teve nove filhos, muitos netos e bisnetos, e que formavam
a teia das cabeças coroadas da Europa. A mesma Inglaterra de descen-
dentes da rainha Vitória foi quem menos se beneficiou do conflito genera-
lizado, visto que a guerra atrapalhou acordos comerciais em andamento.
Para alguns dos participantes, a I Guerra poderia vir a solucionar conflitos
internos e potencializar os sonhos expansionistas e devaneios naciona-
listas de diversos soberanos.
Bem, agora você tem um livro inteiro para tirar suas dúvidas, adquirir
outras, pois nosso assunto não se esgota nele, o professor historiador tem
por dever de ofício continuar pesquisando e estudando a sua vida inteira.
Bons estudos.
Equipe do Curso de História
Parte I
Introdução
A Primeira Guerra Mundial foi um importante marco na história do
século XX. Contudo, é comum a crença entre os historiadores de que
A Grande Guerra pertenceu muito mais à atmosfera política do século
XIX. A exclusão da Guerra do cenário de análise do século XX, feita
por alguns historiadores, se dá em função da percepção de que ela
possuía raízes profundas cravadas no conturbado solo do século XIX.
Objetivos
Ao final deste capítulo, esperamos que você esteja apto a:
• compreender as relações entre as principais potências indus-
triais e imperialistas europeias;
• identificar como a crise na relação entre as potências indus-
triais e imperialistas europeias desencadeou a Primeira Guerra
Mundial;
• compreender como o conflito mundial agravou as crises sociais
nos países europeus e como os movimentos de transformação
da ordem foram prejudicados e outrora beneficiados pela guerra;
UNIUBE 5
Esquema
1.1 As origens da guerra
1.2 A Grande Guerra
1.3 Guerra total
1.4 A Revolução Russa
1.5 Conclusão
SAIBA MAIS
SINTETIZANDO...
EXEMPLIFICANDO!
PARADA OBRIGATÓRIA
A demonstração dos dois blocos de que a guerra não seria fácil encerraria
a primeira fase do conflito conhecido como a Guerra de Movimento e
arrastaria os combatentes para a segunda fase do conflito, caracterizada
pelas batalhas de trincheiras ou Guerra de Posição, que se estenderia
até o final de 1918.
SAIBA MAIS
REGISTRANDO
CURIOSIDADE
REGISTRANDO
Mais um ano se dissipa na poeira das explosões, nos gases tóxicos que
são esquecidos entre uma visita do correio ou outra. Mais um inverno
e com ele as esperanças de uma resolução rápida para o conflito,
indolor, trazia assim, no abrir das cortinas do ano de 1917, a promessa
da intensificação dos combates, da utilização de todos os recursos ao
alcance até que um dos lados se esgote.
PONTO-CHAVE
DICAS
terminado pelas deserções russas. Desse modo, o que havia era a guerra
ideológica, em um desesperado argumento para neutralizar os efeitos da
Revolução Bolchevique.
IMPORTANTE!
PESQUISANDO NA WEB
1.4.1 O Czarismo
SINTETIZANDO...
DICAS
Nascia, naquele mesmo ano de 1905, uma organização que receberia o nome
de Soviete, semelhante à Internacional, para coordenar greves e o movimento
dos operários. O primeiro deles nasceria em São Petersburgo, e posteriormen-
te, se espalharia em centenas por todo o país. Os Sovietes eram os comitês
formados pelos operários e camponeses. Dali, seriam providas as maiores
lideranças bolcheviques, como o caso de Trotsky que, preso naquele ano
de 1905, foi acusado de liderar uma revolta armada.
IMPORTANTE!
EXEMPLIFICANDO!
PESQUISANDO NA WEB
No link a seguir, você poderá conhecer mais sobre a história dos últimos dias
dos Romanov, vale a pena conferir o artigo publicado pela revista História Viva:
<http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/russia_reabilita_o_czar_nicolau
ii.html>.
IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
PESQUISANDO NA WEB
1.5 Conclusão
Resumo
O Capítulo 1 “A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Socialista”
iniciou-se com as explicações gerais sobre a relação conflitante entre as
potências imperialistas europeias. Esta mesma relação foi a responsável
pela deflagração do conflito que trouxe à tona a luta de classes ao cenário
de batalha. Enquanto a guerra se resolvia no campo militar, os socialistas
denunciavam aos combatentes que os únicos prejudicados eram eles.
A guerra caminhava para sua resolução e os países se inclinavam para
um acordo cada vez que cresciam dentro de seus territórios o número de
desertores e dos alistados nas fileiras dos movimentos sociais comprome-
tidos com a transformação da ordem.
Atividades
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
Referências
FELIPE, Alisson. Guerras: Motivação e História. São Paulo: Axcel Books, 2005.
44 UNIUBE
FERRO, Marc. A Grande Guerra: 1914-1918. São Paulo: Edições 70, 2008.
HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
ISNENGHI, Mario. História da Primeira Guerra Mundial. São Paulo: Ática, 1995.
LENIN, Vladmir Illitch. O Estado e a Revolução. São Paulo: Expressão Popular, 2007.
MAGNOLI, Demétrio (org.). História das guerras. São Paulo: Contexto, 2006.
MONTELEONE, Renato. In: Lettere al re. 1914 – 1918. Roma: Editori Riuniti, 1973.
REED, John. Os dez dias que abalaram o mundo. São Paulo: L&PM, 2002.
REIS FILHO, Daniel Aarão; FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste. Século XX:
o tempo das crises. São Paulo: Civilização Brasileira, 2005.
REMARQUE, Erich Maria. Nada de Novo no Front. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
Introdução
É comum a crença de que os acontecimentos do ano de 1929 foram
uma catástrofe não anunciada, ou uma tragédia isolada na história
do sonho americano. Essa visão da crise desconsidera que tudo
caminhava para que a Grande Depressão ocorresse e assolasse
os Estados liberais em geral.
A proporção que a Crise alcançou foi global, seus reflexos, nos casos
mais alarmantes, provocou aos países, especialmente os europeus,
a necessidade de adotar novas propostas políticas. A posição políti-
ca norte-americana, dominada pelos republicanos na década de 1920,
contribuiu em demasia para que regimes de extrema-direita prosperas-
sem na sua escalada ao poder. Para entender como os norte-america-
nos mergulharam na crise é pertinente explicar a prosperidade dos
anos 20.
Objetivos
Ao final deste capítulo, você deverá se tornar capaz de:
• compreender quais fatores ocasionaram a Crise de 1929;
• apontar as consequências que a Crise gerou em todo o mundo;
• identificar as principais causas geradas pela Crise que in-
fluenciaram o surgimento dos regimes totalitários na Europa;
• identificar os elementos da ideologia fascista;
• compreender as diferenças entre os regimes totalitários de
extrema direita e de esquerda;
• refletir sobre o papel do historiador na construção de um co-
nhecimento sobre a polêmica em torno dos regimes totalitários.
Esquema
2.1 “Os anos vinte”
2.2 A sociedade americana no período “entre guerras”
2.3 A Crise no mundo
2.4 A Ascensão dos Fascismos
2.5 O Socialismo Soviético
2.6 Conclusão
UNIUBE 49
O ritmo frenético do jazz era a trilha sonora dos bares e cafés que ferviam
de consumidores ávidos com o crescimento econômico do país. A onda
de otimismo que abraçava os cidadãos, muitas vezes fazia surgir fortunas
instantâneas com apostas e investimentos na Bolsa de Valores, tudo
conduzia as pessoas no turbilhão de consumo, frenesi, sorrisos, cafés
e festas.
som pelo cinema podem dar uma ideia da importância do rádio na vida
do norte-americano nas décadas de 20 e 30.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Surgido em New Orleans, no início do século XX, o jazz era o ritmo mais
tocado nas rádios e bares norte-americanos. O som frenético inventado
pelos músicos negros seria comercializado com a denominação de “discos
raciais”. Esse sucesso promoveu os músicos ao ingresso na poderosa
indústria cinematográfica com o primeiro filme sonoro, “O cantor de Jazz”,
de 1927, que trazia para os papéis principais atores brancos maquilados
de maneira estereotipada, para se parecerem com pessoas de pele negra.
