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RESUMO
O objetivo deste artigo e discutir a relação entre cinema e ensino de geografia. As mudanças que
vem ocorrendo mundo afora, exigem da escola, a adoção de metodologias criativas em sala de
aula, a fim de possibilitar ao aluno, uma compreensão critica desses acontecimentos. Através da
bibliografia existente sobre o tema e uma oficina pedagógica, busca-se entender aqui a relação
existente entre os dois.
ABSTRACT:
The purpose of this article and discuss the relationship between cinema and the teaching of
geography. The changes that has taken place around the world, require the adoption of school
creative methodologies in the classroom, in order to enable students, a critical understanding of
these events. Through the existing literature on the subject and a pedagogical workshop, we
seek to understand here the relationship between the two.
INTRODUÇÃO
1
Artigo resultante do meu Trabalho de Conclusão de Curso, intitulado “O uso do Cinema na Geografia
Escolar”, apresentado em 2015, no curso de Geografia da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.
2
Aluno do Curso de graduação em Geografia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. Sobral-
CE. E-mail: renatocesar41@hotmail.com.
3
Professor Doutor do Curso de Geografia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. Sobral-CE.
E-mail: tarlispontes@gmail.com.
Há a necessidade da escola em acompanhar o ritmo imposto pela sociedade, no
sentido de saber conduzir a produção do conhecimento em meio a um universo de
informações que, banalmente, fazem parte do cotidiano de todos os indivíduos,
inclusive e, sobretudo, do aluno.
Nesse sentido, pontua-se que a escola deve, enquanto agente educativo do
processo de formação humana e intelectual do aluno, encontrar meios que auxiliem na
tarefa de ajudá-lo a interpretar esta gama de informações que surgem por intermédio dos
meios de comunicação presentes global ou localmente em sua realidade.
Caminhando nesta direção, Albuquerque (2009, p. 348) ressalta um ponto
importante sobre a relação que a escola deve construir no trato dessas informações em
sala, pois, “se a realidade social em que está inserido o adolescente não for levada em
consideração, no processo de ensino aprendizagem, ele não encontra identidade entre si
próprio e o conteúdo oferecido pela escola”.
Com base nessa orientação, o presente artigo credencia-se a fazer reflexões no
campo teórico, revisitando a bibliografia existente, e também no plano prático, através
de experienciações, lançando a ideia do cinema como mecanismo mediador do processo
de ensino aprendizagem nas aulas de geografia ao trabalhar conteúdos ligados ao tema
da Industrialização. Dessa maneira, o trabalho encontra-se dividido em três sessões,
além desta introdução e algumas conclusões ao final.
Na primeira sessão, denominada Sociedade, escola e as novas tecnologias na
educação, objetiva apreender como anda esta relação em pleno limiar do século XXI,
buscando, sobretudo, destacar as possibilidades pedagógicas que surgem da inserção
das novas tecnologias no contexto escolar. Para isso, se utilizou os estudos de Souza
Neto (1999); Vesentini (2003, 2008); Oliveira (2010); Barbosa (2006); Pontuschka et
al., (2007); Oliveira Filho (2010); e Karnal (2012).
A segunda sessão, denominada Cinema e educação geográfica: a propósito de
um diálogo, propõe uma reflexão sobre a relação entre cinema e ensino de Geografia,
destacando as potencialidades pedagógicas do uso do filme na sala de aula por parte do
professor de Geografia. Esta parte do trabalho está aportada nas análises de Vesentini
(2003); Barbosa (2006); Campos (2006); Maia Filho (2009); Neves (2010); Queiroz
Filho (2011); e Sousa (2011).
Já a terceira e última sessão, intitulada, luz, câmera, ação: experiências com o
áudio visual no PIBID em Sobral – CE, é o momento em que as reflexões teóricas vão
ser convergidas na prática, através de uma oficina sobre o tema Industrialização,
realizada com uma turma do 2º Ano do ensino médio na Escola Estadual de Educação
Profissional e Médio São José, Sobral, CE.
Portanto, auxiliada dessas novas linguagens, algumas com alto poder educativo
como o caso do cinema, a escola tem a seu dispor, bases e orientações pedagógicas que
lhe credenciam a desenvolver uma maneira diferente ao trabalhar essas informações,
com aulas dinâmicas e interessantes em sala, afinal, “uma boa aula é aquela que faz
pensar, provoca reflexão e traz, com isso, uma nova percepção das coisas” (KARNAL,
2012, p. 94).
A inserção no ambiente escolar, das novas tecnologias, além de representar um
avanço na compreensão da necessidade de se buscar continuamente a renovação da
prática pedagógica, vem facilitar o estreitamento de diálogos com a ciência geográfica,
oportunizando aos alunos, conhecer e interpretar o mundo pelas imagens do cinema,
como assistiremos no próximo capítulo.
Para Campos (2006, p. 3), nas imagens do filme “muitas das realidades evocadas
são ausentes, estando presentes apenas na imaginação, dissolvendo as fronteiras entre o
imaginário e o real”.
Frente a isso, a ideia deste artigo tenciona não a criação, mas a provocação em
torno de uma proposta pedagógica que venha possibilitar ao professor de Geografia,
mecanismos didáticos necessários que proporcionem formas diversificadas de apreender
os significantes – imagens – e significados – conteúdos - contidos na paisagem (MAIA
FILHO, 2009).
