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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Federal de Ouro Preto


Escola de Minas – Departamento de Engenharia Civil
Saneamento CIV 227
Carlos Eduardo Ferraz de Mello e Aníbal da Fonseca Santiago

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA ETA –

SAAE ITABIRITO

Ana Flávia Barbosa e Castro 15.2.1282

Guilherme Henrique Ferreira 15.1.1205

Júlia De Melo Neves 15.1.1010

Ouro Preto, 14 de novembro

2018
1 INTRODUÇÃO:

O uso de recursos hídricos, garantindo suas múltiplas finalidades, é de


fundamental importância para a sobrevivência e evolução das sociedades. Assim, é
necessário que a água bruta (retirada da fonte natural) passe por um processo de
tratamento em unidades que são denominadas de Estação de Tratamento de Água
(ETA).

Nessas estações, a água bruta passa, geralmente, pelos seguintes processos:


captação, coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoretação,
ajuste de pH, reserva e distribuição. Essas etapas tem por finalidade, garantir a
potabilidade da água, tornando-a própria para o consumo e garantindo aceitação
dentro dos padrões exigidos pela Portaria 2914 de 12 de dezembro de 2012.

No dia 14 de novembro de 2018, visitou-se a Estação de Tratamento de Água


Waldir Salvador de Oliveira SAAE, em Itabirito, para se observar como são feitos os
processos de tratamento de água.

A estação do serviço autônomo de saneamento básico localiza-se na Rua João


Faria Gurgel, nº 325, Santa Rita, no município de Itabirito, Minas Gerais. Fundada
em 1979, atualmente tem capacidade para tratar até 200L/s de água bruta, que é
captada dos Córregos Seco, Bação e Quadra. No dia da visita, a vazão de captação
era 160L/s.

2 OBJETIVOS:

Este relatório visa descrever a visita técnica realizada pela turma da disciplina
CIV – 227 – Saneamento do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de
Ouro Preto (UFOP) à Estação de Tratamento de Água da Cidade de Itabirito – MG.
Dentre os objetivos da visita, destaca-se:

 Observar os fundamentos de cada etapa de tratamento, as


características do manancial e a capacidade (vazão) da ETA;
 Verificar como é realizado o tratamento de águas brutas;
 Conhecer as instalações de uma Estação de Tratamento de Água;
 Observar como é feito o controle de qualidade da água, análises
químicas e biológicas;
 Verificar se a ETA está funcionando de maneira convencional.

3 DADOS DA ETA:

A Estação de Tratamento de Água Waldir Salvador de Oliveira detinha, no ano


de sua inauguração, capacidade para tratar uma vazão de 50L/s e atualmente, após
expansão, é capaz de operar à até 200L/s. Ela possui captação em três mananciais:
córregos Seco, Bação e Barraginha.

A qualidade da água bruta utilizada pela ETA varia conforme a estação do ano.
O ensaio Jar Test é feito toda vez que a turbidez da água é maior que 5 u(T). A
responsável pela visita informou que quando a turbidez da água que chega na ETA
atinge o valor máximo, é disparado um alarme, indicando a necessidade de realizar
o Jar Test.

Figura 1: Jar Test.

A ETA possui uma unidade compacta, dispondo de uma sala de controle 70%
automatizada e que passa por mudanças atualmente, visando automatizar a
dosagem de produtos, a carga de alcalinizante e demais processos. Dispõe também
de um laboratório físico-químico de acordo com a Portaria N° 2.914/12, caixa de
recepção da água, uma calha Parshall com largura da garganta de 46cm, dezessete
floculadores de chicanas verticais com comportas de regularização, três câmaras de
passagem, dois decantadores de fluxo laminar (alta taxa), três filtros de fluxo
descendente com dupla camada 9areia e antracito), uma caixa de contato para
promover a desinfecção e uma casa de bombas para distribuição da água tratada.

A limpeza total da ETA é realizada semestralmente no período da seca. Ela é


feita de forma manual, utilizando jato de água pressurizada por uma empresa
terceirizada. Para realizar a limpeza é necessário interromper o abastecimento de
água da cidade, visto que é necessário um dia inteiro para realização desta tarefa.

4 ETAPAS DE TRATAMENTO:

4.1 Captação

É a primeira etapa do processo de tratamento, nela, a água é captada no curso


d’água de 3 mananciais diferentes e chega na ETA em uma caixa de receptação que
possui um sistema de grades que impede a entrada de elementos macroscópicos
como, por exemplo, folhas, galhos de árvores e animais.

Figura 2: Caixa de receptação.

4.2 Caixa de areia e calha Parshall

A caixa de areia tem a função de sedimentar as partículas maiores para que


estas não passem para a floculação. Já a Calha Parshall tem dupla função: a
criação de um ressalto hidráulico para mistura rápida do coagulante e a medição da
vazão de água. O usual é o lançamento do coagulante a montante do ressalto. No
entanto, foi possível observar que nessa ETA o lançamento é feito no ressalto.