EXPLICANDO MELHOR
SAIBA MAIS
O que talvez seja mais espantoso nos “Anos 20” era o fato de que tudo
parecia caminhar para a “normalidade”, como esperava o presidente
americano Warren C. Harding. Os padrões considerados de normalidade
econômica são da década anterior, mais precisamente antes da guerra,
nos motes de 1913 – 1914. Notavelmente nos EUA, a expansão da
produção e do consumo provocaram o formidável efeito da prosperidade
econômica.
SAIBA MAIS
SINTETIZANDO...
Apesar dos anos 1920 não terem sido de ouro para a Europa, o crack
da Bolsa de Valores em Nova York mostrou que a situação que era ruim
poderia piorar. Os EUA repatriaram os capitais investidos na Europa
falindo de imediato bancos do Leste até a França, refletindo na queda
das produções e em seus consecutivos fechamentos. Com a certeza
da Grande Depressão, os Estados no mundo inteiro faziam o possível
UNIUBE 59
PARADA OBRIGATÓRIA
REGISTRANDO
PESQUISANDO NA WEB
O período “entre guerras” não foi tão duro para a maioria dos outros
países, se estabelecermos como padrão a Alemanha. Nenhum outro
país europeu conheceu miséria e fome na mesma proporção em que
essas dificuldades apareceram para os alemães. A humilhação diante
das outras nações pesou muito mais no orgulho do povo germânico.
Aqui jaz
Rosa Luxemburgo,
Judia da Polônia.
Vanguarda dos operários alemães.
UNIUBE 73
SAIBA MAIS
IMPORTANTE!
Uma coisa se faz clara, as economias destes países ficaram órfãs diante
da Quebra da Bolsa e da queda do liberalismo clássico em que se agarra-
vam com furor contra o “perigo vermelho”. O espectro do comunismo ainda
assolava as burguesias europeias e, agora nos anos 30, pareciam mais
temerosas diante do boom com o qual o socialismo desfrutava no mundo.
Os principais intelectuais defendiam ou eram simpatizantes do comunismo.
Filósofos e escritores trabalhavam as teorias marxistas para que elas não
UNIUBE 77
Para os burgueses, o privilégio vivido nos anos de guerra parecia ter chegado
ao fim. Os “loucos anos 20” pareceram tão frenéticos que consumiam a
última fagulha de felicidade dos liberais. E os povos que resistiam cada vez
mais prometiam participar decisivamente dos governos na próxima década
para que não ocorressem mais desgraças como a catástrofe da Crise.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
PARADA OBRIGATÓRIA
No ano de 1929, a NEP, que passou por constantes reformas, deu lugar
aos Planos Quinquenais. Com estes, o governo assumiu o controle total
da economia e definia o objetivo e as metas com os desdobramentos do
Plano. Para observar o cumprimento das ordens do Partido e das metas,
outros órgãos de fiscalização surgiam e aumentavam o corpo do aparelho
burocrático soviético.
2.6 Conclusão
O Estado fascista se caracteriza por uma tríade como anuncia Schiede: antili-
beralismo, antidemocratismo, antissocialismo. Claramente enunciadas no
Eixo Berlim-Roma-Tóquio, mas também em Portugal, Espanha e Hungria.
O triunfo do liberalismo volta os olhares da extrema direita para sua origem,
a Revolução Francesa. A supressão dos Parlamentos pelos Estados, recém-
-surgidos da Crise de 1929, e a direção das insatisfações populares contra
as minorias podem ser verificados como pontos em comum nos discursos de
Hitler a Franco, além de outros tantos políticos latino-americanos. O discur-
so de Getúlio Vargas, no porta-aviões Minas Gerais, no final da década de
1930, demonstra a consonância da queda do liberalismo com a política em
todo o mundo. O Estado fascista deve dirigir todos os aspectos da sociedade
e a limitação do poder burguês quando a política econômica destes procura
direcionar as flutuações de câmbio e do mercado. Era inconcebível que uma
economia flutuasse tanto sem que o Estado nada pudesse fazer.
Resumo
Os regimes totalitários, em ascensão nas décadas de 1920 e 1930, na
Europa, foram beneficiados no caminho para sua escalada pela derrocada
do sistema liberal que ruía com a Crise de 1929. Os fatores que ocasio-
naram a Crise estão intrínsecos na caminhada do sistema capitalista e foi
previsto por diversos economistas. Ainda assim, o turbilhão dos aconteci-
mentos mereceu investidas dos americanos para sua resolução somente
na década seguinte.
O sistema soviético, por sua vez, havia se isentado dos efeitos da Crise
de 1929 e se mostraria como uma alternativa capaz de contrapor o
sistema capitalista. As deformações sofridas entre a distância dos ideais
de Karl Marx e o sistema comandado por Josef Stálin começaram a
evidenciar que o país não havia superado suas contradições, a priori
causadas pelo sistema capitalista. Assim, o mundo caminhava entre três
ideologias contrárias: Fascismos, Comunismo e Capitalismo, e, ao final
da década de 1930, a guerra parecia ser a resposta mais clara para se
resolver as contradições entre elas.
Atividades
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Referências
IBARRURI, Dolores. In: Folha de História. Ano II, nº 12, Porto Alegre, 1997/98.
MARQUES, Adhemar. COLLART, Alzira. 1929: uma crise que abalou o mundo.
Belo Horizonte: Lê, 2000.
REIS FILHO, Daniel Aarão; FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste. Século XX:
o tempo das crises. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
SILVA, Francisco Teixeira da. Os Fascismos. In: AARÃO, Daniel Aarão Reis Filho,
FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste. O Século XX: O tempo das crises. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. pp. 111 – 163.
Introdução
Poucos assuntos atraem tanta atenção e curiosidade quanto
a Segunda Guerra Mundial. Não por acaso, ela carrega para o
campo de batalha praticamente todas as marcas do século XX.
Em uma concentração de fatores e causas, o período reúne todas
as ideologias importantes desde o nascimento do Iluminismo do
século XVIII, passando pelas ideologias de esquerda do séc. XIX,
até sua eclosão na Grande Guerra de 1914 a 1918. Esse conflito
transformaria profundamente o globo, influenciaria muitas decisões
tomadas por políticos, militares, diplomatas, presidentes e ditadores.
O holocausto e as bombas de Hiroshima e Nagasaki transformaram
as noções do que seria civilização e barbárie, do que era humano
ou desumano.
Objetivos
Ao final dos estudos deste capítulo, você deverá se tornar capaz de:
• identificar as principais causas que levaram à eclosão da
Segunda Guerra Mundial;
• compreender como a política de anexações foi decisiva para
o conflito;
• perceber as posturas dos países europeus antes da eclosão
do conflito;
• identificar as principais e decisivas operações de guerra;
• perceber a amplitude dos acordos e resoluções do conflito
mundial.
UNIUBE 99
Esquema
3.1 A Alemanha Nazista
3.2 O Brasil na Segunda Guerra Mundial
3.3 A definição da Guerra
3.4 A Bomba Atômica
3.5 Conclusão
REGISTRANDO
REGISTRANDO
PONTO-CHAVE
corta a Alemanha com mais de 800 km entre os dois países. Mas, o plano
de ataque alemão seria a invasão pelo norte francês, o que pegaria de
surpresa. Desse modo, a Bélgica seria a porta de entrada para a França.