Neste sentido, a oficina idealizada objetivou trabalhar por intermédio do uso do
filme, o processo de industrialização em Sobral, haja vista que este conteúdo estava em
consonância com o planejamento da disciplina na escola.
O objetivo ao construir a oficina, consistiu, sobretudo, em analisar o potencial
didático e de ensino aprendizagem proporcionado pelo uso do filme na compreensão de
temas geográficos, e também, a importância do entendimento do processo de
industrialização para a vida dos alunos.
O esforço compreendeu primeiro a realização de um planejamento das
atividades, onde num primeiro encontro, entre a professora de Geografia, os alunos da
turma e o autor destes escritos, foram acordados como seriam as atividades. É
importante ressaltar que os alunos mostraram interesse na proposta que lhes foi
apresentada, se prontificando a colaborar com o trabalho, fato que contribuiu
sobremaneira no processo de elaboração da atividade.
No campo do audiovisual, optou-se pela escolha do curta-metragem brasileiro A
ilha4 (figura 1), do diretor Alê Camargo, obra cinematográfica fértil nas possibilidades
que faz gerar em termos de conhecimento em relação ao tema industrialização.
4
Sinopse: O curta-metragem “A ilha” conta a história de Edu, um rapaz que fica ilhado em uma grande
metrópole. O filme aborda de maneira bem humorada os problemas e dificuldades de se viver em uma
cidade grande, na qual as aparências enganam e o simples ato de se atrever a atravessar uma rua pode ser
um problema.
5
Fonte: <https://www.google.com.br/search?q=curta-metragem+a+Ilha&client=firefox
&hs=JOD&rls=org.mozilla:pt-BR:official&channel=fflb&source>. Acesso em: 14 de abril de 2015.
mostradas as vantagens em se trabalhar temários geográficos pela ótica das imagens
cinematográficas. Na quarta aula, optou-se por dividi-la em duas instâncias de ação: a
primeira destinada à exibição do filme, e a segunda, à realização da atividade prática.
Na etapa inicial houve a exibição do curta-metragem para os alunos na sala de
vídeo da escola, (figura 2) por dispor de equipamentos técnicos necessários ao
desenvolvimento da atividade. Neste momento, foi sugerido aos alunos o cuidado na
observação dos lugares e paisagens mostradas ao longo das imagens, uma vez que “no
cinema, especialmente, o aporte audiovisual de sua linguagem nos apresenta uma
perspectiva imagética que nos evoca a reflexão a partir da imaginação” (GONÇALVES,
2009, p. 232).
Figura 3: Seleção das imagens, a partir de jornais e revistas. Fonte: acervo do autor, 2013.
10%
Interessante e
Atrativa.
Monótona e
Chata.
90%
Figura 5. Opinião dos alunos sobre a utilização do filme na aula. Fonte: Acervo do autor, 2013.
Com base no gráfico da página anterior, observa-se que (90%) dos alunos,
afirma ter ficado a aula, mais atrativa e interessante com a utilização do filme. As
imagens em movimento que se projetam na tela, são responsáveis por instalar uma nova
dinâmica na sala de aula, forma-se ali, um elo entre aluno e imagem, mediatizados pela
imaginação. E apenas (10%), responderam que a aula, permaneceu monótona e não
gerou interesse.
Em outra indagação dirigida aos alunos, procurou observar se o uso do filme
durante a aula possibilitou algum tipo de facilidade na hora de compreender sobre o
conteúdo abordado, no caso, industrialização. As respostas obtidas (figura 6) foram
distintas, mas, em grande parte apontaram que houve vantagens importantes.
Tornou mais
10% claro o asunto.
Melhorou a
50% concentração
40% na aula.
Não facilitou.
Figura 6: Facilidades que o filme proporcionou no entendimento do conteúdo. Fonte: Acervo do autor, 2013.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CAMPOS, Rui Ribeiro de. Cinema, Geografia e Sala de Aula: estudos geográficos.
Rio Claro, 4(1): 1-22, Junho - 2006 (ISSN 1678-698X). Disponível em: <
www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista.htm >. Acesso em: 26 jan. 2015.
MAIA FILHO, Pedro Paulo Pinto. Paisagens em movimento: ensaio sobre as análises
do cinema pela geografia. In. MACIEL, Caio Augusto Amorim. (Org.). Entre
Geografia e Geosofia: abordagens culturais do espaço. Recife. Ed. Universitária da
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SILVA, Ana Paula da. O embate entre a pedagogia tradicional e a educação nova:
políticas e práticas educacionais na escola primária catarinense (1911-1945). 2012.
IX AnpedSul – Seminário de pesquisa em educação da região Sul. Disponível em: <
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/1259/
13 >. Acesso em: 18 jan. 2015.
SOUZA, José Arilson Xavier de; ASSIS, Lenilton Francisco de; LIMA, Luzirene
Vituriano. O cinema no âmbito escolar geográfico. In: DINIZ, Aldiva Sales;
OLIVEIRA, Marize Luciano Vital Monteiro de; ARAÚJO; Sergiano de Lima. (Org.).
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Expressão Gráfica, 2013, v., p. 32-49.
VESENTINI, José William. Para uma Geografia Crítica na Escola. Editora do Autor.
São Paulo, 2008, 107p.