Figura 3: Calha Parshal.

4.3 Inserção de alcalinizante

O alcalinizante é utilizado para corrigir o pH da água, já que alguns


coagulantes têm um funcionamento mais eficiente em meios com pH maior que 7,
ou seja, o alcalinizante ajuda a flocular. As soluções em que há adição de
alcalinizante para correção do pH, encontra-se maiores reduções na turbidez da
água.

O alcalinizante é utilizado para corrigir o pH da água, já que alguns


coagulantes têm um funcionamento mais eficiente em meios com pH maior que 7;
ou seja, o alcalinizante ajuda a flocular. As soluções em que há adição de
alcalinizante para correção do pH, encontra-se maiores reduções na turbidez da
água.

Outra função do alcalinizante é manter a alcalinidade da água adequada para


prevenir corrosão e evitar a precipitação dos sais de Cálcio e Magnésio. Na ETA
visitada, o alcalinizante é injetado logo na entrada da água bruta captada.

Figura 4: Local onde se aplica alcalinizante.

4.4 Coagulação no ressalto

Substâncias coagulantes são adicionadas na água com a finalidade de reduzir


as forças eletrostáticas de repulsão, que mantém separadas as partículas em
suspensão, as coloidais e parcela das dissolvidas. Desta forma, eliminando-se ou
reduzindo-se a "barreira de energia" que impede a aproximação entre as diversas
partículas presentes, criam-se condições para que haja aglutinação das mesmas,
facilitando sua posterior remoção por sedimentação e/ou filtração.

De acordo com os dados repassados pela Creidilane, técnica que guiou a visita,
no período chuvoso a turbidez da água bruta é de aproximadamente 3000u(T) e fora
dele costuma variar de 2 a 4u(T). Isso explica porque no dia da visita não estava
sendo aplicado coagulante para formar flocos maiores, visto que a água estava com
baixa turbidez. Desta forma, o líquido inserido na figura 2 em forma de jato é água.
Figura 5: Inserção de coagulante no ressalto

Em dias chuvosos, quando há muita turbidez, é avaliada a necessidade de se


aplicar o coagulante.

4.5 Floculação

A ETA visitada utiliza um floculador hidráulico com gradiente de velocidade


decrescente com capacidade de controle da abertura dos tanques, sendo possível
aumentar as aberturas para diminuir o Gradiente quando necessário.

No floculador a água é agitada para formar flocos que possam ser decantados.
Ele não tem a necessidade de ser limpo.
Figura 6: Câmaras de floculação.
Figura 7: Câmaras de floculação.

Do floculador, as vazões saem por um canal de distribuição equitativa para


alimentar os decantadores.

4.6 Decantação

Na decantação, a água já não é mais agitada e os flocos são sedimentados no


fundo do decantador.

Como a ETA visitada é pequena, o canal de distribuição que alimenta os


decantadores tem seção constante; caso fosse uma ETA maior, o canal teria que
variar o diâmetro de forma a garantir uma distribuição igualitária da vazão para os
decantadores. A vazão de coleta (vazão linear) não pode ser muito grande para não
puxar lodo para dentro da tubulação.
O decantador da ETA visitada era convencional, porém, agora é um decantador
de alta taxa formado por placas paralelas que grudam as placas de sujeira e
impedem sua passagem. Esta mudança foi feita para elevar a capacidade dos
decantadores sem ter que aumentar o tamanho deles.

Figura 8: Decantador.
4.7 Filtração

A água é submetida ao processo de filtração para que suas partículas


suspensas sejam removidas. A ETA em questão possui 5 filtros, no entanto, dois
deles sofreram problemas de recalques diferenciais e não estão operando
normalmente.

A ETA está implementando uma nova metodologia para filtragem, utilizando


Crepins abaixo de um leito filtrante. Este sistema funciona como uma espécie de
fundo falso que recebe água e leva para desinfecção. O leito filtrante é composto por
uma camada de 10 cm de seixos, 40 cm de areia e 60 cm de antracito.

A limpeza dos filtros atualmente é feita diariamente com um soprador e um


reservatório de 80m³ de água tratada; com a nova metodologia, a necessidade de
limpeza dos filtros passará para 30h.

É fundamental que se intercale a limpeza dos filtros, pois, ao se limpar um, os


outros dois trabalham sobrecarregados.

(a) (b)
Figura 9- (a) Chegada água no tanque de filtração; (b)Filtro vazio para manutenção
No fundo falso são utilizados blocos pluvitec (Figura 10) para receber a água
filtrada e levar para a desinfecção. Por cima do concreto é disposto: 10 cm de
seichos, 40cm de areia e 60cm de atracito.

Figura 10- Bloco Pluvitec utilizado no fundo do tanque de filtração

A limpeza do filtro é realizada uma vez por dia.