O surpreendente nesta operação é que o exército alemão escolheria
como rota de passagem a fechada floresta das Ardenhas. Rapidamente,
a Alemanha transpassaria aquele território e progrediria em direção a
Paris. As tropas francesas concentradas na Linha Magigot partiriam em
movimento inverso, em uma desesperada corrida para chegar antes das
forças germânicas.
SAIBA MAIS
EXPLICANDO MELHOR
tivessem tudo em mãos para saber que ela ocorreria, decidiram por deixar
a fronteira ocidental como estava, sem o devido reforço.
RELEMBRANDO
A grande maioria dos oficiais soviéticos foi julgaa no “Grande Terror” dos
“Expurgos” no Partido Comunista na década de 1930 na URSS. Como a
maioria do Exército Vermelho havia sido formada por Trotsky, continuar com
os mesmos generais que fizeram a Revolução de Outubro e outros advindos
da época do Czarismo parecia um pouco arriscado para a manutenção do
poder por Stálin. Por outro lado, vários estrategistas militares competentes
haviam sido impedidos de dar sua valiosa contribuição na Segunda Guerra
Mundial. Muitos estudiosos afirmam que a URSS teria vencido mais rapida-
mente se não fossem os inúmeros erros do ditador soviético.
SAIBA MAIS
A posição brasileira não era tão bem definida quanto à urgência americana
esperava. O Brasil era um país atrasado, sofria com o analfabetismo em
larga escala e necessitava urgentemente de reformas. Nesse sentido,
Vargas tinha conversas adiantadas com Hitler na obtenção de um apoio
para a modernização do país. Vargas queria que o Brasil definitivamente
entrasse na modernidade e se tornasse um Estado moderno, na primeira
metade do século XX, isso significava ser um país capaz de produzir o
próprio aço. O país limitava-se a exportar matéria-prima, faltava ao Brasil
uma companhia siderúrgica, e Vargas estava empenhado em aproveitar
o contexto internacional para criar uma.
RELEMBRANDO
CURIOSIDADE
DICAS
O filme “O mais longo dos dias”, produzido nos EUA, é dos mais caros
realizados da década de 1960. Apesar do fracasso em premiações, o retrato
da invasão à praia da Normandia foi dos melhores resultados conseguidos
no cinema. Desde a ação da resistência francesa pela noite até o final do dia
da invasão da praia tudo foi retratado com fidelidade. Ainda há um detalhe
curioso; no filme há uma sequência que mostra dois soldados alemães
pedindo reforços de dois tanques para conter a invasão que se anunciava
no horizonte. Mas, o superior lhes nega, porque somente Hitler poderia
autorizar os envios e ele havia tomado comprimidos para dormir e ordenou
que ninguém o incomodasse sob qualquer hipótese.
DICAS
A relação entre a Igreja Católica de Roma e o Holocausto ainda não foi muito
bem esclarecida. A posição de neutralidade da Igreja era justificada pelo seu
envolvimento com as duas potências fascistas. Muitos defendem que, durante
UNIUBE 121
DICAS
3.5 Conclusão
Resumo
A política de anexações de Hitler abre a década da Segunda Guerra com
a resposta clara de que o mundo sofreria com um novo conflito armado. O
avanço tecnológico do mundo demonstrava que, diferentemente da Primeira
Guerra, esta nova guerra poderia ser decisiva para o destino da humanidade.
Atividades
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Referências
ELIAS, Norbert. Os Alemães: a luta pelo poder e a revolução do habitus nos séculos
XIX e XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1996.
HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos. São Paulo, Companhia das Letras, 1994.
MAGNOLI, Demétrio (org). História das guerras. São Paulo: Contexto, 2006.
REIS FILHO, Daniel Aarão; FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste. Século XX:
o tempo das crises. São Paulo: Civilização Brasileira, 2005.
Introdução
Após a Segunda Guerra Mundial, houve significativa alteração
na distribuição de poder entre os Estados. As potências ditas
“tradicionais” da Europa, que controlavam a política internacional
até a Primeira Guerra, se tornaram decadentes. Uma nova ordem
mundial foi instalada e o mundo se tornou bipolarizado (dividido
em dois polos).
Posto isso, leitor, analise a Guerra Fria sob um olhar crítico e reflexivo,
tomando por base tudo o que você aprendeu até agora. E lembre-
-se do que Lucien Febvre aconselhou certa vez: “Historiadores [...]
Peço-lhes [...] que nos dêem uma História não automática, mas sim
problemática” (FEBVRE, 1989, p. 49).
Objetivos
Desse modo, esperamos que, ao final de seus estudos neste capítulo,
você esteja apto a:
• identificar nos conflitos históricos anteriores, desde a Guerra
Franco-prussiana (1871) até a Segunda Guerra Mundial (1939-
1945), as origens da Guerra Fria;
• analisar a decadência das tradicionais potências europeias
a partir da bipolarização mundial;
• identificar a expansão internacional do capitalismo norte-
americano;
• distinguir a estratégia geopolítica do socialismo soviético;
• analisar o por quê de a Guerra Fria ter sido chamada de “A
Terceira Guerra Mundial”;
• compreender as ações utilizadas, tanto pelos EUA quanto
pela URSS, na tentativa de conquistar a hegemonia mundial;
• analisar como se deu o colapso do império soviético;
• compreender as várias transformações acontecidas durante
todo o período histórico da Guerra Fria.
Esquema
4.1 Sobre o termo “Guerra Fria”
4.2 As origens da Guerra Fria
4.3 O sistema bipolar
4.4 O expancionismo norte-americano
UNIUBE 131
SAIBA MAIS
SINTETIZANDO...
RELEMBRANDO
IMPORTANTE!
SAIBA MAIS
[...]
A decadência geopolítica da Europa repercutiu fora
do continente, nas áreas coloniais da África e da Ásia:
o período da guerra fria também foi um período de
descolonização.
[...]
Esse processo assinalou a dissolução da influência
mundial de potências como a Grã-Bretanha e a França,
que tinham constituído vastos impérios no século XIX.
[...]
No pós-guerra, a Ásia Meridional e a África passaram a
abrigar dezenas de Estados politicamente soberanos.
Assim o sistema de Estados tornou-se, pela primeira
vez, um sistema universal.
Tais palavras expressam uma ideia sobre o conflito ideológico infringido ao mundo
durante a disputa entre os blocos capitalista e socialista na Guerra Fria, cada qual
pela sua hegemonia.
SAIBA MAIS
Cada qual era composta por áreas de influência distintas. Dessa forma,
podemos dizer, a grosso modo, que a Europa Oriental esteve sob o jugo da
União Soviética, enquanto que a Europa Ocidental esteve sob o controle e
influência dos Estados Unidos.
IMPORTANTE!
E não pense o leitor que tal auxílio seja desprovido de interesses. Com
tal política, os Estados Unidos alçaram o primeiro passo para consolidar
seus domínios político, militar e comercial junto à Europa dita ocidental.
SAIBA MAIS
<http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/as_cicatrizes_
deixadas_pelo_muro_de_berlim_imprimir.html>.
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
O historiador Carlos Fico (2000, p.166) argumenta que a Guerra Fria “do
lado americano também se expressava através de propaganda política
travestida de manifestação cultural, no cinema e na literatura”.
Você percebeu, leitor, que os Estados Unidos procuram realizar suas ações
militares sempre fora do território americano?
Consegue compreender como deve ter sido um choque para eles quando
ocorreu o ataque às torres gêmeas do World Trade Center?
Pense a respeito.
UNIUBE 149
IMPORTANTE!
SAIBA MAIS
RELEMBRANDO
Isto não significava dizer que os EUA não tinham o controle do aparelha-
mento de Estado de alguns de seus aliados. Principalmente, em países
do chamado “Terceiro Mundo”. Os norte-americanos pactuavam com as
elites locais destes países, inserindo seus interesses e ideologias dentro
das próprias políticas públicas regionais.
Dois fatores que contribuíram para isso foram o fim da Guerra da Coreia
e a morte do líder soviético Stálin.
Dessa forma, a década de 70, do século XX, pode ser descrita como um
período em que Moscou e Washington obtiveram significativa aproxima-
ção diplomática. Diversas conferências foram realizadas.
EXPLICANDO MELHOR
Com a intervenção chinesa, não restou outra saída aos EUA do que
negociar a paz. Os norte-americanos, por mais desejosos que fossem
em combater o comunismo, sabiam que um embate direto com a China
traria grandes prejuízos.
IMPORTANTE!
Antes de continuar, cabe esclarecer a você, querido leitor, o que vem a ser
“Guerra de Guerrilha” ou, simplesmente, “guerrilha”.
Tal informação lhe será muito útil para que compreenda como grupos de
efetivo militar numericamente desprivilegiados conseguem combater e
vencer outros que, à primeira vista, parecem ter vantagem.
Como a ditadura militar sulista estava sob a proteção dos EUA, o então
presidente americano, John Kennedy, enviou dez mil soldados para findar
o conflito.
Após a saída americana, a guerra civil foi vencida pelo Norte que, em
1976, unificou o Estado sob o comando de um governo comunista.
PESQUISANDO NA WEB
Leia este artigo como complemento aos seus estudos. O resultado será
muito enriquecedor.
O artigo encontra-se disponível no site:
<http://www.dominiopublico.gov.br>.
Com uma política externa bastante dura, foram inseridos novos projetos
de expansão e proteção. Um destes projetos é o chamado “Guerra nas
Estrelas”, que pretendeu a criação de uma proteção espacial para o
Ocidente. Dessa forma, o conflito, a ditas palavras, “foi levado ao espaço”.
Agora, leitor, que você já tem uma boa base teórica sobre a Guerra Fria,
vamos problematizá-la um pouco mais. Sinta-se à vontade, portanto, para
exercer seu ofício de historiador, refletindo sobre os acontecimentos e
formando sempre uma ideia própria do tema.
Se, por um lado, não usaram as armas nucleares, nem entre si e tampou-
co em ação contra terceiros; por outro, a ameaça nuclear era sistema-
ticamente utilizada para fins de negociação, justificação de medidas e,
ainda, como publicidade.
SINTETIZANDO...
EXPLICANDO MELHOR
RELEMBRANDO
PESQUISANDO NA WEB
<http://www.youtube.com/watch?v=hNh_4SoTYhs>.
Cobertura do Jornal Nacional, da Rede Globo, na noite da queda do muro.
<www.mauermuseum.de>.
Museu do Muro: em frente ao Checkpoint Charlie, o mais famoso posto
de fronteira. Foi erguido em homenagem às vítimas do regime comunista.
<http://www.eastsidegallery.com>.
Galeria East Side: imensa exposição de arte ao ar livre de uma parte do
muro inteiramente grafitado por diversos artistas. Virou um local de diversão
na ex-cidade do leste, ironicamente instalada em área onde ficavam muitos
soldados vigiando a população.
<http://www.berliner-mauer-gedenkstaette.de>.
Memorial e Centro de Documentação do Muro de Berlim: construído, em
1998, no local em que soldados deram início à construção do muro.
<http://www.berlin.de/mauer>.
Memórias do Muro: site com opções de leitura em vários idiomas, com
informações diversas sobre o muro.
4.10 Conclusão
Resumo
Por todo exposto, leitor, você pôde perceber que, na verdade, o conceito
de “soberania absoluta” de uma superpotência é antes uma criação
doutrinária do que uma realidade prática. A soberania, portanto, é um
fator cuja legitimação depende de reconhecimento mútuo, não apenas
dentro de determinado Estado, mas fora dele.
Bons estudos.
Atividades
Atividade 1
(HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Letras,1996)
O período citado no texto, e conhecido por “Guerra Fria”, pode ser defini-
do como aquele momento histórico em que houve
Atividade 2
Atividade 3
Referências
FEBVRE, Lucien. Combates pela História. Lisboa: Editora Presença, 1989, p. 49.
LIMA, Maria Regina Soares de. Teses Equivocadas sobre a Ordem Mun-dial
Pós-Guerra Fria. In: Scielo Brasil [online]. 1996, vol.39, n.3 ISSN 0011-5258.
doi: 10.1590/S0011-52581996000300005.
Introdução
Entre 18 e 24 de abril de 1955, foi realizada a Conferência de
Bandung, na ilha de Java, na Indonésia, onde se reuniram os líderes
de 29 países afro-asiáticos, já emancipados, representantes de
uma população de aproximadamente 1,4 bilhão de pessoas. Essa
conferência foi precursora do movimento de países não alinha-
dos e teve como objetivo impedir a ingerência das superpotências
junto aos seus assuntos internos. Nasceu, assim, a composição dos
países chamados de Terceiro Mundo.
Objetivos
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
• compreender o processo histórico de libertação das colônias
europeias na África e na Ásia;
• analisar o conceito, tão utilizado, de “descolonização”;
182 UNIUBE
Esquema
5.1 O contexto político, econômico e social da Europa após a 2ª
Guerra Mundial e o termo “descolonização”: os exemplos da
Inglaterra e da França
5.2 As configurações de uma nova geopolítica e da história con-
temporânea
5.3 O estudo de algumas colônias e seus respectivos processos
de emancipação política
5.4 Conclusão
Não deve ser novidade para você o fato de que, entre vencidos e vencedo-
res, os países europeus saíram arruinados, em todos os sentidos, da
Segunda Guerra Mundial. Sua recuperação econômica não era vista como
algo possível num futuro próximo. Nesse sentido, vale lembrar a ajuda
vinda dos E.U.A., por intermédio do Plano Marshall, cujo objetivo era ajudar
os países europeus a se recuperar economicamente e, em troca, eles
deveriam se manter como seus aliados políticos.
Já a recuperação da França não foi tão brilhante e nem tão imediata como
a da Inglaterra. Além de ter tido, diferentemente da Inglaterra, o seu território
ocupado, suas perdas foram mais significativas e sua recuperação, portanto,
exigia mais esforços. O país se encontrava dividido politicamente ao término
da guerra: de um lado, a esquerda comunista e socialista, querendo transfor-
mar radicalmente todas as estruturas vigentes; de outro lado, as classes
conservadoras da burguesia capitalista que não almejavam transformações
radicais nas estruturas existentes. Dadas as divergências ideológicas, o que
nos interessa saber aqui é que a França também adotou, no pós-guerra, a
política do Estado de Bem Estar Social. Nesse sentido, também houve a
nacionalização de setores importantes da economia, tais como as minas
de carvão, a eletricidade, os transportes aéreos, o gás, as companhias de
seguro e a indústria automobilística Renault.
IMPORTANTE!
5.2.1 A Descolonização
Sabemos que liberdade sempre foi o sonho dourado daqueles que foram
subjugados de alguma forma em um determinado contexto histórico.
Os países abaixo da linha do Equador que o digam. A descolonização
adveio da desumanização a que os povos africanos e asiáticos foram
submetidos, mas para que a independência ocorresse, foram necessárias
lutas violentas que custaram muitas vidas, vidas daqueles que não
mais aceitavam a condição de inferioridade que os colonizadores lhes
atribuíam. Após a Segunda Guerra Mundial, teve início o processo de
descolonização com lutas generalizadas pela independência nos países
colonizados, de forma que tanto a recuperação de sua cultura quanto de
sua nacionalidade e dignidade eram os objetivos em foco. Assim:
IMPORTANTE!