4.8 Cloração

Após o processo de filtração, a água vai para a caixa de contato (Figura 11)
aonde recebe o cloro e o flúor. Nesta etapa, a água é desinfetada através da adição
de hipoclorito de sódio líquido a 12%. Feito isso, a água é analisada nos laboratórios
para verificação dos parâmetros de qualidade e uma vez adequada, a água pode
seguir para as próximas etapas de tratamento.
4.9 Fluoretação

Na Caixa de Contato (Figura 11) é adicionado o e ácido Fluor-Silício. A


fluoretação das águas é uma tecnologia de Saúde Pública recomendada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde, e por todas as
entidades odontológicas e de saúde coletiva do Brasil. Sua utilização tem finalidade
de prevenir a cárie dentária.

Figura 11- Caixa de Contato

4.10 Correção de pH

Ao final do processo, a adição de cal hidratada à água ajuda a corrigir seu pH,
reduzindo sua corrosividade e preservando a rede de distribuição.

4.11 Casa de bombas

Logo depois vai para a Casa de Bombas, Figura 12, aonde começa a
distribuição pra cidade. São ao total 51 reservatórios espalhados pelos bairros de
Itabirito.
Figura 12- Casa de Bombas

4.12 Análises laboratoriais

A ETA possui um laboratório físico-químico da ETA onde são feitos ensaios de 2


em 2 horas para avaliar a qualidade da água tratada.
Figura 13: Técnica apresentando o laboratório físico-químico.

São realizados ensaios de 5 parâmetros de bancada: pH (Figura 16), turbidez


(Figura 15), cloro, flúor (Figura 14) e análise de cor (Figura 17). Que são feitos
dentro dos padrões da portaria de consolidação nº05/2017 exigidos pela vigilância
sanitária. Os ensaios dos demais parâmetros são terceirizados, com um período
maior tempo.
Figura 14: Incidência das análises de aferição do parâmetro Flúor.

Figura 15: Incidência das análises de aferição do parâmetro Turbidez.


Figura 16: Incidência das análises de aferição do parâmetro pH.

Figura 17: Incidência das análises de aferição do parâmetro cor.


Além desse laboratório, a ETA possui um laboratório bacteriológico que analisa
a qualidade da água que chega na estação, realizando ensaios para analisar a
presença de Coliformes E. Coli (Figura 18) e Coliformes Totais (Figura 19).

Dos 80 pontos espalhados em Itabirito, a ETA realiza coletas em 60


mensalmente. (A portaria define que o número de locais de coleta devem ser 1% do
número total de habitantes, como Itabirito possui em torno de 51 mil habitantes a
ETA precisa coletar 60 amostras). São coletadas amostras tanto para análise
bacteriológicas quanto físico-químicas.

A ETA possui um laboratório especializado com estufa e capela que evitam a


contaminação da amostra, garantindo um resultado confiável. Os resultados dos
ensaios ficam prontos em 24h devido a tecnologia aplicada, o método utilizado é o
Colilert substrato cromogênico.

Segundo a técnica, nunca houve contaminação devido a eficiência da


desinfecção.

Figura 18: Incidência das análises de aferição do parâmetro de Coliformes E. Coli.


Figura 19: Incidência das análises de aferição do parâmetro de Coliformes Totais.
5 CROQUI DO LAYOUT DA ETA

Figura 20- Layout da ETA


6 SISTEMA DE AUTOMAÇÃO:

6.1 Parâmetros água

Os parâmetros da água são analisados de forma automatizada, assim como o


controle de coagulantes, cloro e flúor. Na Figura 20 está representado os painéis
que mostram os parâmetros da água.

Figura 20: Sistema automatizado dos parâmetros da água.

6.2 Distribuição de água

Nessa sala de automação é observado o controle dos 51 reservatórios que a


ETA distribui água.
Figura 21- Sistema automatizado de controle de distribuição e nível dos
reservatórios da cidade

7 DISTRIBUIÇÃO:

Atualmente, a ETA recebe uma vazão de 160L/s e opera com uma eficiência
média de 32%. No dia da visita, subtraindo as perdas de processos e as perdas nas
redes de distribuição, a ETA tratava 130L/s.

8 CONCLUSÃO:

Durante a visita foi possível observar que a ETA está funcionando com folga,
produzindo cerca de 40 L/s a menos que sua vazão de projeto. A água tratada na
época da visita possui turbidez menor que 0,5 u(T), valor limite recomendado pela
norma, e atende aos parâmetros exigidos pela portaria referida. A ETA possui um
bom sistema de controle de qualidade da água, onde quase tudo é monitorado de
forma automatizada e os resíduos gerados por ela são tratados por empresas
terceirizadas.
Bibliografia:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12126: Projeto de


estação de tratamento de água para abastecimento público. Rio de Janeiro, 1992.

BRASIL. Portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde.


Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água
para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

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