5.2.2 O Anticolonialismo
5.2.3 A Bipolaridade
EUA
- Economia de mercado
- Mercado de trabalho
- Propriedade privada
- Possibilidade de “subir na vida”
- Produzir para poder consumir
- Lucro
URSS
- Economia planificada
- Ausência de desemprego
- Divisão igualitária de bens
- Ausência de pobreza/miséria
- Prioridade dos interesses coletivos
192 UNIUBE
IMPORTANTE!
Visitando a Inglaterra
O domínio colonial britânico durou mais de duzentos anos. Os indianos eram
considerados cidadãos de segunda classe.
Em 1942, o governo inglês manda, para Nova Delhi, Sir Stafford Cripps, com a
missão de negociar com Gandhi. As propostas que Sir Cripps traz são inaceitá-
veis para Gandhi, que deseja independência total. Gandhi retoma a campanha
pela desobediência civil. Dessa vez, é preso e condenado a dois anos de cadeia.
IMPORTANTE!
A proposta da ONU agradou aos judeus, mas não aos árabes, o que foi
suficiente para acirrar os conflitos. Os palestinos que foram expulsos
refugiaram-se no Líbano, Jordânia, Síria e Faixa de Gaza. Aqueles
que insistiram em permanecer no território destinado aos judeus foram
tratados como cidadãos de segunda classe com seus direitos civis
restritos. Dessas circunstâncias, originaram-se grupos radicais que
objetivavam reaver as terras ocupadas, como, por exemplo, o grupo Al
Fatah, que tinha como líder Yasser Arafat. Este grupo se uniu a outros
para formar a OLP – Organização para Libertação da Palestina.
5.4 Conclusão
Apesar das dificuldades pelas quais está passando a maioria dos países
africanos e asiáticos, dificuldades essas historicamente explicáveis,
acreditamos que as vantagens da independência são reais e numerosas,
imprimindo à história uma nova vida e um novo conteúdo.
Pois bem, caro aluno, por que, então, aceitar a dominação se sabemos
que a liberdade é muito mais produtiva? Por que viver aceitando o título
de raça inferior, se, na verdade, estes, que assim são julgados, foram
a força para erguer as economias dos colonizadores? Será que os
colonizadores seriam capazes de erguer sozinhos todo seu império?
Sabemos que não.
216 UNIUBE
Assim, o caos pelo qual o Terceiro Mundo passa, hoje, tornou-se uma
problemática que influi diretamente no desenvolvimento do Norte, ou
seja, todos esses avanços tecnológicos arruinaram o mundo rural e o
desenvolvimento industrial “criou monstros tecnológicos desadaptados”
(DOWBOR, 1997, p.86). É preciso que os países considerados subdesen-
volvidos tenham a oportunidade de cuidar de seu próprio desenvolvimen-
to e Dowbor (1997, p.87) expõe alguns objetivos que são de extrema
importância para que os países de Terceiro Mundo se desenvolvam.
UNIUBE 217
DICAS
Filme 1:
Indochina (154 minutos. Direção de Regis Wargnier, 1992).
Este filme mostra, como pano de fundo, alguns episódios da guerra pela
independência na Indochina.
220 UNIUBE
Filme 2:
Professor: profissão perigo (105 minutos. Direção de Gerard Lauzier, 1996).
Resumo
Este capítulo traz argumentações a respeito do “nascimento” dos países
de Terceiro Mundo, explicitando as explorações que estes sofreram pelas
potências europeias que culminaram na luta pela independência e pela
dignidade. A singularidade de alguns processos de libertação são discuti-
dos, como a que foi empreendida por Gandhi, conhecida como não violên-
cia. A efetivação de independência política das colônias africanas e asiáti-
cas determinou o surgimento de quase uma centena de novos países
que, somados aos da América Latina, constituíram os países do Tercei-
ro Mundo. Hoje, devido ao fim do Segundo Mundo (socialismo soviéti-
co), esses países são comumente chamados de “emergentes”, ou, “em
desenvolvimento”. A descolonização foi positiva para que os países que
estavam sob o jugo dos europeus pudessem ter sua autonomia e não
serem explorados de forma absurda e desumana, apesar de haverem
argumentações de que, após os processos de independência, os países
de Terceiro Mundo sofreram com os agravos da miséria e das guerras civis.
Atividades
Atividade 1
Maria Yedda Linhares, em seu livro A luta contra a metrópole (Ásia e África:
1945-1975), observa que a compreensão do movimento de independência
das colônias asiáticas e africanas envolve também a análise das transfor-
mações ocorridas no interior de suas respectivas metrópoles. Sobre essa
análise, relacione o contexto histórico da Grã-Bretanha, após a II Guerra
Mundial, com o processo de independência da Índia em 1947.
UNIUBE 221
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
“Por onde o homem branco passou, ficaram suas marcas como um rastro
indelével, e de tal forma que quando foi embora quase nada restava
a ser conservado nem desenvolvido pelos que foram vítimas de sua
dominação.”
Referências
FILE: HO CHI MINH 1946 AND SIGNATURE.JPG. Altura: 381 pixels.Largura: 532
pixels. 158 KB. Formato JPEG. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Ho_Chi_Minh_1946_and_signature.jpg>. Acesso em: 13 set. 2012.
FILE: MKGANDHI.JPG. Altura: 803 pixels. Largura: 972 pixels. 180 KB. Formato
JPEG. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:MKGandhi.jpg>.
Acesso em: 13 set. 2012.
HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. 2. ed.
São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
PEREIRA, Maurício Bronzini. Uma chance a paz in História Viva. nº19, maio 2005.
SALEM, Helena. O que é questão palestina. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1990.
VESENTINI, José William. A Nova Ordem Mundial. São Paulo: Ática, 1997.
ZAMBEAUX, Édouard. A primeira vitória. In: História Viva, nº 19, São Paulo, 2005.
Introdução
Muitas são as explicações dadas ao fim do império soviético.
Alguns cientistas sociais discursam que a pretensão do Comunis-
mo, a respeito de criar uma sociedade perfeita, esbarra na própria
natureza humana que não a admite. Outros dizem que o império
soviético não sobreviveu devido à sua noção absurda de que
a humanidade não resolveria os desafios da modernização. O
certo é que mesmo os próprios burocratas do sistema comunista
soviético já não acreditavam mais no próprio sistema. Ironicamen-
te, em um mundo repleto de transformações, o sistema soviético
estagnou-se e, justamente por não se modificar, acabou destruído.
Neste capítulo, aluno, você vai analisar, sob um olhar crítico e reflexi-
vo, a decadência do sistema socialista de governo. Vai perceber a
supremacia do capitalismo e, ainda, notar que o fenômeno da globali-
zação alcança a rotina de todos no planeta. Inclusive a sua.
226 UNIUBE
Objetivos
Ao finalizar o estudo deste capítulo, você deverá estar apto a:
Esquema
6.1 Uma breve explicação sobre Comunismo
6.2 O desmantelamento Soviético
6.3 A crise globalizada
6.4 A Multipolarização e a Multicivilização
6.5 A Internet e a Biotecnologia
6.6 Conclusão
UNIUBE 227
Talvez uma das maiores confusões efetuadas por estudantes seja sobre
as conceituações de “comunismo” e como tal ideologia se relaciona com
o termo “socialismo”.
CURIOSIDADE
<http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=830>,
você encontra um artigo interessante sobre um acontecimento ocorrido na
década de 1960, relativo às consequências da propaganda anticomunista.
Caro aluno, o que você precisa compreender é que existe uma grande
distinção entre:
1 - o Comunismo como ideologia, ou seja, a busca de uma sociedade
sem classes, baseada na propriedade comum, sem opressão e
com um sistema de autogestão;
2 - o Comunismo (interpretado como um dos ramos do Socialismo),
implantado na URSS e em outros Estados, como forma de governo,
que se trata de uma política opressora, na qual um partido dirigente
decide o que é melhor para a população.
SINTETIZANDO...
Não imagine que tal situação é exclusiva dos sistemas atuais de governo.
Mas, na medida em que o sujeito histórico luta por melhores condições
de sobrevivência, surgem, já na Idade Contemporânea, doutrinas que
pregam não apenas modificações nas relações de trabalho, mas também
nas estruturas organizacionais da sociedade.
PESQUISANDO NA WEB
Você sabia que grande parte das obras de Karl Marx pode ser acessada de
graça pela internet?
Basta ir ao site:
<http://www.dominiopublico.gov.br>.
Posto isso, caro aluno, quando você ouvir o termo “comunista” com a mesma
conotação que “socialista” tenha em mente que se trata de uma ideologia ou
de um sistema de governo “transitório” no qual o objetivo, digamos utópico, é
a construção de uma sociedade igualitária na qual a propriedade é coletiva.
CURIOSIDADE
No endereço: <http://mundoestranho.abril.com.br/historia/pergunta_286747.
shtml>.
Stálin governou de 1924 até sua morte, em 1953. Seu governo foi caracte-
rizado por substancial desenvolvimento soviético, pela extrema burocra-
tização do Estado e por um “endurecimento” do regime, que se fechou e
passou a ser uma espécie de ditadura de esquerda.
Stálin governou com “mão de ferro” a URSS. Ele personificou o Estado como
sendo ele mesmo (culto à personalidade). O governante ditava metas e não
admitia sequer uma fissura na sua forma “monolítica” de administração.
232 UNIUBE
Não raras vezes, ele utilizou de violência e crueldade para com aqueles
que discordavam de suas ideias. Stálin criou para si mesmo a personifi-
cação da figura de um “grande chefe”.
Reflita: até onde você acha que os fins justificam os meios? Aconselha-
mos você, caso tenha disponibilidade, a ler a obra “O Príncipe”, de Nicolau
Maquiavel.
Com tantos problemas, não restou alternativa, senão buscar ajuda junto
ao bloco adversário. É certo que, a partir desse momento, a “cortina de
ferro” edificada no pós-guerra se findou.
EXPLICANDO MELHOR
Como você pôde notar, caro aluno, o modelo soviético apresentou, ao longo
de sua história, várias contradições. Indague-se sobre a ideologia socialista
da construção de uma sociedade igualitária e compare-a com os moldes nos
quais a URSS se formou e acabou decaindo. Como disse Kruschev certa
vez: “O socialismo era bom, mas seria melhor com manteiga...”.
Utilizada pela primeira vez em 1985, o termo ganhou status mundial para
caracterizar as transformações que a economia mundial sofreu desde o
início do colapso da ordem bipolar.
UNIUBE 239
IMPORTANTE!
Maria Regina Soares Lima (1996) diz o seguinte, sobre algumas teses
“equivocadas” a respeito da nova ordem mundial “pós-Guerra Fria”:
Atente, caro aluno, que essa crise não afetou todos da mesma maneira.
Os países mais ricos e desenvolvidos produziram mais durante a década
de 1980, pois aproveitaram esta nova “economia global” para ampliar
seus mercados.
SINTETIZANDO...
Por todo o exposto, podemos observar que esta crise que se desenrolou
entre os anos de 1970-1990 foi muito diferente das crises anteriores,
pois cada uma só encontra explicação pertinente se analisada dentro do
próprio momento histórico.
SINTETIZANDO...
Uma delas diz respeito ao “fim da história”, uma vez que as contradições
geradas pela disputa ideológica entre o socialismo e o capitalismo tinham
acabado devido à “irreversível” vitória desse último. Por essa tese, os concei-
tos de “luta de classes” restaram definitivamente superados.
Não que tais Estados tenham “escapado” ilesos do conflito, mas sua
participação não foi tão ativa quanto os primeiros. São, a grosso modo,
as nações pobres da África, da Ásia e da América Latina. Diz Hobsbawm
(2007, p.349):
IMPORTANTE!
Por todo o exposto, caro leitor, podemos concluir que o peso da religião, da
cultura, da língua e de diversas outras bases culturais se torna fundamental
na prática econômica.
Ainda por este raciocínio, o Ocidente, que tem as bases estruturais mais
sólidas mediante sua própria formação histórica, ainda é a civilização
mais poderosa. Mas fica a questão: por quanto tempo?
Lembramos você, caro aluno, que a sociedade islâmica, por exemplo, vem
expandindo seu poderio econômico, militar e político de tal modo que já é séria
preocupação ao Ocidente.
São por estes motivos que Huntington diz que, a política mundial se
tornou “multipolar” e “multicivilizacional”. Os atores mais importantes da
“Nova Ordem” são as diversas civilizações que formam polos em várias
localidades do planeta. Assim:
SAIBA MAIS
São estes fatores, caro aluno, que, em conjunto, “seguram”, por vezes,
os ânimos exaltados de expansão das civilizações competidoras. Assim,
as análises mais conjunturais se tornam extremamente complexas, pois
envolvem diversos fatores que são oriundos de uma especificidade histórica
bem como dos problemas próprios do tempo presente. Tudo, sempre dentro
de contextos únicos.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
O Estado mínimo
Dessa forma, o Estado, que antes “protegia” suas indústrias pela taxação
alfandegária elevada por meio de outras políticas, resolve “não intervir” de
maneira tão ativa nesta dita “concorrência”.
Isso porque alguns dados pessoais podem ser “roubados” pelos chamados
“piratas digitais” (usuários que invadem redes alheias e violam informações
sigilosas). Nesse sentido, há também a própria questão ética das empresas
que são pagas para gerenciar esses dados, bem como a responsabilidade
do cidadão em ser cauteloso e preservar sua imagem.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
<http://www.youtube.com/watch?v=1XY7qWbdXe0>
Plantão da Rede Globo de Televisão que entrou no ar durante a novela
“Roque Santeiro” anunciando o fim da União Soviética.
<http://www.globalmuseumoncommunism.org/>
Site do Museu Global do Comunismo. Aqui são mostradas as consequências
da aplicação das ideias de Marx e Lênin.
<http://educacao.uol.com.br/historia/ult1704u37.jhtm>
Site pertencente ao “Uol Educação” que trata de forma sucinta os reveses
soviéticos.
<http://historia.abril.com.br/cultura/era-extremos-vivendo-limite-434222.
shtml>
Reportagem do site da revista “Aventuras na História” que trata do livro “A
Era dos Extremos” – que é bibliografia básica para todo historiador.
<http://www.dominiopublico.gov.br>
Site do Governo Federal Brasileiro que reúne obras de diversas procedências
e as disponibiliza, de forma gratuita, para quem se interessar.
Aproveite!
DICAS
Caro aluno,
você pode unir o útil ao agradável aproveitando suas horas de folga para
assistir a alguns filmes que, além de interessantes, agregam conhecimento,
se analisados de forma correta.
260 UNIUBE
Adeus, Lenin!
Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra. Kerner (Katrin
Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada durante os dias que
marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando ela desperta, em meados
de 1990, sua cidade, Berlim Oriental, está sensivelmente modificada.
As Invasões Bárbaras
Narrativa crítica ao modo de vida contemporâneo. Filme sensível que retrata
a crise existencial que assola a sociedade atual.
6.6 Conclusão
O que você precisa ter em mente, caro aluno, antes de se tornar tão
pessimista quando Hobsbawm, é que a alternativa socialista surgiu dentro
de um contexto histórico no qual apenas a Rússia se enquadrava. E tal
política socialista (Hobsbawm a chama de “Socialismo Real”) só poderia
funcionar da maneira “utópica” planejada, no caso de haver vários países
prontos a segui-la de forma fiel e dogmática. Isso não aconteceu.
Caro aluno, como você sabe, é impossível esgotar o tema em tão poucas
linhas. Por isso, é de grande importância que você procure leituras mais
aprofundadas.
Escolha algum aspecto que lhe chame mais atenção e adquira mais conheci-
mento.
Bons estudos.
Resumo
A Revolução Russa promoveu uma notável mudança de mentalidade,
mas o socialismo advindo dela era “singular”. E quando experiências
singulares são estendidas a outros contextos, fatalmente não funcionam
da maneira qual deveriam. A situação na URSS exigiu uma forma de
controle extremamente rigorosa, para não dizer brutal. E sua expansão
promoveu a criação de mais uma classe de eventos que, de tão singula-
res, desafiam até mesmo os mais renomados especialistas na criação de
teorias que expliquem os sucessos e insucessos do Socialismo. O certo
é que o Socialismo não conseguiu acompanhar a dinâmica econômica
do Capitalismo e, pior, não conseguiu nem mesmo superar seus entraves
burocráticos e o problema da falta de liberdade democrática.
Atividades
Atividade 1
Atividade 2
(HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Letras,1996)
264 UNIUBE
O período citado no texto e conhecido por “Guerra Fria” pode ser definido
como aquele momento histórico em que houve
Atividade 3
Referências
JUDT, Tony. Pós-Guerra: uma história da Europa desde 1945. Rio deJaneiro:
Objetiva, 2008.
LIMA, Maria Regina Soares de. Teses Equivocadas sobre a Ordem Mundial
Pós-Guerra Fria. Dados [online]. 1996, vol.39, n.3 ISSN 0011-5258.
doi: 10.1590/S0011-52581996000300005.
______. O 18 brumário e carta a Kugelmann. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
Introdução
“O novo valor atribuído ao transitório, ao fugidio e ao efêmero,
a própria celebração do dinamismo, revela um anseio
por um presente estável, imaculado e não corrompido”
Jürgen Habermas
Objetivos
Ao final do presente capítulo, você deverá se tornar capaz de:
• compreender as mudanças comportamentais e sociais so-
fridas, principalmente, pela sociedade ocidental, após o ad-
vento da globalização;
• explicar como as alterações das configurações econômi-
cas alteraram o comportamento social do homem con-
temporâneo;
• analisar de que maneira as novas configurações sociocultu-
rais da contemporaneidade afetam diretamente a vida das
pessoas;
• identificar as mudanças do pensamento filosófico que resul-
taram na configuração contemporânea do conceito de pós-
-modernidade.
Esquema
7.1 Construção e Estruturação da Sociedade Contemporânea
7.2 Arte Pós-moderna
UNIUBE 269
IMPORTANTE!
Além dessa ideia, Leibiniz dispõe as causas finais que podem ser
relacionadas às inclinações e tendências da alma, presentes e
passadas, e que conduziriam o agir presente. Na teoria explanada
por esse filósofo, podemos encontrar uma série de motivos que
explicam o surgimento de desejo singular para os indivíduos de
uma sociedade. Para ele, todas as escolhas feitas tornam-se
determinantes da ação e, por isso, são plausíveis e legítimas.
Nesse sentido, parece cair por terra a noção de ação livre mas, na
verdade, acontece o contrário. Leibniz acredita na ação livre, se ela
for ao mesmo tempo ‘contingente, espontânea e refletida’. É a partir
das análises feitas por esse filósofo que começam a ser redefinidos
os pensamentos e as crenças em uma Verdade única e imutável.
272 UNIUBE
Para auxiliar nossa busca por definições sobre esse tema, vamos recorrer
à seguinte análise:
E o autor continua:
Mas, ainda assim, parece ficar uma pergunta: afinal o que é, ou como é
a arte pós-moderna? A próxima citação de Baumam tenta esclarecer a
questão:
Em consenso com a análise feita por José Carlos Reis, podemos afirmar
que, após a legitimação da concepção historiográfica e científica modernis-
ta, novas mudanças relacionadas à produção cultural transformaram-se,
mais uma vez. Esse novo projeto historiográfico se fez necessário na
medida em que a legitimação da violência, em favor de um projeto cultural
e histórico totalitarista, se fez presente de maneira constante fazendo
com que os teóricos do século XX buscassem novas formas de pensar a
sociedade e seus problemas.
Essa nova condição social fez surgir um número, nunca antes visto, de
seitas e de possibilidades de religiosidade que são interpretadas de forma
individual e sem um comprometimento litúrgico ou ritualístico. Nesse
sentido, o indivíduo é livre para buscar a melhor forma de conectar-se
com a transcendência.
7.6 Conclusão
• O Conceito de Pureza
No mundo, desde sempre, cada coisa tem seu devido lugar pré-selecio-
nado e pré-interpretado por uma série de construções de senso comum
da realidade da vida diária.
Alfred Schütz analisa que as coisas que acreditamos sem pensar, são
frutos de experiências típicas, visto que independente de quem olhe verá
a mesma situação e terá a mesma análise. Portanto, a subjetividade de
cada indivíduo é semelhante.
UNIUBE 305
Devemos nos atentar para uma importante mudança que aconteceu nas
circunstâncias que permeiam a vida contemporânea: a destemporalização
do espaço social.
Sendo assim, já que não há nem passado e nem presente a que se possa
confiar, a palavra de ordem desse novo sistema é adequação, que significa
mover-se rapidamente onde a ação se encontra e estar apto para assimi-
lar as experiências quando elas chegam. O eixo da estratégia de vida
pós-moderna não é fazer a identidade deter-se - mas evitar que ela se fixe.
Resumo
Caro aluno, a partir do estudo deste capítulo, você pôde perceber algumas
das principais mudanças ocorridas no modo de pensar e agir da sociedade
contemporânea após as trasformações iniciadas pela modernidade.
Atividades
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Referências
Introdução
Muitas linhas têm sido escritas, muito papel foi gasto, muitas palavras
foram ditas na tentativa de explicar o que originou os atentados ao
World Trade Center e ao Pentágono, nos Estados Unidos, em 11 de
setembro de 2001. Pessoas se perguntavam quem teria sido respon-
sável por tais atos e percebeu-se que, pelo menos nas Américas,
muitos desconheciam e muitos ainda desconhecem a região do
Oriente Médio. Apesar de ser a região de onde se originaram as três
religiões com maior número de seguidores no mundo (judaísmo,
cristianismo e islamismo), pouco se conhece sobre eles.
Objetivos
Esperamos que, ao finalizar o estudo deste capítulo, você seja
capaz de:
• reconhecer que a explosiva situação do Oriente Médio com
os conflitos entre árabes e israelenses, nos mostrou que
deles e de sua história sabemos pouco;
• compreender o motivo pelo qual o Islamismo, mais do que
qualquer outra religião do mundo atual, é tão temida e mal
compreendida;
• analisar a reação do Islã em seu esforço de compreender
por que a sua situação mudou de vanguarda do progresso
humano para a situação de “atraso” em relação ao Ocidente;
• identificar as principais questões que envolvem os conflitos no
Oriente Médio, levando em consideração a heterogeneidade
dos povos, seus fatores políticos, culturais e religiosos
• analisar os discursos contra o terrorismo e as ações do fun-
damentalismo islâmico como reflexo do choque entre duas
civilizações – o Ocidente e o Oriente.
Esquema
8.1 O Islã e o mundo árabe
8.2 Os judeus e o mundo árabe
8.3 Do Sionismo ao Terrorismo: entenda os conflitos
8.4 Conclusão
318 UNIUBE
Era conhecido por sua retidão de caráter, de tal maneira que era procurado
por sua capacidade de arbitrar disputas. Cultivava o hábito de meditar e
questionava as práticas religiosas de seus dias, descontente com a religião
árabe politeísta idólatra, que cultivava hábitos como a imoralidade nas
assembleias e quermesses religiosas, a bebedeira, a jogatina, as danças
que estavam na moda, bem como o sepultamento em vida de bebês do
sexo feminino indesejados, praticados não apenas em Meca, mas em
toda a Arábia Saudita. Além de se incomodar com as frequentes rixas por
causa de interesses de religião, honra e poder entre os chefes coraixitas.
SAIBA MAIS
Maomé recitava as revelações a quem estivesse por perto. E estes, por sua
vez, memorizavam as revelações e, assim, mantinham-nas vivas. Nessa
época, os árabes não sabiam fazer papel, então, as pessoas anotavam as
revelações em primitivos materiais disponí-
veis na região, como folhas de palmeiras, Suna
madeira, pergaminho, omoplatas de camelo.
Somente após trinta anos da morte do (em árabe, “lei, regra
tradicional”)
profeta é que o Corão assumiu a sua forma Ortodoxia muçulmana,
atual, pois, com a expansão vertiginosa e segundo a tradição que relata
as palavras e atos de Maomé.
as dissidências se avizinhando no horizon-
te da nova religião, houve a necessidade da
redação de um texto que compilasse todas Sunitas
as revelações feitas a Maomé. Os feitos de Muçulmanos ortodoxos que
Maomé foram reunidos por seus familiares seguem a suna e a autoridade
dos quatro primeiros califas
em um livro denominado Suna, no qual se (sucessores), por oposição
encontram as bases da tradição, formula- aos xiitas, que seguem
apenas os descendentes de
das a partir dos exemplos dados por Maomé Ali, genro de Maomé.
durante sua vida.
A expansão se deu pelas armas, mas também de forma pacífica por meio
de contatos pessoais, comerciais e culturais e, logo, o Oriente Médio,
partes da África, Espanha, partes da Índia, Indonésia e China foram
convertidas. Do século VII ao século XI, os árabes expandiram o Islã para
o Oriente Médio e Norte da África, desenvolvendo uma civilização original
e avançada, considerada a fase clássica da expansão do islamismo;
num segundo estágio, no período que vai do século XI até o século
XIV, o Oriente Médio reagiu ao Islã, mas, no entanto, a expansão teve
continuidade até a Ásia Central e Índia. O império da pólvora, constituído
na força dos canhões islâmicos, no período compreendido entre o século
XV e XVIII devolveu o dinamismo das conquistas com os otomanos,
safávidas, grão-mughals na Índia, entre outros. No quarto estágio –
século XIX e primeira metade do século XX, o mundo muçulmano esteve
sob a influência das potências europeias.
UNIUBE 323
SAIBA MAIS
Desde seu retorno à Palestina antiga, a história do povo judeu foi cercada
por conflitos e disputas de poder, tendo em vista que não se mantive-
ram como um Estado de fato e passaram a sobreviver como comuni-
dades. Após a Diáspora, sem território próprio, os judeus conseguiram
manter algumas tradições, conservaram a língua, sua religião e seus
costumes. Essa preservação se deve, principalmente, ao monoteísmo.
Os judeus criaram uma nova forma de expressão religiosa, não mais
presa às escrituras, mas por meio da oralidade. Segundo a tradição
religiosa, Moisés recebeu duas leis: a Torá escrita, que está no texto
do Pentateuco, e a Torá oral, que foi passada de geração em geração.
Nesse sentido, no lugar dos cultos feitos pelos sacerdotes, as pessoas
mais sábias – os rabinos - se reuniam para transmitir os ensinamentos
religiosos. Por essa razão, os judeus se constituíram como uma nação,
preservando sua identidade e unidade cultural.
SAIBA MAIS
Aliá
(em hebraico, “subida”)Termo que denomina os períodos de imigração dos
judeus a Israel.
Vale ressaltar que grande parte das terras distribuídas aos judeus não
era totalmente habitada pelos árabes palestinos. A cidade de Jerusalém,
cobiçada por ambos, foi colocada sob administração internacional,
embora a cidade também ficasse dividida entre os dois povos.
Como afirmamos inicialmente, Oriente Médio é uma das regiões mais confli-
tuosas da atualidade, e também a que há mais tempo tem dominado os
noticiários internacionais. No entanto, tentar compreender as turbulências
dessa região somente pela ótica atual seria contraditório, principalmente
devido ao fato de que os conflitos atuais vêm se desenrolando há décadas,
mais precisamente desde o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918.
PAÍS NÚMERO
Jordânia 1.358.706
Cisjordânia 532.438
Gaza 716.930
Líbano 352.668
Síria 347.391
Total 3.308.133
Aliado ao ideal de criação de uma nação árabe, unida por sua história,
cultura e interesses comuns, está a fragilidade e incoerência dos interes-
ses dos líderes da Liga Árabe, que não conseguem conferir legitimidade
ao movimento de unidade. Nesse contexto, sobressai a liderança do
egípcio Gamal Abdel Nasser, que irá impulsionar o nascimento de um
“socialismo árabe”, apoiado pelo nacionalismo e por uma política de não
alinhamento aos países estrangeiros.
Além disso, Khomeini passava a figurar como uma nova liderança forte
entre os árabes, daí as intenções de Saddam em destruir o líder iraniano
e seu regime. Por outro lado, os Estados Unidos temiam que a revolução
iraniana prejudicasse o fornecimento de petróleo para o mundo capitalis-
ta, além de o fundamentalismo islâmico ferir a influência norte-americana
na região. Nesse sentido, para desestabilizar o governo de Khomeini, os
Estados Unidos insuflaram o Iraque a declarar guerra ao Irã, fornecendo
a Saddam Hussein ajuda militar e financeira.
nos dá a clara impressão de que a missão não tinha sido levada até
o final pelo pai, alguns anos antes. Em poucas semanas, o regime
iraquiano desmoronou e, com ele, Saddam Hussein. O ex-presidente
conseguiu manter-se escondido por cerca de 10 meses, mas foi preso
por soldados norte-americanos, sendo julgado, condenado e executado
em 2006, três anos depois do fim do conflito, consolidando uma vitória
de Bush sobre “os inimigos da pátria”.
8.4 Conclusão
Histórias em comum
Resumo
Neste capítulo, procuramos abordar as questões que envolvem, desde
tempos remotos, os conflitos no Oriente Médio. Nosso propósito foi trazer
à tona um pouco mais de “luz” à compreensão dessa nebulosa região,
palco de disputas internas e intervenções externas, sejam elas políticas,
econômicas ou religiosas. Entendemos ainda que é de suma importância
propor o debate de algumas questões que ainda hoje desafiam os
historiadores a respeito de uma real proposta de paz para a região.
354 UNIUBE
Atividades
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
Referências
______. Era dos Extremos. O breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Cia das
Letras, 2006.
LEWIS, Bernard. A crise do Islã. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
______. O que deu errado no Oriente Médio? Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2002.
WAAK, William. Guerras do Golfo. In: MAGNOLI, Demétrio (org.). História das
Guerras. São Paulo: Contexto, 2006, p. 453-477.
Anotações
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